Vol. 12 - nº 3 - 2014 - CRMV-SP

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Vol. 12 - nº 3 - 2014 - CRMV-SP
mv&z
REVISTA DE EDUCAÇÃO
CONTINUADA EM
MEDICINA VETERINÁRIA
E ZOOTECNIA
JOURNAL OF CONTINUING EDUCATION IN
ANIMAL SCIENCE
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO • ISSN 2179-6645 • VOL 12 • Nº 3 • 2014
40º CONBRAVET
Congresso Brasileiro de Medicina
Veterinária 2013 (continuação)
SAÚDE PÚBLICA
VETERINÁRIA
Trabalho apresenta estudo
sobre o pescado como via
de transmissão do parasita
Ascocotyle (Phagicola) longa
para os seres humanos. Pesquisa
foi feita com amostras de tainha
oriundas do CEAGESP
BEM-ESTAR ANIMAL
Artigo apresenta o perfil socioeconômico de carroceiros
da região de Pirassununga (SP) e os resultados da
avaliação de bem-estar de seus equídeos
Dados internacionais de catalogação na publicação
Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia
do CRMV-SP / Publicação do Conselho Regional de Medicina
Veterinária. – v. 12, n. 3 (2014) –. São Paulo: Conselho Regional de
Medicina Veterinária, 1998 – v. : il. ; 28 cm.
Quadrimestral
Continuação de: Revista de Educação Continuada do CRMV-SP, São
Paulo, v. 8, n. 2 (2005).
ISSN 2179-6645
1. Medicina veterinária. I. Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado de São Paulo.
Deusa mitológica cercada de animais. Ilustração de
Ike Motta baseada no original da Escola de Medicina
Veterinária de São Paulo F. Ranzini – 1930
EX LIBRIS
C R M V– S P
SUMÁRIO
Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado de São Paulo – CRMV-SP
Editorial
5
Corpo de revisores
Bem-estar Animal
6
12
Perfil dos Carroceiros, Avaliação Clínica e do Bemestar dos seus Cavalos de Tração da Região de
Pirassununga-SP
Rua Oscar Rodrigues Alves, 55, 7º andar, sl. 12
Fone: (18) 3622 6156 | Fax: (18) 3622 8520
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Rua Amando de Barros, 1040
Fone/fax: (14) 3815 6839
[email protected]
Produção Animal
Unidade Regional de Fiscalização
e Atendimento – Campinas
Av. Dr. Campos Sales, 532, sl. 23
Fone: (19) 3236 2447 | Fax: (19) 3236 2447
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Ovinocultura de corte no Brasil: balanço de 2013 e
perspectivas para 2014
Unidade Regional de Fiscalização
e Atendimento – Marília
Av. Rio Branco, 936, 7º andar
Fone/fax: (14) 3422 5011
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Unidade Regional de Fiscalização Av. Cel. José Soares Marcondes, 983, sl. 61
e Atendimento – Presidente Prudente Fone: (18) 3221 4303 | Fax: (18) 3223 4218
[email protected]
Qualidade da cromatina espermática e sua
implicação no desenvolvimento embrionário inicial
de bovinos
Saúde Pública Veterinária
36
Ascocotyle (Phagicola) longa parasitando tainhas
(Mugil liza, Valenciennes, 1836) em São Paulo:
ocorrência, importância na saúde pública e
estratégias de controle
43
Errata
Unidade Regional de Fiscalização
e Atendimento – Ribeirão Preto
Rua Visconde de Inhaúma, 490, cj. 306 a 308
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Unidade Regional de Fiscalização
e Atendimento – Santos
Av. Almirante Cochrane, 194, cj. 52
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Atendimento – São José do Rio Preto
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e Atendimento – Sorocaba
Rua Sete de Setembro, 287, 16º andar, cj.165
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e Atendimento – Taubaté
Rua Jacques Felix, 615
Fone: (12) 3632 2188 | Fax: (12) 3622 7560
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REVISTA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM
MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
Resumos
44
99
Méd. Vet. Francisco Cavalcanti de Almeida
Méd. Vet. Mário Eduardo Pulga
Méd. Vet. Silvio Arruda Vasconcellos
Méd. Vet. Eliana Kobayashi
Méd. Vet. Carlos Maurício Leal
Méd. Vet. Cláudio Regis Depes
Méd. Vet. Márcio Rangel de Mello
Méd. Vet. Otávio Diniz
Méd. Vet. Antônio Guilherme Machado de Castro
Méd. Vet. José Rafael Modolo
Méd. Vet. Abrahão Buchatsky
Méd. Vet. Alexandre Jacques Louis Develey
Méd. Vet. Fábio Fernando Ribeiro Manhoso
Méd. Vet. José Antônio Visintin
Méd. Vet. Mitika Kuribayashi Hagiwara
Méd. Vet. Yves Miceli de Carvalho
Unidade Regional de Fiscalização
e Atendimento – Botucatu
Reprodução Animal
18
Diretoria Executiva
Presidente
Vice-presidente
Secretário-geral
Tesoureira
Conselheiros Efetivos
Conselheiros Suplentes
URFAS
Unidade Regional de Fiscalização
e Atendimento – Araçatuba
40º Conbravet – Congresso Brasileiro de Medicina
Veterinária 2013 (continuação)
Reconhecida como veículo de divulgação técnico-científica
pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV),
Resolução nº 689, de 25 de julho de 2001.
A Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária
e Zootecnia está indexada na Base de Dados da Biblioteca
Nacional de Agricultura (BINAGRI) e na Biblioteca Virtual
em Medicina Veterinária e Zootecnia (BVS-Vet).
INDEXAÇÃO
CONSELHO EDITORIAL
Editor científico
Editores associados
COMISSÃO EDITORIAL
Presidente
Normas para publicação
Foto: freeimages.com
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REVISTA DE EDUCAÇÃO
CONTINUADA EM
MEDICINA VETERINÁRIA
E ZOOTECNIA
40º CONBRAVET
Congresso Brasileiro de Medicina
Veterinária 2013 (continuação)
SAÚDE PÚBLICA
VETERINÁRIA
Trabalho apresenta estudo
sobre o pescado como via
de transmissão do parasita
Ascocotyle (Phagicola) longa
para os seres humanos. Pesquisa
foi feita com amostras de tainha
oriundas do CEAGESP
BEM-ESTAR ANIMAL
Méd. Vet. Silvio Arruda Vasconcellos
Méd. Vet. José Rafael Modolo
Méd. Vet. Mário Eduardo Pulga
Méd. Vet. Alexandre Jacques Louis Develey
CORPO EDITORIAL AD HOC
Méd. Vet. Agar Alexandrino Peres
Méd. Vet. Alexandre Biondo
Zoot. Henrique Luis Tavares
Zoot. Paulo Marcelo Tavares Ribeiro
Assessoria de Comunicação
Editor Responsável
Jornalista Responsável
Méd. Vet. Silvio Arruda Vasconcellos
Lais Domingues - MTB: 59.079/SP
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Sede do CRMV-SP
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Academia Paulista de Medicina Veterinária – Apamvet
Plínio Fernandes – Traço Leal
TL Publicidade e Assessoria Ltda.
Rettec Artes Gráficas e Editora Ltda.
quadrimestral
27.000 exemplares
as edições da Revista MV&Z estão disponíveis no site
http://revistas.bvs-vet.org.br/recmvz.
JOURNAL OF CONTINUING EDUCATION IN
ANIMAL SCIENCE
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO • ISSN 2179-6645 • VOL 12 • Nº 3 • 2014
Uma publicação
Méd. Vet. Silvio Arruda Vasconcellos
Méd. Vet. Alexandre Jacques Louis Develey
Méd. Vet. José Cezar Panetta
Méd. Vet. Eduardo Harry Birgel
(Academia Paulista de Medicina Veterinária – Apamvet)
Artigo apresenta o perfil socioeconômico de carroceiros
da região de Pirassununga (SP) e os resultados da
avaliação de bem-estar de seus equídeos
Revisão Técnica
Projeto Gráfico
Diagramação
Impressão
Periodicidade
Tiragem
Site
Distribuição gratuita
EDITORIAL
Prezado colega,
C om esta edição da Revista de Educação Continuada
em Medicina Veterinária e Zootecnia gostaríamos
de desejar ao colega um Feliz Natal e um Próspero
Ano Novo, repleto de realizações e de novas conquistas profissionais.
Para auxiliá-lo na jornada constante em busca do aprimoramento
técnico, teremos como destaques nessa edição: na seção de Bemestar Animal, um artigo sobre o perfil dos carroceiros da região de
Pirassununga, interior de São Paulo, e a avaliação clínica e do bemestar dos seus cavalos de tração; na de Saúde Pública Veterinária,
um trabalho sobre a ocorrência e as estratégias de controle do
Fale conosco
Ascocotyle (Phagicola) longa, parasita encontrado em tainhas (Mugil
[email protected]
liza, Valenciennes, 1836) comercializadas em São Paulo; na área de
Reprodução Animal, um artigo sobre a qualidade da cromatina espermática e sua implicação no desenvolvimento embrionário inicial de
bovinos; na área de Produção Animal, é apresentado um balanço da situação da Ovinocultura de corte no Brasil, nos
últimos dois anos. Esta edição traz, ainda, mais alguns resumos dos trabalhos apresentados no CONBRAVET 2013.
Reiteramos que a Revista MV&Z é uma importante fonte de informação e conhecimento para os profissionais e a
sua elaboração depende, fundamentalmente, da sua participação. Por isso, sinta-se à vontade para submeter os seus
trabalhos técnicos, relatos de caso ou artigos de revisão. Desejamos uma ótima leitura.
O Conselho é de todos!
Francisco Cavalcanti de Almeida
Presidente do crmv-sp
CORPO DE REVISORES
Adriana Maria Lopes Vieira, CRMV-SP
Agar Costa Alexandrino de Perez, CRMV-SP
Alexandre Jacques Louis Develey, Apamvet
Alexander Welker Biondo, UFPR
Ana Paula de Araújo, CRMV-SP
Angelo João Stopiglia, FMVZ-USP / Apamvet
Antonio Carlos Paes, FMVZ-Unesp Botucatu
Antônio Guilherme Machado de Castro, CRMV-SP
Antonio J. Piantino Ferreira, FMVZ-USP
Arani Nanci Bomfim Mariana, Apamvet
Archivaldo Reche Junior, FMVZ-USP
Arsênio Baptista, Med. Vet. Autônomo
Benedicto Wlademir de Martin, Apamvet
Carla Bargi Belli, FMVZ-USP
Carlos Alberto Hussni, FMVZ-Unesp Botucatu
Carlos Eduardo Larsson, CRMV-SP
Célia Regina Orlandelli Carrer, CRMV-SP
Ceres Berger Faraco, Amvebbea
Cíntia Aparecida Lopes Godoy-Esteves, Hospital Veterinário Santa Inês
Cláudia Barbosa Fernandes, FMVZ-USP
Cláudia Rodrigues Emílio de Carvalho, Med. Vet. Autônoma
Cláudio Ronaldo Pedro, CRMV-SP
Daniel G. Ferro, FMVZ-USP
Édson Ramos de Siqueira, FMVZ-Unesp Botucatu
Eduardo Harry Birgel, Apamvet
Eduardo Harry Birgel Junior, FMVZ-USP
Eliana Kobayashi, CRMV-SP
Eliana Roxo, Instituto Biológico-SP
Éverton Kort Kamp Fernandes, UFG
Fábio Fernando Ribeiro Manhoso, UNIMAR - SP
Fernando José Benesi, FMVZ-USP
Flávio Massone, FMVZ-Unesp Botucatu
Fumio Honma Ito, FMVZ-USP
Helenice de Souza Spinosa, FMVZ-USP
Henrique Luis Tavares, CRMV-SP
João Palermo Neto, FMVZ-USP
John Furlong, Embrapa
José Antônio Visintin, FMVZ-USP
José de Angelis Côrtes, Apamvet
José Henrique Ferreira Musumeci, Med. Vet. Autônomo
José Rafael Modolo, FMVZ-Unesp Botucatu
Josete Garcia Bersano, Instituto Biológico-SP
Júlia Maria Matera, CRMV-SP
Karime Cury Scarpelli, CRMV-SP
Leonardo Brandão, CEVA Saúde Animal
Luis Cláudio Lopes Correa da Silva, FMVZ-USP
Luiz Carlos Vulcano, FMVZ-Unesp Botucatu
Marcelo Alcindo de Barros Vaz Guimarães, FMVZ-USP
Marcelo Bahia Labruna, FMVZ-USP
Marcelo da Silva Gomes, CRMV-SP
Marcelo Monte Mór Rangel, Vet Câncer
Márcio Corrêa, UFPEL
Márcio Gárcia Ribeiro, FMVZ-Unesp Botucatu
Márcio Rangel de Mello, CRMV-SP
Marco Antônio Leon-Roman, FMVZ-USP
Marcos Veiga dos Santos, FMVZ-USP
Maria Angélica Miglino, FMVZ-USP
Maria de Lourdes A. Bonadia Reichmann, CRMV-SP
Mario Eduardo Pulga, CRMV-SP
Maristela Pituco, Instituto Biológico-SP
Mitika Kuribayashi Hagiwara, Apamvet
Nádia Maria Bueno Fernandes Dias, CRMV-SP
Nilson Roberti Benites, FMVZ-USP
Odemilson Mossero, MAPA
Paulo Francisco Domingues, FMVZ Unesp Botucatu
Paulo Marcelo Tavares Ribeiro, CRMV-SP
Paulo Sérgio de Moraes Barros, FMVZ-USP
Raimundo de Souza Lopes, FMVZ-Unesp Botucatu
Ricardo Moreira Calil, MAPA
Rita de Cássia Maria Garcia, CRMV-SP
Roberto Calderon Gonçalves, FMVZ-Unesp Botucatu
Roberto de Oliveira Roça, FMVZ-Unesp Botucatu
Sarita Bonagurio Gallo, FZEA- USP Pirassununga
Silvio Arruda Vasconcellos, CRMV-SP
Silvio Marcy dos Santos, Instituto Biológico-SP
Solange Maria Gennari, FMVZ-USP
Sonia Regina Pinheiro, FMVZ-USP
Sony Dimas Bicudo, FMVZ-Unesp Botucatu
Stélio Pacca Loureiro Luna, FMVZ-Unesp Botucatu
Terezinha Knöbl, FMVZ-USP
Vicente Borelli, Apamvet
Waldir Gandolfi, Apamvet
Wilson Roberto Fernandes, FMVZ-USP
Kanadani, M.Y.; Dória, R.G.S.; Gameiro, A.H.; Alves, J.D.S.; Perfil dos carroceiros, avaliação clínica e do bem-estar dos seus cavalos de tração da região de Pirassununga-SP / Profile of
the carters, clinical and welfare evaluation of their cart horses in the region of Pirassununga-SP /Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP
/ Journal of Continuing Education in Animal Science of CRMV-SP. São Paulo: Conselho Regional de Medicina Veterinária, v. 12, n. 3 (2014), p. 6 – 11, 2014.
B em - estar A nimal
Perfil dos carroceiros,
avaliação clínica e do bemestar dos seus cavalos
de tração da região de
Pirassununga-SP
Profile of the carters, clinical and welfare
evaluation of their cart horses in the region of
Pirassununga-SP
Resumo
Summary
Foi aplicado um questionário destinado a levantar as condições
It was applied a questionnaire to establish the socioeconomic
socioeconômicas dos carroceiros da região de Pirassununga-SP e
identities of carters that live around the city of Pirassununga,
analisar as condições de bem-estar a que são submetidos os seus
in the state of Sao Paulo, Brazil, in order to associate it to the
equídeos de tração. As entrevistas foram efetuadas, no período
state of welfare undergone by their cart horses. The evaluation
de agosto de 2012 a julho de 2013, durante o acompanhamento
was conducted from August 2012 until July 2013 through
do “Projeto Carroceiro” promovido pela Faculdade de Zootecnia
questionnaires made during the Carter’s Project, sponsored by
e Engenharia de Alimentos (FZEA/USP); e de visitas realizadas às
the School of Animal Science and Food Engineering (FZEA/USP),
residências dos carroceiros inscritos no projeto, tendo-se obtido
and through home visits to the carters previously enrolled in the
uma amostra de 26 indivíduos que trabalhavam como carroceiros.
project, obtaining a sample of 26 individuals. Furthermore, it was
Posteriormente, também, foram analisados os prontuários de 49
made an evaluation of 49 records of horses attended previously
cavalos atendidos anteriormente, de outubro de 2011 a junho de
(October 2011 to June 2012) in order to analyze their most
2012, início do projeto, para a avaliação das alterações clínicas re-
frequent health problems. The majority of the carters started
gistradas. A maioria dos carroceiros começou a trabalhar antes de
working before adulthood, supplemented family income with
atingir a maioridade; complementava a renda com outras ativida-
other activities, sustained four or more people and transported
des; sustentava quatro ou mais pessoas com a renda obtida; trans-
various materials and deposited them at the courtyard of the city
portava materiais variados de descarte e os depositava em pátios
hall and landfills. The majority of the carters reported to receive
destinados a este fim ou aterros sanitários. Todos recebiam menos
less then R$ 1,000.00 per month, having estimated the costs
de R$ 1.000,00 ao mês, gastando entre 10 e 30% da renda com
with their animals’ feeding between 10 and 30% of that income.
o animal. Grande parte (8/26) mantinha seus animais presos aos
Most of them (8/26) keep their animals attached to the saddlery,
arreios durante os intervalos, mas não utilizava chicote (16/26).
but don’t use whip (16/26). Based on the records analyzed, it was
As principais alterações clínicas foram problemas locomotores e
observed that the most frequent clinical problems are cutaneous
cutâneos. A alimentação adotada era de baixa qualidade.
and locomotor disorders. Low quality feeding was also observed.
Recebido em 7 de fevereiro de 2014 e aprovado em 30 de maio de 2014
6
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Marina Yumi Kanadani1
Renata Gebara Sampaio Dória2
Av. Duque de Caxias Norte, 225 – Campus USP – 13635-900 –
Pirassununga, SP, Brasil
� [email protected]
Augusto Hauber Gameiro3
Pesquisa amparada pela Reitoria da USP através do Programa Institucional
de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC)
�
Palavras-chave
Bem-estar. Cavalos. Tração.
Carroceiros. Sociologia.
Keywords
Welfare. Horses. Carts.
Carters. Sociology.
C onsiderando-se a quantidade de animais utilizados
em atividades de tração e o grande número de indivíduos que os utilizam, para os quais essa é frequentemente a principal ou até a única fonte de renda de um
grupo familiar, ou o meio de transporte fundamental
de uma localidade, o tema suscita a importante questão de bem-estar
animal e humano. Um pobre estado de bem-estar dos equinos pode
redundar em: baixa expectativa de vida e habilidade para crescer; lesões corporais e doenças; imunossupressão; doenças comportamentais e supressão do comportamento normal; alteração do processo
fisiológico e do desenvolvimento anatômico (SOUZA, 2006).
Projetos de extensão, como o “Projeto Carroceiro” da Faculdade
de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da Universidade de
São Paulo (USP), que oferece assistência Médico Veterinária gratuita
aos carroceiros da cidade de Pirassununga, Estado de São Paulo, vêm
sendo realizados em diversas cidades brasileiras, a exemplo dos projetos mencionados a seguir.
Alves (2014), analisando socioeconomicamente os carroceiros e
seus cavalos participantes do “Projeto S.O.S. Cavalo de Carroça” da
Universidade de Passo Fundo, Estado do Rio Grande do Sul, constatou que as dificuldades enfrentadas pelos carroceiros eram a carência
1 Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal. Departamento de Nutrição e Produção Animal. Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia, Universidade de São Paulo
2 Departamento de Medicina Veterinária. Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo
3 Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal. Departamento de Nutrição e Produção Animal. Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia – Universidade de São Paulo
c r m v s p . g o v. b r
mv&z
7
B em - estar A nimal
de orientações referentes às práticas de manejo e, particularmente, a falta de assistência Médico Veterinária, pouco
acessível aos trabalhadores de baixo poder aquisitivo; o
que os leva a adotar orientações formuladas por leigos.
Barbosa (2011) observou que a orientação dos carroceiros e estudantes das escolas públicas do município de
Petrolina-PE foi efetuada de forma satisfatória no “Projeto
Carroceiro” daquela cidade, pois as propostas utilizadas
atingiram um grande número de carroceiros e estudantes, com boa aceitação e interação entre os mesmos.
Outro exemplo bem sucedido foi o “Programa Amigo do
Carroceiro”, desenvolvido pela Universidade do Estado
de Santa Catarina, que orientava os carroceiros a respeito
de cidadania e dos cuidados ambientais; quanto a atendimento clínico e procedimentos de medicina preventiva
aplicados aos cavalos (FONTEQUE, 2010).
O presente trabalho foi delineado para identificar
as identidades socioeconômicas dos carroceiros do
Município de Pirassununga-SP, procurando relacioná-las
às condições de saúde e bem-estar dos seus equídeos de
tração, visando à obtenção de subsídios para o planejamento de ações específicas, destinadas ao atendimento e
a melhoria das condições sanitárias e socioeconômicas
desse segmento.
Material e Métodos
A avaliação do perfil socioeconômico dos carroceiros
atendidos pelo “Projeto Carroceiro” da FZEA/USP em
Pirassununga-SP foi obtida com a aplicação de um questionário, testado durante os três primeiros atendimentos.
Os questionários definitivos foram aplicados nos três últimos atendimentos, sendo que cada um foi realizado em
um sábado por mês, entre os meses de agosto de 2012 a
junho de 2013. Para aumentar o número de entrevistados, foram realizadas visitas adicionais às residências de
19 indivíduos inscritos previamente no projeto. No total,
26 pessoas foram entrevistadas. A análise dos registros
da avaliação clínica de cavalos que haviam sido atendidos
no início do projeto, outubro de 2011 a junho de 2012,
foi efetuada com a consulta aos prontuários digitalizados, mantidos pelo arquivo do projeto, sendo utilizados
prontuários de 49 animais nos quais foram considerados: identificação, anamnese e dados sobre o exame
físico (funções vitais, estado de nutrição, atitude, comportamento, pele e anexos, mucosas, linfonodos, olhos,
orelhas, urina, aparelho locomotor e sistema nervoso).
Resultados e Discussão
As perguntas incluídas no questionário foram dirigidas para o aspecto socioeconômico dos carroceiros
(Tabela 1) e para o tratamento dispensado aos animais
8
mv&z c r m v s p . g o v . b r
(Tabela 2). Os valores apresentados na Tabela 1 revelam
que os entrevistados foram predominantemente homens,
com renda mensal menor do que R$ 1.000,00, e gastando
entre 10 e 30% com a alimentação e cuidados de seus cavalos, o que os levava, a procurar outros tipos de serviços.
Os valores apresentados na Tabela 1 revelam que no
município investigado a atividade de carroceiro é uma
profissão mantida por gerações, e que a maioria dos entrevistados (15/26) começou a trabalhar antes de atingir
a maioridade; o que demonstra a falta de regulamentação
e de fiscalização por parte do governo, além da falta de
oportunidades de outros serviços mais rentáveis, como
também foi observado por Fonteque (2010) e Alves
(2014) em outras regiões. Durante a realização do projeto,
nove entrevistados abandonaram a profissão. Destes, quatro conseguiram outras profissões, um passou a viver de
aposentadoria e outro começou a estudar. Os três restantes tiveram problemas relacionados com os animais; dois
por reclamações de vizinhos e o terceiro por morte do
animal. O trabalho dos carroceiros consome usualmente
mais de cinco horas diárias, sem que ocorra a divisão do
serviço com mais de um animal. De acordo com o documentário “Vida de Cavalo” (2005), para que um equino de
trabalho apresente condições de saúde adequadas, a duração máxima de atividade diária deve ser de cinco horas
(CUNHA, 2007). Do exposto, depreende-se que na região
trabalhada os animais estavam sendo submetidos a uma
sobrecarga de trabalho, na maioria (19/26) dos casos, por
mais de cinco dias na semana.
Os materiais transportados pelos carroceiros, relacionados na Figura 1, demonstram que a atividade contribui
para a diminuição da degradação de determinadas áreas
do espaço urbano, e que esses indivíduos, como proposto
por Cunha (2007), devem ser considerados como “agentes de saneamento ambiental”.
O fato de alguns (8/26) carroceiros depositarem
suas cargas em locais inadequados, como depósitos de
lixo e beira de estradas (Figura 2), indica novamente a
importância da promoção de medidas de educação ambiental, cuja eficácia foi observada por Barbosa (2011)
no “Projeto Carroceiro” de Petrolina-PE. As principais
dificuldades relatadas pelos carroceiros foram reclamações de vizinhos que contatam a vigilância sanitária para
pedir a retirada dos animais das zonas residenciais e pessoas que não realizam o pagamento após o serviço. Por
se tratar de um serviço que depende da necessidade de
outras pessoas, a ausência de pagamento prejudica ainda
mais a renda mensal dos carroceiros.
A Tabela 2 mostra que todos os carroceiros responderam positivamente à pergunta relacionada ao
fornecimento de sombra e água fresca aos seus animais
B em - estar A nimal
Tabela 1 – Carroceiros da região de Pirassununga-SP segundo as perguntas efetuadas e as respectivas respostas obtidas com os números de entrevistados. Questionário aplicado no
período de agosto de 2012 a julho de 2013
PERGUNTAS
RESPOSTAS E NÚMERO DE ENTREVISTADOS
Pirassununga, SP
Onde nasceu?
Qual é o sexo do
carroceiro(a)?
Com que idade começou a
trabalhar como carroceiro?
Outras cidades interioranas do Brasil
14
12
Masculino
Feminino
25
1
Menos de 18 anos
Com 18 anos ou mais
15
11
Por que começou a trabalhar
como carroceiro?
Gosto pela profissão
Necessidade financeira
Vivência em fazenda
9
8
4
5
Com quem aprendeu a profissão?
Família
Experiência própria
Amigo
Trabalho em fazenda
13
7
3
Sim
Exerce a profissão de carroceiro atualmente?
3
Sim, serviço de charrete
16
Não
1
9
Sim
Se sim, exerce outros serviços
para complementar a renda?
Outros
Não
9
7
Quantas pessoas se beneficiam da renda gerada?
Somente o carroceiro
2 pessoas
3 pessoas
5
4
3
14
Qual é a carga horária média
ao dia?
Até 4 horas
5 a 6 horas
7 a 8 horas
9 horas ou mais
7
5
9
Sim
Divide serviço entre animais?
4 pessoas ou mais
5
Não
9
Não informado
12
Trabalha quantos dias por
semana?
5
1
17
3
Qual a estimativa de renda
mensal como carroceiro?
Até R$ 700,00
Mais que R$ 700,00
Salário da fazenda
Não informado
10
13
1
2
Carroceiro o realiza
Paga até R$15,00
Paga entre R$ 16,00 e R$
25,00
Paga mais de R$ 25,00
15
1
7
3
Até R$150,00
Mais de R$150,00
Não soube estimar
8
4
Quanto é gasto com ferrageamento?
Quanto é gasto mensalmente
com a alimentação do animal?
4 dias
5
Até 3 dias
Cultivo próprio
2
5 dias ou mais
12
Não informado
Tabela 2 – Carroceiros da região de Pirassununga, SP segundo questões relativas a tratamentos dispensados aos seus equinos de tração, dentre os 26 entrevistados. Questionários
aplicados no período de agosto a julho de 2013
QUESTÕES
RESPOSTAS E NÚMERO DE ENTREVISTADOS
Durante intervalos, fornece
sombra e água ao animal?
Sim
Não
24
-
2
Durante intervalos, solta o
animal dos arreios?
Sim
Não
Não informado
Utiliza chicote?
Com que frequência é feito
o ferrageamento?
Onde o animal vive?
Algum cavalo já foi
roubado?
Acha que seria útil um guia
sobre manejo de cavalos?
Não informado
15
8
3
Sim
Não
Não informado
7
16
3
Intervalos < 15 dias
Intervalos > 15 dias
Não informado
4
15
7
Piquete sem cocheira
Piquete com cocheira
Piquete cercado/baia
14
7
5
Sim
(recuperou o animal)
Sim
(não recuperou o animal)
Não
Não informado
3
4
16
3
Sim
Não
Não informado
17
5
4
c r m v s p . g o v. b r
mv&z
9
B em - estar A nimal
Quais são os tipos de carga?
Qual é a destinação das cargas?
18
10
16
7
8
7
6
3
Entulho
Móveis
Madeira
Material
reciclado
Material de
construção
3
2
2
Lavagem
1
Outros
Pátio da
Prefeitura
Depósito
de lixo
Fazenda
1
Venda de
Vende
material para ferro
reciclado
velho
1
1
Beira da
estrada
Própria
casa
Não
informado
Figura 1 – Carroceiros da região de Pirassununga-SP segundo os tipos de cargas transportadas e os respectivos números de entrevistados que relataram o seu transporte dentre os
26 entrevistados. Questionário aplicado no período de agosto de 2012 a julho de 2013
Figura 2 – Carroceiros da região de Pirassununga-SP segundo as destinações das suas
cargas e respectivos números de entrevistados dentre os 26 entrevistados. Questionários
aplicados durante o período de agosto de 2012 a julho de 2013
durante os intervalos de serviço, embora muitos não soltassem os arreios de seus animais durante o descanso.
Heleski (2010) recomenda que nos períodos de descanso
os animais devam ser soltos e escovados; o que contribui
para a prevenção do aparecimento de lesões cutâneas.
Embora a maioria (16/26) tenha relatado que não utilizava
chicotes, ainda há uma quantidade considerável (7/26) que
os utiliza; o que compromete o bem-estar dos animais.
O fato de a grande maioria fornecer cocheiras aos seus
cavalos, mesmo que muitas vezes feitas de improviso,
demonstra reconhecimento, por parte dos carroceiros,
da necessidade dos animais possuírem abrigo. A alimentação dos animais é deficiente, com alta quantidade de
volumoso e baixa quantidade de concentrado, ambos de
baixa qualidade, demonstrando não apenas a necessidade de orientação a respeito da nutrição mas também
a dificuldade financeira para a aquisição de um concentrado de alta qualidade; fato também observado por Silva
Filho (2004), na avaliação das práticas alimentares dos
equinos pertencentes ao “Projeto Correção Ambiental e
Reciclagem com Carroceiros de Belo Horizonte”. Embora
a quase totalidade (25/26) dos carroceiros tenha consciência da importância de fornecer sal aos seus animais
(Figura 3), uma elevada parcela (17/26) não fornece o sal
mineral diariamente, como seria ideal, porque adotam
os cuidados aos seus animais a partir de informações
baseadas em preconceitos, adquiridas com a própria
experiência ou então com colegas de profissão, que resultam em manejos inadequados (REICHMANN apud
ALVES, 2014). Os carroceiros reconhecem a necessidade
de fornecerem uma melhor alimentação para seus animais, porém não possuem a compreensão do que seja
alimentação (capim, grama, pasto, feno) e suplementação
(ração); o que resulta em uma alimentação desbalanceada e/ou com produtos inadequados (REICHMANN
apud CUNHA, 2007).
A observação de que a maioria (17/26) dos carroceiros
se apresenta receptiva a um guia elaborado por Médicos
Veterinários quanto aos principais cuidados necessários
aos seus animais de tração pressupõe que tal orientação
não deva ser de difícil realização; apenas requer veterinários dispostos a realizar tal tarefa e poderia gerar
melhoras significativas no tratamento dispensado aos
cavalos de tração da região.
A observação dos valores apresentados na Tabela 3 revela que o intenso trabalho e a falta de assistência Médico
Veterinária levaram, principalmente, a problemas locomotores e dermatológicos nos animais atendidos. Esse
resultado pode estar relacionado, principalmente, a aspectos já observados, como a sobrecarga de trabalho dos
animais, a falta de soltura dos arreios e escovação nos
intervalos entre serviços, e o grande intervalo entre os
ferrageamentos dos animais. Apesar da nutrição dos animais ser deficiente, a maioria (86%) apresentou escore
satisfatório. Como o projeto foi realizado em um gramado, em frente ao portão do campus universitário, não
10
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Alimentação do animal
25
17
17
8
8
8
9
8
8
om
um
te
en
lc
en
m
tu
al
vo
al
à
ev
er
al
in
lm
in
er
lm
Sa
Sa
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o
ilh
M
Ra
Ca
na
-d
Fa
re
l
o
de
Ca
tri
pi
m
go
3
Figura 3 – Carroceiros da região de Pirassununga-SP segundo os alimentos fornecidos
aos seus animais e respectivos números de entrevistados dentre os 26 entrevistados.
Questionários aplicados durante o período de agosto de 2012 a julho de 2013
B em - estar A nimal
foi possível a realização de tratamentos complexos, sendo
realizados apenas os procedimentos preventivos de rotina: vacinação antirrábica, vermifugação, aplicação de
ectoparasiticidas e tratamentos paliativos em ferimentos.
Tabela 3 – Animais de tração atendidos pelo "Projeto Carroceiro", na região de
Pirassununga-SP, segundo parâmetros clínicos avaliados. Banco de Prontuários referentes
a animais atendidos no período de outubro de 2011 a junho de 2012
PARÂMETRO
CLÍNICO
Estado de
Nutrição
Atitude
Temperamento
Pele e Anexos
Mucosas
Linfonodos
Olhos
Orelhas
Sistema
Digestório
Sistema
Respiratório
Sistema
Circulatório
Sistema
GenitoUrinário
Sistema
Locomotor
ASPECTO E NÚMERO DE ANIMAIS
CORRESPONDENTES
Bom
Regular
86%
Magro
8%
6%
Calmo
Prostrado
Alerta
Agitado
65%
2%
25%
8%
Linfático
Sanguíneo
Sem Registros
39%
12%
49%
Normais
Ferimentos Ectoparasitas
Outros
62%
18%
6%
10%
Róseas
Pálidas
Ictéricas
Congestas
76%
20%
2%
2%
Sem Alterações
Aumentados
90%
10%
Sem
Alterações
Secreção
Neoplasias
Prolapso de
3ª Pálpebra
69%
25%
4%
2%
Sem
Alterações
Carrapatos
Fungos
Neoplasias
80%
14%
2%
4%
Sem
Alterações
Mot.
Alterada/
Diarréia
Ferimentos
em Cav.
Oral
Hérnia
86%
8%
4%
2%
Secreção
Narinas
Dilatadas
8%
2%
Sem
Freq.
Alterações Aumentada
76%
14%
Sem Alterações
Freq. Aumentada
88%
12%
Sem
Alterações
Oligúria
Urina Escura
Outros
90%
4%
2%
4%
Sem
Alterações
Alterações
nos Cascos
Claudicação
Ferimentos
53%
21%
18%
8%
a serem tomados com os seus animais. Essas informações poderiam melhorar o bem-estar dos animais, sua
produtividade e, consequentemente, a rentabilidade dos
serviços prestados e as condições socioeconômicas dos
&
trabalhadores. Referências
ALVES, L. P.; COSTA, G. V.; BIZOTTO, G. V.; BRUNETTO, A. C.; BONDAN, C. Aspectos
socioeconômicos dos carroceiros da cidade de Passo Fundo e as condições de saúde dos
cavalos atendidos pelo Projeto S.O.S. Cavalo de Carroça da Universidade de Passo Fundo.
Cataventos, 2014. Disponível em: <http://revistaeletronica.unicruz.edu.br/index.php/
Cataventos/article/download/450/279> Acesso em: 29 jan. 2014.
BARBOSA, L. D.; SANTOS, M. A. M.; BATISTA, P. V. M.; MOURA, J. B.; VIEIRA, D. S.;
GRADELA, A.; FARIA, M. D.; HORTA, M. C.; MILKEN, V. M. F. Aspectos pedagógicos e
didáticos do “Projeto Carroceiro” no Município de Petrolina: bem-estar de equídeos e
preocupação social. Revista Conexão UEPG, v. 7, n. 2, p. 260-265, 2011.
CUNHA, A. M. O.; OLIVEIRA, L. M.; MARQUES, R. L.; NUNES, C. H. Carroceiros e
equídeos de tração: um problema sócio-ambiental. Caminhos de Geografia, v. 8, n. 24,
2007. Disponível em: <http://www.seer.ufu.br/index.php/caminhosdegeografia/article/
viewFile/15695/8877>. Acesso em: 14 jan. 2013.
FONTEQUE, J. H.; PAOLINI, E.; SILVA, M. C. Projeto amigo do carroceiro. UDESC em
Ação, v. 4, n. 1, 2010. Disponível em: <http://revistas.udesc.br/index.php/udescemacao/
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HELESKI, C. R.; MCLEAN, A. K.; SWANSON, J. C. Practical methods for improving the
welfare of horses, donkeys and other working draught animals in developing areas.
In: GRANDIN, T. Improving Animal Welfare - A Practical Approach. Londres: CABI
International, 2010.
SILVA FILHO, J. M. da; PALHARES, M. S.; MARANHÃO, R. de P. A.; REZENDE, H. H. C.
de R.; MELO, U. P. Manejo alimentar dos animais de tração da regional Pampulha, Belo
Horizonte. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA, 2., 2004, Belo
Horizonte. Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. Belo Horizonte:
UFMG, 2004. Disponível em: <https://www.ufmg.br/congrext/Desen/Desen16.pdf>
Acesso em: 10 jan. 2013.
SOUZA, M. F. A. Implicações para o bem-estar para equinos utilizados para tração de
veículos. Revista Brasileira de Direito Animal, v. 1, n. 1, 2006.
Conclusão
Os carroceiros da região de Pirassununga-SP são um segmento bastante carente da sociedade que deve ser alvo
de projetos de extensão, como o “Projeto Carroceiro” da
FZEA/USP, pois não dispõe de recursos para utilizarem
assistência veterinária particular. Torna-se necessária a
elaboração de um guia de manejo de cavalos, redigido
em linguagem simples e acessível, que possa ser entregue
aos carroceiros e que os oriente sobre os cuidados básicos
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11
Raineri, C.; Santos, F. F.; Gameiro, A. H.; Ovinocultura de corte no Brasil: balanço de 2013 e perspectivas para 2014 / Sheep industry in Brazil: balance of 2013 and outlook for 2014 /
Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP / Journal of Continuing Education in Animal Science of CRMV-SP. São Paulo: Conselho
Regional de Medicina Veterinária, v. 12, n. 3 (2014), p. 12 – 17, 2014.
P rodu ç ão A nimal
Ovinocultura de corte
no Brasil: balanço de
2013 e perspectivas
para 2014
Sheep industry in Brazil: balance of 2013 and
outlook for 2014
Resumo
Summary
No início dos anos 2000, a ovinocultura passou a ocupar
In the early 2000s, sheep industry began to occupy a prominent
uma posição de destaque no agronegócio brasileiro, atraindo
position in Brazilian agribusiness, attracting investors and being
investidores e sendo reconhecida como uma nova alternativa para
recognized as a new alternative for farming diversification. Many
a diversificação no campo. Muitos novos criadores e indústrias
breeders and new industries emerged, motivated by the deficit
surgiram, motivados pelo déficit entre a produção e a demanda
between production and demand for lamb in the country, which
pela carne de cordeiro no país, que faz com que importemos
leads to the import of hundreds of thousands of tons of sheep
centenas de milhares de toneladas do produto todos os anos.
meat every year. Nearly a decade has passed since the initial
Cerca de uma década se passou desde a euforia inicial, em que se
euphoria, which saw intense inflow of breeders to the activity,
verificou intenso ingresso de criadores na atividade, e este ensaio
and this essay aims to make a brief summary of important facts
tem o objetivo de fazer um breve resumo de fatos importantes para
occurred in 2013 regarding this supply chain, and to present
o setor, ocorridos em 2013, e de apresentar algumas perspectivas
some perspectives for next year. The evolution of the following
para o próximo ano. É abordada a evolução dos seguintes
topics is addressed: i) legal and illegal slaughter, ii) imports of
tópicos: i) abates legalizados e clandestinos, ii) importações de
sheep meat, iii) slaughter of females and its impact on market,
carne ovina, iii) abate de fêmeas e suas consequências para o
iv) prices for domestic and imported products, v) governmental
mercado, iv) valores de mercado de produtos ovinos e custo de
initiatives on the sake of the activity. What we see is that many
produção, v) iniciativas governamentais em prol da atividade. O
advances have been made, but many challenges still exist for the
que se percebe é que muitos avanços têm ocorrido, mas muitos
consolidation of the activity.
desafios ainda existem para a consolidação da atividade.
Recebido em 7 de abril de 2014 e aprovado em 10 de julho de 2014
12
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Camila Raineri1
� [email protected]
Fernanda Ferreira dos Santos2
Augusto Hauber Gameiro2
�
Palavras-chave
Análise. Comercialização. Cordeiro. Mercado.
Ovinos.
Keywords
Analysis. Lamb. Market. Sheep. Trading.
N o início dos anos 2000, a ovinocultura passou a
ocupar uma posição de destaque no agronegócio
brasileiro, atraindo investidores e sendo reconhecida como uma nova alternativa para a diversificação no campo. Muitos novos criadores e indústrias
surgiram, motivados pelo déficit entre a produção e a demanda pela
carne de cordeiro no país, que faz com que importemos centenas de
milhares de toneladas do produto todos os anos, e por todas as condições naturais favoráveis que tornaram o Brasil um grande produtor
de carnes bovina, suína e de aves. A Tabela 1 demonstra a evolução
do rebanho ovino brasileiro, a partir do ano 2000.
Nota-se intensa redução de plantel na região sul durante a década
de 90, que ainda apresenta reflexos, e forte expansão do rebanho nas
demais regiões a partir dos anos 2000. O rebanho do Sul do país estava
Tabela 1 – Efetivos do rebanho ovino por região brasileira e total, entre os anos 1990 e 2012
Região
Variação
1990-2000
2012
Variação
2000-2012
7.762.475
0,84%
9.325.885
20,14%
5.568.574
-50,57%
5.042.222
-9,45%
392.826
693.843
76,63%
1.078.316
55,41%
405.277
399.925
-1,32%
744.426
86,14%
1990
2000
Nordeste
7.697.746
Sul
11.265.818
Centro-Oeste
Sudeste
Norte
252.838
360.141
42,44%
598.643
66,22%
Brasil
20.014.505
14.784.958
-26,13%
16.789.492
13,56%
Fonte: IBGE (2012), elaboração realizada pelos autores
1 Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Zootecnia. Uberlândia, Minas Gerais
2 Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Nutrição e Produção Animal. Pirassununga, São Paulo
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13
P rodu ç ão A nimal
concentrado principalmente no Rio Grande do Sul, e era
voltado para a produção de lã, enquanto as demais regiões
já tinham como foco a ovinocultura de corte. Nos anos 90,
ocorreu a crise internacional do mercado da lã, motivo
pelo qual a maior parte do rebanho gaúcho foi exterminada na década citada, enquanto em quase todo o restante
do país já se verificava a expansão da atividade. Essa expansão ocorreu tanto com o crescimento de rebanhos já
existentes quanto com o ingresso de novos criadores na
atividade (RAINERI, 2012).
Cerca de uma década se passou desde a euforia inicial, em que se verificou intenso ingresso de criadores
na atividade, e este ensaio tem o objetivo de fazer um
breve resumo de fatos importantes para o setor, ocorridos em 2013, e de apresentar algumas perspectivas para
o próximo ano.
Ao mesmo tempo, o volume das importações de carne
ovina pelo Brasil, até o mês de setembro de 2013, foi de
2.330 toneladas, superando em 161% o total do ano de
2012 (MDIC, 2013), como demonstra a Figura 2.
Abates e importações de carne ovina
A dificuldade na obtenção de dados confiáveis para o
acompanhamento e avaliação do desempenho do setor
continua sendo um entrave. Ainda é bastante difícil estimar com precisão a produção de cordeiros, o número de
animais abatidos e o consumo da carne pelos brasileiros.
As referências disponíveis sobre abates inspecionados
no país são as relativas a frigoríficos inspecionados pelo
Sistema de Inspeção Sanitária Federal (SIF), pois não
existem dados consolidados a respeito de abate de ovinos
com inspeções estadual e municipal.
Assim, a cadeia produtiva da ovinocultura não pode
contar com informações precisas. Sorio e Rasi (2010)
referem que a quantidade de abates sob as inspeções estadual e municipal geralmente supera a quantidade de
abates com inspeção federal. Com base nos dados disponíveis (MAPA, 2013), pode-se afirmar que, até setembro
de 2013, houve redução em mais de 55% da quantidade
de abates de ovinos com SIF em relação ao mesmo período do ano anterior, seguindo uma tendência de queda
verificada desde 2010 (Figura 1).
Há um consenso entre os atores do mercado de que a
redução do abate inspecionado está ligada ao aumento do
abate clandestino: dessa forma, animais que deveriam ser
abatidos em frigoríficos são redirecionados para o mercado informal. Esse fenômeno tem se intensificado em
algumas regiões, como no interior de São Paulo e no Mato
Grosso, agravando as dificuldades por parte da indústria
em encontrar fornecedores de cordeiros (RABAIOLI,
2013). As razões apontadas para essa dimensão da participação dos abates clandestinos passam por questões
culturais. Ainda é comum em várias regiões, principalmente no Nordeste, a crença de que o animal adquirido
diretamente do produtor é “mais saudável” ou “mais saboroso”. Outra questão é que a configuração pulverizada
dos rebanhos em pequenas criações dificulta ou impossibilita a formação de lotes de cordeiros que justifiquem o
frete até os abatedouros. Destaque-se também que a baixa
qualidade de grande parte dos animais à venda faz com
que os frigoríficos não os adquiram, ou que proponham o
pagamento de valores mais baixos por eles.
Para que se tenha uma ideia da dimensão dos abates
clandestinos, basta comparar a quantidade de animais abatidos informada pelo sistema do SIF (relembrando que não
estão incluídos os abates com inspeções municipais e estaduais), e as quantidades estimadas pela FAO (Tabela 2).
Os abates irregulares chegam a 55% no estado de São
Paulo (SOUZA; LOPES; DEMEU, 2008), 60% no Rio
Grande do Sul (SILVEIRA, 2005), 70% no Mato Grosso
do Sul (SORIO; FAGUNDES; RASI, 2008b), 66 a 91% em
Minas Gerais (SEBRAE, 2005), 90% no Distrito Federal
(ARAÚJO; MEDEIROS, 2003) e a 100% na cidade pernambucana de Garanhuns (CARVALHO; SOUZA,
2007). Silva (2002) sugere que apenas 8% dos ovinos seriam abatidos em estabelecimentos legalizados no país.
400000
345644
350000
315735
300000
269088
250000
228516
266521
251179
237705
200000
150000
112642
135076
162221
100000
-
97202
78986
50000
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Figura 1 – Número de ovinos abatidos no Brasil sob inspeção federal (em cabeças)
Fonte: MAPA (2013), elaboração realizada pelos autores
14
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2013
2.500.000
Carcaças (kg)
Carnes desossadas (kg)
2.000.000
1.500.000
1.000.000
500.000
2013*
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
0
Figura 2 – Quantidades de carne ovina importada pelo Brasil (em kg)
Fonte: MDIC (2013), elaboração realizada pelos autores
P rodu ç ão A nimal
Tabela 2 – Quantidades (em cabeças) de ovinos abatidos no Brasil segundo o SIF e a FAO
SIF
FAO
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013*
269.088
251.179
345.644
315.735
266.521
237.705
97.202
4.878.600
4.950.000
5.000.000
5.150.000
5.250.000
-
-
*até o mês de setembro
Fontes: MAPA (2013) e FAO (2013)
Abate de fêmeas
Outro fator preocupante ao qual tem sido atribuída parte
da responsabilidade pela falta de cordeiros no mercado
formal é o intenso abate de fêmeas verificado nos últimos
anos, inclusive em 2013. Desde que o mercado da carne
ovina se aqueceu, entre 2010 e 2013, os preços pagos aos
produtores pelos cordeiros subiram de cerca de R$ 3,00 a
R$ 3,50, para cerca de R$ 5,00 a R$ 5,50/kg vivo ou mais,
e o abate de fêmeas se intensificou significativamente.
Em vez de reter as cordeiras produzidas para expandir
os rebanhos, muitos criadores optaram por aproveitar os
resultados imediatos de sua venda para abate.
Também o abate de ovelhas tem sido mais comum.
Os efeitos desta prática passaram a ser sentidos pelo
mercado, tanto na redução da oferta de cordeiros quanto
no aumento dos preços de mercado das borregas para
reprodução. O abate de fêmeas chega a 58% do total
abatido em alguns frigoríficos mato-grossenses (SORIO
et al., 2008a). Analistas afirmam que o abate clandestino de cordeiros pode ser a principal causa disso, pois
os produtores vendem os melhores animais diretamente
ao consumidor e entregam ao frigorífico os animais geralmente rejeitados pelo comércio. Para comparação,
Bianchi (2007) afirma que no Uruguai o abate de fêmeas
em frigoríficos é de apenas 17%.
Valor de mercado e custo dos produtos ovinos
Em relação aos valores praticados para animais para
abate, matrizes e reprodutores, 2013 apresentou uma considerável estabilidade. A tendência é de que esses valores
se mantenham, exceto no período das festas de fim de
ano, quando tradicionalmente os preços sofrem alguma
elevação. No mercado de animais de elite, por outro lado,
tem sido verificada redução de preços, refletida em maior
acesso dos produtores a animais potencialmente melhoradores, o que historicamente não ocorria. Esse aspecto
tem sido indicado como um dos fatores da melhoria da
qualidade dos rebanhos de corte.
Apesar do acesso facilitado a reprodutores, a eficiência
técnica das criações de ovinos no país ainda é bastante
baixa. Essa ineficiência ocasiona altos custos de produção
dos cordeiros, o que dificulta o diálogo entre produtores e
frigoríficos e a viabilidade econômica do negócio. A partir
do segundo semestre de 2013, a Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
passou a editar informativos mensais (RAINERI, 2012),
abordando o custo de produção de cordeiros no estado
de São Paulo, nos quais se pode constatar que os baixos
indicadores zootécnicos (taxas de prenhez, prolificidade,
mortalidade, ganho de peso, etc.) de muitas criações são
responsáveis por custos de produção superiores ao valor
de mercado do produto (Tabela 3).
O sucesso na ovinocultura exige empenho para ser
alcançada a eficiência. Dois fatores apontados como as dificuldades enfrentadas pelo setor são a pouca experiência
de uma grande parcela dos novos ovinocultores e a escassez de profissionais capacitados para assistir os produtores.
Os elevados custos de produção do cordeiro nacional
são um gargalo sério, visto que o produto importado é
produzido a custos mais baixos e apresenta menor preço.
Assim sendo, alguns frigoríficos já julgam que é economicamente mais interessante importar carne ovina
congelada e revender no mercado nacional do que adquirir, abater e comercializar o cordeiro produzido no país.
O Uruguai, principal concorrente da carne ovina brasileira, tem fornecido produtos de qualidade satisfatória a
valores mais atraentes. A título de comparação, a Figura
3 apresenta o comportamento dos preços da carne ovina
importada e a Tabela 4 inclui os preços praticados para
os animais nacionais. É nítido que o produto nacional
apresenta preços mais elevados que o importado.
Por outro lado, o desperdício nas indústrias ainda
é elevado, com baixo aproveitamento de produtos
como couros e vísceras. Muitas empresas enfrentam
Foto: Camila Raineri
Apesar do acesso facilitado a reprodutores, a ineficiência técnica das criações de ovinos no
País ocasiona altos custos de produção e dificulta o dialogo entre produtores e frigoríficos
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15
P rodu ç ão A nimal
R$/kg vivo
R$/kg carcaça
Araçatuba1
18,41
43,82
Bauru1
16,17
40,44
Campinas1
21,98
51,11
Piracicaba2
23,12
53,76
Mato Grosso do Sul
São José do Rio Preto1
4,96
10,33
Paraná
11,60
10,35
São Paulo
11,90
9,50
11,00
7,50
Bahia
10,40
9,40
Rio Grande do Norte
11,30
10,20
Média
11,00
9,20
Nas regiões de Araçatuba, Bauru, Campinas e São José do Rio Preto os custos se referem
ao kg do cordeiro terminado.
2
Na região de Piracicaba os custos se referem ao kg do cordeiro desmamado, não terminado.
Fonte: Adaptado de Sorio (2013)
Ponderação dos índices regionais baseada nos efetivos de rebanho de cada região, segundo a Pesquisa Pecuária Municipal (IBGE, 2011).
Fonte: LAE (2013)
8,00
16
mv&z c r m v s p . g o v . b r
US$/kg Carnes desossadas
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
2013*
2012
2011
2010
2004
2003
Iniciativas em prol da atividade
As estratégias indicadas para o desenvolvimento da
ovinocultura nacional incluem a abertura de linhas de crédito direcionadas para a ovinocultura com juros baixos,
como a do FEAP – Fundo de Expansão do Agronegócio
Paulista (de São Paulo) e os programas governamentais,
como o Mais Ovinos no Campo (do Rio Grande do Sul),
o Mais Ovinos (de Alagoas) e o Programa de Fomento à
Ovinocultura (do Paraná). O intuito desses programas
de fomento é incentivar a retenção e/ou aquisição de
fêmeas, visando ao aumento dos rebanhos, maior oferta
de carne e lã, geração de emprego e renda, contribuindo
para manter o agropecuarista com renda no campo.
Outra abordagem interessante para o problema da
pequena escala de produção posta em prática em 2013
foi o modelo de Propriedade de Descanso de Ovinos
para Abate – PDOA (FAMASUL, 2013), idealizado por
um conjunto de entidades do estado de Mato Grosso do
Sul (FAMASUL, Câmara Setorial, Defesa Agropecuária,
Associação de Criadores e outras entidades), que tem o
objetivo de facilitar o escoamento para as indústrias frigoríficas. O sistema reúne, em um mesmo local, ovinos de
vários produtores, viabilizando a quantidade necessária
para que o frigorífico adquira os animais a valores mais
atrativos e com frete facilitado.
US$/kg Carcaças
2002
dificuldades também com o escoamento de certos cortes,
que variam de acordo com a região do país: em alguns
locais é mais difícil comercializar cortes como pescoço e
costela, em outros, paleta, ou ainda as carcaças e derivados de ovelhas de descarte.
9,00
2001
3
2000
1
2009
33,41
8,30
2008
14,17
Adulto
9,80
2007
Custo agregado para o
estado de São Paulo3
Cordeiro
Rio Grande do Sul
2006
Região
Tabela 4 – Preços pagos pela indústria ao produtor brasileiro (em R$/kg de carcaça) para
outubro de 2013
2005
Tabela 3 – Custo de produção do cordeiro no mês de outubro de 2013 em regiões do
estado de São Paulo
Figura 3 – Valores pagos pelos importadores brasileiros pela carne ovina importada
(em US$/kg)
Fonte: MDIC (2013), elaboração realizada pelos autores
Conclusões
Tendo em vista o exposto, espera-se que em 2014 o mercado da carne ovina continue promissor, comprador,
com preços estáveis e demanda firme devido à escassez
de oferta de cordeiros de qualidade.
Por outro lado, é premente a necessidade da organização da cadeia agroindustrial com melhoria da eficiência
em todos os seus elos, de modo a serem reduzidos os
custos de produção. Outros aspectos que chamam a atenção e exigem atitudes são o intenso abate de fêmeas e a
pequena escala de abates. A constante melhoria da qualidade dos cordeiros é importantíssima, especialmente
para justificar a diferença de preços em relação ao pro&
duto importado. P rodu ç ão A nimal
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c r m v s p . g o v. b r
mv&z
17
Simões, R.; Siqueira, A. F. P.; Nichi, M.; Visintin, J. A.; Assumpção, M. E. O. D.; Qualidade da cromatina espermática e sua implicação no desenvolvimento embrionário inicial de bovinos
/ Sperm DNA quality and its implication on bovine early embryo development / Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP / Journal of
Continuing Education in Animal Science of CRMV-SP. São Paulo: Conselho Regional de Medicina Veterinária, v. 12, n. 3 (2014), p. 18 – 35, 2014.
R eprodu ç ão A nimal
Qualidade da cromatina
espermática e sua implicação
no desenvolvimento
embrionário inicial de bovinos
Sperm DNA quality and its implication on
bovine early embryo development
Resumo
Summary
Nas últimas décadas, a avaliação de rotina do sêmen bovino vem
The conventional evaluation of bovine semen has been studied
sendo estudada exaustivamente e inclui: volume seminal, padrão de
for several decades, and it includes sperm volume, forward
motilidade retilínea, concentração e morfologia espermáticas. Tais
motility pattern, concentration and sperm morphology. These
análises têm sido utilizadas para a seleção de reprodutores e cálculo
analyses have been routinely used for the selection of bulls
do rendimento de ejaculados de modo a melhorar a eficiência de
and determination of ejaculates’ yield, aiming to improve the
biotécnicas como inseminação artificial e produção in vitro de embriões.
efficiency of biotechnologies such as artificial insemination and
No entanto, estes testes não apresentam resultados consistentes,
in vitro embryo production. Unfortunately, inconsistent results
principalmente para os casos de infertilidade idiopática. Assim, mesmo
have been obtained, especially in cases of idiopathic infertility.
que a fertilidade de um indivíduo seja dependente de diversos fatores
Therefore, despite the fact that fertility is dependent of several
e que dificilmente um teste ou um conjunto de testes possa predizer
factors and that one test or a set of tests could hardly be able
esta característica, a utilização de técnicas funcionais mais avançadas
to predict fertility, the use of new functional techniques, may
poderia, em última análise, tornar esta avaliação mais completa e
lead to a more complete and robust evaluation. Sperm chromatin
consistente. A integridade da cromatina espermática é fundamental
integrity is essential for the transmission of paternal genetic
para a transmissão das informações genéticas paternas, e as alterações
information. Changes in sperm DNA can lead to failures in the
de DNA podem levar a falhas no processo reprodutivo. Danos na
reproductive process. Loss of chromatin integrity may occur due
cromatina espermática podem ocorrer por diversos motivos e os mais
to several reasons, and the most important are apoptosis-like
importantes são: processos semelhantes a apoptose, deficiência de
events, protamine deficiency and damages caused by reactive
protamina e danos causados pelas espécies reativas de oxigênio (EROs).
oxygen species (ROS).Information on the influence of sperm
Na espécie bovina, as informações sobre a influência da integridade do
DNA integrity in the process of fertilization and embryonic
DNA espermático no processo de fecundação e no desenvolvimento
development in cattle are scarce. This paper reviews the main
embrionário ainda são mais escassas. O presente trabalho tem
causes of sperm chromatin damage that can influence the early
como objetivo revisar as principais causas de dano de cromatina
embryo development.
espermática que influenciam o desenvolvimento embrionário inicial.
Recebido em 19 de março de 2014 e aprovado em 30 de maio de 2014
18
mv&z c r m v s p . g o v . b r
Renata Simões1
Adriano Felipe Perez Siqueira2
Rua Santa Adélia, 166. Bairro Bangu. Santo André - SP - Brasil.
CEP 09210-170.
� [email protected]
Marcilio Nichi2
José Antônio Visintin2
Mayra Elena Ortiz D'Ávila Assumpção2
�
Palavras-chave
Espermatozoide. Bovinos. Fragmentação de DNA.
Desenvolvimento embrionário.
Keywords
Sperm. Bovine. DNA fragmentation.
Embryo development.
A avaliação seminal é muito importante para a reprodução animal. Atualmente, a análise da qualidade do
sêmen é efetuada com a determinação da concentração, a motilidade e morfologia dos espermatozoides.
Entretanto, tais parâmetros não são suficientes para
a caracterização da fertilidade do macho (KHALIFA et al., 2008). Além
disso, já foi referida a existência de baixa correlação entre as características seminais e a fertilidade (ERENPREISS et al., 2006; FOKSINSKI
et al., 2007) o que indica que as causas de baixa fertilidade devam estar
relacionadas a alterações registradas em outras características seminais.
Antes da criopreservação, diversos métodos têm sido usados para
avaliar a viabilidade seminal, incluindo a análise da motilidade, integridade de membrana e concentração espermática (WARD et al.,
2001). Quando tais análises são efetuadas por microscopia, elas apresentam interpretações subjetivas; desse modo, um mesmo material
pode oferecer resultados distintos quando examinado por mais de
um laboratório. Espermatozoides anormais podem não apresentar
alterações de motilidade e serem capazes de fecundar o oócito e iniciar o desenvolvimento embrionário; contudo, estes espermatozoides
podem induzir apoptose após as primeiras clivagens do embrião
(FATEHI et al., 2006). Nasr-Esfahani et al. (2004) demonstraram que
a análise seminal de rotina não é capaz de detectar danos de cromatina
espermática. Neste sentido, testes alternativos devem ser introduzidos
para aumentar a acurácia da avaliação da qualidade seminal.
1 Centro de Ciências Naturais e Humanas (CCNH), Universidade Federal do ABC
2 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, Departamento de Reprodução Animal
c r m v s p . g o v. b r
mv&z
19
R eprodu ç ão A nimal
A avaliação da qualidade do DNA espermático tem
sido considerada essencial para o sucesso do desenvolvimento embrionário, principalmente quando da
utilização da produção in vitro (PIV) de embriões,
uma biotecnologia que ultrapassa diversas barreiras
naturais de seleção presentes ao longo do trato reprodutivo da fêmea (SHAMSI; KUMAR; DADA, 2008).
Aproximadamente 20-40% dos oócitos selecionados para
maturação in vitro (MIV) atingem o estágio de blastocisto (PALMA; SINOWATZ, 2004). No entanto, diversos
fatores, como a qualidade do oócito, o sistema de cocultivo, os meios de cultura, a concentração de oxigênio, a
densidade embrionária e os substratos energéticos podem afetar os índices de implantação desses embriões
PIV (KHURANA; NIEMANN, 2000).
O efeito biológico de um espermatozoide com estrutura de cromatina anormal depende da capacidade
do oócito de reparar os danos (EVENSON; LARSON;
JOST, 2002). Oócitos e embriões em estágio inicial de
desenvolvimento foram capazes de reparar danos de
DNA espermático, porém esta capacidade é limitada
(MENEZO; DALE; COHEN, 2010). Apesar do espermatozoide com dano de cromatina conseguir fecundar o
oócito, quando o genoma paterno é ativado, algumas alterações podem ocorrer no desenvolvimento embrionário
como, por exemplo, o bloqueio do desenvolvimento e a
perda fetal precoce (FATEHI et al., 2006).
