"Projecto de Revisão das Normas de Betões"

Transcrição

"Projecto de Revisão das Normas de Betões"
Norma de betões
Norma de betões
Índice
CAPÍTULO I Disposições gerais ................................................................................. 5
Artigo 1
Objecto e âmbito de aplicação ........................................................................ 5
Artigo 2
Artigo 3
Referências normativas ................................................................................... 6
Definições...................................................................................................... 17
CAPÍTULO II Materiais constituintes....................................................................... 24
Artigo 4
Artigo 5
Cimentos........................................................................................................ 24
Agregados ...................................................................................................... 24
Artigo 6
Artigo 7
Água de amassadura ...................................................................................... 26
Adjuvantes ..................................................................................................... 27
Artigo 8
Aditivos ......................................................................................................... 30
CAPÍTULO III
Requisitos e especificações ........................................................... 33
SECÇÃO I Requisitos básicos e de durabilidade para composição do betão ................. 33
Artigo 9
Artigo 10
Artigo 11
Artigo 12
Artigo 13
Artigo 14
Generalidades ................................................................................................ 33
Tipos de cimento, dosagem de cimento e razão água/ material cimentício . 33
Agregados grossos......................................................................................... 34
Agregados finos............................................................................................. 34
Adjuvantes ..................................................................................................... 35
Tipo, quantidade e razão água/material cimentício dos aditivos .................. 35
Artigo 15 Consistência................................................................................................... 36
Artigo 16 Compacidade do betão .................................................................................. 36
Artigo 17 Temperatura do betão fresco ......................................................................... 36
Artigo 18 Reacção álcalis-agregado .............................................................................. 37
Artigo 19 Teor de cloretos no betão............................................................................... 37
Artigo 20 Durabilidade .................................................................................................. 38
Artigo 21 Resistência às acções ambientais .................................................................. 40
SECÇÃO II Especificação do betão .............................................................................. 49
Artigo 22 Generalidades ................................................................................................ 49
Artigo 23 Especificações ............................................................................................... 49
Artigo 24 Métodos de ensaio ......................................................................................... 54
Norma de Betões ................................................................ Página 2
Versão F
CAPÍTULO IV Fabrico, transporte, colocação e cura .............................................. 56
SECÇÃO I Fabrico de betão ............................................................................................ 56
Artigo 25 Pessoal ........................................................................................................... 56
Artigo 26 Equipamento e instalações ............................................................................ 56
Artigo 27 Doseamento dos materiais constituintes ....................................................... 57
Artigo 28 Amassadura do betão .................................................................................... 58
SECÇÃO II Transporte, colocação e cura de betão fresco............................................ 59
Artigo 29 Pessoal ........................................................................................................... 59
Artigo 30 Transporte...................................................................................................... 59
Artigo 31 Entrega........................................................................................................... 59
Artigo 32 Consistência na entrega ................................................................................. 60
Artigo 33 Colocação e compactação ............................................................................. 61
Artigo 34 Cura e protecção ............................................................................................ 61
CAPÍTULO V Procedimentos para o controlo de qualidade..................................... 65
SECÇÃO I Controlo de qualidade............................................................................... 65
Artigo 35 Conteúdo ...................................................................................................... 65
SECÇÃO II Controlo de produção ................................................................................ 65
Artigo 36 Generalidades ................................................................................................ 65
Artigo 37 Controlo do fabrico ....................................................................................... 66
Artigo 38 Inspecção antes da betonagem ...................................................................... 71
Artigo 39 Inspecção durante o transporte, colocação, compactação e cura de betão
fresco ............................................................................................................. 72
SECÇÃO III Controlo de conformidade......................................................................... 75
Artigo 40 Generalidades ................................................................................................ 75
Artigo 41 Sistemas de verificação do controlo de conformidade ................................. 75
Artigo 42 Dimensão dos lotes a adoptar na obra para avaliação da conformidade da
resistência à compressão do betão ................................................................ 77
Artigo 43 Plano de amostragem para avaliação da conformidade da resistência à
compressão do betão ..................................................................................... 78
Artigo 44 Critérios de conformidade para a resistência à compressão do betão .......... 80
Artigo 45 Plano de amostragem e critérios de conformidade para a consistência do
betão .............................................................................................................. 83
Artigo 46 Plano de amostragem e critérios de conformidade para a razão água/material
cimentício ...................................................................................................... 83
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Versão F
Artigo 47 Plano de amostragem e critérios de conformidade para a dosagem de cimento
e de material cimentício ................................................................................ 84
Artigo 48 Plano de amostragem e critérios de conformidade para a penetração da água
no betão ......................................................................................................... 84
Artigo 49 Plano de amostragem e critérios de conformidade para o teor de cloretos no
betão .............................................................................................................. 84
Artigo 50 Plano de amostragem e critérios de conformidade para as propriedades de
resistência do betão à migração de iões de cloreto ....................................... 85
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Versão F
Norma de betões
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Objecto e âmbito de aplicação
1. A presente Norma de Betões, adiante designada por Norma, estabelece as regras a
observar no fabrico, transporte, aplicação e cura do betão, e os procedimentos para a
execução do seu controlo de qualidade.
2. A presente Norma estabelece ainda os requisitos para:
Os materiais constituintes do betão;
As propriedades do betão fresco e do betão endurecido, bem como as suas
verificações;
Os condicionamentos para a composição do betão;
A especificação do betão;
O transporte e a entrega de betão fresco;
Os procedimentos de colocação em obra e de cura;
Os procedimentos de controlo de qualidade;
Os procedimentos de controlo de produção;
Os critérios de conformidade e a avaliação da conformidade.
3. Podem também ser considerados outros requisitos adicionais, constantes de outras
normas chinesas (GB), europeias (EN), internacionais (ISO) ou americanas (ASTM)
nomeadamente para:
Betão utilizado em estradas, pavimentos e outras áreas de circulação ou
estacionamento de veículos;
Betão (argamassa) com máxima dimensão de agregado igual ou inferior a 4.75
mm;
Betão para estruturas maciças;
Betão aparente e arquitectural;
Tecnológicos especiais (por exemplo, betão projectado).
4. A presente Norma aplica-se ao betão destinado a estruturas construídas in situ,
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Versão F
estruturas pré-fabricadas e em elementos estruturais pré-fabricados para edifícios e
outras a obras de engenharia civil.
5. O betão pode ser fabricado no local da obra, em centrais de betão-pronto, ou em
fábrica de produtos de betão pré-fabricado.
6. A presente Norma aplica-se ao betão de massa volúmica normal, betão pesado e
betão leve.
7. A presente Norma não se aplica a betão de tipo espumoso, a betão sem finos, a
betão com massa volúmica inferior a 800 kg/m3 e a betão refractário.
Artigo 2.º
Referências normativas
EN 196-1
Methods of testing cements - Part 1:
Determination of strength
(Métodos de ensaio de cimentos - Parte 1:
Determinação da resistência)
EN 196-2
Methods of testing cements - Part 2:
Chemical analysis of cement
(Métodos de ensaio de cimentos - Parte 2:
Análise química do cimento)
Methods of testing cements - Part 3:
Determination of setting time and soundness
(Métodos de ensaio de cimentos - Parte 3:
Determinação do tempo de presa e
expansibilidade)
EN 196-3
EN 196-6
EN 196-7
EN 197-1
EN 206-1
Methods of testing cements - Part 6:
Determination of fineness
(Métodos de ensaio de cimentos - Parte 6:
Determinação da finura)
Methods of testing cements - Part 7: Methods
of taking and preparing samples of cement
(Métodos de ensaio de cimentos - Parte 7:
Métodos de recolha e preparação de amostras
de cimento)
Cement - Part 1: Composition, specifications
and conformity criteria: Common cements
(Cimento - Parte 1: Composição,
especificações e critérios de conformidade:
Cimentos comuns)
Concrete - Part 1: Specification, performance,
production and conformity
(Betão Parte 1: Especificações, desempenho,
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Versão F
EN 450-1
EN 450-2
EN 451-1
EN 451-2
EN 480-1
EN 480-2
produção e conformidade)
Fly ash for concrete - Part 1: Definitions,
Specifications and conformity criteria
(Cinzas volantes para betão - Parte 1:
Definições, especificações e critérios de
conformidade)
Fly ash for concrete - Part 2: Conformity
evaluation
(Cinzas volantes para betão - Parte 2:
Avaliação da conformidade)
Methods of testing fly ash - Part 1:
Determination of free calcium oxide content
(Métodos de ensaio de cinza volante - Parte 1:
Determinação do teor de óxido de cálcio
livre)
Methods of testing fly ash - Part 2:
Determination of fineness by wet sieving
(Métodos de ensaio de cinza volante - Parte 2:
Determinação da finura por peneiração a
húmido)
Test methods of admixtures for concrete,
mortar and grout - Part 1: Reference concrete
and reference mortar for testing
(Métodos de ensaio de adjuvantes para betão,
argamassa e caldas de injecção - Parte 1:
Betão e argamassa de referência para ensaio)
Test methods of admixtures for concrete,
mortar and grout - Part 2: Determination of
setting time
(Métodos de ensaio de adjuvantes para betão,
argamassa e caldas de injecção - Parte 2:
Determinação do tempo de presa)
EN 480-4
Test methods of admixtures for concrete,
mortar and grout - Part 4: Determination of
bleeding of concrete
(Métodos de ensaio de adjuvantes para betão,
argamassa e caldas de injecção - Parte 4:
Determinação da exsudação do betão)
EN 480-5
Test methods of admixtures for concrete,
mortar and grout - Part 5: Determination of
capillary absorption
(Métodos de ensaio de adjuvantes para betão,
argamassa e caldas de injecção - Parte 5:
Determinação da absorção capilar)
Test methods of admixtures for concrete,
mortar and grout - Part 8: Determination of
the conventional dry material content
(Métodos de ensaio de adjuvantes para betão,
EN 480-8
Norma de Betões ................................................................ Página 7
Versão F
EN 480-10
EN 480-12
EN 934-2
EN 934-6
EN 1744-1
EN 1992
EN 12504-1
EN 12504-2
EN 12504-3
argamassa e caldas de injecção - Parte 8:
Determinação do teor em sólidos)
Test methods of admixtures for concrete,
mortar and grout - Part 10: Determination of
water soluble chloride content
(Métodos de ensaio de adjuvantes para betão,
argamassa e caldas de injecção - Parte 10:
Determinação do teor em cloretos solúveis em
água)
Test methods of admixtures for concrete,
mortar and grout - Part 12: Determination of
the alkali content of admixtures
(Métodos de ensaio de adjuvantes para betão,
argamassa e caldas de injecção Parte 12: Determinação do teor de álcalis dos
adjuvantes)
Admixtures for concrete, mortar and grout.
Part 2: - Definitions, requirements,
conformity, marking and labelling
(Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de
injecção. Parte 2: – Definições, requisitos,
conformidade, marcação e etiquetagem)
Admixtures for concrete, mortar and grout Part 6: Sampling, conformity control and
evaluation of conformity
(Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de
injecção - Parte 6: Amostragem, controlo de
conformidade e avaliação da conformidade)
Tests for chemical properties of aggregates.
Chemical analysis
(Ensaios para determinação das características
químicas de agregados. Análise química)
Design of concrete structures
(Projecto de estruturas de betão)
Testing concrete in structures - Part 1: Cored
specimens - Taking, examining and testing in
compression.
(Ensaio do betão nas estruturas Parte 1 – Carotes - Extracção, exame e ensaio
à compressão)
Testing concrete in structures - Part 2:
Non-destructive testing - Determination of
rebound number
(Ensaio do betão nas estruturas Parte 2: Ensaio não destrutivo - Determinação
do índice esclerométrico)
Testing concrete in structures - Part 3:
Determination of pull-out force
(Ensaio do betão nas estruturas - Parte 3:
Determinação da força de arranque).
Norma de Betões ................................................................ Página 8
Versão F
EN 12504-4
EN 12620
EN 12878
EN 13263-1
EN 13263-2
ENV 13670-1
EN 45011
EN 45014
ISO 758
Testing concrete - Part 4 : Determination of
ultrasonic pulse velocity
(Ensaio do betão - Parte 4: Determinação da
velocidade de propagação dos ultra-sons)
Aggregates for concrete
(Agregados para betão)
Pigments for colouring of building materials
based on cement and /or lime - Specifications
and methods of test
(Pigmentos para a coloração de materiais de
construção à base de cimento e/ou de cal Especificações e métodos de ensaio)
Silica fumes for concrete - Part 1: Definitions,
requirements and conformity criteria
(Sílica de fumo para betão - Parte 1:
Definições, requisitos e critérios de
conformidade)
Silica fume for concrete - Part 2: Conformity
evaluation
(Sílica de fumo para betão - Parte 2:
Avaliação da conformidade)
Execution of concrete structures - Part 1:
Common
(Execução de estruturas em betão - Parte 1:
Generalidades)
General requirements for bodies operating
product certification systems
(Requisitos gerais para organismos que
operam com sistemas de certificação de
produtos)
General criteria for suppliers declaration of
conformity
(Critérios gerais para a declaração de
conformidade pelos fornecedores)
Liquid chemical products for industrial use –
Determination of density at 20 0C
(Produtos químicos líquidos para uso
industrial – Determinação da densidade a 20
0
C)
Norma de Betões ................................................................ Página 9
Versão F
ISO 1158
ISO 1920-1
Plastics – Vinyl chloride homopolymers and
copolymers – Determination of chloride
content
(Plásticos – Cloretos vinílicos homopolímeros
e copopolímeros – Determinação do teor de
cloretos)
Testing of concrete - Part 1: Sampling of fresh
concrete
(Ensaios de betão - Parte 1: Amostragem do
betão fresco)
ISO 1920-2
Testing of concrete – Part 2 : Properties of
fresh concrete
(Ensaios de betão - Parte 2: Propriedades do
betão fresco)
ISO 1920-3
Testing of concrete - Part 3 : Making and
curing test specimens
(Ensaios de betão - Parte 3: Fabrico e cura de
provetes)
ISO 1920-4
Testing of concrete - Part 4 : Strength of
hardened concrete
(Ensaios de betão - Parte 4: Resistência do
betão endurecido)
Testing of concrete - Part 5 : Properties of
hardened concrete other than strength
(Ensaios de betão - Parte 5: Outras
propriedades do betão endurecido distintas da
resistência)
ISO 1920-5
ISO 1920-6
ISO 4316
ISO 6782
ISO 6783
Testing of concrete - Part 6 : Sampling,
preparing and testing of concrete cores
(Ensaios de betão - Parte 6: Amostragem,
preparação e ensaio de carotes de betão)
Surface active agents – Determination of pH
of aqueous solutions – Potentiometer method
(Agentes superficialmente activos –
Determinação do pH de soluções líquidas –
Método potenciométrico)
Aggregates for concrete – Determination of
bulk density
(Agregados para betão – Determinação da
baridade)
Coarse aggregates for concrete –
Determination of particle density and water
absorption – Hydrostatic balance method
(Agregados grossos para betão –
Determinação da densidade das partículas e
da absorção de água – Método da balança
hidrostática)
Norma de Betões ............................................................... Página 10
Versão F
ISO 7033
ISO 9297
Fine and coarse aggregates for concrete –
Determination of the particle
mass-per-volume and water absorption –
Pycnometer method
(Agregados finos e grossos para betão –
Determinação da massa volúmica das
partículas e da absorção de água – Método do
picnómetro)
Water quality – Determination of chloride -Silver nitrate titration with chromate indicator
(Mohr's method)
(Qualidade da água — Determinação do teor
em cloretos: Nitrato de prata com indicador
de crómio (Método de Mohr)
Norma de Betões ............................................................... Página 11
Versão F
ASTM C 40
ASTM C 70
ASTM C 117
ASTM C 123
ASTM C 127
ASTM C 128
Test method for organic impurities in fine
aggregates for concrete
(Método de ensaio de impurezas orgânicas em
agregados finos para betão)
Test method for surface moisture in fine
aggregate
(Método de ensaio da água superficial em
agregados finos)
Test method for materials finer than 75 µm
(no.200) sieve in mineral aggregates by
washing
(Método de ensaio de material de dimensão
inferior a 75 µm em agregados minerais por
peneiração húmida)
Test method for lightweight pieces in
aggregate
(Método de ensaio de partículas leves em
agregados)
Test method for density, relative density
(specific gravity), and absorption of coarse
aggregates.
(Método de ensaio da densidade, densidade
relativa (massa volúmica) e absorção de
agregados grossos)
Test method for density, relative density
(specific gravity), and absorption of fine
aggregates
(Método de ensaio da densidade, densidade
relativa (massa volúmica) e absorção de
agregados finos)
ASTM C 131
Test method for resistance to degradation of
small-size coarse aggregate by abrasion and
impact in the Los Angeles machine
(Método de ensaio da resistência ao desgaste
de agregados de pequena dimensão, por
abrasão e impacto na máquina de Los
Angeles)
ASTM C 136
Test method for sieve analysis of fine and
coarse aggregate
(Método de análise da granulometria de
agregados finos e grossos)
ASTM C 142
Test method for clay lumps and friable
particles in aggregates
(Método de ensaio da argila e partículas
friáveis em agregados)
Test method for compressive strength of
ASTM C 170
Norma de Betões ............................................................... Página 12
Versão F
ASTM C 232
ASTM C 403
ASTM C 469
dimension stone
(Método de ensaio da resistência à
compressão de rochas naturais)
Test methods for bleeding of concrete
(Métodos de ensaio da exsudação do betão)
Test method for time of setting of concrete
mixtures by penetration resistance
(Método de ensaio do tempo de presa do betão
pela resistência à penetração)
Test method for static modulus of elasticity
and Poisson's ratio of concrete in compression
(Método de ensaio do módulo estático de
elasticidade e do coeficiente de Poisson do
betão submetido à compressão)
ASTM C 495
Test method for compressive strength of
lightweight insulating concrete
(Método de ensaio da resistência à
compressão do betão leve para isolamento
térmico)
ASTM C 535
Test method for resistance to degradation of
large-size coarse aggregate by abrasion and
impact in the Los Angeles machine
(Método de ensaio da resistência ao desgaste
de agregados grossos, por abrasão e impacto
na máquina de Los Angeles)
ASTM C 566
ASTM C 702
ASTM C 878
ASTM C 940
ASTM C 1202
Test method for total moisture content of aggregate by
drying
(Método de ensaio do teor de humidade total dos agregados
por secagem)
Test method for practice for reducing samples of aggregate
to testing size
(Método de ensaio do procedimento de redução de amostras
à dimensão de ensaio granulométrico)
Test method for restrained expansion of
shrinkage-compensating concrete
(Método de ensaio de expansão limitada de betão de
retracção compensada)
Standard test method for expansion and bleeding of freshly
mixed grouts for preplaced-aggregate concrete in the
laboratory
(Método de ensaio padrão em laboratório da expansão e
exsudação de caldas frescas para betão de agregados
pré-colocados)
Test method for electrical indication of concrete's ability to
Norma de Betões ............................................................... Página 13
Versão F
ASTM C 1260
ASTM D 422
ASTM D 511
ASTM D 513
resist chloride ion penetration
(Método de ensaio para indicação eléctrica da capacidade
do betão de resistir à penetração de iões de cloreto)
Test method for potential alkali reactivity of aggregates
(Mortar-bar method)
(Método de ensaio da reactividade potencial dos agregados
aos álcalis – Método da barra de argamassa)
Test method for particle-size analysis of soils
(Método de análise da granulometria dos solos)
Test method for calcium and magnesium in water
(Método de determinação do cálcio e magnésio na água)
Test method for total and dissolved carbon dioxide in Water
(Método de determinação do dióxido de carbono total e
dissolvido na água )
ASTM D 516
Test method for sulphate in water
(Método de determinação dos iões de sulfatos na água)
ASTM D 1252
Test method for chemical oxygen demand (Dichromate
oxygen demand) of water
(Método de determinação da necessidade química de
oxigénio da água)
Test method for pH of water
(Método de determinação do pH da água)
ASTM D 1293
ASTM D 1426
RILEM CPC7
Test method for ammonia nitrogen in water
(Método de determinação do nitrogénio amoniacal na água)
Direct tension of concrete specimens (recommendation of
1975)
(Tracção directa de amostras de betão – recomendação de
1975)
BS 812: Part 103
Testing aggregates – Part 103. Methods for determination
of particle size distribution
(Ensaios para agregados – Parte 103. Métodos de
determinação da distribuição granulométrica)
BS 812 : Section
105.1
Testing aggregates – Section 105.1. Methods for
determination of particle shape.
