Underxmag - Revista Mergulho

Transcrição

Underxmag - Revista Mergulho
UNDERXMAG
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Underwater Expedition Magazine
Novembro / Dezembro 2010
Ano II
07
Portfolio
Reinhard Dirscherl
Fotografia:
Behind the shot:
Arraia-manta
underxmag.com
Saba
Antilhas Holandesas
Pantanal
SARDINE RUN
Épica corrida das sardinhas na África
São Paulo Boat Show 2010
Sucuris, jacarés e onças!!!
Veolia Environnement Wildlife
Photographer of the Year 2010
Por Daniel Botelho
Golfinhos - Sardine Run - África
UNDERWATER EXPEDITION
2010-10 Mexico - La Paz-322.jpg
por Julian Cohen
Bothus podas
por Rai Fernandez
IMG_3791
por Marcello Di Francesco
Top 10 Setembro / Outubro de 2010
Scalefin anthia (13)
por Paul Flandinette
Marbled snake eel (Callechelys…
por Csabatokolyi
Top 10 Setembro / Outubro de 2010
Nudibrânquio
por Lopez980
Top 10 Setembro / Outubro de 2010
Plectorhynchus vittatus
por Vincent Chalias
close knit
por BarryFackler
Manta Ray
por Antoni Emchowicz
Setembro / Outubro: Best Shot
Snell
por Antonio Martin
UNDERXMAG
.com
Underwater Expedition Magazine
Presidente e Editor: Ernani Paciornik
Vice-Presidente: Denise Godoy
[email protected]
Vice-Presidente executiva: Silvana Cassol
Redação
Diretor de Produto:
Alcides Falanghe
[email protected]
08.
Sardine Run - África do Sul
29.
Greenpeace - Meio Ambiente
30.
Saba - Caribe
42.
Wildlife Photographer of the Year 2010
45.
São Paulo Boat Show 2010
50.
Pantanal - Mato Grosso do Sul
60.
Equipamentos
62.
Portfolio - Reinhard Dirscherl
76.
Foto sub: behind the shot
Publicidade
gerente: Alcides Falanghe
[email protected]
78.
Aquaworld
Endereço
Av. Brigadeiro Faria Lima, 3064
10º andar - CEP 01451-000
São Paulo – SP – Tel.: (11) 2186-1000
82.
Sea Shepherd - Canal Aberto
84.
Mergulho livre
Editor-chefe: Kadu Pinheiro
[email protected]
Editor de Arte: Kadu Pinheiro
[email protected]
Revisão: Daniela Maximo
Colaboraram nesta Edição: Daniel
Botelho, Kadu Pinheiro, Alcides Falanghe,
Daniela Maximo Breitbarg, Massimo Mazziteli,
Ricardo Bahia, Fábio Del Guerra
Kadu Pinheiro por Ulisses Turatti
Amigos leitores,
Ano II, edição 07
Com um ano de vida a Underx vai conquistando cada vez mais leitores e admiradores. Temos o desafio de melhorar e
surpreender sempre, adicionando mais
matérias, mantendo a qualidade nas imagens, trazendo
expoentes da fotografia mundial para rechear as nossas
páginas com portfólios e matérias inéditas. Nessa edição
um safári na África submersa, a saga da corrida das sardinhas pelas lentes do fotógrafo Daniel Botelho, que nos
brinda mais uma vez com seu trabalho de estilo forte e peculiar. Estreia em nossas páginas o amigo Augusto Valente
com uma inédita matéria sobre Saba, uma ilhota no mar
do caribe cheia de vida e visual colorido, Cristian Dimitrius
parceiro de aventuras, nos brinda com uma matéria completa sobre o pantanal sul matogrossense, com fotos de
onças, sucuris e jacarés. Marcelo Krause com a indiscrítivel
foto de capa dessa edição, ganhadora de um importante
prêmio no concurso BBC / Veolia Wildlife Photographer of
the Year 2010, colocando os “Brazucas”em destaque no
cenário mundial da fotografia de natureza.
Reinhard Dirscherl fotógrafo alemão premiadíssimo com
um portfolio inédito no Brasil. Enfim uma edição especial,
cheia de imagens fantásticas e sem esquecer a bandeira
de preservação do meio ambiente, tudo isso que é mostrado na revista depende da proteção e do entendimento
da população para continuar a existir.
Atendimento ao leitor
Kadu Pinheiro - [email protected]
Underxmag é uma pu­bli­ca­ção on-line
bimestral e gratuita da GR Um Edi­to­ra Ltda.
setembro / outubro de 2010. Jor­na­lis­ta res­
pon­sá­vel: De­ni­se Go­doy MTb 14037. Ar­ti­gos
as­si­na­dos não re­pre­sen­tam ne­ces­sa­ri­a­men­
te a opi­ni­ão da re­vis­ta. To­dos os di­rei­tos
re­ser­va­dos.
e-mail [email protected]
Edição número - 07
Novembro / Dezembro de 2010
Águas claras e bons mergulhos
Foto de capa:
Marcelo Krause
Kadu Pinheiro
Editor
07
Sardine Run - África do Sul
Por Daniel Botelho
Da superficie parecia que o mar estava em ebulição.
Golfinhos e tubarões num grande tumulto... Do céu,
uma chuva de atobás do Cabo.
Quando submergimos, uma bola de iscas formada por
sardinhas nos cercou.
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Sardine Run - África do Sul
por Daniel Botelho
Este fenômeno acontece anualmente no inverno, quando fortes correntes de agua fria da Antárctica chegam a uma pequena faixa na costa
leste da Africa do Sul. A corrente Antárctica desloca 150 milhoes de peixes, 5% do cardume principal de sardinhas de seu lar original, Banco das
Agulhas, a 250 km ao sul do Cabo da Boa Esperanca.
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Sardine Run - África do sul
por Daniel Botelho
Golfinhos, tubarões fidalgo, galhas-pretas, cobres, cabeças-chatas e mangonas se
juntam para o maior ataque natural já registrado.
Os atobás do Cabo tambám ficam a espera do cardume principal, um mega grupo
que alcança 25 km de comprimento 2 km de largura e 30 metros de profundidade.
A água tem que estar entre 14 e 16 Celcius para garantir a corrida.
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Sardine Run - África do Sul
por Daniel Botelho
O grande maestro da emboscada é o golfinho-rotador. Eles varrem os mares em grupos
que chegam aos mil, seguidos por espertos atobás, que já aprenderam a usar os golfinhos
como localizadores de sardinhas.
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Sardine Run - África do sul
por Daniel Botelho
Quando encontradas, as sardinhas formam uma
bola de iscas -para dificultar a distinção de um unico alvo pelos predadores. Para que esta bola fique
estática, os golfinhos precisam de força e velocidade para executar manobras brutais.
A estratégia do grupo é liderada por um individuo.
Fazendo redes de bolhas mais ao fundo de um lado
da bola de sardinhas, os golfinhos ganham tempo
enquanto as bolhas sobem para se posicionar no
sentido oposto a fim de cercar as sardinhas. O sincronismo e incrível!
