Livreto - Portal IAP

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PROCLAMANDO
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SUMÁRIO
Apresentação..........................................................................................3
1 de agosto • SERMÃO 1
O SENHOR QUE TRAZ CURA ...............................................................6
8 de agosto • SERMÃO 2
O SENHOR QUE TRAZ PÃO ................................................................ 15
15 de agosto • SERMÃO 3
O SENHOR QUE TRAZ PAZ ................................................................ 22
22 de agosto • SERMÃO 4
O SENHOR QUE TRAZ LUZ................................................................. 29
29 de agosto • SERMÃO 5
O SENHOR QUE TRAZ VIDA............................................................... 36
ESTUDOS PARA PEQUENOS GRUPOS ........................................... 43
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É proibida a reprodução parcial ou total sem autorização
da Igreja Adventista da Promessa.
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ
Diretor
Conselho Editorial
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Alan Pereira Rocha
José Lima de Farias Filho
Hermes Pereira Brito
Magno Batista da Silva
Osmar Pedro da Silva
Otoniel Alves de Oliveira
Gilberto Fernandes Coelho
João Leonardo Júnior
IMPRESSÃO
Gráfica e Editora A Voz do Cenáculo
Rua Dr. Afonso Vergueiro, nº 12 – Vila Maria
São Paulo – SP – CEP 02116-000
Fone: (11) 2955-5141 – Fax: (11) 2955-6120
Revisão de textos: Eudoxiana Canto Melo
Capa e editoração: Farol Editora
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APRESENTAÇÃO
Pasmadas, surpresas, impressionadas. Assim ficaram as
pessoas, ao verem Jesus Cristo, o Filho de Deus, realizar milagres, sinais e prodígios. Não, não se tratava de ilusionismo,
mágica ou truque. As multidões ficavam estupefatas porque
Jesus manifestava o majestoso poder de Deus. O escritor sagrado Lucas garante que todos pasmavam da majestade de
Deus. E, maravilhando-se todos de todas as coisas que Jesus
fazia (9:43). Por sua vez, o profeta Isaías garante que Deus faz
coisas espantosas por causa da grandeza das suas forças, e
porquanto é forte em poder (40:26).
Esse grandioso poder foi manifestado de forma jamais vista
na Terra, quando Deus assumiu a forma humana, por meio de
seu Filho, que, vivendo entre os homens, pôde perceber, ouvir, ver, sentir as necessidades humanas, e, assim, demonstrar
seu amor e sua salvação, por meio de sua pregação, seu ensino
(cf. Mc 1:21-27), sua vida, sua morte e sua ressurreição, mas,
também, por incríveis milagres. Como prova disso, o evangelista
Mateus relata que Jesus viu uma grande multidão, e possuído de
íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos. (14:14)
Os milagres, sinais e prodígios realizados por Jesus visam
comunicar ao mundo que ele é o enviado de Deus, o Messias,
e que, por isso, é o único que tem autoridade para salvar os
pecadores deste mundo. Ao ser perguntado sobre sua missão,
o próprio Jesus respondeu: ... eu tenho maior testemunho do
que o de João; porque as obras que o Pai me deu para realizar,
as mesmas obras que eu faço, testificam de mim, que o Pai me
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enviou (Jo 5:36). Tão marcante são os atos do enviado de Deus
que o apóstolo Pedro faz esta afirmação: Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e
sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos
bem sabeis (At 2:22).
Os milagres, os sinais e os prodígios realizados por Jesus visam, também, comunicar ao mundo que ele é Senhor de tudo
e de todos, como afirma Pedro:
A palavra que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz
por Jesus Cristo (este é o Senhor de todos); esta palavra, vós bem
sabeis, veio por toda a Judéia, começando pela Galiléia, depois
do batismo que João pregou; como Deus ungiu a Jesus de Nazaré
com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e
curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele.
(At 10:36-38).
É esse foco (de Jesus como Senhor de tudo e de todos) que
o Espírito Santo quer dar aos adventistas da promessa, nesta
última campanha de oração do mês de agosto do atual exercício administrativo da IAP. Com o tema ELE É O SENHOR: o
Senhorio de Jesus com base no Evangelho de João, apresentamos às igrejas locais cinco pregações que tratam sobre o grande poder que o Filho de Deus tem e o que ele quer trazer para
nós, seu povo, ao realizar milagres, prodígios e sinais entre nós,
a saber: Jesus quer nos dar cura, pão, paz, luz e vida.
Trata-se de mais um serviço espiritual que Deus dá à sua
igreja, por meio dos irmãos que militam no DEC – Departamento de Educação Cristã da IAP –, a quem manifestamos
nossa sincera gratidão, ao mesmo tempo que rogamos a Deus
que os retribua com bênçãos sem medidas.
Orientamos a todos os pastores, missionários (as) e obreiros (as) que se esmerem em entregar este alimento espiritual
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às ovelhas de Cristo que estão sob sua responsabilidade. Assim dizemos porque temos inteira confiança de que o Espírito
Santo vai usar essas mensagens e os mensageiros como instrumentos dele, para manifestar aos santos muitos milagres, prodígios, sinais e maravilhas, pois Jesus Cristo é o mesmo, ontem,
e hoje, e eternamente. (Hb 13:8)
A ele, toda honra e glória!
Pr. José Lima de Farias Filho
Presidente da Convenção Geral da IAP
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1 DE AGOSTO
SERMÃO 1
O SENHOR QUE TRAZ CURA
INTRODUÇÃO: Que a paz de Jesus esteja com você! Abra
a sua Bíblia, por gentileza, em João capítulo 4, do versículo 46
até o 54. Este é o texto-base para este sermão. Assim está escrito na versão Almeida Revista e Atualizada (ARA):
Foi, então, outra vez a Caná da Galileia, onde da água fizera vinho. Ora, havia um oficial do rei, cujo filho estava enfermo em Cafarnaum. Quando ele soube que Jesus tinha vindo da Judeia para
a Galileia, foi ter com ele, e lhe rogou que descesse e lhe curasse
o filho; pois estava à morte. Então Jesus lhe disse: Se não virdes
sinais e prodígios, de modo algum crereis. Rogou-lhe o oficial: Senhor, desce antes que meu filho morra. Respondeu-lhe Jesus: Vai,
o teu filho vive. E o homem creu na palavra que Jesus lhe dissera,
e partiu. Quando ele já ia descendo, saíram-lhe ao encontro os
seus servos, e lhe disseram que seu filho vivia. Perguntou-lhes,
pois, a que hora começara a melhorar; ao que lhe disseram: Ontem à hora sétima a febre o deixou. Reconheceu, pois, o pai ser
aquela hora a mesma em que Jesus lhe dissera: O teu filho vive;
e creu ele e toda a sua casa. Foi esta a segunda vez que Jesus, ao
voltar da Judeia para a Galileia, ali operou sinal.
Estamos iniciando mais uma série do já tradicional “Projeto de Oração do mês de Agosto”, nas igrejas adventistas da
promessa; desta vez, com o título “Ele é o Senhor: o senhorio
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de Jesus nos milagres do evangelho de João”. Dos inúmeros
milagres realizados por Jesus, durante seu ministério terreno, o apóstolo João escolheu sete para relatar com detalhes,
no evangelho que leva seu nome. Eles não foram escolhidos
aleatoriamente, mas propositalmente. Cada milagre trata
de alguma área do poder de Jesus e apresenta seu senhorio sobre diferentes situações. Dos sete, selecionamos cinco,
sobre os quais refletiremos nestes cinco sábados do mês de
agosto de 2015.
Neste primeiro sábado, trataremos sobre o segundo dos
sete sinais destacados por João. Trata-se da cura do filho de um
oficial do rei (Jo4:46-54). É possível que o rei em questão seja o
tetrarca da Galiléia, Herodes Antipas. Provavelmente, o oficial
era um membro de sua corte e ocupava alguma posição em Cafarnaum. Era um homem rico e bem sucedido; afinal de contas,
o texto diz que ele possuía uma casa e alguns “servos”. Todavia, todo o seu dinheiro e prestigio não foram suficientes para
ajudar seu filho, que ficara enfermo e piorara de modo grave,
encaminhando-se para a morte. Nesta situação de desespero,
o oficial vai até Caná da Galiléia, onde estava Jesus, numa última tentativa desesperada de fazer algo pelo filho moribundo.
De acordo com essa história, aprendemos que, se Jesus quiser curar, nem mesmo a distância é um empecilho para ele agir.
Neste texto, temos três detalhes sobre a forma de Jesus agir
que merecem ser considerados.
1. O SENHOR QUE TRAZ CURA AGE DE MODO GRACIOSO
Você já ouviu pessoas dizerem que Deus só age se você tiver fé suficiente? Pois bem, na história em questão, Jesus agiu
na vida do oficial, a despeito de sua fé fraca e imperfeita. Fica
muito claro, pela narrativa do evangelho, que o oficial foi até
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Cristo por causa do desespero da situação, não por quem Jesus é. O trecho em questão mostra que Jesus foi bem recebido
pelos galileus porque estes tinham visto os sinais que fizera em
Jerusalém por ocasião da festa da Páscoa; pois também eles tinham ido à festa (Jo 4:45). Os galileus estão entre aqueles que
ficaram impressionados com o poder de Jesus em Jerusalém
e que creram no seu nome (cf. 2:23). Contudo, Jesus não se
iludiu com essa suposta “crença” (cf. 2:24). A fé dos galileus era
superficial, pois eles não haviam entendido o significado mais
profundo dos sinais.
Quando o oficial do rei “ouviu” que Jesus foi novamente para Caná da Galiléia (4:46), onde já havia feito um sinal
(cf. 2:11), dirigiu-se até ele (4:47). Quais as suas motivações?
Talvez, a mesma dos galileus, pois sabia dos sinais que Jesus
realizava e estava precisando de um. Jesus estava sendo procurado como o “milagreiro que precisa ajudar na aflição da
enfermidade, como os benzedeiros”.1 Aquele homem era um
peculiar representante dos galileus e de sua fé superficial. Por
isso, diante do pedido em favor da cura do seu filho, o homem
ouve: Se não contemplardes sinais e prodígios jamais crereis
(v.48). Uma resposta dura para um pai desesperado, mas necessária naquela ocasião.
