Mecanismo fisiopatológicos das arritmias cardíacas
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Mecanismo fisiopatológicos das arritmias cardíacas
Mecanismo fisiopatológicos das arritmias cardíacas Rogerio Braga Andalaft Os mecanismos fisiopatológicos das diversas arritmias são variáveis e complexos. Entretanto a compreensão deles permite ao profissional de saúde uma visão melhor da ação das diversas opções terapêuticas o que em ultima instancia nos levaria há um maior índice de sucesso no tratamento clinico de nossos pacientes. Neste capitulo traçaremos os principais mecanismos fisiopatológicos dos eventos arrítmicos tentando facilitar ao leitor o entendimento destes para maior compreensão do arsenal farmacológico. Introdução Para compreender a gênese dos eventos arrítmicos devemos visualizar que estes eventos são frutos de três fatores determinantes para o surgimento e manutenção da arritmia. Para que o evento se inicie e se propague são necessários a presença de um gatilho, o substrato anatômico ou funcional e um fator modulador que na grande maioria dos casos e gerado por um desbalanço no sistema nervoso autônomo. Figura 1 – Fatores necessários para se manter um evento arrítmico. Os três fatores estão interligados e se influnciam mutuamente O papel do sistema nervoso autônomo Numerosos reflexos autonômicos podem gerar arritmias através de seus mediadores a acetilcolina e a norepinefrina 1,2 O melhor exemplo destes fatos ocorre em pacientes isquêmicos submetidos a elevado estresse adrenérgico onde medicações betabloqueadoras permitem não só a melhora do desempenho cardiovascular como também melhora das arritmias e eventos súbitos. De forma geral defeitos do sistema simpático influenciam as correntes iônicas gerando novos potenciais de ação e consequentemente arritmias 3. A influência autonômica pode ocorrer secundaria a mecanismos compensatórios como na ICC assim como em influencias externas como dor e febre, PR exemplo. Em alguns casos o desbalanço autonômico pode ser a causa principal dos eventos arrítmicos como ocorre em alguns casos de bradicardia sinusal por desproporção entre o tônus simpático e parassimpático que pode ser evidenciado por analise da variabilidade da freqüência cardíaca e relação LF/HF (simpático/parassimpático) menor que 1. Na situação oposta existem alguns casos de taquicardia sinusal devido à hiperatividade simpática (relação LF/HF maior que 1). Os mesmos desbalanços autonômicos podem ocorrer em casos de sincope neuromediada que em ultima analise podem gerar episódios de bradicardia e pausas sinusais prolongadas. Muitos episódios de sincope são associados à vasodilatação e queda significativa da função simpática. 4 Nos casos de taquicardia sinusal inapropriada onde existe em muitos casos um predomínio do tônus simpático a análise da variabilidade da FC habitualmente demonstra uma piora da função parassimpática como motivo da desproporção. 5 Nos casos de fibrilação atrial o aumento do tônus simpático poderia encurtar o período refratário do átrio e manter os eventos arrítmicos com maior heterogeneidade do período refratário atrial em diferentes pontos do átrio. 6 Estes efeitos autonômicos sobre o átrio poderiam estar na base dos complexos eventos que permitem o remodelamento elétrico atrial. Assim os efeitos parassimpáticos poderiam prevenir o remodelamento. Exceção deve ser feita aos casos de fibrilação atrial isolada mediada pelo sistema nervoso parassimpática. 7 A importância do sistema nervoso autônomo para as taquicardias por reentrada tanto nodal como atrioventricular tem representação tanto na fisiopatologia quanto no tratamento. Estudo com 133 pacientes sem cardiopatia estrutural e TPSV demonstra que 53 e 33 % apenas respondem a manobras vagais respectivamente 8. A baixa taxa de resposta pode ser devida ao aumento do tônus simpático durante a manutenção da taquicardia que diminui progressivamente as chances de sucesso das manobras vagais. Quando abordamos as arritmias ventriculares o desbalanço simpático que gera um estado hiperadrenérgico pode alimentar e estar na base de muitos eventos arrítmicos e ser causa de morte súbita. Quando