Introdução - Epagri/Ciram

Transcrição

Introdução - Epagri/Ciram
Workshop Geotécnico-Geológico das Catástrofes Naturais em SC
Grupo Técnico Científico (GTC1)
13 e 14 de abril de 2009
Levantamento das Catástrofes Naturais de Santa Catarina –
Período 1980-2007
Maria Lucia Paula Herrmann – UFSC
Disponí
Disponível do
site do GEDN
http://www.cfh.u
fsc.br/~gedn/
1717-0404-2009
Introduç
Introdução
As adversidades atmosfé
atmosféricas que freqü
freqüentemente ocorrem no Estado de
Santa Catarina são caracterizadas:
-pelos elevados totais pluviomé
é
tricos,
pluviom
-pelos prolongados meses de estiagens e
-pelas tempestades severas, que freqü
freqüentemente geram vendavais,
granizos, tornados e maré
marés de tempestades.
Alé
Alé m disso, em març
março de 2004, Santa Catarina també
também foi surpreendida
pelo mais atí
atípico fenômeno registrado no estado, o Furacão Catarina.
Estes fenômenos quando atingem áreas densamente ocupadas sempre
resultam em sé
sérios impactos negativos sobre as mesmas.
- As chuvas excepcionais geralmente provocam inundaç
inundações,
escorregamentos e quedas de blocos, deixando, comumente, um grande
grande
número de desabrigados e mortos.
-As estiagens prolongadas prejudicam a agricultura e a pecuá
pecuária,
afetando a renda dos agricultores e pecuaristas.
-Os vendavais,
vendavais, com rajadas de ventos de alta velocidade, bem como as
precipitaç
precipitações de granizo, os tornados e recentemente o Furacão Catarina,
Catarina,
deixam inú
inúmeras residências totalmente destruí
destruídas, outras tantas destelhadas,
alé
além de prejudicar significativamente as plantaç
plantações e a infrainfra-estrutura pú
pública
dos municí
municípios.
2
Para efetuar o levantamento dos Dessatres Naturais foram
consultados os arquivos da Diretoria Estadual da Defesa Civil (DEDC
(DEDC-SC), ou seja, os Relató
).
Relatórios de Avaliaç
Avaliação de Danos (AVADANs
(AVADANs).
-També
Também foram utilizados os recortes de jornais locais documentando
os episó
episódios calamitosos. Para os episó
episódios de tornados foram
consultadas també
também fotografias e filmagens.
todos os episó
episódios foram individualizados segundo os respectivos
decretos por parte do Poder Pú
Público,
tanto os de calamidade pú
pública,
blica, que causaram sé
sérios danos à
comunidade afetada e á vida de seus integrantes,
quanto os de situaç
situação de emergência,
emergência, cujos danos são suportá
suportáveis
pela comunidade.
As ocorrências dos diversos tipos de desastres foram inseridos em
em um
sistema de gerenciamento de banco de dados.Nas tabelas constam ao
ao
lado de cada municí
município do Estado de Santa Catarina os dias, os
meses e os anos em que se verificaram os diversos desastres naturais.
naturais.
1
As razões para as inú
inúmeras situaç
situações de emergência e/ou calamidade pú
pública
associadas às chuvas intensas,
DINÂMICA ATMOSFÉ
ATMOSFÉRICA NO ESTADO DE SANTA CATARINA
Maurici Amantino Monteiro
Magaly Mendonç
Mendonça
- O processo de expansão urbana se verifica, muitas vezes, em áreas de
risco sujeitas as inundaç
inundações e/ou encostas íngremes, de equilí
equilíbrio
natural instá
instá vel, sujeitas a escorregamentos.
.
No Estado de Santa Catarina, o relevo, a altitude, a continentalidade e a maritimidade são os fatores
que apresentam maior interaç
interação com os sistemas atmosfé
atmosféricos tornandotornando-os está
estáveis ou instá
instáveis. A
influência desses fatores determina variaç
variações climá
climáticas locais.
-A exuberante vegetaç
vegetação natural das encostas e ao longo dos
mananciais de água foi substituí
substituída, atravé
através de sucessivos
desmatamentos, por uma vegetaç
vegetação secundá
secundária rala, que não possibilita
uma eficaz proteç
proteção do solo e infiltraç
infiltração da água pluvial, propiciando o
escoamento superficial concentrado.
O relevo de Santa Catarina caracterizacaracteriza-se pela presenç
presença de planí
planícies, planaltos e serras.
- As planí
planícies, abaixo de 300 m abrangem 23,83% da área total, ocorrendo na costa litorânea e vales.
- Os planaltos, entre 300 m e 900 m perfazem 56,22% e as serras, situadas acima de 900 m
abrangem 20,45% da área total.
A influência do relevo pode ser constatada especialmente na distribui
ção dos totais de precipitaç
distribuiç
precipitação
-Os leitos dos rios que percorrem as áreas urbanizadas geralmente estão
retilinizados ou canalizados por tubulaç
tubulações subsub-dimensionadas, repletos
de entulhos, que dificultam a vazão normal da água junto à foz,
ocasionando transbordamento e solapamento das margens.
Figura 2.1 - Efei to do relev o na dis tribuiç
tribuiç ão de umidade e nebulos idade.
Fonte: CPT EC/IN PE (www.c ptec .inpe.br).
Todas as razões citadas acentuam os efeitos adversos dos rigores do
clima, não sendo necessá
necessário índices pluviomé
pluviométricos intensos para que
desencadeiem transtornos nas localidades assentadas em áreas
suscetí
suscetíveis a estes fenômenos
S
T
A
D
Á
N
Canoinhas
D
O
A
R
A
P
O
E
Joinville
A R G E N T I N A
MESORREGIÂO
NORTE CATARINENSE
São Miguel
MESORREGIÂO
OESTE CATARINENSE
Caçador
Xanxerê
MESORREGIÂO
VALE DO ITAJAÍ
Videira
Chapecó
Concórdia
E
S
T
A
D
O
D
R
I
MESORREGIÂO
SERRANA
O
Florianópolis
MESORREGIÂO GRANDE
FLORIANÓPOLIS
Lages
G
Itajaí
Blumenau
Rio do Sul
Curitibanos
O
Figura A–
A– Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) associada a chuvas intensas no Sudeste
e estiagens no Sul. Fonte: CPTEC/INPE (www.cptec.inpe.br
(www.cptec.inpe.br
Figura B Frente fria na Região Sudeste (1) e Ciclone Extratropical
Extratropical na costa do Rio Grande do Sul (2).
Fonte: CPTEC/INPE www.cptec.inpe.br
Figura C – Evoluç
Fonte: NASA
Evolução de um Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM).
(www.nasa.gov
1
R
2
A
N
D
São Joaquim
E
D
Tubarão
O
S
MESORREGIÕES DO ESTADO DE SANTA
CATARINA
+
Carta Imagem do Satélite Landsat 7 – ETM
Fusão dos canais – visível, infravermelho e pancromático
MESORREGIÂO
SUL
CATARINENSE
U
L
Criciúma
Araranguá
N
30 km
0
30
60 km
Projeção Universal Transversa de Mercartor
Datum WGS 84
Fonte do Mosaico: U.S. Geological Survey
2
3. ADVERSIDADES ATMOSFÉ
ATMOSFÉRICAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA NO
PERÍ
PERÍODO DE 1980 A 2003
- Sistemas atmosfé
atmosféricos que desencadearam os principais desastres naturais entre 1980
1980--2004
Isabela Pena Viana de Oliveira Marcelino,
Marcelino, Gustavo Souto Fontes Molleri,
Molleri, Roberto Fabris Goerl
Emerson Vieira Marcelino,Davis Anderson Moreno e Frederico de Moraes
Moraes Rudorff
As inundaç
inundações graduais geralmente ocorrem associadas a sistemas atmosfé
atmosféricos que,
necessariamente, não apresentam intensas instabilidades convectivas.
convectivas. Entretanto, estes sistemas
são caracterizados por permanecerem estacionados durante vá
vários dias sobre uma mesma região do
estado produzindo chuvas contí
contínuas. Esse é o tipo de desastre natural mais comum em Santa
Catarina, com destaque para as ocorrências nos seguintes anos: 1980,
1980, 1981, 1982, 1983, 1984,
1984,
1986, 1987, 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1995, 1996, 1997 e 1999.
1999.
Granizos, vendavais, inundaç
inundações bruscas e tornados geralmente originamoriginam-se de sistemas
atmosfé
atmosféricos semelhantes, pois necessitam de instabilidades atmosfé
atmosféricas intensas para ocorrerem.
Os anos que se destacaram com relaç
relação às ocorrências de granizos foram: 1981, 1987, 1988, 1991,
1997 e 2003; vendavais: 1987, 1998 e 2003; inundaç
inundações bruscas: 1985, 1989, 1991, 1994, 1995,
1997,
1997, 1998, 2000, 2001,
2001, 2002 e 2003.
2003.
As maré
marés de tempestades geralmente atingem com maior intensidade o litoral catarinense.
catarinense. Quando
os sistemas atmosfé
atmosféricos que desencadeiam esse tipo de fenômeno ocorrem, també
também podem
desencadear vendavais e inundaç
inundações costeiras. O ano de 2001 será
será analisado para este tipo de
fenômeno, pois foi um evento que atingiu praticamente todo o litoral
litoral catarinense.
As estiagens são marcadas por um perí
período de escassez ou ausência de chuvas, podendo provocar
grandes prejuí
prejuízos quando essa condiç
condição perdura ao longo de vá
vários meses. Os anos que se
destacaram com as ocorrências de estiagens foram: 1988, 1990, 1995,
1995, 1997,
1997, 1999, 2000, 2002 e
2004.
2004.
DestacamDestacam-se os sistemas atmosfé
atmosféricos que desencadearam os principais
desastres naturais no perí
período de 1980 a 2004,
Foram utilizados dados de 70 (setenta) estaç
estações pluviomé
pluviométricas da Agência
Nacional de Águas (ANA) instaladas no estado de Santa Catarina, como
també
também dados de 03 (três) estaç
estações meteoroló
meteorológicas em territó
território catarinense
pertencentes à Empresa de Pesquisa Agropecuá
),
Agropecuária e Extensão Rural (Epagri
(Epagri),
o que totaliza 73 estaç
estações.
Os mapas, tanto de anomalia de precipitaç
precipitação quanto o de desastres naturais
estão sendo apresentados de acordo com as estaç
estações do ano.
Verão -Janeiro, fevereiro e març
março, OutonoOutono- Abril, maio e junho.
InvernoInverno- Julho, agosto e setembro e Primavera - outubro, novembro e
dezembro.
P A R A N Á
P A R A N Á
E S T A D O
D O
R
I O
I O
G
N
D
E
D
O
S U L
R
A
N
D
E
D
O
S U L
OUTONO
0
180
360
540
720
-540
-360
-180
0
180
360
540
EA
-180
EA
-360
720
OC
OC
-540
NO
NO
AT
VERÃO
AT
LÂ
A
P A R A N Á
ARGENTINA
E S T A
D O
E S T A D
O
D O
D O
R
I O
G
R
I O
G
A
N
D
R
A
N
E
D
O
S U L
D
E
D
PRIMAVERA
-360
-180
0
180
360
540
720
OC
-540
EA
O
S U L
NO
NO
A
TL
Â
INVERNO
AT
LÂ
R
DO
ICO
E S T A D
O
P A R A N Á
DO
NT
ARGENTINA
E S T A
D O
ICO
R
NT
G
-540
-360
-180
0
180
360
540
720
EA
R
ICO
D O
O
D
NT
ARGENTINA
E S T A
D O
ICO
E S T A D O
DO
LÂ
NT
ARGENTINA
E S T A
D O
OC
3
4. AS PRINCIPAIS CONSEQÜ
CONSEQÜÊNCIAS NEGATIVAS PROVOCADAS PELAS ADVERSIDADES
ATMOSFÉ
ATMOSFÉRICAS NO ESTADO DE SANTA CATARINA.
INUNDAÇ
INUNDAÇÕES
Durante o perí
período (1980 a inicio de 2004) as inundaç
inundações foram as responsá
responsáveis
pelo maior nú
número de desabrigados e mortos, destacamdestacam-se os de 1983 e 1984,
1984, que
correspondem també
também aos anos em que foram registrados os maiores nú
números
de municí
municípios atingidos pelas inundaç
inundações.
Maria Lú
Lúcia de Paula Herrmann
As adversidades atmosfé
atmosféricas geralmente causam impactos negativos nas
suas áreas de incidências e, muitas vezes, provocam danos irrepará
irreparáveis, quer
no meio rural quer no urbano.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1983
Abr.
Inun. Gradual
Inun. Brusca
Jun.
ANO
1983
Obs
Número de Ocorrências por Município
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Número total de:
Municípios
Desabrig. Mortos
atingidos
Meses
9
47
2
87
2
15
89
1
1
1
1
2
1
1
1
5
24
1
1
1
1
6
31
528
3
1
87
1
90
2
1
2
5
23
28200
22
197790
8
1
49
22
200
6251
1
2
Municípios
Meses
1983
Desabrig.
Mortos
Araranguá
Jul
Mai
Jul
Dez
Jul
Jul
Jul
Mai
Jul
Mai
Jul
Jul
Jul
Jul
Jul
Jul
Jul
Jul
Mai
Jul
Jul
Jul
Jul
Jul
Jul
Jul
Jul
Mai
Jul
1.000
10.000
50.000
5.000
2.700
1.080
5.023
1.752
1.280
2.000
1.050
3.981
2.572
40.000
1.232
1.820
4.000
3.070
2.020
1.700
2.820
25.000
6.090
5.079
1.610
3.752
2.980
1.097
1.955
2
8
1
6
3
4
2
5
1
1
2
5
1
5
5
Blumenau
Caçador
Campos Novos
Canoinhas
Chapecó
Concórdia
Correia Pinto
Gaspar
Irineópolis
Itajaí
Itapiranga
Ituporanga
Lontras
Navegantes
Porto União
Rio do Oeste
Rio do Sul
Rio Negrinho
Taió
Timbó
Três Barras
Trombudo Cent.
Videira
Xanxerê
Habit.
