Proposta - Castelo Rá-Tim-Bum como ferramenta didática
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Proposta - Castelo Rá-Tim-Bum como ferramenta didática
Universidade de São Paulo Módulo de Ensino de Ciência e Cultura: Potencialidade dos episódios do seriado Castelo Rá-Tim-Bum como ferramenta didática no ensino de Astronomia. Grupo: Érica de Oliveira Fábio da Silva Cruz Guilherme Ventura Bondezan Márcia Augusta Almeida Universidade de São Paulo Ciência e Cultura Tema: A potencialidade dos episódios do seriado Castelo Rá-Tim-Bum como ferramenta de aprendizado. Público-Alvo: Alunos do 7°, 8°, 9° ano Ensino Fundamental II e 1º do Ensino Médio. Número de aulas: 08 Objetivos gerais com a implementação da proposta: A implementação da proposta tem como objetivo desenvolver um estudo contextualizado/problematizado de alguns aspectos da Astronomia, relacionando-a com a sociedade e meio ambiente. Faz-se esse estudo através de sequência de aulas, tendo como tema central fenômenos astronômicos, cujo se faz uma extrapolação desse conhecimento para entendimento de possíveis consequências sociais e ambientais. Pretende-se trabalhar de forma que os alunos possam perceber a necessidade de adquirir o conhecimento para ter entendimento do seu cotidiano. Justificativa da proposta: Aulas de Física no Ensino Médio, em geral, são expositivas e não permitem uma abertura para que os alunos compartilhem seus conhecimentos prévios ou que possam ser construtores de seus conhecimentos. Tal prática distanciou a Física do cotidiano ao ponto de ser extremamente difícil para os alunos perceberem os vínculos entre os conhecimentos teóricos expostos pelo professor e a vida. Perante essa realidade do ensino se propõe trabalhar com os três momentos pedagógicos como alternativa de estimulação do conhecimento. Assim esperamos incentivar o aluno a questionar-se e principalmente fazê-lo perceber a sua própria importância na construção do conhecimento. O conhecimento prévio deve ser trabalhado e para isto é para problematizar o conhecimento já construído pelo aluno que ele deve ser apreendido pelo professor; para aguçar as contradições e localizar as limitações desse conhecimento, Universidade de São Paulo quando cotejado com o conhecimento científico, com a finalidade de propiciar um distanciamento crítico do educando ao se defrontar com o conhecimento prévio e, ao mesmo tempo, propiciar a alternativa de apreensão do conhecimento científico. (DELIZOICOV) Resumo da proposta Através do uso de programas educativos, como o Castelo Rá-Tim-Bum pretende-se construir a relação entre fenômenos astronômicos e a vida na Terra. Elaborando uma sequência didática que permita os alunos serem agentes ativos na construção do conhecimento. Primeiramente será apresentado aos alunos o trecho do episódio nº 48 do programa Castelo Rá-Tim-Bum, com o título “O dia em que a Terra parou” para introduzir o tema de discussão central da proposta “O que aconteceria em nossa vida se a Terra parasse de girar?”. Neste momento será aberta uma discussão para que os alunos possam compartilhar seus conhecimentos para proporem hipóteses e argumentos sobre o tema. Em seguida através de nossas mediações iremos trabalhar as hipóteses dos alunos para organização do conhecimento, assim dando condições para que os mesmos possam resolver o problema apresentado inicialmente. Este momento é onde o conhecimento científico será apresentado, mas sem deixar de lado os conhecimentos prévios dos alunos. É importante ressaltar que as mediações serão propostas da perspectiva da Ciência da Natureza de acordo com a proposta curricular dos anos finais do Ensino Fundamental II e 1º do Ensino Médio, de forma que abordagens da perspectiva da Mecânica foram desconsideras. Para a aplicação do conhecimento será proposta a elaboração de um texto que discorra sobre como seria a vida na Terra se não houvesse mais rotação. Espera-se que as aulas de mediação proporcionem o conhecimento suficiente para os alunos construírem um texto plausível. Por fim espera-se que