PCA_Angra 1- março de 2009
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PCA_Angra 1- março de 2009
Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto APRESENTAÇÃO MRS Estudos Ambientais Ltda. apresenta o documento intitulado: PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL - PCA PARA A UNIDADE 1 DA CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO Elaborado com base no Termo de Referência emitido em novembro de 2005 pelo Ibama e consolidado na sua redação final com as alterações estabelecidas na Ata de Reunião do Ministério Público Federal, no Rio de Janeiro, em 06 de março de 2006. O mesmo disponibiliza informações necessárias para o atendimento ao Contrato de Prestação de Serviço nº GCC A/CT 361/2007 entre a contratante Eletrobrás Termonuclear e a contratada MRS Estudos Ambientais Ltda. O presente documento está sendo entregue em dez vias impressas e dez vias digitais. Março de 2009. Alexandre Nunes da Rosa MRS Estudos Ambientais Ltda Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 1 2 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..................................................................... 2 2.1 HISTÓRICO .................................................................................................................. 2 2.1.1 Escolha da opção energética.................................................................................... 2 2.1.2 Escolha do local para a implantação da Usina ......................................................... 3 2.1.3 Escolha do reator, motivo da escolha e atividades de engenharia envolvida e licenciamento ........................................................................................................................ 4 2.1.4 Licenciamentos ......................................................................................................... 9 2.1.4.1 Licenciamento Nuclear...................................................................................... 9 2.1.4.2 Licenciamento Ambiental ................................................................................ 12 2.1.5 Incidentes ocorridos após a instalação da Usina.................................................... 13 2.1.5.1 2.2 Quantificação das Freqüências de Danos ao Núcleo..................................... 15 DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO..................................................................... 15 2.2.1 Empreendimentos associados À Angra 1............................................................... 16 2.2.2 Cronograma das fases de Construção, Comissionamento, Operação e Descomissionamento.......................................................................................................... 20 2.2.2.1 Fase de Construção ........................................................................................ 20 2.2.2.2 Fase de Comissionamento ............................................................................. 22 2.2.2.3 Fase de Operação........................................................................................... 23 2.2.2.4 Fase de Descomissionamento........................................................................ 24 2.2.3 Recursos Naturais utilizados................................................................................... 26 2.2.3.1 Área de Empréstimo........................................................................................ 28 2.2.3.2 Aplicação do Plano de Recuperação da Área Degradada ............................. 29 2.2.3.3 Identificação das Áreas de Bota-fora .............................................................. 29 2.2.4 Quantificação de água utilizada pela Usina............................................................ 29 2.2.4.1 Sistema de Dissipação de Calor ou Sistema de Água de Circulação ............ 29 2.2.4.2 Sistema Sanitário ............................................................................................ 31 2.2.4.2.1 Efluentes Sanitários das Vilas Residenciais ............................................... 33 2.2.5 Inventários dos Efluentes Gasosos, Líquidos e dos Resíduos Sólidos Convencionais..................................................................................................................... 33 2.2.5.1 Emissões Atmosféricas................................................................................... 33 2.2.5.2 Efluentes Líquidos........................................................................................... 35 2.2.5.3 Resíduos Sólidos ............................................................................................ 40 2.2.5.3.1 Equipamentos Contendo PCB’s – Ascarel ................................................. 44 2.2.5.3.2 Central de Compostagem Eletronuclear..................................................... 45 2.2.5.4 Resíduos Sólidos Não Radioativos Provenientes das Áreas Controlada....... 46 2.2.6 Descrição do Sistema de Dissipação de Calor....................................................... 49 2.2.7 Descrição do Sistema Sanitário .............................................................................. 49 i Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 2.2.8 Descrição do Sistema de Água de Serviço............................................................. 54 2.2.9 Características do Sistema de Geração de Energia / Combustivel e Rejeitos....... 55 2.2.9.1 Características e Procedências do Combustível ............................................ 55 2.2.9.1.1 Características ............................................................................................ 55 2.2.9.1.2 Procedência ................................................................................................ 56 2.2.9.2 Locais disponíveis para disposição de resíduos sólidos gerados por Angra 1 durante sua vida útil ........................................................................................................ 60 2.2.10 Características do Sistema de Transmissão da Energia da Usina......................... 62 2.2.10.1 Subestação Álvaro Alberto de 500 kV ............................................................ 64 2.2.10.2 Subestação Álvaro Alberto de 138 kV ............................................................ 64 2.2.10.3 Sistema de Distribuição Elétrica ..................................................................... 64 2.2.10.4 Sistema Elétrico .............................................................................................. 65 2.2.11 Sistemas e Unidades Operacionais da Usina......................................................... 66 2.2.11.1 Circuito Primário.............................................................................................. 67 2.2.11.1.1 Sistemas Auxiliares do Circuito Primário................................................... 69 2.2.11.2 Gerador de Vapor............................................................................................ 71 2.2.11.2.1 Geradores de Vapor Originais ................................................................... 71 2.2.11.2.2 Novos Geradores de Vapor ....................................................................... 72 2.2.11.3 Circuito Secundário ......................................................................................... 73 2.2.11.3.1 Turbogerador e Acessórios – TGD ............................................................ 75 2.2.11.3.2 Sistemas Auxiliares do Circuito Secundário .............................................. 75 2.2.11.4 Sistema de Água de Circulação...................................................................... 78 2.2.11.4.1 Sistema Auxiliar do Sistema de Água de Circulação ................................ 80 2.2.11.5 Outros Sistemas Auxiliares de Angra 1 .......................................................... 81 2.2.11.5.1 Sistema de Abastecimento de Água Doce – AAD..................................... 81 2.2.11.5.2 Sistema de Proteção Contra Incêndio - PCI.............................................. 81 2.2.11.5.3 Sistema de Distribuição Elétrica da Usina – DEL...................................... 81 2.2.11.5.4 Sistema dos Geradores Diesel – GDD ...................................................... 81 2.2.11.5.5 Sistema de Monitoração de Radiação – SMR........................................... 81 2.2.11.5.6 Sistema de Suprimentos de Gases – SSG................................................ 82 2.2.12 Os Sistemas de Segurança de Angra 1.................................................................. 82 2.2.13 Aspectos Relativos a Fatores Humanos................................................................. 84 2.3 EXPERIÊNCIAS OPERACIONAIS ............................................................................. 86 2.4 REFERÊNCIAS DA EXPERIÊNCIA OPERACIONAL EM USINAS SEMELHANTES 88 2.4.1 Fontes Genéricas .................................................................................................... 88 2.4.2 Registros Operacionais de Angra 1 ........................................................................ 88 2.4.3 Comparação entre a Usina de Angra 1 e Usinas Similares ................................... 89 3 PROJETOS CO-LOCALIZADOS.......................................................................................... 89 4 ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO .............................................................. 89 4.1 DEFINIÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA .............................................................. 89 ii Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 4.2 INFLUÊNCIA DA OPERAÇÃO DA USINA SOBRE OS MEIOS FÍSICO, BIÓTICO E SOCIOECONÔMICO .............................................................................................................. 91 4.3 ÁREAS DE VALOR ARQUEOLÓGICO, ESPELEOLÓGICO, HISTÓRICO E CULTURAL ............................................................................................................................. 95 4.3.1 Histórico das pesquisas .......................................................................................... 95 4.3.2 O patrimônio arqueológico/histórico na região de entorno de Angra 1 .................. 96 4.3.3 O contexto regional de ocupações humanas........................................................ 105 4.4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA............................................................ 108 4.4.1 Áreas Prioritárias para Conservação .................................................................... 108 4.4.2 Áreas Protegidas................................................................................................... 109 4.4.2.1 Área de Proteção Ambiental de Tamoios ..................................................... 109 4.4.2.2 Parque Nacional da Serra da Bocaina.......................................................... 110 4.4.2.3 Estação Ecológica de Tamoios..................................................................... 110 5 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .................................. 111 5.1 AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .......................................................... 111 5.2 NO MEIO FÍSICO...................................................................................................... 111 5.2.1 Oceanografia química ........................................................................................... 111 5.2.1.1 Análise gráfica e estatística dos dados coletados ........................................ 115 5.2.1.2 Resultados observados................................................................................. 124 5.2.1.3 Análise dos resultados – avaliação da sazonalidade ................................... 128 5.2.1.4 Avaliação dos resultados – comparação com os limites legais:................... 137 5.2.1.5 Análise dos resultados – comparação com os dados pretéritos .................. 140 5.2.1.6 Análise dos resultados – comparação com o ponto de controle .................. 142 5.2.1.7 Conclusão ..................................................................................................... 145 5.2.2 Oceanografia física ............................................................................................... 145 5.2.2.1 Circulação ..................................................................................................... 145 5.2.2.1.1 Equações governantes ............................................................................. 147 5.2.2.1.2 Condições de contorno ............................................................................. 149 5.2.2.1.3 Solução do modelo.................................................................................... 149 5.2.2.1.4 Simulações................................................................................................ 152 5.2.2.2 Modelagem de difusão de calor .................................................................... 154 5.2.2.2.1 Descrição do modelo ................................................................................ 154 5.2.2.2.2 Simulações................................................................................................ 158 5.2.2.3 Modelagem hidrodinâmica e de dispersão de poluentes.............................. 165 5.2.2.3.1 Metodologia............................................................................................... 165 5.2.2.3.2 Modelagem hidrodinâmica ........................................................................ 165 5.2.2.3.3 Modelagem da advecção e da dispersão dos poluentes.......................... 165 5.2.2.3.4 Resultados da modelagem ....................................................................... 166 5.2.2.3.5 Conclusão ................................................................................................. 180 5.2.3 Rejeitos radioativos............................................................................................... 180 iii Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.2.3.1 Emissões atmosféricas radioativas – FSAR de Angra 1 .............................. 180 5.2.3.2 Efluentes Líquidos Radioativos (canal de descarga para Piraquara de Fora).............................................................................................................................. 182 5.2.3.3 5.2.4 Rejeitos Sólidos Radioativos......................................................................... 182 Rejeitos convencionais de Angra 1....................................................................... 183 5.2.4.1 Emissões atmosféricas convencionais ......................................................... 183 5.2.4.1.1 Resíduos Sólidos Convencionais de Angra 1........................................... 184 5.2.4.1.2 Conclusão ................................................................................................. 188 5.2.5 Geologia e Recursos Minerais .............................................................................. 188 5.2.5.1 5.2.6 Sismologia............................................................................................................. 188 5.2.6.1 Fase de Operação......................................................................................... 188 5.2.6.2 Suscetibilidade à Ocorrência de Sismos ...................................................... 189 5.2.7 Geomorfologia/Geotecnia ..................................................................................... 191 5.2.7.1 5.2.8 5.3 Fase de Operação......................................................................................... 192 Síntese da avaliação dos Impactos no Meio Físico.............................................. 197 NO MEIO BIÓTICO................................................................................................... 198 5.3.1 5.4 Fase de Operação......................................................................................... 188 Resultados Obtidos............................................................................................... 199 MEIO SOCIOECONÔMICO...................................................................................... 209 5.4.1 Caracterização Das Áreas De Influência Do Empreendimento............................ 209 5.4.2 Possíveis Impactos Sobre A Qualidade Das Águas ............................................. 210 5.4.3 Dinâmica Temporal da Ocupação da Área de Influência do Empreendimento.... 211 5.4.3.1 Evolução Demográfica .................................................................................. 217 5.4.3.1.1 Área de Influência Indireta – AII 50........................................................... 217 5.4.3.1.2 Área de Influência Direta – AID 15............................................................ 222 5.4.3.1.3 Área de Influência Direta – AID 5.............................................................. 224 5.4.4 Caracterização do Contingente de Funcionários da Unidade 1............ ............... 226 5.4.4.1 Capacitação .................................................................................................. 226 5.4.4.2 Nível de Conhecimento dos Procedimentos de Segurança ......................... 228 5.4.4.3 Informações sobre a Usina e o Plano de Emergência.................................. 229 5.4.4.4 Moradia ......................................................................................................... 231 5.4.4.4.1 Vila Residencial de Praia Brava................................................................ 231 5.4.4.4.2 Vila Residencial de Mambucaba............................................................... 235 5.4.4.5 Transporte ..................................................................................................... 241 5.4.4.6 Saúde ............................................................................................................ 250 5.4.4.7 Educação ...................................................................................................... 257 5.4.4.8 Lazer ............................................................................................................. 261 5.4.5 Avaliar os Impactos Sobre os Riscos a Saúde (Físico e Psicológico) dos Trabalhadores da Unidade 1 e Comunidades das Áreas de Influência ........................... 267 5.4.6 Avaliar outros Impactos (Radiológicos ou Não) que sejam Constatados no Meio Socioeconômico, nas Áreas de Influência ........................................................................ 273 iv Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.5 Impactos Radiológicos .............................................................................................. 277 5.5.1 Termo Fonte.......................................................................................................... 277 5.5.2 Dispersão Atmosférica .......................................................................................... 279 5.5.3 Caracterização das Emissões Atmosféricas, Modelos de Transporte e Cálculo de Dose....... ........................................................................................................................... 284 5.5.3.1 Modelo de Transporte ................................................................................... 285 5.5.3.1.1 Transporte Horizontal pelos Ventos.......................................................... 287 5.5.3.1.2 Distribuição das Classes de Estabilidade em Angra dos Reis ................. 287 5.5.3.1.3 Os ventos Alísios....................................................................................... 289 5.5.3.1.4 A estrutura vertical dos ventos sobre Angra dos Reis .............................. 289 5.5.3.1.5 Fatores Locais e Regionais que Afetam o Potencial Dispersivo em Angra dos Reis.......... .......................................................................................................... 291 5.5.3.1.6 A brisa do mar ........................................................................................... 292 5.5.3.1.7 Transporte atmosférico local, regional e planetário .................................. 294 5.5.3.1.8 Situações perturbadas .............................................................................. 295 5.5.4 Avaliação da Concentração de Atividade de Radionuclídeos .............................. 297 5.5.4.1 Amostras de Origem Marinha ....................................................................... 298 5.5.4.1.1 Peixes........................................................................................................ 298 5.5.4.1.2 Algas ......................................................................................................... 300 5.5.4.1.3 Areia de Praia............................................................................................ 301 5.5.4.1.4 Sedimento Marinho ................................................................................... 301 5.5.4.1.5 Água do Mar.............................................................................................. 307 5.5.4.2 Amostras de Origem Terrestre...................................................................... 308 5.5.4.2.1 Leite........................................................................................................... 308 5.5.4.2.2 Pasto ......................................................................................................... 312 5.5.4.3 Água de Superfície........................................................................................ 312 5.5.4.3.1 Água de Rio............................................................................................... 312 5.5.4.3.2 Água Subterrânea ..................................................................................... 312 5.5.4.3.3 Sedimento de Rio...................................................................................... 312 5.5.4.3.4 Banana ...................................................................................................... 313 5.5.4.3.5 Solo ........................................................................................................... 313 5.5.4.4 Amostras de Origem Aérea........................................................................... 315 5.5.4.4.1 Ar Particulado............................................................................................ 315 5.5.4.4.2 Ar Iodo....................................................................................................... 315 5.5.4.4.3 Precipitação Pluviométrica........................................................................ 315 5.5.5 Identificação e Estimativa de Dose dos Grupos Críticos e dos Caminhos Críticos de Exposição à Radiação ...................................................................................................... 315 5.5.6 Modelos Utilizados para os Cálculos das Concentrações de Atividade de Radionuclídeos e de Dose ................................................................................................ 316 5.5.6.1 Liberações para a Atmosfera ........................................................................ 316 5.5.6.1.1 Exposição à Radiação γ e β direta da Nuvem .......................................... 316 5.5.6.1.2 Radiação γ direta da atividade depositada no solo .................................. 317 v Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.5.6.1.3 Inalação de Ar Contaminado..................................................................... 319 5.5.6.1.4 Ingestão de Alimentos Contaminados ...................................................... 320 5.5.6.2 Liberações para o Mar .................................................................................. 324 5.5.6.2.1 Recreação na Praia................................................................................... 324 5.5.6.2.2 Ingestão de Produtos Marinhos Contaminados........................................ 325 5.5.6.3 Descrição da modelagem ............................................................................. 327 5.5.6.3.1 Decaimento radioativo .............................................................................. 329 5.5.6.3.2 Simulações................................................................................................ 329 5.5.7 Cálculo de Dose .................................................................................................... 329 5.5.8 Conclusão ............................................................................................................. 339 6 MEDIDAS MITIGADORAS.................................................................................................. 340 6.1 Sistemas de Tratamento de Rejeitos não Radioativos ............................................. 340 6.1.1 Emissões Atmosféricas não Radioativas.............................................................. 340 6.1.2 Emissões de Efluentes Líquidos não Radioativos ................................................ 342 6.1.2.1 Descrição dos Subsistemas.......................................................................... 343 6.1.2.1.1 Sistema de Tratamento de Esgoto............................................................ 343 6.1.2.1.2 Tanque de Hipoclorito de Sódio................................................................ 344 6.1.2.1.3 Tanques de Neutralização 1 e 2 ............................................................... 344 6.1.2.1.4 Poços de Dreno do Edifício da Turbina Lados Leste e Oeste.................. 344 6.1.2.1.5 Sistema de Separação de Água e Óleo.................................................... 345 6.1.2.1.6 Sistema de Tratamento de Água .............................................................. 346 6.1.3 6.2 Rejeitos Sólidos não Radioativos.......................................................................... 350 6.1.3.1 Equipamentos contendo PCB’s – Ascarel .................................................... 353 6.1.3.2 Central de Compostagem Eletronuclear....................................................... 355 Sistema de Tratamento de Rejeitos Radioativos...................................................... 357 6.2.1 Emissões Atmosféricas Radioativas ..................................................................... 357 6.2.2 Efluentes Líquidos Radioativos............................................................................. 358 6.2.3 Resíduos Sólidos Radioativos .............................................................................. 362 6.3 6.2.3.1 Processamento de rejeitos sólidos compactáveis ........................................ 364 6.2.3.2 Processamento de rejeito sólidos não compactáveis ................................... 364 6.2.3.3 Encapsulamento do filtro de cartucho........................................................... 364 6.2.3.4 Processamento de concentrado do evaporador/ resinas do primário .......... 365 6.2.3.5 Armazenagem ............................................................................................... 366 Estimativa de custos das medidas de responsabilidade dos governos Municipais, Estudual e Federal ................................................................................................................ 366 6.4 Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica............................................................ 366 6.5 Medidas de Compensação aos danos causados ..................................................... 366 7 PROGRAMAS AMBIENTAIS.............................................................................................. 401 vi Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.1 PROGRAMA DE CONTROLE DE IMPACTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS ........................................................................................................ 401 7.1.1 Justificativas .......................................................................................................... 401 7.1.2 Objetivos e Metas ................................................................................................. 401 7.1.3 Metodologia........................................................................................................... 401 7.1.4 Indicadores Ambientais......................................................................................... 402 7.1.5 Público-alvo........................................................................................................... 402 7.1.6 Estratégia de execução......................................................................................... 402 7.1.7 Inter-relação com outros Planos e Programas ..................................................... 402 7.1.8 Recursos Requeridos (humanos e materiais)....................................................... 402 7.1.9 Resultados esperados .......................................................................................... 403 7.2 PROGRAMA DE Meteorologia ................................................................................. 403 7.2.1 Justificativas .......................................................................................................... 403 7.2.2 Objetivos e Metas ................................................................................................. 403 7.2.3 Metodologia........................................................................................................... 404 7.2.4 Indicadores Ambientais......................................................................................... 404 7.2.5 Público-alvo........................................................................................................... 404 7.2.6 Estratégia de execução......................................................................................... 404 7.2.7 Inter-relação com outros Planos e Programas ..................................................... 405 7.2.8 Recursos Requeridos (humanos e materiais)....................................................... 405 7.2.9 Resultados esperados .......................................................................................... 405 7.3 PROGRAMA DE QUALIDADE DA ÁGUA ................................................................ 405 7.3.1 Justificativas .......................................................................................................... 405 7.3.2 Objetivos e Metas ................................................................................................. 405 7.3.3 Metodologia........................................................................................................... 406 7.3.4 Indicadores Ambientais......................................................................................... 407 7.3.5 Público-alvo........................................................................................................... 407 7.3.6 Estratégia de execução......................................................................................... 407 7.3.7 Inter-relação com outros Planos e Programas ..................................................... 407 7.3.8 Recursos Requeridos (humanos e materiais)....................................................... 407 7.3.9 Resultados esperados .......................................................................................... 407 7.4 PROGRAMA DE MONITORAMENTO PARA OS EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS E SANITÁRIOS ............................................................................................. 408 7.4.1 monitoramento para efluentes líquidos sanitários ................................................ 408 7.4.1.1 Justificativas .................................................................................................. 408 7.4.1.2 Objetivos e Metas.......................................................................................... 408 7.4.1.3 Metodologia................................................................................................... 408 7.4.1.4 Indicadores Ambientais................................................................................. 409 7.4.1.5 Público-alvo................................................................................................... 409 7.4.1.6 Estratégia de execução................................................................................. 409 vii Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.4.1.7 Inter-relação com outros Planos e Programas ............................................. 410 7.4.1.8 Recursos Requeridos (humanos e materiais)............................................... 410 7.4.1.9 Resultados esperados .................................................................................. 410 7.4.2 7.5 7.4.2.1 Justificativas .................................................................................................. 410 7.4.2.2 Objetivos e Metas.......................................................................................... 410 7.4.2.3 Metodologia................................................................................................... 411 7.4.2.4 Indicadores Ambientais................................................................................. 411 7.4.2.5 Público-alvo................................................................................................... 411 7.4.2.6 Estratégia de execução................................................................................. 412 7.4.2.7 Inter-relação com outros Planos e Programas ............................................. 412 7.4.2.8 Recursos Requeridos (humanos e materiais)............................................... 412 7.4.2.9 Resultados esperados .................................................................................. 412 Programa de Monitoramento para o meio biótico..................................................... 412 7.5.1 Programa de Monitoramento para o Meio Aquático ............................................. 412 7.5.1.1 Justificativas .................................................................................................. 412 7.5.1.2 Objetivos e Metas.......................................................................................... 412 7.5.1.3 Metodologia................................................................................................... 413 7.5.1.4 Indicadores Ambientais................................................................................. 413 7.5.1.5 Público-alvo................................................................................................... 414 7.5.1.6 Estratégia de Execução ................................................................................ 414 7.5.1.7 Inter-relação com outros Planos e Programas ............................................. 414 7.5.1.8 Recursos Requeridos (humanos e materiais)............................................... 414 7.5.1.9 Resultados Esperados .................................................................................. 414 7.5.2 7.6 Monitoramento para Efluentes Líquidos Industriais.............................................. 410 Programa de Monitoramento para o meio Terrestre............................................. 414 Programas de gerenciamento de rejeitos ................................................................. 415 7.6.1 Programa de Gerenciamento de Resíduos industriais não radioativos................ 415 7.6.1.1 Justificativa.................................................................................................... 415 7.6.1.2 Objetivos e Metas.......................................................................................... 415 7.6.1.3 Metodologia................................................................................................... 415 7.6.1.4 Indicadores Ambientais................................................................................. 416 7.6.1.5 Público Alvo................................................................................................... 416 7.6.1.6 Estratégia de Execução ................................................................................ 416 7.6.1.7 Inter-relação com outros Planos e Programas ............................................. 416 7.6.2 Programa de Tratamento de Efluentes Líquidos Convencionais ......................... 417 7.6.2.1 Justificativa.................................................................................................... 417 7.6.2.2 Objetivos e Metas.......................................................................................... 417 7.6.2.3 Metodologia................................................................................................... 417 7.6.2.4 Indicadores Ambientais................................................................................. 418 7.6.2.5 Público Alvo................................................................................................... 418 7.6.2.6 Estratégia de Execução ................................................................................ 418 viii Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.6.3 7.6.3.1 Justificativa.................................................................................................... 418 7.6.3.2 Objetivos ....................................................................................................... 418 7.6.3.3 Metas............................................................................................................. 419 7.6.3.4 Metodologia e Descrição do Programa......................................................... 419 7.6.3.5 Indicadores Ambientais................................................................................. 419 7.6.3.6 Público Alvo................................................................................................... 419 7.6.3.7 Estratégia de Execução ................................................................................ 420 7.6.3.8 Inter-relação com outros Planos e Programas ............................................. 420 7.6.4 7.7 Programa de Monitoração Ambiental Radiológico Operacional - PMARO........... 418 Programa de Gerenciamento das emissões gasosas .......................................... 420 Programa de Comunicação Social............................................................................ 420 7.7.1 Justificativa............................................................................................................ 420 7.7.2 Objetivos e Metas ................................................................................................. 421 7.7.3 Metodologia........................................................................................................... 422 7.7.4 Indicadores Ambientais......................................................................................... 424 7.7.5 Público-alvo........................................................................................................... 424 7.7.6 Estratégia de Execução ........................................................................................ 424 7.7.7 Inter-relação com outros Planos e Programas ..................................................... 424 7.7.8 Recursos Requeridos (humanos e materiais)....................................................... 424 7.7.9 Resultados esperados .......................................................................................... 425 7.8 Programa de Educação Ambiental ........................................................................... 425 7.8.1 Justificativa............................................................................................................ 425 7.8.2 Objetivos e Metas ................................................................................................. 425 7.8.3 Metodologia........................................................................................................... 426 7.8.4 Indicadores Ambientais......................................................................................... 427 7.8.5 Público-alvo........................................................................................................... 427 7.8.6 Estratégia de Execução ........................................................................................ 427 7.8.7 Inter-relação com outros Planos e Programas ..................................................... 428 7.8.8 Recursos requeridos (humanos e materiais) ........................................................ 428 7.8.9 Resultados esperados .......................................................................................... 428 7.9 Programa geral de descomissionamento ................................................................. 428 7.9.1 Justificativa............................................................................................................ 428 7.9.2 Objetivos e Metas ................................................................................................. 429 7.9.3 Metodologia........................................................................................................... 429 7.9.3.1 Processos de Descomissionamento ............................................................. 430 7.9.3.2 Atendimento a Requisitos Legais.................................................................. 431 7.9.4 Indicadores Ambientais......................................................................................... 431 7.9.5 Público Alvo........................................................................................................... 431 7.9.6 Estratégia de Execução ........................................................................................ 431 7.9.7 Inter-relação com outros Planos e Programas ..................................................... 431 ix Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.9.8 Recursos requeridos (humanos e materiais) ........................................................ 431 8 IMPLANTAÇÃO DAS VILAS RESIDENCIAIS DE MAMBUCABA E PRAIA BRAVA ...... 432 9 SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO DAS VILAS RESIDENCIAIS DE PRAIA BRAVA E MAMBUCABA .......................................................................................................................... 433 9.1 DEFINIÇÃO E DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA .............. 447 9.1.1 Sistema de Esgotamento Sanitário de Praia Brava.............................................. 447 9.1.2 Sistema de Esgotamento Sanitário de Mambucaba............................................. 449 9.2 MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL ................................................................. 451 9.3 PLANO DE MONITORAMENTO............................................................................... 452 10 11 12 13 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 453 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 455 GLOSSÁRIO........................................................................................................................ 465 APÊNDICES ........................................................................................................................ 494 13.1 APÊNDICE I - MAPA DE SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO ......................................... 495 13.2 APÊNDICE II - MAPA DE ESPECIFICAÇÕES DA ÁREA DO SÍTIO....................... 497 13.3 APÊNDICE III - MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO MEIO FÍSICO .............. 499 13.4 APÊNDICE IV - MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO MEIO BIÓTICO ........... 501 13.5 APÊNDICE V - MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO MEIO SOCIOECONÔMICO. ........................................................................................................... 503 13.6 APÊNDICE VI - MAPA ARQUEOLÓGICO ............................................................... 505 13.7 APÊNDICE VII - MAPA DAS ÁREAS PROTEGIDAS – 10 KM ................................ 507 13.8 APÊNDICE VIII - MAPA GEOLÓGICO – AID........................................................... 509 13.9 APÊNDICE IX - MAPA GEOLÓGICO – AII .............................................................. 511 13.10 APÊNDICE X - MAPA SISMOLÓGICO – AID .......................................................... 513 13.11 APÊNDICE XI- MAPA SISMOLÓGICO – AII............................................................ 515 13.12 APÊNDICE XII- MAPA GEOMORFOLÓGICO – AID ............................................... 517 13.13 APÊNDICE XIII - MAPA GEOMORFOLÓGICO – AII ............................................... 519 13.14 APÊNDICE XIV – MAPA DE ESPECIFICAÇÃO DA ÁREA DE PRAIA BRAVA E MAMBUCABA ....................................................................................................................... 521 x Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 – Quantitativo de Reatores em Operação por países. Fonte: IAEA, Dez-2008............. 7 Figura 2 – Gráfico do Quantitativo de Usinas nucleares em operação em 2008. ........................ 8 Figura 3 – Gráfico da capacidade instalada por tipo de Usina em operação em 2008................ 8 Figura 4 – Quantitativo de Usinas nucleares em construção no mundo ...................................... 9 Figura 5 – Gráfico da quantidade de Usina nucleares em construção por países....................... 9 Figura 6 – Empreendimentos associados à Unidade 1 da CNAAA ........................................... 18 Figura 7 – Especificações do empreendimento.......................................................................... 19 Figura 8 – Ordem cronológica das fases de construção, comissionamento, operação e descomissionamento .................................................................................................................. 20 Figura 9 – Vista da Praia de Itaorna em 1971 ............................................................................ 21 Figura 10 - Vista da construção da Unidade 1 da CNAAA em 1972 .......................................... 21 Figura 11 – Vista da área de Construção dos Edifícios da Unidade 1 da CNAAA e da BR-101 em 1982 ...................................................................................................................................... 22 Figura 12 – Vista das Unidades 1 e 2 da CNAAA ...................................................................... 23 Figura 13 – Vista Aérea de Angra 1 e Angra 2 ........................................................................... 24 Figura 14 – Combinações possíveis das alternativas de Descomissionamento........................ 26 Figura 15 – Vista da escavação para assentamento do prédio Reator de Angra1.................... 27 Figura 16 – Vista superior da escavação da Unidade 1 da CNAAA e do aterro do sítio de Itaorna ......................................................................................................................................... 27 Figura 17 – Vista da pedreira utilizada como material de construção da Unidade 1 da CNAAA28 Figura 18 – Fluxograma esquemático do Sistema de Dissipação de Calor............................... 30 Figura 19 – Diagrama do fluxo de tomada e descarga de água da Unidade 1 da CNAAA ....... 31 Figura 20 – Fluxograma esquemático do lançamento de efluentes líquidos da Unidade 1 da CNAAA no Canal 5. .................................................................................................................... 33 Figura 21 – Fluxograma Esquemático do lançamento dos Efluentes Líquidos Convencionais de Angra 1........................................................................................................................................ 36 Figura 22 – Pontos de monitoração da qualidade da água do mar das áreas dos lançamentos de efluentes................................................................................................................................. 39 Figura 23 – Recipientes para segregação de resíduos sólidos na oficina ................................. 41 Figura 24 – Pontos de coleta na Usina Angra 1 dos resíduos sólidos segregados. .................. 41 Figura 25 – Armazenamento temporário de sucata até a sua venda em leilão. ........................ 42 Figura 26 – Local de armazenamento temporário de resinas de troca iônica no....................... 43 Figura 27 – Armazenamento temporário de lâmpadas fluorescentes no galpão C do almoxarifado – DIMT.O. .............................................................................................................. 43 Figura 28 – Fluxograma do processo de descarte de resíduos sólidos convencionais da CNAAA. ....................................................................................................................................... 44 Figura 29 – Planta da Unidade 1 da CNAAA, com indicação das redes de drenagem, dos pontos de coleta, dos sistemas de tratamentos e dos pontos de lançamento, das emissões atmosféricas, dos pontos de estocagem de produtos químicos e dos resíduos sólidos............ 48 Figura 30 – Corte Longitudinal da Estação de Tratamento de Efluente Sanitário de Angra 1... 50 xi Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 31 – Fluxograma da Estação de Tratamento de Esgoto de Angra 1. Fonte: Eletronuclear, 2008. ........................................................................................................................................... 53 Figura 30 – Esquema de montagem do elemento combustível ................................................. 57 Figura 31 – Elemento combustível composto por varetas de urânio ......................................... 57 Figura 32 – Edifício do Reator de Angra 1.................................................................................. 59 Figura 33 – Armazenamento de Rejeitos Radiológicos no Centro de Gerenciamento de Rejeitos .................................................................................................................................................... 60 Figura 34 – Centro de Gerenciamento de Rejeitos da CNAAA.................................................. 61 Figura 35 – Sistema Elétrico de Angra 1 .................................................................................... 62 Figura 36 – Vista Superior das Linhas de Transmissão partindo de Angra 1. Fonte: FSAR, 2007 .................................................................................................................................................... 63 Figura 37 – Linhas de transmissão entre a CNAAA e FURNAS ................................................ 66 Figura 38 – Diagrama Esquemático dos Sistemas Operacionais de Angra 1............................ 67 Figura 39 – Fluxograma Esquemático do Circuito Primário de Angra 1 .................................... 68 Figura 40 – Esquema de Gerador de Vapor de Angra 1 ............................................................ 72 Figura 41 – Fluxograma esquemático do Circuito Secundário de Angra 1 ................................ 75 Figura 42 – Desenho da Tomada dágua e Lançamento da Água do Sistema de Água de Circulação de Angra 1................................................................................................................. 79 Figura 43 – Fluxograma esquemático do Sistema de Água de Circulação de Angra 1 ............. 80 Figura 44 – Localização da área de estudo. Detalhe do saco Piraquara de Fora (modificado da Carta Náutica 1.637 – DHN – 1980) ......................................................................................... 112 Figura 45 – Saída da água de refrigeração no Saco Piraquara de Fora.................................. 112 Figura 46 – Localização dos pontos de coleta de amostras de água ...................................... 113 Figura 47 – Localização os Pontos de Monitoramento para dados pretéritos ......................... 116 Figura 48 – Médias mensais de temperatura por ponto de monitoramento............................. 118 Figura 49 – Médias mensais de salinidade por ponto de monitoramento ................................ 119 Figura 50 – Médias mensais de grau de saturação de oxigênio por ponto de monitoramento 119 Figura 51 – Médias mensais da concentração de nitrito por ponto de monitoramento............ 120 Figura 52 - Médias mensais da concentração de nitrato por ponto de monitoramento. .......... 120 Figura 53 – Médias mensais da concentração de fosfato por ponto de monitoramento.......... 121 Figura 54 – Médias mensais da concentração de sílica por ponto de monitoramento. ........... 121 Figura 55 – Médias mensais da concentração de clorofila A por ponto de monitoramento..... 122 Figura 56 – Diferença de temperatura entre as estações Z4 e Z3 ........................................... 123 Figura 57 – Variação média da diferença de temperatura nas estações Z4 e Z3 ao longo do ano .................................................................................................................................................. 123 Figura 58 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Temperatura no Saco Piraquara de Fora ................................................................................. 128 Figura 59 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Salinidade no Saco Piraquara de Fora ..................................................................................... 129 Figura 60 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, do pH no Saco Piraquara de Fora ............................................................................................................ 129 xii Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 61 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, do Grau de Saturação de Oxigênio Dissolvido no Saco Piraquara de Fora................................................ 130 Figura 62 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Oxigênio Dissolvido no Saco Piraquara de Fora ......................................... 130 Figura 63 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Oxigênio Dissolvido no Saco Piraquara de Fora ......................................... 131 Figura 64 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Amônia no Saco Piraquara de Fora ............................................................. 131 Figura 65 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Nitrito no Saco Piraquara de Fora................................................................ 132 Figura 66 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Nitrato no Saco Piraquara de Fora............................................................... 132 Figura 67 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Fosfato no Saco Piraquara de Fora ............................................................. 133 Figura 68 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Silicato no Saco Piraquara de Fora.............................................................. 133 Figura 69 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Silicato no Saco Piraquara de Fora.............................................................. 134 Figura 70 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Clorofila A no Saco Piraquara de Fora......................................................... 134 Figura 71 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Material em Suspensão no Saco Piraquara de Fora ................................... 135 Figura 72 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Boro no Saco Piraquara de Fora.................................................................. 135 Figura 73 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Surfactantes no Saco Piraquara de Fora ..................................................... 136 Figura 74 – Grandezas físicas consideradas............................................................................ 146 Figura 75 – Malha de Elementos Finitos e Contorno de Terra................................................. 151 Figura 76 – Simulação do padrão de circulação – funcionamento de Angra 1 ........................ 153 Figura 77 – Simulação do padrão de circulação – funcionamento de Angra 1 e 2 juntas. ...... 153 Figura 78 – Localização dos pontos ......................................................................................... 154 Figura 79 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 – inverno....................................................................................................................................... 160 Figura 80 – Mapeamento térmico para o funcionamento de Angra 1 – inverno ...................... 161 Figura 81 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 – verão ......................................................................................................................................... 161 Figura 82 – Mapeamento térmico para o funcionamento de Angra 1 – verão ......................... 162 Figura 83 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 e 2 em conjunto – inverno............................................................................................................... 164 Figura 84 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 e 2 em conjunto – verão.................................................................................................................. 164 Figura 85 – Batimetria do modelo para a modelagem hidrodinâmica – espaçamento ............ 167 xiii Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 86 – Localização do ponto de descarga da água de refrigeração e ............................. 168 Figura 87 – Níveis dágua medidos e simulados....................................................................... 169 Figura 88 – Componentes este-oeste (direção x) das velocidades das................................... 169 Figura 89 – Padrão do escoamento residual durante o período simulado (aproximadamente dois meses). Vazões do escoamento (m3/s) ............................................................................ 170 Figura 90 – Padrão do escoamento residual durante o período simulado (aproximadamente dois meses). Velocidades do escoamento (m/s) ...................................................................... 171 Figura 91 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 40 m3/s............ 173 Figura 92 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 80 m3/s............ 174 Figura 93 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 120 m3/s.......... 175 Figura 94 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 160 m3/s. ........ 176 Figura 95 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 200 m3/s.......... 177 Figura 96 – Áreas de deposição das partículas de sedimentos com diferentes velocidades de queda (w), a esquerda w = 0.1 mm/s, e a direita w =1.0 mm/s. ............................................... 178 Figura 97 – Campos de concentrações para poluentes com T50 = 1 dia. – ............................ 179 Figura 98 – Campos de concentrações para poluentes com T50 = 1 semana - Cenário hidrodinâmico: Q = 200 m³/s..................................................................................................... 180 Figura 101 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados ............ 185 Figura 102 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados ............ 185 Figura 103 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados ............ 186 Figura 104 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados ............ 186 Figura 105 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados ............ 187 Figura 106 – Gráfico da quantidade de resíduos descartados no período de 2003 a 2007. Fonte: Eletronuclear, 2008........................................................................................................ 187 Figura 108 – Taxas de crescimento da população residente nos municípios da área de influência indireta de Angra 1, no período 1950-2007.............................................................. 221 Figura 109 – Distritos e setores censitários da AID 5 de Angra 1 ............................................ 225 Figura 110 – Visão geral da Vila Residencial de Praia Brava, 2008 ........................................ 232 Figura 111 - Visão aérea da Vila Residencial de Praia Brava, 2008........................................ 232 Figura 112 – Cineteatro da Vila Residencial de Praia Brava, 2008 ......................................... 233 Figura 113 – Mercado na Vila Residencial de Praia Brava, 2008 ............................................ 233 Figura 114 – Hospital de Praia Brava, na Vila Residencial de Praia Brava, 2008 ................... 233 Figura 115 – Capela ecumênica na Vila Residencial de Praia Brava, 2008 ............................ 233 Figura 116 – Visão geral da Vila Residencial de Mambucaba ................................................. 235 Figura 117 – Comércio Local da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 ................................ 236 Figura 118 – Escola Estadual Almirante A. Alberto da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 .................................................................................................................................................. 236 xiv Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 119 –Clube Campestre da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 .............................. 236 Figura 120 – Campo de Futebol e Vestiário da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 ......... 236 Figura 121 – Prédio do Simulador e Anexo da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 .......... 237 Figura 122 –Centro de Treinamento da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 ..................... 237 Figura 123 – Visão geral das Vilas Residencial de Mambucaba, com destaque para as Vilas Consag e Operária.................................................................................................................... 239 Figura 124 – Estacionamento dos veículos da Eletronuclear................................................... 241 Figura 125 – Transporte oferecido pela Eletronuclear ............................................................. 242 Figura 126 – Formação dos funcionários da SU.O de Angra 1................................................ 257 Figura 127 – Formação dos funcionários da GDU.O de Angra 1............................................. 257 Figura 128 – Formação dos funcionários da GMU.O de Angra 1 ............................................ 258 Figura 129 – Formação dos funcionários da GDU.O de Angra 1............................................. 259 Figura 130 – Formação dos funcionários da GDU.O de Angra 1............................................. 259 Figura 131 – Formação dos funcionários da DITU.O de Angra 1 ............................................ 260 Figura 132 - Formação dos funcionários de Angra 1 ............................................................... 260 Figura 133 – Proporção de funcionários por especialidade ..................................................... 261 Figura 134 – Relação entre gênero, estado civil e prática de atividade física de funcionários da CNAAA ...................................................................................................................................... 262 Figura 135 - Relação entre gênero, paternidade ou maternidade e prática de atividade física de funcionários da CNAAA ............................................................................................................ 263 Figura 136 – Tipo de atividades físicas realizadas pelos empregados da CNAAA.................. 264 Figura 137 - Tipo de atividade de lazer realizada pelos empregados da CNAAA ................... 264 Figura 138 – Locais onde os funcionários da CNAAA realizam atividades de lazer................ 265 Figura 139 - Sugestões apresentadas pelos empregados para projetos na área social e tipos de atividades a serem implementadas nas Vilas Residenciais ..................................................... 266 Figura 140 – Alturas Médias da Camada de Mistura (CM) Turbulenta na Cidade do Rio de Janeiro (Estação do Galeão). ................................................................................................... 286 Figura 141 – Gráfico das freqüências das classes de estabilidade de Pasquill na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto.............................................................................................. 288 Figura 142 – Componentes meridionais (N-S) dos ventos sobre o Rio de Janeiro e Angra dos Reis. .......................................................................................................................................... 290 Figura 143 – Freqüência dos ventos diurnos e noturnos na Central Nuclear, medidos na Torre A10, nos anos de 2006 a 2007. ................................................................................................ 291 Figura 144 - Freqüência dos ventos diurnos e noturnos na Central Nuclear, medidos na Torre A100, nos anos de 2006 a 2007. .............................................................................................. 292 Figura 145 - Atividade De Radionuclídeo 137Cs - Peixe Sedentário ......................................... 299 Figura 146 – Atividade De Radionuclídeo 137Cs – Peixe De Curso.......................................... 299 Figura 147 - Atividade de Radionuclídeos Algas..................................................................... 300 Figura 148 - Atividade De Radionuclídeos Sedimento Marinho Pré/2005 ............................. 304 Figura 149 - Atividade De Radionuclídeos Sedimento Marinho Pré/2006 ............................... 305 Figura 150 - Atividade De Radionuclídeos - Sedimento Marinho Pré/2007 ............................. 307 Figura 151 - Atividade De Radionuclídeo 137CS - Leite Pré/2007 ............................................ 311 xv Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 152 - Atividade De Radionuclídeo 89 Sr /90Sr - Leite Pré/2007..................................... 311 Figura 153 - Atividade De Radionuclídeo 137CS - Solo 2002/2007.......................................... 314 Figura 154 – Caminho Crítico de exposição ao ser humano devido a liberação de efluentes líquidos. ..................................................................................................................................... 316 Figura 155 - Caminho Crítico de exposição ao ser humano devido a liberação de efluentes gasosos. .................................................................................................................................... 316 Figura 156 – Fluxograma esquemático do Sistema de Tratamento de Efluentes Líquidos..... 343 Figura 157 – Panorama Esquemático das Captações de Água da CNAAA. ........................... 346 Figura 157 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da CNAAA, em 2003. Fonte: Eletronuclear, 2008. ................................................................... 351 Figura 158 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da CNAAA, em 2004. Fonte: Eletronuclear, 2008. ................................................................... 352 Figura 159 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da CNAAA, em 2005. Fonte: Eletronuclear, 2008. ................................................................... 352 Figura 160 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da CNAAA, em 2006. Fonte: Eletronuclear, 2008. ................................................................... 353 Figura 161 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da CNAAA, em 2007. Fonte: Eletronuclear, 2008. ................................................................... 353 Figura 162 – Retirada e preparação de um dos transformadores de Angra 1 para destruição. .................................................................................................................................................. 354 Figura 163 – Entrada do transformador no forno estático para destruição. ............................. 354 Figura 164 – Retirada do transformador do forno estático, após a queima. ............................ 355 Figura 165 – Fluxograma de Efluentes Líquidos Radioativos de Angra 1. .............................. 361 Figura 166 – Fluxograma do Tratamento de Resíduos Sólidos Radioativos de Angra 1. ....... 363 Figura 167 – Vista aérea do Sistema de Tratamento de Esgoto da ETE de Praia Brava........ 436 Figura 168 – Fluxograma da ETE de Praia Brava .................................................................... 437 Figura 169 – Fluxograma das Estaçãoes Elevatórias da Vila de Praia Brava ......................... 438 Figura 170 - Tanque de aeração por meio de aeradores mecânicos da ETE de Praia Brava, 2008 .......................................................................................................................................... 439 Figura 171 – Caixa de Passagem da ETE de Praia Brava, 2008............................................. 439 Figura 172 – Vista aérea do Sistema de Tratamento de Esgoto da ETE de Mambucaba....... 440 Figura 173 – Fluxograma da ETE de Mambucaba................................................................... 441 Figura 174 – Fluxograma das Estaçãoes Elevatórias da Vila de Mambucaba ........................ 442 Figura 175 – Fluxograma das Estaçãoes Elevatórias das Vilas Operária e Consag ............... 443 Figura 176 - Tanque de aeração por meio de aeradores mecânicos da ETE de Mambucaba, 2008 .......................................................................................................................................... 444 Figura 177 - Tanque de sedimentação ou Decantador da ETE de Mambucaba, 2008 ........... 444 Figura 178 - Chincana da ETE de Mambucaba, 2008 ............................................................. 445 Figura 179 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Praia Brava, 2008........................ 446 Figura 180 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Mambucaba, 2008....................... 446 Figura 181 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Praia Brava, 2008........................ 448 Figura 182 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Mambucaba, 2008....................... 450 xvi Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 183 – Dispositivo de Segurança: cerca para impedir o acesso de pessoas não autorizadas, 2008...................................................................................................................... 451 Figura 184 – Dispositivo de Segurança: guarda-corpos, 2008................................................. 452 xvii Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 – Número de Eventos Reportados em Usinas Nucleares na Alemanha de acordo com as categorias da Escala INES. ................................................................................................... 14 Tabela 2 – Quantificação das freqüências de dano ao núcleo para inundação interna............. 15 Tabela 3 – Teste de revisão de responsabilidade do comissionamento de Angra 1 ................. 22 Tabela 4 – Efluentes do Sistema de Tratamento de Efluentes Sanitários – Angra 1................. 31 Tabela 5 – Emissões atmosférica convencional da Usina de Angra 1....................................... 34 Tabela 6 – Parâmetros monitorados nos efluentes convencionais de Angra 1 ......................... 36 Tabela 7 – Descrição dos pontos monitorados quanto ao lançamento de efluentes líquidos ... 37 Tabela 8 – Legislação Ambiental adotadas no monitoramento da qualidade da água .............. 38 Tabela 9 – Comparativo das características dos efluentes lançados nos canais de ................. 38 Tabela 10 – Parâmetros monitorados nos pontos de lançamento de efluentes ........................ 40 Tabela 11 – Principais resíduos sólidos convencionais gerados na CNAAA e seu respectivo local de armazenamento temporário. ......................................................................................... 42 Tabela 12 – Equipamentos contendo PCB`s originalmente em Angra 1. .................................. 45 Tabela 13 – Características do Sistema de Geração de Energia............................................... 55 Tabela 14 – Informações diversas do elemento químico Urânio................................................ 56 Tabela 15 – Comparativo entre os elementos combustíveis produzidos para atender ............. 58 Tabela 16 – Síntese da avaliação das influências devidas à operação de Angra 1 .................. 92 Tabela 17 – Sítios arqueológicos localizados no município de Angra dos Reis ........................ 99 Tabela 18 – Parâmetros determinados para coleta.................................................................. 114 Tabela 19 – Parâmetros determinados em laboratório ............................................................ 115 Tabela 20 – Valores médios mensais de temperatura, salinidade, concentração de nitrito, nitrato, fosfato, silicato, oxigênio dissolvido, clorofila A, B e C, e grau de saturação de oxigênio do ponto Z3 ............................................................................................................................... 117 Tabela 21 – Valores médios mensais de temperatura, salinidade, concentração de nitrito, nitrato, fosfato, silicato, oxigênio dissolvido, clorofila A, B e C, e grau de saturação de oxigênio do ponto Z4 ............................................................................................................................... 117 Tabela 22 – Valores médios mensais de temperatura, salinidade, concentração de nitrito, nitrato, fosfato, silicato, oxigênio dissolvido, clorofila A, B e C, e grau de saturação de oxigênio do ponto 047B........................................................................................................................... 118 Tabela 23 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de agosto de 2002 .......... 124 Tabela 24 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de agosto de 2002. ......................................................................................................................................... 124 Tabela 25 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de novembro de 2002..... 125 Tabela 26 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de novembro de 2002 ..................................................................................................................................... 125 Tabela 27 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de fevereiro de 2003....... 126 Tabela 28 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de fevereiro de 2003. .................................................................................................................................... 126 Tabela 29 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de maio de 2003. ............ 127 xviii Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 30 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de maio de 2003. ......................................................................................................................................... 127 Tabela 31 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais (campanha 01) .......................................................................................................................... 137 Tabela 32 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais (campanha 02) .......................................................................................................................... 138 Tabela 33 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais (campanha 03) .......................................................................................................................... 138 Tabela 34 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais (campanha 04) .......................................................................................................................... 139 Tabela 35 – Comparação dos dados do monitoramento para amostras da superfície e dados pretéritos nas estações Z3, Z4 e 047B ..................................................................................... 141 Tabela 36 – Quadro comparativo dos parâmetros no ponto de controle (Z3) e no ponto R0 (descarga do efluente) .............................................................................................................. 143 Tabela 37 – Velocidades de correntes (em cm/s) obtidas pela simulação nos pontos considerados............................................................................................................................. 154 Tabela 38 – Parâmetros utilizados nas simulações ................................................................. 159 Tabela 39 – Cenários de vazões testados................................................................................ 167 Tabela 40 – Liberação de gases de fissão de Angra 1 ............................................................ 181 Tabela 41 – Efluentes Líquidos Radionuclídeos de Angra 1.................................................... 182 Tabela 42 – Rejeitos sólidos radioativos gerados em Angra 1 – Número de embalagens produzidas os anos de 2005 a 2008......................................................................................... 183 Tabela 43 – Emissões atmosféricas convencionais de Angra 1 .............................................. 183 Tabela 49 – Síntese da Avaliação dos impactos sobre o meio físico – Fase de operação ..... 197 Tabela 50 – Percentual da diferença entre as temperaturas médias máximas para Itaorna e Piraquara................................................................................................................................... 200 Tabela 51 – Índice de Diversidade de Shannon da série de fitoplâncton (1987 a 2006)......... 200 Tabela 52 – Correlação entre o fitoplâncton e os parâmetros para os pontos monitorados.... 202 Tabela 53 – Correlação entre Parâmetros e IDV ..................................................................... 203 Tabela 54 – Índice de Diversidade de Shannon da série de zooplâncton (1980 a 2006)........ 203 Tabela 55 – Correlação entre o fitoplâncton e o zooplâncton .................................................. 205 Tabela 56 – Dados sobre os grupos de zoobenthos profundo................................................. 206 Tabela 57 – Dados sobre as espécies do zoobenthos profundo para a série amostral .......... 207 Tabela 58 – Correlação entre Temperatura e Zoobenthos Costão .......................................... 207 Tabela 59 – Distribuição espacial dos municípios e respectivos distritos formadores da área de influência de Angra 1 ................................................................................................................ 217 Tabela 60 – Evolução da população nos municípios da área de influência indireta de Angra 1, 1950 –1980 ............................................................................................................................... 219 Tabela 61 – Evolução da população nos municípios da área de influência indireta de Angra 1, 1991 –2007 ............................................................................................................................... 219 Tabela 62 – Taxas de crescimento da população residente nos municípios da área de influência indireta de Angra 1, no período 1950-2007.............................................................. 220 xix Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 63 - Evolução da população residente total dos distritos formadores dos municípios de Angra dos Reis e Parati, 1970 – 2000 ...................................................................................... 222 Tabela 64 - Evolução da população residente urbana dos distritos formadores dos municípios de Angra dos Reis e Parati, 1970 – 2000 ................................................................................. 223 Tabela 65 – População residente, segundo distrito e setor censitário - AID 5 - Angra dos Reis Março 2002 ............................................................................................................................... 225 Tabela 66 - Destinos, dias e horários dos transportes disponibilizados pela Eletronuclear .... 243 Tabela 67 - Absenteísmo por acidentes de trabalho de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA – 2004 a 2007 .................................................................................... 250 Tabela 68 - Taxa de Freqüência (TF) e Percentual de Tempo Perdido (PTP) nos acidentes de trabalho entre os funcionários da CNAAA – 2004 a 2007 ........................................................ 251 Tabela 69 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA - 2003........................................................................................................................... 251 Tabela 70 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA – 2004.......................................................................................................................... 252 Tabela 71 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA – 2005.......................................................................................................................... 253 Tabela 72 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA – 2006.......................................................................................................................... 254 Tabela 73 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA – 2007.......................................................................................................................... 255 Tabela 74 - Taxa de Freqüência-TF e Percentual de Tempo Perdido-PTP nos acidentes de trabalho entre os funcionários da CNAAA – 2004 a 2007 ........................................................ 256 Tabela 75 - instalações produtos e serviços de atendimento prestados pela FEAM............... 268 Tabela 76 - Força de trabalho da FEAM................................................................................... 269 Tabela 77 - Principais clientes, usuários e suas principais necessidades ............................... 269 Tabela 78 – Indicadores Hospitalares da FEAM ...................................................................... 270 Tabela 79 - Perfil Nosológico por Especialidades Médicas Oferecidas no Ambulatório de Praia Brava por ordem de maior freqüência – 2008 .......................................................................... 272 Tabela 80 - Internação por Especialidades Médicas Oferecidas no Ambulatório de Praia Brava .................................................................................................................................................. 272 Tabela 81 - Número Médio Anual de Óbitos por Neoplasias e Má Formações Congênitas/100.000 Hab. & Risco Relativo: Angra dos Reis e Cabo Frio ............................... 274 Tabela 82 - Número Médio Anual de Óbitos por Neoplasias e Má Formações Congênitas/100.000 Hab. & Risco Relativo: Angra dos Reis e Estado do Rio de Janeiro ...... 274 Tabela 83 – Liberação Anual Média de Efluentes Radioativos de Usinas Alemãs com Reatores a Água Pressurizada (Bq/ano).................................................................................................. 278 Tabela 84 – Liberações de Iodo e Aerossóis para a Atmosfera (Bq/a).................................... 278 Tabela 85 - Liberações para o Mar (Bq/a) ................................................................................ 278 Tabela 86 - Liberações de Gases Nobres para a Atmosfera (Bq/a). ....................................... 279 Tabela 87 – Fatores de Difusão Atmosférica (s/m3) de Angra 1 para o período de 2000 a 2001. .................................................................................................................................................. 280 xx Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 88 –Fatores de Deposição Relativa (m-2) de Angra 1 para o período de 2000 a 2001.281 Tabela 89 – Fatores de Difusão Atmosférica (s/m3) de Angra 2 para o período de 2000 a 2001. .................................................................................................................................................. 282 Tabela 90 –Fatores de Deposição Relativa (m-2) de Angra 2 para o período de 2000 a 2001.283 Tabela 91 – Coordenadas UTM do ponto de emissão da Usina de Angra 1. .......................... 284 Tabela 92 – Atividades no Sistema de Processamento de Rejeitos Gasosos e Liberação para a Atmosfera .................................................................................................................................. 285 Tabela 93 – Resultados de análises Peixe Sedentário de 2005 à 2007 .................................. 298 Tabela 94 - Resultados de análises Peixe de Curso de 2005 à 2007...................................... 298 Tabela 95 – Resultados De Análises Meio Monitorado – Alga de 2005 à 2007 ...................... 300 Tabela 96 - Resultados de Análises Meio Monitorado - Areia de Praia ................................... 302 Tabela 97 - Resultados de Análises Meio Monitorado - Sedimento Marinho 2005................. 303 Tabela 98 - Resultados De Análises Meio Monitorado - Sedimento Marinho 2006 ................ 304 Tabela 99 - Resultados De Análises Meio Monitorado - Sedimento Marinho 2007 ................ 306 Tabela 100 - Resultados De Análises Meio Monitorado – Água do Mar 2005 à 2007............. 307 Tabela 101 - Resultados De Análises Meio Monitorado – Leite 2005 à 2007.......................... 309 Tabela 102 – Resultados De Análises Meio Monitorado – Pasto 2005 ................................... 312 Tabela 103 – Resultados De Análises Meio Monitorado – Sedimento De Rio 2005 à 2007 ... 313 Tabela 104 - Resultados de Análises Meio Monitorado – Banana 2005 à 2007.................... 313 Tabela 105 - Resultados De Análises Meio Monitorado – Solo 2005 à 2007 ........................ 314 Tabela 106 - Fatores de Dose para Gases Nobres.................................................................. 317 Tabela 107 - Fatores de Dose. ................................................................................................. 318 Tabela 108 - Concentrações de Atividade no Solo (Bq/m2)..................................................... 319 Tabela 109 - Fatores de Dose Efetiva para Inalação (Sv/Bq). ................................................. 319 Tabela 110 - Fatores de Dose Efetiva para Ingestão (Sv/Bq). ................................................. 322 Tabela 111 - Fatores de Transferência para Elementos Estáveis............................................ 323 Tabela 112 - Concentrações de Atividade de Aerossóis nos Alimentos (Bq/kg). .................... 324 Tabela 113 - Concentrações de Atividade em Sedimentos Marinhos (Bq/m2)........................ 325 Tabela 114 – Análise da areia de praia .................................................................................... 325 Tabela 115 - Fatores de Bio-acumulação para Peixes de Água Salgada e Invertebrados (Bq/kg)/(Bq/m3).......................................................................................................................... 326 Tabela 116 - Concentrações de Atividade em Produtos Marinhos (Bq/kg).............................. 326 a) Tabela 117 – Análise dos peixes ...................................................................................... 327 Tabela 118 - Influência de S na remoção de radionuclídeos em água Fonte: Biotec (1972) .. 328 Tabela 119 - Remoção Máxima de Radionuclídeos pelos Sedimentos ................................... 328 Tabela 120 – Fatores de Uso.................................................................................................... 330 Tabela 121 - Dose Efetiva no Grupo Crítico resultante de Angra 1 ......................................... 331 Tabela 122 - Dose Efetiva no Grupo Crítico resultante de Angra 2 ......................................... 335 Tabela 123 – Resultado das análises de dosimetria termoluminescente (TLD) ...................... 339 Tabela 124 – Emissões Atmosféricas não Radioativas de Angra 1 ......................................... 342 Tabela 125 – Características físico-químicas da água doce após tratamento na ETA............ 347 xxi Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 126 – Características dos efluentes líquidos convencionais, a freqüência de descarte e o tratamento dos mesmos antes do lançamento em Piraquara de Fora.................................. 348 Tabela 127 – Características dos efluentes líquidos convencionais, a freqüência de descarte e o tratamento dos mesmos antes do lançamento no Canal 5 em Itaorna ................................. 349 Tabela 123 – Classificação e destinação/tratamento dos principais resíduos sólidos convencionais gerados pela CNAAA. ....................................................................................... 351 Tabela 124 – Liberações de Radioisótopos de Gases Nobres da Usina ANGRA 1 ................ 358 Tabela 125 - Efluentes Líquidos Radioativos de Angra 1......................................................... 359 Tabela 126 – Geração de Rejeitos Sólidos Prevista Anualmente ............................................ 366 Tabela 127 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental ...................................... 381 Tabela 128 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – ESEC Tamoios ......... 381 Tabela 129 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – PARNA Serra da Bocaina .................................................................................................................................................. 382 Tabela 130 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Plano e Cronograma Geral de Execução.................................................................................................................... 382 Tabela 131 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Especificação de Equipamentos ........................................................................................................................... 383 Tabela 132 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Demonstrativo de Dispêndios ................................................................................................................................ 383 Tabela 133 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Demonstrativo de Dispêndios ................................................................................................................................ 384 Tabela 134 – Relação de Convênios encerrados..................................................................... 385 Tabela 135 – Relação de Convênios vencidos 2006 e 2007 ................................................... 396 Tabela 136 – Pontos de monitoração da qualidade da água do mar das áreas dos lançamentos dos efluentes............................................................................................................................. 409 Tabela 137 – Resultado das análises do efluente líquido na ETE de Praia Brava .................. 445 Tabela 138 – Resultado das análises do efluente líquido na ETE de Mambucaba ................. 445 xxii Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto SIGLAS AAA Sistema de Água de Alimentação Auxiliar AAD Sistema de Abastecimento de Água Doce ACAA Sistema de Condensado e Água de Alimentação AGR Advanced Gas-cooled Reactors AID Área de Influência Direta AIEA Agência Internacional de Energia Atômica AII Área de Influência Indireta ALARA As Low As Reasonably Achievable (Tão baixo quanto razoavelmente atingível) ANA Agência Nacional de Águas ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica AOI Autorização para Operação Inicial AOP Autorização para Operação Permanente APA Área de Proteção Ambiental APE Área de Propriedade da Eletronuclear APO Sistema de Água Potável APO Autorização Provisória para Operação APS Análise Probabilística de Segurança AR Análise de Risco Convencional ARN Análise de Riscos Nucleares AS Análise de Segurança BWR boiling water reactors CATRI Central de Armazenamento Temporário de Resíduos Industriais CDF Frequência de dano ao núcleo CEDAE Companhia Estadual de Distribuição de Água e Esgoto CERJ Companhia de Eletricidade do Rio de Janeiro CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo CGR Central de Rejeitos Radioativos CIDE Centro de Informações e Dados do estado do Rio de Janeiro CITES Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção CLOs Condição Limite de Operação CML Comando Militar do Leste CNAAA Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto CNEN Comissão Nacional de Energia Nuclear CO Combustion Engineering COMAM Conselho Municipal de Meio Ambiente COMAR Comando Aéreo Regional CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente COPPE/UFRJ Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da UFRJ CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais CPTEC Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos xxiii Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto CSN Companhia Siderúrgica Nacional DEL Sistema de Distribuição Elétrica da Usina DGDEC Departamento Geral de Defesa Civil DHI Danish Hydraulic Institute DIGV Depósito Inicial dos Geradores de Vapor DNAEE Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica DNIT Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral DP Dias Perdidos DRM Departamento de Recursos Minerais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro EA Empregado Afastado EBE Empresa Brasileira de Engenharia EIA Estudo de Impacto Ambiental ENCE Escola Nacional de Ciências Estatísticas EPA Environmental Protection Agency (US) - Agência de Proteção Ambiental (Americana) EPRI Electric Power Research Institute (Instituto de Pesquisa em Energia Elétrica) ESEC Estação Ecológica ETA Estação de Tratamento de Água ETE Estação de Tratamento de Esgoto FAPUR Fundação de Apoio a Pesquisa Científica e Tecnológica da UFRRJ FBR fast-breeder reactors FEAM Fundação Eletronuclear de Assistência Médica FEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro FEEMA Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente, atual INEA FGV Fundação Getúlio Vargas FIOCRUZ Fundação Oswaldo Cruz FUJB Fundação Universitária José Bonifácio FUNAI Fundação Nacional do Índio FUNASA Fundação Nacional de Saúde GCR gas-cooled reactors GDD Sistema dos Geradores Diesel GPS Global Position System (Sistema de Posição Global) HB Herbarium Bradeanum HTGR high-temperature gas-cooled reactors IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IEF/RJ Fundação Instituto Estadual de Florestas do Estado do Rio de Janeiro IF Instituto de Florestas, atual INEA IGEO Instituto de Geociências da UFRJ INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INEA Instituto Estadual do Ambiente xxiv Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto INES International Nuclear Event Scale (Escala Internacional de Eventos Nucleares) INMET Instituto Nacional de Meteorologia INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPH Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias INPO Institute of Nuclear Power Operation IPEN Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas ISA Instituto Socioambiental ITERJ Instituto de Terras do Estado do Rio de Janeiro IUCN International Union for Conservation of Nature and Natural Resources (União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) KWU Kraftwerk Union A. G. LD Letal dose (dose letal) LT Linha de Transmissão LTs Licenças de Trabalho LWGR light-water graphite reactors LWR light-water reactors MOU Manual de Operação da Usina MPS Material Particulado em Suspensão NCEP National Center of Environmental Prediction (Centro Nacional de Predição Ambiental) NRC Nuclear Regulatory Commission (US) - Comissão Regulatória Nuclear (Americana) ONG Organização Não-Governamental PAE Plano de Ação de Emergência PCI Sistema de Proteção Contra Incêndio PEA População Economicamente Ativa PEE Plano de Emergência Externo PETROBRAS Petróleo Brasileiro S.A. pH Potencial Hidrogeniônico PHWR pressurized heavy-water reactors PIB Produto Interno Bruto PMERJ Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro PNRH Plano Nacional de Recursos Hídricos PNSB Parque Nacional Serra da Bocaina PRF Polícia Rodoviária Federal PROCON Programa de Autocontrole PSF Programa de Saúde Familiar PSI Programa de Saúde ao Índio PTP Percentual de Tempo Perdido PWR Pressurized Water Reactor (Reator de Água Pressurizada) PWR pressurized water reactors xxv Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto RAIS Relações Anuais de Informações Sociais RBMA Reserva da Biosfera da Mata Atlântica RDO Registro Diário de Operação REBIO Reserva Biológica RESs Relatório de Evento Significante RGC Sistema de Remoção de Gases do Condensador RIMA Relatório de Impacto Ambiental RIO Relatórios de Incidentes Operacionais SCIENCE Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências Estatísticas SCQV Sistema de Controle Químico e Volumétrico SCT Sistema de Controle da Turbina SE Sub-estação SEV Sistema de Extração de Vapor SiBCS Sistema Brasileiro de Classificação de Solos SINDEC Sistema Nacional de Defesa Civil SIPRON Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro SMDCGTran/PY Secretaria Municipal de Defesa Civil, Guarda e Trânsito de Parati SMR Sistema de Monitoração de Radiação SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação SOTs Solicitação de Trabalho SPOT Sistema de Purificação de Óleo da Turbina SPR Sistema de Proteção do Reator SPU Secretaria do Patrimônio da União SRCR Sistema de Remoção de Calor Residual SREN Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo SSG Sistema de Suprimentos de Gases STA Sistema de Tratamento de água STRR Sistema de Tratamento de Rejeito Radioativo SUS Sistema Único de Saúde SVA Sistema de Vapor Auxiliar SVP Sistema de Vapor Principal SVS Sistema de Vapor de Selagem TAMAR Projeto Tartarugas Marinhas TEBIG Terminal Marítimo da Baía da Ilha Grande TF Taxa de Frequencia TGD Turbogerador e Acessórios TMI-2 Three Mile Island - Unidade 2 (usina nuclear americana) UERJ Universidade do Estado do Rio de Janeiro UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRRJ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Saúde UNIRIO Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNP Unidade Nuclear de Potência UO Unidade Operacional de Angra 1 xxvi Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto WANO World Association of Nuclear Operations (Associação Mundial de Operações Nucleares) ZPE Zona de Planejamento de Emergência ZUFRJ Departamento de Zoologia da UFRJ xxvii Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto IDENTIFICAÇÃO DO EMPREENDEDOR Razão Social: ELETROBRÁS TERMONUCLEAR S.A. - Eletronuclear Registro Legal (CNPJ): 42.540.211/0001-67 Cadastro Técnico (CTF) 54222 Endereço Completo: Sede: Rua da Candelária, nº 65, Centro CEP: 20.091-906 – Rio de Janeiro – RJ CNAAA: Rodovia Rio-Santos (BR-101) km 522 – Itaorna, CEP 23.900-000 Angra dos Reis - RJ Telefone / FAX: (24) 3362-9000 (21) 2588-7000 / 2588-7200 Othon Luiz Pinheiro da Silva – Diretor Presidente CPF: 135.734.037-00 Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar Telefone / FAX: (21) 2588-7018 / 2588-7212 E-mail: [email protected] Pérsio José Gomes Jordani – Diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente CPF: 109.681.057-34 Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar Telefone / FAX: (21) 2588-7019 / 2588-7213 E-mail: [email protected] Representantes Legais: Pedro José Diniz de Figueiredo – Diretor de Operação e Comercialização CPF: 020.040.627-20 Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar Telefone / FAX: (21) 2588-7045 / 7214 E-mail: [email protected] Luiz Soares – Diretor Técnico CPF: 546.971.157-91 Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar Telefone / FAX: (21) 2588-7050 / 7214 E-mail: [email protected] Paulo Sérgio Petis Fernandes – Diretor de Administração e Finanças CPF: 100.379.007-06 Endereço: Rua da Candelária, 65, 10º andar Telefone / FAX: (21) 2588-7040 / 7211 E-mail: [email protected] Contato: Eduardo Grand Court – Superintendente de Licenciamento e Meio Ambiente CPF: 381.311.887-87 Endereço: Rua da Candelária, 65, 9º andar Telefone / FAX: (21) 2588-7503 / 2588-7253 E-mail: [email protected] xxviii Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto IDENTIFICAÇÃO DA CONSULTORIA Razão Social: MRS Estudos Ambientais Ltda. Registro Legal: CNPJ: 94.526.480/0001-72 Cadastro Técnico (CTF) 196.3572 CREA: 82.171 Matriz: Avenida Praia de Belas nº 2.174 Ed. Centro Profissional Praia de Belas, sala 403 Bairro Menino Deus Porto Alegre, RS Endereço Completo: Filial Distrito Federal: SRTVS Qd 701 Bl “O” sala 504 – – Ed. Multiempresarial – Brasília, DF – CEP: 70.340-000 Matriz: (51) 3029-0068 Telefone / FAX: Filial Distrito Federal: (61) 3201-1800 Matriz: [email protected] E-mail: Filial Distrito Federal: [email protected] Sócios: Contato: Luciano César Marca - Geólogo Alexandre Nunes da Rosa – Geólogo Alexandre Nunes da Rosa – Sócio-Diretor CPF: 339.761.041-91 Endereço: SRTVS Qd 701 Bl “O” sala 504 – Ed. Multiempresarial – Brasília, DF – CEP: 70.340-000 Telefone / FAX: (61) 3201-1800 E-mail: [email protected] xxix Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto EQUIPE TÉCNICA Nome Função Registro Profissional CTF/IBAMA Assinatura Coordenador Geral Alexandre Nunes da Rosa Geólogo 66.876/D CREA-RS 225.743 Coordenação Técnica Yone Melo de Figueiredo Fonseca Bióloga 4 08785/90-D CRBio 1.509.550 Equipe Meio Físico Adriano Coutinho de Lima Engo Civil 15.972/D CREA-DF 3.168.196 Catarina Mao Arquiteta 007320-D CREA/RS 294.809 Eunice Porto Câmara Engª Civil 7842/D CREA-AC 309.838 Heider Damas Vieira Engo Ambiental 14.132/D CREA-DF 2.449.176 Juliane Chaves da Silva Enga Ambiental 15.376/D CREA-DF 1783367 Luciano Cezar Marca Geólogo 21158/D CREA-PR 306.766 Michele Mitie Arake Fragoso Enga Civil 78673/D CREA-PR 3236045 Zelaine do Souza Caixeta Química 121005/37 CRQ-12 2.468.328 Equipe Meio Biótico Helena Maia de A. Figueiredo Engª Florestal 15.189/D CREA-DF 2.235.332 Janderson Brito Pereira Biólogo 4 37854/04-D CRBio 469.096 Lízia do Lago Murbach Enga Agrônoma 3729/D CREA-RO 2.223.461 Luciana Arutim Adamo Bióloga 57278/04-D CRBio 1.725.328 Samanta Balsini Peixoto Bióloga 25.680-3/D CRBio-3ª 681.570 xxx Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nome Função Registro Profissional CTF/IBAMA Yone Melo de Figueiredo Fonseca Bióloga 4 08785/90-D CRBio 1.509.550 Assinatura Equipe Meio Socioeconômico Carla Valesca de Moraes Socióloga - 97.418 Erika Marion Robrahn Gonzalez Arqueóloga - 253.918 Luciana Arutim Adamo Bióloga 57278/04-D CRBio 1.725.328 Luciana Gonçalves Leite Cintra Enga Ambiental 12931/D CREA-DF 705.763 Luis Fernando Medeiros Geógrafo 8273/D CREA-MT 2.318.542 Geoprocessamento e SIG Juliane Chaves da Silva Enga Ambiental 15.376/D CREA-DF 1.783.367 Wellington Mesquita de Carvalho Engo Ambiental 15.310/D CREA-DF 2.207.194 Equipe de Apoio Daniela Cappellesso Mangoni Estagiária - 2.665.210 Lilian Moreira Oliveira Estagiária - 2.864.761 xxxi Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 1 INTRODUÇÃO A energia elétrica é um bem fundamental para o crescimento de um País, pois promove o desenvolvimento em várias vertentes, melhorando, dessa maneira, a qualidade de vida da população. O Brasil, por possuir uma economia em desenvolvimento, apresenta taxas de crescimento acelerado no consumo de energia. Por isso não poderia desconsiderar a alternativa do uso da tecnologia nuclear. Os cenários da evolução da demanda e da oferta de energia é uma tarefa que vem desafiando o setor de planejamento das empresas energéticas e dos órgãos governamentais nas últimas décadas no Brasil e no mundo. O consumo de energia elétrica no Brasil tem apresentado taxas de crescimento maiores que as do PIB, o que pode ser associado à modernização dos setores econômicos, ao crescimento populacional e à expansão do setor informal da economia. No mundo, apesar de ser utilizada comercialmente há aproximadamente quatro décadas, a energia nuclear já corresponde 17% de toda eletricidade produzida, ficando atrás apenas das que têm origem hídrica e carvão A Eletrobrás Termonuclear S.A. - Eletronuclear é uma sociedade de economia mista, subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobrás. Criada para explorar atividades nucleares para a geração de energia elétrica em nome da União, a empresa é proprietária da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA, onde se encontram instaladas, e em operação, duas Usinas nucleares: a Unidade 1 (Angra 1) e a Unidade 2 (Angra 2). O Plano de Controle Ambiental da Unidade 1 da CNAAA consolida os estudos ambientais desenvolvidos para fundamentar a solicitação de licenciamento ambiental da Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. O estudo teve como base no Termo de Referência emitido pelo IBAMA para atividades similares ao longo de regiões próximas, promovendo um diagnóstico ambiental das áreas potencialmente impactáveis pela implantação e operação do empreendimento e abordando os potenciais impactos ambientais a serem gerados. Em adição, são definidas as medidas mitigadoras e compensatórias, bem como planos e programas de monitoramento e controle dos impactos. O desenvolvimento dos trabalhos se deu a partir da formação de equipe interdisciplinar, tendo sido aplicadas metodologias específicas para a elaboração de cada item enfocado nos estudos. Em um primeiro momento, foi efetuada busca por dados bibliográficos com vistas a fornecer um conhecimento preliminar da situação regional. Posteriormente, foram coletados dados de campo para embasar as 1 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto conclusões relacionadas aos impactos a serem gerados pelas fases de instalação e operação do empreendimento. 2 2.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO HISTÓRICO 2.1.1 ESCOLHA DA OPÇÃO ENERGÉTICA As atividades no setor de energia nuclear no Brasil tiveram inicio após a Segunda Guerra Mundial, com a realização de pesquisas básicas na área de enriquecimento de urânio. Após a criação, em 1951, do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), começou a ser formulada a política nacional de energia nuclear. Em 1956, a American and Foreign Power Co. (Amforp), que até 1965 controlou diversas concessionárias de energia no Brasil, divulgou sua intenção, não concretizada, de instalar uma Usina nuclear de pequeno porte (10 MW) perto da cidade de Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro. Em outubro de mesmo ano o Governo Federal criou a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a partir de então começou a ser divulgado a idéia de implantar uma Usina nuclear com potência de 150 a 200 MW, às margens do Rio Mambucaba, no município de Parati, também no estado do Rio de Janeiro. Em dezembro de 1959, foi criada a Superintendência do Projeto de Mambucaba e um consórcio de empresas nacionais e estrangeiras foi encarregado de realizar estudos mais profundos, porém o projeto foi abandonado face a conjuntura econômica do país na época. Em agosto de 1962, a lei federal 4.118 delegou à CNEN a competência para projetar, construir e operar Usinas nucleares no Brasil. Outros estudos foram realizados por organizações nacionais e de outros países até que, em 1967, o Governo Federal resolveu dinamizar o programa de energia nuclear por meio de um projeto integrado ao plano de expansão do parque gerador nacional. A CNEN foi transferida para a jurisdição do Ministério de Minas e Energia (MME), ao qual já era subordina da Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobrás), e em junho de 1967 foi constituído um grupo de trabalho integrado por representantes dessas três instituições, bem como do Conselho de Segurança Nacional, para estudar o assunto. Em abril de 1968, como resultado do trabalho do grupo, a CNEN e a Eletrobrás assinaram um convênio no qual foram estabelecidos os fundamentos para a implantação de um programa de geração de energia nuclear no país com finalidades comerciais e integradas ao sistema elétrico existente e definidas a competência e as atribuições de cada uma, ficando a Eletrobrás encarregada de projetar, construir e operar Usinas nucleares no Brasil diretamente ou através de suas subsidiárias. 2 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Com base no Relatório Canambra, resultante de um estudo que envolveu o levantamento dos recursos energéticos da região centro-sul por consultores canadenses, americanos e brasileiros, o grupo de trabalho recomendou um aumento da ordem de 50 MW na energia térmica gerada na região até meados da década de 70 utilizando energia nuclear, com o duplo objetivo de complementar as necessidades regionais de energia elétrica e de criar no país condições para o desenvolvimento de técnicas e a aquisição de experiência no campo da geração elétrica nuclear, para atender futuras necessidades. Entre abril e junho de 1968, a International Atomic Energy Agency (IAEA), atendendo a solicitação do Governo Brasileiro, enviou ao Rio de Janeiro um grupo de especialistas norte-americanos, ingleses, canadenses e suecos que, em conjunto com engenheiros da CNEN e da Eletrobrás, elaborou o documento Energia Nuclear para a Região Centro-Sul do Brasil, conhecido como Relatório Lane (sobrenome do líder do grupo, James A. Lane). Esse documento forneceu as bases para a implantação da primeira Usina nuclear no país e foi importante na definição dos passos seguintes do programa nuclear brasileiro. Para implantar a Usina a Eletrobrás escolheu, em 1969, sua maior subsidiária, FURNAS Centrais Elétricas S.A, responsável pela geração e a transmissão de energia elétrica na região Sudeste e em parte da região Centro-Oeste. Nessa escolha foram considerados os fatos de o sistema elétrico de FURNAS ter dimensões compatíveis com a potência instalada prevista na Usina – cerca de 600 MW – e a bem sucedida experiência da empresa na construção e operação de Usinas hidroelétricas e termelétricas convencionais, além de seu pioneirismo nos sistemas de transmissão elétrica em alta e extra-alta tensões. A energia elétrica produzida por Angra 1 na CNAAA incorporou ao Sistema de Transmissão FURNAS – Sudeste através de duas linhas de 500 kV até a subestação de Cachoeira Paulista e outra até a subestação de Adrianópolis próximo a São Paulo e Rio de Janeiro. Foi considerado também o fato de FURNAS operar na região Sudeste, onde se situava a área escolhida para a implantação da Usina, a enseada da Itaorna, no município de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro. 2.1.2 ESCOLHA DO LOCAL PARA A IMPLANTAÇÃO DA USINA A escolha do local para a implantação da Usina contou com a assessoria técnica das firmas norte-americanas Nuclear Utility Services Corp. (NUS) e Weston Geophysical Research Inc. e do professor George Virsch, do Departamento de Geociência da Universidade de Cornell, dos EUA, e tomou como base o documento Escolha de Locais para Instalação de Reatores de Potência, da CNEN (1969). Desta forma, a escolha do local envolveu uma série de condicionantes, ligadas às características do sistema de geração nuclear, tais como: abundância de água de refrigeração e facilidade de transporte e montagem de equipamentos pesados, sendo 3 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto precedida de inúmeros estudos desenvolvidos com o apoio de empresas de consultoria internacionais, com ampla experiência em seleção de sítios para a construção de Usinas nucleares. A proximidade dos grandes centros de consumo evita a construção de dispendiosos sistemas de linhas de transmissão e a conseqüente elevação do custo da energia produzida. Cabe ressaltar que a escolha inicial para instalação da Usina de Angra 1 obedeceu à Resolução CNEN 09/69 “Normas para Escolha de Locais para Instalação de Reatores de Potência”. Os critérios aplicados para a seleção do local para a implantação de Angra 1 procuraram considerar os requisitos de relevância: 1- Proximidade aos centros de maior consumo de energia elétrica – localização na região Sudeste, onde vive quase a metade da população brasileira e são consumidos perto de 60% da produção de energia elétrica do País, precisamente no eixo Rio-São Paulo e a distâncias razoáveis destas cidades e de Belo Horizonte; 2- Disponibilidade de grande quantidade de água, para atendimento aos sistemas de resfriamento da Usina; 3- Disponibilidade de infra-estrutura local – facilidade de transporte marítimo para os equipamentos de grande porte; 4- Disponibilidade de transporte rodoviário utilizando a rodovia BR-101 ou a via Presidente Dutra – BR-116, em conjunto com a estrada Barra Mansa-Lídice – RJ-155; 5- Facilidade para a instalação de linhas de transmissão; 6- Disponibilidade de recursos hídricos para atendimento da demanda de água doce; 7- Facilidade de aquisição de insumos e outros componentes para os processos da Usina; e 8- Facilidade quanto à obtenção de recursos humanos de nível técnico e universitário e apoio de entidades de pesquisa e formação de pessoal sem, contudo, arcar com o ônus da grande densidade demográfica e industrial apesar de estar por essas regiões metropolitanas. 2.1.3 ESCOLHA DO REATOR, MOTIVO DA ESCOLHA E ATIVIDADES DE ENGENHARIA ENVOLVIDA E LICENCIAMENTO A classificação dos reatores nucleares depende dos materiais utilizados como combustível, para refrigeração do combustível, para refrigeração do combustível e como moderador de nêutrons e são divididos em três grandes linhas conceituais: 4 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto reatores a água leve (light-water reactors – LWR), reatores a água pesada (pressurized heavy-water reactors – PHWR) e os reatores a gás (gas-cooled reactors GCR, advanced gas-cooled reactors – AGR, high-temperature gas-cooled reactors – HTGR). Os reatores a água leve dividem-se em reatores a água pressurizada (pressurized water reactors – PWR), reatores a água fervente (boiling water reactors – BWR) e reatores a água e grafite (light-water graphite reactors – LWGR). Os reatores rápidos atualmente em uso são conhecidos como reatores rápidos regenerados (fastbreeder reactors – FBR). O reator selecionado para Angra 1 foi do tipo a água pressurizada (pressurized water reactor, PWR), desenvolvido nos Estados Unidos, da empresa norte-americana Westinghouse Electric Corp., a que foi selecionada após concorrência internacional da qual participaram outros detentores da tecnologia PWR tais como: Combustion Engineering Co. e a Kraftwerk Union A. G., KWU, bem como as empresas detentoras da tecnologia BWR como:as empresas Asea e KWU e da tecnologia SGHWR como a empresa The Nuclear Power Group Ltd, TNPG. A Westinghouse foi a empresa selecionada porque previu a maior participação à indústria nacional no fornecimento de componentes e a Usina. Desta forma a Usina nuclear de Angra 1 foi construída entre março de 1972 e setembro de 1981, tendo entrado em operação comercial em janeiro de 1985. O motivo da escolha do reator é devido ao fato dos reatores do tipo PWR serem confiáveis. Confiança é proporcionada pelo rigor dos princípios de segurança que são aplicados ao projeto, à operação e à manutenção das Usinas, e à economicidade, proporcionada pela economia de escala decorrente da construção de reatores de grande porte, pela padronização e a conseqüente redução do temo de construção e licenciamento e por sua estrutura relativamente simples se compacta, de baixo custo de instalação, graças à utilização de urânio enriquecido como combustível e às propriedades térmicas e neutrônicas favoráveis da água leve, usada simultaneamente como refrigerador e moderador. A empresa America Westinghouse vencedora da concorrência para o fornecimento do reator (PWR), foi responsável também pelo projeto e fornecimento de equipamentos em regime de “turn-key”. Para as atividades de engenharia de projeto subcontratados, nos Estados Unidos, a Gibbs and Hill Inc. e no Brasil a PROMON Engenharia e para as atividades de montagem associou-se a EBE – Empresa Brasileira de Engenharia. Para construção da obra de engenharia civil de Angra 1, foi contrata a empresa Norberto Odebrecht. Em 1972 foram iniciadas as obras civis, apesar das dificuldades de fornecimento no suprimento de equipamentos e algumas falhas de fabricação, que resultaram nos atrasos no cronograma estabelecido. Houve, no entanto, significativa absorção de know how nas áreas de análise física do reator, de análise de segurança da Usina e de engenharia de equipamentos. 5 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Em março de 1982 o reator se tornou crítico e a Usina começou a fornecer energia ao Sistema Elétrico de FURNAS, no mês de abril. Comercialmente a Usina opera desde janeiro de 1985 e a quantidade gerada de energia, desde de janeiro de 1985 a 30 de março de 1990, foi superior a 9 bilhões de KWH. Todas as atividades desenvolvidas nas fases de projeto, construção e operação das instalações nucleares, no país, são licenciadas e fiscalizadas pela CNEN, órgão licenciador do governo brasileiro no setor nuclear e o licenciamento final ambiental que cabe ao IBAMA. Paralelamente, a Usina de Angra 1, como outras Usinas, é fiscalizada por órgãos internacionais, tais como: Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA, o Institute of Nuclear Power Operation – INPO. Das 438 Usinas nucleares em operação no mundo, em 2009, totalizando uma capacidade instalada de 370.092 MW(e), do total 82% utilizam reatores resfriados e moderado a água leve comum dos tipos PWR e BWR. Na Figura 1, apresenta-se a quantidade de Usinas nucleares em operação por países. 6 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 1 – Quantitativo de Reatores em Operação por países. Fonte: IAEA, Dez-2008. 