universidade federal de santa catarina centro de ciências da saúde

Transcrição

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA
XIV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA
FERNANDA MICHELLE MÜLLER NICHEL
MEDICINAS ALTERNATIVAS E COMPLEMENTARES E MÍDIA IMPRESSA:
UMA ANÁLISE DOS DISCURSOS JORNALÍSTICOS
FLORIANÓPOLIS (SC)
2012
2
Monografia apresentada ao XIV Curso de
Especialização em Saúde Pública da
Universidade Federal de Santa Catarina,
como requisito parcial para obtenção do
título de Especialista em Saúde Pública.
Orientador(a): Prof. Dr. Charles Dalcanale
Tesser
FLORIANÓPOLIS (SC)
2012
3
NICHEL, Fernanda M. M. Medicinas Alternativas e Complementares e Mídia Impressa:
uma análise dos discursos jornalísticos. Trabalho de Conclusão de Curso. (Especialista em
Saúde Pública). Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2012. 56 p.
RESUMO
Tem-se observado um aumento significativo no interesse e no uso das Medicinas
Alternativas e Complementares – MAC - para o cuidado em saúde. Frente ao crescimento,
desenvolvimento e reconhecimento das práticas da MAC, percebe-se também um interesse
da mídia sobre o assunto. Buscando problematizar e investigar a relação entre as MAC e a
mídia, esta monografia teve como objetivo compreender e discutir os valores, significados
e sentidos veiculados pelas matérias sobre Medicinas Alternativas e Complementares
(MAC) na mídia impressa em revistas de circulação nacional. Foram analisadas as
matérias veiculadas na versão eletrônica das revistas Veja e Isto É, no período entre
setembro de 1968 e setembro de 2011, perfazendo um total de 2889 edições, em que foram
encontradas 52 reportagens sobre MAC. Para realizarmos a análise dos dados, utilizamos a
técnica de análise de conteúdo temático-categorial. Os resultados indicam que há um
crescimento, a partir da década de 90, no número de reportagens que tratam sobre MAC.
Ainda, que ambas as revistas tenham uma postura, no geral, favorável às MAC, uma
quantidade significativa das reportagens da Revista Veja adota uma posição desfavorável.
Destaca-se também nas reportagens os resultados demonstrando a eficácia das MAC
apontados em diversos estudos científicos, bem como nos inúmeros relatos presentes nas
reportagens, enfatizando a melhora da qualidade de vida dos pacientes e na resposta aos
tratamentos clínicos e a proximidade da relação terapeuta-paciente.
Palavras-chave: Medicina Alternativa e Complementar, Mídia Impressa, Saúde e Mídia.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA
XIV CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA
Essa monografia foi analisada pelo professor orientador e aprovada para obtenção do grau
de Especialista em Saúde Pública no Departamento de Saúde Pública da Universidade
Federal de Santa Catarina
Florianópolis, abril de 2012.
Profª Dra. Jane Maria de Souza Philippi.
Coordenadora do Curso
Prof. Dr. Charles Dalcanale Tesser
Orientador do trabalho
5
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 6
2 METODOLOGIA............................................................................................................. 11
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 13
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 25
5 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 27
ANEXOS ............................................................................................................................ 31
6
1 INTRODUÇÃO
Recordo com carinho as palavras de minha mãe: “...Vamos te benzer minha filha,
você parece que tá com anemia, vamos lá no benzedeiro pra ele te medir a anemia e depois
você vai fazer a oração que ele passar também, pra você melhorar logo...”. Foi ela a
responsável pelo meu primeiro contato com as Medicinas Alternativas e Complementares
(MAC) / Medicina Tradicional (MT), prática que tem suas raízes nos primórdios da
humanidade e sempre esteve presente nas sociedades, com diferentes graus de interesse e
uso.
O Brasil, país com grande diversidade cultural e peculiaridades, possui numerosas
práticas e valores relacionados as MAC. O uso das MAC também está em crescimento em
outros países, relacionado principalmente com os cuidados básicos em saúde
(Organización Mundial de la Salud, 2002). Numa grande maioria, essas práticas estão
incorporadas no cotidiano, através das tradições e dos costumes, sendo praticadas
numerosas vezes no meio em que vivemos.
As Medicinas Alternativas e Complementares abrangem todas as práticas
relacionadas a saúde que não se configuram como incluídas na biomedicina, como por
exemplo: homeopatia, reiki, ioga, meditação, medicina ayurvédica, acupuntura, fitoterapia,
massagem, uso de plantas medicinais, dentre tantas outras. Quando essas práticas são
utilizadas conjuntamente com a biomedicina, são consideradas complementares; quando
são empregadas para substitui-la, são consideradas alternativas.
De acordo com Spadacio (2010), Thiago e Tesser (2011), Andrade e Costa (2010),
tem se observado um aumento significativo no interesse e no uso das MAC para o cuidado
em saúde. Elas propõe um novo “olhar” para o paciente e sua situação de adoecimento,
com diferentes práticas em relação a biomedicina, como por exemplo, a relação de
proximidade do paciente e do curador, que é considerada como principal elemento da
terapia. Na medicina convencional, geralmente se observa o inverso: uma relação mais
vertical entre o médico e o paciente, que se desenvolve de forma autoritária, sendo o
médico o detentor da ciência e, por conseqüência, da “verdade”. Andrade (2006) ressalta
que a biomedicina utiliza uma abordagem limitada aos sintomas e gradualmente mais
impessoal, dedicando pouco tempo ao paciente.
7
Outra divergência entre as MAC e a biomedicina, é que a segunda, na grande
maioria de suas práticas, desconsidera a influência dos fatores emocionais no processo de
adoecimento e cura, como também fragmenta o corpo e dá ênfase as especialidades
médicas, o que dificulta a compreensão do homem na sua totalidade; enquanto a primeira
possui um concepção integrada do ser humano, buscando sua harmonia em todos os
aspectos (Araújo, 2000). Dessa forma, as MAC estendem sua visão de saúde para um bemestar ampliado, considerando os fatores sociais, físicos, mentais e espirituais do paciente.
De acordo com Andrade (2010) o paciente é entendido como um campo de energia,
diferentemente da biomedicina, que entende o corpo como um conjunto de várias partes.
Ainda, nas Medicinas Alternativas e Complementares há o emprego de práticas
terapêuticas mais simplificadas e com maior acesso, pois são menos subordinadas às novas
tecnologias e, consequentemente, mais acessíveis financeiramente a população. Tesser
(2008) ressalta que os aspectos acima mencionados não diminuem a eficácia do
tratamento, pelo contrário, em muitas situações há um aumento da mesma. Já na
biomedicina, há uma ênfase e uso de exames e tecnologias duras, que adquirem um caráter
de mercadorias e alimentam uma rede composta por consultas, exames, procedimentos e
fármacos, culminando em um excessivo intervencionismo químico-cirúrgico nos pacientes
e um “consumismo pela saúde” (Tesser, 2010).
Outra contribuição das MAC é que elas tendem a contribuir para o
desenvolvimento da autonomia do paciente, assim como a elas tem sido creditada a
característica de trabalhar no pressuposto de que a saúde, e não a doença, é o principal
norte das suas práticas (Luz, 2005). Essa abordagem das MAC tem acentuada importância
e atua como uma alternativa ao processo de medicalização social, que se configura como a
expansão da prática da biomedicina que transforma os comportamentos humanos como se
fossem problemas médicos. A medicalização social vem interferindo na concepção de
saúde das pessoas, bem como na sua subjetividade e seu comportamento, levando a
diminuição da capacidade de enfrentamento autônomo das questões do adoecer (Tesser,
2006). Como nas MAC há uma preferência pelas técnicas naturais e do uso de
medicamentos e procedimentos harmonizantes, buscando possibilitar o reequilíbrio do
próprio paciente, observa-se certo potencial desmedicalizante nelas (Tesser e Barros,
2008); as quais apresentam-se como uma potencial alternativa à prática do uso abusivo de
medicamentos e a realização desmedida de inúmeros exames, procedimentos e
diagnósticos muitas vezes desnecessários.
8
Spadacio (2010), que em seu estudo realizou uma revisão sistemática de pesquisas
qualitativas sobre as MAC, num período de dez anos (1997-2008), aponta que as MAC são
compreendidas, de modo geral, como estratégias para a manutenção da saúde, sendo que as
mesmas reduzem os efeitos colaterais ocasionados por tratamentos da medicina
convencional e proporcionam o aumento da qualidade de vida dos pacientes. Sendo assim,
as MAC representam uma escolha mais saudável quando comparada a biomedicina.
As Medicinas Alternativas e Complementares também vem despertando o interesse
dos órgãos governamentais, sendo que o Ministério da Saúde, em 2006, editou a Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares – PNPIC no SUS (Portaria 971 de
03/05/2006) (Brasil, 2006). Essa medida objetivou incentivar essas práticas no sistema
público de saúde brasileiro. É importante salientar que as MAC possuem princípios
próximos daqueles que são preconizados pelo SUS, como integralidade da atenção a saúde,
humanismo na relação entre o profissional e o paciente (aumento na qualidade do vínculo),
concepção ampliada do processo saúde-doença e promoção global do cuidado humano
(Brasil, 2006).
Frente ao crescimento, desenvolvimento e reconhecimento das práticas das
Medicinas Alternativas e Complementares, observa-se também um interesse da mídia
sobre o assunto. As relações do campo de saúde e comunicação estão cada vez mais
próximas, nos instigando a refletir sobre o impacto e a influência dos meios de
comunicação sobre as questões de saúde.
Segundo Menegon (2008) a mídia se configura como uma importante fonte de
pesquisa, exercendo um importante papel nos processos de construção de sentidos sobre o
processo saúde doença. A autora compreende que “[...]a mídia é uma prática social que
atravessa o cotidiano das pessoas, não apenas veiculando notícias, mas também atuando
como co-produtora de sentidos e de subjetividades” (Menegon, p. 32, 2008). Sendo assim,
a mídia tem um papel muito importante na vida social e no cotidiano das pessoas no
mundo contemporâneo.
Devido às novas condições tecnológicas, estamos vivenciando um período em que
as informações são rapidamente colocadas nas diferentes mídias, possibilitando um
conhecimento simultâneo entre diferentes regiões do mundo. Porém, não podemos pensar
que essas informações reproduzem meramente o real, elas atribuem sentidos diferenciados
a realidade, selecionando aspectos da mesma e se constituindo como um campo de forças
em que diversos atores sociais procuram determinar o predomínio de determinados
9
sentidos através de suas práticas discursivas. Como nos lembra Oliveira (2000), as práticas
discursivas estão num embate de hegemonia de sentidos, sendo a mídia um lugar
privilegiado para legitimação dos sentidos e forças atuantes na sociedade.