Flakiness index
(Ensaios para agregados – Secção 105.1. Métodos de
determinação da forma das partículas.
Índice de achatamento)
BS 812 : Section
105.2
Testing aggregates – Section 105.2. Methods for
determination of particle shape Elongation index of coarse
aggregate
(Ensaios para agregados – Secção 105.2. Métodos de
determinação da forma das partículas.
Índice de alongamento de agregados grosseiros)
Norma de Betões ............................................................... Página 14
Versão F
BS 812 : Part 109
BS 812: Part 110
Testing aggregates – Part 109. Methods for determination
of moisture content
(Ensaios para agregados – Parte 109. Métodos de
determinação do teor de humidade)
Testing aggregates – Part 110. Methods for determination of
aggregate crushing value (ACV)
(Ensaios para agregados – Parte 110. Métodos de
determinação da resistência ao esmagamento – ACV)
BS 1377: Part 3
Methods of test for soils for civil engineering purposes –
Part 3. Chemical and electro-chemical tests
(Métodos de ensaio de solos para fins de engenharia civil –
Parte 3. Ensaios químicos e eletro-químicos)
BS 1881: Part 5
Testing concrete – Part 5. Testing methods of hardened
concrete others than concrete strength
(Ensaios de betão – Parte 5. Métodos de ensaio de betão
endurecido, distintos da resistência)
Testing concrete – Part 120. Methods for determination of
the compressive strength of concrete cores
(Ensaios de betão – Parte 120. Métodos de determinação da
resistência à compressão de carotes de betão)
BS 1881: Part 120
BS 1881: Part 122
Testing concrete – Part 122. Methods for determination of
water absorption
(Ensaios de betão – Parte 122. Métodos de determinação da
absorção da água)
BS 1881: Part 124
Testing concrete – Part 124. Methods for analysis of
hardened concrete
(Ensaios de betão – Parte 124. Métodos de análise do betão
endurecido)
BS 1881: Part 128
Testing concrete – Part 128. Methods for analysis of fresh
concrete
(Ensaios de betão – Parte 128. Métodos de análise do betão
fresco)
BS 5075-1
Concrete admixtures – Part 1. Specification for accelerating
admixtures, retarding admixtures and water reducing
admixtures
(Adjuvantes para betão – Parte 1. Especificações para
aditivos de aceleração, aditivos de retardamento e aditivos
de redução de água)
BS 5075-2
Concrete admixtures – Part 2. Specification for
air-entraining admixtures
(Adjuvantes para betão – Parte 2. Especificações de
aditivos de ar ocluído)
BS 5075-3
Concrete admixtures – Part 3. Specification for
Norma de Betões ............................................................... Página 15
Versão F
superplasticizing admixtures
(Adjuvantes para betão – Parte 3. Especificações para
aditivos superplastificantes)
BS 6588
APHA
NP 1416
Specification for Portland pulverized-fuel ash cement
(Especificações para Cimentos tipo II com cinzas volantes)
Standard methods for the examination of water and
wastewater
(Métodos padrão para análise da água e das águas residuais)
Águas – Determinação da agressividade para o carbonato
de cálcio de águas de amassadura e de águas em contacto
com betões
Norma de Cimentos
de Macau
Cimentos – Composição, especificação, controlo de
recepção e critérios de conformidade
LECM 104
Solos – Determinação da quantidade de sulfatos dos solos e
da quantidade de sulfatos da água dos solos
GB/T 8074
Test method for specific surface of cement – Blaine method
(Método de ensaio da superfície específica do cimento –
Método de Blaine)
GB/T 8077
Method for testing uniformity of concrete admixture
(Método de ensaio da uniformidade da mistura de betão)
GB/T 12988
Test method for abrasion resistance of inorganic paving
materials
(Método de ensaio da resistência à abrasão de materiais
inorgânicos para pavimentos)
GB/T 16925
Test method for abrasion resistance of concrete and its
products (Ball bearing method)
(Método de ensaio da resistência à abrasão do betão e seus
produtos - Método “Ball bearing”)
GB/T 18046
Ground granulated blast furnace slag used for cement and
concrete
(Escória de alto forno granulada e triturada utilizada em
cimentos e betões)
Code for acceptance of constructional quality of concrete
structures
(Código para aceitação da qualidade da construção de
estruturas de betão)
GB 50204
Norma de Betões ............................................................... Página 16
Versão F
GB/T 50082
Standard for test methods of long-term performance and
durability of ordinary concrete
(Norma padrão para métodos de ensaio de desempenho a
longo prazo e de durabilidade de betão comum)
GB/T 50476
Code for durability design of concrete structures
(Código de projecto de durabilidade de estruturas de betão)
DB44/T 566
Technical directives for anti-seawater concrete
(Directivas técnicas para betão sujeito à acção da água do
mar)
DL/T 5151
Test code for aggregates of hydraulic concrete
(Código de ensaio para agregados para betão hidráulico)
JGJ/T 192
Technical specification for application of corrosion
inhibitor for steel bar
(Especificação técnica para a aplicação de inibidores de
corrosão para varões de aço)
JGJ/T 193
Standard for inspection and assessment of concrete durability
(Código para a inspecção e avaliação de durabilidade do
betão)
JTG/T B07-01
Specification for deterioration prevention of highway
concrete structures
(Especificação para a prevenção da detereoração das
estruturas de betão de estradas)
CCES01-2004
(2005 edição)
Guide to durability design and construction of concrete
structures
(Guia de projecto de durabilidade e construção de estruturas
de betão)
Artigo 3.º
Definições
Para efeitos da presente Norma, consideram-se aplicáveis as seguintes definições:
Aditivo
Material inorgânico, de granulometria fina, adicionado ao betão em quantidades
significativas durante seu processo de mistura, possibilitando a redução da dosagem
de cimento, com a finalidade de melhorar certas propriedades do betão ou adquirir
Norma de Betões ............................................................... Página 17
Versão F
outras propriedades especiais, actuando nomeadamente na trabalhabilidade do betão
fresco, na resistência à fissuração de origem térmica, na expansibilidade por acção de
reacções álcalis e na resistência ao ataque por sulfatos. Existem dois tipos de aditivos:
os quase quimicamente inertes (tipo I) e os do tipo pozolânico ou do tipo hidráulico
latente (tipo II);
Adjuvante
Material quimicamente activo adicionado ao betão durante o processo de mistura,
em quantidade muito reduzida, em percentagem não superior a 5% da massa do
cimento incorporado ao betão, com a finalidade de modificar certas propriedades do
betão fresco ou endurecido. Os adjuvantes considerados na presente Norma são os
seguintes:
–
Redutor de água ou plastificante
Adjuvante que, sem afectar a consistência, permite a redução do teor de água
contida numa dada mistura de betão, ou que, sem afectar o teor de água, aumenta
a trabalhabilidade, ou que produz estes dois efeitos simultaneamente;
–
Redutor de água de alta gama ou superplastificante
Adjuvante que, sem afectar a consistência, permite uma redução elevada do
teor de água de uma dada mistura de betão, ou que, sem afectar o teor de água,
aumenta a sua
simultaneamente;
–
trabalhabilidade,
ou
que
produz
estes
dois
efeitos
Retentor de água
Adjuvante que reduz a perda de água por diminuição da exsudação;
–
Acelerador de presa
Adjuvante que permite diminuir o tempo de transição do estado plástico para o
estado sólido (endurecido) do betão;
–
–
Retardador de presa
Adjuvante que prolonga o tempo de transição do estado plástico para o estado
sólido (endurecido) do betão;
Acelerador de endurecimento
Adjuvante que acelera o desenvolvimento da resistência inicial do betão,
afectando ou não o tempo de presa;
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Versão F
–
Hidrófugo
Adjuvante que reduz a absorção capilar no betão endurecido;
–
Inibidor de corrosão
Adjuvante que pode reduzir ou prevenir, quando o betão tem elevado teor de
cloreto, a corrosão das armaduras induzida por iões de cloreto;
–
Multifuncional
Adjuvante que afecta simultaneamente várias propriedades do betão fresco
e/ou do betão endurecido, cumprindo mais do que uma das funções principais
anteriormente referidas;
Agregado fino
Material mineral granulado próprio para ser utilizado em betão, com grãos de
tamanho menor que 4.75 mm;
Agregado grosso
Material mineral granulado próprio para ser utilizado em betão, com grãos de
tamanho maior que 4.75 mm;
Amassadura de betão
Quantidade de betão fresco produzido num ciclo de operações de betoneira ou a
quantidade de betão descarregado durante um minuto por uma central de betonagem
em produção contínua;
Argamassa
Material constituído por adequadas proporções de agregado fino, cimento e água
podendo conter aditivos e adjuvantes e que, quando endurecido, adquire propriedades
de coesão e resistência;
Ar introduzido
Bolhas de ar microscópicas e uniformemente distribuídas, esféricas ou quase
esféricas com 10 µm a 300 µm de diâmetro, intencionalmente introduzidas no betão
durante o processo de mistura, normalmente através do uso de um agente tensioactivo,
que assim permanecem após o endurecimento;
Ar ocluído
Vazios de ar, com dimensão não inferior a 1 mm, que não foram inensionalmente
introduzidos no betão;
Betão
Norma de Betões ............................................................... Página 19
Versão F
Material composto pela mistura de cimento, agregados grossos e finos e água, com a
inclusão ou não de adjuvantes e aditivos, que desenvolveu as suas propriedades por
hidratação do cimento, produzindo um material coeso e resistente;
Betão de densidade normal
Betão com massa volúmica após secagem superior a 2000 kg/m3, mas não
excedendo 2600 kg/m3;
Betão endurecido
Betão que atingiu o estado sólido, por endurecimento, e que adquiriu propriedades
de coesão e resistência;
Betão fabricado no local da obra
Betão produzido pelo empreiteiro (ou utilizador) em estaleiro no local da obra ou na
sua proximidade;
Betão fresco
Betão ainda no estado plástico, mas completamente misturado, ainda em condições
de poder ser vibrado e compactado por métodos normais;
Betão leve
Betão com massa volúmica após secagem igual ou superior a 800 kg/m3, mas não
excedendo 2000 kg/m3. Este betão é normalmente produzido utilizando parcial ou
totalmente agregado leve;
Betão pesado
Betão com massa volúmica após secagem superior a 2600 kg/m3;
Betão pronto
Betão produzido em instalações fabris próprias e distintas do local da obra,
destinado a ser fornecido, ainda fresco, pelo produtor ao empreiteiro (ou utilizador);
Camião betoneira
Betoneira montada num veículo motorizado apto a transportar, misturar e entregar
betão fresco, em condições de homogeneidade adequadas;
Carregamento de betão
Quantidade de betão pronto transportado num veículo contendo uma ou mais
amassaduras;
Cimento
Material inorgânico finamente moído que, quando misturado com água, forma uma
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Versão F
pasta que faz presa e endurece através de reacções e processos de hidratação e que,
depois de endurecer, adquire e conserva a sua resistência e estabilidade, mesmo dentro
de água;
Cinzas volantes(Pulverized fly ash - PFA)
São obtidas por precipitação electrostática ou mecânica de partículas semelhantes a
poeiras, resultantes de gases de combustão provenientes de caldeiras alimentadas a
carvão pulverizado. Podem ser de natureza siliciosa ou calcária. Têm propriedades
pozolânicas, em adição estas ultimas tem propriedades hidráulicas.
Controlo de conformidade
Combinação de acções e decisões tomadas de acordo com as regras de
conformidade previamente adoptadas para verificar a conformidade do betão com a
sua especificação;
Controlo de produção
Conjunto de procedimentos, instruções de trabalho e planos de inspecção e ensaio
que permitem manter a qualidade do betão produzido, em conformidade com os
requisitos especificados. Também se incluem neste controlo as inspecções antes da
colocação do betão e as inspecções relativas ao transporte, colocação, compactação e
cura do betão. O controlo de produção faz parte integrante do controlo de qualidade;
Controlo de qualidade
Conjunto de acções e decisões a ser tomadas de acordo com as especificações e
verificações estabelecidas, a fim de assegurar a total conformidade do betão com os
requisitos especificados. O controlo de qualidade compreende duas partes distintas
mas interligadas: o controlo de produção e o controlo de conformidade;
Dosagem efectiva de água
Diferença entre a quantidade total de água presente no betão fresco e a quantidade
de água absorvida pelos agregados;
Dosagem total de água
Soma da quantidade de água adicionada à mistura com a água presente no interior
(por absorção) e na superfície dos agregados, nos adjuvantes e aditivos e com a
resultante quer de gelo adicionado, quer de vapor utilizado em processos de cura
acelerada;
Ensaio inicial
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Versão F
Ensaio ou ensaios realizados durante a verificação da mistura de ensaio inicial;
Ensaio prévio
Ensaio ou ensaios, realizados antes do inicio da produção, para determinar a
composição de um novo betão de modo a satisfazer todos os requisitos especificados,
nos estados fresco e endurecido, tendo em atenção os materiais a utilizar, as condições
particulares de colocação em obra e as condições de exposição ambiental;
Entrega
Processo de fornecimento de betão fresco pelo produtor, normalmente por descarga
de um camião betoneira;
Família de betões
Grupo de composições de betão, produzido nas mesmas instalações fabris, com um
cimento do mesmo tipo, classe de resistência e origem, e com agregados da mesma
origem geológica e do mesmo tipo (por exemplo, britado ou não), com um mesmo
tipo de adjuvantes ou aditivos (caso existam) e água da mesma origem. Para cada
família de composições de betão, deve ser estabelecida e documentada uma relação
fiável entre as respectivas propriedades (resistência à compressão, razão água/material
cimentício e/ou teor de material cimentício);
Local da obra
Área onde se executam os trabalhos de construção;
Lote de betão
Parte do volume total de betão a ser aplicado numa determinada estrutura ou
elemento estrutural, no qual se procede a uma verificação da conformidade de
desempenho em todos os aspectos, no local da obra. Esse volume parcial (ou lote)
deve ser ter sido produzido em condições uniformes e deverá pertencer a uma mesma
família de betão. A aceitação do lote pode variar de acordo com os diferentes
desempenhos do betões;
Materiail cimentício
Material constituinte do betão, referindo-se geralmente a cimentos e aditivos do tipo
II. Quando o cimento é parcialmente substituído pela mesma massa de aditivos, o teor
dos materiais cimentícios é a soma, em massa, do cimento com os aditivos;
Produtor
Pessoa ou entidade que produz de betão fresco;
Norma de Betões ............................................................... Página 22
Versão F
Projecto da mistura inicial
Determinação inicial da composição de um betão, através de métodos teóricos tendo
em conta os resultados de ensaios prévios efectuados aos materiais constituintes
pré-seleccionados e ao betão propriamente dito, tendo em vista atingir os requisitos
especificados para esse betão.
Razão Água/Cimento (A/C)
Relação em massa, entre a dosagem efectiva de água e a dosagem de cimento no
betão fresco;
Razão Água/Material Cimentício (A/MC)
Relação em massa, entre a dosagem efectiva de água e a dosagem de materiais
cimentícios no betão fresco;
Tempo de vida útil da estrutura
Período de tempo durante o qual o desempenho do betão na estrutura se mantém a
um nível compatível com a satisfação dos requisitos de desempenho da estrutura,
desde que haja adquada manutenção;
Utilizador (ou empreiteiro)
Pessoa ou entidade que utiliza betão fresco na execução de uma obra de
construção ou parte dela, para o seu próprio uso (ou mediante contrato);
Verificação da mistura de ensaio inicial
Verificação e análise dos resultados dos ensaios iniciais realizados em amostras
colhidas em três amassaduras com a composição pré-definida no projecto da mistura
inicial (mistura de projecto), produzidas em dias diferentes pela mesma central de
betonagem, para demonstrar que as propriedades especificadas para o betão fresco e
para o betão endurecido se verificam com uma margem adequada. São igualmente
verificados a adequabilidade dos processos de fabrico e dos equipamentos utilizados.
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Versão F
CAPÍTULO II
Materiais constituintes
Artigo 4.º
Cimentos
Os tipos de cimento que podem ser utilizados na produção do betão são os
constantes da Norma de Cimentos de Macau, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 63/96/M,
de 14 de Outubro.
Para assegurar a sua qualidade, os cimentos devem estar certificados de acordo
com a Norma de Cimentos de Macau.
A utilização de cimentos não certificados depende de autorização prévia da
Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, adiante designada por
DSSOPT, devendo o pedido ser submetido com toda a informação necessária, de
acordo com as exigências prescritas na Norma de Cimentos de Macau. O controlo de
recepção deve ser efectuado durante a utilização do cimento.
Artigo 5.º
Agregados
As características dos agregados grossos, as normas aplicáveis relativas a
métodos de ensaio e as exigências a satisfazer encontram-se indicadas no Quadro 1.
Os agregados grossos devem ser bem graduados, devendo-se adoptar diferentes
tamanhos de partículas.
É aconselhável utilizar areia dura e limpa de rios como agregados finos. Pode ser
utilizada pedra britada fina, dura e limpa. É proibida a utilização de areia do mar e
agregados finos pré-misturados. Os agregados finos devem ser bem graduados.
Norma de Betões ............................................................... Página 24
Versão F
Quadro 1. Características, normas de ensaio e exigências dos agregados
Características
Resistência mecânica dos
agregados grossos (1)
Absorção de água (1)
Quantidades de matérias
prejudiciais
Normas de ensaio
Exigências
≥ 80 MPa
Resistência à compressão ou
ASTM C170
Resistência ao esmagamento
ou
BS 812: Parte 110 ≤ 30%
10% valor de finos
BS 812-111
≥ 100 kN
Agregados grossos (godo ou
brita)
ISO 6783 ou
ASTM C 127
absorção ≤ 5,0%
Agregados finos (areia natural
ASTM C 128
ou britada)
absorção ≤ 5,0%
Matéria orgânica nos
agregados finos
ASTM C 40
não prejudicial
Partículas muito finas e
matéria solúvel
ASTM C 117
areia natural ≤ 3,0%
pedra britada fina ≤ 15,0%
godo ≤ 2,0%
brita ≤ 3,0%
Partículas de argila e
partículas friáveis (2)
ASTM C 142
agregado fino ≤ 1,0%
agregado grosso ≤ 0,25%
Teor de Sulfatos
BS 812-118
≤1%
Sais de cloreto solúveis em água (3)
EN 1744-1
≤ 0,01 %
Agregados grossos contendo partículas achatadas
BS 812-105.1
≤ 30 %
Agregados grossos contendo partículas alongadas
BS 812-105.2
≤ 35 %
Ensaio de Los Angeles (4)
ASTM C131
≤ 35 % (5)
Método da barra de argamassa ASTM C 1260
Reactividade potencial
com álcalis(6)
ε − Extensão em % aos 16 dias:
ε < 0,10% – potencialmente inócuo
0,10% ≤ ε ≤ 0,20% – não conclusivo
ε > 0,20% – potencialmente nocivo (8)
ε − Extensão % no 1o ano
(2)
Método do prisma de betão
GB/T 50082
(6)
(7)
.
ε < 0,04% − potencialmente inócuo
ε ≥ 0,04% − potencialmente nefasto (8)
ASTM C 127
ASTM C 128
(9)
Densidade relativa
Análise granulométrica
ASTM C 136
(9)
Teor de água total
ASTM C 566
(9)
(9)
Teor de água superficial nos agregados finos
ASTM C 70
Notas:
(1) Os valores exigidos não se aplicam a agregados leves. Para betão de alta resistência, devem ser adoptados limites mais
rigorosos.
(2) Realizar ensaio em caso de dúvidas.
(3) Aplicar a agregados finos.
(4) O ensaio de Los Angeles não é significativo para agregados calcários.
(5) Para requisitos relativos a superfícies de estradas, efectuar de acordo com o n.º 2 do artigo 24o.
(6) Esta característica apenas é exigida em betão estrutural.Enquanto o método da barra de argamassa é utilizado nas reacções
álcalis-sílica, o método de prisma de betão é utilizado tanto nas reacções álcalis-sílica como nas reacções álcalis-carbonato.
Para determinar a eficiência inibitória na reacção álcalis-agregado, tal como na utilização de aditivos, o ensaio do prisma de
betão deve ser estendido por dois anos ou mais.
(7) Este agregado pode ser utilizado, mas apenas se forem tomadas algumas das acções preventivas estabelecidas no artigo18.º
(por exemplo, cimento com dosagem em álcalis não superior a 0,60%, expressa em Na2Oequ). Este agregado não pode ser
utilizado quando o betão está em contacto com a água do mar ou com águas ou solos que contenham concentrações de sais
alcalinos iguais ou superiores aos da água do mar.
