orio anual , 1958
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orio anual , 1958
PUSLICA<8ES VRIAS No. 56 i a ORGANI ZA CA O PAN-AMERICANA DA SAIJDE o APRESENTA ORIO ANUAL DO CENTRO PAN-AMERICANO DE FEBRE AFTOSA , 1958 CENTRO PAN-AMERICANO DE FEBRE AFTOSA foi criado em 1951 como um projeto internacional a cargo da Repartiçáo Sanitária Pan-Americana, financiado com fundos do Programa de Assisténcia Técnica da Organizacao dos Estados Americanos. Está situado no Estado do Rio de Janeiro, Municipio de Di que de Caxias, em Sáo Bento, perto da cidade do Rio, em terreno e edificios cedidos pelo govérno do Brasil, que também subvenciona parte das despesas de funcionamento e manutengáo. O Centro presta serviços de assessoria em prevenáao, controle e erradicaçao da febre aftosa, nos países e territórios das Américas. Organiza cursos de adestramento e proporciona aos governos serviços de diagnóstico e de consulta. Leva a cabo investigacoes sobre a natureza do virus da febre aftosa e de outros vírus afins, e estuda o aperfeiçoamento das técnicas de diagnóstico e preparaçáo de vacinas contra essa enfermidade, que constitui grande obstáculo ao progresso da indústria pecuária em muitos países. A par disso, mantém-se em contacto e colabora com outros organismos, instituio5es ou laboratórios nacionais e internacionais, como FAO, OIRSA, ICA, e outros, interessados no desenvolvimento da pecuária na América Latina. Os serviços de assessoramento e a cooperaçao do Centro se podem obter através da Repartiçao Sanitária Pan-Americana ou mediante peticao direta ao: Centro Pan-Americano de Febre Aftosa Caixa Postal 589 Rio de Janeiro, Brasil Enderéeo telegráfico: PANAFTOSA, RIODEJANEIRO (Brasil) A ORGANIZACAO PAN-AMERICANA DA SAÚDE apresenta o RELATORIO ANUAL do CENTRO PAN-AMERICANO DE FEBRE AFTOSA 1958 Publicacoes Várias N. ° 56 Novembro, 1960 ORGANIZA (AO PAN-AMERICANA DA SAIDE Repartiaáo Sanitária Pan-Americana, Reparticao Regional da ORGANIZA(AO MUNDIAL DA SAúDE 1501 New Hampshire Avenue, N. W. Washington 6, 1). C., E. U. A, Aos Países Membros da Organizaáao Pan-Americana da Saúde A Reparticáo Sanitária Pan-Americana tem a honra de apresentar o relatório descritivo das atividades e dos servidos prestados durante o ano de 1958 pelo Centro Pan-Americano de Febre Aftosa, projeto que a Reparticao dirige em seu caráter de organismo especializado que participa do Programa de Cooperacáo Técnica da Organizacáo dos Estados Americanos. Respeitosamente, Abraham Horwitz Diretoy INDICE Página I. II. Introdugáo ......................... Fundos .. .... .................................... Edificios ......................................... Pessoal ........................................... Pessoal internacional .......................... Pessoal local .......... ......................... Equipamentos e suprimentos ............... Animais de laboratório .............................. III. 5 ..................... Meios de trabalho ....................................... 5 .. ......... 8 Atividades .............................................. Treinamento ............... Décimo curso de treinamento ................... Décimo-primeiro curso de treinamento ........... Bóolsas de estudos a longo prazo .................. Materiais educativos ............................ Diagnósticos de laboratório ........................... Amostras de virus ............................. Amostras de sóro .................. r ............ Subtipos de virus ............................... Serviqos de assessoramento .......................... Plano de acáo ................................ Colombia e Venezuela .......................... Colombia e Panamá .................. .......... ... Equador ................................. Bolívia ......................................... Relatório sobre a incidéncin e controle da febre aftosa e de outras enfermidades animais semelhantes nas Américas. .................................... Pesquisas ............................................ Métodos de diagnóstico . ......................... Vacinas de virus vivo modificado ................ Culturas de virus de febre aftosa ................ .. Culturas de tecidos .......................... Visitas a outras instituigé,es de pescuisas de febre aftosa ..... ................................ Trabalhos apresentados em 1958 .................. Grupo Técnico Assessor em Febre Aftosa ....... ..... IV. V. Conclusóes ... ....... .......................................... ................ Treinamento ........................ ...................... Diagnóstico de laboratório .... Servigos de assessoramento e de campo ............... Pesquisa .......................................... ............... Apendices .. ..................................... 4 9........................ 9 9 9 10 12 12 12 13 14 15 16 17 17 18 18 18 19 19 19 23 23 24 24 25 2........................ 25 Relagces internacionais .......... Governos membros ................................. Organismos internacionais ................... 5 5 6 7 7 7 7 26 26 26 27 27 27 27 27 1. INTRODU(AO O desenvolvimento geral das atividades do Centro, em 1958, foi semelhante ao dos anos anteriores. Alguns pontos merecem comentário especial: durante o ano se iniciou a construçáo de um nóvo edifício para laboratórios e de dois estábulos para o isolamento de bovinos; obtiveram-se novas provas da possibilidade de desenvolver uma vacina de vírus vivo modificado para a febre aftosa e adotaram-se precauçoes adicionais para fazer frente a qualquer introduqao da infecaáo nos países do hemisfério que se acham livres dela. Quanto á situaçao da febre aftosa no hemisfério, em fins de 1958, a América do Norte, a América Central e os países e territórios do Caribe se encontravam livres da enfermidade. Nessa área de extensáo considerável, os surtos mais recentes, com uma única excecáo, tinham ocorrido todos pelo menos cinco anos antes. Por exemplo: nos Estados Unidos da América, em 1929; no Canadá, em 1952; no México, em 1953; na Martinica em 1953 e em Aruba em 1953. A única exceaáo foi um pequeno surto em Curaçau, em janeiro de 1957. Na América do Sul a situacáo era muito mais favorável na parte setentrional do que na meridional. A Colombia e a Venezuela estavam infectadas com apenras dois tipos de vírus; no Equador náo se havia feito diagnóstico positivo algum da enfermidade, desde principios de 1957; a Guiana Inglésa e Suriná estavam livres dela, e um surto isolado na Guiana Francesa se limitou á ilha de Caiena. No resto da América do Sul nenhum progresso importante foi registrado e a infecçáo devida a trés tipos de vírus continuava prevalecendo. II. MEIOS DE TRABALHO Fundos Como em anos anteriores, o funcionarnento do Centro dependeu de duas fontes de fundos. A principal foi a contribuiqao do Programa de Cooperaaáo Técnica da Organizacao dos Estados Americanos, que em 1958 ascendeu a US$ 278.308,14. A outra fonte de fundos compreendeu a subvenqáo anual do Ministério da Agricultura do Brasil, país sede do projeto, para a conservacáo dos edificios cedidos ao Centro, em sua sede de Sáo Bento, Estado do Rio de Janeiro. Em 1958 essa subvencáo foi de Cr$ 1 745 049,30. Edifícios Em relatórios anteriores descreveram-se pormenorizadamente as instalaqoes atuais do Centro. Compreendem um edifício princi5 pal, ónde se acham os laboratórios, os escritórios da administracao, uma biblioteca e sala de conferencias, refeitório e cozinha; em outros edificios se encontram um laboratório e um pequeno estábulo, colonias para a cria de cobaios e camundongos, equipamento para a lavagem de material de vidro e lavanderia, uma oficina, armazéns e trés residencias para o pessoal do laboratório, de vigilancia e do servico de manutencáo. No Relatório Anual de 1957 mostrou-se que o govérno brasileiro, hóspede do proieto, aprovara a verba para a construaáo de estábulos de isolamento e de um edificio para laboratórios. Em julho de 1958 iniciou-se a construgáo de dois estábulos e do citado edificio, mas náo estavam terminados no final do ano, data em que expirava o crédito especial de 15 milhóes de cruzeiros, adjudicados