Untitled - SHE Programme
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Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios 687UK11NP010 Objectivo: Sentirmo-nos mais confiantes ao trabalhar em conjunto com a nossa equipa de cuidados de saúde para abordar as nossas questões de saúde sexual e reprodutiva Resultados da aprendizagem: No final desta secção, cada uma de nós deverá: • Ter uma melhor compreensão das questões de saúde específicas que normalmente são sentidas pelas mulheres que vivem com o vírus da imunodeficiência humana (VIH); • Sentirmo-nos mais confiantes sobre a gestão da nossa própria saúde física e reprodutiva no que respeita ao VIH e sermos capazes de identificar várias formas através das quais a poderemos melhorar no futuro; Guia de facilitação: • Compreender quais as questões que são particularmente importantes para as adolescentes e para as mulheres mais velhas, que se estão a aproximar da menopausa; • Apresentar a informação das partes 1-7 • Conhecer as opções para prevenir a gravidez e como aceder aos serviços relevantes; • Fazer o Exercício 2 • Compreender a importância de planear a gravidez e o que esperar em termos de intervenções médicas nos cuidados pré-natais e no parto, de acordo com as linhas de orientação actuais; • Fazer o Exercício 1 • Apresentar a informação das partes 8 e 9 inclusive (30 minutos) • Apresentar o conteúdo da parte 10 • Fazer o Exercício 3 • Continuar a apresentar a informação da parte 11 à parte 15 (30 minutos) • Sentirmo-nos mais confiantes em trabalhar neste aspecto da nossa saúde com os profissionais envolvidos nos nossos cuidados. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 1 O PROGRAMA É DESENVOLVIDO AO CRITÉRIO DOS DOCENTES. FINANCIADO PELA BRISTOL-MYERS SQUIBB Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios Exercício 1: Podemos fazer imensas coisas para melhorar a nossa saúde em geral e a nossa saúde reprodutiva e para as proteger mais a longo prazo. Vamos debater como... Objectivos: • Explorar as questões relacionadas com a concepção para as mulheres que vivem com o VIH; • Melhorar os conhecimentos e a confiança relativamente à concepção segura; • Partilhar aptidões práticas para realizar a auto-inseminação em casa; Materiais necessários: Utilizar o quadro de folhas móveis para reunir ideias. Notas para a facilitadora: Pontos-chave a debater • Manter uma dieta saudável e equilibrada – comer peixes gordos, lacticínios, proteínas e hidratos de carbono nas quantidades adequadas e ainda cinco porções de fruta e vegetais, que irão ajudar a manter as suas gorduras no sangue em níveis razoáveis, proteger da doença cardíaca, da diabetes e de alguns cancros.i • Uma vez que as mulheres são mais susceptíveis à osteoporose, é essencial para nós ingerir cálcio suficiente. A falta de um nível adequado de cálcio pode levar a perda de massa óssea. O cálcio encontra-se nos lacticínios, nos sumos e cereais enriquecidos com cálcio, nos peixes gordos e nos vegetais verde-escuros. As mulheres precisam de 1000 mg por dia de Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 2 cálcio, 1200 mg no caso das mulheres grávidas e das mulheres com mais de 50 anos.ii • O exercício regular pode ajudar a manter a saúde óssea, incluindo exercícios de sustentação de peso, como por exemplo andar ou correr (30 minutos pelo menos três vezes por semana).iii • As actividades de reforço muscular e melhoria do equilíbrio também são importantes e podem ajudar a prevenir fracturas quando envelhecemos.iv • Todas precisamos de exposição solar suficiente para permitir ao organismo fabricar a sua própria vitamina D; as pessoas com um tom de pele mais escuro normalmente precisam de uma exposição mais prolongada.v • Parar de fumar ou reduzir o número de cigarros, deixar de consumir opiáceos ou outras drogas duras e beber álcool com moderação reduz o risco de perda óssea. • Olhar pela nossa saúde reprodutiva: incluindo utilizar uma contracepção/protecção dupla, verificar os sintomas e fazer regularmente o teste de Papanicolau. Levar a vacina contra o VPH se estivermos no grupo etário mais jovem, etc. • Descansar, relaxar e dormir o suficiente Exercício 2: adequado para o trabalho em grupo ou de um-para-um com qualquer mulher que esteja a pensar em constituir família Materiais necessários: Dois quadros de folhas móveis ou um caderno e uma caneta Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios Notas para a facilitadora: • Preocupações relativamente à saúde e à qualidade de vida; Previamente • Medo de transmitir o VIH; Se estiver a trabalhar com um grupo, prepare um quadro de folhas móveis que mostre os motivos pelos quais as mulheres e as adolescentes que vivem com VIH podem considerar uma gravidez, e que podem incluir: • Ansiedade relativamente a deixar os filhos órfãos; • Desejo de ter mais filhos; • Pressão para ter filhos; • Receio de que os filhos mais velhos possam morrer; • Preocupações relativas à infertilidade; • Tranquilização relativamente à transmissão vertical; • Optimismo relativamente à terapêutica TAR; • Evitar originar suspeitas relativamente ao estatuto de portadora do VIH; • Apreensão relativamente a revelar o estatuto de portadora do VIH; • Falta de conhecimento das escolhas para evitar gravidezes indesejadas. Preparar um segundo quadro de folhas móveis que mostre os motivos pelos quais algumas mulheres e adolescentes que vivem com o VIH querem evitar a gravidez, e que podem incluir: • Situação económica; • Dimensão familiar pretendida; • Espaçamento ideal entre filhos; Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 3 • Preocupações sobre o acesso limitado a cuidados para a família, devido a estigma e discriminação. Deixe uma ou duas páginas em branco antes das suas páginas preparadas previamente no quadro de folhas móveis, para escrever as ideias das participantes à medida que surgem. (Nota para a facilitadora: não revele as suas folhas preparadas até que as participantes tenham feito um brainstorming das suas próprias ideias). Se estiver a trabalhar numa base de um-para-um, utilize um caderno em vez de um quadro de folhas móveis. Introdução deste exercício – Refira que não nos podemos esquecer de que nem todas as mulheres poderão ter esta opção e os motivos para tal poder ser o caso.. Passos recomendados: 1. Comece a actividade pedindo ao grupo ou à mulher que considere os motivos pelos quais algumas mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH consideram a possibilidade de uma gravidez. 2. Fazer brainstorming durante cinco minutos. 3. Escreva as sugestões no papel do quadro. 4. Em seguida, pergunte ao grupo ou à mulher quais os motivos pelos quais algumas mulheres e raparigas adolescentes que vivem com o VIH evitam a gravidez. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios 5. Escreva as sugestões numa folha em separado do quadro de folhas móveis. 6. Cole as folhas das participantes junto às folhas preparadas e volte-se para as folhas pré-preparadas do quadro. 7. Peça ao grupo ou à mulher que compare as respostas com as respostas preparadas antes da sessão. 8. Destaque quaisquer semelhanças ou diferenças e facilite um debate. P Pergunte ao grupo • Sabem como é que uma mulher com VIH pode engravidar? • Quais são os riscos do sexo sem protecção? • No que é preciso pensar? Por exemplo: Notas para a facilitadora: Esta é uma sessão para explorar os aspectos práticos da autoinseminação e para debater algumas questões que lhe estão relacionadas. Seria útil para si, enquanto facilitadora, já o ter experimentado, ou se pudesse descobrir se alguém do seu grupo Sabe como é que uma teve alguma experiência sobre o mulher que vive com o VIH assunto, e pedir a essa pessoa pode engravidar? para co-facilitar. Esta sessão deve levar cerca de uma hora, dependendo do tamanho do grupo 1.Debate (30 minutos) • E se ambos os parceiros forem positivos? Exercício 3 Tempo necessário: Passos recomendados: Quais são os riscos do sexo desprotegido? E se ambos os parceiros forem HIV-positivos? Temos de pensar em quê? Materiais necessários: Quadros de folhas móveis, marcadores Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 4 - Sabem quais são os vossos dias mais férteis? E que mais? Respostas possíveis • Auto-inseminação (se o homem não tiver VIH)vi • Lavagem do esperma (se o homem também tiver VIH) • Sexo sem protecção na altura da ovulação, com profilaxia pré-exposição (Pré) (se disponível) • Risco de transmitir o VIH durante a gravidez • A Declaração Suíça sobre o risco de transmissão e a carga viralvii • Risco de transmitir outras IST • Como saber se está a ovular (método da temperatura/ contar os dias desde a menstruação, ver as alterações no corrimento vaginal, etc.) (consulte o anexo) Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios 2. Explique que há várias formas de fazer a auto-inseminação.viii Para mais informações, contactar o médico. 