Como imprimir e montar sua Revista G3 - Flash Page Flip

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Como imprimir e montar sua Revista G3 - Flash Page Flip
Como imprimir e montar sua Revista G3
A revista G3 foi desenvolvida para ser impressa em sua própria
impressora. Para se obter um bom resultado é aconselhável uma boa
impressora jato de tinta colorida.
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2ª Edição - Outubro 2007
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G3, esta edição foi desenvolvida
para ser impressa diretamente
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pode encaderna-la.
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couche, papel fotográfico ou papel cartão
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papel A4 de boa qualidade
Montando:
- Dobre as folhas ao meio com as faces/
lados impressos virados para fora
- Separe e organize as páginas em ordem
e cubra com a capa
- Para prender as folhas à capa você pode
grapear as laterais ou prender com
canaleta de plastico pvc a venda em
papelarias, proprias para encadernações
revistag3.blogspot.com
Dia_a_dia
Novas vias na Serra do Cipó
[email protected]
G3, também conhecido por grupo 3, nossa
meca de escalada esportiva localizada
na Serra do Cipó, foi também fonte de
inspiração para o nome da revista, que
vai cativar da mesma forma escaladores e
montanhistas que trilharem suas páginas.
ATENÇÃO
Escalada, como muitos outros, é um
esporte onde há riscos de acidente grave
e até a morte. É extremamente necessário
um curso ou apoio de um instrutor para
a prática consciente. A Revista G3 não
se responsabiliza pelo mau uso das
informações aqui contidas e não serve
como instrução para a prática do esporte.
Não exceda seus limites, compreenda seu
corpo e exercite sua mente, use capacete e
pratique o mínimo impacto.
Escalada segura e
lanche no Sítio do Rod
Através da iniciativa e trabalho
voluntário dos escaladores
Marquinho e Felipe, as vias do
Sítio do Rod foram revitalizadas.
A troca de proteções antigas,
retirada de grampos perdidos
no maciço, duplicação de tops,
etc., contou com o apoio da
AME e do CEM que doaram
todas as chapeletas.
Agradecimentos:
Ao Fox, Gustavo Piancastelli, Leandro
Reis, Anne Louise, Felipe Castro, Marcella
Romanelli, Alexandre Fei, Renata
Vasconcelos, Flávia Belisário, Pedro Leite,
Liliane Espindola, Gabriel Ramos, Leandro
Iannota, Marcelo Braga, Nomade, AME,
afinal a todos os parceiros e anunciantes
que abraçaram a revista.
Editor: Felipe Belisário
Jornalista: Anne Louise Fernandes
Arte e Diagramação: Felipe Belisário
Capa: Felipe Cabeça no boulder Ziguilin,
Pedra Rachada - Sabará / Foto: Viviane
e mais...
A Lanchonete do sítio está
funcionando novamente, uma
iniciativa do Marcus Vinicius
e do Alexandre Fei. Aberta
nos finais de semana servindo
sucos, salgados, sanduiches,
laricas e um delicioso açaí.
Além de uma slak line que
fica esticada para diversão da
galera depois do CLIMB!
Leandro “Mr. Bean” na
Heróis da Resistência (9c)
G3 - Serra do Cipó
Burocracia no Salão de Pedras
Para escalar boulder em Conceição
do Mato Dentro agora é necessário
autorização! Isso mesmo, antes de ir aos
blocos você deve passar pela Prefeitura,
localizada no centro da cidade, e fornecer
alguns dados pessoais ao atendente que
irá imprimir uma autorização. Ela deve
ser apresentada aos fiscais no Salão de
Pedras. Vamos colaborar e torcer para
que a prefeitura faça a sua parte.
Gustavo Piancastelli
O Vale de Blair, localizado no grupo 1,
conta com novas vias esportivas, a Calcário
Sanguinário (8c?), Bomba Nenem (9a/b?)
e a Silêncio dos Inocentes (8c/9a?). Vale
lembrar que o setor é bastante frágil! No
dia 12 de maio foi feito um mutirão para
manutenção da trilha de acesso às vias,
se for ao local transite pelas trilhas já
marcadas.
O grupo 3 também ganhou novas vias,
Tiamat (8c), O Vingador (8a), Mestre dos
Magos (8b), além da extenção da Heróis
da Resistência, conhecida como Super
Heróis (10a/b?) e a variante da Linha
da Vida emendando com a Sequelados,
denominada Projeto de Vida (10c?).
_Coluna___________SEM MAGNÉSIO_______
Por Tiago (Fox)
[email protected]
Bem vindos à coluna “Sem Magnésio”. Espaço idealizado com o intuito de expressar
pensamentos, curiosidades e histórias, em um formato livre e independente.
Nosso futuro comum
Para quem conhece a Comissão
Brundtland da ONU (1983) e a cronologia
ambiental no mundo, este titulo acima tem
um significado atual e preocupante. Foi
publicado em 1987 o relatório “Nosso Futuro
Comum” elaborado por uma comissão da
ONU que rodou o mundo inteiro, inclusive o
Brasil, falando dos problemas ambientais e
propondo um desenvolvimento sustentável,
além de uma nova ordem mundial para
o século 21. Foi apresentada na Eco 92,
ocorrida no Rio de Janeiro, a Agenda 21, uma
agenda com várias ações para que o planeta
seja respeitado e preservado.
Então vocês devem estar pensando:
o que nós escaladores temos a ver com
isto???
Independente do nosso estilo e
preferência de escalada, necessitamos de
ambientes naturais, tais como: rochas,
falésias, blocos, monolitos, etc. para a prática
do esporte e nosso divertimento. Em sua
maioria são ambientes frágeis e sensíveis
com os quais devemos ter extremo cuidado.
Há pouco tempo fui com alguns
amigos conquistar uma via na Serra da
Piedade, nos pontões na face Sul, virados
para a cidade de Caeté. Planejamos tudo,
após 3h de caminhada estávamos nas
bases daqueles maravilhosos pontões. Para
chegarmos lá passamos dentro de uma área
de preservação e de rara beleza, campos
rupestres de altitude além da mata fechada.