a aplicação da regência possa despertar no aluno um sentimento de curiosidade para entender o mundo em que se está inserido. Universidade de São Paulo Acreditamos que esta proposta busca reconstruir, junto com os alunos, a ponte entre ciências da natureza e a sociedade. “Ninguém começa lendo a palavra porque antes da palavra o que a gente tem para ler, a disposição da gente é o mundo, e a gente lê o mundo na medida em que a gente o compreende e o interpreta...” (FREIRE) Descrição das aulas Aula 1. Tema da aula: Como seria a vida na Terra se ela parasse de girar. Conteúdo específico da aula: Rotação da Terra e suas consequências Recursos: Projetor multimídia Momentos da Aula a) Apresentação do vídeo e construção da problematização Neste momento será construída a problematização através da apresentação do episódio nº48 do programa Castelo Rá-Tim-Bum intitulado “O dia em que a Terra parou” (intervalo 14min35s a 15min40s e 21min25s a 21min56s) para iniciarmos a discussão sobre “Como seria a vida na Terra se ela pare se de girar?”. Após o vídeo será proposto aos alunos uma discussão sobre os possíveis impactos, e que anotem individualmente suas hipóteses e entreguem ao professor. A discussão é de suma importância para que os alunos possam compartilhar os seus conhecimentos, e perceberem que estes não são suficientes para solucionar o problema proposto. Aula 2. Tema da aula: E a Terra gira – Parte I Conteúdo específico da aula: Rotação da Terra (Dia e Noite). Recursos: Cópias de texto, bolas de isopor, lanternas e projetor multimídia Momentos da Aula: OBS. A aula poder ser elaborada e executada com a ajuda do professor (a) de Geografia. a) Introdução do tema da aula Universidade de São Paulo O tema da aula será introduzido através da leitura do poema de Olavo Bilac “O universo: a Terra” é importante que a leitura seja realizada com atenção, e se necessário o professor deve ler junto com os alunos. O universo: a Terra Eu sou esse outro mundo; A Lua me acompanha, Por este céu profundo... Mas é destino meu Rolar, assim tamanha, Em torno de outro mundo, Que inda é maior do que eu. Após a leitura será questionado aos alunos sobre o que o poema fala, acreditamos que seja fácil perceber que o tema da aula tem relação com Terra e com o fato dela girar. b) Como ocorre o Dia e a Noite Após introduzir a o tema de rotação da Terra será proposta aos alunos a leitura do texto “Alô, tia Luana. Parabéns!” que apresenta a discussão entre as personagens sobre ser dia em uma parte do mundo e noite na outra. Alô, tia Luana. Parabéns!¹ Na TV, o telejornal informa as notícias, mas ninguém está atento a elas. Astronildo e Telúrico cochilam no sofá da sala, quando, de repente, entra Celeste e acordam todos com seus modos poucos delicados, trombando na mesinha de centro e derrubando um vaso. - Mas não se pode nem ter sossego nesta casa, Celeste! Veja se isso são modos de entrar! Pensei que era um terremoto! - Fala irritada Astronildo. - Eu também concordo com o Astronildo. Você deveria ser menos avoada e prestar mais atenção por onde anda – Comenta Telúrico, ainda meio dormindo, mas em tom de bronca. Quase sem respirar direito, Celeste não liga para as chateações de seus irmãos e segue direto para o quarto. Não entendendo o que se passava com a irmã distraída, os dois desligaram a TV e vão saber o que estava acontecendo com ela. Chegando à porta, observam que Celeste remexia numa gaveta. Sem ainda entender o que ocorria, Astronildo pergunta: - Mas o que você tem? Nem falou conosco, passou correndo pela sala e veio aqui. Agora fica revirando essa agenda como louca, sem dizer nada. Telúrico e eu queremos saber o que está acontecendo com você! O que te deu? - Calma! Calma! Posso explicar... Ah, achei! Olha ela aqui! É o número do Universidade de São Paulo telefone de que eu preciso. Só isso. - E nós podemos saber que número é esse e por que você está tão desesperada atrás dele? – Perguntou Telúrico. – Esse caderninho de telefone é tão velho e faz tanto tempo que a gente nem usa isso daí; vai ver os