TRATAMENTO DE ACUPUNTURA COM A

Transcrição

TRATAMENTO DE ACUPUNTURA COM A
INSTITUTO DE PSICOLOGIA E ACUPUNTURA
ESPAÇO CONSCIÊNCIA
Darcio Henrique Lorenço
TRATAMENTO DE ACUPUNTURA COM A UTILIZAÇÃO D0
INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO RYODORAKU:
Estudo de Caso Clínico.
ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA
São Paulo
2011
INSTITUTO DE PSICOLOGIA E ACUPUNTURA
ESPAÇO CONSCIÊNCIA
Darcio Henrique Lorenço
TRATAMENTO DE ACUPUNTURA COM A UTILIZAÇÃO
DO INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO RYODORAKU:
Estudo de Caso Clínico.
ESPECIALIZAÇÃO EM ACUPUNTURA
Monografia apresentada ao
Instituto de Psicologia e Acupuntura
Espaço Consciência, como exigência
parcial para obtenção do grau de
Especialização em Acupuntura, sob
orientação do Professor Delvo Ferraz
da Silva e co-orientação da Ms.
Carolina de Alvarenga Sales.
SÃO PAULO
2011
LORENÇO, Darcio Henrique. Tratamento de acupuntura com a utilização do
instrumento de medição ryodoraku: estudo de caso clinico.São Paulo, 2011.
140p.
Monografia – Instituto de Psicologia e Acupuntura / Espaço Consciência Curso de Especialização em Acupuntura
1.Medicina Tradicional Chinesa. 2.Acupuntura. 3. Ryodoraku.
Dedico este trabalho a todos os meus amigos e em
especial àqueles da jornada do curso de acupuntura e
com especial carinho a minha paciente que me
confiou sua saúde e a todos que tem a coragem de se
arriscar em novos conceitos filosóficos com a
certeza de construir de maneira justa com os modos
científicos.
AGRADECIMENTO:
Ao TAO e a todos os entes e mestres que a mim confiaram estes ensinamentos.
Quem sabe não fala.
Quem fala não sabe.
Calar a boca.
Cerrar as Portas.
Temperar o ardor.
Libertar-se dos laços do pensamento.
Harmonizar sua luz.
Ser um com o que esta a seu redor.
Isso se chama união misteriosa.
Não se pode cansá-la e ter afetos.
Não se pode cansá-la e ter lucros.
Não se pode cansá-la e prejudicar outrem.
Não se pode cansá-la e prezar isto, desprezar aquilo.
Não há nada mais precioso no mundo.
(Tao Te King Lao Tse Editora Attar, 2001, seção 56)
RESUMO
Este estudo objetou mapear utilizando o aparelho Ryodoraku, a evolução do tratamento de
acupuntura para o sofrimento físico por tensão nervosa por meio de um estudo de caso
clinico. Foram descritas dez sessões realizadas uma vez por semana. Os instrumentos
utilizados para o diagnóstico foram: exame do pulso, exame da língua e medição com o
aparelho Ryodoraku. Em seguida foi elaborada uma estratégia de tratamento através da
técnica de acupuntura de acordo com o diagnóstico etiológico da Medicina Tradicional
Chinesa. O procedimento em cada uma das dez sessões, constou de uma rotina, a saber: A
medição do Ryodoraku; o exame do pulso e o exame da língua; a estratégia de ação da
terapêutica da acupuntura; nova medição com o Ryodoraku. Foram elaborados gráficos a
partir da mensuração dos dados levantados pelo instrumento Ryodoraku. que demonstraram a
evolução da terapêutica da acupuntura. Concluiu-se que aparelho Rydoraku mostra a evolução
do tratamento para a avaliação da evolução do caso e sugere-se a realização de outros
trabalhos para que possam ser aprimorados e comprovados a eficácia do tratamento através da
terapêutica da acupuntura.
Palavras-chave: Medicina Tradicional Chinesa. Acupuntura. Ryodoraku.
ABSTRACT
We presented a case study in a patient with physical suffering caused maintenance nervous
acquired in their day to day. Were given ten sessions held once a week. The instruments used
were: an instrument for measuring electrical Ryodoraku, in order to demonstrate the
measurement of electrical meridians before and after each session, using figures obtained
from the measurement with the device. After, we did the etiologic diagnosis. Namely
interview opened with the purpose of leaving the patient free speech and open, in order to see
how he fits into the way you live your life as it is and how it interprets itself. Examination of
the tongue, which is intended to measure how will the health of the organs of the body as
well as their integration energect because the tongue is seen as a micro system of a larger
system that is the whole body . Examination of the wrist in order to diagnose how is the
energy of each organ by comparing by palpation of Radial Pulses 12. Next was developed a
treatment strategy using the technique of acupuncture according to the etiological diagnosis of
Chinese medicine. The procedure in each of the ten sessions, consisted of a routine. The
measurement of Ryodoraku, the etiological diagnosis, the strategy of action of acupuncture
therapy, re-measurement with Ryodoraku. Graphs were drawn from the measurement data
collected by the instrument Ryodoraku that aims to demonstrate the evolution of therapy of
acupuncture. Each session was discussed and compared through the charts and, was also
prepared a discussion comparing all the data in a general way by which it was prepared an
analysis of the development of therapeutics that can be analyzed through the marking shown
Ryodoraku.
Keywords: Traditional Chinese Medicine. Acupuncture. Ryodoraku.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Representa o Vazio ..................................................................................
21
Figura 2 – Representa o Princípio Binário ...............................................................
21
Figura 3 – Diagrama Simbólico Yin-Yang ..............................................................
22
Figura 4 – Representa o PANGU .............................................................................
23
Figura 5 – Simbolismo Universal ............................................................................
25
Figura 6 – Princípio Quartenário ..............................................................................
31
Figura 7 – As Estações .............................................................................................
32
Figura 8 – Ciclo Diário do Yin-Yang .......................................................................
33
Figura 9 – Representação dos Cinco Elementos .......................................................
34
Figura 10 – Pentagrama e os Cinco Elementos .........................................................
35
Figura 11 – Representação do Ciclo Geração (sheng) e Inibição (Ko) .....................
41
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Relação dos Cinco Elementos com as Forças Naturais.............................
37
Tabela 2 – Relação dos Cinco Elementos com o Homem...........................................
37
Tabela 3 – Correspondência dos Elementos................................................................
38
Tabela 4 – Relação dos Cinco Elementos com função Yin-Yang...............................
40
Tabela 5 – Sistemas Yin e Yang..................................................................................
49
Tabela 6 – Descrição do Exame do pulso....................................................................
77
Tabela 7 – Quadro das Doenças Correspondentes ao Revestimento Linguais............
80
Tabela 8 – Modificações Habituais da Cor da Língua em Casos de Doenças.............
81
ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
O significado dos pontos adotados segundo a Medicina Chinesa:
 BP3. Ponto fonte do meridiano do Baço Pâncreas.
 BP2. Ponto de tonificação do meridiano do Baço Pâncreas
 F3.
Ponto fonte do meridiano do Fígado.
 F2.
Ponto de sedação do meridiano do Fígado.
 VB38. Ponto de sedação do meridiano da Vesícula Biliar
 P9.
Ponto fonte do meridiano do Pulmão e ponto de tonificação do Pulmão.
 C7. Ponto de sedação do meridiano do Coração e ponto fonte.
 C3. Ponto Ho (Mar) tranqüiliza o Shen.Meridiano do Coração.
 VB40. Ponto Fonte do meridiano da Vesícula Biliar
 CS9. Ponto de tonificação do meridiano de Circulação e Sexualidade.
 CS7. Ponto fonte do meridiano de Circulação e sexualidade e ponto de sedação.
 IG4. Ponto fonte do meridiano do Intestino Grosso.
 R3. Ponto fonte do meridiano dos Rins.
 R7. Ponto de tonificação dos meridianos dos Rins.
 B64. Ponto fonte do meridiano da Bexiga.
 B67. Ponto de tonificação do meridiano da Bexiga.
 VC4. Ponto de comando do TR inferior do meridiano Vaso Concepção
 ID3. Ponto de tonificação do meridiano do Intestino Delgado.
 ID4. Ponto fonte do meridiano do Intestino Delgado.
 VG20 Ponto do meridiano Vaso Concepção
 In-Trang. Ponto extra sobre o Meridiano Vaso Concepção.
 R6-P7. Vasos Maravilhosos. In Tisiao Mo.
 P7-R6. Vasos Maravilhosos. Jen Mo.
 ID15 ou 14. Ponto local no Intestino Delgado para sedar a dor local.
 B14 ou 13. Ponto local meridiano da Bexiga para sedar a dor local.
 Os pontos usados na estratégia terapêutica são pontos SHU referente
aos cinco elementos, considerados pontos de manipulação
energética.
 Os pontos usados chamados Vasos Maravilhosos, são considerados
pontos de manipulação energética Yin/Yang.
 Além dos pontos de manipulação energética foram usados os pontos
para ação local no sentido de eliminar a dor.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................ 13
2 A FILOSOFIA TAOÍSTA........................................................................................................ 15
3 O EQUILÍBRIO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA............................................ .17
3.1 O Tao .....................................................................................................................................18
3.1.2 O Tao e o Yin-Yang ......................................................................................................... 19
3.1.3 As leis universais e as forças do céu e da terra interagindo com o homem........................ 20
3.1.4 Fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa - MTC..................................................... 24
3.2 Os Oito Trigramas................................................................................................................. 25
3.2.1 A Família dos Trigramas.................................................................................................... 26
3.3 Teoria do Yin e Yang........................................................................................................... 26
3.4 As Estações........................................................................................................................... 30
3.5 Os Cinco Elementos..............................................................................................................34
3.5.1 Propriedade dos Elementos.................................................................................................36
3.5.2 Interação e Equilíbrio dos Cinco Elementos e as Forças de Oposição.............................. 39
3. 6 Os Vasos Maravilhosos....................................................................................................... 42
3.7 Canais e Sistemas................................................................................................................. 46
3.8 As Cinco Emoções ou os Sete Sentimentos......................................................................... 60
3.9 A Importância do Espírito.................................................................................................... 63
3.9.1 Os Cinco Shen ou Entidades Viscerais............................................................................. 64
3.10 Diagnóstico na M.T.C........................................................................................................ 66
3.10.1 Exame da Língua ............................................................................................................74
3.10.2 Diagnóstico......................................................................................................................76
3.11 O Ryodarku....................................................................................................................... 82
4 MÉTODO .............................................................................................................................84
4.1 Participantes ........ ............................................................................................................. 84
4.2 Instrumentos...................................................................................................................... 84
4.2.1 Entrevista Aberta............................................................................................................ 84
4.2.2 Tomada de Pulso............................................................................................................. 85
4.2.3 A Apalpação.................................................................................................................... 85
4.2.4 O Exame do corpo da Língua.......................................................................................... 85
4.2.5 O Ryodoraku.................................................................................................................... 86
4.3 O Procedimento................................................................................................................... 86
5 RESULTADO .......................................................................................................................88
5.1 História Clínica ...................................................................................................................88
5.2 Hipótese Diagnóstica ..........................................................................................................88
5.3 Proposta Terapêutica ..........................................................................................................90
6 DISCUSSÃO .........................................................................................................................92
7 CONCLUSÃO .......................................................................................................................97
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................98
ANEXO 1 Termo de Consentimento...................................................................................... 101
ANEXO 2 Procedimento Terapêutico.................................................................................... 103
ANEXO 3 Comparação dos Dados Obtidos através da Medição do Ryodoraku................... 116
ANEXO 4 Comparação das Medidas da Energia do Instrumento Ryodoraku........................124
13
1 INTRODUÇÃO
Entender o processo físico e metabólico das doenças não é suficiente para identificar
o sofrimento humano e seus processos e evolução. É preciso ir além, procurando entender
também, o processo mental e mecanismos psíquicos como sendo, muitas vezes, responsáveis
pelo aparecimento de sintomas em um dado momento da história de vida de uma pessoa. Para
Breves (2001) é necessário entender a pessoa como um todo. Visualizar a pessoa, suas
queixas e sofrimento em sua totalidade. Neste caso existe maior possibilidade de
esclarecimento da doença, sua origem e causa mesmo assim, muitas vezes, tal conhecimento
se torna limitado no que toca ao tratamento terapêutico e cura. A própria MTC (Medicina
Tradicional Chinesa) centra-se nos estados físico e mental da pessoa para saber sobre o seu
estado de saúde.
Quando temos a oportunidade de ver o sofrimento humano como uma das
possibilidades da própria existência, estamos muito mais próximos de desvendar como o
modo de ser saudável se manifesta através da doença. A filosofia e a psicologia vistam pela
ótica da interpretação fenomenológica existencial acaba por verificar também, como o
sofrimento humano é uma das possibilidades da própria existência, que é em nossa vida
cotidiana que se expressa a própria existência. (Heidegger, 2009). É na estrutura da existência
que está incluída, a priori, no cotidiano de cada um de nós, mesmo nos modos impróprios. O
modo da pessoa se relacionar com o mundo é a maneira dela se mostrar neste mesmo mundo.
Uma pessoa doente se encontra, de algum modo, em algum tipo de desequilíbrio e
seu organismo físico passa a procurar espontaneamente um equilíbrio, na tentativa de
reorganizar-se. Mesmo não conseguindo um estado de equilíbrio ideal, nosso corpo procura,
equilibrar-se mesmo em um estado precário. Breves (2001) comentou em seu livro que vendo
somente a enfermidade, se perde a oportunidade de ver a pessoa, pois esta mesma
enfermidade esconde suas causas porque o organismo procura seu próprio equilíbrio. No
entanto, quando falhar qualquer tentativa de equilíbrio o organismo poderá ser acometido pela
falência do órgão afetado e por conseqüência os outros órgãos vitais entraram em falência,
podendo levar à morte.
O objetivo do presente estudo foi mapear utilizando o aparelho Ryodoraku, a
evolução do tratamento de acupuntura para o sofrimento físico por tensão nervosa por meio
de um estudo de caso clinico. O instrumento de medição Ryodoraku teve a finalidade de
14
demonstrar a variação das energias ou corrente elétrica nos meridianos antes e após cada uma
das sessões aplicadas semanalmente na paciente.
Entende-se que a terapêutica da acupuntura atua nos desequilíbrios de energias que
são responsáveis por diversas doenças sendo capaz de equilibrar as energias orgânicas e atuar
sobre as possíveis doenças melhorando a condição orgânica e mental. O aparelho Ryodoraku
com seus gráficos demonstrou a evolução de cada sessão.
Foram realizadas dez sessões uma vez por semana. Os instrumentos utilizados para o
diagnóstico foram: exame do pulso, exame da língua e medição com o aparelho Ryodoraku.
Em seguida foi elaborada uma estratégia de tratamento através da técnica de acupuntura de
acordo com o diagnóstico etiológico da Medicina Tradicional Chinesa. O procedimento em
cada uma das dez sessões, constou de uma rotina, a saber: A medição do Ryodoraku; o o
exame do pulso e o exame da língua; a estratégia de ação da terapêutica da acupuntura; nova
medição com o Ryodoraku. Foram elaborados gráficos a partir da mensuração dos dados
levantados pelo instrumento Ryodoraku que de demonstraram a evolução da terapêutica da
acupuntura.
O relato de caso contido neste trabalho referiu-se ao sofrimento físico de uma
paciente ocasionado por tensão nervosa. Nos capítulos denominados Método, Resultado e
Discussão encontram-se os detalhamentos da terapêutica aplicada, seu desenvolvimento e
resultados obtidos. No capitulo intitulado anexo encontra-se os gráficos obtidos com base no
Ryodoraku. No capítulo denominado Equilibrio na Medicina Chinesa e em seus sub-itens
refere-se ao referencial teórico.
15
2 A FILOSOFIA TAOÍSTA
Para os chineses, existem duas correntes de pensamento: o confucionismo e o
Taoísmo. Este último mostra uma orientação mística e se interessa pela sabedoria através da
intuição, desprezando o conhecimento racional. Reconhece o racional como limitado e
relativo. Para o povo chinês, o Taoísmo significa uma liberação das regras rígidas da
convenção.
O raciocínio lógico, é considerado pelos taoístas, como parte de um mundo artificial
do homem, inserido nos usos e costumes sociais e morais. Os taoístas não se interessavam por
tal mundo e concentravam sua atenção integral na observação da natureza para discernir as
“características do Tao”; eles consideram as mudanças da natureza como manifestações da
interação dinâmica entre a polaridade de opostos Yin e Yang, da qual cada um dos pólos se
acha dinamicamente vinculado a outro.
Os ditados “não devemos seguir e olhar o certo e por de lado o errado” e “não
devemos seguir e olhar os que asseguram o bom governo e por de lado os que geram
desordem”, demonstram uma falta de familiaridade com os princípios do Céu e da Terra e
com as diferentes qualidades das coisas. “É como se sugeríssemos e olhássemos o Céu e não
levássemos em conta a Terra; é como se seguíssemos e honrássemos o Yin e deixássemos de
considerar o lado o Yang. É claro que não se deve seguir esse percurso”. (LAO TSÉ, 2001,
p.21)
Entretanto, Heráclito de Efeso, compartilhavam com Lao Tsé a questão da mudança
contínua que expressou sua famosa afirmação: “tudo flui”; este pensamento mostra que todas
as mudanças são cíclicas. “Heráclito comparou a ordem do mundo a um fogo eternamente
vivo, ascendendo-se em medidor e extinguindo-se em medidas”, imagem muito semelhante à
idéia chinesa do Tao que “se manifesta na interação cíclica do Yin e do Yang” (CAPRA,
1983, p.56).
Ainda uma vez, as palavras de Heráclito: “As coisas frias se aquecem, o quente
esfria, o úmido seca, o seco se torna úmido”, lembra incisivamente as palavras de Lao Tsé: “O
fácil gera o difícil (...), a ressonância harmoniza o som, o depois segue o antes” (LAO TSÉ,
2001, p.21). Observa-se, aqui, certa semelhança no pensamento entre os dois sábios, Heráclito
e Lao Tsé, que data de 500 anos a.C.
No livro “O Ser Quântico” de Danoh Zohar (1990) o autor cita:
16
Considerando muito seriamente a possibilidade de que a consciência, assim como a
matéria, emerge no mundo dos acontecimentos quânticos e que ambas embora
completamente diferentes uma da outra, têm uma “mãe” em comum na realidade
quântica. Se assim for, nossos padrões de pensamento e, mais do que isso, nosso
relacionamento com nós mesmos, com os outros e com o mundo como um todo,
poderão, em alguns casos, ser explicados pelas mesmas Leis e padrões de
comportamento que governam o mundo de prótons e elétrons, em outros podem
refletir essas mesmas Leis e padrões. Se de fato nosso intelecto tira suas Leis da
natureza, segue-se que nossa percepção dessas Leis deve, em alguma medida,
refletir a realidade da própria natureza. (ZOHAR, 1990, p.38)
17
3 EQUILÍBRIOS NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
Equilíbrio e bem-estar para a MTC (Medicina Tradicional Chinesa) abrangem o
estado físico, mental, e o que podemos também chamar de estado espiritual. Para se saber
sobre o estado de saúde de uma pessoa, será necessário um grande número de informações
sobre a pessoa. Na verdade será importante desvendar tudo o que se pode saber sobre a
pessoa e não somente sobre a doença que a acomete, naquele momento. O desequilíbrio
observado na queixa do paciente ou examinado através do diagnóstico, visível ou não a olho
nu, será importante para orientar o terapeuta no como e de onde veio o desequilíbrio que
causou a doença.
Para tal será necessário saber não somente sobre seu estado físico; mas também o
que levou o paciente a procurar o tratamento, como ele vive, mora, se veste, relaciona-se com
os outros, sobre seu trabalho, como ele pensa, sobre suas emoções, sobre sua família, saber
sobre outras doenças ou evolução delas, etc. Para Breves (2001), é necessário focalizar a
pessoa como um todo, visualizar suas queixas em sua totalidade, ver uma pessoa inserida em
seu meio, assim como o próprio terapeuta. Pode-se inferir que é como se a certo momento,
nos afastássemos do paciente para se ter a possibilidade de vê-lo inteiramente.
Em contrapartida, no ocidente a medicina acaba por favorecer o estudo da doença, A
medicina ocidental passa a estudar a doença ou o que causou a doença no sentido de eliminála ou controlá-la. O médico ocidental está muito bem equipado com conhecimento abrangente
sobre os mecanismos de ação das doenças, como elas invadem e atuam no organismo
humano.
Segundo Breves (2001), a Medicina, a Biologia, e a Engenharia, foram e são capazes
de desenvolver métodos e meios de diagnóstico em ritmo rápido e acelerado, através de vários
equipamentos com tecnologia avançada e de ponta. No entanto, esta mesma medicina muitas
vezes não consegue evitar ou curar muitas doenças, porque por uma questão de metodologia,
acaba por romper com o seu principal alvo, que é a pessoa em questão.
Ainda, segundo Breves (2001), é interessante observar que, vendo somente a
enfermidade, se perde a oportunidade de ver a pessoa, porque a enfermidade mostra ao
médico o que não está bem no organismo humano, no entanto, esta mesma enfermidade
muitas vezes esconde suas verdadeiras causas, porque o organismo humano sempre procura
seu próprio equilíbrio em detrimento de qualquer tratamento médico ou terapêutico. Sabe-se
18
que na China antiga os chineses já praticavam o que no ocidente existe há tão pouco tempo e
que chamamos de medicina preventiva ou tratamento preventivo.
Desta forma pode-se entender que para se cuidar da saúde de uma pessoa é preciso
conhecê-la por inteiro. É preciso entender que queixas e sintomas parecidos ou semelhantes
geralmente não têm as mesmas causas, sendo necessário avaliar e diagnosticar cada pessoa
em detrimento de outras com sintomas parecidos. Uma queixa de dores de cabeça, por
exemplo, de pessoas semelhantes, sempre terão provavelmente causas muito diferentes, e se
tais dores forem motivadas por um mesmo evento sugerem emoções diferentes para cada
pessoa envolvida.
Para tanto, a MTC vê cada pessoa como um ser totalmente diferente dos outros.
Todas as pessoas são diferentes e têm motivos e motivações diferenciadas. Conforme
Auteroche (1992), o que entendemos por diagnóstico etiológico através da palpação, exame
de pulso; exame da compleição; exame do corpo da língua; exame do pavilhão auricular e
exame dos odores, entre outros de cada paciente, é de suma importância para poder se
diagnosticar as causas do sofrimento de cada pessoa de acordo com a MTC.
Quando se identifica um desequilíbrio energético através da MTC, pode-se utilizar
técnicas para se restabelecer o equilíbrio da pessoa, dessa forma minorizando o sofrimento e
impedindo o agravamento e desenvolvimento do desequilíbrio energético e por conseqüência
interferindo no agravamento da doença.
3.1 O TAO
O homem segue as Leis da Terra;
A Terra segue as Leis do Céu;
O Céu segue as Leis do Tao;
O Tao segue as Leis da natureza intrínseca.
(LAO TSÉ, 2001, p. 25)
Tao é tudo que existe no universo, se origina de um principio único que é o próprio
Tao. A seu respeito conhece-se, somente seu efeito e não sua essência.
19
Segundo Blofeld (1979), no Tao te King encontramos: “ignoro seu nome, por isso o
chamo de Tao. Se insistir, em uma descrição, chamar-lhe-ei vasto, ativo, que se move em
grandes círculos”...
Há algo completamente entorpecido, anterior a criação do céu e da terra, quieto e
ermo, independente e inalterável. Move-se em círculos e não se exaure. Pode-se considerá-lo
a mãe sob o céu. (LAO TSÉ, 2001, p. 25)
Segundo Blofeld (1979), o Tao é a potencialidade que está na origem de tudo. O
mundo das formas não pode ser apreendido a menos que se conceba o vazio; o vazio não será
compreendido sem a previa compreensão do mundo das formas. São dois aspectos em um.
Para conceber “as coisas” é necessário conceber as “não coisas”. É através do
“nada”, do vazio, que se concebe “a coisa”. Aqui, observa-se que, um não existe sem o outro
e somente isso. Porém, para conceber “isso”, dizemos que: o nome é nada (vazio) antes do
aparecimento das coisas e o nome é ser (existir) depois do aparecimento das coisas.
Quando buscamos a compreensão ela habita o vazio, mas quando observamos as
coisas descobrimos que ela existe. O Tao como “nada” ainda não diz nada sobre ele, mas
como vazio, o Tao é Tao como ele é. Ele é quieto, ermo, independente.
Somente essa compressão do Tao é que possibilita o aparecimento de todas as coisas
do mundo. Assim, quando buscais a compressão do seu mistério, ele surge como vazio
infinito; quando observais seu conteúdo, descobres que ele é ser.
3.1.2 O Tao e o Yin-Yang
O Universo não tem preferências,
Todas as coisas lhe são iguais.
Assim, o sábio não conhece preferências,
Como os homens as conhecem.
O Universo é como o fole de uma forja,
Que, embora vazio, fornece força,
E tanto mais alimenta a chama quanto mais o acionamos.
Quanto mais falamos no Universo,
Menos o compreendemos.
O melhor é auscultá-lo em silêncio.
(LAO TSÉ, 2001, p.40)
20
O Tao engendrou o Um, o Um o Dois, o dois o Três e todas as coisas que
harmonizam entre si, o Yin-Yang. (Lao-tsé). Tudo se originou do Um, o absoluto, porém as
outras coisas, que são o céu, a terra e o homem apresentam-se como Céu-pai, terra-mãe,
homem, aquele que interage com céu e terra e transforma as energias do céu e da terra.
O Tao concebido como interação, Yin-Yang, pode significar que da compressão do
Tao nascem às potencialidades das formas, produzindo o Um; o princípio ativo e passivo do
Um (yin-yang), construiu o Dois; e a duplicidade da combinação do Dois, engendrou o Três.
Daí nasceu todas as coisas do universo. Entretanto, tudo está no Um que no nível final é o
vazio; porém no nível da verdade relativa, a possibilidade de existir o Um e várias coisas,
remete a dois níveis de apreensão: o absoluto e o relativo. Quando o absoluto se manifesta,
esta é a soma de todas as coisas. O Um é a síntese do todo.
Conforme escreve Blofeld (1992), o Tao é um mar sereno de puro vazio, ilimitado,
imaculado. Dele nascem dois dragões gêmeos: o macho brilhante como o sol e estriado de
ouro, senhor da ação; e a fêmea, radiante como a lua e entretecida de fios de prata, dada à
passividade. Sua cópula dá início aos ritmos da mudança cíclica – os movimentos dos
planetas, o avanço das estações, a alternância do dia e da noite. De seu jogo procedem cinco
vapores luminosos, nas cores: azul, vermelho, branco, amarelo e preto, que se envolvendo,
toldando-se, lutando e mesclando-se, dão ao céu sua forma redonda, a terra, seu achatamento,
aos milhões de objetos, sua forma perfunctória.
Aqui podemos evidenciar claramente a presença do Tao, do yin-yang, e os cinco
elementos. Neste cenário estão presentes o Tao, inominável, único, vazio; o céu (pai yang); a
terra (mãe yin); e o homem, interagindo com essas forças antagônicas, mas complementares.
3.1.3 As Leis universais e as forças do céu e da terra interagindo com o homem
Segundo Blofeld (1992), na tradição chinesa, há mais de 5.000 a.C., encontramos o
pai da filosofia taoísta, Fo-Hi. Ele aborda a concepção chinesa do universo. FO-HI, indaga
sobre possíveis leis universais que possam reger o universo. Se tudo parte do nada, então
existe um nada, um “vazio”. O Tao só pode ser concebido se existir um movimento constante.