Escolhemos um pontão e após a chuva
iniciamos uma via toda em móvel (25metros)
em direção ao cume. Ficou tarde e em um
bom platô fixamos duas proteções fixas para
a parada. Neste platô havia uma orquídea
de indescritível perfeição. Estávamos em um
local onde nenhum ser humano jamais foi e
neste momento refleti: o que deixamos de
bom para o local??? Uma via de escalada para
o cume de um pontão virgem. Porém
a nossa presença ali deixou marcas
e rastros inevitáveis. A orquídea
continua lá, intacta para a maioria
das pessoas. Como diz o ditado:
“Deus não dá asas a cobras”. Talvez,
este seja um dos maiores trunfos do
escalador: ver, observar e sentir de
forma mais intensa a natureza. O que
não podemos esquecer é que sem ela
a humanidade não sobrevive!!!
O que é mais uma via de
escalada em um local novo??? Talvez
seja a porta de entrada para mais
escaladores ou uma forma do esporte
crescer.
O que é mais uma via
de escalada em um local já bem
degradado??? Talvez mais gente para
degradar ou uma forma do esporte
crescer.
É melhor concentrarmos
muitas vias em um só local ou várias
vias em vários locais??? Seja qual
for a resposta, estamos falando dos
nossos costumes e responsabilidades
para com o mundo. Vamos respeitar
as áreas de escalada assim também
como as áreas protegidas. Antes de
iniciar uma nova via, pense: Esta via
vai ajudar em quê??? No crescimento
do esporte??? Na proteção da
natureza??? Em que ela poderá ser
útil???
Será que da maneira que
estamos cuidando do mundo, ele
sobreviverá??? E o nosso esporte
???
Muitas
perguntas....poucas
respostas!!!A cada dia utilizamos
nossos recursos naturais de forma
predatória, não saber lidar com o
excesso é um grande problema,
como no caso da água e das matas.
O nosso futuro comum é
Maio 2007 - G3
5
responsabilidade de todos. Dê ao próximo o
prazer de conhecer o local da maneira que
você conheceu e que nossos filhos possam
viver sabendo que fizemos de tudo para que
eles tenham um bom futuro e que possam,
quem sabe algum dia, ter o prazer de escalar
em meio à natureza...
Não seja mais um, seja aquele que
faz a diferença!
Vamos ter como exemplos os
escaladores de Contagem que tiveram a
iniciativa de adotar a Pedreira Amazonas.
Deram uma nova vida ao local, conquistaram
vias e plantaram árvores. Até parece medida
compensatória, mas infelizmente não é,
o que me deixa intrigado e pensativo. Se
para todas as vias conquistadas o escalador
tivesse que plantar uma árvore, o local que
ele escalaria seria mais preservado, imagine
a savassinha com suas 11 vias, o local seria
mais vivo e ecologicamente correto.
Atenção conquistadores... vamos
evitar paredes com vegetação!!! Uma planta
leva cerca de 150 anos para atingir 50 cm,
pois no ambiente rochoso há escassez de
nutrientes e de água, logo são extremante
frágeis e muitas vezes endêmicas (ocorrem
apenas naquela região).
As meninas da Escaladas das
Minas realizam um trabalho maravilhoso
e de caráter educativo na Pedra Branca
de Caeté. São gincanas eco-pedagógicas,
tais como: recreações de cunho ambiental,
acompanhamento da deteriorização do lixo
enterrado, quiz ecológico, plantio de mudas
de árvores, entre outros. Dessa forma
conseguem sensibilizar e concientizar a
comunidade sobre seu entorno ampliando
para uma reflexão global do meio ambiente.
Já
o
Centro
Sanjoaense
de
Montanhismo (CSM) realizou uma ação de
grande importância. Eles plantaram mais de
mil mudas de árvores nativas na nascente do
córrego do lenheiro, ajudando no chamado
“efeito esponja”, onde a capitação da água da
chuva, por parte de árvores e plantas, ajuda
a recarregar o lençol freático abastecendo
assim a nascente. Além deste interessante
trabalho ambiental, o CSM recebeu o titulo de
utilidade pública devido ao Projeto Amanhã
de Educação Ambiental realizado em um
colégio público em São João Del Rei.
Eles estão de parabéns e merecem
viver em um mundo melhor, pois fazem por
onde!
Boas escaladas para todos G3
[email protected]
A Associação Mineira de Escalada
está atuando com grande responsabilidade e comprometimento na região da Serra
do Cipó desde 2004. Em 2006 foi criado o
grupo de trabalho GT-CIPÓ que intensificou
suas atividades na região referida. Trabalhos
como o Levantamento do Potencial Vertical
do Parque Nacional da Serra do Cipó (PNSC),
apresentado ao Conselho Consultivo do PNSC
em Setembro de 2006, no qual participaram
diversos profissionais (biólogos, geólogos,
geógrafos, engenheiros entre outras especialidades), todos praticantes de escalada e
montanhismo de reconhecida experiência,
solidificaram ainda mais as parcerias com as
instituições locais.
O Parque Nacional da Serra do Cipó
(IBAMA), a Associação de Condutores Ambientais e Montanhistas do Circuito Serra
do Cipó (ACAM-CSC), como também a AME
puderam estabelecer um diálogo proporcionando maior visibilidade sobre o trabalho desenvolvido.