%
37.139
2.69
5.86
29.3
2.93
6.34
2.44
10.1
1.88
1.37
3.22
8.31
14.2
28.53
42.3
4.61
10
54.1
19.49
7.14
6.01
38,7
64,74
26.68
27
8.31
29.47
40.24
3.63
6.13
170.491
42.534
44.144
49.313
92.982
62.011
12.625
28.012
9.014
94.449
26.700
18.149
7.390
15.747
28.254
7.280
38.616
22.822
18.809
19.368
12.729
7.404
30.146
31.869
0
Granizo
A go .
Vendaval
Set.
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
Inun. Gradual
Inun. Brusca
M ar.
Escorregamento
A br.
Granizo
Vendaval
Jun.
Tornado
Jul.
1984
Ago .
Set.
Out.
Out.
Nov.
No v.
Dez.
20
M aio
Dez.
Número de Municípios
Número de Municípios
Somató
Somatória dos prejuí
prejuízos provocados pelas inundaç
inundações – 2000 a 2003
2000
Inundações graduais
Inundações bruscas
2001
Inundações graduais
Inundações bruscas
2002
Inundações graduais
Inundações bruscas
2003
Inundações graduais
Inundações bruscas
Inundações
R$ 9.348.341,00
R$ 27.917.981,70
Inundações
R$ 36.021.062,00
R$ 86.633.688,75
Inundações
R$ 70.000,00
R$ 29.325.852,00
Inundações
R$ 106.666,00
R$ 35.505.362,20
Associado a outros eventos
R$ 642.429,41
R$ 1.513.223,00
Associado a outros eventos
R$ 17.018.280,00
R$ 24.407.321,00
Associado a outros eventos
R$ 20.428.032,00
Associado a outros eventos
R$ 33.751.537,62
40
90
35
80
Pre j u íz o E s tim a d o (M ilh õ e s d e R e a is )
As inundaç
inundações que ocorreram em julho de 1983 (referente ao excepcional episó
episódio
de El Niñ
Niño) contabilizaram 90 municí
municípios atingidos, 197.790 desabrigados e 49
mortos.
mortos.
Os municí
municípios que registraram os maiores nú
números de ví
vítimas.
Blumenau totalizou 50.000 desabrigados e 8 mortos (29,3% da popula
ção);
populaç
Itajaí
Itajaí teve 40.000 desabrigados e 5 mortos (42,3% da populaç
população); e
Rio do Sul com 25.000 desabrigados e mortos
(64,7%Novda populaç
ção
). 28.072
popula
Porto União
260
1
0.92
Escorregamento
Jul.
P re ju ízo s Es t ima d o s ( M ilh õ es d e R eais)
260
Jan.
Mar.
número de residências atingidas, destruí
destruídas e/ou danificadas;
número de habitantes desabrigados, desalojados, feridos e mortos;
danos nos sistemas viá
á
rios
e
perdas
no setor agrí
vi
agrícola.
Até
Até o ano de 2000, foram consideradas apenas as informaç
informações sobre o
número de desabrigados e mortos. A partir desse ano també
também foram
computadas as estimativas dos prejuí
prejuízos econômicos.
240
Fev.
M aio
220
Jan.
Fev.
30
25
20
15
10
5
70
60
50
40
30
20
10
0
0
2000
2001
2002
2003
2000
2001
2002
2003
4
Muitos desses municí
municípios que tiveram percentual significativo de desabrigados durante
durante
os episó
episódios de inundaç
inundações, possuem as suas malhas urbanas inadvertidamente
instaladas junto às margens dos rios que periodicamente sofrem transbordamentos. A
cidade de Blumenau, localizada às margens do rio Itajaí
Itajaí constitui o maior exemplo. Na
inundaç
inundação que ocorreu em julho de 1983, a cota do rio Itajaí
Itajaí-Açu atingiu a marca de
15,34 metros (FRANK, 1994).
As inundaç
inundações se intensificam como desastre natural quando há
há interferência nas
condiç
condições naturais atravé
através do desmatamento, da agricultura e da pecuá
pecuária nas encostas
dos morros e nas margens ribeirinhas. Estas prá
práticas impedem a infiltraç
infiltração das águas
no subsolo fazendo com que escoem diretamente para os rios, ocasionando
ocasionando perdas de
solo e aumento da vazão dos rios.
As instalaç
instalações urbanas també
também acentuam a gravidade das inundaç
inundações, como
loteamentos residenciais e sistemas viá
viários instalados nas planí
planícies aluviais sujeitas a
inundaç
inundações, bem como as obras de engenharia (canalizaç
(canalizações e retificaç
retificações de canais,
comportas e barragens) que interferem no ciclo hidroló
hidrológico. A situaç
situação ainda se agrava
quando essas obras são mal estruturadas e dimensionadas, e quando
quando ocorre o
rompimento de barragens e o acú
acúmulo de lixos e entulhos nos canais fluviais,
acentuando o trasbordamento.
Escorregamentos
Os escorregamentos estão associados aos episó
episódios de inundaç
inundações, tornandotornando-se difí
difícil
computar isoladamente os prejuí
prejuízos decorrentes, bem como os nú
números de
desabrigados e mortos.
Ao longo do perí
período analisado, destacamdestacam-se os anos de 1983 e 1994 com 18
ocorrências cada e 2001 com 47 registros. Poré
Porém, em magnitude destacadestaca-se o episó
episódio
de dezembro de 1995, com 7 registros.
RessaltaRessalta-se que ao longo das Serras existem inú
inúmeras cicatrizes de escorregamentos
que não foram totalmente computadas. É sabido que eles ocorrem com maior
freqü
freqüência e causam inú
inúmeras mortes por soterramentos, e muitas poderiam ser
evitadas se fossem respeitadas as declividades das encostas, impedindo
impedindo a ocupaç
ocupação
daquelas com declividade igual ou superior a 30% e em terrenos onde as condiç
condições
geoló
geológicas não aconselham a edificaç
edificação (Art. 3, pará
parágrafo único, Lei estadual nº
nº 6.063).
Durante o perí
período de 2000 a 2003 não houve registro de prejuí
prejuízos referente apenas aos
escorregamentos, eles estiveram associados com outros eventos. Dessa
Dessa maneira os
prejuí
prejuízos estimados para esses 4 anos foram: R$ 131.823,00 para 2000; R$
24.506.557,00 para 2001; R$ 9.145.100,00 para 2003; e R$ 16.955.730,00
16.955.730,00 para 2004.
Estiagens
As estiagens també
também foram muitos freqü
freqüentes no estado, causando danos
econômicos de grande valor, mas infelizmente não se tem registro de todos os
episó
episódios e da quantidade de municí
municípios atingidos.
As estiagens ocorrem, predominantemente, na mesorregião Oeste Catarinense,
Catarinense, e
estão associadas aos episó
episódios climá
climáticos globais La Niñ
Niña e/ou aos bloqueios
atmosfé
atmosféricos, gerando consecutivos meses de estiagens.
- O ano de 1985 foi considerado para o estado como um dos menos chuvosos
nas últimas dé
décadas, mas não há
há registros, por parte da Defesa Civil, de
municí
municípios afetados por estiagens.
O inicio do ano de 2004 considerado excepcional . Alé
Além da estiagem mais
severa do perí
período analisadoanalisado- afetando os municí
municípios das mesorregiões Oeste
Catarinense, Serrana e Vale do Itajaí
Itajaí, ocorreu entre os dias 27 e 28 de març
março
no extremo sul do estado um episó
episódio climá
climático nunca registrado no Brasil, o
Furacão Catarina.
Catarina. Este evento afetou 20 municí
municípios.
5
Vendavais
Prejuí
Prejuízos econômicos estimados para as ocorrências de estiagens durante
durante o perí
período 2000 e 2003.
Em 2004 o prejuí
prejuízo foi superior = R$ 482. 277 942,67.
2002
- Os anos de 1987 e 2003 foram os que obtiveram os maiores registros de municí
municípios afetados, com totais
de 66 e 71 respectivamente. As mesorregiões mais afetadas foram a Oeste Catarinense e a Vale do Itajaí
Itajaí
- Jul. /1984
/1984 = 26 municí
municípios.
- Nov/1987
Nov/1987 = 22 municí
municípios afetados. Ex. Imbituba com 25.000, representando 87,08% da populaç
população.
- Set./ 1998=
1998= 23 municí
municípios .
2004
Mesorregião
Estação
Prejuzos R$
Mesorregião
Oeste Catarinense (98)
Ver/Inv
227.684.812,89
Serrana (3)
Sul Catarinense (1)
Ver/Inv
Ver/Inv
6.531.875,00
2.611.000,00
Estação
Prejuzos R$
Oeste Catarinense (73)
Ver/Out
335.317.564,00
Serrana (11)
Vale do Itajaí (15)
Ver/Out
Ver/Out
94.665.088,00
52.755.290,67
Prejuí
Prejuízos econômicos estimados para as
ocorrências de vendavais durante o perí
perí odo 2000 a 2003
250
Somató
Somatória dos prejuí
prejuízos provocados
pelos vendavais – 2000 a 2003
200
150
7
100
Preju ízo s Estim ad o s (M ilh õ es d e Re a is)
50
0
2000
2001
2002
2003
Vendavais
R$ 4.062.450,00
R$5.906.285,00
RS 6.687.757,51
R$ 4.219.221,43
6
2000
2001
2002
2003
5
4
3
Associado a outros eventos
R$ 3.954.589,41
R$ 30.469.788,00
R$ 21.935.587,00
R$ 21.939.483,12
2
1
0
2000
2001
2002
2003
Granizo
As precipitaç
precipitações de granizo també
também causaram inú
inúmeros desastres no Estado. Os anos que obtiveram os
maiores registros, entre 30 e 50, correspondem aos de 1987, 1988, 2002 e 2003.
2003. Geralmente esses
episó
episódios vêm acompanhados de vendavais, o que dificulta computar isoladamente
isoladamente as consequências.
Out/1988 = 46 municí
municípios deixando 20.946 desabrigados.
.
Tabela 4.4 – Somatória dos prejuízos provocados
por granizo – 2000 a 2003
2000
2001
2002
2003
Precipitações de granizos
R$ 5.867.077,00
R$ 2.967.950,00
R$ 8.737.065,00
R$ 58.375,00
Fonte: DEDC-SC.
Associado a outros eventos
R$ 1.466.829,41
R$ 17.922.864,00
R$ 12.962.587,00
R$ 9.276.363,12
P reju iz o E stim ad o (M ilh õ es d e R eais )
Prejuízo Estimado (Milhões de Reais)
10
8
6
4
2
0
2000
2001
2002
2003
6
Tornados
Os registros de tornados em Santa Catarina começ
começaram a ser efetuados com maior freqü
freqüência a partir de
1995. Nos anos anteriores eles eram geralmente confundidos com vendavais.
vendavais.
Estudos realizados por Oliveira (2000) possibilitaram identificar
identificar esses episó
episódios, resultando ao longo de 24
anos, um total de 43 episó
episódios.
Dentre todos os registros destacadestaca-se o ano de 2001 com 9 ocorrências.
Somató
Somatória dos prejuí
prejuízos provocados
por tornados – 2000 a 2003 Fonte: DEDCDEDC-SC.
Prejuí
Prejuízos econômicos estimados para as
ocorrências de tornados durante 2000 a 2003
Tornados
R$ 453.240,00
R$ 1.782.278,00
Associado a outros eventos
R$ 8.103.595,00
R$ 80.032,00
R$ 6.200.253,70
Prejuízos Estimados (Milhões de Reais)
2,0
2000
2001
2002
2003
1,5
1,0
0,5
0,0
2000
2001
2002
2003
Maré
Marés de tempestade
As maré
marés de tempestade, apesar de pouco estudadas, també
também causam muitos prejuí
prejuízos aos
municí
municípios litorâneos de Santa Catarina.
Entre 1997 a 2003 foram identificados 26 registros de maré
marés de tempestade, que estiveram
associadas a 11 eventos atmosfé
atmosféricos.
O evento mais significativo foi o ciclone extratropical de maio de 2001, que deixou 6 municí
municípios em
estado de emergência e 1 em estado de calamidade pú
pública. Nesta ocasião, 52 pessoas ficaram
desabrigadas, 219 desalojadas e causou um prejuí
prejuízo de R$ 11.355.632,00 .
– Prejuí
Prejuízos econômicos estimados para as ocorrências
de maré
marés de tempestade durante o perí
perí odo 2000 a 2003.
12
Prejuízos Estimados (M ilhões de Reais)
10
8
6
4
2
0
2000
2001
2002
2003
7
Freqüência
150
100
50
150
100
50
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
0
1993
Dentre as áreas mais susceptí
susceptíveis, destacamdestacam-se as regiões costeiras em virtude do relevo plano
(planí
(planície de inundaç
inundação) e ao aumento populacional (WOODROFFE, 1995).
Tucci et al. (2003) comentam que a inundaç
inundação gradual també
também está
está fortemente associada ao
processo de urbanizaç
urbanização em funç
função da impermeabilizaç
impermeabilização do solo. Esta impermeabilizaç
impermeabilização
aumenta o escoamento fazendo com que grande quantidade de água chegue no sistema de
drenagem gerando inundaç
inundações mais freqü
freqüentes do que as que existiam quando a superfí
superfície
apresentava condiç
condições naturais.
200
200
1992
Média
1991
250
Freqüência anual
250
1990
300
1989
1988
As inundaç
inundações graduais estão mais associadas a perí
períodos prolongados de chuvas contí
contínuas do
que as chuvas intensas e concentradas.
Para a Defesa Civil, a inundaç
inundação gradual ocorre quando “... as águas elevamelevam-se de forma
paulatina e previsí
previsível; mantêmmantêm-se em situaç
situação de cheia durante algum tempo, e, a seguir
escoamescoam-se gradualmente.”
gradualmente.” (CASTRO, 2003).
Alguns pesquisadores acreditam que a inundaç
inundação brusca é mais problemá
problemática devido a sua
rápida velocidade e violência (GEORGAKAKOS, 1986; MONTZ e GRUNTFEST,
GRUNTFEST, 2002).
No caso da inundaç
gua são lentos e, normalmente, també
inundação gradual, a elevaç
elevação e o fluxo d’á
d’água
também o
rebaixamento, o que permite a adoç
adoção de algumas medidas preventivas e emergenciais.