Oliveira (2000) observa que boa parte do público tende a considerar as notícias
veiculadas na mídia como uma expressão representativa e inquestionável do real, não
considerando as forças que estão presentes na sua construção. A autora também aponta que
a mídia se organiza como empresa, imprimindo na notícia seu valor de troca.
Neste sentido, a imprensa seleciona as matérias, os conteúdos a serem considerados
importantes na veiculação de notícias, e esta prioridade conseqüentemente influencia a
opinião pública. Ao remetermos este aspecto para a área da saúde, em especial as
Medicinas Alternativas e Complementares, entendemos que a mídia contribui para a
formação de conceitos, atitudes e expectativas que podem favorecer, ou não, essas práticas.
Muitas vezes, o conhecimento sobre determinada prática é difundido de forma
simplificada, de acordo com as limitações do público ou distorcido da verdade por quem o
difunde.
Outro elemento para o qual precisamos estar atentos são os diferentes conceitos do
processo saúde-doença, que permeiam todo o universo discutido anteriormente. De acordo
com Carvalho e Buss (2008), as diversas visões sobre o processo saúde doença não se
resumem apenas em aspectos físicos e mentais, mais “englobam” vários valores,
considerando os fatores relacionados a alimentação, trabalho, educação, renda, meioambiente, lazer, entre outros. Sciliar (2007) nos ajuda a refletir sobre essa questão ao
afirmar que o conceito de saúde e de doença é influenciado diretamente pela época
histórica vivenciada tanto pela comunidade como pelo indivíduo, bem como a classe social
e concepções religiosas e científicas dos mesmos. Sendo assim, “ter saúde” ou “estar
doente” não tem o mesmo sentido para todas as pessoas.
Desta forma, considerando a mídia como um importante espaço de difusão de
informações e opiniões (seja de forma positiva ou negativa), é importante
problematizarmos e investigarmos a relação entre as Medicinas Alternativas e
Complementares e a mídia, buscando compreender e elucidar as seguintes questões,
norteadoras desta pesquisa: O que se tem discutido sobre as Medicinas Alternativas e
Complementares na mídia impressa no Brasil nos últimos anos? Quais os significados e os
sentidos presentes nessas matérias e reportagens? Estariam de fato as mídias impressas
fomentando o interesse e a procura pelas MAC?
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Objetivo geral:
- Compreender e discutir os valores, significados e sentidos veiculados pelas
matérias sobre Medicinas Alternativas e Complementares (MAC) na mídia impressa em
revistas de circulação nacional. .
Objetivos Específicos:
- Analisar o volume, a freqüência, os enfoques e temáticas das reportagens que
tratam sobre a questão das MAC veiculadas em duas revistas semanais de circulação
nacional.
- Compreender como se dá a relação da MAC com o cuidado e a promoção da
saúde e a prevenção de doenças nas matérias dessas revistas
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2 METODOLOGIA
Para consecução de nossos objetivos optamos por analisar as matérias veiculadas
nas revistas Veja e Isto É, pois possuem grande circulação e detém as maiores tiragens
nacionais. Pesquisamos as versões eletrônicas das referidas publicações devido à
gratuidade e à facilidade de acesso, sendo elas obtidas respectivamente nos sites:
http://veja.abril.com.br/ e http://www.istoe.com.br/.
Utilizamos a ferramenta de busca de matérias de interesse por palavras-chave
disponibilizada pelos sites, sendo que as palavras-chaves empregadas foram: medicina
alternativa, terapia alternativa, terapia complementar, terapias, plantas medicinais, florais,
medicina integrativa, medicina complementar, medicina chinesa, medicina antroposófica,
medicina popular, medicina tradicional, meditação, ioga, homeopatia, reiki, feng shui, e
acupuntura. O período de pesquisa utilizado na Revista Veja abrangeu desde a primeira
edição, de 11 de setembro de 1968 até a edição nº 2235, de 21 de setembro de
2011,totalizando 2235 edições. Já na revista Isto É a pesquisa não incluiu em seu acervo
digital todas as edições, pois a empresa só disponibiliza edições eletrônica a partir de 27 de
janeiro de 1999, ficando assim nosso universo restringido a partir da edição nº1530 até a
edição nº 2184, de 21 de setembro de 2011, englobando 654 edições.
Como primeiro passo, realizamos a leitura do trecho do texto que continha a
palavra-chave. Dessa forma foi possível eliminar as matérias que não tratavam do assunto
em questão. Assim, foram encontrados 28 reportagens na revista Veja e 24 na revista Isto
É, totalizando 52 reportagens.
As matérias selecionadas foram impressas e identificadas de acordo com o veículo
de comunicação, bem como a data de publicação e a seção da revista em que se
encontravam
Para realizarmos a análise dos dados, utilizamos a técnica de análise de conteúdo
temático-categorial. Segundo Oliveira (2008), ela compreende uma técnica de investigação
para a análise das comunicações, que utiliza procedimentos objetivos e sistemáticos para
descrever o conteúdo das mensagens, afim de compreender e interpretar estes.
Esta análise se divide em quatro fases, sendo que a primeira é a pré-análise, que
consiste em um processo de seleção dos documentos e definição do material a ser
12
analisado, leitura geral do conjunto do material, frente às hipóteses e objetivos pretendidos.
A segunda fase, denominada exploração do material ou codificação compreende a
transformação dos dados brutos em unidades, facilitando a descrição das características
pertencente ao conteúdo enunciado no texto. A última etapa abrange o tratamento dos
resultados, que procura realçar a análise, por meio de quantificação simples (freqüência) ou
mais complexas, a discussão e interpretação dos achados e significados elaborados
(Oliveira 2008).
Através desta análise pode-se se perceber a importância quantitativa dos temas a
partir do registro da quantidade do número de vezes que o tema se repete, como também a
forma de distribuição dos mesmos, sua presença, ausência e significados correspondentes,
maiss ou menos explícitos, aos contextos em que se inserem. Ainda, outro aspecto
relevante é a discussão dos resultados, onde procura-se compreender o objeto de estudo e
reconstruir o discurso apresentado.
Primeiramente foi realizada a leitura integral das reportagens, com análise geral das
mesmas, que encontra-se no anexo 1. A partir desta foi possível realizar uma primeira
análise quantitativa e qualitativa do material. Após isso, elaboramos categorias temáticas
que emergiram da análise, as quais agruparam as matérias por semelhança para
compreensão dos discursos das reportagens. Posteriormente, foi realizada uma análise e
discussão de cada categoria.
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No período estudado, que englobou 43 anos de publicações das duas revistas foram
impressos 2889 números das duas revistas semanais, 2235 da Veja e 654 da Isto é –
lembrando que as edições da revista Isto É só são disponibilizadas a partir do ano de 1999.
Neste total de revistas, houveram 52 reportagens sobre as MAC , o que significa que uma a
cada 79,8 revistas da Veja traziam algo sobre o tema e uma a cada 27,25 da Revista Isto É,
Considerando a distribuição temporal dessa reportagens, temos essa distribuição:
Como observamos no gráfico acima, há um crescimento, a partir da década de 90,
no número de reportagens que tratam sobre MAC, confimando os estudos de Tesser e
Barros (2008), Tesser e Thiago (2011), Spadacio (2010) e Avila-Pires (1995) , que
apontam para o fortalecimento destas práticas e aumento exponencial em seu uso nas
últimas décadas.
De forma geral, percebe-se que a maioria das reportagens tratam de mais de uma
técnica ou forma de MAC. Em relação às reportagens que se referem a somente uma das
das MAC, destacam-se a ioga, a acupuntura e a homeopatia, conforme a Tabela 1. Em
outras palavras, 40% das reportagens tratam genericamente das MAC, o que parece
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corroborar a tendência geral e acadêmica de englobar todos os cuidados não consagrados
ou comprovados
ou
usados
pela biociência ou biomedicina
como
cuidados
complementares e ou alternativos. Instituições de renome e respeito científico internacional
como o National Center for Complementary and Alternative Medicine – NCCAM1
conceituam as MAC como tudo o que não é ensinado e praticado pelos médicos (e
poderíamos estender o mesmo as demais profissões), apesar das grandes heterogeneidades
existentes entre esses saberes e técnicas. Dentre as MAC encontram-se desde sistemas
médicos complexos, elaborados, especializados e eruditos, como as medicinas tradicionais
da China e da India, como técnicas diagnósticas (por exemplo, iridologia) e terapêuticas
(florais de bach, uso de plantas medicinais), tanto de uso autônomo como especializado
(por terapeutas mais ou menos especializados ou reconhecidos socialmente).
Tabela 1: Número de reportagens da Revista Veja e Isto é segundo técnica de MAC
abordada.
Revista Veja
MAC de forma geral
Revista Isto É
Total
11
10
21
Ioga
5
5
10
Acupuntura
4
5
9
Homeopatia
4
0
4
Meditação
2
2
4
Fitoterapia
2
0
2
Floral de Bach
0
1
1
Shiatsu
0
1
1
28
24
52
Total
Doutra forma, as revistas também tematizam práticas e técnicas particulares, no
geral, de forma coerente com as mais conhecidas. Uma exceção a essa regra diz respeito ao
Reiki, forma de cuidado vinda do oriente, que mereceu quase nenhuma atenção (salvo uma
reportagem adiante mencionada) e que foi relatada como a mais usada nos serviços de
Sistema Único de Saúde em pesquisa feita em 2004 pelo Ministério da Saúde (Brasil,
2006, p.79) . Outra exceção refere-se ao uso das plantas medicinais, às quais apenas 2
1
http://nccam.nih.gov/
15
reportagens foram dedicadas, disseminado até pouco tempo atrás entre as populações
brasileiras, mas que talvez venha decaindo com a urbanização das populações e a
medicalização da sociedade, a qual vai enfraquecendo os saberes e competências
culturalmente disseminados para cuidado autônomo (Tesser, 2010). Isso deve ser
ressaltado também porque o Brasil é campeão em biodiversidade, e porque há relativo
consenso de que os usos populares das plantas medicinais nativas de cada região são, em
geral e ressalvadas algumas situações, relativamente seguras.
