Como exportar: Costa Rica
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Como exportar: Costa Rica
COLEÇÃO ESTUDOS E DOCUMENTOS DE COMÉRCIO EXTERIOR COMO EXPORTAR COSTA RICA MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Departamento de Promoção Comercial Divisão de Informação Comercial Seção de Estudos e Publicações 1 Coleção: Estudos e Documentos de Comércio Exterior Série: Como Exportar CEX: 65 Elaboração: Ministério das Relações Exteriores - MRE Departamento de Promoção Comercial - DPR Divisão de Informação Comercial - DIC Seção de Estudos e Publicações - SEP Embaixada do Brasil em São José Setor de Promoção Comercial - SECOM Coordenação: Divisão de Informação Comercial Distribuição: Divisão de Informação Comercial Os termos e apresentação de matérias contidas na presente publicação não traduzem expressão de opinião por parte do MRE sobre o status jurídico de quaisquer países, territórios, cidades ou áreas geográficas e de suas fronteiras ou limites. Os termos desenvolvidos e em desenvolvimento, empregados em relação a países ou áreas geográficas, não implicam tomada de posição oficial por parte do MRE. É permitida a transcrição total ou parcial do presente estudo, desde que seja citada a fonte. 2 O texto do presente estudo foi concluído em março de 1996. CDU - 339.5 (81) : (728.6) B823c 1996 Como exportar: Costa Rica, Brasília: Ministério das Relações Exteriores, Divisão de Informação Comercial, 1996. p. (Col. Estudos e Documentos de Comércio Exterior, 65). 1. Brasil - Comércio exterior - Costa Rica. 2. Costa Rica Comércio exterior Brasil. I. Série II. Título. 3 SUMÁRIO NOTA BIBLIOGRÁFICA DADOS BÁSICOS CAPÍTULO I ASPECTOS GERAIS 1.Sinopse histórica 2. Geografia e clima 3. População 4. Idioma e religião 5. Educação, saúde e indicadores sócio-econômicos 6. Transportes, energia e telecomunicações 7. Organização política e administrativa 8. Organizações e acordos internacionais CAPÍTULO II - ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS 1. Conjuntura econômica 2. Moeda e finanças CAPÍTULO III - COMÉRCIO EXTERIOR 1. Evolução recente: considerações gerais 2. Direção 3. Composição CAPÍTULO IV - RELAÇÕES ECONÔMICO-COMERCIAIS BRASIL-COSTA RICA 1. Intercâmbio comercial bilateral 2. Presença de empresas brasileiras na Costa Rica 3. Transportes Brasil - Costa Rica CAPÍTULO V - ACESSO AO MERCADO 1. Sistema tarifário 2. Regulamento de importação 3. Regulamentação específica 4. Outros regimes alfandegários 5. Documentação e formalidades CAPÍTULO VI - ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO 1. Canais de distribuição 2. Promoção de vendas 3. Práticas comerciais 4 CAPÍTULO VII - REGIMES ESPECIAIS 1. Regime de Zonas Francas 2. Regime de Admissão Temporária 3. Regime de Importação Temporária 4. Exportação de produtos não-tradicionais: Contratos de Exportação 5. Regime especial para o desenvolvimento turístico CAPÍTULO VIII - SISTEMAS DE PREFERÊNCIAS NO EXTERIOR 1. Mercado Comum Centro-Americano (MCCA) 2. Iniciativa para a Bacia do Caribe (IBC-II) 3. Tratado de Livre Comércio Costa Rica - México (TLC) 4. Sistema Geral de Preferências (SGP) 5. Rodada Uruguai CAPÍTULO IX - POLÍTICA E LEGISLAÇÃO DE INVESTIMENTOS 1. Política geral de investimentos 2. Sociedades comerciais: legislação básica 3. Legislação de imigração: vistos para estrangeiros 4. Padrões de qualidade e medida 5. Registro de marcas e patentes 6. Contratação Administrativa 7. Concessão de Obras Públicas 8. Seguros 9. Tributação 10. Legislação trabalhista 11. Legislação relativa à exportação CAPÍTULO X - OPORTUNIDADES E CONDIÇÕES PARA NEGÓCIOS E INVESTIMENTOS 1. Condições e perspectivas para investimentos e negócios 2. Possibilidades de financiamento de joint-ventures 3. Linhas de crédito para importação 4. Consolidação de carga 5. Recomendações às empresas brasileiras ANEXOS I. ENDEREÇOS Órgãos oficiais e entidades de promoção comercial Empresas brasileiras na Costa Rica Câmaras de Comércio Principais entidades de classe locais Principais bancos Feiras e exposições Meios de comunicação Consultoria de marketing Aquisição de documentação Companhias de transporte com o Brasil Supervisão de embarques Advocacia especializada 5 II. FRETES E COMUNICAÇÕES COM O BRASIL Informações sobre fretes Comunicações III. INFORMAÇÕES PRÁTICAS Moeda Pesos e medidas Feriados (nacionais) Fuso horário Horário comercial Corrente elétrica Períodos recomendados para viagem Visto de entrada Vacinas Alfândega e câmbio Principais hotéis IV. TRATADO DE LIVRE COMÉRCIO COM MÉXICO: PROGRAMA DE DESGRAVAÇÃO TARIFÁRIA 1. México 2. Costa Rica V. DOCUMENTAÇÃO DE EMBARQUE 1. Exportações 2. Importações 6 NOTA BIBLIOGRÁFICA Para elaboração do presente estudo, foram consultadas várias fontes de informação e dados estatísticos sobre a Costa Rica, dentre os quais: A) COSTA RICA - MEMORIA ANUAL. São José, Banco Central de Costa Rica, anos de 1990 a 1993. ESTADÍSTICAS ECONÓMICAS. São José. Banco Central de Costa Rica, anos de 1990 a 1995. GUIA OFICIAL DE ASOCIADOS. São José, Cámara de Representantes de Casas Extranjeras (CRECEX), 1995. HACIA UNA POLÍTICA INDUSTRIAL DE CARA AL SIGLO XXI. São José. Cámara de Industrias de Costa Rica, 1994. GUIA OFICIAL DE EXPORTADORES DE COSTA RICA. São José, Centro para la Promoción de las Exportaciones y de las Inversiones (CENPRO), 1995. BOLETIN BIMESTRAL CENPRO INFORMA. São José, Centro para la Promoción de las Exportaciones y de las Inversiones (CENPRO), 1995. DATOS ESTADÍSTICOS Y CIFRAS DE COSTA RICA. São José, Centro para la Promoción de las Exportaciones y de las Inversiones (CENPRO), anos de 1990 a 1995. TRÁMITES Y DOCUMENTOS PARA IMPORTAR. São José. Centro para la Promoción de las Exportaciones y de las Inversiones (CENPRO), 1995. ECONOMIC SITUATION OF COSTA RICA. São José. Coalición Costarricense de Iniciativas de Desarrollo (CINDE), 1994. COSTA RICA INVESTIMENT OVER VIEW. São José. Coalición Costarricense de Iniciativas de Desarrollo (CINDE), 1995. COSTA RICA THE RIGHT BUSINESS CLIMATE, CBI-II. São José. Coalición Costarricense de Iniciativas de Desarrollo (CINDE), 1990. TRATADO DE LIBRE COMERCIO ENTRE LA REPÚBLICA DE COSTA RICA Y LOS ESTADOS UNIDOS MEXICANOS: DOCUMENTO EXPLICATIVO. São José. Ministerio de Comercio Exterior, 1994. MEMORIA ANUAL. São José, Corporación BICSA, anos de 1993 e 1994. DATOS ESTADÍSTICOS. São José. Dirección General de Estadísticas y Censos, anos de 1990 a 1995. BOLETIN INFORMATIVO DE LA FERCORI. São José, Centro Nacional de Exposiciones, 1995. EL FINANCIERO. São José, anos de 1994 e 1995. LA NACIÓN. São José, anos de 1994 e 1995. LA REPÚBLICA. São José, anos 1994 e 1995. REVISTA RUMBO. São José, anos 1994 e 1995. REVISTA ACTUALIDAD ECONÓMICA. São José, anos de 1994 e 1995. B) BRASIL - ESTATÍSTICAS DE COMÉRCIO EXTERIOR e BALANÇA COMERCIAL. Brasília. Secretaria de Comércio Exterior (SECEX-MICT), anos de 1990 a 1995. C) INTERNACIONAL - TRADE POLICY REVIEW COSTA RICA. Genebra. World Trade Organization, 1995. 7 DADOS BÁSICOS Superfície: População (julho de 1994): Densidade demográfica: Principais cidades: Moeda: Cotação (31/10/95-vendedor): PIB a preços correntes (1994): PIB per capita (1994) : 51.100 km2 3.266 mil 64 hab por km2 São José (capital), Alajuela, Cartago, Heredia, Puntarenas e Limón Colón (¢) 189,40 colones por US$ US$ 8.335 milhões US$ 2.550 Crescimento real do PIB 1992: 1993: 1994: Origem do PIB (1994) 7,7 % 6,3 % 4,5 % Agropecuária : Indústria : Serviços : Construção civil : Setor imobiliário: Governo : Comércio exterior (1994): Exportações (FOB) Importações (CIF) Balança comercial Intercâmbio com o Brasil (1994): Exportações (FOB) Importações (CIF) 16,2 18,9 45,2 2,7 2,7 14,3 US$ 2.102 milhões US$ 3.098 milhões US$ 996 milhões US$ 110,6 milhões US$ 7,0 milhões 8 I. ASPECTOS GERAIS 1. Sinopse histórica Povoada originalmente por algumas tribos indígenas, de certa forma representando grupos de transição entre as civilizações mais estruturadas do México ou Guatemala e das regiões andinas (principalmente: chorotegas, na região de Guanacaste, mais desenvolvidos; huetaros, no Vale Central; e borucas, ao sul), a Costa Rica foi descoberta por Cristovão Colombo em 1502, na sua quarta e última viagem às Américas, que aportou na ilha de Cariari, na costa atlântica. O nome do país provém da vegetação exuberante e dos adereços de ouro usados pelos aborígenes. No entanto, a então Província de Costa Rica, desprovida de recursos minerais, era colônia pobre e de pouco interesse para a Espanha, ficando ligada à Capitania-Geral da Guatemala, que, por sua vez, fazia parte do Vice-Reino de Nova Granada (México). Em 1564, o conquistador Juan Vásquez de Coronado, primeiro governador provincial, fundou Cartago, primeira capital, e iniciou a pecuária no país. Em fins do século XVIII, foi introduzido o café que, com o tabaco e o cacau, representaram as primeiras grandes culturas costarriquenhas. O processo de independência acompanhou o da Capitania-Geral de Guatemala, proclamando-se independente a Costa Rica em 15 de setembro de 1821. No ano seguinte, com as demais ex-províncias centro-americanas, incorporou-se ao império mexicano de Iturbide e, após sua dissolução em 1823, passou a formar parte da Federação das Províncias-Unidas da América Central. Seu primeiro presidente foi Juan Mora Fernandez. Separada da federação em 1838, a Costa Rica proclamou o que chama de sua segunda independência em 30 de agosto de 1848. A primeira constituição data de 1844 e a de 1871 serviu de base à atual, de 7 de novembro de 1949, que rege, desde a curta revolução do ano anterior, os destinos do país e tem sempre sido plenamente respeitada, assegurando assim a estabilidade política de que desfruta a Costa Rica. O relevo montanhoso, seu consequente isolamento e a escassez de recursos naturais fizeram com que a Costa Rica evoluísse mais voltada para si mesma. O assentamento humano teve também geralmente como base principal a pequena propriedade, mesmo com o surgimento posterior da aristocracia do café no século passado. Fator cultural importante é a predominância de população de origem européia, com reduzidos aportes indígena e negro, este último mais concentrado na região atlântica (Limón). Daí a mentalidade do povo costarriquenho, que desenvolveu cultura própria, distinta das demais centro-americanas e com marcados traços independentistas, igualitários, liberais e democráticos e grande preocupação com a estabilidade político-social do país. 2. Geografia e clima País pequeno e de relevo montanhoso, a Costa Rica tem superfície de apenas 51 mil quilômetros quadrados, equivalente à dos Estados da Paraíba ou do Rio Grande do Norte. Situa-se no istmo centro-americano, entre a parte caribenha do Oceano Atlântico, ao norte, e do Oceano Pacífico, ao sul; tem fronteiras com a Nicarágua, a noroeste, e com o Panamá, a sudeste. É atravessada por quatro cordilheiras principais: a Central, de norte a sul e com altitudes que chegam a 4000 metros; as de Guanacaste e Tillarán, ao norte; e a de Talamanca, ao sul, que formam em sua confluência a Meseta Central, planalto de altitude média de 1200 metros. A Costa Rica é constituída por sete províncias: São José (capital), Alajuela, Cartago, Heredia, Puntarenas, Limón e Guanacaste. As províncias de São José, Cartago, Heredia e Alajuela formam a Meseta Central. Superfície por Províncias Províncias Extensão (km²) Total do país São José (capital) Alajuela Cartago Heredia Guanacaste Puntarenas Limón Fonte: A Costa Rica: Dados e Indicadores Básicos, 1994. 51.100 4.959 9.753 3.125 2.657 10.141 11.277 9.188 % do território 100 10 19 6 5 20 22 18 9 Distâncias de São José às capitais das Províncias Províncias Quilômetros Milhas Heredia 11 Alajuela 20 Cartago 23 Puntarenas 110 Limón 160 Libéria (Guanacaste) 220 Fonte: A Costa Rica: Dados e Indicadores Básicos, 1994. 6,84 12,43 14,29 68,37 99,44 136,73 O país divide-se em três áreas geográficas principais: a) a da Meseta Central, mais povoada e economicamente mais desenvolvida, com clima tropical de altitude, semelhante a Brasília, porém com maior pluviosidade e chuvas geralmente de maio a novembro e estação seca de dezembro a abril, com temperaturas médias em torno de 20 a 22 graus centígrados, onde predomina a cultura do café nas encostas montanhosas; b) a das costas do Atlântico e do Pacífico, planas e de clima equatorial, normalmente quente e úmido, sobretudo na parte caribenha, dedicadas às culturas tropicais (banana, cacau, cana-de-açúcar e outras frutas tropicais) e pecuária de corte (províncias de Guanacaste, ao norte, tendo como principal cidade Libéria, e de Limón, na parte atlântica, com o porto do mesmo nome, o principal do país), bem como ao turismo, com boas praias e balneários, especialmente na costa pacífica; c) a das zonas montanhosas mais frias, em geral acima de 2000 metros de altitude, nas quais predominam a pecuária e laticínios e o cultivo de hortifrutigranjeiros, cana-de-açúcar, etc. Altitudes, temperatura e precipitação, nas capitais das Províncias Cidades Altitude (metros) São José 1.150 Alajuela 952 Cartago 1.435 Heredia 1.150 Libéria (Guanacaste) 144 Puntarenas 4 Limón 3 Fonte: A Costa Rica: Dados e Indicadores Básicos, 1994. Precipitação média anual, por zonas climáticas Regiões Vale Central Pacífico Norte Pacífico Central Pacífico Sul Região Atlântica Fonte: A Costa Rica: Dados e Indicadores Básicos, 1994. Temperatura ºC ºF 20 68 25 77 22 72 23 73 28 82 27 81 29 84 mm3 1.500 - 2.500 1.400 - 2.500 2.300 - 6.000 2.200 - 5.000 3.000 - 4.500 Precipitação 3 mm cm 1.500 - 2.000 59 - 79 1.500 - 2.000 59 - 79 1.500 59 1.500 - 2.000 59 - 79 1.500 - 2.000 59 - 79 1.500 59 3.000 - 3.500 118 - 138 cm 59- 98 55- 98 91- 236 87- 197 118-177 3. População A população total da Costa Rica é de 3.265.920 habitantes (julho de 1994), dos quais 44,1% vivem na área urbana e 54,9% na área rural, com uma média de 64 habitantes por quilômetro quadrado. Do total da população, 49,5% são mulheres e 50,5% homens. Quanto à idade, aproximadamente 29,4% da população se situa na faixa etária de 10 a 24 anos; 24,2% na de 25 a 39 anos e 15,4% na de 40 a 59 anos. A taxa de crescimento tem sido decrescente nos últimos anos, passando de 2,45% em 1990 a 2,05% em 1995. A renda per capita é de US$ 2.550 (1994). 10 População por Províncias - julho de 1994 Províncias População Total 3.265.920 São José 1.186.417 Alajuela 582.390 Cartago 367.247 Heredia 261.988 Puntarenas 364.525 Limón 244.295 Guanacaste 259.058 Fonte: Dirección General de Estadísticas y Censos. População, por principais cidades - julho de 1994 Cidades São José Alajuela Cartago Heredia Puntarenas Limón Libéria (Guanacaste) Fonte: Dirección General de Estadísticas y Censos % 100,0 36,3 17,8 11,2 8,0 11,2 7,5 7,9 Área (km²) 51.100 4.959 9.753 3.125 2.657 11.277 9.188 10.141 Densidade (hab/km²) 63,90 239,2 59,7 117,5 98,6 32,3 26,6 25,5 População 902.685 170.080 117.004 75.504 99.177 55.128 39.526 A população economicamente ativa representava, em julho de 1994, cerca de 36% da população total. Concentra-se na agricultura, silvicultura, caça e pesca (21,2%), indústria (17,9%) e comércio (18,4%). População economicamente ativa, por setores de atividade - julho de 1994 Setores População ativa Total 1.187.005 Agricultura, caça, silvicultura e pesca 252.232 Mineração 2.160 Indústria 212.947 Construção civil 78.572 Comércio (atacado e varejo) 218.367 Transportes, armazenagem e comunicações 60.190 Instituições financeiras, seguros e bens imóveis 51.515 Eletricidade e água 17.096 Outros serviços 276.626 Outras atividades 17.273 Fonte: Dirección General de Estadísticas y Censos % 100,0 21,2 0,2 17,9 6,6 18,4 5,0 4,3 1,4 23,3 1,5 4. Idioma e religião O idioma oficial é o espanhol, mas na região de Limón se fala muito o inglês (descendentes de imigrantes de origem africana). A principal religião é a Católica Romana, praticada por 81,3% da população. A liberdade de culto é plenamente respeitada. 5. Educação, saúde e indicadores sócio-econômicos A Costa Rica desfruta de bom padrão de vida, hoje o mais alto na América Latina, com elevados índices médios de saúde, educação e seguridade social. Segundo o mais recente relatório do PNUD-Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (1994-95), a Costa Rica situa-se em 28ª posição mundial entre os países de mais alto índice de desenvolvimento humano (índice ponderado da renda per capita, alfabetização, expectativa média de vida e o chamado desenvolvimento da mulher na sociedade), sendo o primeiro na América Latina, agora à frente de vários outros países, como o Chile, Uruguai e Argentina, que apresentavam tradicionalmente os indicadores sociais mais elevados. O índice de alfabetização é de 93%. O ensino primário é gratuito e obrigatório desde a Constituição de 1869. Existem 4.221 centros educacionais, que compreendem escolas de ensino primário, secundário, universitário e técnico. Do total de estudantes, 80% frequentam a escola primária e secundária, o que indica que a maioria da população 11 possui pelo menos esses níveis. O ensino público recebe 87,5% dos estudantes. A importância da educação para o país reflete-se no percentual do orçamento nacional normalmente destinado à educação, que chegou em anos anteriores a atingir 31%; atualmente, situa-se em torno de 23%. Dos centros oficiais de ensino técnico, o mais importante é o Instituto Nacional de Aprendizaje (INA), que oferece um grande número de especializações, constituindo forte apoio ao setor produtivo costarriquenho. A Costa Rica possui também um número significativo de profissionais em distintas especialidades. Quanto aos níveis de saúde, a expectativa média de vida é de 75,2 anos, sendo de 77,5 anos para mulheres e de 71,9 anos para homens. A taxa de natalidade é de 26,3 por mil e a de mortalidade infantil é de 13,7 por mil. O percentual de moradias com água potável é de 92,8%. O sistema nacional de saúde, que é monopólio do Estado, através da Caja Costarricense de Seguro Social (CCSS), cobre 86,2% da população e possui 164 clínicas e 29 hospitais. Existem também 1.778 centros de atendimento do Ministério da Saúde. O Instituto Nacional de Seguros (INS), que detém o monopólio estatal, possui 29 postos médicos em empresas, 22 centros de saúde pública, cinco postos de atendimento e um consultório para atendimento ambulatorial. Principais indicadores sócio-econômicos, 1990/1994 Indicadores 1990 1994 Taxa de natalidade (por 1000 habitantes) 27,4 26,3 Taxa de mortalidade (por 1000 habitantes) 3,8 3,7 Esperança de vida (anos) 74,7 75,2 Alfabetização (%) 93,0 93,0 População estudantil (%) 24,6 26,0 Estudantes por professor 26,7 32,0 Moradias por km² 13,3 15,4 Moradias com água potável (%) 92,8 92,8 Moradias com eletricidade (%) Urbanas 100,0 100,0 Rurais 83,7 86,5 Acesso da população ao serviço telefônico 89,0 92,0 População beneficiada com serviços de saúde (%) 83,7 86,2 Habitantes por leito de hospital 445,0 564,0 Médicos (por 1000 habitantes) 1,0 1,1 Habitantes por veículo 9,9(*) 7,5 Fonte: Costa Rica: Dados e Indicadores Básicos e outros dados fornecidos pela Dirección General de Estadísticas y Censos, pela Caja Costarricense de Seguro Social, pelo Instituto Costarricense de Electricidad e pelo Consejo de Seguridad Vial. (*) Dados de 1992. 6. Transportes, energia e telecomunicações Rede rodoviária A Costa Rica possui um sistema de estradas nacionais de 7.354 km, das quais 56% asfaltadas. Embora muitas necessitem atualmente de reparos, permitem o acesso a todas as partes do país. As capitais de cada uma das Províncias estão interligadas. A rodovia internacional é a Pan-Americana, que liga a Costa Rica à Nicarágua, ao norte, e ao Panamá, ao sul. Rede ferroviária Existem duas ferrovias básicas, que unem São José aos portos do Pacífico (Puntarenas e Caldera, 173 km) e ao de Limón, no Atlântico (165 km), formando uma rede de costa a costa. A ferrovia São José - Limón foi muito afetada pelo terremoto de abril de 1991 e ainda não foi consertada, pois o Governo decidiu dar preferência à nova rodovia que une as duas cidades. Em 1994, foram transportadas por via ferroviária 660 mil toneladas métricas, contando a rede com 1.233 unidades, entre locomotivas e vagões. As linhas ferroviárias encontram-se atualmente em crise, dado que o órgão estatal responsável (Instituto Costarricense de Ferrocarriles-INCOFER) foi recentemente extinto, devendo as redes serem objeto de futura concessão de serviços ao setor privado.Com a eventual construção de um Canal Seco Interoceânico na zona norte do país (ferrovia para containers de 420 km, com terminais portuários especializados nos dois oceanos), que é um projeto grande em fase de estudo, os trens passariam a ocupar posição de destaque no transporte de carga do país. 12 Transportes marítimos A Costa Rica possui os seguintes portos: Na Costa do Atlântico: destacam-se os portos de Limón e Moín, que recebem containers para carga e descarga. Em Moín, recebem-se também as importações de petróleo bruto. Os dois portos, que são geminados, movimentam cerca de 80% da carga marítima do país. Em 1994, receberam 1.943 navios de carga, com movimento total de 3,2 milhões de toneladas métricas. Vinte empresas internacionais de transportes marítimos, inclusive bananeiras, operam atualmente nos dois portos. O porto de Moín encontrase em processo de ampliação. A curto prazo, será aumentado em 305 metros, dos quais 55 já estão construídos. Os contratos para o restante das obras foram assinados e a primeira etapa de dragagem já começou. Construir-se-á um terminal de containers, no montante de US$ 31,1 milhões, e rampas RollOn/Roll-Off, ao custo de US$ 25,5 milhões. A JAPDEVA - Junta de Administración Portuaria y de Desarrollo Económico de la Vertiente Atlántica é o órgão estatal responsável pela administração e funcionamento dos portos da costa do Atlântico; Na Costa do Pacífico: os principais são os portos de Puntarenas e Caldera. Este último é o porto de maior movimento e oferece boas facilidades para carga e descarga. É também um importante ponto de desembarque de cruzeiros. Quinze companhias marítimas internacionais, inclusive três de passageiros, operam com esses portos. Há também o porto de Punta Morales, que movimenta açúcar, cimento e grãos. Esses portos constituem pontos importantes de embarques para a Costa Oeste dos Estados Unidos, o Canal do Panamá e o Extremo Oriente. Em 1994, os portos de Caldera e Punta Morales movimentaram 1,3 milhão de toneladas métricas, com movimento de 376 navios. O principal problema do porto de Caldera é a sedimentação, que requer dragagens periódicas. Embora menor que o de Limón, é de acesso fechado e tem sistema de vigilância. Existem ainda dois portos menores, em Quepos e Golfito, que podem receber pequenas cargas internacionais. Dez grandes companhias marítimas internacionais utilizam esses portos. O INCOP - Instituto Costarricense de Puertos del Pacífico é o órgão estatal que administra os portos da costa do Pacífico. Há necessidade de se ampliarem todas as instalações dos portos de Caldera, Limón e Moín (estes últimos já em processo de ampliação), para poder atender à demanda crescente do transporte marítimo. Segundo projeções do Ministerio de Obras Públicas y Transporte (MOPT), no ano 2000 deverão ser movimentadas 7,3 milhões de toneladas por esses três portos, em conjunto. Transportes aéreos Existem dois aeroportos internacionais na Costa Rica: Juan Santamaría, a 17 km de São José, e o de Libéria, na província de Guanacaste (norte). Em 1994, o Aeropuerto Internacional Juan Santamaría realizou 35.435 operações de voo (aterrissagens e decolagens), para um total de 1,7 milhão de passageiros e transporte de 28 mil toneladas métricas de carga, em sua maior parte produtos perecíveis, com aumento de quase 24% em relação a 1993. Recentemente, foi construído nesse aeroporto um novo terminal de passageiros, mas devido à falta de espaço, não é possível construir novas vias de acesso. Esse terminal necessita de reformas, mas não há previsão para o início das obras. O aeroporto Juan Santamaría deverá movimentar 180 mil toneladas de carga no ano 2000 e 294 mil toneladas no ano 2010, enquanto o tráfego de passageiros passará de 2.156 mil para 3.410 mil no mesmo período. Futuramente, o terminal de passageiros do setor oeste será ampliado e deverá construir-se um novo terminal de carga. Para resolver momentaneamente o problema, a companhia privada Challenge Air Cargo construiu um terminal de carga fora das instalações centrais do aeroporto, na Zona Franca de Saret, iniciativa que proporcionou melhora significativa na qualidade dos serviços. Em São José, Limón e Puntarenas existem outros aeroportos menores com capacidade para receber pequenas aeronaves. A principal empresa aérea doméstica é a SANSA. Os três principais aeroportos para linhas domésticas são: Tobías Bolaños (São José), Tomás Guardia (Puntarenas) e Limón. A Costa Rica possui duas companhias nacionais, ambas com rotas internacionais: a LACSA, com voos regulares a Miami, Orlando, Dallas, Los Angeles, Nova Iorque, Havana, Cartagena, Bogotá, Caracas, Lima e Rio de Janeiro e São Paulo, e a Aero Costa Rica (ACORI S.A.), com voos regulares a Miami, Orlando, Atlanta e San Andrés. Existem 33 outras companhias estrangeiras que oferecem serviços regulares, entre elas: American Airlines, United Airlines, Continental Airlines, TACA, AVIATECA, SAM, COPA, SAETA, Mexicana, Iberia, LTU, KLM, etc. 13 Principais rotas internacionais e tempo de voo Rotas São José Miami (sem escalas) São José Nova Iorque São José Los Angeles São José Rio de Janeiro (com 2 escalas: Quito e Guaiaquil) Fonte: Aeropuerto Juan Santamaría - Situação em junho de 1995. Horas de voo 2:35 5:15 7:45 12:15 Voos da Lacsa para o Brasil: pool Varig/Ecuatoriana/Lacsa Ida (4as. e sábados) São José (SJO/Juan Santamaría) 14:00 Quito (UIO) 17:15 17:45 Guaiaquil (GYE) 18:35 19:35 Rio de Janeiro (GIG-Galeão) 5:15 6:30 São Paulo (GRU-Guarulhos) 7:30 Fonte: Aeropuerto Juan Santamaría - Situação em junho de 1995 Retorno (5as. e domingos) 14:30 13:10 12:40 11:50 11:20 8:00 Energia e telecomunicações A energia elétrica é fornecida pelo Instituto Costarricense de Eletricidad (ICE), que detém o monopólio estatal de geração de serviços elétricos e de telecomunicações na Costa Rica. O ICE tem atualmente em operação 14 usinas hidrelétricas (a de maior porte é a de Corobici, com 179 MW), bem como 4 usinas térmicas e uma geotérmica (Miravalles), com capacidade para atender à demanda interna, embora esta última tenha crescido muito rapidamente. A capacidade atual total instalada é 1.137 MW, 90% dos quais provêm das usinas hidrelétricas. Acaba de entrar em operação a planta hidrelétrica de Toro I e, em 1996, passará a funcionar Toro II, ambas construídas pela Norberto Odebrecht, sendo grande parte dos equipamentos de fabricação brasileira; o projeto, em conjunto, terá capacidade instalada de 99 MW. O Projeto Hidrelétrico de Angostura, ora em fase inicial de licitação, deverá gerar 177 MW, com entrada em operação prevista para 1999, o que poderá permitir a exportação de energia elétrica a outros países centroamericanos, dependendo esse projeto da construção futura de uma rede de interconexão centro-americana. O ICE oferece serviços de telecomunicação (telefone, telex, telegramas e fax) com todo o mundo e um sistema de telefonia celular, que têm crescido muito rapidamente. O ICE está sendo objeto de uma reestruturação de seus serviços de energia e de telecomunicações, ambos agora com gestão administrativa e financeira independente, e parte dos serviços respectivos deverá ser objeto de alianças estratégicas com empresas estrangeiras. No momento, porém, deverá ser mantido o monopólio estatal. A Costa Rica possui 38 canais de televisão a cabo (4 empresas principais), 7 canais de VHF e 7 de UHF. O país dispõe de 74 estações de rádio AM e 55 FM. Existem 7 jornais principais e outros 38, que incluem periódicos especializados e jornais regionais; 8 revistas principais e 35 especializadas em diferentes áreas. Há também 52 agências de publicidade. Ampla percentagem da população (92%) tem acesso aos serviços telefônicos, 45,4% dos quais possuem serviço particular e 54,5% utilizam a rede pública (70% desta última está localizada na área metropolitana). 7. Organização política e administrativa A Costa Rica é uma república presidencialista, com três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. O Tribunal Supremo de Eleições é considerado por muitos como o quarto poder da República. A principal característica da vida política da Costa Rica, sobretudo se considerada sua localização na região centro-americana, é a estabilidade e a tradição democrática, mantidas sem interrupção desde a revolução de 1948. Também a partir da promulgação da Constituição de 1949, que vige atualmente, o país não dispõe de forças armadas, sendo a Guarda Civil e a Guarda Rural responsáveis pela segurança interna. Apesar de ser um país democrático, a Costa Rica tem apenas dois partidos políticos principais: Liberación 14 Nacional e Unidad Social Cristiana - que, em geral, se têm alternado no poder a cada quatro anos - e três partidos de menor relevância. Os poderes políticos estão estruturados como segue, de acordo com a Constituição de 7 de novembro de 1949: · · · · Executivo: composto pelo Presidente da República, dois Vice-Presidentes e 16 Ministros. O Presidente é eleito por sufrágio universal, simultaneamente com os Vice-Presidentes, para mandato de quatro anos, por votação que exceda a 40% do total dos votos válidos. A última eleição foi realizada em fevereiro de 1994, na qual foi eleito o Presidente José María Figueres Olsen (do partido Liberación Nacional); Legislativo: representado pela Assembléia Legislativa (unicameral). Também por eleição direta, no mesmo pleito da eleição para Presidente e Vice-presidente, são escolhidos a cada quatro anos os 57 deputados que a compõem; Judiciário: exercido pela Corte Suprema de Justiça, composta de dezessete magistrados escolhidos pela Assembléia Legislativa, com mandato de oito anos. A Corte nomeia os titulares dos Tribunais de Justiça de alguns Tribunais Regionais; e Tribunal Supremo de Eleições (TSE): encarregado de organizar e fiscalizar as eleições a cada quatro anos. Os atuais ministérios costarriquenhos são os seguintes: Ministerio de Agricultura y Ganadería Ministerio de Cultura, Juventud y Deportes Ministerio de Ciencia y Tecnología (*) Ministerio de Comercio Exterior Ministerio de Desarrollo Rural Ministerio de Economía, Industria y Comercio (*) Ministerio de Educación Pública Ministerio de Gobernación y Policía (**) Ministerio de Hacienda Ministerio de Justicia y Gracia Ministerio de Obras Públicas y Transportes Ministerio de Planificación Nacional y Política Económica Ministerio de Recursos Naturales, Energía y Minas Ministerio de Relaciones Exteriores y Culto Ministerio de Salud Ministerio de Seguridad Pública (**) Ministerio de Trabajo y Seguridad Social Ministerio de Vivienda y Asentamientos Humanos (* ) Estes dois Ministérios encontram-se atualmente sob responsabilidade do Ministro de Economia, tendo sido fundidos alguns de seus Departamentos. (**) Idem, sob responsabilidade do Ministro de Segurança Pública. A Costa Rica está administrativamente dividida em sete Províncias, subdivididas por sua vez em 81 Cantões e, estes, em 434 Distritos. Em matéria de comércio exterior, a principal instituição é o Ministério de Comercio Exterior (COMEX), ao qual estão subordinados o Consejo Nacional de Inversiones ,a Corporación de Zonas Francas e o Centro para la Promoción de las Exportaciones y de las Inversiones (CENPRO). Mediante lei a ser brevemente aprovada, estes três órgãos deverão ser incorporados em órgão único, cuja denominação passará a ser Promotora del Comércio Exterior de Costa Rica S.A. (PROCOMEX), que será a empresa estatal responsável pela promoção do comércio exterior, dos investimentos e das atividades das Zonas Francas. Um dos órgãos mais proeminentes na promoção de investimentos e de alianças estratégicas com empresas estrangeiras é o CINDE - Coalición de Iniciativas para el Desarollo, entidade privada criada em 1983, com pleno apoio governamental, eficiente e bem organizada, que poderá dar orientação segura aos empresários brasileiros interessados na Costa Rica. 15 8. Organizações e acordos internacionais A Costa Rica é membro dos principais organismos internacionais seguintes: AIEA - Agência Internacional de Energia Atômica BCIE - Banco Centro-Americano de Integração Econômica BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento BIRD - Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial) CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura FMI - Fundo Monetário Internacional GEPLACEA - Grupo Especial de Países Latino-Americanos e do Caribe Exportadores de Açúcar MCCA - Mercado Comum Centro-Americano, que resulta do Tratado Geral de Integração Econômica CentroAmericana (1960) OEA - Organização dos Estados Americanos OACI - Organização da Aviação Civil Internacional OIC - Organização Internacional do Café. É também membro da recente APPC-Associação de Países Produtores de Café, cujo acordo já ratificou OLADE - Organização Latino-Americana de Energia GATT/ OMC - Acordo Geral de Tarifas e Comércio, agora Organização Mundial do Comércio OMI - Organização Marítima Internacional ONU - Organização das Nações Unidas SELA - Sistema Econômico Latino-Americano UNCTAD - Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento A Costa Rica concluiu recentemente um acordo bilateral com o México (Tratado de Livre Comércio). Além disso, está incluída na Iniciativa para a Bacia do Caribe (IBC-II), tratamento preferencial concedido pelos Estados Unidos a produtos da região caribenha, e no Sistema Geral de Preferências (SGP) para as seguintes áreas e países: União Européia, Japão, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Noruega, Suíça, Bulgária, Eslováquia, Hungria e Polônia. (vide Cap. VIII- Sistemas de Preferências no Exterior). A Costa Rica tem também acordos bilaterais de livre comércio com o Panamá e a República Dominicana, e algumas exportações costarriquenhas recebem tratamento preferencial na Colômbia e Venezuela, que aplicam neste caso as regras da ALADI. A Costa Rica é também signatária, desde março de 1988, do Multifibre Arrangement (MFA), sob o qual mantém acordos bilaterais com os Estados Unidos e o Canadá, com a última prorrogação em março de 1993. Em junho de 1994, a Costa Rica vinculou-se à Asociación de Estados del Caribe-AEC, cujo objetivo é estabelecer diretrizes para uma cooperação flexível em diversas áreas, tais como integração econômica, comércio, investimento, transporte, comunicações, ciência e tecnologia e proteção ambiental. Além desses, a Costa Rica é signatária dos seguintes acordos internacionais: UN Code of Conduct for Liner Conferences, World Intelectual Property Organization (WIPO), Fundo Comum de Commodities, Acordo Internacional do Café, Acordo Internacional do Cacau, Acordo Internacional do Açúcar, Acordo Internacional do Óleo de Oliva e o International Grain Arrangement. É igualmente parte do chamado Pacto de São José, acordo concluído em 1980 pelo México e Venezuela com seis países centro-americanos e cinco do Caribe, pelo qual asseguram a estes últimos um suprimento diário de 160 mil barris de petróleo cru, a preços de mercado. As condições são no entanto preferenciais, em vista de que 20% dos respectivos pagamentos são depositados em fundo especial destinado a financiar projetos de desenvolvimento, mediante créditos suaves, em dólares e a juros baixos (cf. Banco Mundial) nos países beneficiários. Tem sido dada prioridade a projetos na área energética, mas até agora foi pouco utilizada essa facilidade. O acordo vem sendo renovado anualmente, de forma automática, sendo a última renovação de agosto de 1995. Acordos com o Brasil O Brasil tem com a Costa Rica os seguintes acordos bilaterais: a) b) Acordo de Intercâmbio Cultural, concluído em São José em 1964, em vigor desde 09/05/66; Acordo de Cooperação Turística, assinado em Brasília em 31/05/93, já aprovado pelo Governo brasileiro mas ainda em trâmite na Assembléia Legislativa costarriquenha e, portanto, não em vigor. 16 II. ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS. 1. Conjuntura Econômica Características gerais A Costa Rica é um país pequeno e montanhoso, com poucos recursos naturais a não ser os agropecuários, que foi colônia bastante pobre nos tempos de domínio espanhol. A economia costarriquenha, de base essencialmente agrícola, começou a desenvolver-se a meados do século XVIII, inicialmente com a cultura de tabaco, declarado monopólio do Reino em 1760, que favoreceu o povoamento de São José, então pequena vila em torno da qual se expandiram os cultivos. Como o comércio de fumo era reservado à Coroa espanhola, logo após a independência (1821) desenvolveramse na mesma região central, especialmente em São José e Cartago, esta última primeira capital da Costa Rica, as plantações de café introduzido no país um século antes e cujo comércio foi declarado livre pela Espanha a partir de 1768. Na mesma época, expandiu-se a criação de gado, sobretudo na região norte do país. Foi o que permitiu desde então o desenvolvimento da economia costarriquenha, surgindo, como no Brasil, uma aristocracia latifundiária do café, produto que na época representava para a Costa Rica mais de 90% das suas receitas de exportação. De espírito essencialmente liberal, essa aristocracia criou as bases do sistema político costarriquenho, democrático desde os primórdios da vida independente. As necessidades da exportação cafeeira e posteriormente da banana na região caribenha levaram à criação das estradas de ferro ao Atlântico e ao Pacífico, em fins do século passado e início do atual. As exportações de café, banana e carne constituíram desde então a base da economia do país. Mais recentemente, vieram juntar-se as dos produtos chamados não tradicionais (indústrias leves: produtos alimentícios, têxteis, manufaturados de madeira e couro, metalmecânicos, químicos e alguns outros), o que garantiu ao país uma prosperidade econômica que durou praticamente até a segunda crise do petróleo, em fins da década dos 70. A evolução econômica favoreceu o desenvolvimento social e educacional (a educação primária é gratuita e obrigatória desde 1869) que, apesar das dificuldades dos anos oitenta, permite à Costa Rica situar-se ainda hoje nas faixas mais elevadas dos índices de desenvolvimento humano na América Latina. A dependência em relação a produtos agropecuários, cujos preços nos mercados internacionais têm sofrido acentuadas flutuações, com uma situação similar à dos demais países da América Central, levou à criação, a partir de 1960, do Mercado Comum Centro-Americano (MCCA) e à adoção pela Costa Rica, como no resto da América Latina, de um modelo de desenvolvimento baseado na substituição de importações, incentivando o surgimento interno de várias indústrias, em particular agro-alimentícias, e a exportação dos produtos não tradicionais, que ultrapassam hoje 50% da pauta. Daí também o aparecimento de pequenas e médias empresas no país, cuja importância se revela por representarem hoje, com as micro empresas, praticamente 90% do universo empresarial nacional (cerca de 90% das indústrias costarriquenhas têm menos de 50 empregados). Com a segunda crise do petróleo em 1978-79 e a crise dos juros em 1982, o modelo entrou em fase de esgotamento e a Costa Rica (importa todo o petróleo que consome) passou, a partir de meados dos anos 80 a adotar um modelo essencialmente exportador, amparado por amplo sistema de incentivos e regimes especiais, que levou aos programas de estabilização econômica da primeira metade daquela década. Todavia, ainda dotado de uma econômia pouco diversificada, o país teve sua situação agravada pela crise mundial do café em 1989. Como aspecto positivo, a crise acelerou o processo de abertura do comércio exterior, especialmente a partir de abril de 1992. Apesar do notável crescimento do PIB alcançado pela Costa Rica em 1992 (7,7%) e em 1993 (6,3%), situando-se entre os mais altos da América Latina e que pressagiava uma fase de desenvolvimento mais dinâmico, os problemas estruturais do país, ainda oriundos em grande parte do anterior modelo econômico fechado (o Estado detém ainda hoje o monopólio bancário para contas correntes e redesconto, seguros, previdência social, energia, telecomunicações e refinação de petróleo), muito contribuíram ao surgimento da atual crise, caracterizada por elevado déficit fiscal (8% do PIB em 1994, o mais alto na América Latina), acentuada pressão inflacionária, altas taxas de juros e desaceleração da atividade econômica. As previsões, porém, levam a crer que as dificuldades sejam superadas até 1996, com a reforma do Estado e a abertura de vários setores hoje monopolizados. Por isso, o modelo exportador tradicional está sendo revisto, o que levará, segundo tudo indica, a um processo de modernização das bases produtivas e de serviços no sentido de uma inserção realmente competitiva do país na econômia internacional. Por isso,a Costa Rica está dando acentuada ênfase à captação de investimentos e tecnologia do exterior e à promoção de alianças estratégicas (joint ventures) com empresas estrangeiras, através de amplo sistema de incentivos e de regimes industriais especiais. Em particular, procura-se incentivar a criação de indústrias de base tecnológica nas Zonas Francas, que venham reforçar e diversificar o potencial exportador nacional. 17 Situação atual Em 1994 a Costa Rica registrou um PIB de US$ 8,3 bilhões e um PIB per capita de US$ 2.550. Produto Interno Bruto, 1992-1994 (Em US$ milhões) 1992 Produto Interno Bruto 6.401 Crescimento real (%) 7,7 Fonte: Banco Central de Costa Rica 1993 7.501 6,3 1994 8.335 4,5 Para 1995, a última previsão oficial é de que o PIB cresça cerca de 3%. Esta desaceleração no crescimento deve-se às altas taxas de inflação (1993: 9% e 1994: 19,9%), que desestimularam, entre outros aspectos, a indústria, o comércio e a entrada de capitais estrangeiros. Essa situação afetou principalmente o setor industrial, que, no primeiro semestre de 1995, cresceu somente 2,3% .Outros fatores desfavoráveis são as altas taxas de juros, agora na ordem de 40% ao mês, e o aumento do endividamento interno do Governo para cobrir o déficit fiscal. A taxa de desemprego nos anos 92-93 se manteve ao nível de 4,1% e em 1994 subiu para 4,5%. A previsão para 1995 é de que se situe em torno de 5%. O índice de preços ao consumidor é calculado com base em cesta de produtos essenciais, muitos dos quais tinham seus preços sujeitos a controles oficiais. Mas, a partir de 1992, está sendo seguida uma política de liberalização de preços, inclusive os relacionados com a cesta básica, a fim de eliminar distorções no funcionamento do mercado, para benefício de consumidores e produtores. O que se procura é restringir o controle de preços a apenas alguns itens, produzidos em condições de monopólio estatal, como o são os serviços públicos e certos produtos de interesse social, por exemplo leite e açúcar. Desde 1982, os diferentes governos têm implementado políticas de estabilização e ajustes, monitoradas pelo FMI e o Banco Mundial, as quais contribuíram a reduzir os desequilíbrios macroeconômicos e a manter certo nível de crescimento. No entanto, a pressão inflacionária ainda continua sendo um sério problema. A previsão é de que a inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor, se situe entre 20% e 22% em 1995, mas, para 1996, deverá reduzir-se a cerca de 10%, segundo os entendimentos com o FMI e o BID. Variação do Índice de Preços ao Consumidor, 1992-1995 (janeiro-agosto) 1992 IPC (em %) 17,0 Fonte: Banco Central de Costa Rica (*) 1995: período de janeiro a agosto 1993 9,0 1994 19,9 1995(*) 12,8 Em 1994, verificou-se crescente pressão inflacionária provocada pelo aumento do gasto público e sucessivos déficits comerciais, parcialmente cobertos por um turismo crescente . O atual governo, que assumiu em maio de 1994, tem dado prioridade à redução dos desequilíbrios internos. Seus principais objetivos são: reduzir o déficit fiscal para 3,5% do PIB em fins de 1995 e para 0,5% no fim de 1996; aumentar a receita fiscal em 3,5%; incremento real do PIB de 2,5% em 1995 e 3% em 1996,e manter a inflação num nível inferior a 10% durante 1996. Essas metas são parte dos atuais entendimentos com o FMI, com vistas à conclusão de acordo de stand by, no montante de US$ 75 milhões, pelo prazo de 15 meses, que deverá ser assinado em fins de novembro de 1995. Esse ajuste é necessário a fim de criar condições para melhorar a eficiência da economia nacional e alcançar maior competitividade internacional nas exportações, dentro do novo modelo exportador adotado com a abertura econômica da década dos 90. Principais setores de atividade Em 1986 foi dado início a uma série de reformas para alcançar a estabilização macroeconômica, seriamente afetada pela crise dos juros do início da década. A fase inicial das reformas (1986-1990) caracterizou-se por uma ênfase nos subsídios e na promoção das exportações. Na segunda etapa, a partir de 1990, foi dada prioridade à liberalização das importações e eliminação dos anteriores subsídios às exportações. 18 Desde a década passada, o setor dominante da economia passou a ser o de serviços, sendo a seguinte a participação de cada setor no PIB de 1994: · agricultura: · indústria: · serviços: 16,2%; 18,9%; e 45%. Produto Interno Bruto, por setores 1990-1994 (Em US$ milhões e percentuais) Setores 1990 PIB Total 5.110 100,0 Agricultura, silvicultura, caça e pesca 807 15,8 Indústria 990 19,4 Construção civil 164 3,2 Bens móveis 192 3,8 Administração pública 761 14,9 Serviços 2.196 43,0 Fonte: Banco Central de Costa Rica % % 1992 100,0 6.405 100,0 7.501 100,0 8.335 100,0 877 17,3 1.021 19,9 145 2,8 170 3,3 689 13,4 2.209 43,1 1.033 1.302 170 191 833 2.854 16,1 20,3 2,6 3,0 13,0 44,6 1.195 1.452 205 221 1.016 3.352 15,9 19,3 2,7 2,9 13,5 44,7 1.347 1.577 222 228 1.193 3.764 16,2 18,9 2,7 2,7 14,3 45,1 5.122 1991 % 1993 % 1994 % Agricultura, silvicultura, caça e pesca A produção agrícola costarriquenha pode ser dividida em três grupos de produtos: · tradicionais: a Costa Rica se destaca como segundo produtor mundial de banana, quinto produtor mundial de café e importante produtor de açúcar e carnes; · não tradicionais: flores frescas e secas, plantas decorativas, abacaxi, manga, mamão, melão, tubérculos, côco, nozes de macadâmia, óleo de palma e laticínios; · auto-suficiência: milho, feijão e arroz. Com respeito à pesca, a produção se concentra no atum e outras espécies de mar aberto, capturadas principalmente por frotas internacionais. É processada em três fábricas locais de conservas, que abastecem os mercados doméstico e regional centro-americano. A pecuária se viu afetada por prolongada seca na região de Guanacaste (norte), em 1992. Quanto à criação de suínos e à avicultura, ambas vem crescendo em media 10,6% e 8,5% ao ano, respectivamente, em função de novas estratégias de mercado e de comercialização para fomentar o consumo interno. Indústria Em 1994, o setor industrial respondeu por quase 19% do PIB, sendo as principais indústrias as de alimentos, com 28% no total do setor; bebidas, com 14,7%; têxteis e confecções com 6,7%; produtos químicos, com 6,2%; maquinaria elétrica, com 6,2%; produtos químicos industriais, com 3,9%; e papel e derivados, com 4,2%. Na indústria alimentícia, destaca-se a produção de conservas de frutas e de legumes, laticínios, óleos e gorduras vegetais e animais, chocolates e artigos de confeitaria. Na indústria têxtil e de vestuário, registrou-se aumento na confeccção de vestuário a partir de têxteis importados, destinada especialmente aos Estados Unidos, que absorve hoje cerca de 80% das exportações costarriquenhas do setor. Serviços Como salientado anteriormente, o setor de serviços representou 45% do PIB em 1994, sendo os subsetores mais importantes: comércio varejista, turismo, serviços financeiros e bancários e de imóveis. O Estado detém o monopólio de vários serviços: combustíveis, energia elétrica, bancos (no que diz respeito a contas correntes e acesso ao redesconto), seguros, telecomunicações e aqueles de interesse social (serviços médicos públicos, previdência social e pensões). O turismo tem sido um dos setores mais dinâmicos e, desde 1993, converteu-se na primeira fonte de divisas estrangeiras. Em 1994, a receita do turismo foi de US$ 622,3 milhões. Por outro lado, os incentivos nessa área levaram a investimentos no montante de US$ 577 milhões até 1994, dirigidos principalmente a hotéis, agências de 19 aluguel de veículos e agências de viagens. Espera-se que o setor tenha crescimento médio de 10% nos próximos anos. A maioria dos turistas são provenientes dos Estados Unidos e Canadá e os meses de maior afluência turística são janeiro, fevereiro e março. A legislação atual estabelece diferença entre bancos estatais e bancos privados. Os bancos estatais ainda têm o monopólio das contas correntes e do acesso ao redesconto. As subsidiárias de bancos estrangeiros operando no país devem ter personalidade jurídica própria, por exemplo, na forma de sociedade anônima. A atual legislação bancária foi revista, no sentido da abertura do monopólio estatal em matéria de contas correntes e redesconto, com flexibilidade bem maior para as operações dos bancos privados, devendo no entanto ser mantidos os bancos estatais. Foi aprovada pela Assembléia Legislativa a nova lei orgânica do Banco Central, conhecida como Ley de Reformas Financieras, que prevê a eliminação do atual monopólio bancário no prazo de 10 meses. O Estado detém o monopólio dos seguros através do Instituto Nacional de Seguros (INS), já que o INS é visto como parte essencial do bem-estar social. O INS detêm o monopólio administrativo dos seguros, isto é, atua como agente segurador, vendendo seguros diretamente ou mediante entidades privadas comercializadoras autorizadas pelo próprio INS. O que se busca com esse sistema é oferecer um melhor serviço ao cliente e promover a livre competição entre empresas que vendam seguros. O Estado tem igualmente a propriedade dos serviços de comunicações e radiodifusão através do Instituto Costarricense de Electricidad (ICE) e da Radiográfica Costarricense (RACSA), sendo estas as únicas companhias até agora autorizadas a explorar os serviços respectivos. Cogita-se nessa área a quebra do monopólio estatal, com a concessão, mesmo parcial, de serviços a empresas nacionais ou estrangeiras, mas isso exigirá uma reforma constitucional. A curto prazo, o ICE está sendo dividido em duas áreas distintas, separadas administrativa e financeiramente: energia e telecomunicações, portanto com agilidade e eficiência bem maior do que hoje. A reestruturação deverá ser completada até outubro de 1996. Se permitirá a entrada de capital privado (US$ 200 milhões), através de alianças estratégicas com o ICE. Além da separação dos setores de telecomunicação e energia, nos planos financeiro, administrativo, institucional e de relações humanas, também se preveem alterações a curto prazo, entre elas novos esquemas de financiamento, mobilidade voluntária no emprego e a criação de modelos de gestão participativa, como cooperativas e sociedades trabalhistas. A geração de energia elétrica também é monopólio estatal, do Instituto Costarricense de Eletricidad (ICE). O Estado pode, no momento, autorizar a concessão para exploração de até 30% da capacidade instalada às empresas privadas. As tarifas elétricas são fixadas pelo Servicio Nacional de Eletricidad (SNE), empresa subsidiária do ICE. A Costa Rica exporta energia elétrica para outros países da América Central (Honduras, Nicarágua, Panamá) sob contratos específicos; porém esses contratos só são operacionalizados quando há excesso na oferta de energia. As mais recentes vendas foram em 1992 e 1994, para a Nicarágua e Honduras, respectivamente. A Costa Rica participa igualmente do Consejo Centroamericano de Electrificación de América Central (CEAC), cujo papel é promover o uso mais eficiente dos recursos da região, via interligação das redes elétricas. Um projeto para instalar uma linha de alta voltagem, da Guatemala ao Panamá, deverá estar terminado no ano 2004. A Costa Rica é país líder em matéria de comércio exterior na América Central. O Governo acredita que a implementação de políticas comerciais exitosas impliquem o envolvimento e participação do setor privado. O Ministerio de Comercio Exterior (COMEX) é o responsável pela formulação e implementação da política comercial, que tem dado muita ênfase aos acordos regionais e bilaterais. Os principais mercados para as exportações costarriquenhas são atualmente os Estados Unidos, a União Européia e o Mercado Comun Centroamericano. (vide Cap. III - Comércio Exterior). Planejamento econômico A Costa Rica se orientou, desde 1986, para a consolidação de um processo de estabilização econômica e de reestruturação do setor produtivo no sentido de seu redirecionamento aos mercados externos. A reestruturação efetuou-se no sentido da liberação dos controles de preços internos, da redução da intervenção do Estado no setor produtivo e da desregulamentação do setor financeiro. Para alcançar esses objetivos, foram adotados programas de estabilização com o FMI e de ajuste estrutural com o Banco Mundial, os quais orientaram o atual planejamento econômico do país. Até hoje, a Costa Rica adotou dois programas de ajuste estrutural, o primeiro em 1985 e o segundo em 1987. Esses programas procuraram reduzir o nível de protecionismo do setor produtivo, deter o crescimento do setor público, estimular as exportações de produtos não-tradicionais para outros mercados além do centro-americano, juntamente com a adoção de novas políticas financeiras. Apesar de ter-se conseguido significativa transformação no setor industrial, não foi possível reestruturar efetivamente o setor governamental, que ainda não alcançou os níveis desejados de um Estado moderno. 