O espermatozoide não é apenas um vetor do DNA
paterno, pois também carrega fatores citoplasmáticos
essenciais para o início do desenvolvimento embrionário
normal (ERENPREISS et al., 2006). Tesarik; Mendoza e
Greco (2002) observaram que a influência paterna no
início do desenvolvimento embrionário pode estar relacionada à deficiência de fatores de ativação oocitária
oriundos do espermatozoide. As alterações nessa fase
coincidem com o período de menor expressão de genes
paternos. Isso pode explicar a ausência de influência da
qualidade da cromatina espermática nos estágios iniciais
do desenvolvimento embrionário. No entanto, com o
avançar do processo, quando há a ativação do genoma
embrionário os danos de DNA e as alterações de empacotamento da cromatina espermática podem afetar
a expressão dos genes paternos e, consequentemente, o
desenvolvimento embrionário (TESARIK, 2005).
Em seres humanos, nas clínicas de reprodução assistida,
a análise de cromatina espermática passou a ser utilizada
rotineiramente, para evitar a ocorrência de falhas de fecundação e perda embrionária (ESTERHUIZEN et al.,
2000; ENCISO et al., 2006). Ao contrário da reprodução
humana assistida, o sêmen utilizado na PIV de embriões
bovinos provém de animais com genética comprovada;
20
mv&z c r m v s p . g o v . b r
entretanto, os índices de desenvolvimento embrionário
ainda são inferiores aos obtidos in vivo e podem estar relacionados não apenas à qualidade do oócito e dos meios
de cultivo, mas principalmente com fatores intrínsecos do
espermatozoide (COMIZZOLI et al., 2000).
Visto que a fragmentação de DNA espermático pode
não alterar os parâmetros avaliados na análise seminal
de rotina, não impedindo que as células defeituosas fecundem um oócito, os testes de avaliação da integridade
do DNA espermático devem ser empregados antes da
utilização do sêmen, evitando-se assim a ocorrência de
possíveis perdas embrionárias precoces, de desperdício
do material genético da fêmea e de custos com a PIV de
embriões. Além disso, na espécie bovina, pouco se sabe
sobre a influência da fragmentação de DNA espermático
sobre a capacidade fecundante de espermatozoides e o
desenvolvimento embrionário in vitro.
A estrutura da cromatina espermática
A espermatogênese é o processo de produção de espermatozoides a partir da espermatogônia que, nos bovinos,
apresenta a duração média de 61 dias. A espermatocitogênese e a espermiogênese são os dois principais eventos
da produção de espermatozoides. A espermatocitogênese
tem a duração média de 44 dias e inclui divisões mitóticas
e meióticas da espermatogônia, originando os espermatócitos primários, secundários e, posteriormente, as
espermátides. A espermiogênese estende-se, em média,
por 17 dias e compreende as alterações morfológicas da
espermátide redonda, dando origem ao espermatozoide
maduro (AMANN; SCHANBACHER, 1983).
A cromatina dos espermatozoides maduros difere em
composição e estrutura da cromatina das células somáticas (ROCHA et al., 2002; MCLAY; CLARKE, 2003).
Durante a espermiogênese, as histonas, proteínas nucleares responsáveis pela compactação da cromatina das
células somáticas, são substituídas por nucleoproteínas
específicas, as protaminas. Estas proteínas constituem
aproximadamente 85% das nucleoproteínas presentes no
espermatozoide humano e o restante da cromatina espermática (15%) continua associado às histonas (SINGH;
MULLER; BERGER, 2003).
Carrell, Emery e Hammoud (2007) observaram que
a cromatina das espermátides apresenta estrutura similar à das células somáticas e que possuem alta atividade
transcricional. Nos estágios iniciais da espermiogênese há o processo de substituição das histonas por
protaminas (protaminação). Durante esse processo, as
histonas são hiperacetiladas e os nucleossomos dissociados. O DNA é remodelado e no lugar das histonas
ocorre a ligação com as proteínas de transição (PTs).
R eprodu ç ão A nimal
No núcleo das espermátides, diversas PTs já foram caracterizadas. Em suínos, bovinos, humanos, carneiros e
ratos, esse grupo é constituído por quatro proteínas (PT
1-4), das quais PT1 e PT2 são as mais caracterizadas
(WOUTERS-TYROU et al., 1998).
No final da espermiogênese, as PTs são substituídas
pelas protaminas, que se ligam à curvatura menor do
DNA (WOUTERS-TYROU et al., 1998). Rocha et al.
(2002), constataram que, após a ligação da proteína, a
cromatina espermática apresenta-se extremamente condensada e inerte, devido à neutralização do esqueleto de
fosfodiéster do DNA pela interação dos resíduos amina
da protamina com os grupos fosfatos das fitas do DNA.
Durante a maturação espermática no epidídimo, devido
à formação de pontes dissulfídicas pela conversão das
pontes –SH para –S-S- das protaminas, é estabilizada a
ligação da núcleo-proteína (BIANCHI et al., 1993).
Apesar de diversos mamíferos apresentarem o
DNA espermático ligado às protaminas, algumas diferenças ocorrem entre espécies. A protamina 1 (P1) é
expressa em todos os mamíferos (CARRELL; EMERY;
HAMMOUD, 2007), enquanto que a protamina 2 (P2)
só foi descrita em espermatozoides humanos e murinos.
Maier et al. (1990) observaram que a P2 em bovinos
e suínos não é funcional e acreditam que apenas a P1
possa ser responsável pela compactação da cromatina e
que a P2 seja degradada durante as últimas etapas da
espermiogênese. Mutações pontuais no gene da P2, que
na espécie bovina ganha aminoácidos neutros e hidrofóbicos, diminuindo a afinidade do produto transcrito ao
DNA, justificam a degradação.
McLay e Clarke (2003) verificaram que a capacidade
da protamina compactar o material genético do espermatozoide é seis vezes superior ao das histonas do DNA
das células somáticas. Estas nucleoproteínas compactam,
estabilizam e protegem o material genético do núcleo do
espermatozoide. A compactação da cromatina espermática diminui o volume da célula, o que facilita o trajeto do
espermatozoide pelo trato reprodutivo feminino. A compactação do DNA paterno pelas protaminas permite que o
espermatozoide passe pelas barreiras do trato reprodutivo
feminino, penetre e ative o oócito, e ainda desencadeie o
início do desenvolvimento embrionário, sem que ocorram
danos do DNA, permitindo que as informações genéticas
se expressem corretamente (OLIVA, 2006).
Durante a protaminação, a cromatina espermática
necessita da atividade das nucleases endógenas, como
as topoisomerases. Durante a espermiogênese essas
enzimas clivam o DNA espermático e aliviam a tensão
de torção da estrutura terciária da cromatina, o que facilita o processo de protaminação. Sakkas et al. (2002),
constataram que as clivagens são evidentes em estágios
específicos da espermatogênese (espermátides redonda e
alongada). Contudo, as quebras de DNA são temporárias
e devem ser reparadas pela própria célula, antes do final
do processo de protaminação (BALHORN, 1982).
Meistrich et al. (2003), verificaram que a PT1 diminui a
temperatura de desnaturação (melting temperature - Tm),
relaxa o DNA estimulando a atividade da topoisomerase
I, facilita a remoção das histonas, e ainda pode estimular
o reparo de quebras de fita-simples de DNA in vitro. Tais
características sugerem que as PTs são fundamentais para
o reparo das quebras observadas durante o processo de
remodelação da cromatina associado à perda das histonas. Por outro lado, a PT2 aumenta a Tm e compacta o
DNA em nucleossomos, por isso tem sido descrita como
uma proteína de condensação de cromatina.
A existência de mecanismos de reparo de DNA durante o desenvolvimento do espermatozóide tem sido
observada; contudo, os mesmos são bloqueados após a
espermiogênese (LEWIS; AGBAJE, 2008; GONZÁLEZMARÍN; GOSÁLVEZ; ROY, 2012). Desse modo, durante
o trânsito e armazenamento no epidídimo ou pós-ejaculação as células em estados avançados de diferenciação não
possuem um mecanismo de reparo de DNA. A despeito
das células serem anormais durante o trânsito e armazenamento destas no epidídimo ou pós-ejaculação, elas
podem não ser descartadas, permanecendo no ejaculado.
Isso pode explicar o aparecimento de espermatozoides
defeituosos mesmo em animais férteis. Contudo, o oócito
Imagens ilustrativas da avaliação de fragmentação de DNA em embriões em estádio de
blastocisto (D7) pelo Ensaio de TUNEL. (A) Blastocisto controle positivo com todos os núcleos corados; (B) Blastocisto corado com Hoechst 33342 para avaliação do número total
de núcleos. (C) Blastocisto com células positivas marcadas para o ensaio TUNEL (setas).
(D) Blastocisto corado com Hoechst 33342 para avaliação do número total de núcleos
c r m v s p . g o v. b r
mv&z
21
R eprodu ç ão A nimal
e os embriões em estágios de desenvolvimento iniciais
parecem reparar alguns tipos de dano do DNA espermático (MENEZO; DALE; COHEN, 2010).
Principais causas de danos na cromatina espermática
Diversos mecanismos podem afetar a integridade do
DNA espermático. Dentre as principais causas de dano
da cromatina, destacam-se os processos semelhantes a apoptose, a deficiência de protamina e as EROs
(BARROSO et al., 2009).
Fragmentação de DNA espermático por processo
semelhante à apoptose na espermatogênese
A apoptose é um tipo de morte celular programada que
ocorre em condições fisiológicas, como, por exemplo, durante o desenvolvimento embrionário normal; no entanto,
pode estar presente em condições patológicas, como no
desenvolvimento tumoral ou na aquisição de resistência à
quimioterápicos (KAUFMANN; HENGARTNER, 2001).
A apoptose, em condições fisiológicas, remove células
desnecessárias ou danificadas e contribui para a manutenção da homeostase do tecido. Durante a apoptose, a
célula apresenta condensação e fragmentação da cromatina nuclear, compactação das organelas citoplasmáticas,
dilatação do retículo endoplasmático, diminuição do volume celular e alterações na membrana plasmática (RAFF,
1998). Estágios de indução, execução e degradação assim
como as vias de sinalização (intrínseca e extrínseca) estão envolvidos. Os sinais da via extrínseca são ativados
por receptores da família TNF (Tumor Necrosis Factor –
Fator de Necrose Tumoral) e os sinais da via intrínseca
são ativados por fatores como estresse oxidativo e danos
de DNA mitocondrial (AITKEN et al., 2011).
Exemplos de gráficos gerados pelo teste SCSA. Gráficos B, D e F - histogramas correspondentes de αT. Gráficos A e B - espermatozoides com cromatina normal; Gráficos C e
D - espermatozoides com DNA fragmentado; Gráficos E e F - população com 50% dos
espermatozoides com DNA fragmentado, na qual as células com fragmentação de DNA
22
mv&z c r m v s p . g o v . b r
A apoptose é um mecanismo muito conhecido de
morte celular e é regulada por diversos genes e moléculas que desempenham papel importante na sua
indução, como os membros das famílias BAX, BAK,
PUMA, p53, c-Myc e Bcl-2, fatores pró e antiapoptóticos e que também ativam outras caspases (REED, 2006;
PENA et al., 2009; AITKEN et al., 2011). A ativação das
proteínas BAX/BAK1 induz a liberação do citocromo
C e de outros fatores apoptóticos da mitocôndria com
a formação de apoptossomo, que, por sua vez, ativa as
caspases 9, 3 e 7. Durante o processo de apoptose, há
a translocação de fosfatidilserina para a superfície da
membrana celular, o que recruta macrófagos para a fagocitose (AITKEN et al., 2011).
O processo de morte celular programada também está
presente nos testículos. Durante a puberdade, a apoptose
das células germinativas, que afeta principalmente as
espermatogônias e espermatócitos, parece ser essencial
para o funcionamento normal da espermatogênese. Na
espermatogênese de indivíduos adultos também ocorrem
episódios de apoptose. Sakkas et al. (1999) verificaram
que cerca de 50 a 60% das células germinativas que
entram em divisão (meiose I) sofrem apoptose e são fagocitadas e eliminadas pelas células de Sertoli.
Devido à espermatogênese ser um processo contínuo, é necessário um mecanismo que controle a
produção dos espermatozoides. Contudo, o processo
anormal de apoptose pode resultar em alterações espermáticas (SAKKAS et al., 1999; AITKEN et al., 2011).
A razão da morte celular programada de grande parte
das espermatogônias acontecer durante a espermatogênese normal ainda não está totalmente esclarecida.
Contudo, sabe-se que as células de Sertoli disponíveis só
sustentam e promovem um ambiente favorável quando
há uma quantidade limitada de células germinativas.
Dessa forma, a apoptose ocorre para eliminar o excesso
de células germinativas que as células de Sertoli não podem abrigar. Por outro lado, a apoptose também pode
ocorrer para eliminar algumas células germinativas não
detectadas por alguns pontos críticos de checagem,
como, por exemplo, durante as divisões mitóticas e meióticas. A apoptose nesses pontos de checagem auxilia
não apenas na eliminação do número de células germinativas em relação às células de Sertoli, mas também
influencia o controle de danos irreversíveis de DNA
(BAUM; ST GEORGE; MCCALL, 2005; MAKKER;
AGARWAL; SHARMA, 2009). Os danos de cromatina
induzidos por apoptose têm sido observados em diferentes espécies de mamíferos: humanos (SAKKAS et al.,
1999; RICCI et al., 2009; RIBEIRO et al., 2013), murinos (GONG et al., 2009; RAHIMIPOUR et al., 2013) e
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bovinos (ANZAR et al., 2002; CHAVEIRO; SANTOS;
DA SILVA, 2007; DOGAN et al., 2013). O balanço
entre as células germinativas e as células de Sertoli no
testículo durante a espermatogênese é mantido pela
apoptose e um desequilíbrio nesse processo, conhecido
como “apoptose abortiva”, pode causar a infertilidade.
A despeito de ter sido sugerido que o espermatozoide seja submetido a apoptose, até o momento
nenhuma evidência indicou que esse processo realmente ocorra. Nos espermatozoides, a morte celular
programada difere do processo de apoptose observado
nas células somáticas. Aitken e De Iuliis (2010) verificaram que os espermatozoides são células que não
apresentam transcrição e tradução das informações genéticas, pois devido ao processo de protaminação a sua
cromatina possui menor quantidade de nucleossomos
e, portanto, não podem apresentar as características de
fragmentação de DNA verificadas nas células somáticas, e a sua arquitetura impede que as endonucleases
ativadas no citoplasma ou liberadas pela mitocôndria
consigam acessar o DNA espermático. Desse modo,
o processo de morte celular programada das células
espermáticas recebe o nome de “apoptose-like” ou
“processo semelhante à apoptose”.
O processamento seminal, incluindo a criopreservação e os procedimentos pós-descongelação do sêmen,
podem afetar negativamente as células espermáticas.
Mazur (1984) observou que a sensibilidade a temperaturas muito baixas pode variar entre touros. Durante
a criopreservação, a formação de cristais de gelo e o
aumento da concentração de soluto são os principais
responsáveis pela redução da viabilidade espermática.
Durante o processo de criopreservação, o espermatozoide passa por uma série de estresses químicos e físicos
(ANZAR et al., 2002). A criopreservação altera a
composição lipídica da membrana plasmática dos espermatozoides de suínos, reduz o tamanho da cabeça de
espermatozoides de bovinos e transloca a fosfatidilserina
da membrana plasmática de espermatozoides de seres
humanos e de carneiros (BUHR; CANVIN; BAILEY,
1989; GRAVANCE et al. 1998; GLANDER; SCHALLER,
1999; MULLER et al., 1999).
Chaveiro, Santos e Da Silva (2007), utilizando o ensaio
de coloração tripla anexina V-FICT/PI, verificaram, em
bovinos, que a translocação da fosfatidilserina e a integridade de membrana espermática são indicadores da
morte celular após o descongelamento e o processamento
seminal. Os resultados obtidos mostraram que a criopreservação e/ou o descongelamento induziu a uma série de
alterações espermáticas, incluindo a diminuição da motilidade e desestabilização de membrana, a capacitação
espermática e a reação acrossômica, o que indica o início
do processo de apoptose. Além disso, também foi constatado que o processamento seminal (necessário para
realizar a técnica de fecundação in vitro – FIV) pode estimular a capacitação espermática, que envolve diversas
alterações bioquímicas e ultraestruturais da membrana
plasmática do espermatozoide e, consequentemente,
pode levar a translocação da fosfatidilserina, que também
é um sinal precoce de apoptose.
Sakkas et al. (1999) verificaram que homens oligozoospérmicos apresentavam níveis mais elevados de
expressão de Fas (um dos receptores de morte celular)
nos espermatozoides, que os indivíduos férteis. O que
os levou a sugerir que a apoptose fosse um mecanismo
de controle da espermatogênese; entretanto, o aumento
de células marcadas com Fas no ejaculado de indivíduos
oligozoospérmicos também pode ser indicativo de falha no mecanismo de controle (apoptose abortiva). Em
concordância com esse relato, Francavilla et al. (2000)
acrescentaram que os indivíduos com espermatogênese
reduzida podem não produzir espermatozoides suficientes para desencadear o processo de apoptose, o que
pode acarretar o aumento de células marcadas para a
apoptose no ejaculado.
Na tentativa de diminuir as falhas de fertilização e
também as consequências mais tardias que a apoptose
espermática pode causar, Ribeiro et al. (2013) demonstraram que, com o emprego da técnica de coloração com
YO-PRO-1 (capaz de identificar alterações de permeabilidade de membrana) associada à citometria de fluxo,
foi possível o isolamento de espermatozoides com baixo
nível de fragmentação de DNA, antes do seu emprego nas
técnicas de reprodução humana assistida.
Os mecanismos da infertilidade masculina não foram
exaustivamente estudados como os da infertilidade feminina e só nas últimas duas décadas é que passaram a
despertar maior interesse. Ainda há lacunas significativas
no conhecimento de tais mecanismos e das suas relações
com a apoptose e o dano de cromatina do espermatozoide. A análise seminal de rotina não permite a previsão
do sucesso reprodutivo, e é uma avaliação muito mais
subjetiva do que quantitativa da fertilidade masculina
(AITKEN, 2006; BROWN et al., 2013). Diversos estudos
foram efetuados procurando correlacionar a fragmentação de DNA espermático com infertilidade (AITKEN;
BAKER; O’BRYAN, 2004; BLUMER et al., 2008; ZORN
et al., 2012); contudo, os resultados obtidos são muito
controversos. De fato, os detalhes dos mecanismos responsáveis por danos de DNA bem como dos efeitos
específicos dos danos de cromatina na fertilidade ainda
permanecem obscuros.
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A fragmentação do DNA espermático por deficiência
de protamina
A protamina é a proteína responsável pela preservação
da integridade do material genético do espermatozoide.
O alto poder de compactação promovido por essa nucleoproteína faz com que a cromatina do espermatozoide
fique inerte e protegida até o momento da fecundação.
Em situações de deficiência de protaminas, o DNA
espermático pode apresentar pontos susceptíveis à fragmentação por falta de compactação da cromatina.
A importância da detecção de populações de espermatozoides com defeitos de protaminação foi proposta por
Bizzaro et al. (1998), ao observarem que espermatozoides com deficiência de protamina poderiam apresentar
maior susceptibilidade aos danos de DNA por estresse
químico e radiação.
Erenpreiss et al. (2006) verificaram que a utilização de
espermatozoides com dano de DNA na PIV de embriões humanos aumentou a chance de perda embrionária
e que os embriões produzidos por espermatozoide com
fragmentação de DNA podem ter o seu desenvolvimento
bloqueado em qualquer estágio de sua evolução. Caso
não ocorra esse bloqueio, os fetos poderão chegar a
termo; contudo, os recém-nascidos poderão apresentar
anormalidades. Nasr-Esfahani et al. (2004) observaram
que as falhas de fecundação estavam mais relacionadas a
problemas no espermatozoide (59,09%), que a alterações
intrínsecas do oócito (27,30%).
Desde o final da década de 80, há relatos de que a protamina exerce grande influência na fertilidade humana
(BALHORN, 1982). Em humanos, já foi descrito que não
é apenas o aumento (ou a diminuição) da P1 ou da P2
que pode acarretar em dano no DNA do espermatozoide.
Aoki, Liu e Carrell (2005) verificaram que a relação P1/
P2 também é importante para a avaliação da qualidade
seminal, e que a razão 1:1 é a ideal. Oliva (2006) salientou
que as alterações da razão P1/P2 podem ser consequência de falha generalizada na substituição das histonas por
protaminas durante a espermiogênese.
McPherson e Longo (1992) descreveram a importância da quebra do DNA pela topoisomerase II durante a
troca das histonas pelas protaminas. A presença de tais
quebras de DNA em espermatozoides pode ser indicativa
de maturação espermática incompleta durante a espermiogênese, o que acarreta alteração da condensação da
cromatina devido à falha de protaminação.
Em camundongos, foi observado que o desequilíbrio
da razão P1/P2 altera a integridade do DNA e o subsequente desenvolvimento embrionário (SUGANUMA;
YANAGIMACHI; MEISTRICH, 2005). Em bovinos,
pouco se sabe sobre o papel e a importância da P1 e da P2.
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Por haver degradação da P2 no final da espermatogênese,
a razão P1/P2 poderá ser importante apenas durante as
fases iniciais do processo; contudo, são necessários novos
estudos para esclarecer a influência de tais proteínas e
o efeito de uma possível alteração nas mesmas sobre a
fertilidade dos touros.
Nasr-Esfahani, Razavi e Mardani (2001) ressaltaram
que uma das melhores técnicas para a avaliação da deficiência da protamina é a coloração com cromomicina A3
(CMA3). O CMA3 é um fluorocromo que compete com
as protaminas pela associação com o DNA (IRANPOUR
et al. 2000). A avaliação com CMA3 é efetuada pela
diferença de fluorescência entre espermatozoides,
apresentando coloração amarelo intenso (células CMA3positivo) e espermatozoides com coloração amarelo fraco
(CMA3-negativo). Esse procedimento é um método indireto de detecção de deficiência de protamina e pode ser
um instrumento útil para a avaliação da susceptibilidade
de fragmentação do DNA espermático, já que a falta de
protamina faz com que a cromatina da célula fique menos
compactada e, portanto, mais sujeita a danos de estrutura.
Esterhuizen et al. (2000) descreveram que, em humanos, havia uma correlação negativa entre a morfologia
espermática e a coloração com CMA3, destacando-se
que, quando o número de células CMA3-positivo aumenta, o índice de embriões PIV diminui. De acordo
com tais resultados, quando o CMA3 foi empregado para
discriminar a morfologia espermática, houve uma especificidade de 65% na identificação de espermatozoides
com forma alterada. Lolis et al. (1996) mostraram que
a porcentagem de células CMA3-positivo em humanos
variou entre 8,62% e 77%. Essa ampla variação também
foi observada por Iranpour et al. (2000), que encontraram a faixa de 6,2 a 70,2% de células CMA3-positivo em
ejaculados de pacientes humanos. A técnica de coloração
por CMA3 foi descrita pela primeira vez por Bianchi et al.
(1993), ao utilizarem a microscopia de fluorescência para
a avaliação de células coradas. Nos últimos anos, a técnica foi aprimorada e passou a ser avaliada por citometria
de fluxo. Fathl et al. (2011) verificaram que a avaliação
do CMA3 pela citometria de fluxo apresenta como vantagens a análise de milhares de células em alguns segundos,
e avaliação estatística mais precisa por ser uma técnica
com maior reprodutibilidade e redução das variações entre observadores. Até o presente momento, a citometria
de fluxo não foi empregada para a avaliação da deficiência de protamina em espermatozoides de bovinos.
Simões et al. (2009) avaliaram a protaminação de espermatozoides bovinos usando a coloração com CMA3.
Uma comparação entre raças e partidas de sêmen foi realizada. Quatro partidas por animal foram avaliadas para
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verificar a possível influência do ambiente na qualidade
seminal. A porcentagem de células CMA3-positivo variou
entre partidas de um touro Bos taurus indicus (0 e 0,33%)
e dois touros Bos taurus taurus (0,33-2% e 0,33-1,33%, respectivamente; p<0,05), com uma diferença significativa de
células CMA3-positivo entre animais (p<0,0167). Os touros Bos taurus indicus apresentaram maior quantidade de
células CMA3-positivo (1,16%), quando comparados com
os Bos taurus taurus (1,08%). Analisando-se tais dados,
inferiores aos descritos em humanos, pode-se presumir
que, nos bovinos, deva ocorrer algum outro mecanismo
além do processo de protaminação.
A fragmentação de DNA espermático por espécies
reativas de oxigênio (EROs)
As células que vivem sob condições de aerobiose constantemente se deparam com o paradoxo do oxigênio (O2),
necessário para a vida; porém, os seus metabólitos, como
as espécies reativas de oxigênio (EROs), podem alterar
a função celular (STOHS, 1995; AGARWAL; SALEH;
BEDAIWY, 2003). As EROs são moléculas ou átomos que
contém elétrons não pareados na sua órbita mais externa
(LANZAFAME et al., 2009). Isso torna as substâncias extremamente instáveis, conferindo-lhes uma reatividade
química de interação com outras moléculas. Os principais
metabólitos de oxigênio produzidos pela redução de um
dos elétrons são: radical superóxido (O2-), radical hidroxila (OH-) e peróxido de hidrogênio (H2O2). As EROs
podem reagir com qualquer molécula que contatem,
extraindo elétrons e gerando novos radicais livres citotóxicos (URREGO et al., 2008). A produção descontrolada
de EROs que excede a capacidade antioxidante da célula é
conhecida como estresse oxidativo (EO) (JONES, 2006).
Os espermatozoides são particularmente mais vulneráveis ao EO devido à grande quantidade de ácidos graxos
poli-insaturados (PUFAs) presentes em sua membrana
plasmática (JONES; MANN; SHERINS, 1979; AITKEN,
2004) contendo mais de duas duplas-ligações carbonocarbono, que são mais facilmente clivadas pelas EROs.
As EROs atacam preferencialmente as ligações carbonohidrogênio adjacentes às duplas-ligações presentes nos
PUFAS e iniciam uma cascata de peroxidação lipídica
que, quando não interrompida, pode afetar a integridade
da cromatina espermática e aumentar a frequência de
quebras no DNA (AITKEN; KRAUSZ, 2001).
Os PUFAs, essenciais para os mamíferos, pois são
incapazes de sintetizá-los, contribuem para a fluidez
de membrana; o que é importante para o movimento
dos espermatozoides e garante uma maior resistência
à criopreservação, além de favorecer a motilidade das
células (BLUMER et al., 2008; NICHI, 2009). Apesar
das EROs serem essenciais para processos fisiológicos,
como capacitação espermática, reação acrossômica, manutenção da capacidade fecundante e estabilização das
mitocôndrias na peça intermediária do espermatozoide
(AGARWAL; MAKKER; SHARMA, 2008; DESAI et al.,
2009; GONÇALVES et al., 2010), elas devem ser continuamente inativadas a uma pequena quantidade necessária
para a manutenção da função celular normal (AITKEN;
KRAUSZ 2001; MAKKER; AGARWAL; SHARMA,
2009). Contudo, os espermatozoides possuem apenas
uma limitada capacidade de resistir ao EO, pois, durante
o processo de maturação, os espermatozoides expulsam
uma parte de seu citoplasma, que é a maior fonte de antioxidantes (AITKEN, 1994; COCUZZA et al., 2007).
Nesse sentido, a escassez de citoplasma e a grande quantidade de PUFAs na membrana plasmática fazem com
que o espermatozoide seja altamente susceptível ao EO.
Na membrana plasmática dos espermatozoides, o radical
hidroxila inicia a oxidação dos ácidos graxos poli-insaturados, em um processo conhecido como peroxidação
lipídica. Como cada ácido graxo que participa da peroxidação lipídica pode gerar um radical com potencial
para produzir a peroxidação de outro ácido graxo, esse
fenômeno é altamente deletério e acarreta a diminuição
da fluidez de membrana e a redução da capacidade fecundante do espermatozoide (MAKKER; AGARWAL;
SHARMA, 2009).
Imagens ilustrativas da avaliação da fragmentação de DNA espermático pelo Ensaio
Cometa Alcalino. (A) células com halo ao redor do núcleo corado, porém sem cauda de
Cometa evidente, indicando pouca fragmentação; (B) células com pequena formação de
cauda de Cometa, indicando danos leves de DNA espermático; (C) células com cauda de
Cometa bem evidente, porém ainda com núcleo corado, indicando dano moderado de
DNA espermático; (D) células com cauda de Cometa bem evidente, porém com núcleo
fracamente corado, indicando intensa fragmentação de DNA espermático
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Todos os componentes celulares, incluindo lipídeos,
proteínas, ácidos nucleicos e açúcares, são alvos em potencial para o EO (AGARWAL; MAKKER; SHARMA,
2008). O EO está relacionado com o desenvolvimento
de diversas doenças, como câncer (HALLIWELL, 2007);
doença de Parkinson, Alzheimer (VALKO et al., 2007);
aterosclerose, insuficiência cardíaca (SINGH et al., 1995);
infarto do miocárdio (RAMOND et al., 2011); Síndrome
do cromossomo X frágil (DE DIEGO-OTERO et al.,
2009); doença falciforme (AMER et al., 2006); vitiligo
(ARICAN; KURUTAS, 2008) e autismo (JAMES et al.,
2004). Além disso, o EO pode ser considerado como a
principal causa de disfunção espermática (AITKEN;
CLARKSON, 1988). Essa condição está relacionada à diminuição da fertilidade de amostras seminais durante a
sua manipulação e armazenamento (criopreservação ou
refrigeração), principalmente quando existe a retirada
do plasma seminal (WATSON, 2000; BALL; VO, 2001;
CALAMERA et al., 2001; AITKEN; BAKER, 2002).
Amirat et al. (2005) verificaram a ocorrência de efeitos
deletérios ao espermatozoide durante as primeiras diluições do sêmen e até mesmo durante o processo de
congelação. Sendo assim, o processo de criopreservação de sêmen pode, como consequência, causar EO no
espermatozoide criopreservado e, portanto, levar à fragmentação do seu DNA.
Os antioxidantes são substâncias com a capacidade
de retardar ou prevenir significativamente a reação de
oxidação. Para proteger os espermatozoides contra a produção excessiva de EROs, o plasma seminal possui uma
série de antioxidantes enzimáticos: superóxido desmutase, sistema glutationa peroxidase/glutationa redutase e
catalase; e não enzimáticos: ascorbato, urato, α-tocoferol,
Imagens ilustrativas de células espermáticas bovinas coradas com Hoescht 33342 (A);
Controle positivo da coloração de CMA3 - protocolo de deportaminação mostrando todas
as células deprotaminadas (B); As setas indicam células positivas para CMA3 (C); Controle
negativo - amostra de sêmen sem células coradas com CMA3. (D)
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piruvato, glutationa, taurina e hipotaurina. Contudo, a
capacidade de proteção do espermatozoide por si só é
muito pequena e dependente dos antioxidantes presentes
no plasma seminal. Os antioxidantes, como o α-tocoferol,
têm a capacidade de quebrar a cadeia de formação das
EROs, resultando na formação de produtos sem elétrons
não pareados (NICHI, 2009).
No sêmen existem pelo menos duas fontes principais de EROs, o próprio espermatozoide e os leucócitos.
Aitken et al. (1992) verificaram que no sêmen com espermatozoides morfologicamente anormais e leucócitos
a quantidade de EROs produzida ultrapassava a produção de antioxidantes e, normalmente, o sêmen com tais
características apresentava diminuição dos índices de
embriões PIV associados a danos de DNA.
Os espermatozoides possuem grande quantidade de mitocôndrias, as principais fontes de EROs
(ALLAMANENI et al., 2005). Makker, Agarwal e Sharma
(2009) observaram que a geração de EROs pelos espermatozoides pode ocorrer via sistema nicotinamida adenina
dinucleotideo fosfato oxidase (NADPH) presente na
membrana plasmática do espermatozoide ou pela oxiredutase NADPH-dependente presente na membrana
mitocondrial, as quais são fontes de elétrons para a produção de EROs. Espermatozoides anormais ou imóveis
são exemplos de células produtoras de EROs. Os mecanismos responsáveis pela geração de EROs mitocondriais
ainda não são totalmente conhecidos; entretanto, uma
hipótese é que as mitocôndrias que perdem elétrons sejam as responsáveis por uma parte das EROs produzida
pelos espermatozoides (ANDRABI, 2007). As alterações
no funcionamento da mitocôndria podem ser um fator
relacionado à infertilidade. A organela celular é a chave
para a manutenção energética da motilidade espermática,
um dos maiores determinantes da fertilidade do macho
(RUIZ-PESINI et al., 1998). Os leucócitos, em humanos,
são considerados a maior fonte produtora de EROs no
plasma seminal e, quando ativados, podem produzir até
1000 vezes mais EROs que os espermatozoides (POTTS;
PASQUALOTTO, 2003). Entretanto, a ação deletéria das
EROs produzidas por leucócitos só ocorre na ausência
dos antioxidantes (WOLFF, 1995).
O dano induzido pelo EO depende da natureza e
quantidade de EROs envolvidas, da duração da exposição
às EROs e também de fatores extracelulares, como temperatura, tensão de oxigênio, incluindo a composição do
ambiente circundante (íons, proteínas e antioxidantes)
(AGARWAL; MAKKER; SHARMA, 2008). A temperatura é um fator muito importante quando se pensa
em EO. Uma explicação para a influência da temperatura nos testículos de mamíferos é a de que os mesmos
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normalmente operariam no limite da hipóxia (BARTH;
BOWMAN, 1994). Elevações na temperatura local resultam em um incremento da taxa metabólica e em um
aumento correspondente da demanda de oxigênio sem a
elevação da circulação sanguínea, provocando, assim, a
hipóxia do tecido testicular. Nichi (2003), constatou que o
estresse térmico pode determinar um quadro de estresse
oxidativo pelo mecanismo de hipóxia-reperfusão. Após
a normalização da temperatura e a consequente reoxigenação tecidual, há um aumento na produção de EROs,
mecanismo semelhante ao observado em transplante de
órgãos. Dependendo da duração do estresse térmico, os
danos podem atingir a cromatina espermática com alterações na informação genética da célula.
A integridade do DNA espermático pode ser afetada
pela alta concentração de EROs. Urrego et al. (2008)
verificaram que o radical OH- desempenha um papel determinante nos danos à cromatina espermática, podendo
alterar a estrutura das purinas e pirimidinas nas cadeias de
ácidos nucléicos (DNA e RNA) e gerar quebras na cadeia
de polinucleotídeos, alterando, assim, a informação genética da célula. Entretanto, vale ressaltar que os danos de
cromatina decorrentes do aumento das EROs são os últimos a acontecer. Barros (2007) destacou que tais moléculas
podem causar alterações de membrana e de organelas,
como as mitocôndrias, que também podem influenciar o
processo de fecundação e até mesmo o desenvolvimento
embrionário. Erenpreiss et al. (2006) salientaram que as
EROs modulam a atividade de genes e de proteínas vitais
para a proliferação, diferenciação e fisiologia dos espermatozoides. Nos bovinos, já foi demonstrado que o estresse
térmico pode promover o aumento de produção de EROs
e, consequentemente, a diminuição da fertilidade (NICHI
et al., 2006). Simões et al. (2013) destacaram que o estresse
oxidativo em espermatozoides comprometeu a qualidade
da cromatina das células e diminuiu a qualidade dos embriões produzidos in vitro.
Na espécie humana, os efeitos deletérios que o estresse
oxidativo pode causar nas células espermáticas foram mais
investigados do que em outras espécies animais. Já foi demonstrado que o estresse oxidativo aumenta os danos de
cromatina espermática e diminuem as chances de gravidez
após o uso de técnicas de reprodução assistida (SALEH
et al., 2003; FOKSINSKI et al., 2007). Algumas estratégias para modular o nível de estresse oxidativo no trato
reprodutivo masculino incluem o uso de compostos antioxidantes via oral, para aumentar a defesa do organismo
contra os danos causados pelas EROs (TWIGG et al., 1998;
GHARAGOZLOO, 2011; WIRLEITNER et al., 2012).
Entretanto, os resultados obtidos ainda são controversos
e a eficácia desse tipo de tratamento não foi comprovada.
Como as EROs desempenham um papel crucial na fisiologia do espermatozoide, o tratamento com substâncias
antioxidantes poderá ser benéfico ou deletério, de acordo
com o tipo e a quantidade de antioxidantes utilizados.
Como a meia-vida das EROs é muito curta, a mensuração do estresse oxidativo no sêmen requer técnicas
bastante sensíveis (MAKKER; AGARWAL; SHARMA,
2009). Na atualidade, há mais de 30 ensaios disponíveis
para a avaliação do estresse oxidativo em células espermáticas, que podem ser classificados em métodos diretos
ou indiretos. Os métodos diretos avaliam o dano causado
pelo excesso de radicais livres à membrana plasmática ou
ao DNA do espermatozoide. Como o estresse oxidativo
resulta de um desequilíbrio entre a produção de EROs e a
capacidade antioxidante total (CAT), os métodos diretos
refletem os efeitos biológicos desses dois tipos de fatores
(TREMELLEN, 2008).
O método direto mais utilizado para a quantificação do estresse oxidativo é a avaliação dos níveis de
malondialdeído (MDA) com o emprego do ensaio do
ácido tiobarbitúrico (TBARS). Quando há a peroxidação lipídica dos espermatozoides, ocorre um acúmulo
progressivo de hidroperóxidos lipídicos na membrana
plasmática das células que posteriormente se decompõem e formam o MDA. O ensaio TBARS pode ser
utilizado para medir os níveis de MDA tanto no plasma
seminal quanto na própria célula espermática. Contudo,
como os níveis de MDA no espermatozoide são bastante
baixos (cerca de 5-10 vezes menores que no plasma seminal), essa avaliação em células espermáticas requer
o uso de um equipamento de cromatografia líquida de
alta pressão (HPLC – high performance liquid chromatography) ou de mensuração por espectrofluorometria.
Por outro lado, se a avaliação for realizada no plasma
seminal, a mensuração do estresse oxidativo poderá ser
obtida em espectrofotômetros, equipamentos de menor
custo. A avaliação do MDA tem sido descrita como um
bom fator indicativo de peroxidação lipídica. De fato, em
indivíduos com excesso de produção de EROs, a concentração dessa substância, tanto no espermatozoide como
no plasma seminal, é mais elevada que em indivíduos
normais (HSIEH; CHANG; LIN, 2006; TAVILANI, 2008;
BENEDETTI et al., 2012).
Dentre os métodos indiretos empregados para a
mensuração do estresse oxidativo, os ensaios de quimioluminescência são os mais utilizados para detecção da
produção de EROs no sêmen. Essas sondas são bastante
sensíveis e têm a vantagem de estarem, relativamente,
bem estabelecidas tanto para a população fértil quanto
infértil. Entretanto, esse tipo de avaliação não tem sido
muito empregado, pois necessita de equipamentos de
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R eprodu ç ão A nimal
alto custo (luminômetro), além das dificuldades para o
controle da qualidade do ensaio, como tempo de incubação, contaminação por leucócitos e presença de plasma
seminal (AITKEN; BAKER; O’BRYAN, 2004). Sharma
et al. (2013), procurando biomarcadores para estresse
oxidativo, identificaram dez proteínas superexpressas e
cinco proteínas pouco expressas em pacientes do grupo
“estresse oxidativo”; entretanto, mais estudos são necessários para a validação de tais marcadores.
O espermatozoide é uma célula altamente especializada, dotada apenas do necessário para os eventos
relacionados à fecundação. Diante desse cenário, fica
evidente que a avaliação da apoptose espermática, da deficiência de protamina e do estresse oxidativo no sêmen
ejaculado é de extrema importância para minimizar as
consequências da fragmentação de DNA espermático
durante o desenvolvimento embrionário.
Danos na cromatina espermática versus desenvolvimento embrionário
A relação entre alteração na fertilidade do macho com
anormalidades morfológicas do espermatozoide ou
diferenças do padrão funcional espermático, como a
motilidade e a integridade de acrossomo, tem sido investigada (JANUSKAUSKAS et al., 2000; BRITO et al.,
2003; TARTAGLIONE; RITTA, 2004; RODRIGUEZMARTINEZ, 2007). Já foi sugerido que a diferença na
fertilidade entre indivíduos depende de fatores intrínsecos
dos espermatozoides que não são selecionados pelo trato
reprodutivo feminino. Esses espermatozoides, mesmo defeituosos, podem penetrar no oócito, mas não conseguem
dar início à sequência de eventos do desenvolvimento embrionário normal (EID; LORTON; PARRISH, 1994).
Antigamente, acreditava-se que o espermatozoide
fosse apenas um carreador (ou vetor) que transferia o seu
DNA para o oócito. Entretanto, hoje já se sabe que existe
um diálogo bem estabelecido entre o espermatozoide e
o oócito, que culmina com a ativação do gameta feminino e a descondensação da cabeça do espermatozoide.
Esses eventos são seguidos pela formação dos pronúcleos
masculino e feminino, singamia e das primeiras divisões
embrionárias. Diversas estruturas, organelas e moléculas
presentes no espermatozoide parecem ser críticas para o
sucesso da fertilização e, consequentemente, do desenvolvimento embrionário normal (BARROSO et al., 2009).
Apesar do oócito conseguir reparar os danos no
DNA espermático que tenham ocorrido antes da fecundação, esse reparo é limitado (FATEHI et al., 2006;
DERIJCK et al., 2008) e, quanto maior é o dano do material genético do espermatozoide, menor é a chance de
gestação (VIRRO; LARSON-COOK; EVENSON, 2004).
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Adicionalmente, essa capacidade pode ser diferente entre
oócitos do mesmo ou de diferentes indivíduos e depende
do tipo e extensão do dano presente no DNA do espermatozoide (SAKKAS; ALVAREZ, 2010). Ahmadi e Ng
(1999) verificaram, em camundongos, que o desenvolvimento embrionário e fetal está relacionado com o grau
de dano de DNA, e que o oócito pode reparar o DNA
espermático quando o dano é inferior a 8%. A forma
como os zigotos de mamíferos respondem ao dano de
cromatina ainda não está clara. Foi demonstrado que os
embriões de mamíferos não têm os pontos de checagem
tradicionais do ciclo celular (G1/S ou G2/M); o que sugere a existência de um outro mecanismo que preserva a
integridade do genoma durante o desenvolvimento embrionário (SHIMURA et al., 2002; BAART et al., 2004;
GAWECKA et al., 2013).
O espermatozoide que fecunda o oócito contribui,
essencialmente, com pelo menos três componentes: o
genoma paterno haploide, o sinal para iniciar a ativação
metabólica do oócito e o centríolo, que direciona a formação dos microtúbulos, levando à formação dos fusos
mitóticos durante o início do desenvolvimento do zigoto.
Evidências clínicas do uso de técnicas de reprodução
assistida indicam que a contribuição de um espermatozoide anormal pode se estender além da fecundação,
salientando-se o fato de que os efeitos paternos precoces e
tardios podem ser os fatores determinantes para o desenvolvimento embrionário anormal (BARROSO et al., 2009).
Tesarik, Greco e Mendoza (2004) demonstraram
que a fragmentação do DNA espermático pode ocorrer
tanto nos estágios iniciais como nos estágios tardios do
desenvolvimento embrionário. O diagnóstico de um
efeito paterno precoce assenta-se nas alterações morfológicas do zigoto e do embrião durante as suas primeiras
clivagens, baixa velocidade de divisão celular, e não está
associado à fragmentação do DNA espermático. Barroso
et al. (2009) observaram que o efeito paterno precoce parece ser mediado por disfunções relacionadas à ativação
do oócito e por aberrações do citoesqueleto. Por outro
lado, os efeitos tardios parecem envolver alterações de
cromatina espermática e talvez disfunção ou alteração
de RNA mitocondrial. Destacaram ainda que das alterações relacionadas às anomalias de imprinting genômico
resultem provavelmente tanto de efeitos precoces como
de efeitos paternos tardios.
Gawecka et al. (2013) verificaram que os zigotos respondem ao dano de cromatina espermática com um
mecanismo que diminui a replicação do DNA paterno e
consequentemente leva ao bloqueio do desenvolvimento
embrionário. Observaram que ambos os pronúcleos (PN)
de zigotos oriundos de espermatozoides com dano de
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DNA moderado replicaram-se normalmente; contudo,
os zigotos com dano de cromatina severo apresentaram
atraso de mais de 12 horas na replicação do PN masculino, mesmo quando nenhum atraso foi observado no
PN feminino. Constataram também que os cromossomos dos embriões com dano de cromatina moderado
ou severo apresentaram degradação do DNA paterno
após a fase S do ciclo celular, enquanto o PN materno
formou cromossomos normais. Ressaltaram ainda que o
atraso na replicação causou atraso na progressão para o
estágio de duas células, e a maioria dos embriões teve o
seu desenvolvimento bloqueado na fase G2/M do ciclo
celular, demonstrando que esse é um ponto importante
para a checagem do desenvolvimento embrionário. Os
embriões que passaram pela fase G2/M do ciclo celular
morreram em estágios mais avançados do desenvolvimento embrionário e nenhum dos embriões produzidos
conseguiu chegar ao estágio de blastocisto.
Dependendo do nível de fragmentação da cromatina espermática, três situações podem ser esperadas.
Em alguns casos, o oócito não consegue reparar o dado
de DNA e o embrião não consegue continuar o seu desenvolvimento, não consegue se implantar no útero ou
pode ser abortado naturalmente em estágios mais avançados (defeitos não compensáveis de dano de cromatina
espermática). Em outros casos, o oócito repara os danos de DNA antes do início das primeiras clivagens, e
o espermatozoide pode gerar um indivíduo normal
(defeitos compensáveis de dano de cromatina espermática). Entretanto, existe um último e o pior cenário em
que, devido ao reparo parcial do oócito, as deleções ou
os erros de sequência podem ser introduzidos no novo
indivíduo, resultando em uma prole anormal (defeitos
parcialmente compensáveis de dano de cromatina espermática), ressaltando-se que cerca de 80% das aberrações
de estrutura de cromossomos em humanos tem origem
paterna (FERNÁNDEZ-GONZALEZ et al., 2008). De
forma geral, os danos da fita simples de DNA têm melhor prognóstico e são mais facilmente reparados que os
danos da fita dupla (SAKKAS; ALVAREZ, 2010).
Marchetti e Wyrobek (2005) observaram que as
anormalidades cromossômicas constitutivas ocorrem
em cerca de 20-50% de todos os conceptos humanos,
dos quais 30 a 50% são abortados antes do reconhecimento da gestação, e cerca de 20% de todas as gestações
não chegam a termo. Ressaltaram ainda que em torno
de 0,6% de todas as crianças nascidas vivas apresentam
alterações cromossômicas, e mais de 80% de tais alterações são originárias das células germinativas masculinas.
Marchetti e Wyrobek (2005) verificaram também, em
camundongos, que os danos de cromatina espermática
devem ser avaliados antes das células serem usadas na
reprodução assistida para a produção de embriões.
Fernández-Gonzales et al. (2008) destacaram que as consequências da fragmentação de DNA espermático não
reparada (ou com reparo parcial) pelo oócito só aparecerão mais tarde na vida do indivíduo, como crescimento
anormal, envelhecimento precoce, alterações de comportamento e tumores mesenquimais.
Na reprodução de bovinos, os animais utilizados em
programas de inseminação artificial (IA) e de produção in
vitro (PIV) de embriões são selecionados geneticamente
e têm a fertilidade comprovada. Contudo, os resultados
de PIV de embriões em bovinos variam entre touros e
muitas vezes não correspondem à fertilidade a campo.
O sucesso da PIV de embriões está relacionado à eficiência da separação de uma quantidade adequada de
espermatozoides móveis e com acrossomo e DNA intactos. Em uma amostra de sêmen congelado, a técnica de
centrifugação em gradiente de Percoll tem sido a mais
utilizada para a recuperação da população de espermatozoides (RECKOVA et al., 2008). Para Parrish, Krogenaes
e Susko-Parrish (1995), esse é o método que consegue separar uma maior quantidade de espermatozoides móveis
para a PIV de embriões. Entretanto, apesar da população
separada apresentar alta proporção de espermatozoides
viáveis com acrossomo intacto, o DNA das suas células
pode estar alterado, uma vez que os espermatozoides de
alguns touros podem ser muito sensíveis a esse processo
(ALOMAR et al., 2006). Adicionalmente, já foi descrito
que a centrifugação por si só pode aumentar as espécies
reativas de oxigênio (EROs) que aumentam as chances de
dano de DNA espermático (AITKEN; CLARKSON, 1988).
As práticas convencionais utilizadas na PIV de embriões bovinos para selecionar oócitos e espermatozoides são
bastante simplistas e subjetivas, existindo a possibilidade
de que os gametas selecionados contenham alterações
dos mais diversos tipos e origens e, consequentemente,
de apresentarem um desenvolvimento alterado. As células
embrionárias anormais são removidas por apoptose, que
é um processo fisiológico no embrião. Apenas um excesso
ou falta de apoptose pode levar à morte embrionária ou
a alterações de desenvolvimento. Condições de cultura
subótimas, sem dúvida, também contribuem para a apoptose embrionária indevida (VAN SOOM et al., 2007).
O sucesso da fecundação depende da capacidade
do espermatozoide sofrer reação acrossômica. Para estimular essa condição in vitro, os meios de cultivo são
suplementados com agentes capacitores. Para a espécie
bovina, o mais comumente utilizado é a heparina, que auxilia na remoção dos fatores incapacitantes presentes na
membrana do espermatozoide (PEREIRA et al., 2000).
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Entretanto, mesmo dentro das condições padrões de
capacitação espermática in vitro, a proporção de espermatozoides que apresenta a reação acrossômica pode ser
muito variável, pois depende da raça do animal e das características individuais.
Em bovinos, já foi sugerido que a redução dos índices
de fecundação in vitro pode estar relacionada a alterações
da integridade de DNA espermático, observadas durante
o processo de separação do sêmen ou durante a reação
acrossômica (BOE-HANSEN et al., 2005).
Em seres humanos, já foi descrita a ocorrência de
fragmentação de DNA espermático em momentos específicos. Agarwal e Allamaneni (2005) relataram que
as causas de fragmentação de DNA em humanos podem ser condições transitórias e estar relacionadas com
doenças, uso de drogas, febre alta, aumento da temperatura testicular, poluição do ar, fumo e idade avançada.
Extrapolando-se tais situações para a reprodução em
bovinos, pode-se deduzir que algumas dessas condições também podem influenciar o sêmen dos animais,
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mesmo em indivíduos dotados de alto potencial genético,
uma vez que os touros também estão sujeitos a estresse
térmico, insulação testicular, alteração de alimentação,
doenças e idade avançada. Dessa forma, diferentes partidas de sêmen podem apresentar diferença de potencial
de fertilidade, ou seja, baixa fertilidade esporádica.
Resumindo, os fatores envolvidos com a capacidade
de o embrião responder e reparar o dano de DNA ainda
não são totalmente compreendidos. Muitas lacunas
existem no que se refere aos papéis específicos e tempo
de expressão de diversos genes de reparo de DNA nos
estágios iniciais do desenvolvimento embrionário.
González-Marín, Gosálvez e Roy (2012), ressaltaram que,
mesmo que o oócito tenha sido fecundado por um espermatozoide que apresente dano de DNA no seu genoma,
o gameta feminino, o zigoto ou até mesmo o blastocisto
poderão reparar esse dano. Além disso, os testes atualmente disponíveis para a avaliação da fragmentação de
DNA ainda não conseguem fornecer informações sobre
&
o reparo do dano de DNA espermático. R eprodu ç ão A nimal
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/ Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP / Journal of Continuing Education in Animal Science of CRMV-SP. São Paulo:
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Citti, A.L.; Ribeiro, N.A.S.; Telles, E.O.; Balian, S.C.; Ascocotyle (Phagicola) longa parasitando tainhas (Mugil liza, Valenciennes, 1836) em São Paulo: ocorrência, importância na saúde
pública e estratégias de controle / Ascocotyle (Phagicola) longa parasitizing mullet (Mugil liza Valenciennes, 1836) in São Paulo: occurrence, importance to public health and control strategies
S aúde P ública V eterinária
Ascocotyle (Phagicola) longa
parasitando tainhas (Mugil liza,
Valenciennes, 1836) em São Paulo:
ocorrência, importância na saúde
pública e estratégias de controle
Ascocotyle (Phagicola) longa parasitizing mullet
(Mugil liza Valenciennes, 1836) in São Paulo:
occurrence, importance to public health and
control strategies
Resumo
Summary
O presente trabalho analisou a importância do pescado como
This study aimed to analyze the importance of fish as food in the
alimento no contexto da segurança alimentar, ressaltando sua
context of food security, highlighting their participation as a route
participação como via de transmissão do parasita Ascocotyle
of transmission of the parasite Ascocotyle (Phagicola) long for
(Phagicola) longa para os seres humanos, com destaque para a
humans, especially the description of the biology of gray mullet
descrição da biologia da tainha (Mugil liza), do trematódeo di-
(Mugil liza) of digenetic trematode Ascocotyle (Phagicola) longa
genético Ascocotyle (Phagicola) longa e da pesquisa da presença
and research metacercariae of the parasite in samples of mullet
de metacercárias em amostras de tainha comercializada no maior
from the biggest wholesale fish market in Latin America, the São
mercado atacadista de pescado da América Latina, a Companhia
Paulo General Warehousing and Centers Company (CEAGESP).
de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP). No
Ninety two samples were collected from May 2009 to April 2010
período de abril de 2009 a maio de 2010, foram examinadas
and all of them were infested with metacercariae of Ascocotyle
92 amostras e todas estavam infestadas por metacercárias de
(Phagicola) longa. It is concluded that for the consumption of
Ascocotyle (Phagicola) longa. Concluí-se que para o consumo da
mullet it becomes mandatory full cooking, being discouraged
tainha torna-se obrigatória a cocção total, sendo desaconselhada
preparing dishes based on raw or undercooked fish.
a preparação de pratos à base de peixes crus ou mal cozidos.
Recebido em 13 de janeiro de 2014 e aprovado em 14 de julho de 2014
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André Lee Citti1
Naassom Almeida Souza Ribeiro2
Evelise Oliveira Telles3
Rua Martin Francisco, 430
CEP 01226-001 – São Paulo-SP – Brasil
� [email protected]
� (11) 3662-3949
(11) 99139-4190
"
Simone de Carvalho Balian4
�
Palavras-chave
Fagicolose. Ascocotyle (Phagicola) longa. Tainha
(Mugil liza). Zoonoses parasitárias. Saúde pública.
Keywords
Phagicolosis. Ascocotyle (Phagicola) longa. Mullets
(Mugil liza). Parasitic zoonosis. Public health.
O pescado é um alimento de fundamental importância
para a humanidade devido ao seu sabor largamente
apreciado, a sua riqueza nutricional e também por
ser a base da economia de milhões de pessoas em
todo o mundo (ALMEIDA FILHO et al., 2004).
Dentre os vários parasitas identificados em pescado utilizado na
alimentação humana, alguns são agentes etiológicos de zoonoses
e esse tema passou a ser muito importante, já que na atualidade
tem-se intensificado a prática de consumo de peixes crus, de várias
espécies, das quais algumas nunca haviam sido consumidas nesse
tipo de preparação.
Na classe Digenea estão incluídos a maior parte dos parasitas de
peixes transmissíveis aos seres humanos, e os registros de infestação
pelo Ascocotyle (Phagicola) longa e por outras espécies deste gênero
têm sido confirmados em várias regiões do continente americano,
incluindo o Brasil.
O consumo da tainha (Mugil liza, Valenciennes, 1836) crua ou insuficientemente cozida é uma prática que traz para o consumidor o risco
de adquirir a zoonose denominada fagicolose, causada pelo Ascocotyle
(Phagicola) longa (OKUMURA; PÉREZ; ESPÍNDOLA FILHO, 1999).
Os peixes da família Mugilidae, conhecidos popularmente por tainhas e paratis, são espécies amplamente encontradas em ambientes
1 Médico Veterinário, CRMV-SP nº 7664, Mestre pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
2 Médico Veterinário, CRMV-SP nº 22922, Doutorando pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
3 Professora Associada da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
4 Professora Doutora da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
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costeiros marinhos e estuarinos, formando densos
cardumes nas Regiões Sudeste e Sul do Brasil, onde sustentam importante atividade pesqueira com alto valor
econômico. Desde o ano 2000, para a pesca industrial,
os mugilídeos tornaram-se um potencial recurso alternativo, bastante valorizado pelo mercado consumidor,
substituindo recursos tradicionais, como a sardinha
que vêm mostrando declínios importantes tanto em
captura quanto em rendimento. Para o setor artesanal,
a pesca da tainha é tida como um recurso tanto de subsistência como de comercialização (SECKENDORFF;
AZEVEDO, 2007).
Até 2010, a tainha (Mugil liza) ocupava a sétima
posição em volume de vendas, no maior mercado
da América Latina; a Companhia de Entrepostos e
Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP), onde
diariamente, em média, eram comercializadas 250 toneladas de pescado.
Revisão de literatura
As doenças transmitidas por alimentos (DTAs) são todas as ocorrências clínicas consequentes à ingestão de
alimentos que possam estar contaminados com perigos
biológicos, substâncias químicas, objetos lesivos ou que
contenham em sua constituição estruturas naturalmente
tóxicas, ou seja, são doenças decorrentes da ingestão de
alimentos carreadores de agentes nocivos à saúde humana (SILVA JÚNIOR, 2007).
A incidência de DTAs comprometem a saúde e a
produtividade da população da maioria dos países, mas
os que se encontram em vias de desenvolvimento são
os mais afetados. Na América Latina, as DTAs são um
problema sanitário que compromete negativamente as
condições de vida e a situação econômica de sua população. Ocorre também que a notificação de doenças, muitas
vezes, definem as DTAs como categoria à parte e, mesmo
quando há um serviço de notificação, o número de casos
é quase sempre inferior ao que de fato ocorreu (OPS/
OMS/FAO, 1991).
O consumidor brasileiro apresenta hábitos alimentares diretamente ligados a fatores culturais, e a prática
culinária de consumir peixe cru, oferecido sob diversas
preparações, como sashimi, sushi e ceviche, ou mesmo
pouco cozido. Tal prática tem desencadeado um verdadeiro modismo que estabelece a falsa ideia de se estar
frente a um alimento totalmente saudável. Esse fato
trouxe como consequência um aumento de DTAs e, no
que se refere ao consumo de pescado, uma preocupação em relação às parasitoses (VEIROS; KENT-SMITH;
PROENÇA, 2006; GERMANO; GERMANO;
OLIVEIRA, 2008).
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Comercialização da tainha (Mugil liza) na CEAGESP
Na CEAGESP, são comercializados 108 tipos principais
de pescado, entre os quais a tainha ocupa a sétima posição no ranking de volume de peixes vendidos em quilos,
no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2009.
Com a importante representatividade da comercialização da tainha na CEAGESP, faz-se necessário que o
consumidor seja instruído sobre o risco da ingestão da
carne de tainha crua ou mal cozida, devido à possibilidade de transmissão da zoonose fagicolose (OKUMURA;
PÉREZ; ESPÍNDOLA FILHO, 1999).
Na Figura 1, é apresentada cena da comercialização
de pescado no “pavilhão” ou “plataforma” de comercialização de pescado, denominação popular ao FRISP
– Frigorífico São Paulo. A “plataforma” é dividida em
módulos utilizados pelos comerciantes “permissionários”
para exposição e posterior venda.
Os valores apresentados no Gráfico 1 mostram que a
tainha apresenta a maior relação preço/quilo, em comparação com a sardinha e a corvina.
Ascocotyle (Phagicola) longa
Morfologia
O Ascocotyle (Phagicola) longa Ransom, 1920 é um parasita trematódeo digenético, com ampla distribuição
mundial, pertencente à família Heterophyidae, agente
causador da heterofidíase. No Brasil, a heterofidíase
observada é a fagicolose, uma parasitose emergente, proveniente da ingestão do pescado cru ou mal cozido. Os
heterofídeos possuem baixa especificidade parasitária,
adaptando-se ao intestino de diferentes espécies de hospedeiros, sejam eles aves ou mamíferos, o que possibilita
a sua ocorrência na espécie humana (BARROS, 1993).
Recentemente, o Ascocotyle (Phagicola) longa foi
incluído na lista de Classificação de Risco dos Agentes
Biológicos (BRASIL, 2010).
Figura 1 – Pavilhão do pescado
Fonte: CITTI, 2010
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200.000.000
R$ 189.328.386,67
180.000.000
160.000.000
R$ 161.034.783,74
140.000.000
R$ 118.620.977,33
R$ 111.898.497,37
R$ 100.900.470,44
120.000.000
100.000.000
80.000.000
65.851.794
60.000.000
65.102.678
51.037.919
40.000.000
R$ 39.316.031,54
31.627.339
18.974.042
20.000.000
18.884.383
R$ 48.489.088,35
15.161.903
0
Pescada
Sardinha
Corvina
Soma de Volume (kg)
Cação
Salmão
Tilápia
Valor em $ total por tipo
Tainha
Gráfico 1 – As sete principais espécies de pescados comercializadas em volume versus vendas em reais na CEAGESP, no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2009, em ordem decrescente
Fonte: <http://www.ceagesp.gov.br/atacado/pescado/index_html>
Ciclo biológico
O Ascocotyle (Phagicola) longa, trematódeo digenético,
necessita obrigatoriamente de hospedeiro intermediário
para fechar o seu ciclo. O primeiro é o molusco Heleobia
australis, e os peixes da família Mugilidae (tainhas e paratis) são os segundos (SIMÕES; BARBOSA; SANTOS,
2009). As cercárias abandonam os moluscos e penetram
nos peixes atravessando a pele ou brânquias e se encistam
na musculatura ou em outros órgãos, como coração, rim,
baço e fígado. As cercárias então secretam um fluido ao
seu redor, o qual se solidifica como uma forma de proteção
resiliente e resistente, transformando-se então nas metacercárias (ABDUSSALAM; KÄFERSTEIN; MOTT, 1995).
Quando o peixe infestado pelo Ascocotyle (Phagicola)
longa é ingerido por um hospedeiro definitivo, ave piscívora ou mamífero, ele irá eliminar nas fezes os ovos
embrionados do parasita para o meio ambiente, fechando-se assim o seu ciclo (GAZZANEO, 2000; BUSH,
2001). O homem e o cão doméstico também podem ser
parasitados quando ingerem peixes crus ou mal cozidos,
infestados por metacercárias (CARNEVIA et al., 2004).