(8) Este agregado não pode ser utilizado.
(9) Estas características são necessárias para o estudo da composição.
(10) Não devem ser utilizados agregados de fonte marítima.
(11) Nestas circunstâncias, não devem ser utilizados agregados.
Norma de Betões ............................................................... Página 25
Versão F
Artigo 6.º
Água de amassadura
A água da rede de abastecimento público pode ser utilizada sem necessidade de
análise prévia.
A água poluída e a água do mar não podem ser utilizadas como água de
amassadura independentemente do tipo de betão.
A água de outras origens pode ser utilizada na amassadura desde que: Sejam
observadas as exigências indicadas no Quadro 2; A diferença do tempo de presa
inicial no ensaio de contraste com água destilada ou com água desionizada não seja
superior a 30 minutos; e o tempo de presa inicial esteja de acordo com os requisitos
estabelecidos na Norma de Cimentos de Macau.
Em caso de dúvida, devem efectuar-se ensaios comparativos de resistência à
compressão, aos sete dias, sobre argamassas utilizando a água a ensaiar e água
destilada ou desionizada. Estes ensaios devem ser efectuados de acordo com a norma
EN 196-1. O valor médio da tensão de ruptura à compressão dos provetes preparados
com a água a ensaiar deve ser, pelo menos, igual a 90% do valor médio da tensão de
ruptura obtida com os provetes preparados com a água destilada ou desionizada.
Pode ser utilizada a água de amassadura que, em relação ao teor de cloretos,
tenha ultrapassado o valor limite estabelecido no Quadro 2, mas ainda assim esteja de
acordo com o valor limite estabelecido no artigo 20.º (Quadro 8). Devem, no entanto,
ser aplicados simultaneamente inibidores de corrosão como medida técnica com o
objectivo de evitar a corrosão dos varões.
Norma de Betões ............................................................... Página 26
Versão F
Quadro 2. Características , normas de ensaio e exigências da água para amassadura
de betões
Características
pH
Normas de ensaio
APHA 4500 –
H+B
Resíduo dissolvido
APHA2540C
(g/dm3)
Resíduo em
suspensão (g/dm3) APHA 2540D
Necessidade
química de
ASTM D 1252
oxigénio -(mg/dm3)
Cloretos (mg/dm3) APHA
4500–Cl – B
APHA 4500
Sulfatos (mg/dm3)
–SO 4 2 – C
Álcalis total
EN 196-2
(mg/dm3)
Betão
simples
Exigências
Betão
Betão
armado
pré-esforçado
≥4
≥4
≥5
≤ 35
≤ 10
≤ 10
≤5
≤2
≤2
≤ 500
≤ 500
≤ 500
≤ 4500
≤ 600
≤ 500
≤ 2000
≤ 2000
≤ 600
≤ 1000
≤ 1000
≤ 1000
Artigo 7.º
Adjuvantes
Podem ser utilizados os seguintes tipos de adjuvantes classificados em função da
sua acção principal: plastificantes, superplastificantes, retentores de água,
aceleradores de presa, retardadores de presa, aceleradores de endurecimento,
hidrófugos e multifuncionais.
Os adjuvantes devem ser homogéneos e a sua cor deve ser uniforme. No caso de
apresentarem segregação, o fabricante deve indicar o processo de homogeneização da
mistura.
Os adjuvantes devem satisfazer as exigências gerais indicadas no Quadro 3. É
proibida a mistura de adjuvantes com sal de cloreto ou com sal de sulfato.
Cada tipo de adjuvante deve ainda satisfazer as exigências específicas indicadas
no Quadro 4. Quando utilizados conjuntamente adjuvantes de origem e tipo diferentes,
deve ser mencionada a compatibilidade e a influência destes nas propriedades do
betão (por exemplo, resistência à penetração da água, expansibilidade ou tempo de
presa). Devem ser realizados ensaios e verificada a conformidade antes da sua
utilização.
Norma de Betões ............................................................... Página 27
Versão F
Quadro 3. Características gerais, normas de ensaio e exigências a
satisfazer para todos os tipos de adjuvantes
Características (1)
Normas
de ensaio
pH
ISO 4316
Massa volúmica
(só para líquidos)
ISO 758
Teor de sólidos
EN 480-8(2)
Teor de cloretos solúveis em
água (Cl–)
GB/T 8077
Cloro total (4)
Teor de álcalis em Na2Oequ (5)
(equivalente a óxido de sódio)
Teor de ar no betão fresco
ISO 1158
EN 196-2
ISO 1920-2
Exigências
± 1 do que o valor indicado, ou dentro da gama
de pH indicada pelo fabricante
- D ± 0,03 para D ≥ 1,10 kg/dm3
- D ± 0,02 para D < 1,10 kg/dm3 ,
sendo D o valor indicado pelo fabricante
- T ± 5% para T ≥ 20%
- T ± 10% para T < 20% ,
sendo T a percentagem, em massa, indicada
pelo fabricante
≤ 0,10%, em massa (3) , ou
inferior ao valor indicado pelo fabricante
≤ 0,10%, em massa, ou
inferior ao valor indicado pelo fabricante
inferior ao valor indicado pelo fabricante
< A + 2%,
sendo A o teor de ar no betão de referência (6) ,
salvo indicação diferente do fabricante.
Notas:
(1) Os valores definidos pelo fabricante devem ser apresentados por escrito ao utilizador.
(2) Se o método definido na norma EN 480-8 não for adequado, o fabricante deve recomendar um
método de ensaio alternativo.
(3) Quando o teor de cloreto for < 0,10% em massa, a composição pode ser considerada “sem
cloretos”.
(4) Se não existir diferença significativa entre o cloro total e o teor de cloreto solúvel na água, apenas
este deve ser determinado nos ensaios subsequentes do adjuvante em causa.
(5) Na2Oequ = Na2O + 0,658 K2O
(6) Betões de referência conforme definidos na norma EN 480-1.
Norma de Betões ............................................................... Página 28
Versão F
Quadro 4. Características específicas, normas de ensaio e exigências a satisfazer para cada
tipo de adjuvante
Tipos de
adjuvante
Plastificante
Características
Consistência
constante
Consistência
constante
Normas de
ensaio
Redução de água
Resistência à
compressão
ISO 1920-2
≥ 5% e ≤ 12%
ISO 1920-4
Aos 28 dias: ≥ 110%
Redução de água
ISO 1920-2
≥ 12%
Resistência à
compressão
ISO 1920-4
Ao fim de 1 dia: ≥ 140%
Aos 28 dias: ≥ 115%
ISO 1920-2
Aumento do espalhamento: ≥ 160 mm, para
um espalhamento inicial de 350 ± 20 mm
Aumento do abaixamento: ≥ 120mm, para um
abaixamento inicial de 30 ± 10 mm
ISO 1920-2
Após a adição do adjuvante, e pelo menos
durante 30 minutos, o valor da consistência da
“composição de ensaio” não deve ser inferior
ao valor da consistência inicial da
“composição de controlo”
ISO 1920-4
Aos 28 dias: ≥ 90%
EN 480-4
≤ 50%
ISO 1920-4
Aos 28 dias: ≥ 80%
Consistência
SuperPlastificante
Razão Água
/Material
Cimentício
constante
Retentor de água
Acelerador de
presa
Consistência
constante
Consistência
constante
Retardador de
presa
Consistência
constante
Acelerador de
endurecimento
Consistência
constante
Consistência
constante ou
Razão Água
/Material
Cimentício
constante
Hidrófugos
Inibidor
corrosivo
Razão Água
/Material
Cimentício
constante
Exigências (1)
Manutenção da
consistência
Resistência à
compressão
Exsudação
Resistência à
compressão
Tempo de presa
EN 480-2
Resistência à
compressão
ISO 1920-4
Início e fim de
presa
Resistência à
compressão
Resistência à
compressão
EN 480-2
ISO 1920-4
ISO 1920-4
Para “composições de ensaio” com início de
presa, a 20o C, não inferior a 30 minutos:
- a 5o C : ≤ 60%
Aos 28 dias: ≥ 80%
Aos 90 dias “composição de ensaio” ≥
“composição de controlo” aos 28 dias
Início: ≥ 90 minutos
Fim:
≤ 360 minutos
Aos 7 dias: ≥ 80%
Aos 28 dias: ≥ 90%
A 20oC e ao fim de 24 horas: ≥ 120%
A 20oC e aos 28 dias: ≥ 90%
Aos 7 dias após 7 dias de cura: ≤ 50% m/m.
Aos 28 dias após 90 dias de cura: ≤ 60% m/m
Absorção capilar
EN 480-5
Resistência à
compressão
ISO 1920-4
Aos 28 dias: ≥ 85%
JGJ/T 192
Reduzir 95% ou mais
JGJ/T 192
Aos 28 dias: ≥ 90%
% de área
corrosiva dos
varões sob
ambiente
seco-molhado de
água salgada
Resistência à
compressão
Nota:
(1)
Relação dos resultados obtidos na “composição de ensaio” (com adjuvante) com os resultados obtidos na “composição de controlo”
(sem adjuvante). Excepto nos betões de referência ou nas argamassas para inibidores de corrosão definidos na norma JGJ/T 192, os
outros betões de referência ou argamassas para adjuvantes são definidos na norma EN 480-1.
Norma de Betões ............................................................... Página 29
Versão F
Artigo 8.º
Aditivos
1. Cinzas volantes
A utilização deste aditivo do tipo II(ver artigo 3.º) no betão deve estar em
conformidade com a norma EN 450.
O Quadro 5 indica as características físicas e químicas, as normas de ensaios e as
exigências que as cinzas volantes devem satisfazer. Para além desses requisitos, deve
estar permanentemente disponível informação detalhada sobre a composição química
das cinzas volantes, nomeadamente do teor de sílica, de alumínio, de óxido ferroso, de
óxido de cálcio e de álcalis expressos em óxido de sódio equivalente, verificados de
acordo com a norma EN 196-2.
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Versão F
Quadro 5. Características, normas de ensaio e exigências para as cinzas volantes para betões
Características
Dióxido de sílica reactiva
SiO2+Al2O3+Fe2O3
Perda ao rubro
Cloretos
Anidrido sulfúrico, SO3
Óxido de cálcio livre
Óxido de cálcio reactivo
Fosfato solúvel P2O5
Óxido de magnésio
Teor total de álcalis
Tempo de presa inicial
Finura
Expansibilidade
Massa volúmica
EN 197-1
EN 196-2
EN 196-2
EN 196-2
EN 196-2
EN 451-1
EN 197-1
EN 450-1
EN 196-2
EN 196-2
EN 196-3
EN 451-2
Índice de actividade (5)
(6)
Exigências
Normas de
ensaio
EN 196-3
EN 196-6
I
II
≥ 25%
≥ 70%
≤ 5,0%
≤ 8,0% (1)
≤ 0,10%
≤ 3,0%
≤ 1,0% (2)
≤ 10,0%
≤ 100mg/kg
≤ 4,0%
( )
≤ 5,0% 3
≤ 2 vezes o tempo de presa inicial de 100% do
cimento de referência (4)
≤ 20%
≤ 40%
aos 28 dias ≥ 75%
aos 90 dias ≥ 85%
≤ 10 mm
± 200 kg/m3 relativamente ao indicado pelo
fornecedor
Notas:
(1) Podem ser aceites cinzas volantes com teores de perda ao rubro até 10% se for
demonstrado que o teor de carbono nas cinzas é inferior ou igual a 8,0%.
(2) Podem ser aceites cinzas com teores de óxido de cálcio livre até 2.5%, desde que
satisfaçam o ensaio de expansibilidade.
(3) Para que se possa considerar a sua aplicação deve ser determinado o teor total de álcalis
do material cimentício através da proporção entre os teores de álcalis das cinzas volantes
e do cimento.
(4) Determinada com base numa pasta preparada com 50% de cinzas e 50% de cimento de
referência, no caso de o teor de óxido de cálcio livre não ser inferior a 1,0% em massa.
(5) Razão, em percentagem, entre a resistência à compressão de provetes de argamassa
preparada com 75% de cimento de referência (Tipo I - 42,5) e 25% de cinzas volantes, e
a resistência à compressão de provetes de argamassa preparada apenas com cimento de
referência, quando ensaiados com a mesma idade.
(6) Comparar a mistura de 25% de cinzas volantes e 75% de cimento de referência com
100% de cimento de referência.
2. Escória de alto forno granulada
A utilização deste aditivo do tipo II (ver artigo 3.º) no betão deve estar em
conformidade com a norma GB/T 18046.
As características físicas e químicas, as normas de ensaios e os requisitos da
escória de alto forno granulada, constam do Quadro 6. Além disso, informações
detalhadas da escória granulada de alto forno devem ser continuamente fornecidas,
incluindo os conteúdos de sílica, alumínio, óxido de cálcio e óxido de magnésio,
devendo ser testada de acordo com a norma EN-196-2.
Norma de Betões ............................................................... Página 31
Versão F
Quadro 6.
Características, normas de ensaio e requisitos da escória de alto forno granulada
Características
Área de superfície
específica
7d
Índice de
actividade
28d
Sulfato, SO3
Cloreto
Perda em ignição
Normas para ensaios
GB/T 8074
S105
≥500m2/kg
GB/T 18046
GB/T 18046
EN 196-2
EN 196-2
EN 196-2
95%
105%
≤ 4,0%
≤ 0,06%
≤ 3,0%
Requisitos
S95
≥400m2/kg
S75
≥300m2/kg
75%
95%
55%
75%
3. Sílica de Fumo
A utilização deste aditivo do tipo II (ver artigo 3.º) no betão deve estar em
conformidade com a norma EN 13263.
As características físicas e químicas, normas de referência para ensaios e
requisitos para a sílica de fumo constam do Quadro 7.
Quadro 7. Características, normas de ensaio e exigências para a sílica de fumo para betão
Características
Dióxido de silício
Silício elementar
Óxido livre de cálcio
Sulfato SO3
Teor total de álcalis
Cloreto
Perda em ignição
Área superficial específica
Conteúdo de massa seca em calda
Índice de actividade aos 28 dias
Normas para
ensaios
EN 196-2
ISO 9286
EN 451-1
EN 196-2
EN 196-2
EN 196-2
EN 196-2
ISO 9277
EN 13263-1
EN 13263-1
Requisitos
≥ 85%
≤ 0,4%
≤ 1,0%
≤ 2,0%
--≤ 0,3%
≤ 4,0%
≥15,0 m2/g, ≤ 35,0 m2/g
± 2%
100 %
4. Outros aditivos
A utilização excepcional de outros aditivos no betão, tais como aditivos do tipo I fillers minerais (EN 12620) e pigmentos (EN 12878), ou aditivos do tipo II pozolanas (EN 15167), requer uma aprovação prévia especial e o rigoroso
cumprimento das normas aplicáveis (EN 206-1), nomeadamente quanto às previsões
específicas relativas ao valor mínimo do teor de material cimentício e à razão
água/material cimentício máxima.
Norma de Betões ............................................................... Página 32
Versão F
CAPÍTULO III
Requisitos e especificações
SECÇÃO I
Requisitos básicos e de durabilidade para composição do betão
Artigo 9.º
Generalidades
A composição do betão, isto é, a dosagem de cimento, agregados, água e ainda
aditivos e adjuvantes deve ser seleccionada de maneira a satisfazer os critérios de
comportamento para o betão fresco e para o betão endurecido quanto à consistência,
densidade, resistência, durabilidade e protecção anticorrosiva das armaduras
embebidas, tendo em conta os processos de fabrico do betão, as condições particulares
previstas para a execução da obra e as condições ambientais especificadas.
A composição deve ser estudada de modo a minimizar a possibilidade de
segregação e exsudação do betão fresco e deve permitir obter uma trabalhabilidade
compatível com o processo construtivo a utilizar.
A especificação do betão deve ter em conta os requisitos adicionais de transporte,
colocação, cura e tratamento de superfícies acabadas, sendo estes requisitos
frequentemente interdependentes.
Em todos os casos, o betão deve satisfazer os requisitos básicos e de durabilidade
estabelecidos nesta Secção e na Secção II.
As eventuais diferenças entre a qualidade do betão nas estruturas reais e a
qualidade do mesmo betão em provetes de ensaio normalizados, apenas podem ser
cobertas pelo coeficiente parcial de segurança relativo ao material (ver Regulamento
de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado de Macau, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 60/96/M, de 7 de Outubro) se tiveram sido satisfeitos todos os requisitos acima
referidos.
Artigo 10.º
Tipos de cimento, dosagem de cimento e razão água/ material cimentício
A escolha do cimento deve ter em conta o tipo de utilização do betão (simples,
armado ou pré esforçado), as dimensões do elemento estrutural (relativamente ao
calor de hidratação desenvolvido), as condições de cura (relativamente a curas a
vapor), a reactividade potencial dos agregados face aos álcalis contidos noutros
Norma de Betões ............................................................... Página 33
Versão F
constituintes (tais como cimento e cinzas volantes) e as condições ambientais a que
está exposta a estrutura em serviço.Em betão sem aditivos, a dosagem mínima de
cimento e a razão A/MC máxima dependem das condições ambientais e do tipo de
utilização de betão, conforme indicado no Quadro 16.
Quaisquer outras exigências relativas às propriedades do betão, como por
exemplo a impermeabilidade à água, devem também ser consideradas ao se fixar a
dosagem de cimento. O teor máximo de cimento de uma determinada mistura de
betão para estruturas retentoras de água e para estruturas impermeáveis é 400kg/m3
para o cimento tipo I e 450kg/m3 para o cimento tipo II ou tipo I com PFA.
Artigo 11.º
Agregados grossos
A dimensão máxima do agregado deve ser escolhida de modo a que o betão possa
ser colocado e compactado à volta das armaduras sem que haja segregação.
Esta dimensão máxima não deve exceder qualquer dos seguintes valores:
Um quarto da menor dimensão do elemento estrutural;
A distância livre entre os varões da armadura, entre os cabos de pré-esforço, entre
os grupos de varões da armadura ou entre as bainhas de cabos de pré-esforço,
diminuída de 5 mm;
Numa laje maciça de betão, não pode ser superior a um terço da espessura da laje,
nem superior a 40 mm;
Quatro quintos da espessura mínima de recobrimento de betão.
Artigo 12.º
Agregados finos
Deve ser utilizada areia do rio como agregado fino, com módulos de finura
compreendida entre 2,3 e 3,0. Pode também ser utilizada pedra britada fina, mas é
proibida a utilização de areia marinha.
Dois agregados podem ser considerados da mesma classe granulométrica quando
a diferença entre os seus módulos de finura não exceder 0,20.
Norma de Betões ............................................................... Página 34
Versão F
Artigo 13.º
Adjuvantes
A quantidade total de adjuvantes, caso existam, não deve exceder o valor máximo
recomendado pelos fabricantes nem ultrapassar 50 g de adjuvante (conforme
fornecido) por kg de cimento, a não ser que comprovadamente se constate que
dosagens superiores conferem melhor qualidade e durabilidade ao betão.
A utilização de adjuvantes em quantidades inferiores a 2 g/kg de cimento só é
permitida se estes forem previamente dispersos numa parte da água de amassadura.
Sempre que a quantidade de adjuvantes líquidos exceda 3 litros/m3 de betão, o
seu teor em água deve ser considerado no cálculo da razão água/material cimentício.
Quando é utilizado mais do que um adjuvante, a sua compatibilidade relativa
deve ser testada em ensaios prévios.
Os adjuvantes à base de cloreto de cálcio ou de outros cloretos não devem ser
adicionados ao betão armado, betão pré-esforçado ou betão contendo elementos
metálicos embebidos.
Betões com classes de consistência S4-S5, V4, C3 ou F4-F6 (ver artigo 24.º)
devem incluir adjuvantes do tipo redutor de água de alta gama ou superplastificante.
Artigo 14.º
Tipo, quantidade e razão água/material cimentício dos aditivos
A substituição de parte do cimento do tipo I por aditivos pode conduzir à
melhoria das propriedades do betão em termos de colocação e de durabilidade, para
além de permitir a utilização de subprodutos industriais com vantagens económicas e
ambientais.
As quantidades de aditivos do tipo I e do tipo II a utilizar no betão, devem
ser objecto de ensaios prévios.