7 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Na Figura 2 apresenta-se a quantidade e a qualidade dos reatores em operação no mundo, onde os reatores do tipo PWR apresentam um valor de 61%, seguido do tipo BWR de 21%. Figura 2 – Gráfico do Quantitativo de Usinas nucleares em operação em 2008. Fonte: IAEA, 2009. Em termos de capacidade instalada líquida os reatores resfriados e moderados a água leve representam 89% do total em operação em dezembro de 2008, sendo 243.051 MW(e) gerados por Usinas do tipo PWR, conforme pode ser visualizado na Figura 3. Figura 3 – Gráfico da capacidade instalada por tipo de Usina em operação em 2008 Fonte: IAEA, 2009. 8 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Em 2009, das 48 Usinas nucleares em construção, 79% seriam equipadas com reatores PWR e 9%, com reatores PHWR, conforme apresentado na Figura 4. Figura 4 – Quantitativo de Usinas nucleares em construção no mundo Fonte: IAEA, 2009 Na Figura 5, apresenta-se a quantidade de Usinas nucleares em construção por países, desse quantitativo 31,25 será implantado na China. Figura 5 – Gráfico da quantidade de Usina nucleares em construção por países Fonte: IAEA, 2009. 2.1.4 LICENCIAMENTOS 2.1.4.1 Licenciamento Nuclear Em 1968, após a decisão do Governo Federal de construir a primeira Usina Nuclear no Brasil, como potência aproximada de 600 Mwe, na responsabilidade de FURNAS Centrais Elétricas para construir e operar a mesma (Lei Nº 4.118/62), iniciou-se o processo de Licenciamento Nuclear da Usina. 9 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Na época da delegação a FURNAS para construção e operação da primeira Usina nuclear no Brasil (Unidade 1 da CNAAA), em 1968, não existia nenhuma norma da CNEN que regulamentasse o processo de licenciamento nuclear. Assim sendo, CNEN e FURNAS optaram pelo uso de normalização americana, que permeia como primeiro passo o licenciamento do local. Em 1968 após a decisão do governo federal, de construir a primeira Usina nuclear no Brasil, com potência aproximada de 600 MWe, na responsabilidade de FURNAS Centrais Elétricas, a quem coube construir e operar a mesma, Lei Nº 4.118/1992, iniciou-se o processo de licenciamento nuclear da Usina. Em 1969 a CNEN, órgão responsável pelo licenciamento não dispunha ainda de normas aplicáveis ao licenciamento de Usina nucleares. Assim em, comum acordo, optou-se por adotar normas americanas, sendo o primeiro passo para aprovação local de acordo com a Resolução CNEN 9/69 – “Escolha dos Locais para Instalação de Reatores de Potência”. Em 1970, pela carta CNEN Nº 190 de 24/04/1970 foi aprovado o local. Nesse mesmo ano o Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica – DNAEE autorizou a instalação da Usina pela Portaria nº 416 em 13/07/1970. Em 1971 iniciou-se os estudos pré-operacionais dos meios físicos, bióticos e socioeconômicos e o levantamento radiológico ambiental da Área de Influência Direta. Estes estudos que duraram ao menos 10 anos, envolveram os levantamentos meteorológicos (NUS CORPORATION – FURNAS) a geomorfologia (Inst. de Pesquisa Tecnológica – IPT, meio físico marinho (correntes e marés – FEMAR (Inst. de Pesquisa Marinha), Sismologia (Weston Geophisical Corporation). O meio biótico marinho tanto fauna como flora, Biotec; Levantamento de produção e consumo de alimentos na AID de Angra 1 – Biotec (UFRJ), Final Safety Analys Report, construção do laboratório de radiologia – Determinação do grupo crítico e do caminho crítico da cadeia alimentar, Biotec. Desta forma, em 1972, foi publicada a Resolução CNEN 6/72 – “Normas para Licenciamento de Reatores de Potência”, com bases nas normais americanas, país origem do fabricante do reator. Dentro dessas normas, foi submetido à CNEN, RPAS – Relatório Preliminar de Análise de Segurança, visando a autorização para o início da construção. Em 1973, houve alguns aprovações parciais para construção de Angra 1, seguindo a Resolução 6/72, com a finalidade de atender o cronograma de obra, principalmente quanto a construção de fundações e do prédio do reator. Ainda em 1973, a CNEN emitiu a Resolução 06/73 – “Normas Básicas de Proteção Radiológicas” e junto com FURNAS, decidiram que o licenciamento dos operadores da Usina deveria seguir as normas ANSI – M 18.1/1971 e o 10 CFR. Em dezembro de 1973 através da carta CNEN – Dext-C-Nº 48/73 foi aprovada a versão 04 do PEL – Plano de Emergência Local. 10 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Em 1974 foi expedida pela CNEN a Licença Final para construção (Relatório Nº 44/74 e DR Nº 51/74, carta CNEN nº 10/81) com uma série de condicionantes a serem cumpridas antes da operação. Entre essas condicionantes estava o Relatório Final de Análise de Segurança - FSAR, requerido para LO – Licença de Operação da CNEN que deveria ser elaborado conforme US NRC Regulatory Guide 1.70 Revisão 01. Tanto o FSAR como as licenças específicas – AOI – Autorização para Operação Inicial e AOP – Autorização para Operação Permanente, essas condicionantes tem como base a Resolução CNEN 06/1972. Em 1977 foi concluído do FSAR em 1980 através do Decreto Lei nº 1.809, foi instituído do SIPRON (Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro) que dispõe sobre normas e diretrizes aplicáveis à proteção física e ao planejamento de emergência das Usinas nucleares. Em 1980, através do ofício CNEN-DEXI-3/80, de 21/01/80 a CNEN aprovou a localização e o Projeto Básico das Instalações do Depósito Inicial de Rejeitos Radioativos da CNAAA, hoje CGR. Em 1981, pela Resolução CNEN 09/81 e 10/81 Relatório DR 103/81, a CNEN emitiu a APO – Autorização Provisória para Operação, possibilitando o carregamento do núcleo. Nesse ano ainda, foi aprovado também o Plano de Emergência. Entre 1981 e 1984 por problemas operacionais, testes de equipamentos e mudança de projeto, ocorreu um atraso considerável no programa de instalação da Usina. Finalmente em dezembro de 1984 a CNEN autorizou a operação comercial em 100% de potência. Em janeiro de 1985 Angra1 entrou em operação comercial. Em 1987, a CNEN através da sua portaria CNEN – N° 18/87 de 23/12/87 concedeu à AOI – Autorização para operação inicial. Em 1994 após cumprimento das condicionantes da AOI, foi emitida a AOP – Autorização para Operação Permanente através da Portaria CNEN 344/94 de 07/12/94. Em 1997, houve a transferência da licença de operação de FURNAS para a Nuclen concedida pela portaria CNEN 186/47 IC 31/07/97 ( DOU 04/08/97). Em 1997, ofício 10/97 CODRE apresenta o resultado satisfatório as condições encontradas pela CNEN no CGR. Em 1997, houve ainda duas inspeções, uma da CNEN, ofício n° 10/97 CODRE, e outra da Secretaria Federal de Controle do Ministério da Fazenda e a Secretaria de Controle Interno do MME que constataram o alto nível de organização e o estado de conservação dos depósitos do CGR. Em 1998 ocorre a transferência da propriedade de Angra 1 da Nuclen para Eletronuclear – Portaria n° 127/98 (D.O.U 14/12/98). 11 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Em março de 2009 foi protocolado no IBAMA o PCA da Unidade 1 – Angra 1 e as Unidades 1 e 2-A dos Depósitos de baixa e média atividades do Centro de Gerenciamento de Rejeitos Radioativos – CGR. 2.1.4.2 Licenciamento Ambiental Em 1972 iniciou-se a construção de Angra 1 sendo concluída em 1977 tendo sua criticalidade inicial ocorrida em 1982. Em 1981 foi emitida pela FEEMA a Licença de Instalação para Angra 1, a LI 037/81. No mesmo ano foi criada a Política Nacional do Meio Ambiente por meio da Lei 6.938, exigindo o licenciamento ambiental em todo território nacional. Em 1986, o Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA – lança a Resolução Conama 01/86 a qual regulamenta o Licenciamento Ambiental para empreendimentos de grande porte, inclusive nucleares. Em 1988, a Constituição Federal dedica pela primeira vez, um capítulo ao meio ambiente. Em 1989, a Lei Federal 7.804 transfere ao IBAMA a responsabilidade de licenciar empreendimentos nucleares, antes licenciados pela CNEN, Em 1994 a CNEN emite a AOP – Autorização de Operação Permanente de Angra 1. Em 1997, a Resolução Conama 237 complementa a Resolução Conama 01/86 e confirma a competência do IBAMA para licenciar empreendimentos nucleares. Em 1998 ocorre a transferência da propriedade de (Angra 1 – CNAAA) da Nuclen para a Eletronuclear. No mesmo ano, a Lei 9.605 regulamenta os crimes ambientais. Em 1999 o IBAMA emite o parecer técnico ELPN/IBAMA 078/99 sobre Angra 1 e os Depósitos Intermediários, hoje o CGR. Em 1999 e 2000, através das cartas P 248 e P 250, respectivamente, a Eletronuclear solicita ao IBAMA a regularização da Usina de Angra 1 e a elaboração do Termo de Referência. Na ocasião foram enviados ao IBAMA todos os documentos do histórico de Angra 1. Em 2001, pela P 031, a Eletronuclear reitera esta solicitação e sua disposição para realizar o TCAC. No mesmo ano foi criado o TCAC para Usina de Angra 2 e na cláusula de Disposições Gerais, estabeleceu-se a regularização ambiental das Usinas de Angra 1 e 2 e dos Depósitos Intermediários de Rejeitos Radioativos que será realizada no âmbito do Compromisso de Ajustamento de Conduta que será firmado quanto a conclusão do licenciamento. Em 2003, foi emitida pelo IBAMA uma minuta do Termo de Referência (TR) para o PCA de Angra 1 e Unidades 1 e 2-A do CGR. 12 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Em 2004, a Eletronuclear comunica ao IBAMA da necessidade da troca dos geradores de vapor desta Usina devido ao desgaste do mesmo ao longo do tempo, afim de manter a sua integridade física e garantir a sua segurança operacional. Em 2005 foi emitido um outro TR pelo IBAMA que em março de 2006 teve sua redação final revisada pelo MPF, em ata de reunião do dia 06 de março de 2006. Essa revisão, teve o acordo das instituições presentes, tais como: MPF, CNEN, Eletronuclear, IBAMA, IRD/CNEN, FEEMA e PMAR (Prefeitura Municipal de Angra dos Reis) . Em 2005 foi protocolado no IBAMA o PCA do Depósito Inicial dos Geradores de Vapor de Angra 1 – DIGV. Em 2006 foi obtida a Licença de Instalação para o Depósito Inicial dos Geradores de Vapor. Em maio de 2008, foi assinado o contrato de prestação de serviços entre a MRS-Estudos Ambientais e a Eletronuclear para elaboração do PCA de Angra 1 e das Unidades 1 e 2-A do Centro de Gerenciamento de Rejeitos – CGR. Em feveiro de 2009 foi emitida a licença de operação do DIGV e se iniciaram as atividades de troca dos geradores atuais de Angra 1. 2.1.5 INCIDENTES OCORRIDOS APÓS A INSTALAÇÃO DA USINA As informações específicas da Usina foram coletadas a partir de várias fontes, incluindo SOTs (Solicitação de Trabalho), LTs (Licença de Trabalho), RDO (Registro Diário de Operação), RESs (Relatório de Evento Significante), CLOs (Condição Limite de Operação), relatórios de testes e surveillance, entre outros, de modo a identificar e examinar falhas de componentes específicos, bem como dados de teste e manutenção, além de dados relacionados a eventos iniciadores que possam ter levado ao desligamento do reator. Foram analisados os Relatórios de Incidentes Operacionais (RIO) e os Relatórios de Eventos Significantes (RES) dos anos de 1985 até 1998 (mês de maio), buscando-se os eventos envolvendo vazamentos devido à ruptura de tubulações, juntas, flanges, tanques e trocadores de calor. Os resultados obtidos foram classificados como: • Eventos com vazamento: vazamento significativo; • Eventos com acúmulo dágua: acúmulo dágua, porém sem perda de função de segurança; • Eventos com inundação: acúmulo dágua com perda de função de segurança. Os valores obtidos indicam poucos eventos envolvendo vazamentos ao longo dos anos e, principalmente, apenas quatro eventos desde 1985 (início da operação comercial) com acúmulo de água significativo. Destaca-se também que não houve nenhum evento com inundação propriamente dita, ou seja, perda de equipamentos ligados à segurança e considerado em APS’s. Assim, fica patente a eficiência na 13 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto detecção, identificação, isolamento e reparo de vazamentos, evitando-se uma inundação com perda de funções de segurança. Para eventos ocorridos nas Usinas de Angra 1 e 2 o nível 1 escala INES (anomalia além do regime de operação autorizado) foi a mais alta classificação atingida. A Usina de Angra 1 (início de operação comercial em 1985) teve apenas 3 eventos classificados como nível 1, em 1992, 1999, 2001. Dois se referem ao desligamento manual da Usina por indisponilibidade dos tanques de ácido bórico e um vazamento de refrigerante dentro da Contenção durante partida da Usina. As Usinas de Angra 1 e 2 tem reportado em média de 12 a 17 eventos nível 0, ou seja, abaixo da escala – nenhuma importância para a segurança, por ano. Para as Usinas da CNAAA a estatísitica das causas que ocasionaram os eventos tem sido: • 60%: fallha de equipamento; • 35%: falha humana; • 5% de outros (procedimentos, projeto etc). Para fins de comparação é apresentada na Tabela 1 com os eventos ocorridos na Alemanha, país de primeiro mundo, classificados segundo a Escala INES, no período de 1994 a 2003. Tabela 1 – Número de Eventos Reportados em Usinas Nucleares na Alemanha de acordo com as categorias da Escala INES. INES - Categoria Ano Número 0 1 2 1994 161 158 3 0 1995 152 151 1 0 1996 137 131 6 0 1997 117 114 3 0 1998 136 132 3 1 1999 121 120 1 0 2000 94 91 3 0 2001 126 119 5 2 2002 167 154 13 0 2003 137 134 3 0 Fonte: Reporty by the Govemment of the Federal Republic of Germany for the Third Review Meeting of the Nuclear Safety Convent April 2005. Conforme pode ser observado os números de eventos são compatíveis com os reportados em CNAAA, exceto pelo reporte de alguns eventos nível 2, incidente, fato que não ocorreu nas Usinas da CNAAA. 14 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 2.1.5.1 Quantificação das Freqüências de Danos ao Núcleo A obtenção das freqüências de danos ao núcleo (CDF) associadas à inundação foi realizada a partir dos dados das planilhas e das árvores de eventos correspondentes à perda dos equipamentos danificados para cada caso. Verificou-se que somente as zonas 1A, 1C, 3 e 5 apresentam casos para estudo. As freqüências das fontes primárias para cada zona acima foram somadas, pois representam eventos excludentes, ou seja, a ocorrência de um significa a não ocorrência dos outros, e a soma foi utilizada como valor da freqüência do evento de dano ao equipamento (freqüência do Evento Iniciador Inundação Interna). O próximo passo foi identificar a árvore de eventos mais adequada a cada caso e usar a freqüência de dano ao equipamento como a freqüência do Evento Iniciador. Os equipamentos danificados em cada zona foram supostos indisponíveis e sua probabilidade de falha suposta unitária (equipamento falhado). O programa SAPHIRE foi então executado e as freqüências de danos ao núcleo associadas obtidas. Os dados das zonas (identificação, equipamentos danificados e fontes primárias), árvores de eventos utilizadas, freqüências de danos aos equipamentos e os valores finais estão sumarizados na Tabela 2. Tabela 2 – Quantificação das freqüências de dano ao núcleo para inundação interna Fontes Zona de Equipamentos Árvore de Freqüência de dano ao primárias / inundação danificados eventos equipamentos sistemas CC-3A/3B/3C, 1A SW TCC 9,2x10E-6 1,69x10E-7 CC-1A/1B, CCM(elev. -1,40 m) 4B4 (elev. -12,05 m) <1x10E-7 AFW-4, FPBombas SIS, 1C T3 1,0x10E-5 AFW e SW(1,29x10E-13) SRCR e SEC (um AFW 3 trem) CW, CW-36, Bombas FWs e CW-10, CW-2 3 <1x10E-7 TIA 2,3x10E-5 Ar de , FP-TB-2, FP(elev. +2,05m) (5,88x10E-9) Instrumentos TB-10 e FPTB-4 5 <1x10E-7 Bombas CWSW TSW 7,7x10E-7 1A/B (elev. +5,15m) (1,60x10E-8) 2.2 DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO A Usina Nuclear de Angra 1 é constituída pelos edifícios do Reator, Segurança, Combustível, Turbogerador, Auxiliares Norte e Sul e da Administração. No Apêndice I, item 13.1, apresenta-se o Mapa Situação e Localização do empreendimento, e no Apêndice II, item 13.2, o Mapa de Especificações da Área do Sítio contemplando informações tais como: • curvas de nível e caracterização do relevo; • localização dos limites do sítio; 15 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto • localização e orientação das principais estruturas; • limites da área de exclusão; • rodovias, ferrovias, hidrovias e tubulações específicas. O Edifício do Reator, o principal deles, de forma cilíndrica, pelas características especiais de sua construção, pois é em seu interior que ocorre a fissão nuclear, está apoiado diretamente sobre a rocha. Possui 58 m de altura e 36 m de diâmetro. Sua estrutura de concreto tem 75 cm de espessura. Em seu interior há um envoltório de contenção em aço, de 30 mm de espessura. Internamente ao envoltório estão localizados os componentes principais do sistema nuclear, tais como o vaso de pressão do reator dentro do qual está o núcleo do reator, geradores de vapor, e pressurizador e a tubulação que integra esses componentes. No Edifício de Segurança localiza-se a maioria dos componentes dos sistemas destinados a garantir a segurança da Usina, como o de Injeção de Segurança e o de Remoção de Calor Residual. No Edifício do Combustível estão localizadas as áreas de armazenagem dos elementos combustíveis novos e usados, bem como os equipamentos que possibilitam a sua movimentação na operação de recarga do reator nuclear, recebimento do combustível novo e remessa do combustível usado. O Edifício do Turbogerador abriga o grupo Turbogerador e seus acessórios, os condensadores e a maioria dos componentes dos sistemas auxiliares convencionais. A potência elétrica instalada em Angra 1 está concentrada em um único Turbogerador. Os componentes auxiliares do Sistema Nuclear de Geração de Vapor estão nos Edifícios Auxiliares Sul e Norte. Também se localizam neles, os painéis auxiliares de controle, a Sala de Controle de Angra 1, a maioria dos sistemas de ventilação, o ar condicionado e o grupo gerador diesel de emergência. Próximo ao Edifício Auxiliar Sul, localiza-se o Edifício da Administração, onde são realizados serviços de apoio à operação da Usina. Angra 1 possui ainda uma estrutura independente que abriga o circuito de captação e de descarga de água do mar. Esta água é utilizada para refrigeração do condensador de vapor, integrante do Sistema de Água de Circulação. 2.2.1 EMPREENDIMENTOS ASSOCIADOS À ANGRA 1 Associados a Unidade 1 tem-se a Unidade 2 da CNAAA e futuramente a Unidade 3. A associação entre Unidade 1 e 2 permite que a captação de água pela Estação de Tratamento de Água da Unidade 2 também seja feita para abastecer a Unidade 1. Da mesma forma que os efluentes tratados das duas unidades sejam lançados no mesmo canal de drenagem e posteriormente lançados no Saco Piraquara de Fora. 16 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Na Figura 6, apresentam-se os empreendimentos associados à Unidade 1 da CNAAA. Na Figura 7, apresentam-se as especificações do empreendimento. 17 44°28'20"W 44°27'30"W 44°26'40"W 555500 ! 44°25'50"W 557000 558500 ! 554000 ! 44°29'10"W 552500 ! ! 44°30'0"W ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! 7457000 ! ! ! ! ! ! !! !! ! ! !! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! 22°59'10"S ! ! ! ! 7457000 ! ! ! 22°59'10"S ! ! !! ! ! MORRO DO FRADE Saco Piraquara de Dentro ! Ilha do Pingo D'água Pra ia B ra v a 7455500 BR-101 u a Angra 1 t BR-101 Angra 3 Saco Piraquara de Fora 23°0'0"S t u 7455500 23°0'0"S Angra 2 Ponta Grande Centro de Gerenciamento de Rejeitos - CGR sP ed ra s de a P F do Ve lh o Ponta Grossa Legenda a Reator Nuclear de Angra 1 7454000 ia d Pr .d a Limite Eletronuclear Limite Angra 1 e 2 a Limite Angra 3 Depósitos do CGR Ilha Tucum ! ! 7454000 23°0'50"S CONDOMÍNIO BARLAVENTO e lh rm e .V Pr ia a Pr a i t u BR-101 Pra ou Grossa ta amede on do M a or Ponta Fina Linha de Transmissão de Energia Aqueduto Rodovia Pavimentada Hidrografia O 7452500 0,3 a 552500 44°29'10"W n 554000 44°28'20"W o A t l â n n t o i c o A t l â n t i Plano de Controle Ambiental - PCA para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto c Título Figura 7 - Especificações do Empreendimento Empreendedor Eletrobrás Termonuclear S.A - Eletronuclear Responsável Técnico Data: Março/2009 Fonte: IBGE - Carta Internacional ao Milionésimo, 2003 MRS Estudos Ambientais Eletronuclear (IKONOS, 2007) 555500 44°27'30"W 557000 44°26'40"W 558500 44°25'50"W 7452500 c e 0,6 km Escala numérica em impressão A3 Escala: 1:20.000 Projeção Universal Transversa de Mercator Datum: SAD69 / Zona 23 K 44°30'0"W a c 0,15 O 0 5 Identificação do Projeto Ilha Comprida do Boqueirão o e 23°0'50"S Pr a Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 2.2.2 CRONOGRAMA DAS FASES DE CONSTRUÇÃO, COMISSIONAMENTO, OPERAÇÃO E DESCOMISSIONAMENTO. De forma resumida, as fases de construção, comissionamento, operação e descomissionamento da Unidade 1 da CNAAA seguem a cronologia apresentada por meio da Figura 8 e são detalhadas nos itens seguintes. Figura 8 – Ordem cronológica das fases de construção, comissionamento, operação e descomissionamento 2.2.2.1 Fase de Construção Por ser a primeira Usina nuclear, a fase de construção da Unidade 1 da CNAAA, inicia-se logo após que o Brasil ingressa no campo da produção da energia nucleoelétrica em 1968. Em 22 de dezembro de 1972, FURNAS Centrais Elétricas S.A. requereu a Comissão Nacional de Energia Nuclear, a licença para a construção da Unidade 1 da CNAAA. Esse requerimento foi acompanhado do Relatório Preliminar de Análise de Segurança exigido pela Resolução CNEN-06/1972. A construção de Angra 1 foi iniciada em 1972. Após um ano e meio depois a CNEN emitiu os Relatórios DR-44 e DR-51 dando parecer favorável a construção da Unidade 1 e em 2 de maio de 1974 concedeu a Licença de Construção. O carregamento inicial de combustível no seu núcleo foi realizado em setembro em 1981 e a primeira criticalidade do reator foi atingida em março de 1982, seguindo-se o primeiro sincronismo ao sistema elétrico e o início dos testes de comissionamento em abril de 1982. Na Figura 9 a Figura 11, apresentam-se as fotografias tiradas antes do início das obras no ano de 1971 e do início da construção da Unidade 1 da CNAAA em 1972, respectivamente. 20 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 9 – Vista da Praia de Itaorna em 1971 Fonte: Arquivo Fotográfico Eletronuclear, 2008. Figura 10 - Vista da construção da Unidade 1 da CNAAA em 1972 Fonte: Arquivo Fotográfico Eletronuclear, 2008. 21 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 11 – Vista da área de Construção dos Edifícios da Unidade 1 da CNAAA e da BR-101 em 1982 Fonte: Arquivo Fotográfico Eletronuclear, 2008. 2.2.2.2 Fase de Comissionamento O comissionamento da Unidade 1 da CNAAA constitui a etapa final do controle da qualidade e objetivou assegurar o bom desempenho e a segurança operacional das instalações. Essa etapa serviu para verificar a conformidade de funcionamento isolado e integrado dos componentes e sistemas da Usina com os requisitos de projeto e os critérios e as margens de segurança estabelecidos nos regulamentos e normas aplicáveis. O comissionamento de Angra 1 foi conduzido por FURNAS e Westinghouse e contou com a participação da Empresa Brasileira de Engenharia desde o estabelecimento dos canteiros de obra, conforme descrito na Tabela 3. Tabela 3 – Teste de revisão de responsabilidade do comissionamento de Angra 1 Elaboração dos Pre-Operacional – Teste Atividades Aceitação dos Testes Testes Funcional e Integrado 1- Preparação do esboço do procedimento de teste Westinghouse construções Grupo inicial de junção Grupo inicial de junção 2- Comentários e revisão dos procedimentos de testes. FURNAS Centrais Elétricas Coordenador da Planta de Angra 1 Grupo inicial de junção Superintendente da planta de FURNAS Grupo inicial de junção Superintendente da planta de FURNAS Comitê de Aceitação de FURNAS 3- Testes de Aprovação do Produto Gerente local da Westinghouse Coordenador da Planta de Angra 1 Coordenador da Planta de Angra 1 4- Testes da execução e da supervisão de Westinghouse construções Grupo inicial de junção Grupo inicial de junção Superintendente da 22 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Atividades desempenho Elaboração dos Testes FURNAS Centrais Elétricas 5- Testes da Revisão de Desempenho Westinghouse construções FURNAS Construções 6- Análise e comentários da revisão dos resultados de análise Westinghouse construções FURNAS Centrais Elétricas 7- Aprovação dos resultados de análise Pre-Operacional – Teste Funcional e Integrado Aceitação dos Testes Planta Grupo inicial de junção Grupo inicial de junção Superintendente da Planta Grupo inicial de junção Superintendente da Planta Grupo inicial de junção Superintendente da Planta Comitê de Aceitação de FURNAS Coordenador da Coordenador da Planta de Planta de Angra 1 Angra Fonte: FSAR, 2007. Coordenador da Planta de Angra 2.2.2.3 Fase de Operação Após cumpridas todas as exigências da CNEN, Angra 1 iniciou sua operação comercial em 01.01.1985. As unidades 1 e 2 da CNAAA em funcionamento são apresentadas na Figura 12 e na Figura 13. Figura 12 – Vista das Unidades 1 e 2 da CNAAA Fonte: Eletronuclear, 2008. 23 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 13 – Vista Aérea de Angra 1 e Angra 2 Fonte: Eletronuclear, 2008. 2.2.2.4 Fase de Descomissionamento Os primeiros trabalhos desenvolvidos com vistas ao tratamento da questão iniciam-se desde os preparativos para a entrada em operação de Angra 1, oportunidade em que se obteve do órgão regulador do setor de energia elétrica autorização para arrecadar, pela via tarifária, uma quota mensal de recursos destinados à formação de um fundo para suportar o descomissionamento da Usina, depois de encerrada sua operação comercial. Conforme descrito no FSAR-2007, a vida útil da Usina de Angra 1 é estimada em 40 anos. Após este período, ela deverá ser desativada, caso não seja considerada a extensão da sua vida útil em função do resultado das análises do fluxo neutrônico do reator e dos testes mecânicos e metalográficos realizados periodicamente em amostras do material do vaso de pressão. Para tanto, deve-se proceder ao seu descomissionamento em conformidade com os requisitos de segurança e saúde dos trabalhadores, dos indivíduos do público e do meio ambiente. Além disso, o descomissionamento de Angra 1 levará em consideração a existência de duas Usinas Nucleares no mesmo sítio. 24 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Desta forma, o descomissionamento da Unidade 1 da CNAAA será decidido quando o limite de sua vida econômica for atingido ou quando, por problema de qualquer ordem, for determinado pelo órgão licenciador. O limite econômico pode ser alcançado devido a vários fatores, tais como: baixa disponibilidade, baixa confiabilidade, alto custo de operação e manutenção, obsoletismo, quebra de componentes, degradação por envelhecimento, acidente, e outros. Sem considerar o caso de descomissionamento provocado por acidentes, quando condições especiais podem advir, existem vários métodos para efetuar o descomissionamento. A escolha vai depender principalmente dos custos envolvidos, do local e dos recursos técnicos disponíveis, bem como das alternativas quanto a disposição e gerenciamento de rejeitos radioativos. A CNEN, no item 8.10 de sua Norma NE-1.04 - "Licenciamento de Instalações Nucleares", estabelece que para o encerramento das atividades de operação de uma Usina nucleoelétrica, a organização operadora deverá iniciar um procedimento formal de Cancelamento da Autorização de Operação Permanente. De acordo com essa Norma, a organização operadora deverá encaminhar à CNEN um requerimento demonstrando que a desmontagem da instalação e a disposição de suas partes será realizada de forma segura, de acordo com as normas específicas a serem estabelecidas pela CNEN e que não acarretarão prejuízos à saúde e à segurança da população do entorno, do trabalhador e do meio ambiente. Quanto ao método escolhido para realizar o descomissionamento, não há uma tendência mundial firmada a respeito, no atual momento, já que cada país tem suas particularidades próprias. Os principais métodos atualmente considerados são: a) b) c) d) e) f) Confinamento provisório; Desmantelamento parcial; Desmantelamento total; Confinamento provisório seguido de desmantelamento parcial; Confinamento provisório seguido de desmantelamento total; Conversão de uma Usina nuclear em um depósito para armazenamento de rejeitos radioativos. Dependendo das particularidades associadas à própria Usina, várias soluções distintas das apresentadas poderão vir a ser utilizadas. Contudo, a que vier a ser adotada provavelmente será uma combinação das alternativas citadas. Com exceção das alternativas “c” e “e”, as demais soluções são provisórias. Espera-se, contudo, que com o decorrer do tempo todas as alternativas levem ao desmantelamento total da Usina, variando somente a tecnologia aplicável a esse processo de desmantelamento, conforme ilustrado na Figura 14. 25 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 14 – Combinações possíveis das alternativas de Descomissionamento 2.2.3 RECURSOS NATURAIS UTILIZADOS A análise das fotografias da época mostra a construção da Unidade 1 da CNAAA, bem como a fase da implantação (terraplanagem – corte aterro) da rodovia BR-101. Os recursos naturais empregados para construção de Angra 1 foram os minerais e os hídricos. Os recursos minerais utilizados para a construção do aterro industrial de pequena altura (cota + 5,00 m) sobre a praia existente originavam-se do aproveitamento do material sedimentar proveniente de grande escavação para a construção da Unidade 1 e de áreas de empréstimos próximos a Itaorna e para expansão da área da Praia de Itaorna, conforme pode ser visualizado da Figura 15 a Figura 17. 26 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 15 – Vista da escavação para assentamento do prédio Reator de Angra1. Fonte: Arquivo Fotográfico Eletronuclear, 1972 Figura 16 – Vista superior da escavação da Unidade 1 da CNAAA e do aterro do sítio de Itaorna Fonte: Arquivo Fotográfico Eletronuclear, 1978. 27 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A principal área de empréstimo de material pétreo para construção de Angra 1, foi a pedreira localizada próximo a Ponta Fina. Os materiais provenientes desta pedreira foram utilizados principalmente para produção de brita e para utilização no enrocamento de proteção da linha de praia. Figura 17 – Vista da pedreira utilizada como material de construção da Unidade 1 da CNAAA Fonte: Arquivo Fotográfico Eletronuclear, 2008. Não há registros da quantidade de recursos naturais empregados na construção da Unidade 1 da CNAAA. 2.2.3.1 Área de Empréstimo As áreas de empréstimo de material foram exploradas próximo a planta de Angra 1, principalmente para o fornecimento de areia e cascalho para construção do aterro e emprego na construção civil, aplicados nas alvenarias dos edifícios. Os recursos hídricos por sua vez foram empregados na umidificação do aterro, facilitando sua compactação e também no consumo dos operários. Tais recursos foram captados dos mananciais próximos ao empreendimento por caminhões pipa. Os locais escolhidos como áreas de empréstimo para a construção de Angra 1 eram constituídos de material rochoso. Não há registros da quantidade de recursos naturais empregados na construção de Angra 1, mas foram todos utilizados em áreas com pouco vegetação. 28 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 2.2.3.2 Aplicação do Plano de Recuperação da Área Degradada Devido ao fato de Angra 1 ter sido construída antes da exigência de elaboração de Plano de Recuperação de Área Degradada por órgãos ambientais, não foi elaborado tal documento específico para as áreas degradadas, mas por exigência da CNEN as medidas de recuperação e restauração foram aplicadas nas áreas exploradas como garantia e segurança do empreendimento. Tais medidas importaram na reconformação do solo, no retaludamento, na implantação do sistema de drenagem por meio de curva de nível e na revegetação da área, e suas implantações foram requeridas e supervisionadas pela CNEN. 2.2.3.3 Identificação das Áreas de Bota-fora Não houve a necessidade de áreas para bota-fora, uma vez que ocorreu o perfeito dimensionamento da movimentação de terraplanagem na obra, o que constitui um elemento importante na minimização do impacto ambiental da obra e na redução de seu custo, na medida em que a mobilização e transporte do material implicam gastos em equipamentos e máquinas, mão de obra e combustível, alcançando um alto ganho de produtividade. 2.2.4 QUANTIFICAÇÃO DE ÁGUA UTILIZADA PELA USINA 2.2.4.1 Sistema de Dissipação de Calor ou Sistema de Água de Circulação O Sistema de Dissipação de Calor ou Sistema de Água de Circulação utiliza água do mar para a condensação do vapor de exaustão das turbinas de baixa pressão, captada na enseada de Itaorna. Ao atravessar os condensadores, a elevação de temperatura da água de resfriamento é de 8°C com a Usina operando com sua potência total. As temperaturas, mínima e máxima, são de 17°C e 30 °C na captação e de 22°C e 38°C na descarga, em Piraquara com vazão de 40 m3/s. O fluxograma esquemático do Sistema de Dissipação de Calor é apresentado na Figura 18. 29 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 18 – Fluxograma esquemático do Sistema de Dissipação de Calor Fonte: Eletronuclear, 2008. Após circular pelos trocadores de calor para condensar o vapor exalado pelas turbinas, a uma vazão de cerca de 40 m3/s, a água de resfriamento de Angra 1 se junta à água de resfriamento efluente de Angra 2 e, através de um túnel escavado na rocha. A água do Sistema de Água de Circulação é lançada no Saco Piraquara de Fora, distante da tomada dágua o suficiente para evitar sua recirculação. Na Figura 19, apresenta-se o diagrama do fluxo de tomada dágua e descarga da Unidade 1 da CNAAA. 30 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 19 – Diagrama do fluxo de tomada e descarga de água da Unidade 1 da CNAAA Fonte: Eletronuclear, 2008. 2.2.4.2 Sistema Sanitário O sistema de tratamento de efluentes sanitários de Angra 1 opera por oxidação biológica aeróbica e apresenta uma vazão de variável entre 173,4 a 456,9 m3/dia, conforme apresentado na Tabela 4, assim como a descrição dos principais parâmetros físico-químicos. Tabela 4 – Efluentes do Sistema de Tratamento de Efluentes Sanitários – Angra 1 material Temp Parâmetros sedimentável pH RNFT (ºC) Anos (mg/l) * limite mín: 5 5-9 máx: 9 40 40 180 ANO mín med máx méd máx med 2006 3,20 6,37 7,80 28,38 35,00 2007 3,10 6,20 8,20 29,00 36,90 2008 3,00 6,40 8,30 180 * DBO5 (mg/l) * 1,0 1,0 180 máx med máx med 33,06 168,00 1,09 1,00 70,10 41,20 135,00 0,80 5,00 85,69 27,20 34,10 85,00 27,30 0,50 2,50 63,00 NA: não analisado * dependente da carga orgânica total lançada Fonte: Relatório de acompanhamento de efluentes da CNAAA (Programa de Autocontrole- PROCON) Nota: O fósforo total, acima do limite da NT-202.R10, passou a ser controlado mais rigorosamente pela Eletronuclear a partir de 1996/1997. 31 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Por meio da referida tabela, verifica-se que os valores máximos, médios e mínimos do pH detectado no período estão dentro dos limites de 5 a 9 e a temperatura não apresenta variação. As concentrações médias de óleo lançadas no período estão abaixo do limite de 30 mg/l, atendendo ao estabelecido pela NT-202-R.10 para óleos vegetais e gorduras animais. A análise da carga orgânica baseia-se na diretriz da FEEMA DZ-205.R-5, de 1991, que controle de carga orgânica em efluentes líquidos de origem industrial. A DBO5 medida em Angra 1 é inferior ao valor limite estabelecido por esta diretriz, a saber: as atividades poluidoras industriais com carga de DBO igual ou superior a 100 kg/dia deverão atingir remoção de DBO de no mínimo 90%. Para as atividades será exigida a remoção de sólidos grosseiros, sedimentáveis, materiais flutuantes e DBO, correspondendo ao nível básico de tecnologia de controle de carga orgânica biodegradável, ou seja, um mínimo de 70% de remoção de DBO, ausência de sólidos grosseiros e materiais flutuantes, e sólidos sedimentáveis inferiores a 0,5 mg/l. A carga orgânica diária de Angra 1 foi obtida pela multiplicação da concentração de DBO5 pela vazão dos efluentes. Assim o valor médio do período 2006-2008 obtido para o ano de 2008 onde se verificou concentração média de DBO5 é de 1,065 kg/dia. Carga = Vazão x DBO5 Carga = 1.064.778 mg/l DBO5/dia. Carga = 1,065 kg DBO5/dia. Onde: DBO5 média: 72,93 mg/l Vazão Média: 14.600 l/dia Na Figura 20, apresenta-se o fluxograma esquemático do Sistema de Efluentes de Angra 1. 32 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 20 – Fluxograma esquemático do lançamento de efluentes líquidos da Unidade 1 da CNAAA no Canal 5. Os efluentes sanitários de Angra 1 são lançados no canal de drenagem, Canal 5, e posteriormente em Itaorna. Melhor descrição do Sistema Sanitário de Angra 1 encontra-se no Item 2.2.7. 2.2.4.2.1 Efluentes Sanitários das Vilas Residenciais A caracterização do Sistema de Esgotamento Sanitário das Vilas Residenciais de Praia Brava e Mambucaba, incluindo dados referentes tanto às estações de tratamento, quanto aos efluentes sanitários gerados e tratados, está detalhada no item 9. 2.2.5 INVENTÁRIOS DOS EFLUENTES GASOSOS, LÍQUIDOS E DOS RESÍDUOS SÓLIDOS CONVENCIONAIS 2.2.5.1 Emissões Atmosféricas As emissões atmosféricas de rejeitos gasosos convencionais de Angra 1 se restringem praticamente àquelas provenientes da combustão do óleo Diesel utilizado na Caldeira Auxiliar, bem como dos motores dos grupos geradores Diesel do Sistema de Emergência 1 e 2, também responsáveis pelo acionamento alternativo das bombas do sistema de água de alimentação de emergência. 33 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Cabe ressaltar que a Caldeira Auxiliar, assim como os motores Diesel citados, não são operados continuamente. A Caldeira Auxiliar é praticamente operada quando a Usina nuclear está fora de operação normal, enquanto os motores Diesel são por ocasião da realização de testes rotineiros, ou durante situações em que tenham que ser operados para cumprir funções de emergência. Além das emissões associadas à combustão de óleo Diesel mencionadas no parágrafo anterior, outro rejeito gasoso deve ser citado, o gás hidrogênio que se forma como sub-produto no processo de produção de hipoclorito de sódio (utilizado no tratamento da água do mar usada no resfriamento do vapor de exaustão das turbinas de baixa-pressão) a partir da eletrólise da água do mar. O hidrogênio gasoso gerado nesse processo é, no entanto, lançado na atmosfera sem nenhum tratamento, por ser desnecessário. Em Angra 1, as emissões atmosféricas são provenientes dos exaustores de caldeira auxiliar e dos grupos diesel-geradores de emergência. Os gases de exaustão e os eventuais vazamentos são insignificantes, não sendo por isso considerado. O consumo nominal de óleo diesel é de 78,78 kg/h na caldeira auxiliar e de 5,11 kg/h nos grupos diesel-geradores (dois grupos com potencia de 5.400 kW cada e dois de 2.850 kW cada). As emissões atmosféricas estão abaixo dos valores máximos fixados pela Resolução Nº 8/90 do Conama, no que diz respeito a dióxido de enxofre. Ressalte-se que essa Resolução restringe-se apenas às emissões resultantes da combustão de óleo combustível (não incluindo aí, especificamente, o óleo Diesel) e de carvão mineral. A Tabela 5 apresenta as emissões atmosféricas de rejeitos gasosos convencionais de Angra 1. Origem Tabela 5 – Emissões atmosférica convencional da Usina de Angra 1 Quantidade/gás Freqüência Altura de liberação 1,50 kg/h SO2 0,24kg/h SO3 Caldeira auxiliar 0,76 Kg/h NO 0,13 kg/h NO2 Intermitente (partículas paradas e emergências) 15 metros Quando em suprimentos de emergência e 1h/mês/gerador para teste 15 a 22 metros 1,38 kg/h CO 251,13 kg/h CO2 0,097 kg/h SO2 6,4 X 10-3 kg/h SO3 Grupos dieselgeradores de emergência 4,93 X 10 -2 kg/h NO 8,4 X 10 -3 kg/h NO2 0,089 kg/h CO 16,24 kg/h CO2 Fonte: Eletronuclear, 2005 34 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 2.2.5.2 Efluentes Líquidos A Usina de Angra 1 requer grandes quantidades de água para o funcionamento de seus sistemas, há sistemas que utilizam água desmineralizada (circuitos fechados) e que utilizam água do mar (circuito aberto) para fins de resfriamento, assim como água pré-tratada e desmineralizada em outros sistemas, como insumos de processo. Essas águas, para que possam ser utilizadas, sofrem processos de tratamento e/ou de condicionamento químico, em função de suas origens e finalidades. Esses processos são praticados com auxílio de produtos químicos, gerando rejeitos convencionais na forma de efluentes líquidos. Os efluentes líquidos gerados são não somente derivados desses processos de tratamento, mas também dos usos que são feitos dessas águas como insumo de processos. O processo de desmineralização de aproximadamente 500 m3/dia da água consumida nas Usinas de Angra 1 e 2 em seus circuitos primários e secundários ocorre em Angra 2, no Sistema GC, sem a geração de efluentes de regeneração. Os efluentes líquidos convencionais gerados na área da CNAAA provêm de: • sistema de resfriamento dos condensadores principais; • tanques de neutralização; • poços e drenos dos edifícios da turbina; • tanque de separação de água e óleo dos transformadores principais, auxiliares e de reserva; • sistema de tratamento sanitário. Os efluentes provenientes do sistema de resfriamento dos condensadores principais tem o Saco Piraquara de Fora como destino final e os provenientes das demais unidades são descarregados nos canais de drenagem, que desembocam em Itaorna, conforme apresentado na Figura 21. 35 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 21 – Fluxograma Esquemático do lançamento dos Efluentes Líquidos Convencionais de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2009. Os efluentes líquidos são tratados e liberados para o meio ambiente de acordo com os limites estabelecidos pelas normas ambientais. Quando determinado parâmetro encontra-se acima dos padrões estabelecidos, é anotada a justificativa técnica, seguida de ações corretivas para o retorno aos limites legislados. Na Tabela 6 são apresentados os valores das médias anuais dos parâmetros medidos nos efluentes líquidos provenientes de Angra 1. Tais valores foram obtidos por meio dos relatórios de acompanhamento de efluentes integrantes do Programa de Autocontrole PROCON FEEMA – de Angra 1. Os valores descritos na Tabela 6 calculados através das médias aritméticas dos valores mensais medidos ao longo dos anos 2006, 2007 e 2008. Os dados diários dos Relatórios de Acompanhamento de Efluentes, referentes ao meses de janeiro a dezembro dos anos de 2006 a 2008 são apresentados no Volume 3 - Anexo, com seus respectivos valores médios mensais. Foram tomados como base, os dados mais atualizados para descrição dos valores médios mensais. Tabela 6 – Parâmetros monitorados nos efluentes convencionais de Angra 1 Origem Parâmetro Limite Legal (*1) Valor 2006 2007 Tanques de neutralização 2008 Temperatura (ºC) < 40 Médio 25,44 25,27 25,38 N2H4 (mg/L) Máximo 5 Médio 0,09 0,10 0,23 N-NH4 (mg/L) Máximo 5 Médio 3,39 3,24 3,29 Médio 7,46 7,28 7,34 < 40 Médio 28,27 27,02 25,99 Máximo 5 Médio 0,12 0,31 0,12 Poço de dreno do Temperatura (ºC) edifício da N2H4 (mg/L) 36 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Origem turbina, lado leste Poço de dreno do edifício da turbina, lado oeste Geradores de Vapor Parâmetro Limite Legal (*1) Valor 2006 2007 2008 N-NH4 (mg/L) Máximo 5 Médio 0,90 1,45 0,63 Médio 7,10 6,85 7,15 Óleos e graxas (mg/L) Máximo 20 Médio Presente <20 < 10 Temperatura (ºC) < 40 Média 33,93 31,27 30,97 N2H4 (mg/L) Máximo 5 Médio 0,16 0,25 0,35 N-NH4 (mg/L) Máximo 5 Médio 2,01 2,06 1,63 Médio 7,28 7,44 7,60 Óleos e graxas (mg/L) Máximo 20 Médio < 10 < 10 < 10 Temperatura (ºC) < 40 Médio 34,82 31,24 31,55 Médio 6,22 6,61 6,49 N2H4 (mg/L) Máximo 5 Médio 0,16 15,50 <0,01 Médio 0,91 21,66 <0,01 Médio 6,08 6,05 5,77 N-NH4 (mg/L) Máximo 5 Temperatura (ºC) < 40 Médio 30,96 30,80 30,64 Cr Total Máximo 0,5 Médio <0,08 <0,08 <0,08 Boro Máximo 5 Médio 5,36 6,35 7,07 Médio 8,2 8,2 8,2 Temperatura (ºC) < 40 Médio 25,50 25,90 25,10 Cr Total Máximo 0,5 Médio <0,08 <0,08 <0,08 Boro Máximo 5 Médio <0,02 <0,02 <0,02 Médio 6,37 6,18 6,36 Temperatura (ºC) < 40 Médio 28,38 28,99 27,19 Mat Sed Máximo 1,0 Médio 1,09 0,76 0,46 RNFT Máximo 100 Médio 33,06 41,24 27,28 DBO(a) - Médio 253,79 290,23 306,62 Máximo 100 Médio Fonte: Eletronuclear, 2008. 70,87 78,26 65,55 DBO(b) Como os canais de drenagem de águas pluvias de Angra 1 desembocam em Itaorna e a água de resfriamento dos condensadores é lançada no Saco Piraquara de Fora, o monitoramento da qualidade da água nos locais de lançamento é realizado em cinco pontos, caracterizados na Tabela 7, compreendendo análises físico-químicas e bacteriológicas. Tabela 7 – Descrição dos pontos monitorados quanto ao lançamento de efluentes líquidos Ponto de Local de coleta Localização Análise amostragem Itaorna Saco Piraquara de Fora AM 5 Cais, próximo à Unidade 2 Bacteriológica AM 6 Cais de descarga de equipamentos Fisico-química AM 7 A 50 metros do local de descarga Fisico-química AM 8 A 750 metros do local de descarga Fisico-química AM 9 Praia do Velho – Marina Piraquara Bacteriologica 37 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Na Figura 22, apresenta-se a localização dos pontos de monitoração da qualidade da água do mar. As estações de efluentes são monitoradas quanto à qualidade do efluente tratado mediante medições diárias de vazão e pH, na saída dos sistemas de tratamento e, a realização de análises de laboratório com amostras coletadas no mesmo local para avaliação de resíduos sedimentáveis e sólidos em suspensão, com freqüência semanal, e DBO5,20, com freqüência quinzenal. Os procedimentos adotados atendem as normas descritas naTabela 8. Tabela 8 – Legislação Ambiental adotadas no monitoramento da qualidade da água Norma Função NT-202, R-10* Critérios e padrões para lançamento de efluentes líquidos DZ-942, R-7* Diretrizes de implantação do Programa de Autocontrole de Efluentes líquidos DZ-215, R-1* Diretrizes de controle de carga orgânica biodegradável em efluentes líquidos de origem não industrial Resolução Conama 357/2005 Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências * Norma e diretrizes determinadas pela FEEMA. Os resultados comparativos do monitoramento de efluentes entre Angra 1 e 2, realizado em 2008, são apresentados na Tabela 9. Esses resultados foram obtidos por meio da média anual dos lançamentos realizados pelas duas Usinas em Itaorna, ressalta-se que os efluentes lançados diretamente no Saco Piraquara de Fora não foram considerados. Tabela 9 – Comparativo das características dos efluentes lançados nos canais de drenagem de Angra 1 e 2 no ano de 2008 Usina Parâmetro Unidade Limite Média Mínimo Máximo Angra 1 Angra 2 Vazão m3/h - 116,72 pH - 5a9 7,34 5 9 40 25 22 30 20 <10 <10 <10 590,28 357,50 1.270,00 Temperatura 81 120 OGme mg/L Vazão 3 m /h pH - 5a9 7,5 5 9 Temperatura C < 40 26,11 17,70 29 OGme mg/L 20 2,50 2,50 2,50 Fonte: PROCOM-FEEMA, 2008. 38 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 22 – Pontos de monitoração da qualidade da água do mar das áreas dos lançamentos de efluentes 39 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Os canais de drenagem da CNAAA desembocam em Itaorna e a água de resfriamento dos condensadores ou água de circulação das Usinas é lançada no Saco Piraquara de Fora. Desta forma, a CNAAA monitora a qualidade da água nos locais de lançamento de efluente em cinco pontos os quais estão descritos na Tabela 7. Os parâmetros monitorados encontram-se relacionados na Tabela 10. Tabela 10 – Parâmetros monitorados nos pontos de lançamento de efluentes Freqüência de Número de Parâmetro Unidade Valor permitido Local amostragem amostras Materiais flutuantes - Virtualmente ausente Mensal 3 AM 6/7/8 Óleos e graxas mg/L Virtualmente ausente Mensal 3 AM 6/7/8 OD mg/L > 6,0 Mensal 3 AM 6/7/8 Alumínio mg/L < 1,5 Quinzenal 3 AM 6/7/8 Nitrogênio Amoniacal total mg/L N < 0,4 Quinzenal 3 AM 6/7/8 Boro mg/L < 5,0 Mensal 3 AM 6/7/8 Cromo total mg/L < 0,05 Mensal 3 AM 6/7/8 Zinco total mg/L < 0,09 Quinzenal 3 AM 6/7/8 Hidrazina mg/L < 0,1 Mensal 3 AM 6/7/8 Nitrito mg/L < 1,0 Mensal 3 AM 6/7/8 mg/L 7,9 a 8,3 Quinzenal 9 AM 1/2/3/4/5/6/7/8/9 mg/L 6,5 a 8,3 Quinzenal 3 AM 5/9 VMP/100 800 Mensal 3 AM 1/2/3/4/5/9 pH Escherichia Coli Cloro residual mg/L < 0,01 MensalSemanal 3 AM 5/9 Fonte: Eletronuclear (Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas - PA - MA 09 e 2 PA - MA 09), 2008. 2.2.5.3 Resíduos Sólidos A Eletronuclear contribui para a sustentabilidade ambiental através do gerenciamento responsável dos resíduos produzidos nas atividades da CNAAA. Os resíduos ao serem gerados são segregados ainda na fonte geradora, tanto nas áreas internas das usinas de Angra 1 e Angra 2, quanto na área externa e acondicionados em embalagens apropriadas conforme às características dos mesmos. Os líquidos e pastosos são acondicionados em tambores ou bombonas, os sólidos, são acondicionados em caixas ou sacos plásticos específicos para acondicionamento de resíduos. Todas as embalagens devem estar em boas condições, estanques e devidamente identificadas. Na Figura 23, apresentam-se os recipientes utilizados para segregação de resíduos sólidos na oficina de mecânica de Angra 2, e na Figura 24 os pontos de coleta de resíduos sólidos em Angra 1. 40 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 23 – Recipientes para segregação de resíduos sólidos na oficina mecânica na Usina Angra 2. Fonte: Eletronuclear, 2008. Figura 24 – Pontos de coleta na Usina Angra 1 dos resíduos sólidos segregados. Fonte: Eletronuclear, 2008. Alguns resíduos, tais como sucatas metálicas e plásticas, não necessitam de embalagens e são dispostos a granel em local apropriado, conforme ilustrado na Figura 25. 41 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 25 – Armazenamento temporário de sucata até a sua venda em leilão. Fonte: Eletronuclear, 2008. Os resíduos depois de acondicionados são encaminhados para o armazenamento temporário. Parte deles são encaminhados para a Central de Armazenamento Temporário de Resíduos Industriais – CATRI, de responsabilidade da Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho e outra parte para o Galpão C do Almoxarifado, de responsabilidade da Divisão de Materiais e Testes, onde ficam armazenados até sua disposição final ou tratamento. Na Tabela 11, apresentam-se os principais resíduos sólidos convencionais gerados pela CNAAA e o local de armazenamento temporário dos mesmos. Tabela 11 – Principais resíduos sólidos convencionais gerados na CNAAA e seu respectivo local de armazenamento temporário. Catri Almoxarifado Sucatas Metálicas Óleos Usados Pláticos Resinas De Troca Iônica Borras Oleosas Lâmpadas Fluorescentes Trapos Impregnados Reagentes Químicos Vencidos Ou Fora De Especificação Isolamento Térmico Graxa Pneus Fonte: Eletronuclear, 2008. Na Figura 26 e Figura 27, apresentam-se alguns locais destinados para armazenamento temporário de resíduos sólidos da CNAAA. 42 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 26 – Local de armazenamento temporário de resinas de troca iônica no galpão C do almoxarifado Fonte: Eletronuclear, 2008. Figura 27 – Armazenamento temporário de lâmpadas fluorescentes no galpão C do almoxarifado Fonte: Eletronuclear, 2008. Para a liberação dos resíduos para o transporte da CNAAA até o destino final é necessário que toda a documentação esteja completa, ou seja: Manifesto de resíduos devidamente preenchido e assinado pela Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho e pelo motorista, nota fiscal, formulário de saída de material assinado por pessoa autorizada e no caso de resíduos perigosos as fichas de emergência dos resíduos devem ser incluídas. O Manifesto de Resíduos é composto de quatro vias e tem por objetivo subsidiar o controle dos resíduos, desde sua origem até sua destinação final, envolvendo gerador, transportador e o receptor de resíduos. 43 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Para cada resíduo deve ser usado um manifesto independente, mesmo que vários resíduos sejam recolhidos por um mesmo transportador. Para cada descarte deve ser usado um manifesto independente, mesmo que se trate de um mesmo tipo de resíduo. Todos os manifestos emitidos são arquivados na Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho e estão disponíveis para eventuais consultas. Na Figura 28, apresenta-se o fluxograma esquemático da metodologia utilizada na CNAAA para o descarte dos resíduos sólidos convencionais. Figura 28 – Fluxograma do processo de descarte de resíduos sólidos convencionais da CNAAA. Fonte: Eletronuclear, 2008. O resíduo classificado como lixo comum é enviado para o aterro municipal de Angra dos Reis, localizado no Ariró. 2.2.5.3.1 Equipamentos Contendo PCB’s – Ascarel Além dos resíduos gerados resíduos nas atividades de suas unidades operacionais e de construção, especial atenção é dada aos equipamentos que contém PCB’s (ascarel). Na CNAAA, somente Angra 1 possui transformadores que utilizam PCB (ascarel) como óleo isolante. A Eletronuclear iniciou, em 2007, o programa de substituição destes equipamentos. Na Tabela 12, apresenta-se a lista dos equipamentos contendo PCB`s originalmente em Angra 1. 44 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 12 – Equipamentos contendo PCB`s originalmente em Angra 1. Tag Volume de óleo (l) Massa total do equipamento (kg) Localização T1B1A 704 3.107 ETG T1B2A 704 3.107 ETG TF-GND 88 330 ETG T1-EAD 1.090 2.710 EAD T2-EAD 1.090 2.710 EAD T1B3A 704 3.107 EAS T1B3B 704 3.107 EAS T1B3C 647 2.768 EAS T1B3D 435 1.613 ETA T1B4A 704 3.107 EAS T1B4B 704 3.107 EAS T1B4C 647 2.768 EAS T1B4D 435 1.613 ETA ETG – Edifício turbo gerador EAD – Edifício de administração EAS – Edifício auxiliar sul ETA – Edifício da tomada d´água Fonte: Eletronuclear, 2008. Os transformadores T1B1A, T1B2A e TF-GND foram encaminhados para descarte em novembro de 2007 . Os T1-EAD e T2-EAD foram substituídos em janeiro de 2008. A destruição destes equipamentos foi concluída em fevereiro 2008 na empresa TRIBEL – Tratamento de Resíduos de Belford Roxo Ltda. A continuação da substituição dos equipamentos está na dependência da aquisição de novos transformadores a seco cujo processo de compra está em andamento. O processo de tratamento dos transformadores com ascarel encontra-se descrito no Item 6.1.3. 2.2.5.3.2 Central de Compostagem Eletronuclear A CNAAA gera também uma grande quantidade de material proveniente da manutenção de áreas verdes. A Eletronuclear soma um total de aproximadamente 672.450 m2 de áreas verdes que exigem uma manutenção contínua de corte de gramas e podas de árvores.Os resíduos provenientes desta manutenção eram enviados para o aterro municipal de Angra dos Reis. Na busca de uma alternativa para a deposição deste material decidiuse pela adoção do processo de compostagem, ficando a Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho.O responsável pela implantação deste projeto de modo que o material orgânico pudesse ser reaproveitado. 45 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto O adubo resultante da compostagem seria aplicado nas áreas verdes da CNAAA e vilas residenciais, bem como em projetos de educação ambiental e recuperação de áreas degradadas. Assim, o projeto não só viabiliza a disposição de restos de podas e grama como também valoriza a busca pelo desenvolvimento ambientalmente sustentável, incentivando o reaproveitamento de materiais inicialmente inservíveis, cultivando a conscientização ambiental dos funcionários da Eletronuclear e moradores das comunidades vizinhas. Para a implantação da Central de Compostagem, que entrou em operação em setembro de 2005, foi escolhido um local na Vila Residencial de Mambucaba. A área utilizada compreende um galpão onde foi instalado o triturador, uma área para a disposição do material e composição das leiras e um viveiro para produção de mudas, totalizando uma área de 7.275 m2. O sistema utiliza um equipamento para triturar os galhos e então o material resultante é misturado à grama e eventualmente serragem limpa proveniente da carpintaria e disposto em leiras até a degradação do produto, no ponto de maturação de húmus, o qual então, após ser peneirado, pode ser utilizado como adubo orgânico. O composto (húmus) obtido é então distribuído aos moradores das vilas residências, utilizado nas áreas verdes da Central Nuclear, utilizado em programas de educação ambiental e recuperação de áreas degradadas, e doado às comunidades da região. 2.2.5.4 Resíduos Sólidos Não Radioativos Provenientes das Áreas Controlada Todos os resíduos sólidos não radioativos gerados nas Áreas Restritas da CNAAA são segregados e monitorados quanto à contaminação radioativa que possam conter. Evidentemente, quando os níveis de contaminação radioativa encontram-se abaixo dos limites permitidos para liberação no meio ambiente, os resíduos sólidos são liberados para as Áreas Livres. Caso contrário, o resíduo sólido é considerado como "contaminado" e segue, então, os procedimentos apropriados. Materiais particulados, granulados, areias, óleos e materiais recolhidos de reparos de pisos e paredes, entre outros, deverão ser homogeneizados de modo que possibilite uma amostragem representativa de seu conteúdo e a verificação da compatibilidade com os limites de isenção, conforme estabelecido na Norma CNEN-NE 6.05, CNENNE-3.01. No caso específico de resinas trocadoras de íons já exauridas, utilizadas em sistemas auxiliares das Usinas (unidades de desmineralização de água, por exemplo), a liberação desse material é condicionada às normas de manuseio de resíduos industriais, visto que se trata de materiais utilizados em sistemas "não nucleares" das Usinas, portanto intrinsecamente não associados a riscos de contaminação radioativa. Os procedimentos da freqüência de descarga, indicação do encaminhamento dado aos efluentes líquidos e gasosos e dos resíduos sólidos estão no Volume 3 - Anexos. 46 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Na Figura 29 apresenta-se a planta da Usina de Angra 1 no contexto da CNAAA, onde estão indicadas as redes de drenagem, os pontos de coleta, os sistemas de tratamentos, os pontos de lançamentos, as emissões atmosféricas, os pontos de estocagem de produtos químicos e os pontos de estocagem de resíduos sólidos. 47 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 2.2.6 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE DISSIPAÇÃO DE CALOR Devido a melhor abordagem do assunto, a descrição do Sistema de Dissipação de Calor está detalhada no item 2.2.11.4 que trata do Sistema de Água de Circulação, deste documento. 2.2.7 DESCRIÇÃO DO SISTEMA SANITÁRIO O tratamento do esgoto sanitário, gerado por Angra 1, é do tipo oxidação biológica anaeróbica e, após o tratamento, os efluentes são lançados subseqüentemente em canais de drenagem e descartados no meio ambiente aquático na enseada de Itaorna, dentro dos padrões e limites legais de lançamento em conforme Resolução Conama Nº 357/2005 e NT-202.R.10 da FEEMA. A ETE de Angra 1 foi projetada para tratar uma vazão nominal de 60 m3/dia, sua vazão nominal é de 48 m3/dia consumindo 145 m3/h de ar. O sistema de tratamento está localizado ao ar livre, na área externa da Usina, numa base de concreto elevada, e consiste de: • 01 poço de sucção; • 02 bombas de recalque; • 01 triturador; • 01 tanque de aeração; • 01 tanque de decantação • 02 ejetores de ar; • 01 tanque de acumulação de lodo; • 03 borrifadores de água; • 02 compressores de ar; • 14 difusores de ar. Todo o esgoto de Angra 1 flui por gravidade para o poço de sucção, localizado ao lado da estação de tratamento, em nível inferior à mesma e com seis metros de profundidade, sendo transferido para a estação pelas bombas de recalque. Na Figura 30, apresenta-se o corte longitudinal da Estação de Tratamento de Efluente de Angra 1. 49 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 30 – Corte Longitudinal da Estação de Tratamento de Efluente Sanitário de Angra 1. Fonte: Eletronuclear, 2008. A descarga das bombas de recalque entra na estação através do triturador, que reduz o esgoto bruto a um tamanho adequado para facilitar o seu metabolismo. Caso o triturador esteja inoperante ou haja um fluxo excessivo, uma grade permite descarregar o esgoto diretamente no tanque de aeração. Após passar pelo triturador o esgoto é descarregado no tanque de aeração onde fica retido por cerca de 24 horas, de acordo com vazão nominal do sistema. O ar para este tanque é suprido por doze difusores nos quais existem válvulas de retenção para evitar possíveis entradas de esgoto para a linha de ar, quando houver interrupção no suprimento de ar. Cada difusor é conectado a um distribuidor de ar por uma tubulação e uma válvula de bloqueio, de forma a permitir que os mesmos sejam içados acima da superfície dágua quando necessário, sem alterar o fluxo total de ar e a operação de outros suprimentos. Os difusores são projetados de modo a assegurar uma distribuição uniforme de bolha, em todo compartimento de aeração, e suficiente suprimento de oxigênio, para conseguir o tratamento adequado dos efluentes, com a carga de projeto. A circulação do líquido devido a ação de aeração é também adequada para prevenir pontos estagnados onde partículas sólidas poderiam se acumular prejudicando o tratamento. No tanque de aeração encontramos também o circuito de dispersão de espuma, que consiste de 3 bocais borrifadores, uma bomba de borrifo e tubulações associadas. 50 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Montada no tanque de decantação, a bomba, que é operada manualmente, succiona deste tanque e o borrifo é feito na parte superior do tanque de Aeração, reduzindo assim a espuma na superfície da água, para facilitar o processo de metabolismo, através do contato direto com o ar ambiente. Do tanque de aeração o esgoto flui por janelas de passagem, localizadas na parte superior da parede divisória entre esse tanque de decantação. Após passar pelas janelas, o fluxo é forçado a descer devido a uma chicana vertical, caindo no tanque de decantação. No tanque de decantação o esgoto fica retido por um período aproximado de cinco horas a fim de que a parte sólida decante para o fundo. Esse tanque é dividido em duas cavidades, na região próxima à meia-altura, tendo cada uma delas um declive de 60%, para permitir que o lodo se concentre no centro do fundo de cada cavidade, onde está instalado um ejetor a ar, que aspira o lodo e o descarrega para tratamento, em uma canaleta de retorno de lodo de volta para o lado de entrada do tanque de aeração. O fluxo de retorno é contínuo e é ajustado manualmente por válvulas agulhas localizadas nas linhas de suprimento de ar para cada ejetor. Quando o lodo não mais metaboliza, ele fica circulando entre o tanque de aeração e o tanque de decantação, de forma que a quantidade de lodo acumulada no tanque de decantação tende a aumentar. Para descarregar esse excesso de lodo, há uma comporta na canaleta de retorno, que direciona o lodo para o tanque de acumulação de lodo. Este tanque retém o lodo por decantação e a água retorna para o lado de entrada do tanque de aeração. O tanque também é arejado com ar comprimido, da mesma forma que o tanque de aeração, de modo a impedir que o lodo torne-se infectado, e deve ser drenado quando o nível de lodo atingir 75% do total, sendo o mesmo colocado em tambores e levado por caminhão para fora da Usina. O efluente do tanque de decantação flui por baixo de uma chicana vertical, em seguida passa sobre um vertedouro, caindo então no tanque de cloração. Este vertedouro possui a borda recortada em “V”, formada um serrado para impedir a saída de sólidos em suspensão. Tanto a chicana como o vertedouro se entendem ao longo de toda a borda de saída do tanque de decantação. O esgoto passa pelo tanque de cloração, onde se houver necessidade, ele é clorado através de duas bombas dosadoras de hipoclorito, acionadas por água do sistema de água potável e ajustadas manualmente. 51 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Existe no meio do tanque uma chicana vertical, cuja função é melhorar a mistura da solução de hipoclorito com o efluente, antes de deixar a unidade. A solução de hipoclorito é armazenada em um tambor localizado próximo à estação. Atualmente a injeção de hipoclorito está fora de operação por determinação da FEEMA. Após passar pelo tanque de cloração, o efluente é descarregado por gravidade para o canal sul da Usina. Dois compressores (um é reserva) suprem ar para os difusores dos tanques de aeração e de Acumulação de lodo e para os ejetores de recirculação de lodo. O fluxo de ar é variável, sendo o ajuste feito por polias ajustáveis, e em cada compressor existe um filtro silencioso na sucção. Os compressores e acessórios estão montados no interior de um prédio localizado ao lado da estação de tratamento. Na Figura 31, apresenta-se o fluxograma da Estação de Tratamento de Esgoto de Angra 1. A ETE de Angra 1 é monitorada quanto à qualidade dos efluentes tratados, por meio de medições diárias de vazões e de pH nas saídas dos sistemas de tratamento, bem como por análises de laboratório efetuadas em amostras coletadas nos mesmos locais, para fins de avaliação de materiais sedimentáveis e RNFT (resíduos não filtráveis totais), com freqüência semanal, e de DBO5, com freqüência quinzenal. Os procedimentos adotados para monitoração atendem as seguintes normatizações: • NT-202.R-10 (Critérios e Padrões para Lançamento de Efluentes Líquidos); • Diretriz DZ-942.R-7 (Diretriz de Implantação do Programa de Autocontrole de Efluentes Líquidos, Procon Água); • Diretriz DZ-215.R-3 (Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em Efluentes Líquidos de Origem Não-industrial), da FEEMA; • Resolução Conama 357/2005. 52 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 31 – Fluxograma da Estação de Tratamento de Esgoto de Angra 1. Fonte: Eletronuclear, 2008. 53 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 2.2.8 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE ÁGUA DE SERVIÇO O suprimento de água de Serviço é vital para todas as fases de operação da Usina, inclusive durante condições de acidente, para possibilitar o desligamento controlado da unidade. A função principal do Sistema de Água de Serviço (SAS) é fornecer água de resfriamento para: • Trocadores de calor do sistema de refrigeração dos componentes; • Trocadores de calor de água das camisas dos geradores diesel 3 e 4; • Trocadores de calor dos geradores diesel 1A e 1B (Ar da Combustão, Óleo Lubrificante e Água das Camisas). Como função secundária o sistema pode alimentar, em caso de emergência, a sucção das bombas auxiliares de água de alimentação dos geradores de vapor. Os equipamentos do SAS estão localizados fora do prédio do sistema, no Edifício Auxiliar Norte e nos Edifícios dos Geradores Diesel de Emergência, ficam em uma elevação superior ao máximo nível de água que poderia ocorrer se houvesse um acidente de inundação devido a falhas de equipamentos localizados no interior desses edifícios. O sistema é constituído de 3 bombas acionadas eletricamente, que succionam água da enseada de Itaorna, comum ao sistema de água de circulação, sendo que a estrutura onde estão localizadas as bombas e telas rotativas do SAS é independente fisicamente do Sistema de Água de Circulação. A água antes de entrar no poço comum de sucção das bombas, passa através de duas grades fixas e duas telas rotativas, nas quais são retirados os detritos sólidos. As telas rotativas estão instaladas em poços individuais com acionamento através de motores elétricos conectados a um sistema de correntes e rodas dentadas. Todas as bombas de água de serviço podem descarregar tanto no trem A como no trem B dependendo do arranjo das válvulas do coletor de descarga das bombas. Normalmente é alinhada uma bomba para cada trem, ficando a bomba reserva (SW1C) alinhada para o trem oposto àquele suprido pela bomba C do sistema de água de refrigeração dos componentes (SRC). Os dois circuitos devem estar em operação sempre que houver combustível irradiado na piscina de combustível usado ou no reator. Para funcionar sob condições de acidente, este sistema é projetado com os seguintes critérios: - categoria sísmica I: 54 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto o sistema opera seguramente, mesmo durante a ocorrência de um terremoto de maior intensidade, provável de ocorrer na região; - classe de segurança 3: o sistema faz parte da cadeia de resfriamento de emergência do núcleo e garante o resfriamento do mesmo; - segue o critério de falha única: O sistema possui dois circuitos independentes, física e eletricamente, cada um com 100% de capacidade e os seus equipamentos são alimentados eletricamente pelos barramentos de segurança de segurança da Usina, sendo garantida, desta forma, sua operação, mesmo em caso de perda de energia externa, em virtude de estes barramentos serem alimentados pelos Geradores Diesel de Emergência. 2.2.9 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA COMBUSTIVEL E REJEITOS DE GERAÇÃO DE ENERGIA / Os principais dados caracterizadores do Sistema de Geração de Energia da Usina de Angra 1 são apresentados na Tabela 13. Tipo de Reator: Tabela 13 – Características do Sistema de Geração de Energia PWR - Pressurized Water Reactor Fabricante / fornecedor: Westinghouse Características do Combustível: Urânio enriquecido Procedência: Norte Americana Potência Térmica do Reator: 1.876 MWt Potência Elétrica da Usina: 650 MWe Vida Útil da Usina: 40 anos, prorrogáveis para mais 10 anos Fonte: Eletronuclear, 2008. 2.2.9.1 Características e Procedências do Combustível 2.2.9.1.1 Características O elemento combustível necessário para transformação de energia térmica em elétrica é composto do elemento químico denominado Urânio. O urânio é um elemento químico de símbolo U e de massa atômica igual a 238 u, apresenta número atômico 92 (92 prótons e 146 nêutrons). É o último elemento químico natural da tabela periódica. É o átomo com o núcleo mais pesado que existe naturalmente na Terra. Na Tabela 14, apresentam-se as características gerais do elemento urânio. 55 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 14 – Informações diversas do elemento químico Urânio Características Gerais Nome Urânio Símbolo U Número atômico 92 Classe Actínideo Série química Transição interna Grupo na tabela periódica 3 Período 7 Bloco F Massa atômica 238,03 u Densidade 19.050 kg/m3 Raio Covalente 175 pm Raio de Van der Waals 186 pm Elétrons por nível de energia 2,8,18,32,21,8,2 3 Configurações eletrônicas [Ar]3d 4s 2 Estado de oxidação 3+,4+,5+,6+(base) Estrutura cristalina Orotorrômbico Estado físico da matéria Sólido Ponto de fusão 1.405,3 K Ponto de ebulição 4.404 K Volume molar 12,49 x 10 -6 m3/mol Entalpia de vaporização - kj/mol Calor de fusão 9,14 kj/mol Velocidade do som (20° C) 3.155 m/s Eletronegatividade 1,38 (escala Pauling) Capacidade calorífica 300 j/(kg.K) Condutividade térmica 27,5 W/(m.K) Condutividade elétrica (0º C) 0,280 µΩ. m Cor e aparência Cinza prateado metálico Além do urânio-235, existem na natureza, em maior quantidade, o urânio-238, elemento enriquecido, que só tem possibilidade de sofrer fissão por nêutrons de elevada energia cinética (os nêutrons rápidos). Já o urânio-235 pode ser fissionado por nêutrons de qualquer energia cinética, preferencialmente os de baixa energia, denominados nêutrons térmicos (lentos). 2.2.9.1.2 Procedência Na Unidade de Concentrado de Urânio em Caetité, no estado da Bahia, são conduzidas atividades de pesquisa mineral, lavra e processamento metalúrgico de minério de urânio, para produção de concentrado de urânio na forma de diuranato de amônio (DUA). Em Resende, na Fábrica de Combustível Nuclear, é produzido o Elemento Combustível, obedecendo a severos padrões de qualidade e precisão mecânica. O Elemento Combustível é composto pelas pastilhas de dióxido de urânio montadas em tubos de uma liga metálica especial - o zircaloy - formando um conjunto de varetas, cuja estrutura é mantida rígida, por reticulados chamados grades espaçadoras como pode ser visto por meio da Figura 32. Os vários elementos combustíveis, inseridos no núcleo do reator, produzem calor que será transformado em energia. Cada elemento combustível supre de energia elétrica 42.000 residências de porte médio, durante um mês. 56 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 32 – Esquema de montagem do elemento combustível Fonte: Eletronuclear, 2005. Na Figura 33, demonstra-se um elemento combustível composto com as varetas, e na Figura 34 o Edifício do Reator onde fica o núcleo do reator nuclear. Figura 33 – Elemento combustível composto por varetas de urânio Fonte: INB (2008). A produção de Elemento Combustível difere para cada Usina nuclear do Brasil. No caso de Angra 1 a quantidade de urânio gasta para cada Elemento Combustível é menor do que o gasto para Angra 2. Na Tabela 15, apresenta-se um comparativo 57 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto entre a formação dos elementos combustíveis formados para atender Angra 1 e Angra 2. Tabela 15 – Comparativo entre os elementos combustíveis produzidos para atender Angra 1 e Angra 2 Elemento Combustível Angra 1 Angra 2 Concentraçao média de U-235 2,55 % em peso 2,6 % em peso Carga do Combustível 51 t de U 103,5 t de U Peso 210 t 530 t Varetas 235 de 3,65 m em 121 elementos 236 de 3,90 m em 193 elementos Peso por elemento combustível 445 kg de UO2 607 kg de UO2 Barras de controle 37 com 20 varetas Fonte: INB, 2008. 61 com 20 varetas 58 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 34 – Edifício do Reator de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2008. 59 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 2.2.9.2 Locais disponíveis para disposição de resíduos sólidos gerados por Angra 1 durante sua vida útil Todos os rejeitos sólidos radiológicos produzidos por Angra 1 estão sendo armazenados inicialmente nos Depósitos Iniciais de Rejeitos Radiológicos do Centro de Gerenciamento de Rejeitos da CNAAA, conforme apresentado na Figura 35. Figura 35 – Armazenamento de Rejeitos Radiológicos no Centro de Gerenciamento de Rejeitos Nesses depósitos, os embalados contendo os resíduos sólidos radiológicos são empilhados e permanecem sob constante monitoração radiológica. A área é protegida e seu acesso é restrito aos funcionários do setor. Somente com autorização da Proteção Radiológica pode-se adentrar e/ou permanecer no local. Na Figura 36, é apresentado o local do Centro de Gerenciamento de Rejeitos – CGR, onde são estocados os resíduos sólidos radiológicos produzidos pelas Usinas nucleares da CNAAA. 60 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 36 – Centro de Gerenciamento de Rejeitos da CNAAA 61 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Os resíduos sólidos convencionais gerados pela Unidade 1 sofrem diferentes destinações finais, sendo temporariamente estocados conforme apresentado na Figura 29. 2.2.10 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE TRANSMISSÃO DA ENERGIA DA USINA O Sistema Elétrico de Angra 1 e subdividido em três sistemas, que são: • Subestação Álvaro Alberto de 500 kV; • Subestação Álvaro Alberto de 138 kV; • Sistema de Distribuição Elétrica AC e DC. Na Figura 37 apresenta-se esquematicamente o Sistema de Transmissão de Energia de Angra 1. Figura 37 – Sistema Elétrico de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2008. Na Figura 38 apresenta-se a vista superior da linha de transmissão partindo de Angra 1. 62 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 38 – Vista Superior das Linhas de Transmissão partindo de Angra 1. Fonte: FSAR, 2007 63 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 2.2.10.1 Subestação Álvaro Alberto de 500 kV O arranjo da Subestação Elétrica (SE) de 500 kV e em anel e esta ligada a Cachoeira Paulista através da LT 9410 e a SE de Adrianópolis através de LT 9510. A SE de Cachoeira Paulista também esta ligada diretamente a SE de Adrianópolis através da LT 9420, todas na classe de tensão de 500 kV. O arranjo permite a Angra 1 alimentar ou ser alimentada pela SE de Cachoeira Paulista ou SE de Adrianópolis (ou ambas) e caso Angra 1 necessite ser isolada do sistema, a interligação entre Cachoeira Paulista e Adrianópolis em operação. E importante notar que a SE de 500 kV não só e um meio de transporte da energia gerada em Angra 1, como também e uma fonte dos Auxiliares da Usina, pois a mesma poderá alimentar o T1A1 quando o gerador estiver desconectado do sistema, com a chave de abertura em carga aberta. O gerador elétrico Westinghouse é do tipo de refrigeração interna a hidrogênio e produz 654 MVA de potência elétrica com fator de potência de 0,90, fornecendo 19 kV em 3 fases, com ciclo de 60 Hz, para o transformador principal T1. O rotor gira através de 4 pólos a 1800 rpm. O transformador principal eleva a voltagem de 19 kV para 500 kV, para transmissão por FURNAS Centrais Elétricas. O gerador também alimenta o transformador de serviço auxiliar T1A1, onde a voltagem é rebaixada de 19 kV para 4.16 kV, a fim de alimentar as barras de distribuição elétrica de serviço 1A1 e 1A2. 2.2.10.2 Subestação Álvaro Alberto de 138 kV A subestação de 138 kV é a principal fonte de alimentação elétrica para as cargas de segurança da Usina de Angra 1. A SE 138 kV alimenta diversas cargas o T1A2 através de um cabo subterrâneo em 138 kV. O T1A2 e a principal fonte dos Barramentos de Segurança da Usina, barramentos estes que alimentam todas as cargas dos Sistemas de Segurança, que garantem um resfriamento seguro do reator durante uma condição de acidente. O sistema consiste de duas linhas de 138 kV, através de 3 linhas de 138 kV, sendo uma de circuito duplo e outra simples, que interligam a Usina de Angra 1 à termoelétrica de Santa Cruz (a 70 km). Esta subestação alimenta o transformador de serviço T1A2, onde ocorre o rebaixamento da voltagem de 138 kV para 4.16 kV, a fim de alimentar as barras de segurança 1A3 e 1A4. Em caso de perda da linha de 138 kV essas barras de segurança podem ser alimentadas pelo transformador T1A1, por transferência automática, rápida ou lenta, ou mesmo manual, ou ainda pelos geradores diesel de emergência. 2.2.10.3 Sistema de Distribuição Elétrica O Sistema de Distribuição Elétrica AC e DC e compreendido como a geração e transmissão de potencia do Gerador Principal (G1) aos Transformadores Principais 64 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (T1) e Transformador Auxiliar da Unidade (T1A1), Transformador de Serviço da Usina (T1A2), Gerador Diesel de Emergência (GD1 e GD2), Auxiliares de 4160 V, 480 V, 125 V e 120 VDC. 2.2.10.4 Sistema Elétrico O gerador elétrico Westinghouse é do tipo de refrigeração interna a hidrogênio e produz 654 MVA de potência elétrica com fator de potência de 0,90, fornecendo 19 kV em 3 fases, com ciclo de 60 Hz, para o transformador principal T1. O rotor gira através de 4 pólos a 1800 rpm. O transformador principal eleva a voltagem de 19 kV para 500 kV, para transmissão por FURNAS Centrais Elétricas. O gerador também alimenta o transformador de serviço auxiliar T1A1, onde a voltagem é rebaixada de 19 kV para 4.16 kV, a fim de alimentar as barras de distribuição elétrica de serviço 1A1 e 1A2. Além do sistema de 500 kV existe ainda a subestação de 138 kV que é a principal fonte de alimentação elétrica para as cargas de segurança da Usina de Angra 1. O sistema consiste de duas linhas de 138 kV, uma de circuito duplo e outra simples, que interligam a Usina de Angra 1 à termoelétrica de Santa Cruz (a 70 km). Esta subestação alimenta o transformador de serviço T1A2, onde ocorre o rebaixamento da voltagem de 138 kV para 4.16 kV, a fim de alimentar as barras de segurança 1A3 e 1A4. Em caso de perda da linha de 138 kV essas barras de segurança podem ser alimentadas pelo transformador T1A1, por transferência automática, rápida ou lenta, ou mesmo manual, ou ainda pelos geradores diesel de emergência. Existem quatro geradores elétricos diesel, dois para cada trem (DG3 e DG-1A, DG-4 e DG-1B). Os geradores diesel alinhados são o DG-3 (trem A) e DG-4 (trem B). Cada gerador diesel é capaz de partir seqüencialmente e suprir as necessidades de alimentação elétrica de todos os equipamentos dos sistemas de segurança da Usina. Na Figura 39, apresentam-se as linhas de transmissão de energia elétrica da CNAAA a FURNAS. 65 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 39 – Linhas de transmissão entre a CNAAA e FURNAS Fonte: Eletronuclear, 2005. 2.2.11 SISTEMAS E UNIDADES OPERACIONAIS DA USINA Os sistemas e unidades operacionais de Angra 1 abrangem: o circuito primário, o circuito secundário e o sistema de água de circulação, representados de forma esquemática na Figura 40, a seguir. 66 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 40 – Diagrama Esquemático dos Sistemas Operacionais de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2008. 2.2.11.1 Circuito Primário É no Circuito Primário que se inicia todo processo de produção de energia elétrica de Angra 1. Nele ocorre a primeira conversão de energias, onde a energia atômica liberada pelos átomos de urânio aquece a água a uma temperatura de 320 graus Celsius ao passar pelo reator. Esse aquecimento ocorre em função da liberação do forte calor decorrente da fissão dos átomos de urânio contidos nos elementos combustíveis. A água aquecida é mantida a uma pressão de 157 atm através de um pressurizador. O Circuito Primário conta com dois circuitos de transferências de calor conectados em paralelo ao vaso do reator. Cada circuito possui uma bomba de refrigeração do reator e um gerador de vapor, conforme apresentado esquematicamente na Figura 41. 67 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 41 – Fluxograma Esquemático do Circuito Primário de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2008. Além desse equipamento, o sistema inclui um tanque de alívio do pressurizador, tubulação e instrumentação necessária ao controle operacional do sistema. Todos os equipamentos do sistema estão localizados dentro do envoltório de contenção. Durante a operação do sistema, as bombas de refrigerante do reator fazem circular água pressurizada através do vaso do reator e 2 (dois) circuitos de refrigeração do reator. A água que serve como refrigerante do reator, moderador de nêutrons e solvente do ácido bórico (usado para o controle de reatividade), é aquecida à medida que passa através do reator. A água então flui até os geradores de vapor, onde o calor é transferido ao Sistema de Vapor e retorna as bombas de refrigerante do reator para repetir o ciclo. O Sistema de Refrigeração do Reator (SRR) apresenta como função principal o transporte de energia gerada no reator até os dois geradores de vapor, onde esta energia é transferida ao Circuito Secundário. A água de refrigeração do núcleo circula com uma vazão de 8.896,4 Kg/s. As duas bombas de refrigeração são do tipo centrífuga, eixo vertical, velocidade constante, movida por motor de indução trifásico (gaiola de esquilo), refrigerado a ar (7,5 MW operando a temperatura ambiente e 5,6 MW operando com a água na temperatura nominal de funcionamento). Os dois geradores de vapor propiciam a transferência de energia térmica em direção às turbinas e ao gerador elétrico acionado pelas mesmas. A água de refrigeração entra pela parte inferior do núcleo do reator à temperatura de 287 °C e sai pela parte superior a 324 °C, com o reator a plena potência, sendo mantida na condição de líquido sub-resfriado a uma pressão constante de 157 atm por meio do pressurizador localizado em um dos circuitos de refrigeração do reator (Figura 68 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 41). No pressurizador está localizada a única região do circuito primário que contém vapor e líquido saturado. Por meio da vaporização desse líquido, com aquecedores elétricos, e da condensação do vapor se mantém automaticamente constante a pressão do sistema de refrigeração do reator. Este sistema absorve os eventuais surtos (contração e expansão da água de refrigeração provocadas por desequilíbrios entre a potência do reator e a carga do grupo turbogerador). Os geradores de vapor são instalados em uma cota superior à do reator, para promover o resfriamento natural do núcleo no caso extremo de perda das duas bombas, conforme ilustrado na Figura 34. O sistema de refrigeração é fechado e separado dos circuitos de água e vapor do circuito secundário, constituindo, assim, uma das barreiras contra a liberação de radioisótopos para o meio ambiente, o que torna desnecessária a blindagem radiológica da turbina. O sistema permite otimizar as condições químicas da água e dos materiais empregados nos sistemas dos circuitos primário e secundário, minimizando a corrosão dos componentes e a contaminação radioativa dos sistemas do circuito primário. Ao SRR são associados diversos sistemas auxiliares: a) b) c) d) e) Sistema de Controle Químico e Volumétrico - SCQV; Sistema de Proteção do Reator – SPR; Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo - SREN; Sistema de Remoção de Calor Residual - SRCR; Sistema de Tratamento de Rejeito Radioativo - STRR. Estes sistemas auxiliares são interligados a tubulação do Sistema de Refrigeração do Reator. 2.2.11.1.1 Sistemas Auxiliares do Circuito Primário Como funções secundárias do Circuito Primário, citam-se: • a remoção da energia gerada no combustível devido ao decaimento dos produtos de fissão após o desligamento do reator; • o funcionamento como meio de transporte para o veneno solúvel; • o funcionamento como barreira de contenção dos produtos de fissão; • a melhoria da economia de nêutrons no reator atuando como refletor; • o funcionamento como moderador de nêutrons. Para o desempenho destas funções o Circuito Primário conta com os sistemas auxiliares descritos a seguir. 2.2.11.1.1.1 Sistema de Controle Químico e Volumétrico - SCQV O sistema de Controle Químico e Volumétrico é projetado para fornecer os seguintes serviços ao Sistema de Refrigeração do Reator: 69 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto • Manter o nível programado para o Pressurizador; • Manter fluxo de água de selagem para as BRRs; • Regular, no SRR: o As características químicas (LiOH, Hidrazina, H2, N2, Zinco, cloretos, fluoretos, oxigênio e outros); o O nível de radioatividade (produtos de fissão e corrosão); o A concentração de Boro (absorvedor solúvel de nêutrons); o A reposição de água. • Enchimento, drenagem e testes de pressão do SRR. 2.2.11.1.1.2 Sistema de Proteção do Reator - SPR O Sistema de Proteção do Reator tem como função principal proteger a integridade do sistema primário e seus componentes, incluindo o elemento combustível, desligando o reator e/ou promovendo a atuação dos dispositivos de segurança sempre que os parâmetros monitorados atinjam os limites estabelecidos, evitando assim riscos indevidos à saúde e segurança do público. Especificamente, o Sistema de Proteção do Reator executa as seguintes funções: • interrupção da geração de potência nuclear através do desarme do reator; • estabilização da temperatura do refrigerante do reator, pressão e inventário, através do desarme da turbina, isolação da água de alimentação principal e isolação da linha de vapor principal, conforme apropriado; • disponibilidade da fonte fria do secundário através da partida automática das bombas de água de alimentação auxiliar e operabilidade do sistema de desvio de vapor para o condensador. 2.2.11.1.1.3 Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo – SREN O Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo proporciona o resfriamento de emergência do núcleo e aumenta sua margem de desligamento nos casos de acidentes com perda de refrigerante do reator ou quebra da linha de vapor principal. 2.2.11.1.1.4 Sistema de Remoção de Calor Residual – SRCR A função principal do Sistema de Remoção de Calor Residual é remover o calor gerado no núcleo do reator, durante o resfriamento da unidade e a operação de recarregamento do núcleo. Além disto, o sistema perfaz as seguintes funções secundárias: • Circulação do refrigerante do reator, quando as BRRs estão desligadas; 70 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto • Controle da taxa de aquecimento do SRR, quando as BRRs são ligadas para aquecer esse sistema, até que isto possa ser feito pelos geradores de vapor; • Operar durante uma injeção de segurança, injetando água do tanque de água de recarregamento (TARE) no SRR, à baixa pressão, durante a fase de injeção, e também nas fases de recirculação da perna fria e da perna quente; • Transferir água do TARE para a cavidade de recarregamento e vice-versa, durante as operações de recarregamento. 2.2.11.1.1.5 Sistema de Tratamento de Rejeito Radioativo - STRR. A função principal deste sistema é receber todo o rejeito radioativo (à exceção do gasoso) gerado na operação da Usina, quer seja na forma líquida, sólida compressível ou não, resinas ou outro material sem classificação que surja na manutenção da unidade. Após o recebimento do material radioativo, outra função do sistema é embalar esse rejeito conforme sua natureza. Para cada tipo de rejeito radioativo (à exceção do gasoso) há um tipo de embalagem própria especialmente manufaturada e montada de modo a funcionar como blindagem radiológica e resistir a impacto e outros fatores agressivos. 2.2.11.2 Gerador de Vapor 2.2.11.2.1 Geradores de Vapor Originais Os geradores de vapor são trocadores de calor verticais, do tipo casco-tubos, com feixe de tubos de troca térmica em “U”, soldados e expandidos ao espelho, equipado com um separador integral de umidade. O refrigerante do reator entra por um bocal situado na base hemisférica do gerador de vapor, flui através dos tubos em U invertidos e sai em um segundo bocal também situado na base hemisférica. A base hemisférica é dividida em câmara de entrada e câmara de saída, por meio de uma placa de separação vertical que vai desde a tampa da base hemisférica até a base de espelho. O vapor é gerado do lado da carcaça e flui para cima através dos separadores de umidade ate o bocal de saída de vapor, no topo do vaso do gerador de vapor. Os geradores de vapor são instalados acima dos vãos do reator. Este arranjo assegura circulação natural para a remoção de calor residual. A estrutura dos geradores de vapor e feita de aço carbono. Angra 1, atualmente, opera com 2 (dois) geradores de vapor modelo D-3, fornecidos pela Westinghouse e identificados como GV 1 e GV 2, com representação esquemática e valores típicos de temperaturas ilustrados na Figura 42. Cada gerador de vapor possui 4.674 tubos, fabricados com liga I-600 (Inconel), com diâmetro externo de 19,05 mm e espessura de 1,092 mm. A superfície interna dos tubos (lado do circuito primário) está exposta à água radioativa que é aquecida no reator nuclear. 71 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A superfície externa (lado do circuito secundário) fica em contato com a água que é aquecida para produzir o vapor que vai movimentar a turbina e o gerador elétrico. Placas suportes de aço carbono com espessura de 19 mm limitam o movimento dos tubos, causado pelo escoamento do fluido. A altura do equipamento é de 20,6 m, com diâmetros abaixo e acima do cone de transição, iguais a 3,4 m e 4,5 m respectivamente. Figura 42 – Esquema de Gerador de Vapor de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2005. 2.2.11.2.2 Novos Geradores de Vapor Como descrito no Item 2.1.4.2, os geradores de vapor atuais, por necessidades técnicas, estão sendo substituídos por dois novos geradores de características similares aos anteriores. 72 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Os novos geradores de vapor, fabricados pela empresa francesa Areva, em parceria com a Nuclep, possuem tecnologia avançada. Aparentemente os equipamentos são iguais aos originais, mas possuem capacidade 6,3% maior de transferência de calor. A troca dos geradores de vapor, que envolve abertura da contenção, cortes de tubulações, transporte interno e externo dos mesmos, além de todos os procedimentos eletromecânicos e de descontaminação a serem adotados, se dará durante a parada 1P16 para troca de combustível e reparos gerais da Usina. A descrição dos novos geradores de vapor, bem como do procedimento de troca dos originais e a disposição destes no Depósito Inicial dos Geradores de Vapor está disponível em detalhes do processo n. 02001.008194/02 do Ibama, que trata do licenciamento ambiental do referido Depósito. 2.2.11.3 Circuito Secundário Durante a partida da Unidade, o Sistema de Condensado é um dos primeiros sistemas a ser colocado em operação. Isto é feito com o objetivo de colocar o sistema secundário dentro dos limites de controle, antes de se iniciar o aquecimento. O sistema é, então, utilizado para estabelecimento de níveis e normalização das condições químicas. A função do sistema de condensado é transferir a água, proveniente da condensação do vapor da exaustão das turbinas de baixa pressão e drenos diversos, para a sucção das bombas principais de alimentação. Antes de atingir o coletor de sucção das bombas de alimentação, o fluxo de condensado passa por uma série de aquecedores, fazendo, assim, um aproveitamento de calor de modo a melhorar o rendimento do ciclo. Além da função principal, o sistema supre água para os seguintes pontos: • Spray da exaustão da turbina de baixa pressão; • Água de injeção para as sucções das bombas do tanque de drenos dos aquecedores; • Água de selagem para as bombas de alimentação, bombas do tanque de drenos dos aquecedores e para as próprias bombas de condensado; • Sistema de injeção de produtos químicos; • Amostragem do secundário (para ser analisada); • Sistema de processamento de purga dos geradores de vapor. O sistema recebe fluidos dos seguintes pontos: • Sistema de injeção de produtos químicos; 73 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto • Água desmineralizada do tanque de água de alimentação auxiliar (entra no condensador); • Descarga das bombas do tanque de drenos dos aquecedores (entra na descarga das bombas de condensado, após o aquecedor 2). O condensador da Unidade 1 é do tipo geminado (dois condensadores) conectados individualmente a respectiva turbina de baixa pressão. Eles são interligados na parte superior por uma abertura que permite o equilíbrio de pressões. A água resultante da condensação do vapor cai nos poços quentes 1A e 1B. Os poços são interligados por dois tubos de 61 cm de diâmetro e, desta forma, e feito o equilíbrio de níveis entre os poços 1A e 1B. O sistema de condensado possui três bombas, todas com as sucções conectadas ao poço quente 1A, tendo ainda os suspiros para o condensador 1A de modo a evitar entrada de ar nas bombas. As bombas de condensado suprem diretamente a sucção das bombas de alimentação. O sistema de condensado é considerado como a parte de baixa pressão do sistema de alimentação. Como o sistema de condensado depende diretamente do sistema de alimentação, qualquer variação de fluxo no segundo, variará também o do condensado. O nível no poço quente e controlado por três controladores de nível, um para o poço quente 1A (LC 1427) outro para o poço quente 1B (LC 1430) e um terceiro que cobre os dois poços (LS 1428 A e B). O fluxo de condensado, conforme mostrado na Figura 43, passa inicialmente pelo condensador de vapor de selagem, após o que passa por uma série de 5 aquecedores de baixa pressão. Na saída do aquecedor 2, o fluxo de condensado recebe a descarga das bombas do tanque de drenos dos aquecedores e o fluxo combinado vai para o coletor de sucção das bombas de alimentação. Na Figura 43 apresenta-se o fluxograma esquemático do Circuito Secundário de Angra 1. 74 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 221 oC Figura 43 – Fluxograma esquemático do Circuito Secundário de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2008. 2.2.11.3.1 Turbogerador e Acessórios – TGD A função da turbina é converter a energia térmica do vapor produzido pelos Geradores de Vapor em energia mecânica no seu eixo e, por estar o gerador elétrico acoplado ao eixo da turbina, transformar a energia mecânica em energia elétrica. 2.2.11.3.2 Sistemas Auxiliares do Circuito Secundário Abaixo são descritos resumidamente os sistemas auxiliares do Circuito Secundário. 2.2.11.3.2.1 Sistema de Água de Alimentação Auxiliar – AAA O sistema de Água de Alimentação Auxiliar tem como função principal suprir água aos geradores de vapor para possibilitar a remoção de calor de decaimento do núcleo, quando o Sistema de Condensado e Água de Alimentação não estiver disponível. O sistema também supre água de alimentação para os GVs, durante a operação de aquecimento e resfriamento da unidade, durante partida do reator, ou ainda quando a Usina estiver sendo mantida na condição de parada quente. Nessas fases, dado ao pequeno fluxo de água de alimentação requerido, é mais conveniente usar as bombas de alimentação auxiliar do que as bombas principais. 75 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 2.2.11.3.2.2 Sistema de Vapor Principal - SVP A função principal do Sistema de Vapor Principal é conduzir o vapor saturado, desde os Geradores de Vapor, até a turbina. O sistema também supre vapor para os seguintes pontos: • acionamento da Turbo-Bomba de água de alimentação auxiliar; • reaquecedores separadores de umidades; • selagem das turbinas de alta e baixa pressão. O Sistema de Vapor Principal também proporciona um meio de remoção do calor gerado no reator e fornece uma blindagem entre o líquido contaminado do primário e o líquido não contaminado do secundário. 2.2.11.3.2.3 Sistema de Vapor Auxiliar - SVA O sistema tem como função principal suprir vapor para aquecimento de diversos pontos localizados na área controlada. Como função secundária, supre vapor para o sistema de selagem da turbina durante a partida ou parada da unidade. 2.2.11.3.2.4 Sistema de Condensado e Água de Alimentação – ACAA Este sistema tem como função principal receber no poço quente, o condensado proveniente do vapor de exaustão das turbinas de baixa pressão e de drenagens diversas, transferindo-o para os geradores de vapor em duas etapas distintas. A primeira etapa é feita pelas bombas de condensado, que succionam do poço quente e descarregam na sucção das bombas de água de alimentação. A partir deste ponto inicia-se a segunda etapa, feita por estas bombas, que descarregam nos geradores de vapor. Como funções secundárias, o sistema recebe o fluxo de descarga das bombas de drenos dos aquecedores, que corresponde a 30% do fluxo de água de alimentação a plena carga, e supre os seguintes pontos: • borrifo na exaustão das turbinas de baixa pressão; • selagem das bombas de água de alimentação; • resfriamento da selagem das bombas de drenos dos aquecedores; • sistema de solução de produtos químicos; • sistema de pressurização dos espelhos do condensador; • resfriadores do sistema de purga dos geradores de vapor; • selagem das bombas de condensado; 76 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto • sistema de amostragem do secundário. O Sistema de Controle de Nível dos Geradores de Vapor, tem como principal função, manter um inventário de água em seu interior, baseado em um programa de nível que ao longo da faixa operacional de 0 % a 100 % de potência, garantirá que a massa de água total em seu interior não se altere significativamente. 2.2.11.3.2.5 Sistema de Controle da Turbina – SCT O Sistema de Controle da Turbina é composto de duas partes principais. Uma parte totalmente digital comandada por um computador Mód. III Level 1 baseado no controle de Arquitetura distribuída WDPF (Westinghouse Distributed Process Family) e uma segunda parte Eletro-hidráulica. O conjunto recebe o nome de DEHC e tem como função principal controlar a velocidade e a carga da turbina. Estas operações são executadas pelo posicionamento adequado das válvulas de vapor para as turbinas. As válvulas de reaquecido (interceptadoras e de bloqueio das turbinas de baixa) e as de bloqueio da turbina de alta ficam normalmente abertas, enquanto que as de controle (turbina de alta) são moduladas pelo DEHC. 2.2.11.3.2.6 Sistema de Extração de Vapor – SEV O sistema tem as seguintes funções: 1. Aumentar a eficiência do ciclo secundário através do preaquecimento da água de alimentação nos aquecedores de baixa e de alta pressão, pelo processo regenerativo, bem como pelo superaquecimento do vapor que é enviado para as turbinas de baixa pressão via reaquecedores/separadores de umidade (RSUs), para que o restante do vapor continue a realizar trabalho nas demais rodas de palhetas, minimizando esforços axiais e os processos de corrosão-erosão e erosão. 2. Reduzir a umidade do vapor após a sua expansão durante o trabalho em rodas de palhetas das turbinas. Essa redução de umidade combinada com o processo de superaquecimento através dos RSUs, também aumenta a eficiência do ciclo uma vez que as gotículas de água causam frenagem na turbina ao se chocarem com a parte traseira das palhetas. 2.2.11.3.2.7 Sistema de Purificação de Óleo da Turbina – SPOT O Sistema de Purificação de Óleo da Turbina tem as seguintes funções: • Remover do óleo lubrificante água e partículas contaminantes, mantendo-o limpo e preservando suas propriedades de lubrificação e selagem; • Acondicionar o óleo da turbina em tanques específicos; • Restabelecer o nível do reservatório de óleo da turbina, quando necessário. 77 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto • Reciclar o óleo coletado nos extratores do tanque de selagem do OSG (loop seal) e do reservatório de óleo da turbina (ROT). 2.2.11.3.2.8 Sistema de Remoção de Gases do Condensador – RGC Formação do vácuo inicial na caixa de vapor do condensador, durante a fase de partida, assim como a remoção de ar e gases não condensáveis durante a operação normal da Usina. O sistema permite também a remoção de ar dos geradores de vapor, através de uma interligação com o Sistema de Vapor Principal. 2.2.11.3.2.9 Sistema de Vapor de Selagem – SVS Este sistema tem como função impedir a entrada de ar no interior das carcaças das turbinas (evitando contaminação do condensado com O2 e perda de vácuo), bem como evitar o escape de vapor para atmosfera ao longo das extremidades do rotor, devendo cumprir essa função sem causar gradientes de temperatura na região dos selos e da fixação dos mesmos. Hoje o SVS também tem a função de fazer a selagem das válvulas de alívio dos reaquecedores/separadores de umidade, com a unidade em baixa carga, até cerca de 10 % da potência nominal, enquanto a pressão da exaustão da turbina de alta estiver negativa. 2.2.11.4 Sistema de Água de Circulação O Sistema de Água de Circulação é constituído de dois subsistemas redundantes e independentes com 100% de capacidade de refrigeração, cada um com uma bomba centrífuga horizontal e um trocador de calor, havendo ainda uma bomba swing que pode ser alinhada a qualquer um dos subsistemas. Em operação normal, é necessário que apenas uma das bombas e um trocador de calor estejam em serviço, com a bomba swing de reserva (back-up) alinhada para o trem em operação. Desta forma, o sistema consiste na tomada da água do mar na enseada de Itaorna, após circular pelo trocador de calor para condensação do vapor exaurido na turbina, a uma vazão de 40 m3/s, atravessa um túnel escavado na rocha com 1 km de extensão, para descarga no Saco Piraquara de Fora, distante da tomada dágua o suficiente para evitar a sua recirculação. Na Figura 44, apresenta-se o desenho da Tomada dágua e Lançamento da Água do Sistema de Dissipação de Calor da Unidade 1 da CNAAA. 78 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 44 – Desenho da Tomada dágua e Lançamento da Água do Sistema de Água de Circulação de Angra 1. Fonte: FSAR, 2007. 79 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Na Figura 45 apresenta-se o fluxograma esquemático do Sistema de Água de Circulação de Angra 1. Figura 45 – Fluxograma esquemático do Sistema de Água de Circulação de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2005. A elevação de temperatura de projeto da água de circulação, ao atravessar o condensador, é de 8 °C com a Usina à plena potência − temperaturas mínima de 17 °C e máxima de 30 °C na tomada, e mínima de 22 °C e máxima de 38 °C na descarga. Uma das grandes vantagens desse tipo de Usina é o fato do circuito primário, que contém material radioativo, ser isolado do Sistema de Água de Circulação, que capta água do mar, por duas barreiras, que são os feixes de tubos dos geradores de vapor e dos condensadores. A água do mar circula no condensador sem contato com a água do circuito secundário que, por sua vez, não entra em contato com refrigerante no circuito primário. Isso impede a contaminação direta da água do mar pela água do circuito primário, no caso de eventuais vazamentos nos tubos dos geradores de vapor. 2.2.11.4.1 Sistema Auxiliar do Sistema de Água de Circulação 2.2.11.4.1.1 Unidade de Cloração com Gerador de Hipoclorito – SEACLOR ® - SCL O sistema Seaclor® é um sistema de eletrocloração que permite a geração de Hipoclorito de Sódio a partir de água do mar (captada em Itaorna) ou solução de salmoura, no próprio local de uso. A geração de solução de Hipoclorito de Sódio no local de utilização tem como principal objetivo tornar mais seguro e econômico a utilização deste poderoso biocida e desinfetante que é o Cloro. Quando injetado nos circuitos de água (como no caso da Usina de Angra 1), a solução de Hipoclorito permite uma eficiente proteção para os equipamentos e tubulações contra o crescimento de incrustações marinhas. 80 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Contrariamente aos outros produtos clorados existentes no mercado, o Hipoclorito gerado pelo equipamento Seaclor® não exige cuidados especiais com segurança no transporte, manuseio e estocagem já que a concentração do produto e o próprio sistema de dosagem não apresentam riscos aos operadores. O processo baseia-se na eletrólise de cloreto de sódio (água do mar ou solução de salmoura) que circula entre os eletrodos anódicos e catódicos do eletrolisador, energizados por corrente contínua e nas reações químicas que ocorrem durante e após a eletrólise. 2.2.11.5 Outros Sistemas Auxiliares de Angra 1 Dentre os demais sistemas auxiliares de Angra 1, destacam-se os seguintes: 2.2.11.5.1 Sistema de Abastecimento de Água Doce – AAD O sistema tem a função de coletar a água bruta da natureza e processar a clarificação da mesma, isto é, remover a matéria finamente dividida e em suspensão para fornecêla aos seguintes pontos: • Sistema de Água Potável (APO); • Sistema de Proteção Contra Incêndio (PCI); • Sistema de Tratamento de água (STA). 2.2.11.5.2 Sistema de Proteção Contra Incêndio - PCI A função do sistema é desenvolver ações rápidas de detecção, alarme e extinção de indesejáveis princípios de fogo que possam ocorrer em qualquer ponto da Usina, visando com isso, evitar a propagação do incêndio e suas conseqüências danosas. 2.2.11.5.3 Sistema de Distribuição Elétrica da Usina – DEL O Sistema de Distribuição Elétrica da Usina tem como função principal suprir energia para os Sistemas Auxiliares da Usina, de modo a garantir a operabilidade dos equipamentos, principalmente os de segurança, mantendo desta forma o alto grau de confiabilidade e segurança exigidos em uma Usina Nucleoelétrica. 2.2.11.5.4 Sistema dos Geradores Diesel – GDD A função dos GDDs é fornecer energia elétrica interna confiável aos barramentos segurança (barras 1A3 e 1A4) para a operação dos dispositivos de segurança, modo que seja possível levar e manter a unidade em uma condição segura desligamento em consequência de um acidente básico de projeto, injeção segurança e/ou perda de energia elétrica (Black-out). de de de de 2.2.11.5.5 Sistema de Monitoração de Radiação – SMR O SMR é projetado para desenvolver as seguintes funções: 81 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto • alertar quanto a um princípio de mau funcionamento na unidade que pode redundar em conseqüências danosas para a Usina; • iniciar ação automática corretiva em caso de crescimento do nível de radiação em pontos pré-estabelecidos, visando minimizar ou, até eliminar, as consequências daquele crescimento anormal. 2.2.11.5.6 Sistema de Suprimentos de Gases – SSG Suprir com os gases Nitrogênio, Hidrogênio e Oxigênio os diversos pontos de consumo na Usina de Angra 1. 2.2.12 OS SISTEMAS DE SEGURANÇA DE ANGRA 1 Os Sistemas de Segurança de Angra 1 atuam em caso de acidentes e transitórios e são apresentados no Capítulo XV do FSAR, versão 2007. Os Sistemas Ativos são: a) Sistema dos Geradores Diesel; b) Sistema de Água de Alimentação Auxiliar; c) Sistema de Remoção do Calor Residual; d) Sistema de Proteção do Reator; e) Sistema de Recirculação do Ar da Contenção. f) Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo; g) Sistema de Spray da Contenção; a) Sistema dos Geradores Diesel Os geradores diesel são usados exclusivamente para suprimento de potência em emergência. Cada gerador diesel é capaz de partir automaticamente e seqüencialmente alimentar as cargas de segurança, associados a cada barramento. b) Sistema de Água de Alimentação Auxiliar O Sistema de Água de Alimentação Auxiliar é projetado para prover um suprimento de água de alimentação dos Geradores de Vapor possibilitando a remoção do calor de decaimento do reator no caso de não se ter disponível o Sistema de Água de Alimentação Principal. O sistema possibilita a parada completa da unidade sob a condição de perda do Sistema de Água de Alimentação Principal pela manutenção de inventário suficiente de água nos geradores de vapor até que se tenha o Sistema de Refrigeração do Reator despressurizado a ponto de se poder utilizar o Sistema de Remoção de Calor Residual. 82 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto c) Sistema de Remoção do Calor Residual A função principal do Sistema de Remoção do Calor Residual é remover o calor gerado pelo núcleo do reator e pelas bombas de refrigeração do reator, durante o resfriamento da unidade e a operação de recarregamento do núcleo. d) Sistema de Proteção do Reator; O Sistema de Proteção do Reator monitora parâmetros selecionados da Usina de Angra 1, determina se os limites de segurança pré-determinados estão ou não sendo excedidos e, se estiverem, transforma os sinais em matrizes lógicas sensíveis às combinações indicativas de ruptura das fronteiras do sistema primário ou secundário (falhas Classe III ou IV). Uma vez completa a combinação lógica requerida, o sistema envia sinais de atuação aos componentes de segurança que agrega as funções que melhor atendem às exigências do acidente. e) Sistema de Recirculação do Ar da Contenção O Sistema de Recirculação do Ar da Contenção mantém a atmosfera de contenção abaixo da pressão e temperatura de projeto transferindo o calor presente na contenção para o Sistema de Refrigeração de Componentes. É projetado para reduzir a fuga da atividade aerotransportada da contenção após um acidente de perda do refrigerante e quebra da linha principal de vapor. f) Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo O sistema de refrigeração de emergência do núcleo proporciona o resfriamento de emergência do núcleo e aumenta sua margem de desligamento nos casos de acidentes com perda de refrigerante do reator ou quebra linha de principal de vapor. g) Sistema de Spray da Contenção; O sistema de spray da contenção tem como função principal limitar a pressão no interior da contenção, no caso de um acidente de perda de refrigerante, queda de linha de água de alimentação principal. Isto é conseguido através do borrifamento de água no interior da contenção acarretando o resfriamento da atmosfera ambiente e a conseqüente redução de pressão. Somente os acumuladores que fazem parte do Sistema de Refrigeração de Emergência do Núcleo são componentes passivos. Os acumuladores são vasos de pressão cheios com água borada e pressurizados com gás nitrogênio. Durante a operação normal da Usina cada acumulador é isolado do Sistema de Resfriamento do Reator por duas válvulas de retenção dispostas em série. No caso da pressão do Sistema de Resfriamento do Reator cair abaixo da pressão do acumulador, as válvulas de retenção abrem a água borada é injetada no Sistema de Resfriamento do Reator. A operação mecânica das válvulas de retenção é a única ação requerida para abrir o sistema de injeção dos acumuladores para o núcleo via “perna-fria”. 83 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Os acumuladores são dispositivos de segurança passivos porque gás força a injeção; nenhuma fonte externa de energia ou transmissão de sinal é necessária para se obter, de forma rápida, uma grande vazão em caso de necessidade. Os acumuladores são ligados a cada uma das pernas-frias do Sistema de Resfriamento do Reator. 2.2.13 ASPECTOS RELATIVOS A FATORES HUMANOS As interações humanas provocam mais ou menos erros, conforme o tipo de sistema operado, que podem conduzir a variados tipos de acidentes. Estatísticas das mais diversas indicam que, na aviação, em 60 a 87% dos casos as quedas de aparelhos são causadas por erro humano; na indústria química entre 80 e 90% dos incidentes envolvem o elemento humano e na indústria nuclear a contribuição do erro humano para a falha de sistemas durante a seqüência do acidente é de 50 a 85%, de acordo com o WASH-1400 (NUREG-75/014, OCT/75). Além de todos os princípios de segurança aplicados às Usinas nucleares, citados no item 2.2.12 as mesmas são projetadas e construídas levando-se em conta os aspectos da interface homem-máquina, para minimizar a ocorrência de incidentes ou acidentes provocados por erros humanos. O FSAR de Angra 1 dedica um capítulo inteiro para fatores humanos. Este capítulo, que leva o número 13, descreve e demonstra que a Sala de Controle Principal, a Sala de Controle de Emergência e diversos outros painéis locais atendem aos princípios de habitabilidade, condições ambientais adequadas, ergonomia e segurança operacional, com vistas à minimização de erros humanos e redução de ações equivocadas por parte dos operadores da Usina. A operação de Angra 1 é conduzida por uma equipe técnica diversificada, constando de: supervisor e encarregado de turno licenciados como operador sênior de reator (OSR); operadores de painel licenciados como operador de reator (OR); operadores de campo; supervisores de proteção radiológica licenciados; técnicos de proteção radiológica; químicos e radioquímicos; encarregados da manutenção mecânica, elétrica, e de instrumentação e controle; mecânicos, eletricistas e instrumentistas; além da equipe de suporte técnico e administrativa. (comprovar no documento da proteção radiológica). Como condição fundamental para garantir a segurança operacional e um elevado fator de disponibilidade da Usina, todos esses técnicos são submetidos a prolongados cursos gerais e específicos, administrados e conduzidos por especialistas nas instalações do Centro de Treinamento Avançado com Simulador (CTAS), situado na Vila Residencial de Mambucaba, durando em média de dois a três anos. Adicionalmente, os gerentes e operadores de Angra 1 a serem licenciados como operador sênior de reator e operador de reator, as equipes de comissionamento e suporte técnico da Usina, bem como diversos especialistas da CNEN e de outras 84 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto entidades nacionais que desenvolvem atividades em diversas áreas relacionadas com instalações nucleares, vão passar por treinamento altamente qualificado − ministrado no idioma nacional e com inteira flexibilidade de cronogramas e condições técnicas − em um simulador integral específico desta Usina (full-scope simulator, em inglês), instalado no CTAS desde maio de 1985. Esse simulador, que é uma réplica da sala de controle de Angra 1, contém praticamente toda a instrumentação da Usina, podendo reproduzir o mesmo comportamento dinâmico observado na operação normal, anormal e emergencial da mesma. O treinamento do pessoal técnico licenciável, operadores sênior de reator, operadores de reator e supervisores de proteção radiológica, inclui também o denominado treinamento-em-serviço (on-the-job-training) em Usinas semelhantes de outros países, caso dos gerentes e operadores, e em Angra 1, caso dos supervisores de proteção radiológica. O treinamento em simulador está consagrado como a ferramenta mais eficaz e econômica para o desenvolvimento e manutenção da competência da equipe da Usina a ser licenciada como OSR e OR. Isso porque fatores econômicos e de segurança tornam impraticável a realização de manobras freqüentes em uma Usina nuclear, tais como partida, parada e variações de carga, como também o treinamento em condições de mau-funcionamento, anormais e de acidente. O instrutor do simulador conta com a facilidade de poder simular, além da operação de partida e parada normal, uma série de condições de mau-funcionamento anormais e de emergência da Usina, e até condições de acidentes severos. O treinamento é ministrado para grupos de quatro pessoas em regime de turno rotativo, de forma a simular a atuação da equipe da sala de controle − supervisor e encarregado de turno e dois operadores de painel − visando a sua familiarização com o comportamento da Usina nas diversas situações operacionais. As condições que simulam os mais variados tipos de eventos são introduzidas durante o funcionamento da Usina, sem que o operador tome conhecimento prévio das mesmas. O simulador em questão tem sido ainda usado para treinamento de pessoal de operação e gerência de Usinas da Alemanha, Suíça, Espanha e Argentina com o mesmo tipo de reator, sob a orientação e controle dos próprios instrutores da Eletronuclear, que vêm acompanhando a vida do mesmo desde a sua fase de projeto e fabricação, na França. Portanto esses instrutores brasileiros, ministrando cursos de treinamento para pessoal licenciável e de suporte técnico de outros países, desenvolveram maior nível de competência e alto grau de especialização, beneficiando-se da experiência internacional desses treinandos. Essa considerável experiência adquirida será extremamente benéfica para o treinamento dos gerenteschave, operadores e especialistas de Angra 1. A operação das Usinas nucleares obedece a rígidos procedimentos escritos, revisados e aprovados periodicamente, no sentido de minimizar as falhas humanas. São procedimentos administrativos, de operação normal, de operação anormal, de 85 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto emergência, de testes, de manutenção, de proteção radiológica, de controle e garantia da qualidade, de proteção física, e outros. Assim, é importante salientar que, sendo um simulador específico para Angra 1, todos os procedimentos operacionais da Usina poderão ser testados e validados na seqüência correta, através do mesmo, o que contribuirá para reduzir possíveis erros humanos operacionais por deficiências dos próprios procedimentos. O simulador é, também, um excelente instrumento para a análise e avaliação das árvores de eventos utilizadas para estudos de avaliação probabilística de segurança. A presença do simulador próximo ao local onde se encontra a Usina facilita enormemente no caso de análise de eventos operacionais, contribuindo para a experiência operacional de Angra 1 e para a minimização da ocorrência de acidentes provocados por erros humanos. Dentre as equipes técnicas a serem submetidas a cursos de treinamento, somente os operadores sênior de reator, os operadores de reator e os supervisores de proteção radiológica serão licenciados pela CNEN. Estes deverão satisfazer os requisitos das normas CNEN-NE 1.01 - “Licenciamento de Operadores de Reatores Nucleares”, CNEN-NE 1.06 - “Requisitos de Saúde para Operadores de Reatores Nucleares” e CNEN-NE 3.03 - “Certificação da Qualificação de Supervisores de Radioproteção”. Os exames escritos e prático-orais, conduzidos pela CNEN, são realizados nas instalações do CTAS e na própria Usina. Uma vez aprovado, o pessoal licenciável receberá a licença de Operador de Reator e licença de Operador Sênior de Reator, com validade de dois anos. Os operadores sênior de reator e operadores de reator são retreinados obrigatoriamente a cada período de dois anos, sendo que o retreinamento no simulador será anual, ocasião em que são simuladas as condições de operação anormais, incidentais e acidentais, de modo a mantê-los ativos no conhecimento e na resposta a essas circunstâncias e capazes de gerenciar bem as situações de emergência da Usina. 