Jornal Correio Braziliense o
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Jornal Correio Braziliense o
Jornal Correio Braziliense ou Armazém Literário A história dos jornais no Brasil... A censura e a proibição de tipografias na colônia, impostas pela Coroa Portuguesa, impediu por muito tempo que o Brasil tivesse acesso a imprensa. Em 10 de Maio de 1747 a ordem régia de D. João V, executando o sequestro de todas as letras de imprensa que se encontrassem no Brasil. Somente em 1808 é que surgem os dois primeiros jornais brasileiros. Em junho, o Correio Braziliense e em setembro do mesmo ano, a Gazeta do Rio de Janeiro. Curiosidade... Em ambos os jornais ainda se escrevia Brasil com “z”. O 1º jornal brasileiro foi criado em Londres ... Não foi tão brasileiro assim né. Hipólito José da Costa Nasceu na Colônia do Sacramento, (hoje território do Uruguai), em 25 de março de 1774 Em 1792, estudou Filosofia e Direito em Portugal, na Faculdade de Coimbra. Em Portugal em 1800, foi nomeado Diretor da Imprensa Régia. Em 1802, viajou à Inglaterra como atividade secreta, iria reunir-se com os maçons na Inglaterra para tratar de assuntos das “Casas Maçônicas Portuguesas”. Ao retornar a Lisboa, foi preso por ordem do Santo Ofício, pois a maçonaria era condenada pela igreja. Em 1805, fugiu da prisão com a ajuda de amigos maçons, indo estabelecer-se na Inglaterra, onde se tornou amigo do príncipe herdeiro, o Duque de Sussex, filho do rei inglês Jorge III. Neste país atuou como professor de Línguas. Em 1º de junho de 1808, Hipólito José da Costa publicou, em Londres, o primeiro número do jornal “Correio Braziliense” ou “Armazém Literário”, em fascículos mensais, com cerca de 80 páginas. Até 1822, quando foi extinta sua edição, o jornal havia produzido 175 fascículos. A publicação foi proibida de circular no Brasil e em Portugal devido aos artigos que pregavam liberdade de expressão, a independência do Brasil, além de condenar a aristocracia parasitária do Reino e a exploração econômica de Portugal em relação ao Brasil. Em função dos artigos que criticavam a política do governo português, a veiculação do jornal tornou-se ilegal. No entanto, o Correio Braziliense circulou de forma clandestina no Brasil e na metrópole portuguesa. Algumas curiosidades... Em formato de livro, não tinha colunas nas páginas. Não havia anúncios. Para manutenção do jornal, de periodicidade mensal, eram necessárias 300 assinaturas pontuais. Páginas por edição: geralmente, de 70 a 140 Maior número de páginas: 236 (Nº 51, agosto de 1812) Menor número de páginas: 48 (Nº 175, dezembro de 1822) Total de páginas: 21.525 Subtítulo: “Armazém Literário Algumas campanhas preconizadas no Correio Braziliense • • • • • • • • • • • Liberdade de imprensa. Garantia da propriedade. Responsabilidade dos ministros. Publicação dos orçamentos e das contas do Tesouro público. Segurança de ninguém ser preso sem culpa formada (visto que Hipólito fora preso pela Inquisição). Acesso de todos aos cargos públicos, eliminando-se os favoritismos. Abolição da Inquisição, do juízo da inconfidência, dos foros especiais e das penas infamantes. Mudança da Capital para o interior do País. Abolição da escravatura, de maneira gradual e controlada. Instalação de alto-fornos no Brasil (precursores da implantação da siderurgia no Brasil: Hipólito da Costa e José Bonifácio de Andrade e Silva). Promoção do progresso do Brasil, erguendo-o da situação de colônia à Nação. A criação do primeiro jornal brasileiro era a defesa concreta de um ideal de liberdade de comunicação... E hoje 206 anos depois a Biblioteca da Faculdade de Jaguariúna têm o imenso prazer de receber exemplares deste importantíssimo Jornal ... Recebemos no mês de Abril de 2014, 11 exemplares do Jornal Correio Braziliense. A doação foi feita pela assessora de imprensa Cristina Tordin, NCO - Núcleo de Comunicação Organizacional Embrapa Meio Ambiente (Embrapa) Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Os exemplares estão em perfeitas condições de conservação e prontos para fazer parte do nosso acervo! É inegável que temos em mãos um documento histórico. Cumpriu com dignidade e louvor a vinculação de suas ideias frente a um momento decisivo para a história do Brasil. Ajudou a escrever a história e fez parte dela. Aperfeiçoou-se juntamente com o desenvolvimento de um país. Foi uma janela de liberdade em períodos de opressão e transformação que conduziriam à Independência do Brasil. O autor como o seu veículo de informação sempre esteve ao lado do povo: vigiando os poderes, delatando e propagando indignação diante de imoralidades e injustiças, ajudando a compreender planos econômicos, elucidando a nova ordem social e econômica. Responsável pelo surgimento da imprensa brasileira, uma nação que pode hoje se orgulhar de ter órgãos de imprensa que se situam entre os melhores do mundo, e que há 206 anos conta e preserva a história de um país. – Lucas Dal’ Bó (Estudante do 4º ano do curso de Comunicação Social – Jornalismo e colaborador da Faculdade de Jaguariúna no setor de Telefonia)