A Voz di Paz - Gbissau.com

Transcrição

A Voz di Paz - Gbissau.com
Janeiro de 2015
ECOda Voz di Paz
Boletim Informativo
FLAVIEN FAFALI KOUDAWO
(1954-2015)
ECO da Voz di Paz
Boletim Informativo
Celebremos a Vida de
Flavien Fafali
KOUDAWO!
(1954-2015)
ECO da Voz di Paz
Boletim Informativo
ECO da Voz di Paz
Boletim Informativo
Fiansa torna kebra kudjer di tira
Alinu más na larma tchur ku dur
Falanu ke ku ditandau lantindam
Aos Áfrika korda ku salus malgós
Lunghada nega pasia moransa
I POLON GARANDI
KU DITA KALADU
Kuinura karga lutu didia uam
Osprindadi ditandadu sin stera
Um dia sol na iardi na Áfrika
DIA KU DIA TCHIGA NO NA TCHOMAU KANSARE
Ai ndesan! Urdimunhu na nguli baluris fep
Waiooooó... Kansarés na bai tudo pa kaba
O nos tam eé kansa nam dja bantaba
Lagartixa Npasmadu (André Mendes)
Vermon, França, a 23/01/2015
ECO da Voz di Paz
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Professor, investigador e politólogo, Flavien Fafali Koudawo nasceu a 15 de
Maio de 1954 no Togo, onde se formou em História pela Universidade de Lomé.
Concluiria os seus estudos superiores em Genebra, Suiça, onde permaceu dez
anos, tendo-se doutorado em Ciências Políticas.
No âmbito do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), foi trabalhar para a Guiné-Bissau nos anos de 1990, com um contrato inicial de dois anos, mas acabaria por fixar residência no país, impedido que estava de regressar ao Togo devido às suas convicções políticas.
O seguinte excerto expressa bem o seu sentimento e revela-nos a sua
experiência, por sinal dolorosa, de afastamento da sua terra natal:
“A separação com a terra natal é sempre uma espécie de mutilação. Mesmo quando se trata de uma escolha livremente assumida, ela
não deixa de comportar uma carga de dor. Esta permanece, lancinante, além da consecução do objectivo, material, intelectual, moral ou outro que motivou o afastamento, mesmo que temporário.
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Na verdade, nada apaga a dor da ferida original causada pela separação.
A instalação ditosa num novo país pode fazer pensar que a chaga sarou. Mas
subsiste a sua memória dolorosa, similar à lembrança física que o mutilado
tem da parte ausente do seu corpo. Diz-se que uma pessoa amputada pode
ter uma memória física tão forte do membro ausente que o sente mexer.
Aquilo que já não existe materialmente não deixa de estar presente na
memória com uma força que lhe dá uma nova existência. Mesmo imaterial,
esta nova existência é concreta no cérebro.
Ora, a dor da separação não é sentida através do cérebro. Ela tem uma
sede ainda mais sensível: o coração... Este não pode sossegar quando a
terra natal não dorme em paz. Não é, então, estranho que a paz no país
natal seja um desejo bem forte da diáspora. Embora vivendo em terras,
quiçá, mais clementes, o ausente vive com uma acuidade redobrada o desassossego no país de origem. Tais as ondas do mar turbulento, as notícias
da infelicidade do lar original vêm bater à porta do lar de instalação e
embater no seu ambiente mais tranquilo, provocando novas ondas mais
fortes, amplificadas pela distância que dá um sentimento de impotência
face ao inexorável.”
FAFALI KOUDAIn, ECO da Voz di Paz Nº16, Editorial, 24 de Janeiro de 2013.
Este excerto é-nos caro neste momento, pois Fafali Koudawo, director
da ONG Voz di Paz, reitor da Universidade Colinas de Boé e director do
jornal o “Kansaré”, partiu deste mundo na passada sexta-feira, dia 23
de Janeiro de 2015. Ironicamente, o excerto apresentado foi escrito
no dia 23 de Janeiro de 2013, e publicado dia seguinte neste Boletim.
“A dor da separação” é o sentimento de toda a equipa da Voz di
Paz e seus colaboradores próximos neste momento. Pois como bem
escreveu Koudawo, trata-se quase que de uma amputação para nós, o
seu desaparecimento físico. Contudo, assim como o bom filho que a casa
deixa, a ausência física de Koudawo far-se-á sentir nas nossas vidas e
na vida da Voz di Paz. Simultaneamente, a sua presença encontra-se
no seu legado para nós e para a Guiné-Bissau pelo serviço prestado.
Participando activamente na construção e edificação desta sua nova pátria, a
permanência de Fafali Koudawo na Guiné-Bissau permitiu-lhe desenhar os planos e sonhos que tinha para a sua própria terra. Num país politicamente instável
como a Guiné, onde faz falta uma visão nacional da construção da nação que
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seja abraçado por todos os seus filhos independemente das crenças e pertenças
de cada um, a obra deixada por Fafali Koudawo, foi a possível neste cenário.
Enquanto investigador sénior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa - INEP
da Guiné-Bissau, participu em vários projectos e fez as seguintes publicações:
- Pluralismo político na Guiné-Bissau: uma transição em curso (coord.). Bissau,
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP), 1996;
- Pluralisme politique en Guinée-Bissau: une transition en cours (coord.). Bissau, INEP, 1996;
- Cabo Verde Guiné-Bissau. Da democracia revolucionária à democracia liberal. Prefácio de Jorge
Carlos Fonseca. Bissau, INEP, 2001;
- “Educação e sociedade na África pré-colonial”,
”, in Soronda, Revista de Estudos Guineenses, 12,
INEP, Bissau, 1991;
- “A ajuda económica como instrumento político:
uma perspectiva histórica”, in Soronda, Revista de
Estudos Guineenses, 16, INEP, Bissau, 1993;
- “Educação e teorias de desenvolvimento:
o que há de novo?”, in Soronda, Revista de Estudos Guineenses, 19, INEP, Bissau, 1995;
“A guerra desenhada”, in Soronda, Revista de Estudos Guineenses, Número
Especial 7 de Junho, INEP, Bissau, 2000;
Em 1994 funda, juntamente com Abdulay Sila
e Teresa Montenegro, a KUSIMON Editora, com
as iniciais dos ape-lidos de cada membro fundador. Os principais domínios de intervenção
da editora são a literatura, com a publicação
de romances, contos, ensaios, a tradição oral,
através da recolha de contos, provérbios e
adivinhas, mas também a linguística.
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Depois fundaria o jornal Kansaré, um semanário de
informação geral sobre a actualidade guineense, que
tem como lema “Kansaré Osa Bardadi” (O kansaré
não tem medo da verdade), e como Koudawo defendia
“é uma aposta
na verdade, qualquer que seja o seu custo,
desde que ela sirva o bem do povo.”
“Kansaré Osa
Bardadi!”
No ano de 2003, juntamente com João
José da Silva (Huco) Monteiro, funda aquela
que seria a primeira universidade guineense, a Colinas de Boé. A Universidade Colinas de Boé é uma instituição de ensino superior privado, que teve o marco de
alargar o panorama de ensino guineense, fomentando e valorizando a formação local.