Observa-se também que, numa primeira análise dos conteúdos e discursos
veiculados, ambas as revistas tem um postura no geral favorável ou simpática à MAC,
embora uma quantidade significativa das reportagens da Revista Veja adote uma posição
desfavorável, conforme a Tabela 2. Nota-se que essas reportagens não são restritas a um
período histórico, mas sim estão intercalas com outras reportagens que são favoráveis a
MAC. Este fato nos leva a pensar na ambivalência presente no conjunto das reportagens,
que atribui juízos contraditórios sobre a eficácia da MAC. Já a Revista Isto É tem, na sua
quase totalidade, reportagens favoráveis a prática da MAC.
Tabela 2: Número de reportagens da Revista Veja e Isto é segundo posicionamento em
relação a MAC.
Revista Veja
Favorável a MAC
Revista Isto É
Total
13
21
34
Desfavorável a MAC
8
1
9
Não adota nenhuma posição
7
2
9
28
24
52
Total
Outro aspecto geral analisado foi a presença de estudos científicos fundamentando
as reportagens. Percebe-se que a maioria delas não possuem uma base científica, apenas
emitem a opinião do repórter e de seus entrevistados. Desta forma, considerando que a
mídia impressa é fonte de informação e formação de opinião, fica difícil para os leitores
realizarem um julgamento e formarem sua opinião com algum parâmetro científico, em
relação a MAC. Embora isso não signifique a necessidade desse parâmetro, devemos
reconhecer que a ciência detém uma importante legitimidade, ou mesmo a maior
legitimidade social de produção de verdades. Todavia, de fato em muitos casos não há
muitas informações científicas sobre tal ou qual técnica de alguma MAC, e muito menos
16
sobre os seus saberes, uma vez que em termos teóricos a ciência é completamente autoreferente (Santos, 2000), e só consegue produzir verdades sobre as MAC baseada em suas
próprias teorias e paradigmas. Mas isso vem mudando aos poucos e tem havido crescente
estudo de várias técnicas e práticas, e mesmo discussões sobre aspectos teóricos, embora
bem mais restritamente. Algumas delas tem recebido atenção e gerado grande volume de
pesquisas, outras são mais resistentes à pesquisa e aos padrões metodológicos instituídos,
hoje atrelados a classificação internacional das doenças e as teorias e definições
biomédicos das mesmas, o que muitas vezes não se coaduna com os saberes e técnicas das
MAC, como é o caso típico da homeopatia, que centra a terapêutica no sujeito, por
oposição a centralidade na doença da biomedicina (Tesser, 2010).
Tabela 3: Número de reportagens segundo presença de estudo científico na reportagem.
Revista Veja
Sim
Não
Total
Revista Isto É
10
18
28
Total
10
14
24
20
32
52
Na análise do conjunto das reportagens emergiram 14 grupos temáticos através dos
quais se pode mapear os conteúdos e mensagens dessas reportagens, apresentados
sinteticamente no Quadro 1, e que serão discutidos na seqüência.
Grupos temáticos presentes nas reportagens
1 - Descrição de procedimento, tratamento, histórico e fundamentação teórica da MAC
2 - Motivo da procura pela MAC
3 - Resultado/Eficiência da MAC
4 - Aumento da utilização da MAC pelas pessoas e profissionais da saúde
5 - Regulamentação do uso da MAC e oferecimento da mesma pelos serviços públicos
6 - Ensino e oferecimento de MAC nas Universidades e ambiente hospitalar
7 - Pesquisa científica sobre a MAC
8 - Alterações na forma original de prática da MAC
9 - Relação entre MAC e religião
10 - Realização de Congresso/Encontro sobre MAC
11 - Informações pessoais e dados sobre instituição que promove prática de MAC
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12 - Obstáculo/limites para a utilização da MAC
13 - Críticas a MAC
14 - Relação entre MAC e biomedicina
Vinte e sete reportagens (dezoito da Revista Veja e nove da Revista Isto É)
descrevem como acontece o tratamento das diversas técnicas da MAC, incluindo o método
utilizado, o surgimento histórico da terapia, quem foi seu fundador, a estimativa de
praticantes, entre outros. Também há relatos dos profissionais explicando como o paciente
deve realizar alguns dos exercícios de distintas técnicas da MAC.
Os motivos de procura pelas MAC foram apontados em oito reportagens da Revista
Veja e em nove da Revista Isto É. Tal procura é maior por pessoas que sofrem de doenças
crônicas cujos desconfortos a medicina tradicional tem dificuldade de eliminar. Segundo
Tesser (2009), a busca pela MAC deve-se, nos países pobres, sobretudo a adequação
cultural, facilidade de acesso e eficácia relativa percebida empiricamente pelos usuários;
enquanto que nos países ricos há motivos relacionados tanto a insatisfação com a
biomedicina quanto aos méritos das MAC. Observam-se esses fatores presentes nas
reportagens, onde a relação médico-paciente aparece como um o fator importante das
MAC, visto que o tempo de consulta é mais demorado e o terapeuta oferece maior atenção
ao paciente. Outra circunstância criticada deve-se ao fato de que a grande maioria dos
médicos brasileiros são especialistas, condição supervalorizada no mercado e repleta de
status social. Essa circunstancia provoca, por muitas vezes, o distanciamento do
profissional das dificuldades emocionais, pessoais e familiares do paciente. Essa
abordagem intervencionista, restrita aos sintomas e doenças e gradualmente mais
impessoal da biomedicina provoca uma insatisfação difusa e crescente (Tesser e Souza
(2012). Também é citado, pelas reportagens, o papel mais ativo do paciente no tratamento
com a MAC, que não se restringe apenas a tomar remédios e a observar o trabalho do
médico.
Na categoria 3 – Resultado/Eficiência da MAC, dezesseis reportagens da Revista
Veja e dezessete da Revista Isto É discutiram sobre a eficácia e os resultados obtidos
através da MAC, sendo que algumas apresentaram resultados de estudos científicos. No
geral, elas tratavam de uma técnica específica da MAC e seus resultados. Alguns
apontamentos afirmavam que a MAC considera o homem como um todo, e não em
especialidades como a biomedicina. Compreendemos que esta concepção ampliada de
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saúde, que integra os aspectos físico, mental, social e espiritual, adota pela MAC,
possibilita conceber o se humano como um ser integral, sinalizando para um sentido de
saúde entendido como bem-estar amplo (Andrade e Costa, 2010). Uma abordagem mais
holística tem sido atribuída pela literatura às MAC (Levin e Jonas, 2000; Helman, 2009). O
envolvimento da família no diagnóstico e no tratamento com a MAC é uma vantagem
discutida por Helman (1994), ressaltando que o foco de atenção não é somente o paciente,
mas também o comportamento dos familiares e outras pessoas à doença. Ainda, foi
enfatizado nas reportagens que as MAC melhoram a qualidade de vida dos pacientes e suas
respostas aos tratamentos clínicos, fator também relatado nos estudos de Spadacio (2010).
Sobre as técnicas específicas, a acupuntura foi abordada diversas vezes como sendo
uma técnica de resultados e que oferece melhoras significativas para os pacientes. Nas
reportagens, foi mencionado o uso da acupuntura em anestesia operatória, em que é
eliminado o uso de analgésicos e antibióticos e não há risco de choque anafilático; a
eficácia da acupuntura para o alívio da dor e quando se deseja um efeito antiflamatório;
melhora nos tratamentos faciais, como rugas, flacidez e olheiras, e também celulite e
estrias; redução dos efeitos colaterais da quimioterapia e atuação como aliada no
tratamento de fertilização in vitro. Entre as diversas indicações da acupuntura, foram
referidos o alívio da dor e inflamação, stress, ansiedade, enjôos de gravidez, insuficiência
cardíaca, asma e bronquite, depressão leve, recuperação de cirurgias, entre outros. No
decorrer das reportagens, há vários relatos de pacientes que apresentaram melhora com o
uso da acupuntura.
Em relação à técnica da homeopatia, algumas reportagens afirmam que há uma
crescente procura pela mesma decorrente da grande eficácia apresentada pela técnica, do
baixo custo dos medicamentos, dos baixos efeitos colaterais e da maior atenção que o
médico dispensa ao paciente. Ainda, há relatos de pacientes que encontraram alívio de
doenças crônicas na homeopatia e de médicos que se beneficiaram da homeopatia, mas
que, antes de serem pacientes, desprezavam essa técnica. É importante também mencionar
que em um relato, o paciente afirma que o homeopata acabou virando o médico de toda a
família, devido os resultados obtidos com a homeopatia.
Nas reportagens, outra MAC muito mencionada foi a ioga. Foram apontados vários
benefícios desta prática, como a melhora da coordenação, flexibilidade, concentração e
equilíbrio, inclusive o mental. A ioga também atua no alongamento ativo e prolongado da
musculatura e melhora a postura, com efeitos positivos sobre circulação, pressão arterial,
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articulações e coluna vertebral. Nas crianças, ajuda no tratamento de dificuldades ligadas
ao humor e favorece a disciplina. As reportagens relatam que a prática da ioga é preventiva
para o stress, proporcionando maior equilíbrio mental e diminuindo a ansiedade.
Outras técnicas que foram referidas nas reportagens, porém com menor ênfase,
foram a meditação - uma das melhores maneiras para combater o stress e a ansiedade,
desenvolvendo a capacidade de concentração e auto controle -, o reiki – promove
relaxamento e acelera os processos regenerativos físicos e emocionais -, a quiropatia – trata
diversos tipos de enfermidade, atua principalmente no alívio de dores – e o shiatsu –
melhora a circulação da energia corporal e age no alívio de dores musculares.
