música, pintura e dramatização como estratégia lúdica de educação

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música, pintura e dramatização como estratégia lúdica de educação
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE SAÚDE DE NOVA FRIBURGO
CURSO DE ODONTOLOGIA
KAMILLA JÚLIA S. R. DE CAMPOS
MATHEUS VIANA DUARTE
MÚSICA, PINTURA E DRAMATIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA
LÚDICA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL DE PACIENTES COM
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
NOVA FRIBURGO
2016
1
KAMILLA JÚLIA S. R. DE CAMPOS
MATHEUS VIANA DUARTE
MÚSICA, PINTURA E DRAMATIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA
LÚDICA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL DE PACIENTES COM
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Monografia apresentada ao Curso de
Odontologia do Instituto de Saúde de
Nova Friburgo da Universidade Federal
Fluminense
como
Conclusão de Curso.
Orientador: Profa. Dra. FLÁVIA MAIA SILVEIRA
Coorientador: Pra. Dra. ANDRÉA VIDEIRA ASSAF
Nova Friburgo
2016
Trabalho
de
2
C198m
Campos, Kamilla Júlia S. R. de
Música, pintura e dramatização com estratégia lúdica de educação em
saúde bucal de pacientes com deficiência intelectual. / Kamilla Júlia S. R. de
Campos ; Matheus Viana Duarte ; Profᵃ. Drᵃ. Flávia Maia Silveira, orientadora ;
Profᵃ. Drᵃ. Andréa Videira Assaf, coorientadora. -- Nova Friburgo, RJ: [s.n.],
2016.
103f.; il.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) –
Universidade Federal Fluminense, Instituto de Saúde de Nova Friburgo,
2016.
1. Saúde bucal. 2. Deficiência intelectual. 3. Música. I.
Duarte, Matheus Viana. II. Silveira, Flávia Maia, Orientadora. III. Assaf,
Andréa Videira, Coorientadora. IV. Título.
CDD M617.602
3
KAMILLA JÚLIA S. R. DE CAMPOS
MATHEUS VIANA DUARTE
MÚSICA, PINTURA E DRAMATIZAÇÃO COMO ESTRATÉGIA LÚDICA DE
EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCAL DE PACIENTES COM DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL
Monografia apresentada ao Curso de
Odontologia do Instituto de Saúde de
Nova Friburgo da Universidade Federal
Fluminense
como
Conclusão de Curso.
Aprovada em: 23 / 03 / 2016
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dra. Flávia Maia Silveira.
Instituição: Universidade Federal Fluminense.
Prof. Dra. Andréa Videira Assaf.
Instituição: Universidade Federal Fluminense.
Prof. Dra. Carolina de Fátima Soares Pinto.
Instituição: Universidade Federal Fluminense.
Nova Friburgo
2016
Trabalho
de
4
DEDICATÓRIA
Dedicamos esse trabalho primeiramente à Deus; à
nossa orientadora Profa. Dra. FLÁVIA MAIA SILVEIRA, que
nos ensinou a arte de amar e cuidar das pessoas, sempre se
dedicando ao máximo e nos servindo de exemplo de pessoa e
profissional; a nossos pais pelo amor incondicional; a todos os
escolares de onde desenvolvemos o nosso projeto, assim
como os funcionários que sempre nos acolheram com carinho
e a todas as pessoas com algum grau de deficiência.
5
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiro a Deus por nos permitir percorrer
longos caminhos até chegarmos aqui.
A nossos pais pelos ensinamentos que nos foram
transmitidos, pelo amor que nos foi oferecido e apoio que
nos deram em momentos difíceis.
A todos os nossos mestres pelos ensinamentos e amigos
pelo companheirismo.
6
“
[...]
É
preciso
Como
se
não
Porque
se
você
amar
as
houvesse
parar
pra
Na verdade não há [...]” Renato Russo.
pessoas
amanhã
pensar
7
RESUMO
O lúdico é uma atividade que promove prazer e entretenimento para as pessoas
envolvidas e pode contribuir para promoção de saúde, pelo potencial motivador e
incorporador de conhecimento, cultura, sociabilidade e criatividade. O presente
estudo quali-quantitativo de intervenção avaliou uma proposta de educação em
saúde bucal para pessoas com deficiência intelectual, desenvolvendo e utilizando
atividades lúdicas, de música pintura e dramatização como estratégia de ação. A
amostra aleatória foi constituída de 48 escolares com deficiência intelectual de uma
Instituição educacional de Nova Friburgo, que atende esse público-alvo. A amostra
foi dividida entre o grupo controle (G1) e grupo experimental (G2). O G1 recebeu
escovação supervisionada (ES) e palestras. O G2 recebeu ES e ações lúdicas de
música, pintura e dramatização. Os dados foram obtidos por diário de campo,
entrevista, IBV-Índice de Biofilme Visível (0 a 5) e IS-Índice de sangramento antes
(A1), após a última intervenção educativa (A2) e em mais 6 reavaliações a cada 15
dias (A3 a A8). Foram utilizados os testes de Wilcoxon e Mann-Whitney para os
dados quantitativos e análise de conteúdo, para os qualitativos. Observou-se para o
G1: Mediana (Me) do IBV em A1 = 4 e em A8= 4. Para o G2: Me de IBV em A1= 4 e
em A8=1, redução estatisticamente significativa (p<0,05). No G2 houve redução do
IBV em 100% e de IS em 76,9%, dos indivíduos, enquanto no G1 foi de 30,7% e
46,2%, respectivamente. A análise qualitativa mostrou melhora no G2 para: uso do
fio dental como aprendizado e motivação. Verificou-se que o grupo controle
apresentou diferença estatística significativa no índice de biofilme visível na
avaliação inicial e final, mas não sustentou os resultados ao longo do tempo,
diferente do grupo experimental que também mostrou redução estatisticamente
significativa no índice de biofilme visível entre a avaliação inicial e final, porém
sustentou os resultados ao longo do tempo do estudo. Na avaliação do índice de
sangramento gengival, comparando-se os dois grupos, inicialmente não
apresentavam diferença estatística significativa, o que difere da avaliação final onde
o grupo experimental apresentou diferença estatisticamente significativa em relação
ao grupo controle. O material didático pedagógico lúdico de música, pintura e
dramatização foi efetivo como ferramenta metodológica para a obtenção de
resultados significativos positivos no controle do biofilme visível e sangramento
gengival, promovendo também melhora na aquisição de conhecimento, produção de
vínculo, motivação, autopercepção e autocuidado dos indivíduos com deficiência
intelectual participantes do estudo. Assim, conclui-se que a proposta experimental
demonstrou melhores resultados no controle de biofilme dental e saúde gengival e
favoreceu o vínculo entre participantes e equipe executora, o aprendizado, a
motivação e a produção e uso de estratégias lúdicas para educação em saúde.
Palavras chave:
autopercepção.
deficiência
intelectual,
música,
educação,
saúde
bucal,
8
ABSTRACT
The playful is an activity that promotes pleasure and entertainment to the involved
people and can contribute to the promotion of health, thru the motivator and
incorporator potential of knowledge, culture, sociability and creativity. This study
quali-quantitative of intervention evaluated a proposal of education of oral health to
people with intellectual disability, developing and using playful activities, with music,
painting and dramatization as an action strategy. The random sample was made of
48 students with intellectual disability of an educational institution in the city of Nova
Friburgo, which attends this target people. The sample was divided between the
control group (G1) and the experimental group (G2). The G1 received supervised
brushing (SB) and lectures. The G2 received SB and playful actions with music,
painting and dramatization. The data were obtained thru field diary, interview, VBIVisible Biofilm Index (0 to 5) and BI-Bleeding Index before (A1), after the last
educational intervention (A2) and in 6 more revaluations every 15 days (A3 to A8).
There were used the Wilcoxon and Mann-Whitney tests to the quantitative data, and
content analysis, to the qualitative ones. It was observed to the G1: Median (Me) of
VBI in A1 = 4 and in A8 = 4. To G2: Me of VBI in A1 = 4 and in A8 = 1, which was a
significant statistically reduction (p<0,05). In G2 there was a reduction of 100% of the
VBI and 76,9% of BI, from individuals, while in G1 it was of 30,7% and 46,2%,
respectively. The qualitative analysis showed improvement in G2 to: use of floss as a
learning; motivation; creation and use of 10 musical copyright compositions and 4
parodies, 4 of dramatizat09ion, and 4 of painting. It was found that the control group
presented significant statistical difference in VBI at the initial and final evaluations,
but does not maintained the results over time, differently from the experimental
group, that also showed significant statistical reduction of the VBI between the initial
and the final evaluation, however maintained the results throughout the study period.
In the evaluation of the gingival bleeding index, comparing both groups, initially they
did not show significant statistical difference, which differs from the final evaluation
where the experimental group showed significant statistical difference between the
control group. The playful courseware of music, panting and dramatization was
effective as a methodological tool to obtain significant positive results controlling the
visible biofilm and the gingival bleeding, also promoting the improvement on the
acquisition of knowledge, bond production, motivation, self-perception and self-care
of individuals with intellectual disability, who participate of the study. Therefore, it is
concluded that the experimental proposal has demonstrated better results on the
control of dental biofilm and gingival health and favored the bond between the
participants and the executor team, the learning, the motivation and the production
and the use of playful strategies to education in health.
Key words: Intellectual Disability, music, education, oral health, self concept
9
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 -
Média do índice CPO-d e seus componentes, segundo grupo de
estudo.........................................................................................................................38
Gráfico 2 - Média e mediana de idade em anos, segundo o grupo de estudo...........39
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Média do Índice de Biofilme Visível, em função do tempo e do grupo de
estudo.........................................................................................................................40
Tabela 2 - Média do Índice de sangramento, em função do tempo e do grupo de
estudo.........................................................................................................................41
11
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Análise qualitativa, segundo dimensões de análise e por grupo de
estudo.........................................................................................................................42
Quadro 2 – Análise da produção e utilização de material didático-pedagógico.........43
Quadro 3 – Associação entre música autoral e tema abordado...........................43-44
Quadro 4 – Associação entre paródia, tema abordado, música original e seu
intérprete....................................................................................................................44
12
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Confecção da gengiva do macro-modelo....................................................45
Figura 1.2. Confecção dos dentes do macro-modelo.................................................46
Figura 1.3. Aparência externa dos dentes do macro-modelo.....................................46
Figura1.4. Aparência interna do dente do macro-modelo..........................................47
Figura 2. Momento da encenação..............................................................................48
Figura 3. Participante removendo a vareta no momento da atividade.......................50
Figura 3.2. Participante mostrando o que aprendeu sobre uma escovação
adequada....................................................................................................................50
Figura 3.3. Reforçando o tema com a música............................................................51
Figura 4. Participante demonstrando como se usa o fio dental.................................53
Figura 4.2. Momento de entusiasmo durante a música.............................................53
Figura 4.3. Personagens da atividade teatral.............................................................54
Figura 4.4. Momento final das atividades do dia........................................................55
Figura 5. Treinando os movimentos finos da escovação...........................................56
Figura 6. Desenho pontilhado para atividade de coordenação motora................56-57
Figura 7. Momento da encenação com os fantoches.................................................59
13
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... ..........15
2 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................... ..........18
2.1 Deficiência intelectual...........................................................................................18
2.2 Educação em saúde bucal...................................................................................19
2.3 O uso das atividades lúdicas como estratégia de ação ......................................21
2.4 Controle do biofilme dental...................................................................................24
3 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................... ..........26
3.1 Aspectos Éticos ...................................................................................................26
3.2 Tipo de estudo........ .............................................................................................26
3.3 Local de realização...............................................................................................27
3.4 Amostra ...............................................................................................................28
3.4.1 Critérios de Inclusão .........................................................................................28
3.4.2 Critérios de Exclusão ........................................................................................28
3.4.3 Procedimento de Randomização .....................................................................29
3.5 Coletas de dados ..................................................................................... ..........29
3.5.1 Dados sociais e de saúde .................................................................................29
3.5.2 Exames bucais ...................................................................................................30
3.5.2.1 Exame dentário................................................................................................30
3.5.2.2 Índice de biofilme visível .................................................................................31
3.5.2.3 Índice periodontal comunitário ........................................................................31
3.5.2.4 Uso e necessidade de prótese e traumatismo dentário ..................................32
3.5.3 Dados sobre a proposta de intervenção ............................................................32
3.6 Plano de intervenção .............................................................................................32
3.6.1 Descrição das atividades desenvolvidas para os grupos controle e experimental
......................................................................................................................................34
3.6.1.1 Atividades desenvolvidas para o grupo controle.............................................34
3.6.1.2 Atividades desenvolvidas para o grupo experimental .....................................34
3.7 Análise de dados ...................................................................................................35
4 RESULTADOS ............................................................................................ ..........37
14
4.1 Resultados clínicos ..............................................................................................37
4.2 Resultados das atividades educativas.................................................................41
4.2.1Descrição das atividades produzidas com material lúdico.................................44
5 DISCUSSÃO ............................................................................................... ..........61
6 CONCLUSÃO ............................................................................................. ..........65
REFERÊNCIAS .............................................................................................. ..........67
ANEXOS ........................................................................................................ ..........73
Anexo A – Folha de aprovação do Comitê de Ética………………………......………..74
Anexo B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido………………..……………75
Anexo C – Ficha de identificação e caracterização socioeconômica.........................77
Anexo D – Ficha de Exame Clínico............................................................................78
Anexo E – Ficha de Exame Clínico............................................................................79
Anexo F - Diário de campo.........................................................................................80
Anexo G - Entrevista para os escolares.....................................................................82
Anexos H a U – Letras e cifras de músicas produzidas...................................83 a 103
15
1INTRODUÇÃO
Cerca de 10% da população mundial vive com uma deficiência (ONU, 2013).
Há fatores que têm contribuído para o aumento de pessoas com deficiência e sua
marginalização como a fome, a pobreza, programas inadequados de assistência
social, saúde, educação, formação profissional, emprego, a contaminação do meio
ambiente, o crescimento e envelhecimento populacional, a violência urbana e outros
fatores indiretos. No Brasil, a combinação de um ou mais de tais fatores, mostra que
a proporção de pessoas com deficiência é mais alta nos estratos mais pobres da
sociedade (COHEN, 2006).
