Tese - Universidade de Lisboa
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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA A FOTOGRAMETRIA APLICADA AO ESTUDO MULTI-TEMPORAL DE MOVIMENTOS DE VERTENTE Francisco Magalhães Sequeira MESTRADO EM CIÊNCIAS E ENGENHARIA DA TERRA 2006 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA A FOTOGRAMETRIA APLICADA AO ESTUDO MULTI-TEMPORAL DE MOVIMENTOS DE VERTENTE Francisco Magalhães Sequeira Dissertação orientada pelo Prof. Doutor João Catalão Fernandes MESTRADO EM CIÊNCIAS E ENGENHARIA DA TERRA 2006 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente “Ad augusta per angusta” Que este meu trabalho seja uma luz nas caminhadas futuras. iii Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira iv A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Resumo Os movimentos de vertente são uma das principais fontes de risco geológico em Portugal. Uma das possíveis formas de analisar espaço-temporalmente com precisão este tipo de fenómenos é com o recurso a uma boa série de cobertura fotogramétrica da área de estudo e um bom controlo topográfico. A presente dissertação teve como objectivo o estudo de viabilidade de aplicação de técnicas fotogramétricas automáticas na construção de Modelos Digitais de Terreno (MDT) rigorosos, de modo a obter uma definição precisa e detalhada da morfologia do terreno, de forma a poder distinguir os movimentos de massa de elevadas dimensões, ao nível do estudo da estabilidade de vertentes e ao nível da sua evolução temporal. O estudo foi centralizado na área do Cabeço do Facho em São Martinho do Porto e abrange uma série temporal de 53 anos, com seis épocas de estudo, iniciando-se no primeiro voo fotogramétrico da zona, efectuado em 1947, continuando com dados relativos aos anos de 1957, 1972, 1983, 1991, e terminando no ano de 2000. O apoio topográfico, realizado em 2004, permitiu obter pontos fotogramétricos (PF) comuns em todas as épocas de estudo, sendo por isso considerados pontos imutáveis ao longo do tempo. Após o processamento da orientação dos pares fotogramétricos referentes a cada ano da série temporal, efectuou-se uma análise, com o voo mais recente, no sentido de determinar qual o melhor método a aplicar na criação, em cada época, dos respectivos MDTs, em face das opções fornecidas pelo software de modelação tridimensional do terreno ISAE, da Zeiss/Intergraph. Assim sendo, procedeu-se à aquisição manual e à aquisição automática de 8 MDTs. Utilizando os PFs da área foi efectuada uma comparação entre o valor da altitude do PF e o respectivo valor obtido na aquisição manual do MDT, verificando-se que o valor médio das diferenças era igual a 0.432 metros, sendo o desvio-padrão igual a 0.089 metros, podendo-se afirmar que a aquisição manual tinha ocorrido de uma forma bastante satisfatória. Posteriormente as 7 representações numéricas do terreno adquiridas automaticamente foram comparadas com o MDT adquirido manualmente, verificando-se que, para a área de estudo, o melhor método a aplicar era considerar o terreno do tipo montanhoso e aplicar o filtro de adoçamento médio na reconstrução automática da sua superfície. v Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente As linhas de costa de cada época foram adquiridas, por processo de restituição fotogramétrica, de modo a fornecer informação geomorfológica ao software no momento da aquisição automática das superfícies digitais de terreno temporais, bem como para o estudo da evolução das movimentações da linha delimitadora entre a terra e o mar ao longo do tempo. Processados automaticamente os 6 Modelos Digitais de Terreno, correspondentes a cada fase de análise, verificou-se que as superfícies geradas representavam a realidade do terreno em cada ano considerado e que a precisão altimétrica era melhor que 0.5 metros para as épocas de 2000, 1991, 1983, 1972 e 1957, e na ordem de 1.5 metros para o ano de 1947. Com base na informação obtida é efectuada uma análise à evolução do terreno ao longo do tempo. A principal conclusão deste estudo é que MDTs gerados automaticamente por estereocorrelação, baseados em fotografias aéreas verticais, são uma poderosa ferramenta na avaliação do perigo de movimentos de vertente e no estudo do seu movimento, permitindo criar superfícies topográficas digitais de elevada precisão que sirvam de entrada para as avaliações ou simulações numéricas. Relativamente à linha de costa concluiu-se que existe uma tendência de recuo na área de estudo. Palavras-chave: Movimentos de Vertente, Fotogrametria, Modelo Digital de Terreno, Estéreo-correlação Francisco M. Sequeira vi A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Abstract Landslide movements are one of the main sources of geologic hazard in Portugal. Its evaluation and analysis has been the subject of several studies with a large range of techniques. Photogrammetric techniques are one of the most used techniques because of its high temporal resolution and range and high spatial precision when complemented with a good topographical control and high precision instruments. The main objective of this work is the analyze the feasibility of automatic photogrammetric techniques on the computation of rigorous Digital Terrain Models (DTM), in order to derive a detailed land morphology definition and to detect and measure large mass movements allowing the stability evaluation and its secular evolution. The study area was Cabeço do Facho, in São Martinho do Porto, and includes a secular series of 53 years, with six flights: beginning in 1947, followed by 1957, 1972, 1983, 1991, and finishing with 2000 flight. In 2004 a topographic survey was made aimed to coordinate a set of photogrammetric points identifiable in all aerial surveys. These points were the input data for a multi-temporal aerial triangulation, including all six flights, deriving the exterior orientation of each photo within a common reference frame. After the orientation phase (interior and absolute) an analysis was performed in order to determine the best method to derive the DTM by automatic stereo-correlation. Several DTM were constructed with different parameterisations using the three-dimensional terrain modulation software ISAE from Zeiss/Intergraph. Also a manual acquisition was performed to benchmark the other automatic acquisitions. The photogrammetric points were used to evaluate the DTMs and it was verified that the manual acquisition had a mean residual of 0.432 meter, with a standard deviation of 0.089 meters. We may conclude that the manual acquisition had a very good precision although there was a slightly small bias on the heights. From the comparison of all tests against the manual acquisition it was concluded that the best parameterisation was obtained when the ground was considered of the mountainous type and the smoothing filter was medium. The shoreline of each epoch was acquired by photogrammetric restitution, in order to supply a complementary geomorphologic input to the automatic software, as well as the study of the vii Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente evolution of the coastline throughout the time of study. The optimal parameterization was applied to each epoch and six DTMs were derived representing the reality of the terrain, in each year of analysis. The estimated precision of these DTM were better than 0.5 meters for 2000, 1991, 1983, 1972 and 1957, and around 1.5 meters for 1947. The dissertation is also completed with the analysis of the morphological land evolution in the secular series. The main conclusion of this study is that the DTMs computed from automatic stereocorrelation based on photogrammetric aerial photos, properly handled, are a strong tool for landslide hazard evaluation and for mass movement studies allowing the computation of high precision topographic surfaces that would serve as input for numerical evaluations or simulations. As for the coastline, we concluded that there is a predisposition of retreat of the beach line in the study area. Keywords: Landslide, Photogrammetry, Digital Terrain Model, Stereo-correlation Francisco M. Sequeira viii A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Índice RESUMO ABSTRACT LISTA DE TABELAS LISTA DE FIGURAS LISTA DE ABREVIATURAS AGRADECIMENTOS CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO 1.1. Enquadramento do Trabalho ............................................................................................. 