Não caberia neste trabalho uma discussão pormenorizada de cada uma dessas
práticas ou técnicas e respectivas abordagens constantes nas reportagens, sobre o que uma
miríade de pesquisas científicas tem sido realizadas nos últimos anos no mundo. Manuais
acadêmicos como o de Levin e Jonas (2001), publicações de importantes instituições
sanitárias nacionais e internacionais, notadamente nos países desenvolvidos, e estudos
acadêmicos com as mais diversas abordagens tem compilado estudos e evidências sobre os
saberes e práticas e seus resultados, seja em metodologias laboratoriais, seja em estudos
clínicos de metodologia clínico-epidmeiológico, seja em estudos centrados nas
experiências dos usuários. Tal universo, muito além da possibilidade de referenciação, vem
sugerindo, nas nossa avaliação geral, como tendência, que uma parte significativa das
MAC, talvez muito maior do que se supunha outrora, tem razoável eficácia e segurança,
ainda que com evidentes limites, tanto delas mesmas quanto das possibilidades de
apreensão de sua ação pelas metodologias existentes e consagradas como padrão-ouro
biomédico (Kaptchuk, 2001). Doutra parte, a multiplicidade das técnicas, práticas e saberes
envolvidos nas MAC parecem estar muito além das possibilidades dos estudos científicos,
motivo pelo qual se pode pensar na necessidade de considerar a pluralidade nos cuidados
em saúde, conforme Helman (2009), como constituída por uma constelação de saberes
distintos. Segundo Santos (2005), devemos pensar que a ciência deve conviver e trocar
com os demais saberes numa perspectiva de ecologia de saberes. Em todo caso, parece-nos
que as reportagens exemplificam em alguns casos, mais ou menos vinculadas a fontes
institucionais, científicas ou de praticantes, várias virtudes e potencias em termos de
eficácia das MAC, não sem em outras matérias criticá-las, como já mencionado.
Em coerência com os aspectos acima citados, é sinalizada nas reportagens a
categoria 4 – Aumento da utilização da MAC pelas pessoas e profissionais da saúde, que
20
está presente em oito reportagens da Revista Veja e dez da Revista Isto É. Elas descrevem
este crescimento como um fenômeno mundial e relatam que no Brasil há o aumento da
procura por parte dos médicos, preferencialmente em relação à técnica da acupuntura e
homeopatia. As reportagens demonstram em números este aumento significativo. Em
relação aos pacientes, que buscam além do alívio para suas dores e doenças o cuidar de seu
bem-estar, foram citadas com maior freqüência o aumento da procura pela prática da ioga e
acupuntura. Isso parece estar bem demonstrado por vários estudos internacionais no mundo
(OMS, 2002; WHO, 2011), mas desconhecemos estudos específicos no Brasil sobre o
tema. Dados indiretos do Sistema Único de Saúde, em algumas localidades, sugerem ser a
acupuntura muito procurada. Por exemplo, em Florianópolis, ela é a segunda maior fila de
espera, mas não se sabe se isso deve-se a pouca oferta no município.
A discussão sobre a regulamentação do uso das MAC e oferecimento da mesma
pelos serviços públicos está presente em cinco reportagens da Revista Veja e em cinco
reportagens da Revista Isto É. Estas trazem informações distintas em relação ao
reconhecimento das técnicas das MAC, sua regulamentação e oferecimento pelos serviços
públicos:
- A assinatura, pelo Ministro da Saúde, do documento que oficializa a Farmacopéia
Homeopática Brasileira;
- A inauguração, no Rio de Janeiro, do Posto de Atendimento Médico 13 de Maio, a
primeira clínica oficial do país a contar com tratamento homeopático, e atendimento a base
de acupuntura e ervas medicinais;
- A inserção da acupuntura no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
Pernambuco;
- A ampliação do uso da acupuntura nos serviços públicos, que estava atendendo no
momento 120 locais em todo o país;
- O oferecimento da técnica de meditação a pacientes em 20 postos de saúde de
Campinas e o uso da meditação em escolas da rede estadual do ensino médio do Rio de
Janeiro;
- A adoção da meditação em dois hospitais e 42 postos municipais em São Paulo;
- A proibição, pelo Departamento Federal de Saúde da Alemanha, da venda de
medicamentos a base de ervas medicinais;
- O reconhecimento da eficácia da acupuntura pelo Instituto Nacional de Saúde
americano.
21
- A constatação de que os fitoterápicos fazem parte dos produtos indicados nos
serviços públicos em alguns estados brasileiros.
O ensino e oferecimento de MAC nas Universidades e no ambiente hospitalar estão
presentes em dez reportagens da Revista Isto É. A maioria das reportagens trata da
inserção da MAC nos hospitais brasileiros públicos e particulares para auxiliar no
tratamento de várias doenças. Como exemplo, podemos citar o Hospital Albert Einstein,
em São Paulo, que implantou o serviço de práticas complementares na sua instituição.
Algumas práticas da MAC também já estão presentes em várias universidades, como a
USP. Isto demonstra o interesse da comunidade científica no estudo e ensino destas
técnicas, embora que isso pareça ser ainda bem tímido no Brasil.
Sobre pesquisas científicas, dezenove reportagens relatam pesquisas sobre as MAC
(oito da Revista Veja e onze da revista Isto É). Em relação às pesquisas que relatam os
benefícios da MAC, cinco delas dizem respeito a acupuntura. Sobre os efeitos benéficos da
acupuntura relatados nas pesquisas, estão: maior eficiência da acupuntura em relação ao
tratamento com remédios no alívio da dor lombar crônica, resultados positivos na
recuperação de seqüelas de acidente vascular cerebral, benefícios no tratamento da apnéia
do sono, aumento das chances de sucesso em tratamento de fertilização in vitro, melhora
no tratamento de rugas, olheiras, estrias e celulite.
Há quatro reportagens sobre meditação, apontando diversos resultados de pesquisas
científicas, sendo estes: a prática da meditação proporciona uma melhora significativa na
memória visual; os praticantes desta técnica possuem algumas estruturas cerebrais maiores
do que as dos não praticantes; a diminuição de chance de morrer por um problema
cardiovascular em comparação com as pessoas não praticantes; a redução dos efeitos
colaterais da quimioterapia; benéfico para controle da depressão a longo prazo e no
tratamento de crianças com transtorno de hiperatividade e déficit de atenção; controle do
stress em pacientes com AIDS; benefícios da meditação para idosos em relação a memória,
humor e qualidade do sono; a prática da meditação auxilia no tratamento de doenças
cardíacas e auxilia na redução da pressão arterial; a prática da meditação reduz em dois
terços a procura por médicos.
Também há uma reportagem que trata sobre a influência da imposição de mãos,
técnica utilizada no reiki, em ratos com câncer, resultando no aumento das células de
defesa desses animais. Em outra reportagem, há o relato de pesquisas realizadas com o chá
verde, apontando que o mesmo possui propriedades que auxiliam na prevenção do câncer e
22
que existe uma relação entre consumo do chá e redução da taxa de mortalidade por
doenças do coração.
É importante ressaltar que as pesquisas que constam nas reportagens trazem dados
das instituições e profissionais que as promovem, sendo que algumas também trazem de
forma concisa a metodologia utilizada e em qual revista científica os resultados foram
publicados.
Em outra reportagem, foi publicada uma critica e contestação a uma pesquisa
científica sobre homeopatia. Nela há apontamentos que a pesquisa que foi realizada não
seguiu os parâmetros básicos de uma pesquisa científica. Ainda, duas reportagens trazem
pesquisas científicas que contestam a eficácia das MAC, sendo: um levantamento e
avaliação de setenta pesquisas sobre MAC publicado por uma revista científica, em que se
afirma que é necessário cautela em relação a esses métodos e que não há comprovação de
eficácia e segurança destas técnicas; e um estudo publicado em revista científica que revela
que 30% dos pacientes melhoram tomando um comprimido sem poder terapêutico, e
relaciona este fato ao efeito placebo das MAC.
Há reportagens, também, sobre a ocorrência de alterações na forma original de
prática das MAC. Isso esteve presente em sete reportagens da Revista Isto É, que tratavam
sobre as alterações na prática de ioga e acupuntura. Sobre a ioga, foram referidas as
diversas adaptações da mesma para as técnicas do fitness, unindo conceitos de várias
modalidades esportivas aos princípios da ioga. Contudo, há uma crítica de alguns
praticantes que alegam que a ioga acabou perdendo sua essência, se distanciando de sua
origem. Já as mudanças presentes na técnica da acupuntura referem-se a diversificação na
forma de aplicação, utilizando o laser e eletrodos além das tradicionais agulhas.
Esse é um tema complexo, em que vários aspectos estão envolvidos. Muito longe
de se considerar que as MAC tenham alguma forma pura e original a ser preservada, já que
estão em processo de construção social permanente tanto quanto outras práticas sociais e
em saúde, inclusive as de origem científica, há também um processo de cientificização e
comercialização – vinculados talvez ao processo mais geral de medicalização social,
conforme discutido por Tesser e Barros (2009) -, que as pode transformar sobremaneira.
Com isso, corre-se o risco de transformá-las tanto que várias de suas virtudes ou méritos ou
potências sejam perdidos, notadamente os vinculados a cosmovisões e a práticas
autônomas. Palmeira (1990) já advertia sobre ponto em relação a acupuntura no ocidente.
23
Uma discussão sobre a relação entre MAC e religião, foi identificada em uma
reportagem da Revista Veja, que aponta sobre a relação entre meditação, ioga e religião,
relatando o uso desta técnica por padres e freiras católicos, na busca de posturas que
facilitem o encontro com Deus.
Sobre a realização de Congresso/Encontro sobre MAC, duas reportagens fazem
referência a encontros nacionais de praticantes e profissionais de ioga realizados em São
Paulo e uma reportagem traz um encontro em Brasília que reuniu representantes do
governo, fabricantes e usuários de fitoterapia.
Quatro reportagens da Revista Veja e cinco da Revisto Isto É trouxeram
informações pessoais e dados sobre instituição que promove prática de MAC. Foram
mencionados dados a respeito das instituições que promovem a prática da MAC, como
local de instalação, filiais, quantidade de alunos que freqüentam, entre outros. Ainda,
também foram relatadas informações pessoais sobre o profissional que realiza a MAC.
Sobre os obstáculo/limites para a utilização da MAC, essa categoria foi encontrada
em quatro reportagens, sendo três da Revista Veja e uma da Revista Isto É. Todos os
trechos referem-se aos limites ou obstáculos presentes na técnica da acupuntura, como a
possibilidade desta técnica mascarar doenças graves por abrandar os sintomas dolorosos.
Outra reportagem afirma que os resultados da acupuntura são melhores nos jovens do que
em idosos. Ainda, há o argumento de que há riscos nesta técnica, pois muitos
acupunturistas não têm diploma superior. Também, outro aspecto elencado foi o fato de
que o uso da acupuntura como anestesia em cirurgias faz com que o paciente fique todo o
tempo desperto, dificultando a interação entre os médicos que estão realizando a cirurgia.