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Sardine Run- África do Sul
por Daniel Botelho
Os atobás começam sua estratégia de ataque mergulhando a
100 km por hora como uma flecha. No primeiro impulso, alcança
10 metros de profundidade podendo nadar mais 15 metros para
atingir a bola de peixes.
O impacto é tão forte que para os mergulhadores, o barulho soa
igual a um tiro. Estes animais têm o crânio projetado para absorver o impacto. Alguns atobás foram vistos mortos na superfície,
provavelmente por erro de cálculo ou encontro inesperado com
um golfinho ou tubarão.
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Sardine Run - África do sul
por Daniel Botelho
Tubarões logo são atraidos pelo cheiro e principalmente pelo barulho. Sua estratégia é empurrar as sardinhas contra a superfície, fazendo com
que elas pulem para fora da água e sejam abocanhadas no ar.
No primeiro dia embarcamos muito cedo em um
bote inflável com dois motores e capacidade
para 10 passageiros.Contávamos com apoio aéreo diário, e a cada 2 horas recebiamos reporte
sobre atividades de golfinhos e atobás.
Rumamos ao norte, 50 km acima de East London.
No caminho cruzamos com várias baleias- jubarte, nesta época elas migram para águas quentes para ter cria e acasalar. Até hoje não existe
registro de participação das jubarte na corrida.
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Sardine Run - África do Sul
por Daniel Botelho
Quando chegamos na cidade de Haga Haga, nos deparamos com um grupo de golfinhos aparentemente estacionados, sinal claro de atividade predatória.
Como nao sabíamos se seria uma bola estática ou em rápido deslocamento, pulamos na água apenas com snorkel. Segundos depois, vimos golfinhos rotatores soltando bolhas de ar em formato de rede, como uma cortina de bolhas.
Colocamos o equipamento scuba e voltamos para a bola estática. Os golfinhos em formação de ataque passavam a poucos centímetros de nós, surgindo de trás
das sardinhas. Restava-nos somente confiar em seu, que sem dúvida é espetacular.
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Sardine Run - África do sul
por Daniel Botelho
Os tubarões ficam tímidos com a presença dos golfinhos e aproveitam os intervalos entre seus ataques para abocanhar uma parte do cardume.
A correnteza forte nos levava junto com a bola de sardinhas e não podíamos nos
aproximar muito dos peixes, pois os atobás pareciam desconfortáveis com nossa
presença e pararam de se alimentar.
Por ironia, o animal mais tímido do Sardine Run é também o maior participante
deste massacre. A baleia-de-Bryde, com 15 metros de comprimento e 14 toneladas, realiza a maioria de seus ataques vindo em alta velocidade do fundo e com
sua imensa boca, engole centenas de sardinhas.
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Sardine Run- África do Sul
por Daniel Botelho
As baleias passavam muito perto de nós e tubarões davam cabeçadas em nosso equipamento, então, resolvemos subir.
Chegando ao barco percemos o céu repleto de atobás, não seria difícil achar outro foco de sardinhas.
Com a previsão de aumento dos ventos, não nos restava muito tempo. Após 10 minutos de espera ouviu-se o grito: -Golfinhos!!!
Mergulhamos novamente até o vento nos forçar a retornar para o barco. Tínhamos que rumar ao sul, pois estávamos a mais de 3 horas de navegação da terra firme.
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Sardine Run - África do sul
por Daniel Botelho
No dia seguinte, bem cedo, rumamos a norte após o primeiro reporte fornecido pelo avião. Ao
longe, tínhamos que procurar por nuvens de atobás e confirmar presença de golfinhos. Se os golfinhos rotatores não estivessem presentes não valeria a pena cair na água.
Após quatro horas de navegação localizamos um grupo de golfinhos e fomos verificar. Tratava-se
de uma bola estática, mas desta vez, a visibilidade não passava de dois metros.
Não conseguíamos ver o cardume direito e isso comprometia nosso julgamento em relação a dinâmica daquela bola. Em momentos assim, o mergulhador pode passar de espectador a presa.
Resolvemos retornar para o barco.
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Sardine Run - África do Sul
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Passamos 12 dias saindo às sete da manhã e
retornando às cinco da tarde sem nenhum
sinal de golfinhos.
A essa altura recebíamos reportes de cidades ao norte, que acabavam de receber
aqueles cardumes que tivémos o prazer de
presenciar nos primeiros dois dias.
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Sardine Run - África do sul
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Precisávamos de uma grande
tempestade para nos trazer os
peixes do sul.
A notícia que tanto esperavamos chegou, indicando tempestade em 48 horas.
Otimistas com a entrada da
frente fria, partimos para a água
já cientes de que teríamos que
retornar às duas da tarde por
causa dos ventos.
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Após duas horas, avistamos no mínimo 500 golfinhos e milhares de atobás. O mar a esta altura já estava crescendo e
sabíamos que tinhamos pouco tempo. Resolvemos ir para a água imediatamente.
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A visibilidade de dois metros nos impossibilitava de interagir com os animais; havia focas, tubarões, atobás , baleias-deBryde e golfinhos.
Após minutos de muita adrenalina e emoção, saímos da água forçados pelo mau tempo e pelas excessivas trombadas
com tubarões, que nos averiguavam naquele frenesi.
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Sardine Run - África do sul
por Daniel Botelho
Os dias seguintes foram de muito vento, mas pouca chuva. As ondas chegavam a 8 metros. Cinco dias de lançamentos abortados e apenas dois dias restantes para trabalhar. Tinhamos a certeza de que após a tempestade uma
grande massa de sardinhas estaria à nossa frente.
No último dia, tivémos a visão de um enorme grupo de golfinhos seguidos por
milhares de atobás. Todos os predadores possíveis estavam ali e famintos em
virtude da longa tempestade. Até mesmo tubarões-martelo se aproximaram.
Ficamos na água durante algum tempo. A visibilidade era limitada e somente
alguns pequenos bolos de sardinhas foram vistos.
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Sardine Run - África do Sul
por Daniel Botelho
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Sardine Run - África do sul
por Daniel Botelho
Quem não quiser se arriscar com o mergulho, pode apreciar toda a beleza das savanas africanas, afinal estamos na
África; leões, elefantes, guepardos e paisagens estonteantes são um pouco do que vemos por aqui.
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Era o fim da expedicão e com o sucesso
obtido já no primeiro dia nos sentimos estimulados a tentar novamente uma próxima vez.
Sardine Run - África do Sul
por Daniel Botelho
A Sardine Run é um bom termomêtro do
impacto gerado pela intervenção humana direta e indireta no ecossistema.
Nos últimos dez anos houve um decréscimo importante no número de sardinhas
encontaradas. No ano de 2009 passamos 22 dias para encontrar as sardinhas
e como resultado conseguimos não mais
que quatro horas com um bola.
Alguns culpam o aquecimento global, outros acham que a cota de pesca deveria ser revista. Durante
a expedição encontramos alterações importantes na temperatura da água e mais de 80 barcos de
pesca comercial extraindo sardinhas. Estes fatores podem, sem duvida, estar afetando e numa escala
maior, até interrompendo o maior movimento natural de biomassa do mundo.