Como Jesus poderia saber das motivações mais profundas e
secretas daquele oficial? Porque ele sabe tudo! Frente à fé superficial demonstrada em Jerusalém, João nos conta que Jesus
conhecia a todos; não necessitava de informações sobre ninguém, pois sabia o que há dentro do homem (2:25). Jesus também sabia o que havia dentro daquele homem. E, por saber,
além de realizar a cura, desejou que o oficial conseguisse vê-lo
como o Messias, como alguém capaz de curar as doenças mais
1. Boor (2002:120).
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profundas da alma, não como alguém interessado em simplesmente curar o corpo de modo miraculoso. Jesus queria que ele
deixasse o patamar de uma fé superficial para uma fé robusta
e genuína. E isso aconteceu! De uma simples fé no poder miraculoso, ele partiu para uma fé nas palavras de Jesus (4:50) e
terminou com uma fé na pessoa de Cristo (4:53).2
Você pode estar se perguntando: Mas se Jesus sabia que
a fé daquele homem, assim como a dos galileus, era fundamentalmente defeituosa, como ele ainda pôde agir? Por que o
ajudou? Por causa da sua compaixão, frente à dor daquele pai
desesperado. Por causa de sua graça. Ele é assim! O homem
recebeu o que queria por pura graça! Graças a Deus! Diante
desses fatos, gostaria de lhe desafiar a algumas reflexões. Saiba: Jesus é o Senhor da cura, mas você não deve procurá-lo
simplesmente por causa disso. Não seja um caçador de milagres. Não seja alguém que busca espetáculo. Contudo, pode
ser que, mesmo procurando-o por motivos errados, por causa
de sua compaixão, ele o atenda, na expectativa de que você
consiga ver o Deus verdadeiro que o ama, além do milagre.
Louvemos o Deus perfeito, que cura, a despeito de uma fé defeituosa! Louvemos seu nome, por sua compaixão, e peçamos
a ele, hoje, que nos ajude a subir os degraus da fé, rumo a uma
fé genuína!
2. O SENHOR QUE TRAZ CURA AGE DE MODO PODEROSO
Além de agir de modo gracioso, Jesus age de modo poderoso. Conforme mencionamos na introdução, os sete milagres
que João escolheu para colocar em seu evangelho tratam de
alguma área do poder de Jesus e apresentam seu senhorio so2. Hendriksen (2004:248).
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bre diferentes situações. O oficial do rei testemunhou algo sobre esse magnífico poder. Porque ouviu falar dos sinais dele,
aquele homem de prestígio na sociedade o procurou. Em alguma medida, é certo que ele acreditava que Jesus poderia
fazer algo pelo seu filho. Contudo, seu pedido apresenta uma
premissa errada sobre o magnífico poder de Jesus, que ele
logo abandonaria.
O oficial do rei dirigiu-se a Jesus e rogou-lhe que fosse e
curasse seu filho, que estava à beira da morte (4:47). Ele viajou de Cafarnaum (cidade onde morava) até Caná da Galiléia
(onde estava Jesus) para fazer tal solicitação. Estamos nos referindo a uma distancia de, aproximadamente, 30km. O erro no
entendimento daquele pai era que, para realizar a cura, Jesus
teria de percorrer tal distância. Para o oficial, era preciso que
Jesus estivesse diante do enfermo para que pudesse curá-lo.
Entretanto, como ficaria provado no desenrolar da história, a
distância não é problema para Jesus, que lhe disse: Vai, o teu
filho viverá (4:50a).
Frente a essa palavra de Jesus, o oficial tinha duas opções.3
Primeira: ele poderia afastar-se, decepcionado, de um homem
que só tinha palavras e que não queria acompanhá-lo até Cafarnaum; segunda: ele poderia agarrar com fé aquelas palavras,
mesmo sem ver o sinal realizado. Por enquanto, o que ele tinha
eram palavras. Ele estava sendo desafiado a deixar de lado a
fé que exige sinais e prodígios e crer exclusivamente naquelas
palavras, e, assim, confiar na própria pessoa que as proferia,
mesmo que esta não o acompanhasse até a casa, conforme
ele desejava. A segunda opção era o que Jesus desejava: que
o homem cresse nele e em suas palavras. Será que ele creria
ou será que pediria provas, antes de iniciar a viagem de volta,
3. Boor, op. cit., p.121.
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sem Jesus? O que o texto diz? O homem creu na palavra que
Jesus lhe dissera (v.50b). Ele estava a caminho de uma fé mais
elevada e genuína.
Na continuação da história, somos informados de que o filho do oficial foi curado, exatamente naquela mesma hora em
que Jesus pronunciou as palavras: Vai, o teu filho viverá. O que
isso nos mostra? Que ele é capaz de trazer cura. Ele é Senhor
sobre as doenças. Se ele quiser, mesmo alguém à beira da morte pode ser curado. E mais: nem a distância é um empecilho
para Jesus. Ele tem poder sobre o espaço; domina o espaço;
é Senhor sobre a doença, a despeito das distâncias. Seu poder
magnífico ficou demonstrado nessa história. Você acredita nisso? Crê que ele pode, se quiser, curar toda e qualquer doença,
de modo milagroso? Crê que nem a distância pode impedi-lo
de realizar um milagre? Creia! Louvemos a Deus por seu imenso poder! Creiamos nele e dependamos dele, diante de situações aflitivas!
3. O SENHOR QUE TRAZ CURA AGE DE MODO PROPOSITAL
Além de agir de modo gracioso e poderoso, Jesus age de
modo proposital. Observemos a exatidão do relato. A que horas ele disse ao pai: Vai, o teu filho viverá? Às sete horas (Jo
4:52-53). João está utilizando a contagem de tempo romana,
em seu evangelho, não a judaica. Quando Jesus disse essas palavras, eram, então, sete horas da noite. Daí, podemos entender por que o texto diz que só “no outro dia” o pai encontrou-se com os seus servos, no meio do caminho para casa. Mesmo
sendo curta a distância entre Caná e Cafarnaum – aproximadamente, 30Km, pressupondo-se que um “oficial do rei” estivesse numa carruagem –, seria muito complicado ir naquele dia
para casa. A maior parte da viagem tinha de ser feita pela zona
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rural montanhosa e levaria de seis a sete horas.4 Sendo assim,
era perigoso viajar à noite. Nem o oficial, nem os seus servos a
fizeram, apesar de desejarem realizá-la imediatamente.
Aquele pai teve uma noite toda para refletir sobre sua conversa com Jesus e sobre a palavra que ouviu dele. No outro dia,
quando se dirigia para casa e encontrou com os seus servos
que vinham a seu encontro, perguntou a que hora o filho havia
melhorado e descobriu ter sido à hora exata em que Jesus afirmara: Vai, teu filho viverá (4:53). Esse fato/sinal transformou a
vida daquele homem. Estava claro, agora, ainda mais, que ele
não estivera diante de um ser humano comum. Só poderia ser
o Cristo, o Messias! Além de crer que Jesus era o Cristo, o Filho de Deus, compartilhou isso com sua família. Todos naquela
casa creram pessoalmente em Jesus e o reconheceram como
enviado de Deus.5 Ele se aproximara de Jesus porque ouvira
falar do seu poder e crera na sua palavra, mesmo antes de ver
o sinal. Diante da concretização deste, enxergou a mensagem
mais profunda: o autor do sinal.
Assim João conclui a narrativa deste trecho: Este foi o segundo sinal que Jesus fez (4:54). Acertadamente, ele chama esse
milagre de “sinal”. Esta palavra está em todo o seu evangelho:
aparece quase 20 vezes. João usa a palavra grega semeion, que
diz respeito a uma marca com uma mensagem ou significado.
Esses “sinais” têm como propósito indicar o poder, a presença
e o caráter daquele que está por trás deles. O apóstolo afirma que foram registrados para que possais crer que Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus (20:31). Seu objetivo era revelar o poder do autor desses sinais. Através deles, João queria que seus
leitores identificassem Jesus não como um mero realizador de
milagres, mas como Senhor e Deus. Jesus realizou sinais com
4. Hendriksen, op. cit., p. 246.
5. Bruce (1987:112).
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propósitos claros, e João os registrou com propósitos claros.
Leia o evangelho e você verá que nem sempre esse propósito
foi alcançado: as pessoas nem sempre creram em Jesus. Mas
houve ocasiões em que o objetivo do sinal foi alcançado, como
no caso do oficial do rei.
O oficial entendeu que Jesus era o Filho de Deus, o Salvador do mundo. Sua fé consolidou-se através do desenrolar
dos fatos. Aprendamos com este sinal! Jesus é Senhor sobre
a doença. Nem mesmo a distância é um empecilho para ele.
Creiamos nisso! Creiamos que, se quiser, ele pode curar, hoje,
aqueles que precisam de uma cura. Contudo, não esqueçamos
o seu propósito: revelar-nos ainda mais a sua glória e mostrar-nos seu amor e sua compaixão. Seus milagres revelam-nos seu
grande amor e devem levar-nos a adorá-lo, a desenvolver um
compromisso sério com ele, a compartilhar nosso amor por ele
com outras pessoas. Ele age de maneira propositalmente visível. Não deixe escapar por entre os dedos as lições objetivas
dos sinais de Jesus para nós.
CONCLUSÃO: Uma verdade ficou bem clara no sermão de
hoje, à luz do trecho estudado: Jesus é o Senhor que traz cura,
e nem mesmo a distância é um empecilho para ele agir. Por
isso, se você precisa da cura de uma enfermidade, e ele não
lhe responder positivamente, com toda certeza, não é por falta
de poder. Ele é o Senhor! Mas, por razões que nem sempre
explica, às vezes decide não curar, mesmo diante dos nossos
apelos. E isso não significa falta fé da nossa parte ou falta de
amor e compaixão da parte dele. Ele é soberano. Se, por um
lado, seus milagres são usados de modo proposital para nos
revelar seu caráter e seu poder, às vezes seu silêncio também
o é. Continuemos crendo e confiando nele, com ou sem a cura.
Agarremo-nos à promessa de que um dia não teremos mais
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de experimentar a realidade das doenças e não precisaremos
mais de cura. Jesus já nos garantiu que isso acontecerá!
