LÍNGUA PORTUGUESA: PRINCIPAIS ASPECTOS QUE

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LÍNGUA PORTUGUESA: PRINCIPAIS ASPECTOS QUE
A MARgem - Revista Eletrônica de Ciências Humanas, Letras e Artes / ISSN 2175-2516
LÍNGUA PORTUGUESA: PRINCIPAIS ASPECTOS QUE DIFERENCIAM SUAS VARIANTES NACIONAIS1
Érica Rogéria da Silva (CAPES/UFU/UC) 2
Michael Jones Botelho (CAPES/UFV/UC) 3
Resumo: O Português é língua oficial em quatro diferentes continentes (América do Sul, Europa, África e Ásia). O fato de esse
idioma ter sido difundido em espaços geográficos descontínuos e falado por pessoas de diferentes origens étnicas contribuiu para
que o mesmo se apresente com um caráter heterogêneo. Sabe-se que, devido a múltiplos fatores o Português do Brasil (PB) foi se
distanciando do Português falado na Europa (PE), ostentando assim, diferenças em todas as áreas da linguística. Contudo, tais
diferenças são significativas para reconhecermos que o sistema linguístico do Português dispõe atualmente de duas variantes
nacionais: o PB e o PE. Todavia, as diversidades linguísticas não abarcam somente os diferentes países, e está também presente
dentro de cada comunidade linguística. Estudos apontam que, Portugal quando comparado com o Brasil e outros países europeus,
apresenta-se com uma aparente homogeneidade. Buscar-se-á apresentar as principais diferenças dialetais existentes no referido
território, sobretudo as de natureza fonética e lexical.
Palavras-chave: Variedade, Português europeu, Português brasileiro.
Introdução
Sabe-se que a diferenciação de sons de uma palavra pode mudar o sentido da mesma
dependendo do lugar onde ela é dita, adotemos como referência o português europeu onde se observa, por
exemplo, o vocalismo pretônico que apresenta distinção entre as vogais fechadas e abertas, o que não mais
ocorre no português do Brasil. Tomemos como ilustração a palavra “pregar”, em Portugal pr[e]gar é
diferente de pr[E]gar, aonde o primeiro designa a ação de (pregar) um sermão e o segundo (pregar) um
prego. Já no português brasileiro pode-se encontrar pr[e]gar e pr[E]gar tanto para sermão quanto para
prego.
As variações entre o português europeu (PE) e o português brasileiro (PB) atingem todos os
domínios da linguística, tanto o campo fonético-fonológico como o sintático e o semântico, além do grande
contributo lexical. No que se refere às especificidades morfossintáticas é muito comum no PB: a) o uso dos
pronomes pessoais átonos em posição proclítica, ex.: me conta; b) o emprego do pronome pessoal oblíquo
da 1ª pessoa do singular em posição de sujeito, ex.: esse texto é pra mim ler; uso do pronome pessoal reto
em posição de objeto direto, ex.: eu chamei ela; forma do dativo lhe em posição de objeto direto.
Quanto aos pronomes complementos clíticos, ressalta o lhe, originalmente um dativo,
correspondente ao objeto indireto, usado como acusativo, objeto direto, correlacionado ao
pronome sujeito você (Você gosta muito de cinema. Eu lhe vejo sempre no Multiplex). O lhe
acusativo varia com te, mesmo sendo o tratamento você (Você gosta de cinema. Eu te vejo
sempre no Multiplex)”. Nos exemplos dados, o clítico canônico – o/a pode ocorrer no uso
cuidado, monitorado de escolarizados; ele é adquirido na escola e, curiosamente, primeiro
Esse artigo é fruto do estudo realizado na cadeira de Variedades do Português oferecida no segundo ano da Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra.
2 Graduanda do Curso de Letras do Instituto de Letras e Linguística (ILEEL) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) através do Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI), fomentado pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Email: [email protected]
3 Graduando do Curso de Letras do Departamento de Letras e Artes (DLA) da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e da Faculdade
de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) através do Programa de Licenciaturas Internacionais (PLI), fomentado pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Email: [email protected]
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na escrita e depois na fala o que mostra ser um recurso sintático, efeito de aprendizagem
pela escolarização, e não adquirido na infância. (SILVA, doc. eletrônico)
No PB estão sendo extintos os pronomes clíticos, sobretudo os de terceira pessoa – o, a, os, as,
sendo usado no lugar dos mesmos o sintagma nominal pleno, ou o pronome sujeito correspondente, e ainda
uma forma de esquiva bem comum é o apagamento do pronome complemento. (– Eu vi seu amigo em
Lisboa; ou Eu vi ele em Lisboa; ou eu vi lá).