Em conformidade com o artigo 9.º, os aditivos do tipo II devem ser tidos em
conta na composição do betão, no que respeita à dosagem de material cimentício e à
razão água/material cimentício, se tal for considerado apropriado. Para o betão de 3o
grau de exposição, a dosagem de cinzas volantes, escória de alto forno granulada e
sílica de fumo deve obedecer às especificações constantes dos Quadros 16 e 18 (ver
norma EN 206-1, secção 5.2.5).
Nos casos em que se adicionam cinzas volantes ao betão com cimento do tipo I,
as quantidades indicadas no Quadro 16 correspondem ao conjunto do cimento e das
cinzas volantes, devendo considerar-se as correspondentes classes mínimas de
Norma de Betões ............................................................... Página 35
Versão F
resistência e razões de água/material cimentício máximas. Quando se adiciona mais
do que 25% de cinzas volantes, a verificação da resistência mínima do betão deve ser
feita aos 90 dias de idade.
A utilização de cinzas volantes diminui a exsudação, retarda o início de presa e
aumenta a trabalhabilidade, facilitando assim a bombagem e a colocação em obra. A
sua inclusão no betão reduz a resistência mecânica inicial, mas conduz a resistências
mecânicas a longo prazo iguais ou mesmo superiores às do betão com apenas cimento
do tipo I se, a percentagem de cimento substituída por cinzas volantes não for superior
a 40%
Quando a percentagem de cinzas volantes utilizadas é superior a 40%,o betão
melhora a sua resistência à acção dos sulfatos e aos efeitos de eventuais reacções
álcalis-silíca, mas a sua resistência mecânica pode ser afectada desfavoravelmente..
Artigo 15.º
Consistência
A consistência deve ser tal que o betão fresco seja trabalhável sem segregação e
facilmente compactado nas condições existentes no local da obra.
Artigo 16.º
Compacidade do betão
A composição do betão e os materiais constituintes devem ser escolhidos por
forma a que o betão, depois de compactado, apresente uma estrutura fechada, ou seja,
que quando compactado de acordo com a norma ISO 1920-3, o teor em ar no volume
do betão fresco não exceda 2% para agregado de dimensão máxima igual ou superior
a 19 mm, ou 3% para agregado de dimensão máxima inferior a 19 mm, e não
incluindo ar ocluído.
Artigo 17.º
Temperatura do betão fresco
A temperatura do betão fresco não deve exceder 35ºC nem ser inferior a 5ºC
durante o tempo que decorre entre a amassadura ou entrega e a colocação em obra.
Para diminuir a temperatura do betão fresco, podem ser adoptados procedimentos
adequados de arrefecimento, nomeadamente sombreando ou pulverizando com água
os agregados ou usando água fria ou gelo na amassadura.
Norma de Betões ............................................................... Página 36
Versão F
Artigo 18.º
Reacção álcalis-agregado
Quando os agregados contêm variedades particulares de sílica ou agregados
carbónicos susceptíveis de reagirem com os álcalis (Na2O e K2O) provenientes do
cimento ou de outras fontes (ver Quadro 1) e se existirem álcalis e humidade
suficientes no betão, podem ocorrer reacções expansivas com fissuração progressiva e
fractura generalizada do betão. Em betão estrutural, estes agregados potencialmente
perniciosos não podem ser utilizados.
Se não existirem alternativas à utilização destes agregados, a fim de evitar ou
minimizar a ocorrência da reacção álcali-sílica, devem ser levadas a cabo algumas
medidas preventivas, nomeadamente:
A utilização de um cimento com um teor de álcalis não superior a 0,60% expresso
em Na20 equivalente (Na2Oequ = Na2O + 0,658 K2O). Para cimento do tipo II (com
cinzas volantes) a dosagem total de álcalis, expressa em Na2Oequ, deve ser
determinada somando à dosagem de álcalis do componente cimento, um sexto da
dosagem de álcalis do componente cinza volante. Os ensaios devem ser efectuados de
acordo com a norma EN 196-2;
A utilização de um cimento do tipo IV (pozolânico);
A utilização de aditivos que reduzam as reacções expansivas, consequentes da
reacção álcalis-sílica, como é o caso das cinzas volantes e escória granulada de alto
forno;
A redução do grau de saturação do betão nas estruturas, por exemplo, aplicando
membranas externas impermeáveis.
Artigo 19.º
Teor de cloretos no betão
O teor de cloretos no betão, expresso em percentagem de iões de cloreto (Cl–),
por massa de material cimentício, não deve exceder os valores indicados no Quadro 8.
Quadro 8. Teor máximo de cloretos na mistura do betão
Norma de Betões ............................................................... Página 37
Versão F
Tipo de utilização do
betão
Betão simples
Betão armado
(ou contendo outros
metais embebidos)
Betão pré-esforçado
Teor máximo de cloretos
(em relação à massa de
material cimentício)
1,00%
0,20% (classe de exposição
tipo 1 e 2)
0,10% (classe de exposição
tipo 3)
0,06% (classe de exposição
tipo 1, 2 e 3)
O conteúdo real de iões de cloreto no betão endurecido deve estar em
conformidade com as especificações constantes do Quadro 9, devendo ser testado
adequadamente de acordo com norma BS1881-124. Quando a relação do teor total de
iões de cloreto e do teor de iões de cloreto solúveis na água é determinada através de
ensaios, o teor de cloreto no betão pode ser controlado através do teor dos iões de
cloreto solúveis na água.
Quadro 9. Teor máximo de cloretos no betão endurecido
Tipo de utilização do
betão
Teor máximo de cloretos
(em relação à massa de betão)
Betão simples
Betão armado
(ou contendo outros
elementos metálicos
embebidos)
Betão pré-esforçado
0,15%
0,03% (classe de exposição tipo 1 e 2)
0,015 % (classe de exposição tipo 3)
0,009% (classe de exposição tipo 1, 2 e 3)
Artigo 20.º
Durabilidade
Para produzir um betão durável que satisfaça todos os tipos de projectos e
requisitos funcionais, e que suporte convenientemente as acções decorrentes das
condições ambientais e de utilização a que está sujeito durante o seu tempo de vida
útil, devem ser considerados os seguintes aspectos:
Utilização de materiais constituintes apropriados, isto é, que não contenham
elementos prejudiciais em quantidades que afectem a durabilidade do betão ou
provoquem a corrosão das armaduras;
Selecção da composição de tal modo que o betão assim composto:
Norma de Betões ............................................................... Página 38
Versão F
Satisfaça os critérios de comportamento estabelecidos tanto para o estado
fresco como para o estado endurecido;
– Possa ser colocado e compactado de modo a conseguir-se um recobrimento
–
denso das armaduras;
– Possa resistir a acções agressivas de origem interna (ver artigo 19.º);
– Possa resistir a acções agressivas de origem externa, resultantes quer das
condições ambientais , nomeadamente influências do clima, poluentes químicos
atmosféricos e líquidos, solos contaminados, quer de agressões mecânicas,
nomeadamente a abrasão;
Adoptação de processos de amassadura, colocação e compactação do betão fresco
de modo a que os seus constituintes do betão fiquem distribuídos uniformemente na
massa, sem segregação e permitindo que o betão adquira uma estrutura interna
fechada;
Utilização de métodos adequados para limitar a 70ºC a temperatura interna
máxima do betão resultante das reacções exotérmicas de hidratação do cimento (ou
outros métodos que previnam os efeitos adversos provocados por temperaturas altas
do betão), nomeadamente nas estruturas e elementos maciços (com dimenções
superiores a 1 metro ou calor de hidratação exotérmica suficientemente grande para
afectar a estabilidade dimensional do betão). Para controlar e limitar este processo de
hidratação exotérmica, vários métodos podem ser adoptados, tais como o da utilização
de dispositivos dissipadores do calor, a colocação criteriosa de termómetros, a
utilização apropriada de aditivos, adjuvantes e cimentos e o estabelecimento de um
plano bem fundamentado de localização e espaçamento de juntas e de sequência
construtiva. Os possíveis efeitos desfavoráveis resultantes da ocorrência de
temperaturas demasiado elevadas durante o processo de endurecimento e cura podem
incluir: a redução significativa de resistência, o aumento significativo da porosidade e
a formação tardia de etringite, com riscos acrescidos de fissuração e ruptura
generalizada nas estruturas de betão. Deve ter-se sempre em consideração o
fortalecimento da cura húmida e a adopção de métodos de isolamento, assim como
uma adequada extensão do tempo de cura;
Adoptação de critérios adequados para controlar e limitar a fissuração por
retracção no betão na fase construtiva inicial, definindo-se planos apropriados para a
sequência e interrupção das betonagens, e para a localização, espaçamento e detalhe
de juntas, nomeadamente em estruturas lineares longas, em elementos superficiais
extensos e em estruturas específicas impermeáveis, tais como reservatórios, piscinas e
Norma de Betões ............................................................... Página 39
Versão F
estruturas sanitárias;
Adoptação de métodos de cura adequados de modo a que as zonas superficiais
dos elementos betonados (recobrimento das armaduras) adquiram as propriedades
previstas com base na composição adoptada (ver artigo 35.º), sendo nomeadamente
importante minimizar a fissuração superficial devida a retracção, resultante das
restrições internas e externas aos deslocamentos de expansão/retracção do betão,
durante o processo de presa. Para além das prescrições específicas de projecto
(definindo os estados limite adequados de utilização em termos de fissuração), o
gradiente de temperatura, entre a superfície e o centro de massa de qualquer elemento
de betão, não deve exceder 20ºC;
Se forem utilizados métodos de aceleração de cura por aquecimento, para evitar a
ocorrência nefasta de fissuração superficial, devem ser tomadas medidas adequadas
para controlar as velocidades dos processos de arrefecimento e aquecimento, e assim
proteger as superfícies contra a perda rápida de humidade durante a fase de
arrefecimento e assegurar que a temperatura da massa interior não exceda 70ºC
durante a fase de aquecimento (ou utilizar outros métodos para prevenir efeitos
adversos provocados pelas temperaturas altas do betão).
Todos os aspectos anteriormente referidos devem ser verificados por
procedimentos de controlo de produção desenvolvidos quer pelo empreiteiro, quer
pelo produtor/fornecedor, em função das atribuições e responsabilidades específicas
de cada um, em comformidade com o disposto no Capítulo V..
Artigo 21.º
Resistência às acções ambientais
1. Exposição ambiental
As acções ambientais compreendem as acções químicas e físicas a que o betão
está exposto e das quais resultam efeitos distintos dos esforços internos resultantes de
acções externas ou dos casos de carregamentos considerados na análise estrutural.
De acordo com as diferentes condições ambientais, considera-se o ambiente
dividido em 3 classes: ambientes secos, ambientes húmidos, ambientes marinhos ou
ambientes quimicamente agressivos.
De acordo com o nível de corrosão dos varões do betão, as acções ambientais
dividem-se em 6 classes, A, B, C, D, E, F (ver Quadro 10).
Norma de Betões ............................................................... Página 40
Versão F
Quadro 10. Classes de acção ambiental
Classe
Nível de Acção
Classe
Nível de Acção
A
Insignificante
D
Severo
B
Suave
E
Muito severo
C
Moderado
F
Extremo
No Quadro 11 apresentam-se as classes de exposição correspondentes às
diferentes condições ambientais a que o betão pode ficar exposto.
Quadro 11. Classes de exposição relacionadas com as condições ambientais
Classes de
exposição
1
(ambiente seco)
2
(ambiente húmido)
3
(ambiente marítimo ou
ambiente
quimicamente
agressivo)
Exemplo de condições ambientais
Betão sem contacto directo com ambientes húmidos (ar, água, águas
subterrâneas ou solos naturais), tal como é o caso de elementos de
superestruturas interiores permanentemente em ambiente seco, para os
quais seja garantida protecção contra a humidade, durante todo o seu
período de vida útil.
Betão exposto a ambientes húmidos não agressivos (ar, água, águas
subterrâneas ou solos naturais), tal como é o caso de elementos de
superestruturas exteriores em ambiente húmido, estruturas
subterrâneas e submersas (em ambiente não agressivo), reservatórios,
sub-estruturas e fundações de pontes, pavimentos ao ar livre, lajes de
silos automóveis, elementos de superestruturas interiores em
ambientes muito húmidos (por exemplo, lavandarias), estruturas
hidráulicas (em ambientes não agressivos).
Betão em contacto directo com ambiente marítimo (ar, água do mar,
águas ou solos agressivos), como é o caso de elementos exteriores de
superestruturas expostos à influência de ar marítimo (contendo sal) em
zonas costeiras, sub-estruturas enterradas na zona costeira, estruturas
marinhas permanentemente submersas ou expostas a marés e ciclos de
molhagem-secagem, ou betão exposto a ambiente quimicamente
agressivo (ar, água ou solos quimicamente poluídos), tal como em
estruturas expostas a piscinas, ambientes industriais ou em contacto
com efluente quimicamente agressivo.
Para a classe de exposição tipo 1, a classe de acção ambiental é A, enquanto para
uma classe de exposição tipo 2 é B.
Para a classe de exposição tipo 3, as classes de acção ambiental podem ainda ser
divididas nas seguintes classes de acordo com as acções ambientais no betão armado
(ver Quadro 12).
Norma de Betões ............................................................... Página 41
Versão F
Quadro 12. Condições ambientais e classes de acção
Categorias ambientais
Condições ambientais
Zona atmosférica
Ambiente costeiro ou
( )
marítimo 1
Área levemente coberta de neblina
de sal. Áreas localizadas entre 200m
a 500m da linha costeira
Área coberta com forte neblina de
sal. Áreas localizadas até 200m da
linha costeira; e ambiente
atmosférico marítimo
Classes de
acção
D
Superstrutura em área
coberta de neblina de sal
E
Zona de maré
E
Zona de salpicos
F
Zona submersa
D
Não alternância cíclica seco/molhado
D
Alternância cíclica seco/molhado
E
Solo
Outra condições respeitantes a
cloretos (2)
Ambiente de ar poluído
Ambiente com cristalização de
sal
Outros ambientes
)
quimicamente agressivos (3
Com baixas concentrações de iões de cloreto
Com teor concentração moderada de iões de cloreto
C
D
Com alta concentração de iões de cloreto
E
Exaustão de veículos
C
Chuva ácida (se o valor do pH for menor que 4, considerar
como classe E)
D
Acção do ar e chuva salgada em áreas salinas
D
Fraca cristalização de sal
E
Forte cristalização de sal
F
Ver Quadro 14
Exemplos
Componentes em zona de
maré
Componentes em zona de
salpicos
Componentes em zona
imersa por período
prolongado
Componentes em zona
submersa ou em solos
saturados
Componentes em solos
não saturados
Componentes em
contacto com solos ou
água com concentrações
de iões de cloreto
Componentes expostos
directamente aos gases de
escape dos automóveis
Componentes expostos
frequentemente a chuva
ácida
Componentes em áreas de
salinas expostas à chuva
“Zona de absorção” da
componente de uma
estrutura em contacto com
solo rico em sal
Componentes em
contacto com solos e
águas medianamente
corrosivos
Notas:
(1) As áreas localizadas a distâncias menores que 500 m da linha costeira são definidas como ambientes costeiros; As áreas localizadas junto ao mar são definidas
como ambientes marítimos. Para ambientes marítimos, a classificação de zona submersa, zona de maré, zona de salpicos e zona atmosférica encontra-se
prevista no Quadro 13.
(2) Relativamente à concentração de iões de cloreto na água existente à superfície ou na água subterrânea, consideram-se os seguintes níveis: baixa para ≥100 e
<500, média para ≥500 e <5000, alta para >5000 e menor que as concentrações de iões de cloreto da água do mar. Quanto à concentração de iões de cloreto
no solo, consideram-se os seguintes níveis: baixa para ≥150 e <750, média para ≥750 e <7500, alta para >7500 e menor que 1.5 vezes as concentrações de
iões de cloreto da água do mar onde a concentração do teor de iões de cloreto é o máximo valor num ano. Para os componentes da estrutura que não estejam
directamente em contacto com água ou solo contendo iões de cloreto mas que sejam afectados por outros factores, a classe de efeito ambiental pode ser
definida pela classe equivalente ou por uma classe inferior correspondente à redução de um nível. Se os componentes estiverem permanentemente submersos
em água ou em solo saturado, a classe de efeito ambiental pode diminuir de nível, mas nunca ser inferior à classe C.
(3) Com excepção do ambiente marítimo, em qualquer ambiente em que se verifique tanto o efeito dos iões de cloreto como outros factores quimicamente
agressivos, as classes ambientais devem ser definidas de acordo com o critério relativo às condições respeitantes a cloretos (sem acção de gelo-degelo) ou
seguindo as indicações do Quadro 14, sendo a classe ambiental corresponde à maior das classes definidas através destes dois critérios.
Norma de Betões ............................................................... Página 42
Versão F
Quadro 13. Classificação dos componentes do betão em ambiente marítimo
Condição de
protecção
Classificação
Com protecção
Nível de água
em engenharia
portuária
Sem protecção
Nível de água
em engenharia
portuária
Sem protecção
Nível de maré
Zona atmosférica
Zona de salpicos
Nível máximo de
água de projecto
acrescentado de 1,5
m
Nível máximo de
água de projecto
acrescentado de
(η0+1,0m)ou
acima
Maré astronómica
máxima acrescida de
0,7 vezes da altura
de onda efectiva
H1/3 ou acima
(considera-se um
período de retorno
de cem anos)
Entre o limite mais baixo
da zona atmosférica e o
nível máximo de água de
projecto menos 1,0 m
Zona de maré
Entre o limite mais baixo
Entre o limite
da zona atmosférica e o
inferior da zona
nível máximo de água de
de salpicos e o
projecto menos η0
nível de água
Entre o limite mais baixo inferior do
projecto menos
do nível de maré
1,0 m
astronómica e a maré
astronómica máxima
menos a altura de onda
H1/3 correspondente a
um período de retorno de
cem anos
Zona submersa
Abaixo da zona de
maré
Notas:
(1) η0 é a crista de onda quando o nível máximo de água de projecto para um período de retorno de 50 anos e 1% da altura de
onda de uma frequência cumulativa H1%.
(2) Quando o limite superior da área de salpico é mais baixo que o nível portuário, o nível portuário deve ser considerado o limite
superior da área de salpico.
(3) Quando a correspondente Norma de engenharia portuária não puder ser aplicada, o nível de água considerado para o
dimensionamento de estruturas de betão em condições de engenharia portuária sem protecção, pode ser considerado o nível de maré
astronômica para a determinação da partição de secções de betão.
Norma de Betões ............................................................... Página 43
Versão F
Quadro 14. Outros ambientes quimicamente agressivos e suas classes de acção
Ambientes quimicamente agressivos
SO24− (mg/L) em água
SO 24 −
(mg/kg) no solo
Camada de solo
muito permeável
Camada de solo
pouco permeável
Classes de acção
C
≥200,
<1000
≥300,
<1500
≥1500,<
5000
D
≥1000,
<4000
≥1500,
<6000
≥5000,
<15000
E
≥4000,
<10000
≥6000,
<15000
≥15000,<
50000
≥300,
<1000
≥5,5,
<6,5
≥1000,
<3000
≥4,5,
<5,5
≥3000,
<4500
≥4,0,
<4,5
≥4,5,
<5,5
≥15,
<30
≥4,0,
<4,5
≥30,
<60
≥3,5,
<4,0
≥60,
<100
≥30,
<60
——
≥60,
<100
<50
≥100
Normas de Ensaios
ASTM D 516
BS 1377-3
(1)
Mg2+(mg/L) em água
Valor de pH na água
CO2(mg/L) na água
Nitrogénio de amónia, NH4+
Água ou camada
de solo muito
permeável
Camada de solo
pouco permeável
Água ou camada
de solo muito
permeável
Camada de solo
pouco permeável
(mg/dm3)
——
ASTM D 511
ASTM D 1293
ASTM D 513
ASTM D 1426
Notas:
(1)Solo com coeficiente de permeabilidade menor que 10-5m/s ou 0,86m/d é um solo pouco permeável.
(2)Em ambientes aquáticos e em solos constituídos por camadas muito permeáveis com sulfato e magnésio, se não existirem ciclos de
molhagem/secagem, o valor neste quadro pode ser multiplicado por 1,5.
(3) Não deve ser considerada apenas a acção agressiva dos iões de magnésio em água salgada contendo iões de cloreto.
(4) Se uma estrutura está em contacto com o escoamento de águas subterrâneas, com acções de classe D ou acções mais agressivas de
sulfatos e CO2, deve ser aplicado um acabamento anti-corrosivo ou uma camada de protecção na sua superfície.