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Sardine Run - África do sul
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Greenpeace
Meio Ambiente
Por um mar sem fim
Dados do governo federal apontam que 80%
das espécies marinhas exploradas pela atividade pesqueira encontram-se em algum
nível de risco. Para evitar que esses níveis se
agravem, é preciso desenvolver uma política
nacional de conservação dos nossos mares
que inclua a criação e implementação de
Áreas Marinhas Protegidas e uma maior governança pesqueira, visando o fim da pesca
ilegal e predatória.
O Brasil tem uma longa história de ligação
com o mar. É na costa que se concentra a
maior parte da nossa população e são nas
praias que essa massa de pessoas se diverte nos fins de semana de sol. O que poucos
imaginam é que este lazer está ameaçado.
Mas quem precisa do mar para sobreviver –
como os pescadores que capturam peixes
cada vez menores – ou os cientistas que estudam a qualidade da água no nosso
litoral, sabe muito bem que a ameaça é real.
Em 2007, o Greenpeace realizou uma pesquisa com mais de 40 especialistas,
entre membros do governo, representantes de ONGs e pesquisadores acadêmicos. Todos foram unânimes em dizer que nossas águas estão se afogando em
problemas por conta da gestão desordenada, da insuficiência de áreas protegidas capazes de repor nossos estoques pesqueiros e da vulnerabilidade dos
oceanos às mudanças climáticas.
Esse estudo serviu de base para a criação da Campanha de Oceanos do Greenpeace, que tem como objetivo primordial a criação de Áreas Protegidas em
30% da extensão da zona marítima sob jurisdição brasileira e conscientizar as
pessoas sobre a relevância da conservação marinha.
Gestão desordenada
Atualmente, a gestão dos mares é disputada por três órgãos que raramente
atuam de forma coordenada. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama)
é responsável pelo ordenamento costeiro e pela fiscalização da pesca. O Ministério da Pesca e Aqüicultura (MPA) segue na contramão, pois sua função é
justamente a de incentivar a exploração dos recursos pesqueiros. Ao Ministério
do Meio Ambiente (MMA) sobra a tarefa de zelar pela biodiversidade, coisa que
por sinal não faz muito bem.
Menos de 1% da águas brasileiras, um colosso que se estende por 8.688 quilômetros de costa e se espicha por 200 milhas Oceano Atlântico adentro, está sob
proteção. As três Áreas Marinhas Protegidas mais relevantes do país – a Reserva
Biológica do Atol das Rocas e os Parques Nacionais de Abrolhos e Fernando de
Noronha – foram criadas antes de 1988. É fundamental retomar a política de
criação de reservas marinhas para repor os estoques de peixes e garantir a qualidade de um litoral cuja economia depende muito do turismo marítimo.
A pesca comercial não vem respeitando orientações que permitem a reposição dos estoques, como não ultrapassar cotas de captura, atuar somente com
licenças de pesca, utilizar técnicas não predatórias, respeitar áreas e períodos
de reprodução das espécies, além de tamanho mínimo dos indivíduos de cada
espécie.
Presente em 71% da superfície da Terra, os oceanos são peça-chave para o
equilíbrio do clima, das correntes marinhas, correntes de ventos e temperatura
do planeta. Eles têm papel relevante na variação de temperatura e são sumidouros de carbono, capturando as emissões provocadas pela atividade humana de CO2, que contribuem para o aquecimento global. O problema é que
a poluição e o uso predatório dos recursos marinhos podem desequilibrar essa
função reguladora dos mares no clima, pondo em risco a vida marinha e os 2/3
da população mundial que vivem à beira-mar.
O que queremos
- Criação de áreas marinhas protegidas em 30% de nossas águas territoriais e,
globalmente, para que o mundo destine 40% de suas águas oceânicas para reservas marinhas;
- Uma política nacional de oceanos marcada pela coordenação entre os órgãos responsáveis;
- Regulamentação definitiva da atividade pesqueira – incluindo a fiscalização
contra técnicas de pesca predatórias como o arrasto;
- Conscientização da população sobre a conservação dos oceanos;
- Pressão sobre a diplomacia brasileira para que ela aja em fóruns internacionais
no sentido de proteger a biodiversidade marinha global.
Fonte: http://www.greenpeace.org
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SABA
Por Augusto Valente
Saba é uma ilha vulcânica colonizada no século XVII inicialmente pela Companhia das Indias, mas logo em seguida foi expulsa pelo famoso pirata inglês Henry Morgan.
Não demorou muito para que Holanda, Espanha, França
e Inglaterra disputassem a posse desta pequena ilha, até
que, em 1816, ficou de vez sobre os cuidados da Holanda.
Saba é vizinha de outras ilhas mais famosas como St. Marteen e St. Bart. A população de Saba é de cerca de 1500
habitantes e sua área total é de 13 km², o idioma oficial é
o holandês, apesar de todos falarem o inglês. A ilha também possui uma universidade de medicina muito procurada por estudantes de outras ilhas.
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SABA - Caribe
por Augusto Valente
Saba possui algumas particularidades. A
primeira delas é que existe apenas uma
pequena em toda a ilha. São aproximadamente 200 metros de areia escura,
cuja extensão aumenta e diminui, dependendo da estação do ano. Saba possui
ainda uma das menores pistas de pouso
no mundo, com cerca de 400 metros, que
termina na beira de um precipício.
Apenas aviões de pequeno porte ou helicópteros aterrisam por lá. As ruas estreitas
de Saba são um caso à parte. Por conta da formação rochosa e montanhosa
da ilha, engenheiros suiços e holandeses
eram categóricos ao afirmar ser impossivel construir ruas por lá, até que, em 1943,
Lambert Josephus Hassell fez um curso por
correspondência de engenharia civil e,
com a ajuda da população local, construiu a primeira rodovia, finalizada em
1958.
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SABA - Caribe
por Augusto Valente
A criação de um parque em 1987
( Saba Marine Park ) em uma época em que a ilha ainda era pouco frequentada por mergulhadores, garantiu nos dias de hoje
uma vida marinha extremamente preservada, tornando possível
encontros com lambarús, arraias,
tartarugas-de-pente, garoupas,
lagostas, etc.
Além da companhia quase constante dos grandes tarpões, as
enormes esponjas-barril impressionam até mesmo o mais veterano dos mergulhadores. Por ser
um parque, existe uma taxa de
mergulho.
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SABA - Caribe
por Augusto Valente
As atividades vulcânicas do
passado criaram diversos vales de lavas e grutas submersos, além de montanhas que
emergem do fundo criando
visuais fantásticos.
Saba oferece mergulhos para
todos os níveis de experiência
e vale destacar alguns pontos
de mergulhos especiais.
Diamond Rock, um dos melhores pontos. Uma rocha em
forma de cone invertido que
emerge dos 25 metros e rasga a superficie por mais uns
15 metros. O mergulho é feito
em espiral, da base até a superficie. É possivel avistar barracudas, tartarugas-de- pente, verde e cabeçudas, além
de arraias e outros cardumes
de passagem. A corrente em
geral é fraca.
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SABA - Caribe
por Augusto Valente
Tent Reef, diversas grutas e corredores
formados pela lava garantem um visual maravilhoso neste ponto. Enormes
gorgônias e corais vermelhos e negros
compõem o cenário.