É muito comum em comunidades linguísticas do PB o uso do sujeito mim em orações infinitivas.
Ex.: Isso é para mim ler. Outro fenômeno que afeta falantes de todo o território brasileiro é a regência
variável dos verbos de movimento. Em construções onde o complemento pode ser introduzido pela
preposição a (vou à biblioteca) ou para (vou para a biblioteca), no PB é predominante o uso da preposição
em com verbos de movimento (vou na biblioteca).
Outra particularidade que contrasta com o PE é a simplificação do código de tratamento. Nas
duas variedades o vós submergiu, já no primeiro, o pronome de tratamento tu se mantém apenas no
extremo sul e em algumas áreas do Norte do país. No restante de todo território, existem somente o
tratamento por você, que é informal, e o tratamento por, o senhor, a senhora, que é formal. Em Portugal, se
mantém a distinção entre as formas tu e você e usa-se o tratamento consigo. Sendo assim, diz-se no PB:
Quero conversar com você ou com o senhor, e no PE: Quero conversar consigo.
De acordo com Mattos e Silva (2001), devido a redução do tu e do vós e a expansão do você e do
a gente como pronomes pessoais, ocorreu uma generalização da 3ª pessoa verbal. Sendo presente no PB um
paradigma verbal de:
quatro posições,
eu canto | ele, você, a gente canta | nós cantamos | eles, vocês cantam;
outro de três posições,
eu canto | ele, você, a gente canta | eles cantam;
outro de duas posições, onde a regra de concordância verbo-nominal não é aplicada. Geralmente
são falantes não escolarizados, ou pouco escolarizados sobretudo de áreas rurais.
eu canto | ele, você, a gente, eles, vocês canta.
São vários os fatores responsáveis pelo distanciamento entre PB e o PE, entre os quais se destaca
o contato de várias línguas com que o Português sofreu durante o percurso de colonização do Brasil. A
influência das línguas indígenas da família tupi-guarani, as línguas africanas da zona da África ocidental,
como o Yoruba e o Kimbundo faladas pelos escravos e o grande número de espanhóis, italianos, alemães,
polacos e japoneses que imigraram para o Brasil nos séculos XIX e XX contribuíram imensamente para o
desenvolvimento de uma variedade que se difere da norma usada em Portugal. Esses fatores
extralinguísticos colaboraram para que o Brasil desenvolvesse um vocabulário próprio.
Os exemplos que podem ser relatados como diferença lexical entre os dois países são muito
numerosos. No campo da semântica o que denominamos de bonde no Brasil corresponde a eléctrico em
Portugal, o trem (Brasil) é o comboio (Portugal), autocarro (Portugal) ônibus (Brasil); açougue (Brasil) e
talho (Portugal); a aeromoça (Brasil) à hospedeira (Portugal).
A riqueza do vocabulário tipicamente brasileiro conta em grande parte com palavras de origem
Tupi, este legou ao país uma considerável parte de nomes constituintes do léxico usado na fauna e flora. Ex.:
sabiá, curió, urubu, araponga, sagüi, piranha, capivara, sucuri, tatu, abacaxi, carnaúba, mandioca,
mandacaru, maracujá, pitanga, capim, cupim, ipê, jacarandá, etc.
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As línguas africaanas também tiveram um im
mportante papeel no léxico brrasileiro. Dentre essas
línguas destaaca-se o ioruba atualmente fallado na Nigériaa e o quimbundo falado em Anngola. Segundoo Castro
(2006), o prim
meiro está na base de um vocaabulário próprioo da Bahia, refeerente ás cerim
mônias de candoomblé e
da cozinha afro-brasileira.