(5) A agressividade química dos sulfatos pode aumentar sob alta pressão.
(6)No caso de ocorrerem simultaneamente uma diversidade de acções químicas agressivas, deve ser adoptada a classe individual mais alta; se
existirem dois ou mais efeitos químicos atingindo a classe mais alta, deve ser adoptada uma classe acima.
Requisitos de durabilidade para o betão
O Quadro 15 apresenta diferentes classes de tempo de vida útil de projecto.
Quando este não é especificado, considera-se para uma estrutura um tempo de vida
útil de 50 anos.
O Quadro 16 indica as classes de exposição considerando o material cimentício
(só cimento ou cimento do tipo I com cinzas volantes), escória granulada de alto forno,
sílica de fumo, entre outros, sendo especificada a dosagem mínima de material
cimentício, o valor da razão água/material cimentício máximo e a classe mínima de
resistência. A dosagem adequada de aditivos consta do Quadro 17.
Quando exposto a ambientes de classe 3, o betão deve ser ensaiado de acordo
Norma de Betões ............................................................... Página 44
Versão F
com a norma DB44/T566 ou com a norma JTG/T B07-01, devendo ser indicado o
índice de resistência à migração de iões de cloreto e cumpridas também as exigências
estabelecidas nos Quadros 18 e 19. Para os componentes expostos a ambientes de
classe de acção ambiental F, devem ser utilizados inibidores de corrosão ou tomadas
outras medidas técnicas.
Os valores da razão água/material cimentício, índice eléctrico do betão e
coeficiente de difusão de iões de cloreto indicados, respectivamente, nos Quadros 16,
18 e 19, correspondem todos à espessura do recobrimento de betão constante do
Quadro 20. Se não for possível atingir a espessura de recobrimento de betão constante
do Quadro 20, deve ser reduzida a razão água/material cimentício, e o valor do índice
eléctrico indicado ou o coeficiente de difusão de iões de cloreto.
Todas estas especificações técnicas de tempo de vida útil de uma estrutura são
baseadas na suposição de que o betão é sujeito a operações normais de manutenção e
reparação.
Quadro 15. Classes de tempo de vida útil de uma estrutura
Classe
1
2
3
Tempo
de vida
útil de
projecto
Pelo
menos
50 anos
Pelo
menos
70 anos
Pelo
menos
100
anos
Designação
Exemplos
Edifícios e
estruturas
comuns
Edifícios civis comuns nomeadamente apartamentos,
edifícios de comércio pequenos ou médios, edifícios para
actividades culturais e de desporto e edifícios industriais de
grande escala
Instalações
civis de menor
importância
Edifícios altos
ou edifícios de
grande escala
Edifícios
importantes
Infra-estruturas
civis
importantes
Aquedutos e canais de estradas em cidades
Edifícios altos, edifícios comerciais de grande escala e
edifícios para actividades culturais e desportivas
Edifícios de referência, edifícios comemorativos, grandes
edifícios públicos nomeadamente museus de grande escala,
edifícios de conferências e de actividades culturais e
desportivas, edifícios de escritórios governamentais, torres de
televisão
Pontes de grandes dimensões, túneis, vias rápidas, aquedutos
e vias rodoviárias de 1a classe, viadutos em artérias de
cidades, viadutos importantes, metropolitanos e sistema de
comboio ligeiro de cidades
Norma de Betões ............................................................... Página 45
Versão F
Quadro 16. Requisitos de durabilidade relacionados com a exposição ambiental
Classes de acção ambiental e exposição
Tempo de
vida útil
50 anos
70 anos
100 anos
Requisitos
Dosagem mínima de material
cimentício (kg/m3)
- betão puro
- betão armado
- betão pré-esforçado
Razão de água/ material
cimentício máxima
- betão puro
- betão armado
- betão pré-esforçado
Classe mínima de resistência
- betão puro
- betão armado
- betão pré-esforçado
Dosagem mínima de material
cimentício (kg/m3)
- betão puro
- betão armado
- betão pré-esforçado
Razão de água/ material
cimentício máxima
- betão puro
- betão armado
- betão pré-esforçado
Classe mínima de resistência
- betão puro
- betão armado
- betão pré-esforçado
Dosagem mínima de material
cimentício (kg/m3)
- betão puro
- betão armado
- betão pré-esforçado
Razão de água/ material
cimentício máxima
- betão puro
- betão armado
- betão pré-esforçado
Classe mínima de resistência
- betão puro
- betão armado
- betão pré-esforçado
1
2
A
B
C
D
E
F
230
300
330
260
330
350
300
350
380
330
350
380
330
360
380
330
380
380
0,70
0,55
0,50
0,65
0,50
0,45
0,55
0,40
0,40
0,50
0,38
0,38
0,45
0,36
0,36
0,40
0,34
0,34
B15
B30
B35
B20
B35
B40
B30
B40
B45
B30
B40
B45
B35
B45
B45
B35
B45
B45
260
330
350
280
350
380
300
380
400
330
380
400
350
380
400
350
400
400
0,65
0,50
0,45
0,60
0,45
0,40
0,55
0,35
0,35
0,50
0,34
0,34
0,45
0,34
0,34
0,40
0,33
0,33
B20
B35
B40
B25
B40
B45
B30
B45
B50
B30
B45
B50
B35
B50
B50
B40
B50
B50
280
350
380
300
380
400
330
400
400
350
400
400
380
400
400
380
400
400
0,60
0,45
0,40
0,55
0,40
0,35
0,50
0,35
0,34
0,45
0,34
0,33
0,40
0,33
0,33
0,35
0,32
0,32
B25
B40
B45
B30
B45
B45
B35
B50
B50
B35
B50
B50
B40
B50
B50
B40
B50
B50
Norma de Betões ............................................................... Página 46
Versão F
3
Quadro 17. Adição de escória granulada, cinzas volantes e sílica de fumo
Dosagem adequada de aditivo %
Tipos de aditivos
Dosagem total
Escória granulada
Cinza volante
Sílica de fumo
Escória granulada
50~80
50~80
---
---
Escória granulada + sílica de fumo
50~80
45~77
---
3~5
Escória granulada + cinza volante
50~70
25~65
5~25
---
50~70
17~62
5~25
3~8
25~50
---
17~45
5~8
Escória granulada + cinza volante + sílica de
fumo
Cinza volante + sílica de fumo
Quadro 18. Índice eléctrico do betão (aos 56d de idade, C)
Vida útil de projecto
100 anos
70 anos
50 anos
Classe de acção ambiental
C、D
E、F
C、D
E、F
C、D
E、F
Quantidade de electrões em 6h
<950
<800
<1100
<800
<1350
<950
Quadro 19. Índice de resistência do betão à migração de iões de cloreto,
DRCM
(aos 28d de idade, 10-12m2/s)
Vida útil de projecto
100 anos
70 anos
50 anos
Classe de acção
C、D
E、F
C、D
E、F
C、D
E、F
≤6
≤4
≤7
≤4
≤10
≤6
ambiental
Índice de
migração de
iões de cloreto
Quadro 20. Espessura mínima do recobrimento de betão (mm)
Classe de acção ambiental
C
D
E
F
35
40
45
50
40
45
50
55
50 anos de vida útil de
Componentes da
projecto
estrutura (lajes,
70 anos de vida útil de
paredes, etc.)
projecto
Norma de Betões ............................................................... Página 47
Versão F
100 anos de vida útil de
45
50
55
60
40
45
50
55
45
50
55
60
50
55
60
65
projecto
50 anos de vida útil de
projecto
Componentes
70 anos de vida útil de
alongadas (vigas,
projecto
colunas, etc.)
100 anos de vida útil de
projecto
Notas:
(1) Recobrimento de betão no betão armado, a menor distância entre a superficie da armação embebida e a superficie do
betão, onde não são consideradas tolerâncias de construção.
(2) A espessura normal do recobrimento de betão, para efeitos de cálculo estrutural e observações de desenhos de detalhe,
não deve ser menor que a soma da espessura mínima do recobrimento de betão e a tolerância negativa de construção. A
tolerância negativa de construção deve ser determinada de acordo com o nível de produção do empreiteiro, e não deve ser
inferior a 10 mm para betão in situ e 5 mm para betão pré-fabricado.
(3) O valor constante deste quadro refere-se a betão armado. Para betão pré-esforçado com baínha selada contínua, o
recobrimento de betão é a distância mínima entre a superfície da baínha e a superfície exterior do betão. A espessura mínima
do recobrimento de betão deve ser aumentada em 10mm relativamente aos valores do quadro, e não deve ser menor que o
diâmetro da baínha; para o betão pré-esforçado sem baínhas, a espessura mínima do recobrimento de betão deve ser
aumentada em 30 mm relativamente ao valor constante do quadro.
(4) Deve ser assegurada espessura suficiente do recobrimento de betão para as zonas de ancoragem dos cabos de pré-esforço.
Em ambiente classe C, a ancoragem de metal deve ter uma espessura de recobrimento de betão não inferior a 90 mm,
enquanto que em ambientes de classe D não deve ser inferior a 95 mm; para classe E não deve ser inferior a 100 mm, para
classe F não deve ser inferior a 105 mm, e sempre selada com uma capa plástica adequada.
Norma de Betões ............................................................... Página 48
Versão F
SECÇÃO II
Especificação do betão
Artigo 22.º
Generalidades
O betão deve ser especificado referindo todas as propriedades que sejam
consideradas necessárias para caracterizar completamente o seu comportamento.
Esta especificação deve incluir referências a quaisquer requisitos relativos às fases
de transporte, colocação, compactação e cura. Quando necessário, podem ser
incluídos requisitos relativos a situações especiais, tais como a obtenção de
acabamentos ou efeitos arquitectónicos particulares.
Para elementos estruturais deve ser utilizado betão certificado. A utilização de betão
não certificado depende de autorização prévia da DSSOPT, devendo o pedido ser
submetido com toda a informação necessária, de acordo com as exigências prescritas
na presente Norma. Os procedimentos de recepção durante a produção devem
igualmente seguir o disposto no Capitulo 5 secção 3, e no Apendice 1 da presente
Norma.
Artigo 23.º
Especificações
1. Requisitos básicos
Devem ser sempre especificadas as seguintes características:
Classe de resistência do betão;
Tipo e classe de resistência dos cimentos;
Tipos e dosagem dos aditivos;
Máxima dimensão do agregado;
Razão água/material cimentício;
Classes de exposição e utilização final do betão (simples, armado ou pré-esforçado);
Classes de consistência.
O betão endurecido é classificado de acordo com a resistência à compressão
uniaxial, aos 28 dias, determinada em provetes de ensaio cúbicos com 150mm de lado,
conforme indicado no Quadro 21. Pode também determinar-se a resistência em
cilindros de 300 mm de altura e 150 mm de diâmetro, adoptando-se os valores
igualmente indicados no Quadro 21.
Norma de Betões ............................................................... Página 49
Versão F
Quadro 21. Classes de resistência do betão
Classe de
B15 B20 B25 B30 B35 B40 B45 B50 B55 B60 B70 B80
resistência
Cubos
(MPa)
Cilindros
(MPa)
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
70
80
12
16
20
24
28
32
36
40
45
50
60
70
Para se classificar a consistência do betão fresco, aplicam-se as classes indicadas
nos Quadros 22, 23, 24 e 25. Estas classes de consistência não são directamente
relacionáveis.
A consistência pode ser especificada por referência aos
quadros acima indicados
ou, em casos especiais, por valor a atingir.
Os valores a atingir e as tolerâncias respectivas são estabelecidas da seguinte forma:
Valores de abaixamento e respectiva tolerância, em mm:
≤ 40 (± 10)
ou
50 a 90 (± 20)
≥ 100 (± 30)
ou
Valores Vêbê e respectiva tolerância, em segundos:
≥ 11 (± 3)
ou
10 a 6 (± 2)
ou
≤ 5 (± 1)
Valores de compactação e respectiva tolerância:
≥ 1,26 (± 0,10) ou 1,25 a 1,11 (± 0,08) ou
≤ 1,10 (± 0,05)
Valores de espalhamento e respectiva tolerância, em mm:
todos os valores (± 30)
Quadro 22. Classes de abaixamento
Classe
Abaixamento
(mm)
S1
S2
S3
S4
S5*
10 a 40
50 a 90
100 a 150
160 a 210
≥ 220
Norma de Betões ............................................................... Página 50
Versão F
Quadro 23. Classes Vêbê
Classe
Vêbê (segundos)
V0*
V1
V2
V3
V4*
≥ 31
30 a 21
20 a 11
10 a 6
5a3
Quadro 24. Classes de compactação
Classe
Grau de compactabilidade
C0*
C1
C2
C3
≥ 1,46
1,45 a 1,26
1,25 a 1,11
1,10 a 1,04
Quadro 25. Classes de espalhamento
Classe
Diâmetro de
espalhamento (mm)
F1*
F2
F3
F4
F5
F6*
≤ 340
350 a 410
420 a 480
490 a 550
560 a 620
≥630
* Nota: Devido à falta de sensibilidade dos métodos de ensaio acima referidos, para
certos valores de consistência, é recomendável utilizar os ensaios a seguir indicados:
- Abaixamento
≥10mm e ≤210mm
- Vêbê
≤30 segundos e >530 segundos
- Grau de compactabilidade ≥1.04 e <1.46
- Diâmetro de espalhamento >340mm e ≤620mm
2. Requisitos adicionais relativos às características da composição e às propriedades
do betão fresco
Podem ser especificadas as seguintes características:
Teor de ar;
Desenvolvimento acelerado da resistência;
Desenvolvimento de calor durante a hidratação;
Norma de Betões ............................................................... Página 51
Versão F
Hidratação retardada;
Requisitos especiais para os tipos e dimensões dos agregados;
Requisitos especiais relativos à resistência à reacção álcali-sílica e ao ataque por
sulfatos;
Requisitos relativos ao teor de cloretos;
Requisitos especiais relativos à temperatura do betão fresco;
Outros requisitos técnicos adicionais (por exemplo, para determinado acabamento
arquitectural ou para um método de colocação especial).
Para pavimentos rodoviários ou quando é necessário um betão resistente à abrasão,
devem ser satisfeitas as seguintes exigências adicionais:
Classe de resistência do betão não inferior a B40;
Resultado do ensaio de Los Angeles para agregados grossos não superior a 30%;
Resultado do ensaio da extensão de abrasão não superior a 35,0mm ou grau de
resistência abrasiva de, pelo menos, 1,2;
Agregados de tipo britado;
Proporção elevada de agregados grossos;
Tempo de cura alargado conforme o artigo 35.º, número 3.
Para o betão pronto, devem ainda ser indicadas pelo empreiteiro condições
particulares de recepção, de transporte e outros procedimentos e limitações no
estaleiro, nomeadamente:
Quantidades diárias de betão;
Hora e ritmo das entregas;
Perda de consistência do betão;
Instalações especiais em obra (por exemplo bombagem, tela transportadora);
Condicionamentos relativos ao tipo, dimensões, altura ou peso dos veículos de
transporte.
3. Requisitos adicionais relativos às propriedades do betão endurecido
Podem ser especificadas as seguintes características:
Massa volúmica aparente;
Resistência à penetração da água;
Resistência à migração de iões de cloreto;
Resistência a ataques químicos;
Resistência à abrasão;
Resistência a temperaturas elevadas;
Norma de Betões ............................................................... Página 52
Versão F
Absorção capilar;
Módulo de elasticidade (módulo de Young);
Retracção e fluência;
Deformação por retração do betão jovem;
Resistência à fissuração do betão jovem.
Quando se requer um betão impermeável, deve ser verificada a resistência à
penetração da água e devem ser satisfeitos os requisitos estabelecidos no artigo 48.º.
Quando se requer resistência do betão à migração de iões de cloreto, deve ser
verificada a capacidade de resistência à migração de iões de cloreto, e satisfeitas as
exigências estabelecidas no artigo 50.º.
4. Designação dos betões
O betão deve ser designado por um código abreviado composto pelas seguintes
informações sucessivas: classe de exposição; classe de resistência (B25, B30, B35, ...),
máxima dimensão dos agregados grossos em milímetros (15, 20, 25, ...) e classe de
consistência (S1, S2, S3, ...)..
Exemplo: 2B30 / 25 S2 - betão de classe de resistência B30, classe de exposição 2,
com agregado de dimensão máxima igual a 25 mm e classe de consistência S2.
Norma de Betões ............................................................... Página 53
Versão F
Artigo 24.º
Métodos de ensaio
1. Betão fresco
Para a determinação das propriedades do betão fresco devem ser utilizados os
métodos de ensaio indicados no Quadro 26.
Quadro 26. Propriedades do betão fresco e normas de
ensaio
Propriedades
Razão água/material cimentício
Normas de ensaio
ISO 1920-2
ISO 1920-2
ISO 1920-2
ISO 1920-2
ISO 1920-2
ISO 1920-2
ASTM C232
BS 1881: Part:124
BS 1881: Part 128
Tempo de presa
ASTM C 403
Abaixamento
Vêbê
Consistência
Compactação
Espalhamento
Massa volúmica aparente
Teor de ar
Exsudação
Teor de iões de cloreto
2. Betão endurecido
Para a determinação das propriedades do betão endurecido devem ser utilizados os
métodos de ensaio indicados no Quadro 27.
Norma de Betões ............................................................... Página 54
Versão F
Quadro 27 - Propriedades do betão endurecido e normas
de ensaio
Propriedades
Resistência
mecânica à
compressão
flexão
tracção por compressão linear
tracção uniaxial
Preparação de provetes e cura
Modulo estático de elasticidade
Absorção de água
Normas de ensaio
ISO 1920-4
ISO 1920-4
ISO 1920-4
RILEM CPC7
ISO 1920-3
ASTM C 469
BS 1881-122
Razão água/material cimentício
BS 1881-124
Teor de cloretos
BS 1881-124
Extensão da abrasão
GB/T 12988
Resistência à
Grau
de
resistência
à
abrasão (1)
GB/T 16925
abrasão
Resistência à migração de iões de cloreto
GB/T 50082
Resistência à penetração da água
ISO 1920-5
Retracção por secagem
BS 1881: Part 5
Retracção do betão jovem
GB/T 50082
Fissuração do betão jovem
GB/T 50082
Massa volúmica
ISO 1920-5(2)
(1) Ou ensaio de extensão da abrasão ou de resistência à abrasão.
(2) A massa volúmica do betão endurecido pode também ser determinada pela
norma ISO 1920-4 quando se conhece a relação entre a massa volúmica
do betão, seco em estufa, e a massa volúmica aparente.
Norma de Betões ............................................................... Página 55
Versão F
CAPÍTULO IV
Fabrico, transporte, colocação e cura
SECÇÃO I
Fabrico de betão
Artigo 25.º
Pessoal
No local de fabrico deve existir um técnico qualificado, com conhecimentos e
experiência adequados, responsável pelo fabrico e, no caso do betão pronto, também
responsável pela entrega. Deve igualmente existir uma pessoa encarregada do
controlo de fabrico, com conhecimentos e experiência na área da tecnologia do betão,
sobretudo no que respeita a métodos de fabrico, de ensaio e de controlo.
Artigo 26.º
Equipamento e instalações
1. Armazenamento de materiais
Devem estar disponíveis as quantidades adequadas de materiais, cimentos,
agregados, aditivos e adjuvantes que garantam a manutenção do ritmo planeado de
fabrico e de entrega. Os diferentes tipos de materiais devem ser transportados e
armazenados de forma a evitar a sua mistura, contaminação e deterioração.
O cimento e os aditivos devem ser protegidos da humidade e de impurezas
durante o transporte e armazenamento. Os vários tipos e classes de cimento e os
aditivos devem estar claramente identificados e armazenados de modo a excluir
qualquer possibilidade de engano. O cimento em saco deve ser armazenado de tal
forma que seja utilizado segundo a ordem de entrega.
Os agregados de diferentes granulometrias ou tipos, se forem entregues
separadamente, não devem ser misturados inadvertidamente. A segregação das
diferentes fracções deve ser evitada.
Os adjuvantes devem ser transportados e armazenados de modo a que a sua
qualidade não seja afectada por acções físicas ou químicas (por exemplo,
temperaturas excessivas) e estar claramente identificados de modo a excluir qualquer
possibilidade de engano.
Devem ser garantidas condições na obra que permitam uma colheita fácil das
amostras dos materiais nos locais de armazenamento, transporte e medição.