O Ascocotyle (Phagicola) longa tem como hospedeiros definitivos naturais algumas aves piscívoras, como
o pelicano (Pelicanus ocidentalis), garças de diferentes
espécies e mamíferos, como ariranha e lontra, dentre
outros (HUTTON, 1964; BARROS, 1993; BUSH, 2001).
Transmissão
Parece não haver dúvidas de que a transmissão do
Ascocotyle (Phagicola) longa se faz pelo consumo de tainha (Mugil liza) crua ou mal cozida, de modo que esse
peixe é o principal reservatório do parasita para os seres humanos e para outras espécies animais que dele se
alimentam, uma vez que esse parasita não tem especificidade de hospedeiro (CHENG, 1973).
A fagicolose nos humanos e nos animais
A infestação causada por Ascocotyle (Phagicola) longa,
cuja especificidade parasitária é baixa e associada à
ingestão de carne de tainhas infectadas, quando não
submetidas à cocção, determina sua importância para
a clínica de pequenos animais, animais silvestres e em
saúde pública (BARROS, 1993).
Quando seres humanos ingerem metacercárias vivas
de Ascocotyle (Phagicola) longa, o parasita pode se desenvolver e causar os sintomas típicos de uma parasitose
(SARAIVA, 1991) tais como cólicas, diarreias, flatulências, entre outros (CHIEFFI et al.,1992).
No município de Registro, em 1989, foram registrados
nove casos de fagicolose em pacientes que haviam ingerido carne de tainha (Mugil spp) (CHIEFFI et al., 1992).
O parasitismo por Ascocotyle (Phagicola) longa
nas aves piscívoras e mamíferos provoca alterações
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geralmente de caráter subclínico e de prognóstico favorável, cuja infecção tem baixa especificidade parasitária
(BARROS, 1993).
Barros e Amato (1993) infestaram experimentalmente
gatos com metacercárias de Ascocotyle (Phagicola) longa
e verificaram que os animais apresentaram alterações clínicas representadas por ascite e alteração na consistência
das fezes. Após infestarem experimentalmente cães, gatos
e saguis de tufo branco, observaram que o parasita apresentou preferência pelo jejuno dos hospedeiros, sendo
encontrado, nos cães e gatos, na região anterior do intestino delgado, provocando lesões do tipo puntiforme;
enquanto, nos saguis de tufo branco, as lesões foram observadas no terço médio do jejuno.
Barros e Amato (1995) infestaram 21 hamsters, com
metacercárias de Ascocotyle (Phagicola) longa e realizaram
o exame clínico e necroscópico, em intervalos regulares, a
partir do quinto dia pós-infecção. O grupo infestado apresentou menor ganho de peso e nos exames histopatológicos
foi constatada a presença de uma enterite subaguda.
Epidemiologia
O Ascocotyle (Phagicola) longa, assim como outras espécies desse gênero, tem sido registrado em vários locais
do continente americano, inclusive no Brasil (CHIEFFI
et al.,1990). Saraiva (1991) relatou a presença de metacercárias de Ascocotyle (Phagicola) longa em todos os
exemplares de tainha (Mugil curema) frescos capturados
na Enseada de Patanemo, Venezuela.
Das espécies do gênero Phagicola descritas no Brasil,
a Ascocotyle (Phagicola) longa, tem se destacado das demais por parecer ser a única capaz de infectar o homem
e outros vertebrados (CASTRO, 1994).
Castro (1994) destaca que, dentre as zoonoses transmitidas pelo pescado, as heterofidíases têm merecido a
atenção da classe médica, principalmente na Europa,
Ásia, Oriente Médio, Extremo Oriente e Norte da África,
onde várias espécies de trematódeos digenéticos da
família Heterophyidae têm sido frequentemente diagnosticadas como responsáveis por enterites, diarreias e
má absorção dos alimentos.
Prevenção e Controle
A abstinência da ingestão de carne crua ou insuficientemente cozida é o principal meio de prevenção
da ocorrência da fagicolose (CHIEFFI et al.,1990;
ANTUNES; DIAS, 1994).
Saraiva (1991) observou que tainhas refrigeradas a
8 ºC em caixas com gelo apresentam alto risco para o
consumidor humano, pois, em tais condições, as metacercárias potencialmente presentes nos espécimes
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sobrevivem por até seis dias e poderão infestar o hospedeiro final no momento do preparo do produto, caso
o mesmo não tenha sido totalmente cozido. No congelamento à temperatura de -2 ºC, o parasita permaneceu
vivo por aproximadamente 12 horas.
Coelho, São Clemente, e Gottshalk (1997), empregando o congelamento dos peixes à -20 ºC por 24 horas,
constataram que 6,6% das metacercárias de Ascocotyle
(Phagicola) longa permaneciam vivas; contudo, nos
peixes expostos à temperatura de 100 ºC por 30 minutos houve 100% de inativação das metacercárias; já nos
mantidos em salmoura, nas primeiras 24 horas, 50% de
metacercárias permaneceram vivas, e, após 96 e 100 horas de exposição, todas as metacercárias estavam mortas.
Em tainhas defumadas a 121 ºC por três horas, verificou-se que as metacercárias estavam inativas. Sendo
assim, recomenda-se que o consumo de tainhas seja sempre de forma bem cozida (SARAIVA, 1991).
Material e Método
Foram coletadas 92 amostras de tainha (Mugil liza) na
Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo
(CEAGESP), no período de maio de 2009 a abril de 2010. As amostras foram armazenadas e conservadas
em gelo e transportadas ao Laboratório de Higiene de
Alimentos do Departamento de Medicina Veterinária
Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo
num período inferior a duas horas.
No laboratório, as tainhas foram colocadas em bandejas
plásticas, onde foram devidamente identificadas de acordo
com chave para as espécies do gênero Mugil (MENEZES;
FIGUEIREDO, 1985). A pesquisa de metacercárias de
Ascocotyle (Phagicola) longa na tainha foi efetuada a partir
do “pool de vísceras” e da musculatura, utilizando-se a técnica de homogeneização e sedimentação (COELHO; SÃO
CLEMENTE, GOTTSHALK, 1997).
Resultados e Discussão
Foi constatada a presença de Ascocotyle (Phagicola)
longa em 100% (92/92) das amostras de musculatura,
e em 80,43% (74/92) referente ao “pool de vísceras”
(Figuras 2, 3 e 4).
Oliveira et al. (2007) estudou a presença de Ascocotyle
(Phagicola) longa (Digenea: Heterophyidae) em 61
tainhas Mugil platanus, capturadas no estuário de
Cananéia – SP, constatando que 100% (61/61) das amostras eram positivas; porém, não mencionou a forma de
apresentação das larvas.
Gazzaneo (2000) encontrou 33,67% de parasitismo
por Ascocotyle (Phagicola) longa em peças de sushi e
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Figura 2 – Cistos íntegros de Ascocotyle (Phagicola) longa (400 X).
Fonte: CITTI, 2010
Figura 3 – Liberação de metacercária de Ascocotyle (Phagicola) longa (400 X).
Fonte: CITTI, 2010
sashimi comercializadas nas Cidades do Rio de Janeiro
e Niterói; o que não concorda com o resultado de 100%
encontrado no trabalho ora desenvolvido, bem como por
Antunes e Dias (1994) e Coelho (1997). Tal discordância
pode ser atribuída ao fato de Gazzaneo (2000) ter examinado apenas peças de sashimi e sushi, e não a tainha
inteira, e é possível que as práticas de filetagem e processamento possam ter eliminado porções parasitadas.
Knoff, Luque e Amato (1997) pesquisaram 150 tainhas do litoral do Rio de Janeiro, encontrando 85,3% de
parasitismo pelo Ascocotyle (Phagicola) longa e Barros
(1993), examinando 176 tainhas observou 88,6% de infestação por tal parasita. A despeito dos dois trabalhos
terem encontrado frequências de ocorrência inferiores à
obtida no presente trabalho, os valores observados, nos
dois casos, foram muito elevados.
Na Venezuela, Saraiva (1991) registrou uma prevalência de 100% de tainhas parasitadas por Ascocotyle
(Phagicola) longa. Com isto, pode-se observar que a
prevalência encontrada nos peixes mugilídeos para
Ascocotyle (Phagicola) longa é bastante alta, independentemente da região de origem.
A despeito do parasitismo de tainhas capturadas no
litoral brasileiro pelo Ascocotyle (Phagicola) longa ter sido
identificado por Antunes e Dias (1994), há 16 anos o parasitismo persiste em alta intensidade, e pouco tem sido
realizado em termos de Políticas Públicas, no sentido da
população ser alertada sobre o eminente perigo do hábito
de consumir a carne de tainha crua ou insuficientemente
cozida.
Conclusão
Conclui-se que para o consumo da tainha torna-se
obrigatória a cocção total, sendo desaconselhada a sua
utilização em pratos preparados à base de peixes crus ou
&
mal cozidos. Figura 4 – Metacercária livre de de Ascocotyle (Phagicola) longa (400 X).
Fonte: CITTI, 2010
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E rrata
Errata
No volume 12, n. 2, p. 18, 2014, da Revista de Educação
Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do
CRMV-SP / Continuous Education Jornal in Animal
Science of CRMV-SP, no artigo TIAGO TOMAZI, T.;
GONÇALVES, J.L.; SANTOS, M.V.; Novas perspectivas
e conceitos associados com a prevenção e controle da
mastite em rebanhos leiteiros: revisão de literatura / New
perspectives and concepts associeted with the prevention
and control of mastitis in dairy cattle: review of literature
o resumo e o sumary estavam errados. Os corretos são os
apresentados a seguir:
Resumo
Summary
A classificação dos agentes causadores da mastite bovina em relação a
The classification of the causative agents of bovine mastitis regarding its
sua forma de transmissão em contagiosa ou ambiental pode variar de-
transmission route as contagious or environmental may vary due to the
vido a diferenças de comportamento entre estirpes de micro-organismos
differences of micro-organisms strains behavior within the species. Some
dentro de uma mesma espécie. Alguns patógenos classificados como
pathogens classified as contagious have shown environmental transmis-
contagiosos demonstraram características de transmissão ambiental, e
sion behavior, whilst pathogens earlier classified as environmental have
patógenos classificados como ambientais apresentaram maior adaptação
shown adaptability to the host. Furthermore, the control and distribution
ao hospedeiro. Além disso, o controle e a distribuição dos patógenos
of mastitis pathogens in the herds have been influenced by changes in
causadores de mastite em rebanhos sofreu influência de alterações na
the dairy industry, particularly regarding the milk production systems.
indústria leiteira, sobretudo em relação aos sistemas de produção de
Most high-producing dairy farms have changed from extensive or semi-
leite. Grande parte das fazendas de alta produção passou de um sis-
extensive systems to intensive cattle farming or confinement raising
tema extensivo e semiextensivo para sistemas de produção intensivos
systems. Currently, in countries with developed dairy production, it has
ou de confinamento. Atualmente, em países desenvolvidos na produção
been observed a reduction of mastitis caused by contagious pathogens
leiteira, observa-se redução de mastite causada por patógenos conta-
and an increase of intramammary infections caused by environmental
giosos e aumento de infecções intramamárias causadas por patógenos
and minor pathogens. The present literature review aims to examine con-
ambientais e patógenos secundários. Apresente revisão tem como ob-
cepts and perspectives regarding the prevention and control of mastitis in
jetivo examinar conceitos e perspectivas associados com a prevenção e
dairy herds, especially those related to mastitis caused by environmental
o controle da mastite em rebanhos leiteiros, especialmente em relação à
and minor pathogens.
mastite causada por patógenos ambientais e por patógenos secundários.
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RESUMOS
40º CONBRAVET
44
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4 0 º C O N B R AV E T
40º CONBRAVET
Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária
(Continuação dos resumos apresentados na edição anterior)
18 a 21 de novembro de 2013
Bahia Othon Palace Hotel
Salvador (BA) – Brasil
AQUICULTURA
P-332
DISTRIBUIÇÃO HISTOQUÍMICA DE ENZIMAS INTESTINAIS
DE JUVENIS DE PACU (PIARACTUS MESOPOTAMICUS)
ALIMENTADOS COM COLOSTRO BOVINO LIOFILIZADO
Débora Botéquio Moretti1; Wiolene Montanari Nordi2; Thaline Maira
Pachelli da Cruz3; José Eurico Possebon Cyrino4; Raul Machado-Neto4
1
Pós-doutoranda FAPESP/USP; 2Doutoranda do Programa de PósGraduação em Ciência Animal e Pastagens, ESALQ/USP; 3Mestranda do
Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal e Pastagens, ESALQ/USP;
4
Prof. Departamento de Zootecnia, ESALQ/USP. E-mail: [email protected].
O pacu (Piaractus mesopotamicus, Holmberg 1887), uma espécie tropical
de peixe intensamente cultivada, possui uma fisiologia digestiva intestinal
complexa e que ainda não está completamente caracterizada. Este estudo
investigou a distribuição de enzimas intestinais de juvenis de pacu alimentados
com colostro bovino liofilizado (CBL) como fonte alternativa de proteína da
dieta. A atividade das enzimas foi avaliada no intestino de juvenis de pacu
(peso inicial de 8,5 ± 0,7 g e comprimento de 7,8 ± 0,3 cm) alimentados com
dietas contendo 0%, 10% e 20% de inclusão de CBL por 30 e 60 dias. Os peixes
foram alimentados duas vezes ao dia até a saciedade e, nas datas de abate,
amostras de quatro segmentos intestinais (S1, S2, S3 e reto) foram coletadas
e processadas para microscopia óptica. As enzimas fosfatase ácida e alcalina
(FAC e FAL, respectivamente), esterases não específicas (ENE), lipase (LIP),
dipeptidil aminopeptidase IV (DAP IV) e leucina aminopeptidase (LEU)
foram estudadas por técnicas de histoquímica. A atividade das enzimas foi
observada na bordadura em escova dos enterócitos presentes nos segmentos
intestinais. Moderada atividade da DAP IV foi observada nos três últimos
segmentos intestinais e diferenças entre os tratamentos não foram detectadas.
As enzimas LEU, ENE e LIP foram fracamente coradas em todos os segmentos
intestinais e a inclusão de 10% ou 20% de CBL na dieta determinou uma
reação moderada das ENE no segmento S3 após 60 dias. A atividade da
FAC foi detectada apenas no segmento S1 de juvenis alimentados com 0%
de CBL após 30 e 60 dias de experimento. Nos outros grupos e segmentos, a
atividade da FAC não foi detectada. Forte atividade da FAL foi observada no
primeiro segmento intestinal, mas uma fraca reação foi verificada nos demais
segmentos. A inclusão de 20% de CBL determinou moderada atividade da
FAL no segmento S2 após 30 e no segmento S1 após 60 dias. No presente
trabalho, a inclusão de colostro bovino liofilizado na dieta dos juvenis de
pacu não influenciou a atividade proteolítica intestinal, e a atividade das
enzimas esterases não específicas e fosfatase alcalina não foi significativamente
modificada para sugerir interferência no processo digestivo.
Palavras-chave: intestino, histologia, peixes.
AQUICULTURA
P-333
ECTOPARASITOS DE TILÁPIA DO NILO (OREOCHROMIS
NILOTICUS) EM DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADE
Bartira Guerra-Santos1; Tatiana Maslowa Pegado de Azevedo2; Denise
Soledade Peixoto Pereira3; Márcia Gomes de Souza1; Alessandra Danile
de Lira5; Ricardo Castelo Branco Albinati6
1
Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Zootecnia da UFBA;
2
Doutora em Ciência Animal nos Trópicos; 3Doutoranda do Programa de
Pós-Graduação em Ciência Animal nos Trópicos; 5Mestranda do Programa
de Pós-graduação em Zootecnia da UFBA; 6Prof. Dr. do Departamento de
Produção Animal da EMVZ. E-mail: [email protected]
Objetivou-se avaliar a presença de ectoparasitos em tilápias do Nilo
(Oreochromis niloticus) submetidas a diferentes níveis de salinidade.
Foram utilizados 60 peixes, distribuídos aleatoriamente em 12 tanques e
submetidos a quatro tratamentos: 0‰, 10‰, 20‰ e 25‰ de salinidade, com
três repetições, por quatro meses. Durante esse período, foram realizadas
análises de qualidade de água e, ao final do mesmo, procederam-se às análises
parasitológicas. Os peixes foram anestesiados e, após secção medular, fez-se
a colheita do muco da superfície corporal e das brânquias. Para observação e
identificação dos parasitos, as brânquias foram colocadas em potes plásticos
contendo água à temperatura de 55ºC; após 1 hora, foram agitados por 30 vezes
e completados com formalina a 5%. O mesmo procedimento foi efetuado
com a raspagem do muco da superfície corporal. Os potes contendo muco e
brânquias ficaram em repouso após 24 horas, quando então o sobrenadante
foi descartado e foi acrescido álcool a 70%. Os ectoparasitos foram observados
com estereomicroscópio em placa de Petri. A ocorrência foi calculada de
acordo com BUSH et al (1997) e a identificação dos parasitos foi feita seguindo
as orientações de THATCHER (2006). Os parâmetros de qualidade de água
estiveram dentro dos níveis de normalidade para a espécie. Os resultados
mostraram na salinidade 0‰ a ocorrência de 53,00% de monogenoides nas
brânquias. Na salinidade 10‰ não foi registrada a ocorrência de parasitos.
Na salinidade 20‰ foram registrados 33,30% de monogenoides e 93,33% de
piscinoodinium nas brânquias e 6,66% de monogenoides no muco. Quando
a salinidade foi de 25‰ registrou-se a ocorrência de 20% de monogenoides
e 66,70% de piscinoodinium. Os animais submetidos à salinidade de 20‰
apresentaram frequência elevada de piscinoodinium nas brânquias. Já os
ectoparasitos monogenoides foram mais frequentes nos peixes mantidos em
água com salinidade de 0‰. Novas pesquisas precisam ser feitas para melhor
entendimento da predominância dos ectoparasitos em tilápias mantidas em
diversas salinidades.
Palavras-chave: tilápia, salinidade, ectoparasito, ocorrência, aquicultura.
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AQUICULTURA
P-334
EFEITO DE DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADE SOBRE
OS PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS DE TILÁPIA DO NILO
(OREOCHROMIS NILOTICUS)
Denise Soledade Peixoto Pereira1; Bartira Guerra-Santos2; Jamile Andrade
Achy3; Silene Duarte Costa de Medeiros4; Ricardo Castelo Branco
Albinati5; Maria Consuêlo Caribé Ayres6
1
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal nos
Trópicos da UFBA; 2Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia da UFBA; 3Aluna de Iniciação Cientifica da EMVZ; 4Aluna de
Graduação da EMVZ; 5Prof. Dr. do Departamento de Produção Animal da
EMV; 6Prof.a Dr.a do Departamento de Patologia da EMV.
Foram avaliados os efeitos de diferentes níveis de salinidade sobre os parâmetros
hematológicos de tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus). Para tanto, foram
utilizados 144 animais, com peso médio de 80 g, distribuídos aleatoriamente
em 12 tanques com capacidade de 500 l e submetidos a quatro tratamentos
experimentais. Cada tratamento correspondia a um nível de salinidade diferente:
0‰, 10‰, 20‰ e 25‰ de salinidade, com três repetições cada, durante um
período de quatro meses. Ao final do experimento, os animais foram capturados
para a coleta de 2 ml de alíquotas sanguíneas por meio de punção da veia
caudal, com o auxílio de seringas contendo o anticoagulante EDTA a 10% e sem
anticoagulante para a obtenção de soro sanguíneo. Após as coletas, as amostras
foram encaminhadas ao laboratório de Hematologia do Hospital de Medicina
Veterinária da UFBA e realizou-se a contagem de eritrócitos através da câmara de
Neubauer e determinaram-se a taxa de hemoglobina, a proteína total e o volume
globular, além de se realizar a contagem diferencial das células sanguíneas de
defesa (leucócitos e trombócitos) por meio de extensões sanguíneas preparadas
previamente. As médias dos parâmetros hematológico foram obtidas nos quatro
tratamentos. Os resultados encontrados, na ordem crescente de salinidade da
água, foram: Hemoglobina (18,3 g/dl, 18,6 g/dl, 20,5 g/dl e 22,7 g/dl); VG (36,5%,
48,2%, 44,85 e 37,1%), Proteína total (5,3 mg/dl, 7,0 mg/dl, 6,5 mg/dl e 6,0 mg/dl) e
Eritrócitos (1,6 x 106/µL, 1,4 x 106/µL, 1,6 x 106/µL e 1,1 x 106/µL), respectivamente.
As diferentes salinidades aparentemente apresentam pequena influência sobre os
valores das variáveis estudadas, o que pode refletir a capacidade dos peixes de se
adaptarem ao meio, como sugerido por Roche et al., 1989.
Palavras-chave: tilápia, salinidade, hematologia.
AQUICULTURA
P-335
EICOSANOIDES E CITOQUINAS PROINFLAMATORIAS NA
AEROCISTITE AGUDA DE PIARACTUS MESOPOTAMICUS
Gustavo da Silva Claudiano1*; Thalita R. Petrillo1; Silas Fernandes Eto1; Paulo
Fernandes Marcusso1; Jefferson Yunis A.2; Bruna Agy Loureiro1; Dayanne
Carla Fernandes1; Wilson G. Manrique1; Rogério Salvador1; Marco A. A.
Belo1; Julieta Rodini Engracia de Moraes1; Flávio Ruas Moraes1
1
Departamento de Patologia Veterinária, Faculdade de Ciências Agrárias
e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Unesp. Via Prof. Paulo
Donato Castellane, Km 5, Jaboticabal, SP. CEP 14870-000. São Paulo,
Brasil. 2Centro de Aquicultura da UNESP. E-mail: [email protected]
Os processos inflamatórios em mamíferos são bem conhecidos. Do mesmo
modo, muitos dos mecanismos de controle têm sido descritos. Por outro lado,
há pouca informação sobre esses processos em peixes. A inflamação é um
fenômeno complexo que envolve diferentes mediadores e no qual cada sinal
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pode ser interpretado como uma manifestação dos efeitos farmacológicos de
diversas sustâncias endógenas, principalmente aquelas que derivam do ácido
araquidônico. Nesse contexto, o presente trabalho investigou os efeitos da
dexametasona (2,3 mg/kg), indometacina (7,0 mg/kg) e meloxicam (5,0 mg/
kg) sobre a permeabilidade vascular (PV) e o componente celular inflamatório
(CC) na aerocistite induzida por Aeromonas hydrophila inativadas em Piaractus
mesopotamicus, avaliando-se a participação de eicosanóides e citoquinas
nessa resposta. Trezentos e sessenta pacus foram usados. Foi observado que,
180 minutos após inoculação de A. hydrophila, ocorreu a máxima PV. Os
peixes pré-tratados com drogas antiinflamatórias inibiram a PV, sendo que a
dexametasona atuou antes que o meloxicam e a indometacina. A inoculação da
bactéria causou o incremento gradual da acumulação de células, que atingiram
o maior nível 24 horas após o desafio. Nos peixes tratados com dexametasona,
indometacina e meloxicam observou-se diminuição do número de linfócitos,
trombócitos, granulócitos e macrófagos. Não houve diferença significativa
entre as diferentes doses de medicamentos empregadas. Os resultados sugerem
que os eicosanóides e as citoquinas pró-inflamatórias participam da mediação
química na inflamação aguda em pacu.
Palavras-chave: inflamação, teleósteos, alteração vascular, mediadores
químicos, Evans Blue.
AQUICULTURA
P-336
IDENTIFICAÇÃO SIMULTÂNEA DE ANTICORPOS
CONTRA HEMÁCIAS DE CARNEIRO EM TILÁPIAS POR
SOROAGLUTINAÇÃO E ELETROFORESE
Dayanne Carla Fernandes1; Silas Fernandes Eto1; Gustavo da Silva Claudiano1;
Jeferson Yunis2; Paulo Fernandes Marcusso1; Bruna Agy Loureiro1; Rogério
Salvador1; Julieta Rodini Engracia de Moraes1; Flávio Ruas Moraes1
1
Departamento de Patologia Veterinária, Faculdade de Ciências Agrárias
e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Unesp. Via Prof. Paulo
Donato Castellane, Km 5, Jaboticabal, SP. CEP 14870-000. São Paulo,
Brasil. 2Centro de Aquicultura da Unesp, Jaboticabal, São Paulo, Brasil.
Devido às controvérsias e às poucas informações sobre a resposta humoral
em peixes, o presente trabalho avaliou a dinâmica da resposta imune humoral
em Oreochromis niloticus estimulados antigenicamente com eritrócitos de
ovelha com o emprego de aglutinação e eletroforese. Setenta tilápias foram
distribuídas ao azar em dois grupos (n=35); G1 recebeu uma dose única e G2
duas doses do antígeno. G1 foi inoculado com 2,5% do antígeno em 0,15 M PBS
(pH 7,2) (250 µl por peixe). A primeira dose de G2 teve as mesmas características
que G1; a segunda dose foi recebida 14 dias após a primeira, com a mesma
concentração. As avaliações foram realizadas no tempo zero (pré-imune) e
7, 14, 21 e 28 dias após a primeira imunização. Foram coletadas amostras de
sangue para aglutinação do soro e separação das frações de proteína do soro.
A avaliação pré-imune não apresentou títulos contra os eritrócitos da ovelha.
A curva padrão dos anticorpos séricos mostrou diferenças entre os diferentes
tempos avaliados em G1(p <0,05). G2 apresentou diferenças entre os dias 21 e
28. Constatou-se que os maiores títulos de anticorpos séricos num segundo
estímulo confirmam a presença de células de memória T e B nessa espécie.
Esses resultados sugerem que os teleósteos apresentam uma resposta imune
humoral similar à encontrada em mamíferos.
Palavras-chave: imunologia, Oreochromis niloticus, teleósteos, linfócitos.
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BEM-ESTAR ANIMAL, BIOÉTICA E DIREITOS DOS ANIMAIS
P-337
CONCEPÇÃO DE ZOOTERAPIA E BEM-ESTAR NA
INTERAÇÃO RETIREIRO-VACA
Maria de Fátima Martins1; Amanda Tasca Franco2; Marisa Matias França3;
Paula Pieruzzi4
1
Prof.ª Dr.ª do Departamento de Nutrição e Produção Animal, FMVZUSP; 2Graduanda de Zootecnia, FZEA-USP; 3Graduanda de Zootecnia,
FZEA-USP; 4Mestre em Nutrição e Produção Animal, FMVZ-USP
O presente estudo faz parte de uma pesquisa que tem como objetivo entender a
interação retireiro-vaca e avaliar como a utilização dos princípios de bem-estar
pode contribuir para a melhoria do produto final e possibilitar melhor qualidade
de vida para o homem do campo, pois o contato entre eles é muito próximo e
frequente, principalmente no momento da ordenha. Tais questionamentos são
baseados no fato de as vacas serem animais sencientes e terem a capacidade
de reconhecer o tratador, sendo que isso pode influenciar no aumento da
produção. Aspectos relacionados à interação vaca leiteira-retireiro, com vistas
ao aumento do bem-estar animal, à produtividade e à qualidade de vida do
retireiro, foram avaliados. Utilizou-se a abordagem qualitativa, que permite
avaliar a subjetividade e enfatiza a compreensão dos fenômenos vivenciados
pelo retireiros (atitudes, motivações, tendências, percepções, crenças, cultura,
educação). Foram aplicados questionários aos ordenhadores de oito fazendas
da região de Pirassununga-SP. Durante as visitas, também foi observado o
comportamento das vacas no momento da ordenha. A análise das informações
coletadas nesses questionários revelou que as vacas manejadas por retireiros
inseridos na categoria “gentil”, ou seja, aqueles que não gritam e que acariciam
e conferem nomes aos seus animais, defecavam menos na sala de ordenha e
produziam menos leite residual, quando comparadas às que eram manejadas
por tratadores “não gentis”, que gritavam ou diziam não gostar ou ser
indiferentes ao contato com o animal. A partir dessa constatação, concluiu-se
que a interação retireiro-vaca é de extrema importância para promover o
bem-estar, a produtividade e a qualidade do produto final nos sistemas de
criação de bovinos de leite, embora muitos pesquisadores não reconheçam
o relacionamento como melhorador da produção animal. Esses resultados
demonstram a importância do desenvolvimento de pesquisas envolvendo
os princípios da zooterapia na produção animal, contribuindo, assim, para
melhor produtividade, qualidade do leite e bem-estar.
Palavras-chave: interação retireiro-vaca, bem-estar, comportamento,
zooterapia.
BEM-ESTAR ANIMAL, BIOÉTICA E DIREITOS DOS ANIMAIS
P-338
DESEMPENHO PRODUTIVO DE LÁPAROS CRIADOS EM
GAIOLAS E EM BAIAS NO SOLO
Amanda Beatriz de Lima Costa1; Carlo Rossi Del Carratore2; Marcílio Félix2;
Letícia Peternelli Silva2
1
Aluna de Medicina Veterinária da Universidade de Marília–UNIMAR;
2
Docente de Medicina Veterinária da Universidade de Marília-UNIMAR
A produção de carne de coelhos é realizada alojando-se os láparos em
gaiolas de arame em densidades de estocagem entre 12 a 18 animais/m2 de
área de alojamento. Essas condições limitam a movimentação, reduzem a
interação social e restringem padrões comportamentais normais, podendo,
inclusive, gerar comportamentos atípicos decorrentes do estresse (Pinheiro e
Mourão, 2007). Além disso, o piso aramado leva a lesões nas patas traseiras
(Gonzáles-Redondo, 2007). Visando adotar melhores condições de ambiência,
sugere-se recentemente a utilização de baias no solo, forradas com substratos
para absorção dos dejetos (Lidfors, 1997 e Chu et al, 2004). Entretanto, se
por um lado tais condições podem reduzir o estresse, concorrendo para
um melhor desempenho, o aumento da área no solo permitiria maior
movimentação, podendo levar a reduções nessa performance. O experimento
realizado no setor de cunicultura da UNIMAR, comparou o desempenho de
produção dos coelhos criados em gaiolas e em baias no solo. Foram utilizados
65 animais desmamados aos 35 dias de idade, divididos em dois grupos: G1
(baia) e G2 (gaiolas). O G1 foi constituído de 40 animais com peso médio
inicial de 676,65 ± 27,50 gramas, alojados em uma única baia de 2,80 m2 de
área no solo, forrada com maravalha, perfazendo uma densidade de estocagem
de 14,28 animais/m2. Os 25 animais do G2 (peso médio inicial de 691,84 ±
26,84 gramas) foram alojados em cinco gaiolas de 0,35 m2 cada, com 5 animais
por gaiola, à mesma densidade de estocagem. Após 49 dias, os animais do
G1 apresentaram peso médio de 2.110,00 ± 58,75 gramas, enquanto os do
G2, 2.024,00 ± 55,75 gramas. O teste U de Mann-Withney revelou não haver
diferenças estatísticas significantes (p> 0,05) entre os grupos testados. Para a
conversão alimentar, observaram-se valores de 3,82 e 3,62 para os grupos G1 e
G2, respectivamente, indicando um possível maior consumo de ração devido
ao aumento da atividade física. Conclui-se que é viável a criação em baias no
solo sem prejuízo do desempenho produtivo, principalmente se considerarmos
a melhora observada nas condições de bem-estar animal.
Palavras-chave: coelhos, bem-estar animal, produção.
BEM-ESTAR ANIMAL, BIOÉTICA E DIREITOS DOS ANIMAIS
P-339
EQUÍDEOS DE TRAÇÃO ATENDIDOS PELO PROJETO
CARROCEIRO DA UNIVASF NO MUNICÍPIO DE CASA
NOVA-BA
Amanda Karoline R. Nunes1; Juliana Siqueira Magalhães de Oliveira1;
Marcelo Domingues de Faria2; Adriana Gradela2
1
Discente da Universidade Federal do Vale do São Francisco –
UNIVASF; 2Docente da Universidade Federal do Vale do São Francisco
– UNIVASF. E-mail: [email protected].
Avaliou-se o tipo e manejo de equídeos de tração utilizados na feira livre do
município de Casa Nova-BA (9 10´S 40 59’O) no período de fevereiro a junho
de 2013. Carroceiros responderam a um questionário sobre tipo de material
transportado, equídeo utilizado (sexo, espécie) e condições de manejo do
equídeo (ambiente, alimentação, consumo de água e sal mineral). Os dados
foram tabulados no programa Excel e expressos em porcentagem. 33,3% (14/42)
realizavam transporte de qualquer tipo de material (familiares, alimentos,
frete, reciclagem, entulho de construção, etc.), 54,8% (23/42) faziam frete e
transportavam entulho de construção e 11,9% (5/42) usavam o animal para
esporte ou lazer. Dos animais utilizados, 72,6% (53/73) eram machos e 27,4%
(20/73), fêmeas; 48,0% (35/73) eram da espécie equina, 43,8% (32/73) eram
asininos e 8,2% (6/73), muares. Relacionando-se a espécie e o sexo dos animais,
na espécie asinina predominaram os machos (96,9%, 31/32) em relação às
fêmeas (3,1%, 1/32), enquanto nas espécies equina (54,3% (19/35) machos e
45,7% (16/35) fêmeas) e muar (50,0% (3/6) machos e 50,0% (3/6) fêmeas), os
sexos se equipararam. Quanto ao tipo de manejo, viviam soltos próximos a
rios (42,5%, 31/73); presos nas proximidades da casa (27,4%, 20/73); no quintal
da casa (19,2%, 14/73); em baias ou piquetes (6,8%, 5/73) ou em chiqueiros
(4,1%, 3/73). Quanto à alimentação, recebiam farelo de milho e capim (49,3%,
36/73); ração e farelo de milho (19,2%, 14/73); farelo de milho (15,1%, 11/73);
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fruta, comida caseira, capim, etc. (9,6%, 7/73) ou apenas capim (6,8%, 5/73).
Quanto ao consumo de água, recebiam à vontade (42,5%, 31/73); duas vezes
ao dia (38,3%, 28/73); três vezes ao dia (15,1%, 11/73) ou uma vez ao dia (4,1%,
3/73). Quanto à mineralização, recebiam apenas sal de cozinha (42,5%, 31/73);
nenhum tipo de mineral (34,2%, 25/73); sal de cozinha e sal mineral (12,3%,
9/73) ou apenas sal mineral (11,0%, 8/73). Concluiu-se que os animais são
principalmente da espécie equina, machos, criados soltos e alimentados com
dieta desbalanceada.
Palavras-chave: manejo, equinos, asininos, muares.
BEM-ESTAR ANIMAL, BIOÉTICA E DIREITOS DOS ANIMAIS
P-340
ÍNDICE DE VACINAÇÃO ANTIRRÁBICA EM EQUÍDEOS
DE TRAÇÃO E ÍNDICE DE CONSCIENTIZAÇÃO DE SUA
IMPORTÂNCIA NA FEIRA LIVRE DO MUNICÍPIO DE CASA
NOVA-BA
Carina de Castro Santos Mel1; Amanda Karoline Rodrigues Nunes1;
Juliana Siqueira Magalhães de Oliveira1; Marcelo Domingues de Faria2;
Adriana Gradela2
1
Bolsista PIBIC do Colegiado de Medicina Veterinária da Universidade
Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF; 2Docente do Colegiado de
Medicina Veterinária da Universidade Federal do Vale do São Francisco –
UNIVASF. E-mail: [email protected].
Em Casa Nova-BA, os carroceiros têm papel importante na economia,
transportando entulhos, lixo, alimentos e fretes, etc. Além dos problemas
relacionados ao bem-estar animal, há o risco de transmissão de zoonoses,
como a raiva, e de outras doenças a equídeos de populações controladas.
Avaliou-se a espécie e idade dos equídeos e o índice de aceitação da vacinação
antirrábica (IAV) e o índice de conscientização de sua importância (ICI) pelos
proprietários. Cinco visitas, uma a cada mês, foram realizadas no período
de fevereiro a junho de 2013 na feira livre desse município pelo Projeto
Carroceiro da UNIVASF. Carroceiros eram convidados a responder a um
questionário sobre a espécie e idade do equídeo de tração utilizado, se este
recebeu vacinações prévias e a frequência das mesmas. Em seguida, animais
a partir de 4 meses de idade recebiam vacinação antirrábica (2 ml de vacina
inativada; LaboVet®, Brasil) via IM e, 30 dias depois, a dose de reforço. O IAV
foi estimado pelo número de animais vacinados/número de animais atendidos
(AV/AT x 100) e o ICI, pelo retorno para aplicação da dose de reforço. Foram
cadastrados 42 carroceiros, sendo 27 (64,2 %) no mês de fevereiro; 11 (26,4%)
no mês de março; 2 (4,7%) no mês de abril; 0 (0 %) no mês de maio e 2 (4,7%)
no mês de junho. Foram atendidos 73 equídeos de tração, 48,0% (35/73) da
espécie equina, 43,8% (32/73) da asinina e 8,2% (6/73) da muar, com idades
de 0 a 4 anos (17,8%, 13/73), de 5 a 10 anos (45,2%, 33/73), de 11 a 15 anos (22%,
16/73) e de 16 anos ou mais (15%, 11/73). 100,0% nunca haviam sido vacinados
antes (100,0%, 73/73); o IAV foi de 100,0% (73/73) e o ICI de 80,8% (59/73).
Conclui-se que os animais utilizados eram, na maioria, equinos e jovens e que
a vacinação teve excelente aceitação e alta compreensão de sua importância.
Portanto, ações como a do Projeto Carroceiro são essenciais para o controle da
raiva junto à população de carroceiros das grandes cidades.
Palavras-chave: equino, asinino, muar, raiva.
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BEM-ESTAR ANIMAL, BIOÉTICA E DIREITOS DOS ANIMAIS
P-341
MUDANÇA DE COMPORTAMENTO DE ARANHAS
(ACANTHOSCURRIA
PA R A H Y B A N A )
APÓS
REESTRUTURAÇÃO E ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL DOS
RECINTOS
Glenison Ferreira Dias1; Zara Caroline Raquel de Oliveira1; Simone Loiola
Gomes1; Zacarias Jacinto de Souza Junior1; Kaio Viniccius Zacarias Nunes1;
Carlos Iberê Alves Freitas2.
1
Estagiário(a) do Laboratório de Estudos em Imunologia e Animais
Silvestres – LEIAS/UFERSA; 2Prof. do Departamento de Ciências Animais
– UFERSA. E-mail: [email protected]
O presente trabalho objetivou detectar o repertório comportamental expresso
e comparar o desempenho de aranhas mantidas no LEIAS antes e após
o enriquecimento ambiental dos recintos, contribuindo com um estudo
preliminar do comportamento da espécie analisada, avaliação do bem-estar
de aranhas e aprimorar o manejo dessa espécie. Sete aranhas A. parahybana,
quatro adultas e três jovens, foram acondicionadas individualmente em
recipientes plásticos que apresentavam área de 627 cm2 ou de 999 cm2, com
tampas para evitar a fuga dos animais, sendo que nestas existiam orifícios para
promover a circulação do ar. Os animais eram previamente acondicionados
apenas com uma folha de papel recobrindo o fundo do espaço e um recipiente
de água. Para promover o enriquecimento e mimetizar o ambiente natural,
foi composto e adicionado substrato à base de areia, fibras de coco e seixos de
rio e, para ambientação e refúgio, folhas, ramos de plantas e quengas de coco
(endocarpo). Antes desse enriquecimento ambiental, que foi principalmente
físico e sensorial, as aranhas demonstravam movimentos restritos, frequentes
comportamentos defensivos de liberação de pelos durante o manuseio e
ausência de produção de seda e ooteca. Após a aplicação dos incrementos, foi
observado que 54,14% das aranhas produziram seda nas primeiras 24 horas
e 100% após 48 horas, além de “grooming”. Um exemplar das mais jovens
produziu ooteca 24 horas após ser colocado no novo recinto, não sendo
observada ecdise em nenhuma delas. Nos animais de produção, as alterações
comportamentais são frequentemente utilizadas como um indicador para a
avaliação do bem-estar animal, e nas aranhas isso não é diferente. Os aspectos
avaliados demonstram a melhoria do bem-estar desses animais devido à
confecção de ambientes que preenchem os requisitos básicos necessários ou
mimetizam o seu ambiente natural. Considerando-se os resultados observados,
conclui-se que a reestruturação do ambiente teve aceitação, proporcionando
conforto aos animais, que apresentaram resultados positivos em relação à
saúde física e psicológica das espécies submetidas a esse manejo.
Palavras-chave: caranguejeiras, bem-estar animal.
4 0 º C O N B R AV E T
BEM-ESTAR ANIMAL, BIOÉTICA E DIREITOS DOS ANIMAIS
P-342
O BEM-ESTAR ANIMAL ASSOCIADO A PESQUISAS
CIENTIFICAS
Kamila Araujo de Mesquita1; Gerson Tavares Pessoa2; Gustavo Cardoso
da Silva3; José Mario Lima Coutinho3
1
Aluna da Graduação do Curso de Biomedicina da Faculdade CET; 2Pósgraduando do Programa de Pós-graduação em Ciência animal – CCA/
UFPI; 3Aluno da Graduação do Curso de Biomedicina da Faculdade
Mauricio de Nassau
A utilização de animais em pesquisas científicas e na docência tem sido uma
prática constante que permeia a própria história da ciência desde os tempos
pré-históricos até os dias de hoje, representando uma das questões mais
conflitantes no debate bioético entre pesquisadores e grupos de proteção
dos animais. Utilizam-se animais de várias espécies, sendo os camundongos
os mais utilizados em experiências cientificas, desenvolvimento de técnicas
cirúrgicas, estudos nas áreas de fisiologia, bioquímica e comportamento
animal e testes afins para comprovar o uso de medicamentos e vacinas. Sem
modelos animais, provavelmente não conheceríamos parâmetros zootécnicos
importantes e específicos de cada espécie, como o consumo alimentar, a
digestibilidade e metabolizabilidade de alimentos e seus nutrientes, o ganho
de peso, a composição de carcaças e outros aspectos de interesse zootécnico,
e vidas não seriam salvas ou melhoradas por avanços propiciados por essas
pesquisas. A avaliação dos projetos de pesquisa com animais deve ter o mesmo
rigor que a pesquisa realizada com seres humanos, sendo que os animais
utilizados nesses projetos científicos devem receber toda atenção e cuidado.
Esse é um assunto muito polêmico, que será alvo de vários questionamentos
e discussões, tanto por parte dos protetores dos animais quanto por parte de
pesquisadores e cientistas. Foram revisadas as questões que envolvem a ética
e o bem-estar animal em pesquisas zootécnicas, as perspectivas da sociedade
protetora dos direitos dos animais e dos pesquisadores quanto à lei n° 11.794
de 08 de outubro de 2008, que disciplina a criação e utilização de animais
em atividades de ensino e pesquisa científica em todo o território nacional
desde que sejam tratados com ética e dignidade, e as consequências dessa
lei no uso de animais em experimentação científica, bem como estimular a
reflexão e discussão a respeito da ética e bem-estar dos animais ao longo dos
experimentos zootécnicos.
Palavras-chave: bem-estar animal, pesquisa, métodos alternativos.
BIOTECNOLOGIA
P-344
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE LACTOBACILLUS SP.
ISOLADOS DE QUEIJO COLONIAL SERRANO CATARINENSE
PRODUZIDO COM LEITE CRU
Felipe Nael Seixas1; Juliana Ramos Pereira2; Vanerli Beloti3; Justa Maria
Poveda4
1
Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal/UEL.
E-mail: [email protected]; 2Mestrando do Programa de Pós-graduação em
Ciência Animal/UEL; 3Professora do Programa de Pós-graduação em Ciência
Animal/UEL; 4Professora da Universidade de Castilla-La Mancha, Espanha.
Foi investigada a atividade aminopeptidásica, produção de aminas biógenas
e atividade lipolítica de Lactobacillus sp. isolados de queijo Colonial
Serrano Catarinense produzido em Santa Catarina com leite cru de vaca.
Determinou-se a caracterização tecnológica de 43 Lactobacillus selecionados
de 780 estirpes isoladas de 20 amostras de queijo Colonial Serrano
Catarinense. Para a avaliação da atividade aminopeptidásica com dois
substratos, L-lisina p-nitroanilida (Lys-PNA) e L-leucina p-nitroanilida
(Leu-PNA), utilizou-se o método de Arizcun et al. (1997); para a produção
de aminas biógenas, o método de Bover-Cid e Holzapfel (1999), utilizando
como substratos a L-tirosina, L-histidina, L-lisina e L-ornitina; para a
atividade lipolítica, o método de Morandi et al. (2006). Aplicou-se a análise
de variância (ANOVA) com o programa IBM SPSS Statistic, versão 19. Seis
cepas de Lactobacillus apresentaram capacidade lipolítica: Lb 53, Lb 63, Lb
67, Lb 79, Lb 83 e Lb 86. Em relação à atividade aminopeptidásica, todas as
estirpes apresentaram a atividade Leu-aminopeptidase mais elevada que Lysaminopeptidase, com destaque para a Leu-PNA das cepas Lb 30, Lb 45, Lb 47,
Lb 49, Lb 80, Lb 83 e Lb 86 e para a Lys-PNA das cepas Lb 33, Lb 36, Lb 49,
Lb 58, Lb 68, Lb 77, Lb 80 e Lb 84 (P<0,05). Para aminas biógenas, observou
se que as estirpes Lb 48, Lb 65, Lb 77, Lb 80, Lb 82 e Lb 83 foram capazes
de descarboxilar a L-histidina. Observou maior número de estirpes avaliadas
para Lys-PNA com melhores resultados em relação às avaliadas para LeuPNA. Destas, duas estirpes coincidiram em ambas as análises. Seis estirpes
apresentaram capacidade lipolítica, importante no desenvolvimento do sabor
e aroma em queijos. Essas estirpes poderiam ser incluídas na formulação de
um cultivo iniciador, já que poderiam contribuir com o desenvolvimento do
aroma e sabor em um queijo industrial.
Palavras-chave: Lactobacillus, aminas biógenas, propriedades
tecnológicas.
BIOTECNOLOGIA
P-345
DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DE MODELO DE
COLETA DE SANGUE (ANGIOVET II) PARA SUBSTITUIÇÃO
DE ANIMAIS EM AULAS PRÁTICAS
Ana Paula de Castro1; Andrezza Cavalcanti de Andrade1; Aristófanis Brito1;
Eldo Gonçalves1; Flávio Souza1; George Antônio Maciel Mudo1; Henrique
Dessoto1; Juan Yuri Eugênio1; Kahel Neves1; Laio Ramon Torres1; Aldrin
Éderson Vila Nova Silva2; Flaviane Maria Florêncio Monteiro Silva3.
1
Discente de Medicina Veterinária, UNIVASF; 2Docente do Colegiado de
Zootecnia, UNIVASF; 3Docente do Colegiado de Medicina Veterinária,
UNIVASF. E-mail: [email protected];
O objetivo do trabalho foi desenvolver um modelo de coleta de sangue venoso
para minimizar o uso de animais em aulas práticas. O trabalho foi realizado no
Laboratório de Fisiologia Animal – CCA-UNIVASF, utilizando-se manequim
osteotécnico da espécie canina em posição de decúbito lateral. Para simular
artérias e veias, foram utilizados tubos plásticos de 4,0 mm de diâmetro. Nos
pontos de coleta, tubos de silicone de 5,0 mm diâmetro foram fixados ao
esqueleto com lacres plásticos. A atividade cardíaca foi simulada com bomba
de aquário submersa em líquido vermelho, gerando fluxo e pressão na rede
dos tubos. Torneiras de três vias direcionaram o fluido para toda rede de
tubos. O modelo foi aplicado a 27 alunos da disciplina de Fisiologia Animal I
do 3º período da Medicina Veterinária, que, em seguida, responderam a um
questionário. Para 55% dos alunos, o modelo é ótimo; para 41%, bom; para
4%, regular. Todos conseguiram acessar os vasos, sendo que 70% classificaram
como ótimo e 30% como bom o acesso. Questionados sobre a posição em
decúbito lateral, 89% não tiveram dificuldades em manipular os membros
para realizar a coleta e 11% tiveram dificuldade em comparação com o modelo
ANGIOVET I. Considerando os locais de coleta (veias cefálica, jugular e safena
lateral), 60% não tiveram dificuldade para coletar em nenhum dos vasos, 37%
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4 0 º C O N B R AV E T
na veia jugular e apenas 3% tiveram dificuldade em todos os vasos. Quando
questionados sobre o uso do modelo para substituir animais em aulas práticas,
22% dos alunos acharam a substituição regular; 41%, boa; 37%, ótima. Com
esses resultados, concluiu-se que o modelo ANGIOVET II é um recurso que
pode ser utilizado na substituição de animais nas aulas práticas de coleta de
sangue em cães e que a posição em decúbito lateral facilita o acesso para se
treinar a coleta.
Palavras-chave: coleta de sangue, modelo de coleta, práticas substitutivas.
BIOTECNOLOGIA
P-346
DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE NOVAS
FORMULAÇÕES VACINAIS CONTRA CORYNEBACTERIUM
PSEUDOTUBERCULOSIS
Juliana da Silva Gomes1; Cleber Eduardo Galvão Carvalho2; Simone
Camargo Sanches1; Newton Valério Verbisk3; Lenita Ramires dos Santos3;
Grácia Maria Soares Rosinha3
1
Alunas de mestrado do programa de pós-graduação em Ciência Animal da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), 2Aluno de doutorado
do programa de pós-graduação em Ciência Animal da Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), 3Pesquisadores da Embrapa Gado
de Corte – Sanidade Animal. E-mail: [email protected]
Foi avaliado o desempenho de uma vacina de DNA e de subunidade contra
a Linfadenite Caseosa como uma alternativa eficaz de controle e erradicação
dessa enfermidade em rebanhos de ovinos e caprinos. O gene NPL/P60-Family
secreted protein foi obtido a partir da imunovarredura de uma biblioteca de
expressão de C. pseudotuberculosis. Esse gene expressa uma proteína secretada
que, em bactérias do gênero Mycobacterium, está relacionada a fatores de
virulência e invasão de células hospedeiras. O gene NPL/P60 foi amplificado
pela PCR e clonado no plasmídeo pCDNA3.1+ para expressão gênica in vivo e
pAE para expressão de proteína recombinante em E. coli. As construções
foram confirmadas por sequenciamento, e a construção do plasmídeo NPL/
P60+pcDNA3.1+ será testada como imunógeno na vacina de DNA em grupos
de camundongos BALB/c. Esses animais serão desafiados com a amostra
virulenta 512 C. pseudotuberculosis ovis. As análises da resposta humoral dos
camundongos imunizados com as vacinas serão realizadas a partir do soro
sanguíneo coletado quinze dias após cada imunização e testado por meio da
técnica de ensaio de absorção imunoenzimático (ELISA). Obtivemos como
resultados parciais a expressão in vitro que foi realizada com o plasmídeo NPL/
P60+pAE para se obter uma proteína recombinante que, após ser purificada,
será utilizada como vacina de subunidade. A avaliação da expressão in
vivo para se obter a confirmação da mensagem vacinal foi realizada pela RTPCR obtida de RNA de camundongos BALB/c imunizados e transfectados em
células de mamíferos, mas obtivemos baixa expressão; desta forma, planeja-se
fazer uma nova extração de RNA. Espera-se com este projeto obter uma vacina
segura, de fácil manipulação, que apresente eficácia imunológica e que, assim,
seja capaz de proteger ovinos e caprinos.
Palavras-chave: vacina, Corynebacterium pseudotuberculosis, linfadenite
caseosa.
50
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BIOTECNOLOGIA
P-347
EFEITO DA ABAREMA COCHLIACARPOS (GOMES) COMO
AGENTE INIBITÓRIO DA LESÃO MUSCULAR INDUZIDA
PELO VENENO BOTHROPS LEUCURUS
Jeison Saturnino de Oliveira1; Daiana do Carmo Santos2; Adriana Gibara
Guimarães3; Antônio Santos Dias4; Charles dos Santos Estevam4; Waldecy
de Lucca Júnior1; Durvanei Augusto Maria5; Paulo de Assis Melo6; Adriano
Antunes de Souza Araújo7; Lucindo J. Quintans Júnior4
1
Prof. do Departamento de Morfologia da UFS, 2Graduanda de Medicina
Veterinária da UFS, 3Prof.ª do Departamento de Ciências da Saúde da
UFS, 4Prof. do Departamento de Fisiologia da UFS, 5Pesquisador do
Instituto Butantan, 6Prof. do Departamento de Farmacologia da UFRJ,
7
Prof. do Departamento de Farmácia da UFS. Email: jeison_fisioterapia@
yahoo.com.br
O ofidismo é um problema de saúde pública no mundo, especialmente nos
países tropicais. O objetivo deste trabalho foi investigar os mecanismos
envolvidos no efeito do extrato hidroetanólico da entrecasca da Abarema
cochliacarpos (EAc) na lesão muscular induzida pelo veneno de Bothrops
leucurus. Foram utilizados camundongos Swiss machos (28-32 g; n=6 por
grupo), que receberam injeção perimuscular do veneno Bothrops leucurus
(BlV – 1 mg/Kg/pata – Volume 50 µl) no membro posterior direito e foram
tratados por via oral (v.o.) com veículo (solução salina) ou EAc (100, 200
ou 400 mg/kg). Na hipernocicepção mecânica, os animais foram avaliados
nos tempos 2, 4 e 6 horas, utilizando o analgesímetro digital (Von Frey). Na
atividade edematogênica, os animais foram avaliados nos tempos 15, 30, 60 e
90 minutos, utilizando o paquímetro digital. Já atividade motora foi analisada
pelo teste de rota-rod e os animais foram avaliados em 1, 3 e 7 dias. Na avaliação
histológica, o músculo Extensor digitorum longus (EDL) foi isolado, fixado,
desidratado, retirado, emblocado em resina e cortado. Os tecidos foram
corados com hematoxilina eosina, observados ao microscópio óptico e
eletrônico e posteriormente fotografados. Os protocolos experimentais foram
aprovados pelo comitê de ética em pesquisa com animais da UFS (CEPA:
61/12). Os resultados foram analisados utilizando ANOVA seguido do teste de
Tukey. O tratamento por v.o com EAc (400 mg/Kg) inibiu a hipernocicepção
mecânica (2h 5,1±0,76; 4h 5,70±0,65; 6h 5,93±0,49; p<0,05), em comparação
com os animais do grupo controle (2h 2,08±0,33; 4h 2,28±0,18; 6h 2,52±0,24).
A inibição também foi verificada na atividade edematogênica com EAc (400
mg/kg), (15 min. 15,35±0,27; 30 min. 12,63±0,69; 60 min. 9,38±0,29 e 90 min.
6,83±0,66; p<0,05), em comparação com os animais do grupo controle (15 min.
29,7±0,17; 30 min. 25,8±0,26; 60 min. 20,15±0,24 e 90 min. 14,76±0,21). Quanto
à atividade motora, o EAc (400 mg/Kg) preservou a capacidade motora (1 dia
74,22±0,46; 3 dias 97,02±0,20; p<0,05 e 7 dias 123,24±0,48), em comparação
com o grupo controle (1 dia 25,03±0,26; 3 dias 47,22±0,36 e 7 dias 97,21±0,18).
Na análise histológica, verificou-se uma inibição da lesão muscular após
administração do EAc (400 mg/Kg), preservando as fibras musculares.
Nossos resultados demonstraram que o EAc inibiu os efeitos nocivos do
veneno, sugerindo que esse composto apresenta potencial biotecnológico no
tratamento coadjuvante do ofidismo.
Palavras-chave: Bothrops leucurus, Abarema cochiliacarpos, ofidismo,
lesão muscular.
4 0 º C O N B R AV E T
BIOTECNOLOGIA
P-349
ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS TECNOLÓGICAS DE
LEUCONOSTOC SP. ISOLADAS DE QUEIJO COLONIAL
SERRANO CATARINENSE
BIOTECNOLOGIA
P-350
FORMULAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PROTEÇÃO E
RESPOSTA HUMORAL DE UMA VACINA DE DNA CONTRA
LINFADENITE CASEOSA
Felipe Nael Seixas1; Juliana Ramos Pereira2; Vanerli Beloti3; Justa Maria
Poveda4
1
Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal/
UEL. E-mail: [email protected]; 2Mestrando do Programa de Pósgraduação em Ciência Animal/UEL; 3Professora do Programa de
Pós-graduação em Ciência Animal/UEL; 4Professora da Universidade
de Castilla-La Mancha, Espanha.
Simone Camargo Sanches1; Cleber Eduardo Galvão Carvalho2; Stenio
Perdigão Fragoso3; Lenita Ramires dos Santos4; Grácia Maria Soares
Rosinha5; Cleber Oliveira Soares5
1
Aluna de mestrado do programa de pós-graduação em Ciência Animal da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), 2Aluno de doutorado
do programa de pós-graduação em Ciência Animal da Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), 3Pesquisador do Instituto de
Biologia Molecular do Paraná (IBMP), 4Pesquisadora da Embrapa Gado de
Corte – Sanidade Animal – Laboratório de Imunologia, 5Pesquisadores da
Embrapa Gado de Corte – Sanidade Animal – Laboratório de Engenharia
Genética Animal. E-mail: [email protected]
Foi investigada a atividade aminopeptidásica, da produção de aminas biógenas
e da atividade lipolítica de estirpes de Leuconostoc sp. isoladas do queijo
Colonial Serrano Catarinense produzido artesanalmente com leite cru de vaca
em Santa Catarina. Com a finalidade de conhecer as estirpes que apresentem
as melhores características tecnológicas para a produção de um queijo
industrial, determinou-se a caracterização tecnológica de 12 Leuconostoc sp.
selecionadas em uma coleção de bactérias ácido-láticas autóctones isoladas
de 20 amostras de queijo Colonial Serrano Catarinense. Para a avaliação da
atividade aminopeptidásica com dois substratos, L-lisina p-nitroanilida (LysPNA) e L-leucina p-nitroanilida (Leu-PNA), utilizou-se o método de Arizcun
et al. (1997); para a produção de aminas biógenas, o método de Bover-Cid
e Holzapfel (1999), utilizando como substratos a L-tirosina, L-histidina,
L-lisina e L-ornitina; para a atividade lipolítica, o método de Morandi et al.
(2006). Aplicou-se a análise de variância (ANOVA) usando o programa IBM
SPSS Statistic, versão 19. Das 12 estirpes de Leuconostoc sp. estudadas, as que
apresentaram capacidade lipolítica foram as Ln 02, Ln 03, Ln 04, Ln 09 e Ln 10.
Em relação à atividade aminopeptidásica, todas as estirpes apresentaram a
atividade Leu-aminopeptidase mais elevada que Lys-aminopeptidase, com
destaque para a Leu-PNA das estirpes Ln 02, Ln 05, Ln 06, Ln 07, Ln 08, Ln 10,
Ln 60, Ln 61 e Lys-PNA das Ln 02, Ln 03, Ln 10, Ln 60 (P<0,05). Nenhuma das
estirpes de Leuconostoc estudadas foi capaz de descarboxilar as aminas biógenas
avaliadas. Observou-se maior número de estirpes avaliadas para Leu-PNA com
melhores resultados em relação às avaliadas para Lys-PNA. Destas, três estirpes
coincidiram em ambas as análises. Cinco estirpes apresentaram capacidade
lipolítica, importante no desenvolvimento do sabor e aroma em queijos.
Palavra-chave: Leuconostoc, atividade lipolítica, aminas biógenas.
O objetivo deste estudo foi desenvolver uma vacina de DNA contra linfadenite
caseosa, testá-la em camundongos BALB/c e avaliar a produção de anticorpos
específicos e os níveis de proteção conferidos aos animais testados. Para isso, o
gene denominado proteína de superfície de membrana (psm), que produz uma
proteína potencialmente antigênica, selecionado por técnica de imunovarredura
de uma biblioteca de expressão de C. pseudotuberculosis, foi usado como
alvo da construção de uma vacina de DNA. Parte desse gene foi amplificada
pela PCR e clonada nos plasmídeos pET28a e pcDNA3.1+ para produção de
proteína recombinante in vitro e expressão in vivo, respectivamente. Grupos
de cinco camundongos da linhagem BALB/c receberam quatro doses do
candidato a imunógeno e associação (pcDNApsm, pcDNApsm + pCIIL-12)
e doses controle (pcDNA3.1+, pCIIL-12 e PBS). Amostras sanguíneas foram
coletadas após 15 dias de cada inoculação para posterior análise humoral.
O ELISA indireto revelou que o candidato a imunógeno induziu resposta
específica de IgG e subclasse IgG1 e IgG2a e os estudos de proteção mostraram
que o candidato a imunógeno pcDNApsm evitou a morte de 20% dos animais
testados.
Palavras-chave: linfadenite Caseosa, vacina de DNA, proteína
recombinante, ELISA.
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4 0 º C O N B R AV E T
DEFESA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA
P-351
CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E PRINCIPAIS SINAIS
CLÍNICOS DE CÃES INFECTADOS COM HEPATOZOON
CANIS NO MUNICÍPIO DE AREIA-PB
DEFESA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA
P-352
CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DOS BOXES DE
COMERCIALIZAÇÃO DE CARNES DO MERCADO PÚBLICO
ALBANO FRANCO, EM ARACAJU-SE
Maria das Graças da Silva Bernardino1; Maria Vanuza Nunes de Meireles1;
Edijanio Galdino da Silva1; Fábio Júnior Rodrigues Xavier1; Fabiana Satake2
1
Graduandos em Medicina Veterinária na Universidade Federal da
Paraíba. E-mail: [email protected]. 2Professora Adjunta do
Departamento de Ciências Veterinárias, UFPB, Areia-PB.