a
Ex.: vatapá, abará, acará, acarajé. Já o quimbundo trransmitiu ao PB um
vocabulário mais
m geral. Ex.: caçula, cafuné, molambo, molleque,
É no âmbito da fonética e fonoologia que o PE e PB apresenntam diferençass mais profunddas. Em
meados do sééculo XVI o Porrtuguês instalo u-se no Brasil, e o fato dos prrimeiros colonoos serem da reggião do
Sul de Portuggal serviu para alguns estudioosos explicarem
m a semelhançça do PB com o português da região
meridional. Contudo,
C
pesquisas já mostram
m que apesar deesses fatos o poovoamento euroopeu se fez a partir de
todas as regiõões de Portugal. “O que suceddeu, de facto, fooi que os colonos portuguesess do Brasil elaboraram
uma koiné poor eliminação de todos os traçoos marcados doos falares portugueses no Nortte e por generaalização
das maneirass não marcadas do Centro-Sul. ”
Os aspectos que se se aproximaaram do falar Centro-Sul
C
de Portugal são apeenas os fenômeenos de
monotongaçãão do ditongo ou e simplificaação [tš] em [š]] em palavras como
c
chave. Dee acordo com Teyssier
T
(1982), o PBB deixou de seeguir totalmen te as inovaçõees que foram ocorrendo no PE, parecendoo assim
conservador em
e relação à línngua lusitana. Porém, com essse afastamentoo e as influenci as de outras línnguas o
PB irá realizar transformações fonéticas disstintas do PE, reecebendo assim
m um caráter inoovador.
No que se refere aos aspectos cconservadores do
d PB contamoss com:
a)) Em grande parte
p
do territtório brasileiro pronunciam-sse os –s e os –z implosivoss como
sibilantes. Essse fenômeno ocorre em final aabsoluto (mas, uma vez) e diante de consoannte desvozeada (costa,
ostra, faz frioo) esses fonem
mas são realizaddos como [s], e como [z] diaante de consoaante vozeada (lesma,
rasgar, Os Maaias, atrás dele)). Já o Rio de Jaaneiro, assim coomo em Portuggal essas consooantes são palattais
ou mesmoo [meʒmo]; listta [liʃta]. A sem
melhança dessee traço pode terr se resultado a partir de 18088 com a
chegada da faamília Real e o fato de D. Joãoo VI fazer do Rioo de Janeiro a suua capital.
b)) A pronúncia das
d vogais átonnas é hoje um dos conservadoorismos do PB que mais se difere do
PE. Desses fenômenos destaaca-se o –a átoono final pronunciado como voogal aberta; exx.: massa pronuncia-se
[mása] e nãoo [másɐ] comoo usa-se em Poortugal. Em graande maioria, os
o falantes braasileiros (excetoo os do
extremo sul) pronunciam-see no lugar do --o gráfico o [u], o que ocorre no PE atual; exx.: perto pronuncia-se
[pertu], ensinno como [ensinnu], porém os m
mesmos trocam
m –e por [i] não mais realizaado em Portuggal; ex.:
grande pronuuncia-se [granddi], cardume com
mo [´kardumi]. Foi conservado até os dias attuais no Centro-Sul do
Brasil o antiggo timbre de e e o fechados em
m posição prettônica, os quaiss são realizadoss como vogais abertas
a
no Norte e Noordeste do país. Outra caracte rística nas pretônicas que se perpetua
p
é o usoo da vogal a coomo “a”
aberto. Ex.: caadeira; cadela; madeira. Além
m do mais, é com
mum o brasileiro eliminar tota
talmente em quualquer
posição, a vogal central [e] e pronunciá-laa como [i], como por exemplo: entrar e estarr pronuncia-se intrar
i
e
istar e/ou meenino e costumee como [´mininuu] e [kustumi].
c)) O ditongo [eej] é atualmentte pronunciadoo na língua paadrão de Portuugal (eixo de LisboaCoimbra) com
mo [ɐj]. O PB iggnora totalmennte essa pronuncia e em formas como rei, lei m
mantém-se o ditongo.
Quando o mesmo não ocorre em posiçãoo final de sílabba por vezes ele monotonga--se. Ex.: cinzeirro para
cinzero; cordeeiro para cordeero. Em ditongoos nasais ocorrrentes em armazém, também
m, ontem, vem, vintém
pronuncia-see [ẽj̃] no PB enquanto que em PPortugal pronuuncia-se [ɐ̃j̃]
d)) No Brasil não é pronunciadoo o -s implosivoo como chiante como incide eem Portugal. Em
m casos
como crescer,, adolescente, piscina o “brasileeiro” pronunciaa crecer, adoleceente, picina.
Aspectos inovadores da fonéticca brasileira:
a)) O PB não faz oposição
o
entre os timbres abeertos e fechados das vogais tô nicas a, e e o antes de
uma consoannte nasal, senddo pronunciadoo apenas o timbre fechado. No
N Brasil, os veerbos na 1ª pesssoa do
plural no tem
mpo presente como no perfeitto são pronuncciados somentee com o a fechaado, enquanto que no
PE faz-se a diistinção entre esses
e tempos prronunciando noo presente o [a] fechado e no passado o [ɐ] aberto.