1 1.2. Objectivos ......................................................................................................................... 3 1.3. A Secção de Fotogrametria do Instituto Geográfico do Exército ..................................... 4 1.4. Área de Estudo .................................................................................................................. 6 1.5. Organização do Trabalho ................................................................................................ 11 CAPÍTULO II – MODIFICAÇÕES DETECTADAS NO TERRENO POR PROCESSOS DE FOTOGRAMETRIA 2.1. Considerações Sobre o Processo de Obtenção de Modelos Digitais de Terreno............ 13 2.2. Estudos Sobre a Aquisição de Modelos Digitais de Terreno.......................................... 15 2.3. A Importância da Textura das Imagens .......................................................................... 17 2.4. Investigações de Avaliação da Erosão Costeira.............................................................. 18 2.5. As Investigações Sobre a Evolução do Litoral Português .............................................. 21 ix Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente CAPÍTULO III – O PROCESSO FOTOGRAMÉTRICO 3.1. Objectivo da Fotografia Aérea ........................................................................................23 3.2. Obtenção de Fotografias Aéreas......................................................................................24 3.3. Digitalização das Fotografias ..........................................................................................25 3.4. Orientações Fotogramétricas ...........................................................................................29 3.5. Triangulação Aérea..........................................................................................................34 3.5.1. A Triangulação Aérea Automática ......................................................................34 3.5.2. O software ISAT (ImageStation Automatic Triangulation) ................................36 3.6. Geração Automática de Modelos Digitais de Terreno ....................................................39 3.6.1. Definição de Modelo Digital de Terreno .............................................................39 3.6.2. O software ISAE (ImageStation Automatic Elevations)......................................40 3.6.3. Construção da Superfície do Modelo Digital de Terreno ....................................47 3.6.3.1. Modelo TIN...........................................................................................48 3.6.3.2. Modelo GRID .......................................................................................49 CAPÍTULO IV – EXTRACÇÃO DOS MODELOS DIGITAIS DE TERRENO 4.1. Definição da Série Temporal Para a Área de Estudo ......................................................51 4.2. Digitalização dos Diapositivos da Série Temporal..........................................................53 4.3. Apoio Topográfico e Pontos Fotogramétricos.................................................................54 4.4. Orientação dos Pares Estereoscópicos.............................................................................57 4.5. Estudo do Método a Utilizar na Aquisição Automática dos Modelos Digitais de Terreno .............................................................................................................................64 4.6. Aquisição Automática dos Modelos Digitais de Terreno para as Seis Épocas de Estudo...............................................................................................................................66 CAPÍTULO V – VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DOS MOVIMENTOS DE VERTENTE 5.1. Representação dos Seis Modelos Digitais de Terreno.....................................................75 5.2. Análise da Evolução da Linha de Costa ..........................................................................80 5.3. Alterações ao Volume do Terreno...................................................................................94 Francisco M. Sequeira x A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente CAPÍTULO VI – CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 6.1. Conclusões e Considerações Finais .............................................................................. 107 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 111 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 117 ANEXOS Anexo 1 – Certificados de Calibração das Câmaras Aéreas Utilizadas............................... 119 Anexo 2 – Coordenadas das Marcas Fiduciais para os Voos de 1947 e 1957 ..................... 133 Anexo 3 – Croquis dos Pontos Fotogramétricos.................................................................. 137 Anexo 4 – Valores Estatísticos de Área e Volume .............................................................. 173 xi Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira xii A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Lista de Tabelas Tabela 4.1 – Voos na área de São Martinho do Porto. ............................................................. 52 Tabela 4.2 – Caracterização das fotografias aéreas nas 6 épocas de estudo. ........................... 52 Tabela 4.3 – Definição do pixel de digitalização e correspondentes valores no terreno.......... 53 Tabela 4.4 – Coordenadas HGDLx dos Pontos Fotogramétricos e respectiva precisão estimada no ajustamento. .................................................................................... 57 Tabela 4.5 – Valores de parametrização dos 6 projectos fotogramétricos. .............................. 58 Tabela 4.6 – Valores resultantes do processo fotogramétrico. ................................................. 60 Tabela 4.7 – Erro médio quadrático da orientação absoluta das 6 épocas. .............................. 61 Tabela 4.8 – Comparação altimétrica para as 6 épocas em estudo. ......................................... 62 Tabela 4.9 – Erro de posicionamento em altimetria. ............................................................... 63 Tabela 4.10 – Dados de comparação entre o MDT manual e os MDT`s gerados. .................. 66 Tabela 4.11 – Definição teórica do valor de grelha a utilizar. ................................................. 67 Tabela 4.12 – Comparação altimétrica para os 6 Modelos Digitais de Terreno. .................... 69 Tabela 4.13 – Parâmetros estatísticos relativos à comparação altimétrica para os 6 MDT. ... 69 Tabela 5.1 – Valores de altitude máxima e respectivo erro associado para a área de estudo, nas diferentes épocas consideradas. ....................................................... 79 Tabela 5.2 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de 1947 a 1957. ..................................................................................... 86 Tabela 5.3 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de 1957 a 1972. ...................................................................................... 87 Tabela 5.4 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de 1972 a 1983. ...................................................................................... 88 Tabela 5.5 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de 1983 a 1991. ...................................................................................... 