O presente estudo, dentro do amplo contexto de deficiência, teve como
público-alvo os pacientes com deficiência intelectual que, de acordo com Teddé
(2012) é uma deficiência onde ocorre déficits cognitivos concomitantes ao
funcionamento adaptativo em pelo menos duas áreas da comunicação, que podem
ser áreas do cuidado pessoal, vida doméstica, habilidades sociais ou interpessoais,
independência,
comunicação,
uso
de
recursos
comunitários,
habilidades
acadêmicas, lazer, trabalho, saúde ou segurança.
Para o atendimento odontológico de pacientes com deficiência intelectual não
se faz necessária grande diferença técnica, profissionais super especializados e
materiais de alta tecnologia, mas sim uma abordagem integral, consolidação de
vínculo e desenvolvimento do plano de tratamento adequado e, principalmente,
acessível à realidade em que o paciente e a família se enquadram (ALVES, 2015).
Pessoas com deficiência intelectual necessitam de maior cuidado para a
aquisição de conhecimento, que pelo método tradicional, utilizando de palestras e
orientações como estratégia de educação em saúde bucal, torna-se dificultada
devido a diminuição do foco de atenção dos educandos nos temas abordados, pela
necessidade latente de movimentação e interação, o que gera diminuição da
aprendizagem (NASCIMENTO e NETO, 2006).
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Teddé (2012) afirma que uma das deficiências mais comuns de serem
encontradas em crianças e jovens é a deficiência intelectual, caracterizada pela
diminuição no desenvolvimento cognitivo, ou seja, apresentando quociente de
inteligência abaixo do esperado para a respectiva idade da criança, jovem ou adulto,
o que pode vir a acarretar muitas das vezes no desenvolvimento mais lento na fala,
no desenvolvimento neuropsicomotor e em demais habilidades. Esse quadro de
deficiência atinge em torno de 1% da população jovem.
Para que se possa potencializar e desenvolver uma melhor comunicação e
expressão às pessoas com deficiência intelectual, o lúdico como ferramenta de
ensino – educação pode ser utilizado, pois integra esse indivíduo em âmbito social e
contribui para promoção de saúde, pelo potencial motivador e incorporador de
conhecimento (DUARTE et al., 2015) .
De acordo com Kishimoto (1994), o lúdico é um “instrumento” de
desenvolvimento da linguagem, comunicação e da imaginação, como uma forma de
expressão de qualidades espontâneas ou naturais da criança, um momento para
analisar a criança, que expressa através dele sua natureza psicológica e suas
inclinações.
Malaquias e Ribeiro (2013) relatam que as atividades lúdicas contribuem
como exercícios úteis para o ensino e aprendizagem, sendo os jogos e brincadeiras
mecanismos de ensino indispensáveis para que haja maior foco e atenção durante o
noviciado, proporcionando assim maior prazer e divertimento no ato de aprender, de
forma que o conteúdo pedagógico possa ser inserido de modo mais tranquilo e
prazeroso.
Uma das vias de ensino pelo método lúdico de aprendizagem pode ser a
música, que de acordo com Aguiar et al. (2010), utilizando de seus instrumentos,
sonoridade, compasso, arranjos, balanço, melodia e harmonia contribui para a
promoção da comunicabilidade, facilita os primeiros contatos de amizade e
convivência, facilita a expressão, de forma a atender às necessidades física, mental,
cognitiva e social, favorece o processo de adaptação ambiental, inclusão social,
acomodamento, habituação e condicionamento comportamental.
Aguiar et al. (2010) relataram ainda que a inclusão da música no processo de
ensino e aprendizagem tem a proposta de gerar um maior estímulo das percepções
rítmica e sonora, memorização, auxílio e incentivo para o desenvolvimento e
17
aperfeiçoamento da coordenação motora durante as atividades de vida diária,
contribuindo para autopercepção, autocuidado e autoavaliação correlacionados a
saúde bucal.
Estudos que relacionam a arte aplicada na área da saúde, suas relações e
inter-relações com o comportamento humano têm sido mais investigados. Os
resultados alcançados apontam para a utilização dos segmentos artísticos como
recursos auxiliares favoráveis na terapêutica do tratamento e na inclusão do
paciente ao contexto de assistência (AGUIAR, 2010).
Neste contexto, torna-se relevante desenvolver e analisar os efeitos de um
estudo que promova a saúde bucal de pessoas com deficiência intelectual, através
de atividades lúdicas como estratégia de educação em saúde bucal.
A pesquisa desenvolvida teve como objetivo geral implantar uma proposta de
educação em saúde bucal que utiliza como estratégia de ação, para pessoas com
necessidades especiais, atividades lúdicas de música, pintura e dramatização. E
como objetivos específicos: - planejar e realizar atividades lúdicas de educação em
saúde bucal, comparando-as com atividades tradicionais; - descrever as atividades
lúdicas produzidas; - estimular o autocuidado com autonomia e autopercepção; melhorar as condições de higiene bucal e saúde gengival.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Deficiência Intelectual
De acordo com Tédde (2012), a palavra deficiência é oriunda do latim
deficientia, termo usado para definir a ausência ou a disfunção de uma estrutura
psíquica, fisiológica ou anatômica.
A classificação internacional de deficiências, incapacidades e desvantagens
(PORTUGAL, 1989) define deficiência como perda ou anormalidade de alguma
estrutura ou função psicológica, anatômica ou fisiológica, de duração temporária ou
permanente. Inclui-se nesse termo o fato de uma anomalia, defeito, ausência ou
perda de um membro, órgão, tecido ou qualquer outra estrutura do corpo, incluindo
as funções mentais.
De acordo com a Unicef, as principais causas das deficiências no Brasil são
decorrentes da nutrição inadequada de mães e crianças, doenças infecciosas,
acidentes e ocorrências de acontecimentos anormais nas fases pré-natais e pósnatais (HONORA e FRIZANCO, 2008).
Tédde (2012) relata que o primeiro impasse para falar sobre deficiência
intelectual é a maneira com que se deve classificá-la. Relata também que a
deficiência intelectual já fora apresentada com várias nomeações como retardo
mental, excepcional, retardo deficiente, entre outros.
O termo “deficiência mental “ foi substituído por deficiência intelectual no ano
de 2004, por orientação da Organização das Nações Unidas (ONU), para que não
houvesse equívoco com “doença mental”, esse que é um estado patológico de
pessoas que possuem o intelecto igual da média, mas que, devido a algum
problema acabam sem usá-lo, mesmo que temporariamente, em sua capacidade
plena (BRASIL, 2007.
19
Pan (2008) afirma que, caso alguém fique sem saber como nomear o
“outro”, a melhor maneira é chamá-lo pelo seu nome. Relata ainda sobre a evolução
do conceito “deficiência intelectual” especialmente pela versão dos modelos da
Association on Intellectual and Development al Disabilities (AAIDD) e Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), que considera a
pessoa com deficiência intelectual como alguém que apresenta uma forma particular
e dinâmica de pensamento e com possibilidades sempre abertas para seu
desenvolvimento.
De acordo com a Associação Americana de Deficiência Intelectual (AAMR) e
pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), a
deficiência intelectual manifesta-se antes dos 18 anos e é descrita como o
funcionamento intelectual consideravelmente abaixo da média, junto com limitações
na comunicação e autocuidado, funcionalidade acadêmica, trabalho, habilidades
sociais, lazer e segurança (FIERRO, 2004).
Segundo o Censo IBGE (2012), a deficiência intelectual acomete 2,6 milhões
de pessoas no Brasil, o que corresponde a 1,4% da população, 1,5% para homens e
1,2% para mulheres, atingindo 1% da população jovem.
Segundo Tédde (2012), para que se possa considerar o diagnóstico da
deficiência intelectual é necessário haver falhas tanto na questão cognitiva da
criança/ adulto quanto na questão adaptativa. Caso haja incapacidades em apenas
em uma das questões não se considera como deficiência intelectual.
2.2 Educação em saúde bucal
Souza et al. (2005) afirmam que houve ampliação do conceito de saúde para
além da inexistência de doença e que existe uma variedade de estratégias de
educação voltadas à saúde, que podem ser agrupadas em dois modelos: educação
em saúde tradicional e problematizadora. A educação em saúde tradicional, também
chamada de preventiva, segue a antiga proposta de saúde pública que objetiva a
prevenção das enfermidades, com abordagem educativa na mudança de
comportamento individual. Já o modelo de educação em saúde problematizadora
tem como principal objetivo promover a saúde, que propõe intervir na causa do
problema para solucioná-lo, não usando assim o modelo curativista. Para que se
20
possa atingir tal objetivo, deve-se promover a reflexão e a conscientização crítica,
estimulando e buscando a identificação coletiva das origens, podendo desenvolver
planos de ação para a transformação da realidade, estimulando a consciência crítica
e o exercício da sua autonomia frente as decisões de saúde.
Seguindo este raciocínio, para que se possa aderir ao modelo de educação
em saúde problematizadora, faz-se necessário ter um estado de poder, ou seja, de
obter as ferramentas necessárias para que se possa mover a própria vida na direção
que deseja que ela se mova, definindo assim o empoderamento. Neste sentido, ele
está associado diretamente ao conceito de autonomia (TEIXEIRA, 2002).
Para Bertoldi (2012) autonomia significa autogoverno, autodeterminação
para que a pessoa possa tomar decisões que afetem diretamente sua vida, saúde,
integridade físico-psíquica e relações pessoais, ou seja, refere-se à capacidade do
ser humano de poder decidir o que é “bom”, aquilo que é seu “bem-estar”.
Educação
empoderada
ou
educação
de
empoderamento
(empowermenteducation) é uma efetiva educação saudável e um modelo preventivo
que se focaliza na ação grupal e no diálogo direto dos alvos comunitários, almejando
aumentar a credibilidade das pessoas em sua capacidade em mudar suas próprias
vidas (WALLERSTEIN e BERNSTEIN, 1998).
Neste sentido, empoderamento se insere no campo da Promoção da Saúde
como uma estratégia de ganho de saúde, na medida em que se reconhece que a
sua ausência se constitui como um fator de risco para o adoecimento (TEIXEIRA,
2002).
A educação destina-se a formar a consciência e a autonomia. Requer a
escuta ativa e o diálogo aberto e igual, já que o objetivo final da educação não é
apenas uma compreensão da informação, mas incentivar as pessoas a definir os
seus próprios problemas, encontrar as soluções para si e lidar com eles de forma
eficaz (TADDEO, 2012).
Como estratégia para melhora na qualidade de vida, a atenção em saúde
deve intervir nos fatores estruturais dos processos de saúde-doença bucal,
caracterizando uma prática voltada para a resolução integral dos problemas de
saúde bucal. Essa ação implica em atuar concomitantemente em todos os
determinantes do processo saúde-doença. Recomenda-se, ainda, que as ações de
saúde bucal sejam partes de programas integrais de saúde, percebendo as inter-
21
relações da saúde bucal com a saúde geral e entendendo o indivíduo integrado à
família, ao domicílio e a comunidade (BARROS, 2007).
Segundo Reis et al. (2010), a promoção de saúde ultrapassa a dimensão
técnica da prática odontológica, sendo a saúde bucal parte integrante às demais
práticas de saúde coletiva.
Como alternativa de inclusão frente à sociedade perante a educação, os
educadores podem lançar mão de estratégias de ação, utilizando o lúdico como
metodologia de ensino, pois viabiliza a construção do conhecimento de forma
atrativa e prazerosa, garantindo a motivação, visto que cada vez mais enfrenta-se a
dificuldade de manter o foco de atenção dos educandos (OLIVEIRA e STOLTZ,
2010).
2.3 O uso das atividades lúdicas como estratégia de ação
"as atividades lúdicas funcionam como exercícios necessários e úteis a
vida. E as brincadeiras e jogos são elementos indispensáveis para que haja
uma aprendizagem com divertimento, que proporcione o prazer no ato de
aprender. E que facilite as práticas pedagógicas em sala de aula
(SALOMÃO e MARTINI, 2007, p. 16)."
Campos (2005) afirma que a atividade lúdica nas suas mais variadas formas
contribui no processo ensino-aprendizagem e também no desenvolvimento
psicomotor. Além disso,
desenvolve habilidades do pensamento, obtenção e
organização de dados.
Segundo Brancher e Chenet (2005) é possível trabalhar com educação em
saúde bucal para pessoas com deficiência intelectual através do lúdico. Essa
metodologia é capaz de proporcionar o conhecimento sobre a importância de uma
saúde bucal adequada e boa higienização, de maneira prazerosa e eficaz. O
dinamismo das atividades proporciona também desenvolvimento da coordenação
motora, o que ajuda na autonomia no processo de higienização mecânica.
O lúdico é uma atividade inerente ao ser humano e através da qual pode-se
construir uma aprendizagem significativa, onde o educando desenvolve o interesse
pelas atividades propostas. A coletividade na execução dessas, proporciona
22
crescimento intelectual e desenvolvimento físico o que leva a construção da
autonomia do ser humano (BRANCHER e CHENET, 2005)
A ludicidade possibilita trabalhar com novas maneiras de ministrar o
conteúdo programático em saúde bucal, fugindo do método tradicional ao qual são
implantadas aulas e palestras que tornam-se massantes aos educandos.
A atenção mantida pelos alunos em sala de aula se associa a seus
interesses, as atividades dinâmicas e motivadoras como a música, pintura e
dramatização facilitam a interação entre todos os participantes, fazem com que o
divertimento tenha papel fundamental no processo educativo e no desenvolvimento
afetivo e cognitivo dos que deles participam (BRANCHER e CHENET,2005 ).
Antunes et al. (2007) consideraram em sua pesquisa que a arte, envolvendo
a pintura pode ser utilizada como atividades escolares com a função de desenvolver
e aprimorar a capacidade de expressão, generalização e desenvolvimento na área
motora da pessoa com deficiência intelectual, sendo estas suas grandes
dificuldades.
As pessoas com deficiência intelectual, como qualquer outra pessoa, têm
necessidade de expressar seus sentimentos de modo individual, singular e incomum
(BEDIN e BINOTTO, 2012).