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Diz-se no PB jantamos para o presente e o pretérito, ao passo que no PE essa pronuncia representa o tempo
presente, sendo o pretérito representado por falámos. As vogais e e o antes de consoantes nasais também
são fechadas no PB, assim diz-se Vênus e heterônimo com /e/ e /o/ enquanto que em Portugal se diz Vénus
e heterônimo com /ɛ/ e /ɔ/ respectivamente. No PB o fechamento dessas vogais seguidas de consoante
ocorrerá somente em palavras proparoxítonas, como podemos observar em casos como pensar e soma que
são articuladas com /ẽ/ e /õ/ como acontece em Portugal.
b) Não é realizado em grande parte do território brasileiro, principalmente no Centro- Sul a
distinção do timbre aberto e fechado para as vogais escritas a, e e o em posição pretônica. “Enquanto
Portugal opõe o /ä/ de cadeira ao /a/ de pàdeira, o /e/ de pregar, o /u/ de morar ao /ͻ/ de corar, o Brasil
conhece apenas /A,/E/,/O/, realizados, respectivamente, como [a], [ɛ], [ͻ].” Decorrente dessa simplificação
do sistema fonológico a não distinção entre o artigo feminino a e a preposição à, assim, em exemplos como:
a cidade e à cidade tem pronuncias idênticas.
c) A vocalização do [l] velar em final de sílaba é um fenômeno inovador no PB. Ivo Castro, (2006)
fazer referência a esse tema: “[...] [N] as palavras acabadas em -al, -el, -il, ol, a consoante final soa
velarizada em Portugal [ɫ], mas no Brasil a sua abertura progrediu e está transformada numa semivogal,
pelo que aquelas terminações soam [aw], [ɛw], [iw], [ɔw]”. Escreve-se, final, mel, funil, sol e pronuncia-se
[´finaw], [´mɛw], [´funiw] e [´sow]. Com exceção do extremo sul do Brasil não existe na pronuncia do PB a
distinção entre mal (advérbio) e mau (adjetivo)
d) As fricativas /s/ e /z/ em final de palavras propicia muitas vezes o aparecimento de iodes: ex.:
paz, talvez, arroz, três e viés são pronunciadas como [´pajz], [´tawvejz], [´aroiz], [´tɾejs] e [vi´ɛjs].
e) Os falantes brasileiros pronunciam os proclíticos e os enclíticos terminados em e com [i]. Ex.:
me, te, se, lhe, que, de, lhes, etc.
f) Outra inovação decorrente no PB é o desaparecimento de grupos consonantais existentes em
algumas palavras eruditas. Esse fenômeno ocorre devido ao aparecimento da vogal [i]. Sendo assim,
palavras como absorver, absoluto, absurdo, ritmo, psicologia, corrupto, concepção, advérbio, advento têm as
seguintes pronuncias: abissorver, abssoluto, abissurdo, rítimo, pissicologia, corrúpito, concepição, adivérbio e
adivento.
g) No PB as oclusivas dentais [t] e [d] seguidas da vogal [i] alta (ou de /e/ com som de [i]) são
comumente palatalizadas apresentando- se como [tʃ] e [ʤ]. Ex.: PB: dica, tia, pode, pote com as seguintes
pronuncias: [´ʤikɐ], [´tʃiɐ], [´pͻʤi], [´pͻtʃi]; PE: [´dika],[`tɨɐ][´pͻdɨ], [´pͻtɨ].
h) Sabe-se que no Brasil são variadas as pronuncias que o r concebe, porém quando o mesmo se
encontra em final de sílaba ouve-se: dançá (dançar), falá (falar), comê (comer), doutô (doutor). Usa-se no
Brasil a vibrante múltipla alveolar [r] em exemplos como: carro, terra, guerra, erro e socorro o que em
exemplos como esses o PE pronuncia-os com a vibrante simples alveolar [ɾ].
Os fenômenos variáveis abarcam todo o território brasileiro. Os estados nacionais são
identificados com seus falares próprios, todavia essas variações não são exclusivamente diatópicas (eixo
horizontal) são, mormente diastráticas (eixo vertical).