Citando Huco Monteiro “A Universidade Colinas
de Boé nasceu num contexto muito adverso. O
Governo de então estava resolutamente contra.
Porém algumas pessoas acreditaram. Sem desprimor para ninguém
cito alguns nomes: a
juventude da Guiné,
ávida de conhecimentos e de oportunidades de formação,
os pais e encarregados da educação que
foram em massa inscrever os seus filhos”.
Em 2007 nasce a Voz di Paz - Iniciativa para a Consolidação da Paz, fruto de um projecto inicial do INEP. Juntamente com uma equipa que foi crescendo e consolidando o
seu trabalho no terreno, a Voz di Paz é hoje em dia uma organização de reconhecida
importância no país e juntos dos seus parceiros. Esta iniciativa apoia-se numa malha de
entidades públicas, privadas e da sociedade civil, tendo como princípios fundamentais:
- A inclusividade entendida como a garantia da não exclusão de nenhuma componente nacional, a fim de promover e assegurar a participação dos actores sociopolíticos e económicos chaves, das populações em geral, de todas as regiões, fazendo
atenção à sua especificidade nos conflitos e na construção de soluções pacíficas;
- A pesquisa participativa orientada para a resolução de conflitos, como base de um
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processo de reflexão para a edificação de uma paz durável fundada no pleno conhecimento das causas, dos actores e das soluções adaptadas às realidades nacionais;
- A apropriação nacional promovida como um processo de internalização da identificação dos problemas, da construção de soluções, da implementação das estratégias conducentes ao aprofundamento da cultura de
paz. Estes princípios da construção da paz exigem uma visão abrangente
que reconheça o papel específico e cada vez mais importante que desempenham os guineenses na diáspora em todas as vertentes da vida nacional.
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“Homenagem a Dr. Fafali Koudawo”
Voz di Paz e Dina Adão
“Adeus pa sempre homi de ciência
Bom bias homi de paz
Aós! Um biblioteca fitcha.
Aós! Um enciclopédia quema.
Ai! Ali polon garandi cai.
Fafali, ali Guiné na tchorau,
Ké di nobu contratu social ku bu pidi ?
Nundé civismo ku bu luta firmanta?
Ai! Polon garande… bu cai.
Bu dissa Cultura de Paz na djunda djunda pa firmanta
conbersa!
Fafali… Koudawo,
Bu bim de lundju, na bambaram de togolês,
Bu kudji guiné suma bu terra,
Polon garandi, lí ki bu tchon
Ali togo padi guineense,
Bu sumia sabedoria ku limpu corçon na nós
Nó mestre, nó na gardeciu
Purssor! Nó amizade ki carinho pa bó,
Ampus! Nó kana falau adeus, pabia homi garandi ka ta
larga si moransa.”
ECO
da
Voz di Paz
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«O homem sem medo
tinha medo do tempo que comia os
sonhos e a vida.
E assim foi. O tempo venceu e o meu
professor amigo faleceu, no ano de
todas as concretizações.»
Joacine Katar Moreira
Editora do “ECO da Voz di Paz”
(Doutoranda em Estudos
Africanos)
Eu não conheço a morte
nem a dor que ela traz.
Conheço a dor, as dores
de uma vida normal, mas
não o sofrimento ofegante
da partida de um amigo
próximo ou de um familiar.
Disseram-me que é essa
a dor que revela de que
são constituídas as pessoas, e o mais indescretível
de todos os sofrimentos
por que passamos. Começo
então por solidarizar-me e
prestar as mais profundas
condolências à família directa do Professor Doutor
Fafali Koudawo, porque...
se como sua amiga vejo o
meu coração fora do corpo,
não saberia como consolar
sua mulher, seus filhos e
seus irmãos neste momento
de tamanha perda.
As homenagens póstumas,
as palavras póstumas e os
sentimentos póstumos costumam ser bastante intensos, mas ao mesmo tempo,
tendem a exaltar de forma
quase extrema as quali-
dades do sujeito de que
são tema. Mas há pessoas,
como o Professor Fafali
Koudawo, de quem parece
que temos pouco a dizer,
porque foi tudo visto em
vida.
As cerimónias fúnebres
com honras do Estado
guineense, realizadas durante os dias 30 e 31 de
Janeiro em Bissau, reuniram
centenas de pessoas de
várias idades e quadrantes da sociedade, demonstrando o quanto o Prof.
Fafali Koudawo é amado e
valorizado no país que ele
acolheu depressa e que o
acolhe agora mais tarde...
Uma das coisas que me
impressiona é o respeito
que toda a gente nutre
pela sua pessoa, mesmo
os que não concordam com
ele. Respeito esse que
exige silêncio no minuto a
seguir, e que só se consegue adquirir com trabalho
e obra feita. Por isso mesmo, falar do Professor Koudawo implica ter em conta
o processo da construção
do Estado e da sociedade
guineense em geral.
Encontramo-lo na Educação, que é o alicerce de
qualquer pretensão desenvolvimentista. Encontramo-lo
na reflexão política, que é
a base e o pólo dinamizador de todas as dinâmicas
sociais na Guiné-Bissau.
Encontramo-lo na Cultura,
que é motor de união dos
filhos de qualquer nação.
Encontramo-lo na Promoção
da Paz, paz que é a mãe
que gera prosperidade.
Encontramo-lo também no
rosto de cada cidadão que
luta, cada estudante que
progride, cada político que
supera o seu legado, cada
filho que ama a sua terra
e a protege de intempéries.
Encontramo-lo no Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisa - INEP, na KUSIMON
Editora, no jornal “Kansaré”,
na Universidade Colinas
de Boé, na Voz di Paz,
enquanto a sua voz ecoa
ECO da Voz di Paz
nas rádios e nas salas de
aulas vislumbrando o futuro
de uma nova e promissora
Guiné.
Percebi que Fafali, como é
tratado por todos, encontrava possibilidades em todos
os rostos e a sua grandeza de espírito fazia com
que ouvisse com atenção
qualquer um que dele se
aproximasse.
A humildade que todos
apontam como traço da sua
personalidade, para mim
sempre foi entendido como
um sinal de grande autoconfiança! Porque só um
homem que não tem medo
do mundo, que não tem
medo dos outros, e que é
altamente consciente do seu
valor e das suas capacidades, consegue rejeitar e
não sucumbir à competição
natural que percorre as
mentes de cada ser humano quando é defrontado
com os seus pares.
O que mais gostava nele
era a sua bondade e a
capacidade de se colocar
ao nível do seu interlocutor.
Quis muito trabalhar com o
Prof. Fafali, e ele encontrou
forma de conseguir que
isso fosse possível. Fico-lhe
extremamente grata, porque
só assim pude ganhar um
professor, um amigo e um
incentivador nato, do qual
já chegava quase a depender para a validação
das minhas análises e das
minhas ópticas sobre as
coisas.
Acabaria por convidá-lo para
ser meu orientador da tese
de doutoramento, coisa que
aceitou de imediato. Lembro-me bem desse diálogo:
Janeiro de 2010, skype:
– Queria pedir-lhe um favor
Fafali...