Norma de Betões ............................................................... Página 56
Versão F
2. Equipamento de medição de dosagens
A precisão do equipamento de medição de dosagens deve satisfazer os valores
mínimos indicados no Quadro 28 e em condições normais de utilização, permitir obter
a precisão no doseamento dos materiais constituintes conforme indicado no Quadro
29.
A menor divisão da escala ou indicador digital (resolução) deve representar uma
massa não superior a 1/500 do valor máximo da escala ou indicador digital.
Quadro 28. Precisão do equipamento de medição de dosagens
Posição na escala ou do
indicador digital
Requisitos de precisão
na instalação
em operação
0,5%
1,0%
de 1/4 do valor máximo da escala
ou do indicador digital
0,5%
1,0%
Entre 0 e 1/4 do valor máximo
da escala ou indicador digital
Apartir de 1/4 do valor máximo
da escala ou indicador digital e
este valor máximo
do valor da leitura indicada
Quadro 29. Precisão na dosagem dos materiais
Material
Cimento
Água
Agregados
Aditivos
Adjuvantes
Requisitos de Precisão
± 2% da quantidade requerida
± 3% da quantidade requerida
± 2% da quantidade requerida
3. Betoneiras
As betoneiras devem possibilitar a obtenção de uma distribuição uniforme dos
materiais constituintes e uma trabalhabilidade uniforme, num determinado tempo de
mistura, de acordo com a sua capacidade.
Os camiões betoneira devem estar equipados de modo a que o betão fresco seja
entregue em estado homogéneo.
Artigo 27.º
Doseamento dos materiais constituintes
A operação de amassadura de cada tipo de betão deve dispor de instruções
escritas referentes à amassadura, indicando o tipo e a quantidade dos materiais
constituintes.
Norma de Betões ............................................................... Página 57
Versão F
A absorção de água dos agregados deve ser testada regularmente, por forma a
transformar o projecto de mistura de laboratório em projecto de mistura de
construção.
O doseamento dos materiais constituintes deve satisfazer os requisitos de precisão
indicados no Quadro 29.
O cimento, os agregados e os aditivos na forma de pó devem ser doseados em
massa, sendo contudo permitidos outros métodos se forem satisfeitas as precisões
exigidas no doseamento. A água, os adjuvantes e os aditivos líquidos podem ser
doseados em massa ou em volume.
Artigo 28.º
Amassadura do betão
Os
materiais
constituintes
devem
ser
misturados
em
betoneira
ou
camião-betoneira até que se obtenha uma mistura uniforme. A amassadura
considera-se iniciada a partir do momento em que todos os materiais se encontram na
betoneira. As betoneiras não devem ser carregadas para além da sua capacidade útil.
Se os adjuvantes forem adicionados em pequenas quantidades, devem ser
previamente misturados numa parte da água da amassadura (ver artigo 14.º).
De acordo com os requisitos de projecto, a consistência do betão fresco deve ser
controlada durante o descarregamento.
Quando forem adicionados superplastificantes no local da obra, dada a rapidez
dos seus efeitos, convém que o betão esteja já bem misturado. Após a adição do
adjuvante, o betão deve ser novamente misturado até que o adjuvante esteja completa
e uniformemente disperso na massa. No local da obra, deve ser dada especial atenção
à aplicação de certos tipos de adjuvantes, para evitar dificuldades nomeadamente de
bombagem e de bloqueamento da bomba.
Não é permitida qualquer alteração da composição do betão durante o seu
transporte, entrega/recepção e colocação, sendo expressamente proibida a adição de
água.
Tendo em atenção questões de ordem prática derivadas das condições reais em
obra, a velocidade de produção do betão deve ser ajustada de modo a evitar demasiada
acumulação de betão no local da obra.
Norma de Betões ............................................................... Página 58
Versão F
SECÇÃO II
Transporte, colocação e cura de betão fresco
Artigo 29.º
Pessoal
O pessoal envolvido no transporte, colocação e cura de betão deve possuir
conhecimentos, qualificação e experiência adequados para exercer a sua função
específica.
No local da obra deve existir um responsável com experiência e conhecimentos
adequados, para a recepção, transporte, colocação e cura do betão. Este responsável
deve estar presente durante a colocação do betão.
Artigo 30.º
Transporte
Devem ser tomadas medidas apropriadas para evitar a segregação de materiais, a
perda de constituintes ou a sua contaminação durante o transporte e a descarga.
A betoneira deve rodar a velocidade baixa. Quando necessário, deve ser aplicado
um revestimento de isolamento para evitar aumentos de temperatura dentro da
betoneira.
O tempo máximo de transporte do betão depende essencialmente da sua
composição e das condições atmosféricas. Em geral, o tempo até à colocação do betão
deve ser reduzido ao mínimo, num período de 90 minutos, isto é, o betão deve ser
colocado até 90 minutos depois de ser descarregado.
Artigo 31.º
Entrega
1. Informação do fabricante no caso de betão pronto
O empreiteiro deve solicitar informações sobre a composição do betão para proceder
adequadamente à colocação e cura do betão fresco, bem como para avaliar o
desenvolvimento da resistência na estrutura. Estas informações devem ser fornecidas
pelo fabricante, a pedido, antes ou durante a entrega, conforme for mais adequado e
incluir o seguinte :
Tipo, grau de resistência e origem do cimento;
Tipo de agregados e respectivas características;
Tipo de adjuvantes e especificações técnicas do produtor;
Tipo e dosagem dos aditivos, se for o caso;
Razão água/material cimentício;
Norma de Betões ............................................................... Página 59
Versão F
Resultados dos ensaios prévios relevantes para a composição (por exemplo, do
controlo de fabrico ou de ensaios iniciais).
2. Guia de remessa no caso de betão pronto
O produtor, antes de descarregar o betão em obra, deve fornecer ao empreiteiro uma
guia de remessa para cada entrega. Esta guia deve conter impressas, carimbadas ou
manuscritas, no mínimo as seguintes informações:
Nome da central fornecedora do betão pronto;
Número de série da guia;
Data e hora da amassadura, ou seja, do primeiro contacto entre o cimento e a água;
Matrícula da betoneira;
Nome do empreiteiro;
Nome e localização do estaleiro;
Especificação, pormenores ou referências a especificações (por exemplo, código de
identificação da mistura e número da encomenda);
Volume de betão entregue, em metros cúbicos;
Nome do organismo certificador, se for o caso.
Adicionalmente, a guia deve conter:
Classe de resistência;
Classe de consistência;
Classe de exposição ou condicionamentos da composição;
Tipo de cimento e classe de resistência;
Tipo de adjuvante e de aditivo, se for o caso;
Propriedades especiais requeridas.
3. Entrega no caso de betão fabricado no local pelo empreiteiro
No caso de betão fabricado no local da obra pelo empreiteiro, em obras
importantes ou quando se fabricam vários tipos de betão, deve ser fornecida a
informação prevista nos números 1 e 2 .
Artigo 32.º
Consistência na entrega
Se na entrega a consistência do betão não estiver conforme o especificado no
artigo 46.º, o betão pode ser rejeitado.
Se a consistência do betão puder ser ajustada por dosagem adicional de adjuvante
para satisfazer os requisitos constantes do artigo 46.º, o betão pode ser aceite, desde
Norma de Betões ............................................................... Página 60
Versão F
que a dosagem total de adjuvante não exceda o limite máximo indicado pelo
fornecedor.
Artigo 33.º
Colocação e compactação
Após a amassadura, o betão deve ser colocado tão cedo quanto possível a fim de
minimizar perdas de trabalhabilidade. A colocação do betão deve ser efectuada no
prazo máximo de uma hora e trinta minutos (90 minutos), após o início da amassadura.
No caso de serem utilizados adjuvantes retardadores, o tempo útil de colocação do
betão deve ser devidamente justificado através de ensaios prévios para determinação
do início de presa.
A altura de queda livre do betão durante a colocação deve ser limitada de forma a
evitar a sua segregação, não sendo de aceitar alturas de queda livre superiores a três
metros.
A espessura de cada camada de betão deve ser medida com régua, de modo que a
espessura e a velocidade de colocação do betão em cada camada possam ser
controladas.
O betão deve ser cuidadosamente compactado durante a colocação, especialmente
junto às armaduras do betão armado ou pré-esforçado, das bainhas e das ancoragens, e
ainda nos cantos das cofragens, de modo a que se forme uma massa compacta e densa,
sem vazios, em particular na zona do recobrimento das armaduras e ancoragens.
Se o betão é compactado por agulha vibradora, esta deve ser "inserida
rapidamente e retirada lentamente". Os pontos de vibração devem ser ordenados de
modo a evitar pontos não vibrados e falhas de vibração. A superfície do betão deve ser
suave e lisa, livre de bolhas grandes e de exsudação em bolhas pequenas.
Enquanto se coloca e compacta o betão, deve haver o cuidado de não deslocar ou
danificar as armaduras, cabos pré-esforçados, bainhas, ancoragens e cofragens.
A segunda vibração antes da cura inicial do betão deve ser bem regulada, para se
obter um betão denso e evitar micro fissuras dentro do betão.
Em caso de haver exigências especiais para o acabamento da superfície, estas
devem ser objecto de especificações adicionais.
Artigo 34.º
Cura e protecção
1. Generalidades
Norma de Betões ............................................................... Página 61
Versão F
Para que o betão adquira as propriedades requeridas e esperadas, em especial na
zona superficial, é necessário adoptar processos adequados de cura e protecção,
durante um período de tempo apropriado.
A cura é um método de prevenção contra a secagem prematura, particularmente
quando ocorrem situações de tempo seco ou de forte exposição solar ou condições de
vento forte enquanto a protecção é um método de prevenção contra o arrastamento de
finos pela chuva ou água corrente, evitando quer um arrefecimento brusco durante os
primeiros dias após a colocação, quer grandes diferenças de temperatura interna, bem
como a ocorrência de vibrações e impactos que podem fracturar ou fendilhar o betão
ainda em fase de endurecimento e assim interferir com a sua aderência às armaduras.
A prevenção contra a secagem consiste em impedir ou reduzir drasticamente a
evaporação da água do betão, aplicando na sua superfície os métodos de cura
previstos no número 2.
Admite-se, todavia que esta prevenção possa ser conseguida no próprio interior
do betão, recorrendo para tal a adjuvantes do tipo retentor de água.
Após a compactação do betão, convém iniciar os processos de cura e protecção
tão cedo quanto possível. A cura deve ser iniciada assim que estiverem terminadas as
operações de acabamento das superfícies do betão, sem as danificar. Eventualmente
pode ser necessário proceder a uma cura inicial, antes das operações de acabamento,
para evitar fissurações por retracção inicial.
2. Métodos de cura
Seguindo o princípio “primeira betonagem, primeira cura”, podem ser utilizados,
individualmente ou combinados, os métodos que a seguir se indicam, devendo ser
definidos antes do início dos trabalhos no local de obra. Os métodos para a cura de
betão podem dividir-se em métodos com e sem utilização de água, sendo preferível a
utilização de água. Com excepção dos resíduos dissolvidos e em suspensão para os
quais nada se exige, os requisitos para a água de cura são os mesmos que para a água
da amassadura.
1) Métodos com utilização de água:
Cobertura das superfícies do betão com materiais saturados de água limpa e
protecção destes materiais contra a secagem com membranas plásticas impermeáveis
ao vapor de água;
Pulverização da superfície do betão com água limpa, de forma a manter aquela
superfície contínua e visivelmente húmida;
Manutenção de uma camada de água limpa sobre as superfícies do betão;
Cura por vapor na fase inicial e cura por aspersão na fase posterior.
Norma de Betões ............................................................... Página 62
Versão F
2) Métodos sem utilização de água:
Manutenção da cofragem no lugar, com cura das superfícies expostas por um dos
restantes métodos a seguir indicados;
Cobertura das superfícies do betão com membranas plásticas com espessura mínima
de 0,125 mm totalmente impermeáveis à água e ao vapor de água, fixas à estrutura e
sem juntas abertas, de forma a evitar correntes de ar entre a membrana e a superfície
do betão;
Pintura ou pulverização com membrana de cura.
3. Tempo de cura
O tempo de cura depende do tempo necessário para atingir um certo grau de
impermeabilidade (à água e ao vapor) nas zonas superficiais do betão (recobrimento
da armadura), tendo em conta a maturidade do betão (estado de hidratação do cimento)
e as condições ambientais.
No Quadro 30 é indicado o tempo mínimo de cura em função do tipo de estrutura
e do tipo de cimento.
Em alternativa, o tempo mínimo de cura pode ser definido pela idade em que a
resistência do betão atinge 70% do valor da classe de resistência especificada, excepto
em estruturas de depósito de água (por exemplo, reservatórios e tanques de água), ou
com exigências de impermeabilidade, ou em superfícies pavimentadas e em betão
resistente à abrasão, em que o tempo mínimo de cura pode ser definido pela idade em
que a resistência do betão atinge 85% do valor da classe de resistência especificada.
Quadro 30. Tempos mínimos de cura
Tipo de estrutura
Estruturas de retenção de
água ou com exigências
de impermeabilidade
Pavimentos rodoviários
ou betão resistente à
abrasão
Resistência do betão à
migração de iões de
cloreto
Outros tipos
Cimento do tipo 
Outros tipos de cimento ou
cimento do tipo com
aditivos
14 dias
28 dias
9 dias
12 dias
---
28 dias
7 dias
12 dias
4. Minimização da fissuração superficial por retracção
O betão em processo de endurecimento deve ser protegido contra os danos
Norma de Betões ............................................................... Página 63
Versão F
causados pelas restrições internas e externas aos movimentos de expansão
consequentes do desenvolvimento de calor de hidratação interior, devendo também
ser reforçado o controlo da temperatura. A diferença de temperatura entre a superfície
e o centro da massa de um elemento de betão não deve exceder 20ºC.
Devem ser definidas no projecto as disposições adequadas para limitar o estado
de fendilhação, reduzindo consequentemente as tensões de tracção no betão. Devem
nomeadamente ser estabelecidos em projecto os procedimentos apropriados para
definir a localização, tipo e espaçamento entre juntas de construção e para
implementar em obra a adequada sequência e faseamento de betonagens.
Norma de Betões ............................................................... Página 64
Versão F
CAPÍTULO V
Procedimentos para o controlo de qualidade
SECÇÃO I
Controlo de qualidade
Artigo 35.º
Conteúdo
O fabrico e os processos relativos ao transporte, colocação, compactação e cura
do betão devem ser submetidos ao controlo de qualidade.
O controlo da qualidade compreende duas partes distintas mas interligadas:
Controlo de produção e controlo de conformidade.
SECÇÃO II
Controlo de produção
Artigo 36.º
Generalidades
O controlo de produção compreende todas as medidas necessárias para manter a
qualidade do betão em conformidade com as exigências especificadas. Este controlo
inclui a selecção dos materiais constituintes, o projecto da mistura de betão, os
processos de fabrico, as inspecções e ensaios, bem como a análise dos seus resultados
no que respeita ao equipamento, materiais constituintes, betão fresco e betão
endurecido. Para além da inspecção durante o processo de fabrico, este procedimento
inclui ainda as inspecções locais antes da betonagem, assim como as inspecções
respeitantes ao transporte, colocação, compactação e cura do betão fresco.
Durante todos os processos acima referidos o controlo da produção deve ser
efectuado pelo empreiteiro, produtor ou fornecedor do betão fresco, cada qual dentro
do seu âmbito de intervenção.
Todas as instalações e equipamentos devem estar disponíveis para realizar as
inspecções, amostragens e ensaios necessários no equipamento, materiais e betão.
Deve ser anotada num livro de registos toda a informação relevante relativa ao
controlo de produção na obra, na central de betão pronto ou na fábrica de elementos
pré-fabricados de betão nomeadamente:
Nome dos fornecedores de cimento, agregados, adjuvantes e aditivos;
Norma de Betões ............................................................... Página 65
Versão F
Números das guias de remessa de cimento, agregados, adjuvantes e aditivos;
Origem da água de amassadura;
Consistência do betão;
Massa volúmica do betão fresco;
Razão água/material cimentício do betão fresco;
Quantidade de água adicionada à mistura;
Dosagem de cimento, agregados, adjuvantes e aditivos;
Data e hora da betonagem dos provetes de ensaio;
Número de provetes de ensaio;
Cronograma indicando a execução de fases específicas da colocação e cura do
betão;
Origem da água de cura;
Temperatura e outras condições meteorológicas durante a colocação e cura do
betão;
Elemento estrutural em que determinada amassadura foi aplicada.
No caso de betão pronto deve ainda ser indicado o nome do fornecedor e o
número da guia de remessa.
Todas as alterações aos procedimentos especificados relativamente ao transporte,
entrega, colocação, compactação e cura devem ser registadas e transmitidas à pessoa
responsável.
Os procedimentos de controlo de produção (na fase de fabrico) podem ser
verificados por um organismo de certificação qualificado, como parte do controlo de
conformidade. Os ensaios realizados no âmbito do controlo de produção, por acordo
prévio, podem ser considerados para o controlo de conformidade.
Artigo 37.º
Controlo do fabrico
1. Controlo de betão pelo empreiteiro quando é utilizado betão fabricado no local
Os materiais constituintes, o equipamento, o processo de fabrico e as
propriedades do betão devem ser controlados a fim de verificar a sua conformidade
com as especificações e as exigências da presente Norma.
O tipo e a frequência das inspecções ou ensaios dos materiais constituintes devem
estar de acordo com o indicado no Quadro 31.
O controlo do equipamento deve assegurar que os meios disponíveis para a
armazenagem, o equipamento de pesagem e medição, a betoneira e outra aparelhagem
Norma de Betões ............................................................... Página 66
Versão F
de controlo (por exemplo, os instrumentos para medição do teor de humidade dos
agregados), estão em boas condições e satisfazem as exigências especificadas. A
descrição e a frequência das inspecções ou ensaios devem estar de acordo com o
indicado no Quadro 32.
Para observar se o processo de fabrico está a ser correctamente executado e se o
betão está conforme as exigências especificadas, devem ser efectuadas verificações,
inspecções e ensaios de acordo com o indicado no Quadro 33.
2. Controlo de betão, num processo de produção contínua, pelo produtor de betão
pronto ou por uma fábrica de produtos pré-fabricados de betão
O produtor de betão pronto ou o fabricante de produtos pré-fabricados de betão
deve efectuar as inspecções e os ensaios especificados nos Quadros 31, 32 e 33,
conforme previsto no número 1.
Se mais do que um tipo de betão é fabricado num processo de produção contínua,
a frequência mínima dos ensaios de resistência à compressão deve ser determinada
com base em famílias das composições.
Os betões devem ser considerados como pertencentes à mesma família se forem
produzidos com cimento do mesmo tipo, da mesma classe de resistência e
provenientes de uma única origem, com agregados da mesma origem geológica e do
mesmo tipo (por exemplo, britado ou natural) e com o mesmo tipo e origem de
adjuvantes ou aditivos. Dentro de cada família, as propriedades relevantes de cada
composição devem ser registadas e documentadas. A amostragem deve abranger toda
a gama de composições fabricadas dentro de uma mesma família.
3. Controlo de betão pelo empreiteiro quando é utilizado betão pronto
O controlo de betão pronto pelo empreiteiro deve ser efectuado de acordo com o
indicado no Quadro 34 e compreende inspecções e ensaios de recepção no local da
obra, bem como eventuais inspecções à fabrica, em caso de betão não certificado.
Além disso, o empreiteiro deve obter do produtor do betão a informação especificada
no artigo 31.º, número 1.