Considera-se relevante ressaltar que a diversidade linguística geográfica e, sobretudo a
diversidade sociocultural existente no Brasil nos leva ao questionamento sobre uma norma linguística
brasileira. Estudos apontam que é nas grandes cidades e nas camadas sócio-culturais mais elevadas que essa
norma está se constituindo. O Projeto de Estudo Coordenado da Norma Linguística Culta (Projeto NURC)
busca o conhecimento da mesma desde o ano de 1969 nas cidades: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro,
Salvador e Recife. Considera-se que a eleição de uma variedade é um assunto que merece destaque,
sobretudo em um país como o Brasil que apresenta uma grande diversidade linguística. Quanto à definição
de norma, considere as palavras de Peres e Móia (1995):
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Além da tradição histórica de opção pela variedade linguística sustentada pelos grupos mais
letrados, há que se considerar que se trata da variedade de difusão e reconhecimento
generalizados, da variedade que funciona como factor de unificação nacional, daquela que,
por tudo isto, se tornou a menos problemática em termos de inteligibilidade, da variedade
que permite o acesso ao património escrito da comunidade e sobre a qual trabalhamos
diferentes áreas de acção linguística. Desta forma, essa é a variante privilegiada em tudo o
que se relacione com a cultura escrita, ao mesmo tempo que é aquela cujos padrões fónicos
se apresentam como neutros e, portanto, modelares.
O fato de eleger uma variedade como língua padrão não significa que as outras variedades sejam
menos importantes e/ou menos complexas, e nem que essa variedade eleita esteja livre de sofrer alterações.
“Não esqueçamos que, dentro de (centenas de) anos, com certeza que não serão as mesmas as prescrições, e
que, por exemplo, uma preposição que hoje se diz ser exigida no complemento de um verbo, sob pena de
cometimento de pecado mortal, pode ser o diabo […] dentro de algum tempo” (NEVES, 2011).
A variação é uma característica inerente ao funcionamento das línguas vivas. Nenhuma língua
(viva) por mais homogênea que pareça ser está livre de sofrer alterações. Essas alterações podem ocorrer por
fatores geográficos (variação dialetal), sociais (variação social), situacionais (variação diafásica) e históricos
(variação diacrônica).
O Português no Brasil e em Portugal foi se distanciando devido a fatores de diferente natureza,
porém mesmo dentro desses dois países encontramos diversidade linguística, ou seja, uma língua mesmo
dentro de uma comunidade não se mantém intacta. No vasto território brasileiro é facilmente perceptível a
diferenciação dialetal existente.
A realidade, porém, é que as divisões “dialectais” no Brasil são menos geográficas que sócioculturais. As diferenças na maneira de falar são maiores, num determinado lugar, entre um
homem culto e o vizinho analfabeto que entre dois brasileiros do mesmo nível cultural
originários de duas regiões distantes uma da outra. A dialectologia brasileira será, assim,
menos horizontal que vertical. Há, desse ponto de vista, uma série de níveis no “brasileiro”:
no ápice, a língua das pessoas cultas (com gradações entre um registo oficial estrito e um
registo familiar livre); depois, a língua vulgar das camadas urbanas gradativamente menos
instruídas, e, finalmente, os falares regionais e rurais. (TEYSSIER, 1990, p. 79)
É ilusório acreditar que uma língua não apresente nenhuma variação linguística. O Português
atualmente é a sétima língua mais falada no mundo4 e seus falantes estão distribuídos entre diferentes
países (Portugal, Brasil, Moçambique, Angola, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Timor
Leste). Não é novidade que o Português usado entre essas diferentes regiões possuem características
linguísticas próprias que se diferem uma das outras. Os falantes do PB e do PE reconhecem que a língua
falada em seus respectivos países possui diferenças significativas para distingui-las como variedades
distintas. Os estudos da situação linguística em Angola e Moçambique indicam que a variedade falada e
desenvolvida nesses países não coincide com o PE e nem com o PB. Sendo assim, observa-se que
“possivelmente, a designação língua portuguesa não significa o mesmo para toda a gente”. O fato de a
variação linguística ser uma característica de toda língua viva nos mostra que não é admirável que o
português sendo usado como língua materna por mais de 200 milhões de pessoas distribuídas em espaços
geográficos descontínuos por pessoas de diferentes origens étnicas e modos de viver diversos apresente
significativas diferenças. Contudo, considera-se que:
Recorrendo aos conceitos coserianos de sistema e de norma (COSERIU, 1967), podemos dizer
que todas as normas (sociais, regionais e individuais) do português partilham de um par de
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Informação disponível em: http://www.linguaportuguesa.net/tela_15.htm.