21
Figura 1- Representa o Vazio.
Desse nada surge algo, a energia única e primordial (Lei da evolução).
Figura 2 - Representa o um.
Fonte: SILVA, D. F In: Instituto de Psicologia e Acupuntura Espaço Consciência. São Paulo. Anotações de
Darcio Henrique Lorenço sobre a aula. Material não publicado. 2006
A energia polarizada deu origem ao princípio binário. A partir de duas entidades
verifica-se um movimento de repetição infinita, um movimento cíclico, (Lei das palavras).
Segundo Blofeld (1992), o Tao, em seu aspecto não diferenciado é visto como um
fluxo infindável, e todas as coisas se acham sujeitas a mutação a cada instante. Não obstante
as mudanças se fazem em ciclos regulares, enquanto cada esquema se repete ao infinito. Tais
ciclos são possíveis, como por exemplo, a alternância do dia e da noite e as quatro estações do
ano.
O diagrama simbólico yin-yang, é apresentado em duas partes contidas em um todo,
cada parte contém em si a força da oposição e ambas circundadas pelo TAO. A isso se chama
o princípio da polarização.
22
Jovem Inn
INN
IANG
Jovem Iang
Representa o Dois, o princípio Binário.
Fonte: (CORDEIRO, 2001, p 24).
Figura 3 – Diagrama Simbólico Yin-Yang
Yin-Yang como símbolo binário significa que dentro do Yin existe o Yang e dentro
do Yang existe o Yin. Este movimento remete à idéia de movimento contínuo de ascensão e
queda, a que todas as coisas estão submetidas. Quando uma energia atinge seu ponto máximo
acaba por declinar e transformando-se na outra.
Segundo FO-HI, citado em Blofeld (1992), existem ainda outras leis, e é importante
ressaltar que essas leis são utilizadas até os dias atuais, são elas:
 Lei da evolução: Tudo está em movimento, a natureza evolui em forma e espécie. Tudo
se transforma em matéria e em força, tudo se move e nada está parado. As plantas,
os animais, o homem, tudo que está vivo, nasce cresce e morre. Nada é permanente e
tudo se transforma. Todas as coisas evoluem de outra.
 Lei da polaridade: Em tudo existem dois pólos que são opostos, dois extremos da
mesma característica - norte e sul, leste e oeste, frio e calor, cima e baixo - tudo tem
seu princípio feminino e seu princípio masculino.
 Lei da causa e efeito: Nada acontece por acaso, tudo tem causa e efeito, e para cada
efeito tem uma causa.
 Lei da ação e reação: tudo que sobe desce, movimento para cima e para baixo, para
diante e para traz, fluxo e refluxo.
23
FO-HI observou o céu e a terra e percebeu que o homem é suscetível a várias forças
naturais, do céu e da terra. São elas: os diferentes climas, estações do ano, entre outras,
também influenciam o homem, as forças do sol, da lua e da terra em que vive.
Concluindo que deve existir uma força, uma energia que rege o universo, chamou
essa força de energia “QI”. Esta energia rege um universo maior “macrocosmo” e o reflexo
desta energia, rege o homem, universo menor ”microcosmo”; esta “energia” se altera e se
complementa. Chamou-as de energia yang (céu) e energia yin (terra). O homem é um reflexo
do mundo em movimento, reflexo do universo. O homem responde ao céu (pai) e a terra
(mãe). O homem é influenciado pelas energias que vem do céu (yang) e da terra (yin) e passa,
assim, a ser um elemento transformador dessas energias.
Entre o céu e a terra, o homem incorpora-se a esta cosmologia, suas ações físicas e seu
funcionamento orgânico seguem o mesmo ritmo universal (TYMONSKI, 1986).
PAN GU
Yang – Ar (Céu)
Transformador (Homem)
Yin – Alimentos (Terra)
Fonte:TYMOWSKI, J.C.; GUILLAUME, M.J; IZARD, M.F. A Acupuntura. R.J.: Ed. Jorge Zahar, 1986, p.93
Figura 4 – Representa o PANGU
Ainda, seguindo os princípios de FO HI, existe uma lenda, onde se diz que o velho
sábio, meditava sempre se indagando a respeito de sua existência, quando se defrontou com
um dragão que emergiu das águas do Rio Amarelo e que trazia consigo um misterioso quadro
octogonal contendo oito trigramas. O Dragão trouxe os símbolos e FO HI desvelou as
informações contidas nestes símbolos que foi chamado PAKUA de FO HI.
24
3.1.4
Fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC)
Os Fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa depende da compreensão da
filosofia Taoísta, do conceito de energia e do estudo das relações entre o Homem o céu e a
terra, se divide em três grandes princípios.
O homem é visto como um todo em um conceito filosófico de integridade e unidade
do toda a unidade do organismo humano em si e a unidade maior do ser humano como a
natureza. Vivemos na natureza, ela representa a condição vital para nossa sobrevivência.
Assim somos influenciados direta ou indiretamente por seus movimentos e
mudanças. A qualidade desta relação que estabelecemos determina nosso grau de harmonia e
saúde.
As diferentes partes do homem também estão sempre inter-relacionadas, formando
uma unidade. Assim emoções e pensamentos influenciam o funcionamento dos diferentes
sistemas. O que faz a interligação entre as duas partes é a energia que circula no corpo, algo
entre o sutil e o concreto. Se equilibrarmos as energias terá o equilíbrio físico e mental.
O homem também corresponde ao céu e a terra, porque ele é sensível aos diferentes
climas, às estações as radiações que agem sobre ele, provenientes do sol da lua e ou da terra,
em que vive.
FO-HI observou o Céu e a terra onde concluiu a existência de uma força: a energia
que chamou de energia “QI”, energia que rege o universo-macrocosmo e seu reflexo, o
homem=microcosmo, e que se manifesta sob duas formas alternantes e complementares: a
energia yang e a energia yin.
O homem pode ser visto como um reflexo de arquitetura do mundo e do movimento
do universo: ele “responde ao céu e a terra”, portanto o homem é influenciado pela energia
que vem do céu (yang) e a energia que vem da terra (yin), e cabe a ele o papel de
transformador.
Entre o céu e a terra, o homem incorpora-se a essa cosmologia, suas ações físicas e
seu funcionamento orgânico seguem o mesmo ritmo universal. (TYMONSKI, 1986).
25
3.2 OS OITO TRIGRAMAS
Existe uma lenda, onde se diz que FO-HI, meditando e indagando a respeito de sua
existência as margens do rio amarelo, viu surgir de suas águas um dragão que trazia consigo
um misterioso quadro octogonal, contendo oito trigramas. O antigo sábio decifrou os
símbolos dos oitos trigramas que foi chamado de Pakua de Fo-Hi.
Chi´ien, o criador, é forte, é o céu,
o pai.
Sun, a suavidade, a penetrante, é o
vento/madeira,
a filha maior.
K´an, o abismal, é perigo, é a água,
o segundo filho.
Ken, a quietude, é repouso, á a montanha,
o filho menor.
K´un, o receptor, é abnegado, é a terra,
a mãe.
.
Chên, o Incitar, é movimento, é o Trovão,
o filho maior.
Li, o aderir, é luminoso, é o fogo,
a segunda filha.
Tui, a alegria, é jovial, é o lago,
a filha menor.
__________________________________________________________________________
Fonte: WILHELM, R. I Ching. O Livro das Mutações. São Paulo: Editora Pensamento, 1956, p.160
Figura 5 - Simbolismo Universal.
26
3.2.1 A Família dos Trigramas
O criativo é o céu, por isso é chamado o Pai. O receptivo é a terra, e por isso é
chamada a Mãe.
No trigrama do incitar o feminino, procura pela primeira vez o poder do masculino e
recebe um filho. Por isso o incitar chama-se o Filho mais velho.
No trigrama da suavidade o masculino procura pela primeira vez o poder do
feminino e recebe uma filha; por isso a suavidade chama-se Filha mais velha.
No abismal o feminino procura pela segunda vez o masculino e recebe um filho; por
isso ele se chama o Filho do meio.
No aderir o masculino procura o feminino pela segunda vez e recebe uma filha; por
isso ela se chama a Filha do meio.
Na quietude ela procura masculino pela terceira vez e recebe um filho; por isso ele
chama o Filho mais moço.
Na alegria ele procura o feminino pela terceira vez e recebe uma filha; ela, então, se
chama a Filha mais moça (WILHELM, 1956, p. 211).
3.3 Teoria do Yin e Yang
Só temos consciência do belo, quando conhecemos o feio.
Só temos consciência do bom, quando conhecemos o mau.
Porquanto, o Ser e o Existir, se engendram mutuamente.
O fácil e o difícil se completam. O grande e o pequeno são complementares.
O alto e o baixo formam um todo. O som e o silêncio formam a harmonia.
O passado e o futuro geram o tempo. Eis porque o sábio age pelo não agir.
E ensina sem falar. Aceita tudo que lhe acontece. Produz tudo e não fica com nada.
(LAO TSE, 2001, p.61)
“Yin e Yang estão contidos no “Tao”, o princípio básico de todo o universo. Criaram
toda a matéria e suas transmutações. TAO é o começo e o fim, vida e morte e é encontrado no
27
templo dos deuses, se deseja curar a moléstia deve-se procurar a sua causa básica” (Bing
Wang, 2001, pag. 49).
O céu é alto, a terra é baixa, assim, o criativo e o receptivo se determinam. As
posições inferiores e superiores se estabelecem de acordo com essa diferença entre o baixo e o
alto.
Wilhelm (1956), em seu livro I Ching, O livro das mutações coloca que o
movimento e o repouso têm suas leis definidas de acordo com as quais, distinguem-se as
linhas firmes e maleáveis. Os acontecimentos surgem em seus rumos próprios, cada qual
segundo sua natureza. As coisas distinguem-se uma das outras de acordo com a classe
específica. Desse modo, tem origem a boa fortuna e o infortúnio. Os fenômenos surgem do
céu, as formas surgem da terra. Assim, a mutação e a transformação se manifestam.
A reunião de duas partes opostas está em todos os fenômenos; olhar para o céu (alto),
olhar para terra (baixo), o quente, o frio, assim é o Yin e o Yang. O Yin corresponde à falta de
movimento e sua energia simboliza a terra; o Yang corresponde ao movimento e sua energia
simboliza o céu, portando, o Yin e Yang são os caminhos da terra. Bing Wang (2001, 49).
Bing Wang (2001, p. 49) declara: “O Yang puro é o céu, o Yin turvo é a terra. O QI
da terra sobe como nuvem, o QI do céu desce como chuva”.
Há um Yin, há um Yang, que se chama TAO. Todos os fenômenos do universo
encerram os dois aspectos opostos do Yin e do Yang, como o dia e a noite, o tempo claro, o
tempo sombrio, o calor e o frio, a atividade e o repouso. Tudo é constituído pelo movimento e
as transformações dos aspectos Yin e Yang.
O Yin e o Yang são as Leis gerais das transformações, das estruturas do mundo
material. A teoria do “Yin e Yang” permite classificar os fenômenos e as manifestações da
natureza:
a) Conforme os caracteres físicos o que é animado, em movimento, exterior,
ascendente, quente, luminoso, funcional, é Yang. O que está em repouso,
tranqüilo, interior, descendente, frio, sombrio, material, cujas funções decrescem ,
é Yin.
b) Conforme a natureza a manifestação: O céu é Yang, a terra é Yin. O céu está no
alto, assim é Yang, a terra está embaixo, assim é Yin. A água Yin, o fogo Yang, a
água é de natureza fria e escorre, assim é Yin, o fogo é de natureza quente suas
chamas se elevam, assim é Yang.
c) Conforme os movimentos: o que não se move é Yin, o que se move é Yang.
28
d) Conforme as três formações: o Yang muda-se em princípio, em QI; o Yin
transforma-se em forma, aparência.
Em relação à posição entre o Yin e o Yang, Bing Wang (2001, pag.160) diz: “O Yin
é mais forte, quando o Yang está doente, o Yang é mais forte quando o Yin está doente”.
Em um corpo humano em boa saúde, os dois aspectos opostos de Yin e Yang, não
coexistem de modo pacífico e sem relações de um sobre o outro, sendo contrário, elas se
afrontam e se repelem mutuamente. Porém, sua oposição cria um equilíbrio dinâmico, e
origina o desenvolvimento e a transformação dos objetos.
Na relação recíproca do Yin e do Yang, nenhum dos dois existe separadamente.
Logo: O alto é Yang, baixo é Yin. Se não houver o baixo não se pode falar do alto. A
esquerda é Yin, a direita é Yang, sem esquerda não se pode falar de direita e vice e versa.
Cada um a tem como condição de existência. Essa relação mútua é denominada
“Raiz recíproca”, Bing Wang (2001, p, 50) diz: “O Yin está no interior é o sustentador do
Yang que está no exterior, o Yang é o enviado do Yin”.
O Yin determina a matéria, portanto, a substância do corpo humano, que está no
interior. O Yang é a função, o que se manifesta externamente. O Yin é a base material da
capacidade de funcionar, o sustentador do Yang. O Yang é a manifestação do exterior, pode
ser chamado o enviado do Yin.
O Yin e o Yang não estão em repouso, mais estão sempre em movimento de
crescimento e de decrescimento recíproco. Quando o Yang decresce o Yin cresce e vice e
versa. As estações do ano é um exemplo dessa verificação.
No corpo humano para que a atividade física (atividade fisiológica), Yang se produza
é necessário consumir matéria nutritiva, Yin, em um processo de decrescimento do Yin e de
crescimento do Yang, inversamente o metabolismo de matéria nutritiva Yin, requer, para ser
realizada, a contribuição de certa energia Yang – seguindo o mecanismo em que o Yin cresce
e o Yang decresce. O excesso de um transforma-se no outro.
A elevação demasiada ou em declínio demasiado de um ou de outro aspecto, causa o
aparecimento de uma doença. Bing Wang (2001, pág. 50) diz: “O Yin exagerado deve tornase Yang, o Yang exagerado deve tornar-se Yin”. O frio no máximo produz o calor, o calor ao
máximo produz o frio.
Por exemplo, das doenças infecciosas que se prolongam ao calor extremo esgota o
Zheng Qi do organismo. Neste caso uma febre intensa e contínua, leva a temperatura do corpo
a baixar bruscamente; a tez de o rosto empalidecer; os membros tornam-se frios; o pulso fica
29
tênue como se fosse parar. Todos esses sintomas representam uma manifestação de frio Yin.
Isto denotada “uma passagem do Yang ao Yin”.
Com o aumento do Yang há excreção do Yin (urina abundante, transpiração, etc.).
Na medicina tradicional chinesa, utilizam-se duas propriedades:
- A oposição do Yin e do Yang;
- O crescimento e o decrescimento; sua relação recíproca.
Bing Wang (2001, p.162), relata: “o Yin é calmo, o Yang é controlado, o espírito
essencial pode então ser normal” (Iing Shen).
O princípio do Yin e do Yang está presente em todos os aspectos da teoria chinesa.
Segundo o Yin e o Yang, o corpo humano é um todo organizado. Logo, a parte alta
do corpo é Yang e a parte baixa é Yin.
A superfície do corpo pertence ao Yang, o interior ao Yin, a parte dorsal pertence ao
Yang e a parte ventral ao Yin. As cinco vísceras (FU) é Yang, e os cinco órgãos (Zang) e duas
funções (CS e TR) são Yin, porém se reclassificarmos o interior:
- ÓRGÃOS- C, P, R, F, BP são Yin (Zang);
- VÍSCERAS (FU)- ID, IG, B, VB, e E são Yang;
E as funções
-CS - Yin
- TR - Yang
Em relação à evolução das doenças a teoria Yin e Yang, explica: O aparecimento das
doenças é resultado do desequilíbrio relativo: uma subida acentuada ou um declínio acentuado
do Yin e do Yang. O equilíbrio relativo dos dois é condição fundamental da saúde. O
aparecimento das doenças está ligado a dois fatores:
1)
Fator de resistência à doença: energia de defesa (Wei QI) do homem;
2)
Energia Perversa (Xie Qi).
a) O reforço de um aspecto Yin ou Yang gera o enfraquecimento do outro. Por exemplo,
energia perversa: frio. (frio interno + frio externo); enfraquecimento do Yang interno;
b) A fraqueza constitucional do Yin ou do Yang, por exemplo, a deficiência (Xu),
acarreta o aumento relativo do outro. Logo, a fraqueza interna do Yang produz a
preponderância do Yin com aparecimento da síndrome: Frio. A diminuição do Yin
causará a supremacia do Yang acarretando a síndrome: Calor.
30
c) Fraqueza simultânea dos dois aspectos: o Yin é a base material do Yang, e o Yang a
causa do Yin. Um déficit do Yin acarretará a formação insuficiente de energia Yang, e
um déficit do Yang, uma baixa na produção de substância Yin.
3.4 AS ESTAÇÕES
Os chineses observaram o movimento aparente do sol em torno da terra. Com uma
vara posicionada no chão, através da evolução de sua sombra, foi possível determinar as
posições diferentes da terra em relação ao sol. Estas diferenças determinaram os solstícios e
os equinócios e, conseqüentemente as quatro estações do ano.
A este fenômeno, chamaremos de princípio quaternário, que se relacionam com as
quatro fases da vida do homem, os quatro pontos cardeais, as quatro fases do dia e as quatro
fases da lua.
Com a ajuda do “gnomom”, que consiste numa simples vara fincada no sola, cuja
sua sombra aumenta e diminui de tamanho em ciclos distintos. Isto significa que observam o
movimento aparente do sol em torno da terra e a evolução do tamanho da sombra que o sol
determina na vara, descobrindo os solstícios e os equinócios e, em conseqüência, as quatro
estações. (CORDEIRO, 2001)
31
Verão
Velho Yang
Céu
Primavera
Jovem Yang
Outono
Jovem Yin
Terra
Velho Yin
Inverno
.
linha do horizonte
gnomom
equinócio
de
primavera
solstício
de
verão
equinócio
de
outono
solstício
de
inverno
Fonte: CORDEIRO, A.T Acupuntura: Elementos Básicos. São Paulo: ed Polis, 2001, p. 53
Figura 6- Princípio Quaternário
32
A figura 7 mostra a representação dos Solstícios e Equinócios juntamente com a 5ª
Estação.
Solstício
de Verão
5ª Estação
5ª Estação
Equinócio
da Primavera
Equinócio
de Outono
5ª Estação
5ª Estação
Solstício
de Inverno
Fonte: AUTEROCHE, B.; Mainville, L;Solinas, H. Atlas de Acupuntura Chinesa: Meridianos e Colaterais São
Paulo: Andrei Editora, 2000. p. 46
Figura 7-As estações
33
12
11
13
10
14
09
15
08
Coração
Intestino
Delgado
Estômago
Baço
Pâncreas
16
07
17
Rim
Bexiga
06
18
Pulmão
Intestino
Grosso
05
Fígado
Vesícula
Biliar
04
19
Triplo
Aquecedor
CS
20
03
21
02
22
01
23
24
Fonte: AUTEROCHE, B.; Mainville, L;Solinas, H. Atlas de Acupuntura Chinesa: Meridianos e Colaterais São
Paulo: Andrei Editora, 2000. p .46
Figura 8- Ciclo diário do Yin-Yang
34
3.5 Os Cinco Elementos
Cordeiro (1994) revela que os quatro elementos da doutrina ocidental foram
encontrados no oriente sob a representação simbólica dos quatro bigramas, foi dinamizada no
Taoísmo dando origem à doutrina dos cinco elementos.
Na doutrina dos quatro elementos o elemento Terra está como ponto central, lugar de
transformação, para que os outros elementos aconteçam deve haver um lugar que se possa
engendrar, ou seja, a Terra, passando a ser descentralizada e sendo constituída como o quinto
elemento, posicionado entre o Fogo e o Metal. Dando origem ao modelo Pentagonal.
Fogo
Terra
Metal
Madeira
Água
Fonte: SILVA, D. F. Vasos maravilhosos. In: Instituto de Psicologia e Acupuntura Espaço Consciência. São
Paulo. Anotações de Darcio Henrique Lorenço sobre a aula. Material não publicado. 2006
Figura 9 – Representação dos Cinco elementos.
35
Os Cinco Elementos são a estrutura do universo, como se fossem “tijolos”, eles
estão presentes em todos os tipos de materiais e energias, incluindo-se o homem. Cada
elemento está ligado à natureza, macrocosmo; é simbolizado pelas estações do ano, o clima,
as cores, o sabor e as direções.
Sendo o homem o microcosmo, o seu organismo obedece as mesmas leis da
natureza, cada um dos elementos é simbolizado pelos órgãos e pelas vísceras, obedecendo as
mesmas leis naturais das energias Yin-Yang.
Os órgãos são: fígado, coração, baço pâncreas, pulmão, Circulação e Sexualidade,
rim. As vísceras são: vesícula biliar, intestino delgado, estômago, intestino grosso, bexiga,
Triplo Reaquecedor. As energias Yin-Yang, estão presentes no organismo humano,
considerando que para os órgãos ou tesouros a energia é Yin e para as vísceras ou oficinas a
energia é Yang.
Da concepção dos Cinco Elementos (madeira, fogo, terra, metal e água) se
estabelece um modo sistemático para interpretar o funcionamento do organismo humano.
As energias Yin-Yang devem estar distribuídas no pentagrama.
Fogo
Verão
Coração
ID
Terra
5ª Estação
B.P
Estomago
Madeira
Primavera
Fígado
Vesíc. Biliar
Água
Inverno
Rim
Bexiga
Metal
Outono
Pulmão
IG
Fonte: SILVA, D. F. Vasos maravilhosos. In: Instituto de Psicologia e Acupuntura Espaço Consciência. São
Paulo. Anotações de Darcio Henrique Lorenço sobre a aula. Material não publicado. 2006
Figura 10 - Os Cinco Elementos
36
3.5.1 Propriedade dos Elementos:
Madeira: Primavera, nascimento, energia vital aumenta, da produção, movimento,
flexibilidade, crescimento, ocupação de espaço, abrir caminho para obter lugar ao sol, como
uma árvore que brota na primavera. Breves, (2001)
Sua cor é verde, sabor azedo, direção leste, clima vento, estação primavera, órgão:
fígado: víscera vesícula biliar.
Fogo: Verão, inflamação para o alto, energia vital é alta como o sol do meio dia de
verão, irradia luz e calor em todas as direções. A semente que se transformou em planta na
primavera já solta botões, flores e frutos.
Sua cor é vermelho, sabor amargo, direção: sul, o clima: calor, estação: verão, órgão
coração, víscera: intestino delgado. Breves, (2001)
Terra: Quinta estação, desenvolvimento e transformação, a energia vital fica estável,
concentrada, é da terra que vem a força e o sustento para logo voltar ao movimento.
Sua cor é amarelo, sabor: doce, direção: centro, clima: úmido, estação: quinta, órgão:
baço- pâncreas, víscera: estômago. Breves, (2001)
Metal: Outono, as folhas caem e os últimos frutos são colhidos e armazenados para
garantir o sustento no inverno, a energia vital é descendente, pesada, pura e robusta, é a
maturidade do crepúsculo.
Sua cor é branco, sabor: apimentado, clima: seco, direção: oeste, estação: outono,
órgão: pulmão, víscera: intestino grosso. Breves, (2001)
Água: Inverno, frio úmido, energia vital fluídica, latente e inerte. O momento de
espera para nascer, as sementes repousam aguardando quietas o momento de brotar.
Sua cor é preto, sabor: salgado, direção: norte, clima: frio, estação: inverno, órgão:
rim, víscera: bexiga. Breves, (2001)
Assim, é possível estabelecer uma relação dos Cinco Elementos com as forças
naturais e também com o Homem, como mostrado nas tabelas a seguir:
Na Natureza:
37
Tabela 1 – Relação dos Cinco Elementos com as forças naturais.
Cinco
Direção
Estação
Fator Clima
Cor
Sabor
Madeira
Leste
Primavera
Vento
Verde
Azedo
Fogo
Sul
Verão
Calor
Vermelho
Amargo
Terra
Centro
Úmido
Amarelo
Doce
Metal
Oeste
Outono
Seco
Branco
Apimentado
Água
Norte
Inverno
Frio
Preto
Salgado
Elementos
Inicio e Fim
de Verão
Fonte: SILVA, D. F. Vasos maravilhosos. In: Instituto de Psicologia e Acupuntura Espaço Consciência. São
Paulo. Anotações de Darcio Henrique Lorenço sobre a aula. Material não publicado. 2006.
No Homem:
Cinco
Elementos
Tabela 2 - Relação dos Cinco Elementos com o Homem.
Órgãos
Órgãos
do
Emoção
Som
Emoção
Olhos
Zanga
Grito
Azedo
Língua
Alegria
Riso
Amargo
Estomago
Boca
Pensamento
Canto
Doce
Preocupação Choro
Sentido
Madeira
Fígado
Fogo
Coração
Terra
Vísceras
Baço
Pâncreas
Vesícula Biliar
Intestino
Delgado
Metal
Pulmão
Intestino Grosso
Nariz
Água
Rins
Bexiga
Ouvidos
Medo
Gemido
Apimentado
Salgado
Fonte: SILVA, D. F. Vasos maravilhosos. In: Instituto de Psicologia e Acupuntura Espaço Consciência. São
Paulo. Anotações de Darcio Henrique Lorenço sobre a aula. Material não publicado. 2006.
38
Tabela 3 – Correspondência dos Elementos.
Elemento
Madeira
Fogo
Terra
Metal
Água
Planeta
Direção
Júpter
Leste
Marte
Sul
Saturno
Centro
Vênus
Oeste
Mercúrio
Norte
Horário
Das 23 as 3h
Das 11 as 15 e
das 19 as 23 h
Das 7 as 11 h
Das 3 as 7 h
Das 15 as 19 h
Período
Madrugada
Meio dia
Anoitecer
Noite
Estação
Órgão
Primavera
Fígado
Vesícula biliar
Outono
Pulmão
Intestino
grosso
Inverno
Rins
Vísceras
Verão
Coração
Intestino
delgado
Começo da
tarde
Quinta estação
Baço
Estômago
Bexiga
Pituitária
(hipófise)
Timo
Tireóide
Adrenais
Clima perverso
Cor
Nota musical
Som
Número
Gônadas
(testículos e
ovários)
Vento
Verde
Mi
Estridente
8
Calor
Vermelho
Fá
Riso
7
Umidade
Amarelo
Dó
Canto
5
Frio
Negro
Sol
Gemido
6
Enfermidade
Cabeça
Vasos
Língua
Orifício
Sentido
Olhos
Visão
Língua
Palavra
Boca
Paladar
Secura
Branco
Ré
Choro
9
Ombro e
Costas
Nariz
Olfato
Nutre a
Unhas e
Tendões
Pulso e Tez
Músculos e
Lábios
Pele e Pêlos
Humor
Sabor
Odor
Aspectos
psíquicos
Valores
psíquicos
Lágrimas
Ácido
Putrefato
Suor
Amargo
Queimado
Saliva
Doce
Perfume
Muco
Picante
Pútrido
Orelha
Audição
Ossos,
Cabelos e
Medulas
Cuspe
Salgado
Rançoso
Hun
Shin
I
Pó
Tsching
Espírito
Consciência
Idéias
Espírito animal
Vontade e
ambição
Emoções
Cólera
Alegria
Obsessão e
ansiedade
Tristeza
Medo
Sangue
Psíquica
Física
Vital
Vontade
Grito
Riso
Sorgo,
Carneiro
Canto
Soluço
Gemido
Painço, Vaca
Arroz, Cavalo
Fava, Porco
Abuso da
posição
sentada
Abuso da
posição
recostada
Abuso da
posição parada
Glândulas
endócrinas
Energia
Dinâmica
Expressão
Alimentos
Trigo, Galo
Esforço
excessivo
Abuso ocular
Abuso no
caminhar
Ossos
Fonte: CORDEIRO, A.T Acupuntura: Elementos Básicos. São Paulo: ed Polis, 2001, p 73
39
3.5.2 Interação e Equilíbrio dos Cinco Elementos e as Forças de Oposição
Deve haver interação e equilíbrio entre os Cinco Elementos e para que isto ocorra, há
uma energia circular no sentido horário denominado: geração ou ciclo que gera. O “QI” é a
energia que possibilita o ciclo de geração como energia pura ou vital. Entende-se que, em
cada elemento, existe energia Yin e Yang e no ciclo de geração dos elementos, também estão
presente às mesmas energias.
