Introdução à Escala N
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Introdução à Escala N
Introdução à Escala N Escrito por Paulo V. W. Radtke Qua, 08 de Dezembro de 2010 00:09 - Última atualização Sex, 14 de Janeiro de 2011 15:27 Responda à pergunta: você gostaria de montar uma mini-ferrovia com capacidade para realizar operações em um espaço muito pequeno e a escala HO está além das suas condições, até mesmo para um simples pátio? Se a sua resposta for sim, então você deve considerar uma escala de relativa popularidade no Brasil: a escala N. Os primeiros modelos na escala 1:160 surgiram no início da década de 60, fabricados pela Arnold, que os batizou a linha de Rapido (a britânica Lone Star lançou uma década antes uma linha de brinquedos na escala OOO 1:152, mas estes não chegaram a passar de motores a elástico). Mais tarde, a Arnold mudou o nome da linha de Rapido para N, em relação à bitola dos trilhos, de 9mm (Nine). De lá para cá a escala ganhou muita popularidade nos EUA, sendo a segunda escolha de modelistas, contando atualmente com modelos de excelente qualidade fornecidos por fabricantes de peso, como Atlas e Kato. A possibilidade de uso de sistemas de controle digital como o DCC é outro fator de impulso à escala (vários fabricantes fornecem modelos já com os decodificadores instalados, alguns com som), que assim fica em paridade funcional com a escala HO. Porém, a escala reserva algumas surpresas para o modelista brasileiro, pois a referência ainda é a escala HO, única fabricada por aqui e de custo mais acessível, e algumas armadilhas esperam os que se convertem ou adotam a N como segunda escala. Lenda: você faz em N na metade do espaço de HO A escala N é 1:160, contra 1:87 da escala HO, exatamente 54,375% do tamanho da HO. É uma diferença pequena, mas que numa maquete que era de porte médio em HO, por exemplo, com três metros de comprimento, a conversão para N excede em 13 centímetros a visão de metade do espaço e pode comprometer o projeto. Outros fatores, como raio de curvatura mínimo, podem fazer com que o projeto não seja exatamente o previsto na visão simplista. 1/5 Introdução à Escala N Escrito por Paulo V. W. Radtke Qua, 08 de Dezembro de 2010 00:09 - Última atualização Sex, 14 de Janeiro de 2011 15:27 Aspecto Visual e Fotografia Algo não muito evidente para quem pratica HO e parte para N é que o aspecto visual a olho nu é uma coisa, em fotografia é outro. Qualquer sujeira ou imperfeição aparece com muita evidência em N. Isso vale tanto para o material rodante como cenário. Logo, se algo aparece estar bem para uma foto, é bom tirar a tal foto com máquina digital e inspecionar no computador a procura de pequenos problemas, como fiapos e outros elementos que não aparecem a primeira vista por serem muito pequenos, mas que numa foto acabam ficando destacados. Engates O engate padrão de mercado da escala N é o Rapido, um engate não-magnético, porém de boa funcionalidade, permitindo engate e desengate razoáveis (este último manual), sendo possível retirar-se um vagão do meio da composição sem descarrilar o restante, apenas puxando-o para cima. O engate foi criado pela Arnold alemã, que permitiu que os demais fabricantes copiassem o modelo, o que ajudou na padronização do mercado e aceitação da escala. 2/5 Introdução à Escala N Escrito por Paulo V. W. Radtke Qua, 08 de Dezembro de 2010 00:09 - Última atualização Sex, 14 de Janeiro de 2011 15:27 N.Caso encarregou conversão http://www.microtrains.com), vagões. Ainda Com a na divisão para década de continuar todo da de Kadee material 60, aprodução em Kadee bem rodante duas como introduziu dos empresas fabricado truques engates no que em emercado os Ndeu escala engates (a lista origem odevem N seu pode para e àZ. engate MicroTrains, ser É prender possível obtida magnético direto em encontrar esta no para se kits escala dos de de os engate magnéticos, que Mais MicroTrains) seus alguns recentemente, modelos, vagões então porém. no como por seu “madrinha” mais material a médio éa o caso que fabricantes serão rodante prazo não da Atlas, se necessários todos converta mais tem que os adotado recente. instala fabricantes toda adaptação. os aAinda frota engates assim agora, magnéticos Accumate atruque. é escala importante sua é(compatíveis produção como dominada ter ocorpo em padrão para mente pelo com os dificuldade venham do trocar essa com tipo asolução odesvantagem Rapido, você truque com de esteja oem se inteiro engate porém geral montar começando de éalguns menos magnético. no cortar aumentar esse máximo caros otipo no engate oEles empata de hobby, raio que engate são Rapido de comprar dê o curvatura um custo pelo preferência e pouco instalar ona tamanho do vagão mínimo vagão mais um