telefones já mudaram todos. - Depois dizem que eu sou a distraída da casa! – Fala Celeste, com ar de zombaria. – Vocês não lembram que dia é hoje não? Os dois ficam pensativos, coçam a cabeça, olham para o teto, franzem a testa e nada lhes vem à mente. Nada respondem, só olham um para o outro, encolhendo os ombros. - Hoje é dia 23 de maio, dia aniversario da tia Luana, de Portugal. Lembram-se dela, quando veio nos visitar a uns anos atrás? - Nossa! Mas você ainda lembra disso? – Perguntou Telúrico indignando. – Logicamente que eu já fiz até questão de me esquecer, porque ela ficou a semana toda dormindo na minha cama. Deus nos livre de ela voltar! - Bem, tanto me lembro de nossa tia que vou ligar para ela – Afirma Celeste. – Por isso vim atrás do caderninho de telefone. Vamos lá, assim todos podem cumprimentá-la. Atentando-se ao horário, sempre prudente, Astronildo comenta: - Espera! Mas já são 10 horas da noite! E pelo que me lembro, a tia Luana toma um chá de boa noite e apaga logo que o claro do dia vai embora! - Eu também me lembro disso, pois quando ela estava aqui, era bem na minha cama que ela dormia – Relembra Telúrico, franzindo a testa. Percebendo a confusão que os dois irmãos estavam fazendo, Celeste tenta, rapidamente, explicar-se: - Mas gente! Pensem um pouco! Aqui no Brasil é que são 10 horas da noite! Mas se esqueceram de um detalhe: ela está em Portugal agora! Se a Terra é redonda e gira, há lugares onde a luz do sol e em outros, como aqui, não enxergamos. Isso eu sei bem! Buscando alertar Celeste de que era absurdo ligar para a tia Luana naquele horário, Astronildo tenta fazer a irmã pensar: - Telúrico, ajude-me a tentar impedir essa maluca de ligar agora para nossa tia. - É muito simples – Afirma Telúrico. – Peguemos um dos globos terrestre, do s38 que tenho em minha coleção. Impaciente com a discussão dos irmãos, Celeste pega o telefone e começa a discar. Telúrico corre e traz um globo terrestre. Astronildo toma o telefone das mãos da irmã e diz: - Espere sua impaciente! Veja o globo! Telúrico, mostre onde está Portugal para a nossa irmã distraída. - Veja, está aqui. Portugal está a leste de onde estamos. - Isso, Telúrico, explica para ela que horas são lá agora. - Veja, Portugal está a leste de nós! Ele está à lesta! – Repete Telúrico. Impaciente, Astronildo, segurando a mão do irmão, diz: - Isso você já disse, mas explique que horas são lá! Não vê que ela está querendo ligar para a nossa tia? Telúrico, com um ar confuso, afirma: - Portugal está a leste de nós, mas eu não sei para que lado a terra gira. Então, se aqui é noite, e a terra gira de oeste para leste, lá estará mais à frente, será mais tarde, aí ela deve estar dormindo. Mas, se gira de modo contrário, lá ainda pode ser final do dia, e aí ela estará acordada. - Sim, sim! Deixe-me ligar – pede Celeste. - Mas como você não sabe como a Terra gira? – Exclama Astronildo. Universidade de São Paulo Impaciente com a situação, Celeste comenta: - E tem mais uma coisa, se lá for mais tarde que aqui, o aniversário dela até já passou! O jeito é ligar para saber! Vamos tentar, assim descobrimos que horas são lá, e também para que lado a Terra gira. Trim... Trim... O telefone toca. -Alô? – Uma voz responde do outro lado da linha. -Alô, tia Luana? Em seguida será proposta aos alunos uma atividade Atividade sobre a leitura do texto “Alô, tia Luana?” Celeste, tida como irmã distraída, lembrou-se do aniversário da tia Luana e deseja cumprimentá-la. Apesar de serem 10h da noite na casa dos irmãos no Brasil, e sabendo que a tia dorme cedo, Celeste deseja fazer a ligação. Como bem lembram os dois irmãos, em Portugal pode ser ainda mais tarde, ou mais cedo, dependendo do sentido de rotação da Terra. E você, o que acha? Acordaram ou não a tia Luana? Reflita e discuta com seus colegas. Anote suas hipóteses em uma folha separada. Aula 3. Tema da aula: E a Terra gira – Parte II Conteúdo específico da aula: Rotação da Terra (Dia e Noite). Recursos: Cópias de texto, bolas de isopor, lanternas e projetor multimídia