Segundo Bedin e Binotto (2012), as atividades artísticas quando bem
elaboradas e encaminhadas, melhoram a autoestima, desenvolvimento afetivo e
facilitam a capacidade de se relacionar, melhorar e de se adequar frente à
sociedade. 
Lev Vygotsky foi um pensador de extrema importância em sua área, pioneiro
na noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das
interações
sociais
com o desenvolvimento,
e
condições
um processo
de
cultural
vida. Esse
e
teórico tem
argumenta
que
para
todo
o
funcionamento humano têm origem e se transforma nas relações sociais. Devido a
esse pensamento, recusa a ideia de determinar limites para com alguma deficiência.
Quando uma pessoa pinta, desenha ou cria uma escultura, ela organiza espaços,
define formas e escreve sua história, articulando o sentir e o pensar por meio da
construção visual. (Idem, 2012).
Oliveira e Stoltz (2010) relatam o estímulo das percepções sensoriais e
regiões do cérebro que são envolvidas durante as atividades artísticas, explicando
23
que a música necessita de atenção, esforço e exercício intenso, seja para tocar
algum instrumento ou para cantar.
O teatro, utiliza a organização espacial, memorização, atenção, linguagem
verbal e corporal. Cria-se uma espécie de diálogo entre ator e plateia. Há um
aprendizado de uma linguagem própria que expressa o sentimento de quem assiste,
seja por meio dos aplausos, bocejo, sorrisos e gargalhadas. Faz-se necessário que
tanto o ator quanto a plateia aprendam a organizar as informações transmitidas no
espetáculo para que possam se comunicar e dar sentido a peça. O teatro é
extremamente
motivador
para
afetar aspectos emocionais,
motor,
a
crianças
cognitivo
e
e
social.
adolescentes
É
por
preciso atenção,
memorização, percepção e compreensão textual, sendo necessária
uma grande
capacidade de jogo com as palavras para que possam ser articuladas e
improvisadas, trabalhando a expressividade e a imaginação, além de implicar
respeito às regras, respeito ao outro, trocas de pontos de vista e decisões conjuntas,
divisão de tarefas (OLIVEIRA E STOLTZ, 2010).
Assim como o teatro é motivador por afetar aspectos emocionais, o desenho
pode ser utilizado para a representação da realidade. Desenhar, pintar ou construir
constitui um processo complexo em que a criança reúne diversos elementos de sua
experiência, para formar um novo e significativo todo (LOWENFELD e MAILLET,
1977).
De acordo com Lowenfeld E Maillet, (1997), além da arte ser capaz de
desenvolver a auto-percepção, é considerada um meio importante para o
desenvolvimento social, intelectual, emocional, estético e perceptual.
A música é um outro segmento da arte que na vida do ser humano é tão
importante como real e concreta, por ser um elemento que auxilia no bem estar das
pessoas. No contexto escolar a música tem a finalidade de ampliar e facilitar a
aprendizagem do educando, pois ensina o indivíduo a ouvir e a escutar de maneira
ativa e refletida (ONGARO, SILVA e RICCI, 2006).
O primeiro passo para que a criança aprenda a escutar bem consiste em
permitir que ela faça experiências sonoras com as qualidades do som como o
timbre, a altura e a intensidade, depois disso, estará em posição de escuta
(DUCORNEAU, 1984).
A expressão musical desempenha importante papel na vida
recreativa de toda criança, ao mesmo tempo em que desenvolve sua criatividade,
24
promove a autodisciplina e desperta a consciência rítmica e estética. A música
também cria um terreno favorável para a imaginação quando desperta as faculdades
criadoras de cada um. A educação pela música proporciona uma educação profunda
e total (ONGARO, SILVA e RICCI, 2006).
A arte estimula e desenvolve mecanismos para o indivíduo comunicar-se e
expressar-se no meio em que vive. Dessa forma, presume-se a importância da arte
no ensino-aprendizagem de pessoas com deficiência intelectual e como essa pode
contribuir para a aquisição de conhecimento relacionado à educação em saúde
bucal.
2.4 Controle do biofilme dental
O biofilme dental desempenha uma importante função no desenvolvimento e
progressão tanto da doença cárie dentária quanto da doença periodontal. Desta
forma, a efetiva remoção mecânica do biofilme é indispensável no controle e
manutenção da saúde bucal ( LEITES, PINTO e SOUSA , 2006).
Em pacientes com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, a cárie
dentária pode causar sérios inconvenientes, assim como para seus familiares. Em
muitos destes pacientes, pela dificuldade em expressar o que sentem, a presença de
sintomatologia dolorosa em decorrência da lesão cariosa pode demorar a ser
notada. Também, dependendo do grau de dependência física e emocional que o
paciente com deficiência intelectual tem de seus pais ou responsáveis, pode haver
um fator dificultador para a ida a sessões de tratamentos de saúde necessários
(SGAVIOLI, 2006).
A maior incidência e prevalência de lesões cariosas em pessoas com
deficiência intelectual não pode ser atribuída a anomalias específicas, e sim à
associação de vários fatores como dieta inadequada com elevado consumo de
carboidratos e alimentos pastosos, higiene bucal deficiente e tonicidade anormal da
língua e estruturas adjacentes (PETERSEN, 2003).
A promoção de saúde tem como modelo de abordagem o diagnóstico
integral das enfermidades, onde se realiza um levantamento dos riscos e das
atividades das doenças e em seguida dos sinais clínicos. Baseando-se nessas
questões prepara-se um protocolo de procedimentos para limitar as enfermidades,
25
atuando sobre os fatores etiológicos, levando-se em conta o contexto em que esses
se encontram inseridos (MOLINA, CABRAL e FRENCKEN, 2009).
26
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Aspectos éticos
O estudo foi aprovado em comitê de ética, CEP CMM/HUAP nº 061/09,
CAAE nº 0045.0.258.000-09. (anexo A).
Os procedimentos foram iniciados após serem esclarecidos e autorizados
pelos participantes e seus responsáveis legais, através da assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (anexo B).
Os benefícios do estudo foram a melhora na condição bucal dos indivíduos,
educação em saúde e tratamento odontológico para as necessidades individuais de
cada caso.
Esse tratamento odontológico foi realizado nos participantes com deficiência
intelectual, com necessidades odontológicas acumuladas observadas durante o
diagnóstico clínico inicial. Os procedimentos foram realizados respeitando-se o plano
de tratamento sugerido no diagnóstico e executados pelos pesquisadores da equipe
e graduandos de Odontologia aptos a executarem os procedimentos planejados
para cada caso, sob supervisão dos professores.
O atendimento era realizado na própria instituição, no equipamento odontológico
móvel, salvo quando era preciso realizar algum procedimento mais complexo. Nesta
situação, o participante era encaminhado para a clínica da faculdade de odontologia da UFF
na disciplina de Trabalho de Campo Supervisionado IV (TCS VI), que é uma disciplina
obrigatória do oitavo período de graduação, na qual é realizado o atendimento a pessoas
com deficiência.
3.2 Tipo de estudo
Este é um estudo longitudinal e, segundo Tobar e Yalour (2001), uma
pesquisa de intervenção.
27
A pesquisa de intervenção tem como principal objetivo interferir na realidade
estudada para modificá-la, não se satisfazendo somente em dar explicações. Há o
compromisso de propor soluções e executá-las efetivamente e participativamente
(TOBAR & YALOUR, 2001). Desta forma, aplica-se aos propósitos desta pesquisa,
que surgem a partir da necessidade de promover a saúde bucal dos participantes.
Diante da abrangência das proposições do estudo, optou-se pela abordagem
quanti-qualitativa, na qual além de dados quantitativos também foi utilizada a
metodologia qualitativa, entendida, segundo Minayo (1994), como sendo “capaz de
incorporar o significado e a intencionalidade como inerentes aos atos, às relações e
às estruturas sociais”.
A pesquisa qualitativa se preocupa com um universo de significados,
motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, abordando um espaço mais
profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser
perceptíveis e captáveis em equações, médias e estatísticas. Entretanto, o conjunto
de dados qualitativos e quantitativos não se opõe, ao contrário, se complementa
(BARDIN, 1979; MINAYO, 1994).
3.3 Local de realização
Este estudo foi realizado na Associação Friburguense de Amigos e Pais
Educandos, AFAPE, na cidade de Nova Friburgo no estado do Rio de Janeiro,
Brasil, no período entre março a dezembro de 2014.
A cidade de Nova Friburgo está localizada na Região Serrana do Rio de
Janeiro, com área total de 933,4 km² correspondente a 13,46 % da área serrana. O
município possui uma população de 182.016 (IBGE, 2013). A população geral da
faixa etária aproximada deste estudo (10-29 anos) é de 55.991 habitantes,
correspondendo a 30,16% da população total.
No Município existem instituições não governamentais, sem fins lucrativos,
de atendimento psicossocial à pessoas com deficiências e seus familiares, nas áreas
de saúde, educação e ajustamento social, como a Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais de Nova Friburgo – a APAE, Associação Friburguense dos Amigos e
País do Educando - a AFAPE, Escola Estadual Municipalizada de Educação
Especial Neusa Goulart Brizola - NEUSA BRIZOLA e a Associação Pestalozzi.
28
A Instituição AFAPE foi selecionada, porque era a única instituição que ainda
não recebia atenção à saúde bucal pela Faculdade de Odontologia da UFF, portanto
seus escolares ainda não haviam sido examinados, tratados ou participado de ações
de educação em saúde bucal.
3.4 Amostra
A população total com DI no Município é 2442 indivíduos (IBGE, 2012).
Entretanto, não há dados sobre o número de indivíduos na faixa etária do estudo.
A amostra não probabilística consistiu de 48 indivíduos entre 16 e 48 anos de
ambos os sexos. Devido às variabilidades nas classificações disponíveis de faixas
etárias (adolescente, jovem, adulto-jovem, adulto), e principalmente à diversidade
dos parâmetros biológicos e psicossociais que ocorrem, principalmente em pessoas
com deficiência intelectual, a faixa etária escolhida para este estudo foi de 16 a 48
anos de idade, por conveniência, já que era a idade dos escolares atendidos em
turmas regulares na Instituição.
A amostra de 48 escolares foi dividida em Gupo I (grupo controle) e Grupo II
(grupo experimental). Para a formação de grupos, esses indivíduos foram sorteados
de forma aleatória por um procedimento de randomização.
3.4.1 Critérios de inclusão
Os critérios de inclusão foram:
- Indivíduos com laudo ou parecer médico comprobatório de DI;
- Idade entre 16 e 48 anos;
- Ambos os sexos.
3.4.2 Critérios de exclusão
Como critérios de exclusão, considerou-se:
- Não ser aluno da AFAPE, a não assinatura do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) pelos responsáveis, autorizando a sua participação na
pesquisa;
- Recusa do próprio escolar a participar do estudo;
- Indivíduos incapacitados de comparecer ao local da realização da pesquisa no
período de sua realização.
29
3.4.3 Procedimento de randomização
A randomização foi realizada por meio da geração de uma sequência
numérica distribuída em “controle” e “intervenção” no programa Microsoft Office
Excel, que foi mantida em sigilo até o momento em que a ficha de identificação do
participante, previamente numerada, for preenchida. Então, uma vez determinado o
número de identificação daquele paciente, a sequência numérica produzida pelo
programa Microsoft Office Excel foi consultada e determinou se aquele indivíduo
seria do grupo “controle” ou “intervenção”.
3.5 Coleta de dados
Os responsáveis dos escolares, tanto do grupo controle quanto do
intervenção, inicialmente foram orientados sobre a pesquisa e cuidados para a
saúde
bucal, assinaram
o
TCLE
e depois
foi
realizada
a
coleta
de
dados baseline, onde continham dados sociais (anexo, de saúde, exames bucais e
entrevistas.
Neste momento foram realizados os primeiros exames bucais (E1) e de
acordo com as necessidades diagnosticadas de cada um foi oferecida a atenção em
saúde bucal, que consistia em ações de prevenção/proteção, recuperação e
reabilitação desses indivíduos.
Após o término da realização da proposta de intervenção foram realizados
exames bucais finais (E2) e entrevista. O acompanhamento longitudinal da higiene
bucal e saúde gengival foi realizado após 15, 30, 45, 60, 75, 90 dias para
reavaliações clínicas para identificação do tempo de sustentação do aprendizado
teórico-prático obtido através das duas estratégias pedagógicas distintas entre os
grupos.
Durante todo o desenvolvimento do estudo foram coletados dados sobre a
proposta de intervenção relacionados ao planejamento e desenvolvimento das
atividades de educação em saúde realizadas.
3.5.1 Dados sociais e de saúde
30
As entrevistas com os responsáveis foram realizadas no início do estudo e
conduzidas por um entrevistador treinado, em um ambiente reservado, sendo
aplicado o questionários para avaliação socioeconômica, psicossocial e acesso a
serviços odontológicos, baseado no instrumento proposto pela Pesquisa Nacional de
Saúde Bucal (SB Brasil) (BRASIL, 2010), do qual foram utilizadas a primeira e a
segunda parte do questionário (Identificação e Caracterização socioeconômica) que
correspondem a questões relacionadas ao responsável pelo paciente e ao seu
núcleo familiar (anexo C).
3.5.2 Exames bucais
A avaliação clínica foi realizada observando-se os seguintes agravos em
saúde bucal: biofilme dentário, cárie dentária, condição periodontal, uso e
necessidade de prótese dentária e traumatismo dentário.
Os exames foram realizados na AFAPE em equipamento odontológico móvel,
que foi instalado na Instituição durante o desenvolvimento do estudo, sob luz
artificial e executados por um examinador previamente calibrado e auxiliados por
alunos da graduação, devidamente treinados. Os valores obtidos foram registrados
por um anotador em fichas de exame (Anexos D e E). Para o exame bucal foram
utilizados espelhos planos e sondas periodontais preconizadas pela Organização
Mundial de Saúde - OMS (OMS, 1999), a qual apresenta um extremo arredondado
de 0,5 milímetros (WHO, 1997). Os exames foram realizados conforme metodologia
preconizada pela OMS (1999).
3.5.2.1 Exame dentário
As superfícies dos dentes presentes foram examinadas após uma profilaxia
com pasta profilática e escova e taça de borracha adaptadas em baixa rotação.
Foram utilizados espelho plano e sonda milimetrada. O exame foi realizado após
secagem e iluminação da superfície dentária.