2.3 EXPERIÊNCIAS OPERACIONAIS A comunidade internacional, desde o inicio do desenvolvimento da tecnologia de Usinas nucleares, estabeleceu principio e compromissos em relação à indústria nuclear, quanto aos aspectos da segurança nuclear, através de organismos internacionais ou de associações privadas de empresas operadoras de Usinas nucleares. A Usina de Angra 1 já foi objeto de missões do Operational Safety Advisory Review Team (OSART). O grupo composto de vários técnicos de diferentes países, que trabalharam aproximadamente durante três semanas com o objetivo de avaliar as pratica de operação da Usina. No final da missão, é apresentado um relatório 86 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto contendo conclusões e recomendações, que visam melhorar a segurança operacional da instalação. Esse tipo de missão é realizado a pedido do país que possui e se interessa pela segurança de suas Usinas nucleares. Como a equipe compõe-se de técnicos de diversos países que possuem Usinas nucleares, o trabalho dessa missão representa, portanto, uma contribuição da experiência internacional aplicada na avaliação e análise da instalação visitada. Em geral, a IAEA executa anualmente, em média, entre cinco a seis missões deste tipo em diferentes países que operam Usinas nucleares. No âmbito das organizações privadas, Angra 1 recebeu missões da World Association of Nuclear Operators (WANO) e do Institute of Nuclear Power Operations (INPO), dos quais era associada, a filiação a esses organizações foi transferida para Eletronuclear. Estas organizações desenvolvem programas para melhorar o nível de segurança operacional de Usinas nucleares e prestam assistência técnica, quando solicitadas. Alem dessas cooperações, o Brasil é signatário de outras convenções da IAEA sobre energia nuclear. Todos esses tratados visam assegurar compromissos internacionais da comunidade nuclear sobre a disseminação de informações de interesse comum, com o objeto de que seja alcançado um elevado nível de segurança das Usinas nucleares, de forma a preservar os seres humanos e o meio ambiente das conseqüências de acidentes nucleares, se estes vierem a ocorrer. Quanto ao aspecto universal dos dispositivos de cultura de segurança, preconiza-se que em todos os tipos de atividade, tanto para organizações como para indivíduos, em todos os níveis, a atenção para a segurança envolve muitos elementos, tais como: consciência individual de segurança, conhecimento e competência, motivação, supervisão, responsabilidade, etc. A cultura de segurança apresenta dois componentes gerais, quais sejam, uma estrutura bem organizada, que é responsabilidade da hierarquia gerencial, e a atitude da equipe para responder a estrutura e se beneficiar da mesma. São três os objetivos principais de segurança aplicáveis a uma Usina nuclear. O primeiro de caráter genérico e os outros dois complementares na interpretação daquele de natureza genérica, que tratam respectivamente da proteção contra os efeitos da radiação e os aspectos de segurança: 9 Objetivo Geral de Segurança Nuclear: proteger pessoas, sociedade e meio ambiente pela implantação e manutenção na Usina nuclear de mecanismos de defesa contra riscos de acidente radiológicos. 9 Objetivo da Proteção Radiológica: assegurar que as doses dos trabalhadores e indivíduos do publico estarão dentro dos limites estabelecidos e serão tão baixas quanto razoavelmente exeqüível, levando-se em consideração os fatores sociais e econômicos. 87 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 9 Objetivo Técnico da Segurança o Prevenir, com alto grau de confiabilidade, a ocorrência de acidentes na Usina nuclear; assegurar que todos os acidentes considerados no projeto da Usina, mesmo aqueles com baixa probabilidade de ocorrência mas com conseqüências radiológicas, caos existam, serão minimizados; e assegurar que os acidentes severos, com sérias conseqüências radiológicas, terão possibilidades extremamente baixas de ocorrência; e o A prevenção de acidentes deve ser a preocupação maior de projetistas e operadores da Usina nuclear. Ela é conseguida pela utilização de estruturas, componentes, sistemas e procedimentos confiáveis na Usina, opera por pessoal que tenha desenvolvido uma forte cultura de segurança. Após o acidente de Chernobyl, Angra 1 adotou a cultura de segurança no mesmo ano. 2.4 REFERÊNCIAS SEMELHANTES DA EXPERIÊNCIA OPERACIONAL EM USINAS 2.4.1 FONTES GENÉRICAS Primeiramente foi realizada uma pesquisa em vários estudos de APS, principalmente os de Usinas do tipo PWR. O documento NUREG/CR-3862 /08/ foi utilizado para se pesquisar a experiência operacional de Usinas PWR. Este documento contém a avaliação de eventos ocorridos em 50 Usinas PWR durante 417,8 Usina-ano, no período de 1964 a 1983. A pesquisa sobre a experiência operacional foi suplementada com a inclusão de resultados verificados em diversos estudos de APS para PWRs, publicados e analisados no estudo de APS da Usina de referência /09/. 2.4.2 REGISTROS OPERACIONAIS DE ANGRA 1 Os dados do histórico operacional levados em consideração neste estudo se referem a todo o período de operação de Angra 1, desde que foi liberada para operação comercial (01 de janeiro de 1985), até dezembro de 1999, perfazendo 15 anos de operação comercial. Foi realizada a revisão do histórico operacional de todos os desarmes de reator, após a concessão da licença para operação comercial (01.01.85), com a Usina crítica ou em potência, foram analisados. Para a classificação em cada uma das categorias do NUREG/CR-3862/08/, foram considerados apenas os eventos ocorridos com a Usina em potência. 88 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 2.4.3 COMPARAÇÃO ENTRE A USINA DE ANGRA 1 E USINAS SIMILARES Os registros de operação de outras plantas similares foram revistos e categorizados em adição àqueles de Angra 1. Isto foi feito para aumentar os dados de amostragem e para verificar o desempenho de Angra 1 em comparação ao de outras Usinas similares, a fim de realçar os eventos iniciadores que são únicos para Angra 1, ou auxiliar na análise de eventos iniciadores importantes não identificados, que poderiam ocorrer em Angra 1. As Usinas selecionadas como referência são todas do tipo PWR de 2 loops. A extensão da vida útil das Usinas da CNAAA é estratégica, uma vez que com o amadurecimento da indústria nuclear, vem ocorrendo uma progressiva melhoria de índices de desempenho e segurança do parque nuclear em operação, fazendo com que estas se tornem vantajosamente competitivas, em relação às outras alternativas de geração de energia. O parque nuclear americano, por exemplo, com mais de 100 Usinas, que na década de 70 apresentava um fator de capacidade médio ao redor de 70%, vem melhorando progressivamente, apresentando um fator de capacidade médio acima de 90% em 2000 e 2001. Na CNAAA, a Usina de Angra 1 apresenta fatores de capacidade em torno de 80% desde 1996, com Angra 2 operando com 91% de capacidade no seu primeiro ano de operação. 3 PROJETOS CO-LOCALIZADOS Os projetos co-localizados junto a Usina de Angra 1 são aqueles existentes no sítio da CNAAA, ou seja, a Usina de Angra 2, já implantada, os Depósitos 1, 2 e 3 do Centro de Gerenciamento de Rejeitos e o Depósito Inicial dos Geradores de Vapor de Angra 1, assim como a Usina de Angra 3 atualmente em fase de licenciamento ambiental. Há ainda um estudo para eventual localização do Depósito Definitivo para rejeitos de baixa e média atividades, também no sítio da CNAAA. 4 4.1 ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO DEFINIÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA A definição da abrangência das áreas de influência direta e indireta do empreendimento, já instalado e em operação, baseou-se nos dois EIAs/RIMAs desenvolvidos para a CNAAA: os de Angra 2 e Angra 3, nos quais foram elaborados amplos diagnósticos, a partir de dados primários e secundários, e do histórico de ocupação das áreas adjacentes à CNAAA. 89 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Os mapas com a localização das Áreas de Influência Direta e Indireta dos meios biótico, físico e socioeconômico estão apresentados nos Apêndices III, IV e V, nos itens 13.3 a 13.5, respectivamente. As análises desenvolvidas nestes estudos de impacto mostram-se coerentes com o alcance dos impactos diretos e indiretos relevantes da operação de Angra 1. As Áreas de Influências do Meio Biótico foram delimitadas conforme as especificidades dos ambientes terrestre e aquático. Para os organismos aquáticos, os estudos realizados até o momento evidenciam o Saco Piraquara de Fora como o principal sistema submetido ao impacto do lançamento da água de refrigeração, através do efeito do fluxo do descarte, do gradiente de temperatura e da presença de cloro. Desta forma, considera-se como AID, para o meio biótico aquático, o Saco Piraquara de Fora, incluindo os compartimentos pelágicos (hidrologia e plâncton) e bentônicos (sedimento e bentos). Para os organismos terrestres, o estudo considera as áreas próximas a CNAAA, inclusive a área de segurança adjacente a Usina, até uma distância de 5 km do entorno da Unidade 1. A delimitação da Área de Influência Indireta, para o meio biótico terrestre considera um raio de 15 km a partir do centro de Angra 1, região a ser potencialmente afetada pela alteração de comportamento e distribuição das comunidades naturais, decorrentes das atividades do empreendimento no mar e na terra. Para o ambiente aquático foi considerada a enseada de Itaorna, não só como referência das condições ambientais sem o efeito do descarte, mas também pela proximidade e troca potencial com a AID. Para o ambiente terrestre, foram considerados os ecossistemas representativos da área além dos 5 km do entorno da CNAAA tais como: ilhas da baía de Ilha Grande, manguezal, restinga, rios e matas, naturalmente ocupados pela fauna e flora locais. Para o Meio Físico, a Área de Influência Direta abrange um raio de 15 km a partir do centro do reator de Angra 1 e a Área de Influência Indireta, 50 km. Cumpre destacar que os estudos do meio físico estenderam-se ate as cabeceiras das bacias hidrográficas, cortadas pelo raio imaginário de 15 km. Os estudos de oceanografia se restringiram ao Saco Piraquara de Fora, local de lançamento de água de refrigeração da CNAAA, em Itaorna. A Área de Influência Direta para o meio socioeconômico foi definida com raios de 5 km e 15 km. Sendo que o raio de 5 km, a partir do reator de Angra 1, abrange a localidade do Frade, o Sertãozinho do Frade, o Condomínio do Frade e a área do entorno da CNAAA, no distrito de Cunhambebe. A Vila Residencial de Praia Brava (vila dos funcionários da CNAAA), os condomínios Barlavento, Praia Vermelha e Goiabas e distrito de Mambucaba, município de Angra dos Reis. Para o raio de 15 km abrange os distritos de: Cunhambebe, Mambucaba e o Distrito Sede de Angra dos Reis, no município de Angra dos Reis; Tarituba, no município de Parati. 90 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A Área de Influência Indireta, 50 km, abrange parcialmente ou totalmente uma área de 14 municípios: Ubatuba, Cunha, Lorena, Silveiras, Areias, São José do Barreiro, Arapeí e Bananal, integrantes da mesorregião Vale do Paraíba Paulista, no estado de São Paulo.No estado do Rio de Janeiro compreendeu os municípios de Parati, Angra dos Reis, Rio Claro, Barra Mansa e Resende, pertencentes a mesorregião Sul Fluminense. Alem do município de Mangaratiba, na região metropolitana do Rio de Janeiro. 4.2 INFLUÊNCIA DA OPERAÇÃO DA USINA SOBRE OS MEIOS FÍSICO, BIÓTICO E SOCIOECONÔMICO Durante a operação de Angra 1 algumas informações relevantes relacionadas aos meios físico, biótico e socioeconômico sofrem influências. Essas influências podem ser positivas ou negativas, para isso, são definidos critérios de avaliação com a finalidade de minimizar ou mitigar. A Tabela 16 apresenta uma síntese dessas influências identificadas durante a operação de Angra 1. 91 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 16 – Síntese da avaliação das influências devidas à operação de Angra 1 MEIO FÍSICO SISTEMAS E AÇÕES ESTRUTURA/ PROCESSO AFETADO INFLUÊNCIA INDICADORES CARACTERIZAÇÃO Ecossistema Aquático de Piraquara Mudança dos padrões de circulação e aumento da temperatura no Saco Piraquara, alterações nas concentrações de amônia, hipoclorito de sódio, hidrazina, ácido sulfúrico, e sulfato ferroso Alteração na circulação e temperatura do Saco Piraquara de Fora Permanente, reversível, intensidade média e local. Ecossistema Aquático de Itaorna Alterações nas concentrações de hidrazina, nalco, zinco e fosfato na enseada de Itaorna, lançamento de esgoto sanitário e água triciada Alteração dos parâmetros físico-químicos, alteração da qualidade da água Permanente, reversível, intensidade baixa e local (considerando concentrações dentro dos limites legais). Lançamento de efluentes líquidos com radionuclídeos Ecossistema Aquático de Piraquara Alteração na concentração radiológica do meio (Co60, Cs134, Cs137, I131 e Sr90 e o H3) consequência de dose pelas vias de exposição Alteração na concentração radiológica do meio Intensidade baixa (considerando emissão dentro dos limites legais), local Deposição seca e úmida na água Ecossistema Aquático de Piraquara Emissão de radionuclídeos Qualidade do ar Alteração na concentração radiológica do meio, consequência de dose pelas vias de exposição Alteração na concentração radiológica do meio EVENTO CAUSADOR DA INFLUÊNCIA Lançamento de efluentes líquidos convencionais Sistema de refrigeração Emissões Atmosféricas com Radionuclídeos Intensidade baixa (considerando emissão dentro dos limites legais), local 92 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto MEIO FÍSICO SISTEMAS E AÇÕES EVENTO CAUSADOR DA INFLUÊNCIA Emissões Atmosféricas Convencionais Emissão de gases e particulados de combustão ESTRUTURA/ PROCESSO AFETADO INFLUÊNCIA INDICADORES CARACTERIZAÇÃO Qualidade do Ar Aumento na concentração de carbono e enxofre no ar Alteração da qualidade físico-química do ar Permanente, reversível, Itensidade baixa (considerando emissão dentro dos limites legais), local INDICADORES CARACTERIZAÇÃO Alterações na temperatura e nos parâmetros físicoquímicos Negativo, Direto, Local, Intensidade Mínima, Permanente MEIO BIÓTICO SISTEMAS E AÇÕES EVENTO CAUSADOR DA INFLUÊNCIA ESTRUTURA/ PROCESSO IMPACTADO INFLUÊNCIA Lançamento de Efluentes Líquidos Convencionais Refrigeração e Sistemas Auxiliares Piraquara: Hipoclorito de sódio, sulfato de sódio, cloreto de sódio, hidrazina, amônia, sulfato ferroso, óleos, boro Ecossistema Aquático de Piraquara e Itaorna Aumento da temperatura da água Itaorna: Hidrazina, Nalco, Zinco, fosfato, boro, efluentes de tratamento de esgotos sanitários Lançamento de Efluentes Líquidos contendo Radionuclídeos Emissões Atmosféricas com Deposição seca e úmida no solo Ecossistema Terrestre Alterações na concentração Alterações nas comunidades planctônicas e bentônicas Negativo, Direto, Local, Intensidade Baixa, Permanente Radiometria da Biota Negativo, Direto, Local, Intensidade Baixa, Permanente 93 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto MEIO FÍSICO SISTEMAS E AÇÕES Radionuclídeos EVENTO CAUSADOR DA INFLUÊNCIA Deposição seca e úmida do radionuclídeo no solo e arraste para corpos aquáticos ESTRUTURA/ PROCESSO AFETADO INFLUÊNCIA INDICADORES CARACTERIZAÇÃO CARACTERIZAÇÃO radiológica do meio Ecossistemas Aquáticos MEIO SOCIOECONÔMICO SISTEMAS E AÇÕES ESTRUTURA/ PROCESSO IMPACTADO INFLUÊNCIA INDICADORES Atividades Econômicas Efeitos Diretos, Indiretos e Induzidos Nível geral de emprego, local e regional, Positivo, Direto, Regional e Local, Permanente, Intensidade Alta Desenvolvimento Tecnológico Consolidação e Aperfeiçoamento da Capacidade Tecnológica Fixação e Desenvolvimento de Quadros Profissionais de Alta Qualificação Positivo, Direto, Regional e Local, Permanente, Intensidade Alta Setor Público Aumento da Arrecadação Tributária Arrecadação fiscal Positivo, Direto, Regional e Local, Permanente, Intensidade Alta Sistemas de Contenção e Proteção Percepção do Risco à Saúde Humana Qualidade de Vida Regional Opinião Pública sobre Risco Presuntivo Negativo, Direto, Regional, Permanente, Intensidade Baixa Liberação de Efluentes Radiológicos Alteração da concentração radiológica do meio ambiente Qualidade de Vida Local Alteração da concentração radiológica do meio ambiente Direto, Local, Intensidade Baixa (liberações dentro dos limites legais) EVENTO CAUSADOR DA INFLUÊNCIA Geração de Energia Nucleo-Elétrica Operação da Usina 94 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 4.3 ÁREAS DE VALOR ARQUEOLÓGICO, ESPELEOLÓGICO, HISTÓRICO E CULTURAL A construção de Angra 1 foi realizada na década de 1970, não tendo contado com os estudos ambientais posteriormente definidos pela Resolução CONAMA 01/1986. Por esta mesma razão, também não contou com os estudos ligados ao Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural, embora suas leis de proteção remontem à década de 19301. Dentro deste contexto, apresenta-se aqui uma análise da documentação disponível (relatórios arqueológicos, bibliografia científica, material em multimídia, cartografia, internet) a partir do que foram realizadas análises do patrimônio envolvido. 4.3.1 HISTÓRICO DAS PESQUISAS As primeiras pesquisas arqueológicas na região do litoral sul fluminense (que integra Angra dos Reis, onde Angra 1 foi implantada) ocorreram ainda no final da década de 1920, quando naturalistas do Museu Nacional do Rio de Janeiro registraram em Parati o sítio Sambaqui do Forte (Oliveira, 2006). Todavia, foi no final da década de 1960 que as pesquisas na região foram intensificadas e desenvolvidas de forma sistemática, resultando no registro de novos sítios para a região (Beltrão & Kneip, 1969; Mendonça de Souza, 1977; 1981). A partir de então os estudos começam a se intensificar, incluindo escavações de sítios e/ou levantamentos mais detalhados de algumas áreas (Lima, 1987, 1991, 1995; Kneip & Oliveira, 2005), além de estudos arqueológicos na Ilha Grande (Tenório, 1992, 1995, 2003). O conjunto de trabalhos acima citado é resultado de programas acadêmicos de pesquisa. A eles se somam, a partir da década de 1990, estudos desenvolvidos dentro do âmbito do licenciamento ambiental das Unidades 2 e 3 da CNAAA, que desde então produziram (e ainda produzem) uma vasta bibliografia científica (Oliveira & Ayrosa, 1991; Oliveira & Funari, 2005; Funari & Oliveira, 2005; Oliveira, Funari & Medeiros Maria, 2008). Destacam-se aqui, inclusive, a produção de teses de doutoramento e dissertações de mestrado (Oliveira, 2002; Carvalho, 2009; Lima, 2008). Estas pesquisas resultaram em dezenas de sítios arqueológicos e históricos cadastrados e pesquisados no litoral sul fluminense e, em particular, nos municípios de Angra dos Reis e Parati. Assim, embora a área específica de implantação de Angra 1 Lei Decreto-Lei n. 25, de 30/11/1937, que organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional. E Lei n. 3.924, de 26/07/1961, que proíbe a destruição ou mutilação, para qualquer fim, da totalidade ou parte das jazidas arqueológicas, o que é considerado crime contra o patrimônio nacional. 95 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 1 (objeto de análise deste PCA) não tenha sido contemplada por pesquisas arqueológicas preventivas anteriores às obras, os dados disponíveis na bibliografia fornecem um cenário consistente para as análises patrimoniais que concluem o presente texto, em especial, certamente, as pesquisas realizadas para os estudos de licencimento ambiental das Usinas de Angra 2 e Angra 3, uma vez que constituem áreas imediatamente contíguas a Angra 1. 4.3.2 O PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO/HISTÓRICO NA REGIÃO DE ENTORNO DE ANGRA 1 Pesquisas arqueológicas desenvolvidas por conta do licenciamento ambiental da Usina de Angra 2 indicaram a presença positiva de 20 sítios arqueológicos na região, tanto relacionados ao período pré-colonial quanto ao período histórico. Estes sítios se localizam no Saco Piraquara de Fora, que corresponde à praia contígua a leste daquela onde foram implantadas as Usinas Angra 1 e 2, compreendendo: • 4 sítios pré-coloniais: sambaqui do Velho, Polidor Amolador A, Polidor Amolador B e Polidor Amolador C; • 16 sítios/estruturas históricas, compreendendo: ruínas relacionadas a uma edificação do século XVIII, provavelmente da fortificação de Piraquara; edificação do século XIX; e 14 estruturas de pedra (Oliveira & Funari, 2005). O estudo destes sítios vem sendo desenvolvido desde 2004 até os dias atuais, sob coordenação da arqueóloga Dra. Nanci de Oliveira, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. O sambaqui do Velho, apresentava-se bastante impactado, e as pesquisas arqueológicas realizadas tiveram como objetivo a prospecção e salvamento do sítio, e posteriormente, a Eletronuclear constituiu um sítio-Museu, cujo projeto arquitetônico foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN. O sítio mostrou-se raso, alcançando 90 cm de profundidade, contendo uma matriz de conchas fragmentadas e inteiras entremeada por fauna malacológica, ossos de vertebrados incluindo mamíferos, aves e peixes, uma indústria lítica pouco diversificada (lascas de quartzo e diabásio, bem como seixos inteiros), uma indústria óssea formada por pontas, furadores, agulhas e adereços, bem como um sepultamento humano. Raros fragmentos cerâmicos foram coletados na camada superficial (Oliveira & Funari, 2005). Os sítios denominados respectivamente por Polidor Amolador A, Polidor Amolador B e Polidor Amolador C, constituem blocos rochosos fixos de dimensões variáveis, sobre os quais ocorrem sulcos como resultado do uso da pedra para polimento de artefatos. Conforme será analisado adiante, ocorrem destes sítios no município de Angra dos Reis, em especial na Ilha Grande (Tenório, 2003). A literatura denomina estes vestígios também como “oficinas líticas”. 96 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Na parte continental ocorrem outros destes sítios cadastrados (Gaspar & Tenório, 2000), apontando uma intensa produção e uso de artefatos polidos pelos grupos indígenas locais. Considerando que artefatos polidos podem ter sido utilizados por diferentes ocupações indígenas que se desenvolveram na região, ao longo do tempo (incluindo os grupos sambaquieiros e os ceramistas), não é possível associar com segurança estes polidores a algum contexto específico de ocupação; até porque, podem ter sido utilizados por mais de uma ocupação humana, enquanto locais reaproveitados para elaboração e amolação de instrumentos polidos. Em período histórico, a estrutura mais antiga identificada na área abrange ruínas do possível forte de Piraquara, datado do século XVIII e localizado nas imediações do sambaqui do Velho. Documentos históricos (Carta de Sesmaria do padre Francisco da Nóbrega) indicam a construção de uma capela nesta enseada, anos antes. Estes edifícios compunham um conjunto de iniciativas governamentais de impedir a ação da pirataria. Outras estruturas históricas foram cadastradas no Saco Piraquara de Fora, compreendendo muros de pedra seca, alicerces, áreas de descarte, entre outros. As estruturas de pedra são relacionadas a vigias e a “faxinas”, estas últimas compreendendo estruturas defensivas que visavam dificultar o desembarque de embarcações clandestinas. As estruturas teriam sido revitalizadas e reaproveitadas no século XIX, depois de um período de abandono (Oliveira & Funari, 2005). Recentemente conta-se ainda com o trabalho de Lima (2008) referente às fortificações históricas na Ponta Leste, trazendo uma sistematização abrangente do assunto. Foram também realizadas pesquisas arqueológicas para o licenciamento ambiental de Angra 3, localizada na área da Ponta Grande. As pesquisas abrangeram a área de influência direta, com raio de 5 km, e a área de influência indireta, com raio de 15 km, localizadas na enseada de Itaorna – e, portanto, englobando a área de construção de Angra 1 (Oliveira, 2006; Oliveira & Funari, 2007). Foram realizadas análises sistemáticas de fotografias aéreas, buscando porções de terreno não alteradas pelas construções das Usinas de Angra 1 e 2, seguidas por prospecções de varredura em campo (para uma descrição dos levantamentos, vide Oliveira (2006) e seguintes, incluindo análises comparativas das alterações paisagísticas que a baía de Angra sofreu desde a década de 1960). Como resultado das prospecções, foram cadastrados 9 sítios arqueológicos, compreendendo (Oliveira, 2005): o sambaqui da Ponta Fina, em área onde foi construída uma estação metereológica; o sambaqui de Mambucaba, já completamente destruído; o sambaqui da Ponta Grossa de Parati; a fortificação da Ponta Grossa de Parati, compreendendo 3 canhões da primeira metade do século XVIII; Ilha dos Mantimentos, contendo alinhamentos de pedras e muros; Ponta da Tapera, composto por fortificação e canhões; oficinas líticas formadas por blocos rochosos contendo sulcos de polimento (sítios Ilha de Sandri e Polidor/amolador do Sr. Moacir); edificações do século XIX, compostas por escada de pedras; estruturas históricas na 97 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto praia do Mamede, ligadas ao sistema defensivo da baía implantado nos séculos XVIII e XIX. Neste contexto está ainda a vila histórica de Mambucaba, situada à cerca de 15 km da Usina, com a construção da primeira capela em meados do século XVIII. O conjunto arquitetônico de Mambucaba foi tombado enquanto patrimônio nacional pelo IPHAN em 1969. Ali está também localizado o sítio arqueológico Toca da Picota (Dias Jr 1969). Em síntese, os levantamentos arqueológicos realizados para os licenciamentos de Angra 2 e Angra 3 indicaram a presença de um patrimônio arqueológico positivo, formado por vestígios que se estendem desde as primeiras ocupações humanas do litoral fluminense, representados pelos sítios sambaqui, até diversas edificações e cultura material do período histórico. Trata-se, de um importante e rico patrimônio arqueológico, histórico e cultural que diz respeito não somente à história local da baía de Angra do Reis e Parati, mas remete a contextos regionais e macro-regionais importantes para a referência cultural da história do país. Além dos sítios cadastrados nas imediações das Unidades Nucleares, as pesquisas arqueológicas desenvolvidas desde a década de 1920 na região do litoral sul fluminense resultaram em outras dezenas de sítios estudados. A Tabela 17 fornece uma listagem completa dos sítios localizados no município de Angra dos Reis, contendo seus principais dados de identificação. No Apêndice VI - Mapa Arqueológico, ite13.6m 13.6, estão apresentados os sítios localizados na área de influência direta do empreendimento (AID 5 e 15) 98 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Sítio Algodão Tabela 17 – Sítios arqueológicos localizados no município de Angra dos Reis Localização Tipo Vestígios arqueológicos Pesquisador/ Instituição Baía da Ribeira, Ilha do Algodão Amoladores de Lopes Mendes Sambaqui Restos alimentares, indústria óssea e conchífera, sepultamentos. Datação 3.500 +- 80 BP Coordenadas Andrade Lima 1991 Multicomponencial CNSA/IPHAN Rosana Najjar 1997 Oficina lítica Tenório, 2003 589536 / 7438905 CNSA/IPHAN M.D. Gaspar, M.C. Tenório, 2000 582669 / 7435450 Amoladores do Sr. Jurandir Ilha Grande Barra do rio das Andorinhas Ilha Grande – Dois Rios California Oceano Atlântico Subaquático Embarcação naufragada de cabotagem de 1866 CNSA/IPHAN; Rambelli, Camargo & Calippo 2004 Praia da Camiranga Ilha Grande, enseada da Estrela Oficina lítica 9 suportes com 38 marcas Tenório 2003 581924 / 7442909 Praia da Fazenda Ilha Grande, Praia da Fazenda Oficina lítica 2 suportes com 18 marcas Tenório 2003 581491 / 7443546 Praia da Freguesia de Santana Ilha Grande, Praia da Freg. De Santana Oficina lítica 1 suporte com 5 marcas Tenório 2003 578385 / 7446810 Praia da Julia Ilha Grande, Praia da Julia Oficina lítica 1 suporte com 8 marcas Tenório 2003 585843 / 7440495 Praia de Fora Ilha Grande, Praia de Fora Oficina lítica 13 suportes com 60 marcas Tenório 2003 581336 / 7443859 Praia do Sul Ilha Grande, Praia do Sul Oficina lítica 2 suportes com 10 marcas Tenório 2003 572928 / 7436694 Praia Preta Ilha Grande, Praia Preta Oficina lítica 7 suportes com 76 marcas Tenório 2003 585170 / 7442289 Oliveira & Funari 2004, 2005 557326 / 7454131 Oficina lítica Edificação do século XVIII Baía da Ribeira, Piraquara Histórico Ruínas prováveis da fortificação da Piraquara Fortificação de Piraquara Baía da Ribeira, Piraquara Histórico 18 estruturas dispersas Oliveira & Funari 2004, 2005 Longa Ilha Grande – Praia do Longa Oficina lítica sobre duna Indústria lítica lascada e polida CNSA/IPHAN Tenório 2003 570573 / 7441018 99 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Sítio Localização Tipo Vestígios arqueológicos Pesquisador/ Instituição Coordenadas Longa I Ilha Grande – Praia do Longa Oficina lítica Suportes com 62 marcas CNSA/IPHAN Tenório 2003 570658 / 7441036 Longa II Ilha Grande – Praia do Longa Oficina lítica CNSA/IPHAN Tenório 2003 570760 / 7440936 Oficinas líticas do Ilhote do Leste 1 Ilha Grande, Praia do Leste Oficina lítica CNSA/IPHAN; Tenório 2003 573043 / 7436689 27 suportes com 95 marcas Pimenta CNSA/IPHAN Pinguino Polidor / Amolador fixo de Piraquara I, II e III CNSA/IPHAN Baía da Ribeira, Saco Piraquara de Fora Oficina lítica Conjunto de marcas de polimento e amolação Oliveira & Ayrosa 1992; Oliveira & Funari 2005 Polidores Fixos n. 1 da Ilha Grande Oficina lítica Suportes com sulcos de polimento CNSA/IPHAN; Rosana Najjar 1997 Polidores Fixos n. 2 da Ilha Grande Oficina lítica Suportes com sulcos de polimento CNSA/IPHAN; Rosana Najjar 1997 Polidores Fixos n. 3 da Ilha Grande Oficina lítica Suportes com sulcos de polimento CNSA/IPHAN; Rosana Najjar 1997 557292 / 7455168 Itaoca Ilha Grande, Praia da Aroeira Oficina lítica 2 suportes com 52 marcas Tenório 2003 587997 / 7438672 Prainha Ilha Grande, Praia do Aventureiro Oficina lítica 5 suportes com 26 marcas CNSA/IPHAN; Tenório 2003 569839 / 7435265 Ruínas da Praia da Pedreira Ilha Grande Histórico Muralha, pilares e outros vestígios possivelmente relacionados a um engenho CNSA/IPHAN Sambaqui da Caieira II Saco do Ariró, Baía da Ribeira, Ilha da Caieira Sambaqui Indústria lítica e óssea, restos faunísticos, cerâmica de contato CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973; Lima 1991. Sambaqui da Ponta Fina enseada de Itaorna Sambaqui Indústria em ossos e conchas, lítica Oliveira, 2006 Sambaqui do Peri Baía da Ribeira, Ilha Comprida Sambaqui Restos alimentares, artefatos conchíferos e ósseos, indústria lítica. CNSA/IPHAN; Andrade Lima 1987, 1991, 1995 Praia da Tapera Ilha Grande, Praia da Tapera Oficina lítica 555429 / 7454513 CNSA/IPHAN; Tenório 2003 100 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Sítio Localização Tipo Vestígios arqueológicos Pesquisador/ Instituição Oficina lítica 1 suporte com sulcos de polimento CNSA/IPHAN; Gaspar & Tenório 2000 Baía da Ribeira, Ilha São Jorge Sambaqui Sepultamentos, ossos de fauna, cerâmica indígena CNSA/IPHAN; Beltrão & Kneip 1969; Beltrão 1978; Mendonça 1981. Baía da Ribeira, Ilha Pequena Acampamento Tupiguarani (?) Sepultamentos, ossos de fauna, cerâmica indígena CNSA/IPHAN; Beltrão & Kneip 1969; Dias Jr 1973; Beltrão 1978; Mendonça 1981 Praia do Leste Lito-cerâmico Indústria lítica e cerâmica CNSA/IPHAN; Rosana Najjar 1997 Ilhota do Leste Sambaqui Datações de 1640 +- 110, 2830 +- 50 e 3060 +- 40 BP CNSA/IPHAN; Tenório 2003 Sambaqui Sepultamentos, indústria óssea e conchífera, cerâmica de contato. CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973; Mendonça 1981; Lima 1987, 1991, 1995 Sambaqui Restos alimentares, indústria conchífera e óssea, indústria lítica, sepultamentos Oliveira Ayrosa 1992; Oliveira & Funari 2005 557314 / 7454134 Oliveira & Funari 2005 557308 / 7454179 Oliveira & Funari 2005 557308 / 7454196 Oliveira & Funari 2005 557351 / 7454167 Araçatiba Ilha de São Jorge Ilha Pequena Coordenadas 573043 / 7436689 Cunhambebe ou Caieira 1 Baía da Ribeira, Ilha da Caieira Sambaqui do Velho Baía da Ribeira, Piraquara de Fora Polidor/ Amolador A Baía da Ribeira, Piraquara de Fora Oficina lítica Polidor/ Amolador B Baía da Ribeira, Piraquara de Fora Oficina lítica Polidor/ Amolador C Baía da Ribeira, Piraquara de Fora Oficina lítica Barra do Purungo Ilha Grande, Praia do Aventureiro Oficina lítica Barra do Purungo I Ilha Grande, Praia do Aventureiro Oficina lítica 1 suporte com 9 marcas Tenório 2003 569712 / 7435634 Barra do Purungo II Ilha Grande, Praia do Aventureiro Oficina lítica 1 suporte com 24 marcas Tenório 2003 569712 / 7435634 Oficina lítica Suporte com marcas de CNSA/IPHAN; Gaspar & Barra Luis Tenório CNSA/IPHAN; Tenório 2003 101 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Sítio Localização Tipo Vestígios arqueológicos polimento Pesquisador/ Instituição Tenório 2000 Coordenadas Ponta do Leste Ilha Grande, Praia do Leste Lítico sobre duna Fauna, indústria lítica lascada, fogueira. Datação 2880 +- 40 BP CNSA/IPHAN; Tenório 2003 574835 / 7436258 Ponta do Leste 1 Ilha Grande, Praia do Leste Oficina lítica 8 suportes com 83 marcas Tenório 2003 Praia Grande CNSA/IPHAN Praia Vermelha Ilha Grande, Praia de Itaoca Oficina lítica 1 suporte com 3 marcas Tenório 2003 566552 / 7438454 Praia Vermelha 1 Ilha Grande, Praia de Itaoca Oficina lítica 1 suporte com 13 marcas CNSA/IPHAN; Tenório 2003 566569 / 7438435 Praia Vermelha 2 Ilha Grande, Praia de Itaoca Oficina lítica 2 suportes com 38 marcas CNSA/IPHAN; Tenório 2003 566569 / 7438435 Oficina lítica 1 suporte com 30 marcas CNSA/IPHAN; Gaspar e Tenório 2000 Sambaqui Indústria lítica e óssea, conchas, cerâmica de contato CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973; Mendonça 1981 Praia Vermelha 3 Alexandre Baía da Ribeira, Ilha do Alexandre Arande Multicomponencial CNSA/IPHAN; Rosana Najjar 1997 Tenório 2003 Sítio da Estrada Ilha Grande, Praia do Leste Lítico sobre duna Ilha do Bigode I Baía da Ribeira, Ilha do Bigode Sambaqui Indústria lítica, óssea, conchas e ossos, cerâmica de contato. CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973; Mendonça 1981; Lima 1987, 1991, 1995 Ilha do Bigode II Baía da Ribeira, Ilha do Bigode Sambaqui Indústria lítica, óssea, conchas e ossos, cerâmica de contato. CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973; Mendonça 1981; Lima 1987, 1991, 1995 Praia da Aroeira Ilha Grande, Praia da Aroeira Oficina lítica 4 suportes com 27 marcas Tenório 2003 Feiticeira Angra dos Reis Oficina lítica Cachadaço Oficina lítica Joaquim Multicomponencial Major Baia da Ribeira, Ilha do Major Sambaqui 573290 / 7436651 Tenório 2003 Sulcos de polimento CNSA/IPHAN; Gaspar & Tenório 2000 CNSA/IPHAN; Rosana Najjar 1997 Restos alimentares, artefatos conchíferos e ósseos, indústria lítica CNSA/IPHAN; Lima 1987, 1991, 1995 102 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Sítio Localização Tipo Vestígios arqueológicos Pesquisador/ Instituição Coordenadas Mero Ilha Grande, Praia do Mero Lítico sobre duna Indústria lítica lascada e polida CNSA/IPHAN; Tenório 2003 567598 / 7432120 Mero 1 Ilha Grande, Praia do Mero Oficina lítica 6 suportes com 46 marcas Mero 2 Ilha Grande, Praia do Mero Oficina lítica 4 suportes com 13 marcas CNSA/IPHAN Ubá Baía da Ribeira Sítio de contato Sepultamentos, fogueiras, indústria óssea e lítica, cerâmica de contato CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973; Mendonça 1981; Lima 1987, 1991, 1995 Ilha da Fitinha Gamboa, Baía da Ribeira, em ilha Sítio de contato Indústria lítica, conchas, cerâmica de contato CNSA/IPHAN; Dias Jr 1973; Mendonça 1981; Lima 1987, 1991, 1995 Ilha dos Porcos Cunhambebe, Ilha dos Porcos Sambaqui Lopes Mendes 1 Ilha Grande, Praia Lopes Mendes Oficina lítica 13 suportes com 80 marcas CNSA/IPHAN; Tenório 2003 589986 / 7437076 Lopes Mendes 2 Ilha Grande, Praia Lopes Mendes Oficina lítica 8 suportes com 82 marcas CNSA/IPHAN 590036 / 7436965 Parnaioca Ilha Grande, Praia da Parnaioca Oficina lítica 2 suportes com 17 marcas CNSA/IPHAN; Tenório 2003 576631 / 7434364 Parnaioca 2 Ilha Grande, Praia da Parnaioca Oficina lítica 1 suporte com 27 marcas CNSA/IPHAN; Tenório 2003 576431 / 7435343 Praia de Ubatuba Ilha Grande, Praia de Ubatuba Oficina lítica Praia de Ubatuba – Conj. II Ilha Grande, Praia de Ubatuba Oficina lítica 1 suporte com 5 marcas CNSA/IPHAN; Tenório 2003 Praia do Bananal Pequeno Praia do Bananal pequeno Oficina lítica 1 suporte com marcas CNSA/IPHAN; Gaspar & Tenório 2000 Provetá Ilha Grande, Praia do Provetá Lítico sobre duna Restos faunísticos e indústria lascada Tenório 2003 Provetá 1 Ilha Grande, Praia do Provetá Oficina lítica 11 suportes com 37 marcas CNSA/IPHAN; Tenório 2003 567565 / 7436124 Sítio Andorinhas Ilha Grande, Dois Rios Oficina lítica 7 suportes com 51 marcas CNSA/IPHAN; Tenório 2003 583060 / 7436206 Sítio Andorinha 1 Ilha Grande, Dois Rios Oficina lítica 9 suportes com 26 marcas Tenório 2003 583028 / 7436152 567563 / 7432065 567632 / 7432249 CNSA/IPHAN; Mendonça 1981. CNSA/IPHAN; Tenório 2003 572026 / 7441510 103 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Sítio Localização Tipo Vestígios arqueológicos Pesquisador/ Instituição Coordenadas Sítio Andorinha 2 Ilha Grande, Dois Rios Oficina lítica 1 suporte com 6 marcas Tenório 2003 582637 / 7435496 Recife Ilha Grande Oficina lítica Tenório 2003 Saco do Céu Ilha Grande, Saco do Céu Oficina lítica Tenório 2003 Sobre Duna Praia da Longa Ilha Grande, Praia da Longa Lítico sobre duna Praia do Morcego Angra dos Reis Oficina lítica Sobre Duna Lopes Mendes Ilha Grande, Praia Lopes Mendes Lítico sobre duna Indústria lítica CNSA/IPHAN; Tenório 2003 589733 / 7437575 Toca da Picota Mambucaba Colonial Indústria cerâmica CNSA/IPHAN; Dias Jr 1969 549110 / 7453603 Toca do Indio Ilha Grande, Praia do Leste Abrigo sob rocha Indústria lítica, restos malacológicos Tenório 2003 572063 / 7437964 Sambaqui de Mambucaba Margem esquerda do rio Mambucaba Sambaqui Indústria lítica, restos de peixe, fogueiras CNSA/IPHAN;Mendonça 1977, 1981 548813 / 7453738 Ilha de Sandri Ilha de Sandri Oficina lítica Bloco rochoso com marcas de polimento Oliveira 2006; Oliveira & Ayrosa 1991 Edificação do século XIX Ilha Comprida do Boqueirão Histórico Escada de pedra Oliveira 2006 551768 / 7451317 Polidor/ amolador do Sr. Moacir Ilha Comprida do Boqueirão Oficina lítica 1 bloco rochoso com 16 sulcos de polimento Oliveira 2006 551805 / 7451199 Sambaqui da Ponta Grossa de Parati Ponta Grossa do Parati Sambaqui Indústria lítica Oliveira 2006 536470 / 7435925 Fortificação da Ponta Grossa do Parati Ponta Grossa do Parati Histórico 3 canhões com inscrições do século XVIII Oliveira 2006 536487 / 7435900 Ilha dos Mantimentos Ilha dos Mantimentos Histórico Alinhamento de pedras e vestígios de muros Oliveira 2006 534929 / 7436310 Ponta da Tapera Ponta da Tapera Histórico Canhões e suportes Oliveira 2006 533141 / 7433014 Bateria do Marégrafo Baía da Ribeira, Piraquara de Fora Histórico Oliveira 2006 556937 / 7455851 Toca da Picota Margem esquerda do rio Mambucaba Sítio Colonial Oliveira 2006 549092 / 7454624 Indústria lítica lascada e polida CNSA/IPHAN; Tenório 2003 570573 / 7441018 Tenório 2003 104 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 4.3.3 O CONTEXTO REGIONAL DE OCUPAÇÕES HUMANAS O texto que se segue traz uma síntese da vasta e extensa história da ocupação humana na Baía de Angra, do período pré-colonial ao período histórico, buscando fornecer um contexto de referência aos sítios identificados na área próxima à Angra 1. A ocupação humana mais antiga que se conhece atualmente para Angra dos Reis está relacionada a grupos construtores de sítios arqueológicos do tipo sambaqui, cujas datas abrangem de 3.500 a 1.640 anos BP. Sítios sambaqui estão presentes em diversos outros pontos do Estado do Rio de Janeiro e São Paulo, especialmente em áreas de baías e manguezais, integrando uma extensa ocupação da costa litorânea brasileira que se estende do Rio Grande do Sul até o Pará, alcançando datações de mais de 6.000 anos. Os sambaquis são sítios formados pelo acúmulo de conchas resultando em camadas estratigráficas alternadas, em meio às quais ocorrem vestígios de ocupação habitacional e/ou o uso enquanto cemitérios. Os sítios pré-ceramistas do litoral sul fluminense, tanto sambaquis como abrigos rochosos, foram relacionados à tradição Macaé (Mendonça de Souza 1981). Apresentam variações estratigráficas na forma de alternância das camadas, com menor ou maior consumo de moluscos e peixes, fato que os arqueólogos sugerem relacionar-se a variações na densidade demográfica de seus ocupantes (Mendonça de Souza 1977, 1981; Lima 1991, 1995; Tenório 1992, 2003). Outra categoria de sítios arqueológicos presente na área apresenta uma indústria cerâmica simples, complementada com artefatos líticos morfologicamente pouco trabalhada (lascas e seixos), além de artefatos em ossos (incluindo adereços). Sugere-se uma associação destes sítios à tradição Una, que reúne sítios distribuídos por grande parte do Estado do Rio de Janeiro e compreende os primeiros grupos indígenas que teriam desenvolvido a técnica de fabricação de artefatos em argila. Sugere-se, também, uma associação dos sítios aos grupos indígenas etnográficos Guaianá ou Guarumimins, descritos pelo colonizador português a partir do século XVI (Oliveira & Funari 2005:5; Oliveira 2006: 10). Tanto estes sítios cerâmicos como sítios líticos em duna, também presentes na região, podem estar, ao menos em parte, relacionados a incursões sazonais realizadas pelos índios Tupinambá do planalto ao litoral de Angra, conforme relatos históricos, resultando em sítios acampamento (Eletrobrás- Termonuclear 2000). A região é ainda muito rica em sítios do tipo oficina lítica, tendo-se cadastrado dezenas deles na região, em especial na Ilha Grande. Conforme mencionado anteriormente, estes sítios atestam uma intensa produção e manutenção de artefatos polidos (podendo incluir lâminas de machados, mãos de pilão, cunhas, socadores, entre outros). Todavia, a associação destes sítios a algum contexto específico de ocupação indígena da área é delicada, uma vez que eles podem ter sido, inclusive, reocupados e reaproveitados por diversos grupos humanos ao longo do tempo. 105 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Posteriormente aos povos ceramistas associados à tradição Una, tem-se o estabelecimento na região de uma nova frente de ocupação de grupos ceramistas, agora associados à tradição Tupiguarani. São representados por baixa quantidade de sítios, embora existam descrições de sua presença na área por relatos de cronistas quinhentistas como José de Anchieta, Paul Knivet e Lery. Grupos Tupi (Tamoios) foram também descritos por Hans Staden durante seu período prisioneiro em Mambucaba (Oliveira 2006). No início da ocupação colonial portuguesa, o atual estado do Rio de Janeiro correspondia à antiga Capitania de São Thomé e grande parte da Capitania de São Vicente, sendo que esta última englobava a baía de Angra dos Reis. Vale ressaltar que a presença indígena constituiu fator importante na região, tendo-se referência a várias aldeias e aldeamentos durante o século XVI e XVII que contribuíam na defesa da área contra invasores estrangeiros, dando segurança à navegação portuguesa. Eram ainda responsáveis pelo transporte e guarda dos caminhos do ouro, conserto de estradas, manutenção de estruturas defensivas, entre outros. Até o século XVII os indígenas constituíam, aliás, a única mão de obra disponível ao colonizador, pois as atividades até então desenvolvidas na área não justificavam a importação de escravos africanos. Porém, no litoral sul fluminense os indígenas eram, em sua maioria, aliados dos franceses, e são várias as referências a constantes conflitos entre portugueses e grupos indígenas (para uma análise deste tema vide Oliveira & Funari 2007; e Eletrobrás- Termonuclear 2000). Parati teve sua origem ligada ao caminho indígena dos Guaianazes, reativado no século XVII enquanto via de ligação entre o litoral e o planalto. Saindo de São Paulo, passava por Taubaté, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, atravessava a serra do Mar passando por Cunha e alcançava Angra dos Reis. Parati surgiu em 1660 em função desta trilha e do escoamento das mercadorias via marítima até o Rio de Janeiro. Foi justamente o escoamento do ouro vindo das Minas Gerais até Parati, onde era embarcado para o Rio de Janeiro, a partir da segunda metade do século XVII, que motivou maior interesse pela Baía de Ilha Grande, onde uma grande quantidade de escravos ilegais eram desembarcados para trabalho nas minas. Certamente contribuiu também a transferência da capital da colônia para o Rio de Janeiro, em 1763, resultando no destaque do litoral sul fluminense para o cenário econômico brasileiro. Visando intensificar a defesa da área e o escoamento ilegal de mercadorias, foram ali implantados fortes e pontos de observação. A importância da região para o comércio e escoamento do ouro colonial é ainda atestada pela construção de uma Casa de Fundição em Parati, onde se procedia à dedução do quinto da Coroa. Já Angra dos Reis passa por importante momento de expansão na segunda metade do século XVIII, mas como resultado do contrabando do ouro em rotas alternativas. Entre as medidas de proteção somam-se ainda os empreendimentos baleeiros, ou armações de baleias, implantadas em entradas de baías e enseadas de fácil acesso, 106 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto associadas a fortificações e defesa do litoral (Ellis 1968. Para uma análise destas estruturas na praia de Marambaia, Angra dos Reis, vide Oliveira & Funari 2007). Depois do ciclo minerador, foi a vez do café ser também escoado pelo litoral de Angra dos Reis e Parati, e novamente o porto serviu de entrada para escravos voltados à mão de obra nos latifúndios do vale do Paraíba do Sul. Vale ressaltar que esta intensa atividade náutica resultou em diversos navios naufragados e que se encontram submersos na Baía de Angra, destacando-se, dentre eles, o navio negreiro norte americano “Camargo”, naufragado em Porto Bracuí, no ano de 1852, e as embarcações Pinguino e Parnaioca (Revista Náutica nº 86, 1996). Todavia, a vulnerabilidade desta área exigiu constantes esforços das autoridades do Rio de Janeiro, buscando frear as transações ilegais que ali proliferavam. Vários documentos apontam a presença de navios piratas franceses, já desde o século XVI, tendo-se registrado ao menos duas invasões e dominações da região no início do século XVIII. Indígenas escoavam grande quantidade de ouro por caminhos alternativos e de forma clandestina. Por conta disto, foram implantadas peças de artilharia de pequeno calibre e construídas fortificações e vigias em vários pontos do litoral fluminense, inclusive na Ilha Grande (Oliveira 2006). A Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Angra dos Reis data de aproximadamente 1593, sendo elevada à categoria de vila em 1624. Este primeiro local, abandonado, foi substituído em 1624 por aquele que permanece até os dias atuais. No século XVIIII a região conta com vários pequenos engenhos, e a produção de aguardente se torna a principal atividade econômica, utilizada principalmente no comércio de escravos negros. A presença de escravos na região e de seus descendentes constitui elemento marcante na definição da dinâmica social regional, embora ainda pouco documentada e estudada (como exceção cita-se a tese de doutoramento de Vasconcellos, 2006). Também no final do século XVIII a região experimenta um curto desenvolvimento ligado à exploração do anil, valorizado no mercado internacional como corante. Já no século XIX a região passa por grande desenvolvimento econômico por conta do ciclo cafeeiro, sendo que por Angra e Parati escoava a produção de cidades serra acima, como Areal e Bananal, que desciam sua produção através do antigo caminho do ouro que, de Cunha, descia o vale do rio Mambucaba. Grande quantidade de navios negreiros aporta na região, abastecendo os mercados do Vale do Paraíba. Nesta época, Angra dos Reis era o segundo maior porto do Brasil Meridional. Todavia, já a partir de 1858 a região entra em declínio, com abandono de várias fazendas e êxodo da população escrava e agregados, agravada pela crise do café na década de 1870, bem como pela abolição da escravatura (Oliveira 2006). Também a construção da estrada de ferro no vale do Paraíba, nesta segunda metade do século XIX, tira estas cidades litorâneas do principal percurso de produtos. 107 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Por conta disto, especialmente Parati conserva grande parte de seu rico patrimônio histórico e cultural, largamente explorado para o turismo a partir do século XX. O mesmo não ocorre com Angra dos Reis, em parte por conta de sua maior proximidade com a cidade do Rio de Janeiro, trazendo-lhe uma integração no desenvolvimento econômico regional que implicou em alterações na paisagem e, consequentemente, em seu patrimônio cultural. Ressalte-se ainda a presença, tanto em Angra dos Reis como em Parati, de uma grande quantidade de bens históricos e paisagísticos tombados (federal, estadual e/ou municipal). Ocorrem ainda na região 3 terras indígenas (Araponga, Bracui e Parati Mirim), além do Quilombo do Campinho da Independência, em Parati. Finalmente, devem ser aqui citadas iniciativas novas de análise deste rico e complexo patrimônio histórico e cultural presente na região de Angra dos Reis e Parati, como o trabalho de Aline Vieira de Carvalho (tese de doutoramento, 2009), que analisa a construção da memória oficial das cidades compondo seu passado e presente através da composição de um discurso oficial. E também como o trabalho de Deusdedith de Souza Alves Filho (dissertação de Mestrado, 2004), que analisa os potenciais e os conflitos na preservação do patrimônio histórico e cultural da região para a vida cotidiana atual de seus moradores. 4.4 DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA 4.4.1 ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO Em 2006 o Ministério do Meio Ambiente assinou as Portarias nº 349, 350 e 351, reconhecendo três novos Mosaicos de Unidades de Conservação da Mata Atlântica na região das Serras do Mar e da Mantiqueira. Dentre estes está o Mosaico Bocaina, na região de Parati (RJ) e Ubatuba (SP), dentro do raio de 10 km a partir da Usina de Angra 1. O mapa das áreas protegidas e prioritárias para a conservação, está no Apêndice VII, item 13.713.7. A criação dos Mosaicos tem como objetivo principal estimular a gestão integrada entre as diversas unidades de conservação, contribuindo para a conservação dos recursos naturais, bem como para o desenvolvimento sustentável do território onde se situam. A sua implementação requer o planejamento e a execução de ações de forma integrada, objetivando o desenvolvimento sustentável da região, priorizando a preservação da paisagem, da biodiversidade, e o desenvolvimento de atividades produtivas ligadas à cultura local, à mata e aos ambientes marinhos. O Mosaico de Unidades de Conservação da região da Serra da Bocaina abrange uma área de 221.754 hectares, 9 municípios, e 10 unidades de conservação e suas zonas de amortecimento, localizadas no Vale do Paraíba do Sul, litoral sul do estado do Rio de Janeiro e litoral norte do estado de São Paulo, a saber: 108 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto I - No Estado de Rio de Janeiro: a) sob a gestão do ICMBIO - Instituto Chico Mendes 1. Parque Nacional da Serra da Bocaina; 2. Estação Ecológica de Tamoios; 3. Área de Proteção Ambiental de Cairuçu; b) sob a gestão da FEEMA – Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano do Estado do Rio de Janeiro - SEMADUR: 1. Área de Proteção Ambiental de Tamoios; 2. Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul; 3. Parque Estadual Marinho do Aventureiro; c) sob a gestão da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Pesca e Agricultura de Parati/ Prefeitura Municipal de Parati: 1. Área de Proteção Ambiental Baia de Parati, Parati-Mirim e Saco do Mamanguá; II – no Estado de São Paulo: a) sob a gestão do Instituto Florestal de São Paulo/ Secretaria de Estado do Meio Ambiente – IF/SMA: 1. Parque Estadual da Serra do Mar (Núcleos – Picinguaba, Cunha e Santa Virgínia); 2. Parque Estadual Ilha Anchieta; 3. Estação Ecológica de Bananal 4.4.2 ÁREAS PROTEGIDAS A seguir estão descritas as unidades de conservação existentes dentro do raio de 10 km a partir da Usina de Angra 1. O mapa das Áreas Protegidas está apresentado no item 13.7. 4.4.2.1 Área de Proteção Ambiental de Tamoios Criada pelo Decreto no 9.452 de 05/12/86, abrange toda a região continental do município de Angra dos Reis, assim como todas as terras emersas presentes nas baías de Ilha Grande, da Ribeira e de Jacuecanga. Desta forma, esta Unidade de Conservação sobrepõe-se ao Parque Estadual da Ilha Grande, Decreto no 15.273/71; Área Non Aedificandi entre as cotas 60 a 200 metros, Decreto Estadual no 2.062 e Lei Municipal no 146; Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, Decreto no 4.972/81; Reserva Biológica da Ilha Grande, Decreto no 9.728/87; Área Tombada pelo INEPAC, 109 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Lei Municipal no 146; Estação Ecológica de Tamoios, Decreto no 98.864/90; e Parque Nacional da Serra da Bocaina, Decreto no 68.172/71. A vegetação predominante é a floresta ombrófila densa de terras baixas, submontana e montana. Podem ser encontrados, dentro da APA Tamoios, trechos de vegetação de Restinga e de Manguezal como as presentes na Ilha Grande e preservadas pela Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul. Os problemas ambientais estão relacionados com a ocupação humana, pois é uma área de alto interesse turístico. 4.4.2.2 Parque Nacional da Serra da Bocaina Criado pelo Decreto Federal no 68.172 - 04/02/71 - 70.694 - 08/06/72. Municípios de Angra dos Reis, Parati, Cunha, Picinguaba e Ubatuba. Localizado sobre a Serra de mesmo nome, predominando dentro de seus limites a Floresta Ombrófila Densa e seus subtipos, com algumas espécies endêmicas. Dentre as espécies típicas deste ambiente tem-se: Cariniana estrellensis (jequitibábranco), Cariniana legalis (jequitibá-rosa), Euterpe edulis (palmito), Cassia multijuga (canafístula), Tibouchina spp. (quaresmeira). No interior da mata pode ser encontrada comumente a Heliconia sp. (bananeira-do-mato), sem falar do grande número de indivíduos das Famílias Araceae (antúrios), Palmae (palmeiras), Bromeliaceae (gravatás ou bromélias) e Orchidaceae (orquídeas), além de várias da Divisão Pteridophyta (samambaias), como espécies terrícolas, lianas e epífitas. Destaca-se nesta Unidade a presença trechos de Floresta Ombrófila Mista nas áreas mais elevadas, representando o limite máximo da distribuição de Araucaria angustifolia e Podocarpus lambertii na serra do Mar. Significa um importante trecho florestal que abriga espécies da fauna ameaçada de extinção, como é o caso do maior macaco das Américas o Brachyteles arachnoides (muriqui). Os problemas ambientais estão ligados principalmente a ocupação humana e ao extrativismo vegetal. 4.4.2.3 Estação Ecológica de Tamoios Criada pelo Decreto no 98.864 de 23/01/90, esta unidade é composta por um conjunto marinho formado de 29 ilhotes, ilhas, lajes e rochedos situados na baía da Ribeira e Ilha Grande, juntamente com os seus respectivos assoalhos marinhos e uma porção continental de 70 ha, área esta cedida por FURNAS Centrais Elétricas em comodato ao atual Instituto Chico Mendes, para estabelecimento da sede administrativa. Na região marinha encontramos os diferentes afloramentos de terra e o assoalho marinho. Neste sentido pode-se dizer que existe uma grande variedade de ambientes como praias arenosas e rochosas, costões rochosos, afloramentos rochosos, etc., proporcionando a ocorrência de uma biota rica e diversificada, valendo citar a presença de aves marinhas que habitam nesta área. 110 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A cobertura vegetal presente na parte insular da Estação, enquadra-se na tipologia de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, sendo bastante variável em função das dimensões das ilhas e as características do solo. Desta forma, tem-se a formação de Terras Baixas rica em palmeiras; Terras Baixas sem predomínio de palmeiras e vegetação Rupestre. Segundo o Decreto n0 98.864 de 1990 de criação da unidade de conservação Estação Ecológica de Tamoios, em seu artigo 2º estabelece que o entorno marinho e parcéis de cada ilha, ilhote, lajes e rochedos, compreendidos dentro de um raio de 1 km de extensão a partir da arrebentação das ondas nas praias, encostas de rochedos e lajes, discriminados no artigo 1º deste Decreto integrarão a referida estação ecológica. 5 5.1 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS A avaliação de impactos descrita para os três meios a seguir contempla as Usinas de Angra 1 e Angra 2 e seus efeitos cumulativos. 5.2 NO MEIO FÍSICO 5.2.1 OCEANOGRAFIA QUÍMICA O Saco Piraquara de Fora foi o local escolhido, à época de projeto da CNAAA, para o lançamento da água do mar, captada em Itaorna, do sistema aberto de resfriamento das Usinas. Os estudos realizados abrangeram não só a enseada em si, como também a área adjacente, até as ilhas do Brandão e de Paquetá (Figura 46), de forma a caracterizar as condições ambientais oceanográficas desta região sob influência das atividades do empreendimento. A vazão máxima de captação e lançamento de Angra 1 é de 40 m3/s e a de Angra 2, 80 m3/s. 111 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 46 – Localização da área de estudo. Detalhe do saco Piraquara de Fora (modificado da Carta Náutica 1.637 – DHN – 1980) Fonte: Eletronuclear, 2005. Figura 47 – Saída da água de refrigeração no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. 112 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Com o objetivo de avaliar o comportamento da qualidade da água no Saco Piraquara de Fora e adjacências, estabeleceu-se que, a partir de uma malha de amostragem de raios com origem no ponto de lançamento das águas de refrigeração e dispostos de forma a cobrir toda a área em estudo (Figura 48), com estações espaçadas de 400 m no setor A e 800 m no setor B, seria monitorada a qualidade da água em três profundidades (0,5 m, 2 m e a 1 m do fundo), trimestralmente (quatro vezes ao ano), por meio da análise dos seguintes parâmetros: salinidade; oxigênio dissolvido; pH; clorofila; material em suspensão; fosfato dissolvido; silicato; nitrato; nitrito; amônia; boro; e surfactantes. As amostragens obedeceram a uma periodicidade trimestral, sendo adotada a estratégia de coleta das radiais 1, 3 e 5 alternadamente em relação às radiais 2, 4 e 6, sendo respectivamente coletadas em horário de maré vazante e enchente, ou viceversa, cobrindo, dessa forma, a influência da maré enchente e da vazante, de acordo com o objetivo estabelecido. Figura 48 – Localização dos pontos de coleta de amostras de água Fonte: Eletronuclear, 2005. A primeira campanha de coleta de amostras de água foi realizada entre os dias 20 e 23 de agosto de 2002, quando ocorreu uma lua cheia (entre os dias 21 e 22), o que corresponde a uma maré de sizígia. Nesse período registraram-se as maiores amplitudes de maré na região para o mês de agosto (dados verificados no Extrato da Tábua de Marés, publicada pela DHN para o Porto de Angra dos Reis). 113 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto As radiais 2, 4 e 6 da área B foram amostradas no dia 20, durante a maré vazante; as radiais 1, 3 e 5 da área A foram amostradas no dia 21, durante a maré enchente; as radiais 3 e 5 da área B foram amostradas no dia 22, durante a maré enchente e as radiais 2, 4 e 6 da área A, durante a maré vazante, ressaltando que, nesta campanha, foi inserida uma estação de coleta a 200 m da origem em cada radial. A segunda campanha de coleta de amostras de água foi realizada entre os dias 17 e 20 de novembro de 2002, quando ocorreu uma lua cheia (entre os dias 18 e 19), o que corresponde a uma maré de sizígia, ou seja, nesse período registraram-se as maiores amplitudes de maré na região para o mês de novembro (dados verificados no Extrato da Tábua de Marés, publicada pela DHN para o Porto de Angra dos Reis). As radiais 2, 4 e 6 na área A foram amostradas no dia 17, enquanto a área B foi amostrada no dia 18, ambas durante a maré vazante; as radiais 1, 3 e 5 na área A foram amostradas no dia 19, enquanto a área B foi amostrada no dia 20, ambas durante a maré enchente. A terceira campanha foi realizada entre os dias 15 e 18 de fevereiro de 2003, dentre os quais ocorreu a lua cheia entre os dias 15 e 16. E finalmente, a quarta campanha de coleta de amostras de água foi realizada entre os dias 14 e 17 de maio de 2003, dentre os quais ocorreu uma lua cheia entre os dias 15 e 16. A ocorrência de período de lua cheia provoca a ocorrência de uma maré de sizígia, ou seja, neste período ocorreram as maiores amplitudes de maré na região, evidenciando assim as maiores movimentações de água dentro da área estudada. As coletas foram realizadas com garrafas de Niskin, e após a medição de parâmetros como temperatura e pH, e retiradas alíquotas para oxigênio dissolvido, amônia e salinidade, foram armazenados 5 litros de amostra, em garrafas de polietileno, para posterior filtração em terra (material em suspensão e clorofila). Desses 5 litros de água, 1 litro foi armazenado e congelado para posterior análise nos Laboratórios da OCN/UERJ. Tabela 18 – Parâmetros determinados para coleta Equipamento/Método Resultados GPS Eagle Explorer Posição dos pontos de amostragem Sonda Eagle SupraPro I.D. Profundidade das amostras a 1 m do fundo Condutivímetro WTW LF92 Temperatura das amostras pHmetro Orion 210A com eletrodo Orion combinado Ag/AgCl 910600 pH Método titulométrico de Winkler (1888), segundo Grasshoff (1983) Oxigênio dissolvido Método colorimétrico do azul de indofenol FAO (1975), tendo sido as alíquotas lidas em espectrofotômetro Perkim Elmer – Lambda 12 Amônia Sistema elétrico portátil de vácuo com membranas HA em ester de celulose, 0,45µm de poro, 47 mm Ø, Millipore HAWP04700 Fonte: Eletronuclear, 2005. Filtração 114 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Em laboratório, foram determinados os seguintes parâmetros: Equipamento Tabela 19 – Parâmetros determinados em laboratório Método Nitrito (NO2-) Método colorimétrico de diazotação de Grasshoff (1983) Nitrato (NO3-) Método colorimétrico de diazotação de Grasshoff (1983), após redução em coluna de cádmio recoberto por cobre Fosfato (PO43-) Método colorimétrico do azul de fosfomolibdato de Grasshoff (1983) Silicato (SiO3) Método colorimétrico de azul silicomolibdato de Strickland e Parsons (1972) Clorofila A Método colorimétrico Scor/Unesco segundo Strickland e Parsons (1972) Boro (B) Método colorimétrico do Carmim segundo Apha/Awwa/Wef (1992) Surfactantes Surfactantes aniônicos como substâncias ativas ao azul de metileno (método colorimétrico) segundo Apha/Awwa/Wpcf (1965) modificado por Kantin (1980) Fonte: Eletronuclear, 2005. Todas as análises colorimétricas executadas no Laboratório de Oceanografia Química do Departamento de Oceanografia e Hidrologia da UERJ utilizaram espectrofotômetro uv/visível Micronal B382 ou Camspec M330 com caminho ótico de 5 cm ou maior. Todas as metodologias utilizadas para a determinação dos parâmetros desejados estão de acordo com as normas internacionais para análise de água do mar. São as técnicas comumente utilizadas para este tipo de análise e mundialmente reconhecidas e testadas, devendo ainda, utilizarem-se padrões internacionais para controle de qualidade das análises realizadas, caso estejam disponíveis. 5.2.1.1 Análise gráfica e estatística dos dados coletados A Eletronuclear mantém um monitoramento dos parâmetros físico-químicos de águas salinas em 3 pontos desde outubro de 1987. Dois dos pontos estão localizados na enseada de Piraquara de Fora e o outro ponto na região em frente das instalações do complexo nuclear em Itaorna, pontos estes respectivamente denominados Z4 e 047B e o Z3 (Figura 49). As coletas são realizadas sem nenhuma preocupação de se manter um padrão amostral quanto a horário de coleta, condição climática ou posição relativa ao ciclo da maré, sendo coletada somente água de superfície. Assim sendo toda a análise dos resultados levantados será feita tendo por base uma coleta de forma aleatória. 115 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 49 – Localização os Pontos de Monitoramento para dados pretéritos Fonte: Eletronuclear, 2005. Os dados obtidos sofreram uma avaliação quanto a sua qualidade, buscando-se os relatórios específicos que deram origem aos dados do banco de dados da Eletronuclear e que foi fornecido como base para este levantamento. Assim foram obtidos os dados de temperatura de superfície (tomadas a 0,5 m de profundidade), salinidade, nitrito, nitrato, fosfato, silicato, oxigênio dissolvido e teores de clorofila A, B e C, com uma periodicidade mensal desde outubro de 1987 até março de 2002. Após a tabulação dos dados estes foram conferidos a partir dos relatórios fornecidos pela Eletronuclear para o levantamento do fitoplâncton na região estudada, e feitas às correções necessárias. Posteriores a este controle de qualidade foram calculados os valores de grau de saturação de oxigênio, para que os valores pudessem ser comparados diretamente, e efetuadas as médias mensais (Tabela 20 a Tabela 22) durante o período do levantamento para cada ponto de coleta, ou seja, de outubro de 1987 a março de 2002. 116 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 20 – Valores médios mensais de temperatura, salinidade, concentração de nitrito, nitrato, fosfato, silicato, oxigênio dissolvido, clorofila A, B e C, e grau de saturação de oxigênio do ponto Z3 T 0,5 S NO2 NO3 PO4 Si O2 O2 Clorofila (mg.m-3) Mês µmol.l µmol.l µmol.l µmol.l ºC mg.l-1 % sat A B C 1 1 1 1 Jan 26,4 35,3 0,03 3,25 0,29 3,14 5,36 74,8 1,22 0,07 1,75 Fev 27,2 35,1 0,06 2,39 0,23 2,49 6,71 96,2 0,95 0,09 0,41 Mar 26,9 35,2 0,02 1,40 0,25 3,61 6,89 100,6 1,39 0,07 0,43 Abr 25,7 35,9 0,02 2,14 0,33 4,13 6,34 90,9 0,97 0,30 0,87 Mai 24,1 35,6 0,05 5,41 0,26 5,61 6,48 87,9 0,86 0,09 0,12 Jun 23,0 35,7 0,06 2,04 0,39 6,42 6,43 88,6 0,87 0,13 0,62 Jul 21,9 35,9 0,06 1,42 0,27 6,38 6,87 96,7 0,93 0,52 0,49 Ago 21,9 35,5 0,07 2,77 0,33 6,57 6,53 91,2 0,77 0,09 0,13 Set 22,2 35,3 0,08 3,20 0,43 5,36 6,37 76,7 0,63 0,20 0,38 Out 23,0 35,6 0,01 1,35 0,37 3,47 6,33 90,6 1,03 0,09 0,71 Nov 23,5 35,3 0,03 3,01 0,26 2,97 6,09 76,1 1,29 0,67 1,06 Dez 23,9 35,9 0,03 5,02 0,26 2,84 6,18 84,4 1,01 0,06 0,46 Média 24,1 35,5 0,05 2,78 0,31 4,41 6,38 87,9 0,99 0,20 0,62 Desvio Padrã o 1,9 0,3 0,02 1,32 0,06 1,55 0,41 8,4 0,22 0,20 0,45 Fonte: Eletronuclear, 2005. Tabela 21 – Valores médios mensais de temperatura, salinidade, concentração de nitrito, nitrato, fosfato, silicato, oxigênio dissolvido, clorofila A, B e C, e grau de saturação de oxigênio do ponto Z4 T 0,5 Mês S ºC NO2 NO3 PO4 Si µmol.l- µmol.l- µmol.l- µmol.l- 1 1 1 Clorofila (mg.m-3) O2 O2 1 mg.l-1 % sat A ºC Jan 25,9 35,4 0,05 1,56 0,25 3,63 5,45 72,9 1,18 0,08 0,92 Fev 28,2 35,0 0,07 2,20 0,26 3,15 6,77 98,3 1,23 0,12 0,60 Mar 27,4 35,3 0,03 4,27 0,31 4,97 6,88 102,5 1,66 0,05 0,61 Abr 26,0 35,9 0,05 1,70 0,38 5,81 6,24 90,1 1,05 0,15 0,66 Mai 24,4 35,5 0,10 5,61 0,28 7,01 6,14 78,1 1,08 0,10 0,17 Jun 23,3 36,2 0,07 2,98 0,42 7,11 6,24 84,6 0,94 0,31 1,33 Jul 22,5 35,9 0,07 3,27 0,35 7,49 6,31 89,8 0,88 0,66 0,25 Ago 22,3 35,5 0,10 2,73 0,35 5,80 6,64 94,0 0,63 0,07 0,20 Set 22,3 35,0 0,09 2,58 0,42 5,58 6,19 80,5 0,92 0,12 0,67 Out 23,4 35,2 0,01 1,50 0,39 3,27 6,30 90,8 0,90 0,11 0,54 Nov 24,0 35,5 0,08 1,92 0,24 3,07 6,04 81,5 0,80 0,16 0,32 Dez 24,8 35,9 0,02 1,88 0,31 3,35 6,09 84,2 1,27 0,06 0,62 Média 24,5 35,5 0,06 2,68 0,33 5,02 6,27 87,3 1,04 0,17 0,57 Desvio padrão 2,0 0,4 0,03 1,23 0,07 1,68 0,37 8,6 0,27 0,17 0,33 Fonte: Eletronuclear, 2005. 117 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 22 – Valores médios mensais de temperatura, salinidade, concentração de nitrito, nitrato, fosfato, silicato, oxigênio dissolvido, clorofila A, B e C, e grau de saturação de oxigênio do ponto 047B T 0,5 S NO2 NO3 PO4 Si O2 O2 Clorofila (mg.m-3) Mês µmol.l µmol.l µmol.l µmol.l ºC mg.l-1 % sat A ºC 1 1 1 1 Jan 26,4 35,0 0,01 1,71 0,23 2,91 5,93 79,9 1,09 0,05 0,83 Fev 28,0 35,5 0,06 1,57 0,25 2,90 6,67 96,8 0,84 0,15 0,49 Mar 27,3 35,4 0,02 1,57 0,26 4,08 6,84 101,6 1,64 0,11 0,84 Abr 26,0 35,6 0,02 2,24 0,35 4,54 6,44 92,4 0,84 0,10 0,70 Mai 24,5 35,7 0,07 4,95 0,28 5,98 6,23 79,5 0,74 0,07 0,22 Jun 23,1 36,2 0,04 2,40 0,38 7,40 6,31 85,2 0,82 0,13 0,34 Jul 22,6 35,7 0,08 2,33 0,36 6,74 6,72 95,9 0,85 0,53 0,31 Ago 22,3 35,5 0,07 1,63 0,33 5,55 6,54 92,3 0,46 0,04 0,19 Set 22,4 35,1 0,08 2,71 0,38 5,25 6,31 76,3 0,71 0,20 0,58 Out 23,4 35,3 0,02 1,34 0,36 3,14 6,41 92,5 0,72 0,11 0,58 Nov 23,9 35,8 0,03 1,31 0,26 3,46 6,01 75,9 0,65 0,16 0,37 Dez 24,4 35,9 0,02 4,57 0,29 3,52 6,24 85,9 0,86 0,06 0,42 Média 24,51 35,5 0,04 2,36 0,31 4,62 6,39 87,8% 0,85 0,14 0,49 Desvio padrão 1,96 0,3 0,03 1,21 0,06 1,54 0,27 8,6% 0,29 0,13 0,22 Fonte: Eletronuclear, 2005. Para uma melhor visualização dos valores médios de cada mês, em cada estação de monitoramento, foram elaborados gráficos a seguir para cada parâmetro observado e que apresentam o valor mediano e o percentil de 25% e 75% dos dados. 34 ESTAÇÃO: Z3 30 26 18 34 ESTAÇÃO: Z4 30 26 22 18 34 30 ESTAÇÃO: 047B TEMPERATURA (ºC) 22 Non-Outlier Max Non-Outlier Min 75% 25% Median 26 22 18 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Figura 50 – Médias mensais de temperatura por ponto de monitoramento. Fonte: Eletronuclear, 2005. 118 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto ESTAÇÃO: Z3 41 37 33 ESTAÇÃO: Z4 SALINIDADE 29 41 37 33 ESTAÇÃO: 047B 29 41 Non-Outlier Max Non-Outlier Min 75% 25% Median 37 33 29 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Figura 51 – Médias mensais de salinidade por ponto de monitoramento Fonte: Eletronuclear, 2005. 220% ESTAÇÃO: Z3 140% 100% 60% 20% 220% ESTAÇÃO: Z4 180% 140% 100% 60% 20% 220% 180% ESTAÇÃO: 047B GRAU DE SATURAÇÂO DE OXIGÊNIO (%) 180% Non-Outlier Max Non-Outlier Min 75% 25% Median 140% 100% 60% 20% jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Figura 52 – Médias mensais de grau de saturação de oxigênio por ponto de monitoramento Fonte: Eletronuclear, 2005. 119 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto ESTAÇÃO: Z3 0,24 0,12 -1 NITRITO (µmol.l ) 0,00 ESTAÇÃO: Z4 0,24 0,12 0,00 ESTAÇÃO: 047B 0,24 Non-Outlier Max Non-Outlier Min 75% 25% Median 0,12 0,00 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Figura 53 – Médias mensais da concentração de nitrito por ponto de monitoramento. Fonte: Eletronuclear, 2005. ESTAÇÃO: Z3 6 4 2 -1 NITRATO (µmol.l ) 0 ESTAÇÃO: Z4 6 4 2 0 ESTAÇÃO: 047B 6 Non-Outlier Max Non-Outlier Min 75% 25% Median 4 2 0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Figura 54 - Médias mensais da concentração de nitrato por ponto de monitoramento. Fonte: Eletronuclear,2005. 120 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto ESTAÇÃO: Z3 1,2 0,8 0,4 -1 FOSFATO (µmol.l ) 0,0 ESTAÇÃO: Z4 1,2 0,8 0,4 0,0 ESTAÇÃO: 047B 1,2 Non-Outlier Max Non-Outlier Min 75% 25% Median 0,8 0,4 0,0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Figura 55 – Médias mensais da concentração de fosfato por ponto de monitoramento. Fonte: Eletronuclear, 2005. ESTAÇÃO: Z3 12 8 4 -1 SILICATO (µmol.l ) 0 ESTAÇÃO: Z4 12 8 4 0 ESTAÇÃO: 047B 12 Non-Outlier Max Non-Outlier Min 75% 25% Median 8 4 0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Figura 56 – Médias mensais da concentração de sílica por ponto de monitoramento. Fonte: Eletronuclear, 2005. 121 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 3,5 ESTAÇÃO: Z3 2,5 1,5 -0,5 3,5 -3 CLOROFILA A (mg.m ) 0,5 ESTAÇÃO: Z4 2,5 1,5 0,5 -0,5 3,5 ESTAÇÃO: 047B 2,5 Non-Outlier Max Non-Outlier Min 75% 25% Median 1,5 0,5 -0,5 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Figura 57 – Médias mensais da concentração de clorofila A por ponto de monitoramento. Fonte: Eletronuclear, 2005. Através de análise dos gráficos (Figura 50 a Figura 57), confirmados por análises estatísticas de comparação de amostras, pode-se concluir que pouca variação significativa dos parâmetros ocorre entre as estações ao longo do ano, podendo ser afirmado que as concentrações são homogêneas ao longo do ano. Exceção a este comportamento é a temperatura e as concentrações de silicatos e clorofila A, que apresentam notadamente uma variação sazonal acentuada e em menor escala a variação do grau de saturação de oxigênio. Nota-se uma forte alteração dos valores de temperatura e concentrações de sílica associadas aos períodos de inverno e verão, apresentando comportamentos inversos, mas que de forma alguma estão associados entre si e sim correlacionados a situação climática. Outra análise que pode ser feita é a comparação direta entre as temperaturas da estação Z3 e Z4, uma vez que sendo a água utilizada para arrefecimento do sistema de refrigeração das Usinas, pode-se verificar qual a variação média histórica entre a água captada em Itaorna e a água lançada na enseada de Piraquara de Fora. Esta análise pode ser facilmente observada no gráfico que retrata a diferença de temperatura entre as duas estações ao longo do período de coleta de dados (Figura 58). As variações encontradas podem estar relacionadas às questões já levantadas de amostragem. Pois como o monitoramento de parâmetros físicos bem mostrou, existe uma alteração dos padrões de correntes na região interna da enseada de Piraquara de Fora, que se alterna com entrada de águas vindas da parte mais de fora da baía e águas vindas da Baía da Ribeira, variando de acordo com a maré e as condições climáticas. Assim o ponto de amostragem na enseada de Piraquara de Fora (Z4), pode ter suas condições físico-químicas, em dado instante, alterada por influência de águas mais quentes ou mais frias dependendo da situação reinante no momento da coleta, e que não são possíveis de serem inferidas na presente análise. 122 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 58 – Diferença de temperatura entre as estações Z4 e Z3 ao longo do período coleta de dados Fonte: Eletronuclear, 2005. A partir dos dados foi feita uma análise da média histórica mensal, ou seja, a média dos meses durante todo o período amostral, o que resultou na Figura 59. Verifica-se que a média, ao longo de todo o tempo do monitoramento, da temperatura da água descarregada em Piraquara de Fora se mantém próximo da temperatura da água de Itaorna, sendo a diferença média menor que 0,5 ºC. Variação Média do Delta de Temperatura entre as estações Z4 e Z3 5 variação de temperatura (T Z4 - TZ3) 4 3 2 1 0 -1 -2 -3 -4 -5 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Max Min 75% 25% Median MÊS Figura 59 – Variação média da diferença de temperatura nas estações Z4 e Z3 ao longo do ano Fonte: Eletronuclear, 2005. 123 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.2.1.2 Resultados observados A partir dos dados básicos obtidos nas análises, efetuou-se um tratamento estatístico onde a estatística descritiva de cada campanha é apresentada da Tabela 23 a Tabela 30, a seguir. Tabela 23 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de agosto de 2002 Parâmetro N Média Mediana Mínimo Máximo Amplitude Temperatura (ºC) 139 25.16 24.60 22.60 32.10 9.50 Salinidade 139 34.17 34.18 34.03 34.33 0.30 PH 139 8.07 8.06 7.84 8.31 0.47 O2 (ml/L) 139 4.93 4.91 3.63 5.96 2.34 O2 (mg/L) 139 7.04 7.02 5.18 8.52 3.34 O2 (% saturação) 139 103.96 102.84 75.25 134.57 59.33 NO2 (µmol/L) 138 0.63 0.61 0.32 0.99 0.67 NO3 (µmol/L) 32 0.38 0.30 0.01 1.06 1.05 NH3 (µmol/L) 41 0.09 0.07 0.01 0.29 0.28 PO4 (µmol/L) 136 0.33 0.31 0.04 0.86 0.82 Si (µmol/L) 138 0.29 0.28 0.09 0.65 0.56 Si (µg at/L) 138 8.23 7.79 2.62 18.31 15.68 Clorof. A (mg/M3) 125 0.20 0.14 0.02 0.96 0.94 Mat. Susp. (mg/L) 138 5.36 4.53 2.87 17.09 14.22 Boro (mg/L) 139 5.67 5.52 3.67 8.03 4.37 Surfact. (mg LSS/L) 133 0.04 0.04 0.01 Fonte: Eletronuclear, 2005. 0.08 0.07 Tabela 24 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de agosto de 2002. Int. conf. Int.conf. Desvio Erro Parâmetro Variância L. D. 95% +95% padrão padrão Temperatura (ºC) 24.820 25.491 3.997 1.999 0.170 - Salinidade 34.155 34.176 0.004 0.062 0.005 - pH 8.052 8.094 0.016 0.126 0.011 - O2 (ml/L) 4.874 4.987 0.114 0.337 0.029 - O2 (mg/L) 6.962 7.124 0.232 0.482 0.041 - O2 (% saturação) 102.332 105.578 93.672 9.678 0.821 - NO2 (µmol/L) 0.602 0.661 0.030 0.173 0.015 0.006 NO3 (µmol/L) 0.277 0.476 0.076 0.276 0.049 0.319 NH3 (µmol/L) 0.066 0.110 0.005 0.069 0.011 0.047 PO4 (µmol/L) 0.306 0.348 0.016 0.125 0.011 0.016 4.219 2.054 0.175 0.003 Si (µmol/L) Si (µg at/L) 3 3.941 4.286 0.005 0.073 0.006 0.083 Clorof. A (mg/M ) 0.169 0.225 0.025 0.158 0.014 - Mat. Susp. (mg/L) 4.950 5.776 6.009 2.451 0.209 - Boro (mg/L) 5.513 5.820 0.839 0.916 0.078 66.583 Surfact. (mg LSS/L) 0.034 0.014 0.001 0.002 0.039 0.000 Fonte: Eletronuclear, 2005. 124 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 25 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de novembro de 2002 Parâmetro N Média Mediana Mínimo Máximo Amplitude Temperatura (ºC) 138 27.32 28.20 20.40 33.10 12.70 Salinidade 138 33.08 32.89 31.17 35.15 3.98 pH 138 8.11 8.10 8.00 8.24 0.24 O2 (ml/L) 138 4.93 4.97 3.81 6.18 2.37 O2 (mg/L) 138 7.05 7.10 5.44 8.83 3.39 O2 (% saturação) 138 107.34 108.52 74.81 142.18 67.38 NO2 (µmol/L) 137 0.49 0.40 0.20 1.33 1.14 NO3 (µmol/L) 127 0.60 0.37 0.01 4.08 4.07 NH3 (µmol/L) 137 1.31 1.24 0.71 2.23 1.52 PO4 (µmol/L) 104 0.37 0.28 0.10 1.01 0.91 Si (µmol/L) 137 0.19 0.18 0.10 0.35 0.25 Si (µg at/L) 137 5.24 5.06 2.77 9.79 7.02 Clorof. A (mg/M3) 133 0.26 0.16 0.02 1.80 1.78 Mat. Susp. (mg/L) 136 6.26 4.82 2.75 33.50 30.75 Boro (mg/L) 138 2.60 2.58 1.23 4.15 2.92 Surfact. (mg LSS/L) 135 0.06 0.05 0.01 Fonte: Eletronuclear, 2005. 0.60 0.59 Tabela 26 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de novembro de 2002 Int. conf. Int.conf. Desvio Erro Parâmetro Variância L. D. 95% +95% padrão padrão Temperatura (ºC) 26.824 27.810 8.572 2.928 0.249 - Salinidade 32.911 33.241 0.961 0.980 0.083 - pH 8.102 8.121 0.003 0.058 0.005 - O2 (ml/L) 4.876 4.993 0.120 0.347 0.029 - O2 (mg/L) 6.966 7.133 0.245 0.495 0.042 - O2 (% saturação.) 105.404 109.277 132.394 11.506 0.979 - NO2 (µmol/L) 0.449 0.539 0.070 0.265 0.023 0.027 NO3 (µmol/L) 0.480 0.716 0.451 0.672 0.060 NH3 (µmol/L) 1.255 1.371 0.117 0.341 0.029 0.225 PO4 (µmol/L) 0.324 0.413 0.054 0.231 0.023 0.078 Si (µmol/L) 0.178 0.195 0.002 0.049 0.004 0.046 5.003 5.467 1.884 1.373 0.117 0.002 Si (µg at/L) 3 Clorof. A (mg/M ) 0.206 0.318 0.107 0.328 0.028 - Mat. Susp. (mg/L) 5.610 6.916 14.832 3.851 0.330 - Boro (mg/L) 2.520 2.679 0.223 0.472 0.040 57.446 Surfact. (mg LSS/L) 0.052 0.057 0.005 0.002 0.071 0.003 Fonte: Eletronuclear, 2005. 125 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 27 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de fevereiro de 2003. Parâmetro N Média Mediana Mínimo Máximo Amplitude Temperatura (ºC) 141 29.26 30.00 19.80 35.60 15.80 Salinidade 141 33.50 33.39 31.29 35.36 4.07 pH 141 8.18 8.20 7.77 8.42 0.65 O2 (ml/L) 141 4.66 4.82 1.90 5.67 3.76 O2 (mg/L) 141 6.66 6.88 2.72 8.10 5.38 O2 (% saturação) 141 105.34 109.50 36.89 133.22 96.33 NO2 (µmol/L) 140 0.45 0.40 0.23 1.95 1.72 NO3 (µmol/L) 118 0.60 0.49 0.04 2.40 2.35 NH3 (µmol/L) 138 0.49 0.40 0.23 1.69 1.46 PO4 (µmol/L) 140 0.44 0.30 0.12 2.69 2.57 Si (µmol/L) 141 0.21 0.17 0.00 0.80 0.80 Si (µg at/L) 141 5.79 4.77 0.00 22.37 22.37 Clorof. A (mg/M3) 140 0.42 0.31 0.04 1.91 1.87 Mat. Susp. (mg/L) 141 8.64 6.85 4.40 26.50 22.10 Boro (mg/L) 135 5.34 5.42 1.06 7.92 6.86 Surfact. (mg LSS/L) 122 0.07 0.05 0.00 Fonte: Eletronuclear, 2005. 0.29 0.29 Tabela 28 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de fevereiro de 2003. Int. conf. Int.conf. Desvio Erro Parâmetro Variância L. D. 95% +95% padrão padrão Temperatura (ºC) 28.713 29.806 10.773 3.282 0.276 - Salinidade 33.353 33.639 0.739 0.860 0.072 - pH 8.161 8.208 0.020 0.142 0.012 - O2 (ml/L) 4.541 4.777 0.500 0.707 0.060 - O2 (mg/L) 6.488 6.824 1.020 1.010 0.085 - O2 (% saturação.) 102.159 108.519 364.796 19.100 1.608 - NO2 (µmol/L) 0.421 0.486 0.038 0.196 0.017 0.0 NO3 (µmol/L) 0.513 0.686 0.226 0.476 0.044 0.046 NH3 (µmol/L) 0.442 0.530 0.069 0.262 0.022 0.225 PO4 (µmol/L) 0.362 0.516 0.214 0.463 0.039 0.025 Si (µmol/L) 0.185 0.227 0.016 0.126 0.011 0.046 5.199 6.376 12.487 3.534 0.298 0.002 Si (µg at/L) 3 Clorof. A (mg/M ) 0.363 0.480 0.122 0.349 0.029 - Mat. Susp. (mg/L) 7.914 9.371 19.154 4.376 0.369 - Boro (mg/L) 5.129 5.557 1.584 1.259 0.108 57.446 Surfact. (mg LSS/L) 0.058 0.043 0.004 0.023 0.073 0.002 Fonte: Eletronuclear, 2005. 126 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 29 – Estatística descritiva básica dos dados da campanha de maio de 2003. Parâmetro N Média Mediana Mínimo Máximo Amplitude Temperatura (ºC) 144 26.88 26.30 25.10 33.10 8.00 Salinidade 144 34.53 34.54 33.35 34.84 1.49 pH 144 8.12 8.10 8.00 8.28 0.28 O2 (ml/L) 143 4.36 4.32 3.79 5.00 1.21 O2 (mg/L) 143 6.23 6.18 5.41 7.14 1.73 O2 (% saturação) 143 94.87 93.15 80.22 119.85 39.62 NO2 (µmol/L) 141 0.47 0.41 0.11 1.19 1.08 NO3 (µmol/L) 140 0.32 0.31 0.16 0.84 0.68 NH3 (µmol/L) 143 0.84 0.79 0.48 2.09 1.60 PO4 (µmol/L) 144 0.44 0.39 0.10 1.15 1.04 Si (µmol/L) 144 0.01 0.01 0.00 0.03 0.03 Si (µg at/L) 144 0.37 0.38 0.02 0.76 0.75 Clorof. A (mg/M ) 130 0.07 0.03 0.00 0.90 0.91 Mat. Susp. (mg/L) 143 6.98 6.11 4.00 22.77 18.77 Boro (mg/L) 144 5.13 5.13 2.90 6.85 3.95 Surfact. (mg LSS/L) 143 0.06 0.05 0.03 Fonte: Eletronuclear, 2005. 0.15 0.12 3 Tabela 30 – Continuação da estatística descritiva básica dos dados da campanha de maio de 2003. Int. conf. Int.conf. Desvio Erro Parâmetro Variância L. D. 95% +95% padrão padrão Temperatura (ºC) 26.588 27.178 3.215 1.793 0.149 - Salinidade 34.499 34.564 0.039 0.197 0.016 - pH 8.111 8.132 0.004 0.064 0.005 - O2 (ml/L) 4.329 4.396 0.041 0.202 0.017 - O2 (mg/L) 6.185 6.280 0.083 0.288 0.024 - O2 (% saturação.) 93.725 96.009 47.738 6.909 0.578 - NO2 (µmol/L) 0.437 0.496 0.032 0.179 0.015 0.001 NO3 (µmol/L) 0.308 0.340 0.009 0.096 0.008 0.046 NH3 (µmol/L) 0.797 0.874 0.055 0.235 0.020 0.225 PO4 (µmol/L) 0.403 0.468 0.039 0.196 0.016 0.025 Si (µmol/L) 0.012 0.014 0.000 0.005 0.000 0.005 Si (µg at/L) 0.345 0.395 0.022 0.150 0.012 0.002 Clorof. A (mg/M ) 0.046 0.094 0.019 0.137 0.012 - Mat. Susp. (mg/L) 6.515 7.443 7.873 2.806 0.235 - Boro (mg/L) 5.015 5.239 0.464 0.681 0.057 57.446 Surfact. (mg LSS/L) 0.057 0.021 0.002 0.023 3 0.064 0.000 Fonte: Eletronuclear, 2005. 127 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.2.1.3 Análise dos resultados – avaliação da sazonalidade Por meio do tratamento estatístico, efetuou-se a análise dos resultados em uma forma gráfica, onde o principal objetivo é a visualização do comportamento dos parâmetros analisados. Para tanto, construiu-se gráficos de caixas (Box-Whiskers) que representassem os valores medianos, os percentis 25% e 75% e os valores mínimos e máximos de cada parâmetro, agrupados por profundidade de amostragem, por período de maré em cada uma das campanhas realizadas. Esses gráficos são apresentados nas figuras que se seguem, correspondentes a cada parâmetro determinado durante este monitoramento. Neste tipo de gráfico observa-se que os valores têm uma distribuição não normal e assim o motivo da anormalidade deve ser buscado em um estudo estatístico mais aprofundado, o que no momento não se faz necessário tendo em vista ser uma avaliação menos detalhada que objetiva visualizar a variação sazonal e não as variações internas entre as amostras. Pela variação da caixa de percentis chega-se com muita definição na distribuição dos valores agrupados, propiciando a caracterização do grau de dispersão dos valores dentro do grupo amostral estabelecido na faixa dos valores máximos e mínimos que também são representados no gráfico apresentado. Figura 60 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Temperatura no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. 128 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 61 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Salinidade no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. Figura 62 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, do pH no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. 129 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 63 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, do Grau de Saturação de Oxigênio Dissolvido no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. Figura 64 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Oxigênio Dissolvido no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. 130 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 65 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Oxigênio Dissolvido no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. Figura 66 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Amônia no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. 131 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 67 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Nitrito no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. Figura 68 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Nitrato no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. 132 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 69 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Fosfato no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. Figura 70 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Silicato no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. 133 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 71 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Silicato no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. Figura 72 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Clorofila A no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. 134 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 73 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Material em Suspensão no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. Figura 74 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Boro no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. 135 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Distribuição Sazonal da Concetração de Surfactantes no Saco de Piraquara de Fora 0,32 Maré Enchente 0,20 0,14 0,08 0,02 -0,04 0,32 0,26 Maré Vazante -1 Surfactante ( mg LSS.L ) 0,26 0,20 0,14 0,08 0,02 -0,04 ago/02 nov/02 fev/03 mai/03 ago/02 nov/02 fev/03 mai/03 ago/02 nov/02 fev/03 mai/03 Superfície 0,2 m Max Min 75% 25% Mediana Fundo Campanha de Amostragem Figura 75 – Gráfico de Distribuição Sazonal, classificados por maré e profundidade, da Concentração de Surfactantes no Saco Piraquara de Fora Fonte: Eletronuclear, 2005. 136 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A simples análises dos dados é muito difícil, pois o agrupamento abrange uma área muito grande com influências diversas, ou seja, com contribuições de águas da Baia da Ribeira e da Baia da Ilha Grande, que se dá até mesmo entre a camada superficial e a camada profunda, e este fato pode ser confirmado pela grande dispersão dos valores em alguns grupamentos. Assim, de uma forma geral o comportamento dos resultados ficou dentro de uma normalidade de ocorrência para o ambiente considerado, ou seja, de águas costeiras. 5.2.1.4 Avaliação dos resultados – comparação com os limites legais: De forma a facilitar as comparações entre os valores determinados e a tabulação dos valores estabelecidos na Resolução CONAMA nº 357 de 18 de junho de 2005, que estabelece a classificação das águas doces, salobras e salinas do Território Nacional, seus usos e características aceitáveis, os critérios e padrões para lançamento de efluentes líquidos estabelecido pela norma NT-202.R-10 de 07 de outubro de 1986 e os critérios de qualidade de água para preservação de fauna e flora marinhas naturais estabelecidos na norma NT-319 do ano de 1979, os valores das respectivas normas e dados de média, mediana, mínimo e máximo obtidos durante o monitoramento são mostrados na Tabela 31 a Tabela 34, a seguir. A comparação com os dados pretéritos ficou prejudicada aqui, pois se considerarmos os dados pretéritos como valores históricos e sendo a média dos dados pretéritos nas estações Z4 e 047B para cada mês amostrado no levantamento histórico entre 1987 e 2002, esses valores somente apresentam dados de águas de superfície não podendo então ser comparados com os valores obtidos durante o monitoramento face estes conterem valores de superfície, 2 metros e fundo (a um metro do fundo). Tabela 31 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais (campanha 01) Limite Limite Limite Legal Legal Legal Campanha 01 Conama FEEMA N Média Mediana Mín. Máx. FEEMA 357 AGOSTO/02 NT-319 Classe 5 NT-202.R10/1986 1979 2005 Temperatura (ºC) 139 25.16 24.60 22.60 32.10 - < 40.0 - Salinidade 139 34.17 34.18 34.03 34.33 - - - pH 139 8.07 8.06 7.84 8.31 6.5 a 8.5 5.0 a 9.0 6.5 a 8.5 O2 (ml/L) 139 4.93 4.91 3.63 5.96 > 4.20 - O2 (mg/L) 139 7.04 7.02 5.18 8.52 > 6.00 - ≥4 NO2 (µmol/L) 138 0.63 0.61 0.32 0.99 < 71.4 - ≤ 0,02 NO3 (µmol/L) 32 0.38 0.30 0.01 1.06 < 714 - ≤ 0,16 NH3 (µmol/L) 41 0.09 0.07 0.01 0.29 < 23.5 < 357 ≤ 0,02 PO4 (µmol/L) 136 0.33 0.31 0.04 0.86 - - - Si (µmol/L) 138 0.29 0.28 0.09 0.65 - - - Clorof. A (mg/m3) 125 0.20 0.14 0.02 0.96 - - - Mat. Susp. (mg/L) 138 5.36 4.53 2.87 17.09 - - 137 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Campanha 01 AGOSTO/02 N Média Mediana Mín. Máx. Limite Legal Conama 357 Classe 5 2005 Boro (mg/L) 139 5.67 5.52 3.67 8.03 < 5.0 < 5.0 ≤ 0,05 Surfact. (mg LSS/L) 133 0.04 0.04 0.01 0.08 < 0.5 Fonte: Fonte: Eletronuclear, 2005. < 2.0 ≤ 0,05 Limite Legal FEEMA NT-202.R10/1986 Limite Legal FEEMA NT-319 1979 Tabela 32 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais (campanha 02) Limite Limite Legal Limite Legal Legal Campanha 02 Conama 375 FEEMA FEEMA N Média Mediana Mín. Máx. Classe 5 NOVEMBRO/02 NT-202.R- NT-319 2005 10/1986 1979 Temperatura (ºC) 138 27.32 28.20 20.40 33.10 - < 40.0 - Salinidade 138 33.08 32.89 31.17 35.15 - - - PH 138 8.11 8.10 8.00 8.24 6.5 a 8.5 5.0 a 9.0 6.5 a 8.5 O2 (ml/L) 138 4.93 4.97 3.81 6.18 > 4.20 - - O2 (mg/L) 138 7.05 7.10 5.44 8.83 > 6.00 - ≥4 NO2 (µmol/L) 137 0.49 0.40 0.20 1.33 < 71.4 - ≤ 0,02 NO3 (µmol/L) 127 0.60 0.37 0.01 4.08 < 714 - ≤ 0,16 NH3 (µmol/L) 137 1.31 1.24 0.71 2.23 < 23.5 < 357 ≤ 0,02 PO4 (µmol/L) 104 0.37 0.28 0.10 1.01 - - - Si (µmol/L) 137 0.19 0.18 0.10 0.35 - - - Clorof. A (mg/M3) 133 0.26 0.16 0.02 1.80 - - - Mat. Susp. (mg/L) 136 6.26 4.82 2.75 33.50 - - - Boro (mg/L) 138 2.60 2.58 1.23 4.15 < 5.0 < 5.0 ≤ 0,05 Surfact. (mg LSS/L) 135 0.06 0.05 0.01 0.60 Fonte: Eletronuclear, 2005. < 0.5 < 2.0 ≤ 0,05 Tabela 33 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais (campanha 03) Limite Limite Legal Limite Legal Legal Campanha 03 Conama 357 FEEMA FEEMA N Média Mediana Mín. Máx. Classe 5 FEVEREIRO/03 NT-202.R- NT-319 2005 10/1986 1979 Temperatura (ºC) 141 29.26 30.00 19.80 35.60 - < 40.0 - Salinidade 141 33.50 33.39 31.29 35.36 - - - pH 141 8.18 8.20 7.77 8.42 6.5 a 8.5 5.0 a 9.0 6.5 a 8.5 O2 (ml/L) 141 4.66 4.82 1.90 5.67 > 4.20 - - O2 (mg/L) 141 6.66 6.88 2.72 8.10 > 6.00 - ≥4 NO2 (µmol/L) 140 0.45 0.40 0.23 1.95 < 71.4 - ≤ 0,02 NO3 (µmol/L) 118 0.60 0.49 0.04 2.40 < 714 - ≤ 0,16 NH3 (µmol/L) 138 0.49 0.40 0.23 1.69 < 23.5 < 357 ≤ 0,02 138 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Limite Legal Limite Legal Conama 357 FEEMA Classe 5 NT-202.R2005 10/1986 Limite Legal FEEMA NT-319 1979 Campanha 03 FEVEREIRO/03 N Média Mediana Mín. Máx. PO4 (µmol/L) 140 0.44 0.30 0.12 2.69 - - - Si (µmol/L) 141 0.21 0.17 0.00 0.80 - - - Clorof. A (mg/M ) 140 0.42 0.31 0.04 1.91 - - - Mat. Susp. (mg/L) 141 8.64 6.85 4.40 26.50 - - - Boro (mg/L) 135 5.34 5.42 1.06 7.92 < 5.0 < 5.0 ≤ 0,05 Surfact. (mg LSS/L) 122 0.07 0.05 0.00 0.29 Fonte: Eletronuclear, 2005. < 0.5 < 2.0 ≤ 0,05 3 Tabela 34 – Comparação dos dados do monitoramento oceanográfico com os limites legais (campanha 04) Limite Limite Legal Limite Legal Legal Conama 357 Campanha 04 FEEMA FEEMA N Média Mediana Mín. Máx. MAIO/03 Classe 5 NT-202.R- NT-319 2005 10/1986 1979 Temperatura (ºC) 144 26.88 26.30 25.10 33.10 - < 40.0 - Salinidade 144 34.53 34.54 33.35 34.84 - - - pH 144 8.12 8.10 8.00 8.28 6.5 a 8.5 5.0 a 9.0 6.5 a 8.5 O2 (ml/L) 143 4.36 4.32 3.79 5.00 > 4.20 - O2 (mg/L) 143 6.23 6.18 5.41 7.14 > 6.00 - ≥4 NO2 (µmol/L) 141 0.47 0.41 0.11 1.19 < 71.4 - ≤ 0,02 NO3 (µmol/L) 140 0.32 0.31 0.16 0.84 < 714 - ≤ 0,16 NH3 (µmol/L) 143 0.84 0.79 0.48 2.09 < 23.5 < 357 ≤ 0,02 PO4 (µmol/L) 144 0.44 0.39 0.10 1.15 - - - 144 0.01 0.01 0.00 0.03 - - - Si (µmol/L) 3 Clorof. A (mg/M ) 130 0.07 0.03 0.00 0.90 - - - Mat. Susp. (mg/L) 143 6.98 6.11 4.00 22.77 - - - Boro (mg/L) 144 5.13 5.13 2.90 6.85 < 5.0 < 5.0 ≤ 0,05 Surfact. (mg LSS/L) 143 0.06 0.05 0.03 0.15 < 0.5 < 2.0 ≤ 0,05 Fonte: Eletronuclear, 2005. Os valores estabelecidos pela NT-319 são bem mais rígidos, especialmente no que diz respeito aos valores limites para nitrito, nitrato e amônia no meio, provocando um não enquadramento de todas as amostras em todas as campanhas. No mesmo caso se enquadra o limite da concentração do Boro e para algumas amostras a concentração máxima permitida para os teores de Surfactantes foi ultrapassada devendo assim ser estudado com maior cuidado a utilização desta norma como base para o controle ambiental na região, uma vez que historicamente os valores também estariam fora desses limites para esses parâmetros. Assim questiona-se a sua aplicação, pois não tem nenhuma relação a existência de valores acima do limite com as atividades e efluentes da CNAAA. 139 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.2.1.5 Análise dos resultados – comparação com os dados pretéritos Para executar essa comparação foi necessário considerar somente os dados da superfície coletados durante o monitoramento, e os seus valores médios foram comparados com os valores médios dos dados pretéritos para as estações Z4 e 047B (Tabela 35), pois esses pontos estão localizados dentro do Saco Piraquara onde foram realizadas as coletas do monitoramento. È importante destacar aqui que os pontos do monitoramento abrangem uma área bem maior, incluindo toda a parte adjacente a entrada do Saco Piraquara de Fora, assim sendo uma diferença resultante da influência dos dados da região B do monitoramento pode dificultar a comparação direta dos dados. Pela análise dos dados contidos na Tabela 35 outro aspecto importante a ser considerado é o completo desconhecimento da metodologia aplicada para os levantamentos de campo e de laboratório utilizados na obtenção dos dados pretéritos, e este pode ser o motivo para as diferenças encontradas. A comparação dos valores mostra claramente que as concentrações de nitrito e oxigênio dissolvido estão sempre maiores no monitoramento realizado quando comparado com os valores dos dados pretéritos. Da mesma forma que os valores das concentrações de nitrato, silicato e clorofila A estão sistematicamente mais baixos que os dados pretéritos. Assim, considerando os resultados obtidos não se pode afirmar categoricamente que os valores estão ou não diferentes, pois podem estar sob a influência de erros sistemáticos e aleatórios, especialmente no que diz respeito aos valores obtidos historicamente no monitoramento mantido pela Eletronuclear desde 1987. 140 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Estação Tabela 35 – Comparação dos dados do monitoramento para amostras da superfície e dados pretéritos nas estações Z3, Z4 e 047B T (ºC) NITRITO NITRATO FOSFATO SILICATO OXIGÊNIO OXIGÊNIO CLOROFILA (mg.m-3) MÊS S 0,5M µmol.l-1 µmol.l-1 µmol.l-1 µmol.l-1 mg.l-1 % sat A B C Z3 Fev 27,23 35,11 0,06 2,39 0,23 2,49 6,71 96,2% 0,95 0,09 0,41 Z4 28,16 34,97 0,07 2,20 0,26 3,15 6,77 98,3% 1,23 0,12 0,60 047B 27,98 35,46 0,06 1,57 0,25 2,90 6,67 96,8% 0,84 0,15 0,49 Monitoramento 26,23 34,15 0,63 0,36 0,29 0,30 7,16 107,6% 0,29 - - 24,09 35,62 0,05 5,41 0,26 5,61 6,48 87,9% 0,86 0,09 0,12 Z3 Mai Z4 24,37 35,45 0,10 5,61 0,28 7,01 6,14 78,1% 1,08 0,10 0,17 047B 24,46 35,65 0,07 4,95 0,28 5,98 6,23 79,5% 0,74 0,07 0,22 Monitoramento 29,35 32,48 0,52 0,72 0,36 0,19 7,27 113,9% 0,20 - - Z3 21,85 35,50 0,07 2,77 0,33 6,57 6,53 91,2% 0,77 0,09 0,13 Z4 22,33 35,53 0,10 2,73 0,35 5,80 6,64 94,0% 0,63 0,07 0,20 047B 22,28 35,46 0,07 1,63 0,33 5,55 6,54 92,3% 0,46 0,04 0,19 Monitoramento 31,05 32,93 0,47 0,62 0,31 5,95 7,08 114,3% 0,27 - - Z3 Ago 23,47 35,33 0,03 3,01 0,26 2,97 6,09 76,1% 1,29 0,67 1,06 Z4 Nov 23,96 35,48 0,08 1,92 0,24 3,07 6,04 81,5% 0,80 0,16 0,32 047B 23,89 35,81 0,03 1,31 0,26 3,46 6,01 75,9% 0,65 0,16 0,37 Monitoramento 27,88 34,41 0,47 0,35 0,45 0,01 Fonte: Eletronuclear, 2005. 6,35 98,2% 0,05 - - 141 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.2.1.6 Análise dos resultados – comparação com o ponto de controle Durante a segunda campanha, realizada em novembro de 2002, observou-se que ocorreu um aumento significativo das concentrações de amônia no efluente descarregado em Piraquara (Figura 66). Para avaliar se esta alteração era proveniente de alteração das condições físico-químicas das águas de Itaorna, onde é feita a captação, passou-se a monitorar o ponto Z3 obedecendo ao mesmo procedimento do monitoramento da enseada Piraquara de Fora a se ter como ponto de controle para os parâmetros sob investigação. Assim sendo na Tabela 36 é apresentada a comparação entre os dados obtidos para o ponto de controle (Z3) e o ponto mais próximo da descarga dos efluentes em Piraquara de Fora, ou seja, o ponto R0. Para o cálculo das médias optou-se em não considerar profundidades maiores que 6 metros no ponto de controle pois a captação de águas se dá até esta profundidade, assim os dados se tornam mais confiáveis para efeito de comparação. Assim aplicada a comparação entre as médias do ponto de controle e o ponto R0 observa-se que ocorre um claro aumento da temperatura, o que é bastante óbvio devido a utilização que se dá a esta água, na terceira campanha a variação foi de 3,9ºC e na quarta campanha foi de 6,7ºC e 6,5ºC nas marés enchente e vazante respectivamente. Como o sistema de refrigeração é feito através de bombeamento e descarga por canais, o nível de oxigênio na descarga é sempre mais elevado. O incremento do percentual de saturação do oxigênio foi de cerca de 21% na terceira campanha, na quarta campanha na maré enchente e de 7,3% na maré vazante da quarta campanha. Já para os nutrientes as concentrações são sistematicamente menores na descarga do que na área de captação na maioria das vezes. Exceção feita na campanha de maré vazante de maio de 2003. Assim sendo conclui-se que as variações encontradas nos resultados em Piraquara de Fora são coincidentes com as variações das condições em Itaorna, não sendo determinado nenhuma interferência nos parâmetros analisados pela CNAAA. 142 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 36 – Quadro comparativo dos parâmetros no ponto de controle (Z3) e no ponto R0 (descarga do efluente) Ponto Campanha Data Hora Maré Prof. Temp Salinidade (m) (ºC) pH Nitrito Nitrato Amônio Fosfato Silicato Clorofila Boro O.D. O.D. O.D. M.S. A (µmol/L (µmol/L (µmol/L (µmol/L (µmol/L (mg (ml/l) (mg/l) (%) (mg/L) ) ) ) ) ) (mg/m³) B/L) Surf. (mg LSS/L) Z3 3 18/02/03 11:17 E 0,5 29,4 31,29 8,10 4,93 7,04 109,6 0,54 0,36 0,37 0,39 0,49 0,36 4,40 4,64 0,03 Z3 3 18/02/03 11:20 E 2,0 28,7 33,09 8,14 4,84 6,91 107,4 0,50 1,35 0,40 0,27 0,24 0,35 12,13 4,44 0,03 Z3 3 18/02/03 11:22 E 5,0 28,6 33,69 8,18 4,79 6,85 106,6 0,55 0,22 1,47 0,21 0,20 0,33 4,90 - - Z3 3 18/02/03 11:26 E 13,0 23,5 35,13 8,06 4,02 5,74 82,7 0,74 0,37 0,56 0,77 0,21 1,22 12,30 - - 28,9 32,69 8,14 4,85 6,93 107,9 0,53 0,64 0,75 0,29 0,31 0,34 7,14 4,54 0,03 media até a profundidade de 5m R0-E 3 18/02/03 14:51 E 0,5 32,6 33,24 8,18 5,38 7,68 127,1 0,53 0,33 0,32 0,17 0,17 0,16 5,87 5,87 0,04 R0-E 3 18/02/03 14:53 E 2,0 32,9 33,24 8,18 5,56 7,94 132,0 0,54 0,14 0,36 0,20 0,18 0,18 7,80 5,53 0,04 R0-E 3 18/02/03 14:55 E 6,0 33,0 33,17 8,22 5,47 7,81 130,0 0,58 0,92 0,37 0,22 0,26 0,19 6,67 1,30 0,04 32,8 33,22 8,19 5,47 7,81 129,7 0,55 0,46 0,35 0,20 0,21 0,18 6,78 4,23 0,04 media das profundidades Z3 4 17/05/03 14:47 E 0,5 26,6 33,94 8,04 4,46 6,37 96,1 0,84 0,40 0,70 0,59 0,02 0,03 6,41 5,70 0,06 Z3 4 17/05/03 14:50 E 2,0 26,0 34,09 8,06 4,57 6,53 97,6 0,87 0,35 0,74 0,17 0,01 0,40 7,07 5,75 0,05 4 17/05/03 14:54 E 14,0 25,3 34,84 8,05 3,79 5,41 80,2 1,19 0,49 0,79 0,35 0,01 0,90 10,27 5,58 0,04 26,3 34,02 8,05 4,51 6,45 96,8 0,86 0,37 0,72 0,38 0,02 0,22 6,74 5,73 0,06 Z3 médias das profundidadesaté 2m Z3 4 14/05/03 14:08 V 0,5 25,9 33,35 8,14 4,37 6,24 92,7 0,43 0,48 1,92 0,67 0,03 0,27 5,90 5,73 0,06 Z3 4 14/05/03 14:10 V 2,0 25,4 34,09 8,14 4,73 6,75 99,9 0,43 0,24 1,31 0,62 0,03 0,23 5,45 5,12 0,05 Z3 4 14/05/03 14:15 V 13,0 25,3 34,69 8,18 4,19 5,98 88,7 0,38 0,42 1,50 0,76 0,02 0,03 8,53 5,37 0,06 25,7 33,72 8,14 4,55 6,50 96,3 0,43 0,36 1,62 0,64 0,03 0,25 5,68 5,43 0,06 médias das profundidades até 2 m R0-E 4 16/05/03 15:01 E 0,5 32,7 34,62 8,14 4,88 6,98 116,5 0,67 0,40 0,64 0,39 0,01 0,52 7,45 5,17 0,05 R0-E 4 16/05/03 15:04 E 2,0 33,1 34,54 8,10 5,00 7,14 119,8 0,00 0,00 0,61 0,38 0,01 -0,34 7,40 4,77 0,05 R0-E 4 16/05/03 15:10 E 5,0 33,1 34,54 8,16 4,88 6,98 117,2 0,68 0,43 0,53 0,39 0,01 -0,47 7,53 4,80 0,05 33,0 34,57 8,13 4,92 7,03 117,8 0,45 0,28 0,59 0,39 0,01 -0,09 7,46 4,91 0,05 32,3 34,32 8,16 4,77 6,82 112,9 0,50 0,40 1,25 0,66 0,02 0,02 5,89 5,28 0,06 médias das profundidades R0-V 4 14/05/03 14:54 V 0,5 143 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Ponto Campanha Data Hora Maré Prof. Temp Salinidade (m) (ºC) pH Nitrito Nitrato Amônio Fosfato Silicato Clorofila Boro O.D. O.D. O.D. M.S. A (µmol/L (µmol/L (µmol/L (µmol/L (µmol/L (mg (ml/l) (mg/l) (%) (mg/L) ) ) ) ) ) (mg/m³) B/L) Surf. (mg LSS/L) R0-V 4 14/05/03 14:56 V 2,0 32,6 34,39 8,17 4,88 6,98 116,2 0,38 0,49 1,25 0,71 0,02 0,00 5,80 5,20 0,06 R0-V 4 14/05/03 14:59 V 4,0 32,7 34,47 8,17 4,68 6,69 111,6 0,37 0,29 2,09 0,64 0,02 0,11 6,90 5,35 0,14 32,5 34,39 8,17 4,78 6,83 113,6 0,42 Fonte: Eletronuclear, 2005. 0,39 1,53 0,67 0,02 0,04 6,20 5,28 0,09 médias das profundidades 144 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.2.1.7 Conclusão A análise dos dados mostrou um comportamento dos parâmetros físico-químicos na área amostrada bastante complexo. Ficam evidenciadas nas comparações realizadas diferenças entre a região interna e externa da enseada de Piraquara, diferenças entre a camada de água da superfície e do fundo que apresentam características diferentes em algumas épocas do ano, a forte influência dos regimes de maré, ora trazendo a influência das águas da Baia da Ilha Grande, ora os efeitos das águas da Baía da Ribeira, sem considerar os efeitos climatológicos que não foram avaliados nesta análise. De uma forma geral o comportamento das condições químicas das águas em Piraquara de Fora retratam o comportamento de um corpo costeiro enclausurado dentro de baías, com flutuações sazonais na maioria de seus parâmetros devido a influência de corpos de água adjacentes. Pelas comparações realizadas não foi evidenciado nenhuma alteração negativa nas características químicas das águas de Piraquara de Fora, a exceção do aumento da temperatura, o que já era conhecido e esperado e no aumento dos teores de oxigênio nas águas de descarte. Os parâmetros físico-quimicos são monitorados em periodicidade quinzenal e mensal através do Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas (PA-AG 06), nos pontos de captação e descarga da água de circulação da Usina Angra 1 – Itaorna e Piraquara de Fora, ao longo das quatro estações. Os resultados obtidos ao londo dos anos de monitoramento indicam que os efluentes químicos liberados apresentamse conformes com a legislação vigente: Resolução Conama 357-2005 e NT 202R10. Desta forma conclui-se que a utilização de águas oceânicas pela CNAAA para seu sistema de refrigeração não tem provocado nenhuma alteração significativa nas condições químicas dessas águas. A descrição detalhada dos efluentes líquidos está descrita no Item 2.2.5.2. 5.2.2 OCEANOGRAFIA FÍSICA 5.2.2.1 Circulação Para obtenção do padrão de circulação no Saco Piraquara de Fora utilizou-se um modelo hidrodinâmico bidimensional na horizontal (ROSMAN, 1987) também chamado modelo 2DH. Este modelo determina em cada ponto x, y do corpo d`água os valores médios na vertical das componentes nas direções x e y, da velocidade de corrente, u(x, y, t) e v(x, y, t), e a elevação do nível d`água, ou posição da superfície livre, z = η(x,y,t). O modelo matemático empregado tem como equações governantes a equação da continuidade e as equações da conservação da quantidade de movimento nas 145 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto direções x e y. A rigor, o campo de velocidades é governado pelas equações de Navier-Stokes para escoamentos turbulentos (também conhecidas como equações de Reynolds) em três dimensões (3D). Do ponto de vista prático, estas equações são promediadas na vertical, resultando em um sistema de equações bidimensionais em planta, conhecidas como equações de águas rasas. Estes escoamentos ocorrem normalmente em baías, estuários, lagos e águas costeiras (chamados corpos de águas rasos). O modelo resultante, bidimensional na horizontal (2DH), é aplicável em casos em que as escalas verticais de movimento são sensivelmente inferiores às escalas horizontais. Os valores médios na vertical da velocidade da corrente são definidos por: η 1 U ( x, y, t ) = ∫ u (x, y, z, t )dz d −h e V ( x, y , t ) = η 1 v( x, y, z , t )dz d −∫h onde: u = componente da velocidade na direção x; v = componente da velocidade na direção y; h = contorno do fundo; η = superfície livre. Na Figura 76, apresentam-se as grandezas consideradas e os perfis de velocidade real e promediada na vertical. Figura 76 – Grandezas físicas consideradas Fonte: Eletronuclear, 1998. 146 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.2.2.1.1 Equações governantes Considerando as hipóteses de incompressibilidade da água, aproximação de Boussinesq, aproximação hidrostática e introduzindo o conceito de "velocidade média ao longo da profundidade" apresentado, é possível derivar o seguinte sistema de equações: • equação da massa, ou continuidade ∂η ∂Ud ∂Vd + + = 0; ∂t ∂x ∂y • equação de momentum, ou conservação de quantidade de movimento, na direção xi ⎡ ⎤ ∂U i d ∂ (dU iU j ) = − gd ∂η + 1 ⎢ ∂ (dτ ij ) + τ iS − τ iF ⎥ + f i (1 − δ ij )U j d . + ∂t ∂x j ∂xi ρ ⎢⎣ ∂x j ⎦⎥ Nessas equações, η é a elevação do nível da água, h é a profundidade média e d é a profundidade total (d = η + h). O termo f é o coeficiente de Coriolis, dado por f = 2Ωsenθ , sendo Ω a velocidade de rotação da Terra e θ a latitude do local considerado (positivo no hemisfério norte e negativo no sul). Os termos τ iS e τ iF são os termos de atrito na superfície e no fundo, respectivamente, sendo parametrizados da forma: τ iS = ρ ar C DU 102 cos α i τ iF = ρC f (u 2 + v 2 ) u i 1/ 2 Onde ρar é a densidade do ar, U10, a velocidade do vento a dez metros da superfície da Água, CD, o coeficiente de arraste do vento na superfície livre (W.U.J., 1982), αi, o ângulo que o vento faz com a direção i, e Cf, o coeficiente de atrito no fundo. Cf pode ser obtido via coeficiente de Chezy (C), como segue: Cf = g C2 , Considerando: ⎛ 6H ⎞ C = 18 log⎜ ⎟ ⎝ ε ⎠ sendo ε a amplitude da rugosidade equivalente do fundo (Abbot e Basco, 1989). 147 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto As tensões turbulentas laterais médias na vertical, τij, são fundamentais para a obtenção de modelos com boa capacidade previsiva. No caso presente, são modeladas do seguinte modo: τ ij = (K Hf ⎛ ∂u ∂u j + K V )⎜ i + ⎜ ∂x ⎝ j ∂xi ⎞ Λ2k ⎛ ∂u i ∂u j ∂u i ∂u j ⎞ ⎟+ ⎜ ⎟ + ⎟ ⎟ 24 ⎜ ∂x ∂x ∂ ∂ x x k k k ⎠ ⎝ k ⎠ KHf é o coeficiente horizontal de difusão turbulenta de momentum, KV é um coeficiente de dispersão de momentum que aparece devido à promediação na dimensão vertical e Λ é um parâmetro relativo à largura do filtro utilizado na filtragem (promediação) da turbulência (Rosman e Gobbir, 1990); • equação de estado. A equação de estado traduz as variações da massa específica e deve ser usada quando os gradientes de densidade forem significativos. Segundo Boussinesq, a densidade real pode ser estimada por: ρ = ρ0 + ρ' Onde: ρ0 = densidade de referência, constante; ρ = variação da densidade, definida por: ρ '= ρ ' (T , ρB ) , Com: ρB = massa específica do escalar considerado; • equação de trnasporte Quando os gradientes de densidade interferem no movimento das águas, é necessário incorporar ao modelo hidrodinâmico a equação de transporte do escalar considerado. Sua representação é dada por: ⎞ ∂ρ B ∂ρ ∂ρ ∂ ⎛⎜ + ui B = DBA B δ ij ⎟ + RB ⎟ ∂t ∂xi ∂xi ⎜⎝ ∂x j ⎠ onde: A = fluido carreante; B = substância de interesse da mistura; ρB = massa específica de B; DBA = coeficiente de difusão turbulenta da substância B em um meio A; RB = perdas ou acréscimos da substância B, em função de reações químicas. 148 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Se o processo de difusão for isotrópico e homogêneo, DBA é constante e será representado por D. Substituindo ρ por C, que representa a concentração do escalar de interesse, a equação fica: ∂ 2C ∂C ∂C δ ij + R . =D + ui ∂xi ∂x j ∂xi ∂t Na presente aplicação, o gradiente temporal e espacial de densidade não é significativo, isto é, considera-se o corpo d`água bem misturado e, portanto, é dispensada a inclusão das equações de estado e transporte de sal na formulação geral do problema de determinação da circulação hidrodinâmica. Além disso, pela observação da área em estudo, nota-se que os rios que aportam no Saco Piraquara de Fora apresentam áreas de drenagem relativamente pequenas. Por isso a contribuição de suas vazões, frente ao prisma de maré e às vazões de descarga do túnel, não deverá alterar o padrão de circulação da baía. 5.2.2.1.2 Condições de contorno Existem dois tipos de condições de contorno: os contornos de terra e os contornos abertos. Os contornos de terra são as margens do corpo d’água e os possíveis afluentes. Nos trechos de contornos de terra de margens, basta impor que o valor da componente da velocidade normal à linha de contorno seja zero (considera-se a margem como impermeável). Nos trechos de contorno de terra representando afluxo de rios ou canais (fluxo para o interior do domínio), além da imposição de uma velocidade normal ao trecho de contorno em questão, impõem-se também a componente tangencial, usualmente zero. Já os contornos abertos caracterizam normalmente o encontro de massas d’água, representando um limite do modelo, mas não um limite real do corpo d’água. Nos contornos abertos em situações de efluxo (fluxo para o exterior do domínio modelado) prescreve-se uma condição de contorno, que é a variação do nível da água (maré). Entretanto, nas situações de afluxo há necessidade de outra condição além da anterior, sendo freqüente impor-se como nula a componente da velocidade tangencial ao contorno. 5.2.2.1.3 Solução do modelo O sistema de equações que compõe o modelo de circulação em águas rasas é formado pelas equações conhecidas como: Equação da Conservação da Massa e Equação Conservação de Quantidade de Movimento; e resolvido com o auxílio de técnicas numéricas, uma que vez que não possui solução analítica conhecida. A discretização temporal das equações diferenciais foi realizada via esquemas implícitos de diferenças finitas de ordem (Δt)² e a discretização espacial, via elementos finitos subparamétricos, com interpolação quadrática para as variáveis do escoamento e interpolação linear para a geometria. Tal esquema é potencialmente de ordem (Δx)4 (Rosman, 1987). 149 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A malha de elementos finitos utilizada para discretização do modelo numérico possui 88 elementos e 398 nós, utilizando elementos quadriláteros e triangulares, conforme pode ser visto na Figura 77. A batimetria está baseada na carta náutica DHN-1637 “Baía da Ribeira”. 150 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 6.14B Figura 77 – Malha de Elementos Finitos e Contorno de Terra Fonte: Eletronuclear, 1998. 151 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.2.2.1.4 Simulações Para se determinar os impactos na circulação de água no Saco Piraquara de Fora foram simuladas duas situações de vazão: a primeira considerando-se somente Angra 1 (40 m3/s), e a segunda com as duas Usinas operando simultaneamente (120 m3/s). O padrão natural de circulação das águas devido à maré no Saco Piraquara de Fora é de baixa intensidade, com velocidades praticamente nulas, o que foi verificado através de medições locais. Fundamentado neste fato, não será considerada a influência da onda de maré na simulação das descargas d’água. Na Figura 78 e na Figura 79 apresentam-se, respectivamente, os resultados para as simulações de Angra 1 e Angra 1 e 2 juntas. A partir da análise dessas figuras conclui-se que em ambos os casos simulados o padrão de circulação não é alterado em termos qualitativos, observando-se a formação de um grande vórtice no Saco Piraquara de Fora. Observa-se sempre na porção central do saco um fluxo direcionado para leste, enquanto que na porção norte existe um fluxo em sentido contrário, que vai mudando de direção, seguindo o contorno da linha de costa, quanto mais se aproxima da boca do túnel de descarga. Finalmente, a partir deste ponto, as águas oriundas da porção norte se unem ao fluxo de saída da Usina passando a ter novamente o alinhamento de oeste para leste. Outro aspecto que é sempre verificado é a reduzida, ou praticamente inexistente, circulação no extremo sul do saco, onde se localiza a marina. Em termos quantitativos, na Tabela 37 apresentam-se os valores das velocidades de correntes, obtidos via simulação, em determinados pontos do Saco Piraquara de Fora, localizados conforme exibido na Figura 80. Nos dados da Tabela 37 é mostrada a diminuição dos valores das correntes conforme aumenta a distância da descarga ao ponto, em todas as situações simuladas. Para o caso das duas Usinas funcionando juntas, por exemplo, as velocidades são de 33,1 cm/s no túnel (ponto A); 21,4 cm/s na passagem do túnel para o saco (ponto B); 4,2 cm/s no ponto C e 1,7 cm/s no ponto D, este localizado cerca de 2.000 m a leste da boca do túnel de descarga. Nesta situação é verificado o valor máximo de corrente no extremo sul do saco (ponto E), de 0,3 cm/s, o que é ainda um valor muito baixo. Como o esperado, verifica-se também o aumento dos valores de velocidade com o aumento da vazão simulada. No ponto C por exemplo, foram obtidas as velocidades de 1,2 cm/s e 4,2 cm/s, referentes, respectivamente, aos funcionamentos de Angra 1 isoladamente e Angra 1 e 2 em conjunto. As variações no padrão de circulação apresentadas para o funcionamento das duas Usinas funcionando juntas indicam a possibilidade de alteração dos processos de transporte de sedimentos. Nota-se, contudo (Figura 78 e Figura 79), que no saco como um todo os valores de correntes são inferiores a 5 cm/s, mesmo para o funcionamento da Angra 1 e 2 juntas. Espera-se, portanto, uma alteração mais significativa na batimetria para os locais mais próximos à descarga do túnel, onde as 152 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto correntes superam os 20 cm/s, e alterações em menor grau ao longo do eixo de descarga, enquanto que as porções ao norte e principalmente ao sul devem sofrer efeitos insignificantes. Figura 78 – Simulação do padrão de circulação – funcionamento de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2005. Figura 79 – Simulação do padrão de circulação – funcionamento de Angra 1 e 2 juntas. Fonte: Eletronuclear, 2005. 