90 xiii Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela 5.6 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de 1991 a 2000........................................................................................91 Tabela 5.7 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de 1983 a 2000........................................................................................92 Tabela 5.8 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de tempo em estudo. ...............................................................................94 Tabela 5.9 – Valores máximos de altitude para as áreas A e B. ...............................................95 Tabela 5.10 – Valores estatísticos de área e volume para a área de estudo A. .........................96 Tabela 5.11 – Valores estatísticos de área e volume para a área de estudo B. .........................96 Francisco M. Sequeira xiv A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Lista de Figuras Figura 1.1 – Actividades da Secção de Fotogrametria. .............................................................. 5 Figura 1.2 – Localização da área de estudo................................................................................ 6 Figura 1.3 – Vista geral de São Martinho do Porto. ................................................................... 7 Figura 1.4 – Falésias na zona do Facho...................................................................................... 7 Figura 1.5 – Esboço geomorfológico da região litoral entre a Nazaré e Peniche....................... 8 Figura 1.6 – Localização da zona de estudo A. ........................................................................ 10 Figura 1.7 – Localização da zona de estudo B. ........................................................................ 10 Figura 3.1 – PhotoScan TD. ..................................................................................................... 25 Figura 3.2 – Orientação de diapositivos no PhotoScan............................................................ 26 Figura 3.3 – Foto digitalizada com resoluções diferentes. ....................................................... 26 Figura 3.4 – Filtro Gaussian..................................................................................................... 28 Figura 3.5 – Níveis de cinzento de uma imagem original. ....................................................... 28 Figura 3.6 – Multiplicação dos valores de cinzento pelo filtro Gaussian. ............................... 28 Figura 3.7 – Valor de cinzento do pixel central por aplicação do filtro Gaussian................... 29 Figura 3.8 – Valores de cinzento da imagem após aplicação do filtro Gaussian..................... 29 Figura 3.9 – Marcas fiduciais de uma fotografia...................................................................... 30 Figura 3.10 – Ângulos de atitude do avião ω, φ ,κ................................................................... 31 Figura 3.11 – Condição de colinearidade. ................................................................................ 31 Figura 3.12 – Intersecção espacial para seis imagens. ............................................................. 35 Figura 3.13 – Triângulo formado no espaço entre os feixes perspectivos e a linha de voo. .... 35 Figura 3.14 – Tarefas mais importantes da cadeia de produção do ISAT................................ 37 Figura 3.15 – Ambiente Windows do projecto com os ficheiros criados pelo ISAT. .............. 38 Figura 3.16 – Estrutura piramidal............................................................................................. 41 xv Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 3.17 – Modelação 3D.....................................................................................................42 Figura 3.18 – Interpolação finita de um elemento. ...................................................................42 Figura 3.19 – Worflow de produção automática de MDT`s utilizando o software ISAE. ........46 Figura 4.1 – Imagem aérea com a localização dos PF`s. ..........................................................55 Figura 4.2 – Exemplo de um registo de PF (PF103).................................................................59 Figura 4.3 – Gráfico com a representação das diferenças de valor altimétrico dos PF`s. ........63 Figura 4.4 – Indicação da área teste dentro da área de estudo temporal...................................64 Figura 4.5 – Modelo Digital de Terreno para a época de estudo de 2000. ...............................71 Figura 4.6 – Modelo Digital de Terreno para a época de estudo de 1991. ...............................71 Figura 4.7 – Modelo Digital de Terreno para a época de estudo de 1983. ...............................72 Figura 4.8 – Modelo Digital de Terreno para a época de estudo de 1972. ...............................72 Figura 4.9 – Modelo Digital de Terreno para a época de estudo de 1957. ...............................73 Figura 4.10 – Modelo Digital de Terreno para a época de estudo de 1947. .............................73 Figura 5.1 – Representação 2D do Modelo Digital de Terreno do ano de 2000. .....................76 Figura 5.2 – Representação 2D do Modelo Digital de Terreno do ano de 1991. .....................76 Figura 5.3 – Representação 2D do Modelo Digital de Terreno do ano de 1983. .....................77 Figura 5.4 – Representação 2D do Modelo Digital de Terreno do ano de 1972. .....................77 Figura 5.5 – Representação 2D do Modelo Digital de Terreno do ano de 1957. .....................78 Figura 5.6 – Representação 2D do Modelo Digital de Terreno do ano de 1947. .....................78 Figura 5.7 – Fotografia, dos anos Cinquenta do Século XX, no morro do Facho, avistando-se a Nazaré...........................................................................................80 Figura 5.8 – Linha de costa para as 6 épocas de estudo, enquadradas na informação vectorial da Folha 316 da Série M888 do IGeoE de 2001. ..................................81 Figura 5.9 – Linha de costa referente à época de 1947 inserida no extracto da Folha 316 – 4.ª Edição, do IGeoE. ...........................................................................................82 Francisco M. Sequeira xvi A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 5.10 – Linha de costa referente à época de 1957 inserida no extracto da Folha 316 – 4.ª Edição, do IGeoE......................................................................................... 82 Figura 5.11 – Linha de costa referente à época de 1972 inserida no extracto da Folha 316 – 4.ª Edição, do IGeoE......................................................................................... 83 Figura 5.12 – Linha de costa referente à época de 1983 inserida no extracto da Folha 316 – 4.ª Edição, do IGeoE......................................................................................... 83 Figura 5.13 – Linha de costa referente à época de 1991 inserida no extracto da Folha 316 – 4.ª Edição, do IGeoE......................................................................................... 83 Figura 5.14 – Linha de costa referente à época de 2000 inserida no extracto da Folha 316 – 4.ª Edição, do IGeoE......................................................................................... 84 Figura 5.15 – Identificação dos 8 troços considerados............................................................. 85 Figura 5.16 – Evolução da linha de costa no período de 1947 a 1957. .................................... 86 Figura 5.17 – Evolução da linha de costa no período de 1957 a 1972. .................................... 87 Figura 5.18 – Evolução da linha de costa no período de 1972 a 1983. .................................... 88 Figura 5.19 – Evolução da linha de costa no período de 1983 a 1991. .................................... 90 Figura 5.20 – Evolução da linha de costa no período de 1991 a 2000. .................................... 91 Figura 5.21 – Evolução da linha de costa no período de 1983 a 2000. .................................... 