1987
1986
A precipitaç
precipitação intensa é a principal causa das inundaç
inundações fluviais, comportandocomportando-se como chuvas
sazonais sobre amplas áreas geográ
geográficas, o que resulta nas inundaç
inundações graduais;
graduais; ou sob a forma
de chuvas convectivas intensas sobre uma pequena bacia hidrográ
hidrográfica, o que resulta nas
inundaç
inundações bruscas (flash flood)
flood) (PENNING(PENNING-ROWSELL, 1999; SMITH, 2000).
1985
1984
A enchente ou cheia refererefere-se ao aumento da vazão do rio por um determinado perí
período de tempo.
Entretanto, quando a vazão supera a capacidade de descarga do canal
canal fluvial, indo extravasar
para as áreas marginais (vá
(várzea e planí
planície aluvial), dá
dá-se à inundaç
inundação fluvial (river flood).
flood).
1983
1982
Comumente os termos enchente e inundaç
inundação fluvial são utilizados como sinônimos, mas eles
diferem entre si quanto à fenomenologia.
1981
5.15.1- Conceitualizaç
Conceitualização
Freqüência
5.2 Aná
Análise espaç
espaço-temporal
-No perí
período de 1980 a 2003, ocorreram 1.229 episó
episódios de inundaç
inundações graduais em Santa Catarina,
que deixaram dezenas de milhares de desabrigados e causaram sé
sérios impactos só
sóciocio-econômicos
-RessaltaRessalta-se que as inundaç
inundações graduais correspondem a 37,7% do total de desastres naturais
(3.447) que assolaram o Estado no perí
período de 1980 a 2003.
-Fig.
Fig. 5.1 frequência anual de inundaç
inundações graduais 1980 a 2003,
2003, Estes picos estão diretamente
relacionados com os anos de El Niñ
Niño, 1983, 1987, 1990, 1992 e 1997. A exceç
exceção para os anos de La
Niñ
Niña, 1984, 1996 e 2001, Nesses anos as inundaç
inundações estiveram associadas as passagens
consecutivas de sistemas frontais (HERRMANN et al., 2001; INFOCLIMA, 2001).
- Fig. 5.2, Frequência mensal de inundaç
inundações graduais ,a Variabilidade da freqü
freqüência mensal
associada a uma padronizaç
padronização sazonal,esta relacionada principalmente a passagem de sistemas
sistemas
frontais e frentes estacioná
estacionárias em escala regional; e à pela atuaç
atuação global do El Niñ
Niño.
-Os meses maio, julho e agosto ocorreram os maiores índices de inundaç
inundações e podem ser explicados
pela atuaç
atuação do El Niñ
Niño, cuja incidência na região sul do paí
país é mais intensa durante o inverno.
- Os meses de març
março, abril e novembro referemreferem-se as menores ocorrências de inundaç
inundações graduais.
-VerificaVerifica-se uma relaç
relação direta entre a frequência de inundaç
inundações graduais e a intensidade mé
média
diá
diária de precipitaç
precipitação. No inverno a intensidade mé
média diá
diária é maior do que no verão (Alves, 2004).
1980
5. INUNDAÇ
INUNDAÇ ÃO GRADUAL
Maria Lú
Lúcia de Paula Herrmann, Masato Kobiyama e Emerson Vieira Marcelino
0
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Maio
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
Nos meses de maio e julho de 1983 e agosto de 1984 Santa Catarina
Catarina enfrentou as inundaç
inundações mais
catá
catástroficas do sé
século XX. Julho de 1983 foram registrados 197.770 desabrigados e 49 mortos,
sendo que as cidades mais castigadas estavam localizadas na bacia
bacia do rio Itajaí
Itajaí-Açu, destacandodestacando-se
Blumenau (Figura 5.3) com 50.000 desabrigados e 8 mortos, que representou
representou 29,3% da populaç
população.
O total pluviomé
é, ( que opera
pluviométrico de 1983 foi considerado excepcional. Na est. Met. de São Jos
José
desde e 1925) foi registrado 2.598,5 mm, quando a mé
média anual é de 1.493,18 mm. O maior índice
verificado desde 1925, apresentando um desvio positivo de 74,02% em relaç
relação a normal
climatoló
climatológica (HERRMANN et al., 2001).
75% dos municí
municípios catarinenses possuem sé
sérios problemas de inundaç
inundações os quais estão
vinculados principalmente ao aumento populacional, que implica diretamente
diretamente no aumento da pressão
sobre os recursos naturais. A ocupaç
ocupação intensa e o uso do solo reduzem a capacidade de infiltrç
infiltrção
da água da chuva. Uma forma de minimizar o impacto das inundaç
inundações é o monitoramento
hidrometeoroló
hidrometeorológico que dará
dará subsí
subsídios para a implantaç
implantação de sistemas de alerta. (ROSA et al. 1998).
Conforme Tucci et al. (2003), o sistema de alerta é uma medida nãonão-estrutural que tem como objetivo
prever, com relativa precisão, eventos potencialmente danosos com
com o intuito de informar às
populaç
populações e a Defesa Civil, com antecedência, para que desocupem as áreas sujeitas a
inundaç
inundações, estabelecidas atravé
através de um zoneamento, e estabeleç
estabeleçam aç
ações de preparaç
preparação e
resposta frente ao desastre.
Na bacia do rio Itajaí
Itajaí, existe um sitema de alerta, cuja Central de Operaç
Operações (CEOPS) está
está
localizada na Universidade Regional de Blumenau (FURB). A bacia é monitorada por doze estaç
estações
telemé
telemétricas, que coletam dados sobre o ní
nível do rio e a precipitaç
precipitação. Com base nessas informaç
informações,
são realizadas as previsões hidroló
hidrológicas com até
até horas de antecedência (FRANK et al., 2000).
8
5.4 Referências bibliográ
bibliográficas
ALVES, A. Aná
Análise de dados hidroló
hidrológicos na região do municí
município de Alfredo Wagner/SC.
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Itajaí-Açu/SC: das obras de contenç
contenção à indú
indústria da enchente – a
problemá
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WOODROFFE, C. D. Response of tidetide-dominated mangrove shorelines in northern Australia to anticipated
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6. INUNDAÇ
INUNDAÇ ÃO BRUSCA
Emerson Vieira Marcelino e Roberto Fabris Goerl
6.1 Conceitualizaç
Conceitualização
A inundaç
inundação brusca (flash flood),
flood), popularmente conhecida como enxurrada, está
está associada a chuvas
convectivas intensas e concentradas, que ocasionam o aumentando súbito e violento do ní
nível das
águas (GEORGAKAKOS, 1986; KÖ
KÖMÜSÇÜ et al., 1998; GAUME et al,
al, 2004).
A Defesa Civil conceitua inundaç
inundações bruscas como sendo sú
súbitas e violentas elevaç
elevações do ní
nível dos
rios, provocando o transbordamento das águas, as quais escoam de forma rá
rápida e violenta
(CASTRO, 2003).
Segundo Montz e Gruntfest (2002), as inundaç
inundações bruscas diferemdiferem-se das inundaç
inundações graduais em
funç
função das seguintes caracterí
características:
- ocorrem de forma inesperada;
- movemgua;
movem-se rapidamente, quando associadas a um curso d’á
d’água;
- são geralmente violentas, com elevado potencial destrutivo;
- e apresentam uma área de impacto relativamente pequena.
Este fenômeno, conforme Georgakakos (1986) e Doswell (1994), é o resultado da interaç
interação de
diversos processos atmosfé
atmosféricos e terrestres como:
- precipitaç
precipitações extremas,
- umidade no solo (precipitaç
(precipitação antecedente),
- forma das encostas, relevos íngremes, superfí
superfícies impermeá
impermeáveis (calç
(calçamentos, arruamentos, etc.) e
- repentina descarga d’á
gua (rompimento de barragens, aç
d’água
açudes, etc.).
Em alguns casos todos estes pressupostos podem estar presentes, o que eleva ao má
máximo o poder
de destruiç
destruição do fenômeno.
6.2 Aná
Análise espaç
espaço- temporal
No perí
período de 1980 a 2003, ocorreram 555 episó
episódios de inundaç
inundações bruscas severas
Fig. 6.1, Frequencia anual das inundaç
inundações bruscas (1890 a 2003), Aumento gradativo, principalmente
a partir da dé
década de 90. Os índices ultrapassaram a mé
média anual (23 casos/ano).
DestacaDestaca-se també
também os picos em 2001 e 2003, com 118 e 78 registros, respectivamente.
respectivamente.
O aumento gradativo pode estar associado ao processo de urbaniza
urbanização: calç
calçamento e asfaltamento
de ruas e estradas, adensamento de edificaç
edificações e, ocupaç
ocupação desordenada das planí
planícies de
inundaç
gua.
inundação. Alé
Além do desmatamento em encostas e o assoreamento dos cursos d’á
d’água.
Georgakakos ,1986 comenta que estes fatôres favorecem as inundaç
inundações bruscas, mesmo para índices de
precipitaç
precipitação não tão severos. Assim, baixo índice de precipitaç
precipitação, que não causaria inundaç
inundação em uma
determinada área, acaba resultando em inundaç
inundações apó
após esta sofrer processo de intensa antropizaç
antropização.
ão.
Edificaç
Edificações em áreas sujeita a inundaç
inundações é um convite ao desastre
Na Figura 6.2,Frequencia mensal de inundaç
inundações bruscas (1980 a 2003) . As estaç
estações mais propí
propícias
são o verão e a primavera . Janeiro e fevereiro apresentam o maior
maior nú
número de registros.
No verão,
verão, o calor associado aos altos índices de umidade, favorece a formaç
formação das convecç
convecções
tropicais que resultam em pancadas de chuva a tarde, conhecidas como chuvas de verão.
Na primavera,
primavera, a atuaç
atuação dos Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM) que favorece a
ocorrência de chuva forte, com trovoadas e granizo isolado. A profundidade
profundidade das cé
células convectivas
(nuvens cumulonimbus),
cumulonimbus), també
também podem gerar ventos fortes e tornados (MARCELINO, 2002 e 2003).
140
160
Freqüência anual
120
140
Média
120
100
Freqüência
80
60
40
80
60
40
20
20
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1984
1983
1982
1981
0
1980
Freqüência
100
0
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Maio
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
9
A maioria dos municí
municípios mais afetados pelas inundaç
inundações bruscas situasitua-se na vertente Atlantica,
Atlantica,
onde o relevo é montanhosos com elevadas taxas de umidade.
Monteiro (2001) cita que, nas áreas mais pró
próximas às encostas das montanhas, as precipitaç
precipitações são
mais abundantes devido à elevaç
elevação do ar quente e úmido, que favorece a formaç
formação de nuvens
cumuliformes,
cumuliformes, resultando em precipitaç
precipitações intensas e de curta duraç
duração (chuvas orográ
orográficas).
Segundo Georgakakos (1986), os terrenos íngremes, principalmente com pouca ou sem cobertura
vegetal, contribuem significativamente para acelerar o fluxo d’á
gua encosta abaixo, o que resulta em
d’água
uma parede ou onda de água que causa grande destruiç
destruição e perdas de vidas nas comunidades
localizadas nas encostas, pró
gua e a jusante, nas planí
próximas a cursos d’á
d’água
planícies de inundaç
inundação.
Dentre as inundaç
inundações bruscas de maior magnitude destacadestaca-se a de dezembro de 1995 que afetou o
sul do estado (Figura 6.3).
6.3). Cerca de 50 municí
municípios decretaram situaç
situação de emergência ou estado de
calamidade pú
pública, no total foram 24.000 desabrigados e 30 mortos. Na estaç
estação de São José
José foram
registrados 315 mm e 129 mm nos dia 24 e 28/12/95, respectivamente,
respectivamente, totalizando 534 mm. Este
acumulado superou o total de precipitaç
precipitação ocorrido no mês de junho de 1983 (513 mm), que
ocasionou inundaç
inundações graduais em praticamente todo o territó
território catarinense. (HERRMANN, 2001).
Com relaç
relação ao nú
número de mortos destacadestaca-se també
também o evento ocorrido em outubro de 1990 em
Blumenau, (Figura 6.4) que atingiu 1.235 residências, ocasionando 20 ví
vítimas fatais e cerca de 1.310
desabrigados. Esta inundaç
inundação brusca foi desencadeada por precipitaç
precipitações extremamente intensas e
rápidas, ou seja, choveu cerca de 90 mm de precipitaç
precipitação em 30 minutos. (Figura 6.4)
7.1 Conceitualizaç
Conceitualização
Os escorregamentos (slides)
slides) representam a classe mais importante dentre todas as formas de
movimento de massa - fenômeno relacionado com o processo natural de evoluç
evolução das vertentes comumente denominados de deslizamentos, desmoronamentos, quedas de barreira e
desbarrancamentos, os quais referemreferem-se, ao rá
rápido movimento descendente de material
inconsolidado ou intemperizado sobre um embasamento saturado de água, podendo inclusive, incluir
as corridas de terra e de lama (earth
(earth flow e mud flow)
flow) e fluxo de detritos (debris
(debris flow).
flow).
às quedas de blocos (rock falls)
falls) são movimentos rá
rápidos de blocos e lascas de rochas que são
removidos por queda livre, pela aç
ação da gravidade sem a presenç
presença de uma superfí
superfície de
movimentaç
movimentação (BIGARELLA, 2003). Ocorrem nas encostas íngremes de paredes rochosas que
contribuem para a formaç
formação dos depó
depósitos de talus (FERNANDES e AMARAL, 1996).
Os escorregamentos,
escorregamentos, segundo Guidicini e Nieble (1996), caracterizamcaracterizam-se como movimentos rá
rápidos
de curta duraç
duração, com plano de ruptura bem definido, permitindo a distinç
distinção entre material deslizado
e o que não sofreu movimento. A forma de ruptura permite subdividir
subdividir o escorregamento em
translacionais (planares), rotacionais (cunha) e circulares.
A Defesa Civil adota como conceito para escorregamentos “fenômenos provocados pelo
escorregamento de materiais só
sólidos, como solos, rochas, vegetaç
vegetação e/ou material de construç
construção ao
longo de terrenos inclinados, denominados encostas, pendentes ou escarpas”
escarpas”. (CASTRO, 2003,
p.108).
Os fatores condicionantes aos escorregamentos estão relacionados,
relacionados, principalmente, a estrutura
geoló
geológica, declividade da vertente, forma topográ
topográfica, regime de chuvas, e atividade antró
antrópica.
pica.