Nesse primeiro trabalho sugeriuse, a priori, a preservação das áreas verticais no interior do parque de modo a focar
os esforços na organização das atividades
nos Grupos I, II, III e IV, ou seja, Maciço
Morro da Pedreira. Sendo assim, o GT-CIPÓ
iniciou suas atividades no Morro da Pedreira
em meados de Setembro 2006 focalizando,
principalmente, o Grupo III, por ser área de
referência nacional e internacional para a
prática dos vários estilos de escalada, onde o
fluxo de escaladores vem aumentando consideravelmente ano a ano, e que já provoca
desconforto. O encaminhamento sugerido
pelo GT foi de organização, inicialmente, do
Grupo 3 e assim foi necessária a criação de
4 sub-GT´s (Infra Estrutura, Pesquisa, Ética
e Re-grampeação/Conquistas), coordenados
por pessoas responsáveis, experientes e acima de tudo imparciais para que os trabalhos
fossem realizados de forma dinâmica e eficaz.
Entre os dias 28 de Abril e 1º de
maio de 2007, um público de aproximadamente 150 pessoas de diversos estados (MG,
RJ, SP, PR, DF entre outros) pôde interagir,
discutir e assistir palestras e vídeos. O Iº
Encontro de Escaladores e Montanhistas na
Serra do Cipó, organizado pela AME/ACAM/
IBAMA contou com diferentes personalidades
do cenário brasileiro de escalada e montanhismo e apresentou os resultados iniciais de
cada sub-gt.
A importância dos clubes
para o desenvolvimento do montanhismo
Seguem abaixo as sugestões e resultados iniciais
oriundos de cada sub GT:
Organização e Infra-Estrutura: Organização do
Iº Encontro de Escaladores e Montanhistas na Serra
do Cipó, Ações no G3 e PNSC (Questionário para
avaliação do perfil do Escalador, Plantio de Mudas,
Combate ao capim-braquiária). Parcerias com restaurantes; formulação, desenvolvimento e execução de placas informativas no G3 e etc.
Pesquisa: avaliação e estudos da vegetação, aves
e solos do maciço e procura de áreas novas de escalada na região – trabalho em início.
Ética: Estudo, pesquisa e discussão acerca de códigos de ética empregados e consolidados em áreas
de escalada no país, e acerca de sua aplicabilidade
na Serra do Cipó
Re-Grampeação/Projetos/Conquistas: Relatório Plano de Manejo G3, re-grampeação de vias e
duplicação de “top´s” totalizando até o momento
15 vias no G3/G1. Liberação consensuada de novas
áreas para conquistas de vias esportivas seguindo
o padrão ético proposto e espaçamento entre vias
de no mínimo 5 metros; foram abertos locais como
o Vale de Blair/G1 (que rapidamente atingiu o limite
de vias sugerido para conquista) e o Setor Foda/G2
. Além disso, foi sugerida a não abertura de vias
esportivas no G3. Nos Vales Zen (G2/G3), do Papagaio (G1), Perseguida (G3), no restante do G1, do
G2 e em todo o G4 foi feita a sugestão para que essas áreas sejam utilizadas de forma cuidadosa, ou
seja, apenas para escaladas e conquistas em estilo
tradicional cipoense (móvel) de modo que sejam
preservados com um mínimo de impacto antrópico,
e sem necessidae de ficar controlando diretamente
a quantidade de pessoas nos locais.
Todo esforço que está sendo realizado para organização das áreas de escalada no
maciço do Morro da Pedreira passa por uma
maior interação e participação, não somente
da comunidade escaladora e montanhistas,
como também dos moradores e guias locais,
empresários, ONG´s e Órgãos Públicos. O
comprometimento com a preservação e utilização sustentável dos recursos naturais que
a Serra do Cipó oferece deve ser de todos.
Para que se possa garantir às gerações futuras o direito de usufruir uma área natural
com o mínimo de alterações possíveis, e tão
admirada. Luis Monteiro
GT-CIPÓ/AME
Primeiro de novembro de 1919.
Era então fundado o Centro Excursionista
Brasileiro, o primeiro clube excursionista do
Brasil e da América Latina. Outros clubes
vieram a partir dos anos 1930, consolidandose a partir dos anos 1940.
Somente o
estado do Rio de Janeiro contou com mais de
cinqüenta clubes organizados, fase áurea dos
clubes excursionistas.
Os clubes tinham uma função bem
diferente se comparado aos dias de hoje:
promoviam as mais diversas excursões
numa época em que não havia internet,
farto transporte, informação, nem agências
de turismo.
Organizavam passeios a
praias, fábricas, parques nacionais, museus
- está ai o porque do uso da palavra
“excursionismo”.
Havia poucos
escaladores nos clubes, a maioria
esmagadora era composta de
excursionistas.
A partir dos anos
sessenta a situação se
inverteu.
Os clubes
passaram a ter o
caráter meramente
montanhístico. Não
havia “vida inteligente”
fora
dos
clubes, ou seja, para escalar era obrigatório
filiar-se a um clube. Já nos anos oitenta
veio a decadência dos clubes, surgindo as
primeiras cordadas de escaladores fora dos
clubes.
Hoje o Rio vê o ressurgimento dos clubes
num processo que se iniciou há mais ou
menos dez anos. A política e as picuinhas
foram colocadas de lado e uma nova
geração retomou os clubes com apenas um
pensamento: a prática do montanhismo.
Atualmente os clubes de montanha têm um
importante papel no cenário montanhístico
nacional. São formadores de opinião, guias
e montanhistas preocupados com a técnica
e principalmente com a ética do esporte. Há
o harmonioso convívio entre escaladores de
clubes e independentes – existe espaço para
todos.
Sempre falo da importância de
freqüentar clubes de montanha, pois é o
local de se fazer novos parceiros, conhecer
novas vias de escalada e caminhadas,
local de importante troca de informações e
experiências além de manter viva a tradição
do excursionismo brasileiro que remonta ao
ano de 1919.
O CEM vem preencher
justamente esta lacuna, entretanto os
montanhistas
belorizontinos não têm esta
“cultura de clube”. Como
o CEM vem brigando
por uma mudança de
paradigma, nossa luta é
árdua e às vezes ingrata,
mas o CEM é mineiro, e não
desiste nunca!!!