Apesar dos fatores positivos acima relacionados a MAC, algumas reportagens
trouxerem aspectos desfavoráveis ao seu uso. Essas críticas foram enunciadas em onze
reportagens (dez reportagens da Revista Veja e uma da Revista Isto É), sendo que em
alguns momentos a MAC foi ridicularizada e tratada com sarcasmo. Uma idéia afirmada
por diversas vezes se refere ao fato de que a prática das MAC não possui fundamento
científico, e que as mesmas agregam uma grande gama de diferentes terapias das quais não
se tem provas seguras de sua eficácia e segurança, sendo que algumas dessas foram
definidas como “picaretas” (V:1:5:02:96). Ainda, afirmam que o fato das terapias serem
utilizadas há milhares de anos não se configura como um parâmetro para comprovar sua
eficiência. A desconfiança de que o uso da MAC pode vir causar ou mascarar doenças
graves, pois as mesmas não foram suficientemente testadas cientificamente, foi outro
24
argumento utilizado nas reportagens. Há uma crítica a formação dos profissionais da MAC,
afirmando de que os mesmos são leigos em relação a sua prática e que ficam habilitados a
realizarem a MAC em cursos realizados em finais de semana. É abordado também que
vários profissionais visam somente o dinheiro do paciente, não tendo responsabilidade com
o mesmo e muitas vezes garantindo o tratamento ou a cura a doenças graves; fato
duramente criticado pelas reportagens.
No decorrer das análises, percebeu-se que as reportagens da Revista Isto É adotam
uma posição mais favorável a MAC e apresentam maior arcabouço teórico em comparação
as reportagens da Revista Veja.
A questão do tratamento da MAC como complementar ao da biomedicina esteve
presente nas reportagens, relatando o reconhecimento por parte da comunidade médica
sobre a eficácia da MAC como tratamento auxiliar, enfatizando a integração apropriada
entre os dois métodos. Ainda, observa-se que os profissionais da MAC também percebem
a importância, se necessário, do tratamento compartilhado. Segundo Andrade e Costa
(2010), a cooperação e complementariedade entre a biomedicina e a MAC estão sendo
incentivadas e ganhando expressão nas várias formulações das políticas públicas nacionais
voltadas para atenção em saúde. Neste movimento, percebemos que o campo médico
rompe com alguns paradigmas e amplia a humanização das práticas clínicas e a inclusão de
outros fatores no diagnóstico e tratamento de doenças.
Em anexo, consta uma breve descrição de cada reportagem. Foi a partir desta que
desenvolvemos os dados das tabelas apresentadas anteriormente. Ainda, é importante
salientar que todas as reportagens estão identificadas nos resultados, em anexo, como
segue este exemplo: V:15:7:92:54, em que a inicial significa a revista (V=Veja; I=Isto é);
os próximos três intervalos com números designam a data de publicação (15:7:92 =
15/07/1992); e o último número a página da reportagem 54 – página 54. Entretanto, as
reportagens da Revista Isto É não possuem numeração de página, pois esta informação não
estava disponível no site.
25
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observamos que as diversas práticas da MAC estão despertando um crescente
interesse na sociedade ocidental. Tesser e Thiago (2011) apontam que a gradual aprovação
e interesse pelos profissionais de saúde em relação a estas práticas é fato relativamente
atual. Esse reconhecimento social da MAC decorre de diversos fatores favoráveis
relacionados a ela, como a abordagem integral do paciente, a percepção de efetividade por
parte de terapeutas e pacientes, a concepção de saúde ampliada, o relacionamento terapeuta
paciente, entre outros, além dos problemas e limites da biomedicina.
As MAC, atuando numa ação de fortalecimento, incentivo e resgate da saúde e
qualidade de vida, interessando-se para além do tratamento de doenças, reforçam o
conceito de que estes saberes e práticas adotam como ponto de partida a saúde, e não a
doença. Voltadas a aumentar a autonomia do paciente utilizando-se de meios terapêuticos
mais simples do que a biomedicina, as MAC podem apresentar igual ou maior eficácia nas
situações mais gerais e comuns de adoecimento (Tesser e Barros, 2008).
Atentos as diversas questões da sociedade, inclusive ao campo da saúde, os meios
de comunicação também voltam seu olhar para o campo das MAC. Rangel-s (2003)
aponta a influência que os meios de comunicação exercem na sociedade e na cultura,
construindo a realidade social e selecionando os discursos sociais a serem disseminados.
Dessa forma, compreendemos que a mídia exerce um importante papel, pois populariza
determinados conhecimentos produzidos pela ciência, atuando na veiculação dos mesmos.
Ao analisarmos as notícias relacionadas a MAC veiculadas pela mídia, em especial em
revistas impressas, refletimos sobre o desenvolvimento das MAC em nossa sociedade,
percebendo que ela está presente também nas políticas públicas e nas universidades, tendo
como conseqüência um aumento no número tanto de usuários como de profissionais que
utilizam destas práticas. Os resultados demonstrando a eficácia da MAC são apontados em
diversos estudos científicos, bem como nos inúmeros relatos presentes nas reportagens,
enfatizando a melhora da qualidade de vida dos pacientes e na resposta aos tratamentos
clínicos e a proximidade da relação terapeuta-paciente.
Outra questão destacada refere-se ao tratamento compartilhado entre biomedicina e
MAC, uma prática cada vez mais reconhecida como eficaz entre os profissionais da saúde.
26
O pluralismo terapêutico, em que a biomedicina convive com outras formas de cuidado,
vem ganhando espaço como forma de enfrentamento das doenças (Thiago e Tesser, 2011).
Em relação as diversas técnicas da MAC, a homeopatia e a acupuntura se
sobressaíram de modo geral nas reportagens, revelando que o fato destas serem praticadas
pela comunidade médica proporciona um respaldo e aprovação maior por parte dos
médicos – que se configuraram como a grande maioria dos profissionais entrevistados –,
dos pacientes e da sociedade em geral. Verificou-se também que algumas reportagens
tinham meramente o intuito de propaganda de clínicas, centros de terapias e profissionais
distintos.
Observou-se ainda a maior freqüência de reportagens sobre MAC na Revista Isto É
em relação a Revista Veja. Também constatamos que o maior número de reportagens que
apoiavam a prática da MAC encontravam-se na Revista Isto É, demonstrando um
posicionamento mais favorável desta revista em relação as práticas da MAC.
Retornando a uma das questões motivadoras do estudo, podemos afirmar que essa
revistas parecem, no geral e considerando o conjunto das matérias analisadas, fomentar o
interesse e divulgar o tema das MAC, contribuindo para o aumento da procura e da
aceitação pelos diversos grupos sociais. Embora haja algumas matérias claramente
desfavoráveis e também um centramento da legitimidade do tema na biociência e nas
instituições e profissionais médicos nas reportagens, tais mídias parecem mesmo estar
fomentando o interesse e a procura pelas MAC. Pesquisas mais amplas e detalhadas em
outras fontes, notadamente as eletrônicas (televisão e internet), em grande disseminação
atualmente, podem vir corroborar ou não e aprofundar essa hipótese, suscitada pela
vivência de qualquer um e apoiada pela análise dessas duas revistas.
Por fim, percebe-se a necessidade da realização de mais estudos sobre a temática da
MAC a fim de aprofundar a compreensão sobre os sentidos, percepções e experiências
sobre o uso destas, procurando desenvolver e ampliar as possibilidades e as discussões já
existentes.
27
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31
ANEXO 1
ANÁLISE GERAL DAS REPORTAGENS
REVISTA VEJA
Análise Geral da Reportagem
A ACEITAÇÃO DA HOMEOPATIA
29/11/1972
Trechos da entrevista que abordam os
1 trecho
aspectos favoráveis à MAC
Trechos da entrevista que criticam as MAC
2 trechos
Argumentação teórica da reportagem
Acontece por meio de depoimento de
paciente, médico homeopata e médico
alopata, não fazendo menção a estudos
científicos.
Entrevistas/depoimentos
3 entrevistas/depoimentos sobre a MAC,
sendo 2 favoráveis a MAC e 1 desvaforável.
Ao contarmos o total das palavras das
entrevistas/depoimentos, percebemos que:
8 palavras desfavoráveis
58 favoráveis
Disposição das entrevistas/depoimentos
Conteúdos/quadros suplementares da
reportagem:
Análise geral da reportagem:
nenhum
A reportagem relata de forma superficial
sobre a regulamentação da homeopatia pelo
Ministério da Saúde, porém não apresenta
informações sólidas sobre a eficácia da
homeopatia ou indicações de uso. Também
não faz menção a nenhum estudo científico.
A IOGA RUIDOSA
07/12/1972
0 trecho
0 trechos
praticantes de ioga, não fazendo menção a
estudos científicos.
sendo que as mesmas relatam procedimentos
de um novo método de ioga, não fazendo
menção aos benefícios da prática.
32
reportagem:
nenhum
A reportagem descreve um novo método de
ioga, fazendo referência a uma clínica que
está desenvolvendo o mesmo. Não discute os
benefícios da prática. Entende-se que o intuito
da reportagem é fazer propaganda da clínica.
AULAS DE MEDITAÇÃO
03/01/1973
0 trecho
0 trechos
praticantes de meditação e membros da igreja
católica, não fazendo menção a estudos
científicos.
sendo que as mesmas relatam sobre o método
de meditação e a relação do mesmo com a
Igreja Católica.
nenhum
reportagem:
A reportagem trata do uso da meditação por
membros (padres, freiras, freis) da Igreja
Católica, relatando algumas práticas de forma
positiva.
ENCONTRO IOGA
28/11/1973
0 trecho
0 trechos
Acontece por meio da descrição do Congresso
Internacional de Ioga, não fazendo menção a
sendo que as mesmas relatam sobre o
Congresso Internacional de Ioga.
nenhum
reportagem:
A reportagem trata do Congresso
Internacional de Ioga, descrevendo toda sua
programação. Não apresenta os preceitos ou
benefícios da ioga, e ao final faz alusão a
profissionais não conhecedores da ioga que
estavam no Congresso, criticando a
33
participação dos mesmos.
AGULHA PARA A DOR
05/12/1979
3 trechos
0 trechos
Acontece por meio da explicação do método
da acupuntura, entrevistas com médicos e
relato de casos, não fazendo menção a estudos
científicos.
sendo as mesmas favoráveis as MAC.
Nenhum
reportagem:
A reportagem faz referência ao uso e
crescimento da acupuntura pela medicina.
Aponta os fundamentos da acupuntura e seus
benefícios. Também descreve algumas
limitações no seu uso. De forma geral, tem
uma posição favorável ao uso da acupuntura.