Dentre os fatores citados, certamente o último, constituiconstitui-se como um dos maiores potencializadores
dos escorregamentos. DestacamDestacam-se o uso irracional das áreas declivosas,
declivosas, desmatamentos, cortes e
aterros mal executados para construç
construção das casas e estradas, lanç
lançamento direto de águas servidas,
vazamento da rede de abastecimento de água, fossas sé
sépticas e acú
acúmulo de lixo.
30
20
Freqüência anual
18
Média
25
16
14
20
Freqüência
12
10
8
6
15
10
4
5
2
2003
2002
2000
2001
1999
1998
1996
1997
1995
1993
1994
1992
1991
1989
1990
1988
1986
1987
1985
0
1984
1982
1983
Freqüência
1981
7.2 Aná
Análise espaç
espaço-temporal
Durante 1980 a 2003, totalizaramtotalizaram-se 140 ocorrências de escorregamentos em 87 municí
municípios.
Na Fig. 7.1 Frequência anual de escorregamentos ( 1980 a 2003) podepode-se constatar, que os maiores
registros, verificaramverificaram-se nos anos de 1994 (19 registros), 1983 (18), 1982 (17), 1989 (13),
(13), 2003 (12) e
1990 (10); os demais anos analisados foram inferiores a dez registros.
registros.
Os anos com maiores registros coincidem com os mais chuvosos. As chuvas intensas estiveram
relacionadas ora aos episó
episódios do fenômeno global El Niñ
Niño (1982, 1983, 1994), ora aos episó
episódios
climá
climáticos regionais, relacionados ao desempenho da Frente Polar Atlântica,
Atlântica, especialmente, aos
sistemas frontais estacioná
estacionários.
O total de ocorrências mencionadas não representa a realidade, os
os AVADANs registram apenas os
que causaram danos materiais e humanos, os demais são assinalados
assinalados como ocorrências
secundá
secundárias diante das inundaç
inundações.
A aná
análise comparativa entre os AVADANs e os dados onon-line do jornal A Notí
Notícia, a respeito das
conseqü
conseqüências dos episó
episódios pluviais durante o perí
período de 2000 a 2003, revelaram um total de 12
registros de escorregamentos nos AVADANs,
AVADANs, contra 39 nas maté
matérias dos jornais, contudo, como
registro secundá
mapa 22)
secundário há
há referências de 45 escorregamentos no ano de 2001 nos AVADANs.(
AVADANs.(mapa
A fig. 7.2 frequência mensal de escorregamentos (1980 a 2003)
2003) SalientaSalienta-se que as maiores
ocorrências de escorregamentos foram verificadas durante a estaç
estação chuvosa de verão, e estiveram
associadas aos eventos de inundaç
inundações bruscas.
bruscas. Na primavera estiveram associados às incursões
das frentes polares que propiciam pancadas rá
rápidas de chuva. O total de 29 ocorrências em maio
decorre das inundaç
inundações catastró
catastróficas de 1983 ligadas ao El Niñ
Niño
1980
7. ESCORREGAMENTO
Maria Lucia de Paula Herrmann, Joel Robert Georges Marcel Pellerin e Silvia Midori Saito
0
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Maio
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
10
Os escorregamentos são frequentes e que ocorrem em maior nú
número, especialmente junto as Serras
localizadas na borda oriental do Estado, destacandodestacando-se os municí
municípios localizados nas Serras do Leste
Catarinense, como Blumenau, Florianó
Florianópolis e São José
José, os quais correspondem aos mais populosos .
Os escorregamentos que causaram grandes impactos referemreferem-se aos episó
episódios pluviomé
pluviométricos de
novembro de 1991 e dezembro 1995.
De acordo com Herrmann et al. (1993) e Herrmann (1999) nos dias 14 e 15 de novembro de 1991
1991 a
estaç
estação meteoroló
meteorológica de São José
José registrou 421,2 mm (a mé
média mensal é de 130 mm) e ocasionou
inú
inúmeros escorregamentos ao longo da Serra do Leste Catarinense, bloqueando
bloqueando vá
vários trechos da BR 101
e provocando mortes por soterramento de casas.
O excepcionalismo pluvial de 24 de dezembro de 1995, deixou 29 municí
municípios da messoregião Sul
Catarinense em estado de calamidade pú
pública e resultou em uma catá
catástrofe nos municí
municípios de Timbé
Timbé do
Sul, Jacinto Machado e Sideropó
Sideropólis,
lis, devido aos escorregamentos junto às cabeceiras de drenagens nas
encostas da Serra Geral, que ocasionou 29 mortos. (Figura 7.3).
7.3). Estudos geomorfoló
geomorfológicos mostram que o
fenômeno do tipo fluxo de detritos, carregado de lama, blocos e troncos de árvores foi originado por uma
forte chuva de quatro horas e meia sobre os aparados da Serra Geral
Geral (estima(estima-se 600 mm )que propiciou
uma inundaç
inundação brusca. O fenômeno é recorrente na escala de tempo geó
geólogico e suscetí
suscetível a afetar todos
os vales do pé
pé das serras (PELLERIN et al., 1997; 2002)
8.2 Aná
Análise espaç
espaço-temporal
No perí
período de 1980 a 2003, registrouregistrou-se um total de 492 ocorrências de estiagem.
A fig. 8.1 Frequência anual de estiagem (1980 a 2003) salienta os anos com maiores registros:
1988, 1990, 1995, 1999, 2002. Estes estiveram relacionados aos eventos de La Niñ
Niña, exceto os de
1990 e 2002, que coincidiram com um perí
período de El Niñ
Niño. Isto se deve ao fato de que essas datas
foram retiradas dos decretos municipais que declaram situaç
situação de emergência ou calamidade pú
pública
nos municí
municípios afetados. Ou seja, apó
após meses de pouca chuva os municí
municípios redigiram seus
decretos em virtude dos danos e prejuí
prejuízos. Assim, o registro das estiagens em 1990 refererefere-se a
baixa precipitaç
precipitação de 1989.
A Fig. 8.2 Frequência mensal de estiagens (1980 a 2003) demonstra que as ocorrências de estiagens
não são bem distribuí
distribuídas durante o ano, concentrandoconcentrando-se, principalmente em três meses: janeiro,
Julho e Dezembro. As influências de fenômenos como La Niñ
Niña e El Niñ
Niño ocorrem por longos
perí
períodos. Em anos de La Niñ
Niña, verificaverifica-se o enfraquecimento das frentes frias e dos demais sistemas
produtores de chuva, ativandoativando-se os bloqueios atmosfé
atmosféricos e o domí
domínio da Massa Tropical
Continental (mTc
). Esses bloqueios variam de acordo com as estaç
(mTc).
estações do ano.
No verão,
verão, de modo geral, a atuaç
atuação das Zonas de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) canaliza a
umidade para o Sudeste, favorecendo o domí
domínio da mTc no Sul. No outono,
outono, o acú
acúmulo de ar frio na
região polar é ainda pequeno, a mTc e a (mTa
(mTa)) passam a dominar em Santa Catarina, bloqueando o
avanç
avanço das frentes frias que ficam semisemi-estacioná
estacionárias sobre o Uruguai e o sul do Rio Grande do Sul
ou sobre o oceano na mesma latitude (veranico de maio). (MONTEIRO,
(MONTEIRO, 2001).
8. ESTIAGEM
Edson Fossati Gonç
Gonçalves e Gustavo Souto Fontes. Molleri
8.1 Conceitualizaç
Conceitualização
A estiagem é considerada atualmente como um dos desastres naturais de maior ocorrência e
impacto. Isto se deve ao fato de que ela ocorre durante longos per
perííodos de tempo, afetando grandes
extensões territoriais.
Para a defesa Civil o conceito de estiagem refererefere-se a um perí
período prolongado de baixa pluviosidade
ou sua ausência, em que a perda de umidade do solo é superior à sua reposiç
reposição (CASTRO, 2003).
Segundo o glossá
glossário de meteorologia da Associaç
Associação Americana de Meteorologia (AMS, 2004),
estiagem (drought
(drought)) refererefere-se a um perí
período anormal de tempo seco, suficientemente longo para
causar um sé
sério desequilí
desequilíbrio hidroló
hidrológico.
National Drought Mitigation Center (NDMC, 2004) considera estiagem como um fenômeno que
ocorre em todas as zonas climá
climáticas do globo, mas suas caracterí
características variam significativamente de
uma região para a outra. Este instituto considera estiagem como uma anomalia temporá
temporária originada
pela deficiência na precipitaç
precipitação durante um longo perí
período de tempo, geralmente por uma estaç
estação do
ano ou mais. Esta anomalia é caracterizada por afetar atividades econômicas, grupos sociais e
ecossistemas.
Para o NDMC (2004), estiagem não pode ser vista como um fenômeno estritamente fí
físico ou como
um evento natural, seus impactos na sociedade resultam da relaç
relação entre os eventos naturais (dé
(déficit
pluviomé
pluviométrico) e as atividades só
sóciocio-econômicas desenvolvidas.
140
120
Freqüência anual
Média
100
120
100
Freqüência
60
40
80
60
40
20
20
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1984
1983
1982
1981
0
1980
Freqüência
80
0
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Maio
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
11
As ocorrências de estiagem no Estado estão em sua grande maioria localizadas na mesorregião do
Oeste Catarinense e por atuarem durante longos perí
períodos de tempo, geram grandes prejuí
prejuízos
econômicos, principalmente na agricultura.
A estiagem de maior magnitude ocorreu em 2002 impactando cerca 74% dos municí
municípios do Estado
que sofreram com problemas de abastecimento de água devido a diminuiç
diminuição no ní
nível dos
reservató
reservatórios. Essa diminuiç
diminuição fez com que prefeituras racionassem o abastecimento, ou até
até
utilizassem caminhões pipas para suprir a demanda por água. A estiagem foi tão intensa que em
diversos municí
í
pios
os
rios
e
até
é
as
nascentes
secaram.
(
figs
8.3
e
8.4)
resultando
em
perdas
na
munic
at
agricultura ocasionando, principalmente, queda na produç
produção de milho, fumo e feijão.
O uso inadequado dos solos e dos mananciais, bem como o modo que é estruturada a rede de
drenagem, o armazenamento, a distribuiç
distribuição e utilizaç
utilização da água e os modelos de planejamento e
gestão adotados nas bacias hidrográ
hidrográficas influenciam no agravamento do impacto que a deficiência
de chuvas irá
irá causar no municí
município ou na região afetada.
Portanto, é importante destacar que a estiagem não é unicamente resultado da ocorrência de
fenômenos climá
climáticos, mas també
também da influência de um conjunto de elementos antró
antrópicos e naturais.
9.2 Aná
Análise espaç
espaço-temporal
No perí
período de 1980 a 2003, ocorreram 342 episó
episódios severos de granizos.
Na Figura 9.1,Frequencia anual de granizo em Santa Catarina (1980
(1980 a 2003) observaobserva-se que alguns anos
tiveram ausência de episó
episódios de granizo, como em 1985 e 1986, enquanto que outros anos tiveram
tiveram
registros de até
até 35 ocorrências, como 1987 e 1988. A mé
média de ocorrência anual de granizo nesses 24 anos
é de 14 episó
episódios. A variaç
variação anual de ocorrências de granizo també
também pode estar relacionada com o
fenômeno El Niñ
Niño.
Na fig. 9.2 Frequência anual de granizo em relaç
relação aos anos de El Niñ
Niño, La Niñ
Niña e normais,
normais, verificouverificou-se que
em anos de El Niñ
Niño ocorre um maior nú
número de registros, quando comparados com os anos de La Niñ
Niña.
DestacaDestaca-se o episó
episódio de El Niñ
Niño de 1987/1988 e 2002/2003,
2002/2003, nos quais foram registrados o maior nú
número de
eventos de granizos.
Na Figura 9.3, Frequência mensal de granizo (1980 a 2003), A Primavera é a estaç
estação mais propí
propícia para a
ocorrência de granizo, destacandodestacando-se os meses de outubro e novembro com o maior nú
número de registros.
Nesses meses atuam com maior freqü
freqüencia os Complexos Convectivos de Mesoescala (CCMs)
CCMs) e os
sistemas frontais. Os CCMs são áreas de instabilidades que se formam na região do Chaco e deslocamdeslocam-se
em direç
ç
ão
ao
Oceano
Atlântico
passando
por
todo
o
estado
(SILVA
DIAS,
1996).
996).
Esses
sistemas podem
dire
1
ocasionar grande quantidade de granizo e quando ocorrem associados
associados aos sistemas frontais transientes
propiciam os vendavais e tornados (MARCELINO, 2003). A partir do mês de julho ( inverno) ocorre um
aumento das ocorrências de granizo, podendo estar relacionados com
com as frentes frias e aos vó
vórtices
ciclônicos em altos ní
níveis ( MONTEIRO,2001).
40
15
9.1 Conceitualizaç
Conceitualização
De acordo com o glossá
glossário de meteorologia da American Meteorological Society
(GLICKMAN, 2000) granizo é definido como precipitaç
precipitação em forma de esfera ou
pedaç
pedaços irregulares de gelo, que possui, convencionalmente, um diâmetro
diâmetro mí
mínimo de 5
mm.
O granizo origina), que
origina-se na parte superior das nuvens convectivas (cumulonimbus
(cumulonimbus),
possuem elevado desenvolvimento vertical e temperaturas muito baixas
baixas no seu topo.
Essas condiç
condições são propí
propícias para transformar as gotí
gotículas de água em partí
partículas de
gelo.
As gotas congeladas quando crescem, em funç
função da união com outras menores
(processo de coalecência),
coalecência), movimentammovimentam-se com as correntes subsidentes e quando se
chocam com gotas d’á
guas mais frias crescem rapidamente até
d’águas
até alcanç
alcançarem dimensões
de queda (KULICOV e RUDNEV, 1980; KNIGHT e KNIGHT, 2001). A precipita
ção de
precipitaç
granizo ocorre quando as pedras de gelo tornamtornam-se demasiadamente pesadas para
serem suportadas pelas correntes ascendentes.
A duraç
duração da precipitaç
precipitação de granizo é determinada pela extensão vertical da zona de
água no interior da nuvem. Esta zona normalmente possui uma extensão
extensão vertical maior
que 3 km, contendo gotas de dimensões diferentes. Caso essa zona não possua
desenvolvimento vertical suficiente e contenha gotas de dimensões
dimensões semelhantes, a
chuva de granizo terá
terá curta duraç
duração (KULICOV e RUDNEV, 1980).