Waldecy Mathias Lucena (Vice-Presidente da
FEMERJ)
Gustavo Carrozzino (Presidente do CEM)
As reuniões sociais do CEM ocorrem toda
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Boulders em Sabará
PEDRA RACHADA - 1a- parte
Emerson no Ziguilin (v4)
O Boulder é uma modalidade da
escalada praticada em pequenos blocos
de rocha que podem variar de dois a sete
metros de altura - os temíveis High-Balls,
onde o objetivo é “dominar” ou “virar” a
pedra, ou seja, escalá-la até conseguir ficar
em pé em seu cume.
Felipe Cabeça no bloco 01
Daniel Haddad no Arestinha (v3)
A essência do boulder consiste na
procura de linhas de escalada que concentrem
força e técnica em poucos movimentos. A
Pedra Rachada, em Sabará, firma-se na
atualidade como um dos melhores picos
de boulder do país, com inúmeros blocos
dos mais variados tamanhos, formatos e
inclinações. Em uma área como esta, as
possibilidades são praticamente infinitas,
dependendo da criatividade, força e técnica
dos praticantes.
Gustavo no No Stress the Blitz (v5)
HISTÓRIA
Os primeiros relatos de escalada na Pedra
Rachada datam de 1991 quando o trio parada
dura, composto por Emerson Azeredo, Fabiano
Fernades, e Eustáquio Jr., avistou, a caminho
da serra da Piedade, uma imensa área
polvilhada de inúmeros blocos ainda virgens.
Foram abertas as primeiras vias em top-rope,
“O interesse daquela época era altura e não
a dificuldade” lembra Emerson. Apesar de já
ser praticado “lá fora” a cultura do boulder
ainda não havia chegado no Brasil. Alguns
anos mais tarde, em 98, os escaladores locais
Chander, Bim e Chico passaram a explorar
o local com um kichute, um saquinho de
magnésio emprestado e muita disposição.
Muitos bolders foram abertos nesta época.
Com a explosão bolderística que a escalada
brasileira vivenciou nos últimos anos o local
recebeu atenção especial dos escaladores de
Minas, do Brasil e até do exterior. Em 2005,
a etapa do campeonato Brasileiro que rolou
Segundo Richardson de Oliveira
Silva, secretário adjunto de meio ambiente
da Prefeitura Municipal de Sabará, há uma
mobilização conjunta para que a Pedra
Rachada torne-se um complexo organizado
para a prática de esportes de montanha,
além de ser um lugar acolhedor para famílias
que buscam conhecer as peculiaridades deste
em B.H contou com a presença dos melhores
escaladores do país, a partir de então a
escalada na Pedra Rachada nunca mais foi
a mesma. Diogo Ratachesky, ex campeão
brasileiro, Rafael Passos, 1º do ranking
brasileiro de boulder do site 8ª.nu, deixaram
suas contribuições com os excelentes
“Rolling Stones”, “Rala Frek lek” e “No Stress
the Blitz” , só para citar alguns Boulders de
alto nível. Após dois festivais de escalada
na Pedra Rachada, organizados por Kbeça,
Gustavinho e Haddad, o experiente escalador
Fabiano se assusta: “é caboclo, aquela época
eu não imaginava que aqui tinha tanta
diversão!” O Routte-Setter Ricardo Scheim
ficou impressionado com o potencial da
área, segundo ele o melhor lugar para fazer
boulder que conhece. Recebemos também as
visitas dos irmãos Rodrigo e Linha Paranhos,
dos gêmeos Matheus e Thiago Velozo que
com certeza ajudaram a elevar ainda mais o
nível da escalada em nosso Estado.
tipo de serrado ou simplesmente gostam de
contemplar belas paisagens.
O potencial para novas conquistas
ainda é incalculável, muitos escaladores
tem contribuído para aumentar a divulgação
desse lugar, e você pode ser o próximo. G3
info: www.pedrarachada.com.br
Fotos: Arquivo pessoal Felipe Castro Alves
Saúde
O uso do gelo nas lesões agudas
Por Renata Vasconcelos
Sendo fisioterapeuta, muitos escaladores me procuram para tirar dúvidas a respeito do uso do
gelo, ou crioterapia, tanto nas lesões agudas como nas lesões crônicas.
Antes de falarmos sobre o uso do gelo, é necessário mostrar diferenças
básicas entre lesões agudas e crônicas. As lesões agudas entram no grupo
daquelas que ocorrem de forma acidental, por exemplo, entorse de tornozelo
ou de joelho, luxação do ombro, distensão em um músculo devido a uma
grande força contra a gravidade, por exemplo. Já as lesões crônicas são
aquelas lesões que foram agudas e já passaram várias semanas, ou então
as que se estabelecem lentamente, no caso de tendinites e tendinoses,
que podem se tornar agudas devido ao exercício intenso: por exemplo,
um entorse de tornozelo que havia melhorado relativamente e se tornado
crônico, mas que devido a uma sobrecarga se torna agudo novamente.
Ambas atrapalham a performance do atleta, a diferença está no processo
de cicatrização e cura, principalmente na forma de utilizar o gelo.
Aí vão alguns conselhos básicos com
relação à crioterapia
- Ao contrário do que muitos pensam, o
gelo não diminui o edema, o inchaço que se
instala.
Ele diminui o metabolismo local,
impedindo
o
processo
inflamatório,
principalmente no caso de lesões agudas,
impedindo que o processo inflamatório se
instale nos tecidos adjacentes àqueles que
foram lesionados. Desta forma, a utilização
do gelo imediatamente após ocorrer a lesão
impedindo a instalação do edema, com
a compressão e a elevação do segmento
diminuindo-se o tempo de recuperação do
tecido lesionado.
- É preciso lembrar que as compressas de
gel compradas em farmácia não valem. Além
de serem perigosas, perdem rapidamente a
temperatura.
- O ideal é usar gelo picado, em grande
quantidade, sobre toda a região lesada e o
tempo de aplicação não pode exceder a 30
minutos.