ae comprar caros reduzido. trocar com engate exigido engate que omudar vagões no pelo os corpo magnético vagões vagão. Mais mais do vagão, com barato recentes Sem de engate contar fábrica, que mas que a Raios de Curvatura Esse item depende do material se o material rodante for composto de locomotivas de 4 ou seis eixos, ou então por vagões muito longos (50 pés ou mais), e do tipo de engate utilizado. Um raio de 20cm (equivalente a 36cm em HO) é suficiente para a grande maioria das locomotivas de 4 eixos, e algumas de 6 (uma DASH8-44C da Bachmann passa nesse raio). O raio mínimo adotado pela indústria americana é o de 9,75” (aproximadamente 24,8cm), no qual a maioria das locomotivas fabricadas é capaz de rodar usando engates nos truques. Dependendo da locomotiva, claro, pode ser necessário um raio maior (como a DD40, que não passa em menos de 11”). Porém para um melhor resultado visual, principalmente com material rodante mais longo, quanto mais folgado o raio de curvatura, melhor o resultado. Assim, experimente com o material rodante desejado com alguns raios de curvatura para não ter problemas mais tarde. Outro problema a se levar em consideração é o tipo de engate. O raio de 24,8 cm é suficiente para a maioria das locomotivas com engate Rápido ou engates magnéticos no truque. Para engates magnéticos presos no corpo do vagão (body mounted), 11” passa a ser o padrão mínimo para evitar over-hang (quando o engate não tem jogo suficiente para fazer a curva e joga o vagão para fora). Mesmo neste raio de curvatura, considere locomotivas de 6 eixos curtas no máximo. Aparentemente um problema sério, mas o mesmo acontece com os engates do tipo Kadee para HO, temos que viver com isso. Rampas 2,7% em N é uma rampa forte, valores maiores que esse somente são possíveis com composições curtas (6 a 7 vagões), o que não é o caso geral para todo projeto. Para constar, numa maquete com rampa de 5% e composições de 4 a 5 vagões não são problema para a maioria das locomotivas. Porém para algumas locomotivas 6 a 7 vagões fica pesado. 3/5 Introdução à Escala N Escrito por Paulo V. W. Radtke Qua, 08 de Dezembro de 2010 00:09 - Última atualização Sex, 14 de Janeiro de 2011 15:27 Locomotivas Certamente a maior dificuldade para o modelista brasileiro, já que os modelos são todos importados e voltados para as ferrovias americanas. Na melhor das hipóteses, encontramos modelos sem pintura. Logo, é importante levar em consideração este fator quando for escolher o protótipo. As alternativas são modelar uma ferrovia americana, o que muitos torceriam o nariz, mas não deixa de ser ferreomodelismo, ou então pintar os modelos para as ferrovias nacionais. Nesta alternativa, existem diversos modelos que podem satisfazer o modelista. A Atlas fornece entre as suas locomotivas as clássicas RS-1 e RS-3, que rodaram na Central, além da GP-7, que pode ser convertida em FEPASA. A Kato fornece a SD40-2 (RFFSA,MRS e ALL), PA (FEPASA), RDC Budd que rodou na Central e uma Mikado. A Life-Like produz uma boa réplica da FA-1, além de termos a C30-7 da Atlas (RFFSA, Cutrale, ALL, etc). Vagões e Carros de Passageiro Similar ao item anterior. O melhor é procurar um catálogo ilustrado como o da Walthers, a verdadeira bíblia do ferreomodelismo importado, e verificar de acordo com o que você pretende modelar quais modelos utilizar. Por exemplo, para uma ferrovia que serve uma indústria de farinha, hoppers para entregar os grãos e fechados para levar o produto final são suficientes. Vale o aviso que o mais provável é que seja mais fácil reproduzir vagões brasileiros de bitola larga com o material disponível em N. 4/5 Introdução à Escala N Escrito por Paulo V. W. Radtke Qua, 08 de Dezembro de 2010 00:09 - Última atualização Sex, 14 de Janeiro de 2011 15:27 Carros de passageiro tem como opção mais certeira os carros Budd, que rodaram na Central/RFFSA. Alguns outros modelos até passam por carros antigos, porém com uma certa licença poética. Novamente, vale uma inspeção visual para comparar o modelo com o protótipo. A Roundhouse fabrica alguns carros de madeira que batem com alguns protótipos brasileiros. Considerações Finais A escala N oferece boas opções, mas certamente se dá melhor quem modela uma ferrovia estrangeira, já que o material disponível é voltado para elas. Quem se aventurar com ferrovias f ree lance , com pintura própria, a escala oferece todas as vantagens e nenhuma restrição, já que o que aparecer pela frente é válido, desde que dentro de um certo contexto. Já para os mais puristas, que torcem o nariz para uma maquete que possua material rodante não compatível com a ferrovia brasileira modelada, a escala não é uma alternativa viável, já que as licenças poéticas são praticamente obrigatórias. 5/5