Momentos da Aula: OBS. A aula pode ser elaborada e executada com auxílio do professor (a) de Geografia. a) Demonstração de movimento de rotação e a ocorrência do fenômeno Dia e Noite Utilizando lanternas e bolas de isopor será proposto aos alunos que tentem em grupos explicar como ocorre o fenômeno do Dia e a Noite, após eles proporem seus modelos será apresentado o episódio nº 89 do programa Castelo Rá-Tim-Bum intitulado “Lua/Sol” (intervalo 16min00s a 17min51s) mostrando como ocorre o fenômeno. Em seguida será entregue um mapa mostrando os fusos horários no mundo. É importante que o professor auxilie os alunos a compreenderem a relação entre a rotação da Terra e os fusos horários. Após a explicação do fenômeno Dia e Noite e a apresentação do mapa, os alunos deverão tentar novamente responder a questão sobre Celeste, Telúrico e Astronildo: Acordaram ou não a tia Luana? E comparem com sua resposta anterior. Atividade – Acordaram ou não a tia Luana Universidade de São Paulo Releia a sua resposta da atividade sobre a leitura do texto “Alô, tia Luana”. Responda novamente a atividade e tente relacionar com a discussão Dia/Noite e fusos horários realizada na sala. 1 Figura Mapa fuso horário mundial Aula 4. Tema da aula: Estações do Ano Conteúdo específico da aula: Rotação e translação da Terra, com a inclinação do eixo de rotação e incidência solar e sua influência nas estações do ano. Recursos: Cópias de texto e projetor multimídia Momentos da Aula a) Introdução do tema da aula O tema da aula será introduzido através da leitura do poema “As Quatro Estações” de José Jorge Letria. As Quatro Estações Aprendi os cheiros Do alecrim e da hera E ao azul do céu Chamei primavera Encontrei um fruto Na concha da mão E à sede da água Dei um nome: Verão Descobri o Sol Com os olhos de sono, E as tristezas das folhas Dei o nome de Outono Aprendi os modos Universidade de São Paulo Do bicho mais terno: Um cão de peluche Com frio do Inverno Juntei as estações Com pés de magia E a soma das quatro Chamei poesia. José Jorge Letria Após a leitura, será discutido com os alunos o que são Estações do Ano, suas características visíveis, como por exemplo, neve, flores, calor e outras, e como ocorre o fenômeno. Podemos fazer questões aos alunos do tipo: - O que são as estações do ano com base em seus conhecimentos? Quantas são? - Através do poema, podemos perceber características específicas de cada estação? - Cite algumas dessas características. - Será que elas são iguais no mundo todo? - Vocês acham que em todos os lugares do mundo, as estações são como no Brasil? Em Janeiro temos Verão e em Julho temos Inverno? É importante que o professor atue como mediador, orientando os alunos na discussão buscando incentivá-los a perceber a importância da incidência solar para definir cada estação, e que as características mais comuns são uma construção cultural, uma vez que no Brasil não percebemos mudanças tão nítidas. Posteriormente, será construído o experimento constituído de uma bola de isopor atravessada por um palito de churrasco que representa a Terra e seu eixo e uma lâmpada, que representa o Sol. Universidade de São Paulo Com isso, será proposto aos alunos que expliquem de acordo com seus conhecimentos, como ocorrem as estações do ano, de modo que fiquem livres para movimentar a Terra e o Sol da maneira que quiserem. Aula 5. Tema da aula: Estações do Ano Conteúdo específico da aula: Rotação e translação da Terra, com a inclinação do eixo de rotação e incidência solar e sua influência nas estações do ano. Recursos: projetor multimídia Momentos da Aula a) Demonstração das Estações do Ano Retomando a aula anterior será discutido o experimento realizado: - Vocês acharam difícil explicar as estações? - Será que as estações ocorrem exatamente como vocês explicaram? Após os alunos tentarem explicar como ocorrem as Estações do Ano, o professor deverá explicar como realmente elas acontecem usando o mesmo aparato experimental. Para reforço da aula e ajudar o professor com a explicação do conteúdo, será apresentado