a essa prte do programa de construcóes. QuandD comecou a construcáo dos edificios, o Ministério da Agricultura féz cessáo definitiva de terrenos para uso do Centro. Esses terrenos compreendem parte do que iá ocupa o Centro e sua área total é de 45 hectares. Gracas a isso, disp6e-se de grande espaso para futuras edificacoes assim como para currais destinados a submeter os animais á quarentena, antes e depois das experiencias. Ésse terreno e a natureza das propriedades contiguas proporcionam isolamento adequado no tocante aos animais suscetíveis das proximidades. Continuou-se fazendo uso das instalacóes para o gado bovino, muito inadequadas, as quais anteriormente eram propriedade do Ministério da Agricultura, situadas a uns 16 km do Centro. Esta falta de estábulos com instalaçóes apropriadas para isolamento de bovinos constitui uma das dificuldades mrais graves que encontra o Centro em seu trabalho. O grupo de pesquisa obteve resultados muito animadores em condicóes bastante difíceis, em suas experiéncias para produzir uma vacina de vírus vivo modificado. É de lamentar-se aue o desenvolvimento déste trabalho seia dificultado pela falta do tipo de instalacoes aue constituem um dos requisitos fundamentais de uma instituiçáo de pesquisas veterinárias. Durante o ano se estudou, com diretores de outras instituiç6es de pesquisas do Brasil, a possibilidade de utilizar suas instalaçoes para animais, num trabalho realizado em colaboracáo, s6bre problemas de interésse comum. Prevé-se que essa ampliaqao do programa de pesquisas se iniciará em principios de 1959. Pessoal Em 1958 a única modificaaáo no pessoal internacional foi a renúncia, em janeiro, do Administrador, Sr. Georg von Buch, e sua substituiqáo, em junho, pelo professor Florindo Villa-Alvarez. No 6 periodo entre a referida renúncia e a contratacao do novo Administrador, desempenhou as funcoes déste o Assistente do Administrador, Sr. Alexei E. Brinckman. Pessoal internacional Diretor Chefe de Laboratórios Chefe dos Serviços de Campo Virologista principal Virologista Sorologista Sorologista adjunto Administrador Pessoal local Auxiliar de almoxarifado Bedel Vigias (7) Encarregado de manutenaáo (Serviços gerais) Encarregado auxiliar de manutençáo (Serviços gerais) Carpinteiro Pedreiro-pintor Lavadeira Motoristas (3) Trabalhadores (Serviços gerais de manutenaáo) (9) Veterinário principal Veterinário adjunto Assistente de pesquisas Técnicos de laboratório (2) Assistentes de laboratório (3) Auxiliares: de laboratório (9) Ajudantes de campo (2) Tratadores de animais (2) Trabalhadores (10) Assistente do Administrador Bibliotecário Secretários (bilíngues) (3) Encarregados de Seaáo (3) Além disso, no ornamento do Centro destinam-se parcelas para os ordenados de dois membros do pessoal da Repartiaáo Sanitária Pan-Americana, um lotado no escritório da Zona V, no Rio de Janeiro, e o outro na sede, em Washington. Equipameiito e materiais de consumo As unidades mais importantes de equipamento adquiridas durante o ano compreenderam a substituicáo de trés veiculos do Centro, incubadoras para trabalhos de cultura de tecidos, aparelhos centrifugadores, equipamento de refrigeraçáo para a conservaqáo de amostras de vírus, aparelho de ar condicionado, equipamento de escritório e um gerador elétrico de emergencia, de capacidade suficiente para proporcionar energia aos novos edificios em construaáo. Os suprimentos se mantiveram a um nivel adequado para o programa em execuaáo. Animais de laboratorio No programa de diagnóstico e pesquisas do Centro empregaram-se bovinos, cavalos, ovelhas, coelhos, cobaios e camundongos, assim como pintos e ovos embrionados. Além disso, obteve-se dos 7 matadouros locais um número considerávei de linguas e rins de bovinos e porcos, a fim de dispor-se de tecidos para a cultura de vírus. Todos os camundongos utilizados foram criados na colonia do Centro, e além disso forneceram-se machos adultos excedentes a outras instituiçóes que necessitavam de animais dessa idade. Cederam-se também pequenos grupos de camundongos a certas instituió6es, de modo a poderem criar suas próprias colonias de reprodugao. As necessidades do Centro em cobaios superaram a produáao da colonia de criagao mas planejou-se o aumento da produçao mediante a ampliaçao dos locais. As cobaias suplementares necessárias compraram-se na localidade e em duas instituicoes de Sao Paulo que dispunham de excedentes. Em 1958, as cifras correspondentes aos animais utilizados com mais freqeéncia foram as seguintes: Camundongos lactentes ... Camundongos adultos ..... Cobaios ............. Coelhos ............. Bovinos ............. . 70 552 11 929 2 228 820 160 O número de bovinos náo inclui os empregados em provas de campo com a vacina de vírus vivo modificado. A quantidade considerável de camundongos lactentes deve-se á importancia désses animais nos trabalhos relativos a febre aftosa. O s6ro de todo o gado vacum utilizado no laboratório ou no campo é examinado antes e durante cada experiencia, mediante provas que exigem o emprego de camundongos lactentes e sem as quais seria muito difícil obter resultados significativos nos países em aue a enfermidade é endémica. III. ATIVIDADES O programa que o Centro desenvolve a serviço dos países das Américas compreende as seguintes atividades. 1) Proporcionar treinamento ao pessoal de campo e de laboratório encarregado do controle da febre aftosa e de outras enfermidades vesiculares. 2) Proporcionar provas de laboratório. para o diagnóstico e tipificagáo de virus de material de enfermidades vesiculares. 3) Proporcionar servicos de assessoramento, assim como de consulta no campo, a cargo de seu pessoal, sóbre a prevengáo, diag8 nóstico, controle e erradicacao da febre aftosa e outras enfermidades vesiculares. 4) Proporcionar coordenaçáo e colaboraçao internacionais necessárias para as atividades entre os países com o fiin de prevenir, controlar e erradicar a febre aftosa. 5) Efetuar trabalhos de pesquisas. Treinamento Desde a fundacao do Centro, tem-se dado grande importancia ao treinamento de pessoal. A partir de 1953 organizaram-se, em média, dois cursos de treinamento por ano. Com a conclusáo do segundo, correspondente a 1958, haviam assistido a ésses cursos, por meio de bolsas oferecidas pelo Centro, um total de 114 veterinários procedentes de 30 países. Outros 83 veterinários estiveram presentes por conta de seus respectivos países. Além dos cursos para grupos de veterinários, o Centro oferece bolsas individuais para treinamento a longo prazo. Décimo curso de tre¿namento - Éste curso teve lugar no Centro, de 12 de maio a 20 de junho, com participantes da Argentina, Brasil, Colombia, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Assistiram a éle oito veterinários, e seu programa, além do treinamento nos métodos gerais de laboratório, empregados em relacáo á febre aftosa, compreendeu estudos sobre a cultura de tecidos aplicada a Virologia, fornecendo-se também informacao a respeito dos progressos mais recentes no desenvolvimento de uma vacina de vírus vivo modificado. A cerimonia de encerramento do curso estéve presente o Ministro da Agricultura do Brasil, que entregou aos participantes os correspondentes diplomas de freaeéncia. No Apéndice 2 figura o programa pormenorizado do curso, e no Apéndice 3 a lista de participantes. Décimo-primeiro curso de treinamento - Este curso foi realizado em Sáo José, Costa Rica, de 10 a 22 de novembro, e a éle assistiram veterinários do referido país, Cuba, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Nicarágua e Panamá. Além dos bolsistas, participaram do curso, como observadores, o Chefe do Departamento Antiaftoso do Organismo Internacional Regional de Sanidade Agropecuária (OIRSA), e o Chefeda Missáo dos Estados Unidos no Panamá. O governo de Costa Rica permitiu que diversos veterinários pudessem participar de várias atividades do curso. 