92 Figura 5.22 – Localização da zona de estudo A com a visualização do terreno obtida pela fotografia 3417 do voo FAP de 1991. ................................................................. 94 Figura 5.23 – Localização da zona de estudo B com a visualização do terreno obtida pela fotografia 3417 do voo FAP de 1991. ................................................................. 95 Figura 5.24 – Variação de volume verificada na área A. ......................................................... 97 Figura 5.25 – Alteração de volume verificada entre os planos de referência de 10 em 10 metros para as épocas de estudo, na área A......................................................... 97 Figura 5.26 – Variação de volume verificada na área B. ......................................................... 98 Figura 5.27 – Alteração de volume verificada entre os planos de referência de 10 em 10 metros para as épocas de estudo, na área B......................................................... 98 Figura 5.28 – Área A – Análise volumétrica entre 1947 e 1957. ............................................. 99 xvii Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 5.29 – Área A – Análise volumétrica entre 1957 e 1972. .............................................99 Figura 5.30 – Área A – Análise volumétrica entre 1972 e 1983. ...........................................100 Figura 5.31 – Área A – Análise volumétrica entre 1983 e 1991. ...........................................100 Figura 5.32 – Área A – Análise volumétrica entre 1991 e 2000. ...........................................100 Figura 5.33 – Área A – Análise volumétrica entre 1947 e 2000. ...........................................100 Figura 5.34 – Área B – Análise volumétrica entre 1947 e 1957.............................................101 Figura 5.35 – Área B – Análise volumétrica entre 1957 e 1972.............................................101 Figura 5.36 – Área B – Análise volumétrica entre 1972 e 1983.............................................101 Figura 5.37 – Área B – Análise volumétrica entre 1983 e 2000.............................................101 Figura 5.38 – Área B – Análise volumétrica entre 1947 e 2000.............................................102 Figura 5.39 – Localização das linhas de perfil na área A, enquadradas no modelo TIN de 1947....................................................................................................................103 Figura 5.40 – Perfil da linha 1.................................................................................................103 Figura 5.41 – Perfil da linha 2.................................................................................................104 Figura 5.42 – Perfil da linha 3.................................................................................................104 Figura 5.43 – Perfil da linha 4.................................................................................................105 Francisco M. Sequeira xviii A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Lista de Abreviaturas 2D – Bidimensional 3D – Tridimensional AO – Absolute Orientation ASTER – Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer CAD – Computer Aided Design CMP – CoMposit Color CP – Centro de Projecção DEM – Digital Elevation Model DGM – Digital Ground Model dpi – Dots Per Inch DTM – Digital Terrain Model EGM96 – Earth Gravity Model 96 ESRI – Environmental Systems Research Institute, Inc. FAP – Força Aérea Portuguesa GPS – Global Positioning System GRID – Grelha Regular Quadrática ou Rectangular HGDLx – Coordenadas Militares Hayford-Gauss Datum Lisboa IGC – Instituto Geográfico e Cadastral IGeoE – Instituto Geográfico do Exército IGP – Instituto Geográfico Português INGR – Intergraph IPCC – Instituto Português de Cartografia e Cadastro ISAE – ImageStation Automatic Elevations ISAT – ImageStation Automatic Triangulation ISDC – ImageStation DTM Collection ISDM – ImageStation Digital Mensuration ISFC – ImageStation Feature Collection ISPM – ImageStation Photogrammetric Manager ISSD – ImageStation Stereo Display JPEG – Joint Photographic Experts Group MDE – Modelo Digital de Elevação xix Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente MDT – Modelo Digital de Terreno MIT – Massachusetts Institute of Technology MNT – Modelo Numérico do Terreno P/B – Preto e Branco PF – Ponto Fotogramétrico PPA – Principal Point of Autocollimation PPS – Principal Point of Symmetry RO – Relative Orientation SAR – Synthetic Aperture Radar SCE – Serviço Cartográfico do Exército SCOP – Stuttgart Contour Program SIG – Sistemas de Informação Geográfica TA – Triangulação Aérea TAA – Triangulação Aérea Automática TGO – Trimble Geomatics Office TIFF – Tagged Image File Format TIN – Triangulated Irregular Network Francisco M. Sequeira xx A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Agradecimentos A elaboração de um trabalho deste tipo requer uma série de apoios, sem os quais não seria possível terminar esta dura jornada. Assim sendo, expresso os meus agradecimentos: Ao Sr. Professor Doutor João Catalão pelo seu apoio, paciência, colaboração e orientação no processo de elaboração deste trabalho; Ao Sr. Professor Doutor Fernando Marques pela sua disposição para os esclarecimentos tidos por conveniente; Ao Instituto Geográfico do Exército (www.igeoe.pt), pela informação cartográfica fornecida e pelas facilidades concedidas para a realização dos trabalhos fotogramétricos. Em especial agradeço ao Chefe do Departamento de Aquisição de Dados, Sr. TCor António Jaime Gago Afonso, e ao Chefe da Secção de Fotogrametria, Sr. Major Luís Henrique Ribeiro Crispim; Ao Instituto Geográfico Português (www.igeo.pt), pelos dados cartográficos fornecidos (fotografias aéreas e diapositivos a preto-e-branco), ao abrigo do Programa FIGIEE – Programa de Informação Geográfica para Investigação, Ensino e Edição; À empresa Geometral, especialmente ao colega Gonçalo, pelo apoio e auxílio prestado na campanha de obtenção das coordenadas cartográficas dos pontos fotogramétricos; Ao Sr. 1.º Sargento José Manuel Borges Teixeira Dias, do Instituto Geográfico do Exército, por toda a colaboração e assistência prestada no decorrer do estudo fotogramétrico realizado; Aos colegas Manuel Valério e João Noiva Gonçalves, por toda a disponibilidade, colaboração e sugestões apresentadas; À minha querida Natália por toda a paciência, apoio, compreensão e ajuda prestada durante toda a fase de realização deste Mestrado, especialmente por receber continuadamente um sorriso nos lábios quando sacrificava os dias e os fins-de-semana em prol da presente dissertação, e a quem eu dedico este meu trabalho; Aos meus pais, embora já falecidos, pela força interior que sempre obtive deles; Por último, agradeço a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho. xxi Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira xxii A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente “A FOTOGRAMETRIA APLICADA AO ESTUDO MULTI-TEMPORAL DE MOVIMENTOS DE VERTENTE” I IIN O ÃO ÇÃ UÇ DU OD RO TR NT 1.1. Enquadramento do Trabalho Em Portugal há claras evidências de grandes escorregamentos antigos que originaram modificações de índole topográfica bastante importantes. Nas áreas onde as circunstâncias geomorfológicas e geotécnicas são semelhantes às movimentações de vertentes antigas, é provável que a ocorrência das mesmas causas e de factores desencadeadores de magnitude semelhante possam também desencadear novos escorregamentos que poderão provocar grandes desastres naturais. A própria acção humana na faixa litoral nas últimas décadas tem aumentado a urgência em estudar a sua evolução sob acção de factores antrópicos e/ou naturais. Os movimentos de vertente abrangem balançamentos, desabamentos, deslizamentos, escoadas, expansões laterais e movimentos complexos, sendo os riscos associados a estas manifestações de instabilidade frequentemente subestimados devido à ignorância generalizada acerca da natureza, significado e