aos alunos o simulador do Grupo Sputnik. http://gruposputnik.com/Paginas_com_Flash/Seasons%20Simulator%20%28NAAP%29 .htm Universidade de São Paulo 2 Figura Simulador das estações do ano Grupo Sputnik Aula 6. Tema da aula: Impactos sociais e biológicos das estações do ano – Parte I Conteúdo específico da aula: Consequências do não movimento da Terra Recursos necessários: Projetor multimídia e texto impresso Momentos da aula a) Retomada da aula anterior, utilizando vídeos do Castelo Rá- Tim – Bum Para retomarmos o conteúdo da aula anterior sobre as Estações do Ano, será apresentado seguintes trechos do episódio nº 40 do programa Castelo Rá-Tim-Bum, intitulado “Pintou o maior clima!” 6min00s a 6min41s - Nino faz um feitiço e “vira” Inverno; 9min30 a9min48s - Neve no Castelo 13min50s a 17min10s - Chega a Primavera e o Verão no Castelo 20min35s a 21min06s - Bongô chega ao Castelo e apresenta os impactos causados pelo Verão prolongado pelo feitiço de Nino. Aproveitando o último trecho do episódio será proposta uma discussão sobre quais os possíveis impactos em nosso planeta se a Estações do Ano fossem prolongadas. Assim poderemos discutir com os alunos alguns possíveis impactos de longos períodos de claridade e escuridão. É importante ressaltar que esta aula demanda o auxílio de outros professores para abordarmos de forma consistente as possíveis consequências. Exemplos de possíveis impactos Inverno: Destruição das plantações, que implica na falta de alimentos, destruição de florestas e seres vivos. Rios e lagos congelado, o que geraria uma dificuldade na obtenção de água e energia. Outono: Diminuição do processo de fotossíntese, devido à queda de folhas. O que acarreta a diminuição do crescimento vegetal, o que afetaria diretamente a colheita. Verão: Temperatura excessiva, o que pode gerar a falta de água em várias regiões causando a morte de animais e humanos. Maior risco de queimadas devido à baixa umidade do ar. Primavera: Alta reprodução de animais e plantas, o que geraria uma fauna e uma flora descontrolada. Atividade - Impactos causados por longos períodos de Verão e Inverno Universidade de São Paulo Discuta com seus colegas e professores e anote (folha separada) suas concepções sobre os possíveis impactos na natureza que teríamos, caso estações como Verão e o Inverno fossem prolongadas. Haveria impactos na sociedade, se sim quais? b) Estudo do caso da Finlândia Por sua localização próxima ao polo, a Finlândia é um dos países que mais sofre com longos períodos de Inverno, por isso, o estudo do caso é importante para auxiliar os alunos a perceberem os impactos sociais e psicológicos que longos períodos de escuridão podem causar. Será proposta aos alunos a leitura do relato de uma brasileira, Evelyse Eerola, que vive em uma região da Finlândia. Seria interessante orientar os alunos para que reflitam sobre a situação. É importante que os alunos anotem suas hipóteses em uma folha para ser entregue ao professor. Atividade – A vida em lugares extremos Caso Finlândia Leia o texto abaixo e anote (folha separada) suas concepções sobre os impactos biológicos e psicológicos que longos períodos de escuridão podem causar no ser humano. Adaptado – Relato de Evelyse Eerola mora em Helsinki, Finlândia Neste país é sempre oito ou oitenta: No verão não tem noite e no inverno quase não temos dia! Bom, brincadeiras a parte este é um assunto sério e a falta de luz pode causar distúrbios neurológicos e físicos. O finlandês enfrenta todos os anos um longo período de escuridão entre meados de novembro até a metade de janeiro. A cidade mais ao norte do país tem 56min de luz e nós aqui no Sul, mais sortudos temos 6h de claridade. Amanhece às 09h30min e lá pelas 15h30min já está tudo escuro. O sol raramente é visto nestes meses e as pessoas começam a perder as forças físicas, sentindo-se cansadas e desanimadas e um processo de depressão pode iniciar-se muito facilmente, chegando a consequências desastrosas. É o que aqui se chama efeito Kaamos. Em português conhecido como a “noite polar”. A