Tharciany Almeida Amorim Souza; Albert Joseph Marques Oliveira;
Priscila da Fonseca Accioly Cardoso; Daiana Vieira da Silva; Osmário
Marques Oliveira; Alexandre Luna Candido
Foram avaliadas as características epidemiológicas e os principais sinais clínicos
apresentados por cães infectados por H. canis na área urbana do município
de Areia, Paraíba, Brasil. O estudo foi realizado no Laboratório de Patologia
Clínica do Hospital Veterinário – Departamento de Ciências Veterinárias
– CCA/UFPB com 14 cães positivos para H. canis. Esses animais eram de
diferentes raças e idades, entre machos e fêmeas, provenientes da área urbana
de Areia. Os proprietários responderam ao questionário epidemiológico
e em seguida os animais foram submetidos ao exame clínico e colheita de
amostras biológicas. Entre os cães infectados com H. canis, 10 (71,4%) eram
machos e 4, fêmeas (28,6%); a faixa etária mais acometida foi a de adultos
(78,6%); 3 animais tinham idade inferior a um ano (21,4%); 13 cães (92,9%)
não apresentaram raça definida, enquanto um era labrador (7,1%). Em relação
aos fatores predisponentes, 6 animais tinham acesso à rua (42,9%), 5 animais
já tiveram carrapatos (35,7%) e 9 animais (64,3%) apresentaram ectoparasitas
no momento do exame clínico. Dos 14 cães positivos, 7 (50%) apresentaram a
forma subclínica da doença e, com relação aos sinais clínicos observados, 50%
apresentaram hipertermia, seguida de apatia (14,3%), perda de peso (14,3%),
diarreia sanguinolenta (7,1%) e hiporexia (7,1%). A partir do estudo realizado,
conclui-se que os cães mais acometidos por H. canis foram machos, adultos e
sem raça definida. A forma subclínica da doença foi apresentada por 50% dos
cães, e os principais sinais clínicos observados foram febre, apatia e perda de
peso.
Palavras-chave: hepatozoonose, epidemiologia, hemoparasitose.
52
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Os alimentos de origem animal, especificamente as carnes, pela sua
composição e sua elevada atividade de água, são bastante susceptíveis à
deterioração microbiana. Excelentes meios de cultura para o crescimento de
microrganismos, estão envolvidas na disseminação de patógenos humanos e
veterinários. Assim, é importante controlar a contaminação, multiplicação e
sobrevivência microbiana nos diversos ambientes, equipamentos, utensílios
e manipuladores nos centros de comercialização desses produtos. Partindo
deste pressuposto, realizou-se um levantamento das condições higiênicosanitárias das carnes comercializadas no Mercado Municipal Albano
Franco, em Aracaju-SE. A pesquisa foi realizada por meio de observações e
questionários aplicados aos comerciantes de carne durante a comercialização.
Avaliaram-se a infraestrutura, equipamentos, utensílios, colaboradores,
procedimentos operacionais, fluxo e atenção ao controle de qualidade das
carnes comercializadas. Os principais resultados encontrados revelaram
a precária infraestrutura, a má higienização dos equipamentos, utensílios
e colaboradores, os inadequados procedimentos operacionais e fluxo e
a ausência da atenção ao controle de qualidade do mercado em questão.
Quanto aos comerciantes, constatou-se pouco esclarecimento referente às
doenças transmitidas por alimentos (DTAs) e à legislação. Torna-se evidente
a necessidade urgente de melhorar a infraestrutura e a capacitação dos
comerciantes no que tange às boas práticas de higiene e manipulação de carnes
e derivados, além da promoção de campanhas sócio-educativas que exponham
à população a importância da prevenção dos riscos da ingestão de alimentos
que possam veicular doenças através do seu consumo.
Palavras-chave: carne bovina, condições higiênico-sanitárias, Mercado
Albano Franco.
4 0 º C O N B R AV E T
DEFESA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA
P-353
CUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO SANITÁRIA SOBRE
COMÉRCIO E PROPAGANDA DE TABACO PELOS
ESTABELECIMENTOS VAREJISTAS DE ALIMENTOS NO
MUNICÍPIO DE ARACAJU NO ANO DE 2013
Juliano Pereira Santos1; Paulo Tojal Dantas Matos2; Antônio Nilo Almeida3;
Margareth Porto Pinheiro3; Flávio Moreno Andrade dos Santos2; João
Vinícius Santos Craveiro2
1
Médico-Veterinário Gerente de Alimentos e Serviços Veterinários da
Vigilância Sanitária de Aracaju; 2Aluno de graduação do curso de Medicina
Veterinária; 3Médico-Veterinário da Vigilância Sanitária de Aracaju.
Foi investigado o cumprimento da legislação sobre comércio de tabaco nos
estabelecimentos varejistas de alimentos em Aracaju no ano de 2013. Foram
inspecionados 74 estabelecimentos classificados como minimercados,
supermercados e hipermercados, cadastrados na Vigilância Sanitária
municipal, observando-se os seguintes aspectos: se a publicidade existente
estava acompanhada de advertência, de mensagem sanitária ou de outro
tipo de mensagem pertinente; se havia indicadores claros sobre a proibição
da venda de tabaco a menores de idade; se havia exposição do produto em
local controlado, longe do alcance de crianças e em local separado da venda
de doces e brinquedos e se as embalagens dos produtos comercializados
possuíam advertências sanitárias acompanhadas de imagens. Os itens citados
foram observados durante inspeção de rotina pelos fiscais da vigilância
sanitária no período compreendido entre janeiro e setembro de 2013. Todos os
estabelecimentos atendiam ao determinado nas legislações específicas sobre
o produto, não havendo quaisquer problemas relacionados à publicidade
e exposição para venda. Isso indica que o conjunto de leis que regulam
o comércio de tabaco, associado às ações educativas e de fiscalização da
Vigilância Sanitária do município de Aracaju, tem efeito positivo na restrição
do acesso ao produto.
Palavras-chave: minimercados, supermercados, hipermercados,
inspeção, tabaco.
DEFESA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA
P-354
ESTRUTURAÇÃO DO LABORATÓRIO DE SANIDADE DE
ABELHAS DA CIDASC
Beatriz Machado Terra Lopes1; Tatiana Brognolli d’Aquino1; Daniele C. S.
Hoffmann Kormann1; Eli C. Martins Verdum Nunes1; Luiz Carlos Xavier
de Souza2; Ana Maria de Andrade Mitidiero3
1
Médica Veterinária da CIDASC/Laboratório Regional de
Diagnóstico, 2 Gerente de Apoio Laboratorial da CIDASC/
GELAB, 3Médica Veterinária Responsável pelo Programa de Sanidade
Apícola da CIDASC/GEDSA
Em virtude da importância das abelhas como agentes polinizadores e como
produtoras de mel e de outros derivados apícolas, tornam-se cada vez mais
importantes os diagnósticos laboratoriais de doenças que acometem as abelhas.
Com o intuito de atender às necessidades do Programa Nacional de Sanidade
Apícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA e
de oferecer suporte laboratorial às atividades de defesa agropecuária estadual
de Santa Catarina, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de
Santa Catarina – CIDASC reconhece a necessidade de implantação de um
Laboratório de Diagnóstico de Doenças de Abelhas. A estrutura física do
laboratório está situada na rodovia SC 301 km 0, junto ao Laboratório Regional
de Diagnóstico da CIDASC, localizado em Joinville-SC. O laboratório conta
com equipamentos para o diagnóstico molecular e parasitológico de doenças
importantes que afetam as colmeias de SC e do Brasil. Entre essas doenças
destacam-se: Varroa destructor, Nosema ceranae, Nosema apis, Acute Bee
Paralysis Virus (ABPV), Black Queen Cell Virus (BQCV) e Deformed Wing
Virus (DWV). O objetivo da CIDASC é estender a capacidade do laboratório
para diagnóstico de outras doenças consideradas de notificação obrigatória
pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), como, por exemplo,
a detecção do Paenibacillus larvae, agente causador da Loque Americana.
Atualmente, no Brasil, o único diagnóstico oficial é a detecção do Paenibacillus
larvae em mel e derivados apícolas realizada pelo LANAGRO/RS e pelo
laboratório credenciado de São Paulo. A implantação do Laboratório de
Sanidade de Abelhas da CIDASC permitirá a realização de monitoramento e
novos estudos epidemiológicos, contribuindo para a prevenção, o controle e a
erradicação de doenças das abelhas.
Palavras-chave: abelha, sanidade, diagnóstico.
DEFESA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA
P-355
ESTUDO DE UM SUPOSTO FOCO DE FEBRE MACULOSA
EM QUIRINÓPOLIS, GOIÁS
Márcio Eduardo Pereira Martins1*; Wilia Marta Elsner Diederichsen de
Brito2; Marcelo Bahia Labruna3; Jonas Moraes Filho4
1
Prof. D.Sc. do Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí; 2Prof.ª D.Sc. do
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública – IPTSP/UFG; 3Prof. D.Sc.
Livre Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – FMVZ/
USP; 4Méd. Vet. M.Sc. – FMVZ/USP. *e-mail: [email protected]
Foi analisada a suspeita de ocorrência da febre maculosa (FM) em
Quirinópolis-GO por meio de inquérito sorológico em amostras de humanos,
cães e equinos e identificação de carrapatos vetores. Em 2007, foram realizadas
reações de imunofluorescência indireta (RIFI) para Rickettsia spp. em amostras
de sangue colhidas de 28 pessoas do grupo de convívio de uma criança de
três anos que apresentou sinais de riquetsiose após exposição a carrapatos.
Dessas 28 pessoas, oito residiam em três propriedades rurais onde a criança
esteve antes de apresentar o quadro enfermo. Nessas propriedades rurais
também foram colhidas amostras de sangue de 5 cães e 42 equinos; somente
entre os equinos houve soropositivos (28,6%). Não foi constatada a presença
do carrapato Amblyomma cajennense, principal vetor de FM no Brasil. Sete
indivíduos foram reagentes para Rickettsia spp., a maioria constituída por
parentes paternos do caso suspeito. Os sinais e sintomas manifestados e os
exames laboratoriais do caso suspeito indicaram quadro clínico compatível
com riquetsiose. Em 2008, na mesma região, foram realizadas RIFI em
amostras de 30 humanos sem sinais clínicos de FM e constataram-se 50%
de soropositivos para Rickettsia spp. Adicionalmente, colheram-se amostras
de sangue de 24 cães errantes, havendo um cão soropositivo. A evidência
sorológica constatada no sangue de humanos e animais oriundos de
Quirinópolis indica o seu contato com bactérias do gênero Rickettsia, o que
sugere que a FM ou outra riquetsiose possam estar ocorrendo no Estado de
Goiás sem que sejam devidamente diagnosticadas.
Palavras-chave: animais, anticorpos, FM, humanos, RIFI, Rickettsia spp.
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DEFESA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA
P-356
IDENTIFICAÇÃO BACTERIOLÓGICA DA SALMONELLA SPP.
E ANÁLISE MICOLÓGICA DE OVOS COMERCIALIZADOS EM
MERCADINHOS NO CENTRO DE LAURO DE FREITAS, BAHIA
Taline Freitas dos Santos1; Tatiane Santana Sales2; Dellane Martins Tigre3;
Fulvia Soares Campos de Souza4; Andréia de Assis Santos5
1
Acadêmico(a) de Medicina Veterinária da UNIME; 2Professora de Doenças
das Aves do curso de Medicina Veterinária da UNIME; 3Professora de
Infectologia IV do curso de Medicina Veterinária da UNIME; 4Mestranda
da pós-graduação em Biotecnologia da UFBA; 5Técnica do Laboratório de
Microbiologia da UNIME
A cadeia produtiva de frangos de corte depende da biosseguridade e
da qualidade dos produtos que são ofertados à população. O intenso
processamento de produtos avícolas necessita de constantes averiguações
a respeito da sua qualidade microbiológica. Alguns fatores fundamentais
para a qualidade dos ovos consumidos baseiam-se na integridade da casca,
no tipo de embalagem e no tempo e temperatura de armazenamento dos
ovos. A ausência de controle desses fatores pode influenciar a contaminação
dos ovos por bactérias que têm grande impacto na saúde pública, como
as do gênero Salmonella, principalmente os sorovares, conhecidos
como Salmonellas paratíficas. O mesmo vale para a contaminação da casca
dos ovos por alguns tipos de fungos. O presente trabalho identificou a
presença de Salmonella spp. e a ocorrência de contaminações fúngicas em
ovos de galinhas vendidos no comércio varejista do município de Lauro
de Freitas, Bahia. Foi adquirida uma placa com 12 ovos de cada um dos 11
pequenos estabelecimentos locais, totalizando 132 ovos analisados no período
de junho a julho de 2013. Foi realizado um único pool do conteúdo interno
das amostras por estabelecimento e analisado por meio das técnicas de
isolamento e identificação bacteriana. As cascas foram colocadas em um
saco plástico estéril e trituradas manualmente, sendo colocadas em meio de
crescimento fúngico para posterior contagem das colônias e identificação
das contaminações fúngicas. O resultado bacteriológico indicou a presença
da Samonella spp. nas amostras de dois estabelecimentos e de contaminação
fúngica nas cascas dos ovos oriundos de cinco estabelecimentos. Concluiu-se
que a contaminação microbiológica dos ovos comercializados nos pequenos
estabelecimentos da região pode estar associada à ausência de limpeza
adequada da superfície da casca e à não integridade desta, à falta de um
método seguro e eficaz de conservação e a falhas na manipulação, seja na
produção ou na comercialização dos ovos.
Palavras- chave: análises microbiológicas, ovos comerciais, saúde pública.
DEFESA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA
P-357
INCIDÊNCIA DA LEISHMANIOSE CANINA NO ESTADO DE
SERGIPE EM 2012
Kamilla Ferreira Ribeiro; Roniery Carlos Gonçalves Galindo; Daniella de
Andrade Fraga Viana; Rafaela Maria Santos Cervalho; Emerson Israel
Mendes; Antonio Matos Fraga Junior
A leishmaniose canina é uma doença infecciosa causada pelo protozoário do
gênero Leishmania. Só é transmitida através da picada do inseto, não sendo
transmitida entre pessoas e animais através do contato físico, e tem como vetor o
flebótomo Lutzomyia longipalpis. Considerada de grande importância na saúde
pública, a leishmaniose canina representa um complexo de doenças com relevante
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espectro clínico e diversidade epidemiológica. A Organização Mundial de Saúde
(OMS) estima que 350 milhões de pessoas estejam expostas ao risco, com registro
aproximado de dois milhões de novos casos com diferentes formas clínicas por
ano. O presente trabalho investigou a incidência de leishmaniose canina no
estado de Sergipe, no período de janeiro a dezembro de 2012. Os dados foram
colhidos no Laboratório Central Estadual (LACEN) e as informações disponíveis,
na literatura científica. As amostras de sangue canino foram coletadas por punção
de veias centrais e os exames foram encaminhados ao LACEN, localizado na
cidade de Aracaju-SE, tendo como finalidade a realização de testes laboratoriais
como ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) e IFI (Imunofluorescência
Indireta). De acordo com os dados coletados, 18.158 amostras de sangue canino
foram enviadas para realização de teste sorológico; destas, 1.638 foram positivas
para a leishmaniose canina. A triagem de todo material recebido é feita com
ELISA; os positivos passam por um novo teste com IFI para a confirmação
da positividade. Apesar de a leishmaniose canina ser considerada endêmica
no estado de Sergipe, a incidência encontrada neste estudo (9,02%) pode ser
considerada baixa quando comparada à de outros estados. Medidas de controle e
a conscientização da população podem ter contribuído para essa situação.
Palavras-chave: protozoário, flebótomo, reservatório.
DEFESA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA
P-358
LICENCIAMENTO SANITÁRIO DOS ESTABELECIMENTOS
VAREJISTAS DE ALIMENTOS NO MUNICÍPIO DE ARACAJU
NO ANO DE 2013
Juliano Pereira Santos1; Paulo Tojal Dantas Matos2; Antônio Nilo Almeida3;
Margareth Porto Pinheiro3; Flávio Moreno Andrade dos Santos2; Antônio
Coutinho Silva Júnior2
1
Médico-Veterinário Gerente de Alimentos e Serviços Veterinários
da Vigilância Sanitária de Aracaju; 2Alunos de graduação do curso de
Medicina Veterinária UFS / PIO X; 3Médico-Veterinário da Vigilância
Sanitária de Aracaju.
Foi realizado um levantamento da situação cadastral dos estabelecimentos
varejistas de alimentos em Aracaju no ano de 2013. Foi verificada a situação
de 94 estabelecimentos classificados como minimercados, supermercados e
hipermercados, cadastrados na Vigilância Sanitária municipal, com foco nas
inspeções e licenciamento destes. Foram realizadas 112 inspeções sanitárias.
Constatou-se que, do total cadastrado, 74 mercados foram inspecionados.
Destes, 30 foram submetidos a uma segunda inspeção e 8, a uma terceira. Do
total dos inspecionados, 22 apresentavam estrutura física e processo de trabalho
adequados, estando aptos a receber a licença sanitária. Destes, 14 estavam aptos
já na primeira inspeção e apenas 10 receberam a licença sanitária; portanto, 60
não estavam aptos na primeira inspeção. Os estabelecimentos submetidos à
segunda e terceira inspeções não apresentaram condições sanitárias satisfatórias
à primeira inspeção, sendo necessárias novas visitas das equipes da vigilância
sanitária. Os 12 mercados que estavam aptos na inspeção não receberam a licença
por não apresentarem a documentação necessária na sede da Vigilância no prazo
determinado. O fato de apenas 60 estabelecimentos do total inspecionado não
estarem aptos na primeira inspeção indica que não há um efetivo cumprimento
das normas sanitárias vigentes. Os 20 mercados que ainda não foram submetidos
à inspeção, os 30 que não passaram pela segunda inspeção e os 19 que não
passaram pela terceira serão inspecionados até o final do ano de 2013, de acordo
com a demanda de trabalho da Vigilância Sanitária do município de Aracaju.
Palavras-chave: minimercados, supermercados, hipermercados,
inspeção, licença sanitária.
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DEFESA E VIGILÂNCIA SANITÁRIA
P-359
AUSÊNCIA DE ANTICORPOS ANTI-BRUCELLA EM UM
REBANHO LEITEIRO CRIADO NO RECONCAVO BAIANO
Eric Andrade Luz1; Anna Fernanda Machado Sales da Cruz Ferreira2
1
Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária da UNIME; 2Professora do
Curso de Medicina Veterinária e Coordenadora do Projeto Plantonistas
do Hospital Veterinário da UNIME.
É relatada ausência da ocorrência de anticorpos anti-Brucella em um rebanho
de bovinos leiteiros em São Sebastião do Passé, no recôncavo baiano. A
brucelose é uma zoonose infectocontagiosa causada pelo gênero Brucella,
ocasionando problemas reprodutivos, como abortamentos, natimortos ou
crias fracas, retenção placentária, metrites, orquites e infertilidade. Não é
indicado o seu tratamento e os animais sorologicamente reagentes precisam
ser eutanasiados, devendo ser realizada vacinação de fêmeas de três a oito
meses, além de testes sorológicos periódicos. A propriedade pesquisada
situa-se na região de São Sebastião do Passé. Obteve-se soro sanguíneo por
venopunção da jugular de 38 vacas multíparas em lactação, vacinadas contra
brucelose, correspondendo a 10% da população de bovinos leiteiros da fazenda.
Todas as amostras foram não reagentes na prova de antígeno acidificado
tamponado (AAT), optando-se pela não realização do teste confirmatório de
2-mercaptoetanol, já que não houve positividade. Os exames foram realizados
no Laboratório de Doenças Infecciosas do HOSVET UNIME. Esse resultado
pode estar relacionado à presença mensal de assistência veterinária, além da
conscientização do proprietário dos animais quanto à importância de um
adequado manejo sanitário profilático. Apesar dos resultados não reagentes
obtidos nesse experimento, seria importante a realização da sorologia de
todo o rebanho, incluindo machos e fêmeas, para confirmar a ausência da
enfermidade dentro da propriedade. O monitoramento clínico, sorológico
e epidemiológico dessa enfermidade no rebanho leiteiro baiano deve ser
realizado constantemente, visando ao controle e à erradicação dessa zoonose.
HISTÓRIA DA MEDICINA VETERINÁRIA
P-360
NATUREZA DAS DENÚNCIAS DE DESVIOS DA CONDUTA
ÉTICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Ismar Araujo de Moraes1; Roberta Robaina Paiva da Silva1; Cícero Araujo
Pitombo1
1
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro-CRMV-RJ
No processo de construção da História da Medicina Veterinária, destaca-se o
papel dos conselhos de classe atuando na defesa do nome e das nobres tradições
da profissão, no processo de fiscalização e na defesa da sociedade a partir do
seu tribunal de honra. Com o aumento do número de profissionais formados,
observou-se o aumento paralelo das denúncias de desvios da conduta ética
por parte destes, sendo o CRMV responsável por acompanhar, analisar e
informar. O CRMV-RJ efetuou um levantamento para evidenciar as principais
motivações dos denunciantes nas denúncias protocoladas entre 1º de janeiro
de 2012 e 31 de julho de 2013. Do total de 69 denúncias registradas, observou-se
que a negligência no ato cirúrgico, com resultados indesejados pelo cliente
(mutilação ou morte) e inadequações do local do ato, foi a principal ocorrência
(15; 21,7%), seguida pela negligência no atendimento clínico, que inclui o erro
do diagnóstico médico e maus tratos (13; 8,8%), negligência na internação, com
abandono e maus tratos (10; 14,5%), negligência no pós-operatório culminando
com sofrimento e/ou morte (6; 8,7%) e denúncias de ofensas nas redes sociais
(5; 7,2%). As cinco principais reclamações totalizam 71,0 % do total reclamado.
As demais denúncias incluíram negar documentos tais como prontuário, laudo
ou nota fiscal (3; 4,3%), prestar informações falsas para o cliente (3; 4,3%),
negar atendimento clínico (2; 2,9%), negligenciar no pré-operatório (2; 2,9%),
associar-se ao charlatanismo (2; 2,9%), praticar o mercantilismo (2; 2,9%),
negligenciar na hospedagem, permitindo emagrecimento ou cruza indesejada
(2; 2,9%), apropriar-se de bens de colega (1; 1,4%), não pagar ao colega os
exames laboratoriais contratados (1; 1,4%), clinicar sem a documentação de
regularidade do CRMV-RJ (1; 1,4%) e fazer publicidade irregular na internet (1;
1,4%). Dados dessa natureza são raros na literatura e precisam ser levantados
em outros estados da federação, pois são úteis para gerar conhecimentos
para o processo de construção da história da Medicina Veterinária e para a
Deontologia e a Ética, sendo necessárias informações para o ensino e para as
coordenações de curso, que precisam desenvolver um processo de formação
profissional com vistas a minimizar as ocorrências aqui evidenciadas.
POLÍTICAS PARA O ENSINO, EXTENSÃO E PESQUISA
P-361
EXPOSIÇÃO DO MUSEU ITINERANTE DE ANATOMIA
ANIMAL DA UNIVASF NA VI FEIRA DE CAPRINOS E
OVINOS DO DISTRITO DE MASSAROCA, MUNICÍPIO DE
JUAZEIRO-BA
Italo Barbosa Lemos Lopes; Rodrigo dos Santos Silva; Patrícia Rodrigues
Correia; Neldson Felipe Falcão Monte; Marcelo Domingues de Faria
Introdução: O Museu Itinerante de Anatomia Animal (MIAA) foi criado
por discentes e docentes do Curso de Medicina Veterinária da Universidade
Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) no mês de maio de 2007, a fim
de levar conhecimento aos alunos do ensino público da região do Sub-Médio
do Vale do São Francisco e à população em geral sobre assuntos relacionados
à anatomia e à responsabilidade socioambiental.
Objetivos: Dentre os objetivos do presente trabalho destacam-se:
popularizar o conhecimento de técnicas anatômicas e incutir na população
procedimentos referentes à responsabilidade social e ambiental.
Metodologia: Atualmente, o acervo do MIAA é composto por mais de 400
peças, dentre elas peças taxidermizadas, criodesidratações, órgãos dissecados e
formolizados e peças conservadas em vidrarias, além de ossos desarticulados
e esqueletos de diversas espécies naturais da caatinga e de outros biomas, os
quais foram expostos ao público visitante da VI Feira de Caprinos e Ovinos
do Distrito de Massaroca, Município de Juazeiro-BA, durante os dias 13
e 14 de julho de 2013. Somado ao conhecimento anatômico, os discentes
envolvidos no projeto procuraram, também, sensibilizar a população acerca da
responsabilidade socioambiental, evidenciando a importância da preservação
da fauna do bioma caatinga, sendo que boa parte dos beneficiados compõem
a comunidade local e vivem em ambiente rural, onde a caça predatória ainda é
uma prática bastante difundida e comum.
Resultados: Durante os dias de exposição, o MIAA/UNIVASF beneficiou
um público de 376 expectadores de diferentes faixas etárias.
Conclusão: Ao longo de seus seis anos de existência, o Museu Itinerante
de Anatomia Animal da UNIVASF já beneficiou a população de diversos
municípios do sertão nordestino, levando conhecimento cientifico,
popularizando as ciências anatômicas e sensibilizando a população sobre a
responsabilidade socioambiental.
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POLÍTICAS PARA O ENSINO, EXTENSÃO E PESQUISA
P-362
MUSEU ITINERANTE DE ANATOMIA ANIMAL EM
PARCERIA COM A 24ª FEIRA DE CAPRINOS E OVINOS DE
JUAZEIRO-BA, 2ª EDIÇÃO, DISTRITO DE ITAMOTINGA-BA
Camila Fraga da costa1; Luana Keit Damasceno Souza1; Felipe da Silva
Nepomuceno1; Rodrigo dos Santos Silva1 Marcelo Domingues de Faria2
1
Discentes do Curso de Medicina Veterinária, Laboratório de Anatomia
dos Animais Domésticos e Silvestres (LAADS) da Universidade
Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), 2Docente do Colegiado
Acadêmico de Medicina Veterinária, Laboratório de Anatomia dos
Animais Domésticos e Silvestres (LAADS) da Universidade Federal do
Vale do São Francisco (UNIVASF)
O Museu Itinerante de Anatomia Animal (MIAA) foi convidado pela
Prefeitura Municipal de Itamotinga-BA a participar da 24ª Feira de Caprinos
e Ovinos, com o intuito de levar conhecimento acerca da morfologia e
comportamento de alguns animais de nossa região, elucidando que a forma
é a imagem plástica da função exercida por determinada estrutura corpórea.
Isso foi mostrado de forma lúdica, utilizando o acervo museológico próprio,
constituído de ossos, esqueletos e peças anatômicas dissecadas ou embebidas
em solução de formaldeído, além de insetos e pequenos animais incrustados.
Objetivos: Despertar interesse pela ciência nos participantes do evento,
desmistificar a universidade perante a comunidade, levar informação acerca da
atuação do médico veterinário e levar à população participante um pouco de
conhecimento em nível do caráter socioambiental com exposições do acervo
museológico que compõe o MIAA, para que a população pudesse obter e deter
conhecimento sobre animais que porventura só conheciam através da TV ou
de livros didáticos. Metodologia: O acervo do museu que é apresentado
é composto por animais criodesidratados, animais taxidermizados, esqueletos
devidamente montados, ossos e órgãos dissecados, evidenciando suas
estruturas, além de informações socioeducativas. Resultados: Durante os
dois dias de feira em que a participação do museu foi efetiva, obtivemos o
número total de 603 pessoas das mais diversas faixas etárias, que tiveram a
oportunidade de visitar nosso estande. Conclusão: Pode-se concluir que,
com a oportunidade dada pela prefeitura e com nossa itinerância, em apenas
dois dias foi atingido um público amplo, se comparado com o de um museu
fixo, uma vez que as comunidades reunidas, em suas condições precárias, não
teriam essa oportunidade.
Palavras-chave: museu, acervo, esqueletos.
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POLÍTICAS PARA O ENSINO, EXTENSÃO E PESQUISA
P-363
O ENSINO DA HOMEOPATIA NOS CURSOS DE MEDICINA
VETERINÁRIA DO BRASIL: UM PANORAMA
Carlos Eduardo Domingues1; Guilherme David Galvani1; Diva Carla
Camargo Cordeiro2; Felipe Simões Nogueira2; Fábio Fernando Ribeiro
Manhoso3
1
Médicos Veterinários Residentes de Clínica Médica de Pequenos
Animais da Universidade de Marília/SP; 2Discentes do Curso de Medicina
Veterinária da Universidade de Marília/SP; 3Orientador e Docente do
Curso de Medicina Veterinária da Universidade de Marília/SP. e-mail:
[email protected]
No contexto terapêutico, a homeopatia se destaca por evidências clínicas
devido a sua eficácia e segurança na cura das doenças, proporcionando uma
melhor condição de vida ao paciente, seja humano ou animal. Seguindo
a exigência do mercado e visando à preparação do futuro profissional na
utilização da técnica homeopática, observa-se que o número de universidades
na área veterinária que oferecem essa base aos seus discentes parece incipiente;
assim, buscou-se identificar os cursos de Medicina Veterinária do Brasil que
contemplam o ensino em questão, por meio de questionário direcionado aos
coordenadores e enviado a 165 Instituições de Ensino Superior entre maio e
setembro de 2012; 100 (60,60%) delas participaram do estudo, sendo assim
caracterizadas na sua esfera administrativa: 18% federais, 12% estaduais, 1%
municipal e 69% privadas. Dessas, 21% oferecem o ensino da homeopatia
em alguma modalidade, sendo 47,61% privadas, 33,33% federais e 19,06%
estaduais, podendo ser como disciplina optativa ou o assunto englobado
em disciplinas generalistas, como farmacologia e clínica médica. De forma
geral, os registros quanto a esse ensino começam em 1995, com carga horária
média de 36 horas, ministradas entre o sexto e o oitavo semestre. Quanto ao
desenvolvimento de atividades práticas em hospital veterinário, 66% realizam
essa abordagem e, no que diz respeito à produção científica, o percentual é de
52,63%. Chama a atenção o fato de haver profissional especializado na área em
apenas 31,57% dessas Instituições. Solicitou-se ainda a todos os coordenadores
que emitissem opinião referente ao ensino da homeopatia nos cursos de
graduação em medicina veterinária; 90% foram favoráveis; 8%, não favoráveis;
2% não responderam. Enfim, observou-se um percentual significativo de
IES que militam na especialidade, porém nos preocupa a presença efetiva
de especialistas homeopatas nessas Instituições, a qual é consideravelmente
inferior ao número de cursos que desenvolvem essa atividade. Destaca-se
também o fato de a grande maioria dos coordenadores se mostrar receptiva
à implantação do ensino na graduação, fazendo com que a história possa nos
mostrar, num futuro próximo, uma maior efetivação desse módulo didático.
Palavras-chave: homeopatia, veterinária, Brasil.
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POLÍTICAS PÚBLICAS, COMUNICAÇÃO E PROGRAMAS DE
SAÚDE ANIMAL E HUMANA
P-364
AÇÃO DO MUSEU ITINERANTE DE ANATOMIA ANIMAL DA
UNIVASF NA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA MARIA
JOSÉ LIMA DA ROCHA, EM JUAZEIRO-BA
POLÍTICAS PÚBLICAS, COMUNICAÇÃO E PROGRAMAS DE
SAÚDE ANIMAL E HUMANA
P-365
AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL E ANÁLISE
DE FATORES DE RISCO ENVOLVIDOS NA TRANSMISSÃO
DE LARVA MIGRANS CUTÂNEA EM ARACAJU-SERGIPE
Pâmela Raieli Pinheiro Moreira1; Patrícia Rodrigues Correia1; Ítalo Barbosa
Lemos Lopes1; Rodrigo dos Santos Silva1; José Marcos Prando Júnior1;
Marcelo Domingues de Faria2
1
Discente do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal
do Vale do São Francisco (UNIVASF); 2Docente do Curso de Medicina
Veterinária da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).
Marina Andrade Rangel de Sá1; Luciana Mota Passos1; Camila Caroline
Carlini1; Claudia de Mello Ribeiro2; Luciene Barbosa3; Satie Katagiri3
1
Acadêmica de Iniciação Cientifica da Universidade Federal de
Sergipe, 2Instituto de Ciências da Saúde (ICS) – Universidade Paulista –
campus São José dos Campos, 3Prof.ª do Laboratório de Parasitologia do
Departamento de Morfologia da Universidade Federal de Sergipe. Email:
[email protected]
O Museu Itinerante de Anatomia Animal (MIAA) foi fundado em maio
de 2007 por discentes e docentes do Curso de Medicina Veterinária da
Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), com o objetivo
de levar aos alunos do ensino público o conhecimento e o interesse em
assuntos relacionados à anatomia e à responsabilidade socioambiental,
suprindo, assim, parte da deficiência no aprendizado dos mesmos, causada
pela ausência de aulas práticas na disciplina de biologia. Dentre os objetivos,
destacam-se: a) tornar acessível o conhecimento das ciências anatômicas
para as comunidades carentes; b) facilitar o processo de aprendizagem; c)
divulgar formas de preservação do bioma regional; d) promover a educação
e a conscientização ambiental. A exposição foi realizada na Escola Municipal
Professora Maria José Lima da Rocha, localizada na Quadra 09 S/N, Bairro
João Paulo II, em Juazeiro-BA, no dia 1º de agosto de 2013, sendo composta
por aproximadamente 200 peças, dentre elas peças taxidermizadas,
criodesidratações, órgãos dissecados e formolizados, peças conservadas em
vidrarias e materiais incrustados em resina acrílica, além de osteotécnicas de
diversas espécies, articuladas e desarticuladas, devidamente confeccionadas
por discentes do Curso de Medicina Veterinária da UNIVASF. Os discentes
envolvidos no projeto expuseram informações sobre as peças apresentadas
de forma dinâmica, despertando a curiosidade dos presentes e esclarecendo
dúvidas, bem como salientando a importância da conservação da fauna e da
flora da caatinga. A exposição beneficiou um público de 937 alunos do turno
matutino e vespertino, com faixa etária entre 4 e 15 anos, além do corpo docente
e dos funcionários da escola. Se comparado com a exposição de museus com
acervo fixo (SANT'ANA et al., 2004), devido a seu aspecto itinerante, o MIAA/
UNIVASF beneficiou uma quantidade relativamente maior em apenas um dia
de exposição.
Palavras-chave: Museu Itinerante de Anatomia Animal, exposição
museológica, projeto de extensão universitária.
O presente estudo teve como objetivo verificar a frequência de amostras de
fezes de cães contaminadas por ovos de ancilostomídeos, coletadas em vias
e praças públicas na região metropolitana de Aracaju-Sergipe, no Nordeste
brasileiro. Foram coletadas 75 amostras de fezes em praças e/ou áreas de
lazer com grande fluxo de pessoas, bem como em vias públicas de diferentes
bairros, englobando tanto áreas nobres como bairros periféricos de Aracaju, no
período de junho a agosto de 2013. As amostras foram coletadas e armazenadas
com conservante à base de formol até o processamento laboratorial. Após a
chegada ao laboratório, cada amostra foi identificada e submetida a análise
coproparasitológica pelos métodos de centrífugo-sedimentação e centrífugoflutuação em sulfato de zinco. Das 75 amostras analisadas, 25 (33,3%) estavam
positivas para ovos de ancilostomídeos, sugerindo uma farta fonte de
contaminação ambiental para transmissão de Larva migrans cutânea para
os habitantes do município. Considerando que as zoonoses parasitárias
constituem uma das mais importantes preocupações em saúde pública no
Brasil, destaca-se a necessidade da avaliação de todos os fatores de risco
envolvidos na transmissão. A grande quantidade de animais errantes e o mau
hábito de alguns proprietários, que levam seus animais de estimação para as
ruas e parques públicos para defecar sem fazer o descarte adequado do material
produzido, contribuem para o efeito cumulativo da contaminação ambiental.
Animais infestados eliminam nas fezes formas evolutivas de diversas espécies
de parasitas potencialmente infectantes para outros animais e para seres
humanos, como os ovos de ancilostomídeos, que podem levar à síndrome da
Larva migrans cutânea. Conclui-se que são necessários medidas de educação
sanitária e programas de profilaxia, com vistas a instruir todos os membros
da comunidade sobre a importância do descarte adequado das fezes de seus
animais de estimação e sobre o trabalho do Centro de Controle de Zoonoses
para controlar a população de animais errantes, prevenindo a transmissão de
zoonoses potencialmente patogênicas para os seres humanos.
Palavras-chave: larva migrans cutânea, zoonoses, contaminação
ambiental, Aracaju-SE.
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4 0 º C O N B R AV E T
POLÍTICAS PÚBLICAS, COMUNICAÇÃO E PROGRAMAS DE
SAÚDE ANIMAL E HUMANA
P-366
AVALIAÇÃO DOS TESTES SOROLÓGICOS PRECONIZADOS
PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE EM CÃES VACINADOS
CONTRA LEISHMANIOSE VISCERAL
POLÍTICAS PÚBLICAS, COMUNICAÇÃO E PROGRAMAS DE
SAÚDE ANIMAL E HUMANA
P-367
COMPARAÇÃO DOS TESTES PRECONIZADOS PELO
MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA O DIAGNÓSTICO DA
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA
Manuela da Silva Solcà1; Poliana Santos de Souza1; José Carlos Oliveira
Guedes Junior2; Luciano Vasconcellos Pacheco1; Patrícia Sampaio Tavares
Veras1,3; Deborah Bittencourt Mothé Fraga2,3
1
Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz (CPqGM)- FIOCRUZ; Salvador-BA;
2
Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia (UFBA);
Salvador-BA; 3Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Doenças
Tropicais (INCT-DT) Brasil.
Luciano Vasconcellos Pacheco1; Lairton Souza Borja1; Manuela da Silva
Solcà1; Leila Andrade Bastos1; Deborah Bittencourt Mothé Fraga2,3;
Patricia Sampaio Tavares Veras1,3
1
Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz (CPqGM)- FIOCRUZ; Salvador, BA;
2
Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia (UFBA);
Salvador, BA; 3Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Doenças
Tropicais (INCT-DT) Brasil.
A leishmaniose visceral é causada pelo protozoário Leishmania infantum e
constitui um sério problema de saúde pública no Brasil. Os cães são
considerados reservatórios para manutenção do parasito em áreas urbanas.
Atualmente, existem duas vacinas disponíveis contra leishmaniose visceral
canina (LVC): Leish-Tec® e Leishmune®. O controle da LVC preconizado
pelo Ministério da Saúde (MS) consiste no diagnóstico e eutanásia dos cães
soropositivos. Assim, os anticorpos produzidos pela vacinação não deveriam
reconhecer os antígenos presentes nos testes diagnósticos oficiais. O objetivo
deste trabalho foi avaliar a taxa de detecção de cães vacinados contra LVC
pelos testes diagnósticos DPP®-LVC e EIE®-LVC, preconizados pelo MS. Foram
selecionados 44 cães de uma área não endêmica para LVC em Salvador-BA.
Antes de serem vacinados, todos os animais foram avaliados clinicamente para
LVC e em cada animal foram coletadas uma amostra de soro para realização
dos testes DPP-LVC® e EIE-LVC® e uma amostra de aspirado esplênico para
cultura e PCR para detecção do parasito. Ademais, foi realizada PCR de
uma amostra de sangue para detecção de Ehrlichia canis e Babesia canis,
hemoparasitas responsáveis por reações cruzadas nos testes sorológicos para
LVC. Antes de serem vacinados, todos os animais se mostraram saudáveis
e testaram negativo nos testes diagnósticos para LVC, assim como não
foi detectado DNA de E. canis nem de B. canis. O protocolo de vacinação
consistiu em 3 doses subcutâneas com intervalos de 21 dias cada; 22 cães foram
vacinados com Leish-Tec® e 22 com Leishmune®. Após um mês da última dose,
foi coletado soro de todos os animais para realização dos testes DPP-LVC® e
EIE-LVC®. Dentre os animais vacinados com Leish-Tec®, nenhum cão foi
positivo no DPP-LVC®, enquanto 9% dos cães foram positivos no EIE-LVC®.
Dentre os animais vacinados com Leishmune®, 9% testaram positivo no DPPLVC®; 73% testaram positivo e 9% inconclusivo no EIE-LVC®. Tendo em vista
que o protocolo diagnóstico do MS consiste em triar inicialmente os animais
com teste rápido e em seguida realizar o ELISA dos cães positivos, nenhum
animal vacinado com Leish-Tec® seria diagnosticado erroneamente. Já dos cães
vacinados com Leishmune®, ambos os animais que foram positivos na triagem
pelo DPP-LVC® também testaram positivos no EIE-LVC®. Assim, animais
vacinados por Leishmune® apresentam maior chance de serem avaliados
erroneamente nos testes diagnósticos para LVC preconizados pelo MS.
Palavras-chave: cão, leishmaniose visceral canina, vacina, DPP.
Os cães são os principais reservatórios urbanos da Leishmania e há evidências
de que o aparecimento de casos humanos é precedido pelos casos caninos.
Na atualidade, a Leishmaniose Visceral (LV) tem se expandido para muitos
centros urbanos do Brasil, como consequência de falhas nas medidas de
controle direcionadas ao reservatório. A identificação e eutanásia dos cães
soropositivos são medidas preconizadas pelo Ministério da Saúde para o
controle da LV, tornando fundamental o diagnóstico acurado por meio de
técnicas com alta especificidade e sensibilidade. O presente trabalho comparou
o desempenho dos testes diagnósticos preconizados pelo Ministério da Saúde
para Leishmaniose Visceral Canina (LVC) até dezembro de 2011 – ELISA
(EIE-LVC®) como método de triagem e RIFI como teste confirmatório – e o
protocolo atual, composto pelo DPP-LVC® para triagem e o ELISA (EIE-LVC®)
como teste confirmatório. Foram coletadas amostras de soro e aspirado
esplênico de 800 animais de uma área endêmica. Com os soros foram
realizados os testes RIFI, DPP-LVC® e EIE-LVC® e com o aspirado esplênico,
a cultura e a qPCR para detecção de Leishmania. A qPCR e a cultura foram
empregadas como padrão ouro para avaliação do desempenho dos testes
avaliados. Na avaliação da positividade dos cães para LVC, a cultura detectou
13% dos animais como positivos; o DPP-LVC®, 17%; o ELISA EIE-LVC®, 24%;
a RIFI, 31%; a qPCR, 41%. Quando a cultura foi considerada como padrão
ouro, a sensibilidade e especificidade dos testes DPP-LVC®, EIE-LVC® e RIFI
foram de 83% e 93%; 76% e 83%; 85% e 71%, respectivamente. Quando foi
utilizada a qPCR como padrão ouro, a sensibilidade e especificidade dos
testes DPP-LVC®, EIE-LVC® e RIFI foram de 36% e 97%; 38% e 85%; 53% e 76%,
respectivamente. O DPP-LVC® obteve os maiores valores preditivos positivos
quando foi utilizada qPCR ou cultura como padrão ouro. Observou-se que o
DPP-LVC®, teste que substituiu o EIE-LVC® no novo protocolo do Ministério da
Saúde, apresentou semelhante sensibilidade, porém, melhor especificidade. Em
termos de acurácia, o protocolo atual recomendado pelo Ministério da Saúde
apresentou um desempenho semelhante ao do protocolo anterior, com ganho
somente quanto ao VPP. Além disso, ambos os protocolos não demonstraram
boa acurácia para a detecção de animais assintomáticos.
Palavras-chave: leishmaniose, testes diagnósticos, DPP.
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REPRODUÇÃO ANIMAL
P-368
EFEITO DA INIBIÇÃO DA ENZIMA CONVERSORA DE
ANGIOTENSINA SOBRE A TAXA DE PRENHEZ DE OVELHAS
SUBMETIDAS À INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO
Andréia da Silva Costa1; Antônio de Sousa Júnior1; Luiz Harliton
Cavalcante Monteiro Mota1; Glayde Maria Carvalho Veras1; Felipe
Pereira da Silva Barçante1; Amilton Paulo Raposo Costa2
1
Pós-graduação em Ciência Animal – UFPI, 2Prof. do Departamento de
Morfofisiológica Veterinária – UFPI. Email: [email protected]
No intuito de melhorar os índices reprodutivos em espécies de interesse
econômico, um inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA) foi
utilizado durante 11 dias em protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo
(IATF), aumentando as taxas de prenhez, parição e gemelaridade (FERNANDES
NETO et al., 2012); entretanto, sua aplicação diária (D0 a D11) causa grande
dificuldade no manejo em condições de fazenda. Desta forma, o objetivo deste
trabalho foi avaliar o uso do inibidor da ECA (Enalapril) por via subcutânea,
em tratamento de curta duração, sobre a taxa de prenhez de ovelhas submetidas
a protocolo de IATF. Foram utilizadas 35 ovelhas, divididas aleatoriamente em
dois grupos experimentais: Controle (n=18), Enalapril (n=17). Todos os animais
foram submetidos ao protocolo de sincronização do estro e ovulação, com 60
mg de acetato de medroxiprogesterona em esponjas vaginais durante 10 dias.
No 10º dia foi aplicado, via im, 300 UI de eCG e 125 µg de cloprostenol, sc. Nos
dias 10, 11 e 12, o grupo enalapril recebeu 0,5 mg/kg/dia de maleato de enalapril
e o controle salina sc. A inseminação artificial foi realizada 48 horas após a
retirada das esponjas, com sêmen fresco oriundo de reprodutores previamente
testados quanto à capacidade fecundante. O diagnóstico de gestação foi o
ultrassonográfico (30 dias após IA, com confirmação aos 60 dias), utilizando
aparelho ALOKA SSD 500 com transdutor convexo de 5 MHz (ALOKA CoTrd,
Tokio, Japão). Posteriormente, foi realizado teste do Qui-quadrado a 5% de
significância para realização da análise estatística. O grupo controle apresentou
38,88% de prenhez e o grupo enalapril apresentou 52,94%. Os resultados não
foram estatisticamente significativos (Qui-quadrado X = 0,68; graus de liberdade
= 1; p= 0,05). Assim, fazem-se necessários mais estudos na busca por um período
de tratamento mais viável e prático em condições de fazenda. O uso do inibidor
da ECA nos três últimos dias do protocolo de IATF não foi suficiente para o
aumento da taxa de prenhez em ovelhas.
Palavras-chave: ECA, IATF, ovelhas.
REPRODUÇÃO ANIMAL
P-369
EFEITO DA MELATONINA SOBRE A MATURAÇÃO
OOCITÁRIA E O TOTAL DE EMBRIÕES VIÁVEIS NA
PRODUÇÃO IN VITRO DE EMBRIÕES BOVINOS
Luiz Harliton Cavalcante Monteiro Mota*1; Felipe de Jesus Moraes de
Junior1; Ícaro Oliveira Torres de Souza1; Yndyra Nayan Texeira Carvalho1;
Isolda Márcia Rocha do Nascimento1; Marlon de Araujo Castelo Branco1;
Sávio Ruan Sampaio de Sousa1; Luanna Soares de Melo Evangelista1; José
Adalmir Torres de Souza1
1
Laboratório de Biotecnologia da Reprodução Animal-Universidade
Federal do Piauí-Teresina. *E-mail: [email protected]
Foi avaliado o efeito da melatonina como antioxidante no meio de maturação
e no sêmen criopreservado utilizado na fertilização durante o processo de PIV
em bovinos. O experimento foi desenvolvido no Laboratório de Biotecnologia
da Reprodução Animal (LBR) da Universidade Federal do Piauí (UFPI),
Campus Socopo, Teresina-PI. Foram utilizados 916 complexos cumulusoócitos (CCOs) de ovários de fêmeas bovinas, submetidos ao processo de
maturação e fertilização in vitro. O experimento foi dividido em dois grupos:
um de controle, com 0 µM de melatonina, e um de tratamento, com 100 µM
de melatonina no meio de MIV; procedeu-se à maturação durante 22 horas
e, após esse período, foi observada a exteriorização do primeiro corpúsculo
polar e avaliada a taxa de maturação. Em seguida, foi realizada a fertilização in
vitro (FIV) com sêmen contendo 0, 10, 100 e 200 µM de melatonina no
meio de criopreservação para ambos os grupos. Foram avaliados a Taxa de
Clivagem (TCLIV) 24 horas depois e o Total de Embriões Viáveis (TEV)
sete dias depois. Os dados foram analisados pelo SAS com o teste de c2 e
Student-Newman-Keuls (SNK). Na primeira etapa, a taxa de maturação
foi superior no grupo com 0 µM de melatonina no meio de MIV – 44,2%
(76/172), quando comparada com a do grupo com 100 µM de melatonina
– 25,0% (48/184) (p<0,05). Na segunda etapa, com relação à TCLIV e ao
TEV, os resultados foram superiores no grupo com 0 µM de melatonina no
meio de MIV e 0 µM de melatonina no sêmen, com 56,5% (39/70) e 4,25
embriões (17/70), respectivamente, diferindo dos demais níveis de melatonina
estudados (p<0,05). Portanto, os meios suplementados com melatonina não
proporcionaram a maturação dos CCOs, apresentando menos competência
em promover a primeira divisão embrionária após a fecundação. Os CCOs
fertilizados com sêmen criopreservado e suplementado com melatonina não
foram capazes de suportar o desenvolvimento embrionário.
Palavras-chave: oócitos, antioxidante, taxa de blastocisto.
REPRODUÇÃO ANIMAL
P-371
EFEITO DO ENALAPRIL SOBRE A PROLIFICIDADE DE
CABRAS SUBMETIDAS À INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM
TEMPO FIXO
Ícaro Oliveira Torres de Souza; Martins Neto Bueno; José Adalmir Torres
Souza; Icaro Oliveira Torres Souza; Antonio Sousa Junior; Amilton Paulo
Raposo Costa; Savio Ruan Sampaio Sousa; Livio Cesar Cunha Nunes
UFPI, Teresina-PI, Brasil.
Foi avaliado o efeito da inibição da enzima conversora de angiotensina (ECA)
sobre a prolificidade de cabras submetidas ao protocolo de IATF associado
ao uso de enalapril em veículo de liberação lenta, por duas vias, em dose
única. No total, 94 cabras foram submetidas à sincronização do estro com
esponjas intravaginais (Progespon®, Syntex, Argentina) impregnadas com
60 mg de acetato de medroxiprogesterona – MAP, inseridas no dia zero
(D0), por um período de 12 dias, seguido de aplicação intramuscular de
300 UI de Gonadotrofina Coriônica Equina – eCG (Novormon®, Sintex,
Argentina) e de 75 μg de cloprostenol (Prolise®, Tecnopec, Brasil) no décimo
dia de tratamento (D10). Foram formados três grupos: G1 (n=34), controle;
G2 (n=30), recebeu “óvulos” intravaginais contendo 60 mg de maleato de
enalapril no D10; e G3 (n=30), recebeu por via subcutânea 3 ml de suspensão
de maleato de enalapril na concentração de 20 mg/ml em óleo no D10.
Foram realizadas duas inseminações com sêmen fresco de reprodutores com
fertilidade comprovada diluído em água de coco, sendo a primeira realizada
36 horas após a retirada das esponjas (dose=0,5 ml) e a segunda, 12 horas
após a primeira inseminação (dose=0,25 ml). O diagnóstico de prenhez
foi realizado por ultrassonografia transretal aos 35 dias. A prolificidade foi
calculada ao nascimento das crias e os resultados foram submetidos ao teste
de Tukey (p<0,05) utilizando o programa SAS versão 9.0. A prolificidade
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geral foi de 1,62±0,77 (84/52), sendo 1,50±0,62 (27/18) no grupo controle (G1),
1,78±1,0 (32/18) no grupo enalapril intravaginal (G2) e 1,56 ±0,63 (25/16) no
grupo enalapril subcutâneo (G3). Não houve diferença significativa entre
os grupos. Os resultados mostram que o tratamento com enalapril em dose
única não foi suficiente para aumentar a prolificidade, sendo necessários
novos experimentos para determinação da dose e do número mínimo de dias
de tratamento. Entretanto, apontam para uma possível superioridade da via
intravaginal em relação à via subcutânea.
Palavras-chave: enalapril, prolificidade, caprino.
REPRODUÇÃO ANIMAL
P-372
EFEITO DO TROLOX® COMO ANTIOXIDANTE
NA CRIOPRESERVAÇÃO DE SÊMEN DE CÃES DA
RAÇA ROTTWEILER, AVALIADO PELO TESTE DE
TERMORRESISTÊNCIA RÁPIDA
Luanna Soares de Melo Evangelista1; Marcos Antônio Celestino Filho2;
Yndyra Nayan Teixeira Carvalho1; Marlon de Araújo Castelo Branco3; Luiz
Harliton Cavalcante Monteiro Mota1; Ícaro Oliveira Torres de Souza1;
José Adalmir Torres de Souza4
1
Pós-graduandos em Ciência Animal da UFPI, 2Aluno de Iniciação
Científica da UFPI, 3Pós-graduando da Renorbio – UFPI, 4Prof.
Dr. do Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária da UFPI.
E-mail: [email protected]
O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos do Trolox® como antioxidante,
em duas concentrações, adicionado ao diluidor Tris-gema, no sêmen
criopreservado de cães da raça rottweiler criados no município de Teresina-PI.
Foram utilizados 5 cães da raça rottweiler com idade entre 2 e 4 anos. O sêmen
dos cães foi colhido por manipulação digital e avaliado quanto ao volume,
cor, aspecto, concentração, motilidade e vigor. Ao diluidor foram acrescidos
gema de ovo (20%) e glicerol (6%). Os animais foram divididos em três grupos:
GI – ejaculados dos 5 animais diluídos em Tris-gema, sem adição de Trolox®;
GII – ejaculados dos animais adicionados ao diluidor a uma concentração de
1 mM de Trolox®; GIII – ejaculados dos animais adicionados ao diluidor a
uma concentração de 2 mM de Trolox®. As amostras foram descongeladas e
avaliadas pelo Teste de Termorresistência Rápida (TTR) nos tempos de 0, 30
e 60 minutos. A análise de variância foi realizada utilizando-se o programa
Assistat versão 7.7, seguida do teste de Tukey para comparação das médias. As
amostras de sêmen fresco dos cães apresentaram coloração branco-opalescente
e aspecto leitoso. As médias e desvios-padrão dos parâmetros analisados
para sêmen fresco evidenciaram 1,12±0,29 ml de volume seminal, 88,5±% de
motilidade progressiva e 3,47± de vigor espermático. Após a descongelação,
as células espermáticas evidenciaram diferença significativa (P>0,05) na
motilidade progressiva entre os grupos experimentais; já o vigor espermático
não apresentou diferença significativa (P<0,05) entre o GI e o GII após a
descongelação. Durante a realização do TTR (37°C), evidenciou-se redução
significativa (P<0,05) do porcentual de células móveis em função do tempo de
incubação, até os 60 minutos de avaliação, nos grupos analisados. Concluiu-se
que a adição do Trolox® nas concentrações de 1 mM e 2 mM ao diluidor Trisgema não se mostrou eficiente na criopreservação do sêmen de cães da raça
rottweiler após a descongelação, conforme análise por meio do TTR.
Palavras-chave: sêmen, cães, antioxidante.
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REPRODUÇÃO ANIMAL
P-373
EFICÁCIA DA INSEMINAÇÃO VAGINAL PROFUNDA EM
CADELAS MONITORADAS POR CITOLOGIA VAGINAL
Rodrigo Freitas Bittencourt; Mariana de Melo Santos; Edivânia Oliveira de
Jesus; Bárbara Almeida Porto de Matos; Walkiria Moura Barreto; Marcos
Chalhoub
Departamento de Anatomia, Patologia e Clínicas da Escola de Medicina
Veterinária e Zootecnia da UFBA
A Inseminação Artificial (IA) em cães é uma biotecnologia que assume
papel importante para a reprodução de cães de raça, pois evita a transmissão
de doenças transmitidas pela cópula e possibilita a reprodução de animais
que não conseguem chegar a termo no coito – animais de temperamento
bravio e aqueles com diferença de índole e tamanho, além de outras
justificativas. E a IA com sêmen in natura, quando feita da forma e no
momento adequados, proporciona taxas de concepção e tamanho da ninhada
semelhantes aos obtidos com a cópula natural. O método mais utilizado
para o acompanhamento do ciclo estral da cadela, por sua praticidade, baixo
custo e rapidez nos resultados, é a citologia vaginal. Apesar de não ter a
acurácia obtida com a dosagem hormonal para determinação do momento
da ovulação, a citologia vaginal possibilita que seja traçada uma estimativa
da proximidade do estro e da ovulação, sendo que as IA devem ser realizadas
quando a citologia apresentar pelo menos 70% de células epiteliais superficiais.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a taxa de concepção das cadelas
inseminadas em fundo de saco vaginal com o uso de sêmen in natura. Para tal
fim, foram utilizados dados de 16 fêmeas atendidas e inseminadas no Centro
de Estudos em Reprodução Animal e Biotecnologias – CERBIO do Hospital
veterinário da UNIME e no laboratório de Reprodução Animal da UFBA.
Foram estudadas fêmeas clinicamente sadias das raças golden retriever, chow
chow, buldogue francês e inglês, dogue de Bordeaux e pug com idade entre 1,5
e 3 anos, cujas IA foram executadas após verificação de padrão citológico com
pico de células superficiais. Quanto ao número de inseminações, estas foram
realizadas de acordo com a evolução individual do padrão citológico, como
segue: uma inseminação em duas cadelas, duas em nove cadelas, três em três
cadelas e quatro em uma cadela. Neste trabalho pôde-se observar uma taxa de
concepção de 82,3% das fêmeas (13/16); entretanto, as ninhadas variaram de um
a 10 filhotes nascidos por parto. Pôde-se verificar que o pico do perfil citológico
de células superficiais variou de 40-69% (4/16) a acima de 70% (12/16) e
aparentemente influenciou o tamanho da ninhada, respectivamente com três
e 6,1 filhotes. De uma forma geral, a média da ninhada foi de 5,4, próximo
ao relatado na literatura. Os resultados obtidos indicaram que a inseminação
artificial com sêmen canino in natura em fundo de saco vaginal, associada
a citologia vaginal, proporciona elevados índices de concepção e pode ser
empregada como uma importante ferramenta para a reprodução de cães.
Assim, quando necessária, deve ser empregada para promover a maximização
da utilização de reprodutores superiores zootecnicamente e ainda contribui
para um maior controle de doenças sexualmente transmissíveis.
Palavras-chave: caninos, inseminação artificial, sêmen, citologia vaginal.
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REPRODUÇÃO ANIMAL
P-374
ESTABELECIMENTO
DE
CORRELAÇÃO
ENTRE
PARÂMETROS FISIOLÓGICOS BASAIS E SOBREVIVÊNCIA
INICIAL DE LÁPAROS DE COELHOS NOVA ZELÂNDIA
Amanda Beatriz de Lima Costa1; Luiza Arantes Sampaio1; Karina Passini
Tarozzi1; Leandro Colombo Mielo1; Marcos Antônio Soato Júnior1; Mateus
Gomes Belinotti1*; Mateus Feital Scorsato1; Carlo Rossi Del Carratore2;
Letícia Peternelli da Silva2
1
Acadêmicos do Curso de Graduação em Medicina Veterinária; 2Docente
do Curso de Graduação em Medicina Veterinária
A determinação de parâmetros fisiológicos basais de láparos recém-nascidos
tem sido pouco relatada na literatura específica. Geralmente parâmetros
basais de coelhos são apresentados como valores médios para a espécie,
desconsiderando-se as avaliações inerentes as diferentes fases da vida.
Determinar estes parâmetros permitiria avaliar e acompanhar o desenvolvimento
dos neonatos e a realização de uma predição de sobrevida nas primeiras 24
horas – escore de Apgar adaptado. Tal escore foi recentemente introduzido na
Medicina Veterinária para uso principalmente em neonatos de cães (VERONESI
et al., 2005), equinos (SILVA et al., 2008) e ovinos (PETERNELLI SILVA,2012).
O trabalho desenvolvido no setor de cunicultura da Universidade de Marília
avaliou os parâmetros fisiológicos de láparos provenientes de 11 fêmeas da
raça Nova Zelândia parturientes no período de 16 a 23 de março de 2012 e
estabeleceu possíveis correlações entre estes parâmetros e a mortalidade nas
primeiras 24 horas. As parições resultaram no nascimento de 102 láparos, sendo
10 natimortos (9,8%). Os 92 láparos remanescentes foram avaliados quanto a
frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), peso ao nascer (PN) e
motilidade geral (MG). Tal avaliação possibilitou a observação dos seguintes
resultados: a FC média de 206 ± 23,5 bpm, FR média de 49,33 ± 8,78 mrpm
e peso médio aos nascer de 63, 78 ± 12,47 gramas. Dos 92 láparos avaliados,
foi constatada a morte de quatro indivíduos (4,35%) nas primeiras 24 horas.
Destes, três animais (75%) apresentaram FR muito abaixo da média geral (<35
mrpm), dois animais apresentaram PN inferior a 40,0 gramas e um animal FC
abaixo de 130 bpm e MG diminuída. Assim, pode-se concluir que a avaliação
dos parâmetros fisiológicos basais pode ser empregada para a predição da
mortalidade em láparos neonatos, sendo a FR e o PN os parâmetros que
apresentaram as melhores correlações.
Palavras-chave: Apgar, láparo, neonato.
REPRODUÇÃO ANIMAL
P-375
ESTUDO BIOMÉTRICO COMPARATIVO DE FÊMEAS
TRACHEMYS SCRIPTA ELEGANS (WIED, 1839) CRIADAS
NO BRASIL
Elaine Santos de Araújo1; Alequisandra de Castro Souza e Silva1; Isabelle
Caroline Pires1; Leniker Cordeiro de Souza1; Amanda Karoline Rodrigues
Nunes1; Adriana Gradela2
1
Bolsista PIBIC do Colegiado de Medicina Veterinária da Universidade
Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF; 2Docente do Colegiado de
Medicina Veterinária da Universidade Federal do Vale do São Francisco –
UNIVASF. E-mail: [email protected].
Extinção de espécies nativas por espécies exóticas preocupa pesquisadores
do mundo todo. No Brasil a Trachemys scripta elegans (T. scripta elegans)
é comercializada sem controle e possui hábitos predatórios. Por isto, foi
avaliada a biometria corporal de fêmeas oriundas do Parque Ecológico do
Tietê, São Paulo-SP para a realização de comparações com fêmeas em seu
habitat natural e de outras espécies de Emydidaes de modo a auxiliar estudos
que diminuam os riscos de impacto ambiental, controle populacional e uso
como modelo experimental. Fêmeas (N= 40) ortotanasiadas tiveram a massa
corporal média (MCM) avaliada em balança analítica de precisão digital
(Bioprecisa®) e o comprimento médio (CMC) e a largura média (LMC) da
carapaça, comprimento médio (CMP) e largura média (LMP) do plastrão com
fita métrica. Este trabalho foi aprovado pelo CEDEP da UNIVASF (Protocolo
nº0001/160412). A CMC foi de 1118,44+343,40 g (551,4/1805,3, valor mínimo/
máximo, respectivamente); o CMC de 20,02+2,85 cm (15,4/23,0); a LMC de
15,34+2,91 cm (12,2/22,0); o CMP de 18,77+2,33 cm (13,9/22,9) e a LMP de
11,80+1,66 cm (9,0/15,4). Em seu habitat natural a T. scritpta elegans apresenta
CMC entre 25,0 e 30,0 cm. No Brasil a MCM é inferior (837,17 g) e o CMP
semelhante (17,4 a 19,3 cm). Comparando-se com K. scorpioides adultas, os
achados foram superiores aos de outros autores (332,9 g; 14,0 cm; 9,2 cm; 12,8
cm e 6,3 cm, respectivamente e 320,2 g; 13 cm; 8,2 cm; 11,8 cm e 5,3 cm) e com T.
dorbigni, a MCM foi inferior (1459,7 g) e os demais parâmetros semelhantes
(21,21+1,48 cm, 16,1+1,05 cm, 19,83+1,37 cm e 12,61+0,84 cm). Conclui-se que
este estudo disponibilizou respaldo científico para a carência de informações
sobre a biologia desta espécie exótica criada em condições brasileiras e
pode contribuir para seu controle populacional à medida que estabeleceu
comparações interespécies.