80
70
60
F r eq ü ên c ia
25
Freqüência
25
20
15
50
40
30
10
10
5
5
20
10
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1984
1983
1982
1981
0
1980
0
19 80
19 81
19 82
19 83
19 84
19 85
19 86
19 87
19 88
19 89
19 90
19 91
19 92
19 93
19 94
19 95
19 96
19 97
19 98
19 99
20 00
20 01
20 02
20 03
F req ü ên c ia
30
20
El Niño
La Niña
El Niño/La Niña
Normal
35
Média
30
90
40
Freqüência anual
35
1995
1994
9. GRANIZO
Isabela Pena Viana de Oliveira Marcelino e Magaly Mendonç
Mendonça
0
Jan.
Fev.
Mar. Abr. Maio Jun.
Jul.
Ago. Set.
Out. Nov. Dez.
12
distribuiç
distribuição espacial da ocorrência de granizo em Santa Catarina. A mesorregião
mesorregião que possui o maior
número de ocorrências de granizo é a Oeste Catarinense, ( relacionada com as trajetó
trajetórias de CCMs)
CCMs)
seguido da Norte Catarinense e Vale do Itajaí
Itajaí.,(relacionada a Zona de Convergência do Atlântico Sul
(ZCAS)
vários municí
municípios possuem sistema antigranizo,
antigranizo, destacandodestacando-se Fraiburgo e São Joaquim, que
utilizam os queimadores de solo, com base em iodeto de prata e acetona,
acetona, alé
além de telas de nylon
e/ou plá
plástico na cobertura dos pomares para evitar prejuí
prejuízos na produç
produção macieira (YURI, 2003).
DestacamDestacam-se os episó
episódios do ano de 1987 e 1988, abrangendo vá
vários municí
municípios do Oeste
Catarinenses e do Vale do Itajaí
Itajaí. O de novembro de 1987 deixou 68.550 desabrigados e 13 ví
vítimas
fatais e o de outubro de 1988 deixou 20.982 desabrigados. Figuras
Figuras 9.4 e 9.5.( Fonte: Folha
Catarinense, 1998; AMURC, 2004.)
10.2 Aná
Análise espaç
espaço-temporal
No perí
período de 1980 a 2003, ocorreram 502 episó
episódios de vendavais no Estado de Santa Catarina,
causando principalmente destelhamentos de edificaç
edificações, destruiç
destruições de plantaç
plantações e mortes de
animais.
Na Figura 10.1, Frequência anual de venadavais (1980 a 2003) observaobserva-se que os episó
episódios de
vendavais apresentaram picos significativos em 1984, 1987, 1998 e 2003.
Em 1984,
1984, os maiores índices no inverno,
inverno, principlamente sobre a messoregião Oeste Catarinense,
em funç
função da passagem de suscessivos sistemas frontais, que nesta época do ano apresentam uma
trajetó
trajetória mais continental (MONTEIRO, 2001).
Em 1987,
1987, os maiores indices na primavera,
primavera, Oeste Catarinense ,devido aos Complexos Convectivos
de Mesoescala (CCM), que originam ventos fortes, granizo e tornados (SILVA DIAS,
DIAS, 1996).
Em 1998,
1998, não houve predomí
predomínio de registros em uma determinada época do ano. Dessa forma,
associaassocia-se esses vendavais com as principais instabilidades que ocorreram
ocorreram no Estado, como as
frentes frias, CCMs e sistemas convectivos intensos.
Em 2003,
2003, os maiores indices na primavera devido a presenç
presença de áreas de instabilidades,
intensificadas pelos jatos em baixos ní
níveis, e principalmente pela atuaç
atuação dos CCMs.
CCMs.
Na Figura 10.2, Frequência mensal de vendavais (1980 a 2003). A primavera é a estaç
estação mais
propí
propícia aos vendavais, principalmente pela atuaç
atuação dos CCMs no Oeste Catarinense que, por
serem áreas de intensa instabilidade, favorecem a ocorrência destes eventos.
eventos. DestacaDestaca-se, també
também o
mês de julho (inv.), que pode ser explicado pelas passagens dos sistemas frontais,
frontais, també
também gerando
áreas de instabilidade sobre todo o territó
território catarinense (MONTEIRO, 2001).
10.1 Conceitualizaç
Conceitualização
A defesa Civil conceitua cendavais como : deslocamentos violentos de ar, na forma de rajadas, de
uma área de alta pressão para outra de baixa pressão, associados a tempestades
tempestades severas ,os quais
podem gerar sé
sérios danos e prejuí
prejuízos, como destelhamentos e destruiç
destruição de edificaç
edificações, quedas de
árvores e postes de energia elé
elétrica, destruiç
destruição de plantaç
plantações e, ocasionalmente, feridos e mortes
(CASTRO, 2003).
De acordo com a escala Beaufort, os ventos com potencial destrutivos
destrutivos correspondem principalmente
aos classificados como forç
força 10, cujas velocidades variam de 89 a 102 km/h (SPARKS, 2003).
Nascimento (2005) comenta que uma tempestade severa esta associada
associada a intensos sistemas
convectivos, caracterizados por nuvens com grande desenvolvimento
desenvolvimento vertical (aproximadamente 15
km), també
também chamadas de cumulonimbus.
cumulonimbus. Estas nuvens estendemestendem-se lateralmente no topo,
assumindo a configuraç
configuração de uma bigorna (nuvem cogumelo).
Quando essas tempestades ocorrem de forma isolada, apresentam diâmetros
diâmetros inferiores a 25 km e
duraç
duração de uma a duas horas, podendo gerar precipitaç
precipitações intensas, granizo, vendavais e tornados
(AYOADE, 2002).
Alé
Além disso, esses fenômenos també
também podem ocorrer associados a outros sistemas atmosfé
atmosféricos,
como sistemas frontais, sistemas convectivos de mesoescala,
mesoescala, ciclones extratropicais e tropicais
(furacões) (VIANELLO e ALVES, 1991; AYOADE, 2002).
Os ciclones extratropicais mais severos geralmente apresentam ventos
ventos com intensidade que variam
entre 89 a 117 km/h. A partir desta intensidade, independente do tipo de fenômeno atmosfé
atmosférico, os
ventos adquirem intensidade e poder de destruiç
destruição semelhantes aos de furacões (COCH, 1994;
SPARKS, 2003).
89
80
Freqüência anual
70
79
Média
69
60
59
Freqüência
50
40
30
49
39
29
20
19
10
9
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
0
1984
1983
Freqüência
1982
1981
1980
10. VENDAVAL
Isabela Pena Viana de Oliveira Marcelino e Emerson Vieira Marcelino
Marcelino
-1
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Maio
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
13
11. TORNADO
Às maiores freqü
freqüencias (classe Muito Alta) estão todos localizados no Oeste Catarinense.
Catarinense.
Isso ocorre devido à atuaç
atuação dos CCMs que ai atuam principalmente durante a primavera.
Isabela Pena Viana de Oliveira Marcelino
Dentre os vendavais de maior magnitude destacamdestacam-se:
Feveiro de 1984,
1984, no municí
município de Brusque (Vale do Itajaí
Itajaí), que deixou 20.000 desabrigados.
Dezembro de 1987,
1987, acompanhado de granizo, no municí
município de Campo Erê (Oeste Catarinense) que
deixou 7.450 desabrigados.
Novembro de 1998,
1998, no municí
município de Caç
Caçador, deixando 3.660 desabrigados. RessaltaRessalta-se que todos
esses eventos geraram vultosos prejuí
prejuízos aos municí
municípios afetados.
As Figuras 10.3 e 10.4 exemplificam episó
episódios de vendavais ocorridos nos municí
municípios de
Joaç
Joaçaba,1998 e Meleiro, 2002 (Fonte DEDC.)
11.1 Conceitualizaç
Conceitualização
O tornado é considerado uma das mais violentas perturbaç
perturbações atmosfé
atmosféricas. O glossá
glossário da
American Meteorologial Society (AMS) define como uma intensa coluna de ar girató
giratória em contato
com a superfí
superfície terrestre, pendente de uma nuvem cumulifome e, freqü
freqüentemente (mas não sempre)
visí
visível como uma nuvem funil (GLICKMAN, 2000).
É importante ressaltar que é o ar em movimento e não a nuvem funil que forma o tornado e este
este
deve ter forç
força suficiente para causar danos à superfí
superfície terrestre (DOSWELL, 1997).
Os tornados podem ser classificados segundo o local de ocorrência:
ocorrência:
-Tromba d’á
gua (water
d’água
(water spout),
spout), quando ocorrem em superfí
superfície aquosa, como lagos, rios e oceanos; T
-Tornados, quando ocorrem na superfí
superfície terrestre (GLICKMAN, 2000).
As trombas d’á
guas geralmente são menos intensas, mais frequentes e comuns do que os tornados
d’águas
Os tornados são divididos de acordo com o tipo de instabilidade que os originam:
se surgem de supercé
supercélulas (nuvem de grande instabilidades atmosfé
atmosférica) são denominados de
tornados supercé
supercélula (supercell tornado);
tornado);
se surgem de nuvens com instabilidades menos intensas são denominados
denominados de tornados nãonãosupercé
supercélula (nonsupercell tornado)
tornado) (GLICKMAN, 2000).
Esses fenômenos també
também são classificados de acordo com sua intensidade. Devido a extrema
extrema
difí
difículdade de inserir equipamentos de mediç
medição no interior dos tornados, há
há uma ampla utilizaç
utilização da
estimativa da intensidade do fenômeno de acordo com os seus danos.
danos. A escala FujitaFujita-Pearson adota
essa estimativa, sendo uma das mais aceitas atualmente (Quadro 11.1).
11.1).
Escala Categoria Intensidade(m/s) Comprimento(km) Largura(m)
Danos
F0
Fraco
180 – 1,6
0 – 16
Leves
18-32
F1
Fraco
331,6 – 5
17 – 50
Moderados
33-49
F2
Forte
505,1 – 15,9
51 – 160
Considerá
50-69
Consideráveis
F3
Forte
700 16 – 50
161 – 508
Severos
70-92
F4
Violento
9351 – 159
540 – 1400 Devastadores
93-116
F5
Violento
117161 – 507
1600 – 5000 Incrí
117-142
Incríveis
11.2 Aná
Análise espaç
espaço-temporal
No perí
período de 1980 a 2003, ocorreram 43 episó
episódios de tornados em Santa Catarina.
Na Figura 11.1,Frequencia anual de tornados (1980 a 2003).
2003). A mé
média de ocorrência anual de
tornados nesse perí
período é de quase dois episó
episódios. Nos anos em que não houve registro não significa
que não tenham realmente ocorrido. Pois, tratatrata-se de um fenômeno desconhecido para a maior parte
da populaç
população, sendo muitas vezes registrado como um vendaval.
Os tornados ocorrem em ambientes atmosfé
atmosféricos també
também capazes de gerar chuvas intensas,
granizos e vendavais. Segundo Doswell e Bosart (2000), algumas evidências atmosfé
atmosférias podem
auxiliar na previsão desse tipo de situaç
situação, com base em três ingredientes bá
básicos: umidade elevada,
instabilidade atmosfé
é
rica
e
movimentos
verticais
ascendentes
do ar.
atmosf
Brooks et. al (2003), analisando os locais no mundo mais propí
propícios para ocorrerem tempestades
torná
tornádicas,
dicas, estimou que a Região Sul do Brasil é a segunda mais favorá
favorável. Essa região fica atrá
atrás
somente dos Estados Unidos.
Na Figura 11.2, Frequência mensal de tornados (1980 a 2003)
2003) ,observa,observa-se que as estaç
estações do verão
(Jan. e Fev.) e primavera (Set., Out e Nov) como as de maior nú
número de ocorrências.
No verão, (perí
(períodos de maiores ocorrências) destacadestaca-se a atuaç
atuação dos sistemas convectivos
isolados. Na primavera, destacadestaca-se os Complexos Convectivos de Mesoescala (CCMs),que
CCMs),que podem
ocorrer associados aos sistemas frontais transientes, ocasionado chuvas fortes, granizo, vendavais e
tornados, (SILVA DIAS, 1996, (MARCELINO, 2003).
A presenç
presença de escoamenteo de noroeste em baixos ní
níveis troposfé
troposféricos favorece o transporte de
calor e umidade da Região Amazônica para a Região Sul do Brasil e, també
também geram condiç
condições
favorá
gua em Santa Catarina (MARCELINO, 2003).
favoráveis às ocorrências de tornados e trombas d’á
d’água
9
10
Freqüência anual
9
8
Média
8
7
7
Freqüência
5
4
5
4
3
3
2
2
1
1
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1984
1983
1982
1981
0
1980
Freqüência
6
6
0
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Maio
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
14
12. MARÉ
MARÉ DE TEMPESTADE
Frederico de Moraes Rudorff,
Rudorff, Jarbas Bonetti e Davis Moreno
Houve registros de ocorrências de tornados em todas as mesorregiões
mesorregiões do estado. Alguns municí
municípios
tiveram maior nú
número de registros desse fenômeno, destacandodestacando-se: Xanxerê,
Xanxerê, Florianó
Florianópolis,
Canoinhas, entre outros.
Oliveira (2000a; 2000b) classificou os tornados de acordo com a escala FujitaFujita-Pearson,
Pearson, encontrando
intensidades variando de F0 a F3. Dentre os episó
episódios de tornados de maior magnitude ocorridos em
Santa Catarina destacamdestacam-se o de Maravilha e São Joaquim, que foram classificados como F3.
F3.
O episó
episódio de Maravilha ocorreu em outubro de 1984 causando 5 ví
vítimas fatais, aproximadamente
200 feridos e 500 desabrigados.
O tornado no municí
município de São Joaquim deixou 5 ví
vítimas fatais, 80 feridos e 380 desabrigados. De
acordo com Marcelino (2003).
Esses dois episó
episódios estavam associados à divergência em altos ní
níveis, movimentos verticais
ascendentes e intensos escoamentos de noroeste em baixos ní
níveis. Em ambos os casos foram
verificados elevados valores de precipitaç
precipitação e umidade para as regiões de ocorrência.