Os alimentos consumidos da mãe terra (Yin), a luz do sol e o ar inspirado do pai céu
(Yang), nutrem a energia pura o “QI”, que é transformada, no homem, em energia iong. Toda
a geração deve ser controlada para que possa interagir e manter o equilíbrio e, para que isto
aconteça, existe o ciclo de inibição.
Na natureza, o lapso das quatro estações e as alterações dos Cinco Elementos,
produzem as cinco energias - frio, calor, secura, umidade, vento – a fim de promover
o nascimento, o crescimento, a colheita e o armazenamento de todas as coisas. Já
que a natureza e o homem se combinam numa só, há uma correspondência dos
Cinco Elementos para o homem. As cinco vísceras do homem produzem as cinco
energias que surgem respectivamente como: excesso de alegria, raiva, melancolia,
ansiedade, e terror (BING WANG, 2001, p. 52).
O objetivo supremo da vida é alcançar o mais alto grau de desenvolvimento e
virtude, transformar em ação o que o homem leva dentro de si. Para que isso seja possível, seu
instrumento é o corpo, constituído em meio e fim para se alcançar o TAO.
Os elementos do pentagrama devem manter o equilíbrio assim como as energias YinYang. Se houver falha no equilíbrio de uma função do órgão ou da víscera, isso afetará a
função seguinte ou outra função, fazendo com que haja aumento ou sobrecarga das energias,
ou diminuição das energias das funções dos elementos.
Para se garantir o equilíbrio há duas forças: energia geradora e a energia dominadora,
denominadas ciclos. O ciclo de geração ou produção (Sheng) e o ciclo de inibição ou
contenção (ko).
É importante ressaltar que cada órgão está relacionado com uma víscera e com
energia Yin-Yang, assim como cada elemento ou função está relacionado com o outro nos
ciclos Sheng e ko. Os órgãos também são chamados de tesouros, são aqueles que guardam a
essência das energias.
As vísceras são chamadas de oficinas, onde são transformadas as energias. Os Cinco
Elementos da natureza estão relacionados com os órgãos (Yang) e as vísceras (Yin), como
demonstrados na tabela a seguir:
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Tabela 4 - Relação dos Cinco Elementos com as funções Yin-Yang.
Elemento
Função (yin)
Função (yang)
Fogo
Coração
Intestino delgado
Terra
Baço / Pâncreas
Estômago
Metal
Pulmão
Intestino grosso
Água
Rim
Bexiga
Madeira
Fígado
Vesícula Biliar
Fonte: SILVA, D. F. In: Instituto de Psicologia e Acupuntura Espaço Consciência. São Paulo. Anotações de
Darcio Henrique Lorenço sobre a aula. Material não publicado. 2006.
Existem dois ciclos de energia, o Ciclo geração (Sheng) e o Ciclo inibição (Ko):
Ciclo geração (Sheng): Noção de geração ou produção gira no sentido horário,
também pode chamá-los, de relação mãe e filho. Madeira: gera fogo; fogo gera terra; terra
gera metal; metal gera água, e água gera madeira. (CORDEIRO, 2001)
Madeira por combustão gera e/ou controla fogo, as cinzas vão para a terra, a terra
produz metais e rochas, de onde brotam fontes de água e a água gera vida aos vegetais,
gerando a madeira.
Ciclo inibição (Ko): Noção de inibição, contenção, controle, move-se em direções
opostas, também, podemos chamá-lo de relação esposo e esposa. A madeira inibe a terra; a
terra inibe a água; a água inibe o fogo; o fogo inibe o metal, e o metal inibe a madeira.
(CORDEIRO, 2001). Metal corta a madeira e a rocha e, metais e madeira no solo impedem o
crescimento das raízes das árvores e, as árvores, absorvem nutrientes da terra, empobrecendoa e, as raízes das árvores quando muito longas, perfuram e racham a terra. A terra impede que
a água se espalhe e absorve água, inibe e apaga o fogo. O fogo inibe ou derrete o metal.
Ressalta-se que o ciclo de geração (Sheng) sem o ciclo inibição (Ko), irá produzir
somente geração sem controle, e a geração aumenta de forma desenfreada, por tal motivo o
ciclo inibição (Ko) existe para equilibrar os elementos do ciclo Sheng. Os ciclos Sheng e Ko,
são inseparáveis, e somente assim mantém o pentagrama em equilíbrio. (CORDEIRO, 2001)
Existem situações, em que uma função do elemento domina o outro de modo
excessivo ou de maneira enfraquecida. Existem situações, onde a inibição ou controle é
excessivamente forte e pode causar o enfraquecimento de outra função.
Existem outras situações que a dominação é mutua. Existem situações em que a
função dominada passa a dominar, contra dominação. Portanto, quando houver excesso de
geração, ou de dominação, ou contra dominação, isso causa desequilíbrio de ordem energética
no organismo humano.
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Na figura abaixo está representado o ciclo de geração e inibição
ID
TR
FOGO
CS
C
VB
MADEIRA
F
E
TERRA
BP
B
ÁGUA
R
IG
METAL
P
Legenda:
Ciclo de Geração ou Produção (Sheng)
Ciclo de Inibição (Ko)
Fonte: CORDEIRO, A.T Acupuntura: Elementos Básicos. São Paulo: ed Polis, 2001, p 54
Figura 11 – Representação do Ciclo de Geração (Sheng) e Inibição (Ko).
A importância do pentagrama é fundamental para o terapeuta de acupuntura aplicar
no diagnóstico de seu paciente, facilitando a compreensão de como estão organizadas as
energias naquele organismo, para que seja promovido o equilíbrio da pessoa a ser tratada.
Esta é a maneira de recuperar a condição de equilíbrio das energias Yin e Yang; tanto quanto
o equilíbrio das funções de cada elemento, canalizando as energias de maneira apropriada
para que seja restabelecida a condição saudável do organismo.
42
3.6 Os Vasos Maravilhosos
Os Meridianos de Circulação; os Meridianos Ligamentários; os Meridianos
Distintos; os Meridianos de passagem LOs e os Meridianos Principais, conduzem energias
continuamente.
Os Vasos Maravilhosos, também chamados os Meridianos Extraordinários ou
Meridianos Curiosos, não são como os outros meridianos e sim como se fossem meridianos
virtuais que só se fazem manifestar nos estados de patologia.
Os transtornos da circulação da energia que não são absorvidos se drenam através
dos Vasos Maravilhosos correspondentes, ou seja, o desequilíbrio energético da circulação é
equalizado através dos Vasos Maravilhosos correspondentes.
Os Meridianos da Grande Circulação têm pontos de Sedação, Fonte e Tonificação.
Os Vasos Maravilhosos têm somente pontos de abertura, que podem ser chamados de pontos
mestre, que abrem os Vasos para reconectarem-se com os Meridianos da Grande Circulação.
O ponto de abertura ou ponto mestre será chamado de ponto de comando para o Vaso
Maravilhoso. Entretanto os vasos maravilhosos possuem diversos pontos dentro do seu
trajeto, esses pontos não são próprios, são pontos dos meridianos principais.
Os Vasos Maravilhosos não tem pontos próprios, estes estão distribuídos em pontos
que correspondem a outros pontos dos meridianos, que se pontuados de maneira correta,
mobilizam energias que circularão nos Vasos Maravilhosos. Dizemos que é uma correlação
virtual, mas também se distribuem bilateralmente, exceto para o chamado Tou-Mo e Jenn-Mo.
Indada (2000), em seu livro “Vasos Maravilhosos e Cronoacupuntura” escreveu: o
“Qi” circula dentro dos doze canais de energia, como a água do rio que corre ao longo do seu
leito. Em época de chuvas abundantes, a água do rio pode transbordar e inundar os vales,
formando lagos. Durante a estiagem, a água acumulada no lago pode abastecer o leito do rio.
Na 27ª questão de dificuldades do Nan-Ching está escrito que os sábios da Antigüidade
construíram diques e reservatórios para acumular as águas nos casos de chuvas abundantes.
Em linguagem figurada, os rios correspondem aos canais principais de energias' e os lagos
correspondem aos Vasos Maravilhosos. Assim, os Vasos Maravilhosos (Gk Jing Ba Mai)
funcionam como um reservatório de energia e devem ser utilizados principalmente nos casos
em que há deficiência de energia nos Canais Principais.
Os Oito Vasos Maravilhosos encerram energias nutritivas (Yong); de defesa (Wei) e
ancestral e irrigam os espaços compreendidos entre os canais principais de energia (Man-
43
Ching, 30ª questão). Destes oito, especialmente o Ren Mai, Du Mai e Chong Mai controlam a
circulação de energia de defesa Wei do corpo. Assim sendo, contribuem para a prevenção de
doenças. A energia de defesa é responsável pela abertura e fechamento dos poros.
Entendemos que a energia de defesa “Wei Qi”, também é responsável pela abertura e
fechamento dos poros, porque se estiverem relaxados abrem e fecham aleatoriamente, ou se
ficarem abertos ou fechados, isto sugere um desequilíbrio da energia Qi, e consequentemente
a energia Wei Qi esta deficiente.
Dos Oito Vasos Maravilhosos, sete apresentam trajeto vertical ao longo do corpo e
apenas um circula horizontalmente à cintura, por isso é denominado Vaso Cintura ou Du Mai.
Os sete Vasos estão distribuídos na frente, nos lados e atrás do corpo:
 Frente: Ren Mai, Chong Mai, Yin Qiao Mai e Yin Wei Mai.
 Lado: Yang Qiao Mai e Yang Wei Mai.
 Atrás: Du Mai.
Com exceção de Ren Mai e Du Mai, que possuem os acupontos próprios, os demais,
não os possuem, utilizando os acupontos dos canais principais de energia.
Os Vasos Maravilhosos não foram descritos como tendo uma circulação energética
como nos canais principais. “Maravilhosos” é o nome justo e, Extraordinário é o mais correto.
Para tentar entende-los é necessário ler e rever os comentários das questões difíceis do NanChing “refletir” (TETSUO INADA, 2000).
Os Vasos Maravilhosos são em número de oito, sendo 4 de natureza Yang e 4 de
natureza Yin e se distribuem em pares.
1 – Os quatro Vasos Maravilhosos Yin
a) Tchrong-Mo
Ponto Mestre: 4 BP (Kong-Soun)
b) Inn-Oe
Ponto Mestre: 6 CS. (Nei-Koann)
c) Jenn-Mo
Ponto Mestre: 7 P (Lie-Tsfue)
d) Yin Tshao-Mo
Ponto Mestre: 6 R (Tchao-Bae)
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2- Os quatro Vasos Maravilhosos Yang
a) Tae-Mo (Vaso da Cintura)
Ponto Mestre: 41 VB (Linn-Trsi)
b) Iang-OE (Vaso Conservador dos Iang)
Ponto Mestre: 5 TR (Oae-Zoann)
c) Tou-Mo (Vaso Governador)
Ponto Mestre: 3 iD (Reou-Tsri)
d) Iang-Tshao-Mo (Vaso Acelerador dos Iang)
Ponto Mestre: 62 V (Chenn-Mo)
O Vaso concepção (Jenn–Mo) e o Vaso governador (Tou–Mo) são encontrados
também como meridianos da pequena circulação, no entanto fazem parte dos Vasos
Maravilhosos. Os Vasos Yin e os Vasos Yang, se agrupam em pares, a seguir:
PRIMEIRO PAR:
1. Tchrong-Mo (4 BP) (Vaso Desobstructor)
2. Yin-Oe (6 CS) (Vaso Conservador dos Yin)
SEGUNDO PAR:
1. Tae-Mo (41 VB) (Vaso Cintura)
2. Yang-Oe (5 TR) (Vaso Conservador dos Yang)
TERCEIRO PAR:
1. Tou-Mo (3 iD) (Vaso Governador)
2. Yang-Tsiao-Mo (62B) ( Vaso Acelerador dos Yang)
QUARTO PAR:
l. Jenn-Mo (7 P) (Vaso da Concepção)
2.Yin- Tsiao-Mo (6 R) (Vaso Acelerador dos Inn)
Relembrando o que disse Fo Hi (FUXI): Céu – Homem – Terra, a energia do céu
descende para Terra; a energia da Terra ascende para o céu, sendo energias Yang e energias
Yin respectivamente. Entre o Céu e a Terra está o Ser Humano (homem) por onde passa estas
energias e este a transforma em energia YONG para si e seu corpo, estas energias devem estar
em equilíbrio, não de forma estática, inerte, mas fluindo permanentemente.
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EQUILÍBRIO
Fonte: SILVA, D. F. In: Instituto de Psicologia e Acupuntura Espaço Consciência. São Paulo. Anotações de
Darcio Henrique Lorenço sobre a aula. Material não publicado. 2006.
Ao nascer trazemos um fator hereditário, em termos energéticos, pode-se chamar
esse fator hereditário de energia ancestral, que deve ser interpretada, além da hereditariedade
dos genitores. Todos os seres que nascem estão comprometidos com uma evolução que, na
verdade, não significa melhor nem pior, nem bom nem mal, mas sim a evolução de cada um.
O homem já nasce com uma reserva dessa energia que é consumida, gradativamente,
através dos anos da vida. (INADA, 2000, p.55)
O homem transforma as energias Yang do Céu e Yin da Terra em energia nutridora
“Yong”. Pode-se dizer que na transformação da energia Yang, que vem do ar que respiramos
mais a energia Yin dos alimentos, que ingerimos, é utilizada uma pequena parte da energia
ancestral (INADA,2000, p.55).
Neste sentido observamos que todas as impurezas que ingerimos, tanto pelo ar como
pelos alimentos, irão interferir na energia transformadora Yong, logo poderá ser necessária
mais energia ancestral para a sobrevivência. Podemos imaginar que se fossem tiradas as
energias transformadoras do ar seriam mais adequadas.
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Oito Vasos Maravilhosos contém neles energias nutritivas Yong, energia de defesa
Wei e energia ancestral, que irrigam os espaços compreendidos entre os canais principais de
energia. Os oito Vasos irrigam energia ancestral para todo o corpo.
Wan Nghi, uma refêrencia na acupuntura do ocidente, afirma:
Os Vasos Maravilhosos são condutores que transportam energia ancestral dos rins
para as diferentes partes do corpo e também para os meridianos principais,
recebendo energia nutridora (Yong) e Wei (defensiva) de sorte que tanto nos
meridianos como fora deles, na superfície e no aprofundamento, nos órgãos e
vísceras as energias circulam sem parar, que são três energias Oe – Yong, ancestral.
Os Vasos Maravilhosos tem como função irrigar os espaços compreendidos entre os
Meridianos Principais. Transporta energia ancestral do rim para todo o corpo em
oito canais. (INDADA, 2000, p.55)
A “principal função destes meridianos consiste em regularizar a circulação do “QI” e
do “XUE” nos 12 meridianos”. “Pega água suja e devolve água limpa”. Os 360 pontos estão a
mando dos 60 pontos Su antigos e esses 66 pontos Su antigos estão a mando dos oito Vasos e,
por isso, são chamados de Vasos Maravilhosos.
A energia ancestral e os Vasos Maravilhosos são como se fossem pontos cardeais e
que ficam abertos de duas em duas horas, (método da Tartaruga Sagrada), sendo que de duas
em duas horas um vaso se abre e a energia ancestral banha a região correspondente. Por duas
horas os Vasos Maravilhosos se abre e banha o corpo, depois volta e fecha, depois vai para
outra região, banha, volta e fecha.
3.7 Canais e Sistemas
Uma das principais funções dos Sistemas Internos consiste em assegurar a produção,
manutenção, abastecimento, transformação e movimento das Substâncias Vitais. Cada uma
destas Substâncias Vitais – Qi, Sangue (Xue), Essência (Jing) e Fluídos Corpóreos (Jin-Ye)
está relacionada a um ou mais desses Sistemas como segue:
 Coração (Xin) governa o Sangue (Xue);
 Fígado (Gan) armazena o Sangue (Xue);
 Pulmão (Feí) governa o Qi e influencia os Fluídos Corpóreos (Jin-Ye);
 Baço (Pí) governa o Qi dos alimentos, mantém o Sangue (Xue) e influencia os Fluídos
Corpóreos (Jin-Ye);
 Rim (Shen) armazena a Essência (Jing) e influencia os Fluídos Corpóreos (Jin-Ye).
47
Cada Sistema influencia um dos tecidos do organismo: isto significa que há um
relacionamento funcional entre certos tecidos e cada sistema, de maneira que o estado do
sistema pode ser deduzido pela observação do tecido a ele relacionado. Desta forma, o
Coração (Xin) controla os Vasos Sangüíneos (Xue Maí) e manifesta-se no aspecto; o Fígado
(Gan) controla os tendões e manifesta-se nas unhas; o Pulmão (Feí) controla a pele e
manifesta-se nos pêlos do corpo; o Baço (Pí) controla os músculos e manifesta-se nos lábios,
o Rim (Shen) controla os ossos e manifesta-se no cabelo. (BING Wang 2001)
Da mesma forma, cada sistema está relacionado a um dos órgãos dos sentidos.
Assim, a saúde e a acuidade de um determinado órgão do sentido dependem da nutrição do
sistema interno. O Coração (Xin) controla a língua e o paladar, o Fígado (Gan) controla os
olhos e a visão, o Pulmão (Feí) controlam o nariz e o olfato, o Baço (Pí) controla a boca e o
paladar e o Rim (Shen) controla o ouvido e a audição.
Outro aspecto de relevância da Teoria Chinesa dos Sistemas Internos que ilustra a
unidade do corpo e da mente na Medicina Chinesa é a relação dos Sistemas Internos com as
emoções. O mesmo Qi que é a base de todos os processos fisiológicos, também o é para os
processos mentais, emocionais, uma vez que o Qi existe em diversos estados de refinamento.
Ao contrário do pensamento ocidental que atribui os processos mentais ao cérebro, a
Medicina Chinesa propõe que eles são partes da esfera de ações dos Sistemas Internos, a
relação entre cada sistema e uma emoção em particular é mútua, o estado do sistema afetará
as emoções e vice e versa.(BREVES, 2001)
Portanto, o Coração (Xin) relaciona-se à alegria, o Fígado (Gan) à fúria, o Pulmão
(Feí) à tristeza, o Baço (Pí) à preocupação e ao pensamento, e o Rim (Shen) ao medo. Estas
emoções, somente se tornam uma causa de desequilíbrio quando são excessivas e
prolongadas. Por meio do tratamento de um sistema específico, podemos influenciar na
respectiva emoção relacionada. (BREVES, 2001)
Outro ponto que a Teoria dos Sistemas Internos considera é a relação com o clima. O
calor influencia o Coração (Xin; o vento influencia o Fígado (Gan); a secura influencia o
Pulmão (Feí); a umidade influencia o Baço (Pí), e o frio influencia o Rim (Shen).
De acordo com Ross (1994), há dois tipos de Sistemas Internos – Yin (chamado
Zang) e Yang (chamado Fu). O nome chinês para os Sistemas Internos é Zang-fu.
Os Cinco Sistemas Yin estocam a essência Jin e o Qi, mas não excretam: podem
estar completos, mas não em excesso. Os Seis Sistemas Yang transformam e digerem, mas
não estocam: podem estar em excesso, mas não completos. De fato, após os alimentos terem
48
adentrado a boca, o estômago está repleto e os intestinos vazios. Quando os alimentos
descem, os intestinos estão repletos e o estômago vazio.
Assim, os sistemas Yin estocam as Substâncias Vitais – Sangue (Xue), Essência
(Jing) e Fluídos Corpóreos (Jin Ye). Eles somente estocam substâncias refinadas e puras que
recebem dos sistemas Yang após a transformação dos alimentos.
Os sistemas Yang, ao contrário, não estocam, entretanto, estão constantemente
repletos e vazios. Transformam e refinam os alimentos e os líquidos para extrair as Essências
(Jin) puras que serão armazenadas pelos sistemas Yin. Assim como realiza o processo de
transformação, os sistemas Yang também excretam produtos decompostos. A Essência Jin dos
sistemas Yang consiste, portanto em receber, mover, transformar, digerir e excretar.
(BREVES, 2001)
As funções dos sistemas Yang são freqüentemente resumidas em duas palavras:
Chuan e Xing, que significam transmitir e mover pelo fato de estarem constantemente
recebendo. Talvez por causa deste constante movimento.
O relacionamento entre os sistemas Yin e Yang é de caráter estrutural-funcional, os
sistemas Yin correspondem à estrutura, ao armazenamento das Substâncias Vitais, enquanto
os sistemas Yang correspondem à função. A estrutura e a função são interdependentes e podese observar cada sistema Yang como um aspecto funcional do seu sistema Yin
correspondente. Por exemplo, pode-se observar a Vesícula Biliar (Dan) como um aspecto
funcional do Fígado (Gan). Embora o Yin e o Yang possam ser vistos como uma unidade, o
Fígado (Gan) é uma estrutura e a Vesícula Biliar (Dan) a sua expressão funcional. Essa visão
do relacionamento entre os sistemas Yin e Yang são particularmente útil no diagnóstico do
pulso, que pode ser mais significativo para observar cada posição do pulso no nível superficial
como um aspecto funcional do sistema Yin relevante, em vez de considerar cada uma das
doze posições do pulso individual e isoladamente.
Na Teoria Chinesa dos Sistemas, os sistemas Yin são o centro: são mais importantes
que os sistemas Yang em termos de patologia e fisiologia, pois estocam todas as Substâncias
Vitais, enquanto os sistemas Yang são o seu aspecto funcional. Por esta razão, o principal
foco de atenção está sob os sistemas Yin. Todavia, deve-se enfatizar que a prioridade dos
sistemas Yin sob os sistemas Yang não está refletida na Teoria dos Meridianos: a partir da
perspectiva da acupuntura os quatorze meridianos são igualmente importantes.
Há doze sistemas: seis Yin e seis Yang:
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Tabela 5 – Sistemas Yin e Yang
Sistemas Yin
Sistemas Yang
Coração (Xin)
Intestino Delgado (Xiaochang)
Fígado (Gan)
Vesícula Biliar (Dan)
Pulmão (Fei)
Intestino Grosso (Dachang)
Baço (Pí)
Estômago (Wei)
Rim (Shen)
Bexiga (Pangguang)
Circ e Sexualidade (Ximbao) Triplo Aquecedor (Sanjiao)
Fonte: AUTEROCHE, B.; NAVAITH, P. O Diagnóstico na Medicina Chinesa. São Paulo: Andrei Ed, 1992,
p.129
Huang Di, ou Imperador Amarelo, é visto geralmente como o ancestral do povo
chinês. Entre suas várias contribuições importantes ao povo chinês, um exemplo marcante é a
compilação do clássico de medicina interna, Huang Di Nei Jing, ou Clássico de Medicina do
Imperador Amarelo. Conta à lenda, que ele viveu até a idade avançada de 117 anos e
permaneceu no trono durante um século. Por praticar a política da benevolência, os
funcionários e o povo estavam sempre bem, e o país gozava de abundância e prosperidade.
No Clássico de Medicina Chinesa do Imperador Amarelo, de (BING WANG, 2001),
os órgãos do corpo humano são denominados de “Os 12 Funcionários”. Os aspectos de cada
um destes órgãos ou sistemas serão discutidos mais detalhadamente a seguir.
 Coração: Órgão com a função de Monarca.
 Pulmão: Órgão com a função de Primeiro ministro;
 Fígado: Órgão com a função de General;
 Vesícula Biliar: Órgão com a função de Juiz;
 Estômago/Baço-Pâncreas: Órgão com a função de administrar os celeiros públicos;
 Intestino grosso: Órgão com a função de notário;
 Intestino Delgado: Órgão com a função de receber subvenções;
 Rim: Órgão com a função de Ministro do trabalho;
 Bexiga: Órgão com a função de Administrador local.
 Além disso, existem três aquecedores: TR Superior, TR Médio e TR Inferior.
Segundo Maciocia (1996) cada sistema Yin e Yang possui um meridiano
correspondente, e está associado ao seu elemento natural correspondente. Os itens dispostos
nas tabelas abaixo descrevem cada meridiano correspondente a cada sistema.
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 Pulmão, (Chao Tae Inn ou Shou Tai Yin do Pulmão).
Entidade: Pro
Órgão (Zang): Pulmão
Víscera (Fu): Intestino Grosso
Manifestação externa: pele e pêlos
Abertura: nariz
Horário máximo de circulação de Qi: das 3 às 5 horas
Cor: branca
Elemento: Metal
Sabor: picante (pungente)
Estação: Outono
Gera, produz: Água.
É controlado por: Fogo
Atitude: introspecção, acúmulo, instinto, reflexo.
Emoção: tristeza
 Funções do sistema Pulmão (meridiano)
Governar o Qi e a respiração
Controlar os meridianos e os Vasos Sangüíneos
Controlar a dispersão e a descendência
Regular a passagem das águas
Controlar a pele e os pêlos corpóreos
Abrir-se no nariz
Abrigar a Alma Corpórea
Ação sobre a função cardíaca
Ação sobre a laringe e a voz.
 Baço Pâncreas (Tso Tae Inn ou Zu Tai Yin do Baço Pâncreas)
Entidade I
Órgão (Zang): Baço/ Pâncreas
Víscera (Fu): Estômago
Elemento: Terra
Manifestação externa: lábios
Abertura: boca
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Horário máximo de circulação de Qi: das 9 às 11 horas
Cor: amarela
Elemento: Terra
Sabor: doce
Estação: 5ª estação (verão tardio)
Gera/produz: Metal
É controlado por: Madeira
Atitude: reflexão, introversão, comedimento.
Emoção: preocupação
Fatores de adoecimento: pensamentos repetitivos, excesso de trabalho, ambientes úmidos e
frios, alimentação desregrada, perda de sangue.
Quanto aos estados de Vazio e Plenitude:
Qi do Baço em estado de Vazio manifesta-se por depressão, astenia mental.
Qi do baço em estado de Plenitude manifesta-se por obsessão, idéia fixa.
 Funções do sistema Baço Pâncreas
Governar a transformação e o transporte
Controlar o sangue (mantém o sangue no sistema vascular)
Controlar os músculos e os quatro membros
Abrir-se na boca e manifestar-se nos lábios
Controlar a “ascendência do Qi”
Abrigar o pensamento
Extrair o Qi dos alimentos
Separar as partes puras das impuras
Está relacionado com a forma.
