XX Congreso Latinoamericano y XVI Congreso Peruano de la
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XX Congreso Latinoamericano y XVI Congreso Peruano de la Ciencia del Suelo “EDUCAR para PRESERVAR el suelo y conservar la vida en La Tierra” Cusco – Perú, del 9 al 15 de Noviembre del 2014 Centro de Convenciones de la Municipalidad del Cusco FERTIRRIGAÇÃO COM BIOFERTILIZANTES EM CULTIVARES DE MAXIXEIRO Martins, D. C.1*; Oliveira, F. A.2; Lima, L. A.2; Bezerra, F. M. S.2; Duarte, S. N. 3; Silva, C. P.2 1*Universidade Federal do Ceará Federal Rural do Semi-Árido 3 Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ 2 Universidade * Contato do autor: E-mail: [email protected] Avenida Mister Hull 2992 Presidente Kennedy, Ceará, Brasil; 85-96543888 RESUMO O uso de biofertilizante é de grande importância na produção de hortaliças orgânicas, trazendo benefícios para o solo e plantas, além de reduzir os custos de produção. O presente trabalho foi desenvolvido em Mossoró, RN, Brasil, com o objetivo de avaliar o uso de biofertilizante na produção de duas cultivares de maxixeiro. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 4, sendo duas cultivares (Do Norte e Liso Gibão) e quatro doses de biofertilizante (0, 5, 10 e 15 mL planta-1 dia-1), com quatro repetições. As respostas das cultivares foram avaliadas a partir das seguintes variáveis: número de frutos, massa fresca e produção de frutos. A partir da análise estatística dos dados verificou-se interação significativa entre os fatores para as três variáveis analisadas. A cv. Do Norte apresentou maior número de frutos enquanto a cv. Liso Gibão produziu frutos mais pesados. Houve resposta quadrática para a cv. Liso Gibão e linear para a cv. Do Norte. Em suma, pode-se concluir que o uso de biofertilizante provocou aumento nos parâmetros de produção avaliados, sendo recomendadas as doses de 15 mL planta1 dia-1 para a cv. Do Norte e 8,8 mL planta-1 dia-1 para a cv. Liso Gibão. PALAVRAS-CHAVES Cucumis anguria; Agroecologia; Agricultura sustentável INTRODUÇÃO O maxixeiro (Cucumis anguria L.) é uma cultura de grande importância nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. No entanto, a maior parte da produção desta hortaliça é obtida sem o uso de tecnologias adequadas. Grande parte da produção dessa hortaliça é proveniente de plantas espontâneas, que nascem em áreas cultivadas com outras espécies, como o feijão e o milho, de forma que não são realizadas práticas culturais específicas para o maxixeiro (Oliveira et al., 2014). O uso de biofertilizantes na produção de hortaliças pode ser tornar uma alternativa de fertilização, principalmente pelo fato da crescente procura por novas tecnologias de produção que apresentem redução de custos e a preocupação com a qualidade de vida no planeta. Esses fatos, contudo, têm encorajado pesquisadores e produtores rurais a experimentarem biofertilizantes preparados a partir da digestão aeróbica ou anaeróbica de materiais orgânicos, com o adubo foliar, em substituição aos fertilizantes minerais, visto que em agricultura orgânica os mesmos são recomendados como forma de manter o equilíbrio nutricional de plantas (FERNANDES et al., 2000) Na literatura são encontrados diversos relatos sobre o efeito do uso de biofertilizantes em diversas hortaliças e a maioria dos casos detectou aumento significativo no rendimento das culturas (Alves et al., 2009; Coimbra et al., 2013); no entanto, são raros pesquisas com biofertilizantes na cultura do maxixeiro. Diante do exposto, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar o efeito da aplicação de biofertilizante bovino na produção de duas cultivares de maxixeiro. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi desenvolvido no período de outubro de 2012 a janeiro de 2013, no Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas da Universidade Federal Rural do SemiÁrido (UFERSA) em Mossoró, RN, Brasil (5º 11´ 31” S, 37º 20´ 40” O, altitude 18 m). O clima da região, na classificação de Köppen, é do tipo BSwh’ (quente e seco) com precipitação pluviométrica bastante irregular, média anual de 673,9 mm; temperatura média de 27 ºC e umidade relativa do ar média de 68,9% (Carmo Filho & Oliveira, 1995). Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com os tratamentos arranjados eme quema fatorial 2 x 4, com quatro repetições. Os tratamentos foram compostos pela combinação de 2 cultivares de maxixeiro (Do Norte e Liso Gibão) com quatro doses de biofertilizante (0, 5, 10 e 15 mL planta-1 dia-1), aplicado através de um sistema de irrigação por gotejamento. A cultura foi implantada através de semeadura direta, colocando-se quatro sementes em cada cova. Aos cinco días após a emergencia realizou-se o desbaste, deixando-se em cada cova a planta mais vigorosa. Os camalhões foramconstruídos utilizando material de um Argissolo de textura arenosa, apresentando formato trapezoidal, com dimensões de 0,30; 0,50 e 0,25 m, para altura, base maior e base menor, respectivamente. Utilizou-se o espaçamento de 1,50 m entre linhas por 0,5 m entre plantas, resultando em uma população de 13.333 plantas por hectare. Durante o experimento foram realizadas cinco colheitas, sendo a primeira aos 60 dias após o transplantio e as demais em intervalos semanais. Os frutos foram colhidos quando apresentavam coloração verde intenso e ainda imaturos. Foram analisadas as seguintes variáveis: número de frutos, massa fresca média de frutos e produção de frutos. Os dados obtidos foram submetidos às análises de variância pelo teste F, e as médias do fator qualitativo (cultivares) comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As médias referentes ao fator quantitativo (níveis de N) foram analisadas através de análise de regressão, ajustando-se a modelos polinomiais. As análises foram realizadas utilizando o software Sisvar (Ferreira, 2011). RESULTADO E DISCUSSÃO A análise estatística dos dados mostrou que houve diferença significativa entre as cultivares para número de frutos e massa fresca média de frutos. O maior número de frutos foi obtido na cultivar Do Norte, sendo superior em 42,2% em relação à cv. Liso Gibão. Entretanto, a cv. Liso Gibão foi superior à cv. Do Norte para a massa fresca média de frutos em cerca de 50,2% (Tabela 1). Com relação à produção de frutos, não foi observada diferença significativa entre as cultivares, apesar da cv. Liso Gibão apresentar, em valores absolutos, produção 7,2% maior que a cv. Do Norte. Analisando as três variáveis em conjunto, pode-se observar que o menor número de frutos na cv. Liso Gibão foi compensado pela produção de frutos mais pesados (Tabela 1). Tabela 1. Valores médios para número de frutos, massa fresca média e produção de frutos de duas cultivares de maxixeiro submetidas a diferentes doses de biofertilizante Massa fresca média Produção Número de Frutos (g fruto-1) (g planta-1) Cultivares (unid. planta-1) Do Norte 24,7 a 25,1 b 367,0 a Liso Gibão 17,4 b 37,8 a 393,6 a 21,1 31,4 380,3 Médias Letras seguidas pela mesma letra nas Colunas não diferem pelo teste e Tukey a 5% de probabilidade Quanto ao efeito do biofertilizante, verificou-se que o efeito deste produto sobre o número de frutos foi variável de acordo com a cultivar estudada. Para a cv. Do Norte houve resposta linear e positiva, obtendo aumento de aproximadamente 1,3 frutos por planta com o aumento unitário nas doses de biofertilizante, com maior valor (35,4 frutos) ocorrendo na dose de 15 mL por planta, equivalente ao aumento de 129% em relação ao valor obtido na ausência de biofertilizante (15,0 frutos) (Figura 1A). Quanto à cv. Liso Gibão, foi observada resposta quadrática, com maior número de frutos ocorrendo na dose de 8,8 mL por planta (22 frutos), decrescendo a partir desta dose. Comparando-se esse valor com o obtido na ausência de biofertilizante, verificou-se aumento de 98% (Figura 1A). Em trabalho desenvolvido com a cultura do maxixeiro, cv. Nordestino, avaliando o efeito de doses de esterco bovino, Oliveira et al. (2009) verificaram reposta linear e positiva, obtendo-se o máximo de 30 frutos por planta para um total de 16 colheitas. A massa fresca média de frutos (MMFF) foi afetada pela aplicação de biofertilizante apenas na cv. Maxixe do Norte, apresentando resposta quadrática, com maior MMFF (27,7 g) ocorrendo para a dose 9,6 mL por planta semana-1. A partir desta dose houve tendência de redução na MMFR, apesar de não ocorrer grandes diferenças em relação a dose que proporcionou a máxima MMFR. Para a cultivar Liso Gibão não foi observada resposta significativa, obtendo valor médio de 37,8 g (Figura 1B). Ainda na (Figura 1B) percebe-se que para todas as doses de biofertilizante a cv. Liso Gibão apresentou MMFR superior à cv. Maxixe do Norte. Freire et al. (2009) estudaram o efeito do uso de biofertilizante