depressão de Kaamos é muito mais séria do que a depressão comum porque ela mexe com o organismo, na medida em que o seu relógio biológico fica afetado pela longa escuridão. O corpo não reage normalmente e a mensagem é para diminuirmos nosso ritmo e descansarmos mais. Significaria que deveríamos entrar em uma espécie de hibernação, como os ursos. A questão é que em nossa sociedade moderna, a vida continua do mesmo jeito corrida, com ou sem luz e na medida em que somos forçados a forçar o nosso organismo a continuar no mesmo ritmo, sofremos as consequências. Distúrbios de sono e alimentação são sintomas do efeito. Eu, por exemplo, não consigo comer certas coisas nesta época, noto que deixo de comer iogurte, a maioria das frutas e sucos que tanto gosto, notando em mim mesma alguns destes sintomas. Mas há casos de perdas severas de apetite que podem comprometer fisicamente o indivíduo. No momento em que escrevo este texto o relógio do computador marca 15h06min e eu olho pela janela na minha frente e vejo um céu cinzento escuro de fim de tarde e lembro como nos primeiros anos isto me angustiava. Lembrava do Brasil, da hora do café das três, do sol entrando pela janela e aquela situação parecia surreal demais. Onde estou? Como vim parar aqui? Como o dia ficou tão curto de repente? Universidade de São Paulo http://www.brasileiraspelomundo.com/finlandia-nos-tempos-da-escuridao-22123089 Noite polar: A noite polar é a noite que dura mais de 24 horas, fenômeno que ocorre nas regiões polares, na zona delimitada pelos círculos polares (Wikipédia) Tabela de temperatura e duração do período de claridade nas cidades de Finlândia Helsinki Sodankyla http://brasilfinlandia.blogspot.com.br/2009/02/estacoes-do-ano-na-finlandia-e-em_23.html Aula 7. Tema da aula: Impactos sociais e biológicos das Estações do Ano – Parte II Conteúdo específico da aula: Consequências do não movimento da Terra Recursos necessários: Projetor multimídia e texto impresso Momentos da aula Obs. Está aula pode ser elaborada e executada com auxílio do professor (a) de Geografia e Ciências. a) Fotossíntese e a produção de alimentos Através da análise dos quadros de Giuseppe Arcimboldo será proposta uma discussão sobre a relação entre as Estações do Ano e a produção de alimentos. As questões propostas se encontram na folha da própria atividade. Universidade de São Paulo Atividade - Relação entre as Estações do Ano e produção de alimentos Observando os quadros de Giuseppe Arcimboldo qual a relação entre os elementos que ele utiliza para construir a imagem e o título. Anote suas concepções (folha separada) Outono Inverno Primavera Verão b) A importância do Sol para nossa vida Será proposta aos alunos a leitura do trecho do texto “Física no Cotidiano” extraído do site Ciência Hoje que descreve a importância do Sol para vida humana. Universidade de São Paulo Atividade – Importância do Sol em nossa vida Leia o texto e discuta com seus colegas sobre a importância do Sol na vida humana, anote em uma folha suas concepções. Física no cotidiano por Adilson de Oliveira O nascer do Sol é um dos mais belos espetáculos da natureza. Nas grandes cidades, infelizmente, ele passa despercebido, não somente devido à correria do dia a dia, mas também devido ao fato de que os altos prédios e a poluição acabam ocultando-o. Quem sai cedo de casa eventualmente tem a chance de ver esse fenômeno. Talvez muitos de nós já tenhamos observado a rápida transição que ocorre no amanhecer. Parece que, em um instante, tudo está escuro e, minutos depois, o Sol domina o ambiente. A grande influência do Sol sobre nós fez com que ele fosse considerado uma divindade em muitas culturas. A sua luz e o seu calor são essenciais para a manutenção da vida na Terra. Praticamente todas as formas de energia usadas na nossa sociedade são oriundas do Sol. Por exemplo, a energia que extraímos dos alimentos foi quimicamente acumulada durante o processo de fotossíntese, por meio do qual as plantas usam a energia da luz solar para converter gás carbônico, água e minerais