Lição de casa - Colégio São Judas
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Lição de casa - Colégio São Judas
A Revista do Colégio São Judas Tadeu | Ano II – Nº 8 | AGO 2011 Muito mais do que fixar conteúdos, ela prepara o aluno para a vida No Meu Tempo... Um dia, aluno. Hoje, professor do CSJT Nós Fazemos Assim Professoras apostam na parceria On-line Que tal curtir a página do colégio no Facebook? carta ao leitor Foto de capa SXC Agosto 2011 | nº 8 A Revista do Colégio São Judas Tadeu | Ano II – Nº 8 | AGO 2011 Reportagem de Capa A lição de casa estimula o senso crítico, a responsabilidade e o gosto pelos estudos 4 Muito mais do que fixar conteúdos, ela prepara o aluno para a vida NO MEU TEMPO... Um dia, aluno. Hoje, professor do CSJT NÓS FAZEMOS ASSIM Professoras apostam na parceria ON-LINE Que tal curtir a página do colégio no Facebook? Nós Fazemos Assim O segredo para o bom planejamento é o trabalho em parceria Aluna Repórter Estudante relata o treinamento dos bombeiros para o combate a incêndios Escola Cheia de Vida Alunos organizam doação de ovos de Páscoa para crianças carentes expediente 8 Colégio SÃO JUDAS TADEU Rua Clark, 213 - Mooca São Paulo - SP - 03167-070 fone: 11 2174.6422 | fax: 11 2174.6424 [email protected] www.csjt.com.br 10 @csjt csjt1947 SUPERVISÃO GERAL Ivan Galvão Bueno Trigueirinho CONSELHO EDITORIAL Cesar Farid Haddad Domingos da Silva Biondi Erica Camocardi Licastro Reginaldo Rodrigues de Oliveira 10 REVISÃO Sadika Osmann PROJETO GRÁFICO Fred Barbour [email protected] IMPRESSÃO Agns Gráfica e Editora www.agns.com.br fone: 11 2966.0322 No Meu Tempo 11 Se quiser participar de nossa revista, escreva para [email protected] e sugira uma reportagem ou indique algum assunto de seu interesse para as seções. Arquivo pessoal Eurico Ruivo, professor de matemática do CSJT, já foi aluno CRIAÇÃO, COORDENAÇÃO E TEXTO So Ham – Comunicação para Educação www.sohamcomunicacao.com.br fone: 11 3542.8322 A reprodução de textos desta edição é permitida, exclusivamente para uso editorial, desde que citada a fonte. Textos assinados e fotos com crédito identificado somente podem ser reproduzidos com autorização, por escrito, de seus autores. Crescer todos os dias lição de casa é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento dos estudantes. Sua prática sistemática permite que os alunos desenvolvam competências importantes ao longo da vida adulta e profissional. Quem não precisa saber se organizar, dividir bem o tempo e priorizar as tarefas a serem feitas? Que profissão não requer disciplina e estudo constantes? Todos nós vamos, invariavelmente, lançar mão ao longo da vida de recursos aprendidos por meio da prática diária da lição de casa. Por isso, este foi o tema escolhido para a oitava edição da revista Geração São Judas. Nela, você também poderá ler sobre as novidades do Colégio, como a futura instalação de armários individuais para uso dos alunos (lockers) e a nona edição da Festa Italiana do Colégio. Saberá também por que é importante a parceria estabelecida entre duas professoras do Ensino Fundamental; ficará por dentro do que uma aluna do 8º ano aprendeu sobre combate a incêndios e verá como foi a doação de ovos de Páscoa a crianças carentes organizada pelos estudantes. Além disso, esta edição traz um pouco sobre o professor Eurico Ruivo, que começou sua história como aluno do São Judas e, hoje, colabora para a formação dos fique por dentro Para escrever bem alunos como professor de Matemática. Desta vez, a leitura da Geração São Judas será a sua lição de casa, caro leitor. Aproveite! Ivan Trigueirinho Diretor do Colégio São Judas Tadeu @ivantrig São Judas on-line Desde o início de maio, o Colégio São Judas Tadeu oferece a Oficina de Redação, uma atividade extracurricular, direcionada a alunos do Ensino Médio. As aulas são gratuitas e acontecem às segundas e às quartas-feiras, das 13h às 14h30. A turma atual é composta por 27 integrantes. Um novo grupo será formado em setembro e terá aulas até novembro. O objetivo é preparar e orientar os estudantes com dificuldades em redação