analisamos quadros eletrogenéticos as chamadas canalopatias como as taquicardias ventriculares catecolaminérgicas e as formas 1 e 2 do QT longo congênito (codificados pelos genes KCNQ1 w HERG respectivamente) observamos que estados hiperadrenérgicos são os principais responsáveis pelas mortes nestes pacientes9. Em modelos animais a ressecção ganglionar que diminui o estresse adrenérgico pode prevenir quadros de fibrilação ventricular10. Em modelos humanos a busca de alterações da variabilidade da FC em pacientes portadores de doença coronariana (com aumento do tônus simpático e queda da variabilidade da FC). Portanto a influencia simpática pode promover a ocorrência de eventos assim como no caminho oposto a terapia beta bloqueadora promove a prevenção de eventos súbitos e diminui o número de terapias dos pacientes portadores de CDI. Compreendendo os mecanismos fisiopatológicos gerais Conhecer os mecanismos fisiopatológicos das arritmias cardíacas permite ao profissional de saúde envolvido com o tratamento desta condição um perfeito ajuste entre o esquema terapêutico a ser utilizado e a melhor resposta terapêutica possível quando se utiliza a opção por tratamento farmacológico. De forma geral as diversas formas de arritmia obedecem a três mecanismos fisiopatológicos básicos que envolvem: a) focos hiperautomáticos, b) defeitos canaliculares que permitem a geração de novos potenciais de ação que ocorrem nos pós potenciais precoces e tardios e c) as arritmias geradas por mecanismos de reentrada. Os focos podem se localizar em qualquer posição do miocárdio gerando ectopias supraventriculares ou ventriculares que podem ocorrer de forma isolada e também acoplada que culmina nas taquicardias, A pesquisa por mecanismos fisiopatológicos evoluem constantemente de forma que em arritmias como a fibrilação atrial o perfeito conhecimento fisiopatológico possibilitara no futuro tratamentos mais efetivos melhorando a morbi mortalidade. Introduzindo os mecanismos geradores de arritmias a) Hiperautomaticidade Representa a ativação acelerada de células que podem ter função automática gerando despolarizações espontâneas. Esta hiperatividade pode ser primaria ou mesmo ser secundaria a alterações no sistema nervoso autônomo ou mesmo desbalanços clínicos e metabólicos como febre, quadros de choque, acidose ou endocrinopatias como o hipertiroidismo. Lembramos que em situações de normalidade as despolarizações espontâneas na fase 4 do potencial de ação não ocorrem 11-12. b) Atividade deflagrada São alterações geradas por variações no potencial de membrana que geram novos potenciais de ação e consequentemente eventos arrítmicos. A atividade deflagrada habitualmente ocorre por variações no potencial de ação nas fases 2 e 3 do potencial de ação (pós potenciais precoces) ou mesmo após o termino do processo de repolarização como ocorre nos pós potenciais tardios. Desta forma os pós potenciais precoces põem ser o resultado de uma diminuição do efluxo iônico na célula ou mesmo aumento de influxo de íons positivos gerando novos potenciais. Outra possibilidade é a presença de combinação destes dois mecanismos gerando os pós potenciais precoces. Quanto aos pós potenciais tardios que ocorrem durante o processo final de repolarização existe uma corrente transitória de influxo não canal de cátion especifica ativada por um acumulo de cálcio intracelular. No decorrer deste capitulo lhe forneceremos mais informações sobre estes complexos eventos iônicos que figuram na base fisiopatológica de muitos eventos arrítmicos 11-13 . Figura 2 – Presença de remodelamento elétrico associado a presença de pós potenciais como base fisiopatológica de eventos como fibrilação atrial e fibrilação ventricular, por exemplo c) Reentrada Inicialmente descrito em 1914 por George Mines este tipo de mecanismo fisiopatológico é o principal causador de eventos arrítmicos supraventriculares e ventriculares. Existem condições básicas para que um circuito de reentrada ocorra. Estes fatores envolvem a presença de um circuito com duas vias e um obstáculo anatômico e ou funcional. Também envolve a presença de um bloqueio unidirecional nas vias do