causas do movimento, e à sua habitual atribuição a outros factores [Zêzere, 2000]. Estes movimentos, enquanto demonstrações de desestabilização 1 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente geomorfológica, podem colocar em risco vidas humanas e perturbar significativamente todas as actividades antrópicas desenvolvidas. A erosão, e em especial a erosão litoral, é o mecanismo que conduz à desagregação das formações geológicas, por acção dos mais variados agentes naturais e por outros fenómenos induzidos por actividade humana na natureza, e no consequente arrastamento dos produtos que dela derivam, sendo de referir que tendencialmente a erosão progride rapidamente, conduzindo a modificações na geometria da área. A monitorização dessas áreas tem fornecido informações consideradas essenciais para que a dinâmica da erosão costeira seja compreendida. Nas áreas susceptíveis a manifestações de instabilidade torna-se necessário a informação detalhada sobre a sua actividade de forma a estimar as suas consequências potenciais e a minimizar os prejuízos, por implementação de medidas de estabilização e de uma correcta gestão do território. A informação sobre grandes movimentos de vertentes antigos em Portugal é extremamente limitada, havendo pouca investigação relacionada com o assunto. Segundo Marques [1997], até ao início dos anos 90, do século XX, os estudos relacionados com os movimentos de arribas litorais eram escassos e geralmente de carácter qualitativo, não constituindo base adequada para a determinação dos condicionamentos à ocupação das faixas de terreno adjacentes às arribas. Mas, por outro lado, de acordo com Zêzere [2000] as ocorrências cada vez mais frequentes de eventos catastróficos, como os verificados, por exemplo, em Ribeira Quente (Açores) em 1997, e em diversos pontos do planeta, como na Campania (Itália) em 1998 ou na Venezuela e no Brasil em 1999, tem provocado o aumento, nos últimos anos, da tomada de consciência para a caracterização dos movimentos de vertente. A realização de descobertas distintas, nos campos da óptica e da química, proporcionaram o aparecimento da fotografia no século XIX, sendo que, segundo Teodoro et al. [2002] e Rocha et al. [2003], as primeiras fotografias aéreas conhecidas foram obtidas por um balão entre 1849 e 1850. Os diversos episódios das grandes guerras mundiais e o aparecimento dos diferentes programas espaciais levaram ao desenvolvimento de tecnologias para aquisição de imagens e fotografias inseridas em plataformas espaciais ou aerotransportadas, quer para objectivos de estratégia militar, quer na monitorização dos diferentes ecossistemas terrestres ou interplanetários. Francisco M. Sequeira 2 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente As investigações de índole geomorfológica utilizam, habitualmente, como fonte principal dos seus dados para a detecção e caracterização das áreas de trabalho, imagens de detecção remota. Os investigadores aproveitam as vantagens fornecidas pela acessibilidade das imagens para providenciarem um válido substituto para alguns dos trabalhos de campo necessários. Além disso, a informação dos dados de detecção remota fornecem uma visão sinóptica, uma compatibilidade entre os diversos dados e a capacidade para o registo histórico, assim como a possibilidade de fornecer dados na parte não visível do espectro electromagnético [Cooke and Doornkamp, 1990]. O aparecimento dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) originou que fossem fornecidos instrumentos para que a detecção de características geomorfológicas se tornassem mais fáceis de obter, ao permitir a integração de imagens de detecção remota com outras fontes de dados, nomeadamente dados de campo, informação cartográfica, Modelos Digitais de Terreno (MDT), entre outros. O uso de diversas séries de dados maximiza a informação disponível ao geomorfologista [Smith et al., 1996]. O ambiente SIG permite visualizar as formas do terreno, realçar essas formas, analisar e utilizar técnicas de modelação de forma a obter o máximo de dados geomorfológicos sobre a área em trabalho. A representação num sistema de informação das alterações sofridas em determinada região, ao longo do tempo, permite modular o comportamento dos objectos na sua trajectória espaçotemporal. Um modelo espaço-temporal é capaz de representar adequadamente fenómenos que variam tanto no espaço como no tempo, e que reúnem dois aspectos distintos, como sejam a escolha de conceitos adequados do espaço e do tempo, e a construção de representações computacionais apropriadas correspondentes a esses conceitos. 1.2. Objectivos Para analisar, de uma forma bastante precisa, os processos de dinâmica litoral, em particular os movimentos de vertente, é fundamental possuir uma boa série de cobertura fotogramétrica e um bom controlo topográfico. Neste estudo pretende-se utilizar técnicas de fotogrametria aérea de alta precisão, de forma a criar modelos digitais de terreno rigorosos, que forneçam uma definição precisa e detalhada da morfologia do terreno, para que os movimentos de massa de elevadas dimensões possam ser assinalados, de modo a permitir o estudo da estabilidade de vertentes e da sua evolução ao longo do tempo. Essas técnicas têm por base o 3 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente pacote de software vocacionado para a área da fotogrametria do grupo Zeiss/Intergraph, nomeadamente os produtos ISAT (ImageStation Automatic Triangulation) e ISAE (ImageStation Automatic Elevations). A execução do estudo fotogramétrico decorreu nas instalações do Instituto Geográfico do Exército, numa estação fotogramétrica digital equipada com as últimas versões dos programas fotogramétricos disponibilizados pelo grupo referido. 1.3. A Secção de Fotogrametria do Instituto Geográfico do Exército O Instituto Geográfico do Exército (IGeoE) é um órgão nacional produtor de informação geográfica. A sua missão principal é a de prover com informação geográfica o Exército, os outros ramos das Forças Armadas e a comunidade civil, pelo que assegura a execução das actividades relacionadas com a ciência geográfica, a técnica cartográfica e a promoção e desenvolvimento de acções de investigação científica e tecnológica, no domínio da geomática. A Base de Dados de Informação Geográfica do IGeoE é o alicerce principal da Cartografia Nacional. Em especial a Carta Militar de Portugal, série M888, à escala 1:25 000, constitui a cartografia base de Portugal, dado ser a cartografia de maior escala, produzida de raiz, que cobre integralmente o território nacional. Para se manter na vanguarda das técnicas mais recentes das ciências geográficas, o IGeoE mantêm uma actualização tecnológica permanente, assegurando uma renovação contínua nas artes geográficas utilizadas, bem como implementando novos processos inovadores em toda a área de produção cartográfica. Uma área onde mais se têm verificado o avanço tecnológico é a área da fotogrametria. A Secção de Fotogrametria é uma das secções do Departamento de Aquisição de Dados do Centro de Produção Cartográfica do IGeoE cujas actividades, acções e responsabilidades se encontram esquematizadas no fluxograma da figura 1.1. Neste contexto, a Secção de Fotogrametria do IGeoE possui equipamentos fotogramétricos digitais com as últimas versões de software da área da fotogrametria que mais garantias dão no sentido da aquisição dos dados geográficos se processarem de acordo com os requisitos exigidos. Francisco M. Sequeira 4 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Plano de Voo ↓ Análise e Enquadramento de Voo ↓ O Voo está Conforme? ↓ Preparação para o Campo ↓ Preparação para a T. A. ↓ Digitalização de Diapositivos ↓ Triangulação Aérea ↓ Preparação para Restituição ↓ Restituição Fotogramétrica ↓ Revisões em Aparelho ↓ Entrega do Trabalho para Completagem ↓ Efectuar Emendas / Introduzir Informação ↓ Verificar o Conteúdo Final ↓ Efectuar Correcções ↓ Validação Final ↓ Entregar Ficheiros Digitais ↓ Arquivar Processo Figura 1.1 – Actividades da Secção de Fotogrametria [IGeoE, 2000]. A possibilidade de efectuar o trabalho proposto neste estabelecimento garante que os resultados a obter terão sido efectuados com os melhores softwares de processamento fotogramétrico da actualidade e com aparelhos de fotogrametria digital de elevada qualidade e exigência. 