3.Demonstração Utilizar o equipamento Deite um pouco de sumo de laranja dentro de um preservativo/recipiente de plástico e, utilizando a seringa de auto-inseminação, recolha-o. Mostre como eliminar o ar, a importância de inserir a seringa profundamente na vagina (o parceiro poderá querer fazer isto), etc. Se alguma das pessoas do grupo tiver feito auto-inseminação, incentive-a a partilhar a experiência. Documentos informativos: Resumo do conteúdo da secção Alguns estudos sugerem que temos tendência para ter cargas virais inferiores às dos homens, mas a doença relacionada com o VIH desenvolve-se à mesma velocidadeix. No entanto, os sintomas nas mulheres com VIH podem ser diferentes dos sintomas apresentados pelos homens com VIH. São mais as mulheres que referem fadiga, dor articular, perda de memória e dificuldades de concentração do que os homens. Outros sintomas frequentes podem incluir ansiedade, depressão, Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 5 dificuldade em dormir e perda de interesse sexualx. As mulheres também referem mais queixas abdominais e pélvicas que podem parecer semelhantes às apresentadas pelas mulheres sem VIH, mas também podem ser um sinal de doença relacionada com o VIHxi. Uma vez que estas últimas queixas são específicas das mulheres, são debatidas em maior detalhe nesta secção. A secção Laranja explora melhor as questões da saúde mental e a secção Verde concentra-se no sexo e nos relacionamentos. As mulheres que vivem com VIH também estão mais susceptíveis a determinadas outras infecções, sobretudo a algumas infecções sexualmente transmissíveis. Iremos expandir este tópico nesta secção. As mulheres com VIH têm questões particulares relacionadas com a saúde dependendo da fase da vida em que se encontram. As raparigas adolescentes que cresceram com o VIH podem ter preocupações particulares ao iniciarem a sua vida sexual. Com o sucesso da terapêutica anti-retroviral, estamos a viver vidas mais longas e mais saudáveis. Por conseguinte, é importante que tenhamos a informação de que necessitamos em cada fase da vida. Para as mulheres mais velhas, a menopausa e as questões que lhe estão associadas poderão ser a principal preocupação. Muitas de nós iremos precisar de informações sobre a contracepção, a gravidez e o parto. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios Mensagens-chave a partilhar gravidez não planeada.xiii • Com o sucesso da terapêutica anti-retroviral, que está cada vez mais à nossa disposição na Europa, há mais mulheres e raparigas adolescentes com VIH que estão a recuperar a saúde, a viver mais tempo, a envelhecer e a planear o futuro. • Começar uma família é uma opção para muitas de nós, e a gravidez pode ser segura tanto para a mãe como para o bebé, quando planeada e gerida de acordo com as linhas de orientação médica actuais.xiv • Para muitas de nós, isto pode significar redefinir as nossas prioridades relativamente à saúde em geral e à saúde reprodutiva, tomar decisões acerca da possibilidade de alargar uma família, ou pensar na velhice. Aspectos para apresentação e discussão: Problemas de saúde frequentes nas mulheres que vivem com o VIH • Os nossos sintomas físicos variam, e muitas vezes são diferentes dos apresentados pelos homens. Muitas das “queixas” frequentes nas mulheres estão relacionadas com a saúde reprodutiva. É importante estarmos bem informadas acerca de alguns destes aspectos e saber quando procurar o aconselhamento de um profissional de saúde. • Há muitas coisas que podemos fazer para investir na nossa saúde futura. Ter este conhecimento pode dar-nos poder. • Todas as mulheres têm o direito a fazer as suas próprias escolhas relativamente à fertilidade e ao parto, independentemente do estatuto de VIH, e devem esperar e receber o mesmo nível de apoio que qualquer outra pessoa por parte dos médicos e do pessoal de saúde.xii • As mulheres e as raparigas adolescentes que vivem com o VIH podem utilizar vários métodos contraceptivos. Devemos estar cientes da necessidade de dupla protecção, pois esta irá reduzir o nosso risco de contrair IST, de transmitir o VIH aos nossos parceiros, de reinfecção com outra estirpe de VIH e de uma Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 6 Parte 1 Sexually Transmitted Infections (STIs) Os sintomas das infecções sexualmente transmissíveis (IST) variam, mas muitas vezes incluem náuseas, febre inexplicada, dores na região abdominal inferior, dores na parte inferior das costas, dores durante o acto sexual e sangramento entre os ciclos menstruais.xv Repare que algumas IST podem não produzir nenhum dos sintomas referidos acima.xvi Todas as mulheres sexualmente activas se encontram em risco de contrair IST, mas muitas mulheres acham difícil lidar com a situação se suspeitarem ter uma IST. Consulte a secção Turquesa, sobre a relação com os profissionais de saúde e como aceder aos serviços. As IST observadas com maior frequência em mulheres com VIH incluem: Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios Candidíase vaginal risco de ter dores a longo prazo e de recorrência da DIP.xx As infecções causadas pelo fungo Candida podem causar uma sensação de ardor, comichão e secura da vagina. As infecções fúngicas podem fazer com que urinar ou ter relações sexuais seja doloroso. Estas infecções fúngicas podem ser tratadas com sucesso com o uso de cremes antifúngicos, óvulos/supositórios vaginais e/ou determinados medicamentos.xvii Vírus do papiloma humano (VPH) Vaginose bacteriana (VB) A VB é frequente nas mulheres com VIH. É uma doença na qual há um crescimento excessivo de bactérias na vagina. Causa sintomas semelhantes aos das infecções fúngicas. No entanto, também podemos notar corrimento vaginal. Pode ser tratada com antibióticos. Para as mulheres grávidas, é particularmente importante tratar imediatamente a VB.xviii Doença inflamatória pélvica (DIP) A DIP é uma doença grave, sobretudo se tiver VIH. Causa a inflamação das trompas de falópio, do útero e dos ovários. Ainda que possa não haver sintomas visíveis, a doença danifica os órgãos internos ao longo do tempo. Pode ser causada por IST não tratadas, como por exemplo gonorreia e clamídia, bem como outras bactérias, e por infecções como a tuberculose. A DIP pode fazer com que fique infértil (não conseguir engravidar).xix Os sintomas incluem: dores na parte inferior da barriga, dores durante as relações sexuais, corrimento vaginal ou sangramento fora do habitual, febre inexplicada e cansaço. A DIP pode ser tratada com uma combinação de antibióticos. Obter ajuda e tratamento numa fase precoce é importante para reduzir o Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 7 O VPH (por vezes designado vírus das verrugas genitais) é a infecção viral sexualmente transmitida mais frequente do mundo. Também pode ser transmitido por contacto de pele com pele e através de sexo oral. Estima-se que 50% das mulheres sexualmente activas irão contrair VPH genital ao longo da vida.xxi As mulheres que vivem com VIH têm maior probabilidade de ter uma infecção causada pelo VPH com vírus múltiplos, incluindo os que têm maior probabilidade de causar cancro, predominantemente do colo do útero. Também podemos demorar mais tempo a eliminar o VPH, sobretudo se a nossa contagem de CD4 estiver a diminuir e os níveis da nossa carga viral estiverem a aumentar.xxii No Reino Unido, todas as mulheres que vivem com VIH devem fazer um teste de Papanicolau (rastreio de cancro do colo do útero) pouco depois de serem diagnosticadas com VIH, outro passados seis meses, e depois todos os anos. Isto para descobrir a existência de quaisquer células anómalas no colo do útero enquanto ainda se encontram numa fase pré-cancerosa precoce, quando podem ser facilmente eliminadas para não se desenvolverem em cancro. O tratamento para as células cervicais anómalas é altamente eficaz se estas forem detectadas numa fase precoce. As células anómalas são retiradas aplicando um creme, ou congelando-as ou queimando-as com anestesia localxxiii,xxiv Está agora disponível vacinação contra o VPH, conferindo protecção contra as estirpes do vírus das verrugas que estão mais frequentemente relacionadas com o cancro. No Reino Unido, a vacinação está disponível para todas as raparigas a partir, Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios aproximadamente, dos 12 anos de idade. Dos 40 países que contribuíram com dados para um relatório sobre a vacinação contra o VPH em toda a Europa, apenas nove (Dinamarca, Alemanha, Grécia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Portugal, Espanha e o Reino Unido) oferecem presentemente vacinação gratuita contra o VPH a pelo menos uma coorte etária de mulheres. Outros três países (Bélgica, França e Suécia) oferecem vacinação contra o VPH com base em co-pagamento.xxv Parte 2 Alterações menstruais Muitas mulheres têm alterações menstruais, e estas podem ser mais frequentes nas mulheres com VIH. Estas alterações podem incluir períodos irregulares, com mais ou com menos fluxo, o agravamento dos sintomas da síndrome pré-menstrual ou a ausência completa de períodos menstruais durante vários meses de cada vez (ou seja, amenorreia).xxvi A ausência de períodos e intervalos maiores entre os períodos são mais frequentes nas mulheres com sistemas imunitários significativamente suprimidos (ou seja, com contagens de CD4 inferiores a 200 células/mm3). No entanto, ao que parece, o VIH em si tem pouco efeito no período menstrual das mulheres e há outros factores mais importantes, como por exemplo uma baixa contagem de CD4, as alterações hormonais em resultado do envelhecimento, malnutrição, perda de peso extrema e uso de substâncias.xxvii Os fibromas no útero podem causar períodos com muito fluxo, ou prolongados. As infecções do tracto genital podem