circuito. Estas vias também possuem peculiaridades para que o circuito de reentrada ocorra. Estas vias têm que apresentar diferentes velocidades de condução assim como diferentes períodos refratários. Figura 3 – Circuito de reentrada anatômico. Presença de dois braços no circuito com períodos refratários e velocidade de condução diferentes. Para que a arritmia se inicie deve existir bloqueio unidirecional no circuito. Estas variáveis podem ser mensuradas e combinadas para se calcular o comprimento de onda que pode ser utilizada para se compreender a ação de diversos fármacos nos circuitos arrítmicos. Comprimento de onda (metros)= Velocidade de Condução (m/s)x Período refratário(s) Desta forma toda vez que o comprimento de onda exceder o tamanho anatômico do circuito a arritmia se extingue. Da mesma forma se o comprimento de onda é menor que o circuito arrítmico a arritmia se tornara sustentada. Assim podemos aplicar estes conceitos à utilização de fármacos antiarrítmicos, por exemplo, a amiodarona que tem ação predominantemente sobre os canais de K (apesar de ser considerada uma droga multicanal) prolonga a calda do vetor prolongando o período refratário e consequentemente o comprimento de onda. Logo, é amplamente eficaz em interromper circuitos arrítmicos. Portanto compreender os eventos por reentrada facilita a compreensão e o tratamento dos diversos eventos nos quais estão envolvidos tais como taquicardias supraventriculares tais como flutter atrial, fibrilação atrial, taquicardias por reentrada nodal e atrioventricular mediadas por vias acessórias e mesmo as taquicardias ventriculares que ocorrem na cardiomiopatia chagásica, displasia de ventrículo direito, cardiopatias congênitas e no período mais tardio pós infarto do miocárdio 11-13 . Vale ressaltar que alguns circuitos de reentrada como ocorrem no flutter atrial muitas vezes são determinados não por uma cicatriz ou área de fibrose e sim por barreiras anatômicas do coração como ocorre com os circuitos dependentes do istmo cavotricuspídeo. O circuito de reentrada como principal elemento fisiopatológico das arritmias Não nos resta duvidas que os mecanismos de reentrada que ocorrem no ventrículo são as principais causas de morte no mundo ocidental 14. No período logo após o infarto podemos ter arritmias ventriculares secundarias a hiperautomatismo ou mesmo atividade deflagrada. Entretanto com o evoluir do tempo em uma fase mais tardia totalmente estabelecida após 40 dias pós infarto os circuitos de reentrada são os grandes responsáveis pelos eventos malignos que levam ao implante dos desfibriladores implantáveis. Quando analisamos circuitos de reentrada estes podem ter um obstáculo anatômico tal qual uma área de fibrose (no infarto) ou tecido gorduroso (na displasia arritmogênica do ventrículo direito) entremeado com miocárdio normal ou mesmo apresentar um obstáculo funcional onde a onda pode seguir uma rotação em espiral. As regras para manutenção ou interrupção do circuito de reentrada, seja ele funcional ou anatômico segue as mesmas regras já citadas a respeito do comprimento de onda e do tamanho do circuito arritmogênico. O principio das reentradas funcionais é sustentada pela heterogeneidade de diferentes partes da musculatura cárdica em diferentes regiões (endocárdio e pericárdio, por exemplo) 15-17. Os quadros de reentrada funcional, as ondas em espiral podem ser desencadeadas em protocolos clássicos de estimulação utilizando extras estímulos ao estudo eletrofisiológico ou por pós potenciais em casos de início espontâneo. 