A Figura 11.3 mostram a seqü
gua ocorrida em São Francisco
seqüência de formaç
formação de uma tromba d’á
d’água
do Sul, litoral norte catarinense, em janeiro de 1996.
14
16
Freqüência anual
12
14
M édia
12
10
10
Freqüência
8
6
4
8
6
4
2
2
0
20
03
20
02
20
01
20
00
19
99
0
19
98
Freqüência
A maré
maré de tempestade, ( “ressaca”
ressaca”), é um tipo de inundaç
inundação costeira causada pela sobresobre-elevaç
elevação do ní
nível do mar
durante eventos de tempestade.
Ela resulta do empilhamento da água oceânica induzido pelo cisalhamento do vento e pela presenç
presenç a de gradientes de
pressão atmosfé
atmosférica (CARTER, 1988).
Em geral a maré
maré de tempestade é mais intensa quanto maior for a pista (extensão da superfí
superfície aquosa sobre a qual
há atuaç
atuação do vento), a duraç
duração e a intensidade do vento. A direç
direção do vento també
também é importante, uma vez que, no
Hemisfé
Hemisfério Sul, o empilhamento ocorre à esquerda do sentido em que este está
está soprando em funç
função do transporte de
Ekman.
Ekman.
Região Sul do Brasil, as maré
marés de tempestade ocorrem durante a passagem de sistemas atmosfé
atmosféricos intensos como
as frentes polares atlânticas e os ciclones extratropicais.
O vento (principal forç
forçante)
ante) não é o único a determinantes de maré
maré de tempestade. O ní
nível do mar é controlado pela
complexa interaç
interação de ventos, pressão atmosfé
atmosférica, ondas, topografia local, como també
também a velocidade da trajetó
trajetória,
proximidade, duraç
duração e intensidade da tempestade na costa (CARTER, 1988). Estudos apontam que o ní
nível do mar
se eleva ou rebaixa em um centí
centímetro a cada milibar de mudanç
mudança na pressão atmosfé
atmosférica (HASLETT, 2000).
SobreSobre-elevaç
elevações excepcionais ocorrem durante tempestades intensas associadas a maré
marés de sizí
sizígia. Durante tais
eventos a elevaç
elevação do ní
nível do mar causada pela maré
maré de tempestade (maré
(maré meteoroló
meteorológica), somada aos ní
níveis
extremos de maré
maré de sizí
sizígia (maré
(maré astronômica), pode causar inundaç
inundações severas nas comunidades costeiras
(WHITEHOUSE e BURTON, 1999).
No estado de Santa Catarina, Truccolo (1998) observou, para um perí
perí odo de cinco meses de monitoramento em São
Francisco do Sul, uma sobresobre-elevaç
elevação má
máxima de 115 cm devido à componente meteoroló
meteorológica da maré
maré associada a
ventos incidentes do quadrante sul.
Geralmente outros perigos costeiros como ondas, erosão e inundaç
inundação no interior també
também estão associados às
tempestades severas provocadas pela incidência de frentes frias e ciclones extratropicais (GARES et al., 1994).
Desta forma, a sobresobre-elevaç
elevação do ní
nível do mar causada pela maré
maré de tempestade, alé
além de poder provocar
inundaç
inundações costeiras, aumenta o ní
nível de base de ataque das ondas oceânicas combinadas com as ondas
ondas geradas
pela pró
própria tempestade (BASCOM, 1980). Como resultado há
há forte fluxo de água e transporte de sedimentos nas
áreas susceptí
susceptíveis à erosão, resultando em danos e destruiç
destruição de construç
construções e infrainfra-estruturas localizadas na orla
marí
marítima. Alé
Além disso, o empilhamento da água na costa dificulta o escoamento das águas fluviais, intensificando as
inundaç
inundações à montante durante eventos pluviais intensos.
12.2 Aná
Análise espaç
espaço-temporal
No perí
período de 1997 a 2003 foram identificados 26 registros de maré
marés de tempestade..
Entre 2000 e 2003, as maré
marés de tempestade deixaram nove municí
municípios em estado de emergência, um
em estado de calamidade pú
pública, 84 desabrigados, 219 desalojados, 1.900 afetados.
A Figura 12.1 Frequência anual de maré
marés de tempestades (1997 a 2003) indica mé
média de 3,7mares de
tempestades por ano. O pico verificado em 2001 esteve relacionado
relacionado à ocorrência de um ciclone
extratropical muito intenso em condiç
condição de maré
maré de sizí
sizígia entre os dias 5 e 8 de maio.
A Fig. 12.2 Frequência mensal de maré
marés de tempestades,
tempestades, destaca o mês de maio como o mais intenso.
Segundo jornal A Notí
Notícia (08/05/2001), foi o evento mais severo dos últimos 20 anos. Somente nesta
ocasião, onze municí
municípios foram atingidos, deixando o de Barra Velha em estado de calamidade
calamidade pú
pública e
os municí
municípios Bal.
Bal. Barra do Sul, Bal.
Bal. Camboriú
Camboriú, Bombinhas (Figura 12.3), Itapema, Itapoá
Itapoá (Figura 12.4) e
Navegantes em estado de emergência. Muitos desses municí
municípios apresentam grandes concentraç
concentrações
urbanas na orla marí
marítima, expondo casas, pré
prédios, estradas, infrainfra-estrutura urbana a estas adversidades .
19
97
12.1 Conceituaç
Conceituação
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Maio
Jun.
Jul.
A go.
S et.
Out .
Nov.
Dez.
15
A maioria dos municí
municípios mais vulnerá
vulneráveis a maré
marés de tempestade está
está localizada no Litoral Norte,
devido à presenç
presença local de grandes balneá
balneários
Algumas previsões relacionadas aos efeitos das mudanç
mudanças climá
climáticas globais indicam que a
intensidade das tempestades costeiras deverá
deverá aumentar nos pró
próximos anos (EISMA, 1995). Alé
Além
disso, todos os cená
cenários projetados pelo Painel Intergovernamental em Mudanç
Mudanças Climá
Climáticas
apontam para um aumento do ní
nível do mar neste sé
século (MCCARTY et al., 2001). Neste contexto,
em virtude do aumento da concentraç
concentração populacional na zona costeira esperaespera-se també
também um
aumento da vulnerabilidade dessas comunidades às maré
marés de tempestade.
Desta forma, o gerenciamento costeiro integrado deve exercer um papel fundamental no
ordenamento da ocupaç
ocupação desse espaç
espaço, principalmente nas comunidades mais vulnerá
vulneráveis à
ocorrência de maré
marés de tempestade.
Desta forma, o gerenciamento costeiro integrado deve exercer um papel fundamental no
ordenamento da ocupaç
ocupação desse espaç
espaço, principalmente nas comunidades mais vulnerá
vulneráveis à
ocorrência de maré
marés de tempestade .
13.1 Conceitualizaç
Conceitualização
Nos dias 27 e 28 de març
março de 2004 a região sul de Santa Catarina foi afetada por um fenômeno
fenômeno
atmosfé
atmosférico atí
atípico, denominado como Furacão Catarina,
Em virtude de seu cará
caráter iné
inédito e de sua complexidade,Muitos pesquisadores defendiam que o
Catarina foi um ciclone tropical (furacão), outros classificamclassificam-no como um ciclone extratropical ou
mesmo um fenômeno hí
híbrido.
12.4 Referências bibliográ
bibliográficas
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interação oceanooceano-atmosfera sobre a morfodinâmica das praias do litoral central do Rio Grande do Sul,
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Química, Fí
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Geológica) – Fundaç
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beaches. New York, USA: Anchor Press, 1980. 366 p.
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Routledge, 2000. 218
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2001. 89 p.
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Cambrige, UK: Cambridge
University Press,
Press, 2001. 1050 pp.
TRUCCOLO, E. C. Maré
Maré meteoroló
meteorológica e forç
forçantes atmosfé
atmosféricas locais em São Francisco do Sul – SC.
SC. 1998. 100 p. Dissertaç
Dissertação
(Mestrado em Engenharia Ambiental) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianó
Florianópolis, 1998.
WHITEHOUSE, G.; BURTON, J. R. Water Hazards, Resources and Management
Management for Disaster Prevention: A Review of the Asian Conditions.
In: IDNDRIDNDR-ESCAP REGIONAL MEETING FOR ASIA: RISK REDUCTION & SOCIETY IN THE 21ST CENTURY. Proceedings…
Proceedings… Bangkok,
1999.
Para resolver tal impasse, foi realizado nos dias 28 e 29 de junho
junho de 2005, no Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) em São José
José dos Campos (SP), um Workshop sobre o Catarina, que
contou com a participaç
participação de pesquisadores brasileiros e de instituiç
instituições internacionais
especializadas no estudo e previsão de furacões.
Conforme publicado no Jornal da Ciência nº
nº. 2802, de 01 de julho de 2005, os pesquisadores
concluí
concluíram que o Catarina foi classificado como um furacão, apesar de não
não ter apresentado
caracterí
características tí
típicas durante o seu processo de formaç
formação.
Com relaç
relação ao seu desenvolvimento, o fenômeno comportoucomportou-se como um ciclone extratropical em
sua origem (24 e 25/03/04), uma vez que o Atlântico Sul é uma região propí
propícia para formaç
formações e
passagens destes sistemas (SATYAMURTY et al., 1990; GAN, 1992). A partir do momento que o
ciclone assumiu uma forma circular, associado a um olho central bem definido, e começ
começou a deslocar
em direç
direção à costa brasileira (26 e 27/03/04), assumiu caracterí
características de um furacão. Na noite do dia
27/03/04 e madrugada do dia 28/03/04, o Catarina atingiu a costa catarinense e gaú
gaúcha causando
danos intensos, tí
típicos de um furacão.Foram relacionados às edificaç
edificações (casas, galpões, estufas,
postos de gasolina, etc.), infrainfra-estrutura urbana (rede elé
elétrica, telefonia, estradas, etc.), agricultura
(milho, arroz, banana, etc.), flora e fauna, alé
além de afetar milhares de pessoas.
13. FURACÃO CATARINA
Emerson Vieira Marcelino ;Frederico de Moraes Rudorff;
Rudorff; Roberto Fabris Goerl e
Isabela Pena Viana de Oliveira Marcelino
13.2 Aná
Análise dos questioná
questionários aplicados nos municí
municípios impactados
As áreas mais intensamente afetadas pelo Catarina foram às constituí
constituídas por populaç
população de baixa renda, de
até
até dois salá
salários mí
mínimos (50%).
Com relaç
relação à moradia, sobressaí
sobressaíram as residências de 4 a 6 cômodos (61%). 94% das casas possuí
possuíam
um pavimento e a maioria era mista ou de tijolos/alvenaria (54%).
(54%).
Segundo os moradores, às chuvas foram intensas, de longa duraç
duração e acompanhadas pelos fortes ventos.
Durante a passagem do fenômeno cerca de 79% dos entrevistados protegeram
protegeram--se no interior de suas casas,
principalmente no banheiro ou em um cômodo seguro da casa, conforme
conforme recomendaç
recomendações da Defesa Civil. Já
Já
os moradores das residências mais frá
frágeis protegeramprotegeram-se nas casas de amigos (33%) ou familiares (52%).
Os danos que predominaram na região foram principalmente os relacionados
relacionados à perda parcial ou total das
coberturas das edificaç
edificações, como destelhamentos e destruiç
destruição de telhados (Figura 13.1).
13.1). As telhas de
cimento e fibras de amianto (CFA) 6 e 8 mm, foram os mais suscept
susceptíveis a forç
força dos ventos.
Na área rural os maiores prejuí
prejuízos ocorreram nas culturas de milho e hortihorti-fruticulturas comumente
cultivados na região atingida (Figura 13.2).
Todos os municí
municípios sofreram principalmente com a falta de energia elé
elétrica, de comunicaç
comunicação e no
abastecimento de água.
Apesar de terem contraí
contraído doenç
doenças , a maioria dos entrevistados afirmou estar tomando algum tipo
tipo de
medicamento, principalmente calmantes, devido ao grande choque emocional
emocional .
Cerca de 96% dos entrevistados tinham sido informados sobre a ocorrência
ocorrência do furacão, as rá
rádios
destacaramdestacaram-se como a principal fonte transmitindo os alertas e recomendaç
recomendações da Defesa Civil.
todos responderam que nunca tinham presenciado um fenômeno similar
similar e de tamanha proporç
proporção. No
entanto, 59% dos entrevistados acreditam que outro fenômeno com caracterí
características e poder de destruiç
destruição
similar ao Catarina poderá
poderá ocorrer nos pró
próximos anos.
16
Tabela 13.1 são apresentadas às classes de intensidades de danos usado no mapa.
Classe
Caracterí
Características
Muito Alta
Danos generalizados, com destruiç
destruição de muitas casas de madeira e
de tijolos. Grandes árvores tombadas e quebradas. Perda total na agricultura.
Alta
Destruiç
Destruição de telhados, danos estruturais nas edificaç
edificações. Muitas árvores
tombadas e quebradas.
Média
Destelhamentos freqü
freqüentes e destruiç
destruição de algumas estufas e galpões. Poucas
árvores tombadas.Grandes perdas na agricultura.
Baixa
Perdas de algumas telhas (destelhamento leve). Muitos galhos de árvores
quebrados. As maiores perdas foram na agricultura.
Na Fig.13.3
Fig.13.3 danos sobre as edificaç
edificações. Fig. 13.3c e 13.3d representam os danos nas estufas de
fumo, edificaç
edificações frá
frágeis. Fig. 13.3a e 13.3b, que foram as que mais resistiram às rajadas de ventos.
Na Fig.13.4. (a) e (b) casas de madeira; (c) casa de tijolo; e (d) casa de alvenaria.
alvenaria.
O nú
número total de edificaç
edificações danificadas e destruí
destruídasdas- 53.728 e 2.194, respectivamente
corresponde a 36,4% do total de edificaç
edificações existentes na área afetada pelo furacão.
(a)
(b)
(a)
(b)
Toda a região sofreu com a falta de energia elé
elétrica em funç
função da queda dos postes .(Figura 13.5a).
Com respeito à flora, (Figura 13.5b e 13.5c),plantaç
13.5c),plantações inteiras de eucaliptos foram fortemente
danificadas nos municí
municípios litorâneos, observou –se o efeito “paliteiro”
paliteiro”, ( galhos foram arrancados
restando, somente, os troncos das árvores). Centenas de árvores caí
caíram sobre a BRBR-101 deixando
os municí
municípios isolados . A mata nativa apesar de mais resistente muitas foram derrubadas.