na cultura do meloeiro e não observaram resposta significativa para a massa média de frutos. Entretanto, Santos (2012) verificaram resposta quadrática para essa variável em função do aumento na concentração de biofertilizante. Assim como foi observado para o número de frutos, também houve respostas diferentes das cultivares para a produção de frutos ao aumento nas doses de biofertilizante, ocorrendo resposta linear para a cv. Do Norte e quadrática para a cv. Liso Gibão (Figura 1C). A partir das equações de regressão ajustadas verificou-se que para a cv. Do Norte houve aumento na produção de 21,17 g por planta para o aumento unitário nas doses de biofertilizante, de forma que a maior produção ocorreu na dose de 15 mL planta-1 dia-1 (525,75 g por planta), equivalente ao aumento de 153% em comparação com a produção obtida na ausência de biofertilizante (208,2 g por planta) (Figura 1C). Para a cv. Liso Gibão houve resposta quadrática, com maior produção de frutos ocorrendo na dose de 8,8 mL planta-1 dia-1 (503,3 g por planta), correspondente ao aumento de 106% em relação a produção obtida ma ausência de biofertilizante, na qual obteve-se produção de 244,8 g por planta. A partir da dose de 8,8 mL planta-1 dia-1 ocorreu decréscimo na produção, de forma que na maior dose (8,8 mL planta-1 dia-1) ocorreu produção de 375,6 g por planta (Figura 1C). Oliveira et al. (2009) avaliaram o efeito de doses de esterco bovino na cultura do maxixeiro em condições de campo e obtiverem resposta linear a ao aumento nas doses de esterco, obtendo produção máxima de 1.306 g planta-1, para um total de 16 colheitas. A maior produção obtida por Oliveira et al. (2009) em relação à encontrada no presente trabalho pode ser atribuída ao maior número de colheitas obtida por esses autores. Resposta positiva do uso de biofertilizante na cultura do maxixeiro também foi observada por Oliveira et al. (2011). Resultados positivos do uso de biofertilizante sobre a produção de frutos também têm sido observado por outros autores para outras culturas, tais como tomateiro (Gomes Júnior et al., 2011) e meloeiro (Santos et al., 2012). A. Do Norte Liso Gibão 40 y (■) = 1,295x + 15,01 R² = 0,919 Número de frutos 35 30 25 20 15 10 y (□) = -0,140x 2 + 2,474x + 11,16 R² = 0,879 5 0 0 5 10 Doses de biofertilizante Masa média de frutos (g) B. Do Norte 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Liso Gibão y (■) = -0,071x 2 + 1,368x + 21,16 R² = 0,844 y (□) = média = 37,8 0 5 Doses de C. Produção de frutos (g planta-1) 15 (mL dia-1) 10 15 biofertilizante (mL dia-1) Do Norte Liso Gibão 600 500 400 300 y (■) = 21,17x + 208,2 R² = 0,968 y (□) = -3,332x2 + 58,70x + 244,8 R² = 0,966 200 100 0 0 5 10 15 Doses de biofertilizante (mL dia-1) Figura 1. Número de frutos (A), massa fresca média (B) e produção de frutos (C) de maxixeiro fertirigado com diferentes doses de biofertilizante CONCLUSÃO As cultivares Liso e Gibão e Maxixe do Norte apresentaram respostas distintas ao uso de biofertilizante. Para a obtenção de máxima produção de frutos recomenda-se as doses de 15 e 8,8 mL dia-1, para as cultivares Do Norte e Liso gibão, respectivamente. AGRADECIMENTO Os autores agradecem à Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) e ao Grupo de Pesquisas em Irrigação e Nutrição de Plantas (IRRIGANUTRI) pelo disponibilidade da estrutura necesaria. BIBLIOGRAFÍA Alves, g. S.; santos, d.; silva, j. A.; nascimento, j. A. M.; cavalcante, l. F.; dantas, t. A. G. Estado nutricional do pimentão cultivado em solo tratado com diferentes tipos de biofertilizantes. Acta scientiarum. Agronomy, maringá, v. 31, n. 4, p. 661-665, 2009. Carmo filho, f.; oliveira, o.f. mossoró: um município do semiárido nordestino, caracterização climática e aspecto florístico. Mossoró, esam. 1995. 62p. Coimbra, k. G.; peixoto, j. R.; santin, m. R.; nunes, m. S. Efeito de produtos alternativos no desempenho agronômico de tomate rasteiro. Bioscience journal, uberlândia, v. 29, supplement 1, p. 1508-1513, 2013. Fernandes, m. C. A.; leal, m. A. A.; ribeiro, r. L. D.; araújo, m. L.; almeida, d. L. Cultivo protegido do tomateiro sob manejo orgânico. A lavoura, v. 2, p. 44-45, 2000. Ferreira, d.f. sisvar: a computer statistical analysis ststem. Ciência e agrotecnologia, lavras, v.35, n.6, p.1039-1042, 2011. Freire, g. M.; medeiros, j. F.; oliveira, f. A.; amâncio, m. 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