Palavras-chave: carapaça, plastrão, Emydidaes.
REPRODUÇÃO ANIMAL
P-376
FREQUÊNCIA DE SUBPOPULAÇÕES ESPERMÁTICAS NO
SÊMEN OVINO CRIOPRESERVADO, IDENTIFICADAS POR
SONDAS FLUORESCENTES
Rodrigo Freitas Bittencourt; José Vasconcelos Lima de Oliveira; Marcos
Chalhoub; Alessandro Bittencourt Nascimento; Mariana Santos Ribeiro
de Barros; Antonio de Lisboa Ribeiro Filho
Vinte amostras de sêmen criopreservadas, de dez carneiros Santa Inês,
foram submetidas à avaliação multiparamétrica com associação de sondas
fluorescentes com o objetivo de verificar a frequência de subpopulações
espermáticas (SBP). Foi empregada a associação das sondas iodeto de
propídio (integridade de membrana plasmática), aglutinina de Pisum
sativum conjugada à fluoresceína de isotiocianato - FITC-PSA (integridade
acrossomal) e JC-1 (potencial da membrana mitocondrial). Para tanto,
uma amostra de 5µL de sêmen descongelado (2 X 106 espermatozoides) foi
diluída em 120µL de meio X-CELL (IMV, L'Aigle, France), ao qual foram
adicionadas as soluções de trabalho das sondas fluorescentes nas seguintes
proporções: 2µL de IP (25mg/mL) e 2µL de JC-1 (5mg/mL). A mistura foi
homogeneizada, mantida protegida da luz e incubada a 37oC por 10 a 15
minutos. Após esse período, foram adicionados 25µL da solução de trabalho
de FITC-PSA, procedendo-se novamente a homogeneização e logo em seguida
uma alíquota dessa mistura de 10µL foi colocada entre lâmina e lamínula e
100 espermatozoides foram avaliados sob imersão, aumento de 1000x, em
microscopia de epifluorescência. Com esta técnica foram identificadas e
classificadas as células em oito subpopulações (SBP) espermáticas como
descrito a seguir: SBP 1 - membrana plasmática íntegra, acrossomo intacto
e alto potencial de membrana mitocondrial; SBP 2 - membrana plasmática
íntegra, acrossomo intacto e baixo potencial de membrana mitocondrial; SBP 3
- membrana plasmática íntegra, acrossomo lesado e alto potencial de membrana
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4 0 º C O N B R AV E T
mitocondrial; SBP 4 - membrana plasmática íntegra, acrossomo lesado e
baixo potencial de membrana mitocondrial; SBP 5 - membrana plasmática
lesada, acrossomo intacto e alto potencial de membrana mitocondrial; SBP
6 - membrana plasmática lesada, acrossomo intacto e baixo potencial de
membrana mitocondrial; SBP 7 - membrana plasmática lesada, acrossomo
lesado e alto potencial de membrana mitocondrial; SBP 8 - membrana
plasmática lesada, acrossomo lesado e baixo potencial de membrana
mitocondrial. As frequências obtidas para as diferentes SBP foi de: SBP 1: 17,1%;
SBP 2: 18,5%; SBP 3: 0,0%; SBP 4: 0,0%; SBP 5: 15,3%; SBP 6: 22,6%; SBP 7:
09,2% e SBP 8: 17,6%. As SBP 1, 2, 3 e 4 compõem os espermatozoides viáveis
e a soma delas representou 35,6% do total, permitindo concluir que após a
criopreservação apenas um pequeno percentual de células está apta a realizar
o processo de fertilização.
Palavras-chave: ovinos, sêmen, criopreservação, fluorescência,
subpopulações
correlação com nenhum dos parâmetros da cinética espermática, mas
apresentou correlação (P<0,05) com os parâmetros relacionados à integridade
da membrana plasmática (SV e IMP). Verificou-se que todos os parâmetros de
integridade das membranas espemáticas correlacionaram-se entre si de forma
positiva (P<0,05), exceto PMM e IAC. As interações evidenciadas entre IAC e
SV e IAC e IMP foram de alta magnitude e alta significância (r=0,71 e r=0,76,
P<0,0001). Por fim, não foi observada nenhuma correlação significativa entre
a taxa de prenhez e os parâmetros espermáticos estudados, o que ressalta a
dificuldade que se tem na predição da fertilidade espermática, mesmo com a
evolução exponencial das técnicas de avaliação da qualidade seminal.
Palavras-chave: ovinos, sêmen, criopreservação, DNA, teste do cometa.
REPRODUÇÃO ANIMAL
P-377
HÁ CORRELAÇÃO ENTRE OS TESTES REALIZADOS IN VITRO
E A FERTILIDADE IN VIVO OBTIDA EM UM PROGRAMA DE
INSEMINAÇÃO DE OVINOS COM SÊMEN CONGELADO?
Sidnei Nunes de Oliveira1; Fabíola Soares Zahn2; Felipe Morales
Dalanezi1; Endrigo Adonis Braga de Araujo1; Luis Fernando Mercês
Chaves Silva1; Nereu Carlos Prestes2
1
Residente em Reprodução e Obstetrícia Veterinária, Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Unesp - Botucatu,
SP; 2Professor do Departamento de Reprodução Animal e Radiologia
Veterinária, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Unesp - Botucatu, SP. E-mail: [email protected]
Rodrigo Freitas Bittencourt; Marcus Chalhoub; Marcus Vinícius Galvão
Loiola; Alexandra Soares Rodrigues; Priscila Assis Ferraz; Antônio de
Lisboa Ribeiro Filho
Departamento de Anatomia, Patologia e Clínicas da Escola de Medicina
Veterinária e Zootecnia da UFBA. Email: [email protected]
Uma das grandes dificuldades na andrologia é identificar testes que
possibilitem estimar a fertilidade do reprodutor ou de determinada amostra
de sêmen congelada, devido a baixa ou ausência de correlação entre as
avaliações in vitro e a fertilidade in vivo. Assim, o objetivo deste trabalho
foi avaliar a ocorrência de correlações positivas entre os diferentes testes
de avaliação espermática realizados in vitro e a sua fertilidade in vivo.
Para tanto, 44 amostras de sêmen foram descongeladas e submetidas às
avaliações espermáticas in vitro. As características de cinética espermática
avaliadas (IVOS 12, Hamiton Thorn Biosciences, Beverly, MA, EUA) foram:
motilidade total (MT, %), motilidade progressiva (MP, %), espermatozóides
rápidos (RAP, %), velocidade progressiva (VSL, µm/s), velocidade curvilínea
(VCL, µm/s), velocidade de trajeto (VAP, µm/s), deslocamento lateral de
cabeça (ALH, µm), freqüência de batimento flagelar (BCF, Hz), linearidade
(LIN, %) e retilinearidade (STR, %). A análise da viabilidade espermática foi
realizada com a associação das sondas fluorescentes iodeto de proprídio (IMP,
integridade de membrana plasmática), JC-1 (PMM, potencial de membrana
mitocondrial) e PSA (IAC, integridade acrossomal), além do teste supravital
com o corante eosina (SV). A integridade do DNA foi analisada pelo teste
Cometa. Então, cento e setenta fêmeas foram inseminadas com o sêmen
congelado. Para a análise estatística das características avaliadas, foi empregado
o programa estatístico (SAS), versão 5.0 (1996). Pode-se observar as correlações
significativas entre a MP e as velocidades espermáticas (VAP, VSL) (r=0,52 e
r=0,65, P<0,0001) e entre a MP e a LIN (r=0,48, P<0,0001). Verificou-se que a
taxa de integridade da membrana plasmática, obtida pelo teste supravital (SV)
demonstrou correlações positivas e altamente significativas (P<0,001) com
todos os parâmetros de integridade das membranas espermáticas (IMP, IAC
e PMM) e com a MT. O mesmo padrão foi verificado para a IMP. Correlação
positiva (r=0,34, P<0,05) importante foi observada entre IMP e parâmetros
que avaliam os níveis de lesão do DNA espermático. O PMM não apresentou
62
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REPRODUÇÃO ANIMAL
P-378
HIPERPLASIA MAMÁRIA EM GATA APÓS APLICAÇÃO
ÚNICA DE MEDROXIPROGESTERONA: RELATO DE CASO
A hiperplasia fibroepitelial felina é definida como uma alteração de caráter
benigno não neoplásica, que histologicamente caracteriza-se por uma
proliferação do epitélio dos ductos e do estroma mamário. Sua presença é
comumente relatada em gatas jovens, não castradas, associada à presença
de corpo lúteo ativo. A existência de receptores de progesterona e estrógeno
na hiperplasia mamária em felinos sugere que exista uma dependência
hormonal para o seu surgimento. Relata-se um caso de hiperplasia mamária
em uma felina doméstica, da raça Siamês, com sete meses de idade, pesando
3,3Kg, atendida no Ambulatório de Reprodução de Pequenos Animais do
Hospital Veterinário da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” Unesp – Botucatu – SP. A proprietária relatou que o animal nunca
havia entrado em cio e havia recebido a aplicação de dose única de acetato
de medroxiprogesterona, vindo a apresentar aumento bilateral da cadeia
mamária 25 dias após a administração do fármaco. Em seguida, começou a
reduzir a caminhada, permanecendo deitada por longos períodos. Ao exame
físico, observou-se um aumento de volume significativo na mama torácica
direita (T2) e nas abdominais (A1 e A2) de ambos os lados. Observou-se,
ainda, que as mamas acometidas encontravam-se turgidas, quentes e com
pontos de necrose cutânea. À palpação observou-se bastante incomodo, com
alguns episódios de vocalização. Realizou-se exame ultrassonográfico para
avaliação do tecido mamário, demonstrando que o tecido apresentava textura
homogênea e ecogenicidade mediana. Como tratamento inicial foi indicada a
ovariosalpingohisterectomia (OSH). O animal recuperou-se satisfatoriamente
do procedimento cirúrgico, porém não foi observada diminuição da
hiperplasia mamária, o que era esperado em função do longo tempo de ação
do acetato de medroxiprogesterona, que implica em persistência do quadro
clínico. Por isso, indicou-se a mastectomia bilateral.
Palavras-chave: anticoncepcional, hiperplasia mamária, felina
4 0 º C O N B R AV E T
REPRODUÇÃO ANIMAL
P-379
HISTEROCELE INGUINAL EM CADELA COM PIOMETRA:
RELATO DE CASO
Endrigo Adonis Braga de Araujo1; Luis Fernando Mercês Chaves Silva1;
Sidnei Nunes de Oliveira1; Felipe Morales Dalanezi1; Fabíola Soares
Zahn2; Nereu Carlos Prestes2
1
Residente em Reprodução e Obstetrícia Veterinária, Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Unesp - Botucatu,
SP; 2Professor do Departamento de Reprodução Animal e Radiologia
Veterinária, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
Unesp - Botucatu, SP. E-mail: [email protected]
A histerocele inguinal é uma hernia pouco frequente, caracterizada pela
protrusão do útero pelo canal inguinal, ocasionando sinais clínicos em
decorrência de gestação ou alterações uterinas, dentre elas a piometra, tendo
como causa primária o desequilíbrio hormonal levando ao enfraquecimento
de tecido conjuntivo, que distende os anéis inguinais. Pode ser causada
por um conjunto de fatores tais como obesidade e aumento da pressão
intra-abdominal, acompanhada pelo enfraquecimento das estruturas de
contorno adjacentes. Foi relatada a ocorrência de histerocele inguinal
com piometra em uma cadela da raça Poodle, com nove anos de idade,
atendida no Ambulatório de Reprodução de Pequenos Animais do Hospital
Veterinário da Universidade Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Unesp –
Botucatu – SP. As alterações clínicas observadas foram presença de secreção
vulvar mucopurulenta, hipertermia (40,2°C), vasos episclerais ingurgitados,
apatia e anorexia, além da presença de hérnia inguinal esquerda. Ao exame
ultrassonográfico da cavidade abdominal e da hérnia, constataram-se
áreas lobuladas com regiões anecoicas bem evidentes, características dos
achados ultrassonográficos de piometra, tanto no interior da cavidade
como no conteúdo herniário. Os achados hematológicos revelaram anemia
normocítica e normocrômica, leucocitose grave, neutrofilia e desvio à
esquerda; o exame bioquímico do soro revelou alteração das enzimas
hepáticas, hiperglobulinemia e hiperproteinemia, condizentes com o
quadro de piometra. Diante do quadro clínico, procedeu-se laparotomia de
caráter emergencial e verificou-se que ambos os cornos estavam repletos
de secreção e que o conteúdo herniário tratava-se do corno uterino
esquerdo. O corno distendido foi removido do anel inguinal lentamente
e, após a ovariosalpingohisterectomia (OSH), foi realizado a redução do
anel inguinal esquerdo. Após a recuperação pós-operatória, restabeleceu-se
a saúde do paciente.
Palavras-chave: histerocele, piometra, cadela.
REPRODUÇÃO ANIMAL
P-380
INCONTINÊNCIA URINÁRIA CONGÊNITA POR ESTENOSE
VESTÍBULO-VAGINAL COM SEPTO EM CADELA: RELATO
DE CASO
Endrigo Adonis Braga de Araujo1; Luis Fernando Mercês Chaves Silva1;
Sidnei Nunes de Oliveira1; Felipe Morales Dalanezi1; Fabiana Ferreira de
Souza2; Fabíola Soares Zahn3
1
Residente em Reprodução e Obstetrícia Veterinária, Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Unesp - Botucatu,
SP; 2Pesquisador Nível III do Departamento de Reprodução Animal e
Radiologia Veterinária, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” Unesp - Botucatu, SP; 3Professor do Departamento de Reprodução
Animal e Radiologia Veterinária, Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” Unesp - Botucatu, SP. E-mail: [email protected]
Estenose vestíbulo-vaginal congênita é definida como um estrangulamento
anelar na junção de mesmo nome, podendo estar associada ou não à
presença de septo no canal vaginal, que se forma durante o desenvolvimento
embrionário. Em alguns casos pode resultar em infecções recorrentes do trato
urinário, vaginite crônica, incontinência urinária, dermatite vulvar, noctúria
e micção inadequada. O presente relato trata do caso de uma cadela da raça
Labrador, com 8 meses de idade, pesando 32 Kg, atendida no Ambulatório de
Reprodução de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Unesp – Botucatu – SP. O animal foi
encaminhado após atendimento no Ambulatório de Clínica Médica do
mesmo Hospital com histórico de cistite bacteriana recorrente. O proprietário
relatou que a cadela sempre apresentou incontinência urinária. Após exame
clínico geral, realizou-se a palpação digital da vagina detectando-se estenose
vestíbulo vaginal acentuada, impossibilitando o exame mais profundo do
canal vaginal. Em nova avaliação com o animal em estro, o relaxamento do
tecido vaginal por ação estrogênica possibilitou a palpação digital da vagina
e verificou-se uma bifurcação no canal, cranial ao meato urinário. Com o
animal sob sedação procedeu-se o exame de endoscopia vaginal e foi possível
confirmar que tratava-se de um septo vertical formado por um feixe de tecido
a uma profundidade de aproximadamente 8 a 10 cm cranial à junção vestíbulovaginal, e não de uma duplicação verdadeira do canal vaginal. Para resolução
foi indicada vaginoplastia para retirada do septo e correção da estenose,
associada à ovariosalpingohisterectomia e colpossuspensão para correção da
incontinência urinária.
Palavras-chave: estenose vestíbulo-vaginal; cistite; colpossuspensão;
vaginoplastia.
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63
4 0 º C O N B R AV E T
REPRODUÇÃO ANIMAL
P-381
INDUÇÃO DA OVULAÇÃO EM ÉGUAS SEM PADRÃO
RACIAL DEFINIDO UTILIZANDO HCG OU O ANÁLOGO DE
GNRH
REPRODUÇÃO ANIMAL
P-382
INDUÇÃO DA OVULAÇÃO EM ÉGUAS UTILIZANDO
GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA, LECIRELINA E
DESLORELINA
Deyse Naira Mascarenhas Costa1; Maísa Silva Sales2; Siluana Benvindo
Ferreira1; Luiz Harliton Cavalcante Monteiro Mota2; Ícaro Oliveira Torres
de Souza3; Filipe Nunes Barros3; Marlon de Araujo Castelo Branco1; José
Adalmir Torres de Souza4
1
Doutoranda Programa de Pós-graduação em Ciência AnimalUFPI; 2Mestre em Ciência Animal; 3Mestrando Programa de
Pós-graduação em Ciência Animal-UFPI; 4Profº. Departamento de
Clínica e Cirurgia Veterinária- Centro de Ciências Agrárias-UFPI.
E-mail: [email protected]
Heder Nunes Ferreira1; David Carvalho Sales2; Hilderley de Almeida
Santos2; Fagner Paulo Cruz de Andrade2; Vitor Accioly3; Rodolfo Marcel
Souza da Rocha3
1
Docente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Pio Décimo,
2
Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Pio Décimo,
3
Médico Veterinário Autônomo. E-mail: [email protected]
Foi comparado o uso do hCG e do análogo do GnRH, Lecilerina, como
indutores de ovulação em éguas mestiças criadas em condições a campo,
durante a época seca do ano na região de Campo Maior-PI. Foram selecionadas
18 éguas, com boas condições sanitárias e nutricionais. A idade média das éguas
foi de 7 anos, peso corporal médio de 300 Kg, e escore corporal variando de 2,5
a 4,0 (escala de 1 a 5). As éguas foram divididas em dois grupos, onde as éguas
do GI (n=9) receberam por via intravenosa, 2500 UI de hCG (Vetecor® 5000
UI – Hertape Calier, Brasil) e as do GII (n = 9), receberam duas doses com
intervalos de 48 h, aplicadas por via intramuscular, de três ml de um análogo
do GnRH (Lecirelina, Gestran® - Tecnopec, Brasil). No GI as fêmeas foram
cobertas por meio de monta natural 36 h após a aplicação de hCG e no GII as
fêmeas foram cobertas 36 h após a primeira e a segunda aplicação de GnRH.
A média do maior tamanho do folículo pré-ovulatório não diferiu (P>0,05)
entre GI (40,0±11,0 mm) e GII (43,0±6,0 mm). Das 18 éguas utilizadas, 16,6%
ovularam com folículo de maior diâmetro pré-ovulatório entre 32 e 37 mm,
38,8% ovularam entre 38 a 42 mm, 33,3% ovularam entre 43 a 47 mm, e 11,1% das
éguas ovularam entre 48 a 52 mm. Nos grupos GI (35,0 ± 3,0 mm) e GII (36,0
± 4,0 mm) as médias do diâmetro do folículo dominante no dia da indução da
ovulação não diferiram estatisticamente entre si (P>0,05). A taxa de gestação
no GI foi de 66%, e no GII foi de 44%. No GI, das nove éguas, oito ovularam
até 36 h após a aplicação do hCG. O mesmo verificou-se no GII, onde também,
oito das nove éguas ovularam até 36 horas após a segunda aplicação de GnRH.
Foi possível observar neste experimento que tanto o hCG como o GnRH
foram eficazes como indutores de ovulação em éguas. Ambos obtiveram uma
boa resposta para indução da ovulação em éguas criadas a campo durante o
período seco do ano.
Palavras-chave: ovulação; hCG; GnRH; ultrassonografia.
64
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O objetivo deste resumo foi avaliar a competência ovulatória de diferentes
fármacos utilizados como indutores de ovulação em éguas. Foram utilizadas
três éguas sem raça definida com idade média de 11,5 anos, sendo as mesmas
submetidas à palpação retal e avaliação ultrassonográfica para determinação do
momento inicial do estro, a partir deste momento foram realizadas avaliações a
cada 48 horas até constatar um folículo de 30 mm, que foi acompanhado a cada
24 horas até este folículo atingir tamanho próximo aos 35 mm e boa condição de
edema uterino, caracterizando o momento ideal para o inicio da metodologia
proposta. Todas as éguas foram submetidas ao acompanhamento de três ciclos
estrais, e, quando observado a ovulação em cada grupo, contava-se cinco dias e
aplicava-se 7,5mg de Dinoprost trometamina (IM) para antecipar o uso desses
animais nos grupos subsequentes, onde as três éguas participaram de todos os
grupos propostos neste experimento. Foram utilizados como agentes indutores
de ovulação: Gonadotrofina Coriônica Humana (HCG) na concentração de
2500UI por via EV (T1); Lecilerina na concentração de 1mg por via IM (T2) e
Deslorelina na dose de 750µg por via IM (T3), esses animais foram submetidos
ao acompanhamento folicular e em condições adequadas era realizada a
aplicação do fármaco, onde 24 horas após a administração eram realizadas
avaliações ultrassonográficas a cada 6 horas até constatar a ovulação ou
atingir no máximo 48 horas após aplicação do fármaco. Para o grupo T1, cada
individuo apresentou tempo de ovulação distintos, apresentando ovulação
com 24, 36 e 42 horas, o grupo T2 teve uma égua com ovulação em 24 horas e
outras duas éguas passaram de 48 horas sem apresentar resposta na indução da
ovulação e o grupo T3 duas éguas apresentaram ovulação com 42 horas e uma
com 48 horas de indução. A conclusão obtida foi que a utilização do fármaco
deslorelina apresentou melhor resultado com relação aos demais fármacos
testados, uma vez que todos os animais apresentaram ovulação dentro do
prazo pré-determinado em literatura, e que foi obedecido neste experimento.
Palavras-chave: hormônio, reprodução, terapia.
4 0 º C O N B R AV E T
REPRODUÇÃO ANIMAL
P-383
INFLUÊNCIA DO DILUENTE CITRATO COM E SEM
ACRÉSCIMO DA GEMA DE OVO FRENTE AO TESTE
DE TERMORRESISTÊNCIA DO SÊMEN DE COELHOS
(ORYCTOLAGUS CUNICULUS) DA RAÇA NOVA ZELÂNDIA
Renan Luiz Albuquerque Vieira1; Lourival Souza Silva Júnior1; Rosileia
Silva Souza4; Larissa Pires Barbosa2; Mérole Souza Ferreira da Silva3;
Bianca Pimentel Silva1
1
Discente da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia; 2Profa. Drª
do Departamento de Reprodução Animal da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia; 3Mestrando do Programa de Pós-graduação
em Ciência Animal da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia;
4
Doutoranda da Universidade Federal da Bahia.
A diluição do sêmen é crucial para o emprego da inseminação artificial, pois
permite melhor aproveitamento do ejaculado e a conservação do sêmen. A
maioria dos diluentes apresenta a gema de ovo como componente básico,
já que a fosfatidilcolina (lecitina) e as lipoproteínas da gema protegem os
espermatozóides durante o resfriamento, contra o choque térmico. Porém,
como a gema do ovo é um produto de origem animal, ela representa um risco
potencial de contaminação do sêmen em especial a contaminação bacteriana
e sua composição não é uniforme. O sêmen do coelho é conhecido por ser
menos suscetível a choque pelo frio cerca de três vezes a proporção encontrada
para os espermatozóides mais sensíveis de carneiros, touros e javalis. Foi
avaliada a influência da gema de ovo acrescida ao diluente citrato, o sêmen
de coelhos (Oryctolagus cuniculus) frente ao teste de termorresistência. Foram
utilizados dois machos adultos da raça Nova Zelândia. As coletas de sêmen
foram realizadas, uma vez por semana com o método de vagina artificial.
Foram totalizados cinco ejaculados por animal. Foi realizada a avaliação física
do sêmen que apresentou médias de vigor espermático 3,95±0,69 e motilidade
espermática de 85,50±7,62%. Houve diferença significativa para a motilidade
espermática (P<0,05) no teste de termorresistência no T1(com acrescimo
de gema de ovo) e no T2 (sem acrescimo de gema de ovo) apresentando
médias iguais a: 79,00±11,74 e 40,00±21,73 (0,5h); 76,00±11,50 e 31,00±18,38
(1,0h); 74,00±8,10 e 21,00±14,49 (1,5h) e 71,50±5,80 e 15,00±13,54%, (2,0h),
respectivamente. Houve diferença significativa para o vigor espermático
(P<0,05) no teste de termorresistência no T1 e T2, com valores de: 3,60±0,66
e 1,45±0,90 (0,5h); 3,40±0,66 e 1,10±0,74 (1,0h); 3,30±0,42 e 0,80±0,59 (1,5h) e
3,25±0,35 e 0,45±0,44 (2,0h), respectivamente. Os dados foram validados pelo
ANOVA e foi realizado o teste de Tukey a 5% de probabilidade no programa
Sivar versão 5.1. O diluidor a base de citrato-gema apresentou resultados
superiores (P<0,05) em relação ao diluidor sem adição de gema, preservando
por mais tempo a motilidade progressiva e o vigor dos espermatózoides.
Concluir que o citrato-gema apresenta uma melhor eficiência na conservação
seminal, prolongando a viabilidade dos espermatózoides, e consequentemente
seu tempo de vida útil, em relação ao citrato.
Palavras-chave: lipoproteínas, motilidade, vigor espermático.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-384
CORRELAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA CAMA
DE FRANGO COM A INCIDÊNCIA DE CALO-DE-PÉ/
PODODERMATITE NO ABATEDOURO
Victor Correia de Lima1; Francisco Pereira Gonçalves1; Lia Fernandes2;
Paulo Emilio
1
Médico Veterinário Pesquisador do Laboratório de Sanidade Avícola da
Bahia (LASAB - UFBA), 2 Profa. Departamento de Medicina Veterinária
Preventiva EMEZ – UFBA.
Este trabalho faz uma análise da relação existente entre a cama de frango e
a incidência de pododermatite no abatedouro. O estudo foi desenvolvido
em galpões comerciais que funcionam em sistema de integração com uma
grande empresa produtora de alimentos no polo avicola baiano. O objetivo foi
verificar a relação existente entre as condições físicas da cama de frango desses
produtores e incidência de calos de pé em frangos de corte em abatedouro da
região. A pesquisa foi desenvolvida em dez galpões comerciais, durante um lote
completo de cada galpão. Ao longo de três visitas por galpão, com entrevistas
e checklist foram registradas informações de manejo e condições gerais do
galpão. Também foram coletadas amostras de cama-de-frango para análise da
umidade em laboratório. Os resultados divergiram entre os galpões estudados.
A incidência de pododermatite variou de 81% a 15%, dependendo do galpão. Os
galpões foram divididos e analisados em grupos (A, B, C e D), de acordo com
os índices de incidência de pododermatite. Não foi estabelecida uma relação
direta entre características físicas da cama e incidência de pododermatite no
abatedouro. Mas ficou evidente que a causa da pododermatite é de aspecto
multifatorial, que varia entre diferentes tipos de manejo e condições da cama
do aviário.
Palavras-chave: avicultura, frango de corte, pododermatite, calo-de-pé,
cama-de-frango
SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-385
DESEMPENHO DE TRÊS LINHAGENS DE FRANGOS DE
CORTE EM CONDIÇÕES DE VERÃO
Julyana Machado da Silva Martins1; Gabriel Miranda Ribeiro de Sousa2;
Evandro de Abreu Fernandes3; Fernanda Heloísa Litz1; Ana Cláudia Rosa2;
Naiara Simarro Fagundes4
1
Mestrandas do Programa de Ciências Veterinárias da UFU, 2Alunos
de Medicina Veterinária da UFU, 3Professor da Medicina Veterinária
da UFU, 4Doutoranda do Programa de Ciência Animal e Partagem da
ESALQ-USP.
Foi avaliado o desempenho de três diferentes linhagens de frangos de corte
de criação industrial que representam o maior percentual de produção do
mercado atual, submetidos a um mesmo programa alimentar, nas condições
de temperatura e umidade impostas pelo verão. O experimento foi conduzido
na Granja de Experimentação de Aves da Universidade Federal de Uberlândia,
no período de 05 de dezembro de 2012 a 08 de janeiro de 2013. Foram alojados
pintos com um dia de idade, separados por sexo, distribuídos aleatoriamente
em 72 boxes em um esquema fatorial constituído de três linhagens e dois
sexos (3x2) com 12 repetições por tratamento: machos da linhagem A, fêmeas
da linhagem A, machos da linhagem B, fêmeas da linhagem B, machos da
linhagem C e fêmeas da linhagem C. Foram avaliados consumo de ração
(CR), peso vivo (PV), conversão alimentar real (CAr), conversão alimentar
c r m v s p . g o v. b r
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65
4 0 º C O N B R AV E T
tradicional (CAt) e viabilidade (Viab.) aos 35 dias de idade. Os resultados
obtidos foram submetidos à análise de variância e ao teste de comparação
de médias de Tukey 5% de probabilidade (SAS 9.2). Houve interação entre
linhagem e sexo em relação ao CR (p<0,05), entretanto, não houve interação
significativa para PV, CAr, CAt e Viab. A interação ocorreu devido ao fato
dos machos da linhagem C consumirem mais ração que os da linhagem
B, não ocorrendo o mesmo com as fêmeas. O PV de machos e fêmeas foi
estatisticamente distinto denotando que independente da linhagem o macho é
mais pesado que a fêmea, entre as linhagens não houve diferença. A CAr e CAt
de machos e fêmeas foi diferente estatisticamente indicando que independente
da linhagem o macho tem melhor conversão que a fêmea. Entre linhagens
houve diferença (p<0,05), independentemente do sexo, tendo a linhagem
B melhor conversão que a C, enquanto a linhagem A apresentou conversão
igual a B e C. Para Viab. não houve diferença entre machos e fêmeas. Mas foi
observada que a Viab. das linhagens A e B se equivalem e foram maiores que
da linhagem C. Assim as diferenças entre as linhagens foram relacionadas à
conversão alimentar e viabilidade, o que indica que elas apresentam diferentes
exigências nutricionais, determinadas por suas características genéticas e por
isso devem ser alimentadas com rações com níveis nutricionais próprios. E
também menor ou maior resistência a doenças.
Palavras-chave: consumo de ração, conversão alimentar, peso vivo,
viabilidade.
Agradecimentos: à FAPEMIG pelo apoio financeiro.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-386
DESEMPENHO PRODUTIVO DE FRANGOS DE CORTE
MACHOS SUBMETIDOS AO ESTRESSE CÍCLICO POR CALOR
Fernanda Heloisa Litz1; Naiara Simarro Fagundes2; Cristiane Ferreira
Prazeres Marchini3; Mara Regina Bueno de Mattos Nascimento4; Evandro
de Abreu Fernandes5; Paula Luiza Alves Pereira Andrada Silva6
1
Pós-graduanda em Ciências Veterinárias da Universidade Federal de
Uberlândia; 2Pós-graduanda em Ciências Veterinárias da Universidade
Federal de Uberlândia; 3Doutoranda em Ciência Animal da Universidade
Federal de Goiás; 4Docente da Faculdade de Medicina Veterinária/UFU;
5
Docente da Faculdade de Medicina Veterinária/UFU; 6Acadêmica de
Medicina Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária/UFU, ([email protected]).
Devido ao melhoramento genético empregado na seleção das modernas
linhagens de aves de produção, características como o rápido ganho de peso e a
acúmulo demasiado de músculos, tornaram as aves mais sensíveis a condições
de estresse térmico por calor. Sabe-se que o estresse por calor leva a prejuízos
na produtividade e no ganho de peso das aves, mas ainda não se tem descrito
na literatura quanto de calor é capaz de levar a prejuízos na produtividade das
aves. No presente trabalho foi avaliado o efeito do estresse cíclico de curta
duração (uma hora, temperaturas maiores que 36°C) em diferentes idades de
desafio sobre o peso vivo de frangos de corte. Foram utilizados 840 pintinhos
machos da linhagem CobbAvian48TM, alojados no primeiro dia de vida em
esquema fatorial 4 x 4 sendo quatro idades de desafio (condições naturais de
temperatura e umidade, estresse cíclico por calor de 16 a 21 dias, de 22 a 42 dias
e de 16 a 42 dias) e quatro épocas (21, 28, 35 e 42 dias de idade). Aos 21, 28, 35 e
42 dias de vida foram abatidas seis aves que foram pesadas em balança digital
Balmak®. A análise de variância avaliou a interação entre as diferentes idade
de desafio e as épocas selecionadas. Posteriormente, utilizando o programa
estatístico SISVAR, aplicou-se o teste de Tukey a 5%. Nas diferentes idades de
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desafio o estresse cíclico de uma hora não influenciou o peso vivo das aves
(P=0,8011). O estresse cíclico por calor durante uma hora não causa prejuízo
no peso vivo das aves independentemente da idade em que os frangos de corte
machos são desafiados.
Palavras-chave: ave, estresse térmico, peso vivo.
Agradecimentos: ao apoio dado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do
estado de Minas Gerais – FAPEMIG, para a participação no evento.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-387
DESEMPENHO ZOOTÉCNICO DE FRANGOS DE CORTE
NASCIDOS EM SISTEMAS DE INCUBAÇÃO DE ESTÁGIO
ÚNICO VERSUS ESTÁGIO MÚLTIPLO
Hugo Sérgio Vieira Silva1; Thomas Abdo Costa Calil1; Kamila Pinheiro
Paim2; Daise Aparecida Rossi3; Paulo Lourenço Silva3
1
Especialistas em Ciência Avícola – Universidade Federal de Uberlândia;
2
Aluna de Graduação em Medicina Veterinária - Universidade Federal de
Uberlândia. Email: [email protected]; 3Professor – Faculdade
de Medicina Veterinária - Universidade Federal de Uberlândia
A incubação artificial de ovos bem manejada é um importante instrumento
para as empresas avícolas que primam qualidade e produtividade. O presente
trabalho avaliou os índices zootécnicos de frangos de corte nascidos em
sistema de incubação de estágio único e múltiplo, simultaneamente. Foram
coletados ovos de quatro lotes de matrizes de 35 a 60 semanas de idade e
de mesma linhagem. Os ovos foram incubados em máquinas submetidas
às mesmas condições de temperatura, umidade e ventilação, dentro das
especificações de cada tratamento. Os dados obtidos mostraram que os ovos
incubados em sistema de estágio único produziram aves que apresentaram
melhor peso médio corrigido, ganho de peso diário e conversão alimentar
ajustada em relação ao estágio múltiplo. Dessa forma, conclui-se que aves
nascidas em incubação de estágio único apresentam parâmetros zootécnicos
significativamente superiores em relação ao estágio múltiplo, avaliados nas
condições do presente estudo.
Palavras-chave: avicultura, índice zootécnico, incubação.
Agradecimentos: à FAPEMIG e ao CNPq pelo apoio financeiro.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-388
ESTUDO DA LEPTOSPIROSE EM SUINOS ABATIDOS E
RELAÇÃO COM AS VARIÁVEIS EPIDEMIOLÓGICAS
Victor Alexandre Nascimento Silva1; Roberto de Faria Espinheiro2; Rafael
Monteiro de Melo1; Hugo Filipe Rodrigues Melo3; José Leandro Barbosa
da Silva3; Hilma Lúcia Tavares Dias4
1
Aluno de Iniciação Científica PIBIC-CNPq, 2Mestrando do Programa
de Pós-graduação em Ciência Animal, 3Aluno de Graduação no curso
de Medicina Veterinária da UFPA, 4 Professora Associado do Núcleo de
Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural da UFPA. Email: victor.vet@
live.com
Foi investigada a ocorrência de anticorpos contra Leptospira sp. em criações de
suínos da região nordeste do estado do Pará. Foram analisadas 226 amostras
procedentes de pequenas propriedades rurais localizadas em municípios
de Ananindeua (n=18), Belém (n=15), Castanhal (n=115), Irituia (n=15),
4 0 º C O N B R AV E T
Santa Bárbara (n=17), Santa Maria (n=21) e Santa Izabel do Pará (n=25). As
propriedades foram escolhidas de acordo com a facilidade de acesso e os
animais utilizados foram selecionados aleatoriamente sendo colhidas amostras
de leitões, matrizes e reprodutores. Para o estudo foi empregado o teste de
soroaglutinação microscópica (SAM) utilizando os sorovares: Canicola,
Tarassovi, Autumnalis, Bataviae, Butembo, Bratislava, Javanica, Panama,
Grippotyphosa, Hardjo, Hebdomadis, Castellonis, Icterohaemorrhagiae,
Australis, Cynopteri, Andamana, Copenhageni, Pyrogenes, Wolffi, Shermani e
Whitcombi. Do total de amostras examinados, 141 foram reagentes para um ou
mais sorovar de Leptospira sp., obtendo-se uma ocorrência de aglutininas antiLeptospira em 62,3% e maior importância para o sorovar Icterohaemorrhagiae.
Os demais sorovares encontrados foram: Cynopteri, Bataviae, Andamana e
Hardjo. Dentre os rebanhos em que os proprietários relataram contato com
roedores encontrou-se 83,1% de animais positivos e com relação à idade 100%
dos animais reatores apresentavam de 1 a 2,5 anos. O maior título obtido foi
1600 para os sorovares Cynopteri (n=7), Andamana (n=2) e Pyrogenes (n=1).
Conclui-se que as diferentes condições sanitárias dos rebanhos estudados
associada a presença de animais reatores, indica que a leptospirose representa
um problema de saúde pública.
Palavras-chave: leptospirose em suínos, sorologia.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-389
FREQÜÊNCIA DE CONSUMO DE CARNE SUÍNA PELOS
ESTUDANTES DA ESCOLA DE MEDICINA VETERINÁRIA E
ZOOTECNIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Verena Pereira Costa1; Paulo Levi de Oliveira Carvalho2; Ana Lúcia
Almeida Santana3; Aline Santana de Souza1; Morgana Miranda Ramos1;
Daniela Costa Cotrim1; Tâmiles Naiara do Santos Bispo1; Ana Delma de
Souza Santos1
1
Acadêmicas do curso de Medicina Veterinária na UFBA,2Professor do
Curso de Medicina Veterinária da UFBA,3Doutoranda do Programa de
Pós-graduação em Zootecnia/UFBA
Em algumas regiões brasileiras, principalmente Norte e Nordeste, o consumo
de carne suína é reduzido, fato atribuído aos hábitos culturais e informações
escassas sobre a qualidade desta carne. Neste contexto, foi avaliada a
frequência do consumo da carne suína por estudantes dos cursos de graduação
em Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal da Bahia.
Dessa forma foi aplicado um questionário on line, previamente elaborado e
com divulgação nas redes sociais. O levantamento abordou questões sobre
o consumo de carne suína, a frequência do consumo, motivos pelo baixo
consumo e conhecimento sobre a quantidade de calorias e colesterol das carnes
de diferentes espécies (aves, bovina e suína). Foram obtidas 312 respostas,
das quais 261 de alunos do curso de graduação em Medicina Veterinária e
51 de Zootecnia. Com os resultados obtidos foi realizado uma triagem, e
estes foram submetidos à análise descritiva, com ênfase na distribuição de
frequências relativas às respostas. Os resultados obtidos mostram que 87,17%
dos participantes consomem carne suína, e dentre estes 71,79% são do curso
de Medicina Veterinária e 15,38% de Zootecnia. Com relação à frequência
do consumo foi observado um baixo consumo de carne suína pelo público
alvo, pois do total de entrevistados apenas 3,52% consomem diariamente e
23,71% consomem raramente. Entretanto, um consumo significativo (8,33%)
foi observado em datas festivas do ano. Um total de 12,18% responderam
que consomem quinzenalmente, 17,31% consome mensalmente e 22,11%
consomem semanalmente. Por outro lado, 50,96% dos entrevistados que
declararam que não consomem ou consomem com baixa frequência a
carne suína, afirmam que o baixo consumo é devido ao paladar, pela baixa
disponibilidade nos restaurantes, aos preços onerosos, por questões sanitárias
e/ou por acreditarem que possuem maior quantidade de gordura, sendo que
49,04% não apresentaram um motivo específico. Na abordagem sobre os
aspectos relacionados às características da carne sobre o menor teor calórico
e de colesterol, 57,00% dos estudantes acreditam ser o peito de frango, 29,32%
lombo suíno, 8,14% pelo filé mignon bovino e 5,54% pela alcatra bovina. De
acordo com os resultados obtidos é notório que ainda existe um conceito
equivocado sobre a qualidade da carne suína entre estudantes de nível superior,
além disso, as questões culturais e religiosas contribuem para o baixo consumo
diário. Fatores como a ausência de informação e/ou incentivo comprometem o
desenvolvimento da cadeia produtiva da suinocultura no estado.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-390
INCIDÊNCIA DE CONTUSÕES E FRATURAS EM FRANGOS
DE CORTE ABATIDOS EM FRIGORÍFICO COM O SERVIÇO
DE INSPEÇÃO FEDERAL (SIF) NO SUL DO BRASIL
Tácito Emanuel Ferreira Damasceno1; Adriano da Silva Guahyba2; Rogério
Manoel Lemes de Campos3
1
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias no
Semiárido, UNIVASF,2Fiscal Federal Agropecuário, Doutor, 3Orientador,
Prof. Dr. UNIVASF
Foi analisada a incidência de lesões post-mortem como contusões e fraturas,
de frangos de corte abatidos em frigorífico com SIF no sul do Brasil. Foram
acompanhadas nas linhas, a inspeção post-mortem dos frangos abatidos
durante os meses de julho e agosto de 2011. Observou-se a aparência externa
das aves, bem como realizou-se a palpação, a fim de observar os caracteres
organolépticos da carne, detectar lesões, fazer o julgamento da carcaça
(condenações) e dar destino para as carcaças. A inspeção post-mortem foi
realizada nas linhas de inspeção A, B e C, em que na linha A, realizou-se o
exame interno da carcaça; na linha B o exame de vísceras e na linha C o exame
externo da carcaça. No Departamento de Inspeção Final ocorreu o julgamento
de carcaças parcialmente condenadas e a remoção dos cortes condenados por
contusões e membros fraturados. Os casos foram registrados e contabilizados
em mapas de registro das destinações das aves que passaram pela inspeção
final. Nos meses analisados, dentre as causas de apreensão e condenação
de carcaças pela Inspeção Federal, as contusões e fraturas somaram 117.974
casos, 56.553 e 61.396, em julho e agosto respectivamente, correspondendo
a 25,84% do total das condenações deste período. Concluiu-se que as lesões
poderiam ser evitadas com o emprego de maior monitoramento do processo,
treinamento dos funcionários e adoção das práticas de bem-estar animal em
todas as etapas de produção.
Palavras-chave: frango de corte, bem-estar, contusão/fratura.
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-391
INFLUÊNCIA DOS PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
PRÉ ABATE NAS CONDENAÇÕES DE UM MATADOURO
AVÍCOLA SOB O SERVIÇO DE INSPEÇÃO ESTADUAL DA
BAHIA EM 2012
Wanderlon Camões Nunes1; Antonio Simões de Araújo Silva2; Anete Lira
da Cruz3
1
Médico Veterinário - UNIME; 2Médico Veterinário - Pós-Graduado
SMVBA/UNIME; 3Fiscal Estadual Agropecuário – Agência de Defesa
Agropecuária da Bahia - ADAB
A obtenção de uma excelente carne de frango após o abate, depende do
emprego de boas práticas de manejo antes da sua execução e o Médico
veterinário é o responsável pela fiscalização desse processo, para que seja
garantido ao homem um alimento de boa qualidade, e que não traga
prejuízo a sua saúde. As condenações de frangos de corte estão em grande
parte relacionadas às tecnopatias, que são as falhas que ocorrem durante o
manejo das aves desde a apanha e transporte para saída da granja até o abate,
onde acontecem também falhas tecnológicas. Os dados nosográficos foram
fornecidos pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB),
entre janeiro a dezembro de 2012. Nesse período foram abatidos 2.939.034
frangos, obtendo-se 15.918 condenações de carcaças, partes de carcaças e
vísceras, sendo que 4.599 (28,89%) foram condenações totais e 11.329 (71,11%)
por condenações parciais, superando as condenações totais. Das condenações
parciais as contusões com 80,36% superaram as demais afecções 19,64%, já nas
condenações totais as contusões com 10,87%, foram superadas pelas demais
afecções que tiveram 89,13%. Após todas as análises observou-se que o bom
manejo pré-abate juntamente com a fiscalização são indispensáveis, pois sendo
realizados da maneira correta tendem a diminuir os problemas que provocam
a maior parte dos prejuízos econômicos da indústria avícola.
Palavras-chave: manejo pré-abate, tecnopatias, fiscalização.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-392
INFLUÊNCIA DOS SISTEMAS DE CRIAÇÃO SISCAL E
CONVENCIONAL SOBRE OS VALORES DE PH DA CARNE
SUÍNA
Thainara Christie Ferreira Silva1; Fernanda dos Santos Costa1; Robson
Carlos Antunes2
1
Graduandas de Medicina Veterinária FAMEV - Universidade Federal de
Uberlândia; 2Docente FAMEV UFU - Universidade Federal de Uberlândia
Foi avaliada a influência do sistema de criação sobre a qualidade da carne,
analisando-se os valores de pH 45 minutos e 24 horas após o abate já que o pH
inicial é um indicador de velocidade de glicólise e o pH final da carne determina
a qualidade sensorial e tecnológica da mesma. O experimento foi conduzido na
Granja Grinpisa, localizada no município de Uberlândia – Minas Gerais, Brasil.
Foram utilizados 36 suínos machos, híbridos Landrace x Large-White x Pietrain,
imunocastrados, sendo 18 criados em um galpão contendo seis baias (três
animais em cada) com piso de concreto, ripado, equipado com dois bebedouros
tipo chupeta, um bebedouro tipo taça e um comedouro para arraçoamento. Os
demais animais foram alojados em piquetes com 800 m², com uma área coberta,
um comedouro e um bebedouro tipo taça, sendo três animais em cada piquete.
Neste trabalho foram avaliados os valores de pH 45 minutos e 24 horas após
o abate, comparando animais de mesma genética e com mesma alimentação,
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separados em dois grupos, sendo cada um alojado em um sistema de criação
para determinar a influencia deste sistema na qualidade da carne suína. A análise
dos valores do pH 45 minutos dos animais alojados nos dois sistemas de criação
avaliados no estudo não apresentou diferença estatística significativa (p>0,05),
sendo que os suínos criados no sistema convencional (baia), apresentaram valor
médio de 5,83 e os criados ao ar livre (SISCAL) obtiveram valor médio de 5,89.
Os sistemas de criação de suínos, seja ele o Sistema Intensivo de Criação de
Suínos ao Ar Livre ou o sistema convencional, não afetaram os valores de pH e
a qualidade da carne suína. Os vários fatores estressantes a que são submetidos
os animais em ambos os sistemas contribuem para a queda na qualidade da
carne, portanto um bom manejo durante toda a produção é essencial para
que se tenham melhores resultados na qualidade e como consequência maior
produtividade e lucro nas indústrias.
Palavras-chave: suíno, sistema de criação, pH, estresse, qualidade de carne
Agradecimentos: à FAPEMIG pelo apoio financeiro.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-393
INVESTIGAÇÃO
SOROEPIDEMIOLÓGICA
DA
ENCEFALOMIELITE AVIÁRIA EM CRIATÓRIOS AVÍCOLAS
DE SUBSISTÊNCIA NO PÓLO AVÍCOLA DO BAIXO
PARAGUAÇU - BAHIA
Roseclair Porto Correia Cruz1; Tamyles Conceição dos Santos2; Álvaro
Vinícius Cairo da Cruz2; Camila Alice da Cruz dos Santos2; Elson Nery
da Silva2; Izabella Ramos3; Nilma Pereira Costa4; Lia Muniz Barretto
Fernandes5
1-Bolsista de Iniciação científica - EMEVZ UFBA; 2-Alunos de graduação
em Medicina Veterinária - EMEVZ UFBA; 3-Medica Veterinária do
Laboratório de Sanidade Avícola da Bahia – LASAB; 4-Biológa do
Laboratório de Sanidade Avícola da Bahia – LASAB; 5-Docente do
departamento de Medicina Veterinária Preventiva da EMEZ UFBA
A encefalomielite aviária (EA) é uma doença infecciosa cujo agente etiológico
pertence à família Picornaviriade, que se caracteriza pela alta mortalidade
observada em aves jovens infectadas, principalmente entre a primeira e a quarta
semana de idade, e também pela relevante queda na produção de ovos. É uma
doença de importância por ser de transmissão vertical e por ser o diagnóstico
diferencial da Doença de Newcastle e da Influenza Aviária, que tem notificação
obrigatória e grande impacto para a comercialização de produtos avícola e para a
saúde pública. O presente trabalho realizou uma investigação soroepidemiológica
da EA em criatórios de galinha de quintal (Gallus gallus domesticus) no pólo
avícola do Baixo Paraguaçu, no estado da Bahia. Foram utilizadas 242 amostras
de soro, coletadas entre agosto de 2012 e fevereiro de 2013 juntamente com a
Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), nas cidades de Feira
de Santana, Conceição da Feira e São Gonçalo dos Campos. Todos os soros
foram testados com o ELISA (Enzyme-linked Immunosorbent Assay) indireto,
para detecção de anticorpos da EA, de acordo com as recomendações do
fabricante. Do total, 199 apresentaram soropositividade (82,23%) e 42 (17,77%)
foram classificadas como negativas. Esse trabalho revelou resultados superiores
aos encontrados por Al Zahraa e Kheir (2010), que em pesquisa sorológica de EA
em galinhas no Sudão encontrou 57.1% de positividade. Porém se aproxima do
que foi achado por Deem et al., em 2011, que pesquisaram a presença de diversas
enfermidades em aves na ilha Galapágos, e encontraram 65% de soropositividade
para EA. Pode-se concluir então que a EA está circulando na população avícola
de quintal na região do Baixo Paraguaçu e que mais estudos são necessários para
que estratégias de controle sejam desencadeadas.
4 0 º C O N B R AV E T
SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-394
IRRIGAÇÃO DAS GLÂNDULAS ADRENAIS DE SUÍNOS DA
LINHAGEM PIC
SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-395
MONITORAMENTO SANITÁRIO EM INCUBATÓRIO
INDUSTRIAL DO PÓLO AVÍCOLA BAIANO
Angelita das Graças de Oliveira Honorato1, Cheston Cesar Honorato
Pereira2, Frederico Ozanan Carneiro e Silva3, Lucas Dorneles de Oliveira4,
Daise Aparecida Rossi3
1
Médica Veterinária Mestre em Saúde Animal e Doutoranda UFU; 2Prof.
Me. Departamento de Medicina Veterinária, FESURV;3Professor Doutor
FAMEV-UFU; 4Bolsista PIBIC/FAPEMIG/UFU. Email: lucasdornelesvet@
yahoo.com.br
Tamyles da Conceição dos Santos1; Roseclair Porto Correia Cruz1; Izabella
Ramos2; Wellington Luis Reis Costa2; Lia Muniz Barretto Fernandes3
1
Aluna de graduação em Medicina Veterinária – EMEVZ UFBA; 2Medico
Veterinário do Laboratório de Sanidade Avícola da Bahia – LASAB; 3Docente
do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva – EMEVZ UFBA
Foi estudada a irrigação das glândulas adrenais de suínos da linhagem PIC.
Estas glândulas são responsáveis por secretar hormônios importantes em
situações de estresse e resistência do animal. São constituídas em duas partes,
morfologicamente e funcionalmente distintas, que são a medula, responsável
pela produção de hormônios relacionados ao metabolismo do organismo,
como a epinefrina e norepinefrina e o córtex da adrenal, que secreta os
hormônios esteróides. Foram utilizados 30 fetos de suíno da linhagem PIC,
18 machos e 12 fêmeas, doados após abortamentos espontâneos de fêmeas
gestantes de várias unidades criatórias instaladas no município de Rio Verde,
do estado de Goiás. Os exemplares tiveram o sistema arterial preenchido
com solução aquosa a 50% de Neoprene Látex “450” com corante específico
vermelho, e fixados com solução aquosa a 10% de formaldeído. Após a
coloração das artérias e fixação no formol, foi realizada abertura da cavidade
abdominal com uma incisão na linha mediana ventral, no sentido crâniocaudal para visualização das glândulas adrenais e suas artérias nutrientes.
O trabalho foi conduzido no laboratório de anatomia animal da FESURV –
Universidade de Rio Verde. Após atenta análise e investigação foi constatado
que o tecido glandular dos fetos recebeu suprimento sanguíneo a partir de
três diferentes modalidades de irrigação. Ramos provenientes apenas da
artéria aorta abdominal descendente, apenas ramos da artéria renal, e ramos
das artérias aorta abdominal descendente e renal. Trinta e sete glândulas,
correspondentes a 61,7% do total foram irrigadas por ramos oriundos da
artéria aorta abdominal descendente. Dezenove tecidos glandulares (31,6%)
foram irrigados por ramos das artérias aorta abdominal descendente e da
artéria renal e quatro (6,7%) tiveram seu tecido irrigado por ramos da artéria
renal. De acordo com os resultados pode-se concluir que em fetos de suínos
da linhagem PIC, a glândula adrenal é irrigada preferencialmente por ramos
oriundos da artéria aorta abdominal descendente, mas em alguns casos foram
observados ramos da artéria renal, e em outras ocasiões ambas suprem o seu
parênquima.
Palavras-chave: Epinefrina, Norepinefrina, Artérias, Adrenal
Agradecimentos: à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais (FAPEMIG)
Incubatório é o setor da avicultura industrial que tem como objetivo
transformar ovos férteis em pintos de um dia. As condições de incubação
influenciam diretamente no desempenho das aves geradas e a proliferação
de microorganismos patógenos pode levar a elevadas perdas econômicas,
tornando-se indispensável o manejo adequado do ambiente durante o
processo de incubação. Os incubatórios apresentam potencial risco para
contaminações, devido à umidade e temperatura ideais para o desenvolvimento
microbiológico, além da presença dos componentes do ovo e matéria orgânica.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a condição microbiológica de um
incubatório industrial do pólo avícola baiano. A metodologia aplicada foi
a técnica de exposição de placas com meios específicos para o crescimento
de bactérias mesófilas, enterobácterias e fungos. Foram realizados dez
monitoramentos, utilizando placas de Petri contendo três meios de cultura
diferentes, o Plates Count Ágar, o Ágar Mac Conkey e o Ágar Sabouraud
Dextrose. Após a incubação em temperaturas e tempo apropriados, as placas
tiveram seu crescimento avaliado em Unidade Formadora de Colônia (UFC),
e posteriormente comparado com valores padrões de Sadler. Observamos
que, em sua maioria, as salas nascedouro e máquinas nascedouro foram
apontados como os pontos críticos de contaminações, apresentando elevadas
concentrações de UFC para os três grupos avaliados. Estes dados demonstram
a presença elevada de microorganismos patógenos no ambiente de incubação,
que podem levar a redução de eclodibilidade e qualidade do produto final,
tornando-se necessária a revisão do programa de biossegurança aplicado para
que se obtenha o controle eficaz das contaminações.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-396
ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DO NERVO SUBESCAPULAR EM
SUÍNOS DA RAÇA PEN AR LAN
Angelita das Graças de Oliveira1; Cheston Cesar Honorato Pereira2;
Frederico Ozanan Carneiro e Silva3; Camylla Pedrosa Monteiro4; Fabiana
Manoela Umbelina de Oliveira4
1
Médica Veterinária Mestre em Saúde Animal e Doutoranda UFU. 2Prof.
Me.Departamento de Medicina Veterinária,FESURV. 3Professor Doutor
FAMEV UFU. 4Graduanda Medicina Veterinária UFU.
Foi descrita a origem e a distribuição do nervo subescapular provindo do
plexo braquial de suínos da linhagem Pen Ar Lan. Os nervos espinhais se
encontram ligados à medula espinhal, sendo seu número variável nas espécies
domésticas e estão relacionados com o número de vértebras que os animais
possuem. Os nervos cervicais emergem lateralmente da coluna através dos
forames intervertebrais. O nervo subescapular origina-se dos ramos ventrais
do sexto e sétimo nervos cervicais (C6 e C7), apresentando em alguns casos a
participação do quinto nervo cervical. Foram utilizados 30 suínos da linhagem
Pen Ar Lan, oriundos de um criatório do Triângulo Mineiro, fornecidos ao
Laboratório de Anatomia da Universidade Federal de Uberlândia, após mortes
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4 0 º C O N B R AV E T
naturais. Os animais foram fixados e emersos em solução de formaldeído a 10%
onde permaneceram por no mínimo 48 horas. Os suínos foram dissecados
para observação da distribuição do nervo subescapular. A documentação dos
resultados foi realizada por meio de fotografia usando-se a Nomina Anatomica
International Committee On Veterinary Gross Anatomical Nomemclature
(2005) e utilizou-se estatística descritiva para organizar os resultados por meio
de dados percentuais. De acordo com os resultados obtidos concluiu-se que
o ramo cranial do nervo subescapular emergiu das raízes ventrais do sétimo
(C7) e do sétimo e oitavo (C7 e C8) nervos espinhais cervicais e o ramo caudal
surgiu do sétimo e oitavo (C7 e C8) nervo espinhal, se distribuindo por meio
de vários ramos nos músculos subescapular e redondo maior.
Palavras-chave: inervação, plexo braquial, nervos espinhais cervicais.
Agradecimentos: ao apoio dado pela Fundação de Amparo à pesquisa do
Estado de Minas Gerais - FAPEMIG.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE AVES E SUÍNOS
P-397
ORIGEM E DISTRIBUIÇÃO DO NERVO SUPRAESCAPULAR
EM SUÍNOS DA RAÇA PEN AR LAN
Angelita das Graças de Oliveira1; Cheston Cesar Honorato Pereira2;
Frederico Ozanan Carneiro e Silva3; Camylla Pedrosa Monteiro4; Fabiana
Manoela Umbelina de Oliveira4
1
Médica Veterinária Mestre em Saúde Animal e Doutoranda UFU. 2Prof.
Me.Departamento de Medicina Veterinária,FESURV. 3Professor Doutor
FAMEV UFU. 4Graduanda Medicina Veterinária UFU.
Foi descrita a origem e distribuição do nervo supraescapular oriundo do plexo
braquial de suínos da linhagem Per Ar Lan. O Plexo Braquial em suínos é
formado pelos ramos ventrais do quinto, sexto, sétimo e oitavo nervos
cervicais e pelo primeiro nervo torácico. Um de seus componentes, o nervo
supraescapular, é derivado dos ramos ventrais do quinto, sexto e sétimo
componentes cervicais. Este penetra entre os músculos supra-espinhal e
subescapular e inerva o músculo supra-espinhal e infra-espinhal, sendo que
as variações nos níveis de origem do plexo braquial podem estar relacionadas
com fatores embriológicos, representados pela posição na qual os brotos dos
membros se desenvolvem em relação ao neuro-eixo, consequentemente quanto
mais cefálica for a relação, mais craniais serão os ramos que participaram da
formação do plexo. Foram utilizados 30 suínos da linhagem Per Ar Lan, nove
fêmeas e 21 machos com aproximadamente três meses de gestação obtidos
em criatórios da região do Triângulo Mineiro. As peças foram fixadas por
meio de injeções de formaldeído 10% e permaneceram nessa solução por
no mínimo 48 horas. Os animais foram dissecados para a observação da
distribuição do nervo supraescapular. Após a documentação dos resultados
utilizou-se estatística descritiva para organizar os resultados por meio de dados
percentuais. De acordo com os resultados obtidos concluiu-se que o nervo
supra-escapular em suínos da linhagem Pen Ar Lan origina ora pelas raízes
ventrais do quinto (C5) e sexto (C6) nervos espinhais, ora no quinto (C5),
sexto (C6) e sétimo (C7) nervos espinhais e emitem ramos para os músculos
supraespinhal e infraespinhal.
Palavras-chave: anatomia, inervação, plexo braquial.
Agradecimentos: ao apoio dado pela Fundação de Amparo à pesquisa do
Estado de Minas Gerais- FAPEMIG.
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-398
ESTUDO DA QUALIDADE DO LEITE EM SISTEMAS DE
PRODUÇÃO DO ALTO SERTÃO ALAGOANO
Amaury Apolonio de Oliveira1; Tânia Valeska Medeiros Dantas Simões1;
Diego Lima Ferreira Passos2; Kênia Moura Teixeira3; Sonise dos Santos
Medeiros4; Arnaldo Santos Rodrigues Junior5
1
Pesquisador Embrapa Tabuleiros Costeiros; 2Bolsista da FAPEAL/SEAGRI;
3
Técnica Embrapa Tabuleiros Costeiros; 4 Analista Embrapa Tabuleiros
Costeiros; 5Bolsista da FAPITEC/CNPq Embrapa Tabuleiros Costeiros.
Para os segmentos produtivos do leite de todas as regiões, especialmente a
região semiárida de Alagoas, além de ser necessária a intensificação de ações
que permitam uma produção em bases econômicas, deve existir igualmente
uma preocupação com os padrões de qualidade e segurança do leite pela
necessidade de se alcançar um mercado cada vez mais vez mais exigente em
todos os estratos sociais. A melhoria dos processos de ordenha, armazenamento
e transporte do leite, constitui-se em grande desafio para todos os segmentos
produtivos envolvidos com os padrões de qualidade e produtividade desse
negócio rural. O presente trabalho monitorou as condições da qualidade
advindas das boas práticas aplicadas para melhorar às condições higiênicosanitárias e a segurança do leite no processo de ordenha. Foi realizado em
quatro fases de seis meses cada, sendo duas realizadas no município de Canapi
e duas no município de Mata Grande. A execução do projeto foi constituída
por duas ações: 1. Monitoramento da qualidade e segurança do leite. 2.
Aplicação das Boas Práticas (BP) na pré-ordenha e no processo de ordenha.