Normalmente existe uma correnteza
moderada, mas é possivel se proteger
usando as formações de lava como
escudo.
Hot Springs, lugar fantástico para macro fotografia, pequenos “muros” de
uns 50 centimetros de altura formados
pela lava estão cobertos de vida marinha. Abundância de cavalos-marinhos, camarões-limpadores, poliquetas, etc.
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SABA - Caribe
por Augusto Valente
Em Saba existem três operadoras de mergulho; Sea Saba, Saba Deep Dive Center e Saba Divers.
Durante minha estadia na ilha, utilizei os serviços da Sea Saba que é a mais bem estruturada das
três. Eles possuem equipamentos novos e de boa qualidade para alugar, o que é interessante,
pois como o transporte para ilha é feito em avião de pequeno porte, existe o problema de excesso de peso da bagagem.
Saba oferece diversos tipos de hospedagens, desde alguns hotéis estilo resort até o sistema de
cottage que são casas de aluguel, largamente utilizado pelos os turistas e foi minha opção de
estadia. Fiquei no Juliana’s Hotel que oferece além de apartamentos alguns cottages. Optei
pelo o Orchid Cottage, uma confortável casa de dois quartos.
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SABA - Caribe
por Augusto Valente
O Juliana’s possui um restaurante/lanchonete onde
uma vez por semana, tem a sessão de cinema da ilha.
O filme é projetado em um telão instalado ao lado da
piscina, mais uma das peculiaridades da ilha.
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SABA - Caribe
por Augusto Valente
A única maneira de se chegar a Saba é via St. Marteen. Em geral é necessário um pernoite em St. Marteen. Aconselho a quem puder, passar alguns dias para conhecer a ilha,
em especial ao lado francês. O translado para Saba pode ser por avião ou usando um
ferry. Durante o tempo que fiquei na ilha, os comentários a respeito do ferry não eram dos
melhores; ambiente fechado, pequeno e com o balanço do mar durante as quase duas
horas de navegação normalmente geram desconforto entre os usuários.
O voo até Saba dura apenas 15 minutos e o avião possui 19 lugares apenas. Fique atento
ao limite de peso, mesmo para bagagem de mão pois o avião não possui lugar para guardar as mesmas. O ideal é levar o minimo possivel. No aeroporto fomos vitima do sotaque
dos locais e acabamos não atendendo a chamada para o embarque.
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SABA - Caribe
por Augusto Valente
Perdemos o voo, mas por sorte havia outro
um pouco mais tarde. A dica neste caso é
ficar próximo ao portão de embarque e perguntar aos funcionários a respeito do voo de
tempos em tempos.
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SABA - Caribe
por Augusto Valente
O melhor trajeto para chegar a
St. Marteen é via Miami, que possui voo direto para ilha e evita diversas conexões. Outra opção é
via Curacao, mas a quantidade
de conexões é desanimador.
Para maiores informações basta
acessar ao site:
www.sabatourism.com
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SABA - Caribe
por Augusto Valente
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Veolia Environnement Wildlife Photographer of the Year 2010
Por Marcelo Krause
Da esquerda para a direita: Pascal Kobeh, Marcelo Krause, Jordi Chias e Tony Wu
Imagem premiada na competição Wildlife Photographer of the Year. Nikon D2x, Tokina AT-X 107 AF 10-17mm f3.5-4.5 lens; 1/250 sec at f5.3; ISO 400;
Aquatica D2 housing; Inon Z-240 strobe
Nesse ano a imagem acima foi premiada na categoria “Mundo Submarino” no concurso BBC / Veolia Wildlife Photographer of the Year. Esse é
talvez o mais importante e mais prestigiado concurso de fotos da natureza
no mundo, e ter uma foto dentre as escolhidas foi uma grande honra. Principalmente uma foto feita no Brasil, no Pantanal! Em 2010 a competição
recebeu mais de 31.000 fotos de fotógrafos de 81 países diferentes. A foto
faz parte do meu futuro livro “Pantanal Terra e Água” que vai retratar o
pantanal e regiões próximas tanto dentro como fora da água.
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Veolia Environnement Wildlife Photographer of the Year 2010
Por Marcelo Krause
A cerimônia de premiação foi realizada no salão principal do Museu de História Natural de Londres. O evento estava bem bonito e organizado, e jantar
embaixo do esqueleto do Diplodocus com outros fotógrafos premiados é
uma boa lembrança que ficará comigo para sempre. Foi muito bom conhecer outras pessoas e fotógrafos durante os eventos e vai ser difícil escrever
sobre todas elas aqui. Todas as imagens do concurso estão agora expostas
no museu, de uma forma que elas são iluminadas por trás, criando um efeito
visual muito bacana.
Winner
The big four
Tony Wu
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Veolia Environnement Wildlife Photographer of the Year 2010
Por Marcelo Krause
O francês Pascal Kobeh foi o fotógrafo oficial do filme da Disney Oceans. Ele mostrou
várias fotos que fez durante as filmagens
e contou a história que quando quase foi
morto por um urso polar.
Highly Commended
Manta-ray feast
Michael AW
Jordi Chias da Espanha, foi o vencedor da
categoria One Earth Award com a foto de
uma tartaruga presa em uma rede de pesca. Ele tem um projeto de documentar e
levantar questões sobre conservação de
águas abertas em alto mar.
Runner-up
Bottom view
Michel Roggo
E Tony Wu é um fotógrafo americano que
ganhou a categoria Mundo Subaquático
com uma foto de 4 baleias-cachalote juntas. Tony já é bem conhecido entre a comunidade de fotografia submarina e suas
fotos já foram publicadas em inúmeras revistas. Ele organiza viagens para ver baleias
jubarte em Tonga e para outros destinos,
além de manter atualizado um ótimo blog.
Highly Commended
It came from the gloom
Patrik Bartuška
Peter Rowlands, editor da Underwater Photography digital magazine (já na sua edição 57) estava presente na coletiva de imprensa e foi bom reencontrá-lo.
O Museu de História Natural
Marcelo Krasuse
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5
Texto e fotos: Kadu Pinheiro
1.
2.
3.
4.
5.
6.
1
Movimento no stand da Fun Dive
Mário Salermo, Daniela Maximo e Murilo Barros
Stand Fun Dive
Vista Geral Stand
Clécio Mayrink, Walter Roberto Nunes, César Torres
Público no stand da Fun Dive
2
3
6
4
O mergulho esteve presente no boat show com o estande
da Fun Dive e da Scubalab, o movimento foi grande durante toda a feira, segundo o gerente de marketing da Fun
Dive, Mário Salermo.
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45
3
5
Ciclo de palestras:
Kadu Pinheiro - Segredos da fotografia submarina
Daniel Botelho - Expedição da baleia azul
Alcides Falanghe - Projeto Oceano Vivo
Stuart Cove’s - Mergulhando nas Bahamas
1
6
4
2
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Kadu Pinheiro
Alcides Falanghe e Tatiana Zanardi
Stuart Cove
Daniel Botelho
Willian Clain, Kadu Pinheiro, Stuart Cove
Palestra Stuart
Público na palestra das Bahamas
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7
1
3
6
4
7
5
8
2
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
Helen Ganzarolli
Rodrigo Faro
Vista Geral
Espaço dos desejos
Equipe da editora
Lounge da Náutica
Lanchas
Vista Geral
1
1.