EXÓTICA E BARATA
23/07/81
3 trechos
0 trechos
Acontece por meio de entrevista com médico
e relato de casos, não fazendo menção a
Nenhum
reportagem:
A reportagem faz referência ao uso da
acupuntura em um hospital público, o
aumento pela procura e o benefício da mesma
aos pacientes. Adota uma posição favorável
ao uso da acupuntura.
RECEITA OFICIAL
04/09/1985
3 trechos
0 trechos
Acontece por meio de entrevista com médico
e descrição da homeopatia de forma suscinta,
34
reportagem:
não fazendo menção a estudos científicos.
Nenhum
A reportagem trata sobre a inauguração de um
posto público de atendimento médico que
realiza tratamento homeopático. Aponta ainda
alguns benefícios da homeopatia e descreve
minimamente como ela funciona, porém não
faz menção a nenhum estudo científico.Adota
uma posição favorável ao uso da homeopatia.
UM TIRO NA ÁGUA
03/08/1988
1 trechos
2 trechos
Acontece por meio de pesquisas científicas
publicadas na revista inglesa Nature.
sendo uma favorável as MAC e a outra critica
a metodologia de pesquisa .
Nenhum
reportagem:
A reportagem discute a publicação da revista
inglesa Nature, a qual contesta pesquisa
científica sobre eficácia da homeopatia
publicada na mesma revista anteriormente.
Ela descreve a metodologia da pesquisa sobre
homeopatia e logo abaixo apresenta as
argumentações da revista contestando a
metodologia e a cientificidade da mesma. De
modo geral, adota uma posição de contestação
à cientificidade da homeopatia.
ERVAS SUSPEITAS
04/01/1989
0 trechos
3 trechos
realizadas pelo Departamento Federal de
Saúde da Alemanha.
sendo uma favorável as MAC, uma
desfavorável e 2 relatando a importância de
realizar pesquisas cientificas no Brasil para
comprovar a eficácia da homeopatia.
35
reportagem:
Nenhum
A reportagem traz a proibição da venda de
medicamentos naturais na Alemanha,
embasado por um estudo que afirma que uma
erva medicinal é tóxica ao ser humano. Em
seguida mostra a reação da sociedade que é a
favor do uso dos medicamentos naturais, e
após traz a posição do Ministério da Saúde,
afirmando a necessidade de realizar a pesquisa
também no Brasil. De modo geral, adota uma
posição de contestação à cientificidade dos
remédios naturais e homeopatia.
UMA FALSA PROMESSA
26/07/1990
0 trechos
5 trechos
Acontece por meio de uma pesquisa científica
publicadas na revista inglesa The Lancet.
sendo desfavorável a MAC .
Nenhum
reportagem:
A reportagem discute a publicação da revista
inglesa The Lancet, a qual relata que a
mortalidade por câncer é maior na terapia
alternativa, comparada com a biomedicina.
Ainda, a reportagem evidencia no texto a
ineficácia e o perigo ao qual o paciente está
exposto ao realizar o tratamento com a MAC.
Adota uma posição desfavorável à MAC.
RACHA NA PAJELANÇA
15/07/1992
3 trechos
5 trechos
Acontece por meio de depoimentos de
praticantes (alguns famosos, como ator,
cantor) e psicólogos. Faz uma leve menção a
pesquisa científica, porém não cita nenhuma.
sendo 7 favorável e 4 desfavorável a MAC .
Há somente um quadro que relata o início de
reportagem:
pesquisas científicas para analisar o
36
tratamento com florais de Bach no Brasil.
A reportagem traz a crítica dos psicólogos e
psicanalistas a pratica das MAC. Relata vários
depoimentos de profissionais que
desvalorizam a MAC , porém não traz
profissional de referência da área, trazendo
somente pequenos relatos de inusitadas
terapias, tendo descaso com algumas delas. Os
depoimentos favoráveis a MAC são na sua
grande maioria relatados por pessoas famosas.
Em alguns momentos, sutilmente critica a
MAC. Aponta também a relação de mercado
existente na biomedicina e MAC. De forma
geral, adota uma posição desfavorável à
MAC.
VIDAS PARALELAS
16/02/1994
5 trechos
6 trechos
médicos. Não faz menção a nenhuma pesquisa
científica.
sendo 7 favorável e 3 desfavorável a MAC .
Há um quadro que relata de forma muito
reportagem:
sucinta diversas MAC e as classificam
conforme sua credibilidade científica.
A reportagem relata a adesão de médicos a
MAC, como homeopatia e acupuntura. Há
uma ênfase na concepção de que a MAC que
tem alguma eficácia são aquelas realizadas
somente por médicos, sendo que as outras,
realizadas por outros profissionais, são
perigosas e não demonstram resultados.
Ainda, traz diversos trechos sobre a MAC –
realizada por médicos - relatando seus
resultados positivos, mas ao final da
reportagem traz de forma afirmativa que as
pessoas não devem procurar a MAC antes da
busca pelo diagnóstico na biomedicina, sendo
também que doenças mais graves não devem
ser tratadas com métodos da MAC. De forma
geral, adota uma posição favorável à MAC
praticada por médicos.
A LÓGICA DA AGULHA
23/08/1995
4 trechos
37
reportagem:
0 trecho
Acontece por meio de depoimento de médicos
e um resultado pouco discutido sobre uma
pesquisa científica.
6 entrevistas/depoimentos sobre a acupuntura,
sendo que as mesmas são favoráveis a essa
prática desde que realiza por médicos.
Nenhum
A reportagem discute a regulamentação da
acupuntura pelo Conselho Federal de
Medicina. Aponta de forma muito sucinta
uma pesquisa científica, os benefícios da
acupuntura e a relação desta com a
biomedicina . Ainda, afirma que a acupuntura
deve ser praticada por médicos. Adota uma
posição favorável a acupuntura.
RECEITA NATURAL
11/06/1997
5 trechos
1 trecho
Acontece por meio de depoimento de médicos
e pesquisaS científicas.
sendo favoráveis a essa prática.
Há um quadro relatando os benefícios da
reportagem:
fitoterapia, em especial a Hypericum
perforatum.
A reportagem aborda a relação da
homeopatia, acupuntura e fitoterapia com a
biomedicina. Aponta o aumento da atuação de
médicos na MAC, bem como a crescente
procura pelos pacientes. Relata também dados
de pesquisas científicas. Discute a abordagem
conjunta pelo médico da biomedicina e MAC.
Por fim, descreve algumas outras formas de
MAC como “picaretas”. Adota uma posição
favorável a acupuntura, homeopatia e
fitoterapia.
O PODER DA AGULHA
12/11/1997
38
reportagem:
3 trechos
1 trecho
médicos, pacientes e parecer do Instituto
Nacional de Saúde americano.
4 entrevistas/depoimentos sobre a
acupuntura, sendo favoráveis a essa prática.
Nenhum
A reportagem trata do reconhecimento da
eficácia da acupuntura pelo Instituto Nacional
de Saúde americano. Porém, segundo este, a
acupuntura funciona somente em alguns
quadros estudados. Frente a isto, a uma
contestação por parte de alguns profissionais
médicos. Informa sucintamente que a
acupuntura é oferecida no Brasil pelo SUS e é
reconhecida como especialidade médica.
Adota uma posição favorável a acupuntura.
SALVAÇÃO PARA TUDO
24/06/1998
2 trechos
1 trecho
terapeutas e pacientes. Não faz menção a
nenhuma pesquisa científica.
sendo favoráveis a essa prática.
Um quadro explicando o funcionamento e o
reportagem:
custo de algumas terapias alternativas.
A reportagem trata do aumento da procura,
pela classe média brasileira, por terapias
inspiradas em filosofias orientais, trazendo
como exemplos algumas pessoas famosas que
começaram a fazer uso das mesmas.
Aborda também o aspecto comercial,
demonstrando valores de consultas e aumento
de compras dos produtos relacionados com
estas terapias. Não argumenta de forma clara
quais são os benefícios das terapias, tratandoas como um modismo. Sobre uma prática em
específico, a reportagem é irônica e a trata
com descaso.
39
SPA MENTAL
09/07/1998
6 trechos
0 trecho
praticantes e médicos, abordando também os
resultados de uma pesquisa científica.
sendo que as mesmas são favoráveis as
práticas da meditação.
Um quadro apresentando os principais
reportagem:
benefícios da meditação.
A reportagem aponta o aumento da procura
das pessoas pela prática da meditação, bem
como os benefícios que ela proporciona.
Comenta de forma vaga sobre um estudo
internacional que confirma os benefícios da
meditação. Adota uma posição favorável a
meditação.
SEU MESTRE MANDOU
13/09/2000
1 trecho
0 trecho
praticantes e mestre de ioga, não fazendo
menção a estudos científicos.
sendo que as mesmas relatam sobre o método
de Yôga De Rose.
nenhum
reportagem:
A reportagem descreve o método de Yôga De
Rose e sua expansão no mercado com sua
rede de academias. Relata sobre a vida pessoal
do mestre De Rose e o benefício sexual da
prática de seu método. Não discute os
benefícios da prática. Entende-se que o intuito
da reportagem é fazer propaganda do método
De Rose.
PROMESSA DE MILAGRE
01/05/2002
1 trecho
40
15 trechos
Acontece principalmente por meio de
depoimento de médicos que criticam a MAC,
não fazendo menção a estudos científicos.
sendo 10 desfavoráveis a MAC, 8 favoráveis e
1 não diz respeito diretamente a MAC.
Ao contarmos o total das palavras das
entrevistas/depoimentos, percebemos que:
196 palavras desfavoráveis
143 favoráveis
reportagem:
Percebe-se que no decorrer das entrevistas,
quando a mesma é favorável a MAC, outra
opinião logo a baixo desta a contradiz,
desdenha ou desmoraliza, procurando
invalidar a opinião anterior.
4 quadros com crítica as MAC
A entrevista critica abertamente as MAC,
estando estruturada para que o leitor duvide
da eficácia das MAC, visto que:
- A maioria absoluta dos trechos é
desfavorável às MAC;
- O espaço destinado às entrevistas
/depoimentos das pessoas que não concordam
ou não acreditam nas MAC é maior do que
aqueles que acreditam;
- Os quadros com informações anexas sobre
as MAC, em sua grande maioria,
ridicularizam e menosprezam as mesmas.