 Rim (Shen)
Entidade: Tche
Órgão (Zang): Rim
Víscera (Fu): Bexiga
Manifestação externa: nos cabelos
Abertura: Abri-se nos ouvidos.
Manifesta: Manifesta-se nos cabelos.
Horário máximo de circulação de Qi: das 17 às 19h horas
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Cor: Preto
Sabor: Salgado
Estação: Inverno
Gera/produz: Madeira
É controlado por: Metal
Atitude: Vontade
Emoção: Medo
Fatores de adoecimento: Baixa energia vital, não ter vontade, problemas no desenvolvimento
orgânico.
Quanto aos estados de Vazio e Plenitude:
Qi do Rim em estado de Vazio, manifesta-se por indecisão e apreensão.
Qi do Rim em estado de Plenitude, manifesta-se por autoritarismo e extravagância.
 Funções do sistema Rim
Armazenar a Essência (Jing) e governar o nascimento, crescimento, reprodução e
desenvolvimento.
Produzir a Medula, abastecer o cérebro e controlar os ossos.
Governar a Água.
Controlar a recepção do QI
Abrir-se nos ouvidos
Manifesta-se no cabelo
Controla os dois orifícios inferiores
Abriga a força de vontade
 Coração (Chem)
Entidade: Chenn
Órgão (Zang): Coração
Víscera (Fu): Intestino Delgado
Manifestação externa: Na face
Abertura: Abre-se na língua
Manifesta: Manifesta-se nos olhos, (onde se exterioriza o Shen)
Horário máximo de circulação de Qi: das 11h às 13 horas
Cor: Vermelho
Elemento: Fogo
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Sabor: Amargo
Estação: verão
Gera/produz: Calor
É controlado por: Água
Atitude: Emoção
Emoção: Alegria
Fatores de adoecimento: “calor severo”
Quanto aos estados de Vazio e Plenitude:
O Qi do Coração em estado de Vazio, manifesta-se por choros.
O Qi do Rim em estado de Plenitude, manifesta-se por risos ininterruptos.
 Funções do sistema Coração
Governar o Sangue (Xue)
Controlar os Vasos Sangüíneos (xue Mai)
Manifesta-se na Compleição
Abrigar a Mente
Abrir-se na Língua
Controlar a Sudorese.
 Fígado (Gan)
Órgão (Zang): Fígado
Víscera (Fu): Vesícula Biliar
Manifestação externa: Nas Unhas
Abertura: Nos olhos
Horário máximo de circulação de Qi: da 1 às 3 horas
Cor: Verde
Elemento: Madeira
Sabor: Azedo
Estação: Primavera
Gera/produz: Fogo
É controlado por: Metal (Pulmão)
Atitude: Resolução Direção, Planejamento.
Emoção: Raiva; Fúria; Irritabilidade.
Fatores de adoecimento: Vento, problemas nas articulações e músculo.
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Quanto aos estados de Vazio e Plenitude:
Qi do Fígado em estado de Vazio, manifesta-se por medo.
Qi do Fígado em estado de Plenitude, manifesta-se por raiva.
 Funções do Fígado (Gan)
Armazenar o Sangue (Xue)
Assegurar o Fluxo Suave do QI
Controlar os Tendões
Manifesta-se nas Unhas
Abri-se nos Olhos
Abriga a Alma Etérea
 Circulação e Sexualidade – Shou Jue Yin
Pericárdio Membrana que reveste o Coração. Mestre do Coração.
O CS está intimamente relacionado ao Coração.
A visão tradicional do CS consiste no fato de que ele funciona como uma cobertura externa
do C, protegendo-o dos ataques dos fatores patogênicos externos.
O CS é um embaixador, sendo que desta deriva a alegria e a felicidade.
O Imperador Amarelo refere-se ao CS como sendo o centro do tórax. O C e o CS
influenciam as relações das pessoas umas com as outras. Os pontos sobre o seu meridiano são
usados para tratar alterações emocionais causadas por dificuldades de relacionamento.
Quanto às funções, cabem ao CS muitas das funções do Coração. Pode ser agredido
pelo Calor Externo: delírio, confusão mental, afasia e temperatura corpórea elevada.
 As Funções do Estômago (Wei)
O Estômago (Wei) é o mais importante dos sistemas Yang; junto com o Baço,
chama-se de “Raiz do QI Pós Celestial”.
Controla o amadurecimento e a decomposição dos alimentos.
Controla o transporte das Essências (Jing) dos alimentos.
Controla a descendência do QI.
É a origem dos Fluídos Corpóreos.
 Funções do Intestino Delgado:
55
O Intestino Delgado (Xiaochang) recebe alimentos e líquidos após a digestão feita
pelo Estômago e o Baço. Posteriormente o Intestino Delgado separa as partes puras das
impuras.
As funções do Intestino Delgado são: Controlar a recepção e a transformação; Separar os
Fluídos Corpóreos.
 Funções do Intestino Grosso (Dachang)
A principal função do Intestino Grosso (Dachang) consiste em receber alimentos e
líquidos do Intestino Delgado (Xiaochang). Após a reabsorção de uma parte destes fluídos
corpóreos (Jin Ye), as fezes são excretadas.
A MTC é em geral extremamente breve em relação às funções do Intestino Grosso. Isto não
ocorre porque suas funções não sejam importantes, mas pelo fato de que muitas das funções
atribuídas a ele na medicina ocidental, também são atribuídas ao Baço (Pi) sob a perspectiva
da Medicina Chinesa.
O Baço (Pí) controla a transformação e o transporte dos alimentos e dos fluídos
corpóreos (Jin Ye) por todo o aparelho digestivo, incluindo os Intestinos. Por esta razão, na
patologia, sintomas e sinais tais como diarréia, distensão e dor abdominal, são
freqüentemente, atribuídos ao desequilíbrio do Baço (Pi).
 Funções da Vesícula Biliar (Dan)
A Vesícula Biliar (Dan) ocupa um lugar importante entre os sistemas Yang, porque é
a única que não lida com os alimentos líquidos e produtos excretáveis; mas armazena a Bile
que é um produto refinado e, além disso, não se comunica com o exterior diretamente como
acontece com os outros sistemas Yang (através da boca, reto ou uretra), nem recebe os
alimentos ou transporta a nutrição, como fazem os outros sistemas Yang. Na verdade, pelo
fato de estocar substâncias refinadas, a Vesícula Biliar (Dan) se assemelha a um sistema Yin.
Sob a ótica psicológica, a Vesícula Biliar influencia a capacidade de tomar decisões. A
Vesícula Biliar (Dan) é o oficial honesto que toma decisões. As funções da Vesícula Biliar
(Dan) são: estocar e excretar a bile; controlar o julgamento; controlar os tendões.
 Funções da Bexiga (Pangguang)
A Bexiga apresenta uma esfera maior de atividade na Medicina Chinesa do que na
medicina ocidental. É a responsável pelo armazenamento e excreção da urina, além de
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participar da transformação dos fluídos corpóreos (Jin Ye) necessários para produzi-la. A
Bexiga (Pangguang) é como um oficial de distrito; armazena os fluídos corpóreos (Jin Ye),
para que possam ser excretados por meio da ação de transformação do Qi.
Sob o aspecto mental, um desequilíbrio na Bexiga pode provocar emoções negativas, tais
como ciúmes, desconfiança e rancor por um longo período. A função da Bexiga (Pangguang)
é o de remover a água por meio da transformação do Qi.
 Funções do Triplo Aquecedor (Sanjiao)
O Triplo Aquecedor (Sanjiao) é um dos aspectos mais evasivos da Medicina Chinesa
e um dos temas de maior controvérsia há séculos. Embora seja "oficialmente" um dos Seis
Sistemas Yang, os médicos chineses sempre se questionaram sobre a natureza do Triplo
Aquecedor (Sanjiao) e, em particular, se apresentava uma "forma" ou não, ou seja, se de fato
é um sistema ou uma função. Em vez de listar as suas funções, melhor seria discutir os três
diferentes aspectos do Triplo Aquecedor (Sanjiao), os quais tomarão suas funções mais
nítidas. Eles são: Triplo Aquecedor (Sanjiao) como um dos Seis Sistemas Yang, Triplo
Aquecedor (Sanjiao) como uma "via para o Qi Original" e Triplo Aquecedor (Sanjiao) como
as três divisões do organismo.
 Triplo aquecedor (Sanjiao) como um dos Seis Sistemas Yang
O Triplo Aquecedor (Sanjiao) é o oficial encarregado da irrigação; e controla as
passagens das águas. Ele é considerado como um dos seis Sistemas Yang. Se este é o caso, o
Triplo Aquecedor (Sanjiao) apresenta uma forma, ou seja, é substancial, como todos os outros
sistemas. Sua função é similar às funções dos outros sistemas Yang, ou seja, recebimento de
alimentos e líquidos, digestão e transformação, transportação dos nutrientes e excreção dos
detritos.
A função dos sistemas Yang, em geral, é freqüentemente expressa na palavra chinesa
Tong, que significa “fazendo as coisas atravessarem" ou "assegurando a passagem livre", etc.
A função do Triplo Aquecedor (Sanjiao), além disto, é usualmente expressa na palavra
chinesa Chu, que significa "excretando" ou mais exatamente "saindo".
O Triplo Aquecedor (Sanjiao) desempenha a função de libertar em relação ao Qi
defensivo no Aquecedor Superior, Qi nutritivo (Yiag Qi) no Aquecedor Médio e fluídos
corpóreos (Jin Ye) no Aquecedor Inferior. A pessoa recebe o Qi dos alimentos, estes
57
penetram no Estômago (Wei), dispersam-se no Pulmão (Fei) e nos cinco sistemas Yin e seis
sistemas Yang; a parte pura vai para o Qi nutritivo (Yin Qi), a parte impura vai para o Qi
defensivo.
“A capacidade do Qi nutritivo (Yin Qi) e do Qi defensivo de se dispersarem no
Estômago (Wei) para o Pulmão (Fei) depende da função de „„escoamento” do Triplo
Aquecedor (Sanjiao). Em outras palavras, é o Triplo Aquecedor (Sanjiao) que controla o
movimento de vários tipos de Qi em vários níveis de produção, em especial, na garantia de
que muitos tipos de Qi são "escoados" de maneira suave. Desta forma, o Triplo Aquecedor
(Sanjiao) é um estágio triplo de passagem e caminho, contribuindo para a produção do Qi
defensivo e do Qi nutritivo (Yin Qi) após a separação dos alimentos em partes puras e
impuras, e a excreção dos fluídos corpóreos (Jin Ye). O Aquecedor Superior libera o Qi
defensivo (direcionando para o Pulmão (Fei)), o Aquecedor Médio libera o Qi nutritivo (Yin
Qi (direcionando-o para todos os sistemas) e o Aquecedor Inferior libera os fluídos corpóreos
(Jin Ye) (direcionando-o para a Bexiga (Pangguang).
Há descrições na literatura que descrevem de várias maneiras: as funções do Triplo
Aquecedor (Sanjiao) como "abrindo", "escoando o Qi”, liberando o Qi. O funcionamento
deficiente do Triplo Aquecedor (Sanjiao) é descrito várias vezes como "não fluir
suavemente", “Fluir em abundância" ou "ser bloqueado”. Na prática, isto significa que uma
obstrução na função do Triplo Aquecedor (Sanjiao) provocará uma dificuldade para os vários
tipos de Qi ou fluídos corpóreos (Jin Ye) nestes três estágios: um bloqueio do Qi defensivo no
Aquecedor Superior, dificuldade na função dispersora do Pulmão (Fei), um bloqueio do Qi
nutritivo (Yin Qi) no Aquecedor Médio, problemas da função transportadora do Baço (Pí) e
um bloqueio dos fluídos corpóreos (Jin Ye) no Aquecedor Inferior, dificuldade na função da
Bexiga de transformar o Qi. Estas situações podem causar espirros, distensão abdominal e
retenção urinária respectivamente.
Segundo Maciocia (1996) o sistema Triplo aquecedor se divide em três . Os itens
dispostos nas tabelas abaixo descrevem o correspondente a cada sistema.
 Triplo Aquecedor (Sanjiao) como uma "via para o Qi Original”
A idéia do Triplo Aquecedor (Sanjiao) surgiu do Classic Of Difficulties, segundo a
obra, o Triplo Aquecedor (Sanjiao) "tem um nome, mas não uma forma", ou seja, não é um
sistema, mas um conjunto de funções, sendo, portanto insubstancial. O Classic of Difficulties
afirma que o Qi, original reside no baixo abdome, entre os dois Rins, se dispersa para os
Cinco Sistemas Yin e seis sistemas Yang através do Triplo Aquecedor (Sanjiao) e depois,
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penetra nos doze meridianos e emerge nos pontos Fonte. A partir disso, apareceu à
interpretação do Triplo Aquecedor (Sanjiao) como uma "via para o Qi Original", ou seja, o
meridiano para a viabilização do Qi Original. O Qi Original também é descrito na mesma
obra como "a força motriz entre os Rins (Shen)", ativando todas as funções fisiológicas do
organismo e fornecendo calor para a digestão. Esta "força motriz entre os Rins (Shen)"
executa suas funções com o intermédio do Triplo Aquecedor (Sanjiao). Como foi mencionado
anteriormente, o Qi Original fornece o calor necessário para a digestão e a transformação dos
alimentos. Pelo fato de o Triplo Aquecedor (Sanjiao) ser uma "via para o Qi Original", ele
exerce, obviamente, uma influência sobre o processo digestivo.
Maciocia (1996) explica que, o Triplo Aquecedor (Sanjiao) é a via dos alimentos e
líquidos, o início e fim do Qi. Controlando o recebimento, mas não a excreção, o Aquecedor
Médio (Jiao Médio) governa o "amadurecimento e a decomposição dos alimentos e líquidos"
e o Aquecedor Inferior (Jiao Inferior) a excreção, mas não o recebimento. Todas estas
expressões recebimento, "amadurecimento”, “decomposição" e "excreção" descrevem o
processo de transportação, transformação e excreção dos alimentos e líquidos através do
Triplo Aquecedor (Sanjiao). A partir deste ponto de vista, há uma convergência de opiniões
do conceito do Triplo Aquecedor (Sanjiao) no Yellow Emperor's Classic e no Classic of
Difficulties, ou seja, entre o Triplo Aquecedor (Sanjiao) como um sistema ou função, embora
o ponto de partida destes dois clássicos seja diferente. Todavia, o Yellow Emperor's Classic
enfatiza o desempenho do Triplo Aquecedor (Sanjiao) na sua função escoadora, considerando
o Triplo Aquecedor (Sanjiao) como três avenidas de excreção ou escoamento. O Classic of
Difficulties, ao contrário, enfatiza o trabalho de
recebimento, "amadurecimento,
decomposição e excreção dos alimentos e líquidos, observando a digestão como um processo
de "transformação do Qi” ativado pelo Qi Original por meio da ação intermediária do Triplo
Aquecedor (Sanjiao). Maciocia(1996) divide os aquecedores em três sistemas abaixo descrito.
 Triplo Aquecedor (sanjiao) como as três divisões do Organismo
Este enfoque do Triplo Aquecedor (Sanjiao) é originário do Classic of Difficulties e
do Spiritual Axis. A divisão tripla do organismo consiste: do diafragma para cima está o
Aquecedor Superior (Jiao Superior), do diafragma até umbigo encontra-se o Aquecedor
Médio (Jiao Médio), e abaixo do umbigo está o Aquecedor Inferior (Jiao Inferior). Na medida
em que os sistemas e as partes anatômicas estão interligados, o Aquecedor Superior (Jiao
Superior) inclui o Coração (Xin), Pulmão (Feí), Cs (Xinbao), garganta e cabeça: o Aquecedor
Médio (Jiao Médio) inclui Estômago (Wei), Baço (Pí) e a Vesícula Biliar (Dan) e o
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Aquecedor Inferior (Jiao Inferior) inclui Fígado (Gan), Rim (Shen), intestinos (Xiaochang e
Dachang) e Bexiga (Pangguang).
 Aquecedor Superior como uma Névoa
O principal processo fisiológico do Aquecedor Superior consiste na distribuição dos
fluídos corpóreos (Jin Ye) por todo o organismo por meio do Pulmão (Feí) na forma de vapor
suave. Este é um aspecto da função dispersora do Pulmão (Feí). Por esta razão o Aquecedor
Superior (Jiao Superior) é comparado a uma "névoa”.
O Spiritual Axis diz: "O Aquecedor Superior (Jiao Superior) abre-se externamente,
dispersa os cinco sabores das essências dos alimentos, penetra na pele, abastece o organismo,
umedece a pele, similar a uma névoa".
 Aquecedor Médio (Jiao Médio) como uma Câmera de Maceração
Os principais processos fisiológicos do Aquecedor Médio consistem no que se refere
à digestão e transportação dos alimentos e líquidos (descritos como "amadurecimento e
decomposição") e transportação dos nutrientes extraídos dos mesmos para todas as partes do
organismo. Por esta razão, o Aquecedor Médio (Jiao Médio) é comparado a uma "câmera de
maceração" ou "caldeirão efervescente".
O Spiritual Axis afirma: "O Aquecedor Médio (Jiao Médio) está situado no
Estômago (Wei), recebe o Qi, expele as impurezas, vaporiza os fluídos corpóreos (Jin Ye),
transforma as Essências (Jing) refinadas dos alimentos e conecta-se em ascendência com o
Pulmão (Fei)"
 Aquecedor Inferior como um Fosso
O principal processo fisiológico do Aquecedor Inferior (Jiao Inferior) é a separação
das essências dos alimentos em partes puras e impuras, com a excreção destas. Em particular,
o Aquecedor Inferior (Jiao Inferior) elabora a separação da parte pura da impura dos fluídos
corpóreos (Jin Ye) e facilita a excreção da urina. Por esta razão, o Aquecedor Inferior (Jiao
Inferior) é comparado a um "fosso de drenagem".
O Spiritual Axis relata: "Os alimentos e os líquidos penetram primeiro no Estômago
(Wei), os produtos decompostos vão para o Intestino Grosso (Dachang) no Aquecedor
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Inferior (Jiao Inferior), o qual flui em descendência, secreta os fluídos corpóreos (Jin Ye) e os
transmite à Bexiga (Pangguang)".
Para concluir, a tripla divisão do Triplo Aquecedor (Sanjiao) é um resumo das
funções de todos os sistemas Yang, mas incluindo também o Pulmão (Fei) e o Baço (Pí) no
seu trabalho de receber, digerir, transformar, absorver, nutrir é excretar. Os sistemas dentro de
cada divisão não estão separados do Triplo Aquecedor (Sanjiao) em si mesmos. A partir da
perspectiva da Acupuntura em particular, o Pulmão (Fei) e o Coração (Xin) estão no
Aquecedor Superior (Jiao Superior), Estômago (Wei) e Baço (Pí) estão pó Aquecedor Médio
(Jiao Médio) e o Rim (Shen), Bexiga (Pangguang) e Intestinos (Dachang e Xiaochang) estão
no Aquecedor Inferior (Jiao Inferior).
As três divisões do organismo podem também ser observadas como um resumo do
auxílio mútuo e transformação dentro de cada Qi Torácico [Aquecedor Superior (Jiao
Superior)], Qi Central [Aquecedor Médio (Jiao Médio)] e Qi Original [Aquecedor Inferior
(Jiao Inferior)].
3.8 As Cinco Emoções ou os Sete Sentimentos
Hicks (2007), explica que dos ataques externos e internos existe e deve ser levado em
consideração o estado afetivo da pessoa a ser tratada. Chamaremos de os Sete Sentimentos:
Raiva, Alegria, Preocupação, Pensamento, Tristeza, Medo, Pavor. Tais sentimentos
representam modificações do Espírito da pessoa, que reage ao perceber as mensagens
transmitidas pelo ambiente. Esses sentimentos fazem parte da atividade normal da mente
humana e não encerram em si próprios agentes patogênicos.
Ross (1994), Explica que nos excessos de sentimentos, que podem ser brutais,
extremos, violentos, prolongados, interativos, estressantes, entre outros, provocam uma
desordem funcional no Qi dos órgãos e vísceras (Zang-fu), podendo ocasionar a origem do
aparecimento de uma doença.
A ação patogênica dos Sete Sentimentos se dá por via direta ao órgão, não
precisando penetrar no organismo como nos seis excessos que se referem à energia perversa
externa. No que se referem à teoria dos Cinco Elementos, os Sete Sentimentos, se resumem
em Cinco Emoções que são: Alegria, Raiva, Tristeza, Pensamento, Medo.
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A atividade mental necessita do “Jing Qi” dos órgãos “Zang”, como base mental.
Bing Wang (2001, pág.163) diz: “O homem tem cinco órgãos que elaboram os cinco sopros
“Qi” que geram a Alegria, a Raiva, a Tristeza, o Pensamento e o Medo”. Cada Órgão está
diretamente relacionado a uma emoção.
Relações das Cinco Emoções com os órgãos “Zang”:
 Órgão Coração está relacionado com a emoção Alegria.
 Órgão Baço está relacionado com a emoção Pensamento.
 Órgão Pulmão está relacionado com a emoção Tristeza.
 Órgão Rim está relacionado com a emoção Medo.
 Órgão Fígado está relacionado com a emoção Raiva.
Aja visto que já dissemos que as atividades mentais necessitam do Jing Qi dos
órgãos, entretanto, as emoções fazem parte das atividades mentais e seus excessos ferem seus
referidos órgãos. O excesso de Raiva prejudica o órgão Fígado e assim por diante.
Quando se trata de emoções em excesso o órgão correspondente é ferido e afeta sua
atividade funcional e isso faz com que haja um desregramento na “subida e descida do Qi”
criando uma desordem entre o Qi e o Sangue ”Xue”. As cinco emoções em excesso esvaziam
os cinco órgãos e o Qi e o Xue (sangue) perdem conteúdo (essência Jing). Pode-se entender
que haverá também um desequilíbrio entre o Yin e o Yang.
Para Maciocia (1996), cada emoção entendemos que seu desregramento se manifesta
da seguinte forma:
 Quanto houver excesso de emoção referente à Raiva o “Qi subirá”. Isso acarreta em
um distúrbio da função de drenagem fazendo com que o Qi do Fígado suba em
sentido contrário, e seguindo o Qi o sangue irá velar “os orifícios puros” e tal
ocorrência irá provocar a perda de sentido, que pode ser brutal.
 Quando houver excesso da emoção referente à Alegria o “Qi se dissolve”. Isso faz
com que haja a dispersão do Qi do Coração; o espírito (Shen) não pode se
concentrar.
 Quando houver excesso de emoção referente à Tristeza o “Qi será diminuído”. Isso
provoca a depressão de Espírito, o Qi do Pulmão diminui “com a tristeza o Qi
desaparece”.
62
 Quando houver excesso de emoção referente ao Pensamento o “Qi fica atado”. Isso
faz com que haja uma parada do Qi do Baço, que não tem a força de efetuar sua
função de transporte. Com a preocupação o Qi é bloqueado. Entendemos também
que excesso de pensamentos é diretamente proporcional a preocupações.
 Quando houver excesso de emoção referente ao Medo ou Pavor, o “Qi desce”. Isso
faz com que o Qi dos Rins diminua sua solidez. Observa-se o relaxamento dos
esfíncteres e incontinência urinaria e anal, o Medo faz o Qi descer.
Em seu livro o diagnóstico na Medicina Chinesa, Auteroche (1992, p. 127),
descreve: “A manifestação das emoções revela a natureza do distúrbio de excesso ou
insuficiência que afeta cada órgão”.
 Qi do Baço em estado de vazio manifesta-se por: depressão, astenia mental.
 Qi do Baço em estado de plenitude manifesta-se por: obsessão, idéia fixa.
 Qi do Rim em estado de vazio manifesta-se por: indecisão, apreensão.
 Qi do Rim em estado de plenitude manifesta-se por: autoritarismo, extravagância.
 Qi do Pulmão em estado de vazio manifesta-se por: angústia tristeza.
 Qi do Pulmão em estado de plenitude manifesta-se por: super excitação.
 Qi do Fígado em estado de vazio manifesta-se por: Medo.
 Qi do Fígado em estado de plenitude manifesta-se por: Raiva.
 Qi do Coração em estado de vazio manifesta-se por: Choro.
 Qi do Coração em estado de plenitude manifesta-se por: risos ininterruptos.
Entretanto, um excesso descontrolado das Cinco Emoções pode transformar-se em
Fogo ou em um severo desequilíbrio do “Yin-Yang” e perturbam o curso natural do “Qi”,
originando irritabilidade, insônias, amargor na boca, dores torácicas, tosse, hemoptise.
Auteroche (1992) refere que os órgãos mais influenciados são: o Coração que
governa o Espírito (Shen), o Fígado que governa o descongestionamento e a drenagem, e o
Baço que governa a transformação e o transporte do “Jing Qi”. Ainda existem sintomas
combinados além dos que atacam somente um órgão.
Nas doenças combinadas onde à doença de um órgão suscita a doença de outro
órgão, descobre-se nos sintomas a expressão das emoções de dois órgãos, a saber:
Quando não há troca entre o Rim e o Coração observa-se nervosismo, insônia,
agitação; se houver temores e vertigens, significa que o Baço pode estar também atacado.
63
Quando um excesso de pensamento ou preocupação e reflexões fatigam o Coração e o Baço,
conduzem ao estado de Vazio.
De modo geral dizemos que: insônia, palpitação, abundância de sonhos, são emoções
ligadas ao Coração; amnésia está ligada ao Baço; temperamento irascível está ligado ao
Fígado; mente deprimida com suspiros (exala suspiros) está ligado ao Baço. Quando por
motivo de excesso de raiva o Fígado e o Baço podem ficar desarmônicos.
3.9 A importância do Espírito
A raiz da doença está na Mente ou no Espírito, Bing Wang (2001), refere que: Na
acupuntura, o que se vê é a pessoa e não a doença. A pergunta que se faz é: Como essa pessoa
pode ser tratada e não como vamos tratar o sintoma ou a doença da pessoa. O diagnóstico e o
tratamento devem ser voltados para a saúde e não para a doença. Os sintomas físicos são
manifestações da doença (biao), que se origina da raiz. Assim sendo, se entende que a raiz da
doença está na mente ou no espírito. Esse posicionamento exclui aquelas doenças causadas
por traumatismo ou por epidemia, porque neste caso a raiz se deve a causas externas.
Em relação a estas colocações a saúde da mente e do espírito é considerada de
fundamental importância, além do que uma pessoa é considerada única e exclusiva em seu
universo.
A palavra Shen tem vários significados, e de modo geral significa: a mente, o
espírito, e ou mais do que um espírito, mas aquilo que engloba toda a esfera emocional,
mental e espiritual de um ser humano. É o que dá às pessoas a consciência humana. Segundo
Bing Wang (2001), ter os espíritos de Shen é o esplendor da vida. Perder os espíritos (shi
shen) é a aniquilação.
Deixe-me discutir o shen, o espírito. O que é o espírito. O espírito não pode ser
escutado com o ouvido. O olho deve ser brilhante de percepção e o coração deve ser
aberto e atencioso e, então, o espírito é subitamente revelado através da própria
consciência da pessoa. Não pode ser expresso pela boca; apenas o coração pode
expressar tudo aquilo que pode ser considerado. Se uma pessoa prestar muita
atenção, ela pode, de maneira inesperada, saber aquilo, mas também pode perder
muito rápido esse conhecimento. Mas o Shen o espírito torna-se claro ao homem
como se o vento tivesse levado a nuvem para longe. Portanto, a pessoa fala sobre o
assunto com o espírito. (BING WANG, 2001, p. 46).