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Jet Kawasaki
Motos Kawasaki
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Stand BRP
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Naufrágios do Brasil
Uma Cultura Submersa
Um acervo inédito de imagens históricas e
subaquáticas.
Um documento sem igual que revela episódios
reais e surpreendentes sobre alguns dos
principais naufrágios ocorridos no litoral
brasileiro. Casos importantes e abrangentes,
protagonistas de páginas de grande
repercussão e de comoção.
“Naufrágios do Brasil – Uma Cultura Submersa” é
o registro fiel de fatos que marcaram a história da
navegação marítima, em capítulos escritos com
narrativa e rigor jornalísticos.
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UM PASSEIO PELO PANTANAL
Texto Cristian Dimitrius / Fotos Cristian Dimitrius, Marcelo Krause e Luciano Candisani
Imagine você acordando com uma sinfonia formada
pelo canto de distintas espécies de pássaros; arancuãs,
japuiras, maritacas, mutuns, entre outros. Todos membros desta orquestra matinal. Você abre os olhos e se
vê em uma paisagem onde água e terra se misturam
para formar um dos mais ricos santuários naturais da
América do Sul. A leve brisa que refresca o seu corpo
começa a peder força com a chegada do sol que desperta no horizonte.
Todos os seus sentidos são tomados com intensidade e
de longe, o esturro do maior predador da região elicia
calafrios que sobem por toda espinha dorsal. Depois de
uma respiracão profunda, onde apenas partículas de
ar puro penetram em seu pulmão, você sorri e percebe que está dentro de um éden. Um paraíso que se
encontra no coração de nosso Brasil. O dia só está começando. Chegou a hora de explorar toda a riqueza
de um lugar conhecido mundialmente por apenas um
nome: Pantanal.
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Pantanal - Mato Grosso
Brasil por Cristian Dimitrius
Foto: Luciano Candisani
Nossa aventura começa em um passeio de barco pelas águas do Rio Cuiabá. Esta é a melhor forma de ver um pouco das belezas do Pantanal. Digo “um pouco” pois estamos na maior planície alagável do mundo, que engloba o sudoeste do Mato Grosso, o oeste do Mato
Grosso do Sul e parte do Paraguai e Bolívia. Mesmo que o trecho percorrido seja pequeno, vida selvagem é o que não falta. Garças, maguaris, socó-bois e bigatingas são facilmente avistadas, seja secando suas pelas plumas ou voando rente ao rio. Aves de rapina como o
carcará, o gavião-belo e o gavião-caramujeiro patrulham la do céu à procura de alimento em terra.
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Pantanal - Mato Grosso
Brasil por Cristian Dimitrius
Foto: Luciano Candisani
Com um pouco de sorte um grupo de ariranhas podem ser observadas caçando seu alimento preferido: cascudos. Nas margens, uma multidão de jacarés tomam sol para regular a temperatura corporal e capivaras nos olham com curiosidade. Em
pouco tempo é possivel perceber porque estamos em um dos
mais extraordinários patrimônios naturais do mundo.
Foto: Luciano Candisani
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Foto: Luciano Candisani
O Pantanal possui uma
biodiversidade faunística
apenas superada pela
existente na Amazônia,
porém
apresentando
maior número de indivíduos por espécie. São
mais de 650 espécies de
aves, 80 de mamíferos,
260 tipos de peixes, 40
de anfíbios, 50 de répteis
e uma grande diversidade de insetos. É o lugar
perfeito para aqueles
que como eu, gostam
de passar um bom tempo na natureza observando a vida selvagem.
Na retomada de Recife, foi praticamente destruída pelos portugueses.
O crescimento parou e só em 1808
com a abertura dos portos, a cidade
voltou a crescer. Os vestígios desta
época ainda podem ser vistos nos
antigos fortes, casarões e igrejas do
Recife Antigo restaurados em 1986.
Olinda é outra visita obrigatória, por
seus monumentos históricos e pela
linda vista que deu origem ao nome
da cidade.
A rica história de Recife se extende
ao fundo do mar. Boa parte de seus
naufrágios são cápsulas de tempo
dos primordios da navegação a vapor. Repousam em um imenso deserto de areias brancas, restos de navios
outrora movidos por rodas de propulsão, como o Vapor dos 48, ainda não
identificado, o Jaguaribe, também
conhecido como Vapor de Baixo e
o magnífico Vapor Bahia, sem dúvida um dos mais belos naufrágios da
costa brasileira.
O dia passa e a medida que vamos observando os animais nossa curiosidade desperta. Somos
levados a uma jornada em busca de mais conhecimento.
Pantanal - Mato Grosso
Brasil por Cristian Dimitrius
Por que há tantos animais por
aqui? Para responder esta pergunta, precisamos voltar a atenção ao elemento vital para toda
forma de vida no nosso planeta;
a água.
Um grande ninho no topo de
uma árvore chama nossa atenção.
Nele o tuiuiu, a ave símbolo do Pantanal,
cuida de seus filhotes. Observamos com
atenção o trabalho árduo de ambos os pais
revezando entre buscar comida e proteger
o ninho dos vorazes carcarás.
Na sociedade dos Tuiuius, macho e fêmea
dividem as tarefas para garantir que seus
genes sigam adiante.
Com concepção um pouco mais
moderna, mas ainda remanecente
do século XIX, o Pirapama é o naufrágio mais popular de Recife, graças a proximidade do porto e a exuberância da vida marinha que vive
ao seu redor.
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Foto: Marcelo Krause
Toda a biodiversidade pantaneira está associada a um regime de inundações. Anualmente o Pantanal vive dois períodos distintos: a seca e a cheia,
onde o nível da água chega a variar em até 8 metros. Grandes campos
tornam-se lagoas, novos rios nascem e morrem e esta dinâmica muda a
paisagem todos os anos. A fauna responde a estas mudanças.
Muitos animais, como a ema, invadem a planície durante a estação seca
para explorar a abundância de alimento depositada ou criada pelas enchentes. Aves migratórias como o taiamã, chegam ao Pantanal durante a
época das cheias para reprodução e procura de abrigo.
Pantanal - Mato Grosso
Brasil por Cristian Dimitrius
Foto: Marcelo Krause
Foto: Marcelo Krause
Nos largos rios e lagoas de águas cristalinas, peixes como dourados, piranhas, curimbatás, jaús, piraputangas e muitos outros, revelam uma riqueza que poucos observam. Um encontro com uma arraia ou um caranguejo nos deixa um pouco confusos, mas logo descobrimos o que eles fazem ali. A origem do Pantanal é resultado da separação do oceano há milhões de anos. Animais que estão presentes no mar também existem no pantanal, formando o que se pode
chamar de mar interior. E este mar é também o lar de um grande predador; a sucurí.