9 As autoridades do Ministério da Agricultura de Costa Rica cederam locais para conferencias, equipamento de projecáo e serviço de mimeógrafo, assim como os meios de transporte para as visitas de campo nos arredores de Sáo José. A Organizaaáo das Naçoes Unidas para Alimentacáo e Agricultura (FAO) estéve representada em algumas das aulas por seu técnico em Veterinária iunto ao OIRSA, que também colaborou com o pessoal do Centro nas demonstraçoes de campo. O programa consistiu em conferencias e demonstracóes sobre a prevenaáo, controle e erradicaçáo da febre aftosa, que tiveram lugar na Universidade de Costa Rica e no Laboratório Nacional de Diagnóstico Veterinário. Realizaram-se visitas a uma granja leiteira, uma fazenda de criacáo, um matadouro e uma indústria de laticínios, onde se estudaram os problemas que surgiriam no caso de um surto de aftosa. Como exercícios de campo, considerou-se que cada uma dessas granias e indústrias estava infectada e pediu-se aos participantes que preparassem um programa completo para eliminar a infecçáo. Féz-se também uma visita ao pórto de Puntarenas, onde se discutiram com as autoridades alfandegárias e portuárias os problemas de controle das importaçóes, e realizou-se uma demonstraáao dos processos usados para a inspeaáo das embarcaoes procedentes de países infectados pela febre aftosa. O Diretor-Geral de Agricultura de Costa Rica assistiu ás sessóes de abertura e encerramento do curso. No Apéndice 4 figura o programa pormenorizado do curso, e no Apendice 5 a lista dos que déle participaram. Bolsas a longo prazo - O Dr. Julio Monteagudo, do Instituto Nacional Antiaftoso, de Lima, Peru, encerrou seu período de dez meses no Centro, adestrando-se nos métodos de cultura de vírus para a producáo de vacina. Antes de regressar a Lima, em setembro, ao término de sua bolsa, o Dr. Monteagudo visitou o Instituto Zooprofiláctico Colombiano, de Bogotá, onde estudou o emprégo dos referidos métodos na producao de vacina em escala comercial. O Dr. Carlos de Mello Bettencourt, do Instituto de Biologia Animal, M.A., km 47, Rio de Janeiro, Brasil, iniciou um período de onze meses de treinamento, como bolsista do Centro, assistindo ao Décimo Curso em maio. Após essa fase de treinamento geral, o Sr. Bettencourt se especializou em cultura de tecidos e no emprégo dessas culturas para a multiplicaçáo de vírus, sua titulacao e avaliaaáo de anticorpos. 10 1 .· r Ak ál 1 Os participantes do XI Curso de Treinamento realizado em Sáo José, Costa Rica, realizam práticas de desinfeccao sob a direaáo de um técnico do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa. 11 O Dr. Carmelo Caballero Contreras e o Dr. Mario Zambrana Barbery, dro Ministério de Agricultura, de La Paz, Bolívia, passaram seis meses no Centro por conta do govérno boliviano, recebendo treinamento geral em métodos de laboratório'a fim de se dedicarem ao trabalho do Instituto Nacional daquele país. O Dr. Sérgio Bogado, do Laboratório Regional do Ministério da Agricultura, em Castro, Estado do Paraná, Brasil, estéve cinco semanas no Centro, por conta do govérno brasileiro, recebendo treinamento em métodos gerais de laboratório. O Dr. Gamal El Din Zahran, a quem se outorgara a Bolsa André Meyer, chegou ao Centro procedente do Egito, -em novembro, para iniciar uma pesquisa especial sobre a adaptaçáo do vírus da febre aftosa a pintos de um dia e a embrioes de pinto, com vistas á produçgo de amostras de vírus modificado para seu emprégo como vacina de vírus vivo. Materiais educativos - Cederam-se tres mil exemplares do folheto A Febre Aftosa ao escritório central da Administraqáo de Cooperaçáo Internacional dos Estados Unidos no Brasil, para sua distribuiaáo através de um programa de Extensáo Agrícola do Estado de Minas Gerais, no Brasil. Enviaram-se ao Equador trezentos iogos de cartazes para serem usados no programa desse país sobre a pesquisa de surtos de enfermidades vesiculares. Diagnósticos de laboratório Amostra de virus - Houve uma ligeira diminuicáo no número de amostras de vírus recebidas para exame. O total foi de 457, em comparaqáo com 521, em 1957. 0 número de amostras recebidas do Brasil continua sendo muito superior ao enviado por outros países. Um dos objetivos do programa de treinamento do Centro consiste em obter que cada país afetado chegue a ser independente do Centro no que se refere á tipificagáo corrente de vírus. Pretende-se, nao obstante, aue o material procedente de todos os surtos de enfermidades vesiculares, em países aue estáo livres da febre aftosa, continue sendo enviado ao Centro para o diagnóstico diferencial; espera-se que os institutos nacionais e outros laboratórios dos países atingidos enviem periódicamente ao Centro suas amostras padróes dos diferentes tipos, para confirmaqáo da identidade; e ainda se pretende que qualquer material que produza resultados duvidosos seja enviado ao Centro para n6vo exame. No quadro seguinte apresenta-se um resumo dos resultados dos exames do material recebido em 1958. 12 Resultados do ezame de amostras recebidas para diagndstico e tipifieagao em 1958 Positivos para fébre aftosa Brasil....... ....................... .2 Chile . Colombia.------------Costa Rica............ , , El Salvador Guiana Francesa . ............ .... Guatemala ....... .... . Nicarágua . , , ,. Peru Uruguai . ............................. . ............. Venezuela * .... _ Tipos - ITipos Paíis TOTAL Positivos para estomatite vesicular O A C 124 102 77 2 8 Mistos Nova Jérsei Nativos TotaNega- Indiana 42 61 40 2 10 1 2 3 2 1 2 16 12 1 2 3 1 1 1 6 3 2 4 7 135 125 5 2 82 42 4 69 457 OA, 1 OC, 33 AC O Centro tem continuado a fornecer amostras padr6es de vírus e soros de tipos específicos para seu emprégo em provas de diagnóstico. Em 1958 ministraram-se ésses produtos a 13 laboratórios da América do Sul. Amostras de soro -; Depois de um surto de febre aftosa no Paraguai, durante o qual náo foi possível recolher material virulento, procurou-se descobrir o tipo de vírus responsável pelo surto mediante o exame do sóro do gado vacum que chegava ao matadouro de Assuncáo, procedente da área atingida. Examinaram-se no Centro 26 amostras de s6ro, para determinar a presenca de anticorpos contra os tipos de vírus 0, A e C, utilizando a prova de soroprotecao em camundongos lactentes. O auadro seguinte resume os resultados. Resultado do exame de sóro de gado vacum depois de um surto de febre aftosa, no Paraguaiem 1958 indice de soroproteeSo Distribuicáo do índice de protecáo segundo o tino de virus De 0 a 1,0 De 1,1 a 2,0 2,1 ou mais O A C 15 6 5 16 6 4 4 18 Um índice de proteaáo de menos de 1 nao tem significacao; entre 1 e 2, indica provável infeccao anterior, e um índice superior a 2 assegura infeccáo anterior. Pode-se eliminar a possibilidade de influencia da vacinacao no quadro de anticorpos, em face da pequepa quantidade de vacina que entáo se utilizava no Paraguai. 13 :sses resultados confirmam que naquele país existem esses tres tipos de vírus, e a elevada proporçco de amostras com alto nível de anticorpos do tipo C indica que o último surto se deveu provavelmente a esse tipo de vírus. Subtipos de virus - Em relacao ao emprégo da atual vacina de vírus inativado, é importante ter em conta a possível existencia de subtipos de vírus. Isso significa que mesmo q-1ando uma vacina proporcione uma boa protecao contra uma infecaáo produzida pela amostra de vírus com a qual foi preparada, essa vacina pode proteger pouco contra outra amostra do mesmo tipo imunológico. Essas amostras de virus se denominam comumente amostras "variantes"; porém o mais correto, e já se tornou costume, é referir-se a elas como "subtipos". Na Europa os subtipos sao conhecidos e examinados há vários anos, mas na América do Sul se dispoe de poucas informaqces sobre sua incidéncia e importancia. A investigaaáo désse problema é parte, atualmente, do programa do Centro. Existe confusáo considerável na identificaçáo dos subtipos. Tem-se adotado um sistema no qual a letra que indica o tipo é complementada com números, a saber A,, A2, A:I etc.; mas como isso se levou a efeito independentemente em diversos laboratórios nao há motivo para acreditar que todas as amostras identificadas com o mesmo numeral sejam idénticas. Esta desordem se evitará mediante o estabelecimento, em 1958, sob os