causar Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 8 sangramento anormal, geralmente acompanhado por outros sinais, como por exemplo dor, corrimento vaginal ou febre. O cancro ginecológico também pode causar sangramento. Outras doenças, incluindo anomalias da tiróide e baixas contagens de plaquetas, também podem interferir nos ciclos menstruais regulares.xxviii O fluxo menstrual intenso e/ou frequente pode causar anemia, o que, por sua vez, pode levar a amenorreia. A fadiga é um sintoma frequente da anemia.xxix Ajudar a aliviar os sintomas menstruais Se tiver alterações no fluxo menstrual, deve procurar auxílio médico para determinar a causa. Há várias formas de aliviar muitos dos sintomas que vêm associados aos problemas menstruais frequentes. As dores abdominais antes e durante o período geralmente respondem bem a medicamentos para alívio da dor não sujeitos a receita médica. Algumas de nós podemos escolher tratar os nossos sintomas com terapêutica de substituição hormonal ou com terapêuticas à base de plantas ou de suplementos nutricionais, mas é importante informarmos o nosso especialista em VIH e verificarmos com um farmacêutico se há interacções medicamentosas. A pílula contraceptiva também pode ajudar-nos em alguns casos (ver mais adiante nesta secção). Por último, reduzir os nossos níveis de stress, fazer exercício ligeiro e regular, e manter uma boa nutrição podem ajudar. Parte 3 Mulheres mais velhas a viver com o VIH A idade pode afectar-nos de pelo menos duas maneiras Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios relativamente ao VIH: • Algumas de nós somos diagnosticadas com VIH quando somos mais velhas. • Aquelas de nós que foram diagnosticadas há algum tempo e estão agora a envelhecer mais do que alguma vez imaginámos que poderíamos, apesar do nosso VIH. casa, e depois terem decidido ter relações sexuais com uma nova pessoa, mas terem presumido que, uma vez que já não estavam em idade fértil, não precisavam de utilizar métodos-barreira e, portanto, terem contraído o VIH. Se formos diagnosticadas quando somos mais velhas, isso pode ser um choque enorme, mas não está sozinha. Há muitas mulheres com VIH que só descobrem a infecção numa fase mais tardia da vida. Algumas mulheres tiveram problemas de saúde “misteriosos” durante algum tempo até que alguém se lembrou de as testar quanto ao VIH. Há dois motivos em particular para tal: o aumento na taxa de divórcios e o facto de as mulheres acharem que já não precisam de utilizar nenhuma forma de contracepção se já tiverem passado a menopausa e já não tiverem períodos menstruais. xxxi Ambos os exemplos anteriores são histórias bastante frequentes. Em ambos os casos, as mulheres envolvidas podem sentir-se envergonhadas, chocadas e terrivelmente sós. Este sentimento pode ser exacerbado pelas opiniões da sociedade relativamente às mulheres mais velhas e à sexualidade em geral. Por exemplo, muitas mulheres podem achar muito difícil partilhar com os filhos que alguma vez tiveram relações sexuais, quanto mais dizer-lhes que (ainda) são sexualmente activas! Dizer aos filhos que agora têm VIH pode ser extraordinariamente difícil, sobretudo se também implicar o pai dos filhos de alguma forma. Algumas mulheres mais velhas também expressaram receios de que, se contarem aos filhos que têm VIH, estes já não as deixem dar mimos aos netos. Outras mulheres expressaram choque por se terem apercebido pela primeira vez de que poderiam de todo contrair o VIH. Esta reacção pode muitas vezes ser seguida por raiva devido à falta de informação do domínio público sobre o VIH e as mulheres em geral. Para algumas mulheres mais velhas, o choque de um diagnóstico de VIH pode ocorrer por diferentes motivos. Em alguns casos tal devese a darem-se conta de que se passam mais coisas na vida do seu parceiro de longo prazo do que se tinham apercebido anteriormente. Isto pode dar origem a emoções muito intensas e – sobretudo se o parceiro já tiver falecido – muitas perguntas podem, infelizmente, ficar sem resposta. Claro que há outras situações nas quais as mulheres mais velhas podem contrair o VIH – não apenas estas, mas o importante é apercebermo-nos de que há outras mulheres em situações semelhantes à nossa. Consulte o site SHE para ver mais informações sobre o VIH, as mulheres e o envelhecimento e sobre como pode entrar em contacto com outras mulheres que também tenham contraído o VIH numa idade mais avançada. Outras mulheres mais velhas poderão ter-se separado de um companheiro de longo prazo depois de os filhos terem saído de Para aquelas de nós que fomos diagnosticadas com o VIH quando éramos mais novas e agora estamos a entrar na velhice, também O número de mulheres mais velhas com VIH no Reino Unido está a aumentar. Presentemente, no Reino Unido, 20% do total de pessoas com VIH e com mais de 50 anos são mulheres. Isto significa 2000 mulheres, e este número está a aumentar.xxx Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 9 Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios não estamos sós e estamos a “entrar num clube” que tem cada vez mais gente todos os dias. Para aquelas de nós com mais de 50 anos, ainda que a nossa esperança de vida possa agora ser tão boa quanto a de qualquer outra mulher sem VIH, podemos aperceber-nos de que a nossa oportunidade de ter (mais) filhos já passou. Podemos olhar com inveja para as nossas amigas em redor de nós, com os seus filhos e netos a crescer. Podemos ter um sentimento de luto e perda, de que o nosso VIH actuou como um obstáculo a termos “alguém significativo” nas nossas vidas. Podemos sentir-nos tristes por nunca termos alcançado aquilo por que ansiávamos durante a nossa vida de trabalho devido à enorme energia que tivemos de investir para lidar com o nosso VIH. Por vezes podemos sentir-nos avassaladas pela sensação de perda dos “anos roubados” das nossas vidas, ao vivermos com o VIH como o nosso companheiro e parceiro de cama que não é bem-vindo mas é constante. Podemos sentir-nos tristes por muitas coisas. Estes sentimentos podem ser particularmente intensos por ocasião de encontros familiares. Uma coisa que podemos fazer para nos ajudarmos a nós próprias consiste em apercebermo-nos de que os nossos sentimentos serão mais intensos nessas ocasiões – e que irão provavelmente voltar a acalmar assim que esses momentos tiverem passado. Saber que os nossos sentimentos podem ir e vir pode ajudar-nos a aceitá-los e a lidar com eles até que a parte aguda da dor tenha acalmado novamente. A idade mais avançada também é agora uma oportunidade para crescermos para sermos nós próprias e fazermos aquilo que quisermos, quando quisermos, de uma forma que nunca sentimos poder ou ser-nos permitido quando éramos mais novas. Outras mulheres que têm filhos ou netos para cuidar, ou com horários de trabalho mais exigentes do que os nossos, poderão não ter tanta Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 10 flexibilidade de horários como nós. Duas mulheres mais velhas com VIH conheceram-se durante o seu diagnóstico e agora tornaramse muito boas amigas, partilhando as férias e o tempo livre na companhia uma da outra e apoiando-se uma à outra e a outras mulheres mais velhas com VIH na sua vizinhança. Outras mulheres mais velhas tornaram-se madrinhas ou tomam conta dos netos mais novos das suas amigas, tornando-se parte das suas vidas – mas também podem ir para casa quando acham que já chega! Também há outras mulheres mais velhas com VIH que agora estão a observar os seus filhos e netos a crescer sem VIH – algo que nunca tinham imaginado, nem nos seus sonhos mais absurdos, quando foram inicialmente diagnosticadas. O que é importante é estar sempre ciente de que há outras mulheres em situações semelhantes à nossa. Consulte o site SHE para ver mais informações sobre o VIH, as mulheres e o envelhecimento e sobre como pode entrar em contacto e partilhar com outras mulheres que também estão a envelhecer com o VIH. P Coisas que podemos pensar em perguntar aos nossos médicos • Qual é o meu risco de doença cardiovascular? • Como está a minha pressão arterial? • Tenho problemas de memória; acha que pode estar relacionado com o VIH? (se for relevante para si) • Verificou os meus níveis de vitamina D? • Verificou os meus ossos? • Estou na menopausa, acha que devo fazer uma densitometria óssea? Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios Considerações especiais de saúde para as mulheres mais velhas a viver com o VIH Peça à sua equipa de saúde que lhe dê aconselhamento detalhado sobre como o fazer.xxxv Nas pessoas com 40 anos e mais, são frequentes os relatos de sintomas relacionados com a idade, mas as mulheres em particular parecem relatar alterações relacionadas com a idade, como por exemplo níveis de energia reduzidos, alterações na pele e problemas articulares.xxxii A investigação recente sugere que muitos dos problemas de saúde das pessoas mais velhas podem progredir mais depressa nas pessoas com VIH. Não é claro se o VIH “acelera” o envelhecimento ou se as doenças normais do envelhecimento interagem entre si e com o VIH e se tornam mais graves.xxxiii Os problemas de saúde a considerar, sendo mulheres a viver com VIH, incluem a doença cardiovascular, redução da densidade mineral óssea, diabetes, problemas neurocognitivos e lipodistrofia.xxxiv Além disso, como mulheres, temos de pensar em exames regulares de rastreio à mama. No Reino Unido, se tiver mais de 50 anos, deverá ser chamada a fazer um exame da mama (mamografia) a cada três anos, para verificar a eventual presença de anomalias na mama e de cancro da mama. Também deve fazer regularmente o auto-exame da mama. Para as mulheres que ainda têm o período, a maioria dos métodos sugerem que o auto-exame seja realizado sempre na mesma altura do ciclo menstrual, pois as flutuações hormonais normais podem causar alterações no peito. A altura mais recomendada é logo a seguir ao final do período menstrual, pois nessa altura é menos provável que o peito esteja inchado e sensível. Se estiver a passar, ou já tiver passado, pela menopausa, ou se tiver ciclos irregulares, deve fazer um auto-exame uma vez por mês. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 11 Os diagramas acima dão um exemplo de auto-exame da mama em seis passos. Os passos 1-3 envolvem a inspecção do peito com os braços pendentes junto ao corpo, com as mãos atrás da cabeça e com as mãos na anca. O passo 4 é a palpação da mama. O passo 5 é a palpação do mamilo. O passo 6 é a palpação da mama estando deitada. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios Menopausa A menopausa, ou o final da menstruação, é uma fase natural para as mulheres. A produção reduzida da hormona estrogénio significa que o revestimento do seu útero não pode ficar mais espesso para se preparar para uma gravidez. A produção de óvulos pára, tal como a menstruação, ou seja, o seu período menstrual. Normalmente, as mulheres têm a menopausa entre os 45 e os 55 anos, e a maioria entra na menopausa por volta dos 50. Existem algumas sugestões de que as mulheres com VIH poderão ter a menopausa mais cedo, sobretudo se tiverem contagens de CD4 mais baixas (ou seja, menos de 200 células/mm3). Se não for muito activa fisicamente também poderá ter a menopausa mais cedo.xxxvi As mulheres que vivem com VIH relatam mais sintomas de menopausa do que as restantes mulheres, incluindo períodos com maior fluxo, irregulares ou em falta, afrontamentos, secura vaginal e outras alterações da vagina. Estes sintomas podem dever-se a muitos factores, como por exemplo anemia, produção hormonal mais baixa, doença crónica, perda de peso, medicamentos antiVIH, drogas de rua e tabagismo.xxxvii A depressão está fortemente associada aos sintomas da menopausa.xxxviii É importante notar que a diminuição de espessura das paredes vaginais e a redução nos fluidos que lubrificam a vagina significa que as paredes vaginais podem rasgar mais facilmente, colocando as mulheres mais velhas em maior risco de contrair novas estirpes de VIH e outras IST durante relações sexuais não protegidas. Após a menopausa, o uso do preservativo para o controlo da natalidade torna-se desnecessário, mas não utilizar preservativos irá colocarnos em risco acrescido, pois estaremos desprotegidas contra estas infecções durante o acto sexual. Os sintomas graves costumam melhorar por si à medida que as alterações hormonais vão passando. No entanto, algumas de nós podem decidir, juntamente com o médico, utilizar terapêutica de substituição hormonal (TSH) para substituir o estrogénio perdido durante a menopausa. Tal como acontece com qualquer terapêutica, a TSH tem riscos e benefícios. Para as mulheres que vivem com VIH, há ainda muitas questões relativamente ao impacto da TSH e à respectiva interacção com a TAR. Infelizmente, ainda não foi concluída investigação suficiente para examinar os possíveis perigos relativamente aos benefícios.xxxix Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 12 Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios As alternativas à TSH para tratamento dos afrontamentos incluem certos antidepressivos, conhecidos como ISRS. Algumas mulheres utilizam produtos de soja ou tomam remédios à base de plantas, como por exemplo o óleo de onagra, que contêm compostos semelhantes ao estrogénio para ajudar a aliviar os afrontamentos, a barriga inchada e as alterações de humor. No entanto, há evidências contraditórias, provenientes dos ensaios clínicos, relativamente à eficácia das terapêuticas à base de plantas, e é essencial que fale com a sua equipa de saúde antes de tomar quaisquer suplementos deste tipo, pois alguns produtos à base de plantas e produtos dietéticos podem interagir com os medicamentos anti-retrovirais e com outros medicamentos.xl Uma solução possível para a secura e diminuição da espessura das paredes vaginais é a utilização de cremes de estrogénio de uso tópico para aplicar durante o acto sexual, pois estes não estão associados aos mesmos riscos que a TSH tomada por via oral.xli As boas notícias são que, para aquelas de nós que ainda não começaram ou estão prestes a começar a TAR, o tratamento deve ter a mesma eficácia, independentemente de qual a fase da menopausa em que se encontre.xlii É importante notar que alguns sintomas relacionados com o VIH muitas vezes são semelhantes aos associados ao envelhecimento (fadiga, perda de peso, demência, erupções cutâneas), e isto pode significar que podemos ignorar sintomas, ou que os sintomas sejam incorrectamente diagnosticados pelos nossos médicos. Se tiver dúvidas acerca dos sintomas da menopausa, ou de possíveis interacções entre os tratamentos, fale com a sua equipa de cuidados de saúde. Também pode perguntar como pode ir Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 13 a uma clínica especializada na menopausa para obter apoio e aconselhamento adicionais. Osteoporose A osteoporose é um enfraquecimento dos ossos devido à perda de densidade óssea. É mais frequente em todas as mulheres que passaram pela menopausa, devido ao elevado nível de alterações hormonais que ocorrem durante a mesma. Também é frequente nas mulheres com mais de 50 anos. A probabilidade ao longo da vida, para todas as mulheres na menopausa, de sofrerem uma fractura devido à osteoporose, é elevada, ou seja, de 40% ou mais nos países desenvolvidos.xliii Um estudo concluiu que as pessoas com VIH, de ambos os sexos, tendem a ter uma densidade óssea inferior ao normal. O motivo para tal não está inteiramente esclarecido, mas parece provável que seja causado quer pelo próprio VIH quer pelos efeitos do tratamento, pois a investigação sugere que determinados medicamentos anti-VIH podem causar perda óssea.xlv Um estudo de comparação do risco de osteopenia (ou seja, diminuição da espessura dos ossos, um quadro clínico que leva à osteoporose) nas mulheres verificou que as mulheres com VIH têm uma maior probabilidade de apresentar este quadro clínico. No entanto, não se verificou que tal estivesse relacionado com tomar TAR. O estudo verificou ainda que as mulheres que mantinham um peso estável tinham uma maior probabilidade de manter a sua resistência óssea, em comparação com aquelas que tinham perdido peso devido ao VIH não controlado (ou seja, aquelas que não estavam a tomar uma TAR eficaz).xlvi Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios A densidade mineral óssea pode ser medida, de forma indolor, com um exame chamado densitometria óssea. Talvez este exame lhe tenha sido proposto como parte da sua monitorização de saúde devido ao VIH. A maior parte dos médicos recomenda que todas as mulheres a viver com VIH e que tenham chegado à menopausa sejam submetidas a uma densitometria óssea a cada dois a cinco anos,xlvii mas o acesso a este exame poderá ser limitado devido aos recursos disponíveis no seu país. Se estiver em idade menopáusica, pergunte à sua equipa de cuidados de saúde por este exame. Caso se detecte perda óssea, o seu médico irá procurar outras causas secundárias possíveis, para além do VIH e o respectivo tratamento, como por exemplo o tabaco, álcool, café ou alterações hormonais. Independentemente de estar ou não ciente das alterações na densidade dos seus ossos, há várias coisas que pode fazer para prevenir problemas no futuro. Fazer uma alimentação rica em cálcio e em vitamina D, tomar suplementos vitamínicos, obter uma exposição adequada ao sol e fazer regularmente exercícios com sustentação de peso podem ajudar.xlviii Estas estratégias serão debatidas em maior detalhe no exercício A. Parte 4 As mulheres jovens e o VIH A definição de “jovem” varia. Geralmente refere-se às pessoas entre os 16 e os 24 anos, mas também pode alargar-se para incluir jovens até aos 30 anos.xlix Algumas de nós podemos ter contraído o VIH através dos nossos pais, por transmissão vertical, enquanto outras poderão Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 14 tê-lo contraído através de sexo sem protecção ou da partilha de equipamento para injecção. Aceder aos serviços de saúde Aquelas de nós que nasceram com o VIH e cresceram a utilizar os mesmos serviços de saúde que os nossos pais poderão achar difícil consultar os médicos e enfermeiros que também estão a tratar outros membros da família. Falar sobre o sexo, as relações e a contracepção com os mesmos médicos que consultámos quando éramos crianças pode causar algum embaraço. Uma ansiedade profunda relativamente a quebras de confidencialidade, sobretudo com os membros da nossa família, também nos pode impedir de aceder aos serviços de saúde.l Passar dos serviços pediátricos para os serviços de adultos pode ser um desafio. Uma clínica pediátrica costuma ser um ambiente informal e amigável. Em