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características. Uma delas é inovadora – a síncope das consoantes N e L quando estão em
posição intervocálica, em casos como MANU > mão e MALU > mau. E a outra, conservadora,
consiste em não acompanhar o castelhano em diversas das suas inovações mais marcantes,
tais como a transformação em ditongo crescente das vogais tônicas em terra e cova, ou a
perda do F- inicial latino, FACERE > hacer. Tais características, por serem comuns a todas as
normas, podem ser tomadas como marcas do sistema que as alberga. A este sistema
lingüístico daremos, por necessidades práticas, o nome de língua portuguesa. (CASTRO,
2006. p. 10)
Sendo assim, é acertado considerarmos que o sistema linguístico do português dispõe de duas
variantes nacionais. A variante portuguesa geralmente designada de “português europeu” e a variante
brasileira, intitulada de “português brasileiro”.
Ocupar-se-á neste artigo, maiormente das diferenças dialetais existentes na variedade do
português europeu.
Variação dialetal em Portugal
Para introduzirmos a área linguística do PE, não podemos deixar de passar sobre a área
linguística dos dialetos Galegos. A formação da Língua Portuguesa nasce da diferenciação dos dialetos da
atual Galiza e da atual região de Portugal; A língua do Português primitivo era conhecida por Galegoportuguês, falada inicialmente pelos habitantes da zona da Galiza e do norte de Portugal, a partir do século
XI com a expansão do território para o sul, o Galego-português também foi se expandindo naquela região. A
partir desse fato ele foi adquirindo um estatuto próprio que o diferenciava do Castelhano e do Latim; uma
das inovações do Galego-português (GP) foi a síncope das consoantes L e N latinos intervocálicos, como
podemos observar nos exemplos de 1 a 3:
(1)
(2)
(3)
Dolore (latim) > Dor (GP)
Soles (latim) > Sóis (GP)
Manu (latim) > Mão (GP)
Outra inovação foi a troca dos grupos consonânticos PL-, KL-, FL- iniciais latinos pela africada
palatal [t ᶴ ]:
(4)
(5)
(6)
Flamma (latim) > Llama (castelhano) > Chama (GP)
Pluuia (latim) > Lluva (castelhano) > Chuva (GP)
Clave (latim) > Llave (castelhano) > Chave (GP)
Com o passar do tempo, Portugal teve a sua formação como uma Nação e, com isto, houve a
ruptura e o desmembramento da Língua Galaico-portuguesa; o Galego hoje é falado na atual região da
Galiza, Espanha, e mantém um estatuto diferente da Língua portuguesa, um aspecto fundamental que
mantém essa diferença é a inexistência de oposição entre surdas e sonoras no domínio das sibilantes e das
prepalatais (inexistência de oposição entre [s] e [z] e entre [ʃ] e [ʒ]), como podemos inferir dos exemplos a
seguir:
(7)
(8)
(9)
Xanela (galego) > Janela (português)
Xosé (galego) > José (português)
Galicia (galego) > Galiza (português)
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Passando agora para o plano do PE, podemos perceber que a comunidade linguística portuguesa
apresenta certa homogeneidade em comparação com o Brasil e outros países da Europa. Em todo o território
de Portugal os falantes não sentem grandes dificuldades para se entenderem no que toca a respeito de
sotaques, diferenciação semântica e lexical; esse fato se deve a vários fatores dentre os quais se destaca a
localização do país. Portugal é uma nação de território diminuto e de periferia, não sofrendo assim, grandes
influências de línguas estrangeiras; outro fator é devido à delimitação antiga das suas fronteiras, o país
lusitano tem suas fronteiras demarcadas a mais tempo, mantendo a sua configuração atual, quase que
desde a sua formação, esse aspecto também contribuí para uma maior demarcação e delimitação
homogênea da língua.
Porém mesmo dentro dessa aparente estabilidade linguística, o território português, de acordo
com a classificação feita por Cintra (1971), tem dois dialetos distintos, o dialeto setentrional e o dialeto
centro-meridional, sobre esta diferença Castro (2006, p. 18) afirma que:
A fronteira entre os dialectos portugueses setentrionais e os centro-meridionais corresponde
a uma linha que atravessa obliquamente o centro de Portugal, partindo da costa ao norte de
Aveiro e encontrando a fronteira com Espanha na região de Castelo Branco. Na Nova
Proposta, Lindley Cintra descreve minuciosamente a isófona, ou seja, a fronteira fonética que
separa a região setentrional, onde predominam as sibilantes apicais, da região centromeridional, onde não há apicais, e onde predominam as sibilantes predorso-dentais.
São vários os fatores para a distinção desses dois dialetos, começaremos pelos traços fonéticos
que se baseou a obra de Cintra (1971) e faremos a exposição dos mesmos que demarcam essas isófonas.