Pode ser que, neste dia, você esteja como aquele pai, que, a
despeito de sua posição social e seu dinheiro, via seu filho morrer, sem poder fazer nada. Pode ser que você esteja precisando
de uma cura. O Senhor que traz cura pode curá-lo. Aproxime-se dele de maneira correta, crendo no seu agir gracioso, crendo no seu agir poderoso! Quem sabe, ele vai revelar-lhe ainda
mais sua glória, operando de maneira miraculosa em sua vida!
Se isso acontecer, não se esqueça de cair aos seus pés, agradecido. Ele é o Senhor, o Cristo, o Filho de Deus! Creia em seu
poder, em sua palavra e, principalmente, em sua pessoa!
BIBLIOGRAFIA
BOOR, Werner. Evangelho de João I: Comentário Esperança.
Tradução de Werner Fuchs. Curitiba: Esperança, 2002.
BRUCE, F. F. O Evangelho de João: introdução e comentário.
Tradução de Hans Udo Fuchs. São Paulo: Vida Nova e Mundo
Cristão, 1987.
HENDRIKSEN, William. O Evangelho de João. Tradução de Elias
Dantas e Neuza Batista. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
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8 DE AGOSTO
SERMÃO 2
O SENHOR QUE TRAZ PÃO
INTRODUÇÃO: Que a paz do Senhor Jesus seja com vocês.
Por gentileza, abra a sua Bíblia no Evangelho Segundo João, capítulo 6, versículos 10 a 12. Na Bíblia Almeida Revista e atualizada, está escrito assim:
Disse Jesus: Fazei o povo assentar-se; pois havia naquele lugar
muita relva. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil. Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças,
distribuiu-os entre eles; e também igualmente os peixes, quanto
queriam. E, quando já estavam fartos, disse Jesus aos seus discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca.
Hoje, daremos continuidade à série de sermões do mês de
agosto, cujo tema é: Ele é o Senhor!: o senhorio de Jesus nos
milagres do Evangelho de João. O episódio de que trataremos
neste sermão é o milagre da multiplicação de pães e peixes.
Com base em mais esse incrível milagre de Cristo, trataremos,
no sermão de hoje, sobre O Senhor que traz pão. Este título
nos faz refletir sobre duas realidades opostas, mas que, ao
mesmo tempo, se complementam.
A primeira dessas realidades é a necessidade humana de
Jesus. Somos carentes da intervenção divina, desde o momento de nossa concepção. Precisamos da sua ajuda em todos os
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aspectos de nossa vida. O salmista admite: A minha alma tem
sede de Deus, do Deus vivo (Sl 42:2a). A segunda realidade a
considerar é o cuidado de Jesus com a humanidade. Não estamos sozinhos no mundo, abandonados à própria sorte. O Jesus
criador é, também, mantenedor de todas as coisas (Cl 1:17).
Jesus, o Senhor que traz pão, é aquele que tem poder para
nos suprir com métodos extraordinários. Pelo menos, três desses métodos podem ser percebidos no texto de João 6:1-14.
Vejamos o primeiro deles.
1. O SENHOR QUE TRAZ PÃO SUPRE-NOS COM
SUA PRONTIDÃO
Jesus e seus discípulos atravessaram o mar da Galileia (Jo
6:1) e foram a um lugar deserto, nas redondezas de uma cidade
chamada Betsaida (Lc 9:10). Essa viagem tinha objetivos: descanso e reflexão. Os discípulos haviam acabado de retornar de
uma viagem missionária; estavam “fisicamente exaustos”; precisavam descansar: Não tinham tempo nem de comer (Mc 6:31);
além disso, haviam acabado de receber a terrível notícia da
morte de João Batista e estavam “emocionalmente abalados”
(Mt 14:12). Era um dia triste, tanto para eles quanto para Jesus.
Quando chegaram ao outro lado do mar, para o merecido
momento de descanso e meditação, foram surpreendidos.
Uma grande multidão os havia seguido (Jo 6:2), e o que é pior:
seguia de maneira superficial.1 A maioria das pessoas havia
sido atraída para ali, não por querer compromisso, mas por ter
visto os sinais miraculosos que ele [Jesus] operava (Jo 6:2).
O que fazer, diante dessa situação? Hostilizar a multidão e
dispensá-la? Motivos para isso não faltavam aos discípulos e a
1. Bruce (1987:130).
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Jesus. Aliás, os discípulos chegaram a sugerir: Manda embora
o povo (Mc 6:36). Será que a intenção deles era correta? Jesus
mostrou que não. Em vez de se irritar e mandá-la embora, o
Mestre se mostrou pronto a atender os anseios da multidão.
Às pessoas, mostrou compaixão e passou a ensinar-lhes muitas
coisas (Mc 6:34). Além disso, curou os seus enfermos (Mt 14:14).
Cristo acabara de ensinar aos seus discípulos o quão importante
é o princípio da prontidão. Esta faz parte da missão do cristão
na Terra. É preciso prontidão para levantar os caídos, consolar
os aflitos, libertar os encarcerados, alimentar os famintos.
Para vivermos em prontidão, precisamos desvencilhar-nos
do egoísmo. Cristo precisava descansar física e mentalmente,
mas considerou acima da sua a necessidade dos outros. Não
importa se a pessoa carente não quer compromisso: estejamos
prontos a socorrê-la. E mais: os nossos problemas não podem
limitar a nossa ação ajudadora. Por meio de nossa prontidão,
Cristo abençoa vidas. Ele é o nosso ombro amigo; pode e quer
nos ouvir. Ele pode suprir nossas necessidades materiais e espirituais. Podemos contar com ele. Por isso, lancemos sobre ele
as nossas ansiedades, porque ele tem cuidado de nós (1 Pd 5:7).
Jesus, o Senhor que traz pão, supre-nos com a sua prontidão. Esse é o primeiro método analisado. Vejamos o segundo:
2. O SENHOR QUE TRAZ PÃO SUPRE-NOS COM
SUA PROVISÃO
Cristo se prontificou a suprir as necessidades da multidão.
Porém, algo importante ainda estava por acontecer. A situação era crítica. O dia se findava e o lugar era deserto. Diante
de quase cinco mil homens, famintos e cansados, Jesus toma
uma atitude, a princípio estranha. Erguendo os olhos e vendo
a grande multidão, disse a Felipe: Onde compraremos pão para
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toda essa gente comer? (Jo 6:5). É claro que Jesus sabia o que
fazer. Nenhuma situação pode surpreendê-lo. Ele queria experimentar a fé do discípulo (Jo 6:6a).2
Felipe tinha de aprender a incluir Jesus nos seus planos.
Diante do problema, a primeira coisa que lhe veio à mente foi o
dinheiro: Duzentos denários não comprariam pão suficiente (Jo
6:7). Duzentos denários eram o salário de 200 dias de trabalho!
Eles não tinham esse dinheiro. Mas nem tudo estava perdido.
Com Cristo no comando da situação, sempre há uma saída. No
meio da multidão, havia um rapaz que tinha cinco pães de cevada pequenos e dois peixinhos (Jo 6:9). Mas o que é isso para
tantos? – Questiona André.
Diante de uma situação complicada, tendemos a olhar para
a escassez dos recursos e ignorar o poder Deus. Cuidado: Não
deixemos de crer na provisão do Senhor. O pouco, na mão
dele, é muito. Jesus logo começa agir: Manda o povo assentarse. Então Jesus tomou os pães, deu graças, e repartiu-os com
os que estavam assentados. E fez o mesmo com os peixes (Jo
6:11). O texto paralelo, no Evangelho de Marcos, diz que todos
comeram e se fartaram (Mc 6:42). E não parou por aí: os discípulos recolheram dozes cestos cheios de pedaços dos pães de
cevada, que sobraram aos que haviam comido (Jo 6:13).
Diante da escassez e da impossibilidade lógica, Cristo nos
supre com a sua provisão. Esse episódio foi um exemplo para
Felipe, para André, para toda a multidão presente e para nós,
hoje. Se a tribulação bater a nossa porta, não duvidemos de
Cristo. Não o “prensemos contra a parede”, murmurando de
sua aparente inatividade. Cristo age a seu tempo e, às vezes,
contra a lógica das circunstâncias. Em vez de nos queixarmos
daquilo que não temos, agradeçamos a Deus por aquilo que
2. Pfeiffer & Harrison (1980:192).
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temos. Jesus pode multiplicar esses recursos.3 O episódio da
multiplicação é prova disso.
Jesus, o Senhor que traz pão, supre-nos com a sua prontidão e com a sua provisão. Vejamos, portanto, o terceiro é último método utilizado por Jesus para nos suprir.
3. O SENHOR QUE TRAZ PÃO SUPRE-NOS COM
SUA INSTRUÇÃO
Cristo agiu misericordiosamente, com prontidão e provisão, diante das necessidades da multidão. Isso, porém, não
era tudo. Ainda faltava algo. A multidão ainda precisava aprender uma importante lição. Depois do milagre, a multidão ficou
extasiada, fascinada, maravilhada com o poder de Jesus, que,
sabendo que viriam arrebatá-lo para o fazerem rei, tornou a
retirar-se sozinho (Jo 6:15). Jesus partiu com seus discípulos,
sem avisar a multidão (Jo 6:22). No outro dia, todos saíram à
procura de Jesus (Jo 6:24).
O que motivou essa busca? Cristo observa: O fato é que vocês querem estar comigo porque Eu lhes dei de comer, e não
porque crêem em mim (Jo 6:26 – BV). A motivação da multidão
não era razoável. Ela não buscara Jesus por quem ele era, mas
pelo que ele podia dar. Além do milagre, ela precisava entender que Jesus é o pão da vida (Jo 6:35).
A atitude daquela multidão retrata muito bem o que fazem
as multidões de hoje. Muitos continuam a seguir a Jesus, não
para se comprometer com ele, mas para obter benefícios materiais. Muitos querem saber do “pão nosso de cada dia”, mas
ignoram o “venha o teu reino”. Para esses, as coisas celestiais
são desinteressantes. Mais do que ver os sinais de Jesus, é pre-
3. Wiersbe (2006:399).
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ciso, efetivamente crer nele. Por isso, ele disse: Eu sou o pão da
vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim
jamais terá sede (Jo 6:35).