20 Foi proposto, desde 1993-94, um novo programa de ajuste, o PAE III (Programa de Ajuste Estrutural III), que daria continuidade aos dois anteriores. O PAE-III deveria ser financiado conjuntamente pelo Banco Mundial (US$ 100 milhões) e pelo BID (US$ 250 milhões) . Mas a negociação do programa com as autoridades monetárias internacionais foi muito difícil no decorrer de 1994, e não se chegou a nenhum acordo, tendo o Banco Mundial encerrado as negociações, retirando-se do programa por não ter o Governo costarriquenho cumprido até então as respectivas metas macroeconômicas, especialmente no que diz respeito ao déficit fiscal. O BID manteve seu financiamento, porém sujeito ao mencionado acordo de stand by com o FMI, do que dependem agora os correspondentes desembolsos. Os desembolsos do BID estão distribuídos em três programas: · Programa de ajuste do setor público, de US$ 80 milhões, para reforma estrutural e administrativa dos setores fiscal e alfandegário; e · Programa setorial de investimentos, com US$ 100 milhões, para cobrir a reforma do sistema financeiro e do mercado de capitais, liberalização do mercado de seguros, estabelecimento de um sistema privado de pensões, reestruturação do Servicio Nacional de Electricidad e a melhora em geral do clima de negócios no país; · Programa multisetorial de crédito, com US$ 70 milhões, a ser administrado pelo Banco Central e dirigido ao setor privado, priorizando investimentos em infra-estrutura de médio e longo prazos, com a finalidade de elevar o PIB do país. Com isso, o clima para investimentos na Costa Rica deverá melhorar significativamente, juntamente com a reconversão industrial e a ampliação do mercado de capitais. Política agropecuária Até meados dos anos 80, as políticas agrícolas favoreciam e apoiavam os pequenos agricultores e se verificava acentuada intervenção estatal para apoiar a produção. As políticas a seguir tiveram como objetivo a geração de empregos, o aumento da renda nas áreas rurais, a especialização da produção por áreas climáticas e geográficas, a auto-suficiência em produtos básicos (milho, feijão, arroz), a diversificação das exportações, a diminuição dos custos e o desenvolvimento agro- industrial em geral. Esses objetivos foram apoiados por uma série de programas setoriais, através da Comisión Nacional de Investigación de Transferencia de Tecnología Agropecuaria (CONITA), que ainda coordena as políticas do setor. As principais instituições são: · · · · · · · · · Coorporación Bananera Nacional (CORBANA) Cámara de Bananeros Instituto del Cafe de Costa Rica (ICAFE) Liga Agrícola e Industrial de la Caña de Azúcar (LAICA) Federación de Cámaras de Productores de Azúcar Oficina Nacional del Arroz (ONA) Instituto Costarricense de Pesca y Acuacultura (INCOPESCA) Coorporación de Fomento Ganadero (COFAGA) Cámara Nacional de Agricultura y Agroindustria O Ministério de Agricultura oferece serviços de promoção da produtividade, desenvolvimento de culturas alternativas, controle de pragas e regulamentação fitossanitária. Há impostos de exportação, que incidem sobre banana, café, gado e carnes. Existem incentivos tarifários para importação de certos insumos e equipamentos agrícolas. Política industrial Nos anos 80, efetuaram-se reformulações na política industrial, com vistas a promover a integração da Costa Rica na economia mundial. Criaram-se Zonas Francas industriais para fomentar a exportação de produtos manufaturados, o que atraiu várias transnacionais americanas como a GTE, Motorola, Menem, Firestone, Coca-Cola e Phillip Morris, entre outras. Além das vantagens das Zonas Francas, essas empresas se beneficiaram com a estabilidade política do país, bem como da mão de obra qualificada e do acesso aos dois oceanos. Em 1994, novas diretrizes da política industrial visaram ao aumento da competitividade e à promoção da transferência de tecnologia, fomentando também as atividades agroindustriais. Participam do novo sistema o Ministerio de Economía, Industria e Comercio (MEIC), as Universidades e as instituições relacionadas com o desenvolvimento tecnológico. 21 O Governo está empenhado em simplificar os trâmites burocráticos relacionados com a produção industrial, criar um fundo de assistência técnica aos produtores e desenvolver programas de capacitação, informação e de conhecimento da legislação interna na área comercial. Política do setor de serviços Existem restrições para acesso ao mercado doméstico, especialmente nas áreas de transportes, telecomunicações, radiodifusão e serviços financeiros. Na área da construção civil, as empresas estrangeiras devem estar registradas no Colégio de Engenheiros, sendo as mensalidades diferenciadas para nacionais e estrangeiros. Para poder concorrer em licitações públicas, as empresas estrangeiras devem ter um representante legal na Costa Rica, o qual será responsável pelo cumprimento das instruções que receba da sede da empresa representada. O representante da firma estrangeira será responsável pela apresentação junto à administração licitante da oferta da empresa, pelos serviços adicionais e pelos eventuais recursos pertinentes à licitação. Em matéria de transporte ferroviário, o Instituto Costarricense de Ferrocarriles - INCOFER, planeja, opera e administra a rede ferroviária nacional. A nova Lei Geral de Concessão de Obras Públicas autoriza a franquia de novos sistemas ferroviários para o serviço ao público, mediante aprovação prévia do Legislativo (vide Cap. IX-Política e Legislação de Investimentos, item 7). O INCOFER foi fechado recentemente, devendo ser o setor ferroviário objeto de concessão a empresas privadas para operá-lo. Para transportes terrestres, a autorização de operação é outorgada pelo Ministerio de Obras Públicas e Transporte a empresas que tenham 51% do capital controlado por nacionais. Veículos e trailers estrangeiros não podem transportar carga dentro do país e as companhias estrangeiras de transportes intermodais devem utilizar transportes locais para deslocar containers dentro do país. No plano dos transportes aéreos, a Dirección General de Aviación Civil outorga autorizações para transporte internacional, com base no princípio da reciprocidade. As companhias aéreas estrangeiras devem ter representação permanente na Costa Rica. Quando uma companhia local tenha falta de equipamento, poderá alugá-lo no exterior por prazo de até 6 meses. No setor de telecomunicações, a autorização para estabelecer, administrar e operar estações de rádio e de televisão é dada a nacionais, cidadãos naturalizados com 10 anos de residência na Costa Rica ou companhias cujo capital esteja sob controle de nacionais em pelo menos 65%. Não mais de 30% da publicidade de televisão e cinema pode ser feita por firmas estrangeiras e os comerciais, produzidos fora da América Central, estão sujeitos a um imposto de 100% ad valorem. Os comerciais são considerados como nacionais se produzidos em outros países centro-americanos. Na área bancária, como já explicado, até hoje só os bancos estatais podiam receber depósitos em conta corrente e aplicá-los em operações financeiras, mas o monopólio deverá ser eliminado em prazo de 10 meses, segundo projeto de reforma financeira ora em exame pelo Legislativo (vide item Serviços, em Principais setores de atividade). No setor de turismo, os incentivos para investimentos turísticos são dados na base de contratos entre o Instituto Costarricense de Turismo (ICT) e as empresas interessadas. A maioria dos investimentos tem sido efetuada nas áreas da infra-estrutura hoteleira, aluguel de carros, transporte aquático e agências de viagens. As empresas estrangeiras podem participar no desenvolvimento turístico se pelo menos 50% de seu capital estiver em mãos de nacionais. Política comercial A formulação da política comercial está a cargo do Conselho de Governo, que vincula todos os Ministérios, sendo que o Ministerio de Comercio Exterior (COMEX) tem a principal responsabilidade na elaboração e implementação dessa política e representa a Costa Rica nas negociações e acordos internacionais. O Ministerio de Economia, Industria y Comercio é responsável pela política tarifária e o Banco Central trata assuntos relacionados com câmbio e crédito. O atual Governo quer melhorar e garantir o acesso das exportações costarriquenhas aos mercados mundiais e tem orientado sua política no sentido do livre comércio. Os acordos regionais e bilaterais são de grande importância na política comercial do país. A prioridade atual é obter condições de acesso ao mercado norte-americano similares àquelas concedidas ao México no âmbito do NAFTA. 22 A Costa Rica é beneficiária da Iniciativa da Bacia do Caribe (IBC-II), mediante a qual os produtos que tenham um mínimo de 35% de valor agregado local têm livre acesso ao mercado norte-americano, excetuados vestuário e têxteis, couros e calçados, principalmente. A Venezuela e a Colômbia oferecem reduções tarifárias de até 100% para certas exportações da Costa Rica, como couros e peles e nitrato de amônio. A Costa Rica também forma parte do Mercado Comum Centro- Americano, com um total de 28 milhões de pessoas. Os produtos com um mínimo de 25% de valor agregado local, em qualquer dos países membros, têm isenções ou reduções tarifárias no comércio inter-regional. Em fevereiro de 1993, os membros do Mercado Comun Centroamericano, firmaram um acordo com a Colômbia e a Venezuela, iniciando-se negociações para o estabelecimento de uma zona de livre-comércio com aqueles dois países até o ano de 2003.O acordo também cobrirá aspectos como emprego, saúde, transportes marítimos e recursos naturais. Em 1994, a Costa Rica aderiu à nova Associação de Estados do Caribe (AEC), instituída para promover a cooperação no comércio, investimentos, transportes, comunicações e tecnologia. Em janeiro de 1995, entrou em vigor o Tratado de Livre Comércio (TLC) com o México, que prevê a desgravação tarifária progressiva para quase todos os bens comercializados entre os dois países em prazo de 10 anos. Este acordo beneficia, no momento, produtos da Costa Rica que tenham um valor agregado local de 33,3% e garante também o tratamento de nacional aos investidores de cada país. A Costa Rica também mantém acordos bilaterais com o Panamá e a República Dominicana, com isenção tarifária para certos bens comercializados com esses países. Política no tocante à pequena e média empresa Para o Governo costarriquenho, a abertura econômica deve contribuir não só à criação de igualdade de oportunidades mas também à melhor distribuição da renda e recursos produtivos. Para isso, o país concentrará esforços na promoção de cooperativas eficientes e modernas, na modernização da pequena propriedade e do pequeno empresário, no acesso à propriedade, na aquisição de ações das empresas e na renovação das organizações trabalhistas. No caso das cooperativas, procura-se que, sem alterar sua natureza, se transformem em empresas modernas, eficientes e competitivas. Serão fortalecidas as pequenas e médias empresas costarriquenhas, que correspondem à maior parte do setor empresarial do país, em todas as áreas de atuação, para convertê-las em unidades de produção mais eficientes, inclusive no tocante ao comércio exterior. Os trâmites e procedimentos, que oneram desnecessariamente os custos, deverão ser simplificados. Será prestado apoio às organizações de pequenos empresários, para que possam uniformizar sua produção e usufruir das vantagens de uma ação conjunta em áreas como o abastecimento de matérias primas, a especialização e complementação produtiva, a busca de novos mercados e o atendimento a demanda em maior escala. As organizações de pequenos empresários serão o meio através do qual se canalizará a assistência técnica, o financiamento e a informação sobre produtos e mercados. Quando não existirem, se promoverá a criação de grupos ou núcleos empresariais, que contarão com uma equipe de técnicos para trabalhar na modernização dos processos, produtos e serviços da empresa. Com a ajuda de fundos do BID (US$ 3 milhões), foi criado um programa de apoio à pequena e média empresa, dirigido pela Cámara de Industrias de Costa Rica e que tem como função dar assistência técnica e promover a formação de alianças estratégicas nas áreas de tecnologia e de comercialização. Em janeiro de 1996, entrará em operação outro fundo para financiamento da pequena e média empresas. Será de US$ 14,37 milhões e se destinará ao melhoramento das instalações, à realização de alianças estratégicas e à modernização geral do setor. Do total, US$ 8,8 milhões correspondem a aporte da Agência Canadense de Cooperação Internacional - CIDA e US$ 5,5 milhões a recursos de várias entidades nacionais. Os créditos serão outorgados com taxas de juros, prazos de carência e períodos muito favoráveis, em comparação com as condições oferecidas no mercado financeiro. Com isto, o Governo procura aumentar a disponibilidade de crédito para a pequena e média empresas. O fundo financiará três programas específicos: · · · US$ 4,78 milhões para modernização das empresas; US$ 1,46 milhão para promoção de alianças estratégicas entre empresas do Canadá e da Costa Rica; e US$ 2,57 milhões para melhoramento das instalações físicas das empresas. Os US$ 5,5 milhões restantes formarão um fundo de garantia, para aval das solicitações de crédito, por parte dos pequenos empresários, ao sistema de crédito do mercado financeiro. 23 2. Moeda e Finanças Moeda e câmbio A unidade monetária é o Colón. Durante o período de vigência do modelo agro-exportador, até fins dos anos 50, e do modelo de substituição de importações, que se estendeu nos anos 60 e 70, foi adotado o sistema de câmbio fixo. É a partir de 1983, com o modelo de promoção das exportações, que se estabeleceu um sistema cambial de minidesvalorizações e, em março de 1992, o câmbio foi liberalizado. No entanto, o Banco Central pode intervir no mercado cambial para manter o nível das reservas internacionais e proteger o balanço de pagamentos. Também, a partir dessa data, não existem restrições às transferências de capital; porém as operações de câmbio manual superiores a US$ 10.000, serão informadas automaticamente ao Banco Central pelo banco que efetuou a operação. Em 1994, voltou-se ao sistema de minidesvalorizações, a fim de assegurar taxa cambial real competitiva para as exportações. A atual política cambial é manter uma desvalorização média diária do colón de pelo menos 13 centavos por dólar. É provável que se adote o sistema de faixas cambiais em 1996. No entanto, em vista do ajuste ora em negociação com o FMI, a desvalorização deverá posteriormente situar-se em níveis mais baixos, mas sempre inferiores aos da inflação interna. Por isso, o Banco Central prevê uma desvalorização anual de cerca de 20% no conjunto do ano de 1995, sempre abaixo da taxa de inflação interna, que deverá oscilar entre 20% e 22%. Taxa de Câmbio (média-vendedor) - 1992-1995 (janeiro-outubro) 1992 1993 Colones por dólar norte-americano 138,07 152,17 Desvalorização (%) 1,50 9,20 Fonte: Banco Central de Costa Rica (*) 1995: janeiro - outubro 1994 165,05 8,30 1995(*) 189,40 8,30 Balanço de pagamentos e reservas internacionais Com respeito ao balanço de pagamentos, em 1992 e 1993, o acentuado crescimento da economia provocou rápida elevação das importações (30,9% em 1992 e 18,1% em 1993) que, apesar dos saldos positivos dos serviços, em função das receitas do turismo, provocou déficits consideráveis em transações correntes, chegando ao seu nível mais alto em 1993 (US$ 620 milhões). O movimento de capitais, em função sobretudo dos significativos investimentos na agricultura (banana), indústria e turismo permitiu, no entanto, conseguirem-se saldos positivos no balanço de pagamentos, mantendo-se elevados os níveis das reservas internacionais (vide adiante). Em 1994, todavia, o déficit em conta corrente baixou para US$ 463 milhões, devido à redução do saldo negativo da balança comercial (US$ 996 milhões), em virtude da queda na demanda de bens importados, em função da contração das atividades econômicas e da melhora dos preços internacionais do café, e principalmente, das receitas do turismo, na parte de serviços. No movimento de capitais, registrou-se, pelas mesmas razões, sensível diminuição no fluxo de empréstimos públicos e de investimentos privados, ao que se juntou uma amortização mais elevada da dívida externa, com o pagamento de atrasados da ordem de US$ 88 milhões. As entradas de capital privado se viram em geral afetadas por certa falta de credibilidade, em função da crise financeira mexicana, que alterou a confiança dos investidores internacionais. Finalmente, apesar da redução do déficit em conta-corrente, a diminuição do saldo na conta de capital foi de maior proporção do que no ano anterior, o que levou o saldo do balanço de pagamentos a ser deficitário em US$ 182 milhões, com considerável baixa nas reservas líquidas internacionais em divisas, que se reduziram a apenas US$ 130 milhões. No primeiro semestre de 1995, registra-se déficit comercial ainda menor, em função do considerável incremento das exportações (28,7%), em comparação com o das importações (14,9%). Espera-se que, no final de 1995, o déficit em conta corrente seja reduzido a 3,6% do PIB. Até fins de 1996, o Governo deverá reduzir esse déficit a 3,4% do PIB. Essa situação está favorecendo a recuperação das reservas líquidas internacionais, as quais vem aumentando desde abril de 1995, e espera-se que, até o final do ano, alcancem cerca de US$ 224 milhões (metodologia do FMI). As reservas monetárias totais deverão chegar ao final do mesmo período a um nível de US$ 830 milhões (metodologia do Banco Central de Costa Rica). Em fins de 1996, as reservas monetárias líquidas deverão ser aumentadas em US$ 280 milhões, para atingir um saldo bruto de US$ 1.040 milhões. 24 Balanço de pagamentos, 1992-1994 (Em US$ milhões) 1992 A. Balança comercial - 716 Exportação 1.739 Importação -2.455 B. Serviços 173 Receita 389 Despesa -216 C. Transferências 173 D. Transações correntes -370 (A+B+C) E. Movimento de capitais 278 Oficial 8 Privado 270 F. Erros e omissões 202 G. Saldo (D+E+F) 110 Fonte : FMI. International Financial Statistics 1993-1994 1993 -1.019 1.867 -2.886 256 498 -242 143 -620 1994 - 996 2.102 -3.098 390 615 -225 143 -463 360 16 344 284 24 13 -174 187 268 -182 Reservas Internacionais, 1992-1994 (Em US$ milhões - Em 31 de dezembro de cada ano) Rubricas Divisas e ouro DES-Direitos Especiais de Saque Reservas no FMI Acordos compensatórios com a América Central e México Fonte: Banco Central de Costa Rica 1992 1021,4 0,3 25,8 0,5 1993 1002,2 0,2 25,8 1994 872,8 0,2 25,8 0,5 0,0 Finanças públicas A despesa pública tem sido uma das principais causas, senão a principal, da inflação na Costa Rica, em vista das dificuldades enfrentadas pelo Governo desde muitos anos para reduzir o tamanho do setor público e das políticas de aumento salarial deste setor. Para tentar cobrir o déficit, recorreu-se à emissão de bônus do Tesouro, o que tem provocado a elevação contínua das taxas de juros no mercado financeiro, encarecendo a contratação de empréstimos e financiamentos, especialmente pelo setor empresarial. As reformas fiscais iniciadas em 1990 incluíram o aumento das tarifas dos serviços públicos, reformas tributárias e minidesvalorizações cambiais. No entanto, o déficit fiscal passou de 1,9% do PIB em 1993 para 8,0% do PIB em 1994, como resultado do contínuo aumento dos gastos do Governo e do reduzido incremento registrado nas receitas públicas. O atual Governo implementou um programa de reforma fiscal, com três objetivos: criar estabilidade macroeconômica; utilizar as receitas das possíveis privatizações para reduzir o déficit e melhorar a alocação dos recursos do Estado. Esses recursos deveriam destinar-se principalmente à educação básica, habitações de interesse social, saúde pública, segurança pública e obras de infra-estrutura. As soluções previstas incluem o aumento do imposto sobre as vendas de 10% para 15% e a criação de um imposto sobre os ativos das empresas de 1%, ambos recentemente aprovados. Espera-se poder reduzir o déficit fiscal em 1995 a somente 3,5% do PIB e a 0,5% em 1996, conforme os entendimentos em curso com o FMI. Com isso, o novo Governo deverá conseguir ainda este ano maior estabilidade macroeconômica, a fim de poder concluir com essa instituição financeira internacional um acordo de stand by, com empréstimo de US$ 75 milhões. 25 Orçamento público, 1993-1995 (janeiro-junho) (em US$ milhões) Descrição A. Receita Receita tributária Outras receitas B. Despesa Despesa corrente Juros Transferências Outras despesas Fonte: Banco Central de Costa Rica (*) 1995: janeiro-junho 1993 1994 1995(*) 1165,86 1157,91 8,95 1335,27 807,95 205,15 243,74 18,44 1217,97 1204,72 13,25 1761,60 983,40 333,79 425,46 18,95 673,64 669,60 4,04 810,96 451,04 229,30 120,76 9,86 O Proyecto de Ley de Presupuesto Nacional em estudo na Assembléia Legislativa orçou os gastos do Governo para 1996 em US$ 2.206,78 milhões, dos quais 70% serão financiados por ingressos correntes (US$ 1.554,74 milhões) e 30% mediante emissão de bônus da dívida interna (US$ 652,04 milhões). Na parte dos gastos, o pagamento da dívida, juntamente com o pagamento de aposentadorias, respondem por 48,8% do gasto total. Seguem, por ordem de importância, os gastos com educação, saúde e segurança pública, que somam em conjunto 28%. Os gastos com construção e manutenção de obras públicas, promoção da cultura e esportes e outros representam 17,1%. Na parte das receitas correntes, o Impuesto sobre las Ventas (27,51%), os Derechos de Aduanas (21,80%) e o Impuesto Selectivo de Consumo (17,20%) são as principais fontes de receita do Governo. O projeto de orçamento para 1996 mostra um crescimento (em colones) de apenas 6,2% com respeito ao de 1995. Orçamento previsto, por setores - 1996 (Em US$ milhões) Serviços gerais Administração geral Relações Exteriores Regulamentos econômicos e financeiros Justiça Defesa e segurança interna Ciência e tecnologia Outros serviços Serviços sociais e comunais Educação Saúde Saneamento ambiental Previsão e assistência social Trabalho Habitação Esgotos e água potável Desenvolvimento comunal Cultura e arte Lazer e recreação Outros serviços Serviços econômicos Agricultura Pecuária Recursos naturais renováveis Irrigação e drenagem Energia Extração mineral Indústria e comércio Transporte 333,34 65,32 20,00 32,37 115,06 71,22 4,73 24,64 922,38 500,08 40,66 0,49 331,98 4,27 12,29 0,22 3,48 11,47 9,76 7,68 133,19 22,41 0,54 10,93 5,18 0,03 0,47 4,23 82,58 26 Comunicações Armazenamento Turismo Outros serviços Serviços financeiros Dívida pública interna Dívida pública externa Não-classificados Total Fonte: Ministerio de Hacienda 6,64 0 0 0,18 781,97 521,24 260,73 35,9 2.206,78 Sistema bancário e financeiro O sistema bancário nacional, sob supervisão do Banco Central, é atualmente composto de três bancos comerciais estatais: Banco Nacional, Banco da Costa Rica e Banco de Crédito Agrícola de Cartago, além do Banco Popular (espécie de Caixa Econômica), que têm o monopólio das contas correntes e do redesconto, de 23 bancos privados e de 32 financeiras. Há duas bolsas de valores, ambas privadas, que operam com carteiras similares: a Bolsa Nacional de Valores e a Bolsa Eletrônica de Valores. Os principais bancos estrangeiros que operam atualmente na Costa Rica são: o Citibank; o Bancrecen do México; o Banco Lyon de capital panamenho; o Banco de San José, de capital nicaraguense; o Banco Mercantil, de capital local e que acaba de ser comprado pelo Scotia Bank, do Canadá. Existe também a Financiera de Londres, correspondente do Lloyds Bank. O Banco de Santander, da Espanha, e os bancos Deutsch Suedamerrikanische Bank e Dresdner Bank, da Alemanha, têm escritórios de representação. Entre os atuais bancos privados, os três maiores são: o Banco de San Jose, o Interfin e o Banex (de capital costarriquenho) que, em conjunto, apresentam ativos correspondentes a cerca de 40% do total dos ativos dos bancos privados. O Banco de San Jose e o Interfin vem incrementando de forma permanente, desde 1993, sua carteira de colocações e são os únicos bancos privados cuja carteira de empréstimos supera hoje US$ 55 milhões. Os bancos mais rentáveis, em função do seu patrimônio, são o Interfin e o Banex que, de janeiro a junho de 1995, apresentaram rentabilidade de 30%. Os bancos estatais respondem por 50% dos ativos do sistema financeiro e ainda detêm o monopólio das contas correntes e o acesso ao redesconto bancário. Foi, no entanto, recentemente aprovada pela Assembléia Legislativa uma nova lei que prevê a abertura do monopólio e o acesso dos bancos privados às contas correntes e ao redesconto, em prazo de dez meses, não devendo, no entanto, serem privatizados os bancos estatais. Uma das características do atual sistema bancário costarriquenho é o fato de que os custos operacionais e financeiros dos bancos estatais são muito mais elevados do que os dos bancos privados (em média, 40% superiores), o que é naturalmente repassado à produção, cujos créditos são tomados principalmente junto à rede bancária estatal. O sistema bancário é regido pela Ley Orgánica del Sistema Bancario e controlado pelo Banco Central, que estabelece as pautas da política monetária. Devido aos altos custos das operações financeiras, sobretudo por parte dos bancos estatais, e à orientação do Governo no sentido da liberalização econômica, o sistema bancário será reformado. Os principais pontos da lei de reforma financeira, já aprovada pela Assembléia Legislativa, são: · garantir a livre conversibilidade do colón bem como a livre disponibilidade de divisas pelas empresas exportadoras, eliminando-se a anterior retenção de 20%. Os contratos em moeda estrangeira serão sempre válidos e o devedor terá a opção de pagá-los em colones, ao câmbio de mercado; · assegurar a completa independência do Banco Central, para garantir melhor direcionamento da política monetária e creditícia; · limitar as possibilidades de financiamento ao Governo por parte do Governo Central; · eliminação das facilidades de fixação das taxas de juros, comissões, prazos e outras caraterísticas das operações creditícias e de captação por parte dos bancos, assim como a fixação de limites de carteira e de sobretaxas à importação; · autorizar aos bancos privados o acesso às contas correntes ou de todo tipo de poupança e ao redesconto, no prazo de dez meses. Dessas captações, 17% deverão destinar-se a créditos para o desenvolvimento da pequena e média empresa, para facilitar-lhes o acesso rápido e fácil aos recursos creditícios do sistema bancário. Os bancos privados terão acesso às contas correntes, possivelmente até setembro de 1996. Para poderem competir e oferecer melhores serviços, os bancos privados estão assinando convênios entre eles de forma a permitir a compensação de cheques de uma para outra entidade bancária. Também se estão ampliando as alianças estratégicas com entidades bancárias estrangeiras e se prevê o pagamento de juros nos depósitos em conta corrente. 27 Créditos do Sistema Bancário Nacional, por setores 1992-1994 (Em US$ milhões ) 1992 Financeiras Total Agricultura 140,53 40,70 Indústria 148,30 133,78 Comércio 72,91 75,49 1993 Agricultura 135,38 71,15 Indústria 143,42 121,64 Comércio 73,72 74,88 1994 Agricultura 166,87 45,16 Indústria 127,65 161,90 Comércio 118,06 144,21 Fonte: Banco Central de Costa Rica Bancos estatais 2,88 6,28 6,49 Bancos privados 184,11 288,36 154,89 2,17 5,94 6,12 209,20 281,00 154,72 0,73 4,27 15,39 212,76 293,82 277,66 Note-se que, em 1994, os bancos privados concederam mais créditos à industria e ao comércio do que os bancos estatais, como resultado da flexibilização e abertura que se verifica no momento no sistema bancário do país. (agosto): A evolução das taxas de juros (ativas, para concessão de empréstimos) foi a seguinte, em 1994 e 1995 Taxas médias de juros do sistema bancário (ativas, em percentuais) 1994 Atividades econômicas Habitação Pequenos produtores Outras atividades Bancos estatais 42 42 41 48 1995 (outubro) Atividades econômicas Habitação Pequenos produtores Outras atividades Fonte: Banco Central de Costa Rica 38,0 32,5 31,3 40,5 Bancos privados 48 48 42 48 44 44 46 Em fins de setembro de 1995, o Governo anunciou uma baixa de até 3 pontos percentuais nas taxas de juros dos certificados de estabilização monetária do Banco Central e dos bônus fiscais do Ministerio de Hacienda para prazos inferiores a 6 meses. Essa baixa deverá incidir nas taxas de juros sobre empréstimos, que se situam hoje perto de 40%. As duas bolsas de valores funcionam com um sistema eletrônico de negociação, que permite operações com maior transparência para os operadores, assim como maior quantidade de informações. Ambas contam também com um sistema para negociação no mercado primário e secundário, para realização de leilões de títulos por parte do Ministerio de Hacienda e do Banco Central. Contam também com facilidades para custódia de títulos e valores, para liquidação financeira e liquidação física dos títulos e valores, para negociação de divisas e para estatísticas bursáteis. Os sistemas estão todos integrados. Note-se que cerca de 90% do movimento bursátil abrange atualmente bônus e títulos públicos. Reconhecendo a importância para a Costa Rica da integração internacional de seu mercado, a Bolsa Nacional de Valores tem convênios com a bolsa da Guatemala (CEVAL), com a S.D.INDEVAL do México e com a CEDEL de Luxemburgo e faz parte da Asociación de Bolsas de Centroamérica (BOLCEN). Esses convênios têm por finalidade oferecer um mercado mais interessante, ampliando as opções existentes nas Bolsas e estendendo a demanda do mercado de valores da Costa Rica. O maior número de transações registradas são aquelas de prazo de 0 a 30 dias. Assim, no período 19921993 essas transações representaram 65,9% (US$ 4.345,72 milhões) do total de transações da Bolsa Nacional de Valores; e, no período 1993-1994, corresponderam a 44,9% (US$ 2.986,05 milhões). No primeiro semestre de 1995, as transações com prazo de até 30 dias continuaram a representar o maior volume de transações registrado pela Bolsa 28 Nacional de Valores, com participação de 40% (US$ 1.618,69 milhões). No mesmo período, registrou-se também importante aumento no volume de transações com prazos de 31 a 60 dias, que tiveram uma participação da ordem de 28% (US$ 1.111,50 milhões). Dívida externa Em maio de 1990, a Costa Rica foi o terceiro país, após o México e as Filipinas, a beneficiar-se do Plano Brady, o que lhe permitiu reduzir a sua dívida externa em 64%, mediante renegociação de cerca de US$ 1 bilhão do US$ 1,8 bilhão de sua dívida para com os bancos comerciais internacionais. Com isso, eliminaram-se atrasados de US$ 1.170 milhões, acumulados até 1989. O saldo da dívida externa no final daquele ano foi de US$ 3.172,62 milhões. Em 1991, o país desembolsou US$ 207,8 milhões para honrar obrigações da dívida externa. Em 1992, os pagamentos foram da ordem de US$ 398,2 milhões. Em 1993, esses pagamentos corresponderam a US$ 166,7 milhões e, em 1994, foram de US$ 172 milhões. Até junho de 1995, a dívida externa total da Costa Rica era de US$ 3.449 milhões, assim distribuídos: Organismos multilaterais Organismos bilaterais Bancos comerciais Bônus Fornecedores Total US$ 1.548,5 milhões US$ 1.301,1 milhões US$ 11,2 milhões US$ 581,9 milhões US$ 5,9 milhões US$ 3.448,6 milhões Os atrasados com o Clube de Paris eram de US$ 102 milhões em agosto de 1995, reduzindo-se a US$ 62 milhões em outubro do mesmo ano. Prevê-se que, em dezembro de 1995, sejam reduzidos a US$ 45 milhões e, em março de 1996, está previsto o pagamento final dos atrasados. O total da dívida com o Clube de Paris é atualmente de US$ 842 milhões. 29 III. COMÉRCIO EXTERIOR 1. Evolução recente: considerações gerais País de reduzido mercado, de poucos recursos naturais a não ser agropecuários (os insumos importados representam quase 34% dos custos de produção), relativamente limitada base industrial (dois terços das exportações ainda são de origem agropecuária, existindo no país somente indústrias leves), e, portanto, altamente dependente das importações, a Costa Rica possui elevado grau de abertura de sua economia ao exterior. O comércio exterior representa tradicionalmente, em conjunto, uma média de mais de 30% do PIB, sendo porém bastante mais elevada a participação das importações: em 1994, estas últimas corresponderam a 36% do PIB, enquanto a parcela das exportações foi de 27%. Pela mesma razão de natureza estrutural, a balança comercial costarriquenha tem sido tradicionalmente deficitária, ampliando-se o saldo negativo à medida em que se tem verificado crescimento econômico, com maiores importações de matérias-primas e outros insumos industriais e de bens de capital, como ocorreu nos últimos quatro anos. Com o crescimento recente das exportações, desde o segundo semestre de 1994, o déficit comercial tende a reduzir-se, embora ainda permaneça em nível elevado. Nessas condições, a política econômica externa da Costa Rica deverá continuar sendo necessariamente dirigida, de um lado, a uma liberalização cada vez maior da economia, inclusive com abertura de alguns dos atuais monopólios estatais, e do comércio exterior (ie.: atração de investimentos e promoção de alianças estratégicas com empresas estrangeiras, para fins de exportação) e, de outro, à busca de uma integração crescente a nível regional (ie: união econômica, a partir do MCCA; ampliação do TLC com o México; adesão futura ao NAFTA e ao processo de integração hemisférica no âmbito da futura Área de Livre Comércio das Américas-ALCA, em função da orientação da Cúpula de Miami, em dezembro de 1994). O comércio exterior costarriquenho tem-se ampliado de forma muito significativa em anos recentes, acompanhando a expansão geral das atividades econômicas em 1992 e 1993, quando o crescimento do PIB foi dos mais elevados na América Latina, embora com certa desaceleração em 1994. Todavia, neste último ano, as exportações ultrapassaram 2,25 bilhões de dólares (base FOB) e as importações 3 bilhões (base CIF): Comércio exterior total, 1992-1995 (1º semestre) (Em US$ milhões e variação % anual) 1992 % 1993 % 1994 Exportações 1.851,1 15,9 2.094,7 13,1 2.251,9 Importações 2.448,7 30,5 2.885,7 17,8 3.025.3 Balança comercial -597,0 114,1 -791,0 32,3 -773,4 Fonte: Elaboração so SECOM, com base nas estatísticas do Banco de Costa Rica (*) 1995: 1º semestre % 7,50 4,84 -2,23 1995(*) 1.369,0 1.665,0 -296,0 No que diz respeito às exportações, a meta lançada em janeiro de 1995 pelo atual Governo é de alcançar o nível de US$ 5 bilhões no ano 2000. Note-se que as atuais dificuldades econômicas por que atravessa a Costa Rica não reduziram realmente o dinamismo das exportações, as quais evoluíram nos últimos três anos a uma taxa média anual superior a 11% e, somente no primeiro semestre de 1995, mostraram crescimento de 29% (a projeção é de mais de 15% para o ano todo de 1995). As importações, ao contrário, bastante dinâmicas até 1993 (cresceram nesse ano quase 19%), tiveram apenas pequeno aumento em 1994, devido à retração de atividades econômicas a partir do segundo semestre. No entanto, em vista de que, com o programa de desvalorização mais acentuada do colón e as medidas de incentivo ao comércio exterior, as exportações costarriquenhas se tornaram bem mais competitivas nos mercados externos e apresentam renovado dinamismo, o déficit da balança comercial tende agora a ser menor. A previsão para o ano de 1995 é de que as importações alcancem US$ 3.350 milhões (CIF) e as exportações US$ 3.400 milhões (FOB), com déficit comercial bastante reduzido em relação a todos os anos anteriores. Deve-se salientar também que a Costa Rica apresenta o maior comércio exterior da sub-região centroamericana. Representa esse país o maior mercado importador entre os países da América Central (MCCA e Panamá), o qual corresponde a 25% do total da sub-região. Da mesma forma, as exportações costarriquenhas são também as mais altas entre os seis países do istmo centro-americano (36% do conjunto). 30 2. Direção O comércio exterior da Costa Rica é altamente concentrado quanto ao seu direcionamento. Em 1994, mais de 44% das importações originaram-se dos Estados Unidos, que continua a ser o primeiro parceiro comercial. O segundo é o Japão, do qual são provenientes 5,5% das importações, situando-se em terceiro e quarto lugares a Venezuela (5,4%) e o México (4,5%). Saliente-se que o Brasil se colocou em quinto lugar como fornecedor individual, com participação bastante significativa de 4,1% no mercado importador costarriquenho. Por regiões de origem, a América do Sul ocupa o segundo lugar, com 15,5%, seguida da Europa, com 13%. O MCCA representa hoje 7,6% das importações. Importações, por principais áreas e países, 1992-1994 (Em milhões-CIF e participação % na pauta) Áreas/Países 1992 1993 Valor % Valor % América do Norte 1.230,9 50,3 1.402,2 48,6 EUA 1.082,1 44,2 1.251,4 43,4 México 122,7 5,0 115,5 4,0 Canadá 26,1 1,1 35,3 1,2 América Central 231,9 9,5 267,7 9,3 MCCA 181,3 7,4 207,0 7,2 El Salvador 60,5 2,5 69,2 2,4 Guatemala 96,4 3,9 104,6 3,6 Honduras 7,8 0,3 11,2 0,4 Nicarágua 16,6 0,7 22,0 0,8 Panamá 50,6 2,1 60,7 2,1 América do Sul 342,0 14,0 396,3 13,7 Venezuela 113,9 4,7 144,0 5,0 Brasil 98,0 4,0 112,8 3,9 Colômbia 62,3 2,5 75,0 2,6 Chile 18,7 0,8 15,5 0,5 Argentina 9,2 0,4 10,3 0,4 Outros 39,9 1,6 38,7 1,3 União Européia 273,3 11,2 342,7 11,9 Alemanha 84,3 3,4 105,4 3,7 Itália 37,1 1,5 50,3 1,7 França 36,0 1,5 55,5 1,9 Reino Unido 28,1 1,1 29,5 1,0 Holanda 25,3 1,0 27,0 0,9 Bélgica Luxemburgo 17,5 0,7 21,2 0,7 Espanha 34,2 1,4 46,2 1,6 Suécia 10,8 0,4 7,6 0,3 AELC 27,7 1,1 26,4 0,9 Suíça 27,7 1,1 26,4 0,9 Outros países europeus 36,2 1,5 33,0 1,1 Ásia 306,7 12,5 416,4 14,4 Japão 160,6 6,6 221,5 7,7 Taiwan 50,8 2,1 72,7 2,5 Coréia do Sul 44,8 1,8 52,0 1,8 Hong Kong 17,4 0,7 22,2 0,8 Outros 33,1 1,4 49,0 1,7 Demais países Total geral 2.448,7 100,0 2.885,7 100,0 Fonte: Elaboração do SECOM, com base nas estatísticas do Banco Central de Costa Rica 1994 Valor 1.514,9 1336,1 136,8 42,0 296,3 231,2 76,4 109,3 22,8 22,7 65,1 468,9 164,9 124,4 86,8 17,6 19,4 52,8 318,6 100,3 50,8 40,7 30,9 28,2 15,4 42,6 9,7 25,1 25,1 49,0 394,6 166,5 54,7 50,0 16,7 44,6 19,9 3.025,3 % 50,1 44,2 4,5 1,4 9,8 7,6 2,5 3,6 0,8 0,8 2,2 15,5 5,4 4,1 2,9 0,6 0,6 1,7 10,5 3,3 1,7 1,3 1,0 0,9 0,5 1,4 0,3 0,8 0,8 1,6 11,0 5,5 1,8 1,7 0,6 1,5 0,7 100,0 Com respeito às exportações, os principais mercados de destino foram, em 1994, os Estados Unidos (41,6%), a Europa (30,7%) e a América Central (16,3%). Revelaram-se especialmente dinâmicas as exportações para a UE (aumento de quase 30% em 1994), a América do Sul (17%, especialmente para a Colômbia, Peru, Chile e Equador) e a América Central (5%, em particular para a Guatemala e El Salvador), enquanto aquelas para o NAFTA registraram ligeiro declínio (-3%). Note-se que, em relação à área do MCCA, as exportações costarriquenhas representam hoje, em termos percentuais, mais do dobro das importações originárias daquela área. 31 Exportações, por principais áreas e países, 1992-1994 (Em US$ milhões-FOB e participação % no total) Áreas/Países 1992 1993 1994 Valor % Valor % Valor % América do Norte 876,6 47,4 1027,7 49,1 992,8 44,1 EUA 829,5 44,8 926,9 44,2 937,4 41,6 México 17,5 0,9 62,9 3,0 26,1 1,2 Canadá 29,6 1,6 37,9 1,8 29,3 1,3 América Central 307,1 16,6 348,2 16,6 366,1 16,3 MCCA 249,0 13,5 284,2 13,6 297,0 13,2 El Salvador 55,5 3,0 65,2 3,1 74,1 3,3 Guatemala 75,2 4,1 87,3 4,2 104,5 4,6 Honduras 43,2 2,3 55,9 2,7 45,3 2,0 Nicarágua 75,1 4,1 75,8 3,6 73,1 3,2 Panamá 58,1 3,1 64,0 3,1 69,1 3,1 América do Sul 32,8 1,8 52,4 2,5 62,7 2,8 Venezuela 7,7 0,4 10,1 0,5 9,7 0,4 Brasil 2,7 0,1 0,6 0,0 0,3 0,0 Colômbia 6,8 0,4 7,9 0,4 12,2 0,5 Chile 4,4 0,2 10,4 0,5 12,2 0,5 Argentina 4,8 0,3 8,6 0,4 7,8 0,3 Outros 6,4 0,3 14,9 0,7 20,4 0,9 Caribe 72,4 3,9 78,9 3,8 77,4 3,4 Porto Rico 43,2 2,3 45,9 2,2 48,2 2,1 Rep. Dominicana 11,2 0,6 8,1 0,4 9,6 0,4 Jamaica 5,1 0,3 5,8 0,3 10,0 0,4 Trinidad e Tobago 1,5 0,1 1,3 0,1 1,3 0,1 Outros 11,4 0,6 17,8 0,8 8,3 0,4 Europa 459,5 24,8 526,2 25,1 691,3 30,7 União Européia 337,5 18,2 366,4 17,5 484,3 21,5 Alemanha 173,0 9,3 170,1 8,1 201,1 8,9 Itália 83,3 4,5 87,6 4,2 109,7 4,9 França 18,6 1,0 24,6 1,2 36,6 1,6 Reino Unido 23,8 1,3 38,5 1,8 56,9 2,5 Holanda 32,2 1,7 37,8 1,8 66,0 2,9 Suécia 6,6 0,4 7,8 0,4 14,0 0,6 AELC 8,3 0,4 5,3 0,3 6,9 0,3 Suíça 8,3 0,4 5,3 0,3 6,9 0,3 Outros países européias 113,7 6,1 154,5 7,4 200,2 8,9 Ásia 33,9 1,8 46,8 2,2 40,8 1,8 Japão 13,3 0,7 12,9 0,6 18,0 0,8 Taiwan 1,5 0,1 6,5 0,3 0,7 0,0 Coréia do Sul 1,3 0,1 5,3 0,3 0,8 0,0 Hong Kong 2,6 0,1 8,0 0,4 11,6 0,5 Outros 15,2 0,8 14,1 0,7 9,7 0,4 Demais países 68,7 3,7 14,5 0,7 20,9 0,9 Total Geral 1.851,1 100,0 2.094,7 100,0 2.251,8 100,0 Fonte: Elaboração do SECOM, com base nas estatísticas do Centro para la Promoción de las Inversiones y las Exportaciones - CENPRO 3. Composição As importações costarriquenhas compõem-se (1994) de matérias-primas e bens intermediários, inclusive aqueles para a indústria (38,9%), bens de capital e equipamento, incluindo de transporte (20,5%), materiais de construção (3,9%) e bens de consumo (29,7%). Essas categorias registraram participação crescente na pauta de importações, em função do desenvolvimento econômico registrado em 1992 e 1993. 32 Importações, por categorias de produtos, 1992-1994 (Em US$ milhões-CIF e participação % na pauta) Categorias 1992 1993 1994 Valor % Valor % Valor Bens de consumo 656,7 26,8 822,2 28,5 897,2 Não duráveis 407,8 16,7 492,9 17,1 567,0 Duráveis 248,9 10,2 329,3 11,4 330,2 Matérias-primas e insumos 892,4 36,4 987,6 34,2 1.177,4 Para a agricultura 110,9 4,5 117,1 4,1 51,5 Para a indústria 781,5 31,9 870,5 30,2 1.125,9 Combustíveis e lubrificantes 239,5 9,8 245,3 8,5 203,5 Materiais de construção 85,7 3,5 93,0 3,2 117,5 Bens de capital 555,1 22,7 721,9 25,0 620,8 Para a agricultura 12,2 0,5 15,9 0,6 27,9 Para a indústria 393,9 16,1 512,0 17,7 435,3 Para o transporte 149,0 6,1 194,0 6,7 157,6 Outros 19,3 0,8 15,7 0,5 9,0 Total geral 2.448,7 100,0 2.885,7 100,0 3.025,3 Fonte: Elaboração do SECOM, com base nas estatísticas do Banco Central de Costa Rica % 29,7 18,7 10,9 38,9 1,7 37,2 6,7 3,9 20,5 0,9 14,4 5,2 0,3 100,0 Quanto ao seu dinamismo, os grupos de produtos que mais aumentaram na pauta de importações foram principalmente: · Produtos minerais, inclusive petróleo cru, gasolina, diesel e óleos e lubrificantes (8,1%), fornecidos principalmente pela Venezuela e México, dado que os dois países, em virtude do Pacto de São José, concedem à Costa Rica um tratamento privilegiado na compra de produtos petroleiros; · Produtos químicos orgânicos, inorgânicos, farmacêuticos e fertilizantes (11,1%), importados em grande parte dos Estados Unidos e da América do Sul, inclusive do Brasil (produtos químicos); · Máquinas, aparelhos e material elétrico (8,2%), destacando-se na categoria motores a explosão e combustão interna; · Material de transporte (7,9%), em particular veículos e partes, sendo os principais países fornecedores os Estados Unidos, o Japão e o Brasil (ônibus). 33 Importações, por grupos de produtos, 1992-1994 (Em US$ milhões-CIF e participação % na pauta) Descrição 1992 Valor 16,2 16,2 167,9 110,9 32,1 24,9 18,6 10,9 7,7 227,7 80,4 50,7 77,7 18,9 159,6 128,4 31,2 288,5 53,3 35,7 71,9 37,0 11,8 12,9 65,9 181,8 167,5 14,3 74,7 26,4 28,2 20,1 11,6 21,3 189,5 144,0 13,6 31,9 189,2 12,2 18,4 12,2 16,7 44,9 22,0 23,1 % Animais vivos e produtos do reino animal 0,7 Peixe fresco 0,7 Produtos do reino vegetal 6,9 Trigo 4,5 Milho 1,3 Sementes e frutos oleaginosos 1,0 Produtos da indústria alimentícia 0,8 Molhos e preparações para sopa 0,4 Bebidas alcoólicas e vinhos 0,3 Produtos minerais 9,3 Óleos em bruto 3,3 Gasolina 2,1 Diesel 3,2 Óleos e graxas lubrificantes 0,8 Plásticos e suas obras, borracha e suas obras 6,5 Plásticos e suas manufaturas 5,2 Borracha e suas obras 1,3 Produtos das indústrias químicas 11,8 Produtos químicos orgânicos 2,2 Produtos químicos inorgânicos 1,5 Produtos farmacêuticos 2,9 Adubos ou fertilizantes 1,5 Produtos de perfumaria ou de toucador 0,5 Detergente para lavar roupa 0,5 Desinfetantes e inseticidas 2,7 Pastas de madeira ou de outras matérias 7,4 Papel e cartão; obras de pasta de celulose e de papel 6,8 Livros, folhetos e impressos similares 0,6 Matérias têxteis e suas obras 3,1 Tecidos de fios artificiais 1,1 Tecidos de fios de algodão 1,2 Confecções 0,8 Calçados 0,5 Vidros e suas obras 0,9 Metais comuns e suas obras 7,7 Ferro fundido, ferro e aço 5,9 Cobre e suas obras 0,6 Alumínio e suas obras 1,3 Máquinas, aparelhos e material elétrico 7,7 Motores de explosão e de combustão 0,5 Bombas e motobombas 0,8 Refrigeradores, congeladores e aparelhos para refrigeração 0,5 Máquinas para preparação de matérias têxteis 0,7 Peças e acessórios para máquinas e computadores 1,8 Geradores e conversores 0,9 Aparelhos elétricos para telefonia ou telegrafia 0,9 Aparelhos transmissores para televisão radiodifusão 27,1 1,1 Lâmpadas e tubos elétricos incandescentes 12,6 0,5 Material de transporte 206,0 8,4 Veículos 184,8 7,5 Partes de veículos 21,2 0,9 Outros 696,1 28,4 Total geral 2.448,7 100,0 Fonte: Elaboração do SECOM, com base nas estatísticas do Banco Central de Costa Rica 1993 Valor 25,4 25,4 200,0 117,1 45,9 37,0 23,5 13,7 9,8 229,6 71,0 70,1 66,9 21,6 183,3 149,8 33,5 327,6 64,5 37,5 84,8 36,3 17,5 15,2 71,8 198,0 180,2 17,8 73,1 23,4 23,4 26,3 16,4 23,4 190,9 145,2 13,6 32,1 273,8 14,4 37,4 19,9 23,9 52,7 26,8 43,9 42,5 12,3 251,1 222,6 28,5 869,6 2.885,7 % 0,9 0,9 6,9 4,1 1,6 1,3 0,8 0,5 0,3 8,0 2,5 2,4 2,3 0,7 6,4 5,2 1,2 11,4 2,2 1,3 2,9 1,3 0,6 0,5 2,5 6,9 6,2 0,6 2,5 0,8 0,8 0,9 0,6 0,8 6,6 5,0 0,5 1,1 9,5 0,5 1,3 0,7 0,8 1,8 0,9 1,5 1994 Valor 30,0 30,0 143,4 51,5 50,1 41,8 25,5 15,0 10,5 245,7 64,2 68,1 91,5 21,9 202,3 167,4 34,9 336,8 58,3 38,2 89,7 41,1 18,9 18,6 72,0 227,3 203,8 23,5 69,5 15,3 20,2 34,0 22,5 23,0 206,1 156,0 17,2 32,9 248,0 14,3 21,1 22,6 5,8 59,2 36,8 31,4 % 1,0 1,0 4,7 1,7 1,7 1,4 0,8 0,5 0,3 8,1 2,1 2,3 3,0 0,7 6,7 5,5 1,2 11,1 1,9 1,3 3,0 1,4 0,6 0,6 2,4 7,5 6,7 0,8 2,3 0,5 0,7 1,1 0,7 0,8 6,8 5,2 0,6 1,1 8,2 0,5 0,7 0,7 0,2 2,0 1,2 1,0 1,5 0,4 8,7 7,7 1,0 30,1 100,0 38,5 18,3 238,6 212,1 26,5 1.006,7 3.025,3 1,3 0,6 7,9 7,0 0,9 33,3 100,0 As exportações compõem-se, em primeiro lugar, dos chamados produtos tradicionais, que representaram 40,7 % da pauta em 1994. São, por ordem de importância: banana (23,5%, bastante estável), café (13,8%, com a evolução favorável dos preços no mercado internacional), carnes e açúcar (ambos 4,3%). Em segundo lugar, há os produtos não-tradicionais, que surgiram com a industrialização dos anos 70 e 80 e correspondem hoje a 54,1% das exportações totais, ultrapassando a participação dos tradicionais a partir de 1990. Nessa categoria incluem-se: · Os de origem pesqueira e agropecuária, frescos e industrializados (22% do total exportado), principalmente: camarão e peixes, plantas ornamentais e flores, atum em conserva, purê de frutas, sucos e frutas tropicais e legumes frescos ou preparados, sucos de frutas, preparações de cacau, biscoitos e confeitos, produtos de 34 pastelaria e fumo manufaturado, que se destinam, com o café, carnes e os têxteis, principalmente aos mercados norte-americano e canadense. Para os mercados europeus, são exportados sobretudo café e banana, camarão e peixe, frutas frescas ou processadas e flores e plantas ornamentais; · Os industriais propriamente ditos (13,6% do total exportado), destacando-se: fios, tecidos, confecções e vestuário, móveis, calçados, medicamentos, produtos químicos, bijuteria e joalheira, fertilizantes e inseticidas, pneumáticos, produtos da indústria metalmecânica, aparelhos elétricos e eletrodomésticos, etc. Esse grupo mostrou uma evolução particularmente dinâmica, visto que cresceu a uma média anual de quase 15% no período de 1990 a 1994, destacando-se os produtos da indústria alimentícia, com taxa de crescimento quase de 38% no período. Destinam-se os produtos do grupo, em grande parte, com os alimentícios processados, aos demais países da América Central, Caribe e México; os artigos têxteis destinam-se, em quase 90%, ao mercado norte-americano. A terceira categoria é constituída pelos produtos chamados de maquila (5,2%), fabricados em regime de Admissão Temporária (exclui o regime das Zonas Francas - vide Cap. VII-Regimes Especiais), cujo valor total foi de US$ 116,1 milhões em 1994, com crescimento inexpressivo em relação ao ano anterior, em consequência das dificuldades econômicas do país que afetaram o setor, até então particularmente dinâmico. Essa categoria abrange principalmente confecções, artigos desportivos (calçados) e medicamentos, destinando-se tais produtos sobretudo aos Estados Unidos. Algumas estatísticas de exportação costarriquenhas incluem nas exportações totais as receitas do turismo, que atingiram US$ 622,3 milhões em 1994, com aumento de 8% em relação ao ano anterior. Incluindo a rubrica Turismo, as exportações totais alcançariam US$ 2,9 bilhões em 1994, o que não seria correto do ponto de vista do balanço de pagamentos, originando-se assim dupla contagem em relação aos invisíveis. 35 Exportações, por categorias, grupos e produtos, 1992-1994 (Em US$ milhões-FOB e participação % na pauta) 1992 1993 1994 Categorias, grupos e produtos Valor % Valor % Valor % Produtos tradicionais 802,1 43,3 846,6 40,4 917,1 40,7 Banana 491,5 26,6 536,7 25,6 528,8 23,5 Café 201,6 10,9 203,2 9,7 310,2 13,8 Carne 41,3 2,2 67,0 3,2 52,3 2,3 Açúcar 28,1 1,5 28,9 1,4 21,5 1,0 Outros produtos tradicionais 39,6 2,1 10,8 0,5 4,3 0,2 Produtos não-tradicionais 940,3 50,8 1.132,4 54,1 1.218,5 54,1 Agrícolas 194,7 10,5 239,7 11,4 291,3 12,9 Abacaxi 45,3 2,4 53,0 2,5 57,9 2,6 Melão 23,5 1,3 28,6 1,4 39,6 1,8 Folhagens 23,7 1,3 30,9 1,5 38,9 1,7 Plantas ornamentais 29,3 1,6 31,4 1,5 33,0 1,5 Flores 12,2 0,7 13,6 0,6 21,3 0,9 Mandioca 14,0 0,8 13,3 0,6 19,2 0,9 Tubérculos 10,3 0,6 17,4 0,8 17,0 0,8 Outros 36,4 2,0 51,5 2,5 64,4 2,9 Pesca 128,5 6,9 141,8 6,8 97,9 4,3 Camarões 42,6 2,3 53,0 2,5 30,8 1,4 Peixe fresco 25,7 1,4 33,0 1,6 24,9 1,1 Barbatanas de tubarão 4,4 0,2 22,7 1,1 12,1 0,5 Outros 55,8 3,0 33,1 1,6 29,9 1,3 Produtos industriais 617,7 33,3 751,0 35,9 829,5 36,8 Indústria alimentícia 75,2 4,1 102,5 4,9 108,7 4,8 Atum em conserva 9,1 0,5 29,9 1,4 31,1 1,4 Purê de frutas 18,4 1,0 18,4 0,9 23,4 1,0 Sucos de frutas 10,0 0,5 10,6 0,5 16,1 0,7 Bebidas não alcoólicas 12,3 0,7 10,0 0,5 13,6 0,6 Confeitaria 5,4 0,3 9,3 0,4 10,3 0,5 Balas e confeitos 4,8 0,3 6,0 0,3 6,9 0,3 Frutas tropicais e legumes frescos ou congelados 8,0 0,4 12,7 0,6 4,3 0,2 Preparações de cacau 2,9 0,2 2,8 0,1 3,0 0,1 Fumo manufaturado 4,3 0,2 2,8 0,1 0,1 0,0 Outras indústrias 241,4 13,0 298,6 14,3 306,8 13,6 Móveis 6,6 0,4 13,6 0,6 9,5 0,4 Confecções para senhoras 38,8 2,1 46,1 2,2 27,1 1,2 Confecções para homens 11,2 0,6 19,4 0,9 12,6 0,6 Fios de fibra de poliéster 12,8 0,7 12,3 0,6 11,8 0,5 Fios, tranças e cabos 6,6 0,4 8,4 0,4 11,6 0,5 Medicamentos 37,9 2,0 44,1 2,1 44,8 2,0 Adubos 11,0 0,6 16,0 0,8 16,8 0,7 Inseticidas 9,8 0,5 7,4 0,4 10,1 0,4 Tampas de borracha 24,2 1,3 28,5 1,4 28,5 1,3 Pneus 13,5 0,7 13,7 0,7 15,7 0,7 Embalagens 11,7 0,6 12,4 0,6 14,3 0,6 Calçados 7,7 0,4 8,5 0,4 9,7 0,4 Recipientes de vidro 11,7 0,6 14,7 0,7 14,1 0,6 Joalheria de ouro 4,9 0,3 17,9 0,9 39,2 1,7 Barris de ferro ou aço 5,7 0,3 5,9 0,3 5,6 0,2 Lâminas galvanizadas ou esmaltadas 6,9 0,4 6,2 0,3 7,8 0,3 Tubos galvanizados ou esmaltados 3,9 0,2 6,1 0,3 7,6 0,3 Folhas de alumínio 12,1 0,7 13,5 0,6 10,4 0,5 Aparelhos elétricos e eletrodomésticos 4,2 0,2 4,0 0,2 9,5 0,4 Outros 300,5 16,2 349,9 16,7 413,9 18,4 Valor Agregado - Regime de Admissão Temporária 108,7 5,9 115,6 5,5 116,1 5,2 Total geral 1.851,1 100,0 2.094,7 100,0 2.251,8 100,0 Fonte: Elaboração do SECOM, com base nas estatísticas do Centro para la Promoción de las Inversiones y las Exportaciones-CENPRO Finalmente, deve-se ainda mencionar a produção das Zonas Francas, cujo montante não é normalmente computado nas estatísticas oficiais de exportação. Essa produção, totalmente destinada aos mercados externos, correspondeu a US$ 345,1 milhões, em 1994, tendo revelado substancial crescimento nos últimos anos, com aumento de 26%, de 1993 a 1994. Essa produção cobre as seguintes atividades principais: confecções (47%), serviços (informática, consultoria e serviços médicos para os trabalhadores das Zonas Francas: 20%), montagem de equipamentos eletrônicos (18%) e atividade de comercialização (empresas dedicadas a comercializar os produtos das Zonas Francas no exterior: 15%). Os mercados de destino são, principalmente: Estados Unidos (82%), alguns países da América (8%), Ásia (5%), União Européia (3,5%) e Oceania (1,5%). 