– Sim, pode dizer...
– Pode ser meu co-orientador da tese? Trata-se de
uma temática que conhece
como ninguém, e para mais
gostaria também de ter um
orientador guineense...
– Para mim é uma honra
ser seu orientador. Não é
nenhum favor, pelo contrário.. - parecia surpreendido - Muito obrigado
pelo convite. Mas deixa-me
lembrar que eu não sou
guineense – deu uma gargalhada – mas se um togolês servir, tudo bem!
– Não diz que o meu
sotaque em crioulo faz
com que se sinta mais
guineense do que eu? brinquei - Para mim você
é o único guineense que
conheço que não tem nacionalidade!
– Hahahaha! - Deu uma
gargalhada - Na... ami
també n´má bó guineense,
Joacine! É bu kriol, hahahaha!
– Só pan dau nha nacionalidade pon – brinquei.
– Agora falando de coisas
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sérias. Tenho material para
escrever pelo menos quatro
livros. Vou precisar da tua
ajuda. Não agora, que não
quero atrapalhar os teus
estudos, mas logo depois,
vamos escrever bastante.
Devido à distância tratávamos tudo através da internet e de vez em quando
por telefone. Com o tempo
descobrimos que havia uma
coisa que nos ligava seriamente: sermos caixas
proliferantes de ideias, e
por isso fizemos planos de
projectos de investigação,
da escrita de livros, alguns
dos quais chegámos até
a dar títulos, da reabilitação de uma empresa de
consultoria, a Concept Daí
e falou-me do desejo de
transformar o Kansaré numa
revista mensal.
Disse-me que queria também escrever um romance,
não apenas coisas académicas e até já tinha começado um. Que a minha ajuda
era valiosa em tudo o que
pretendia fazer e que contava comigo como parceira
profissional para a realização desses sonhos.
Mas já numa passagem por
Lisboa falou-me dos filhos
e particularmente da menina
mais nova e disse-me que
tinha “medo do tempo”, de
poder não estar presente
quando os filhos mais precisassem e incentivou-me a
não “esquecer-me de formar
ECO
da
Voz di Paz
uma família mais cedo”,
caso eu tivesse esse desejo. Que o trabalho e a
realização profissional “são
importantes, mas são uma
parte de nós apenas”.
Neste último ano, 2014, a
sua força de viver parecia
que estava diminuindo, e
o factor tempo começou a
ser um tema constante de
conversa. O homem sem
medo tinha medo do tempo
que comia os sonhos e a
vida. E assim foi. O tempo
venceu e o meu professor
amigo faleceu, no ano de
todas as concretizações.
Lembro-me de falarmos
sobre o seu percurso e
de dizer-me que a minha
forma directa de ser fazialhe recordar-se dos tempos
da juventude revolucionária,
onde deixou de assinar o
seu primeiro nome, Flavien,
porque não era originalmente africano e contoume que essa fase fez com
que não pudesse regressar
ao país de origem durante
muito tempo. Lembro-me
de ter-lhe respondido que
a revolução ainda não
tinha acabado e iniciámos
a conversa mais elucidativa
que alguma vez tive com
alguém sobre a história do
continente africano.
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Uma pessoa amiga disserame uma vez de que a única coisa que a intrigava no
Professor Fafali era o facto
dele não olhar nos olhos
das pessoas enquanto dialogavam, que olhava sempre para o chão ou para
o vazio. Quando ganhei a
sua confiança perguntei-lhe
sobre esse facto, ele sorriu
e respondeu-me que, pela
educação que lhe tinham
dado, só se fazia isso em
situação de confronto ou de
manifestação de autoridade,
e que escutar a pessoa
sem olhá-la nos olhos, era
sinal de respeito, consideração e de paz. Quando
contei à pessoa, ela ficou
emocionada e disse-me:
“Realmente, nunca tinha
pensado nisso. Já viste que
forma bonita de demonstrar
consideração por alguém?”.
Fafali? Será que já sabia
que não estaria aqui e
foi-me apenas dando esperanças de um dia bom, de
um ano melhor... Bem haja,
meu querido amigo! Bem
hajam todos os Seus, que
sorte terem na sua vida
uma alma tão grandiosa
como a sua.
Um dia antes da sua
morte, tive o privilégio de
poder despedir-me do Professor Fafali, apesar de não
saber que era uma despedida. No final da conversa
disse-me:
– Este será um bom ano!
Boas entradas Joacine!
Continue.”
Dia seguinte Fafali morreu,
meu Deus! Que dor, que
notícia desoladora. E as
obras que íamos escrever,
(24 de Janeiro de 2015)
Num acto de quase desespero, procurei cada email,
cada mensagem, cada
trabalho, cada texto que
trocámos e garanti que não
os perderia jamais.
Jamais te esquecerei meu
mestre, meu professor e
amigo! Celebrarei a tua
vida, porque só assim farei
um pouco de justiça ao teu
legado.
Obrigado por tudo!
Gratidão é justiça!
ECO da Voz di Paz
Eng. Domingos Simões Pereira
Primeiro-Ministro da
Guiné-Bissau
Elogio fúnebre à memória
de Fafali Koudawo:
Este faz parte do rol de
privilégios que todos certamente preferimos não ter,
ou pelo menos não
exercer… O de falar em
despedida de um amigo e
sobretudo de alguém com
esta estatura e dimensão…
Fafali Koudawo era grande
em todos os domínios e
competências. Enquanto
homem, enquanto analista
ou enquanto académico:
cientista político, historiador
ou sociólogo.
Quem tinha a oportunidade
de conversar com Fafali
descobria tratar-se de uma
mente ordenada e muito
desenvolvida. Quem lê seus
escritos e dissertações,
certamente compreende
uma linha de pensamento
coerente e objectivo. Quem
observou sua postura terá
se surpreendido com a sua
deslumbrante humildade,
mesmo que guardando
sempre uma impressionante verticalidade.Fafali era
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“Fafali Koudawo era grande em todos os
domínios e competências.
Enquanto homem, enquanto analista ou enquanto académico: cientista político, historiador ou sociólogo. (...) era intelectualmente
honesto. Tinha convicções e as defendia de
forma assumida e declarada.»
intelectualmente honesto.
Tinha convicções
e as defendia de forma
assumida e declarada. Mas
tinha sobretudo uma linha
de análise bastante estruturada. Conhecia a história
das coisas, ia à raiz das
substâncias, tinha um rol
de referências e sabia
comparar as grandezas.
Associava a esta elevação
um pragmatismo que sempre nos surpreendia.
Fafali era crente e
cristão, e por isso se
achava sempre limitado,
mesmo naqueles tributos
em que todos lhe reconheciam Excelência.
Hoje, tudo parecerá claro e
evidente… mas também
terrivelmente tardio…
Fomos muito infelizes ao
retardar o direito do Fafali
portar e exibir a nacionalidade. Ele conquistou e
suplantou esse direito pela
identificação com os valores
mais nobres que seguimos
perseguindo para a construção da nação prometida;
seus feitos e factos sempre
o colocaram no pedestal
da representação do que a
Guiné teve de mais nobre
e mais culto.