- Além disso, no caso de uma lesão aguda,
deve-se usar o gelo a cada 2 horas, durante
uma semana ou duas, visto que o tempo de
reaquecimento das grandes articulações é de
1 hora e meia.
Então, caso ocorra uma lesão aguda, seja
uma distensão muscular ou um entorse,
aplique uma grande quantidade de gelo
o mais rápido possível. E principalmente,
procure um fisioterapeuta da área esportiva!
Na próxima edição será falado sobre o uso
da crioterapia nas lesões crônicas. Para
aprofundar, consulte o livro: Crioterapia no
Tratamento das Lesões Esportivas, de K.L.
Knight, Editora Manole.
Renata Vasconcelos é escaladora,
professora do curso de Fisioterapia
da PUC Minas – BH.
Esporte
Um Rolé pelos Boulders de Fontainebleau
Por Gabriel Ramos
No fim de semana de 28 abril/1°
maio tive o enorme prazer de
conhecer o G3 no cipó, o casal
Belisário (Felipe e Marcella),
o grande Magrão, Marquinho,
Sânzo e mais uma rapa de
escaladores. O Alexandre Fei
eu já conhecia por ser meu
conterrâneo e foi ele quem me
convidou para passar o fim de
semana no QG do G3 e escalar
durante o Primeiro Encontro de
Escaladores e Montanhistas no
Cipó, organizado pela AME.
Desse encontro surgiu a idéia e o convite
para escrever uma matéria sobre escalada
em Fontainebleau. Por que Fontainebleau?
É que, nos últimos quatro anos, morei em
Paris onde concluí meu Mestrado e iniciei
meu Doutorado. Em 2005, de passagem pelo
Brasil, fui escalar com meu amigão Guto
Baxter na Lapinha, e percebi que escalar
seria uma boa opção para me reaproximar da
natureza na França. De volta a Paris, vi alguns
filmes que me despertaram para o mundo do
bloco (bouldering). Com isso surgiu a idéia
de poder freqüentar Fontainebleau nos fins
de semana para escalar e curtir esse lugar
muito especial. Passei a freqüentar a sala
Antrebloc e comecei a praticar bloco, bloc ou
bouldering. Daí, bastou o primeiro convite
para eu descobrir o enorme e estupendo
labirinto de blocos que é Bleau, como é
conhecida a região para os mais íntimos.
2º piso - Vestuário
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O massivo florestal de Fontainebleau
fica a 60 km e a Sudeste de Paris. Ele se
estende entre as cidades de Melun a
Nemours (Norte - Sul), e de Moret sur Loing
a Milly (Leste - Oeste). Sua largura máxima
é de 25 km e ele possui aproximadamente
28.000 hectares de florestas públicas e
privadas. Uma delas é a Floresta Dominial de
Fontainebleau, a antiga floresta real. Ainda
existem outras três dominiais: des Trois
Pignon, de la Commanderie, de Samois e
uma série de pequenas florestas privadas.
No meio disso tudo, tem um bocado de
cidades, vilas, estações de trem, o famoso
castelo de Fontainebleau, e por onde passa
na sua extremidade Leste, o também famoso
rio ‘Sena’ (La Seine).
O mistério do fim de semana ....
o grès de Bleau !
Esse massivo atrai a atenção dos
homens há anos. Já foi terreno de caça
da realeza francesa e durante anos serviu
como fonte de exploração para lenhadores
e talhadores de pedra. O grès de Bleau
começou a ser explorado na metade do
século XIV e utilizado no mundo inteiro para
a construção de castelos, catedrais, estradas,
etc. Em 1983, a última pedreira foi fechada
na floresta des Trois Pignons. Hoje, toda a
região possui vários estatutos jurídicos que
incitam o uso sustentável do seu patrimônio
ambiental, histórico e social.
O resto da história eu deixo por conta da
curiosidade de vocês.
quer dizer que os apoios para os pés são
micro, ou inexistentes. Quanto às mãos,
existem dois tipos principais de agarras: os
grattons que são pequenas agarras, às vezes
constituídas de puro silício, e de uma dureza
excepcional; e as bossettes que são os relevos
característicos dos blocos de Bleau. Eles,
inclusive, ajudam a ditar o ritmo de escalada
com os abaulados que exigem compressões
terríveis, sem mencionar as saídas que
autorizam o trânsito só dos escaladores de
muito sangue frio. Os movimentos de base
privilegiados acabam sendo os mais ou menos
dinâmicos em réglettes e aderências. Por
isso, todo escalador- bleausard que se preza,
tem no seu kit um pof. O pof é uma resina de
pão em pó que aumenta a aderência com o
contato, calor e fricção. Ele é usado nos apoios
E misturando isso com escalada, no que é
para os pés de saída, e nos relevos de virada
que dá doutor ?
das passagens. O uso do pof demonstra um
“Dá um trem difícil demais sô!”
pouco como o ato de escalar nesses blocos é
Diz aqui no guia que os primeiros
fino. Em contrapartida, o seu emprego não
botes em Bleau foram dados em 1889.
é essencial e os Ingleses baniram o uso do
Anedota à parte, é verdade que nessa época
pof, mesmo que seus blocos façam parte da
já se notava um interesse especial por essas
escola da aderência também.
formas petrificadas da floresta. Mesmo a
Globalmente,
a
região
de
invenção da sapatilha de escalada está
Fontainebleau, usada para a prática de
relacionada a Bleau. Pierre Allain, um grande
escalada, pode ser dividida em 4 sub-regiões:
alpinista, fabricou em 1935
Norte,
Floresta
dominial
as
primeiras
sapatilhas “A palavra de ordem de Fontainebleau, Floresta
de escalada para os seus é aderência. Ou você dominial des Trois Pignons e
amigos bleausards (aqueles aprende a posicionar os Sul. Cada sub-região possui
que habitavam a região). Em seus pés, ou então fica seus setores, cada um as suas
1945, Maurice Martin cria o
vias míticas e de características
complicado...”
