Proposta - Castelo Rá-Tim-Bum como ferramenta didática

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Proposta - Castelo Rá-Tim-Bum como ferramenta didática
Universidade de São Paulo
Módulo de Ensino de Ciência e Cultura: Potencialidade dos
episódios do seriado Castelo Rá-Tim-Bum como ferramenta
didática no ensino de Astronomia.
Grupo: Érica de Oliveira
Fábio da Silva Cruz
Guilherme Ventura Bondezan
Márcia Augusta Almeida
Universidade de São Paulo
Ciência e Cultura
Tema: A potencialidade dos episódios do seriado Castelo Rá-Tim-Bum como
ferramenta de aprendizado.
Público-Alvo: Alunos do 7°, 8°, 9° ano Ensino Fundamental II e 1º do Ensino Médio.
Número de aulas: 08
Objetivos gerais com a implementação da proposta:
A implementação da proposta tem como objetivo desenvolver um estudo
contextualizado/problematizado de alguns aspectos da Astronomia, relacionando-a
com a sociedade e meio ambiente. Faz-se esse estudo através de sequência de aulas,
tendo como tema central fenômenos astronômicos, cujo se faz uma extrapolação
desse conhecimento para entendimento de possíveis consequências sociais e
ambientais. Pretende-se trabalhar de forma que os alunos possam perceber a
necessidade de adquirir o conhecimento para ter entendimento do seu cotidiano.
Justificativa da proposta:
Aulas de Física no Ensino Médio, em geral, são expositivas e não permitem uma
abertura para que os alunos compartilhem seus conhecimentos prévios ou que
possam ser construtores de seus conhecimentos. Tal prática distanciou a Física do
cotidiano ao ponto de ser extremamente difícil para os alunos perceberem os vínculos
entre os conhecimentos teóricos expostos pelo professor e a vida. Perante essa
realidade do ensino se propõe trabalhar com os três momentos pedagógicos como
alternativa de estimulação do conhecimento. Assim esperamos incentivar o aluno a
questionar-se e principalmente fazê-lo perceber a sua própria importância na
construção do conhecimento.
O conhecimento prévio deve ser trabalhado e para isto é para
problematizar o conhecimento já construído pelo aluno que ele
deve ser apreendido pelo professor; para aguçar as
contradições e localizar as limitações desse conhecimento,
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quando cotejado com o conhecimento científico, com a
finalidade de propiciar um distanciamento crítico do educando
ao se defrontar com o conhecimento prévio e, ao mesmo
tempo, propiciar a alternativa de apreensão do conhecimento
científico. (DELIZOICOV)
Resumo da proposta
Através do uso de programas educativos, como o Castelo Rá-Tim-Bum
pretende-se construir a relação entre fenômenos astronômicos e a vida na Terra.
Elaborando uma sequência didática que permita os alunos serem agentes ativos na
construção do conhecimento.
Primeiramente será apresentado aos alunos o trecho do episódio nº 48 do
programa Castelo Rá-Tim-Bum, com o título “O dia em que a Terra parou” para
introduzir o tema de discussão central da proposta “O que aconteceria em nossa vida
se a Terra parasse de girar?”. Neste momento será aberta uma discussão para que os
alunos possam compartilhar seus conhecimentos para proporem hipóteses e
argumentos sobre o tema.
Em seguida através de nossas mediações iremos trabalhar as hipóteses dos
alunos para organização do conhecimento, assim dando condições para que os
mesmos possam resolver o problema apresentado inicialmente. Este momento é onde
o conhecimento científico será apresentado, mas sem deixar de lado os
conhecimentos prévios dos alunos. É importante ressaltar que as mediações serão
propostas da perspectiva da Ciência da Natureza de acordo com a proposta curricular
dos anos finais do Ensino Fundamental II e 1º do Ensino Médio, de forma que
abordagens da perspectiva da Mecânica foram desconsideras.
Para a aplicação do conhecimento será proposta a elaboração de um texto que
discorra sobre como seria a vida na Terra se não houvesse mais rotação. Espera-se que
as aulas de mediação proporcionem o conhecimento suficiente para os alunos
construírem um texto plausível.
Por fim espera-se que a aplicação da regência possa despertar no aluno um
sentimento de curiosidade para entender o mundo em que se está inserido.