A partir daquele dia, aquelas pessoas voltaram atrás e já
não andavam mais com ele. Uma minoria, entretanto, entendeu o recado: ... para quem iremos nós? Tu tens as palavras de
vida eterna (Jo 6:68). A instrução de Jesus nos torna cristãos
autênticos, focados não nas delícias da terra, mas nos tesouros
do céu. A instrução de Jesus nos ajuda a ser cristãos convictos.
Sem o conhecimento das palavras de Cristo, muitos começam
a caminhada cristã, mas logo desistem e caem da fé. Todavia,
quem busca a instrução do Mestre, não vacila, porque supre
com a sua instrução. Sabemos em quem temos crido. Temos
a certeza de que Jesus é o Filho de Deus, o Messias há muito
prometido nas Escrituras.
CONCLUSÃO: A resposta dos discípulos frente à pergunta de
Jesus é uma pérola de grande valor, um tesouro da Bíblia Sagrada. Essa resposta traz consigo uma verdade indiscutível: Senhor, para quem iremos nós? (Jo 6:68). Não existe outro caminho. Não há meio termo. Ele é a única saída: Para quem iremos
nós?. É só Jesus! O único capaz de preencher o vazio que existe
dentro de cada ser humano. O único capaz de dar significado
real para a vida. A resposta para os nossos maiores anseios.
Ele nos supre com a sua prontidão. Sim, ele não vira o rosto
para nós. Ainda que não mereçamos, Cristo nos estende a mão
e nos supre com a sua provisão. O necessário para a subsistência não nos faltará. O salmista acredita: O SENHOR é o meu
pastor; nada me faltará (Sl 23:1). Jesus, o Senhor que traz pão,
supre-nos com a sua prontidão, com a sua provisão e com a
sua instrução. Ele nos orienta pelo caminho da retidão. Logo,
não ficaremos perdidos. Não podemos buscar ajuda em outro
lugar. Somente ele tem as palavras de vida eterna. Amém.
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BIBLIOGRAFIA
ALLEN, Clinfton J. (ed.). Comentário Bíblico Broadmam: Novo
Testamento: vol. 9. Rio de Janeiro: JUERP, 1983,
BRUCE, F. F. Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamentos. São Paulo: Vida, 2009.
PFEIFFER, Charles F. & HARRISON, Everett F. Comentário Bíblico
Moody. Vol. 4 (Os Evangelhos e Atos). São Paulo: IBP, 1980.
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico expositivo: Novo Testamento. Santo André: Geográfica, 2006.
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15 DE AGOSTO
SERMÃO 3
O SENHOR QUE TRAZ PAZ
INTRODUÇÃO: Saúdo a todos com a paz do Senhor Jesus.
Por favor, abram as suas Bíblias no Evangelho de João, capítulo
6, versículos 16 a 18. Na Bíblia Almeida Século 21, este texto
está traduzido assim:
Ao cair da tarde, seus discípulos dirigiram-se ao mar, entraram
num barco e iniciaram a travessia em direção a Cafarnaum. Havia
escurecido, e Jesus ainda não fora encontra-los; e o mar estava
agitado por um forte vento.
O sermão de hoje, cujo título é O Senhor que traz paz, baseia-se em João 6:16-21. Neste texto, é narrado pelo apóstolo
João um milagre simplesmente extraordinário realizado por
Jesus. Segundo o relato das Escrituras, o Senhor andou por sobre as águas agitadas do lago da Galiléia, em meio a uma forte
tempestade. Ao lermos o texto, percebemos que os discípulos
que tinham acabado de presenciar o milagre da multiplicação
dos pães “estavam agora sozinhos e experimentavam a escuridão da noite, os ventos, as ondas, a tempestade, a ansiedade
e o perigo”.1
1. Ryle (2000: 71).
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Esta é a cena que João nos apresenta: os discípulos “sozinhos, na escuridão da noite, sendo jogados de um lado para
outro por um grande vento que soprava sobre as águas, e, o
que era pior, Cristo não estava com eles”.2 Mas, como veremos,
Jesus não os desamparou. Ele apareceu caminhando sobre as
águas e lhes deu a paz. Esse milagre mostra-nos que, em meio
às tempestades da vida, devemos confiar em Jesus, pois nele
encontramos paz. Sobre isso, há alguns ensinos reconfortantes
nesse milagre. E o primeiro deles é este:
1. O SENHOR NOS TRAZ PAZ, QUANDO, EM MEIO ÀS
TEMPESTADES DA VIDA, NÓS NOS SENTIMOS ESGOTADOS
João inicia o texto dizendo que, ao cair da tarde, os discípulos de Jesus dirigiram-se ao mar, entraram num barco e iniciaram a travessia em direção a Cafarnaum (Jo 6:16). Eles, certamente, estavam exaustos, depois de atender uma multidão
de, aproximadamente, 15 mil pessoas, contando mulheres e
crianças (Jo 6:10). Imagine, portanto, doze homens extremamente cansados, depois de um dia desgastante de trabalho e
tendo que remar para atravessar um lago. Esse é o retrato dos
discípulos. Eles estavam exaustos, mas obedeceram ao Mestre.
Cansados, começaram a remar.
Para piorar, de repente, um vento forte começou a soprar
e a levantar as ondas do lago (v.18), que se encontra “cerca
de 180 metros abaixo do nível do mar”.3 Exauridos, tiveram de
remar contra as ondas que se erguiam sobre o barco e contra
os fortes ventos que sopravam contra eles. Lemos que os discípulos remaram sofregamente, pelo menos, 5 ou 6 quilômetros,
2. Idem.
3. Carson (2007:276).
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em meio à tempestade, até que Jesus apareceu andando sobre
as águas (v.19).
Assim que ele subiu na embarcação, o vento cessou (Mc
6:51), e, enfim, os discípulos puderam descansar e chegar com
tranquilidade ao outro lado do lago (Jo 6:21). Isso nos ensina
o seguinte: O Senhor nos traz paz, quando, nas tempestades
da vida, nós nos sentimos cansados e exauridos. Afinal, não
são poucas as vezes em que nos encontramos assim como os
discípulos: cansados e exauridos. O esgotamento emocional,
sobretudo, manifesta-se quando estamos casados de lutar com
as crises conjugais, com os problemas familiares, com o estresse no trabalho, com as culpas da consciência, com as angústias
da alma, com as decepções e as frustrações da vida.
Esse texto nos ensina que é exatamente nesses momentos
de exaustão que Jesus aparece para trazer paz ao nosso coração exaurido. É, então, que podemos descansar e repousar.
Quando pensamos que não há mais forças em nós para continuar, ele aparece por entre a tempestade, a fim de renovar
as nossas forças e trazer-nos paz. Quando estamos exaustos e
achamos que não temos mais forças para continuar em nosso
emprego, para terminar a faculdade, para resolver os problemas familiares, para solucionar as crises conjugais, é, então,
que Jesus aparece, em meio à tempestade, dando-nos a chance de repousar em meio à tribulação.
Esse é o primeiro ensino reconfortante que este texto nos
traz. Vejamos agora o segundo:
2. O SENHOR NOS TRAZ A PAZ, QUANDO, EM MEIO ÀS
TEMPESTADES DA VIDA, NÓS NOS SENTIMOS ATRIBULADOS
De acordo com João, enquanto os discípulos estavam no
lago o mar se levantou, porque um grande vento assoprava
(v.18). Marcos, que narra esse mesmo evento, diz que os discí24 | Igreja Adventista da Promessa
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pulos se fatigavam a remar, porque o vento lhes era contrário
(Mc 6:48). O vento soprava muito forte naquela noite. Certamente, essa era uma tempestade fora do comum, pois alguns
dos discípulos (como Pedro, André, Tiago e João), pescadores
muito experientes, que estavam acostumados com as tempestades naquela região, perceberam que se encontravam em sérios apuros.
No entardecer daquele dia, muito provavelmente, correntes de ar frio advindas da região do Monte Hermom desceram
com força e se afunilaram por entre os vales estreitos da Palestina, provocando um grande vendaval. De acordo com Mateus, o barco estava sendo açoitado pelas ondas (Mt 14:24).
Os barcos de pesca da palestina eram relativamente pequenos;
por isso, certamente muita água entrava na embarcação. Não
há dúvida de que os discípulos estavam em grande tribulação.
Você já se imaginou numa situação como essa?
É bem provável que você não tenha passado por uma
situação semelhante; contudo, quantas vezes, assim como os
discípulos, você esteve em sérios apuros! Quantas vezes você
se viu no meio de uma grande tribulação! É provável que muitas. Aliás, é bem possível que, agora mesmo, você esteja se
sentido como os discípulos. Parece que todos os ventos lhe são
contrários, que as ondas estão açoitando com violência o barco da sua vida. O que fazer, nesses momentos? Não perca a fé,
pois é em tais circunstâncias que o Senhor Jesus caminha em
nossa direção para nos trazer a paz.
Esse texto mostra-nos que é justamente nesses momentos
tão difíceis da vida que Jesus aparece para lhe ajudar. Ele sobe
no barco da sua vida; então, os ventos se acalmam e as ondas
se aquietam. Creia nisso! Ele é o Senhor que traz paz.
Vamos ao terceiro ensino desse milagre de Jesus. Você já se
sentiu desamparado?
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3. O SENHOR NOS TRAZ PAZ, QUANDO, EM MEIO ÀS TEMPESTADES DA VIDA, NÓS NOS SENTIMOS DESAMPARADOS
Como vimos, os discípulos estavam cansados, depois de
uma longa jornada de trabalho, e, de repente, se viram no meio
de uma tempestade fora do comum, no lago da Galiléia. Mas
onde estava Jesus? De acordo com o versículo 15, o Mestre
estava em um monte, orando. Os discípulos estavam sozinhos
no meio do vendaval. Jesus já havia acalmado uma tempestade
antes, de acordo com Marcos 4:35-41. Os discípulos poderiam
pensar: Onde está Jesus, quando mais precisamos dele? Seguramente, se estivesse aqui, poderia acalmar este vendaval.