auspícios da FAO, de um Laboratório Mundial de Referencia para a Febre Aftosa no Instituto de Pesquisas (enfermidades produzidas por virus animais) de Pirbright, na Inglaterra. Ésse laboratório será o único encarregado. de atribuir um número a cada subtipo, depois de comprovar que se trata de um diferente dos já identificados. O Láboratório Mundial de Referéncia náo se encarregará de efetuar o exame inicial das amostras de vírus para determinar as diferencas nas amostras, a menos que seja impossível realizar ésse trabalho no país de origem. O Centro proporciona ésse servico de exame de amostras para a identificaqao de subtipos e serve de meio de comunicaáao entre os países da América Latina e o Laboratório Mundial de Referencia. O trabalho do Centro sob ésse aspeto já produziu resultados de importancia prática. Por exemplo, em fins de 1957 ocorreram surtos de febre aftosa em animais recentemente vacinados, do Departamento de Cauca, Col6mbia. A amostra de vírus isolada nos surtos de campo era do tipo A Vallée. Essa amostra e a do tipo A, empregada para a produqao de vacina, foram enviadas ao Centro para exame. Éste mostrou que a amostra empregada na produáao da vacina (N. ° 338) náo era provável que desse uma vacina capaz de proporcionar uma protecao adequada contra a amostra de campo (N. ° 1433), enquanto que esta possuía, aparentemente, um espetro antigénico mais amplo e era de esperar-se que protegesse contra 14 ambas as amostras. Em consequencia, recomendou-se que, para a producao de vacina, se usasse a amostra N.° 1433. Os resultados obtidos nesse exame aparecem no quadro que segue. Nele pode-se observar aue o sóro de amostra 338 se bem de boa fixagao com o antígeno homólogo, fixa pouco com o antígeno da amostra 1433. Em compensacáo o s6ro da amostra 1433 fixa bem com ambos os antígenos. Resultados de provas cruzadas de fizaedo do complemento, comparando a cepa 338 ulilizada para a produçalo da vacina colombiana, e a cepa de campo 1433, ambas do tipo A Vallée Percentagem de fixaCao do complemento Antígeno 1433 Diluióoes Antígeno 338 Dilui¢óes 1/4 Sóro 338 Diluió6es Sóro 1433 Diluiçoes 1/16J6 /8 1 1/32 1/5 1/10 1/20 1/40 1/80 86 72 63 44 22 88 75 67 50 20 80 71 55 30 18 76 64 34 21 3 1/S5 1/10 1/20 1/40 1/80 82 70 59 41 17 79 65 57 35 11 75 58 49 34 10 52 1 90 78 30 11 70 48 12 55 42 25 13 6 63 28 11 22 9 4 - ¡ 3 - 79 67 50 33 12 55 35 24 90 - - 89 78 73 40 18 Servicos de assessoramento Os servicos de assessoramento que o Centro presta, assim como o trabalho relativo as consultas que lhe sáo feitas diretamente, exigem que membros de seu pessoal técnico realizem viagens aos diversos países da América do Norte, Central e do Sul. Em 1958 foram visitados os seguintes países e territórios: Bolívia, Colombia, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador, Guatema]a, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Peru, República Dominicana, Trindade e Venezuela. Entre as consultas recebidas houve muitas procedentes de países que estáo livres da febre aftosa, e quase todas elas se referiam ao perigo de introducáo da infeccao através da importacao de certos produtos de países em que existe a enfermidade. Formularam-se, 15 por exemplo, consultas s6bre o emprégo de feno e palha como materiais de embalagem, sobre salsichas curadas, couros, costais, queijos, bulbos de flóres, cebolas, touros de lide e sémen de cavalo, assim como outras de caráter geral, relativas á importacao de gado. Entre as atividades que tem exigido viagens do pessoal do Centro rrerecém menqáo especial a apresentacao de um "'Plano de Açao" para os países livres da febre aftosa, o estudo da situacáo da aftosa ha Colómbia e ha Venezuela e sua relacáo com a do Panamá e Equador, e a prestagáo de assisténcia técnica a Bolivia. EssaS atividades, que sao descritas pormenorizadamente a seguir, constituem um exemplo do trabalho que o Centro realiza no cumprimento de suas funçoes de coordenaqao e colaboracao. Plano de A fao Os países e territórios da América Central e da área do Caribe tem continuado livres da febre aftosa, com raras exceqoes, desde há alguns anos. Por muito rigorosas que seiam as medidas adotadas com o fim de impedir a introdugao da enfermidade em uma área antes náo atingida, a rapidez na acao constitui a chave do exito para controlá-la e erradicá-la. Qualquer demora na investigaaáo de um surto suspeito, na obtencáo do diagnóstico de laboratório e na aplicacáo das medidas adequadas, pode dar lugar a que a doença se estenda de tal rnaneira que náo seja possível conseguir-se seu contróle imediato. Isso aumenta considerávelmente o custo e as dificuldades da erradicaçáo. A situagao se complica em regioes como, por exemplo, a América Central, onde existe a estomatite vesicular. O aspeto clínico dessa enfermidade é muito semelhante ao da febre aftosa e o diagnóstico diferencial só se pode estabelecer com base nos resultados de um exame de laboratório, do material recolhido no gado afetado. O Centro proporciona ésses servicos de diagnóstico e, felizmente, as amostras recebidas para exame provinham t6das de surtos de estomatite vesicular. Náo obstante, a fim de que os países livres da febre aftosa se encontrem plenamente capacitados para adotar medidas imediatas, o Centro elaborou um "Plano de Acáo" a ser seguido no caso de um surto de febre aftosa. Ésse Plano estabelece, por ordem, as medidas que deveráo ser adotadas: 1) pelo país atingido, uma vez que se tenha feito o diagnóstico clínico de uma enfermidade vesicular; 2) pelo Centro, pelo país atingido e pelos países vizinhos, depois de se estabelecer um diagnóstico provisório de febre aftosa, como resultado das provas de laboratório realizadas no Centro; 16 3) pelo Centro, pelo país atingido e pelos países vizinhos, urna vez que se confirme o diagnóstico, e 4) pelo país atingido, pelo Centro e pelos paises vizinhos, de modo a se poder declarar o primeiro livre de febre aftosa. Essas medidas compreendem a aplicaáao de auarentena, a restriçáo do movimento de animais, o sacrificio de reses infectadas e a desinfecaáo. O Plano foi estud.ado, antes de submeté-lo aos países interessados, com o chefe do Departamento Antiaftoso do OIRSA, no Panamá, com cujo apoio, o Diretor do Centro o apresentou á Sexta (VI) Reuniáo do OIRSA, realizada em Manágua, na Nicarágua, na qual ficou assentado que se recomendaria aos países membros Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá - que incluíssem em suas respectivas legislacoes dispositivos para a aplicaçáo do referido Plano. O Plano foi estudado também pelo Diretor e o Chefe dos Servigos de Campo do Centro com os funcionários interessados, no transcorrer de visitas realizadas a Cuba, Haiti, Jamaica, República Dominicana e Trindade, e o Chefe dos Servicos de Campo o discutiu com representantes de muitos outros países e territórios da área do Caribe, durante a III Reuniáo da Associacáo Veterinária Británica do Caribe. Como resultado desses estudos, preparou-se um texto revisto do Plano, publicado em espanhol, francés e inglés, que se distribuiu a Antigua, Bahamas, Barbados, Belize, Canadá, Curaçau, Costa Rica, Cuba, Domínica, El Salvador, Estados Unidos, Federacáo das indias Ocidentais Británicas, Granada, Guadalupe, Guatemala, Guiana Inglésa, Guiana Francesa, Haiti, Jamaica, Martinica, México, Nicarágua, Panamá, Pórto Rico, República Dominicana, Sáo Cristóvao, Santa Luzia, Sáo Vicente, Suriná, Trindade, Ilhas Virgens, assim como a sede do OIRSA e aos Escritórios das diversas Zonas da Reparticao Sanitária Pan-Americana. Colombia e Venezuela - Em principios de 1958, como continuaçáo das investigaqóes efetuadas pelo Centro em 1957 sobre a situacáo da aftosa na Colombia e na Venezuela, e em colaboracao com funcionários dos respectivos Ministérios da Agricultura, apresentou-se um plano para um programa conjunto dos dois países em sua zona fronteiriça. Ésse plano compreendia um estudo da situaaáo existente na referida zona, com recomendao6es pormenorizadas para levar a cabo um trabalho em colaboraaáo. Colombia e Panamá - Desde o aparecimento da febre aftosa na Colombia, em 1950, o