Apesar de o espírito ser indivisível assim como o “Tao” na filosofia Taoista, os
chineses discutem em termos de cinco diferentes espíritos que se interagem entre si. Isto
significa que haveria cinco Shen, e esses estão ligados aos órgãos Yin.
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Se neste caso for entendida e aplicada a Teoria dos Cinco Elementos, e do Yin-Yang
(já visto anteriormente) pode-se entender que para cada elemento existe um espírito, ou uma
entidade, que é seu representante em uma esfera anterior a vida humana ou natural, que será
de natureza Yang porque é mais fluídica, mais leve. Esses espíritos ou entidades estão
associados a cada um dos órgãos Yin , que são os “Oficiais”.
No livro de Bing Wang (2001), está escrito: “Para fazer com que a acupuntura seja
perfeita e eficaz, deve-se primeiro curar o espírito; como uma doença pode ser curada se não
há nenhuma energia espiritual no corpo”.
3.9.1 Os Cinco Shen ou Entidades Viscerais
 SHEN
De acordo com Hicks (2007) entende-se que o Chenn do Coração ou a mente, ou
espírito, alinha a consciência de uma pessoa com o mundo e permite que ela se comunique
com os outros. É o mais visível dos espíritos, uma vez que permite que as pessoas pensem
com clareza e ajam de maneira apropriada nas relações sociais, bem como se tornem
sossegadas e calmas para relaxar e dormir. O estado de espírito de uma pessoa, em especial do
Coração propriamente dito, geralmente se reflete no brilho dos olhos e na capacidade que ela
tem de fazer um contato visual.

I
De acordo com Hicks (2007) entende-se que o I do Baço é às vezes traduzido como o
intelecto ou intenção. O I nos permite transformar nossos pensamentos e idéias, e fazer com
que se manifestem no mundo. Quando o Baço está fraco, a pessoa fica incapaz de realizar
coisas e pode se sentir insatisfeita com o que faz. A incapacidade de transformar as coisas tem
sido traduzida como “incapacidade de aceitar uma colheita”.

PRO
Conforme Hicks (2007) entende-se que o Pro do Pulmão ou Alma Corpórea é um
aspecto do espírito associado ao corpo físico. Ele permite que as pessoas tenham reações
instintivas, por exemplo, a capacidade de estender a mão para pegar um objeto quando ele
ainda está no ar. Também capacita as pessoas a se tornarem animadas. Por exemplo, quando
uma pessoa fica animada ou excitada, os chineses usam o termo “poli”, este termo significa
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que uma pessoa esta vigorosamente envolvida em uma atividade. O PRO está alinhado de
forma íntima com a respiração da pessoa, que é chamado de “pulsação” do PRO. Uma boa
respiração permite que o PRO se enraíze no corpo e permite que as pessoas se sintam mais
animadas e vivas. O PRO também fornece a pessoa à capacidade da sensação e percepção
corporal. Pulmões fracos fazem com que as pessoas se tornam menos capazes de registrar as
sensações físicas que surgem de coisas como sentir, ver e ouvir. Como conseqüência elas
podem começar a ficar distantes, inertes ou desvinculadas do outros quando os pulmões estão
em desequilíbrio.

TCHE
Segundo Hicks (2007) entende-se que o Tche do Rim é na maior parte das vezes
traduzido como vontade ou impulso. Já foi chamado de “vontade que não pode ser
controlada”, porque permite que as pessoas sigam adiante em suas vidas sem que
conscientemente forneçam ou impulsionem a si mesmas. A pessoa com Rins fortes refletirá
um forte espírito do Rim, por meio de um “impulso para estar animada”. Ao contrário as
pessoas com Rins menos fortes podem apresentar uma falta de (energia) ou podem agir de
modo compensatório em função dessas carências, forçando a si mesma de modo rigoroso e
parecendo ter uma energia extrema ou um forte poder de vontade.

ROUN
Para Hicks (2007) o Roun do Fígado ou Alma Estérea está mais relacionada ao que
no Ocidente chamamos de “alma” da pessoa. Considera-se que o Roun entra no corpo da
pessoa no momento em que ela nasceu, mas continua a existir depois que ela morre. Quando
as pessoas relatam que se separam do corpo, como exemplo durante as “experiências fora do
corpo” ou ”experiências no momento da morte”, ou se as pessoas andam durante o sono, ou
ficam em transe, essas experiências envolvem o Roun. O fortalecimento do espírito do Rim
pode ajudar a manter o Roun no corpo caso ele se encontre patológico. Em casos menos
extremos as pessoas se encontram mais vagas e sonhadoras. Outro fato útil para um
diagnóstico é que o Roun está associado à capacidade das pessoas realizarem os planos de
suas vidas, bem como a capacidade de ter visão e discernimento espiritual. Se uma pessoa tem
sonhos de maneira constante, seja na forma de sonhos durante a noite, ou em sonhar
acordado, ou simplesmente é um tanto vaga, ou “aérea”, isso, pode ser decorrente de um
desequilíbrio do Fígado que afeta o Roun. Isto é com freqüência evidente em pessoas que já
tomaram quantidades significativas de drogas recreativas.
66
3.10 Diagnóstico na M.T.C.
A inspeção geral tem as seguintes etapas:
A - Expressão do rosto (O Shen)
B - Cor da pele.
C - Aspecto geral do corpo (forma, postura e movimento)
D - Cabeça e cabelos
E - Aspecto dos olhos.
F - Inspeção dos dentes e gengivas.
G - Inspeção da garganta
H - Inspeção da pele.
I - Furúnculos e ulcerações
J - Inspeção das excreções. Os escarros, os vômitos, as fezes a urina.
K - Audição.
L - Olfação
A) O Exame da Expressão do Rosto (O Shen)
Segundo o livro “O Diagnóstico na Medicina Chinesa” de Auteroche (1992) o termo
“Shen” designa ao mesmo tempo a manifestação externa da atividade vital do corpo o estado
mental.
Neste sentido, para saber sobre o que acontece com o organismo da pessoa basta
olhar sua face, olhar com atenção sua tez. É através da observação da tez do paciente que
poderemos saber sobre a manifestação do desequilíbrio e equilíbrio de suas energias internas,
da atividade vital do corpo.
O “Shen” expressa a abundância ou a fraqueza do Qi e do Sangue dos órgãos na
expressão do rosto, na respiração e na elocução. Desta forma, o Shen significa a vida, e é
observando o Shen que será possível ver o estado do Qi, do Qi correto (Zeng Qi).
São nos olhos que se encontra a energia dos órgãos (Jing Qi dos órgãos), porque são
a abertura do Fígado, o emissário do coração, este se comunica com o cérebro. Quem guarda
o Shen é o Coração e sua manifestação está nos olhos. Na observação dos olhos e de seu
67
brilho, podemos avaliar o estado de consciência, força dos movimentos, qualidade de reflexos
do paciente.
Quando o Shen está em abundância de Jing Qi, o estado do Zheng Qi será normal, o
que indica uma atividade normal dos órgãos e vísceras (Zang-Fu). Neste caso os olhos são
vivos, brilhantes, a consciência clara, elocução distinta, respiração regular, cor brilhante no
rosto, gestos normais.
Quando o Shen está fraco o Zheng Qi estará ferido, portanto os órgãos e vísceras
(Zang-Fu) estarão afetados. Neste caso os olhos serão baços, o olhar fixo, haverá apatia com
reações lentas, a respiração será irregular, os gestos anormais, com cor esmaecida do rosto.
Quando o Shen é falso, geralmente encontrado em pacientes com doenças graves, o
Shen muda repentinamente de um estado fraco para abundante. Neste caso provavelmente o
paciente morrerá.
De acordo com Ross (1994), quando o Shen se afasta ou fica isolado haverá
transtornos mentais: astenia mental, apatia, elocução espaçada, mente embotada, risos e
choros sem motivo, neste caso o Qi das mucosidades se aglomera e isola o Shen do coração.
Extrema agitação, gritar, injuriar, quebrar objetos, bater nas pessoas, não reconhecer
seus entes próximos; neste caso o fogo das mucosidades perturba o coração.
Epilepsia, perda brutal dos sentidos, cair bruscamente de costas, corrimento de
saliva, agitação espasmódica dos membros; neste caso as mucosidades obstruem os orifícios
do Coração e o vento do Fígado agita-se no interior.
Segundo Auteroche (1992), observando-se a cor da pele o brilho e a consistência da
pele, podemos ter uma idéia de como esta a energia da pessoa observada. As tabelas abaixo
demonstram cada cor e o significado de cada uma delas segundo o autor.
B) A Inspeção da Cor da Pele
De acordo com Bing Wang (2010), se a tez for verde, como a grama molhada;
amarela como o Fructus Aurantii; preta, como a fuligem; vermelha como o sangue coagulado;
e branca como o osso ressequido, a morte é esperada.
Para Auteroche (1992), o verde-preto denota uma algia; o amarelo avermelhado, uma
plenitude do calor; o branco, um estado de frio. No exame de sangue, se este for muito
vermelho, trata-se de uma plenitude de calor; se for muito verde, um sinal de hiperalgia;
muito preto, um sinal de dor crônica. O aparecimento das três cores na tez indica uma doença
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de Frio-Calor com sensação dolorida em todo o corpo. A tez ligeiramente amarela com os
dentes e unhas igualmente amarelas são sinais de icterícia.
Para Auteroche (1992), o brilho e a cor do rosto, é na cor e brilho do rosto que se
expressa o Qi e o sangue das vísceras. Uma tez fresca, com brilho e luminosa, o Qi e o
Sangue das vísceras são normais, sendo o (Zhang Qi) normal. Uma tez baça e macilenta
mostra um ataque ao Jing Qi sendo o (Zhang Qi) enfraquecido.
Para a medicina chinesa Auteroche (1992), refere-se, as cores dos cinco elementos
estão associadas aos cinco órgãos, são: azul ou verde ao Fígado, vermelho ao Coração,
amarelo ao Baço Pâncreas, branco aos Pulmões, negro aos Rins, descritos a baixo.
 Cor Branca: A cor branca é a cor do Pulmão, elemento metal (Secura). A cor da pele
muito branca indica Frio, Vazio, perda de Sangue. Isto significa vazio de Yang ou
excesso de Yin.
 No branco brilhante, falta de Yang Qi. No branco baço, falta de Yin Qi com perda de
Yang Qi.
 Cor Amarela: Amarela é a cor do baço; elemento terra (Umidade). A cor da pele
amarelada indica Vazio e Umidade. Tez amarela, baça, sem brilho, indica vazio, o
Sangue não nutre a luminosidade do rosto, Vazio do Baço Pâncreas. Tez amarela e
inchada, o Qi do baço está fraco e vazio a umidade obstrui o interior (umidade xie).
Tez amarela, baça, como fumaça, indica Umidade e frio (Yin). Tez amarela e
brilhante, vivo cor de laranja, indica calor e umidade (Yang). Corpo todo amarelo
inclusive os olhos indica icterícia.
 Cor Vermelha: O vermelho é a cor do coração, do Sangue, elemento fogo (Calor). Tez
vermelha indica presença de calor, Yang nos órgãos e vísceras. Tez com somente as
bochechas vermelhas indica calor vazio com excesso de Yang e vazio de Yin. Tez
vermelha, como pintado e macilenta indica que o aquecedor inferior está em estado de
vazio e frio e o Yang se eleva produzindo frio embaixo e calor aparente em cima.
 Cor Verde ou Azul: O verde é a cor do Fígado; elemento madeira (Vento). O órgão
Fígado armazena o sangue e se houver obstrução mostra-se através da tez, através da
cor azul esverdeada. Tez esmaecida com azul significa frio, yin do Fígado não pode
armazenar o sangue. Tez esverdeada de maneira geral significa estagnação ou
elevação do Qi do Fígado. Tez esverdeada ou azulada pode ser encontrada em pessoas
com cólera.
69
 Cor negra: Negro é a cor dos Rins; elemento água (Frio). Os Rins contém água e fogo,
sendo o Yang e o Yin dos Rins. A água dos Rins ficará estagnada se o Yang dos Rins
falharem, Yang Vazio e Fogo declinante. Tez enegrecida e ou órbitas enegrecidas nos
olhos significa Yin do Rim Vazio ou Yang declinante, estagnação da água dos Rins.
Neste caso a água pode se espalhar no corpo causando edema. Tez enegrecida e
ressequida significa um estado crônico de estado de Jing dos Rins.
C) Aspecto Geral do Corpo.
Auteroche (1992), explica que quanto aos aspectos geral do corpo basta observar a
robustez ou fraqueza, grossura ou magreza e também as deformidades. O corpo robusto
reflete o interior florescente. O corpo fraco reflete o interior declinante. O corpo gordo com
pele branca, sem brilho e a mente pesada reflete o Vazio de Qi e Yang Qi insuficiente. O
corpo magro com rosto cavado e peito estreito com pele ressequida reflete insuficiência de
Yin e insuficiência de sangue (Xue). O corpo com magreza extrema o Jing está esgotado.
Quanto às deformidades do tórax, por exemplo: “tórax em quilha” sugere
insuficiência congênita com perda do Qi do Pulmão e fraqueza do Baço, do Estômago e falta
de Jing dos Rins.
Quanto aos movimentos: Yang rege os movimentos e o Yin rege o repouso. O corpo
agitado e que se move fácil e leve é Yang e pode ter calor e plenitude de Yang. O corpo
quieto, parado, pouco móvel, pesado, rosto virado para baixo e mente abatida estará Yin e
pode ter frio e vazio.
Auteroche (1992), demonstra como observar os aspectos geral do corpo segundo os
itens descritos abaixo.
D) Cabeça e Cabelos
É na cabeça que se reúnem todos os Yangs e encerra a “medula do cérebro”, é a
moradia do Jing Ming. É através da observação da cabeça que se pode verificar como está a
energia dor Rins.
Os cabelos são as aberturas dos Rins e a medula é governada pelos Rins. Cabelos
secos, fracos, quebradiços, brancos e pouco espessos, com tendência para cair, refletem o
estado de insuficiência dos Rins ou vazio dos Rins e de Jing (essência do sangue). Cabeça
grande ou pequena demais reflete um déficit do Jing dos Rins.
70
E) Aspecto dos Olhos
Os olhos são as aberturas do Fígado. Pálpebras superiores vermelhas e inchadas
correspondem ao vento calor nos meridianos do Fígado. Órbitas afundadas significam CalorUmidade. Órbitas protuberantes significam Baço insuficiente ou vazio.
F) Inspeção do Pavilhão Auditivo
As orelhas são as aberturas dos Rins. Orelha fina, branca, enegrecida, flácida,
significa falta de Jing dos Rins. A cor avermelhada do contorno da orelha significa boa
energia no meridiano dos Rins.
G) Inspeção do Nariz
O nariz é a abertura dos Pulmões. Secreção clara significa ataque de vento frio
externo.
Secreção turva e mal cheirosa significa acúmulo de calor no meridiano da Vesícula.
Secreção significa calor no Pulmão e no Estômago. Batida das asas do nariz significa calor no
Pulmão quando o Jing Qi do Pulmão, e dos Rins se esgotam.
H) Inspeção dos Lábios
Os lábios é a aparência externa do Baço. Lábios pálidos, vazio do Qi e do Sangue.
Lábios cor violeta, acúmulo de sangue, congelado pelo frio. Lábios vermelhos, calor que está
no Sangue. Lábios secos rachados enrugados, os líquidos Jing foram secos pelo calor. Lábios
ulcerados, calor no Baço e Estômago que se vaporiza. Salivar durante o sono, vazio do Baço
com excesso de umidade e calor no Estômago.
J) Inspeção dos Dentes e Gengivas
Os dentes são regidos pelos Rins, representam os ossos. O meridiano do Estômago se
ramifica nas gengivas. Dentes sem brilho, ferimento grave nos líquidos pelo calor do
Estômago. Dentes ressecados e baços, esgotamento do jing dos rins, esgotamento de água.
71
Gengivas vermelhas e inchadas, inflamação no alto pelo fogo do Estômago. Gengiva cor
clara, sem brilho, sangue em estado de vazio.
K) Inspeção da garganta
A garganta é a via do Pulmão e do Estômago. Os meridianos do Rim, Fígado, Baço e
Estômago, têm ramificações na garganta. Assim sendo, muitas doenças Zang-Fu podem se
manifestar. Garganta vermelha, inchada, dolorida, purulenta ou não significa acumulo de
calor no Pulmão e no Estômago. Garganta vermelha, cor viva, pouco dolorida, com aparência
delicada, vazio de Yin, com fogo vivo. Garganta vermelha, pálida, não inchada, deficiência de
Yang dos Rins, é caso de frio interno.
L) Inspeção da Pele
A pele é a tela de proteção do organismo, onde está a energia de proteção Wei ou
OÈ, e é a comunicação externa do Pulmão. A modificação da pele obedece às cores e aos
cinco movimentos. Pele inchada e com edemas, infiltração de umidade. Pele ressecada,
enrugada é por falta de água e Jin Ye.
M) Furúnculos e Ulcerações
Vermelhos, inchados, quentes e dolorosos pertencem à energia Yang. Inchaço de
modo difuso, cabeça profundamente enterrada nas massas musculares sem mudança da cor da
pele, pertencem as energia Yin.
O) Inspeção das Excreções: os Escarros, os Vômitos, as Fezes e a Urina.
Os Escarros:
 Excreções brancas e fluídicas são sintomas de frio, portanto Yin.
 Excreções turvas amarelas e viscosas são sintomas de calor, portanto Yang.
 Excreções em forma de mucosidade, pouco abundantes, com extrema aderência e
difícil de expectorar são mucosidades da secura.
 Excreções de cor branca, fácil de expectorar e abundante, é mucosidade da umidade.
72
Os Vômitos:
 Vomitar humores claros, saliva, fluídos, Yin do frio.
 Vomitar alimento sem cheiro e sem acidez, Qi do estômago vazio e frio.
 Vomitar resíduos de cor amarela e amarga, calor do Fígado no Baço, e o Estômago
não cumpre mais sua função de descida.
 Vomitar resíduos sujos, mal cheirosos, ácidos, calor do Estômago.
 Vomitar sangue vermelho fresco ou escuro, fogo no Fígado que ataca o Estômago.
As Fezes:
 Fezes pastosas, desagregadas, amarelo escuro, viscosas, calor e umidade nos
intestinos.
 Fezes líquidas como água, com alimentos não digeridos, Frio e Umidade.
A Urina:
 A Poliúria, Frio-Vazio.
 A Oligúria, Calor.
 Hematúria, calor ferindo os vasos sanguíneos.
 Urina turva: umidade impura embaixo, ou Qi do Baço e do Rim vazio.
 Urina forte corresponde a calor e umidade.
 Com dor nauseante, plenitude e calor.
 Com dor forte, vazio e frio.
P) Audição
A audição consiste em ouvir os sons do paciente, que permite determinar anomalias
quanto ao Frio, Calor, Vazio, Plenitude.
O som da voz quanto à força:
 Voz alta, sonora, logorréia com agitação, Plenitude e Calor.
 Voz fraca, baixa, palavras escassas, prostração, Vazio e Frio.
 Voz afônica com excitação da voz, Plenitude ou Vazio.
 Voz surda, ataques externos e obstrução por umidade.
73
Palavras desordenadas:
 Palavra é a voz do coração.
 Elocução confusa e desordenada, patologia do Coração.
 Elocução com delírio verbal, com palavras incoerentes e voz forte, o Calor contraria o
Shen do coração (Plenitude).
 Voz lânguida, consciência obscura, o Qi do coração foi atingido e a mente divaga.
 Palavra de louco, ou demência verbal, linguagem grosseira e incoerente, injúrias,
gritos sem motivos, perda da razão e do próprio controle, Fogo das mucosidades que
ferem e perturbam o Coração.
 Colóquios, resmungos, Qi do coração vazio, o Jing não alimenta o Coração.
 Gagueiras e dificuldades nos fonemas, ataque do vento que perturba o alto do corpo.
Respiração:
 Respiração fraca, insuficiência do Qi dos Rins e dos Pulmões, Vazio.
 Respiração desigual e sonora, Plenitude e calor no corpo com passagem difícil nos
brônquios.
 Arquejo de Plenitude: respiração desigual, sonora e precipitada sempre com expiração
rápida, Plenitude no Pulmão.
 Arquejo de Vazio, respiração emite um som fraco e curto com muita expiração, Vazio
do Qi do Pulmão e dos Rins que não tem força para fazer sair e recolher.
 Respiração fraca, insuficiente, deficiência de Qi e estado de Vazio. Opressão no peito
com suspiros longos e gemidos, isso ocorre quando há retenção dos sentimentos e o
Fígado não consegue mais drenar.
Tosse:
 A Tosse e a incapacidade do Pulmão assegurar a sua função de propagação, o Qi em
vez de descer torna a subir em contra corrente.
 Som da tosse grave e indistinto, Plenitude.
 Som da Tosse fraco e hesitante, Vazio.
Soluços e Eructações:
 Soluços e eructações correspondem à subida na contracorrente do Qi do Estômago e
agrupam duas manifestações:
 Soluço sonoro e forte, Calor-Plenitude.
74
 Soluço abafado e longo, Frio-Vazio.
L) Olfação:
Corresponde a olfação dos odores:
 Hálito fétido é sinal de calor no Estômago.
 Hálito ácido e azedo, alimentos que ficaram retidos no Estômago.
3.10.1 Exame da Língua.
Na MTC interpreta-se a língua como um dos mais importantes microssistemas que
podem ser usados para se fazer um diagnóstico adequado. Através da inspeção lingual, quanto
a sua forma, cor, revestimento, mobilidade e outros aspectos gerais podem se identificar, à luz
das teorias Yin Yang e dos Cinco Elementos, as patologias existentes no organismo humano.
Para tanto, é preciso conhecer a topografia da língua e identificar os pontos que
apresentam sinais diferenciados que podem ser interpretados como sinais patológicos. De
modo geral esse microssistemas nos permite fazer uma avaliação da condução energética do
organismo, quanto às energias nutritivas (“energias Qi”) e sua circulação. É através da
inspeção adequada da língua que se pode verificar se o organismo apresenta patologias e o
grau de sua evolução.
Segundo Yamamura, (2008) o exame da língua é importante para um diagnóstico
adequado de uma pessoa. No livro, Nei King, já se encontra indicações semiológicas
importantes tiradas do exame e inspeção da língua. Pode-se dizer que existe uma relação entre
o aspecto da língua e o estado patológico.
“A língua é o broto do coração. A raiz da mente! ”(Ling Gen). “Abertura do coração”
(Xin Chiao)
Segundo Yamamura (2008), o Ling Shu, assinala que o Qi do coração se manifesta
através da língua. Quando o coração está harmônico, podem-se conhecer os cinco gostos e a
língua é a mecânica dos sons. O Baço se manifesta na boca, órgão (Yin) que se relaciona com
a víscera, estômago (Yang) que está relacionada nos Cinco Elementos com a Terra,
entretanto, é na aparência, forma (Corpo da Língua), no revestimento lingual e na cor da
75
língua que temos a possibilidade de diagnosticar o estado da pessoa e como está suas energias
“QI” para bom diagnóstico.
Segundo Yamamura (2008), a transformação em energia Qi acontece em dois
movimentos: a energia leve que sobe considerada energia Yang. Energia sutil que sobe e a
energia impura, pesada, que vai para fora é o estômago que se encarrega de passar para o
intestino. No caso do refluxo a energia impura se coloca no contra fluxo. Influxo que sugere
umidade impura.
A MTC estuda os Sistemas Internos, e considera o organismo como um sistema
integrado, relacionando aspectos funcionais do organismo com as emoções, atividades
mentais, tecidos, órgãos dos sentidos e influência ambiental. Analisa o organismo humano
como um sistema complexo incluindo, além do aspecto anatômico, as inter-relações com os
aspectos de emoções, tecidos, órgãos dos sentidos, atividades mentais, cor, clima e demais
correspondentes.
O exame da língua é de fundamental importância para um diagnóstico adequado de
uma patologia. Esse método data de tempos antigos, tendo sua origem na China antiga, a mais
de 5.000 a.C. com base na filosofia Taoísta, nas teorias Yin Yang e na escola dos Cinco
Elementos.
Na filosofia Taoísta se diz que: “O uno está presente no todo”. O homem se relaciona
com a natureza e está sob a influência do Céu e da Terra, que por sua vez representa a mesma
natureza que o influencia. Pode-se dizer que “tudo que está dentro está fora”. Isso significa
que o organismo humano é o representante do todo que é a natureza. Nesse sentido o
organismo humano deverá ser um Micro Cosmo de Um Macro Cosmo, como, seu único
representante. Entretanto, poderemos entender também que no corpo humano deve haver algo
que pode encerrá-lo como um todo.
Considerando que existira sempre um universo menor que encerra e representa um
maior podemos entender que deve haver partes do corpo que encerram o corpo como um
todo, ao qual vamos entender como os microssistemas. (SILVA, 2007). Continuando na
mesma interpretação os microssistemas são vários, são eles: pés; mãos; olhos, íris; crânio;
nariz; língua; orelha entre outros. No momento vamos nos deter apenas no microssistemas
chamado Língua.
No livro, Nei King, já se encontra indicações semiológicas importantes tiradas do
exame e inspeção da língua. Pode-se dizer que existe uma relação entre o aspecto da língua e
76
o estado patológico.
Assim sendo, o exame da língua quanto a aspectos de sua coloração, consistência,
revestimento, mobilidade e a correlação entre esses aspectos irá servir para um bom
diagnóstico da quantidade de energia de cada órgão e a mobilização e circulação das energias
no organismo humano.
De acordo com Yamamura (2008), a inspeção da topografia da Língua nos permite
ver sinais de como circulam as energias naquele organismo assim como identificar possíveis
patologias em órgãos ou acoplados. Cada parte do corpo da língua está associada a uma parte
específica do corpo todo da pessoa, podendo ser vistos e analisados sob o prisma da teoria dos
Cinco Elementos e também do Triplo Aquecedor. De maneira geral o corpo da língua com
sua topografia e a identificação de suas partes irá auxiliar de modo fundamental para um bom
diagnóstico quanto às patologias.
3.10.2 DIAGNÓSTICO
Pelo exame do pulso, o médico chinês constata toda perturbação do equilíbrio
energético do indivíduo, o que lhe permite aplicar uma terapêutica eficaz que consiste em
restabelecer o equilíbrio. Os pulsos estão situados sobre a artéria radial, de ambos os lados, ao
nível da apófise do rádio e correspondem aos pontos P7, P8 e P9 da acupuntura.
O médico que reconhece o estado da doença pela inspeção é genial; pela audição,
talentoso; pelo interrogatório, perspicaz; pela palpação, judicioso. Para se fazer bom
diagnóstico através da Medicina Tradicional Chinesa – M.T.C. a consulta o paciente deve ser
conduzida segundo um conjunto de procedimentos que permitam ao terapeuta obter uma
soma de numerosas informações sobre a vida da pessoa e a história de suas queixas.
Apresenta-se a seguir, de acordo com Auteroche (1992), as várias fases do exame com o
paciente, que tem o objetivo de perceber o organismo como um todo.
77
Tabela 6 – Descrição do exame de pulso
Pulso Esquerdo
Pulso Direito
Yin, Fisico, Sangue.