13.5 Classificaç
Classificação da intensidade do fenômeno
De acordo com a escala SaffirSaffir-Simpson,
Simpson, utiilizada pela NOAA (National
(National Oceanic and Atmospheric
Administration)
Administration) para classificar os furacões com base nos danos e na intensidade
intensidade dos ventos, os
danos referentes à classe 1 (ventos de 119 a 153 km/h), correspondem aos destelhamentos,
destelhamentos, árvores
derrubadas e galhos quebrados.. Estas foram às caracterí
í
sticas
da classe Baixa do Mapa de
caracter
Intensidade (Mapa 34),.Na classe 2 da escala SaffirSaffir-Simpson,
Simpson, com ventos que variam de 154 a 177
km/h, os principais danos observados são: grandes árvores tombadas, danos estruturais em
telhados, casas de madeira destruí
destruídas e presenç
presença de muitos projé
projéteis (SIMPSON, 1974; COCH,
1994; FEMA, 2000). Estes danos são extremamente similares ao da classe Muito Alta do Mapa de
Intensidade (Tabela 13.1). Assim, com base nos dados e informaç
informações levantadas, o Furacão
Catarina foi classificado como classe 2 devido a grande quantidade
quantidade de edificaç
edificações danificadas e
destruí
destruídas, que confirmam que a velocidade dos ventos (rajadas) podem ter
ter atingido 180 km/h.
(a)
(a)
(d)
(c)
(d)
13.6 Consideraç
Considerações finais
O fenômeno apresentou três fases distintas.
1 fase foi marcada pelos fortes ventos do quadrante sul.
2-segunda fase, durante a passagem do olho, foi caracterizada pela calmaria, ausência de
precipitaç
precipitação, baixa pressão e elevada temperatura.
3- fase, os ventos do quadrante norte foram os mais intensos, apresentando
apresentando alto poder de destruiç
destruição,
fortes chuvas e baixa temperatura em relaç
relação ao olho.
Nas áreas urbanas, a maioria das comunidades afetadas era de baixa renda
renda e o tipo de dano mais
freqü
freqüente foi à destruiç
destruição parcial e total dos telhados.
Nas áreas rurais, em locais com relevo acidentado, os prejuí
prejuízos foram principalmente com as
culturas de banana e reflorestamento de eucaliptos.
Nas áreas de planí
planície, o generalizado acamamento dos arrozais, somado a destruiç
destruição das
plantaç
ç
ões
de
milho,
també
é
m
contribuí
í
ram
para
elevar
os
prejuí
planta
tamb
contribu
prejuízos na agricultura.
Os danos mais intensos causados pelo Furacão Catarina foram observados
observados principalmente nos
municí
municípios localizados na orla marí
marítima.
. 13.7 Referências bibliográ
bibliográficas
CALEARO, D. S.; ARAÚ
ARAÚJO, G.; CORREA, C.; MORAES, M.; RODRIGUES, M. L.; MONTEIRO, M.; MARTINS, M.;
VICTORIA, R.; ARAÚ
ARAÚJO, C. E. de. Monitoramento do Catarina no centro operacional da EPAGRI/CLIMERH. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, 13., 2004, Fortaleza. Anais...
Anais... Fortaleza: 2004. 1 CDCD-ROM.
COCH, N. K. Geologic effects of hurricanes. Geomorphology,
Geomorphology, v. 10, n. 11-2, p. 3737-63, 1994.
DIAS, P. L. S.; DIAS, M. A. S.; SELUCHI, M.; DINIZ, F. A. O Ciclone
Ciclone Catarina: aná
análise preliminar da estrutura,
dinâmica e previsibilidade. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA,
METEOROLOGIA, 13, 2004, Fortaleza. Anais...
Fortaleza: 2004. 1 CDCD-ROM.
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shelters.
Washington: FEMA, 2000. (FEMA 361).
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Sul. 1992. 195 p. Tese (Doutorado em Meteorologia) –
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José
José dos Campos. (INPE/5400(INPE/5400-TDI/479).
MARTINS, M.; VICTÓ
VICTÓRIA, R.; MONTEIRO, M.; MORAES, M.; CALEARO, D.; ARAÚ
ARAÚJO, G.; CORREA, C.;
RODRIGUES, M. L. Comportamento da pressão atmosfé
atmosférica e do vento má
máximo no episó
episódio Catarina: resultados
preliminares. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, 13., 2004,
2004, Fortaleza. Anais... Fortaleza: 2004. 1
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SATYAMURTY, P.; FERREIRA, C. C.; GAN, M. A. Cyclonic vortices over
over South America. Tellus (A),
(A), v. 42, n. 1, p.
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SIMPSON, R. H. The hurricane potential scale. Weatherwise,
Weatherwise, v. 27, p. 179179-186, 1974.
(c)
14. DESASTRES NATURAIS EM SANTA CATARINA: FREQÜ
FREQÜÊNCIA E
ESPACIALIZAÇ
ESPACIALIZAÇ ÃO DOS EPISÓ
EPISÓDIOS CLIMÁ
CLIMÁTICOS IMPACTANTES NO
PERÍ
PERÍODO DE 1980 A 2004.
Maria Lú
Lúcia de Paula Herrmann
O Estado de Santa Catarina apresentou ao longo de ¼ de sé
século as mais diversas manifestaç
manifestações de
adversidades atmosfé
atmosféricas que causaram desastres em centenas de municí
municípios catarinenses.
foram totalizadas 1.299 ocorrências de inundaç
inundações graduais, 555 de inundaç
inundações
bruscas, 140 de escorregamentos, 492 de estiagens, 342 de granizos,
granizos, 502 de
vendavais e 43 episó
episódios de tornados .A partir de 1998, també
também foram computados 26
episó
episódios de maré
marés de tempestade.
Demonstrativo dos totais das principais ocorrências de desastres
desastres naturais no Estado de Santa
Catarina (1980 a 2003).
Legenda: (IG) inundaç
inundação gradual; (IB) inundaç
inundação brusca; (ESC) escorregamento; (ES) estiagem;
(GR) granizo; (VE) vendaval; (TOR) tornado
1400
1200
1000
Número de ocorrências
(c)
(b)
800
600
400
200
0
IG
IB
ESC
ES
GR
VE
TOR
17
Desastres Naturais - Municí
Municípios do Estado de Santa Catarina classificados com
frequência (Muito Alta) de Desastres Naturais no perí
período 1980 a 2007.
período de 1980 a 2007
Desastres Naturais
1229 ocorrências de inundaç
inundações graduais,
701 de inundaç
inundações bruscas,
140 de escorregamentos,
780 de estiagens,
422 de granizos,
549 de vendavais e
43 episó
episódios de tornados.
A partir de 1998, foram computados 28 episó
episódios de maré
marés de tempestade, destacando no ano
de 2004 o iné
inédito episó
episódio do Furacão Catarina.
Número de Ocorrências
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
IG
IB
ESC
ES
GR
VE
TOR
MA
Fig. 2 - Demonstrativo dos totais das principais ocorrências de desastres naturais
no Estado de Santa Catarina (1980 a 2007) (Herrmann Org. (2007)
1717-0404-2009
69
1717-0404-2009
14.2 Demonstrativo mensal das ocorrências de desastres naturais no estado de Santa
Catarina
14.3 Demonstrativo mensal das ocorrências por tipo de desastres naturais no estado de Santa
Catarina (1980 a 2003).
260
400
240
Número de ocorrências
350
Inun. Gradual
Inun. Brusca
220
300
Escorregamento
Estiagem
250
200
200
180
150
50
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Maio
Inun. Gradual
Es corregam ento
Granizo
Tornado
450
400
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
Inun. Brus ca
Es tiagem
Vendaval
Número de ocorrências
100
Granizo
Vendaval
Tornados
160
140
120
100
80
350
Número de ocorrências
70
14.4 Demonstartivo anual das ocorrências por tipo de desastres naturais no estado de
Santa Catarina (1980 a 2003)
450
0
Fonte: Elaborado com base em Herrmann et al., (2007).
300
60
250
200
40
150
20
100
50
0
0
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Jan.
Fev.
Mar.
Abr.
Maio
Jun.
Jul.
Ago.
Set.
Out.
Nov.
Dez.
18
Mesorregião Norte Catarinense
A Mesorregião Norte Catarinense (Figura 14.7), composta por 26 municí
municípios, obteve um total de 301
registros de desastres naturais ao longo de 24 anos. Sendo 215 (71,4%)
(71,4%) referentes as inundaç
inundações,
em especial as inundaç
inundações graduais com 159 registros (52,8%) (Figura 14.8).
14.8).
Os municí
municípios mais afetados pelas inundaç
inundações foram Canoinhas (21 registros), Porto União (18),
Joinville (17) e Garuva (16). Os demais municí
municípios també
também foram atingidos, predominando os
registros inferiores a 10.
Nessa mesorregião, somando todos os desastres naturais, os 5 munic
municíípios mais impactados foram:
Canoinhas (36), Joinville (25), Garuva (20), Porto União (20) e Três Barras (20)
14.1 sintese dos desastres naturais por mesorregiões catarinenses
A mesorregião Oeste Catarinense (Fig.14.5),
(Fig.14.5), por possuir o maior nú
número de municí
municípios do estado
(118), foi a que apresentou o maior nú
número de desastres naturais, isto é, 1.519 registros ao longo de
24 anos. conforma Figura 14.6,
14.6, 596 (39,2%) referemreferem-se às inundaç
inundações, sendo que 440 (29,0%)
estão relacionados às inundaç
inundações graduais e 156 (10,3%) as inundaç
inundações bruscas. Essa mesorregião
foi a mais afetada pelas estiagens, com 396 registros (26,1%), Nessa
Nessa mesorregião, somando todos
os desastres naturais, os 5 municí
municípios mais impactados foram: Xanxerê (39), Chapecó
Chapecó (38), Anchieta
(36), Palma Sola (32) e São José
José do Cedro (31
MESORREGIÃO II – NORTE CATARINENSE
490000
490000
690000
690000
590000
590000
MESORREGIÃO I – OESTE CATARINENSE
290000
290000
490000
490000
390000
390000
60
S
AR G ENT I N A
7100000
7100000
T
A
D
50
O
D
O
P
A
R
A
N
S
T
A
D
O
7100000
7100000
E
E
D
O
P
A
R
50
Joinville
Á
40
40
São Miguel
O
R I
7000000
7000000
7000000
7000000
Concórdia
D
Blumenau
Videira
% 30
Videira
Chapecó
O
Caçador
Caçador
Xanxerê
E S T D
Curitibanos
Curitibanos
G
R A
N D
D
O
U
10
20
Carta Imagem do Satélite Landsat 7 – ETM
Fusão dos canais – visível, infravermelho e pancromático
MESORREGIÃO II – NORTE CATARINENSE
0
40
0
IG
IB
80 km
ESC
ES
GR
Desastres Naturais
VE
IG
Carta Imagem do Satélite Landsat 7 – ETM
Fusão dos canais – visível, infravermelho e pancromático
TOR
IB
N
40 km
Total: 1519
40
0
ESC
ES
GR
Desastres Naturais
VE
TOR
Total: 301
80 km
Projeção Universal Transversa de Mercartor
Datum WGS 84
Fonte do Mosaico: U.S. Geological Survey
Projeção Universal Transversa de Mercartor
Datum WGS 84
Fonte do Mosaico: U.S. Geological Survey
Mesorregião Serrana
A Mesorregião Serrana (Figura 14.9),
14.9), composta por 30 municí
municípios, foi a que apresentou o menor
número de desastres naturais em comparaç
comparação com as demais. Foram registrados 244 desastres no
perí
período de 1980 a 2004, sendo que as inundaç
inundações foram as mais freqü
freqüentes, totalizando 136
registros (55,7%). Desses, 43,4% foram inundaç
inundações graduais e 12,3% bruscas, Fig. 14.10.).
14.10.).
As estiagens e os vendavais obtiveram os mesmos nú
números de registros, ou seja, 39 (16,0%)
Nessa mesorregião, somando todos os desastres naturais, os 5 munic
municíípios mais impactados foram:
Lages (22), São Joaquim (21), Campos Novos (20), Abdon Batista (15) e Urubici (15 ).
MESORREGIÃO III – SERRANA
590000
0
+
N
490000
490000
10
Lages
L
+
40 km
% 30
Rio do Sul
Florianópolis
E
S
390000
390000
Itajaí
20
O
MESORREGIÃO I – OESTE CATARINENSE
60
Á
N
A
Canoinhas
690000
Mesorregião Vale do Itajaí
Itajaí
A Mesorregião Vale do Itajaí
Itajaí (Fig. 14.11), composta por 54 municí
municípios, corresponde à segunda maior
em nú
número de municí
municípios, embora possua 50% menos que o da Mesorregião do Oeste Catarinense.
Catarinense.
O nú
número total de desastres naturais registrado foi de 674, sendo que
que as inundaç
inundações representaram
as maiores ocorrências, isto é, 449 registros que corresponde a 66,6% (Figura 14.12). Dessas, 284
(42,1%) foram de inundaç
inundações graduais e 165 (24,5%) de inundaç
inundações bruscas.
No estado, a bacia do Itajaí
Itajaí costumeiramente é a mais afetada pelas inundaç
inundações, e os municí
municípios
que apresentaram o maior nú
número de registros foram Blumenau (32), Rio do Sul (18), Ituporanga
(17), Benedito Novo (15), Salete (15) e Itajaí
Itajaí (15). Todos os municí
municípios apresentaram registros de
inundaç
inundações durante o perí
período 1980 a 2004.
Nessa mesorregião, somando todos os desastres naturais, os 5 munic
municíípios mais impactados foram:
Blumenau (47), Ituporanga (31), Salete (23), Rio do Sul (21) e Itajaí
Itajaí (21).