Trezentos e vinte quatro amostras de leite foram submetidas à determinação
de CCS (Contagem de Células Somáticas) e UFC/CBT (Unidade Formadora
de Colônia / Contagem Bacteriana Total). Houve ainda a determinação
da composição do leite produzido. Para os resultados apresentados foram
considerados os padrões instituídos pela IN 62/2011 estabelecidos para o
Nordeste a partir de 2017, quando a legislação estará vigorando no seu padrão
definitivo de exigência. Os resultados gerais das etapas mostraram que 10,59%
e 32,35% dos rebanhos não se enquadravam nas exigências da IN 62, com
relação à presença no leite de gordura e proteína, respectivamente. Quanto à
determinação de CCS, 70,59% dos rebanhos se enquadravam na legislação da
IN 62. Com relação à CBT somente 36,52% dos rebanhos estavam enquadrados
nos critérios da IN 62. Após a aplicação das boas práticas, 10,39% e 17,95%
dos rebanhos não se enquadraram na legislação, com relação à gordura e
proteína, no leite respectivamente. Quanto à determinação de CCS, 72,73%
e CBT, 68,71% dos rebanhos atenderam à legislação federal. A aplicação de
boas práticas foi importante para melhoria da qualidade. No entanto, há de
se considerar a necessidade de aplicação de procedimentos mais adequados
no sentido de se promover um aumento considerável na melhoria do leite
produzido na região.
Palavras-chave: boas praticas, qualidade do leite, CCS/CBT.
4 0 º C O N B R AV E T
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-399
ESTUDO DA QUALIDADE DO LEITE EM SISTEMAS DE
PRODUÇÃO DO REGIÃO DO AGRESTE ALAGOANO
Amaury Apolonio de Oliveira1; Tânia Valeska Medeiros Dantas Simões1;
Ana Claudia Nobre Mendes2; Kênia Moura Teixeira3; Sonise dos Santos
Medeiros4; Arnaldo Santos Rodrigues Junior5
1
Pesquisador Embrapa Tabuleiros Costeiros; 2Bolsista da FAPEAL/
SEAGRI; 3 técnica Embrapa Tabuleiros Costeiros; 4 Analista Embrapa Tabuleiros
Costeiros; 5Bolsista da FAPITEC/CNPq Embrapa Tabuleiros Costeiros.
O grau de especialização de um agronegócio está relacionado com maior
tecnificação e exclusão de mão-de-obra como forma de aumentar a
competitividade pela busca de novos mercados. No caso da produção de
leite esta situação pode ser observada pela necessidade de adequação aos
parâmetros empresariais. No entanto, os segmentos de mercado, além do
segmento produtivo considerado de baixa renda, diferenciam essa atividade
fazendo com que o número de produtores permaneça elevado. O objetivo
deste trabalho foi conhecer e monitorar as condições da qualidade do leite
e aplicar conhecimentos de boas práticas visando melhorar a qualidade
higiênico-sanitária e a segurança do leite na ordenha objetivando ao aumento
da produtividade e competitividade dos sistemas de produção. O trabalho foi
realizado em quatro fases de seis meses cada, sendo uma realizada no município
de Minador do Negrão, duas realizadas no município de Cacimbinhas e uma
em Batalha. A sua execução foi constituída pelas ações, citadas a seguir 1.
Monitoramento da qualidade e segurança do leite em propriedades leiteiras
da região. 2. Aplicação de variáveis referentes às boas práticas (BP) na préordenha e nos processos de ordenha em fazendas selecionados para o estudo.
Trezentos e seis amostras de leite foram submetidas à determinação de seus
componentes, CCS e CBT, além dos elementos componentes do leite. Pelos
resultados observados 13,02% e 11,24% dos rebanhos não se enquadravam
nas exigências da IN 62, com relação à presença de gordura e proteína,
respectivamente. Quanto à determinação de CCS 60,95% dos rebanhos se
enquadram na legislação da IN 62 a partir de 2017. Com relação à CBT somente
55,56% dos rebanhos estavam enquadrados nos critérios da IN 62. Após a
aplicação das boas práticas, 22,81% e 20,00% dos rebanhos não se enquadravam
na legislação, com relação à gordura e à proteína, respectivamente. Quanto
à determinação de CCS,62,57% e CBT,61,08% dos rebanhos atenderam à
legislação federal. Pode-se observar que com a aplicação das boas práticas os
resultados foram ligeiramente superiores aqueles alcançados antes da aplicação
desse procedimento. Os resultados dos estudos realizados demonstram que as
condições de limpeza e higiene de ordenhas realizadas nos diversos sistemas
de produção são em geral muito precárias, merecendo a aplicação de práticas
mais adequadas para melhoria da segurança e qualidade do leite produzido.
Palavras-chave: qualidade do leite, CCS/CBT, IN62.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-400
ESTUDO DA QUALIDADE DO LEITE EM SISTEMAS
DE PRODUÇÃO EM MUNICÍPIOS DO MÉDIO SERTÃO
ALAGOANO
Amaury Apolonio de Oliveira1; Tânia Valeska Medeiros Dantas Simões1;
Paulo Rafael Costa Lins 2; Kênia Moura Teixeira3; Sonise dos Santos
Medeiros4; Arnaldo Santos Rodrigues Junior5
1
Pesquisador Embrapa Tabuleiros Costeiros; 2Bolsista da FAPEAL/
SEAGRI; 3 técnica Embrapa Tabuleiros Costeiros; 4 Analista Embrapa Tabuleiros
Costeiros; 5Bolsista da FAPITEC/CNPq Embrapa Tabuleiros Costeiros.
O semi-árido alagoano, por apresentar irregularidade climática, não tem
conseguido dar estabilidade à produção leiteira. Entretanto, esta área tem
como principal característica a forte presença familiar, fazendo com que o leite
seja o vetor de inserção dos pequenos produtores no mercado. Além disso, a
pequena propriedade, localizada principalmente nas áreas consideradas com
severos problemas climáticos, tem na atividade a grande fonte de renda e vem
se constituindo numa emergente região leiteira. Este fato indica também que a
atividade leiteira constitui-se, praticamente, na única atividade agrícola segura
no semi-árido, sendo importante que se introduza sistema de manejo mais
eficiente. O trabalho em questão visou conhecer e monitorar as condições da
qualidade do leite no sentido de aplicar conhecimentos advindos das boas
práticas para melhorar às condições higiênico-sanitárias e a segurança do leite
no processo de ordenha. Foi realizado em quatro fases de seis meses cada,
sendo duas no município de Maravilha e duas no município de Ouro Branco.
A execução do projeto foi constituída por duas ações: 1. Monitoramento da
qualidade e segurança do leite. 2. Aplicação das Boas Práticas (BP) na préordenha e no processo de ordenha. Trezentos e vinte e cinco amostras de leite
foram submetidas à determinação de CCS (Contagem de Células Somáticas),
UFC/CBT (Unidade Formadora de Colônia / Contagem Bacteriana Total).
Houve ainda a determinação da composição do leite produzido. Pelos resultados
observados 8,64% e 33,33% dos rebanhos não se enquadravam nas exigências da
IN 62, com relação à presença de gordura e proteína do leite, respectivamente.
Quanto à determinação de CCS 60,95% dos rebanhos se enquadravam na
legislação da IN 62 a partir de 2017. Com relação à CBT somente 61,83% dos
rebanhos estavam enquadrados nos critérios da IN 62. Após a aplicação das
boas práticas, 16,97% e 31,52% dos rebanhos não se enquadraram na legislação,
com relação à gordura e à proteína, respectivamente. Quanto à determinação
de CCS, 74,55% e CBT, 59,15% dos rebanhos atenderam à legislação federal.
Pode-se observar que apesar da aplicação das boas práticas os resultados foram
variáveis em relação à determinação dos elementos do leite, CCS e CBT, sendo
importante a implantação de medidas mais efetivas nos procedimentos de
ordenha.
Palavras-chave: CCS/CBT, ordenha, qualidade do leite.
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4 0 º C O N B R AV E T
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-401
ESTUDO DA SUSCEPTIBILIDADE DE STAPHYLOCOCCUS
AUREUS ISOLADOS DO LEITE DE VACAS COM MASTITE
EM SERGIPE
Wemerson de Santana Neres1; Gabriel Isaias Lee Tuñón3; Osmário
Marques Santos1; Maria Regina Pires Carneiro2
1
Graduando em Medicina Veterinária, Departamento de Medicina
Veterinária, Universidade Federal de Sergipe, Brasil; 2Profa.Departamento
de Morfologia, Universidade Federal de Sergipe, Brasil; 3Prof.
Departamento de Morfologia, Universidade Federal de Sergipe,
Brasil. E-mail: [email protected]
O presente trabalho verificou a ocorrência de Staphylococcus
aureus multirresistentes em amostras de leite de vacas com mastite em Sergipe.
Foi realizado o diagnóstico da mastite clínica pela detecção de alterações
macroscópicas no úbere e no leite. A mastite subclínica foi diagnosticada
com o Califórnia Mastite Teste (CMT). Foram coletadas 40 amostras de
leite e isoladas 69 estirpes de S. aureus a partir de testes convencionais.
Realizou-se a triagem com a técnica de difusão em discos de Kirby Bauer
com cefoxitina (30mg) para identificação fenotípica de Staphylococcus
aureus resistente à meticilina (MRSA). Isolados foram testados frente a 10
princípios ativos com o teste de sensibilidade a antimicrobianos. Do total de
amostras, 35 (87,5%) foram advindas de mastite subclínica e cinco (12,5%) de
mastite clínica. A positividade para S. aureus deu-se em 52,5% das amostras,
não havendo crescimento de colônias ou formação de colônias não típicas
no restante. Dos isolados, 100% foram sensíveis a cefoxitina, descartando-se
a presença de estirpes de Staphylococcus aureus resistentes a meticilina
(MRSA). Todos os isolados foram sensíveis a amoxilina/ácido clauvulânico,
ampicilina/sulbactam, clindamicina, gentamicina, imipenem, sulfazotrim
e teicoplamina. A tetraciclina foi o antimicrobiano menos eficaz dentre os
utilizados, reportando 44,93% de resistência. Não foram encontradas estirpes
multirresistentes a antimicrobianos, visto que a única resistência encontrada
foi à tetraciclina. A sensibilidade foi significativamente alta, no entanto, o S.
aureus possui alta capacidade para adquirir resistência, podendo representar
um grande impasse na economia leiteira. Este microrganismo apresenta-se
como um grande vilão à saúde pública, e não é descartada sua possibilidade
de transmissão entre os animais e o homem. Diante do exposto, sugere-se o
monitoramento dos microrganismos envolvidos na mastite e, em especial,
o uso de antimicrobianos de espectro restrito, no intuito de minimizar a
resistência microbiana.
Palavras-chave: mastite clínica e subclínica, Staphylococcus aureus,
multirresistência.
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-402
ESTUDO DO LEUCOGRAMA EM BORREGOS DA RAÇA
DORPER DO NASCIMENTO A TRINTA DIAS DE VIDA
COMO MÉTODO AUXILIAR NO MONITORAMENTO DA
SAÚDE ANIMAL
Jean Silva Ramos1; Aloisio Bitencourt Nascimento1; Wagner Rocha de
Souza2; Maria Consuêlo Caribé Ayres3; Alberto Lopes Gusmão4; Bruno
Lopes Bastos5; José Eugênio Guimarães3
1
Bolsistas de Iniciação Científica - EMVZ/UFBA; 2Bolsista Permanecer –
EMVZ/UFBA; 3Professores - DEAPAC/EMVZ/UFBA; 4Professor - Depto. de
Zootecnia/EMVZ/UFBA; 5Professor - FTC/SSA. E-mail: [email protected]
Embora novos parâmetros laboratoriais surjam com o objetivo de auxiliar o
diagnóstico das enfermidades dos animais domésticos, o leucograma continua
sendo o exame universal de eleição para esta finalidade. Neste contexto,
esse exame foi empregado em borregos da raça Dorper, provenientes de
inseminação artificial, estudando-se a cinética dos leucócitos sob a influência
do pós-nascimento e lactação no primeiro mês de vida. Colheu-se amostras
de sangue total com EDTA-K3, de treze animais provenientes do Município
de Candeias, Bahia, ao longo de sete momentos: imediatamente após o parto
(T0), seis horas (T1), 12 horas (T2), 24 horas (T3), 48h (T4), sete dias (T5),
15 dias (T6) e 30 dias de idade (T7). A realização dos leucogramas ocorreu
no mesmo dia das colheitas, sendo a contagem total de leucócitos realizada
manualmente em câmara hematimétrica, e os esfregaços para a contagem
diferencial dessas células corados com Panótico rápido. Os resultados obtidos
foram avaliados com o programa SPSS, versão 20.0, sendo submetidos à
análise de variância (ANOVA); aplicou-se o pós-teste de Bonferroni, com
grau de significância de P<0,05, comparando as médias entre os diferentes
tempos. Constatou-se uma diferença estatística significante (p<0,05) entre a
média de leucócitos totais no T0 (4.375±2.391/µL) e no T7 (8.334±3.206/µL), o
mesmo acontecendo com os neutrófilos segmentados, cujas médias variaram
de 2.498±1.563/µL para 5.232±1.359/µL, respectivamente. Embora não tenha
ocorrido diferença significante para linfócitos absolutos entre os diferentes
tempos, constatou-se uma elevação com valor máximo no T7 (30 dias) com
média de 2.981±772/µL em relação a 1.870±597/µL no tempo inicial (T0), antes
da ingestão do colostro. Tais elevações dos valores no momento T7 denotam
que os borregos apresentam um incremento da atividade medular a partir de
30 dias. Tanto neutrófilos segmentados quanto linfócitos apresentaram um
comportamento semelhante no primeiro mês de vida dos animais.
Palavras-chave: leucócitos, cinética, ovinos.
4 0 º C O N B R AV E T
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-403
ESTUDO GONIOMÉTRICO DE MEMBROS PÉLVICOS DE
CAPRINOS SAANEN EM DIFERENTES IDADES
Jomel Francisco dos Santos1; Ueliton Assis de Lima2; Thiago Arcoverde
Maciel2; Everton Diogo de Farias Firmino3; Amara Maria de Sousa
Barbosa4; Daniela Oliveira5
1
Médico Veterinário, Msc., UFRPE-UAG; 2Mestrando em Sanidade e
Reprodução de Ruminantes, UFRPE-UAG; 3Discente Curso Medicina
Veterinária, UFRPE-UAG; 4Técnica do Laboratório de Anatomia e
Patologia Animal, UFRPE-UAG, 5Professor Adjunto UFRPE-UAG. E-mail:
[email protected]
Foram comparados os dados goniométricos de membros pélvicos de cabras
da raça Saanen visando o estabelecimento de valores de normalidade para
caracterização das articulações da espécie. Foram utilizados 15 caprinos hígidos
da raça Saanen, fêmeas, com idade de três anos e 10 animais de 6 meses. Foram
medidos os ângulos das articulações em máxima extensão e máxima flexão e
as respectivas amplitudes de movimentos articulares dos membros pélvicos.
Os ângulos foram medidos com um goniômetro universal de plástico com os
animais em estação onde se fazia manualmente os movimentos de extensão e
flexão das articulações da coxa, do joelho e do tarso. A articulação sinovial é
a única que permite movimentos livres como deslizamento, adução, abdução,
extensão e flexão. Dentre os métodos utilizados para avaliação da capacidade
de amplitude de movimento, a goniometria tem as vantagens de simplicidade
e baixo custo. Os resultados foram tabulados e submetidos à análise estatística,
onde se avaliou diferenças entre os antímeros e as idades dos animais, por
meio de análise de variância. Foi observado que os ângulos de flexão de todas
as articulações estudadas diferiram entre as idades, mostrando que além
da influência da morfologia das estruturas articulares, o desenvolvimento
muscular também parece interferir nos dados goniométricos normais dos
caprinos. Essa diferença nos ângulos de flexão refletiu também na diferença
da amplitude dos movimentos do joelho e do tarso entre as idades. Diante do
exposto, conclui-se que os dados goniométricos do membro torácico de cabras
Saanen apresentam diferenças conforme a faixa etária.
Palavras-chave: articulação, medição, jovem, adulta, cabra.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-404
AUSÊNCIA DE REATIVIDADE À BRUCELLA SP. EM
PEQUENOS RUMINANTES DO RECÔNCAVO BAIANO
Laerte Marlon Conceição dos Santos1; Juliana Kelly Conceição Leite1;
Elainne Maria Beanes da Silva Santos1; Alberto Lopes Gusmão2; Arianne
Pontes Oriá2; Melissa Hanzen Pinna2
1
IC–UFBA; 2Docente EMEVZ-UFBA. E-mail: [email protected]
Foi investigada a ocorrência de anticorpos anti-Brucella em caprinos e ovinos
de rebanhos localizados no estado da Bahia. Foram colhidas amostras de
sangue de 132 caprinos e ovinos de diferentes idades, de ambos os sexos, de raça
definida (Dopper) ou sem raça definida (SRD), provenientes de municípios
localizados no território de identidade Recôncavo Baiano. A escolha das
propriedades estudadas foi aleatória. Os animais utilizados na pesquisa foram
submetidos à anamnese detalhada com enfoque no histórico reprodutivo e
clínico buscando identificar sinais sugestivos da doença. Amostras sanguíneas
foram colhidas em tubos à vácuo por punção na veia jugular, resfriadas e
transportadas até o Laboratório de Bacterioses do Hospital de Medicina
Veterinária da UFBA, para centrifugação e posterior aliquotagem do soro
em tubos plásticos do tipo Eppendorf®, com preservação a -20º para posterior
análise. O exame clínico realizado não revelou alterações reprodutivas
sugestivas de infecção por Brucella ovis e Brucella abortus. A técnica
adotada para triagem dos animais foi a soroaglutinação rápida com antígeno
acidificado tamponado, produzido com B. abortus 1119-3 (Instituto Biológico,
São Paulo, SP, Brasil) para a detecção de anticorpos anti-Brucella sp. Foram
escolhidas, de forma aleatória, 60 amostras de soros para serem submetidas ao
teste de Imunodifusão em Gel de Ágar (IDGA) para o diagnóstico de Brucella
ovis, empregando-se kit produzido pelo Instituto de Tecnologia do Paraná
(TECPAR) de acordo com as instruções do fabricante. Nenhuma das 132
amostras de pequenos ruminantes foi reagente à técnica de soroaglutinação
rápida com antígeno acidificado tamponado. Sororreatividade para brucelose
em rebanhos caprinos produtores de leite no Estado da Bahia já foi investigada
por outros autores em 2005, revelando uma frequência de 9% (36/400) pela
técnica de soroaglutinação rápida com antígeno acidificado tamponado.
Em relação aos resultados obtidos no teste de IDGA, não foi identificada
reatividade nas amostras. Na Bahia, uma prevalência de 3,27% (6/183) já foi
documentada em ovinos provenientes de oitos municípios do recôncavo
baiano. Os resultados encontrados neste estudo não evidenciaram a presença
de anticorpos anti-Brucella nos animais estudados. Possivelmente, o modo de
criação e a realização de um manejo sanitário eficiente contribuíram para tais
resultados.
Palavras-chave: brucelose, caprinovinocultura, sorologia.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-405
EXODONTIA DOS MOLARES E USO DE RESINA ACRÍLICA
ATIVADA QUIMICAMENTE PARA REPARO ALVEOLAR EM
EQUINOS
Venilton José Siqueira; Walter Octaviano Bernis Filho; Marina Bottrel Reis
Nogueira; Paulo Afonso da Silveira Ferreira; Fernando Gomes Fernandes;
Bruna Borges; Cristiano de Oliveira Lucas
O presente relata a utilização do fotopolimerizador de luz de led para
aceleração da polimerização da resina acrílica ativada quimicamente (RAAQ),
para a restauração dos alvéolos de dentes pré-molares e molares em equinos
submetidos a apicetomia. Três equinos, duas fêmeas, uma lactente e um macho
não castrado, com idade aproximada de 5 anos, provenientes da região do sul de
Minas Gerais, todos com sinais clínicos de fístulas maximares ou mandibulares;
Após fistulografia, identificação das raízes dos dentes, cada um a seu tempo, os
pacientes foram submetidos à anestesia geral inalatória sob ventilação controlada,
seguindo-se o protocolo do Hospital Veterinário Universitário da UNIFENAS.
Após estabilização dos procedimentos anestésicos, foi realizada a bucotomia em
área específica, isolamento e apicetomia. Os dentes foram removidos da forma
conveniente, o alvéolo lavado profusamente com solução fisiológica e clorexidine
e secos com ar comprimido.Após este procedimento, foi realizado ataque com
ácido orto pirofosfórico por um período de 10 minutos. A RAAQ foi preparada
e o alvéolo tamponado, esculpido com espátulas para evitar anfractuosidades.
Um fotopolimerizador com luz de Led foi utilizado por catálise para acelerar o
endurecimento da RAAQ, e com isto impedir o seu aquecimento, o que poderia
lesar o osso alveolar e ou os tecidos adjacentes. Todos os animais se recuperaram
em um tempo de 10 dias, tendo todos recebido alta hospitalar, após o fechamento
da fístula como indicador da resolução da infecção radicular. Concluiu-se que
a fotopolimerização da RAAQ é técnica útil, aplicável mesmo a nível de campo
para este tipo de intervenção odontológica em equinos.
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73
4 0 º C O N B R AV E T
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-406
EXTRAÇÃO INTRAORAL DE SEGUNDO MOLAR
MANDIBULAR EM EQUINO – RELATO DE CASO
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-407
FARMACOPUNTURA COM QUETAMINA PARA SEDAÇÃO
DE OVINOS
Eider Edoardo Saldanha Leandro1; Leonardo Torres Goulart2; Fernanda
Timbó D’el Rey Dantas3; Márcia Silva Costa1; Fernando Antonio Pinto2;
Alexandre Augusto Cerqueira Tinôco1; Diana Campos Brandão1
1
Médico(a) veterinário(a) da Clínica do Rancho Ltda, 2Médico veterinário
autônomo, 3Estudante de medicina veterinária na Universidade Federal
da Bahia
Jamile Prado dos Santos1; Rafael Gabino Cavalcante2; Tharciany Almeida
Amorim Souza3; Osires Lustosa Eloi Vieira2; Luciana Pereira Machado4
1
Profª. Drª. Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal
de Sergipe; 2Médico Veterinário Autônomo; 3Graduanda, Departamento
de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Sergipe; 4Profª. Drª.
Departamento de Medicina Veterinária, Campus Professora Cinobelina
Elvas, Universidade Federal do Piauí; E-mail: [email protected]
A extração intraoral de molares e pré-molares é a técnica menos invasiva e de
menor custo para a extração de dentes de equinos. A principal patologia que
resulta na extração destes dentes é a infecção apical, que acomete principalmente
animais entre cinco e sete anos de idade. O presente trabalho relata a extração
intraoral de segundo molar mandibular de um equino. Um animal mangalarga
marchador, cinco anos de idade, fêmea, 484kg, foi encaminhado à clínica com
ferimento no terço caudal da borda ventral da mandíbula esquerda. Foi relatado
que o ferimento advinha de um abscesso que fistulou e não era responsivo ao
tratamento local. No exame radiográfico, com a análise das incidências laterolateral oblíqua e dorso-ventral, pode-se constatar infecção apical no segundo
molar mandibular esquerdo (Triadan 310), optando-se pela extração intraoral
do dente afetado. Para realização do procedimento em estação, o animal foi
sedado com solução de detomidina a 0,8%. A manutenção anestésica foi
efetuada com bolus de 0,1mg/kg de detomidina por via intravenosa a cada 30
minutos. A anestesia local foi realizada por bloqueio do nervo mandibular
com 15 mL de cloridrato associado a 10mL de bupivacaína. Com o espéculo
odontológico, prosseguiu-se a identificação digital e visual do dente a ser
extraído. A desmotomia periodontal rostral e caudal do 310 foi realizada com
separadores molares e em seguida utilizados dental picks de diversos tamanhos
para finalizar e realiza-la nos ligamentos periodontais bucais e linguais deste
dente. O extrator molar foi então acoplado no 310 e foram feitos movimentos
horizontais de pequena amplitude, de forma que o dente se soltasse aos poucos.
Com o tempo, foi-se aumentando a amplitude dos movimentos até que, quatro
horas após o início do procedimento, a extração do dente pode ser concluída.
Não foi utilizado enxerto para preenchimento do espaço alveolar do referido
dente, já que havia infecção local. Foram prescritos enrofloxacina (5mg/kg SID
por 10 dias), cetoprofeno (2.2mg/kg SID por cinco dias), meloxicam (6.6mg/kg
SID por cinco dias) e limpeza do local com clorexidine 0,2% BID por sete dias,
além de lavagem da cavidade oral, cinco vezes por dia, para evitar o acúmulo
de alimento. Após dez dias o animal teve alta e a fístula havia reduzido de
tamanho.
Palavras-chave: dente, Triadan 310, cavalo.
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Foi avaliado o grau de sedação ocasionada com farmacopuntura em ovinos,
utilizando-se quetamina. A farmacopuntura é uma importante atuação
da acupuntura que consiste no uso de fármacos injetados em acupontos
para a potencialização de seus efeitos, porém com a utilização de subdoses,
produzindo efeito semelhante à dose convencional sem produzir efeitos
colaterais. O Yin Tang encontra-se na intersecção de uma linha traçada entre
comissuras mediais dos olhos e a linha mediana do animal, na “costura” entre
o osso nasal e frontal. Esse ponto quando estimulado promove efeitos sedativos
nos animais. O estudo foi realizado numa propriedade rural de Bom Jesus-PI,
utilizaram-se oito ovinos adultos sadios, fêmeas, sem padrão racial definido
(SPRD), com idade variando de 1,5 a 3 anos, criadas em sistema semi-intensivo.
Os animais foram previamente submetidos ao exame clínico com mensuração
dos seguintes parâmetros fisiológicos: frequência cardíaca (FC), frequência
respiratória (FR), temperatura retal (TR). O procedimento foi realizado no
inicio da manhã e com os animais em jejum hídrico-alimentar. Aplicou-se
2.10-¹ da dose de quetamina (0,4 mg/kg) no acupontoYin tang e utilizaram-se
quatro momentos para avaliação do grau de sedação (M0, M1, M2 e M3), com
intervalos de 15 minutos entre cada momento, avaliando-se FC; FR; TR e o
grau de sedação por alterações comportamentais e das respostas a estímulos
externos. Após a aplicação da quetamina no acuponto Yin Tang a FC média
dos animais apresentou uma pequena redução de 87 bpm (M0) para 79,25
bpm (M3). Em relação à frequência respiratória média, a quetamina promoveu
uma diminuição de 39,6 mpm (M0) para 35,25 mpm (M3) e a temperatura
retal média dos animais utilizados no M0 era de 38,6ºC e reduziu para 38,2ºC
(M3). No momento da aplicação (M0) quatro animais estavam calmos e
quatro agitados no M0, porém todos responsivos aos estímulos externos.
Após a aplicação sete animais ficaram calmos e aceitaram o manejo e um
animal permaneceu agitado. Entre os animais calmos, cinco apresentaram
cabeça baixa, sonolência e poucas respostas aos estímulos externos e um
ovino apresentou decúbito espontâneo e sonolência, além da diminuição de
respostas aos estímulos externos. Conclui-se que a sedação ocasionada pela
farmacopuntura com quetamina em ovinos é satisfatória e pode diminuir o
estresse e facilitar o manejo desses animais.
Palavras-chave: acupuntura; yin tang; tranquilização; anestesia.
4 0 º C O N B R AV E T
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-408
FEBRE CATARRAL MALIGNA EM UM BOVINO ATENDIDO
NA CLÍNICA DE RUMINANTES DO CENTRO DE
DESENVOLVIMENTO DA PECUÁRIA – CDP/EMEVZ-UFBA
Roberto Viana Menezes1; Eliene Barbosa de Lima2; Tiago da Cunha
Peixoto3; Margareth Moura Ferreira4; Hllytchaikra Ferraz Fehlberg5;
Gabriela dos Santos Santana6; Ticianna Conceição de Vasconcelos7
1
Médico Veterinário do Centro de Desenvolvimento da Pecuária – CDP/
UFBA; 2Medica Veterinária Residente do Centro de Desenvolvimento
da Pecuária – CDP/UFBA; 3Docente do Curso de Medicina Veterinária e
Patologista da Universidade Federal da Bahia - UFBA; 4Médica Veterinária
do Centro de Desenvolvimento da Pecuária – CDP/UFBA; 5Discente do
Curso de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Santa Cruz
– UESC; 6Mestranda em Medicina Veterinária da Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia – UFRB; 7Mestranda em Medicina Veterinária da
Universidade Federal da Bahia – UFBA.
É descrito um caso clínico de Febre Catarral Maligna em um bovino. No
dia 18 de Julho de 2013, foi atendido na Clínica de Ruminantes do Centro de
Desenvolvimento da Pecuária (CDP), um bovino, macho, mestiço, com idade
de um ano, que apresentava apatia, diminuição dos reflexos, opacidade bilateral
de córnea, secreção nasal mucopurulenta bilateral, erosão e crosta nas narinas,
ulcerações na mucosa da boca, gengiva e interdigitais, decúbito esternal,
normotermia, fezes líquidas escuras e fétidas. Após o diagnóstico clinico
suspeitou-se de doença das mucosas e febre catarral maligna. O animal foi
isolado e, por apresentar prognóstico desfavorável, foi submetido à eutanásia
no dia seguinte, realizando-se necropsia com a retirada de fragmentos teciduais
para exames histopatológicos. Ao exame necroscópico foram observadas
opacidade da córnea, erosões e ulcerações em várias regiões das mucosas do
trato alimentar e respiratório, linfonodos superficiais aumentados. Hiperemia
da banda coronária dos cascos e úlceras nos espaços interdigitais de todos os
membros. Os achados histopatológicos do SNC, rins e pulmões, revelaram
moderado infiltrado inflamatório mononuclear. O diagnóstico confirmatório
foi firmado pela observação na Rete mirabile carotídea, onde apresentou
intenso infiltrado inflamatório mononuclear na túnica média e adventícia
das artérias, algumas exibindo evidente necrose fibrinóide da parede. Dessa
forma, conclui-se que os achados epidemiológicos, clínico-patológicos e
histopatológicos foram característicos de febre catarral maligna.
Palavras-chave: Bovino, Febre Catarral Maligna, Histopatológico.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-409
PRIMEIRO ISOLAMENTO DE ACTINOBACILLUS SEMINIS EM
UM CAPRINO NO MUNICÍPIO DE PATOS, PARAÍBA, BRASIL
Fabrine A. Santos; Sergio S. Azevedo; Rinaldo Aparecido Mota; Pommy
C.P. Kim; A.L.V. Gomes; Clebert José Alves1
Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária, Centro de Saúde e
Tecnologia Rural (CSTR), Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG), Av. Universitária, s/no, Patos, PB 58700-970, Brasil. *Autor para
correspondência: [email protected]
quadro clínico de orquite e epididimite unilateral com consistência firme.
O diagnóstico da infecção por A. seminis foi confirmado pela associação
dos achados clínicos, isolamento bacteriano e, PCR e sequenciamento do
gene 16S do rRNA. O resultado obtido sugere que A. seminis pode ser uma
importante causa de infertilidade em caprinos da região.
Palavras-chave: epididymitis, goats, Actinobacillus seminis, isolation
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-411
FRACIONAMENTO DO NITROGÊNIO DO RESÍDUO DE
ALGODOEIRA TRATADOS COM URÉIA E ENZIMAS
FIBROLÍTICAS
Jennifer Souza Figueredo; Mauro Pereira de Figueiredo; Danilo Gusmão
de Quadros; Alexandro Pereira Andrade; Yann dos Santos Luz; Mateus
Neto Silva Souza; Lorena Santos Sousa; Hosnerson Renan Oliveira
Santos; Tâmara Chagas da Silveira
Foram avaliadas as frações do nitrogênio do resíduo de algodoeira tratados
com ureia e enzimas fibrolíticas. Este trabalho foi realizado no Laboratório
de Nutrição Animal da UESB – Campus de Vitória da Conquista – BA. Foi
utilizado um delineamento inteiramente casualizado (DIC), em esquema
fatorial 3 x 4, (0,4 e 6% com base na MS), e quatro doses de enzimas (0, 2,4 e
6%, com base na MS) e três repetições. O resíduo de algodoeira foi adquirido
em uma agroindústria, sendo pesados 2 kg em sacos de polietileno e tratado
com ureia (4 e 6% base da MS). Após 45 dias, o material com o tratamento
químico da uréia e o não tratado, foi submetido ao tratamento biológico com
uma mistura de enzimas fibrolíticas (65% de celulase e 35% de Hemicelulase),
deixando agir por 24 à temperatura de 40ºC. Logo após, as amostras foram
secadas em estufa com circulação forçada de ar à 65ºC, e moídas utilizando
peneiras de malhas (1mm). Foram determinados o nitrogênio total eas frações
A; B1+B2; B3 e C do nitrogênio. Os resultados do nitrogênio total, frações A
e B3 apresentaram interações significativas entre os níveis de ureia e enzimas.
Os resultados do nitrogênio total e fração A aumentaram com os níveis de
ureia, sendo que eles diferiram entre si, e a dose de 6% de ureia apresentou
média superior que os demais tratamentos, sendo constatado pela adição de
uma fonte de nitrogênio-não-protéico (NNP). Nas frações B1+B2 e C, os níveis
de 4 e 6% apresentaram médias semelhantes e superiores que o tratamento
sem uréia. A fração indigestível (C) não aproveitado pelos microrganismos
do rúmen, e a fração B3 de lenta degradação ruminal, apresentaram 17, 20 e
18%; 14, 7 e 6% em relação ao nitrogênio total para os níveis de 0, 4 e 6% de
ureia, obtendo-se valores de 30, 27 e 25% de nitrogênio indigestível ou de lenta
degradação, possivelmente pela maior complexação entre o NNP e carboidratos
fibrosos da parede celular. A fração B3 não apresentou efeito significativo da
amonização. Não houve efeito significativo do tratamento biológico com as
enzimas sobre as frações nitrogenadas. O tratamento químico com a ureia é
capaz de aumentar os teores de nitrogênio, principalmente o não-proteíco do
resíduo de algodoeira, mas parte deste nitrogênio está complexada na parede
celular e indisponível para os ruminantes.
Palavras-chave: celulase, hemicelulase, nitrogênio.
É relatado o primeiro isolamento de Actinobacillus seminis em um caprino
no município de Patos, Estado da Paraíba, região semiárida do Brasil. Em
um rebanho com 70 caprinos e 65 ovinos criados juntos, um reprodutor da
espécie caprina da raça Moxotó, com quatro anos de idade, apresentou um
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4 0 º C O N B R AV E T
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-412
GRANULOMA ACTINOMICÓIDE POR PSEUDOMONAS SPP.
EM OVINO – RELATO DE CASO
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-413
HIDROPSIA DOS ENVOLTÓRIOS FETAIS – HIDROÂMNIO
E HIDROALANTÓIDE EM UM BOVINO: RELATO DE CASO
Amanda Beatriz de Lima Costa1; Bianca Akemi Nagayoshi1; Eliane
Repetti Pacchini2; Letícia Peternelli Silva2
1
Graduanda do curso de Medicina Veterinária da Universidade de
Marília – UNIMAR; 2 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária da
Universidade de Marília - UNIMAR. E-mail: [email protected]
Mirelly Medeiros Coelho 1; Fernando Henrique Furlan 2; Charles
Pelizzari3; Julieta Volpato4; Nádia Cristine Weinert1; Joandes Henrique
Fonteque5
1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciência
Animal (UDESC),2 Professor da Universidade Federal de Mato Grosso
– Campus Sinop. 3 Médico Veterinário Autônomo.4Doutoranda do
Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal (UDESC), 5Professor do
Departamento de Medicina Veterinária (UDESC). E-mail: myrellymvet@
hotmail.com
As doenças classificadas como granulomas actinomicóides são lesões
piogranulomatosas semelhantes às observadas na actinomicose e
actinobacilose. Além do Actinomyces bovis e Actinobacillus ligneriesii, outras
bactérias como Pseudomonas aeruginosa, Arcanobacterium pyogenes, Nocardia
spp., Staphylococcus aureus, Streptococcus spp. (CURCIO, 2002) e Listeria
monocytogenes (AMORIM, 2011) podem causar esses granulomas. O presente
trabalho relata um caso de Granuloma Actinomicóide em um ovino atendido
no Setor de Grandes Animais do Hospital Veterinário da Universidade de
Marília – UNIMAR, no ano de 2009. A Actinomicose é uma doença infecciosa
crônica progressiva, provocada por bactérias oportunistas que invadem
o tecido ósseo através de abrasões, lesões dentárias ou alveolares durante a
erupção dos dentes, ferimentos causados pela ingestão de plantas grosseiras,
corpos estranhos pontiagudos (ALVIM, 2005; ANTUNES, 2012), ou ainda pelo
uso indevido de pistolas dosificadoras (AMORIM, 2011). As lesões ocorrem
principalmente no ramo horizontal da mandíbula, originando neoformação
óssea nodular indolor e imóvel (SMITH, 1996), evoluindo como um processo
inflamatório granulomatoso supurativo (ALVIM, 2005). Inicialmente não há
drenagem espontânea da lesão, mas podem ocorrer a formação de fístula e o
envolvimento de raízes dentárias com a evolução da doença, gerando dor à
mastigação, com consequente perda de peso. A coloração de Gram, cultivo
microbiológico, prova de catalase, antibiograma, e o acompanhamento
radiográfico auxiliam o diagnóstico de rotina (ANTUNES, 2012). Foi atendido
um ovino macho da raça Suffolk, com dois anos de idade, apresentando
aumento de volume submandibular de consistência dura e possível
acometimento ósseo. Exames radiográficos demonstraram o acometimento
ósseo situado em ramo horizontal da mandíbula esquerda. Foram realizados
cultura e antibiograma, com isolamento de colônias de Pseudomonas sppe
sensibilidade favorável à fluorquinolona, Enrofloxacina. O tratamento foi
instituído com a administração de Enrofloxacina na dose de 5 mg/kg por 30
dias, associado ao curativo local até a completa cicatrização e involução da
lesão, confirmada por novos exames radiográficos. Baseado nos sinais clínicos,
radiográficos, nos resultados de cultura e antibiograma e na resposta positiva
ao tratamento, concluiu-se que se tratou de um Granuloma Actinomicóide
causado por Pseudomonas spp.
Palavra-chave: granuloma actinomicóide, ovino, Pseudomonas spp.
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São relatados dois casos de hidropsia atendidos em diferentes períodos no
Hospital de Clínicas Veterinárias (HCV) do CAV-UDESC. Relata-se um caso
de hidroâmnio em uma fêmea bovina da raça Jersey de oito anos de idade,
pesando 400Kg, plurípara, apresentava-se próximo ao nono mês de gestação.
Ao exame físico o animal apresentava dificuldade locomotora, dispneia,
normotermia, taquicardia, taquipneia, distensão abdominal bilateral ventral
e simétrica, a palpação retal o útero apresentava-se aumentado de tamanho
com presença de líquido em grande quantidade, sendo possível palpar o feto
vivo. O diagnóstico clínico foi de hidropsia, sendo indicado como tratamento
a cesariana. Realizou-se o procedimento cirúrgico confirmando o diagnóstico
de hidropsia do tipo hidroâmnio. O bezerro nasceu vivo, mais veio a óbito
e possuía uma anormalidade conhecida como queilosquise. Segundo o
proprietário a vaca permaneceu em decúbito lateral permanente e após um
dia do procedimento cirúrgico veio a óbito. O segundo caso relata o quadro
clínico e anatomopatológico de hidroalantóide em uma vaca holandesa preta
e branca, de seis anos de idade, pesando 300 kg, plurípara, com oito meses
de gestação. O proprietário observou pequeno aumento de volume na região
da fossa paralombar esquerda nos últimos dias e relatou tosse com saída de
alimento pelas narinas e cavidade oral. Ao exame físico foram observados
apatia, mucosas pálidas, atonia ruminal, dispneia, taquipnéia, taquicardia e
normotermia. O animal apresentava timpanismo gasoso leve e a sondagem
ruminal houve saída de pequena quantidade de gás de odor característico. A
palpação retal, o útero encontrava-se aumentado de tamanho e de consistência
flutuante não sendo possível palpar o feto, porém vários cotilédones acessórios
foram palpados. A suspeita clínica foi hidropsia dos envoltórios fetais do tipo
hidroalantóide. Como tratamento foi indicado à cesariana, porém antes do
procedimento o animal veio a óbito. À necropsia observou-se grande aumento
do tamanho uterino com contorno de cotilédones acessórios. Havia a presença
de um único feto totalmente formado e de aspecto normal. Ressaltamos que
o hidroâmnion e o hidroalantóide são importantes enfermidades que devem
ser incluídas no diagnóstico diferencial de doenças que causam alteração
do contorno abdominal como a ascite, a hidrometria e a prenhez múltipla
patológica,e que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado melhoram
o prognóstico.
Palavras-chave: hidropsia, envoltórios fetais, bovino.
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQUÍDEOS
P-414
IDENTIFICAÇÃO DE PORTADOR RENAL CRÔNICO EM
OVINOS NATURALMENTE INFECTADOS POR LEPTOSPIRA SP
Juliana Kelly Conceição Leite1; Lucas Nogueira Paz2; Camila Hamond
Regua Motta Reis3; Alberto Lopes Gusmão4; Arianne Pontes Oriá4;
Melissa Hanzen Pinna4
1
Bolsista IC/CNPq/UFBA, 2Bolsista IC/CNPq/UFBA, 3Doutoranda da
UFF, 4Professor da EMEVZ-UFBA. E-mail: [email protected]
O presente trabalho relata a identificação, por métodos sorológicos e
moleculares, do estado de portador renal crônico de Leptospira sp. em ovinos
naturalmente infectados. Foram colhidas amostras de 80 ovinos, que não
apresentaram, no momento da colheita, qualquer sinal clínico sugestivo de
leptospirose. Logo após o exame físico, realizou-se a obtenção de amostra
sanguínea por meio da punção asséptica da veia jugular, com o método à vácuo.
Em seguida, o sangue foi devidamente identificado, mantido em refrigeração
(4ºC) e transportado para o Laboratório de Bacterioses do Hospital de
Medicina Veterinária da UFBA. As amostras foram centrifugadas (1000 × g
por 10 minutos) e o soro foi extraído, identificado e armazenado em duplicata
em microtubos de 1,5 mL a -20°C até o seu processamento. As amostras foram
submetidas à técnica de soroaglutinação microscópica com antígenos vivos
com a finalidade de observar sororeatividade. Identificaram-se vinte e nove
amostras reativas com títulos entre 200 e 400 (29/80 – 36,25%), quarenta e
quatro amostras com título entre 100 e 200 (44/80 – 55%) e sete amostras com
título menor que 100 (7/80 – 8,75%), portanto, classificados como não reativas.
Os sorovares mais frequentes foram Hebdomadis, Copenhageni M20, Wolffi,
Grippotyphosa e Bratislava. Feita a triagem com a sorologia foram selecionados
para investigação molecular, amostras de dez animais, sendo nove deles com
títulos acima de 200 e um com título abaixo de 100, mas com histórico de
abortamento. A detecção do DNA de leptospiras na urina foi realizada com a
técnica do PCR, extraído pelo Wizard SV Genomic DNA Purification System
(Promega, Madison, EUA) de acordo com recomendações do fabricante. No
ensaio da reação em cadeia da polimerase (PCR) para a detecção do gene
LipL32 (presente apenas em leptospiras patogênicas) foram empregados
os “primers” LipL32-45F (5'-AAG CAT TAC CGC TTG TGG TG-3') e
LipL32-286R (5'-GAA CTC CCA TTT CAG CGA TT-3'). Das dez amostras
selecionadas, seis foram positivas (6/10 – 60%), sendo 5 delas com título acima
de 200 e uma com título abaixo de 100. A identificação de portadores renais
assintomáticos demonstra a circulação do agente no plantel, além de reforçar
a necessidade de adequação no manejo sanitário. Desta forma, conclui-se que
o uso da MAT como método de triagem e da PCR como método definitivo de
diagnóstico contribui para caracterização sanitária quanto á leptospirose, bem
como a intervenção sanitária no plantel.
Palavras-chave: leptospirose, ovinos, MAT, PCR.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-415
INCOORDENAÇÃO DE MEMBROS POSTERIORES EM
EQUINOS ASSOCIADOS À TOXOPLASMOSE - RELATO
DE CASO
João Paulo de Almeida Ferreira dos Santos; Nayara Resende Nasciutti;
Patricia Magalhães de Oliveira; Carolina dos Anjos; Felipe Gonçalves
Garcia; Arlindo Gomes de Macêdo Júnior
O Toxoplasma gondii é um parasita que tem como hospedeiro definitivo
todos os felídeos, e como hospedeiros intermediários os mamíferos, dentre
eles o próprio felídeo, o homem e o equino. A contaminação nos herbívoros
ocorre pela ingestão de gramíneas e ração contaminadas pelo oocisto. Foi
atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia
um equino, macho, quarto de milha, de dois anos e meio de idade, com
histórico de fezes pastosas, emagrecimento e incoordenação nos membros
posteriores. Ficava com uma égua em um piquete, que morreu dez dias
antes com os mesmo sinais clínicos, sendo a alimentação a base de pasto e
sal mineral e água em cocho. No hemograma foi constatado anemia, sendo
também realizado diagnóstico diferencial para anemia infecciosa equina,
resultando em negativo, e sorologia com Elisa para Neospora sp, Toxoplasma
gondii e Sarcocystis neurona, obtendo-se resultado positivo para toxoplasmose.
Como tratamento foi utilizado diclazuril, por 28 dias, o animal melhorou e foi
dado alta. Após aproximadamente 30 dias o animal teve recidiva dos sinais,
foi encaminhado novamente ao hospital onde foi realizado ELISA do soro e
líquor para as três enfermidades toxoplasmose, neosporose e EPM, dando IGG
positivo para Toxoplasma gondii apenas no soro, logo recomeçou o tratamento
dessa vez com sulfadiazina, pirimetamina e ácido fólico, por um tempo
maior, até o momento o animal não apresentou sinais de recidiva. Segundo
a literatura consultada, embora essa espécie seja considera resistente em
desenvolver sintomatologia clínica, já foram encontrados sinais que incluem
hiperirritabilidade, incoordenação, desordem do sistema nervoso e ocular.
A sorologia continua a ser a principal abordagem para o estabelecimento de
um diagnóstico de toxoplasmose. O tratamento mais utilizado é a associação
de sulfadiazina com a pirimetamina, clindamicina, sulfato de clindamicina e
cloridrato de clindamicina. Acredita-se que a recidiva dos sinais tenha sido
pelo pouco tempo de tratamento.
Palavras-chave: cavalo, Elisa, Toxoplasma gondii.
Agradecimentos: ao apoio dado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Minas Gerais- FAPEMIG, para participar no evento.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-416
INFESTAÇÃO DE ECTOPARASITAS EM OVINOS NO
MUNICÍPIO DE PENDÊNCIAS-RN
Gabriela Hemylin Ferreira Moura; Mikael Almeida Lima; Ivana Cristina
Nunes Gadelha
É relatada a ocorrência de ectoparasitas em ovinos na região do oeste potiguar
no estado do Rio Grande do Norte. Durante o processo de inspeção de
100 ovinos S.R.D (sem raça definida) de ambos os sexo e adultos, de uma
propriedade no município de Pendências, foram coletados manualmente
espécimes de ectoparasitas na região ventral desses animais. Os parasitas foram
armazenados em frascos com álcool a 70% e em seguida foram enviados ao
Laboratório de Parasitologia Animal da Universidade Federal Rural do SemiÁrido, em Mossoró-RN. Após análises parasitológicas, foram identificados
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4 0 º C O N B R AV E T
exemplares de Ctenocephalides felis felis segundo as chaves taxonômicas. Na
ovinocaprinocultura as ectoparasitoses acarretam perdas econômicas, seja por
fatores como à mortalidade decorrente de altas infestações, ou indiretamente,
por meio da irritação causada nos animais, levando-os a queda na produção
e predisposição a infecções secundárias. As pulgas são ectoparasitas
hematófagos, ápteros, de distribuição mundial e de fácil adaptação. Os ovos
são brancos e ovóides, sendo depositados nos ninhos ou diretamente sobre
o hospedeiro, nos quais originam larvas, esbranquiçadas, fotofóbicas e
geostácticas. Na literatura especializada, alguns autores relatam que as pulgas
não são incluídas como ectoparasitos de importância em caprinos e ovinos,
entretanto, o número de relatos destes ectoparasitos nestas espécies animais
é crescente. São ectoparasitas obrigatórios espécie específicas, porém, na
ausência do hospedeiro específico e estimuladas pela necessidade de realizar
a hematofagia, podem infestar outras espécies hospedeiras como bovinos,
caprinos, ovinos e inclusive o homem. No Rio Grande do Norte, o rebanho
de ovinos está estimado em 583 mil cabeças, onde na região oeste, há uma
concentração de mais de 40% deste, a vendas de animais para corte, sendo uma
alternativa viável e lucrativa. Assim, relata-se a presença de Ctenocephalides
felis felis em ovinos S.R.D dessa região, indicando que esses animais estudados
são importantes hospedeiros destes ectoparasitos, confirmando-se a presença
disseminada desse espécime e corroborando com trabalhos em todo território
nacional.
Palavras-chave: Ctenocephalides felis felis, pulga, ovino
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-417
INFLUENCIA DA PROVA DE CAVALGADA DE 130 KM
SOBRE AS CONCENTRAÇÕES SÉRICAS DE PROTEINAS E
METABÓLITOS
Pablo Gomes Noleto; João Batista Ferreira dos Santos; Fernando Melo
Rocha; Paulo Eduardo L. Fasano; Ednaldo Carvalho Guimarães; Antonio
Vicente Mundim
Análises laboratoriais tornaram-se fundamentais na avaliação do eqüino em
competição, sendo assim, nesse trabalho foi avaliada a concentração sérica das
proteínas totais, albumina, globulina e alguns metabólitos de eqüinos da raça
Mangalarga Marchador, submetidos a prova de cavalgada com duração de
cinco dias, entre os Municípios de Lavras e São João Del Rey, Minas Gerais. As
amostras sanguineas foram coletadas por venipunção da jugular de 31 animais
com agulha de calibre 25x08, em tubos de 10 ml com gel separador mantidos
sob refrigeração, centrifugados a 720xg e o soro levado até o Laboratório
Clínico da FAMEV, separados em alíquotas e congelados por um período
máximo de 48 horas.Foram realizadas colheitas de sangue no primeiro dia de
prova,momento 1 (M1), terceiro dia, momento 2(M2) e quinto dia, momento
3 (M3). As análises bioquímicas séricas foram realizadas em analisador
automático Chemwell R, previamente calibrado (Calibra H) e aferido com soro
controle (Qualitrol), utilizando kits comerciais Labtest Diagnostica R.Com os
seguintes resultados da Média±DP: proteínas totais g/dL 6,53 ± 1,39(M1), 7,23 ±
1,45(M2), 5,15 ± 0,75(M3); Albumina g/dL 2,27 ± 0,68(M1), 2,51 ± 0,56(M2), 2,05
± 0,48(M3); Globulinas g/dL 4,25 ± 1,01(M1),4,81 ± 1,04(M2), 3,14 ± 0,57(M3);
Relação A:G 0,55 ± 0,18(M1),0,53 ± 0,10(M2),0,67 ± 0,19(M3); Ácido Úrico mg/
dL 0,88 ± 0,64(M1), 0,86 ± 0,43(M2), 0,64 ± 0,39(M3); Creatinina mg/dL 1,15 ±
0,26(M1), 1,22 ± 0,34(M2), 1,07 ± 0,27(M3); Uréia mg/dL 38,85 ± 8,66(M1), 37,38
± 14,39(M2), 27,34 ± 10,48(M3); Colesterol mg/dL 123,67 ± 31,72(M1), 82,89
± 18,58(M2), 52,38 ± 14,21(M3); Triglicérides mg/dL 31,03 ± 14,87(M1), 20,92
± 9,85(M2), 22,79 ± 10,72(M3). Diferenças significativas foram observadas
78
mv&z c r m v s p . g o v . b r
nos três momentos nas concentrações séricas de proteínas totais, globulinas
e colesterol. Albumina, creatinina, ácido úrico, proteínas totais e globulinas
aumentaram no M1 para o M2, diminuindo no M3. O colesterol apresentou
redução significativa dos valores do M1 ao M3. A prova de cavalgada no
período de cinco dias percorridos 130 km ocasiona alterações nos parâmetros
bioquímicos séricos em eqüino, em especial nas proteínas totais, globulinas e
colesterol. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância em
delineamento inteiramente ao acaso com aplicação do teste de Tukey com 5%
de significância.
Palavras-chave: colesterol, enduro, mangalarga marchador.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-418
INFLUÊNCIA DA RAÇA E DO POSICIONAMENTO CORPORAL
SOBRE O EIXO ELÉTRICO CARDÍACO EM CAPRINOS
Thyago Araújo Gurjão1; Rodrigo de Souza Mendes2; Rosangela Maria
Nunes da Silva3; Ermano Lucena de Oliveira1; Almir Pereira de Souza3
1
Acadêmico de Medicina Veterinária da UFCG, Campus de
Patos-PB, 2Doutorando do Programa de Pós-graduação em Medicina
Veterinária da UFCG, Campus de Patos-PB, 3Prof(a) da Unidade
Acadêmica de Medicina Veterinária da UFCG, Campus de Patos-PB.
E-mail: [email protected].
Foi determinado o padrão referencial do eixo elétrico cardíaco para caprinos
adultos, bem como a influência da disposição corporal e do padrão racial sobre
essa variável. Para tanto, foram utilizados 100 caprinos adultos distribuídos
em quatro categorias por padrão racial, de igual número (n=25), em: Moxotó,
Boer, Saanen e sem definição racial, machos e fêmeas, pertencentes ao
Hospital Veterinário e ao Núcleo de Pesquisa para o Desenvolvimento do
Trópico Semiárido (NUPEÁRIDO) e, propriedades privadas da região, com
faixa etária acima de um ano, sem histórico de doença sistêmica. O registro
eletrocardiográfico foi realizado para cada posicionamento corporal adotado
(decúbito lateral esquerdo, decúbito lateral direito e estação), totalizando três
registros por animal. Para a determinação do eixo elétrico médio (EEM) foi
empregado o método da triangulação, adotando-se a diferença da amplitude
líquida e da polaridade do complexo QRSmV nas derivações DI e DIII,
logo cruzadas em tabelas em eixo cartesiano, obtendo-se o ângulo médio
representativo do vetor médio de despolarização ventricular. Os valores
do EEM obtidos foram submetidos à análise de variância para K amostras
independentes paramétricas ou não paramétricas e análise descritiva dos
dados (freqüências absoluta e relativa). Conclui-se que a derivação que
mais se aproxima da atividade elétrica ventricular da espécie caprina é a
DII. Sendo o posicionamento em estação que menor conduziu a variação
do EEM. Em relação ao padrão racial, considerando o peso corporal e a
circunferência torácica como parâmetros de avaliação, os caprinos da raça
Moxotó apresentaram medidas torácicas estatisticamente inferiores aos demais
grupos. Assim, as características particulares de conformação torácica desta
raça determinam uma maior dispersão do vetor médio de despolarização
eletrocardiográfica.
Palavras-chave: coração, ruminantes, eletrocardiograma
4 0 º C O N B R AV E T
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-419
INFLUÊNCIA DAS FAIXAS ETÁRIAS E SEXO NO PERFIL DE
PROTEÍNAS E METABÓLITOS SÉRICOS DE OVINOS DE 18
A 179 DIAS DE IDADE
Fernando Melo Rocha2; Guilherme Gomes Rodrigues3; Kamila Pinheiro
Paim1; Cassius Vinícius Barbosa Sena2; José Antônio Galo4; Antonio
Vicente Mundim5
1
Acadêmica de Medicina Veterinária – FAMEV/UFU, 2Medico Veterinário
Autônomo, 3Residente em Patologia Clínica Veterinária/UFU, 4Docente
do Instituto de Ciências Biomédicas/UFU, 5Docente da Faculdade de
Medicina Veterinária/UFU. E-mail: [email protected]
A análise dos constituintes bioquímicos sanguíneos dos animais é um
importante instrumento para o conhecimento do estado de saúde do animal
ou de um rebanho. Variações nos parâmetros bioquímicos dos animais
ocorrem devido a uma diversidade de fatores como: altitude, nutrição, idade,
sexo, raça, variações sazonais, foto período e estado fisiológico do animal.
Com o objetivo de avaliar a influência das faixas etárias e do sexo no perfil das
proteínas e metabólitos sanguíneos em ovinos, foram examinadas 124 amostras
de sangue de 39 cordeiros (18 machos e 21 fêmeas) da raça Dorper com idade
variando de 18 a 179 dias, procedentes da Cabanha Ovinos do Sena, município
de Uberlândia, MG. Foram realizadas em cada animal quatro coletas de sangue
em intervalos de 45 dias. Em cada momento foram colhidas por animal, por
venopunção da jugular, 5 mL de sangue em tubo sem anticoagulante para
obtenção de soro e 3 mL em tubo com fluoreto de sódio para obtenção de
plasma e determinação da glicemia. As amostras de soro e plasma foram
processadas em analisador automático Chemwell, utilizando-se kits da Labtest
Diagnóstica®. Os resultados foram agrupados de acordo a idade dos cordeiros
em quatro grupos. Grupo 1: cordeiros com até 30 dias; grupo 2: de 31 a 60
dias; grupo 3: de 61 a 90 dias e grupo 4: acima de 91 dias de idade. Foram
observadas as seguintes variações: proteínas totais 5,58±0,66 g/dL; albumina
2,63±0,39 g/dL; globulinas 2,95±0,58 g/dL; relação A:G 0,94±0,27; glicose
72,50±18,48 mg/dL; triglicérides 79,51±45,17 mg/dL; colesterol 79,51±45,17
mg/dL; ureia 43,06±22,07 mg/dL e creatinina 1,06±0,31mg/dL para machos
e fêmeas. Observou-se diferença significativa nas concentrações de todos
os constituintes bioquímicos entre as faixas etárias estudadas, não sendo
verificada diferença entre os sexos. Conclui-se que as proteínas e metabolitos
sanguíneos em ovinos com até 179 dias de idade são influenciados pela faixa
etária, sendo que o sexo não exerce influência neste grupo de animais.
Palavras-chave: cordeiros, ovinos Dorper, bioquímica sérica.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-420
INFLUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO ETÁRIO SOBRE
A ATIVIDADE DE ENZIMAS AVALIADORAS DO
METABOLISMO HEPÁTICO EM CORDEIROS CRIADOS NO
SEMIÁRIDO BAIANO
Cibele Andrade Silva1; Caio de Araújo Brito1; Mariluce Cardoso Oliveira1;
Priscila Silva1;Carla Caroline Valença de Lima2; Maria Consuêlo Caribé
Ayres3
1
Alunos de Iniciação Científica EMVZ (FAPESB e CNPQ); 2Doutoranda
do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal nos Trópicos; 3Profa.
Departamento de Anatomia Patologia e Clínicas, Escola de Medicina
Veterinária e Zootecnia, *Apoio FAPESB PPP0016/2010. E-mail:
[email protected]
Nos sistemas de criação de ovinos, as fases, neonatal e de crescimento são críticas
para a produtividade do rebanho, necessitando constante monitoramento dos
cordeiros para identificar precocemente enfermidades, tais como: falha de
imunidade passiva, processos infecciosos, bem como doenças metabólicas,
entre outros. O estabelecimento de indicadores do perfil metabólico contribui
para monitorar com mais facilidade os fatores de impactos relacionados
as fases de desenvolvimento dos cordeiros. O presente trabalho avaliou a
atividade de enzimas indicadoras do metabolismo hepático (ALT – Alaninaaminotransferase, AST – Asparato-aminotrasferase, FA - Fosfatase alcalina,
e GGT - Gama-glutamiltransferase) em cordeiros ½ sangue Santa Inês e ½
sangue Dorper, avaliação da atividade de enzimas indicadoras de distúrbios
metabólicos de funcionamento hepático, durante o desenvolvimento etário
desses animais. O experimento foi conduzido em propriedade localizado na
região do semiárido baiano, onde foram utilizadas aproximadamente 25 ovelhas
para produzir borregos mestiços (½ sangue Santa Inês e ½ sangue Dorper). As
ovelhas foram monitoradas durante a fase de gestação e lactação, e a seguir 11
borregos também foram acompanhados, desde a primeira semana de vida até
seis meses de idade, com atenção para o sistema de manejo nutricional. As
amostras de sangue foram colhidas periodicamente (até 7 dias pós nascimento,
30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias de vida), por venopunção da jugular em tubos
a vácuo (10 mL). A determinação dos parâmetros estudados foi realizada e
analisador bioquímico semi-automático, utilizando-se kits comerciais. Os
dados foram analisados de forma descritiva e se observou que: a atividades das
enzimas ALT e AST apresentaram maiores valores no grupo de animais com
até sete dias de vida e em seguida diminuiu gradativamente até se estabilizarem
aos seis meses de idade; a FA e a GGT também apresentou atividade com os
maiores valores nos animais com menos de 30 dias. Desta forma concluiu-se
que o desenvolvimento etário apresenta efeito sobre as enzimas indicadoras de
avaliação do metabolismo hepático.
Palavras-chave: Bioquímica, função hepática, ovinos jovens.
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-421
INFLUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO ETÁRIO SOBRE
OS INDICADORES BIOQUÍMICOS DO METABOLISMO
PROTEICO DE CORDEIROS
Caio de Araújo Brito1; Cibele Andrade Silva1; Mariluce Cardoso Oliveira1;
Priscila Silva1; José Eugênio Gumarães2; Maria Consuêlo Caribé Ayres2
1
Alunos de Iniciação Científica EMVZ (FAPESB e CNPQ); 2Profs.