5 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente 1.4. Área de Estudo A área geográfica de estudo localiza-se no litoral oeste de Portugal e está centralizada na zona do Cabeço do Facho, a cerca de 1 quilómetro a noroeste da vila de São Martinho do Porto (figura 1.2), freguesia do concelho de Alcobaça. Figura 1.2 – Localização da área de estudo. As coordenadas geográficas da referida zona centram-se nos valores: 39º 31’ 05’’ N 09º 08’ 29’’ W Francisco M. Sequeira 6 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 1.3 – Vista geral de São Martinho do Porto. Figura 1.4 – Falésias na zona do Facho. Foto exclusiva da papelaria “O Sabichão”, sem data. Fonte: [Proença, 2005]. Esta região integra uma vasta unidade morfo-estrutural (Orla Mesocenozóica Ocidental) constituída por rochas sedimentares (areias, calcários, argilas, arenitos) e rochas eruptivas. De forma triangular, estende-se das imediações do Porto até à Arrábida e algumas áreas do 7 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Alentejo Litoral, sendo limitada a oriente pelo Maciço Antigo e Bacia do Tejo e a ocidente pelo Oceano Atlântico [Henriques, 2005]. Segundo a mesma autora, a faixa litoral situada entre a Nazaré e Peniche constitui um sector original da costa portuguesa. A sul da Nazaré inicia-se uma costa modelada em arribas, intercaladas por pequenas praias com fisionomias variadas, nomeadamente encastradas entre arribas (caso da praia da Gralha), na foz de rios (Nazaré e São Martinho do Porto), em barras de lagunas (caso da praia da Foz do Arelho) e em restingas que unem uma ilha ao continente (Baleal e Consolação). Figura 1.5 – Esboço geomorfológico da região litoral entre a Nazaré e Peniche. Fonte: [Henriques, 2005]. A região apresenta uma orientação bem definida a nordeste (N45ºE), originando uma boa exposição aos ventos e ondulação de noroeste, clima de agitação permanente. Esta orientação Francisco M. Sequeira 8 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente é determinada pelo dispositivo estrutural e tectónico da depressão diapírica das Caldas da Rainha, localizada a ocidente. As arribas e plataformas de abrasão são, na maioria, talhadas no flanco ocidental da depressão e apresentam estrutura inclinada concordante em relação ao mar. A região de São Martinho do Porto apresenta um modelo geomorfológico peculiar, e as suas características permitem individualizar unidades com formas e tipos de evolução diversas: planície aluvial e sistemas litorais (de praia, de duna, de arriba e flúvio-marinhos). Na área junto ao Cabeço do Facho, os processos de deslizamento são intensos, devido à estrutura, à fracturação das camadas e à exposição à ondulação do mar. Segundo Henriques [2005], os processos de deslizamento rotacional deixam na face da arriba amplas cicatrizes de erosão, movimentam elevados volumes de material, sem modificação da sua estrutura interna. Nesta área a costa forma uma saliência pronunciada constituída por margas, argilitos e siltitos em conjuntos muito espessos, com cores variadas, cinzentos, avermelhados e amarelados, com intercalações de calcários margosos e de calcários, com inclinações variadas e afectados por múltiplos feixes de fracturas de orientação geral noroeste – sueste e norte – sul, podendose observar no bordo voltado a sudoeste três conjuntos de movimentos de massa de vertente [Marques, 1997]. Ainda conforme indicado por Marques [1997] e Henriques [2005], o primeiro movimento terá ocorrido entre 1947 e 1958, e correspondeu a perda de área horizontal, no topo da arriba, da ordem dos 3 900 m2. O segundo movimento, que retomou o mesmo plano de deslizamento, ter-se-á desencadeado entre o ano de 1964 e o ano de 1980, com perda de área horizontal da ordem de 5 200 m2. O terceiro movimento ocorreu no inverno de 1995/1996, retomando o mesmo plano argiloso que deu origem aos dois movimentos anteriores, com uma perda de área de cerca de 2 800 m2. Estes movimentos têm contribuído para o abandono e a destruição de algumas edificações situadas no topo da arriba. Segundo os autores referidos anteriormente, estes três movimentos provocaram um recuo local da arriba de cerca de 200 metros, em 50 anos, ou seja, uma retrogradação a uma taxa anual média de 4 metros por ano. Em face destes dados, a presente investigação estará centralizada em duas zonas específicas dentro da área de estudo. Cada uma destas zonas corresponde a uma área de 12 hectares. A primeira zona específica de estudo (Zona A) abrange a área relativa à saliência pronunciada da costa, entre o mar e o Pico do Facho (figura 1.6). 9 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 1.6 – Localização da zona de estudo A. A segunda zona específica de estudo (Zona B) abrange a área relativa entre a saliência pronunciada da costa e o início da praia da Gralha (figura 1.7). Figura 1.7 – Localização da zona de estudo B. Francisco M. Sequeira 10 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente O sistema de coordenadas adoptado para a realização do presente estudo foi o Sistema de Coordenadas Militares Hayford-Gauss Datum Lisboa. Presentemente os valores altimétricos na área de estudo variam entre o nível do mar (altitude=0) e os 90 metros de altitude ortométrica. Neste trabalho designaremos por X, Y, Z as coordenadas cartográficas M, P, H (meridiana, perpendicular e altitude ortométrica). 1.5. Organização do Trabalho Esta dissertação encontra-se organizada em seis Capítulos, os quais estão ainda divididos em secções e subsecções. No primeiro Capítulo é efectuado o enquadramento e o objectivo principal do presente estudo, bem como é apresentado o local onde foi desenvolvido todo o trabalho prático inerente ao processo fotogramétrico. É ainda apresentada a área de estudo, na qual se realiza uma descrição geográfica e geomorfológica da região abrangente à área de trabalho. No segundo Capítulo é retratado o estado actual das investigações relacionadas com a problemática da medição dos processos resultantes da actividade dos agentes da dinâmica externa que alteram o relevo terrestre, em especial os processos litorais. No terceiro Capítulo são apresentados os aspectos teóricos que estão na base da elaboração desta tese e que se referem às etapas necessárias para a aquisição automática de modelos digitais de terreno por processos fotogramétricos de alta precisão. No quarto Capítulo é apresentada a componente prática de aquisição automática dos modelos digitais de terreno para as várias épocas de investigação, ou seja, é abordada a obtenção dos elementos fotográficos constantes na série temporal de estudo, o modo como o apoio topográfico foi realizado, a metodologia utilizada no processo de triangulação aérea automática, o estudo do método utilizado e a geração automática das superfícies digitais de elevação, bem como a sua representação tridimensional. No quinto Capítulo é realizado o estudo relativo à determinação das variações espaçotemporais dos movimentos de vertente durante a série temporal em estudo, no qual se efectua a representação bidimensional dos modelos digitais de terreno, se procede à análise da 11 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente evolução da linha de costa ao longo da série temporal e se efectua uma análise relativa às alterações volumétricas ocorridas na área. No sexto Capítulo são apresentadas as principais conclusões obtidas ao longo de todo o processo realizado. Francisco M. Sequeira 12 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente M ÕEESS ÇÕ AÇ CA DIIFFIIC OD MO II T O NO REEN RR TEER D ASS DA AD TA CT TEEC DEET N O NO PPR OSS CEESSSSO OC RO D DEE PPO R OR FFO A RIIA TR MEET AM RA GR OG TO OT 2.1. Considerações Sobre o Processo de Obtenção de Modelos Digitais de Terreno A obtenção de modelos digitais de terreno baseia-se, principalmente, em fotogrametria e geralmente utiliza algoritmos baseados em correlação. Desta forma obtém-se informação densa sobre o terreno que queremos estudar. Estes modelos de superfície podem, no momento da sua aquisição ou posteriormente, receber informação geomorfológica sobre a área em trabalho e assim obter-se uma superfície tridimensional que realisticamente representa o terreno. De acordo com Hahn [1993], Heipke [1993] e Weidner and Förstner [1995], tem havido uma necessidade significativa para descrições 3D do terreno. Segundo Toutin [2002], os modelos digitais de terreno são actualmente a informação mais importante utilizada nas análises geoespaciais porque a informação subsequente, para várias aplicações, pode ser facilmente derivada. Como tal, os modelos de elevação têm-se tornado uma parte importante nos programas de pesquisas e de desenvolvimentos internacionais relacionados com informação geoespacial. 