Norma de Betões ............................................................... Página 67
Versão F
Quadro 31. Controlo dos materiais constituintes
Materiais
1
Cimentos (1)
Inspecção da guia
de remessa
Inspecção da guia
de remessa
Inspecção do
agregado antes da
descarga
Agregados (3)
Ensaio de
granulometria
2
3
4
Ensaio para
detecção de
impurezas
5
6
7
Adjuvantes (4)
8
9
10
11
Aditivos em pó (4)
Aditivos em
suspensão (4)
12
Inspecção do
rótulo
Inspecção do
adjuvante
Determinação da
massa volúmica
Inspecção da guia
de remessa
Inspecção da guia
de remessa
Determinação da
massa volúmica
Finalidade
Frequência mínima
Assegurar que o fornecimento está conforme
Cada entrega
o pedido (2) e que é de origem correcta
Assegurar que o fornecimento está conforme
Cada entrega
o pedido e que é de origem correcta
Comparação com a aparência habitual,
relativamente à granulometria, forma e
Cada entrega
impurezas
i) Primeira entrega de nova
origem
Avaliar a conformidade com a granulometria
ii) Em caso de dúvida após
normalizada ou outra acordada
inspecção visual
iii) Semanalmente
i) Primeira entrega de nova
origem
Determinar a presença e quantidade de
ii) Em caso de dúvida após
impurezas
inspecção visual
iii) Mensalmente
Assegurar que está conforme o pedido
Cada entrega
Comparação com a aparência normal
i) Cada entrega
ii) Durante a utilização
Comparação com a massa volúmica nominal
Cada entrega
Assegurar que o fornecimento está conforme
Cada entrega
o pedido e é de origem correcta
Assegurar que o fornecimento está conforme
Cada entrega
o pedido e é de origem correcta
Assegurar a uniformidade
Assegurar que a água não contém
constituintes nocivos
Ensaio de provetes Comparar a presa e a resistência de provetes
de betão ou
fabricados com água de qualidade
argamassas
reconhecida
Análise química
Água
13
Inspecção/
Ensaio
Cada entrega
Em caso de dúvida
Em caso de dúvida
(1) Recomenda-se que as amostras de cada tipo de cimento sejam colhidas e armazenadas, uma vez por semana, para ensaio em caso de
dúvida. Para amostragem ver a norma EN 196-7.
(2) Em cada entrega deve indicar-se na guia de remessa pelo menos o tipo, a origem e a classe de resistência.
(3) A guia de remessa deve conter informação sobre o teor máximo de cloretos solúveis e indicar a possível susceptibilidade à reacção
álcali-sílica, quando relevante.
(4) Recomenda-se que em cada entrega se colham e armazenem amostras.
Norma de Betões ............................................................... Página 68
Versão F
Quadro 32. Controlo do equipamento
1
Equipamento
Inspecção/
Ensaio
Tremonhas, pilhas de
armazenamento, silos, etc.
Inspecção visual
2
Equipamento de pesagem
Inspecção visual do
funcionamento
3
Ensaio de calibração
4
Inspecção visual do
funcionamento
Finalidade
Assegurar a conformidade
com as exigências
Assegurar que o equipamento
de pesagem funciona
correctamente
Assegurar que a precisão está
de acordo com o Quadro 29
Assegurar que o doseador
está limpo e funciona
correctamente
Doseadores de adjuvantes
Frequência mínima
Semanal
Diária
i) Quando da instalação
ii) Semestralmente
Primeira amassadura do dia
para cada adjuvante
i) Quando da instalação
ii) Mensalmente após
5
Ensaio de calibração
Evitar dosagens imprecisas
instalação
iii) Em caso de dúvida
i) Quando da instalação
Comparação da
Assegurar que a precisão está ii) Mensalmente após
6 Contador de água
quantidade real com a
de acordo com o Quadro 29 instalação
leitura no indicador
iii) Em caso de dúvida
i) Quando da instalação
Equipamento para medição
Comparação do teor com
ii) Mensalmente após
7 contínua do teor de água
Assegurar a precisão
a leitura no indicador
instalação
dos agregados finos
iii) Em caso de dúvida
Comparação da massa
real dos constituintes na
i) Quando da instalação
Assegurar que a precisão de
mistura com a massa
ii) Mensalmente após
doseamento está de acordo
8
pretendida, por método
instalação
com o Quadro 29
adequado ao sistema de
iii) Em caso de dúvida
Sistema de doseamento
dosagem
Assegurar que o sistema de
9
Inspecção visual
doseamento funciona
Diária
correctamente
Regularmente, de acordo
Equipamento para execução Ensaios de acordo com as
Verificar a conformidade e
com o equipamento e grau de
10 de ensaios (incluindo mesa normas ou outros
assegurar a precisão
utilização, pelo menos
vibratória e moldes)
documentos normativos
anualmente
Betoneira (incluindo
Verificar o desgaste do
11
Inspecção visual
Mensal
camiões betoneira)
equipamento
Norma de Betões ............................................................... Página 69
Versão F
Quadro 33. Controlo do processo de fabrico e das propriedades do betão
Verificação
Inspecção/Ensaio
Propriedades do
betão resultante de
1
Ensaio Inicial
um projecto de
mistura inicial
Teor de cloretos no
2
Determinação prévia
betão fresco
Finalidade
Demonstrar que as
propriedades especificadas se
verificam com margem
adequada
Assegurar que o teor máximo
de cloretos não é excedido
3
Teor de água dos
agregados grossos
Ensaio de secagem ou
equivalente
Determinar a massa seca do
agregado e a água
suplementar a adicionar
4
Teor de água dos
agregados finos
Sistema de medição
contínuo, ensaio de
secagem ou equivalente
Determinar a massa seca do
agregado e a água
suplementar a adicionar
Inspecção visual
5
6
Consistência do
betão
Resistência à
compressão em
7
provetes moldados
de betão
Teor de água
8 adicionada ao betão
fresco
9
10
11
12
13
Ensaio de consistência
Ensaio de acordo com a
norma ISO 1920-4
Ensaio de acordo com a
norma ISO 1920-5
Temperatura do
betão fresco
Medição de temperatura
15
16
Propriedades da
resistência à
migração de
iões de cloreto
Ensaio de acordo com
DB44/T 566 ou JTG/T
B07-01
Antes de utilizar uma nova composição
de betão ou quando se utiliza um novo
material constituinte
Ensaio inicial e no caso de aumento do
teor de cloretos dos constituintes
i) Não sendo contínua, diariamente
ii) Conforme as condições locais e
meteorológicas, podem ser necessários
ensaios com maior ou menor frequência
i) Não sendo contínua, diariamente
ii) Conforme as condições locais e
meteorológicas, podem ser necessários
ensaios com maior ou menor frequência
Comparar com a aparência
normal
Avaliar a conformidade com
a classe exigida e verificar
variações possíveis do teor
de água
i) Ao moldar provetes para ensaio do
betão endurecido
ii) Em caso de dúvida após inspecção
visual
Avaliar as resistências à
compressão propostas na
composição projectada
Frequência igual à do controlo da
conformidade e pelo menos como se
indica no artigo 43.º
Fornecer informações sobre a
Registo da quantidade de
razão água/material
água adicionada
cimentício
Verificar o teor de cimento e
Teor de cimento do Registo da quantidade de
fornecer dados para a razão
betão fresco
cimento adicionado
água/material cimentício
Verificar o teor em adições e
Teor de aditivos no Registo da quantidade de
fornecer dados para a razão
betão fresco
aditivos utilizados
água/material cimentício
Teor de adjuvantes Registo da quantidade de Verificar a dosagem de
no betão fresco
adjuvantes utilizados
adjuvantes
Soma dos teores de água a
Razão água/
dividir pela dosagem de Avaliar a razão água/
material cimentício material cimentício
material cimentício
no betão fresco
(3+4+8+11) / (9) ou
especificada
(9+10)
Comparação de amostras
Avaliar a uniformidade da
Uniformidade
colhidas em diferentes
amassadura
partes da amassadura
14 Penetração de água
Frequência mínima
Cada amassadura ou carga
Cada amassadura
Cada amassadura
Cada amassadura
Cada amassadura
Diária ou a que for especificada
Em caso de dúvida
i) Ensaio inicial
ii) Ensaios seguintes, frequência a
acordar
i) Em caso de dúvida
Verificar que não é atingida a ii) Se há houver temperatura
temperatura exigida ou os
especificada
limites de temperatura
- frequência a acordar, ou
especificados
- em cada amassadura, se a
temperatura se aproxima do limite
Verificar as propriedades da
i) Ensaio inicial
resistência do betão à
ii) Ensaios seguintes, frequência a
migração de iões de
acordar
cloreto
Avaliar a resistência à
penetração da água
Norma de Betões ............................................................... Página 70
Versão F
Quadro 34. Controlo de betão pronto pelo empreiteiro
Assunto
1
Guia de remessa
2
3
Inspecção/Ensaio
Inspecção visual
Inspecção visual
Consistência do betão
Ensaio de consistência
4
Inspecção visual
7
Frequência mínima
Cada entrega
Cada entrega
i) Ao moldar provetes para ensaio
de betão endurecido
ii) De acordo com o artigo 45.º
Cada entrega
Uniformidade do betão
Comparação de amostras
colhidas em partes
diferentes da amassadura
Avaliar a uniformidade da
amassadura
Aspecto geral do betão
Inspecção visual
Comparar com a aparência
Cada entrega
normal, por exemplo, a cor
Controlo de produção
pelo fornecedor do
betão
Verificar se se trata de um
betão pronto certificado,
caso contrário, deve ser
efectuada uma inspecção à
fábrica de betão pronto
Assegurar que o controlo
de fabrico é efectuado
Ensaio de acordo com a
norma ISO 1920-4
Avaliar a resistência à
A exigida pelo controlo de
compressão da composição conformidade
Ensaio de acordo com a
norma ISO 1920-5
Avaliar a resistência à
penetração de água no
betão
A exigida pelo controlo de
conformidade
Ensaio de acordo com a
DB44/T 566 ou JTG/T
B07-01
Avaliar a resistência do
betão à migração de
iões de cloreto
A exigida pelo controlo de
conformidade
5
6
Finalidade
Assegurar que a entrega
corresponde ao
especificado
Comparar com a aparência
normal
Avaliar a conformidade
com a classe de
consistência requerida
Comparar com a aparência
normal
Ensaios de resistência à
compressão do betão
por amostragem na obra
Ensaio à
9 impermeabilidade do
betão por amostragem e
fabrico no local da obra
Ensaios de resistência
do betão à migração
10 de iões de cloreto por
amostragem e fabrico
no local da obra
8
Em caso de dúvida, após
inspecção visual
i) Primeiro contrato com novo
fornecedor
ii) Em caso de dúvida
Artigo 38.º
Inspecção antes da betonagem
Antes de se iniciarem as operações de betonagem, e para além das regras de
garantia de qualidade estabelecidas no Título IV do Regulamento de Estruturas de
Betão Armado e Pré-esforçado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/69/M, de 7 de
Outubro, devem ser inspeccionados, no mínimo, os seguintes aspectos no local da
obra:
Geometria da cofragem e posicionamento das armaduras;
Remoção de poeira, serradura e restos de arame de ligação, no interior das
Norma de Betões ............................................................... Página 71
Versão F
cofragens;
Remoção de todas as fixações metálicas auxiliares de cofragem que atravessem a
espessura de recobrimento das armaduras (por exemplo, arames e fitas metálicas),
com excepção dos tirantes entre faces opostas da cofragem, se adequadamente
detalhados e aprovados;
Utilização de espaçadores entre as armaduras e a cofragem apropriados, que não
prejudiquem a qualidade da zona de recobrimento das armaduras (não devem ser
utilizados espaçadores de argamassa ou de betão fabricados no local da obra);
Localização, pormenorização e tratamento das juntas de construção (por exemplo,
molhagem das superfícies, exposição de agregados, aplicação de produtos de adesão
superficial);
Molhagem das cofragens de madeira;
Estabilidade das cofragens;
Estanquidade das cofragens para evitar fuga da pasta de cimento;
Preparação da superfície interior das cofragens (por exemplo, limpeza e agentes
descofrantes);
Limpeza de armaduras por remoção de depósitos superficiais que diminuam a sua
aderência ao betão (por exemplo, óleos, pinturas, ferrugem solta);
Localização, estabilidade e limpeza das fixações ou bandas water-stop a embeber
no betão.
Artigo 39.º
Inspecção durante o transporte, colocação, compactação e cura de betão fresco
Considerando as especificações aplicáveis e as regras de bem construir, durante
as operações de betonagem, devem ser inspecicionados, no mínimo os seguintes
aspectos:
1. Transporte
Deve ser assegurado que a calha de escoamento está apertada e segura durante o
transporte, de modo a evitar situações de risco para transeuntes e problemas de
tráfego;
A velocidade de rotação da betoneira de betão (camião betoneira) deve ser de
2-10 r/min quando o betão fresco é carregado no camião e de 2-3 r/min quando o
camião circular por uma estrada regular, devendo parar de rodar quando a estrada
estiver em más condições ou a sua inclinação for maior que 50 graus, até regressar a
uma estrada regular;
Norma de Betões ............................................................... Página 72
Versão F
O tempo de transporte do betão não deve exceder o tempo de transporte permitido,
indicado pelo fabricante. A rotação da betoneira de betão não deve ser
interrompida
por um longo período a fim de evitar segregação. O motorista deve sempre prestar
atenção ao betão de modo a poder informar o coordenador e tomar medidas imediatas
no caso de ocorrência de qualquer situação incomum;
A betoneira que contém betão fresco não deve permanecer no local da obra mais
de uma hora devendo o responsável tomar imediatamente as medidas necessárias;
Deve ser efectuada uma rotação adicional da betoneira à velocidade de 10-12
r/min durante 1 min antes do descarregamento do betão;
Depois do betão ter sido descarregado, o passo seguinte é colocar a conduta de
plástico existente na betoneira e injectar água na entrada, saída, êmbolo e rampa de
descarga da betoneira, assegurando que estão bem limpos e que foram retirados todos
os resíduos de betão e sujidades existentes no camião;Seguidamente
deve ser adicionada 150-200L de água à betoneira que deve girar a uma
velocidade baixa durante o seu regresso à fabrica de modo que o seu interior seja
lavado evitando que fiquem colados resíduos à betoneira e à lâmina de mistura; Por
último deve proceder-se à descarga de toda a água existente na betoneira.
2. Betonagem
Distribuição uniforme do betão no interior das cofragens;
Compactação uniforme sem segregação;
Altura máxima admitida para a queda livre do betão;
Espessura das camadas sucessivas de betonagem;
Intervalo de tempo entre a betonagem de duas camadas sucessivas;
Ritmo de betonagem e subida do betão fresco nas cofragens laterais, tendo em
consideração a sua resistência admissível ao impulso do betão fresco;
Intervalo de tempo entre a amassadura ou entrega do betão e a sua colocação,
tendo em consideração o tempo limite especificado;
As operações de betonagem contínuas podem incluir interrupções de curta
duração, não superior a uma hora, mas se esse período for ultrapassado a operação de
betonagem deve terminar, sendo instaladas as juntas de construção convenientes;
Medidas especiais sob condições meteorológicas extremas como é o caso de
temperaturas elevadas, fortes chuvadas e ventos fortes;
Tratamento das juntas de construção a executar antes do endurecimento do betão;
Sequência das operações de betonagem e tempos de espera entre betonagens
Norma de Betões ............................................................... Página 73
Versão F
contíguas;
Operações de acabamento tendo em atenção o acabamento especificado para
superfícies aparentes;
Método de betonagem e tempo de cura tendo em atenção as condições ambientais
e o desenvolvimento requerido de resistência;
Ausência de danos provocados por vibração ou choques externos, no betão
recentemente colocado.
3. Compactação
A agulha vibradora deve ser "inserida rapidamente e retirada lentamente" no
betão de modo a que a superfície deste seja suave e lisa, livre de bolhas grandes e de
exsudação regular com menos bolhas;
Cada ponto deve ser vibrado durante 15-20s. A agulha vibradora deve ser inserida
na sub-camada de betão até uma profundidade de 5 cm;
Arranjo dos pontos de vibração: a distância entre pontos de vibração deve ser 1,5
vezes o raio efectivo da agulha vibradora;
Cada ponto deve vibrar ordenadamente, de modo a evitar pontos não vibrados ou
insuficientemente vibrados;
Para efectuar a vibração na camada inferior do betão, área com densa distribuição
de armadura, devem ser designados trabalhadores especializados;
A vibração secundária deve ser efectuada bem antes da presa inicial do betão de
modo a obter um betão denso sem micro-fissuras;
Devem ser tomados cuidados especiais em redor das aberturas e componentes
embebidos, de modo a evitar danos e deslocamentos dos mesmos.
4. Cura
Deve ser cumprido o princípio de “primeira betonagem, primeira cura”;
Sempre que as circunstâncias o permitam, pode ser implementado o processo de
cura à sombra (por exemplo, com toldo de cura), podendo-se utilizar moldes de
madeira, com membranas de geo-textil e plásticas para cobrir as superfícies laterais;
Com o intuito de reforçar o controlo de temperatura do betão e de acordo com
resultado dos ensaios de temperatura, devem ser adoptados métodos adequados de
cura para assegurar uma diferença de temperatura entre o exterior e o interior do betão
inferior a 20ºC e uma velocidade de arrefecimento inferior a 2ºC/d;
Deve ser reforçado o controlo do estado da superfície do betão, assegurando que
esta esteja sempre húmida;
Norma de Betões ............................................................... Página 74
Versão F
Devem ser aplicados agentes de cura imediatamente após a remoção das
cofragens dos lados das paredes em geral. Podem ser penduradas 1-2 camadas de
geo-textil para manter a superfície húmida e a temperatura adequada.
SECÇÃO III
Controlo de conformidade
Artigo 40.º
Generalidades
As propriedades do betão usadas para o controlo de conformidade são testadas
por ensaios de conformidade através dos procedimentos normativos constantes da
presente Norma( ver art. 35).
A conformidade ou não conformidade é apreciada com base nos procedimentos
indicados nesta Secção. A conformidade conduz à aceitação enquanto que a não
conformidade deve conduzir a posteriores acções correctivas.
A inspecção, a dimensão dos lotes, a amostragem e os critérios de conformidade
devem estar de acordo com os procedimentos estabelecidos nos artigos 41.º a 50.º.
Para as propriedades não incluídas nestes artigos, os critérios de conformidade devem
ser acordados tendo em conta o sistema de verificação e o nível de segurança
pretendido para a estrutura ou seus componentes.
O controlo de conformidade aplica-se igualmente ao betão para elementos
pré-fabricados salvo se as normas específicas do produto contiverem um conjunto de
procedimentos de controlo de conformidade equivalente ao estabelecido na presente
Norma. Em qualquer das situações os procedimentos para recepção destes elementos
em obra devem ser definidos caso a caso, de modo a garantir que a qualidade do betão
não seja inferior à estabelecida na presente Norma.
Artigo 41.º
Sistemas de verificação do controlo de conformidade
O controlo de conformidade de betão produzido em centrais de betão pronto, em
fábricas de pré-fabricação de produtos de betão ou em estaleiros de obra, pode ser
verificado ou por um organismo independente devidamente certificado para o efeito
ou pelo dono da obra. Esta verificação refere-se apenas à selecção dos materiais
constituintes e ao processo de fabricação propriamente dito, não abrangendo o
transporte, a colocação em obra e a cura.
Norma de Betões ............................................................... Página 75
Versão F
1. Betão certificado
Um
organismo
de
certificação,
autorizado
pelo
Governo
da
Região
Administrativa Especial de Macau, deve proceder à verificação da conformidade para
confirmar e certificar que a produção está sujeita a um controlo sistemático, de acordo
com o artigo 37.º e que os resultados dos ensaios deste controlo satisfazem as
propriedades exigidas para os materiais constituintes, para o betão fresco e para o
betão endurecido.
O esquema para certificação do betão deve ser aprovado pela DSSOPT e é
suficiente para confirmar e certificar a conformidade do betão produzido, nos termos
da presente Norma.
2. Betão não certificado
O dono da obra ou o seu representante, com pessoal devidamente qualificado para
o efeito, deve proceder à verificação da conformidade averiguando se os resultados
dos ensaios do controlo de fabrico satisfazem as propriedades exigidas para os
materiais constituintes, para o betão fresco e para o betão endurecido. Esta verificação
deve incluir uma análise do projecto da mistura inicial e a subsequente verificação da
mistura de ensaio inicial, pelo menos 35 dias antes de a produção ter início.
O projecto da mistura inicial, preparado e submetido pelo fabricante, deve ser
analisado de modo a verificar se a composição da mistura proposta, as propriedades
dos materiais constituintes pré-seleccionados e os resultados apresentados de ensaios
iniciais recentes satisfazem as especificações requeridas para o betão, tendo em conta
as particularidades construtivas da obra e as condições de exposição ambiental
correspondentes.
Com a finalidade acima referida, o ensaio de reactividade
alcalina da areia de rio não deve exceder os três meses. O ensaio de teor de cloro da
areia de rio não deve exceder um mês. Para outros materiais constituintes, os ensaios
não devem exceder os seis meses. Os "ensaios iniciais" do betão não deve ter mais de
três meses.