18-20 Neste momento observamos que os caminhos que levam a luz do conhecimento fisiopatológico das arritmias são complexos e ainda não totalmente compreendidos. Ate mesmo fenômenos complexos como a fibrilação ventricular não tem sua documentação funcional em seres humanos e quase todo conhecimento deriva de modelos animais e estudo de corações isolados. Se buscarmos um padrão visual para os eventos de fibrilação ventricular, por exemplo, observaremos a possibilidade de 3 fases distintas já observadas na década de 30. Neste estudo clássico teríamos uma primeira fase taqui sistólica com queda progressiva da PA, uma segunda fase de incoordenação muscular mais grosseira que ocorre 30 a 40 segundos após o inicio da PCR e uma terceira fase de tremor mais fino após 2 a 3 minutos do inicio do evento. Esta ultima evolui para uma fibrilação atônica que caminha rumo à parada completa da atividade elétrica 21. Assim estudos em modelos animais sugerem que rotores estariam envolvidos em alguns destes eventos nestes eventos. Os mecanismos para estabelecimento de um rotor são complexos e não serão discutidos neste momento, porem vale ressaltar que o evento crítico para um rotor se iniciar dentro de um istmo é a formação de uma nova onda retrograda que se propaga em sentido contrario e passa a formar agora um par de rotores. Estes rotores podem se extinguir no momento em que há a colisão das frentes de onda 22 Este mesmo mecanismo poderia ocorrer no átrio em episódios de fibrilação atrial. O papel das veias cardíacas e torácicas e os mecanismos de remodelamento atrial. Nos últimos anos gatilhos em veias pulmonares vem sendo colocados como geradores de taquicardia atrial e principalmente episódios de fibrilação atrial. Em alguns estudos a origem das taquicardias nas veias pulmonares pode ser observada em 16% de todas as taquicardias focais e em mais de 75% das taquicardias atriais de átrio esquerdo. Estes eventos servem de gatilhos para o surgimento de instabilidade elétrica atrial e consequentemente fibrilação atrial.23 Estes episódios de instabilidade elétrica atrial originada das veias que desembocam no átrio esquerdo podem envolver uma grande miscelânea de eventos arrítmicos tais como ectopias atriais, taquicardias atriais não sustentadas, flutter atrial e por fim fibrilação atrial 23, 24. Um dos prováveis mecanismos para arritmogênese está na capacidade destas estruturas manterem a hiperautomaticidade que parece ser um resquício de tecido de condução nestas estruturas durante a embriogênese 25 Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos parecem ser pós potenciais precoces e tardios (vide acima) e hiperautomaticidade irregular destes focos em alta freqüência. Os motivos clínicos que favorecem estes mecanismos envolvem não só estados hiperadrenérgicos, mas também distensão do átrio em resposta a variações hemodinâmicas ou mesmo insuficiência cardíaca 26,27 O tratamento invasivo destes mecanismos pelo isolamento das veias pulmonares pela ablação por radiofreqüência parece ser mais eficazes em pacientes portadores de fibrilação atrial paroxística em coração estruturalmente normal. Os mesmos tipos de alterações encontradas nas veias pulmonares também podem ser observados nas veias cavas, seio coronário e mesmo no ligamento de Marshall. 28-30 Desta maneira podemos inferir que estas veias torácicas exercem um importante fator na gênese de arritmias atriais, principalmente na fibrilação atrial, dando suporte à desconexão das veias pulmonares, por exemplo, como um dos possíveis pilares no tratamento de casos de fibrilação atrial. Outro aspecto importante na abordagem dos eventos arrítmicos atriais encontra-se nos remodelamentos elétricos e anatômicos do átrio que auxiliam na manutenção da arritmia atrial seja ela qual for. Em casos de taquicardia atrial este remodelamento elétrico se dá por um encurtamento do período refratário o que permitiria tornar verdadeiro oi fato de que “Fibrilação atrial gera fibrilação atrial” 31 Figura 4– Mudanças morfológicas do potencial de ação após o remodelamento elétrico. Observe a esquerda o potencial de ação normal e a direita o potencial de ação remodelado com perda do período refratário efetivo (PRE) Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos no remodelamento elétrico englobam a ação de gatilhos e substratos anatômicos sobre o átrio o que gera episódios de fibrilação atrial. Com a evolução temporal da arritmia por horas ou dias permitem um influxo aumentado de sódio no citossol celular determinando o início do remodelamento. As células para se protegerem reduzem por si a corrente de cálcio. Inicialmente a resposta mais rápida ocorre por influenciar apenas os canais de cálcio, mas em longo prazo existe uma alteração na produção de