36 IV- RELAÇÕES ECONÔMICO-COMERCIAIS BRASIL-COSTA RICA 1. Intercâmbio comercial bilateral O intercâmbio comercial do Brasil com a Costa Rica intensificou-se de forma significativa nos últimos três anos, com crescimento de 118% em apenas um triênio, passando da faixa de US$ 51 milhões para quase US$ 111 milhões em 1994 (base FOB), com aumento linear de quase 118% em apenas cinco anos. É essa certamente uma das evoluções mais dinâmicas registradas nos últimos anos nas exportações brasileiras para mercados emergentes. Deve-se salientar também que esse ritmo de crescimento deverá provavelmente manter-se em 1995: somente no primeiro trimestre do ano, registrou-se aumento de cerca de 8%. O quadro abaixo mostra essa evolução: Intercâmbio Comercial Brasil-Costa Rica, 1990-1994 (Em US$ milhões-FOB e variação percentual) 1990 1991 1992 Valor % Valor % Valor Exportação 51,6 - 7,8 50,7 - 1,7 81,5 Importação 2,6 136,3 0,7 -73,0 1,3 Balança comercial 49,0 50,0 80,2 Fonte: Secretaria de Comércio Exterior - SECEX - MICT (Brasil) % 60,7 85,7 97,8 1993 Valor 98,9 1,1 % 21,3 -15,4 103,6 1994 Valor % 110,6 11,9 7,0 536,4 Para o Brasil, a Costa Rica tornou-se hoje o principal mercado na América Central (e também no Caribe), tendo adquirido 33,7% das exportações brasileiras para essa sub-região em 1994. Como mencionado no Capítulo III, item 1, o Brasil é também para a Costa Rica seu quinto fornecedor, após os Estados Unidos, Japão, Venezuela e México. Considerando-se, porém, que grande parte das vendas destes dois últimos países ao mercado costarriquenho compõem-se de petróleo cru (dentro do sistema de fornecimento preferencial instituído pelo Pacto de São José), o Brasil coloca-se virtualmente hoje como terceiro supridor da Costa Rica, quase exclusivamente de produtos manufaturados. O quadro a seguir indica a posição relativa da Costa Rica nas exportações brasileiras para a área: Brasil: Exportações para a América Central, 1990-1994 (Em US$ milhões-FOB e participação percentual) 1992 1993 Países Valor % Valor Costa Rica 81,5 30,9 98,8 El Salvador 25,3 9,6 33,5 Guatemala 65,0 24,6 61,6 Honduras 28,5 10,8 36,5 Nicarágua 7,0 2,7 5,1 Panamá 56,3 21,4 85,8 TOTAL 263,6 100,0 321,3 % 30,8 10,4 19,2 11,3 1,6 26,7 100,0 1994 Valor 110,6 41,1 58,8 26,5 4,7 86,1 327,8 % 33,7 12,5 17,9 8,1 1,4 26,3 100,0 Fonte: Secretaria de Comércio Exterior-SECEX-MICT Quanto à composição da pauta de exportações brasileiras para o mercado costarriquenho, abrange essencialmente manufaturados (mais de 85%), com produtos que têm demonstrado significativo dinamismo, a saber, por ordem de importância decrescente, em 1994: a) produtos siderúrgicos, principalmente laminados em rolos e planos e barras e perfis: US$ 35,4 milhões (32,3% da pauta); b) equipamentos e máquinas eletromecânicas, sobretudo equipamentos pesados para usinas hidrelétricas: US$ 17,1 milhões (15,4%); c) papel, cartão, cartolinas e recipientes de cartão metalizado para a indústria de laticínios: US$ 13,5 milhões (12,2%); d) equipamentos e máquinas industriais, em especial máquinas-ferramenta para metais e madeira, e compressores para refrigeração: US$ 11,2 milhões (10,1%); e) veículos automotores, principalmente ônibus de turismo e urbanos, e carrocerias: US$ 10,5 milhões (9,5%); f) materiais para construção (pisos, azulejos, baldosas, etc.): US$ 5,0 milhões (4,5%); g) produtos químicos orgânicos e inorgânicos e plásticos: US$ 4,3 milhões (4,2%); h) folhas de alumínio: US$ 3,5 milhões (3,2%). 37 Alguns novos produtos surgiram recentemente na pauta, tais como: artigos de papelaria, impressos e cadernos (US$ 671 mil em 1994); madeira compensada (US$ 603 mil); glutamato monossódico (US$ 487 mil); utensílios domésticos (US$ 480 mil); condimentos e temperos (US$ 479 mil); elevadores (US$ 475 mil); lápis (US$ 468 mil); tecidos de malha (US$ 406 mil); máquinas de costura domésticas (US$ 350 mil), etc. Brasil: Principais Grupos e Produtos Exportados para a Costa Rica, 1992-1994 (Em US$ milhões-FOB e participação percentual) 1992 1993 1994 DESCRIÇÃO VALOR % VALOR % VALOR % PRODUTOS MINERAIS 1,2 1,5 1,4 1,4 0,8 0,6 Minério de zinco 0,9 1,2 1,0 1,0 0,4 0,3 Minério de manganês 0,3 0,3 0,4 0,4 0,4 0,3 PRODUTOS QUÍMICOS 1,2 1,5 1,7 1,7 2,0 1,9 Orgânicos 0,5 0,6 0,6 0,6 0,7 0,6 Taninos sintéticos 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2 0,2 Matérias albuminóides 0,5 0,6 0,6 0,6 0,7 0,6 Químicos diversos 0,1 0,2 0,4 0,4 0,5 0,5 MATÉRIAS PLÁSTICAS 1,0 1,1 1,9 1,9 2,3 2,3 Policloreto de vinila 0,4 0,5 1,5 1,5 1,5 1,6 Polietileno sem carga 0,4 0,3 Polipropileno sem carga 0,6 0,6 0,4 0,4 0,2 0,2 Polipropileno de alta densidade 0,2 0,2 PAPEL E CARTÃO 9,1 11,1 12,6 12,4 13,5 12,2 Papel para imprimir ou escrever 3,5 4,2 6,4 6,1 6,8 6,2 Cartão metalizado 5,6 6,9 6,2 6,3 6,7 6,0 PRODUTOS CERÂMICOS 1,4 1,3 4,9 4,8 5,0 4,5 Azulejos e pisos 1,4 1,3 4,9 4,8 5,0 4,5 PRODUTOS SIDERÚRGICOS 19,9 24,3 15,7 16,1 35,4 32,3 Laminados em rolos 10,9 13,4 8,8 8,9 24,5 22,1 Laminados planos 6,4 7,8 4,6 4,7 9,2 8,7 Barras e perfis 2,6 3,1 2,3 2,5 1,7 1,4 ALUMÍNIO 0,3 0,4 2,9 2,9 3,5 3,2 Folhas e tiras de alumínio 0,3 0,4 2,9 2,9 3,5 3,2 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 12,3 15,1 13,0 13,1 28,3 25,5 Equipamentos eletromecânicos 3,9 4,7 2,1 2,0 17,1 15,4 Máquinas elétricas 6,1 7,5 8,2 8,4 8,3 7,6 Compressores para refrigeração 2,3 2,9 2,7 2,7 2,9 2,5 VEÍCULOS AUTOMÓVEIS, SUAS PARTES E PEÇAS 6,9 8,1 20,0 19,9 10,5 9,5 Ônibus 4,5 5,5 11,1 11,1 4,7 4,2 Chassis e carrocerias 1,1 1,3 5,2 5,3 2,3 2,3 Camionetas e furgões 0,6 0,7 2,3 2,2 1,9 1,7 Partes e peças 0,7 0,6 1,4 1,3 1,6 1,3 SUB-TOTAL 53,3 64,4 74,1 74,2 101,3 92,0 Demais produtos 28,2 35,6 24,7 25,8 9,3 8,0 TOTAL 81,5 100,0 98,8 100,0 110,6 100,0 FONTE: elaboração do SECOM, com base nas estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior-SECEX-MICT 38 Com respeito às importações de produtos costarriquenhos pelo Brasil, o total ainda não é significativo, sendo que os montantes mais relevantes em 1990 e 1992 (vide quadro a seguir) corresponderam quase exclusivamente a embarques de feijão, adquirido nas entressafras brasileiras, e a pasta de papel. O item mais relevante em 1994 foi álcool etílico desidratado carburante, que cobre a maior parte da pauta, com US$ 2,2 milhões (no período janeirosetembro, cf. últimos dados disponíveis). A pauta dos demais produtos é também muito dispersa, com itens variados e valores pequenos. Os que apresentaram alguma relevância, nos últimos anos, são: frutas frescas (ie: mangas), palmito, sementes oleaginosas, couros bovinos wet blue, roupa exterior feminina, condensadores, peças e acessórios elétricos, móveis e partes de móveis, etc. Brasil: Principais Produtos Importados da Costa Rica, 1992-1994 (Em US$ 1000-FOB e participação percentual) 1992 1993 1994(*) DESCRIÇÃO VALOR % VALOR % VALOR % Álcool etílico desidratado carburante 2.236,9 89,5 Sementes/frutos 1,7 0,2 6,8 0,3 Outras sementes oleaginosas 61,8 4,3 171,5 15,0 128,9 5,1 Sementes de beterraba 57,3 4,1 37,9 3,3 Frutas em conserva 60,1 5,3 Medicamentos 27,9 2,0 Couros/peles 101,9 7,4 Ceras artificiais 2,7 0,2 Outras madeiras em bruto para serrarias 3,4 0,3 11,3 0,5 Fraldas de papel 888,4 64,1 570,7 50,0 67,4 2,7 Fibras e poliéster 188,8 13,7 Confecções femininas 20,6 0,8 Calçados 30,7 2,2 Aparelhos elétricos 22,9 1,7 81,2 7,1 19,3 0,7 Demais produtos 6,0 0,5 210,9 18,6 8,0 0,4 TOTAL 1.385,7 100,0 1.140,1 100,0 2.499,2 100,0 FONTE: elaboração do SECOM, com base nas estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior-SECEX-MICT (*) 1994: janeiro-setembro, cf. últimos dados estatísticos disponíveis 2. Presença de empresas brasileiras na Costa Rica Concorrências públicas Uma das áreas mais significativa e exitosas para o Brasil na Costa Rica tem sido a dos projetos de infraestrutura, o que mostra a diversificação da atuação brasileira neste país. No início da década dos 70, as empresas brasileiras começaram a interessar-se em participar de projetos de maior porte, principalmente com serviços de consultoria, construção civil, fornecimento de equipamentos pesados e bens de capital. A ETESCO S.A. foi pioneira, ao ganhar a licitação internacional realizada pelo Instituto Costarricense de Acueductos y Alcantarillados (A y A), no montante de US$ 10,5 milhões, para construir o sistema de esgotos sanitários de São José, em 1971. Em 1979, a DEDINI S.A. montou uma destilaria de álcool para a Central Azucarera del Tempisque S.A. (CATSA), no valor de US$ 12,7 milhões. Além disso, a Costa Rica adquiriu dez minidestilarias de álcool através de um programa de incentivos a pequenos e médios produtores e comprou da empresa ZANINI S.A.- Equipamentos Pesados, uma usina desidratadora de álcool. Essas operações alcançaram em conjunto US$ 22 milhões. Na área de saneamento, entre 1985 e 1987, a CONSTRAN S.A. construiu o maior aqueduto da América Central e do Caribe, o Proyecto Orosi de Acueductos y Alcantarillados, orçado em US$ 12,8 milhões, que hoje abastece São José nos meses de seca (dezembro a maio). Para comemorar a conclusão da obra, foi edificada a Fuente de la Hispanidad, no setor leste da cidade, ainda hoje um dos monumentos de referência da Capital, sobre o qual foi construído o viaduto rodoviário rápido norte-sul. 39 Em 1989, a TECNOSAN S.A. realizou estudo de pré-viabilidade para a modernização dos esgotos de São José (US$ 900 mil) e atualmente, em conjunto com a GEOTECNICA S.A., participa da licitação internacional do A y A para o estudo de viabilidade e desenho final desse projeto. Nesta primeira metade dos 90, a participação de empresas brasileiras em projetos de desenvolvimento ampliou-se consideravelmente quanto às áreas de atuação, em projetos hidrelétricos, habitacionais, de infra-estrutura viária e de telecomunicações e também quanto ao número de empresas envolvidas nas concorrências. Os projetos de infra-estrutura na Costa Rica têm tido geralmente financiamento de organismos internacionais, especialmente do BID. Nesse sentido, o Instituto Costarricense de Electricidad (ICE) é uma das instituições que estabeleceu maior relação comercial com o Brasil. Desde 1975, essa empresa estatal tem utilizado financiamentos externos para a compra de equipamentos pesados e parte das obras civis de seus projetos. Os projetos mais importantes do ICE, que contaram com participação de empresas brasileiras, são: Estudo de viabilidade e desenho final do Proyecto Hidroeléctrico Sandillal, na província de Alajuela, por US$ 700 mil. Esse projeto foi preparado, em 1989, pela consultora PROMON ENGENHARIA S.A.; a SIEMENS forneceu dois alternadores e equipamentos elétricos complementares; e o grupo SADE-VIGESA (ex- Equipamentos Villares S.A.) instalou parte das turbinas e equipamentos suplementares de montagem, no valor de US$ 4,2 milhões; Fornecimento de guindaste móvel e tubos de aço no valor de US$ 2,3 milhões, para a construção da tubulação forçada do Proyecto Hidroeléctrico Ventanas Garita, em Alajuela, também pela ex-Villares; Estudos de pré-viabilidade do Proyecto de Interconexión Eléctrica Centroamericana-PARSEICA, no valor de US$ 1,2 milhão, realizados pela Promon Engenharia S.A., de 1990 a 1992. Trata-se da avaliação técnica das empresas centro-americanas que atuam no campo da energia elétrica. O estudo concluiu ser inconveniente a criação de um organismo centro-americano para coordenar projetos de interconexão elétrica na sub-região; Concorrência pública para fornecimento de equipamentos para as subestações e linhas de transmissão do Proyecto Hidroeléctrico Toro I y II, situado entre Alajuela e San Carlos (atualmente em fase de conclusão), que contou com maior número de empresas brasileiras. A Coemsa-Ansaldo forneceu os transformadores, por um valor de US$ 4,6 milhões. A Asea-Brown Boveri-ABB, Cerâmica Santana, Trafo Equipamentos, JM Comercial Exportadora, Alcoalumínio, Sediver, Camargo Corrêa, Merlin Gerin e Burdy do Brasil forneceram parte dos equipamentos, no montante total de US$ 1,5 milhão; Concorrências para fornecimento de diversos equipamentos para o mesmo Proyecto Hidroeléctrico Toro I y Toro II. Várias empresas brasileiras participaram: Fornecimento de turbinas ganhadoras: Voith do Brasil e Coemsa-Ansaldo (US$ 6,1 milhões); Fornecimento dos quatro geradores e equipamentos complementares de montagem (US$ 7,4 milhões): o grupo Sade-Vigesa (ex-Villares) foi o ganhador. Participaram também da licitação a Asea Brown Boveri - ABB, Coemsa-Ansaldo e Siemens do Brasil; Fornecimento de equipamento para limpeza de grades: participou a Bardella Construções Mecânicas S.A., sem êxito; Desenho, fabricação e fornecimento de 33 comportas, 4 diques maciços e acessórios, pelo montante de US$ 3 milhões: participaram as empresas Badoni - ATB (ganhadora) e BTS Indústria Mecânica do Brasil. Contrato para execução da obra civil do Projeto de Toro I y II, orçada em US$ 10 milhões, pela Construtora Norberto Odebrecht. A obra, financiada pelo BID em concorrência pública internacional, foi concluída em março de 1995. A participação brasileira na área de telecomunicações é mais recente. A empresa Equitel ganhou, em 1994, licitação do ICE para fornecimento de 16 centrais digitais (13 mil linhas telefônicas), no valor de US$ 6,5 milhões. Cabe destacar que essa empresa já ganhara a primeira licitação; contudo, a obra foi atribuída a outra concorrente e, posteriormente, a Contraloría General de la República (equivalente ao Tribunal de Contas brasileiro) anulou essa decisão, podendo agora as linhas fornecidas pela Equitel serem ampliadas pela mesma empresa. O primeiro grupo de seis centrais deverá entrar em funcionamento em novembro de 1995. As empresas brasileiras têm demonstrado também interesse pelas obras de infra-estrutura viária. O projeto mais interessante é a estrada Ciudad Colón-Orotina, de 35 km e sete pontes, que ligará São José, Ciudad Colón e Orotina. O custo total é de US$ 73,2 milhões: US$ 44 financiados pelo BID, US$ 14 milhões pelo FIV-Fondo de Inversiones de Venezuela e US$ 15,2 milhões pelo governo da Costa Rica. Nas licitações para a fase de consultoria participaram, sem êxito, as empresas Hidroservice S.A. e Geotécnica S.A. 40 A Mendes Júnior, a Norberto Odebrecht e a Queiroz Galvão participam da licitação relativa a dois projetos de construção: o Proyecto Hidroeléctrico de Angostura e o Proyecto Viario de Ciudad Colón-Orotina, os quais se encontram na fase de estudo por parte dos órgãos responsáveis pelas mencionadas concorrências. O Projeto Hidrelétrico de Angostura, de grande porte, encontra-se localizado na bacia média do rio Reventazón, na região noroeste da Costa Rica, na vertente atlântica. A potência a ser instalada é de 177 MW, constituindo-se na maior obra de infra-estrutura na área de energia elétrica desenvolvida no país. A usina deverá entrar em funcionamento no início de 1999, segundo o plano de operações do Instituto Costarricense de Electricidad-ICE, órgão responsável pelo projeto. A obra, no valor de US$ 515 milhões, será financiada pelo BID (US$ 320 milhões), pelo Banco Europeu de Investimentos (US$ 51 milhões), pelo Instituto Costarricense de Electricidad-ICE (US$ 141 milhões) e pelo Fundo Ambiental do Globo (US$ 3,3 milhões). No momento, a Tecnosan-Engenharia de Projetos e a Geotécnica S.A. encontram-se à espera da decisão final do Instituto Costarricense de Acueductos y Alcantarillados (AYA) em relação aos projetos de saneamento e esgotos para a área metropolitana ampliada de São José e de estudo de viabilidade e desenho final dos esgotos das chamadas Cidades Intermediárias (trata-se de vinte cidades, localizadas em todo o território nacional, cuja população oscila entre 10.000 e 50.000 habitantes). Grupo Habitasul Outra área interessante para a participação brasileira é a de projetos urbanos e turísticos. O Proyecto Parque Valle del Sol, localizado em Santana, próximo a São José, constitui um bom exemplo. Abrange uma área de 137 hectares e terá centro comercial, hotel de luxo, tênis e golfe. O Country Club já foi construído e está em início de funcionamento. A empresa proprietária do projeto é o Grupo Habitasul, do Rio Grande do Sul, que investirá no projeto um total de aproximadamente US$ 30 milhões. O Grupo Habitasul, de acordo com seu Presidente, escolheu a Costa Rica para investir principalmente em função da estabilidade política e econômica do país e pela perspectiva de boa rentabilidade. Segundo ele, a Costa Rica associa ainda idéias positivas como paz e democracia, o que ajuda a atrair turistas. Nesse sentido, acrescenta que existe infra-estrutura e oferta de serviços adequados e sobretudo a grande simpatia do povo costarriquenho para com os brasileiros. Assinala ainda que, segundo a filosofia da empresa, a semelhança cultural é fundamental para a realização de negócios e essa é mais uma caraterística da relação entre brasileiros, principalmente os gaúchos, e costarriquenhos. O Grupo Habitasul foi a primeira empresa brasileira a instalar-se recentemente na Costa Rica. O projeto Valle del Sol é visto como uma plataforma para o desenvolvimento de outros negócios no país, tais como: área imobiliária, hotelaria e turismo, comércio exterior, seguros, assessoria financeira e jurídica, informática e tecnologia, engenharia florestal e industrial. Odebrecht A Odebrecht iniciou suas atividades no país em julho de 1993, com as obras de Toros, seu primeiro projeto na América Central. A carência local em matéria de infra-estrutura para geração de energia, saneamento básico e estradas torna a região um mercado potencial para a empresa. A empresa concluiu a construção da hidrelétrica de Toro I e II (ICE), com capacidade instalada para 99 MW. Em função da obra, foi aberto escritório em São José, subordinado à Direção Regional, em Bogotá, que também cobre a Venezuela. O engenheiro responsável pela obra explicou as principais razões para o estabelecimento do escritório da Odebrecht na Costa Rica: · · · · · Estabilidade política, social e econômica do país; Potencial para obras de infra-estrutura; Mão-de-obra qualificada. Os aspectos negativos seriam: Burocracia no processo de licitação das obras; Ausência de projetos suficientemente grandes e atrativos na região, a curto prazo. A Odebrecht participa atualmente da classificação preliminar para o Proyecto Hidreléctrico de Angostura e, em função dos resultados, decidirá manter-se ou não no país. 41 Mendes Júnior Em 1992, a empresa começou a participar de licitações públicas na América Central oferecendo especialmente serviços de construção civil para projetos viários, hidrelétricos e de saneamento. No ano seguinte, assinou três contratos para obras em Honduras, onde abriu um escritório. Pretenderia abrir tão logo quanto possível uma sede regional na Costa Rica para cobrir outras operações na região. O grupo já é o maior fornecedor de produtos siderúrgicos do mercado costarriquenho. O Gerente Regional da empresa acredita que a estabilidade política e econômica da América Central, em particular da Costa Rica, e a busca de um melhor padrão de vida para a população, com a consequente criação de novos projetos de infra-estrutura, sejam interessantes atrativos para a empresa. Em visita recente, explicou os motivos pelos quais a empresa pensa abrir um escritório regional na Costa Rica: Processo de desenvolvimento e abertura comercial, que exigirá outras obras de infra-estrutura para sustentação; Bom nível cultural do povo costarriquenho, capaz de entender e assimilar as necessidades do país, tanto na área produtiva quanto na social. 3. Transportes Brasil-Costa Rica Transportes marítimos A) Linhas diretas (vide Anexo I, item 10.1): AGROMAR (colombiana) A Agromar assegura frequência média de um navio a cada 21 dias, entre os portos brasileiros e Porto Limón, no Atlântico. Os portos brasileiros regularmente servidos são os seguintes: Rio de Janeiro, Santos, Vitória, Rio Grande, Itajaí e Salvador. NEDLLOYD LINES S.A. (holandesa) A Nedlloyd S.A. mantém frequência média de um navio a cada 24 dias, entre portos brasileiros e Porto Caldera, no Pacífico. Os portos regularmente servidos no Brasil são os seguintes: Rio de Janeiro, Santos, Itajaí, Rio Grande, Paranaguá, Fortaleza e Vitória. B) Linhas com transbordo nos Estados Unidos (vide Anexo I, item 10.1): CROWLEY AMERICAN TRANSPORT (norte-americana) A Crowley assegura uma frequência média de um navio a cada quinze dias, entre os portos brasileiros e Port Everglade, na Flórida (E.U.A.). A frequência média entre Port Everglade e Porto Limón é de um navio a cada dez dias. Os portos brasileiros regularmente servidos pela Crowley são: Rio de Janeiro, Santos, Recife, Imbituba, Fortaleza, Rio Grande, Salvador, Itajaí, São Francisco do Sul e Vitória. SEABORD MARINE LTDA. (norte-americana) A Seabord Marine Ltda. mantém uma frequência média de um navio a cada quinze dias, entre portos brasileiros e Port Dodge Island, na Flórida (E.U.A.). A frequência média entre Port Dodge Island e Porto Limón é de um navio a cada dez dias. Os portos brasileiros regularmente servidos pela Seabord Marine Ltda. são: Rio de Janeiro e Santos. Observação: não há conferência de fretes nas linhas marítimas do Brasil com a Costa Rica. 42 Transportes Aéreos Atualmente a LACSA (Linhas Aéreas Costarriquenhas S.A.) opera a anterior linha da VARIG para o Brasil e assegura duas frequências semanais na rota entre São José, Rio de Janeiro e São Paulo, via Quito e Guaiaquil. Existem também em média seis vôos diários para Miami, cidade para a qual a VARIG tem duas frequências diárias com o Brasil. A VARIG mantém escritório em São José para atendimento direto ao público (vide Cap. I, item 6). 43 V. ACESSO AO MERCADO 1. Sistema Tarifário A Costa Rica começou a implementar um programa de consolidação fiscal e reforma estrutural em meados dos anos 80. Como parte do programa, foram iniciados esforços mais sérios para a liberalização comercial a partir de 1986, quatro anos antes da adesão ao GATT. No período de 1986 a 1990, todas as alíquotas de importação foram transformadas em impostos ad valorem e os níveis máximos de taxação foram abaixados a 100%. No entanto, ainda permaneceu uma grande dispersão tarifária, em razão da existência de múltiplos níveis de taxação que, junto com marcadas restrições aos produtos não provenientes do Mercado Comum Centro-Americano, foram responsáveis pelo pouco significativo aumento das importações naquele período. Desde 1990, porém, foram feitos esforços bem maiores para a liberalização das importações, reduzindose o nível de proteção a uma média de 10,7%. Em 1993, racionalizou-se a estrutura tarifária, para diminuir a dispersão, e os requerimentos para licenças de importação foram reduzidos progressivamente até dezembro de 1994, quando foram totalmente eliminados. A liberalização comercial deverá ser ampliada com várias mudanças, que incluem redução progressiva de certas alíquotas, procedimentos alfandegários, inspeções de pré-embarque e certificados de exportação e importação no tocante a padrões de qualidade, em conformidade, inclusive, com as novas exigências da OMC. Território alfandegário O território alfandegário, sobre o qual a Dirección General de Aduanas (DGA) exerce jurisdição, dividese em: primário, ou seja, o recinto da alfândega, que compreende escritórios, depósitos e locais destinados ao serviço alfandegário e as áreas do mar territorial onde se estende este serviço, assim como as dependências e instalações estabelecidas nas suas imediações, como cais e campos de pouso legalmente habilitados para esse fim; e secundário, que inclui o resto do país. As principais alfândegas são: a) Multimodal: localizada no CENADA, Barreal de Heredia, que supervisiona mercadorias que entram e saem por via aérea; b) Santa María: encarrega-se de pequenas encomendas e bagagem de passageiros, localizada no Aeropuerto Internacional Juan Santamaría; c) Paso Canoas: ao sul, na fronteira com Panamá, que se encarrega da entrada de mercadorias em containers, via terrestre. Há maior vigilância em vista do contrabando na região; d) Peñas Blancas: ao norte, na fronteira com a Nicarágua, também responsável pela entrada de mercadorias em containers, via terrestre; e) Puerto Caldera: na costa do Pacífico, é uma das mais modernas do país, mas os trâmites ainda são demorados pelo fato de que a saturação do cais ultrapassa em 60% a capacidade de operação; f) Puerto Limón: no Atlântico que, como no caso de Puerto Caldera, não dispõe de um serviço rápido porque a ocupação do porto já ultrapassou sua capacidade operativa em 85%. Essa alfândega recebe cerca de 80% da carga total marítima do país; g) Central: localizada em Calle Blancos, São José, onde se encontram os escritórios centrais da DGA. Em 1993, iniciou-se um programa de modernização alfandegária, que incluiu, entre outras, reformas, nova legislação, a simplificação e automatização dos procedimentos, a padronização dos documentos aduaneiros e o treinamento de pessoal. Em meados do ano, foi introduzido o Sistema de Información Aduanero (SIA), que liga todos os escritórios aduaneiros do país e permite o cálculo imediato dos direitos alfandegários e demais impostos de importação, o controle do pagamento e o registro de dados relativos aos documentos alfandegários. Estrutura tarifária Desde 15 de novembro de 1993, a Costa Rica adotou o Sistema Arancelario Centro-Americano (SAC), que é o mesmo utilizado no Mercado Comum Centro-Americano. O SAC está baseado no Sistema Harmonizado de Classificação e Codificação de Mercadorias do Conselho Aduaneiro de Bruxelas (tem a mesma base da NBM-SH). O SAC compõe-se de três partes: a) primeira parte: compreende 94% da tarifa e estabelece 4 níveis de alíquotas, a saber: 5%, 10%, 15% e 20%. Para matérias-primas, insumos industriais e maior parte dos bens de capital, a alíquota atual é de 5%, mas deverá sofrer reduções anuais para 3%, 2% e 1%, de 1996 a 1998, respectivamente, sendo eliminada em 1999. 44 As alíquotas de 10% e 15% aplicam-se aos bens intermediários, semiprocessados, ferramentas agrícolas e a alguns bens de capital; não sofrerão, porém, qualquer redução. A de 20% aplica-se aos bens finais (bens de consumo não-durável e durável, inclusive veículos), e deverá também ser reduzida em dezembro de cada ano (18% em 1996, 17% em 1997, 16% em 1998 e 15% em 1999); b) segunda parte: abrange 4% dos itens tarifários, em relação a produtos agrícolas (arroz, milho, óleo vegetal, atum e fertilizantes). Os níveis mais altos são de 36% (açúcar demerara), 45% (arroz partido) e 55% (arroz de grão inteiro); c) terceira parte: compreende 2% dos itens de interesse do governo, os quais estão excluídos do processo de harmonização (motores para veículos, bebidas alcoólicas, petróleo e derivados). Os níveis nessa categoria situam-se em 23% (ie: tecidos mistos de algodão), 31% e 32% (ie: confecções e calçados) e 55% (ie: confecções de fibras sintéticas). O código numérico do SAC compõe-se de 8 dígitos: os dois primeiros identificam o capítulo, os dois outros a posição, os dois a seguir a sub-posição e os dois últimos, os itens. O Ministerio de Economía, Industria y Comercio (MEIC) é o responsável pelas modificações das tarifas alfandegárias, que são publicadas no diário oficial La Gaceta. Todas as alíquotas são ad valorem, calculadas sobre o valor CIF das mercadorias. Os impostos de importação são coletados pelo Banco Central ou outros bancos estatais, com base na declaração de importação. Os impostos têm que ser pagos antes da inspeção alfandegária e da retirada das mercadorias dos armazéns alfandegados. A tarifa de importação compõe-se dos seguintes tributos: a) Derechos Arancelarios a la Importación (DAI), que se aplicam sobre o valor CIF. O preço normal, como definido na Nomenclatura Aduaneira de Bruxelas (NAB), é usado como base de valoração; porém, também pode ser utilizado o preço declarado na fatura comercial. Apelações contra as decisões de valoração podem ser dirigidas às autoridades alfandegárias e ao Comité Nacional de Valoración; b) Impuesto Selectivo de Consumo (SC), que incide sobre o valor aduaneiro acrescido do respectivo DAI. Aplica-se sobre 24% das posições tarifárias, em 17 níveis, que vão de 5 a 75%. A maioria das posições referem-se a bens industriais e artigos como: bebidas alcoólicas, cosméticos, eletrodomésticos e detergentes, cigarros e confecções. Estão isentos deste imposto as importações destinadas às Zonas Francas, sob Regime de Admissão Temporária, as importações de matérias-primas para a indústria agrícola, pesqueira e farmacêutica e os artigos importados sob Regime de Incentivos ao Turismo (vide Cap. VII-Regimes Especiais); c) Tarifa 6946, conforme a lei nº 6946, de 13 de janeiro de 1984: Trata-se de imposto de 1% incidindo diretamente sobre o valor CIF da mercadoria importada. Este imposto está incluído nas concessões feitas pelo Programa de Desgravação da Rodada Uruguai, visto que é destinado ao financiamento de centros médicos e infantis; d) Impuesto General sobre las Ventas (I.V.): passou a ser de 15%, com a nova Ley de Ajuste Tributário, recentemente aprovada pela Assembléia Legislativa, aplicável sobre o valor alfandegário, acrescido de todos os demais impostos de importação. O nível de 15% será abaixado para 13%, após 18 meses, a contar de agosto de 1995. Estão isentos deste imposto os mesmos artigos também isentos do Impuesto Selectivo de Consumo (SC); e) Outros impostos específicos: o Impuesto del Instituto de Desarrollo Agrario (IDA) e o Impuesto del Instituto de Fomento e Asesoría Municipal (IFAM). O IDA e o IFAM são coletados sobre bebidas alcoólicas, cigarros e algumas águas minerais e refrigerantes. O IDA tem níveis de 2,5% para cigarros, 5% para cerveja, 8% para bebidas fermentadas, como uísque, rum, gim, e entre 10 e 14% para águas engarrafadas e refrigerantes que contenham adoçantes. É calculado sobre o valor CIF acrescido do Impuesto Selectivo de Consumo. O IFAM tem um nível único de 10% sobre o valor CIF mais todos os impostos de importação. Não há isenções no pagamento desses dois impostos. Existem igualmente dois impostos de transferência, que afetam veículos a motor, aviões e barcos de lazer. O Impuesto al Traspaso de Vehículos Usados é de 5% sobre o valor aduaneiro de importação e o Impuesto al Traspaso de Vehículos Exonerados, de 30% sobre o mesmo valor alfandegário, que se aplica a veículos adquiridos com isenção de impostos, por exemplo, pelo Corpo Diplomático, no momento da venda no mercado interno. O Impuesto al Consumo de Cemento é de 5% sobre o preço de venda do cimento. As vendas com fins sociais e para exportação estão isentas. A título de exemplo, seria o seguinte o cálculo dos impostos, considerando mercadoria com preço de importação CIF de US$ 1.000 e DAI de 20%: 45 IMPOSTO DAI SC Tarifa 6946 Impuesto de Ventas Total PERCENTUAL 20% 5% 1% 15% - VALOR US$ 200 60 10 190,5 460,5 INCIDÊNCIA sobre o valor CIF sobre o valor CIF, acrescido do DAI sobre o valor CIF sobre o valor CIF, acrescido do DAI, do SC e da Tarifa 6946 Isenções fiscais As importações de maquinaria, equipamentos e insumos para os setores de agricultura e pesca estão isentas do imposto alfandegário; os combustíveis utilizados na pesca comercial, as matérias-primas usadas na elaboração de insumos para a agricultura e pesca e para embalagens de banana também estão isentos de impostos outros do que a alíquota alfandegária. As compras de bens estrangeiros por parte de instituições ou agências estatais e empresas de serviços públicos beneficiam-se de isenção total de impostos. Existem quatro regimes que garantem a entrada livre de impostos para produtos necessários ao processamento de bens destinados a exportação (vide Cap. VII-Regimes Especiais): a) Regimen de Zonas Francas: abrange matérias-primas, maquinaria e partes e peças de equipamentos industriais; b) Regimen de Contrato de Exportaciones: inclui matérias-primas, bens processados e semi-processados, material de embalagem e outros bens não produzidos no país, relacionados com operações industriais; c) Regimen de Admisión Temporal: aplica-se a material importado, como componentes, material de rotulagem, químicos, moldes e matrizes e maquinaria e equipamento para processamento industrial; e d) Regimen de Importación Temporal: aplica-se à importação de matérias primas e insumos para manufaturar bens finais destinados a exportação. Deve-se garantir o pagamento dos impostos de importação através de um documento assinado pelo importador. Caso os bens finais sejam vendidos no país, deverão pagar os impostos correspondentes a sua nacionalização. 2. Regulamento de Importação Política geral Desde 1990, a política comercial costarriquenha tem sido direcionada ao livre comércio, reduzindo-se as barreiras tarifárias e não-tarifárias e favorecendo, sobretudo, o movimento dos fatores da produção para garantir a maior transferência possível de tecnologia. As leis comerciais na área alfandegária incorporam textos legais acordados e aprovados a nível centro-americano e internacional. A Alfândega costarriquenha tem sua organização, legislação e procedimentos estabelecidos em função do Código Aduanero Centroamericano (CAUCA), aprovado em 1984 e revisto em janeiro de 1993, quando a Costa Rica assinou o Protocolo de Modificación al Código Aduanero Uniforme Centroamericano (CAUCA-II), que permitiu a harmonização dos regulamentos de cada país, em consonância com seus interesses nacionais. Existe, por outro lado, o Consejo Arancelario y Aduanero Centroamericano, com autoridade para estabelecer e modificar tarifas sem necessidade da aprovação legislativa dos países-membros do MCCA. Os esforços da Costa Rica para a liberalização comercial foram consolidados com a aprovação e ratificação dos resultados da Rodada Uruguai, com a assinatura do Tratado de Livre Comércio (TLC) com o México e a promoção da livre competição e proteção do consumidor através da Ley de Promoción de la Competencia y Defensa Efectiva del Consumidor, em vigor desde 1994. a) Desgravação tarifária: com sua adesão ao GATT, em 1990, a Costa Rica comprometeu-se unilateralmente a reduzir suas tarifas, as quais baixaram a um nível médio de 55% em 1993. Posteriormente, com a Rodada Uruguai, a Costa Rica ampliou ainda mais seus compromissos de redução tarifária, chegando os níveis tarifários a serem da ordem de 5% para matérias-primas e equipamentos industriais, 20% para bens finais e 10% para bens intermediários. · O Tratado de Libre Comercio com o México, em vigor desde de 1º de janeiro de 1995, prevê uma progressiva eliminação de tarifas da ordem de 73,7% em quase todos os bens comercializados em um período de 10 46 anos, assim como a supressão de todas as barreiras não-tarifárias, excetuando, para a Costa Rica, artigos como óleos minerais, combustíveis, borracha e têxteis; · O Tratado de Libre Comercio e Intercambio Preferencial com o Panamá permite que 84% dos itens de intercâmbio bilateral tenham livre acesso na Costa Rica; os itens restantes estão sujeitos a quotas e reduções tarifárias da ordem de 8%, 25% e 50%; · O Convenio Comercial com a República Dominicana prevê isenção para 22 itens comercializados entre os dois países. b) Agilização de trâmites: em novembro de 1994, entrou em funcionamento o Sistema de Ventanilla Única de Comercio Exterior y Trámites Fronterizos, administrado pelo Centro de Promoción de las Inversiones y las Exportaciones (CENPRO). Procurou-se, com essa medida, a centralização dos trâmites de importação, sua agilização e um registro único de importadores, com a simplificação de documentos mediante a adoção do Formulario de Autorización de Desalmacenaje (FAD), o qual incluirá todas as autorizações em um único documento. No FAD, devem constar o nome, endereço e identidade do importador, número da fatura comercial, data de ingresso da mercadoria no país, número do conhecimento de embarque, tipo de transporte, aspecto físico do produto, portos de embarque e desembarque, país de origem, quantidade da mercadoria, valor CIF, autorizações e observações. Para medicamentos destinados ao uso humano, drogas, cosméticos e produtos sanitários, os quais seguirão sendo tramitados diretamente com as faturas comerciais, da mesma forma que espécies silvestres ameaçadas ou em perigo de extinção, deve-se utilizar o formulário-padrão previsto na Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Flora e Fauna Silvestre. Normalmente o desembaraço alfandegário dura dois a três dias, dependendo do tipo da mercadoria, mas o tempo deverá reduzir-se ainda mais com a modernização alfandegária ora em processo de implementação (vide Anexo IV, item 2). c) Legislação alfandegária: é aplicada pela Dirección General de Aduanas do Ministerio de Hacienda e determina a utilização de um despachante autorizado (agencia aduanal) para liberação dos embarques comerciais, em relação a mercadorias com valor superior a US$ 25. Documentos exigidos: declaración aduanera, conocimiento de embarque, certificado de etiquetado e declaración de valor aduanero. Outros documentos poderão ser a nota de exoneración, para bens cobertos por esquemas de concessão tarifária; o certificado de origen, para artigos cobertos por acordos comerciais; o certificado de analisis, para sementes; o certificado de salud, para animais vivos; e a nota de autorización, para produtos alimentícios, medicamentos, cosméticos, substâncias tóxicas ou perigosas e pesticidas. Todas as mercadorias importadas devem ser armazenadas nos almacenes fiscales, para efeitos de inspeção. Bens em trânsito, apesar de isentos de impostos aduaneiros e outros cargos fiscais, estão sujeitos a uma taxa por serviços tarifários. A legislação estabelece multas de US$ 5 a US$ 100 para as infrações aduaneiras. Apelações contra decisões das autoridades alfandegárias podem ser dirigidas ao Comité Arancelario, ao Comité Nacional de Valoración ou ao Tribunal Fiscal Administrativo. Foi recentemente aprovada nova legislação alfandegária cujos objetivos são agilizar ainda mais as operações de comércio exterior, tornar mais eficiente a arrecadação, garantir estatísticas confiáveis e promover assim o comércio exterior. As principais diretrizes são: maior facilidade para importar amostras sem valor comercial; ampliação do leque de mercadorias abrangidas pelo regime de importação temporária; criação de controles imediatos e posteriores de forma permanente; e simplificação dos meios de apelação, eliminando-se o Comité Arancelario e o de Valoración e recomendando-se a criação de um Tribunal Aduanero Nacional. Prevê-se a criação de três instâncias administrativas de apelação, a saber: o posto da alfândega, a Dirección General de Aduanas e o Tribunal Aduanero Nacional. As multas por infrações passarão a ser de US$ 100 a US$ 500. Importações incentivadas Sempre que os produtos que sejam considerados essenciais ao desenvolvimento industrial do país forem produzidos na área do Mercado Comum Centro-Americano ou no México, sua importação será naturalmente incentivada mediante redução de até 100% nos impostos de importação. Os produtos abrangidos são maquinaria, equipamentos e insumos para os setores agrícola, pesqueiro, industrial, farmacêutico e turístico (vide Cap. VIII-Sistemas de Preferências no Exterior). Licenciamento As licenças de importação foram utilizadas durante muitos anos para proteger os produtores agrícolas locais. As licenças eram outorgadas quando os produtores nacionais não podiam suprir a demanda doméstica. A partir de 1991, a lista de produtos sujeitos a licença de importação foi diminuindo progressivamente, até que as licenças foram eliminadas com a Rodada Uruguai, que converteu em níveis tarifários as licenças ainda existentes. Esta medida entrou em vigor a partir de janeiro de 1995, com a criação da Ventanilla Única. 47 Quotas Não há restrições quantitativas às importações. Todavia, através dos acordos agrícolas da Rodada Uruguai, foram introduzidas quotas tarifárias para permitir a entrada progressiva de certos produtos agrícolas (certos sucos de frutas, preparados a base de chocolate, laticínios, carne de frango, salsichas, bebidas fermentadas e vinhos aromáticos). Essas quotas irão ampliando-se progressivamente, a saber: 15%, 30%, 35%, 40%, 45%, 50% e 55%, devendo ser implementadas entre 1995 e 2004. Importações proibidas Estão proibidas na Costa Rica as importações de psicotrópicos, narcóticos, drogas ilícitas, fungicidas a base de mercúrio, armas de fogo, armas químicas, certas espécies de cães, substâncias que afetem a camada de ozônio, algumas espécies de flora e fauna em vias de extinção e embalagens e containers usados. Medidas anti-dumping A Dirección de Prácticas de Comercio Desleal y Medidas de Salvaguardia do MEIC é o órgão responsável pela adoção e implementação de medidas anti-dumping. Para determinar a existência de prejuízo, a ameaça causada por determinado bem importado deverá ser objetivamente demonstrada pela empresa ou empresas locais interessadas. Se o dumping ou margem de subsídio for inferior a 1%, a investigação será encerrada. Petições para ações anti-dumping podem ser iniciadas por um produtor, grupo ou associação de produtores que representem ao menos 25% da produção doméstica destinada ao consumo local. Medidas provisórias, na forma de aumento de tarifas não maiores do que a margem do dumping estimado, poderão ser adotadas no transcurso da investigação. Essas medidas poderão permanecer em vigência por um máximo de seis meses, prorrogáveis, em casos excepcionais, por outros seis meses. Medidas de salvaguarda As medidas de salvaguarda adotadas na Costa Rica estão em harmonia com o Acuerdo y Medidas de Salvaguardia de la Ronda Uruguay. O órgão do Governo responsável pela adoção e aplicação das medidas de salvaguarda é a Dirección de Práctica de Comercio Desleal y Medidas de Salvaguardia (DPCDMS). A ameaça ou dano à produção doméstica, por parte de determinado produto importado, deve ser demonstrada com base em fatos objetivos e não mediante simples alegação. As petições para adoção das medidas de salvaguarda podem ser encaminhadas por um produtor, grupo ou associação de produtores que representem ao menos 25% da produção local. A finalização das investigações será notificada às partes interessadas e publicada no diário oficial La Gaceta. Compras do Governo As compras do Governo estão reguladas pelo Reglamento de Contratación Administrativa, o Código Municipal, a Ley General de Concesión de Obras Públicas e a Ley de Sociedades Anónimas Laborales. A licitação pública, para contratos superiores a US$ 31.000, é o procedimento mais comum. Para contratação de serviços profissionais ou técnicos, o procedimento é o do concurso de antecedentes. No concurso de antecedentes, o Governo abre um concurso para prestação de serviços profissionais e os candidatos são avaliados com base nas suas condições pessoais e profissionais, análise do seu currículum vitae, salários pretendidos, tempo para iniciar e finalizar a prestação de serviços e outras características especificadas no documento convocatório. Para contratos inferiores a US$ 31.000, aplica-se a licitação privada, na qual o Governo convida certo número de ofertantes (não menor de 5), que considere representativos. As ofertas não poderão ser modificadas, retiradas ou anuladas, uma vez entregues ao órgão licitador. O recurso de apelação poderá ser apresentado dentro dos três dias hábeis seguintes à notificação do resultado da licitação às partes interessadas. A contratação direta é usada para compras do Governo de valor inferior a US$ 17.900. As apelações contra decisões das autoridades deverão ser dirigidas à Proveeduría Nacional. Importações via postal As importações via postal devem pesar um mínimo de 500 gramas até o máximo de 2 kg por pacote. No caso de encomendas (colis-postaux), o máximo permitido é de 20 kg por unidade. Segundo o tipo de mercadoria, os documentos que devem acompanhar os envios são: fatura comercial, relação de conteúdo e preços unitários e totais, certificado fitossanitário e nota de exoneración, se for o caso. São proibidas as importações via postal de substâncias tóxicas, explosivas, aerossóis e pesticidas. 48 Amostras e catálogos As amostras sem valor comercial ou que comprovadamente sirvam para demonstrar as características da mercadoria estão isentas de pagamento de direitos aduaneiros. As amostras que, por sua natureza, possam vir a ser usadas, como por exemplo, produtos alimentícios e medicamentos, estão sujeitas aos impostos normais incidentes sobre os produtos com valor comercial, mesmo em caso de se destinarem a distribuição gratuita. As amostras com valor comercial também podem ser importadas com isenção temporária de direitos mediante depósito restituível equivalente ao seu valor. Ao final do período de importação temporária, as amostras deverão ser retiradas do país, sob pena de perda do direito à restituição do depósito. As exigências normais relativas à documentação para importação são também aplicáveis às amostras. A importação de catálogos, folhetos e brochuras contendo instruções para operação e manutenção de máquinas e aparelhos e sobre uso de medicamentos e produtos veterinários está sujeita ao pagamento de US$ 0,03 por kg bruto. Excetuam-se, deste pagamento, aqueles que estejam cobertos pela Ley de Exoneración Turística ou pelo Regime de Importação Temporária. Material para feiras O material e amostras destinados a exibição em feiras e eventos podem ser importados, com isenção temporária de direitos alfandegários, pelo prazo de 6 meses, após o qual deverão retornar ao país de origem ou pagar os direitos alfandegários correspondentes se permanecerem na Costa Rica. 3. Regulamentação específica Normas técnicas A Costa Rica aplica principalmente os requisitos técnicos internacionais, como aqueles da International Standards Organization (ISO), do Codex Alimentarius e da International Organization of Legal Metrology, além das normas regionais, como as da Comisión Panamericana de Standares (COPANT) e as dos países desenvolvidos, especialmente dos Estados Unidos. A Oficina Nacional de Normas Técnicas y Unidades de Medidas (ONNUM) é o órgão encarregado dos aspectos técnicos da padronização, que assegura reconhecimento legal aos padrões técnicos e coordena o trabalho relacionado com as negociações internacionais e padronização. As importações de produtos agropecuários devem estar acompanhadas de certidão fitossanitária emitida pela autoridade competente do país exportador, com o respectivo visto consular da Costa Rica, estando sujeitas a autorização prévia por parte do Ministerio de Agricultura y Ganadería (MAG), através da Dirección de Sanidad Vegetal y Salud y Producción Pecuaria. As importações de medicamentos, cosméticos, produtos farmacêuticos para fins veterinários ou uso humano, pesticidas e substâncias tóxicas, também devem estar acompanhadas de certidão sanitária emitida pela autoridade competente do país exportador, com o respectivo visto consular. Estão sujeitas a autorização do Ministerio de Salud, através do Departamento de Control de Alimentos e do Departamento de Registro y Control de Substancias Tóxicas y Drogas e da Dirección General de Sanidad Pública. São exigidos os seguintes documentos: Requerimiento de Registro, com o nome do produto, peso e volume líquidos, nome e endereço do representante local e data limite de venda do produto; Certificado sanitario, expedido pela autoridade respectiva do país exportador, com o visto consular da Costa Rica; amostras do produto; e o pagamento das taxas de registro. O Ministerio de Salud exige que todos os medicamentos, drogas e cosméticos importados sejam registrados a cada cinco anos, no Departamento de Control de Drogas y Narcóticos. Embalagem e rótulos A legislação tem requisitos específicos de embalagem para pesticidas agrícolas, alimentos animais, medicamentos, cosméticos, bebidas alcoólicas e alimentos pré-embalados. Todos os produtos devem ser rotulados em espanhol e no sistema métrico. No caso de produtos alimentícios, pode-se usar outro idioma simultaneamente ao espanhol, desde que o mesmo não ultrapasse 30% do texto impresso. Os rótulos de alimentos devem conter as seguintes informações: nome do produto, uso de sabores e corantes artificiais, identificação de lote e data de produção (dia, mês e ano), lista de ingredientes e quantidade dos mesmos, nome e endereço do fabricante no país de origem, número da licença do fabricante no país de origem. No caso de produtos farmacêuticos, drogas, tóxicos e pesticidas, os rótulos têm que conter: nome do produto, nome e endereço do fabricante no país de origem, fórmula do produto, número de registro no órgão controlador 49 no país de origem, data de fabricação e limite para consumo ou uso do produto, bem como informações adicionais pertinentes, tais como uso externo , mantengase en refrigeración, toxicidade do produto e antídotos. Marcas e patentes A Costa Rica é assinante da maioria dos acordos internacionais e regionais sobre propriedade intelectual, marcas e patentes e é membro da World Intelectual Property Organization (WIPO). A propriedade industrial (marcas e patentes) e a propriedade intelectual (direitos autorais) são responsabilidade do Registro de Marcas y Patentes. A atual legislação sobre patentes na Costa Rica permite o patenteamento por 12 anos, não prorrogáveis, para processos, e de um ano para bebidas, produtos alimentícios, medicamentos, produtos veterinários e fertilizantes. No caso de invenções estrangeiras, as patentes são concedidas pelo prazo de vigência da concessão no país de origem, desde que não exceda 12 anos. Não é assegurada, no momento, proteção de patente para variedades animais e vegetais, processos biológicos essenciais ou processos ou produtos microbiológicos. As marcas, nomes e slogans podem ser registrados e a proteção é garantida por um período renovável de 10 anos. Regime cambial A regulamentação do regime cambial é de responsabilidade do Banco Central. As instituições autorizadas para efetuar transações com moedas estrangeiras são o Banco Central, bancos comerciais estatais ou privados e instituições financeiras específicas, que podem comprar e vender moeda estrangeira a taxas livremente negociadas. Não existem restrições às transferências de capital, mas as operações de câmbio manual superiores a US$ 10.000 devem ser informadas ao Banco Central pelo banco ou instituição financeira que efetuou a operação. As transferências de capital do exterior podem ser mantidas em depósitos em dólares norte-americanos ou investidas em certificados de depósito, que serão pagos na moeda em que foi efetuado o depósito original. 4. Outros regimes alfandegários Importação temporária A importação temporária, erradamente conhecida na Costa Rica por draw back, é um regime mediante o qual se importa a mercadoria com suspensão temporária de direitos (matérias-primas e insumos), para utilização em determinado processo de transformação. O pagamento dos impostos de importação é garantido através de um documento assinado pelo importador, que deverá pagar efetivamente os impostos correspondentes caso o produto final seja vendido no país. Admissão temporária As importações sob admissão temporária são autorizadas por um período de seis meses. O prazo para matérias-primas e componentes estende-se até 12 meses, e após esse prazo, os produtos deverão ser reexportados. Esse regime permite receber, dentro do território nacional, com suspensão de todo tipo de tributos, certas mercadorias destinadas a serem enviadas ao exterior após armazenagem provisória para transformação, reparação, reconstrução, montagem ou para incorporação de maquinaria, equipamento de transporte ou aparelhos de maior complexidade tecnológica. As vantagens do sistema são outorgadas por um período de 5 anos, renováveis. O regime de importação temporária cobre principalmente as atividades industriais com certo grau de processamento ou de transformação chamadas de maquila, e que representaram exportação de US$ 116 milhões em 1994 (vide Cap. III - Comércio Exterior). As amostras, brindes e material publicitário destinados a feiras e eventos similares, beneficiam-se do Regime de Admissão Temporária, por um período de 6 meses, após o qual as mercadorias deverão ser reexpedidas ao país de origem ou pagos os direitos correspondentes se nacionalizadas. Mercadorias em trânsito As mercadorias em trânsito estão isentas de direitos aduaneiros, mas devem pagar algumas taxas por serviços alfandegários. Exige-se geralmente depósito de garantia equivalente ao valor dos impostos de importação correspondentes, que será devolvido quando as mercadorias forem reexportadas, em prazo máximo de 60 dias. Na autorização alfandegária das mercadorias em trânsito, devem constar o destino final e os pontos de entrada e saída do território costarriquenho. 