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Acreditamos que esta proposta busca reconstruir, junto com os alunos, a ponte entre
ciências da natureza e a sociedade.
“Ninguém começa lendo a palavra porque antes da palavra o que a gente tem para ler,
a disposição da gente é o mundo, e a gente lê o mundo na medida em que a gente o
compreende e o interpreta...” (FREIRE)
Descrição das aulas
Aula 1.
Tema da aula: Como seria a vida na Terra se ela parasse de girar.
Conteúdo específico da aula: Rotação da Terra e suas consequências
Recursos: Projetor multimídia
Momentos da Aula
a) Apresentação do vídeo e construção da problematização
Neste momento será construída a problematização através da apresentação do
episódio nº48 do programa Castelo Rá-Tim-Bum intitulado “O dia em que a Terra
parou” (intervalo 14min35s a 15min40s e 21min25s a 21min56s) para iniciarmos a
discussão sobre “Como seria a vida na Terra se ela pare se de girar?”. Após o vídeo
será proposto aos alunos uma discussão sobre os possíveis impactos, e que anotem
individualmente suas hipóteses e entreguem ao professor.
A discussão é de suma importância para que os alunos possam compartilhar os seus
conhecimentos, e perceberem que estes não são suficientes para solucionar o
problema proposto.
Aula 2.
Tema da aula: E a Terra gira – Parte I
Conteúdo específico da aula: Rotação da Terra (Dia e Noite).
Recursos: Cópias de texto, bolas de isopor, lanternas e projetor multimídia
Momentos da Aula:
OBS. A aula poder ser elaborada e executada com a ajuda do professor (a) de Geografia.
a) Introdução do tema da aula
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O tema da aula será introduzido através da leitura do poema de Olavo Bilac “O
universo: a Terra” é importante que a leitura seja realizada com atenção, e se
necessário o professor deve ler junto com os alunos.
O universo: a Terra
Eu sou esse outro mundo;
A Lua me acompanha,
Por este céu profundo...
Mas é destino meu
Rolar, assim tamanha,
Em torno de outro mundo,
Que inda é maior do que eu.
Após a leitura será questionado aos alunos sobre o que o poema fala, acreditamos que
seja fácil perceber que o tema da aula tem relação com Terra e com o fato dela girar.
b) Como ocorre o Dia e a Noite
Após introduzir a o tema de rotação da Terra será proposta aos alunos a leitura do
texto “Alô, tia Luana. Parabéns!” que apresenta a discussão entre as personagens
sobre ser dia em uma parte do mundo e noite na outra.
Alô, tia Luana. Parabéns!¹
Na TV, o telejornal informa as notícias, mas ninguém está atento a elas.
Astronildo e Telúrico cochilam no sofá da sala, quando, de repente, entra Celeste e
acordam todos com seus modos poucos delicados, trombando na mesinha de centro e
derrubando um vaso.
- Mas não se pode nem ter sossego nesta casa, Celeste! Veja se isso são modos
de entrar! Pensei que era um terremoto! - Fala irritada Astronildo.
- Eu também concordo com o Astronildo. Você deveria ser menos avoada e
prestar mais atenção por onde anda – Comenta Telúrico, ainda meio dormindo, mas
em tom de bronca.
Quase sem respirar direito, Celeste não liga para as chateações de seus irmãos
e segue direto para o quarto. Não entendendo o que se passava com a irmã distraída,
os dois desligaram a TV e vão saber o que estava acontecendo com ela. Chegando à
porta, observam que Celeste remexia numa gaveta. Sem ainda entender o que ocorria,
Astronildo pergunta:
- Mas o que você tem? Nem falou conosco, passou correndo pela sala e veio
aqui. Agora fica revirando essa agenda como louca, sem dizer nada. Telúrico e eu
queremos saber o que está acontecendo com você! O que te deu?
- Calma! Calma! Posso explicar... Ah, achei! Olha ela aqui! É o número do
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telefone de que eu preciso. Só isso.
- E nós podemos saber que número é esse e por que você está tão
desesperada atrás dele? – Perguntou Telúrico. – Esse caderninho de telefone é tão
velho e faz tanto tempo que a gente nem usa isso daí; vai ver os telefones já mudaram
todos.
- Depois dizem que eu sou a distraída da casa! – Fala Celeste, com ar de
zombaria. – Vocês não lembram que dia é hoje não?