Panamá, país mais próximo livre da enfermidade, receou que a infeccao se estendesse através da fronteira. A falta de estradas nessa área e o aspeto montanhoso e agreste da regiáo tem constituído uma barreira eficaz. Assim sendo, o pro17 jetado prolongamento da Estrada Pan-Americana até o sul, através de Darién, até Colombia, proporcionará um meio fácil de transporte entre os dois países. Solicitou-se a colaboraçáo do Centro para preparar um programa apropriado de coopera9áo entre a Colornbia e o Panamá, com o fim de prevenir qualquer propagacoaá da febre aftosa, desde as áreas atingidas até as que estao livres da enfermidade. No fim do ano, realizaram-se tais progressos nesse particular que se esperava ser possível organizar uma reuniáo entre a Colombia e os países vizinhos, - Equador, Panamá e Venezuela -- de modo a discutir, em nível técnico, os problemas comluns aos quatro países. (Essa reuniáo teve lugar em Bogotá, na Colombia, em abril de 1959, e a seu respeito se falará no Relatório do'Centro correspondente áquele ano.) Equador - Em 1956 e no principio de 1957 surgiu a febre aftosa no litoral do Equador. Em virtude de se terem registrado, com intervalos, surtos de estomatite vesicular nessa mesma área, era essencial que se levasse a cabo uma investigaqáo completa de todos os surtos de enfermidades vesiculares, a firr de se verificar se o Equador estava livre novamente da febre aftosa. O Centro submeteu ao Equador um plano para tal fim, em principios de 1958, e durante visitas realizadas ao referido país pelo Chefe dos Servicos de Campo do Centro o assunto foi estudado corn os funcionários do Departamento de Producción Ganadera e a Missáo da Administracao de Cooperacáo Internacional dos Estados Unidos (ICA) no Equador. A respeito da base do plano preparado pelo Centro chegaram a um ác'ordo o Equador e a ICA, em virtude do qual éste último organismo proporcionará assisténcia material para efetuar a referida investigacáo. Bolivia - Em 1958, embora o Ministério da Agricultura da Bolívia nao dispusesse de instalacóes de laboratório para estudos relacionados com a febre aftosa, estava em construcao um Instituto para esse fim. Foi solicitada a colaboracaáo do Centro relativamente ao equipamento necessário para o trabalho de tipificacao de vírus e de producao de vacina, assim como a respeito do treinamento dos veterinários que tem de ocupar os postos mais importantes do Instituto. O Chefe de Laboratórios do Centro visitou La Paz, Bolívia, a fim de assessorá-los quanto aos serviqos e equipamento necessários para iniciar as atividades do Instituto e, corno se mostra no capítulo que trata do treinamento, dois veterinários da Bolívia passaram seis meses no Centro. Relatório sobre a incidencia e controle da febre aftosa e de outras enfermidades animais semelhantes nas Américas A secáo de Servigos de Campo do Centro terminou uma pesquisa sóbre a incidencia da febre aftosae sóbre os métodos de contróle empregados nos diversos países durante o período de outubro 18 de 1954 a setembro de 1957. Essa pesquisa foi preparada com base nos relatórios das visitas dos merrúbros do pessoal do Centro aos diversos paises e na informaçáo proporcionada pelo governos em resposta a questionários enviados pelo Centro. Iniciou-se uma nova pesouisa que abrangerá o período de outubro de 1957 a setembro de 1958. Pediu-se aos laboratórios nacionais, federais ou estaduais, e particulares da América do Sul que fornecessem listas das amostras de campo de vírus que tivessem recebido, indicando o lugar e a data em que foram obtidas, assinm como o resultado das provas efetuadas para a determinacao do tipo de vírus. Espera-se que mediante a correlacáo désses dados com a informaqáo acerca das principais rotas do movimento de gado, obter-se-á um conhecimento mais exato da propagacço da febre aftosa. Pesquisas Durante 1958, como nos anos anteriores, no prograrna de pesquisas deuúse atenaáo especial á produáao de uma melhor imunidade para o gado bovino por meio do emprego de vacinas. Os resultados animadores obtidos no Centro referentes á possibilidade de desenvolver uma vacina de vírus vivo modificado tém estimulado a continuaçáo dessa ordem de pesquisas, utilizando com o máximo proveito os recursos muito limitados de que dispoe. Também tiveram prosseguimento os estudos relativos á cultura de vírus em epitélio lingual pelo método de Frenkel, e ampliou-se considerávelmente o trabalho iniciado no ano anterior relativo ao emprego de métodos de cultura de tecidos. Métodos de diagnóstico - No Relatório Anual de 1957 fez-se referencia ao emprégo da prova de difusao em ágar para a determinacao do tipo imunológico dos vírus da febre aftosa e da estomatite vesicular. Essa prova tem aplicaçoes na pesquisa de laboratório de certas características dos vírus. No entanto, náo é provável que tenha aplicaçqo prática como prova de campo, possibilidade que foi motivo importante para incluir o estudo dessa prova no programa de pesquisas. Vacinas de virus vivo modificado - Um aspeto importante désse trabalho de pesquisas em 1958 foi a preparaáao e entrega para sua publicaqáo de dois trabalhos, descrevendo os resultados obtidos até a data. O primeiró trabalho foi denominado Studies on rabbit adapted foot-and-mouth disease virus. 1. Propagation and pathogenicity, por Cunha, R. G. e Eichhorn, E. A. (Amlerican Journal of Veterinary Research, vol. 20, N.° 74, janeiro de 1959, págs. 133-137). Néle descreveu-se a adaptacáo de uma amostra de cada um dos tipos O, A e C do viírus a coelhos jovens mediante passagens seriadas. No artigo sáo indicados os resultados obtidos até o momento em que se havia efetuado as passagens 137, 40 e 40 respectivamente. 19 A principio, empregaram-se coelhos de 1 a 2 dias, mas aumentando-se gradualmente a idade dos animais utilizados no curso das passagens de virus, foi possível infetar coelhos de 51 dias conm a amostra de tipo O, a partir da 1 1 2 .a passagem. Com ésse número de passagens da amostra de tipo O observou-se que havia urna acentuada reducaáo de sua patogenicidade para os bovinos. Havia-se iniciado ésse trabalho para procurar determinar se o tecido infeccioso de coelho poderia ser empregado como fonte de virus para a producáo de vacina do tipo Schmidt-Waldmann de vírus inativado. O descobrimento de que uma quantidade elevada de passagens seriadas produzia perda de patogenicidade para bovino sugeriu a aplicacao, mais valiosa, da amostra modificada como vacina de virus vivo. O segundo trabalho recebeu como título Studies on rabbit adapted foot-and-mouth disease virus: II. Immunogenicity, por Cunha, R. G., Torturella, I. e Serráo, U. M. (American Journal of Veterinary Research, vol. 20, N. ° 74, janeiro de 1959, págs. 138-144). O artigo descreve os resultados obtidos nos ensaios para imunizar o gado vacum utilizando o virus adaptado ao coelho para a preparacáo de vacina de vírus inativado e também como vacina de vírus vivo modificado. Embora as experiencias realizadas sobre o emprégo do tecido infeccioso de coelho para a preparacao de vacina do tipo Schrnidt-Waldmann náo tenham sido extensas, os resultados náo indicaram que o vírus submetido a passagens em coelhos pudesse ser de utilidade para tal fim. O vírus de tipo O, com 111 passagens seriadas em coelhos, empregou-se como vacina de viírus vivo modificado em experiencias controladas e em pequena escala, em provas de campo. O virus dessa passagem conservou um grau baixo de patogenicidade para o bovino. Sete dos dezessete animais inoculados por via intradermolingual, e dois dos vinte e um inoculados por via intracutánea em experiencias controladas foram clinicamente infectados, assim como dois dos cento e quarenta e dois bovinos inoculados por via intracutánea em provas de campo. A enfermidade nao se registrou no gado que havia estado em contato com os animais inoculados. Setenta e nove por cento dos animais que náo reagiram nas experiencias controladas resistiram a prova com virus bovino tres semanas depois da vacinaaáo. Nas provas de campo produziu-se um elevado título de anticorpos em uma terça parte dos animais inicialmente