50 5. Documentação e formalidades Embarques (no Brasil) Os embarques para a Costa Rica devem estar acompanhados da seguinte documentação: · Fatura comercial, original e seis cópias. Se o texto da fatura vier em outro idioma, é necessário juntar tradução em espanhol. Deve-se especificar o local e data de expedição, endereço do destinatário, marcas e quantidades, números de ordem, especificações, descrição e preço da mercadoria, unitário e total (base CIF), endereço do vendedor e todas as cláusulas habituais do comércio internacional; · Conhecimento de embarque, original e quatro cópias, contendo: nome e endereço da companhia transportadora, nome e endereço do destinatário, marcas, número de ordem e quantidades de volume, tipo de embalagem, peso, número de fatura, rota, local e data de embarque, carimbo e assinatura da empresa transportadora. No caso de conhecimento aéreo, deve figurar a autorização da empresa aérea, número de voo e dia de chegada; · Certificado fitossanitário ou zoossanitário, se aplicável: os embarques devem ser acompanhados pelo respectivo certificado sanitário, original e cópia, emitido pelo órgão competente do país exportador e visado pelo Consulado local da Costa Rica; · Lista de embalagem (packing list), original e cópia: descrever detalhadamente o conteúdo de cada volume, especificando peso e numeração de ordem; · Apólice de seguro alfandegário, dependendo do tipo de INCOTERM usado; · Outros documentos opcionais: catálogos, certificado de origem, fatura de comissões, agentes marítimos, transporte local, gastos bancários, embalagem fora do país importador, lista de preços e documentos históricos; quando a mercadoria for usada: fatura, data da fabricação, título da propriedade, etc. Desembaraço alfandegário (na Costa Rica) Para o desembaraço alfandegário são necessários, além dos documentos que acompanham o embarque, os seguintes (vide Anexo IV, item 2): · Declaração aduaneira, exigida pela Alfândega para desembaraço de todas as mercadorias importadas, com exceção daquelas destinadas às Zonas Francas e das matérias-primas e insumos que ingressem sob o Regime de Admissão Temporária; · Certificado de Etiquetagem, emitido pela Oficina Nacional de Normas Técnicas y Unidades de Medida (ONNUM); · Declaração de Valor Aduaneiro, que deve levar a assinatura do consignatário e o carimbo da companhia; · Nota de Exoneração, autorizada pelo Ministério de Hacienda, para artigos cobertos por qualquer sistema de concessão tarifária (MCCA, TLC com o México, etc.). 51 VI. ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO 1. Canais de distribuição Considerações gerais A estrutura dos canais de distribuição comercial na Costa Rica encontra-se em fase de modificação. Os grandes centros comerciais, que operam com maior eficiência e economia de escala, estão aos poucos substituindo os pequenos estabelecimentos comerciais. No entanto, o Governo procura amparar o pequeno e médio empresário mediante assistência técnica, financiamento e informações sobre produtos e mercado. Na importação e distribuição de produtos estrangeiros, as empresas privadas atuam principalmente nos setores de matérias-primas e de insumos, destinados à indústria local de transformação, e de bens de consumo duráveis e não-duráveis. Para efeitos de comercialização de produtos importados, a Costa Rica é considerada como um bom mercado, tendo como centro de irradiação a capital São José e a chamada área metropolitana, que abrange também as cidades de Alajuela, Heredia e Cartago. Principais áreas de marketing Atualmente, cerca de 90% do universo empresarial do país compõe-se de pequenas e médias empresas que não possuem a tecnologia suficiente de produtos, processos de produção, gerenciamento e técnicas de marketing em mercados externos, buscando para isso parceiros qualificados no exterior. Procuram oportunidades para alcançar uma escala de produção bem maior através da exportação, que não podem encontrar no mercado interno, por demais reduzido. A Costa Rica é um país que concentra 36,6% de sua população em 10% do território, onde se encontram também 80% das indústrias, o que faz com que a distribuição interna seja relativamente fácil. Os mercados urbanos 2 mais importantes são: as províncias de São José,2com população de 1,2 milhão e extensão de 4.959 km ; Alajuela, com 2 582 mil habitantes e uma extensão de 9.753 km ; e Heredia, com 262 mil pessoas e extensão de 2.657 km . Na área rural, concentram-se os restantes 64,4% da população, com uma média de 64 habitantes por 2 km , que dependem de três mercados de menor importância, a saber, as cidades de: Limón, no Atlântico; Puntarenas, no Pacífico Central e Libéria, no Pacífico Norte. Com respeito a transportes, praticamente a totalidade da carga é transportada por via rodoviária, sendo que, até o recente fechamento do INCOFER, apenas 20% da mesma era transportada por via ferroviária. O porto de Limón, no Atlântico, recebe cerca de 80% da carga marítima, mas os portos do Pacífico, principalmente Caldera, estão aumentando sua participação na carga marítima internacional. O aeroporto internacional Juan Santamaría, a 17 km de São José, recebe a maior parte da carga por via aérea (vide Cap. I-Aspectos Gerais, item 6). Estrutura geral Os canais de distribuição do setor importador são, principalmente: a) os chamados representantes de casas estrangeiras, cuja função é servir de elo entre as empresas internacionais e as empresas nacionais nas transações de mercadorias, equipamentos e serviços, cumprindo estritamente as instruções que recebam da empresa que representam e não podendo modificá-las nem tomar decisões por conta própria. Através deles se comercializam sobretudo matérias-primas e insumos industriais, produtos alimentícios (enlatados, sucos e bebidas) e bens de consumo duráveis; b) distribuidores exclusivos, que são os responsáveis pelo recebimento das mercadorias diretamente do importador e por sua posterior distribuição ao comércio atacadista. De modo geral, a comercialização de bens importados é efetuada através de distribuidor exclusivo, que utiliza sua própria equipe de vendas para atingir os centros de consumo; c) fabricantes, responsáveis pela fabricação no país de produtos com marcas estrangeiras, usando os insumos e técnicas que a empresa estrangeira lhe indique. São responsáveis por grande parte da importação de matériasprimas, bens intermediários e de capital, comprando diretamente do exterior ou através de representantes; d) comércio atacadista, que é responsável pela estocagem e distribuição de produtos aos varejistas. Normalmente, tem sua própria equipe de vendas e frota de transporte e entrega. Nesta categoria se classificam as centrais de compras dos supermercados e dos armazéns. Atuam muitas vezes em regime de representação exclusiva e, outras vezes, dispõem de armazéns próprios e de rede de vendas diretas. As comissões normalmente cobradas pelos comerciantes atacadistas são: 52 · · · · · · · produtos alimentícios entre: 3% e 5%, torneiras e canos para redes hidráulicas: 20%, artigos para instalação elétrica: 20%, equipamento manual para uso agrícola: 25%, ferramentas de uso agrícola: 10% material para construção: 10% químicos para uso agrícola: 25% e) comércio varejista, que intervém no final do processo de comercialização. É constituído por empresas de pequeno e médio porte que se dedicam normalmente à importação de bens de consumo. O usual é a importação pelo melhor preço e nas melhores condições de entrega, seja diretamente da empresa exportadora seja por intermédio de agências comerciais. No caso de algumas lojas de departamento, importam diretamente do país fornecedor, através de agências específicas que trabalham para elas com exclusividade. As comissões aplicadas pelo comércio varejista são: · · · · · · · produtos alimentícios, entre 10 e 15% artigos para encanamento, 20% artigos para instalação elétrica, 20% equipamento manual para uso agrícola, 15% ferramentas agrícolas, 15% material para construção de moradias, 15% químicos para uso agrícola, 15% f) Malls (centros comerciais), o comércio varejista tradicional (mercearias, supermercados locais e lojas de ferragens) contrasta com os grandes centros comerciais (malls), inaugurados recentemente (Multiplaza, Plaza del Sol, Santana 2.000, San Pedro), que são construídos sob um conceito norte-americano quando à disposição dos diferentes comércios e mercadorias, podendo encontrar-se neles os produtos oferecidos por lojas especializadas bem como aqueles de lojas de departamentos. Os malls estão direcionados ao público de classe média alta. O comércio varejista é o que tem que atender as exigências do consumidor, agora protegido pela Ley de la Promoción de la Competencia y Defensa Efectiva del Consumidor (1994), mediante as seguintes disposições: uso adequado de propaganda comparativa, cooperação por parte da empresa no fornecimento de informação e documentação quando solicitado, sujeição à regulamentação pública referente ao controle de preços de bens e serviços nas disposições temporárias aplicáveis, responsabilidade pelas reclamações do consumidor quando se considere prejudicado pelo produto ou serviço, sujeição à regulamentação de vendas a prazo. Canais recomendados às empresas brasileiras A crescente diversificação das exportações brasileiras para a Costa Rica, cobrindo ampla variedade de produtos manufaturados e industrializados, junto com o incremento da participação de empresas brasileiras em licitações públicas locais, recomenda cuidadosa escolha dos canais adequados aos produtos que se pretenda exportar. O contrato de representação parece ser a forma adequada para a maioria dos produtos exportáveis para o mercado costarriquenho, dado que o representante deve apresentar profundo conhecimento do mercado comprador. Os agentes comerciais, que desenvolvem sua atuação junto a compradores industriais, são muito úteis, por exemplo, para fornecedores de produtos siderúrgicos e químicos (resinas sintéticas, extratos vegetais, proteínas texturizadas, ceras plásticas, alguns tipos de papel e cartão). Os importadores atacadistas e as centrais de compras de supermercados constituem canais importantes para produtos que exigem um trabalho persistente de marketing. Produtos e artigos cuja presença no mercado dependa da assistência pós-venda podem ter, nesse tipo de importadores, o canal mais apropriado. Os importadores varejistas dedicam-se à importação de bens de consumo e compram quantidades relativamente pequenas dos mesmos. Requerem normalmente representação exclusiva. Os produtos mais adequados para a utilização desse canal são cosméticos, produtos e materiais de higiene doméstica, artigos para decoração, alimentos processados, sucos e conservas, chocolates, artigos para esporte, cutelaria e talheres, material de escritório, etc. 53 Compras governamentais As compras do Governo estão regulamentadas pelo Reglamento de Contratación Administrativa, pelo Código Municipal, pela Ley General de Concesión de Obras Públicas e a Ley de Sociedades Anónimas Laborales. Para contratos superiores a US$ 31 mil, aplica-se a licitación pública. Para compras inferiores a US$ 31 mil, aplica-se a licitação privada. Para contratos de serviços públicos, aplica-se o concurso de antecedentes e para compras inferiores a US$ 17.900, aplica-se a contratação direta. (vide Cap. V - Acesso ao Mercado, item: Compras do Governo). 2. Promoção de Vendas Considerações gerais No caso de bens de consumo finais, os meios publicitários mais usados são os tradicionais (televisão, rádio e jornal). No caso de matérias-primas, bens intermediários e bens de capital, o meio mais usado é o das feiras, bem como o contato direto das empresas consumidoras, por meio de vendedores. Veículos publicitários A publicidade comercial na Costa Rica é geralmente planejada e executada através de agências especializadas, que oferecem ampla faixa de serviços a seus clientes, inclusive marketing, pesquisas de opinião pública, desenvolvimento de produtos e relações públicas. O principal meio de promoção de produtos é a televisão, que absorve 50% do mercado publicitário. Cerca de 90% dos lares costarriquenhos possuem aparelhos receptores de televisão. Atualmente, a maior parte dos bens de consumo final é apresentada ao mercado consumidor através desse veículo. O Canal 7 domina o mercado publicitário televisivo, com participação de 30,1%, seguido do Canal 6, com 29,6%, e do Canal 2, com 18,4%. O cinema, por outro lado, continua a atrair grande número de espectadores, constituindo-se também em importante veículo de propaganda (vide Anexo I, item 7.3). As estratégias promocionais e de lançamento de produtos incluem geralmente a apresentação com promoção televisiva, outdoors e outras formas de publicidade estática. Esse tipo de publicidade é amplamente usado para produtos alimentícios, automóveis, artigos elétricos e eletrodomésticos, vestuário, bebidas, cosméticos e serviços em geral. As malas diretas são também utilizadas para promoção de serviços ou de bens de consumo duráveis, enquanto a distribuição panfletária, porta-a-porta, é usada por supermercados para campanhas promocionais de preços. A promoção radiofônica detém 20% do mercado publicitário. Esse tipo de veículo publicitário é muito usado devido ao grande número de emissoras presentes no mercado. Empresas de serviços da mais variada natureza, lojas e indústrias utilizam intensamente esse veículo. As maiores estações, de alcance nacional, são: Radio Monumental, Radio Columbia e Radio Reloj (vide Anexo I, item 7.4). Os jornais detêm os restantes 30% do mercado publicitário. Recorrem a esse tipo de veículo principalmente empresas de serviços, seguros, bancos, instituições oficiais e lojas de departamentos. Os jornais têm sido o veículo preferido para publicidade de produtos brasileiros, principalmente bens de consumo e bens de capital. Os principais jornais são: La Nación, La República, La Prensa Libre, The Tico Times e Costa Rica Today, estes dois últimos em inglês (vide Anexo I, item 7.1). As revistas de informação geral são utilizadas para promoção de produtos de consumo de massa, enquanto as revistas técnicas ou especializadas apresentam publicidade de bens de produtos, dirigida a categorias específicas de leitores, constituindo-se em interessante opção para empresas que pretendam atingir segmentos predeterminados do mercado. As principais revistas são: Panorama, Actualidade Económica, Perfil e Rumbo (vide Anexo I, item 7.2). Agências publicitárias Em 1994, várias agências aumentaram significativamente seu faturamento devido a uma reativação do mercado publicitário, como consequência da abertura comercial costarriquenha, que permitiu a entrada de novos produtos e novos clientes. Existem atualmente na Costa Rica mais de 70 empresas publicitárias. As agências com maior faturamento em 1994 foram: Garnier, McCann-Erickson, Publicentro, Comunica e Modernoble (vide Anexo I, item 7.5). Essas agências estão afiliadas internacionalmente às seguintes agências publicitárias americanas: 54 Essa vinculação internacional tem sido fundamental para a melhoria dos serviços publicitários, dado que permitiu a transferência de know-how e incorporação de tecnologias e conhecimentos das grandes agências internacionais, servindo a clientes transnacionais, como a Colgate Palmolive, Pizza-Hut, Mc Donalds, Phillip Morris, Tobacco Republic, Kellogs, Panasonic, Seagrams, etc. Feiras e exposições A feira mais importante do país, que se realiza anualmente na segunda quinzena de fevereiro, é a Feria Internacional de Costa Rica (FERCORI), criada em 1985 e organizada pelo Centro Nacional de Exposiciones. A FERCORI foi criada como uma iniciativa privada, para aproveitamento das vantagens que oferece a Costa Rica, por sua estabilidade sócio-econômica e política e seus atrativos turísticos e bom ambiente para negócios. Oferece a FERCORI não apenas a oportunidade de exibir produtos para alcançar distribuidores, clientes potenciais e compradores, mas também para vender de forma direta ao público. A última FERCORI contou com a participação de 216 empresas, de 26 países. Realizou-se de 16 a 26 de fevereiro de 1994 e foi complementada com um ciclo de conferências sobre temas de economia internacional, com expositores dos diversos países participantes. Visitaram a feira profissionais, compradores e público em geral, provenientes em geral de toda a América Central. Um volume aproximado de transações imediatas no valor de US$ 4,5 milhões e negociações de mais de US$ 20 milhões se efetuaram no âmbito da última FERCORI. O Brasil tem sido participante assíduo da feira desde 1985, já que a Costa Rica se está tornando importante mercado emergente para produtos brasileiros. Para participar da FERCORI como expositor, é conveniente contactar inicialmente o SECOM da Embaixada do Brasil em São José, que se encarregará de fazer a integração de todas as empresas brasileiras participantes da feira no Espaço Brasil. Pode-se igualmente contactar a administração da feira (vide Anexo I, item 6). O expositor potencial interessado receberá informações sobre os custos, localização no plano2 da feira, regulamento e outros dados de interesse. O custo básico do estande montado é atualmente de US$ 152 por m , excluídos os serviços (telefônicos, fax, recepcionista, limpeza, etc.) Existem, além da FERCORI, outras feiras também organizadas pelo Comitê Nacional de Ferias no mesmo edifício da FERCORI (antiga Aduana Nacional), porém de alcance nacional, que são interessantes para os representantes locais de empresas estrangeiras porque permitem ampliar a penetração do produto estrangeiro no mercado local. As feiras nacionais são as seguintes: · Expohogar, realizada em junho de cada ano, especializada na exibição de todo tipo de artigos para o lar (móveis, artigos de cama, mesa e banho, artigos de cozinha, eletrodomésticos e artigos para decoração); · Feria de Agosto, realiza-se anualmente por motivo do Dia das Mães (15 de agosto). Especializada na exibição de todo tipo de artigos femininos; · Decosalón, realizada anualmente em setembro, exibindo artigos e materiais para decoração, desenho, construção e acondicionamento de casas e escritórios; e · Feria del Regalo, realizada em dezembro de cada ano por ocasião do Natal, com exibição de todo tipo de artigos para presentes de Natal. Consultoria de marketing Existem no país várias empresas de consultoria competentes e idôneas, capacitadas para elaborar estudos de marketing. Algumas delas são filiais de empresas americanas ou européias, como a Deloitte y Touche, KPMG Peat Marwick, Hay Group e a Price Waterhouse (que faz auditoria e consultoria). Entre as principais companhias consultoras nacionais estão: a Venegas, Pizarro, Ugarte & Co., a Jose Leñero & Asociados e a Siglo XXX Consultores (vide Anexo I, item 8). Por se tratar de despesas geralmente elevadas, é conveniente que a contratação de serviços de consultoria seja feita quando em função de levantamentos e informações preliminares e que o produto tenha a priori boas possibilidades de penetração ou ampliação no mercado em virtude do preço, qualidade e características da demanda. Dados básicos preliminares sobre o mercado costarriquenho podem ser obtidos junto ao Setor de Promoção Comercial (SECOM) da Embaixada do Brasil em São José. O SECOM poderá indicar empresas consultoras competentes na Costa Rica, porém os contactos para contratação desses serviços deverão ser feitos diretamente pela empresa brasileira interessada. É conveniente que a empresa consultora selecionada receba ou elabore previamente o programa do estudo a ser empreendido. 55 Apoio do SECOM O Setor de Promoção Comercial (SECOM) da Embaixada do Brasil em São José está em condições de atender a consultas de empresas brasileiras, por fax, carta, telefone ou entrevista pessoal, bem como de prestar assistência e apoio local aos empresários brasileiros em seus contatos com empresas costarriquenhas. Poderá o SECOM atender consultas especialmente no que diz respeito a condições de acesso ao mercado, e de comercialização, canais de distribuição, oportunidades comerciais, empresas interessadas em joint-ventures, regulamentação de importação e outras disposições legais, relação de agentes comerciais e de importadores, etc. Está também a cargo do SECOM a organização da participação brasileira na FERCORI (Espaço Brasil) e o apoio a operações comerciais que exijam coordenação especial junto a entidades públicas costarriquenhas. 3. Práticas comerciais Negociação de contratos de importação A correspondência, propostas, contratos e entendimentos deverão ser usualmente em espanhol, podendo utilizar-se eventualmente o inglês. Os importadores enfatizam muito a rapidez nas respostas às cartas ou consultas por fax, mesmo no caso de resposta negativa. Também é da maior importância o cumprimento dos prazos estipulados de entrega, bem como informar ao importador fatos que possam interferir nos prazos. É aconselhável obter a concordância do importador na eventualidade de que surja alguma alteração no cronograma de produção ou embarque. Recomendase também que as empresas brasileiras solicitem ao importador que especifique as formalidades a serem seguidas para cada embarque, tais como discriminação de mercadoria na fatura comercial, documentos que devem acompanhar o embarque e condições de embalagem e rotulagem. Os importadores costarriquenhos esperam sempre receber cotações de preços em base CIF. A carta de crédito irrevogável e as ordens de pagamento à vista ou a prazo são os métodos mais utilizados nos contratos de importação. É recomendável obter seguro ao crédito na exportação contra riscos do importador (insolvência, falta de pagamento ou recusa em aceitar mercadorias), bem como tomar as precauções habituais e as devidas informações comerciais e bancárias prévias sobre os eventuais parceiros. Na Costa Rica, a empresa que pode fornecer referências comerciais e bancárias sobre os parceiros econômicos é a Protectora de Crédito Comercial S.A., que mantém uma base de dados composta por 500 mil nomes, entre pessoas físicas e jurídicas, contendo informações sobre as transações realizadas por cada cliente de suas empresas afiliadas e não afiliadas, o que permite conhecer o status da empresa, os imóveis de propriedade do cliente e o grau de compromisso de suas posses (hipotecas e demandas). Também oferece o serviço de referencias de seguimiento, que consiste em informar sobre clientes que apresentem sinais de morosidade, para tomar medidas preventivas. A Protectora de Crédito mantém contatos com a Dun & BradStreet, empresa similar norte-americana. Designação de agentes A designação de agente ou representante é uma das melhores formas de penetração e presença no mercado local, principalmente para exportadores que estejam iniciando suas operações na Costa Rica ou que pretendam introduzir novos produtos. Recomenda-se que os agentes estejam sediados em São José, os quais por sua vez poderão designar distribuidores regionais em todo o país. Os requisitos para ser representante e poder comercializar produtos na Costa Rica estão mencionados no Capítulo VII da Ley nº 3284, do Código de Comercio (1978), a saber: · · · · ser costarriquenho ou estrangeiro devidamente estabelecido de forma permanente no país; ter exercido o comércio por um período não inferior a três anos; ter preparação suficiente em matéria comercial e ser de reconhecida solvência e honorabilidade; e estar inscrito no Registro Mercantil do Ministerio de Economía, Industria y Comercio. Os representantes comerciais que atuam na Costa Rica estão associados à Cámara de Representantes de Casas Extranjeras (CRECEX), que possui um código de ética e prevê em seus estatutos a exclusão dos associados que não agirem de acordo com o mesmo. Com respeito à questão da exclusividade para o agente, é conveniente que só seja concedida após um período razoável de experiência, a fim de avaliar o desempenho profissional do agente. As vantagens dos contratos de exclusividade são: presença no mercado através de nome já estabelecido que ajuda a identificar a qualidade dos produtos representados; a atuação do representante exclusivo está regulamentada por contrato com a empresa estrangeira e portanto sujeita a manutenção de níveis mínimos de vendas; utilização de técnicas de marketing especializadas, com a prestação de informações periódicas sobre a evolução do produto no país e a gestão das vendas; maior responsabilidade nos pagamentos da mercadoria; proteção da imagem do produto e da empresa estrangeira; e, 56 finalmente, garantir o mercado e manter o produto de forma competitiva. As desvantagens são: a empresa estrangeira tem que amoldar-se, de certa forma, às condições do representante, sendo difícil romper um contrato já assinado; por outro lado, a indenização do representante exclusivo pelo rompimento do contrato é muito onerosa. De forma geral, os contratos de representação são recomendáveis na fase inicial de entrada no mercado ou de introdução de novos produtos. Antes de concluir o primeiro contato com o empresário costarriquenho, o empresário brasileiro deverá informar-se sobre os possíveis sócios comerciais e seus interesses em importar seu produto, bem como sobre as possibilidades efetivas do mercado local. Podem ser diretamente de utilidade nesse processo o SECOM da Embaixada do Brasil e a CRECEX. Uma vez definidos os candidatos, o empresário brasileiro deverá obter informações cadastrais sobre os candidatos. Feita a seleção, será necessário estudar o quadro legal dentro do qual se fará a negociação do contrato, as margens de comissão e a indenização no caso de não cumprimento ou ruptura de contrato. Uma vez assinado o contrato, deve-se buscar informação sobre trâmites aduaneiros, transportes, procedimentos para litígios comerciais, etc. A Ley nº 6209, de março de 1978, regulamenta a proteção aos representantes de empresas estrangeiras e distribuidores de produtos importados. De acordo com essa lei, se o contrato de representação é rescindido por causas alheias à vontade do representante, a empresa estrangeira deverá indenizá-lo com um montante equivalente a quatro meses de comissão bruta, por cada ano de duração do contrato. Para estabelecer a comissão bruta mensal, toma-se a média mensal das comissões recebidas durante os quatro últimos anos de vigência do contrato. Quando ocorrer o cancelamento da representação, a empresa estrangeira deverá recomprar o estoque existente de seus produtos com o representante ao preço de custo, incluindo gastos diretos, locais e de internação, mais 10% de despesas financeiras. São causas justas para finalização de um contrato de representação, com responsabilidade por parte da empresa estrangeira: · delitos cometidos pela empresa estrangeira contra a propriedade e o nome do representante; · restrições injustificadas nas vendas impostas pela empresa estrangeira, que resultem em redução do volume de transações efetuadas pelo representante; · falta de pagamento oportuno das comissões e honorários do representante; · nomeação de outro representante quando os afetados exerciam a representação exclusiva. estrangeira: · · · São causas justas para finalização de um contrato de representação, sem responsabilidade para a empresa delitos cometidos pelo representante contra a propriedade e o nome da empresa estrangeira; negligência do representante que provoque diminuição ou estancamento prolongado das vendas; violação por parte do representante do segredo profissional e da fidelidade à empresa estrangeira. A indenização deverá ser efetuada mediante um único pagamento, imediatamente depois de finalizado o contrato ou quando se efetive a condenação judicial, se for o caso. A empresa estrangeira deverá apresentar uma garantia sobre o total das indenizações reclamadas pelo representante, cujo montante será determinado judicialmente pelo juiz (vide item Litígios e arbitragem comercial, adiante). Abertura de escritório de representação comercial É aconselhável que essa alternativa seja considerada pelas empresas brasileiras após a consolidação de sua posição no mercado local, desde que haja perspectivas favoráveis de ampliação ou diversificação das vendas ou que a empresa pretenda igualmente distribuir seus produtos em outros países da América Central. Em todos os casos, a abertura de escritório de representação comercial deverá ser precedida de estudos de viabilidade sobre as formas e condições legais, assim como sobre os aspectos fiscais, salariais e trabalhistas. O código comercial vigente estipula que as empresas estrangeiras que pretendam abrir escritório de representação estão obrigadas a constituir e manter no país um apoderado generalísimo (procurador, com plenos poderes) para os negócios da sucursal local. Seguros e supervisão de embarque Não há na Costa Rica exigência legal em relação a seguros de embarques, mas, em geral, os importadores locais preferem comprar mercadoria com transporte e seguro incluído (base CIF). A cláusula de obrigatoriedade de seguro de transporte poderá constar em contratos de representação ou de importação, segundo a conveniência das partes. Uma das formas de seguro mais utilizadas é a apólice em aberto, para uma série de embarques, sendo cada um deles coberto por um certificado individual. 57 A supervisão de embarques na Costa Rica não é legalmente obrigatória. Poderá ser feita por iniciativa privada através da contratação de empresas transnacionais que prestam esse serviço, o qual poderá ser contratado através das seguintes agências locais (vide Anexo I, item 11). Representantes na Costa Rica R. Smyth & Co. Ltda. Lyon & Co. Scan S.A. Agencias Unidas H. T. Purdy Moller de Centroamerica S.A. Empresas transnacionais Bureau Véritas (França) Lloyds of London (Grã-Bretanha) Sven Borg Marine Surveyer (Dinamarca), Germanischer Lloyd (Alemanha), Rina (Itália) e elenic Register (Grécia) Institute of London Underwriters Agency (Grã-Bretanha) Institute of Marine Underwriters (USA) Cotenna Inspection (Suíça) Essas empresas emitem um certificado sobre as condições do embarque, que é apresentado posteriormente à companhia seguradora e aos bancos para pagamento da indenização correspondente. Financiamento das importações O sistema bancário costarriquenho oferece financiamento aos importadores locais que desejem operar com o Brasil, principalmente através de carta de crédito irrevogável. Esses financiamentos destinam-se principalmente à importação de matérias-primas, bens de consumo e equipamentos. As condições do financiamento dependem do tipo de mercadoria e do cliente (vide Cap.X-Oportunidades e Condições para Negócios e Investimentos,item 3). Destacamse nesse tipo de operações: · o Banco Internacional de Costa Rica S.A. (BICSA), banco privado constituído off-shore, nas Bahamas, pelos bancos estatais costarriquenhos para operações externas, que mantém filiais em Miami, Panamá e São José e possuindo a maior rede de correspondentes no exterior. No Brasil, opera linha de financiamento com os seguintes bancos: Bozano Simonsen, Bamerindus, Banorte, Banco do Brasil, Banco Real, Unibanco e Crefisul (vide Cap. X-Oportunidades e Condições para Negócios e Investimentos, item 2,). O BICSA financia importações com linhas de crédito cujo montante é definido segundo as necessidades específicas de cada cliente, com prazo de até um ano, renovável por um mesmo período, e as taxas de juros cobradas são a prime, mais 2 ou 3 pontos, dependendo do cliente e produto. Para abertura dessas linhas de crédito é necessário um depósito prévio de 20%, negociável; · O Banco Nacional, estatal, que é o maior correspondente comercial do Banco do Brasil na Costa Rica. Financia importações através de cartas de crédito irrevogáveis, aplicando uma taxa de juros igual à prime mais 2,5 pontos e, para casos de moratória, a prime mais 3 pontos. Também opera com o Banco Sudameris, o Banco Real, o Banespa, o Bamerindus e o Banco Francês e Brasileiro. Outros bancos costarriquenhos que financiam importações são: o Banco de Crédito Agrícola de Cartago, estatal, correspondente do Banco do Brasil; o Banex, que opera com o Deutsch Suedamerikanische Bank no Brasil; e o Banco de San José, que opera com o Banco de Boston no Brasil (vide Cap. X-Oportunidades e condições para negócios e investimentos, item 2). Litígios e arbitragem comercial Para resolução de litígios nos contratos de importação, a Cámara de Comercio de Costa Rica recomenda seguirem-se as indicações propostas no programa de Resoluciones Alternativas de Conflictos (RAC), da Corte Suprema de Justicia da Costa Rica, que permite solucionar os conflitos em forma mais rápida e econômica, dado que as partes interessadas buscam chegar a uma solução satisfatória através de negociação, mediação ou arbitragem dos interesses em conflito. Assim, o primeiro passo recomendado é a negociação entre as partes, de forma objetiva e amistosa. O passo seguinte é a arbitragem, que é processo regulado por lei, mediante o qual as partes nomeiam uma terceira ou um tribunal neutro, a fim de que se pronuncie sobre o conflito e emita um laudo, de acatamento obrigatório. Os tribunais ordinários intervirão para dar eficácia ao laudo, caso alguma das partes não o cumpra. Existe, finalmente, o sistema judiciário costarriquenho, para o quê será necessário a contratação firma de advocacia especializada para levar o caso aos tribunais locais. Não há na Costa Rica justiça especializada em litígios comerciais. O SECOM da Embaixada do Brasil em São José poderá oferecer uma relação das melhores firmas locais de advocacia especializada; porém, a contratação dos serviços legais deverá ser feita diretamente pela empresa interessada. 58 No caso de apelações contra decisões tomadas pela Alfândega, podem as mesmas ser dirigidas ao Comité Arancelario, ao Comité Nacional de Valoración ou ao Tribunal Fiscal Administrativo, segundo o caso e a instância. A nova legislação, recentemente aprovada pela Assembléia Legislativa, prevê a criação de um Tribunal Aduanero Nacional e de um Tribunal Superior Aduanero, que substituirão os órgão existentes. 59 VII. REGIMES ESPECIAIS 1. Regime de Zonas Francas O Regime de Zonas Francas, instituído pelas leis nº 7.210, de 14/12/90, e 7.293, de 03/03/92, é o conjunto de incentivos fiscais e facilidades operacionais que o Estado costarriquenho concede a empresas que se incluam em uma das seguintes categorias: · · · · · · Indústrias processadoras de exportação: produzem, processam ou montam produtos para exportação ou reexportação; Empresas comerciais de exportação: não produzem, mas simplesmente manipulam, reacondicionam ou redistribuem produtos para exportação ou reexportação; Empresas de serviços: fornecem serviços a outras empresas que operam sob o mesmo regime ou que também exportam estes serviços a pessoas físicas ou jurídicas fora do território costarriquenho; Empresas de construção, reparação e manutenção de embarcações; Empresas administradoras: administram as zonas francas; Empresas dedicadas à pesquisa científica: visam à melhoria do nível tecnológico da atividade industrial ou agro-industrial. O Regime de Zonas Francas é administrado, promovido e supervisionado pela Corporación de Zonas Francas, órgão privado regulado pelo Governo da Costa Rica. A fiscalização da Corporação é efetuada pela própria Contraloría General de la República (órgão semelhante ao Tribunal de Contas), cujas decisões são compulsórias. Enquadramento no Regime de Zonas Francas As empresas que operam sob o Regime de Zonas Francas devem pagar à Corporación de Zonas Francas cotas mensais relativas ao direito de uso dos privilégios de que gozam. Atrasos nos pagamentos das respectivos cotas podem ocasionar a suspensão dos privilégios concedidos à empresa. Regime de Zonas Francas - Tipo de empresas e cotas (por m2 construído) Tipo de empresa Até de 5.001 a de 7.501 a Mais de 5.000 m² 7.500 m² 10.000 m² 10.000 m² Processadoras, administradoras e estaleiros US$ 0,25 US$ 0,20 US$ 0,15 US$ 0,125 Comerciais * Pesquisa * Serviços * Fonte: Elaboração do SECOM, com base em documentação fornecida pelo CENPRO *As taxas para as empresas comerciais de exportação, prestadoras de serviços e de pesquisa científica, são equivalentes a 0,3% do volume mensal das vendas (exportações). Observação: caso a empresa tenha edifícios satélites, a tarifa é o dobro do estipulado. Requisitos a) Constituir uma Sociedade Anônima na Costa Rica; b) Apresentar à Corporación: · · · Carta, com firma reconhecida por cartório costarriquenho, contendo solicitação de incorporação ao regime. Devem-se indicar nome, razão social, domicílio legal, nome do representante local e qualquer outra informação relevante para apresentação da empresa; Formulário de solicitação, devidamente preenchido, mencionando as características do projeto e tipo de empresa, tipo de produto que se fabricará, para que mercado estará dirigido, valor total do investimento e/ou qualquer outra informação necessária para descrever e caracterizar o projeto; Declaração de que a empresa não se encontra amparada por nenhum outro regime do mesmo caráter (para a mesma atividade planejada), no Brasil ou em qualquer outro país de origem. 60 A solicitação será estudada pela Dirección de la Corporación de Zonas Francas e deverá ser aprovada, no máximo, até a sessão ordinária seguinte (ou em sessão extraordinária, se assim concordarem os membros da diretoria). Uma vez aprovada, deverá ser publicada no diário oficial La Gaceta. A empresa beneficiada deverá assinar contrato de operação no prazo máximo de três meses a partir da data de publicação; caso não o faça, a aprovação será considerada nula. c) Depósito de Garantia: para poder operar sob o Regime de Zonas Francas, a empresa deve fazer um depósito de garantia no valor de US$ 5 mil, em uma das seguintes formas: · · · · Depósito em dinheiro na conta corrente da Corporación de Zonas Francas; Cheque especial (dito da gerência) contra um dos bancos pertencentes ao sistema bancário costarriquenho, em nome da Corporación de Zonas Francas; Certificado emitido pelo Instituto Nacional de Seguros de Costa Rica (INS); Certificado de Depósito a Plazo - título de renda fixa existente na Costa Rica, com prazo menor de um ano, contado a partir da data de recebimento do certificado pela Corporación. Localização e serviços As Zonas Francas urbanas fornecem os serviços básicos às empresas nelas localizadas: água, eletricidade, iluminação, urbanização, telecomunicações, segurança, manutenção de áreas comuns, áreas de recreação para funcionários, saneamento básico, creches. Além desses serviços básicos, algumas Zonas Francas oferecem serviços complementares, de acordo com as necessidades de cada empresa e com as possibilidades da respectiva administração. Nas Zonas Francas rurais, os serviços estarão disponíveis à medida que as empresas se estabelecem. A empresa encarregada de administrar cada Zona Franca tem o direito de cobrar por estes serviços, segundo a quantidade e qualidade e os critérios de cada administradora. Os preços de compra de terreno nas diferentes Zonas Francas são padronizados, mas podem sofrer variações em função das necessidades de cada empresa. Situação das Zonas Francas - Custos Denominação Local Grau de prestação de serviços Custo ( m² construído) Aluguel (área construída) Compra Cartago Grupo Zeta 23 km de São José Elevado US$ 0,45 Produção US$ 3/m² Escritório US$ 12/m² Terreno US$ 33/m² Construção US$ 210/m² Alajuela Grupo Zeta 16 km de São José Elevado US$ 0,45 Produção US$ 3/m² Escritório US$ 12/m² Terreno US$ 33/m² Construção US$ 210/m² Heredia Grupo Zeta 14 km de São José Médio US$ 0,25 Produção US$ 3/m² Escritório US$ 12/m² Terreno US$ 35/m² Construção US$ 210/m² 14 km de São José Rod. Panamericana Elevado US$ 0,25 Produção US$ 4.5/m² Escritório US$ 15.5/m² Sem opção de compra 11 km de São José Elevado a a a 1 km de Porto Moín Baixo b b b 21 km de São José Médio US$ 0,35 Médio US$ 0,30 Produção US$ 2,8/m² Escritório US$ 5/m² Produção US$ 3,3/m² Escritório US$ 3,3/m² Alajuela Grupo Saret Metropolitana S.A. Heredia Moín (Costa do Atlântico) Alajuela Grupo Bes Puntarenas 9 km de Porto Caldera (Costa do Pacífico) Terreno US$ 35/m² Construção US$ 260/m² Terreno US$ 30/m² Construção da parte produtiva US$ 180/m² Escritório US$ 230/m² Fonte: Elaboração do SECOM, com base em documentação fornecida pelo CENPRO a) Informação confidencial da empresa administradora, a ser obtida diretamente pela empresa interessada. b) Projeto em fase inicial 61 Vantagens As empresas que operam sob Regime de Zonas Francas, além de possuírem seus próprios incentivos, contam no exterior com as isenções previstas no Sistema Geral de Preferências (SGP): vide Cap. VIII-Sistemas de Preferências no Exterior, item 4 e com as outorgadas no mercado norte-americano no âmbito da Iniciativa para a Bacia do Caribe (IBC): vide Cap. VIII, item 3. Porém, não podem usufruir das vantagens previstas no Mercado Comum Centro-Americano (MCCA): vide Cap. VIII, item 1. Assim sendo, os produtos exportados para a América Central não gozam da isenção do Derecho Arancelario de Importación-DAI (vide Cap. V-Acesso ao Mercado, item 1) prevista no MCCA. a) Isenções fiscais Regime de Zonas Francas - Sistema de isenções fiscais Impostos Imposto de importação sobre matérias-primas e componentes Imposto sobre importação de máquinas e equipamentos destinados à operação da empresa Impostos de venda de consumo de artigos locais Imposto de exportação Impostos sobre capital, ativos, terra, transferência de imóveis e impostos municipais Imposto sobre importação de veículos e peças de reposição Imposto sobre a renda (vide Cap. IX-Política e legislação de investimentos, item 9) Pagamento de patentes Isenção 100% 100% 100 %, durante 10 anos 100% 100%, durante 10 anos 100% 100% 100%, durante 10 anos Fonte: Elaboração do SECOM, com base em documentação fornecida pelo CENPRO Regime de Zonas Francas - Prazo das isenções fiscais Tipo de empresa Zonas de maior desenvolvimento Zonas de menor desenvolvimento Processadora de exportação 100% por oito anos e 100% por 12 anos e 50% nos quatro anos seguintes 50% nos seis anos seguintes Comercial de exportação 100% por oito anos e 100% por seis anos e 50% nos quatro anos seguintes 50% nos quatro anos seguintes Serviços 100% por oito anos e 100% por 12 anos e 50% nos quatro anos seguintes 50% nos seis anos seguintes Pesquisa científica 100% por oito anos e 100% por 12 anos e 50% nos quatro anos seguintes 50% nos seis anos seguintes Estaleiros 100% por oito anos e 100% por 12 anos e 50% nos quatro anos seguintes 50% nos seis anos seguintes Administradoras 100% por oito anos e 100% por 12 anos e 50% nos quatro anos seguintes 50% nos seis anos seguintes Fonte: Elaboração do SECOM, com base em documentação fornecida pelo CENPRO Observação: as zonas de maior desenvolvimento estão localizadas na região central da Costa Rica (Vale Central: cidades de Cartago, Heredia, Alajuela, São José) e as zonas de menor desenvolvimento são as mais afastadas do Vale Central (Puntarenas, Limón e Guanacaste). b) Livre disponibilidade de divisas: as empresas que se encontram sob Regime de Zonas Francas não têm obrigação de entregar ao Banco Central da Costa Rica as divisas resultantes das vendas de seus produtos. Estão livres também para realizar qualquer contrato ou transação comercial em moeda estrangeira. As únicas exigências são: · · Declarar mensalmente ao Banco Central o total de divisas utilizadas em compras locais; Trocar, em qualquer banco do sistema bancário nacional, as divisas necessárias às despesas operacionais da empresa. c) Bonificação sobre a folha de pagamentos: as empresas estabelecidas nas zonas, e classificadas como de menor desenvolvimento relativo, obtêm uma bonificação de 15% sobre o valor total da folha de pagamento, que será restituído no ano seguinte ao do pagamento. Este benefício estende-se por um período de cinco anos e o percentual da bonificação é reduzido em 2 pontos a cada ano. Os bônus recebidos pelas empresas estão estipulados em conta específica do Orçamento Nacional. 62 d) Facilidades alfandegárias: os trâmites são facilitados por um sistema integrado computadorizado, estabelecido para o regime. Esse sistema é de rapidez e eficiência superiores ao sistema nacional costarriquenho de alfândegas, visto que atende a necessidades prioritárias de exportação e importação. Além disso, as Zonas Francas urbanas têm um posto alfandegário em suas instalações. e) Acesso a mercados: além do mercado internacional, as empresas sob Regime de Zonas Francas têm a possibilidade de vender 40%, de sua produção total no mercado interno costarriquenho. Somente as empresas classificadas como Comerciais de Exportação não gozam desse benefício. f) Mão-de-obra capacitada: as empresas têm o direito de obter da Corporación de Zonas Francas, ou da empresa encarregada de administrar uma Zona Franca, treinamento e capacitação da mão-de-obra a ser utilizada na produção, bem como assistência técnica no processo de seleção, coordenados pelo Instituto Nacional de Aprendizaje da Costa Rica (INA). g) Prazo: não há limites de prazo para manutenção do regime e, consequentemente, usufruir dos incentivos dele decorrentes. 2. Regime de Admissão Temporária É o regime que permite a importação na Costa Rica, com isenção total de impostos, de matérias-primas destinadas à produção para exportação. É um regime que inclui empresas semelhantes àquelas classificadas como Processadoras de Exportação, amparadas pelo Regime de Zonas Francas. A diferença é que, no Regime de Zonas Francas, a matéria-prima deve passar por amplo processo de transformação ao passo que o Regime de Admissão Temporária requer apenas que a matéria-prima seja armazenada provisoriamente para processamento ulterior. Nesse regime, são proibidas as vendas ao mercado local: toda produção deve destinar-se à exportação. O Regime de Admissão Temporária é administrado pelo Centro de Promoción para Exportaciones e Inversiones (CENPRO), agência técnica do Ministério do Comércio Exterior, responsável pela promoção comercial e de investimentos na Costa Rica. Na Costa Rica, as empresas que importam partes de vestuário para confecção e posterior exportação são as que mais utilizam o Regime de Admissão Temporária. Porém, uma vez que o setor têxtil está excluído dos benefícios outorgados no Sistema Geral de Preferências (SGP) e, no momento, da Iniciativa para a Bacia do Caribe (IBC-II), torna-se impossível ao empresário do setor têxtil combinar as vantagens inerentes ao Regime de Admissão Temporária com as facilidades preferenciais oferecidas no exterior. Todavia, o setor têxtil poderá ser incluído na IBC-II, caso seja aprovado um dos projetos de lei em trâmite no Congresso norte-americano, todos bastante similares, prevendo a extensão das atuais isenções também aos produtos têxteis, calçados e manufaturas de couro. O principal é a chamada Emenda Crane (vide Cap.VIII-Sistemas de Preferências no Exterior, item 3). Outro ponto a ressaltar é que as vantagens decorrentes do Tratado de Integración Económica Centroamericana (vide Cap.VIII-Sistemas de Preferências no Exterior, item 1) não podem ser cumulativas com o Regime de Admissão Temporária. Sendo assim, os produtos exportados para a América Central não gozam da isenção do DAI prevista naquele acordo. Requisitos a) Formar uma Sociedade Anônima na Costa Rica; b) Apresentar ao CENPRO: Carta, com firma reconhecida por cartório costarriquenho, contendo solicitação de incorporação ao regime . Devem-se indicar: nome, razão social, domicílio legal, nome do representante local e qualquer outra informação relevante para apresentação da empresa; Formulário de solicitação devidamente preenchido, com: descrição dos produtos a serem exportados, materiais a serem importados sob Regime de Admissão Temporária, estimativa do valor anual das exportações e dos mercados a que se destinarão, benefícios solicitados e estimativa anual do valor agregado do processo produtivo. 63 Condições a) Localização: As empresas que operam sob este sistema não estão obrigadas a instalar-se na área de um parque industrial ou de uma Zona Franca; podem localizar-se onde melhor lhes convier. Os produtos importados sob Regime de Admissão Temporária devem permanecer exclusivamente nas instalações em que serão submetidos a montagem ou processamento, devendo, para isto, obter autorização específica da Dirección General de Aduanas; b) Prazo: todas as empresas que operam sob Regime de Admissão Temporária têm prazo de cinco anos para recebimento das vantagens, com possibilidade de renovação por igual período; c) Período de permanência: todo produto importado sob Regime de Admissão Temporária pode permanecer no país, isento de impostos, durante os períodos indicados no quadro Regime de Admissão Temporária - Isenções fiscais, abaixo. Vantagens fiscais o O Regime de Admissão Temporária é regulado pelas seguintes leis n : 7.092, de 21/04/88; 6.955, de 02/ 03/84; 7.257, de 07/10/91 e 7.293, de 04/03/92. Esses dispositivos legais outorgam os incentivos citados no quadro a seguir: Regime de Admissão Temporária - Isenções fiscais Impostos Imposto de importação de matérias-primas e materiais para montagem Tipo de isenção Suspensão total de impostos por 6 meses, prorrogáveis com autorização Imposto sobre importação de máquinas e equipamentos para operação da empresa Suspensão total de impostos por 5 anos Impostos de venda e consumo de artigos locais 100 % de isenção Imposto de exportação 100 % de isenção Impostos de capital, ativos, terra, transferência de imóveis e impostos municipais Não há isenção Imposto sobre importação de veículos e peças de reposição Não há isenção Imposto de renda (vide Cap. IX-Política e legislação de investimentos, item 9) Não há isenção Pagamento de patentes Não há isenção Fonte: Elaboração do SECOM, com base em documentação fornecida pelo CENPRO 3. Regime de Importação Temporária Este regime aplica-se apenas na importação de mercadorias para exibição em feiras (vide Cap. V-Acesso ao Mercado, item 5, subitem: Importação Temporária). 4. Exportação de produtos não-tradicionais: Contratos de Exportação A Costa Rica dispõe ainda de outro regime especial de incentivos, que é o dos Contratos de Exportação. No entanto, esses contratos estão temporariamente suspensos para revisão dos incentivos e análise de sua viabilidade e não há, no momento, previsão da data de abertura do regime para contratos novos. Os Contratos de Exportação são assinados entre o Governo costarriquenho e os exportadores (empresas locais ou estrangeiras sediadas na Costa Rica), para promover vendas a terceiros mercados (países fora da América Central) de produtos considerados não-tradicionais. A administração dos contratos é efetuada pelo CENPRO. Os contratos em vigor estão, em sua maioria, válidos até 30 de setembro de 1996 e, no âmbito dos contratos já assinados, as exportações continuam vigentes. Há, no entanto, empresas que têm contratos com validade até 1999, como é o caso de algumas empresas comerciais. Apesar de não existir, no momento, a possibilidade de novos contratos, uma empresa poderá obter isenção de 100% do imposto de exportação - incentivo básico dos Contratos de Exportação - se vier a exportar os seus produtos mediante contrato com empresa que já possua Contrato de Exportação. 64 5. Regime especial para o desenvolvimento turístico Incentivos O primeiro passo para trabalhar como empresa turística é obter uma Declaratória, documento expedido pelo Instituto Costarricense de Turismo (ICT), órgão oficial encarregado de regulamentar o assunto. Para receber os incentivos definidos na Lei de Incentivos para el Desarrollo Turístico (Lei nº 6.990 de 30/07/85, atualizada pela Lei nº 7.293, de 03/04/92 , La Gaceta nº 66, que regula na Costa Rica a concessão dessas vantagens), a empresa deve, além de obter a Declaratoria, assinar um Contrato Turístico, que é aprovado pela Comissão Reguladora de Turismo (nomeada pela Presidência da República). Podem ser submetidos à aprovação do ICT tanto projetos novos quanto os de ampliação ou reforma, nas seguintes áreas: a) Serviços de hotelaria Isenção de todos os impostos e/ou taxas de importação sobre aquisição de bens indispensáveis ao funcionamento e instalação de novas empresas (excetuando-se veículos automotores e combustíveis) ou de empresas já estabelecidas que passem a oferecer novos serviços. A isenção também se aplica à construção, ampliação ou remodelação das respectivas instalações. No entanto, não haverá isenção de impostos se os bens importados competirem, a critério do Ministerio de Economía, Industria e Comercio, com produtos originários dos países signatários do Convênio sobre o Regime Tarifário e Alfandegário Centro-Americano; Depreciação significativa de bens que, por seu uso e natureza, extinguem-se mais rapidamente, de acordo com a Lei do Imposto de Renda; A concessão das patentes municipais para a atividade será dada no prazo máximo de trinta dias após a apresentação da solicitação. São cobradas as taxas correspondentes. Podem ser concedidas patentes para cassinos (jogo), que são reguladas pela lei respectiva; Para os estabelecimentos instalados fora da área metropolitana, o Ministerio de Planificación concederá isenção do imposto territorial por um período de até seis anos, a partir da assinatura do contrato. · b) Transporte marítimo e fluvial Será fixada por decreto executivo a classificação das embarcações e suas características, a fim de que se cumpram os requisitos para a obtenção das isenções pertinentes. A navegação de cabotagem turística de qualquer tipo, entre portos costarriquenhos, é de exclusividade dos iates e barcos (tipo cruzeiro e assemelhados) de bandeira nacional. Isenção de todos os impostos e/ou taxas de importação sobre a aquisição de bens indispensáveis à construção, ampliação ou remodelação de cais e de outros locais destinados ao embarque ou desembarque de turistas. Estão também isentos os bens indispensáveis à construção e manutenção de marinas, balneários e aquários destinados ao turismo. No entanto, não haverá isenção de impostos se os bens importados competirem, a critério do Ministerio de Economía, Industria e Comercio, com produtos originários dos países signatários do Convênio sobre o Regime Tarifário e Alfandegário Centro-Americano; Depreciação significativa de bens, de acordo com a Lei do Imposto de Renda; Isenção de qualquer tributo e/ou taxa (exceto dos direitos alfandegários - DAI, vide Cap. V-Acesso ao mercado, item 1) sobre a importação ou aquisição no mercado local de embarcações destinadas exclusivamente ao transporte turístico de passageiros. c) Transporte aéreo (nacional e internacional) de turistas Depreciação significativa de bens que, por seu uso e natureza, se extinguem mais rapidamente, de acordo com a Lei do Imposto de Renda; Garantia de que o preço de combustível para o transporte aéreo não será superior ao do mercado internacional; Exoneração de todo tributo ou taxa sobre importação ou aquisição no mercado local de peças de reposição. · d) Agências de turismo receptivo Isenção de qualquer tributo e/ou taxa (exceto alfandegária), para importação de veículos de transporte coletivo com capacidade mínima para 15 pessoas. 