Os dois ficam pensativos, coçam a cabeça, olham para o teto, franzem a testa
e nada lhes vem à mente. Nada respondem, só olham um para o outro, encolhendo os
ombros.
- Hoje é dia 23 de maio, dia aniversario da tia Luana, de Portugal. Lembram-se
dela, quando veio nos visitar a uns anos atrás?
- Nossa! Mas você ainda lembra disso? – Perguntou Telúrico indignando. –
Logicamente que eu já fiz até questão de me esquecer, porque ela ficou a semana toda
dormindo na minha cama. Deus nos livre de ela voltar!
- Bem, tanto me lembro de nossa tia que vou ligar para ela – Afirma Celeste. –
Por isso vim atrás do caderninho de telefone. Vamos lá, assim todos podem
cumprimentá-la.
Atentando-se ao horário, sempre prudente, Astronildo comenta:
- Espera! Mas já são 10 horas da noite! E pelo que me lembro, a tia Luana toma
um chá de boa noite e apaga logo que o claro do dia vai embora!
- Eu também me lembro disso, pois quando ela estava aqui, era bem na minha
cama que ela dormia – Relembra Telúrico, franzindo a testa.
Percebendo a confusão que os dois irmãos estavam fazendo, Celeste tenta,
rapidamente, explicar-se:
- Mas gente! Pensem um pouco! Aqui no Brasil é que são 10 horas da noite!
Mas se esqueceram de um detalhe: ela está em Portugal agora! Se a Terra é redonda e
gira, há lugares onde a luz do sol e em outros, como aqui, não enxergamos. Isso eu sei
bem!
Buscando alertar Celeste de que era absurdo ligar para a tia Luana naquele
horário, Astronildo tenta fazer a irmã pensar:
- Telúrico, ajude-me a tentar impedir essa maluca de ligar agora para nossa tia.
- É muito simples – Afirma Telúrico. – Peguemos um dos globos terrestre, do
s38 que tenho em minha coleção.
Impaciente com a discussão dos irmãos, Celeste pega o telefone e começa a
discar. Telúrico corre e traz um globo terrestre. Astronildo toma o telefone das mãos
da irmã e diz:
- Espere sua impaciente! Veja o globo! Telúrico, mostre onde está Portugal
para a nossa irmã distraída.
- Veja, está aqui. Portugal está a leste de onde estamos.
- Isso, Telúrico, explica para ela que horas são lá agora.
- Veja, Portugal está a leste de nós! Ele está à lesta! – Repete Telúrico.
Impaciente, Astronildo, segurando a mão do irmão, diz:
- Isso você já disse, mas explique que horas são lá! Não vê que ela está
querendo ligar para a nossa tia?
Telúrico, com um ar confuso, afirma:
- Portugal está a leste de nós, mas eu não sei para que lado a terra gira. Então,
se aqui é noite, e a terra gira de oeste para leste, lá estará mais à frente, será mais
tarde, aí ela deve estar dormindo. Mas, se gira de modo contrário, lá ainda pode ser
final do dia, e aí ela estará acordada.
- Sim, sim! Deixe-me ligar – pede Celeste.
- Mas como você não sabe como a Terra gira? – Exclama Astronildo.
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Impaciente com a situação, Celeste comenta:
- E tem mais uma coisa, se lá for mais tarde que aqui, o aniversário dela até já
passou! O jeito é ligar para saber! Vamos tentar, assim descobrimos que horas são lá,
e também para que lado a Terra gira.
Trim... Trim...
O telefone toca.
-Alô? – Uma voz responde do outro lado da linha.
-Alô, tia Luana?
Em seguida será proposta aos alunos uma atividade
Atividade sobre a leitura do texto “Alô, tia Luana?”
Celeste, tida como irmã distraída, lembrou-se do aniversário da tia Luana e deseja
cumprimentá-la. Apesar de serem 10h da noite na casa dos irmãos no Brasil, e sabendo que
a tia dorme cedo, Celeste deseja fazer a ligação. Como bem lembram os dois irmãos, em
Portugal pode ser ainda mais tarde, ou mais cedo, dependendo do sentido de rotação da
Terra.
E você, o que acha? Acordaram ou não a tia Luana? Reflita e discuta com seus colegas.
Anote suas hipóteses em uma folha separada.