153 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 80 – Localização dos pontos Fonte: Eletronuclear, 2005. Tabela 37 – Velocidades de correntes (em cm/s) obtidas pela simulação nos pontos considerados Ponto Angra 1 Angra 1 e 2 A 10,3 33,1 B 8,5 21,4 C 1,2 4,2 D 0,5 1,7 E 0,1 0,3 F 0,2 0,6 5.2.2.2 Modelagem de difusão de calor 5.2.2.2.1 Descrição do modelo O princípio fundamental em que se baseiam os modelos de transporte de poluentes é a lei de conservação da massa. Uma formulação matemática deste princípio é dada pela equação de transporte. Uma vez integrada na dimensão vertical, esta equação pode ser escrita como: ∂C ⎞ ∂ ⎛ ∂C ⎞ ∂C ∂C ∂C ∂ (Cu ) ∂ (Cv ) ∂ ⎛ ⎟⎟ + ⎜⎜ D yx ⎟+s + D xy + D yy = ⎜⎜ D xx + + ∂y ⎠ ∂y ⎝ ∂y ⎟⎠ ∂x ⎝ ∂x ∂x ∂y ∂x ∂t 154 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto onde C é a concentração em massa do poluente, u e v são as velocidades da corrente ambiente nas direções x e y, respectivamente, Dnm o coeficiente de difusão, e s é um termo de fonte ou sumidouro. No caso em que o poluente é jato de água quente, s pode representar a perda de calorias para a atmosfera. Na modelação de temperatura, C é a concentração de calor e pode ser relacionada com a temperatura por meio da relação: C = ρc(T − T0 ) Onde: ρ = massa específica da água; c = calor específico da água; T = temperatura da água; T0 = temperatura arbitrária de referência. Em geral, os poluentes são transportados pelo fluido ambiente num processo chamado de advecção, sendo também dispersos pela turbulência presente nesse mesmo processo. A turbulência é considerada na equação de transporte pelos termos onde aparece o coeficiente de difusão. Neste trabalho a advecção é obtida do modelo de circulação hidrodinâmico, enquanto que a difusão é obtida a partir de um modelo de dispersão aleatória de partículas. Vários são os métodos numéricos disponíveis na literatura para a solução da equação de transporte. Os mais difundidos são os chamados métodos Eulerianos que utilizam uma malha fixa, seja de elementos finitos ou de diferenças finitas. Estes métodos precisam de esquemas especiais para poder tratar fluxos onde a advecção é dominante. Métodos alternativos, chamados de Eulerianos-Lagrangeanos, tentam resolver a advecção separadamente da difusão, minimizando as oscilações numéricas que aparecem normalmente na solução por métodos Eulerianos. Finalmente, métodos totalmente Lagrangeanos, ou seja, não sujeitos a uma malha fixa, apresentam-se como uma opção atraente para obter soluções livres de oscilações numéricas. O método utilizado no modelo aplicado neste trabalho inclui-se nesta última categoria, o chamado método Lagrangeano de dispersão de partículas discretas. Uma breve descrição deste método é apresentada a seguir. No método de dispersão de partículas discretas o poluente é dividido em um grande número de partículas discretas de igual massa. Cada uma dessas partículas possui sua respectiva coordenada sendo transportada pelo fluido ambiente e dispersa como resultado de um processo aleatório. Cada partícula é movimentada de acordo à velocidade V = V a + V d , onde V a e V d são as velocidades advectiva e difusiva, respectivamente. A advecção da partícula é considerada idêntica à velocidade da corrente no ponto onde esta se encontra. A velocidade advectiva na coordenada onde a partícula se 155 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto encontra é obtida por interpolação quadrática das velocidades nos nós dos elementos finitos. Considere-se que haja M partículas do poluente e que a coordenada da i-ésima partícula no intervalo de tempo n-ésimo é X in , Yi n . Depois de um intervalo de tempo Δt, o deslocamento da partícula devido à advecção será: X in +1 = X in + u a Δt Yi n +1 = Yi n + v a Δt sendo u a e v a as componentes da velocidade do escoamento nas direções x e y, respectivamente. A componente difusiva da velocidade é calculada segundo o algoritmo do caminho aleatório, ou seja, como o produto da distância média percorrida no intervalo de tempo por um número aleatório r, de média zero e desvio padrão 1. Utilizando-se uma análise estatística, pode-se mostrar que a distância média percorrida por uma partícula num espaço bi-dimensional em um intervalo de tempo Δt para difusividade homogênea Dn é calculada como: d = 4 Dn Δt . Assim, a velocidade difusiva pode ser dada por: Vd =r 4 Dn d =r Δt Δt . Para a geração de números aleatórios utiliza-se um gerador de números entre 0 e 1, com distribuição uniforme. O desvio padrão dessa distribuição é 1 / 3 , de modo que para se obter uma distribuição com desvio padrão 1, o número aleatório assim gerado deverá ser multiplicado por 3. Com essas considerações, a nova posição da partícula no final do intervalo de tempo é descrita por: X in +1 = X in + u a Δt + r01 12 Dn Δt cos θ Yi n +1 = Yi n + v a Δt + r01 12 Dn Δt senθ Sendo o ângulo θ uma variável aleatória, no caso distribuída uniformemente no intervalo 0 a 2π. As condições de contorno consideradas são de contornos abertos, paredes impermeáveis e despejo do poluente. A fonte é modelada lançando-se um número finito de partículas, cuja massa é proporcional à quantidade total de calorias que está sendo despejada. Nos contornos abertos, as partículas que deixam o domínio são perdidas, visto que não se tem informação do campo de velocidades fora do domínio. Nas fronteiras impermeáveis o transporte na direção perpendicular à fronteira é zero. Isto é representado no modelo de partículas discretas por reflexão da posição da partícula na superfície. 156 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Uma vez obtido o campo de partículas no tempo t desejado, com a posição, Xi, Yi, e massa de cada partícula mi, o campo de concentrações do poluente é calculado, numa malha retangular de elementos igualmente espaçados, como o somatório da massa de todas as partículas que se encontram em cada elemento dividido pelo seu volume, ou seja, pelo produto da área do elemento e a profundidade d’água naquele ponto. Para se considerar o decaimento da concentração do poluente, no caso devido à perda de calor para a atmosfera, a massa de cada partícula é diminuída de acordo com o fluxo de calor através da interface ar-água. Os dois principais processos de transferência de calor são a evaporação e a condução. Assim, a expressão do fluxo de calor para a atmosfera é dada por: Hn = He ± Hc As formulações de transferência de calor utilizadas neste modelo são as mesmas utilizadas no modelo comercial de qualidade de água conhecido como QUAL2 (Brown e Barnwell, 1987), e são detalhadas a seguir. 5.2.2.2.1.1 Perda por evaporação A água do corpo aquático ao se evaporar leva consigo seu calor latente de vaporização, consumindo calorias deste corpo dágua, ou seja, resfriando-o. Esta significante forma de perda de calor pode ser expressa por: H e = γH 1 E onde γ é o peso específico da água a ser evaporada (lb/pé3), H1 é o calor latente de vaporização e E, a taxa de evaporação. O calor latente de vaporização, em BTU/lb, é dado por: H 1 = 1084 − 0,5TS sendo TS a temperatura da água de superfície (°F). A taxa de evaporação, em pé/h, pode ser expressa por: E = (a + bW )(es − ea ) Onde: a e b = constantes; W = velocidade do vento, em mph, a 6 pés da superfície da água; es = pressão de vapor do ar saturado, em polegadas de Hg; na temperatura da água de superfície; ea = pressão de vapor da água, em polegadas de Hg, a 6 pés da superfície da água. 157 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.2.2.2.1.2 Perda por condução O calor transferido entre a água e a atmosfera devido à diferença de temperatura entre os dois meios é chamado de condução. Utilizando-se do fato de que a transferência por condução é função das mesmas variáveis da evaporação, é possível estabelecer uma proporcionalidade entre a condução de calor e a perda por evaporação. Esta proporcionalidade é conhecida como relação de Bowen (Brown e Barnwell, 1987), e é expressa por: ⎛ T − Ta ⎞ Pa Hc ⎟⎟ = C B ⎜⎜ s He e e − a ⎠ 29,92 ⎝ s onde CB é um coeficiente ( ≅ 0,01), Ta é a temperatura do ar (°F) e Pa é a pressão atmosférica (polegada de Hg). 5.2.2.2.1.3 Coeficientes de difusividade Os coeficientes de difusividade utilizados neste trabalho foram baseados nos coeficientes determinados in situ no próprio Saco Piraquara de Fora (Roldão, 1987). Os experimentos foram feitos com traçador radioativo (rodamina B). A mancha inicial foi formada por um lançamento instantâneo na saída da descarga, tendo suas dimensões medidas ao longo do tempo, determinando-se assim os coeficientes de difusividade. Após a aplicação das equações de regressão nos dados medidos, obteve-se para variância da distribuição de concentração as seguintes equações: σ 12 = 2,2 ⋅ 10 −2 t σ t2 = 3,0 ⋅ 10 −5 t 2,5 2,9 . Como por definição os coeficientes de difusividade são: Di = 1 ∂σ i2 2 ∂t , obtém-se as seguintes equações para os coeficientes de difusividade longitudinal D1 e transversal Dt: Dt = 2,75 ⋅ 10 −2 t Dt = 4,35 ⋅ 10 −5 t 1, 5 1, 9 . 5.2.2.2.2 Simulações Foram simuladas as situações de inverno e verão, para o funcionamento de Angra 1 isoladamente, Angra 2 isoladamente e Angra 1 e 2 funcionando juntas. Utilizou-se os resultados do modelo hidrodinâmico (campo de velocidades) como dados de entrada na modelagem do comportamento do efluente térmico no Saco Piraquara de Fora. Na 158 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 38 apresentam-se os parâmetros utilizados nas simulações das condições de inverno e verão. Parâmetro Tabela 38 – Parâmetros utilizados nas simulações Inverno Verão Temperatura do mar (°C) 24,0 29,5 Temperatura do efluente (°C) 30,0 35,5 Temperatura do ar seco (°C) 20,0 27,0 Temperatura do ar (°C) 17,0 24,6 Velocidade do vento (m/s) 4,0 Fonte: Eletronuclear, 1998. 3,0 5.2.2.2.2.1 Simulações de Angra 1 Tendo em vista a disponibilidade de dados do mapeamento térmico realizado por FURNAS no Saco Piraquara de Fora, foi simulado o funcionamento de Angra 1 para efeito de comparação. Os resultados das simulações são apresentados na Figura 81 e na Figura 83 e os mapeamentos térmicos na Figura 82 e na Figura 84. Para a situação de inverno, evidencia-se na Figura 81 e na Figura 82 boa semelhança entre as simulações e as medições de temperatura para isotermas localizadas mais próximas à saída do túnel de descarga, que são: 26 °C, 27 °C e 28 °C. Na simulação, a isoterma de 25 °C apresenta-se mais estreita e alongada que a observada pelas medições, que se espalha no saco. Existe ainda, nas medições, um “apêndice” definido pela isoterma de 26 °C, não detectado pela simulação. Pela simulação, as temperaturas previstas não ultrapassam 30 °C, o que também corresponde ao medido no local. Para a situação de verão, apresentada na Figura 83 e na Figura 84, observa-se uma boa representação da isoterma de 30 °C no tocante ao espalhamento lateral (orientação vertical). No entanto esta mesma isoterma apresenta-se mais prolongada na simulação. A isoterma de 31 °C, por sua vez, apresenta-se com espalhamentos longitudinais similares na simulação e na medição. Porém, na simulação, o espalhamento lateral é menos evidente. Quanto à isoterma de 32 °C, esta possui uma área de influência na medição que corresponde à obtida via simulação, apresentando, contudo, diferente orientação. Assim como no inverno, as temperaturas máximas obtidas pela simulação de verão correspondem aos valores máximos observados em campo, neste caso entre 33 °C e 34 °C. Pelo exposto, conclui-se que o modelo aplicado refletiu de maneira bastante satisfatória os resultados verificados em campo, apresentando valores de temperatura e áreas de abrangência similares aos observados, principalmente nas proximidades do túnel de descarga. As temperaturas mais elevadas para as diferentes situações de inverno e verão também foram detectadas. Para a situação de inverno, contudo, as medições de campo demonstraram maiores espalhamentos laterais, ocorrendo somente nas regiões mais afastadas do túnel, o 159 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto que pode ser atribuído à batimetria utilizada para as simulações hidrodinâmicas e de qualidade de água, datada de 1987 e que provavelmente está desatualizada, principalmente ao longo de seu eixo de descarga. Desconfia-se da existência de uma região mais profunda, moldada pelo fluxo de descarga, que se amplia em largura até determinada distância da boca de descarga. Esta feição poderia disciplinar o escoamento, promovendo um maior espalhamento lateral de poluentes lançados e, por outro lado, menor alcance longitudinal. Ratifica-se, portanto, conforme recomendação anterior, a atualização batimétrica do Saco Piraquara de Fora. Figura 81 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 – inverno Fonte: Eletronuclear, 2005 160 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 82 – Mapeamento térmico para o funcionamento de Angra 1 – inverno Fonte: Eletronuclear, 2005. Figura 83 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 –verão Fonte: Eletronuclear, 2005. 161 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 84 – Mapeamento térmico para o funcionamento de Angra 1 – verão Fonte: Eletronuclear, 2005. 5.2.2.2.2.2 Simulações de Angra 1 e 2 em conjunto Os resultados destas simulações são apresentados na Figura 85 e na Figura 86, obedecendo aos parâmetros de simulação da Tabela 37 e utilizando o resultado da simulação do modelo hidrodinâmico para o funcionamento de Angra 1 e 2 em conjunto. Assim como descrito no tópico anterior, as simulações indicam, tanto para o inverno quanto para o verão, um aumento de temperatura na região sob influência direta do fluxo de descarga das Usinas, e uma manutenção dos valores normais de temperatura para as zonas mais afastadas dessa região, que permanecem em 24 °C durante o inverno e em 29,5 °C durante o verão. Dentro da zona de maior influência do túnel de descarga, para um ponto localizado no extremo leste do saco (mais distante do túnel de descarga), prevê-se, durante o inverno, um aumento de temperatura de 3 °C; quando se compara o funcionamento de Angra 1 e 2 em conjunto (Figura 85) com o funcionamento de Angra 1 isoladamente (Figura 81). O mesmo acréscimo de temperatura é previsto durante o verão (Figura 83 e Figura 86). Lembra-se, porém, que as distâncias alcançadas pelas isotermas em regiões mais afastadas do túnel estão estimados de modo conservador, conforme já discutido nas simulações para Angra 1. Para o funcionamento de Angra 1, a máxima temperatura obtida para o inverno varia entre 29°C e 30 °C, estando reduzida a praticamente um ponto, conforme exibido na 162 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 81. Para o funcionamento das duas Usinas, a temperatura máxima também se encontra entre 29 °C e 30 °C (Figura 85). A diferença existente está na área coberta por esta temperatura, que é maior para o funcionamento de Angra 1 e 2 juntas. No verão a máxima temperatura simulada para Angra 1 varia entre 33 °C a 34 °C (Figura 83), estando restrita a uma área tão pequena quanto um ponto; já para Angra 1 e 2 a máxima varia entre 34 °C e 35 °C e abrange uma porção relevante da zona de mistura (Figura 86). A monitoração da temperatura da água do mar é realizada no ponto de captação em Itaorna, ao longo de um eixo de 1100m. Em Piraquara de Fora, a monitoração é feita a partir da descarga d’água de circulação, até a distância de 1200m. As medidas estão consideradas no Programa de Monitoramento e Controle da Temperatura (PA-MA 08) e conlui-se que a liberação da água de circulação não ultrapassa o valor de 40 graus Celsius estabelecido na legislação (Resolução Conama 357/2005 e NT202R10), corroborando com o modelo proposto. A homogeneização da temperatura ocorre na área da zona de mistura, não ocorrendo impactos físicos decorrentes da temperatura e nem da vazão, embora sejam observados impactos referentes ao meio biótico, conforme descrito na Tabela 16. Com relação ao padrão de circulação marinha no Saco Piraquara da Fora, este não é alterado em termos qualitativos, conforme item 5.2.2.1.4. A diferença de temperatura entre a captação da água de circulação em Itaorna e o lançamento em Piraquara de Fora para a Usina Angra 1, nas paradas da Usina é de 3 graus Celsius, aproximadamente. Tanto a diminuição da temperatura na fase de desligamento da Usina, como o aumento da temperatura na volta a operação, são eventos graduais, que não provocam um choque térmico no corpo receptor. Desta forma, conclui-se que a utilização de águas oceânicas pela CNAAA para seu sistema de refrigeração não tem provocado nenhuma alteração significativa nas condições físicas dessas águas. 163 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 85 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 e 2 em conjunto – inverno Fonte: Eletronuclear, 2005. Figura 86 – Simulação da dispersão de efluente térmico para o funcionamento de Angra 1 e 2 em conjunto – verão Fonte: Eletronuclear, 2005. 164 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.2.2.3 Modelagem hidrodinâmica e de dispersão de poluentes A seguir estão descritos os estudos de modelagem matemática realizados. A modelagem matemática foi realizada pelo INPH/DHI nos escritórios do INPH no Rio de Janeiro, durante o período de outubro a novembro de 2002. Este estudo tem por objetivo aumentar o conhecimento sobre os padrões de circulação dágua em macroescala no Saco Piraquara de Fora. Na presente análise, a atenção principal direcionou-se para a troca de águas das zonas costeiras próximas do ponto de lançamento da água de refrigeração da CNAAA e as águas oceânicas. 5.2.2.3.1 Metodologia As atividades de modelagem matemática incluíram a determinação dos níveis dágua, das velocidades e direções das correntes e a dispersão da água de refrigeração contendo substâncias químicas dissolvidas. Toda a modelagem foi realizada usando o sistema de modelagem matemática Mike 21, desenvolvido pelo DHI. O Mike 21 tem sido aplicado em inúmeros estudos em todo o mundo e é reconhecido como o estado da arte no campo da modelagem em áreas costeiras e estuarinas. Os módulos específicos do Mike 21 que foram aplicados neste estudo estão citados a seguir. 5.2.2.3.2 Modelagem hidrodinâmica Os fatores dominantes para as condições do escoamento na área do projeto são determinados pelas marés e pelos ventos. Os padrões do escoamento são complexos, em virtude da complexidade da batimetria existente na área. A modelagem hidrodinâmica apresentada neste estudo contém os efeitos combinados dos ventos e das marés. As simulações hidrodinâmicas foram usadas como dados de entrada para o estudo de advecção-dispersão da água de refrigeração e dos poluentes nela dissolvidos. As simulações hidrodinâmicas foram realizadas numa escala espacial grande o suficiente para resolver os mecanismos de circulação que são importantes para o presente estudo. As resoluções espacial e temporal foram finas o bastante para resolver as condições do escoamento num nível de detalhamento que é relevante para os propósitos atuais. 5.2.2.3.3 Modelagem da advecção e da dispersão dos poluentes O objetivo da análise foi o de estimar as variações espaciais e temporais dos poluentes dissolvidos na água de refrigeração. Uma vez que tenha sido lançada ao meio aquático, a área de refrigeração começa a se misturar com a água do mar circundante. 165 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto As correntes costeiras, geradas principalmente pelos ventos e pelas marés, vão transportar a água de refrigeração e diluí-la mais além, junto com a água do mar à sua volta. A advecção e a dispersão da água de refrigeração são importantes na avaliação da configuração da estrutura de descarga da água de refrigeração, principalmente no que diz respeito à poluição causada pelos produtos químicos dissolvidos. 5.2.2.3.4 Resultados da modelagem 5.2.2.3.4.1 Modelagem hidrodinâmica Nesta seção é apresentada a modelagem da hidrodinâmica costeira. O modelo hidrodinâmico foi usado para simular as condições do escoamento não permanente nas proximidades do ponto de descarga da água de refrigeração. Os resultados do modelo hidrodinâmico foram usados como dados de entrada para a modelagem do transporte dos poluentes. As condições do escoamento na área do projeto são determinadas principalmente por uma ação combinada de ventos e de marés. A variação máxima da maré é da ordem de 1.50 m. A velocidade média do vento é da ordem de 5 m/s de SSE. Os padrões do escoamento são complexos devido à complexidade da batimetria na área, a qual inclui numerosas ilhas de vários tamanhos. Acredita-se que o efeito das correntes geradas pelas ondas seja muito pequeno, porque a linha da costa é constituída por rochas. Uma grande parcela da energia disponível da onda será refletida para longe das rochas, ao invés de ser dissipada e gerar correntes produzidas pelas ondas. A resistência do escoamento perto da linha dágua deve ser grande, o que resulta em velocidades desprezíveis do escoamento produzido pelas ondas. Além disso, a área é amplamente abrigada da ação das ondas pela presença da Ilha Grande. As correntes litorâneas induzidas pelas ondas não foram incluídas na análise aqui apresentada, o que corresponde a uma aproximação conservativa, em relação ao espalhamento dos poluentes. 5.2.2.3.4.2 Montagem do modelo A modelagem da hidrodinâmica costeira foi realizada numa malha computacional que cobriu uma área de aproximadamente 5 km por 6 km. A batimetria do modelo encontra-se na Figura 87. A resolução espacial adotada nas simulações hidrodinâmicas foi de 50 m em ambas as direções horizontais. A batimetria do modelo foi estendida lateralmente, para reduzir os efeitos de fronteira. 166 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 87 – Batimetria do modelo para a modelagem hidrodinâmica – espaçamento da malha 50 m x 50 m Fonte: Eletronuclear, 2005. O ponto de lançamento da água de refrigeração foi incluído no modelo como um termo associado a uma fonte. A água de refrigeração foi distribuída através de um canal, localizado na linha da costa. Foram testadas seis diferentes vazões da água de refrigeração, conforme apresentado na Tabela 39. A localização do ponto de descarga está indicada na Figura 88. Teste Tabela 39 – Cenários de vazões testados Descarga (m³/s) A 40 B 80 C 120 D 160 E 200 Fonte: Eletronuclear, 2005. 167 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 88 – Localização do ponto de descarga da água de refrigeração e da estação de campo do INPH Fonte: Eletronuclear, 2005. 5.2.2.3.4.3 Calibração do modelo O INPH coletou dados hidrodinâmicos num local perto da costa durante os meses de agosto a novembro/2002. Os dados de campo incluíram níveis dágua e velocidades das correntes em duas direções horizontais, a uma distância de 3 m acima do fundo do mar. A localização da estação de medições do INPH está demarcado na Figura 88. Para poder rodar o modelo hidrodinâmico, fez-se necessário especificar níveis dágua contínuos nas fronteiras do modelo. Contudo, o local onde os níveis dágua foram coletados está situado bem dentro da área do modelo. Diversos mecanismos físicos de transformação se tornam ativos quando uma onda de maré se propaga em áreas rasas costeiras. Assim sendo, os dados de níveis dágua medidos perto da costa não podem ser usados como dados para as fronteiras ao largo. Para se obterem variações reais dos níveis dágua ao longo das fronteiras, os níveis dágua medidos na estação de campo do INPH foram ajustados, filtrando-se fora as oscilações de maiores freqüências. Os níveis dágua filtrados foram usados como condições de fronteira para as simulações e os níveis dágua simulados foram comparados com os níveis dágua medidos. Dessa forma, foi obtida por iteração a freqüência de corte para a filtragem. Os níveis dágua e as velocidades do escoamento medidos e simulados são mostrados da Figura 89 a Figura 90. 168 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 89 – Níveis dágua medidos e simulados. Fonte: Eletronuclear, 2005. Figura 90 – Componentes este-oeste (direção x) das velocidades das correntes medidas e simuladas. Fonte: Eletronuclear, 2005. Dados sobre os ventos estavam disponíveis numa estação localizada na área do projeto. Esses dados foram incluídos nas simulações, mas se chegou à conclusão de que eles não eram muito significativos. Pode-se ver que é boa a concordância entre os níveis dágua medidos e os simulados. Apesar de ocorrer um considerável espalhamento nos dados de velocidades, pela falta de dados precisos na fronteira, obteve-se uma concordância global satisfatória entre as velocidades do escoamento simuladas e as medições realizadas pelo INPH, em termos de valores médios no tempo, tais como média e desvio-padrão. 5.2.2.3.4.4 Padrão do escoamento residual As velocidades do escoamento são em geral muito baixas. Em frente ao ponto de descarga, a velocidade do escoamento raramente excede 0.25 m/s. 169 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto O padrão do escoamento residual é importante para a determinação da acumulação de poluentes, numa escala de tempo de longo prazo. Nas Figura 91 e Figura 92, mostra-se o padrão das vazões, integradas no tempo, para o período simulado (aproximadamente dois meses). Observa-se que uma circulação anti-horária ocorre em frente ao ponto de descarga, e a vazão média do escoamento é pequena, da ordem de 0.10 m³/s. Pode-se ver, também, que a resultante da troca de águas, entre a enseada e o oceano, é muito pequena. Isso significa que existe um risco de os poluentes ficarem presos dentro da enseada, o que pode levar a uma acumulação de poluentes, que se juntam às partículas de sedimentos e se depositam no fundo do mar. Figura 91 – Padrão do escoamento residual durante o período simulado (aproximadamente dois meses). Vazões do escoamento (m3/s) Fonte: Eletronuclear, 2005. 170 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 92 – Padrão do escoamento residual durante o período simulado (aproximadamente dois meses). Velocidades do escoamento (m/s) Fonte: Eletronuclear, 2005. 5.2.2.3.4.5 Dispersão da água de refrigeração As simulações hidrodinâmicas, descritas na seção anterior, formaram a base para o estudo de advecção-dispersão. As simulações de advecção-dispersão foram executadas utilizando-se a mesma malha das simulações hidrodinâmicas e cobriram o mesmo período de tempo. Neste estudo foi escolhida uma aproximação integrada na vertical, o que significa que não são resolvidas as variações verticais hidrodinâmicas e de temperaturas. É claro que perto do ponto de descarga ocorre uma estratificação térmica que localmente irá afetar o transporte de poluentes. No entanto, numa escala espacial maior, essa estratificação é de menor importância. Na presente análise, a atenção direcionou-se para os padrões de larga escala da circulação hidrodinâmica e do transporte e deposição de poluentes. As simulações foram realizadas para os cenários A, B, C, D e E, listados na Tabela 39. 5.2.2.3.4.6 Montagem do modelo 5.2.2.3.4.6.1 Cenário 1 – material conservativo Assumiu-se, durante toda a simulação, um fluxo constante de um certo poluente. A concentração inicial do poluente foi tomada igual a 100, enquanto a concentração inicial no meio aquático foi tomada como sendo zero. O poluente foi assumido como 171 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto neutro e como não estando sujeito a qualquer decaimento, químico ou biológico. A evaporação não foi incluída. 5.2.2.3.4.6.2 Cenário 2 – deposição de poluentes Nesta análise assumiu-se que os poluentes têm uma densidade maior do que a da água circundante. Para poder estudar o padrão de deposição, foram realizadas algumas simulações, onde um determinado número de partículas foi rastreado, com base nas simulações hidrodinâmicas. Como nenhuma informação sobre a velocidade de queda do poluente estava disponível, foram escolhidas algumas velocidades de queda para serem examinadas. 5.2.2.3.4.6.3 Cenário 3 – Material não-conservativo Certos poluentes podem estar sujeitos a alguma forma de decaimento. Para se poder estudar as concentrações decorrentes do lançamento de um material não conservativo, foram feitas algumas simulações usando-se diferentes valores de T50, que, por definição, é o tempo necessário para que o material seja reduzido em 50%. As simulações para os cenários 1 e 3 foram realizadas com o modelo do DHI Mike 21 AD (Advecção/Dispersão). O cenário 2 foi simulado usando-se o modelo do DHI de rastreamento de partículas Mike 21 PA (Advecção de Partículas). Esses modelos foram acoplados ao modelo HD, conforme descrito na seção anterior. A calibração dos módulos Mike 21 AD e PA são usualmente feitas utilizando-se dados medidos. Para este estudo, no entanto, não existiam dados de campo disponíveis que permitissem tal procedimento de calibração. Assim sendo, o coeficiente de dispersão, usado no módulo AD, foi escolhido com base na experiência do DHI em outros projetos similares. Em todas as simulações, foi usado um valor constante para o coeficiente de dispersão, igual a 0.5 m²/s. Uma rápida análise mostrou que os resultados do modelo não são muito sensíveis às variações (de até uma ordem de magnitude) desse valor. 5.2.2.3.4.6.4 Advecção/dispersão de poluente conservativo Cinco diferentes séries de simulações foram executadas, usando-se vazões da água de refrigeração iguais a 40 m³/s, 80 m³/s, 120 m³/s, 160 m³/s e 200 m³/s, como é indicado na Tabela 39. As simulações cobriram o período de tempo de 14/8/2002 a 14/9/2002. Nas figuras a seguir (Figura 93 a Figura 97), vêem-se, para quatro intervalos de tempo durante as simulações, as concentrações percentuais que foram simuladas em função da concentração do lançamento. 172 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 93 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro 3 intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 40 m /s Fonte: Eletronuclear, 2005. 173 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 94 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 80 m3/s Fonte: Eletronuclear, 2005. 174 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 95 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro 3 intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 120 m /s Fonte: Eletronuclear, 2005. 175 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 96 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 160 m3/s. Fonte: Eletronuclear, 2005. 176 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 97 – Concentrações percentuais simuladas para um poluente conservativo em quatro intervalos de tempo durante o período das simulações. Vazão do efluente = 200 m3/s. Fonte: Eletronuclear, 2005. 5.2.2.3.4.6.5 Deposição de poluentes Alguns tipos de poluentes podem aderir às partículas de sedimentos que estão em suspensão na coluna de água. Dessa forma, o poluente irá gradualmente depositar no fundo do mar. Para poder analisar o tamanho e a localização da área de deposição, foram feitas algumas simulações, utilizando-se o modelo do DHI de advecção de partículas Mike 177 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 21 PA. Esse modelo baseia-se no modelo hidrodinâmico e ele simula a trajetória de partículas que são liberadas no ponto de descarga. A essas partículas é dada uma velocidade de queda predefinida, a qual é dependente das características do sedimento. Com a falta de dados acerca das velocidades de queda, foram executadas duas simulações, utilizando-se velocidades de queda dos sedimentos iguais a 0.1 mm/s e a 1 mm/s. Tais velocidades de queda das partículas correspondem a velocidades de queda de sedimentos coesivos, conforme observado na natureza. O estudo hidrodinâmico para esta simulação, considerou a vazão do efluente como 200 m³/s, cenário mais crítico. Na Figura 98, apresentam-se as áreas de deposição que foram simuladas para as duas diferentes velocidades de queda. Verifica-se que a área de deposição está virtualmente não afetada pelas velocidades de queda. Isso indica que as componentes horizontais da velocidade do escoamento são muito pequenas, ou seja, a água está quase estagnada, exceto pela pluma da água de refrigeração. Figura 98 – Áreas de deposição das partículas de sedimentos com diferentes velocidades de queda (w), a esquerda w = 0.1 mm/s, e a direita w =1.0 mm/s. Fonte: Eletronuclear, 2005. 5.2.2.3.4.6.6 Decaimento linear Duas simulações foram realizadas, assumindo-se que o poluente estava sujeito a um certo decaimento linear. O parâmetro de decaimento foi escolhido de tal forma que os valores de T50, ou seja, o tempo requerido para reduzir a matéria em 50%, fosse de um dia e de uma semana, respectivamente. O cenário hidrodinâmico adotado para esta simulação corresponde foi o mais crítico: vazão do efluente 200 m³/s. Na Figura 99 mostram-se os campos de concentração para poluentes com T50 = 1 dia. Para permitir uma comparação direta, foram escolhidos os mesmos intervalos de tempo daqueles mostrados na ilustração 218, em que se assumiu não haver 178 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto decaimento do poluente. Pode-se observar que as concentrações se estabilizaram e que a pluma dos poluentes ficou limitada à área próxima do ponto de lançamento. Da mesma maneira, na Figura 100 são mostrados os campos de concentração para poluentes com o valor de T50 igual a uma semana. Pode-se ver, a partir dessa figura, que as concentrações não se estabilizaram completamente e que a extensão da pluma de poluentes é maior do que aquela para o valor de T50 igual a um dia. Contudo, as concentrações são consideravelmente menores do que aquelas para um poluente conservativo. Figura 99 – Campos de concentrações para poluentes com T50 = 1 dia. – Cenário hidrodinâmico: Q = 200 m³/s. Fonte: Eletronuclear, 2005. 179 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 100 – Campos de concentrações para poluentes com T50 = 1 semana - Cenário hidrodinâmico: Q = 200 m³/s Fonte: Eletronuclear, 2005. 5.2.2.3.5 Conclusão As simulações com o modelo hidrodinâmico mostraram que a troca de água, entre a enseada e o oceano, é muito pequena. Assim sendo, cuidados extremos devem ser tomados no lançamento de poluentes conservativos, já que a acumulação desses poluentes pode dar, a longo prazo, origem a níveis de concentração críticos. As simulações das trajetórias das partículas indicaram que uma possível deposição de poluentes, aderidos às partículas de sedimentos, ocorrerá dentro de um raio de aproximadamente 1 km do ponto de descarga. As simulações com material não conservativo indicaram que os poluentes com valores de T50 iguais ou menores do que aproximadamente 1 semana irão conduzir a um aumento local das concentrações nas vizinhanças do ponto de descarga. 5.2.3 REJEITOS RADIOATIVOS 5.2.3.1 Emissões atmosféricas radioativas – FSAR de Angra 1 O projeto de Angra 1 prevê a remoção e conseqüente transferência contínua de gases radioativos do sistema primário para tanques de decaimento, onde ficarão armazenados durante toda a vida operacional da Usina. Porém, em decorrência de pequenas liberações apresentadas por alguns componentes deste sistema e, assim como, quando de suas despressurizações para efeitos de carregamento e/ou de 180 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto manutenção, pequenas quantidades de gases de fissão são liberadas para a atmosfera interna do Envoltório de Contenção. No primeiro caso, a eliminação é feita em bateladas para o meio ambiente quando a pressão interna do referido envoltório atingir o limite estabelecido pelas especificações técnicas para realização da purga, isto é, para sua despressurização. No segundo caso, a liberação é também processada em bateladas para permitir a entrada dos trabalhadores sem a necessidade de utilização de máscaras e da quebra de integridade do referido edifício com abertura de suas portas de acesso. Nessas condições, os aerossóis são contabilizados esporadicamente junto com os demais radionuclídeos detectados nas amostras de ar do envoltório de contenção, cujos valores são determinados mediante análises espectrométricas. As liberações de gases de fissão encontram-se discriminadas na Tabela 40. Radionuclídeo Tabela 40 – Liberação de gases de fissão de Angra 1 Atividade (Bq/ano)1 Atividade (Bq/ano)2 Ar-41 4,87E+8 1,6E+11 Kr-85m 1,29E+6 2,4E+12 Kr-85 3,00E+3 9,0E+10 Kr-87 4,93E+3 2,7E+11 Kr-88 5,44E+3 1,4E+11 Xe-133m 2,84E+4 7,4E+12 Xe-133 3,16E+8 4,5E+11 Xe-135 1,41E+4 2,7E+10 Xe-135m 1,37E+7 5,3E+10 Xe-138 8,15E+3 1,1E+10 Total 9,38E+3 1,6E+11 Fonte: 1 Relatório Semestral de Rejeitos e de Liberação de Efluentes Radioativos, 2006 a 2008. 2 FSAR de Angra 1, Tabela 11.3-40. A contabilização das atividades liberadas devido aos efluentes gasosos, entre 2006 a 2008, foi efetuada levando-se em consideração as atividades reportadas nas Licenças de Liberação de Efluentes Gasosos, no modo batelada e as atividades reportadas pelo Sistema de Monitoração Isotópica da Chaminé, as atividades liberadas através da purga do envoltório de contenção e as atividades liberadas através da descarga da bomba de vácuo dos condensadores, no modo contínuo. De acordo com os dados apresentados no FSAR de Angra 1, os descartes feitos em bateladas eventuais no período descrito, apresentou valores com limites máximos admissíveis para liberação no meio ambiente, tais como definidas e autorizadas pelo Órgão Regulador (CNEN). Durante o período de 2006 a 2008, a Dose Equivalente Efetiva no Grupo Crítico permaneceu abaixo do limite estabelecido no Manual de Controle Radiológico do Meio Ambiente. 181 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.2.3.2 Efluentes Líquidos Radioativos (canal de descarga para Piraquara de Fora) As fontes de efluentes líquidos radioativos são o sistema de processamento de rejeitos líquidos, o sistema de purga dos geradores de vapor e os drenos do Edifício da Turbina. A vazão total é de até 33 m3/s, incluindo o descarte de cerca de 6 l/s do sistema de tratamento de efluentes líquidos radioativos propriamente dito. A liberação de efluentes líquidos em termos de atividade, prevista pelo FSAR de Angra 1, está apresentada na Tabela 41. Tabela 41 – Efluentes Líquidos Radionuclídeos de Angra 1 Radionuclídeo (%) Liberação (Bq/ano) Ba-140 10,69 4,18E+3 Ce-139 2,54 1,00E+3 Ce-141 6,26 2,45E+3 Ce-144 9,75 3,82E+3 I-133 11,97 4,68E+3 I-135 10,71 4,19E+3 Mo-99 2,57 1,01E+3 Na-24 3,01 1,18E+3 Ru-103 2,87 1,12E+3 Ru-106 28,83 1,13E+4 Tc-99m 2,91 1,14E+3 Zn-65 7,88 3,08E+3 Fonte: Relatório Semestral de Rejeitos e de Liberação de Efluentes Radioativos, 2006 a 2008. De acordo com o Programa de Monitoração Ambiental Radiológico Operacional PMARO, realizado pela Eletronuclear, nos três últimos anos não foram detectados presença de trítio ou qualquer radionuclídeos artificial nas amostras da água do mar. 5.2.3.3 Rejeitos Sólidos Radioativos Todos os rejeitos sólidos compactáveis são encapsulados em tambores-padrão de 200 litros, as resinas e concentrados do evaporador são encapsulados em liners de 1 m3 e foram encapsulados em tambores ate 1998. Os rejeitos não-compactáveis são colocados em caixas metálicas 1 m3 e também imobilizados em matriz de cimento. Os rejeitos sólidos produzidos de 1982 até 30 de dezembro de 2008 estão armazenados nos Depósitos Iniciais de Rejeitos do CGR, construídos no sítio, até a decisão sobre a sua disposição final. Por meio do processo de supercompactação, ocorrido entre janeiro a maio de 2006, que disponibilizou 52 células do Lado de Baixa Atividade do Depósito 1 do CGR, equivalente a 832 tambores, cerca de 2027 tambores foram compactados e geradas 182 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 128 caixas metálicas B-25. Estima-se que esse espaço corresponda a 5 anos de Operação de Angra 1. As quantidades de embalagens produzidas em 2005, 2006, 2007 e 2008 e sua classificação são apresentadas a seguir. Tabela 42 – Rejeitos sólidos radioativos gerados em Angra 1 – Número de embalagens produzidas os anos de 2005 a 2008 Tipo 2005 2006 2007 2008 Total Filtro 38 16 33 21 408 Concentrado de Evaporador 36 37 27 34 134 Rejeito Não Compactável 15 13 16 13 57 Resina do Sistema Primário 15 20 14 0 49 Resina do Sistema Secundário 3 36 72 68 179 Rejeito Compactável 9 23 79 43 154 Inativos 1 0 0 0 1 241 179 982 Total 155 273 Fonte: Eletronuclear, 2008. Cabe ressaltar que, os procedimentos tomados em relação aos rejeitos sólidos radioativos produzidos na CNAAA seguem o Manual de Operação da Usina – MOU – de Angra 1, no caso de Angra 1, bem como seus procedimentos administrativos. Tais documentos estabelecem a sistemática de controle dos rejeitos radioativos gerados durante a operação da Usina. Estes procedimentos tem por finalidade, dentre outras, evitar efeitos significativos ao meio ambiente. 5.2.4 REJEITOS CONVENCIONAIS DE ANGRA 1 5.2.4.1 Emissões atmosféricas convencionais As emissões atmosféricas de Angra 1 são provenientes dos exaustores da caldeira auxiliar e dos grupos diesel-geradores de emergência. Os gases de exaustão e os eventuais vazamentos são insignificantes e, portanto, não são considerados. O consumo nominal de óleo diesel na caldeira auxiliar é de 57.553,08 L/mês (78,78 kg/h), enquanto que o consumo nominal dos grupos Diesel-geradores – dois de 5.400 kW de potência e dois de 2850 kW de potência – é de 3.733,33 L/mês (5,11 kg/h). Na Tabela 43, apresentam-se as emissões atmosféricas convencionais de Angra 1. Tipo Tabela 43 – Emissões atmosféricas convencionais de Angra 1 Quantidade Frequência Altura da liberação Gases de combustão da caldeira auxiliar 1,50 kg/h SO2 0,24 kg/h SO3 0,76 kg/h NO 0,13 kg/h NO2 1,38 kg/h CO 251,13 kg/h CO2 Intermitentes (partidas, paradas e emergência) 15 183 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tipo Gases de combustão dos grupos diesel de emergência Quantidade Frequência 0,097 kg/h SO2 Contínua quando em 6,40 × 10-3 kg/h SO3 suprimento de 4,93 × 10-2 kg/h NO emergência (ou quando testados individualmente 8,4 × 10-3 kg/h NO2 mensalmente durante 0,089 kg/h CO uma hora) 16,24 kg/h CO2 Fonte: Eletronuclear, 2005. Altura da liberação 22 e 15 5.2.4.1.1 Resíduos Sólidos Convencionais de Angra 1 Os principais resíduos sólidos convencionais gerados pela Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto são: • Sucatas metálicas; • Plásticos; • Borras oleosas; • Trapos impregnados; • Isolamento térmico; • Pneus; • Óleos usados; • Graxa; • Resinas de troca iônica; • Lâmpadas fluorescentes; • Reagentes químicos vencidos ou fora de especificação. Além dos resíduos sólidos convencionais gerados nas atividades de suas unidades operacionais e de construção, especial atenção é dada aos equipamentos que contém PCB’s (ascarel). Na CNAAA, somente Angra 1 possui transformadores que utilizam PCB (ascarel) como óleo isolante. A Eletronuclear iniciou, em 2007, o programa de substituição destes transformadores. A continuação da substituição dos transformadores está na dependência da aquisição de novos transformadores a seco cujo processo de compra está em andamento. Os gráficos a seguir apresentam os resíduos industriais gerados na CNAAA e o quantitativo descartado no período de 2003 a 2007. 184 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 101 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados pela CNAAA, em 2003. Fonte: Eletronuclear, 2008. Figura 102 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados pela CNAAA, em 2004. Fonte: Eletronuclear, 2008. 185 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 103 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados pela CNAAA, em 2005. Fonte: Eletronuclear, 2008. Figura 104 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados pela CNAAA, em 2006. Fonte: Eletronuclear, 2008. 186 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 105 – Gráfico da quantidade de resíduos sólidos convencionais descartados pela CNAAA, em 2007. Fonte: Eletronuclear, 2008. Figura 106 – Gráfico da quantidade de resíduos descartados no período de 2003 a 2007. Fonte: Eletronuclear, 2008. A Eletronuclear soma um total de aproximadamente 672.450 m2 de áreas verdes que exigem uma manutenção contínua de corte de gramas e podas de árvores. Desta forma, a CNAAA gera também uma grande quantidade de material proveniente da manutenção de áreas verdes. Os resíduos provenientes desta manutenção eram enviados para o aterro municipal de Angra dos Reis. Na busca de uma alternativa para a deposição deste material decidiu-se pela adoção do processo de compostagem, ficando a Divisão de Meio Ambiente e Segurança do 187 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Trabalho responsável pela implantação deste projeto de modo que o material orgânico pudesse ser reaproveitado. 5.2.4.1.2 Conclusão Por meio dos procedimentos adotados para classificar, segregar, acondicionar, transportar e destinar corretamente os resíduos sólidos convencionais da CNAAA, observa-se que os impactos relacionados à geração de resíduos sólidos são mínimos uma vez que todo o resíduo sólido é controlando na fonte geradora, dando prioridade ao reuso e reciclagem, além da compostagem. 5.2.5 GEOLOGIA E RECURSOS MINERAIS 5.2.5.1 Fase de Operação Durante a fase de operação, não ocorrerem impactos do empreendimento sobre os componentes Geologia e Recursos Minerais do meio ambiente. A visualização das principais ocorrências geológicas pode ser feita por meio dos Apêndice VIII E IX, itens 13.8 e 13.9, respectivamente, nos quais são apresentados os mapas geológicos das Áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento, respectivamente. No entanto, a possibilidade de eventos sísmicos na região impactarem o empreendimento merece análise específica. Esta possibilidade, associada à suscetibilidade de ocorrência de sismos na região, está tratada no item referente à Sismologia, a seguir. 5.2.6 SISMOLOGIA 5.2.6.1 Fase de Operação Também durante esta fase, nenhum evento sísmico ocorrerá em decorrência da operação da Usina, ou seja não existirão impactos sismológicos em função da operação de Angra 1. Por outro lado,a possibilidade de a Usina vir a sofrer impactos a partir da ocorrência de sismos naturais, é bastante remota, já que foi localizada e projetada a partir de uma extensa base de conhecimento do histórico sísmico regional, tendo sido adotados níveis de segurança consagrados internacionalmente. Embora remota, a possibilidade de interferência de eventos sísmicos com a Usina, e respectivas medidas preventivas cabíveis, está descrita a seguir. 188 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.2.6.2 Suscetibilidade à Ocorrência de Sismos O arcabouço estrutural da área de influência indireta do empreendimento é bastante complexo e contém indicação da associação entre geologia e processos sismotectônicos. As rochas gnáissico-migmatíticas dominantes foram afetadas por diferentes ciclos de deformação e processos tectônicos em diversos graus durante sua história précambriana. Posteriormente, a porção da Plataforma Brasileira onde está inserida a área em apreço, foi intensamente fraturada, quando ocorreram deslocamentos verticais (falhas gravitacionais) ao longo de falhas transcorrentes pré-existentes (gerando zonas elevadas e blocos abatidos), influenciando a formação do relevo escalonado característico da região e o desnível atual de massas emersa (Serras da Mantiqueira e do Mar) e submersa (profunda Bacia de Santos). Essa fase de reativação de antigas falhas, associada à instalação de diques básicos e alcalinos, ocorreu até mais ou menos 15 milhões de anos passados, desde o Jurássico até o Terciário, tendo seu apogeu no Cretáceo, com a separação dos continentes (América do Sul - África). Desde então, essa parte do território brasileiro não sofreu perturbações tectônicas significativas, a exemplo de zonas situadas no interior de grandes placas crustrais (zona interplaca). Segundo estudos anteriores (WESTON, 1982), não há indícios de falhamentos mais recentes, de idade quaternária na área, indicando também um período de relativa calma tectônica. No entanto, alguns levantamentos (FÚLFARO, 1977; MELO et al., 1985; RICCOMINI, 1989; SALVADOR e RICCOMINI, 1995) indicam a ocorrência de movimentos ascensionais recentes na Serra do Mar e relatam a existência de falhas cortando sedimentos pleistocênicos na região do vale do rio Tietê, bacia de Taubaté e Resende. Feições rupturais desse tipo, todavia, não foram constatadas na área de estudo. Considerando-se a distribuição geográfica e as características dos abalos sísmicos na região, nota-se uma razoável concentração de sismos na área litorânea e região da Bacia de Santos, com magnitudes 2,6 a 3,5. Tal concentração de sismos pode ser explicada pelo modelo de ajuste isostático idealizado por ALMEIDA (1976) e preconizado por HASUI et al. (1982): soerguimento da Mantiqueira / Serra do Mar e abatimento da Bacia de Santos. O movimento subsidente está associado a uma expressiva flexura marginal que mantém o equilíbrio das massas emersas e submersas até os dias de hoje, em um ambiente tectônico de condições residuais, com discreta acomodação dos blocos intensamente movimentados no Terciário. Para o estudo da história sísmica da área de interesse, foi adotada uma região compreendida entre as coordenadas 22°-24°30′S e 42°-45°30′W, onde foram 189 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto verificados 57 sismos relatados ou registrados. A maioria dos sismos apresenta intensidades da ordem de IV MM, sendo as máximas alcançadas pelos sismos de V MM, V-VI MM e VI-VII MM (evento de Cunha). As magnitudes máximas alcançadas pelos sismos foram de 4,4 (sismo de Lorena), 4,3 (sismo de S. Pedro e S. Paulo) e 4,1 (sismo de Cunha). Dentre todos os sismos, o sismo de Cunha, ocorrido em 23.03.1967, é o mais notável, com intensidade epicentral de VI na escala Mercalli Modificada, e magnitude 4,1. Alguns estudos mostram uma intensidade de VII, e devido a atenuação do terremoto para o sítio esta intensidade foi definida como VI na escala Mercalli Modificada. Os efeitos das vibrações do evento de Cunha foram, entretanto, atenuados com a distância, fazendo-se sentir na região de Angra dos Reis, Tarituba e Parati, com intensidades em torno de IV-V MM. Estudos sobre a atenuação de ondas sísmicas realizados pela WESTON (1979) indicaram, todavia, intensidade próxima a VI MM no sítio da praia de Itaorna. Várias casas em Angra dos Reis e Parati apresentaram rachaduras no reboco das paredes − eventuais danos em construções comuns − o que qualifica intensidade V MM para aqueles locais. Segundo MIOTO (1984) a intensidade V MM caracteriza o domínio no qual se insere a Praia de Itaorna (Apêndice X, item 13.10 e Apêndice XI, item 13.11). O sismo de Cunha foi assim escolhido como Terremoto Potencial Máximo (MPE), ou Safe Shutdown Earthquake (SSE), para a Central Nuclear. O seu nível de aceleração sísmica local corresponde a VI MM, o que significaria 0,07 g ou 70 cm/s2 em topo rochoso. Este valor de aceleração está bem abaixo do nível adotado para o projeto das Unidade 2 da CNAAA, fixado em 0,10 g conforme padrão sugerido pela USNRC (Agência Reguladora do Setor Nuclear dos EUA), associado a intensidades sísmicas locais de VI–VII, segundo TRIFUNAE e BRADY e até pouco maiores que VII MM, segundo GUTENBERG e RICHTER. O nível de aceleração relacionado à intensidade mais confiável atribuída ao sismo de Cunha (VI MM, epicentral) não alcança, nas relações de GUTENBERG e RICHTER (1942), o valor adotado para o projeto. Considerando-se a atenuação na propagação das ondas sísmicas do evento de Cunha até o sítio das centrais nucleares de Angra dos Reis, a intensidade local máxima seria de V MM, Isto significa acelerações da ordem de 0,03 g, ou seja, menos de um terço do valor adotado, de 0,10 g, abaixo daquele definido pela Weston Geophisical Corporation em seus estudos de atenuação de ondas (VI MM). No entanto, os estudos de recorrência de intensidades na Região Sudeste, qualificam o sítio da CNAAA como domínio das intensidades V MM, confirmando uma faixa de aceleração entre 0,015 e 0,03 g, bem abaixo do mínimo exigido nos procedimentos da USNRC e adotado no projeto da CNAAA, isto é, 0,10 g em topo de rocha, correspondente, nas relações de GUTENBERG e RICHTER (1942), a um sismo com intensidade epicentral em torno de 7,5 MM. 190 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Isto significa que os procedimentos adotados garantem uma segurança adicional ao nível de sismicidade regional e de atenuações até o sítio das centrais nucleares, independentemente do uso das várias abordagens de atenuação a partir do epicentro do sismo de Cunha. Entre o final de 1988 e início de 1989 ocorreram diversos sismos em Monsuaba. A magnitude máxima alcançada foi estimada em 3,0 para o evento de 23.12.1988. A área afetada pelas ondas sísmicas foi em torno de 15 km2. Segundo BERROCAL (1989), o maior sismo registrado (magnitude 3,0 e intensidade V MM) não apresentou perigo para a segurança física da CNAAA (Unidade 1). Deve-se salientar a conclusão da análise de BERROCAL (op. cit.): “uma reativação em Monsuaba, com a ocorrência eventual do maior sismo esperado na região (intensidade VI - VII), poderia atingir a Usina com intensidade V devido à atenuação das ondas sísmicas com a distância. Essa intensidade não comprometeria a estrutura dos prédios da Central, que estão preparados para suportar acelerações horizontais de 0,1 g no topo da rocha, correspondentes a intensidades entre VI e VII MM, no próprio local da Usina”. As ocorrências de Monsuaba têm profundidades focais rasas, provavelmente relacionadas a ajuste localizado da crosta superficial, sem conexão com o sistema da (antiga) falha de Mambucaba. Angra 1 conta com um sistema de instrumentação sísmica instalado (3 Triaxial Peak Accelerographs, 4 Triaxial Response Spectrum, 2 Triaxial Time History Accelerograph e 1 Triaxial Seismic Switch), em funcionamento desde 1979 sem registro de qualquer movimentação relevante no terreno. Está prevista para a Unidade 2 a instalação de outro sistema de instrumentação sísmica, similar ao existente em Angra 1, porém de acordo com o Safety Standards KTA 2201.5. As instrumentações sísmicas das Unidades 1 e 2 terão como finalidades: • registrar a atividade sísmica com o tempo; e • alarmar na sala de controle se o sistema de instrumentação sísmica é ativado ou se a aceleração do Safe Shutdown Earthquake é excedido. 5.2.7 GEOMORFOLOGIA/GEOTECNIA Os impactos ambientais do ponto de vista geomorfológico e geotécnico só podem ser vistos como sendo provocados pelo meio sobre o empreendimento, não se considerando a hipótese de que a operação da Usina possa interferir na evolução geomorfológica, local ou regional. Deve-se salientar mais uma vez que o presente estudo objetiva a obtenção da Licença de Operação - LO, da Usina Nuclear de Angra 1, hoje em pleno funcionamento. A maior parte dos impactos típicos da fase de implantação de grandes projetos - corte, 191 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto aterro, mineração de pedra, barro e areia, etc - já se fizeram sentir e encontram-se mitigados, uma vez que Angra 1 utiliza a infra-estrutura da CNAAA. A visualização das principais ocorrências geomorfológicas pode ser feita por meio dos Apêndices XII e XIII, itens 13.12 e 13.13, respectivamente, nos quais são apresentados os mapas geomorfológicos das Áreas de Influência Direta e Indireta do empreendimento, respectivamente. 5.2.7.1 Fase de Operação Nesta fase inexiste a possibilidade de interferências da Usina nos processos geomorfológicos. No entanto, o deslizamento de encostas pode afetar a integridade do empreendimento e da única via de acesso ao sítio - BR-101. Levando-se em conta a eventual necessidade de retirada da população do entorno da Usina, a BR-101 deve oferecer boas condições de circulação, com pistas desimpedidas, sinalização de segurança e boa visibilidade. Infelizmente tais condições não ocorrem, em todo o trecho, são apresentados alguns problemas, que se repetem várias vezes ao longo do trecho de interesse. A inspeção às encostas no sítio da Usina foram estabilizados por obras de engenharia, e são constantemente monitorados pela Eletronuclear Os taludes no entorno da Usina de Angra vêm apresentando problemas graves, que a Eletronuclear vem solucionando passo a passo. Existem evidências de movimentação contínua, porém lenta, de algumas áreas de encostas em todo o trecho de interesse, sempre associados a níveis elevados de precipitação. Obras de estabilização, principalmente através de drenagem e cortinas ancoradas com tirantes, ao longo da BR-101 vem sendo executadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte – DNIT, órgão responsável pela manutenção e recuperação dessa rodovia, de modo a mitigar os problemas. Os materiais que compõem essas encostas são constituídos de solos residuais com cobertura de colúvio/solo residual e aterros em geral mal compactados. Dois aspectos importantes da atuação da Eletronuclear mereceram destaque especial. Primeiro, com respeito aos cuidados com a drenagem e a sua manutenção. Os trabalhos que vem sendo executados nos taludes do entorno da Usina são de primeira qualidade: o sistema de drenagem está limpo e livre de obstruções, as canaletas, escadas para descida da água e drenos estão em bom estado de conservação. Isso é surpreendente num país em que a maioria das obras de estabilização não tem qualquer tipo de manutenção. O segundo aspecto importante é a instrumentação instalada, que foi definida em função do trabalho executado pela COPPETEC/UFRJ descrito abaixo. 192 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Há um total de 19 tubos de inclinômetros do tipo Digitilt e 45 piezômetros Casagrande, que são observados mensalmente. Existem também 25 células de carga instaladas em ancoragens para acompanhamento da evolução das cargas de tirantes. Além disso a Usina conta com um pluviógrafo de alta qualidade de precisão. Desta forma, o comportamento das encostas prioritárias para a segurança do empreendimento vem sendo muito bem acompanhado, há anos, com registros da evolução dos problemas. A COPPETEC/UFRJ foi contratada pela Eletronuclear, pelo contrato 9.665 (Dez/91 a 94) para diagnosticar a situação das encostas de Itaorna, identificando as áreas críticas suscetíveis a deslizamentos. Segundo levantamentos realizados para o EIA de Angra 2, essas áreas encontram-se descritas abaixo, no sentido leste-oeste: a) Encosta do km 519,9 (antigo km 129,9) Os inclinômetros instalados nesta encosta indicaram uma movimentação significativa em novembro de 1992, provocada pela infiltração dágua da bacia de contribuição da parte de montante da rodovia, e obstrução da canaleta de drenagem. O problema vem sendo estudado pela Eletronuclear, que considerou como solução prioritária a drenagem do talude de jusante, que contribuiu para o aumento das poropressões neste local. Após a execução, em novembro de 1997, do sistema de drenagem superficial, captando o escoamento das águas pluviais e dirigindo-o para o talvegue da cortina do km 520, não foi registrada qualquer movimentação significativa nesta encosta, que continua sendo monitorada. b) Cortinas do DNIT, km 520 (antigo km 130) São duas cortinas paralelas e opostas à estrada, com a função de conter o aterro da rodovia, que atravessa um talvegue. Sob as cortinas há um bueiro esconso, que drena toda a captação do talude de montante. Há tempos, ocorreu uma obstrução do fluxo que provocou uma inundação à montante e um empuxo hidrostático na cortina de montante, que se movimentou. A situação da drenagem da encosta de montante é adequada e a inspeção local demonstrou estar o sistema de drenagem limpo e sem problemas. A cortina de jusante, que é maior, apresentou problemas de embarrigamento e deslocamentos, e a Eletronuclear realizou um reforço provisório em 1992 com a instalação de 12 ancoragens de barras de 350 kN de carga de trabalho. Em outubro de 2001 o Eletronuclear / DNIT executou o reforço desta cortina atirantada que consistiu basicamente nos seguintes serviços: o testes de avaliação de todos 188 tirantes existentes; o execução de 317 tirantes de reforço (barra Φ 38mm) com 350 kN de carga de trabalho. c) Cortina do DNIT, km 520,2 (antigo km 130,2) Situada logo a montante da subestação de 138 kV de FURNAS Centrais Elétricas S.A., trata-se de uma grande cortina ancorada implantada pelo DNIT por ocasião da construção da estrada. Esta cortina, que é de responsabilidade do DNIT, está com 193 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto painéis “embarrigados” e trincados. A monitoração desta cortina, que era feita por meio de um inclinômetro e de 3 células de carga de tirantes, indicou que a situação estava precária. O DNIT foi comunicado e executou o reforço desta estrutura de contenção. d) Encosta SE A encosta SE foi estabilizada em por quatro cortinas ancoradas e não apresenta problemas. A cobertura de solo é pequena, da ordem de 2 m somente, e a drenagem implantada não apresenta qualquer problema. e) Cortinas atirantadas localizadas junto à subestação de 138 kV de FURNAS Centrais Elétricas S.A. Estas cortinas foram executadas em 1975 para permitir a implantação dos alojamentos antigos, que foram demolidos no final de 1999 para a construção desta Subestação de 138 kV de FURNAS Centrais Elétricas S. A. Estas 2 (duas) cortinas atirantadas, que são aproximadamente perpendiculares entre si, estão localizadas junto da plataforma da subestação na elevação +41,7 m. Estudos realizados no local, baseados na monitoração contínua de dois inclinômetros, 4 células de carga em ancoragens e 11 conjuntos de pinos de deslocamento, mostram que a cortina e a encosta encontram-se em bom estado de conservação. Esta cortina foi reforçada recentemente por FURNAS Centrais Elétricas S.A.. f) Encosta EPTA Trata-se da encosta a jusante da estação de tratamento de águas. As soluções de estabilização já instaladas constam de drenagem superficial, rigorosamente mantida pela Eletronuclear, que tem assegurado um bom desempenho desta encosta, sem indícios de instabilidade recente. g) Encosta do estacionamento, km 521 (antigo km 131), ou encosta NW Trata-se de uma encosta com grandes proporções, com cerca de 200 m de largura e 500 m de comprimento. É uma das mais problemáticas dentre as encostas, pois já apresentou grande movimentação, tendo sido objeto de uma solução emergencial no passado, com a implantação de uma berma de equilíbrio no pé, por meio de um grande enrocamento. Apesar dos tratamentos executados, vem apresentando alguns sinais de movimentação em períodos chuvosos, além de aumento na carga dos tirantes das cortinas. O topo da encosta foi objeto de implantação de sistema de drenagem superficial de boa qualidade. Atualmente verifica-se o estado das ancoragens das cortinas e o estado das células de carga das ancoragens. Esta é uma das encostas de maior risco para o funcionamento da Usina, pois se deslizar poderá obstruir um de seus principais 194 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto acessos. Foi objeto de vários estudos, inclusive ocupando grande parte dos estudos realizados pela UFRJ. Em função de sua representatividade esta, encosta vem sendo bem monitorada, com a utilização de 7 inclinômetros, 7 células de carga, 10 piezômetros e 10 pinos de deslocamento. Sua movimentação se apresenta de forma bastante lenta, não apresentando perigo para a rodovia BR-101, nem ao acesso do canteiro da CNAAA. h) Cortina km 522,1 (antigo km 132,1) Trata-se de cortina de topo de talude para contenção da estrada, que foi implantada pelo DNIT por ocasião da sua construção. As investigações realizadas demonstram que não há problemas de instabilidade da encosta ou de manutenção da cortina. i) Morro dos Urubus É adjacente à encosta do km 523,2. Não há evidências de instabilidade profunda. Também neste local foram implantados inclinômetros e piezômetros, já desativados, pois a encosta não apresenta problemas graves. Adicionalmente várias encostas foram e vêm sendo estabilizadas pelo DNIT ao longo da BR-101 na área de influência da CNAAA, pela solução tradicional de cortinas ancoradas, mas com o uso de tirante de fios. j) Outras Considerações Os principais problemas, detectados pelo DNIT e confirmados pela equipe da Consultora, ao longo da rodovia BR-101 referem-se à queda de material, solo e/ou rocha, sobre as pistas de rolamento, havendo também exemplos de desabamento do próprio leito da rodovia, alguns já ocorridos outros com possibilidades reais de ocorrência no caso de chuvas intensas. Ficou claro durante os trabalhos de campo que, embora já equacionadas pelo próprio DNIT, as soluções específicas para cada uma das encostas constantes das citadas tabelas, os serviços de manutenção que vem sendo executados na rodovia são, em geral, reconstrutivos e não preventivos, ou seja, somente após a interrupção do tráfego é que são tomadas medidas corretivas. Entendemos assim, como necessário, o seguinte conjunto de ações preventivas e remediais, visando à garantia da operação segura da rodovia, prioritariamente do ponto de vista do planejamento emergencial no sub-trecho entre Mambucaba e Japuíba: • Acabamento satisfatório dos taludes de cortes, incluindo execução de obras de contenção, como muros, cortinas atirantadas e tirantes isolados; • Execução de manutenção de obras de drenagem, cobrindo pelo menos o trecho prioritário, podendo-se considerar que sistemas de drenagem ineficientes são os maiores causadores de problemas na conservação de rodovias, principalmente nessa região com chuvas de alta concentração. 195 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto • Execução de obras de contenção superficial também no trecho prioritário, incluindo impermeabilização asfáltica, proteção com solo cimento e tela com gunita (tela metálica presa à superfície do talude onde é colocada uma massa de cimento e areia), dentre outros. • Ainda com relação à segurança da BR-101, embora não diretamente relacionado aos aspectos geomorfológicos, registra-se que a vegetação, necessária do ponto de vista do controle erosivo encontra-se por vezes com porte e localização inadequados (ex. gramíneas de 2 m de altura às margens da estrada) diminuindo a visibilidade, encobrindo placas de sinalização, crescendo dentro das sarjetas e oferecendo material de fácil combustão além de prejudicar ainda mais a visibilidade. O controle desta vegetação deve integrar o programa de manutenção de responsabilidade do DNIT. O DNIT tem realizado periodicamente obras de manutenção e recuperação da BR 101. 196 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.2.8 SÍNTESE DA AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NO MEIO FÍSICO A síntese de avaliação dos impactos no meio físico na operação de Angra 1 é apresentada na Tabela 44. Tabela 44 – Síntese da Avaliação dos impactos sobre o meio físico – Fase de operação Sistemas e Ações Sistema de Refrigeração Emissões Atmosféricas com radionuclideos Emissões Atmosféricas convencionais Estrutura/Processo Impacto Impactos Indicadores de Impactos Caracterização do Impacto Monitoração, Mitigação e Compensação Ecossistema Aquático Mudança dos padrões de circulação e aumento da temperatura no Saco Piraquara, alterações nas concentrações de amônia, hipoclorito de sódio, hidrazina, ácido sulfúrico e sulfato ferroso. Alteração na circulação e temperatura do Saco Piraquara de Fora. Permanente, reversível, intensidade média-alta e local Monitoramento físicoquímico e biológico da qualidade da água Ecossistema Aquático Alterações nas concentrações de hidrazina, nalco, zinco e fosfato na enseada de Itaorna, lançamento de esgoto sanitário e água triciada Alteração dos parâmetros físicoquímicos, alteração na qualidade da água Permanente, reversível, intensidade baixa e local, (considerando concentrações dentro dos limites do local) Monitoramento físicoquímico e biológico da qualidade da água Lançamento de efluentes líquidos com radionuclídeos Ecossistema Aquático Alteração na concentração radiológica do meio (Co, Cs, Cs, I e Sr e o H) conseqüência de dose pelas vias de exposição. Alteração na concentração radiológica do meio Intensidade baixa, (considerando concentrações dentro dos limites do local) PMARO Deposição seca e úmida na água Ecossistema Aquático Alteração na concentração radiológica do meio conseqüência de dose pelas vias de exposição. Intensidade baixa, (considerando concentrações dentro dos limites do local) PMARO Qualidade do Ar Alteração na concentração radiológica do meio conseqüência de dose pelas vias de exposição. Alteração na concentração radiológica do meio Qualidade do Ar Aumento na concentração de carbono e enxofre no ar Alteração na qualidade físicoquímica do ar Permanente, reversível, intensidade baixa (considerando concentrações dentro dos limites do local) Não relevantes Evento Causador do Impacto Lançamento de efluentes líquidos convencionais Emissão de radionuclideos Emissão de gases e particulados de combustão 197 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.3 NO MEIO BIÓTICO Nos anos de 1980 a 1983 foram realizados estudos ambientais que deram origem aos programas ambientais chamados de pré-operacionais. Foram esses estudos realizados antes do funcionamento da CNAAA, que serviram de base para os seguintes programas de monitoramento ambiental: • Programa de Monitoração da Fauna e Flora Marinha na Fase Operacional; • Programa de Medida de Temperatura no Saco Piraquara de Fora e Itaorna; • Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas; • Programa de Medida de Cloro Residual no Saco Piraquara de Fora; Desde 1985 a Usina vem operando comercialmente e realizando o monitoramento os quais acompanham possíveis alterações nas comunidades marinhas: Desde a operação da Usina de Angra 1, os monitoramentos permaneceram com as mesmas freqüências de analise e seus resultados vêm compondo um consistente banco de dados no Laboratório de Monitoração da CNAAA. Para avaliação de todos os resultados deste banco de dados, a Eletronuclear contratou, em 2008, consultoria para analisar estatisticamente a qualidade das águas (Eletronuclear, 2008). Este intenso trabalho culminou no produto Análise dos Programas de Monitoração da CNAAA, finalizado em novembro de 2008. A seguir é apresentada uma síntese deste trabalho, visando mostrar as conclusões sobre os impactos do empreendimento no meio biótico. Foram realizados testes estatísticos que contemplaram o seguinte: a. Fitoplâncton, zooplâncton e nécton: foi utilizada a série do índice de diversidade para desenvolvimento das análises estatísticas. Para tanto, foi verificado o comportamento dos mesmos, individualmente, ao longo da série, bem como a sua correlação com a temperatura e cloro residual e parâmetros físico-químicos existentes. Os resultados obtidos com essa análise deram suporte para o entendimento do comportamento dos organismos ao longo da série coletada; b. zoobenthos profundo: a análise estatística foi desenvolvida para os grandes grupos monitorados ao longo da série e entre o zoobenthos e a temperatura e cloro residual; c. zoobenthos costão: foram analisados os organismos indicadores monitorados, ou seja, 4 espécies, por meio da análise do comportamento da série, bem como da correlação entre estes organismos e a temperatura e cloro residual; 198 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto d. fitobenthos: neste caso, foi analisado o percentual de cobertura da área do quadrate pelos organismos monitorados. esta análise foi realizada objetivandose a verificação do comportamento mensal e intra-anual dos organismos. Os mesmos foram correlacionados com a temperatura e cloro residual; e. Temperatura da água do mar: foi analisada, estatisticamente, a evolução da série, bem como a interferência da mesma, nos demais programas; f. Medidas das concentrações de cloro residual na área de lançamento do efluente do sistema de água de circulação (Saco Piraquara de Fora): devido ao lançamento de cloro, fez-se necessário avaliar o impacto desse produto no desenvolvimento dos organismos monitorados. Foi analisado o comportamento do mesmo ao longo da série, bem como se o mesmo possui alguma interferência nos organismos monitorados; g. Dados Meteorológicos: o programa de aquisição de dados meteorológicos serviu de suporte para as alterações ocorridas na atmosfera, que influenciam o comportamento marinho (tais como: precipitação e temperatura). Foram utilizados os valores médios mensais dos mesmos. Ressalta-se que as análises foram comparadas com os dados disponíveis da fase préoperacional permitindo a verificação da existência de impacto, ou não, na área da Usina. Para cada Programa foram verificadas as características de cada amostra – entenda-se amostra, neste caso, como sendo o conjunto de indivíduos retirados de uma população a fim de que o estudo estatístico pudesse fornecer informações sobre a população. A partir da seleção da população e amostra foram obtidas informações para cada amostra individualmente, tais como: Média, Freqüência, Desvio Padrão ou Dispersão e Distribuição de Probabilidade. 5.3.1 RESULTADOS OBTIDOS A temperatura foi analisada individualmente para os pontos localizados em Itaorna (Itaorna 0,5 m; Itaorna 2,0 m e Itaorna 4,0 m) e Piraquara de Fora, também considerando as mesmas profundidades. Pôde-se observar que, para Itaorna, as temperaturas médias mínimas apresentaram valores aproximados. Para as temperaturas máximas em Piraquara – área de impacto, as mesmas não apresentaram grandes aumentos entre a temperatura de superfície (0,5 m) e as demais profundidades (2,0 e 4,0 m). As maiores diferenças entre as temperaturas máximas para Itaorna e Piraquara ocorrem na superfície, ou seja, a 0,5 m de profundidade, o que é natural devido à descarga da 199 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto água das Usinas em Piraquara. Entretanto, essa diferença não apresenta grandes significâncias, considerando que não ultrapassam, para toda a série, 16% (Tabela 45). Tabela 45 – Percentual da diferença entre as temperaturas médias máximas para Itaorna e Piraquara Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. 0,5m 10% 10% 12% 11% 9% 16% 15% 15% 15% 12% 2,0 m 6% 5% 5% 2% 1% 9% 6% 7% 5% 5% 9% 8% 10% 7% 4,0 m 1% 0% 1% 1% 1% 2% 1% Fonte: Eletronuclear, 2006. 3% 1% 3% 3% 1% Pôde-se observar, também, que tanto para Itaorna como para o Eixo Piraquara o comportamento da temperatura apresenta-se semelhante, ou seja, ao longo da série os aumentos e diminuições das temperaturas obedecem ao mesmo padrão. Neste caso, por tratar-se da temperatura uma preocupação no monitoramento devido ao aumento da temperatura pelo lançamento da água da Usina pôde-se concluir, estatisticamente, que a mesma não apresenta riscos de proporções significativas para o ambiente marinho ali localizado. No que concerne às análises fitoplanctônicas, na Tabela 46, que apresenta os valores do Índice de Diversidade de Shannon, verifica-se que o comportamento do ponto Z3, o qual se trata de um ponto de controle localizado em Itaorna, não difere muito, ao longo da série, quando comparado com os pontos Z4 e 47B localizados na Piraquara, área de impacto. Tabela 46 – Índice de Diversidade de Shannon da série de fitoplâncton (1987 a 2006) ÍNDICE DE DIVERSIDADE ANO PONTO 1987 1988 1989 1990 1991 1992 Jan Fev Março Abril Maio Jun Jul Ago Set Z3 - - - - Z4 - - - - 47B - - - - Z3 2,99 0,88 3,43 1,31 0,11 2,00 2,43 Z4 2,78 1,99 0,81 1,86 0,58 1,36 47B 2,59 2,04 1,64 1,30 0,50 1,20 Z3 2,59 2,32 2,73 1,43 2,83 Z4 1,53 1,30 2,13 2,46 47B 1,90 1,90 2,82 2,32 Z3 - - 1,29 3,15 - Z4 - - 0,60 2,15 47B - - 0,83 2,54 Z3 1,91 2,78 2,17 2,27 Z4 2,21 2,35 2,52 47B 1,91 2,35 1,66 Z3 2,45 1,82 Z4 1,85 3,42 Out Nov Dez - - - - - 2,79 3,59 3,16 - - - - - 3,06 2,96 3,02 - - - - - 3,55 2,45 1,99 1,62 3,68 4,65 3,49 3,14 3,45 2,16 4,01 4,14 2,60 3,17 3,89 2,33 2,95 4,32 3,07 2,93 2,99 3,04 0,11 - - 0,63 0,16 2,96 2,03 2,00 0,14 - - 2,50 2,81 2,97 2,99 2,72 0,27 2,45 1,34 1,09 2,23 3,31 3,08 - 3,60 - - - 3,83 3,19 2,70 - 4,39 - - - 4,14 3,17 3,52 - 3,98 - - 2,78 2,97 2,82 3,94 2,46 2,67 2,62 1,92 1,41 1,82 3,08 2,85 3,43 2,49 3,43 3,83 2,49 2,08 1,27 2,94 2,75 3,32 1,44 2,91 3,71 1,75 2,05 0,93 2,70 2,17 1,76 1,90 1,50 3,36 0,56 3,36 2,04 1,77 2,27 2,02 1,62 1,28 1,90 2,96 0,59 2,04 200 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto ÍNDICE DE DIVERSIDADE ANO PONTO Jan 1993 1,60 0,41 3,48 1,13 2,83 Z3 2,50 2,31 1,93 1,38 2,62 2,46 1,56 1,45 1,97 0,56 - 2,44 1,76 1,98 1,46 2,65 2,69 2,01 2,31 1,64 2,72 1,12 - 2,06 2,55 1,71 2,05 2,62 2,46 1,99 2,10 1,13 1,91 1,34 - 2,72 1,54 1,90 1,27 1,24 1,34 0,76 2,39 2,13 2,98 0,86 2,07 2,13 2,07 1,83 1,22 1,24 1,28 1,52 2,09 2,17 1,49 2,25 1,44 1,70 1,55 1,85 0,75 1,51 0,89 2,05 1,77 1,90 1,84 2,48 1,48 1,53 Z3 2,92 2,95 2,02 0,62 1,15 2,15 2,03 1,86 2,08 2,13 2,03 1,54 Z4 2,58 2,00 1,23 1,66 2,57 2,01 1,80 1,34 3,21 1,93 2,46 2,18 47B 2,67 2,49 1,33 3,88 1,01 1,66 1,39 0,48 2,46 1,39 2,24 1,66 1,25 2,78 2,12 3,50 1,48 2,12 3,35 3,43 1,59 3,55 0,04 1,98 1,32 2,12 1,44 3,79 2,34 2,69 3,58 3,17 3,17 3,36 0,11 0,46 0,81 1,50 1,57 2,77 2,73 1,64 2,49 2,65 1,29 3,37 0,15 1,11 1,94 1,07 3,13 3,63 2,33 2,79 2,48 2,03 3,24 2,24 1,70 2,78 1,79 0,88 3,10 2,99 2,69 2,36 2,50 1,38 3,64 1,92 1,87 2,32 1,92 0,83 2,63 2,40 3,73 4,32 1,57 2,90 3,41 2,18 1,81 2,27 1,94 1,07 3,13 3,63 2,33 2,79 2,48 2,03 3,24 2,24 1,70 2,78 1,79 0,88 3,10 2,99 2,69 2,36 2,50 1,38 3,64 1,92 1,87 2,32 1,92 0,82 2,63 2,40 3,73 4,32 1,57 2,90 3,41 2,18 1,81 2,27 Z3 4,11 3,30 2,86 0,69 3,05 2,75 3,80 2,92 2,72 2,25 3,29 0,26 Z4 3,66 3,06 2,15 0,56 2,46 1,57 2,46 2,48 2,41 1,73 3,50 0,21 47B 3,37 2,72 - 1,11 2,90 2,33 3,48 2,37 1,95 1,48 2,82 0,22 Z3 2,96 0,93 3,00 2,92 3,98 3,28 3,51 2,19 1,68 1,48 3,46 1,49 Z4 0,04 2,70 3,02 3,06 3,27 3,88 3,21 3,16 3,71 0,31 2,99 0,27 47B 0,99 0,71 3,62 3,20 3,40 3,36 3,37 3,71 0,17 3,61 0,68 Z3 1,95 3,40 1,60 2,34 - - 3,08 1,84 3,41 3,40 1,94 2,82 Z4 2,90 3,35 0,72 1,64 - 3,13 3,30 1,54 2,90 3,94 2,73 3,46 47B 2,84 4,01 1,48 1,81 2,72 2,76 3,18 1,99 2,65 3,86 2,73 3,83 Z3 0,64 1,19 0,68 1,95 1,95 3,50 3,70 2,47 3,52 3,43 3,06 1,75 Z4 0,26 1,41 1,11 2,05 2,69 3,59 3,54 3,22 3,53 3,25 1,10 3,34 47B 0,47 1,12 0,69 2,07 3,38 3,14 2,85 2,54 3,04 2,42 1,42 2,73 Z3 4,12 1,37 1,83 4,11 0,99 0,89 1,65 0,87 3,70 3,70 1,83 1,33 Z4 4,18 2,15 1,61 3,36 0,19 0,97 1,46 3,35 3,57 3,57 3,33 2,20 47B 3,67 1,76 2,24 2,53 0,30 1,40 1,47 3,31 3,42 3,46 3,37 1,95 Z3 0,39 0,62 0,37 0,52 0,57 0,75 0,58 0,47 0,41 0,53 0,58 0,57 Z4 Z4 Z4 Z4 Z4 47B 2001 2002 2002 Dez 0,80 Z3 2000 Nov 1,85 47B 1999 Out 2,17 Z3 1998 Set 1,61 47B 1997 Ago 1,26 Z3 1997 Jul 3,60 47B 1996 Jun 1,39 Z3 1995 Março Abril Maio 47B 47B 1994 Fev 2,08 201 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto ÍNDICE DE DIVERSIDADE ANO PONTO Jan 2004 2005 2006 Fev Março Abril Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Z4 0,45 0,36 0,56 0,45 0,48 0,78 0,57 0,55 0,65 0,64 0,55 0,43 47B 0,44 0,53 0,48 0,41 0,51 0,77 0,67 0,62 0,63 0,61 0,58 0,49 Z3 2,59 2,69 3,46 2,98 3,85 3,47 2,78 3,60 4,17 3,61 2,98 3,51 Z4 2,24 3,45 3,22 3,27 3,64 3,04 3,00 3,19 3,12 3,28 2,95 3,24 47B 2,84 3,6 3,31 2,90 3,53 2,21 2,50 2,51 2,89 3,18 3,55 3,72 Z3 2,90 1,00 3,40 - 3,40 4,00 3,70 3,10 3,60 3,60 3,60 3,30 Z4 2,30 2,60 3,20 - 3,30 4,10 3,70 2,70 2,90 4,00 2,30 3,50 47B 2,70 1,90 3,20 - 3,80 3,70 3,90 2,50 2,80 3,70 3,30 3,30 Z3 3,37 0,54 0,34 0,85 0,77 0,26 0,67 0,75 0,64 0,75 0,74 0,45 Z4 2,05 0,86 0,72 0,87 0,78 0,76 0,86 0,78 0,78 0,48 0,78 0,84 47B 1,86 0,64 0,58 0,66 0,62 0,61 0,90 0,77 0,78 0,54 0,76 0,84 Fonte: Eletronuclear, 2006. Com relação à temperatura a 5 m, a correlação entre esta e o índice de diversidade do fitoplâncton obtido para a série do monitoramento permitiu concluir que as interferências da temperatura no índice de diversidade ocorrem de forma indireta e não são significativas, dadas as baixas correlações obtidas. No que concerne às correlações entre o índice de diversidade do fitoplâncton e os resultados dos parâmetros amostrados simultaneamente a este, quais sejam: pluviosidade, salinidade, OD, secchi, clorofila, nitrito, nitrato, fosfato e silicato, os resultados obtidos mostraram que as maiores correlações ocorreram, para os três pontos monitorados, entre fitoplâncton e oxigênio dissolvido (Tabela 47). Tabela 47 – Correlação entre o fitoplâncton e os parâmetros para os pontos monitorados Parâmetros Pontos Monitorados Z3 Z4 47B PLUVIOSIDADE 0,04 0,02 0,06 SALINIDADE 0,02 0,09 0,06 OXIGÊNIO 0,14 0,16 0,19 SECCHI 0,04 0,07 0,05 CLOROFILA a 0,07 0,10 0,09 NITRITO 0,06 0,09 0,00 NITRATO 0,08 0,01 0,02 FOSFATO 0,07 0,11 0,03 SILICATO 0,01 0,03 Fonte: Eletronuclear, 2006. 0,04 202 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto IDV Zooplâncton Na Tabela 48 é apresentada, da mesma forma como para o fitoplâncton, a correlação entre os parâmetros amostrados simultaneamente ao zooplâncton e os resultados do índice de diversidade deste. Tabela 48 – Correlação entre Parâmetros e IDV Temperatura Temperatura Salinidade Salinidade na Superfície a 5m Superfície a 5m Pluviosidade Z3 Z3 Z4 Z3 0,54 Z4 0,20 Z4 0,05 0,26 Z4 Z3 Z3 Z4 Z3 0,12 OD Z4 Z3 0,05 0,01 0,17 0,19 Fonte: Eletronuclear, 2006. Secchi Z4 Z3 0,07 0,22 Z4 0,16 0,03 0,21 Pôde-se verificar que o Índice de Diversidade para o zooplâncton apresenta maior correlação com a pluviosidade, tanto para o ponto Z3 como para o ponto Z4. Ainda com relação ao zooplâncton, a Tabela 49 apresenta os valores do Índice de Diversidade de Shannon, onde verifica-se que o comportamento do ponto Z3, o qual se trata de um ponto de controle localizado em Itaorna, não difere muito, ao longo da série, quando comparado com os pontos Z4 e 47B localizados na Piraquara, área de impacto. Quando comparados os valores pré (1980 e 81) e pós-operacional (1986 em diante), pode-se dizer que há números bem maiores no pós-operacional, indicando que não houve impacto de Angra 1 sobre estes organismos. Tabela 49 – Índice de Diversidade de Shannon da série de zooplâncton (1980 a 2006) ANO 1980 Z3 Z4 1981 Z3 Z4 1986 Z3 Z4 1987 Z3 Z4 1988 ÍNDICE DE DIVERSIDADE PONTO Jan Fev Março Abril Maio Jun Jul Ago Set - 1,88 1,03 1,81 2,08 1,28 2,45 2,55 2,34 2,39 2,54 1,28 - 1,67 1,02 1,23 0,88 2,13 2,42 1,46 2,23 2,13 1,88 1,69 1,85 - - - - - - - - - - - 1,17 - - - - - - - - - - - - - - - 1,04 1,06 0,80 0,78 1,02 1,01 0,88 - - - - - 0,82 0,96 1,83 0,83 0,86 0,67 0,62 - - - 1,81 2,18 2,08 3,22 2,41 2,01 - 2,05 2,07 1,98 - - 1,82 2,01 1,74 2,21 1,01 2,26 - 1,79 1,25 1,68 - - 1,36 - - 1,86 - 2,34 - - - 2,14 - - 1,64 - - 1,80 - 1,98 - - - 1,81 - - 2,05 - - 2,32 - 1,81 - - - 1,92 - - 1,77 - - 1,61 - 1,96 - - - - - - - - - 1,76 - - 1,97 - - - - - - - - 2,13 - - 1,52 - 2,31 - 3,90 - - 3,29 Z3 Z3 Z4 1991 Z3 Dez 1,76 Z4 1990 Nov - Z3 Z4 1989 Out - - - - 2,11 - 203 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto ANO ÍNDICE DE DIVERSIDADE PONTO Jan Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 1,84 - 3,15 - - 2,45 - - 2,99 - 2,05 - - - - - - 2,71 - - 2,19 - 2,32 - - - - - - 2,34 - - 2,35 - - 2,43 - - 3,15 - - 2,86 - - - 0,81 - 2,71 - - 2,26 - - 2,97 - - - 1,28 - 3,07 - - 3,80 - - 3,40 - - 3,25 - - 2,41 - - 3,03 - - 3,19 - - 3,16 - Z3 - 2,39 - - 3,32 - - 2,79 - - 2,84 - Z4 - 2,18 - - 2,83 - - 2,49 - - 2,17 - - 2,89 - - 3,53 - - 2,51 - - 3,43 - - 1,41 - - 3,23 - - 2,37 - - 2,98 - - 2,59 - - 3,49 - - 2,60 - - 2,36 - - 1,64 - - 3,00 - - 2,25 - - 2,78 - Z3 - 2,97 - - 2,39 - - 3,27 - - 3,31 - Z4 - 2,72 - - 3,26 - - 2,61 - - 3,27 - Z3 - 2,27 - - 3,03 - - 2,62 - - 2,64 - Z4 - 2,43 - - 2,51 - - 3,23 - - 3,44 - Z3 - 2,79 - - 2,76 - 2,04 - - 2,70 - Z4 - 2,21 - - 3,17 - - 2,68 - - 2,66 - Z3 - 1,27 - - 2,90 - - 3,27 - - 2,27 - Z4 - 0,92 - - 2,17 - - 3,21 - - 2,84 - Z3 - 2,45 - - 3,37 - - 2,57 - - 2,74 - Z4 - 3,07 - - 3,17 - - 2,97 - - 1,88 - Z3 - 2,22 - - 1,68 - - 2,17 - - 3,13 - Z4 - 3,20 - - 2,38 - - 1,54 - - 2,73 - Z3 - 1,39 - - 3,07 - - 1,57 - - 2,46 - Z4 - 2,11 - - 2,18 - - 2,24 - - 2,61 - Z3 - 2,93 - - 2,70 - - 2,03 - - 2,34 - Z4 - 2,98 - - 2,62 - - 2,70 - - 2,57 - Z3 - 1,64 - - 3,21 - - 3,09 - - 1,76 - Z4 - 2,74 - - 3,54 - - 2,31 - - 2,43 - Z3 Z3 Z4 1994 Abril - Z4 1993 Março - Z4 1992 Fev Z3 Z4 1995 1996 Z3 Z4 1997 Z3 Z4 1998 1999 - 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Fonte: Eletronuclear, 2006. Ainda para o plâncton foram desenvolvidas correlações entre os resultados dos índices de diversidade do zooplâncton e do fitoplâncton, ao longo das séries amostrais. Esta 204 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto correlação foi desenvolvida para o ponto Z3 do fitoplâncton com o ponto Z3 do zooplâncton e para o ponto Z4 do fitoplâncton com o ponto Z4 do zooplâncton. Observam-se as informações contidas na Tabela 50, a seguir. Tabela 50 – Correlação entre o fitoplâncton e o zooplâncton Fitoplâncton Zooplâncton Z3 Z3 Fitoplâncton Z4 0,07 0,10 0,98 0,14 0,87 0,30 0,64 0,95 0,13 0,31 0,92 0,22 0,64 0,79 0,55 0,44 0,26 0,60 0,15 0,71 0,55 0,85 0,65 0,74 Z4 0,69 0,02 Fonte: Eletronuclear, 2006. Os resultados obtidos na Tabela 50 permitem concluir a significativa correlação entre organismos em ambos os pontos amostrados. Com relação ao nécton, foi analisado o comportamento da temperatura obtida no fundo, por ocasião dos arrastos, e o índice de diversidade ao longo dos anos de monitoramento. O comportamento do Índice de Diversidade - IDV (média anual) para o nécton ao longo da série amostral apresentou valores maiores a partir do ano de 1991. Isso quer dizer que, a partir desse ano, na área de monitoramento, estatisticamente, houve uma maior variação das espécies. Ao realizar a análise desta freqüência verificou-se que os períodos que apresentaram, tendencialmente, maiores dispersões foram: de fevereiro / abril, de junho /agosto e de outubro / dezembro. Significa que nesses meses houve um aumento do índice de diversidade, ou seja, aumento do numero de espécies coletadas. Nas coletas realizadas em dezembro e fevereiro houve tendência a apresentar variações pequenas entre as amostras, não apresentando grandes mudanças no comportamento do IDV para o nécton. Tal comportamento pode ocorrer devido à condição da sazonalidade, ou seja, a ocorrência de diversidade de peixes é muito maior no verão que no inverno. 205 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Com relação a freqüência de coleta das amostras, verificou-se que alguns meses apresentaram uma dispersão alta, ou seja, o valor do mês de 1 encontra-se distante do valor amostral obtido para o mês 2, significando que houve mudanças significativas do nécton neste dado intervalo, evidenciando a necessidade da continuidade da periodicidade das amostragens. Para o nécton também foram correlacionados os parâmetros que são amostrados rotineiramente. Verificou-se que a correlação entre a temperatura e o IDV e variável ao longa da serie, o mesmo ocorrendo com a salinidade. Conforme o trabalho, pelo índice de diversidade, conclui-se que a comunidade de peixes vem apresentando aumentado de indivíduos. A partir da série de dados de zoobenthos profundo, de 1982 a 2006, foram obtidas informações sobre os organismos monitorados, como a variação dos níveis populacionais ao longo dos anos e sua correlação com a temperatura média da Piraquara de Fora. A partir da análise dos dados, pode-se verificar que a correlação com a temperatura é pequena para todos os grupos de organismos (Tabela 51) e espécies monitoradas (Tabela 52). Com relação aos comportamentos dos valores totais das espécies para a série histórica (1982 a 2006) no Quadrante I, no ponto Z4 e ponto Z3 (ponto de controle), respectivamente, de maneira geral, pôde-se observar uma tendência de aumento do número de organismos ao longo dos anos para as áreas monitoradas, inclusive no ponto controle. Tabela 51 – Dados sobre os grupos de zoobenthos profundo Temperatura Média_ Mollusca Polychaeta Cnidaria Crustacea Echinodermata Chordata Piraquara Maior Valor 36,38 318,00 361,00 30,00 12,00 61,00 2,00 Mínimo Valor 19,03 16,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Média 28,44 82,41 12,64 1,94 1,52 4,93 0,06 Desvio Padrão 3,45 52,31 49,76 5,71 1,85 9,84 0,28 Correlação 1,00 0,03 0,13 0,02 0,17 0,10 0,14 Fonte: Eletronuclear, 2006. 206 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 52 – Dados sobre as espécies do zoobenthos profundo para a série amostral Codakia Tellina Dentalium Corbula Dentalium Nucula Pitar Chione Outros Edwardsia Total sp sp costata Sandix caribea Gauldii semionata sp Paphia Mollusca Quadrante I Máximo 189,70 48,30 4,90 27,30 5,00 5,20 2,30 2,30 159,00 401,70 20,30 Mínimo 1,30 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 4,90 0,00 Média 49,49 3,47 1,36 2,88 0,86 0,55 0,18 0,09 19,44 79,55 2,21 Desv. Padrão 35,06 4,82 0,98 3,18 0,86 0,69 0,35 0,25 22,67 53,91 2,92 0,05 0,07 0,13 0,01 0,08 0,01 0,01 0,08 0,04 0,02 0,00 144,00 33,00 9,70 17,00 12,00 13,70 2,00 1,00 110,20 191,60 42,00 Mínimo 1,70 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Média 36,70 3,06 1,78 1,73 0,97 0,92 0,10 0,03 15,13 60,92 2,89 Desv. Padrão 27,97 4,90 1,77 2,48 1,74 1,88 0,29 0,11 16,79 41,29 7,79 Correlação com Malha amostral de Piraquara a4m 0,02 0,06 0,08 0,04 0,01 0,06 0,02 0,05 0,09 0,05 0,14 Máximo 35,70 44,00 3,60 21,00 3,60 3,30 1,70 2,00 56,30 128,70 71,00 Mínimo 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Média 9,41 2,85 0,15 2,48 0,22 0,26 0,20 0,07 7,76 25,34 3,00 Desv. Padrão 7,37 4,78 0,45 3,12 0,46 0,57 0,36 0,26 8,76 19,59 7,16 Correlação com Ponto de Coleta (4 m) em Itaorna 0,02 0,29 0,05 0,21 0,13 0,01 0,0045 0,20 0,10 0,22 0,11 Correlação com Malha amostral de Piraquara a4m Z4 Máximo Z3 Fonte: Eletronuclear, 2006. Na Tabela 53 está expressa a correlação entre os zoobenthos de costão e a temperatura média da água do mar em Piraquara de Fora a uma profundidade de 0,5 m. Tabela 53 – Correlação entre Temperatura e Zoobenthos Costão Correlação com Temperatura em Piraquara M. nodulosa P. auritula H. momus G. gibberosa 0,22 0,12 0,03 Total 0,17 0,22 Fonte: Eletronuclear, 2006. 207 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Pelos resultados de correlação obtidos, pode inferir que a temperatura nesta área exerce alguma influência sobre os organismos monitorados. Entretanto, a influência exercida pela temperatura nos organismos não compromete a existência dos mesmos. Pode-se observar também que há uma maior predominância de M.nodulosa na fase de operação da Usina. O número total de organismos aumentou ao longo do tempo. Com relação aos organismos fitobentônicos, na análise mensal realizada para estes organismos comparou-se as porcentagens ocorrentes de cada grupo, entre um ano préoperacional (1982) e um ano operacional (1994). O ano de 1994 foi selecionado devido ao fato de que este ano apresentou menos falhas de amostragens, ou seja, foi o melhor ano sistematicamente amostrado. As diferenças notadas para as cianofíceas referem-se à diminuição de valores no ponto 01 A2 na faixa entre 25 e 50%, compensado pelo aumento nas faixas 0% e > 50%. O ponto 01 A2 é influenciado pelo aporte de água doce. No ponto 23 B2 pode ser reparado o aumento na faixa < 25% no período operacional. Nos três pontos é notório o aumento da quantidade do organismo Littorina no período operacional estudado. Os Chtamalus apresentaram aumento relevante na fase de operação estudada no ponto 23 B2, na faixa > 50%. Quanto à Tetraclita pode-se notar um pequeno aumento no período operacional no ponto 50 B1, na faixa < 25%. Dentro da faixa entre 25% e 50%, o ponto 23 B2 apresentou uma pequena diminuição em 1994. Quanto aos Brachydontes foi notado o aumento destes organismos no ano operacional estudado, nos pontos 01 A2 e 23 B2. Os Sabellidae reduziram suas porcentagens na faixa entre 25 e 50%, mas este comportamento foi compensando pelo aumento nas faixas > 25% e > 50% no ponto 01 A2. No ponto 50 B1 houve aumento na faixa > 25% e redução na faixa entre 25 e 50%. Com relação ao ponto 23 B2 a presença de organismo na faixa > 50% compensou a diminuição dos mesmos nas demais faixas percentuais. Os Ectocarpales reduziram sua presença na faixa > 50% nos três pontos amostrados no período operacional estudado. Esses organismos são mais sensíveis, estão submersos e sofrem influencia direta da insolação e temperatura. Com relação à Acantophora spicifera, os três pontos de amostragem apresentaram aumento no período operacional, em comparação ao período pré-operacional, nas três faixas de percentuais. Os Dictyota não apresentaram diferenças relevantes entre os períodos, pré-operacional e operacional. Quanto ao Sargassum, o ponto 50 B1 mostrou um aumento considerável no período operacional estudado, nas faixas < 25% e entre 25 e 50%. Os organismos Padina sp. 208 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto também expressaram acréscimos no ponto 50 B1 no período operacional nas faixas de percentagem > 25% e entre 25 e 50%. Os sargassum e os padina competem por luz. Pode ser verificado, estatisticamente, que o comportamento do ponto 50B1 difere do comportamento do ponto 23B2, inclusive no comportamento da correlação entre os meses. Este resultado pode ser explicado devido às diferenças de hidrodinamismo entre os dois pontos. 5.4 MEIO SOCIOECONÔMICO Este estudo teve por base o Termo de Referência, elaborado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA para o processo de Licenciamento Ambiental da Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA, Angra 1. Sob essas considerações, o principal objetivo do diagnóstico socioeconômico foi o conhecer as questões sociais e econômicas pertinentes às áreas de influência direta e indireta da CNAAA, apresentadas e analisadas de forma a subsidiar o presente Plano. 5.4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO As áreas de influência direta e indireta para o meio socioeconômico foram definidas como raios de 5, 15 e 50 km, a partir do reator de Angra 1. Ou seja, a Área de Influência Indireta do empreendimento, AII 50, abrange parcial ou totalmente uma área de 14 municípios: Ubatuba, Cunha, Lorena, Silveiras, Areias, São José do Barreiro, Arapeí e Bananal, integrantes da mesorregião Vale do Paraíba Paulista, no estado de São Paulo. No estado do Rio de Janeiro, compreendeu os municípios de Parati, Angra dos Reis, Rio Claro, Barra Mansa e Resende, pertencentes à mesorregião Sul Fluminense. Além do município de Mangaratiba, na mesorregião metropolitana do Rio de Janeiro. Para o raio de 15 km, a AID 15 abrange os distritos de: Cunhambebe, Mambucaba e o Distrito Sede de Angra dos Reis, ambos no município de Angra dos Reis, e Tarituba, no município de Parati. A AID 5, com um raio de 5 km a partir do reator de Angra 1, abrange as localidades do Frade, o Sertãozinho do Frade, o Condomínio do Frade e a área em torno da CNAAA, no distrito de Cunhambebe; a Vila Residencial de Praia Brava (vila dos funcionários da CNAAA), os condomínios Barlavento, Praia Vermelha e Goiabas, no distrito de Mambucaba, município de Angra dos Reis (Apêndice IV, item 13.5). 209 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.4.2 POSSÍVEIS IMPACTOS SOBRE A QUALIDADE DAS ÁGUAS A seguir, serão descritos e analisados os possíveis impactos sobre a qualidade das águas utilizadas para recreação, consumo humano, produção agropecuária, irrigação e produção pesqueira, por meio dos resultados obtidos no Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas (PA-AG 06), Programa de Autocontrole (PROCON) e Programa de Monitoração Ambiental Radiológico Operacional (PMARO), realizados pela Eletronuclear. O Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas - PA-AG 06 tem, entre outros, como pontos de monitoramento: dois pontos na Vila Residencial de Mambucaba (AM-1 e AM-2), dois pontos na Vila Residencial de Praia Brava (AM 3 e AM-4), um ponto em Itaorna (AM-5) e um ponto no Saco Piraquara de Fora (AM-9). Essas avaliações são consolidadas e encaminhadas ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis – IBAMA como relatórios semestrais. A avaliação de balneabilidade de águas salinas é realizada mensalmente pela Eletronuclear por meio do PA-AG 06, baseada na Resolução Conama 274/2000, que define as condições de balneabilidade em águas, doces, salobras e salinas, por meio dos valores de Escherichia coli. É possível concluir a partir da análise histórica dos relatórios da operação de Angra 1 e das vilas residenciais, que os índices encontrados não comprometem a balneabilidade na região compreendida pelos citados pontos. A potabilidade, também avaliada mensalmente no PA-AG 06, pela Eletronuclear, o qual tem como referência normativa a Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde, envolve análise do dreno da cortina atirantada, localizada em Itaorna, que consiste de um afloramento de água subterrânea; não há consumo humano para essa água. Os resultados das análises indicam que eventualmente há presença de coliformes totais e E. coli. A avaliação é que há previsibilidade de eventuais inconformidades por se tratar de um sistema natural onde não há qualquer tipo de tratamento. Para o consumo humano, é realizado o monitoramento na rede de distribuição da água potável da CNAAA, cuja periodicidade de análise é semanal. Ao longo dos anos de operação não foi registrada contaminação bacteriológica que comprometesse o consumo humano. Os efluentes líquidos provenientes da operação de Angra 1 são monitorados mensalmente, de acordo com a legislação vigente, seja por meio do Programa de Autocontrole (PROCON) seja pelo PA-AG 06, que tem como um dos itens normativos a 210 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto NT-319 “Critérios de Qualidade de Água para Preservação de Fauna e Flora Marinhas Naturais” – Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente (FEEMA). A avaliação dos resultados indicam que os padrões de lançamento de efluentes estão adequados, e dessa forma não ocasionam possíveis impactos na produção pesqueira, tampouco na qualidade das águas utilizadas para agropecuária e irrigação, uma vez que os efluentes líquidos tem como destino final a baía da Ilha Grande. Com relação a uma eventual contaminação por radionuclídeos, os mesmos são monitorados no Programa de Monitoração Ambiental Radiológico Operacional - PMARO, concluindo-se que não existe impacto. 5.4.3 DINÂMICA TEMPORAL DA OCUPAÇÃO DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO A área de influência da CNAAA, para o meio socioeconômico, esta distribuída por duas unidades da federação: São Paulo e Rio de Janeiro. Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro apresentam um quadro físico diversificado o qual se constitui em importante substrato para a evolução do processo histórico de ocupação assim como para a organização econômica, espacial e social desses estados. Em um primeiro momento, remetendo ao passado colonial, quando o meio físico exerceu forte influência no processo de organização espacial, acarretando intensa ocupação da faixa litorânea, pois as escarpas íngremes, as florestas e os pântanos constituíram obstáculos à expansão da população e das atividades econômicas em direção ao Vale do Paraíba, originando os atuais padrões de organização espacial dos referidos estados. Os estados estão subdivididos em mesorregiões e microrregiões, as quais apresentam municípios distribuídos por três províncias topográficas básicas: a Planície Costeira, a Serra do Mar e o Vale do Paraíba do Sul. Cada uma delas apresenta características distintas que ora favorecem, ora dificultam a ocupação humana. A Planície Costeira é uma faixa descontínua de terras planas ou levemente onduladas entre o litoral Atlântico e o pé oriental da Serra do Mar, formada por depósitos fluviais e oceânicos relativamente recentes, pertencentes ao período Quaternário. No litoral sul, esta planície é muito estreita e, com certa freqüência desaparece quando as escarpas da Serra do Mar mergulham diretamente nas águas da Baía da Ilha Grande construindo uma paisagem, no trecho litorâneo compreendido entre os municípios de Mangaratiba (RJ) e Ubatuba (SP), formada por praias relativamente curtas e com estreitas faixas de areia. A Serra do Mar se caracteriza por apresentar morros arredondados muito próximo uns dos outros, formando uma paisagem bastante acidentada, com poucas áreas planas que na terminologia topográfica brasileira recebe o nome de “mar de morros”. No estado do 211 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Rio de Janeiro, forma um imponente paredão rochoso, paralelo à costa e visível da Planície Costeira. Sua vertente oriental, voltada à Baía da Ilha Grande, é quase sempre abrupta e, em muitos trechos, chega a ser quase vertical. O Vale do Paraíba do Sul é uma estreita cadeia de montanhas e vales espremida entre a vertente ocidental da Serra do Mar e a oriental da Serra da Mantiqueira. Apesar do gradiente da vertente ocidental da Serra do Mar ser mais suave do que da vertente ocidental, também aí presenciamos a paisagem formada por “mares de morros”, com elevações arredondadas. Foi nessa área, composta por esses três ambientes que os portugueses se instalaram. No primeiro momento, em uma enseada descoberta no ano de 1502 e denominada como Angra dos Reis, devido ao fato da descoberta ter ocorrido no dia seis de janeiro, consagrado aos Santos Reis. Em 1593, face ao seu notável crescimento populacional, foi reconhecida como distrito e, posteriormente elevada à categoria de vila: a Vila dos Reis Magos da Ilha Grande. O processo de ocupação continua a evoluir neste espaço até 1617 quando, aos poucos, a população se muda para as proximidades do Convento do Carmo, hoje, o distrito sede do município. O grande valor comercial do açúcar na Europa levou os europeus a tentarem o plantio da cana de açúcar, pois antes de 1500 foram bem sucedidos com plantações de cana em Portugal e em ilhas do Oceano Atlântico por isso sabiam encontrar terras propícias a tal lavoura. Os terrenos planos ou levemente ondulados da Planície Costeira, as chuvas orográficas provocadas pela intercepção das massas de ar úmidas pelas escarpas propiciaram um ambiente ideal a expansão da lavoura ao longo do século XVII. Tal fato gerou uma maior ocupação da Planície Costeira. Em contrapartida, a Serra do Mar permaneceria por mais, aproximadamente duzentos anos, como uma fronteira íngreme e abrupta, cortada apenas por algumas trilhas acidentadas. Esse cenário foi alterado apenas quando do declínio dessa lavoura e a busca do ouro e outros metais preciosos permitiram que o caminho do povoamento adotasse as trilhas indígenas, principalmente aquelas que partiam de onde hoje é o município de Parati. Esta circunstância posicionou a Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Parati como intermediária no escoamento de parte considerável da produção de metais preciosos, oriundos do planalto paulista e da região mineira. A política portuguesa de não permitir a abertura de novos caminhos visando facilitar a fiscalização da circulação do ouro, fortaleceu ainda mais a posição privilegiada de Parati, visto que, durante algum tempo, constituía a única via de acesso aos planaltos mineiro e paulista, estabelecendo-se intenso comércio com a crescente demanda, em especial de gêneros alimentícios. 212 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto O terreno muito acidentado da Serra do Mar, a Planície Costeira e o Vale do Paraíba do Sul foram afetados pelos padrões de ocupação humana gerados pela mineração, atravessados por trilhas permanentes e agora intensamente transitadas que ligavam o litoral à região mineira. O único meio de transporte era as chamadas tropas de burros. O nome designava uma caravana de dezenas de animais de carga, com tratadores e passageiros. Em função desse intenso fluxo, de pessoas, mercadorias ou minerais, e da própria extensão das trilhas, alguns pontos de parada e descanso se transformaram em pequenos casarios ou vilas os quais propiciavam apoio logístico para os animais, seus tratadores, numa região esparsamente conhecida e ocupada pelos europeus. As tropas de burros criavam também mercado para ferreiros, pequenos empórios para suprimentos, abrigos etc. Algumas das mais importantes cidades do interior fluminense como Resende, por exemplo, nasceram de pontos de parada de tropas de burros nos tempos da mineração. A mineração atingia o seu ápice entre 1741 e 1761, mas a partir de 1770, a produção conjunta das minas começou a cair. Com o declínio da produção de ouro e pedras preciosas alguns mineradores transferiram seus capitais para uma outra atividade econômica, que era o cultivo do café. As condições climáticas do vale eram ideais para a cafeicultura. Considere-se, também, o fato da existência de alguns pequenos pontos de parada que serviram de apoio logístico às novas fazendas. Nesse sentido, pode-se dizer que o Vale do Paraíba do Sul foi ocupado por forças sociais e econômicas geradas pela desestruturação da atividade mineira, e reorientadas para a produção do café. A lavoura cafeeira é marcada por características como: grandes fazendas, desbravamento da mata, fertilidade natural dos solos, disponibilidade de capitais de origem comercial e trabalho escravo. A partir desta base gerou-se um circuito de atividades que afetou a estruturação espacial das mesorregiões Sul fluminense e Vale do Paraíba Paulista: latifúndios de café e de gado, bem como os traçados de caminhos para viabilizar os fluxos de pessoas e de mercadorias. Neste contexto, o porto de Angra passou a ter importância fundamental, tanto como receptor de mão de obra escrava e escoadouro do café, como na modelagem do que viria a se transformar na área urbana do município. O cenário descortinado é o seguinte: povoados do vale do Paraíba, tanto paulista quanto fluminense, sendo criados em função do café mantendo ligação estreita com a Planície Costeira através dos portos de Mangaratiba e Angra dos Reis. O porto de Angra, em função da sua posição geográfica, era o porto mais acessível para os grandes volumes de café produzidos em torno dos municípios de Resende, São João Marcos (município extinto), Barra Mansa, Cunha, Bananal, São José do Barreiro dentre 213 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto outras localidades do Vale do Paraíba do Sul. Trata-se, de fato, de um movimento que representa um espaço regional cujo quadro natural apresenta-se como condicionante, o processo social como determinante e rede de comunicação e de lugares como elementos da articulação espacial. Os municípios da Planície Litorânea e os do Vale do Paraíba do Sul após o apogeu proporcionado pelo café, vivenciam um processo de decadência resultante da queda da produção de café, ocasionada principalmente pelo esgotamento dos solos, pela crescente dificuldade em obter mão de obra escrava e, ainda, face às limitações imposta pelo quadro físico, à incorporação de novas áreas para o plantio. A última década do século XIX é responsável pelo desencadeamento do processo de reestruturação espacial das mesorregiões Sul Fluminense e Vale do Paraíba Paulista. Alguns fatos permitem comprovar a afirmativa. Um deles diz respeito à desestruturação das fazendas em que os escravos libertos, sem os respectivos meios de subsistência, praticavam uma agricultura rudimentar. O acesso à liberdade gerou as condições para a formação de uma estrutura camponesa com bases precárias. Com a decadência da cafeicultura assistiu-se ao desencadeamento de um grande êxodo rural em direção aos grandes centros urbanos ou para áreas empobrecidas nas quais a população vislumbrava a possibilidade de um revigoramento da economia. Neste contexto, os municípios da região do Vale do Paraíba, que não conseguiram reestruturar a economia mantêm na paisagem elementos que testemunham o áureo período cafeicultor. Pode-se mencionar os seguintes municípios paulistas: Bananal, Areias, Silveiras, São José do Barreiro e Cunha, que ostentam seus antigos casarões que assistem, ao longo do tempo, a decadência e estagnação da economia. Outros municípios foram revigorados através do processo de industrialização com redirecionamento do capital da lavoura do café. É o caso de Lorena, Resende e Angra dos Reis. No que diz respeito ao município de Angra dos Reis, o despontar do século XX apresenta uma possível esperança para a retomada do crescimento populacional e econômico. Em 1906, cogitou-se a fundação do Arsenal de Marinha em Jacuecanga (atualmente, terceiro distrito do município de Angra dos Reis), empreitada que não logrou êxito. Em 1914, foi inaugurada a Escola Naval, na enseada da Tapera, no distrito sede do município, transferida para o Rio de Janeiro em 1950. Em 1951, tal forma espacial passa a abrigar o Colégio Naval, a presença deste fixo social gerou uma movimentação urbana visto que o fluxo de alunos demandou a necessidade de novos serviços, embora não tenha representado uma mudança significativa na organização espacial do município. A decadência da cidade, nas primeiras décadas do século XX, será marcada pelo fechamento do seu porto e pela agropecuária de subsistência. Ainda na primeira metade 214 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto do século XX, este cenário começa a se modificar e novos agentes surgem para a remodelação do espaço. Um deles é a cultura de bananas, nas décadas de vinte e trinta, ocupando as terras e a mão-de-obra utilizadas pelo café, e que passa a ser o produto da lavoura orientado para a comercialização. Outro elemento a considerar foi o reaparelhamento do porto inaugurado em 1930 que conjugado com a inauguração, em 1928, de uma ferrovia da Rede Mineira de Viação, conectando Angra dos Reis aos estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás, descortinou novos horizontes para o desenvolvimento social, industrial, comercial e agrícola do município. À ampliação desses espaços de fluxos, soma-se a construção da rodovia que liga Angra dos Reis à Barra Mansa e, ainda, a instalação dos serviços de telefonia, o que possibilitou maior contato do município com o país, rompendo um isolamento adquirido com o declínio cafeeiro. Tais empreendimentos permitiram o início de um processo de revitalização em Angra dos Reis. Entretanto, esses fatos não foram suficientes para reverter à letargia da área e nos anos 50 a população era de 20.929 habitantes, não muito distante da população de 1872, estando 66,3% concentrada na área rural. Esse é o cenário da obsolescência, de um espaço em que na metade do século XX as lavouras de subsistência ocupam a maior parte da população, e só a produção de bananas é comercializada. As relações de propriedade e os sistemas de exploração são os mesmos do princípio do século. Se por um lado à produção local pouco se modificou, por outro a construção do espaço de fluxos citado anteriormente rompe com o isolamento imposto após a desestruturação da economia cafeeira. O novo traçado da circulação mostra um espaço em conexão com os demais estados da região sudeste, a qual está vinculado e, ainda, com outros estados brasileiros. O porto representa um ponto de convergência e Angra dos Reis vai se definindo como espaço articulador de fluxos e interesses que transcendem a escala local. Nos anos cinqüenta e sessenta, o país preparava-se para ser inserido em um programa de modernidade que se caracterizou, também, pela presença marcante do Estado. Neste contexto, as referidas décadas são marcadas pelo predomínio de concepções desenvolvimentistas, cujo vetor principal é o da industrialização em um modelo onde o espaço urbano é privilegiado. Em 1959, a indústria naval chega ao município de Angra dos Reis com a instalação, no distrito de Jacuecanga, dos Estaleiros da Verolme, gerando transformações no uso da planície bem como na economia local, pois para seu funcionamento precisava de mão-deobra especializada, fato que desencadeou intenso fluxo migratório para Angra dos Reis. Além do aumento da população, a estrutura do mercado de trabalho também sofre 215 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto alterações, visto que as atividades até então compreendidas pelo setor secundário eram de pequena relevância. Dois fatores principais seriam motivadores para a localização do empreendimento, um refere-se à proximidade da Companhia Siderúrgica de Volta Redonda, responsável pelo fornecimento do aço (matéria-prima importantíssima para a indústria naval), o outro é representado pelas conexões rodoviárias e ferroviárias entre Angra dos Reis e Barra Mansa. Essa indústria implicou em mudanças na área urbana local, as atividades comerciais e prestação de serviços expandem-se seguindo o aumento da população e da atividade industrial, os aglomerados urbanos expandem-se exigindo a criação de novas infraestruturas, dentre os quais destacam-se: Camorim e Monsuaba, localizados no distrito de Jacuecanga. Ao longo da década de sessenta, em especial a partir dos governos militares, representando um novo contexto político e institucional para o país, a corrida desenvolvimentista é acelerada tendo como propulsor, de natureza econômica, um modelo de base urbana e industrial e como ideologia a busca da integração e garantia da segurança nacional. É neste contexto que, em 1969, foi implementada uma medida que influenciou o município alterando sua situação institucional: Angra dos Reis é declarada área de segurança nacional. A década de setenta foi caracterizada por profundas transformações, promovidas pela chegada de novos empreendimentos ao Município de Angra dos Reis. Estes empreendimentos, que se desenvolveram no local, transcendem a esta escala sendo, portanto, necessário uma análise de âmbito nacional. Um destes empreendimentos foi a construção da rodovia Rio - Santos (BR – 101), contornando o litoral e unindo os portos de Santos e Rio de Janeiro, facilitando a integração do local à rede nacional, permitindo assim, uma ligação mais direta, em especial, com a metrópole do Rio de Janeiro. Indiscutivelmente, a maior conseqüência da abertura desta rodovia foi a expansão da indústria do turismo, que ganha maior projeção com a criação da EMBRATUR. A partir daí os investimentos destinados às atividades de lazer e turismo multiplicam-se na área, estimulando a construção civil no lançamento de condomínios, marinas, hotéis e resorts. Reordenando, assim, as formas da organização espacial resultante de práticas que motivam a segregação espacial, ao priorizar formas e funções orientadas para segmentos sociais de poder aquisitivo mais elevado do que o das comunidades locais. Outro empreendimento também relevante para a modelagem do espaço angrense, foi a construção do Terminal Marítimo da Ilha Grande – TEBIG, em 1977, localizado na rodovia BR – 101, próximo às instalações do VEROLME (atualmente, Estaleiro Brasfels) e a 12 km do distrito sede de Angra dos Reis. A construção do terminal implicou na 216 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto transformação de um outro aglomerado urbano que é a Prainha, localizado em Jacuecanga, visto que foi construída no local uma área residencial para os funcionários da empresa. Os dutos que ligam o TEBIG com as refinarias da empresa integram o local em um espaço de fluxos de escala nacional, além de ratificar o caráter estratégico da Baía da Ilha Grande, adquirido ao longo da década de setenta, com todos os empreendimentos nela localizados. Neste contexto, as Usinas nucleares, também instaladas em Angra dos Reis, constituem mais um vetor das transformações espaciais. Os fluxos migratórios aumentaram face à necessidade de contratação de mão-de-obra, com a construção de vilas operárias. Adicionalmente, em Praia Brava, aglomerado urbano do distrito de Mambucaba, foi construído um bairro residencial para os técnicos especializados. Ao longo das décadas de oitenta e noventa, a população local começou a viver os problemas decorrentes da intensa mobilização de trabalhadores que os empreendimentos propiciavam. Esta população passou a ter problemas de moradia, seja porque abandonavam suas atividades tradicionais, seja porque foram expulsas de suas terras pela valorização turística. Na cidade de Angra dos Reis e na sua periferia, principalmente Japuíba, nas vilas da Mambucaba, Frade e Jacuecanga, como em vários pontos ao longo da rodovia BR-101, foram surgindo aglomerados e bairros carentes, desprovidos de infraestrutura e equipamentos urbanos. 5.4.3.1 Evolução Demográfica 5.4.3.1.1 Área de Influência Indireta – AII 50 A área de influência indireta de Angra 1 abrange 14 municípios: 06 no estado do Rio de Janeiro e 08 no estado de São Paulo, na Tabela 54 e no Apêndice V, item 13.5, estão apresentadas a distribuição espacial dos municípios e respectivos distritos. Tabela 54 – Distribuição espacial dos municípios e respectivos distritos formadores da área de influência de Angra 1 MUNICÍPIO DISTRITO Abraão Angra dos Reis Angra dos Reis Cunhambebe Jacuecanga Mambucaba Praia de Araçatiba Antônio Rocha Barra Mansa Barra Mansa Floriano Nossa Senhora do Amparo Rialto 217 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto MUNICÍPIO DISTRITO Conceição de Jacareí Itacurussá Mangaratiba Mangaratiba Vila Muriqui Parati Parati Parati Mirim Tarituba Agulhas Negras Engenheiro Passos Resende Fumaça Pedra Selada Resende Getulândia Lídice Rio Claro Passa Três Rio Claro São João Marcos Arapeí Arapeí Areias Areias Bananal Bananal Cunha Campos de Cunha Cunha Lorena Lorena S. José do Barreiro S. José do Barreiro Silveiras Silveiras Picinguaba Ubatuba Ubatuba Fonte: Science, 2002. Para a análise da componente demográfica foi adotado como cortes temporais os anos censitários a partir de 1950, com a consolidação do modelo urbano industrial, até o ano 2000, incluindo-se a contagem de população dos anos de 1996 e 2007. Os dados apresentados na Tabela 55 e na Tabela 56, descrevem a evolução da população total, urbana e rural, para todos os municípios incluídos na área de influência indireta de Angra 1. 218 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 55 – Evolução da população nos municípios da área de influência indireta de Angra 1, 1950 – 1980 1950 1970 1980 Municípios Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Angra dos Reis 20929 7052 13877 40276 19134 21142 57658 28725 28933 Barra Mansa 70880 56221 14659 101660 80181 21479 154853 136046 18807 Mangaratiba 10767 3 642 7 125 12 338 6 161 6 177 13 829 8 094 5 735 Parati 9 360 1 856 7 504 15 934 4 174 11 760 20 622 8 934 11 688 Resende 34752 15687 19065 66 907 49366 17 541 87 372 68 072 19 300 Rio Claro 14298 2 865 11 33 14 251 3349 10 902 12 937 6 459 6 478 Arapeí - - - - - - - - - Areias 3 558 820 2 738 4107 1108 2999 3 697 1470 2227 Bananal 15018 2 705 12313 12889 3185 9704 10962 5814 5148 Cunha 20784 1 698 19086 21952 4266 17686 20866 6442 14424 Lorena 24569 16 033 8 536 46463 40972 5491 57373 52870 4503 São José do Barreiro 6 537 870 5 667 5438 1221 4217 4039 1547 2492 Silveiras 6 004 767 5 237 5442 1150 4292 3905 1117 2788 Ubatuba 7941 1755 6186 15203 9083 Fonte: Science, 2002. 