De fato, no texto que estamos lendo, percebemos certa
inquietação, por parte dos discípulos. Leia o que diz João: E,
entrando no barco, passaram o mar em direção a Cafarnaum;
e era já escuro, e ainda Jesus não tinha chegado (v.17). Mateus, por sua vez, detalha com especificidade a hora em que
Jesus apareceu: somente entre as 3 e 6 horas da madrugada
(Mt 14:25). Sendo assim, já era muito tarde; os discípulos já estavam remando contra a fúria do vento há várias horas, e Jesus
ainda não havia chegado. O Mestre estava demorando demais.
Será que ele não estava vendo que eles estavam em apuros?
Será que não viria a tempo de ajudá-los?
É comum, em momentos difíceis como esse, sermos tomados por semelhante inquietação. Sentimo-nos impacientes,
como os discípulos no meio de um vendaval, esperando a ajuda do Senhor; sentimo-nos sós, abandonados, desamparados.
Parece que não temos a quem recorrer, que não há quem possa nos ajudar. A impressão que temos é que estamos em um
beco sem saída. Contudo, esse texto mostra-nos que Senhor
não nos desampara nos momentos de aflição. Aliás, em momento algum. Ele mesmo diz: Nunca te deixarei, jamais te desampararei (Hb 13:5).
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Quando as ondas se levantam e os ventos sopram fortemente, Jesus aparece para nos trazer a paz de que tanto necessitamos. Não estamos sós; não somos nunca desamparados. Mesmo diante das mais terríveis dores – quando o câncer é diagnosticado, quando perdemos o emprego, quando nos sentimos
frustrados, quando alguém que muito amamos morre, quando
todas as expectativas não se realizam –, Jesus não nos desampara. Ele vem em nosso socorro, caminha por sobre as águas.
Ele traz a paz para o nosso mundo agitado, para o nosso coração inquieto, para a nossa vida atribulada. Não duvide disso!
CONCLUSÃO: É este ensino reconfortante que podemos extrair desse texto de João 6:16-21: O Senhor nos traz paz, quando, em meio às tempestades da vida, nós nos sentimos esgotados, atribulados e desamparados. Como pudemos aprender,
é exatamente quando as ondas do mar de nossa existência se
levantam e os ventos sopram com violência contra o barco de
nossa vida que Jesus Cristo aparece, trazendo paz aos nossos
corações atribulados e exauridos.
Se você está atravessando um momento difícil em sua vida,
aguarde com fé e persistência. Não importa quão violento esteja o mar: Jesus virá em sua direção, andando por sobre as
águas para lhe trazer a paz. Todos os verdadeiros crentes podem achar conforto, ao pensar que o Salvador é o Senhor dos
ventos, das ondas e das tempestades, capaz de ir ao encontro
dos seus discípulos, na hora mais escura, andando por sobre
as águas.
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BIBLIOGRAFIA
CARSON, D. A. O comentário de João. Tradução Daniel de Oliveira
e Vivian Nunes do Amaral. São Paulo: Shedd Publicações, 2007.
RYLE, J. C. Meditações no Evangelho de João. São José dos
Campos: Fiel, 2000.
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22 DE AGOSTO
SERMÃO 4
O SENHOR QUE TRAZ LUZ
INTRODUÇÃO: Que a graça e a paz de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo seja com todos vocês. Por gentileza, abra a
sua Bíblia no Evangelho Segundo João, capítulo 9, versículos 5
a 7. Na versão Almeida Revista e Atualizada esta escrito assim:1
Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Dito isso, cuspiu
na terra e, tendo feito lodo com a saliva, aplicou-o aos olhos do
cego, dizendo-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que quer dizer
Enviado). Ele foi, lavou-se e voltou vendo.
Desde o primeiro sábado deste mês de agosto, estamos
desenvolvendo a série de sermões intitulada: Ele é o Senhor!:
o senhorio de Jesus nos milagres do Evangelho de João. “O Senhor que traz luz” é o título do sermão de hoje. Para isso, vamos nos basear no Evangelho Segundo João, capítulo 9. Esse
texto relata a cura de um cego de nascença, um ser humano
desamparado, indefeso, excluído na sociedade em que vivia.
Jesus realizou milagres, a fim de suprir necessidades humanas,
mas também usou esses milagres como um meio de transmitir
verdades espirituais.2
1. O
texto original deste sermão foi publicado na série de Lições Bíblicas: Quem é Jesus?: estudos baseados no Evangelho de João, n.288, 2009, pp.39-45.
2. Wiersbe (2006:417).
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Nesse milagre, Jesus é retratado como a luz do mundo (Jo
8:12; 9:5).3 Por ser a luz do mundo, ele é capaz de tirar das trevas os socialmente indefesos, os afetivamente rejeitos e os espiritualmente excluídos. Ele se importa com os menos favorecidos. A ação de Cristo na vida dos seres humanos é a garantia de
que as trevas se dissipam, de modo que quem o segue jamais
será consumido por elas. O cego de nascença contou com a ajuda de Jesus. Por conta disso, a sua vida mudou radicalmente.
Com base no relato do milagre do cego de nascença, aprendemos que quando Jesus age, a vida das pessoas é mudada de
modo significativo. Pelo menos três consequências de sua ação
podem ser constatadas. Vejamos a primeira:
1. QUANDO JESUS, A LUZ DO MUNDO, SE MANIFESTA,
OS INDEFESOS SÃO AMPARADOS
De acordo com o primeiro versículo do capítulo 9 do Evangelho de João, Jesus, ao caminhar pelas ruas de Jerusalém, deparou-se com um homem cego de nascença (Jo 9:1). Essa informação é suficiente para revelar alguns detalhes a respeito da vida
daquele cego. Em primeiro lugar, ele era socialmente indefeso.
Naquela época, na região da Palestina, não havia proteção alguma, por parte do poder público ou da sociedade em geral, aos
portadores de deficiência física. Os cegos, os surdos ou os paralíticos que não tinham família com bons recursos financeiros eram
condenados a implorar sempre pelo favor alheio para sobreviver.
Wiersbe4 lembra que “naquele tempo, não restavam muitas
opções para um cego a não ser mendigar, e era isso o que o homem fazia quando Jesus passou por ele”. Assim vivia ele, dia a
após dia, assentado, pedindo esmolas (v.8). Sem nenhum ampa3. Hendriksen (2004:419).
4. Wiersbe, idem.
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ro, era obrigado a depender de uma moeda ou outra: era tudo
o que recebia, nada mais que isso. Quem se preocupava com o
seu bem-estar? Alguém sabia o seu nome? Não. Fora condenado, desde o nascimento, a viver à margem da sociedade.
Em segundo lugar, aquele homem era fisicamente inválido.
Neste contexto, em que não havia nenhuma inclusão, a cegueira não o impedia apenas de enxergar, mas o tornava incapaz
para muitas atividades. Desde que nascera, aquele homem fora
condenado a ser inútil. Para os outros, ele não passava de um
inválido. Porém, sua situação não foi mais a mesma, depois que
Jesus o viu. O texto bíblico diz que o Senhor não apenas o viu,
mas decidiu devolver àquele homem a dignidade e o respeito
que lhe haviam sido negados pela sociedade (vv. 1-7). Jesus fez,
então, lodo com a saliva e aplicou aos olhos do cego (vv. 6-7).
Ao usar a própria saliva, Jesus estava doando algo de si
mesmo, de seu corpo àquela pessoa e deixando claro que se
importa com a integridade física do ser humano. Aquele cego
teve a sua dignidade e a sua saúde física restaurada. Agora,
podia testemunhar: ... uma coisa sei: eu era cego e agora vejo
(v.25). A ação de Jesus ofuscou o descaso no qual aquele pobre
mendigo vivia. Cristo o amparou. E é isso que ele faz: ampara
os socialmente indefesos e os fisicamente inválidos. Cristo é o
ajudador dos fracos e oprimidos.
Quando Jesus, a luz do mundo, se manifesta, os indefesos
são amparados. Esta é a primeira consequência da ação poderosa de Jesus sobre as pessoas. Analisemos a segunda.
2. QUANDO JESUS, A LUZ DO MUNDO, SE MANIFESTA, OS
DISCRIMINADOS SÃO RESPEITADOS
O descaso da sociedade não era o principal dos problemas
enfrentado pelo cego descrito em João 9. No versículo 2, a pergunta dos discípulos é intrigante: Mestre, quem pecou, este ou
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seus pais, para que nascesse cego? (Jo 9:2). Perceba: Além do
desamparo social, aquele homem tinha de lidar com a discriminação espiritual. Isso porque a pergunta dos discípulos reflete a
crença dos judeus da época de que os pecados dos pais são castigados nos filhos. Além disso, acreditavam alguns que era possível que o homem tivesse pecado “ainda no útero da sua mãe.5
Para o cego, portanto, só havia sentença de condenação,
pois, aos olhos de sua comunidade espiritual, uma pessoa que
nascia com alguma deficiência estava debaixo de maldição, por
seus próprios pecados ou pelos de seus pais. A resposta do Senhor corrigiu aquele preconceito e mostrou, não a causa, mas
o propósito daquela deficiência: Nem ele pecou, nem seus pais;
mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus (v. 3). A
cura foi a confirmação do acolhimento espiritual que o Senhor
lhe deu (v. 6).
Mas o problema da exclusão espiritual ainda não estava definitivamente resolvido. Por ter se mantido firme em seu testemunho a respeito de Jesus (vv. 15-17,25-33), o ex-cego foi banido da sinagoga, o lugar onde deveria sentir-se acolhido. Para
um judeu, não havia coisa pior. Aos olhos dos demais judeus,
ele estava perdido, desvinculado de Deus. Ouvindo Jesus que o
tinham expulsado, foi ao encontro daquele homem. O resultado é que o ex-cego declarou sua fé em Jesus e o adorou (v.38).
O respeito que ele não havia recebido na religião judaica,
encontrou em Jesus. Ele creu em Jesus e passou a fazer parte
da família de Deus. E quem faz parte dessa família é digno de
honra e de respeito. Todo aquele que se achega a Cristo tornase nova criatura e pode desfrutar dos benefícios de vida restaurada. Sabendo disso, é hora de imitarmos o Senhor, valorizando
cada vez mais uns aos outros. Se alguém estiver passando por
5. Earle (2006: 90).
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uma situação difícil, não a discriminemos; antes prestemos-lhe
solidariedade e oremos por ela. Se Deus quiser, na vida dessa
pessoa se manifestarão as obras dele.