comparação, as clínicas para adultos podem parecer intimidantes, com material sexualmente explícito visível e por vezes uma atmosfera bastante mais formal.li Considerações especiais de saúde para as mulheres jovens a viver com o VIH O desenvolvimento de tratamentos para o VIH e a melhoria da esperança de vida que isso comporta alteraram as perspectivas para todos os jovens com VIH, que podem agora ter a expectativa de iniciar relações sexuais e de constituir família. Em muitos países europeus, tem havido uma redução no número de gravidezes na adolescência na última década, mas essas taxas continuam a ser elevadas. Em 2008, o Reino Unido tinha uma taxa de gravidez de 40,6 por cada 1000 raparigas com idade entre os 15 Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios e os 17 anos, com quase metade a terminar em aborto.lii Esta era a taxa mais elevada da Europa. Uma auditoria realizada pela HYPNET encontrou ainda uma elevada taxa de gravidezes não planeadas nas raparigas adolescentes que tinham crescido com VIH no Reino Unido e na Irlanda, e um outro estudo também registou um número significativo de gravidezes não planeadas em raparigas que estão a viver com o VIH e com idade inferior a 20 anos, na Europa.liii,liv No Reino Unido, 50% do total de IST ocorreram em mulheres jovens, de 16-24 anos, e os novos diagnósticos de clamídia nas raparigas de 16-19 anos duplicaram ao longo dos últimos 10 anos.lv Como rapariga adolescente/mulher jovem, o que podes fazer para cuidar da tua saúde reprodutiva? • Se fores uma rapariga adolescente que sofreu transmissão vertical durante o parto, podes transmitir o VIH, engravidar ou apanhar uma IST na primeira vez que tiveres relações sexuais. • É importante que disponhas das informações e da oportunidade de falar destas questões de saúde sexual e de relacionamentos quando, ou, esperemos, antes, de te tornares sexualmente activa. • Algumas IST, ou seja a clamídia e o VPH, podem não apresentar sintomas. Se deixadas sem diagnóstico e tratamento, podem levar a doenças graves e afectar a fertilidade futura. Recomenda-se a realização de testes de Papanicolau a partir do momento em que te tornares sexualmente activa. Se tiveres até 26 anos, inclusive, recomenda-se que leves a “vacina quadrivalente para o VPH”. Esta é administrada sob a forma de uma injecção e foi concebida para te proteger de Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 15 contraíres os tipos de vírus do papiloma humano (VPH) associados à maioria dos cancros do colo do útero e verrugas genitais. Se a tua contagem de CD4 for inferior a 200, ou se tiveres estado exposta anteriormente ao VPH através do contacto sexual (uma análise ao sangue pode detectar se tal aconteceu), podes não beneficiar da vacinação nesta altura. Conversa mais sobre isto, e em maior detalhe, com a tua equipa médica.lvi Podes achar difícil ou embaraçoso conseguir obter preservativos e/ou outros recursos contraceptivos. Muitos jovens sentem relutância em ir aos serviços de saúde locais e/ou em admitir que são sexualmente activos, devido a receios relacionados com a confidencialidade. Isto pode dever-se a imensos factores, a falta de confiança, a não saber onde e como aceder aos serviços, por exemplo. Os adolescentes tendem a adiar tanto quanto possível a procura de aconselhamento médico para problemas de saúde. Isto tem implicações importantes para a prevenção de uma gravidez indesejada e para a tua saúde em geral, portanto tenta encontrar um amigo ou um adulto em quem confies para conversar e talvez para ir contigo quando procurares aconselhamento médico sobre estes assuntos. Sexo e relacionamentos Como mulheres jovens com VIH, temos tanto direito quanto as outras mulheres jovens a ter relações sexuais felizes, plenas e seguras. Temos o direito de decidir quando queremos começar a ser sexualmente activas e ninguém nos deve pressionar antes de estarmos prontas. Há todo o tipo de formas de estarmos próximas de alguém sem ter relações sexuais com penetração. Por exemplo, abraçar e fazer massagens um ao outro podem fazer- Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios nos sentir próximos. Se, e quando, nos sentirmos prontas para nos tornarmos mais activas sexualmente, temos o direito de ter o apoio activo de serviços de saúde sexual e reprodutiva amigáveis para os jovens, para garantir que estamos inteiramente protegidas contra gravidezes indesejadas e IST. Isto normalmente significa utilizar uma “protecção dupla”. Aceder ao apoio As mulheres jovens e as raparigas que vivem com VIH irão beneficiar extremamente com o apoio entre pares. Muitas vezes, pode ser difícil para nós saber como ou quando revelar o nosso estatuto de portadoras de VIH aos amigos e potenciais parceiros sexuais. Se estivermos a tomar medicação para o VIH, podemos sentir ansiedade relativamente a tomá-la a horas sem ter de explicar aos nossos amigos a importância de o fazer. Podemos ter problemas com as dormidas em casas dos amigos, por exemplo, como levar a medicação connosco e tomá-la a horas, sem os nossos amigos nos perguntarem para que é? Podemos ficar incomodadas por termos VIH quando os nossos amigos ou irmãos não têm. Podemos ficar incomodados por a educação sexual na nossa escola partir do princípio de que todos os jovens são VIHnegativos, por não explicar como deve ser que qualquer pessoa pode contrair o VIH e que o VIH não é uma questão moral. Se alguma destas questões estiver relacionada com a tua própria experiência, lembra-te que não estás só. Há muitas mulheres jovens que estão a crescer com o VIH e o apoio entre pares pode realmente ajudar a falar sobre estas questões e a desenvolver estratégias para lidarmos com elas nas nossas vidas. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 16 Parte 5 Considerações especiais para as mulheres que têm relações sexuais com mulheres Por vezes, diz-se às mulheres que só têm relações sexuais com mulheres que não precisam ser testadas quanto a DST e estas pensam que não há o risco de transmitir o VIH nem de contrair uma outra estirpe do vírus. Não é assim. O herpes, as verrugas genitais e a clamídia podem ser transmitidos na troca de fluidos corporais. Qualquer contacto de um-para-um, como por exemplo o sexo oral, ou utilizar a mesma mão para se tocar e em seguida tocar na parceira, pode causar a transmissão destas doenças. Quando ambas as mulheres estão menstruadas, o risco de transmitir estas IST, bem como o VIH, fica aumentado.lvii Para as mulheres que vivem com VIH, o risco de transmitir o VIH através do sexo oral com outra mulher é baixo, mas aumenta se uma de vós tiver cortes ou aftas na boca ou nos órgãos genitais, ou se estiver com o período. O sexo oral é mais seguro se utilizar uma “barragem dentária” (um quadrado de látex ou de película aderente) para impedir que qualquer fluido vaginal ou sangue menstrual entre na boca. Um preservativo cortado e aberto ao meio pode ser utilizado para este fim.lviii A partilha de brinquedos sexuais (por exemplo, vibradores) pode ser arriscada se estes tiverem fluidos (líquidos) vaginais , sangue ou fezes. Limpe-os sempre bem e tenham um para cada uma. Qualquer actividade sexual que possa levar a sangramento ou a cortes/interrupções no revestimento da vagina ou do ânus também aumenta o risco.lix Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios Recurso Pregnant Pause: A guide for lesbians on how to get pregnant http:// www.stonewall.org.uk/at_home/parenting/3463.asp Parte 6 Dieta e nutrição Ter VIH não significa que tenha de fazer uma alimentação especial; no entanto, uma alimentação saudável e equilibrada irá ajudá-la a proteger e a melhorar a sua saúde e a dar-lhe mais energia. A sua saúde relacionada com o VIH e o seu estado nutricional estão intimamente relacionados. É importante tentar manter um peso corporal saudável e o índice de massa corporal dentro do intervalo normal (visite www.nhs.uk/Livewell para calcular este valor). É amplamente aceite que a perda de peso desnecessária é um forte indicador de doença nas pessoas com VIH; no entanto, mais recentemente, verificou-se que perder apenas 3-5% do peso corporal que tinha anteriormente, dentro do intervalo normal, aumenta significativamente o risco de que a sua saúde piore, mesmo que esteja a tomar TAR.lx Os motivos para a perda de peso podem incluir: • Ingestão insuficiente de alimentos devido a “dietas” inadvertidas por causa de falta de acesso a alimentos, andar distraída; ansiosa ou deprimida, ou devido a náuseas ou a má absorção; • Uso de álcool e drogas; • Deficiências nutricionais; Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 17 • Aumento do gasto de energia devido a exercício e/ou a stress psicológico; • Agravamento da saúde devido ao VIH ou à presença de outras doenças, como por exemplo infecções gástricas e/ou tuberculose (TB). Muitas de nós, sobretudo quando somos mais novas, temos tendência a dar prioridade à imagem corporal em vez de a uma alimentação saudável, e esforçamo-nos por atingir a “forma corporal ideal” percepcionada. Isto pode significar que pense em fazer uma dieta de redução do peso para conseguir essa forma física. Peça ao seu profissional de saúde para determinar se está com excesso de peso e peça o encaminhamento para um nutricionista para obter aconselhamento se for o caso. Fale com outras mulheres sobre este assunto e provavelmente irá verificar que muitas de nós temos opiniões, experiências e conselhos semelhantes para partilhar consigo. Uma dieta equilibrada deve conter o seguinte:lxi • Alimentos ricos em hidratos de carbono complexos, como o pão, cereais, batatas, massas e arroz. Estes alimentos devem constituir a base da sua alimentação e irão fornecer-lhe hidratos de carbono para a energia, bem como vitaminas, minerais e fibras. Deve comer alimentos com amido em todas as refeições. • Frutas e legumes. Estas irão fornecer vitaminas, minerais, fibras e energia. Deve tentar comer cinco porções por dia. Uma porção equivale a uma peça de fruta inteira ou a uma colher de servir bem cheia de legumes. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios • Proteínas da carne, aves, peixe, ovos, leguminosas e frutos secos. Tente comer duas porções. Uma porção equivale a dois ovos de tamanho médio, a 100 g de carne, a 150 g de peixe ou a uma lata pequena de feijão. • Lacticínios, como o leite, o queijo e o iogurte. Estes irão fornecer-lhe vitaminas, minerais e cálcio. Devem comer-se três porções por dia. Uma porção equivale a 250 ml de leite, a um boião de iogurte ou a um pedaço de queijo do tamanho de uma caixa de fósforos pequena. The eatwell plate is based on 5 food groups lxii Bread, rice, potatoes, pasta and other starchy foods Fruit and vegetables • Gorduras, como o óleo de cozinha, manteiga, margarina, gorduras da carne e de outros alimentos proteicos. Estas fornecem energia, ácidos gordos essenciais e as vitaminas lipossolúveis A, D, E e K. Também fornecem cálcio e fósforo. A sua ingestão diária de calorias provenientes das gorduras não deve corresponder a mais de um terço do total. Este diagrama ilustra a proporção de cada grupo alimentar para a nossa ingestão diária total. Se o nosso peso for calculado como estando dentro dos limites saudáveis recomendados e estivermos de boa saúde, em geral as linhas de orientação alimentares são muito semelhantes às das outras pessoas, o que significa fazer uma alimentação saudável e equilibrada, conforme ilustrado à direita. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 18 Meat, fish, eggs, beans and other non-dairy sources of protein Milk and dairy foods Food and drinks high in fat and/or sugar Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios No entanto, também vale a pena notar que: • Se NÃO estamos a tomar TAR e/ou temos uma carga viral detectável, temos tendência a gastar mais energia. Neste caso, o número de calorias consumidas deve ser cerca de 10% superior às quantidades habituais indicadas nas linhas de orientação, e até 30% mais elevado se estivermos a recuperar de uma doença. O equilíbrio recomendado de gorduras, proteínas e hidratos de carbono na nossa alimentação permanece igual.lxiii • Os efeitos benéficos de tomar suplementos de vitaminas B, C e ácido fólico foram firmemente estabelecidos. Os suplementos de selénio, N-acetil-cisteína, prebióticos e probióticos têm benefícios potenciais mas precisam de ser investigados em maior detalhe. Os suplementos de vitamina A, ferro e zinco foram associados a efeitos adversoslxiv e não devem ser tomados sem consultar o seu farmacêutico ou médico especializado em VIH. • Se sofrer de fluxo menstrual intenso, o seu médico irá verificar a eventual presença de anemia e aconselhá-la relativamente a tomar ou não suplementos de ferro. Como acontece com todas as mulheres, se estiver grávida, deve procurar obter todos os nutrientes necessários a partir de uma dieta equilibrada. Não há “quantidades diárias recomendadas” específicas para mulheres grávidas com VIH. É provável que um multivitamínico concebido especificamente para uso na gravidez seja benéfico, mas debata isso primeiro com o seu farmacêutico ou Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 19 com o seu médico. Se aconselhável, a suplementação vitamínica deve começar tão cedo na gravidez quanto possível e deve continuar durante três meses após o nascimento do seu bebé.lxv Para aquelas de nós que sofrem de problemas menstruais, vale a pena considerar algumas alterações alimentares. Se tiver fluxos muito intensos e baixos níveis de ferro, combine alimentos ricos em ferro com alimentos ricos em vitamina C, para aumentar a absorção de ferro a partir dos alimentos. Se sofre de síndrome pré-menstrual (SPM), pode ser tranquilizador saber que é frequente para nós ingerir mais 300-500 calorias nos dias anteriores ao período, mas escolha estes alimentos de forma sensata e retome a sua ingestão calórica normal após o final do período, para evitar um ganho de peso significativo.lxvi,lxvii Todas as mulheres na menopausa perdem cálcio ósseo. À medida que envelhecemos, temos tendência também para comer mais e fazer menos exercício. Assegure uma dieta equilibrada, com proteínas e uma fonte de cálcio em todas as refeições. Muitas de nós com famílias reconheceremos que muitas vezes cuidamos das necessidades nutricionais das nossas famílias e negligenciamos a nossa própria saúde nutricional. Ao dar resposta às nossas necessidades nutricionais básicas, podemos ajudar a apoiar os nossos sistemas imunitários, agir como bons exemplos para os nossos filhos e manter a energia de que necessitamos para ter uma vida activa e plena. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios Parte 7 Exercício A maioria de nós sabe que o exercício pode tornar-nos mais fortes, dar-nos resistência e reforçar o nosso coração. Há muitas vantagens do exercício que são particularmente úteis se estivermos a viver com VIH. Uma rotina de exercício regular pode fazer o seguinte:: • Aumentar a massa muscular; • Reduzir a gordura em volta da cintura; Faça o que puder. Tente incorporar 20-30 minutos de exercício na sua rotina diária. Fazer exercício com outras pessoas pode ajudar a motivá-la. Andar é um exercício aeróbico fantástico, que a maioria de nós consegue fazer e incorporar na nossa vida quotidiana. No Reino Unido, os médicos de clínica geral podem prescrever “exercício por receita médica”, o que inclui um custo reduzido para se juntar a um ginásio. Peça aconselhamento ao seu prestador de cuidados de saúde quanto ao acesso a instalações de desporto e exercício na sua área local. Parte 8 • Baixar o colesterol total e o LDL (o colesterol “mau”); Fertilidade • Aumentar a HDL (o colesterol “bom”); Muitos casais têm dificuldade em conceber, independentemente do estatuto de portadores do VIH. Vários estudos mostraram que o VIH pode reduzir a fertilidade.lxx No entanto, a gravidez é perfeitamente possível, e não há indícios de que cause qualquer progressão da doença causada pelo VIH. O VIH não parece agravar os resultados da gravidez (que não em termos do risco de transmitir o VIH ao bebé).lxxi • Baixar os triglicéridos (outras gorduras “más” do sangue); • Ajudar a controlar o açúcar no sangue; • Reforçar os ossos; • Reduzir o stress; • Dar-lhe mais energia. Faça exercício aeróbico. O exercício aeróbico pretende melhorar o fluxo de oxigénio para os músculos e envolve fazer exercício de intensidade moderada, como correr ou nadar, ao longo de um período de cerca de 30 minutos. Isto em contraste com o exercício anaeróbico, que se destina a aumentar a força muscular através do levantamento de pesos ou da corrida em velocidade, por exemplo. O primeiro mostrou ser benéfico para a qualidade de vida das mulheres que vivem com VIHlxviii e também para reduzir os sintomas de depressão.lxix Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 20 Num estudo de grande dimensão, as taxas de gravidez foram quase 80% mais elevadas para as mulheres que iniciaram terapêutica anti-retroviral do que para aquelas que não estavam em tratamento.lxxii Ainda que o estudo referisse que a ligação não era clara, mostrou que as mulheres a fazer TAR tinham maior probabilidade de engravidar do que aquelas que não estavam a fazer tratamento.lxxiii Se anda a tentar engravidar há vários meses sem sucesso, você e Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios o seu parceiro devem considerar fazer um exame de fertilidade. Preservativos (um método-barreira) O stress, a má nutrição, infecções, tabagismo, álcool e alguns medicamentos podem baixar a fertilidade em ambos os sexos. Portanto, tanto você como o seu parceiro devem ser examinados. Por vezes, algum relaxamento e um estilo de vida mais saudável podem ajudar a melhorar a fertilidade.Se as causas da infertilidade forem mais complicadas, há opções para a ajudar a engravidar. Estes tratamentos podem ser muito stressantes, e quase sempre são necessárias várias tentativas para conseguir engravidar. Mesmo assim, o sucesso não é garantido. No Reino Unido: As clínicas de fertilidade tratam as mulheres com VIH. No entanto, em muitas áreas, não é provável que este tratamento continue a ser gratuito no Serviço Nacional de Saúde (NHS). Isto deve-se a cortes financeiros e não está relacionado com o estatuto de portador de VIH. Os preservativos, quer os masculinos quer os femininos (Femidoms) são altamente eficazes na prevenção da gravidez e da transmissão do VIH e da maioria das infecções sexualmente transmissíveis. No entanto, precisam de ser utilizados adequadamente para serem eficazes. Qualquer pessoa que não tenha a certeza como utilizá-los pode pedir o auxílio da equipa de saúde. Parte 9 Contracepção Independentemente do seu estatuto de portadora do VIH, todas as mulheres têm o direito a fazer as suas próprias escolhas relativamente à fertilidade e ao parto, e devemos esperar e receber o mesmo nível de apoio por parte dos médicos e do pessoal de saúde que qualquer outra pessoa. Lembre-se de que apenas os métodos-barreira conseguem impedir a transmissão de outras IST e impedir que sejamos reinfectadas com uma estirpe diferente de VIH, o que pode complicar a nossa saúde e o tratamento futuro do VIH. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 21 Se um preservativo se romper durante a relação sexual, no Reino Unido a pílula contraceptiva de emergência está disponível para compra nas farmácias. Também pode obter contracepção de emergência gratuita junto de um médico, num serviço genitourinário ou nas urgências do seu hospital local. Se o seu parceiro não tiver VIH ou não tiver sido testado e um preservativo se romper durante a relação sexual, ele deverá dirigirse a um serviço genito-urinário ou às urgências assim que possível, e sem falta no prazo de 72 horas. Pode ser-lhe prescrita profilaxia pós-exposição (PPE), que é uma série curta de medicamentos antiVIH que podem conseguir impedir que ele contraia o VIH. É importante informar o médico ou farmacêutico de que está a fazer tratamento para o VIH, pois alguns medicamentos anti-VIH interferem com a forma como a pílula contraceptiva de emergência funciona. Precisa de tomar a pílula no prazo de 72 horas após a relação sexual, de preferência mais cedo. Uma vez que é necessário utilizar os preservativos adequadamente de cada vez que há um acto sexual, para prevenir a gravidez e a transmissão de VIH e outras IST, pode querer utilizar também uma forma de contracepção de suporte para proteger contra a gravidez. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios No entanto, nem todas as formas de contracepção de suporte protegem contra a transmissão do VIH. Dispositivos intra-uterinos (DIU) Ter um pequeno dispositivo inserido no útero (um DIU) impede que o esperma chegue ao óvulo e o fertilize. É um método eficaz de contracepção de emergência e impede até 99% das gravidezes de continuarem para além do ponto da fertilização.lxxiv Este método não liberta hormonas na corrente sanguínea, pelo que não há interacções com os medicamentos da TAR. Os DIU são escolhas adequadas para algumas mulheres como forma de contracepção a longo prazo. A pílula contraceptiva Há vários medicamentos anti-VIH e antibióticos que interferem com a forma como os contraceptivos hormonais actuam, e o contraceptivo poderá não ser tão eficaz quanto habitualmente. Como resultado, alguns tratamentos não são recomendados com a pílula contraceptiva como único método contraceptivo. É importante obter aconselhamento sobre as possíveis interacções medicamentosas junto do seu médico ou farmacêutico, pois estes contraceptivos hormonais são frequentemente menos eficazes consoante o tratamento para o VIH que está a tomar. Diafragmas e capas cervicais São dispositivos em borracha flexível ou em silicone, em forma de cúpula, que são colocados na vagina de cada vez que tem relações sexuais. Não são ideais para utilização por mulheres que têm VIH, pois destinam-se a ser utilizados com uma substância chamada Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 22 “espermicida”, que pode irritar a vagina e aumentar o risco de transmitir o VIH. No entanto, para muitas de nós que acham difícil negociar o uso consistente de preservativos com os nossos parceiros, o diafragma oferece uma alternativa potencial. Outros tipos de prevenção da gravidez • Esterilização feminina. Envolve cortar as trompas de falópio para o óvulo não se conseguir deslocar até ao útero. É muito eficaz para prevenir a gravidez, embora habitualmente não seja reversível. • Esterilização masculina. Há um pequeno tubo no pénis que é cortado para prevenir a transferência de esperma. Este é um método muito eficaz nas relações monogâmicas. • Monitorização/tabela de temperatura. Uma tabela diz-lhe em que dias do mês, ou seja, nos seus dias férteis, deve evitar ter relações sexuais (um método muito menos fiável).lxxv Obter contracepção Em Portugal: O Serviço Nacional de Saúde fornece acesso gratuito à contracepção. A contracepção está disponível junto dos médicos de clínica geral e dos serviços de saúde sexual ou de planeamento familiar. Os centros de tratamento do VIH e os serviços de saúde sexual oferecem gratuitamente fornecimentos pessoais de preservativos masculinos e femininos. Estão largamente disponíveis para compra em bares e pubs, supermercados, farmácias, locais de desporto e lazer, etc. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios Parte 10 Terminar uma gravidez indesejada Algumas mulheres com VIH tomam a decisão informada de terminar a sua gravidez (o que se designa medicamente como “interrupção voluntária da gravidez”) pois tal é o mais correcto nessa altura das suas vidas. No entanto, há casos em que as mulheres foram forçadas ou se sentiram pressionadas para fazer interrupções cirúrgicas ou médicas da sua gravidez. Algumas podem ter “escolhido” fazer um aborto porque foram mal informadas sobre o possível impacto da gravidez na sua saúde e na saúde do seu filho por nascer. Nunca deve ser pressionada a tomar uma decisão por outros, seja a favor ou contra interromper a sua gravidez, incluindo por parte dos profissionais de saúde. No entanto, se estiver grávida e achar que não consegue lidar com isso, tente encontrar alguém em quem confie e fale com essa pessoa imediatamente. Quanto mais cedo se dirigir aos serviços de saúde, mais opções terá à sua disposição. Parte 11 Planear e tentar ter um bebé Para as mulheres com VIH, o planeamento bem informado relativamente à gravidez, ao trabalho de parto, ao parto e à alimentação do bebé é realmente importante para prevenir a transmissão de VIH a um bebé antes de nascer, o que se designa normalmente como “transmissão vertical”. Sem intervenções médicas e aconselhamento, cerca de um terço das mulheres irão Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 23 fazer a transmissão vertical. A boa notícia é que o tratamento para o VIH consegue reduzir drasticamente o risco de transmissão vertical. Com um tratamento eficaz para o VIH, a redução da carga viral para um nível indetectável e um parto planeado e gerido clinicamente, o risco de transmissão vertical é muito baixo. As linhas de orientação no Reino Unido recomendam iniciar o tratamento às 28 semanas para diminuir o risco de transmissão vertical para as mulheres que não estão a fazer tratamento quando engravidam.lxxvi Num estudo credível e de grande dimensão, a taxa global de transmissão vertical foi de 1,2%, e de apenas 0,8% para as mulheres que receberam pelo menos 14 dias de terapêutica anti-retroviral.lxxvii O tratamento para o VIH reduz o nível de vírus no sangue, de forma que o seu bebé fica exposto a uma menor quantidade de vírus enquanto está no útero e durante o nascimento. Além disso, alguns medicamentos anti-VIH também conseguem atravessar a placenta e entrar no organismo do seu bebé, onde podem impedir que o vírus tome o controlo. É por isso que aos bebés recémnascidos de mães a viver com o VIH também é administrada uma série curta de medicamentos anti-VIH (a isto chama-se PPE, profilaxia pós-exposição) depois de nascerem.lxxviii Para aquelas de nós que estão grávidas ou a planear a gravidez, é muito importante saber como reduzir o risco de transmissão vertical e assegurar que os seus medicamentos são os melhores para a gravidez. Converse sobre os seus planos com os membros da sua equipa de cuidados de saúde, para que estes possam aconselhá-la. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios Se tem VIH e o seu parceiro não tem Pode engravidar de forma segura através de auto-inseminação, por vezes designada como “faça você mesma”. Antes de experimentar este método, terá de se assegurar de que nem você nem o seu parceiro têm uma infecção sexualmente transmissível. Resulta melhor quando está a ovular (ou seja, quando os seus ovários estão a libertar um óvulo), pois este é o seu período mais fértil.lxxix A equipa de cuidados de saúde irá dar-lhe informações sobre como calcular e reconhecer quando está a ovular, e como realizar este procedimento para ter as melhores probabilidades de sucesso. Os métodos para determinação da ovulação podem variar e incluem aspectos como medir a consistência dos fluidos vaginais. Para um homem que vive com VIH e uma mulher que não tem o vírus A lavagem de esperma é um procedimento realizado num laboratório, que separa o fluido seminal, que contém o VIH, do esperma, que não contém VIH. O esperma restante é colocado num líquido e introduzido na sua vagina quando está a ovular, ou seja, na altura em que se encontra mais fértil. Ainda que não possa garantir-se absolutamente que não resta nenhum VIH, a lavagem de esperma é considerada muito segura. Um estudo de lavagem de esperma, efectuado em várias clínicas diferentes, demonstrou que este método é eficaz a conduzir à gravidez e também reduz significativamente o risco de transmitir o VIH do homem para a parceira.lxxx Infelizmente, a lavagem de esperma não é um método largamente disponível, e poderá ter de pagar por este serviço. O seu médico Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 24 ou médico