TODO MUNDO QUER FAZER IOGA
19/11/2003
7 trechos
reportagem:
0 trecho
terapeutas, pacientes e um professor da USP.
Não faz menção a nenhuma pesquisa
científica.
sendo favoráveis a essa prática
Um quadro explicando o funcionamento e o
custo de algumas terapias alternativas.
A reportagem aborda o crescimento da
procura pelo ioga e suas diversas ramificações
(diferentes tipos de ioga) que nasceram
baseada na cultura indiana. Ainda, relata sobre
41
a questão comercial da prática, colocando
sutilmente que a ioga desvinculou-se de seus
princípios e está focada na expansão de
mercado. Também traz como exemplo a
prática da ioga por pessoas famosas. Aponta
os benefícios da prática de ioga. De forma
geral, é favorável a prática da ioga.
ALTERNATIVO LEVADO A SÉRIO
10/03/2004
2 trechos
0 trecho
Acontece por meio de relato sobre a vida e
trabalho de Andrew Weil.
Nenhum
reportagem:
A reportagem relata sobre o estilo de vida,
formação e trabalho de Andrew Weil, médico
especializado em botânica que já escreveu
vários livros sobre a medicina alternativa.
Discorre sobre seu grande sucesso nos
Estados Unidos e relata sucintamente sobre os
benefícios da alimentação saudável
recomendado pelo autor.
UMA FARSA DE A A Z
02/03/2005
0 trechos
Toda a reportagem
Acontece por meio de relato de médicos e
dados obtidos pelo repórter.
Um quadro com críticas severas a alguns
reportagem:
trechos do livro.
A reportagem faz uma grande crítica ao livro
Medicina Alternativa de A a Z, atribuindo o
título de fraude ao mesmo. Indaga sobre a
inexistência e falsidade do autor e do teor do
livro. Aborda as questões de marketing de
venda do livro, descrevendo alguns valores
pagos para pessoas famosas da televisão.
Descreve o livro como sendo uma
picaretagem e uma ameaça à saúde das
pessoas.
42
NEM ERVAS, NEM AGULHAS
02/08/2006
0 trechos
2 trechos
Acontece por meio de pesquisa publicada em
revista científica americana Archives of
Internal Medicine.
Um quadro ressaltando que não há evidências
reportagem:
sobre a eficácia das terapias alternativas para
o alívio dos sintomas da menopausa.
A reportagem questiona a eficácia das terapias
alternativas com base em estudo americano, o
qual consiste em uma revisão de estudos sobre
tratamento alternativos e complementares.
Indaga também sobre a qualidade das
pesquisas com terapia alternativas. Adota uma
posição desfavorável ao uso da MAC.
CHÁ VERDE
08/11/2006
3 trechos
0 trechos
Acontece por meio de pesquisa publicada em
revista científica.
Há um quadro com o depoimento de duas
reportagem:
pessoas famosas que fazem uso do chá verde
falando sobre os benefícios do mesmo. O
segundo quadro faz uma comparação entre o
chá verde e o café e o último quadro relata
sobre mitos e verdades a respeito do chá
verde.
A reportagem aponta sinteticamente os
benefícios do chá verde baseado em pesquisas
científicas publicas nas revistas Cancer
Research e Journal of the American Medical
Association, que associa o chá verde a
prevenção de câncer e redução da taxa de
mortalidade por doença do coração. Adota
uma posição favorável ao consumo do chá
verde.
PEQUENOS SHIVAS
01/10/2008
Todos os trechos
43
reportagem:
0 trechos
Acontece por meio de relato de experiência,
depoimentos de professores, mães e crianças.
Também faz menção a pesquisas científicas,
porém não aponta quais.
Um quadro com os benefícios da ioga para
crianças.
A reportagem traz uma experiência de uma
escola que oferece ioga para as crianças.
Aponta o benefício da prática. Adota uma
posição a prática de ioga pelas crianças.
OS DOUTORES DA INTERNET
20/08/2008
0 trechos
Todos os trechos
Acontece por meio de relato de experiência,
depoimentos de professores, mães e crianças.
Também faz menção a pesquisas científicas,
porém não aponta quais.
sendo desvaforável a MAC
Um quadro criticando a prática de um médico
reportagem:
americano.
A reportagem faz uma crítica severa aos sites
de “consultórios virtuais” que disseminam e
comercializam métodos alternativos. Afirma
que é um fenômeno tipicamente americano, e
apresenta vários exemplos de sites e o que os
mesmos comercializam. Adota uma posição
desfavorável a MAC.
O GURU DO LAXANTE
26/11/2008
0 trechos
0 trechos
Acontece por meio de dados obtidos pelo
repórter.
Nenhum
reportagem:
A reportagem relata sobre a situação do
44
professor de ioga acusado de intoxicar alguns
alunos com sua prática de medicina
alternativa. Ainda, esse mesmo professor é
acusado por algumas alunas de abuso sexual.
A reportagem não traz dados sobre MAC, só
aponta sobre as práticas exercidas por este
professor e as acusações policiais contra ele.
NO ESPÍRITO DA CURA
21/09/2011
4 trechos
0 trechos
médicos, dados de pesquisa científica e dados
obtidos pelo reporter.
sendo favoráveis a MAC
O primeiro quadro refere-se ao tratamento da
reportagem:
Medicina tradicional em relação ao linfoma
não Hodgkin. O segundo é uma entrevista
com um médico americano que é fundador do
Centro de Medicina Alternativa Integrativa da
Universidade de Maryland, discorrendo sobre
os benefícios da MAC e a relação entre esta e
biomedicina. O último quadro reporta ao
falecimento de um ator por linfoma não
Hodgkin.
A reportagem traz o tratamento realizado pelo
ator Reynaldo Gianecchini em virtude do
linfoma não Hodgkin. O tratamento consiste
na associação de biomedicina e MAC.
Também relata o aumento da procura da
MAC no uso conjunto com a biomedicina,
desde que realizada por profissional médico.
Menciona o uso da medicina integrativa nos
Estados Unidos, e traz uma pesquisa científica
relatando a eficácia da MAC. Adota uma
posição favorável ao uso da MAC.
REVISTA ISTO É
ALÍVIO EXPRESS
26/09/2001
4 trechos
0 trechos
terapeuta e paciente, não fazendo menção a
pesquisas científicas.
45
reportagem:
A reportagem trata sobre o oferecimento de
massagens gratuitas no metrô no Rio de
Janeiro. De forma sucinta, descreve a técnica
do shiatsu e seus benefícios. Adota uma
posição favorável a MAC.
O MESTRE
17/10/2001
2 trechos
0 trechos
Acontece por meio de entrevista com Julian
Barnard, especialista em florais de Bach.Não
faz menção a pesquisas científicas.
sendo favorável a MAC
reportagem:
A reportagem é uma entrevista com o inglês
Julian Barnard, especialista sobre florais de
Bach, a respeito da terapia floral, sua forma de
tratamento, indicações e crescimento da
prática da mesma no Brasil. Adota uma
posição favorável a MAC.
ESFORÇO PELA SAÚDE
24/10/2001
3 trechos
0 trechos
terapeuta e paciente, fazendo breve menção a
reportagem:
A reportagem trata sobre a terapia da
autocura. Relata sobre alguns eventos que
aconteceram sobre a mesma, com
depoimentos de terapeutas e pacientes que se
beneficiaram da terapia. Ao final, relata que a
terapia é usada no SUS e em hospital. Adota
46
uma posição favorável a MAC.
ENERGIA DO ORIENTE
20/02/2002
4 trechos
0 trechos
reportagem:
A reportagem fala sobre a prática de ioga
entre adultos e crianças, seus benefícios e
resultados. Ainda, relata a importância da
prática desta com profissional qualificado.
Adota uma posição favorável a ioga.
ESPAÇOS PARA A ALMA
24/04/2002
4 trechos
0 trechos
reportagem:
A reportagem trata sobre o aumento de
clínicas que oferecem terapias alternativas.
Exemplifica apresentando algumas delas em
diferentes locais no Brasil. Ainda relata o que
as mesmas oferecem e os benefícios das
terapias. Adota uma posição favorável a
MAC.
O MELHOR DOS DOIS MUNDOS
03/07/2003
3 trechos
0 trechos
médicos, terapeutas e pacientes, fazendo
47
reportagem:
menção a pesquisas científicas em geral, não
citando nenhuma especificamente.
A reportagem aponta o crescimento da
utilização da MAC pelos profissionais de
saúde e pacientes. Trata sobre o processo de
regulamentação das diversas práticas, e
registra também a preocupação dos
profissionais do setor com o oferecimento da
MAC por pessoas despreparadas. Assinala
ainda a realização de encontros para discutir a
MAC, e que várias pesquisas estão sendo
realizadas demonstrando a eficácia da MAC.
Por fim, registra o ensino da MAC nas
universidades e o aumento do oferecimento da
MAC na rede pública de atendimento de
saúde. Adota uma posição favorável a MAC.
HOSPITAIS ZEN
30/07/2003
8 trechos
0 trechos
médicos, pacientes e uma pesquisa científica.
Há um quadro relatando uma pesquisa
reportagem:
científica sobre os resultados da meditação no
tratamento de insuficiência cardíaca, realizada
pelo geriatra José Esper Curiatti.
A reportagem trata sobre o oferecimento de
MAC nos hospitais públicos e privados.
Relata os benefícios do tratamento em
conjugado entre biomedicina e MAC. Aponta
para o crescimento da MAC no ambiente
hospitalar. Adota uma posição favorável a
MAC.
IRRESISTÍVEL
21/01/2004
2 trechos
0 trechos
repórter.
48
reportagem:
A reportagem trata sobre o aumento no
número de praticantes de ioga, citando
também pessoas famosas que praticam essa
modalidade. Comenta sobre os benefícios da
ioga e as diferentes formas de praticar esta.
Adota uma posição favorável a ioga.
O NISSEI DA IOGA
31/03/2004
1 trechos
0 trechos
Acontece por meio de entrevista com Shotaro
Shimada, professor de ioga.
reportagem:
A reportagem é uma entrevista com Shotaro
Shimada, um dos primeiros professores de
ioga do Brasil. Shotaro fala sobre a adaptação
da ioga no Brasil, a regulamentação da
prática, o ensino da ioga em universidades e
os benefícios da prática. Adota uma posição
favorável a ioga.