primeiro croqui e repertoria
próprias. Foi criado um sistema
os blocos do setor Bas Cuvier. Desde então,
de cotação e de sinalização específico para
principalmente a partir dos anos 80, a região
Bleau. Existem os circuitos: amarelo, laranja,
recebe a visita de escaladores do mundo
azul, vermelho e branco. O circuito amarelo
inteiro.
engloba as passagens fáceis ou pouco
Como disse anteriormente, escalar
difíceis. O laranja as um tanto difícil. O azul
em Bleau é bem difícil. A rocha é bastante
as difíceis. O vermelho caracteriza as muito
abrasiva, os grãos de areia super grandes
difíceis e o branco, as extremamente difíceis
se comparados com os do Salão de Pedras
(ver tabela abaixo). Um detalhe técnico
- Conceição do Mato Dentro. Isso torna a
pode causar um estranhamento, as vias são
tarefa de escalar, dias seguidos em Bleau,
indicadas nos blocos através do seu número
em coisa de super-herói. Uma ‘session’
de identificação (1, 12, 33 ...) pintados sobre
basta para que aqueles que apostam só nos
a pedra com a cor referente ao seu circuito,
braços percam as digitais por completo. As
como por exemplo o 17, de cor laranja. Eu
marcas de ranhuras nos dedos chegam a ser
garanto que por mais estranho que pareça,
impressionantes.
na minha opinião de ser humano, turismólogo
A palavra de ordem é aderência.
e geógrafo, esse método não causa a
Ou você aprende a posicionar os seus pés,
sensação de uma intervenção extrema com
ou então fica complicado decolar (termo
intuito de organização do uso do espaço.
usado pela turma pra expressar o momento
Esse mesmo método é utilizado em toda a
quando tirávamos os pés do chão). Até as
Europa para indicar os caminhos das milhões
passagens positivas são delicadas e podem
de travessias existentes nas montanhas,
deixar muitos mutantes embaraçados. Isso
parques e massivos dos países.
Vermelho
azul
laranja
amarelo
Vale a pena lembrar que essa tabela está
um pouco defasada, e que já existem alguns
blocos 8C (V15) em Bleau como a linha
Angama, aberta pelo japonês Daï Koyamada
(24.10.2006), no setor Longs Vaux.
A floresta não pertence somente aos
escaladores. Muitas pessoas visitam Bleau
para fazer caminhadas, pic-nics, observar
pássaros, caçar, andar de bicicleta, etc.
Pra trazer vocês ainda mais perto de
Bleau, vou contar um pouco da minha última
visita aos seus blocos antes de regressar ao
Brasil. Aliás, deixar os meus camaradas de
escalada: Arnaud, Manu e Nico, foi um dos
momentos mais tristes do meu retorno.
Pois bem, nesse dia me preparava
para me despedir de Fontainebleau. Foi numa
quinta-feira, dia de folga do Arnaud. Peguei
o metrô de manhãzinha até a praça de la Nation, o habitual ponto de encontro para pegar
a carona, com meu pot (chegado, brother,
em francês). Carro estrada a fora, uma hora
depois, estacionávamos o carro no setor Bois
Rond. O Arnaud, por conhecer muito bem a
floresta, já preparava mais ou menos a nossa ‘session’, as vias tops de cada circuito, o
aquecimento, etc. Porém, nesse dia, a mágica do lugar falou mais alto. Assim que a gente começou a entrar pelo labirinto de blocos,
chegamos numa áreazinha muito linda, com
blocos muito perfeitos, cobertos com um tapete de musgo verde. Não teve jeito, mudamos a programação e atacamos os blocos do
lugar. Depois de uma leve corrida e algumas
rotações de membros, começamos o aquecimento alongando os músculos nos blocos
do circuito laranja. Os problemas começaram
a aparecer assim que a gente passou para
o circuito azul. E daí, a primeira bomba do
dia, ainda numa passagem azul, um 4c (V0)
arretado. Um estica, aperta, contorce danados e nada. Nenhum dos dois conseguiu usar
a única agarra da linha, um buraco enorme
onde mãos e pés ali deveriam estar simultâneamente. Falta de alongamento, talvez.
Um solitário que passou logo depois da nossa surra, nos vingou quase que ‘flash-mente’.
Moral restabelecida, estávamos prontos para
atacar as vermelhinhas. Para que? Mais uma
bomba! No mesmo bloco, mais à esquerda,
uma passagem de começo negativo e fim
positivo, deu mais uma
rasteira nos dois. Eu
quase consegui dominá-la, mas, depois de
uma mordida de um
reglette faminto, meu
dedo médio esquerdo
ensangüentado me impediu de continuar os
ataques. A batalha continuava, mas agora
em outro canto. Procuramos outros tipos de
linhas para continuar a escalar. Descobrimos
um muro vertical e o Arnaud parou para uma
rápida inspeção. Eu, de cara, comecei a rir
porque não conseguia ver apoios para os
pés. Decidimos entrar assim mesmo e fomos
obrigados a dobrar o ‘crash’ para alcançar as
agarras para as mãos de decolagem. O decoro: um micro apoio pro pé direito, de mais ou
menos 2/3 mm, um bi-dedo abaulado para a
mão esquerda, e um bi-dedo direito, bizarro,
onde os dedos entravam na horizontal. No
total, as duas mãos e um pé na parede, era
decolar, dropar o pé esquerdo cruzando um
pouco à direita numa bossette apoiando com
tudo para re-lançar o pé direito numa agarra perfeita. Tempo suficiente para respirar,
e sem mudar de posição, buscar uma fissura bem alta à esquerda e depois correr pro
abraço, lembrando sempre que as saídas de
Bleau nunca saem de graça. Esse foi o sabor
da minha última ‘session’, a via 11 do circuito
vermelho, um 6a (V3) típico de Bleau, cujo
nome de algumas pistas da sua cara: Planète
morphos.