Também conhecida como anaconda, esta serpente pode atingir até 10 metros de comprimento. Não há ambiente mais propício para ela pois além da fartura de alimento, ela passa boa parte do seu tempo na água, onde consegue movimentar-se em velocidade maior do que em terra.
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Pantanal - Mato Grosso
Brasil por Cristian Dimitrius
Quanto emplendor! Quanta vida! E tudo isso ali, diante de nossos olhos pois outro aspecto importante é que além da alta densidade de animais, o relevo do Pantanal
permite que estes sejam avistados. Isto também é verdade para um dos mais elusivos felinos do mundo, o senhor do Pantanal, a Onça-Pintada.
Avistar a Onca Pintada é o climax de nosso passeio pois apesar de ser o maior mamífero carnívoro do Brasil, um encontro com ela é raro. É preciso conhecer muito
bem a região, entender seu comportamento e passar muitas e muitas horas seguindo seu rastro. Com um pouco de paciência, sorte e um bom guia, isto pode se tornar possível. De dentro do barco podemos apreciar com segurança a majestosidade deste animal, o 3º maior felino do mundo, mas o que possui a mordida mais forte
de todas. Ela necessita de pelo menos dois quilos de alimento por dia, o que determina a ocupação de um território de 25 a 80 km² por indivíduo a fim de possibilitar
capturar uma grande variedade de presas, principalmente capivaras e jacarés. Avistar este animal só é possivel mesmo em um lugar como este.
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Pantanal - Mato Grosso
Brasil por Cristian Dimitrius
O dia vai chegando ao fim e começamos a refletir até quando esta beleza permanecerá intacta, desafiando o avanço do crescimento humano. Até agora o elemento que rege a vida
no pantanal também foi a principal barreira para impedir que a região fosse totalmente devastada. O ciclo das inundações periódicas impede um largo assentamento humano, a construção de estradas e uma maior exploração agrícola. Mas o frágil equilíbrio dos ecossistemas
pantaneiros está sendo ameaçado pelas novas tendências de desenvolvimento econômico.
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Pantanal - Mato Grosso
Brasil por Cristian Dimitrius
Os modelos tradicionais de pesca e pecuária estão sendo rapidamente substituídos pela exploração intensiva, acompanhada de novas tecnologias de
desmatamentos e alteração de áreas
naturais.
Ao mesmo tempo, muito pouco encontra-se oficialmente protegido. O sistema
está tomando conta aos poucos do pantanal e sua única defesa é a própria natureza. Ela clama por nossa atencão. Por
nossos cuidados.
Hoje ainda podemos apreciar todo o esplendor do pantanal. Mas o sol está se
pondo. Gostaria de acordar amanhã e
descobrir que poderemos apreciar tudo
isto por muitos e muitos anos.
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Pantanal -Amazonas
Mato Grosso
- Botos
Brasil por Cristian
Brasil por
Dimitrius
Marcio Lisa
Cristian Dimitrius
Cinegrafista de natureza, biólogo e instrutor de mergulho. Trabalha exclusivamente com a produção e captação de imagens de natureza
para documentários, matérias de TV e vídeos educacionais. Já esteve
pelos quatro cantos do mundo, sempre buscando retratar como a natureza se mostra aos seus olhos.
SITE: www.cristiandimitrius.com
BLOG: www.cristiandimitrius.blogspot.com
EMAIL: [email protected]
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Equipamentos
por Editor
Bull Terrier Albatroz
Aventura até embaixo d’água
A Bull Terrier apresenta uma novidade para aventureiros que enfrentam ambientes úmidos. O modelo Albatroz é confeccionado com
materiais resistentes a água e extremamente flexíveis, proporcionando conforto, segurança e proteção. A marca líder no mercado nacional em calçados para esportes de aventura alia resistência e estilo neste lançamento, que possui um design moderno, propício para
práticas esportivas e situações do dia a dia urbano.
De acordo com o coordenador de vendas da Bull Terrier, Rodrigo Mitysuo Cataneo, o Albatroz caracteriza-se como um calçado confortá- vel e que dispensa até mesmo o uso de meias. “É um modelo ideal para pescarias, passeios em lanchas e caminhadas na praia.
Enfim, atividades que envolvem água. E também para o cotidiano, pois é leve e se adapta facilmente ao formato dos pés”, aponta.
O cabedal do Albatroz é feito em neoprene e envolto em borracha. O material usado neste modelo também é aplicado em roupas
para a prática de surf. Tem rápida secagem e oferece proteção térmica. A palmilha é anatômica e o solado é feito em borracha SBR,
que garante resistência.
Você encontra nas melhores lojas de artigos esportivos
confeccionado em neoprene, tem palmilha anatômica transpirável, sistema de amarração com elásticos, cunho em PU e solado em
borracha SBR.
Numeração: 35 ao 44 - Cores: branco, café, cinza, amarelo, azul royal, preto, marinho, oliva, vermelho, chumbo.
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Escolha entre: Pelagic DSAT (Spencer/Powell data basis) ou Pelagic
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Avançado sistema de bússola digital
3 transmissores independentes e até 3 misturas de nitrox 100 % O2
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Função relógio completa com alarme, time zone e cronômetro
Mode Gauge
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Consulte um revendedor autorizado
Mesmo depois de mais de 20 anos
como fotógrafo profissional, o Alemão Reinhard Dirscherl, nascido em
1964, ainda é destaque no cenário
internacional da fotografia. Baseado
em Munique, o fotógrafo subaquático criou um estilo único e poderoso.
Tubarões-limão - Bahamas
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Portfolio - Reinhard Dirscherl
Portfolio
Reinhard Dirscherl
Modelo
Nudibrânquio e camarão
Underxmag: como e quando começou a fotografar (sub)?
Eu iniciei minha carreira fotográfica na Tailândia, em 1989, usando uma antiga nikonos emprestada. Me aventurei em minhas primeiras fotos subaquáticas ao longo
dos recifes das Ilhas Similan.
Olhando os resultados a partir da perspectiva de hoje, minhas primeiras fotos foram desastrosas. No entanto, fui imediatamente impelido a produzir melhores fotos.
De volta à Alemanha, não demorei muito antes de comprar minha primeira câmera submarina. De volta gastei muito tempo em lagos alemães e austríacos, sempre
com minha câmera em mãos.
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Portfolio
Reinhard Dirscherl
Peixe-sapo
Borboleta-amarelo
e garoupa-pintada
Atobá
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Portfolio
Reinhard Dirscherl
Arraia-mármore
Peixe-boi
Leão-marinho
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Portfolio
Reinhard Dirscherl
O inicio da carreira:
Crocodilo de água
salgada
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Como muitos de seus colegas, Dirscherl ganhou fama em concursos de fotografia e, como
seria de se esperar, iniciou sua carreira competitiva em 1993, após ganhar vários prêmios
como a UWF (Unter-Wasser-Foto) Magazine, prêmios internacionais como “Antibes” e títulos como o de campeão alemão e vice Campeão do Mundo de Fotografia Subaquática,
campeonatos da Nikon e o “BBC Wildlife Photographer of the Year”. Isso abriu caminho para
uma sólida carreira profissional, ganhando acesso a várias revistas internacionais, agências
de publicidade, bem como os maiores bancos de imagens.