Hoje, o Conselho de Ministros acaba de outorgar
a Fafali Koudawo, a título
póstumo, o estatuto de
cidadão nacional, com a
esperança de redimir deste
destino já fatal; cumprir o
preceito de uma homenagem mais que merecida e
nos justificarmos perante
quem tem seu sangue e
seu nome.
Mas, visamos ainda,
enquanto membros desta
entidade do poder dos
homens, estancar uma
distorção hereditária e
social, conferindo aos
herdeiros de Fafali, a
plenitude dos direitos
legais que este país manda
aplicar. O resto, julgamos
saber, o Fafali já os legou
pelos ensinamentos de que
os não terá poupado.
Fafali era um “Homem
Grande” e estes normal-
ECO
da
Voz di Paz
Boletim Informativo
mente não se circunscrevem
a espaços, a momentos,
nem às vontades. Estes
limitam-se a existir e, na
sua interação quotidiana
com a realidade, vão deixando impressões e sinais
que aqueles que os
seguem, muitas gerações
seguintes têm de decifrar,
para de facto acederem aos
ensinamentos de incalculável
valor e pertinência assim
deixados.
Ellen G. White, numa
dedicatoria no seu livro “o
último trem” dizia: <a maior
necessidade do mundo é
de homens – homens que
no intimo da alma sejam
verdadeiros e honestos;
homens que nãoi temam
chamar o pecado pelo seu
nome exacto; homens cuja
consciência seja tao fiel ao
dever como a bússola o é
ao polo; homens que
permaneçam firmes pelo
que é recto, ainda que
caiam os céus.
Sr. Primeiro Ministro, Eng. Domingos S. Pereira, durante as cerimónias
fúnebres de Fafali Koudawo
Flavien Fafali Koudawo,
Professor, amigo, conterrâneo. Pai, marido, irmão,
Camarada. Foste demasiado
cedo para tantas tarefas
que ainda cá tinhas.
com a tua precisão e acutilância mas também com a
tua neutralidade, o ponto de
equilíbrio do nosso incessante debate político. Quem
lerá os meus rabiscos sempre desordenados e com
dois toques fazê-los textos.
Eu próprio questiono: quem
agora responderá às várias
inquietudes e as interrogações que te dirigia; Quem
poderá cuidar em teu lugar
e à tua maneira do Colinas
do Boé; Quem apontará
Sim, arriscamos ficar de
novo órfãos, apesar de
que, 1973 já devia nos ter
ensinado ser esta a sina
de quem tem Homens tão
grandes. Parece irem sempre mais cedo que o seu
tempo. Que seja então
porque Deus tem outras
missões a lhe confiar e
que estas incluam o
olhar por nós, por este seu
povo, repartida por vários
quadrantes, da Guiné e
do Togo, pela África e um
pouco por todo o mundo.
Até sempre Fafali!
(Texto proferido durante
as cerimónias fúnebres do
Prof. Doutor Flavien Fafali
Koudawo)
ECO da Voz di Paz
Dr. Jorge Carlos Fonseca
Presidente da República
de Cabo Verde
Acabo de saber que faleceu Fafali Koudawo. Um
grande amigo, um intelectual de gabarito, universitário e investigador, um
grande admirador de Cabo
Verde e estudioso do seu
percurso histórico e político.
Togolês de nascimento,
tornou-se guineense por
opção. Opção de amizade
e de amor.
Fafali escreveu, entre muitos outros trabalhos científicos de elevado nível, a
obra mais bem conseguida
que conheço sobre a
transição democrática em
Cabo Verde (e na GuinéBissau), intitulada «GuinéBissau e Cabo Verde - da
democracia revolucionária à
democracia liberal»
(ed. do INEP, creio), obra
que tive o prazer de prefaciar, um longo prefácio,
redigido pouco tempo depois das presidenciais de
2001 em que fui candidato
vencido.
Boletim Informativo
«Falámos muito e tornámo-nos amigos, parecia um caso de amizade à priimeira vista. Ele
procurou explicar por que eu tinha perdido,
e da maneira como perdera, as eleições em
2001. Curiosamente, num encontro posterior,
saiu-se-me com esta : Zona, não sei quando
mas vais ser Presidente de Cabo Verde»
Conhecera-o na Praia, ele
que tinha vindo para recolha de dados, conhecimento
mais directo das realidades
crioulas e para realizar
algumas entrevistas. Fui
um dos entrevistados.
Falámos muito e tornámonos amigos, parecia um
caso de amizade à
priimeira vista.
aceitar e hoje sei que fui
privilegiado.
Ele procurou explicar por
que eu tinha perdido, e da
maneira como perdera, as
eleições em 2001. Curiosamente, num encontro posterior, saiu-se-me com esta:
«Zona, não sei quando
mas vais ser Presidente de
Cabo Verde». Lembro-me
de ter mudado de conversa
após esboçar um sorriso de
cumplicidade e de amizade.
Encontrámo-nos depois
umas poucas vezes, em
Bissau e na Praia. Em
Bissau, fui visitar a Universidade que ele quis criar,
juntamente, creio eu, com
Huco Monteiro, as instalações, conversei com alunos
e professores.
Fez questão que eu
fosse à casa dele para
me demonstrar a profunda amizade que nutria
por mim e que era, aliás,
recíproca. Encheu-me de
prendas:livros, revistas, jornais guineenses, mas igualmente mangas, outras frutas
e legumes que ele próprio
produzia ao redor de sua
casa.
Quando me contactou para
o prefácio, a obra estava
já a ser impressa, mas
Fafali insitiu comigo, ele
aguardava o tempo que
fosse necessário. Tive de
Lembro-me ainda de me ter
convidado para fazer uma
palestra em Bissau, num
dia 20 de Janeiro, às nove
da manhã. Disse-lhe que
era ou doido ou amigo da
ECO
da
Voz di Paz
Boletim Informativo
onça, levar-me para encontro com jovens num feriado
e tão cedo. A verdade é
que lá estavam várias
centenas de jovens
guineenses, muitos dirigentes políticos, para conversar
comigo sobre democracia
em África e o caso espe-
cial de Cabo Verde. Parecia
um comício tanta a afluência de jovens.
Era assim Fafali. Um
entusiasta da ciência
política, da investigação, um
admirador e amigo de Cabo
Verde, um humanista e um
democrata muito convicto.
E não são estas palavras
de ocasião, de ocasião particular de tristeza e pena.
Que tristeza esta a minha,
meu caro Fafali!
(23 de Janeiro de 2015)
«Academicamente Fafali estava entre os
melhores cientistas políticos com que eu me
cruzei no mundo. (...)
A Guine Bissau hoje ficou mais pobre, mas
também a ciência política. »
Doutora Elisabete Azevedo Harman
Professora de ciência política na Univ.
Católica de Portugal e Moçambique e
Investigadora na Chatham House
Acabo de saber do falecimento do colega e amigo
Prof Doutor Fafali Koudawo.