Utilizando a composição pré-definida no projecto da mistura inicial, a
correspondente mistura de ensaio inicial deve ser preparada pelo fabricante em
instalação fabris, na presença do dono da obra ou do seu representante, de modo a
verificar se a composição da mistura, os materiais constituintes, os procedimentos de
fabrico e os resultados dos ensaios iniciais sobre o betão fresco e endurecido
satisfazem as especificações requeridas. De três amassaduras, realizadas em dias
diferentes, pelo menos três provetes de cada uma delas devem ser testados à
compressão. Para verificar a conformidade dos resultados de ensaio inicial, os valores
Norma de Betões ............................................................... Página 76
Versão F
de resistência obtidos para as amassaduras, devem satisfazer as seguintes condições:
fcm
fc,min
≥ fck
≥ fck
+ 1.645 sn
+ 5
onde:
fcm
fc, min
fck
sn
–resistência média do conjunto dos cubos ensaiados;
–menor valor individual de resistência dos cubos ensaiados;
–resistência característica especificada para o betão;
– desvio padrão das resistências do conjunto de amostras (valor
estatístico de mais de 30 amostras do mesmo tipo de betão e valor
mínimo atribuído de 3.0MPa; 5.0MPa caso não existam registos
estatísticos).
Para volumes totais de um betão não excedendo 60 m3, o dono de obra ou o seu
representante pode dispensar a exigência de verificação da mistura de ensaio inicial
referida nos parágrafos anteriores, se o projecto de mistura inicial proposto
corresponder a uma “mistura de ensaio inicial” já verificada e aprovada para outro
projecto, num período de tempo não superior a três meses e forem fornecidos
documentos de controlo de qualidade suficientes. Neste caso os documentos
comprovativos desta correspondência e aprovação devem integrar a proposta de
projecto de mistura inicial.
Como parte desta verificação, o dono da obra ou o seu representante pode ensaiar
amostras por ele colhidas para confirmar os resultados do controlo de produção, a
natureza dos materiais constituintes e a composição da mistura.
3. Ensaios de recepção no local da obra
Em qualquer situação, mesmo tratando-se de betão certificado, o dono da obra
deve pedir ao empreiteiro que execute ensaios de recepção no local da obra e deve
verificar a sua conformidade, com base nos planos de amostragem e critérios de
conformidade, conforme estabelecidos nos artigos 42.º a 50.º.
Artigo 42.º
Dimensão dos lotes a adoptar na obra para avaliação da conformidade da resistência à
compressão do betão
Para verificar a conformidade da resistência do betão em obra, o volume de betão
utilizado deve ser dividido em lotes.
Norma de Betões ............................................................... Página 77
Versão F
O volume total de betão de um lote deve ser produzido em condições
consideradas uniformes (da mesma família, tal como definido no artigo 37.º, número
2). A dimensão de um lote deve corresponder ao menor dos seguintes valores:
Quantidade de betão fornecido para cada andar de um edifício ou para um
conjunto de vigas, lajes, colunas ou paredes de um edifício, ou para partes similares
de outro tipo de estruturas;
Um volume inferior a 450 m3;
Produção em volume correspondente a uma semana de betonagens.
Artigo 43.º
Plano de amostragem para avaliação da conformidade da resistência à compressão do
betão
1.
Plano de amostragem a adoptar em obra no caso de ser utilizado betão pronto
A amostragem deve ser sempre efectuada no local de betonagem.
Por cada lote, devem colhidas pelo menos três amostras separadamente sendo a
frequência de amostragem não inferior ao maior dos seguintes valores: uma amostra
por cada 30m3 de betão ou uma amostra por cada dia de betonagem (75m3 no caso de
betão certificado).
No caso de betonagem contínua de um mesmo tipo de elementos estruturais (por
exemplo, lajes, pilares, paredes ou fundações), com a mesma classe de betão e volume
superior a 200m3, pode adoptar-se uma frequência de amostragem não inferior a uma
amostra por cada 50 m3 de betão (75 m3 no caso de betão certificado).
Se um lote corresponde apenas a uma ou duas descargas (de um ou dois
camiões-betoneira ou de uma central de betonagem), é suficiente colher apenas uma
ou duas amostras respectivamente.
Quando o betão não é utilizado em elementos estruturais importantes, tais como
vigas, colunas, paredes resistentes, lajes, consolas (lajes e vigas), podem ser colhidas
apenas uma ou duas amostras, para lotes de dimensão não superior a 30 ou 60 m3,
respectivamente (75 ou 150 m3 no caso de betão certificado).
2.
Plano de amostragem a adoptar em obra no caso de ser utilizado betão fabricado
no local
Deve ser aplicado o plano de amostragem definido o número 1.
3.
Plano de amostragem a adoptar em fábricas de pré-fabricação
Norma de Betões ............................................................... Página 78
Versão F
Deve ser aplicado o plano de amostragem definido no número 1, mas a
amostragem deve ser efectuada no local de fabrico dos elementos pré-fabricados.
4.
Plano de amostragem a adoptar no fabrico contínuo de betão em centrais de betão
pronto
A verificação da conformidade de acordo com o disposto no presente número,
deve servir de base para a certificação do betão.
A amostragem deve efectuada, nas centrais de betão, em cada família de betão
fabricado em condições consideradas uniformes, com base no volume total ou no
tempo de fabrico, adoptando-se o maior dos seguintes números de amostras:
Uma amostra por cada 75 m3 de betão, não excedendo um total de 15 amostras
por dia;
Uma amostra por dia de fabrico.
5.
Plano de amostragem a adoptar no caso de ensaios de carotes retiradas da
estrutura
Se os resultados dos ensaios em provetes moldados não satisfizerem as exigências
de conformidade, não estiverem disponíveis, ou não forem em número suficiente para
cumprir os planos de amostragem definidos anteriormente, ou ainda quando os
defeitos de execução ou a interferência de condições meteorológicas extremas
originem dúvidas quanto à resistência, durabilidade e segurança da estrutura, devem
ser realizados ensaios suplementares em carotes retiradas da estrutura. Estes ensaios
podem ser acompanhados de outros não destrutivos, nomeadamente os indicados nas
normas EN 12504-2, EN 12504-3 e EN 12504-4.
Cada zona ou local na estrutura a que corresponda uma amostra em falta ou um
resultado de amostra em dúvida deve ser devidamente identificada e registada,
devendo extrair-se, pelo menos, três carotes com diâmetros compreendidos entre 100
mm e 150 mm. Podem ser utilizadas carotes com diâmetros diferentes dos indicados
em casos devidamente justificados e se tiver havido acordo prévio entre as partes
envolvidas.
A inspecção visual e o ensaio das carotes, incluindo a correcção dos resultados da
resistência à compressão, devem ser efectuados de acordo com a norma BS 1881:
Parte 120. Esta correcção dos resultados é consequência da presença de armaduras, da
orientação da carote relativamente à direcção de betonagem e da relação entre a altura
e o diâmetro da carote.
Norma de Betões ............................................................... Página 79
Versão F
Para a verificação da conformidade, cada um dos resultados de amostra em
dúvida, ou em falta, deve ser completado, pela média de pelo menos três valores da
resistência estimada em cubo de controlo, para a correspondente localização; O valor
médio não deve ser menor que 100% da resistência característica e o valor mínimo
deve ser de, pelo menos, 85%.
Artigo 44.º
Critérios de conformidade para a resistência à compressão do betão
1. Critérios gerais de conformidade para a resistência à compressão
1) Critério 1
Este critério aplica-se quando a conformidade é verificada em seis ou mais
amostras consecutivas, cujas resistências são x1, x2 .... xn.
O valor da resistência de uma amostra deve ser igual ao valor médio dos
resultados do ensaio de pelo menos dois provetes. Se a diferença entre o maior e o
menor resultado dos provetes exceder 15% da resistência da amostra, deve esta
amostra ser rejeitada, excepto no caso de haver uma justificação evidente para rejeitar
algum dos resultados de ensaio de um provete. Se as restantes amostras forem em
quantidade menor que seis, então deve ser-lhes aplicado para a sua análise o critério 2.
O valor da resistência da amostra, expresso em MPa, deve satisfazer as seguintes
condições:
fcm
fc,min
≥
fck
≥
fck
+ λ sn
-
k
onde:
fcm – resistência média do conjunto de amostras;
fc,min – menor valor individual do conjunto de amostras;
sn – desvio padrão das resistências do conjunto de amostras;
fck – resistência característica especificada para o betão;
λ e k – constantes que dependem do número (n) de amostras (Quadro 35).
Se existirem mais do que 15 resultados de amostra, o critério 1 deve ser utilizado
em todos os 15 resultados consecutivos de amostras.
Norma de Betões ............................................................... Página 80
Versão F
Quadro 35. Valores de λ e k
n
λ
k
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
1,87
1,77
1,72
1,67
1,62
1,58
1,55
1,52
1,50
1,48
3
3
3
3
4
4
4
4
4
4
2) Critério 2
Este critério aplica-se quando a conformidade é verificada em duas, três, quatro
ou cinco amostras consecutivas, cujas resistências são x1...xn
(n=2, 3, 4 ou 5).
O valor da resistência de uma amostra deve ser o valor médio dos resultados do
ensaio de pelo menos dois provetes. Se a diferença entre o maior e o menor resultado
dos provetes exceder 15% da resistência da amostra, deve esta amostra ser rejeitada,
excepto no caso de haver uma justificação evidente para rejeitar algum dos resultados
de ensaio de um provete. Se as restantes amostras forem em quantidade menor que
dois, devem ser extraídas carotes na estrutura de acordo com o artigo 43.º, número 5.
O valor da resistência da amostra, expresso em MPa, deve satisfazer as seguintes
condições:
fcm
fc,min
≥ fck
≥ fck
+ 5
-
1
onde:
fcm – resistência média do conjunto de amostras;
fc,min – menor valor individual do conjunto de amostras;
fck – resistência característica especificada para o betão.
3) Critério 3
Este critério aplica-se quando a conformidade é verificada considerando apenas
uma amostra cujas resistências são x1.
O valor da resistência de uma amostra deve ser o valor médio dos resultados do
ensaio de pelo menos dois provetes. Se a diferença entre o maior e o menor resultado
dos provetes exceder 15% da resistência da amostra, deve esta amostra ser rejeitada,
excepto no caso de haver uma justificação evidente para rejeitar algum dos resultados
Norma de Betões ............................................................... Página 81
Versão F
de ensaio de um provete.
O valor da resistência da amostra, expresso em MPa, deve satisfazer as seguintes
condições:
x1 ≥
fck
onde:
fck - resistência característica especificada para o betão.
2. Critérios de conformidade a adoptar em obra no caso de ser utilizado betão
fabricado no local
Devem ser aplicados os critérios gerais de conformidade estabelecidos no número
1.
3. Critérios de conformidade a adoptar em obra no caso de ser utilizado betão pronto
São possíveis duas opções para definir os critérios de conformidade a adoptar em
obra, no caso de ser utilizado betão pronto:
1) Betão não certificado
Aplicam-se os critérios de gerais de conformidade estabelecidos no número 1.
2) Betão certificado
Para avaliação da conformidade deve ser adoptado um dos seguintes critérios:
Para um número de amostras n ≥ 6, deve ser aplicado o critério 1 estabelecido no
número 1, mas com valor de λ = 1,48 na fórmula de fcm;
Para duas, três, quatro ou cinco amostras deve ser aplicado o critério 2
estabelecido no número 1, e a resistência em MPa deve satisfazer as seguintes
condições:
fcm
fc,min
≥ fck
≥ fck
+ 3
-
1
onde:
fcm – resistência média do conjunto de amostras;
fc,min – menor valor individual do conjunto de amostras;
fck – resistência característica especificada para o betão
Para uma amostra deve ser aplicado o critério 3 estabelecido no número 1, para
lotes não superiores a 75 m3.
Norma de Betões ............................................................... Página 82
Versão F
4. Critérios de conformidade a adoptar no fabrico contínuo de betão em centrais de
betão pronto
A verificação da conformidade de acordo com o disposto no presente número,
deve servir de base para a certificação do betão pronto.
Admite-se a existência de conformidade se os resultados dos ensaios satisfizerem
os requisitos estabelecidos no critério 1.
5. Critérios de conformidade a adoptar em fábricas de pré-fabricação
Devem ser aplicados os critérios gerais de conformidade estabelecidos no número
1.
Artigo 45.º
Plano de amostragem e critérios de conformidade para a consistência do betão
Deve ser efectuada uma inspecção visual de cada amassadura ou descarga ou, no
caso de betão pronto, de cada entrega.
A colheita de uma amostra para o ensaio de consistência deve ser representativa
da amassadura, descarga ou entrega. É admitida a conformidade se a consistência
pertencer à classe de consistência especificada.
A consistência deve ser determinada sempre que se fabricam provetes para ensaio
e pelo menos em cada 15 m3 de betão recebido em obra.
A amostragem e o ensaio devem ser efectuados de acordo com as normas ISO
1920-1 e ISO 1920-2 respectivamente.
Quando a conformidade é verificada em obra, a amostra para ensaio deve ser
colhida após uma descarga inicial de cerca de 0,3 m3.
Quando o resultado do ensaio não satisfizer as exigências, o ensaio deve ser
repetido sobre uma segunda amostra, colhida do mesmo modo, sendo declarada a não
conformidade do betão se o resultado do segundo ensaio não satisfizer as exigências
da classe de consistência especificada.
Artigo 46.º
Plano de amostragem e critérios de conformidade para a razão água/material
cimentício
A frequência da amostragem e das determinações deve ser acordada previamente,
mas nunca pode ser menor do que uma determinação por cada dia de betonagem.
Norma de Betões ............................................................... Página 83
Versão F
Podem ser aceites os resultados do controlo de produção, quando efectuados de
acordo com as exigências indicadas no Quadro 34. No entanto, em caso de dúvida
devem ser colhidas amostras. É admitida a conformidade da razão água/material
cimentício se o valor médio da razão A/MC não for superior ao valor especificado e se
os valores individuais não excederem o valor especificado em mais de 0,02.
Artigo 47.º
Plano de amostragem e critérios de conformidade para a dosagem de cimento e de
material cimentício
A frequência da amostragem e das determinações deve ser previamente acordada.
É admitida a conformidade na dosagem de cimento e material cimentício se os
valores médios da dosagem de cimento e de material cimentício forem iguais ou
superiores aos valores especificados. Podem existir valores individuais inferiores, mas
não mais do que 5% do valor especificado.
Artigo 48.º
Plano de amostragem e critérios de conformidade para a penetração da água no betão
A frequência da amostragem e dos ensaios deve ser previamente acordada.
Um conjunto de amostras deve incluir pelo menos três espécies. É admitida a
conformidade se o valor máximo da profundidade de penetração de água para
qualquer provete individual for inferior a 50 mm e se o valor médio da profundidade
de penetração dos provetes individuais for inferior a 20 mm. A razão água/material
cimentício não deve exceder 0,55..
Artigo 49.º
Plano de amostragem e critérios de conformidade para o teor de cloretos no betão
A frequência dos ensaios e os métodos de determinação devem ser previamente
acordados.
Os métodos de determinação mais comuns são:
Cálculos baseados no teor máximo nominal de cloretos dos materiais
constituintes;
Determinação do teor de cloretos no betão fresco ou endurecido.
Os valores obtidos não devem exceder os valores máximos indicados nos
Quadros 8 e 9.
A determinação deve ser efectuada para cada composição e deve ser repetida se
Norma de Betões ............................................................... Página 84
Versão F
houver alteração dos materiais constituintes.
Artigo 50.º
Plano de amostragem e critérios de conformidade para as propriedades de resistência
do betão à migração de iões de cloreto
A frequência dos ensaios e os métodos para determinação das propriedades de
resistência do betão à migração de iões de cloreto devem ser previamente acordados.
Um conjunto de amostras deve incluir pelo menos três espécies. O valor da
resistência do betão à migração de iões de cloreto corresponde à média dos resultados
do ensaio das três espécies. Se as diferenças entre qualquer um dos valores dos
ensaios e o valor médio exceder 15% do valor médio, toma-se o valor médio como o
resultado do ensaio; se dois valores de ensaio das espécies exceder 15% do valor
médio, toma-se o máximo. Se o resultado de ensaio da resistência do betão à migração
de iões de cloreto é menor que o valor de projecto, a resistência do betão à migração
de iões de cloreto é aceitável.
Um conjunto de amostras deve incluir pelo menos três espécies. É admitida a
conformidade se o valor máximo da profundidade de penetração de água para
qualquer provete individual for inferior a 50 mm e se o valor médio da profundidade
de penetração dos provetes individuais for inferior a 20 mm. A razão água/material
cimentício não deve exceder 0,55..
Norma de Betões ............................................................... Página 85
Versão F
Apêndice 1:Referência para betão e materiais constituentes
Certificação de Qualidade
Relatório do ensaio da perda ao rubro
Relatório do ensaio de resíduos insolúveis
Relatório do ensaio do teor de sulfatos
Relatório do ensaio do teor de cloretos
Cimento
Relatório do ensaio de resistência à compressão
Relatório do ensaio do tempo de presa
Relatório do ensaio de expansibilidade
Relatório do ensaio de finura
Relatório do ensaio do teor de álcalis
Relatório do ensaio do teor de cinza volante
Registo de requisição de material e certificado de origem
Relatório do ensaio de dióxido de sílica reactivo
Relatório de SiO2+Al2O3+Fe2O3
Relatório do ensaio da perda ao rubro
Relatório do ensaio do teor de cloretos
Relatório do ensaio do teor de anidrido sulfúrico
Relatório do ensaio do teor de óxido de cálcio livre
Relatório do ensaio do teor de óxido de cálcio reactivo
Cinza volante
Relatório do ensaio do teor de fosfato solúvel
Relatório do ensaio do teor de óxido de magnésio
Relatório do ensaio do teor total de óxido de álcalis
Relatório do ensaio do tempo de presa inicial
Relatório do ensaio de finura
Relatório do ensaio de determinação do índice de actividade
Relatório do ensaio de expansibilidade
Relatório do ensaio de densidade das partícula
Registo de requisição de material e certificado de origem
Relatório do ensaio de resistência mecânica
Relatório do ensaio de absorção de água
Relatório do ensaio de material orgânico
Relatório do ensaio de partículas muito finas e materiais solúveis
Relatório do ensaio do teor de sulfatos
Relatório do ensaio de sais de cloretos solúveis na água
Agregados
Relatório do ensaio de determinação do índice de achatamento
Relatório do ensaio de determinação do índice de alongamento
Relatório do ensaio de Los Angeles
Relatório do ensaio de reactividade potencial com cimento álcalis –
método da barra da argamassa
Relatório do ensaio de densidade relativa
Relatório do ensaio de análise granulométrica
Método de ensaio do teor totalde humidade
Método de ensaio do teor de água superficial
Norma de Betões ............................................................... Página 86
Versão F
Relatório do ensaio de determinação do pH
Relatório do ensaio de resíduos dissolvidos
Relatório do ensaio de resíduos em suspensão
Água da
amassadura(1)
Relatório do ensaio de material orgânico
Relatório do ensaio de cloretos
Relatório do ensaio de sulfatos
Relatório do ensaio do teor total de álcalis
Catálogo dos produtos
Relatório do ensaio de determinação do pH
Relatório do ensaio de densidade relativa
Aditivos
Relatório do ensaio do teor de sólidos
Relatório do ensaio do teor de cloretos solúveis na água
Relatório do ensaio do teor total de cloretos
Relatório do ensaio do teor de álcalis
Relatório do ensaio do teor de ar no betão fresco
Relatório do ensaio de consistência
Relatório do ensaio de densidade
Relatório do ensaio do teor de ar
Betão fresco
Relatório do ensaio de exsudação
Relatório do ensaio da razão água/material cimentício
Relatório do ensaio do tempo de presa
Relatório do ensaio de resistência à compressão
Relatório do ensaio de resistência à flexão
Relatório do ensaio de resistência à tracção por compressão
Relatório do ensaio de tensão directa
Relatório do ensaio do módulo de elasticidade estática
Relatório do ensaio de absorção de água
Betão
endurecido
Relatório do ensaio da razão água/material cimentício
Relatório do ensaio do teor de cloretos
Relatório do ensaio de resistência à abrasão
Relatório do ensaio de resistência à migração de iões de cloreto
Relatório do ensaio de impermeabilidade
Relatório do ensaio de retracção por secagem
Relatório do ensaio de densidade
Informação estatística sobre a resistência à compressão
Outros
Relatório de ensaio inicial do betão no período de 3 meses
Nota:(1)Não são necessários ensaios se na amassadura for usada água de abastecimento publico.
Norma de Betões ............................................................... Página 87
Versão F

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