A primeira diferença entre os dois dialetos consiste, empregando o termo coloquial, “da troca do
V pelo B”, ou seja, a pronúncia como oclusiva bilabial [b] ou como fricativa bilabial [β] da letra V nos dialetos
setentrionais; já nos dialetos centro-meridionais essa troca não ocorre, a letra V é realizada como uma
fricativa labiodental, assim como segue o português padrão, como é ilustrado nesses casos: binho, abó
(setentrional) por vinho, avó (centro-meridional). A região setentrional, onde ocorre esse fenômeno, é
constituída pelo Minho, pelo norte de Trás-os-Montes, pelo Douro e pela Beira Litoral; nesses locais os dois
fonemas dificilmente se distinguem um do outro.
O segundo traço diferenciador, considerado o de maior destaque é o da pronúncia de S como X
ou como J do dialeto Norte em oposição aos dialetos do Centro e do Sul. Na sua Introdução à História do
Português, Castro (2006, p. 24) explicita que:
Foi nos dialectos do sul de Portugal que teve início uma transformação, durante a Idade
Média, conhecida com o nome de sesseio (...) consiste na confusão entre as sibilantes apicais
e predorsais, seguida da transformação das apicais em predorsais, ou, dito de outra maneira,
o desaparecimento das apicais, passando as palavras que continham sibilantes apicais a ser
produzidas com consoantes predorso-dentais. O sesseio generalizou-se no sul de Portugal e
foi acolhido no português padrão. Hoje ocupa todo o território até a isófona (...). A norte
desta isófona assistimos à conservação da sibilante apical, mas não do mesmo modo em
toda essa vasta região. No Minho litoral, na Beira alta e na parte ocidental de Trás-os-Montes
observa-se o fenómeno inverso ao sesseio centro-meridional, pois são as sibilantes
predorsais que se desaparecem e se fundem nas sibilantes apicais. No norte e nordeste de
Trás-os-Montes, talvez a mais conservadora região dentro do sistema dialectal português, a
fusão entre sibilantes apicais e predorsais não se produz.
A partir dessa citação podemos observar o fenômeno neste exemplo: cajo (setentrional) por caso
(centro-meridional). O terceiro traço fonético diferenciador é a pronúncia da grafia “ch” como africada
palatal [tʃ] nos dialetos setentrionais, enquanto nos dialetos centro-meridionais corresponde à fricativa [ʃ],
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como nesses exemplos: tchave, atchar (setentrional) por chave, achar (centro-meridional). Esse aspecto
denuncia o maior conservadorismo dos dialetos setentrionais, pois a permanência do fonema [tʃ] é
considerada o traço mais conservador da fonologia portuguesa; a região do Alto Minho, de Trás-os-Montes e
das duas Beiras interiores, são as que ainda conservam a permanência das africadas.
A quarta diferença do traço fonético apresenta-se na pronúncia do ditongo “ou”, que nos
dialetos setentrionais, é pronunciado como [ow] ou como [ɐw]; evidência de mais um traço conservador do
norte, a região que se denota esse fato corresponde ao Minho, a Trás-os-Montes e ao Douro litoral. Podemos
observar que na região centro-meridional o ditongo referido não é conservado e acarretou a sua
monotongação, que é uma característica da norma padrão. A quinta distinção fonética a que Cintra faz
referência diz respeito à conservação dos ditongos [ow] e [ej] nos dialetos setentrionais, contra a sua
respectiva monotongação para [o] e [e] nos dialetos centro-meridionais; podemos observar esse fenômeno
nesses exemplos: ouro, ferreiro (setentrional) por ôro, ferrêro (centro-meridional). Essa conservação dos
ditongos é feita numa região relativamente ampla, formada pelo Minho, por Trás-os-Montes, pela Beira
litoral e pela Beira alta, e por grande parte da extremadura, estendendo-se até Lisboa; como percebemos,
essa não é uma característica presente apenas nos dialetos do norte, mas também nos centro-meridionais.
Ainda sobre esse traço já referido, Castro (2006, p. 26) diz que: “A verdade é que o padrão, tendo
acompanhado os dialectos do sul na monotongação de ou, não fez o mesmo na monotongação de ei,
preferindo manter o ditongo diferenciado como [ɐj].”. A partir dessa diferenciação feita por Cintra,
podemos inferir dois contrastes importantes; percebemos o conservadorismo do Norte contra a inovação do
Sul, fato este que diz respeito às conservações mantidas pelos dialetos setentrionais, ainda com resquícios
da antiga língua Galaico-portuguesa; outro contraste é o da fragmentação do Norte contra a
homogeneidade do Sul, enquanto em muitos traços específicos do Norte aconteciam em territórios
esparsos, no Sul sempre há uma homogeneidade a mais do ocorrido no Norte.