Cachalote
Portfolio
Reinhard Dirscherl
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Portfolio
Garoupa-batata
Reinhard Dirscherl
O Futuro
Para manter o foco em suas atividades fotográficas, Reinhard Dirscherl investiu no
mercado de fotografia digital através de uma agência de imagem criada por sua
esposa Daniela, chamada: Waterframe (www.water-frame.com) e seu próprio banco de imagens na internet chamado: OceanPhoto (www.ocean-photo.com). Isso
permitiu a ele se concentrar plenamente em seu trabalho fotográfico e concedeulhe o luxo de poder experimentar a criação de imagens pouco convencionais.
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Peixe-palhaço
Cavalo-marinho
Polvo
Portfolio
Reinhard Dirscherl
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Portfolio
Reinhard Dirscherl
Água-viva
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Portfolio
Reinhard Dirscherl
Tubarão-baleia
Cardume
Baleias-jubarte
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Portfolio
Reinhard Dirscherl
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Tartaruga
Nautilus
Portfolio
Reinhard Dirscherl
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Portfolio
Reinhard Dirscherl
Contato:
Reinhard Dirscherl
OceanPhoto: www.ocean-photo.com
Barracuda
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Foto sub
Por Alcides Falanghe
Behind the shot
Arraia-manta - Ilha Salomão
No meio de um canal nas Ilhas Flóridas, que fazem parte das Ilhas Salomão, há um
recife de coral que durante a maré baixa quase aflora na superfície. Entre as marés
a correnteza chega a alcançar 7 nós, e neste período um cardume de mantas constumam aproveitar o fluxo de nutrientes nadando de boca aberta contra a corrente.
O mergulho é radical. O panga se posiciona na entrada do canal e basta os mergulhadores cairem na água para começarem um voo alucinante sobre um fundo de
corais-pétreos a quatro metros de profundidade. Depois de um cinco minutos à deriva, chegasse a um paredão vertical que desce
para mais de 30 metros.
A regra é se abrigar da
corrente na encosta do
paredão, caso contrário, entra-se em turbilhão
descedente com direito
a um caldo de 30 metros e a volta da superfície só possível a uns 100
metros ao largo do coral,
ou seja: fim do mergulho.
Para quem consegue ficar na zona de calmaria
o show é inesquecível.
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Foto sub
Por Alcides Falanghe
DSLR Nikon D200
Caixa Aquatica A200
1 Flashs Sea&Sea YS-300 em modo
manual em potência full
Lente Nikkor 16mm
Abertura: 9
Velocidade: 1/60
ISO: 100
White Balance: Auto
Dica: em um mergulho como este é preferível utilizar um único flash para diminuir o arrastro. Para fotos grandeangulares, posicione o flash para trás da camera para cobrir toda o ângulo da lente.
Boas fotos,
Alcides Falanghe
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Aquaworld
Por Editor
Brasileiro ganha terceiro concurso anual de fotografia Ocean
in Focus Conservation
Um Brasileiro Guy Marcovaldi ganha o terceiro concurso anual Ocean in Focus Conservation com a foto de um mergulhador em apnéia tirando tartarugas presas em uma rede
de pesca. A foto foi tirada no litoral da Bahia
após uma tempestade que deixou mais de 17
tartarugas presas na rede.
Nadadeira Slingshot
Desenhada para atingir máxima propulsão e
velocidade com o mínimo de esforço.
A única no mundo com 3 ajustes na regulagem
de propulsão.
Guy Marcovaldi é fundador e coordenador
do projeto Tamar, que tem por objetivo a preservação das tartarugas marinhas.
saiba mais em:
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Atualização no Atendimento às Emergências
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Mangueira exível e peso reduzido.
Ideal para viagens.
Por: Thiago P. Aricó - [email protected]
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diretrizes para os procedimentos de Reanimação Cardio-Pulmonar (RCP), com várias
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Golfinhos precisam de mais proteção do que nunca
Traduzido por Marcelo C. R. Melo, voluntário do ISSB
Nos últimos cinco anos houve uma tsunami massiva de publicidade sobre a matança de golfinhos no Japão.
Em 2003 eu fiz filmes sobre o assunto para a National Geographic Television International e para a PBS. Esses
filmes foram vistos por milhões. Whale Wars no Animal Planet e The Cove também no Associated Press e nos
cinemas por todo o mundo trouxeram para audiências internacionais a barbárie da matança de golfinhos
e baleias. Eu já ouvi dos próprios caçadores de golfinhos que eles ficariam sem trabalho se seus métodos
bárbaros fossem divulgados. Divulgar a matança em Iki, Futo, e Taiji se tornou então minha estratégia. Mas a
matança continua e ela pode até estar crescendo.
Enquanto o mundo se foca nos eventos em Taiji, outra ameaça letal e traiçoeira aos golfinhos segue amplamente desapercebida, uma que provê uma razão imponente para que os golfinhos e baleias não só deixem
de ser caçados mas que recebam mais proteção do que nunca.
Golfinhos estão severamente ameaçados por um número crescente de doenças derivadas da contaminação dos oceanos. Durante o último ano, um número crescente de artigos científicos vem sendo publicados
documentando um aumento por todo o mundo na incidência de doenças até agora desconhecidas em
golfinhos. Um grupo de pesquisadores e veterinários do Marine Animal Disease Lab, da Universidade da Flórida, descobriram pelo menos cinquenta novos vírus em golfinhos. O aumento exponencial é devido ao corpo
dos golfinhos carregar altos níveis de poluentes orgânicos como PCBs, PBDEs, DDT, e outros produtos químicos
que suprimem o sistema imune de mamíferos e atrapalha o funcionamento normal das funções endócrinas.
Alguns destes produtos químicos são conhecidos por serem mimetizantes de estrogênio que agem feminilizando machos e super-feminilizando fêmeas.
Ainda mais, resistência a antibióticos foi
encontrada em golfinhos em diversos
locais ao redor do mundo. Obviamente,
antibióticos não ocorrem naturalmente.
Eles são derivados de pessoas e animais
que usam antibióticos e os introduzem
no ecossistema através de excreção ou
simplesmente ao jogar fora pílulas não
utilizadas. Após chegarem às bacias hidrográficas são consumidos pelo plâncton e bio-acumulados pela cadeia trófica se concentrando em predadores
como os golfinhos. O que preocupa
o Centro para Controle de Doenças
(CDC, na sigla em inglês) é o fato que
golfinhos resistentes a antibióticos tem
o potencial de criar super parasitas que
podem retornar ao seres humanos. A
transmissão de doenças entre espécies
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é conhecida como zoonose. AIDS é um exemplo de transmissão zoonótica.
Se o Japão parasse a caça de baleias e golfinhos agora passaria a imagem
de que os ambientalistas os forçaram a se render, algo que uma nação insular orgulhosa não pode tolerar. Mas a informação de que doenças tais como
a brucelose e vírus como o papilomavírus estão sendo encontrados cada
vez mais frequentemente em golfinhos pode, ironicamente, ser o que force o
fim da alimentação por carne de golfinho.
Me surpreende que a caça de baleias e golfinhos se mantenha no século 21.