Quando Jesus, a luz do mundo, se manifesta, os indefesos
são amparados e os discriminados, respeitados. Vejamos a terceira e última consequência da ação poderosa de Jesus sobre
as pessoas.
3. QUANDO JESUS, A LUZ DO MUNDO, SE MANIFESTA,
OS REJEITADOS SÃO ACEITOS
Indefeso na sociedade e discriminado no âmbito espiritual, o
cego de nascença ainda tinha de lidar com outro grave problema: a rejeição familiar. Jesus o havia curado. Finalmente, aquele
homem podia ver. Os seus olhos se abriram não somente para o
mundo físico, mas, também, para as coisas espirituais. Ele creu em
Jesus e o adorou. Contudo, nem sempre a ação de Cristo na vida
do pecador é a garantia de que, neste mundo, ela será tranquila.
Aliás, no decorrer da história, muitos sofreram por amor a Jesus.
Ao serem interrogados pelos judeus, os pais do então excego, responderam, no v.21 de João 9: ... não sabemos como
vê agora; ou quem lhe abriu os olhos também não sabemos (Jo
9:21). Eles mentem. O versículo 22 sugere que, apesar de saberem quem havia operado o milagre,6 não o admitiram, por
medo de serem expulsos da sinagoga. Ainda que não justifique
a covardia dos pais do cego, esta tinha uma razão de ser: Quem
era expulso da sinagoga estava, virtualmente, segregado da
vida religiosa e social de Israel.7 Ninguém queria passar por isso.
O homem curado por Jesus, portanto, não desfrutava do
amor de seus pais, pois estes, ao serem interrogados pelos
6. Hendriksen, op. cit., p. 432.
7. Ibidem, p.433.
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líderes judeus, não lhe demonstraram afeto. Cuidaram de
preservar a si mesmos. Para eles, parecia não importar que
seu filho fosse expulso da sinagoga, contanto que eles não o
fossem. Por isso, disseram: Ele idade tem, interrogai-o (v.23). O
peso dessas palavras é de rejeição. Eles foram incapazes de se
arriscar por ele. A covardia falou mais alto que o amor materno
e paterno (v 22). Além disso, aquele homem não pôde contar
com qualquer manifestação de compaixão por parte de seus
líderes religiosos, que o expulsaram da sinagoga.
Jesus, no entanto, lhe estendeu a mão. No versículo 39, ele
declarou: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que
não vêem vejam (...). Foi ao cego de nascença, não aos líderes
religiosos, que a salvação de Cristo se manifestou. Jesus aceita
os rejeitados. Ainda que uma mulher venha a se esquecer do
filho do seu ventre que tanto ama, eu não me esquecerei de
ti, diz o Senhor (Is 49:15). Se o mundo nos odeia e nos rejeita,
Cristo nos ama e nos aceita. Louvado seja o nosso Deus!
CONCLUSÃO: Chegamos, pela graça de Deus, ao final do
sermão de hoje. Jesus, a luz do mundo, continua se manifestando. Acredite: por meio dele, os indefesos ainda encontram
amparo, os discriminados adquirem respeito, os rejeitados encontram aceitação. O cego de nascença passou por todas essas
situações, mas a luz de Cristo interveio sobre sua vida, e tudo
para ele mudou. Depois que Cristo o curou, ele foi restaurado
física e espiritualmente e começou a andar em novidade de
vida. Sim, ele passou a crer e a adorar a Jesus.
O que aprendemos por meio desse episódio? Que o Senhor
se importa com os indefesos, desvalorizados, rejeitados ou excluídos. O Senhor também deseja que ofereçamos às pessoas
que sofrem o mesmo tratamento que ele nos dispensa. Devemos, portanto, tratá-las com respeito, zelar pelos seus direitos
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e fazer o melhor para que se sintam acolhidas e valorizadas.
Acima de tudo, devemos conduzi-las a Jesus, a fim de que, por
meio dele, sejam salvas. Amém.
BIBLIOGRAFIA
EARLE, Ralph. (et al). Comentário bíblico Beacon: volume 7. Tradução de Degmar Ribas Júnior. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
HENDRIKSEN, William. O Evangelho de João. Tradução de Elias
Dantas e Neuza Batista. São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
LIÇÕES Bíblicas: revista para estudo nas Escolas Bíblicas, n.288.
São Paulo: GEVC, pp. 39-45.
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento. Vol 1. Tradução de Susana E. Klassen. Santo André:
Geográfica, 2006.
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29 DE AGOSTO
SERMÃO 5
O SENHOR QUE TRAZ VIDA
INTRODUÇÃO: A paz do Senhor Jesus a todos vocês: irmãos
e irmãs. Por favor, abram suas bíblias no Evangelho Segundo
João, capítulo 11, versículo 4. Na Bíblia Almeida Revista e atualizada, está escrito assim:
Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para
morte, e sim para a glória de Deus, a fim de que o Filho de Deus
seja por ela glorificado.
Estamos encerrando, hoje, nosso projeto de oração do mês
de agosto de 2015. Até aqui, já vimos que Jesus é o Senhor, que
traz cura, pão, paz e luz. Hoje, veremos que ele é o Senhor que
traz vida. Esta mensagem se baseia em João 11, que começa
tratando da enfermidade de um amigo de Jesus, chamado Lázaro. O texto informa que este amigo tinha duas irmãs (Marta
e Maria), e eles moravam em Betânia, que ficava a uns 3 km de
Jerusalém,1 aldeia que Jesus costumava visitar. Informa também que o diagnóstico da saúde de Lázaro era nada bom. Nos
primeiros versículos de João 11, o autor repete várias vezes a
palavra “enfermo”, indicando a gravidade da doença.
1. Bruce (1987:210).
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É intrigante esse detalhe. O texto deixa que clara a ideia de
que amigos de Jesus também podem ficar doentes. O problema
é que a doença de Lázaro foi se agravando e ele não resistiu.
O Mestre foi avisado, mas não chegou a tempo. O amigo de
Jesus morreu. Há um ditado que diz que “enquanto há vida, há
esperança”. Há, ainda, outro ditado que diz que “a esperança
é a única que morre”. Para os cristãos, esses ditados não fazem
muito sentido. Primeiro, porque a nossa esperança é Jesus; ele
vive para sempre. Além disso, a nossa esperança não termina
com a nossa morte, porque cremos ressurreição.
A história de hoje nos mostra que, com Jesus, a morte não
tem a última palavra! Em João 11:1-45, temos alguns ensinos
preciosos sobre o Senhor que traz vida. Vamos ao primeiro:
1. O SENHOR QUE TRAZ VIDA SABE DE TODAS AS COISAS
Jesus enxerga a enfermidade de Lázaro como forma de
glorificar a Deus: Ao receber a notícia, disse Jesus: Esta enfermidade não é para morte, e sim para a glória de Deus, a
fim de que o Filho de Deus seja por ela glorificado (Jo 11:4).
Através desse sinal, a percepção da glória de Jesus seria mais
visível. Sua messianidade seria mais evidenciada diante de
tamanho milagre.
Além de revelar a glória de Deus, a enfermidade de Lázaro é
vista pelo Senhor como sono, pois é assim que o Senhor trata
a morte. Os discípulos pensavam que Jesus estava falando de
sono literalmente; mas ele estava falando de morte (Jo 11:1115,37). A “afirmação: ‘Lázaro, o nosso amigo, dorme’. Significa:
‘Está morto’; e ‘despertá-lo’ refere-se à cura.”2 Nesse trecho da
história, podemos ter a certeza da onisciência de Cristo. Ele
2. Arrington & Stronstad (2003:562).
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sabe todas as coisas! Jesus revela aos discípulos o porquê da
doença e seu poder sobre a morte.
Por saber de todas as coisas, o Senhor enxerga cada circunstância de maneira única. De repente, a doença que você enfrenta, a crise financeira, a desordem em casa serão grandes
expedientes para a ação do Senhor. Não recue na sua fé; não
retroceda em crer no Senhor. Ele sabe de todas as coisas; enxerga as coisas de maneira diferente. Entregue as rédeas de
sua vida para aquele que conhece e dirige a história, para o
alfa e ômega (Ap 1:8). Você só vê morte, mas o Senhor enxerga
algo melhor. Ele lhe mostrará saída, porque conhece todas as
coisas. Mas não só isso: João ainda nos ensina mais com a ressurreição de Lázaro.
Este é primeiro ensino do texto: Cristo sabe de todas as coisas e tem poder sobre elas. Vamos agora ao segundo ensino.
2. O SENHOR QUE TRAZ VIDA É DONO DO TEMPO
No versículo 6, de João 11, lemos: Quando, pois, soube que
Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar
onde estava. O aparente atrasado de Jesus foi proposital. Para
todos, Jesus chegara tarde demais. Lázaro já estava sepultado
há quatro dias. Para Marta e Maria, não há mais solução (Jo
11:21,32). Afinal, ele já estava em decomposição; já cheirava
mal (v.39). Porém, Jesus chegou na hora certa! Ele é surpreendente. E por ser assim, ele disse a Marta: Não te disse que, se
creres, verás a glória de Deus? (v.40).
Imaginemos a situação de Marta e Maria, pensando que,
quando Jesus chegasse, seria tarde demais, pois encontraria
Lázaro sem vida. Ao notarem que Jesus havia ficado no mesmo
lugar por dois dias, mesmo depois de ser avisado sobre a doença do amigo, os discípulos tiveram o mesmo pensamento: Será
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tarde demais! Contudo, “Jesus sabe o que Ele está fazendo –
isto não transtorna o plano de Deus; antes é o plano. Ele está
no controle”.3 Eles não haviam percebido, mas Cristo, por ser o
Criador do tempo, chegaria no tempo certo.