Aula 3.
Tema da aula: E a Terra gira – Parte II
Conteúdo específico da aula: Rotação da Terra (Dia e Noite).
Recursos: Cópias de texto, bolas de isopor, lanternas e projetor multimídia
Momentos da Aula:
OBS. A aula pode ser elaborada e executada com auxílio do professor (a) de Geografia.
a) Demonstração de movimento de rotação e a ocorrência do fenômeno Dia e Noite
Utilizando lanternas e bolas de isopor será proposto aos alunos que tentem em grupos
explicar como ocorre o fenômeno do Dia e a Noite, após eles proporem seus modelos
será apresentado o episódio nº 89 do programa Castelo Rá-Tim-Bum intitulado
“Lua/Sol” (intervalo 16min00s a 17min51s) mostrando como ocorre o fenômeno.
Em seguida será entregue um mapa mostrando os fusos horários no mundo. É
importante que o professor auxilie os alunos a compreenderem a relação entre a
rotação da Terra e os fusos horários.
Após a explicação do fenômeno Dia e Noite e a apresentação do mapa, os alunos
deverão tentar novamente responder a questão sobre Celeste, Telúrico e Astronildo:
Acordaram ou não a tia Luana? E comparem com sua resposta anterior.
Atividade – Acordaram ou não a tia Luana
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Releia a sua resposta da atividade sobre a leitura do texto “Alô, tia Luana”. Responda
novamente a atividade e tente relacionar com a discussão Dia/Noite e fusos horários
realizada na sala.
1
Figura Mapa fuso horário mundial
Aula 4.
Tema da aula: Estações do Ano
Conteúdo específico da aula: Rotação e translação da Terra, com a inclinação do eixo de
rotação e incidência solar e sua influência nas estações do ano.
Recursos: Cópias de texto e projetor multimídia
Momentos da Aula
a) Introdução do tema da aula
O tema da aula será introduzido através da leitura do poema “As Quatro Estações” de
José Jorge Letria.
As Quatro Estações
Aprendi os cheiros
Do alecrim e da hera
E ao azul do céu
Chamei primavera
Encontrei um fruto
Na concha da mão
E à sede da água
Dei um nome: Verão
Descobri o Sol
Com os olhos de sono,
E as tristezas das folhas
Dei o nome de Outono
Aprendi os modos
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Do bicho mais terno:
Um cão de peluche
Com frio do Inverno
Juntei as estações
Com pés de magia
E a soma das quatro
Chamei poesia.
José Jorge Letria
Após a leitura, será discutido com os alunos o que são Estações do Ano, suas
características visíveis, como por exemplo, neve, flores, calor e outras, e como ocorre o
fenômeno.
Podemos fazer questões aos alunos do tipo:
- O que são as estações do ano com base em seus conhecimentos? Quantas são?
- Através do poema, podemos perceber características específicas de cada estação?
- Cite algumas dessas características.
- Será que elas são iguais no mundo todo?
- Vocês acham que em todos os lugares do mundo, as estações são como no Brasil? Em
Janeiro temos Verão e em Julho temos Inverno?
É importante que o professor atue como mediador, orientando os alunos na discussão
buscando incentivá-los a perceber a importância da incidência solar para definir cada
estação, e que as características mais comuns são uma construção cultural, uma vez
que no Brasil não percebemos mudanças tão nítidas.
Posteriormente, será construído o experimento constituído de uma bola de isopor
atravessada por um palito de churrasco que representa a Terra e seu eixo e uma
lâmpada, que representa o Sol.
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Com isso, será proposto aos alunos que expliquem de acordo com seus
conhecimentos, como ocorrem as estações do ano, de modo que fiquem livres
para movimentar a Terra e o Sol da maneira que quiserem.
Aula 5.
Tema da aula: Estações do Ano
Conteúdo específico da aula: Rotação e translação da Terra, com a inclinação do eixo de
rotação e incidência solar e sua influência nas estações do ano.
Recursos: projetor multimídia
Momentos da Aula
a) Demonstração das Estações do Ano
Retomando a aula anterior será discutido o experimento realizado:
- Vocês acharam difícil explicar as estações?
- Será que as estações ocorrem exatamente como vocês explicaram?