Os critérios e os códigos para cárie dentária (anexo D) foram aqueles com
base nas recomendações da OMS, incluindo-se uma adaptação, com o registro de
31
lesões iniciais, ativas e com superfície intacta (uma adaptação dos critérios de
acordo com Nyvad et al. (1999), Fyffe et al. (2000).
3.5.2.2 Índice de biofilme visível
A qualidade e quantidade inicial do biofilme visível nas superfícies dos dentes
foram avaliadas, pelo mesmo profissional, antes de sua remoção através da
profilaxia dentária, de acordo com o índice (anexo D) proposto por RIBEIRO (2000).
A representação clínica dos diferentes escores deste índice é a seguinte:
0: Ausência de biofilme visível;
1: Biofilme fino somente em dentes anteriores ou posteriores;
2: Biofilme fino, difuso e facilmente removido, distribuído em dentes anteriores e
posteriores;
3: Biofilme espesso e firmemente aderido somente em dentes anteriores ou
posteriores;
4: Biofilme espesso e firmemente aderido em dentes anteriores e fino em
posteriores ou biofilme espesso e firmemente aderido em dentes posteriores e fino
em anteriores;
5: Biofilme espesso e firmemente aderido em dentes posteriores e anteriores.
Essa avaliação foi realizada por meio da secagem da superfície dental. O
biofilme foi considerado espesso se mesmo sem secar a superfície, ele puder ser
clinicamente visível. O biofilme foi classificado como fino, quando somente após a
secagem ele pode ser visualizado. Para avaliar a resistência à remoção do biofilme,
um único movimento esfregatório lateral com a gaze foi empregado, observando-se
a facilidade ou não de sua remoção.
3.5.2.3 Índice periodontal comunitário
O exame foi realizado com uma sonda periodontal estéril com extremidade
esférica de 5mm, preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e foi
utilizado o Índice Periodontal Comunitário (IPC), no qual a condição de saúde
32
periodontal é estabelecida em função do sangramento gengival, da presença de
cálculos e bolsas (anexo E). A dentição é dividida em seis sextantes e os dentes
Índices a serem examinados são: 17,16/11/26-27/36-37/31/46-47. Embora
nos sextantes posteriores haja dois dentes-índices, só uma nota foi atribuída, sendo
codificada a situação mais grave. Quando inexistirem dentes para exame, só um
elemento estiver presente ou na presença de qualquer número de dentes indicados
para extração, o sextante foi anotado com um “X” (PINTO, 2000).
3.5.2.4 Uso e necessidade de prótese e traumatismo dentário
A inclusão da avaliação do uso e da necessidade de prótese e do
traumatismo dentário nos indivíduos foi realizada para subsidiar o planejamento do
tratamento odontológico, a partir da análise das necessidades individuais.
Utilizou-se a metodologia proposta pelo SB Brasil 2010 (BRASIL, 2010) para
a realização dos exames (anexo E).
3.5.3 Dados sobre a proposta de intervenção
Durante todo o período de desenvolvimento do estudo foram coletados
dados sobre a proposta de intervenção, através da utilização do diário de campo
(anexo E) que periodicamente era atualizado com informações sobre as atividades
realizadas na proposta, sobre acontecimentos cotidianos de alguma relevância e
sobre os principais dados sociais e clínicos, processados no banco de dados do
estudo.
Ao final da proposta de intervenção, após a 8 a semana de atividades
educativas, foi realizada uma entrevista (anexo F) com os participantes para que
fosse analisada a percepção sobre a proposta, bem como a aquisição de conteúdo
sobre as temáticas abordadas.
3.6 Plano de intervenção
O plano de intervenção para ambos os grupos constou de ações educativas
semanais com duração total de oito semanas, sendo realizadas atividades de
33
escovação supervisionada em todas elas e a cada duas semanas, atividades de
educação em saúde com conteúdos temáticos específicos, nas quais eram
abordados temas sobre saúde geral e bucal, discutindo-se como estas se
relacionam. Assim, as propostas para discussão das temáticas foram realizadas em
quatro semanas, desenvolvidas quinzenalmente.
Na abordagem dos temas era fundamental estimular o entendimento de que
a boca é parte integrante do corpo e que as doenças bucais têm uma direta
influência na qualidade de vida. Houve a discussão sobre as doenças bucais mais
comuns, suas causas, consequências e como preveni-las com uma alimentação
saudável, higienização adequada, controle do biofilme e fatores de risco comuns
entre boca, mente, corpo e qualidade de vida.
Os indivíduos foram estimulados a desenvolver hábitos saudáveis, através
do autocuidado, autonomia e autopercepção.
A seleção de temas realizados foi uma adaptação de temas sugeridos por
Barros (2007) e Zanin (2007) para educação em saúde bucal, sendo os seguintes:
1ª Temática – Saúde geral e saúde bucal: a relação entre saúde, saúde
bucal, qualidade de vida e cidadania; boca como parte integrante do corpo,
abordando a importância da saúde bucal; componentes e funções gerais da boca e
sua importância.
2ª Temática - As doenças bucais mais comuns, suas causas e
consequências.
3ª Temática - Como prevenir doenças bucais e gerais: alimentação
saudável, higiene adequada, controle de biofilme e fatores de risco comuns entre
boca, mente, corpo e qualidade de vida; estímulo à hábitos saudáveis através do
autocuidado, autonomia e autopercepção.
4ª Temática – Abordagem resumida sobre os principais tópicos dos temas
anteriores e ênfase no reforço sobre medidas preventivas.
Dessa forma, as temáticas abordadas eram as mesmas para ambos os
grupos. Entretanto, a estratégia educativa foi diferente entre os grupos, sendo
realizadas atividades educativas tradicionais para o grupo controle e estratégias
lúdicas para o grupo experimental, para o qual todos os temas foram abordados
através da música, dramatização e pintura.
34
As atividades educativas quinzenais utilizadas para a abordagem das
temáticas propostas para ambos os grupos tinham duração de 60 minutos. Ao
encerramento dessas atividades era realizada a escovação supervisionada.
Nas semanas que não havia a abordagem temática, era realizada somente a
escovação supervisionada. Esta estratégia foi planejada para que quinzenalmente
os participantes pudessem ter mais atenção, motivação e tempo para a execução
desse importante procedimento.
3.6.1 Descrição das atividades desenvolvidas para os grupos controle e
experimental
3.6.1.1 Atividades desenvolvidas para o grupo controle
Os
integrantes
deste
grupo
participaram
de
atividades
educativas
tradicionais e no momento da escovação supervisionada eram organizados em duas
filas para serem direcionados aos banheiros masculino e feminino, nos quais tinham
acesso à pia e espelho para receber instruções individuais sobre a escovação, a
importância e a forma de uso do fio dental e os problemas gerados pelas principais
doenças bucais oriundas da má higienização ou ausência dela. Durante esse
momento eram observadas as principais dificuldades ou limitações para a realização
desse processo de higienização e todas eram registradas no diário de campo para
auxílio de reforço da instrução e para gerar dados para uma análise qualitativa.
3.6.1.2 Atividades desenvolvidas para o grupo experimental
Todas as atividades educativas foram desenvolvidas abordando temas
relacionados a conceitos de promoção de saúde bucal e geral. Foram elaboradas
para que brincadeiras e dinâmicas, através do teatro, música e pintura pudessem
difundir conhecimento de forma eficaz e prazerosa.
O desenvolvimento das estratégias didático-pedagógicas problematizadoras
considerou características e demandas dos escolares, estimulando também o
envolvimento dos professores da Instituição.
As atividades planejadas e executadas precisavam abordar todos os temas
propostos, através da música (paródias e composições originais), pintura em papel e
35
corporal e dramatização nas atividades desenvolvidas. Assim, objetivou-se
proporcionar: trocas de conhecimento e experiências; disseminação de informações;
estímulo ao autocuidado e esclarecimento de dúvidas sobre os conteúdos
propostos; dinâmicas de relaxamento; memorização; exteriorização das emoções;
desenvolvimento da coordenação motora e capacidade cognitiva; interatividade e
entretenimento.
As atividades eram elaboradas para que não apenas eles atuassem, mas
para que os indivíduos participantes interagissem e fizessem com que o desfecho de
todas as apresentações dependessem deles. Dessa maneira havia uma participação
de todos, tornando o momento mais dinâmico, também sendo útil como instrumento
de avaliação do conteúdo absorvido.
As atividades de escovação supervisionada foram realizadas da mesma
forma como descrito para o grupo controle.
3.7 Análise de dados
Os dados obtidos através do preenchimento dos questionários e da realização
dos exames foram tabulados e foi realizada uma análise exploratória dos resultados
utilizando-se a planilha eletrônica Excel (Microsoft). Os dados foram compilados e foi
realizada a análise descritiva e analítica dos dados coletados. A avaliação entre os
grupos de estudo, antes e após a intervenção foi realizada pelo teste de Mann
Whitney e pelo teste de Wilcoxon, com uma diferença entre si de menos de 5%
(p<0,05), em função dos grupos e diferentes tempos em relação ao tempo inicial.
Na
análise
qualitativa
utilizou-se
a
Análise
de
Conteúdo (MINAYO,
1994; BARDIN,1979).
O tratamento e análise das entrevistas e diário de campo foram obtidos
através da análise temática, procurando, a partir dos valores e dos modelos de
comportamento presentes no discurso, analisar e discutir os efeitos da proposta.
Esta fase da pesquisa foi desdobrada em pré-análise, exploração do material e
tratamento dos resultados obtidos e interpretação (BARDIN,1979).
Na pré-análise foram escolhidos os materiais a serem analisados e
elaborados os indicadores que orientaram a interpretação final. A exploração do
material foi uma fase de codificação e transformação dos dados, objetivando
36
alcançar o núcleo de sua compreensão. A partir desta etapa foram identificadas as
dimensões a serem utilizadas para a análise qualitativa do estudo.
Dessa forma, foram utilizadas as seguintes dimensões de análise:
1) Motivação dos participantes;
2) Satisfação dos participantes;
3) Aprendizado dos participantes;
4) Planejamento, produção e utilização de material didático-pedagógico
lúdico;
5) Produção de vínculo entre participantes e pesquisadores.
37
4 RESULTADOS
Para facilitar a compreensão das análises, os resultados serão apresentados
em sequência da seguinte forma: resultados clínicos e
resultados sobre as
atividades educativas (dimensões de análise, quantidade e descrição de produção
de material lúdico).
4.1 Resultados Clínicos
Avaliando a média do Índice CPO-D (Dentes Cariados, Perdidos e
Obturados), obteve-se para o Grupo Controle uma média de 1,11 para dentes
cariados, 0,78 para perdidos e 3,89 para obturados, com média geral CPO-D de 5,78
(gráfico 1). Para o Grupo Experimental, obteve-se a media de 5 para dentes
cariados, 3,08 para perdidos e 5,33 para obturados, obtendo a média CPO-D de
13,67.
38
Média do índice CPO-D e seus
componentes, segundo grupo de estudo
13,67
14
Grupo Controle
12
Grupo Experimental
10
8
6
5,78
5
3,08
4
2
1,11
3,89
0,78
0
C
P
O
CPO-D
Gráfico 1 – Média do índice CPO-d e seus componentes, segundo grupo de estudo.
O gráfico 2 refere-se à média e mediana de idade em anos, segundo o grupo de
estudo, na qual o grupo controle (G I) apresenta Média de 22,2 e mediana de 25. Já
o Grupo Experimental (G II) apresenta Média de 25,7 e mediana de 24.
39
Média e mediana de idade em anos,
segundo grupo de estudo
25,7
26
25
25
24
24
GI
23
22,2
GII
22
21
20
Média
Mediana
Gráfico 2 - Média e mediana de idade em anos, segundo o grupo de estudo.
Com o objetivo de avaliar a efetividade do programa preventivo-educativo
proposto, utilizou-se como parâmetros de comparação das condições de higiene
bucal, o índice de biofilme visível e o índice de sangramento gengival, nos diferentes
tempos propostos: avaliação inicial, 15, 30, 45, 60 e 90 dias , descritos nas tabelas 1
e 2, respectivamente.
40
Tabela 1 – Média do Índice de Biofilme Visível, em função do tempo e do grupo de
estudo.
De acordo com a tabela 1, analisando separadamente cada grupo, pode-se
verificar que o grupo controle apresentou diferença estatisticamente significante no
índice de biofilme visível na avaliação inicial e final, porém não houve sustentação
dos resultados ao longo do tempo. Já o grupo experimental mostrou redução
estatisticamente significante entre a avaliação inicial e final, e sustentou os
resultados ao longo do tempo durante os 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias.
Avaliando os resultados do grupo Controle em relação ao Experimental, verificou-se
que o grupo experimental apresentou diferença estatisticamente significante ao final
das atividades e se manteve ao final das atividades durante 60, 75 e 90 dias.
41
Tabela 2 - Média do Índice de sangramento, em função do tempo e do grupo de
estudo.
A tabela 2 apresenta a média do Índice de Sangramento em função do tempo e
do grupo de estudo. Analisando separadamente cada grupo, pode-se verificar que o
Grupo Controle não obteve resultado significativo ao final da atividade e após 15, 30,
45, 60, 75 e 90 dias. Já o grupo Experimental apresentou diferença estatística
significativa ao final das atividades propostas e manteve os resultados após 15 dias.
Avaliando os resultados do grupo Controle em relação ao Experimental, inicialmente
não apresentavam diferença estatística, diferente da avaliação final onde o grupo
Experimental apresentou diferença estatisticamente significativa em relação ao
grupo controle.
4.2 Resultados das atividades educativas
42
Observou-se, através da análise qualitativa por dimensões de análise
(quadro 1), que ambos os grupos mostraram-se motivados. Entretanto, o grupo
experimental apresentou uma motivação mais intensa e constante durante as
atividades.
Todos os participantes apresentaram satisfação com a proposta.
Com relação à aquisição de conhecimento, somente o grupo experimental
demonstrou ter adquiridos novos conteúdos através do plano de intervenção.
Entretanto, o grupo controle demonstrou ter reforçado o conteúdo previamente
conhecido, que foi a importância da escovação dentária.