Perceba que esse milagre quer nos mostrar que o Jesus é
Senhor, inclusive do tempo. Sua aparente demora é, na verdade, fruto de nossa limitação ao tempo. Aguarde pela ação
daquele que inventou as horas, os dias, os meses e os anos. O
tratamento não está fazendo efeito? A gravidez não veio? A
sua situação difícil ainda não se resolveu? A perseguição ainda
não cessou? Aquela vaga de emprego ainda não apareceu? Se
amamos a Deus, tudo coopera para o bem (Rm 8:28). E, como
disse certa cristã do passado: “Nada te perturbe, nada te espante. Tudo passa. Deus não muda. A paciência tudo alcança.
Quem tem a Deus, nada lhe falta. Só Deus basta”.4 Louvado
seja o Senhor que traz vida, pois ele age no momento certo.
Além de sabermos que Jesus sabe de todas as coisas e que
é Senhor do tempo, há, ainda, um terceiro ensino nesse texto.
3. O SENHOR QUE TRAZ VIDA SENTE A NOSSA DOR
Em João 11:35, lemos que Jesus chorou. Jesus é o Deus que
sofre conosco. Ele se comove. Não é um Deus distante, sem
sentimentos. Não é como as imagens de barro, que não choram. E por que o Senhor chorou? Porque se comoveu (v.33).
Essa expressão significa uma “perturbação”, devido à aflição
pela qual as pessoas passam, e isso toca em Jesus. Ele se compadece, chora, derrama lágrimas por seu amigo e chora com
os necessitados.
3. Idem.
4. Barbosa, Ricardo. O deserto e a liberdade. Disponível em: <http://www.ultimato.com.
br/revista/artigos/348/o-deserto-e-a-liberdade>. Acesso em: 26 de maio de 2015.
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Seu choro foi tão real que os judeus perceberam o amor de
Jesus por Lázaro (v.36). Alguns discordaram disso, achando que,
se amasse a Lázaro de verdade, não o deixaria morrer (v.37).
Porém, João mostra toda a comoção de Jesus pela morte de
Lázaro, a total empatia de nosso Senhor para com a dor de suas
amigas (v.38). O mesmo Jesus que tinha certeza de que a morte
seria revertida em vida, pois sabe de todas as coisas e tem o
tempo em suas mãos, é aquele que sofre conosco as aflições.
Podemos, sem dúvida, contar com a empatia do Senhor. Ele
nos entende. Cristo é Deus que sabe o que passamos: Porque
não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se
das nossas fraquezas, mas alguém que, à nossa semelhança,
foi tentado em todas as coisas, porém sem pecado (Hb 4:15).
O autor de Hebreus ainda diz que Jesus não socorre anjos, mas
a descendência de Abraão (Hb 2:16). Ele socorre você. O Deus
que servimos “não está esperando as dificuldades passarem
para então nos abençoar. Ele está nos abençoando neste instante e através dessas dificuldades”.5
Vimos, até aqui, que Jesus sabe de todas as coisas, que ele
é o Senhor do tempo e que sofre conosco. Mas ainda temos
outro ensino no texto, e é este:
4. O SENHOR QUE TRAZ VIDA MUDA A NOSSA HISTÓRIA
Esse é um dos milagres mais fantásticos da Bíblia, a Palavra
de Deus. Porém, milagres não servem só para beneficiar quem
os recebe. Vemos que esse milagre serviu para mostrar que
o Pai enviou Jesus (v. 42), para despertar a fé em Jesus (v.45)
e servir de testemunho da ação de Jesus (v.9). O enfoque não
estava tanto no milagre de Deus, mas no Deus do milagre.
5. Crabb (2004:7).
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Lázaro, morto há mais de quatro dias, já cheirava mal, mas
Jesus manifestaria seu poder. Segundo estudiosos, no tempo
do ministério terreno de Jesus, havia uma falsa crença popular
de que, quando uma pessoa morria, seu espírito ficava cerca de
dois dias rodeando-a. Assim, havia chance de ela voltar a viver.
Entretanto, se passasse esse período, certamente estava morta.
Daí, o provável costume de esperar alguns dias para enterrá-la.6
Mas Jesus ressuscitou seu amigo. Cristo olhou para o sepulcro
e disse: Lázaro, sai para fora!. E ele voltou a viver. Glória a Deus!
A vida de Lázaro voltou pelo poder do Senhor que traz a vida!
Deus foi glorificado no Filho. Afinal, Jesus é a ressurreição e a
vida; crer nele é ter a certeza da vida e da ressurreição (Jo 11:2526). Quem viu Lázaro ser colocado no sepulcro, pensou que este
era o fim de sua história. A situação era irremediável e a solução
era impossível. Mas Jesus mudou aquela história. Assim, muitos
judeus creram nele. A vida de Lázaro serviu de testemunho de
que Jesus é o Cristo. Se ele ressuscitou um morto de quatro dias,
de fato, nada lhe é impossível. Ele é o Deus que ressuscita os
mortos. Jesus é a solução para a morte humana. Quem crer nele,
tem a vida, que começa aqui e vai por toda eternidade (Jo 6:47).
CONCLUSÃO: A mensagem da ressurreição de Lázaro é:
“Jesus é a solução de Deus para a morte dos homens!”.7 Se
Jesus ressuscitou a Lázaro depois de quatro dias, pode fazer
qualquer coisa em nossas vidas. Seja a morte física ou espiritual, Jesus ressuscita, dá nova vida e faz da pessoa um sinal de
sua salvação. Não há doença, não há problema moral, não há
escravidão, não há morte que possa resistir àquele que sabe
de todas as coisas, que manda no tempo, que sofre conosco,
que muda a nossa história.
6. Kivitz (2012:287).
7. Rogers (2000:147).
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Por isso, os ensinos que aprendemos hoje ajudam-nos a
crer que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16:16). Quando passamos a acreditar nele e prosseguimos crescendo em
obediência a sua lei, pela sua graça (2 Pd 3:18), nada é capaz
de abalar a nossa fé e nos impedir de permanecer firmes nos
caminhos do Senhor. Lembre-se, constantemente, de que o Senhor traz vida. Creiamos em suas palavras: Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá;
e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Você crê
nisso? (Jo 11:25,26). A mesma pergunta do Mestre continua
ecoando: Você crê nisso?. Então, você verá a glória de Deus.
BIBLIOGRAFIA
ARRINGTON, French; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico
Pentecostal: Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
Barbosa, Ricardo. O deserto e a liberdade. Disponível em:
<http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/348/o-deserto-e-a-liberdade >. Acesso em: 26 de maio 2015.
BRUCE, F. F. João: introdução e comentário. São Paulo: Vida
Nova e Mundo Cristão, 1987.
Crabb, Larry. Sonhos despedaçados. Tradução: Susana Klassen.
São Paulo: Mundo Cristão, 2004.
KIVITZ, Ed René. Talmidin: o passo a passo de Jesus. São Paulo:
Mundo Cristão, 2012.
ROGERS, Adrian. Creia em milagres, mas confie em Jesus. Tradução de José Roberto Pereira de Brito. São Paulo: Eclesia, 2000.
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ESTUDOS PARA
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ESTUDO 1
O SENHOR QUE TRAZ CURA
Texto base: João 4:46-54
Entendendo a Palavra
Neste primeiro estudo, trataremos sobre o segundo dos
sete sinais destacados por João. Trata-se da cura do filho de um
oficial do rei (Jo4:46-54). É possível que o rei em questão seja
o tetrarca da Galileia, Herodes Antipas. O oficial devia ser um
membro de sua corte e ocupar alguma posição em Cafarnaum.
Era um homem rico e bem sucedido; afinal , o texto diz que ele
possuía uma casa e alguns “servos”.
Todavia, todo o seu dinheiro e seu prestigio não foram suficientes para ajudar seu filho, que ficara enfermo e piorara de
modo grave, encaminhando-se para a morte. Nesta situação de
desespero, o oficial foi até Caná da Galileia, onde estava Jesus,
numa última tentativa desesperada de fazer algo pelo filho moribundo. De acordo com esta história, aprendemos que, se Jesus
quiser curar, nem mesmo a distância é um empecilho para ele agir.
Ele é o Senhor que traz cura. De acordo com o texto, Jesus curou
o filho do oficial do rei de modo gracioso, poderoso e proposital.
1. O que a história sobre a cura do filho do oficial do rei
pode nos ensinar sobre Jesus?
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2. Jesus agiu de modo gracioso, poderoso e proposi-
tal. Você poderia testemunhar uma ocasião em que
Jesus interveio em sua vida dessa mesma maneira?
Praticando a Palavra
Você já ouviu pessoas dizerem que Deus só age se você tiver fé suficiente? Pois bem, na história em questão, Jesus agiu
na vida do oficial, a despeito de sua fé fraca e imperfeita. Fica
muito claro, pela narrativa do evangelho, que o oficial foi até
Cristo por causa do desespero da situação, não por quem Jesus
é. Mas, então, se Jesus sabia que ele tinha uma fé defeituosa,
por que agiu? Por causa da sua compaixão, frente à dor daquele pai desesperado; por causa de sua graça.
O filho do oficial foi curado exatamente na mesma hora em
que Jesus pronunciou as palavras: Vai, o teu filho viverá. O que
isso nos mostra? Que ele é capaz de trazer cura. Se ele quiser,
mesmo alguém à beira da morte pode ser curado. Nem mesmo
a distância é um empecilho para Jesus operar. Cremos nisso.
Contudo, não esqueçamos o propósito: revelar-nos ainda mais
a sua glória e mostrar seu amor e sua compaixão a nós, seres
humanos. Seus milagres revelam-nos seu grande poder e seu
amor e devem levar-nos a adorá-lo.
3. Você acredita que Deus abençoa somente aqueles que “me-
recem”? Reflita sobre como Jesus cura por sua infinita graça.
4. Qual ensino mais chamou a sua atenção, ao aprender
sobre a cura do filho do oficial do rei? Compartilhe com os
participantes do grupo.
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ESTUDO 2
O SENHOR QUE TRAZ PÃO
Texto base: João 6: 10-12
Entendendo a Palavra
O episódio que trataremos neste estudo é o milagre da multiplicação de pães e peixes. Com base em mais esse incrível milagre de Cristo, aprendemos que ele é o Senhor que traz pão.
Por um lado, isso nos faz pensar na necessidade do ser humano. Somos carentes da intervenção divina, desde o momento de nossa concepção. Precisamos de sua ajuda e provisão,
em todos os aspectos de nossa vida.