6120 27161 24689 2472 Tabela 56 – Evolução da população nos municípios da área de influência indireta de Angra 1, 1991 – 2007 2007* 1991 1996 2000 Municípios Total Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Angra dos Reis 84810 78105 6 705 92532 85 074 7 458 119247 14300 4 947 148.476 Barra Mansa 171629 166107 5 522 166745 162495 4 250 170753 165134 5 619 175.315 Mangaratiba 17 560 13 065 4 495 19 896 14 606 5 290 24 901 19 860 5 041 29.253 Parati 23 637 11 314 12323 27 127 12 978 14149 29 544 14 066 15478 32.838 Resende 91 628 75 580 16048 102625 84 394 18231 104549 95 963 8 586 118.547 Rio Claro 13 648 8 627 5 021 14 449 9 874 4 575 16 228 11 616 4 612 17.216 2.527 Arapeí - - - 2 338 1615 723 2618 1899 719 Areias 3285 1748 1537 3466 2369 1097 3600 2452 1148 3.571 Bananal 11357 7584 3773 9001 6589 2412 9713 7187 2526 10.233 Cunha 23421 8950 14471 21641 10114 11527 23090 11134 11956 22.951 Lorena 73167 69690 3477 76344 72789 3555 77990 75097 2893 79.317 São José do Barreiro 3933 2100 1833 4101 2103 1998 4143 2471 1672 4.278 Silveiras 3285 1748 1537 3466 2369 1097 3600 2452 1148 5.562 Ubatuba 11357 7584 3773 9001 6589 2412 9713 7187 2526 Fonte: Science, 2002; IBGE - SIDRA, 2009. *Para o ano de 2007, os dados disponíveis são apenas para a população total. 75.008 Da análise dos dados, pode-se depreender que os principais incrementos ocorreram no segmento urbano da AII 50, como conseqüência do intenso processo de urbanização 219 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto característico do país. Este movimento se dá de forma uniforme quando se compara o segmento fluminense com o paulista. A política que impulsiona a urbanização no Brasil ocorre no bojo do processo de industrialização, em detrimento das atividades agrícolas, este fato tem seu rebatimento na área em estudo quando se observa uma nítida tendência de redução do crescimento da população rural, como pode ser observado na Tabela 56 e na Figura 107. Tabela 57 – Taxas de crescimento da população residente nos municípios da área de influência indireta de Angra 1, no período 1950-2007 Municípios 1950/1960 1960/1970 1970/1980 1980/1991 1991/1996 1996/2000 2000/2007 Angra dos Reis 10,9 40,0 43,2 47,1 9,1 28,9 19.7 Barra Mansa -65,7 93,9 52,3 10,8 -2,8 2,4 2,6 Mangaratiba 1,8 -2,5 12,1 27,0 13,3 25,2 14,9 Parati -22,6 31,8 29,4 14,6 14,8 8,9 10,0 Resende 0,3 37,1 30,6 4,9 12,0 1,9 11,8 Rio Claro 1,5 -6,5 -9,2 5,5 5,9 12,3 5,7 Arapeí (*) - - - - - 12,0 -3,6 Areias 4,2 5,9 -10,0 -11,1 5,5 3,9 -0,8 Bananal -20,8 0,6 -15,0 3,6 -20,7 7,9 5,1 Cunha -1,0 0,5 -4,9 12,2 -7,6 6,7 -0,6 Lorena -15,8 39,7 23,5 27,5 4,3 2,2 1,7 São José do Barreiro -16,8 -5,5 -25,7 -2,6 4,3 1,0 3,2 Silveiras -21,5 6,1 -28,2 25,7 6,7 2,6 35,3 Ubatuba 1,1 47,7 78,7 74,3 16,3 21,5 87,1 AID 50 -11,6 38,0 31,0 20,0 5,3 Fonte: Science, 2002; IBGE - SIDRA, 2009. 9,7 13,3 220 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 107 – Taxas de crescimento da população residente nos municípios da área de influência indireta de Angra 1, no período 1950-2007 Fonte: Science, 2002; IBGE - SIDRA, 2009. No período 50-60 o município de Angra dos Reis apresentou crescimento urbano da ordem de 90%, ressalta-se que neste período se dá a instalação do estaleiro Verolme (atual Brasfels) atraindo forte contingente populacional e dinamizando a economia municipal. Embora a população urbana mantenha-se ascendente, observa-se no período 60-70 uma desaceleração na taxa de crescimento, 43,0%, note-se que neste período a população rural retoma o crescimento (11,0% no período 50-60 contra 37,0% no período 60-70). O comportamento observado pode ser justificado pelo possível retorno da população local às suas atividades tradicionais, ao término das obras de instalação do estaleiro. A década de 70, retratada nas taxas de crescimento observada no período 70-80, indica uma retomada do processo de aceleração no crescimento urbano do município de Angra dos Reis, saindo de 43,0% para 50,1% e mantendo os níveis de crescimento na área rural. Este período marca o início da reestruturação da economia local, tendo como ponto de partida a construção da BR-101, ligando os estados de São Paulo e Rio de Janeiro pelo litoral, cuja construção ocorre ao longo dos anos de 1970. É marcada também pelos primeiros movimentos para o início das obras de Angra 1. 221 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A desativação do estaleiro Verolme e o final das obras de Angra 1, nos anos 80, provocou sérias conseqüências tanto para Angra dos Reis, quanto para Rio Claro, municípios onde residiam parcelas significativas de seus empregados. A partir do final de 90 e início de 2000 o estaleiro retoma suas atividades, recrutando antigos empregados, em especial aqueles que residem em Lídice e nos quais a empresa havia investido na qualificação profissional. O empreendimento Angra 2, iniciado em 1976, desacelerado em 1985, e reiniciado em 1993, convive com o forte desemprego e com a desaceleração da economia nacional. É neste cenário que ocorre o principal incremento da população urbana de Angra dos Reis que cresce de cerca de 172,0% no período 80-91, enquanto que a população da área rural decresce em mais de 70,0%. Cabe ressaltar que neste mesmo período, considerando-se o segmento fluminense formador da área de influência da CNAAA, os incrementos populacionais são de 37,7% e 44,9% nas áreas urbana e rural, respectivamente. A partir da década de 80 tem-se um crescimento da indústria de turismo local mantendo taxas expressivas de crescimento urbano, mas distante do boom observado no período anterior. No intervalo entre 91-96 a taxa de crescimento é de 8,9% na área urbana e de 11,2% na rural, acentuando-se no período 1996-2000, quando a população urbana cresce de 34,4% quase na mesma proporção de decréscimo da rural que é de –33,7%. No período de 2000-2007, a taxa de crescimento total da população apresentou-se mais tímida que no período anterior (19,7%), demonstrando uma possível estabilização no crescimento populacional do município. 5.4.3.1.2 Área de Influência Direta – AID 15 A unidade territorial de referência para a análise da AID 15 é o distrito. Integram esta unidade territorial, os distritos de Cunhambebe e Mambucaba, no município de Angra dos Reis e Tarituba, no município de Parati. Uma primeira avaliação desta dinâmica pode ser observada a partir da análise da Tabela 58 e da Tabela 59 a seguir, apresentadas, que permitem obter algumas conclusões sobre a resultante intramunicipal do processo de organização do espaço regional. Tabela 58 - Evolução da população residente total dos distritos formadores dos municípios de Angra dos Reis e Parati, 1970 – 2000 Município Distritos População total Crescimento 1970 1980 1991 2000 70-80 80-91 91-00 40276 57869 85571 119247 43,68 47,89 39,40 Angra dos Reis 18620 27099 31953 33270 45,54 17,91 4,12 Abraão 2963 2540 2203 2072 - 14,28 - 13,27 - 5,90 Angra dos Reis 222 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Município Distritos População total Crescimento 1970 1980 1991 2000 70-80 80-91 91-00 Cunhambebe 6725 12179 25519 46654 81,10 109,53 82,82 Jacuecanga 6571 9182 15990 20450 39,73 74,14 27,90 Mambucaba 885 3403 7699 14177 284,5 126,24 84,14 Praia de Araçatiba 4512 3458 2207 2624 - 23,36 - 36,18 18,89 15934 20599 23928 29544 29,28 16,16 23,47 Parati 10392 12924 15831 21227 21227 24,36 22,49 34,40 Parati Mirim 3879 3434 3975 4844 - 11,47 15,75 21,86 Tarituba 1663 4241 4122 3423 155,00 -2,80 - 16,96 Parati Fonte: Science, 2002. Nota-se que, a partir da década de 70, o principal incremento da população total não se dá no distrito sede, e sim nos distritos de Mambucaba (284,5%) e Cunhambebe (81,10 %), contra 45,54% do distrito de Angra dos Reis, sede municipal. Ressalte-se que foi em Mambucaba que a Usina Nuclear de Angra 1 instalou a Vila Residencial de Praia Brava, no início do empreendimento, passando o distrito de 885 moradores para 3 403. Em 2000, Cunhambebe, a região do Frade, superou em população total o distrito sede, 46 654 contra 33 270, respectivamente, provavelmente pela concentração das prestadoras de serviço nesta área. O quadro urbano, conforme indicado na Tabela 59 revela um incremento urbano mais intenso nos distritos diretamente afetados pela instalação da CNAAA. Tabela 59 - Evolução da população residente urbana dos distritos formadores dos municípios de Angra dos Reis e Parati, 1970 – 2000 Município Distritos Angra dos Reis População total Crescimento (%) 1970 1980 1991 2000 70-80 80-91 91-00 19200 28993 78445 114300 51,00 170,56 45,71 Angra dos Reis 16415 25150 28574 33270 53,21 13,61 12,85 Abraão 929 1090 1626 1957 17,33 49,17 20,36 Cunhambebe 567 1242 23826 42897 119,05 1800,00 80,00 Jacuecanga 686 981 15394 19559 43,00 1469.00 27,06 Mambucaba 245 388 6850 13993 58,37 1665,00 104,00 Praia de Araçatiba 358 142 2175 2624 - 60,33 1532,00 20,64 4169 8904 11465 14066 113,58 28,76 22,69 Parati 4052 8654 11278 13803 113,57 30,32 22,24 Parati Mirim 4 11 22 66 175,00 100,00 200,00 Tarituba 113 239 165 197 111,50 - 30,96 19,39 Parati Fonte: Science, 2002. 223 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Avaliando os contingentes populacionais, tem-se que a AID 15 contava em março de 2002 com um total de 115.202 habitantes, revelando uma densidade de ocupação domiciliar de 3,6 habitantes por domicílio particular permanente. Quando amplia-se o foco para a análise intra-área de influência, observa-se que no distrito de Cunhambebe contabilizou 54.674 habitantes, o que significa um incremento da ordem de 27,5% quando comparado com 2000, significando uma retração no ritmo de crescimento. Análise semelhante pode ser realizada para o distrito de Mambucaba, que apresentou em março de 2002, uma população de 18.724 pessoas, 33,8% de incremento no período entre 2000 e 2002. No distrito de Tarituba, o incremento no mesmo período foi de cerca de 14%, embora este seja o menor distrito da AID 15, quanto ao tamanho da população, que em 2002 foi estimada pela pesquisa em 3.904. No caso deste distrito, os valores correspondentes aos resultados compreendem a população urbana e rural, enquanto nos demais distrito apenas as áreas urbanas. Este procedimento adotado para o distrito de explicação na ocorrência de ocupações caracteristicamente urbanas em neste caso específico pela existência de vilas residenciais da Eletronuclear. da pesquisa pesquisou-se Tarituba tem áreas rurais, 5.4.3.1.3 Área de Influência Direta – AID 5 A unidade territorial de referência para a análise da AID 5 é o setor censitário, unidade de coleta utilizada pelo IBGE para seus levantamentos estatísticos. Dos seis distritos formadores do município de Angra dos Reis, apenas dois pertencem a AID 5, parte de Cunhambebe, onde está localizada a Central Nuclear, correspondendo praticamente à localidade do Frade e parte de Mambucaba, incluindo a Vila Histórica e o condomínio da Praia Brava, onde se encontra a Vila Residencial de funcionários, como pode ser visualizado na Figura 108. O distrito de Cunhambebe participa da AID 5 com 12 de um total de 56 setores censitários, segundo divisão estabelecida pelo IBGE, para o censo demográfico de 2000, enquanto que Mambucaba participa da AID 5 com 06 setores, de um total de 21. O setor 1 do distrito de Mambucaba corresponde à Vila Histórica, que é a sede do distrito; o setor 2 corresponde ao condomínio de Goiabas; o setor 3, aos condomínios de Barlavento e da Praia Vermelha; os setores 4 e 5 correspondem Vila Residencial de Praia Brava; e o setor 21, que corresponde a uma ilha na baia da Ilha Grande, para o qual não se tem dados. Dentre os setores de Cunhambebe, destacam-se: os setores 3 e 4 onde se localiza o condomínio do Frade; o setor 5, onde se localiza a Central Nuclear; os setores 6, 7, 8, 9 e 10, formadores da área conhecida como Sertãozinho do Frade. Os setores 1, 2, 11 e 12 correspondem à praia do Frade. 224 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 108 – Distritos e setores censitários da AID 5 de Angra 1 Fonte: Science, 2002. Na Tabela 60 é apresentado o total da população do segmento do distrito de Cunhambebe pertencente a AID 5. Nos setores censitários 6, 7, 8 e 10, concentram-se 55,3% das pessoas, na área denominada Sertãozinho do Frade. Os setores 1, 2, 11 e 12 concentram 19% das pessoas, na área denominada praia do Frade. E, na área do condomínio do Frade, concentram-se 1,1% da população estudada. Em Mambucaba, no setor 1, corresponde à Vila Histórica, concentram-se 24% da população estudada. No setor 2, condomínio das Goiabas, estão 0,4%. Nos condomínios de Barlavento e da Praia Vermelha, setor 3, estão 9,6%. Nos setores 4 e 5 é encontrada a maior concentração populacional dentre os setores estudados por abranger a Vila Residencial de Praia Brava, apresentando 65,8% da população estudada. Tabela 60 – População residente, segundo distrito e setor censitário - AID 5 - Angra dos Reis - Março 2002 Distrito e Setor Censitário Total AID 5 12.224 Distrito de Cunhambebe Total 9987 1 716 2 517 3 43 4 91 225 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Distrito e Setor Censitário Total 5 128 6 2179 7 1479 8 1655 9 653 10 1447 11 732 12 347 Distrito de Mambucaba Total 2237 1 535 2 9 3 215 4 669 5 804 21 5 Fonte: Science, 2002. 5.4.4 CARACTERIZAÇÃO DO CONTINGENTE DE FUNCIONÁRIOS DA UNIDADE 1 Atualmente, para atender a demanda operacional de Angra 1 são disponibilizados um total de 391 funcionários, distribuídos da seguinte forma: • SU.O - Superintendência de Angra 1: 6 funcionários; • GDU.O – Gerência de Desempenho de Sistemas e de Reator de Angra 1: 46 funcionários; • GMU.O – Gerência de Manutenção de Angra 1: 169 funcionários; • GOU.O – Gerência de Operação de Angra 1: 121 funcionários; o • DQAU.O - Divisão de Química de Angra 1: 18 funcionários; DITU.O - Divisão de Controle deTrabalho de Angra 1: 31 funcionários. Existem ainda os contratados, que totalizam 32 funcionários para Angra 1. Estes, em sua maioria realizam serviços, como: técnicos em segurança do trabalho, auxiliares de limpeza técnica, auxiliares de serviços gerais, jardineiro, entre outros. 5.4.4.1 Capacitação Serão a seguir descritos, no âmbito de toda CNAAA, as atividades correspondentes a capacitação e treinamento oferecidos para seus funcionários. 226 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Dentre os cargos existentes nas Usinas, praticamente todos requerem treinamentos e retreinamentos específicos, principalmente nas áreas de operação e manutenção, além daqueles diretamente relacionados à segurança das Usinas. O departamento responsável pelos treinamentos oferecidos pela Eletronuclear é a Divisão de Treinamento, localizado na Vila Residencial de Mambucaba, que oferece cursos para todas as áreas de operação, manutenção, proteção radiológica, física de reatores, entre outros, a fim de garantir que todas as atividades relacionadas a segurança sejam conduzidas de forma integrada. Os treinamentos e retreinamentos obedecem normas internas, externas e internacionais. O Final Safety Analysis Report – FSAR, relatório que contém todas as informações exigidas e fornecidas pelo órgão regulador, a CNEN, como parte do processo de licenciamento para a operação segura da Usina, nos capítulos 13.1 Organization Structure of Applicant e 13.2 Training, define os requisitos de qualificação e treinamento necessários para os funcionários da Usina. Para atender os requisitos de qualificação definidos pelos FSAR, foi criado o procedimentos PA-GE 15 – Programa de Treinamento e Qualificação Profissional – Critérios Gerais, constante no Manual de Operação da Usina (MOU) de Angra 1. Os treinamentos devem ser realizados pelos operadores, nas seguintes situações: • No processo de Admissão – Os candidatos são submetidos ao Curso de Formação de Operadores Licenciados e só recebem aprovação após serem submetidos às provas da Eletronuclear e da CNEN. Este curso leva em média 03 anos de formação teórico-prática; • Em caso de remanejamento interno do pessoal - Os operadores ao mudarem de área de trabalho deverão receber o treinamento teórico, prático e tático conforme previsto para a admissão; • Em caso de terceirização de tarefas - Os contratados para as áreas de manutenção deverão ser treinados nos procedimentos de emergência; • Alteração no projeto original dos equipamentos - As informações sobre as alterações deverão ser organizadas sob forma de conteúdo programático de um treinamento, com os mesmos níveis praticados quando da admissão de pessoal; • Alteração nos sistema de controle e instrumentação - Idem ao item anterior. Os treinamentos são ministrados por pessoal qualificado da própria Eletronuclear, por instrutores externos e também estrangeiros. Cada curso tem sua periodicidade específica, de acordo com a importância da manutenção da capacitação técnica do profissional, em cada área de atuação, assim como a carga horária de cada treinamento, que está diretamente relacionada com a sua necessidade específica. 227 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A realização dos cursos acontece, geralmente, na CNAAA, exceto os cursos que a Eletronuclear não tem condições de aplicar internamente, tais como: Treinamento em Simulador para pessoal de sala de controle de Angra 1, o qual é ministrado pela Tecnatom, na Espanha; o Curso de Treinamento de Operador de Reator de Pesquisa, o qual é ministrado pelo Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear – CDTN, da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, no município do Rio de Janeiro; cursos da área de manutenção, os quais são ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI, também no Rio de Janeiro, entre outros. Todos os treinamentos pelos quais passam os empregados das Usinas nucleares brasileiras são auditados internamente pela própria Eletronuclear, externamente, pela CNEN e internacionalmente, por entidades estrangeiras, como: a Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA, a World Association of Nuclear Operators – WANO e o Institute of Nuclear Power Operator – INPO. 5.4.4.2 Nível de Conhecimento dos Procedimentos de Segurança O nível de conhecimento dos procedimentos de segurança da CNAAA é mensurado por meio de avaliações específicas durante a realização dos cursos e treinamentos de capacitação dos funcionários da CNAAA. Os responsáveis pela atividade regulamentada deverão manter registros do treinamento de cada empregado, contendo identidade do empregado, as datas do treinamento e os meios utilizados para verificar que o empregado entendeu e teve bom aproveitamento no treinamento. Nos treinamentos aplicados e/ou coordenados pela Área de Treinamento da Eletronuclear, o treinando será considerado aprovado ser tiver alcançado a frequência mínima de 90% e o conceito mínimo de 70% nas avaliações efetuadas. Na fase final dos treinamentos visando ao licenciamento de pessoal para a operação das Usinas será efetuada uma avaliação nos moldes da realizada pela CNEN. Nos treinamentos efetuados no simulador, o treinando será considerado aprovado se tiver alcançado frequência mínima de 90% e o conceito mínimo de 60% nas avaliações escritas e 70% na média final entre avaliações escritas e práticas. No caso de Treinamento em Serviço, o treinando será considerado aprovado em cada item que obtiver o conceito “satisfatório” e não aprovado quando o conceito for insatisfatório. No segundo caso, deverá ser programada uma nova avaliação para o mesmo. Caso o treinando não tenha conseguido a freqüência mínima exigida, porém tenha alcançado a média final para a aprovação em um treinamento, caberá ao Chefe da Área 228 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto de Treinamento considerá-lo aprovado ou não, fazendo constar este fato no relatório final do curso, que é enviado para os Chefes de Área das Usinas. Caso um empregado não tenha sido aprovado em treinamento/retreinamento exigido por norma da CNEN, ele deverá ser submetido a uma nova avaliação após participar de um programa de aulas teóricas e/ou práticas e/ou autoestudo. A necessidade de aplicação de uma nova avaliação e/ou treinamentos para empregados não aprovados em outros tipos de treinamento, será decidida pelos Chefes da Área de Treinamento e da Área Técnica envolvida. 5.4.4.3 Informações sobre a Usina e o Plano de Emergência Em 1978 foi elaborada a primeira versão do Plano de Emergência Externo de estado do Rio de Janeiro (PEE/RJ). A partir de sua elaboração, o PEE sofreu quatro complementações e atualizações, sendo a última realizada em 2008. Os treinamentos a serem realizados por instrutores qualificados sobre o PEE/RJ são determinados pelo o capítulo 13.3 Emergency Planning do FSAR, que define também a estrutura e responsabilidades dos órgãos que fazem parte desse plano. Os principais treinamentos realizados são: Treinamento Inicial - TI: trata-se de treinamento inicial aplicável a todo novo empregado de empresa contratada designado para prestar serviço nas áreas Protegida, Vital Não Controlada Radiologicamente e Vital Controlada Radiologicamente das Usinas da CNAAA. Este treinamento é aplicado em um dia e meio, com início sempre às 7h30min do primeiro dia, sendo válido até 31 de dezembro do ano seguinte de sua realização. Treinamento de Empregados em Geral - TEG: Trata-se de treinamento inicial aplicável a todo novo empregado da Eletronuclear designado para prestar serviço nas áreas Protegida, Vital Não Controlada Radiologicamente e Vital Controlada Radiologicamente da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA. Este treinamento é aplicado em 5 dias consecutivos, sendo válido até 31 de dezembro do ano seguinte de sua realização. Ambos informam aos funcionários como proceder em caso de emergência nas Usinas que obriguem a evacuação da área, auxiliam no reconhecimento dos alarmes que podem ser acionados e determinam a localização dos Pontos de Reunião para onde o pessoal das Usinas e Vilas Residenciais devem se dirigir. Tais informações são repassadas anualmente a todos os empregados durante aplicações do Retreinamento de Empregados Geral (REG). Doutrinação: Trata-se de treinamento aplicável, em caráter eventual, a todo empregado da Eletronuclear e de empresas contratadas designado para exercer atividade técnica ou 229 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto administrativa nas CNAAA. Este treinamento é aplicado em apenas 4 horas, sendo válido até 31 de dezembro do ano seguinte de sua realização. O programa de treinamento conta com as seguintes matérias: • Plano de Emergência Local; • Cultura de Segurança; • Proteção Radiológica; • Segurança Industrial; • Prevenção Contra Incêndio; • Atendimento de Emergência Pré-Hospitalar; • Exclusão de Materiais Estranhos; e • Proteção Física. A inscrição de cada participante nos cursos Treinamento Inicial e REG deve ser feita pelo supervisor, encarregado imediato, chefe de divisão, gerente ou por alguém formalmente designado pelo órgão. A aprovação em cada treinamento está condicionada à nota mínima de 70% de acertos das questões e à freqüência mínima de 90% do total das aulas ministradas. Qualquer valor inferior aos indicados implicará automaticamente a reprovação do participante. Além dos treinamentos acima mencionados, são realizadas simulações periódicas dos eventos decorridos de um acidente nuclear, nas unidades da CNAAA, para verificar o nível de resposta das agências envolvidas na aplicação das atividades do Plano de Emergência Local (PEL), do Plano de Emergência Externo do Estado do Rio de Janeiro (PEE/RJ) e dos planos de emergência complementares (PEC) e dos órgãos de apoio do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (SIPRON). São também realizados, nos anos pares, os Exercícios de Emergência Parcial, quando são averiguadas as cadeias de comunicações e a ativação dos Centros de Emergência, entre outros. Nos anos ímpares, são realizados os Exercícios de Emergência Geral, quando são colocadas em prática e testadas todas as ações revistas no PEE/RJ. Nesse último exercício, embora a possibilidade de remoção da população seja uma hipótese remota, há simulação de retirada de moradores e ativação de abrigos. Os exercícios são procedidos por campanhas de divulgação para a população, nas quais são informados seus objetivos, bem como as medidas de proteção à população e ao meio ambiente. Também é enfatizada a necessidade de colaboração por parte da população, para garantir o realismo e verificar efetivamente a exeqüibilidade dos planos. 230 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto As finalidades dos exercícios são: verificar o desencadeamento das ações planejadas, simular a execução destas ações, familiarizar as comunidades locais com os planos de emergência e com as ações previstas por eles e verificar possíveis correções e aperfeiçoamentos a serem introduzidos. 5.4.4.4 Moradia A Eletronuclear construiu na década de 1970 duas vilas residenciais para instalação de seus empregados, nos municípios de Angra dos Reis e Parati. Estes núcleos surgem da necessidade de alojamento de uma nova população a ser instalada nos municípios, para prover de mão de obra uma indústria básica de grandes proporções, ligadas ao esforço de desenvolvimento energético nacional. Não se trata de um centro de serviços para o atendimento de uma população ocupada em atividades primárias dispersas e rarefeitas. A atividade industrial básica, gerando atividades terciárias de serviços e comércio de forma mais ou menos concentrada, implica na necessidade de desenvolver um novo ritmo de vida essencialmente urbano, em seus aspectos socioeconômicos. A distância das vilas residenciais às cidades de Angra dos Reis e Parati leva a entendêlas não como um complemento da rede urbana regional, mas como núcleos de características próprias que lhe garantem relativa autonomia no que se refere à disponibilidade de infra-estrutura e equipamentos urbanos. Ao mesmo tempo, a proximidade destas mesmas cidades, em termos de relacionamento de ordem econômica e social, determina seu grau de independência e define seus limites de suficiência. Assim, a seguir serão descritas a infra-estrutura e equipamentos urbanos existentes para o atendimento dos moradores. 5.4.4.4.1 Vila Residencial de Praia Brava A Vila Residencial de Praia Brava foi projetada e construída para possibilitar a fixação de técnicos qualificados, nacionais e estrangeiros, responsáveis pela instalação das Usinas. Trata-se de um espaço urbano de propriedade da Eletronuclear, onde se localizam habitações e equipamentos urbanos, como pode ser observado na Figura 109. 231 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 109 – Visão geral da Vila Residencial de Praia Brava, 2008 Figura 110 - Visão aérea da Vila Residencial de Praia Brava, 2008 A infra-estrutura urbana é composta por arruamento pavimentado, rede de abastecimento de água, rede de coleta de esgotos, rede de águas pluviais, rede elétrica e rede telefônica, além de coleta seletiva de resíduos sólidos. 232 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto O principal equipamento social-urbano é o Hospital da Praia Brava, que atende emergências, consultas ambulatoriais e internações. Parte das vagas são destinadas ao atendimento da população de entorno, por meio do Serviço Único de Saúde - SUS. Outros equipamentos urbanos relevantes são o Colégio Estadual Roberto Montenegro, a creche, a capela ecumênica, o cineteatro, o clube náutico e o clube recreativo, o supermercado, o posto telefônico, a agência de correios, a posto bancário e um pequeno centro comercial de serviços variados para atendimento de necessidades diárias de abastecimento em pequenos serviços, conforme demonstrado da Figura 111 a Figura 114. Figura 111 – Cineteatro da Vila Residencial de Praia Brava, 2008 Figura 112 – Mercado na Vila Residencial de Praia Brava, 2008 Figura 113 – Hospital de Praia Brava, na Vila Residencial de Praia Brava, 2008 Figura 114 – Capela ecumênica na Vila Residencial de Praia Brava, 2008 Os habitantes da Vila Residencial de Praia Brava distribuem-se em 540 casas, eqüitativamente divididas entre 2 e 3 quartos, todas de alvenaria, segundo uma tipologia que atende 6 níveis diferentes. Dessas casas, 462 são ocupadas por funcionários da 233 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto empresa responsável pelas centrais nucleares, 65 por pessoas vinculadas às suas contratadas, instituições conveniadas e profissionais liberais que ali atuam, entre os quais estão dentistas, psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, com seus respectivos consultórios, e 13 estão em reforma. Juntas, as Hospedagem 1 e 2 comportam aproximadamente 123 pessoas. Atualmente, mais de 80% dessas vagas são ocupadas por funcionários da Eletronuclear. A seguir, serão descritos os equipamentos urbanos da Vila Residencial de Praia Brava: → 540 Residências; → 2 Hotéis: - Hospedagem I – 06 suítes e 48 apartamentos; - Hospedagem II – 21 apartamento, 31 quartos e 17 vagas em república; Demonstrativo das residências por tipo - Praia Brava: o Tipo de residência D-2: Alvenaria com dois quartos e dois pavimentos Nível funcional / ocupação – Níveis T03 e acima; Quantidade: 160 o Tipo de residência D-3: Alvenaria com três quartos e dois pavimentos; Nível funcional. / ocupação – Níveis E013 e acima; Quantidade: 192 o Tipo de residência B-2: Alvenaria com dois quartos, quarto de empregada, dois pavimentos com garagem; Nível funcional. / ocupação: Níveis P031 e acima; Quantidade: 108 o Tipo de residência B-3: Alvenaria com três quartos, quarto de empregada, dois pavimentos e com garagem; Nível funcional. / ocupação – Níveis P046 e acima; Quantidade: 72 o Tipo de residência A-3: 234 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Alvenaria com três quartos, quarto de empregada, térrea, localizada na orla com garagem; Nível funcional. / ocupação – Níveis P046 e acima; Quantidade: 8 5.4.4.4.2 Vila Residencial de Mambucaba No município de Parati, está localizada a Vila Residencial de Mambucaba, onde reside outra parte da população diretamente ligada ao empreendimento, e as Vilas Operária e Consag, a montante da BR 101. A última reteve este nome por ser administrada pela Construtora Andrade Gutierrez. Todas sob a responsabilidade da Eletronuclear. A Vila Residencial de Mambucaba tem 481 residências, sendo 376 de alvenaria e 105 de madeira, todas com 3 quartos, distribuídas por 4 tipos diferentes de construção. Dessas residências, 385 são ocupadas por funcionárias da Eletronuclear, 85 por pessoas vinculadas às suas contratadas, instituições conveniadas e profissionais liberais que ali atuam, entre os quais estão dentistas, psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, com seus respectivos consultórios, e 11 estão em reforma, conforme pode ser observado na Figura 115. Figura 115 – Visão geral da Vila Residencial de Mambucaba Fonte: Eletronuclear, 2007. 235 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Alguns dos equipamentos urbanos encontrados são o Colégio Estadual Almirante Álvaro Alberto e o Centro de Ensino Integrado, creches, posto bancário, clube Campestre e um pequeno centro comercial. Figura 116 – Comércio Local da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 Figura 118 –Clube Campestre da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 Figura 117 – Escola Estadual Almirante A. Alberto da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 Figura 119 – Campo de Futebol e Vestiário da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 236 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 120 – Prédio do Simulador e Anexo da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 Figura 121 –Centro de Treinamento da Vila Residencial de Mambucaba, 2006 Além dos citados equipamentos, estão localizados nessa vila outros que também oferecem suporte ao processo de geração de energia, tais como o Laboratório de Monitoramento Ambiental, que faz o monitoramento biológico e radiológico na região, e o Centro de Treinamento. Demonstrativo das Residências por Tipo - Mambucaba: o Tipo de residência D-2-A: Alvenaria com dois quartos, térrea; Nível funcional./ ocupação – Níveis T03 e acima; Quantidade: 32 o Tipo de residência C-M: Madeira com três quartos, quarto de empregada, térrea com garagem; Nível funcional / ocupação – Níveis E013 e acima; Quantidade: 65 o Tipo de residência C-A: Alvenaria com três quartos, quarto de empregada, térrea com garagem; Nível de funcional. / ocupação – Níveis E013 e acima; Quantidade: 179 o Tipo de residência FLATS: Pavimento térreo e superior, cozinha, quarto e banheiro. Nível funcional. / ocupação – Nível 25 e acima; 237 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Quantidade: 72 o Tipo de residência B-M: Madeira com três quartos, quarto de empregada, térrea com garagem; Nível funcional / ocupação – Níveis P031 e acima; Quantidade: 35 o Tipo de residência B-A: Alvenaria com três quartos, quarto de empregada, térrea com garagem; Nível funcional / ocupação – Níveis P046 e acima; Quantidade: 147 o Tipo de residência A-M: Madeira com três quartos, quarto de empregada, térrea, localizada na orla, com garagem; Nível funcional / ocupação – Níveis P046 e acima Quantidade: 5 o Tipo de residência A-A: Alvenaria com três quartos, quarto de empregada, localizada na orla, térrea com garagem; Nível funcional / ocupação: Níveis P046 e acima; Quantidade: 18 A Vila Operária, ilustrada na Figura 122, por sua vez, tem 201 casas de madeira, sendo 81 com 3 quartos e 120 com 2 quartos, todas do mesmo nível. Dessas casas, 159 são ocupadas pela responsável pela central termonuclear e 43 por pessoas vinculadas às suas contratadas e instituições conveniadas, e 7 estão em reforma. 238 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 122 – Visão geral das Vilas Residencial de Mambucaba, com destaque para as Vilas Consag e Operária Fonte: Eletronuclear, 2007. A infra-estrutura urbana é composta por arruamento pavimentado, rede de abastecimento de água, rede de coleta de esgotos, rede de águas pluviais, rede elétrica e rede telefônica, além de coleta seletiva de resíduos sólidos. Demonstrativo das residências por tipo Operária: o Tipo de residência A-3: Madeira com dois quartos, térrea; Nível func. / ocupação – Níveis T01 e acima Quantidade: 120 o Tipo de residência E-3: Madeira com três quartos, térrea; Nível func. / ocupação – Níveis T01 e acima; Quantidade: 80 A Vila Consag, ilustrada também na Figura 122, tem 114 casas, todas de 3 quartos, sendo que 35 são administradas diretamente pela Construtora Andrade Gutierrez. Do total, 91 são utilizadas pela empresa que opera o complexo nuclear, 16 pelas suas contratadas e 7 estão em reforma. 239 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A infra-estrutura urbana é composta por arruamento pavimentado, rede de abastecimento de água, rede de coleta de esgotos, rede de águas pluviais, rede elétrica e rede telefônica, além de coleta seletiva de resíduos sólidos. Demonstrativo das residências por tipo Consag: o Tipo de residência D: Fibrocimento com três quartos, térrea e com garagem; Nível func. / ocupação – Níveis T03 e acima; Quantidade: 74 o Tipo de residência C: Fibrocimento com três quartos, quarto de empregada, térrea e com garagem; Nível func. / ocupação – Níveis T03 e acima Quantidade: 76 Apesar do demonstrado acima, a quantidade de residências disponíveis é inferior ao número de empregados lotados em Angra dos Reis, a disponibilidade de casas gira em torno de 70% do efetivo considerando-se os solteiros e os que não se interessam em morar nas vilas. No entanto, para abrigar todo o seu efetivo, a Eletronuclear também utiliza as hospedagens, os alojamentos, entre outros. No entanto, a Eletronuclear tem buscado as melhores alternativas para o equacionamento do problema de moradia dos empregados lotados em Angra dos Reis. O Plano Diretor de Angra dos Reis, de dezembro de 1991, classifica em seu artigo 73 o distrito de Mambucaba, onde está a Vila Residencial de Praia Brava, como Zona de Desenvolvimento Urbano – ZDU, destinada às atividades eminentemente urbanas do Município, tais como: residências, comércio, serviços, turismo e indústrias. Enfatizando ainda que “na ZDU será intensificado o uso o e ocupação do solo, observada a capacidade do solo e as possibilidades de instalação de infra-estrutura básica e as condições de salubridade do ambiente urbano e construído”. Contudo, existe um processo de revisão do citado plano cuja lei já foi aprovada pelo legislativo, aguardando sanção do executivo. A área onde está Vila Residencial de Praia Brava continua com a mesma especificidade, tendo apenas mudado a nomenclatura para Zona Residencial –ZR. No Plano Diretor de Parati, Lei no 1.352/2002, o Art. 194 classifica o distrito de Tarituba e, especificamente, a Vila Residencial de Mambucaba como área urbana efetivamente ocupada, fazendo parte da Zona Residencial, onde prevalece o uso para moradias e as atividades de apoio e complementaridade a este uso, compatíveis entre si. 240 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.4.4.5 Transporte A infra-estrutura viária da região é caracterizada principalmente pela rodovia federal a BR 101, trecho Rio de Janeiro-Santos, e a RJ-155, rodovia estadual fluminense que liga as cidades de Barra Mansa e Angra dos Reis. Segundo o Setor de Transportes – SETRA (Gerência de Apoio Regional - GAR.A, Divisão de Administração e Serviços Gerais - DASG.A), a Eletronuclear disponibiliza gratuitamente para seus funcionários transporte por meio de ônibus, de frota própria e alugada, entre as vilas residenciais, a CNAAA, localidades próximas, município de Angra dos Reis e até a cidade do Rio de Janeiro. Diariamente, são disponibilizados transporte entre as vilas residenciais, os bairros de Perequê, Frade, Bracuí e distrito sede de Angra dos Reis, Usinas, retorno para as localidades. De segunda a sexta-feira, da Eletronuclear localizada na cidade do Rio de Janeiro para a Usinas, retorno para as localidades. Às segundas, quartas e sextas-feiras, das vilas residenciais para sede, e, no último dia trabalhado da semana, para as cidades do Rio de Janeiro e Volta Redonda, com retorno no domingo à noite. Na Tabela 61 estão apresentados os destinos, dias e horários dos transportes disponibilizados pela Eletronuclear. Figura 123 – Estacionamento dos veículos da Eletronuclear 241 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 124 – Transporte oferecido pela Eletronuclear 242 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 61 - Destinos, dias e horários dos transportes disponibilizados pela Eletronuclear Hora Itinerário S T Q Q S S D 05:20 Madezatti / Vila Operária / Vila AG / Rod. P. Brava / Rod. Itaorna / Portaria 3 x 05:40 2º. Trevo de Angra / Balneário / Centro / Morro da Cruz / Ariro / Frade / Angra 1 x x x x x 05:40 Balneário / Centro / Japuiba / Ariro / Rod. Itaorna / Vila Residencial x x x x x 05:40 GDV - Verolme / Vilage / Balneário / Hotel Palace / Centro / Hotel Acropolis / Angra 2 / Angra 1 05:45 GDV-Verolme / Rio-Santos / Rod. Itaorna / Portaria 3 x x x x x 05:50 Posto BR - Coronel Carvalho / Hotel Palace / Correio / Hotel Acropolis / Portaria 3 / Angra 2 x x x x x 06:00 GDV / Balneário / Hotel Palace / Centro / Hotel Acropolis / Portaria 3 / Angra 1 / Angra 2 x x x x x 06:10 Hospedagem III / Rod. Itaorna x x x x x 06:15 Madezatti / Vila AG – Turno x x x x x 06:15 Pousada Bezerra / Campo da Gringa / Rua 38 / Madezatti / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra 2 / Angra 1 06:20 Madezatti / Boa Vista / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x 06:20 Madezatti / Mercado Povão / Boa Vista / Vila Histórica / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra I x x x x x 06:20 Portaria-Mbc. / Rua E.S / Adm. / S.P. / Mato Grosso / Alagoas / Ceará / Belém / Pará / Rod. P. Brava x x x x x 06:20 Pousada Bezerra - Pereque / Campo da Gringa / Portaria 3 / Angra II x x x x x 06:20 Rua 42 / Alojamento da MARTE / Pereque - Pousada Familiar / Angra II / Angra I x x x x x 06:20 Rua Para via Lado Direito / Rod. Praia Brava 06:20 Rua Para / Amazonas / E.S. / Adm - Mbc. / Rod. Praia Brava - Turno x x x x x 06:25 Frade / Angra I / Angra II x x x x x 06:25 Rua Maranhão, Amazonas Espírito Santo / Hospedagem IV / Adm. Vila / Rua RJ / Portaria 3 / Angra II x x x x x 06:25 Vila AG / Boa Vista / Vila Hist.- Pista / Rod. P. Brava / Portaria 3 / Angra I 06:25 Vila AG / Vila Operária / Hospedagem III x x x x x 06:25 Vila AG / Vila Operaria / Portaria 3 / Rod. Itaorna / Angra II / Angra I - Turno x x x x x 06:30 Frade / Posto Repsol / Escolinha / Portaria 3 / Rod. Itaorna x x x x x 06:30 Hospedagem I / Rod. P. B. / Vila His. Pista / Pereque / CTAS / 2º Comercio / Rua Belém x x x x x 06:30 Madezatti / Merc.Verde Mar / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x 06:30 Pad. Da Lila / P.Familiar / B.Vista / Port. 3 / Ita. / Angra II x x x x x 06:30 Padaria Da Lila - Pereque / Angra I / Angra II x x x x x 06:40 Hospedagem I / Av. C,/ Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 243 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Hora Itinerário S T Q Q S S D 06:40 Rod. Praia Brava / Angra II / Angra I / Almox. 06:40 Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II / Angra I – Turno x x x x x 06:45 Pousada Bezerra / Rua 7 de Abril / Rua 34 / Madezatti x x x x x 06:45 Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Angra I x x x x x 06:50 Rua 36 / Madezatti. x x x x x 06:50 Pousada Bracuhy / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x 06:55 Hospedagem I / Rod. Praia Brava x x x x x 06:55 Madezatti / Pereque / B. Vista / V. Hist.-Pista / Portaria 3 / Angra I / Angra II x x x x x 06:55 Madezatti / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II / Angra I / Almox. 06:55 Rua Para / Hospedagem IV / Rua RJ / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II / Angra I / Almox 07:00 Hospedagem III / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x 07:00 Hospedagem IV / Rua Rio de Janeiro / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x 07:00 Rod. P. Brava / MBC Hist. - PISTA / Pereque / Rua Belém / LMA x x x x x 07:00 Rua Pará / Manaus / Maranhão / Amazonas / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x 07:00 Rua Rio Grande do Norte / Alagoas / Mato Grosso / Portaria 3 / Angra II x x x x x 07:00 Rua Rio Grande Norte / Alagoas / M. Grosso / Angra I x x x x x 07:00 Transporte ETN / Almox. / Angra I / Rod. Itaorna / Portaria 3 / Rod. Praia Brava / CTAS x x x x x 07:00 Vila AG / Hospedagem III / Rod. Itaorna / Angra II x x x x x 07:00 Vila AG / Vila Histórica - Pista / P.Vermelha / Barlavento / Portaria 3 / Angra II x x x x x 07:00 Vila AG / Vila Operária / Hospedagem III / Rod. Itaorna / Angra I x x x x x 07:00 Vila Mbc. - Ruas Maranhão / Salvador / Mato Grosso / São Paulo / Niterói / RJ / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x 07:05 Almox. / Angra I / Angra II / Portaria 3 / Rod. Praia Brava / Vila AG / Madezatti 07:10 Hospedagem I / Avenida - C / Rod. Praia Brava / Angra I x x x x x 07:10 Hospedagem I / Avenida C / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II x x x x x 07:10 Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x 07:10 Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Angra I x x x x x 07:25 Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Boa Vista / Escadinha - Pereque / CTAS / LMA x x x x x 07:40 Angra I / Angra II / Rod. Praia Brava / Vila Residencial 2 lados - Turno x x x x 07:40 Angra I / Angra II / Vila AG / Madezatti / Rua 36-Turno x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x 244 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Hora Itinerário 08:30 Madezatti / Vila AG / Trevo PM / Hospedagem I / Rod. Itaorna 08:50 Madezatti / Vila AG / Trevo PM / Hospedagem I / Rod. Itaorna 11:00 Vila Operária / Hospedagem III / Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Portaria 3 S T Q Q S S D x x x x x x x 11:45 Portaria 3 / Hospedagem IV x x x x x 11:45 Portaria 3 / Madezatti / Rua 42 x x x x x 11:45 Portaria 3 / P. Vermelha / V. Histórica - Pista / Boa Vista / Vila AG x x x x x 11:45 Portaria 3 / Rod. Praia Brava / Hospedagem I x x x x x 11:45 Portaria 3 / Vila Residencial - Ruas Amazonas / Maranhão / Belém / Rio G. do Norte x x x x x 11:50 Almox. / Angra I x x x x x 11:50 CTAS - Mbc. / CT / Rod. Praia Brava / Hospedagem I x x x x x 11:50 LMA / CT / Rua Belém / Vila Hist. - Pista / Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna x x x x x 11:55 Portaria 3 / Rod. Itaorna x x 12:00 Almox./ Angra I x x 12:00 Angra I / Rod. Praia Brava / Hospedagem I x x x x x 12:00 Angra I / Rua B.H. / M. Grosso / Alagoas / Rio Grande do Norte x x x x x 12:00 Angra I / Rua E.S / Adm. Mbc. / Rua S P./ Amazonas / Maranhão / 2o. Comercio x x x x x 12:00 Angra II / Hospedagem I x x x x x 12:00 Angra II / Vila Mbc. - Rua Amazonas / Maranhão / Fortaleza / Rio G. Norte / Pará x x x x x 12:05 Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Madezatti / Rua 36 x x 12:05 Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Hospedagem I x x 12:05 Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Vila Hist. - Pista / Boa Vista / Vila AG x x x x 12:05 Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Vila Residencial os 02 Lados 12:05 Angra I / Madezatti - Rua 5 / Rua 34 / Campo da Gringa - Rua 7 / Padaria do Ari x x x x x 12:05 Angra I / Vila Residencial - Rua Pará x x x x x 12:55 Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Vila Histórica - Pista / Rua Belém / CT / LMA x x x x x 13:00 Hospedagem I / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Rod. Itaorna x x x x x 13:00 Madezatti / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x 13:00 Pousada Bezerra / Campo da Gringa / Rua 34 / Madezatti / Portaria 3 / Angra I / Angra II x x x x x 13:00 Rua 42 / Madezatti / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x 245 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Hora Itinerário 13:05 Rua 36 / Madezatti / Portaria 3 / Angra II / Angra I / Almox. S T Q Q S S D 13:10 Hospedagem I / Avenida - C / CT / CTAS - Mbc. 13:10 Hospedagem I / Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Rod. Itaorna / Angra II / Angra I x x x x 13:10 Hospedagem IV / Rua Rio de Janeiro / Portaria 3 / Angra II / Angra I / Portaria 3 x x x x x 13:10 Rua Maranhão / Amazonas / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x 13:10 Rua Para - via Lado Direito / Portaria 3 / Rod. Itaorna / Angra II / Angra I x x x x x x x x x 13:10 Rua Pará / Rod. Itaorna / Angra I x x x x x 13:10 Rua R. G. Norte / Alagoas / M. Grosso / B.H. / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x 13:10 Vila AG / Boa Vista / Vila Histórica - Pista / Portaria 3 / Angra II / Angra I / Almox. 13:15 Hospedagem I / Av. C. / Rod. Itaorna / Angra I x x x x x 13:15 Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Angra I x x x x x 13:20 Vila Resid-2º.Com. / Rua Maranhão / Belém / Rio G.Norte / Alagoas / M. Grosso / Portaria 3 x x x x x 13:25 Vila AG / Rod. Itaorna / Portaria 3 x x x x 14:20 Madezatti / Vila AG – Turno x x x x x x x 14:20 Rua Pará / Maranhão / Amazonas / E.S. / Adm. Mbc. / Rod. Praia Brava x x x x x x x 14:30 Vila AG / Portaria 3 / Angra II / Angra I - Turno x x x x x x x 14:40 Rod. Praia Brava / Portaria 3 / Angra II / Angra I x x x x x x x 15:40 Angra I / Angra II / Rod. P. Brava / Vila Residencial - Mbc. / Madezatti x x x x x x x 15:40 Angra I / Angra II / Vila AG / Madezatti – Turno x x x x x x x 16:00 Transporte / Angra II / Almox. / Angra I / Rod. Itaorna / Port. 3 / Rod. Praia Brava / CTAS / LMA x x x x x 16:32 Transporte / Rod. Itaorna / Morro da Cruz / Correio / Balneário / Verolme-GDV x 16:35 Portaria 3 / Rod. Praia Brava / Hospedagem I x 16:35 Portaria 3 / Hospedagem IV / Vila Resid. - Ruas Mato Grosso / Alagoas / Rio G. Norte. x 16:35 Portaria 3 / Madezatti / Campo da Gringa. x 16:35 Portaria 3 / Vila Hist. - Pista / Boa Vista / Madezatti / Rua 40 x 16:35 Portaria 3 / Vila Operária / Vila AG. x 16:40 Rua Belém / CTAS / CT. / Rod. Praia Brava / Angra I x 17:00 Hospedagem I / Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Angra II / Morro da Cruz / Correio / Balneário x 17:00 Transporte / Angra II x 246 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Hora Itinerário S T Q Q S S D 17:05 Almox / Angra I / Rod. Praia Brava / Hospedagem I 17:05 Almox. / Angra I / Angra II / Rod.Itaorna / Vila Histórica - Pista / Boa Vista / Vila AG x x 17:05 Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Balneário / Hotel Palace / Verolme - GDV x x 17:05 Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Madezatti / Campo da Gringa / Aloj.Marte x x 17:05 Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Vila Residencial 2 lados x x 17:05 Angra II / Rod. Itaorna / Frade. x 17:05 Angra II / Rod. Itaorna / Vila Operária / Vila AG x 17:05 LMA / CTAS / Adm. / Rua Belém / Rod. Praia Brava / Hospedagem I / Angra I x 17:05 Portaria 3 / Rod. Itaorna / Almox. x x 17:05 Transporte / Angra II / Morro da Cruz / Correio / Balneário / Verolme-GDV x 17:10 Angra I / Angra II / Hotel Palace / Correio / Balneário / Verolme - GDV x 17:10 Angra I / Angra II / Madezatti / Aloj. Marte x 17:10 Angra I / Angra II / Morro da Cruz / Correio / Balneário x 17:10 Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Rua 18 / Campo da Gringa x 17:10 Angra I / Angra II / Rua Rio de Janeiro / Hospedagem IV x 17:10 Angra I / Rua 18 / Campo da Gringa x 17:10 Angra I / Rua Amazonas / Maranhão / Rua Pará x 17:10 Angra I / Rua Mato Grosso / Alagoas / Rio Grande Norte x 17:10 Angra I / Vila AG x 17:10 Angra II / Madezatti / Rua 42 – Parador x 17:10 Angra II / Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Hospedagem I x 17:10 Rod. Itaorna / Hospedagem I / Rod. Praia Brava / P. Vermelha / Vila Hist. - Pista / Vila Residencial 2 Lados 17:20 Almox. / Angra I / Vila Operaria / Vila AG / Vila Residencial x x x x 17:20 Angra I / Madezatti / Rua – 36 x x x x 17:20 LMA / CT / Rua Belém / Hospedagem I / Angra I x x x x 17:25 Angra I / Angra II / Hotel Palace / Correio / Balneário / Verolme - GDV x x x x 17:25 Angra I / Angra II / M. Grosso / Alagoas / Rio Grande Norte x x x x 17:25 Angra I / Angra II / Madezatti / Rua 36 x x x x 17:25 Angra I / Angra II / Rua Amazonas / Maranhão / Pará x x x x x x 247 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Hora Itinerário S T Q Q S S D 17:25 Angra I / Angra II / Rua Rio de Janeiro / Hospedagem IV x x x x 17:25 Angra I / Hospedagem I x x x x 17:25 Angra II / Rod. Itaorna - Plat. 2 / Rod. Praia Brava / Hospedagem I x x x x 17:25 Angra II / Rod. Itaorna / Hospedagem III / Vila AG. x x x x 17:25 Rod. Itaorna / Hospedagem I / Rod. Praia Brava / P. Vermelha / Vila Hist. - Pista / Vila Residencial 2 Lados x x x x 17:30 Vila AG / Rod. Itaorna / Angra I 17:55 Almox. / Angra I / Angra II / Rod. Praia Brava / Madezatti / Campo da Gringa x x x x 17:55 Angra I / Angra II / Frade x x x x 17:55 Angra I / Angra II / Morro da Cruz / Praça do Correio / Balneário x x x x 17:55 Angra I / Angra II / Rod. Itaorna / Pereque / Alojamento da MARTE x x x x 17:55 Angra I / Angra II / Vila AG / Vila Residencial 2 lados x x x x 17:55 Angra I / Madezatti / Rua 18 / Campo da Gringa x x x x 17:55 Angra II / Madezatti / Rua 42 x x x x 17:55 Angra II / Rod. Itaorna / Rod. Praia Brava / Vila Operaria / Vila AG / Hospedagem IV / Madezatti x x x x 17:55 Hospedagem I / Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Angra II / Correio / Balneário x x x x 17:55 Portaria 3 / Hospedagem I x x x x 17:55 Portaria 3 / Hospedagem IV / Ruas Mato Grosso / Alagoas / Rio Grande Norte x x x x 17:55 Portaria 3 / Madezatti / Campo da Gringa x x x x 17:55 Portaria 3 / Madezatti / Rua 42 x x x x 17:55 Portaria 3 / Vila Operaria / Vila AG x x x x 17:55 Transporte / Angra II / Rod. Itaorna / Frade / Pousada Bracuhy x x x x 17:55 Transporte / Angra II / Rod. Itaorna / Morro da Cruz / Hotel Palace / Correio / Balneário x x x x 17:55 Transporte / Rod. Itaorna / Rio-Santos / Verolme-GDV x x x x 18:05 Almox. / Angra I / Angra II / Portaria 3 / Rod. P. B. / Hosp. I / Vila AG / Hosp. IV / Rua Pará / Mad. / Rua 36 x x x x x 18:10 Madezatti / Rua Pará x x x x x 18:20 Rua Para via lado direito / Vila AG / Rod. Praia Brava / Angra II / Almox x x x x x 19:05 Almox. / Angra I / Angra II / Portaria 3 / Rod. P. B. / Hosp. I / Vila AG / Hosp. IV / Rua Pará / Mad. / Rua 36 x x x x x 20:05 Almox. / Angra I / Angra II / Portaria 3 / Rod. P. B. / Hosp. I / Vila AG / Hosp. IV / Rua Pará / Mad. / Rua 36 x x x x x 20:15 Almox. / Angra I / Angra II / Portaria 3 / Rod. P. B. / Hosp. I / Vila AG / Hosp. IV / Rua Pará / Mad. / Rua 36 x x x x x x x x 248 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Hora Itinerário S T Q Q S S D 20:30 Hospedagem I / Vila AG / Madezatti 21:00 Niterói / Guadalupe / S. Cruz / Hosp. II - P.B / Hosp. III / Hospedagem IV x 21:00 Rod. Novo Rio / Hospedagem II - P.B / Hospedagem III - Mbc. x 21:05 Almox. / Angra I / Angra II / Portaria 3 / Rod. P. B. / Hosp. I / Vila AG / Hosp. IV / Rua Pará / Mad. / Rua 36 22:00 Volta Redonda / Barra Mansa / Hospedagem II - P. B / Hospedagem III - Mbc. 22:20 Madezatti / Vila AG – Turno x x x x x x x 22:20 Rua Pará / Maranhão / Amazonas / E.S. / Adm. Mbc. / Rod. Praia Brava x x x x x x x 22:30 Vila AG / Hospedagem III / Portaria 3 / Angra II / Angra I - Parador x x x x x x x 22:40 Rod. Praia Brava / Rod. Itaorna / Angra II / Angra I x x x x x x x 23:40 Angra I / Angra II / Rod.Praia Brava / Vila Residencial 2 lados / Madezatti x x x x x x x 23:40 Angra I / Angra II / Vila AG / Madezatti – Turno x x x x x x x x x x x x x x x x x Fonte: Eletronuclear - Gerência de Apoio Regional - GAR.A, Divisão de Administração e Serviços Gerais - DASG.A, Setor de Transportes – SETRA, atualizado em 07/2008. 249 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.4.4.6 Saúde Esse item aborda informações sobre saúde dos funcionários da CNAAA. Convém salientar que os dados referem-se ao contingente total de funcionários da CNAAA, não havendo desagregação por unidades (Unidade 1, Unidade 2, Centro de Gerenciamento de Rejeitos, entre outros). Os aspectos relacionados à saúde dos funcionários da CNAAA serão aqui apresentados por meio das informações sobre acidentes de trabalho e seus indicadores, bem como das morbidades que resultaram em licenças médicas de até 15 dias. As morbidades são classificadas pela Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - CID 10 (Faculdade de Saúde Pública Universidade de São Paulo, 2006). Na Tabela 62 são apresentados os números de acidentes de trabalho de 2004 a 2007, envolvendo todos os profissionais da CNAAA, que resultaram em absenteísmo. Tabela 62 - Absenteísmo por acidentes de trabalho de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA – 2004 a 2007 2004 2005 2006 2007 Capítulo CID 10 Descrição EA* DP** EA* DP** EA* DP** EA* DP** VI Doenças do Sistema Nervoso 0 0 0 0 1 6 0 0 XIII Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo 0 0 1 23 4 87 0 0 XIX Lesões, Envenenamentos e Algumas Outras Conseqüências 5 78 5 78 5 78 14 203 XX Causas Externas de Morbidade e de Mortalidade 12 304 12 304 12 304 1 5 XXI Fatores que Influenciam o Estado de Saúde e o Contato com os Serviços de Saúde 2 43 0 0 0 0 0 0 19 425 18 405 22 475 15 208 Total Fonte: Eletronuclear, 2008d. *EA - Empregados Afastados; **DP - Dias Perdidos. Entre 2004 e 2007, de acordo com informações da Eletronuclear, houve 74 afastamentos de funcionários por motivos de saúde, resultando em uma média de 378 dias de trabalho perdidos anuais. Metade dos afastamentos teve como motivo causas externas de morbidade, com percentuais de 63%, 66%, 54% e 2,4% entre os anos de 2004 e 2007, respectivamente. Há também dois indicadores importantes a serem considerados em relação ao acidentes de trabalho: a Taxa de Freqüência – TF e o Percentual de Tempo Perdido PTP por motivos de saúde. Ambos são indicadores que revelam o nível de segurança e saúde dos trabalhadores. 250 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A TF é calculada da seguinte forma: Taxa de Freqüência = Empregados Afastados x 100/Total de funcionários no ano. Já o PTP pode ser obtido por meio do cálculo: Percentual de Tempo Perdido = Dias Perdidos x 100/Total de funcionários no ano x número de dias no ano. Os indicadores supramencionados são apresentados na Tabela 63. Tabela 63 - Taxa de Freqüência (TF) e Percentual de Tempo Perdido (PTP) nos acidentes de trabalho entre os funcionários da CNAAA – 2004 a 2007 Ano Taxa de Freqüência - TF Percentual de Tempo Perdido - PTP 2004 0,115172 0,007039 2005 0,109111 0,006708 2006 0,133358 0,007867 2007 0,090052 0,003739 Fonte: Eletronuclear, 2008d. Observa-se a diminuição significativa de ambos os indicadores de saúde e segurança do trabalhador entre 2004 e 2007, denotando melhorias nas ações específicas no campo da gestão da Segurança do Trabalho. Na Tabela 64 são apresentadas informações sobre morbidade, expressa pela CID 10, com absenteísmo de até 15 dias. Tabela 64 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA 2003 Capítulo CID 10 Descrição EA* DP** I Algumas Doenças Infecciosas e Parasitárias 29 91 II Neoplasias (tumores) 9 42 III Doenças do sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e Alguns transtornos Imunitários 2 15 IV Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas 14 41 V Transtornos Mentais e Comportamentais 68 186 VI Doenças do Sistema Nervoso 34 95 VII Doenças do Olho e Anexos 82 286 VIII Doenças do Ouvido e da Apófise Mastóide 5 8 IX Doenças do Aparelho Circulatório 101 306 X Doenças do Aparelho Respiratório 416 939 XI Doenças do Aparelho Digestivo 259 482 XII Doenças da Pele e do Tecido Subcutâneo 73 228 XIII Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo 286 1071 XIV Doenças do Aparelho Genitourinário 85 272 XV Gravidez, Parto e Puerpério 14 91 XVI Algumas Afecções Originadas no Período Perinatal 0 0 XVII Malformações Congênitas, Deformidades e Anomalias Cromossômicas 0 0 XVIII Sintomas, Sinais e Achados Anormais de Exames Clínicos e de Laboratório não Classificada em Outra Parte 74 170 XIX Lesões, Envenenamento e Algumas Outras Consequências 89 406 XX Causas Externas de Morbidade e de Mortalidade 20 102 251 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Capítulo CID 10 Descrição EA* DP** XXI Fatores que Influenciam o Estado de Saúde e o Contato com os Serviços de Saúde 1.311 2.153 - Outros 163 372 3.134 7.356 TOTAL Fonte: Eletronuclear, 2008d. *EA - Empregados Afastados; **DP - Dias Perdidos. De acordo com as informações da CNAAA, 41,8% das ocorrências de morbidade entre os funcionários, em 2003, estavam associadas ao capítulo XXI da CID. Isso correspondeu a 1.311 afastamentos, e um total de 2.153 dias de trabalho perdidos. De acordo com o DATASUS, estas ocorrências estão associadas a: (a) quando uma pessoa que não está doente e consulta os serviços de saúde para algum propósito específico; (b) quando alguma circunstância ou problema está presente e que influencia o estado de saúde da pessoa, mas que não é em si uma doença ou traumatismo atual. Além da morbidade classificada no capítulo XXI da CID, o grupo de morbidades mais ocorreu foi o de doenças do aparelho respiratório, com 13,3%, ou seja, empregados afastados, totalizando 939 dias de trabalho perdidos. O grupo representa doenças do sistema osteomolecular e tecidos conjuntivo e o grupo doenças do sistema digestivo corresponderam, respectivamente, a 9,1 e 8,3%. que 416 que das Em comparação com a proporção de causas de morbidade verificada por Science (2002), a proporção de casos de doenças respiratórias na área de influência direta (15,49%) é próximo ao encontrado entre os funcionários (13,3%). As doenças do sistema osteomuscular e tecidos conjuntivos configuram proporção representativa entre os funcionários, mas não entre os demais moradores da área de influência direta. Já as doenças digestivas, que são 8,3% das causas de afastamento na CNAAA, representam 4,56% na área de influência direta. Entre 2003 e 2004, o número de afastamentos por problemas de saúde foi reduzido em aproximadamente 18% e o número de dias de trabalho perdidos foi reduzido em 16,7%. Os mesmos grupos de morbidade mantiveram-se como os mais representativos nos afastamentos de funcionários. Dos 2.638 afastamentos (que totalizaram 6.133 dias de trabalho perdidos), 1.018 tiveram como causa o capítulo XXI da CID, 38,6%. Doenças do aparelho respiratório corresponderam a 401 afastamentos (15,2%) e doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo, 265 (10%). Tabela 65 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA – 2004 Capítulo CID 10 Descrição EA * DP ** I Algumas Doenças Infecciosas e Parasitárias 37 68 II Neoplasias (tumores) 4 8 III Doenças do sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e Alguns transtornos Imunitários 5 13 252 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Capítulo CID 10 Descrição EA * DP ** IV Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas 18 34 V Transtornos Mentais e Comportamentais 61 219 VI Doenças do Sistema Nervoso 25 55 VII Doenças do Olho e Anexos 77 286 VIII Doenças do Ouvido e da Apófise Mastóide 19 57 IX Doenças do Aparelho Circulatório 95 287 X Doenças do Aparelho Respiratório 401 875 XI Doenças do Aparelho Digestivo 187 389 XII Doenças da Pele e do Tecido Subcutâneo 76 163 XIII Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo 265 850 XIV Doenças do Aparelho Geniturinário 53 148 XV Gravidez, Parto e Puerpério 14 80 XVI Algumas Afecções Originadas no Período Perinatal 4 5 XVII Malformações Congênitas, Deformidades e Anomalias Cromossômicas 0 0 XVIII Sintomas, Sinais e Achados Anormais de Exames Clínicos e de Laboratório não Classificada em Outra Parte 30 48 XIX Lesões, Envenenamento e Algumas Outras Consequências 88 416 XX Causas Externas de Morbidade e de Mortalidade 19 95 XXI Fatores que Influenciam o Estado de Saúde e o Contato com os Serviços de Saúde 1018 1554 - Outros TOTAL 142 483 2638 6133 Fonte: Eletronuclear, 2008d. EA - Empregados Afastados; DP - Dias Perdidos. Em 2005 o número de afastamentos praticamente não variou: 2.628. O número de dias de trabalho perdidos, entretanto, aumentou 9,3% (6.702 dias perdidos). Novamente foram representativos os grupos X, XIII e XXI como principais causas de morbidade. Tabela 66 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA – 2005 Capítulo CID 10 Descrição EA* DP ** I Algumas Doenças Infecciosas e Parasitárias 58 119 II Neoplasias (tumores) 1 15 III Doenças do sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e Alguns transtornos Imunitários 3 17 IV Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas 14 42 V Transtornos Mentais e Comportamentais 51 279 VI Doenças do Sistema Nervoso 15 47 VII Doenças do Olho e Anexos 59 219 VIII Doenças do Ouvido e da Apófise Mastóide 14 70 IX Doenças do Aparelho Circulatório 75 232 X Doenças do Aparelho Respiratório 351 879 XI Doenças do Aparelho Digestivo 130 302 253 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Capítulo CID 10 Descrição EA* DP ** XII Doenças da Pele e do Tecido Subcutâneo 98 186 XIII Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo 288 964 XIV Doenças do Aparelho Geniturinário 50 188 XV Gravidez, Parto e Puerpério 8 42 XVI Algumas Afecções Originadas no Período Perinatal 0 0 XVII Malformações Congênitas, Deformidades e Anomalias Cromossômicas 0 0 XVIII Sintomas, Sinais e Achados Anormais de Exames Clínicos e de Laboratório não Classificada em Outra Parte 52 138 XIX Lesões, Envenenamento e Algumas Outras Consequências 116 572 XX Causas Externas de Morbidade e de Mortalidade 13 54 XXI Fatores que Influenciam o Estado de Saúde e o Contato com os Serviços de Saúde 1089 1837 - Outros 143 500 2628 6702 TOTAL Fonte: Eletronuclear, 2008d. *EA - Empregados Afastados; **DP - Dias Perdidos. Entre 2005 e 2006, o número de afastamentos por problemas de saúde cresceu 31,5%, enquanto o número de os dias de trabalho perdidos aumentou 23,6%. Novamente observou-se que as principais causas da morbidade foram o grupo XXI da CID, além de doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo, e doenças do aparelho respiratório. Tabela 67 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA – 2006 Capítulo CID 10 Descrição EA * DP ** I Algumas Doenças Infecciosas e Parasitárias 109 300 II Neoplasias (tumores) 0 0 III Doenças do sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e Alguns transtornos Imunitários 10 38 IV Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas 18 76 V Transtornos Mentais e Comportamentais 36 133 VI Doenças do Sistema Nervoso 19 88 VII Doenças do Olho e Anexos 73 229 VIII Doenças do Ouvido e da Apófise Mastóide 20 50 IX Doenças do Aparelho Circulatório 121 456 X Doenças do Aparelho Respiratório 365 804 XI Doenças do Aparelho Digestivo 186 445 XII Doenças da Pele e do Tecido Subcutâneo 76 188 XIII Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo 371 1263 XIV Doenças do Aparelho Geniturinário 66 198 XV Gravidez, Parto e Puerpério 6 52 XVI Algumas Afecções Originadas no Período Perinatal 0 0 XVII Malformações Congênitas, Deformidades e Anomalias Cromossômicas 1 1 XVIII Sintomas, Sinais e Achados Anormais de Exames Clínicos e de Laboratório não Classificada em Outra Parte 69 127 XIX Lesões, Envenenamento e Algumas Outras Consequências 163 786 254 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Capítulo CID 10 Descrição EA * DP ** XX Causas Externas de Morbidade e de Mortalidade 3 16 XXI Fatores que Influenciam o Estado de Saúde e o Contato com os Serviços de Saúde 1209 1904 - Outros 534 1128 3455 8282 TOTAL Fonte: Eletronuclear, 2008d. *EA - Empregados Afastados; **DP - Dias Perdidos. Em 2007, o número de afastamentos foi reduzido em quase 14% e foram aproximadamente 9% menos dias de trabalho perdidos. Assim como nos anos anteriores, mantiveram-se os mesmos capítulos da CID como causas dos afastamentos. Tabela 68 - Absenteísmo por morbidade de acordo com a CID 10 entre os funcionários da CNAAA – 2007 Capítulo Descrição EA* DP** I Algumas Doenças Infecciosas e Parasitárias 89 232 II Neoplasias (tumores) 11 57 III Doenças do sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e Alguns transtornos Imunitários 7 11 IV Doenças Endócrinas, Nutricionais e Metabólicas 13 59 V Transtornos Mentais e Comportamentais 74 374 VI Doenças do Sistema Nervoso 18 84 VII Doenças do Olho e Anexos 48 215 VIII Doenças do Ouvido e da Apófise Mastóide 24 73 IX Doenças do Aparelho Circulatório 112 392 X Doenças do Aparelho Respiratório 311 669 XI Doenças do Aparelho Digestivo 142 373 XII Doenças da Pele e do Tecido Subcutâneo 72 215 XIII Doenças do Sistema Osteomuscular e do Tecido Conjuntivo 266 817 XIV Doenças do Aparelho Geniturinário 45 152 XV Gravidez, Parto e Puerpério 7 39 XVI Algumas Afecções Originadas no Período Perinatal 0 0 XVII Malformações Congênitas, Deformidades e Anomalias Cromossômicas 1 1 XVIII Sintomas, Sinais e Achados Anormais de Exames Clínicos e de Laboratório não Classificada em Outra Parte 59 114 XIX Lesões, Envenenamento e Algumas Outras Consequências 130 704 XX Causas Externas de Morbidade e de Mortalidade 2 2 XXI Fatores que Influenciam o Estado de Saúde e o Contato com os Serviços de Saúde 1123 1828 423 1200 2977 7611 - Outros TOTAL Fonte: Eletronuclear, 2008d. *EA - Empregados Afastados; **DP - Dias Perdidos. Em todos os anos analisados, os Fatores que Influenciam o Estado de saúde e o Contato com os Serviços de Saúde (capítulo XXI da CID) são a maior causa de morbidade com licença médica de até 15 dias. Num perfil da morbidade em um município, por exemplo, o elevado percentual de morbidades associadas a esse capítulo da CID 10 poderia ser preocupante, denotando predomínio nas doenças onde 255 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto não há um diagnóstico definido. Entretanto, numa empresa, tal dado é compreensível, pois reflete os absenteísmos momentâneos, resultantes do contato com serviços de saúde. Estes podem ser resultantes, na maior parte dos casos, de uma visita ao médico ou aos centros ambulatoriais disponíveis aos funcionários. À exceção dos fatores que influenciam o estado de saúde e Contato com os Serviços de Saúde, outras causas mais freqüentes de morbidade são as doenças do aparelho respiratório. A segunda causa que leva ao afastamento de até 15 dias são as morbidades relacionadas ao aparelho respiratório, para todos os anos considerados. A Taxa de Frequência -TF e o Percentual de Tempo Perdido - PTP são apresentados na Tabela 69. Convém relembrar que a TF é calculada da seguinte forma: Taxa de Freqüência = Empregados Afastados x 100/Total de funcionários no ano. Já o PTP pode ser obtido através do cálculo: Percentual de Tempo Perdido = Dias Perdidos x 100/Total de funcionários no ano x número de dias no ano. Ambos são indicadores que expressam a saúde dos trabalhadores da CNAAA. Tabela 69 - Taxa de Freqüência-TF e Percentual de Tempo Perdido-PTP nos acidentes de trabalho entre os funcionários da CNAAA – 2004 a 2007 Ano 2003 TF PTP 15,3 0,10 2004 16 0,10 2005 15,9 0,11 2006 20,3 0,13 2007 17,9 0,12 Fonte: Eletronuclear, 2008d. No período considerado, 2006 foi o ano que apresentou a maior Taxa de Frequência e o maior percentual de tempo perdido, sendo que 2007 apresenta indicadores mais próximos à média observada na CNAAA. Os acidentes industriais em Angra 1 são divididos em ocorrências com e sem perda de tempo. A meta para elas, em dezembro de 2006 era de 1 e 9 acidentes, respectivamente, registrados em um período de 12 meses. Os acidentes sem perda de tempo permaneceram abaixo da meta estabelecida em todos os meses de 2006. Os acidentes com perda (acumulados nos últimos 12 meses) extrapolaram a meta em janeiro e fevereiro. Em 2007, o número acumulado de acidentes sem perda de tempo também permaneceu abaixo da meta (igual ou inferior a 9 no período). Os acidentes com perda de tempo também ficaram dentro da meta. Em relação à questão “doenças de origem radiológica”, não houve registro - nos controles de acidentes do trabalho / doenças ocupacionais - da CID 10 “W 88.6” ou correlatos, os quais indiquem o diagnóstico desta doença e de outros problemas relacionados à radiação ionizante nos empregados da CNAAA. 256 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.4.4.7 Educação A seguir, será descrita a formação dos funcionários por Unidade Operacional - UO de Angra 1 da CNAAA, a partir de informações cedidas pela Eletronuclear. A Superintendência de Angra 1 – SU.O, como mencionado, conta com 6 funcionários, com as seguintes formações: um dos funcionários, o que corresponde a 16,7%, possui apenas o ensino fundamental completo; os demais funcionários possuem ensino superior completo (83,3%). Destes, 80% possuem curso de pós graduação latu sensu nas áreas de Gestão de Negócios (50%) e Gestão Empresarial (50%). Figura 125 – Formação dos funcionários da SU.O de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2009 Na Gerência de Desempenho de Sistemas e de Reator de Angra 1 - GDU.O trabalham 46 funcionários, com as seguintes formações: um dos funcionários, o que corresponde a 2%, possui apenas o ensino fundamental completo; 21,3% possuem o ensino médio completo e destes, 60% possuem curso técnico nas áreas de Contabilidade, Processamento de Dados, Mecânica e Enfermagem. Os demais funcionários possuem ensino superior completo (76,6%). Destes, 22% possuem curso de pós graduação latu sensu nas áreas de Gestão de Negócios, Análise de Sistemas, Telecomunicações, Ciências Ambientais, Engenharia Econômica e Matemática. Além dos profissionais com pós graduação stricto senso nas áreas de Energia Nuclear e Ciências e Técnicas Nucleares. Figura 126 – Formação dos funcionários da GDU.O de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2009 257 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Na Gerência de Manutenção de Angra 1 – GMU.O trabalham 169 funcionários. Para um deles não foi identificada formação. Os demais estão divididos da seguinte forma: 13 possuem apenas o ensino fundamental; 136 possuem o ensino médio completo e destes, 86% possuem cursos técnicos principalmente nas áreas de Eletrônica (30%), Mecânica (29%) e Eletrotécnica (24%). Os demais, 19 funcionários possuem ensino superior completo, destes, 26,3% possuem curso de pós graduação latu sensu nas áreas de Gestão de Negócios (60%), Engenharia de Manutenção (60%) e Tecnologia da Soldagem (20%). Ressalta-se que o mesmo funcionário pode ter realizado mais de um curso de pós graduação, com temas distintos. Figura 127 – Formação dos funcionários da GMU.O de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2009 Na Gerência de Desempenho de Sistemas e de Reator de Angra 1 - GDU.O trabalham 121 funcionários, com as seguintes formações: 11 possuem apenas o ensino fundamental; 91 possuem o ensino médio, destes, 95,6% possuem cursos técnicos principalmente nas áreas de Mecânica (38%), Eletrotécnica (25,3%) e Eletrônica (10%). Os demais funcionários possuem ensino superior completo (15,7%). Destes, 58% possuem curso de pós graduação latu sensu nas áreas de Gestão de Negócios, Análise de Sistemas, Ciências Ambientais, Engenharia Econômica e Engenharia de Segurança do Trabalho. Além dos profissionais com pós graduação senso stricto nas áreas de Energia Nuclear e Elétrica. 258 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 128 – Formação dos funcionários da GDU.O de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2009 A Divisão de Química de Angra 1 - DQAU.O, integrante da GDU.O, é formada por 18 funcionários, com as seguintes formações: 1 possuem apenas o ensino fundamental; 11 possuem o ensino médio e curso técnico nas áreas de Química (91%) e Administração (9%). Os últimos 6 funcionários possuem ensino superior completo. Destes, um (16,7%) possui curso de pós graduação latu sensu na área de Gestão de Negócios e um (16,7%) com pós graduação senso stricto na área de Ciências. Figura 129 – Formação dos funcionários da GDU.O de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2009 Na Divisão de Controle deTrabalho de Angra 1 – DITU.O trabalham 31 funcionários, com as seguintes formações: 21 possuem o ensino médio, destes, 90,5% possuem cursos técnicos principalmente nas áreas de Mecânica (28,6%), Eletrotécnica (19%) e Eletrônica (19%). Os 10 outros funcionários possuem ensino superior. Destes, 67% possuem curso de pós graduação latu sensu nas áreas de Gestão de Negócios, Ciências Ambientais e Engenharia Econômica. 259 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 130 – Formação dos funcionários da DITU.O de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2009 De forma geral, grande parte dos funcionários de Angra 1 tem ensino médio completo, sendo que cerca de 90% destes realizaram cursos técnicos, principalmente em Mecânica, Eletrotécnica e Eletrônica. Figura 131 - Formação dos funcionários de Angra 1 Fonte: Eletronuclear, 2009 Quanto aos funcionários de Angra 1 com ensino superior, tem-se as seguintes especialidades: Administração de Empresas, Análise de Sistemas, Arquivologia, Ciências Biológicas, Ciências Náuticas, Comunicação Social, Direito, Economia, Educação Física, Engenharia Civil, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia Elétrica, Engenharia Eletrônica, Engenharia Industrial, Engenharia Mecânica, Engenharia Operacional, Engenharia Química, Física, Letras, Matemática e Química. Os profissionais mais abundantes são os engenheiros, principalmente os mecânicos (34%) e eletricistas (25,8%), conforme a Figura 132. 260 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 132 – Proporção de funcionários por especialidade Fonte: Eletronuclear, 2009. Por meio de uma análise no histórico curricular dos funcionários dos departamentos acima analisados, pode-se inferir que de alguma forma a Eletronuclear estimula a permanente reciclagem educacional dos funcionários, pois cerca de 25% desses funcionários se graduaram após a entrada na empresa. 5.4.4.8 Lazer Este item tem por objetivo apontar atividades de lazer realizadas pelos funcionários da CNAAA. Em 2006, visando investir na busca da melhoria da qualidade de vida para os moradores das Vilas Residenciais, foi feita uma pesquisa para avaliação do estilo de vida desses empregados e suas sugestões para projetos na área social a serem desenvolvidos nas Vilas Residenciais da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Faz-se necessário conhecer e compreender os mecanismos sociais envolvidos no processo para a constituição de empregados e dependentes mais satisfeitos, saudáveis e com maior desejo de fixação na localidade e, também, para a promoção de uma melhor relação e vínculo destes com a Empresa. É importante avaliar as relações da vida humana que se manifestam nas Vilas Residenciais e considerar as adaptações necessárias ao estilo de vida desses moradores em razão dos seguintes aspectos: • “isolamento” geográfico destas localidades; • distância dos grandes centros; • heterogeneidade cultural desta população constituída e que reside muito proximamente; 261 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto • questões de integração social; • “normas comportamentais” da Empresa “aplicadas” às suas Vilas, entre outros. A organização da vida pessoal de cada morador passa por um processo adaptativo às novas condições e, para muitos, são transformações significativas no que se refere aos laços sociais, redefinindo funções sociais e individuais em diferentes níveis econômico, cultural, psicológico e familiar, como conseqüência da mudança de moradia para as Vilas Residenciais. Para o levantamento das informações necessárias à pesquisa, foi utilizado um questionário estruturado para identificação do empregado e sua família, caracterização do estilo de vida dos mesmos e as suas sugestões para atividades que poderiam ser implementadas. Quanto à prática de atividades físicas, tem-se que o total de empregados que não praticam qualquer atividade física é representando por 51,9%. As mulheres solteiras são as que mais exercem atividades físicas, 52,9%, seguidas das divorciadas e casadas, correspondendo a 50% e 35,7%, respectivamente, conforme demonstrado na Figura 133. Com relação aos homens, tem-se que 48% dos casados exercem atividade física; 45,2% dos solteiros; 67% dos divorciados e 100% dos que se encontram na categoria “Outros” (Separados e/ou Viúvos), conforme a Figura 133. Figura 133 – Relação entre gênero, estado civil e prática de atividade física de funcionários da CNAAA Fonte: Eletronuclear, 2006. O resultado obtido nesta amostra conduz, portanto, à conclusão de que enquanto a atividade física para os homens é mais freqüente entre os casados ou divorciados, para as mulheres é mais freqüente entre as solteiras, o que pode estar associado à jornada dupla de trabalho daquelas que são casadas. Com relação à paternidade, 52,2% dos que não têm filhos praticam alguma atividade física, enquanto que 49,2%, daqueles com filhos, praticam. Com relação a 262 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto maternidade, 50% das que não tem filhos praticam atividade física enquanto que 38,2% daquelas com filhos praticam. Por meio da Figura 134 percebe-se a diferença percentual entre a prática de atividade física para o gênero masculino, com ou sem filhos, é de 3,0% e para o gênero feminino de 11,8%. Figura 134 - Relação entre gênero, paternidade ou maternidade e prática de atividade física de funcionários da CNAAA Fonte: Eletronuclear, 2006. Portanto, para o gênero masculino, a prática de atividade física varia pouco com relação ao estado civil e a paternidade. Já com relação ao gênero feminino, nota-se que tanto o estado civil quanto a maternidade representam um diferencial à atividade física. Dentre os familiares dos entrevistados, 56,5% não praticam atividades física. Dos 42% que praticam, 64,8% são os filhos e 48,4% são os cônjuges. Quanto ao tipo de atividade física realizada pelos empregados, com a possibilidade da mesma pessoa praticar mais de uma modalidade de atividade física, tem-se que a modalidade que aparece mais freqüentemente é a aeróbica (bicicleta, corrida, caminhada etc.), citada por 57,7% dos empregados; seguida por esporte praticado em quadra (futebol, voleibol, tênis etc.) citada por 39,4% dos empregados; academia (ginástica, musculação etc.) com 28,8% das citações; atividades no mar (surf, vela e canoagem) com 15,4%; atividades realizadas em piscina (natação e hidroginástica) com 14,4%; artes marciais com 3,8%; e outros (atividades não identificadas) com 2,9%, conforme a Figura 135. 263 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 135 – Tipo de atividades físicas realizadas pelos empregados da CNAAA Fonte: Eletronuclear, 2006. Grande parte das modalidades de atividades física praticadas, tais como esporte em quadras, atividades na piscina e em academias de ginástica, são realizadas nos clubes das Vilas Residenciais. Quanto às atividades de lazer, individual ou com a família, realizadas nos fins de semana, tem-se que todos citaram como forma de lazer algum tipo de atividade em casa (internet, leitura, culinária, ouvir música, assistir televisão etc.). Além de atividades caseiras, costumam realizar também viagens e excursões, 56,9%; seguido de visitas a amigos e parentes, 38,0%; cinema, com 32,9%; atividades marítimas (pesca, vela, entre outros), 8,3%; atividades ao ar livre (passeios, jardinagem etc.) com 2,8%; atividades em clubes (baile, show etc.) com 2,3%; e “outros” (não identificadas) com 27,3%. Figura 136 - Tipo de atividade de lazer realizada pelos empregados da CNAAA Fonte: Eletronuclear, 2006. Quanto ao local onde as atividades são realizadas observa-se que a maioria dos empregados, 57,9%, realiza suas atividades de lazer no bairro onde residem e 53,7% em outras cidades 264 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 137 – Locais onde os funcionários da CNAAA realizam atividades de lazer Fonte: Eletronuclear, 2006. Pode-se inferir que as práticas de lazer, tais como atividades ao ar livre, praia, clube, jardinagem, internet, leitura, entre outras, são realizadas nas Vilas Residenciais da CNAAA. Apenas eventos culturais, restaurantes e outras opções de lazer são buscados em bairros distantes ou outras cidades. Quanto à relação entre local de residência do empregado e associação a clubes, temse que 56,5% não é associado a um clube. A Vila de Mambucaba possui 20,8% dos associados a clubes, a Vila de Praia Brava 14,8%, a Vila Operária 2,3%, o Perequê 1,4%, e a Vila Consag, Frade e Angra não possuem nenhum empregado associado a clubes. Os dados mostram que os residentes na Vila de Mambucaba, na sua maioria, são associados a Clube, o que não ocorre nos demais locais citados na pesquisa. Dos moradores da Vila de Mambucaba, 45,6% são sócios do Clube Campestre, 3,3% de outros clubes e 1,1% do Náutico. Dos moradores da Vila de Praia Brava, 32,2% são sócios do Náutico, 2,2% de outros clubes e 1,1% do Campestre; dos moradores da Vila Operária, 5,6% são sócios do Campestre; dos moradores do Perequê, 1,1% é sócio do Campestre, 1,1% do Náutico e 1,1% de outros clubes. Quanto a sugestões apresentadas pelos empregados para projetos na área social e tipos de atividades a ser implementada para melhorar a qualidade de vida nas Vilas Residenciais, a grande demanda, 97,7%, sugeriu ações administrativas nas Vilas Residenciais, como: o Investimento para melhorias estruturais nos clubes (especialmente o Clube Náutico); o Reforma (elétrica e alvenaria) e construção de quadras cimentadas, inclusive coberta e quadras nas praias (voleibol e futebol); o Subsídio financeiro da Empresa as atividades esportivas e de lazer realizadas nos clubes e Vilas; 265 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto o Reforma do parque infantil (Vila de Praia Brava e Vila Operária) e construção nas Vilas de Mambucaba e Vila Consag; o Modernização do cinema de Praia Brava (som e tela); o Modernização da biblioteca na Vila Operária. Também é significativa, 81,9%, a demanda por atividades físicas e esportivas nas Vilas Residenciais. Aparece também a solicitação de atividades esportivas direcionadas aos empregados no ambiente da empresa, laboral ou não. Representa 49,5% a demanda por viagens e excursões direcionadas para os empregados e seus familiares. Cursos relacionados à arte (teatro, canto, música, artesanato, etc.) despertaram interesse em 43,1% dos respondentes. A busca por atividades festivas (bailes, gincanas, jantares, shows etc.) nos clubes foi citada por 25,5% dos empregados. Foi de 19,9% a indicação na pesquisa de cursos de formação profissional (técnico e universitário). O percentual de procura por atividades culturais (desfile de moda, exposição, peças de teatro, festivais de música, etc.) é de 16,2%, conforme a Figura 138. Figura 138 - Sugestões apresentadas pelos empregados para projetos na área social e tipos de atividades a serem implementadas nas Vilas Residenciais Fonte: Eletronuclear, 2006. Dessa forma, devido à preocupação da Eletronuclear com a qualidade de vida de seus funcionários e estagiários, está em fase de elaboração o intitulado Programa Qualidade de Vida – “Bem Viver Eletronuclear” com o objetivo de implementar ações de promoção e educação em saúde física, emocional e social, além do desenvolvimento pessoal e profissional do empregado, com ênfase na autoestima e autoconhecimento. 266 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.4.5 AVALIAR OS IMPACTOS SOBRE OS RISCOS A SAÚDE (FÍSICO E PSICOLÓGICO) DOS TRABALHADORES DA UNIDADE 1 E COMUNIDADES DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA Neste item serão avaliados possíveis impactos sobre os riscos a saúde dos trabalhadores de Angra 1 e comunidades das áreas de influência. Para tanto, serão abordados os dados referentes a Fundação Eletronuclear de Assistência Médica – FEAM, que é a principal instituição que fornece serviços de saúde nas áreas de influência direta (AID 15 e 5) de Angra 1. A FEAM é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos, tendo sido constituída com o objetivo de dar execução às ações de responsabilidade social da empresa, Eletronuclear S.A., na sua área de atuação direta, sem deixar de atender a saúde do trabalhador e assegurar as condições para a execução do Planejamento de Emergência, onde a existência do Centro de Medicina em Radiações Ionizantes cumpre papel fundamental. Em 1997 após a criação da Eletrobrás Termonuclear S.A. – Eletronuclear, iniciaram-se os estudos para a transformação das unidades de saúde de FURNAS em Angra dos Reis, em uma Fundação de Assistência Médica, culminando com a aprovação do Estatuto pela Curadoria das Fundações, do Ministério Público Estadual, em 1999 e instituída em Escritura Pública de Consolidação de Instituição, Dotação e Estatuto lavrada no 17º Ofício de Notas da Capital em 28/10/1999, e registrado no 2º Ofício de Justiça de Angra dos Reis em 12/04/2000 quando os integrantes do Conselho de Curadores, do Conselho de Diretores e do Conselho Fiscal, tomaram posse. Tendo a Eletrobrás Termonuclear S/A como sua mantenedora. A FEAM entende a Saúde do Trabalhador, em seu sentido mais amplo, como ações preventivas e curativas, particularmente em função da localização das instalações da operadora fora da área urbana do município de Angra dos Reis. Outro componente fundamental desta ação é o aspecto referente ao atendimento às conseqüências de “acidentes” com radiações ionizantes, sejam eles acidentes de trabalho ou de maior monta, e que são desenvolvidos pelo Ambulatório de Itaorna e pelo Centro de Medicina das Radiações Ionizantes e pelo Hospital de Praia Brava, articuladamente. Assim a atuação da FEAM, deve ser compreendida em duas vertentes: o da garantia de suporte às ações da Operadora/Mantenedora, diretamente, através do atendimento aos seus funcionários e do suporte às suas ações de Planejamento de Emergência – com as inter-relações dela decorrentes; e também como um instrumento de inserção regional, permitindo a ampliação da aceitação das ações da Operadora junto à comunidade local, regional e nacional, bem como de visualização de seu comprometimento efetivo com a sociedade como um todo, realizando através de um único instrumento ações que são também definidas como de “responsabilidade social”, aspecto de valoração dos setores industriais, nos seus diversos ramos a nível nacional e internacional. 267 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Através de sua unidade hospitalar atua também atendendo a demanda de clientes do Convênio SUS, cerca de 135.775 procedimentos em 2006. A FEAM, com um número total de procedimentos, considerando saúde ocupacional, saúde convencional e exames complementares, de aproximadamente 263.699, utiliza-se de instalações, localizadas nas cidades em Angra dos Reis e Parati. Na Tabela 70, estão discriminadas, respectivamente, suas instalações produtos e serviços de atendimento prestados. Tabela 70 - instalações produtos e serviços de atendimento prestados pela FEAM INSTALAÇÕES PRODUTOS E SERVIÇOS DE ATENDIMENTO Hospital de Praia Brava – Rua Oito s/nº - Vila de Praia Brava – Angra dos Reis 1. Atendimento médico de urgência e emergência em diversas especialidades; 2. Consultas eletivas; 3. Internações clínicas; 4. Internações cirúrgicas; 5. Unidade de Diagnóstico por Imagem; 6. Laboratório;7. Serviços Técnicos de Apoio 8. Parte integrante da resposta da área de saúde a acidentes por radiação ionizante Centro Médico de Mambucaba – Mambucaba – Parati 1. Consultas clínicas; 2. Serviços Técnicos de Apoio Ambulatório Médico de Itaorna (CNAAA) – Itaorna – Angra dos Reis 1. Medicina Ocupacional; 2. Pronto-Socorro; 3. Odontologia do Trabalho e perícias 4. Serviços Técnicos de Apoio; 6 . Exames Complementares; 7. Participação em e Exercícios Simulados no CNAAA. Centro de Medicina em Radiações Ionizantes - Vila Operária – Tarituba – Parati Unidade responsável pela elaboração, avaliação e desenvolvimento das atividades da área de saúde relacionadas à radioacidentados especiais incluindo capacitação de pessoal Fundação Eletronuclear de Assistência Médica Rua Oito s/nº - Vila de Praia Brava – Angra dos Reis 1.Centro de Treinamento Prof Nelson Valverde , 2. Centro de Estudos Dr. Carmelo Stanzziola , 3.Relações Institucionais, 4.Informática, 5.Telefonia, 6.Patrimônio, 7. Custos e Orçamento, 8.Suprimentos , 9. Compras e Contratos, 10. Contabilidade, 11.Tesouraria, 12. Recursos Humanos, 13. Serviço de Saúde , Medicina e Segurança do Trabalho, 14.Faturamento,15. Higienização,16. Manutenção, 17 Transporte. Fonte: FEAM, 2007. O quadro de colaboradores da FEAM é regido pela CLT. Existem funcionários cedidos pela Mantenedora e pequena parcela com vínculos de prestação de serviços em especialidades médicas e exames complementares. Na Tabela 71 apresenta-se um resumo da força de trabalho da FEAM, todos assistidos pela área de segurança e higiene do trabalho e devidamente treinados ou formados para o desempenho de suas funções, com as devidas comissões instituídas. Aproximadamente 68,0% é residente no município de Angra dos Reis, 14,0% no município do Rio de Janeiro, 12,0% em Parati, Rio Claro e Volta Redonda e 6,0 % em outros municípios do estado do Rio de Janeiro. 268 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 71 - Força de trabalho da FEAM FORÇA DE TRABALHO DA FEAM QUANTITATIVO ESCOLARIDADE 424 FEAM ETN CONTRATADOS FUNDAMENTAL MÉDIO 90,8 6,6% 2,6% 12,7% 52,1% DISTRIBUIÇÃO POR CATEGORIA CATEGORIA QUANTIDADE Assistente Social 02 Auxiliar de Laboratório 02 Biólogo 01 Dentista 03 Enfermeiro 13 Farmacêuticos 06 Fisioterapeuta 01 Médicos 79 Nutricionistas 02 TÉCNICOS (Radiologia, Laboratório, 136 Imobilização e Enfermagem) Administrativos e Diretoria 179 SUPERIOR 35,2% Fonte: FEAM, 2007. A área de atuação abrange a população estimada dos municípios de Angra dos Reis, com 148.476 habitantes; Parati, com 32.838 e Rio Claro com 17.216 habitantes (IBGE, 2007). Na Tabela 72, estão segmentados os principais clientes, usuários e suas principais necessidades. Tabela 72 - Principais clientes, usuários e suas principais necessidades FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO 1. Qualidade 2.Comprometimento 3. Responsabilidade 4. Eficácia 5. Confiabilidade 6. Humanização 7. Equidade PRINCIPAIS NECESSIDADES SERVIÇOS Eletronuclear S.A (1) (2) (3) (4) (5) Atendimento a radioacidentados, Centro de Medicina das Radiações Ionizantes, parte do Plano de Emergência Local; Atendimento ao trabalhador, perícias médicas e exames admissionais, periódicos e demissionais. Trabalhadores da CNAAA e seus dependentes (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Serviços oferecidos pelo Hospital de Praia Brava, Unidade Médica de Mambucaba e Ambulatório Médico de Itaorna; Ações de Responsabilidade Social da FEAM População das Vilas Residenciais (fixa, em trânsito) (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Serviços oferecidos pelo Hospital de Praia Brava e Unidade Médica de Mambucaba; Ações de Responsabilidade Social da FEAM População da Área de Influência Direta e Indireta da CNAAA (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) População da Área de Influência; Serviços oferecidos pelo HPB; Ações de Responsabilidade Social da FEAM Clientes de Convênios (HPB) (1) (2) (3) (4) (5) (6) Serviços oferecidos pelo Hospital de Praia Brava e Unidade médica de Mambucaba. Clientes particulares (1) (2) (3) (4) (5) (6) Serviços oferecidos pelo Hospital de Praia Brava e Unidade médica de Mambucaba. Prefeitura de Angra dos Reis (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) População referenciada pelos Postos de Saúde da Área de Influência Direta Frade – Perequê – Bracuí – atendimentos de especialidades. Atendimentos de Emergência. Internações CLIENTES 269 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO 1. Qualidade 2.Comprometimento 3. Responsabilidade 4. Eficácia 5. Confiabilidade 6. Humanização 7. Equidade PRINCIPAIS NECESSIDADES CLIENTES SERVIÇOS eletivas e de Urgência Prefeitura de Parati (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) População referenciada pelos Postos de Saúde da Área de Influência Direta Tarituba - atendimentos de especialidades. Atendimentos de Emergência. Internações eletivas e de Urgência. Governo Estadual do Rio de Janeiro (1) (2) (3) (4) (5) Plano de Emergência Externo; - Parceria no atendimento hospitalar em acidentes ocorridos na BR 101, no Hospital de Praia Brava Governo Federal (1) (2) (3) (4) (5) Plano de Emergência Local e Plano de Emergência Externo. Fonte: FEAM, 2007. A partir de 2004, visando à melhoria da participação em projetos de cunho sociais a Fundação inscreveu-se em comitês de entidades governamentais (Fome Zero) e em 2006 em comitês civis. Os projetos assistidos pela Fundação são avaliados quanto as seus resultados desde 2003. A seguir, estão descritos na os indicadores hospitalares, entre cirurgias, atendimentos de emergência, taxa de mortalidade, entre outros, que descrevem parte dos atendimentos realizados pela FEAM em 2007 e 2008. Tabela 73 – Indicadores Hospitalares da FEAM Indicadores Hospitalares 2007 2008 Cirurgias Nº % % Nº % % Total 1.806 100,0 - 1.623 100,0 - S.U.S 1.260 72,5 - 1.064 65,6 - Part/Convênios 546 27,5 - 559 34,4 - Partos Cesariana 234 52,2 - 247 61,3 - S.U.S 169 77,4 - 183 74,1 - Particular 19 9,8 - 7 2,8 - Convênios 46 12,8 - 57 23,1 - Partos Normais 184 47,8 - 156 38,7 - S.U.S 178 96,0 - 147 94,8 - Particular 0 0,0 - 1 0,6 - Convênios 6 4,0 - 8 5,2 - Nº Internações S.U.S 1.764 71,6 - 1.442 64,9 - Particular 81 3,1 - 72 3,2 - Convênios 720 25,3 - 709 31,9 - Total 2.565 100,0 - 2.223 100,0 - Taxa de Ocupação S.U.S 62,7 63,5 Part/Convênios 38,4 53,8 Total 56,2 66,32 Tempo Médio Permanência 3,6 3,9 Nº de Remoção 55 72 270 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Indicadores Hospitalares 2007 2008 Tx.de Mortalidade Hospitalar 1,8 1,9 Laboratório Exames S.U.S 62.191 54,8 - 63.905 56,5 - Exames Part/Conv 51.332 45,2 - 49.210 43,5 - Exames Total 113.523 100,0 - 113.115 100,0 - Radiologia Exames S.U.S 18.577 68,8 - 17.317 69,4 - Exames Part/Conv 8.433 31,2 - 7.632 30,6 - Exames Total 27.010 100,0 - 24.949 100,0 - Ecocardiograma Nº % % Nº % % Exames S.U.S 102 11,2 - 170 12,5 - Exames Part/Conv 812 88,8 - 1.195 87,5 - Exames Total 914 100,0 - 1.365 100,0 - Exames S.U.S 1.352 40,3 - 1.419 41,1 - Exames Part/Conv 2.005 59,7 - 2.033 58,9 - Exames Total 3.357 100,0 - 3.452 100,0 - Ultrassonografia Endoscopia Exames S.U.S 12 7,0 - 19 9,79 - Exames Part/Conv 171 93,0 - 175 90,2 - Exames Total 183 100,0 - 194 100,0 - Exames S.U.S 3 10,0 - 8 17,8 - Exames Part/Conv 27 90,0 - 37 82,2 - Exames Total 30 100,0 - 45 100,0 - Colonoscopia Nº Acidentes do Trabalho 15 10 Ambulatório-HPB S.U.S 7.242 39,9 - 6.871 33,9 - Particular 1.080 6,0 - 1.337 6,6 - Convênios 9.811 54,1 - 12.073 59,5 - Total 18.133 100,0 - 20.281 100,0 - S.U.S 49.614 88,9 - 46.030 91,5 - Particular 120 0,2 - 52 0,1 - Convênios 6.047 10,8 - 4.245 8,4 - Emergência-HPB 271 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Indicadores Hospitalares 2007 Total 1 55.781 Base de Cálculo 15.277 2008 100,0 - 50.327 100,0 13.835 59.865 - Serviço Pronto Atendimento Total 2 9110 - 9.538 - Total 1 + Total 2 64.891 76,5 59.865 76,5 23,5 23,5 C.M.Mambucaba S.U.S 18 0,7 - 251 9,9 - Particular 51 2,0 - 55 2,2 - Convênios 2.495 97,3 - 2.235 88,0 - Total 2.564 100,0 - 2.541 100,0 - Fonte: FEAM, 2008. A seguir, na Tabela 74 e na Tabela 75 foi descrito o Perfil Nosológico do Hospital de Praia Brava pelas seguintes áreas de atendimento a pacientes: Emergência, Ambulatório e Internação. Emergência: Número de Acidentes Automobilísticos e Atropelamentos na área de abrangência do Hospital de Praia Brava (do distrito de Ariró, no município de Angra dos Reis, ao distrito de Tarituba, município de Parati) de Janeiro a Novembro de 2008: 304. Perfil Nosológico - 2008: Quadro Infeccioso a Esclarecer; Hipertensão Arterial Sistêmica; Quadros Álgicos; e Asma Brônquica. Tabela 74 - Perfil Nosológico por Especialidades Médicas Oferecidas no Ambulatório de Praia Brava por ordem de maior freqüência – 2008 Especialidade Perfil Nosológico 1º Ortopedia Fraturas, Lombalgia, Artrose 2º Ginecologia/Obstetrícia Pré-Natal, Coleta de Preventivo, Miomatose 3º Cardiologia Hipertensão Arterial, Arritmias, Precordialgia 4º Angiologia Escleroterapia, Varizes, Trombose 5º Pediatria Puericultura, Infecção de Vias Aéreas superiores, Dislipidemia 6º Clínica Médica Hipertensão Arterial, Viroses, Infecção trato Urinário 7º Cirurgia Geral Hérnia umbilical, Hérnia Inguinal, Fimose 8º Otorrinolaringologia Obstrução por Cerume, Rinite, Desvio de Septo 9º Urologia Hiperplasia Prostática, Disúria, Cálculo Renal 10º Dermatologia Onicomicose, Psoríase, Acne Fonte: FEAM, 2008. Tabela 75 - Internação por Especialidades Médicas Oferecidas no Ambulatório de Praia Brava por ordem de maior freqüência – 2008 Especialidade Motivo da Internação 1º Patologias Obstétricas e Ginecológicas Parto Normal, Parto Cesáreo, Pré – eclampsia, Aborto 2º Doença do Aparelho Cardiovascular Hipertensão Arterial, Angina, Infarto, Insuficiência Cardíaca Congestiva 272 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Especialidade Motivo da Internação 3º Doença do Aparelho Digestivo Calculose Vesicular, Hérnia Inguinal, Hérnia, Umbilical, Apendicite 4º Doença Infecciosa Dengue. Doença diarréica, Erisipela 5º Doença do Aparelho Respiratório Pneumonia, Bronquite, Bronquiolite 6º Doença do Aparelho Locomotor Fratura de membros superiores, Fratura de membros inferiores Fonte: FEAM, 2008. A FEAM concentra trinta e seis especialidades desenvolvidas nas áreas de Ambulatório Médico e Ocupacional, Internações Clínicas e Internações Cirúrgicas, com trinta e quatro planos de Assistência Médica e convênio com a FUSAR para atendimento ao SUS. A Instituição tem como finalidade direcionar o foco dos seus recursos, da sua tecnologia e de seu capital intelectual para as áreas de Medicina Ocupacional, Emergência Radiológica, atendimento aos funcionários da Eletronuclear e seus familiares, melhoria das condições de saúde da população circunvizinha a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto e execução do Planejamento de Emergência. 5.4.6 AVALIAR OUTROS IMPACTOS (RADIOLÓGICOS OU NÃO) QUE SEJAM CONSTATADOS NO MEIO SOCIOECONÔMICO, NAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA Neste item serão avaliados possíveis impactos radiológicos no meio socioeconômico nas áreas de influência do empreendimento. Para tanto, serão abordados aspectos de saúde e programas de monitoramento ambiental. Por meio da Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, Escola Nacional de Saúde Pública e Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana – CESTEH, obteve-se o Estudo Comparativo da Mortalidade por Câncer e Má Formação Congênita dos municípios de Angra dos Reis e Cabo Frio, de 2001 a 2005. A percepção pública sobre o emprego da tecnologia nuclear gera na população residente nos arredores de uma instalação nuclear um sentimento de ameaça ao risco da exposição à radiação ionizante. Medidas de cunho preventivo podem proporcionar mais segurança tanto para a população trabalhadora como para os que residem nas imediações das Usinas. Além destas medidas, outra forma de se garantir esse preceito, é o acompanhamento de indicadores das populações das áreas de influência de instalações nucleares. Os objetivos desse estudo foram estimar o risco de adoecer e morrer por doenças potencialmente relacionadas à exposição à radiação ionizante no município de Angra dos Reis no período de 2001 a 2005 e atualizar e aperfeiçoar os recortes de análise para os dados obtidos no estudo de Schubert (2004). 273 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Estudo ecológico das populações dos municípios de Angra dos Reis e Cabo Frio, com o propósito de estabelecer comparações entre essas populações, a área de influência (Angra, Parati e Rio Claro), e a do estado do Rio de Janeiro (atualizando os dados de Schubert para o período de 2001 a 2005). A análise dos dados foi subdividida em dois principais grupos de tabelas: 1. Angra dos Reis x Cabo Frio (Tabela 76); 2. Angra dos Reis x estado do Rio de Janeiro (Tabela 77). Em cada caso, as estimativas pontuais de taxa de incidência (TI) por 100.000 habitantes permitiram a geração de estimativas intervalares (máx. e mín.) do risco relativo (RR) para o período de 2001-2005 em cada grupo de causas de morte selecionado. Tabela 76 - Número Médio Anual de Óbitos por Neoplasias e Má Formações Congênitas/100.000 Hab. & Risco Relativo: Angra dos Reis e Cabo Frio Causas Angra Cabo Frio Risco Relativo Óbitos TI Óbitos TI Mín. RR Máx. Neoplasias 99 76,4 99 69,2 0,83 1,10 1,45 Má Formação Congênita 9 6,9 8 5,6 0,47 1,24 3,21 Fonte: FIOCRUZ, 2008 Tabela 77 - Número Médio Anual de Óbitos por Neoplasias e Má Formações Congênitas/100.000 Hab. & Risco Relativo: Angra dos Reis e Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro Angra Causas Risco Relativo Óbitos TI Óbitos TI Mín. RR Máx. Neoplasias 99 76,4 16104 108,2 0,57 0,70 0,85 Má Formação Congênita 9 6,9 817 5,5 0,65 1,26 2,43 Fonte: FIOCRUZ, 2008 A avaliação dos resultados apontam no sentido de que não há alterações de risco relativo comparando a população de Angra dos Reis e a população da sua área de influência em relação ao município de Cabo Frio e ao estado do Rio de Janeiro. A Eletronuclear elabora anualmente o relatório da monitoração ambiental nas áreas de influência da CNAAA denominado PMARO (Programa de Monitoração Ambiental Radiológico Operacional). O objetivo deste programa é medir os níveis de radiação natural e artificial em amostras de origem diversa, permitindo com isso que sejam traçadas tendências da atividade de radionuclídeos no ambiente adjacente à CNAAA. As amostras coletadas e analisadas nos PMARO são de origem marinha (peixes, algas, areia de praia, sedimento marinho e água do mar), terrestre (leite, pasto, água de superfície, água de rio, água subterrânea, sedimento de rio, banana e solo) e aérea (ar – particulado e iodo e precipitação pluviométrica). Os pontos de coletas são específicos, conforme o tipo das amostras, sendo realizados tanto nas áreas de influência de Angra 1, onde localizam-se as chamadas áreas de impacto, como em áreas de controle, para que seja possível identificar a influência das operações da 274 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto CNAAA contra um grupo de elementos semelhantes oriundos de áreas não influenciadas. A seguir são apresentados os resultados do PMARO para os anos de 2005 a 2007. As análises de níveis de radiação natural e artificial das amostras de origem marinha, como água do mar, sedimento marinho, areia de praia, algas e peixes, evidenciam a existência de possíveis impactos na qualidade das águas utilizadas para recreação e produção pesqueira. Peixes: as amostras coletadas nesta categoria são peixes de curso (garoupa) e sedentários (carapeba). O número de análises realizadas foi de 6 em 2005 (Eletronuclear, 2005a) e 2007 (Eletronuclear, 2007) e 4 em 2006 (Eletronuclear, 2006). Os pontos de coleta, nos três anos, foram Piraquara de Fora (área de impacto, AID 15) – onde a coleta é trimestral, e Tarituba (área de controle, AID 15) – onde a coleta é semestral. Em nenhum dos últimos 3 anos foi detectada presença de radionuclídeos artificiais nas amostras de peixes, seja na área de impacto ou na de controle. Os níveis de radionuclídeos naturais (potássio) permaneceram dentro dos níveis normais. Algas: as amostras da alga do gênero Sargassum são coletadas em quatro pontos de Piraquara (área de impacto) e em Tarituba (área de controle). A coleta nessas áreas é trimestral e semestral, respectivamente. Nos últimos três anos, não foi possível a análise na área de impacto, pois a alga Sargassum não foi encontrada. Na área de controle foram realizadas 2 análises por ano. As análises das amostras não detectaram a presença de radionuclídeos artificiais, e os níveis de radionuclídeos naturais permaneceram dentro dos níveis normais. Areia de praia: as amostras são coletadas em dois pontos de Piraquara, um na Praia Brava, um na Praia do Frade e um em Mambucaba (todos na área de impacto) e também em Tarituba (área de controle). A frequência programada para as análises é semestral. Nos últimos três anos, não foram detectados radionuclídeos artificiais nas amostras de areia de praia coletadas, seja na área de impacto ou na área de controle. Os radionuclídeos naturais mantiveram-se nos níveis normais. Sedimento marinho: as amostras da área de impacto são coletadas nos seguintes pontos: Piraquara, ITA, Ilha Brandão, Praia do Frade e Ilha Paquetá. Na área de controle, as amostras são coletadas em Tarituba. As análises são trimestrais nos pontos em Piraquara e semestrais nos demais, e totalizam 24 por ano. Em 2005 foi detectado manganês em 5 amostras, cobalto em 6 amostras e césio em uma amostra, todas na área de impacto (Piraquara), todas em níveis inferiores aos estabelecidos como seguros pela norma Regulatory Guide 4.8. Em 2006 foi detectado cobalto em 7 das amostras coletadas em Piraquara, novamente em níveis inferiores aos recomendados pela norma. Em 2007, foi detectado manganês em 2 amostras e cobalto em 8, todas coletadas em Piraquara. Assim como nos anos anteriores, os níveis detectados eram mais baixos do que os determinados como seguros pela norma Regulatory Guide 4.8. De acordo com a CNAAA, o material 275 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto radioativo detectado no sedimento marinho não acarreta problemas de saúde de banhistas e nem para o ambiente natural e são resíduos do problema operacional da Usina Angra 1, ocorrido em 1987. Água do mar: as amostras são coletadas em Piraquara e Itaorna (área de impacto) e na Ilha Brandão e Tarituba (área de controle). As análises são mensais e trimestrais na área de impacto, e trimestrais e semestrais na área de controle. Anualmente, são realizadas 62 análises de água do mar. Nos últimos três anos, não foram detectados radionuclídeos artificiais em nenhuma das amostras coletadas. Os radionuclídeos naturais mantiveram-se dentro dos níveis normais, tanto na área de impacto como na área de controle. As análises de níveis de radiação natural e artificial das amostras de origem terrestre, como água de superfície, água de rio, água subterrânea, sedimento de rio, leite, pasto, banana e solo evidenciam a existência de possíveis impactos na qualidade das águas utilizadas para recreação, consumo humano, produção agropecuária, irrigação e produção pesqueira. Água de superfície: na área de impacto, as amostras são coletadas na Praia Brava e na Vila do Frade, e na área de controle, no Colégio Naval e em Parati. São realizadas 32 análises anualmente, com freqüência trimestral para ambas as áreas. Nos últimos três anos, as análises não identificaram presença de radionuclídeos artificiais em nenhuma das amostras coletadas. Os radionuclídeos naturais permaneceram dentro dos níveis normais. Água de rio: são coletadas amostras do Rio do Frade e do Rio Mambucaba, na área de impacto da Usina. A freqüência da análise é anual, e nos últimos três anos não foram detectados radionuclídeos artificiais em nenhuma das amostras. Os radionuclídeos naturais permaneceram dentro dos limites normais. Água subterrânea: as amostras são coletadas em Itaorna, dentro da área de impacto, e a análise realizada anualmente. Não foram detectados, nos últimos três anos, quaisquer materiais radioativos artificiais nas amostras. A presença de radionuclídeos naturais foi determinada como estando dentro dos níveis normais. Sedimento de rio: são coletadas amostras do Rio do Frade e do Rio Mambucaba, dentro da área de impacto da Usina. As análises possuem periodicidade anual, e, nos últimos três anos, não identificaram a presença de radionuclídeos artificiais em nenhuma das amostras. Os radionuclídeos naturais permaneceram dentro dos níveis naturais. Em resumo, os três últimos relatórios do PMARO (2005, 2006 e 2007) apresentam níveis de radionuclídeos artificiais e naturais condizentes com as médias históricas registradas pela Eletronuclear inclusive, na maior parte dos casos, sem alterações em relação ao período anterior ao funcionamento das Usinas. Portanto, não foram identificados impactos radiológicos anormais nos recursos hídricos. 276 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Dessa forma, pode-se concluir que a operação da Unidade 1 da CNAAA não causa impactos radiológicos sobre a qualidade das águas utilizadas para recreação, consumo humano, produção agropecuária, produção pesqueira e irrigação, não prejudicando então atividades sociais ou econômicas como a produção agropecuária ou pesqueira – pouco comum na região - e recreação dos moradores locais. 5.5 IMPACTOS RADIOLÓGICOS O impacto radiológico decorrente da operação de uma Usina nuclear se traduz na dose de radiação causada, no ser humano, pela emissão de efluentes radioativos para o meio ambiente. Esta dose é estimada com base em modelos conservativos de cálculo que utilizam dados, em sua maioria, obtidos através de medições e pesquisas na área de interesse (i.e., atividade liberada, dados meteorológicos, hábitos alimentares, etc.). O impacto radiológico é monitorado, na prática, através do Programa de Monitoração Ambiental Radiológico Operacional. Com base na análise das amostras que compõem o programa, pode-se afirmar que os resultados obtidos em 2007 estão compatíveis com os do período pré-operacional, podendo-se concluir que não houve impacto radiológico no meio ambiente provocado pela operação da Usina Angra 1. Todos os resultados obtidos estão compatíveis com os valores históricos, obtidos desde o período pré-operacional. O impacto radiológico, de forma geral, depende essencialmente dos três fatores principais listados abaixo, os quais serão discutidos em seguida. • Quantidade e tipo de material emitido (Termo Fonte); • Transporte e difusão do material no meio ambiente (Dispersão Atmosférica); • Modo de exposição ao material liberado (Vias de Exposição). 5.5.1 TERMO FONTE A maneira mais eficiente e confiável de se minimizar os impactos radiológicos é o controle sobre a fonte. Este controle é exercido em vários níveis com a finalidade de impedir a liberação do material radioativo para o meio ambiente. No nível administrativo, um sistema de garantia da qualidade é estabelecido, para assegurar a qualidade global do empreendimento, abrangendo as fases de planejamento, projeto, construção, fabricação de componentes, montagem, testes e operação. Este sistema é concebido de tal forma a permitir a detecção de quaisquer desvios de especificações ou procedimentos, possibilitando, assim, que ações corretivas sejam tomadas durante qualquer uma das fases acima mencionadas. 277 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A liberação de efluentes radioativos de uma Usina nuclear durante sua operação normal é muito pequena. Apesar disto, as quantidades liberadas são rigorosamente medidas e devidamente documentadas. Um levantamento realizado em Usinas alemãs com reatores a água pressurizada, abrangendo 77 reatores por ano de operação (SKAFI, 1984), resultou nos valores médios de liberação mostrados na Tabela 78. Os impactos radiológicos da Usina são estimados a partir de valores propostos de liberação que, por um lado, sejam bastante conservativos, mas que também resultem em doses que se situem abaixo dos limites estabelecidos pelas autoridades competentes. Os valores anuais de liberação, mostrados na Tabela 78 a Tabela 81 foram obtidas dos Relatórios de Análise de Segurança da Usina Angra 1 e serão utilizados mais adiante neste estudo para estimar os impactos resultantes de sua operação. Tabela 78 – Liberação Anual Média de Efluentes Radioativos de Usinas Alemãs com Reatores a Água Pressurizada (Bq/ano). Liberação Substâncias Atividade Atmosfera Meio Aquático Gases Nobres 7,5E+12 Aerossóis 1,9E+8 Iodo 131 2,6E+7 Trício 1,2E+13 Outros 2,2E+9 Fonte: PMARO, 2007. Tabela 79 – Liberações de Iodo e Aerossóis para a Atmosfera (Bq/a). Isótopo Angra 1 I131 7,00E+08 I132 2,00E+08 I133 1,10E+09 I134 1,26E+08 I135 5,85E+08 Fonte: PMARO, 2007. Tabela 80 - Liberações para o Mar (Bq/a) Isótopo Angra 1 CO58 1,03E+08 CO60 2,83E+07 MO99 7,66E+07 I131 8,10E+07 I133 1,09E+08 Cs134 1,46E+08 Cs137 5,07E+08 278 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Isótopo Angra 1 Ce 144 1,18E+07 H3 4,03E+12 Fonte: PMARO, 2007. Tabela 81 - Liberações de Gases Nobres para a Atmosfera (Bq/a). Isótopo Angra 1 KR85M 1.59E+11 KR85 2,41E+12 KR87 9,03E+10 KR88 2,72E+1 1 XE133M 1,39E+11 XE133 7,37E+12 XE135M 2,74E+10 XE135 4,49E+11 XE138 5,29E+10 Fonte: PMARO, 2007. 