proteínas intracelulares que diminuem em quantidade a produção de proteínas que integram os canais realizando uma redução mais permanente da corrente de cálcio e consequentemente redução da fase de platô e do período refratário relativo. Estes fatos deixam a célula exposta a novas deflagrações mantendo a arritmia 31. Estas modificações permitem do ponto de vista terapêutico combater o remodelamento elétrico e o remodelamento mecânico com suas áreas de fibrose, inflamação e dilatação. Assim no tratamento atual dos casos de fibrilação atrial a utilização de medicações que bloqueiem o influxo de cálcio, o uso de inibidores da enzima conversora de angiotensina e a modulação da inflamação podem ser importantes armas adjuvantes a terapia antiarrítmica. 3235 Os circuitos de reentrada com participação da junção atrioventricular (taquicardia por reentrada nodal e taquicardia por reentrada atrioventricular). Após a fibrilação atrial e o flutter atrial a taquicardia por reentrada nodal e a taquicardia por reentrada atrioventricular (aquelas que utilizam as vias acessórias) são as causas mais freqüentes de taquicardia supraventriculares. A TRN é a forma de taquicardia mais freqüente no adulto e pressupõe a presença de um circuito de reentrada chamado dupla via nodal. Este circuito e formado por uma via rápida chamada via Beta e uma via lenta chamada via alfa. As características destas vias é que a via rápida conduz rapidamente, porém se recupera lentamente. A via lenta conduz lentamente, porem se recupera rapidamente. Estas características permitem que, caso haja um gatilho como, por exemplo, uma extra sístole, exista um bloqueio unidirecional e se estabeleça o circuito de microreentrada dentro da junção atrioventricular. Figura 5 – Esquema de início de uma taquicardia por reentrada nodal. Observe o duplo salto do intervalo PR após a extra sístole (vermelho) representando a condução pela via lenta. Os raios demonstram condução pela via rápida e a seta indica condução pela via lenta Circuito de reentrada semelhante, porém maior e com participação da musculatura ventricular ocorre nos casos de via acessória. Figura 6 – Esquema das diversas formas de taquicardia supraventricular por reentrada utilizando via acessória. Observe os requisitos básicos para um circuito de reentrada (duas vias, obstáculo, bloqueio unidirecional) Um batimento extra sistólico pode bloquear unidirecionalmente a via acessória e estabelecer um circuito que desce pelo nodo atrioventricular e ascende ao átrio pela via acessória, nos casos de taquicardia ortodrômica. Figura 7 – Esquema das diversas formas de taquicardia supraventricular por reentrada utilizando via acessória. Como o circuito é maior e utiliza a musculatura ventricular a tradução eletrocardiográfica é a presença da onda P retrógrada no segmento ST Nos casos de taquicardia antidrômica os estimulo desceria ao ventrículo pela via acessória e subiria aos átrios pelo nodo atrioventricular. Por despolarizar o ventrículo por uma musculatura não especializada esta taquicardia entra no diagnostico diferencial de taquicardia de complexos QRS alargados 12-13. Conclusão Os mecanismos fisiopatológicos variam de acordo com o tipo de evento arrítmico encontrado assim como variam de acordo com a condição clínica do paciente e faixa etária onde a arritmia se insere. Muito ainda temos que aprender sobre estes mecanismos fisiopatológicos, pois só os compreendendo poderemos utilizar os fármacos com maestria, otimizando as associações e medicações adjuvantes buscando sempre a terapia o melhor resultado para nossos pacientes. Referências bibliográficas 1. Steinberg SF, Robinson RB, Rosen MR: Molecular and cellular bases of βadrenergic and α-adrenergic modulation of cardiac rhythm. In: Zipes DP, Jalife J, ed. Cardiac Electrophysiology: From Cell to Bedside, 4th. Philadelphia: WB Saunders; 2005:291-297. 2.. Olshansky B: Interrelationships between the autonomic nervous system and atrial fibrillation. Prog Cardiovasc Dis 2005; 48:57-78. 3.. Qu J, Robinson RB: Cardiac ion channel expression and regulation: The role of innervation. 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