Os principais conteúdos novos adquiridos pelo grupo experimental foram a
importância do uso do fio dental e da alimentação saudável.
Houve a produção de vínculo em ambos os grupos, mas o grupo
experimental
desenvolveu
um
vínculo
mais
fortalecido
entre
participante-
pesquisadores.
ANÁLISE QUALITATIVA
Dimensões
de Percepção dos escolares
Percepção dos escolares
análise
Grupo Experimental
Grupo Controle
Motivação
SIM - maior
SIM – menor
Satisfação
SIM
SIM
Conhecimento
SIM
NÃO
Temas
de
maior
Uso de fio dental e alimentação
aprendizado ou reforço
saudável
Escovação dentária
Vínculo
SIM - maior
SIM - menor
"aprendi demais. Escovar os
dentes de trás e usar o fio
dental todos os dias."
“gostei de tudo. Aprendi muita
coisa”
“o que mais gostei foi do
teatro, do palhaço”.
“fico com vergonha da sujeira
do dente”.
“gostei de tudo”.
“aprendi a cuidar bem dos
“Foi legal”
Fragmentos
entrevista
da
“Tem
que
escovar
os
dentes”
“Escovar”
“Escovar todo dia”
dentes, usar fio e escovar
sempre”.
Quadro 1 – Análise qualitativa, segundo dimensões de análise e por grupo de estudo
43
O quadro 2 apresenta a análise da produção e utilização de material didáticopedagógico. O estudo planejou, produziu e utilizou nas atividades de educação em
saúde, quatro atividades de dramatização, quatro atividades de pintura, dez
composições musicais originais e quatro composições de paródias. As atividades
foram descritas em anexo, assim como foram apresentadas as letras e cifras das
composições musicais (anexos H ao U).
ANÁLISE DA PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO LÚDICO
TIPO DE MATERIAl LÚDICO
QUANTIDADE
Dramatização
4
Atividades de pintura
4
Composição musical original
10
Composição musical de paródias
4
Quadro 2 – Análise da produção e utilização de material didático-pedagógico
As músicas foram compostas para atender ao planejamento das atividades
propostas e aos temas em questão. O quadro 3 apresenta a relação entre as
músicas autorais e os temas abordados. O quadro 4 apresenta a mesma relação
para as composições musicais de paródias, acrescentando-se a identificação do
título da composição original e seu intérprete.
Músicas autorais
Temas abordados
Palhaço Apaixonado
Com o acúmulo do biofilme ocorre o risco de cárie e
problemas gengivais.
Eu sou tão diferente
Mostra que cada pessoa é diferente da outra, faz um paralelo
entre as diferentes habilidades que cada um possui com a
ideia de que uma necessidade especial é uma diferença
natural do ser humano.
Eu não escovo os
meus dentes
Mostra que o cotidiano e as tarefas diárias podem fazer com
que o indivíduo perca o interesse na dedicação à saúde
bucal.
O fio dental é esquisito
Dificuldades do uso do fio dental.
44
Tomar banho é muito
chato
Higienização corporal.
A minha boca tem um
bafo
Mal hálito causado pelo cuidado da saúde oral deficiente ou
inexistente, cárie dentária e gengivite.
Quando eu me cuido
bem
Relaciona higiene oral e corporal satisfatórias com uma boa
relação social.
Na festa junina
Fala sobre a ingestão de doces e a necessidade de uma boa
higienização após se alimentar.
Dança da escova, da
pasta e do fio dental
Uso da escova, da pasta e do fio dental para um resultado
efetivo na higienização bucal.
Escovando sem parar
Fala sobre qual a forma mais adequada de uma boa
escovação e a importância de escovar todos os dentes em
todas as faces.
Quadro 3 – Associação entre música autoral e tema abordado.
Temas
Alerta para o uso do fio dental,
escova de dentes e para a
quantidade de pasta que se deve
usar.
Orientações para uma alimentação
saudável.
Relação açúcar cárie.
Principais horários em que se deve
escovar os dentes.
Paródias
Escovas
Poderosas
Explosão de
Nutrientes
Música original/Intérprete
Show das poderosas – Annita
Meteoro- Luan Santana
No Escurinho Flagra – Rita Lee
do cinema
Família Eh,
Família Ah
Família – Titãs
Quadro 4 – Associação entre paródia, tema abordado, música original e seu
intérprete.
4.2.1 Descrição das atividades produzidas com material lúdico
ATIVIDADE 1- Dinâmica com macro-modelo e paródia musical.
Os objetivos desta atividade foram: Mostrar para o grupo experimental que a
boca tem diferentes partes, dentes, gengiva, ossos, saliva, língua e que cada uma
45
dessas partes desempenha um importante papel na mastigação, fala, e na estética
do rosto. Cada dente, seja decíduo ou permanente, tem uma anatomia e uma função
e preservá-los é de grande importância.
Atividades desenvolvidas: Cientes da dificuldade que os indivíduos têm de
entender e visualizar as estruturas bucais, foi criado um macro modelo para que eles
pudessem ver as faces do dente, sua composição interna e externa, pontos de
contato, regiões de retenção alimentar e para que pudessem manusear esse modelo
e usa-lo para praticar o uso do fio dental e escova de dentes (Figura1).
Todos sentaram em posição de círculo e o macro-modelo foi colocado no
meio da roda. Um objeto foi disposto para que passasse de mão-em-mão enquanto
uma paródia musical, com letra de tema sobre cuidado bucal (ANEXO H), era tocada
no violão e cantada. Quando a música cessava, quem estivesse com o objeto na
mão, tinha que se direcionar ao modelo e mostrar para os colegas como se passa o
fio dental e como se escova os dentes. Esse processo se repetia até que todos os
componentes da roda participassem.
Figura 1. Confecção da gengiva do macro-modelo.
46
Figura 1.2. Confecção dos dentes do macro-modelo.
Figura 1.3. Aparência externa dos dentes do macro-modelo.
47
Figura 1.4. Aparência interna do dente do macro-modelo.
ATIVIDADE 2 – Teatro do palhaço
Os objetivos desta atividades foram:
Mostrar para os participantes que um cuidado com a saúde bucal e corporal
está diretamente ligado com o bem estar do seu corpo e também com a relação
social com o próximo.
Atividades desenvolvidas: Foi desenvolvida uma atividade teatral onde o
locutor apresenta a vida de um palhaço que se apaixona por uma palhacinha,
porém, ele não é correspondido inicialmente por que seus hábitos de higiene bucal e
corporal são péssimos e isso faz com que a palhacinha não queira aproximação.
Toda a cena desenvolvida pelos palhaços é muda, eles trabalham muita
expressão facial e corporal. Durante a encenação o palhaço faz várias tentativas de
conquistar a palhacinha com presentes, mas suas expectativas são frustradas por
que o que mais ela quer é que ele cuide do seu corpo e de sua boca. No decorrer da
apresentação o locutor pede ajuda para a plateia para que ela o ajude dando
conselhos sobre o que o palhaço deve fazer. Antes de iniciar a atividade, foi
entregue a eles objetos como pasta de dente, escovas, fio dental, shampoo,
48
sabonete e no momento em que eles participavam com suas opiniões eles
entregavam para o palhaço e o explicava como usar e o porquê do uso de cada
objeto. Ao final, o palhaço segue os conselhos dados pela plateia e consegue
conquistar o coração da palhacinha (Figura 2).
Quando acaba a encenação teatral é ensinado aos participantes uma música
escrita com o tema da peça (ANEXO I), isso faz com que o tema seja abordado
novamente atingindo outros sentidos e fixando mais uma vez os ensinamentos
abordados.
Figura 2. Momento da encenação.
ATIVIDADE 3 – Jogo de varetas gigante
Os objetivos desta atividade foram: avaliar de forma divertida e prazerosa os
conhecimentos sobre saúde bucal e geral dos integrantes do grupo experimental.
Essa atividade, não somente avalia os conhecimentos, mas faz também com que os
temas desenvolvidos sejam mais uma vez fixados na memória e instiga os
49
participantes à busca de respostas para que possam fazer pontuação no jogo e
vencer a atividade proposta.
Atividades desenvolvidas: Foi confeccionado um jogo de pega-varetas com
cano de PVC de aproximadamente um metro e meio, cada vara, e foram encapadas
com uma camada plástica adesiva colorida. Cada vareta obtinha uma numeração
que fazia referência à uma pergunta específica de saúde bucal e geral nas fichas de
perguntas. Essas varetas eram dispostas de forma a se equilibrarem e apoiarem
umas sobre as outras no chão, para que cada vareta que fosse removida corresse o
risco de movimentar uma outra vareta do jogo.
Os participantes foram divididos em dois grupos, grupo A e grupo B, e a
cada rodada, um representante de cada grupo removia uma vareta e respondia a
pergunta referente à numeração, se ao remover a vareta, alguma outra se movesse,
o outro grupo pontuava, se não movesse nenhuma outra vareta no momento de
remover alguma, o próprio grupo pontuava (Figura 3).
Quando o participante não sabia responder a pergunta, o seu grupo
poderia ajudar na elaboração da resposta, nesse momento os participantes
desenvolviam habilidades de trabalho em grupo e discutiam o tema abordado
fazendo com que o conhecimento fosse fixado de forma divertida. Ao final da
atividade proposta, com os participantes ainda dispostos em círculo, uma música
escrita para a atividade era tocada e cantada para que novamente o tema fosse
abordado e fixado (ANEXO J).
Essa atividade ajudou muito para que através das questões em que os
participantes tiveram mais dificuldades em responder, outras atividades fossem
desenvolvidas trabalhando de forma mais pontuada o tema em questão.
50
Figura 3. Participante removendo a vareta no momento da atividade.
Figura 3.2. Participante mostrando o que aprendeu sobre uma escovação adequada.
51
Figura 3.3. Reforçando o tema com a música.
ATIVIDADE 4 – Teatro “O Dono do Circo”
Os objetivos desta atividade foram:
Criar uma concepção, aos participantes da atividade, de que a ausência de
cuidado ou um cuidado negligenciado com a saúde bucal e saúde geral traz
malefícios ao corpo e também na convivência social. Mostrar que esses cuidados
devem ser executados diariamente com a mesma atenção e critério e não somente
quando se detecta alguma alteração da normalidade.
Atividades desenvolvidas: A peça teatral se inicia com uma integrante do
grupo preparando os participantes para o momento da apresentação. É perguntado
se eles gostam de circo e de todas as atrações e em seguida ficam sabendo que
vão ter uma apresentação circense diferente do tradicional. É anunciada então a
entrada do dono do circo.
O personagem se apresenta caracterizado como “dono do circo” e ele
apresenta as atrações que o seu circo oferece, porém, uma delas é mais que
especial, por que se trata de uma palhaça muito esperta com o seu cavalo de fogo.
Ele anuncia sua atração com muita alegria ao som de uma escaleta (instrumento de
52
sopro). A palhacinha entra com seu cavalo-de-pau e chuvas de confete e anima os
participantes com seu jeito engraçado e espontâneo. Durante a narrativa da
palhacinha ela diz que o circo era muito bom, mas que ultimamente as pessoas não
têm ido com muita frequência, por causa de alguns ocorridos e conta para a plateia
que o dono do circo não tem hábitos de higiene satisfatórios.
A palhaça pergunta ao dono do circo se ele tem escovado seus dentes com
frequência e ele responde cantando uma música e tocando seu violão (ANEXO L),
dizendo que tem muita preguiça de escovar seus dentes e que não há muito tempo
para isso, já que tem um circo para cuidar. Em seguida, a palhaça pergunta a ele se
tem feito o uso do fio dental com frequência, novamente ele responde em forma de
música (ANEXO M) que não tem muita habilidade para isso, que usa muito
raramente, em alguns dentes, de forma rápida e desordenada. A palhaça pergunta
se ele tem cuidado do seu corpo, tomando banho. Ele responde cantando e tocando
que banho não é algo que muito lhe agrada (ANEXO N).
Por fim, o dono do circo desabafa seus problemas em uma música (ANEXO
O), conta todo o problema que foi gerado por esses cuidados negligenciados com
sua boca e corpo e relaciona essa má higiene com a ausência de pessoas na plateia
do seu circo, que não aguentam mais o mal cheiro, em seguida, pede ajuda a todos
para ensiná-lo o que deve ser feito para mudar essa situação (Figura 4).
Todos os participantes falam e ensinam para o dono do circo a importância
dos cuidados com a saúde bucal e corporal e que se ele mudar seus péssimos
hábitos
o
seu
circo
voltará
a
fazer
sucesso
novamente.
No final da participação dos indivíduos na discussão sobre a solução do
problema, o dono do circo canta e toca mais uma música para que todos ouçam tudo
o que ele aprendeu e o quanto esses cuidados são importantes para sua saúde e
para o bom convívio com o próximo (ANEXO P).
53
Figura 4. Participante demonstrando como se usa o fio dental.
Figura 4.2. Momento de entusiasmo durante a música.
54
Figura 4.3. Personagens da atividade teatral.
55
Figura 4.4. Momento final das atividades do dia.
ATIVIDADE 5 – Pintura Coordenada
Os objetivos desta atividade foram:
Fazer com que os integrantes desenvolvessem uma habilidade manual para
motricidade fina e treinar o controle dos movimentos circulares para que pudessem
associar esses movimentos no momento da escovação, sabendo que na boca há
regiões que requerem posições e movimentos com a escova para que uma boa
higienização bucal seja realizada.
Atividades desenvolvidas: Uma folha de cartolina foi dividida em três partes
iguais, nelas foram impressos desenhos pontilhados de formas variadas para que os
integrantes do grupo experimental desenhassem por cima desses pontilhados em
um traço único, fazendo movimentos apenas com os pulsos nas regiões de
contornos. De acordo com que pintavam esses pontilhados a figura ia se formando e
a cada etapa era exigida mais atenção e movimentos cada vez mais finos (Figura 5).
56
Após concluir essa atividade, foi pedido aos integrantes que repetissem
esses movimentos com as mãos, porém simulando uma escovação dentária (Figura
6). Então foi demonstrado, utilizando macromodelos, que na boca existem regiões
entre os dentes e a gengiva que requerem tais movimentos durante a escovação,
para que o biofilme seja removido de forma satisfatória.