suscetíveis, que persistiu em nível adequado para a protecáo durante um período de observacao de seis meses. Houve também um aumento do título de anticorpos nos animais de campo que inicialmente eram imunes, os quais consti20 tuíam aproximadamente um térgo do total vacinado. Formulou-se a hipótese de que a producáo de imrunidade a febre aftosa, depois do emprégo de uma vacina de vírus vivo modificado, dependia provavelmente da existencia de infeccáo com multiplicacao do virus modificado. Durante 1958, o trabalho experimental de modificacáo de amostra de vírus se efetuou principalmente comn os tipos A e C, de modo a se obterem exemplares désses tipos corn tao pouca patogenicidade para o gado vacum como a armostra de tipo O. A amostra de tipo A adaptada em coelhos chegou a urna fase em que foi possível infetar coelhos de 30 dias, mas náo se apresentou nenhuma ocasiáo de provar sua patogenicidade no gado vacum. Também foram feitas passagens da amostra do tipo C, maior número de vézes, e cm fins do ano havia chegado a uma fase de modificacço em que podia infetar coe!hos de 40 dias. A essa altura, a amostra era também de baixa patogenicidade para o gado, tendo-se realizado uma série de experiéncias, com vírus da 54 . a passagem em coelhos. A percentagem de animais protegidos com o emprégo dessa amostra de vírus por via intramuscular ou intracutánea foi relativamente reduzida, mas se obtiveram muito melhores resultados quando se inoculou na lingua, por via intradérmica. Além da modificaçáo de vírus mediante passagens em coelhos, efetuaram-se estudos com passagens em ratos adultos e em pintos de um dia. O uso de pintos foi continuacáo de uma investigaçáo a que se fez referencia no Relatório Anual de 1957. Aquela época, esse trabalho estava a cargo de um dos bolsistas a longo prazo, do Centro, e em 1958 foi levado avante pelo Dr. Gamal El Din Zahran, beneficiário da Bl61sa André Meyer, da FAO. O Dr. Zahran havia realizado antes ésse mesmo tipo de trabalho com pintos de urn dia na Europa e, portanto, pode contribuir com sua experiencia anterior para essa pesquisa e para seu desenvolvimento como o emprego de embrioes de pinto. Ainda que se tenham realizado progressos constantes e animadores no trabalho dirigido no sentido de desenvolver uma vacina de vírus vivo modificado permanecem, todavia, alguns problemas que requerem maior investigaçáo e para os quais cumpre encontrar resposta satisfatória antes que a referida vacina possa ser empregada em grande escala sem necessidade de uma supervisáo rigorosa por parte do laboratório. O bezerro recém-nascido é suscetível á aqao patogénica do vírus modificado da febre aftosa. É necessário, pois, determinar em que idade perde o bezerro essa suscetibilidade e pode ser vacinado 21 A colheita de materiais virulentos constitui ulna etapa do processo de desenvolvimento de vacinas antiaftosas de virus vivo modificado por adaptaçáo a pintos de um dia. sem risco algum. É preciso, também, verificar se as'vacas prenhes podem ser vacinadas sem causar prejuízo algum ao feto. Na maioria dos países da América do Sul há que proteger o gado vacum contra trés tipos de vírus. Isso se faz atualmente pelo emprégo repetido de vacinas trivalentes de vírus inativados. Nao se dispoe de informacoes sobre a possibilidade de inocular simultaneamente mais de uma amostra de vírus vivo modificado com o consequente desenvolvimento de imunidade para cada amostra. O estudo já publicado pelo Centro, Experimental mixed infection of catlle with foot-and-mouth disease viruses (Cunha et al., 1958, Amer. J. Vet. Res. 19: 78-83), foi levado a efeito com relaáco a ésse problema. A julgar pelos resultados obtidos, náo seria surpreendente se apenas uma entre duas ou tres amostras modificadas, inoculadas juntas, provocasse urna infeccao suficiente para estimular um alto nível de imunidade. 22 É preciso estudar a estabilidade da modificagáo e cumpre também determinar se as amostras modificadas sobrevivem á liofilizaçao. Os recursos e instalacoes do Centro sáo insuficientes para conseguir, com a rapidez necessária, as respostas a ésses problemas. Por isso, iniciaram-se gestoes com outras instituicóes, e é de se esperar que em 1959 se realizem várias investigaçoes, em outros locais, sob forma de experiencias em colaboracáo. Culturas de virus de febre aftosa Continuou-se a usar a técnica Frenkel de cultivo de vírus, emni que os vírus sáo multiplicados nas células colhidas do epitélio lingual de bovino. Foram adaptadas a éste método de cultivo certo j1 Vista parcial da sala de incubacso do Laboratório de Cultivo de Tecidos. Os estudos sobre multiplicacáo de virus aftoso em cultivos de estratos celulares foram ampliados durante o ano de 1958, e o ensino dos métodos utilizados fez parte de programa do X Curso de Treinamento. 23 número de amostras novas com a finalidade de aumentar a colecao de amostras dos tipos O, A e C do Centro, para fornecé-las a outros laboratórios interessados em produzir vírus para o preparo de vacinas por este método. Além da adaptacao ao método Frenkel, prepararam-se vacinas de vírus inativado usando-se virus de culturas produzidos désse modo, a fim de verificar se as amostras tinham o nível necessário de imunogenicidade. Infelizmente, em virtude da insuficiéncia de instalac5es para bovinos, nao foi possível provar a atividade de t6das essas vacinas. Culturas de tecidos O trabalho de cultura de tecidos, iniciado em 1957, teve prosseguimento em 1958 em muito maior escala. A producao de monoestratos de células renais de bovino ou suíno passou a ser uma atividade rotineira, embora se tenha continuado a encontrar dificuldades consideráveis na obtencáo regular de rins em condiqoes suficientemente boas para o trabalho. Os assuntos estudados, e para os quais se usaram essas culturas de monoestratos, compreenderam a producao de vírus para a preparaçao de vacinas de vírus inativado, o armazenamento de culturas em diversas temperaturas, a fim de se dispor de reservas de monoestratos aue pudessem ser utilizadas em qualquer momento, as passagens seriadas de linhas de células para procurar vencer a dificuldade de obter rins frescos, a comparacáo de células renais de bovinos e suínos na titulacáo dos vírus e o estudo da sua multiplicaqao. Durante o Décimo Curso de Treinamento realizaram-se demonstraoqes dessas técnicas e se forneceu instrucao para seu emprégo. Visitas a outras instituióoes de pesquisa em febre aftosa Além das instituió6es da América do Sul que se ocupam dos problemas da febre aftosa, visitadas em 1958 por membros do pessoal do Centro, o Diretor, durante suas férias na Europa, visitou o Instituto de Pesauisas Veterinárias do Estado, em Lindholm, Dinamarca; o Instituto de Pesquisas (enfermidades produzidas por vírus animais) e o Laboratório Mundial de Referéncia para a Febre Aftosa, em Pirbright, Inglaterra, e o Instituto de Pesquisas Veterinárias do Estado, em Amsterdáo, na Holanda. Trabalhos apresentados em 1958 1) Plan de acción a seguir en caso de un brote de fiebre aftosa apresentado pelo Diretor á VI Reuniao do OIRSA, em Manágua, Nicarágua. 2) The veterinary activities of the Pan American Sanitary Bureau, apresentado pelo Dr. Peter R. Ellis, á III Reuniao da Associacáo Veterinária Británica do Caribe, Pórto Espanha, Trindade (Vet. Rec. 71: 237-239, 1959). 