Yang, Psiquico, Ar
superficial
Intestino delgado
Intestino Grosso
Médio
Coração
Pulmões
superficial
Vesícula Biliar
Estômago
Médio
Fígado
Baço
Níveis
Nível 1 (Polegar, Céu)
Profundo
Nível 2 (Barreira, Homen)
Pâncreas
Profundo
Nível 3 (Pé Terra)
superficial:
Bexiga
T.R.
Médio
Rins Filtrdor
Cir
profundo
Rim Excretor
Circ. Sex
Fonte: BREVES, R. Acupuntura Tradicional Chinesa. São Paulo: Editora Robel, 2001, p.210
Entende-se por superficial o que se percebe com a pressão leve do dedo no local
indicado; nível médio se percebe com uma pressão pouco mais acentuada; profundo com forte
pressão.
Sobre o exame do pulso destacam-se três pulsos principais: o Superior, o médio e o
inferior, que corresponde respectivamente ao Céu, ao Homem e a Terra. Céu Yang, Terra Yin,
o homem é aquele que está entre o céu e a terra que absorve a energia yin- yang e a
transforma em energia Yong ou nutritivas.
Em Bing Wang (2001), está escrito que existem nove postos de observação,
correspondendo ao Céu, a Terra e ao Homem, tanto para o pulso superior, para o médio e para
o inferior.
No caso particular deste trabalho, adotou-se o método de análise do exame do pulso
chamado (Qi Kou) que se situa ao nível do pulso propriamente dito, mais precisamente sobre
a artéria radial. Esses pulsos estão distribuídos da seguinte maneira.
78
Polegar
Esquerdo
Direito
Intestino Delgado
Intestino Grosso
Coração
Barreira
Pulmões
Vesícula Biliar
Estômago
Fígado
Pé
Bexiga
Rim
Baço
Triplo Aquecedor
Circulação e Sexualidade
Fonte: BREVES, R. Acupuntura Tradicional Chinesa. São Paulo: Ed. Robel, 2001, p. 213
Ao Tomar o Pulso, pode-se entender que é possível conhecer os seis Zang (órgãos) e
os seis Fu (Vísceras).
O modo da Verificação do Pulso consiste em três tipos de pressão dos dedos.
 Pressão leve: consiste em leve pressão sobre a pele.
 Pressão forte: consiste em pressionar ate os tendões.
 Pressão Média: consiste em pressionar até os músculos.
Segundo Auteroche (1992) a pressão sobre o pulso será sempre exercida usando-se
os dedos médios, indicador e anular tanto da mão esquerda como o da mão direita de cada
pulso verificado ao mesmo tempo.
Ainda segundo o mesmo autor, existem vários tipos de pulso. O pulso normal, que
consiste em quatro pulsações por ciclo respiratório com ritmo regular e tranqüilo, calmo e
forte, tanto o profundo como o de superfície com a mesma intensidade e força. O pulso
patológico, que consiste nas modificações dos pulsos que reflete uma doença. Todo o pulso
que não corresponde às variações fisiológicas normais é considerado patológico.
Auteroche (1992) existem variações do pulso quanto à idade, ao sexo, a estação do
ano, no entanto, não abordaremos tais diferenças neste momento.
Auteroche (1992) Os Pulsos superficiais (Fu) podem expressar a localização de
agentes patológicos na superfície do corpo. Quando pleno o patogênico ataca a superfície, por
79
isso forte. Quando vazio expressa insuficiência do Yang, e pode ocorrer em doenças crônicas
e ataque grave.
Os pulsos profundos, só se percebem na profundidade, portanto denotam sintomas
internos (Li), com força, plenitude, sem força, vazio, sempre interno. Se o “QI” e o Sangue
estiverem estagnados, o pulso profundo será forte. Se os órgãos estiverem fracos com sangue
e energia deficiente o pulso será fraco em sua profundidade.
Existem vários outros tipos de pulso patológicos que serão citados a seguir, no
entanto não serão feitas suas descrições porque nosso objetivo será o de situar o leitor no que
consiste a leitura dos pulsos. São eles: Pulso Retardado; Pulso Rápido; Pulso Vazio; Pulso
Deslizante; Pulso Cheio; Pulso Áspero; Pulso fino Pulso Vasto; Pulso Periódico; Pulso em
Corda.
Quanto ao Prognóstico, sempre que houver concordância, observando-se os sintomas
e os pulsos, o prognóstico é favorável. Entretanto, quando não for observada concordância
entre sintomas e pulso o prognóstico não será favorável.
Exemplificando: Se a queixa principal é de calor em excesso e isso é observável pelo
terapeuta e o pulso superficial estiver enfraquecido, estará havendo discrepância, e a energia
nociva será muito forte ou já se aprofundou. Outro exemplo de mau prognóstico: uma tez
avermelhada, com língua avermelhada com respiração ofegante e o pulso do coração fraco
significam que o órgão está deficiente e o prognóstico não será bom, caso o pulso do coração
estiver forte e cheio o prognóstico será melhor, ou favorável.
Para Auteroche (1992), a tomada do pulso; significa verificar a pulsação sob os
dedos, no sentido de verificar a freqüência, o ritmo, a intensidade; como se manifesta, a
fluidez das ondas; seu nível e amplitude. Esta verificação tem a finalidade de identificar a
natureza da doença, os estados de deficiência e a força do Qi correto e a do Qi nocivo.
80
Branco
Tabela 7 – Quadro das doenças correspondentes ao revestimento lingual
Frio – Superfície.
Amarelo
Calor
Preto
Frio ou calor nas doenças graves
Branco fino
Estado de saúde ou doença da superfície
Branco gorduroso
Frio – umidade.
Branco seco
Frio nocivo se transforma em calor e diminui
os líquidos orgânicos
Amarelo fino
Calor na superfície
Amarelo gorduroso
Calor
–
unidade
ou
estagnação
de
mucosidades úmidas de origem alimentar.
Amarelo rugoso
Calo de estômago fere os líquidos orgânicos
Amarelo espesso
Calor em plenitude no estômago e intestino
Preto fino
Vazio – frio
Preto espesso
Plenitude absoluta de calor
Sem revestimento
Qi do estômago prestes a parar
Língua rugosa seca, gretada como a pele de Líquidos orgânicos a ponto de esgotarem
um tubarão
Corpo da língua contraído como galhos de Líquidos esgotados
“letchies”
Língua vermelha como um caqui ou seca e Qi –Xue destruído
baça como fígado de porco
Língua encarquilhada, como se fosse uma Qi do fígado a ponto de parar
argola.
Revestimento branco flocoso
Sintoma grave, a produção de Qi cessa, (a
produção de Qi pára)
Fonte: AUTEROCHE, B.; NAVAITH, P. O Diagnóstico na Medicina Chinesa. São Paulo: Andrei Editora, 1992, p. 170
81
Tabela 8 – Modificações habituais da cor da língua em casos de doenças
Tipo
Modalidades
Significado patológico
Pálido
Cor vermelha, levemente
Vazio – Frio
pálida.
Vermelho
Vermelho vivo.
Excesso de calor
Escarlate
Vermelho escuro
Calor nocivo penetra as camadas
nutrientes (Ying) do Sangue; Yin
vazio; Yang em excesso.
Escarlate
Vermelho escuro com
Calor nocivo grave; líquidos
púrpuro
presença de cor púrpura,
orgânicos diminutos.
pouca saliva.
Azul
Púrpuro levemente azulado, a
púrpuro
cor é brilhante.
Púrpuro
Púrpuro escuro, a cor é baça.
escuro
Yin Frio.
Língua seca: calor nocivo penetra
o sangue.
Língua úmida: calor na zona
nutriente (Ying).
Revestimento sujo: Calor-Umidade
no sangue.
Azul
Azul baço
Acarreta a formação de acúmulo
de sangue.
Yang Qi em estado de vazio
extremo.
Fonte: AUTEROCHE, B.; NAVAITH, P. O Diagnóstico na Medicina Chinesa. São Paulo: Andrei Editora, 1992, p. 165
82
3.11 O RYODORAKU
O Ryodoraku é um aparelho eletrônico que pode ser utilizado para o diagnóstico e
tratamento em Medicina Tradicional Chinesa, sendo que em nosso caso será utilizado como
instrumento de medida diagnóstica.
Este aparelho tem a propriedade de medir a resistência da energia que conduz os
feixes musculares do Sistema Nervoso Autônomo (SNA). Consiste na medição da energia
através de eletrodos apropriados em pontos específicos nos doze meridianos, a saber: P9;
CS7; C7; TR4; IG5; BP3; F3; B65; R4; VB41; E42. Essa leitura é editada pelo aparelho em
micro amperes, e deverá ser mensurada adequadamente, para saber se a média da energia
encontrada, está nos parâmetros médios ou existem discrepâncias significativas. Com a
medição da resistência, medida nos pontos específicos de cada meridiano, podemos avaliar o
estado energético desses meridianos no sentido de verificarmos como se encontra o
desequilíbrio energético de todo o organismo.
Para Breves (2007), quando a resistência for alta, os valores em micro amperes serão
baixos e vice e versa. Assim interpretado, poderemos saber se a condução de energia está
equilibrada, baixa ou alta em cada meridiano. O valor esperado se encontra entre 40 e 60
micros amperes, sendo que o distanciamento desta média em torno de 20 ou 10 micros amper
sugere uma degeneração do órgão envolvido naquele meridiano e um aumento da energia. Em
torno de 100 ou mais micro amper sugere uma inflamação no órgão envolvido naquele
meridiano.
Breves (2007 p.25), autor do livro Acupuntura Tradicional via Radiônica, cita no
capítulo intitulado Ryodoraku, que “O Diagnóstico dos Caminhos Permeáveis foi o fruto de
infinita paciência do DR. Nakatami na década de 1950”. Cita ainda ”que o pesquisador Dr.
Nakatami foi enfático em dizer” Os Caminhos Permeáveis, não são os meridianos principais...
e que o método não mensura especificamente a energia circulante por eles, e sim a informação
do (SNA). No entanto, alguns acupunturistas criaram a acupuntura Ryodoraku, e não
acupuntura tradicional, cita ainda o autor do livro que o objetivo será o de somar recursos ao
diagnóstico em acupuntura.
O uso do Ryodoraku, neste trabalho, será considerado como um instrumento de
medição e observação da evolução do tratamento convencional comparando com sua
medição. Assim, poderemos verificar se realmente houveram mudanças dos marcadores em
83
micro amperes e se após algumas sessões o organismo da pessoa tratada obteve um melhor
equilíbrio energético, segundo os gráficos construidos.
A energia elétrica de cada meridiano foi medida pelo Ryodoraku, mensurada e
interpretada antes e depois de cada sessão tradicional e comparadas aos dados do início e do
final do tratamento.
84
4 MÉTODO
Este estudo objetou mapear utilizando o aparelho Ryodoraku, a evolução do
tratamento de acupuntura para o sofrimento físico por tensão nervosa. Foram descritas nove
sessões realizadas uma vez por semana. Os instrumentos utilizados para o diagnóstico foram:
exame do pulso, exame da língua e medição com o aparelho Ryodoraku. Em seguida foi
elaborada uma estratégia de tratamento através da técnica de acupuntura de acordo com o
diagnóstico etiológico da Medicina Tradicional Chinesa. O procedimento em cada uma das
nove sessões, constou de uma rotina, a saber: A medição do Ryodoraku; o diagnóstico
etiológico; a estratégia de ação da terapêutica da acupuntura; nova medição com o
Ryodoraku. Foram elaborados gráficos a partir da mensuração dos dados levantados pelo
instrumento Ryodoraku, que de demonstraram a evolução da terapêutica da acupuntura.
4.1 PARTICIPANTE
A paciente foi uma mulher, cuja iniciais do nome são: ZSA, de 55 anos de idade,
nascida no dia 10 de agosto de 1952, às 21:00 horas, com peso atual de 65 quilos. A paciente
era atendida em um consultório de psicologia com o diagnóstico de neurose. Foi convidada a
fazer parte deste trabalho, mostrando-se interessada. Autorizou, por escrito, assinando o termo
de consentimento livre e esclarecido conforme modelo anexo. (vide anexo 1).
4.2 INSTRUMENTOS
Os instrumentos utilizados foram: entrevista aberta; tomada do pulso; palpação;
exame do corpo da língua; medição das energias com o Ryodoraku.
85
4.2.1 Entrevista Aberta
A entrevista aberta tem a finalidade de perceber a paciente como um todo, como se
insere em seu meio social, sua educação e cultura, como pensa e elabora seus pensamentos, o
que faz no dia a dia, qual sua alimentação, seus sentimentos, sua vida de modo geral.
(AUTERCHE, 1992)
4.2.2 A Tomada do Pulso
Este modo de investigação consiste em examinar como estão às energias dos doze
meridianos por meio da comparação do batimento de cada um dos doze pulsos radiais.
(AUTERCHE, 1992)
4.2.3 A Palpação
A palpação, também consiste em pressão leve e profunda em diversas partes do
corpo da paciente, a fim de identificar regiões que podem apresentar anomalias. Os pontos
arautos ou pontos alarmes são pontos específicos distribuídos nos meridianos que ajudam a
identificar quais são os meridianos desequilibrados. (AUTERCHE, 1992)
4.2.4 O Exame do Corpo da Língua
O exame do corpo da língua consiste na observação visual da língua do paciente,
através da exibição da mesma. Esta observação pode mostrar sinais de quais órgãos, vísceras
e seus respectivos meridianos, podem apresentar desequilíbrio. O corpo da língua mostra
sinais gerais do corpo da pessoa, sua observação de modo adequado mostra sinais da saúde da
pessoa. (AUTERCHE, 1992)
86
4.2.5 O Ryodoraku
O Ryodoraku, tem a capacidade de medir a energia encontrada nos diversos
meridianos do corpo da paciente, que através da elaboração dos dados aplicados em tabelas e
devidamente mensurados, demonstram quais meridianos apresenta desequilíbrios de energias.
Demonstram ainda, através dos números mensurados, gráficos previamente elaborados, que
tem a função de propor uma terapêutica que pode ser aplicada ao paciente. Entretanto, em
nosso caso, a terapêutica proposta por tais gráficos foi dispensada, e em seu lugar utilizada
aquela proposta pelo diagnóstico etiológico descrito acima. (BREVES, 2007)
4.3 O PROCEDIMENTO
O tratamento foi feito em dez sessões, uma vez por semana no terceiro dia de cada
semana, às 14h00min. As sessões constituíram em: entrevistas abertas com foco na evolução
da queixa inicial ou em sua modificação; exame do corpo da língua; exame dos doze pulsos
radiais com a paciente confortavelmente sentada em uma cadeira, à mesa á sua frente. Em
seguida, a paciente era convidada a seguir para um divã maca, na qual deitava em decúbito
dorsal e com a maca levemente inclinada na região das costas, era feita a palpação no corpo
da paciente.
A descrição da entrevista, palpação, tomada do pulso, exame da língua e medição
com Ryodoraku foi feita em cada uma das sessões com o objetivo de fazer o diagnóstico
etiológico. (vide anexo 2)
O instrumento de medição Ryodoraku demonstrou a evolução da terapêutica
aplicada. As mudanças foram descritas através das medições de antes e depois de cada sessão
e da comparação geral de todos os gráficos durante as dez sessões.
A cada medição dos meridianos era anotada a energia mostrada no monitor em
formulário adequado. Em seguida a maca era colocada em posição horizontal, e se iniciava o
processo da terapêutica por agulhamento, de acordo com o diagnóstico etiológico proposto.
Após o agulhamento nos diversos pontos de comando, passados aproximadamente vinte
minutos, as agulhas eram retiradas e descartadas em lugar adequado. A seguir era realizada
87
nova medição com o instrumento Ryodoraku com as devidas anotações e elaboração de
gráficos.
Depois do término de cada sessão, eram elaborados os gráficos Ryodoraku, (vide
anexo 3) com a finalidade de comparar as medições colhidas antes e depois de cada sessão
(vide anexo 4). Após a décima sessões foi feita a comparação geral das mudanças nos gráficos
para se ter uma avaliação geral.
No final compararam-se os dados da seguinte forma: análise de tomada de pulso,
exame da língua e compleição; a seguir a medição do Ryodoraku. Na seqüência a estratégia
do tratamento de acordo com a avaliação do pulso; ao final da sessão, nova medição com o
Ryodoraku.
Em todas as sessões, foi usado o mesmo procedimento. Todos os dados foram
comparados, sendo que a última medição do Ryodoraku mostra a evolução em cada sessão.
Por último, foi comparada a evolução de todos os gráficos do Ryodoraku em todas as
sessões, mostrando a evolução da terapêutica em todas as sessões.
88
5 RESULTADO
Nesse capítulo será apresentada a história clínica da paciente, coletada por meio da
entrevista e a hipótese diagnóstica levantada a partir da queixa e dos exames descritos no
capítulo anterior. Também será exposta a proposta terapêutica elaborada com base nas
informações da história clínica da hipótese de diagnóstico e o procedimento terapêutico com
as descrições de cada sessão e os comentários do autor e finalmente há uma comparação das
medidas antes e após cada sessão, e no início e no fim do tratamento.
5.1 HISTÓRIA CLÍNICA.
A paciente relatou que se encontrava preocupada com seu estado de saúde geral.
Referiu dores nas costas, na região cervical, pescoço e ultimamente fortes dores de cabeça,
todos os dias. Tal dor localizava-se geralmente na região temporal, dos dois lados, com maior
intensidade do lado esquerdo. Referiu-se ainda a dores na região lombar, na altura dos Rins,
que “sobe por dentro das costelas”, e termina sentindo-se agoniada, segundo suas palavras.
Relatou calor exagerado durante a noite, chegando a transpirar muito na região das
costas e do pescoço, sendo que depois acaba por ficar gelado nesta parte do corpo, entretanto
não sente frio. Referiu-se à dificuldade para dormir, seguida muitas vezes de insônia.
Relatou que por meio de exame de ultrassonagrafia, feito poucos dias antes da
entrevista, o médico identificou cálculo no Rim esquerdo. Relatou ainda, que se sentia agitada
e muito agoniada. Em entrevistas posteriores relatou que, há treze anos atrás, fez cirurgia da
tireóide, extraiu parte delas e agora seu médico diagnosticou que pode desenvolver Bócio, e
se preocupa com este fato.
89
5.2 HIPÓTESE DIAGNÓSTICA
ZSA apresentou características Yang, fato este observado na tomada de pulso na
maior parte das sessões. Quanto à observação do microssistema língua, mostra durante as
primeiras sessões calor na linha do TR Superior e Frio na linha do TR inferior. Fato este
observado através da saburra espessa de cor branca, observada na Raiz do corpo Lingual e
calor observando pontos avermelhados na linha do TR Superior, parte superior do corpo
Lingual. Observa-se ainda, os bordos do corpo da língua cor vermelha na linha do Fígado e da
Vesícula Biliar.
Os desequilíbrios de energia que se manifestaram através da tomada do pulso nas
doze posições, sendo seis direito e esquerdo e seis profundas direito e esquerdo, mostraram
desequilíbrio nos seguintes meridianos:
 Primeira sessão: não foi feito à tomada de pulso
 Segunda sessão: BP. insuficiência, F. aumentado VB. excesso, P. excesso,
R insuficiência.
 Terceira sessão: BP. insuficiência, R. insuficiência, F. excesso.
 Quarta sessão: BP. insuficiência, VB excesso, IG excesso, CS insuficiência.
 Quinta sessão: BP. insuficiência B insuficiência, R insuficiência, CS insuficiência,
IG excesso.
 Sexta sessão:
E. excesso B. insuficiência, R. insuficiência, CS insuficiência.
 Sétima sessão: F. insuficiência, C excesso, R insuficiência.
 Oitava sessão: BP. insuficiência B insuficiência CS insuficiência
Comparando a freqüência dos dados obtidos na inspeção do pulso conclui-se que a
paciente mostra claramente quanto a seu diagnóstico:
 Desequilíbrio no meridiano do Baço, com insuficiência de energia.
 Desequilíbrio no meridiano do Fígado e Vesícula, com excesso de energia.
 Desequilíbrio no meridiano do Rim, com insuficiência de energia.
 Desequilíbrio no meridiano da Circulação com insuficiência de energia.
 Desequilíbrio no meridiano do Pulmão, com excesso de energia.
90
A princípio pode-se inferir, quanto ao diagnóstico que a ação aumentada das energias
do meridiano do Fígado e Vesícula Biliar pode estar controlando em demasia a energia do
Baço através do ciclo controle, (ciclo Ko), esgotando as energias do Baço. Isto traz severa
conseqüência para a energia QI do Baço.
A proposta terapêutica para o tratamento através da acupuntura para a paciente será
descrita a seguir:
Quanto aos dados colhidos na entrevista inicial, observou-se: Preocupação exagerada
com sua saúde, que sugere desequilíbrio de energia no sistema do Baço. Calor na parte
superior do corpo acompanhado de sudorese no início da noite, que sugere calor no TR
superior, parte superior do corpo. Dores de Cabeça principalmente na região temporal, sugere
desequilíbrio de energia no sistema Fígado e Vesícula Biliar.
Quanto aos dados colhidos no exame do corpo da língua: Observando a raiz da
língua que apresenta saburra espessa, sugere frio no TR inferior. Observando pontos
avermelhados na linha do TR superior do corpo da língua, sugere calor no TR superior.
Observando os bordos da língua de cor avermelhados, sugere calor na linha do Fígado e
Vesícula Biliar.
Quanto aos dados observados no exame de pulso: Nas tomadas de pulso observou-se
predominância da energia Yang.
Observou-se também a energia do sistema do Baço na maioria das vezes insuficiente.
A energia do sistema do Fígado e Vesícula Biliar em excesso na maioria das vezes.
Desequilíbrio da energia do sistema do Rim. Desequilíbrio no sistema da Bexiga.
Desequilíbrio no sistema da Circulação e desequilíbrio no sistema do Pulmão.
Estes desequilíbrios, observados acima, serão considerados os principais a serem
tratados nesta terapêutica, através da técnica da acupuntura, visando proporcionar maior
equilíbrio das energias dos sistemas, no sentido de tratar as causas das doenças a fins de
eliminá-la.
5.3 PROPOSTA TERAPÊUTICA
O tratamento foi através dos pontos denominados na Medicina Tradicional Chinesa,
como Ponto SHU, considerados pontos capazes de manipular as energias dos meridianos
91
afetados ou em desequilíbrio, esses pontos foram aplicados a cada sessão, de acordo com a
evolução do caso.
A estratégia de ação será a descrita a seguir:
 Equilibrar as energias dos meridianos do Baço através de pontos Fonte e de
Tonificação.
 Equilibrar as energias dos meridianos do Fígado e Vesícula biliar através de Pontos
Fonte e pontos de sedação.
 Equilibrar as energias do TR inferior através dos pontos de comando situados no
meridiano do Vaso Concepção, a fim de trabalhar as energias estagnadas para fluir
energia entre os três aquecedores.
 Equilibrar as energias dos meridianos dos Rins e da Bexiga através dos Pontos Fonte e
tonificação.
Foi considerado, neste caso, que existe estagnação de energia no TR inferior
causando frio que pode ser responsável pelo diagnóstico de cálculo renal, indicado no exame
de imagem apresentado pela paciente. Assim considerado, deve-se promover a desobstrução
no canal das águas agindo-se nos pontos do TR através dos comandos dos pontos do canal do
meridiano Vaso Concepção. Uma vez liberado e resolvida a estagnação no TR inferior,
espera-se que se modifiquem as condições de calor no TR superior, melhorando as dores de
cabeça, sudoreses, e calor com dor na região cervical. Entretanto, será aplicada a terapêutica
de sedação e tonificação e ponto Fonte nos meridianos em desarmonia, e também em pontos
locais, para eliminar a dor.
92
6 DISCUSSÃO
ZSA mostrou claramente características Yang, pois na sua queixa principal, na
primeira entrevista, referiu à agitação, sudorese e insônia, acompanhada de dores na cabeça,
com quentura, no trajeto dos meridianos Yang.
Segundo Auteroche (1992) explica a tomada do pulso permite analisar o estado e as
modificações da doença. Bing Wang (2001) nos diz que o Yin é calmo, o Yang agitado.
No exame de pulso foram confirmadas as características Yang, a contar da primeira
tomada do pulso na segunda sessão, a saber: direito maior do que esquerdo (D>E), superficial
maior do que o profundo (S>P), o primeiro pulso maior do que o terceiro pulso (I>III).
Durante todas as sessões subseqüentes mostrou a mesma característica Yang, a não ser na
última quando seu pulso mostrou que estava com característica Yin. Segundo Auteroche
(1992, p. 268) o Yin e o Yang devem estar equilibrados se estiverem em desequilíbrio um se
sobrepõe ao outro.
Segundo Auteroche (1992, p.154) a língua é importante na inspeção, quanto à cor e
textura, revestimento, a topografia do corpo lingual. Através da inspeção da língua, foi
analisado, como estavam as energias dos órgãos e vísceras.
No exame do corpo lingual denotou a mesma característica Yang, a considerar a
ausência de saburra na região do TR superior e nos bordos com cor avermelhada e em
algumas sessões com pequenas brotoejas avermelhadas no corpo da língua.
Na observação do corpo da língua concluiu-se que há calor na parte superior do
corpo, no TR superior. Entretanto, observando-se a Linha do TR inferior no corpo da língua,
constatou-se saburra espessa e branca, indicando a presença de frio.
Frio no TR inferior, parte baixa do corpo, com calor no TR superior, denota que a
energia QI do TR inferior está estagnada, e não tem ascendência; não vai para cima,
contribuindo para que a parte superior do organismo se torne Yang, o que culminou com o
relato da paciente sobre calor com sudoreses no pescoço e na cabeça, acompanhada de dores
na cabeça. O fato da saburra espessa na raiz da língua mostra que existe frio no TR inferior o
que culminou com o relato da paciente sobre as dores que sente na altura dos Rins e sobe por
entre as costelas ate a região do peito na parte interna.
Quanto à técnica do procedimento do tratamento poderia ser a da desobstrução dos
canais do meridiano do Triplo Aquecedor através dos pontos de comando do canal do Vaso
93
Concepção, na linha do TR inferior VC2; VC3; VC4, do TR Médio VC12 e TR superior
VC17. Segundo Bing Wang (2001), a energia deve fluir entre os três aquecedores havendo
obstrução, a energia não flui, e ficará estagnada em um dos aquecedores.
Entretanto, foram tomados como estratégia de tratamento, os pontos SHU antigos,
usando os pontos Fonte, Tonificação e Sedação, orientados pela tomada do pulso e
referenciados do exame do micro sistema língua juntamente com os relatos da entrevista da
paciente a cada uma das oito sessões.
Na primeira sessão a opção foi somente para tranqüilizar a paciente. (ver primeira
sessão). Na segunda sessão a leitura do pulso foi, (D>E) (S>P) (I>III), com características
Yang, e P; VB; F. em excesso; BP; R. insuficiente.
Neste caso, considerou-se que o QI do Rim se encontrou estagnado e não ascendeu
para o Estômago prejudicando o Baço e Pulmão. O Fígado e a Vesícula Biliar estavam em
excesso, causando calor. O Yang do Fígado aumentado, fogo falso do Fígado no TR médio
ascendendo para cima causando dor na cabeça e pescoço, sudorese com agitação.