5.5.2 DISPERSÃO ATMOSFÉRICA O outro fator determinante do impacto radiológico, resultante da liberação de material radioativo de uma Usina nuclear, é a maneira como este material é transportado e dispersado no meio ambiente. De fundamental importância, neste caso, é a determinação das concentrações que resultam nos locais onde os seres humanos possam ser, direta ou indiretamente, afetados. No caso de liberações para a atmosfera, as concentrações, resultantes ao nível do solo, dependem essencialmente da altura de lançamento, da topografia local, da velocidade e da direção do vento, assim como da classe de estabilidade atmosférica, a qual determina seu grau de turbulência. Em Angra, o primeiro sistema de aquisição de dados meteorológicos foi posto em operação em dezembro de 1971. Ele consistia, inicialmente, de uma torre central de 50 metros de altura com dois níveis de medição de vento (velocidade e direção) e temperatura, e de 3 torres periféricas de 15 metros de altura com medições de velocidade e direção de vento. Este sistema vem operando desde então e tem sido aperfeiçoado ao longo destes anos. Os dados, obtidos nas torres de medição, são processados (reduzidos) em computador fornecendo como resultado a distribuição associada de freqüências de velocidade e direção de vento em função da classe de estabilidade atmosférica. Esta distribuição associada é utilizada em modelos de dispersão na determinação dos fatores de difusão (concentrações relativas) e de deposição, os quais, aliados ao 279 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto termo fonte, permitem a obtenção das concentrações desejadas nos locais de interesse. O modelo aqui utilizado na determinação dos fatores de dispersão é o modelo gaussiano de difusão com velocidade média de vento constante. Este modelo é um dos mais freqüentemente usados para esta finalidade. Os fatores de deposição relativa foram obtidos de curvas baseadas em medições de velocidades de deposição em função da velocidade do vento e de um modelo de difusão/deposição. Maiores detalhes sobre estes modelos podem ser obtidos da United States Nuclear Regulatory Commission (1977b). Os fatores de dispersão e deposição relativa obtidos pelo modelo acima referido para a Usina Angra 1 e Angra 2 são mostrados da Tabela 82 a Tabela 85. Eles foram calculados a partir de dados médios horários colhidos na Torre Meteorológica A entre 01/01/2000 e 31/12/2001. Os dados de direção e velocidade de vento foram obtidos no nível 10 metros para Angra 1 e no nível de 100 de metros para Angra 2. As classes de estabilidade foram determinadas através do gradiente de temperatura entre os níveis 10 e 100 desta mesma torre. Tabela 82 – Fatores de Difusão Atmosférica (s/m3) de Angra 1 para o período de 2000 a 2001. Distância N NNE NE ENE E ESE SE SSE 1,50E+03 3,46E-07 6,42E-07 1,37E-06 1,97E-07 1,05E-09 1,16E-05 2,40E-05 1,04E-07 2,50E+03 2,47E-07 3,95E-07 2,57E-06 3,28E-06 1,33E-06 1,49E-06 1,69E-06 6,81E-06 3,50E+03 1,59E-07 2,35E-07 1,34E-06 1,40E-06 5,02E-07 6,46E-07 8,95E-07 4,13E-06 4,50E+03 1,12E-07 1,60E-07 8,45E-07 3,20E-07 2,83E-07 2,84E-07 5,69E-07 2,82E-06 5,50E+03 8,45E-08 1,16E-07 4,93E-07 2,17E-07 1,88E-07 1,92E-07 2,31E-07 2,07E-06 6,50E+03 8,01E-08 3,96E-07 3,72E-07 1,60E-07 1,37E-07 1,43E-07 1,74E-07 2,71E-07 7,50E+03 6,52E-08 3,17E-07 2,94E-07 1,24E-07 1,06E-07 1,11E-07 1,38E-07 2,19E-07 8,50E+03 5,46E-08 2,62E-07 2,40E-07 1,01E-07 8,52E-08 8,98E-08 1,13E-07 1,81E-07 9,50E+03 4,66E-08 2,21E-07 2,01E-07 8,39E-08 7,06E-08 7,49E-08 9,49E-08 1,54E-07 1,05E+04 4,02E-08 1,89E-07 1,72E-07 7,15E-08 5,99E-08 6,37E-08 8,14E-08 1,32E-07 1,15E+04 3,53E-08 1,65E-07 1,50E-07 6,23E-08 5,20E-08 5,48E-08 7,05E-08 1,16E-07 1,25E+04 3,13E-08 1,46E-07 1,33E-07 5,47E-08 4,57E-08 4,88E-08 6,29E-08 1,03E-07 1,35E+04 2,84E-08 1,30E-07 1,19E-07 4,85E-08 4,06E-08 4,33E-08 5,61E-08 9,19E-08 1,45E+04 2,56E-08 1,17E-07 1,07E-07 4,35E-08 3,64E-08 3,88E-08 5,04E-08 8,29E-08 1,55E+04 2,33E-08 1,06E-07 9,67E-08 3,93E-08 3,29E-08 3,51E-08 4,56E-08 7,53E-08 2,25E+04 1,37E-08 6,17E-08 5,58E-08 2,29E-08 1,88E-08 2,02E-08 2,66E-08 4,45E-08 2,75E+04 1,04E-08 4,62E-08 4,17E-08 1,71E-08 1,40E-08 1,51E-08 2,00E-08 3,36E-08 3,25E+04 8,22E-09 3,64E-08 3,27E-08 1,34E-08 1,10E-08 1,19E-08 1,58E-08 2,68E-08 3,75E+04 6,74E-09 2,97E-08 2,67E-08 1,09E-08 8,94E-09 9,74E-09 1,30E-08 2,20E-08 4,25E+04 5,67E-09 2,49E-08 2,23E-08 9,18E-09 7,48E-09 8,18E-09 1,09E-08 1,85E-08 4,75E+04 4,86E-09 2,13E-08 1,91E-08 7,86E-09 6,40E-09 7,00E-09 9,38E-09 1,59E-08 Distância S SSW SW WSW W WNW NW NNW 1,50E+03 3,34E-08 3,82E-08 2,42E-08 2,48E-08 2,51E-07 1,92E-07 2,10E-07 2,68E-07 2,50E+03 2,13E-07 5,01E-08 1,72E-07 1,59E-07 1,57E-07 1,22E-07 1,30E-07 1,58E-07 3,50E+03 2,27E-07 6,16E-08 1,19E-07 1,12E-07 1,11E-07 8,67E-08 9,29E-08 1,06E-07 4,50E+03 2,17E-07 1,48E-07 1,52E-07 8,43E-08 8,35E-08 6,51E-08 7,02E-08 7,75E-08 5,50E+03 2,01E-07 1,94E-07 1,42E-07 6,66E-08 6,61E-08 5,12E-08 5,47E-08 7,51E-08 6,50E+03 1,45E-06 1,77E-07 1,15E-07 5,44E-08 5,41E-08 4,17E-08 4,43E-08 6,02E-08 7,50E+03 1,19E-06 1,62E-07 9,65E-08 4,57E-08 4,55E-08 3,50E-08 3,69E-08 4,97E-08 8,50E+03 1,00E-06 1,48E-07 8,25E-08 3,91E-08 3,89E-08 2,98E-08 3,13E-08 4,19E-08 9,50E+03 8,56E-07 1,35E-07 7,19E-08 3,39E-08 3,37E-08 2,58E-08 2,71E-08 3,62E-08 1,05E+04 7,44E-07 1,24E-07 6,33E-08 2,99E-08 2,98E-08 2,26E-08 2,38E-08 3,16E-08 1,15E+04 6,56E-07 1,15E-07 5,63E-08 2,67E-08 2,65E-08 2,01E-08 2,11E-08 2,78E-08 280 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Distância N NNE 1,25E+04 5,85E-07 1,07E-07 1,35E+04 5,26E-07 1,00E-07 1,45E+04 4,77E-07 9,39E-08 1,55E+04 4,35E-07 8,79E-08 2,25E+04 2,64E-07 6,02E-08 2,75E+04 2,01E-07 4,86E-08 3,25E+04 1,61E-07 4,05E-08 3,75E+04 1,33E-07 3,45E-08 4,25E+04 1,13E-07 3,00E-08 4,75E+04 9,70E-08 2,64E-08 Valor Máximo 2,40E-05 Setor SE Distância 1500 m NE 5,05E-08 4,56E-08 4,16E-08 3,81E-08 2,33E-08 1,79E-08 1,44E-08 1,19E-08 1,01E-08 8,73E-09 ENE 2,40E-08 2,17E-08 1,98E-08 1,82E-08 1,12E-08 8,60E-09 6,91E-09 5,72E-09 4,86E-09 4,20E-09 E 2,39E-08 2,16E-08 1,97E-08 1,81E-08 1,12E-08 8,61E-09 6,92E-09 5,73E-09 4,87E-09 4,21E-09 ESE 1,80E-08 1,63E-08 1,48E-08 1,36E-08 8,27E-09 6,32E-09 5,05E-09 4,16E-09 3,51E-09 3,03E-09 SE 1,88E-08 1,70E-08 1,54E-08 1,41E-08 8,50E-09 6,47E-09 5,16E-09 4,24E-09 3,58E-09 3,08E-09 SSE 2,48E-08 2,23E-08 2,02E-08 1,84E-08 1,10E-08 8,34E-09 6,62E-09 5,44E-09 4,58E-09 3,94E-09 Fonte: PMARO, 2007. Tabela 83 –Fatores de Deposição Relativa (m-2) de Angra 1 para o período de 2000 a 2001. Distância N NNE NE ENE E ESE SE SSE 1,50E+03 6,01E-10 1,02E-09 2,45E-09 3,90E-09 9,33E-11 1,43E-08 4,30E-08 5,17E-10 2,50E+03 3,68E-10 6,72E-10 7,24E-09 9,30E-09 2,34E-09 2,24E-09 2,20E-09 1,18E-08 3,50E+03 2,24E-10 3,79E-10 3,58E-09 3,81E-09 8,57E-10 9,33E-10 1,10E-09 6,69E-09 4,50E+03 1,49E-10 2,42E-10 2,12E-09 5,96E-10 4,52E-10 4,64E-10 6,57E-10 4,26E-09 5,50E+03 1,07E-10 1,67E-10 1,16E-09 3,79E-10 2,82E-10 2,96E-10 2,86E-10 2,95E-09 6,50E+03 1,07E-10 8,75E-10 8,31E-10 2,64E-10 1,94E-10 2,06E-10 2,04E-10 2,71E-10 7,50E+03 8,30E-11 6,69E-10 6,23E-10 1,94E-10 1,43E-10 1,52E-10 1,53E-10 2,08E-10 8,50E+03 6,67E-11 5,30E-10 4,86E-10 1,50E-10 1,09E-10 1,17E-10 1,20E-10 1,65E-10 9,50E+03 5,47E-11 4,30E-10 3,90E-10 1,19E-10 8,64E-11 9,33E-11 9,62E-11 1,33E-10 1,05E+04 4,59E-11 3,56E-10 3,21E-10 9,72E-11 7,02E-11 7,59E-11 7,89E-11 1,11E-10 1,15E+04 3,95E-11 3,05E-10 2,72E-10 8,18E-11 5,88E-11 6,30E-11 6,63E-11 9,50E-11 1,25E+04 3,44E-11 2,64E-10 2,34E-10 7,02E-11 5,04E-11 5,49E-11 5,80E-11 8,24E-11 1,35E+04 3,07E-11 2,32E-10 2,04E-10 6,10E-11 4,38E-11 4,77E-11 5,06E-11 7,22E-11 1,45E+04 2,73E-11 2,05E-10 1,80E-10 5,36E-11 3,84E-11 4,20E-11 4,47E-11 6,39E-11 1,55E+04 2,44E-11 1,83E-10 1,60E-10 4,75E-11 3,40E-11 3,72E-11 3,97E-11 5,71E-11 2,25E+04 1,31E-11 9,75E-11 8,36E-11 2,46E-11 1,75E-11 1,91E-11 2,07E-11 3,07E-11 2,75E+04 9,26E-12 6,85E-11 5,84E-11 1,71E-11 1,22E-11 1,33E-11 1,45E-11 2,16E-11 3,25E+04 6,92E-12 5,09E-11 4,33E-11 1,26E-11 8,99E-12 9,83E-12 1,08E-11 1,62E-11 3,75E+04 5,35E-12 3,93E-11 3,33E-11 9,69E-12 6,89E-12 7,56E-12 8,27E-12 1,25E-11 4,25E+04 4,27E-12 3,13E-11 2,64E-11 7,70E-12 5,47E-12 6,01E-12 6,58E-12 9,96E-12 4,75E+04 3,48E-12 2,54E-11 2,15E-11 6,24E-12 4,43E-12 4,88E-12 5,35E-12 8,09E-12 Distância 1,50E+03 2,50E+03 3,50E+03 4,50E+03 5,50E+03 6,50E+03 7,50E+03 8,50E+03 9,50E+03 1,05E+04 1,15E+04 1,25E+04 1,35E+04 1,45E+04 1,55E+04 2,25E+04 2,75E+04 3,25E+04 3,75E+04 S 1,42E-10 2,76E-10 2,01E-10 1,51E-10 1,16E-10 1,88E-09 1,47E-09 1,18E-09 9,71E-10 8,16E-10 7,03E-10 6,14E-10 5,41E-10 4,81E-10 4,31E-10 2,33E-10 1,65E-10 1,23E-10 9,57E-11 SSW 1,11E-10 6,86E-11 4,75E-11 6,40E-11 1,03E-10 8,21E-11 6,64E-11 5,45E-11 4,63E-11 3,99E-11 3,53E-11 3,12E-11 2,77E-11 2,49E-11 2,25E-11 1,27E-11 9,39E-12 7,46E-12 6,21E-12 SW 6,25E-11 3,23E-10 2,10E-10 1,09E-10 2,03E-10 1,58E-10 1,26E-10 1,03E-10 8,72E-11 7,49E-11 6,52E-11 5,73E-11 5,09E-11 4,56E-11 4,10E-11 2,25E-11 1,62E-11 1,22E-11 9,53E-12 WSW 5,83E-11 2,95E-10 1,94E-10 1,38E-10 1,04E-10 8,06E-11 6,47E-11 5,31E-11 4,47E-11 3,86E-11 3,37E-11 2,97E-11 2,65E-11 2,37E-11 2,14E-11 1,19E-11 8,54E-12 6,43E-12 5,03E-12 W 4,07E-10 2,39E-10 1,57E-10 1,12E-10 8,43E-11 6,59E-11 5,30E-11 4,36E-11 3,67E-11 3,18E-11 2,78E-11 2,45E-11 2,19E-11 1,96E-11 1,77E-11 9,87E-12 7,12E-12 5,36E-12 4,19E-12 WNW 3,28E-10 1,92E-10 1,27E-10 9,02E-11 6,76E-11 5,26E-11 4,23E-11 3,47E-11 2,92E-11 2,52E-11 2,20E-11 1,94E-11 1,73E-11 1,55E-11 1,40E-11 7,75E-12 5,56E-12 4,18E-12 3,27E-12 NW 3,64E-10 2,10E-10 1,38E-10 9,93E-11 7,39E-11 5,72E-11 4,57E-11 3,73E-11 3,14E-11 2,70E-11 2,34E-11 2,06E-11 1,83E-11 1,64E-11 1,47E-11 8,10E-12 5,81E-12 4,36E-12 3,40E-12 NNW 4,56E-10 2,55E-10 1,63E-10 1,12E-10 9,29E-11 7,11E-11 5,62E-11 4,55E-11 3,80E-11 3,24E-11 2,81E-11 2,46E-11 2,18E-11 1,94E-11 1,75E-11 9,50E-12 6,76E-12 5,06E-12 3,93E-12 281 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Distância N NNE NE ENE E ESE SE SSE 4,25E+04 7,65E-11 5,45E-12 7,65E-12 4,04E-12 3,36E-12 2,62E-12 2,72E-12 3,15E-12 4,75E+04 6,25E-11 4,94E-12 6,28E-12 3,31E-12 2,76E-12 2,15E-12 2,23E-12 2,57E-12 Valor Máximo 4,30E-08 Setor SE Distância 1500 m Fonte: PMARO, 2007. Tabela 84 – Fatores de Difusão Atmosférica (s/m3) de Angra 2 para o período de 2000 a 2001. Distância N NNE NE ENE E ESE SE SSE 1,50E+03 3,23E-06 4,23E-06 4,48E-06 6,64E-08 5,83E-09 3,41E-07 2,48E-09 2,26E-09 2,50E+03 1,41E-06 2,37E-06 5,58E-06 2,00E-05 1,10E-05 1,24E-06 2,98E-07 2,10E-09 3,50E+03 8,71E-07 1,32E-06 2,75E-06 8,50E-06 4,80E-06 6,18E-07 2,19E-07 3,11E-09 4,50E+03 6,02E-07 8,74E-07 2,88E-06 5,04E-06 2,84E-06 1,17E-06 1,66E-07 4,49E-09 5,50E+03 4,47E-07 1,09E-06 2,01E-06 3,44E-06 1,95E-06 8,20E-07 2,43E-07 5,65E-09 6,50E+03 4,40E-07 8,30E-07 1,51E-06 2,55E-06 1,45E-06 6,21E-07 1,87E-07 9,84E-08 7,50E+03 3,57E-07 6,66E-07 1,20E-06 1,99E-06 1,14E-06 4,93E-07 1,51E-07 8,32E-08 8,50E+03 2,98E-07 5,50E-07 9,75E-07 1,62E-06 9,27E-07 4,04E-07 1,25E-07 7,16E-08 9,50E+03 2,54E-07 4,66E-07 8,18E-07 1,36E-06 7,74E-07 3,40E-07 1,06E-07 6,26E-08 1,05E+04 2,21E-07 4,03E-07 7,01E-07 1,16E-06 6,62E-07 2,92E-07 9,08E-08 5,51E-08 1,15E+04 1,94E-07 3,53E-07 6,13E-07 1,01E-06 5,79E-07 2,56E-07 7,91E-08 4,92E-08 1,25E+04 1,73E-07 3,12E-07 5,46E-07 8,91E-07 5,12E-07 2,26E-07 7,09E-08 4,44E-08 1,35E+04 1,55E-07 2,78E-07 4,91E-07 7,93E-07 4,58E-07 2,02E-07 6,34E-08 4,03E-08 1,45E+04 1,40E-07 2,50E-07 4,46E-07 7,12E-07 4,13E-07 1,82E-07 5,71E-08 3,69E-08 1,55E+04 1,27E-07 2,27E-07 4,07E-07 6,44E-07 3,75E-07 1,65E-07 5,19E-08 3,40E-08 2,25E+04 7,60E-08 1,33E-07 2,37E-07 3,84E-07 2,21E-07 9,75E-08 3,07E-08 2,14E-08 2,75E+04 5,77E-08 1,01E-07 1,78E-07 2,88E-07 1,66E-07 7,38E-08 2,33E-08 1,66E-08 3,25E+04 4,60E-08 7,99E-08 1,41E-07 2,28E-07 1,32E-07 5,87E-08 1,85E-08 1,34E-08 3,75E+04 3,80E-08 6,56E-08 1,15E-07 1,86E-07 1,08E-07 4,84E-08 1,53E-08 1,11E-08 4,25E+04 3,21E-08 5,53E-08 9,67E-08 1,57E-07 9,05E-08 4,09E-08 1,29E-08 9,52E-09 4,75E+04 2,77E-08 4,75E-08 8,28E-08 1,35E-07 7,78E-08 3,52E-08 1,11E-08 8,28E-09 Distância S SSW 1,50E+03 2,08E-09 3,45E-09 2,50E+03 1,76E-09 3,24E-09 3,50E+03 1,79E-09 3,92E-09 4,50E+03 8,35E-09 1,91E-08 5,50E+03 6,09E-09 5,24E-08 6,50E+03 6,85E-09 4,94E-08 7,50E+03 7,35E-09 4,63E-08 8,50E+03 7,63E-09 4,32E-08 9,50E+03 7,77E-09 4,03E-08 1,05E+04 7,71E-09 3,75E-08 1,15E+04 7,62E-09 3,51E-08 1,25E+04 7,54E-09 3,30E-08 1,35E+04 7,46E-09 3,12E-08 1,45E+04 7,39E-09 2,95E-08 1,55E+04 7,23E-09 2,79E-08 2,25E+04 6,11E-09 2,01E-08 2,75E+04 5,45E-09 1,66E-08 3,25E+04 4,90E-09 1,41E-08 3,75E+04 4,43E-09 1,21E-08 4,25E+04 4,04E-09 1,06E-08 4,75E+04 3,70E-09 9,45E-09 Valor Máximo 2,00E-05 Setor ENE Distância 2500 m SW 1,34E-08 3,35E-09 4,17E-09 5,98E-08 1,93E-07 2,49E-07 2,23E-07 2,01E-07 1,83E-07 1,66E-07 1,53E-07 1,41E-07 1,31E-07 1,22E-07 1,15E-07 7,77E-08 6,25E-08 5,20E-08 4,42E-08 3,84E-08 3,38E-08 WSW 3,44E-08 2,23E-06 1,56E-06 1,17E-06 9,23E-07 7,57E-07 6,36E-07 5,46E-07 4,75E-07 4,20E-07 3,75E-07 3,38E-07 3,07E-07 2,80E-07 2,57E-07 1,59E-07 1,23E-07 9,89E-08 8,22E-08 6,99E-08 6,05E-08 W 2,45E-06 1,85E-06 1,32E-06 9,92E-07 7,85E-07 6,41E-07 5,38E-07 4,61E-07 3,99E-07 3,53E-07 3,14E-07 2,83E-07 2,56E-07 2,34E-07 2,15E-07 1,33E-07 1,03E-07 8,29E-08 6,89E-08 5,86E-08 5,08E-08 WNW 2,49E-06 1,37E-06 9,61E-07 7,18E-07 5,63E-07 4,59E-07 3,84E-07 3,28E-07 2,86E-07 2,52E-07 2,24E-07 2,01E-07 1,82E-07 1,66E-07 1,52E-07 9,41E-08 7,26E-08 5,85E-08 4,87E-08 4,14E-08 3,58E-08 NW 2,49E-06 1,50E-06 1,04E-06 5,88E-07 4,55E-07 3,68E-07 3,06E-07 2,60E-07 2,26E-07 1,98E-07 1,75E-07 1,57E-07 1,42E-07 1,29E-07 1,18E-07 7,22E-08 5,54E-08 4,44E-08 3,68E-08 3,12E-08 2,70E-08 NNW 2,36E-06 1,37E-06 9,11E-07 6,53E-07 4,00E-07 3,20E-07 2,62E-07 2,22E-07 1,90E-07 1,67E-07 1,47E-07 1,31E-07 1,18E-07 1,07E-07 9,77E-08 5,88E-08 4,48E-08 3,58E-08 2,96E-08 2,50E-08 2,16E-08 Fonte: PMARO, 2007. 282 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 85 –Fatores de Deposição Relativa (m-2) de Angra 2 para o período de 2000 a 2001. Distância N NNE NE ENE E ESE SE SSE 1,50E+03 1,69E-09 2,38E-09 5,19E-09 3,10E-09 4,28E-10 2,51E-10 9,68E-11 1,17E-10 2,50E+03 7,50E-10 1,57E-09 5,78E-09 1,45E-08 8,42E-09 9,35E-10 7,80E-11 4,43E-11 3,50E+03 4,32E-10 8,22E-10 2,67E-09 5,90E-09 3,48E-09 4,36E-10 4,66E-11 3,05E-11 4,50E+03 2,80E-10 5,07E-10 2,90E-09 3,27E-09 1,93E-09 6,27E-10 3,25E-11 2,21E-11 5,50E+03 1,96E-10 8,88E-10 1,90E-09 2,09E-09 1,23E-09 4,12E-10 1,47E-10 1,67E-11 6,50E+03 2,20E-10 6,41E-10 1,35E-09 1,46E-09 8,61E-10 2,93E-10 1,07E-10 2,14E-11 7,50E+03 1,70E-10 4,88E-10 1,01E-09 1,08E-09 6,40E-10 2,20E-10 8,16E-11 2,02E-11 8,50E+03 1,35E-10 3,84E-10 7,82E-10 8,34E-10 4,94E-10 1,71E-10 6,42E-11 1,96E-11 9,50E+03 1,10E-10 3,10E-10 6,27E-10 6,64E-10 3,94E-10 1,37E-10 5,21E-11 1,90E-11 1,05E+04 9,24E-11 2,58E-10 5,14E-10 5,42E-10 3,22E-10 1,13E-10 4,31E-11 1,78E-11 1,15E+04 7,92E-11 2,20E-10 4,34E-10 4,56E-10 2,72E-10 9,56E-11 3,66E-11 1,68E-11 1,25E+04 6,89E-11 1,91E-10 3,74E-10 3,92E-10 2,34E-10 8,27E-11 3,21E-11 1,59E-11 1,35E+04 6,05E-11 1,67E-10 3,27E-10 3,41E-10 2,04E-10 7,24E-11 2,81E-11 1,51E-11 1,45E+04 5,37E-11 1,47E-10 2,89E-10 3,00E-10 1,79E-10 6,40E-11 2,48E-11 1,44E-11 1,55E+04 4,80E-11 1,31E-10 2,57E-10 2,66E-10 1,59E-10 5,71E-11 2,21E-11 1,37E-11 2,25E+04 2,55E-11 6,89E-11 1,36E-10 1,38E-10 8,37E-11 2,98E-11 1,17E-11 9,24E-12 2,75E+04 1,80E-11 4,84E-11 9,48E-11 9,63E-11 5,83E-11 2,08E-11 8,26E-12 7,03E-12 3,25E+04 1,34E-11 3,59E-11 7,03E-11 7,14E-11 4,31E-11 1,54E-11 6,17E-12 5,44E-12 3,75E+04 1,04E-11 2,77E-11 5,40E-11 5,49E-11 3,31E-11 1,19E-11 4,79E-12 4,22E-12 4,25E+04 8,28E-12 2,20E-11 4,29E-11 4,36E-11 2,63E-11 9,50E-12 3,83E-12 3,36E-12 4,75E+04 6,74E-12 1,79E-11 3,48E-11 3,53E-11 2,13E-11 7,72E-12 3,14E-12 2,72E-12 Distância S SSW 1,50E+03 9,35E-11 1,29E-10 2,50E+03 5,92E-11 8,66E-11 3,50E+03 4,17E-11 6,26E-11 4,50E+03 3,09E-11 2,82E-11 5,50E+03 1,50E-11 2,23E-11 6,50E+03 1,19E-11 1,76E-11 7,50E+03 9,54E-12 1,43E-11 8,50E+03 7,81E-12 1,18E-11 9,50E+03 6,64E-12 1,01E-11 1,05E+04 5,72E-12 8,68E-12 1,15E+04 4,99E-12 7,58E-12 1,25E+04 4,40E-12 6,68E-12 1,35E+04 3,91E-12 5,95E-12 1,45E+04 3,51E-12 5,34E-12 1,55E+04 3,17E-12 4,83E-12 2,25E+04 1,80E-12 2,80E-12 2,75E+04 1,33E-12 2,08E-12 3,25E+04 1,04E-12 1,66E-12 3,75E+04 8,44E-13 1,39E-12 4,25E+04 7,04E-13 1,22E-12 4,75E+04 6,00E-13 1,10E-12 Valor Máximo 1,45E-08 Setor ENE Distância 2500 m SW 1,60E-10 8,00E-11 5,82E-11 4,53E-11 4,92E-11 6,08E-11 6,09E-11 6,01E-11 5,74E-11 5,45E-11 5,19E-11 4,97E-11 4,77E-11 4,55E-11 4,30E-11 2,93E-11 2,27E-11 1,75E-11 1,37E-11 1,11E-11 9,09E-12 WSW 2,08E-10 1,44E-09 9,39E-10 6,62E-10 4,94E-10 3,83E-10 3,06E-10 2,51E-10 2,11E-10 1,82E-10 1,59E-10 1,40E-10 1,24E-10 1,11E-10 1,01E-10 5,55E-11 3,98E-11 3,00E-11 2,34E-11 1,88E-11 1,55E-11 W 1,19E-09 9,46E-10 6,21E-10 4,37E-10 3,26E-10 2,53E-10 2,02E-10 1,66E-10 1,39E-10 1,20E-10 1,05E-10 9,29E-11 8,28E-11 7,42E-11 6,69E-11 3,69E-11 2,65E-11 1,99E-11 1,56E-11 1,25E-11 1,02E-11 WNW 1,19E-09 6,48E-10 4,22E-10 2,96E-10 2,19E-10 1,69E-10 1,35E-10 1,10E-10 9,25E-11 7,95E-11 6,92E-11 6,08E-11 5,40E-11 4,83E-11 4,35E-11 2,39E-11 1,71E-11 1,29E-11 1,00E-11 8,04E-12 6,58E-12 NW 1,30E-09 7,27E-10 4,64E-10 2,41E-10 1,76E-10 1,35E-10 1,07E-10 8,69E-11 7,25E-11 6,20E-11 5,38E-11 4,72E-11 4,18E-11 3,73E-11 3,35E-11 1,82E-11 1,30E-11 9,74E-12 7,59E-12 6,07E-12 4,97E-12 NNW 1,22E-09 6,53E-10 4,08E-10 2,74E-10 1,71E-10 1,30E-10 1,01E-10 8,16E-11 6,70E-11 5,72E-11 4,94E-11 4,32E-11 3,81E-11 3,39E-11 3,04E-11 1,63E-11 1,16E-11 8,66E-12 6,72E-12 5,37E-12 4,38E-12 Fonte: PMARO, 2007. 283 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Para o caso dos efluentes líquidos radioativos, para as estimativas de dose no grupo crítico, a diluição no corpo aquático não foi considerada, isto é, admitiu-se que a concentração de substâncias radioativas no túnel de descarga em Piraquara de Fora se mantém a mesma em todo e qualquer local na região considerada. Os dados estão referenciados a uma rosa dos ventos composta de 16 setores de 22,5 graus centrada no prédio do reator de Angra 3 cujas coordenadas UTM (Zona 23 – Elipsóide Internacional 1910) são: x y 554 365,75E 7 455 388,25N As coordenadas UTM do ponto de emissão da Usina são mostradas na Tabela 86. Tabela 86 – Coordenadas UTM do ponto de emissão da Usina de Angra 1. Angra 1 x 555 625E y 7 455 397N Fonte: PMARO, 2007. 5.5.3 CARACTERIZAÇÃO DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS, MODELOS DE TRANSPORTE E CÁLCULO DE DOSE Os rejeitos gasosos potencialmente radioativos de uma Usina PWR do tipo de Angra 1 podem ser classificados em três categorias principais quanto à sua origem: 9 Os gases provenientes diretamente do ciclo primário, que incluem: gases de fissão radioativos; o oxigênio e o hidrogênio, resultantes da decomposição da água pelo fluxo neutrônico - radiólise; e nitrogênio - gás carreador de purga; esses gases são tratados e processados pelo sistema de processamento de rejeitos gasosos antes de sua emissão; 9 Os gases e aerossóis potencialmente radioativos e eventuais gases de ativação arrastados pelo sistema de ventilação da área de acesso controlado da Usina; potenciais gases e aerossóis radioativos succionados pelo sistema de ventilação do Edifício Auxiliar do Reator e do annulus, e que são tratados pelo sistema de ventilação antes de sua descarga; 9 Os gases não condensáveis provenientes diretamente do ciclo secundário, que são monitorados quanto à sua radioatividade e liberados para a atmosfera. O Sistema de Processamento de Rejeitos Gasosos consiste essencialmente de um circuito fechado compreendendo dois compressores, dois recombinadores catalíticos de hidrogênio e seis tanques para acumular os gases nobres de fissão. A entrada de atividade neste sistema se dá, majoritariamente, através do espaço gasoso do tanque de controle volumétrico. A Tabela 87 apresenta as atividades acumuladas em um tanque do Sistema de Processamento de Rejeitos Gasosos de Angra 1 no final de 40 anos de operação 284 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto contínua a uma potência de 1961 MWt e com uma taxa de falha de 1% do combustível. Tabela 87 – Atividades no Sistema de Processamento de Rejeitos Gasosos e Liberação para a Atmosfera ISÓTOPO ATIVIDADE EM UM TANQUE APÓS 40 ANOS (Bq) LIBERAÇÃO Decaimento 0 Decaimento 50 dias (Bq/ano) Kr 85 m 1,92E+12 0,00E+00 1,48E+10 Kr 85 1,25E+15 1,24E+15 2,41E+12 Kr 87 2,18E+11 0,00E+00 1,67E+09 Kr 88 1,98E+12 0,00E+00 1,52E+10 Xe 131 m 1,98E+13 1,11E+12 0,00E+00 Xe 133 1,49E+15 2,07E+12 3,44E+12 Xe 133 m 1,58E+13 0,00E+00 4,44E+10 Xe 135 m 3,70E+09 0,00E+00 0,00E+00 Xe 135 1,06E+13 0,00E+00 8,14E+10 Xe 138 1,11E+10 0,00E+00 m: metaestável. Fonte: RFAS, Cap. 11, Rev.35 0,00E+00 Fonte: PMARO, 2007. 5.5.3.1 Modelo de Transporte Para avaliar-se o potencial dispersivo de um local específico ou de uma região, é necessário medir os fatores que restringem a dispersão turbulenta na camada limite da atmosfera próximo à superfície da Terra. A noção de camada limite da atmosfera usada pelos meteorologistas ambientais compreende a camada de ar entre a superfície e uma altura variável diária e sazonalmente. Em média, a camada limite de um lugar alcança 1000 m de altura. Este seria o primeiro limite prático para a difusão vertical dos poluentes industriais; como abaixo de 1 km de altura há cerca de 10% da massa atmosférica, em termos práticos, todos os rejeitos lançados no ar ficariam contidos nessa parte da atmosfera. As alturas médias mensais da camada de mistura (CM) no Rio de Janeiro são mostradas na Figura 139. Em Angra dos Reis, na bacia de ar da Baía da Ilha Grande deve ser esperado comportamento equivalente. Observa-se que a altura máxima da CM atinge valor médio anual de 1017 m na Estação do Galeão. A orografia em torno da Central Nuclear mostra alturas de mais de 1000 m. Isto faz com que a massa de ar sobre a Baía fique estanque; fechada pelas serras nas laterais e limitada pela camada de inversão acima da CM. 285 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto ALTURAS MÉDIAS DA CAMADA DE MISTURA NO RIO DE JANEIRO Média das máximas à tarde Alturas médias às 09 horas 1200 1100 ALTURAS DA CAMADA DE MISTURA (m) 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 J F M A M J J A S O N D Figura 139 – Alturas Médias da Camada de Mistura (CM) Turbulenta na Cidade do Rio de Janeiro (Estação do Galeão). Fonte: PMARO, 2007. Durante o verão, quando as brisas de mar são mais intensas, a altura máxima da CM alcança valores menores. No inverno, a altura da camada de mistura pela manhã é menor devido às inversões de temperatura noturnas. A presença de águas mornas da Baía da Guanabara impedem que as inversões noturnas sejam muito intensas. Na bacia atmosférica da Baía da Ilha Grande, deve-se esperar comportamento similar da CM. No estudo de poluição do ar, a camada limite da atmosfera, é tratada como camada de mistura turbulenta. A característica principal da camada de mistura turbulenta é a não estratificação de suas propriedades, tais como temperatura, umidade e composição de contaminantes e aerossóis. Esse fenômeno deve-se à grande turbulência diária provocada pela insolação sobre a superfície. O ar é aquecido pelo contato com o solo, formando vórtices ou parcelas mais quentes que sobem turbulentamente até uma altura de equilíbrio térmico produzido pela expansão adiabática. Esse processo convectivo causa a mistura vertical dos contaminantes e a homogeneização das propriedades da camada de mistura. Muitas vezes, acima da camada de mistura pode ser encontrada uma camada de inversão térmica suspensa, na qual a temperatura potencial é maior do que a temperatura do ar na camada de 286 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto mistura. Ocasionalmente, a camada de inversão pode ser tão intensa a ponto de apresentar temperaturas do ar (temperaturas medidas) maiores do que nas camadas inferiores, principalmente à noite. A camada de inversão suspensa possui turbulência reduzidíssima, ventos fracos com movimentos subsidentes. 5.5.3.1.1 Transporte Horizontal pelos Ventos O espalhamento horizontal dos poluentes na camada de mistura é limitado pela velocidade dos ventos em conexão com a estabilidade atmosférica (gradiente vertical de temperatura). A estabilidade atmosférica indica o potencial de deslocamento vertical das emissões gasosas. Ao subir para níveis mais altos, o poluente encontra correntes de ar mais fortes e maior volume atmosférico para se misturar. Quando a CM atinge pleno desenvolvimento, não há estratificação das subcamadas de ar. Portanto, o gradiente vertical de temperatura potencial é constante (-9,8o/km para atmosfera seca e -6,5o/km para atmosfera úmida), nesse caso a condição de estabilidade atmosférica é classificada pelo esquema de Pasquill como neutra ou indiferente (classe D). Nesse estado, uma parcela de ar e suas propriedades não mostram tendência para subir ou descer. No fim do dia, o sol se põe e imediatamente o solo começa a perder mais calor por irradiação infravermelha do que recebe da luz atmosférica ou da radiação infravermelha do ar quente. Nessa situação principia o resfriamento da camada de ar diretamente em contato com o solo. O solo que durante o dia foi uma fonte térmica para a CM, à noite passa a funcionar como um sumidouro de calor retirado do ar. Durante a noite, o processo continua e se intensifica dando origem a uma camada de ar mais fria em baixo perto do chão. A esse fenômeno denomina-se inversão térmica noturna. Se os ventos forem muito fracos, há pouca turbulência mecânica, essa camada fria de ar pode atingir alturas de 100 m a 300 m no final da madrugada. Em havendo umidade suficiente no ar, formamse os nevoeiros, característicos dos vales e planícies nos meses de inverno. 5.5.3.1.2 Distribuição das Classes de Estabilidade em Angra dos Reis Dentro da camada estável ou de inversão, o gradiente vertical de temperatura potencial tende para zero ou pode até vir a ser positivo. Na classificação de Pasquill, a estabilidade pode ser enquadrada nas categorias E (ligeiramente estável) e F (estável). Nessas condições, os poluentes, ainda quando liberados muito quentes, sobem pouco, e se difundem lentamente na horizontal por falta de turbulência no ar. Pela manha, ao nascer do Sol, se inicia um novo ciclo diário de evolução da camada de mistura. A radiação solar que aquece o solo, logo na primeira hora do dia, gera o calor necessário para principiar a erosão da camada de inversão térmica de radiação noturna. Todos as emissões contaminantes do período noturno imediatamente vão sendo misturadas no ar mais quente. Nas horas matinais, quando se estabelece forte 287 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto gradiente de temperatura próximo à superfície, têm-se classes de estabilidade de Pasquill instáveis (A, B, C). Essas classes instáveis são muito favoráveis à dispersão dos poluentes, entretanto, não permanecem por muito tempo, visto que a turbulência convectiva leva a camada de mistura para a condição neutra (D). Geralmente a CM atinge desenvolvimento máximo na parte da tarde, em torno do horário da ocorrência das temperaturas máximas. Na Figura 140, apresentam-se as freqüências das ocorrências das classes de estabilidade na Central Nuclear. As classes instáveis acontecem durante tempo muito curto, dado que, ao se aquecer o solo pela manhã, o ar mais frio e denso do mar logo avança para a praia. Dessa forma, a brisa fria leva as condições de estabilidade para as classes D ou E, imediatamente. Portanto, a presença do mar impede o estabelecimento de condições instáveis na Central Nuclear. Por outro lado, não deixa formarem-se as inversões muito intensas noturnas das classes G e F, visto que o mar é um reservatório de calor. Assim, tem-se, durante o dia ou à noite o predomínio de classes de estabilidade D e E em Angra dos Reis. Vale ressaltar que essas classes de estabilidade são determinadas pelo gradiente vertical de temperatura entre o nível de 10 m e 100 m da Torre A, com base nos dados dos anos de 2006 e 2007. As classes D (neutra) e E (ligeiramente estável) predominam. Figura 140 – Gráfico das freqüências das classes de estabilidade de Pasquill na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Fonte: Base de Dados Meteorológicos da CNAAA. 288 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.5.3.1.3 Os ventos Alísios A região tropical e subtropical é caracterizada pelos ventos alísios em direção ao Equador. O excesso de calor da região equatorial é transportado para os pólos por três células de Hadley em cada hemisfério. Na região equatorial, o ar é aquecido e convectivamente sobe até o topo da troposfera. Nas camadas mais altas, esse ar dirige-se na direção polar. Durante o deslocamento para os pólos, o ar vai perdendo calor por emissão infravermelha para o espaço. Ao chegar próximo à latitude de 30 graus, está mais denso e frio e começa a afundar (movimento subsidente). Esse movimento subsidente cria duas zonas de altas pressões subtropicais em torno do Globo, chamadas cristas das altas subtropicais. A partir dessas áreas de alta pressão, ocorre advecção de ar em direção ao Equador pela camada da superfície, dando origem aos ventos alísios, que possuem a característica de serem constantes (não necessariamente persistentes) em direção, sobre os oceanos, de velocidades médias entre 2 m/s e 3 m/s, com direção predominante de SE a E, no Hemisfério Sul. 5.5.3.1.4 A estrutura vertical dos ventos sobre Angra dos Reis A crista de alta pressão não forma uma cinta contínua em torno do Globo. Está dividida em células de circulação entre os continentes do Hemisfério Sul. No Atlântico Sul tem-se o anticiclone do Atlântico Sul, também chamado de centro de ação do Atlântico Sul ou anticiclone do Atlântico Sul. No Pacífico Sul, na costa chilena fica o anticiclone do Pacífico, que também influencia o clima do Sul do Brasil. A área de um anticiclone caracteriza-se por ter tempo estável, ventos fracos e movimentos subsidentes do ar nas camadas abaixo de 5 km de altura. Geralmente o gradiente vertical de temperatura é de condição de atmosfera neutra (D) ou ligeiramente estável (E). As áreas centrais dos anticiclones apresentam pressão atmosférica elevada, acima de 1020 hPa. No inverno, o centro do anticiclone do Atlântico Sul se localiza na latitude na cidade de Vitória (20 graus Sul) no estado do Espírito Santo, no verão oscila para sul, podendo ter seu centro variando entre 25 e 30 graus de latitude Sul. O eixo central da célula anticiclônica inclina-se para o lado do Equador. Sua base está sempre situada nas áreas de águas frias do oceano, nas camadas mais altas, no inverno, podem ser localizado sobre o Planalto Brasileiro. No verão devido ao forte aquecimento tropical e aos fortes ventos contra-alísios de N a NW — nas camadas acima da camada de mistura —, o anticiclone se afasta da costa do Rio de Janeiro e desaparece da região continental. Na superfície, os ventos na costa fluminense raramente sopram de SE. Dada a posição relativa da região ao centro do anticiclone, observam-se ventos alísios de E a NE. Esses ventos estão relacionados à Corrente Oceânica do Brasil e ao próprio relevo das Serras do Mar e da Mantiqueira. Essas mudanças de posição do anticiclone causam as grandes variações de pressão e direções dos ventos entre o inverno e o verão. 289 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Na Figura 141, apresentam-se as componentes meridionais dos ventos superiores no Rio de Janeiro. Vê-se claramente que existe durante todos os meses do ano uma componente de N abaixo dos 500 hPa ou abaixo de 5 km de altura. No gráfico, o nome dos setores predominantes dos ventos aparece ao longo das linhas correspondentes aos níveis. No nível de 850 hPa, a componente de norte é máxima e decresce com a altura, sendo que aos 500 hPa já aparece uma fraca componente de sul de março a outubro. Forma-se, desse modo uma espiral de ventos sobre a região. Nos dias de forte aquecimento nas serras em Angra, formam-se células convectivas térmicas. Muitas delas resultam na condensação e aparecimento de nuvens. Essas células térmicas estabelecem um mecanismo comum de troca de massa de ar na direção vertical. Os poluentes levados para os níveis altos são transportados para o mar pelos ventos contra-alísios de N a NW. 3.5 N NW COMPONENTE MERIDIONAL DOS VENTOS Valores positivos para o sentido N-S 3.0 Galeão de 1970 a 1979: 850 hPa NNW Galeão de 1970 a 1979: 700 hPa Galeão de 1970 a 1979: 500 hPa 2.5 VELOCIDADES MERIDIONAIS (m/s) NW N N 2.0 NNW NNW NNW NW NW WNW N 1.5 NW NW NW WNW WNW NW 1.0 NW WNW W W 0.5 W W W W W W W 0.0 W W W -0.5 W W -1.0 W -1.5 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Figura 141 – Componentes meridionais (N-S) dos ventos sobre o Rio de Janeiro e Angra dos Reis. Fonte: Base de Dados Meteorológicos da CNAAA. Os símbolos ao longo das curvas indicam os setores de direção predominante durante os meses do ano. As direções dos ventos nas camadas de 850 hPa (ca. de 1500 m de altura), 700 hPa (ca. de 3000 m) e 500 hPa (ca. de 4800 m) mostram que os ventos contra-alísios são de N a NW, no primeiro nível, no nível de 3 km os ventos passam a ser mais freqüentes de NW a W e no terceiro nível de 500 hPa de W, exceto no verão, 290 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto quando mantêm uma componente significativa de N. De março a outubro, no nível de 500 hPa aparece uma componente fraca de S. 5.5.3.1.5 Fatores Locais e Regionais que Afetam o Potencial Dispersivo em Angra dos Reis A Serra do Mar e da Mantiqueira formam uma barragem às correntes de ar geradas pelo centro de ação do Atlântico Sul. Os ventos alísios levam ar mais seco e frio em direção ao Equador segundo o modelo da célula de Hadley. A Serra do Mar impõe-se como um obstáculo de altitudes superiores a 1000 m. Isto força os ventos alísios a fazerem rotas tortuosas por vales ou a contornarem as barreiras naturais. Para a massa de ar das camadas baixas vencer as montanhas, necessitaria de muito energia. Dessa forma os ventos em Angra dos Reis apresentam características locais, que muito pouco se correlacionam com os ventos da circulação geral na camada limite. Na Figura 142, apresenta-se a rosa dos ventos diurnos e noturnos em Itaorna, ao nível de 10 m de altura da Torre A. Os ventos noturnos mais freqüentes são de N e NNE. Esses ventos pertencem ao regime local dos ventos catabáticos. Durante o dia o regime de ventos de brisas do mar predominam das direções de SSW e SW. Essas direções das brisas locais são determinadas em conformidade com o relevo. Somente quando há forte e rápido aquecimento, com instabilidade atmosférica, o ar marítimo se aquece o suficiente para as brisas atingirem os níveis mais altos da serra. Figura 142 – Freqüência dos ventos diurnos e noturnos na Central Nuclear, medidos na Torre A10, nos anos de 2006 a 2007. Fonte: Base de Dados Meteorológicos da CNAAA. 291 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Aparecem claramente os regimes de ventos noturnos (ventos catabáticos) de N e NNE e os ventos do regime das brisas de mar de SSW e SW. O período diurno foi compreendido das 07 horas às 17 horas inclusive. Verifica-se que há dois regimes de ventos predominantes em cada um dos períodos. Nas horas de transição de um regime para outro, ocorre superposição de domínios, em certos dias e época do ano, o regime noturno pode prolongar-se depois das 06 horas e, no final do dia, o regime noturno pode se antecipar, principalmente no inverno. Em parte do tempo, existem ventos de NE a NW soprando sobre as serras, em sentido oposto à rota mais favorável para as brisas de SW chegarem ao Vale do Paraíba pela brecha da serra que leva ao município de Rio Claro. De qualquer forma, durante o dia, a bacia de ar da Baía da Ilha Grande fica pressionada contra as serras. Uma conseqüência dessa situação é a existência de alto índice de calmarias ou de ventos muito fracos. 5.5.3.1.6 A brisa do mar O mar é outro fator que afeta a dispersão e a direção dos ventos. Durante o dia, a insolação sobre as serras cria forte contraste de temperatura horizontal. Dado um nível nas serras, onde a temperatura do ar pode subir mais de 10 ºC, nas primeiras horas do dia, e um ponto na mesma altitude sobre o mar, cria-se forte gradiente de densidade do ar, que dá origem às brisas do mar. Os ventos das brisas sopram inicialmente através das primeiras dezenas de metros da camada de mistura. Figura 143 - Freqüência dos ventos diurnos e noturnos na Central Nuclear, medidos na Torre A100, nos anos de 2006 a 2007. Fonte: Base de Dados Meteorológicos da CNAAA. 292 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto O período diurno foi compreendido das 07 horas às 17 horas inclusive, é o regime das brisas de mar de SW e dos setores laterais SSW e WSW. À noite, quando as brisas cessam, com certa freqüência aparecem os ventos da circulação geral de NE, ENE e E. Nas horas de transição de um regime para outro, ocorre superposição de domínios, em certos dias e época do ano, o regime noturno pode prolongar-se depois das 06 horas e, no final do dia, o regime noturno pode se antecipar, principalmente no inverno. Entretanto, à medida que o aquecimento sobre as serras aumenta, a camada de ar marítimo aprofunda-se sobre o continente. Esse regime de vento regional, por ser, em média, mais forte que os ventos da circulação geral (alísios), impõe sua predominância e suas características. Uma das características do ar oceânico é sua temperatura muito próxima da temperatura média da água do mar na região. Na área de Angra dos Reis, a temperatura média do ar no mar é de 24 graus. Outra característica do ar sobre o mar tropical é sua estabilidade atmosférica, dado que se está sob uma área de alta pressão. A massa de ar estável, que as brisas trazem para o continente, forma uma camada limite interna estável, desfavorável à dispersão em Angra. Esse ar estável e denso não sobe as serras com facilidade. Há necessidade de muita energia solar para aquecer esse ar e permitir as brisas subirem para o Vale do Paraíba. Somente no verão e nos dias de muita insolação as brisas conseguem vencer as serras. A conseqüência disso é uma alta freqüência de períodos de ventos muito fracos ou de estagnação atmosférica e um baixo potencial de dispersão atmosférica. Ao nível de 100 m na Torre A, durante o dia as brisas de SW e dos setores laterais predominam. À noite, os ventos de E a NE sopram com certa freqüência. Esses ventos pertencem ao regime da circulação geral. Durante o dia não aparecem devido ao predomínio das brisas oceânicas. No verão, o aquecimento das serras produz grandes células convectivas ou térmicas. Esse é um mecanismo de transferência de ar da camada de mistura para as camadas superiores, onde as correntes de vento são de N a NW. À noite, conforme apresentado por meio da Figura 143, as montanhas convertem-se em sumidouros de calor pela emissão térmica noturna. O ar em contato com o solo frio perde calor, fica mais denso e começa a ser drenado gravitacionalmente para os vales e para o mar. Aparecem, assim os chamados ventos catabáticos. Esse ar frio intensifica a inversão térmica durante a noite. Os ventos catabáticos só afetam uma camada de poucas dezenas de metros de espessura. As emissões de poluentes ao serem levadas de encontro às serras, podem ser apanhadas nessas correntes e recircularem de volta para o local de origem. Na Central Nuclear, ao nível de 10 m de altura na Torre A, esses ventos são de norte e de alta freqüência noturna. Acima do nível de 60 m da Torre A, esse vento raramente aparece. 293 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.5.3.1.7 Transporte atmosférico local, regional e planetário Até aqui foram discutidos os regimes de vento da circulação geral na região de Angra dos Reis, os regimes regionais (brisas do mar) e os regimes locais (ventos catabáticos). Os ventos alísios da circulação geral somente mostram sua fraca presença à noite, na Torre A100 e no alto das montanhas, como na Torre D (300 m de altura). As brisas de mar sopram durante o dia. No verão, quando estão bem desenvolvidas podem gerar ventos de até 4 m/s, durante períodos curtos. Os regimes locais dos ventos catabáticos, distribuem-se por inúmeros vales e seguem as calhas de drenagens formadas entre morros, seguindo o mesmo padrão de drenagem das águas. Formam correntes de ar frio de pouca espessura (10 a 50 m). Essas correntes têm importância local para a dispersão, visto que os poluentes liberados por chaminés altas podem ser transportados de encontro aos montes, onde podem ser apanhadas pelos fluxos catabáticos e retornarem ao local de partida ou serem arrastados ao fundo dos vales e para o mar, ao nível da superfície. As brisas possuem características de circulação de mesoescala. Só muito raramente podem levar poluentes da bacia de ar da Baía da Ilha Grande para o Vale do Paraíba. Embora, no verão, as brisas de mar possam ser medidas no Vale do Paraíba, já a partir das 13 horas, não significa que a massa de ar que passa pelos sensores tenha deixado o litoral naquele mesmo dia. O transporte atmosférico da Central Nuclear até o Vale do Paraíba pode demorar mais de 10 horas, em dias de fortes brisas. Esse transporte se dá na direção NE, pela brecha da Serra do Mar, passando pelo Município de Rio Claro. Dessa maneira, somente no início da noite e raramente os ventos marinhos chegariam à região do Vale do Paraíba. Durante o período noturno, os ventos de E a NE predominam sobre as serras e no Vale do Paraíba. Esse movimento contrário, faria a massa marítima deslocada para as serras, retornar em parte à bacia da Ilha Grande. Nem todo o ar soprado pelas brisas teria como destino o Vale do Paraíba. Quando há um fluxo de massa em um dado sentido, é necessário um sumidouro para essa massa. Como na região, os ventos predominantes acima das serras são de E a NE, podendo ser de NE a NW no verão, as brisas encontram oposição ao próprio escoamento para NE. Assim acabam encontrando, na base das células convectivas (das nuvens) da encosta das serras, um sumidouro natural. Por meio das grandes térmicas esse ar pode ser lançado na circulação geral dos contra-alísios de NW ou N. Uma grande parte desse ar das brisas, depois de atingir alturas entre 500 e 1500 metros, sobre a serra, é soprado de volta ao mar, fechando um anel de circulação característico das brisas oceânicas. Para que as brisas cheguem ao Vale do Paraíba, seria necessário haver a conjugação de certas condições de estabilidade atmosférica com a presença de forte camada de inversão térmica suspensa acima da camada de mistura. Primeiro deve haver grande aquecimento das encostas para fornecer calor suficiente para gerar convecção 294 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto generalizada numa camada de mistura baixa, encimada por forte camada de inversão. A camada de inversão impede a formação das convectivas grandes que penetram as correntes dos contra-alísios. Essa condição existe quando os ventos N e de NW são muito intensos, especialmente no verão. Desse modo são encontrados dois fluxos de ar de sentidos opostos, separados por uma camada de calmarias e forte inversão térmica logo acima da camada de mistura. Essa situação, geralmente acontece quando se aproxima uma perturbação frontal no Sul do Brasil. Sendo o deslocamento do sistema lento, a situação pode permanecer de 3 a 5 dias. 5.5.3.1.8 Situações perturbadas Linhas de instabilidade Há dois tipos de perturbações principais que afetam a região do Rio de Janeiro. As linhas de instabilidade são perturbações de mesoescala que geralmente se formam no Planalto Central e deslocam-se em direção ao Oceano. Esse tipo de perturbação é caracterizado por um cavado de baixa pressão e ocorre principalmente no verão e primavera. Seu deslocamento é muito rápido. Sua passagem por um lugar não dura mais do que 4 a 6 horas. Vem acompanhado de ventos fortes, trovoadas e fortes precipitações. Algumas vezes interrompe o fornecimento de energia elétrica, traz precipitação de granizo e enchentes localizadas. As pesquisas mostraram que as linhas de instabilidade estão associadas ao avanço de frentes frias que chegam ao Sul do Brasil. Durante a passagem de uma linha de instabilidade os regimes de vento local, regional e da circulação geral se transtornam e desaparecem, cedendo lugar a ventos de rajada de direções indefinidas. Ao longo de uma linha de instabilidade formam-se inúmeras células convectivas e muitas nuvens do tipo cumulusnimbus e cumulus. Essas nuvens se desenvolvem verticalmente e penetram várias camadas da atmosfera, sendo que os cumulusnimbus podem chegar a penetrar na baixa estratosfera. Essas nuvens criam fortes correntes verticais, ascendentes no centro e descendentes nas bordas. Nessas situações de tempo, a camada de mistura perde suas características e desaparece em meio à turbulência generalizada de todas as camadas da atmosfera. Depois da passagem da linha de instabilidade, o tempo volta à calma, o céu clareia, o ar fica mais limpo e os regimes de vento retomam seu ritmo normal. Frentes As frentes que atingem o Rio de Janeiro podem ser do tipo frio ou quente. As frentes frias começam a se formar quando uma massa fria do continente Antártico se desprende do anticiclone polar, atravessa as latitudes dos ventos de oeste (Westerlies, em inglês) no Sul da América do Sul. Esse anticiclone frio pode se aproximar da latitude dos 30 graus vindo pelo Pacífico ou pela Patagônia. Em seu avanço encontra 295 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto o ar tropical e subtropical mais quente e úmido. Por ter pressão mais alta, promove o recuo do anticiclone do Atlântico Sul na direção NE. Entre as duas massas anticiclônicas forma-se uma zona de convergência de ar frio com ar quente e úmido dos trópicos. A interface do encontro das massas é chamada de frente fria. A faixa atmosférica da frente pode ter extensão dos Andes ao meio do Atlântico. Essa é uma zona tempestuosa em que o ar mais frio do sul penetra por baixo da massa tropical. Ao subir para níveis mais altos, a umidade se condensa e forma nuvens e tempestades. O avanço das frentes do Sul do Brasil até o Rio de Janeiro pode ser rápido — menos de 30 horas — ou lento — , pode demorar de 2 a 3 dias. Em muitas ocasiões, as frentes podem ficar bloqueadas pelo anticiclone do Atlântico Sul. Quando isto acontece, as frentes podem se dissipar sem chegar ao Rio. Noutras situações, as frentes avançam e recuam durante dias seguidos. Quando essa situação de bloqueio se dá sobre a Região Sudeste, as chuvas podem durar uma semana, todavia com pouca intensidade. Outro tipo de frente é a frente quente. A frente quente pode ser o resultado do recuo de uma frente fria. Isto acontece quando uma massa mais fria de pressão alta se estabelece sobre o Sul do País. O anticiclone do Atlântico Sul intensifica-se e sopra ar úmido sobre a massa fria do Sul. O ar mais quente e úmido dos trópicos (da Região Amazônica) por ser mais leve sobre a rampa formada pelo ar frio do anticiclone do sul. Nesse processo, o ar úmido se condensa e aos poucos vai formando nebulosidade generalizada. Quando isto acorre sobre o Rio de Janeiro, o tempo fica muito quente e úmido. Dado que nessa situação os ventos à superfície passam a soprar de N a NW, contrário à direção das brisas do mar, se estabelece uma calmaria muito grande. Surge uma situação similar ao xaroco da Península Ibérica. É um tempo de inversão térmica suspensa muito baixa e camada de mistura pouco espessa. O ar fica fosco com muita névoa seca. Em geral, dentro de 2 ou 3 dias começa a chover uma precipitação fina e quente. A frente quente tanto pode se dissipar sem muitas chuvas, como pode transformar-se numa frente fria com o reforço do anticiclone transitório que se encontrava ao sul. Na situação perturbada, os regimes normais de vento num lugar desaparecem. As frentes, bem antes de chegarem ao Rio, provocam mudanças radicais nos regimes de vento. Inicialmente os ventos giram para NE e N — nos lugares onde sopram de SE e de E. Na fase em que a frente já se encontra sobre o Paraná e S. Paulo, os ventos viram para NW. Esses ventos do setor norte, ao descerem as serras sofrem aquecimento adiabático e as temperaturas máximas batem recordes no Rio. Finalmente, quando a massa fria vai chegando, os ventos turbulentos passam a soprar de W. Rapidamente giram e sucessivamente sopram de SW, S e SE. Nessa fase, o ar ficou mais frio, mais limpo e seco. O céu fica claro, volta o bom tempo e menos de um dia depois os ventos assumem seus regimes normais. As situações de 296 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto tempo perturbado ocupam menos de 10 % do tempo durante o ano. As perturbações inicialmente agravam as condições de dispersão, em vista das alterações de condições de estabilidade da camada lime e de mudanças de direção dos ventos. No desfecho do processo, provocam turbulência de escala planetária, favorecendo a dispersão dos poluentes da camada de mistura. 5.5.4 AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE ATIVIDADE DE RADIONUCLÍDEOS O Programa de Monitoração Ambiental Radiológico Operacional (PMARO) tem por objetivo medir os níveis de radioatividade natural e artificial, de forma a possibilitar uma avaliação das doses de radiação e determinar as tendências de taxas e atividades de radionuclídeos no meio ambiente permitindo, assim, um controle de exposição à radiação da população na área circunvizinha à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA). Os resultados do PMARO, realizado pelo Laboratório de Monitoração Ambiental da Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho, durante os anos de 2005 à 2007 são apresentados a seguir. Este programa atende às exigências de licenciamento das Unidades I e II da CNAAA. Amostras de vários tipos foram selecionadas para servir de indicadores do ambiente, baseadas em caminhos críticos de transferência de radionuclídeos ao homem e a experiência adquirida durante o programa pré-operacional. Os locais de coleta de amostras foram determinados à partir dos dados de meteorologia local, geografia, uso da terra, hábitos da população e foram divididos em duas áreas: impacto e controle. A área de impacto é aquela na qual é esperada a manifestação de algum efeito devido à liberação de efluentes líquidos ou gasosos da CNAAA, enquanto que na área de controle tais efeitos não são esperados. As coletas, preparos e análises das amostras realizadas na execução do programa foram feitas de acordo com procedimentos executivos constantes do Manual de Operação da Usina (MOU) de Angra 1. Foram executadas medidas diretas de radiação usando-se dosímetros termoluminescentes em conjunto com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), conforme contrato estabelecido com a Eletronuclear. O programa de intercomparação com o Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN) foi executado e constou de análises de amostras de água. Os dados obtidos foram tratados estatisticamente e as médias, comparadas com as do período pré-operacional e com as dos anos de 1982 a 2006. São apresentadas, a seguir, as avaliações dos resultados obtidos para as diversas amostras coletadas e analisadas em 2005, 2006 e 2007. 297 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.5.4.1 Amostras de Origem Marinha 5.5.4.1.1 Peixes Não foi detectada, nem na matriz de peixe sedentário (Garoupa), nem na matriz de peixe de curso (Carapeba), atividade relativa aos radionuclídeos artificiais. De 2005 à 2007, os valores obtidos para os radionuclídeos naturais (40K), tanto nas amostras coletadas na área de impacto, quanto nas coletadas na área de controle, mantiveramse nos níveis normais. A seguir são apresentados os valores de radionuclídeos artificiais (137Cs) já encontrados na matriz de peixe sedentário e na matriz de peixe de curso, desde 2005. Tabela 88 – Resultados de análises Peixe Sedentário de 2005 à 2007 40 Área K (Bq/Kg tecido mole)E00 Média Pontos (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO VALOR MÁXIMO 65,74+-7,6 IMPACTO PIRAQUARA DE FORA (4/4) 58,07 73,72 76,07+-7,99 CONTROLE TARITUBA (2/2) 70,42 81,72 Fonte: PMARO, 2007. Tabela 89 - Resultados de análises Peixe de Curso de 2005 à 2007 40 Área K (Bq/Kg tecido mole)E00 Média Pontos (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO VALOR MÁXIMO 71,82+-16,50 IMPACTO PIRAQUARA DE FORA (2/2) 60,16 83,49 Fonte: PMARO, 2007. 298 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 144 - Atividade De Radionuclídeo 137Cs - Peixe Sedentário AMD (Bq/Kg úmido) Reg. Guide = 4,8 Eletronuclear (LMA) = 0,05. Fonte: PMARO, 2007. Figura 145 – Atividade De Radionuclídeo 137Cs – Peixe De Curso AMD (Bq/Kg úmido) Reg. Guide = 4,8 Eletronuclear (LMA) = 0,05. Fonte: PMARO, 2007. 299 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.5.4.1.2 Algas Nos anos de 2005 à 2007 não foram realizadas coletas na área de impacto devido à ausência de algas do gênero Sargassum. Na área de controle, os valores encontrados para os radionuclídeos naturais (40K) estão nos níveis normais e não foram detectados radionuclídeos artificiais. Na Tabela 90 são apresentados os valores de radionuclídeos artificiais já encontrados para a área de impacto, desde 2005. Tabela 90 – Resultados De Análises Meio Monitorado – Alga de 2005 à 2007 40 Área K (Bq/Kg úmido)E00 Média Pontos (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO IMPACTO PIRAQUARA (todos) CONTROLE TARITUBA VALOR MÁXIMO * 194,75+-2,58 (2/2) 192,93 Observação: (*) Amostras não encontradas no local. Fonte: PMARO, 2007. 196,58 Figura 146 - Atividade de Radionuclídeos Algas AMD (Bq/Kg úmido) Reg. Guide = 4,81 Eletronuclear (LMA) = 0,41. Fonte: PMARO, 2007. 300 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.5.4.1.3 Areia de Praia Não foram detectados radionuclídeos artificiais em nenhuma amostra de areia de praia de 2005 à 2007. Os valores encontrados, em todos os pontos, para os radionuclídeos naturais (40K), mantiveram-se nos níveis normais. 5.5.4.1.4 Sedimento Marinho Nas análises realizadas de 2005 na matriz de sedimento marinho, foram detectadas as presenças dos produtos de corrosão ativados 54Mn em 5 amostras e 60Co em 6 amostras e do produto de fissão 137Cs em 1 amostra, todas coletadas na área de impacto - PIRAQUARA ESE (Pontos 26 e 29) e ENE (Ponto 47), conforme mostra a Tabela 92. Nas análises realizadas em 2006 na matriz de sedimento marinho, foi detectada a presença do produto de corrosão ativado 60Co em 7 amostras, todas coletadas na área de impacto - PIRAQUARA ESE (Pontos 26 e 29) e ENE (Ponto 47), conforme mostra a Tabela 93. E nas análises realizadas em 2007 na matriz de sedimento marinho, foi detectada a presença dos produtos de corrosão ativados 54Mn em 2 amostras e 60Co em 8 amostras, todas coletadas na área de impacto PIRAQUARA ESE (Pontos 26 e 29) e ENE (Ponto 47), conforme mostra a Tabela 94. Estas atividades, no entanto, encontram-se abaixo dos valores estabelecidos na norma Regulatory Guide 4.8. Para a atividade dos radionuclídeos naturais (40K), os valores encontrados, para todas as amostras, tanto para as coletadas na área de impacto quanto para as coletadas na área de controle, mantiveram-se nos níveis normais. 301 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 91 - Resultados de Análises Meio Monitorado - Areia de Praia Área Impacto Controle Pontos 40 K (Bq/Kg seco)E00 Média PRQ.ENE PRQ.ESE PRAIA BRAVA PRAIA DO FRADE MAMBUCABA TARIBUNA 589,35+-132,29 277,07+-26,16 532,36+-7,75 413,12+-121,06 432,19+-56,79 922,81+-66,18 (2/2) (2/2) (2/2) (2/2) (2/2) (2/2) (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO VALOR MÁXIMO 2005 495,81 682,9 258,57 295,57 526,88 537,84 327,52 498,73 392,04 472,35 876,02 969,61 449,82+-153,81 357,61+-19,56 920,67+-109,04 740+-19,11 527,88+-18,49 605,65+-73,28 (2/2) (2/2) (2/2) (2/2) (2/2) (2/2) 2006 374,06 558,58 343,78 371,45 843,57 997,78 727,41 754,44 514,11 540,26 553,84 657,47 595,85+-69,09 405,63+-57,09 716,39+-42,27 567,12+-65,30 594,76+-127,65 214,31+-13,56 (2/2) (2/2) (2/2) (2/2) (2/2) (2/2) 2007 547 644,71 367,38 443,88 686,5 746,28 520,95 613,3 504,5 685,03 204,72 223,9 Fonte: PMARO, 2007. 302 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 92 - Resultados de Análises Meio Monitorado - Sedimento Marinho 2005 40 54 K 58 Mn Co 60 134 Co Cs 137 Cs ( em Bq/Kg úmido)E00 Área Pontos Média (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO VALOR MÁXIMO 247,00+-17,85 PRQ.ESE (Pto. 26) PRQ.ESE (Pto. 29) (4/4) (3/4) 489,17 0,24 <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD 1,23 (1/4) 0,5 0,15+-0,06 (4/4) (2/4) 0,11 <AMD 1,14 <AMD 250,83 293,14 (4/4) 0,77 0,35+-0,13 228,31 <AMD 272,44 433,21+-44,96 380,71 PRQ.ENE (Pto. 47) <AMD (4/4) 232,98 0,95+-0,21 0,42 <AMD (1/4) 0,2 384,09+-2,69 ITAORNA-1 (2/2) 382,19 Impacto <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA 386 270,82+-3,23 ITAORNA-2 (2/2) 273,11 268,54 361,53+-19,23 ILHA DO BRANDÃO (2/2) 347,93 375,13 192,35+-0,70 ILHA DE PAQUETÁ (2/2) 191,86 192,85 858,07+-10,34 VILA DO FRADE (2/2) 850,76 865,39 231,81+-12,09 Controle TARITUBA (2/2) 223,26 240,36 OBSERVAÇÃO: NA - Não Aplicável AMD – Atividade Mínima Detectável Fonte: PMARO, 2007. 303 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 147 - Atividade De Radionuclídeos Sedimento Marinho Pré/2005 AMD (media) Bq/Kg R. guide=6,70 Eletronuclear=0,43 Fonte: PMARO, 2007. Tabela 93 - Resultados De Análises Meio Monitorado - Sedimento Marinho 2006 40 54 58 60 134 K Mn Co Co Cs 137 Cs (Bq/Kg úmido)E00 Área Pontos Média (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO Impacto PRQ.ESE (Pto. 26) 261,57+-40,65 (4/4) 224,82 PRQ.ESE (Pto. 29) <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD 1,29 0,48+-0,34 <AMD <AMD (2/4) 0,24 277,94+-30,01 243,08 (3/4) 1,12 514,44 (4/4) 0,72 0,36+-,023 <AMD <AMD 310,13 (2/4) 0,2 0,53 393,26+-10,52 (2/2) 385,82 ITAORNA-2 <AMD 471,10+-41,13 416,18 ITAORNA-1 1,20+-0,08 318,38 (4/4) PRQ.ENE (Pto. 47) VALOR MÁXIMO <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD 400,7 292,84+-13,29 (2/2) 304 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 40 54 K Mn 58 Co 60 Co 134 Cs 137 Cs (Bq/Kg úmido)E00 Área Pontos Média (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO 283,44 ILHA DO BRANDÃO 302,24 130,46+-22,05 (2/2) 114,87 LHA DE PAQUETÁ NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA 119,59 191,78+-0,89 (2/2) 191,15 Controle NA 101,83+-25,11 84,08 TARITUBA NA 146,05 (2/2) VILA DO FRADE VALOR MÁXIMO 192,41 160,43+-26,90 (2/2) 141,41 179,46 OBSERVAÇÃO: NA - Não Aplicável AMD – Atividade Mínima Detectável Fonte: PMARO, 2007. Figura 148 - Atividade De Radionuclídeos Sedimento Marinho Pré/2006 AMD (média) Bq/Kg R. guide=6,70 Eletronuclear=0,43 305 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 94 - Resultados De Análises Meio Monitorado - Sedimento Marinho 2007 40 54 K Mn 58 60 Co 134 Co Cs 137 Cs (Bq/Kg úmido)E00 Área Pontos Média (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO PRQ.ESE (Pto. 26) 220,00+-98,92 (4/4) 140 PRQ.ESE (Pto. 29) 390,16+-73,11 314,19 106,62 (3/4) 0,25 <AMD <AMD 0,52 0,36+-0,03 <AMD <AMD (2/4) 0,34 0,38 <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD <AMD NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA NA 138,31 82,08+-29,94 60,91 103,26 215,41+-7,81 (2/2) 209,89 <AMD 294,78 (2/2) Controle <AMD 0,39+-0,13 122,46+-22,41 (2/2) TARITUBA <AMD 2,24 226,58+-96,44 158,39 VILA DO FRADE (1/4) <AMD 367,3 (2/2) LHA DE PAQUETÁ 0,13 <AMD 365,23+-2,92 363,17 ILHA DO BRANDÃO (3/4) 0,44 278,89 (2/2) ITAORNA-2 <AMD 225,66+-43,87 184,35 Impacto (1/4) 1,14+-0,97 455,8 (4/4) ITAORNA-1 0,15 354,26 (4/4) PRQ.ENE (Pto. 47) VALOR MÁXIMO 220,94 149,05+-39,85 (2/2) 120,87 177,23 OBSERVAÇÃO: NA - Não Aplicável AMD – Atividade Mínima Detectável Fonte: PMARO, 2007. 306 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 149 - Atividade De Radionuclídeos - Sedimento Marinho Pré/2007 AMD (media) Bq/K R. guide=6,70 Eletronuclear=0,43 Fonte: PMARO, 2007. 5.5.4.1.5 Água do Mar Nos anos de 2005 à 2007, não foi detectada a presença de trítio ou qualquer outro radionuclídeo artificial nas amostras de água do mar. Os valores encontrados para o único radionuclídeo natural detectado nesta matriz (40K), mostraram que estão compatíveis com os níveis históricos (Tabela 95). Tabela 95 - Resultados De Análises Meio Monitorado – Água do Mar 2005 à 2007 2005 2006 2007 40 Área K (Bq/L)E00 Pontos Média (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO Impacto PIRAQUARA - ENE 13,28+-1,60 11,49+-2,10 11,49+-1,48 (12/12) (12/12) (12/12) 10,77 PIRAQUARA - ESE 15,88 8,23 14,68 9,6 13,53 12,76+-1,32 11,63+-2,03 10,82+-1,05 (12/12) (12/12) (12/12) 10,66 ITAORNA VALOR MÁXIMO 14,81 8,63 15,28 9,31 12,76 12,00+-1,37 11,36+-1,69 10,44+-2,28 (12/12) (12/12) (12/12) 307 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 2005 2006 40 Área 2007 K (Bq/L)E00 Pontos Média (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO 10,01 14,05 7,81 13,15 7,57 14,91 12,46+-1,60 10,77+-1,71 10,87+-1,53 (12/12) (12/12) (12/12) ILHA DO BRANDÃO 9,98 Controle VALOR MÁXIMO 14,04 8,47 13,3 8,77 13,85 10,45+-1,13 10,25+-1,01 10,06+-1,86 (2/2) (2/2) (2/2) TARITUBA 9,65 11,25 9,52 10,96 8,75 11,38 Fonte: PMARO, 2007. 5.5.4.2 Amostras de Origem Terrestre 5.5.4.2.1 Leite De 2005 à 2007, as médias obtidas para 40K encontram-se nos níveis normais, tanto para as amostras coletadas na área de impacto quanto para as coletadas na área de controle. Para os radionuclídeos artificiais (137Cs, 89Sr e 90Sr), as médias obtidas para todos os pontos estão compatíveis com as dos anos anteriores, inclusive na Fazenda Portão Vermelho (área de controle), sugerindo que os mesmos sejam provenientes de fall-out. As atividades de 137Cs e 89Sr / 90Sr nas amostras de leite desde o período préoperacional são apresentadas respectivamente na Tabela 96. A coleta e análise de leite no ponto Sítio do Quincas foi interrompida entre junho e outubro de 2005 por falta de amostra (o rebanho foi vendido). 308 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 96 - Resultados de Análises Meio Monitorado – Leite 2005 à 2007 40 89 K 90 Sr 131 Sr 137 I Cs (Bq/L)E00 Ano Área Pontos Média (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO VALOR MÁXIMO 47,56+-4,07 SÍTIO DO QUINCAS 2005 SÍTIO DO ALCEO <ADM (7/12) 43,99 Impacto 0,17+-0,04 0,21+-0,15 0,10+-0,01 (12/12) (2/4) (2/4) 59,82 0,1 45,44+-4,00 (2/2) 42,61 (12/12) 33,63 SÍTIO DO ALCEO 0,32 (1/2) (1/2) 0,05 0,05 (1/4) (1/4) (3/4) 64,3 0,03 0,26 <ADM 0,15+-0,04 <ADM (2/12) 0,18 <ADM (3/12) 0,12 0,26 0,05 (1/2) <ADM <ADM 48,28 (12/12) 41,92 SÍTIO DO ALCEO <ADM 0,08 <ADM (2/2) 46,34+-3,39 SÍTIO DO QUINCAS 0,12 0,14+-0,06 <ADM 45,40+-0,15 Impacto (6/12) 0,12 (12/12) 44,52 2007 <ADM 53,19 0,06+-0,03 42,61 0,21+-0,05 0,11 0,06 54,86+-5,34 Controle FAZENDA PORTÃO VERMELHO 0,09 0,07 0,2 48,28 45,62+-5,6 2006 (2/12) 0,14 52,97+-3,90 Controle FAZENDA PORTÃO VERMELHO Impacto <ADM 52,97 47,51 SÍTIO DO QUINCAS <ADM 0,12 0,04 (1/4) (1/4) 0,16+-0,03 <ADM 52,49 45,88+-5,56 (2/12) 0,14 0,06+-0,06 0,02 <ADM 0,19 0,23+-0,08 309 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 40 89 K 90 Sr Sr 131 137 I Cs (Bq/L)E00 Ano Área Pontos Média (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO (12/12) 42,22 (2/4) 52,35 39,35+-0,35 Controle FAZENDA PORTÃO VERMELHO (2/2) 39,1 0,02 VALOR MÁXIMO (2/12) (1/4) 0,11 0,18 0,29 0,09 (1/2) <ADM <ADM <ADM 39,6 Fonte: PMARO, 2007. 310 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 150 - Atividade De Radionuclídeo 137CS - Leite Pré/2007 AMD (Bq/L) Reg. Guide = 0,67 Eletronuclear (LMA) = 0,17 Fonte: PMARO, 2007. Figura 151 - Atividade De Radionuclídeo 89Sr /90Sr - Leite Pré/2007 89 90 AMD (Bq/L) Reg. Guide = 0,37 Eletronuclear (LMA) = 0,06 ( Sr) 0,04 ( Sr) Fonte: PMARO, 2007. 311 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.5.4.2.2 Pasto De 2005 à 2007, não foram detectados radionuclídeos artificiais nas amostras de pasto. Os valores encontrados para atividade dos radionuclídeos naturais (40K), em todos os pontos, tanto da área de impacto, quanto da área de controle, apresentaramse compatíveis com os níveis normais (Tabela 97). A coleta e análise da amostra no ponto SÍTIO DO QUINCAS não foi realizada em agosto de 2005 por dificuldade de acesso (porteira trancada). Tabela 97 – Resultados De Análises Meio Monitorado – Pasto 2005 2005 2006 40 Área 2007 K(Bq/Kg úmido)E00 Pontos Média (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO SÍTIO DO QUINCAS 197,23+-24,83 234,97+-26,40 201,27+-38,71 (3/4) (4/4) (4/4) 176,43 Impacto SÍTIO DO ALCEO FAZENDA PORTÃO VERMELHO 224,72 214,16 273,13 163,11 239,42 185,59+-16,43 165,82+-20,96 146,25+-10,60 (4/4) (4/4) (4/4) 163,41 Controle VALOR MÁXIMO 202,47 134,43 175,9 139,63 158,47 212,14+-60,73 195,50+-24,19 181,92+-14,01 (2/2) (2/2) (2/2) 169,2 255,08 178,4 212,61 172,01 191,83 Fonte: PMARO, 2007. 5.5.4.3 Água de Superfície De 2005 à 2007, não foi detectado nem trítio nem qualquer outro radionuclídeo, natural ou artificial, nestas amostras de água. 5.5.4.3.1 Água de Rio Os resultados obtidos nos anos de 2005 à 2007 não apresentaram quaisquer atividades de radionuclídeos naturais e artificiais. 5.5.4.3.2 Água Subterrânea Os resultados obtidos nos anos de 2005 à 2007 não apresentaram quaisquer atividades de radionuclídeos naturais e artificiais. 5.5.4.3.3 Sedimento de Rio De 2005 à 2007, os resultados obtidos para os radionuclídeos naturais (40K) estão dentro dos valores esperados e não foram detectados radionuclídeos artificiais (Tabela 98). 312 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 98 – Resultados de Análises Meio Monitorado – Sedimento de Rio 2005 à 2007 2005 2006 40 Área Pontos 2007 K (Bq/Kg seco)E00 Média (amostras analisadas) 643,15 RIO DO FRADE 368,87 303,34 521,4 335,08 (1/1) IMPACTO 538,88 RIO MAMBUCABA (1/1) Fonte: PMARO, 2007. 5.5.4.3.4 Banana De 2005 à 2007, as análises desta matriz não detectaram a presença de qualquer radionuclídeo artificial. Apenas radionuclídeos naturais (40K) foram encontrados e os valores obtidos estão nos níveis normais (Tabela 99). Tabela 99 - Resultados de Análises Meio Monitorado – Banana 2005 à 2007 2005 2006 40 Área 2007 K(Bq/Kg úmido)E00 Pontos Média (amostras analisadas) VALOR MÍNIMO IMPACTO 123+-9,87 140,86+-18,23 110,17+-23,07 (6/6) (6/6) (6/6) ITAORNA 110,5 137,3 129,55+-3,79 CONTROLE VALOR MÁXIMO PARATI (2/2) 126,87 122,64 141,06 143,91+-15,86 72,34 107,39+-17,66 (2/2) 132,23 132,69 155,12 131,23 (2/2) 94,9 119,88 Fonte: PMARO, 2007. 5.5.4.3.5 Solo Em 2005 e 2007, as análises desta matriz detectaram a presença de 137Cs, tanto nas amostras coletadas na área de impacto (2 amostras) quanto nas coletadas na área de controle (2 amostras), indicando que o mesmo é proveniente de fall-out. Em 2006, as análises desta matriz detectaram a presença de 137Cs, tanto nas amostras coletadas na área de impacto (2 amostras) quanto nas coletadas na área de controle (1 amostra).Os valores obtidos estão abaixo dos níveis definidos no Reg. Guide 4.8 e no NUREG 1301. A evolução da atividade de 137Cs em solo é apresentada na Tabela 100. 313 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 100 - Resultados de Análises Meio Monitorado – Solo 2005 à 2007 40K 137Cs (Bq/Kg seco)E00 Ano Área Pontos Média (amostras analisadas) IMPACTO VALOR MÍNIMO VALOR MÁXIMO 549,78+-107,54 0,56+-0,30 (6/6) (2/6) ITAORNA 418,32 2005 CONTROLE 666,4 1,65+-0,21 (2/2) (2/2) PARATI 282,63 1,5 1,8 411,75+-105,00 0,54+-0,15 (6/6) (2/6) ITAORNA 309,76 2006 0,78 259,94+-32,09 237,25 IMPACTO 0,35 506,34 0,44 0,65 304,99+-44,15 CONTROLE PARATI 273,77 IMPACTO 336,21 201,82+-66,61 1,31+-0,59 (6/6) (2/6) ITAORNA 126,69 2007 CONTROLE <AMD (2/2) 284,08 0,89 1,73 205,33+-71,63 2,04+-0,44 (2/2) (2/2) PARATI 154,68 255,98 1,73 2,35 Fonte: PMARO, 2007. Figura 152 - Atividade De Radionuclídeo 137CS - Solo 2002/2007 AMD (Bq/Kg úmido) Reg. Guide = 5,55 Eletronuclear (LMA) = 0,60 314 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.5.4.4 Amostras de Origem Aérea Á partir de abril de 2006 o ponto de coleta do Hotel do Frade, tanto para ar-particulado quanto para ar-iodo e precipitação foi definitivamente transferido para a CASA DE BOMBAS. Entretanto, continuará a ser referenciado como Frade. 5.5.4.4.1 Ar Particulado De 2005 à 2007, as médias encontradas para as amostras de ar coletadas, tanto na área de impacto como na área de controle, apresentaram valores para beta total compatíveis com os anteriormente obtidos. Não foram detectados radionuclídeos naturais e artificiais. 5.5.4.4.2 Ar Iodo Durante os anos de 2005 à 2007, não foi detectada, nas amostras de filtro de carvão ativado, atividade de iodo radioativo. 5.5.4.4.3 Precipitação Pluviométrica Nas amostras de precipitação pluviométrica (água de chuva), de 2005 a 2007, não foi detectada a presença de trítio, bem como de qualquer outro radionuclídeo artificial ou natural. 5.5.5 IDENTIFICAÇÃO E ESTIMATIVA DE DOSE DOS GRUPOS CRÍTICOS E DOS CAMINHOS CRÍTICOS DE EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO Amostras de vários tipos são selecionadas para servirem de indicadores do ambiente, baseados em caminhos críticos de transferência de radionuclídeos do meio ambiente para o homem. As amostras de origem marinha incluem areia de praia, sedimentos, água do mar, alga e peixes. Amostras de origem terrestre incluem leite, pasto e água de superfície. Amostras de origem atmosférica consistem de precipitação (água de chuva), particulados (aerossóis) e filtros de carbono para pesquisa do I-131. As análises das amostras são feitas por espectrometria de raios gama, contagem β total e por contagem β por cintilação líquida. As freqüências de coleta e análise das amostras são variáveis. Os principais radionuclídeos com probabilidade de serem emitidos como efluentes líquidos e gasosos de reatores tipo PWR, apresentam os seguintes caminhos: 9 Dois importantes caminhos para a exposição humana foram identificados para os efluentes líquidos: água do mar → peixe → cadeia alimentar humana e exposição direta de radionuclídeos depositados na areia da praia. No primeiro 315 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto caminho, os “nuclídeos críticos” são césio 134 e césio 137, enquanto no segundo, esses nuclídeos são cobalto 58 e cobalto 60. 9 Peixe Água do Mar Cadeia alimentar humana Figura 153 – Caminho Crítico de exposição ao ser humano devido a liberação de efluentes líquidos. 9 Para os efluentes gasosos, tem-se também dois caminhos para exposição humana, sendo o primeiro conhecido como caminho do iodo 131, apresentado na Figura 154 e o caminho de exposição direta à radiação para a liberação de gases nobres. Ar Pasto Vaca Leite Homem Figura 154 - Caminho Crítico de exposição ao ser humano devido a liberação de efluentes gasosos. 5.5.6 MODELOS UTILIZADOS PARA OS CÁLCULOS DAS CONCENTRAÇÕES DE ATIVIDADE DE RADIONUCLÍDEOS E DE DOSE As vias de exposição mais relevantes, no que concerne a exposição humana à radiação como resultado da operação de Angra 1 são listadas abaixo. Os valores dos parâmetros utilizados no cálculo da dose são referenciados à medida que aparecem no texto. Liberações para a atmosfera • Exposição a radiações γ e β diretas da nuvem; • Radiação γ direta da atividade depositada no solo; • Inalação de ar contaminado; • Ingestão de alimentos contaminados. Liberações para o mar • Recreação na praia; • Ingestão de produtos marinhos contaminado. As suposições básicas e os modelos utilizados para calcular as doses correspondentes a cada uma das vias de exposição acima e estimar a dose equivalente efetiva são apresentadas abaixo. 5.5.6.1 Liberações para a Atmosfera 5.5.6.1.1 Exposição à Radiação γ e β direta da Nuvem 316 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A dose devida à exposição gama direta é dada por: Dγ = SF.AL.(χ/Q).DFγ Dβ = SF.AL.(χ/Q).DFβ Sendo: Dγ Dose Efetiva devida a radiação gama direta emitida por um nuclídeo na nuvem (Sv/a) Dβ Dose Equivalente na pele ou no cristalino devida a radiação beta direta emitida por um nuclídeo na nuvem (Sv/a) SF Fator de atenuação pelo efeito de blindagem das edificações SF=1 AL Atividade total do nuclídeo liberada (Bq/a) DF γ Fator de dose efetiva para submersão gama (Sv.m3/Bq.s). (χ/Q) Fatores de dispersão atmosférica, em s/m3, calculados com base nos dados obtidos da Torre A100 entre 01/01/2000 e 31/12/2001. DFβ Fator de dose equivalente, na pele ou cristalino, devida a radiação beta direta emitida por um nuclídeo na nuvem (Sv.m3/Bq.s) Isótopo Tabela 101 - Fatores de Dose para Gases Nobres. Submersão Gama Beta no Cristalino Beta na Pele (Equivalente) (Efetiva) (Equivalente) 3 (Sv/s)/(Bq/m ) (Sv/s)/(Bq/m3) (Sv/s)/(Bq/m3) AR41 2,83E-14 2,70E-14 2,10E-16 KR85 3,27E-17 1,30E-14 0,00E+00 KR85M 1,74E-15 1,30E-14 0,00E+00 KR87 1,79E-14 8,40E-14 2,40E-14 KR88 4,83E-14 2,80E-14 6,40E-15 KR89 1,59E-13 0,00E+00 0,00E+00 XE131M 1,14E-15 3,80E-15 0,00E+00 XE133 4,34E-16 2,70E-15 0,00E+00 XE133M 2,05E-15 8,10E-15 0,00E+00 XE135 2,86E-15 1,70E-14 0,00E+00 XE135M 7,75E-15 5,70E-15 0,00E+00 XE137 2,10E-15 0,00E+00 0,00E+00 XE138 2,48E-14 4,00E-14 5,60E-15 Fonte: PMARO, 2007. 5.5.6.1.2 Radiação γ direta da atividade depositada no solo A dose devida à radiação gama emitida por nuclídeos depositados no solo é dada por: Sendo: DγG Dose devida à exposição ao solo contaminado (Sv/a) (D/Q) Fatores de deposição relativa, em 1/m2 calculados com base nos dados obtidos da Torre A100 entre 01/01/2000 e 31/12/2001. SF Fator de atenuação SF = 1 γ 2 DF G Fator de dose efetiva para exposição ao solo contaminado (Sv.m /Bq.s). 317 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto λ Constante de decaimento do nuclídeo (h-1) tb Tempo de acumulação da atividade depositada (h) tb = 15a Tabela 102 - Fatores de Dose. Exposição ao Solo Beta na Pele (Efetiva) (Equivalente) (Sv/s)/(Bq/m2) (Sv/s)/(Bq/m3) Isótopo Submersão Gama (Efetiva) (Sv/s)/(Bq/m3) Beta no Cristalino (Equivalente) (Sv/s)/(Bq/m3) H3 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 C14 0,00E+00 0,00E+00 2,30E-16 0,00E+00 CR51 3,74E-16 3,10E-17 2,80E-Í8 0,00E+00 MN54 1.54E-14 8,00E-16 1,30E-17 0,00E+00 FE59 2.52E-14. 1,10E-15 3,80E-15 2,50E-18 C057 9,87E-16 1.10E-16 8,90E-17 0,00E+00 CO58 1,72E-14 9,30E-16 1,30E-15 0,00E+00 C060 5,45E-14 2,30E-15 2,40E-15 3,20E-18 ZN65 1,20E-14 5,40E-16 7,40E-17 0,00E+00 SR89 1,74E-18 0,00E+00 3,50E-14 9,40E-16 SR90 0,00E+00 0,00E+00 8,90E-15 2,40E-18 ZR95 1,29E-14 1.40E-15 3,70E-15 0,00E+00 NB95 1,36E-14 7,30E-16 2,50E-16 0,00E+00 RU 103 6,89E-15 4,60E-16 1,60E-15 0,00E+00 RU 106 3,24E-15 1,90E-16 8,10E-14 2,20E-14 AG110M 5,20E-14 2,60E-15 3,30E-15 2,00E-16 SB 122 6,97E-15 4,30E-16 3,40E-14 1,40E-15 SB 124 3,76E-14 1,70E-15 2,20E-14 1,70E-15 SB 125 6,54E-15 4,20E-16 2,80E-15 0,00E+00 TE123M 1,91E-15 1,40E-16 6,50E-16 0,00E+00 1131 5,08E-15 3,70E-16 8,30E-15 0,00E+00 1132 4,06E-14 2,10E-15 2,90E-14 1,20E-15 1133 9,69E-15 6,30E-16 2,30E-14 1,20E-16 1134 4,94E-14 2,40E-15 3,70E-14 2,10E-15 1135 3,40E-14 1,70E-15 2,00E-14 2,20E-16 CS134 2,68E-14 1,50E-15 7,40E-15 0,00E+00 CS137 1,09E-14 5,50E-16 9,70E-15 5,90E-18 BA140 2,66E-15 2,30E-15 1,50E-14 6,80E-18 LA 140 5,05E-14 2,10E-15 3,20E-14 8,00E-16 CE141 7,57E-16 7,30E-17 5,90E-15 0,00E+00 CE 144 1.99E-16 5,90E-17 1,80E-15 1,10E-15 NP239 2,06E-15 1,60E-16 6,50E-15 0,00E+00 PU238 3,96E-17 9,20E-19 0,00E+00 0,00E+00 PU239 1,92E-17 3,90E-19 0,00E+00 0,00E+00 PU240 4,29E-17 8,80E-19 0,00E+00 0,00E+00 AM241 3,35E-16 2,60E-17 0,00E+00 0,00E+00 CM242 3,55E-17 1,30E-18 0,00E+00 0,00E+00 CM244 3,01E-17 9,50E-19 0,00E+00 0,00E+00 Fonte: PMARO, 2007. 318 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto As concentrações de atividade no solo, estimadas mediante a utilização dos modelos de cálculo conservativos apresentados, são mostradas na Tabela 103. Tabela 103 - Concentrações de Atividade no Solo (Bq/m2). Sedimentos Nuclídeo Co58 1,27E+01 Co60 4,15E+02 Cs134 5,34E+01 Cs137 5,73E+02 Ce144 8,09E+00 Sr90 2,28E+01 Pu239 2,71E-01 Pu240 2,71E-01 I131 2,87E+00 I132 3,10E-01 Fonte: PMARO, 2007. 5.5.6.1.3 Inalação de Ar Contaminado A dose devida à inalação do ar contaminado é dada por: Sendo: DINH Dose por inalação para um indivíduo de uma dada faixa etária (Sv/a) RA Taxa de inalação (m3/s). χ/G Fatores de dispersão atmosférica, em s/m3, calculados com base nos dados obtidos da Torre A100 entre 01/01/2000 e 31/12/2001. DFINH Fator de dose efetiva por inalação para um indivíduo de uma dada faixa etária (Sv/Bq). AL Atividade total do nuclídeo liberada (Bq/a) Isótopo Tabela 104 - Fatores de Dose Efetiva para Inalação (Sv/Bq). Faixa Etária 1a Infância Criança Adolescente Adulto H3 4,60E-11 1,70E-11 1,40E-11 1,60E-11 C14 4,70E-11 1,40E-11 8,10E-12 6,40E-12 CR51 9,30E-10 1,70E-10 1,20E-10 9,00E-11 MN54 1,30E-08 4,00E-09 2,20E-09 1,80E-09 FE59 3,90E-08 1,40E-08 6,10E-09 4,00E-09 C057 2,70E-08 5,90E-09 3,50E-09 2,50E-09 CO58 1,50E-08 5,20E-09 3,90E-09 2,90E-09 CO60 6,60E-08 1.00E-07 7,60E-08 5,90E-08 ZN65 6,50E-08 1,70E-08 7,70E-09 5,50E-09 SR89 8,00E-08 2,50E-08 1,70E-08 1,10E-08 SR90 3,50E-07 6,70E-07 1,00E-06 1 ,90E-06 ZR95 4,60E-08 1,50E-08 8,80E-09 6,50E-09 319 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Isótopo Faixa Etária a 1 Infância Criança Adolescente Adulto NB95 6,80E-08 2,90E-09 2,10E-09 1 ,60E-09 RU 103 1,20E-08 2,80E-09 1,20E-09 8,20E-10 RU 106 9,00E-07 2,80E-07 2,00E-07 1,30E-07 AG110M 2,10E-07 5,10E-08 2,90E-08 2,20E-08 SB 122 1,00E-08 3,10E-09 2,00E-09 1,40E-09 SB 124 5,30E-08 1,50E-08 9,90E-09 6,80E-09 SB 125 2,70E-08 7,50E-09 4,80E-09 3,30E-09 TE123M 2,20E-08 6,30E-09 3,90E-09 2,90E-09 1131 6,60E-08 1,70E-08 1,10E-08 8,10E-09 1132 7,80E-10 2,10E-10 1,40E-10 9.70E-11 1133 1,40E-08 3,10E-09 2,00E-09 1,50E-09 1134 2,80E-10 7.70E-11 4.90E-11 3,50E-11 1135 2.70E-09 6,20E-10 4,30E-10 3,10E-10 CS134 7,30E-09 7,80E-09 1,10E-08 1,30E-08 CS 137 6,40E-09 6,10E-09 8,60E-09 8,60E-09 BA 140 8,20E-09 2,40E-09 1,30E-09 1,00E-09 LA 140 8,69E-09 2,80E-09 1,80E-09 1,30E-09 CE141 1,70E-08 5,30E-09 3,60E-09 2,40E-09 CE144 7,00E-07 2,20E-07 1.50E-07 1,00E-07 NP239 4,70E-09 1,50E-09 9,10E-10 6,60E-10 PU238 3,70E-04 1,80E-04 1.40E-04 1,30E-04 PU239 4,00E-04 2,00E-04 1,60E-04 1,40E-04 PU240 4,00E-04 2,00E-04 1,60E-04 1,40E-04 AM241 4,10E-04 2,10E-04 1,60E-04 1.40E-04 CM242 3,40E-05 1,20E-05 6,60E-06 4,80E-06 CM244 2,80E-04 1,20E-04 8,50E-05 7,60E-05 Fonte: PMARO, 2007. 5.5.6.1.4 Ingestão de Alimentos Contaminados A dose devida à ingestão de alimentos contaminados é dada por: DING = DFING(ULfLCL + UGfGCG + UFCF + UMCM) Sendo: DING Dose por ingestão para um indivíduo de uma dada faixa etária (Sv/a) DFING Fator de dose efetiva por ingestão para um indivíduo de uma dada faixa etária (Sv/Bq). UL, UG, UF, Consumo anual de verduras, legumes, carne e leite, respectivamente (kg/a). UM CL, CG, CF, Concentração de Atividade de um nuclídeo em verduras, legumes, carne e leite, CM respectivamente (Bq/kg) fL Fração da quantidade total de verduras consumida que é produzida no local de interesse fL = 1 fG Fração da quantidade total de legumes frutas e grãos consumida que é produzida no local de interesse fG = 1 A concentração de um nuclídeo na vegetação em um dado local é dada por: 320 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto AL Sendo: Atividade total de um nuclídeo liberada. (Bq/a) CV Concentração do nuclídeo na vegetação (Bq/kg) Fatores de deposição relativa, 1/m2, calculados com base nos dados obtidos da Torre A100 entre (D/Q) 01/01/2000 e 31/12/2001. Conforme este modelo, para os isótopos de iodo, somente a fração elementar de 50% é depositada. r Fração da atividade depositada que é retida na vegetação. r=1 para iodo e 0.2 para o restante dos elementos λE Constante efetiva de remoção de atividade da superfície de vegetais em (h-1) λE = λ+λw λ Constante de decaimento do nuclídeo em questão (h-1) λW Constante efetiva de remoção de atividade da superfície de vegetais por ação do clima λW = 2.06E-03 h-1 (14 dias de meia vida). tE Tempo de Exposição da vegetação durante o crescimento (h) tE = 30 dias para a via de exposição vaca-leite-homem tE = 60 dias para a via de exposição vegetação YV Produtividade agrícola por unidade de área (peso úmido) YV = 0.7 kg/m2para a via grama-vaca-leite-homem YV = 2.0 kg/m2paravegetais BV Coeficiente de transferência vegetação/solo para um dado elemento. tb Período de acumulação de atividade no sedimento ou solo (h) tb=15a P Densidade superficial efetiva do solo relativa a uma camada de arado de 15 cm (peso seco) 240 kg/m2 th Tempo decorrido entre a colheita e a ingestão (h) ração animal. Zero para capim de pasto 90 dias para ração armazenada vegetais/homem 1 dia para verduras e indivíduo crítico 60 dias para outros vegetais e indivíduo crítico 14 dias para a população em geral P= No caso do trício, Sendo: Razão entre a concentração de H3 no conteúdo aquoso do vegetal e sua concentração na umidade do ar. (fH3=0,5) fH3 fH2O Razão entre a massa de água no vegetal e sua massa total (fH2O=0,75) 7 3,15x10 Número de segundos num ano (s/a) UA Umidade absoluta do ar no local de interesse (kg/m3) (UA=0,0163 kg/m3) Obtido a partir dos valores médios de temperatura (22,2 0C) e umidade relativa (82,9) do local, constantes das Tabelas 2.3-12 e 2.3-14, respectivamente, do RFAS de Angra 2. No caso do C14, 321 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Sendo: fC14 Razão entre a massa de carbono natural no vegetal e sua massa total (fC14=0,11) p Razão fracional de equilíbrio (p=1) CC Concentração de carbono natural na atmosfera (kg/m3) (CC=1,6 x 10-4 kg/m3) A concentração de um radionuclídeo no leite é dada por: Sendo: CM Concentração de um dado nuclídeo no leite (Bq/litro) CV Concentração de um dado nuclídeo na ração animal (Bq/kg) FM Fração média da quantidade ingerida de um dado nuclídeo na ração animal que aparece em cada Litro de leite (dias/litro) QF Consumo de alimento pelo animal (kg/dia). tF Tempo médio de transporte da atividade: ração - leite - consumidor (h) tF = 2 dias λ Constante de decaimento do nuclídeo em questão (h-1) QF = 50 kg/dia A concentração de um radionuclídeo no alimento animal é dada por: Sendo: CP Concentração de um dado nuclídeo no capim do pasto (Bq/kg) CS Concentração de um dado nuclídeo na ração armazenada (Bq/kg) fP Fração do ano durante a qual o animal pasta( fP = 1) fS Fração do consumo diário do animal que é capim de pasto (fS = 1) A concentração de um radionuclídeo na carne é dada por: Sendo: CF Concentração de um dado nuclídeo na carne (Bq/kg) FF Fração média da quantidade ingerida de um dado nuclídeo na ração animal que aparece em cada quilo de carne (dias/kg). tS Tempo médio entre o abate e o consumo (h) Isótopo tS = 20dias Tabela 105 - Fatores de Dose Efetiva para Ingestão (Sv/Bq). Faixa Etária 1a Infância Criança Adolescente Adulto H3 5,20E-11 2,10E-11 1,70E-11 1,60E-11 C14 4,20E-09 1,20E-09 7,20E-10 5,70E-10 CR51 1,20E-09 7.50E-11 5,10E-11 3,90E-11 MN54 4,70E-09 1,40E-09 7,70E-10 7,50E-10 FE59 1,30E-08 4,50E-09 2,20E-09 1,80E-09 CO57 2,50E-09 8,00E-10 4,30E-10 3,20E-10 CO58 9,90E-09 2,60E-09 1,30E-09 9,70E-10 CO60 8,40E-08 2,40E-08 9,80E-09 7,30E-09 ZN65 4,00E-08 1,60E-08 5,90E-09 3,90E-09 SR89 2,50E-08 6,80E-09 4,30E-09 2,50E-09 322 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Isótopo Faixa Etária a 1 Infância Criança Adolescente Adulto SR90 3,50E-08 4,00E-08 4,30E-08 1,10E-07 ZR95 5,80E-09 1,90E-09 1,30E-09 1,00E-09 NB95 1,40E-08 1,30E-09 7,70E-10 6,90E-10 RU103 3,50E-09 1,70E-09 9,30E-10 8,20E-10 RU106 5,80E-08 1,70E-08 9,60E-09 7,40E-09 AG110M 1,20E-08 4,50E-09 3,60E-09 2,90E-09 SB122 1,50E-08 4,40E-09 2,60E-09 2,00E-09 SB 124 1,70E-08 5,20E-09 3,50E-09 2,70E-09 SB125 4,70E-09 1,500E-09 9,60E-10 7,60E-10 TE123M 1,20E-08 3,30E-09 1,90E-09 1,50E-09 1131 1,10E-07 2,80E-08 1,70E-08 1,30E-08 1132 1,40E-09 3,60E-10 2,30E-10 1,70E-10 1133 2,30E-08 5,80E-09 3,60E-09 2,60E-09 1134 4,60E-10 1,30E-10 8,80E-11 6,50E-11 1135 5,00E-09 1,20E-09 7,40E-10 5,60E-10 CS134 1,20E-08 1,20E-08 1,80E-08 2,00E-08 CS137 9,30E-09 9,30E-09 1,30E-08 1,40E-08 BA 140 1,90E-08 5,70E-09 3,20E-09 2,50E-09 LA 140 1,50E-08 5,00E-09 3,00E-09 2,30E-09 CE141 6,20E-09 1,80E-09 1,00E-09 7,80E-10 CE 144 4,50E-08 1,30E-08 7,40E-09 5,90E-09 NP239 6,70E-09 1,90E-09 1,10E-09 8,80E-10 PU238 3,40E-07 1,60E-07 1,20E-07 1,10E-07 PU239 3,60E-07 1,70E-07 1,30E-07 1,20E-07 PU240 3,60E-07 1,70E-07 1,30E-07 1,20E-07 AM241 1,70E-06 8,60E-07 6,60E-07 5,90E-07 CM242 1,40E-07 4,80E-08 2,40E-08 1,90E-08 CM244 1,20E-06 4,90E-07 3,40E-07 3,10E-07 Fonte: PMARO, 2007. Elemento Tabela 106 - Fatores de Transferência para Elementos Estáveis. Bv FM FF Vegetal/Solo Leite (d/1) Carne (d/kg) H 4,8E+00 1,0E-02 1,2E-02 C 5,5E+00 1,2E-02 3,1E-02 Cr 2,5E-04 2,2E-03 2,4E-03 Mn 2,9E-02 2,5E-04 8,0E-04 Fe 6,6E-04 1,2E-03 4,0E-02 Co 9,4E-03 1,0E-03 1,3E-02 Rb 1,3E-01 3,0E-02 3,1E-02 Sr 1,7E-02 8,0E-04 6,0E-04 Zr 1,7E-04 5,0E-06 3,4E-02 Nb 9,4E-03 2,5E-03 2,8E-01 323 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Bv FM FF Vegetal/Solo Leite (d/1) Carne (d/kg) Sb* 1,1E-02 1,5E-03 4,0E-03 I 2,0E-02 6,0E-03 2,9E-03 Cs 1,0E-02 1,2E-02 4,0E-03 Ce 2,5E-03 1,0E-04 1,2E-03 Np 2,5E-03 5,0E-06 2,0E-04 Pu* 2,5E-04 2,0E-06 1,4E-05 Elemento Cm* 2,5E-03 5,0E-06 2,0E-04 *Valores correspondentes obtidos do Bundesministerium des Innern (1979). Fonte: PMARO, 2007. As concentrações de atividade de aerossóis em alimentos, estimadas mediante a utilização dos modelos de cálculo conservativos apresentados, são mostradas na Tabela 107. Tabela 107 - Concentrações de Atividade de Aerossóis nos Alimentos (Bq/kg). Nuclídeo Verduras Legumes Carne Leite Co58 1,99E-01 1,12E-01 2,63E-01 2,41E-02 Co60 3,42E-01 3,34E-01 5,03E-01 3,90E-02 Cs134 9,42E-02 8,92E-02 4,30E-02 1,31E-01 Cs137 2,58E-01 2,57E-01 1,14E-01 3,43E-01 Ce144 3,59E-02 3,11E-02 4,87E-03 4,24E-04 Sr90 1,09E-02 1,09E-02 7,03E-04 9,39E-04 Pu239 9,38E-05 9,38E-05 1,53E-07 2,19E-08 Pu240 9,38E-05 9,38E-05 1,53E-07 2,19E-08 I131 8,32E-01 5,16E-03 6,59E-02 6,43E-01 I133 6,55E-02 2,18E-22 6,90E-09 2,53E-02 Fonte: PMARO, 2007. 5.5.6.2 Liberações para o Mar 5.5.6.2.1 Recreação na Praia A dose em um indivíduo exposto à radiação de sedimentos na praia é dada por, Sendo: DR Dose devida à exposição a sedimentos contaminados (Sv/a) UP Tempo de exposição (h/a) KC Constante de transferência água/sedimento KC = 7,2 x 10-5 m3/kg.h KS Densidade superficial dos 2.5 cm superiores de sedimentos KS = 40kg/m2 AL Atividade total do nuclídeo liberada (Bq/a) MP Fator de mistura MP=1 W Fator geométrico de largura de praia W = 0,5 DFR Fator de dose efetiva para exposição ao solo contaminado (Sv.m2/Bq.s). 324 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto tP Tempo de trânsito entre o ponto de liberação e o de exposição (h) tB Tempo de exposição do sedimento à água contaminada (h) tP = 0 tb = 15a -1 λ Constante de decaimento do nuclídeo (h ) F Vazão anual ponderada de descarga de água de refrigeração principal para um dado nuclídeo (m3/ano) Tabela 108 - Concentrações de Atividade em Sedimentos Marinhos (Bq/m2). Sedimentos Nuclídeo Co58 1,98E+02 Co60 4,89E+03 Sr90 4,71E+02 1131 1,19E+01 Csl34 2,21E+03 Csl37 1,42E+04 H3 6,06E+06 Fonte: PMARO, 2007. Tabela 109 – Análise da areia de praia Área Impacto Pontos Controle PRQ. ENE PRQ. ESE Praia Brava Praia do Frade Mambucada Tarituba 595,85±69,09 (2/2) 405,63±54,09 (2/2) 716,39±42,27 (2/2) 567,12±65,30 (2/2) 594,76±127,65 (2/2) 214,31±13,56 (2/2) 547,00 367,38 686,50 520,95 504,50 204,72 644,71 443,88 746,28 613,30 685,03 223,90 40 K(Bq/Kg tecido mole)E00 Média (amostras analisadas) Valor Mínimo Valor Máximo. 5.5.6.2.2 Ingestão de Produtos Marinhos Contaminados A dose resultante do consumo de produtos marinhos é dada por: Sendo: DF Dose devida a ingestão de alimento marinho contaminado (Sv/a) UP Taxa de consumo de alimento marinho (kg/a) MP Fator de mistura AL Atividade total do nuclídeo liberada para o mar (Bq/a) BP Fator de Bio-acumulação (Bq/kg)/(Bq/m3) λ Constante de decaimento do nuclídeo (h-1) DFING Fator de dose efetiva para ingestão (Sv/Bq) tP Tempo de trânsito entre a liberação e o consumo (h) MP=1 tP = 0 325 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A vazão anual ponderada de descarga de água de refrigeração para um dado isótopo é obtida da média ponderada dos dados mensais de vazão e de atividade liberadas como mostrado abaixo: Sendo: Fi Quantidade de água de refrigeração principal liberada no mês i (m3) AiL Quantidade de atividade de um nuclídeo liberada no mês i (Bq) 12 Número de meses por ano (ano-1) Tabela 110 - Fatores de Bio-acumulação para Peixes de Água Salgada e Invertebrados 3 (Bq/kg)/(Bq/m ). Elemento Peixe Invertebrado H 0,0009 0,00093 C 1,8 1,4 Cr 0,4 2 Mn 0,55 0,4 Fe 3 20 Co 0,1 1 Sr 0,002 0,02 Zr 0,2 0,08 Nb 30 0,1 Sb* 0,1 0,05 I 0,01 0,05 Cs 0,04 0,025 Ce 0,01 0,6 Np 0,01 0,01 Pu* 0,005 - Cm* *Valores correspondentes obtidos do Bundesministerium des Innern (1979). Fonte: PMARO, 2007. Da mesma forma, a Tabela 111 mostra as concentrações de atividade em alimentos marinhos, estimadas através da aplicação de modelos de cálculo, considerando um fator de diluição da água de descarga igual a um. Nuclídeo Tabela 111 - Concentrações de Atividade em Produtos Marinhos (Bq/kg). Peixes Invertebrados Co58 2,81E+00 2,81E+01 Co60 2,96E+00 2,96E+01 Sr90 2,96E-03 2,96E-02 1131 1,48E-01 7,40E-01 Csl34 1,18E+00 7,40E-01 Csl37 1,78E+00 1,11E+00 H3 2,13E+01 2,20E+01 Fonte: PMARO, 2007. 326 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto a) Tabela 112 – Análise dos peixes e) b) j) c) d) Pontos l) Impacto Piraquara de Fora q) Peixe de curso Controle K (Bq/Kg tecido mole) E00 f) MÉDIA g) (amostras analisadas) h) VALOR VALOR i) MÍNIMO MÁXIMO m) 65,74 ± 7,60 n) (4/4) o) 58,07 73,72 Peixe Sedentário k) p) Área 40 71,82 ± 16,509 r) (2/2) s) 70,42 81,72 76,07 ± 7,99 (2/2) Tarituba 60,16 83,49 Fonte: PMARO, 2007. 5.5.6.3 Descrição da modelagem A determinação da concentração dos radionuclídeos em corpos dágua é função da movimentação das massas dágua, da presença de sedimentos e da atividade biológica, uma vez que ao chegar ao meio aquático o material radioativo se distribui em três fases: suspenso na própria massa dágua, adsorvido pelos sólidos em suspensão e nos sedimentos do fundo, e acumulado pelos organismos presentes neste meio. Assim como na análise do impacto devido ao lançamento de efluente térmico, a determinação do comportamento dos radionuclídeos em Piraquara de Fora se apoiará na utilização dos modelos de circulação e de qualidade de água, já descritos nas seções anteriores. A grande diferença entre as modelagens de efluentes térmicos e radioativos está no termo s da equação de transporte de poluente que, para o primeiro caso, indica as perdas de calorias para a atmosfera e, para o estudo de radionuclídeos, representa a redução de concentração por incorporação nos sedimentos e por decaimento radioativo. Os modelos utilizados na análise da absorção e incorporação em sedimentos devem abranger a remoção dos radionuclídeos dispersos em meio aquático, por intermédio dos mecanismos de remoção nos sedimentos de fundo e em suspensão. A presença de sedimentos num corpo dágua receptor de efluentes radioativos é importante, pois estes têm a propriedade de adsorver os radionuclídeos presentes na coluna dágua, funcionando como mecanismo de limpeza caso as condições de deposição sejam favoráveis. Os sedimentos mais finos têm maior capacidade de adsorção que os mais grosseiros, tanto por possuírem maior superfície de contato 327 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto quanto por se manterem mais tempo em suspensão, aumentando o seu contato com os radionuclídeos em solução. Desta forma, maior é a adsorção promovida pela argila do que pelo silte, que por sua vez adsorve mais que a areia. Uma formulação que determina a remoção dos radionuclídeos é apresentada pela seguinte expressão (IAEA, 1982): F= 1 1+ Kd S onde F é o fator de redução dos radionuclídeos na água, S a concentração de sedimentos em suspensão e Kd é a relação entre as concentrações do radionuclídeo no sedimento e na água numa situação de equilíbrio, ou seja, quando a velocidade de adsorção se iguala a de dessorção (passagem do radionuclídeo do sedimento para a água), que é específica de cada radionuclídeo. Pela expressão acima, verifica-se que quanto maiores os coeficientes Kd e S, menor será o fator F e portanto maior será a parcela de radionuclídeos presentes nos sedimentos. A influência de S é ilustrada pela Tabela 113. Tabela 113 - Influência de S na remoção de radionuclídeos em água Fonte: Biotec (1972) Radionuclídeo 60 Co 137 Cs 131 I S (mg/l) % removida da água por tratamento 21 a 128 6 a 49 18 a 45 0,7 a 1,5 18 a 45 1,4 a 2,9 Fonte: PMARO, 2007. A enseada Piraquara de Fora, receptora dos efluentes da Usina possui águas bastante límpidas. Assim, espera-se que a remoção de radionuclídeos pelos sedimentos seja bastante reduzida. FERNANDES (1996) utilizou o valor de 5,2 mg/l para a concentração média de sedimentos em suspensão em toda baía da Ilha Grande, incluindo suas enseadas, para simular a dispersão acidental de 1012 Bq de 137Cs e 3H, oriundos da Usina de Angra 1. O pesquisador verificou em Piraquara de Fora uma retenção nos sedimentos de 3,08 x 1010 Bq de 137Cs, ou seja, 0,03% do total, estabilizada 30 dias após o lançamento. Supondo a deposição total dos sedimentos suspensos (5,2 mg/l) em Piraquara de Fora, o fator F pode então indicar uma remoção máxima de radionuclídeos da água. Os valores calculados para F, exibidos pela Tabela 114 demonstram que é realmente baixa a parcela máxima retida nos sedimentos, o que justifica negligenciá-la na determinação da dispersão dos radionuclídeos em Piraquara de Fora. Tabela 114 - Remoção Máxima de Radionuclídeos pelos Sedimentos Radionuclídeo Kd % remanescente na água (F) % removida pelos sedimentos Co 10.000 95,06 4,94 Cs 500 99,74 0,26 328 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Radionuclídeo Kd % remanescente na água (F) % removida pelos sedimentos I 100 99,95 0,05 Sr 500 99,74 Valores de Kd válidos para água do mar (IAEA, 1982) Fonte: PMARO, 2007. 0,26 5.5.6.3.1 Decaimento radioativo Um outro fator que influencia a determinação da concentração dos radionuclídeos lançados em Piraquara é o decaimento radioativo. Este, contudo, pode também ser negligenciando uma vez que a meia-vida da maioria dos radionuclídeos lançados é alta, da ordem de anos, o que torna o decaimento mais lento com o passar do tempo. Além disso, as vazões de despejo são também bastante elevadas com valores que variam aproximadamente de 80 a cerca de 120 m3/s, para a Usina Angra 2 e para as Usinas Angra 1 e 2 funcionando em conjunto, respectivamente. Assim, o tempo de permanência dos radionuclídeos na enseada, torna-se superior ao tempo necessário para que ocorra uma redução significativa da atividade dos radionuclídeos lançados. Ressalte-se, ainda, que negligência o decaimento radioativo tornará os cálculos conservadores. 5.5.6.3.2 Simulações Não foi considerada a ocorrência de correntes de maré na enseada de Piraquara de Fora, pois estas são praticamente desprezíveis. Assim, a parcela advectiva do transporte dos radionuclídeos deve-se exclusivamente à descarga do túnel em Piraquara de Fora. 5.5.7 CÁLCULO DE DOSE A análise do estudo realizado pela SCIENCE (2003), não permitiu a identificação de um grupo de pessoas, membros da população, cuja exposição fosse razoavelmente homogênea e típica dos indivíduos que recebem as maiores doses. Assim sendo, foi considerado como grupo crítico, aquelas pessoas cujas taxas de consumo de gêneros alimentícios e tempo de recreação se situam na faixa de 95 percentil da distribuição de valores obtidos para a região pesquisada. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica - IAEA (2003), este tipo de abordagem pode ser considerada cuidadosa e razoável. Os valores em questão, mostrados na Tabela 115, foram obtidos de uma ponderação das taxas de consumo com os fatores de procedência SCIENCE (2003). 329 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Via de Exposição Tabela 115 – Fatores de Uso Faixa Etária Primeira Infância Criança Adolescente Adulto Vegetais (kg/a) 1,93E+01 2,18E+01 2,52E+01 3,03E+01 Verduras (kg/ano) 8,20E-01 8,30E-01 9,30E-01 1,30E+00 Carnes (kg/ano) 2,67E+00 2,94E+00 3,16E+00 3,58E+00 Leite (litros/ano) 6,66E+00 6,66E+00 5,74E+00 4,99E+00 Inalação (m3/ano) 1,40E+03 3,70E+03 8,00E+03 8,00E+03 Peixe (kg/ano) 1,14E+01 8,91E+00 1,30E+01 2,05E+01 Outros frutos do mar (kg/ano) 1,02E+00 1,82E+00 1,86E+00 3,24E+00 Indivíduo do Grupo Crítico Recreação na Praia (horas/ano) 2,41E+02 1,99E+02 4,83E+02 2,41E+02 Nota: Os valores das taxas de inalação foram obtidos da USNRC (1977a) e os demais foram obtidos da SCIENCE (2003). As doses efetivas no grupo crítico resultantes da liberação da Usina Angra 1 e Angra 2 individualmente são mostradas na Tabela 116 e Tabela 117. Em termos de dose efetiva no grupo crítico, a dose mais alta ocorrida foi de 0,1 mSv causada por Angra 2. Este valor é inferior ao limite estabelecido pela CNEN para cada Usina que é de 0,25 mSv/a. Dessa forma, pode ser observado que as doses resultantes se situam bem abaixo dos limites estabelecidos pelas autoridades competentes. 330 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 116 - Dose Efetiva no Grupo Crítico resultante de Angra 1 Primeira Infância Distancia 1,50E+03 2,50E+03 3,50E+03 4,50E+03 5,50E+03 6,50E+03 7,50E+03 8,50E+03 9,50E+03 1,05E+04 1,15E+04 1,25E+04 1,35E+04 1,45E+04 1,55E+04 2,25E+04 2,75E+04 3,25E+04 3,75E+04 4,25E+04 4,75E+04 N 1,49E-07 1,47E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 NNE 1,54E-07 1,50E-07 1,47E-07 1,45E-07 1,45E-07 1,49E-07 1,48E-07 1,47E-07 1,46E-07 1,46E-07 1,45E-07 1,45E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 NE 1,68E-07 1,90E-07 1,67E-07 1,57E-07 1,51E-07 1,49E-07 1,47E-07 1,46E-07 1,46E-07 1,45E-07 1,45E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 ENE 1,48E-07 2,04E-07 1,68E-07 1,48E-07 1,46E-07 1,45E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 E 1,43E-07 1,67E-07 1,51E-07 1,47E-07 1,46E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 ESE 3,44E-07 1,67E-07 1,53E-07 1,47E-07 1,46E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 SE 5,78E-07 1,70E-07 1,57E-07 1,51E-07 1,46E-07 1,45E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 SSE 1,45E-07 2,61E-07 2,12E-07 1,89E-07 1,76E-07 1,47E-07 1,46E-07 1,45E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 Distancia S SSW 1,50E+03 1,43E-07 1,43E-07 2,50E+03 1,47E-07 1,44E-07 3,50E+03 1,47E-07 1,44E-07 4,50E+03 1,47E-07 1,45E-07 5,50E+03 1,46E-07 1,46E-07 6,50E+03 1,65E-07 1,46E-07 7,50E+03 1,61E-07 1,46E-07 8,50E+03 1,58E-07 1,45E-07 9,50E+03 1,55E-07 1,45E-07 1,05E+04 1,53E-07 1,45E-07 1,15E+04 1,52E-07 1,45E-07 1,25E+04 1,51E-07 1,45E-07 1,35E+04 1,50E-07 1,44E-07 1,45E+04 1,49E-07 1,44E-07 1,55E+04 1,49E-07 1,44E-07 2,25E+04 1,46E-07 1,44E-07 2,75E+04 1,45E-07 1,43E-07 3,25E+04 1,45E-07 1,43E-07 3,75E+04 1,44E-07 1,43E-07 4,25E+04 1,44E-07 1,43E-07 4,75E+04 1,44E-07 1,43E-07 Valor Máximo 5,78E-07 Setor SE Distância 1500 m SW 1,43E-07 1,46E-07 1,45E-07 1,45E-07 1,45E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 WSW 1,43E-07 1,46E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 W 1,47E-07 1,45E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 WNW 1,46E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 NW 1,46E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 NNW 1,47E-07 1,45E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,44E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 1,43E-07 Fonte: PMARO, 2007. 331 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Crianças Distancia N NNE 1,50E+03 7,11E-08 7,61E-08 2,50E+03 6,93E-08 7,18E-08 3,50E+03 6,78E-08 6,91E-08 4,50E+03 6,71E-08 6,78E-08 5,50E+03 6,66E-08 6,71E-08 6,50E+03 6,65E-08 7,14E-08 7,50E+03 6,63E-08 7,01E-08 8,50E+03 6,61E-08 6,92E-08 9,50E+03 6,60E-08 6,85E-08 1,05E+04 6,59E-08 6,80E-08 1,15E+04 6,58E-08 6,76E-08 1,25E+04 6,58E-08 6,73E-08 1,35E+04 6,57E-08 6,71E-08 1,45E+04 6,57E-08 6,69E-08 1,55E+04 6,56E-08 6,68E-08 2,25E+04 6,55E-08 6,61E-08 2,75E+04 6,55E-08 6,59E-08 3,25E+04 6,54E-08 6,58E-08 3,75E+04 6,54E-08 6,57E-08 4,25E+04 6,54E-08 6,56E-08 4,75E+04 6,54E-08 6,56E-08 Distancia S SSW 1,50E+03 6,59E-08 6,60E-08 2,50E+03 6,90E-08 6,62E-08 3,50E+03 6,92E-08 6,64E-08 4,50E+03 6,90E-08 6,79E-08 5,50E+03 6,87E-08 6,86E-08 6,50E+03 8,62E-08 6,83E-08 7,50E+03 8,21E-08 6,81E-08 8,50E+03 7,92E-08 6,78E-08 9,50E+03 7,71E-08 6,76E-08 1,05E+04 7,54E-08 6,74E-08 1,15E+04 7,41E-08 6,73E-08 1,25E+04 7,31E-08 6,71E-08 1,35E+04 7,22E-08 6,70E-08 1,45E+04 7,15E-08 6,69E-08 1,55E+04 7,09E-08 6,68E-08 2,25E+04 6,85E-08 6,63E-08 2,75E+04 6,77E-08 6,61E-08 3,25E+04 6,71E-08 6,60E-08 3,75E+04 6,68E-08 6,59E-08 4,25E+04 6,65E-08 6,58E-08 4,75E+04 6,63E-08 6,58E-08 Valor Máximo 4,68E-07 Setor SE Distância 1500 m NE 8,86E-08 1,09E-07 8,75E-08 7,89E-08 7,29E-08 7,09E-08 6,97E-08 6,88E-08 6,82E-08 6,78E-08 6,74E-08 6,72E-08 6,69E-08 6,68E-08 6,66E-08 6,60E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,55E-08 SW 6,58E-08 6,83E-08 6,73E-08 6,79E-08 6,77E-08 6,73E-08 6,69E-08 6,67E-08 6,65E-08 6,63E-08 6,62E-08 6,61E-08 6,60E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,54E-08 ENE 6,99E-08 1,21E-07 8,84E-08 7,03E-08 6,86E-08 6,77E-08 6,72E-08 6,68E-08 6,65E-08 6,63E-08 6,62E-08 6,61E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 WSW 6,58E-08 6,81E-08 6,72E-08 6,67E-08 6,64E-08 6,62E-08 6,61E-08 6,59E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,57E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 E 6,54E-08 8,76E-08 7,34E-08 6,97E-08 6,82E-08 6,74E-08 6,69E-08 6,65E-08 6,63E-08 6,62E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,58E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 W 6,95E-08 6,79E-08 6,71E-08 6,66E-08 6,63E-08 6,61E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 ESE 2,52E-07 8,84E-08 7,49E-08 6,95E-08 6,80E-08 6,73E-08 6,68E-08 6,65E-08 6,63E-08 6,61E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,58E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 WNW 6,85E-08 6,73E-08 6,67E-08 6,63E-08 6,61E-08 6,60E-08 6,58E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 SE 4,68E-07 9,07E-08 7,84E-08 7,34E-08 6,85E-08 6,77E-08 6,72E-08 6,68E-08 6,66E-08 6,64E-08 6,62E-08 6,61E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,59E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 NW 6,88E-08 6,74E-08 6,68E-08 6,64E-08 6,61E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 SSE 6,72E-08 1,74E-07 1,30E-07 1,08E-07 9,62E-08 6,90E-08 6,82E-08 6,77E-08 6,73E-08 6,70E-08 6,68E-08 6,66E-08 6,64E-08 6,63E-08 6,62E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,55E-08 NNW 6,97E-08 6,79E-08 6,70E-08 6,65E-08 6,65E-08 6,62E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 Fonte: PMARO, 2007. 332 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto NNE 1,22E-07 1,18E-07 1,15E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,17E-07 1,16E-07 1,15E-07 1,14E-07 1,14E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 NE 1,35E-07 1,56E-07 1,34E-07 1,25E-07 1,19E-07 1,17E-07 1,15E-07 1,14E-07 1,14E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 Adolescente ENE 1,16E-07 1,69E-07 1,35E-07 1,16E-07 1,14E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 E 1,11E-07 1,34E-07 1,19E-07 1,15E-07 1,14E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 ESE 3,06E-07 1,35E-07 1,21E-07 1,15E-07 1,14E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 SE 5,29E-07 1,37E-07 1,24E-07 1,19E-07 1,14E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 SSE 1,13E-07 2,24E-07 1,78E-07 1,55E-07 1,43E-07 1,15E-07 1,14E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 Distancia S SSW 1,50E+03 1,11E-07 1,12E-07 2,50E+03 1,15E-07 1,12E-07 3,50E+03 1,15E-07 1,12E-07 4,50E+03 1,15E-07 1,13E-07 5,50E+03 1,14E-07 1,14E-07 6,50E+03 1,33E-07 1,14E-07 7,50E+03 1,28E-07 1,14E-07 8,50E+03 1,25E-07 1,13E-07 9,50E+03 1,23E-07 1,13E-07 1,05E+04 1,21E-07 1,13E-07 1,15E+04 1,20E-07 1,13E-07 1,25E+04 1,19E-07 1,13E-07 1,35E+04 1,18E-07 1,13E-07 1,45E+04 1,17E-07 1,13E-07 1,55E+04 1,17E-07 1,12E-07 2,25E+04 1,14E-07 1,12E-07 2,75E+04 1,13E-07 1,12E-07 3,25E+04 1,13E-07 1,12E-07 3,75E+04 1,12E-07 1,11E-07 4,25E+04 1,12E-07 1,11E-07 4,75E+04 1,12E-07 1,11E-07 Valor Máximo 5,29E-07 Setor SE Distância 1500 m SW 1,11E-07 1,14E-07 1,13E-07 1,14E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 WSW 1,11E-07 1,14E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 W 1,15E-07 1,14E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 WNW 1,14E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 NW 1,14E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 NNW 1,15E-07 1,14E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 Distancia 1,50E+03 2,50E+03 3,50E+03 4,50E+03 5,50E+03 6,50E+03 7,50E+03 8,50E+03 9,50E+03 1,05E+04 1,15E+04 1,25E+04 1,35E+04 1,45E+04 1,55E+04 2,25E+04 2,75E+04 3,25E+04 3,75E+04 4,25E+04 4,75E+04 N 1,17E-07 1,15E-07 1,13E-07 1,13E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,12E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 1,11E-07 Fonte: PMARO, 2007. 333 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto NNE 7,60E-08 7,17E-08 6,90E-08 6,77E-08 6,70E-08 7,12E-08 6,99E-08 6,91E-08 6,84E-08 6,79E-08 6,75E-08 6,72E-08 6,70E-08 6,68E-08 6,66E-08 6,60E-08 6,58E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,54E-08 NE 8,85E-08 1,09E-07 8,74E-08 7,88E-08 7,28E-08 7,08E-08 6,96E-08 6,87E-08 6,81E-08 6,76E-08 6,73E-08 6,70E-08 6,68E-08 6,67E-08 6,65E-08 6,59E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,54E-08 Adulto ENE 6,97E-08 1,21E-07 8,83E-08 7,02E-08 6,85E-08 6,76E-08 6,70E-08 6,67E-08 6,64E-08 6,62E-08 6,61E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 E 6,53E-08 8,75E-08 7,33E-08 6,96E-08 6,81E-08 6,72E-08 6,68E-08 6,64E-08 6,62E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 ESE 2,53E-07 8,83E-08 7,48E-08 6,93E-08 6,79E-08 6,72E-08 6,67E-08 6,64E-08 6,62E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 SE 4,68E-07 9,06E-08 7,83E-08 7,33E-08 6,84E-08 6,76E-08 6,71E-08 6,67E-08 6,64E-08 6,62E-08 6,61E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,58E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 SSE 6,71E-08 1,74E-07 1,30E-07 1,08E-07 9,61E-08 6,88E-08 6,81E-08 6,76E-08 6,72E-08 6,69E-08 6,67E-08 6,65E-08 6,63E-08 6,62E-08 6,61E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 Distancia S SSW 1,50E+03 6,58E-08 6,59E-08 2,50E+03 6,89E-08 6,61E-08 3,50E+03 6,91E-08 6,63E-08 4,50E+03 6,89E-08 6,77E-08 5,50E+03 6,86E-08 6,85E-08 6,50E+03 8,61E-08 6,82E-08 7,50E+03 8,21E-08 6,79E-08 8,50E+03 7,92E-08 6,77E-08 9,50E+03 7,70E-08 6,75E-08 1,05E+04 7,53E-08 6,73E-08 1,15E+04 7,40E-08 6,72E-08 1,25E+04 7,30E-08 6,70E-08 1,35E+04 7,21E-08 6,69E-08 1,45E+04 7,14E-08 6,68E-08 1,55E+04 7,08E-08 6,67E-08 2,25E+04 6,84E-08 6,62E-08 2,75E+04 6,76E-08 6,60E-08 3,25E+04 6,70E-08 6,59E-08 3,75E+04 6,67E-08 6,58E-08 4,25E+04 6,64E-08 6,57E-08 4,75E+04 6,62E-08 6,57E-08 Valor Máximo 4,68E-07 Setor SE Distância 1500 m SW 6,56E-08 6,82E-08 6,72E-08 6,78E-08 6,76E-08 6,72E-08 6,68E-08 6,66E-08 6,64E-08 6,62E-08 6,61E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,53E-08 WSW 6,56E-08 6,80E-08 6,71E-08 6,66E-08 6,63E-08 6,61E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 W 6,94E-08 6,78E-08 6,70E-08 6,65E-08 6,62E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 WNW 6,84E-08 6,72E-08 6,66E-08 6,62E-08 6,60E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 NW 6,87E-08 6,73E-08 6,67E-08 6,63E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,57E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,54E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 NNW 6,96E-08 6,78E-08 6,69E-08 6,64E-08 6,63E-08 6,61E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 Distancia 1,50E+03 2,50E+03 3,50E+03 4,50E+03 5,50E+03 6,50E+03 7,50E+03 8,50E+03 9,50E+03 1,05E+04 1,15E+04 1,25E+04 1,35E+04 1,45E+04 1,55E+04 2,25E+04 2,75E+04 3,25E+04 3,75E+04 4,25E+04 4,75E+04 N 7,10E-08 6,92E-08 6,77E-08 6,69E-08 6,65E-08 6,64E-08 6,62E-08 6,60E-08 6,59E-08 6,58E-08 6,57E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,56E-08 6,55E-08 6,54E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 6,53E-08 Fonte: PMARO, 2007. 334 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Distancia 1,50E+03 2,50E+03 3,50E+03 4,50E+03 5,50E+03 6,50E+03 7,50E+03 8,50E+03 9,50E+03 1,05E+04 1,15E+04 1,25E+04 1,35E+04 1,45E+04 1,55E+04 2,25E+04 2,75E+04 3,25E+04 3,75E+04 4,25E+04 4,75E+04 Tabela 117 - Dose Efetiva no Grupo Crítico resultante de Angra 2 Primeira Infância N NNE NE ENE E ESE SE 2,72E-05 3,10E-05 4,04E-05 2,69E-05 1,84E-05 1,84E-05 1,74E-05 2,15E-05 2,55E-05 4,37E-05 9,31E-05 6,03E-05 2,19E-05 1,78E-05 1,96E-05 2,15E-05 2,95E-05 4,81E-05 3,50E-05 1,93E-05 1,75E-05 1,88E-05 1,99E-05 3,03E-05 3,46E-05 2,72E-05 2,07E-05 1,74E-05 1,83E-05 2,13E-05 2,58E-05 2,84E-05 2,36E-05 1,95E-05 1,78E-05 1,83E-05 2,02E-05 2,34E-05 2,51E-05 2,17E-05 1,88E-05 1,76E-05 1,81E-05 1,95E-05 2,18E-05 2,31E-05 2,06E-05 1,84E-05 1,75E-05 1,79E-05 1,90E-05 2,08E-05 2,18E-05 1,98E-05 1,81E-05 1,74E-05 1,77E-05 1,86E-05 2,01E-05 2,09E-05 1,93E-05 1,79E-05 1,73E-05 1,76E-05 1,84E-05 1,96E-05 2,02E-05 1,89E-05 1,78E-05 1,73E-05 1,75E-05 1,82E-05 1,92E-05 1,98E-05 1,86E-05 1,77E-05 1,73E-05 1,75E-05 1,80E-05 1,89E-05 1,94E-05 1,84E-05 1,76E-05 1,72E-05 1,74E-05 1,79E-05 1,87E-05 1,91E-05 1,83E-05 1,75E-05 1,72E-05 1,74E-05 1,78E-05 1,85E-05 1,89E-05 1,81E-05 1,75E-05 1,72E-05 1,74E-05 1,77E-05 1,84E-05 1,87E-05 1,80E-05 1,74E-05 1,72E-05 1,72E-05 1,74E-05 1,77E-05 1,79E-05 1,76E-05 1,73E-05 1,71E-05 1,72E-05 1,73E-05 1,75E-05 1,77E-05 1,74E-05 1,72E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,72E-05 1,74E-05 1,75E-05 1,73E-05 1,72E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,72E-05 1,73E-05 1,74E-05 1,73E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,72E-05 1,73E-05 1,73E-05 1,72E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,72E-05 1,73E-05 1,72E-05 1,71E-05 1,71E-05 Distancia S SSW 1,50E+03 1,73E-05 1,75E-05 2,50E+03 1,72E-05 1,73E-05 3,50E+03 1,72E-05 1,72E-05 4,50E+03 1,72E-05 1,72E-05 5,50E+03 1,71E-05 1,72E-05 6,50E+03 1,71E-05 1,72E-05 7,50E+03 1,71E-05 1,72E-05 8,50E+03 1,71E-05 1,72E-05 9,50E+03 1,71E-05 1,71E-05 1,05E+04 1,71E-05 1,71E-05 1,15E+04 1,71E-05 1,71E-05 1,25E+04 1,71E-05 1,71E-05 1,35E+04 1,71E-05 1,71E-05 1,45E+04 1,71E-05 1,71E-05 1,55E+04 1,71E-05 1,71E-05 2,25E+04 1,71E-05 1,71E-05 2,75E+04 1,71E-05 1,71E-05 3,25E+04 1,71E-05 1,71E-05 3,75E+04 1,71E-05 1,71E-05 4,25E+04 1,71E-05 1,71E-05 4,75E+04 1,71E-05 1,71E-05 Valor Máximo 9,31E-05 Setor ENE Distância 2500 m SW 1,76E-05 1,73E-05 1,72E-05 1,73E-05 1,75E-05 1,76E-05 1,76E-05 1,75E-05 1,75E-05 1,75E-05 1,74E-05 1,74E-05 1,74E-05 1,74E-05 1,74E-05 1,73E-05 1,72E-05 1,72E-05 1,72E-05 1,71E-05 1,71E-05 WSW 1,78E-05 2,50E-05 2,24E-05 2,09E-05 2,00E-05 1,93E-05 1,89E-05 1,86E-05 1,84E-05 1,82E-05 1,81E-05 1,79E-05 1,78E-05 1,78E-05 1,77E-05 1,74E-05 1,73E-05 1,73E-05 1,72E-05 1,72E-05 1,72E-05 W 2,46E-05 2,28E-05 2,10E-05 1,99E-05 1,92E-05 1,87E-05 1,84E-05 1,82E-05 1,80E-05 1,79E-05 1,78E-05 1,77E-05 1,76E-05 1,76E-05 1,75E-05 1,73E-05 1,72E-05 1,72E-05 1,72E-05 1,71E-05 1,71E-05 WNW 2,47E-05 2,11E-05 1,97E-05 1,90E-05 1,85E-05 1,82E-05 1,80E-05 1,78E-05 1,77E-05 1,76E-05 1,75E-05 1,75E-05 1,74E-05 1,74E-05 1,74E-05 1,72E-05 1,72E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 NW 2,49E-05 2,15E-05 2,00E-05 1,86E-05 1,82E-05 1,80E-05 1,78E-05 1,77E-05 1,76E-05 1,75E-05 1,74E-05 1,74E-05 1,73E-05 1,73E-05 1,73E-05 1,72E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 SSE 1,74E-05 1,72E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,73E-05 1,72E-05 1,72E-05 1,72E-05 1,72E-05 1,72E-05 1,72E-05 1,72E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 NNW 2,44E-05 2,11E-05 1,96E-05 1,88E-05 1,81E-05 1,79E-05 1,77E-05 1,76E-05 1,75E-05 1,74E-05 1,74E-05 1,73E-05 1,73E-05 1,73E-05 1,73E-05 1,72E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 1,71E-05 Fonte: PMARO, 2007. 335 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Criança Distancia 1,50E+03 2,50E+03 3,50E+03 4,50E+03 5,50E+03 6,50E+03 7,50E+03 8,50E+03 9,50E+03 1,05E+04 1,15E+04 1,25E+04 1,35E+04 1,45E+04 1,55E+04 2,25E+04 2,75E+04 3,25E+04 3,75E+04 4,25E+04 4,75E+04 N 2,11E-05 1,53E-05 1,34E-05 1,26E-05 1,21E-05 1,21E-05 1,18E-05 1,16E-05 1,15E-05 1,14E-05 1,13E-05 1,12E-05 1,12E-05 1,12E-05 1,11E-05 1,10E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 NNE 2,50E-05 1,94E-05 1,54E-05 1,37E-05 1,51E-05 1,40E-05 1,33E-05 1,28E-05 1,24E-05 1,22E-05 1,20E-05 1,18E-05 1,17E-05 1,16E-05 1,15E-05 1,12E-05 1,11E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,09E-05 1,09E-05 NE 3,43E-05 3,76E-05 2,34E-05 2,42E-05 1,97E-05 1,72E-05 1,56E-05 1,46E-05 1,39E-05 1,34E-05 1,30E-05 1,27E-05 1,25E-05 1,23E-05 1,21E-05 1,15E-05 1,13E-05 1,12E-05 1,11E-05 1,10E-05 1,10E-05 ENE 2,05E-05 8,78E-05 4,23E-05 2,86E-05 2,24E-05 1,90E-05 1,70E-05 1,57E-05 1,47E-05 1,41E-05 1,36E-05 1,32E-05 1,29E-05 1,27E-05 1,25E-05 1,17E-05 1,14E-05 1,13E-05 1,12E-05 1,11E-05 1,11E-05 E 1,21E-05 5,46E-05 2,90E-05 2,11E-05 1,75E-05 1,56E-05 1,44E-05 1,36E-05 1,31E-05 1,27E-05 1,24E-05 1,22E-05 1,20E-05 1,19E-05 1,18E-05 1,13E-05 1,12E-05 1,11E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,10E-05 ESE 1,22E-05 1,57E-05 1,31E-05 1,45E-05 1,33E-05 1,26E-05 1,22E-05 1,19E-05 1,17E-05 1,16E-05 1,14E-05 1,14E-05 1,13E-05 1,12E-05 1,12E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 SE 1,11E-05 1,15E-05 1,13E-05 1,12E-05 1,16E-05 1,14E-05 1,13E-05 1,12E-05 1,11E-05 1,11E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,08E-05 1,08E-05 1,08E-05 1,08E-05 SSE 1,12E-05 1,10E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,08E-05 1,08E-05 1,08E-05 1,08E-05 Distancia S SSW 1,50E+03 1,11E-05 1,12E-05 2,50E+03 1,10E-05 1,11E-05 3,50E+03 1,09E-05 1,10E-05 4,50E+03 1,09E-05 1,09E-05 5,50E+03 1,09E-05 1,10E-05 6,50E+03 1,09E-05 1,09E-05 7,50E+03 1,09E-05 1,09E-05 8,50E+03 1,08E-05 1,09E-05 9,50E+03 1,08E-05 1,09E-05 1,05E+04 1,08E-05 1,09E-05 1,15E+04 1,08E-05 1,09E-05 1,25E+04 1,08E-05 1,09E-05 1,35E+04 1,08E-05 1,09E-05 1,45E+04 1,08E-05 1,09E-05 1,55E+04 1,08E-05 1,09E-05 2,25E+04 1,08E-05 1,09E-05 2,75E+04 1,08E-05 1,08E-05 3,25E+04 1,08E-05 1,08E-05 3,75E+04 1,08E-05 1,08E-05 4,25E+04 1,08E-05 1,08E-05 4,75E+04 1,08E-05 1,08E-05 Valor Máximo 8,78E-05 Setor ENE Distância 2500 m SW 1,13E-05 1,11E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,13E-05 1,14E-05 1,14E-05 1,13E-05 1,13E-05 1,13E-05 1,12E-05 1,12E-05 1,12E-05 1,12E-05 1,11E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 WSW 1,15E-05 1,89E-05 1,62E-05 1,47E-05 1,38E-05 1,31E-05 1,27E-05 1,24E-05 1,22E-05 1,20E-05 1,18E-05 1,17E-05 1,16E-05 1,15E-05 1,15E-05 1,12E-05 1,11E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,09E-05 1,09E-05 W 1,85E-05 1,67E-05 1,48E-05 1,37E-05 1,30E-05 1,25E-05 1,22E-05 1,20E-05 1,18E-05 1,17E-05 1,16E-05 1,15E-05 1,14E-05 1,14E-05 1,13E-05 1,11E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 WNW 1,86E-05 1,49E-05 1,36E-05 1,28E-05 1,23E-05 1,20E-05 1,18E-05 1,16E-05 1,15E-05 1,14E-05 1,13E-05 1,13E-05 1,12E-05 1,12E-05 1,11E-05 1,10E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 NW 1,88E-05 1,54E-05 1,38E-05 1,24E-05 1,20E-05 1,17E-05 1,16E-05 1,14E-05 1,13E-05 1,13E-05 1,12E-05 1,12E-05 1,11E-05 1,11E-05 1,11E-05 1,10E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 NNW 1,83E-05 1,49E-05 1,34E-05 1,26E-05 1,19E-05 1,17E-05 1,15E-05 1,14E-05 1,13E-05 1,12E-05 1,12E-05 1,11E-05 1,11E-05 1,10E-05 1,10E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,09E-05 1,08E-05 Fonte: PMARO, 2007. 336 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto NNE 3,64E-05 3,05E-05 2,63E-05 2,45E-05 2,60E-05 2,48E-05 2,40E-05 2,35E-05 2,31E-05 2,29E-05 2,27E-05 2,25E-05 2,24E-05 2,23E-05 2,22E-05 2,19E-05 2,18E-05 2,17E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 NE 4,57E-05 4,92E-05 3,45E-05 3,53E-05 3,06E-05 2,81E-05 2,65E-05 2,54E-05 2,47E-05 2,41E-05 2,37E-05 2,34E-05 2,32E-05 2,30E-05 2,29E-05 2,22E-05 2,20E-05 2,19E-05 2,18E-05 2,17E-05 2,17E-05 Adolescente ENE 3,12E-05 1,02E-04 5,43E-05 4,00E-05 3,36E-05 3,01E-05 2,80E-05 2,66E-05 2,56E-05 2,49E-05 2,44E-05 2,40E-05 2,37E-05 2,34E-05 2,32E-05 2,24E-05 2,22E-05 2,20E-05 2,19E-05 2,18E-05 2,17E-05 E 2,28E-05 6,71E-05 4,05E-05 3,22E-05 2,85E-05 2,65E-05 2,53E-05 2,44E-05 2,39E-05 2,35E-05 2,32E-05 2,30E-05 2,28E-05 2,26E-05 2,25E-05 2,20E-05 2,19E-05 2,18E-05 2,17E-05 2,17E-05 2,16E-05 ESE 2,29E-05 2,66E-05 2,39E-05 2,54E-05 2,41E-05 2,34E-05 2,29E-05 2,26E-05 2,24E-05 2,23E-05 2,22E-05 2,21E-05 2,20E-05 2,19E-05 2,19E-05 2,17E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,15E-05 SE 2,18E-05 2,23E-05 2,20E-05 2,19E-05 2,23E-05 2,21E-05 2,20E-05 2,19E-05 2,18E-05 2,18E-05 2,17E-05 2,17E-05 2,17E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,15E-05 2,15E-05 2,15E-05 2,15E-05 2,15E-05 SSE 2,19E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,15E-05 2,17E-05 2,17E-05 2,17E-05 2,17E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,15E-05 2,15E-05 2,15E-05 2,15E-05 2,15E-05 2,15E-05 Distancia S SSW 1,50E+03 2,18E-05 2,19E-05 2,50E+03 2,17E-05 2,18E-05 3,50E+03 2,16E-05 2,17E-05 4,50E+03 2,16E-05 2,16E-05 5,50E+03 2,15E-05 2,16E-05 6,50E+03 2,15E-05 2,16E-05 7,50E+03 2,15E-05 2,16E-05 8,50E+03 2,15E-05 2,16E-05 9,50E+03 2,15E-05 2,16E-05 1,05E+04 2,15E-05 2,16E-05 1,15E+04 2,15E-05 2,16E-05 1,25E+04 2,15E-05 2,16E-05 1,35E+04 2,15E-05 2,16E-05 1,45E+04 2,15E-05 2,16E-05 1,55E+04 2,15E-05 2,15E-05 2,25E+04 2,15E-05 2,15E-05 2,75E+04 2,15E-05 2,15E-05 3,25E+04 2,15E-05 2,15E-05 3,75E+04 2,15E-05 2,15E-05 4,25E+04 2,15E-05 2,15E-05 4,75E+04 2,15E-05 2,15E-05 Valor Máximo 1,02E-04 Setor ENE Distância 2500 m SW 2,20E-05 2,17E-05 2,17E-05 2,17E-05 2,20E-05 2,21E-05 2,21E-05 2,20E-05 2,20E-05 2,20E-05 2,19E-05 2,19E-05 2,19E-05 2,18E-05 2,18E-05 2,17E-05 2,17E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 WSW 2,22E-05 3,00E-05 2,72E-05 2,56E-05 2,46E-05 2,39E-05 2,35E-05 2,32E-05 2,29E-05 2,27E-05 2,26E-05 2,24E-05 2,23E-05 2,23E-05 2,22E-05 2,19E-05 2,18E-05 2,17E-05 2,17E-05 2,16E-05 2,16E-05 W 2,96E-05 2,77E-05 2,57E-05 2,45E-05 2,38E-05 2,33E-05 2,30E-05 2,27E-05 2,25E-05 2,24E-05 2,23E-05 2,22E-05 2,21E-05 2,21E-05 2,20E-05 2,18E-05 2,17E-05 2,17E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 WNW 2,97E-05 2,58E-05 2,44E-05 2,36E-05 2,31E-05 2,27E-05 2,25E-05 2,23E-05 2,22E-05 2,21E-05 2,20E-05 2,20E-05 2,19E-05 2,19E-05 2,18E-05 2,17E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,15E-05 NW 2,99E-05 2,63E-05 2,47E-05 2,32E-05 2,27E-05 2,25E-05 2,23E-05 2,21E-05 2,20E-05 2,20E-05 2,19E-05 2,19E-05 2,18E-05 2,18E-05 2,18E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,15E-05 2,15E-05 NNW 2,93E-05 2,58E-05 2,42E-05 2,34E-05 2,26E-05 2,24E-05 2,22E-05 2,21E-05 2,20E-05 2,19E-05 2,18E-05 2,18E-05 2,18E-05 2,17E-05 2,17E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,15E-05 2,15E-05 2,15E-05 Distancia 1,50E+03 2,50E+03 3,50E+03 4,50E+03 5,50E+03 6,50E+03 7,50E+03 8,50E+03 9,50E+03 1,05E+04 1,15E+04 1,25E+04 1,35E+04 1,45E+04 1,55E+04 2,25E+04 2,75E+04 3,25E+04 3,75E+04 4,25E+04 4,75E+04 N 3,23E-05 2,62E-05 2,43E-05 2,33E-05 2,28E-05 2,29E-05 2,26E-05 2,24E-05 2,22E-05 2,21E-05 2,20E-05 2,19E-05 2,19E-05 2,18E-05 2,18E-05 2,17E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,16E-05 2,15E-05 2,15E-05 Fonte: PMARO, 2007. 337 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto NNE 2,72E-05 2,13E-05 1,71E-05 1,54E-05 1,69E-05 1,57E-05 1,49E-05 1,44E-05 1,40E-05 1,38E-05 1,36E-05 1,34E-05 1,33E-05 1,32E-05 1,31E-05 1,28E-05 1,27E-05 1,26E-05 1,26E-05 1,25E-05 1,25E-05 NE 3,66E-05 4,00E-05 2,53E-05 2,61E-05 2,15E-05 1,90E-05 1,74E-05 1,63E-05 1,56E-05 1,50E-05 1,46E-05 1,43E-05 1,41E-05 1,39E-05 1,38E-05 1,31E-05 1,29E-05 1,28E-05 1,27E-05 1,26E-05 1,26E-05 Adulto ENE 2,21E-05 9,24E-05 4,51E-05 3,09E-05 2,44E-05 2,09E-05 1,88E-05 1,74E-05 1,65E-05 1,58E-05 1,53E-05 1,49E-05 1,46E-05 1,43E-05 1,41E-05 1,33E-05 1,31E-05 1,29E-05 1,28E-05 1,27E-05 1,27E-05 E 1,37E-05 5,78E-05 3,13E-05 2,30E-05 1,93E-05 1,74E-05 1,61E-05 1,53E-05 1,48E-05 1,44E-05 1,41E-05 1,39E-05 1,37E-05 1,35E-05 1,34E-05 1,29E-05 1,28E-05 1,27E-05 1,26E-05 1,26E-05 1,25E-05 ESE 1,38E-05 1,74E-05 1,48E-05 1,62E-05 1,50E-05 1,43E-05 1,38E-05 1,35E-05 1,33E-05 1,32E-05 1,31E-05 1,30E-05 1,29E-05 1,28E-05 1,28E-05 1,26E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 SE 1,27E-05 1,32E-05 1,29E-05 1,28E-05 1,32E-05 1,30E-05 1,29E-05 1,28E-05 1,27E-05 1,27E-05 1,26E-05 1,26E-05 1,26E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,24E-05 1,24E-05 1,24E-05 1,24E-05 1,24E-05 SSE 1,28E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,24E-05 1,26E-05 1,26E-05 1,26E-05 1,26E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,24E-05 1,24E-05 1,24E-05 1,24E-05 1,24E-05 Distancia S SSW 1,50E+03 1,27E-05 1,28E-05 2,50E+03 1,26E-05 1,27E-05 3,50E+03 1,25E-05 1,26E-05 4,50E+03 1,25E-05 1,25E-05 5,50E+03 1,24E-05 1,26E-05 6,50E+03 1,24E-05 1,25E-05 7,50E+03 1,24E-05 1,25E-05 8,50E+03 1,24E-05 1,25E-05 9,50E+03 1,24E-05 1,25E-05 1,05E+04 1,24E-05 1,25E-05 1,15E+04 1,24E-05 1,25E-05 1,25E+04 1,24E-05 1,25E-05 1,35E+04 1,24E-05 1,25E-05 1,45E+04 1,24E-05 1,25E-05 1,55E+04 1,24E-05 1,25E-05 2,25E+04 1,24E-05 1,24E-05 2,75E+04 1,24E-05 1,24E-05 3,25E+04 1,24E-05 1,24E-05 3,75E+04 1,24E-05 1,24E-05 4,25E+04 1,24E-05 1,24E-05 4,75E+04 1,24E-05 1,24E-05 Valor Máximo 9,24E-05 Setor ENE Distância 2500 m SW 1,29E-05 1,26E-05 1,26E-05 1,26E-05 1,29E-05 1,30E-05 1,30E-05 1,29E-05 1,29E-05 1,29E-05 1,28E-05 1,28E-05 1,28E-05 1,27E-05 1,27E-05 1,26E-05 1,26E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 WSW 1,31E-05 2,08E-05 1,80E-05 1,64E-05 1,55E-05 1,48E-05 1,44E-05 1,40E-05 1,38E-05 1,36E-05 1,35E-05 1,33E-05 1,32E-05 1,32E-05 1,31E-05 1,28E-05 1,27E-05 1,26E-05 1,26E-05 1,25E-05 1,25E-05 W 2,04E-05 1,85E-05 1,66E-05 1,54E-05 1,47E-05 1,42E-05 1,39E-05 1,36E-05 1,34E-05 1,33E-05 1,32E-05 1,31E-05 1,30E-05 1,30E-05 1,29E-05 1,27E-05 1,26E-05 1,26E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 WNW 2,05E-05 1,67E-05 1,53E-05 1,45E-05 1,40E-05 1,36E-05 1,34E-05 1,32E-05 1,31E-05 1,30E-05 1,29E-05 1,29E-05 1,28E-05 1,28E-05 1,27E-05 1,26E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,24E-05 NW 2,08E-05 1,72E-05 1,55E-05 1,41E-05 1,36E-05 1,34E-05 1,32E-05 1,30E-05 1,29E-05 1,29E-05 1,28E-05 1,28E-05 1,27E-05 1,27E-05 1,27E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,24E-05 1,24E-05 NNW 2,02E-05 1,67E-05 1,51E-05 1,43E-05 1,35E-05 1,33E-05 1,31E-05 1,30E-05 1,29E-05 1,28E-05 1,28E-05 1,27E-05 1,27E-05 1,26E-05 1,26E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,24E-05 1,24E-05 1,24E-05 Distancia 1,50E+03 2,50E+03 3,50E+03 4,50E+03 5,50E+03 6,50E+03 7,50E+03 8,50E+03 9,50E+03 1,05E+04 1,15E+04 1,25E+04 1,35E+04 1,45E+04 1,55E+04 2,25E+04 2,75E+04 3,25E+04 3,75E+04 4,25E+04 4,75E+04 N 2,32E-05 1,71E-05 1,51E-05 1,42E-05 1,37E-05 1,38E-05 1,35E-05 1,33E-05 1,31E-05 1,30E-05 1,29E-05 1,28E-05 1,28E-05 1,28E-05 1,27E-05 1,26E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,25E-05 1,24E-05 Fonte: PMARO, 2007. 