13 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Uma das principais dificuldades na criação de modelos digitais de elevação é a obtenção de valores o mais aproximado possível dos valores reais do terreno. A sua obtenção automática tem merecido grande atenção por parte da comunidade científica ao longo dos últimos 25 anos. Uma vasta variedade de métodos foi desenvolvida e é apresentada na diversa literatura sobre o assunto, bem como existe nos pacotes de software de geração automática de MDT comerciais. A classificação dos métodos pode ser distinguida entre correlações de técnicas computacionais baseadas em áreas de valores de cinzento das imagens, e em técnicas baseadas nos objectos estabelecendo as correspondências entre os objectos extraídos das imagens. As técnicas baseadas na semelhança por mínimos quadrados são consideradas como uma combinação das duas técnicas anteriores [Maas, 1996]. O ponto crítico em todos os métodos de extracção automática de modelos digitais de superfície é, para além do reconhecimento dos objectos acima da superfície do terreno, como sejam as árvores e as casas, a obtenção de valores aproximados nas regiões onde o préconhecimento da superfície do terreno não é dada. A maioria dos métodos emprega técnicas de imagens piramidais ou interactivamente são seleccionados pontos iniciais para resolver o problema. O método da imagem piramidal é um método hierárquico de correspondência (correlação) entre vários conjuntos de dados extraídos de duas ou mais imagens digitais, que representam parte de um mesmo local, em que a aproximação dos valores grosseiros para os valores refinados é efectuada pela sua geração a níveis sucessivos de resolução das imagens, começando pelo nível mais baixo até à sua definição no nível mais alto da estrutura piramidal. Este método está implementado na maioria dos pacotes comerciais de geração de modelos digitais de superfície, como seja o MATCH-T [Krzystek, 1991] e ISAT [Zeiss/Intergraph, 2002]. Um outro método foi desenvolvido por Maas [1996]. Este investigador demonstra o seu desenvolvimento baseado na extracção de pontos discretos através de técnicas de intersecção da linha epipolar e operadores de interesse em múltiplas imagens estereoscópicas, considerando que o seu método é uma extensão dos conhecidos processos automáticos de geração de modelos digitais de terreno a partir de imagens em stereo. No decurso do tempo e do desenvolvimento dos sistemas de informação geográfica, a estrutura base dos modelos digitais de elevação tornou-se primordial. No entanto a qualidade, Francisco M. Sequeira 14 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente o nível de detalhe e a exigência de um modelo tridimensional completo do mundo através de precisos modelos digitais de terreno ainda requer que sejam efectuados progressos [Kraus and Otepka, 2005]. Os modelos digitais de terreno existentes foram matematicamente obtidos através de um modelo de grelha regular quadrática ou rectangular (GRID) ou por um modelo assente numa rede irregular de triângulos (TIN) que são construídos a partir das coordenadas XY da superfície original de pontos. Nos princípios dos anos 70 do século XX apareceu uma filosofia denominada de aproximação SCOP (Stuttgart Contour Program) que nos dias de hoje prova ser suficientemente flexiva de modo a satisfazer os requisitos actuais na construção de MDT. A aproximação SCOP é, de acordo com Kraus and Otepka [2005], uma mistura dos modelos GRID e TIN. Nas regiões de superfícies suaves, a superfície tridimensional é representada por uma grelha regular densa, enquanto que nas áreas contendo linhas de quebra e pontos elevados, a superfície e a topologia é descrita de um modo TIN, sendo que a triangulação é baseada nas coordenadas originais XY da estrutura geométrica e utiliza a informação linear como constrangimento. A este modelo chama-se MDT híbrido, que fornece as vantagens dos modelos de grelha regular na generalidade e as restrições da estrutura TIN nas complexas áreas geomorfológicas. Os métodos de interpolação, bem como a estrutura de dados, podem ser observados em [Kraus and Otepka, 2005]. 2.2. Estudos Sobre a Aquisição de Modelos Digitais de Terreno Os modelos digitais de terreno são indispensáveis para a realização de diversas análises relativas à extracção de objectos topográficos, estabilidade de vertentes, etc. A precisão dos modelos de superfície é usualmente representada pela resolução espacial e pelos valores de altura. O investigador Takagi [1998] desenvolveu uma investigação com várias resoluções espaciais de MDT`s, tamanho de grelha de 50, 100, 150, 200 e 250 metros, onde verificou que a resolução espacial é influenciada seriamente pelo valor do declive. Posteriormente comprovou que os modelos digitais de terreno de alta precisão podem ser realizados através da fotogrametria digital, imagens de satélite SAR (Synthetic Aperture Radar), imagens laser, entre outros métodos, uma vez que permitem medições com um centímetro de precisão [Takagi et al., 2002]. 15 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Com a obtenção de melhores resoluções espaciais obtêm-se melhorias significativas nas medições, no tempo de processamento e na informação capturada. O investigador Benecke [1995] demonstra, através de um estudo desenvolvido no sentido de comparar MDT`s obtidos automaticamente com uma grelha de referência obtida analiticamente, que o processo automático tem potencialidades e precisões para ser usado em áreas complexas. Os investigadores Rieke-Zapp and Nearing [2005] definem que muitos dos processos que envolvem a erosão do solo têm a dimensão numa escala de milímetros e que para modelar e quantificar esses processos de erosão é necessário possuir informação da superfície topográfica do terreno com uma resolução adequada. Como tal efectuaram um estudo em que geraram modelos digitais de elevação da superfície topográfica com uma resolução espacial e temporal alta. A fotogrametria digital foi aplicada para medir a proporção de erosão em várias superfícies de terreno, num ambiente laboratorial. Foram gerados, no total, 60 MDT, numa área de 16 m2, em que a resolução de grelha de pontos se situava no valor de 3 milímetros, enquanto que a precisão vertical se aproximava do valor de 1 milímetro. Os resultados obtidos mostraram que os modelos digitais de terreno representavam bem a superfície do terreno e como tal podiam ser usados na análise detalhada da evolução da superfície do solo. Um outro estudo foi realizado em áreas montanhosas para a monitorização das alterações do terreno através de software standard [Kääb, 2002]. Este investigador realizou a aquisição de modelos digitais de elevação a partir de fotografias aéreas e de imagens de satélite ASTER (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer). Por comparação com os MDT`s gerados fotogrametricamente, os MDT`s ASTER tinham uma precisão de ± 60 metros na topografia áspera das altas montanhas e de ± 18 metros