Conhecemo-nos por volta de
2002 ou 2003 em Bissau.
Desde daí mesmo que não
falássemos com frequência íamos sabendo um do
outro.
Academicamente Fafali
estava entre os melhores
cientistas políticos com que
eu me cruzei no mundo.
A primeira vez que o conheci eu era uma estudante
de mestrado meia perdida
sobre como estudar África.
Cheguei a Bissau para ‘trabalho de campo’ e sabia a
teoria mas não sabia como
fazer a tal ‘investigação’.
Ele já professor recebeu-me
com o mesmo respeito e
paciência como se eu fosse
uma conceituada professora
doutorada. Recordo que
primeiro falámos num gabinete. Formais. Aproximavase a hora de almoço e ele
convidou-me para almoçar.
Com um sorriso de teste
perguntou--me se eu e queria almoçar onde almoçam
os investigadores europeus
ou onde o povo almoça.
Lá fomos a uma tasca no
meio dum dos bairros pobres. Acho que esta minha
escolha foi um teste que
passei com sucesso. A conversa entre nós ia desde
de lições elaboradas de
ciência política a discussões
com humor sobre o que
se passava á nossa volta.
Durante essas semanas em
Bissau deu-me conselhos
e livros e encontrámo-nos
varias vezes.
Num dos encontros-aula
disse-me sempre meio seguro e tímido que íamos a
casa dele. Lá fomos. Era
uma casa-escola improvisada. Dr. Fafali era do Togo
mas adoptou a Guine Bissau como o seu país com
muito carinho. A casa dele
nessa altura estava cheia
ECO da Voz di Paz
de crianças. Percebi a casa
mesmo sem mesas e cadeiras era uma escola.
As crianças do bairro ali
estudavam e ele que podia
ser professor em qualquer
das melhores universidades
do mundo ensinava o ‘A
e B’ com a mesma dignidade e respeito como se
estivesse a dar uma aula
em Harvard. Sem vaidade
mostrou-me a ‘escola’.
Passei ali um dia e o
tempo voou.
Depois foram anos e anos
de correspondência. Uma
das vezes veio à Europa
e conversámos. Nos corredores duma universidade
europeia era um distinto
Professor, mas sempre
modesto.
A última vez que o vi foi
no dia do golpe de estado
em Bissau, em Abril de
2012. Eu tinha passado a
tarde com ele na universidade onde ele era agora
o Reitor. Com o mesmo
entusiasmo da casa-escola
de há anos atrás mostrou-
me e apresentou-me alunos.
Depois fizemos uma sessão
de trabalho para escrevermos um livro em conjunto.
Discutimos ideias e ideias.
Combinámos reunir nos dias
seguintes.
Saí do encontro e estava
a passar na rua da casa
do primeiro-ministro quando
as bazucas rebentaram.
o golpe de estado tinha
começado. Confusão, medo,
pessoas a gritar, soldados
e a incerteza. O Prof. Fafali calculou pelo percurso
que eu tinha sido apanhada
na confusão.
Nesse dia não conseguimos
falar. No dia seguinte falámos ao telefone e como
sempre aconselhou-me a
ficar quieta e acalmoume. Tinha ficado preocupado comigo, mas disse
que sabia que estava bem.
Eu queria voltar a ir ter
com ele... ele disse que
não. Nestas alturas quanto
menos movimento melhor,
disse.
E no final do telefonema
riu-se e disse teremos mui-
Boletim Informativo
tas oportunidades para falar
e trabalhar... não tivemos.
Morreu hoje.
Perdi um dos acadêmicos
por quem tinha mais respeito. A imagem e o entusiasmo dele naquele dia
na pobre casa que era
também escola improvisada
foi sempre a minha imagem
dele.
O melhor livro sobre a
transição política em Cabo
Verde e na Guiné-Bissau
é da sua autoria. A Guiné
Bissau hoje ficou mais pobre, mas também a ciência
política. Eu queria estar em
Bissau para apresentar os
meus pêsames à família e
amigos.
(23 de Janeiro de 2015)
ECO
da
Voz di Paz
Boletim Informativo
Cerimónias fúnebres de
Flavien Fafali Koudawo em Bissau
30 e 31 de Janeiro de 2015
Com Honras do Estado Guineense
Nota: Fotografias da Voz di Paz e do Jornal “O Democrata”.
ECO da Voz di Paz
Boletim Informativo
A Voz di Paz, Iniciativa para a Consolidação de Paz, tem o doloroso dever de
comunicar que faleceu, na tarde do dia 23/01/2015, o seu ilustre Director, Professor Doutor Fafali Koudawo, vitima de doença.
Por este motivo, a direcção da Voz di Paz informa a suas estruturas regionais (Espaços
Regionais de Diálogo), amigos e todo o povo guineense de que as cerimónias fúnebres
do malogrado (Fafali Koudawo) terão lugar no sábado, 31/01/2015, no Cemitério Municipal de Bissau e, com honras de Estado.
A Voz di Paz informa que o cortejo fúnebre terá o seguinte percurso:
Dia 30/01/2013, sexta-feira:
tI"VSOBGVOFSÈSJBFTUBSÈOB6OJWFSTJEBEF$PMJOBTEF#PÏQBSBIPNFOBHFNF
testemunhos por parte de estudantes e amigos;
tI.JTTBEPTÏUJNPEJBOBJHSFKBEB4BHSBEB'BNÓMJB2VFMFMÏ
t"QBSUJSEBTI7FMØSJPFNDÉNBSBBSEFOUFOBDBTBEPNBMPHSBEP
OPCBJSSPEF2VFMFMÏQSØYJNPEBFTDPMB#È#JBHVÐ
O momento será alargado para homenagens e testemunhos;
%JBTÈCBEPEFIoIPSBT
t.JTTBEPDPSQPQSFTFOUFOBTVBDBTB
t6NBCSFWFQBTTBHFNQPSFEJGÓDJPEF4JUFD
QBSBQSFTUBSBPNBMPHSBEPNJOVUPTEFTJMÐODJP
t6NBCSFWFQBTTBHFNQPS6$#
QBSBQSFTUBSBPNBMPHSBEPNJOVUPTEFTJMÐODJP
t)PNFOBHFNQPSQBSUFEP(PWFSOPOPTBMÍPOPCSFEP.JOJTUÏSJPEB+VTUJÎBIPOSBTEF
Estado;
t&OUFSSPOP$FNJUÏSJP.VOJDJQBMMFJUVSBEFCJPHSBåBEPNBMPHSBEPFUFTUFNVOIPT
por parte de amigos).
A Voz di Paz aproveita esta oportunidade para agradecer a todos os que neste momento
EFUSJTUF[BNBOJGFTUBSBNBTVBTPMJEBSJFEBEFDPNFMBFQBSBDPNBGBNÓMJBEP'BGBMJ
#JTTBV
A direcção
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Papa,
Hier,
Notre vie était chaque jour remplie de toi
Par jour, papa, tu nous envoyais d’ici tes pensées mille
fois
Dans l’espoir qu’elles nous atteignent là-bas en joie
Aujourd’hui,
Désormais, tu es loin, très très loin...