Nós sabemos tanto sobre estes animais magníficos. A observação de baleias
e golfinhos gera mais de U$2.1 bilhões por ano em todo mundo, muito mais
do que a caça de baleias e golfinhos.
À luz de ameaças emergentes aos ecossistemas marinhos, e à baleias e golfinhos em particular, a matança deliberada desses curiosos, inteligentes e
conscientes animais é trágica e irá apenas acelerar a extirpação de populações inteiras dessas magníficas sentinelas do mar. Mas o que acontece agora
com os golfinhos é claramente um arauto do que confronta a humanidade.
De Hardy Jones, diretor executivo da BlueVoice.
Foto: divulgação Sea Shepherd
Mergulho Livre
Foto: Noeli Ribeiro
Por Carolina Schrappe
Fácil, prático e seguro. E ao alcance de todos!
Mais uma vez estou aqui na Underxmag falando um pouco sobre este
esporte do qual gosto tanto, o mergulho livre. Nesta edição vou mostrar algumas maneiras de se divertir utilizando o mergulho livre como
ferramenta. Vamos ver que é possível praticar o mergulho livre, com
pouco equipamento, baixo custo e nos divertir muito em quase todas
as praias, piscinas e pontos de mergulho do mundo todo.
Todos já devem, em alguma fase da vida, ter brincado de tentar atravessar a piscina sem respirar, ou disputar quem fica mais tempo sem
respirar entre primos e amigos. A brincadeira é séria quando estamos
dentro da água (lugar que não fomos projetados para funcionar bem)
e devemos conhecer todas as ´´regras de uma apnéia segura`` para
praticar o esporte com muita segurança.
Comecemos com a maneira de praticar o mergulho livre da forma
mais popular, o famoso snorkeling. Conhecido da grande maioria por
ser prático, fácil e requerer pouco equipamento, pode ser praticado
na maioria das praias do planeta, em alguns rios e lagos. Precisamos
apenas de máscara, snorkel e nadadeira. No snorkeling, permanecemos a maior parte do tempo na superfície, observando a vida marinha de cima. Como estamos utilizando máscara e snorkel, podemos
respirar o tempo todo e quando queremos ver algo mais de perto,
prendemos a respiração e mergulhamos, praticando assim, a apnéia.
A flutuação também é outra maneira de nos divertirmos muito. Muito
praticada no interior do país, normalmente em rios. No interior do Mato
Grasso do Sul, por exemplo, em Bonito e arredores, podemos praticar e descer o rio utilizando máscara, snorkel e roupa de neoprene e
também algumas vezes colete salva vidas. A flutuação só é diferente
do snorkeling, pois como estamos com roupa que flutua, fazemos um
mergulho de superfície o tempo todo.
O Mergulho livre com enfoque científico está ganhando muito espaço
entre pesquisadores e estudiosos, principalmente da área da biologia
marinha e estudo de peixes de água doce. Eles analisaram e chegaram à conclusão que no mergulho em apnéia conseguiam chegar
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Fotos: Noeli Ribeiro
muito mais perto e não interferiam tanto no habitat natural da vida marinha. O
mergulho scuba tem a vantagem de você poder permanecer mais tempo em
baixo da água, mas o mergulho livre em apnéia permite que a observação das
espécies seja muito mais natural e silenciosa.
Os esportes envolvendo o mergulho livre hoje são inúmeros, além da boa e
velha natação (sim na natação tambem praticamos apnéia). Quem pratica
natação sabe que quando nadamos craw em R5 ou R6 (respirar a cada 5 ou
6 braçadas) estamos em apnéia e olha que esse é um excelente treino. Além
disso, super campeões de provas curtas fazem todo o trajeto sem respirar.
A pesca-subaquatica é outro esporte popular em nosso país e muito praticado
no mundo todo. Ainda visto com maus olhos por muitos, a pesca-sub vem crescendo e se especializando cada vez mais, ficando cada vez mais seletiva, isso
quer dizer escolher o peixe a ser pescado e não simplesmente atirar em qualquer coisa que aparecer. O ideal é fazer a pesca consciente e tirar da água
apenas aquilo que vai consumir. Hoje muitos pescadores têm frequentado cursos de mergulho livre de alto desempenho, não só para melhorar sua performance, mas principalmente para fazê-lo com muito mais segurança.
Outros esportes como o pólo aquático, rugby e hockey-sub vêm ganhando
força e espaço no mundo todo e aqui no Brasil também. A Europa é o lugar
onde mais se pratica estes esportes que exigem muito preparo físico e treino de
apnéia.
E claro, não poderia deixar de falar sobre o mergulho livre de competição,
aquele que pratico sempre. Eu particularmente gosto muito de ter um objetivo
definido, uma data para competir, traçar metas e cumprí-las. A competição de
mergulho livre, ao meu ver, é uma competição com você
mesmo, por isso acho tão fascinante.
As modalidades oficiais da AIDA Internacional são:
APNÉIA ESTÁTICA: o apneísta permanece submerso ou semisubmerso e estático o maior tempo possível, sem nenhum
tipo de equipamento que lhe forneça ar.
APNÉIA DINÂMICA: é a modalidade em que o apneísta realizará uma natação sub pela maior distancia horizontal possível. A profundidade geralmente não ultrapassa os três metros. Pode-se praticar com ou sem nadadeiras.
Mergulho Livre
Por Carolina Schrappe
LASTRO CONSTANTE: é a mais clássica das modalidadedes, pois o apneísta realiza praticando uma imersão com peso constante, buscando atingir a maior
profundidade pré determinada possível, utilizando suas nadadeiras ou pernas
e braços. O apneísta não poderá se livrar do lastro (salvo em emergência) e
não poderá utilizar o cabo, salvo na virada, quando já foi atingida a profundidade determinada. Não existe nenhuma restrição quanto ao local de apresilhamento do lastro, porém seja qual for o local, terá que ser de fácil retirada
por qualquer pessoa. Também é praticada com ou sem nadadeiras.
IMERSÃO LIVRE: O apneísta mergulha sem o auxílio da nadadeira e sem lastro,
mas poderá usar o cabo tanto para descer quanto para subir. É a modalidade
mais natural e uma das mais técnicas.
LASTRO VARIÁVEL: O apneísta submerge com a ajuda de um lastro, abandonando-o assim que atingir a profundidade desejada, além de subir sem o lastro, ele ainda poderá utilizar o cabo durante o retorno a superfície.
NO LIMITS: O mergulhador desce com o auxílio do sleedge, o abandona no
fundo e sobe com o auxilio de um balão inflado de alguma forma (normalmente ar comprimido ou ampola de CO2, que é acionada pelo mergulhador
no fundo). Nesta modalidade não se faz esforço algum, mas é a que se atinge
as maiores profundidades.
Muito mais informação na próxima underxmag...até a próxima.
E... ei, você! Vá mergulhar!
*Carolina Schrappe é Instrutora, juíza e atleta aecordista
sul-americana de mergulho livre. Ministra cursos de mergulho livre de alto desempenho em universidades e nos
melhores dive centers do país.
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Por Kadu Pinheiro
Vieira - Laje de Santos - Brasil
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