65 e) Locação de veículos Isenção de 50%, do total dos impostos, para a importação de veículos automotores destinados exclusivamente à locação para turistas. Esses veículos devem ser licenciados pelo Instituto Costarricense de Turismo (ICT). Além disso, devem ser identificados com a respectiva placa e o adesivo especial expedido e controlado pela Dirección General de Transporte Automotor del Ministerio de Obras Públicas y Transportes. Os veículos adquiridos com isenção somente podem ser substituídos após três anos de uso. O ICT fixa as tarifas e regulamenta o serviço. O uso indevido de tais veículos implica o cancelamento da concessão e também a cobrança de todos os impostos isentos, além de multa equivalente a dez vezes o valor dos mesmos. A empresa turística beneficiária somente poderá transferir a propriedade desses bens a terceiros (que não gozem dos mesmos benefícios), mediante pagamento dos tributos e taxas correspondentes. Solicitação de Declaratória e de Contrato Turístico Para obter a Declaratória, bem como para receber os benefícios do Contrato Turístico, é necessário apresentar ao Departamento de Fomento do ICT o formulário de solicitação, fornecido pelo próprio ICT, acompanhado dos documentos a seguir: a) Documentação legal Certificado de bons antecedentes dos principais administradores da empresa (procuradores). Caso sejam estrangeiros, os certificados devem ser expedidos no país de procedência e autenticados pelo Consulado costarriquenho nesse país e, posteriormente, pelo Ministerio de Relaciones Exteriores y Culto; Indicação do nome do gerente da empresa, acompanhada de curriculum vitae, atestado de bons antecedentes e cartas de recomendação. Caso seja estrangeiro, deve apresentar autorização para realizar atividades remuneradas na Costa Rica, conforme os artigos 70 e seguintes e 92 da Ley de Migración y Extranjería nº 7033 (vide Cap.IX - Política e Legislação de Investimentos, item 4); Cópia autenticada dos estatutos vigentes da empresa, indicando o número total de páginas; Certidão emitida por cartório atestando o registro dos sócios da companhia, de acordo com o Livro de Registro de Acionistas; Cópia autenticada da planta baixa e localização do imóvel-sede da empresa, inscrita no Catastro Nacional; Documentos de propriedade ou posse, contrato de aluguel ou concessão do imóvel do local onde se desenvolverá o projeto. Em caso de contrato de aluguel, anexar o registro de pessoa jurídica dos contratantes, bem como o documento de propriedade do locador; Declaração jurada do solicitante, outorgada em escritura pública perante tabelião, de que a empresa terá como objetivo exclusivo as atividades turísticas. Caso a empresa se dedique também a outras atividades, a declaração deverá conter termo de compromisso de que a contabilidade e a administração serão feitas separadamente. A declaração deve ser assinada por representante legal da empresa; Cópia autenticada da Cédula Jurídica (equivalente ao CGC) vigente da empresa; Documentos que comprovem a razão social da empresa junto ao Registro de Propiedad Industrial ou o início dos trâmites de inscrição; Declaração jurada da autenticidade dos documentos apresentados; Procuração por instrumento público que indique o representante legal da empresa, cargo que ocupa e suas atribuições. Observações: As cópias devem ser autenticadas em cartório, pagando-se os respectivos Timbres de Ley; Os contratos privados devem pagar Timbres de Ley, imposto devido consoante os artigos 272 e 273 do Código Fiscal; Todos os documentos provenientes do exterior devem ser autenticados pelo Consulado costarriquenho no país de origem e pelo Ministério de Relações Exteriores e Culto; Os documentos em qualquer idioma estrangeiro devem sempre ser traduzidos ao espanhol por um tradutor juramentado costarriquenho ou por tabelião costarriquenho, pagando-se os respectivos selos fiscais. 66 b) Documentos adicionais para casos específicos Transporte marítimo e fluvial Documento que comprove o direito de propriedade ou contrato de aluguel do cais ou embarcadouro onde operarão os barcos. No caso de aluguel, deverá também ser apresentado o registro legal do representante da empresa contratante e o documento de propriedade do locador; Documento que comprove o direito de propriedade ou contrato de aluguel dos barcos que serão utilizados. No caso de aluguel, deverá ser apresentado também o registro legal do representante da empresa contratante e o documento de propriedade do locador. Agências de viagem Três cartas que comprovem vínculos com agências de viagem no exterior, autenticadas pelo Consulado costarriquenho no país de origem e pelo Ministério de Relações Exteriores e Culto da Costa Rica, com tradução feita por tradutor juramentado; Certificado de registro dos acionistas da sociedade, no qual conste que 51% do capital social pertencem a acionistas costarriquenhos; Certificado de que a empresa possui capital social superior a três milhões de colones (cerca de US$ 18.651) totalmente integralizado; Documentos que comprovem a razão social da empresa junto ao Registro de Propiedad Industrial ou o início dos trâmites de inscrição; Nomes e qualificação de pelo menos três pessoas nomeadas como administradores principais da agência de viagens, as quais deverão ter experiência em atividades turísticas em nível técnico e administrativo (obrigatório para o cargo de gerente). Essas pessoas devem, também, apresentar três cartas de recomendação nas quais se atestem sua experiência e capacidade na matéria. Locadoras de veículos Documentos que comprovem a inscrição da razão social da empresa, junto ao Registro de Propiedad Industrial, de acordo com o artigo 9º, inciso b, do Decreto Executivo nº 18159-H-ec, de 08/06/88. c) Estudo técnico ou de viabilidade que justifique a solicitação Aspectos gerais: indicar todos os aspectos referentes à sociedade, tais como: objeto, inscrição, sócios, principais administradores, curriculum vitae do Presidente e do Vice-Presidente, capital social (mínimo: 3% do total do investimento), percentagem de participação, endereço postal, telex, fax, domicílio legal, etc.; Descrição minuciosa do projeto: detalhar as atividades, serviços principais e complementares, bem como especificar toda informação necessária para caracterizar o projeto. Caso existam etapas, indicar as obras e serviços, construções ou edificações previstas em cada uma delas; Estudo de mercado: análise da demanda segundo a atividade: demanda histórica real, demanda futura, demanda potencial e demanda-meta (segmentos específicos de mercado a captar); documentos que atestem os contatos comerciais ou vínculos estabelecidos com empresas do ramo, com as quais trabalhará no mercado costarriquenho; plano de marketing e promoção indicando: objetivos, meios publicitários a utilizar, orçamentos, prazos, etc.; análise das empresas concorrentes e sua participação no mercado. Indicar as medidas adotadas para compensar os efeitos da concorrência; projeções de mercado da empresa para um período de três anos. Incluir tarifas e preços dos serviços a oferecer, percentagem de ocupação, número de turistas a receber, mudanças conforme a estação, etc. Organização administrativa: Organograma da empresa; Número de funcionários nacionais e estrangeiros, indicando cargos e funções, bem como estimativas de salários mensais; Nível de capacitação planejado. 67 Cronograma físico-financeiro de construção e custos: apresentar um cronograma de construção, por etapas, especificando data de início e de conclusão de cada etapa e custo das mesmas. No caso de hotéis, acrescentar as seguintes informações: Número de quartos ou apartamentos; Custo e área do terreno; Custo das obras de infra-estrutura; Custo e área de construção de edificações, de serviços e outros (por metro quadrado); Custo do equipamento e do mobiliário; Custo total por quarto ou apartamento. Plano de compras: o projeto deve incluir um plano de compras, preliminar e cronológico, dos bens de que a empresa necessite para operar. Aspectos econômicos e financeiros: Indicar se o financiamento é próprio, bancário ou outro. Não sendo financiamento próprio, anexar carta de intenções da entidade financiadora. É necessário especificar o valor do empréstimo, taxa de juros, período, prazo de carência e o respectivo cronograma de amortização; Plano de investimento e estrutura do financiamento; Balanço de abertura; Previsão de saldo de lucros e perdas, e balanço de situação para três anos; Previsão de fluxo de caixa para dez anos; Classificação dos custos fixos e variáveis e determinação do ponto de equilíbrio; Valor atual líquido e taxa interna de retorno, com os procedimentos de cálculo e análise; Análise do projeto de pré-viabilidade, em especial no plano da rentabilidade financeira; Dados financeiros, tais como: endividamento, liquidez, margem de lucro sobre as receitas e outros; Período estimado de retorno do investimento. Observação: explicar as bases de projeção das receitas, despesas, etc. com os cálculos correspondentes. o Justificativa econômica, social e turística: deve basear-se no artigo 6, da Lei n 6990, modificado pela o Lei n 7293, na seguinte ordem: Contribuição ao balanço de pagamentos do país (justificar receita, despesa e saldo líquido); Utilização de matérias-primas e insumos nacionais; Geração de empregos diretos e indiretos; Efeitos sobre o desenvolvimento regional; Efeitos sobre a modernização ou diversificação da oferta turística nacional; Incidência sobre o incremento da demanda turística nacional; Vantagens indiretas para outros setores. · · · Observações: Toda a documentação deverá ser apresentada em ordem, encadernada e numerada. O Departamento de Fomento receberá as solicitações e comunicará, por escrito, as deficiências ou omissões, se houverem. 68 VIII. SISTEMAS DE PREFERÊNCIAS NO EXTERIOR 1. Mercado Comum Centro-Americano (MCCA) Antecedentes Desde 1951, os cinco países centro-americanos (Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Honduras e Guatemala) haviam criado um comitê Centro-Americano de Integração Econômica, cujos trabalhos levaram à assinatura em 1960, em Manágua, do Tratado General de Integración Económica Centroamericana, que constituiu a base do Mercado Comum Centro-Americano (MCCA), em vigor desde 1963 (Lei nº 3150, de 13/09/63 - La Gaceta Nº 207). Foi, com a antiga ALALC, um dos grupos econômicos regionais mais antigos na América Latina. Os objetivos principais do MCCA são: a criação de um mercado comum entre os países-membros; a promoção e coordenação do desenvolvimento regional; a cooperação em matéria financeira e monetária; a integração da infraestrutura dos países participantes; e a promoção dos investimentos intrarregionais. Para isso, criaram-se várias instituições, tais como o Consejo Económico Centroamericano, o Banco Centroamericano de Integración Económica (BCIE), a Secretaria Ejecutiva Centroamericana e o Consejo Monetario Centroamericano (instituído em 1964). Os Ministérios da Economia de cada país passaram a ser responsáveis pela implementação das modificações do tratado, a aplicação dos tributos por ele estabelecidos e a regulamentação das relações comerciais entre os países-membros. O BCIE, cuja ata constitutiva foi firmada no ano do Tratado General de Integración, iniciou suas operações em 1961. O BCIE financia diretamente projetos ligados ao comércio exterior e ao desenvolvimento dos países-membros, inclusive mediante créditos ao setor privado, admitindo sócios e linhas de financiamento extrarregionais (Taiwan e México são sócios; a Argentina, Venezuela e Colômbia deverão aderir brevemente; muitos outros países, inclusive os industrializados, não são sócios mas mantêm linhas especiais de crédito com o BCIE). Estuda-se, no momento, a possibilidade de adesão ao BCIE por parte do Brasil, no que os países centro-americanos manifestaram muito interesse, dado que se colocaria também à disposição do Banco linha de crédito especial para financiar projetos ou garantir financiamentos nos cinco países centro-americanos, em licitações nas quais participassem empresas brasileiras. Evolução Na década de 60, os países do MCCA conseguiram eliminar cerca de 94% das barreiras tarifárias ao intercâmbio intrarregional, com a criação de uma tarifa externa comum básica e da adoção da correspondente nomenclatura uniforme (NAUCA-I), o que contribuiu consideravelmente ao desenvolvimento industrial dos países-membros, acelerando o processo de substituição de importações. O comércio intrarregional, que em 1960 representava somente 7,5% das exportações totais dos países membros, passou a 25% nos anos 1970-80. Todavia, com as crises do petróleo nos anos 70 e dos juros no início da década dos 80 e sob pressão da crescente dívida externa, os países do MCCA adotaram certas políticas individuais protecionistas, com listas restritivas de importação e sobretaxas aduaneiras, incluindo mercadorias originárias do próprio mercado comum: o comércio intrarregional sofreu redução de 48% entre 1980 e 1985 (de US$ 1.099,6 milhões a US$ 575,5 milhões). Para superar essa situação, os cinco países decidiram criar em 1984 um Conselho Tarifário e Aduaneiro Centro-Americano e adotaram também uma nomenclatura específica unificada, de oito dígitos (NAUCA-II), tendo o Conselho poderes para modificar tarifas do MCCA, sem recorrer a decisões individuais dos países-membros. Em geral, desde o início da presente década, os países-membros, em especial a Costa Rica, liberalizaram consideravelmente seu comércio exterior. Finalmente, os últimos entendimentos a partir de 1990 levaram à adoção do atual Arancel Centroamericano de Importación (ACI), com base no sistema Harmonizado (como a atual NBM - Sistema Harmonizado brasileiro, baseia-se originalmente na NAB - Nomenclatura Aduaneira de Bruxelas), que não constitui plenamente uma tarifa externa comum e é aplicado com certas variações pelos países-membros. Procurou-se, no entanto, harmonizar as faixas tarifárias externas comuns dos cinco países nos níveis de 5, 10, 15 e 20 porcento ad valorem. Deveria o ACI cobrir, em princípio, cerca de 98% das posições tarifárias até 31 de dezembro de 1994. Todavia, não se conseguiu até agora a uniformização tarifária para todos os produtos porque alguns países, a Costa Rica em particular, ainda adotam uma série de impostos adicionais de importação, como no caso da lei nº 6946 e dos impostos relativos ao Instituto de Desarrollo Agrario-IDA e ao Instituto de Fomento y Asesoría Municipal-IFAM (ver Cap.V-Acesso ao Mercado, item 1). Por outro lado, as disposições da Rodada Uruguai levaram os cinco países centroamericanos a transformar em alíquotas tarifárias mais elevadas as anteriores barreiras existentes para produtos agrícolas (a consolidação efetuou-se a níveis de 55 a 100%: vide Cap. V-Acesso ao Mercado, item 2). 69 Note-se que a Costa Rica põe certas restrições em matéria de integração econômica regional: a Assembléia Legislativa costarriquenha ainda não aprovou o atual CAUCA-II (Código Aduanero Uniforme Centroamericano), cujo último Protocolo de Modificação assinou esse país, juntamente com os demais países-membros do MCCA, em janeiro de 1993. Da mesma forma, embora a Costa Rica seja signatária do Protocolo Modificatório do Tratado General de Integración Económica Centroamericana, de outubro de 1993, que prevê a implementação progressiva de uma união, não apenas comercial mas econômica, entre todos os países do MCCA (embora cada um deles possa adotar diferentes velocidades para sua efetivação), o Governo costarriquenho tem levantado objeções mais sérias à livre-circulação de capitais e, sobretudo, de pessoas, no novo processo de integração. Passou a denominar-se Sistema de Integración Centroamericano (SICA) e abrange também o Panamá, sendo a Secretaria Permanente (SG-SICA) sediada na cidade de San Salvador. A adesão da Costa Rica ao SICA, com as restrições acima, foi ratificada recentemente. O mais provável é que a Costa Rica acompanhe progressivamente o novo processo, tendo em vista que o atual Governo defende agora uma integração mais ampla, sob os aspectos econômico, social e humano (lançou, desde meados de 1994, a Aliança para o Desenvolvimento Sustentável entre os países centro-americanos), embora lhe seja muito difícil aceitar realmente o princípio da livre-circulação de pessoas e também de capitais em vista da acentuada disparidade de renda e nível de vida entre os países centro-americanos. Do ponto de vista comercial, a importância do MCCA, em vista da evolução recente do sistema, parece situar-se bem mais no plano das exportações do que no das importações intra-regionais: de fato, as exportações costarriquenhas para os países do MCCA corresponderam a 17% das exportações totais em 1994 (US$ 366,1 milhõesFOB), enquanto as importações provenientes da mesma área representaram apenas 7,6% do total das importações do país. É este, sem dúvida, um fator interessante para o desenvolvimento de alianças estratégicas de empresas brasileiras com empresas costarriquenhas, com vistas à exportação para terceiros mercados, especialmente ao MCCA, que representa hoje um mercado consumidor de cerca de 28 milhões de pessoas, inclusive a Costa Rica, com importações totais de 10 bilhões de dólares anuais. Exportações da Costa Rica para os países do MCCA, 1991-1994 (Em milhões de US$ e participação % no total) 1991 1992 1993 1994(*) América Central-MCCA (exc. Panamá) 177,8 248,8 297,6 366,1 Participação 11,1 13,6 14,0 17,0 Fonte: Banco Central de Costa Rica (*) Cifras preliminares para 1994, fornecidas pelo Centro para la Promoción de las Exportaciones y de las Inversiones-CENPRO Produtos excluídos do MCCA Estão excluídas algumas categorias de produtos: as consideradas essenciais (i.e.: produtos agrícolas) e as que têm forte incidência fiscal (i.e.: certas bebidas alcoólicas). Os produtos específicos excluídos desse tratamento preferencial e sujeitos à tarifa geral vigente em cada país ou, se for o caso, à tarifa resultante de acordos bilaterais entre os países da região são, no caso da Costa Rica: · · · · · · · · · · Café em grão, cru ou torrado: 9%; Açúcar de cana refinado ou bruto: há controles de importação; Aromatizantes ou corantes: há controles de importação; Produtos derivados do petróleo: 10%, 13% e 28%; Farinha de trigo: há controles de importação; Álcool etílico desnaturado ou não: há controles de importação; Aguardente de cana: 28%; Fumo: há controles de importação; Cigarros: 54%; Fósforos, a granel ou embalados: 28%. Note-se que os produtos fabricados na Costa Rica em Regime de Zonas Francas e aqueles cobertos pelo Regime de Admissão Temporária ou pelo Contrato de Exportação não podem receber nos demais países do MCCA a isenção do Derecho Arancelario de Importación-DAI (vide Cap. VIII. Regimes Especiais, itens 1, 2 e 4). 70 Normas de origem Com respeito às normas de origem válidas para o MCCA, aplica-se o Reglamento de Origen Centroamericano de Mercancías desde março de 1993. De forma geral, para que um produto seja considerado de origem centro-americana deve atender aos respectivos requisitos técnicos para enquadramento em posição tarifária após ter sofrido transformação substancial, ou seja, incorporar no país-membro um mínimo de 25% de valor agregado. Por outro lado, determinados produtos obtidos a partir de matérias-primas originárias de fora do MCCA estão isentos da exigência de 25% do valor agregado. A relação final ainda se encontra em processo de negociação entre os paísesmembros. Os critérios de determinação de origem e de valor agregado utilizados pela Costa Rica são bastante claros e simples (cf: Decreto nº 21.983-MEIC, de 16/03/93, La Gaceta nº 52): a) Produtos totalmente originários · Produtos que tenham sido totalmente extraídos, colhidos, nascidos, criados, obtidos, caçados, pescados ou produzidos no país ou região interessada; · As mercadorias obtidas a bordo de embarcações industriais a partir de produtos extraídos do território marítimo, bem como seus subprodutos, desperdícios e resíduos, quando se tratar de embarcações nacionais. Entendem-se por embarcações nacionais as efetivamente nacionais ou as registradas em qualquer país da região, ou arrendadas por empresas legalmente estabelecidas em qualquer estado-membro ou que tenham direitos de exploração expedidos pelos países-membros. b) Alteração da classificação alfandegária · As mercadorias que incorporem matérias-primas importadas de terceiros países serão consideradas originárias, sempre que tenham sofrido processo de transformação que lhes dê nova individualidade e que dê lugar a uma mudança de sua classificação alfandegária original. c) Conteúdo regional · O conteúdo regional, ou seja, o valor total dos insumos de origem centro-americana, deve alcançar um mínimo de 25% do custo total de produção. Incluem-se, neste conceito, somente os custos diretos de produção ou processamento. Exceções · Produtos elaborados com insumos agropecuários originários de terceiros países, descritos no anexo ao Regulamento 21963-MEIC, de 16/03/93 (publicado em La Gaceta nº 52), ainda que se produza mudança de classificação alfandegária ou tenham conteúdo regional superior a 25%; · Produtos simplesmente montados; · Produtos simplesmente envasados, embalados, reacondicionados, marcados ou etiquetados; · Produtos simplesmente diluídos ou misturados em água ou outra substância que não altere as características essenciais do produto; · Qualquer outro processo de produção que não deu uma nova individualidade ao produto (não gerou nova classificação alfandegária). Solução de controvérsias comerciais Para a solução de controvérsias, tais como práticas desleais de comércio e cláusulas de salvaguarda, a Dirección de Integración Económica, subordinada ao Ministerio de Economía, (vide Anexo I, item 1.1) encarregar-seá de constituir uma comissão-mista, com participação do setor privado, coordenada por aquela Dirección. As disposições nesse sentido estão contidas no Decreto nº 21983-MEIC, da Gaceta nº 52, de 16/03/93. Acordos com outros países da área A Costa Rica mantém igualmente, desde 1973, um acordo comercial com o Panamá, que não é membro do MCCA (Tratado de Livre Comércio e Intercâmbio Preferencial). Cobre 991 posições e oito dígitos da NAUCA-II, das quais cerca de 84% gozam de isenção tarifária em ambos mercados, 8% estão sujeitas a vigilância mediante licenças e 7% encontram-se incluídas em quotas tarifárias. De forma geral, pode-se dizer que quase 90% das exportações costarriquenhas para o Panamá (US$ 70 milhões em 1994) estão atualmente abrangidas pelo sistema bilateral de isenções. Existe também desde 1981 um acordo comercial com a República Dominicana, sendo que a isenção tarifária bilateral abrange somente 22 posições tarifárias a 8 dígitos. 71 2. Iniciativa para a Bacia do Caribe (IBC-II) A iniciativa para a Bacia do Caribe, inicialmente denominada IBC-I, constitui-se em tratamento preferencial unilateral concedido pelos Estados Unidos aos países da América Central e do Caribe, mediante o qual os produtos considerados originários desses países são em geral admitidos com isenção total de direitos alfandegários no mercado norte-americano. A IBC-I entrou em vigor em 1984, através do Caribbean Basin Recovery Act do ano anterior, por período inicial de 12 anos. Em virtude do Caribbean Basin Economic Recovery Expansion Act (CBEREA) de 1990, com vistas a reduzir o desemprego e promover a captação de divisas e os investimentos, bem como a diversificação agrícola e industrial nos países beneficiários, foi transformado em programa permanente, sem limite de vigência, ampliando assim consideravelmente a iniciativa anterior. Foi ainda estendido, dois anos depois, a todos os países da América Central, inclusive Panamá, e do Caribe, sob o nome de IBC-II. Abrange hoje os 24 países das duas sub-regiões. A Costa Rica foi incluída no programa desde seu início, em 1984, e cerca de 80% de suas exportações para o mercado norte-americano, seja, praticamente US$ 750 milhões (quase 36,7% das exportações totais), dos quais dois terços são de produtos não-tradicionais, efetuam-se hoje ao amparo desse sistema preferencial, que se tornou portanto essencial para o país. A IBC-II contribuiu de forma muito significativa ao desenvolvimento das Zonas Francas costarriquenhas. Note-se que as vantagens da IBC-II aplicam-se somente aos produtos fabricados sob regimes de Zonas Francas ou de Contrato de Exportação (ver Cap. VII-Regimes Especiais, itens 1 e 4). Todos os produtos originários dos países incluídos na IBC-II beneficiam-se desse tratamento preferencial, com exceção de: atum enlatado, têxteis e manufaturas têxteis, calçados e manufaturas de couro, certos tipos de relógios e petróleo e seus derivados, considerados produtos sensíveis pelos Estados Unidos. Todavia, as manufaturas de couro (i.e.: bolsas), com exceção dos calçados, são atualmente beneficiadas com uma redução de 20% nas alíquotas vigentes no mercado norte-americano. Normas de origem São as seguintes as exigências para categorização de produtos como originários dos países incluídos no sistema, no caso, a Costa Rica: a) b) c) d) · · ser importado diretamente da Costa Rica; sofrer transformação substancial: todo produto, inclusive aquele manufaturado com insumos ou componentes estrangeiros, deverá ser substancialmente transformado em produto novo e diferente, não estando incluídas nesse conceito as operações de simples reacondicionamento ou reembalagem e a diluição em água ou outras substâncias que não alterem substancialmente a natureza do bem final; incorporar, no país de origem, pelo menos 35% de valor agregado, sob uma ou outra forma, incluindo: · o custo ou valor dos componentes produzidos na Costa Rica ou em combinação com outros países beneficiários, incluindo o custo dos componentes e os custos diretos de transporte dos componentes para o local de fabricação; · os custos dos desperdícios, exclusive de raspagem; · os direitos e taxas fiscais exigidos pela Costa Rica; alternativamente, poderão ser computados nos 35% de valor agregado os insumos ou componentes de origem norte-americana, até um máximo de 15%, incluindo: os custos diretos das operações de processamento que possam razoavelmente ser atribuídos ao crescimento, produção, fabricação ou montagem das mercadorias; estão excluídos: os custos não considerados diretos, tais como lucro e despesas gerais com salários e administração, seguros, publicidade, comissões, etc. Tratamento preferencial para produtos fabricados com insumos ou componentes norte-americanos A IBC-II incluiu nova categoria de produtos que se beneficiam de isenção total de direitos no mercado dos Estados Unidos: aqueles totalmente produzidos ou montados no país beneficiário, no caso a Costa Rica, com insumos ou componentes norte-americanos, exceto têxteis e manufaturas têxteis, petróleo e seus derivados. Caso entrem na fabricação do produto insumos ou componentes de outras origens, além dos de origem norte-americana, somente a parte relativa a estes últimos terá isenção total de direitos no mercado dos Estados Unidos, não se aplicando neste caso a exigência da transformação substancial acima explicada. 72 Acumulação Nas exportações para o mercado norte-americano, ao amparo da IBC-II, o valor agregado das matériasprimas originárias de mais de um país beneficiário, inclusive da Costa Rica, poderá ser cumulativo em relação a outros países abrangidos pelo sistema para perfazer o mínimo dos 35% exigidos quanto à origem. Investimentos amparados pela Seção 936 Em função da IBC-II, foi constituído um fundo mediante reduções fiscais concedidas a empresas portorriquenhas, em virtude de modificações da legislação norte-americana sobre imposto de renda. O Caribbean Development Program, que é administrado pelo Bureau of Caribbean Basin Affairs, sediado na representação do Departamento de Estado norte-americano, em Porto Rico, maneja o fundo de US$ 1,21 bilhão com o qual conta atualmente a Seção 936. Os financiamentos são repassados às instituições financeiras privadas dos países interessados (todos aqueles abrangidos pela IBC-II), as quais devem apresentar ao Caribbean Development Program, para sua aprovação, os projetos que constem de sua carteira. O fundo da Seção 936 constitui-se assim em fonte de recursos para aquelas instituições. O usuário final dos fundos (empresas) não tem acesso aos mesmos de forma direta, mas através dos projetos da entidade financeira com a qual manteve contacto. O fundo não é exclusivo para empresas que exportem para o mercado norte-americano, podendo beneficiar-se dos recursos qualquer empresa que apresente um projeto de desenvolvimento agrícola, industrial ou turístico que seja posteriormente gerador de divisas no país incluído na IBC-II. A Costa Rica beneficiou-se, em 1993 e 1994, com US$ 65,7 milhões desse fundo. Os projetos abrangidos foram nos setores agrícola, manufatureiro (indústrias de produtos plásticos e produtos farmacêuticos principalmente) e turístico. Esses projetos foram financiados através de bancos privados locais, como o banco BANEX (de capital costarriquenho), e instituições financeiras sediadas em São José, como: a Corporación para el Desarrollo de la Agroindustria Latinoamericana (instituição financeira local que opera com linhas financeiras internacionais) e a Corporación Privada de Inversiones (instituição privada originalmente criada com fundos da AID-Agência Internacional de Desenvolvimento norte-americana). As empresas costarriquenhas que já tiveram acesso a esse fundo asseguram que sua maior vantagem foi a rapidez do desembolso, ainda que não contem com taxas de juros preferenciais. Incentivos adicionais vigentes na Costa Rica Existem ainda incentivos adicionais oferecidos pela Costa Rica para fabricação ou manufatura local (vide Cap. VII-Regimes Especiais, itens 1 e 4) de produtos a serem amparados pela IBC-II, que se situam entre os mais vantajosos hoje concedidos pelos países da América Central e do Caribe. São os seguintes: a) b) c) d) e) f) isenção total de direitos e taxas de importação para matérias-primas, componentes e bens de capital destinados à fabricação dos produtos a serem exportados. No caso dos Contratos de Exportação, a isenção é proporcional ao montante das exportações; isenção total dos impostos de venda, de consumo e sobre o lucro (este último aplicável somente ao Regime de Zonas Francas); garantia de repatriação do capital e dos lucros registrados no Banco Central da Costa Rica, com isenção fiscal total sobre a respectiva remessa ao exterior (somente para o Regime de Zonas Francas); livre disponibilidade permanente das divisas de exportação; bonificação sobre os custos com mão-de-obra, equivalente inicialmente a 15% do montante da folha de pagamentos para as empresas em zonas francas menos desenvolvidas; possibilidade de vendas locais até em 40% para o caso do Regime de Zonas Francas e sem limite de vendas internas para as empresas amparadas pelo Contrato de Exportação. Documentação e trâmites Os produtos exportados para os Estados Unidos ao amparo da IBC-II deverão estar acompanhados de uma declaração de fabricante ou exportador, endossada pelo importador norte-americano, mediante preenchimento de formulário-padrão, junto com certificado de origem, ambos fornecidos pelo Centro para la Promoción de las Exportaciones y las Inversiones (CENPRO). Modelo: vide Anexo V, item 1.2. 73 Ampliação da IBC O atual sistema de preferências da IBC-II poderá, no entanto, ser ampliado. Encontram-se atualmente em trâmite no Congresso norte-americano projetos de lei, dos quais o mais importante é a Emenda Crane (do nome do autor, Philip Crane, Presidente do Subcomitê de Comércio da Câmara de Representantes), em virtude dos quais as preferências concedidas ao México, no âmbito do NAFTA, deverão ser estendidas por prazo de até dez anos aos países hoje beneficiados pela IBC-II. Os produtos abrangidos pelos projetos são: têxteis e confecções, calçados, artigos de viagem e vestuário de couro, conservas de atum e petróleo e derivados. Esses itens terão as mesmas isenções totais do que os demais produtos incluídos na IBC-II, desde que respeitadas as correspondentes normas de origem (mínimo de 35% de conteúdo local). Isenções a esses novos setores seriam concedidas mediante compromisso dos países beneficiários de efetivar uma liberalização comercial mais abrangente (como é hoje o caso da Costa Rica), bem como de proteger efetivamente a propriedade intelectual (há ainda certas dificuldades na Costa Rica em relação a produtos farmacêuticos e agroquímicos, cujo atual período de patenteamento é de apenas um ano). Seria essa uma espécie de etapa intermediária para o futuro processo de adesão dos países beneficiários ao NAFTA, dentro da idéia de constituição de uma área hemisférica de livre-comércio, a partir do ano 2005, de acordo com as conclusões da Cúpula das Américas, realizada em Miami, em dezembro de 1994. Note-se que a Costa Rica ver-se-ia especialmente beneficiada com o novo programa, haja vista que, além dos produtos exportados ao amparo da IBC-II, como mencionado, cerca de 76% das exportações costarriquenhas totais de têxteis, que se dirigem atualmente ao mercado norte-americano, correspondentes a quase US$ 56 milhões, seriam diretamente beneficiadas com a ampliação do sistema. Naturalmente, a indústria têxtil costarriquenha apoia plenamente o novo projeto de programa preferencial, tendo assinado acordo em fins de 1993 para evitar a triangulação, ou seja, que produtos têxteis provenientes de outros países ingressem no mercado norte-americano como se tivessem sido produzidos na Costa Rica. 3. Tratado de Livre Comércio Costa Rica-México (TLC) Na Declaración de Tuxtla-Gutierrez (Capital do Estado de Chiapas, México), em janeiro de 1991, os Presidentes da América Central e do México assentaram as primeiras bases para um futuro Acordo Regional de Complementação Econômica. Em agosto de 1992, foi assinado um acordo-quadro multilateral que procurava iniciar um programa de liberalização. Finalmente, em 1993, iniciaram-se negociações bilaterais, somente entre a Costa Rica e o México, que incluíram o livre intercâmbio de bens e questões ligadas a serviços, propriedade intelectual, investimentos e compras do setor público. Assinado em abril de 1994, na cidade do México, o Tratado de Livre Comércio (TLC) entrou em vigor em 1º de janeiro de 1995, sendo a Costa Rica o único país da América Central e Caribe a manter até agora um acordo do gênero com o México. Considerado como espécie de ponte para eventual e futura adesão da Costa Rica ao NAFTA, o TLC tem por objetivo essencial a eliminação de barreiras tarifárias e não-tarifárias ao intercâmbio entre os dois países, em período geralmente de até 10 anos, existindo no entanto listas de exceções por parte de ambos. Compromissos em matéria comercial As principais características do TLC são a desgravação tarifária e a eliminação das barreiras não-tarifárias, concedendo tratamento preferencial aos bens originários de um e outro país. a) Desgravação tarifária - As alíquotas tarifárias serão eliminadas de acordo com as etapas seguintes: · Etapa A: imediata, a partir de 1º/01/95. Abrange 79,3% do total dos produtos que poderão ingressar no mercado mexicano e 73,1% daqueles que ingressem no mercado costarriquenho (vide Anexo IV) a tabelaresumos dos principais produtos abrangidos por esta etapa); · Etapa B: implica uma desgravação total em 5 etapas anuais iguais a partir de 1º/01/95. Abrange 7,15% dos produtos que possam ingressar no mercado mexicano e 11,7% dos que venham a ingressar no mercado costarriquenho (vide Anexo IV); · Etapa C: desgravação em 10 etapas anuais iguais a partir de 1º/01/95. Abrange 8,8% dos produtos que ingressem no mercado mexicano e 12,5% daqueles destinados ao mercado costarriquenho (vide Anexo IV); · Existem também, nove categorias de desgravação tarifária, abrangendo 4,7% dos produtos que ingressem no mercado mexicano, e 2,6% dos produtos que ingressem no mercado costarriquenho: C-2 (seis etapas anuais iguais a partir de 1º/01/97); Bp (produtos sem desgravação até 31/12/98); C-1 (10 etapas anuais a 74 partir de 1º/01/95, sendo as primeiras 5 com desgravação de 3% anuais e as restantes com desgravação tarifária em etapas anuais iguais); E-1 (em 15 etapas anuais a partir de 1º/01/95, as primeiras 6 com desgravação de 2,5% anuais e as restantes 9 em etapas anuais iguais); AE (disposições especiais para o comércio de açúcar); C-3 (em 2 etapas anuais iguais a partir de 1º/01/2003); E-3 (em 4 etapas anuais iguais a partir de 1º/ 01/2006). Existe una categoria adicional de produtos excluídos. b) Produtos excluídos da desgravação tarifária · Na Costa Rica: aves, laticínios, batata, cebola, banana, café, frios, açúcar, cacau, álcool, tabaco, alguns produtos químicos orgânicos, petróleo e derivados; e · No México: aves, laticínios, batata, cebola, banana, café, alguns produtos cárneos e frios, açúcar, cacau, algumas geléias, álcool, tabaco, cigarros, alguns produtos químicos orgânicos e automóveis. c) Redução ou eliminação de barreiras do setor agropecuário - Serão reduzidas ou eliminadas as barreiras ao comércio de produtos agropecuários, mediante: · · · Não-utilização de medidas fitossanitárias e zoossanitárias que tenham por objetivo impor restrições comerciais. Somente serão aplicadas as relacionadas com as normas internacionais, ainda que, dependendo do caso, possam estas últimas ser mais rígidas. Desta forma, aplicar-se-ão apenas as medidas à proteção da vida ou da saúde de pessoas, animais ou vegetais e que tenham cunho científico. Cria-se um Comitê de Medidas Fitossanitárias e Zoossanitárias para assegurar o cumprimento desses dispositivos; Não-utilização do mecanismo de solução de controvérsias da OMC quando um produto agropecuário, sujeito à desgravação tarifária pelo tratado com o México, tenha tarifa superior à estabelecida na lista de concessões tarifárias da OMC (para iniciar a desgravação tarifária, estabeleceu-se uma alíquota básica inferior à da nação-mais-favorecida); Mínimo de distorção possível: na concessão de apoio ao setor agrícola interno, cada país procurará uma forma de evitar políticas de subsídios ou de fixação de preços que possam resultar em distorção sobre o preço final dos produtos. Além disso, as partes eliminarão os subsídios à exportação, que deverão desaparecer até 1999, de acordo com as normas atuais da OMC. d) Subsídios à exportação: não serão concedidos novos subsídios e os existentes serão eliminados entre 1995 e 1999. Nesse período, os países estão autorizados a estabelecer cotas compensatórias para os bens subsidiados considerados importantes para seu comércio; esta cota não pode ser superior à quantia do subsídio. Para o estabelecimento da cota é necessário determinar o alcance do prejuízo, por meio de acordo satisfatório entre os países. A cota entra em vigor 30 dias após o acordo. Os exportadores poderão entrar com recurso junto ao Comitê de Integração Regional para comprovar que os subsídios diretos não afetam o comércio. e) Comércio de serviços: estabeleceu-se um marco bilateral de normas para o comércio de serviços, visando à liberalização comercial do setor. Na primeira etapa, estão excluídos os serviços aéreos (excetuados os relacionados com reparação de aeronaves) e financeiros. Também se estabelece o compromisso de outorgar às empresas do outro país o tratamento da nação mais favorecida ou o tratamento dado às nacionais. Além disso, não se exige que a empresa esteja estabelecida no país, desde que os serviços que oferece se enquadrem na legislação vigente em sua área de atuação. Outros compromissos a) Compras governamentais: o TLC contém diretrizes para a contratação de serviços pelo governo, entre eles, a construção civil, para a qual se outorga tratamento nacional e não discriminatório. Uma das novidades dessas medidas é a promoção de compras governamentais de bens produzidos pelas micro, pequenas e médias empresas de cada país; b) Investimentos: através de uma comissão legislativa, buscar-se-á a livre transferência de capital (lucros, dividendos, juros pagos ao capital e livre conversibilidade de divisas) para investidores estrangeiros. Nenhum investimento estrangeiro poderá ser nacionalizado ou expropriado, a não ser em casos de utilidade pública e com pagamento de indenização a preços de mercado. Todo investimento estrangeiro deve respeitar a legislação sobre meio ambiente de cada país; c) Propriedade intelectual: a Costa Rica e o México fazem parte dos convênios internacionais de Berna, Genebra e Roma. A Costa Rica também se comprometeu a aderir, em breve, ao Convênio de Paris e ao Convênio de Lisboa. Os dois países deverão conceder-se o mesmo tratamento dado aos nacionais em matéria de propriedade intelectual. A fim de reforçar a proteção à propriedade intelectual, criaram-se disposições quanto a marcas, proteção de segredos industriais e comerciais, direitos autorais e conexos, indicações geográficas ou de procedência e denominações de origem: 75 · Marcas: o registro de marca é efetuado por período de 10 anos, renovável por períodos iguais. As marcas serão protegidas a partir do momento de seu registro. Sendo assim, o proprietário terá direito imediato a impedir a utilização da marca ou do logotipo registrado em seu nome (sejam idênticos ou semelhantes), para bens e serviços (idênticos ou semelhantes); · Marcas notoriamente conhecidas, ainda que não registradas no país: será proibido o uso de marcas que constituam reprodução ou tradução de outras notoriamente conhecidas e utilizadas para produtos similares; · Proteção de segredos industriais e comerciais: serão protegidos os segredos industriais e comerciais e adotadas as disposições legais para garantir essa proteção. Também será protegida a informação necessária para a aprovação da comercialização de farmaco-químicos ou de bens agroquímicos que utilizem novos compostos químicos. Os dois países não impedirão o licenciamento voluntário dos segredos pela empresa, em condições previamente estabelecidas; · Direitos autorais e direitos conexos : para toda obra intelectual, incluindo os programas de computação, respeitar-se-á o Convênio de Berna, que autoriza os autores a proibirem o aluguel comercial dos originais e a cópia das obras protegidas (atualmente, esse direito é de 50 anos após o falecimento do autor). No caso de artistas, músicos e emissoras de rádio, respeitar-se-á o Convênio de Roma, concedendo-se proteção dos direitos autorais por prazo mínimo de 50 anos para artistas e músicos e 20 anos para emissoras de rádio. Os dois países estabelecerão legislação e procedimentos judiciais para a defesa desses direitos. Será facultado às autoridades judiciais, em caso extremo, o direito de pronunciar-se, mesmo que não exista legislação judicial ou processual a respeito. A Costa Rica comprometese a implementar esses objetivos em sete anos. As autoridades poderão determinar a retirada dos bens do comércio e, em último caso, destruir os produtos utilizados para produzir bens que infrinjam as regras de proteção à propriedade intelectual; · Indicações geográficas ou de origem: a empresa estabelecida na Costa Rica que deseje exportar para o México ao amparo das vantagens que o TLC oferece, deverá especificar corretamente a origem de seu produto. Será negado ou anulado o registro de marca que contenha informações que possam induzir a engano sobre a origem do produto. Normas de origem Todo exportador deverá apresentar um certificado de origem, especificando claramente a origem do produto. Os produtos devem atender aos seguintes critérios de origem: · Produtos totalmente produzidos: são aqueles extraídos, colhidos, nascidos, criados, caçados, pescados ou produzidos no território de cada parceiro, como, por exemplo, os produtos agrícolas; · Exclusão dos processos mínimos: não são considerados originários aqueles bens submetidos a um processo mínimo de elaboração, ou seja, quando não se modificam substancialmente as matérias básicas, como, por exemplo, processos de conservação de bens para transporte, reembalagem ou embalagens individuais; · Alteração alfandegária: um bem é considerado originário quando a classificação tarifária dos insumos que o compõem é diferente da classificação tarifária do bem final; · Valor agregado mínimo: alguns produtos são considerados originários quando apresentem um mínimo de Valor Agregado Regional (o valor agregado dos insumos agrega-se ao bem final), desde que haja complementação de insumos e processos de produção. A percentagem de conteúdo nacional mínimo varia de 41,7% a 50%, segundo o método de cálculo utilizado: Custo Líquido ou Valor de Transação. Foram estabelecidas etapas para alcançar estes percentuais. Segundo o método do Custo Líquido, a percentagem de conteúdo mínimo regional será de 33,3%, para o período de 1995 a 1997, e de 37,5% entre 1998 e o ano 2000. Segundo o método do Valor de Transação, a percentagem será de 40%, entre 1995 e 1997, e de 45%, entre 1998 e o ano 2000. Utiliza-se o Código de Avaliação Alfandegária do ex-GATT para determinar o valor dos produtos não originários. Nesse sentido, existe disposição adicional que contempla a aceitação de um produto mesmo que não se enquadre nos parâmetros de avaliação de origem regional, desde que o insumo estrangeiro não seja superior a 7% do peso do produto final. Desta forma, as empresas estrangeiras que produzam no país, sejam elas ou não de capital costarriquenho, e que pretendam beneficiar-se do TLC deverão organizar sua produção dentro dos mencionados critérios e utilizar mão-de-obra costarriquenha, insumos costarriquenhos ou mexicanos ou ainda matérias-primas importadas que sejam totalmente transformadas na Costa Rica ou não superem 7% do peso do produto final. 76 Comitês de Apoio O TLC criou alguns Comitês de Apoio, que funcionam nos Ministérios de Relações Exteriores de cada país. Os principais são: a) Comitê de Coordenação Alfandegária: será formado por um representante de cada alfândega, com as seguintes funções: Apresentar diretrizes uniformizadas para a melhoria dos procedimentos aduaneiros; Apresentar formatos uniformizados para os documentos aduaneiros oficiais, visando ao estabelecimento de mecanismos conjuntos, intercâmbio de informação e experiência sobre a ampliação dos procedimentos aduaneiros. b) Comitê de Integração Regional: criado para a solução de controvérsias. Funcionará durante 10 anos, zelando pelos direitos recíprocos das empresas costarriquenhas e mexicanas. Esse comitê terá, entre outras, a função de outorgar autorizações para que as empresas possam adquirir matérias-primas onde desejarem, caso estas últimas não existam na região. 4. Sistema Geral de Preferências (SGP) Através do SGP, foi concedido à Costa Rica, como país em desenvolvimento, acesso preferencial para alguns de seus produtos nas seguintes áreas e países: União Européia, Japão, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Noruega, Suíça, Bulgária, Eslováquia, Hungria e Polônia, além dos Estados Unidos. Os produtos incluídos no SGP são principalmente manufaturados e semimanufaturados, alguns produtos agrícolas e da pesca (com exceção do camarão e atum enlatado, que estão sujeitos a medidas de salvaguarda). O SGP tem sido renovado anualmente. Documentação: vide Anexo V, item 1.2. A principal vantagem para Costa Rica é o acesso ao mercado da União Européia, que incluiu, desde 1982, a América Central no seu Sistema Geral de Preferências. É importante para a Costa Rica, visto que quase 30% de suas exportações destinam-se atualmente à UE. Nos últimos três anos, as exportações centro-americanas amparadas pelo SGP chegaram a US$ 626 milhões (entre banana, que é o segundo principal produto de exportação da Costa Rica, e outros produtos agrícolas) e geraram aproximadamente 360 mil empregos diretos. No momento, o principal objetivo dos países centro-americanos é ampliar o prazo de tratamento preferencial por um período de dez anos, apesar de que a União Européia pretenda prorrogá-lo por apenas três anos. Até agora, foi aprovada uma prorrogação provisória do SGP por apenas um ano, a partir de 31 de dezembro de 1994. O SGP norte-americano, para a Costa Rica e demais países em desenvolvimento, é revisto anualmente e exclui em caráter permanente os produtos sensíveis tradicionais: têxteis e manufaturas têxteis, relógios, eletrodomésticos, calçados e certas manufaturas de vidro. Os produtos beneficiados pelo SGP norte-americano devem ser sempre fabricados, manufaturados ou montados no país beneficiário (i.e.: Costa Rica) e contar com um valor agregado mínimo de 35% nesse país, que somente pode ser acumulado com países que participem de acordos de livre-comércio, tais como o MCCA, a Comunidade do Caribe (CARICOM), o Pacto Andino, etc. Por outro lado, o país que exporte para os Estados Unidos no mesmo ano mais de US$ 50 milhões do mesmo produto (sob a mesma classificação alfandegária da TSUS) estará eliminado das vantagens do SGP. Desde julho de 1995, porém, o SGP norte-americano foi suspenso para a Costa Rica, e embora esteja este já atualmente em processo de revisão, não é seguro que sejam renovadas essas preferências para o país. 5. Rodada Uruguai A Costa Rica assinou os acordos de Marrakech, que criaram oficialmente a Organização Mundial do ComércioOMC e consagraram os resultados da Rodada Uruguai, do ex-GATT. A Rodada Uruguai e a criação da OMC foram aprovadas pela Costa Rica em fins de dezembro de 1994, convertendo-se esse país em membro-fundador da nova organização mundial (a Costa Rica havia-se tornado membro do GATT somente em 1990). São de particular interesse para esse país o fortalecimento do sistema legal multilateral em áreas como a solução de controvérsias comerciais, o comércio internacional de produtos agrícolas, os subsídios e os direitos compensatórios. O principal objetivo da Costa Rica nas negociações era abrir o acesso ao mercado internacional para produtos tropicais, em particular café e banana. Na área de serviços, o Governo costarriquenho pretendeu obter um tratamento mais equitativo na transferência de tecnologia para países em desenvolvimento, reconhecendo ao mesmo 77 tempo a necessidade de ações de caráter multilateral para reduzir o impacto das práticas restritivas ao comércio de serviços adotadas em geral pelos países desenvolvidos. As principais vantagens para a Costa Rica, bem como para os demais países em desenvolvimento, foram, principalmente: a participação efetiva no sistema multilateral de intercâmbio de bens e serviços, os mecanismos mais transparentes de solução das controvérsias, a implementação de medidas internas de desregulamentação econômica e comercial e as mudanças na legislação de propriedade intelectual e de marcas e patentes. Em vista de que a Costa Rica já se beneficia com vários esquemas preferenciais nos mercados de países desenvolvidos (i.e.: IBC-II, SGP da UE e de outros países), as concessões da Rodada Uruguai, na base de nação mais favorecida, deverão, a mais longo prazo, reduzir as margens dessas preferências. O principal ganho para a Costa Rica com a Rodada Uruguai e as novas regras da OMC foi realmente maior segurança e estabilidade no comércio internacional, principalmente para produtos agropecuários. 78 IX. POLÍTICA E LEGISLAÇÃO DE INVESTIMENTOS 1. Política geral de investimentos Desde 1991, as restrições aos investimentos estrangeiros foram eliminadas da lei costarriquenha. Há, no entanto, áreas estratégicas de investimento que estão limitadas ao Estado e, portanto, fechadas ou parcialmente fechadas ao investidor estrangeiro, como é o caso das telecomunicações, energia e seguros. O investidor estrangeiro pode beneficiar-se de todos os incentivos existentes para o investidor nacional. Esses incentivos são também os concedidos sob diferentes regimes especiais de exportação (Zonas Francas, Admissão Temporária) e sob o Regime de Incentivos ao Desenvolvimento Turístico (vide Cap. VII-Regimes Especiais). A Costa Rica também firmou acordos internacionais ou regionais para proteção dos investimentos o estrangeiros: Convención Internacional para el Establecimiento de o Disputas acerca de la Inversión (Ley n . 7332/93); Convención Interamericana sobre Arbitraje Internacional (Ley o n . 