Por outro lado esse milagre extraordinário de Jesus nos faz
pensar em sua bondosa provisão e em seu cuidado. Entendemos que não estamos sozinhos no mundo, abandonados à própria sorte. O Jesus criador é, também, mantenedor de todas
as coisas (Cl 1:17). Jesus, o Senhor que traz pão, é aquele que
tem poder para nos suprir com prontidão, provisão e instrução.
1. Comente com os demais participantes do grupo sobre o
que você aprendeu, ao ler a respeito desse milagre extraordinário de Jesus.
2. Compartilhe com o grupo alguma experiência pessoal em que
Cristo tenha suprido suas necessidades de maneira formidável.
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Aplicando a Palavra
Jesus não despediu aquela multidão faminta. Ele a alimentou com prontidão. Ele pode suprir nossas necessidades materiais e espirituais. Podemos contar com ele. Isso nos ensina que
Jesus nos supre com prontidão e provisão. Diante da escassez e
da impossibilidade lógica, Cristo proveu alimento àquela multidão faminta. A lição é a seguinte: Se a tribulação bater a nossa
porta, não duvidemos de Cristo. Não o “prensemos contra a
parede”, murmurando de sua aparente inatividade. Cristo age
a seu tempo e, às vezes, contra a lógica das coisas.
Além de suprir com prontidão e provisão, Jesus supriu
aquela multidão com instrução, de acordo com João 6:35,68. A
instrução de Jesus nos ajuda a sermos cristãos convictos. Sem
o conhecimento das palavras de Cristo, muitos começam a caminhada cristã, mas logo desistem e caem da fé. Por isso, precisamos da instrução de Jesus; ela nos torna cristãos autênticos,
focados não nas delícias da terra, mas nos tesouros do céu.
3. Converse com os participantes do grupo sobre como, às
vezes, é difícil esperar que Deus supra nossas necessidades
mais urgentes. O que esse texto nos ensina sobre a confiança em Jesus?
4. Leia João 6:35 e reflita sobre a grande instrução e a lição
que há por traz desse milagre de Jesus. Como você pode
aplicar esse texto a sua vida?
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ESTUDO 3
O SENHOR QUE TRAZ PAZ
Texto base: João 6:16-21
Entendendo a Palavra
O estudo de hoje se baseia em João 6:16-21. Neste texto,
é narrado um milagre extraordinário de Jesus. Segundo as Escrituras, Cristo andou por sobre as águas agitadas do lago da
Galileia, em meio a uma forte tempestade. Os discípulos que
tinham acabado de presenciar o milagre da multiplicação dos
pães agora “experimentavam a escuridão da noite, os ventos,
as ondas, a tempestade, a ansiedade e o perigo”.1
Essa é a cena que João nos apresenta: os discípulos “sozinhos, na escuridão da noite, sendo jogados de um lado para
outro por um grande vento que soprava sobre as águas, e, o
que era pior, Cristo não estava com eles”.2 Contudo, Jesus não
os desamparou. Ele apareceu caminhando sobre as águas e
lhes deu a paz de que tanto precisavam. Esse milagre mostra-nos que, em meio às tempestades da vida, devemos confiar
em Jesus, pois nele encontramos paz.
1. O que esse milagre narrado por João nos ensina sobre o
poder extraordinário de Jesus Cristo?
1. Ryle (2000: 71).
2. Idem.
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2. Você já se sentiu como os discípulos: experimentando
perigos ou apuros? Comente sobre como, às vezes, nos sentimos assim como os discípulos.
Praticando a Palavra
O texto que lemos nos ensina que o Senhor nos traz paz, quando, em meio às tempestades da vida, nos sentimos esgotados, atribulados e desamparados. Como pudemos aprender, é exatamente
quando as ondas do mar de nossa existência se levantam e os ventos
sopram com violência contra o barco de nossa vida que Jesus Cristo
aparece, trazendo paz aos nossos corações atribulados e exauridos.
Se você está atravessando um momento difícil em sua vida,
aguarde com fé e persistência. Não importa quão violento esteja o mar: Jesus virá em sua direção, andando por sobre as
aguas, para lhe trazer a paz que você tanto precisa. Encontre
conforto nessas lições. Jesus é o Senhor dos ventos, das ondas
e das tempestades, capaz de por um fim a qualquer vendaval
pelo qual você esteja enfrentando. Creia neste ensino glorioso:
Jesus é o Senhor que traz paz em meio às tempestades da vida.
3. Compartilhe alguma experiência pessoal em que Jesus
tenha lhe trazido paz, quando você experimentou o cansaço,
a tribulação ou o abandono.
4. Você conhece alguém (no trabalho, na faculdade, na famí-
lia ou na vizinhança) que esteja no meio de uma tempestade
da vida? A partir dessas lições, o que poderia dizer a essa
pessoa para confortá-la?
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ESTUDO 4
O SENHOR QUE TRAZ LUZ
Texto base: João 9:1-41
Entendendo a Palavra
Hoje, iremos estudar o texto de João 9. Esse texto relata a
cura de um cego de nascença, um ser humano desamparado,
indefeso, excluído na sociedade em que vivia. Precisamos ter
em mente que Jesus realizou milagres, a fim de suprir necessidades humanas, mas também usou esses milagres como um
meio de transmitir verdades espirituais.3
Nesse milagre, especificamente, Jesus é retratado como a luz do
mundo (Jo 8:12; 9:5).4 Por ser a luz do mundo, ele é capaz de tirar
das trevas os socialmente indefesos, os afetivamente rejeitados e
os espiritualmente excluídos. Ele se importa com os menos favorecidos. A ação de Cristo na vida dos seres humanos é a garantia de
que as trevas se dissipam, de modo que quem o segue jamais será
consumido por elas. O cego de nascença contou com a ajuda de
Jesus. Por conta disso, a sua vida mudou radicalmente.
1. Reflita sobre a vida triste e difícil que levava aquele cego
de nascença. Aponte as mudanças radicais que Cristo realizou
em sua vida.
3. Wiersbe (2006:417).
4. Hendriksen (2004:419).
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2. Qual é o ensino por trás da cura do cego de nascença? Re-
flita sobre o que significa dizer que Jesus é a luz do mundo.
Praticando a Palavra
Jesus, a luz do mundo, continua se manifestando em nossos
dias. Por meio dele, os indefesos encontram amparo, os discriminados adquirem respeito, os rejeitados encontram aceitação. O cego de nascença passou por todas essas situações,
mas a luz de Cristo interveio sobre sua vida, e tudo para ele
mudou. Depois que Cristo o curou, ele foi restaurado, física e
espiritualmente, e começou a andar em novidade de vida. Sim,
ele creu e adorou a Jesus.
O que aprendemos, por meio desse episódio? Que o Senhor
se importa com os indefesos, desvalorizados, rejeitados ou excluídos. O Senhor também deseja que ofereçamos às pessoas
que sofrem o mesmo tratamento que ele nos dispensa. Devemos, portanto, tratá-las com respeito, zelar pelos seus direitos
e fazer o melhor para que se sintam acolhidas e valorizadas.
Acima de tudo, devemos conduzi-las a Jesus, a fim de que, por
meio dele, sejam salvas.
3. Compartilhe a sua experiência de conversão, mostrando
como Jesus, sendo a luz do mundo, iluminou sua vida, dissipando as trevas espirituais.
4. Jesus olhou para aquele que ninguém via, ajudou aquele que
era desprezado. Como podemos imitar o exemplo de Jesus?
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ESTUDO 5
O SENHOR QUE TRAZ VIDA
Texto base: João 11:1-45
Entendo a Palavra
Hoje, veremos que Jesus é o Senhor que traz vida. Este ensino baseia-se em João 11, que trata da enfermidade de um amigo
de Jesus, chamado Lázaro. É intrigante esse detalhe, pois o texto
deixa claro que aqueles a quem Jesus ama também podem ficar
doentes. O problema é que a doença de Lázaro foi se agravando, e ele não resistiu. O Mestre foi avisado, mas não chegou a
tempo. O amigo de Jesus morreu. Ao ler o texto bíblico, porém,
nota-se que o aparente atraso de Jesus foi proposital.
Para todos, Jesus chegara tarde demais. Lázaro já estava sepultado há quatro dias. Contudo, “Jesus sabe o que Ele está fazendo
– isto não transtorna o plano de Deus; antes é o plano. Ele está no
controle”.5 Os discípulos, Marta, Maria e todos os judeus expectadores não haviam percebido, mas Cristo, por ser o criador do tempo,
havia chegado, na verdade, no tempo certo, no momento exato. E
foi no tempo certo, ou seja, quatro dias depois da morte de Lázaro,
que Cristo o ressuscitou para mostrar seu poder sobre a morte.
1. O que o milagre da ressurreição de Lázaro nos en-
sina sobre o poder espetacular de Jesus Cristo?
5. Arrington & Stronstad (2003:562).
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2. Por que Jesus demorou para chegar aonde estava Lázaro?
O Mestre se atrasou ou sua aparente demora foi proposital?
O que podemos aprender com isso?
Praticando a Palavra
A mensagem da ressurreição de Lázaro é: “Jesus é a solução
de Deus para a morte dos homens!”.6 Creiamos em suas palavras:
Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que
morra, viverá; e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Você crê nisso? (Jo 11:25,26). Se Jesus ressuscitou a Lázaro,
morto há quatro dias, pode fazer qualquer coisa em nossas vidas.
Há algo mais irreversível que a morte? Certamente, não. Todo
homem se vê impotente diante dela. Nada pode fazer. C o n tudo, para Jesus, não há nada irreversível. Aquilo que nos é irremediável pode ser remediado por ele. A doença sem cura pode
ser curada; o problema sem solução pode ser resolvido. Não
há doença, não há problema moral, não há escravidão, não há
morte que possa resistir àquele que sabe de todas as coisas, que
manda no tempo, que sofre conosco, que muda a nossa história.
3. Reflita sobre como a ressurreição de Lázaro nos fornece
ensinos reconfortantes para as nossas vidas.
4. Compartilhe alguma experiência sobre uma situação
aparentemente irreversível que Deus, por sua graça,
reverteu poderosamente.
6. Rogers (2000:147).
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ANOTAÇÕES
O
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c
I
A
A
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