O canal do Rim estagnado com friagem pode ser a causa do cálculo renal e das dores
que “sobem por dentre as costelas”. A dor na região lombar em ascendência pressupõe o TR
inferior e a dor nos ombros e na cervical e cabeça pressupõe o TR superior acrescido do Yang
em excesso do Fígado no TR médio. (ver segunda sessão)
Em relação à terceira sessão, quanto ao exame do corpo da língua como um micro
sistema, observou-se como dado relevante, a presença de saburra mais espessa na raiz da
língua, TR inferior, pequena marca na região do Baço e Estômago. Os bordos sem saburra e
avermelhados, que é a região do Fígado e Vesícula Biliar, e na região do TR superior sem
saburra e cor vermelha indicando calor na parte superior do TR.
O pulso continuou Yang, porém com uma diferença quanto ao pulso profundo maior
que o superficial (S<P); BP; R insuficiente; F em excesso. O Vaso da Vesícula Biliar e
Pulmão normalizaram.
A energia do Rim se encontrava insuficiente apesar de ter sido estimulado na sessão
anterior. Pode-se também supor que o Yang do Fígado estava muito aumentado passando a
controlar por demais o Baço que também continuou inalterado. Se assim for interpretado
necessitaria de um ponto proteção para o Baço a considerar o ciclo de controle com exagero
nesta função. No entanto este ponto não foi usado. (ver terceira sessão).
Durante a quarta sessão a paciente referiu considerável melhora, sendo que os
sintomas continuaram, porém com fraca intensidade. No exame de língua continuou com
saburra espessa na raiz do corpo da língua, com pequena linha pouco acentuada na região do
94
estômago e intestino grosso. Continuou mostrando calor na linha do TR superior. O pulso
continuou com características Yang como na segunda e terceira sessão. IG; VB em excesso;
BP; CS Insuficiente. Rim que se encontrava sempre insuficiente e Fígado sempre em excesso
foram normalizados. Mostrando aumento no IG; e VB com insuficiência do BP e CS.
Neste caso, observou-se que são as vísceras Yang que estão em excesso, denotando
uma movimentação do calor nos órgãos passando para as vísceras, podendo ser uma forma de
saída de calor, além do mais, o órgão Pulmão, se encontrava em excesso nas primeiras
tomadas de pulso, ora é seu acoplado que estava em excesso. Quanto ao BP, continuou
insuficiente, entretanto, a insuficiência do CS nos mostrou ainda a dificuldade de circulação
de QI. Todavia, inferimos que com a terapêutica aplicada até o momento, estava com
tendência a modificação do quadro original quanto à estagnação do QI no TR inferior, no
surgimento do CS diminuído uma vez que este vaso é responsável pela circulação dos
líquidos orgânicos. (ver quarta sessão).
Na quinta sessão, no exame do micro sistema língua, encontrou-se pouca saburra no
na linha do TR inferior, e calor na linha do TR superior com pontos avermelhados no TR
médio e superior.
O pulso quanto às tomadas Yin/Yang modificou-se para Yin, mostrando apenas a
tomada do pulso (I>III). IG, em excesso. BP; CS; ID; B; R. insuficiente. A paciente relata que
se encontra mais tranqüila, dorme bem e os suores diminuíram muito, entretanto, se encontra
resfriada e com coriza leve.
Esta situação denota claramente modificação do quadro mostrando mudanças em seu
quadro de desequilíbrio energético apesar de apresentar resfriado com coriza. No entanto com
a insuficiência dos vasos CS; B; R; mostra que a via das águas e circulação ainda estão com
dificuldades de circulação. Entretanto, o F e o VB se encontram normalizado. (ver quinta
sessão).
Na sexta sessão, o exame da língua denota pouca saburra e ainda calor no TR médio
e superior. E, em excesso. CS; B; R; insuficiente. Apesar da insuficiência descrita logo acima
o Estômago estava em excesso, mas o Baço normalizou mostrando diferenças significativas
promovidas pela terapêutica aplicada. O QI no TR inferior não estava mais estagnado e já está
ascendente apesar do Rim e Bexiga e Circulação estarem insuficiente. Isso mostrou que as
águas começaram a circular trazendo uma significativa melhora para a paciente. Verificada
também que a função do Fígado e Vesícula e Baço estava sendo restabelecida. No entanto
ainda existia calor no TR superior.
95
Na sétima sessão, em especial na entrevista, a paciente relatou um dado novo em sua
vida. A presença de seu ex-marido que teria voltado a morar na casa dos fundos a sua e como
ele é alcoólico isso a incomodou muito. Este novo fato contribuiu para algumas alterações em
seu estado geral energético.
Quanto ao exame da língua continuou conforme sessão anterior, com pouca saburra
na raiz do corpo lingual e calor no TR médio e superior. O pulso estava Yang, mas com o
pulso profundo maior que o superficial (S<P). C; F;em excesso. R. insuficiente. CS se
encontrava normalizado.
Quanto as energia do vaso no meridiano do Coração estava em excesso, o calor no
TR superior aumentou, entretanto este calor ou fogo é natural do Coração, apesar do Fígado
também aumentado o Baço continua normal. Isto significa que o Yang do fígado estava
controlado, apesar do Coração estar aumentado.
O meridiano do Coração em excesso foi considerado normal na nova situação de
vida da paciente. No momento que relatou a presença no novo fato, interpelou para si mesma
na entrevista que iria com certeza resolver esta nova situação e que logo não iria mais ser
incomodada. Nesta situação percebeu-se que apesar do vaso do Rim se mostrar em
insuficiência nas maiorias das sessões, a paciente possui força de vontade e não mostra medo
e nem temor. Inferimos que o Rim é o órgão das águas, e força da vontade. Todavia, o
equilíbrio energético se encontraram bem mais adequado. (ver sétima sessão)
Na oitava sessão, na entrevista referiu-se a se sentir bem, dorme bem não tem mais
calor e nem suores exagerados e nem está mais agitada. Diz: "Não estou mais engolindo as
coisas a seco. Mas estou agora preocupada com minhas contas para pagar e estou sem
dinheiro é isto que às vezes tira meu sono". No exame da língua se encontrou saburra fina e
corpo da língua de cor rósea. BP; CS; B. insuficiente. F. em excesso.
A terapêutica alcançou seu objetivo que foi o de eliminar a estagnação do QI no TR
inferior e abrir o caminho das águas fazendo-a fluir. Apesar da insuficiência acima verificada
no exame do pulso, a paciente mostrou que agora tem condições de tomar seu curso natural de
vida, sendo que, relata claramente que estava preocupada com seus problemas atuais de vida,
e já estava tentando resolvê-los. Quando relata espontaneamente, que não estava mais
engolindo mais as coisas de sua vida a seco, nos deu à impressão que agora têm condições e
motivação para atuar em sua vida cotidiana de maneira mais suave e resolutiva, sem tanto
medo e preocupação que apresentava nas primeiras sessões.
Foram feitas prescrições para continuar o tratamento para evitar futuras
manifestações do agravamento do quadro. As recomendações sugeridas foram no sentido
96
profilático: Tonificar os Vasos dos Rins e dos Vasos do CS, com a sedação dos vasos do
Fígado e da Vesícula Biliar. Se estes procedimentos não melhorarem as energias do meridiano
do Baço, este deve ser tonificado, juntamente com a escolha de um Vaso Maravilhoso que
recupere as energias Yin, pois a paciente tem característica Yang, e tendência a inflamar o
Yang do Fígado.
Observações: Poderiam ser adotadas outras estratégias para a terapêutica, assim
como usar os Pontos “HO” (água) do meridiano do Rim, usar pontos de comando do Triplo
aquecedor que se encontram no meridiano Vaso Concepção, ou o próprio meridiano do TR.
Em tais sugestões, poderiam ser acrescentadas as estratégias adotadas nesta terapêutica.
Quanto aos Vasos Maravilhosos escolhidos, foram a princípio o R6-P7, no sentido de regular
as energias Yin e resolver problemas genitais. Posteriormente o V.M. P7-R6, para captar
energia Yin, entretanto poderia este último ser trocado pelo V.M. BP4-CS6, para buscar a
energias Yin na parte interna do organismo.
97
7 CONCLUSÃO
Este estudo objetou mapear ultilizando o aparelho Ryodoraku, a evolução do
tratamento de acupuntura para o sofrimento físico por tensão nervosa por meio de um estudo
de caso clinico. O instrumento Ryodoraku mediu e mostrou a evolução da terapêutica
aplicada, na qual pode-se observar mudanças significativas a cada sessão, das dez terapêuticas
aplicadas à paciente.
Os gráficos do Ryodoraku mostraram a evolução das sessões e a evolução geral do
tratamento. Nas tomadas de pulso, verificou-se nas primeiras sessões, que a energia Yang
estava muito evidente e nas últimas sessões esta energia foi equilibrada.
As energias do Baço em franca diminuição nas primeiras sessões foram equilibradas
por meio das terapêuticas subseqüentes. A energia do Fígado e Vesícula Biliar, igualmente foi
sendo harmonizada. Quanto ao exame do Micro Sistema Língua, também foi observado
modificação importante quanto à aparência da compleição do corpo Lingual. Nas primeiras
sessões mostrava excessivo calor na linha do TR Superior e Frio no TR inferior, nas sessões
subseqüentes mostrou evolução e na última, o corpo da língua já mostrava ter regularizado
seu sistema interno.
A estagnação de energia do TR inferior e dos Rins, considerado um elemento água,
foi resolvida por meio dos pontos de manipulação de energia chamados pontos SHU da teoria
dos cinco elementos. Foi juntamente aplicado à técnica dos Vasos Maravilhosos, que resultou
em um equilíbrio mais confortável das energias Yin/Yang.
Quanto aos dados da entrevista a cada sessão foi observada claramente a evolução do
caso, sendo que a paciente se mostrava mais calma e os sintomas que se referia a princípio, de
excesso de calor a noite acompanhados de dores de cabeça e dores na região cervical haviam
diminuído a freqüência e seu sono havia regularizado.
Portanto, considera-se que foi alcançado o êxito da terapêutica através da
manipulação de energia usando-se a técnica dos pontos “SHU” acrescido de pontos locais na
região cervical e do trapézio onde existia dor e alguns pontos para tranqüilizar seu estado de
agitação emocional.
98
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99
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Consciência. São Paulo. Anotações de Darcio Henrique Lorenço sobre a aula. Material não
publicado. 2006.
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Consciência. São Paulo. Anotações de Darcio Henrique Lorenço sobre a aula. Material não
publicado. 2007.
SILVA, D. F. Vasos maravilhosos. In: Instituto de Psicologia e Acupuntura Espaço
Consciência. São Paulo. Anotações de Darcio Henrique Lorenço sobre a aula. Material
SOLINAS, H.; MAINVILLE, L.; AUTEROCHE, B. Atlas de Acupuntura Chinesa:
Meridianos e Colaterais. São Paulo: Andrei Editora, 2000.
SOUZA, M.Mateus. Magnetoterapia. São Paulo: Editora Ibraqui, 2005.
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Editora Jorge Zahar, 1986.
WILHELM, R. I Ching. O Livro das Mutações. São Paulo: Editora Pensamento, 1956.
YAMAMURA, Ysao. Semiologia e Terapêutica em Medicina Chinesa. São Paulo: Editora
do Centro de Pesquisas e Estudos da Medicina Chinesa, 2008.
ZOHAR, D. O Ser Quântico. São Paulo: Editora Best Seller, 1990.
100
ANEXOS
101
Anexo 1 - Termo de consentimento livre e esclarecido
Este trabalho tem o objetivo de comparar dados elaborados e mensurados
através do instrumento de medição elétrica Ryodoraku
O sigilo quanto à identificação do voluntário será mantido e os dados
coletados serão descritos na dissertação da Monografia do curso de especialização em
acupuntura do aluno Darcio Henrique Lorenço como um dos requisitos para a obtenção do
titulo de Psicólogo e Acupunturista do Curso da Escola de Acupuntura Espaço e Consciência.
Os procedimentos adotados neste trabalho não envolvem risco previsível
para o paciente, pois os instrumentos utilizados são aprovados cientificamente e já foram
testados em outras pesquisas. Também é importante lembrar que os instrumentos seguem
normas éticas, não oferecendo riscos de qualquer natureza.
O atendimento e sua respectiva terapêutica estarão sob a supervisão e
apreciação de supervisores e de outros psicólogos acupunturistas, portanto, tendo o
treinamento especializado necessário para o tipo de intervenção a ser realizado neste trabalho
não afetará o tratamento médico convencional do participante.
Os procedimentos constam de Entrevista, técnicas de diagnóstico em
acupuntura, medição através dos eletrodos do instrumento de medição elétrica do Ryodoraku
antes e depois de cada sessão, e tratamento com acupuntura.
O tratamento será realizado em 10 sessões de acupuntura.
Assim, a assinatura abaixo, indica a anuência em participar desta pesquisa
de forma voluntária, sem qualquer tipo de imposição ou coação. Pode-se interromper a
participação, em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer penalidade. O Termo de
Consentimento está sendo assinado em duas vias, sendo que uma ficará com o voluntário.
Caso você deseje ter maiores esclarecimentos sobre este estudo e sua
participação, entre em contato com o pesquisador no telefone: (11) 9162-0275.
Eu______________________________________________________________RG
N ________________________ concordo em participar voluntariamente desde trabalho de
Pesquisa de Darcio Henrique Lorenço, para a obtenção do titulo de Psicólogo Acupunturista
________________________
Assinatura do responsável
Data: ___/___/___
_____________________
Assinatura do Voluntário
102
Anexo 2- Procedimento Terapêutico
Primeira Sessão. Data: 09/04/2008
A paciente chegou ao consultório com semblante mostrando cansaço, dizendo que
estava transpirando bastante e com muito calor, principalmente no rosto. Relatou ter vindo do
supermercado onde havia feito algumas compras. Pedi que aguardasse na recepção durante
quinze minutos, para descanso.
Foi feita a medição com o aparelho Ryodoraku, que através da elaboração do gráfico
mostrou que deveria ser sedado o meridiano do Pulmão através dos pontos (P5) dos dois lados
do corpo direito e esquerdo.
Estratégia do tratamento: Neste primeiro atendimento foi o primeiro contato da
paciente com as agulhas de acupuntura e foi feita a opção de acalmar seu estado de espírito,
pois se encontrava cansada e preocupada com sua saúde.
Pontos aplicados:
R3 – Ponto fonte do Rim;
In-trang – para centrar sua atenção e trazer calma para que possa organizar seus sentimentos;
VG20 – Para clarear a mente, centrá-la, e acalmar;
C3 – Acalmar seu estado geral.
Discussão dos pontos escolhidos:
O ponto C3 (Mar Inferior), ponto água (HO) acalma o coração e pacifica o espírito, acalma o
shen.
O ponto In-Trang, acalma centra a pessoa atua na cefaléia, e ajuda na renite e mostra a
direção.
O ponto VG20 acalma e liga todos os meridianos Yang, acalma e pacifica o espírito
O ponto R3 e ponto fonte do Rim. O ponto fonte é onde se encontra o Qi original do canal do
Rim. Neste caso este ponto foi usado para restabelecer a função do Rim quanto ao cálculo
renal e as dores na região lombar que sobe em direção a parte interna das costelas.
Ryodoraku: O ponto de sedação P5 mostrado pelo Ryodoraku foi neste momento desprezado,
apesar do fato do Pulmão ser a Mãe do Rim, entretanto o Rim não mostrou baixa de energia e
também pelo motivo da paciente se encontrar cansada naquele momento sendo que a energia
103
do meridiano do Pulmão poderia se recuperar naturalmente. O gráfico do aparelho Ryodoraku
foi perdido por motivos da CPU do computador ter apresentado defeito. (ver gráficos).
Segunda Sessão. 16/04/08.
Entrevista:
Refere que gostou do atendimento anterior, sentindo-se mais calma, saiu bastante
relaxada e relatou que havia dormido na maca de tratamento durante parte do tempo que
estava com as agulhas.
Quanto aos sintomas:
Refere dor nos ombros, que se estende ao pescoço com a presença da sensação de
pequenas alfinetadas ou pequenos beliscões na região cervical e do pescoço.
Refere a dor aguda que sobe da região lombar, na região dos Rins até as costelas.
Refere dor de cabeça na região frontal e temporal, acompanhada de calor nesta
região.
Relata que está ainda muito preocupada com seu estado de saúde, e fez um
eletrocardiograma a pedido de seu médico, que mediu sua pressão arterial, entretanto os
exames estavam normais.
Relata ainda ter os pés e mãos quentes e certa queimação ao urinar.
Quanto à tomada de pulso:
Direito
Esquerdo
Superficial
Profundo
Superficial
Profundo
D>E.
IG- normal
P- excesso
ID- normal
C - normal
S>P
E - normal
BP- insuficiência
VB- excesso
F- excesso
I>III.
TR - normal CS- normal
B- normal
R- insuficiência.
Observações sobre os dados do Diagnóstico:
Observando os dados da entrevista mostra com a energia Yang aumentada pela
presença de calor à noite, acompanhada de sudoreses e insônia.
Os dados obtidos na palpação do pulso mostram a energia Yang aumentada.
Os dados obtidos na palpação do pulso nas três posições Céu Homem Terra, mostra:
Pulmão, Vesícula Biliar, e Fígado em excesso e Baço Pâncreas e Rim insuficiente.
104
Interpretação:
A paciente está com desequilíbrio de energia Yin/Yang, com provável aumento de
Yang em prejuízo de Yin. O responsável pelo aumento do Yang pode ser da diminuição da
energia do Rim (elemento água).
A diminuição da energia do Baço (elemento terra) pode ser por motivo de excesso de
preocupação com sua saúde, ou excesso de pensamento durante a noite quando tem insônia. O
aumento da energia do sistema Fígado e Vesícula Biliar (elemento madeira) podem estar
elevando o fogo do fígado por falta do elemento águas dos Rins e passando a controlar o Baço
excessivamente através do ciclo (KO).
Neste caso existe um desequilíbrio de energia no TR médio que acaba por mandar a
energia fogo, calor para cima, causando a sudorese, as dores de cabeça e insônia. Por
conseqüência, aumenta a energia do meridiano do Pulmão. O Pulmão não consegue pulverizar
ou descender o Qi para baixo ficando em plenitude.
Pontos aplicados:
Quanto ao Vaso Maravilhoso escolhido foi o R6-P7, vaso regulador de energia Yin. Para
ajudar nos transtornos urinários (ardor ao urinar).
F3 – Ponto Fonte do Fígado
VB40 – Ponto Fonte de Vesícula Biliar.
P9 – Ponto Fonte do Pulmão.
R7 – Ponto de Tonificação do Rim.
In-trang.
Discussão dos Pontos Escolhidos:
V.M R6-P7, para Regular a intensidade o Yin QI no sentido de equilibrar o Yang
com o Yin. Cuidar da área genital melhorando as dores ao urinar, pois seu trajeto passa pela
área genital.
F3; VB40; P9; BP3, pontos fonte, onde se encontra a energia QI original desses
canais, no sentido de que o QI se auto regule, sem necessitar sedá-los.
R7 Ponto de Tonificação, no sentido de fazer fluir as águas para aumentar o Yin e
melhorar o Yang. Tonificar o Rim para melhorar sua função, também em função do cálculo
renal. In-trang no sentido de acalmar, tranqüilizar e centrar.
105
Ryodoraku.
Na Medição do Ryodoraku, verificaram-se os seguintes pontos a serem
acupunturados:
BP2 - Lado esquerdo. Ponto de tonificação
P5 - Ponto de sedação e CS9 – ponto de tonificação lado direito.
Não foi aplicada a terapêutica pedida pelo aparelho, porém, observa-se a
confirmação de energia aumentada do Pulmão e Diminuída do Baço. Neste sentido podemos
interpretar que está faltando em nossa paciente circulação de líquidos, (água), sugerindo uma
estagnação do QI dos Rins.(ver gráficos).
Terceira Sessão. 23/04/2008.
Entrevista:
Relata que se sente bem. As dores de cabeça não estão mais freqüentes, não tem
dores todos os dias. As dores nas costas estão diferentes, agora sente uma dor de cansaço,
explica como dor muscular. Quanto ao pescoço sente que está duro e rijo. Apresenta olhos
avermelhados, secos e doloridos. Quanto à queimação ao urinar não sente mais.
Pulso:
Direito
Esquerdo
Superficial.
Profundo
Superficial
Profundo.
D>E.
IG- normal
P- normal
ID- normal
C- normal.
S<P
E- normal
BP- insuficiência
VB- normal
F- excesso.
I>III.
TR- normal. CS- normal
B- normal
R-insuficiência.
Exame da língua:
Denota saburra mais espessa na área do TR inferior do corpo lingual e uma
pequena marca na região do Baço e Estômago.
Observações sobre os Dados do Diagnóstico:
Na palpação do Pulso observou-se uma constância dos dados do pulso da sessão
anterior com exceção da Vesícula Biliar e Pulmão, entretanto, foi aplicada a mesma
terapêutica anterior. O motivo foi que a paciente havia melhorado e a observação do pulso e
106
atualmente do corpo lingual confirma os mesmos dados, sendo que os sintomas melhoraram.
Optou-se pela mesma terapêutica com exceção da Vesícula Biliar, entretanto acrescentando
além do Ponto Fonte do Fígado o Ponto de sedação do Fígado (F2).
Interpretação:
No exame da palpação do pulso observa-se a tendência de energia Yang em excesso
que provavelmente seja uma característica de seu organismo. No entanto mostra claramente
desequilíbrio no meridiano do Fígado estando em excesso e desequilíbrio na energia do
meridiano do Baço estando em insuficiência isto pode indicar que está havendo uma
supremacia de energia do Fígado sobre o Baço, necessitando sedar o meridiano do Fígado e
tonificar o meridiano do Baço (regra esposo esposa), e também a tonificação do Rim.
Pontos Aplicados:
Quanto aos Vasos Maravilhosos foi o R6-P7, regular o Yin ”QI”
F3; VB40; P9; BP3, todos pontos fonte
F2, ponto de sedação.
R7, ponto de tonificação.
Discussão dos Pontos Escolhidos.
V.M R6-P7, para Regular a intensidade o Yin QI no sentido de equilibrar o Yang com o Yin.
Cuidar da área genital melhorando as dores ao urinar, pois seu trajeto passa pela área genital.
F3; VB40; P9 BP3, pontos fonte, onde se encontra a energia QI original desses canais, no
sentido de que o QI se auto regule, sem necessitar sedá-los.
Apesar do exame do pulso não mostrar desequilíbrio no canal da Vesícula Biliar, o Ponto
Fonte da mesma foi usado por motivos das dores de cabeça na região occipital e nas
temporais.
F2 – No sentido de sedar o excesso de energia do meridiano do Fígado.
R7 Ponto de Tonificação, no sentido de fazer fluir água para aumentar o Yin e melhorar o
Yang. Tonificar o Rim para melhorar sua função, também em função do cálculo renal.
In-trang no sentido de acalmar, tranqüilizar e centrar.
Ryodoraku.
Na Medição do Ryodoraku, verificaram-se os seguintes pontos a serem acupunturados:
P9-ponto de tonificação lado esquerdo.
107
CS7 – ponto fonte lado esquerdo.
B65 – ponto de sedação lado direito
Não foi aplicada a terapêutica pedida pelo aparelho, porém, observa-se uma inversão na
medição. O meridiano do Pulmão e do CS antes estava em excesso agora estão em
insuficiência. Um dado novo, sedar a B (B65) que é um ponto SHU (IU) restabelece a ordem
e libera o calor, atua nas cefaléias de tensão. Neste último ponto é interessante verificar que é
um ponto que atua no calor e na dor de cabeça por tensão, que é exatamente a queixa da
paciente. Entretanto, estes dados colhidos serão verificados apenas para comparação e não
tratamento. (ver gráfico em anexo)
Quarta Sessão. 30/04/08
Entrevista.
Quanto à dor das costa, na região dos Rins, que ascende na direção intercostal dentro
do tórax, sente melhora, porque diminuiu a freqüência. A dor de cabeça melhorou,
diminuindo a freqüência.
Quanto à dor do pescoço, sente como se fosse uma dormência no pescoço e sobe
depois de algum tempo para a cabeça sentindo dor e quentura na cabeça toda como se fosse
enxaqueca, mas dói mais na região temporal.
Hoje, em especial, refere a dor na panturrilha por motivo de ter tido fortes câimbras
no dia anterior quando fazia natação.
Exame de Pulso:
Direito
Superficial.
Esquerdo
Profundo
Superficial
Profundo
D>E.
IG- excesso
P- normal
ID- normal
C- normal
S<P
E- normal.
BP- insuficiente
VB- excesso
F- normal
I>III.
TR-normal.
CS- insuficiente
B- normal
R- normal
Exame da língua:
Denota saburra mais espessa na área do TR inferior do corpo lingual e uma pequena
marca na região do Estômago e Intestino Grosso.
Observações sobre os Dados do Diagnóstico:
108
As dores de cabeça podem ser em função da Vesícula Biliar e do Intestino Grosso.
Os meridianos Yang se concentram na área da cabeça, e em particular estes dois meridianos
estão em excesso e serão sedados. A característica geral da paciente ainda é Yang, portanto
vamos usar um Vaso maravilhoso diferente, para captar Energia Yin que é o P7-R6. Dessa
forma poderemos aumentar o Yin para equilibrar os excessos de Yang.
Discussão dos Pontos Escolhidos.
V.M. P7-R6, Vaso captador de energia Yin no sentido de equilibrar o Yang com o Yin, desse
modo podemos diminuir o calor e o fogo.
IG4; VB40, pontos fonte, onde se encontra a energia QI original desses canais, no sentido de
que o QI se auto-regule, sem necessitar sedá-los.
CS9; BP2, pontos de tonificação.
VB38, ponto de sedação.
In-trang no sentido de acalmar, tranqüilizar.
Ponto local na panturrilha.
Ryodoraku.
Na Medição do Ryodoraku, verificaram-se os seguintes pontos a serem acupunturados:
CS7, ponto de sedação e ponto fonte lado direito e esquerdo, somente.
Não foi aplicada a terapêutica indicada na medição do Ryodoraku, no entanto,
observa-se que, segundo o gráfico, a paciente está equilibrada com exceção do CS
insuficiente. (ver gráfico)
Quinta Sessão 07/05/2008.
Entrevista:
Dormência no pescoço melhorou, quanto à intensidade e freqüência. Está gripada
com coriza, um pouco de febre e a cabeça dói um pouco, por motivo da gripe, segundo seu
relato.
O calor diminuiu, mas ainda sente calor à noite, porém suportável. Tem dormido
bem durante a noite. Dor na panturrilha passou e já fez aula de natação.
109
Exame de Pulso:
Direito
Superficial.
Profundo
Esquerdo
Superficial
Profundo
D<E
IG- excesso.
P- normal
ID- insuficiente. C- normal
S<P
E- normal.
BP- insuficiente
VB- normal
F- normal
I>III.
TR- normal.
CS- insuficiente
B- insuficiente
R- insuficiente
Exame da língua:
O exame do corpo lingual mostra saburra menos espessa no TR inferior e calor no
TR superior com pontos vermelhos na parte do TR superior do corpo lingual.
Observações sobre os Dados do Diagnóstico.
A paciente ainda mostra estagnação do QI no TR Inferior através da saburra do corpo
lingual. Assim sendo, o QI não sobe e acaba se transformando em calor no TR superior.
Discussão dos Pontos Escolhidos e Aplicados.
Pontos Aplicados
V.M. P7-R6, Vaso captador de energia Yin no sentido de equilibrar o Yang com o Yin, desse
modo podemos diminuir o calor e o fogo.