24 3) 4) 5) the activities of the Pan American P'oot-and-Mouth Dis' ease Center apresentado pelo Diretor á IV Reuniáo Interamericana s6bre Produaáo Pecuária, em Kingston, Jamaica. Studies on rabbit adapted foot-and-mouth disease virus: 1. Propagation and pathogenicity, pelos Drs. Raymundo G, Cunha e Ervin A. Eichhorn (Amer. J. Vet. Res. 20: 133-137, 1959). Studies on rabbit adapted foot-and-tnoUth disease virus: 1. Immunogenicity, pelos Drs. Raymundo G. Cunha, Ivo Torturella e Ubiratan M. Serráo (Amer. J. Vet. Res. 20: 138-144,1959). Grupo Técnico Assessor em Febre Aftosa Em 1958, o Diretor da Repartiçao Sanitária Pan-Americana nomeou um Grupo Técnico para que o assessorasse s6bre os diversos aspetos do problema da febre aftosa nas Américas, e sóbre o programa e atividades do Centro. O grupo ficou integrado pelos seguintes membros: Dr. Karl F. Meyer, da Fundacao George Williams Hooper, Centro Médico da Universidade da Califórnia, Sao Francisco; Dr. Ramón Rodríguez, do Instituto Bacteriológico do Chile, Santiago, e Dr. Richard E. Shope, do Instituto Rockefeller, de Nova Iorque. Ésse grupo estéve aproximadamente uma semana no Centro, no mes de novembro de 1958, e seus membros realizaram visitas curtas á Argentina, Colombia, Peru, Uruguai e Venezuela. O Relatório preparado posteriormente pelo grupo continha muitas sugestoes e recomendac6es úteis, uma das quais estava exarada nos seguintes termos : "Em nossa opiniáo, o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa desernpenha uma funcáo essencial no controle e futura erradicacáo da febre aftosa, e, com a mais firme convicaáo, recomendamos finalmente oue seus esforcos em matéria de treinamento, consultas de campo e investigacóes continuem em um nivel cada vez mais elevado." IV. RELA(OES INTERNACIONAIS O Centro considera que o controle e erradicacáo da febre aftosa tem de se organizar na escala interpaíses, e, por isso, seus esforcos tendem a estabelecer programas internacionais de cooperaáao. Os avancos neste campo sao lentos, pois é evidente que se devem organizar programas nacionais adequados, antes que possam ter éxito os programas intenacionais. Náo obstante, podem ser apontados como exemplos do trabalho do Centro, nesse particular, a apresentaçáo á Colombia e á Venezuela de propostas pormenorizadas para um programa conjunto na zona fronteiriça, o apoio á colaboraaáo interpaises para prevenir a propagacáo da febre aftosa da América do Sul aos países situados ao norte da fronteira entre a 25 Colómbia e o Panamá, e a apresentaqao aos países livres da enfermidade de um "Plano de Aaáo" minucioso, a ser seguido pelo Centro e referidos países no caso de um surto de aftosa. Governos membros As relaqces entre o Centro e os funcionários dos Ministérios da Agricultura dos Governos membros continuam sendo excelentes, como nos anos anteriores. Organismos Internacionais Organizafdo das Naçoes Unidas para a Alimentaçfo e a Agricultura - Tem continuado a valiosa colaboraçao com os consultores da FAO em matéria de sanidade animal.. Em julho, o Centro recebeu a visita do Dr. K. V. L. Kesteven, Chefe do Departamento de Zootecnia, Dr. John Hancock, Assessor Regional em Pecuária para América Latina, e Dr. J. N. Ritchie, Oficial Chefe Veterinário do Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentaçáo, da Grá-Bretanha, aue visitava a América do Sul na qualidade de consultor da FAO, enviado pe]a Comissao Européia da Luta contra a Febre Aftosa. Essa visita antecedeu a IV Reuniao Interamericana sobre Produçáo Pecuária, que teve lugar em Jamaica, convocada pela FAO, e na aual o Centro esteve representado pelo Diretor e pelo Chefe dos Serviços de Campo. Repartiçao Internacionalde Epizootias - O Chefe dos Serviços de Campo representou o Centro na VII Conferéncia para o estudo dos problemas relacionados com a imunizacáo contra a febre aftosa, e apresentou nela um relatório sobre os progressos conseguidos no desenvolvimento de vacinas de vírus vivo modificado. Organismo Internacional Regional de Sanidade Agropecuária - Continuou o frequente intercambio de informaqoes entre o Centro e essa organizaçáo, e, como se revelou antes, o Centro esteve representado por seu Diretor na VI Reuniao do OIRSA, na qual apresentou o "Plano de Acao", ao qual já se féz referencia. Associafco Inteinacional de Sociedades de Microbiologia - O Diretor, aproveitando suas férias em seu país de origem, assistiu ao VII Congresso Internacional de Microbiologia, realizado em Estocolmo, Suécia. Administra¢6o de Cooperafco Internacional dos Estados Unidos - Manteve-se relacáo com os funcionários da ICA que atuam em vários países, particularmente em Bolívia, Colombia e Equador. V. CONCLUSOES Um dos acontecimentos mais importantes do ano foi o início das obras de construcao do nóvo laboratório e de dois estábulos para isolamento de bovinos, na sede do Centro, em Sáo Bento, Estado do Rio de Janeiro. Infelizmente, cumpre assinalar que, no fini do ano, 26 o aparecimento de novas dificuldades motivou o atraso dessa fase do programa de construçoes. Os outros aspetos do trabalho do Centro podem ser assim avaliados: Treinamento. Em certo número de casos, os esforços consagrados ao treinamento tém sido em grande parte infrutíferos, em virtude de os governos náo proporcionarem os meios necessários a aplicagao prática, por parte dos bolsistas, das técnicas que lhes foram ensinadas. Nestas circunstancias é difícil prever-se grandes sucessos com a concessáo de maior número de bólsas. O problema reside no fato de serem reduzidos os fundos que se destinam á Agricultura, nos orçamentos nacionais dos países em questáo. O Centro estuda o modo de conseguir que, ainda assim, o programa de treinamento resulte mais eficaz. Diagnóstico de laboratório. A inclusáo no programa do Centro do exame de amostras de vírus em relacáo com a identificaçáo de seus subtipos é de grande importancia, e cabe dizer o mesmo da funaáo do Centro como coordenador entre os países latino-americanos e o Laboratório Mundial de Referencia, criado recentemente na Inglaterra. ServiVos de assessoramento e de campo. Poder-se-á realizar muito mais nesse particular e existe necessidade urgente de aumentar o número de técnicos de campo, do Centro. Pesquisa. A falta de estábulos para o isolamento do gado no Centro continua atrasando o desenvolvimento do programa de pesquisas. Embora se espere iniciar logo trabalhos em colaboraçáo com outras instituiçoes, que ajudaráo considerávelmente o desenvolvimento de uma nova vacina, isso náo suprirá a falta de instalacóes para o gado, que sáo fundamentais, a fim de que o grupo de pesquisas possa levar a efeito seu trabalho. APÉNDICE 1 Pessoal profissional en 1958 Dr. Wm. MacGregor Henderson Dr. Raymundo G. Cunha Dr. Peter R. Ellis Dr. Miguel A. Norambuena Dr. Iris Abreu Martins Dr. Karl E. Federer Prof. Florindo Villa-Alvarez Dr. Janos Ladislao Saile Dr. Ivo Torturella Dr. Ubiratan M. Serrao Dr. Moyses Natan Honigman (G.-Bret.) (Brasil) (G.-Bret.) (Chile) (Brasil) (Alem.) (Brasil) (Hungria) (Brasil) (Brasil) (Brasil) 27 Diretor Chefe dos Laboratórios Chefe dos Servicos de Campo Virologista principal Virologista Sorologista Administrador Sorologista adjunto Veterinário principal Veterinário adjunto Assistente de Pesquisas APÉNDICEÉ 2 bÉCIMO CURSO DE TREINAMENTO EM FEBRE AFTOSA 12 de maio - 20 de junho de 1958 Rio de Janeiro, Brasil Programa dos trabalhos Primeira semana: 12 de maio Cerimónia inaugural, visita ao Centro, entrega de equipamento, assuntos administrativos. Introducao ao estudo das enfermidades vesiculares e seu contróle. 13 de maio Situacáo das enfermidades vesiculares no mundo. Criacao e cuidados com animais de laboratório. 14 de maio Situacao das enfermidades vesiculares no Hemisfério Ocidental. Coleta de amostras de campo e isolamento de vírus, inoculaqao de animais de laboratório. 15 de maio Progressos recentes em virologia, com referencia especial ás enfermidades vesiculares. Os métodos quantitativos no estudo dos virus. Exame de animais de laboratório, coleta de material. 16 de maio Introduçco ao estudo da imunidade e dos métodos sorológicos. Sua aplicaaáo ao diagnóstico. Exame de animais de laboratorio. Titulacáo de vírus. Segunda semana: 19 de maio Introducao á prova de fixacao do complemento para a determinacao dos tipos de virus. Preparacáo de anti-s6ros, complemento e hemolisina. Preparacao do sistema hemolítico. 28 20 de maio Preparaçáo de antígenos de diferentes origens. Emprégo do espectrofotómetro. Titulacáo do complemento. 21 de maio Titulaaáo de antígenos e anti-soros. A prova de fixacáo de complemento. 22 de maio A prova de fixaqáo de complemento. 