Após os alunos tentarem explicar como ocorrem as Estações do Ano, o
professor deverá explicar como realmente elas acontecem usando o mesmo
aparato experimental.
Para reforço da aula e ajudar o professor com a explicação do conteúdo, será
apresentado aos alunos o simulador do Grupo Sputnik.
http://gruposputnik.com/Paginas_com_Flash/Seasons%20Simulator%20%28NAAP%29
.htm
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2
Figura Simulador das estações do ano Grupo Sputnik
Aula 6.
Tema da aula: Impactos sociais e biológicos das estações do ano – Parte I
Conteúdo específico da aula: Consequências do não movimento da Terra
Recursos necessários: Projetor multimídia e texto impresso
Momentos da aula
a) Retomada da aula anterior, utilizando vídeos do Castelo Rá- Tim – Bum
Para retomarmos o conteúdo da aula anterior sobre as Estações do Ano, será
apresentado seguintes trechos do episódio nº 40 do programa Castelo Rá-Tim-Bum,
intitulado “Pintou o maior clima!”
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6min00s a 6min41s - Nino faz um feitiço e “vira” Inverno;
9min30 a9min48s - Neve no Castelo
13min50s a 17min10s - Chega a Primavera e o Verão no Castelo
20min35s a 21min06s - Bongô chega ao Castelo e apresenta os impactos causados
pelo Verão prolongado pelo feitiço de Nino.
Aproveitando o último trecho do episódio será proposta uma discussão sobre quais os
possíveis impactos em nosso planeta se a Estações do Ano fossem prolongadas. Assim
poderemos discutir com os alunos alguns possíveis impactos de longos períodos de
claridade e escuridão.
É importante ressaltar que esta aula demanda o auxílio de outros professores para
abordarmos de forma consistente as possíveis consequências.
Exemplos de possíveis impactos
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Inverno: Destruição das plantações, que implica na falta de alimentos, destruição de
florestas e seres vivos. Rios e lagos congelado, o que geraria uma dificuldade na
obtenção de água e energia.
Outono: Diminuição do processo de fotossíntese, devido à queda de folhas. O que
acarreta a diminuição do crescimento vegetal, o que afetaria diretamente a colheita.
Verão: Temperatura excessiva, o que pode gerar a falta de água em várias regiões
causando a morte de animais e humanos. Maior risco de queimadas devido à baixa
umidade do ar.
Primavera: Alta reprodução de animais e plantas, o que geraria uma fauna e uma flora
descontrolada.
Atividade - Impactos causados por longos períodos de Verão e Inverno
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Discuta com seus colegas e professores e anote (folha separada) suas concepções
sobre os possíveis impactos na natureza que teríamos, caso estações como Verão e o
Inverno fossem prolongadas. Haveria impactos na sociedade, se sim quais?
b) Estudo do caso da Finlândia
Por sua localização próxima ao polo, a Finlândia é um dos países que mais sofre com
longos períodos de Inverno, por isso, o estudo do caso é importante para auxiliar os
alunos a perceberem os impactos sociais e psicológicos que longos períodos de
escuridão podem causar.
Será proposta aos alunos a leitura do relato de uma brasileira, Evelyse Eerola, que vive
em uma região da Finlândia. Seria interessante orientar os alunos para que reflitam
sobre a situação. É importante que os alunos anotem suas hipóteses em uma folha
para ser entregue ao professor.
Atividade – A vida em lugares extremos
Caso Finlândia
Leia o texto abaixo e anote (folha separada) suas concepções sobre os impactos biológicos e
psicológicos que longos períodos de escuridão podem causar no ser humano.
Adaptado – Relato de Evelyse Eerola mora em Helsinki, Finlândia
Neste país é sempre oito ou oitenta: No verão não tem noite e no inverno quase não temos dia!
Bom, brincadeiras a parte este é um assunto sério e a falta de luz pode causar distúrbios
neurológicos e físicos. O finlandês enfrenta todos os anos um longo período de escuridão entre
meados de novembro até a metade de janeiro. A cidade mais ao norte do país tem 56min de luz
e nós aqui no Sul, mais sortudos temos 6h de claridade. Amanhece às 09h30min e lá pelas
15h30min já está tudo escuro. O sol raramente é visto nestes meses e as pessoas começam a
perder as forças físicas, sentindo-se cansadas e desanimadas e um processo de depressão pode
iniciar-se muito facilmente, chegando a consequências desastrosas. É o que aqui se chama efeito
Kaamos. Em português conhecido como a “noite polar”.