de família podem dar-lhe mais informações ou responder a quaisquer dúvidas que possa ter relativamente à lavagem de esperma. Mulheres em relacionamentos do mesmo sexo, que vivem com VIH e querem engravidar Algumas mulheres nesta situação querem começar uma família sua e portanto deparam-se com decisões relativamente aos dadores de esperma. Algumas escolhem usar o esperma de alguém que conhecem, em vez de recorrer a um banco de esperma. Se uma mulher estiver a pensar em usar um dador de esperma para engravidar, precisa de ter conhecimento da história médica detalhada do potencial dador e de quaisquer possíveis factores de risco, incluindo o uso de drogas e a história sexual. Também é importante que o dador tenha feito um teste ao VIH. Concepção para os casais que vivem ambos com VIH Aspectos que alteram a saúde e o estado da vagina, como por exemplo determinadas infecções genitais, tomar a “pílula” (ou seja, contraceptivos orais) e a gravidez podem estar associados a uma presença acrescida de VIH nos fluidos vaginais.lxxxi A sua carga viral e a saúde do seu sistema imunitário também terão impacto. A natureza variada e imprevisível da “perda (shedding) no tracto genital” (mesmo para as pessoas com cargas virais de VIH indetectáveis) faz com que seja difícil avaliar o risco real de transmitir o VIH.lxxxi Se ambos têm VIH e tiverem relações sexuais sem protecção, há a possibilidade de que tal possa resultar na transmissão de Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios uma estirpe diferente do vírus, ou de uma estirpe resistente aos medicamentos. No entanto, há evidências crescentes que sugerem que o risco pode ser mínimo se ambos os parceiros estiverem a tomar TAR adequadamente e tiverem cargas virais indetectáveis há muito tempo.lxxxii Se ambos estiverem a tomar TAR e tiverem cargas virais consistentemente indetectáveis, sem outras IST, e estiverem numa relação monogâmica, o risco de transmitir o VIH e/ou diferentes estirpes fica significativamente reduzido, mas não é zero (consulte a folha informativa da Avert.org, disponível em http://www.avert. org/media/pdfs/HIV-transmission-and-antiretroviral-therapy-Briefingsheet.pdf). Quando está disponível, a “lavagem de esperma” também pode ser utilizada por casais que querem engravidar, se ambos tiverem VIH e quiserem eliminar o risco. Debata as suas opções e os riscos aprofundadamente com o seu médico e equipa de saúde antes de tomar a decisão de ter relações sexuais sem protecção. Part 12 Reduzir o risco de transmissão do VIH ao seu bebé assim que engravidar Há vários factores que podem ajudar a reduzir a probabilidade de que transmita VIH ao seu bebé. Estas incluem: • Manter-se saudável em geral, tomar a TAR quando e como prescrita, e ter uma carga viral indetectável durante a gravidez. (Consulte a secção Vermelha deste programa para ver mais detalhes). • Se tem uma boa contagem de células CD4, uma carga viral baixa e não está bem, as linhas de orientação, quer as europeias quer as do Reino Unido, recomendam que comece a tomar a TAR às 28 semanas de gravidez.lxxxiii,lxxxiv Podem recomendar-lhe que comece mais cedo, por volta das 22 semanas, se tiver uma carga viral moderada ou elevada. • Se lhe for diagnosticado VIH mais tarde na gravidez (às 32 semanas ou mais tarde), terá de começar a tomar o tratamento para o VIH imediatamente. Da mesma forma, se tiver uma carga viral elevada ou se o VIH tiver afectado significativamente o seu sistema imunitário, ser-lhe-á aconselhado que inicie o tratamento para o VIH assim que possível.lxxxv • Tratar e prevenir quaisquer outras doenças sexualmente transmissíveis. Deverá fazer um rastreio de saúde sexual numa fase precoce da gravidez e outro às 28 semanas.lxxxvi Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 25 Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios • Pare de usar drogas recreativas, sobretudo drogas injectáveis, e de fumar. Estas drogas têm o potencial de aumentar o risco de transmitir o VIH ao seu bebé, mesmo nas mulheres que estão a tomar TAR.lxxxvii • Reduza a ingestão de álcool ao mínimo. No Reino Unido, actualmente, o conselho do Departamento de Saúde consiste em que também deve evitar beber álcool se estiver a tentar ter um bebé. As mulheres grávidas são aconselhadas a evitar o álcool nos primeiros três meses em particular, devido ao risco acrescido de aborto espontâneo. Se escolher beber, para minimizar o risco para o seu bebé em desenvolvimento, não deve beber mais de 1-2 unidades de álcool uma ou duas vezes por semana.lxxxviii Parte 13 Dar à luz Fale com o seu médico ou parteira sobre as suas opções, para poder tomar uma decisão informada sobre a melhor forma de dar à luz. Em muitos países europeus, pode escolher como será o parto do seu bebé, se por parto natural ou por cesariana planeada (“electiva”). A cesariana electiva foi associada a uma redução muito significativa (ou seja, 93%) no risco de transmissão vertical, em comparação com o parto vaginal ou a cesariana de emergência nas mulheres que não tomaram TAR durante a gravidez. lxxxix No entanto, se estiver a tomar a TAR como prescrito e tiver uma Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 26 carga viral “indetectável” (menos de 50 cópias/ml), a investigação mostrou não haver benefício numa cesariana relativamente a um parto vaginal. Nas doentes que também estão a viver com VHC, é recomendada a cesariana electivaxc A investigação apoia a estratégia de oferecer às mulheres que vivem com VIH e têm gravidezes não complicadas a opção de um parto vaginal planeado.xci Algumas de nós fomos circuncisadas quando éramos meninas ou mulheres jovens. Tal pode causar danos e cicatrizes que podem levar a dificuldades durante o acto sexual, a gravidez e o parto. É importante debater isto com a sua equipa obstétrica, que poderá considerar a cesariana uma opção mais segura.xcii Em todos os casos, o seu bebé irá receber medicação TAR (em forma de xarope) durante quatro semanas após o nascimento.xciii Parte 14 A amamentação e o VIH A amamentação comporta o risco de transmitir o VIH ao seu bebé e não é recomendada nas linhas de orientação actuais.xciv O risco de tal acontecer depende do seu próprio estado de saúde, de quanto tempo amamentou e se o seu bebé recebe outros alimentos ou água para além do leite materno.xcv No Reino Unido e em outros países onde estão disponíveis alternativas seguras ao leite materno, é aconselhada a alimentar o seu bebé com leite de substituição desde o nascimento. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva relacionadas com as mulheres e raparigas adolescentes a viver com o VIH: Exercícios Pergunte à sua equipa de saúde ou organização de apoio se tiver dificuldade em suportar o custo do leite em pó e do equipamento necessário. Para obter ajuda e apoio a explicar a outros por que motivo não está a amamentar, se quiser manter o seu estatuto de portadora de VIH confidencial, poderá querer falar com outras mães com VIH sobre como elas o conseguiram fazer com sucesso. Parte 15 O que esperar dos serviços de saúde durante a sua gravidez Na maioria dos países europeus, é provável que seja tratada por uma equipa multidisciplinar durante a gravidez. Isto significa que, para além da sua equipa habitual para o VIH, é provável que consulte um obstetra, uma parteira e um pediatra. Idealmente, o seu médico de cuidados de saúde primários/médico de família também irá estar envolvido. A sua equipa de cuidados de saúde poderá apoiá-la para tomar qualquer tratamento que lhe tenha sido prescrito e responder a quaisquer perguntas sobre a sua saúde e a saúde do seu bebé. Também podem dar-lhe apoio e aconselhamento relativamente a quaisquer outras questões que possa ter, como por exemplo alojamento, preocupações financeiras, dificuldades nos relacionamentos, ou uso de álcool e de drogas recreativas. A sua saúde relacionada com o VIH, e sobretudo a sua carga viral, serão atentamente monitorizadas ao longo de toda a gravidez e, a menos que surja uma complicação, não há a necessidade de aumentar o número de deslocações aos serviços de saúde. Questões de saúde física, sexual e reprodutiva - 27 Deve receber informações sobre como fazer uma alimentação saudável, sobretudo sobre como prevenir as deficiências em ferro ou em vitaminas e a perda de peso. O rastreio de doenças sexualmente transmissíveis ou outras infecções (como por exemplo infecções do tracto urinário, TB ou infecções respiratórias) também deve fazer parte dos seus cuidados de rotina na gravidez. Além disso, a equipa médica fará o melhor possível para evitar realizar quaisquer procedimentos invasivos desnecessários, como por exemplo a amniocentese, um teste de diagnóstico realizado durante a gravidez, que pode avaliar se o bebé em desenvolvimento tem alguma anomalia ou problema de saúde grave, num esforço de reduzir ainda mais o risco de transmitir o VIH ao bebé. i ii iii iv v Patient.co.uk. Healthy Eating. Disponível em http://www.patient.co.uk/health/ Healthy-Eating.htm. Consultado em Maio de 2011. University of Michigan Health System. Calcium and Vitamin D: Patient Education Handout associated with UMHS Clinical Care Guideline. Disponível em http://www.med.umich.edu/1libr/guides/calcium.htm. Consultado em Maio de 2011. eHealth. Bone Health and Osteoporosis. 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