Como já tinha virado tradição, eu
preparava os sanduíches pra celebrar cada visita. Nesse dia eu me lembro bem, comemos
um bom sanduíche de salpicão de frango e
palha italiana de sobremesa. Depois era voltar para casa sentindo o cheiro de magnésio,
pedra, umidade e musgo nas mãos,
relembrando
os momentos
clássicos do
dia e discutindo os possíveis métodos
para superar
as
nuances
de Fontainebleau.
fonte: Escalade à Fontainebleau
Pois bem, durante esse fim de
semana no Cipó, uma dúvida pairou sobre
nossas cabeças: qual o tipo de rocha em
Bleau? Como eu só sabia o nome dessa
bendita rocha em francês – grès, agora
chegou o momento da tradução. Sem muitas
delongas, uma explicação geológica simples
seria: o essencial do massivo é constituído
pela “areia de fontainebleau”, um depósito
marítimo terciário de 35 milhões de anos.
Os tão famosos blocos (boulders) de Bleau
ou o seu tão desejado grès (arenito), é o
resultado de uma composição de grãos de
areia soldados por um cimento natural, que
no caso francês, é à base de silício. Coube à
água e ao vento dar formas finais a esse mar
de blocos de silhuetas muitas vezes cruéis.
Tabela de converção para cotação Bleau/USA
Fonte: Escalade à Fontainebleau
Saúde
Iluminando o Caminho
Yoga e Escalada
Por Flávia Belisário
# Infos práticas
Saindo de Paris, o meio mais rápido para se chegar a Fontainebleau é de carro
pela Nationale 7 – N7. Aliás, poucos setores podem ser acessados através da combinação
transporte público (trem) – caminhada e a única forma de se conhecer todos os setores é de
carro. Até o coração da floresta, a cidade de Fontainebleau, o trajeto leva aproximadamente
1 hora. Cada setor tem seu estacionamento e existem setores em que a caminhada leva
pouquíssimos minutos para se chegar até o início dos circuitos.
Também é possível de se combinar caminhada e trem para escalar em Bleau.
Inclusive, as minhas primeiras investidas foram feitas dessa forma. Existem três estações
dentro da floresta: Bois-le-Roi (a mais próxima), Fontainebleau, e Malesherbes. Saindo da
Gare du Nord, em Paris, compra-se um bilhete de trem para uma das estações. Até Bois-leRoi, são uns 45 minutos de trem por 7 euros e poeira. Da estação até o setor mais próximo,
Roche Cânon, são 2,5 km (40 minutos de caminhada). O Roche Saint-Germain fica a 4,5 km e
o setor Cuvier a 5 km. Vale a pena total e eu cheguei mesmo a ir sozinho dessa forma. Nos fins
de semana, e pelas manhãs, rola uma feirinha na estação de trem onde se compram frutas,
pães, queijos e afins pra um lanche à la française, na pedra. Da estação de Fontainebleau,
o setor mais próximo – roches du Calvaire, são 2 km mais, subida pra burro. O próximo
setor fica a 5 km – Mont Aigu. Já de Malesherbes, o setor Buthiers fica somente a 2 km da
estação.
Para dormir, existem áreas autorizadas para
bivouac, próximas de alguns dos setores. Nada de
camping na floresta, e toda a região é patrulhada pela
polícia florestal. Nada de fogueiras também. Elas são
expressamente proibidas. Existem poucos campings,
mas, em contrapartida, a disponibilidade de hotéis,
quartos, casas de campo e outras casas, é bem farta.
Em Barbizon, uma das cidades referenciais da região,
‘crash pads’ podem ser alugados com Monsieur Jo
Montchaussé. Esse senhor é uma das figuras míticas
da região. O meu guia é de sua autoria, em parceria
com sua esposa e um outro bleausards célebre,
Monsieur Jacky Godoffe (outro escalador mítico de
Bleau, responsável pela abertura de diversas vias).
Caso contrário, existe uma loja em Paris – La Maison
du Grimpeur – que também aluga equipamentos
necessários para brincar em Fontainebleau.
Termino deixando um grande abraço e
agradecendo o G3 por me adotar e me iniciar na
escalada esportiva, pelo carinho e disposição em
me mostrar os picos mais alucinantes da escalada
em Minas. É lógico que com a condição de virar o
cozinheiro oficial da turma, é mole ?! G3
A palavra yoga, apesar de contar com inúmeras
definições, pode ser entendida como “união” e dá
nome a uma filosofia de vida, criada na Índia, há
milhares de anos. O segmento desta filosofia que
mais se difundiu no ocidente foi o Hatha Yoga. E
hoje, o que grande parte de nós, ocidentais, visualiza
automaticamente quando ouve falar sobre o yoga é,
na verdade, parte dele, o Hatha Yoga, prática que
busca equilíbrio e saúde integral, através da prática
de asanas (posturas), pranayamas (exercícios
respiratórios), meditação e relaxamento.
Refletindo sobre yoga e escalada,
caminho a percorrer é o que me vem à
mente. Observo ligações fortes entre as duas
práticas: a concentração e atenção plena no
presente, o auto-conhecimento, o desafio dos
limites pessoais com consciência. Isso, tanto
yogis, quanto escaladores não alcançam de
um dia para o outro. Há esforço, disciplina e
dedicação envolvidos. Como diz K. Pattabhi
Jois, mestre indiano, “99% prática 1%
teoria”. Muitos praticantes de yoga começam
freqüentando aulas, uma ou duas vezes por
semana, mas acabam por abraçar a prática
como um estilo de vida. Penso que com os
escaladores também é assim. A pedra traz
mudanças sem volta.
Gosto de imaginar como uma prática
pode ajudar a outra. Senti no corpo quando
escalei uma vez. A flexibilidade, consciência
corporal e controle de força do baixo
ventre me ajudaram muito nessa primeira
experiência e, no dia seguinte, percebi como,
numa via simples, tinha trabalhado meus
músculos paravertebrais, importantes para
realizar posturas do yoga e que quase nunca
exercitamos no dia a dia.