para os cursos vestibulares. Material dentro do armário O Colégio São Judas Tadeu, por intermédio da Papelaria do Colégio, oferece a locação de lockers (armários escolares de padrão americano), aos alunos do 6º ano do Ensino Fundamental em diante. Dessa maneira, os estudantes interessados não terão mais de se preocupar em carregar todo o material escolar na ida do Colégio para casa e vice-versa. A medida alivia o peso da mochila e também faz com que os usuários pratiquem o zelo por seus pertences. O tamanho do armário é de 45 x 35 x 37 centímetros e o valor do aluguel é semestral. Mais informações sobre a locação na Papelaria do Colégio. Curta o São Judas Você já curtiu a página da comunidade do Colégio São Judas Tadeu no Facebook? Ao clicar no botão , você passa a fazer parte da comunidade e a receber todas as atualizações feitas na página. Mais de 500 pessoas já estão conectadas com o que acontece no Colégio e acompanham a postagem de fotos antigas, de comentários feitos por alunos e ex-alunos e também de comunicados da escola. Acesse facebook.com/csjt1947 e curta você também! Anote na agenda A tradicional Festa Italiana do Colégio São Judas Tadeu já tem data certa para este ano. A nona edição será realizada no dia 1º de outubro, na praça de alimentação da Universidade São Judas Tadeu (R. Taquari, 546, Mooca), das 11h às 22h. Além de um momento de confraternização, será uma excelente oportunidade para praticar a solidariedade, pois toda a renda do evento é revertida para a Casa José Eduardo Cavichio (Cajec), em Taboão da Serra (SP), que cuida de crianças e adolescentes carentes com câncer. AGO2011 Geração São Judas 3 reportagem de capa Fotos: Meire Cavalcante As tarefas de casa são muito mais do que uma forma de fixar conteúdos vistos em aula, pois despertam responsabilidade, reflexão e senso de organização nos estudantes Ensino Médio: a lição de casa de Sociologia requer a leitura crítica do mundo epois de um dia cansativo de aula, ao chegar em casa, o que a maioria dos alunos quer é, na verdade, um bom descanso. Mas, opa! Espere um minuto. Tem lição de casa! Nessa hora, é bastante comum observar a “preguicinha” de realizar as atividades trazidas da escola. Por isso, o incentivo e o interesse da família são muito importantes. Além disso, a escola também precisa elaborar atividades desafiadoras, que instiguem as crianças e os adolescentes e que colaborem para seu crescimento. Em alguns casos, o assunto traz um certo desconforto. Para os professores, pensar diariamente em lições de casa relevantes, adequadas e que realmente ajudem no aprendizado dos conteúdos programados, é um desafio. Para os pais, trata-se de uma incógnita: muitas vezes, parece que há tarefa demais. Outras, de menos. Em certos casos, fica a sensação de que é errado a criança precisar de ajuda para realizar a tarefa (o que nem sempre é verdade, pois alguns tipos de tarefa podem requerer, sim, a participação estratégica da família). Para os alunos, a lição de casa pode gerar sentimentos conflituosos. Há aqueles perfeccionistas, que não admitem o erro e que buscam fazer o que imaginam que o professor deseja ver. Outros fazem disso um pretexto para ter a presença e a atenção dos pais. Há os que se esquecem de fazer ou de levar a lição. Os que deixam sempre para mais tarde e acabam sem tempo. Mas, em muitos casos, a tarefa é tirada de letra, pois existe uma rotina estabelecida. Para que serve isso? Em primeiro lugar, é fundamental entender a importância da lição de casa, já que se trata de uma parte significativa do processo escolar. Segundo a educadora Eliane Palermo Romano, em seu texto Lição de casa – que prática é esta?, as tarefas são “uma oportunidade de autoaprendizagem, autoconhecimento, de reflexão, de expressão e de crescimento pessoal do aluno”. Para isto, continua a autora, “é preciso repensar duas crenças arraigadas: a de que a tarefa de casa tem como objetivo que o aluno aprenda o que foi trabalhado em classe, fazendo exercícios repetitivos e mecânicos; e a crença de que a obrigatoriedade da lição diária gera, por si só, a