IG4; B64 pontos fonte, onde se encontra a energia QI original desses canais, no sentido de
que o QI se auto-regule, sem necessitar sedá-los.
CS9, ponto de tonificação.
R7 – para tonificar o Rim
ID3 – Tonificar
Ryodoraku:
Na Medição do Ryodoraku, verificaram-se os seguintes pontos a serem acupunturados:
CS7 ponto de sedação e fonte. Se mantendo na mesma posição da sessão anterior.
(ver gráfico)
Sexta Sessão 14/05/2008.
110
Entrevista.
Sente-se bem, está dormindo muito bem. Ainda sente dores de cabeça, relata que é
uma dor chata e acaba por ficar irritada com tudo. Quando se deita ainda sente calor, porém
moderado. Está tomando remédios para dor de cabeça.
Exame de Pulso:
Direito
Esquerdo
Superficial.
Profundo
Superficial
Profundo
D>E.
IG- normal.
P- normal
ID- normal
C- normal
S<P
E- excesso.
BP- normal
VB- normal
F- normal
I>III.
TR- normal.
B- insuficiente
R- insuficiente
CS- insuficiente
Exame da língua:
Mostra pouca saburra no corpo lingual e calor no TR superior.
Observação dos Dados do Diagnóstico:
A paciente ainda mostra estagnação do QI no TR inferior através da saburra do corpo
lingual. Assim sendo, o QI não sobe e acaba se transformando em calor no TR superior.
Entretanto, a diminuição da saburra em todo o corpo lingual mostra uma melhor fluidez das
energias no TR inferior e médio, porém ainda calor (Yang) no TR superior.
Discussão dos Pontos Escolhidos e pontos aplicados:
P7-R6 – Para captar energia Yin.
R3; R7 – Tonificar Rins
B67; B64 – Tonificar Bexiga
VC 4 – Tonificar TR inferior no sentido de fluir melhor as energias no triplo aquecedor.
Ryodoraku:
Na Medição do Ryodoraku, verificaram-se os seguintes pontos a serem acupunturados:
CS7 se mantendo na mesma posição da sessão anterior. A energia do sistema Pulmão
esta insuficiente o ponto P9 deve ser usado. Neste caso, o Pulmão pode ser considerado a Mãe
111
do Rim na relação mãe e filho. Neste sentido deveria novamente se pensar em usar o ponto de
tonificação do Pulmão. (ver gráfico em anexo)
Sétima Sessão 21/05/2008
Entrevista:
Sente dormência na região da cervical, nas costas e ombros adormecidos com
“picadinhas” como pequenas agulhadas que ficam andando para todos os lados do ombro e
pescoço. Acha que vai ficar gripada novamente.
Refere que não dormiu bem no fim de semana e no dia anterior. Perguntei se havia
acontecido algo que a deixou nervosa, pois, mostrava certa tristeza em seu semblante.
Relata que seu ex-marido foi morar na casa dos fundos da sua, e que ele é alcoólatra,
isso estava deixando-a perturbada.
Exame de Pulso:
Direito
Esquerdo
Superficial.
Profundo
Superficial
Profundo
D>E.
IG- excesso.
P- normal
ID- excesso
C- excesso
S<P
E- excesso.
BP- normal
VB-excesso
F- excesso
I>III.
TR- excesso
CS- normal
B- insuficiente
R- insuficiente
Exame da língua:
Mostra pouca saburra no corpo lingual e calor na área do TR Médio e Superior.
Discussão dos Pontos Escolhidos e Pontos Aplicados:
V.M. P7-R6 – No sentido de continuar a captar energia Yin e melhorar as causas internas.
C7 – Sedar Coração
C3 – Fonte do Coração e alegria de viver.
P9 – Tonificar o Pulmão, Motivo provável da gripe e ou tristeza.
F2; F3.- para sedar Fígado.
R7;R3 para tonificar o Rim, apagar o fogo falso do fígado e coração.
VB38 para sedar Vesícula Biliar.
VG20 – para centrar, acalmar e ligar ao céu.
112
In-trang – para centrar, acalmar e direcionar.
Observação dos Dados de Diagnóstico:
A paciente sofreu uma mudança em sua vida com a presença de seu ex-marido
próximo a sua casa e isso a estava incomodando bastante. Como seu diagnóstico se interpreta
com a presença de calor, este fato tendeu a aumentar o calor trazendo sentimento de raiva e
tristeza aumentando ainda mais o calor Yang. Neste sentido o fogo falso do Fígado sobe
acrescentado do fogo do Coração. Entretanto, de modo geral, mostrou uma disfunção nas
energias do meridiano do coração, que está associado ao elemento fogo, o que neste caso seria
natural. Neste sentido os pontos indicados seriam os descritos acima.
Ryodoraku:
Na Medição do Ryodoraku, verificaram-se os seguintes pontos a serem
acupunturados:
(VB38) ponto de sedação da Vesícula Biliar dos dois lados, (BP5) ponto de sedação
do Baço lado esquerdo. (ver gráfico)
Oitava Sessão 28/05/2008.
Entrevista.
Refere-se sentir muito melhor e tem passado bem durante a semana, está bem mais
calma. No momento está agitada porque dormiu mal e ainda sente dores nas costas; está
preocupada com suas dívidas, e isso a está trazendo preocupação, pois, que comprar coisas
para si e não tem dinheiro suficiente.
Exame de Pulso:
Direito
Superficial.
Profundo
Esquerdo
Superficial
ID- normal
Profundo
D<E.
IG-normal.
P- normal
C- normal
S<P
E- normal.
BP- insuficiente
VB-normal
F- excesso
I>III.
TR- normal
CS- insuficiente
B- insuficiente
R- normal
113
Exame da língua:
A aparência do corpo lingual está normal, com saburra branca, fina e cor rósea.
Pontos usados:
V.M.- P7-R6 para captar energia Yin
CS7 – ponto fonte do CS e ponto de sedação
BP3 – ponto fonte do Baço
ID15; ID14 ponto local para dor nos ombros e na região piramidal, ombro e pescoço.
B14; B13, ponto local para dor nos ombros e na região piramidal, ombro e pescoço.
Discussão dos Pontos usados:
Nesta sessão, através da tomada do pulso e do exame do corpo lingual considerou-se,
que a terapêutica aplicada nestas oito sessões cumpriu seu objetivo.
A tomada de pulso mostrou uma diferença, a princípio, de excesso de Yang nas
primeiras sessões com tendência para Yin nesta última sessão, assim como o corpo lingual
perdeu as características de saburra espessa no TR inferior, passando para o TR médio e na
última sessão adquirindo características normais. Os pontos vermelhos no corpo lingual
também desapareceram, mostrando que o calor no TR superior normalizou mostrando o
equilíbrio Yin/Yang.
Quanto à queixa da paciente, segundo seu último relato está bem mais calma, menos
agitada, recuperando seu sono e não sentindo mais calores extravagantes durante a noite.
Vale à pena ressaltar que a terapêutica equilibrou as energias dos meridianos
afetados e isso fez com que o ciclo de geração e controle fosse recuperado causando a
sensação de bem estar da paciente, melhorando seu estado de ânimo. No entanto, existem
características anteriores que devem ser avaliadas posteriormente para uma terapêutica mais
efetiva.
Ryodoraku:
Na Medição do Ryodoraku, verificaram-se os seguintes pontos a serem
acupunturados:
(BP5) ponto de sedação do Baço do lado esquerdo, (B65) ponto de sedação da
Bexiga do lado direito. (ver gráfico)
114
Nona Sessão 20/06/2008
Esta sessão se deu em um período de mais de três semanas em virtude do tratamento ter sido
interrompido porque a paciente havia melhorado o suficiente, entretanto, voltou ao tratamento
por estar em estado de gripe com tosse e muita coriza.
Entrevista:
Relata estar em estado de gripe com coriza e tosse, há aproximadamente sete dias.
Refere estar com infecção na urina, quando procurou um médico e este receitou alguns
comprimidos. Mostra o canto do olho esquerdo com cor vermelho sangue. Refere dor de
cabeça, enxaqueca, localizada na região temporal. Fez comentários a respeito de uma cirurgia
da tireóide, mais ou menos 13 anos.
Exame de Pulso:
Direito
Superficial.
Esquerdo
Profundo
Superficial
Profundo
D<E.
IG-normal.
P- excesso
ID- normal
C- excesso
S<P
E- normal.
BP- insuficiente
VB-normal
F- excesso
I>III.
TR- normal
CS- insuficiente
B- insuficiente
R- insuficiente
Exame da língua:
Mostra Calor na região do Fígado e Vesícula Biliar, devido aos bordos da língua
avermelhados; mostra calor no TR superior do corpo lingual, através de pequenas marcas em
forma de pintas avermelhadas com concentração do lado esquerdo. Mostra calor na ponta da
língua, significando calor no meridiano do C e ID.
Exame de sua compleição:
Mostra certo desequilíbrio do seu lado direito comparado com esquerdo.
Pontos Escolhidos:
V. M. R6-P7 no sentido de ajudar nos problemas de seu aparelho genital e respiratório.
P9 com IG4 no sentido de ajudar na tosse e gripe.
115
BP3 Ponto fonte, onde se encontra o QI do canal do Baço para que ele possa acertar sua
energia correta.
F3 Ponto fonte onde se encontra a energia QI do canal.
F2 Ponto de sedação, para dispersar a energia do meridiano do Fígado.
CS7 Ponto fonte para normalizar a circulação.
Intrang. Acalmar e ponto local para coriza.
VG20 União de todos os Yangs da cabeça, para acalmar.
E3 como ponto local para desobstrução nasal.
Discussão dos pontos usados.
Através da tomada do pulso a paciente está com características Yin (D<E) (S<P)
embora de modo geral seja Yang. Tal fato provavelmente se deva a seu estado de gripe. Os
outros pontos usados já foram explicados acima.
Entretanto, nota-se através da compleição, apesar da gripe, há diferenças entre o lado
esquerdo e direito de seu rosto, mostrando desequilíbrio. Quando se deitou na maca, a
paciente comentou sobre dor nas costa, próximo ao Rim esquerdo do tipo “repuxão”, e seu
olho inflamado é também o esquerdo.
Ryodoraku:
Na Medição do Ryodoraku, verificam-se os seguintes pontos a serem acupunturados:
Tr 8
F2 ponto de sedação do Fígado
IG2 ponto de sedação do Intestino Grosso
ID3, ponto de tonificação do Intestino Delgado.
BP2, ponto de tonificação do Baço Pâncreas.
Observando estes pontos inferiu-se que o IG aumentado pode ser pela energia do
pulmão pelo de seu estado de gripe. O TR em excesso pode ser motivos de calor no TR
médio, que também é um ponto comum para estados de gripe e tosse. O Baço mostra
claramente a baixa de energia e também o ID está insuficiente, que é um ponto comum para
dor, rigidez cervical, dor de cabeça e olhos vermelhos. (ver gráfico em anexo)
116
ANEXO 3 - Comparação dos dados obtidos através da medição do Ryodoraku antes e
depois do tratamento acrescidos de comentários apresentados por cada sessão.
Sessão de 16/04/2008.
Antes do tratamento
BP insuficiente
Depois do tratamento.
CS excesso
P excesso
CS excesso.
Pontos acupunturados:
V.M R6-P7
E mais, F3; VB38; P9; R7; In-Trang.
Comparando os dados:
O desequilíbrio do BP e P desapareceram somente, continuando o desequilíbrio do CS.
Comentando a intenção:
F3 ponto fonte para regularizar a energia do Fígado
VB 38 ponto sedação para regularizar a energia da Vesícula Biliar.
P9 ponto fonte do pulmão para regularizar a energia do Pulmão
R7 ponto para tonificar o meridiano do Rim
In-Trang para acalmar.
Comentando as observações dos dados obtidos no tratamento:
As energias do Baço e do Pulmão foram equilibradas.
Comentários da terapêutica:
Os pontos usados tiveram ação direta na energia dos meridianos desequilibrados do Pulmão e
do Baço equilibrando-os em detrimento do meridiano do CS que continua aumentado.
117
Sessão do dia 23/04/2008
Antes do tratamento
Depois do tratamento.
P. insuficiente.
BP insuficiente
CS. insufiiente.
R insuficiente
B. excesso.
VB insuficiente
E insuficiente
ID excesso
TR excesso.
Pontos que foram acupunturados:
V.M. R6-P7
E mais, F3; F2; BP3; R3; P9.
Comparando:
Há uma discrepância na observação dos dados apurados acima, no entanto, os meridianos que
estavam desequilibrados antes do tratamento não estão mais, apesar do gráfico tomado após o
tratamento mostrar outros desequilíbrios importantes.
Comentando a intenção:
F2 para dispersar o meridiano do Fígado
F3 para regularizar o meridiano do Fígado.
BP3 para regularizar o meridiano do Baço.
R3 para regularizar o meridiano do Rim.
P9 para regularizar o meridiano do Pulmão.
Comentando a observação dos dados obtidos:
As energias do P; CS; B foram equilibradas.
A energia dos outros meridianos, observados acima nesta sessão, mostrou outros
desequilíbrios. Dados que serão comentados posteriormente.
Comentário da terapêutica:
Os pontos usados mostram claramente o equilíbrio das energias dos meridianos
desequilibrados.
118
No caso de ter-se observado desequilíbrio de outros meridianos, vamos inferir no momento
que foram causados por algum tipo de estresse ou variável não controlada. Observa-se
também que o ocorrido se deu somente nesta sessão.
Sessão de 30/04/2008.
Antes do tratamento
CS insuficiente
Depois do tratamento
BP excesso
Pontos acupunturados:
V.M. P7-R6.
CS9; BP2; IG4; VB38; VB40.
Comparando:
O meridiano do CS com baixa energia se recuperou
O meridiano do BP aumentou muito a energia.
Comentando a intenção:
CS9 para tonificar a energia do meridiano da Circulação-Sexualidade.
BP2 para tonificar a energia do meridiano do BP
VB38 ponto de sedação; VB40 ponto fonte para sedar a energia do meridiano da Vesícula
Biliar.
IG4, fonte para regularizar energia do Intestino Grosso.
Comentando as observações dos dados obtidos:
O meridiano CS estava com sua energia insuficiente, o que claramente foi equilibrada,
entretanto, a energia do meridiano do BP foi aumentada logo após ter-se tonificado o BP.
Comentários da Terapêutica:
O procedimento usado mostra que as energias foram alteradas através do uso dos pontos
indicados nesta seção, o fato pode ser mais claramente observado no caso do CS regularizar e
o BP aumentar.
119
Sessão do dia 07/05/2008.
Antes do tratamento
Depois do tratamento
CS insuficiente
O gráfico se encontra equilibrado
Pontos que foram acupunturados:
V.M. P7-R6
E mais IG4; CS9; R7; B64; ID3; In-Trang.
Comparando:
Na primeira medição o CS se encontrava insuficiente
Na segunda medição o CS se encontrou normal.
Comentando a Intenção:
IG4, fonte do para regularizar meridiano do Intestino Grosso.
CS9; Tonificar para que os líquidos circulem melhor.
R7; Tonificar os Rins.
B64, fonte para regularizar o meridiano da Bexiga.
ID3, Regularizar o meridiano do Intestino Delgado.
In-Trang, para acalmar.
Comentando as observações dos dados obtidos:
As energias dos meridianos foram totalmente recuperadas.
Comentando a Terapêutica:
Os pontos usados tiveram ação direta no equilíbrio energético do organismo, não surgindo
nenhuma alteração.
Sessão de 14/05/2008
Antes do tratamento.
P.
Depois do tratamento.
insuficiente
O gráfico mostra
CS. Insuficiente.
equilíbrio total.
120
Os pontos acupunturados foram:
V.M. P7-R6
E mais, R3; R7; B67; B64; VC4.
Comentando a intenção:
R3 fonte e R7 tonificar, melhorar a circulação no meridiano dos Rins e abrir as águas.
B64 fonte e B67 tonificar, melhorar a circulação das águas.
VC4 tonificar o TR inferior através deste ponto de comando.
Comentário da observação dos dados:
Os pontos do Rim e da Bexiga, acrescentado do Vaso Concepção equilibrou o fluxo de
energia do organismo.
Comentários da Terapêutica:
Observando-se efetivamente que os pontos água do Rim e da Bexiga acrescentado do ponto
de comando VC4, mudaram efetivamente a condução energética do organismo trazendo total
equilíbrio das energias.
Sessão de 21/05/2008
Antes do Tratamento.
BP excesso
Após o Tratamento
CS insuficiente
VB excesso
Os pontos acupunturados foram:
V.M. P7-R6
E mais C7; F2; P9; C3; VG20; In-Trang.
Comparando:
A energia dos meridianos do Baço e da Vesícula Biliar regularizou.
O CS mostrou insuficiência.
Comentando a intenção:
121
Promover a regularização dos meridianos do Fígado e da Vesícula Biliar, acalmar o Pulmão e
tranqüilizar.
Comentário da observação dos dados:
A energia do meridiano da VB regularizou
A energia do meridiano do BP regularizou.
Surgiu o desequilíbrio no CS.
Comentando as observações dos dados obtidos no tratamento:
O ponto do meridiano do Fígado (F2) para sedar a energia regularizou este meridiano,
entretanto, surgiu desequilibro no meridiano do CS.
Comentários desta terapêutica:
A energia do meridiano da Vesícula Biliar foi equilibrada. Surgiu um desequilíbrio no CS.
Sessão de 28/05/2008
Antes do Tratamento.
BP excesso.
Após o Tratamento
BP excesso.
B6 excesso.
Os pontos acupunturados foram:
V.M. P7-R6
E mais BP3; CS7;
Pontos locais: ID15; ID14; B14; B13
Comparando:
A energia do meridiano do BP continuou aumentada.
A energia do meridiano da B regularizou.
Comentando a intenção:
O ponto BP3 para regularizar o Baço.
O ponto CS7 para regularizar a circulação
Os pontos locais para dor na região cervical.
122
Comentando as observações dos dados obtidos no tratamento:
O ponto BP3 (fonte) mostra que o meridiano do BP está em real desequilíbrio sendo que, este
meridiano deverá ser tratado com mais intensidade. A energia do meridiano da Bexiga foi
equilibrada.
Comentário desta terapêutica:
Os pontos usados tiveram ação terapêutica efetiva direta ou indireta, observando-se as
alterações da energia do Baço e da Bexiga.
Sessão de 20/06/2008
Antes do Tratamento.
Após o Tratamento
TR excesso
F excesso.
IG excesso
VB excesso.
F excesso
C excesso.
BP insuficiente
E insuficiente.
ID insuficiente
R insuficiente.
Pontos que foram acupunturados:
V.M. R6-P7
E mais P9; IG4; F3; F2; BP3; CS7; In-Trang; VG20; E3.
Comparando:
Os pontos BP; ID;IG;TR. Desapareceram
Os pontos E; R;C;VB. Surgiram.
Comentando a intenção:
F3 + F2 para sedar Fígado
BP3 fonte para o Baço poder recuperar-se
P9; IG4 Para melhorar os sintomas de tosse e gripe.
C7 para circular energia de líquidos e regulariza o C.
VG20 para tranqüilizar e regularizar o Yang da cabeça
In-Trang para acalmar centrar e melhorar a coriza.
IG usado como ponto local para melhorar a respiração.
123
Comentando as observações dos dados obtidos no tratamento:
A energia do meridiano do BP foi regularizada mostrando seu acoplado (E) insuficiente.
A energia do meridiano VB normalizou junto com seu acoplado F.
A energia do meridiano TR; ID foi regularizado.
A energia do meridiano C surgiu como excesso.
A energia do meridiano R surgiu como excesso.
Comentário desta terapêutica:
Os pontos usados tiveram ação terapêutica direta e indireta, observando as modificações de
energia medidas antes e depois do tratamento. Observa-se ainda, que a energia mudou para
seu acoplado em alguns casos, em outros surgiram alterações. Tais dados, mostrados pela
medição antes e depois do tratamento aponta o desequilíbrio original de nossa paciente, que
claramente nas primeiras sessões estava, principalmente, na energia do BP e F.
124
ANEXO 4 - COMPARAÇÃO DAS MEDIDAS DA ENERGIA DO INSTRUMENTO DE
MEDIÇÃO DO RYODORAKU
Observando-se de maneira geral os dados obtidos através do gráfico do aparelho de
medição Ryodoraku concluí-se que:
Quando se agulhou um determinado ponto energético através da técnica dos pontos
“SHU” antigos com a intenção de Sedar ou Tonificar a energia de um determinado meridiano,
sua energia respondeu ao agulhamento, observando-se as diferenças de medição das energias
mostradas nos gráficos do Ryodoraku.
Portanto concluí-se que de fato a condição energética dos meridianos pode ser
manipulada de acordo com a proposta terapêutica a ser aplicada em uma determinada situação
de um paciente, a fim de proporcionar um equilíbrio energético adequado ao organismo, com
a possibilidade de melhorar ou cessar o sofrimento.
Segundo Cordeiro (2001) a Medicina Tradicional Chinesa a aplicação da Acupuntura
se destina a promover o equilíbrio das energias dos ciclos de geração e controle dos
meridianos do corpo humano, contribuindo para que cada um dos doze meridianos tenha a
possibilidade de ter sua energia correta.
A medição das energias obtidas através do Ryodoraku nos mostrou uma
possibilidade de mensuração da quantidade de energia em um determinado meridiano.
Associando essas medidas às técnicas de tratamento da acupuntura, podemos visualizar de
forma mais concreta a alteração da energia dos meridianos medidos e tratados. Quando foi
feita nova medição, após o tratamento, observamos diferenças notáveis nas medições feitas,
mostrando se a técnica foi adequada ou se necessita de modificações.
É possível também verificar através de sua medição do Ryodoraku, quando as
energias vão se modificando e equilibrando, e quando ficam equilibradas. Neste caso,
concluímos ainda que a sua utilização, pode ajudar no diagnóstico e na evolução dos
tratamentos da acupuntura e oferecem dados mensuráveis.
125
ANEXO 4Paciente: Z S A
Data: 16/4/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
Ton. Nor. Sed.
P5
33
41
CS9
35
45
16
20
22
16
33
32
28
22
BP2
12
17
20
20
15
15
21
21
20
19
20
19
Observações:
Clinica as 13.30 sem almoço em 16/04/2008
Gráfico Ryodoraku
126
Paciente: Z S A
Data: 16/4/2008
Esq.
Dir.
P9
35
37
CS7
35
45
C7
16
20
ID5
22
16
TA4
33
32
IG5
28
22
BP3
18
17
F3
20
20
R4
15
15
B65
21
21
VB40
20
19
E42
20
19
Def.
Nor.
Exc.
Ton.
Observações:
Clinica as 14:30 sem almoço em 16/04/2008 depois do
tratamento.
Gráfico Ryodoraku
Nor.
Sed.
CS9
127
Paciente: Z S A
Data: 23/4/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
Ton. Nor. Sed.
P9
20
26
CS7
16
31
22
36
28
32
32
41
32
38
36
35
28
29
37
32
B65
42
36
23
26
36
38
Observações:
23.04.2008 13:00 horas, antes do tratamento.
Gráfico Ryodoraku
128
Paciente: Z S A
Data: 23/4/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
Ton. Nor. Sed.
P5
P5
70
70
30
30
31
42
ID8
ID8
57
63
TA8
48
65
45
50
BP2
22
27
34
25
R7
R7
17
13
43
43
VB43
VB43
12
12
E41
28
19
Observações:
23/04/08 14.00 horas, após tratamento.
Gráfico Ryodoraku
129
Paciente: Z S A
Data: 30/4/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
Ton. Nor. Sed.
25
23
CS7
CS7
10
11
20
16
22
23
23
29
23
18
25
25
13
13
28
23
20
18
20
20
18
20
Observações:
30/04/2008 as 12:00 horas. Antes de almoçar
Gráfico Ryodoraku
130
Paciente: Z S A
Data: 30/4/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
Ton. Nor. Sed.
12
14
14
12
12
11
13
9
16
13
17
17
BP5
BP5
28
28
12
10
12
10
14
12
14
12
12
12
Observações:
30/04/2008 as 13:00 horas, depois do tratamento.
Gráfico Ryodoraku
131
Paciente: Z S A
Data: 7/5/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
Ton. Nor. Sed.
28
26
CS7
27
10
15
20
12
18
27
24
35
29
15
15
11
10
16
16
25
22
15
15
23
15
Observações:
07/05/2008 Antes do almoço e antes do tratamento.
Gráfico Ryodoraku
132
Paciente: Z S A
Data: 7/5/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
15
27
16
22
15
23
12
15
26
24
35
35
19
12
11
10
18
24
18
17
11
15
16
14
Observações:
07/05/2008 Depois do tratamento
Ton. Nor. Sed.
Gráfico Ryodoraku
133
Paciente: Z S A
Data: 14/5/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
Ton. Nor. Sed.
P9
21
14
CS7
22
11
15
14
30
21
32
29
28
22
32
19
22
13
23
18
26
28
14
18
20
15
Observações:
14/05/2008 antes almoço e antes do tratamento.
Gráfico Ryodoraku
134
Paciente: Z S A
Data: 14/5/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
15
18
18
11
13
13
13
14
25
17
26
14
14
18
12
10
14
13
18
14
8
10
10
10
Observações:
14/05/2008 depois do tratamento.
Ton. Nor. Sed.
Gráfico Ryodoraku
135
Paciente: Z S A
Data: 21/5/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
17
20
16
20
13
25
25
25
29
30
28
28
BP5
41
26
20
14
15
16
26
21
VB38
35
35
17
15
Observações:
Antes do tratamento
Ton. Nor. Sed.
VB38
Gráfico Ryodoraku
136
Paciente: Z S A
Data: 21/5/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
20
24
CS7
12
14
18
20
20
24
24
23
20
24
27
17
24
24
20
13
19
22
21
15
24
24
Observações:
21/05/2008 após o tratamento
Ton. Nor. Sed.
Gráfico Ryodoraku
137
Paciente: Z S A
Data: 28/5/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
12
26
12
10
12
10
17
11
23
23
22
20
BP5
30
22
13
18
20
20
19
27
10
8
16
8
Observações:
28/05/2008 antes do tratamento
Ton. Nor. Sed.
Gráfico Ryodoraku
B65
138
Paciente: Z S A
Data: 28/5/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
10
10
10
11
8
11
15
14
22
18
22
14
BP5
25
26
18
12
11
11
12
13
11
8
10
11
Observações:
28/05/2008 após o tratamento
Ton. Nor. Sed.
Gráfico Ryodoraku
BP5
139
Paciente: Z S A
Data: 20/6/2008
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
Esq.
Dir.
20
28
14
23
18
21
12
16
50
28
35
48
15
10
38
28
17
17
24
16
12
15
20
12
Observações:
Def. Nor. Exc.
Ton. Nor. Sed.
ID3
TA8
IG2
BP2
F2
F2
Gráfico Ryodoraku
140
Paciente:
Data:
P9
CS7
C7
ID5
TA4
IG5
BP3
F3
R4
B65
VB40
E42
ZSA
20/6/2008
Esq.
Dir.
Def. Nor. Exc.
27
26
18
19
C7
45
17
19
33
34
34
28
26
33
23
24
40
R7
16
30
24
30
23
40
15
12
Observações:
20/06/2008 depois do tratamento
Ton. Nor. Sed.
F2
VB38
E41
Gráfico Ryodoraku

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