338 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 5.5.8 CONCLUSÃO Nas amostras que compõe o PMARO, os resultados obtidos no período de 2005 a 2007 estão compatíveis com os do período pré-operacional, tanto para as coletadas na área de impacto quanto para as coletadas na área de controle. Para as amostras de origem marinha, não foram observadas alterações de destaque nas atividades dos radionuclídeos artificiais e os valores encontrados estão compatíveis com os históricos, e muito abaixo da AMD estabelecida nos Regulatory Guide 4.8 e NUREG 1301. Com relação às amostras de origem terrestre, os resultados também estão compatíveis com os valores históricos. A incidência de 89Sr/ 90Sr e de 137Cs em leite, tanto nas amostras coletadas na área de impacto quanto nas da área de controle, tem sido registrada desde o período pré-operacional e nos permite dizer que é proveniente de fall-out. O mesmo também se pode dizer com relação ao 137Cs encontrado nas amostras de solo. Os valores, tanto para 89Sr/ 90Sr quanto para 137Cs, estão muito abaixo das AMDs apresentadas pelo Regulatory Guide 4.8 e pelo NUREG 1301. Para as amostras de origem aérea, os resultados obtidos em 2007 demonstraram que não houve influência da operação de Angra 1 no meio ambiente monitorado. Nas medidas diretas das taxas de dose com dosímetros termoluminescentes (TLD), apresentadas na Tabela 118, pode-se observar que os resultados obtidos pelo Laboratório de Monitoração Radiológica em 2007, apresentaram valores semelhantes aos dos anos anteriores, inclusive nos pontos de controle. Este fato é reforçado pela constatação de que não houve nenhuma alteração nas atividades dos radionuclídeos detectados durante este mesmo período. Tabela 118 – Resultado das análises de dosimetria termoluminescente (TLD) Área Dose (em mSv/30 dias) E-12 Impacto 7,0 ± 0,32 Controle 5,75 ± 0,22 Fonte: PMARO, 2007. Pode-se concluir que, durante o ano de 2007, não houve impacto radiológico ao meio ambiente provocado pela operação de Angra 1. Todos os resultados obtidos estão compatíveis com os valores históricos, obtidos desde o período pré-operacional. 339 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 6 6.1 MEDIDAS MITIGADORAS SISTEMAS DE TRATAMENTO DE REJEITOS NÃO RADIOATIVOS Os rejeitos não radioativos são gerados pelos vários sistemas não-nucleares, que utilizam substâncias químicas com diversos fins. Tal como no caso de rejeitos radioativos, os rejeitos não radioativos podem ser gasosos, líquidos e sólidos/pastosos. Do mesmo modo eles são naturalmente tratados ou processados antes de serem liberados para o meio ambiente, em função e de acordo com os limites estabelecidos pelas autoridades competentes. As emissões atmosféricas podem ser provenientes da combustão do óleo Diesel usado na Caldeira Auxiliar, nos motores dos Grupos Geradores Diesel do Sistema de Emergência 1 e nos motores dos Grupos Geradores Diesel do Sistema de Emergência 2, também responsáveis pelo acionamento alternativo das bombas do sistema de água de alimentação de emergência. Além dos gases de combustão, há emissão de H2, proveniente do sistema de produção de biocida, descrito no Item 6.1.2. A operação da Usina necessita de grande quantidade de água de resfriamento do ciclo termodinâmico, por meio de diversos sistemas que utilizam água desmineralizada, em curcuitos fechados, e água do mar, em cicuito aberto. A água de resfriamento, tanto dos sistemas fechado como do aberto, sofre tratamento específico, de acordo com sua origem e finalidade. Estes tratamentos utilizam substâncias químicas, gerando efluentes líquidos que serão descarregados no meio ambiente. Os rejeitos sólidos são constituídos de resíduos orgânicos e sucata gerados durante a operação da Usina. O tratamento dos esgotos sanitários também dá origem a efluentes que são descartados para o meio ambiente aquático de Itaorna, dentro dos padrões legais em vigor (Resolução Conama nº 357/2005 e NT-202.R.10 da FEEMA). 6.1.1 EMISSÕES ATMOSFÉRICAS NÃO RADIOATIVAS As emissões atmosféricas de rejeitos gasosos convencionais se restringem praticamente àquelas provenientes da combustão do óleo Diesel utilizado na Caldeira Auxiliar, bem como dos motores dos grupos geradores Diesel do Sistema de Emergência 1 e 2, também responsáveis pelo acionamento alternativo das bombas do sistema de água de alimentação de emergência. A Caldeira Auxiliar, assim como os motores Diesel citados, não são operados continuamente. A Caldeira Auxiliar é praticamente operada quando a Usina nuclear está fora de operação normal, enquanto os motores Diesel o são por ocasião da realização de testes rotineiros, ou durante situações em que tenham que ser operados para cumprir funções de emergência. Além das emissões associadas à combustão de óleo Diesel mencionadas no parágrafo anterior, um outro rejeito gasoso deve ser citado, qual seja o gás hidrogênio 340 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto que se forma como sub-produto no processo de produção de hipoclorito de sódio (utilizado no tratamento da água do mar usada no resfriamento do vapor de exaustão das turbinas de baixa-pressão) a partir da eletrólise da água do mar. O hidrogênio gasoso gerado nesse processo é, no entanto, lançado na atmosfera sem nenhum tratamento, por desnecessário. A produção de hipoclorito é mantida em níveis praticamente constantes durante a operação normal da Usina, sendo reduzida a valores inferiores, circunstancialmente, durante as paradas da mesma, quando as necessidades de hipoclorito de sódio são reduzidas. O consumo de óleo nas caldeiras é de 1.400 kg/h e o consumo dos grupos geradores – quatro de 5.400 kW de potência e quatro de 900 kW de potência – é de 30,13 kg/h. Considerou-se a seguinte repartição para os gases de combustão do óleo Diesel: 95% de SO2 e 5% de SO3, para os óxidos de enxofre emitidos, 90% de NO e 10% de NO2, para os óxidos de nitrogênio emitidos, e 1,0% de CO e 99% de CO2 para os óxidos de carbono liberados para a atmosfera. Os seguintes parâmetros foram usados para calcular a quantidade de gases gerados na combustão do óleo Diesel: Poder calorífico - 10.270 kcal/kg Peso específico - 986 kg/m3 Teores : Carbono - 87,25% Enxofre - 1,0% Hidrogênio - 11,25% Nitrogênio - 0,50% Cinza (máx.) - 0,02% em peso Resíduo de carbono - 0,25% em peso O tanque de óleo Diesel para uso diário tem um volume de 100 m3, enquanto que o tanque de reserva tem 150 m3. Os tanques dispõem de bacia de contenção, e o óleo que eventualmente vazar é reaproveitado. A chaminé da caldeira auxiliar tem sua boca de descarga a uma altura em relação ao solo de 45 metros, enquanto os grupos geradores Diesel de emergência possuem tubos de descarga com a boca situada a 18,75 metros de altura, para o grupo do sistema de emergência 1, e 11,10 metros de altura em relação ao solo, para o grupo do sistema de emergência 2. As emissões estão abaixo dos valores fixados pela Resolução CONAMA no 08 de 06 de dezembro de 1990 no que diz respeito às emissões atmosféricas de dióxido de enxofre, embora esta Resolução se restrinja apenas às emissões resultantes da combustão de óleo combustível e de carvão mineral. 341 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto As emissões atmosféricas podem ser provenientes dos exaustores da caldeira auxiliar e dos grupos Diesel-geradores de emergência. Os gases de exaustão e os eventuais vazamentos são insignificantes e, portanto, não são considerados. O consumo nominal de óleo Diesel na caldeira auxiliar é de 57.553,08 litros/mês (78,78 kg/h), enquanto que o consumo nominal dos grupos Diesel- geradores - dois de 5.400 kW de potência e dois de 2850 kW de potência - é de 3.733,33 litros/mês (5,11 kg/h). Os parâmetros e teores usados para o cálculo das emissões gasosas da combustão do óleo Diesel são os mesmos que foram utilizados para o cálculo das emissões de Angra 2. As emissões, na atmosfera, de rejeitos gasosos não radioativos atualmente derivadas da operação da Usina Angra 1, estão indicadas na Tabela 119. Tabela 119 – Emissões Atmosféricas não Radioativas de Angra 1 TIPO QUANTIDADE FREQUENCIA ALTURA DA LIBERAÇÃO (m) Gases de combustão da caldeira auxiliar 1,50 kg/h SO2 0,24 kg/h SO3 0,76 kg/h NO 0,13 kg/h NO2 1,38 kg/h CO 251,13 kg/h CO2 Intermitentes (partidas, paradas e emergência) 15 Gases de combustão dos grupos Diesel de emergência 0,097 kg/h SO2 6,40 ×10-3 kg/hSO3 4,93 ×10-2 kg/h NO, 8,4 ×10-3 kg/h NO2 0,089 kg/h CO 16,24 kg/h CO2 Contínua quando em suprimento de emergência (ou quando testados individualmente mensalmente durante uma hora) 22 e 15 Fonte: Eletronuclear, 2008. 6.1.2 EMISSÕES DE EFLUENTES LÍQUIDOS NÃO RADIOATIVOS O sistema de tratamento de efluentes líquidos não radioativos instalado na Usina de Angra 1 tem capacidade para processar cerca de 100 m3/dia, durante os períodos de operação normal da Usina e nas paradas da mesma. As fontes de geração e/ou tratamento de efluentes líquidos convencionais da Usina de Angra 1 são: • Estação de Tratamento de Esgoto; • Tanque de Separação de Água e Óleo; • Tanque de Monitoração de Rejeito; • Poço Leste e Oeste; • Tanque de Neutralização 1 e 2 e • Sistema de Água de Circulação 342 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Na Figura 155, apresenta-se o fluxograma do Sistema de Tratamento de Efluentes Líquidos de Angra 1. Figura 155 – Fluxograma esquemático do Sistema de Tratamento de Efluentes Líquidos de Angra 1. Fonte: Eletronuclear, 2008. A caracterização qualitativa e quantitativa dos efluentes líquidos não-radioativos de Angra 1, pós-tratamento, assim como os padrões aplicáveis ao tratamento estão descritos no Item 2.2.5.2. O Sistema de Tratamento de Água, apesar de ter objetivo de condicionar a água doce para uso na CNAAA, produz uma pequena quantidade de efluente e, devido a esse fato, será abordado no presente tópico. 6.1.2.1 Descrição dos Subsistemas 6.1.2.1.1 Sistema de Tratamento de Esgoto A ETE de Angra 1 é monitorada quanto à qualidade dos efluentes tratados, por meio de medições diárias de vazões e de pH nas saídas dos sistemas de tratamento, bem como por análises de laboratório efetuadas em amostras coletadas nos mesmos locais, para fins de avaliação de materiais sedimentáveis e RNFT (resíduos não filtráveis totais), com freqüência semanal, e de DBO5, com freqüência quinzenal. Sua caracterização encontra-se descrita no Item 2.2.5.2. O sistema de tratamento de 343 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto efluentes líquidos convencionais tem capacidade para processar até 100 m3/dia, durante os períodos de operação normal da Usina e nas paradas da mesma. Os procedimentos operacionais adotados atendem às seguintes normatizações: • NT-202.R-10 (Critérios e Padrões para Lançamento de Efluentes Líquidos); • Diretriz DZ-942.R-7 (Diretriz de Implantação do Programa de Autocontrole de Efluentes Líquidos, Procon Água) • Diretriz DZ-215.R-3 (Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em Efluentes Líquidos de Origem Não-industrial), da Feema; • Resolução Conama 357/2005. 6.1.2.1.2 Tanque de Hipoclorito de Sódio Após a saída do eletrolisador, a água do mar clorada é armazenada no Tanque de Hipoclorito onde também ocorre a separação do hidrogênio da água. Esse tanque é aerado com o objetivo de manter a concentração de H2 abaixo de 1% em volume. Essa aeração é realizada mediante uma corrente contínua de ar, à vazão adequada, de modo a manter o teor de hidrogênio dentro do tanque e do tubo de ventilação, em quaisquer circunstâncias, bem abaixo do nível perigoso. O tanque de hipoclorito é dotado de 2 ventiladores de ar para diluição, sendo que um sempre em funcionamento e outro em reserva. As bombas centrífugas são responsáveis pela dosagem contínua da solução de hipoclorito de sódio em dois pontos no Sistema de Água de Circulação (SAC) e no Sistema de Água de Serviço (SAS). 6.1.2.1.3 Tanques de Neutralização 1 e 2 O Tanque de Neutralização 1 recebe os efluentes do Dreno de Sistema de Adição de Produto Químico no Secundário (PQS) e Laboratório Químico Frio. O efluente deste tanque não é liberado diretamente para o meio ambiente, sendo direcionado para o Tanque de Neutralização 2. O Tanque de Neutralização 2, por sua vez, recebe o efluente do Sistema de Tratamento de Água, além do efluente do Tanque de Neutralização 1. Neste tanque o efluente é tratado de modo a atender os critérios das Normas de Liberação de Efluentes Líquidos (Feema) e em seguida é descartado para o Canal 5. 6.1.2.1.4 Poços de Dreno do Edifício da Turbina Lados Leste e Oeste Estes poços recebem os efluentes provenientes da drenagem de água de todos os equipamentos e pisos localizados no interior do Edifício do Turbogerador – ETG, que não sejam químicos (drenos do laboratório frio e sistema de injeção de produtos químicos). 344 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Essas drenagens são coletadas e fluem por gravidade para os poços leste e oeste dependendo da localização do equipamento ou piso. Os poços possuem duas bombas cada um, que são ligadas/desligadas manualmente ou automaticamente por chaves de nível, que bombeiam a água dos dois poços para o Canal 5, passando por poços separadores de água e óleo. 6.1.2.1.5 Sistema de Separação de Água e Óleo As drenagens dos prédios onde haja a presença de óleo nos efluentes líquidos são encaminhadas para unidades de separação de água e óleo antes da descarga desses efluentes. Há duas unidades de separação água e óleo, em frente ao edifício da administração de Angra 1, onde é tratada a água passível de contaminação da região dos transformadores. As outras áreas passíveis de contaminação são atendidas por caixas separadoras de água e óleo distribuídas pela Usina. Os efluentes enviados para tratamento na unidade de separação de água e óleo são distribuídos em dois canais para separar água e óleo e para a deposição dos sólidos, normalmente contidos neste tipo de efluentes. O óleo é removido por um mecanismo do tipo escumador que atua na superfície do efluente. Os sólidos decantados e recolhidos são enviados ao tanque de acúmulo de lama e posteriormente recolhidos para deposição em local apropriado, enquanto que o óleo sobrenadante, recolhido por tubo escumador de superfície, é enviado ao tanque de acúmulo de óleo. O efluente do separador será conduzido a um conjunto de placas coalescentes para remoção adicional do óleo nele contido. O óleo recolhido será enviado ao tanque de acúmulo de óleo, enquanto o efluente tratado poderá ser enviado para o Canal 5. O Sistema Separação de Água e Óleo prevê a recuperação do óleo contido no tanque de acúmulo, que periodicamente é recolhido e enviado para o descarte pelos setores responsáveis da empresa. A lama depositada no fundo do canal separador será removida conforme a programação estabelecida e enviada para disposição em local apropriado. Os efluentes das caixas de separação passarão apenas por um sistema de placas coalescentes, sendo a sua limpeza efetuada trimestralmente, para remoção de óleo, e seus efluentes enviados para o Canal 5. Conforme descrito, o processo de separação água-óleo não envolve adição de nenhum produto químico, pois se trata apenas de separação física. A fase aquosa, já descontaminada de óleos, escoa através de vertedouros, de onde segue para o Canal 5 e posteriormente até o mar. O Sistema de Separação de Água e Óleo de Angra 1 pode tratar os efluentes contendo óleos com impurezas. Os teores de óleos dos efluentes líquidos, após tratamento, apresentam resultados sempre inferiores a 20 ppm. 345 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 6.1.2.1.6 Sistema de Tratamento de Água A água doce captada no Rio do Frade é encaminhada para tratamento, que consiste em pré-cloração, clarificação, filtração e pós-cloração, antes de ser utilizada pela CNAAA. Na Figura 156, apresenta-se um panorama esquemático das fontes de água captadas para a CNAAA. Figura 156 – Panorama Esquemático das Captações de Água da CNAAA. Fonte: Pithon, 2006. O tratamento da água bruta utiliza hipoclorito de sódio, hidróxido de cálcio e sulfato de alumínio. As quantidades dosadas variam com a qualidade da água bruta e são ajustadas em função de teste de jarro efetuado em laboratório. O hipoclorito é gerado a partir de sal grosso, o hidróxido de cálcio utilizado apresenta em solução, 1% e o sulfato de alumínio, 2,5%. Essa água tratada é destinada para uso em três sistemas de Angra 1, quais sejam: Sistema de Água Potável, Sistema de Proteção Contra Incêndio e Sistema de Desmineralização. A água doce destinada ao Sistema de Água Potável da Usina sofre cloração adicional na EPTA e apresenta 1 ppm de cloro residual, na saída. A capacidade atual do sistema é de 33,3 L/s e futuramente será ampliada para 100 L/s para atender adicionalmente Angra 2 e Angra 3. A lama dos decantadores – Al(OH)3 – é lançado no canal de drenagem, Canal 5. 346 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Em caso de necessidade de se esvaziar os tanques de hidróxido de cálcio e sulfato de alumínio, estes também serão drenados para o Canal 5. A água potável, após tratamento, apresenta as características descritas na Tabela 120. Tabela 120 – Características físico-químicas da água doce após tratamento na ETA. Parâmetros Resultado Parâmetros Resultado Alcalinidade total 5,5 ppm Mg Ca 8,3 ppm pH 8 Cl 13,8 ppm Na 6,0 ppm Cloro ativo residual 0,4 ppm SO4 19,7 ppm Condutividade específica 102 mS/cm SiO2 6,8 ppm Fe Turbidez < 0,1 ppm Fonte: Eletronuclear, 2008. 0,4 0 ppm 0,4 eq. ppm de Si O2 O Sistema de Água de Desmineralização trata a água para que ela apresente alta pureza química, cuja característica é essencial para vários sistemas internos de Angra 1, uma vez que é necessária a ausência absoluta de qualquer impureza para evitar a corrosão nos sistemas auxiliares da Usina e no circuito água/vapor. Durante o processo de desmineralização, a água pré-tratada passa sucessivamente por filtros de carvão ativado, filtros catiônicos e aniônicos e filtros de leito misto. O sistema de regeneração dos filtros catiônicos e aniônicos usa ácido sulfúrico e soda cáustica, gerando rejeitos que são conduzidos ao poço de neutralização. Da mesma forma, a água de lavagem dos filtros de carvão ativado também é levada ao poço de neutralização, para o devido tratamento antes da liberação para o meio ambiente. No caso de perda de capacidade de regeneração, o Sistema de Água de Desmineralização, além dos efluentes líquidos, produz como rejeitos sólidos as resinas exauridas usadas nos filtros. Os sistemas de produção de biocida, assim como o Sistema de Água de Desmineralização têm seus rejeitos encaminhados para poços de neutralização onde eles recebem tratamento e são homogeneizados por meio de uma bomba antes de serem liberados. A neutralização do efluente é realizada da seguinte forma: • Caso o pH apresente valor menor que 6,5, adiciona-se soda cáustica ao tanque de neutralização em intervalos de 10 seg, 1 min ou 3 min, variável conforme o valor do pH medido. • Caso pH apresente valor maior que 8,5, adiciona-se ácido sulfúrico ao tanque de neutralização nos mesmos intervalos acima, variável conforme o valor do pH medido. 347 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto • Se o pH apresenta valor entre 6,5 e 8,5, o conteúdo do poço é descarregado no Canal 5. Além do mais, existe a aplicação de substâncias químicas como antiincrustantes e anticorrosivos com o objetivo de proteger as tubulações dos vários sistemas da Usina. A hidrazina está armazenada em dois tanques de 2 m3 de volume em solução de 15%. A atmosfera desses tanques é conectada a um filtro de carvão para evitar escape de vapores de hidrazina para o meio ambiente. Vazamentos eventuais dos tanques são aparados em um poço que é preenchido com água desmineralizada e encaminhados para o Tanque de Neutralização. O sulfato ferroso está armazenado em tanque com volume de 60 m3. No início de operação da Usina, quando o sulfato ferroso é dosado pela primeira vez, a dosagem de 1 ppm de Fe 2+ é contínua durante as primeiras 24 horas, seguidas de 6 semanas com 1 ppm de Fe 2+ duas vezes ao dia, durante uma hora. A dosagem de manutenção é de 1 ppm de Fe 2+ durante uma hora, uma vez ao dia. Outras substâncias químicas como zinco, fosfato, nitrito e borato são armazenadas em recipientes com capacidade de 30 L e usadas quando necessário, nas proporções específicas. O Sistema de Água de Circulação encontra-se descrito no Item 2.2.11.4. Com objetivo de monitorar os efluentes líquidos lançados pela Usina de Angra 1, a Eletronuclear vêm realizando periodicamente a medição de diversos parâmetros presentes nos efluentes líquidos, provenientes das diversas fontes. De forma resumida, as Tabela 121 e Tabela 122 apresentam a origem, a característica dos efluentes líquidos convencionais, a freqüência de descarte e as medidas mitigadoras ou tratamento dos mesmos antes do lançamento no Saco Piraquara de Fora, no Canal 5 e na estrutura de deságüe de efluentes do tratamento de esgotos. Tabela 121 – Características dos efluentes líquidos convencionais, a freqüência de descarte e o tratamento dos mesmos antes do lançamento em Piraquara de Fora Origem Tratamento com biocida da água do mar de resfriamento dos sistemas água de serviço e água de circulação Substâncias Concentração/ Quantidade Hipoclorito de sódio (NaClO) 0,3 ppm de cloro ativo / 0,024 kg de cloro ativo por seg. contidos em 76,8 m3 por seg. Freqüência de Descarte Tratamento Contínua Sem tratamento. Concentração-limite de cloro livre inferior a 5mg/l, de acordo com a NT.202.R-10 da FEEMA (1) Fonte: Eletronuclear, 2008. 348 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 122 – Características dos efluentes líquidos convencionais, a freqüência de descarte e o tratamento dos mesmos antes do lançamento no Canal 5 em Itaorna Concentração/ Freqüência de Origem Substâncias Tratamento Descarte Quantidade Hidrazina (N2H4) Anticorrosivo utilizado no ciclo secundário de água-vapor Proteção contra corrosão dos tubos dos trocadores de calor dos sistemas de refrigeração dos Geradores diesel 3 e 4. Limpeza de eletrodos das células de produção de hipoclorito de sódio Sistema de drenagem de vazamentos dos edifícios sem radiação Anticorrosivo do sistema fechado de Refrigeração de componentes SRC Limpeza de eletrodos das células de produção de hipoclorito de sódio Regeneração das resinas do sistema de desmineralização 0,12 ppm / 2m3 por hora representando 0,00025 kg por hora de N2H4 Amoníaco (NH3) (proveniente da decomposição da hidrazina) 5 a 10 ppm/ 2 m3 por hora , representando de 0,01 a 0,02 kg por hora de NH3 Sulfato ferroso (FeSO4) 1 ppm Fe/ 5,7 m3 por segundo, representando 0,0057 kg Fe por segundo Ácido clorídrico (HCl) Óleos Cromato de potássio Ácido clorídrico (HCl) Ácido Clorídrico (HCl) Hidróxido de Sódio (NaOH) 3% HCl / 5 m3 por mês Liberação para o tanque de neutralização. Perdas contínuas no ciclo secundário de água -vapor 1 hora por dia Sem tratamento. Concentração de Fe solúvel limitada a 15 mg/ litro de acordo com NT.202.R-10 da FEEMA Esporádica Neutralização até pH 6,5 a 8,5, de acordo com limites entre 5 e 9 da NT.202.R-10 da FEEMA (2) 0 a 20 litros por segundo Esporádica 175 - 225 ppm / 0,08Kg por mês Em caso de manutenção apenas, pois o sistema é fechado. 3% HCl / 5 m3 por mês Separador óleo/água com fase aquosa contendo até 20 ppm de óleo após tratamento. Sem tratamento, liberação controlada pelo Tanque de neutralização. Esporádica Neutralização até pH 6,5 a 8,5, de acordo com limites entre 5 e 9 da NT.202.R-10 da FEEMA (2) Esporádica Neutralização até pH 6,5 a 8,5, de acordo com limites entre 5 e 9 da NT.202.R-10 da FEEMA (2) Variáveis / 2,47 m³ de HCl por mês Variáveis / 1,89 m³ kg de NaOH por mês Concentração limite para NH3 de 5 ppm pela NT.202.R-10 da FEEMA 349 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Origem Anticorrosivos do sistema de refrigeração do sistema de água gelada e Gerador diesel. Antiincrustrante e anticorrosivo do sistema de refrigeração do edifício da Turbina Sistema de Tratamento de Esgotos Sanitários Concentração/ Quantidade Substâncias 67-200 ppm / até 40l por mês, i.e., 0,003 a 0,008 kg de nitrito por mês - Nitrito (NO2 ) Borato (BO33-) 45-136 ppm de B / até 40l por mês, i.e., 0,002 a 0,006 kg de boro por mês 2,5 a 3,5 ppm / 0,005 a 0,007kg por dia Zinco (Zn2+) Fosfato (PO43-) 8 a 11 ppm / 0,016 a 0,022 kg por dia Freqüência de Descarte Tratamento Em caso de manutenção apenas, pois o sistema é fechado Neutralização até pH 6,5 a 8,5, de acordo com limites entre 5 e 9 da NT.202.R-10 da FEEMA (2) 2 horas por dia com 1 m3 por hora Neutralização até pH 6,5 a 8,5, de acordo com limites entre 5 e 9 da NT.202.R-10 da FEEMA (2) máx. 38 kg / 151 3 m por dia min. 11 kg/ 43 m 3 por dia DBO5 (carga orgânica) Fonte: Eletronuclear, 2008. Efluentes da Estação de Tratamento de Esgotos Sanitários Diária Aeração prolongada, com redução de 90% da carga orgânica 6.1.3 REJEITOS SÓLIDOS NÃO RADIOATIVOS A Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho como responsável pela destinação dos resíduos industriais gerados na CNAAA busca sempre que possível o reuso, o reprocessamento ou a reciclagem dos mesmos. A escolha para a destinação final dos resíduos é feita de acordo com as características dos mesmos. No caso da possibilidade de comercialização, com o objetivo de reaproveitar o resíduo, o mesmo é disponibilizado em leilões através da Gerência de Suprimentos que providencia a inclusão do material em lotes nos leilões. A empresa compradora deve estar licenciada junto ao órgão ambiental competente para executar a atividade proposta (reciclagem, reprocessamento etc.) e em dia com o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras do IBAMA. Dentre os resíduos vendidos para o reprocessamento/reciclagem estão as sucatas metálicas ferrosas e não ferrosas, incluindo cabos e fios e os óleos usados. Outra opção para destinação de resíduos é a destruição térmica que pode ser por meio das técnicas de co-processamento ou incineração. Neste caso, a Eletronuclear contrata empresas especializadas e licenciadas junto ao órgão ambiental competente e em dia com o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras do IBAMA, para a execução do serviço. Os resíduos somente são dispostos em aterros industriais, caso seja inviável a sua reprocessamento/reciclagem ou destruição. 350 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Alguns resíduos exigem tratamento específico, como no caso de lâmpadas fluorescentes, que são enviadas para empresas especializadas em descontaminação e tratamento deste resíduo. O processo é realizado inteiramente por via seca, não gerando assim, efluentes líquidos. Os componentes das lâmpadas, tratadas pelo processo de descontaminação, podem ser reaproveitados como materiais recicláveis. Na Tabela 123, apresenta-se os principais resíduos gerados pela CNAAA, sua classificação e destinação/tratamento aplicado a cada um. Tabela 123 – Classificação e destinação/tratamento dos principais resíduos sólidos convencionais gerados pela CNAAA. Resíduos Classificação Destino/Tratamento Sucatas metálicas Não perigosos Reprocessamento Plásticos Não perigosos Reprocessamento Borras Oleosas Perigosos Reprocessamento Trapos Impregnados Perigosos Co-processamento Isolamento Térmico Não perigosos Co-processamento Pneus Não perigosos Reciclagem Óleos Usados Perigosos Reprocessamento / Rerrefino Resinas de Troca Iônica Não perigosos Co-processamento Lâmpadas fluorescentes Perigosos Descontaminação Reagentes químicos Perigosos Incineração Graxas Perigosos Fonte: Eletronuclear, 2008. Co-processamento Nas Figura 157 a Figura 161, apresentam-se os gráficos com os percentuais das destinações/tratamentos aplicados aos resíduos sólidos convencionais da CNAAA no período de 2003 a 2007. Figura 157 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da CNAAA, em 2003. Fonte: Eletronuclear, 2008. Nota: A destinação final classificada como outros inclui tratamento físico-químico e descontaminação de lâmpadas fluorescentes. 351 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 158 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da CNAAA, em 2004. Fonte: Eletronuclear, 2008. Nota: A destinação final classificada como outros inclui tratamento físico-químico e descontaminação de lâmpadas fluorescentes. Figura 159 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da CNAAA, em 2005. Fonte: Eletronuclear, 2008. Nota: A destinação final classificada como outros inclui tratamento físico-químico e descontaminação de lâmpadas fluorescentes. 352 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 160 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da CNAAA, em 2006. Fonte: Eletronuclear, 2008. Nota: A destinação final classificada como outros inclui tratamento físico-químico e descontaminação de lâmpadas fluorescentes. Figura 161 – Gráfico da porcentagem da destinação final dos resíduos sólidos convencionais da CNAAA, em 2007. Fonte: Eletronuclear, 2008. Nota: A destinação final classificada como outros inclui tratamento físico-químico e descontaminação de lâmpadas fluorescentes. 6.1.3.1 Equipamentos contendo PCB’s – Ascarel Na CNAAA, somente Angra 1 possui transformadores que utilizam PCB (ascarel) como óleo isolante. 353 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Sendo assim, a Eletronuclear iniciou, em 2007, o programa de substituição destes equipamentos. Do total de treze equipamentos instalados em Angra 1, três transformadores foram encaminhados para descarte em novembro de 2007 e dois foram substituídos em janeiro de 2008. A destruição destes equipamentos foi concluída em fevereiro de 2008 na empresa TRIBEL – Tratamento de Resíduos de Belfordroxo Ltda. Na Figura 162 a Figura 164, apresenta-se o processo de destruição de um dos transformadores retirados de Angra 1. Figura 162 – Retirada e preparação de um dos transformadores de Angra 1 para destruição. Fonte: Eletronuclear, 2008. Figura 163 – Entrada do transformador no forno estático para destruição. Fonte: Eletronuclear, 2008. 354 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 164 – Retirada do transformador do forno estático, após a queima. Fonte: Eletronuclear, 2008. A continuação da substituição dos transformadores está na dependência da aquisição de novos transformadores a seco cujo processo de compra está em andamento. 6.1.3.2 Central de Compostagem Eletronuclear A CNAAA gera também uma grande quantidade de material proveniente da manutenção de áreas verdes. A Eletronuclear soma um total de aproximadamente 672.450 m2 de áreas verdes que exigem uma manutenção contínua de corte de gramas e podas de árvores. Os resíduos provenientes desta manutenção eram enviados para o aterro municipal de Angra dos Reis. Na busca de uma alternativa para a deposição deste material decidiuse pela adoção do processo de compostagem, ficando a Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho responsável pela implantação deste projeto de modo que o material orgânico pudesse ser reaproveitado. Dentre os principais benefícios obtidos com a implantação da Central de Compostagem estão: a) Eliminação total da utilização de aterro municipal para disposição de resíduos proveniente da manutenção das áreas verdes nas áreas de propriedade da Eletronuclear. Durante o ano de 2006 a Central de Compostagem recebeu mensalmente, em média, 100 caminhões de matéria orgânica – grama e podas de árvores e em 2007 esta média foi de 90 caminhões por mês. Assim, deixaram de ser depositados mensalmente no aterro municipal de Angra dos Reis em torno de 800 m3 em 2006 e 700 m3 em 2007 de matéria orgânica empolada (sem triturar), totalizando 17.800 m3 nestes dois anos. 355 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto b) Redução da queima de combustível fóssil (diesel) no deslocamento de caminhão até o aterro municipal. Com a eliminação da deposição deste material no aterro sanitário municipal, deixaram de ser percorridos em média 40 km por viagem, totalizando 96.000 km em 2006 e 85.600 km. Isto significa uma redução de 36.000 litros de diesel queimados nestes dois anos. c) Economia no emprego de fertilizantes químicos nas áreas verdes de propriedade da Eletronuclear. Além da redução da utilização de combustível, também deixaram de ser aplicadas nas áreas verdes da Eletronuclear 9 toneladas de fertilizantes químicos por anos, o que traz não só uma economia, como também é ambientalmente melhor. d) Aproveitamento do material obtido (adubo) em projetos de educação ambiental e recuperação de áreas degradadas desenvolvidos durante a semana do meio ambiente em 2006. Nas Semanas do Meio Ambiente, do ano de 2006 e 2007, foram realizadas atividades de plantio, distribuição de mudas e composto para alunos e funcionários das escolas da região, além de cursos de Agroecologia e Agricultura Orgânica, voltados para a biologia do solo e o desenvolvimento de técnicas de cultivo orgânico. Estes cursos foram aplicados em turmas compostas por funcionários da Eletronuclear e seus dependentes, funcionários de empresas contratadas e alunos das escolas da região. Os cursos de Agroecologia e Agricultura orgânica foram realizados em parceria com o CEFET de Rio Pomba, em Minas Gerais, e ministrados pelo Coordenador do curso de Tecnólogo e Agroecologia desta instituição. No trabalho de hortas escolares todas as mudas de hortaliças utilizadas foram produzidas na Central de Compostagem, aplicando-se os conhecimentos da agricultura orgânica Durante a SEMA 2006 também foram realizadas atividades de recuperação ambiental, utilizando as técnicas de fertilização orgânica. Foram plantadas mudas de diversas espécies no trecho da BR-101 entre o rio Mambucaba e a praia do Coqueiro, num total de 1 km, em frente à Vila Residencial de Mambucaba. Além destas atividades desenvolvidas nas SEMAs, 2006 e 2007, a equipe da Central de Compostagem iniciou a recuperação da mata ciliar na margem do rio Mambucaba próxima a Central de Compostagem. A Central de Compostagem também dá apoio ao projeto de recuperação ambiental da Restinga de Mambucaba, na foz do rio Mambucaba, para o qual foi contratada a Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. 356 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 6.2 SISTEMA DE TRATAMENTO DE REJEITOS RADIOATIVOS 6.2.1 EMISSÕES ATMOSFÉRICAS RADIOATIVAS Na Usina ANGRA 1 é feita a remoção contínua dos gases radioativos do circuito primário para tanques de decaimento, onde, por projeto, permanecem armazenados durante toda a vida operacional dessa Usina. Esses tanques são em número de 6, com cerca de 17.000 litros cada um, construídos em aço-carbono e dispostos em paralelo. As quantidades de gases nobres radioativos produzidas anualmente, em termos mássicos, são na prática verdadeiramente diminutas, muito inferiores a 1 grama/ano em seu total. Dos tanques de armazenagem citados, mínimas quantidades de gases radioativos poderão ser eventualmente lançadas na atmosfera, mas apenas durante operações controladas de manutenção desse sistema de tanques e em absoluta consonância com os limites estabelecidos pelo Órgão Licenciador (CNEN) a esse título. Além do mais, é possível, operacionalmente, transferir-se conteúdos de gases de um tanque a outro, se necessário, seja para fins de manutenção, seja para fins de equalização de conteúdos dos gases neles armazenados, o que significa dizer que, realmente, os gases radioativos armazenados possam ser mantidos nesses tanques durante toda a vida operacional da Usina. Por outro lado, através do sistema próprio de ventilação da área controlada da Usina são eliminadas, pela chaminé, mínimas quantidades de gases radioativos que possam emanar de algum componente instalado fora do Envoltório da Contenção da Usina. Aerossóis que possam formar-se nessas circunstâncias, são também retidos em filtros absolutos “HEPA” e de carvão ativado, especificamente destinados a essa finalidade. Essas mínimas emissões são, no entanto, comprovadas, monitoradas e contabilizadas continuamente através de sistema próprio de monitoração isotópica da chaminé, em absoluto respeito aos limites de emissões de gases radioativos no meio-ambiente, tais como definidos pelo Órgão Licenciador (CNEN). Nas situações em que o circuito primário deva ser despressurizado, seja para fins de recarregamento de combustível nuclear, seja para fins de manutenção, a desgaseificação prévia do líquido refrigerante do circuito primário precisa ser feita e tem como objetivo a extração dos radioisótopos de gases nobres nele dissolvidos, assim como também do hidrogênio gasoso de processo que nele está presente, de modo que o vaso de pressão do reator possa ser então aberto, sem riscos para os operadores, bem como as eclusas de acesso ao prédio do reator possam ser também abertas, igualmente sem riscos de contaminações dos ambientes interno e externos à Usina. 357 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto As liberações de radioisótopos de gases nobres previstas no Relatório Final de Análise de Segurança FSAR estão discriminadas na Tabela 124, mostradas a seguir: Tabela 124 – Liberações de Radioisótopos de Gases Nobres da Usina ANGRA 1 Radioisótopo Percentagem (%) Radioatividade (Bq/ano) 85m Kr 1,4 1,6 x 1011 85 Kr 21,9 2,4 x 1012 87 Kr 0,8 9,0 x 1010 88 Kr 2,5 2,7 x 1011 Xe 1,3 1,4 x 1011 133 Xe 67,0 7,4 x 1012 135 Xe 4,1 4,5 x 1011 0,2 2,7 x 1010 133m 135m Xe 138 Xe 0,5 5,3 x 1010 Fonte: Relatório Final de Análise de Segurança (FSAR) de ANGRA 1, Tabela 11.3-40. 6.2.2 EFLUENTES LÍQUIDOS RADIOATIVOS As fontes de efluentes líquidos radioativos são: os efluentes do Sistema de Tratamento de Rejeitos Líquidos Radioativos, do Sistema de Reciclagem de Boro e potencialmente do Sistema da Purga dos Geradores de Vapor e Drenos do Edifício da Turbina. O Sistema de Tratamento de Rejeitos Líquidos Radioativos e Sistema de Reciclagem de Boro têm a função de armazenar e processar os diferentes rejeitos líquidos gerados durante a operação, durante os períodos de recarregamento do combustível ou em manutenção de equipamentos, de forma liberar para o meio ambiente de forma controlada, efluente líquido dentro dos padrões exigidos pelos Órgãos Ambientais e Nuclear, neste em consonância com a Norma 10CFR50 Apêndice I e 10CFR20 Apêndice B. O rejeito líquido é gerado na área controlada da Unidade oriundo do Prédio do Reator (ERE), Edifício de Combustível (ECB) e dos Edifícios Auxiliares Norte (EAN), Sul (EAS) e de Segurança (ESE). Os rejeitos líquidos descarregados diretamente dos sistemas, quando triciados, desaerados e borados (trem A) (recicláveis) são processados no Sistema de Reciclagem de Boro. Estes rejeitos são armazenados em cada um dos 2 Tanques de Espera de Reciclagem de Boro (TERB), processados no Evaporador de Reciclagem e leito desmineralizador. O concentrado do Evaporador de Reciclagem e o destilado são reaproveitados, armazenados no Tanque de Ácido Bórico (TAB) e no Tanque de Água de Reposição (TARR). Quando não reaproveitado, o destilado é conduzido preferencialmente para o Tanque de Monitoração 2 (TMR2) para descarga autorizada e controlada, após análise química e radioquímica. 358 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Os rejeitos líquidos aerados, não recicláveis (trem B), processados no Sistema de Tratamento de Rejeitos Líquidos, são descarregados via poços de coletas ou diretamente de sistemas para coleta nos Tanques de Espera de Rejeitos Líquidos (TERJ) (rejeito líquido triciado), Tanque de Drenos de Piso (TDP) (rejeito líquido não triciado), para posterior processamento no Evaporador de Rejeitos e leito desmineralizador. O concentrado do Evaporador de Rejeitos segue para acondicionamento no Sistema de Tratamento de Rejeitos Sólidos e o destilado é conduzido preferencialmente para o Tanque de Monitoração 2 (TMR2), para descarga autorizada e controlada, após análise química e radioquímica. O rejeito líquido gerado nos trabalhos da Lavanderia são armazenados no Tanque de Lavanderia e Chuveiros Quentes (TLCQ). Após análise química e radioquímica, estes rejeitos normalmente são conduzidos preferencialmente para Tanque de Monitoração 1 (TMR1), para descarga autorizada e controlada, após análise química e radioquímica. Os componentes de capacidades necessárias para armazenagem e processamento dos rejeitos líquidos gerados na Unidade. O TERJ, TDP e o TLCQ têm a capacidade de 37.800 litros, enquanto os 2 TERB´s têm capacidade de 118.000 litros cada. Os TMR´s 1 e 2 têm capacidade cada de 18.900 litros. Os Evaporadores de Reciclagem de Boro e Rejeito têm capacidade individual de processar 3.400 L/h, fator de descontaminação de 1000 e concentração a 21.000 ppm de Boro (20% em peso em H3BO3), para o Evaporador de Rejeitos e 7.000 ppm de Boro (4% em peso em H3BO3) para o Evaporador de Reciclagem. Os leitos desmineralizadores têm fator de descontaminação de 10. Os efluentes radioativos oriundos do Sistema da Purga dos Geradores de Vapor e dos Drenos do Edifício da Turbina só são previstos na eventualidade acidental de contaminação do circuito secundário. Os rejeitos são redirecionados para o Edifício Auxiliar Sul (EAS) para processamento no Sistema de Tratamento de Rejeitos Líquidos Radioativos. A vazão de descarga prevista total de efluente líquido da Unidade é de 33 m3/s desta, 6 l/s é proveniente da descarga por batelada dos efluentes líquidos radioativos. Anualmente é previsto a descarga do Sistema de Tratamento de Rejeitos Líquidos Radioativos de 6,7 E+08 Bq/a e 3,7 E+12 Bq/a considerando trítio. Tabela 125 - Efluentes Líquidos Radioativos de Angra 1 Radionuclídeo* Ci Bq % Co-58 2,60E-03 9,6E+07 14,4% Co-60 7,60E-04 2,8E+07 4,2% Sr-90 1,40E-08 5,2E+02 0,0001% I-131 8,40E-05 3,1E+06 0,5% 359 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Radionuclídeo* Ci Bq % Cs-134 3,20E-03 1,2E+08 17,7% Cs-137 1,00E-02 3,7E+08 55,2% Total 1,81E-02 6,7E+08 100,0% Trício 9,63E+01 3,6E+12 Fonte: FSAR, 2007. * Considerados os radionuclídeos mais significativos. Na Figura 165 é apresentado o fluxograma de efluentes líquidos radioativos de Angra 1. 360 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 165 – Fluxograma de Efluentes Líquidos Radioativos de Angra 1. Fonte: Eletronuclear, 2008. 361 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 6.2.3 RESÍDUOS SÓLIDOS RADIOATIVOS O sistema de tratamento de rejeito sólido destina-se ao processamento e posterior acondicionamento de rejeitos radioativos de baixo e médio níveis de atividade gerados durante a operação e manutenção da Usina de Angra 1. Os seguintes tipos de rejeito são processados em Angra 1: • Rejeitos sólidos compactáveis (plásticos, luvas de borracha, papel, etc) sem umidade; • Rejeitos sólidos não compactáveis (madeira, peças metálicas, ferramentas, etc); • Filtros de cartucho usados nos sistemas (SCQV, SRR, PCU, STRL); • Concentrado do evaporador e resinas exauridas do tanque de armazenamento de resinas (TARE). Para cada tipo de rejeito radioativo há um tipo de embalagem própria especialmente manufaturada. O concentrado do evaporador e as resinas são incorporados em matriz sólida de cimento em Liners de 1m3, os rejeitos compactáveis são compactados dentro dos próprios tambores de 200 L, os filtros são imobilizados também em tambores de 200 L e os rejeitos não compactáveis são imobilizados em cimento, em caixas metálicas. O sistema de tratamento de rejeito sólido está instalado no Edifício Auxiliar Norte (EAN), elevação +5,15 m, sala 523 e processa os seguintes rejeitos radioativos. Na Figura 166, apresenta-se o fluxograma esquemático do processo de tratamento de resíduos sólidos radioativo. 362 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto TAM LINER VENT FILTER LINER VENT BLOWER BLOWER FCV106 AERATON FCV116 BACK FLUSH BATCH CHAMBER FCV108B WASTE INLET VALVE OPEN/ CLOSED FCV110 BATCH TO LINER VALVE DEWATER FCV114 FLOW FLUSH FCV104 PURGE FCV118 FLUSH FCV105 PURGE B A CHEM PUMP"A" CHEM PUMP"B" FCV102 START/ STOP REV FWD SLOW MIXER SPEED REV FWD FCV 111 FCV 112 DEWATER PUMP HYDRAULIC SKID LINER FCV 109 BUBBLER FCV115 CAMERA SPRAY FCV117 SKIRT WASHDOWN FCV107 CAMERAPURGE FCV113 REMOTE SAMPLER CONTROL PANEL Figura 166 – Fluxograma do Tratamento de Resíduos Sólidos Radioativos de Angra 1. Fonte: Eletronuclear, 2008. 363 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 6.2.3.1 Processamento de rejeitos sólidos compactáveis Os rejeitos sólidos compressíveis (RC) são inicialmente processados (picotados) no moinho granulador, com a finalidade de aproveitar o máximo do espaço útil do tambor, evitando-se assim que o material se expanda quando posteriormente processado na prensa hidráulica. A prensa tem capacidade de compactar até 200 Kg de rejeito compressível. A prensa, localizada na estação de encapsulamento, está montada entre paredes de alvenaria e possui uma porta protetora não permitindo o escape e espalhamento de material radioativo durante a compactação. A parte superior do cubículo está conectada ao duto de exaustão da sala, e com isso previne a contaminação do ar ambiente. Após o rejeito sem umidade ser comprimido no interior, o tambor é vedado com a tampa e cintas próprias e transferido para a área de estocagem ainda no interior da estação, onde permanece à disposição da Proteção Radiológica para determinação do nível de radiação e futura remoção para o depósito inicial. O tambor também é pesado nesta etapa. 6.2.3.2 Processamento de rejeito sólidos não compactáveis Rejeitos sólidos radioativos não compressíveis, que não podem ser processados na prensa hidráulica, são distribuídos em caixas metálicas de 1,0 m3 de volume. Este tipo de rejeito apresenta, quase sempre baixos níveis de atividade e, então dispensa a parede de blindagem interna na caixa. Quando cheias o rejeito é imobilizado com argamassa de cimento, as caixas são vedadas e colocadas à disposição da Proteção Radiológica para a determinação do nível de atividade e remoção para o Depósito Inicial. 6.2.3.3 Encapsulamento do filtro de cartucho Os filtros de cartucho são encapsulados em embalagens especialmente montadas para este tipo de rejeito. Um tambor de aço, esmaltado, de 200 L com um cone metálico centralizado no interior, fixado por uma parede de cimento por todo o espaço restante do tambor, é instalado no ponto adequado da Estação de encapsulamento, exatamente sob a janela de passagem da região dos filtros na elevação +14,85 m do Edifício Auxiliar Norte (EAN) para a Estação de Encapsulamento. O filtro é removido, transferido e instalado no interior do tambor com ferramentas com extensor e operadas remotamente de modo a evitar o contato manual do encarregado do serviço com o material contaminado radiologicamente. 364 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Após a transferência, o tambor contendo o filtro é transferido por meio da ponte rolante para a área de estocagem da Estação, onde recebe uma camada de argamassa, é fechado e colocado para curar. Este tambor após a cura é posto à disposição da Proteção Radiológica para a determinação do nível de radiação e remoção para o Depósito inicial. 6.2.3.4 Processamento de concentrado do evaporador/ resinas do primário O processamento do concentrado do evaporador, bem como das resinas exauridas do primário é feito pelo Sistema de Solidificação de Rejeitos (SSR) ou Nova Unidade de Solidificação de Rejeitos Radioativos (NUSRR). O sistema é um pacote de processamento que utiliza um recipiente metálico com blindagem em concreto, o Liner, para a mistura, solidificação e estocagem. O rejeito é transferido do Tanque de Armazenamento de Resinas Exauridas, no caso das resinas e do Fundo do Evaporador de Rejeitos, no caso do concentrado, através do módulo de conexão com a planta para o interior do liner. Se necessário, amostras de rejeito podem ser obtidas durante a transferência. No caso das resinas, a água transferida em excesso é removida por uma bomba de deságüe, instalada no módulo de conexão e devolvido para a planta. O nível de rejeito no liner é monitorado através do painel de controle durante a transferência e verificado por fitas marcadoras/ indicadoras junto ao eixo do misturador. A rotação do misturador do recipiente é realizada por um motor através do módulo hidráulico. Os aditivos químicos secos (cimento, hidróxido de cálcio, argila, sílica e fluidificante) são adicionados ao recipiente através de um transportador aeromecânico (TAM) diretamente para a câmara de mistura do sistema de solidificação. Os aditivos químicos líquidos, quando necessários, são injetados diretamente no liner por uma bomba de adição química conectada ao dispositivo de enchimento. A ordem de adição dos produtos químicos é determinada pelo Programa de Controle de Processo - PCP. Durante a cura da mistura, a temperatura é cuidadosamente monitorada para confirmar que a hidratação do cimento com o rejeito está ocorrendo. Esta monitoração é importante para determinar o exato momento em que a cura está suficientemente completa para permitir o transporte do recipiente. Esta cura se dá em até 72 horas. Antes de realizar realmente a solidificação no recipiente, uma série de testes com amostras em laboratório podem ser realizadas para garantir que a formulação e os requisitos para a cimentação adequadas tenham sido estabelecidos. O resultado do teste é então levado à escala real para o volume do recipiente a ser utilizado. Os volumes de rejeito, aditivos químicos e cimento são estabelecidos antes do início da solidificação em três formulações. Isto é feito para assegurar que a solidificação tanto das resinas como dos concentrados reflitam os resultados obtidos em menor escala em laboratório de modo a otimizar a quantidade de rejeito colocado no LINER. 365 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 6.2.3.5 Armazenagem A Área de Armazenagem da Estação de Tambor do Sistema de Tratamento de Rejeito Sólido tem espaço suficiente para 20 tambores de 200 L ou 4 líneas de 1m3. O tempo de permanência de armazenamento nesta área é variável e dependerá da disponibilidade de transporte para o depósito inicial da Central. Tabela 126 – Geração de Rejeitos Sólidos Prevista Anualmente Volume anual (m3) Resina do circuito primário 6,96 Concentrado do evaporador 63,5 Efluentes de drenos químicos 3,8 Resina exaurida da purga do Gerador de Vapor 6,37 Rejeito compatível e não compatível Fonte: FSAR, Capítulo 11, 2007. 70,7 6.3 ESTIMATIVA DE CUSTOS DAS MEDIDAS DE RESPONSABILIDADE DOS GOVERNOS MUNICIPAIS, ESTUDUAL E FEDERAL Todos os custos dos Programas de Monitoramento nos quais estão incluídas as medidas mitigadoras são de responsabilidade da Eletronuclear. 6.4 ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA A Eletronuclear entende que este Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica de execução de mapeamento de sensibilidade dos processos erosivos atuais e potenciais das encostas, ao longo da BR-101 nas rotas de fuga é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte - DNIT. 6.5 MEDIDAS DE COMPENSAÇÃO AOS DANOS CAUSADOS A seguir será apresentado um histórico da aplicação pela Eletronuclear dos recursos provenientes da compensação ambiental do processo de licenciamento ambiental de Angra 1 e 2, e dos recursos aplicados em projetos socioambientais, principalmente nos municípios de Angra dos Reis e Parati, nos últimos anos. Quanto à compensação ambiental, em 1982, foi o ano em que se firmou o Termo de Acordo 6488, de dezembro de 1982, entre as então Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, atual Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, e FURNAS Centrais Elétricas S/A, atual Eletronuclear, onde foram estabelecidas as medidas compensatórias referentes à Estação Ecológica de Tamoios (segue ofício comprobatório). Ainda com relação à Estação Ecológica de Tamoios e também contemplando o Parque Nacional da Serra da Bocaina, foi firmado em 2002 o primeiro Termo de 366 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Compromisso (Processo No 02001.000778/93-99), com revisão em 2006 (segue ofício comprobatório), cujas ações foram realizadas a fim de cumprir com a aplicação de recursos provenientes da compensação ambiental referente ao licenciamento ambiental de Angra 2, ações estas apresentadas na Tabela 127 a Tabela 133. Somados às compensações para as unidades de conservação, a Eletronuclear firma anualmente convênios com Prefeituras, órgãos do estado e outras entidades, a fim de cumprir seu compromisso de responsabilidade socioambiental. Na Tabela 134 e na Tabela 135 estão apresentados os convênios firmados desde o ano de 1999 até 2008. 367 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 127 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental Tabela 128 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – ESEC Tamoios 381 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 129 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – PARNA Serra da Bocaina Tabela 130 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Plano e Cronograma Geral de Execução 382 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 131 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Especificação de Equipamentos Tabela 132 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Demonstrativo de Dispêndios 383 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Tabela 133 – Demonstrativo do aplicativo Compensação Ambiental – Demonstrativo de Dispêndios 384 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio CNPJ Tabela 134 – Relação de Convênios encerrados Valor do CIDADE Convenente Vigência Repasse Contrapartida do Convênio GAR.A/CT-007/2005 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 16/09/2005 a 15/09/2007 87.700,50 0,00 GAR.A/CT-005/2005 29.172.475/0001-47 Parati Município de Parati 01/06/2005 a 31/05/2006 143.741,94 0,00 GAR.A/CT-003/2005 29.172.475/0001-47 Parati Município de Parati 06/04/2005 a 05/06/2005 190.000,00 0,00 GAR.A/CT-002/2005 + Aditamento 1 28.176.998/0004-41 Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro (Através da Secretaria de Estado da Defesa Civil) 12/04/2005 a 11/04/2008 1.800.000,00 0,00 GAR.A/CT-001/2005 + Aditamento 1 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis através da Secretaria Municipal de Defesa Civil 12/04/2005 a 11/04/2008 1.800.000,00 0,00 Objeto Convênio visando manutenção do Programa Sertão Vivo/Ilha Viva como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da CNAAA a serem implementadas na área de influência da Usina de Angra 2 Convênio de mútua cooperação visando à reforma no Hospital Municipal São Pedro de Alcântara – Parati. Convênio visando à participação da Eletronuclear nas obras de infra-estrutura municipal para a construção de passarela metálica. Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e o Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Estado Civil para atividades de Pronta-Resposta do CBMERJ ao Plano de Emergência Externo à CNAAA Convênio visando á participação financeira da ETN, na execução, pelo Município, de obras, reformas e ampliação de instalações, aquisição de mobiliário, de equipamentos e capacitação e treinamento para a Secretaria de Defesa Civil do Município de Angra dos Reis- RJ 385 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio CNPJ CIDADE Convenente Vigência Valor do Repasse Contrapartida do Convênio GAR.A/CT-014/2004 28.176.998/998/000441 Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro (através da secretaria de Estado de Defesa Civil) GAR.A/CT-007/2004 + Aditamento 1 + Aditamento 2 29.051.216/0001-68 Rio Claro Prefeitura Municipal de Rio Claro 30/06/2004 a 29/06/2005 350.000,00 0,00 GAR.A/CT-005/2004 29.172.495/0001-47 Parati Prefeitura Municipal de Parati 30/06/2004 a 29/06/2005 1.280.357,40 0,00 GCC.A/CT-071/2003 29.527.413/0001-00 Rio de Janeiro Fundação Roberto Marinho 31/07/2003 a 30/06/2005 690.000,00 0,00 GAR.A/CT-028/2003 29.527.413/0001-00 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 16/12/2003 a 15/02/2006 789.896,57 0,00 24/11/2004 a 23/11/2005 120.000,00 0,00 Objeto Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e o Estado/SEDEC, visando á continuidade do quartel de bombeiros de Parati e o aparelhamento dos Destacamentos do Corpo de Bombeiros de Angra dos Reis e de Mambucaba. Participação em obra de infraestrutura viária e apoio a casa de cultura no Município de Rio Claro Aparelhamento da Defesa Civil Municipal; Reforma da Igreja da Matriz; Pavimentação de rampas na estrada do Corisco; Implantação do Projeto Silo Cultural José Kleber. Apoio ao Projeto de criação de um centro da memória da história de Parati e do patrimônio imaterial da região, através da restauração da casa de cultura de Parati. Convênio visando à conclusão da implantação do programa de apoio à Educação Municipal em Angra dos Reis como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA,a serem implementadas na área de influência da Usina. 386 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio CNPJ CIDADE Convenente Vigência Valor do Repasse Contrapartida do Convênio 29.527.413/0001-00 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 16/12/2003 a 15/06/2004 576.779,10 128.342,80 GAR.A/CT-020/2003 28.176.998/0004-41 Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro (Através da Secretaria de Estado da Defesa Civil) 26/09/2003 a 25/09/2004 100.000,00 0,00 GAR.A/CT-018/2003 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 12/08/2003 a 11/03/2004 99.000,00 0,00 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 12/08/2003 a 11/09/2003 17.000,00 0,00 GAR.A/CT-027/2003 29.172.467/0007-09 GAR.A/CT-017/2003 Objeto Convênio visando à complementação da implantação do Projeto de Geração de Emprego e Renda em Angra dos Reis, como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA,a serem implementadas na área de influência da Usina. Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e o Estado do Rio de Janeiro, através da secretaria de estado da defesa civil. Convênio visando à contratação de pessoal e aquisição de equipamentos para continuidade do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e o Programa de Saúde da Família, como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementadas na área de influência da Usina. Convênio visando á conclusão da implantação do Projeto Cinturão Verde, no município de Angra dos Reis como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementados na área de influência da Usina 387 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio CNPJ CIDADE Convenente Vigência Valor do Repasse Contrapartida do Convênio GAR.A/CT-016/2003 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 12/08/2003 a 11/12/2003 80.000,00 0,00 GAR.A/CT-015/2003 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 12/08/2003 a 11/10/2003 133.000,00 0,00 GAR.A/CT-014/2003 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 12/08/2003 a 11/03/2003 75.000,00 0,00 Sem Numero 29.172.475/0001-47 Parati Prefeitura de Parati 03/07/2002 a 02/07/2003 1.000.000,00 0,00 Objeto Convênio visando á conclusão da implantação do Projeto Cinturão Verde, no município de Angra dos Reis como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementados na área de influência da Usina Convênio visando á conclusão da construção de uma creche comunitária na Comunidade do Frade de Angra dos Reis, como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade da CNAAA a serem implementadas na área de influência da Usina. Convênio visando á aquisição de equipamentos hospitalares faltantes, para atendimento ás populações de Angra dos Reis e Parati, como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementadas na área de influência da Usina. Convênio de participação na manutenção e recuperação de estradas vicinais no Município de Parati - RJ 388 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio CNPJ CIDADE Convenente Vigência Valor do Repasse Contrapartida do Convênio TC/GCC.T – 079/2002 33.641.663/0001-44 Rio de Janeiro Fundação Getulio Vargas 15/05/2002 a 14/05/2004 1.000.000,00 0,00 GAR.A/CT-033/2002 40.254.401/0001-92 Angra dos Reis IED-BIG 27/03/2003 a 26/03/2006 450.000,00 0,00 GAR.A/CT-028/2002 0005931/0001-26 Brasília Fundação Nacional do Índio - FUNAI 21/03/2003 a 20/03/2005 130.000,00 0,00 GAR.A/CT-023/2002 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis 28º Grupo Escoteiro do Mar de Mambucaba 21/10/2002 a 20/02/2006 Não informa 43.330,00 42.498.725/0004-44 Angra dos Reis Secretaria de Estado de Defesa Civil (Décimo Grupamento de Bombeiros Militar – Angra dos Reis) 06/12/2002 a 05/06/2003 50.000,00 0,00 GAR.A/CT-021/2002 Objeto Termo de cooperação que entre si fazem a Eletronuclear e a Fundação Getulio Vargas – FGV, visando estabelecer um programa de cooperação e intercambio técnico e científico. Continuidade do programa de cooperação mútua entre o IEDBIG e a ETN, compreendendo ações técnicas, educativas e de divulgação, que visam o conhecimento, a preservação e a valorização dos ecossistemas da região da Baia da Ilha Grande, nas regiões de Mangaratiba, Angra dos Reis e Parati, do Estado do Rio de Janeiro, bem como a melhoria da qualidade de vida das comunidades instaladas naquelas áreas de influência. Implementação de ações objetivando a melhoria da qualidade de vida das comunidades indígenas na área de influencia da Usina Nuclear 2, da CNAAA. Colaboração mútua para realização de atividades conjuntas na Trilha Ecológica Porã, de propriedade da Eletronuclear . Serviços de salvamento marítimo nas vilas residenciais de Mambucaba e Praia Brava. 389 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio CNPJ CIDADE Convenente Vigência Valor do Repasse Contrapartida do Convênio GCC.T/TC-019/2002 28.019.214/0001-29 Rio de Janeiro PUC – Rio 18/06/2002 a 17/06/2007 600.000,00 0,00 GAR.A/CT-016/2002 02.395.530/0001-01 Angra dos Reis AMIGOS 24/05/2002 A 23/06/2004 2.681.355,77 0,00 GAR.A/CT-009/2002 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 01/04/2003 a 31/03/2004 70.000,00 0,00 GAR.A/CT-006/2002 29.172.475/0001-47 Parati Município Parati 27/03/2002 a 26/08/2002 99.416,54 0,00 GAR.A/CT-063/2001 29.172.475/0001-47 Parati Município de Parati 23/07/2001 a 22/12/2001 498.000,00 0,00 GAR.A/CT-059/2001 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 10/08/2001 a 09/03/2002 918.604,00 0,00 GAR.A/CT-058/2001 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 10/08/2001 a 09/08/2002 2.310.000,00 Objeto Termo de cooperação que entre si fazem a Eletronuclear e as Faculdades Católicas, sociedade civil mantenedora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, tendo como interveniente e gestora a Fundação Padre Leonel França, visando estabelecer um programa de cooperação e intercambio cientifico e tecnológico. Cooperação mútua de natureza operacional para o desenvolvimento de atividades educacionais nas regiões circunvizinhas a CNAAA. Convênio visando a implantação dos Projetos Ilha Viva e Sertão Vivo como parte das medidas da mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da CNAAA a serem implementados na área de influencia da Usina. Convênio de participação em obra de infra-estrutura social no Município de Parati - RJ Convênio de participação em obra de infra-estrutura social no Município de Parati - RJ Convênio de participação em obra de infra-estrutura social no Município de Angra dos Reis - RJ Convênio de participação em obra de infra-estrutura social no Município de Angra dos Reis – RJ (Angra 2) 390 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio GAR.A/CT-057/2001 GAR.A/CT-008/2001 Valor do Repasse Contrapartida do Convênio CNPJ CIDADE Convenente Vigência 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 10/08/2001 a 09/08/2002 1.500.000,00 0,00 42.498.725/0004-44 Rio de Janeiro Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro – CBMERJ 04/06/2001 a 03/03/2002 50.000,00 0,00 05/04/2001 a 04/06/2002 432.176,23 0,00 09/10/2000 a 08/10/2003 1.200.000,00 0,00 GAR.A/CT-007/2001 72.060.999/0001-75 Rio de Janeiro Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos - COPPETEC GAR.A/CT-026/2000 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis Objeto Convênio de participação em obra de infra-estrutura social no Município de Angra dos Reis – RJ (Angra 1) Mutua cooperação entre a Eletronuclear e o CBMERJ, visando o aparelhamento do destacamento 4/10 – Mambucaba, do CBMERJ, e a execução das atividades de guarda e salvamento marítimo em áreas das vilas residenciais da CNAAA. Prestação de serviços de desenvolvimento de estudos visando melhorias no Plano de Emergência Externo das Unidades 1 e 2, da CNAAA, como parte das medidas estabelecidas no termo de compromisso de ajustamento de conduta referente ao licenciamento ambiental de Angra 2. Convênio visando atender ao Programa de apoio à Educação Pública/apoio à Educação Municipal em Angra dos Reis como parte das medidas da mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementados na área de influência da Usina. 391 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio CNPJ CIDADE Convenente Vigência Valor do Repasse Contrapartida do Convênio GAR.A/CT-021/2000 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 17/10/2000 a 16/11/2003 270.000,00 0,00 GAR.A/CT-017/2000 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 08/06/2000 a 07/06/2003 490.000,00 0,00 GAR.A/CT-018/2000 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 08/06/2000 a 07/06/2003 620.000,00 0,00 GAR.A/CT-016/2000 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 08/06/2000 a 07/06/2003 550.000,00 0,00 Objeto Convênio visando a implantação do Projeto de geração de Emprego e Renda em Angra dos Reis como parte das medidas da mitigação, compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementados na área de influência da Usina. Convênio visando a construção de uma creche comunitária na Comunidade do Frade de Angra dos Reis como parte das medidas da mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementados na área de influência da Usina. Convênio visando à implantação de um Centro de Estudos Ambientais no Município de Angra dos Reis como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementadas na área de influência da Usina. Convênio visando a aquisição de equipamentos para o Hospital e Maternidade Codrato de Vilhena, como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementadas na área de influência da Usina. 392 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio CNPJ CIDADE Convenente Vigência Valor do Repasse Contrapartida do Convênio GAR.A/CT-055/2000 + Aditamento 1 29.172.475/0001-47 Parati Município de Parati 19/10/2000 a 18/10/2003 690.000,00 0,00 GAR.A/CT-054/2000 + Aditamento 1 29.172.475/0001-47 Parati Município de Parati 19/10/2000 a 18/10/2003 300.000,00 0,00 GAR.A/CT-020/2000 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 08/06/2000 a 07/06/2003 300.000,00 0,00 GAR.A/CT-0066/2000 + Aditamento 1 29.172.467/0001-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 20/12/2000 a 19/12/2001 3.000.000,00 0,00 Objeto Convênio visando a reforma, ampliação reestruturação aquisição de Equipamentos e Insumos para revitalização do Hospital Municipal São Pedro de Alcântara – Parati como parte das medidas da mitigação, de compensação e inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementados na área de influência da Usina. Convênio visando a reforma, ampliação, reestruturação, aquisição de Equipamentos e Insumos para a rede de educação pública do Município de Parati como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementados na área de influência da Usina. Convênio visando a aquisição de equipamentos para o Programa de Agentes Comunitários de Saúde e o Programa de Saúde da Família, como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementadas na área de influência da Usina. Convênio de participação em obra de infra-estrutura social no Municipal de Angra dos Reis – RJ, referente a operação da Usina Nuclear de Angra 2. 393 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio CNPJ CIDADE Convenente Vigência Valor do Repasse Contrapartida do Convênio GAR.A/CT-0045/2000 29.172.475/0001-47 Parati Município de Parati 17/10/2000 a 16/10/2002 28.800,00 0,00 GAR.A/CT-0019/2000 29.172.467/0007-09 Angra dos Reis Município de Angra dos Reis 08/06/2000 a 07/06/2003 200.000,00 0,00 GAR.A/CT-0027/2000 29.172.475/0001-47 Parati Município de Parati 09/10/2000 a 08/10/2002 60.000,00 0,00 Objeto Convênio visando à cooperação financeira para a implantação de um projeto de Educação Ambiental junto às comunidades de pescadores nas regiões do Saco de Mamanguá, Tarituba e Ilha do Araújo, todas no Município de Parati, como atividade de suporte a implantação do Projeto Berçários Marinhos nas mesmas regiões, como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementadas na área de influência da Usina. Convênio visando a implantação do Projeto Cinturão Verde, no Município de Angra dos Reis como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementadas na área de influência da Usina. Convênio visando a cooperação financeira para a implantação do Projeto Berçários Marinhos nas regiões de Saco de Mamanguá, Tarituba e Ilha Araujo, todas no Município de Parati, como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementadas na área de influência da Usina. 394 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio GAR.A/CT-0015/2000 GAR.A/CT-0011/2000 GAR.A/CT-0093/1999 CNPJ 29.172.467/0001-09 02.395.530/0001-01 40.254.401/0001-92 CIDADE Convenente Vigência Valor do Repasse Contrapartida do Convênio Objeto Angra dos Reis Município de Angra dos Reis `08/06/2000 a 07/06/2003 700.000,00 0,00 Convênio visando a aquisição de medicamentos para a população de Angra dos Reis e equipamentos para atendimento a população de Angra dos Reis e Parati, como parte das medidas de mitigação, de compensação e de inserção regional estabelecidas no EIA/RIMA da Unidade 2 da CNAAA a serem implementadas na área de influência da Usina. Angra dos Reis Associação de Pais e Amigos das Escolas Estaduais das Vilas da Central Nuclear de Angra dos Reis 22/03/2000 a 21/03/2002 1.774.748,52 0,00 Cooperação de natureza operacional para desenvolvimento de atividades educacionais. 0,00 Continuidade de programa de cooperação mútua entre o IEDBIG e a Eletronuclear , compreendendo ações técnicas, educativas e de divulgação, que visam o conhecimento, a preservação e a valorização dos ecossistemas da região da Baía da Ilha Grande, nas regiões de Mangaratiba, Angra dos Reis e Parati, do Estado do Rio de Janeiro, bem como a melhoria da qualidade de vida nas comunidades instaladas naquelas áreas de influência. Angra dos Reis e Parati IED-BIG 30/11/1999 a 29/11/2003 450.000,00 Fonte: Eletronuclear, 2008. 395 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio CNPJ CIDADE Tabela 135 – Relação de Convênios vencidos 2006 e 2007 Contrapartida Valor do Convenente Vigência do Repasse Conveniado Objeto ARS.P/CT001/06 05.941.028/000167 Rio de Janeiro COEP 29/12/06 a 28/12/07 75.000,00 0,00 Contrato de Patrocínio entre Eletronuclear e a Associação Nacional de Mobilização Social – Rede Mobiliza, com interveniência do comitê de entidades no combate à fome e pela vida – COEP, para atualização tecnológica, desenvolvimento e manutenção do sítio (página) “Mobilizadores COEP” ARS.P-001/06 30.324.800/000129 29.172.475/000147 Parati ITAE e Município de Parati 17/11/06 a 16/11/07 290.000,00 0,00 Execução de obras de reforma e ampliação da sede do ITAE, localizada no município de Parati. ARS.P-002/06 03638124/000195 Rio de Janeiro SEMEAR 15/10/06 a 14/06/07 179.992,00 18.500,00 28/02/07 a 27/02/08 263.000,00 0,00 ARS.P-004/06 29.172.467/000109 Angra Município de dos Reis Angra dos Reis ARS.P-005/06 29.172.475/000147 Parati Município de Parati 01/11/06 a 31/05/07 205.200,00 0,00 ARS.P-006/06 29.172.475/000147 Parati Município de Parati 01/11/06 a 31/11/07 418.692,60 507.508,53 Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e o Centro Ativo de Programas Sociais – SEMEAR para execução do Projeto Male de Alfabetização de Adultos com Qualificação em Confecção de Artesanato e Costura. Convênio de cooperação mútua para execução de obras para a conclusão das reformas e/ou ampliações das Escolas Publicas Municipais Frei Bernardo – Perequê e Inácio During. Convênio de mútua cooperação para aparelhamento da Defesa Civil municipal de Parati, elaboração do projeto básico da nova sede, confecção do “Manual da Defesa Civil”, curso de capacitação aplicados junto às associações de moradores e promoção da campanha “Defesa Civil vai à Escola”. Convênio de mútua cooperação para implantação do projeto de pavimentação e drenagem da estrada do São Roque – Av. Pau-Brasil, que tem como objetivo melhorias na infra-estrutura local da população do bairro São Roque, em Parati. 396 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio CNPJ CIDADE Convenente Vigência Valor do Repasse Contrapartida do Conveniado IED-BIG 09/04/07 a 08/04/09 450.000,00 0,00 Parati Município de Parati 01/09/07 a 31/07/08 56.725,00 0,00 13/03/07 a 12/10/07 51.000,00 0,00 ARS.P-009/06 40.254.401/0001Angra 92 dos Reis ARS.P-001/07 29.172.475/000147 ARS.P-004/07 63.025.530/000104 São Paulo Instituto de Física São Carlos por intermédio da Universidade de São Paulo ARS.P-006/07 03.383.822/000197 Rio de Janeiro Associação Junior Achievement Rio de Janeiro 05/10/07 a 04/10/09 36.000,00 0,00 ARS.P-007/07 + Aditamento 01 59.832.683/000196 Rio Claro Confederação das Mulheres do Brasil – CMB 18/09/07 a 31/12/08 99.890,00 0,00 Objeto Implantação de um programa de mútua cooperação entre o IED-BIG e a Eletronuclear, compreendendo ações técnicas, educativas e de divulgação no âmbito do Projeto Pomar, de repovoamento marinho da Baia da Ilha Grande, que visam ao conhecimento, à preservação e à valorização dos ecossistemas da região da Baia da Ilha Grande, nas regiões de Angra dos Reis e Parati, Estado do Rio de Janeiro, bem como a melhoria da qualidade de vida das comunidades instaladas nessas regiões. Convênio de cooperação mútua entre a Eletronuclear e o Município de Parati para a execução da 4ª Etapa do Projeto “Cantinho da Costura”, do Programa de Atendimento Integral à Família – PAIF da Secretaria de Estado de Ação e Cidadania. Convênio de cooperação técnico-científica que, entre si, celebram a Eletronuclear e o Instituto de Física São Carlos, por intermédio da Universidade de São Paulo, para capacitação técnica, domínio de tecnologia e elaboração de relatórios, no que diz respeito aos repositórios de rejeitos radioativos de alta intensidade e longa vida media. Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e a Associação Junior Achievement Rio de Janeiro para implementação do Projeto “Desenvolvendo o Espírito Empreendedor em Angra dos Reis e Seu Entorno”, colaborando para o desenvolvimento social, econômico e cultural da região de Angra dos reis e seu entrono. Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e a Confederação das Mulheres do Brasil – CMB para execução do Projeto Mulher Educar para Participar – Alfabetizar para uma Vida Melhor, de alfabetização de jovens e adultos, colaborando para o desenvolvimento social, econômico e cultural, bem como, a promoção de ações de cidadania e de estimulo ao desenvolvimento comunitário da região do município de Rio Claro e seu entorno. 397 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio ARS.P-008/07 ARS.P-009/07 CNPJ CIDADE 02.993.386/0001Angra 60 dos Reis 29.172.475 /0001-09 Convenente Vigência Fundação Eletronuclear de Assistência Medica FEAM 05/06/08 a 04/12/08 Valor do Repasse 123.500,00 Contrapartida do Conveniado Objeto 0,00 Implantação e manutenção de centro de informação sobre câncer e anomalias congênitas na área de influência da CNAAA, na região do município de Angra dos Reis e seu entorno. Parati Município de Parati 20/12/07 a 19/06/08 146.298,83 0,00 Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e a Prefeitura Municipal de Parati para execução de reforma e obras de ampliação de 112,44m2 do Posto de Saúde de Tarituba, criando melhores condições de atendimento medico para a população do município de Parati e seu entorno. Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e a Prefeitura Municipal de Parati para compra de equipamentos e materiais a fim de implantar uma UTI Neonatal no hospital Municipal São Pedro de Alcântara, proporcionando melhores condições de atendimento hospitalar para mães e bebês do município de Parati e seu entorno. Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e o Centro Ativo de Programas Sociais – SEMEAR para execução do Projeto Male de Alfabetização de Adultos com Qualificação em Confecção de Artesanato e Costura. ARS.P-010/07 29.172.475/000147 Parati Município de Parati 20/12/07 a 19/06/08 96.618,00 0,00 ARS.P-011/07 03.638.124/000195 Rio de Janeiro SEMEAR 19/10/07 a 18/08/08 202.498,00 16.500,00 28/07/08 a 27/07/09 140.000,00 0,00 Convênio de mútua cooperação entre a Eletronuclear e o Estado do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil, visando à melhoria operacional das unidades do Corpo de Bombeiros Militar, responsáveis pelo atendimento às localidades circunvizinhas à CNAAA. 18/03/08 a 17/03/09 290.000,00 0,00 Execução de obras de reforma e ampliação da sede do ITAE, localizada no município de Parati. ARS.P-012/07 28.176.998/000441 Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro através da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil ARS.P-014/07 30.324.800/000129 29.172.475/000147 Parati ITAE e Município de Parati 398 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio ARS.P-015/07 ARS.P-020/07 GAR.A/CT001/06 CNPJ GAR.A/CT007/06 + Aditamento 1 GAR.A/CT009/06 Convenente Vigência Contrapartida do Conveniado Objeto 5.458.000,00 O presente convênio tem por objetivo proporcionar ações de apoio à implantação de Unidade de Ensino Descentralizada (Uned da Costa Verde) do CEFET/RJ, no âmbito do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Tecnológica – Fase II, na Região da Costa Verde, no Município de Angra dos Reis. 0,00 Cooperação de natureza operacional para desenvolvimento de atividades educacionais. 120.000,00 0,00 Convênio de mútua cooperação que, entre si, celebrem a Eletronuclear e o Estado do Rio de Janeiro, visando à melhoria operacional das unidades do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro responsáveis pelo atendimento às localidades circunvizinhas a CNAAA. 350.000,00 30.000.00 Convênio de participação em obra de infra-estrutura viária e apoio à cultura no Município de Rio Claro – RJ. 146.000,00 34.000,00 148.524,00 14.852,40 700.708.07 0,00 Valor do Repasse 42.441.758/000105 CEFET e 06/11/07 Angra 29.172.467/00011.460.000,00 Município de a dos Reis 09 Angra dos Reis 05/11/09 Associação de Amigos da Angra Cultura e do 02.395.530/0001dos Reis esporte da 01 e Parati Costa Verde Angra dos Reis e Parati Estado do Rio de Janeiro por 28.176.998/0004- Rio de intermédio da 41 Janeiro Secretaria de Estado de Defesa Civil GAR.A/CT29.051.216/0001002/06 68 + Aditamento 01 GAR.A/CT006/06 CIDADE 24/11/07 5.709.969,48 a 23/11/09 22/09/06 a 21/09/07 06/04/06 a 05/04/08 06/06/06 29.172.467/0001Angra Município de a 09 dos Reis Angra dos Reis 05/06/07 06/06/06 29.172.467/0001Angra Município de a 09 dos Reis Angra dos Reis 05/06/07 Rio Claro Município de Rio Claro 29.172.467/0001Angra Município de 09 dos Reis Angra dos Reis 27/07/06 a 26/07/07 Convênio de cooperação para execução de reforma e adequação de prédio para instalação de delegacia da Policia Federal no Município de Angra dos Reis - RJ Convênio de participação na implantação de Centros de Formação e Inclusão Digital no Município de Angra dos Reis. Convênio de cooperação mútua para execução de obras e reformas na Escola Municipal Joaquina Rosa dos Santos, na Escola Municipal Nova Perequê e na Escola Municipal Professora Tânia Rita de Oliveira, nos termos do plano de ação para aperfeiçoamento do Plano de Emergência Externo – PEE, conforme a Cláusula 2ª do Termo de Ajustamento de Conduta referente ao licenciamento de Angra 2. 399 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nº Convênio CNPJ CIDADE Valor do Repasse Contrapartida do Conveniado Convenente Vigência 82.954,00 33.050,00 32.328,28 5.500,00 GAR.A-011/06 07.367.088/000123 Parati Instituto Silo Cultural 10/07/06 a 09/01/07 GAR.A/CT001/07 07.367.088/000123 Parati Instituto Silo Cultural 17/09/07 a 16/03/08 Objeto Implementação de ações que envolvam os valores culturais das comunidades rurais, caiçaras e quilombolas, das regiões circunvizinhas à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA, beneficiadas pelo Programa Luz para Todos Convênio visando a progredir nas ações que envolvam os valores culturais das comunidades rurais, caiçaras e quilombolas, das regiões circunvizinhas à Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA, beneficiadas pelo Programa Luz para Todos. Fonte: Eletronuclear, 2008. 400 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7 7.1 PROGRAMAS AMBIENTAIS PROGRAMA DE CONTROLE GEOMORFOLÓGICOS DE IMPACTOS GEOLÓGICOS E 7.1.1 JUSTIFICATIVAS Devido à ocorrência de deslizamentos nas regiões próximas à CNAAA, a Eletronuclear contratou, em 1991, a COPPETEC/UFRJ para elaborar um estudo geotécnico para a identificação das áreas críticas nas encostas de Itaorna, trecho compreendido entre Piraquara e Ponta Grande, que norteou os serviços de monitoração das Encostas de Itaorna. A partir daí foi estabelecido o programa para a prevenção de problemas futuros. 7.1.2 OBJETIVOS E METAS A meta do Programa como um todo é a redução de acidentes geotécnicos na área da CNAAA de forma a assegurar a integridade das Usinas e garantir o Plano de Emergência local. O Programa visa monitorar os potenciais impactos geológicos e geomorfológicos nas áreas de encostas em Itaorna. Monitorar as encostas e cortinas atirantadas que apresentem indícios de movimentação e possam vir a oferecer algum risco para a CNAAA através de leituras de campo dos instrumentos instalados; Analisar os dados obtidos e emitir relatórios técnicos incluindo recomendações técnicas e eventuais indicações de medidas corretivas. 7.1.3 METODOLOGIA O serviço de monitoração das encostas de Itaorna, no trecho compreendido entre Piraquara e Ponta Grande, compreende a execução das leituras de campo dos instrumentos instalados, a análise dos dados obtidos e a emissão dos relatórios técnicos para cada área crítica monitorada. 401 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.1.4 INDICADORES AMBIENTAIS A estabilização das encostas de Itaorna no trecho de estudo. A análise dos dados obtidos obedecendo às recomendações técnicas. 7.1.5 PÚBLICO-ALVO Este Programa não se aplica a um público-alvo. 7.1.6 ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO Este programa é rotineiro da Eletronuclear . As leituras da instrumentação de campo são realizadas mensalmente, sendo que as leituras dos piezômetros passam a ser quinzenal nos períodos de chuvas (novembro a março). Os serviços de escritório, desenvolvidos pela Eletronuclear , consistem nas análises mensais e interpretações de todas as instrumentações de campo com a emissão de relatórios anuais, incluindo recomendações técnicas e eventuais indicações das medidas corretivas. 7.1.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS Este Programa se inter-relaciona com o Programa de Observação das Condições Climáticas e Programa de Educação Ambiental. 7.1.8 RECURSOS REQUERIDOS (HUMANOS E MATERIAIS) Os serviços de campo são efetuados por técnicos especializados da Eletronuclear , com orientação de engenheiro geotécnico, e utilizam os seguintes instrumentos da medição: Inclinômetro DIGITILT-SINCO modelo 50309-M, com sensor com modelo 50325-M com medidas métricas e precisão menor que ± 3 mm para 30 m de profundidade; Indicador portátil de deformação modelo ILT – 300 da TRANSTEC – Transdutor Tecnologia Ltda, nº série: 3.355, para medição de deformações nas células de carga elétricas em tirantes, com precisão de 0,1% do valor da medida; Dispositivo elétrico de medição (manual) do nível dágua com sensibilidade de 1 centímetro; Paquímetro de 30 cm, com precisão de 0,01 mm; 402 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Pluviômetro MET ONE INSTRUMENTS, MODEL 370C TIPPING BUCKET 8” RAIN GAUGE, com resolução de 0,25 mm. 7.1.9 RESULTADOS ESPERADOS A prevenção da ocorrência de acidentes geotécnicos, com a redução máxima de incidentes. 7.2 PROGRAMA DE METEOROLOGIA 7.2.1 JUSTIFICATIVAS O programa de Meteorologia é uma exigência da Comissão Nacional de Energia Nuclear que estabeleceu através da Norma CNEN – NE 1.22. Este programa também está descrito no Regulatory Guide 1.23 elaborado pela U.S. Nuclear Regulatory Commission. Para atender a essa exigência, o Programa é realizado pela Eletronuclear por meio de seu Sistema de Aquisição Automática dos Dados Meteorológicos, instalado na CNAAA desde 1972. A qualidade e a confiabilidade dos dados meteorológicos são propósitos que devem ser perseguidos pelo sistema de coleta de dados na obtenção dos dados meteorológicos confiáveis para a avaliação de possíveis conseqüências radiológicas e ambientais em condição de acidente e planejar medidas protetoras aos trabalhadores, população e meio ambiente. 7.2.2 OBJETIVOS E METAS A meta deste programa é obter uma taxa de coleta de dados superior a 90% de forma a atender a Norma CNEN 1.22. Obtenção de dados meteorológicos em tempo real e estabelecimento de histórico climático para a região do empreendimento para a obtenção de indicadores, os quais são utilizados no programa. • Coletar os seguintes dados meteorológicos: vento (direção e velocidade), temperatura do ar, umidade relativa e precipitação; • Gerar uma base de dados confiáveis para avaliação das conseqüências radiológicas e ambientais em situações de operação normal e de emergência; 403 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto • Estabelecer uma série histórica dos dados para a obtenção de indicadores e dados meteorológicos em tempo real. 7.2.3 METODOLOGIA O Programa de aquisição de dados de meteorologia consiste de instrumentação instalada no local da Usina e uma estação central de aquisição automática que recebe, estoca e processa os dados coletados. A instrumentação instalada mede vento, temperatura, umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica. A torre principal está localizada a norte-nordeste do sítio e possui três níveis de medição. 7.2.4 INDICADORES AMBIENTAIS A continuidade da observação das condições climáticas, observando os períodos em que ocorrer eventuais mudanças. 7.2.5 PÚBLICO-ALVO Este Programa não se aplica à um público-alvo. 7.2.6 ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO Os dattaloggers estocam dados em sua memória e realizam as seguintes funções: 1. Coletar dados dos sensores; 2. Converter dados em unidades de engenharia; 3. Estocar dados em sua memória interna; 4. 5. Calcular a cada 15 minutos a média e o desvio padrão (direção do vento) de cada variável; Transmitir por rádio os dados para a estação central usando os modens. A estação central realiza as seguintes funções: 1. 2. Enviar os dados de cada torre a cada 90 segundos para uma amostragem em tempo real; Enviar dados de cada torre a cada 15 minutos para gravar as médias; 404 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 3. Estocar todos os dados de 15 minutos e grava os arquivos em seu disco rígido; 4. Enviar os dados ao SICA para permitir ao operador verificar os dados em tempo real para ser processado pelo SICA; 5. Gerar o histórico e a rosa dos ventos; 6. Imprimir relatórios. 7.2.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS Este Programa se inter-relaciona com o Programa de Educação Ambiental. 7.2.8 RECURSOS REQUERIDOS (HUMANOS E MATERIAIS) Os recursos utilizados são da própria Eletronuclear em seus procedimentos já estabelecidos, compreendendo recursos humanos e materiais. 7.2.9 RESULTADOS ESPERADOS Controle dos dados meteorológicos da região da CNAAA, a fim de prever potenciais problemas climáticos que poderiam afetar as Usinas. 7.3 PROGRAMA DE QUALIDADE DA ÁGUA 7.3.1 JUSTIFICATIVAS A execução deste programa visa manter a qualidade das águas utilizadas na CNAAA e lançadas ao meio ambiente, em atendimento às normas vigentes, com seus respectivos limites, bem como as ações a serem executadas na ocorrência de não-conformidades. 7.3.2 OBJETIVOS E METAS A meta deste programa é manter a qualidade das águas utilizadas na CNAAA dentro dos limites estabelecidos pelas normas vigentes. O objetivo deste programa é monitorar a qualidade das águas: potáveis, servidas, salinas e industriais, das áreas de propriedade da Eletronuclear ou daquelas que possam ser afetadas pela operação da CNAAA. Este programa estabelece: 405 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto • os pontos de monitoração; • a freqüência das coletas; • as análises que deverão ser realizadas com seus respectivos limites; definidos pelas normas específicas e vigentes, e • as ações a serem tomadas em caso de ocorrência de resultados que não atendam às mesmas. 7.3.3 METODOLOGIA Monitoração da Qualidade da Água para fins Potáveis Para a análise da qualidade das águas para fins de potabilidade, é seguida a Portaria nº 518 do Ministério da Saúde, de 25/03/2004, que estabelece a Norma de Controle e Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano. Monitoração da Qualidade das Águas Salinas Para os pontos de amostragem das águas salinas, são seguidas a Norma Técnica da FEEMA NT-319, que estabelece Critérios de Qualidade de Água para Preservação de Fauna e Flora Marinhas – Naturais e os métodos “SCHIEDER, MARCHL. Photometric determination of hydrazine Analysis Instructions nº 1-003” e “ROLF K. FREIER; Wasseranalyse: (Water Analysis): [Análises de Água] (em alemão), página 67; Water de Gruyter, Berlin-New York, 1974, Segunda Edição”, referenciados no Procedimento de Química (2PQL-02.1.39), do Manual de Operação da Usina, para o parâmetro “hidrazina”. Monitoração da Qualidade das Águas dos Efluentes das Estações de Tratamento de Esgoto da CNAAA São seguidas: a Norma Técnica FEEMA NT 2002.R-10, que estabelece Critérios e Padrões para Lançamento de Efluentes Líquidos; a DZ 942.R-7, que estabelece a Diretriz do Programa de Autocontrole de Efluentes líquidos – Procon Água; a DZ 215.R-03, Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em Efluentes Líquidos de Origem não Industrial e a Resolução Conama nº 357 de 17 de março de 2005 – artigo 34. Monitoração da Qualidade das Águas do Dreno da Cortina Atirantada no Sítio da Usina O dreno da cortina atirantada, no sítio da Usina, geralmente segue a mesma conformação da superfície topográfica. No sentido do mar de Itaorna, o dreno se encontra em torno de dois metros abaixo do nível do terreno, com inclinação de 0,5% até uma distância de cerca de 200 metros do mar que, a partir deste ponto, torna-se um pouco mais íngreme (1%), até alcançar o mar. O objetivo deste programa é monitorar a qualidade dessa água através de parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos, que serão analisados com base 406 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto na Portaria nº 518, do Ministério da Saúde, de 25/03/2004, que estabelece o Controle e Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (água sem tratamento). A coleta de água para análise será realizada, na contenção da encosta, no sentido da descida de acesso à Itaorna (S 23° 0011.6” WO 44° 2734.2”). 7.3.4 INDICADORES AMBIENTAIS Os indicadores ambientais deste Programa são os parâmetros utilizados para a realização das análises da qualidade da água na área de estudo, comparando os dados obtidos de acordo com a legislação vigente para cada finalidade do uso da água. 7.3.5 PÚBLICO-ALVO Este Programa não se aplica a nenhum público-alvo. 7.3.6 ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO A freqüência das análises varia conforme os parâmetros analisados e definidos para cada uso da água. 7.3.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS Este Programa se inter-relaciona com o Programa de Educação Ambiental. 7.3.8 RECURSOS REQUERIDOS (HUMANOS E MATERIAIS) Os recursos utilizados são da própria Eletronuclear em seus procedimentos já estabelecidos, compreendendo recursos humanos e materiais. 7.3.9 RESULTADOS ESPERADOS O Programa já é executado pela Eletronuclear , sendo assim, espera-se que se mantém todos os parâmetros em conformidade com os limites estabelecidos pela legislação pertinente. 407 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.4 PROGRAMA DE MONITORAMENTO INDUSTRIAIS E SANITÁRIOS PARA OS EFLUENTES LÍQUIDOS 7.4.1 MONITORAMENTO PARA EFLUENTES LÍQUIDOS SANITÁRIOS 7.4.1.1 Justificativas Atualmente há três estações de tratamento de esgotos sanitários na CNAAA, uma para cada Unidade em operação (Angra 1 e 2) e a terceira que atende aos prédios de apoio da CNAAA. São projetadas para o atendimento nas condições normais de operação das Usinas, como também nas paradas das mesmas, para troca de elementos combustíveis ou manutenções. Para isso é necessário um monitoramento dos efluentes para evitar transtornos no decorrer de paralisação de uma das estações. 7.4.1.2 Objetivos e Metas O Programa tem como objetivo a monitoração da qualidade das águas sanitários, das áreas de propriedade da Eletronuclear ou daquelas que possam ser afetadas pela operação da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA). 7.4.1.3 Metodologia O tratamento dos efluentes sanitários, gerados na fase de operação de Angra 1, também dá origem à efluentes que são descartados no meio ambiente aquático de Itaorna, dentro dos padrões e limites de lançamento legais em vigor (Resolução Conama Nº 357/2005 e NT-202.R.10 da FEEMA). O tratamento utilizado é do tipo processo biológico de lodo ativado e aeração prolongada, sendo os efluentes lançados subseqüentemente em canais de drenagem que desembocam na enseada de Itaorna. Atualmente há três estações de tratamento de esgotos sanitários na CNAAA, uma para cada Unidade em operação (Angra 1 e 2) e a terceira que atende aos prédios de apoio da CNAAA. São projetadas para o atendimento nas condições normais de operação das Usinas, como também nas paradas das mesmas, para troca de elementos combustíveis ou manutenções. As estações de tratamento são monitoradas quanto à qualidade dos efluentes tratados, por meio de medições diárias de vazões e de pH nas saídas dos sistemas de tratamento, bem como por análises de laboratório efetuadas em amostras coletadas nos mesmos locais, para fins de avaliação de materiais sedimentáveis e RNFT (resíduos não filtráveis totais), com freqüência semanal, e de DBO5, com freqüência quinzenal. 408 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Os procedimentos adotados atendem a norma técnica NT-202.R-10 (Critérios e Padrões para Lançamento de Efluentes Líquidos) e as diretrizes DZ-942.R-7 (Diretriz de Implantação do Programa de Autocontrole de Efluentes Líquidos, Procon Água) e DZ215.R-3 (Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em Efluentes Líquidos de Origem Não-industrial), da FEEMA, bem como a Resolução Conama nº 357/2005 (dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes). Os pontos de coleta, periodicidade e monitoramento são mantidos, de forma a possibilitar o acompanhamento e controle de utilização das águas, conforme Tabela 136. Tabela 136 – Pontos de monitoração da qualidade da água do mar das áreas dos lançamentos dos efluentes PONTO DE LOCAL DE COLETA LOCALIZAÇÃO ANÁLISE AMOSTRAGEM AM 5 Cais, próximo à Unidade Bacteriológico 2 Itaorna AM 6 Cais de descarga de Físico-químico equipamentos AM 7 A 50 m do local de Físico-químico descarga AM 8 A 750 m do local de Físico-químico Saco Piraquara de Fora descarga AM 9 Praia do Velho Bacteriológico Fonte: Eletronuclear (Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas – PA-MA 09 e 2PA-MA 09 7.4.1.4 Indicadores Ambientais Os indicadores utilizados neste programa são basicamente os rejeitos líquidos convencionais analisados em função de seus níveis bioquímico. 7.4.1.5 Público-alvo Este Programa não se aplica à um público-alvo. 7.4.1.6 Estratégia de execução A freqüência das análises varia conforme os parâmetros analisados e definidos para efluente líquido sanitário. 409 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.4.1.7 Inter-relação com outros Planos e Programas Este Programa se inter-relaciona com o Programa de Educação Ambiental e com o Programa de Monitoramento para os Efluentes Líquidos Industriais. 7.4.1.8 Recursos Requeridos (humanos e materiais) Os recursos utilizados são da própria Eletronuclear em seus procedimentos já estabelecidos, compreendendo recursos humanos e materiais. 7.4.1.9 Resultados esperados O Programa já é executado pela Eletronuclear , sendo assim, espera-se que se mantém todos os parâmetros em conformidade com os limites estabelecidos pela legislação pertinente. 7.4.2 MONITORAMENTO PARA EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS 7.4.2.1 Justificativas A operação da Usina Angra 1 requer grandes quantidades de água para vários de seus sistemas que utilizam água desmineralizada (circuitos fechados) e água do mar (circuito aberto) para fins de resfriamento, assim como águas pré-tratada e desmineralizada, em vários sistemas, como insumos de processo. Essas águas, para que possam ser utilizadas, sofrem processos de tratamento e/ou de condicionamento químico em função de suas origens e finalidades. Processos de tratamento, ou de condicionamento de águas, são praticados com auxílio de produtos químicos e geram rejeitos convencionais, na forma de efluentes líquidos derivados desses processos ou dos usos que são feitos dessas águas como insumos de processo. 7.4.2.2 Objetivos e Metas • Realizar a liberação, cumprindo as condições limitantes e as solicitações definidas pela Química e Proteção Radiológica, constantes nas Licenças de Liberação dos efluentes líquidos industriais. • Contabilizar o volume de água de refrigeração principal (volume de diluição) e fornecê-lo mensalmente à Proteção Radiológica, para efeito de contabilização e cálculo de doses no grupo crítico. 410 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.4.2.3 Metodologia Os efluentes líquidos gerados na área restrita, após processamento, são enviados aos Tanques de Monitoração TMR 1 e TMR 2. Após análises, são liberados para o meio ambiente. Para liberação de efluentes líquidos em batelada, a Operação deverá emitir uma LLEL (Licença de Liberação de Efluentes Líquidos), identificando o tanque/sistema, o volume de efluente a ser liberado, o motivo da liberação, as bombas de água de refrigeração principal e de serviço disponíveis para diluição, o monitor de processo aplicável à via de liberação e sua taxa de contagem e o tempo de recirculação do volume a ser liberado. A proteção radiológica determinará as análises radiológicas aplicáveis e enviará as duas vias da LLEL para a Química. A Química determinará as análises de química convencional, amostrará e analisará o volume de efluentes a ser liberado. A liberação do efluente somente poderá ser executada pela Operação após o recebimento da primeira via da LLEL aprovada pela Química e Proteção Radiológica. Será executada de acordo com as condições operacionais limitantes definidas pela Química e pela Proteção Radiológica e na LLEL. Toda operação de eliminação de efluentes deverá ser monitorada e registrada pela Operação através do monitor de atividade relacionado. O registro das taxas de contagem do monitor de atividade deve ser anexado à LLEL quando solicitado pela Proteção Radiológica. Após a liberação, a Operação deverá preencher a LLEL com os dados operacionais de execução da liberação. Deverão ser registrados os dados de data e hora inicial e final, a vazão de eliminação, o volume liberado, a taxa de contagem máxima do monitor de atividade relacionado e o fluxo de diluição. 7.4.2.4 Indicadores Ambientais Os indicadores utilizados neste programa são basicamente os rejeitos líquidos radioativos analisados em função de seus níveis de radioatividade e origem. 7.4.2.5 Público-alvo Este Programa não se aplica à um público-alvo. 411 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.4.2.6 Estratégia de execução A freqüência das análises varia conforme os parâmetros analisados e definidos para efluente líquido industrial. 7.4.2.7 Inter-relação com outros Planos e Programas Este Programa se inter-relaciona com o Programa de Educação Ambiental e com o Programa de Monitoramento para os Efluentes Líquidos Sanitários. 7.4.2.8 Recursos Requeridos (humanos e materiais) Os recursos utilizados são da própria Eletronuclear em seus procedimentos já estabelecidos, compreendendo recursos humanos e materiais. 7.4.2.9 Resultados esperados O Programa já é executado pela Eletronuclear , sendo assim, espera-se que se mantém todos os parâmetros em conformidade com os limites estabelecidos pela legislação pertinente. 7.5 PROGRAMA DE MONITORAMENTO PARA O MEIO BIÓTICO 7.5.1 PROGRAMA DE MONITORAMENTO PARA O MEIO AQUÁTICO 7.5.1.1 Justificativas Este programa ocorre em função da preocupação da empresa com o ambiente marinho e em atendimento à legislação ambiental vigente, em especial à NT 319 da FEEMA, que trata dos critérios de qualidade de água para preservação de fauna e flora marinha, e a DZ 302 – Padrões de Qualidade dos Corpos Dágua segundo os Usos Benéficos. 7.5.1.2 Objetivos e Metas A meta deste programa visa manutenção da flora, fauna e da qualidade das águas marinhas dentro dos limites estabelecidos pelas normas vigentes, na área de lançamento dos efluentes líquidos da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA. Este tem como objetivo Monitorar a Fauna e Flora Marinha (PMFFM) para o acompanhamento do ecossistema marinho em função da operação da CNAAA, nas áreas de Plâncton, Benthos, Nécton e Parâmetros Físico-Químicos da Água do Mar. 412 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Monitorar a área de impacto (área do lançamento de efluentes), comparando-a com as áreas de controle, para verificar potenciais modificações na biota aquática e, consequentemente no equilíbrio do ecossistema marinho; Monitorar quantitativa e qualitativamente fitoplâncton, zooplâncton, fitobentons, zoobentons e peixes; Monitorar os níveis de temperatura, sais nutrientes (silicatos, nitratos e fosfatos), pigmentos fotossintéticos (clorofila a, b e c); oxigênio dissolvido e salinidade. 7.5.1.3 Metodologia As metodologias, freqüências de coleta e pontos de amostragem utilizados neste programa, bem como as espécies acompanhadas, foram determinadas com base nos estudos realizados pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na fase pré-operacional da Usina de Angra 1. Para este programa foram estabelecidos os locais para coletas de amostras: Saco Piraquara de Fora (Área B-Impacto), Saco Piraquara de Dentro (Área A-Controle) e Itaorna (Área C-Controle). As áreas de controle são locais isentos de influências dos efluentes da CNAAA, portanto destinadas às investigações no caso de alterações na biota marinha na área de lançamento. Por ocasião da amostragem da fauna e flora marinha, serão mantidas as medidas de temperatura e cloro. Desta forma, será possível avaliar a influência produzida pela descarga térmica e química advinda da operação da CNAAA, capacitando a Eletronuclear a atender as exigências da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA). Caso ocorram alterações ambientais que provoquem mudanças populacionais nos organismos indicadores, serão implementadas medidas para investigação do ocorrido, bem como investigação em outras áreas não influenciadas pelo lançamento, para confirmação do possível impacto. As informações são tratadas estatisticamente e apresentadas nos relatórios anuais, que são comparados com os dados levantados em anos anteriores e na fase pré-operacional. 7.5.1.4 Indicadores Ambientais Os indicadores ambientais deste Programa são os parâmetros utilizados para a realização da monitoração na área de Plâncton,Benthos, e Nécton das análises da água na área de estudo, comparando os dados obtidos de acordo com a legislação vigente. 413 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.5.1.5 Público-alvo O público alvo do presente programa é composto por toda a população residente na área de influência direta da CNAAA, bem como a população residente nas regiões afetadas pela operação do empreendimento. 7.5.1.6 Estratégia de Execução Este é um programa permanente, com freqüências de coletas variando entre mensais bimestrais e sazonais, pois cada organismo tem sua estratégia de monitoramento e periodicidade. São emitidos relatórios mensais e/ou anuais de cada organismo/parâmetro monitorado, o Relatório Anual de Monitoramento. A supervisão deste programa é da Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho, e a sua execução está sob a responsabilidade do Laboratório de Monitoração Ambiental (LMA) da CNAAA. Este programa é periodicamente avaliado pela própria Eletronuclear . 7.5.1.7 Inter-relação com outros Planos e Programas Este programa está relacionado com o Programa de Medida de Temperatura no Saco Piraquara de Fora e Itaorna, com o Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas e com o Programa de Medida de Cloro Residual no Saco Piraquara de Fora. 7.5.1.8 Recursos Requeridos (humanos e materiais) Os recursos utilizados são da própria Eletronuclear em seus procedimentos já estabelecidos, compreendendo recursos humanos e materiais. 7.5.1.9 Resultados Esperados A partir dos diagnósticos apresentados por meio desses parâmetros analisados, esperase que haja uma manutenção efetiva do equilíbrio do ecossistema nos locais sob possível influencia dos lançamentos provenientes da Usina Angra 1 da CNAAA. 7.5.2 PROGRAMA DE MONITORAMENTO PARA O MEIO TERRESTRE Tendo em vista que o meio aquático é a base da cadeia alimentar e que seus possíveis impactos, decorrentes da operação da Usina Angra 1, acarretariam em impactos para o meio terrestre, seu diagnóstico é prioritário. 414 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Devido ausência de impactos relatados quanto ao meio biótico aquático, não há necessidade de se estabelecer um programa ambiental para o meio biótico terrestre, o qual, segundo estudos, não é afetado pela operação da Usina Angra 1 da CNAAA. 7.6 PROGRAMAS DE GERENCIAMENTO DE REJEITOS 7.6.1 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS NÃO RADIOATIVOS 7.6.1.1 Justificativa Garantir o tratamento e disposição dos resíduos gerados na CNAAA de forma a atender os padrões estabelecidos pela legislação vigente. 7.6.1.2 Objetivos e Metas A meta deste programa visa garantir a segregação, acondicionamento, identificação, armazenamento temporário, transporte e disposição final de todos os resíduos industriais gerados na CNAAA de acordo com o estabelecido pela legislação vigente. O objetivo deste programa é estabelecer a metodologia de destinação de resíduos sólidos, semi-sólidos e líquidos não passíveis de tratamento convencional, provenientes de quaisquer fontes poluidoras, buscando minimizar a sua geração e priorizando a sua recuperação e reciclagem. 7.6.1.3 Metodologia Na ocorrência de geração de qualquer resíduo nas áreas da CNAAA a unidade organizacional geradora deverá acondicionar os resíduos de forma adequada, identificando-os de forma legível conforme procedimentos utilizados pela Eletronuclear . Em casos específicos a Divisão de Proteção Radiológica deverá avaliar e atestar a ocorrência ou não de riscos radiológicos do resíduo. No caso da possibilidade de comercialização o resíduo deverá ser disponibilizado em leilões através da Gerência de Suprimentos, que providenciará a inclusão do material nos lotes dos leilões. Assim como nos casos de leilão, as empresas receptoras para tratamento/destinação final deverão obrigatoriamente estar licenciadas para atividade proposta e estar em dia com o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras. 415 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Os produtos contemplados na lista D2 da Resolução ANVS/RDC nº 228, de 11 de dezembro de 2001, sujeitos ao controle da Polícia Federal deverão ser acompanhados de documentação específica conforme exigido na legislação. Os produtos controlados pelo Ministério do Exército, de acordo com Decreto 3.665, não poderão ser disponibilizados em leilão, nem descartados via contrato de serviço pela Eletronuclear . Quando existir a necessidade de descartar qualquer destes materiais, o Ministério do Exército deverá ser previamente contatado para dar as orientações necessárias. Na saída do resíduo a Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho preencherá o manifesto de resíduos, arquivando a primeira via, entregando as demais para o transportador, todas datadas e assinadas. No caso de se tratar de produtos perigosos deverá ser entregue também ao transportador o Plano de Emergência de Transporte. De dois em dois anos a Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho emitirá o Inventário de Resíduos para atualização das informações contidas neste e este deverá ser enviado a FEEMA. 7.6.1.4 Indicadores Ambientais Dados sobre a geração dos resíduos e sua destinação final. 7.6.1.5 Público Alvo Todos os funcionários da CNAAA, que direta ou indiretamente produzem resíduos durante a operação da Unidade 1 e demais edificações existentes. 7.6.1.6 Estratégia de Execução O programa ocorre de forma permanente, nas atividades descritas acima na unidade organizacional 1 da CNAAA. A responsabilidade pela execução do programa é da Eletronuclear , por meio da Divisão de Meio Ambiente e Segurança no Trabalho e está relacionado a todas as unidades geradoras e demais gerências. 7.6.1.7 Inter-relação com outros Planos e Programas O programa está relacionado com os Programas de Educação Ambiental e Comunicação Social. 416 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.6.2 PROGRAMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS CONVENCIONAIS 7.6.2.1 Justificativa Necessidade do atendimento absoluto aos limites estipulados nas normas e padrões vigentes para lançamento de efluentes líquidos convencionais (rejeitos de processos) no meio ambiente. 7.6.2.2 Objetivos e Metas A meta deste programa visa efetuar o tratamento em todos os efluentes gerados no empreendimento, de forma a atender as condições de lançamento estabelecidas pelas normas ambientais e satisfação da sociedade quanto ao controle exercido pela empresa sobre seus efluentes. O objetivo principal é aplicar os tratamentos adequados aos efluentes líquidos convencionais gerados no empreendimento, de forma a garantir o lançamento destes no meio ambiente dentro dos padrões estabelecidos nas normas e padrões vigentes. 7.6.2.3 Metodologia Serão implantadas bacias de tratamento com capacidades individuais da ordem de 600 metros cúbicos capazes de permitir aplicações de métodos específicos de tratamento, em operações alternadas e seqüenciais, para tratamento das várias correntes de efluentes líquidos convencionais gerados no empreendimento. As especificidades das várias correntes de efluentes líquidos convencionais (rejeitos de processos), as quais normalmente demandam opções isoladas ou combinadas de métodos de tratamento com vistas ao atendimento dos objetivos propostos de redução dos níveis de potenciais contaminantes a valores inferiores aos limites máximos definidos nas normas e padrões vigentes, serão tecnicamente avaliadas, para isso levando-se em conta as experiências acumuladas e as tecnologias disponíveis, traduzidas em métodos de tratamento de eficiência suficientemente comprovada. Basicamente, serão utilizados métodos de tratamento baseados em aerações e reações de oxi-redução, combinados de tal forma que ajustes adicionais das condições do meio de processo a valores e/ou faixas de potencial hidrogeniônico (pH) tecnicamente adequadas e indispensáveis, tenham êxito. As cargas individuais de efluentes líquidos convencionais antes, durante e após a aplicação dos métodos de tratamento adequados em cada caso, serão monitoradas quanto aos valores de concentrações de contaminantes que contenham e aos níveis de pH, não apenas como condição indispensável para o controle dos próprios métodos de 417 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto tratamento aplicados, como também, e muito especialmente, para a garantia dos objetivos maiores no estrito cumprimento às normas e padrões vigentes acima citados. Para o devido controle do inventário dos efluentes líquidos convencionais lançados no meio ambiente, após a conclusão da bem sucedida aplicação dos métodos de tratamento aplicáveis em cada caso, cada carga individual de efluentes líquidos convencionais, no momento do seu lançamento no meio ambiente e após a liberação formal obtida para este fim, será devidamente totalizada para a contabilização geral das quantidades dos efluentes líquidos convencionais e dos respectivos conteúdos liberados. 7.6.2.4 Indicadores Ambientais Dados sobre a geração dos resíduos e sua destinação final. 7.6.2.5 Público Alvo O público em geral, inclusive funcionários e contratados da própria empresa, que possam ser afetados pelas condições específicas e características gerais do empreendimento. 7.6.2.6 Estratégia de Execução O programa será levado a efeito de maneira contínua e permanente, adaptável as condições de operação e demais circunstâncias típicas da Unidade 1 da CNAAA. A responsabilidade pela elaboração e implantação, bem como pela efetiva implementação do programa é da Eletronuclear . 7.6.3 PROGRAMA DE MONITORAÇÃO AMBIENTAL RADIOLÓGICO OPERACIONAL PMARO 7.6.3.1 Justificativa Este programa ocorre em função da preocupação da empresa com o meio ambiente e em atendimento à legislação ambiental e radiológica vigentes. 7.6.3.2 Objetivos Acompanhamento dos níveis de radiação ambiental em várias matrizes e meios durante todo o período de operação da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto - CNAAA. 418 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.6.3.3 Metas Monitoramento dos níveis de radiação, verificando se os valores obtidos se encontram dentro das normas vigentes. 7.6.3.4 Metodologia e Descrição do Programa A metodologia, freqüências de coleta e pontos de amostragem utilizados no programa obedecem às normas ambientais e radiológicas vigentes. O programa realiza as seguintes amostragens: • • • • • análise de amostras marinhas - peixes, algas, areia de praia, sedimentos marinhos e água do mar; análise de amostras terrestres - leite de vaca, pastagens, água doce de superfície e de rio, águas subterrâneas, sedimentos de rio, produto agrícola (banana) e solos adjacentes à cultura; análise de amostras de ar - material particulado, iodo e precipitação; análise de amostras diversas para verificação de nível de trítio; análises diretas com dosímetros termoluminescentes. As amostragens ocorrem em diferentes períodos conforme a análise requerida, variando os períodos entre semanal, mensal e trimestral. Assim, é possível controlar toda a área sob influência da operação da CNAAA. As análises são realizadas no Laboratório de Monitoração Ambiental e os resultados encontrados tem como parâmetros de referência os valores de notificação dos radionuclídeos com as respectivas matrizes (como sedimentos, leite, água e etc) estabelecidas no NUREG 1301 (Offsite dose Calculation Manual Guidance: Standard Radiological Effluent Controls for Pressurized Water Reactors - 1991) e em valores estabelecidos pela CNEN. 7.6.3.5 Indicadores Ambientais Dados sobre ocorrência incidentes radiológicos. 7.6.3.6 Público Alvo O público alvo do presente programa é composto por toda a população residente na área da Eletronuclear , principalmente os funcionários que trabalham diretamente nas áreas de operação. 419 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.6.3.7 Estratégia de Execução Este é um programa permanente, com freqüências de coleta variando entre semanais, mensais e trimestrais, e emissão de relatório anual de monitoramento. A supervisão deste programa é da Divisão de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho e sua execução está sob a responsabilidade do Laboratório de Monitoração Ambiental LMA da CNAAA. 7.6.3.8 Inter-relação com outros Planos e Programas Este programa está relacionado com todos os demais programas de monitoramento da CNAAA. 7.6.4 PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DAS EMISSÕES GASOSAS Devido à tecnologia utilizada em Angra 1, reatores a água pressurizada (Pressurized Water Reactors – PWR), as emissões atmosféricas são provenientes apenas dos exaustores de caldeira auxiliar e dos grupos diesel-geradores de emergência. Os gases de exaustão e os eventuais vazamentos são insignificantes, não sendo por isso considerado. Sendo assim, não há necessidade da elaboração de programas de gerenciamento das emissões gasosas. 