23 de maio A prova de fixaçao de complemento. Pesquisa de subtipos de vírus. Terceira semana: 26 de maio Introduçáo ao estudo da cultura de tecidos. Introduaáo á técnica de difusao em gel de ágar. Determinaáao do tipo e titulacáo de soros mediante a prova de difusao em ágar. 27 de maio Cultura de células renais de bovinos e cobaias. Leitura de provas de difusáo em ágar. 28 de maio Exame de cultura de tecidos. Leitura de provas de difusáo em ágar. 29 de maio Repetiçáo de cultura de tecidos Concentraçáo de antígenos para as provas de difusao em ágar. 30 de maio Repetiçao de cultura de tecidos. Soluqoes e meios para a cultura de tecidos. A aplicaçáo dos métodos de cultura de tecidos. 29 Quarta semana: 2 de junho O método Frenkel de cultura de víirus. Extracao de epitélio de língua normal. A preparaqáo e titulagáo de virus de semente. A iniciagáo da cultura do virus. 3 de junho Coleta de vírus de cultura e sua titulacao. As aplicacóes do método de Frenkel. 4 de junho Repetiçáo do trabalho com o método de Frenkel. 5 de junho Provas de soroprotecao e soroneutralizagco para a descoberta e titulacáo de anticorpos. A prova de soroproteçáo em camundongos lactentes. 6 de junho A prova de.soroneutralizacao em camundongos lactentes e em cultura de tecidos. Exame dos resultados obtidos com as diferentes técnicas. Quinta semana: 9 de junho Vacinas contra a febre aftosa. Titulaçgo de virus em bovinos. 10 de junho Prepara,áo de vacina tipo Schmidt-Waldmann. Exame de bovinos utilizados para a titulacáo de virus. 11 de junho Provas de inocuidade e atividade das vacinas. Exame de bovinos utilizados para a titulacao de virus. 12 de junho Vacinas de vírus vivo modificado. A possibilidade de desenvolver uma vacina de virus vivo modificado contra a febre aftosa. 30 13 de junho A inoculacao de ovos embrionados, pintos de um dia e coellios. Sexta semana: 16 de junho Recapitulaáao de estudos anteriores. Visita ao Instituto Oswaldo Cruz, do Ministério da Saúde. 17 de junho Recapitulaqáo de estudos anteriores. Visita ao Instituto de Biologia Animal, do Ministério da Agricultura. 18 de junho Recapitulaaáo de estudos anteriores. 19 de junho Recapitulagao de estudos anteriores. 20 de junho Discussáo geral. Cerimónia de encerramento no Ministério da Agricultura, com a presenca do Ministro e de representantes das Embaixadas dos países participantes no Rio de Janeiro. 31 APENDICE 3 DÉCIMO CURSO DE TREINAMENTO EM FEBRE AFTOSA 12 de maio - 20 de junho de 1958 Rio de Janeiro, Brasil (Nomes e enderecos dos participantes) COLOMBIA ARGENTINA Dra. Lilly Plazas de Stillich Instituto Zooprofiláctico Colombiano Bogotá Dr. Carlos Hugo Caggiano Instituto Nacional de la Fiebre Aftosa Buenos Aires BRASIL PARAGUAI Dr. Adálvio Fernandes Amorim Divisáo de Defesa Sanitária Animal Fortaleza, Ceará Dr. Carlos de Moraes Andrade Instituto de Biologia Animal Divisao de Defesa Sanitária Animal Recife, Pernambuco Dr. Pedro Tomás Romero Ortíz Dirección de Ganadería Ministerio de Agricultura Assungáo URUGUAI Dr. Antonio Mario Graniello Laboratorio de Biologia Animal Dirección de Ganadería Ministerio de Ganadería y Agricultura Mcntevidéu Dr. Moacyr Rossi Nilsson Instituto de Biologia Animal Km 47, Rio de Janeiro Dr. Carlos de Mello Bettencourt Filho (participou do curso ao iniciar seus estudos com uma bolsa a longo prazo) Instituto de Biologia Animal Km 47, Rio de Janeiro VENEZUELA Dr. Jesús Castafieda García División de Investigaciones Veterinarias Ministerio de Agricultura y Cría Maracay 32 APND IC 4 DÉCIMO-PRIMEIRO CURSO DE TREINAMENTO EM FEBRE AFTOSA 10 - 22 de novembro de 1958 Sao José, Costa Rica Programa de trabalho Primeira semana: 10 de novembro Cerim6nia de inauguracao no Ministério da Agricultura. Introducáo ao estudo da febre aftosa, suas características clínicas, epizootiologia, patologia, virologia e imunologia. Perigos e conseauencias económicas da febre aftosa. A necessidade de adotar medidas de prevencao. 11 de novembro Visita ao p6rto de Puntarenas para demonstracáo dos processos de inspecao. 12 de novembro O controle das importaçoes; legislaçao e inspecao. Educaçáo do público. Introduçao ao estudo da estomatite vesicular e do exantema vesicular. 13 de novembro Introduçao ao estudo da peste bovina. Relatórios dos participantes acerca das condicoes, legislaçño, serviços veterinários, etc. em seus respectivos países. 14 de novembro Relatório das participantes (continuacao). Visita ao Instituto Interamericano de Ciencias Agrícolas, em Turrialba. 15 de novembro Situaçáo das enfermidades vesiculares no mundo. 33 Segunda semana: : 17 de novembro O controle e erradicagáo da febre aftosa. O "Plano de Acáo" no caso de um surto. A organizacao e administraaáo de um programa de erradicaqao. 18 de novembro A investigaqáo de um surto de enfermidade vesicular. Os métodos de quarentena e a aplicacao de normas para o sacrificio do gado. Desinfectantes e desinfecçáo. 19 de novembro Exercício de campo sobre as medidas que devem ser adotadas no caso de suspeita de surto de felbre aftosa em uma zona leiteira. 20 de novembro Exercício de campo sobre as medidas que devem ser adotadas no caso de suspeita de surto de febre aftosa em uma zona de criagáo. 21 de novembro Exame crítico das medidas propostas pelos participantes nos exercícios de dias anteriores. 22 de novembro Cerimónia de encerramento no Ministério da Agricultura. 34 APENDICE DÉCIMO-PRIMEIRO 5 CURSO DE TREINAMENTO EM FEBRE AFTOSA 10 - 22 de novenmbro de 1958 Sao José, Costa Rica (Nomes e enderecos dos participantes) CUBA GUATEMALA Dr. José Estrada Dirección de Veterinaria Ministerio de Agricultura Havana Dr. José Francisco Marín Diaz Laboratorio de Sanidad Animal Ministerio de Agricultura Guatemala Dr. Juan de Dios Moscoso Najarro Dirección de Ganadería Guatemala COSTA RICA Dr. Roger Briceño Castillo Dirección de Agricultura y Ganadería Ministerio de Agricultura e Industria Silo José NICARAGUA Dr. Angel Mallona Ramírez Dirección de Ganadería Ministerio de Agricultura y Ganadería Manágua Dr. Jaime Del Valle Leandro Dirección de Agricultura y Ganadería Ministerio de Agricultura e Industria. Sao José Dr. Juan Lorenzo Eguarás Aldave Laboratorio de Veterinaria Ministerio de Agricultura y Ganadería Manágua EL SALVADOR Dr. Carlos Elvidio Ayala Departamento de Sanidad Animal Ministerio de Agricultura y Ganadería Sao Salvador HAITI Dr. Elysée Eustache Section de Médecine Vétérinaire et Bactériologie Département de l'Agriculture, des Ressources Naturelles et du Développement Roral Damnien Dr. Eladio Chaverri Laboratorio de Patologia Animal Ministerio de Agricultura y Ganadería Sao Salvador s 35 HONDUúRAS Dr. Francisco Madrid Tabora Departamento de Sanidad Animal Ministerio de Recursos Naturales Tegucigalpa Dr. Héctor Oswaldo Chacón Departamento de Sanidad Animal Ministerio de Recursos Naturales Tegucigalga PANAMA Dr. Hatuey Castro Barona Departamento de Sanidad Animal Ministerio de Agricultura, Comercio e Industrias Panamná Or. Otto Samuel Alvarez Departamento de Sanidad Animal Ministerio de Agricultura, Comercio e Industrias Panamá Estiveram presentes também os seguintes observadores: Chefe, Departamento Antiaftoso do OIRSA (Organismo Regional Internacional de Sanidad Agro- pecuaria) Panamá Tenente-Coronel Arthur Hogge Servico de Veterária dos Estados Unidos da América. Assessor do Governo do Panamá Panamá APÉNDICE 6 Bolsistas a longo prazo Outubro de 1957 - setembro de 1958 Dr. Julio Monteagudo Salas (Bolsa da OSP/OEA) Instituto Nacional Antiaftoso Ministerio de Agricultura Lima, Peru Maio de 1958 Dr. Carlos de Mello Bettencourt Filho (Bolsa da OSP/OEA) Instituto de Biologia Animal Ministério da Agricultura Km 47, Rio de Janeiro, Brasil Julho 1958 - dezembro 1958 Dr. Carmelo Caballero Contreras (*) Dirección de Ganadería Ministerio de Agricultura, Ganadería y Colonización La Paz, Bolívia Julho 1958 - dezembro 1958 Dr. Mario Zambrana Barbery (*) Dirección de Ganadería Ministerio de Agricultura, Ganadería y Colonización La Paz, Bolivia Novembro de 1958 Dr. Gamal El Din Zahran (Bolsa André Meyer, da FAO) Laboratório de Investigao6es Veterinárias Ministério da Agricultura Dokki, Cairo, Egito Dezembro de 1958 Dr. Sergio Coube Bogado (*i) Laboratório de Fabricacáo de Produtos Veterinários Departamento da Prqduaáo Animal Ministério da Agricultura Castro, Paraná, Brasil () Viagens e despesas pagas pelo país do bolsista. 37