responsabilidade e o hábito de estudo”. Por isso, as atividades devem ser criativas, dinâmicas, interessantes e desafiadoras. Só assim farão sentido para o aluno e despertarão, por meio do estímulo, o gosto pelo estudo e pela reflexão. É o que faz a professora de História e de Sociologia, Mônica Perolli Broti. Suas tarefas nunca são repetitivas e passam bem longe de exercícios de pergunta e resposta para memorização. Recentemente, ela passou como lição de casa a leitura de um texto de Marcelo Coelho, colunista da Folha de S.Paulo, tema que depois foi debatido em sala de aula. “Procuro fazer meus alunos interpretarem o cotidiano que vivem”, explica. O texto tratava de uma crítica a humoristas, populares entre o público jovem, que divulgaram piadas antissemitas e ofensivas em shows ou pela internet. No debate, os estudantes trouxeram posições e análises críticas, ponderando que o humor precisa de limites quando fere os direitos humanos. Em outra lição de casa, Mônica usou como mote a proibição do véu das meninas muçulmanas em escolas francesas. A tarefa, dada ao 7º ano, era para que os alunos se organizassem em grupos e montassem um tribunal. De um lado, garotas vestidas com o véu e seus advogados, reclamando o direito à livre expressão da religiosidade. De outro, autoridades francesas defendendo a laicidade do estado. “Foi muito interessante. Eles aprenderam conceitos como julgamento, sentença e democracia. Um de meus alunos chegou até a estudar a Revolução Francesa, que é um conteúdo do ano seguinte, para criar sua argumentação”, conta Mônica. 4 Geração São Judas AGO2011 AGO2011 Geração São Judas 5 reportagem de capa O professor de Biologia, Alex Fernando Garrido, também procura oferecer atividades que façam sentido aos alunos. Recentemente, eles analisaram o que é jogado no lixo da escola e qual o valor financeiro dos resíduos. Muitos se espantaram com o valor comercial de materiais que, aparentemente, não valeriam nada por estarem no lixo, como o alumínio. Alex também solicitou, em outro exercício, a participação das famílias. Para trabalhar conceitos de genética, pediu aos alunos que investigassem sua árvore genealógica. Em outra ocasião, os estudantes registraram a distância percorrida de casa até a escola e o tempo que levaram para fazer o trajeto. Depois, calcularam a velocidade média. “Só depois mostrei a fórmula de física. O conteúdo é a aplicação dela, e não a fórmula em si. A lição de casa primeiro mostrou sua utilidade. Assim, a matéria faz sentido”, explica Alex. No Ensino Fundamental, a professora de Língua Inglesa, Juliana Navi do Nascimento, também usa recursos instigantes para mobilizar os alunos. Ela promove jogos, brincadeiras e competições. Em um dos exercícios, por exemplo, os alunos precisaram elaborar uma série de perguntas e respostas, com as quais desafiariam os grupos rivais. “Essa é uma maneira de estudarem, uma vez que, para fazer perguntas coerentes, precisarão entender a matéria”, diz Juliana. Outro objetivo da lição de casa é despertar no estudante a responsabilidade que ele deve ter com o próprio crescimento. Por isso, a professora Marcia Regina Teixeira Garcia, que coordena a área de Inglês e leciona para o Ensino Médio, sempre oferece, além das lições sistemáticas, diversas atividades opcionais. Ela publica no site da escola séries de exercícios, todos com explicações introdutórias e gabaritos com respostas. Faz quem quer. “Explico a eles que o avanço de cada um depende do quanto fizerem por si mesmos. Dou exercícios opcionais para mostrar que eles não podem ser passivos diante do próprio aprendizado”, afirma Marcia. Biblioteca cheia Para otimizar o tempo e adiantar a lição de casa, muitos alunos, diariamente, frequentam a biblioteca do Colégio São Judas Tadeu. A bibliotecária Neuza Dantas de Alencar conta que, no local, os alunos aproveitam o silêncio e o ambiente propício aos estudos para fazer a lição de casa. Além da graduação em bi6 Geração São Judas AGO2011 Correção diária: para Simone, do 3º EF, as lições permitem saber como está cada aluno blioteconomia, Neuza fez