MIL E UMA UTILIDADES
19/01/2005
3 trechos
0 trechos
médicos e pacientes, fazendo uma suscinta
menção a pesquisas científicas.
reportagem:
A reportagem traz a conquista de mais
espaços pela acupuntura. Exemplifica
mencionando a prática em diversos hospitais e
os benefícios que ela promove. Também
assinala a relação e importância do tratamento
conjugado entre MAC e biomedicina. Adota
uma posição favorável a acupuntura.
49
RESPIRE FUNDO
09/03/2005
4 trechos
0 trechos
terapeutas e pacientes, não fazendo menção a
reportagem:
A reportagem trata sobre uma técnica
respiratória, relatando sobre a terapeuta que
difundiu essa no Brasil e os benefícios que a
mesma promove. Adota uma posição
favorável a MAC.
ACUPUNTURA PARA GRAVIDEZ
20/02/2008
Todos os trechos
0 trechos
Acontece por meio de pesquisas científicas e
depoimento de paciente.
1 entrevista/depoimento sobre a MAC, sendo
favoráveis a MAC
Um quadro sobre três hipóteses sobre como
reportagem:
funciona a acupuntura no tratamento de
fertilização.
A reportagem traz três pesquisas científicas
que apontam a eficácia da acupuntura no
tratamento da fertilização in vitro. Uma
pesquisa é internacional e as outras duas são
brasileiras. Adota uma posição favorável a
acupuntura.
MEDITAR FAZ BEM AO CORAÇÃO
01/08/2007
Todos os trechos
0 trechos
50
reportagem:
depoimento de médico.
A reportagem apresenta três pesquisas
científicas que apontam a meditação como
aliada no tratamento de várias doenças,
trazendo diversos benefícios. Aborda também
o oferecimento da meditação no sistema
público de saúde brasileiro. Adota uma
posição favorável a meditação.
A CONSAGRAÇÃO DA ACUPUNTURA
09/09/2006
Todos os trechos
0 trechos
depoimento de médicos e pacientes.
Um quadro sobre o uso da acupuntura em
reportagem:
algumas doenças.
A reportagem apresenta várias pesquisas
científicas que demonstram a eficácia da
acupuntura. Descreve vários hospitais
públicos e privados que oferecem a
acupuntura e a iniciativa do Ministério da
Saúde em oferecer a mesma em centros de
saúde. Aponta várias indicações e benefícios
da acupuntura. Trata sobre a mudança nas
formas de aplicação deste método e
regulamentação do mesmo. Adota uma
posição favorável a acupuntura.
A ONDA DA IOGA MULTIUSO
12/09/2007
0 trechos
0 trechos
reporter
reportagem:
A reportagem trata sobre a ioga alternativa, na
51
qual diferentes práticas foram incorporadas à
ioga. Exemplifica com a descrição de algumas
academias internacionais e nacionais que
disponibilizam essas práticas.
O ALÍVIO DAS AGULHAS
03/10/2007
Todos os trechos
0 trechos
Acontece por meio de uma pesquisa científica
e depoimento de médico.
reportagem:
A reportagem trata de uma pesquisa científica
internacional que estudou o uso da acupuntura
no alívio da dor lombar crônica, relatando a
eficácia desta. Adota uma posição favorável
ao uso da acupuntura.
NOVAS FRONTEIRAS DO BUDISMO
04/10/2006
0 trechos
0 trechos
Acontece por meio de relato sobre o livro de
Cristina Rocha.
reportagem:
A reportagem apresenta o livro de Cristina
Rocha, o qual resultou de sua tese de
doutorado. O livro trata sobre a prática zenbudista no Brasil.
ALTERNATIVA PARA CRIANÇAS
25/02/2009
3 trechos
0 trechos
Acontece por meio de uma pesquisas
científicas e depoimento de médicos e
pacientes.
52
reportagem:
A reportagem discute o uso da MAC em
crianças e adolescentes. Aponta um estudo
americano que evidencia o aumento do
número de crianças e adolescentes que fazem
uso da MAC. Também menciona as
adaptações feitas a técnica para poder ser
utilizada neste público e exemplifica os
benefícios por meio de relato de pacientes. .
Adota uma posição favorável ao uso a MAC.
ACUPUNTURA PARA A BELEZA
08/07/2009
4 trechos
0 trechos
médicos e pacientes.
reportagem:
A reportagem trata sobre o uso da acupuntura
no tratamento estético. Discute os benefícios
alcançados com esta prática e o aumento da
procura dos pacientes. Adota uma posição
favorável ao uso da acupuntura.
OPÇÕES CONTRA O CÂNCER
02/05/2008
2 trechos
0 trechos
reportagem:
A reportagem mostra o oferecimento da MAC
em diversas instituições de referência no
tratamento do câncer nacionail e
internacional. Discute os serviços oferecidos
pelas instituições e os benefícios do
tratamento conjugado entre MAC e
53
biomedicina. Adota uma posição favorável ao
uso da MAC.
TEMPO DE CUIDAR DA ALMA
31/12/2008
1 trechos
0 trechos
terapeutas e pacientes.
reportagem:
A reportagem trata do aumento da procura por
práticas espirituais e místicas para combater o
stress. De forma suscinta, aborda os
benefícios da prática de meditação, ioga e tai
chi chuan. Adota uma posição favorável ao
uso da MAC.
SIM, TUDO ISSO É IOGA
22/07/2009
4 trechos
0 trechos
reportagem:
A reportagem trata sobre a ioga alternativa, na
qual diferentes práticas foram incorporadas à
ioga. Exemplifica com a descrição da prática
de algumas academias que disponibilizam
essas práticas. Discute aspectos favoráveis e
desfavoráveis destas variações da ioga.
O PODER DA MEDITAÇÃO
19/02/2010
Todos os trechos
0 trechos
nacionais e internacionais.
54
reportagem:
O primeiro quadro trata das diferentes
utilizações da meditação e seus benefícios. O
segundo quadro aborda informações sobre a
técnica da meditação.
A reportagem apresenta oito pesquisas
científicas nacionais e internacionais que
apontam para o benefício da meditação no
tratamento de diversas doenças. Também
discute o aumento no oferecimento de tal
prática por serviços de saúde pública e escola
pública. Adota uma posição favorável ao uso
da meditação.
O LADO DESCONHECIDO DAS TERAPIAS ALTERNATIVAS
24/09/2008
0 trechos
3 trechos
Acontece por meio de pesquisa científica e
depoimento de médicos.
sendo desfavorável a MAC
O quadro aborda os cuidados necessários para
reportagem:
o uso da MAC.
A reportagem discute os efeitos colaterais e
limitações da MAC. Apresenta uma pesquisa
científica sobre as limitações do uso de
remédios ayurvédicos. Também aborda os
limites para o uso da acupuntura, meditação e
fitoterápicos. Adota uma posição cautelosa
quanto ao uso da MAC.
55
ANEXO 2
Identificação das reportagens, segundo técnica da MAC abordada
Revista Veja
MAC de forma geral
Revista Isto É
V:26:7:90:82
I:24:10:01
V:15:7:92:54
I:24:4:02
V:16:2:94:40
I:30:7:03
V:24:6:98:82
I:3:7:03
V:1:5:02:96
I:9:3:05
V:10:3:04:96
I:4:10:06
V:2:3:05:112
I:2:5:08
V:2:8:06:64
I:24:7:08
V:20:8:08:110
I:31:12:08
V:26:11:08:90
I:25:2:09
Total
V:21:9:11:82
21
Ioga
Acupuntura
V:7:12:72:90
I:20:2:02
V:28:11:73:80
I:21:1:04
V:13:9:00:72
I:31:3:04
V:19:11:03:82
I:12:9:07
V:1:10:08:138
I:22:7:09 10
V:5:12:79:90
I:19:1:05
V:23:7:81:86
I:9:8:06
V:23:8:95:92
I:3:10:07
V:12:11:97:101
I:20:2:08
I:8:7:09
Homeopatia
9
V:29:11:72:65
V:4:9:85:85
V:3:8:88:92
V:11:6:97:84
Meditação
V:3:1:73:39
3
I:01:08:07
4
56
V:9:7:98:70
I:19:02:10
V:4:1:89:58
Fitoterapia
V:8:11:06:138
2
Floral de Bach
0
I:17:10:01
1
Shiatsu
0
I:26:09:01
1
28
24
52
Total
Identificação de reportagens da Revista Veja e Isto é segundo posicionamento em
relação a MAC
Revista Veja
Favorável a MAC
Revista Isto É
V:3:1:73:39
I:26:09:01
V:5:12:79:90
I:17:10:01
V:23:7:81:86
I:24:10:01
V:4:9:85:85
I:20:2:02
V:16:2:94:40
I:24:4:02
V:23:8:95:92
I:3:7:03
V:11:6:97:84
I:30:7:03
V:9:7:98:70
I:21:1:04
V:19:11:03:82
I:31:3:04
V:8:11:06:138
I:19:1:05
V:21:9:11:82
I:9:3:05
V:1:10:08:138
I:20:2:08
V:12:11:97:101
I:1:8:07
Total
I:9:9:06
I:3:10:07
I:25:2:09
I:8:7:09
I:2:5:08
I:31:12:08
I:22:7:09
I:19:2:10
34
57
Desfavorável a MAC
V:4:1:89:58
I:24:9:08
V:26:7:90:82
V:1:5:02:96
V:2:8:06:64
V:29:11:72:65
V:24:6:98:82
V:20:8:08:110
V:15:7:92:54
Não adota nenhuma posição
9
V:7:12:72:90
I:12:9:07
V:28:11:73:80
I:4:10:06
V:3:8:88:92
V:13:9:00:72
V:26:11:08:90
V:10:3:04:96
V:2:3:05:112
Total
9
28
24
52
Identificação de reportagens da Revista Veja e Isto é segundo presença de estudo
científico na reportagem
Revista Veja
Sim
Não
Revista Isto É
Total
V:23:8:95:92
I:24:10:01
V:11:6:97:84
I:30:7:03
V:9:7:98:70
I:19:1:05
V:8:11:06:138
I:20:2:08
V:21:9:11:82
I:1:8:07
V:1:10:08:138
I:9:9:06
V:4:1:89:58
I:3:10:07
V:26:7:90:82
I:25:2:09
V:2:8:06:64
I:19:2:10
V:20:8:08:110
I:24:9:08
20
V:29:11:72:65
I:26:09:01
32
58
V:7:12:72:90
I:17:10:01
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I:20:2:02
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I:22:7:09
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universidade federal de santa catarina centro de ciências da saúde

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