Ao término de toda orientação foram tocadas e cantadas músicas
compostas com letras de educação em saúde bucal e geral (ANEXO J, K, Q e R).
Figura 5. Treinando os movimentos finos da escovação.
57
Figura 6. Desenho pontilhado para atividade de coordenação motora.
58
ATIVIDADE 6 – Teatro com Fantoche
Os objetivos desta atividade foram:
Mostrar de forma lúdica que o biofilme dental depositado na superfície
dentária tem uma progressão no seu desenvolvimento e pode gerar outros
problemas como a cárie dentária e problemas gengivais, caso não se intervenha
diariamente, através da higiene bucal.
Atividades desenvolvidas: Foram escolhidos dois personagens, um
fantoche de menino, que se chamava Lico, que foi confeccionado com luva felpuda
de limpeza; e uma prótese total superior e inferior, que se chamava Senhor Placa.
Lico era um menino muito esperto e risonho, porém não se preocupava muito com a
sua alimentação e higiene bucal. Lico se apresenta para a plateia e conta tudo sobre
a sua vida e o que ele gosta de fazer. Ele também tem curiosidade sobre o que
algumas pessoas da plateia se identificam mais e começa a interagir com todos.
Durante a apresentação surge o personagem Senhor Placa e ele afirma que mora
na boca de Lico e se alimenta de resto de comida e bebida que ficam entre os
dentes dele. Ele diz que a missão dele é destruir todos os dentes de Lico e afirma
que ele vai cumprir a missão. Lico não se conforma com tal situação e pede ajuda da
plateia para se livrar desse incômodo de conviver com o Senhor Placa. Nesse
momento, todos da plateia se empolgam e começam a dizer quais são as principais
armas de combate para resolver esse problema, gritam que Lico deve escovar seus
dentes após as refeições e usar o fio dental diariamente. O personagem sai de cena
e rapidamente vai executar o que lhe foi ensinado e o Senhor Placa não resiste e
acaba sumindo do espetáculo (figura 7). O personagem principal agora está muito
mais feliz em mostrar seus dentes limpos e saudáveis e canta uma música para
todos sobre o que aprendeu (ANEXO S).
59
Figura 7. Momento da encenação com os fantoches.
ATIVIDADE 7 – Teatro do Cinema
Os objetivos desta atividade foram:
Mostrar que todos devem e podem se divertir, que podem se alimentar fora e
dentro de casa com alimentos e doces que gostam, porém, se não fizerem uma boa
higienização para eliminar o que ficou aderido ao dente, consequências graves
podem ocorrer à integridade da saúde bucal.
Atividades desenvolvidas: Essa encenação mostra o cotidiano de dois
irmãos palhaços curtindo um final de semana. Eles entram em cena como se
estivessem na sala de estar e sentam no sofá para pensar de que maneira vão
aproveitar o dia livre deles. O irmão tem uma ótima ideia de ir ao cinema e convida
sua irmã. Ela aceita o convite no mesmo instante e eles vão juntos para o cinema.
Eles levantam, dão uma volta pela sala cantarolando e sentam novamente para
representar que chegaram ao cinema. A irmã pergunta para o palhaço se ele gosta
de pipoca, ele afirma que gosta e nesse momento surge a dúvida: “Será que
podemos comer fora de casa?” A plateia nessa hora é instigada a dar a sua opinião
e após a discussão, o palhaço traz a pipoca. Após comerem um pouco de pipoca, o
60
palhaço pega o violão e canta uma paródia musical (ANEXO T). Depois da música
cantada e tocada os palhaços dão mais uma volta no cenário e retornam para casa.
Chegando em casa, eles sentam no sofá e têm a ideia de ficar assistindo TV o dia
todo comendo biscoito, guloseimas, tomando achocolatado e tudo que tem para
comer, sem se preocupar com a higiene bucal. O palhaço novamente pega o violão
e tem a ideia de cantar uma música da situação em que estão vivendo (ANEXO U).
Após esse momento chegou a hora de dormir. Quando deitam os dois dão um grito:
-“Aaai que dooor!” Acaba a encenação, os personagens tiram a peruca e conversam
com a plateia para que ela diga onde estão os erros cometidos pelos personagens
durante a peça, o que eles deveriam fazer e o porquê da dor de dente sentida por
eles. Nesse momento é fixado novamente o conhecimento sobre o cuidado com a
higiene bucal e é ensinado a relação entre dieta, cárie e saúde.
61
5 DISCUSSÃO
A odontologia cirúrgico-restauradora, totalmente fundamentada na assistência
odontológica, não vinha mostrando resultados satisfatórios em relação às melhorias
nos níveis de saúde bucal da população. Ciente disso, a odontologia passou a se
estruturar nos conceitos de promoção de saúde, procurando cada vez mais
conhecer e controlar os fatores etiológicos e moduladores da doença cárie e
periodontal (ARTUN E THYLSTRUP, 1986; NEWBRUM, 1992).
Aproximadamente 75% das lesões cariosas estão concentradas em cerca
25% da população, essas que são classificadas como populações de alto risco à
cárie (HAUSEN et al., 2000; SPLIETH et al., 2004; VANOBBERGEN, 2004).
SEGUNDO (POWELL et al., 1998; VANOBBERGEN, 2004) a identificação destes
grupos é de extrema importância para que ações de promoção e prevenção sejam
planejadas de forma direcionada.
Os resultados deste estudo mostram que o programa de Educação em Saúde
bucal com atividades lúdicas foi capaz de promover uma redução estatisticamente
significativa nas condições de higiene bucal do grupo Experimental após o final das
atividades e se manteve durante 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias. Contrapondo-se com o
grupo controle que apresentou melhora apenas ao final das atividades, não se
mantendo no decorrer de 90 dias.
A avaliação da tabela 1, mostra resultados
estatísticos significativos de redução do Índice de Biofilme visível para o grupo
experimental ao final da atividade e após 60, 75 e 90 dias, quando comparados os
dois grupos, controle e experimental.
Estes resultados corroboram com estudos anteriores que mostraram
resultados satisfatórios de programas de educação em saúde bucal na redução do
índice de biofilme visível (SOUZA, 2004; WILLIFORD et al., 1967; CARVALHO et
al., 1991; FABRE et al., 1998; EKSTRAND et al.,2000; SILVEIRA et al., 2002;
CAMARGO e MENEZES, 2003; MALTZ et al., 2003). O público-alvo desses
62
trabalhos não foi o mesmo e nem a utilização da estratégia metodológica lúdica, pois
não foram encontrados estudos semelhantes sobre esses aspectos com indivíduos
com deficiência intelectual. Entretanto, através do estudo o grupo experimental
recebeu atividades lúdicas diferenciadas do grupo controle com a hipótese de que a
metodologia tradicional não atinge os mesmos resultados satisfatórios e que esses
são reduzidos a médio prazo, o que foi observado.
Ao comparar o CPO-D médio de 13,67 dos participantes do grupo
experimental com os resultados obtidos do Levantamento Epidemiológico das
Condições de Saúde Bucal do SB Brasil (2010), percebe-se que estes escolares
estão distantes de atingir condições de saúde desejáveis. O mesmo ocorre com o
estudo de Hernandez
(1983), onde o CPO-D para pessoas com
deficiência
intelectual foi de 13,58. No atual estudo o grupo experimental teve como média de
idade 25,7 anos, visto que a maioria dos integrantes do grupo experimental têm
aproximadamente 20 anos de idade, porém alguns integrantes tem idade acima de
30 anos e um deles com 48 anos. Essa faixa etária dificulta a comparação com os
grupos etários de 15 a 19 anos e de 35 a 44 anos avaliados no SB Brasil do ano de
2010 (BRASIL, 2011). De qualquer forma, pode-se inferir que a média CPO-d desse
estudo é alta, visto que no levantamento Nacional foram observados que o índice do
CPO-D para a Cidade do Rio de Janeiro, região Sudeste foi de 3,04 para o grupo
etário de 15 a 19 anos, um índice bem abaixo do encontrado no estudo,
principalmente considerando que os resultados do SB Brasil não são de indivíduos
com deficiência intelectual, que geralmente apresentam condições de saúde bucal
piores do que as da população em geral. No grupo etário seguinte, 35 a 44 anos,
avaliado pelo SB Brasil o CPO-D médio encontrado foi 15,45, o que mostra que,
apesar da média ser maior do que a observada neste estudo, a diferença é pequena
para uma faixa etária tão diferente e, por isso, seria esperada uma media menor
para o índice.
Segundo Hernandez (1983), as pessoas com deficiência intelectual no Brasil,
apresentam um perfil de saúde bucal aproximado com os encontrados em outros
países, em que alguns pesquisadores verificaram altas taxas de prevalência para a
doença cárie, falta de tratamento conservador e higiene bucal precária. Essas
informações também respaldam os altos índices do CPO-D citados acima e sugerir
que, com uma precariedade na higiene bucal, também ocorra uma pior condição
gengival.
63
Em relação ao Índice de sangramento gengival, o grupo experimental
apresentou melhora estatística significativa ao final das atividades propostas,
mantendo os resultados após 15 dias. Diferente do grupo controle que não
apresentou melhora significativa em nenhum momento. Comparando o grupo
controle com o grupo experimental, ao final das atividades propostas, o grupo
experimental apresentou melhora significativa.
Esses resultados, corroboram com estudos anteriores que, mesmo que não
abordem o público-alvo de pessoas com deficiência intelectual, sugerem que
programas de educação em saúde bucal são eficazes para melhorar as condições
de saúde bucal (WILLIFORD et al., 1967; GISSELSSON et al., 1983; MATHIESEN et
al., 1996; GOMES FILHO et al., 1999; SILVEIRA et al., 2002; MALTZ et al., 2003).
Os resultados desses estudos mostram que com a diminuição do índice de biofilme
visível, o índice de sangramento por sua vez é reduzido, visto que esses estão
diretamente relacionados. Entretanto, para que esses resultados se mantenham a
longo prazo é necessária uma abordagem da motivação do indivíduo em realizar a
higiene bucal rotineiramente.
Diante de tais resultados pode-se observar que utilizar o lúdico como
estratégia de ação é fundamental para que o conhecimento seja absorvido de forma
eficaz
e
prazerosa,
contudo
a
escovação
supervisionada
não
deve
ser
negligenciada, pois é através dessa motivação que o indivíduo supera as suas
limitações motoras no momento em que são colocadas em prática os movimentos
da escovação e utilização do fio dental. Por isso o instrutor deve orientar e
demonstrar que todas as faces dentais devem ser higienizadas adequadamente
para que seja removido o biofilme dentário e os índices de saúde bucal tenham
redução em sua média.
Segundo Hartwig et al. (2015), o maior acometimento de doenças bucais em
pacientes com necessidades especiais pode se relacionar à grande dificuldade que
estas pessoas encontram para realizar a higiene bucal, geralmente relacionada a
uma alteração motora e/ou algum déficit intelectual, reforçando mais uma vez a
valorização da escovação supervisionada durante o programa de intervenção.
Em relação aos dados qualitativos, pôde-se observar que o grupo
experimental apresentou melhores resultados no que se refere ao aprendizado do
conteúdo ministrado, quando se compara com os dados obtidos pelo grupo controle.
Ao analisar as respostas dos indivíduos do grupo experimental, nota-se um maior
64
conteúdo absorvido e a percepção de que tais conhecimentos devem ser
reproduzidos no seu dia-a-dia. O grupo controle também apresentou alguma
melhora, visto que a presença dos graduandos na instituição mudou a rotina desses
indivíduos e os fez sentirem motivados a corresponderem as expectativas geradas,
sendo justificada também pela criação de vínculo entre os educandos e os
educadores. Segundo Toassi e Petry (2002), a motivação direta é a maneira mais
eficiente para modificar o comportamento do paciente e levá-lo a exercer um
controle satisfatório do biofilme dental.
Orrico et al. (2004) e Carvalho e Araújo (2004) sugerem que sejam criados
programas educacionais preventivos nas instituições para que os indivíduos com
necessidades especiais recebam motivação para higienização bucal para que se
possa gerar autonomia e autopercepção. Esse trabalho mostra que a metodologia
lúdica pode sim ser um programa educacional eficaz capaz de cumprir com os
objetivos preventivos e esse modelo pode ser uma grande ferramenta de uso nas
instituições.
Segundo Souza et al. (2015), existem vários métodos pedagógicos para facilitar
a transmissão e entendimento do conhecimento, porém as atividades lúdicas, uso de
macro modelos, música e teatro proporcionam interatividade entre os integrantes de
um grupo e facilitam a difusão de conhecimento, favorecendo sua construção e
criando motivação. Quando isso ocorre, o indivíduo muda de comportamento pelo
desenvolvimento de consciência crítica para compreender as causas reais da
doença e preveni-las. Esse processo motivacional deve ser contínuo, amadurecido e
enriquecido com mensagens que incentivem a mudança de comportamento e
conquista de um hábito mais saudável.
Um ponto importante que deve ser ressaltado é que são escassos os trabalhos
presentes na literatura voltados à metodologia lúdica de educação em saúde para
pacientes com deficiência intelectual, dificultando assim uma análise mais criteriosa
dos resultados deste trabalho com os apresentados na literatura científica. Portanto,
são necessários mais estudos desenvolvidos com tal metodologia e grupo
populacional.
65
6 CONCLUSÃO
O controle do biofilme visível foi observado ao final do estudo nos dois
grupos avaliados. Entretanto, essa melhora não se sustentou ao longo do período de
avaliações do estudo para o grupo controle.
O índice de sangramento gengival somente foi reduzido no grupo
experimental, que obteve uma melhora significativa após as atividades propostas,
sustentando os resultados durante 15 dias.
Ao considerar a análise entre os grupos, houve redução estatística
significativa no índice de biofilme visível do grupo experimental em relação ao
controle ao final das atividades e após 60, 75 e 90 dias. Em relação ao índice de
sangramento gengival, houve redução estatisticamente significativa ao final das
atividades propostas.
Os presentes dados fornecem a informação de que a educação continuada e
frequente com a metodologia lúdica obteve resultados melhores e capazes de
promover melhoria efetiva nas condições de higiene bucal dos participantes, quando
comparada à metodologia tradicional.