duas especializações: em Leitura e Produção Textual e em Língua Portuguesa e Literatura. Dessa forma, ela colabora significativamente com os estudantes de todos os níveis de ensino durante a execução das tarefas. “Muitos alunos, principalmente no Ensino Médio, têm dificuldades com narração, descrição e redação e eu os ajudo. Eles adoram este espaço porque estão na companhia dos colegas e podem consultar livros e tirar dúvidas”, afirma. Neuza, que é mãe de quatro filhos e acompanha a lição de casa de mais um tanto de alunos na biblioteca, dá algumas sugestões aos pais. “Assim como na biblioteca, é importante ter em casa um ambiente para que o estudante possa ter sossego e fazer a lição, ler. Além disso, mesmo que os pais não gostem muito, é fundamental dar o exemplo da leitura aos filhos, verificar a agenda, envolver-se nas tarefas e mostrar interesse”, completa. Pequenos responsáveis Na Educação Infantil e nas séries iniciais, a lição de casa faz parte do relacionamento da criança com os estudos e suas obrigações. A escola tem o papel de sistematizar atividades que favoreçam a aprendizagem. Além da fixação do conteúdo, é importante a responsabilidade que, aos poucos, a criança irá adquirindo, para entregar uma tarefa em ordem, limpa, sem rasuras, tendo comprometimento com a escola. A professora Simone Gusman Gomes, que dá aulas para o 3º ano do Ensino Fundamental, envia todos os dias o caderno com as tarefas de casa. E faz as correções diariamente. “É uma estratégia para acompanhar o desenvolvimento de cada um, perceber as dificuldades e poder melhorar o aproveitamento escolar”, diz. Como forma de estimular as crianças nas tarefas de casa, a professora Denise Diogo, do 1º ano, costuma solicitar atividades que usem e abusem da criatividade. Ela manda materiais diversos para casa, como Criatividade: as lições são planejadas para estimular o interesse das crianças Família participa: os pequenos levaram fotos e relatos de períodos distintos de suas vidas cola, lantejoulas, barbante e palitos e solicita tarefas que tenham a ver com o que está sendo visto em sala de aula. “Eles ficam muito felizes e valorizados por levar lição para casa”, diz Denise. A diretora da Educação Infantil, Cibele Cortelli Trigueirinho, afirma que, sempre que possível, os pais poderão acompanhar o filho nas tarefas, reforçando o conteúdo aprendido, porém, deixando-o fazer sozinho e, se necessário, com alguma explicação. “É uma forma simples de pais e filhos trocarem ricas experiências que irão contribuir para o desenvolvimento da criança. Esse momento precisa ser prazeroso, sem que os pais apontem erros, mas, sim, reforcem conquistas”, diz. Para a coordenadora Mônica Miotto Bertolini, os pais devem ajudar no que for possível, mas sempre respeitando a forma como o aluno está aprendendo um conteúdo. “Muitas vezes, na ânsia de ajudar, os pais se atrapalham porque não aprenderam da mesma forma, por exemplo, os cálculos matemáticos”, afirma. Assim, querendo ajudar, é possível que a família até confunda a criança. Para possibilitar vivências em família em torno da vida acadêmica das crianças, a professora Denise Diogo também solicita tarefas que requerem a participação direta dos pais. Recentemente, para aprender conceitos de temporalidade e trabalhar com a memória afetiva e a identidade dos pequenos, cada um trouxe de casa fotografias de três épocas distintas de suas vidas e o relato das famílias. O cuidado dos pais com a lição vai muito além do rendimento escolar. A professora Simone Dias, do infantil do período da manhã, ressalta que, muitas vezes, as crianças pequenas voltam para a escola sem fazer a lição de casa. Alguns pais acreditam que, por estarem na Educação Infantil, a falta da lição de casa não implica em prejuízo, o que não é verdade. “Além de perder o conteúdo, a criança se sente muito mal quando vê que os colegas fizeram a lição e ela, não. Isso causa tristeza e o rendimento cai. É preciso valorizar a lição de casa, olhar a agenda e conferir o material da criança diariamente”, orienta Simone. São cuidados que começam desde