A depressão de Kaamos é muito mais séria do que a depressão comum porque ela mexe com o
organismo, na medida em que o seu relógio biológico fica afetado pela longa escuridão. O corpo
não reage normalmente e a mensagem é para diminuirmos nosso ritmo e descansarmos mais.
Significaria que deveríamos entrar em uma espécie de hibernação, como os ursos.
A questão é que em nossa sociedade moderna, a vida continua do mesmo jeito corrida, com ou
sem luz e na medida em que somos forçados a forçar o nosso organismo a continuar no mesmo
ritmo, sofremos as consequências. Distúrbios de sono e alimentação são sintomas do efeito.
Eu, por exemplo, não consigo comer certas coisas nesta época, noto que deixo de comer iogurte,
a maioria das frutas e sucos que tanto gosto, notando em mim mesma alguns destes sintomas.
Mas há casos de perdas severas de apetite que podem comprometer fisicamente o indivíduo.
No momento em que escrevo este texto o relógio do computador marca 15h06min e eu olho
pela janela na minha frente e vejo um céu cinzento escuro de fim de tarde e lembro como nos
primeiros anos isto me angustiava. Lembrava do Brasil, da hora do café das três, do sol entrando
pela janela e aquela situação parecia surreal demais. Onde estou? Como vim parar aqui? Como o
dia ficou tão curto de repente?
Universidade de São Paulo
http://www.brasileiraspelomundo.com/finlandia-nos-tempos-da-escuridao-22123089
Noite polar: A noite polar é a noite que dura mais de 24 horas, fenômeno que ocorre nas
regiões polares, na zona delimitada pelos círculos polares (Wikipédia)
Tabela de temperatura e duração do período de claridade nas cidades de Finlândia
Helsinki
Sodankyla
http://brasilfinlandia.blogspot.com.br/2009/02/estacoes-do-ano-na-finlandia-e-em_23.html
Aula 7.
Tema da aula: Impactos sociais e biológicos das Estações do Ano – Parte II
Conteúdo específico da aula: Consequências do não movimento da Terra
Recursos necessários: Projetor multimídia e texto impresso
Momentos da aula
Obs. Está aula pode ser elaborada e executada com auxílio do professor (a) de Geografia e
Ciências.
a) Fotossíntese e a produção de alimentos
Através da análise dos quadros de Giuseppe Arcimboldo será proposta uma
discussão sobre a relação entre as Estações do Ano e a produção de alimentos. As
questões propostas se encontram na folha da própria atividade.
Universidade de São Paulo
Atividade - Relação entre as Estações do Ano e produção de alimentos
Observando os quadros de Giuseppe Arcimboldo qual a relação entre os elementos que ele
utiliza para construir a imagem e o título. Anote suas concepções (folha separada)
Outono
Inverno
Primavera
Verão
b) A importância do Sol para nossa vida
Será proposta aos alunos a leitura do trecho do texto “Física no Cotidiano”
extraído do site Ciência Hoje que descreve a importância do Sol para vida
humana.
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Atividade – Importância do Sol em nossa vida
Leia o texto e discuta com seus colegas sobre a importância do Sol na vida humana, anote em
uma folha suas concepções.
Física no cotidiano por Adilson de Oliveira
O nascer do Sol é um dos mais belos espetáculos da natureza. Nas grandes cidades,
infelizmente, ele passa despercebido, não somente devido à correria do dia a dia, mas
também devido ao fato de que os altos prédios e a poluição acabam ocultando-o.
Quem sai cedo de casa eventualmente tem a chance de ver esse fenômeno. Talvez muitos de
nós já tenhamos observado a rápida transição que ocorre no amanhecer. Parece que, em um
instante, tudo está escuro e, minutos depois, o Sol domina o ambiente.
A grande influência do Sol sobre nós fez com que ele fosse considerado uma divindade em
muitas culturas. A sua luz e o seu calor são essenciais para a manutenção da vida na Terra.
Praticamente todas as formas de energia usadas na nossa sociedade são oriundas do Sol. Por
exemplo, a energia que extraímos dos alimentos foi quimicamente acumulada durante o
processo de fotossíntese, por meio do qual as plantas usam a energia da luz solar para
converter gás carbônico, água e minerais em compostos orgânicos e oxigênio gasoso.
