Uma carta para REFLETIR

Transcrição

Uma carta para REFLETIR
Fundado em 18 de Agosto de 1918 - Propriedade de Felici & Felici S/C Ltda.
Diretor João Roberto Felici
Ano XCIV - nº 1.582
Colina, 20 de Dezembro de 2012
R$ 2,60
Uma carta para REFLETIR
O paradoxo do nosso tempo é que
temos edifícios mais altos e
temperamentos mais reduzidos,
estradas mais largas e pontos de vista
mais estreitos.
Gastamos mais, mas temos menos,
compramos mais, mas desfrutamos
menos,
Temos casas maiores e famílias
menores,
mais conforto e menos tempo.
Temos mais graduações acadêmicas,
mas menos sentimentos comuns,
maior conhecimento, mas menor
capacidade de julgamento.
Mais peritos, mas mais problemas,
melhor medicina, mas menor bemestar.
Bebemos demasiado, fumamos
demasiado,
desperdiçamos demasiado, rimos
muito pouco,
Movemo-nos muito rápido, nos
irritamos demasiado.
Mantemo-nos muito tempo
acordados, amanhecemos cansados.
Lemos muito pouco, vemos televisão
demais e oramos raramente.
Multiplicamos o nosso patrimônio,
mas reduzimos os nossos valores.
Falamos demasiado, amamos
demasiado pouco e odiamos muito
frequentemente.
Aprendemos a ganhar a vida, mas não
a vivê-la.
Adicionamos anos às nossas vidas,
não vida aos nossos anos.
Conseguimos ir à lua e voltar, mas
temos dificuldade em cruzar a rua
para conhecer um novo vizinho.
Conquistamos o espaço exterior, mas
não o interior.
Temos feito grandes coisas, mas nem
por isso melhores.
Limpamos o ar, mas contaminamos a
nossa alma.
Conquistamos o átomo, mas não os
nossos preconceitos.
Escrevemos mais, mas aprendemos
menos.
Planejamos mais, mas desfrutamos
menos.
Aprendemos a apressar-nos, mas não
a esperar.
Produzimos computadores que podem
processar mais informações e difundila, mas nos comunicamos cada vez
menos e menos.
Estamos no tempo das comidas
rápidas e digestões lentas,
de homens de grande estatura e
de pequeno caráter,
de enormes ganhos econômicos
e relações humanas
superficiais.
Hoje em dia, há dois
ordenados, mas mais divórcios,
casas mais luxuosas, mas lares
desfeitos.
São tempos de viagens rápidas,
fraldas descartáveis, moral
descartável, encontros de uma
noite, corpos obesos, e pílulas
que fazem tudo, desde alegrar e
acalmar, até matar.
São tempos em que há muito
na vitrine e muito pouco no
armazém.
Tempos em que a tecnologia
pode fazer-te chegar esta carta,
e em que tu podes optar por
partilhar estas reflexões ou
simplesmente excluí-las.
Lembra-te de passar algum
tempo com os teus entes
queridos, porque eles não
estarão aqui para sempre.
Lembra-te de ser amável com
quem agora te admira, porque
essa pessoa crescerá muito
rapidamente e se afastará de ti.
Lembra-te de abraçar quem
está perto de ti, porque esse é o
único tesouro que podes dar
com o coração, sem que te
custe nem um centavo.
Lembra-te de dizer “te amo” ao
teu companheiro e aos teus
entes queridos, mas, sobretudo,
diga com sinceridade.
Um beijo e um abraço podem
curar uma ferida, quando se
dão com toda a alma.
Dedica tempo para amar e para
conversar, e partilha as tuas
ideias mais apreciadas.
E nunca esqueças: A vida não
se mede pelo número de vezes
que respiramos, mas pelos
extraordinários momentos que
passamos juntos.
Árvore sobre o lago no Parque Débora Paro
GEORGE CARLIN
Comediante dos anos 70 e 80
que perdeu a esposa
recentemente.
Boas Festas
Retornamos com a edição do dia 03/01/2013