cedo, mas que refletirão no desenvolvimento do aluno por toda a vida. • Hora de estudar Existem várias estratégias para tornar os momentos de estudo cada vez mais produtivos > Determine um horário para realizar as tarefas, bem como um local tranquilo > Faça uma lista das atividades e sempre analise se o tempo está sendo bem aproveitado > Dê prioridade às atividades mais importantes ou mais difíceis > Se houver muitas tarefas a serem feitas, reserve um tempo para descanso (sem exagero) > Preste muita atenção nas orientações do professor quando ele passa uma lição > Procure não “ligar o automático”. Envolva-se na tarefa e pense sobre o que está fazendo > Quando puder, execute exercícios opcionais (quanto mais você se dedicar, mais aprenderá) > Assistir à aula não é apenas estar presente. Aproveite, preste atenção e tire dúvidas > Não deixe dúvidas para depois. Pergunte sempre, pois o professor está ali para isso > Tome nota das aulas. Use letras maiúsculas, cores e grifos para destacar pontos importantes > Nas anotações, deixe espaços em branco para, depois, estudar e anotar ideias e dúvidas > Procure revisar as notas depois de cada aula, e não somente em véspera de provas > Faça resumos usando suas interpretações (não vale recopiar o conteúdo de forma mecânica) > Antes de ler, olhe rapidamente todo o texto e calcule o tempo necessário para a leitura total > Durante a leitura, pare periodicamente e reveja mentalmente os pontos principais > Ao final, olhe novamente o texto no geral para uma rápida revisão > Ao encontrar dificuldades em partes importantes do texto, volte a elas sistematicamente > Usar técnicas eficientes de estudo será muito útil durante toda sua vida profissional AGO2011 Geração São Judas 7 nós fazemos assim* por Marcela Guimarães Fante e Marcia Souza** Parceria afinada Profes soras d o 5º ano apostam n em con o trabalho junto de suas turm as A qui, no Colégio São Judas Tadeu, é nosso compromisso, à frente das turmas de 5º ano, trabalhar em regime de parceria, com muito respeito e muita cumplicidade. Estamos certas de que esta união traz segurança à nossa prática garantindo o melhor para os alunos. A fórmula funciona dessa maneira há muitos anos. Os estudantes, inclusive, até já se acostumaram a trabalhar assim. Em maio deste ano, por exemplo, enquanto uma de nós foi para o NR Acampamentos acompanhar uma turma, a outra assumiu a tarefa de dar continuidade aos trabalhos que vinham sendo desenvolvidos em sala. Ninguém estranhou – nem nós, nem os estudantes. Geralmente, iniciamos nosso planejamento com uma pesquisa individual – cada uma em sua casa. Depois, durante nossos momentos de trabalho em conjunto, unimos nossas ideias. Não há discórdia. Há, sim, opiniões e visões divergentes. Uma de nós gosta mais da pesquisa e de elaborar as etapas do projeto (Marcia), enquanto a outra prefere alinhavar tudo, transportar para a prática e até fazer uma decoração (Marcela). Dentro do projeto Sustentabilidade, em desenvolvimento este ano, fizemos a leitura do livro A Febre do Planeta. Elegemos o conteúdo “água” para estudar em Ciências. Depois, criamos variadas atividades interdisciplinares. Em Arte, por exemplo, trabalhamos as utilidades da água. Em Educação Física, os alunos participaram da Marcha pela Água, feita em 22 de março. Os cartazes para a passeata foram confeccionados em línguas estrangeiras (Inglês e Espanhol). Desse trabalho, nem os pais ficaram de fora. Eles participaram da Atividade em Família, fazendo um desenho de como seria o Planeta Terra ideal. Para o fechamento dessa etapa, todos os trabalhos foram expostos, inclusive com a encenação da peça SOS Planeta Terra, com atuação dos alunos, e a exibição do vídeo Economizar Água, da Turma da Mônica. Ainda relacionado ao projeto, em Língua Portuguesa, debruçamo-nos sobre a criação de poemas verdes, que tratam da preservação do meio ambiente. Mais uma vez, contamos com a atuação dos pais, que nos enviaram mensagens sobre o tema para a exposição realizada em junho, durante a Feira do Livro. Paralelamente ao conteúdo, desenvolvemos diversos projetos