Bien loin, papa, mais à jamais, tout nous ramènera
toujours à toi...
Demain,
Nous affronterons l’avenir sans toi papa, toi notre
unique soutien
Non pas comme des enfants orphelins
Mais avec bravoure et remplis de ton calme olympien
Car,
La PAIX que tu as de toute ta vie tant prônée
La PAIX, tout comme “FAFALI” ton prénom,
Ta paix, très cher Papa adorable,
Veillera toujours sur nous tes enfants et Résidera à
jamais dans nos cœurs
Au revoir papa!
Tes enfants si loin, si proche de toi
Séliné & Daivio, Evy, Semeté e Daiane
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POLON KAI
Simentu ku plantadu na Togo, polon kirci ramus ponta pa
tudu ladu di Áfrika....
Raízis lagua, i lagua i kamba Europa, Ásia ku Ámerika.....
ku si sombra itadja mandjuandadi di farinha di malgueta....
Balenti kata tchoradu.....
POLON KAI...
Balenti kata tchoradu, Papé di 5 fidjus ku mas utrus
guiguis....
Pastor di rebanhus i labradur di Paz, Guiné-Bissau
i tistimunhu di bu bondadi Koudawo.....
Bu bai ta kudanu ma nô ka ripindi, Profeta kata muri i nin
ikata cetadu na si tchon....
JAZ Koudawo.....
Polon kai
Limarias di kasa, di matu tudu na tchorau.....
Pabia ena bin sinti bu falta....
Balenti kata tchora, Omis mata bu esforço ma Guiné
lantandal na dia 23 di Janeiro de 2015, ku coroa di Paz nô
na n`terau bu palabra na nô boka ina sedu hinu di Paz.....
Ma kin ku na cupa ês buracu???
Pa Deus dau kil ku bu mereci.....
JAZ Koudawo
Adelina Barros
+PSOBMJTUBEPKPSOBMi/Ù1JOUDIBw
Formada pela Universidade Colinas de Boé
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Homenagem a Fafali Koudawo
Volvida pela triste perda, mas, com o coração repleto de gratidão, àquele que me guiou além das teorias, expresso o meu
maior e profundo respeito.
Quando deveria ser simplesmente um Reitor e Professor,
foi amigo e em sua amizade, responsabilidade e
companheirismo conquistou o meu respeito e admiração.
Só devo aqui dizer, que reconheço a figura de um grande
e verdadeiro homem que fazia com que todos se sintam
grandes.
Nunca encontrarei uma resposta que amenize a profunda dor
que sinto, apesar disso, tento, sinceramente, confiar nos desígnios de Deus que o chamou para a sua morada.
“ Louvado sejas, ó meu senhor, pela nossa irmã a morte
corporal, à qual nenhum homem vivente pode escapar. Ai
daqueles que morrem em pecado mortal! Bem-aventurados
aqueles que cumpriram a tua santíssima vontade, porque a
segunda morte não lhes fará mal.” São Francisco de Assis.
As palavras nunca serão suficientes
para expressar a gratidão.
Eternas saudades!
Nilza Sona Mané
ECO da Voz di Paz
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ECO
da
Voz di Paz
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EUCLIDES HORTA
GUINÉ-BISSAU: BU PIRDI BU
FIDJU KI BU KA MAMANTA,
MA KI GOSTA DE BO MAS
DE KILIS KI BU MAMANTA.
Fafali Koudawo, és e serás
para sempre a ESTRELA que
ilumina a alma dos Guineenses.
És um promotor da Educação,
Justiça e Paz Social de todos
os Guineenses, sem excepção. Nos momentos difíceis
e conturbantes da Guiné,
soubeste afirmar e implementar a prática de sabedoria
e diálogo na busca das
soluções para um desenvolvi-
mento sustentável e duradouro
da Guiné-Bissau.
Formaste, educaste e instruíste muitos Guineenses,
e em particular, jovens que
neste momento estão a exercer funções-chave na praça
de Bissau e eu não sou
disso excepção.
Lembro-me dos nossos encontros tardios no teu gabinete
pacato (no INEP), logo no
pôr de sol, porque durante
o dia tínhamos compromissos
com a sociedade, num ambiente de silêncio total, ouvindo
uma voz mansa, vinda de
uma pessoa mansa, voz de
conselheiro, voz de sabedoria,
voz de instruções de vida,
voz de motivação, voz de
determinação, enfim...
mentos e de formas variadas,
colocando à disposição a sua
sabedoria.
Fê-lo duma forma humilde,
uma característica que lhe é
peculiar, e incondicionalmente,
respeitando sempre o ´modus
vivendi´ do povo.
o ser humano como o centro de todas as atenções e
para quem todos tinham o
direito de opinar e ser ouvido com atenção e respeito.
Uma característica reservada a
grandes homens.
Um muito obrigado do
fundo do coração, e tirote o chapéu pelo o que
fizeste por mim e pela
minha pátria que adoptaste
de corpo e alma! És um
visionário!
BEM HAJA FAFALI KOUDAWO, PA BU ALMA PROTEGI
GUINÉ-BISSAU SUMA KI
SEDO BU DISIDJU.
Descanse em Paz ESTRELA...
NELSON LOPES
O rio Geba mimoseia-nos
com a sua singularidade ímpar, pois ele é uma mistura
de água doce e salgada, que
corre no nosso ´Pindjiguiti di
tchon malgós´.
Esta Guiné que teve o privilégio de ser iluminada, numa
das fases mais importantes do
processo de construção dum
Estado de direito democrático,
por um ilustre guineense, que
nasceu no Togo, de nome
Flavien Fafali Koudawo.
Este distinto senhor ajudou,
responsável e inteligentemente,
a fortificar o pilar do Estado
guineense em diferentes mo-
Uma refêrencia obrigatória
e de excelência para muitos, Doutor Fafali faz parte
de um grupo restrito da
elite pensante guineense
e que contribuiu positivamente na formação de
muitos jovens.
Um homem que considerava
O Prof. Dr. Fafali Koudawo,
deixou raízes e multiplicou
ramificações que está em
cada um de nos. Ele não
morreu, não! Ele esta no
INEP. Ele está nas Colinas
de Boé. Ele esta nas associações juvenis guineense.
Ele está no diálogo para a
paz na Guiné-Bissau.
Ele está no futuro da África!
ECO da Voz di Paz
Boletim Informativo
FERNANDO CASIMIRO
Nunca é tarde Sr. Primeiro-ministro, ainda que seja a título póstumo, o reconhecimento de
figuras como o nosso irmão Fafali Koudawo.
É certo que todo este reconhecimento póstumo teria sido uma honra ao falecido se, concedido em vida, mas o que importa daqui para a frente é que Fafali Koudawo também contribuiu, depois da sua morte, para a consciencialização das autoridades guineenses sobre o
valor dos Homens e Mulheres que fazendo a diferença pela Positiva, em prol do nosso país
e das populações, merecem, em vida, não por reivindicações próprias, mas por gratidão nacional, um Reconhecimento Nacional nas suas múltiplas formas.
