Estudo do Meio PARANAPIACABA – SANTOS Profa. Wanda Pivetta

Transcrição

Estudo do Meio PARANAPIACABA – SANTOS Profa. Wanda Pivetta
Estudo do Meio
PARANAPIACABA – SANTOS
Profa. Wanda Pivetta
Prof. Ms. Alan Victor Pimenta
Esse texto não se pretende uma reprodução de
todas as atividades desenvolvidas no Estudo do
Meio realizado pelo Colégio, sendo nosso desejo
apenas a apresentação de seu roteiro.
PARANAPIACABA
É o alto da serra. Em frente, a alguns decâmetros, abre-se, rasga-se um vão, uma clareira
enorme por onde se enxerga um horizonte remotíssimo, um acinzentamento confuso de serras
e céu, que assombra, que amesquinha a imaginação. Começam aí os planos inclinados... (A
Carne - Júlio Ribeiro)
Pátio dos Trens
E foi exatamente assim que chegamos à vila de Paranapiacaba, distrito do município de
Santo André, ainda pensando se o nome dado pelos Tupi em algum ponto o faria jus e se
aquele de fato seria o lugar de onde se vê o mar. No século XIX, naquele caminho íngreme
utilizado pelos índios, desde os tempos pré-coloniais, seria construída a estrada de ferro que
mudaria a paisagem do interior paulista e ocasionaria a fundação da vila.
Equipados com materiais de anotação, câmeras fotográficas, gravadores portáteis e muita
disposição, seguimos.
Museu Ferroviário
O motivo guia da construção da Ferrovia Santos-Jundiaí foi a necessidade de expansão da
cultura do café, introduzido na Colônia por Belém, ao final do século XVIII, chegou ao Rio de
Janeiro no início do século XIX e, de então, o Ouro Verde se espalhou, a princípio por todo o
vale do Rio Paraíba, ocupando a região do Oeste Paulista na sequência. Tendo a referência de
habitarmos o centro dessa segunda região, tomamos contato ali com o primeiro chão a dar
suporte a esse que seria o grande mote do poder republicano, representado pela elite
fazendeira do triângulo Campinas-Itu-Piracicaba. Daí a imaginarmos a sinergia dedicada à
construção e manutenção da vila não se necessita grande esforço.
Museu do Castelinho
Aliados os esforço do Barão de Mauá e empreendedores ingleses, o decreto imperial
assinado em 26 de abril de 1856 cedia à recém-criada empresa inglesa São Paulo Railway Co. a
concessão para a construção e exploração da ferrovia por 90 anos. É por esse motivo que a
arquitetura local muito se assemelha ao imaginário que temos das construções inglesas,
valendo ao relógio da estação a alcunha de réplica do Big Bem.
Nesse ponto pudemos refletir sobre as alterações provocadas pela criação não só de uma
nova paisagem, mas também das relações do homem e seu meio. O Relógio sinaliza não só a
necessidade de medir o tempo, mas de adequação às novas exigências da necessidade de
medi-lo. O tempo da natureza passa a ceder lugar ao tempo premeditado da produção e a
organização das moradias também sinaliza as preocupações desse novo sistema de acúmulo
de capital.
Estudantes da 6ª série no Clube União Lira Serrano.
CAMINHOS DO MAR
Localizada na APA Parque Estadual da Serra do Mar, a Estrada Velha de Santos foi nosso
próximo ponto de estudo. Após alguns minutos devidamente dedicados aos alongamentos
musculares, iniciamos essa suave decida de aproximadamente 8km.
Inicialmente chamada Estrada da Maioridade, homenageava a posse imperial de D. Pedro
II, tendo sido construída em conjunto com a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Representava um
monumento de engenharia para o período e se pretendia a substituição da antiga Calçada do
Lorena, que contava com apenas um metro de largura. A Estrada da Maioridade, por sua vez,
dava acesso a carruagens e largos carroções de carga.
Seu nome foi alterado em concomitância às suas sucessivas reformas: Estrada do
Vergueiro, Caminho do Mar...
Maquete do Parque – Pouso do Paranapiacaba
Ao longo do trajeto tivemos a oportunidade de visualizar toda a Ilha de São Vicente e
imergir em seu contexto histórico desde os primórdios da colonização. É possível avistar
também o complexo industrial da cidade de Cubatão, e discutir questões relativas à produção,
impacto ambiental e reflorestamento.
Usina Hidrelétrica Henry Borden
SANTOS
Monumento a Brás Cubas
A visita ao centro Histórico de Santos foi feita por intermédio de sua antiga rede de Bondes
Elétricos. A visitação faz parte do Projeto desenvolvido pela prefeitura de Santos e recebe o
nome de Museu Vivo. Através dele temos contato com os principais pontos históricos da
cidade, refletindo sobre sua importância, atual estado de conservação e sobre os projetos de
restauro e reativação da memória santista, desenvolvidos pela Secretaria de Turismo.
Detalhe da Casa Azulejada – Casario do Valongo
A preocupação com a conservação do Patrimônio Histórico da Humanidade é um debate
constante ao longo de todo o trajeto, e tem por principal finalidade resgatar a consciência
individual e as possibilidades de ação de cada cidadão em seu próprio meio comunitário. O
desenvolvimento de uma educação para a prática da cidadania plena é também um dos
pontos altos de nossas discussões.
Esse Palácio pode ser considerado um dos mais ricos do Brasil, digno templo de sua principal
riqueza e da incontestável grandeza de nosso Estado.
(Roberto Cochrane Simonsen)
Inaugurada em 1922 para centralizar, organizar e controlar as operações do mercado
cafeeiro, a Bolsa Oficial de Café, em Santos, traduzia-se como arquitetura típica do ecletismo
que caracterizou as mais importantes obras do período. O estilo e a volumetria empregados
ofereceram resposta compatível à monumentalidade idealizada. Cúpulas de cobre, grandes
figuras escultóricas, vitrais, mosaicos de mármore, robustas colunatas de granito são
expressões de riqueza e prosperidade do ciclo cafeeiro no país e, ao mesmo tempo,
representam a materialidade do desejo de converter o edifício da Bolsa no "Palácio do Porto
de Santos"
Museu do Café
Após incontáveis discussões sobre os modelos políticos, suas relações com sistemas
econômicos e geral representatividade (ou sua ausência), a cafeteria do museu foi parada
obrigatória a todos os apreciadores de um bom café.
Nosso ponto final de discussão se deu no alto do Mont Serrat, de onde se tem uma visão
privilegiada de toda a cidade.
Vista de parte do Porto de Santos
Algumas questões metodológicas
Todo um trabalho de apresentação histórico-geográfica foi desenvolvido em sala no
momento anterior ao Estudo. Após o retorno, os dados coletados servem de material suporte
a um grande trabalho realizado em conjunto pelos estudantes. Posteriormente, esse resultado
poderá ser postado aqui mesmo.
Para a elaboração deste roteiro contamos com a participação dos estudantes do Colégio,
que utilizaram como fonte seus registros de percurso. Alguns trechos foram adaptados de
História de Paranapiacaba
in: http://www.cidadeshistoricas.art.br/paranapiacaba/pnp_his_p.php
e Palácio do Café
in: http://www.museudocafe.com.br/palacio/palacio.asp