Departamento de Anatomia Patologia e Clínicas, Escola de Medicina
Veterinária e Zootecnia, *Apoio FAPESB PPP0016/2010. E-mail:
[email protected]
O Estado da Bahia é o segundo maior produtor de ovinos do Brasil, com
17,4% do rebanho nacional, ressaltando que a exploração para carne vem se
destacando nos últimos anos. O rebanho de ovinos do Nordeste brasileiro
se caracteriza, principalmente, por animais adaptados às condições
edafoclimáticas da região, entretanto sem muita especialização na produção de
carne. Este fato leva o pecuarista a introduzir raças mais especializadas visando
o cruzamento com as nativas. O presente trabalho verificou a dinâmica dos
indicadores do metabolismo proteico (proteínas totais, albumina, globulinas e
uréia) durante o desenvolvimento etário de cordeiros nascidos de cruzamento
industrial (1/2 sangue Santa Inês e 1/2 sangue Dorper). Vinte cinco ovelhas
hígidas Santa Inês foram acompanhadas desde a fase da inseminação
artificial, até as fases de gestação e lactação, visando-se evitar alterações
metabólicas. Após parição os cordeiros resultados dessas gestações foram
acompanhados desde a primeira semana de vida até seis meses de idade, onde
foram realizadas colheitas de sangue periodicamente para obtenção de soro e
realização das análises bioquímicas (proteínas totais, albumina, globulinas e
ureia). As dinâmicas dos indicadores do metabolismo protéico apresentaram
os seguintes resultado para as fases de desenvolvimento etário estudadas: a
concentração de Proteínas séricas totais apresentou-se elevada até os primeiros
sete dias de vida dos animais, mantendo-se em menor concentração com o
desenvolvimento dos animais; a concentração de albumina sérica teve menor
valor aos primeiros sete dias de vida, mas chegou ao seu pico aos 120 dias
pós- nascimento; a concentração das globulinas séricas obteve maior valor nos
primeiros sete dias de vida e diminuindo sua concentração à medida que os
animais foram se desenvolvendo, e a concentração sérica de Uréia apresentou
a mesma dinâmica do componente Albumina, tendo seu menor valor nos
primeiros sete dias pós nascimento, mas aumentando nos períodos analisados
subseqüentemente. Os resultados deste trabalho confirmam que uma interação
adequada entre o manejo sanitário, nutricional, adaptados ao tipo de clima
de determinada região podem proporcionar o bom desempenho de animais,
principalmente os que se encontram em fase de crescimento. Os metabólitos
avaliados variaram com a fase de desenvolvimento etário.
Palavras-chave: ovinos, metabolismo proteico, bioquímica clínica.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-422
INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DA LACTAÇÃO NO PERFIL
DAS PROTEINAS, METABÓLITOS, MINERAIS E ENZIMAS
SÉRICAS DE VACAS MESTIÇAS LEITEIRAS DO DISTRITO DE
AMANHECE – ARAGUARI MG
Gustavo Moya Rodrigues; Fernanda Gatti de Oliveira Nascimento;
Sebastião Firmiano de Araújo; Renata Dias Rodrigues; Leandro Alves
Pereira; Antonio Vicente Mundim
Estudos da bioquímica sanguínea são importantes para se entender a relação
entre os componentes metabólicos e nutricionais em rebanhos leiteiros. Com o
objetivo de analisar as variações fisiológicas e a influência do estádio da lactação
no perfil das proteínas, metabólitos, minerais e enzimas séricas, analisaram-se
85 amostras de sangue de vacas mestiças do distrito de Amanhece, município
de Araguari – MG, em função de possíveis biomarcadores, para monitorar
o balanço energético e adequação metabólica desses animais. As amostras
de sangue foram colhidas da veia coccígea em tubo com gel separador e
transportadas em caixas isotérmicas ao Laboratório Clinico Veterinário, onde
foram centrifugadas a 720 x g para obtenção do soro. As amostras de soro
foram distribuídas em dois grupos de acordo com o estádio da lactação: grupo
1 (27 animais com até 90 dias de lactação) e grupo 2 (58 animais com mais
de 90 dias de lactação). As análises bioquímicas séricas foram processadas em
analisador automático Chemwell®, previamente calibrado (Calibra H) e aferido
com soro controle (Qualitrol), utilizando kits comerciais Labtest Diagnóstica®.
Foram observados os seguintes valores: proteína total 8,81±1,03 g/dL; albumina
2,52±0,38 g/dL; globulinas 6,29±0,90 g/dL; relação A:G 0,40±0,07; colesterol
149,60±37,89 mg/dL; triglicérides 17,22±8,86 mg/dL; ureia 18,91±8,17 mg/dL;
creatinina 1,22±0,60 mg/dL; cálcio 8,27±1,34 mg/dL; fósforo 6,46±1,27 mg/dL;
relação Ca:P 1,30±0,30; cálcio ionizável 4,72±0,72 mg/dL; magnésio 2,57±0,72
mg/dL; AST 86,24±34,78 U/L; GGT 19,01±21,22 U/L e fosfatase alcalina
110,64±83,73 U/L. As concentrações dos elementos analisados permaneceram
dentro ou próximo dos limites considerados fisiológicos para a espécie.
Observou-se diferença significativa nos valores da relação A:G, colesterol, ureia
e GGT entre as fases da lactação analisadas. Maiores concentrações de colesterol
total e GGT e redução da concentração de ureia foram observadas nos animais
do grupo após 90 dias de lactação. Concluiu-se existir influência da lactação nas
concentrações séricas de colesterol, ureia, GGT e na relação A:G.
Palavras-chave: bioquímica sérica, lactação, balanço energético.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-423
INFLUÊNCIA DO ESTRESSE E DO CICLO CIRCADIANO NOS
VALORES HEMATOLÓGICOS DE EQUINOS HÍGIDOS
Cristianne Dantas Freirias; Cinthya Batista Rodrigues dos Santos Costa;
Mauricio Mariani Rodrigues; Mariana Sampaio Pinto; Veridiana Fernandes
da Silveira; João Henrique Perotta
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Foi avaliada a influência do estresse e do período do dia nos valores das
variáveis hematológicas de equinos hígidos. Coletou-se sangue de 12 equinos
entre 1,5 a 15 anos de idade, cinco fêmeas e sete machos, de diferentes raças.
Foi efetuada a contagem de hemácias, leucócitos totais e plaquetas; dosagem
de hemoglobina, proteína total e fibrinogênio, realização do volume globular
(VG) e leitura da lâmina (esfregaço sanguíneo) para a realização da contagem
diferencial de leucócitos. Os parâmetros hematimétricos foram avaliados
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em três momentos do dia, às 8 (M1), 13 (M2) e 18 horas (M3). As amostras
foram processadas no Laboratório Clínico Veterinário da UFRB e tabuladas
como média ± desvio padrão. As plaquetas apresentaram aumento ao longo
de todos os períodos do dia (150833 ± 46573,17; 179500 ± 48707,85; 204727,3
± 49309,41). O VG apresentou uma ligeira queda ao decorrer do dia (30 ±
3,6 no M1; 29,6 ± 4,0 no M3). A contagem de hemácias apresentou-se com
queda nos valores no M2 em relação ao M1 e leve aumento no M3 em
relação ao M2 (7.4425.00 ± 764,027; 6.733.300 ± 825,7; 7.083.300 ± 113.30 para
M1, M2 e M3 respectivamente). O mesmo ocorreu com a mensuração de
fibrinogênio (345,45 ± 225,2; 484,615 ± 285,32; 400 ± 282,84). A contagem de
leucócitos (15246 ± 5,1; 15888 ± 5,1; 13550 ± 3,5) e a mensuração de PPT (7,78
± 0,547; 7,84 ± 0,62; 7,75 ± 0,43) apresentaram um discreto aumento no M2
em relação ao M1, com valores em M3 inferiores aos demais momentos. Já a
Hemoglobina apresentou queda durante o dia (11.06 ± 1,48; 10,96 ± 1,35; 10,80
± 1,46). Na contagem diferencial de leucócitos, os valores que diminuíram
ao longo do dia foram bastonetes (65,92 ± 138,9; 27,54 ± 69,34; 16,5 ± 54,7) e
linfócitos (5505,08 ± 2442,04; 5432,88 ± 2565,73; 5250,45 ± 2811). A contagem
de basófilos apresentou-se com queda nos valores no M2 em relação ao M1 e
leve aumento no M3 em relação ao M2 (55,5 ± 128,93; 44,62 ± 81,40; 54,59 ±
80,44 para M1, M2 e M3 respectivamente). A contagem de segmentados (8343
± 2868,5; 8721,5 ± 2775,7; 6709,3 ± 2067,6), monócitos (405,7 ± 317,53; 535,41
± 469,72; 381,27 ± 219,26) e eosinófilos (1053,3 ± 507,56; 1154,1 ± 682,45; 887,91
± 630,94) apresentaram um discreto aumento no M2 em relação ao M1, com
valores em M3 inferiores aos outros momentos. Apesar do ciclo circadiano, a
esplenocontração causada pelo estresse do manejo e da colheita resultou numa
ausência de padrão na variação dos parâmetros avaliados.
Palavras-chave: equinos; hemograma; circadiano; estresse.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-424
INFLUÊNCIA DO FATOR RACIAL E DOS TIPOS DE GESTAÇÃO
SOBRE A ATIVIDADE DE ENZIMAS AVALIADORAS DO
METABOLISMO HEPÁTICO DURANTE AS FASES DA
GESTAÇÃO E DA LACTAÇÃO EM OVELHAS CRIADAS NO
SEMIÁRIDO BAIANO
Waléria Borges da Silva1; Lorena Santos Brandão1; Viviane Bello Negrão1;
Laura Emília Panelli Martins2; Alberto Lopes Gusmão3; Maria Consuêlo
Caribé Ayres3
1
Médicas Veterinárias Autônomas, ex-bolsistas de Iniciação Científica
EMVZ; 2Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência
Animal nos Trópicos; 3Profs. Departamento de Anatomia, Patologia e
Clínicas, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia. * Apoio FAPESB
PPP0016/2010. E-mail: [email protected]
O Brasil possui um grande rebanho de ovinos, criados principalmente para a
produção de carne e lã, com um rebanho estimado em 17,3 milhões de cabeças
no ano de 2010. O Estado da Bahia possui o segundo maior rebanho de ovinos
os quais são criados em variados sistema de manejo. Em sistema de criação
intensiva e semi-extensiva um dos grandes problemas que acometem esses
rebanhos são as enfermidades de origem metabólica, principalmente em
ovelhas na fase de gestação e lactação. Este trabalho teve como objetivo avaliar
a dinâmica da atividade de enzimas indicadoras do metabolismo hepático
durante as fases de gestação e lactação em ovelhas das raças Santa Inês,
Dorper e Santa Inês X Dorper e quantos ao tipo de gestação. Foram utilizadas
30 ovelhas de uma propriedade localizada no Recôncavo Baiano, inseminadas
artificialmente e separadas quanto ao tipo racial (Santa Inês, Dorper e ½ Santa
Inês x ½ Dorper, resultado de cruzamento industrial) e ao tipo de gestação
(gemelar ou simples). Cada grupo foi avaliado em diversas fases reprodutivas:
Vazias, 60 DG (Dias de gestação), 90 DG, 120 DG, 150 DG, 7 DPP (Dias pósparto), 30 DPP, 60 DPP, 90 DPP, 120 DPP. Foi realizada coleta de sangue,
em tubos a vácuo sem anticoagulante, para obtenção de soro e análise dos
parâmetros bioquímicos AST (Aspartato aminotransferase), ALT (Alanina
aminotransferase), FA (Fosfatase alcalina) e GGT (Gama glutamiltransferase).
Os valores médios encontrados das raças Santa Inês, Dorper, ½ Santa Inês X
½ Dorper foram, respectivamente, para ALT (14,20 U/L, 15,24 U/L, 14,50 U/L),
AST (55,84 U/L, 53,11 U/L, 52,32 U/L), FA (48,56 U/L, 46,59 U/L, 62,90 U/L) e
GGT (69,90 U/L, 57,26 U/L, 55,71 U/L). Quanto aos tipos de gestação simples e
gemelar, respectivamente, foram para ALT (13,08 U/L, 14,26 U/L), AST (50,29
U/L, 52,33 U/L), FA (46,53 U/L, 44,10 U/L) e GGT (60,00 U/L, 66,03 U/L).
Os indicadores metabólicos (ALT, AST, FA e GGT) sofreram influência nas
fases reprodutivas, quanto ao tipo racial e de gestação estudados. As enzimas
avaliadas apresentaram variações na sua dinâmica tanto nas fases reprodutivas
como também quanto as raças avaliadas.
Palavras-chave: bioquímica, fases reprodutivas, ovinos.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-426
INFLUÊNCIA DO FATOR RACIAL SOBRE O PERFIL
METABÓLICO DE ALGUNS MINERAIS DURANTE AS FASES
DA GESTAÇÃO E DA LACTAÇÃO EM OVELHAS CRIADAS
NO SEMIÁRIDO BAIANO
Lorena Santos Brandão1; Waléria Borges da Silva1; Viviane Bello Negrão1;
Carla Caroline Valença de Lima2; Alberto Lopes Gusmão3; Maria Consuêlo
Caribé Ayres3
1
Médicas Veterinárias, ex-bolsistas de Iniciação Científica
EMVZ; 2Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência
Animal nos Trópicos; 3Profs. Departamento de Anatomia, Patologia e
Clínicas, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, * Apoio FAPESB
PPP0016/2010. E-mail: [email protected]
Com o atual crescimento da demanda de carne e seus derivados a ovinocultura
tem experimentado um marcante processo de intensificação que além das
vantagens que trazem no âmbito da seleção genética, tem trazido problemas no
que tange a um aumento da incidência de doenças metabólicas nos rebanhos
ovinos. É de fundamental importância o conhecimento do perfil metabólico
dos minerais, pois a deficiência dos mesmos pode resultar em diminuição
da produtividade das ovelhas, baixa imunidade, comprometimento do
desempenho e alteração do desempenho reprodutiva. O presente trabalho
avaliou a dinâmica dos elementos minerais (cálcio, fósforo, magnésio e
potássio) durante as fases da gestação e lactação e a influência do tipo de
gestação (simples e gemelar) em ovelhas das raças Santa Inês, Dorper e
cruzadas (½ Santa Inês x ½ Dorper). Foram incluídas 36 ovelhas divididas
em 5 grupos: G I – ovelhas Santa Inês, G II – ovelhas Dorper, G III - ovelhas
cruzadas, G IV – ovelhas de gestação simples e G V – ovelhas com gestação
gemelar. O delineamento experimental constitui em monitoramento das
ovelhas durante as fases de gestação e lactação colhendo-se amostras de
sangue em 10 fases reprodutivas (vazias até 150 dias pós- parto). Os soros
obtidos foram armazenados a -20°C, as análises bioquímicas foram realizadas
utilizando-se kits comerciais e a leitura em espectrofotômetro. Como resultado
se observou que houve alterações na dinâmica dos minerais estudados com
diminuição dos seus valores ao final da gestação e inicio da lactação e uma
volta aos valores basais ao final da lactação. No que se refere às raças, houve
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4 0 º C O N B R AV E T
influência dos períodos gestacionais sobre os valores dos minerais analisados.
Quanto à comparação dos tipos de gestação as ovelhas de gestação simples
apresentaram valores de médias para as concentrações de cálcio, fósforo e
magnésio significativamente (p>0,05) maiores que os obtidos nas ovelhas de
gestação gemelar, entretanto quanto potássio não houve diferença significativa.
Palavras-chave: Bioquímica, fases reprodutivas, metabolismo mineral,
ovinos.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-427
INFLUÊNCIA DOS ESTÁGIOS DA GESTAÇÃO NO PERFIL
BIOQUÍMICO SÉRICO DE VACAS MESTIÇAS LEITEIRAS DO
DISTRITO DE AMANHECE – ARAGUARI, MG
Fernanda Gatti de Oliveira Nascimento; Gustavo Moya Rodrigues;
Rafael Rocha de Souza; Lara Reis Gomes; Leandro Alves Pereira; Antonio
Vicente Mundim
O perfil bioquímico sérico de vacas mestiças provenientes de rebanhos de
fazendas produtoras de leite do distrito de Amanhece situado no município
de Araguari – MG foi investigado com o objetivo de analisar as variações
fisiológicas e a influência dos estágios da gestação, em função de possíveis
biomarcadores, para monitorar o balanço energético e adequação metabólica
desses animais. Foram colhidas 85 amostras de sangue da veia coccígea em
tubo com gel separador para obtenção do soro, sendo 27 de animais no terço
inicial (1 a 3 meses), 17 no terço médio (4 a 6 meses) e 41 no terço final (7
a 9 meses) de gestação. As amostras foram encaminhadas ao laboratório
refrigeradas, onde foram centrifugas a 720x g e processadas as análises
bioquímicas. As análises bioquímicas séricas foram realizadas em analisador
automático Chemwell®, previamente calibrado (Calibra H) e aferido com soro
controle (Qualitrol), utilizando kits comerciais Labtest Diagnóstica®. Foram
encontrados os seguintes valores: proteína total 9,24±0,99 g/dL; albumina
2,57±0,36 g/dL; globulinas 6,67±0,91 g/dL; relação A:G 0,38±0,07; colesterol
135,01±45,78 mg/dL; triglicérides 21,94±11,37 mg/dL; ureia 18,30±7,16 mg/
dL; creatinina 1,77 ±1,29 mg/dL; cálcio 8,35±2,24 mg/dL; fósforo 6,84±1,32
mg/dL; relação Ca:P 1,21±0,32; cálcio ionizável 4,68±1,19 mg/dL; magnésio
2,41±0,52 mg/dL; aspartato aminotransferase (AST) 69,70±36,14 U/L;
g-glutamiltransferase (GGT) 16,04±6,90 U/L e fosfatase alcalina 126,20±95,50
U/L. Observou-se diferença significativa (p≤ 0,05) nos valores da relação
A:G, colesterol, creatinina, fósforo, AST e GGT entre os estágios da gestação
analisados. Maiores concentrações de colesterol total, AST e GGT foram
observadas no terço inicial da gestação, aumento da creatinina a partir do terço
médio com valores acima dos limites fisiológicos no terço final da gestação e
redução do fósforo no terço inicial da gestação. Foi constatada influência dos
estágios da gestação nas concentrações séricas de colesterol, creatinina, fósforo,
AST e GGT.
Palavras-chave: vacas mestiças, bioquímica sérica, gestação.
82
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-428
INQUÉRITO COM PRODUTORES RURAIS DE RIBEIRA DO
POMBAL-BA A RESPEITO DO CARRAPATO RHIPICEPHALUS
(BOOPHILUS) MICROPLUS
Aloisio Bitencourt Nascimento1; Alessandro Bitencourt Nascimento1; José
Tadeu Raynal Rocha filho1;Thaís Brito de Oliveira1; Tatiane Santana Sales1
1
Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular, ICS-UFBA
O presente trabalho realizou um inquérito sobre o conhecimento dos
produtores rurais do município de Ribeira do Pombal, Nordeste Baiano,
a respeito do carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, que nos países
tropicais e subtropicais causa prejuízos para a pecuária devido às altas taxas
de morbidade e mortalidade e consequente queda na produção. As perdas
econômicas no Brasil relacionadas ao carrapato são estimadas em cerca de 1
bilhão de dólares por ano. Foi aplicado um questionário a 25 produtores rurais,
perguntando: O que e quanto produziam? Quais animais são menos infestados
por carrapato: zebuíno, taurino ou mestiço? Infestação por carrapatos causa
diminuição da produção de leite e carne? Se R. microplus tem o potencial
de transmitir doenças? Por quanto tempo utiliza o mesmo carrapaticida?
Escolhem o produto: pelo preço, indicação ou propaganda e orientação
técnica? Horário em que aplicam o acaricida: manhã, tarde e noite? Utiliza
equipamento de proteção individual no momento da aplicação? Lê a bula
antes de utilizar o carrapaticida? O acaricida tem a capacidade de contaminar
carne, leite e ambiente e intoxicar o homem? Como descarta as embalagens:
no lixo, queima, enterra, devolve a loja ou deixa no curral? Os resultados
demonstraram que 60% dos participantes da pesquisa sabem que animais
zebuínos têm maior resistência ao carrapato, bem como em sua totalidade
sabem que o mesmo tem o potencial de transmitir doença. Já 92% sabem
que a infestação causada pelo ectoparasita provoca perdas de produtividade.
Entretanto, 80% dos produtores dizem ter orientação no momento da escolha
do produto, contudo no momento da aplicação 72% deles a faz pela manhã
o que comprovadamente diminui a eficácia dos carrapaticidas. Também não
usam nenhum tipo de equipamentos de proteção individual 32% deles, apesar
de 80% deles terem conhecimento que podem se intoxicar, contaminar o
ambiente e que os carrapaticidas podem deixar resíduos no leite e na carne.
Somente 8% deles descartam as embalagens de forma correta. Portanto, o
modo que a informação chega até eles não está sendo realizada na prática.
Mesmo tendo o conhecimento mínimo sobre o parasito os produtores rurais
usam o produto de forma inadequada, ou seja, a informação está sendo apenas
instrutora e não educadora, sendo assim a eficiência tenderá a cair ainda mais.
4 0 º C O N B R AV E T
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-429
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA ESQUERDA EM
EQUINO: RELATO DE CASO
David Carvalho Sales ; Jonathan Henrique Nantes ; Andrei Manoel Brum
Febrônio3; Heder Nunes Ferreira4
1
Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Pio Décimo,
2
Médico Veterinário de Grandes Animais Hospital Veterinário Dr.
Vicente Borelli, 3Médico Veterinário Patologista da Fundação Mamíferos
Aquáticos, 4Docente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Pio
Décimo. E-mail: [email protected]
1
2
É relatado o caso clínico de um garanhão quarto de milha, com 54 meses de
idade, utilizado em vaquejadas, no qual o vaqueiro já havia observado que
durante os treinamentos o animal rapidamente entrava em exaustão, quando
foi acometido de forma súbita permanecendo em decúbito esternal, sendo
solicitado atendimento veterinário. Ao chegar ao local foi realizado o exame
clinico, onde foi evidenciado alteração em temperatura (39,8ºC), respiração
(45 mrm) e mucosas (congestas), sugerindo uma patologia de caráter cardiopulmonar. Foi instituído fluidoterapia e o paciente encaminhado ao hospital
veterinário Dr. Vicente Borelli. No qual foi instituído tratamento com: Penicilina
Potássica (20000UI/Kg/EV); Gentamicina (6,6mg/kg/EV); dimetilsufóxido
(1ml/kg/EV); flunixin meglumine (0,5mg/kg/EV); Carvão mineral (0,4g/kg/
VO); Dipirona (5mg/kg/EV); pentoxifilina (2,5mg/kg/EV); heparina (40UI/
kg/SC); oxitetraciclina (44mg/Kg/EV), Tiocolchicosídeo (1,25µg/kg/IM),
crioterapia e sessões de banhos. Passando três dias de internamento e terapia
intensiva o paciente desenvolveu um quadro de endotoxemia e laminite
severa, onde o animal foi a óbito e na necropsia constatou-se hipertrofia
concêntrica do miocárdio ventricular esquerdo e pneumonia hemorrágica
severa, chegando ao diagnóstico definitivo de insuficiência cardíaca congestiva
esquerda, possivelmente originada do uso indiscriminado de anabolizantes e
exercícios exacerbados.
Palavras-chave: anemia, hidrotórax, hidropericardio.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-430
INTOXICAÇÃO POR AMÔNIA EM RUMINANTES
Jéssica Damiana Pereira Soares1, Eric Andrade Luz1, Juliana Frazão
Campos1, Anna Fernanda Machado Sales da Cruz Ferreira2
1
Acadêmico do curso de Medicina Veterinária da UNIME. 2Professora do
Curso de Medicina Veterinária da UNIME. Lauro de Freitas, Bahia, Brasil.
Os ruminantes são herbívoros, entretanto, apresentam um melhor ganho de
peso quando alimentados com forragem associada à suplementação com ração
concentrada. Devido aos altos custos dos farelos protéicos, muitos pecuaristas
utilizam nitrogênio não protéico, especialmente a uréia, junto às misturas minerais
no chamado “sal proteinado”, ou com outros alimentos, como cana de açúcar,
melaço e silagem de milho (KITAMURA et al., 2010). Embora proporcione
algumas vantagens na alimentação de bovinos, a sua utilização inadequada
pode acarretar alcalose ruminal e óbito, principalmente por intoxicação aguda.
Apesar de ser conhecida como intoxicação por uréia, a hidrólise ruminal
desse composto origina o acúmulo de amônia, que, quando absorvida em
grande quantidade, desencadeia um grave quadro tóxico (HALIBURTON;
MORGAN, 1989). Os surtos de intoxicação ocorrem subitamente, devido à
rápida transformação de uréia em amônia e consequente absorção e migração
tecidual, bloqueando o ciclo de Krebs, aumentando a glicólise anaeróbica e
impedindo a respiração celular, ocasionando acidose metabólica, hipercalemia
terminal e parada cardíaca. A amônia interfere no sistema nervoso central e
periférico, aumentando a condução nervosa, provocando tetania e convulsões,
atonia ruminal e timpanismo secundário, além de edema pulmonar devido ao
seu potencial irritante a esse tecido. O diagnóstico baseia-se, principalmente,
na anamnese e observação da sintomatologia característica (KITAMURA et al.,
2010).O tratamento deve ser precoce, com administração de ácido acético para
diminuir o pH ruminal e a absorção de amônia. Segundo Radostitset al. (2007),
o resultado é incerto e provavelmente ineficiente. Entretanto, se além do ácido
acético, associa-se hidratação intravenosa e furosemida há maior índice de
sucesso possivelmente devido à maior excreção urinária de amônia comprovando
que o pleno funcionamento renal favorece a eliminação da amônia circulante e
acelera o processo de desintoxicação. Os quadros súbitos nem sempre respondem
satisfatoriamente ao tratamento, sendo o principal deles a administração enteral
de ácido acético, transformado amônia em amônio, reduzindo pH ruminal e
absorção desse composto. É essencial que a ureia seja dada de forma progressiva,
até que o organismo do ruminante possa adaptar-se a essa fonte de nitrogênio não
proteico evitando o aparecimento de casos da doença.
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-432
INTOXICAÇÃO POR METTERNICHIA PRINCEPS EM
CAPRINOS NO ESTADO DA BAHIA
Reanne Moraes Meira da Silva1; Emmanuel Emydio Gomes Pinheiro1;
Ricardo Santana de Oliveira1; Juliana Targino Silva Almeida e Macêdo2;
Pedro Miguel Ocampos Pedroso3
1
Estagiário do Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); 2Profa. de Patologia Veterinária.
Laboratório de Patologia Veterinária. Universidade Federal de
Sergipe; 3Professor de Patologia Veterinária. Laboratório de Patologia
Veterinária, UFRB, E-mail: [email protected]
São apresentados os achados epidemiológicos e clínico-patológicos de um surto
de intoxicação por Metternichia princeps em caprinos no Estado da Bahia. O
histórico clínico foi obtido com o tratador. Dois caprinos foram necropsiados.
Na necropsia foram coletados fragmentos de órgãos e fixados em formol 10%,
processados de forma rotineira para histologia e corados pela hematoxilina e
eosina. Exemplares da planta foram encaminhadas para identificação botânica.
O surto ocorreu em novembro de 2012 após a coleta e fornecimento acidental
da planta aos animais. Amostra da planta foi classificada como M. princeps.
Os caprinos eram da raça Parda Alpina, idade média de oito meses e machos.
De oito caprinos, três morreram e dois foram necropsiados. Três dias após o
consumo da planta os animais começaram a apresentar secreção nasal mucosa,
diarreia, apatia, debilidade leve, andar cambaleante, decúbito e morte após
dois dias. Na necropsia, as principais alterações observadas nos dois animais
foram edema pulmonar, hidrotórax, hidropericárdio, ascite, rins pálidos e
edema perirrenal. Os rins apresentavam-se pálidos, e ao corte com estriações de
coloração esbranquiçada desde a cortical à região medular. Microscopicamente
os rins apresentavam acentuada necrose de coagulação do epitélio tubular, além
de cilindros granulosos, hialinos e túbulos com regeneração do epitélio. No
pulmão havia acentuada congestão de capilares alveolares associada a edema
interalveolar e interseptal. O diagnóstico de intoxicação por M. princeps em
caprinos na Bahia foi baseado nos dados epidemiológicos e clínico-patológicos.
O fator desencadeante foi o fornecimento acidental da planta aos animais. Os
resultados clínico-patológicos deste relato foram semelhantes aos descritos por
outros autores em caprinos.
Palavras-chave: intoxicação, Metternichia princeps, caprinos,
patologia, Bahia.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-433
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE AMETROPIAS EM CAVALOS
Fernanda Cardoso Cancelli Vieira1; Fabiano Montiani Ferreira2; Thiago
Alegre Coelho Ferreira3; Heloisa Huss4; Carolina Dunin 5; Renan Schiebel
Medeiros6
1
Aluna de Iniciação Científica da UFPR, 2Professor do Departamento
de Medicina Veterinária da UFPR, 3Doutorando do Programa
de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da UFPR, 4Médica
Oftalmologista, 5 Médica Veterinária da Sociedade Hípica
Paranaense, 6Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Veterinárias da UFPR.
Alterações de refração, ou ametropias, podem ser mensuradas pela
retinoscopia, sistema pelo qual os raios emitidos em forma de faixa devem
ser incididos e movimentados no olho e sua reflexão observada. O presente
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trabalho analisou a média de refração de cavalos das Sociedades Hípica
Paranaense e de Joinville. Foram examinados 101 olhos de 51 animais, sendo 50
(98,03%) da raça Brasileiro de Hipismo e apenas um animal Crioulo. Dos 101
olhos examinados foram detectados 88 (87,12%) com ametropias. A quantidade
média de animais com miopia e hipermetropia (67,32% e 19,8%) foi maior do
que encontrada por Rull-Cotrina et al, sendo este valor de 30,4% e 14,8%,
respectivamente. Apenas 13 (12,87%) dos olhos foram considerados emetropes,
valor menor do que os 50,8% encontrados por Rull-Cotrina et al. A média de
refração (miopia e hipermetropia) foi de -0,319+-0,69D, apresentando maior
variação e amplitude do que a encontrada por Rull-Cotrina et al (-0,17+0,05D), além de valor bem diferente dos que citados por Coile et al, Sivak
et al e Knill et al (+1D, +6,5D e +12D, respectivamente). Desta forma, conclui-se
que existe uma grande variação entre os estudos e até mesmo entre os animais.
Porém, diferentemente de estudos passados, este estudo indica uma alta
prevalência de animais com ametropias, sendo estes em sua maioria miopes.
Palavras-chave: refração, cavalos, miopia, hipermetropia
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-434
INVESTIGAÇÃO
IMUNO-HISTOQUÍMICA
DE
COMPONENTES DESENCADEADORES DA CONTRATURA
ARTICULAR EM OVINOS
Jomel Francisco dos Santos1; Matheus Castro Franco2; Ueliton Assis de Lima3;
Thiago Arcoverde Maciel3; Márcio de Barros Bandarra4; Daniela Oliveira5
1
Médico Veterinário, Msc., UFRPE-UAG; 2Discente do curso de Medicina
Veterinária UFRPE-UAG; 3Mestrando em Sanidade e Reprodução
de Ruminantes, UFRPE-UAG; 4Doutorando na FCAV-UNESP
Jaboticabal-SP; 5Professor Adjunto na UFRPE-UAG. E-mail: jomelvet@
hotmail.com
O presente trabalho empregou técnicas de imuno-histoquímica e citoquímica
para avaliar a presença de componentes-chave para o desenvolvimento da
contratura articular na espécie ovina e a potencialidade desta espécie como
modelo experimental para estudo desta patologia. Para tanto, foram utilizadas
15 cápsulas articulares de joelhos de ovelhas Santa Inês sadias para localização de
miofibroblastos e mastócitos. Para investigação de miofibroblastos foi realizada
a técnica de imuno-histoquímica. Após a preparação para rotina histológica, a
recuperação antigênica foi realizada por aquecimento em citrato, seguida pelo
bloqueio das peroxidades, bloqueio de proteínas inespecíficas e então, o anticorpo
primário foi incubado. Após, o anticorpo secundário foi acrescentado aos cortes,
e o cromógeno DAB foi adicionado. As lâminas foram contracoradas com
Hematoxilina de Harris e montadas. Na técnica citoquímica, foi aplicada a coloração
de Azul de Toluidina para evidenciação dos mastócitos. As análises dos cortes foram
efetuadas em microscópio de luz. As contraturas articulares são complicações
severas de doenças articulares que podem limitar permanentemente a função de
extremidades. A articulação do ovino é um modelo promissor para a investigação
dos estados normais e patológicos, pela semelhança com a biomecânica de
determinadas articulações humanas. Os controles positivos da pesquisa de α-SMA
(cérvix ovina) e de mastócitos (cordão umbilical) foram marcados ou corados
satisfatoriamente pelas respectivas técnicas. Nas cápsulas articulares, a proteína foi
observada na parede de artérias e raros miofibroblastos foram observados em cada
corte, assim como poucos mastócitos foram corados. Outros estudos sobre lesões
de cápsula articular de ovinos devem ser conduzidos para confirmar a presença de
miofibroblastos e o desenvolvimento da contratura articular.
Palavras-chave: cápsula articular, eixo fibrose, ovelhas, α-SMA,
mastócitos.
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-435
LESÕES DE PELE E AFECÇÕES EM CASCOS DE CAVALOS
DE TRAÇÃO NO MUNICÍPIO DE PINHAIS - PR
Mariane Angélica Pommerening Finger; Mariana Yumi Takahashi Kamoi;
Peterson Triches Dornbusch; Ivan Deconto; Ivan Roque de Barros Filho;
Alexander Welker Biondo
Os cavalos de carroceiros são submetidos a longas jornadas de trabalho,
muitas vezes sem alimentação e hidratação adequadas. Considerando o
grande número de pessoas que se utilizam dessa atividade e a quantidade
de animais envolvidos, frequentemente sendo a principal ou única fonte
de renda de um grupo familiar, essa prática se impõe como importante
questão de bem-estar animal e humano (FERRARO et al, 2008). O Projeto
de Extensão ‘Carroceiro’, da Universidade Federal do Paraná, realizou o
chamado “Dia do Carroceiro” no mês de junho de 2013 com 24 cavalos de
tração no município de Pinhais – PR. Os proprietários responderam a um
questionário sócio-educacional que também continha questões a respeito de
manejo animal. Dos 24 animais, em 50% nunca havia sido efetuado o manejo
dos cascos. Sendo que destes, 66,6% (8/12) apresentavam alguma alteração de
casco, sendo a mais frequente o encastelamento. Dos animais que já haviam
tido os cascos aparados, três apresentaram alterações como rachaduras e
cascos achinelados. O casco apresenta a função de suportar o peso do animal,
resistir ao desgaste, absorver o impacto, auxiliar na propulsão e no retorno
sanguíneo da extremidade do membro e, dessa forma, reduz o surgimento
de lesões no aparelho locomotor (NICOLETTI et al., 2000; CANTO, 2004).
Sendo, portanto, o bom manejo do mesmo imprescindível para evitar futuras
alterações patológicas, e garantir uma boa qualidade de vida e trabalho ao
animal.As lesões de pele estão muitas vezes relacionadas ao uso de arreios e
chicotes, ferimentos com cacos de vidro, madeira e cercas de arame farpado
e alopecia pode estar relacionada à deficiência nutricional ou a presença de
ectoparasitas. Cavalos de tração estão mais propensos a ter lesões, visto que
carregam grandes cargas, por grandes distâncias e nem sempre com arreios
adequados. Dos 24 cavalos, 25% (6/24) apresentavam lesão de pele, duas não
foram descritas em qual região, duas em membros e duas na face (chanfro e
comissura labial). Os dados obtidos demonstram a necessidade de inserção de
políticas públicas para dar condições e orientação aos proprietários dos cavalos
de carroça para que cuidem adequadamente dos seus animais.
Referências Bibliográficas:
CANTO, L.S. Frequência de problemas de equilíbrio nos cascos de cavalos crioulos em
treinamento. 2004. 43f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Universidade Federal
de Santa Maria, Santa Maria, RS.
NICOLETTI, J.L.M. et al. Mensuração do casco de equinos para identificação objetiva de
anormalidades de conformação. Veterinária Notícias. v.6, n.1, p.61-68, 2000.
Ferraro C.C., Neves T.B., Biondo A.W., Deconto I. & Molento M.B. 2008. Avaliação da sanidade
animal baseado em perfil sanguíneo, endoparasitário e físico dos cavalos de carroceiros nos
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-436
LESÕES OROFARÍNGEAS E INTOXICAÇÃO POR
CLOSANTEL EM OVINOS APÓS MANEJO INCORRETO DE
VERMIFUGAÇÃO
Alane Cerqueira Souza1; Emmanuel Emydio Gomes Pinheiro1; Ricardo
Santana de Oliveira1; Margareth Moura Ferreira2; Juliana Targino Silva
Almeida e Macêdo3; Pedro Miguel Ocampos Pedroso4
1
Estagiário do Laboratório de Patologia Veterinária da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); 2Clínica de Ruminantes. Centro de
Desenvolvimento da Pecuária da Universidade Federal da Bahia; 3Profa. de
Patologia Veterinária. Laboratório de Patologia Veterinária. Universidade
Federal de Sergipe; 4Professor de Patologia Veterinária. Laboratório de
Patologia Veterinária, UFRB, E-mail: [email protected]
O presente trabalho relata um surto de lesões orofaríngeas e intoxicação por
closantel em ovinos decorrentes de manejo incorreto e superdosagem de
anti-helmíntico. O histórico foi obtido com o proprietário e pelo tratador.
Sete ovinos (1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7) que estavam doentes foram acompanhados.
Os ovinos que morreram foram submetidos à necropsia. Na necropsia
foram coletados fragmentos de diversos órgãos e fixados em formol 10%,
processados de forma rotineira para histologia e corados pela hematoxilina
e eosina. O surto ocorreu em propriedade rural no município de Muritiba. O
tratador não tinha conhecimentos de manejo de ovinos. Segundo o tratador
foram vermifugados 42 ovinos com o anti-helmíntico closantel na dose de 1
mL/Kg. Após 15 dias, alguns animais começaram a ficar deprimidos, fracos,
e alguns com cegueira e aumento de volume na região mandibular. Nesse
período morreram três adultos e um borrego. Os principais sinais clínicos
caracterizaram-se por decúbito esterno-abdominal (7/7), ausência de reflexo
pupilar e palpebral (6/7), cegueira bilateral (4/7), depressão (3/7) e aumento
de volume mandibular (3/7). Três ovinos apresentavam aumento de volume
no lado direito da mandíbula. Estes animais foram tratados com antibióticos e
melhoraram. Dois ovinos tiveram morte natural e dois foram eutanasiados in
extremis. Na necropsia do ovino 02 que apresentava aumento de volume
mandibular e cegueira bilateral, somente foi observado lesão perfurante de
aproximadamente 0,5 cm de diâmetro que se comunicava com uma cavitação
repleta por conteúdo alimentar e secreção purulenta localizada no lado direito
à raiz da língua. Microscopicamente em todos ovinos, caracterizaram-se
por status spongiosus no sistema nervoso central e nervo óptico. No olho foi
observado degeneração da camada de cones e bastonetes, vacuolização da
camada glandular, cariorexia e vacuolização da camada plexiforme externa. O
diagnóstico de lesão orofaríngea e intoxicação por closantel foi baseado pelo
histórico e quadro clínico-patológico. Os resultados clínico-patológicos deste
relato foram semelhantes aos descritos por outros autores.
Palavras-chave: lesão orofaríngea, intoxicação, closantel, ovinos,
patologia.
municípios de São José dos Pinhais/ PR. Anais XXXV Congresso Bras. Med. Veterinária, 19-22
out, Gramado, RS. 1 CD-ROM
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-437
LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA INCIDÊNCIA DE
DESLOCAMENTO DE ABOMASO EM BOVINOS LEITEIROS
NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS NO ESTADO DO
PARANÁ
Hugo Richard Dÿck; Edilson José Vieira; Günther Schartner; Peterson
Triches Dornbusch; Mariane Angélica Pommerening Finger; Ivan Roque
de Barros Filho
A bacia leiteira localizada na região dos campos gerais, no Estado do Paraná,
é uma das maiores e de melhor qualidade do Brasil. A alta produção e grande
exigência nutricional dos bovinos leiteiros trazem também o aparecimento de
problemas metabólicos. O deslocamento de abomaso (DA) é uma enfermidade
comum nessas condições, mas são escassos os relatos e trabalhos indicando
qual a incidência desta doença nos bovinos leiteiros do Paraná. O presente
estudo investigou a incidência do deslocamento de abomaso na região dos
campos gerais, no Estado do Paraná. Para este trabalho foram estudados
bovinos leiteiros com deslocamento de abomaso localizados na região dos
campos gerais, Paraná. Foram coletados dados como sexo, raça, fase de
lactação, idade, número de gestações, época do ano, alimentação, número de
animais na propriedade e sistema de produção. Também foram determinados
os teores sanguíneos de Beta-Hidroxibutirato a partir de uma amostra de
soro dos animais analisados no laboratório de Patologia Clínica do Hospital
Veterinário UFPR, utilizando o reagente da Randox®. Foram diagnosticados
49 casos de deslocamento de abomaso em 44 animais, sendo 45 casos (91,8%)
para a esquerda (DAE) e 4 (8,2%) para a direita (DAD). Foram coletadas 9
amostras de soro sanguíneo de 9 vacas que apresentaram dosagem média
de 2,603±2,130 mmol/L, onde 5 amostras apresentaram valor superior a 1,4
mmol/L (indicando Cetose). Os casos de DA ocorreram em 23 propriedades
leiteiras das 110 atendidas, com um total de 1.991 vacas em lactação, onde 44
animais (2,21%) apresentaram deslocamento de abomaso. As raças acometidas
foram a Holandesa Preta e Branca com 40 casos, Mestiça-Jersey com 2 casos,
Holandesa Vermelha e Branca e Jersey, ambas com 1 caso cada uma. Em
relação ao período de lactação, 23 casos (46,94%) aconteceram até 2 semanas
de lactação, 14 (28,57%) de 2-4 semanas, 9 (18,37%) acima de 4 semanas e 3
(6,12%) dos casos aconteceram em vacas secas e com gestação confirmada.
Agradecimentos: Fabiano Koerich Vieira e Andre Christiaan van
Nouhuys.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-438
LEVANTAMENTO SOROLÓGICO DE BRUCELOSE EM
BOVINOS abatidos NO SUDOESTE DA BAHIA
Marcus Paulo de Matos Maturino1; Lourival Souza Silva Junior3; Robson
Bahia Cerqueira2; Leonardo Rosa da França4; Diana de Oliveira Silva
Azevedo3; Bianca Pimentel Silva3.
1
Mestrando no programa de pós graduação em Defesa Agropecuária
da UFRB, 2 Professor adjunto da Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia (UFRB), 3 Graduando em Medicina Veterinária Universidade Federal
do Recôncavo da Bahia (UFRB), Mestre em Defesa Agropecuária (UFRB).
A brucelose é uma doença bacteriana de grande importância para a economia
pecuária e para a saúde pública por se tratar de uma zoonose. É uma doença
infecto-contagiosa que tem com agente etiológico bactérias do gênero Brucella.
Em bovinos, a espécies do gênero é a Brucella abortus que são cocobacilos
86
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gram negativos, intracelulares facultativos, imóveis e não esporulado. A
infecção apresenta evolução crônica e acomete animais de todas as idades,
sendo mais frequente em indivíduos sexualmente maduros. A principal porta
de entrada da brucelose em bovinos é a digestiva, podendo também se dar
na reprodução, por monta natural, mas, principalmente, por inseminação
artificial. A transmissão ao homem pode ocorrer por meio do contato com
animais doentes, manipulação de produtos de origem animal, ingestão de
carne, sendo possível a sobrevivência da bactéria em carnes conservadas em
câmaras frigoríficas, leite e queijos contaminados. O presente trabalho teve
como objetivo investigar animais soro reagentes abatidos em um frigorífico
inspecionado na região sudoeste da Bahia. Os animais utilizados foram da
espécie bovina, machos e fêmeas, selecionados aleatoriamente no momento
do abate, totalizando 316 animais. Não havia informação quanto a vacinação
das fêmeas contra a Brucelose. A coleta de sangue deu-se no ato da sangria dos
animais, logo após o corte dos grandes vasos do coração, realizado este pelo
magarefe no frigorífico. O sangue foi coletado em tubos de ensaio de 10ml sem
anticoagulante, estes tubos foram identificados e numerados, e permaneceram
inclinados para facilitar o processo de retração do coágulo, visando a obtenção
do soro para realização dos testes sorológicos. Os soros foram transferidos para
microtubos estéreis, que foram mantidos congelados a –20°C até a realização
dos testes sorológicos. No momento da realização das provas sorológicas,
as amostras foram descongeladas e mantidas à temperatura ambiente, todas
as amostras foram submetidas à prova de triagem do Antígeno Acidificado
Tamponado (AAT), conforme o protocolo recomendado pelo MAPA. Dos
316 animais examinados, cinco foram reagentes na prova do AAT, refletindo
uma frequência de 1,58%. Este resultado sugere que após análise dos soros dos
bovinos destinados ao abate na região sudoeste do estado da Bahia, foram
encontrados animais reagentes para brucelose com o teste do AAT.
Palavras-chave: Brucelose, Frigorífico, AAT.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-439
LEVANTAMENTO SOROLÓGICO DO TOXOPLASMA GONDII
E LENTIVIRUS EM CRIATÓRIOS DE CAPRINOS E OVINOS
DE PECUÁRIA FAMILIAR
Alex Aguiar de Oliveira1; Rosangela Soares Uzeda1; Carlos José Souza
Filho2; Nayone Lantyer Lima Cordeiro de Araújo3; Monique Graziele
Oliveira dos Santos2; Uila Almeida Aragão de Alcântara4; Luis Fernando
Pita Gondim5; Maria Angela Ornelas-Almeida5
1
Doutorando do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal
nos Trópicos; 2PIBIC/UFBA/FAPESB; 3PIBIEX/UFBA; 4PIBIC/UFBA/
CNPq; 5Professor Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFBA,
Departamento de Anatomia Patologia e Clínicas. E-mail: aaoliveiravet@
gmail.com
A caprino-ovinocultura é expressiva no nordeste brasileiro e de relevância
socioeconômica para a região do semiárido. No entanto, as infecções
por Toxoplasma gondii e Lentivirus podem estar presentes nos rebanhos e
ocasionar problemas reprodutivos, articulares e neurológicos. Para verificar
a circulação destes agentes em 37 criatórios de pecuaristas familiares do
município de Cansanção, Bahia, foram avaliados caprinos e ovinos com idades
superiores a um ano, criados extensivamente. Para o cálculo de amostragem
aleatória simples, foi considerado o tamanho da população de 30.000 cabeças,
para caprino quanto para ovino, com prevalência esperada de 15% para
toxoplamose e artrite-encefalite caprina e 5% para Maedi-Visna, com nível
de confiança de 95% e precisão de 5%. As técnicas de imunodifusão em gel
4 0 º C O N B R AV E T
de agar e de imunofluorescência indireta foram utilizadas para detecção de
anticorpos anti-Lentivirus e anti-T. gondii, respectivamente. Os animais eram
clinicamente sadios, com médias de escore da condição corporal de 3,5±0,7 (1
– 4) para os ovinos e 2,8±0,9 (1 – 4) para caprinos, enquanto as médias de peso
(kg) foram de 39,5±12,8 (12 – 80) e 33,9±11,3 (15 – 72) para ovinos e caprinos,
respectivamente. Dos 427 caprinos e 230 ovinos analisados, todos foram
negativos para artrite-encefalite e Maedi-Visna. Houve positividade para T.
gondii de 31% (41/130) em caprinos e 8,8% (8/83) em ovinos. Em 43,2% dos
criatórios foi registrada a presença de gatos. Conclui-se que estes Lentivirus não
são endêmicos no referido município, enquanto que a infecção por T. gondii é
moderadamente disseminada nos caprinos, mas tem baixa frequência em
ovinos. Apoio Financeiro: FAPESB.
Palavras-chave: coccídio, lentivirus, ruminantes.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-440
LUXAÇÃO INTERFALANGEANA PROXIMAL EM EQUINOS:
RELATO DE CASO
David Carvalho Sales1; Marina Sena da Silva1; Jonathan Henrique Nantes2;
Heder Nunes Ferreira3
1
Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Pio Décimo,
2
Médico Veterinário de Grandes Animais Hospital Veterinário Dr. Vicente
Borelli, 3Docente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Pio
Décimo. E-mail: [email protected]
É relatado o insucesso no tratamento de imobilização para o caso de luxação
interfalangeana proximal numa égua Quarto de Milha, de oito anos, que
apresentou claudicação do membro posterior esquerdo (MPE) após prova de
vaquejada, o animal recebeu durante três dias administração de fenilbutazona
(IV) de forma empírica, não ocorrendo melhora, sendo encaminhada ao
Hospital Veterinário Dr. Vicente Borelli. Foi efetuado o exame clinico geral não
sendo constatada nenhuma alteração nos demais sistemas, o exame laboratorial
evidenciou somente leve aumento do fibrinogênio (600 mg/dl), no exame
clinico especifico foi constatado claudicação do MPE em grau IV e realizado
exame radiográfico, que evidenciou a presença de luxação interfalangeana
proximal. Foi estabelecida a imobilização da região interfalangeana proximal
até o terço proximal de região metatársica com gesso sintético, confinamento
em baia de maravalha durante 60 dias, após este período foi instituído o
tratamento com sulfato de condroitina (182mg/kg/VO) por 18 dias, meloxicam
(6mg/kg/VO) por oito dias e flunixina meglumina (1,1mg/kg/IM) em dose
única, tratamento térmico alternando entre compressas quentes e frias, e
massagens com gel a base de dimetilsulfóxido no MPE. Sendo aconselhado
ao proprietário o procedimento de artrodese interfalangeana, uma vez que o
tratamento inicial foi ineficaz, porém o proprietário não concordou com o
procedimento e o animal foi encaminhado de volta à propriedade. Conclui-se
que apesar da terapia inicial de imobilização da região acometida, não foi
suficiente para reverter o quadro de luxação, sendo a artrodese uma possível
alternativa de resolução do caso.
Palavras-chave: imobilização, claudicação, membro posterior.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-441
MAMMOMONOGAMUS LARYNGEUS EM BOVINO ADULTO
NA REGIÃO DO SUL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO RELATO DE CASO
Marcela Santos Sena Martins1; Yago Enrico Esteves1; Isabella Vilhena
Freire Martins2; Jankerle Neves Boeloni2; Felipe Berbari Neto2; Dirlei
Molinari Donatele2; Louisiane de Carvalho Nunes2
1
Acadêmico do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal
do Espírito Santo, 2Professor do Departamento de Medicina Veterinária
- Departamento de Medicina Veterinária - Centro de Ciências Agrárias Universidade Federal do Espírito Santo. E-mail: [email protected]
Mammomonogamus laryngeus é um nematoide parasito de laringe de
mamíferos, mas excepcionalmente podem ser encontrados na traqueia e
nas ramificações dos brônquios. Fêmea e macho vivem permanentemente
acasalados, formando uma estrutura semelhante a um “Y”. Os adultos são
hematófagos e podem ocasionar laringite hemorrágica com excessiva produção
de muco, podendo causar obstrução das vias aéreas levando à dispneia e asfixia
em infecções maciças. Porém, normalmente os sinais clínicos da verminose
são inespecíficos, com tosse, emagrecimento e bronquite em animais jovens,
o que dificulta o diagnóstico. Com base na ampla literatura consultada,
este é o primeiro caso de M. laryngeus em bovino no Sul do Espírito Santo.
O presente trabalho relata a presença de três exemplares adultos de M.
laryngeus aderidos à mucosa da traqueia de um bovino fêmea, necropsiado
em uma propriedade da região do Sul do Estado do Espírito Santo. A necropsia
foi realizada durante aula a campo da disciplina de Patologia Especial, em uma
vaca, SRD, adulta. Ao chegar à propriedade o animal já estava morto e no
exame externo do cadáver observaram-se mucosas em geral intensamente
pálidas e Rhipicephalus (Boophilus) microplus em intensa quantidade. No
exame macroscópico foram observados carcaça em geral pálida, linfonodos
pré-escapulares moderadamente aumentados, fígado intensamente pálido
e firme, rins intensamente pálidos e traqueia com mucosa hiperêmica
associado a presença de três nematoides formando uma estrutura semelhante
a um “Y”. Os nematoides foram macro e microscopicamente identificados no
laboratório de parasitologia do Centro de Ciências Agrárias da UFES (CCAUFES) e concluiu-se tratar de exemplares adultos de M. laryngeus. Embora
os nematoides em questão tenham sido considerados achados de necropsia,
já que o animal não apresentou sinais clínicos característicos da doença, o
presente relato demonstra a importância de se incluir esse nematódeo como
diagnóstico diferencial em casos de sinais de dificuldade respiratória. Com
base nos achados macroscópicos e microscópicos, firmou-se o diagnóstico
de Mammomonogamus laryngeus em traqueia de um bovino adulto.
Palavras-chave: verminose, traqueia, vaca.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-443
MELANOMA COM METÁSTASE LINFÁTICA EM UM
CAPRINO - RELATO DE CASO
Gabriel Barbosa de Melo Neto; Davi Alexandre de Barros Correia; Márcia
Bersane Araújo de Medeiros Torres
O trabalho relata um caso de melanoma com metástase linfática em um
caprino. Os tumores melanocíticos na medicina veterinária podem ser
classificados como benignos ou malignos, sendo a forma benigna denominada
de melanocitoma que é mais frequente em cães e raro em caprinos e a forma
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maligna chamada de melanoma que também é comum em cães. O presente
trabalho relata um caso de melanoma com metástase linfática em um caprino
diagnosticado no Setor de Patologia Veterinária do Laboratório de Anatomia e
Patologia Animal da UFRPE-UAG. Foi solicitada uma visita a uma propriedade
de criação de caprinos no município de Caetés no Agreste Meridional de
Pernambuco. O animal era um caprino, fêmea SRD de aproximadamente 12
anos, apresentando uma lesão nodular na pele da região nasal com 4 cm de
altura x 3 cm de largura, de coloração preta, superfície crostrosa e ulcerado. O
proprietário relatou que o animal apresentou a lesão no mês de janeiro de 2013
com evolução rápida. Foi realizada a biópsia excisional da lesão para exame
histopatológico. Aproximadamente três semanas após a remoção foi solicitada
nova avaliação do animal. Na reavaliação havia mais quatro nódulos localizados
no lado esquerdo da face (2 cm de diâmetro), região auricular (3 cm de largura
x 2 cm de altura), submandibular (1,5 cm de diâmetro) e região periocular
esquerdo (4cm de diâmetro). Todos os nódulos apresentavam coloração
enegrecida, superfície irregular e firme aderência à musculatura subjacente.
Foi realizada a biópsia excisional dos nódulos, os fragmentos foram fixados
em formol a 10%, e processados pela técnica de impregnação em parafina e
corados pela hematoxilina e eosina. Na microscopia a massa neoplásica que
infiltrava a derme e as fibras musculares, era composta por células pleomórficas
com núcleos arredondados, alongados ou de aspecto triangular, apresentando
pigmento granular, marrom escuro preenchendo o citoplasma de um grande
número de células. Na epiderme havia hiperqueratose, e em alguns cortes a
superfície da epiderme ulcerada, hemorragia associada a infiltrado inflamatório
neutrofílico e colônias bacterianas intralesionais. Linfonodo submandibular
com lençol de células neoplásicas infiltrando os seios medulares, dentro de
vasos linfáticos, áreas de necrose multifocal, entremeada por grande quantidade
de estroma conjuntivo fibroso, demonstrando que o melanoma também pode
causar metástase em caprinos visto que a literatura consultada não relata tal
caso na espécie.
Palavras-chave: melanoma, linfonodo, caprino.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-444
METABOLISMO OXIDATIVO DE NEUTROFILOS EM
POLIMORFONUCLEARES DE CAPRINOS NATURALMENTE
PARASITADOS POR NEMATÓDEOS
Sandra Carvalho Matos de Oliveira; Jane Luiza da Silva Campos; Emmeline
Pereira Fernandes; Carmo Emanuel Almeida Biscarde; Alexandre Moraes
Pinheiro; Veridiana Fernandes da Silveira
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Foi avaliado o metabolismo oxidativo de neutrófilos em polimorfonucleares
de caprinos infestados naturalmente por nematódeos gastrintestinais. Foram
utilizados 14 caprinos, do 2° ao 9° mês de idade, sem padrão racial definido,
alojados no setor de caprinocultura da Universidade Federal do Recôncavo
da Bahia, Cruz das Almas-Ba. Os animais foram submetidos ao regime semiextensivo em uma área de desafio parasitário. As amostras sanguíneas foram
coletadas em intervalos de quinze dias, no período de nove meses. Para a
separação simultânea de mononucleares e polimorfonucleares uma amostra de
sangue total em tubos a vácuo contendo heparina foi coletada e centrifugada.
A papa de leucócitos e o plasma foram retirados e submetidos aos gradientes
descontínuos de densidade e as células mono e polimorfonucleares separadas.
O anel rico em polimorfonucleares foi separado e submetido à lavagem
com tampão fosfato. O sobrenadante foi desprezado e as células foram
resuspendidas em plasma autólogo. Essas células foram submetidas ao teste de
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NBT, onde retirou-se uma alíquota dispensada em microtubo contendo igual
volume de NBT reconstituído, denominada prova não estimulada (NE). Em
outro microtubo de NBT foi acrescentado uma alíquota da amostra e outra
de estimulante denominada prova estimulada (E). Os dois foram submetidos
à incubação a 37°C e em temperatura ambiente realizando a confecção de
lâminas. Essas foram fixadas e coradas, sendo analisadas em aumento de
1.000x, totalizando a contagem de 100 neutrófilos para cada prova. A média de
neutrófilos na prova NE foi de 8.910±2.292,5/µL e na prova E de 6.305±1.585,9/
µL. Para a prova E 8.157±1954,6/µL e NE foi 7.066±1857,6/µL, demonstrando que
os animais apresentaram a resposta adequada de acordo com o tipo de prova.
Apenas 9% das lâminas da prova NE apresentou mais neutrófilos estimulados
que não estimulados e 21% das lâminas da prova E apresentou mais neutrófilos
não estimulados do que estimulados demonstrando a segurança do teste
quanto a padronização da técnica. Esta apresenta-se superior em relação ao
menor tempo demandado para a leitura das lâminas que foi em média 21,5±15
minutos para NE e 22,5±16 minutos para E. Na técnica usual com sangue total
o tempo médio de leitura apresentou-se duas vezes maior, confirmando a
eficiência da separação, tornando o teste do NBT para espécie caprina mais
rápido, já que estes animais possuem menor número de neutrófilos comparado
a outras espécies. Os animais apresentaram leucocitose e eosinofilia, onde a
média de leucócitos totais foi de 15.649±2.742 µL, e eosinófilos de 1.417±1.205/
µL, superior aos valores de referência para espécie caprina. Estes resultados
eram esperados uma vez que os eosinófilos são células relacionadas com a
destruição de parasitas e, portanto, podem encontrar-se com número elevados
nas parasitoses.
Palavras-chave: Explosão respiratória, radicais livres, separação, NBT,
parasitos.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-445
METABOLISMO OXIDATIVO DE NEUTRÓFILOS NO SANGUE
TOTAL DE CAPRINOS INFEsTADOS NATURALMENTE POR
PARASITAS GASTRINTESTINAIS
Jane Luiza da Silva Campos; Sandra Carvalho Matos de Oliveira; Emmeline
Pereira Fernandes; Carmo Emanuel Almeida Biscarde; Alexandre Moraes
Pinheiro; Veridiana Fernandes da Silveira
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Com intuito de auxiliar no diagnóstico de parasitoses objetivou-se avaliar o
metabolismo oxidativo de neutrófilos no sangue total de caprinos infestados
naturalmente com nematódeos gastrintestinais. Para tanto, foram utilizados
14 caprinos sem padrão racial definido, machos e fêmeas, que foram
acompanhados a partir do 2o mês de idade e alojados no setor de caprinocultura
da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Campus Cruz das Almas-Ba
até completarem aproximadamente 9 meses de idade. Para a realização do NBT
foi colhida uma amostra de sangue total em tubos a vácuo sem anticoagulante
e imediatamente após a colheita e foi retirada uma alíquota que foi armazenada
em microtubos plásticos contendo heparina sódica. Uma alíquota foi
dispensada em microtubo contendo igual volume de NBT, denominado de
prova não estimulada (NE). Em outro microtubo de NBT, foi acrescentado uma
alíquota da amostra e outra de estimulante denominada prova estimulada (E).
Os dois microtubos foram submetidos à incubação em banho-maria a 37°C
e a temperatura ambiente em seguida foi realizada a confecção de esfregaço.
A leitura foi realizada com auxílio de microscópio óptico em 100 neutrófilos.
Os dados foram tabulados e analisados por meio de média e desvio-padrão
e análise descritiva. Foi observado no leucograma leucocitose na média dos
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animais de todas as colheitas que variou de 15.011 a 16.750/µL, superior ao valor
de referência para espécie. Este aumento no número de leucócitos totais pode
estar associado ao elevado número de parasitos, pois a média de ovos por grama
de fezes (o.p.g.) foi acima do admitido para a espécie para nematódeos da superfamília Strongyloidea (2.845,5±3.639,5 o.p.g.), indicando a alta incidência desses
parasitos, sendo encontrados também os gêneros Strongyloides (5,4±14,47
o.p.g.), Trichuris (2,7±5,32 o.p.g.) e oocistos de Eimeria spp. (7.423,2±11.654,2
o.o.p.g.), ainda encontrou-se a presença de ovos de Moniezia spp. A eosinofilia
foi de 1.417±1.205/µL em mais da metade dos animais em todas as colheitas, o
resultado foi esperado levando-se em consideração que os eosinófilos tem ação
citotóxica contra parasitos. O tempo de leitura das lâminas variou de 44,65 a
50,50 minutos, este tempo prolongado, demonstra a dificuldade de encontrar
100 neutrófilos na lâmina de caprinos, sendo este resultado pode ser justificado
devido a esta espécie possuir maior número de linfócitos. Foi observado na
prova NE que os animais apresentaram valores não estimulados maiores do
que estimulados (51,35±14,57) e na prova E os animais apresentaram valores
estimulados maiores do que os não-estimulados (63,75±12,33), indicando que o
teste do NBT e a leitura das lâminas estiveram de acordo com a reação imune
dos animais e que este teste é eficiente para avaliar a explosão respiratória em
caprinos parasitados por nematódeos gastrintestinais.