Obrigado Sr. Primeiro-ministro pela coragem em assumir em nome do país, a infelicidade e a injustiça de se ter recusado a concessão da nacionalidade guineense ao
nosso irmão Fafali, em vida, infelicidade e injustiça agora corrigidas a título póstumo.
Obrigado igualmente pela profundidade das suas palavras em jeito de reconhecimento/homenagem ao Prof. Doutor Fafali Koudawo.
Isto é importante para daqui em diante passarmos a ser mais humanos, mais fraternos e dignos com o próximo.
Isto é importante para aprendermos que estamos todos de passagem por este nosso mundo
e, por isso, importa vivermos em harmonia e respeito.
Que a humildade seja o peso de equilíbrio nas decisões e acções dos nossos governantes.
Que a alma do nosso irmão Fafali Koudawo descanse em paz!
Bem-haja!
LIGA GUINEENSE DOS DIREITOS HUMANOS
Condolências da LGDH: Prof. Fafali Koudawo
01/26/2015 Comunicados, Notícias
Bissau (LGDH, 25 de Janeiro de 2015) – A Liga Guineense dos Direitos Humanos registou com
bastante tristeza e consternação as informações que dão conta do desaparecimento físico do
Professor Doutor Fafali Koudawo Director da ONG Voz di Paz e Reitor da Universidade Colinas
do Boé, no passado dia 23 de Janeiro 2013.
Ao longo da sua vida profissional, Fafali Koudawo destacou-se como uma das figuras incontornáveis e que mais têm contribuído para o desenvolvimento da Guiné-Bissau, em diversos
domínios, nomeadamente, na arquitetura do ensino superior, na projeção de investigação científica, na promoção da cultura da paz e no relançamento do processo de dialogo e de reconciliação nacional.
Enquanto ativista da paz e académico de reconhecida competência e integridade, Professor Doutor Fafali Koudawo fez da Guiné-Bissau uma verdadeira pátria por ter dedicado toda a sua vida
às nobres causas da pátria de Cabral sem reservas e condicionalismos.
Por este legado de alta demonstração de patriotismo, a LGDH rende uma justa homenagem a esta grande referência nacional, endereçando as suas mais sentidas condolências
à família enlutada.
Que a sua alma descanse em paz e na gloria para sempre!
Feito em Bissau, aos 26 dias do mês de Janeiro 2015
A Direção Nacional
ECO
da
Voz di Paz
Boletim Informativo
Stewart Jacksom
I was very sorry to learn that Fafali had passed away. He was such a calm and dignified person. Please pass on my condolences to his wife and family (and to the rest of
the Voz di Paz team)
Monique
Quelle triste nouvelle. Je présente mes condoléances à sa famille et à toute la famille de
Voz di Paz et aussi la famille Interpeace. Les mots me manque devant cette triste nouvelle.
Que son âme repose en Paix et que la terre lui soit légère.
Ses interventions sur RFI vont nous manquer.
Sincères condoléances
Edem, Comlan
Quelle triste nouvelle! La disparition de Fafali est une immense perte pour nous tous.
Je n’aurai malheureusement pas eu le temps de le rencontrer, ni de travailler avec lui.
Je garderai néanmoins de lui, tous les éloges que j’ai pu entendre, à savoir qu’il était
quelqu’un de très brillant, subtile, mais en même temps, d’une grande humilité, un infatigable apôtre de la paix.
En ces moments de grande tristesse, je me joins à toi pour présenter mes condoléances
à sa famille et à tous nos collègues de Voz di Paz qui, j’en suis persuadé, trouveront
en eux, les ressources indispensables pour poursuivre l’œuvre entreprise ensemble avec
ce grand homme.
Sina
La disparition de Fafali est une énorme perte et nous remplit avec grande tristesse. Il
était une source inépuisable d’inspiration, de positivisme, d’humour et de sagesse, et il
continuera de vivre ainsi dans nos coeurs.
Nos pensées sont avec vous tous, sa famille et ses proches.
Que Fafali repose en paix
ECO da Voz di Paz
Boletim Informativo
Anne
Chère équipe de Voz di Paz,
C’est avec une immense tristesse et une profonde émotion que nous avons été informés
de la disparation de Fafali en ce jour.
Son humilité, sa tolérance, sens de l’humour et son vif esprit resteront une source
d’inspiration pour tous ceux qui le connaissaient et travaillaient avec lui. Ce qui m’a de
suite frappé chez Fafali était la passion avec laquelle il était engagé en Guinée-Bissau et
pour la paix et comment bien informé, articulé mais aussi ingénieusement subtile il pouvait être sur sa lecture des dynamiques et les développements socio-politiques complexes
du pays. Sa disparition représente une perte inestimable pour non seulement Voz di Paz
et la famille d’Interpeace avec qui il a été tellement engagé, mais également la Guinée
Bissau tout entière, qui perd aujourd’hui un de ces plus fervents et engagés citoyens.
Alors que nous pleurons sa perte, sa mémoire continuera de vivre dans nos cœurs.
Toutes nos pensées sont auprès de vous, de sa famille et de la Guinée Bissau.
Scott
Dear colleagues,
It is with the greatest sadness that I must inform you that our dear colleague and friend
Flavien “Fafali” Koudawo passed away this evening.
To all those who had the chance to work with him, Fafali was an inspiring person and
a true peacebuilder, full of wisdom, and humility. His impressive intellect and eloquence
helped others understand the complex challenges that Guinea-Bissau continues to face.
His regular radio program made him a celebrity at the local level all around the country
and a reassuring voice of peace. In so many ways, he and his colleagues were truly
Voz di Paz.
And to that grim, coup-afflicted and often frustrating country, Fafali brought a sense of
humor that charmed us all into keeping his faith that things could change and - with
enough effort and determination - would change for the better. While a citizen of Togo,
Fafali had long ago made Guinea-Bissau his adoptive country. He wouldn’t want us to
give up on it now.
I will miss him very, very much. He was a special person and his death will leave a
hole in our hearts and in the Interpeace family.
ECO
da
Voz di Paz
Boletim Informativo
JORNAL “O DEMOCRATA”
Editorial: ADEUS PROFESSOR DOUTOR KOUDAWO!
6 de fevereiro de 2015
A morte é, sinceramente, é um enigma. Enquanto peregrinos na terra, seguramente nunca descobriremos
a resposta a este mistério fatal. A filosofia humana já tentou várias interpretações sobre a relação entre
a vida e a morte, a correlação entre viver e morrer… a verdade é que como homens somos sempre
surpreendidos com interrupções inesperadas que a vida provoca através da sua sentença máxima – a morte.
Seja como for, a morte associada à incerteza que a involve, não deixa de ser um rico ensinamento que
permanentemente retrata a nossa condição de interinidade por este “vale de lágrimas”. Fafali Koudawo, durante a tua trajetória terrena soubeste incarnar os valores de humanismo, humildade, solidariedade e saber,
apesar de numerosos obstáculos que inundam esta sociedade guiada pelo culto de prazeres e de egoísmo.