Ao ingerir um alimento, nosso organismo quebra as ligações químicas dessas moléculas e
obtém energia, que é armazenada em outras moléculas, como a adenosina trifosfato (ATP).
Quando nos dirigimos para o trabalho, seja por meio de automóveis, ônibus ou metrô,
também utilizamos de certa forma, a energia do Sol. Os bicombustíveis, gerados
principalmente a partir da cana–de-açúcar (caso do etanol) e de óleos vegetais (caso do
biodiesel), são exemplos disso.
Na produção de combustíveis fósseis, derivados do petróleo, também ocorre uma
transformação da energia solar. Admite-se que a origem do petróleo esteja relacionada à
decomposição dos seres que formam o plâncton e de outras matérias orgânicas – restos de
vegetais, algas e animais marinhos –, em um processo que demora centenas de milhões de
anos. Quando queimamos esses combustíveis, liberamos a energia química que foi
acumulada na matéria orgânica durante esse tempo.
A energia hidrelétrica, que representa grande parte da matriz energética do Brasil, também
depende da energia solar. No momento em que a água desce pela represa da usina
hidrelétrica, fazendo com que as turbinas girem e produzam eletricidade, há o processo de
transformação da energia de movimento (energia cinética) da água em energia elétrica. Para
que a represa continue a ter água, é necessário que haja chuvas e estas só acontecem por
causa da evaporação da água provocada pelo Sol.
Portanto, uma manhã ensolarada não é apenas prenúncio de um dia bonito. Ela deve servir
também para nos lembrar da importância do Sol em nossas vidas.
http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/fisica-sem-misterio/fisica-no-cotidiano
Após a leitura do texto será proposta uma discussão com os alunos sobre a
importância do Sol em nossas vidas, bem como a falta de luz solar.
Posteriormente peça que os mesmo anotem suas concepções.
Universidade de São Paulo
Aula 8.
Tema da aula: Como seria a vida na Terra se ela pare se de girar
Conteúdo específico da aula: Rotação da Terra e suas consequências.
Recursos necessários: Projetor multimídia
Momentos da aula
Construção de uma narrativa:
Retomando a primeira aula será apresentado aos alunos o trecho do episódio nº 89 do
programa Castelo Rá-Tim-Bum intitulado “O dia em que a Terra parou”
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14min35s a 15min40s - Etevaldo apertando o botão, a Terra parando e algumas
consequências.
21min25s a 21min56s - Dr. Victor chega ao castelo explicando que a Terra parou
Posteriormente será proposto aos alunos a construção de uma narrativa sobre as possíveis
consequências que teríamos caso a Terra parasse de girar. É importante que o professor
devolva aos alunos todas atividades feitas em sala, devidamente corrigidas, para que os
mesmos possam utilizar como material de consulta.
Atividade – Possíveis consequências caso a Terra parasse de girar
De acordo com os seus conhecimentos sobre os movimentos da Terra e suas consequências
como, Dia/Noite e Estações do Ano, redija uma manchete de jornal com o seguinte
acontecimento: “O que aconteceria se a Terra parasse de girar?”. Use sua imaginação para
escolher em que lugar do planeta onde você estaria e quais os possíveis os impactos na
sociedade e na natureza.
Obs. Ignore os efeitos de inércia
Espera-se que após as discussões realizadas durante as aulas os alunos sejam capazes de
relacionar os fenômenos astronômicos com a sociedade e meio ambiente.
Bibliografia
Obras Giuseppe Arcimboldo
http://www.educacional.com.br/projetos/arcimboldo/galeria.asp
Figura 1. Mapa fuso horário mundial
http://www.apolo11.com/tictoc/fuso_horario_mundial.php
Universidade de São Paulo
Figura 2 Simulador das Estações do Ano – Grupo Sputnik
http://gruposputnik.com/Paginas_com_Flash/Seasons%20Simulator%20%28NAAP%29.htm
http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/fisica-sem-misterio/fisica-no-cotidiano
http://brasilfinlandia.blogspot.com.br/2009/02/estacoes-do-ano-na-finlandia-e-em_23.html
http://www.brasileiraspelomundo.com/finlandia-nos-tempos-da-escuridao-22123089

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