Definidos os traços fonéticos que distinguem os dois dialetos, passaremos agora para o plano das
áreas lexicais no território português; a divisão da área lexical quase sempre segue a mesma dos traços
fônicos, a base desta distinção está no contraste da presença de um maior vocabulário de origem árabe na
região centro-meridional, em contraposição com vocábulos de origem latina e germânica na região
setentrional. Porém a divisão do território lexical não é tão linear quanto se parece, assim como diz Castro
(2006, p.20): “Mas, talvez mais freqüente do que esta oposição norte/ sul, será a oposição entre duas
regiões: uma constituída pelo noroeste e o centro atlântico do país, prolongando-se geralmente pela Galiza,
e a outra ocupando o sul e leste de Portugal”. Focaremos agora apenas nessa dualidade entre o noroeste e
centro atlântico, contra o sul e leste do país, traçaremos as fronteiras lexicais que a separam, trazendo
alguns exemplos do léxico variado recolhidos no trabalho “Áreas lexicais em território português” de Cintra.
A região noroeste e centro atlântico, que se estende até ao rio Tejo, conservam tipos lexicais
particularmente arcaicos, que se assemelham à época da formação da Língua. Ribeiro (1962-1963)
corrobora que:
O noroeste é um ‘reservatório’ de tipos lexicais antigos: corresponde à antiga área
Portugalense e é uma zona de população antiga, estável, que contrasta com o Sul, sempre
terra de colonização e terreno propício à homogeneidade e à inovação: prova a permanência
da população, a organização paroquial, o parcelamento da propriedade, a distribuição dos
mosteiros medievais, muito ligados à vida da terra.
Inferimos a partir dessa citação que é explicado o motivo da região noroeste ser conservadora no
seu léxico, esse fato está intrinsecamente ligado à cultura da região em ainda manter a distribuição e
organização das terras e propriedades desde a época medieval; em grande contraste com essa região está o
Sul, que sempre foi terra de colonização, pertenceu a muitos povos diferentes até a definitiva reconquista e,
assim, sempre foi terreno fértil para inovações e criações lexicais que não chegavam até ao Norte. Alguns
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exemplos que demonstram esse conservadorismo em contraste com a inovação podem ser representados
por estes:
 A ação de extrair o leite dos animais pode ser conhecida por “mugir” (termo mais antigo) na
região noroeste/ ocidente até Setúbal em contraste com “ordenhar” que é um termo mais
recente que provavelmente terá penetrado pela fronteira política, já que é o termo
igualmente utilizado no PB.
 O nome dado para o animal (fêmea) estéril pode ser conhecido por “maninha” (designação
muito antiga) presente na região centro/ ocidente, contrária à “machorra” que é uma
designação mais recente vinda do centro da península e atualmente falada na fronteira de
leste e nordeste do país.
 O nome dado para a cria da ovelha é conhecido por “anho” (forma antiqüíssima) no noroeste
de Portugal e também na Galiza em contraposição com “borrego” que é uma inovação que
ocupa grande parte do território português, penetrado pela fronteira com a Espanha.
Com estes exemplos podemos perceber que a história da língua está intimamente ligada à
história do país, o conservadorismo da região noroeste está muito próximo ao que aquela região
representou no passado de Portugal e carrega no seu léxico antigo a história da vida ligada ao campo e ao
período medieval.
Para concluir este trabalho podemos inferir que a dependência existente entre língua e seus
falantes é essencial para mantê-la viva; essa dependência acarreta as várias possibilidades da língua se
manifestar e, no caso da Língua Portuguesa, as manifestações são plurais, estendendo-se pelos quatro
cantos do globo. Esse pluralismo só poderia ter um único resultado, que é o “carnaval” de possibilidades em
que o português pode ser retratado, seja de norte a sul do Brasil, ou de Trás-os-Montes ao Algarve
português, ou ainda no português em processo de nacionalização em Angola e Moçambique. São essas
variedades que mostram que a Língua Portuguesa, muito mais do que a 7ª língua mais falada no mundo,
seja uma das que mais diversidades possuí, fazendo com que a sua essência genuína, que são os falantes, só
se aprimore cada vez mais.
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