e fizemos questão de ir além. Estamos certas de que contribuímos para a formação de pessoas capazes de lidar com suas emo- T CSJ uivo s: arq Ilustração MS Office / Foto Marcela (ao lado) e Marcia (acima) com suas respectivas turmas em sala de aula ções. Percebemos a felicidade dos alunos e seus responsáveis em relação às atividades propostas, o envolvimento, o comprometimento... São sementes que estamos plantando a cada dia. Um choro, uma risada, um elogio na agenda, uma flor são retornos positivos que nos levam a crer que estamos no caminho certo. Para nós, a aprendizagem deve ser significativa. Por isso, pensamos em avaliações contextualizadas, abordando um conhecimento geral sobre o conteúdo estudado e o amadurecimento em relação a ele e às capacidades intelectuais, afetivas, sociais e artísticas. Nossas avaliações levam em consideração o perfil de cada um e propõem o pensar, com base em textos retirados de livros, da internet, de jornais, de revistas, de discursos da TV. Educamos para aflorar ideias e não para treinar pessoas. Atuamos na formação global do indivíduo: aprender todos os dias, mas superar-se moralmente a cada instante. Educamos para aflorar ideias e não para treinar pessoas. Atuamos na formação global do indivíduo: aprender todos os dias, mas superar-se moralmente a cada instante Acreditamos em escola com conhecimento crescendo a partir de experiências vividas pelas crianças e pelos adolescentes. Acreditamos em escola com família, onde as pessoas se conhecem, interagem, colaboram, confrontam opiniões e se amam. Tudo ao mesmo tempo. Procuramos ver o resultado do nosso trabalho nas crianças felizes, seguras e críticas, que pensam e atuam na sociedade. Como diz Augusto Cury “professores brilhantes, alunos fascinantes!”. Acreditamos em escola, em aprender sem sofrimentos e sim de maneira lúdica. Isso é educar! • * Excepcionalmente, nesta edição, o nome da seção foi trocado de Eu Faço Assim para Nós Fazemos Assim. A ideia foi ressaltar o trabalho em parceria da dupla de professoras do 5º ano do Ensino Fundamental, que assinam este artigo. ** Marcia Souza e Marcela Guimarães Fante são, respectivamente, professoras do 5º ano A e do 5º ano B do Ensino Fundamental, do Colégio São Judas Tadeu. 8 Geração São Judas AGO2011 AGO2011 Geração São Judas 9 o primeiro semestre deste ano, um bombeiro veio à escola para uma palestra sobre incêndio. O objetivo foi deixar alunos e funcionários preparados, sabendo o que fazer em uma situação como essa. Durante a exposição desse profissional, aprendi como evitar grandes incêndios. Tudo por meio de vídeos, imagens e situações onde a troca de informações fez com que eu me interessasse mais pelo assunto e aprendesse a lidar com momentos de perigo, podendo até mesmo ser responsável por salvar vidas. Depois da teoria, fomos para a prática. Sou aluna do Colégio São Judas Tadeu desde a Educação Infantil e, por isso, já estou acostumada a participar de exercícios de abandono do prédio escolar. No entanto, muitos alunos encararam a atividade como uma brincadeira para matar aula. Isso é muito triste, pois eles não souberam aproveitar o treinamento como deveriam. As instruções foram muito importantes e não só para o caso de um possível incêndio, mas de qual- aluna repórter Alexandra Gutierres Lobregat, 12 anos, 8º ano A quer outra situação de perigo no São Judas ou em qualquer outro lugar. As pessoas que não colaboraram devem ter esquecido que o Colégio está preocupado em salvar vidas quando elas estão em risco. É importante que a escola compartilhe algo além dos conteúdos de sala de aula. Gostei muito do treinamento e espero obter mais informações sobre o tema, que é abrangente e muito importante. Foi uma lição de vida! • Eurico Ruivo leciona Matemática e Física no Colégio São Judas Tadeu escola cheia de vida Páscoa solidária A 10 Geração São Judas AGO2011 ça. Educação Infantil e Ensino Médio também deram significativas contribuições. “Nossa intenção foi mostrar como algumas ações fazem diferença nesse mundo tão corrido e cheio de violência”, afirmou a diretora Sineide