6165/77) e a Convención sobre el Reconocimiento y Ejecución de las Sentencias Arbitrales Extranjeras (Ley n . 6157/78). A Costa Rica é também signatária dos convênios constitutivos da Corporação Financeira Interamericana (CFI), do Banco Interamericano de Desenvolvimento, e da Agência o Multilateral de Investimentos (MIDA), do Banco Mundial, ratificados em 1991 e em 1992, respectivamente (Ley n . 7318/92). No entanto, nenhuma dessas agências tem participado, até agora, de projetos de investimentos na Costa Rica. Para promover e apoiar os investimentos no país foram criados órgãos estatais e entidades privadas: · · Consejo Nacional de Inversiones y Comercio Exterior, que opera no Centro de Promoción de las Inversiones y las Exportaciones (CENPRO), órgão oficial encarregado de identificar e promover investimentos para exportação de novos produtos nos setores industrial e agrícola. Esses órgãos estão sendo objeto de restruturação, com as mesmas funções, em órgão único, a Promotora de Comercio Exterior de Costa Rica (PROCOMEX); Coalición Costarricense de Alternativas para el Desarrollo (CINDE); entidade privada apoiada pelo Governo, responsável pela atração de investimentos estrangeiros para novas áreas nos setores agrícola e industrial. O CINDE trabalha em cooperação com instituições nacionais e internacionais para a implementação de projetos e tem escritórios nos Estados Unidos, Canadá e Alemanha, com o objetivo de atrair o capital estrangeiro. Desde o início da década de oitenta, nos programas do Governo da Costa Rica foi estabelecido como objetivo principal a conclusão de acordos bilaterais que servissem de base para atrair o capital estrangeiro, especialmente nas áreas de inovação tecnológica. A fim de atrair investimentos nessas áreas, a Costa Rica reconhece hoje a necessidade de promover mudanças na atual legislação sobre propriedade intelectual, em função das novas normas da OMC. Fruto dessa política são as vantagens obtidas pela Costa Rica em importantes esquemas internacionais, tais como: · · · Iniciativa para a Bacia do Caribe (IBC-II): o país beneficia-se de isenções tarifárias concedidas pelos Estados Unidos às exportações provenientes dos países da Bacia do Caribe. O investidor que produza no país pode, portanto, contar com essas vantagens (vide Cap. VIII- Sistemas de Preferências no Exterior, item 2); Tratado de Livre Comércio com o México: além das possibilidades de exportação para o México, esse acordo contém cláusula que permite o tratamento recíproco de nacional e de nação mais favorecida para investimentos no outro país. Em fins de 1994, empresários mexicanos já estavam realizando investimentos na Costa Rica em bancos privados, turismo e fabricação de produtos de consumo em massa (vide Cap. VIII-Sistemas de Preferências no Exterior, item 3); Tratado General de Integración Centroamericana: acordo que constituiu o Mercado Común Centroamericano e criou uma una área de livre comércio entre cinco países centro-americanos. O acordo, ao isentar dos Derechos Arancelarios de Importacion-DAI grande parte dos produtos comercializados na região, incentiva os investimentos em atividades de exportação dentro do mercado centro-americano (vide Cap. VIII-Sistemas de Preferências no Exterior, item 1). Foram também concluídos acordos bilaterais de proteção de investimentos com a Suíça, França, Alemanha e Grã-Bretanha e há negociações nesse sentido com os Estados Unidos. Há projetos de acordos similares com a Dinamarca, Espanha e Chile. 79 2. Sociedades comerciais: legislação básica Os requisitos para instalação de empresas comerciais na Costa Rica estão definidos no Código de Comercio de Costa Rica. A última edição do Código (1988) inclui: o Convenio Centroamericano para la Protección de la Propiedad Industrial; o Reglamento de Representantes de Casas Extranjeras e o Reglamento de Corredores Jurados. Contém também todas as modificações ao Código no período 1967-1988; o Reglamento del Registro General de o Prendas e a Ley n . 4684/70, sobre distribuidores e representantes de casas estrangeiras, bem como as convenções subscritas na Conferencia Especializada o Interamericana sobre Derecho Internacional Privado, realizada no Panamá em janeiro de 1975, aprovadas pela Ley n . 6165/77, além da Ley de la Moneda. O Código prevê os seguintes tipos de associação: sociedade anônima, sociedade limitada (estas duas, as mais comuns), sociedade em nome coletivo e sociedade em comandita. Todas devem estar inscritas no Registro Mercantil, para proteção de suas marcas através do Registro de Marcas de Comercio. Escritura social - normas comuns a todas as sociedades Segundo a lei costarriquenha, a escritura constitutiva de qualquer sociedade comercial deve conter (Código de Comercio, Cap. III, art. 17 e Anexo I, item 12): a) b) c) d) e) f) g) h) i) Lugar e data de celebração do contrato social; Nome completo, nacionalidade, profissão, estado civil e domicílio das pessoas físicas que a constituem; Nome ou razão social das pessoas jurídicas fundadoras da sociedade; Tipo de sociedade; Objeto da sociedade; Razão social ou denominação; Duração do contrato e possíveis prorrogações; Montante do capital social, indicando prazo e forma de pagamento; Valor da contribuição de cada sócio em dinheiro, bens ou outros valores. Quando a contribuição não for em dinheiro, consignar uma estimativa do valor correspondente. (Se, por culpa ou dolo, for fixado um valor superior ao verdadeiro, os sócios responderão solidariamente em favor de terceiros pelo excesso de valor declarado e pelos danos e prejuízos que disso resultarem. Igual responsabilidade caberá aos sócios por cuja culpa ou dolo não se efetivarem em espécie as contribuições consignadas); j) Domicílio principal da sociedade; k) Forma de administração e atribuições dos administradores; l) Nomeação dos administradores, com indicação dos representantes da sociedade, os quais devem declarar expressamente o aceite de tal nomeação; m) Modo de elaborar os balanços e de distribuir os lucros ou perdas entre os sócios; n) Estipulação da reserva legal, quando houver; o) Casos em que a sociedade tenha de se dissolver antecipadamente; p) Fundamentos e razões para dissolução da sociedade; q) Modo de proceder à eleição dos liquidantes (quando não tenham sido designados antecipadamente) e faculdades que lhes são conferidas; e r) Qualquer outro convênio particular feito entre os sócios fundadores. Sociedade Anônima A sociedade anônima constitui-se por meio de escritura pública: · · Sócios: deve haver no mínimo dois sócios; cada um deve ser subscritor de pelo menos uma ação; Capital e ações: no ato de constituição da sociedade, deve-se pagar: · · · 25% do valor de cada uma das ações subscritas em efetivo; integralmente cada ação subscrita, no todo ou em parte, com bens que não sejam dinheiro. O pagamento em espécie é feito mediante depósito em um banco enquanto a empresa providencia o registro público. Após o registro, o procurador da empresa pode retirar o capital; Escritura: devem estar expressas as seguintes informações (além das contidas nas normas comuns, acima): · Montante do capital pago e, se for o caso, do autorizado e do subscrito; · Número, valor nominal, natureza e classe de ações em que se divide o capital social; 80 · · · · · · Forma e termos em que se fará o pagamento da parte insolúvel das ações; Inventários e balanços: realizam-se antes do encerramento do ano fiscal, que se dá em 30 de setembro (a Costa Rica segue o sistema de contabilidade norte-americano); Assembléias: devem ser feitas assembléias ordinárias ao menos uma vez ao ano dentro dos três meses seguintes ao encerramento do ano fiscal. As assembléias podem ocorrer dentro ou fora da Costa Rica, no lugar que determine a escritura social ou, na ausência deste, no domicílio legal da sociedade; Razão social: o nome pode ser livremente escolhido; porém, deve ser distinto de qualquer sociedade já existente. Deve ser precedido ou seguido da expressão Sociedad Anónima ou de sua abreviatura S.A.; Administração e representação: a administração é feita por um conselho de administração ou junta diretiva, composto de, pelo menos, três membros, que podem ser ou não sócios: um Presidente, um Secretário e um Tesoureiro. Se a escritura social permite, o conselho pode autorizar aos que exercem a representação da empresa a delegação de suas faculdades, total ou parcialmente, a outros membros do conselho. No entanto, o cargo de conselheiro é pessoal e não pode ser exercido por representante. Os conselheiros têm mandato fixo, que é expresso na escritura, a qual pode também dispor sobre a nomeação de suplentes; Dissolução: a sociedade se dissolve ao término do prazo previsto no contrato ou por qualquer das seguintes causas: · Impossibilidade de cumprir o objetivo assinalado na escritura ou a consumação do mesmo; · Perda de 50% do capital; ou · Mediante acordo entre os sócios. Sociedade Limitada Os dispositivos legais que orientam a constituição de uma Sociedade (de responsabilidade) Limitada na Costa Rica são similares aos do Brasil: · · Sócios: cada sócio responde apenas na medida de sua cota, salvo nos casos em que a lei amplie essa responsabilidade; Capital e cotas (Código de Comercio, arts. 75 a 101): · · · · · · · · No ato de constituição da sociedade, deve estar subscrito o montante total do capital social e todo sócio deve ter pago, pelo menos, a quarta parte de cada uma das cotas que subscreveu, obrigando-se a pagar o restante, em dinheiro, bens ou valores, no prazo de um ano a contar da data de constituição da sociedade; O capital é sempre representado por cotas nominativas, que só podem ser transmitidas mediante as formalidades estabelecidas pela lei e jamais por endosso; A sociedade limitada não pode ser constituída por subscrição pública e seu capital deve ser dividido em cotas de cem colones ou múltiplos dessa soma. Não é permitido o uso de unidade monetária estrangeira; Reuniões: deve ser realizada ao menos uma reunião ao ano dentro dos três meses seguintes ao encerramento do ano fiscal; Razão social: é de livre-escolha dos sócios, desde que acrescida dos termos Sociedad de Responsabilidad Limitada, ou somente Limitada, podendo-se abreviar S.R.L. ou Ltda.; Administração e representação: é administrada por um ou vários gerentes ou subgerentes, que podem ser ou não sócios. A designação pode ser feita no contrato inicial ou em escritura posterior, e, conforme for indicado na escritura, ter validade por toda a vigência do contrato ou por períodos fixos. Neste último caso, os gerentes podem ser reeleitos indefinidamente; Dissolução: as sociedades limitadas não podem ser dissolvidas por morte, interdição ou falência de seus sócios, salvo disposição em contrário na escritura social; Outras disposições legais: 5% dos lucros líquidos de cada exercício anual devem ser destinados à formação de uma reserva legal. Essa obrigação cessa quando a reserva alcançar 10% do capital. Sociedade em Nome Coletivo A Sociedade em Nome Coletivo constitui-se também, como as demais, por meio de escritura pública. Esse tipo de sociedade funciona da mesma forma que no Brasil: caracteriza-se pela solidariedade e responsabilidade ilimitada de todos os sócios que a compõem. 81 · · · · · Sócios: respondem pelas obrigações sociais, não de forma absoluta mas subsidiária. Sendo assim, os seus bens não podem ser executados, exceto quando liquidados os bens da sociedade; Inventários e balanços: os administradores são obrigados a prestar contas detalhadas e documentadas de sua administração, sempre que assim o pedir a maioria dos sócios, ainda que não seja no prazo para isso determinado na escritura social; Razão social: forma-se com o nome e sobrenome ou somente o sobrenome de um ou mais sócios, acompanhada da expressão y Compañia; Administração e representação: pode ser administrador pessoa que não seja sócio; porém, a escritura social deve autorizá-lo expressamente. Os administradores têm os poderes e faculdades outorgados pela escritura social. Caso haja mais de um administrador, a escritura social deve indicar se podem atuar individualmente; Dissolução: a sociedade coletiva pode ser dissolvida pelas seguintes causas: · · · · · · · Término do prazo ou cumprimento da condição prefixada para que se efetue; Consumação do negócio para a qual foi constituída; Falência; Morte de um dos sócios (pode, no entanto, acordar-se que tal fato não ponha fim à sociedade; para tanto, deve haver anuência expressa dos sócios restantes ou dos herdeiros, caso estes venham a assumir a sociedade); Fusão com outra sociedade; Prematuramente, com o consentimento unânime dos sócios. Outras disposições legais: os sócios estão proibidos de participar em qualquer outra sociedade ou atividade correlata (as proibições estão detalhadas no art. 55 do Código de Comercio). Sociedade em Comandita A Sociedade em Comandita também possui regime similar ao brasileiro: · · · · · · · · · Sócios: esse tipo de sociedade é formada por sócios solidários ou gestores, a quem cabe a representação e administração, e por sócios comanditários. A responsabilidade dos sócios gestores ou solidários é similar à dos sócios coletivos (de Sociedades em Nome Coletivo); porém, a do sócio ou sócios comanditários fica limitada ao montante do capital subscrito; Capital e ações: se a contribuição dos sócios não for em dinheiro, procede-se de conformidade com as disposições gerais para as empresas (item i, acima) e a sociedade não será constituída até que se tenha feito tal contribuição; Escritura: além dos requisitos consignados anteriormente (itens de a a r, no início deste capítulo), devem estar expressas as seguintes informações: Indicação dos sócios gestores ou solidários e dos sócios comanditários; e Contribuição de cada sócio ao capital social. Razão social: deve formar-se, obrigatoriamente, pelo nome, nomes ou sobrenomes dos sócios gestores ou solidários, acrescidos de y Compañia, Sociedad en Comandita, que pode abreviar-se com S en C; Administração e representação: dentre os sócios solidários, designam-se gerentes e subgerentes, que são os representantes legais da sociedade; Dissolução da empresa: além das causas pelas quais terminam as sociedades em geral, a sociedade em comandita termina por falecimento, falência, interdição ou impossibilidade de administrar do sócio solidário. Porém, se forem muitos os sócios solidários e o fato estiver previsto na escritura social, a sociedade poderá continuar sob a administração dos outros sócios, devendo ser modificada, se for o caso, a razão social; Outros dispositivos legais: os sócios são proibidos de participar em qualquer outra sociedade ou atividade correlata (Código de Comercio, art.55). 3. Legislação de imigração: vistos para estrangeiros Não residentes Desde 1º de março de 1995 é exigido visto de turista para a entrada na Costa Rica de cidadãos brasileiros portadores de passaportes comuns, havendo, porém, dispensa de visto para os portadores de passaportes diplomático e de serviço. 82 Para obtenção de vistos nas categorias de Turista (não poderão ser exercidas atividades remuneradas no país), Agentes Viajeros (não poderão aceitar ordem de compra ou venda de produtos) e Delegados Comerciales (deverão ser portadores de licença de representante de Casas Estrangeiras), o interessado deverá apresentar ao Consulado da Costa Rica, no Brasil ou no país de sua residência: · · · · Passaporte com validade mínima de seis meses; Passagem aérea de regresso ou continuação da viagem; Comprovante de meios econômicos para sua subsistência durante a permanência no país; Pagamento de emolumentos consulares (atualmente US$ 20). O visto de turista é válido por 90 dias. No caso de turista brasileiro ultrapassar tal prazo, deverá solicitar à Dirección General de Migración y Extranjería: Visto de Salida, válido por 30 dias, pagando multa de US$ 20. Para os Delegados Comerciales, portadores de licença de representante de Casas Estrangeiras, a Dirección General de Migración y Extranjería (vide Anexo I, item 1.1) poderá autorizar a concessão de visto de múltiplas entradas, por período superior a 90 dias. Residentes permanentes Para a obtenção do visto de Residente Permanente, concedido a Inversionistas, o cidadão brasileiro deverá cumprir com os seguintes requisitos junto ao Consulado da Costa Rica no país de sua residência (vide Anexo I, item 1.2): · · · · · Pedido do interessado dirigido ao Director General de Migración y Extranjería, através do qual designará um procurador residente na Costa Rica e indicará as razões ou motivos pelos quais deseja residir permanentemente no país, bem como fornecerá o endereço de uma residência ou um escritório dentro do perímetro judicial da cidade de São José, onde possa ser notificado. A autoridade consular costarriquenha não aceitará o pedido que não cumpra com esses requisitos; Apresentar certidão de nascimento, certidão negativa de antecedentes penais do Brasil, certidão de casamento, títulos acadêmicos e de estudos realizados ou de idoneidade para o exercício de outras atividades; Fotocópia autenticada do passaporte, incluindo todas as folhas; Apresentar a certidão de nascimento dos filhos que viajarão com o interessado; e, Quatro fotografias de frente, de data recente, tamanho passaporte (5 x 7 cm.). Todos os documentos exigidos deverão estar devidamente autenticados pela autoridade consular costarriquenha respectiva e traduzidos para a língua espanhola. Examinada a documentação e autorizado o visto pelo Consejo Nacional de Migración, que tem 45 dias para estudar o caso, a Dirección General de Migración y Extranjería autorizará o Consulado da Costa Rica a conceder visto provisório de ingresso, válido por 30 dias. Uma vez em São José, o interessado deverá apresentar à Dirección General de Migración y Extranjería os seguintes documentos para obtenção da carteira de residente permanente: · · · · · · Cinco folhas de papel com timbre fiscal; Certidão negativa de antecedentes penais expedida pelo Registro Judicial de Delinquentes da Costa Rica; Certificado de entradas e saídas do país, expedido pelo Centro de Cómputo do Ministério de Segurança Pública; Exames médicos que determine o Ministério da Saúde; Fotocópia da carteira de identidade do cônjuge, se casado com costarriquenha; Pagamento dos direitos fiscais exigidos por lei. Os requisitos anteriores deverão ser cumpridos pelo interessado no prazo de 30 dias a partir de seu ingresso no país. Em casos específicos e a juízo do Consejo Nacional de Migración, esse prazo poderá ser ampliado. Além dos documentos acima mencionados, o interessado deverá anexar projeto de investimento no país, acompanhado de relatório expedido pelo Centro para la Promoción de las Exportaciones y de las Inversiones-CENPRO, cujo montante mínimo seja de US$ 200.000 ou em outras divisas de câmbio internacional aceitas pelo Banco Central da Costa Rica. No entanto, em projetos aprovados pelo CENPRO, em atividades e setores declarados prioritários pelo Poder Executivo, este investimento poderá ser de US$ 50.000. O Consejo Nacional de Migración poderá modificar essa quantia quando considere conveniente. 83 Residentes temporários Para concessão de visto de Residente Temporal a Ejecutivos e Técnicos especializados, a empresa interessada deverá demonstrar e justificar perante o Consejo Nacional de Migración a necessidade da contratação, bem como apresentar os seguintes documentos: · · · · · Demonstrativo de que sua empresa possui patrimônio real que não seja inferior a ¢50 milhões de colones, aproximadamente US$ 280.000, o que deverá ser autenticado por contador público autorizado; Apresentar estatutos vigentes da companhia, passados por Notário Público ou pela Seción Mercantil del Registro Público; Certificado de que a empresa solicitante encontra-se em dia com o pagamento dos Impostos de Renda, de Vendas, Territorial, de Consumo e Municipal; A empresa solicitante deverá cumprir com a porcentagem de trabalhadores nacionais, conforme determina o artigo 13 do Código de Trabalho (fica proibido a todo patrão empregar em sua empresa, de qualquer classe que seja, menos de 90% de trabalhadores costarriquenhos e pagar aos trabalhadores nacionais menos de 85% do total anual dos salários pagos pela empresa); Deverá indicar, expressamente, a localização exata da empresa e o volume de suas operações comerciais. Cumpridos esses requisitos, o Consejo Nacional de Migración analisará o pedido, a fim de determinar se autoriza ou não o registro da empresa junto à Dirección General de Migración y Extranjería.. Após o registro, a empresa deverá apresentar os seguintes documentos à referida Direção para solicitar o visto de Residente Temporal para seu executivo ou técnico qualificado: · · · · · Pedidos da empresa e do interessado; carta de garantia da empresa dirigida à Dirección General de Migración y Extranjería; Fotocópia do passaporte devidamente autenticada; Fotos; Demostrar que o interessado não possui antecedentes penais, tanto na Costa Rica como no país em que esteve residindo nos últimos 5 anos; No caso de técnicos, deverá ser apresentado o contrato de trabalho devidamente assinado pelas partes, que será remetido ao Ministério do Trabalho para o relatório correspondente. Aprovado o pedido, a Direción General de Migración y Extranjería autorizará o Consulado da Costa Rica a conceder visto provisório de Residente Temporal, que dá ao estrangeiro o direito de permanência no país pelo prazo de trinta dias a contar de seu ingresso. O prazo poderá ser prorrogado por até noventa dias. Em São José, o interessado deverá procurar a referida Direção para tramitar sua carteira de Residente Temporal, que lhe dará o direito de residência pelo prazo de um ano, prorrogável por iguais períodos. Terminado o contrato, o empregado estrangeiro deverá sair do país. Devido à complexidade dos trâmites para a obtenção de vistos de Residente Permanente e Temporal na Costa Rica, recomenda-se a contratação de advogado especialista em questões imigratórias. Fontes: Ley General de Migración y Extranjería nº 7033, de 13.08.87, e decretos nº 19010-G, que regulamenta a lei nº 7033, e nº 24265-G, que altera o artigo 53 do decreto nº 19010-G. Todos em vigor. 4. Padrões de qualidade e medida Orgãos responsáveis A partirodo 9 de outubro de 1995, entrou em vigor o Decreto nº 24662-MEIC-MAG-MIRENEM-MOPTPLAN (La Gaceta n 191, 9/10/95), pelo qual se cria o Sistema Nacional de Calidad, integrado pela Comisión Interministerial de Reglamentación Técnica (composta pelos Ministerios de Salud, de Agricultura y Ganadería, de Recursos Naturales, Energía y Minas, de Economia e o Obras Públicas y Transporte) e pelo Ente Nacional de Acreditación (composto de representantes de instituições públicas envolvidas na regulamentação técnica e nos aspectos metrológicos, podendo no futuro haver membros do setor privado). Esses órgãos têm sob sua responsabilidade o Subsistema de Reglamentación Técnica e o Subsistema de Acreditación, com as seguintes atribuições principais (vide Anexo I, item 1.1): 84 · · Comisión Interministerial de Reglamentación Técnica: controlar a aplicação de normas técnicas internacionais no país, especialmente aquelas contidas no Codex Alimentarius e as previstas no Convênio Internacional para o Tráfico de Espécies Ameaçadas da Flora e Fauna (CITES). A Secretaria Técnica é a Oficina Nacional de Normas Técnicas y Unidades de Medida, encarregada de controlar os padrões de rotulagem e medida, sediada no Ministerio de Economía; Ente Nacional de Acreditación: adaptar os órgãos credenciados de inspeção e controle e os laboratórios de ensaio e calibragem de produtos às medidas internacionais estabelecidas pela normativa EN 4500 e às diretrizes da Organização Internacional para a Normalização (ISO) e também manter controle sobre a qualidade das operações daqueles órgãos. O ENA procurará também estabelecer relações e convênios de reconhecimento com órgãos semelhantes de outros países, inclusive o México. Além dessas instituições, a Coalición Costarricense de Alternativas para el Desarrollo (CINDE) acaba de implantar um sistema de controle de qualidade de produtos agrícolas destinados à exportação. Através desse sistema, o CINDE também auxilia empresas estrangeiras que se associam a empresas nacionais, controlando periodicamente a qualidade da produção dos sócios costarriquenhos. Metrologia e normas de rotulagem Para aprovação de rótulos de produtos a serem comercializados na Costa Rica é necessário apresentar ao Departamento de Unidades y Medidas,do Ministerio de Economía (vide Anexo I, item 1.1) o formulário Aprobación de Etiquetas, devidamente preenchido, com os anexos previstos na Norma Geral de Etiquetado de Alimentos Pre-Envasados (Decreto nº 19042-MEIC, de 30/06/89) e na Norma Oficial para Productos No Alimenticios (Lei nº 5292 e Decreto nº 13744-MEIC, de 09/08/73). Todos os produtos devem ser devidamente rotulados em espanhol. Caso já possuam rótulo em outro idioma, devem apresentar etiqueta de informação adicional em espanhol, especificando o conteúdo e outros aspectos relevantes para o consumidor. A informação não pode ser falsa, equívoca ou enganosa; as palavras, ilustrações ou outras representações gráficas não podem sugerir direta ou indiretamente produto diverso daquele contido na embalagem. Para confecção de etiquetas de produtos alimentícios devem-se respeitar as normas do Codex Alimentarius internacional da FAO ou da legislação nacional. Caso a terminologia não esteja prevista nessas normas, deve mencionar-se um nome que seja conhecido do consumidor. As unidades de medidas de conteúdo têm de ser expressas de acordo com o Système International do Bureau de Pesos e Medidas de Paris. Normas sanitárias De acordo com as circunstâncias, o país pode proibir a entrada de certos produtos ou mercadorias, em virtude de problemas sanitários eventualmente existentes (por exemplo, doenças endêmicas). Além disso, qualquer importação de produtos agrícolas, animais e de produtos da indústria alimentícia deve estar acompanhada de certificado sanitário, expedido no país de origem e devidamente legalizado no Consulado da Costa Rica. 5. Registro de marcas e patentes O artigo 47 da Constituição garante que: todo autor, inventor, produtor ou comerciante gozará temporariamente da propriedade exclusiva de sua obra, invenção, marca ou nome comercial de acordo com a lei. Os dois instrumentos de aplicação desta norma são: o Convenio Centroamericano para la Protección de la Propiedad Industrial para Marcas, Nombres Comerciales y Expresiones o Señales de Propaganda (Decreto nº 4543, de 18/03/70) e a Ley de Patente de Invención, Dibujos, Modelos Industriales, Modelos de Utilidad (Lei nº 6867, de 13/06/83). O Convênio Centroamericano trata dos registros, direitos, condições e proteções, bem como da distinção entre serviços e produtos. A lei costarriquenha prevê patentes de um ano para remédios, artigos e substâncias terapêuticas, bebidas, alimentos, fertilizantes, agroquímicos e substâncias para o controle de pragas. As infrações podem acarretar sanções penais, com prisão de três meses a dois anos, sem prejuízo da faculdade do inventor de recorrer aos tribunais para indenização. Os titulares do Registro de la Propiedad e da Dirección de Negociaciones Comerciales Internacionales, do Ministerio de Comercio Exterior (COMEX), concordam que são necessárias reformas na Lei, de preferência criando novas disposições. O país tem prazo de 10 anos para atualizar-se com a Propiedad Intelectual, após a ratificação do TLC com o México e da OMC, em dezembro de 1994, que implicam as seguintes obrigações por parte da Costa Rica: 85 · · proteção ampla e uniforme para cada uma das categorias e direitos de propriedade intelectual; procedimentos para assegurar a proteção da propriedade e para estabelecer-se um mecanismo de solução das controvérsias; uma proteção mais ampla às patentes, estendendo-se seus prazos, de 10 a 20 anos. · No caso do Tratado de Livre Comércio com o México, a principal modificação na área da propriedade intelectual ocorrerá em relação à vigilância do cumprimento das leis já existentes e à proteção rigorosa dos direitos de autor das marcas mexicanas na Costa Rica. Marcas O registro de uma marca é válido por dez anos, renováveis indefinidamente. A renovação deve ser feita no ano anterior ao do vencimento do registro, por meio de procuração especial a um advogado (vide Anexo I, item 1.2). As marcas reconhecidas internacionalmente são protegidas na Costa Rica, ainda que não registradas no país. A Constituição, o Código Penal e o Código Comercial proíbem a divulgação de segredos comerciais. · · · · Para registro de uma marca é necessário: Procuração outorgada pelo titular da marca, traduzida para o espanhol por tradutor oficial, e autenticada por tabelião público e pelo Consulado da Costa Rica no país de origem (basta uma Procuração Especial para toda gestão, presente e futura , em nome do outorgante); Cópia autenticada do Certificado de Registro da marca no país de origem (a solicitação será aceita somente para os produtos nele especificados); Declaración de Adopción Jurada: declaração feita perante tabelião ou funcionário público, devidamente autenticada, na qual o proprietário declare: que adotou a marca para seu uso no país de origem; que possui estabelecimento industrial ou comercial; e que as mercadorias, produtos ou serviços que possuem tal marca são os que estão listados na mesma, de forma clara e específica, com indicação da classe a que pertencem (a Declaración de Adopción Jurada só pode cobrir uma marca em uma classe); Quinze etiquetas ou cópias do logotipo. Patentes As patentes de bebidas e produtos alimentícios, remédios, artigos e substâncias de aplicação terapêutica, produtos para uso veterinário, adubos, fertilizantes e agroquímicos têm, em geral, vigência de um ano a partir de sua concessão. As patentes de bens ou produtos processados têm vigência de 12 anos. No caso de invenções estrangeiras, as patentes são concedidas pelo prazo de vigência da concessão no país de origem, desde que não exceda a 12 anos. Não há patentes para variedades animais ou vegetais, processos biotecnológicos ou processos e produtos microbiológicos. A validade da patente está sujeita à prova de que é explorada na Costa Rica ou na América Central, ao pagamento da taxa de inscrição equivalente a US$ 786, assim discriminados: US$ 150 em selos do Registro Nacional e US$ 636 para o Colegio de Ingenieros y Arquitectos, pagos no ato de concessão da patente. O regime de licenciamento da Costa Rica obriga o proprietário da patente a obter licença para uso desta última mesmo quando a invenção não for localmente explorada ou manufaturada. O proprietário da patente não tem direito de adotar ações legais contra a importação de produtos que violem sua patente e que não estejam sendo produzidos localmente. Quando for de interesse público, a patente poderá ser expropriada ou impedido seu licenciamento, embora até agora o caso não tenha ocorrido. A licença para exploração da patente é concedida de forma permanente e estável na Costa Rica ou em qualquer outro país centro-americano que ofereça tratamento recíproco. O prazo é de quatro anos, a partir da data de apresentação da solicitação ou de três anos a partir da concessão da patente. É necessário apresentar ao Registro de Patentes uma declaração jurada, passada perante tabelião público, de que a patente está sendo efetivamente explorada. Caso contrário, a patente será objeto de licença obrigatória ou, se for o caso, de anulação. A legislação costarriquenha deverá ser progressivamente adaptada às disposições da Rodada Uruguai quanto aos acordos Trade Related Aspects of Intelectual Property Regulations (TRIPS). Desde fins de 1994, encontrase em processo de aprovação na Assembléia Legislativa nova legislação relativa a segredos industriais, invenções e desenhos industriais (Ley de Secretos Industriales). A Costa Rica é signatária das seguintes convenções: Convenção do Rio de Janeiro sobre Patentes, Marcas Industriais, Desenhos, Marcas e Propriedade Artística e Literária (1906), Tratado Centro-Americano de Propriedade Industrial (25/05/70); Copyrights Title 17 USC (19/10/1899 e 9/04/10), Convenção da Cidade do México (27/01/02), Convenção de Buenos Aires (11/08/10), Convenção Interamericana de 86 Direitos Autorais (1946), Convenção Universal de Copyright (6/09/52), Convenção de Roma para a Proteção de Artistas, Produtores de Radiodifusão e Emissoras (1961), Convenção de Berna para a Proteção do Trabalho Artístico e Literário(Paris Act 1971), Convenção para a Proteção de Produtores de Radiodifusão (29/10/71) e a Convenção da América Central (1982). A documentação para solicitar uma Patente de Invención é a seguinte: · · · · · · · · Procuração especial outorgada pelo solicitante da patente, autenticada por tabelião público e pelo Consulado da Costa Rica no país de origem; Documento de cessão do invento, devidamente autenticado, onde se especifique o nome do inventor; Original e cinco cópias da Memoria Descriptiva e Reivindicaciones; Original e cinco cópias do logotipo; Cópia autenticada da solicitação da patente no país de origem; Certificado de registro da invenção no país de origem e documento oficial em que conste a data de vencimento do mesmo (para agilizar o procedimento, as autoridades costarriquenhas permitem que o certificado seja apresentado mais tarde; porém, o registro só se efetiva após a apresentação desse documento); Símbolo internacional de classificação da patente; Caso os documentos não estejam em espanhol, deve-se apresentar tradução por tradutor juramentado, cuja assinatura deve ser reconhecida por tabelião e legalizada pelo Consulado da Costa Rica no local ou país de origem. Direitos autorais Os direitos autorais são protegidos contra danos morais e financeiros por publicação não-autorizada, duplicação ou reprodução de livros, pinturas, gravações, filmes, músicas, etc. Os direitos autorais são protegidos enquanto viver o autor e ainda por mais 50 anos. Os programas de informática têm sido registrados na Costa Rica desde 1990. Segundo o Decreto nº 24611, de 24/10/95, do diário oficial La Gaceta nº 201, a legislação foi alterada para incorporar referência explícita a tais itens, a fim de prover melhor proteção aos direitos de autor. Mais de 60 programas de computação estão atualmente registrados no país. 6. Contratação Administrativa o o Em 8 de junho de 1995 foi aprovada a Ley de Contratación Administrativa (Ley n . 7494, La Gaceta n . o 110, 8/6/95), que passará a vigorar a partir 1 de maio de 1996. A nova lei pretende agilizar a contratação administrativa de serviços, construção civil, instalação e fornecimento de bens. A nova modalidade de contratação administrativa pretende oferecer ao Governo maior liberdade de ação nos processos de contratação, ampliando as respectivas modalidades e reestruturando o processo em todas as suas as generalidades. Essa lei disciplina ainda os valores de contratação, em função da dimensão da entidade pública e do tipo de contratação que lhe será permitida, introduzindo uma cláusula inovadora de ajuste aos valores contratados que permite sua atualização de acordo com a taxa de inflação anual. · · · · · · · · · · Estão excluídos dos procedimentos de concorrência estabelecidos na referida lei: as atividades contratuais ordinárias da administração; os acordos celebrados com outros Estados ou com pessoas do direito público internacional; a atividade contratual desenvolvida entre entidades de direito público; a atividade de contratação que, por sua natureza ou pelas circunstâncias, não possa ser submetida a concorrência pública nos termos da mencionada lei e de seu futuro regulamento; as compras efetuadas com fundos de despesas miúdas, de acordo com o que vier a ser estabelecido no regulamento; as contratações que se realizem para construção, instalação e fornecimento de escritórios ou serviços no exterior; a atividade ordinária de venda de serviços de órgãos públicos, caso isto constitua um de seus fins. Na mencionada lei não estão também contemplados: as relações de emprego; os empréstimos públicos; outras atividades submetidas por lei a regime especial de contratação. 87 Segundo as novas diretrizes, os órgãos públicos não poderão fragmentar suas aquisições de bens e serviços com o propósito de variar o procedimento de contratação. Poderão participar no processo empresas em consórcio, desde que isso implique na criação de uma personalidade jurídica distinta; não obstante, será necessário comprovar junto ao órgão público interessado a existência de um acordo de consórcio no qual estejam reguladas pelo menos as obrigações entre as partes firmantes e os termos de sua relação com aquele órgão público. Será permitida ainda a comunicação por meios eletrônicos para informar os atos do procedimento licitatório. O órgão público poderá utilizar qualquer meio eletrônico que garanta a recepção e o conteúdo da mensagem. o O regulamento da Lei n . 7494 deverá ser aprovado pelo Governo até o final de 1995, antes portanto da entrada em vigor da lei. Tipos de licitação A nova lei estabelece cinco modalidades de licitação para a contratação administrativa: pública, por registro, restrita, por leilão e com financiamento. Licitação pública Esse procedimento é obrigatório nos seguintes casos: · · · Em toda venda ou alienação de bens, móveis ou imóveis; Nos procedimentos de concessão de instalações; Quando a lei não estabelecer um procedimento específico, o órgão público deverá obrigatoriamente utilizar o procedimento de licitación pública de acordo com seu orçamento anual e em função dos montantes mínimos correspondentes da licitação, conforme tabela a seguir: Orçamento anual do órgão Montante da licitação (US$ milhões) ( US$ 1.000) superior a 223,2 superior a 2.500 entre 111,1 e 223,1 superior a 1.700 entre 55,6 e 111,0 superior a 830 entre 27,8 e 55,5 entre 55 e 550 entre 5,6 e 27,7 superior a 420 entre 2,8 e 5,5 superior a 280 o º Fonte: Ley de Contratación Administrativa (Ley n .7494, La Gaceta n 110, 8/6/95) Licitação por registro Sob essa modalidade, serão convidados a participar pelo menos 10 das empresas fornecedoras dos bens e serviços que estejam matriculadas no registro oficial (Registro de Empresas Proveedoras) do órgão público correspondente. Quando a lei não estabelecer um procedimento específico, o órgão público deverá utilizar o procedimento de licitación por registro de acordo com seu orçamento anual e em função dos montantes mínimos correspondentes da licitação: Orçamento anual do órgão Montante da licitação (US$ milhões ) (US$ 1.000) superior a 223,2 entre 140 e 2.500 entre 111,1 e 223,1 entre 110 e 1.700 entre 55,6 e 111,0 entre 110 e 830 entre 27,8 e 55,5 entre 55 e 550 entre 5,6 e 27,7 entre 55 e 420 entre 2,8 e 5,5 entre 3 e 280 Fonte: Ley de Contratación Administrativa (Ley no.7494, La Gaceta no.110, 8/6/95) Licitação restrita No caso de licitación restringida, o órgão público solicita cinco orçamentos às empresas que estejam matriculadas no registro oficial. Esta modalidade de contratação será definida na regulamentação da lei. Quando a lei 88 não estabelecer um procedimento específico, o órgão público deverá utilizar o procedimento de licitación restringida de acordo com seu orçamento anual e em função dos montantes mínimos correspondentes da licitação: Orçamento anual do órgão Montante da licitação ( US$ milhões) (US$ 1.000) superior a 223,2 inferior a 140 entre 55,6 e 223,1 inferior a 110 entre 5,6 e 55,5 inferior a 55 entre 2,8 e 5,5 inferior a 3 o o Fonte: Ley de Contratación Administrativa (Ley n .7494, La Gaceta n .110, 8/6/95) Leilão O procedimento de leilão poderá utilizar-se para vender ou arrendar bens, móveis ou imóveis, quando seja este o meio adequado aos interesses do órgão público, que fará uma avaliação dos bens ou se baseará na avaliação efetuada pela Dirección General de Tributación Directa. Os bens serão sempre vendidos ao melhor ofertante. Licitação com financiamento Esse tipo de licitação permite ao órgão público o financiamento de obras que não tenham sido incluídas no respectivo orçamento anual. Nesses casos, as empreiteiras serão obrigadas a obter e oferecer um crédito, o qual será objeto de contrato entre o órgão público responsável pela licitação e a entidade financeira que concedeu o crédito. Antes de dar início a uma licitação com financiamento, o órgão público deverá obter autorização prévia do Ministerio de Hacienda para utilização desse procedimento, inclusive em relação à dívida e respectivas obrigações (amortização, juros e demais despesas decorrentes do financiamento), que deverão ser posteriormente incluídas no orçamento do órgão. Quando a entidade financeira, nacional ou estrangeira, exija o aval do Estado ou o Estado assuma os encargos financeiros, será imprescindível autorização não somente do Ministerio de Hacienda mas também aprovação da Assembléia Legislativa, e o órgão licitante não poderá assumir quaisquer responsabilidades financeiras enquanto esses requisitos não forem cumpridos. É de se esperar que, para sua segurança em matéria de crédito, as entidades financeiras venham a exigir principalmente o aval do Estado. Concessão de instalações e de serviços públicos Para melhor cumprimento de seus objetivos, o órgão público poderá dar em concessão instalações para que outras pessoas físicas ou jurídicas prestem serviços complementares. Poderá também conceder serviços que sejam suscetíveis de exploração empresarial. A concessão desses serviços estará sempre sujeita à supervisão do órgão público responsável. Pré-qualificação Quando considere tratar-se de medida conveniente para a seleção das empreiteiras, o órgão público poderá iniciar uma etapa de pré-qualificação, como parte da licitação pública ou por registro, a fim de pré-selecionar os participantes. O edital de pré-qualificação indicará as exigências para seleção, bem como a ponderação de pontos atribuídos a cada uma das condições. Garantias O órgão público exigirá dos ofertantes uma garantia de participação, de 1% a 5% sobre o valor da proposta inicial, e uma de cumprimento, entre 5% e 10% do valor do contrato final. Esses valores serão definidos no edital ou nas especificações técnicas respectivas, em função da complexidade do contrato, a fim de assegurar o ressarcimento de qualquer prejuízo eventual causado pelo adjudicatário. A garantia de cumprimento será executada até o montante necessário para ressarcir o órgão público dos danos e prejuízos imputáveis à empreiteira. No caso em que a empreiteira não cumpra o prazo estabelecido para realização da obra, o órgão licitante poderá executar a garantia de cumprimento quando não tenha utilizado previamente outra forma de penalizar a demora. A execução dessas garantias não exime o empreiteiro de indenizar o órgão público por danos e prejuízos não cobertos pelas mesmas. 89 Apelações Até agora, as empresas participantes de uma licitação podiam, em todos os casos, apelar do resultado da mesma diretamente à Contraloría General de la República, o que vinha paralisar temporariamente e portanto atrasar as concorrências públicas, abertas para qualquer projeto ou obra de infraestrutura, com sérios prejuízos para o desenvolvimento do país. Com a nova lei de contratação administrativa, mantém-se o mesmo procedimento e faculdade, porém somente quando os montantes das licitações forem superiores a tetos mínimos, em função dos níveis de orçamento anual dos órgãos públicos interessados. Assim, a apelação direta à Contraloría só é agora permitida no caso de licitação de montante superior a: · · · · · · US$ 277.793: orçamento anual do órgão superior a US$ 223,2 milhões; US$ 250.013: orçamento entre US$ 111,1 e US$ 223,2 milhões; US$ 222.234: orçamento entre US$ 55,6 milhões e US$ 111,1; US$ 194.455: orçamento entre US$ 27,8 e US$ 55,5 milhões; US$ 166.675: orçamento entre US$ 5,6 e US$ 27,7 milhões; US$ 138.896: orçamento entre US$ 2,8 milhões e US$ 5,5 milhões. Nos casos em que a apelação direta for permitida, esta última deverá ser apresentada à Contraloría nos dez dias úteis após a publicação do resultado oficial da licitação pelo órgão público interessado, por escrito e com a devida fundamentação legal ou técnica. 7. Concessão de Obras Públicas Diretrizes gerais da nova legislação Com a crise fiscal que atravessou a Costa Rica, o Estado não tem mais em geral condições de arcar com os elevados custos dos projetos e obras de infraestrutura necessários ao desenvolvimento do país. Como explicado anteriormente (vide Cap.II-Economia, Moeda e Finanças, item 1), o déficit fiscal do setor público em 1994 foi equivalente a 8% do PIB, o mais elevado na América Latina, como resultado de déficits públicos de caráter estrutural existentes desde a crise internacional dos juros de inícios da década de 80. Os entendimentos em curso com o FMI, com vistas à próxima conclusão de um acordo de stand by, vêm limitar o déficit público a 3,5% do PIB, em 1995, e a 0,5%, em 1996. Por outro lado, o Estado costarriquenho não pode igualmente, pelas mesmas razões, aumentar seu endividamento externo com novos empréstimos internacionais para financiar projetos ou obras de maior porte, como ocorria até agora (a maior parte dos financiamentos externos para projetos de desenvolvimento vinha sendo assegurada pelo BID e pelo BCIE). O montante acumulado da dívida externa em relação ao PIB já representa mais de 41%, enquanto a dívida interna correspondeu a 20,3% em 1994. Como não existe poupança interna suficiente, em razão das limitações da capacidade produtiva e do mercado, o Estado não tem outra alternativa, diante da necessidade de assegurar a manutenção ou ampliação da infraestrutura existente (por exemplo, a rede rodoviária, hoje em péssimas condições, ou a geração de energia hidrelétrica) ou de iniciar novos projetos de desenvolvimento, senão fazer apelo ao capital privado internacional. É exatamente esse o sentido da nova legislação sobre concessão de obras públicas, através da qual as empresas interessadas, muito particularmente as estrangeiras, deverão aportar o financiamento dos projetos e obras públicas a serem realizadas, recebendo em troca a concessão das mesmas para exploração comercial, sob supervisão do Estado. As instituições públicas mais afetadas pela situação macroeconômica do país foram aquelas que devem realizar investimentos mais importantes em obras de infra-estrutura, a saber: Instituto Costarricense de Electricidad (ICE), o Acueductos y Alcantarillados (AYA),o Instituto de Desarrollo Agrario (IDA) e a Caja Costarricense de Seguro Social (CCSS). A Ley General de Concesión de Obras Públicas, aprovada em maio de 1994 e vigente desde 6 de janeiro de 1995, foi adotada como alternativa que permita ao Estado conceder a empresas privadas a execução de projetos de construção, reparação, ampliação e restauração de obras públicas e a prestação de serviços, que o Governo já não tem condições de oferecer em forma direta e eficiente. Condições A concessão de obra pública define-se como o instituto jurídico de direito público mediante o qual o Estado encarrega a terceiros (pessoas jurídicas privadas) a execução de uma obra e lhes concede temporariamente 90 direitos para que a explore mediante cobrança de uma contraprestação ou tarifa a ser paga pelos usuários, com autorização, controle e vigilância do poder público, mas por conta e risco do concessionário. Além de entregar à iniciativa privada a construção e exploração de obras públicas, a nova lei permite agilizar o processo de concessão, ao transferir a aprovação do mesmo ao Poder Executivo, às entidades descentralizadas e às municipalidades, já não havendo exigência de aprovação por parte da Assembléia Legislativa em cada caso, como ocorria anteriormente. Essas instituições (denominadas também Administração) deverão ater-se aos procedimentos de licitação pública, aberta a empresas nacionais ou estrangeiras, no processo de concessão da obra (cf. item anterior). A instituição que concede informações a respeito é o MOPT. As instituições públicas acima mencionadas poderão conceder obras, tanto para construção quanto para administração, desde que seja do interesse público, nas seguintes condições: · · construção de obra nova, com a correspondente prestação de serviço público; reparação, ampliação, conservação ou restauração de obra pública pré-existente, com a prestação do respectivo serviço público. O prazo da concessão não poderá ser superior a vinte e cinco anos, tendo início no dia em que a instituição pública dá a obra por recebida. No entanto, no que se refere a portos, aeroportos e ferrovias, sob controle direto do Estado por norma constitucional, a concessão poderá dar-se por prazo de até cinquenta anos, porém mediante aprovação legislativa em cada caso, o que não ocorre nas condições normais prevista na nova lei. As obras não poderão contar com financiamento por meio de empréstimos de organismos internacionais, tomados pelo Estado, como ocorria anteriormente. As empresas concessionárias deverão providenciar financiamento próprio, sem que tal exigência exclua a possibilidade de negociação de empréstimo (sem envolver o Estado) junto aos fundos pertinentes de organismos internacionais, através de instituições financeiras ou entidades privadas associadas aos mesmos, como é o caso da Corporação Financeira Internacional-CFI, do Banco Mundial. As empresas financeiras poderão entrar no processo de licitação subcontratando a obra, desde que apresentem os certificados exigidos para assegurar o cumprimento de todos os requisitos do mesmo. Estão proibidas as concessões de obras públicas que possam acarretar limitação a direitos fundamentais relacionados com o livre trânsito, a saúde e a educação, a não ser que, além da obra em concessão, existam outras mediante as quais o Estado preste esses serviços. Tampouco podem ser dadas em concessão, segundo a lei, as obras que sejam fundamentais para salvaguarda da soberania ou da segurança nacionais ou que afetem a liberdade, tranquilidade ou segurança dos costarriquenhos, nem os bens mediante os quais o Estado ou as entidades públicas prestem serviços em regime de exclusividade ou monopólio (ie: atualmente, energia e telecomunicações, seguros, etc). Em relação a portos, aeroportos e ferrovias prevalecem as seguintes regras: a) b) c) as obras e instalações já existentes não podem ser alienadas, arrendadas nem gravadas, direta ou indiretamente, nem sair sob qualquer forma do domínio e controle do Estado, conforme norma constitucional; entretanto, poderão ser autorizadas concessões para a construção e exploração de novas instalações, cujo contrato deverá ser submetido à aprovação prévia em cada caso pela Assembléia Legislativa. Em razão da complexidade da obra e do tempo requerido para a recuperação do investimento, a concessão poderá ter prazo de até cinquenta anos (e não apenas o prazo normal de vinte e cinco anos); podem ser dados em concessão os serviços públicos complementares ou não essenciais, relacionados com portos, aeroportos e ferrovias, seguindo-se os trâmites normais previstos na mencionada lei. Regulamentação da lei A lei de concessão de obra pública foi regulamentada pelo Decreto nº 23878-MOPT, publicado em 6/1/ 95, que permitiu sua entrada em vigor. A primeira etapa da licitação de obra pública é a publicação do edital (vide item 6, anterior). As propostas das empresas participantes da licitação deverão ser entregues dentro de um prazo mínimo de sessenta dias corridos. Eventuais modificações ao edital deverão ser publicadas com antecedência de vinte dias corridos antes do prazo previsto para entrega das propostas. 91 O edital deve conter as seguintes condições gerais: · · · · Os aspectos formais e administrativos referentes ao processo de licitação pública, à adjudicação e ao contrato de concessão; A identificação inequívoca da obra ou dos serviços a serem prestados; O montante, forma e execução das garantias (ver abaixo); Os requisitos exigidos por parte do ofertante e do concessionário: · · · · A empresa deverá fornecer certificado público de constituição, personalidade e domicílio, indicando os dados completos da pessoa que exerça a representação (sempre em concordância com as leis do país de sua nacionalidade); A empresa deverá fornecer cópia autenticada de seu documento de identidade e certificado público de seus poderes; Antecedentes econômicos e financeiros do ofertante e a procedência de seus recursos; Experiência e capacidade do ofertante e dos subcontratados, em projetos similares. Deverá conter também as seguintes condições específicas: · · · · · · · · · · · a) técnicas Especificações gerais da obra e dos serviços públicos básicos a serem prestados, bem como dos serviços complementares que poderão ser autorizados; O cronograma de execução da obra; A metodologia e critérios de avaliação e seleção das propostas; As possíveis condições econômico-financeiras da concessão; O programa de manutenção de obra. b) econômicas e financeiras Orçamento detalhado da obra; Avaliação econômica do projeto com análise de custos, benefícios e rentabilidade; Pagamento das indenizações para as desapropriações necessárias, que correrão por conta do concessionário, segundo as especificações do contrato de concessão; Pagamento de tributos e despesas alfandegárias, para importação de insumos e maquinaria; Convênios financeiros que propõe o ofertante; Utilização de recursos humanos especializados ou operativos que exerçam funções em órgãos públicos. Quando não for possível contar com projeto detalhado da obra, a licitação pública poderá ser realizada com base em um anteprojeto conceitual, no entendimento de que a concessão ficará condicionada à apresentação posterior, por parte do adjudicatário, do projeto definitivo, para ser aprovado no prazo de seis meses a contar da data de adjudicação da concessão. O anteprojeto conceitual deve conter: · · · · · · · Descrição do conjunto de características funcionais e operativas essenciais da obra; Requisitos técnicos para o desenho, execução, operação e conservação da obra; Serviços públicos básicos a serem prestados e serviços complementares que poderão ser autorizados; Metodologia e critérios de avaliação e seleção das propostas; Outros elementos de juízo indispensáveis para publicar, tramitar e adjudicar a licitação. Observações: Em ambos casos deverão ser indicados o endereço postal, telefone e fax do ofertante; Os documentos respectivos, caso tenham sido expedidos por autoridades estrangeiras, deverão ser apresentados legalizados pelo Consulado costarriquenho competente do país de origem, com tradução por tradutor juramentado, de acordo com a Ley de Servicio Consular de Costa Rica. Uma vez cumpridos os requisitos do edital, passa-se à segunda etapa, que é a de avaliação financeira da empresa (patrimônio, capacidade financeira, cartas de compromisso das empresas financeiras e das empresas subcontratadas, se for o caso). Entra-se na terceira etapa, na qual é feita a avaliação financeira do projeto como negócio, mediante a apresentação de um estudo de rentabilidade. Nesta última etapa e em igualdade de condições, será selecionada a proposta que implique tarifas mais baixas para o público ou próximas às tarifas pré-estabelecidas pelo Governo. 