Palavras-chave: Explosão respiratória, radicais livres, NBT, parasitos,
sangue total.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-446
O CONHECIMENTO DOS PECUARISTAS, NO MUNICÍPIO DE
AQUIDABÃ-SE SOBRE FEBRE AFTOSA
Kamilla Ferreira Ribeiro; Roniery Carlos Gonçalves Galindo; Samila Vieira
de Aquino; Emerson Israel Mendes; Daniella de Andrade Fraga Viana;
Antonio Matos Fraga Junior
A febre aftosa é uma patologia viral aguda causada por Picornaviridae,
gênero Aphtovirus, é altamente contagiosa principalmente nos animas de
cascos fendidos, caracterizada por lesões vesiculares, erosões e úlceras na
boca e focinhos, tetas, área interdigital e faixa coronária. Animais de todas
as idades são suscetíveis; contudo, a mais elevada mortalidade ocorre
em animais jovens, devido a lesões cardíacas. No Brasil o ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) criou, na década de 90 o
programa Nacional de Erradicação de Febre Aftosa (PNEFA), com o objetivo
de erradicar essa enfermidade em solo brasileiro. Considerada uma zoonose,
representa importante ameaça já que além de afetar a saúde e o bem estar
dos animais, diminui a produtividade dos rebanhos. O presente trabalho
investigou o conhecimento dos pecuaristas do município de Aquidabã sobre
a febre Aftosa. A pesquisa foi realizada no município de Aquidabã-SE junto
com o registro de criadores de gado da Emdagro. Noventa e sete produtores
foram aleatoriamente avaliados no período de 20 de maio de 2013 a 15 de
junho de 2013 com a aplicação de um questionário que buscava dados sobre a
obrigatoriedade da vacinação, penalidades, calendário de vacinação, local de
aplicação, sinais clínicos e a quantidade a ser aplicada. Os resultados obtidos
revelaram que 100% dos produtores rurais entrevistados têm o conhecimento
de que a vacinação é obrigatória, mas o conhecimento dos sinais clínicos
desta doença é insuficiente, pois apenas 7,21% dos produtores conhecem os
sinais clínicos, 17,02% dos produtores rurais entrevistados informaram ter
conhecimento da idade correta de se realizar a vacinação. Ressalta-se ainda
que 47,42% dos produtores entrevistados mantêm adequadamente o controle
dos seus animais podendo, assim, efetuar a sua imunização. Conclui-se que o
conhecimento do produtor rural entrevistado de Aquidabã-Se é satisfatório
com relação a imunização dos animais para febre aftosa. Conhecem pouco
sobre os sinais clínicos da doença, mas têm ciência da necessidade da
notificação da ocorrência ao servidor oficial público.
Palavras-chave: obrigatoriedade, vacinação, zoonose.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-447
OBSTRUÇÃO URETRAL EM CAPRINO ATENDIDO NA CLÍNICA
DE RUMINANTES DO CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DA
PECUÁRIA- CDP/EMEVZ/UFBA
Eliene Barbosa de Lima1; Soraya Santos de Farias2; Hllytchaikra
Ferraz Fehlberg3; Margareth Moura Ferreira4; Ticianna Conceição de
Vasconcelos5; Gabriela dos Santos Santana6
1
Médica Veterinária Residente do Centro de Desenvolvimento da Pecuária
– CDP/UFBA; 2,6Mestrandas em Medicina Veterinária da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB;3Graduanda em Medicina
Veterinária da Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC; 4Veterinária
do Centro de Desenvolvimento da Pecuária – CDP/UFBA; 5Mestranda
em Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia – UFBA
O presente trabalho relata um caso clínico de obstrução uretral em um
caprino, atendido na Clínica de Ruminantes do Centro de Desenvolvimento
da Pecuária- CDP/EMEVZ/UFBA. No dia 06 de julho de 2012, foi internado
um caprino, macho, anglonubiano, com cinco anos de idade. O proprietário
relatou que o quadro tinha se iniciado há três dias, com dor abdominal
e dificuldade de urinar. O caprino era criado num sistema intensivo e
suplementado com concentrado. Foram realizados exames clínicos e
laboratoriais suspeitando-se de obstrução uretral, sendo observados sinais
clínicos como apatia, mucosas hipercoradas, vasos episclerais ingurgitados,
taquicardia, intensa dor abdominal, movimentos ruminais diminuídos, edema
prepucial e sensibilidade aumentada na região do prepúcio. Após o exame
clinico, indicou-se intervenção cirúrgica com a técnica de cistotomia, mas o
animal veio a óbito no mesmo dia. Na necropsia, foi observado hidrotórax,
edema e congestão pulmonar, congestão e abscessos hepáticos, ruminite,
reticulite e abomasite. No sistema urinário foi encontrado rins hemorrágicos
presença de pequenos cálculos de coloração amarelada. A bexiga estava
discretamente dilatada com ingurgitamento de vasos da serosa com presença
de petéquias e pequenos cálculos dentro do órgão. A uretra apresentava-se
hemorrágica, com área de necrose por toda extensão e com pequenos coágulos
aderidos à mucosa na região da uretral prostática, resultando numa estenose
total. O principal fator que predispõe a ocorrência de obstrução uretral em
pequenos ruminantes é o inadequado manejo na alimentação. Dessa forma,
conclui-se que os achados clínicos e anatomopatológicos foram característicos
de obstrução uretral.
Palavras-chave: pequenos ruminantes, uretra, cálculos.
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-448
ORIGEM E RAMIFICAÇÕES DAS ARTÉRIAS FACIAIS EM
FETOS DE BOVINOS AZEBUADOS
Elisângela Cassimiro Macêdo1; Angelita das Graças de Oliveira Honorato2;
Cheston César Honorato Pereira3; Fabiana Manoela Umbelina de
Oliveira4; Frederico Ozanan Carneiro e Silva5; Daise Aparecida Rossi5
1
Fisioterapeuta; 2Médica Veterinária Mestre em Saúde Animal e
Doutoranda UFU; 3Prof. Msc. Departamento de Medicina Veterinária,
FESURV; 4Graduanda Medicina Veterinária UFU; 5Professor Doutor
FAMEV- UFU. E-mail: [email protected]
Foram analisadas as ramificações das artérias faciais em fetos de bovinos
azebuados, considerando que o conhecimento anatômico auxilia na eficácia
das intervenções de diferentes naturezas, tanto farmacológicas como
cirúrgicas. São escassos os estudos na literatura sobre a anatomia da artéria
facial nestes animais. Foram utilizados 30 fetos de bovinos azebuados com
aproximadamente 3 a 6 meses de gestação, sendo 20 machos e 10 fêmeas,
provenientes do abate em frigoríficos do município de Uberlândia, Minas
Gerais. As peças foram fixadas em solução aquosa de formaldeído a 10%,
mediante aplicações subcutâneas, intramusculares e intracavitárias, bem
como a sua imersão na solução por um período mínimo de 48 horas, sendo
posteriormente dissecadas. Após a dissecação foi constatado que em 90% dos
espécimes examinados, a artéria facial de ambos os antímeros, originou-se
do tronco linguofacial, e 10%, diretamente da artéria carótida externa. Em
100% dos fetos, a artéria facial em ambos os lados ramificou-se em artéria
submentual, ramos glandulares, ramos musculares, artérias labiais inferior e
superior. A artéria facial enviou diretamente vários ramos musculares para os
músculos depressor do lábio inferior, elevador naso labial, elevador do lábio
superior, canino, malar, zigomático, bucinador, depressor do lábio superior,
masseter e ramos glandulares que se distribuíram nas glândulas salivares,
mandibular e parótida. A artéria labial inferior irrigou o músculo depressor
do lábio inferior e artéria angular da boca ramificou-se no músculo orbicular
da boca; a artéria labial superior distribui-se nos músculos elevador naso
labial, elevador do lábio superior e canino. A artéria facial termina enviando
os ramos lateral nasal rostral, angular do olho e dorsal nasal em todos os casos.
Com isso conclui-se que as artérias faciais, em fetos de bovinos azebuados,
originam-se do tronco linguofacial ou da artéria carótida externa, emite as
artérias submentual, artéria labial superior e inferior, artéria angular da boca,
ramos glandulares, ramos musculares, ramo lateral nasal rostral, ramo angular
do olho, ramo dorsal do nariz e distribui-se para os músculos depressor do
lábio inferior, elevador naso labial, elevador do lábio superior, canino, malar,
zigomático, bucinador, depressor do lábio superior, masseter e orbicular da
boca.
Palavras-chave: ruminantes, vasos sanguíneos, cabeça, ramificações.
Agradecimentos: à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais (FAPEMIG).
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-449
ORIGENS E DISTRIBUIÇÕES DAS ARTÉRIAS MESENTÉRICAS
CRANIAL E CAUDAL EM EQUINOS (GÊNERO EQUUS) SEM
RAÇA DEFINIDA
Naiara Ferreira Hodniki1; Fernando Ferreira2; Frederico Ozanan Carneiro
e Silva3; Lara Reis Gomes4; Angelita das Graças de Oliveira Honorato5;
Fabiana Manoela Umbelina de Oliveira6
1
Medicina Veterinária UFU,2Médico Veterinário, 3Professor Doutor
FAMEV-UFU, 3Residente em Patologia Clinica Veterinária UFU,5Médica
Veterinária Mestre em Saúde Animal e Doutoranda da UFU,6Graduanda
Medicina Veterinária UFU. E-mail: [email protected]
O presente trabalho pesquisou as origens e distribuições das artérias
mesentéricas cranial e caudal, pois este segmento anatômico é muito
importante aos aspectos da clínica do aparelho digestório da espécie equina.
Foram dissecados 30 fetos de equinos provenientes do abate de fêmeas no
Frigorífico Pomar, no município de Araguari – MG, 15 machos e 15 fêmeas.
Foram injetadas soluções de látex do tipo Artecol NR1001. A seguir, foram
fixadas em formaldeído a 10% e submersas na mesma solução por um período
72 horas. Para o acesso à cavidade abdominal foram realizadas três incisões, a
primeira na linha mediana ventral, a segunda ao longo do arco costal, desde
a cartilagem xifóidea até a extremidade dorsal da última costela, e a ultima
perpendicular à primeira, desde a região púbica até o processo transverso
da última vértebra lombar. A parede do abdome foi rebatida lateralmente
e o mesmo procedimento foi repetido no outro antímero para facilitar a
manipulação das vísceras. Os resultados obtidos demonstraram que a artéria
mesentérica cranial, nos 30 casos, surgiu da face ventral da aorta abdominal
ao nível da primeira vértebra lombar. A artéria pancreaticoduodenal foi
o primeiro ramo, este foi para o fígado juntando-se com a artéria hepática.
Foram encontradas diferentes quantidades de artérias jejunais (aj) dentre os 30
animais dissecados, sendo estas quantidades: 16aj em dois animais, 17aj em um,
18aj em oito, 19aj em seis, 20aj em seis, 21aj em quatro, 22aj em dois, 23aj em dois e
24aj em um. A artéria ileocecocólica parece ser a continuação da mesentérica
cranial, em todos os casos ela emite uma artéria ileal, duas artérias cecais e um
ramo cólico para o cólon maior. A artéria cólica direita é uma artéria calibrosa
e foi identificada ao longo das partes dorsais do cólon maior, enquanto a artéria
cólica média é bem menor e foi observada na origem do cólon menor. Ambas
foram observadas nos 30 casos originando-se juntas, geralmente de um tronco
comum emitido pela artéria mesentérica cranial. Em alguns casos, também
são emitidos desse mesmo tronco um ramo jejunal (22) e um pancreático
(11). A origem da artéria mesentérica caudal variou de entre as artérias
testiculares (10), cranialmente às artérias testiculares (4), caudalmente às
artérias testiculares (1), caudalmente às artérias ovarianas (9), entre às artérias
ovarianas (5) e cranialmente às artérias ovarianas (1). Foi observada sua divisão
em artéria cólica esquerda, que emite ramos que irrigam a maior parte do
cólon menor e artéria retal cranial, que emite ramos que irrigam o reto.
Palavras-chave: artéria, jejunais, ileal.
Agradecimentos: à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas
Gerais (FAPEMIG).
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-450
PADRÃO DE BUSCA E APREENSÃO DE FORRAGEM DE
BOVINOS EM PASTO DE CAPIM PIATÃ MANEJADOS SOB
DIFERENTES ALTURAS EM LOTAÇÃO CONTÍNUA
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-451
PADRÃO DE INGESTÃO DE FORRAGEM DE BOVINOS EM
PASTO DE CAPIM PIATÃ MANEJADOS SOB DIFERENTES
ALTURAS
Caio Filipe Xavier Ferreira1; Bárbara Cristina Krüger1; Tatiane Faria
Prado1; Leandro Martins Barbero2; Maurício Scoton Igarasi3
1
Graduandos em Medicina Veterinária na Universidade Federal de
Uberlândia. 2Docente Faculdade de Medicina Veterinária. Universidade
Federal de Uberlândia. 3Docente Faculdade de Uberaba. E-mail:
[email protected]
Caio Filipe Xavier Ferreira1; Tatiane Faria Prado1; Bárbara Cristina Krüger1;
Lucas Alves Lima2; Leandro Martins Barbero3; Maurício Scoton Igarasi4
1
Graduandos em Medicina Veterinária na Universidade Federal de
Uberlândia. 2Graduando em Zootecnia na Universidade Federal de
Uberlândia. 3Docente Faculdade de Medicina Veterinária. Universidade
Federal de Uberlândia. 4Docente Faculdade de Uberaba. E-mail:
[email protected]
O presente trabalho determinou o padrão de busca e apreensão de forragem de
novilhas de corte, em pasto de capim-piatã (Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã)
manejado a alturas distintas, em diferentes períodos do dia. O experimento foi
conduzido na Fazenda Experimental Capim Branco da Universidade Federal
de Uberlândia. Foram utilizados dois piquetes, sendo adotado delineamento
inteiramente casualizado, com quatro repetições (animais), em esquema
de parcelas subdivididas, considerando as parcelas as alturas do pasto (20 e
40 cm) e as subparcelas os períodos do dia: inicial (8 as 11:20 horas), mediana
(11:20 as 14:40 horas) e final (14:40 as 18 horas).). A avaliação foi realizada no
inverno, compreendendo um dia de avaliação com 10 horas ininterruptas. Os
pastos foram mantidos em lotação contínua e taxa de lotação variável. Foram
avaliados taxa de utilização de estações alimentares (tempo de permanência/
estação alimentar), bocado por estação alimentar (número de bocados/
estação alimentar), estação alimentar por minuto (minuto/estação alimentar),
taxa de passos (passos/minuto), deslocamento entre estações alimentares
(número de passos/estação alimentar). Os dados foram submetidos à análise
de variância utilizando-se o programa SISVAR a um nível de significância
de 5 %. Os animais executaram mais bocados por estação alimentar tanto
na fase inicial quanto na mediana do dia 7,36 e 7,26 respectivamente, tendo
maior aproveitamento em cada estação alimentar nesse período. Já no período
final os animais reduziram a quantidade de bocado por estação alimentar 4,92
bocados. Concordando que houve no período final do dia maior utilização de
estações alimentares em um minuto, cerca de 8,7 estações contra 7,6 estações
alimentares por minuto no período inicial e mediano. Entendendo que os
animais se deslocam em busca de novos locais de alimentação para garantir
melhor consumo de nutrientes, nota-se maior seletividade na parte final do dia.
Quanto ao número de estações alimentar em um minuto é verificado que os
animais em pasto de 40cm realizam 6,7, enquanto no de 20cm é de 8,5 estações.
Apoiando com maior permanência de tempo por estação alimentar no pasto
com maior altura, comportamento explicado pela maior disponibilidade de
forragem nas maiores alturas de dossel, condição que não os motiva a trocar
de estação alimentar. As outras relações avaliadas não apresentaram diferença
estatística significativa (P<0,05). Os resultados obtidos demonstram que os
animais são mais seletivos no período final do dia e que intensificam o pastejo
em pastagem manejada com menor altura de dossel como forma de otimizar
o consumo de forragem.
Palavras-chave: comportamento alimentar, Brachiaria Brizantha, manejo
do pastejo.
O presente trabalho determinou o padrão de ingestão de forragem de novilhas
de corte, em pasto de capim-piatã (Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã)
manejado sob lotação contínua a alturas distintas, em diferentes períodos do
dia. O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental Capim Branco
da Universidade Federal de Uberlândia. Foram utilizados dois piquetes com
diferentes alturas, sendo adotado delineamento inteiramente casualizado,
com quatro repetições (animais), em esquema de parcelas subdivididas,
considerando as parcelas as alturas do pasto (20 e 40 cm) e as subparcelas os
períodos do dia: inicial (8 as 11:20 horas), mediana (11:20 as 14:40 horas) e final
(14:40 as 18 horas). A avaliação foi realizada no inverno, compreendendo um
dia de avaliação com 10 horas ininterruptas. Os pastos foram mantidos em
lotação contínua e taxa de lotação variável. Foram avaliados taxa de bocados
(bocados/minuto) e tempo por bocado (segundos/bocado). Os dados foram
submetidos à análise de variância a um nível de significância de 5 %. Houve
interação entre altura e período do dia tanto para taxa de bocados quanto para
tempo por bocado. Quanto à taxa de bocados, no pasto com altura de 20 cm
os animais realizaram mais bocados por minuto com média de 53,18 bocados/
minuto, enquanto no pasto de 40 cm teve como média 48,47 bocados/minuto,
excetuando o período inicial do dia em que na altura de 40 cm os animais
realizaram 53,81 bocados/minuto e na de 20 cm 48,46 bocados/minuto, o
que não diferiu estatisticamente. Referente ao tempo gasto por bocado, no
pasto com altura de 20 cm os animais gastaram menor tempo por bocado
e no pasto a 40 cm o tempo do bocado foi maior, por estar relacionado com
maior massa de foragem disponível e maior quantidade apreendida a cada
bocado. Quanto ao horário do dia, foi observada uma variação na etapa inicial
do dia, onde o tempo gasto por bocado foi menor, podendo-se inferir que
durante a fase inicial do dia há maior consumo de forragem, tanto pelo menor
tempo gasto por bocado quanto pela maior taxa de bocados por minuto, visto
principalmente no pasto a 40 cm. Os resultados obtidos demonstram que os
animais intensificam o pastejo em pastagem manejada com menor altura de
dossel como forma de otimizar o consumo de forragem.
Palavras-chave: comportamento alimentar, Brachiaria Brizantha, manejo
do pastejo.
Agradecimentos: ao apoio dado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de Minas Gerais- FAPEMIG, para participar no evento.
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-452
PADRÃO NICTEMERAL INGESTIVO DE NOVILHAS
MESTIÇAS LEITEIRAS EM DIETAS COMPOSTAS DE
COPRODUTOS DAS INDÚSTRIAS DO MILHO E ÁCIDO
CÍTRICO
Camylla Pedrosa Monteiro1, Isis da Costa Hermisdorff2, André Madeira
Silveira2, Mayara Fabiane Gonçalves2, Isabel Cristina Ferreira3
1
Graduanda de Medicina Veterinária - Universidade Federal de Uberlândia
(UFU); 2Alunos do programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
(UFU); 3Professora Adjunta do Curso de Medicina Veterinária (UFU)
O presente trabalho analisou o padrão ingestivo de novilhas mestiças leiteiras
alimentadas com dietas compostas de coprodutos da indústria do milho e do
ácido cítrico durante um nictêmero. A obtenção de dados referentes ao padrão
ingestivo das diferentes dietas dos ruminantes de produção é um instrumento
de grande importância para o sistema de pecuária eficiente.Resíduos da
indústria de transformação de alimentos podem ser utilizados na nutrição
animal, desde que a sua qualidade e viabilidade tenham sido avaliados.
O Micélio é o resíduo composto de material celular do fungo Aspergillus
niger advindos da fermentação de açucares. O Précoat é um coproduto
industrial composto por plantas diatomáceas,utilizado para a filtração e
clareamento do xarope de glicose. O Rafinate é o xarope do processo de
purificação do ácido cítrico. O FUGM é um coproduto da moagem de milho,
para a fabricação de xarope e amido e o FGM é oriundo da mistura da porção
fibrosa do milho e pela proteína concentrada do milho.Foram utilizadas 40
novilhas leiteiras mestiças, separadas em quatro tratamentos com dez animais
com dietas isoprotéicas e isoenergéticas à base de farelo úmido de glúten de
milho. Os tratamentos (T) foram compostos por: T1 dieta controle (Bagaço
de Cana+ FUGM+ FGM+milho quebrado+núcleo), T2 (controle + 5,5% de
Micélio), T3 (controle + 3,4% de Précoat) e T4 (controle + 4,8% de Rafinate).
Os animais recebiam água ad libitum e alimentação uma vez ao dia, no período
da manhã, e após 45 dias de adaptação, foram realizadas observações visuais
individuais dos animais a cada cinco minutos durante 24 horas por oito dias
para verificar a ingestão dos alimentos. Foram verificados dois grandes picos
de ingestão durante o nictêmero:o primeiro no início da manhã, entre seis
e sete horas em T1 e T2, 31.38 e 28.38 e entre sete e oito horas em T3 e T4,
24 e 32.06, respectivamente. No fim da tarde, o segundo pico de ingestão foi
verificado entre dezesseis e dezessete horas em T3 (21.38) e dezessete e dezoito
horas em T1, T2 e T4, 30.39, 24.06 e 27.13, respectivamente. No período entre
21:00 e 01:00 horas foi verificada uma média de 5.32 minutos hora-1 animal-1.
Entre duas e cinco horas foram verificados baixos períodos de ingestão, abaixo
de 2 minutos hora-1 animal-1. Concluiu-se que novilhas leiteiras mestiças
confinadas ingerem alimento no período diurno, com dois grandes picos, no
início da manhã e fim da tarde.
Palavras-chave: consumo de matéria seca, précoat, micélio, rafinate,
ruminantes
Agradecimentos: à Cargill S.A e à FAPEMIG pelo apoio financeiro.
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-453
PADRONIZAÇÃO DA FREQUÊNCIA DOS SONS ABDOMINAIS
EM EQUINOS SADIOS DA RAÇA QUARTO DE MILHA PELO
MÉTODO SEMIOLÓGICO DE AUSCULTAÇÃO
Marina Marques Bonando1; Simone Biagio Chiacchio2; Mirela Ribeiro
Verdugo3; Letícia Peternelli Silva3; Carla Maria Vela Ulian3; Raíssa Karolliny
Salgueiro Cruz3; Maria Lucia Gomes Lourenço2
1
Graduanda do curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia – Unesp – Botucatu – FMVZ; 2Docentes do
Departamento de Clínica Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia – Unesp – Botucatu – FMVZ; 3Pós-graduandas do
Departamento de Clínica Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia – Unesp – Botucatu – FMVZ. E-mail: [email protected]
Um melhor entendimento do sistema digestório de equinos, com a
padronização da quantidade, intensidade, e frequência dos movimentos das
alças intestinais e válvulas pode auxiliar na avaliação e prognóstico de diversas
doenças que o acometem, bem como de afecções sistêmicas que alteram a sua
função e fisiologia. O presente trabalho determinou o número de movimentos
intestinais de equinos saudáveis. Foram avaliados 50 equinos da raça Quarto
de Milha, dos quais 34 fêmeas e 16 machos, pelo método semiológico da
auscultação, em triplicata durante um minuto. Os focos de auscultação,
totalizando cinco pontos, corresponderam à: fossa paralombar direita, (região
íleo-ceco-cólica), abrangendo as válvulas íleo-cecal e ceco-cólica, o cólon
ventral direito, fossa paralombar esquerda (região de intestino delgado),
o cólon dorsal esquerdo e o cólon ventral esquerdo. Não houve diferença
significativa entre os examinadores, bem como entre os sexos. O estudo
apontou um valor médio de 9,1608 ± 1,8382 mpm nos focos auscultatórios
abdominais, com exceção da fossa paralombar direita, correspondente à região
íleo-ceco-cólica, onde o valor apresentado foi de 5,558 ± 1,708 mpm, havendo
diferença significativa (p<0,0001) com relação aos outros focos.
Palavras-chave: equino, auscultação, digestório, padronização,
motilidade.
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SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-454
PADRONIZAÇÃO DE UM MODELO DE INFECÇÃO
POR CLOSTRIDIUM DIFFICILE EM HAMSTERS SÍRIOS
(MESOCRICETUS AURATUS)
Guilherme Guerra Alves1; Rodrigo Otávio Silveira Silva1; Felipe Masiero
Salvarani2; Prhiscylla Sadanã Pires1; Luciana Aramuni Gonçalves1;
Monique da Silva Neves3; Carlos Augusto de Oliveira Júnior Carlos3;
Amanda Nádia Diniz4; Marina Carvalho Duarte4; Laura Cristina Oliveira
Bernardes4; Izabella Moreira Marques4; Bruna Alves Silva4; Francisco
Carlos Faria Lobato5
1
Doutorando(a) do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal
da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (EV/
UFMG), 2 Pós-Doutorando do Departamento de Medicina Veterinária
Preventiva da EV/UFMG, 3 Mestrando(a) do Programa de Pós-graduação
em Ciência Animal da EV/UFMG, 4 Aluna de Iniciação Científica da
EV/UFMG, 5 Prof. Titular do Departamento de Medicina Veterinária
Preventiva da EV/UFMG. E-mail:[email protected]
O objetivo do presente trabalho foi padronizar um protocolo de infecção
por Clostridium difficile(ICD) em hamsters sírios (Mesocricetus auratus),
disponibilizando-o para futuros estudos sobre a patogenia, tratamento e
métodos de controle da ICD no Brasil. Para seleção das estirpes capazes
de causar letalidade, cinco animais por grupo receberam, cada, uma dose
de clindamicina (30 mg/kg) por gavagem. Após 48 horas, administrou-se,
também por gavagem, 100 µL de solução contendo 107unidades formadoras
de colônia (UFC) em cada animal, de quatro diferentes isolados toxigênicos
deC. difficile, sendo três estirpes de campo e uma amostra de referência.
Posteriormente, selecionou-se uma das estirpes capazes de causar diarreia
e letalidade, e administrou-se 4 x 102, 4 x 104, 4 x 106, 4 x 108 UFC em cada
animal, novamente com cinco hamsters por grupo, e calculou-se a dose letal
para 50% da população testada (DL50). Todas as amostras testadas foram
consideradas toxigênicas, uma vez que foram capazes de causar diarreia
e morte dos animais. Igualmente, em todas as diluições testadas, foram
observados os mesmos sinais. A maior concentração testada (4 x 108 UFC por
animal) causou óbito de 100% dos hamsters do grupo. Todos os animais que
vieram a óbito apresentaram tiflite hemorrágica, quadro comumente relatado
nas ICD. Estes hamsters foram positivos para as toxinas A/B e foi isolado o
agente C. difficile do conteúdo intestinal, confirmando a indução da infecção.
A DL50 foi estabelecida em 6,3 x 104 UFC por animal. O protocolo padronizado
no presente estudo permitiu a utilização de hamsters sírios como modelo de
indução da ICD, e portanto passa a ser um instrumento valioso para estudos
relativos a patogenia, tratamento e controle dessa doença no país.
Palavras-chave: diarreia nosocomial, colite pseudomembranosa.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-455
PAPILOMATOSE ORAL EM BEZERRO - RELATO DE CASO
Gabriela dos Santos Santana 1; Eliene Barbosa de Lima2; Ticianna
Conceição de Vasconcelos3; Margareth Moura Ferreira4; Roberto Viana
Menezes5; Bruno Cardoso Souza6; Tiago da Cunha Peixoto7
1
Discente de Pós graduação – Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia – UFRB; 2Discente de Pós graduação – Universidade Federal da
Bahia – UFBA; 3Discente de Pós graduação – Universidade Federal da
Bahia – UFBA; 4Médica Veterinária do Centro de Desenvolvimento
da Pecuária – EMEVZ/UFBA; 5Médico Veterinário do Centro de
Desenvolvimento da Pecuária – EMEVZ/UFBA; 6Discente de Graduação –
Faculdade de Ciências Agrárias e da Saúde – UNIME; 7Professor Adjunto
1 DEAPAC/ESCMEVZ/UFBA.
É relatado um caso de papilomatose oral em bezerro macho, mestiço, com 12
dias de nascido, atendido no dia 20 de junho de 2013 na Clínica de Ruminantes
do Centro de Desenvolvimento da Pecuária CDP/EMEVZ - UFBA. Após
exame físico foi observado na região do focinho e gengiva, nódulos com
superfície irregular medindo aproximadamente cinco cm cada. Realizou-se
então coleta de fragmentos dos referidos nódulos com auxilio de uma lâmina
de bisturi estéril e armazenadas em coletor universal contendo solução de
formaldeído a 10% e encaminhado ao Laboratório de Patologia Veterinária
(LPV-UFBA). Instituiu-se tratamento com auto-hemoterapia, fazendo-se
coletas de sangue diariamente por punção da veia jugular e aplicação imediata
por via intramuscular. Esse procedimento foi realizado uma vez ao dia durante
cinco dias consecutivos nas doses de 5, 10, 15, 10 e 5 mL respectivamente. No
dia 29 de junho de 2013 o animal recebeu alta médica com ausência de lesões
macroscópicas. O laudo emitido do exame histológico diagnosticou Papiloma,
confirmando a suspeita clínica. O papiloma oral em bezerros com menos de
um mês de idade é pouco descrito, visto que, quando se buscam referências
sobre o tema, os artigos encontrados, além de não serem indexados na sua
grande maioria, referem-se a relatos de experiências e de casos sem condução
metodológica que apontem grau de relevância científica, justificando a
importância desse relato.
Palavras-chave: papiloma oral, bezerro, diagnóstico.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-456
PARÂMETROS ELETROCARDIOGRÁFICOS DE OVELHAS
DA RAÇA LACAUNE
Glauco Westarb1; Mirelly Medeiros Coelho2; Julieta Volpato2; Volney
Silveira de Avila3; Mere Erika Saito4; Letícia Andreza Yonezawa4
1
Graduando do Curso de Medicina Veterinária, Centro de Ciências
Agroveterinárias (CAV), Universidade do Estado de Santa Catarina
(UDESC). 2Pós-graduanda do Curso de Ciência Animal, CAV, UDESC.
3
Pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural
de Santa Catarina (Epagri). 4Docente do Departamento de Medicina
Veterinária (DMV), CAV, UDESC.
Foram analisados os padrões eletrocardiográficos normais de ovelhas da raça
Lacaune. Para isso, as avaliações da função elétrica cardíaca foram realizadas
em 40 ovelhas da raça Lacaune, com idade média de dois anos, utilizando-se
o eletrocardiógrafo e registrando os traçados pela técnica de derivação de
membros ou plano frontal. A análise foi realizada com base nas derivações
DI, DII, DIII, aVR, aVL e aVF na velocidade de 25 mm/s e sensibilidade de
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0,5 mV/cm (2N) para avaliação do ritmo, eixo elétrico e frequência cardíaca.
A segunda derivação (DII) foi escolhida para medir a amplitude e duração
das ondas e intervalos, com a mesma sensibilidade e velocidade de 50 mm/s.
Analisando-se os resultados, observou-se a frequência cardíaca média
de 87,5 ± 15,7 batimentos por minuto. O ritmo apresentado foi o sinusal
normal na maioria dos animais, ao passo que dois animais apresentaram
complexos ventriculares prematuros (VPC) monomórficos esporádicos.
O eixo axial cardíaco normal variou entre 63º e -180º, sendo que 66% dos
animais apresentaram o eixo elétrico no intervalo de +91º a +180º. A onda
P apresentou-se geralmente positiva com duração média de 0,040 ± 0,008 s
e amplitude de 0,099 ± 0,027 mV. O complexo QRS teve duração de 0,055
± 0,010 s e amplitude de 0,229 ± 0,136 mV. O intervalo QT teve duração de
0,292 ± 0,028 s e o intervalo PR, de 0,122 ± 0,019 s. A morfologia da onda
T também foi avaliada, apresentando-se positiva (10% dos animais), bifásica
(20%) ou negativa (70%). A morfologia da onda P se apresentou única positiva
em 80% das ovelhas e bífida em 20%. O traçado do eletrocardiograma em
ovinos normais pode ser utilizado para avaliação cardiológica e comparações
em estudos futuros, tendo em vista que a literatura que existe é insuficiente
para se obter um padrão eletrocardiográfico da espécie.
Palavras-chave: eletrocardiograma, ovinos.
SAÚDE E PRODUÇÃO DE RUMINANTES E EQÜÍDEOS
P-457
PARÂMETROS ELETROCARDIOGRÁFICOS EM BOVINOS
DA RAÇA JERSEY
Rodrigo Barroso Nunes1*; Caio Filipe Xavier Ferreira1; Rafael Moraes
Aboin1; Héric Garcia de Deus1; Mere Erika Saito2; Letícia Andreza
Yonezawa2
1
Aluno da Graduação da Faculdade de Medicina Veterinária (Famev)
da Universidade Federal de Uberlândia (UFU); 2Professora do Centro
de Ciências Agroveterinárias (CAV), Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC). *E-mail: [email protected]
Os animais da raça Jersey são muito utilizados para a produção de leite,
podendo chegar a idades bastante avançadas, e possuem um valor zootécnico
cada vez maior devido aos avanços genéticos na bovinocultura. Deste modo,
foi realizado um estudo eletrocardiográfico em bovinos da raça Jersey, com
para o estabelecimento de um padrão eletrocardiográfico para a raça. Para
isso, foram realizados eletrocardiogramas de 50 novilhas da raça Jersey com
idade média de um ano e peso médio de 263,8 ± 41,2 kg. Os traçados foram
obtidos utilizando-se a técnica de derivação de membros ou plano frontal, nas
derivações DI, DII, DIII, aVR, aVL e aVF. Os registros foram padronizados com
sensibilidade de 0,5 mV/cm (2N) e velocidade de 25 mm/s para avaliação do
ritmo, eixo elétrico e frequência cardíaca, e de 50 mm/s em DII para mensurar
a duração e amplitude de ondas e intervalos. O ritmo cardíaco encontrado
em todos os animais foi o ritmo sinusal normal. A maioria dos animais (72%)
apresentou eixo elétrico no intervalo de +120 a +180º. A frequência cardíaca
média foi de 79,2 ± 8,9 batimentos por minuto. A onda P apresentou duração
média de 0,06 ± 0,02 s e amplitude de 0,08 ± 0,05 mV. Na maioria dos animais
(82%), a morfologia encontrada foi única positiva, ao passo que em 18% das
novilhas, encontrou-se onda P bífida. O intervalo PR apresentou duração de
0,18 ± 0,03 s. O complexo QRS teve duração de 0,11 ± 0,02 s, a onda Q teve
amplitude de 0,24 ± 0,18 mV, a onda R, de 0,18 ± 0,11 mV, enquanto que a
onda S geralmente encontrou-se ausente. A onda T esteve presente, porém
variou bastante, tanto em duração, amplitude e morfologia. A duração média
do intervalo QT foi de 0,36 ± 0,04 s. Assim, pôde-se concluir que a técnica de
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derivação de membros é fácil de ser executada e adequada para a raça, o que
garantiu a padronização dos parâmetros eletrocardiográficos para a raça Jersey.
Palavras-chave: eletrocardiograma, novilhas, coração.
SAÚDE PÚBLICA
P-461
DIAGNÓSTICO DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA EM
ANIMAIS DO CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES DA
BAHIA
Fábio Santos Carvalho1; Josiane Moreira Rocha2; Amauri Arias
Wenceslau3; Haniel Cedraz de Oliveira4; Ivanildo dos Anjos Santos2;
Eduardo Gross3
1
Doutorando em Genética e Biologia Molecular da UESC. 2Mestrando em
Ciência Animal da UESC e bolsista CAPES. 3Professor do Departamento
de Agrárias e Ambientais da UESC. 4Aluno de Medicina Veterinária e
bolsista de Iniciação Científica CNPq.
A Bahia é o estado da região Nordeste com maior número de registros
de leishmaniose em humanos.Os cães também podem se infectar e tem
importante papel na manutenção da doença no ambiente urbano. Sendo
assim, objetivou-se investigar a ocorrência de leishmaniose visceral canina
em animais das unidades de Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da
Bahia utilizando técnicas sorológicas e moleculares. Foram examinados 100
cães dos CCZ dos municípios Barreiras, Eunápolis, Ilhéus, Itabuna e Feira
de Santana. Após exame clínico dos animais coletou-se 10 mL de sangue da
veia jugular para avaliação hematológica, extração de DNA e obtenção de
soro. O DNA genômico foi extraído utilizando-se fenol:clorofórmio:álcool
isoamilico (25:24:1). O diagnóstico sorológico foi realizado com a reação
de ELISA (kit EIE-LVC Bio-Manguinhos®). O diagnóstico molecular
foi realizado com os primers 5’CTTTTCTGGTCCCGCGGGTAGG3’ e
5’CCACCTGGCCTATTTTACACCA3’ para detecção de L. infantum. Os
resultados foram visualizados em gel de agarose 2%. No diagnóstico sorológico
40 (40%) dos cães foram reagentes. No diagnóstico molecular foram
detectados oito (5,44%) animais positivos para L. infantum, sendo três animais
do CCZ de Eunápolis e cinco animais do CCZ de Barreiras. Comparando-se o
diagnóstico sorológico e molecular, cinco (62,5%) animais foram positivos em
ambos os testes e três (37,5%) foram negativos no ELISA e positivos na PCR,
sugerindo que os animais não apresentam níveis de anticorpos detectáveis pelo
método empregado. Os demais cães reagentes no ELISA que tiveram a PCR
negativa podem indicar a ocorrência de reações cruzadas com outras espécies
de Leishmania, ou ainda de membros da família dos Trypanosomatidae,
Dois cães que não apresentavam alterações clínicas e hematológicas no
momento da coleta foram diagnosticados positivos pelo método molecular.
As características geo-climáticas das regiões, associadas a presença do vetor,
justificam os resultados
Palavras-chave: L. infantum, ELISA, PCR, cães.
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SAÚDE PÚBLICA
P-462
DIAGNÓSTICO DE MASTITE SUBCLÍNICA com OS TESTES:
CALIFORNIA MASTITS TEST (CMT) E CONTAGEM DE
CÉLULAS SOMÁTICAS EM VACAS LEITEIRAS NA REGIÃO
SUL DO ESTADO DO PIAUÍ, BRASIL
Francisca Wanderlleya Praça Martins 1; Deygnon Cavalcanti
Clementino1; Hallana dos Santos Moura1; Isnard Sousa Martins1; Pablo
Cristovão de Alencar Fernandes2; Siluana Benvindo Ferreira3
1
Discente, Medicina Veterinária,Campus Professora Cinobelina
Elvas, Universidade Federal do Piauí; 2Discente, Engenharia
Agronômica, Campus Professora Cinobelina Elvas, Universidade Federal
do Piauí; 3Programa de Pós Graduação em Ciência Animal Universidade
Federal do Piauí. E-mail: [email protected]
O presente trabalho pesquisou vacas com mastite subclínica com emprego
do California mastits test e Teste de Contagem de Células Somáticas em
propriedades rurais do município de Bom Jesus-PI, e apontou falhas no
manejo sanitário, com possíveis riscos à saúde pública na transmissão da
mastite. Foram visitadas sete propriedades rurais na região de Bom Jesus,
nos meses de agosto e setembro de 2013 nas quais 81 vacas leiteiras entre 30 e
270 dias de lactação foram examinadas. No momento da visita aplicou-se um
questionário com o intuito de averiguar o conhecimento dos produtores rurais
do município acerca da mastite, manejo, medidas de controle e profilaxia da
doença. Para determinação de mastite subclínica através do CMT foram
examinadas 324 quartos mamários, considerando (+) leve, (++) moderado
e (+++) grave e para Contagem de Célula Somática foram examinadas 16
amostras com o kit somaticel® que padroniza um valor igual ou maior que 283
mil células/mL de leite para amostras positivas, todas as coletas foram retiradas
individualmente do latão com uma pipeta estéril no momento da ordenha. A
contagem de células somáticas teve uma variação entre 285 a 1970 mil células/
mL de leite. Dos 81 animais examinados, foi identificado mastite subclinica
em (16/81) 19,76% do rebanho. O alto índice de mastite subclínica na região de
Bom Jesus justifica a Instrução Normativa 51 onde fixa as propriedades rurais
com requisitos de qualidade e higiene sanitária mínima quanto à caracteristicas
físico-química e resíduos no leite. Os proprietários desconheciam as causas da
doença, não existiam Médicos Veterinários prestando assistência técnica aos
produtores, todas as ordenhas eram manuais, sem higienização e realizadas
uma vez ao dia. Alterando a qualidade, composição do leite e afetando á saúde
do rebanho. Todas as fazendas avaliadas comercializam leite in natura na
cidade de Bom Jesus, colocando em risco a saúde da população por se tratar
de uma doença com um agente que produz uma exotoxina termorresistente
e causa toxinfecção alimentar em humanos. Portanto a falta de medidas
higiênicas do ordenhador no processo de obtenção do leite nas propriedades
compromete as características microbiológicas do leite e torna um veiculador
de agentes infecciosos.
Palavras-chave: microorganismo, bovinos, sanidade.
SAÚDE PÚBLICA
P-463
DISTRIBUIÇÃO DE CASOS DA RAIVA EM CANÍDEOS
SILVESTRES CERDOCYON THOUS, NO ESTADO DA BAHIA,
NO PERÍODO DE 1998-2012
Sara Araújo Franco Guimarães1; Antonio Norberto Fernandes Rebouças
Sobrinho1; Cristiane de Sousa Guimarães1; Isabel Cristina de Jesus Inês2;
Luciane Marieta Soares3; José Eduardo Ungar de Sá1
1
Médico Veterinário -SESAB / LACEN-BA, 2Estagiária Bolsista SESAB /
LACEN-BA,3Acadêmica de Medicina Veterinária EMVZ- UFBA E-mail:
[email protected]
O presente trabalho identificou os municípios de maior ocorrência da raiva
em canídeos silvestres, no período de 1998 a 2012 no Estado da Bahia. Os
resultados foram obtidos a partir do banco de dados do Laboratório Central
de Saúde Pública – LACEN. Os dados analisados são de amostras procedentes
da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (ADAB) e das Secretarias
Municipais de Saúde do Estado da Bahia (SMS). Estas amostras foram de
animais encontrados mortos e/ou atropelados em vias urbanas e rurais ou
sacrificados após agressão a pessoas e/ou animais. Dos 417 municípios baianos,
67 encaminharam amostras, onde 47 (70%) destes apresentaram resultado
positivo para a raiva. As técnicas laboratoriais empregadas para a definição
dos resultados foram a imunofluorescência direta (IFD) e/ou prova para
isolamento do vírus rábico em camundongos (PROVA BIOLÓGICA). Do total
das 119 amostras examinadas neste período, 82 (69%) foram positivas para o
vírus rábico e seis (5%) encontravam-se sem condições para exame laboratorial.
Dentre as cidades de maior ocorrência destacam-se: Miguel Calmon (8 casos),
Feira de Santana (5 casos), Ipirá (5 casos), Macajuba (4 casos), Caldeirão
Grande (3 casos), Jacobina (3 casos) e Ouriçangas (3 casos), sendo o ano de
2004 o de maior incidência (11 casos). Esses resultados contribuem com infor­
mações acerca do panorama da raiva em animais silvestres na Bahia, visto que
a raiva é uma das zoonoses mais importantes para a saúde pública já que pode
ser 100% letal entre os mamíferos acometidos.
Palavras-chave: canídeos silvestres, ocorrência, raiva.
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SAÚDE PÚBLICA
P-464
DISTRIBUIÇÃO DE ESPÉCIES E DE PERFIS DE
SUSCEPTIBILIDADE
A
ANTIMICROBIANOS
DE
ENTEROCOCCUS ISOLADOS DA MICROBIOTA INTESTINAL
DE AVES DE RAPINA NO RIO DE JANEIRO
Andréa de Andrade Rangel de Freitas1; Filomena Soares Pereira da Rocha1;
Daniel Marchesi Neves2; Jeferson Rocha Pires3; Lúcia Martins Teixeira1
1
Departamento de Microbiologia Médica, Instituto de Microbiologia
Paulo de Góes, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); 2Centro
de Triagem de Animais Silvestres do Rio de Janeiro (CETAS-RJ); 3Centro
de Recuperação de Fauna da Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro
(CRAS-UNESA)
Os Enterococcus são importantes agentes de infecções oportunistas em
humanos e animais e estão associados à crescente ocorrência de resistência
a múltiplos antimicrobianos. Considerando estes aspectos e a ampla
distribuição desses microrganismos na natureza, torna-se relevante rastrear a
susceptibilidade a antimicrobianos entre amostras deste gênero em diferentes
reservatórios. Dessa forma, o presente trabalho foi delineado para avaliar a
susceptibilidade a antimicrobianos entre amostras de Enterococcus isoladas
de aves de rapina. Para tal, foi coletado material fecal, com auxílio de swabs,
da cloaca de 62 aves pertencentes a 11 diferentes espécies de Falconiformes e
Strigiformes. Os materiais foram coletados das aves mantidas em cativeiro,
ou recém admitidas no Centro de Triagem de Animais Silvestres do Rio de
Janeiro e no Centro de Recuperação de Fauna da Universidade Estácio de
Sá, Rio de Janeiro, entre janeiro e julho de 2013. Os materiais fecais foram
semeados em caldo Enterococcosel e, após incubação a 36ºC/24-48h, alíquotas
das culturas foram semeadas em meio de agar Enterococcosel. A partir de
cada cultura, cinco colônias sugestivas de Enterococcus foram posteriormente
semeadas em meio de agar sangue. Em seguida, as colônias que apresentaram
aspectos morfológicos diferenciados foram selecionadas para identificação
quanto ao gênero e espécie, de acordo com características morfológicas,
tintoriais e bioquímicas. As amostras bacterianas foram submetidas a testes
de susceptibilidade a 18 antimicrobianos, com o método de difusão a partir de
discos, seguindo-se as recomendações do CLSI (documentos M31-A3, 2009
e M100-S22, 2012). Amostras de Enterococcus foram isoladas de 59 (95,2%)
aves. E. faecalis foi a espécie mais prevalente, representando 73,9% das 88
amostras de Enterococcus isoladas. As demais espécies identificadas foram: E.
hirae (12,5%); E. faecium (6,8%); E casseliflavus(3,4%); E. gallinarum (2,3%)
e E. raffinosus (1,1%). Os percentuais de amostras não susceptíveis aos
antimicrobianos testados foram: ciprofloxacina, 43,2%; cloranfenicol, 5,7%;
enrofloxacina, 81,8%; eritromicina, 64,7%; estreptomicina, 4,5%; levofloxacina,
2,3%; linezolida, 9,1%; nitrofurantoína, 14,8%; norfloxacina, 13,6%; penicilina,
1,1%; quinupristina/dalfopristina, 72,7%; rifampicina, 48,8%; tetraciclina,
6,8% e vancomicina, 5,7%. Todas as amostras foram susceptíveis à ampicilina,
fosfomicina, gentamicina e teicoplanina. Considerando a natureza predatória
das aves de rapina, o estudo das características de Enterococcus presentes no
trato gastrintestinal dessas aves pode contribuir para elucidar aspectos da
presença e circulação ambiental desses microrganismos.
Palavras-chave: aves de rapina, Enterococcus, susceptibilidade a
antimicrobianos
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SAÚDE PÚBLICA
P-465
EFEITO LARVICIDA DO EXTRATO DAS FOLHAS DE NIM
(AZADIRACHTA INDICA) NO BIOCONTROLE DO MOSQUITO
AEDES AEGYPTI NA REGIÃO DE SÃO CRISTÓVÃO-SE
Valéria Melo Mendonça 1; Danielle Pereira Santos 2; Jessica Raville
Pimentel Oliveira2
1
Professora Mestre do Departamento de Agroecologia - Núcleo de
Estudos Agroecológicos (NEA), Campus de São Cristóvão – Instituto
Federal de Sergipe, IFS; 2Graduandas do Curso Superior de Tecnologia
em Agroecologia - Núcleo de Estudos Agroecológicos (NEA), Campus
de São Cristóvão – Instituto Federal de Sergipe, IFS. E-mail: vmm.se@
hotmail.com
O presente trabalho avaliou a utilização do extrato aquoso de folhas frescas
de Nim (Azadirachta indica) no combate as larvas do Aedes aegypti no
município de São Cristóvão-SE. Os experimentos foram conduzidos nos
laboratório de Entomologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e
Biologia do Instituto Federal de Sergipe (IFS) - Campus de São Cristóvão no
período de janeiro a fevereiro de 2013. Para a produção do extrato aquoso a 10%
foram coletadas somente as folhas de Nim, sendo utilizadas 25g de folhas por
250 ml de água comum, que foram trituradas em liquidificador e após período
de descanso de 12 horas a solução foi filtrada em uma peneira e armazenada
em recipiente de vidro a temperatura ambiente, sendo utilizada de imediato
no experimento. Foram formados cinco grupos de soluções para imersão
das larvas: Água comum, Álcool etílico, extrato de Nim a 10%, Temefós e
Diflubenzuron PM 25%, sendo os dois últimos diluídos na concentração
recomendada pelo Ministério da Saúde. As larvas do Aedes aegypti foram
obtidas no laboratório de parasitologia da UFS-SE. Estas foram selecionadas
utilizando-se uma pipeta, e o critério de escolha foi sua fase larval no 2° e
3° estágio (L2 e L3), em seguida, foram acondicionadas em copos descartáveis
contendo 20 mL de água, em grupos de vinte larvas para cada tratamento e três
repetições. O ciclo larval do mosquito foi observado durante o período de três
dias consecutivos, e ao final contou-se a população viva e a população morta
por tratamento. Nesta pesquisa não foi observada a eficácia do extrato líquido
de Nim a 10%, pois, não ocorreu mortalidade no período de 24 a 72 horas. O
efeito larvicida não foi comprovado, talvez devido ao curto tempo (três dias) ao
qual as larvas foram expostas ou devido a alta concentração do extrato (10%).
No entanto, os resultados obtidos para o Temefós e o Diflubenzuron foram
semelhantes ao do extrato de Nim, não ocorreu mortalidade em nenhum dos
tratamentos, e as amostras controles (água e álcool) se comportaram como se
esperava com larvas vivas na água e efeito larvicida nas amostras do álcool.
Neste contexto, a conclusão obtida foi que o extrato aquoso das folhas de
Nim a 10% não apresentou ação larvicida in vivo, mas outros estudos devem
ser realizados para verificar a eficácia do Nim em outras concentrações e a
eficácia do Temefós e do Diflubenzuron, já que os mesmos são utilizados pelos
Programas de Saúde no Brasil.
Palavras-chave: nim, dengue, larvicida.
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SAÚDE PÚBLICA
P-466
EFICIÊNCIA DE UM TESTE DIAGNÓSTICO PARA DETECÇÃO
DE RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS SS-LACTÂMICOS
EM LEITE APÓS ARMAZENAMENTO EM DIFERENTES
TEMPERATURAS
Raquel Peres de Oliveira1; Roberta Torres de Melo2; Guilherme Paz
Monteiro1; Priscila Christen Nalevaiko1; Eliane Pereira Mendonça2; Daise
Aparecida Rossi3
1
Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
da Universidade Federal de Uberlândia, 2Doutoranda do Programa de
Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal de
Uberlândia, 3Professora Doutora da Faculdade de Medicina Veterinária da
Universidade Federal de Uberlândia. E-mail: [email protected]
O leite ocupa lugar de destaque em nutrição humana, pois é em um alimento
essencial para todas as idades, em especial, para a alimentação de crianças. A
presença de resíduos de antibióticos no leite é um problema de saúde pública
devido ao risco de reações de hipersensibilidade em pessoas sensíveis, pressão
de seleção para bactérias resistentes ou indução da resistência pelo contato
com doses subterapeuticas. O presente trabalho verificou o desempenho de
um teste diagnóstico de triagem para resíduos de antibióticos β-lactâmicos em
leite, o SNAP Simplicity (Idexx) armazenado nas temperaturas de 30ºC, 36ºC
e 40ºC por até três meses em comparação do desempenho dos mesmos testes
mantidos sob refrigeração, em uma tentativa de simular seu uso em condições
adversas. Foram utilizadas 192 unidades do teste diagnóstico, divididas entre
as temperaturas testadas. Como controle negativo foi utilizado leite cru
refrigerado in natura, comprovadamente isento de antibióticos, e como controle
positivo amostras deste leite foram acrescidas com 5ppb de penicilina G. As
análises foram realizadas após 15, 30, 45, 60, 75 e 90 dias de armazenamento. Os
resultados obtidos neste estudo permitem concluir que o desempenho do teste
diagnóstico estudado não é afetado pelo armazenamento nas temperaturas de
30ºC, 36ºC e 40ºC por até 90 dias. Porém, o armazenamento a 40ºC por mais
de 30 dias produz grande número de kits inutilizados, gerando necessidade de
reanálise. Essas alterações provavelmente não serão observadas nas condições
de campo, já as temperaturas em que há coleta do leite são mais amenas e
menos constantes às testadas no estudo. Dessa forma, o uso dos kits com
resultados rápidos para a verificação de resíduos de antibióticos no leite é uma
realidade e mostra grandes benefícios pela sua praticidade e rapidez tanto para
análises realizadas no campo como na indústria além da tolerância às variações
na temperatura. Isto demonstra sua adequabilidade e segurança nos resultados
obtidos nas condições testadas.
Palavras-chave: teste de triagem, antibióticos β-lactâmicos,
Armazenamento.
Agradecimentos: à FAPEMIG e à CNPq pelo apoio financeiro.
SAÚDE PÚBLICA
P-468
ESTUDO
DO
PERFIL
EPIDEMIOLOGICO
DA
ESQUISTOSSOMOSE NO MUNICIPIO DE GANDU - BAHIA
Wédila de Jesus1; Marcus Paulo de Matos Maturino2; Itamar Eloy
Machado da Silva3; Manuela Matos Maturino4; Monique Araujo Santos1
1
Graduação em Enfermagem, 2Mestrando no programa de pós graduação
em Defesa Agropecuária da UFRB, 3Graduação em Biologia, 4Mestranda
no programa de pós graduação em saúde ambiente e trabalho da UFBA
A Esquistossomose é decorrente da infecção humana pelos trematódeos do
gênero Schistosoma, é uma das principais doenças parasitária de veiculação
hídrica que afeta o homem, pessoas contaminadas permitem com que outros
indivíduos adquiram a doença ao liberar ovos do parasita em suas fezes e
urina, quando estas são depositadas em rios, córregos e outros ambientes
de água doce; ou quando chegam até estes locais pelas enxurradas. Apesar
de a esquistossomose ser transmitida a qualquer indivíduo, existem grupos
específicos que estão em maior risco de se infectarem, sendo relacionados
principalmente em crianças em idade escolar e as mulheres em idade fértil,
sobretudo as adolescentes. Este estudo traçou o perfil epidemiológico da
Esquistossomose no município de Gandu no estado da Bahia. Foi realizado um
estudo retrospectivo e descritivo dos casos notificados no SINAN no período
de 2007 a 2010. Foram relacionadas às seguintes variáveis: sexo, idade e áreas do
município com maior número de casos que contribuem para o aparecimento
de novos casos da doença. A partir dos resultados encontrados no período de
estudo, foram notificados 594 casos distribuídos de forma crescente a cada ano,
sendo que a maioria dos indivíduos residiam na zona rural 57%, na variável
sexo o feminino foi o mais afetado com 53% contra 47% no sexo masculino,
essa preponderância foi observada em todas as faixas etárias estudadas,
porém houve uma maior prevalência entre 15 a 28 anos (31%) e 0 a 14 anos
(29%). A falta de saneamento básico e infraestrutura em residentes rurais são
os principais fatores que contribuem para a incidência da Esquistossomose
Os diferentes perfis epidemiológicos em que Esquistossomose se apresenta,
torna-a de difícil controle, por isso sugere-se que as medidas sócias educativas
sejam tomadas fim de orientar a comunidade a respeito da contaminação e
desta forma diminuir e controlar a sua disseminação.
Palavras-chave: esquistossomose; perfil epidemiológico; SINAN
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SAÚDE PÚBLICA
P-469
ESTUDO RETROSPECTIVO DE CASOS DE GIARDIA SPP. EM
CÃES E GATOS ATENDIDOS NA ROTINA DO LABORATÓRIO
DE ENFERMIDADES PARASITÁRIAS DOS ANIMAIS DA
FMVZ/UNESP-BOTUCATU SP (2010-2012)
Giovanna Cristina Brombini1; Elizabeth Moreira dos Santos Schmidt2;
Gisele Junqueira3; Raimundo Souza Lopes4
1
Residente do Laboratório de Enfermidades Parasitárias dos Animais
da FMVZ/Unesp-Botucatu;2Profa. Doutora Departamento de Clínica
Veterinária, 3Mestranda do Programa de Pós-graduação.4Professor
Doutor Departamento de Clínica Veterinária. E-mail: gibrombini@
hotmail.com
Os animais de companhia, em especial cães e gatos trazem benefícios para o
desenvolvimento físico, social e emocional do homem, porém esses animais
podem ser fontes de agentes etiológicos de doenças. A Giardia spp é uma
enteroparasitose zoonótica muito comum que pode manifestar gastroenterite,
infectar mamíferos e aves. Sendo um parasita de veiculação hídrica, é de suma
importância a prática de hábitos higiênicos e sanitários, como a destinação
correta das fezes dos animais de companhia e o consumo de água potável. Com
o objetivo de investigar a prevalência de Giardia spp, foi realizado levantamento
enteroparasitológico de cães e gatos atendidos na rotina do Laboratório de
Enfermidades Parasitárias dos Animais da FMVZ/Unesp-Botucatu. Durante
2010 e 2012 foram realizados 3001 exames coproparasitológicos pela técnica
de Centrifugação – Flutuação – Faust. No ano de 2010 foram examinadas 605
amostras de diferentes espécies sendo 38,3% canídeos dos quais 0,58% positivos
para Giardia spp.; e 0,6% amostras de felinos sendo 4% positivas Giardia spp.
Em 2011 foram examinadas 1012 amostras de diferentes espécies sendo 34,7%
canídeos dos quais 3,4% positivas para Giardiaspp; e 5,9% felinos sendo 0,3%
positivas. No período de 2012 foram examinadas 1.414 amostras de diferentes
espécies sendo 47,6% canídeos dos quais 28,6% positivos para Giardia spp e
5,9% felinos dos quais 34,5% positivos para Giardia spp. Os resultados deste
levantamento mostram que a incidência de casos positivos para Giardia spp.
entre os anos de 2010 e 2012 aumentaram significativamente de maneira não
gradativa, caracterizando uma doença endêmica na região de Botucatu. É
importante que médicos veterinários conscientizem os proprietários a respeito
de medidas preventivas higiênicas e sanitárias no controle parasitológico dos
seus animais.
Palavras-chave: parasitoses intestinais, enteroparasitoses, prevalência.
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SAÚDE PÚBLICA
P-470
EXERCÍCIOS DE SAÚDE PÚBLICA E CONDUTAS
PROFISSIONAIS PELOS ATENDIMENTOS EMERGENCIAIS
NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UEL
Wilmar Sachetin Marcal, Mariana de Nadai Bonin, Isabelle Sumie Azuma
Ikeda, Leonardo Mantovani Favero, Débora Pinhatari Ferreira
Universidade Estadual de Londrina
O acompanhamento e treinamento em atendimentos e serviços hospitalares
em animais de companhia atendidos no Plantão Veterinário proporcionam
ao aluno participante do Programa de Prática Hospitalar em Pronto Socorro
de Moléstias Infecto-Contagiosas de Animais Domésticos (PSMI) o contato
direto com profissionais qualificados desta área, o que permite, ao discente,
a vivência da rotina hospitalar diária para o desenvolvimento de habilidades
e conceitos que o tornarão capaz de estabelecer um diagnóstico, prognóstico
e tratamento clínico. Com isso, haverá uma dinâmica no exercício prático de
ensaios reais que permite a pronta convalescença e recuperação completa dos
pacientes, mas acima de tudo uma prática real de preceitos de saúde pública.
O Programa conta com cinquenta e quatro graduandos de Medicina
Veterinária do primeiro ao quinto ano, nove docentes e quinze técnicos
colaboradores. Os alunos acompanham e auxiliam professores e residentes nos
plantões presenciais, em períodos escalonados de quatro horas, distribuídos
durante toda a semana, sem qualquer interferência nas atividades acadêmicas
letivas e programadas. As atividades são desenvolvidas durante o período letivo
ou de férias acadêmicas, uma vez que o HV-UEL funciona ininterruptamente.
Durante os plantões, com as atividades essencialmente práticas, os
alunos-participantes têm oportunidade de fazer anamnese, exame físico e
procedimentos de semiologia e clínica veterinária, prescrição e aplicação
medicamentosa e colheita de fluídos para exames laboratoriais, tais como
sangue, fezes, urina e licor. Com o expediente de tratamento ininterrupto
dos animais, os acadêmicos acompanham a evolução dos casos internados
participando com os professores e residentes das discussões de prognóstico
e evolução terapêutica. Outra função importante do participante do projeto
é colaborar com a conscientização da população quanto à vacinação anual,
vermifugação, manejo e higiene dos animais, tendo em vista que grande parte
dos casos que chegam ao Hospital Veterinário é devida a falta de informação e
conhecimento dos proprietários.
Há ainda uma importante sintonia entre o acadêmico participante e o
proprietário do animal, contribuindo para a quebra de paradigmas, pois
pelo espírito jovial dos alunos, alguns donos de animais precisam adquirir
confiança natural e gradativa nas orientações prestadas pelos estudantes. Os
discentes são avaliados de acordo com a efetiva participação nas atividades
práticas, sendo monitorados e observados quanto à evolução de atitudes
que norteiam a iniciativa de um futuro profissional, com presteza de atos e
comportamento ético.
Os resultados preliminares são promissores, pois a vivência prática em
ambiente hospitalar propicia aos acadêmicos a escolaridade vocacional
e profissional. Com isso é possível inserir no mercado novos médicos
veterinários com maior e melhor preparo na especialidade. Além disso, novos
resultados serão indexados para que os alunos tenham também a concepção e
a real situação de demanda de seus futuros clientes.
revista de educa ç ão continuada
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publicação
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Point ou Excel 2007) ou Page Maker 7, ilustrações em CorelDraw até versão
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objetivos, as fontes consultadas, os critérios adotados, a síntese dos dados,
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