A proposta de intervenção com o material didático-pedagógico lúdico
desenvolvido, através da música, pintura e dramatização para as atividades
propostas de educação em saúde, permitiu planejar e utilizar uma metodologia de
ensino mais adequada que a do método tradicional de aulas e palestras, sendo
efetivo como ferramenta metodológica mais prazerosa, motivacional e estimuladora
de aquisição de conhecimento e de produção de vínculo entre participantes e equipe
executora. Dessa forma, contribuiu para a obtenção de resultados significativos no
66
controle de índice de biofilme visível e sangramento gengival, o que demonstra uma
melhora na autopercepção e autocuidado, assim como uma melhora nas condições
de higiene bucal e saúde gengival desses indivíduos participantes.
Diante do exposto, a proposta experimental demonstrou melhores resultados
no controle de biofilme dental e saúde gengival e favoreceu o aprendizado, a
motivação e a produção e uso de estratégias lúdicas para educação em saúde.
67
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73
ANEXOS
74
ANEXO A – Folha de aprovação do Comitê de Ética
75
ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Dados de identificação
Título do Projeto:
Pesquisador Responsável: Flávia Maia Silveira
Instituição a que pertence o Pesquisador Responsável: Faculdade de Odontologia Universidade Federal Fluminense – Nova Friburgo.
Telefones para contato:
Nome do voluntário:_________________________________________________
Idade: _____________ anos
R.G. ___________________________
Responsável legal (quando for o caso):__________________________________
R.G. Responsável legal: _________________________
O(A) Sr.(ª) e seu(sua) filho(a) estão sendo convidados(as) a participar do projeto de
pesquisa “Saúde bucal e sua influência na qualidade de vida de pessoas com deficiência
intelectual”, de responsabilidade da pesquisadora Flávia Maia Silveira. Sua participação é
importante, porém, você não deve participar contra a sua vontade. Após ser esclarecido
sobre as informações abaixo descritas, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao
final deste documento que tem duas vias, ficando uma via com você e a outra com a
Pesquisadora Responsável. O objetivo desta pesquisa é promover a saúde da boca de
pessoas com deficiência intelectual. Também será possível saber como a saúde da boca
interfere no seu dia-a-dia e na sua qualidade de vida. A pesquisa usará uma entrevista com
perguntas sobre a sua saúde; um questionário sobre a influência da saúde da boca no seu
dia-a-dia, que será preenchido por você e um exame odontológico, que mostrará as
condições de saúde dos seus dentes, gengivas, se você está escovando os dentes de forma
satisfatória e se você tem alguma ferida ou problema na língua, bochecha, lábios ou palato
(“céu da boca”). Caso seja constatada necessidade de tratamento odontológico, você será
orientada sobre o tratamento que será feito, também como parte desta pesquisa. Não há
previsão de riscos e será feito o possível para que você não se sinta desconfortável durante
sua participação. Os participantes entrarão em um programa para a melhoria da saúde da
boca, sendo acompanhados por um dentista da equipe da pesquisa ou um aluno da
Faculdade preparado para atender o grupo. Será possível receber respostas ou
esclarecimentos a qualquer dúvida sobre os procedimentos, benefícios e outros assuntos
relacionados com a pesquisa ou tratamento individual. As informações sobre você ou seu
dependente só interessam a vocês. Nos resultados da pesquisa ninguém saberá seu nome,
será mantido o segredo das informações sobre você. Você pode se recusar a responder a
qualquer pergunta caso lhe traga algum tipo de constrangimento. Você pode, a qualquer
momento, retirar o seu consentimento e desistir de fazer parte dessa pesquisa, sem que isto
traga prejuízo à continuação do tratamento. Serão dadas informações atualizadas durante o
estudo, mesmo que isto possa afetar sua vontade de continuar dele participando. Caso não
queira participar da pesquisa, você ou seu dependente não sofrerão nenhum tipo de
prejuízo. As informações coletadas são específicas para esta pesquisa, sendo que os
76
resultados serão divulgados através de artigos científicos e apresentações orais e escritas
em congressos de saúde. Agradeço a colaboração.
Eu, __________________________________________, RG nº _____________________ declaro ter
sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.
Ou
Eu, __________________________________________, RG nº _______________________,
responsável legal por ____________________________________, RG nº _____________________
declaro ter sido informado e concordo com a sua participação, como voluntário, no projeto de
pesquisa acima descrito.
Nova Friburgo, _____ de ____________ de _______
_______________________________
__________________________________
Nome e assinatura do paciente ou seu responsável legal
obter o consentimento
________________________________
Testemunha
Nome e assinatura do responsável por
_______________________________
Testemunha
77
Avaliação
utilização
de serviços
ANEXO C – Ficha de Identificação
esocioeconômica,
Caracterização
Socioeconômica
odontológicos, morbidade bucal referida e
autopercepção de saúde bucal
Identificação e Caracterização Socioeconômica
CARACTERI ZAÇÃO SOCI OECONÔMI CA DA FAMÍ LI A
1
2
Quantas pessoas, incluindo o sr(a), residem nesta casa? Marcar 99 para “não sabe / não respondeu”
Quantos cômodos estão servindo permanentemente de dormitório para os moradores deste domicilio?
Marcar 99 para “não sabe / não respondeu”
1
1
1
1
1
1
Quantos bens tem em sua residência?
3
Considerar como bens: televisão, geladeira, aparelho de som, micro-ondas, telefone, telefone celular, máquina de lavar roupa, máquina
de lavar louça, micro-computador, e número de carros. Varia de 0 a 11 bens. Marcar 99 para “não sabe / não respondeu”
No mês passado, quanto receberam, em reais, juntas, todas as pessoas que moram na sua casa
incluindo salários, bolsa família, pensão, aluguel, soldo, aposentadoria ou outros rendimentos?
4
1 -Até 250; 2 -De 251 a 500; 3-De 501 a 1.500; 4-De 1.501 a 2.500; 5 -De 2.501 a 4.500; 6 -De 4.501 a 9.500; 7-Mais de 9.500;
9 -Não sabe/não respondeu
1
ESCOLARI DADE, MORBI DADE BUCAL REFERI DA E USO DE SERVI ÇOS
5
6
Até que série o sr(a) estudou?
Fazer a conversão e anotar o total de anos estudados com aproveitamento (sem reprovação). Marcar 99 para “não sabe / não respondeu”
O sr(a) acha que necessita de tratamento dentário atualmente?
Nos últimos 6 meses o sr(a) teve dor de dente?
8
Aponte na linha ao lado o quanto foi esta dor 1 (um)
significa muito pouca dor e 10 (dez) uma dor muito forte
9
Alguma vez na vida o sr(a) já foi ao consultório do dentista?
11
12
13
1
1
0 -Não; 1 -Sim; 9 -Não sabe / Não respondeu
7
10
1
1
0 -Não; 1 -Sim; 8 -Não se aplica; 9 -Não sabe / Não respondeu
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 -Não; 1 -Sim; 9 -Não sabe / Não respondeu
Quando o sr(a) consultou o dentista pela última vez?
1 -Menos de um ano; 2-Um a dois anos; 3 -Três anos ou mais; 8 -Não se aplica; 9 -Não sabe / Não respondeu
Onde foi a sua última consulta?
1 -Serviço público; 2 -Serviço particular; 3 -Plano de Saúde ou Convênios; 4-Outros; 8 -Não se aplica; 9 -Não sabe / Não respondeu
Qual o motivo da sua última consulta?
1 -Revisão, prevenção ou check-up; 2 -Dor; 3 -Extração; 4 -Tratamento; 5 -Outros; 8 -Não se aplica; 9 -Não sabe / Não respondeu
O que o sr(a) achou do tratamento na última consulta?
1 -Muito Bom; 2 -Bom; 3 -Regular; 4 -Ruim; 5 -Muito Ruim; 8 -Não se aplica; 9-Não sabe / Não respondeu
1
1
1
1
1
1
1
AUTOPERCEPÇÃO E I MPACTOS EM SAÚDE BUCAL
14
15
16
Com relação aos seus dentes/boca o sr(a) está:
1 -Muito satisfeito; 2 -Satisfeito; 3 -Nem satisfeito nem insatisfeito; 4 -Insatisfeito; 5-Muito insatisfeito; 9-Não sabe / Não respondeu
O sr(a) considera que necessita usar prótese total (dentadura) ou trocar a que está usando atualmente?
0 -Não; 1 -Sim; 9 -Não sabe / Não respondeu
1
1
Algumas pessoas têm problemas que podem ter sido causados pelos dentes. Das situações abaixo,
quais se aplicam a(o) sr(a), nos últimos seis meses? 0 -Não; 1 -Sim; 9 -Não sabe / Não respondeu
16.1. Teve dificuldade para comer por causa dos dentes ou
sentiu dor nos dentes ao tomar líquidos gelados ou quentes?
1
16.5. Deixou de praticar esportes por causa dos seus
de ntes?
1
16.2. Os seus dentes o incomodaram ao escovar?
1
16.6. Teve dificuldade para falar por causa dos seus
de ntes?
1
16.3. Os seus dentes o deixaram nervoso (a) ou
irritado (a)?
1
16.7. Os seus dentes o fizeram sentir vergonha de
sorrir ou falar?
1
16.4. De ixou de sair, se divertir, ir a festas, passeios
por causa dos seus dentes?
1
16.8. Os seus dentes atrapalharam para estudar /
trabalhar ou fazer ta refas da escola / trabalho?
1
16.9. Deixou de dormir ou dormiu mal por causa dos
seus de ntes?
1
78
ANEXO D – Ficha de Exame Clínico
Ficha de Exame Clínico
Examinador:
Nome:
Data de nascimento:
Sexo:
NE:
CÁRIE DENTÁRIA
Data da realização do exame:
Idade:
Cor/raça:
Inscrição:
79
ANEXO E – Ficha de Exame clínico
CONDIÇÃO PERIODONTAL - CPI
Critérios e valores para a classificação de dentes fluoróticos de acordo com o Índice de Dean
80
ANEXO F – Diário de campo
DIÁRIO DE CAMPO
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
- Data: ____/____/_____
- Hora início: ____________ Hora término: ________________________________
- Orientadora: Flávia Maia Silveira
- Projeto: __________________________________________________________
- Local: ____________________________________________________________
- Relator: __________________________________________________________
- Atividade/Situações vivenciada (identificação):_____________________________
-Detalhamento dos atores envolvidos no processo (resguardando o sigilo): _______
Relato da experiência
O Diário de Campo é composto pelo registro de notas descritivas e analíticas referentes às
vivências vinculadas à tutoria, leituras, campo da pesquisa e outras experiências.
Notas Descritivas:
Notas descritivasdizem respeito ao registro das informações referentes aos acontecimentos,
na seqüência em que ocorrem, podendo ser registradas ao vivo e/ou imediatamente após, e
complementadas posteriormente.
- Retrato dos sujeitos (aparência, maneira de vestir, modo de falar e agir, particularidades dos
indivíduos; incluir fotos): ___________________________________________________
- As visões de mundo do observado (grau de religiosidade, valores, elementos culturais
ligados ao processo de trabalho, de saúde ...): ____________________________________
- Reconstrução do diálogo (palavras, gestos, expressões faciais, pronuncias):___________
- Descrição espaço físico (desenho espaço, mobília): __________________________
- Comportamento do observador (aspectos que possam interferir na coleta de dados): ____
- Descrição de atividades (detalhamento corporal): _____________________________
- Relatos de acontecimentos (forma como aconteceram e natureza das ações): _________
Notas analíticas:
As notas analíticas correspondem às reflexões pessoais: idéias, percepções e sentimentos
surgidos durante a ação, nos contatos formais e informais, registradas – ao vivo ou mais
imediatamente possível – em forma de breves lembretes e posteriormente através de anotações mais
elaboradas.
- Relato pessoal do observador (sobre os material descritivo, envolve especulações,
problemas, sentimentos, ideias, palpites, impressões e preconceitos): _____________________
- Relato sobre a análise (especulações e conexões do que emerge, pensamentos que ocorrem,
reflexões): ________________________________________________________________________
- Relato sobre o método (discussão sobre metodologia): _________________________
-Relato sobre conflitos e dilemas éticos (preocupações que surgem, valores e
responsabilidades): ______________________________________________________
- Ponto de vista do observador (estudo dos pressupostos acerca dos sujeitos e do meio): __
- Pontos de clarificação (explicações de situações confusas): ______________________
Discussão da experiência
- Registrar o planejamento em seu processo: previsão de tarefas, agenda, avaliação
do cumprimento das metas alcançadas e redefinição das metas não cumpridas: ___
81
- Produção do conhecimento (registro de fatos e situações observados, depoimento dos sujeitos
envolvidos, sentimentos pessoais e subsídios da literatura) : ___________________________
- Análise dos procedimentos técnicos: _____________________________________
- Questionamentos críticos quanto à realidade social e/ou institucional suscitada pela
atividade: ___________________________________________________________
- Problematização da realidade e prática com argumentos teóricos: _____________
- Outros dados considerados relevantes para o aluno: ________________________
- Apontamento de dúvidas: _____________________________________________
Apontamento de destaques para:
- Aprofundar através de leituras: ________________________________________
- Buscar informações no campo da vivência: _______________________________
- Discutir com a equipe. Principais de pontos e conclusões da discussão: ________
82
ANEXO G – Entrevista para os escolares
ENTREVISTA PARA OS ESCOLARES
NOME:_________________________________ DATA: ________INSTITUIÇÃO: _____
Motivação
Você está participando das atividades? ( ) SIM ( ) NÃO. COMO? ____________________
Sabe os dias que as atividades acontecem? ( ) SIM ( ) NÃO
Fica esperando chegar os dias das atividades? ( ) SIM ( ) NÃO
Participa e dá opiniões e sugestões para as atividades? ( ) SIM ( ) NÃO. Como? _______
Conhecimentos e percepções sobre saúde bucal
O que é ter saúde? _________________________________________________________
Você tem saúde? __________________________________________________________
O que você já sabia sobre a saúde da boca? _____________________________________
O que você aprendeu? _______________________________________________________
Quais são as principais doenças da boca? _______________________________________
Como fazemos para evitar as doenças da boca?___________________________________
Você faz o que é preciso para evitar as doenças da boca? Se não, Por quê?_____________
Como deve ser uma alimentação saudável?_______________________________________
Você tem uma alimentação saudável?___________________________________________
Que outros hábitos não são bons para a saúde? ___________________________________
Você tem hábitos que não são bons para a saúde? Se sim, Quais? ____________________
PRODUÇÃO DO CUIDADO
Humanização e Vínculo
Você sabe o nome dos dentistas e alunos da Faculdade que fazem as atividades? _______
Você ficou à vontade para tirar as dúvidas com quem estava fazendo a atividade? ________
Os dentistas e alunos da Faculdade deram atenção a você e te trataram com carinho? Se
não, como trataram e quando? _________________________________________________
Respeito (educação e atitudes respeitosas) e solidariedade
Os dentistas e alunos da Faculdade ajudavam vocês quando tinham dificuldade? ________
Você ajudava seus colegas quando eles tinham dificuldade? ________________________
Os dentistas e alunos da Faculdade trataram você com respeito e educação? Se não, como
trataram e quando? _________________________________________________________
Inclusão
Seus amigos participaram das atividades junto com você? ___________________________
As atividades facilitaram a participação de todos os colegas? _________________________
Alguém não participou ou participou pouco? Por quê? ______________________________
Satisfação
Você gostou das atividades? Por quê? __________________________________________
O que você mais gostou? _____________________________________________________
Você ficava feliz durante as atividades? __________________________________________
Você achou alguma coisa chata ou não gostou de alguma coisa? O que? _______________
Você quer dar alguma sugestão ou ideia para uma próxima atividade? _________________
83
ANEXO H – Letra e cifra de música produzida
Paródia da música Show das Poderosas da cantora Annita
Autor: Matheus Duarte
Tom: D# Maior
ESCOVAS PODEROSAS
(Cm / Gm)
Prepara, que agora é hora
Das escovas poderosas
Que escovam, que limpam
As bocas mal cheirosas
E tiram o bafo de comida gostosa
Que fica agarradinha e não solta
Prepara
Quando eu me alimento eu sei o que fazer
Eu uso o fio dental e uso pra valer
Meu exército é pesado, a gente têm poder
Passa o fio, poe a pasta na escova e vai
(Ab / Fm / Gm / Cm / Ab / Fm / Dm / Gm)
Poe a pasta, pra não ficar arranhando
Pouca pasta pra não ficar babando
Escovo todos os dentes e em todos os cantos
Limpo minha boca toda
E fico rindo atoa.