7.7 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 7.7.1 JUSTIFICATIVA Como empresa estatal, a Eletronuclear atende às políticas e diretrizes da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, SECOM. Conseqüentemente, um Plano Anual de Comunicação (PAC) e um Planejamento Estratégico da Comunicação (PEC) são desenvolvidos e submetidos à aprovação da SECOM. A Eletronuclear , na busca do atendimento às suas políticas e diretrizes do seu planejamento estratégico, implementa um Programa de Comunicação Social único para toda a empresa. Isto implica em que, além de Angra 1 e Angra 2, a retomada da construção de Angra 3 esteja nele contemplada. O Programa de Comunicação Social tem como pressuposto básico que a comunicação é fundamental para o esclarecimento e sensibilização da população quanto à importância dos empreendimentos e das alterações que acarretam em seus padrões de vida. 420 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.7.2 OBJETIVOS E METAS As principais metas do Plano de Comunicação Social, em fase de elaboração, são: Divulgar a importância da participação da geração nucleoelétrica na matriz energética nacional e a forma com que a Eletronuclear lida com a tecnologia nuclear para assegurar que a operação das suas Usinas não ofereça nenhum risco para o trabalhador, a população e o meio ambiente. Fazer da publicidade uma oportunidade de informação sobre os aspectos sócioambientais da tecnologia nuclear. Divulgar informações relativas aos resultados operacionais de Angra 1 e 2 e à construção de Angra 3. Viabilizar a implantação de espaços culturais na vila de Praia Brava e em Parati, expandir o existente em Angra dos Reis e melhorar as instalações em Rio Claro. Dar continuidade ao patrocínio de eventos e atividades em sintonia com os critérios estabelecidos no Plano Estratégico de Comunicação da empresa. Desenvolver ações de comunicação relativas a aspectos de saúde pública, segurança no trânsito rodoviário e conservação e preservação ambiental. Dar continuidade à divulgação, juntamente com a Defesa Civil e outras organizações envolvidas, das informações referentes ao Plano de Emergência da CNAAA, promovendo Campanha de Esclarecimento sobre o Plano e sobre o Exercício Bi-anual de Emergência, a ser realizado em 2009. Dinamizar a comunicação interna da empresa através da realização de uma pesquisa de opinião e revitalização da Intranet. Realizar pesquisa de opinião externa sobre a percepção pública dos valores e ações da empresa. Através da Assessoria de Imprensa, dar continuidade a uma estreita relação como meios de comunicação e profissionais do setor de imprensa. O objetivo do Programa de Comunicação Social da Eletronuclear é definir e assegurar que sejam implementadas as ações de comunicação apropriadas para que a empresa seja reconhecida pelo seu comprometimento com a melhoria da qualidade de vida da população e a preservação do meio ambiente e pela excelência de seu desempenho na geração de uma energia limpa e segura. Entre outros, o Programa inclui os seguintes objetivos: o Estabelecer canais de comunicação entre a empresa e a sociedade; 421 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto o Definir as metas de comunicação e o público alvo; o Identificar os meios de comunicação mais adequados e efetivos; o Atuar junto aos segmentos formadores de opinião; o Participar dos eventos sobre temas de interesse da empresa e divulgá-los; o Patrocinar atividades que valorizem a cultura e a cidadania; e o Realizar pesquisas de opinião que sirvam de base para melhorar a comunicação. O Programa de Comunicação Social também inclui as ações necessárias para atendimento às exigências dos órgãos licenciadores e autoridades constituídas. Os compromissos de comunicação social com a retomada de Angra 3 estão sendo desenvolvidos e incorporados ao Programa, em suas versões 2008 e 2009. 7.7.3 METODOLOGIA Para alcançar os seus objetivos de comunicação, a Eletronuclear desenvolve suas ações em áreas que incluem publicidade, patrocínios e participação em eventos. Com seu Programa de Comunicação Social estabelecido, a Eletronuclear , junto à agência de publicidade contratada, determina estratégias de comunicação na mídia, que permitem flexibilidade para iniciativas de comunicação não previstas e oportunidades de inserção pontuais. Assim é possível estabelecer uma coerência entre o discurso publicitário e o planejamento estratégico da Eletronuclear , mantendo o foco na segurança, na tecnologia, e nas ações socioambientais, tornando mais eficiente a utilização do orçamento da área de comunicação. As ações de comunicação da Eletronuclear são desenvolvidas com o foco no público interno, nos moradores da região circunvizinha às suas instalações: Angra dos Reis, Parati e Rio Claro, podendo atingir o estado do Rio de Janeiro e a nação. As ações de comunicação incluem os seguintes tópicos: Imagem Institucional: publicidade institucional em mídia impressa de massa e segmentada (revistas das áreas de meio ambiente e tecnologia); em canais de TV, rádios, e mídia exterior; manutenção do site na Internet; ações de no-mídia como patrocínios culturais ou apoio a projetos cujo escopo privilegie o resgate de valores históricos e sócioculturais, principalmente na região de influência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA); uma maior participação da empresa em eventos, feiras e exposições nas áreas técnicas, de meio ambiente e responsabilidade social; acompanhamento de imagem através de pesquisas de opinião pública e avaliação de imagem na mídia. 422 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Comunicação externa: produção de novos vídeos institucionais, atualização da folheteria institucional, folhetos destinados às escolas com enfoque em educação socioambiental, apoio à divulgação do Plano de Emergência da CNAAA, edição de newsletter dirigida à classe política, autoridades, empresários, entre outros. Através do Centro de Informações de Itaorna e dos Espaços Culturais de Angra dos Reis e Rio Claro, recepção de visitantes espontâneos e organização de visitas específicas para estudantes e outros grupos, para divulgação de informações sobre os empreendimentos e sobre energia nuclear em geral. Divulgação de informações na página na Internet. Comunicação interna: publicação do jornal interno "Átomo", disponibilização de clipping da mídia impressa e noticiários de rádio e TV relacionados ao setor elétrico em geral e à Eletronuclear em especial, revitalização da Intranet e suporte às demais unidades organizacionais da Eletronuclear quanto às ações de comunicação (seminários, congressos, reuniões técnicas, eventos comemorativos), aos convênios de inserção regional mantidos pela Empresa e outras mais que se façam necessárias. Campanhas de educação ambiental: apoio, do ponto de vista da comunicação, às atividades dos Programas de Educação Ambiental. Divulgação da Semana do Meio Ambiente, que inclui cursos e palestras com grande participação das comunidades vizinhas, e outras. Confecção de material de cunho publicitário, educativo e de utilidade pública: apoiando as ações de cunho socioambiental da empresa, como por exemplo, assistência médica através da Fundação Eletronuclear de Assistência Médica - FEAM, distribuição de material escolar para instituições de ensino das comunidades carentes e apoio a eventos nas áreas de meio ambiente e turismo, para a campanha de dengue, de economia de água e energia, e de direção defensiva. Comunicação do Plano de Emergência: - As campanhas de esclarecimento do Plano de Emergência da Central Nuclear de Angra são regidas pela legislação do Sipron - DecretoLei nº. 1.809, de 07.10.80, Decreto 2.210, de 22.04.97 e Portaria SAE/PR nº. 150, de 11.12.97 (NG-05). A Eletronuclear apóia a Defesa Civil através da confecção e distribuição de calendário anual com as instruções a serem seguidas em caso de emergência, com tiragem acima de 50.000 exemplares e contatos para maiores informações, quando uma pesquisa é feita por ocasião da distribuição, Realização de esclarecimentos prévios sobre empreendimento a ser implantado (ex.: Angra 3), precedendo as respectivas Audiências Públicas previstas no processo de licenciamento ambiental. A cada 2 anos é feita a simulação de uma emergência para testar o Plano, quando ocorre uma grande divulgação por rádio, TV e mídia externa, além de folhetos específicos distribuídas para residentes das áreas envolvidas e transeuntes. 423 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.7.4 INDICADORES AMBIENTAIS Não há indicadores ambientais para este programa. 7.7.5 PÚBLICO-ALVO O programa tem como principal público, a população das áreas de influência da Usina Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA. 7.7.6 ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO A implementação do Programa de Comunicação Social da empresa é feita de acordo com as estratégias e metodologias descritas acima. E com as seguintes atividades: Divulgação de informações sobre a energia nuclear e empreendimentos da Eletronuclear Ações de comunicação sobre temas de interesse público (reciclagem de lixo, uso de água e energia, saúde) Dia Mundial da Água (19 de abril) e Semana do Meio Ambiente Distribuição de Calendário e Campanha de Esclarecimento sobre Plano e Exercício de Emergência Pesquisa de opinião interna e Revitalização da Intranet Pesquisa de opinião externa Patrocínio de eventos (conforme avaliação do interesse dos projetos apresentados) Expansão dos Espaços Culturais Relacionamento com profissionais e meios de comunicação 7.7.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS O Programa de Comunicação Social se relaciona com o Programa de Educação Ambiental, e, futuramente com o Programa de Descomissionamento. 7.7.8 RECURSOS REQUERIDOS (HUMANOS E MATERIAIS) Cada projeto inclui nas suas respectivas etapas de execução os correspondentes recursos humanos e financeiros requeridos. Uma das prioridades de aplicação de recursos é no atendimento às exigências dos órgãos licenciadores e autoridades constituídas, que inclui os novos compromissos de comunicação referentes ao funcionamento de Angra 1. 424 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 7.7.9 RESULTADOS ESPERADOS Pretende-se que a população tenha conhecimento e entendimento dos empreendimentos da Eletronuclear em suas diversas etapas – construção (em especial, Angra 3), comissionamento e operação de Angra 1 e 2, e seus aspectos socioambientais. Busca-se também a ampliação da confiança quanto ao Plano de Emergência e ao processo de guarda dos rejeitos radioativos. As pesquisas de opinião externas, que passam a ser bi-anuais, são realizadas com o objetivo de medir os resultados alcançados e o grau de sucesso obtido no processo de comunicação da Eletronuclear , bem como nortear o aperfeiçoamento deste processo. 7.8 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 7.8.1 JUSTIFICATIVA A Eletronuclear contratou uma instituição com notória experiência na implementação de programas participativos, promovendo a integração de diferentes atores sociais presentes nos municípios de Angra dos Reis, Parati e Rio Claro. Neste sentido, a Eletronuclear está viabilizando a contratação do Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM). Dentre as atribuições deste Instituto está prevista a proposição de diretrizes para a integração das ações de caráter ambiental, visando à configuração de uma Política Ambiental da empresa. 7.8.2 OBJETIVOS E METAS A meta do Programa é implementar o programa utilizando linha metodológica com caráter processual, crítico, participativo e dialógico. Os objetivos se baseiam em consolidar um Programa de Educação Ambiental aliado a uma estratégia de desenvolvimento sustentável capaz de, simultaneamente: o Garantir a continuidade e a permanência do tema no processo educativo; o Fortalecer a participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente; o Garantir a democratização das informações ambientais; o Fomentar a integração das Políticas Públicas e ações ambientais e; 425 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto o Promover o fortalecimento institucional da gestão ambiental local articulando as diferentes esferas do Poder Público e da sociedade civil; o Sensibilizar e mobilizar diferentes atores locais para a abrangência do Programa de Educação Ambiental; o Realizar um diagnóstico participativo com os atores definidos; o Reunir subsídios que possam orientar a implementação do Programa de Educação Ambiental; o Definir linhas de atuação da empresa, contribuindo para um Programa integrado de desenvolvimento sustentável; o Avaliar papéis e impactos, sobretudo junto aos atores públicos e sociedade civil, referente à temática de Meio Ambiente. 7.8.3 METODOLOGIA O desenvolvimento metodológico desdobra-se na proposição de diretrizes para a integração de ações de cunho ambiental já presentes na Eletronuclear, tais como: a) Projeto Ilha Viva – Sertão Vivo, realizado em parceria com a Secretaria de Educação de Angra dos Reis; b) Projeto POMAR; c) Trilha Porã; d) Semana do Meio Ambiente; e) Projeto Jovens Talentos; f) Programa de Recuperação da Restinga de Mambucaba; g) Sítio Museu de Piraquara de Fora. A metodologia de elaboração do Programa de Educação Ambiental será baseada na realização de um diagnóstico participativo, cumprindo algumas etapas de pesquisa que têm como finalidade viabilizar a construção das bases do Programa e o desenho de suas ações prioritárias. O trabalho de pesquisa é um fator fundamental para subsidiar tomadas de decisão acerca das ações a serem implementadas na elaboração de um programa. Nesse contexto, a realização de um diagnóstico, para a identificação e compreensão da situação que será objeto das intervenções, é fundamental para se traçar uma estratégia adequada – trata-se da oportunidade de se aprofundar a articulação com a comunidade já envolvida e conhecer melhor a situação na qual serão implementadas as futuras ações. 426 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Para um programa ambiental realmente participativo, é preciso integrar os atores envolvidos com a temática dentro do próprio processo. Além de prever a criação de mecanismos de acompanhamento e controle social das ações de Educação Ambiental apoiadas pela Eletronuclear , pretende-se também inserir esses atores no processo de definição dos princípios e prioridades do Programa, por meio de oficinas de discussão que pautarão essas definições, com a mediação do conhecimento técnico de profissional especializado em Educação Ambiental. 7.8.4 INDICADORES AMBIENTAIS Não se aplica a este Programa. 7.8.5 PÚBLICO-ALVO O programa tem como principal público, a população das áreas de influência da Usina Nuclear Almirante Álvaro Alberto – CNAAA. 7.8.6 ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO De acordo com o projeto elaborado pelo IBAM, o processo de construção das bases de construção do Programa de Educação Ambiental é de 8 meses apresentando as seguintes etapas: ETAPA I – Retomada dos contatos/Levantamento das informações Levantamentos preliminares sobre existência dos Fóruns Levantamento da disponibilidade dos diferentes atores e instituições para a construção de uma instância representativa Processo de identificação, ajuste, sensibilização e mobilização dos atores Construção da metodologia das oficinas da etapa II Etapa II – Oficinas de discussão em Campo / pesquisas complementares Agendamento de contatos em campo Organização das oficinas in loco Realização das 08 Oficinas Contato com gestores dos projetos específicos Construção da metodologia das oficinas da etapa III Etapa III – Consolidação do Programa de Educação Ambiental Sistematização dos dados do diagnóstico Eleição dos principais temas e ações para o Programa 427 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Elaboração do documento-base do Programa Oficinas de validação do documento Consolidação do PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 7.8.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS Este programa se relaciona com os demais programas apresentados neste PCA. 7.8.8 RECURSOS REQUERIDOS (HUMANOS E MATERIAIS) Um dos objetivos do Programa de Educação Ambiental é sistematizar as ações dessa natureza que a empresa desenvolve. As referidas ações apresentam requerem recursos financeiros, humanos e materiais. Estes recursos são de responsabilidade da Eletronuclear com parcerias com outras instituições 7.8.9 RESULTADOS ESPERADOS Espera-se que o Programa de Educação Ambiental construído através de uma metodologia com caráter processual, crítico, participativo e dialógico possa proporcionar a todas as pessoas envolvidas a possibilidade de adquirir conhecimentos, o sentido dos valores, atitudes, interesse ativo, aptidões e habilidades necessárias à compreensão dos programas de segurança, do gerenciamento de rejeitos, do monitoramento ambiental e do plano de emergência referentes às Usinas nucleares. 7.9 PROGRAMA GERAL DE DESCOMISSIONAMENTO 7.9.1 JUSTIFICATIVA O descomissionamento das Usinas nucleares ao final de sua vida econômica tem sido uma questão permanente para as empresas proprietárias dessas Usinas. No caso das Usinas nucleares brasileiras, desde a entrada em operação de Angra 1 (01/01/1985), a questão tem sido tratada com o cuidado necessário, acompanhando o desenvolvimento do assunto ao redor do mundo. Os primeiros trabalhos desenvolvidos com vistas ao tratamento da questão remontam à época dos preparativos para a entrada em operação de Angra 1, oportunidade em que se obteve do órgão regulador do setor de energia elétrica autorização para arrecadar, pela 428 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto via tarifária, uma quota mensal de recursos destinados à formação de um fundo para suportar o descomissionamento da Usina, depois de encerrada sua operação comercial. Nestes quase 23 anos desde os primeiros estudos, seguiram-se outros trabalhos e reavaliações periódicas. 7.9.2 OBJETIVOS E METAS As metas a serem atingidas após a decisão efetiva de descomissionar a Usina são: • • • • • • obter licenciamento específico para o descomissionamento nos órgãos licenciadores competentes; realizar o inventário de todos os equipamentos contaminados, com determinação dos níveis de radiação e tomadas de medidas nas tubulações e blindagens; determinar as seqüências e métodos que facilitem o processo de descomissionamento, conforme as normas a serem estabelecidas pela CNEN; preparar um informe sobre o impacto no meio ambiente e os benefícios resultantes do fechamento da instalação; analisar a segurança do processo, com a sua descrição e especificações técnicas, de modo a não acarretar nenhum prejuízo à saúde e à segurança da população e dos trabalhadores envolvidos; determinar as modificações a serem feitas nos edifícios, bem como acréscimos provisórios, conforme a alternativa de descomissionamento adotada. O objetivo é garantir a proteção da população residente na microrregião da Baía da Ilha Grande e do seu meio ambiente, com relação à radioatividade residual, bem como os recursos adequados para que o descomissionamento ocorra de forma a atender as necessidades ambientais e legais. 7.9.3 METODOLOGIA Dentre as condicionantes apresentadas na Moção nº 031 do Conama, referenciada no Parágrafo II do Artigo 1º da resolução nº 05 do CNPE, incluem-se aquelas relacionadas com preocupação de assegurar condições técnicas e financeiras para o futuro descomissionamento da unidade da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. O processo de descomissionamento da Usina nucleoelétrica é regulado no âmbito do licenciamento nuclear. A CNEN, no item 8.10 de sua norma NE-1.04 - "Licenciamento de Instalações Nucleares", estabelece que, para o encerramento das atividades de operação de uma Usina 429 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto nucleoelétrica, a organização operadora deverá iniciar um procedimento formal de Cancelamento da Autorização de Operação Permanente. De acordo com a norma, a organização operadora deverá encaminhar à CNEN um requerimento demonstrando que a desmontagem da instalação e a disposição de suas partes será realizada de forma segura, de acordo com as normas específicas a serem estabelecidas pela CNEN e que não acarretarão prejuízos à saúde e à segurança da população como um todo, do trabalhador e do meio ambiente. No caso de Angra 1, esta exigência é referenciada como uma das condicionantes da Autorização para Operação Permanente. Como preparação para a definição de um Plano Técnico para o descomissionamento a se realizar em um prazo não inferior a 30 anos a partir do início da operação dessa Usina, as atividades da Eletronuclear , de agora até cerca de 10 anos antes da data de término da operação, se limitarão, no campo técnico, ao acompanhamento da evolução tecnológica e dos custos para execução do descomissionamento. No período de 10 anos que antecede o desligamento definitivo da unidade, a Eletronuclear deverá elaborar um Plano de Descomissionamento, que contemplará: o Tecnologia de descomissionamento a ser adotada; o Estudos para desmantelamento e armazenamento seguro dos componentes da Usina; o Estudos de local e de condições de armazenagem; o Desenvolvimento dos processos de licenciamento ambiental e nuclear; o Contratação da execução dos serviços. 7.9.3.1 Processos de Descomissionamento O processo de descomissionamento é essencialmente baseado nas metodologias americanas, que consistem de três alternativas de descomissionamento: DECON, SAFSTOR e ENTOMB, ou a de três estágios, da AIEA. DECON - consiste no desmantelamento total da Usina logo após sua retirada de operação; SAFSTOR - o desmantelamento é precedido de confinamento por um período de 10 a 30 anos; ENTOMB - significa enclausurar definitivamente as partes contaminadas da Usina. (alternativa muito pouco utilizada, que não tem aceitação ampla). 430 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto No caso da Usina nuclear da CNAAA, a alternativa considerada para a efetivação do descomissionamento é o SAFSTOR. 7.9.3.2 Atendimento a Requisitos Legais Segundo Projeto de Lei nº 1.087/2007 da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde dispõe sobre as regras para o descomissionamento de atividades poluidoras entre outras, em seu art. 2º §1º e inciso II, são consideradas atividades poluidoras devendo submeterse ao processo de descomissionamento os depósitos de materiais radioativos ou os equipamentos que os utilizem. 7.9.4 INDICADORES AMBIENTAIS Não se aplica ao Programa. 7.9.5 PÚBLICO ALVO Público interno da CNAAA, população residente na região de Angra dos Reis e Parati. 7.9.6 ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO Este programa entrará em execução no período não inferior a dez anos para o descomissionamento da Unidade 1 da CNAAA. 7.9.7 INTER-RELAÇÃO COM OUTROS PLANOS E PROGRAMAS Este programa está relacionado com o Programa de Comunicação Social e com os demais programas desenvolvidos pela Eletronuclear , de forma que todas as ações realizadas sejam fonte de informação para o programa em questão. 7.9.8 RECURSOS REQUERIDOS (HUMANOS E MATERIAIS) Os recursos necessários para o descomissionamento da Unidade Operacional da CNAAA (Angra 1) foram calculados com base em estudos específicos desenvolvidos para o descomissionamento de Usinas norte americanas, européias, canadenses e japonesas, atualmente em diferentes estágios do processo de descomissionamento. 431 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto O custo de descomissionamento previsto para a Usina Angra 1 é de US$ 198 milhões. Os recursos para o descomissionamento são oriundos da tarifa de venda de energia gerada pela unidade. 8 IMPLANTAÇÃO DAS VILAS RESIDENCIAIS DE MAMBUCABA E PRAIA BRAVA A implantação das vilas residenciais de Mambucaba e Praia Brava, ocorrida na década de 70, teve como objetivo abrigar o pessoal de construção (em um primeiro momento) e de operação das Usinas. Cumpre destacar que atualmente somente o pessoal de operação reside nas vilas. Esta área tem uma paisagem peculiar em seus vários compartimentos ambientais. De acordo com sua posição latitudinal, esta região caracteriza-se por ser uma zona de transição entre os climas tropicais quentes e os climas do tipo temperado das latitudes médias. A interferência da topografia acidentada e compartimentada nesta região é marcante. As escarpas falhadas separam superfícies montanhosas, que mergulham para o interior, de áreas planas a suavemente onduladas, constituindo as baixadas litorâneas. A evolução lito-estrutural da região comporta uma série de episódios geodinâmicos que envolvem a formação e a destruição de rochas com grande amplitude de idades, num intervalo de tempo superior a 1 bilhão de anos. Nessa geo-história, passaram-se períodos e inúmeros processos metamórficos, que caracterizam o substrato rochoso dessa região do sudeste brasileiro. Esta região apresenta geologia e geomorfologia características da Serra do Mar. Neste sentido, os aspectos climatológicos se destacam, pois a presença de água potencializa a instabilidade de encostas e taludes. A Serra do Mar constitui uma barreira orográfica de extrema importância para a elevação da precipitação nesta região do Brasil, principalmente na área de Angra dos Reis. Devido à topografia, que permite um escoamento rápido das águas para o oceano, os rios da região são de pequeno curso. Na faixa litorânea da região, predominam os solos hidromórficos. Esta paisagem geográfica favoreceu ao domínio do bioma Mata Atlântica. A ocorrência deste tipo de vegetação relaciona-se a fatores climáticos e a pluviosidade bem distribuída durante o ano, sem um período biologicamente seco. Esta área tem sua estruturação socioespacial explicada por uma conjugação de fatores, históricos e geográficos. A área em foco consolida a sua organização espacial em paralelo ao processo de organização do território nacional. Pelos caminhos do ouro, a região conheceu o apogeu, com uma economia rica, dinâmica e escravocrata. Com o 432 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto declínio dessas atividades e o fim do trabalho escravo, a pecuária, o turismo e a indústria passaram a caracterizar os movimentos de estruturação da área. A própria morfologia da área condicionou as formas de uso social predominantes atualmente: infra-estrutura do turismo e de lazer, a unidade para a geração termonuclear da energia elétrica, terminais portuários e o uso agrícola e florestal. Tais usos compõem as relações sociais de cunho econômico entre o comércio, a indústria e os serviços. Nesta região, a ocupação humana modificou parte da paisagem. O fator urbano na região é marcado pelas vilas residenciais da Eletronuclear - mais conjuntos habitacionais que vilas, de Praia Brava e de Mambucaba, a Vila Histórica de Mambucaba, e parte expressiva da vila do distrito de Cunhambebe, conhecida como localidade do Frade. O projeto da construção das vilas residenciais procurou compatibilizar o arranjo geral da área com os aspectos ambientais e as características do sítio. Na elaboração do referido projeto, procurou-se obedecer às normas estabelecidas quanto ao uso e ocupação do solo dos municípios de Angra dos Reis e Parati, levando em conta tratar-se de condomínios pertencentes a um único proprietário e responsável. Em termos de ocupação, a área foi dividida em quadras destinadas à implantação das residências, sendo reservadas em toda extensão da praia, uma faixa não edificável, com aproveitamento permitido apenas à atividades voltadas ao lazer. Foram escolhidos três tipos de residências padrão, de alvenaria e madeira, que são descritas no item 5.4.4.4 Moradia. 9 SISTEMA DE ESGOTO SANITÁRIO DAS VILAS RESIDENCIAIS DE PRAIA BRAVA E MAMBUCABA Para atender a demanda das vilas residenciais de propriedade da CNAAA, foram instaladas, desde 1983, duas Estações de Tratamento de Esgoto – ETE. A ETE de Praia Brava atende a vila residencial de mesmo nome e a ETE de Mambucaba atende as vilas residenciais de Mambucaba, Operária e Consag. Os objetivos ambientais e sociais do projeto estão diretamente relacionados com a manutenção de um meio ambiente equilibrado, em especial no que se relaciona em manter a qualidade das águas dos corpos receptores dos efluentes, zelando pela saúde da população e contribuindo, dessa forma, com o princípio básico da medicina preventiva. Quanto à adequação da instalação desses sistemas perante os planos diretores dos municípios de Angra dos Reis (1991) e de Parati (2002) em vigor, estes classificam o distrito de Mambucaba e o distrito de Tarituba, respectivamente, como zonas urbanas 433 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto residenciais onde prevalece o uso para moradias e as atividades de apoio e complementaridade a este uso, compatíveis entre si. No Apêndice XIV, item 13.14, é apresentado o mapa com a localização das vilas residenciais, das estações de tratamento e a caracterização do entorno quanto ao uso atual do solo, bairros próximos, sub-bacias abrangidas, equipamentos urbanos e de lazer e as vias de acesso. Conforme mencionado, os sistemas sanitários das estações estão em funcionamento desde 1983, abrangendo todas as residências, escolas, comércios, hospital, clubes e demais instalações prediais das referidas vilas, ou seja, tratando todo o esgoto sanitário de origem doméstica. A ETE de Praia Brava atende uma área de aproximadamente 350.000 m2 e a ETE de Mambucaba, aproximadamente 1.300.000 m2, totalizando mais de 7.500 usuários, entre moradores e população flutuante. Os sistemas são compostos de ramais e troncos coletores de efluente que encaminham os mesmos para a respectiva estação de tratamento. Em ambas as ETEs, a tecnologia adotada foi o Sistema Anaeróbico de Lodo Ativado. O Sistema Anaeróbico de Lodo Ativado consiste na aeração prolongada ou oxidação total feita no tanque de aeração por meio de aeradores mecânicos, com a finalidade de incorporar o oxigênio do ar atmosférico ao esgoto bruto, resultando na floculação da matéria suspensa, que sofre a ação das bactérias e microorganismos em processo de digestão. No tanque de sedimentação (decantador), os flocos se sedimentam, formando o lodo ativado. Com a recirculação desse lodo ao tanque de aeração, a formação de novos flocos é acelerada. Quando o índice volumétrico de lodo – IVL atinge 100%, é encaminhado ao leito de secagem para remoção do produto sólido, e a parte líquida é lançada ao corpo receptor. As estações de tratamento contam ainda com estações elevatórias para a condução do esgoto. O sistema de coleta de esgoto sanitário baseia-se na formação de bacias sucessivas, devido à topografia da região. A contribuição de uma bacia é encaminhada a uma elevatória que recalca para um coletor principal de bacia seguinte; e assim sucessivamente até atingir a última elevatória, de onde o afluente será recalcado para a respectiva ETE. O sistema de Praia Brava conta com duas estações elevatórias na vila residencial, a Elevatória 1 faz a captação desde a rua 4 até a hospedagem I, e a Elevatória 2, da rua 6 até a hospedagem II, cada uma com três bombas. 434 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Para a ETE de Mambucaba, são cinco estações elevatórias, três delas na vila residencial de mesmo nome, Elevatórias A, B e C, abrangendo o centro comercial e as quadras “A” a “R”. As outras duas são responsáveis pelo bombeamento das redes das Vilas Operária e Consag. Os sistemas de tratamento de esgoto de Praia Brava e de Mambucaba estão descritos e ilustrados a seguir, tanto por meio de fluxogramas, quanto por meio de imagens. A Estação de Tratamento de Esgoto de Praia Brava, apresentada na Figura 167 e na Figura 168 é composta por: • Estações Elevatórias 1 e 2 (Figura 169); • Caixa de Areia (Figura 168); • Caixa de Vazão (Figura 168); • Tanque de Aeração com 2 aeradores mecânicos (Figura 168 e Figura 170); • Decantador (Figura 168); • 6 Leitos de Secagem (Figura 168); • Chincana (Figura 168 e Figura 171); • Caixa de Passagem (Figura 168). A Estação de Tratamento de Esgoto de Mambucaba, apresentada na Figura 172 e na Figura 173 é composta por: • Estações Elevatórias A, B, C, 1 e 2 (Figura 174 e Figura 175); • Caixa de Areia (Figura 173); • Medidor de Vazão (Figura 173); • Sanitários (Figura 173); • Tanque de Aeração com 2 aeradores mecânicos (Figura 173 e Figura 176); • Decantador (Figura 173 e Figura 177); • 8 Leitos de Secagem (Figura 173); • Chincana (Figura 173 e Figura 178); • Caixa de Passagem. 435 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 167 – Vista aérea do Sistema de Tratamento de Esgoto da ETE de Praia Brava Fonte: Eletronuclear, 2008. 436 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 168 – Fluxograma da ETE de Praia Brava Fonte: Eletronuclear, 2008. 437 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 169 – Fluxograma das Estaçãoes Elevatórias da Vila de Praia Brava Fonte: Eletronuclear, 2008. 438 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 170 - Tanque de aeração por meio de aeradores mecânicos da ETE de Praia Brava, 2008 Figura 171 – Caixa de Passagem da ETE de Praia Brava, 2008 439 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 172 – Vista aérea do Sistema de Tratamento de Esgoto da ETE de Mambucaba 440 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 173 – Fluxograma da ETE de Mambucaba Fonte: Eletronuclear, 2008. 441 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 174 – Fluxograma das Estaçãoes Elevatórias da Vila de Mambucaba Fonte: Eletronuclear, 2008. 442 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 175 – Fluxograma das Estaçãoes Elevatórias das Vilas Operária e Consag Fonte: Eletronuclear, 2008. 443 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 176 - Tanque de aeração por meio de aeradores mecânicos da ETE de Mambucaba, 2008 Figura 177 - Tanque de sedimentação ou Decantador da ETE de Mambucaba, 2008 444 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 178 - Chincana da ETE de Mambucaba, 2008 A eficiência da remoção de DBO5 do esgoto afluente é superior a 80%, índice calculado a partir da análise comparativa entre o afluente (esgoto coletado) e efluente, pós tratamento. Na Tabela 137 e na Tabela 138 são demonstrados os valores que indicam a qualidade em que o efluente líquido tratado é lançado nos corpos dágua, nas ETEs de Praia Brava e Mambucaba, respectivamente. Tabela 137 – Resultado das análises do efluente líquido na ETE de Praia Brava Parâmetro Unidade Valor Permitido Resultado Afluente DBO5 mg/L 220,0 Efluente pH Entre 5,0 – 9,0 5,76 RNFT* mg/L Máx. 100,0 8,0 Resíduos sedimentáveis mL/L Máx. 1,0 < 0,1 DBO5 mg/L Máx. 100,0 Fonte: Eletronuclear, 2008. *RNFT – Resíduos não filtráveis total. 5,0 Tabela 138 – Resultado das análises do efluente líquido na ETE de Mambucaba Parâmetro Unidade Valor Permitido Resultado Afluente DBO5 mg/L 110,0 Efluente pH Entre 5,0 – 9,0 5,85 RNFT* mg/L Máx. 100,0 16,0 Resíduos sedimentáveis mL/L Máx. 1,0 < 0,1 DBO5 mg/L Máx. 100,0 Fonte: Eletronuclear, 2008. *RNFT – Resíduos não filtráveis total. 5,0 445 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto A quantidade de lodo gerado pelas Estações de Tratamento de Efluentes das Vilas Residenciais de Praia Brava e Mambucaba apresenta, respectivamente, valores de 11,66 kg/dia e 13,12 kg/dia, sendo armazenado em leitos de secagem nas referidas estações. A ETE de Praia Brava lança diariamente cerca de 1.200 m3 de efluente tratado no canal 7, próximo ao mar, conforme a Figura 179. A ETE de Mambucaba lança cerca de 1.000 m3 ao rio Mambucaba, conforme a Figura 180. Figura 179 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Praia Brava, 2008 Fonte: Eletronuclear, 2008. Figura 180 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Mambucaba, 2008. Fonte: Eletronuclear, 2008. 446 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 9.1 DEFINIÇÃO E DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA 9.1.1 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE PRAIA BRAVA A área de influência abrangida pela ETE de Praia Brava restringe-se à vila residencial de mesmo nome e à sub-bacia hidrográfica drenada pelo canal 7. No Apêndice XIV, item 13.14, supra mencionado, é apresentado o mapa com a localização das estações de tratamento e suas áreas de influência, além da caracterização do entorno quanto ao uso atual do solo. A ETE de Praia Brava lança diariamente cerca de 1.200 m3 de efluente tratado ao canal 7, próximo ao mar, conforme a Figura 181. Esse canal é formado pela confluência dos córregos 4, 5 6 e 7, o que condiciona o comportamento hidráulico do corpo receptor, auxiliando na sua capacidade de auto-depuração. A possibilidade de uso das águas do corpo receptor à jusante do ponto de lançamento de efluentes é muito restrita, pois no caso da ETE de Praia Brava, além desse corpo receptor ser canalizado, a distância entre o ponto de lançamento de efluente e a foz do corpo dágua na baia da Ilha Grande é de aproximadamente 200 m. 447 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 181 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Praia Brava, 2008 448 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 9.1.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DE MAMBUCABA A ETE de Mambucaba faz o lançamento do seu efluente tratado no rio Mambucaba. Este faz parte da bacia hidrográfica de mesmo nome que, com cerca de 730 km2 de área drenada é a maior bacia hidrográfica dos municípios de Angra dos Reis e Parati. No entanto, apesar da grande área abrangida pela bacia hidrográfica do rio Mambucaba, para a delimitação da área de influência da ETE de Mambucaba, foram adotadas parte das microbacias hidrográficas localizadas a montante e a jusante do ponto de lançamento de efluente tratado. Foram incluídas também como áreas de influência as Vilas Residenciais de Mambucaba, Operária e Consag, como vizualizado no Apêndice XIV, item 13.14. O córrego do Alemão deságua no rio Mambucaba a aproximadamente 600 m a montante do ponto de lançamento de efluente tratado da referida ETE. A ETE de Mambucaba contribui com cerca de 1.000 m3 de efluente tratado lançado ao rio Mambucaba. Seguindo cerca 2 km, o principal afluente do rio Mambucaba, o rio Perequê, deságua em seu curso, incrementando ainda mais o volume do curso principal, aumentando, dessa forma, sua capacidade de auto-depuração durante cerca de mais 1,5 km, até sua foz na baia da Ilha Grande, como apresentado na Figura 182. A fim de caracterizar os principais usos das águas do rio Mambucaba dentro dos limites da área de influência delimitada, principalmente a jusante do ponto de lançamento, pode-se identificar em sua margem esquerda uma intensa ocupação antrópica, identificada como a localidade do Perequê. Nota-se também, mais a jusante do rio Mambucaba, na margem oposta do rio Perequê, o Hotel do Bosque, onde existe o uso das águas do rio Mambucaba para atividades de lazer. Ainda, próximo a sua foz, pode ser identificada parte da Vila Histórica de Mambucaba, como pode ser vizualizadas na Figura 182. Devido a essa intensa ocupação na área de influência juntamente com o grande porte do rio Mambucaba, o uso de suas águas é mais intenso O Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto - SAAE de Angra dos Reis atende as localidades do Perequê, da Vila Histórica de Mambucaba, Hotel do Bosque e Praia Vermelha com rede de distribução de água tratada para cerca de 90% das residências, as demais abastencem-se por meio de poços. Essa captação é realizada fora da área de influência da ETE de Mambucaba. O sistema de coleta de esgoto do Prequê atende parcialmente as residências, cerca de 30%, encaminhando-o para a três estações de tratamento localizadas no mesmo bairro. Tanto as demais residências do Perequê, quanto as localizadas na Vila Histórica e na Praia Vermelha, são equipadas por fossas, para as quais são oferecidos serviços de limpeza pela SAAE, por meio de caminhões coletores. O esgoto coletado também é encaminhado para as estações de tratamento do Perequê. Pós tratamento, os efluentes são lançados no rio Mambucaba. 449 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 182 – Ponto de lançamento de efluente da ETE de Mambucaba, 2008. 450 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 9.2 MEDIDAS DE CONTROLE AMBIENTAL Em todo o sistema, não são utilizados dispositivos de controle de odores, pois o procedimento de aeração utilizado nas ETEs proporciona um mecanismo aeróbio de decomposição de matéria orgânica pelas bactérias, impedindo a emissão de odores. Já para as estações elevatórias, a pressão utilizada no bombeamento do efluente gera uma circulação de gases, o que também impede a emissão de odores. É realizada semanalmente uma manutenção preventiva em todo o sistema de tratamento de ambas as estações, por meio de procedimentos padrões com atividades como: checagem de dispositivos, limpeza e lubrificação de equipamentos, sendo em seguida, quando necessária, realizada a manutenção corretiva do equipamento específico. Como dispositivos de segurança, são utilizadas cercas para impedir o acesso de pessoas não autorizadas, e guarda-corpos ao redor dos tanques de aeração, decantação e da chincana, conforme a Figura 183 e a Figura 184. Figura 183 – Dispositivo de Segurança: cerca para impedir o acesso de pessoas não autorizadas, 2008 451 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Figura 184 – Dispositivo de Segurança: guarda-corpos, 2008 9.3 PLANO DE MONITORAMENTO Em cumprimento ao Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas (PA-AG 06) são realizadas análises mensais relativas à balneabilidade em dois pontos na Vila Residencial de Mambucaba (AM-1 e AM-2) e em dois pontos na Vila Residencial de Praia Brava (AM 3 e AM-4). Além deste procedimento, a Eletronuclear vem realizando a análises periódicas nos afluentes e efluentes das estações de tratamento do esgoto sanitário das Vilas Residenciais. Este procedimento será adequado a um Programa de Autocontrole (PROCON/FEEMA). Por meio da avaliação dessas análises, tem-se que os valores estão em conformidade, segundo a Resolução CONAMA 274/2000, que define as condições de balneabilidade em águas doces, salobras e salinas. Dessa forma, é possível concluir, a partir da análise histórica dos relatórios da operação de Angra 1 e das Vilas Residenciais, que estes não comprometem a qualidade da água do mar para este fim na região compreendida pelos citados pontos. Quanto aos corpos receptores onde são lançados diretamente os efluentes tratados provenientes das estações das Vilas Residenciais, serão amostrados pontos a montante e a jusante desses lançamentos, em cumprimento ao Programa PA-AG 06 (Programa de Monitoração e Controle da Qualidade das Águas), a fim de caracterizar a qualidade da água do corpo receptor por meio de parâmetros como: vazão, pH, temperatura, turbidez, OD, DBO, óleos e graxas, sólidos em suspensão e coliformes fecais, a fim de garantir que os padrões exigidos na Resolução CONAMA 357/2005 sejam mantidos. 452 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 10 CONCLUSÃO A experiência acumulada pela Eletronuclear em todos os anos de operação comercial de Angra 1, apresenta, além de bons indicadores de eficiência, um excelente gerenciamento da questão ambiental em todos os aspectos. Através dos resultados dos diversos monitoramentos realizados durante toda a existência da Usina, verifica-se que o empreendimento não apresenta impactos negativos significativos, tendo em vista que: Os impactos no solo se restringiram à fase de instalação do empreendimento, e mesmo assim foram poucos, e todos foram mitigados. A utilização total de água do mar para resfriamento é de cerca de 40 m3/s, enquanto que as necessidades de água doce são satisfeitas mediante captações próprias de superfície, não implicando qualquer conflito com usos potenciais ou impactos negativos relevantes. Todas as descargas no Saco Piraquara de Fora são rapidamente assimiladas. Não há, portanto, impacto térmico, mecânico ou radiológico adverso significativo ao ambiente físico e à biota aquática. Os padrões de qualidade de água são atendidos, como demonstrado pelas análises realizadas. Conforme analisado, não é apresentado impacto adicional referente às emissões atmosféricas, ruídos ou efluentes líquidos convencionais em Itaorna. A operação de Angra 1 não apresentou efeito adverso em nenhuma espécie rara, ameaçada ou em processo de extinção, e não resultou em nenhum impacto significativo em pontos históricos ou sítios arqueológicos em sua área de influência. Os impactos socioeconômicos diretos e indiretos da operação da planta foram e são significativos e favoráveis em termos fiscais e de geração de emprego e renda. Somam-se a isto as inúmeras compensações que a Eletronuclear dispõe aos municípios. Nenhum impacto ambiental significativo ocorreu nas descargas operacionais normais de materiais radioativos. A dose individual máxima estimada para um indivíduo do público em geral, sujeito à exposição máxima possível, é muito pequena se comparada à radiação de fundo (background) da região. Desta forma, não há impacto radiológico mensurável em funcionários e contratados que participam da rotina operacional da Usina. Ainda sim, os impactos da operação da Usina na população da área de influência, provenientes dos gases radioativos e descargas líquidas, incluindo radônio, são negligenciáveis quando comparados aos níveis de radiação de fundo. Isto posto, conclui-se que a operação de Angra 1 está dentro dos padrões ambientais de funcionamento, devendo ser mantidos os programas socioambientais implantados, 453 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto convenientemente gerenciados para que os resultados alcançados permaneçam dentro dos parâmetros recomendados. 454 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Capistrano de – CAPÍTULOS DE HISTÓRIA COLONIAL (1500 – 1800). Rio de Janeiro: Briguiet, 1954. 4 ª. T. ALMEIDA, F.F.M. 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Absorção: (a) de energia: fenômeno no qual a radiação, ao atravessar a matéria, transfere parte ou a totalidade de sua energia a esta matéria; (b) de partículas: interação atômica ou nuclear na qual a partícula incidente desaparece como partícula livre, mesmo quando uma ou mais partículas, diferentes ou do mesmo tipo, são subseqüentemente emitidas. Nota: É considerado como absorção de energia o espalhamento acompanhado de perda de energia, como no efeito Compton e na moderação de nêutrons. Abundância isotópica: Número relativo de átomos de um determinado isótopo, em uma mistura de isótopos de um elemento, expresso como fração do número total de átomos deste elemento. Acidente base de projeto (DBA): Em projeto de instalação nuclear, acidentes considerados suficientemente representativos, do ponto de vista das conseqüências radiológicas, para trabalhadores e indivíduos do público. Acidente com perda de refrigerante: Acidente no qual o refrigerante primário de um reator nuclear é perdido. Acidente nuclear: Qualquer ocorrência ou qualquer sucessão de ocorrência, de caráter súbito ou fortuito, originada pelo desenvolvimento não controlado de uma reação em cadeia, ou pelo escapamento não controlado de material radioativo. Acidente radiológico: Acidente que libere radioatividade em concentrações ou quantidade relevante, i.e., acima dos limites máximos permitidos pela legislação da CNEN. Acidente severo: Acidente que excede as bases de projeto e que acarreta falhas em estruturas, sistemas ou componentes, impedindo dessa forma a refrigeração do núcleo do reator, conforme projetada, levando a uma degradação significativa do mesmo. Agropecuário: Setor da economia que compreende as atividades da agricultura, da pecuária e do extrativismo. Água pesada: Água cujas moléculas são compostas por deutério e oxigênio. Água potável: Águas cujos parâmetros atendam aos parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde, que aprova normas e padrões de potabilidade da água destinada ao consumo humano. 465 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto ALARA: Acrônimo para As Low As Reasonably Achievable ("tão baixo quanto razoavelmente atingível"). Princípio de segurança da área nuclear, que aplicado às Usinas nucleares significa que os níveis de radioatividade fora do reator devem ser mantidos tão baixos quanto razoavelmente atingíveis. Em outras palavras, fazer todo o esforço razoável para manter a exposição à radiação ionizante tão abaixo dos limites quanto exeqüível, consistente com o propósito da atividade licenciada, levando em conta o estado da tecnologia, a economia das melhorias em relação ao estado da tecnologia, a economia das melhorias em relação aos benefícios para a saúde e segurança pública, e outras considerações sociais e socioeconômicas, e em relação à utilização da energia nuclear e os materiais licenciados no interesse público. Altitude: Altura na vertical de um lugar acima do nível do mar. Distância vertical de um ponto da superfície da Terra, em relação ao nível zero ou nível dos oceanos. Altocumulus: Composta de massas globulares baixas, grossas e cinzentas, esta nuvem de altura média é basicamente feita de gotículas de água. Nas latitudes médias, é geralmente encontrada entre 2.300 e 5.000 metros de altitude. A característica que a define é uma camada inchada e ondulada na nuvem que pode ser vista com freqüência. A isto é dado o apelido de "ovelhas" ou "flocos de algodão". Muitas vezes confundida com nuvens do tipo cirruscumulus, seus elementos (nuvens individuais) têm uma massa maior e projetam uma sombra em outros elementos. Pode formar vários sub-tipos, como altocumulus castellanus, ou altocumulus lenticularis. Virga também provém destas nuvens. Amostragem: Técnica de pesquisa na qual um sistema preestabelecido de amostras é considerado idôneo para representar o universo pesquisado, com margem de erro aceitável. Análise de risco: Compõem-se de um conjunto de procedimentos qualitativos, quantitativos e modelos de cálculo, cuja aplicação sistemática resulta na identificação dos perigos potenciais decorrentes da operação de uma instalação industrial e na avaliação/quantificação dos efeitos físicos e riscos devido a eventos acidentais, como liberação de substâncias tóxicas e/ou presença de inflamáveis. Procedimento técnico para determinar quantitativamente as situações de risco decorrentes da implantação de um projeto ou da operação de empreendimentos existentes. Análise de vulnerabilidade: Determinação das áreas atingidas pelo alcance de efeitos físicos e radiológicos dos possíveis acidentes identificados. Anatexia: Processo de fusão ou de refusão de rochas pré-existentes ao atingirem condições de alta temperatura ou ultrametamorfismo na crosta. Anomalia: Em prospecção geológica, diferença significativa entre o valor de uma determinada característica do terreno em um ponto e o valor médio desta característica na região circundante. Esta anomalia indica uma possível singularidade geológica no ponto em que aparece. 466 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Antrópico: Resultado das atividades humanas no meio ambiente. Área controlada: Área sujeita a regras especiais de proteção e segurança, com a finalidade de controlar as exposições normais, prevenir a disseminação de contaminação radioativa e prevenir ou limitar a amplitude das exposições potenciais. Área de exclusão: Área que circunda diretamente uma instalação nuclear pertencente obrigatoriamente ao proprietário da instalação o qual tem, nesta área, autoridade para determinar todas atividades julgadas necessárias para fins de segurança, inclusive remoção de pessoal. Área de Influência: Área afetada pelos impactos de um empreendimento, considerando-se, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza. A área de influência pode ser classificada em Área de Influência Direta, quando o empreendimento causa impactos diretos a região, ou Área de Influência Indireta, quando os impactos são indiretos. Área de Proteção Ambiental (APA): Categoria de unidade de conservação cujo objetivo é conservar a diversidade de ambientes, de espécies, de processos naturais e do patrimônio natural, visando a melhoria da qualidade de vida, através da manutenção das atividades socioeconômicas da região. Esta proposta deve envolver, necessariamente, um trabalho de gestão integrada com participação do Poder Público e dos diversos setores da comunidade. Pública ou privada, é determinada por instrumentos legais, para que nela seja discriminado o uso do solo e evitada a degradação dos ecossistemas sob interferência humana. Área livre: Qualquer área que não seja classificada como área controlada ou área supervisionada. Área protegida: Área de segurança mantida sob constante proteção, cercada por uma barreira física, com números de acessos controlados, e que envolve uma ou mais áreas vitais da mesma instalação nuclear. Área restrita: Área sujeita a regras especiais de segurança, na qual as condições de exposição podem ocasionar doses equivalentes efetivas anuais superiores à 2/100 (dois centésimos) do limite primário para trabalhadores. Associativismo: Tendência ou movimento dos trabalhadores de se congregarem em associações representativas (órgãos de classe, sindicatos etc.), para a defesa de seus interesses Assoreamento: Processo em que lagos, rios, baías e estuários vão sendo aterrados pelos solos e outros sedimentos neles depositados pelas águas das enxurradas, ou por outros processos. Atenuação: Redução verificada em uma quantidade de radiação, após sua passagem através da matéria, resultantes de todo tipo de interações. Nota: A atenuação não compreende, geralmente, a atenuação geométrica. 467 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Aterro Sanitário: Método de engenharia e administrativo para disposição de resíduos sólidos no solo, de modo a proteger o meio ambiente; os resíduos são espalhados em camadas finas, compactados até o volume mínimo possível e cobertos com terra ao final de cada jornada para não resultar em nenhum risco ou dano ao ambiente (The World Bank, 1978). O aterro sanitário possui drenagens pluviais no seu contorno e é impermeabilizado na área operacional. Todas as possíveis fugas são controladas. Ativação: Produção de atividade induzida por meio de reações nucleares. Atividade de saturação: Para um nucleotídeo, a máxima atividade possível através de uma ativação de uma determinada amostra em uma determinada densidade de fluxo de partículas. Atividade específica: Atividade de um dado material por unidade de massa. Atividade: Para um dado radionuclídeo, em um determinado estado de energia e instante de tempo, a grandeza deve ser expressa por: A= dN/dt Onde: NdN = valor médio esperado do número de transições nucleares espontâneas daquele estado de energia, no intervalo de tempo dt. Notas: (a) A atividade é expressa em bequerel (anteriormente em Curie); (b) Algumas vezes é usado para designar uma quantidade de radionuclídeo. Também é denominado taxa de desintegração. Atmosfera: Camada fina de gases, inodora, sem cor, insípida, e presa à Terra pela força da gravidade. Átomo: Unidade de matéria consistindo em um núcleo e um envoltório constituído por um número de elétrons igual ao número de prótons do núcleo. Austral: Localizado no sul. Avifauna: Conjunto das espécies de aves que vivem numa determinada região. B Bacia hidrográfica: Conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes. A noção de bacias hidrográfica inclui naturalmente a existência de cabeceiras ou nascentes, divisores dágua, cursos dágua principais, afluentes, subafluentes, etc. Em todas as bacias hidrográficas deve existir uma hierarquização na rede hídrica e a água se escoa normalmente dos pontos mais altos para os mais baixos. O conceito de bacia hidrográfica deve incluir também noção de dinamismo, por causa das modificações que ocorrem nas linhas divisórias de água sob o efeito dos agentes erosivos, alargando ou diminuindo a área da bacia. Background: Radiação natural ou "de fundo". É aquela com a qual o planeta convive. Barra de controle: Componente móvel de controle da fissão dentro de um reator, contendo material absorvedor de nêutrons, que influencia diretamente a reatividade e serve para controle da criticalidade no reator. 468 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Barreiras múltiplas: Conceito derivado de outro, o de defesa em profundidade, baseado na admissão de que uma determinada barreira de segurança existente pode falhar, e portanto há necessidade de que haja pelo menos mais uma - e normalmente mais duas - barreiras, de modo que a radioatividade não encontre seu caminho até o ambiente mesmo com a ocorrência simultânea de um evento acidental e falha simples da primeira ou primeiras barreiras de segurança. Batelada: Porção de material nuclear manuseado com unidade para fins de contabilidade, num ponto de medida, e para qual a composição e quantidade são definidas por um único grupo de especificações ou medidas. Bens Duráveis: os que permanecem úteis por muito tempo, abrangendo, portanto, os bens de consumo e os de capital. Biodiversidade: (a) Referente à variedade de vida existente no planeta, seja terra ou água; (b) Variedade de espécies de um ecossistema; (c) É o conjunto de todas as espécies de plantas e animais e de seus ambientes naturais, existentes em uma determinada área; (d) Termo que se refere à variedade de genótipos, espécies, populações, comunidades, ecossistemas e processos ecológicos existentes em uma determinada região. Pode ser medida em diferentes níveis. genes, espécies, níveis taxonômicos mais altos, comunidades e processos biológicos, ecossistemas, biomas, e em diferentes escalas temporais e espaciais. Bioma: Amplo conjunto de ecossistemas terrestres caracterizados por tipos fisionômicos semelhantes de vegetação, com diferentes tipos climáticos. É o conjunto de condições ecológicas de ordem climática e características de vegetação: o grande ecossistema com fauna, flora e clima próprios. Os principais biomas mundiais são: tundra, taiga, floresta temperada caducifólia, floresta tropical chuvosa, savana, oceano e água doce. Biomassa: Quantidade de matéria orgânica presente num dado momento numa determinada área, e que pode ser expressa em peso, volume, área ou número. Biosfera: Sistema único formado pela atmosfera (troposfera), crosta terrestre (litosfera), água (hidrosfera) e mais todas as formas de vida. É o conjunto de todos os ecossistemas do planeta. Biota: Conjunto de seres vivos que habitam um determinado ambiente ecológico, em estreita correspondência com as características físicas, químicas e biológicas deste ambiente. Biótico: (a) Relativo ao bioma ou biota, ou seja, ao conjunto de seres animais e vegetais de uma região; (b) Referente a organismos vivos ou produzidos por eles. Por exemplo: fatores ambientais criados pelas plantas ou microrganismos. Biótipo: Grupo de indivíduos geneticamente iguais. 469 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Blindagem: Material cuja finalidade é evitar que a radiação produzida em um determinado compartimento ou local chegue ao meio externo ou a um local indevido fora dos padrões permitidos por normas. C Cadeia alimentar: É a transferência da energia alimentar que existe no ambiente natural, numa seqüência na qual alguns organismos consomem e outros são consumidores. Essas cadeias são responsáveis pelo equilíbrio natural das comunidades e o seu rompimento pode trazer o desequilíbrio natural das comunidades e o seu rompimento ter conseqüências drásticas, como é o caso quando da eliminação de predadores de insetos. Estes podem proliferar rapidamente e transformar-se em pragas nocivas à economia humana. A cadeia alimentar é formada por diferentes níveis tróficos (trophe = nutrição). A energia necessária ao funcionamento dos ecossistemas é proveniente do sol e é captada pelos organismos clorofilados (autótrofos), que por produzirem alimento são chamados produtores (1º nível trófico). Estes servem de alimento aos consumidores primários (2º nível trófico ou herbívoros), que servem de alimento aos consumidores secundários (3º nível trófico) que servem de alimento aos consumidores terciários (4º nível trófico) e assim sucessivamente Todos os organismos ao morrerem, sofrem a ação dos saprófagos (sapros = morto, em decomposição; phagos = devorador), que constituem o nível trófico dos decompositores. Calor residual: (a)para um reator desligado: o calor resultante de radioatividade e fissão residuais; (b)para combustíveis ou componentes do reator, após terem sido removidos do reator: o calor resultante de radioatividade residual. Canal de descarga: Em uma Usina nuclear, refrigerante em circuito aberto, duto através do qual se elimina a água de refrigeração do condensador. Censo demográfico: Conjunto dos dados característicos dos habitantes de uma localidade ou país, para fins estatísticos; recenseamento. Central nuclear: Complexo industrial fixo destinado à produção de energia elétrica e/ou térmica, por meio de uma ou mais Usinas nucleares. Cetáceos: Ordem (Cetacea) de mamíferos completamente aquáticos, na maioria eutérios marinhos, que consiste nas baleias, golfinhos, toninhas e formas relacionadas, todos com cabeça muito grande, corpo afilado como o de um peixe e quase desprovido de pêlos, membros anteriores semelhantes à pá de um remo, sem membros posteriores, cauda terminando em nadadeira larga, horizontal, encéfalo grande, estômago complexo com quatro ou mais câmaras e duas mamas em posição posterior. Cinturão móvel: Região linear ou arqueada sujeita a dobramento ou outra deformação durante um ou mais ciclos orogenéticos. Constituem-se em cinturões 470 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto móveis à época de sua formação, assumindo o caráter geomórfico montanhoso em decorrência, também, de processos pós-orogenéticos (por exemplo: isostasia). Circuito primário de refrigeração: Sistema destinado à circulação do refrigerante primário. Circuito secundário de refrigeração: Sistema destinado à circulação do refrigerante secundário. Cirrus: Nuvens de aspecto essencialmente filamentoso, conferindo-as um aspecto de plumas ou cabelos esvoaçantes. Apresentam uma transparência característica, o que faz com que não se obscureçam ou obscureçam pouco quando vistas contra a luminosidade solar. Clímax: Complexo de formações vegetais mais ou menos estáveis durante longo tempo, em condições de evolução natural. Diz-se que está em equilíbrio quando as alterações que apresenta não implicam em rupturas importantes no esquema de distribuição de energia e materiais entre seus componentes vivos. Pode ser também a última comunidade biológica em que termina a sucessão ecológica, isto é, a comunidade estável, que não sofre mais mudanças direcionais. Coelho: Pequeno recipiente impulsionado pneumático ou hidraulicamente, através de um tubo, desde um laboratório até um local em um reator nuclear, ou até outra instalação onde uma amostra possa ser irradiada durante pequenos períodos de tempo e, em particular, pequeno tempo de trânsito para o laboratório. Combustível irradiado: Combustível nuclear removido de um reator após irradiação e não mais utilizável Combustível nuclear: Material físsil que, quando utilizado em um reator nuclear, possibilita uma reação nuclear em cadeia. Comissionamento: Processo durante o qual componentes e sistemas de uma Usina nuclear são colocados em operação, procedendo-se desta forma a constatação da sua conformidade com as características de projeto e critérios de desempenho. Inclui tanto os ensaios nucleares como os não-nucleares. Composição florística: Inventário das espécies que compõem a vegetação de uma determinada região, além das informações relativas ao habitat, época de floração, número de espécimes etc. Composição granulométrica: Exprime em porcentagem do peso total, a proporção das partículas de diversas dimensões de um solo ou de uma rocha. Comunidade planctônica: Conjunto de seres vivos que habitam na superfície de corpos d água com muito pouca ou nenhuma capacidade de locomoção, sendo transportados pelas correntezas. Comunidades (Biol.): Conjunto de todos os indivíduos de todas as espécies da fauna e flora de uma região. 471 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama): Criado pela Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938, de 31.08.81), teve sua composição, organização, competência e funcionamento estabelecidos pelo Poder Executivo pelo Decreto nº 88.351 de 01.06.83 e modificados pelo Decreto nº 91.305, de 03.06.85. O Conama é o órgão consultivo e deliberativo pertencente ao Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Após a vigência do Decreto nº 99.274/90, o plenário do Conama é composto por: o Ministro de Estado do Meio Ambiente da Amazônia Legal e dos Recursos Hídricos, que o preside, o Secretário de Meio Ambiente, o Presidente do Ibama; representantes de cada ministério, dos governos dos Estados, Territórios e Distrito Federal, designados pelos respectivos governadores, das Confederações Nacionais dos Trabalhadores no Comércio, na Indústria e na Agricultura, das Confederações Nacionais do Comércio, da Indústria e da Agricultura, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) e da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN), de duas associações civis de defesa do meio ambiente, de cinco entidades da sociedade civil ligadas à preservação da qualidade ambiental, sendo uma de cada região geográfica do País. O Conama constitui-se do Plenário, de Câmaras Técnicas, formadas por membros conselheiros, com poder deliberativo, e da Secretaria Executiva. A competência do Conama inclui o estabelecimento de todas as normas técnicas e administrativas para a regulamentação e a implementação da Política Nacional do Meio Ambiente e a decisão, em grau de recurso, das ações de controle ambiental do Ibama. Conservação da natureza: Uso racional dos recursos naturais, com o fim de assegurar uma produção contínua dos recursos renováveis e impedir o esbanjamento dos recursos não renováveis, para manter o volume e a qualidade em níveis adequados, de modo a atender às necessidades de toda a população e das gerações futuras. Contador: Designação genérica aplicada aos instrumentos detectores de radiações ou medidores radiométricos que detectam e medem radiações em termo de ionização individual, indicando ou o total acumulado ou a taxa de ocorrência. Contaminação radioativa: Presença indesejável de materiais radioativos em pessoas, materiais, meios e locais. Contaminação: A ação ou efeito de corromper ou infectar por contato. Termo usado, muitas vezes, como sinônimo de poluição, porém quase sempre empregado, em português, em relação direta a efeitos sobre a saúde do homem. Contêiner: Recipiente com blindagem adequada, usado para armazenar ou transportar material radioativo. Contenção: Estrutura de aço existente em volta do núcleo de um reator nuclear de potência que impede, em caso de falhas dos sistemas de segurança da Usina, a evasão da radioatividade para o meio ambiente. 472 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Controle de qualidade: Ações de garantia da qualidade que proporcionam meios de controlar e avaliar as características de um item,serviço processo ou instalação, em relação aos requisitos estabelecidos. Costa Verde: Região do litoral do estado do Rio de Janeiro que se estende da Ilha de Itacuruça até a região de Parati, ao sudoeste, e caracteriza-se pelo encontro da Serra do Mar com o oceano. Cráton: Porções relativamente estáveis de continentes compostos por áreas escudo e sedimentos de plataformas; tipicamente, crátons estão rodeados por regiões tectonicamente ativas caracterizadas por atividade vulcânica, aparecimento de falhas e movimentos ascencionais. Crítico: Qualificação que se aplica a um meio onde ocorre reação nuclear em cadeia, com fator de multiplicação efetivo igual à unidade. D Daninhas: Erva que nasce e se propaga no meio de certas culturas sem ter sido semeada. Decaimento radioativo: Decréscimo com o tempo, por transformação espontânea nuclear, da atividade de uma substância radioativa ou uma mistura destas substâncias. Decompositores: Organismos que transformam a matéria orgânica morta em matéria inorgânica simples, passível de ser reutilizada pelo mundo vivo. Compreendem a maioria dos fungos e das bactérias. O mesmo que saprófitas. Defesa em profundidade: Filosofia de projeto e operação das instalações nucleares que preconiza múltiplas camadas de proteção para prevenir e mitigar acidentes. Inclui o uso de controles, múltiplas barreiras físicas para impedir a liberação da radiação, funções críticas de segurança redundantes e diversas. Degradação ambiental: A alteração adversa das características do meio ambiente. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): É a determinação da quantidade de oxigênio dissolvida na água e utilizada pelos microorganismos na oxidação bioquímica da matéria orgânica. É o parâmetro mais empregado para medir a poluição, normalmente utilizando-se a demanda bioquímica de cinco dias a uma temperatura de 20ºC (DB05). A determinação de DBO é importante para verificar-se a quantidade de oxigênio necessária para decompor a matéria orgânica. Demanda Química de Oxigênio (DQO): Medida da capacidade de consumo de oxigênio pela matéria orgânica presente na água ou água residuária. É expressa como a quantidade de oxigênio consumido pela oxidação química, no teste específico. Não diferencia a matéria orgânica estável e assim não pode ser necessariamente correlacionada com a demanda bioquímica de oxigênio 473 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Desenvolvimento sustentado: Modelo de desenvolvimento que leva em consideração, além dos fatores econômicos, aqueles de caráter social e ecológico, assim como as disponibilidades dos recursos vivos e inanimados, as vantagens e os inconvenientes, em curto, médio e longo prazos, de outros tipos de ação. Tese defendida a partir do teórico indiano Anil Agarwal, pela qual não pode haver desenvolvimento que não seja harmônico com o meio ambiente. Assim, o desenvolvimento sustentado é um tipo de desenvolvimento que satisfaz as necessidades econômicas do presente sem comprometer a capacidade de utilização do meio ambiente pelas gerações futuras. Deutério: Isótopo natural do hidrogênio, cujo o número de massa é igual a dois. É representado pelo símbolo D. Diatomáceas: Alga unicelular microscópica que vive no meio aquático naturalmente iluminado, constituindo parte do plâncton ou presa a algum tipo de substrato. Têm carapaça silicosa (opala) denominada de frústula. Representa um importante componente do plâncton, ao lado dos copépodes. Muitas espécies apresentam preferências em termos de profundidade e salinidade. Dinoflagelados: Seres unicelulares, microscópicos (10 a 100 µm), móveis pelo menos numa fase do ciclo de vida. São um dos membros mais importantes do fitoplâncton em ecossistemas marinhos e de água doce; representam o maior constituinte do ciclo alimentar. O nome (Dinoflagellata) deriva da palavra grega dinos (rotação em espiral) e do latim flagellum (flagelo). Dispersão de poluentes: Movimento de uma parcela de ar poluído inteira, quer vertical como horizontalmente para fora de uma área. Os processos de diluição e de dispersão são simultâneos e, quase sempre, o termo dispersão é usado para designar tanto a mistura quanto o transporte (da parcela de ar poluído). Distribuição espacial (Biol.): Distribuição das espécies da fauna e flora em uma determinada região. Distritos: São as unidades administrativas dos municípios. Têm sua criação norteadas pelas Leis Orgânicas dos Municípios. Diversidade de espécies: Índice que qualifica uma comunidade associando a quantidade de espécies e de indivíduos de uma região. Drenagem: Remoção natural ou artificial da água superficial ou subterrânea de uma determinada área. E Ecologia: Ciência que estuda a relação dos seres vivos entre si e com o ambiente físico. Palavra originado do grego: oikos = casa, moradia + logos = estudo. 474 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Ecossistemas insulares: Ecossistemas que se encontram isolados fisicamente de outros ecossistemas maiores, chamados de continente. Ecossistemas: Conjunto integrado de fatores físicos, químicos e bióticos, que caracterizam um determinado lugar, estendendo-se por um determinado espaço de dimensões variáveis. Ecótono: Região de transição entre dois ecossistemas diferentes ou entre duas comunidades. Educação ambiental: Conjunto de ações educativas voltadas para a compreensão da dinâmica dos ecossistemas, considerando os efeitos da relação do homem com o meio ambiente, a determinação social e a variação/evolução histórica dessa relação. Visa preparar o indivíduo para integrar-se criticamente ao meio ambiente, questionando a sociedade junto à sua tecnologia, seus valores e até o seu cotidiano de consumo, de maneira a ampliar a sua visão de mundo numa perspectiva de integração do homem com a natureza. Efluente: Qualquer tipo de água, ou outro fluido de um sistema de coleta, de transporte, como tubulações, canais, reservatórios, elevatórias, ou de um sistema de tratamento ou disposição final, como estações de tratamento e corpos dágua. Emissão: Lançamento de um efluente (líquido ou gasoso) no ar ambiente ou em um corpo de água. Empreendimento: (a) Organização formada para explorar um negócio. (b) Projeto. Endêmica: (a) Espécie nativa, restrita a uma determinada área geográfica. (b) Característica da espécie que tem sua ocorrência limitada a um único local ou região. Energia nuclear: Energia liberada em transição ou em reações nucleares. Enriquecimento: Qualquer processo no qual é aumentada a concentração de um determinado isótopo presente em uma mistura de isótopos de um mesmo elemento. Nota: Também designa o teor isotópico de um determinado isótopo acima do teor natural. Epicentro: Ponto da superfície terrestre que se encontra situado exatamente sobre o local de origem do terremoto no interior da crosta. Erosão: É o desgaste do solo que pode ocorrer em função das chuvas, do vento, dos rios, das ondas do mar, etc. Escoamento Superficial: Quantidade de líquido, geralmente proveniente de precipitação (chuva), que se escoa para um curso dágua pela superfície do solo. Esfregaço: Em radioproteção, operação que permite estimar a contaminação radioativa de uma superfície, consistindo em esfregar essa superfície com um material apropriado, medindo em seguida, a atividade resultante neste material. Espécie exótica: Ser vivo introduzido em uma área onde não existia originalmente. 475 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Espécie pioneira: Espécie vegetal que inicia a ocupação de áreas desabitadas de plantas em razão da ação do homem ou de forças naturais. Espécies migrantes: Espécies cujos indivíduos se deslocam coletivamente de um local para outro, às vezes incluindo deslocamentos continentais como no caso de certas espécies da avifauna. Em geral, as espécies buscam condições ambientais mais favoráveis, pois a migração se dá para locais com climas mais amenos e com maior fartura de alimentos, coincidindo muitas vezes com o período do acasalamento. As migrações costumam ser periódicas e reversíveis. Estação de Tratamento: Conjunto de instalações, dispositivos e equipamentos destinados ao tratamento. Quando dedicada a tratar água bruta para uso público ou industrial, chama-se Estação de Tratamento de Água (ETA) e; para o tratamento de esgotos domésticos, Estação de Tratamento de Esgotos (ETE). Estação Ecológica (ESEC): Unidade de conservação que se destina à preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites e à realização de pesquisas científicas. Não é permitida a visitação pública, admitindo-se, no entanto, de acordo com regulamento específico, a sua realização com objetivo educacional. Estágios sucessionais: Etapas de substituição seqüencial de espécies vegetais e animais em uma comunidade biótica. Estolões: Caule aéreo ou subaéreo, geralmente delgado e longo, capaz de enraizar nos nós e dar origem a outra planta, por separação da planta-mãe. Estratos (vegetação): Determinada camada de vegetação em uma comunidade vegetal. Cada estrato é composto por plantas que tem alturas semelhantes. Sob o ponto de vista ecológico divide-se em estratos arbóreo, arbustivo, subarbustivo e rasteiro ou herbáceo. Estudo de Impacto Ambiental (EIA): Um dos documentos do processo de avaliação de impacto ambiental. Trata-se da execução por equipe multidisciplinar, de uma análise sistemática das conseqüências da implantação de um projeto no meio ambiente, por meio de métodos de AIA e técnicas de previsão de impacto. O estudo é realizado sob a orientação da autoridade ambiental responsável pelo licenciamento do projeto em questão, que, por meio de termos de referência específicos, indica a abrangência do estudo e os fatores ambientais a serem considerados detalhadamente. O Estudo de Impacto Ambiental compreende, no mínimo: (a) a descrição das ações do projeto e suas alternativas, nas etapas de planejamento, construção, operação e, no caso de projetos de curta duração, desativação; (b) a delimitação e o diagnóstico ambiental da área de influência; (c) a identificação, a medição e a valoração dos impactos; (d) a comparação das alternativas e a previsão da situação ambiental futura da área de influência, nos casos de adoção de cada uma das alternativas, inclusive no caso de o projeto não se executar; (e) a identificação das medidas mitigadoras; (f) o programa de gestão ambiental do empreendimento, que inclui a monitoração dos impactos; e (g) a preparação do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). 476 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Eutrofização: Fenômeno pelo qual a água é acrescida, principalmente, por compostos nitrogenados e fosforados. Ocorre pelo depósito de fertilizantes utilizados na agricultura ou de lixo e esgotos domésticos, além de resíduos industriais como o vinhoto, oriundo da indústria açucareira, na água. Isso promove o desenvolvimento de uma superpopulação de microorganismos decompositores, que consomem o oxigênio, acarretando a morte das espécies aeróbicas, por asfixia. A água passa a ter presença predominante de seres anaeróbicos que produzem o gás ácido sulfídrico (H2S), com odor parecido ao de ovos podres. Evaporação: Processo pelo qual as moléculas de água na superfície líquida ou na unidade de solo, adquirem suficiente energia, através da radiação solar e passam do estado líquido para o de vapor. Exposição: Ato ou condição de estar submetido à radiação ionizante. Extinção de espécies: Desaparecimento definitivo de uma espécie de ser vivo. Extração Seletiva: Extração de espécies ou de produtos de origem vegetal previamente determinados. Extrativismo: Atividade econômica que tem por objetivo coletar elementos da natureza. F Falha simples: Ocorrência (randômica) que resulta na perda da capacidade de um componente do sistema em desempenhar as funções de segurança para as quais foi projetado. A falha simples inclui as falhas conseqüentes por ela causada. Fauna: Conjunto de animais que habitam determinada região. Fisiografias: Estudo científico, com base experimental, das funções orgânicas e dos processos vitais dos seres vivos. Fisionomias: Feições características no aspecto de uma comunidade vegetal. Fissão nuclear: Divisão de um núcleo pesado em dois (ou, raramente, mais) outros núcleos de massas intermediarias, chamados fragmentos de fissão. Este fenômeno é comumente acompanhado pela emissão de neutros, raios gama e, ocasionalmente, pequenos fragmentos nucleares carregados. Neste processo, a energia liberada é da ordem de 200 MeV. Constar tabela de Unidades Fitoplâncton: Denominação utilizada para indicar organismos fotossintetizantes, de vida livre, em geral microscópicos, que flutuam no corpo de águas marinhas ou doces. Fitoplanctônica: Que se refere a fitoplâncton. Fitossociologia: Ciência voltada ao estudo das comunidades vegetais, envolvendo o estudo de todos os fenômenos relacionados com a vida das plantas dentro das 477 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto unidades sociais. Retrata o complexo vegetação, solo, clima. É a parte da ecologia que estuda as associações e inter-relações entre as populações vegetais. Fitossociológicos: Que se refere a fitossociologia. Flora: Totalidade das espécies vegetais que compreende a vegetação de uma determinada região, sem qualquer expressão de importância individual. Floresta Atlântica (Mata Atlântica): Atualmente o conceito é abrangente e leva em consideração não só a floresta propriamente estabelecida, mas uma série de "ecossistemas associados". A definição consensual mais recente foi publicada pelo Decreto Federal nº 750 de 1993, que define, em seu art. 3º: "considera-se Mata Atlântica as formações florestais e ecossistemas associados inseridos no domínio Mata Atlântica, com as respectivas delimitações estabelecidas pelo Mapa de Vegetação do Brasil, IBGE 1988: Floresta Ombrófila Densa Atlântica, Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual, manguezais restingas campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste". Fotossíntese: Processo bioquímico que permite aos vegetais sintetizar substâncias orgânicas complexas e de alto conteúdo energético, a partir de substâncias minerais simples e de baixo conteúdo energético. Para isso, se utilizam energia solar que captam nas moléculas de clorofila. Neste processo, a planta consome gás carbônico (CO2) e água, liberando oxigênio (O2) para a atmosfera. É o processo pelo qual as plantas utilizam a luz solar como fonte de energia para formar substâncias nutritivas. Fragmentação: Processo de perturbação ambiental que transforma um habitat antes contínuo em fragmentos isolados. Os fragmentos geralmente estão circundados por ambiente antrópico, isto é, ocupado ou modificado pelo homem. G Gabião: Acondicionamento de pedras em gaiolas metálicas. Os gabiões são usualmente utilizados para composição de muros de arrimo para estabilização de taludes e aterros. Galeria: Em mineração, abertura, acesso ou passagem horizontal, artificial, feita em sub-superfície, para fins de pesquisa e lavra de minério. Garantia da qualidade: Ações planejadas e sistemáticas necessárias para promover adequada confiança, em que um do item ou serviço atenderá satisfatoriamente aos seus objetivos. Gerador de vapor: Trocador de calor que produz vapor d água utilizando o calor retirado do refrigerante primário. Gestão Ambiental: Condução, direção, proteção da biodiversidade, e controle do uso de recursos naturais através de determinados instrumentos, que incluem regulamentos 478 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto e normatização, investimentos públicos e financiamentos, requisitos inter-institucionais e jurídicos. Este conceito tem evoluído para uma perspectiva de gestão compartilhada pelos diferentes agentes envolvidos e articulados em seus diferentes papéis, a partir da perspectiva de que a responsabilidade pela conservação ambiental é de toda a sociedade e não apenas do governo, e baseada na busca de uma postura pró-ativa de todos os atores envolvidos. Gramíneas: Família de plantas que caracterizam-se em geral como ervas monocotiledôneas de pequeno porte, com caule em geral oco e articulado por nós sólidos, raramente ramificado e mais ou menos lenhoso, folhas lineares, sésseis, com lígula e bainha enrolada em redor do caule, raízes geralmente fasciculares e flores na maioria das espécies, cachos e partículas simples ou compostas por espiguetas. Granívoras: Espécies animais que se alimentam de sementes. H Habitat: Ambiente que oferece um conjunto de condições favoráveis para o desenvolvimento, a sobrevivência e a reprodução de determinados organismos. Os ecossistemas, ou parte deles, nos quais vive um determinado organismo, são seu habitat. O habitat constitui a totalidade do ambiente do organismo. Cada espécie necessita de determinado tipo de habitat porque tem um determinado nicho ecológico. Herbáceas: Plantas com características de erva. Designativo das plantas cujos ramos e hastes não são lenhosas e perecem depois da frutificação. Herpetofauna: Conjunto de todas as espécies de anfíbios e répteis de uma região. Hidrocarbonetos: Substâncias minerais de origem orgânica em cuja composição dominam amplamente o hidrogênio e o carbono. Geralmente apresentam-se em forma de misturas de numerosos hidrocarbonetos que, se são líquidas, costumam se denominar petróleo ou petróleo cru: se são gasosas, são denominadas como gás natural; e, se são sólidas, são denominadas como xisto, asfalto ou betume (Diccionario de la Naturaleza, 1987). Hidrografia: Conjunto das águas correntes ou estáveis de uma região, é a descrição das condições físicas dos corpos d água superficiais. I IBAMA: O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis é a instituição governamental encarregada de executar as políticas de meio ambiente no âmbito do Governo Federal. Tem entre suas atribuições a função de coordenar e fomentar a conservação de ambientes naturais representativos dos ecossistemas brasileiros. Estas áreas protegidas somam aproximadamente 4% do território brasileiro, distribuídas em diferentes biomas. 479 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Íctica: Referente a peixe. Ictiofauna: Conjunto de todas as espécies de peixes de uma região. Ictioplâncton: larvas de peixes que fazem parte do plâncton. Impacto ambiental: Qualquer alteração das propriedades físico-químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, enfim, a qualidade dos recursos ambientais. Incorporação (I): Admissão de material radioativo no corpo humano, por ingestão, inalação ou penetração através da pele ou de ferimentos. Insetívoros: Espécies animais que se alimentam de insetos. Insolação: Radiação solar direta incidente por unidade de área em um dado local. Instalação nuclear: Instalação na qual material nuclear é produzido, processado utilizado, manuseado ou estocado em quantidades relevantes, a juízo da CNEN. Estão desde logo, compreendidos nesta definição: (a) reator nuclear; (b) Usina que utiliza combustível nuclear para produção de energia térmica ou elétrica, para fins industriais; (c) fábrica ou Usina, para a produção ou tratamento de materiais nucleares, integrantes de ciclo de combustível nuclear; (d) Usina de reprocessamento de combustível nuclear irradiado; (e) depósito de matérias nucleares, não incluindo local de armazenamento temporário usado durante o transporte. Íon: Átomo, molécula ou fragmento de uma molécula, que adquiriu uma carga elétrica pela perda ou captura de um ou mais elétrons. Ionização: Qualquer processo pela qual um átomo, molécula ou íon ganha ou perde elétrons. Irradiação: Exposição à radiação ionizante. Isótopos: Nuclídeo com o mesmo número atômico e o número de massa diferente. J Jusante: Denomina-se a uma área que fica abaixo da outra, ao se considerar a corrente fluvial pela qual é banhada. Costuma-se também empregar a expressão relevo de jusante ao se descrever uma região que está numa posição mais baixa em relação ao ponto considerado. O oposto de jusante é montante (Guerra, 1978). L Latitude: Distância linear ou angular medida ao norte ou ao sul do equador, em uma esfera ou esferóide. 480 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Lençol freático: Lençol dágua subterrâneo limitado superiormente por uma superfície livre (a pressão atmosférica normal) (DNAEE, 1978). Liberação de efluentes radioativos: Processo pelo qual líquidos, gases ou aerossóis, provenientes de uma instalação nuclear ou de uma instalação radioativa, são descarregados para o meio ambiente, desde que suas atividades estejam abaixo dos níveis permitidos pelas normas vigentes. Licenciamento Ambiental: Instrumento de política ambiental instituído em âmbito nacional pela Lei nº 6.938, de 31.08.81, e regulamentado pelo Decreto nº 88.351, de 1.06.83, que consiste em um processo destinado a condicionar a construção, a instalação, o funcionamento e a ampliação de estabelecimento de atividades poluidoras ou que utilizem recursos ambientais ao prévio licenciamento, por autoridade ambiental competente. A legislação prevê a expedição de três licenças ambientais, todas obrigatórias, independentes de outras licenças e autorizações exigíveis pelo Poder Público: Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO) (art. 20 do referido decreto). Licenciamento: Processo pelo qual está sujeita uma instalação nuclear ou uma instalação radioativa, desde a aprovação do local até o descomissionamento ou a retirada total de operação. Linhas de instabilidade: Linha de nuvens de chuva, moderada a forte, com trovoadas, que às vezes é acompanhada por rajadas de vento intensas e até granizo. Lixiviação: Processo que sofrem as rochas e solos, ao serem lavados pela água das chuvas. Nas regiões intertropicais, de clima úmido, os solos tornam-se estéreis com poucos anos de uso, devido, em grande parte, aos efeitos da lixiviação. Lodo: Sólidos acumulados e separados dos líquidos, de água ou água residuária durante um processo de tratamento ou depositados no fundo dos rios ou outros corpos dágua (ACIESP, 1980). Logradouro: Lugar, como praças, jardins, hortos, passeios etc. Longitude: Ângulo entre o plano que contém o eixo da Terra, e que define o meridiano de origem das longitudes (meridiano de Greenwich), e o plano que contém o eixo da Terra e o meridiano do lugar do observador, contado de 0 a 180 graus, para oeste e para leste. M Maciço: Bloco compacto de rocha num cinturão orogênico, geralmente mais rígido do que as rochas vizinhas e formado quase sempre de uma base cristalina; conjunto de montanhas que formam um bloco contínuo. Macrófita aquática: Planta aquática visível a olho nu. 481 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Magma: Massa mineral pastosa, em estado de fusão, situada a grande profundidade da superfície terrestre, cujos movimentos determinam os fenômenos vulcânicos e que, ao resfriar, cristaliza-se, dando origem às rochas ígneas. Magmatismo: Formação, desenvolvimento e movimentação do magma. Manancial: Qualquer corpo dágua, superficial ou subterrâneo, utilizado para abastecimento humano, industrial ou animal, ou irrigação. Manejo de Unidades de Conservação: É o conjunto de ações e atividades necessárias ao alcance dos objetivos de conservação de áreas protegidas, incluindo as atividades fins, tais como proteção, recreação, educação, pesquisa e manejo dos recursos, bem como as atividades de administração ou gerenciamento. O termo gestão de uma unidade de conservação pode ser considerado sinônimo de manejo da mesma. Manejo: Aplicação de programas de utilização dos ecossistemas, naturais ou artificiais, baseada em teorias ecológicas sólidas, de modo a manter, de melhor forma possível, nas comunidades, fontes úteis de produtos biológicos para o homem, e também como fonte de conhecimento científico e de lazer. Manguezal: Ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos sujeitos à ação da maré e localizados em áreas relativamente abrigadas, tais como baías, estuários e lagunas. Mata ciliar (Mata de galeria): Mata estreita existente na beira dos rios. Material Particulado em Suspensão: Material carreado pelo ar, composto de partículas sólidas e líquidas de diâmetros que variam desde 20 micra até menos de 0,05 mícron. Podem ser identificados mais de vinte elementos metálicos na fração inorgânica de poluentes particulados. A fração orgânica é mais complexa contendo um grande número de hidrocarbonetos, ácidos, bases, fenóis e outros componentes. Material radioativo: Material que contem substancia emissoras de radiação ionizante. Medidas Compensatórias: Mecanismos financeiros de compensação pelos efeitos de impactos não mitigáveis ocorridos quando da implantação de empreendimentos, identificados no processo de licenciamento ambiental. Estes recursos são destinados às Unidades de Conservação. Medidas Mitigadoras: São aquelas destinadas a prevenir impactos ambientais ou reduzir a sua magnitude. Meia-vida efetiva: Tempo necessário para que a atividade de um determinado radionuclídeo presente num sistema seja reduzida à metade de seu valor, em conseqüência tanto do decaimento radioativo quanto de outros processos, como eliminação biológica ou queima de combustível, quando a taxa de eliminação for aproximadamente exponencial. 482 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Meia-vida: Para um processo único de decaimento radioativo, tempo necessário para que a atividade de um radionuclídeo diminua à metade de seu valor. Meio Ambiente: Conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, químicos, biológicos e dos fatores sociais suscetíveis de terem um efeito direto ou indireto, imediato ou a termo, sobre os seres vivos e as atividades humanas (Poutrel & Wasserman, 1977). Mesorregião: Área individualizada, em uma Unidade da Federação, que apresenta formas de organização do espaço geográfico definidas pelas seguintes dimensões: o processo social, como determinante, o quadro natural, como condicionante, e a rede de comunicação e de lugares, como elemento da articulação espacial. Metais pesados: Metais como o cobre, zinco, cádmio, níquel e chumbo, presentes em determinados processos industriais, tendem a se acumular nos organismos devido à baixa taxa de eliminação. Podem também se associar a processos bioquímicos, alterando a fisiologia normal, provocando, desta maneira, doenças relacionadas à sua exposição. Metamorfismo: Processo pelo qual uma rocha para equilibrar-se internamente, e com o meio em que se encontra, ajusta-se, estruturalmente e/ou mineralogicamente, a condições de pressão e temperatura diferentes daquelas em que foi formada, sem o desenvolvimento de uma fase de silicatos em fusão. Microclima: Condição climática de uma pequena área resultante da modificação das condições climáticas gerais, por diferenças locais em elevação ou exposição. Microrregião: Parte das mesorregiões que apresenta especificidades, quanto à organização do espaço. [...] Essas especificidades referem-se à estrutura de produção, agropecuária, industrial, extrativismo mineral ou pesca.[...] A estrutura da produção para identificação das microrregiões é considerada em sentido totalizante, constituindo-se pela produção propriamente dita, distribuição, troca e consumo, incluindo atividades urbanas e rurais. Mesorregião: "Área individualizada, em uma Unidade da Federação, que apresenta formas de organização do espaço geográfico definidas pelas seguintes dimensões: o processo social, como determinante, o quadro natural, como condicionante, e a rede de comunicação e de lugares, como elemento da articulação espacial." Microssismos: Abalo sísmico de pequenas proporções. Migração: Deslocamento de indivíduos ou grupo de indivíduos de uma região para outra. Pode ser regular ou periódica, podendo ainda coincidir com mudanças de estação. Moderador: Sustância apropriada para moderação de nêutrons. 483 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Monitor de radiação: Equipamento utilizado para medir grandezas relacionadas com a radiação ionizante, provido de sistema de alarme para indicar quando os níveis preestabelecidos forem ultrapassados. Monitoração: avaliação rotineira de informações necessárias para determinar a adequação de medidas de radioproteção e para indicar alterações potenciais significativas nas condições e/ou desempenho de dispositivos de produção; determinação continua ou periódica da quantidade de radiação presente numa determinada área. Monitoramento ambiental: É o acompanhamento periódico, por observações sistemáticas de um atributo ambiental, de um problema ou situação, pela quantificação das variáveis que o caracterizam. O monitoramento determina os desvios entre normas preestabelecidas (referenciais) e as variáveis medidas. Montante: Diz-se do lugar situado acima de outro, tomando-se em consideração a corrente fluvial que passa na região. O relevo de montante é, por conseguinte, aquele que está mais próximo das cabeceiras de um curso dágua, enquanto o de jusante está mais próximo da foz (Guerra, 1978). Morfoespécie: Conjunto de indivíduos com características morfológicas semelhantes, podendo ser ou não da mesma espécie. Este tipo de classificação é comumente utilizada para grupo de seres vivos de difícil taxonomia. Morfoestrutural: relativo a estrutura morfológica de uma unidade geológica. Mutações: Variações descontínuas que modificam o patrimônio genético e se exteriorizam através de alterações permanentes e hereditárias. Se constituem em fatores de relevante importância no sentido da adaptação do ser vivo ao meio ambiente. N Nebulosidade: Proporção do céu coberto por qualquer tipo de nuvens, sendo expressa em décimos de céu coberto. Cobertura de nuvens. Nêutrons rápidos: Nêutrons com energia cinética superior a um determinado valor especificado. Este valor pode variar amplamente e dependerá do campo de interesse, como, por exemplo, física de reatores, blindagem ou dosimetria. Em física de reatores, o valor é freqüentemente fixado em 0,1 MeV. Nêutrons térmicos: Nêutrons em equilíbrios térmico com meio no qual se encontram. Nicho ecológico: Espaço ocupado por um organismo no ecossistema, incluindo também o seu papel na comunidade e a sua posição em gradientes ambientais de temperatura, umidade, pH, solo e outras condições de existência. Nitrato: Sal ou éster do ácido nítrico (HNO3) ou ânion dele derivado. 484 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Nitrito: Sal ou éster do ácido nitroso (HNO2) ou ânion dele derivado. Nível trófico ou nível alimentar: É a posição ocupada por um organismo na cadeia alimentar. Os produtores, o segundo nível, os secundários, o terceiro nível e assim por diante. Os decompositores podem atuar em qualquer nível trófico. Núcleo de um reator: Região de um reator contendo combustível nuclear e onde pode ocorrer uma reação nuclear em cadeia. Nuclídeo: Átomo caracterizado por seu numero de massa, numero atômico e estado nuclear energético, desde que a vida media neste estado seja suficientemente longa para ser observada. O Óleos e Graxas: São substâncias compostas, primordialmente, de substâncias gordurosas originárias dos despejos das cozinhas, de indústrias como matadouros e frigoríficos, extração em autoclaves, lavagem de lã, processamento do óleo, comestíveis e hidrocarbonetos de indústria de petróleo (Braile, 1983). Oligotrófico: Aquele que é pobre em nutrientes minerais. Oxigênio dissolvido: Conjunto de moléculas do gás oxigênio (O2) presentes em meio a um fluído. P Padrão primário: Padrão que possui as mais altas qualidades metrológicas num arranjo especifico. Padrão secundário: Padrão cujo valor é determinado por comparação com um padrão primário. Paleozóico: Era geológica cujo início ocorreu há 545 milhões de anos. Marca o começo da expansão da vida. Parques Nacionais, Estaduais ou Municipais: São superfícies consideráveis que contêm características naturais únicas ou de relevante paisagem cênica, de importância nacional, estadual ou municipal. Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. Partícula alfa: Partícula estável tendo a mesma configuração, de dois (2) prótons e dois (2) nêutrons, como um núcleo de hélio-4, e emitida durante uma desintegração nuclear. Por extensão, qualquer núcleo de hélio-4. 485 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Partícula beta: Elétron de carga positiva ou negativa, que tenha sido emitido por um núcleo atômico durante uma transformação nuclear, ou que resultou da desintegração de um nêutron ou de uma partícula instável. Percolação: Movimento de penetração da água, no solo e subsolo. Este movimento geralmente é lento e vai dar origem ao lençol freático. pH: Sigla para Potencial Hidrogeniônico. Este indicador revela o grau de acidez de um líquido. O pH varia de 1 a 14, sendo de 1 a 6 índices de pH ácido; 7 de pH neutro e 8 a 14 de pH básico. Pioneira: Espécie que surge primeiro, colonizadora. Piscívoros: Espécies animais que se alimentam de peixes. Planícies costeiras: Regiões ao longo do litoral onde a deposição de sedimentos é maior do que a decomposição. Plano de Gestão: Conjunto de ações pactuadas entre os atores sociais interessados na conservação e/ou preservação ambiental de uma determinada área, constituindo projetos setoriais e integrados contendo as medidas necessárias à gestão do território. Plano de Manejo: Documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, incluindo a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade, segundo o Roteiro Metodológico. Plano Diretor: É o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana, sujeito à aprovação por lei. Plantas lenhosas: Plantas que possuem caule de natureza, aspecto e consistência de lenho ou madeira. Poluente: Qualquer agente que possa gerar degradação da qualidade ambiental resultante das atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, criem condições adversas às atividades sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente a biota, afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente, e lancem materiais ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. Poluição: Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitária do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais. Potência nominal: Potência térmica ou elétrica desenvolvida pelo reator, operando em condições de 100% de sua capacidade de projeto. 486 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Potência térmica: Em um reator nuclear, potência gerada pelas fissões que nele ocorrem e liberada, diretamente ou indiretamente, sob forma de calor. Pré-Cambriano: Denominação utilizada para o tempo geológico que se estendeu desde a origem da Terra, 4560 milhões de anos a 545 milhões de anos. Destaca-se nesta fase, principalmente, o resfriamento da Terra e o crescimento dos continentes. Precipitação: Termo utilizado para indicar qualquer deposição em forma líqüida ou sólida, derivada da atmosfera. Precursor: Radionuclídeo que, através de decaimento radioativo ou desintegração, origina um nuclídeo específico (o filho), seja diretamente, seja como membro final de uma série radioativa. Pressão atmosférica: Pressão exercida pelo peso da camada de ar que se encontra sobre um ponto qualquer da superfície terrestre. Produtos de fissão: Nuclídeos produzidos diretamente de processos de fissão, ou por subseqüentes decaimentos dos radionuclídeos então formados. Próton: Partícula elementar estável, spin ½, com carga elétrica positiva de 1,6021892 x 10E-19C e massa de repouso de 1,67226485 x 10E-27 Kg. Q Qualidade Ambiental: O termo pode ser conceituado como juízo de valor atribuído ao quadro atual ou às condições do meio ambiente. A qualidade do ambiente refere-se ao resultado dos processos dinâmicos e interativos dos componentes do sistema ambiental, e define-se como o estado do meio ambiente numa determinada área ou região, como é percebido objetivamente em função da medição de qualidade de alguns de seus componentes, ou mesmo subjetivamente em relação a determinados atributos, como a beleza da paisagem, o conforto, o bem-estar. Qualidade: Grau de adequação de um item ou serviço à finalidade a que se destina. Quelônios: Ordem de répteis anapsidas, conhecidos como tartarugas, cágados ou jabutis, com cerca de 250 espécies., aquáticas ou terrestres, encontradas em quase todo o mundo, com exceção da Nova Zelândia e do Oeste da América do Sul. R Radiação: Emissão e propagação de energia através do espaço ou de um meio material, na forma de ondas ou na forma de energia cinética de partículas. Radiação ionizante: Toda radiação composta por uma partícula direta ou indiretamente ionizante ou por uma mistura de ambas. 487 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Radioatividade: Propriedades de certos nuclídeos emitirem, espontaneamente, partículas ou radiação gama, ou de emitirem radiação X, após captura de elétrons orbital, ou de sofrerem uma fissão espontânea. Radioisótopo: Isótopo radioativo de um dado elemento. Radionuclídeo: Nuclídeo radioativo. Radioproteção: Conjunto de medidas associadas à limitação dos efeitos nocivos da radiação ionizante sobre as pessoas, como a limitação da exposição externa a estas radiações, a limitação da incorporação de radionuclídeos. Reatividade: Expressão do afastamento do estado de um reator nuclear em relação à criticalidade. Uma reatividade positiva indica um movimento em direção à supercriticalidade; uma reatividade negativa indica um movimento em direção à subcriticalidade. Reator nuclear: Dispositivo que contém combustível nuclear, no qual uma reação de fissão nuclear em cadeia, auto-sustentada, pode ser mantida e controlada. Às vezes o termo é aplicado a um dispositivo no qual pode ser produzida e controlada uma reação de fissão nuclear. Recarga: Operação por meio da qual o combustível irradiado é substituído no núcleo de um reator. Reflorestamento: Processo que consiste no replantio de árvores em áreas que anteriormente eram ocupadas por florestas. Refrigerante primário: Fluido de refrigeração utilizado para remover o calor de uma fonte primária, como, por exemplo, um núcleo de reator. Refrigerante secundário: Fluído de refrigerante utilizado para remover calor do circuito primário de refrigeração. Rejeito de alta atividade: Materiais radioativos que ao fim de sua vida útil devem ser adequadamente dispostos, incluindo: [a] o material altamente radioativo resultante do reprocessamento de combustível queimado, incluindo os rejeitos líquidos diretamente reprocessados e qualquer sólido derivado desse rejeito líquido que contenha produtos de fissão em concentrações; [b] combustível do reator irradiado; [c] Outros materiais altamente radioativos que a CNEN, consistente com a legislação vigente, determine necessitar de isolamento permanente. Rejeito de baixa atividade: Uma expressão geral para uma grande gama de rejeitos contendo baixos níveis de radioatividade. As indústrias, os hospitais, as clínicas, as escolas, as instituições de pesquisa, os laboratórios do governo ou privados; e instalações do ciclo do combustível (e.g., reatores nucleares de potência e fábricas de combustível) que usem materiais radioativos geram rejeitos radioativos de baixa atividade como parte de suas operações normais. Estes rejeitos são gerados de muitas formas físicas e químicas e níveis de contaminação. 488 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Rejeito radioativo: Material radioativo indesejável, resultante do processo ou do manuseio de materiais radioativos. Relevo: É um conjunto de formas salientes e reentrantes da superfície terrestre. Algumas formas são mais antigas e outras mais recentes. Remanescentes Florestais: (a) Manchas de vegetação nativa primária ou secundária do domínio da Mata Atlântica (Resolução Conama 012/94). (b) São fragmentos florestais, floresta, em qualquer estágio de vegetação, que restou após severo desmatamento ocorrido na região circunvizinha. Reserva biológica: Categoria de unidade de conservação visando a proteção dos recursos naturais para fins científicos e educacionais. Possui ecossistemas ou espécies da flora e fauna de importância científica. Em geral não comportam acesso ao público, não possuindo normalmente belezas cênicas significativas ou valores recreativos. Seu tamanho é determinado pela área requerida para os objetivos científicos a que se propõe, garantindo sua proteção. Reserva da biosfera: O programa do Homem e Biosfera, das Nações Unidas, iniciou um projeto de estabelecimento de reservas da biosfera em 1970. Estas reservas devem incluir: amostras de biomas naturais; comunidades únicas ou áreas naturais de excepcional interesse; exemplos de uso harmonioso da terra; exemplos de ecossistemas modificados ou degradados, onde seja possível uma restauração a condições mais naturais. Uma reserva da biosfera pode incluir unidades de conservação como parques nacionais ou reservas biológicas. Reserva ecológica: Categoria de unidade de conservação que tem por finalidade a preservação de ecossistemas naturais de importância fundamental para o equilíbrio ecológico. Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): Área de domínio privado onde, em caráter de perpetuidade, são identificadas condições naturais primitivas, semiprimitivas, recuperadas ou cujo valor justifique ações de recuperação destinadas à manutenção, parcial ou integral, da paisagem, do ciclo biológico de espécies da fauna e da flora nativas ou migratórias e dos recursos naturais físicos, devidamente registrada. Áreas consideradas de notável valor paisagístico, cênico e ecológico que merecem ser preservadas e conservadas às gerações futuras, abrigadas da ganância e da sanha predadora incontrolável dos destruidores do meio ambiente. Esta categoria de unidade de conservação foi criada pelo Decreto nº. 98.914, de 31 de janeiro de 1990. Compete, contudo, ao IBAMA, reconhecer e registrar a reserva particular do patrimônio natural, após análise do requerimento e dos documentos apresentados pelo interessado. O proprietário titular gozará de benefícios, tais como isenção do Imposto Territorial Rural sobre a área preservada, além do apoio e orientação do IBAMA e de outras entidades governamentais ou privadas para o exercício da fiscalização e monitoramento das atividades desenvolvidas na reserva. 489 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Resíduos: Materiais ou restos de materiais cujo proprietário ou produtor não mais considera com valor suficiente para conservá-los. Alguns tipos de resíduos são considerados altamente perigosos e requerem cuidados especiais quanto à coleta, transporte e destinação final, pois apresentam substancial periculosidade, ou potencial, à saúde humana e aos organismos vivos. Restinga: São acumulações arenosas litorâneas, de forma geralmente alongada e paralelas à linha da costa, produzidas pelo empilhamento de sedimentos transportados pelo mar. Ocasionalmente, por acumulação eólica (sedimentos trazidos pelos ventos), podem ter maior altura. Revestimento: Camada externa de material, que envolve diretamente um combustível nuclear ou outro material, de maneira a assegurar proteção contra um meio quimicamente reativo e reter os produtos radioativos produzidos durante a irradiação. O revestimento pode também proporcionar suporte estrutural. Rhodophyta: Grupo de algas com pigmentos que as deixam com um tom de cor róseo. Por isso são conhecidas como "algas vermelhas". Rias: Tipo de costa que apresenta vales largos com a foz em forma de trombeta, e cujos rios possuem a foz afogada em virtude de transgressões marinhas. RIMA: Sigla para Relatório de Impacto Ambiental. Esse documento apresenta os resultados dos estudos técnicos e científicos de avaliação de impacto ambiental. Constitui um documento do processo de avaliação de impacto ambiental e deve esclarecer todos os elementos do projeto em estudo, de modo compreensível aos leigos, para que possam ser divulgados e apreciados pelos grupos sociais interessados e por todas as instituições envolvidas na tomada de decisão. Riqueza de espécies: Número total de espécies de uma determinada região. Risco: Medida da perda econômica ou lesão ao ser humano expressa através da combinação da probabilidade de ocorrência do incidente (freqüência) e a magnitude da perda ou lesão (conseqüência). Rizomas: Caule subterrâneo, geralmente engrossado, provido de escamas, que emite brotos a determinados intervalos. S Salobro: Que tem em dissolução alguns sais ou substâncias que a tornam desagradável ao paladar (diz-se de água). Sazonais: Eventos que variam de acordo com as estações do ano. Sazonalidade: Relativo a estação do ano; próprio de uma estação; estacional. Sedimentologia: Estudo científico das rochas sedimentares e dos processos pelos quais são formadas. 490 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Setor Censitário: unidade de controle cadastral formada por área contínua, situada em um único quadro urbano ou rural, com dimensão e número de domicílios que permitam o levantamento das informações por um único recenseador, segundo cronograma estabelecido. Silicato: Sal ou éster do ácido silícico ou ânion dele derivado. Simulador de um reator: Equipamento constituído basicamente por computador, em geral do tipo analógico, utilizado para simular o comportamento temporal de um sistema de reator. Sinantrópicos: Espécies animais e/ou vegetais que conseguem utilizar condições ecológicas favoráveis criadas pelo homem. Sinergia: (a) ampliação do efeito ou potencialização da ação de uma ou mais substâncias químicas ou farmacológicas pela associação de diferentes princípios ativos. (b) coesão dos membros de um grupo ou coletividade em prol de um objetivo comum. Sismologia: Ciência que estuda os terremotos e os abalos sísmicos. Sistemas Estuarinos: Sistemas naturais (de fauna e flora) localizados em regiões de embocadura de rios, sensíveis aos efeitos das marés. Solidificação: Método para incorporar rejeitos radioativos em sólidos compactos, utilizando-se por exemplo, cimento ou betume. Sondagem: Ato ou processo de se obter um furo circular sobre o terreno, como uma sonda ou outras ferramentas cortantes, com objetivo como exploração, prospecção, avaliação de minérios, ou obtenção de água, petróleo e outros. Status: Situação, estado, qualidade ou circunstância de uma pessoa ou coisa em determinado momento; condição. T Taludes: Inclinação natural ou artificial da superfície de um terreno. Táxons: Conjunto de organismos que apresenta uma ou mais características comuns e, portanto, unificadoras, cujas características os distinguem de outros grupos relacionados, e que se repetem entre as populações, ao longo de sua distribuição. Tectônica: Ramo da geologia que se dedica à investigação da morfologia e da associação das estruturas de tipos similares, classificando-as ou agrupando-as em zonas e regiões, procurando obter uma visão integrada das estruturas maiores e das suas relações espaciais entre si; geologia mecânica, geotectônica, tectônica. Tolerância: Capacidade de suportar variações ambientais em maior ou menor grau. Para identificar os níveis de tolerância de um organismo são utilizados os prefixos euri, que significa amplo, ou esteno, que significa limitado. Assim, um animal que suporta 491 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto uma ampla variação de temperatura ambiental é denominado euritermo, enquanto um organismo que possui pequena capacidade de tolerância a este mesmo fator é chamado estenotermo. Topografia: Descrição ou delineação exata e minuciosa de uma localidade; topologia. Trombas d água: Fenômeno semelhante ao tornado que ocorre no mar. U Umidade Relativa: Razão entre o conteúdo real de umidade de uma amostra de ar e a quantidade de umidade que o mesmo volume de ar pode conservar na mesma temperatura e pressão quando saturado. Geralmente é expressa na forma de porcentagem. Unidade Litológica: Conjunto de rochas que possuem características semelhantes, tais como a cor, composição mineralógica e tamanho de grão. Unidades de Conservação: Espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Usina nuclear: Instalação fixa dotada de um único reato nuclear, para produção de energia. Nesta classe incluem-se as Usinas nucleoéletricas e as nucleotérmicas. Usina nucleoelétrica: Instalação fixa dotada de um único reator nuclear, para produção de energia elétrica. Uso e Ocupação do Solo: Refere-se não só ao modo de usar a terra, em termos de tecnologia aplicada, como também a forma como é feita a ocupação espacial da propriedade, em função de fatores socioeconômicos, topográficos, pedológicos, ambientais, ou de preservação dos recursos naturais de água, flora e fauna. V Vareta de combustível: Componente do elemento combustível, construtivamente independente, sob a forma de vareta, contendo combustível nuclear. Variação sazonal: Variação que ocorre de acordo com as condições climáticas ao longo de um ano, ano após ano. Vaso de contenção do reator: Recipiente à prova de pressão, que envolve a instalação do reator, cuja finalidade é evitar a liberação de material radioativo ao meio ambiente, principalmente em caso de acidentes. Nota: Também chamado de edifício de contenção. 492 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto Vazão: Volume fluído que passa, na unidade de tempo, através de uma superfície (como exemplo, a seção transversal de um curso dágua). Vegetação secundária: Vegetação em processo de regeneração natural após ter sofrido derrubada ou alteração pela ação do homem ou de fatores naturais, tais como ciclones, incêndios, erupções vulcânicas. Voçoroca: Último estágio da erosão. Termo regional de origem tupi-guarani, para denominar sulco grande, especialmente os de grandes dimensões e rápida evolução. Seu mecanismo é complexo e inclui normalmente a água subterrânea como agente erosivo, além da ação das águas de escoamento superficial. Z Zooplâncton: É o conjunto de animais suspensos ou que nadam na coluna de água, incapazes de sobrepujar o transporte pelas correntes, devido ao seu pequeno tamanho ou à sua pequena capacidade de locomoção. Fazem parte do conjunto maior de plâncton. 493 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13 APÊNDICES 494 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.1 APÊNDICE I - MAPA DE SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO 495 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 496 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.2 APÊNDICE II - MAPA DE ESPECIFICAÇÕES DA ÁREA DO SÍTIO 497 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 498 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.3 APÊNDICE III - MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO MEIO FÍSICO 499 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 500 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.4 APÊNDICE IV - MAPA DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO MEIO BIÓTICO 501 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 502 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.5 APÊNDICE V - MAPA SOCIOECONÔMICO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO MEIO 503 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 504 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.6 APÊNDICE VI - MAPA ARQUEOLÓGICO 505 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 506 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.7 APÊNDICE VII - MAPA DAS ÁREAS PROTEGIDAS – 10 KM 507 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 508 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.8 APÊNDICE VIII - MAPA GEOLÓGICO – AID 509 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 510 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.9 APÊNDICE IX - MAPA GEOLÓGICO – AII 511 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 512 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.10 APÊNDICE X - MAPA SISMOLÓGICO – AID 513 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 514 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.11 APÊNDICE XI- MAPA SISMOLÓGICO – AII 515 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 516 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.12 APÊNDICE XII- MAPA GEOMORFOLÓGICO – AID 517 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 518 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.13 APÊNDICE XIII - MAPA GEOMORFOLÓGICO – AII 519 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 520 Plano de Controle Ambiental para a Unidade 1 da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 13.14 APÊNDICE XIV – MAPA DE ESPECIFICAÇÃO DA ÁREA DE PRAIA BRAVA E MAMBUCABA 521