92 O estudo de viabilidade no qual se baseará esta avaliação deverá conter os resultados da análise e da avaliação de todos os aspectos relevantes, que permitam obter elementos de juízo consistentes para fundamentar a decisão final do órgão público responsável pela licitação e a posterior concessão da obra. Empresas estrangeiras Para participar de licitações para construção e concessão de obras públicas, a empresa estrangeira deve apresentar uma declaração, passada ante notário público, na qual se compromete a registrar-se na Costa Rica como empresa estrangeira, antes de assinar o respectivo contrato. Porém, se decidir não registrar a empresa, deverá constituir uma sociedade anônima nacional, cujo capital lhe pertencerá integralmente, para que possa tornar-se concessionária. As ações da concessionária devem ser nominativas. A sociedade anônima deverá ter seu livro de registro de acionistas em dia e à disposição do órgão público concedente e da Contraloría General de la República. Tanto a declaração quanto a posterior proposta da empresa devem ser assinadas pela pessoa que tiver capacidade legal para contratar e obrigar a sociedade ao cumprimento dos deveres e compromissos assumidos que foram assumidos (apoderado generalísimo). A capacidade legal será comprovada mediante procuração pública emitida no país de origem e em conformidade com sua legislação, autenticada pelo respectivo Consulado da Costa Rica e, posteriormente, em São José, pelo Ministerio de Relaciones Exteriores y Culto. Garantias Para participar da licitação será exigido o depósito de garantias, que poderá ser materializado por uma das seguintes formas: bônus de garantia do Instituto Nacional de Seguros (INS) ou de um dos bancos do sistema bancário nacional; bônus do Estado ou de suas instituições; cheques garantidos ou de gerência (cheque administrativo brasileiro) de um banco do sistema estatal; dinheiro em espécie, mediante depósito direto no órgão público, quando não exista a possibilidade de efetuar o depósito em um banco. As garantias, além disso, poderão ser dadas por outro banco ou instituição, sempre que apresentem o aval de um banco do sistema ou do INS. As três garantias são de três tipos: · Garantia de participação na licitação pública: visa respaldar a manutenção da proposta até que seja lavrada a escritura pública ante a Notaría del Estado e liberada a garantia de cumprimento para a execução da obra (ver abaixo). Seu montante oscilará entre 1% e 5% do valor da proposta de custo da obra nova ou de custo da reparação, ampliação, conservação ou restauração da obra pública pré-existente. Os parâmetros de definição de valor variarão em função da necessidade de contar com concorrência ampla e de assegurar a seriedade dos ofertantes. A vigência é de um mínimo de 60 dias úteis, a partir da data limite estabelecida para a adjudicação, sendo devolvida em 30 dias úteis seguintes à assinatura do ato administrativo de adjudicação. O descumprimento da participação na licitação implica a execução dessa garantia e a aplicação de sanção administrativa, independente dos danos e prejuízos que tenham sido causados; · Garantia de cumprimento de execução da obra: pretende assegurar a correta execução da obra até seu recebimento a contento pelo órgão público. O valor é fixado em 5% sobre o custo mencionado na proposta para a construção da obra nova ou para reparação, ampliação, conservação ou restauração da obra existente. Caso o órgão público considere que o eventual descumprimento não esteja suficientemente garantido, poderá determinar uma percentagem maior de garantia. O período de vigência é de no mínimo 90 dias úteis adicionais ao prazo de realização da obra, sendo reembolsada ao concessionário dentro dos 20 dias úteis seguintes à data em seja dada por recebida a obra (desde que o concessionário tenha depositado a garantia para exploração da obra). O descumprimento de prazos na execução da obra implica a execução desta garantia e a aplicação de uma sanção administrativa, independente dos eventuais danos e prejuízos; · Garantia de cumprimento para exploração da obra: destina-se a respaldar o cumprimento pelo concessionário de suas obrigações de cuidar, reparar e manter os bens em concessão sob sua conta e risco na fase de exploração da obra. O período de vigência é de no mínimo 100 dias úteis adicionais ao vencimento do prazo da concessão, sendo reembolsada em um mínimo de 100 dias úteis seguintes à data em que se produza a extinção da concessão. O descumprimento na exploração da obra implica igualmente a execução da garantia e a aplicação de sanção administrativa, independente dos danos e prejuízos causados. Tarifas de exploração As tarifas serão fixadas em resolução devidamente fundamentada e publicadas pelo órgão público concedente no diário oficial La Gaceta. Deverão ser aplicadas pelo concessionário sem qualquer variação. As tarifas serão sempre gerais para todo o público que utiliza os serviços. A igualdade de tratamento é garantida a todos os usuários. Estão proibidos os acordos especiais e particulares sobre tarifas e modalidades na prestação dos serviços. 93 Controle da prestação de serviços Será efetuado pelo órgão público concedente, o qual deverá exercer vigilância sobre os bens e serviços da concessão, a fim de verificar o cumprimento da prestação dos serviços. Ademais, esse órgão público estará encarregado de exercer controle sobre a manutenção adequada e periódica da obra. Experiência na concessão de obra: a rodovia Bernardo Soto Até a conclusão do presente estudo, apenas uma obra havia sido dada em concessão: a ampliação de 9 km (4 vias) e reparação de 30 km da rodovia Bernardo Soto, que liga o centro de São José com o Aeropuerto Internacional Juan Santamaría. Com este primeiro projeto, o Governo pretende comprovar o êxito do novo processo de concessão de obra pública. Nesta primeira experiência, os mecanismos de agilização de trâmites previstos na Ley General de Concesión não estão sendo levados a efeito como previsto, já que a Contraloría levantou objeções a esses procedimentos e determinou que todas as ações devem ser desenvolvidas pelo Estado, incluindo direitos de trânsito e desapropriação de terrenos, planos, estudo de melhoria das interseções, proposta de regulamento de operação, especificações técnicas e os demais estudos pertinentes. Isso implica que o processo levará mais tempo do que o planejado e não deverá ser tão ágil quanto o previsto, pois o Estado deve contar com recursos suficientes para realizar todas essas operações, o que não é hoje o caso. Outro problema que se coloca para os concessionários é o do financiamento, dado que os projetos representam investimentos de longo prazo, que não encontram respaldo creditício de mais longo prazo no sistema financeiro local, restando apenas a alternativa de obterem-se recursos no mercado de valores. A experiência de outros países na matéria é de que, graças a leis semelhantes, o mercado de valores se desenvolveu. Isso significa que o mercado de valores costarriquenho deverá sofrer substancial transformação, ao passar de um mercado atualmente com cerca de dois terços de títulos de curto prazo a um mercado com uma percentagem bem maior de títulos de longo prazo (10 anos ou mais). Uma alternativa de financiamento para o empresário costarriquenho seria a formação de alianças estratégicas com empresas financeiras estrangeiras, que subcontratem serviços das empresas locais para realizar as obras. Porém, a forma mais rentável seria que as obras fossem realizadas com capital estrangeiro, que, nas circunstâncias atuais, é mais barato e disponível do que o capital local para atender aos requisitos das concessões. Nesse sentido, espera-se a participação de empresas estrangeiras, inclusive associadas a empresas costarriquenhas. 8. Seguros O Instituto Nacional de Seguros (INS) detém por lei, até o momento, o monopólio de seguros na Costa Rica. Entretanto, dado o atual processo de abertura da economia costarriquenha, é provável que o monopólio estatal venha a ser modificado, abrindo-se pelo menos o mercado de venda de seguros a empresas privadas a curto prazo. Não há projeto de lei no sentido da eliminação completa do monopólio, como é o caso da ruptura do monopólio bancário estatal de contas correntes e redesconto, mas uma abertura mais significativa dos seguros poderia ocorrer em dois ou três anos. As apólices que o INS oferece atualmente são as seguintes: · · · · · · Fogo: contra fogo acidental causado por distúrbios civis, desastres naturais, atos intencionais de pessoas mentalmente abaladas ou defeitos nas instalações elétricas; Roubo: contra perda de inventário, maquinaria, equipamento e danos causados a um edifício por meio de força ou violência; Infidelidade de empregados: contra fraude, roubo ou desfalque causados por empregados; Responsabilidade civil: é basicamente uma cobertura contra terceiros. Dá proteção à empresa na eventualidade de terceira pessoa sofrer ferimentos, lesões ou morte dentro das instalações da empresa ou fora delas, em virtude de acidente causado por produtos, maquinaria ou equipamento da empresa ou por negligência humana. Além disso, oferece assistência em caso de ação judicial contra a empresa, especificamente na área de responsabilidade civil; Dinheiro e títulos: contra roubo dos ativos quando transportados pelo pessoal da empresa ou por firma especializada; Veículos: há diversos níveis de cobertura: 94 · Tipo A: contra danos ou morte de terceiros; o valor segurado varia de US$ 31.084 a US$ 62.169; · Tipo C: contra danos causados por veículos da empresa à propriedade de terceiros até o limite de US$ 31.084; · Tipo D: contra danos decorrentes de colisão, em função do valor de mercado do veículo; · Tipo F: contra roubo, em função do valor de mercado do veículo. · Equipamento eletrônico: cobertura total para todo tipo de equipamento eletrônico, incluindo computadores, copiadoras, máquinas de escrever, fax e sistemas de telefone; · Transporte: cobertura total para todas as importações e exportações de mercadorias e ativos transportados entre depósitos, de acordo com as normas internacionais; · Acidentes pessoais e despesas médicas: seguro para que as empresas protejam seus empregados. A cobertura é por 24 horas ao dia, dentro e fora do país, contra acidentes, despesas médicas e licenças. As despesas médicas e licenças são pagas em apenas 10% do valor contratado. Em caso de morte do empregado, há indenização aos familiares. O custo do seguro varia entre US$ 300 e US$ 500 ao ano e a cobertura total é de até US$ 50 mil. A cobertura dos serviços médicos é feita até o máximo de US$ 12.433 ao ano. Há livre escolha dos serviços médicos; · Vida (Plano de Vida-Individual): não tem montante definido, mas limite mínimo equivalente a US$ 555,50. Não há limite máximo; o custo total varia em função da idade e outras condições; · Pensões: não existindo no país, até o momento, regimes complementares privados de pensões (a previdência social, inclusive pensões, ainda é monopólio estatal, através da Caja Costarricense de Seguro Social (CCSS), muitos trabalhadores, assalariados ou autônomos, utilizam o Instituto Nacional de Seguros (INS), mediante regime de poupança voluntária, com juros pagos por períodos determinados, que funciona a título de pensão complementar após certo tempo de trabalho. Existem duas modalidades: · · Pensiones: o plano de cobertura oscila de US$555,50 a US$ 16.667,60; Plan de Vida Universal: o plano de cobertura mínimo é de US$ 27.779, sem limite máximo. · Seguro de crédito à exportação: protege a empresa contra insolvência e atrasos prolongados nos pagamentos por parte dos compradores no exterior. Os pagamentos dos prêmios correspondentes podem ser efetuados de duas formas: diretamente nos escritórios do INS ou através de certos bancos públicos e privados. Cobre créditos do exportador com prazos de 30 a 180 dias. Alguns bancos aceitam este seguro como garantia real para financiamentos à exportação e como garantia parcial ou total para concessão de empréstimos. 9. Tributação Toda empresa que opere no país está sujeita ao pagamento dos impostos correspondentes. No caso de empresas estrangeiras que operem sob contrato de licitação pública, a lei prevê o seguinte: se a licitação foi realizada em função de empréstimo de um organismo internacional ao Governo da Costa Rica, este último deverá ser aprovado pela Assembléia Legislativa, a qual determinará se as empresas vencedoras da concorrência pagarão ou não impostos; caso a licitação se relacione com um projeto de cooperação técnica (entre um organismo internacional e o Governo da Costa Rica), que não necessita de aprovação legislativa, não haverá isenção de impostos, podendo, entretanto, o órgão beneficiado pela cooperação solicitar ao Ministerio de Hacienda a isenção total ou parcial de impostos às empresas vencedoras da concorrência pública correspondente. Foi aprovada pela Assembléia Legislativa, em fins de agosto, a nova lei de Ajuste Tributario, que aumentou os níveis do Imposto Geral de Vendas e criou um Imposto sobre os Ativos das Empresas, conforme explicado a seguir. Imposto sobre a Renda O Imposto sobre a Renda representa em média 15% da receita fiscal do Governo costarriquenho. Nos quadros abaixo encontram-se as alíquotas de Imposto sobre a Renda para pessoas físicas e jurídicas: Imposto sobre a Renda-Pessoas físicas assalariadas Renda bruta mensal até US$ 612 de US$ 613 a US$ 917 superior a US$ 917 Fonte: Ministerio de Hacienda Alíquota 10% 15% 20% 95 Imposto sobre a Renda-Pessoas físicas com atividade própria Renda bruta anual até US$ 2.649 de US$ 2.650 a US$ 3.960 de US$ 3.961 a US$ 6.608 de US$ 6.609 a US$ 13.055 superior a US$ 13.055 Fonte: Ministerio de Hacienda Alíquota isento 10% 15% 20% 25% Imposto sobre a Renda-Pessoas jurídicas Renda bruta anual até US$ 39.496 de US$ 39.497 a US$ 79.682 superior a US$ 79.682 Fonte: Ministerio de Hacienda Alíquota (sobre o lucro liquido) 10% 20% 30% Ainda que a empresa não tenha apresentado movimento comercial durante o ano-fiscal (1º de outubro a 30 de setembro), deverá pagar US$ 74,60 anuais. Qualquer empresa que tenha perdas durante o ano-fiscal, está autorizada a deduzi-las no decorrer dos três anos-fiscais seguintes. Se a atividade é agrícola, a dedução se fará em prazo de 5 anos. As empresas que operam em Zonas Francas, sejam nacionais ou estrangeiras, estão totalmente isentas do Imposto sobre a Renda durante os primeiros oito anos. A lei costarriquenha faz distinção entre operações locais e operações da matriz estrangeira da empresa. Sendo assim, se a empresa estabelecida no país for uma subsidiária, o Imposto sobre a Renda é calculado apenas sobre as operações locais, já que a Costa Rica não pode tributar atividades realizadas fora do país. Imposto sobre o Capital Este imposto é conhecido como Impuesto para la Educación y la Cultura. Todas as empresas, inclusive subsidiárias ou agências de empresas estrangeiras, que estejam registradas no Registro Mercantil Costarricense, devem pagar imposto anual sobre seu capital líquido, de acordo com a seguinte tabela: Capital anual até US$ 1.544 de US$ 1.545 a US$ 6.216 de US$ 6.217 a US$ 12.433 superior a US$ 12.433 Fonte: Ministerio de Hacienda Imposto US$ 4,66 (inclusive em caso de capital negativo) US$ 18,65 US$ 37,30 US$ 55,95 Imposto sobre os Ativos das Empresas o Com a entrada em vigor da Ley de Ajuste Tributario n . 7543, a partir de 16/9/95 foi criado um novo imposto chamado Imposto sobre os Ativos das Empresas, que prevê taxação de 1% sobre os ativos de empresas cujo valor supere US$ 160.000 (30 milhões de colones), excetuando-se o caso de associações sem fins lucrativos constituídas por pequenos ou médios produtores. A base imponível será constituída pelo valor total dos ativos, excluindo-se o ativo circulante, as participações em outras companhias da qual a empresa seja sócia e os investimentos em títulos, valores ou outros ativos cujas rendas não estejam sujeitas ao imposto sobre o lucro. São consideradas parte do ativo dos arrendatários os bens sobre os quais tenham opção de compra. A contribuição relativa a este imposto constituirá um crédito a valer para o Imposto sobre a Renda (vide item anterior). A aplicação fica portanto condicionada às seguintes normas: a) Imposto sobre a Renda a maior: ocorrerá o crédito fiscal caso seja superior ou igual ao Imposto sobre o Ativo das Empresas; 96 b) c) d) Imposto sobre a Renda a menor: a diferença não constituirá crédito fiscal; Perdas: se não houver imposto sobre a renda a pagar por motivo de perdas, o Imposto sobre os Ativos constituirá um crédito para o imposto sobre a renda do período fiscal seguinte; Isenções e incentivos: quando uma empresa não tiver imposto sobre a renda a pagar, por encontrar-se isenta ou em virtude de incentivos fiscais, o imposto sobre os ativos perde a condição de crédito fiscal. Imposto sobre a Propriedade Este imposto é aplicado às propriedades registradas no Registro Civil de Costa Rica. É calculado da seguinte forma: Valor da propriedade até US$ 930 de US$ 931 a US$ 1.554 de US$ 1.555 a US$ 3.108 de US$ 3.109 a US$ 18.650 superior a US$ 18.650 0,63% 0,90% Alíquota 0,30% 0,36% 1,17% Fonte: Ministerio de Hacienda Imposto sobre o Lucro arrecadação. O Imposto sobre o Lucro constitui a fonte menos importante da receita fiscal, representando 4,1 % da Em relação a lucros distribuídos por empresas, incidem as seguintes alíquotas: · · Lucros distribuídos aos sócios da empresas: 15%. Se o sócio for outra empresa com capital registrado na Costa Rica, fica esta última isenta de imposto; Dividendos distribuídos pela empresa, cujas ações estejam registradas em bolsa oficial de valores, desde que as mesmas ações tenham sido distribuídas através de operação realizada em bolsa: 5%. Imposto Geral sobre as Vendas O Imposto Geral sobre as Ventas (I.V.) é cobrado sobre todas as transações de bens e serviços no país. Semelhante ao ICMS brasileiro, adiciona-se ao preço do bem ou serviço, no momento de emissão da nota fiscal. Sua alíquota era até recentemente de 10%, passando para 15% pelo prazo de dezoito meses, até 19 de março de 1997, o quando baixará para 13%, em virtude da nova Ley de Ajuste Tributario (Ley n . 7543), em vigor desde 16/9/95. O I.V. representa cerca de 27,5% da arrecadação total e constitui, junto com o imposto de importação, a principal fonte de receitas fiscais do Governo. A nova alíquota do I.V. deverá contribuir para um aumento substancial na arrecadação e, portanto, para a cobertura de grande parte do atual déficit fiscal. Note-se que o imposto sobre as vendas é cobrado igualmente na importação, sendo nesse caso calculado sobre o valor aduaneiro (CIF) das mercadorias, acrescido da alíquota tarifária (vide Cap. V-Acesso ao Mercado, item.1). Há, porém, as seguintes isenções na cobrança do I.V.: · · · · · · Produtos da Cesta Básica de Alimentos e bens essenciais para a educação ; Medicamentos; Produtos veterinários; Insumos agropecuários; Animais vivos; Ações, títulos, bônus, selos, apólices e timbres. Imposto Seletivo de Consumo Esse imposto é calculado sobre o valor aduaneiro na importação, somando-se ao Derecho Arancelario de Importación (DAI), e incide sobre os seguintes artigos importados: cervejas, bebidas alcoólicas, cosméticos, eletrodomésticos, veículos, detergentes, pneumáticos, tintas, cigarros e vestuário, entre outros. Os 1.500 itens atingidos por esse imposto são gravados com os seguintes níveis: 10%, 25% e 50%. As bases tarifárias podem ser modificadas em 97 pelo menos 15%, podendo sofrer incremento de idêntico nível a cada seis meses, em decorrência de modificação ao imposto, que entrou em vigor em junho de 1994. Estão isentos desse imposto os produtos isentos do Imposto sobre as Vendas. 10. Legislação trabalhista De acordo com a legislação costarriquenha, como nos demais países, o contrato de trabalho inicia a relação entre empregador e empregado, com os direitos e obrigações pertinentes. É permitido no contrato um período experimental de até três meses; porém, mesmo se o empregado for dispensado nesse prazo, o empregador deverá pagarlhe a indenização correspondente (vide abaixo: Término do contrato de trabalho). Jornada de trabalho Existem três tipos de jornada de trabalho: · Diurna: das 05:00 às 18:00 horas. Não pode exceder 8 horas diárias nem 48 horas semanais; · Noturna: das 18:00 às 05:00 horas. Não pode exceder 6 horas diárias nem 36 semanais; · Mista: diurna e noturna, não excedendo 7 horas diárias nem 42 semanais. Também considera-se expediente noturno o trabalho em período superior a 3 horas e meia após as 19 horas. A jornada de trabalho diária não pode exceder 12 horas. As horas extras são pagas com acréscimo de 50% sobre o valor normal e não são permitidas condições de trabalho perigosas ou insalubres. O empregador pode estabelecer uma semana de 5 dias, sendo o sexto dia livre. Neste caso, o empregado pode trabalhar mais de 8 horas por dia, desde que o expediente diurno não exceda 10 horas diárias e o expediente misto 8 horas diárias, mantendo-se sempre o limite máximo de 48 horas semanais. Os domingos e feriados, se trabalhados, são pagos em dobro. Os feriados na Costa Rica somam seis dias anuais, estabelecidos em lei. A empresa pode conceder outras vantagens em função de suas conveniências. Previdência Social As contribuições por parte do empregador e do empregado à previdência social, monopólio estatal da Caja Costarricense de Seguro Social (CCSS), são obrigatórias e cobrem benefícios médicos, aposentadoria e indenizações. O total da contribuição é de 31%, sendo 22% por parte do empregador e 9% por parte do empregado: Contribuições previdenciárias obrigatórias (Em percentuais do salário mensal) Rubricas Saúde e maternidade Invalidez, velhice e morte Plano de distribuição familiar* Instituto Nacional de Seguros (INS) INA-Imposto de Escola Vocacional IMAS-Imposto de Assistência Social Poupança bancária do trabalhador (obrigatória) Total da contribuição Fonte: CINDE, com base em dados do diário oficial La Gaceta. * Financia programas de luta contra a probreza Contribuição do empregador 9,25 % 4,75 % 5% de 5% a 9% 2% 0,50 % 0,50 % 22 % Contribuição do empregado 5,5 % 2,5 % 1% 9% Outros encargos trabalhistas obrigatórios: · · Além do salário mensal e das contribuições à CCSS, existem os seguintes encargos trabalhistas Férias remuneradas: duas semanas para cada 50 semanas trabalhadas. Se o contrato finaliza antes de completadas as 50 semanas, conta-se um dia por mês trabalhado; Aguinaldo: um salário mensal por ano trabalhado, a ser pago anualmente em dezembro, ou o proporcionalmente, um doze-avo de aguinaldo por cada mês trabalhado (corresponde ao 13 salário do Brasil); 98 · · Auxilio de cesantía (desemprego): recolhimento mensal feito pelo empregador para um fundo de garantia ao empregado que for demitido (equivalente ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço-FGTS brasileiro); Seguro contra acidentes: o INS tem uma apólice especial para cobertura dos empregados pelas empresas (vide neste capítulo, item 8-Seguros). Algumas empresas concedem o benefício extra de um seguro de vida aos seus empregados (nãoobrigatório). A apólice, também do INS, oferece proteção em caso de determinados acidentes ou incapacidade física. O custo varia em função do seguro. Caberia, ainda, ao empregador realizar provisão de reserva para fazer face ao pagamento de outros encargos trabalhistas, conforme o quadro abaixo: Outros encargos trabalhistas (em percentuais do salário mensal) Rubricas Férias Aguinaldo Feriados Auxilio de Cesantía Seguro contra acidentes Fonte: CINDE, com base em dados do diário oficial La Gaceta. Percentual estimado 4,17% 8,33% 2,08% 8,33% 3,75% Salário mínimo O salário mínimo é normalmente estabelecido por decreto duas vezes ao ano, com base no índice de custo de vida. Os operários recebem pagamento quinzenalmente; os funcionários administrativos e os empregados domésticos recebem mensalmente. Há diferentes tipos de salários mínimos, de acordo com a profissão. Foi concedido ao setor privado um aumento salarial total de 17,69%, para o conjunto de 1995, conforme a tabela a seguir: Salários mínimos mensais, por ocupação (Calculados com base no aumento para 1995) Ocupações US$ Peões agrícolas 182,47 Operários especializados 255,44 Operários não qualificados 203,77 Funcionários administrativos (sem nível superior) 187,23 Motoristas de ônibus 224,24 Pilotos comerciais 546,00 Jornalistas 600,30 Médicos, advogados, arquitetos e engenheiros 487,40 Operadores de computador 301,90 Escriturários 199,00 Empregadas domésticas 124,00 Fonte: Consejo Nacional de Salarios. Não inclui 2% mensais acumulados correspondentes ao salário escolar (vide explicação abaixo). Está previsto um aumento generalizado de 8,25% sobre os níveis salariais atuais, em colones (ie: tabela acima), a partir de 1º de janeiro de 1996. Em agosto de 1994, foi aprovado um Decreto Executivo que concedeu um novo incentivo ao trabalhador, o salário escolar, correspondente a 2% acumulados sobre o salário mensal. Esse salário é pago somente uma vez ao ano, representando um fundo que terá aumento progressivo anual, até atingir o montante equivalente a um salário completo em 1998. Em função da preferência do empregado, este beneficio poderá ser pago anualmente com o salário correspondente ao mês de fevereiro ou acumulado, para recebimento global no fim da relação trabalhista. 99 Níveis salariais Os níveis médios dos salários profissionais são atualmente os seguintes, a título indicativo: Salários mensais médios, por profissão e porte da empresa (Em US dólares) Cargos Pequena Média Grande Gerente Geral 4.517,67 5.557,72 7.175,44 Assistente de Gerência 1.007,36 1.120,05 1.102,54 Administrador 2.174,71 2.444,99 3.314,23 Assistente Administrativo 505,48 538.48 486,43 Administrador de Recursos Humanos 2.186,90 2.575,73 Chefe de Recursos Humanos 898,32 1.119,96 Administrador de Produção 2.422,90 2.350,19 3.128,38 Supervisor de Produção 491,34 590,75 599,39 Engenheiro de Produção 763,13 936,53 Administrador de Controle de Qualidade 2.254,51 2.845,44 Assistente de Controle de Qualidade 418,25 419,17 Administrador de Marketing 3.393,31 3.864,09 Assistente de Marketing 794,64 745,39 Médico 1.912,75 1.650,65 Enfermeiro 470,40 587,20 Contador Geral 525,67 589,62 580,87 Assistente de Contabilidade 397,69 429,65 463,57 Serviços de computação Analista de Sistemas 792,26 869,81 893,52 Programador 447,28 583,89 613,81 Controlador de Dados 248,75 300,34 284,66 Secretária executiva, bilingue 555,19 711,88 690,11 Secretária executiva 404,89 498,25 457,74 Recepcionista 297,66 328,46 296,23 Vendedor 282,73 309,04 332,59 Mensageiro 272,24 273,38 291,74 Vigia 241,69 265,43 233,15 Manipulador de equipamento pesado 216,07 318355 288,17 Mecânico eletricista 287,80 280,18 352,98 Fonte: CINDE, com base na informação da Price Waterhouse Consultores Sistema Empresarial de Informação Salarial, setembro 1994. Aposentadoria Pela lei costarriquenha, não existe limite de idade máxima para aposentadoria compulsória, ficando o assunto a critério do empregador e do empregado. De acordo com as diretrizes gerais da legislação, o empregado pode aposentar-se voluntariamente, através da CCSS, em função dos seguintes critérios mínimos de anos de trabalho e idade: · · Para homens: 62 anos ou 38,5 anos de trabalho; Para mulheres: 60 anos ou 38,5 anos de trabalho. A pensão será, nestes casos, solicitada pelo interessado à CCSS. De forma geral, a pensão equivale a 60% da média dos 48 salários mais elevados recebidos nos últimos cinco anos. Término do contrato de trabalho O direito de encerrar a relação trabalhista está regulado pelo Código de Trabajo. O empregador e o empregado podem considerar terminado um contrato de trabalho pelos seguintes motivos: a) Por parte do empregador · Agressões físicas e morais ou calúnias cometidas contra outro trabalhador ou contra o empregador durante as horas de trabalho ou fora delas; · Atos criminosos ou danos à propriedade; 100 · · · · Atos que ponham em perigo a segurança e as condições de trabalho; Vazamento de informação confidencial; Ausência injustificada por 2 dias consecutivos ou por 3 dias ou mais não consecutivos no mesmo mês; Desobediência comprovada a instruções ou ordens. Em caso de término do contrato de trabalho por parte do empregador, o empregado deverá receber a seguinte indenização: um aguinaldo por ano ou proporcional ao tempo de serviço (caso seja este inferior a um ano); férias proporcionais, correspondentes a um dia por mês trabalhado; Auxilio de Cesantía (equivalente ao FGTS), correspondente a um mês de salário por ano trabalhado (até o máximo de 8 anos), desde que o contrato termine por demissão sem causa justa. Muitas empresas preferem pagar anualmente a parte proporcional do Auxilio de Cesantía. Findo o período experimental de três meses, o empregado deverá receber notificação prévia escrita de sua dispensa por causas alheias a sua pessoa; da mesma forma, o empregado deverá notificar o empregador caso deseje ser dispensado. Durante o período experimental de três meses, o empregado, se dispensado, receberá indenização, menos o Auxilio de Cesantía, não sendo necessária, neste caso, a notificação escrita. b) Por parte do empregado · Não-pagamento do salário contratual; · Condições de trabalho perigosas ou período de doenças contagiosas no local de trabalho; · Ataques morais, físicos ou calúnias, inclusive o abuso sexual, contra o trabalhador por parte do empregador ou de seus representantes durante as horas de trabalho ou fora delas; · Danos aos utensílios ou ferramentas do trabalhador por parte do empregador. 11. Legislação relativa à exportação Trâmites gerais para exportação Existe uma Ventanilla Única para exportação, sob controle do Centro para la Promoción de las Exportaciones y de las Inversiones (CENPRO). Nele se realizam todos os trâmites gerais de exportação. As pessoas jurídicas e físicas devem obrigatoriamente fazer inscrição junto ao CENPRO. Os requisitos para inscrição são os seguintes: · · · · · · · · Seis exemplares da Tarjeta de Registro de Firmas Autorizadas (formulários fornecidos pelo CENPRO); Original da Certidão de Registro de Personalidade Jurídica recente (não pode ter mais de um mês) emitida pelo Registro Público ou por um tabelião, indicando o nome do representante legal da empresa (para pessoa jurídica); Fotocópia da Cédula Jurídica, equivalente ao CGC brasileiro, emitida pelo Registro Público (para pessoa jurídica); Procuração, autenticada por tabelião, do representante legal da empresa, outorgando poderes a seus procuradores para assinar solicitações de trâmites de exportação; Cópias das carteiras de identidade dos procuradores e do representante legal. Em caso de estrangeiro, a identificação deve ser a mesma na Cédula Jurídica, Tarjetas de Registro de Firmas Autorizadas e outros documentos; Cópia da ata constitutiva da empresa; Em caso de renovação do Registro de Firmas, é necessário anotar corretamente o código de exportador na Tarjeta de Registro de Firmas; As empresas que exportam produtos frescos devem apresentar cópia da licença de funcionamento do estabelecimento, emitida pelo Ministerio de Salud. Para produtos pesqueiros devem apresentar cópia da licença de comercialização emitida pela Dirección de Recursos Pesqueros, do Ministerio de Agricultura y Ganaderia (MAG). Para proceder à exportação de bens, a empresa deve: · · · Apresentar original e seis cópias do Formulario Unico de Exportación (FUE) (vide Anexo V, item 1.1) autorizado pelo CENPRO e assinado pelo Representante Legal, acompanhado das licenças exigidas pelo país importador. Este formulário serve para controlar o ingresso de divisas no país e funciona como contrato de venda ou cessão de mercadoria ao comprador; Apresentar cópia do conhecimento de embarque; Apresentar cópia da fatura comercial; 101 · · · · Anexar uma Carta de Instruções, documento no qual deve estar detalhado: serviço pedido, número do manifesto de carga, data de chegada e descarga no armazém fiscal, quantidade de volumes, número do navio e da viagem; Juntar licenças e certidões fitossanitárias ou zoossanitárias, se aplicável; Apresentar os certificados de origem bem como formulários especiais exigidos, tanto para o Sistema Geral de Preferências (SGP) quanto para a Iniciativa para a Bacia do Caribe (IBC-II), a fim de que o produto exportado receba o tratamento tarifário preferencial previsto em cada sistema no exterior. Para obter o tratamento preferencial do Tratado General de Integración Económica Centroamericana, isto é, do MCCA, e a correspondente isenção de impostos nos demais países centro-americanos é necessário utilizar o Formulario Aduanero Centroamericano. Existem outros certificados de origem que podem ser solicitados pelo importador e são emitidos pelo Ministerio de Economia, Industria e Comercio (MEIC), pela Cámara de Industrias e pela Cámara de Comercio de Costa Rica; Remeter ao importador os seguintes documentos: catálogos, conhecimento de embarque, faturas, relações de embalagem, certificados de origem, licenças, apólice de seguros, relação de preços e análises de laboratório. Impostos e taxas de exportação Os impostos e taxas de licenciamento de exportação de certos produtos são sempre cobrados sobre o valor FOB. O Ministerio de Recursos Naturales, Energía y Minas (MIRENEM) cobra: · · · 3% para itens da fauna selvagem, como peixes e borboletas, etc; 5% para itens outros itens da flora, incluindo as espécies vegetais cobertas pela Convenção Internacional para o Tráfico de Espécies Ameaçadas da Flora e Fauna (CITES); e 10% para espécies animais cobertas pela CITES. O produto do recolhimento desses impostos é usado para a manutenção da entidade pública responsável pelo controle de exportação daquelas espécies. Há planos de se alterar o atual sistema. Com respeito a itens sujeitos a cotas de exportação bilaterais existentes em função do Acordo Multifibras, a Oficina de Cuotas Textiles cobra taxas específicas de licenciamento, dependendo do montante total da exportação, que estão assim estabelecidas: · · · US$ 5: para itens com valor de exportação até US$ 2.000; US$ 15: para itens com valor de exportação de US$ 2.001 a 6.000; US$ 25: para itens com valor de exportação superior a US$ 6.001. Obs: O bloco de formulários de exportação custa US$ 2. Licenças de exportação o Com a aprovação da Ley de Defensa al Consumidor (Ley n . 7472 em vigor a partir de 19/01/95), foi eliminada a maior parte das licenças de exportação. Foram mantidas somente licenças em matéria sanitária, de segurança, qualidade e controle ambiental previstas em convênios internacionais, bem como aquelas decorrentes de situações excepcionais de desabastecimento interno, caso em que terão vigência por período de 6 meses, renovável. Para impedir o desmatamento, as exportações de certos produtos florestais são controladas por licenças ou proibições por parte do Ministerio de Recursos Naturales, Energía y Minas-MIRENEM. As exportações de têxteis e confecções que não estejam cobertas por acordos bilaterais ou pelo Acordo Multifibras, estão sujeitas a licenciamento. As licenças e proibições aplicam-se aos itens abrangidos pelo CITES. Ambas licenças baseiam-se no valor das exportações. Licenças similares existem para a exportação de açúcar aos Estados Unidos, por parte da Liga Agroindustrial de la Cana de Azúcar (LAICA) e no caso do café, por parte do Instituto del Café de Costa Rica-ICAFE (organização privada que representa os produtores, exportadores e industriais do setor cafeeiro). Os órgãos atualmente responsáveis pelas licenças de exportação são: o Ministerio de Economía, Industria y Comercio (óleo de palma, atum, côco e derivados, açúcar, mel, subprodutos do açúcar, sal, gorduras vegetais, café em grão e torrado, farinha de trigo); o Ministerio de Agricultura y Ganadería (feijão e alimentos animais); o Consejo Nacional de Producción (carnes e tabaco); Junta de Fomento Avícola (produtos avícolas e derivados) e a Oficina Nacional de Semillas (sementes). 102 Quotas de exportação O ICAFE fixa as quotas anuais de exportação de café, levando em conta o consumo interno e as obrigações externas. As 105 empresas processadoras vinculadas atualmente existentes são obrigadas a vender as quantidades autorizadas aos compradores locais ou aos exportadores, em determinado período. Subsídios à exportação Os compromissos da Costa Rica em função do Acordo sobre Agricultura do GATT, desde dezembro de 1992, foram de reduzir as dotações relativas aos Certificados de Abono Tributario, subsídios concedidos aos exportadores, dentro do Régimen de Contrato de Exportaciones. Esses subsídios são concedidos em montante proporcional ao valor FOB das exportações de produtos não-tradicionais, em função do respectivo valor agregado (os subsídios oscilavam entre 15% e 20% do valor FOB). Por outro lado, foram eliminadas, a partir de 1995, as isenções anteriores de imposto de renda por período de dez anos. 103 X. OPORTUNIDADES E CONDIÇÕES PARA NEGÓCIOS E INVESTIMENTOS 1. Condições e perspectivas para investimentos e negócios Panorama dos investimentos estrangeiros Nestes últimos anos, a Costa Rica tem-se beneficiado com um substancial aumento nos fluxos de investimentos diretos: enquanto em 1970 o fluxo anual foi de US$ 201 milhões, em 1992 aumentou para US$ 226 milhões, e, em 1993, para US$ 246,7 milhões, segundo as últimas cifras oficiais disponíveis. O estoque acumulado de investimentos estrangeiros, até 1990, somava US$ 1,4 bilhão; e em 1993, situava-se em torno de US$ 2 bilhões, segundo estimativa do SECOM-São José. Em 1990, 19 das 21 filiais de empresas estrangeiras na Costa Rica eram norte-americanas, uma francesa e uma suíça, concentrando-se na produção de minerais não-metálicos, bebidas, produtos químicos, papéis, têxteis, produtos de borracha e equipamentos elétricos e mecânicos. Segundo as últimas estatísticas disponíveis, foram os seguintes os fluxos anuais de investimentos estrangeiros, por país de origem, no período de 1991 a 1993: Fluxo de investimentos estrangeiros diretos, por países de origem - 1991-1993 (Em US$ milhões e participação percentual) País 1991 Estados Unidos 137,88 Venezuela - 2,35 Panamá 1,95 Alemanha 0,26 Suíça 1,67 México 0,44 Guatemala 0,69 Holanda - 0,33 Colômbia 0,33 Grã-Bretanha 9,75 Coréia 1,00 Outros países 27,11 Total 178,40 Fonte: Banco Central de Costa Rica % 77,28 - 1,31 1,09 0,15 0,93 0,24 0,38 - 0,18 0,18 5,46 0,56 15,22 100,0 1992 148,17 - 1,12 2,10 1,27 4,09 4,02 1,35 2,02 0,46 2,87 1,54 59,23 226,00 % 65,56 - 0,49 0,92 0,56 1,80 1,77 0,59 0,89 0,20 1,26 0,68 26,26 100,0 1993 123,02 23,59 16,44 8,76 6,69 5,01 3,39 2,92 2,31 1,66 0,82 52,11 246,72 % 49,86 9,56 6,66 3,50 2,71 2,03 1,37 1,18 0,93 0,67 0,33 21,26 100,0 Condições gerais A Costa Rica apresenta muito boas condições de estabilidade sócio-econômica e política, que tornam atrativo o país para investidores estrangeiros, objetivando não só a penetração no mercado local mas também nos outros mercados da América Central e do Caribe, além do México e dos Estados Unidos. A Costa Rica promove e incentiva investimentos estrangeiros que contribuam para aumentar sua competitividade no mercado internacional, dado que permitem incorporar tecnologias mais avançadas, essenciais à ampliação das exportações e, portanto, à criação de empregos no país. Nesse sentido, é fundamental a atuação do Consejo Nacional de Inversiones y Comercio Exterior (CNICE), operado pelo Centro de Promoción para la Exportación y la Inversión (CENPRO), órgão público encarregado de identificar e promover oportunidades de investimento nos setores agrícolas e industrial, bem como a da Coalición Costarricense de Iniciativas de Desarrollo (CINDE), entidade privada que se encarrega de atrair investimentos estrangeiros para produção e exportação de novos produtos. Como assinalado no Capítulo I, os dois primeiros órgãos públicos deverão fundir-se brevemente em órgão único, a Promotora de Comercio Exterior de Costa Rica (PROCOMEX), responsável pela promoção conjunta do comércio exterior e dos investimentos no país. Segundo informação recente do The Economist Intelligence Unit (EIU), de Londres, publicada no primeiro trimestre deste ano, a Costa Rica se situaria normalmente na categoria C quanto ao risco comercial em geral, juntamente por exemplo com o Chile, (em escala decrescente, de A a E). No entanto, em consequência da atual situação macroeconômica, com elevado déficit fiscal e altas taxas de juros (vide Cap. II-Economia, Moeda e Finanças, item 1); constituindo panorama que gera incertezas para investidores estrangeiros, o EIU reclassificou a Costa Rica para a categoria D (na qual se encontram também hoje o Brasil, Argentina e México). É provável, porém, com o rigoroso ajuste fiscal a que se submeteu o país, em função do próximo acordo de stand by com o FMI, e a consequente melhora 104 prevista da situação macroeconômica, que se dissipe o atual clima de incertezas quanto a investimentos estrangeiros e a Costa Rica venha recuperar sua anterior posição na classificação internacional de risco do EIU. Efetivamente, segundo informação divulgada em setembro último por dois importantes bancos norte-americanos, o Morgan Stanley e o Chase Manhatan, já levando em conta o memorando de entendimentos com o FMI e os ajustes internos correspondentes, as perspectivas macroeconômicas do país são agora bastante mais alentadoras, em particular no que diz respeito a investimentos estrangeiros, devendo alcançar-se a estabilização da economia até fins do segundo semestre de 1996. A fim de fomentar investimentos estrangeiros, a Costa Rica assinou convênios bilaterais de promoção e proteção recíproca de investimentos com vários países (Suíça, França, Alemanha e Grã-Bretanha) e é membro do Multilateral Investiment Guarantee Agency (MIGA), do Banco Mundial, e do Convenio Constitutivo de la Corporación Interamericana de Inversiones, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Um acordo similar de proteção e incentivo aos investimentos privados encontra-se em negociação com os Estados Unidos e há outros em fase de estudo com a Dinamarca, Espanha e Chile. A Costa Rica adotou uma política econômica externa que visa em geral à ampliação dos investimentos provenientes da América do Norte, da União Européia e da América Latina e estuda uma aproximação política e comercial maior com os países do bloco asiático. Atualmente, os principais investimentos estrangeiros são provenientes da América do Norte, Alemanha, Holanda, Inglaterra, Guatemala, Panamá, Suíça, Japão, Coréia e Taiwan, prevendo-se também o aumento de investimentos do Chile, Argentina, Colômbia e, em particular, do México, cujos bancos e empresas industriais têm estado recentemente muito ativas na Costa Rica. Principais setores e produtos A agricultura é o setor que absorve a maior parte dos investimentos estrangeiros (cerca de 40%), especialmente na produção de produtos não-tradicionais destinados à exportação, tais como: flores, plantas ornamentais, sementes, abacaxi, manga, mamão, melão, tubérculos, nozes de macadâmia, óleo de palma, coco e peixes e derivados, bem como na produção de artigos de confeitaria e laticínios para os mercados interno e externo. O setor industrial concentra 30% dos capitais de risco estrangeiros, na produção de minérios não-metálicos, processamento de bebidas e alimentos, medicamentos para uso humano e animal, produtos químicos, papel cartão, têxteis (roupa interior feminina e confecções masculinas, femininas e infantis), produtos de borracha, equipamentos mecânicos, artigos elétricos, eletrodomésticos (geladeiras) e eletrônicos, indústria madeireira, indústria ótica e de fabricação de vidro. O setor de serviços absorve os 30% restantes dos capitais estrangeiros, dirigindo-se principalmente ao setor turístico (hotelaria e transporte marítimo de turistas), de grande dinamismo no país e muito incentivado pelo Governo através do Instituto Costarricense de Turismo (ICT). Também está sendo explorado com muito interesse o setor dos chamados serviços produtivos, ou sejam aqueles que têm como função apoiar e acelerar o crescimento e a competitividade da indústria, devido ao seu papel determinante para facilitar o desempenho industrial. Esses serviços produtivos são: serviços bancários, transporte internacional, inclusive courier, informática, capacitação gerencial e técnica, controle de qualidade, pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos e marketing internacional. Investimentos estrangeiros, por setores - 1991-1993 (Em US$ milhões e participação percentual) Setores 1991 % Agricultura 108,4 60,8 Indústria 32,0 17,9 Comércio 9,6 5,4 Outros 28,4 15,9 Total 178,4 100,0 Fonte: Banco Central de Costa Rica 1992 113,8 51,9 5,8 54,5 226,0 % 50,4 23,0 2,6 24,1 100,0 1993 81,9 98,3 12,4 54,1 246,7 % 33,2 39,8 5,0 21,9 100,0 Oportunidades para joint-ventures com empresas brasileiras Como resultado da crescente participação da Costa Rica na corrente de globalização econômica e liberalização comercial, estão surgindo interessantes oportunidades para as pequenas e médias empresas costarriquenhas, que ainda mantêm ampla participação na dinâmica econômica e empresarial do país. Os empresários nacionais procuram empresas no exterior para produzir com melhores condições de competitividade e escala de produção para atingir novos mercados. A Costa Rica torna-se, por isso, especialmente atrativa para formação de joint-ventures, dado que o processo de globalização comercial gera novas necessidades, que deverão ser atendidas para assegurar competitividade bem maior às empresas locais. 105 A Costa Rica é atualmente um dos países com melhores condições para investimentos na região, oferecendo vantagens comparativas quanto à disponibilidade de mão-de-obra capacitada e com bom nível educacional. As áreas que se estão perfilando com maior potencial para a realização de alianças estratégicas com empresas estrangeiras são: serviços de consultoria, capacitação gerencial e técnica, desenvolvimento de produtos, construção civil, telecomunicações, setor imobiliário, engenharia florestal, agroindústria, serviços bancários, transportes internacionais, indústria madeireira, indústria metalmecânica, indústrias químicas, ótica, vidros, joalheria e indústrias de alta tecnologia eletrônica. Nessas áreas novas, brevemente começarão a operar no país, por exemplo, a Panduit, fabricante de cabos, etiquetas e equipamentos de comunicação; a Laser Sight Tecnologies, que produz equipamento lazer para cirurgia ocular; e a Sawtek Inc., fabricante de filtros canalizadores de ondas para equipamentos de telecomunicação móvel, que preferiu a Costa Rica, entre países como a Holanda, Cingapura e Irlanda, pelas condições que oferece de boa rentabilidade para investimentos. Como já salientado, são promissoras as possibilidades de alianças estratégicas de empresas brasileiras, em particular as de menor porte, com empresas costarriquenhas, para produção local, especialmente nas Zonas Francas, de bens destinados aos mercados externos beneficiados com acesso preferencial, como o norte-americano, através das preferências da IBC-II, o mexicano, dentro do novo esquema do TLC, ou os países do MCCA. Cerca de 90% do universo empresarial costarriquenho compõe-se de micro, pequenas ou médias empresas que, muitas vezes, carecem de tecnologia de produto, de processo de produção, de gerenciamento e também de técnicas de marketing em mercados externos, buscando para isso parceiros qualificados no exterior. Procuram também, como muitas das empresas brasileiras de menor porte, oportunidades para alcançar uma escala de produção, através da exportação, que não podem encontrar no mercado interno. Por razões culturais e sendo o Brasil bastante conhecido na Costa Rica, o entendimento entre empresários brasileiros e costarriquenhos tem-se revelado bastante fácil. Como sempre acontece em matéria de negócios internacionais, dever-se-á tomar sempre as precauções habituais e as devidas informações comerciais e bancárias prévias sobre os eventuais parceiros, bem como utilizar cartas de crédito irrevogável nas transações comerciais. A Costa Rica, por suas condições político-sociais, apresenta baixo risco político, mas os riscos comerciais existem sempre, como em outros países. Em todos os casos, o SECOM da Embaixada do Brasil em São José poderá fornecer as informações preliminares sobre oportunidades de negócios e de joint-ventures, empresas interessadas, condições gerais do mercado e de marketing, aspectos legais, organização de contatos locais com empresas e entidades de classe e autoridades governamentais ou de missões comerciais, condições de participação na FERCORI e apoio aos empresários brasileiros sempre que se encontrem em visita à Costa Rica, na parte comercial ou logística (programa de visitas e contatos, reservas de hotel e de voos, aluguel de veículo, etc.) 2. Possibilidades de financiamento de joint-ventures Financiamentos públicos e privados O Governo, através do Ministerio de Trabajo y Seguridad Social, do CENPRO e do CINDE, procura sempre criar condições mais favoráveis ao reforço da base empresarial do país, melhorando a produtividade e a produção através da capacitação e assistência técnica e do acesso a novas tecnologias. Nesse contexto, incentivam-se a busca de novos mercados, a melhoria dos canais de comercialização e o fortalecimento dos processos de associação empresarial. Com esse objetivo, entrará em operação, a partir de janeiro de 1996, um fundo de US$ 14,37 milhões destinado à modernização da pequena e média empresa e à realização de alianças estratégicas: do total, US$ 8,8 milhões correspondem à Agência Canadense de Cooperação Internacional (CIDA) e US$ 5,5 milhões, a recursos estatais. Os créditos serão outorgados com taxas de juros e prazos mais favoráveis do que os existentes no mercado financeiro e serão destinados a 3 programas específicos (vide Cap.II, Item - Política no tocante à pequena e média empresa): · · · modernização das empresas (US$ 4,78 milhões); promoção de joint-ventures com empresas do Canadá (US$ 1,46 milhão); melhoramento das instalações (US$ 2,57 milhões). Os US$ 5,5 milhões restantes formarão um fundo de garantia para aval das solicitações de crédito, no mercado financeiro, por parte das pequenas e médias empresas. A Câmara de Indústrias da Costa Rica dirige um programa de apoio à pequena e média empresa, com fundos do BID (US$ 3 milhões), brindando serviços tais como assessoria e consultoria, capacitação gerencial e técnica, diagnóstico empresarial, assistência técnica ambiental e orientação para realização de alianças estratégicas. 