O teu desaparecimento físico em 23 de Janeiro, à semelhança do último espisódio do
líder Amilcar Cabral em 20 de Janeiro 1973, provocou choque, tristeza e frustrações. No
ar, pairam hoje incertezas dos seus discíplos, quanto ao futuro sem o mestre pedagogo.
Fafali, para esta viagem quão precipitada, deixaste um enorme vazio no caminho da construção do nosso
progresso colectivo através do domínio da ciência, a segunda religião que consumiu a maior parte do
teu tempo cá na terra. Acreditaste desde sempre que era possível formar localmente quadros na base
da realidade social, cultural do país. A Universidade Colinas de Boé é, hoje, apesar de vários desafios
que ainda enfrenta, símbolo do sucesso e prova de que eras um homem de convicções enraizadas.
Fafali, investigador apaixonado e voluntário, foste um grande intérprete da célebre frase de
um dos mais brilhantes pensadores africanos de todos os tempos, o senegalês, Cheik Anta
Diop, quando dizia que “A nossa intelectualidade não serve para nada se não formos capazes de colocâ-la ao serviço do bem-estar da comunidade”. Fafali foste um intelectual engajado
e construtor determinado da cidadania, como ingrediente essencial da emancipação completa
dos povos africanos. Soubeste conciliar o rigor no trabalho e o amor aos teus conterrâneos.
Uma mágna obra que se traduziu em várias acções de educação cívica na Voz di Paz através da linda
parceria com a Rádio Sol Mansi na qual ficará para sempre recordada a voz do sonhador Koudawo.
Visionário e arquiteto da revolução pacífica cultural na Guiné-Bissau e em África através da apropriação sem preconceito nem medo das vantagens da Ciência.
Nos últimos anos, Fafali tornaste no expoente incontornável na procura da paz, estabilidade
através de diagnóstico científico profundo assente numa abordagem participativa inclusiva. Percorreste todos os cantos da Guiné-Bissau na busca de respostas às variadíssimas equações
que o presente nos impõem. Durante todo o percurso, foste sempre um homem optimista ao
futuro radioso para a Guiné-Bissau e para os Guineenses ao lado dos seus irmãos africanos.
Adeus Professor Doutor, mestre da simplicidade e perigrino incansável da causa comum. O teu apreço aos ideais
africanistas não morrerá nunca, pois no chão onde doravante descansa existem seivas para dar vida a obra
que iniciaste. Os teus seguidores terão a força suficiente para continuar o combate até a vitória final. Adeus!
Por: Redação
ECO da Voz di Paz
Boletim Informativo
Mais testemunhos:
EPIFANIO MANGO
28/01/2015 at 11:32
O Prof. Dr. Fafali KOUDAWO é uma perda inesquecivel para os guineenses e em particular para os estudantes e investigadores. Devido à sua
contribuição ao longo dos anos, no que diz respeito a Educação, Investigação cientifica e muito mais. Que a sua alma descanse em PAZ!!!!!!!!!!!!!
ANTONIO ABIPINTE TE
01/02/2015 at 00:41
Surpreendido com a morte deste grande intelectual,
o professor Fafali. Se ele não
estivesse morto daqui a 5 anos ia acontecer algo de
muito bom. Que Deus escolha outros homens na
Guiné como Fafali.
LIDELZITO JOSE QUADE
24/01/2015 at 10:47
O senhor Fafali Koudawo é um super-homem para nós, independentemente de ser o Reitor, Professor da nossa Universidade. Ele é super inteligente, e como dizem os mais
velhos, quando desaparece uma pessoa deste género, é
como se o conhecimento se perdesse para nós. Porque
aquilo que nos ensinou não é nada tendo em conta o que
restava para ensinar-nos ainda…
Descanse em paz.
JOSIANE TAVARES
24/01/2015 at 01:41
É com grande tristeza e dor, neste
momento que os guineeses
perdem uma biblioteca, que é
o Professor Dr. Fafali... que a sua
alma descanse em paz.
ADÃO OPÉNHY GOMES
29/01/2015 at 13:30
Descanse em paz saudoso Reitor!! Como foi bom ter aprendido com você enquanto nosso professor, guia, enfim, foi uma
grande oportunidade!! choramos pelo seu desaparecimento
físico e alegramo-nos pela continuidade da sua obra!!!
ISNA GABRIEL SIA
24/01/2015 at 14:06
Meus pêsames…É uma perda irreparável tanto
para os guineenses como para os togoleses…
Convém que façamos dele um exemplo…
Minhas condolências à família enlutada…
ECO
da
Voz di Paz
Boletim Informativo
EUSÉBIO DJÚ
24/01/2015 at 04:32
Quando eu conheci Prof. Dr. Fafali Koudawo fiquei encantado com a sua explanação. Isso
foi durante o período da auscultação da “Voz de paz” na Guiné- Bissau. Eu era seminarista
franciscano e passei a olhá-lo como uma pessoa de referência no âmbito da luta pelo
bem-estar do povo guineense. Depois desse encontro que tivemos nunca mais conseguimos falar, só ouvia-lhe falar pelas rádios, caso da “rádio sol mansi” (Guiné-Bissau).
Eu recebi a notícia do seu falecimento, parei durante duas horas de tempo olhando para
céu e desacreditei na notícia.
As lágrimas estão chovendo, o batimento do meu coração aumenta cada vez mais e o
peso da vida acadêmica entra nos entraves. Afirmo que a Guiné-Bissau está de luto, por
causa do falecimento do seu prezado filho, prof. Dr. Fafali Koudawo.
As minhas condolências à família guineense que está de luto, e em particular, aos seus
familiares de Togo. Que Deus lhe conceda uma glória eterna e que a sua alma descanse
em paz!
DESEJADO JOSE MENDES
30/01/2015 at 09:35
O Prof. Dr. Fafali Koudawo faleceu, e eu, na qualidade de estudante da universidade Colinas de Boé, lamento a nossa perda,
e essa perda é irrecuperavel… que Deus lhe receba.
Esmael Abdou Manafá
Clube De Ouvintes Da Rádio Jovem Bissau.
Morreu o Doutor FAFALI KOUDAWO. Foi um símbolo da luta pela paz definitiva na Guiné-Bissau.
Alguns o consideram como uma "prenda" que Deus deu à Guiné, atendendo ao seu inestimável
contributo para o desenvolvimento cultural e científico do nosso país.
Era casado com uma cidadã guineense, Katia Horta e pai de cinco filhos.
Deixe a sua mensagem, pois este senhor merece e muito mais. Passou todos esses anos a lutar
arduamente em prol da Guiné.
Que_Deus_lhe_acompanhe.
AD Colbert
23/1 às 19:11
Rezamos todos para que a sua alma descanse em paz...
Um homem como FK, é como uma agulha no palheiro...
Portanto, rendemo-lo uma justa e merecida homenagem e...
Sobretudo, sejamos honestos e tenhamos coragem de reconhecer o valor e
as contribuições inumeráveis que este "cidadão do mundo" tem representado
para a Guiné-Bissau em particular e a África em geral...
R.I.P. my "uncfather"....
AD