Esteves Peinado. Aproveitando o gancho do tema, as professoras de Língua Portuguesa, juntamente com a de Ciências, desenvolveram um projeto sociocultural com os alunos do 6º ao 9º ano. Entre as ações, estavam, por exemplo, cantar músicas de Páscoa e contar histórias para as crianças da Educação Infantil, do 1º e 2º anos do Ensino Fundamental e para os pequenos de Arquivo CSJT Alunos doam ovos de Páscoa, além de programarem atividades para crianças carentes exemplo de anos anteriores, em 2011, a Páscoa foi comemorada com um recorde na arrecadação de ovos de chocolate pelo Colégio São Judas Tadeu. “Envolvemos alunos, pais, professores e demais funcionários na campanha para que, nessa data, fizéssemos outras crianças felizes”, explica a coordenadora pedagógica Mônica Miotto Bertolini. Para garantir o sucesso da ação, a direção e a coordenação de Ensino Fundamental enviaram circulares explicando o motivo do pedido e também orientaram o corpo docente para que conversassem com os estudantes em sala. Não só a turma do Fundamental marcou presen- uma das instituições beneficiadas. Após as apresentações, que foram realizadas em uma manhã e uma tarde na escola, os estudantes doaram os ovos à turminha de visitantes. O pessoal do Ensino Médio também ficou com a tarefa de distribuir ovos pelas organizações eleitas. Os resultados foram surpreendentes. “Os alunos entenderam o real significado da data, o que os levou a refletir sobre humanização, doação, participação e fazer a diferença”, conta Mônica. • Fotos: arquivo CSJT Um dia aluno. Hoje, professor Arquivo CSJT Aula de cidadania no meu tempo... eu primeiro dia de aula como aluno do Colégio São Judas Tadeu foi em algum momento do início de 1994. Foi quando ingressei na 1ª série (como era chamada naquela época) e, confesso, estava morrendo de medo. Era muito tímido. Falava pouco, mas fui me acostumando ao ambiente escolar. Nessa época, meu pai, João Luiz Gonçalez Ruivo, já era professor do Colégio e coordenador do curso de Edificações. Passei dez anos no São Judas. Fiz muitas amizades e as mantenho até hoje, inclusive, são as melhores que fiz na minha vida. Quando pequeno, não tinha a menor pretensão de ser professor. Na realidade, como a maioria das crianças, tive alguns sonhos a respeito de carreiras. Sonhava em ser arqueólogo. O tempo foi passando e surgiu a vontade de lecionar História. No entanto, só no Ensino Médio, mais precisamente no 2º ano, fiz a opção de carreira – professor de Matemática. Certamente, os mestres que tive foram determinantes para minha escolha, em especial, o professor de Matemática, José Roberto Esteves (já falecido). Ele tinha tamanha habilidade com a turma, era seguro do que falava, dominava absolutamente o conteúdo e, ao mesmo tempo, era carismático, compreensivo e nunca (realmente, nunca!) agressivo. Posso dizer que parte de minha vontade de lecionar foi despertada quando o conheci. Aprendi lições valiosas com ele, apenas sendo seu aluno. Até agora, minha experiência como docente está centrada no São Judas. Estou aqui desde agosto de 2009, no Departamento de Física. Nos anos seguintes, comecei a lecionar também no Departamento de Matemática. Esforço-me sempre para dar meu melhor para meus alunos, aliás, eles são as pessoas que me animam a continuar e me fazem sentir satisfeito comigo mesmo e com minha carreira. Todos eles! • Eurico Ruivo em ação: sua motivação para lecionar veio de um professor de Matemática na época em que era aluno do Colégio urico Luiz Prospero Ruivo tem 23 anos e é professor de Matemática (2º e 3º anos do Ensino Médio) e de Física (2º ano). Cursou licenciatura em Matemática na Universidade de São Paulo (USP), em 2005. Em seguida, ingressou no mestrado em Matemática, também na USP, mas, por razões pessoais, deixou o curso. Nessa época, foi convidado a lecionar Física no São Judas. Atualmente, também é aluno do programa de mestrado em Engenharia Elétrica, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Seu e-mail é [email protected]. AGO2011 Geração São Judas 11
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