Como praticante apaixonada e
professora, tentarei, com este artigo, mostrar
os benefícios do yoga para os escaladores.
Os benefícios da escalada para yoguis, como
já disse, comprovei que existem. Como a
maioria dos escaladores não têm a sorte de
ir para a pedra todo o dia, para não mexer o
corpo só no fim-de-semana, o yoga é uma
ótima opção, mesmo se você escala indoor.
Lembre que é importante trabalhar o corpo
de outras formas.
Os benefícios físicos são vários. A
prática das posturas (asanas) desenvolve
resistência,
flexibilidade
e
consciência
corporal. As torções alongam os músculos
das costas. As posturas de pé fortalecem
as pernas e todas as demais, para serem
realizadas da forma adequada, exigem
contração dos músculos do abdômen, que
nos conecta com o centro de força e equilíbrio
do corpo.
Há outras atividades físicas que
também trabalham esses aspectos e são
legais para escaladores. Mas o diferencial do
yoga é que ele não é só uma atividade física.
Através do trabalho com o corpo, o praticante
de hatha yoga busca aquietar a mente, o que
desenvolve concentração, foco no momento
presente.
Os
pranayamas
(exercícios
respiratórios) ensinam a respiração correta
e treinam o controle desta, o que promove
equilíbrio emocional e habilidade para
gerenciar tensões.
O yogui aprende a parar e se
perceber antes de reagir, para, assim, agir
da melhor forma que puder, iluminando seu
caminho em direção ao auto-conhecimento.
A seguir apresento uma seqüência de yoga
para praticar como aquecimento, antes da
escalada. A permanência deve ser de cinco
respirações em cada postura.
ESCALANDO E
APRENDENDO
1. Respiração abdominal
Antes
de
começar
a
seqüência perceba o ritmo
da sua respiração e observe
o movimento do abdômen:
expandindo, quando você
inala, e recolhendo, quando
você exala.
O objetivo desta seção é apresentar, por
meio de informações técnicas associadas à
experiência pessoal e profissional, atitudes
e posturas que podem fazer a diferença no
dia-a-dia dos escaladores.
Nesta ocasião se propõe um debate relativo
ao atual cenário da escalada indoor em
BH, modalidade que tem sido responsável
pela inserção da grande maioria de novos
praticantes. Esta ferramenta, se bem
utilizada, pode trazer inúmeros benefícios
e oportunidades à comunidade escaladora
e ao cenário esportivo mineiro. Mas e aí...
é isso que está acontecendo?
3. Adho Mukha Svanasana
2. Virabhadrasana I
Academia de ginástica... ou algo mais?
5. Balasana
6. Gomukhasana
fotos: André Mendes
4. Urdhva Mukha Svanasana
7. Janu Sirsasana
8. Ardha Matsyendrasana
Flávia Belisário
[email protected]
Celular: (31) 9744-7993
9. Ardha Navasana
Inúmeras são as propostas de uso
para os espaços de muros de escalada.
Entretenimento, treino de capacidades físicas,
ambiente de convívio social e muitos outros.
Hoje amplamente utilizados, estes espaços
inegavelmente têm auxiliado na melhora do
desempenho de nossos escaladores. Algo
natural, já que por meio destes se possibilita
um aumento da regularidade, bem como o
controle dos estímulos e o planejamento de
treinos.
Mas pergunta-se: Porque não
utilizar estes espaços como ambientes
de aprendizagem e treino das técnicas
especializadas que são o que de fato
diferencia nossa atividade esportiva das
demais? A princípio pode parecer apenas
uma decisão comercial sobre oferecer uma
gama mais variada de serviços ou não. Mas o
fato é que a mentalidade da grande maioria,
associada à simplificação de procedimentos –
predominante nos ginásios de escalada – têm
formado uma grande escola de mediocridade.
Está nas mãos de todos os envolvidos a
oportunidade de mudar esse quadro, basta
que cada um faça sua parte.
Apresentar um amigo a uma
atividade
com
tantas
qualidades
é
certamente uma atitude nobre. Ceder seu
equipamento, até a própria sapatilha, para
permitir a ele uma experiência é algo bacana
e que certamente irá fortalecer a amizade,
mas ensinar a ele as técnicas de segurança
é tarefa de um profissional. A experiência
no ensino das técnicas nos faz valorizar
detalhes que passam despercebidos a
quem já realiza os procedimentos de forma
automatizada, mas são fundamentais na
fase inicial de aprendizagem, evitando assim
vícios potencialmente perigosos e difíceis de
corrigir.
A nós instrutores, que almejamos
uma profissionalização, cabe a tarefa de
buscar estratégias viáveis para trabalhar
com dignidade. E além disto atender
às necessidades da grande leva de
despreparados, atualmente limitados a
procedimentos básicos que tão somente
permitem a sobrevivência em campos-escola
e mesmo assim precisando recorrer aos
amigos para confirmar se o procedimento
está correto.
Os
proprietários
de
ginásios
e investidores de plantão têm muito
em que contribuir. É responsabilidade
fundamental destes a valorização da
atividade, apresentando-a não apenas da
forma simplificada e massificante que o
ambiente indoor proporciona. A escalada
é uma atividade complexa. Quanto mais
conhecimento técnico for proporcionado às
pessoas mais fiéis elas ficam à atividade e
menos monótona e limitada fica a experiência.
Os ginásios podem sim proporcionar algo
mais. Contrate bons profissionais, ofereça
serviços de qualidade aos seus clientes, eles
merecem.
Boas escaladas sempre!
Leandro Reis
Professor de Educação Física, ministra
cursos de escalada em rocha e treinos
de escalada indoor.
Contato: [email protected]
revistag3.blogspot.com
Para maiores informações a respeito da Revista G3 Escalada
e Montanhismo, sugestões e criticas mande um e-mail para
[email protected]
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