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ANEXO I – Letra e cifra de música produzida
Música do teatro do palhaço
Autor: Matheus Duarte
Tom: G Maior
PALHAÇO APAIXONADO
(GM / CM / Em / D/F# / GM)
Ilê ile iii i Lê i lê aaaa
Essa história é de um palhaço
Que um dia se apaixonou
Por uma palhacinha que pra ele nem olhou
Ele fez muito sacrifício mas ela ignorou
Tinha algo errado e ela observou
Ilê ile iii i Lê i lê aaaa
O palhaço nos diverte, nos faz rir e gargalhar
Mas do seu próprio sorriso ele não soube cuidar
Não cortava a unha do dedinho e do dedão
Só comia muito doce, não queria arroz e feijão
Ele não escovava o dente e não usava o fio dental
E por isso o palhacinho se deu muito mal
Ilê ile iii i Lê i lê aaaa
Por não cuidar, o biofilme começou a acumular
E ele corria o risco de a cárie iniciar
Com o tempo a gengiva começou até sangrar
E a sua boca ficou com um cheiro de matar
85
Ilê ile iii i Lê i lê aaaa
Os seus amigos ensinaram uma boa alimentação
À cuidar do seu sorriso, do seu corpo e cabelão
E agora com boa imagem e um belo sorrisão
A palhacinha entregou seu coração
Ilê ile iii i Lê i lê aaaa
86
ANEXO J – Letra e cifra de música produzida
Música da atividade de pega-varetas
Autor: Matheus Duarte
Tom: A Maior
EU SOU TÃO DIFERENTE
(AM / F#m)
Eu sou tão diferente
Isso é normal
Ser diferente é algo tão natural
(se repete a cada passagem de estrofe)
(BM / C#m / DM / C#m / BM / EM / AM)
Nem todos sabem desenhar
Nem todos vão saber correr
Mas todos têm um dom
E você pode crer
Mas existe algo em comum
Que todos devem fazer
O se cuidar
É igual pra mim e pra você
Talvez, até eu cante mal
E seja ruim no futebol
Mas tenho o dom de amar
E cuidar de você
Não se entristeça ou sinta mal
Se ouvir que você não é capaz
Mentira! Você é
E basta você crer.
87
ANEXO K – Letra e cifra de música produzida
Escovando sem parar
Tom: GM
Autor: Matheus Duarte
(GM / Em / CM / DM)
Lá, lá, lá, láá
Lá, lá, lá, láá
Hoje eu acordei bem cedo
E o meu dente fui lavar
Escovando direitinho
Para ele não estragar
A minha mãe me ensinou
E eu nunca vou me esquecer
Que cuidando dos meus dentes
Lindo sorriso eu vou ter
Lá, lá, lá, láá
Lá, lá, lá, láá
Na hora do almoço
Como o arroz com o feijão
Depois escovo os meus dentinhos
E lá atrás o meu dentão
Eu não posso ter um bafo
Após a refeição
88
Nem rir pro meu colega
Com uma casca de feijão
Lá, lá, lá, láá
Lá, lá, lá, láá
Se de tarde tem o lanche
Eu não posso esquecer
Que limpando direitinho
Saúde eu vou ter
Como eu fiz no almoço
Vou fazer no meu jantar
Escovando com carinho
Sem machucar ou apertar
Vou pegar a minha escova
E um trenzinho imitar
Na parte que eu mastigo
Em “tique-taque” vou passar
Pra frente e pra traz
Sem esquecer nenhum lugar
E na parte do sorriso
Em movimento circular
Lá, lá, lá, láá
Lá, lá, lá, láá
Na hora de dormir
89
Alguém pode me falar?
Vou pegar a minha escova
E o meu dente vou .....
ESCOVAAAARRRR!!!
90
ANEXO L – Letra e cifra de música produzida
Música do Teatro “O dono do Circo”
Autor: Matheus Duarte
Tom: A Maior
EU NÃO ESCOVO OS MEUS DENTES
(AM / DM / EM / AM)
Eu não escovo os meus dentes
Por que eu tenho preguiça
Eu já sou muito bonito
E levo vida de artista
Eu tenho muitos afazeres
E animais para cuidar
Eu tomo conta desse circo
Com os dentes não vou me preocupar.
91
ANEXO M – Letra e cifra de música produzida
Música do Teatro “O dono do Circo”
Autor: Matheus Duarte
Tom: A Maior
O FIO DENTAL É ESQUISITO
(AM / DM / EM / AM)
O fio dental é esquisito
Não sei colocar entre meus dedos
Ninguém nunca me ensinou
E isso me deixa em desespero
Eu o uso quase nunca
E quando uso é rapidinho
Passando só em alguns dentes
Só em um cantinho.
92
ANEXO N – Letra e cifra de música produzida
Música do Teatro “O dono do Circo”
Autor: Matheus Duarte
Tom: A Maior
TOMAR BANHO É MUITO CHATO
(AM / DM / EM / AM)
Tomar banho é muito chato
Leva toda a sujeira
Que fica entre os meus dedos
Me causando a frieira
Aquela espuma me irrita
Descendo da minha cabeleira
Gosto de ter o meu cheirinho
E coçar minhas coceiras.
93
ANEXO O – Letra e cifra de música produzida
Música do Teatro “O dono do Circo”
Autor: Matheus Duarte
Tom: A Maior
A MINHA BOCA TEM UM BAFO
(AM / DM / EM / AM)
A minha boca tem um bafo
Muito insuportável
Quando eu sinto esse cheiro
Eu até quase desmaio
Por não escovar esses meus dentes
E não usar o fio dental
Eu tenho muitas cáries
E sangramento gengival
Eu tenho cheiro de cecê
Por detestar tomar banho
Ninguem mais vem ao meu circo
Por que o cheiro é estranho
Eu disse o cheiro é dos macacos
Mas ninguém acreditou
O que eu faço por favor,
para mudar o que hoje sou?
94
ANEXO P – Letra e cifra de música produzida
Música do Teatro “O dono do Circo”
Autor: Matheus Duarte
Tom: A Maior
QUANDO EU ME CUIDO BEM
(AM / DM / EM / AM)
Com vocês eu aprendi
E agora vou executar
Vou cuidar da minha boca
E meu banho vou tomar
Quando eu me cuido bem
Meu circo enche de montão
Fico cheio de saúde
E não afasto mais a multidão
95
ANEXO Q – Letra e cifra de música produzida
Autor: Matheus Duarte
Tom: B Maior
NA FESTA JUNINA
(BM9 / F#m / G#m / EM)
Na festa junina tem farra da boa
Tem “arraiá” dos “bom”
Tem muita canjica, tem muita pipoca
Tem muito rojão
Durante a festa eu como de tudo até me fartar
Eu como paçoca, eu como pipoca até “os piriá”
Será que na festa eu posso pegar tudo o que é de comer?
Eu digo que pode, mas depois de tudo tem algo a fazer
Eu digo:
Eu posso, eu posso, eu posso
Eu posso, eu posso, eu posso comer
Depois da comilança meu dente está sujo de doce e bombom
Tem de pé-de-moleque, jujuba, pastel, suco a salsichão
Entre os espaços dos dentes
Existe um lugar muito especial
Onde a comida agarra tendo que tirar com o fio dental
Então eu...
Passo, eu passo, eu passo, eu passo, eu passo o fio dental (2x)
Pra completar eu não posso esquecer também o que a escova faz
Escova os dentes da frente e vou escovando até os lá de trás.
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Então eu...
Escova, escovo, escovo, escovo, escovo os dentes de trás (2x)
Hoje, aqui, nós aprendemos que cada um dos dentes tem a sua função
Que temos que cuidar de todos
Da mesma maneira com a mesma atenção
Os da frente que são incisivos corto coisas moles e puxa o mingau
Os do lado, cortam coisas duras e o lá de trás tritura total
Então eu...
Cuido, eu cuido, eu cuido, eu cuido, de todos de forma igual (2x)
97
ANEXO R – Letra e cifra de música produzida
EXPLOSÃO DE NUTRIENTES
Paródia musical da música Meteoro de Luan Santana
Autor: Matheus Duarte
Tom: GM
(GM / DM / Em / CM)
Te dei arroz, te dei feijão
Pra uma boa alimentação
Salada como à vontade
Tomate e pimentão
Explosão de nutrientes
Que não dá pra acreditar
Ahh! Como é bom poder jantar
O cardápio eu refiz e sou mais feliz
Comida mais saudável é o que eu sempre quis
Exagerar no doce não é pra mim
E a dor de barriga teve fim
(GM9 / Em / CM / DM)
Se for doce, sim eu como
Só não vou exagerar
Por que eu me preocupo
Com o meu bem-estar.
98
ANEXO S – Letra e cifra de música produzida
DANÇA DA ESCOVA, PASTA E FIO DENTAL
Música do Teatro de Fantoches
Autor: Matheus Duarte
Tom: EM
(EM / BM / AM / BM / EM / BM)
(solo da corneta de pet)
Vou convidar você para dançar
Uma dança legal
Que é a dança da escova, da pasta e do fio dental
(solo da corneta de pet)
Eu sou o lico e o que eu aprendi é sensacional
Que o momento em que eu limpo a minha boca
É uma hora especial
(solo da corneta de pet)
Então escova, escova, escova
Escova o dente
Pra ficar limpo, branco e cheirosinho
Então escova, escova, escova
Pra ficar bem legal
99
Pra tirar o bafo
E também tirar restinho de comida
Tem que escovar e também passar o fio dental
(solo da corneta de pet)
100
ANEXO T – Letra e cifra de música produzida
NO ESCURINHO DO CINEMA
Paródia musical da música Flagra, de Rita Lee
Autor: Matheus Duarte
Tom: AM
(AM / C#M 7 / DM / EM / E5+)
Introdução
(AM / C#M / DM / Dm / EM)
No escurinho do cinema
Chupando bala de anis
Perto de um grande problema
Longe de um final feliz.
(C#m / F#m / C#m / F#m / BM7 / CM7 / C#M7 / DM7 / EM)
E de repente a bala grudou
O açúcar logo ali agarrou
Se não limpar pode dar cárie (cruziss)
A bala, a bala, a baaaalaaaaa.
(AM / C#M 7 / DM / EM / E5+)
Depois disso vem a pipoca
Tudo fica mais feliz
Copo duplo de coca-cola
Com muito gelo eu pediiii
(C#m / F#m / C#m / F#m / BM7 / CM7 / C#M7 / DM7 / EM)
E de repente o filme acabou
101
A comida e a bebida acabou
Acenderam as luzes (cruzis)
Vamos embora, embora, emboooraa.
102
ANEXO U – Letra e cifra de música produzida
FAMÍLIA EH, FAMÍLIA AH
Paródia musical da música Família, dos Titãs
Autor: Matheus Duarte
Tom: AM
(AM / DM / GM / AM / DM / GM / AM / GM / DM / GM)
Família
Família
Papai, mamãe, titia
Família
Família
Acorda cedo todo dia
Família ê, família ah, amília.
Quando acordo logo cedo
O dente tenho que escovar
Mas as vezes estou com pressa
E deixo isso passar
Corro logo pro café
E começo me alimentar
Pego as coisas e vou pra aula
E deixo tudo isso pra lá.
Família....
Quando eu chego da minha aula
O franqguinho tá cheirando
103
Corro logo pra minha mesa
A barriga está roncando
Como tudo o que eu gosto
Não deixo prato sobrando
Depois deito no sofá
Quinze minutos tô roncando
Família...
Quando acordo pela tardinha
Algo tenho pra fazer
Pego pacote de biscoito
E todinho pra beber
Nada como comer de tarde
Deitado no meu sofá
Despreguiçando as minhas pernas
O meu bracinho e lombar
Família...
Quando chego de noitinha
A janta vou esquentar
Aproveitando do almoço
Pra poder não desperdiçar
Como tudo de gostoso
Desde que acordo até deitar
Minha vida é só comer
Não tenho que me preocupar.
Família...