106 Entre os bancos estatais, são as seguintes as condições de financiamento, todas bastante parecidas (outubro de 1995): · Banco de Costa Rica: para a micro e a pequena indústria, os financiamentos têm teto de até US$ 50 mil dólares, com taxa anual de juros atualmente de 31,25%. Para capital de giro, o prazo é de 3 anos e, para equipamentos, de 5 anos. Para a média empresa, o montante do financiamento é fixado em função das necessidades de cada empresa, em princípio sem limite específico; a taxa de juros é de 36% anual e os prazos são de 3 anos para capital de trabalho, 5 anos para equipamentos e 8 anos para construção. Pede-se 100% de garantia real, sob a forma de propriedades e equipamentos. As áreas cobertas pelos financiamentos são basicamente atividades produtivas industriais que gerem valor agregado; · Banco Nacional: tanto para a pequena quanto para a média empresa, o banco financia 75% do projeto, devendo a empresa cobir o restante. A atual taxa de juros é de 36,25% ao ano e os prazos são de 2 anos para capital de giro e de 5 anos para equipamentos. Pede-se 80% de garantia real sobre o financiamento, seja na forma de garantia hipotecária (terrenos) ou de penhora (equipamentos). As atividades financiadas são também as industriais que gerem valor agregado; · Banco de Crédito Agrícola de Cartago: o montante financiado, para micros e pequenas empresas, é de até US$ 50 mil dólares e de US$ 100 mil, para a média empresa, com taxa de juros de 37% ao ano. Os prazos são de 2 anos para capital de giro e de 5 para equipamentos. Pede-se entre 80 e 90% de garantia real sobre o financiamento, que poderá ser: fiduciária (fiadores), penhoratícia (veículos e equipamentos) ou hipotecária (imóveis). de 1995): · · · Dentre os bancos privados, os três principais apresentam as seguintes condições de financiamento (outubro Banco de San José: o montante máximo financiado, para micros e pequenas empresas, é de US$ 50 mil e, para médias empresas, de US$ 150 mil. A taxa de juros é de 38% ao ano, com prazos de 2 anos para capital de giro e de 5 anos para equipamentos. Pede-se 100% de garantia real sobre o financiamento, podendo ser fiduciária ou hipotecária. As atividades financiadas deverão situar-se dentro das áreas industrial ou tecnológica, excluindo construção, compra de terrenos ou veículos; Banco Interfin: financia até US$ 100 mil, porém montantes superiores são negociáveis, caso a caso. A taxa atual de juros é de 37,75% ao ano e os prazos são de 2 anos e meio para capital de giro e de 5 anos para equipamentos, remodelações e ampliações de locais. Pede-se 80% de garantia real sobre o financiamento, podendo ser fiduciária ou hipotecária. As atividades normalmente cobertas pelos financiamentos são basicamente as produtivas, nas áreas industriais ou agro-industriais; Bancrecen: este banco não faz distinção entre pequena, média ou grande empresa, tendo política única de financiamento às empresas. O montante máximo é de US$ 583 mil, a uma taxa anual de 45%. Pede-se 100% de garantia real, sob forma hipotecária ou penhoratícia. O prazo é de 2 anos, tanto para capital de giro quanto para equipamentos, podendo ser ampliado até 5 anos, caso exista garantia hipotecária. As atividades financiadas são as industriais, comerciais ou de serviços. Leasing Além do financiamento direto pelo sistema de crédito bancário, existe a opção do leasing, que constitui nova forma alternativa e flexível de financiamento, na medida em que o beneficiário pode utilizar os bens e, no final de determinado período preestabelecido, devolvê-los, substituí-los ou incorporá-los aos seus haveres. Assim, o leasing outorga ao beneficiário a possibilidade de manter em dias seus investimentos tecnológicos, evitando a obsolescência dos equipamentos e a consequente perda de competitividade. Funciona o leasing nas seguintes condições: após aprovada a solicitação, pede-se à empresa beneficiária um depósito de garantia, que varia entre 10% e 30% do valor total do bem, o qual é alugado por período variável de 12 a 36 meses, para contratos em dólares, e de até 60 meses, para contratos em colones. A percentagem do depósito e o prazo do aluguel são estabelecidos segundo as necessidades particulares de cada empresa e a natureza de seus ativos. As quotas mensais de aluguel são reajustadas a cada 3 meses, com base na taxa básica passiva (empréstimos) do Banco Central da Costa Rica, para contratos em colones, e com base geralmente na prime rate, para contratos em dólares. As principais financeiras que oferecem leasing são (vide Anexo I, item 5.3): Arrendadora Comercial: Factoreo Comercial: Banco Interfin: Financiera Nacional de Desarrollo: Geonet S.A: veículos, equipamentos de escritório e maquinaria não especializada bens de capital em geral bens de capital em geral bens de capital em geral bens de capital, veículos e maquinaria 107 3. Linhas de crédito para importação As importações brasileiras na Costa Rica são normalmente efetuadas através de carta de crédito irrevogável e as condições de financiamento dependem do tipo de mercadoria e do cliente. Os principais bancos locais que realizam essas operações são: · · · · · Banco Internacional de Costa Rica S.A. (BICSA, que é banco privado off shore): o montante da linha de crédito é definido segundo as necessidades de cada cliente, com prazo de até um ano, renovável pelo mesmo período. A taxa de juros é a prime, mais 2 ou 3 pontos. No Brasil, o BICSA opera com os bancos: Bozano & Simonsen, Bamerindus, Banorte, Banco do Brasil, Banco Real, Unibanco, Banespa e Crefisul. As operações de comércio exterior são realizadas através das agências do BICSA em Miami ou no Panamá. O BICSA-Miami mantém com os bancos correspondentes brasileiros linha de crédito rotativo, para confirmação e aviso de cartas de crédito, no montante total de US$ 41 milhões. O BICSA-Panamá também financia importações para a Costa Rica, com linha de crédito para confirmação e aviso de cartas de crédito no montante de US$ 33 milhões; Banco Nacional (estatal): o montante é definido segundo as necessidades específicas do cliente, em princípio sem limite específico, e o prazo varia de 1 a 2 anos, também determinado segundo as condições específicas de cada caso. A taxa de juros é a prime, mais 2,5 ou 3 pontos. Opera com os bancos Sudameris, do Brasil, Real, Bamerindus, Banespa e Francês e Brasileiro; Banco de Crédito Agrícola de Cartago (estatal): financia até 80% do total da operação, não existindo prazo limite, respeitando o prazo acordado entre importador e exportador no momento da transação. A taxa de juros é a prime, mais 3 pontos. Opera com o Banco do Brasil; Banex (privado): financia até US$ 4 milhões por operação. O prazo é de até 180 dias, renováveis por igual período. A taxa de juros é a prime, mais 3 pontos. Opera com o Deustch Suedamerikanische Bank, no Brasil; Banco de San José (privado): pode financiar até US$ 2 milhões por operação. O prazo é de até 180 dias, renováveis por igual período. Os juros são a prime, mais 4 pontos. Opera também com o Banco do Brasil. 4. Consolidação de carga A consolidação de carga é serviço que tem adquirido importância crescente, pelo fato de que a abertura das fronteiras nacionais tem intensificado o tráfico comercial com novos mercados. As empresas consolidadoras de carga desenvolvem um trabalho de intermediação entre os importadores-exportadores, especialmente quando se trata de micro, pequenas ou médias empresas, e as companhias marítimas e aéreas de transporte de carga. Sua forma de operar consiste basicamente na compra ou reserva de espaços de carga marítima ou aérea, a fim de oferecer alternativas viáveis e acessíveis de transporte de carga, em particular quando se trata de volumes reduzidos. Cada cliente pode trazer 40, 50 ou 60 kg e, no total, a consolidadora reune entre 600 e 1000 kg ou mais, com tarifa mais baixa do que se as transações fossem feitas de forma individual com a empresa transportadora, dado que, neste caso, teria de comprarse todo o container, mesmo sendo utilizada apenas parte do mesmo. A consolidação de carga oferece segurança no transporte da mercadoria e permite informações precisas sobre as datas de despacho e chegada. Na Costa Rica, esse serviço se utiliza principalmente na importação de produtos provenientes da Europa, América do Sul e México. As principais empresas consolidadoras de carga que operam entre o Brasil e a Costa Rica são: Servicios Aduaneros Terrestres (SATSA), Seaboard Marine, Panalpina, Express International e Cormar, que é a representante da Emery World Wide (consolidadora aérea) e da Motor Freight (consolidadora marítima), CHS que é representante da Calberson: vide Anexo I, item 10.4. Para tarifas: Anexo II, item 1. 5. Recomendações às empresas brasileiras Como salientado, a Costa Rica apresenta-se como interessante parceiro para o Brasil, em primeiro lugar no plano das exportações brasileiras, para as quais revela-se mercado emergente muito dinâmico. Dado que a indústria brasileira é geralmente competitiva em preço, qualidade e nível tecnológico e muito apreciada na Costa Rica, existem em geral boas possibilidades de ampliação da pauta, praticamente para todos os produtos (salvo alguns itens oferecidos pelo México, que contam agora com acesso preferencial em virtude do TLC, como é o caso de certos produtos siderúrgicos, que enfrentam a concorrência mexicana). Em primeiro lugar, para bens de capital, em particular: máquinas e equipamentos agrícolas e para a indústria de laticínios; máquinas-ferramenta para madeira e metal; máquinas e equipamentos para indústrias especializadas, especialmente de alimentação, químicos, plásticos, de couro, têxteis e confecções, de papel e de gráfica; equipamentos e máquinas para hotéis e restaurantes; equipamentos e aparelhos médico-hospitalares e odontológicos; instrumentos óticos e de precisão; máquinas e equipamentos de automação bancária, etc. 108 Quanto a bens de consumo, há igualmente interessante mercado para produtos alimentícios (sucos, conservas de carnes, frutas e legumes, massas, biscoitos, confeitos de chocolate, talvez vinhos e cervejas, etc.); produtos e material de limpeza e higiene doméstica e industrial; cosméticos e artigos de toucador; inseticidas, fungicidas, herbicidas e desinfetantes; têxteis e outros artigos para decoração, inclusive cortinas e tapetes; material e artigos de escritório; artigos escolares; cutelaria e talheres; panelas e artigos para cozinha; ferramentas e ferragens; brinquedos; artigos para esporte; vidros e cristais; louças e cerâmicas, doméstica ou para hotelaria; calçados para homens, senhoras e crianças, inclusive os desportivos; fazendas para confecção; vestuário exterior e interior, especialmente o desportivo, e malhas e roupa íntima feminina; móveis de todo tipo, inclusive para hospitais, barbearia, salões de beleza; materiais para construção: louça e metais sanitários, cerâmicas e azulejos, madeiras compensadas e aglomeradas, portas e janelas, vidros e espelhos planos, ferragens decorativas e granitos; autopeças, acessórios para veículos e pneumáticos, etc. Vale lembrar que, com a abertura da economia e as limitações da indústria doméstica, o mercado importador costarriquenho encontra-se em plena expansão e, apesar das atuais dificuldades, deverá crescer em torno de 8 a 10% no presente ano e bem mais em 1996, quando deverá verificar-se no país uma retomada das atividades econômicas (por exemplo, em 1993 havia-se registrado crescimento de 19% nas importações). A FERCORI - Feria Internacional de Costa Rica, único evento de âmbito internacional, é realizada anualmente na segunda quinzena de fevereiro. Organizada pelo SECOM desde de vários anos, a participação brasileira se concentra atualmente no novo Espaço Brasil, reservado com a necessária antecedência, em função do interesse das empresas brasileiras. A participação no Espaço Brasil da FERCORI representa uma das formas mais eficazes e diretas para promoção de produtos de empresas interessadas no mercado da Costa Rica. Acrescentem-se algumas recomendações específicas às empresas brasileiras: a) b) c) d) e) f) g) h) i) os empresários brasileiros poderão obter informações sobre as tarifas e regulamentos de importação, condições e características gerais do mercado local, representantes locais e participações nas feiras através do Setor de Promoção Comercial (SECOM), da Embaixada do Brasil em São José; é recomendável o envio de catálogos aos importadores, de preferência em espanhol e, eventualmente, em inglês. O catálogo é para muitos importadores um espelho não somente do produto mas também da empresa produtora ou exportadora; as cotações de preços deverão ser sempre em bases CIF (e não FOB); o exportador brasileiro deverá providenciar os documentos necessários ao embarque da mercadoria. Esses documentos são normalmente: fatura comercial, com todas as especificações do produto; certificado sanitário, se for o caso; comprovante de pagamento do seguro; conhecimento de embarque; e deverá informar à empresa importadora, por fax ou telegrama, a data de saída do embarque, a rota e a data de chegada das mercadorias na Costa Rica; recomenda-se a designação de um representante, sediado em São José mas que tenha condições de atingir outras regiões do país, através de sub-representantes regionais e equipes locais de venda, que se encarreguem da colocação dos produtos junto ao comércio atacadista e varejista local; para divulgação e promoção de bens de consumo finais importados, recomenda-se a utilização da publicidade na televisão, rádio e jornais. No caso de bens de capital e industriais, recomenda-se a participação na FERCORI; nos contatos pessoais ou por correspondência, deverá utilizar-se o espanhol ou, como segunda alternativa, o inglês; existe muito bom potencial para realização de joint-ventures em áreas de consultoria e capacitação gerencial, desenvolvimento de produtos, técnicas de marketing internacional, telecomunicações, construção civil, hotelaria, bancos, transportes internacionais, entre outros. Em todos esses campos, o aporte tecnológico e o capital estrangeiros são muito bem recebidos; nos casos de litígio ou arbitragem comercial, as empresas brasileiras poderão dirigir-se ao SECOM, que prestará informações e assistência para contatos com os órgãos interessados e as firmas locais de advocacia especializada. 109 I. ENDEREÇOS 1. ÓRGÃOS OFICIAIS E ENTIDADES DE PROMOÇÃO COMERCIAL 1.1 NA COSTA RICA (SÃO JOSÉ) REPRESENTAÇÃO DIPLOMÁTICA E CONSULAR BRASILEIRA EMBAIXADA DO BRASIL Endereço: Paseo Colón, Calle 22 Apartado Postal 10132-1000 San José Tel: (506) 233-1544 Fax: (506) 223-4325 SETOR DE PROMOÇÃO COMERCIAL-SECOM Endereço: Paseo Colón, Calle 22 Apartado Postal 10132-1000 San José Tel: (506) 221-1229 (direto) Fax: (506) 223-4325 ÓRGÃOS OFICIAIS LOCAIS DE INTERESSE PARA EMPRESAS BRASILEIRAS MINISTERIO DE AGRICULTURA Y GANADERÍA-MAG Endereço: 25 mt. al Este de la Pops, Sabana Sur Apartado Postal 10094-1000 San José Tel: (506) 231-2344 Fax: (506) 296-1735 MINISTERIO DE CIENCIA Y TECNOLOGIA Endereço: de la Plaza Mayor, 1 km al Oeste, 200 mt. al Norte y 175 mt. al Oeste Apartado Postal 5589-1000 San José Tel: (506) 296-3000 Fax: (506) 296-3700 MINISTERIO DE COMERCIO EXTERIOR-COMEX Endereço: Av. 1 y 3, Calle 40, Centro de Comercio Exterior Apartado Postal 96-2050 Montes de Oca Tel: (506) 256-7111 Fax: (506) 233-5090/233-9176 MINISTERIO DE ECONOMÍA, INDUSTRIA Y COMERCIO-MEIC Endereço: Av. Central Calles 1 y 3 Apartado Postal 10216-1000 San José Tel: (506) 257-8511/222-4422 Fax: (506) 222-2305 MINISTERIO DE HACIENDA Endereço: Av. Central y Primera, Calle 16 Tel: (506) 257-9333 Fax: (506) 255-4874 MINISTERIO DE OBRAS PUBLICAS Y TRANSPORTES-MOPT Endereço: Av.20 y 22, Calle 9 Apartado Postal 10176-1000 San José Tel: (506) 227-2188/257-7798 Fax: (506) 255-1487 110 MINISTERIO DE PLANIFICACION NACIONAL Y POLITICA ECONOMICA-MIDEPLAN Endereço: Av. 3 y 5, Calle 4 Apartado Postal 10127-1000 San José Tel: (506) 223-2322 Fax: (506) 221-3282 MINISTERIO DE RECURSOS NATURALES, ENERGIA Y MINAS-MIRENEM Endereço: Zapote 100 mt. al Norte de la antigua Tabacalera Apartado Postal 10104-1000 San José Tel: (506) 233-4533 Fax: (506) 257-0697 MINISTERIO DE RELACIONES EXTERIORES Y CULTO Endereço: Av. 7, Calle 11 y 11b Apartado Postal 10027-1000 San José Tel: (506) 223-7555/233-0522 Fax: (506) 223-9328 MINISTERIO DE SALUD Endereço: Calle 16, Av. 6 y 8 Apartado Postal 10123-1000 San José Tel: (506) 223-0333 Fax: (506) 255-2594 MINISTERIO DE TRABAJO Y SEGURIDAD SOCIAL Endereço: Barrio Tournon, Edificio BANCOOP Apartado Postal 10133-1000 San José Tel: (506) 257-8211 Fax: (506) 256-1800/222-8085 MINISTERIO DE VIVIENDA Y ASENTAMIENTOS HUMANOS - MIVAH Endereço: 75 oeste de Sala Garbo Apartado Postal 222-1002 Tel: (506) 257-9166 Fax: (506) 255-1976 CONTRALORIA GENERAL DE LA REPUBLICA Endereço: Sabana Sur enfrente del Tennis Club Apartado Postal 1179-1000 San José Tel: (506) 220-3120 Fax: (506) 220-4385 DIRECCIÓN GENERAL DE MIGRACION Y EXTRANJERIA Endereço: Autopista General Cañas, del Hospital México 400 mt. al Oeste Apartado Postal 762-1150 La Uruca Tel: (506) 220-0355 Fax: (506) 231-7553 INSTITUTO COSTARRICENSE DE ELECTRICIDAD-ICE Endereço: 300 mt. al Oeste del Hotel Corobicí Apartado Postal 10032-1000 San José Tel: (506) 220-7720 Fax: (506) 290-0585 INSTITUTO COSTARRICENSE DE FERROCARRILES - INCOFER Endereço: Estación al Pacífico, av. 40, calle 2 Apartado Postal 1.1009 FEALP Tel: (506) 221-0777 Fax: (506) 257-7220/222-3458 111 INSTITUTO COSTARRICENSE DE TURISMO-ICT Endereço: Av.4, Calles 5 y 7 Apartado Postal 777-1000 San José Tel: (506) 223-1733 Fax: (506) 221-6127 INSTITUTO NACIONAL DE SEGUROS-INS Endereço: Av.7, Calle 9 y 9b Apartado Postal 10061-1000 San José Tel: (506) 223-5800 Fax: (506) 255-3456 INSTITUTO COSTARRICENSE DE ACUEDUCTOS Y ALCANTARILLADOS-AYA Endereço: Av. 10, Calle 9, Paseo Los Estudiantes Apartado Postal 5120-1000 San José Tel: (506) 223-5555 Fax: (506) 222-2259 CAJA COSTARRICENSE DE SEGURO SOCIAL-CCSS Endereço: Av. 2, Calle 5 y 7 Apartado Postal 10105-1000 San Jose Tel: (506) 257-9122 Fax: (506) 223-6246 ENTIDADES DE PROMOÇÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR E DE INVESTIMENTOS CENTRO PARA LA PROMOCION DE LAS EXPORTACIONES Y LAS INVERSIONES-CENPRO Endereço: Av.1 y 3, Calle 40, Centro de Comercio Exterior Apartado Postal 1278-1007 Centro Colón Tel: (506) 256-7111 Fax: (506) 223-5722 CORPORACION DE ZONAS FRANCAS Endereço: Av.1 y 3, Calle 40, Centro de Comércio Exterior Apartado Postal 96-2050 Montes de Oca Tel: (506) 256-7111 Fax: (506) 233-5755 COALICIÓN COSTARRICENSE DE INICIATIVAS DE DESARROLLO-CINDE Endereço: 25mt. al Oeste del Centro Comercial San José 2000 Apartado Postal 7170-1000 San José Tel: (506) 220-0036/ 220-0366 Fax: (506) 220-4750 OFICINA NACIONAL DE NORMAS Y UNIDADES DE MEDIDAS - ONNUM Endereço: de Muñoz y Nanne, 500 Norte y 75 Este, San Pedro Apartado Postal 10216-1000 San José Tel: (506) 283-6580 Fax: (506) 283-5133 DIRECCION GENERAL DE INTEGRACION ECONÓMICA Endereço: Av. Central, Calle 1 y 3 Apartado Postal 10216-1000 San José Tel: (506) 221-3056 Fax: (506) 221-3697 VENTANILLA UNICA DE COMERCIO EXTERIOR (CENPRO) Endereço: 75 mt. al Este del Hotel Napoleón Apartado Postal 1278-1007 Centro Colón Tel: (506) 222-1711/257-4966 / Fax: (506) 233-2937 112 1.2 NO BRASIL REPRESENTAÇÃO DIPLOMÁTICA E CONSULAR COSTARRIQUENHA EMBAIXADA DA COSTA RICA ( BRASÍLIA) Endereço: SHIS QI 10, Conj.4 casa nº 3 CEP 70445 - 900, Lago Sul, Brasília-DF Tel: (061) 248-7656/248-6254 Fax: (061) 248-6234 CONSULADO GERAL (RIO DE JANEIRO) Endereço: Av. Nossa Senhora de Copacabana 750 apt.309 Copacabana CEP 22050-000, Rio de Janeiro-RJ Tel: (021) 235-3778 Fax: (021) 267-7898 CONSULADO HONORÁRIO (SÃO PAULO) Endereço: Av. Brigadeiro Faria Lima nº 20207 andar SL 72-73 CEP 01452-900 São Paulo-SP Tel: (011) 210-5511 Fax: (011) 210-5469 CONSULADO HONORÁRIO ( PORTO ALEGRE) Endereço: Av. Borges de Medeiros 1141, Apt. 124 CEP 90020-025 Porto Alegre, Rio Grande do Sul-RS Tel/fax: (051) 221-8721/ 226-7095 CONSULADO HONORÁRIO (RECIFE) Endereço: Av. Ruy Barbosa 1654 CEP 52050-000, Pernambuco-PE Tel: (081) 268-6185 Fax: (081) 268-1773 PROMOÇÃO COMERCIAL DO MRE DIVISÃO DE INFORMAÇÃO COMERCIAL-DIC Endereço: Ministério das Relações Exteriores CEP: 70170 Brasília - DF Tel: (061) 211-6391 Fax: (061) 223-2392 DIVISÃO DE OPERAÇÕES DE PROMOÇÃO COMERCIAL-DOC Endereço: Ministério das Relações Exteriores CEB: 70170 Brasília - DF Tel: (061) 211-6577 Fax: (061) 223-2392 DIVISÃO DE FEIRAS E TURISMO-DFT Endereço: Ministério das Relações Exteriores CEP: 70170 Brasília - DF Tel: (061) 211-6394 Fax: (061) 322-0833 DIVISÃO DA AMÉRICA CENTRAL E SETENTRIONAL-DCS Endereço: Ministério das Relações Exteriores CEP: 70170 Brasília - DF Tel: (061) 211-6271 Fax: (061) 223-2392 113 2. EMPRESAS BRASILEIRAS NA COSTA RICA DESARROLLOS INMOBILIARIOS HABITASUL S.A. (Grupo Habitasul, de Porto Alegre, RS) Endereço: Pozos de Santa Ana, 1700 mt. al Oeste del puesto de gasolina, sobre la Carretera La Lindora Apartado Postal 146-6150 Santa Ana Tel: (506) 282-9222 Fax: (506) 282-9333 VARIG S.A. Endereço: Av.5, Calle 3 y 5 Apartado Postal 5955-1000 San José Tel: (506) 257-0094 Fax: (506) 257-0096 3. CÂMARAS DE COMÉRCIO 3.1 NA COSTA RICA CAMARA DE COMERCIO DE COSTA RICA Endereço: Barrio Tournon, 125 mt. Noroeste del Centro Comercial El Pueblo, detrás del Banco BICSA Apartado Postal 1114-1000 San José Tel: (506) 221-0005 Fax: (506) 233-7091 CAMARA DE COMERCIO BRASILEÑA DE COSTA RICA Endereço: Paseo Colon, Calle 22 Apartado Postal 430-1011 La Y griega Tel/fax: (506) 221-4615 CAMARA DE EXPORTADORES DE COSTA RICA-CADEXCO Endereço: Oficentro La Virgen No.2, tercer piso , Pavas Apartado Postal 213-2010 Zapote Tel: (506) 296-4485 Fax: (506) 296-4684 CAMARA DE INDUSTRIAS DE COSTA RICA Endereço: Av.6, Calle 13 y 15 Apartado Postal 10003-1000 San José Tel: (506) 256-2826 Fax: (506) 222-1007 CAMARA DE REPRESENTANTES DE CASAS EXTRANJERAS-CRECEX Endereço: 900 mt. al Sur, 25 mt. Oeste y 25 mt Sur de MacDonalds, Plaza del Sol Apartado Postal 3738-1000 San José Tel: (506) 253-0126 Fax: (506) 234-2557 CAMARA NACIONAL DE TURISMO DE COSTA RICA-CANATUR Endereço: 200 mt. al Este del ITAN Carretera a Zapote Apartado Postal 828-1000 San José Tel: (506) 234-6222 Fax: (506) 253-8102 114 3.2 NO BRASIL CÂMARA DE COMÉRCIO BRASIL-AMERICA CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL Endereço: Rua General João Manoel, 157 CEP 90010-030, Centro Porto Alegre-RS Tel: (051) 226-2177 Fax: (051) 226-2467 4. PRINCIPAIS ENTIDADES DE CLASSE LOCAIS ASOCIACION PROTECTORA DE PROGRAMAS INFORMATICOS - API Endereço: Paseo Colón, Calle 38 y 40 Apartado Postal 11224-1000 San José Tel: (506) 257-1844 Fax: (506) 255-2574 COLEGIO DE ABOGADOS Endereço: de la Rotonda de las Garantías Sociales 300 mt. al Oeste y 100 mt. al Norte Apartado Postal 3161-1000 San José Tel: (506) 253-1947 Fax: (506) 224-0314 COLEGIO DE INGENIEROS Y ARQUITECTOS Endereço: Carretera a Curridabat al lado del Indoor Club Apartado Postal 2346-1000 San José Tel: (506) 224-7322 Fax: (506) 224-9774 5. PRINCIPAIS BANCOS 5.1 PÚBLICOS BANCO DE COSTA RICA - BCR Endereço: Av.Central y Segunda, Calle 4 y 6 Apartado Postal 10035-1000 San José Tel: (506) 255-1100 Fax: (506) 255-0911 BANCO DE CREDITO AGRICOLA DE CARTAGO - BCAC Endereço: Av.4, Calle 1 Apartado Postal 5572-1000 San José Tel: (506) 251-3011 Fax: (506) 551-2843/222-7823 BANCO NACIONAL DE COSTA RICA - BNCR Endereço: Av. 1 y 3, Calle 2 y 4 Apartado Postal 10015-1000 San José Tel: (506) 223-2166 Fax: (506) 223-8054/255-2436 5.2. PRIVADOS BANCO BANEX S.A. Endereço: Av.1, Calle Central Apartado Postal 7983-1000 San José Tel: (506) 221-6344 Fax: (506) 223-7192 115 BANCO DE SAN JOSE Endereço: Av.3 y 5, Calle Central Apartado Postal 5445-1000 San José Tel: (506) 256-9911 Fax: (506) 222-7103/222-8208 BANCO INTERFIN Endereço: Av. 2 y 4, Calle 3 Apartado Postal 6899-1000 San José Tel: (506) 221-8022 Fax: (506) 233-0235 BANCO INTERNACIONAL DE COSTA RICA S.A.-BICSA Endereço: Barrio Tournon - Edificio BICSA Apartado Postal 6116-1000 San José Tel: (506) 223-6522/257-0855 Fax: (506) 233-6438/223-7071 BANCO LYON S.A. Endereço: Av.Central y Primera, Calle 2 Apartado Postal 10184-1000 San José Tel: (506) 257-9511/257-9011 Fax: (506) 221-6795 BANCO MERCANTIL DE COSTA RICA S.A. Endereço: Av.1ª, Calle Central y Segunda Apartado Postal 5395-1000 San José Tel: (506) 257-6868 Fax: (506) 255-3076 BANCO SANTANDER Endereço: Paseo Colón, Calle 38 y 40, Edificio Centro Colón, noveno piso Of. 5 Apartado Postal 1147-1007 Centro Colón Tel: (506) 233-8366/223-3081 Fax: (506) 296-2458/233-8476 BANCRECEN Endereço: Sabana Sur, 50 mt. al Sur de la Contraloría General de La República, Oficentro La Sabana Edificios nº 2 y 4 Apartado Postal 10143-1000 San José Tel: (506) 231-4472/296-5301 Fax: (506) 296-5305/296-5221 CITIBANK Endereço: Sabana Sur, 50 mt. al Sur de la Contraloría General de la República Oficentro La Sabana, Edificio nº 3, primer piso Apartado Postal 10277-1000 San José Tel: (506) 296-1494 Fax: (506)296-2458 DEUTSCH SUEDAMERIKANISCHE BANK DRESNER BANK Endereço: Sabana Sur, 50 mt. al Sur de la Contraloría General de la República, Oficentro La Sabana Edificio no.1, cuarto piso Apartado Postal 162 -1007 Centro Colón Tel: (506) 220-4874/75/80 Fax: (506) 220-4873 116 5.3.EMPRESAS DE LEASING ARRENDADORA COMERCIAL Endereço: Paseo Colón, Edificio Joissar 2º piso Apartado Postal 755-2010 Zapote Tel: (506) 257-4795 Fax: (506) 257-4868 BANCO FINADESA Endereço: Paseo Colón, Calle 28 y 30 Apartado Postal 5336-1000 San José Tel: (506) 257-4000 Fax: (506) 257-0051 BANCO INTERFIN Vide item 5.2 FACTOREO COMERCIAL Endereço: Paseo Colón, Edificio Joissar, 2º piso Apartado Postal 755-2010 Guadalupe Tel: (506) 257-4795/4643/4893 Fax: (506) 257-4868/255-2021 GEONET Endereço: La Uruca, Edificio CINDE, tercer piso Apartado Postal 11164/11163-1000 San José Tel: (506) 220-0285 Fax: (506) 220-0289 5.4 BOLSAS DE VALORES BOLSA NACIONAL DE VALORES Endereço: Av.1, Calle Central Apartado Postal 1736-1000 San José Tel: (506) 256-1180 Fax: (506) 221-5802/255-4658 BOLSA ELECTRONICA DE VALOES Endereço: Av.3, Calles 5 y 7 Apartado Postal 11280-1000 San José Tel: (506) 257-2750 Fax: (506) 233-7209 5.5. INFORMAÇÕES CADASTRAIS PROTECTORA DE CREDITO Endereço: Av.1, Calle 7, Edificio Amalia, 4º piso Apartado Postal 489-1000 San José Tel: (506) 257-3535 Fax: (506) 222-2220/233-0505 6.FEIRAS E EXPOSIÇÕES FERIA INTERNACIONAL DE COSTA RICA - FERCORI Endereço: Antigua Aduana Apartado Postal 1843-1000 San José Tel: (506) 233-6990/233-6631 Fax: (506) 233-5791 117 7. MEIOS DE COMUNICAÇÃO 7.1. JORNAIS LA NACION (diário) EL FINANCIERO (semanal) Endereço: Llorente de Tibas, de la Central de Autos 250 mt. al Este Apartado Postal 10138-1000 San José Tel: (506) 247-4949/4747 Fax: (506) 240-3519/6480 LA REPUBLICA (diário) Endereço: Barrio Tournon, costado al Banco Internacional de Costa Rica Apartado Postal 2130-1000 San José Tel: (506) 257-1133 Fax: (506) 255-3950/233-0266 PRENSA LIBRE (diário) Endereço: Av.4, Calle 4 Apartado Postal 10121-1000 San José Tel: (506) 222-1558/233-6666 Fax: (506) 233-6831/223-4671 7.2. REVISTAS ESPECIALIZADAS (ECONOMIA E FINANÇAS) ACTUALIDAD ECONÓMICA (quinzenal) Endereço: Zapote, Carretera a Curridabat frente a Republic Tobacco Apartado Postal 10096-1000 San José Tel: (506) 224-2411 Fax: (506) 224-1528 EKA CONSULTORES (quinzenal) Endereço: Moravia, del Caballo Blanco 300 mt. al Sur, 100 mt.al Oeste y 25 mt. Sur Apartado Postal 11406-1000 San José Tel: (506) 235-7492 Fax: (506) 296-1876 PANORAMA ( semanal) Endereço: Los Yoses, 200 mt. al Norte de Autos Subarú Apartado Postal 1163-2100 Guadalupe Tel: (506) 234-7444 Fax: (506) 224-1950 RUMBO (semanal) Endereço: Llorente de Tibas de Central de Autos 250 mt. al Este Apartado Postal 10100-1517 Tibás/10138-1000 San José Tel: (506) 247-4370 Fax: (506) 247-4477 7.3 TELEVISÃO CANAL 2 Endereço: Autopista General Cañas, 300 mt. al Oeste del Hospital México Apartado Postal 459-1150 La Uruca Tel: (506) 231-2222 Fax: (506) 231-0791 118 CANAL 4 Endereço: 200 mt. al Oeste del Centro Comercial Guadalupe Apartado Postal 4666-1000 San José Tel: (506) 233-4444 Fax: (506) 221-1734 CANAL 6 Endereço: Autopista General Cañas, 300 mt. al Oeste del Hospital México Apartado Postal 2860-1000 San José Tel: (506) 232-9255 Fax: (506) 232-6087 CANAL 7 Endereço: Sabana Oeste, frente al Estadio Nacional Apartado Postal 3876-1000 San José Tel: (506) 232-2222 Fax: (506) 221-6993/231-6258 7.4 RÁDIO RADIO COLUMBIA Endereço: de la Casa Presidencial, 400mt. al Oeste Apartado Postal 708-1000 San José Tel: (506) 224-0707/224-0808 Fax: (506) 225-9275 RADIO MONUMENTAL Endereço: Av. Central, Calle Central Apartado Postal 800-1000 San José Tel: (506) 257-6666 Fax: (506) 222-8237 RADIO RELOJ Endereço: Av.2, Calle 2 y 4 Apartado Postal 4334-1000 San José Tel: (506) 222-9064/222-2644 Fax: (506) 233-6372/259-4213 7.5 AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE ALBERTO H. GARNIER Endereço: Barrio Tournon, 125 mt. al Noroeste del Centro Comercial El Pueblo Apartado Postal 823-1000 San José Tel: (506) 257-1722 Fax: (506) 223-0390 MC CANN ERICKSON Endereço: Autopista al Aeropuerto, 300 mt. al Norte del Hospital México Apartado Postal 4505-1000 San José Tel: (506) 232-6244 Fax: (506) 232-8420 MODERNOBLE Endereço: Av.6, Calle 25 casa no.601 Apartado Postal 3062-1000 San José Tel: (506) 257-8422 Fax: (506) 233-7530 119 8. CONSULTORIA DE MARKETING DELOITE TOUCHE Endereço: San Pedro, de Taco Bell 100 mt. al Oeste, Edificio Herrero Villalta 2º piso. Apartado Postal 3667-1000 San José Tel: (506) 253-2466 Fax: (506) 253-1841 HAY GROUP Endereço: Sabana Sur, 150 mt. al Oeste de Pops Apartado Postal 103-2300 Curridabat Tel: (506) 220-0533 Fax: (506) 231-4520 JOSE LEÑERO Y ASOCIADOS Endereço: Moravia, de Sony Music 200 mt. al Sur, 100 mt. al Oeste y 25 mt. al Norte Apartado Postal 387-2150 Moravia Tel: (506) 236-5060 Fax: (506) 240-9843 KPMG PEAT MARWICK Endereço: Sabana Norte, 250 mt. Noreste del ICE Apartado Postal 10208-1000 San José Tel: (506) 220-1366 Fax: (506) 220-0411 MARKETER Endereço: Barrio Escalante, av.13, Calle 35 no.3509 Apartado Postal 455-2120 Guadalupe Tel: (506) 234-7734 Fax: (506) 253-2547 PRICE WATERHOUSE Endereço: Los Yoses, 250 mt. al Norte de Autos Subarú Apartado Postal 2594-1000 San José Tel: (506) 224-1555 Fax: (506) 253-4053 SIGLO XXX CONSULTORES Endereço: Guadalupe, Centro Comercial El Kiosko, local 7 Apartado Postal 1787-1002 Paseo de los Estudiantes Tel: (506) 283-2106 Fax: (506) 240-9808/283-2106 VENEGAS, PIZARRO UGARTE E CO. Endereço: Barrio Amon, 200 Norte, 100 Oeste del Hotel Holiday Inn, Edificio INVU, 6º piso Apartado Postal 177-1000 San José Tel: (506) 223-0410 Fax: (506) 222-4761 9. AQUISIÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO BANCO CENTRAL DE COSTA RICA-BCCR Departamento de Balanza de Pagos Departamento Monetario Dirección de Estadísticas Endereço: Av. Central y Primera, Calle 2 y 4 Apartado Postal 10058-1000 San José Tel: (506) 233-4233 Fax: (506) 223-4658 120 CENTRO PARA LA PROMOCION DE LAS EXPORTACIONES Y LAS INVERSIONES-CENPRO (Vide item 1.1) DIRECCIÓN GENERAL DE ESTADISTICAS Y CENSOS-DGEC Endereço: Av.4 y 6, Calle 2, Edificio Castalia Apartado Postal 10163-1000 San José Tel: (506) 221-0883 Fax: (506) 223-0813 ARZUA & ARZUA (empresa privada: tarifas de importação por assinatura) Endereço: Av.1, Calle 2, Edificio Trifami Apartado Postal 7296-1000 San José Tel/fax: (506) 221-2647 10. COMPANHIAS DE TRANSPORTE COM O BRASIL 10.1 MARÍTIMAS AGROMAR Endereço: 100 mt. al Este y 150 mt. Norte de la Clínica Bíblica Apartado Postal 1990-1000 San José Tel: (506) 223-7233 Fax: (506) 221-6930 NO BRASIL: RIO GRANDE DO SUL Lachmann Agências Marítimas S.A. Endereço: Rua Francisco Marques, 183 CEP 96200-Rio Grande-RS Tel: (0532) 82-1355 Fax: (0532) 32-1976 SANTOS Lachmann Agencias Marítimas S.A. Endereço: Rua Bras Cubas, 37-1st/12th. Floors CEP 11013-Santos-SP Tel: (0132) 22-4466 Fax: (0132) 34-8613 CROWLEY AMERICAN TRANSPORT Endereço: La Uruca, frente al puesto de gasolina Shell Apartado Postal 2610-1000 San José Tel: (506) 255-0808 Fax: (506) 223-5049 NO BRASIL: IMBITUBA Wilson, Sons S.A. Endereço: Rua Manoel Floriano Machado, 62 CEP 88780-000 Imbituba-SP Tel: (0482) 550-264 Fax: (0482) 551-700 ITAJAÍ Agência Marítima Ltda. Endereço: Rua Pedro Ferreira, 353 CEP 88302-030 Itajaí-SP Tel: (0473) 44-0477 Fax: (0473) 44-0035 121 RIO DE JANEIRO Endereço: Rua Lauro Muller, 116 34th. Floor-Suite 3402 CEP 22299-900 Río de Janerio-R.J. Tel: (021) 275-4242 Fax: (021) 542-3945 SANTOS Endereço: Rua Brás Cubas, 37-Conj.51 CEP 11012-161 Santos-SP. Tel: (0132) 35-6945 Fax: (0132) 22-3559 NEDLLOYD LINES Endereço: Av.3, Calle 30 y 32 Apartado Postal 2703-1000 San José Tel: (506) 257-6606 Fax: (506) 221-7612/222-0173 SEABORD MARINE Endereço: Barrio La California, 150 mt. al Este y 100 mt. al Norte de la Pizza Hut Apartado Postal 11734-1000 San José Tel: (506) 233-6122 Fax: (506) 233-6330 10.2 CARGA AÉREA E SERVIÇOS DE COURIER DHL WORLDWIDE EXPRESS Endereço: Paseo Colón, Calle 30 y 32 Apartado Postal 6422-1000 San José Tel: (506) 223-1423 Fax: (506) 223-1590 SERVICA-SERVICIOS DE CORREDURIA ADUANERA S.A. Endereço: Av.3, Calle 26 e 28 Apartado Postal 10074-1000 San José Tel: (506) 233-9944 Fax: (506) 221-9817 UNITED PARCEL SERVICE Endereço: del Kentucky, Paseo Colón, 200 Norte y 25 Oeste Apto. 147-1007 Centro Colón Tel: (506) 257-7447 Fax: (506) 257-5343 10.3 AÉREAS (principais companhias) AERO COSTA RICA S.A. Endereço: 200 mt. al Sur del Hospital México Apartado Postal 1328-2050 Montes de Oca Tel: (506) 296-1111 Fax: (506) 232-1815/232-0538 AMERICAN AIRLINES Endereço: Paseo Colón, Calle 26 y 28 Apartado Postal 817-1007 Centro Colón Tel: (506) 257-1266 Fax: (506) 222-5213 122 CONTINENTAL Endereço: Pavas, 300 mt. al Sur , 300 mt. al Este y 25 mt. al Norte de la Embajada Americana Apartado Postal 11374-1000 San José Tel: (506) 296-4911 Fax: (506) 296-4920 KLM Endereço: Sabana Sur, atrás de la Contraloría General de la República Apartado Postal 3213-1000 San José Tel: (506) 220-4111 Fax: (506) 220-3092 LINEAS AEREAS COSTARRICENSES-LACSA Endereço: La Uruca, 25 mt. al Sur de la fábrica Pozuelo Apartado Postal 1531-1000 San José Tel: (506) 290-2727 Fax: (506) 231-0558/232-9185 MEXICANA DE AVIACIÓN Endereço: Av. 7 y 9, Calle 5 Apartado Postal 442-1000 San José Tel: (506) 257-6334 Fax: (506) 257-6338 SAM Endereço: Paseo Colón, calle 38 y 40, Centro Colón, 2º piso Apartado Postal 5649-1000 San José Tel: (506) 223-2321 Fax: (506) 255-0940 UNITED AIRLINES Endereço: Sabana Sur, Oficentro La Sabana, Edificio nº 2 Apartado Postal 13-4003 Alajuela Tel: (506) 220-1666/220-4844 Fax: (506) 220-4855 VARIG S.A. (Vide item 2.) VIASA Endereço: Paseo Colón, calle 40 Apartado Postal 1210-1007 Centro Colón Tel: (506) 257-5023 Fax: (506) 223-1055 10.4 CONSOLIDAÇÃO DE CARGA AIR EXPRESS INTERNATIONAL Endereço: La Uruca, frente a FACO Apartado Postal 177-1150 La Uruca Tel: (506) 257-9315 Fax: (506) 257-9390 GRUPO CORMAR Endereço: 25 mt. al Este del periódico La República Apartado Postal 2420-1000 San José Tel: (506) 257-6969 Fax: (506) 257-3548/255-2470 123 PANALPINA Endereço: Paseo Colón, Calle 40 y 42, Edificio Noga, 6º piso Apartado Postal 846-1000 San José Tel: (506) 257-9191 Fax: (506) 257-9194 SATSA Endereço: Av. 1 y 3, Calle 18 b. Apartado Postal 6754-1000 San José Tel: (506) 233-1997 Fax: (506) 222-7395/255-0435 C. H.S. Endereço: del Mc Donalds de Sabana Sur, 100 mt Este y 300 Sur Apartado Postal 329-1200 Pavas Tel: (506) 296-4621 Fax: (506) 220-4387 10.5 DESPACHANTES ALFANDEGÁRIOS SELECIONADOS AGENCIA ADUANAL DEL ESTE S.A. Endereço: Carretera a Curridabat, de la Repúblic Tobacco 125 mt. al Este Apartado Postal 6540-1000 San José Tel: (506) 253-6464 Fax: (506) 253-3389 AGENCIAS UNIDAS Endereço: Paseo Colón, Calle 22 Apartado Postal 10112-1000 San José Tel: (506) 223-7666 Fax: (506) 223-8538 GRUPO CORMAR (vide Item 10.4) R.SMITH LTDA. Endereço: Av.10, Calle 33 Apartado Postal 769-1000 San José Tel: (506) 234-0909 Fax: (506) 234-0872/224-3239 SATSA (vide Item 10.4) 11. SUPERVISÃO DE EMBARQUES AGENCIAS UNIDAS (vide Item 10.5) H.T. PURDY Representantes de: Institute of Marine Underwriters (USA) Endereço: costado Norte de LACSA Apartado Postal 750-1000 San José/301-1150 La Uruca Tel: (506) 232-9966 Fax: (506) 232-7969 124 LYON & CO. Representates de: Lloyds of London (Grã-Bretanha) Endereço: Av.9, Calle 9 y 11 Apartado Postal 377-1000 San José Tel: (506) 223-1706/222-5687 Fax: (506) 222-7715 MOLLER DE CENTROAMERICA Representantes de: Cotenna Inspection (Suíça) Endereço:Barrio Otoya, Av. 11, Calle 13 y 15 Edificio Teral, 3º piso, nº 38 Apartado Postal 706-1007 Centro Colón Tel: (506) 222-8084 Fax: (506) 221-7964 R.SMITH LTDA. (vide Item 10.5) SCAN S.A. Representantes de : Sven Borg Marine Surveyer (Dinamarca); Germanischer Lloyd (alemanha); Rina (Itália) e Helenic Register (Grécia) Endereço: Sabana Norte, del Rest. El Chicote, 100 mt al Norte 25 mt. al Oeste y 75 mt. al Norte, Edificio Scan Apartado Postal 5889-1000 San José Tel: (506) 220-0242 Fax: (506) 232-3760 12. ADVOCACIA ESPECIALIZADA ALFONSO CARRO Endereço: Barrio Francisco Peralta, de la Universidad Autónoma de Centroamérica 300 mt al Sur y 50 al Este Apartado Postal 87-3017 San Isidro de Heredia Tel/fax: (506) 225-9871 FACIO & CAÑAS Endereço: Barrio Tournon, 200 mt. al Este del periódico La República Apartado Postal 5173-1000 San José Tel: (506) 221-1255 Fax: (506) 255-2510 GUARDIA, SUÑOL, CUBERO & FACIO Endereço: Av. Central y 2ª, Calle 33 Apartado Postal 2020-1000 San José Tel: (506) 234-6060 Fax: (506) 253-2931 HEITMANN-ARDÓN Endereço: Av. 10 Calle 23 y 25 Tel: (506) 255-3216 Fax: (506) 255-2543 JAMES DAREMBLUM Endereço: Av. 3, Calle 15 y 17 Apartado Postal 1756-1000 San José Tel: (506) 233-2233 Fax: (506) 222-8518 125 LIVIA MEZA MURILLO Endereço: Av. 8 Calle 11, Edificio Jorayte segundo piso Apartado Postal 3350-1000 San José Tel: (506) 222-1530 Fax: (506) 221-0064 ODIO & RAVEN Endereço: Av. 9 y 11 Calle 31 Apartado Postal 5069-1000 San José Tel: (506) 234-9710 Fax: (506) 253-1735 PACHECO COTO Endereço: Av. 11 Calle 5 y 7 Apartado Postal 10246-1000/6610-1000 San José Tel: (506) 222-1496 Fax: (506) 255-2783 ROBLES, LACLE & ASOCIADOS Endereço: Av. 3 y 5 Calle 29 Apartado Postal 794-1000 San José Tel: (506) 233-9644 Fax: (506) 233-6837 VARGAS JIMENEZ & PERALTA Endereço: Av. 1 Calle 3 y 5, Edificio Omni, octavo piso Apartado Postal 2727-1000 San José Tel: (506) 222-8622 Fax: (506) 255-1271/255-2174 ZURCHER, MONTOYA & ZURCHER Endereço: Av. 9 y 11 Calle 1 Apartado Postal 4066-1000 San José Tel: (506) 222-6633 Fax: (506) 221-9127 NIEHAUS, GUTIERREZ Y ANDRE Endereço: del Automercado Los Yoses, 200 sur y 100 oeste Apartado Postal 493-1000 San José Tel: (506) 283-3070 Fax: (506) 283-3234 126 II. FRETES E COMUNICAÇÕES COM O BRASIL 1. INFORMAÇÕES SOBRE FRETES 1.1 MARÍTIMOS . 1.2 AÉREOS 3. A tarifa média para carga geral consolidada do Brasil, via marítima, é de US$ 120 por tm ou m As tarifas aéreas, via Miami, são: · · · · · inferior a 45 kg: US$ 4,46 por kg; superior a 45 kg: US$ 3,52 por kg; superior a 100 kg: US$ 3,33 por kg; superior a 300 kg: US$ 2,61 por kg; e superior a 500 kg: US$ 2,14 por kg. 2. COMUNICAÇÕES 2.1 TELEFONE As tarifas telefônicas para chamadas ao Brasil são: · discagem direta: US$ 2,50 por minuto (normal); US$ 2,00 por minuto (reduzida: de 7:00 h a 22:00 h) · via operadora: US$ 12,50 para os primeiros três minutos e US$ 2,50 por minuto adicional. Podem ser efetuadas chamadas, diretamente do Brasil, a cobrar na Costa Rica bastando para isso discar 0008050, para acessar a operadora local. 2.2. TELEGRAMAS · US$ 0,44 por palavra. · · US$ 3,60 por folha; US$ 3,00 por folha (tarifa reduzida das 19:00 h às 7:00 h). 2.3. FAX 2.4. CORRESPONDÊNCIA POSTAL (para o Brasil-via aérea) · até 20 gr · 21 gr a 30 gr · 31 gr a 40 gr · 41 gr a 50 gr · 51 gr a 75 gr · 76 gr a 100 gr US$ 0,28; US$ 0,36; US$ 0,47; US$ 0,58; US$ 0,89; US$ 1,14. 127 III. INFORMAÇÕES PRÁTICAS 1. MOEDA O colón (¢) costarriquenho é dividido em 100 centavos. Há moedas de, 0,25, 0,50 1, 2, 5, 10 e 20 colones. As notas são de 50, 100, 500, 1.000 e 5.000 colones. Cotação em 31 de outubro de 1995: US$ 1,00 = 190,16 colones (venda). 2. PESOS E MEDIDAS Sistema métrico decimal 3. FERIADOS (nacionais) 1º de janeiro 19 de março Semana Santa 11 de abril 1º de maio Corpus Cristi 29 de junho 25 de julho 02 de agosto 15 de agosto 15 de setembro 12 de outubro 08 de dezembro 25 de dezembro - Ano Novo - Dia de São José - Quinta e sexta-feiras - Juan Santamaría (herói nacional) - Dia do Trabalho - sessenta dias após a Semana Santa - São Pedro - Anexação de Guanacaste - Virgem de Los Angeles (Padroeira da Costa Rica) - Dia das Mães - Independência (festa nacional) - Descobrimento da América (Dia da Hispanidade) - Imaculada Conceição - Natal 4. FUSO HORÁRIO Normalmente, há uma diferença de três horas a menos (Brasília/São Paulo). De outubro a fevereiro (horário de verão no Brasil), a diferença é de quatro horas. Não há horário de verão na Costa Rica. 5. HORÁRIO COMERCIAL Os escritórios e fábricas funcionam cinco dias por semana, com 8 horas de trabalho diário das 8:00 h. às 18:30 h. com horário de almoço às 12:00 h. ou 13:00 h. As repartições públicas funcionam das 9:00 h. às 15:00 h. Os bancos públicos funcionam das 9:00 h. às 15:00 h.; os privados, das 9:00 h. às 16:00 h (5 dias por semana). 6. CORRENTE ELÉTRICA A corrente elétrica é, em todo o país, de 110 Volts e 60 Hz. 7. PERÍODOS RECOMENDADOS PARA VIAGEM Nos meses de julho e dezembro, há sempre o risco de não encontrar a pessoa para tratar de negócios por ser período de férias escolares. De dezembro a abril (verão), as diárias nos hotéis são mais altas, sendo mais difícil conseguir acomodações. Os meses de inverno (chuvosos) são de abril a novembro. O período recomendado para viagem é entre abril e novembro. 8. VISTO DE ENTRADA É exigido visto de turista para portadores de passaporte comum brasileiro, válido por 90 dias. No caso de ultrapassar esse prazo, deverá solicitar à Dirección General de Migración y Extranjería: Visto de Salida, válido por 30 dias, pagando multa de US$ 20. Para os Delegados Comerciales, portadores de licença de representante de Casas Estrangeiras, a Dirección General de Migración y Extranjería poderá autorizar a concessão de visto de múltiplas entradas, por período superior a 90 dias (vide Cap. IX-Política e Legislação de Investimentos, item 3). 128 9. VACINAS Não há exigencia de qualquer vacina. 10. ALFÂNDEGA E CÂMBIO · · · · · · · · · · · · · · Aos visitantes é permitido trazer os seguintes itens: artigos e aparelhos médicos usados; uma câmara de fotografia ou de vídeo usada, acessórios e 6 filmes; artigos de esporte, usados; uma máquina de escrever; um rádio-gravador; ferramentas e artigos profissionais; um instrumento musical, com acessórios; fotografias e pinturas não-comerciais; 500 gr de fumo; 3 l de bebidas alcoólicas (maiores de 21 anos); 2 kg de bombons; armas de fogo e munições para caça; equipamento de camping; os produtos manufaturados na Costa Rica podem entrar novamente no país. Não existem restrições cambiais na Costa Rica. O câmbio pode ser realizado livremente nas casas e bancos autorizados. Pode ser efetuado no Aeropuerto Internacional Juan Santamaría. Para os trâmites de importação temporária, importação ou reembarque de mercadorias, podem ser utilizados os despachantes alfandegários mencionados no item 10.5. 11. PRINCIPAIS HOTÉIS Hotel Telefone Fax Endereço Diárias (US$) Solteiro Casal Hotel Telefone Fax Endereço Diárias (US$) Solteiro Casal : Gran Hotel Costa Rica (***) : 221-0796 : 221-3501 : Av. 2ª, Calles 3 y 1ª - Centro. de Baixa temporada 01 de maio a 30 de novembro Normal Corporativa 54 46 71 46 de Alta temporada 01 de dezembro a 30 de abril Normal Corporativa 54 46 71 60 : Amstel Amón (***) : 257-0191 : 257-0284 : Av. 11, Calle 3 bis - Centro. de Baixa temporada 01 de maio a 30 de setembro Normal Corporativa 98 78 98 78 de Alta temporada 01 de outubro a 30 de abril Normal Corporativa 105 84 123 98 129 Hotel Telefone Fax Endereço Diárias (US$) Solteiro Casal Hotel Telefone Fax Endereço Diárias (US$) Solteiro Casal Hotel Telefone Fax Endereço Diárias (US$) Solteiro Casal Hotel Telefone Fax Endereço Diárias (US$) Solteiro Casal Hotel Telefone Fax Endereço Diárias (US$) Solteiro Casal : Europa Zurqui (****) : 257-3257 : 257-8192 : Costado norte del periódico La República - Centro Baixa temporada 01 de abril a 31 de dezembro Normal Corporativa 110 80 120 80 de de Alta temporada 01 de janeiro a 31 de março Normal Corporativa 110 85 120 85 : Aurola Holiday Inn (****) : 233-7233 : 255-1036 : Costado norte del Parque Morazán, Av. 5 y calle 5 - Centro de Baixa temporada 01 de abril a 14 de dezembro Normal Corporativa 121 88 131 98 Alta temporada de 14 de dezembro a 31 de março Normal Corporativa 128 93 138 103 : Corobici (****) : 232-8122 : 231-5834 : Autopista General Cañas, contiguo a la Nissan, perto do Centro Baixa temporada 01 de março a 31 de outubro Normal Corporativa 115 80 120 80 de Alta temporada de 01 de novembro a 30 de abril Normal Corporativa 115 80 120 80 : San José Palacio (*****) : 220-2034 : 231-1990 : 600 metros norte de Yaohan - perto do Centro de Baixa temporada 01 de maio a 30 novembro Normal Corporativa 130 75 135 80 de Alta temporada 01 de dezembro a 30 de abril Normal Corporativa 140 75 145 80 : Cariari (*****) : 239-0022 : 239-2803 : Autopista General Cañas, San Antonio de Belén - fora de São José, direção do aeroporto de Baixa temporada 01 de maio a 31 de outubro Normal Corporativa 122 92 130 98 Alta temporada de 01 de novembro a 30 de abril Normal Corporativa 125 92 132 98 130 Hotel Telefone Fax Endereço : Herradura Resort & Conference Center (*****) : 239-0033 : 239-2292 : Cruce a San Antonio de Belen, Ciudad Cariari - fora de São José, direção do aeroporto Diárias (US$) Solteiro Casal Hotel Telefone Fax Endereço Diárias (US$) Solteiro Casal OBS.: de Baixa temporada 01 de maio a 31 de outubro Normal Corporativa 100 80 110 88 de Alta temporada 01 de novembro a 30 de abril Normal Corporativa 100 80 110 88 : Camino Real (*****) : 289-7000 : 289-8998 : Carretera Próspero Fernández y Bvd Camino Real - fora de São José de Baixa temporada 01 de maio a 30 de setembro Normal Corporativa 150 100 150 100 de Alta temporada 01 de outubro a 30 de abril Normal Corporativa 150 100 150 100 * Tarifa corporativa, para empresas. ** A todas as tarifas devem-se acrescentar impostos, no total de 18,33%. 131 IV. TRATADO DE LIVRE COMÉRCIO COM O MÉXICO: PROGRAMA DE DESGRAVAÇÃO TARIFÁRIA 1. México Seções, capítulos Descrição dos produtos principais e subposições Sistema Arancelario Centroamericano (SAC) Animais vivos e produtos do reino animal Peixes frescos Filés de peixes e outra carne de peixes, frescos, refrigerados ou congelados 0306.23 Camarões II Produtos do reino vegetal 0601.10 Bulbos, tubérculos, raízes tuberosas e rizomas 0603 Flores e seus botões, cortados para buquês ou para ornamentação 0604.91 Folhagem, folhas, ramos e outras partes de plantas 0807.10.02 Melões e melancias 0804.30 Abacaxis IV Produtos das indústrias alimentícias 1604.14 Atum enlatado 1902 Massas alimentícias 2001 Produtos hortícolas, frutas e outras conservadas em vinagre 2002 Tomates preparados ou conservados (exceto em vinagre ou em ácido acético) 2007 Doces, geléias, marmeladas, purês e pastas de frutas 2007.99 As anteriores feitas para diabéticos 2009 Suco de frutas (incluídos os mostos de uvas) ou de produtos hortícolas 2009.11 Suco de laranja congelado 2009.40 Suco de abacaxi VI Produtos das indústrias químicas ou das indústrias conexas 28 Produtos químicos inorgânicos (97 % das subposições) 29 Produtos químicos orgânicos (89 % das subposições) 30 Produtos farmacêuticos 3002.10 Soros específicos de animais ou pessoas, imunizados 3003 a 3004 Medicamentos constituídos por produtos misturados entre si, para fins terapêuticos 31 Adubos VII Plásticos; borracha e manufaturas 40 Borracha e suas obras (90% das subposições) 42 Manufaturas de couro 44 Madeira, carvão vegetal e manufaturas de madeira 4421 Manufaturas de madeira (cabides para vestuário, ataúdes) XI Matérias têxteis e manufaturas 61 ao 62 Têxteis e vestuário em geral XII Calçados, chapéus e artefatos de uso semelhante 64 Calçados, polainas e artefatos semelhantes 6406.10 Partes superiores de calçado e seus componentes 6406.20 Solas exteriores e saltos, de borracha ou plástico 6406.91.01 Solas e saltos de madeira 6406.99.03 Protetores de ferro ou aço para calçado XIV Pérolas naturais ou cultivadas, pedras preciosas ou semipreciosas 7117 Bijouterias finas XV Metais comuns e manufaturas 72 Ferro fundido, ferro e aço (78% das subposições) 73 Manufaturas de ferro fundido, ferro e aço (70% das subposições) 7607.20 Folhas e tiras de alumínio 82 Ferramentas, artefatos de cutelaria e talheres XVI Máquinas e aparelhos, material elétrico 84 Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes (92% do total das subposições) 85 Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (89% das subposições) Fonte: Elaboração do SECOM, com base no programa de desgravação tarifária do Tratado de Livre Comércio com o México, Ministerio de Comercio Exterior de Costa Rica. (*) A: desgravação imediata a partir de 1/01/95; B: desgravação total em cinco etapas anuais iguais, a partir de 1/01/95; C: desgravação total em dez etapas anuais iguais, a partir de 1/01/95. Período de desgravação (anos)* 0 5 10 I 0302 a 0302.29.99 0304 B C C A A B B A A A C C B A A A A C C C C B B A B C C A A A A A B B B C C A A 132 2. Costa Rica Seções, capítulos e subposição do SAC IV 1806 1902 1905 2001 2002 2003 2008.10 2008.20 2008.11 2103 VI 28 2801.10 2804.10 2807.40 2807.10.0010 2828.90 29 32 35 38 VII 3901.10.01 3902.10.01 3904.10 40 42 44 4414 ao 4420 4421 48 4802 4811.31.10 XI 61 ao 62 XII 64 XV 72 7212.30 7212.40 7214 7216 7217.10 7217.30 76 7607.20 82 83 8302.40 XVI 84 85 XVII 8701 al 8702 8703 8706 ao 8707 8704 8708 Descrição dos produtos principais Produtos das indústrias alimentícias Chocolate e outras preparações alimentícias que contenham cacau Contendo numa proporção de açúcar inferior a 90% em peso (as superiores a 90% foram excluídas da negociação) Massas alimentícias Produtos de padaria, pastelaria ou da indústria de bolachas e biscoitos Produtos hortícolas, frutas e outras partes conservadas em vinagre Tomates preparados ou conservados (exceto em vinagre ou em ácido acético) Cogumelos e trufas, preparados ou conservados, exceto em vinagre ou em ácido acético Frutas e outras partes comestíveis de plantas conservadas de outro modo Abacaxis Amendoins Preparações para molhos e molhos preparados; condimentos e temperos Produtos das indústrias químicas ou das indústrias conexas Produtos químicos inorgânicos Cloro Hidrogênio Oxigênio Ácido sulfúrico Hipoclorito de sódio Produtos químicos orgânicos Extratos tantanes e tintoriais; taninos e seus derivados; pigmentos e outras matérias corantes Matérias albuminóides Produtos diversos das indústrias químicas Plásticos, borracha e manufaturas Polietileno sem carga Polipropileno de alta densidade Policloreto de vinila Borracha e manufaturas Obras de couro Madeira, carvão vegetal e manufaturas de madeira Obras de madeira Outras manufaturas de madeira (cabides para vestuário, ataúdes) Papel e cartão Papel e cartão, não revestidos para escrita e impressão Papel e cartão recoberto o revestido de plástico tipo tetrabrik Matérias têxteis e manufaturas Têxteis e vestuário em geral Calçados, chapéus e artefatos de uso semelhante Calçados, polainas e artefatos semelhantes (exceto subposição 6406) Metais comuns e suas obras Ferro fundido, ferro e aço Produtos laminados planos, de largura inferior a 600mm, galvanizados (90% das subposições) Produtos laminados planos, de largura inferior a 600mm, revestidos de plástico Barras de ferro e aço não ligados, simplesmente forjadas, laminadas, estiradas ou extrudadas em quente, incluídas as submetidas a torção após laminagem Perfis de ferro ou aço não-ligados (90% das subposições) Fios de ferro ou aço não-ligados contendo em peso menos de 0,25% de carbono Fios de ferro ou aço não-ligados, contendo em peso 0,6% ou mais de carbono Alumínio e manufaturas Folhas e tiras, delgadas de alumínio Ferramentas, artefatos de cutelaria e talheres Manufaturas diversas de metais comuns Guarnições, ferragens e artigos semelhantes Máquinas e aparelhos, material elétrico e suas partes Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes Máquinas aparelhos e materiais elétricos Material de transporte Veículos, automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres Automóveis de passageiros e outros veículos para transporte de pessoas Chassis e carroçarias Veículos automóveis para transporte de mercadoria Partes e acessórios 0 Período de desgravação ( anos ) * 5 10 C B A A A B C C C B A A A A A B B B B B A A A A C B C A A A C A C C C C C A A C B A A B B B B Fonte: Elaboração do SECOM, com base no programa de desgravação tarifária do Tratado de Livre Comércio com o México, Ministerio de Comercio Exterior de Costa Rica. (*) A: desgravação imediata a partir de 1/01/95; B: desgravação total em cinco etapas anuais iguais, a partir de 1/01/95; C: desgravação total em dez etapas anuais iguais, a partir de 1/01/95. 133 V. DOCUMENTAÇÃO DE EMBARQUE 1. EXPORTAÇÕES(*) 1.1 GERAL I. Registro de Exportador y Firmas Autorizadas II. Permiso Provisional de Embarque III. Formulario Unico de Exportación IV. Formulario Aduanero 1.2 PERTINENTE A: Mercado Comum Centro-Americano (MCCA) V. Certificado de Orígen, emitido pela Dirección de Intergración Económica Iniciativa para a Bacia do Caribe (IBC-II) VI. Caribbean Basin Initiative Certificate of Origin Tratado de Livre Comércio com o México (TLC) VII. Certificado de Orígen del Tratado de Libre Comercio entre los Estados Unidos Mexicanos y la República de Costa Rica Sistema Geral de Preferências (SGP) VIII. Generalised System of Preferences Certificate or Origin IX. Certificate of Origin for Imports of Agricultural Products into the European Economic Community 2. IMPORTAÇÕES(*) X. Declaración Aduanera XI. Formulario de Autorización de Desalmasenaje XII. Solicitud y Autorizacion de Exoneración Tributos de Importación (*)Documentos: denominação oficial, em espanhol/inglês 134