MESORREGIÃO IV – VALE DO ITAJAÍ
Caçador
590000
D
O
60
60
50
Lages
Blumenau
50
Itajaí
O
R
40
I
40
Rio do Sul
O
6900000
6900000
D
São Francisco
do Sul
Rio do Sul
Curitibanos
70
000
00
7000
00
0
7000000
Concórdia
E S
T
690000
690000
Blumenau
Videira
G
São Joaquim
R
A
N
D
% 30
Tubarão
E
D O
% 30
Florianópolis
Criciúma
S UL
20
20
Lages
10
MESORREGIÃO III – SERRANA
10
Carta Imagem do Satélite Landsat 7 – ETM+
Fusão dos canais – visível, infravermelho e pancromático
MESORREGIÃO IV – VALE DO ITAJAÍ
N
40 km
0
+
40
Proje ção Universal Trans versa de Mercartor
Datum WGS 84
Fonte do Mosaico: U.S. Geological Survey
80 km
0
Carta Imagem do Satélite Landsat 7 – ETM
Fusão dos canais – visível, infravermelho e pancromático
0
N
IG
IB
ESC
ES
GR
Desastres Naturais
VE
TOR
Total: 244
25 km
0
25
50 km
Projeção Universal Transversa de Mercartor
Datum WGS 84
Fonte do Mosaico: U.S. Geological Survey
IG
IB
ESC
ES
Desastres Naturais
GR
VE
TOR
Total: 674
19
Mesorregião Grande Florianó
Florianópolis
Na Grande Florianó
Florianópolis (Fig.14.13),
(Fig.14.13), foram computados 288 desastres naturais ao longo de 24
anos. As inundaç
inundações, com um total de 204 registros (70,8%), representaram o maior
maior nú
número (Fig.
14.14); sendo 132 (45,8%) episó
episódios de inundaç
inundações graduais e 72 (25%) de inundaç
inundações bruscas.
Dentre os 21 municí
municípios que compõem a mesorregião, os que apresentaram os maiores nú
números de
registros de inundaç
inundações foram Florianó
Florianópolis (21), Palhoç
Palhoça (17), Biguaç
Biguaçu (16), Antônio Carlos (14).
Os escorregamentos (26) e vendavais (27), somados, correspondem a 18,4% dos desastres. O
municí
município de Florianó
Florianópolis destacoudestacou-se com 9 episó
episódios de escorregamentos e 5 de vendavais.
Somando todos os desastres naturais, os 5 municí
municípios mais impactados foram: Florianó
Florianópolis (38),
Biguaç
Biguaçu (24), São José
José (22), Palhoç
Palhoça (21) e Antônio Carlos (21).
Mesorregião Sul Catarinense
Na mesorregião Sul Catarinense (Fig. 14.15), foram registrados 346 episó
episódios de desastres naturais,
sendo que a maioria esteve relacionado às inundaç
inundações, totalizando 257 registros (74,3%).
Dessas inundaç
inundações levantadas, 179 referemreferem-se às inundaç
inundações graduais (51,7%) e 78 as inundaç
inundações
bruscas (22,5%), conforme Fig. 14.16.
14.16.
Dentre os 44 municí
municípios que compõem a mesorregião, os mais afetados pelas inundaç
inundações foram
Araranguá
Araranguá (11), Imbituba (10), Sombrio (10), Meleiro (10), Rio Fortuna (10), Armazé
Armazém (9) e Orleãns
(9). Os 45 episó
episódios de vendavais (13,0%) afetaram principalmente os municí
municípios de Imbituba com 5
registros, e de Araranguá
Araranguá e Laguna com 4 registros cada.
Somando todos os desastres naturais, os 5 municí
municípios mais impactados foram: Araranguá
Araranguá (18),
Imbituba (17), Meleiro (15), Armazé
Armazém (15) e Laguna (14).
MESORREGIÃO VI – SUL CATARINENSE
MESORREGIÃO VI – GRANDE FLORIANÓPOLIS
590000
590000
590000
5 90 0 00
790000
690000
690000
Lages
6900000
7000000
Itajaí
Blumenau
7000000
7000000
60
60
Rio do Sul
São Joaquim
50
50
Tubarão
Tubarão
ESTA
DO D
O R I
O
GRA
NDE
DO S
UL
40
Florianópolis
6900000
6800000
6900000
6900000
% 30
40
Criciúma
% 30
Araranguá
20
20
São Joaquim
10
10
MESORREGIÃO VI – SUL CATARINENSE
MESORREGIÃO V – GRANDE FLORIANÓPOLIS
Carta Imagem do Satélite Landsat 7 – ETM+
Fusão dos canais – visível, infravermelho e pancromático
N
25 km
0
25
50 km
Projeção Universal T ransversa de Mercartor
Datu m WGS 84
Fo nte d o Mosaico: U.S. Geological Survey
Carta Imagem do Satélite Landsat 7 – ETM+
Fusão dos canais – visível, infravermelho e pancromático
0
IG
IB
ESC
ES
GR
VE
Desastres Naturais
TOR
Total: 288
Desastres Naturais – Os Eventos de Novembro de 2008
N
25 km
0
25
50 km
Projeção Universal Transversa de Mercartor
Datum WGS 84
Fonte do Mosaico: U.S. Geological Survey
0
IG
IB
ESC
ES
GR
Desastres Naturais
VE
TOR
Total: 346
Desastres Naturais – Os Eventos de Novembro de 2008
Mapa do Estado de Santa CatarinaCatarina-BR, destacando a bacia do rio Itajaí
Itajaí
No Alto Vale a drenagem encontraencontra-se encaixada formando
pequenos Canyons com alta velocidade de escoamento,
intenso poder erosiva e grande capacidade de transporte
de sedimentos; Os altiplanos estão esculpidos sobre
rochas sedimentares paleozó
paleozóicas (argilitos
(argilitos,, siltitos
folhelhos e arenitos) e mesozó
mesozóicas (arenitos Botucatu e
basalto Serra Geral).
no Mé
Médio Vale a aç
ação da drenagem não é tão intensa,
quanto a do Alto Vale, onde as rochas sedimentares
existentes foram erodidas anteriormente aflorando
rochas metamó
metamórficas nas suas margens;
já no Baixo vale, ocorre o alargamento da planí
planície
sedimentar com altitudes muitas vezes abaixo de
100m, onde a drenagem apresenta baixa capacidade
erosiva, menor velocidade de escoamento, baixa
capacidade de transporte de sedimentos, surgindo as
.
As serras
litorâneas são esculpidas sobre rochas
mais antigas do embasamento. As rochas
magmá
magmáticas e metamó
metamórficas pré
précambrianas do embasamento geoló
geológico
(Complexo Luiz Alves, Grupos Brusque e
Itajaí
Itajaí, e granitos intrusivos diversos)
constituem o substrato geoló
geológico da parte
oriental da bacia.
várzeas e as planí
planícies de aluvião
1717-0404-2009
Imagem de satélite Landsat, destacando a
79
Mesorregião do vale do Itajaí.
20
Na escala mensal os maiores volumes de chuva acumulados
foram verificados no Vale do Itajaí e no Litoral Norte, com totais de
1143 mm
em São Francisco do Sul, 940 mm
em Joinville, 912,4mm em Blumenau,
880 mm em Itapoá e 687,3mm em Itajaí.
Em relação à climatologia do mês, as chuvas acumuladas no
Litoral Norte e Vale do Itajaí, estiveram entre 350 e 400% acima do
esperado, e aproximadamente 270% acima da média climatológica
na região da Grande Florianópolis
– Baixo vale da bacia hidrográ
hidrográfica do rio Itajaí
Itajaí-Açu.
Fonte: REFOSCO, 2003. Elaboraç
Elaboração: Soraia L. Porath
Porath,,S/d
,,S/d
no mês de novembro de 2008 as chuvas foram excepcionais, com
totais pluviomé
pluviométricos mensais desde então nunca antes
registrados para o Estado, deixando mais de 50 municí
municípios da
zona costeira em estado de emergência, sendo que dez
decretaram calamidade pú
pública.
Segundo Cliram/
Cliram/Epagri,
Epagri, (2008), os maiores volumes de chuva
acumulados em 24 horas ocorreram em
São Francisco do Sul (295,6mm),
Blumenau (337,4mm e 283,1mm),
Balneá
Balneário Camboriú
Camboriú (252,4mm e 233,8mm),
Joinville (232,1mm),
Itapoá
Itapoá ( 213,2mm e 195mm),
Luis Alves (192,6mm),
Itajaí
Itajaí (186,7mm) e
Florianó
Florianópolis (160,1mm).,
num único dia choveu mais do que a mé
média mensal.
Números do Desastre de Santa CatarinaNov. 2008:
117 óbitos
32 desaparecidos
21.269 desabrigados
47.895 desalojados
Fonte: Defesa Civil de Santa Catarina, 03/12/ 08.
O total acumulado dos dias 21 a 25 de novembro foi de 523,9 mm.
E mensal ao redor de 1.000mm
21
Números do Desastre de Santa Catarina:
VITIMAS FATAIS
Brusque: 01
Gaspar: 16
Blumenau: 24
Jaragua do Sul: 13
Pomerode: 01
Bom Jardim da Serra: 01
Luís Alves: 10
Rancho Queimados: 02
Ilhota: 37
Benedito Novo: 02
Rodeio: 04
Itajaí: 02
São Pedro de Alcântara: 01
Florianópolis: 01
Timbó: 01
atualizado às 14:02 dia 05/03/09.
Registro de 12.027 desalojados e desabrigados,
(sendo 2.637 desabrigados e 9.390 desalojados)
São 135 ÓBITOS e
02 desaparecidos confirmados.
A entidade ligada à Organizaç
Organização das Naç
Nações Unidas (ONU) destacou
o evento climá
climático no Paí
País como um dos mais sé
sérios do ano no mundo
Os estragos provocados pela chuva em Santa Catarina foram os
piores em um sé
século na região, segundo a Organizaç
Organização Meteoroló
Meteorológica
Mundial (OMM).
. Para Michel Jarraud,
,
secretá
á
riogeral
da
OMM,
as
enchentes
foram
Jarraud secret rio
"excepcionais". Sabemos que as mudanç
mudanças climá
climáticas vão tornar
eventos como esse cada vez mais intenso' — alertou Jarraud (Diá
(Diário
catarinense
T O T A L: 117
Fonte: Defesa Civil de Santa Catarina, 03/12/ 08.
Blumenau
Gilmar de Souza
Publicado em 23/11/2008
Alto do Baú, Ilhota-SC, inundação de
novembro 2008
Fonte clickrbs.com.br
Município de Blumenau, inundação do dia 24 de Nov de 2008, Foto de Patrick Rodrigues, in: WWW.clickrbs
Joinville, Itajai Denilson Waterkemper-publicado pela RBS em 24/11/2008
22
Nível do rio Itajaí
Itajaí. em Blumenau durante os dias 22 a 28 de novembro de
2008
Dias
22/11/08
23/11/08
24/11/08
25/11/08
26/11/08
27/11/08
28/11/08
29/11/08
08:00hs
08:00hs
3:38
9:09
11:24
8:25
4:91
4:52
4:38
3:68
15:00hs
15:00hs
6:16
10:06
9:85
6:73
4:91
4:72
4:24
3:67
Site do GEDN – Grupo de Estudos de Desastres Naturais
http://www.cfh.ufsc.br/~gedn/
Fonte: EPAGRI; Empresa de Pesquisa Agropecuá
Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina
Segundo Santos1 e Pinheiro (2002), a vazão Q de 3500 m3/s, correspondente ao ní
nível
de 11,20 m na estaç
estação fluviomé
fluviométrica de Blumenau, instalada na Ponte Adolfo Konder.
Konder.
Nas enchentes de 1992, os ní
níveis má
máximos registrados foram 12,80 m (29/05) e 10,62
m (01/07) na mesma estaç
estação fluviomé
fluviométrica.
trica. Alguns dados sobre a vazão rio Itajaí
Itajaí em
Blumenau:
- vazão mé
média = 140 m ³/s
- vazão mí
mínima de estiagem = 15 m³/s
- vazão má
máxima em enchentes de 15 m = 5.000 m ³/s
- largura do rio varia entre 50 e 150m
http://www.tratamentodeagua.com.br
1717-0404-2009
90
Consideraç
Considerações finais
Sabeções,
Sabe-se que são inú
inúmeras as ocorrências de desastres naturais, principalmente de inunda
inundaç
registradas desde épocas remotas. Apesar de não dispormos de um levantamento sistemá
sistemático dos
episó
episódios anteriores, o que se tem notado é que ultimamente as adversidades climá
climáticas vêm se
agravando e acentuando as suas conseqü
conseqüências. Pois, somente no perí
período de janeiro 2000 a 2003,
somado aos prejuí
prejuízos das estiagens e do Furacão Catarina no iní
início de 2004, esses desastres
naturais causaram em Santa Catarina um prejuí
prejuízo total de R$ 1.482.994.549,72 (US$
599.165.508,35 – cotaç
cotação do dia 10/06/2005 = R$ 2,4751).
As justificativas para as inundaç
inundações catastró
catastróficas, escorregamentos calamitosos e secas severas,
passam pelas mudanç
mudanças climá
climáticas globais e vão até
até a pressão antró
antrópica sobre os recursos naturais.
DestacandoDestacando-se a urbanizaç
urbanização intensa em áreas de planí
planície aluvial e/ou encostas declivosas,
declivosas, bem
como o desmatamento generalizado, principalmente em áreas de cabeceiras de drenagem. Cabe, no
momento, concentrar esforç
esforços no sentido de minimizar seus efeitos adversos e procurar respeitar
respeitar
cada vez mais os limites de uso do solo impostos pela natureza.
Acreditaático
Acredita-se que, atravé
através do presente estudo, enfocando principalmente o levantamento sistem
sistemá
dos desastres naturais ao longo de 24anos, possapossa-se oferecer subsí
subsídios para a aná
análise dos
excepcionalismos climá
climáticos do Estado de Santa Catarina, bem como para aç
ações de planejamento e
prevenç
prevenção, levandolevando-se em conta os episó
episódios climá
climáticos que causaram danos materiais, econômicos,
sociais e ambientais nos municí
municípios afetados.
Perante as conseqü
conseqüências advindas dos desastres naturais, onde destacadestaca-se o grande nú
número de
desabrigados diante dos episó
episódios das inundaç
inundações, conclamaconclama-se a necessidade de efetuar medidas
preventivas nas áreas freqü
freqüentemente atingidas, bem como de elaborar mapas de susceptibilidade
susceptibilidade à
perigos naturais que contemplem as áreas urbanizadas, nas quais ocorrem desordenados
assentamentos urbanos.
Muito obrigada a todos pela atenç
atenção
[email protected]
23

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