em compostos orgânicos e oxigênio gasoso. Ao ingerir um alimento, nosso organismo quebra as ligações químicas dessas moléculas e obtém energia, que é armazenada em outras moléculas, como a adenosina trifosfato (ATP). Quando nos dirigimos para o trabalho, seja por meio de automóveis, ônibus ou metrô, também utilizamos de certa forma, a energia do Sol. Os bicombustíveis, gerados principalmente a partir da cana–de-açúcar (caso do etanol) e de óleos vegetais (caso do biodiesel), são exemplos disso. Na produção de combustíveis fósseis, derivados do petróleo, também ocorre uma transformação da energia solar. Admite-se que a origem do petróleo esteja relacionada à decomposição dos seres que formam o plâncton e de outras matérias orgânicas – restos de vegetais, algas e animais marinhos –, em um processo que demora centenas de milhões de anos. Quando queimamos esses combustíveis, liberamos a energia química que foi acumulada na matéria orgânica durante esse tempo. A energia hidrelétrica, que representa grande parte da matriz energética do Brasil, também depende da energia solar. No momento em que a água desce pela represa da usina hidrelétrica, fazendo com que as turbinas girem e produzam eletricidade, há o processo de transformação da energia de movimento (energia cinética) da água em energia elétrica. Para que a represa continue a ter água, é necessário que haja chuvas e estas só acontecem por causa da evaporação da água provocada pelo Sol. Portanto, uma manhã ensolarada não é apenas prenúncio de um dia bonito. Ela deve servir também para nos lembrar da importância do Sol em nossas vidas. http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/fisica-sem-misterio/fisica-no-cotidiano Após a leitura do texto será proposta uma discussão com os alunos sobre a importância do Sol em nossas vidas, bem como a falta de luz solar. Posteriormente peça que os mesmo anotem suas concepções. Universidade de São Paulo Aula 8. Tema da aula: Como seria a vida na Terra se ela pare se de girar Conteúdo específico da aula: Rotação da Terra e suas consequências. Recursos necessários: Projetor multimídia Momentos da aula Construção de uma narrativa: Retomando a primeira aula será apresentado aos alunos o trecho do episódio nº 89 do programa Castelo Rá-Tim-Bum intitulado “O dia em que a Terra parou” 14min35s a 15min40s - Etevaldo apertando o botão, a Terra parando e algumas consequências. 21min25s a 21min56s - Dr. Victor chega ao castelo explicando que a Terra parou Posteriormente será proposto aos alunos a construção de uma narrativa sobre as possíveis consequências que teríamos caso a Terra parasse de girar. É importante que o professor devolva aos alunos todas atividades feitas em sala, devidamente corrigidas, para que os mesmos possam utilizar como material de consulta. Atividade – Possíveis consequências caso a Terra parasse de girar De acordo com os seus conhecimentos sobre os movimentos da Terra e suas consequências como, Dia/Noite e Estações do Ano, redija uma manchete de jornal com o seguinte acontecimento: “O que aconteceria se a Terra parasse de girar?”. Use sua imaginação para escolher em que lugar do planeta onde você estaria e quais os possíveis os impactos na sociedade e na natureza. Obs. Ignore os efeitos de inércia Espera-se que após as discussões realizadas durante as aulas os alunos sejam capazes de relacionar os fenômenos astronômicos com a sociedade e meio ambiente. Bibliografia Obras Giuseppe Arcimboldo http://www.educacional.com.br/projetos/arcimboldo/galeria.asp Figura 1. Mapa fuso horário mundial http://www.apolo11.com/tictoc/fuso_horario_mundial.php Universidade de São Paulo Figura 2 Simulador das Estações do Ano – Grupo Sputnik http://gruposputnik.com/Paginas_com_Flash/Seasons%20Simulator%20%28NAAP%29.htm http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/fisica-sem-misterio/fisica-no-cotidiano http://brasilfinlandia.blogspot.com.br/2009/02/estacoes-do-ano-na-finlandia-e-em_23.html http://www.brasileiraspelomundo.com/finlandia-nos-tempos-da-escuridao-22123089