para as áreas onde o terreno montanhoso é moderado. As diferenças existentes entre os modelos tridimensionais multi-temporais foram utilizadas para determinar as alterações verticais do terreno, enquanto que para a detecção dos movimentos horizontais foram utilizados ortoimagens multi-temporais. A estimativa obtida na investigação forneceu valores de precisão para as alterações de elevação na ordem do tamanho do pixel da imagem, ou seja, 15 metros para a informação ASTER e 0.2 – 0.3 metros para as fotografias aéreas. Também um trabalho interessante foi realizado por Baldi et al., [2005]. Neste trabalho, relativo à monitorização da evolução morfológica de uma vertente da ilha Stromboli, Itália, a Francisco M. Sequeira 16 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Sciara del Fuoco, foram utilizadas técnicas de fotogrametria digital para extrair modelos digitais de terreno de alta resolução. A comparação realizada entre a informação obtida antes da erupção do vulcão Stromboli ocorrida em 28 de Dezembro de 2002 e os dados obtidos a partir de 5 de Janeiro de 2003, permitiu definir a geometria e estimar o volume da superfície envolvida no desmoronamento da encosta. As fotografias aéreas posteriores, obtidas entre Janeiro e Setembro de 2003, permitiram a monitorização das alterações morfológicas relevantes e contínuas. Neste trabalho foram determinados 20 pontos de controlo terreno, através do sistema GPS (Global Positioning System) em modo diferencial, e os voos fotogramétricos variaram entre a escala 1:5 000 e 1:30 000. Todos os diapositivos foram digitalizados a 1000 dpi (dots per inch), resultando um tamanho de pixel de 25 mícrons e, por conseguinte, um tamanho de pixel no terreno de cerca de 12.5 centímetros. A largura da grelha dos pontos dos modelos digitais foi de 5 metros. 2.3. A Importância da Textura das Imagens Um dos mais importantes factores limitadores no que concerne à triangulação aérea automática e no cálculo de MDT é a textura. As estações fotogramétricas actuais permitem que sejam obtidos bons resultados se as imagens processadas possuírem textura com alto contraste. Problemas ocorrem quando existe o processamento de imagens que cobrem áreas de pouca textura, como sejam áreas florestais, áreas relvadas, desertos e glaciares, uma vez que nestas regiões os algoritmos de comparação falham na identificação de pontos idênticos em duas ou mais imagens, provocando que os processos automáticos de triangulação aérea e de extracção de MDT`s possam ficar instáveis e afectar o seu processamento. Para avaliar a problemática exposta anteriormente, Sauerbier [2004], na região deserta de Nasca/Palpa, cerca de 500 km a sudeste de Lima, Peru, realizou, em 1998, a aquisição de 3 blocos de imagens aéreas, em que 2 blocos (cerca de 400 imagens à escala 1:7 500) foram processados usando um aparelho fotogramétrico analítico, durante 4 anos, resultando a aquisição de um modelo digital de terreno de alta resolução e diversa informação 3D. O 3.º bloco (cerca de 400 fotografias à escala aproximada de 1:9 100) foi trabalhado com base em 17 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente processos automáticos de triangulação aérea e de geração do MDT, de modo a obter informação precisa que servisse de base para análises de terreno. As estações fotogramétricas digitais, bem como os módulos fotogramétricos do grupo Zeiss/Intergraph, foram avaliadas no sentido de verificar a qualidade obtida com os seus processos automáticos de triangulação aérea e de geração do MDT. Segundo o referido autor, o facto das imagens fotogramétricas possuírem uma fraca textura originou que, em diversas áreas, o comportamento automático tenha falhado quando comparado com o processo manual. 2.4. Investigações de Avaliação da Erosão Costeira A análise da variação da linha de costa e da sua direcção de erosão – acreção é fundamental para diversas investigações efectuadas por cientistas, engenheiros, geólogos, etc. As fontes de dados potenciais para as investigações relativas às variações da linha delimitadora entre o mar e a terra incluem fotografias aéreas obtidas em vários anos, imagens de satélite, mapas e representações num sistema de informação geográfica das linhas de costa temporais e das superfícies digitais do terreno [Boak and Turner, 2005]. De acordo com estes autores, até ao início deste século, as técnicas mais comuns de detecção da variação da linha de costa tinham por subjectivo a interpretação visual. Mas actualmente, com as recentes técnicas de obtenção de informação topográfica, de fotogrametria e de processamento de imagens digitais tornam possível a detecção das variações com alta precisão. Na medição dos processos de evolução das arribas litorais, as fotografias aéreas são provavelmente a fonte principal de informação utilizada, permitindo que sejam definidos períodos de estudos de variação espaço-temporais desde o início da 2.ª Guerra Mundial até aos nossos dias. Os investigadores Thieler and Danforth [1994a] referem que diversos métodos foram desenvolvidos para produzir informação com a alteração da linha de costa a partir de mapas históricos e de fotografias aéreas, variando muito no tipo de aproximação e de precisão. Segundo estes autores, o processo de obtenção das alterações da linha de costa usando técnicas fotogramétricas pode ser definido em 6 passos: (1) estabelecimento de uma rede de controlo para o grupo de fotos, (2) digitalização das fotografias, (3) remoção das distorções para cada foto, (4) estabelecimento da orientação absoluta do par estereoscópico, (5) cálculo Francisco M. Sequeira 18 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente da posição geográfica da linha de costa para cada par de fotos considerado, (6) compilação das posições da linha de costa. Em Thieler and Danforth [1994b] são apresentados os desenvolvimentos efectuados na aquisição histórica de linhas de costa na área de Punta Uvera, a 30 km este de San Juan, em Porto Rico. Os cientistas Brown and Arbogast [1999] realizaram um estudo piloto, na costa do lago Michigan, nos Estados Unidos da América, no sentido de investigar a aplicação de métodos de fotogrametria digital para o estudo e direcção de um sistema dinâmico de dunas. Utilizaram dois conjuntos de pares estereoscópicos pancromáticos, de 1965 à escala 1:20 500 e de 1987 à escala 1:15 900, e pontos de controlo terreno obtidos a partir do sistema GPS, que também serviram de pontos de controlo, para adquirir os dois modelos digitais de elevação com a resolução de 3 metros. Na análise efectuada, que envolveu a comparação entre os dois modelos digitais gerados, verificaram as diferenças de localização e o volume de sedimentos movimentados ao longo do período de 22 anos. Esta investigação permitiu ilustrar como os desenvolvimentos recentes na área da fotogrametria permitiram o aumento das capacidades para a monitorização de paisagens geomorfologicamente sensíveis, com são as áreas de dunas. Um outro trabalho desenvolvido foi realizado por Moore and Griggs [2002], no qual efectuaram uma investigação na parte meridional de Santa Cruz County, Califórnia, Estados Unidos da América, centrada no Monterey Bay National Marine Sanctuary, utilizando fotografias estereoscópicas multi-temporais conjugadas num sistema de informação geográfica, obtendo resultados que indicam que a média de retrocesso da encosta variou entre os 7 a 15 centímetros por ano, entre 1953 e 1994. Três críticos segmentos de erosão da zona costeira, com um alto valor de erosão, variando entre os 20 e os 63 centímetros por ano, foram identificados como hotspots. As fotografias utilizadas, que tinham a escala 1:12 000, para o ano de 1953 e de 1:24 000 para o ano de 1994, foram rasterizadas a 42 mícrons (600 dpi), adquirindo os valores de tamanho de pixel de 0.33 metros e 1 metro, respectivamente. O erro de precisão obtido na rectificação das imagens, com base em pontos de controlo terreno existentes nas imagens do voo mais recente, foi de 2.0 metros para o ano de 1953 e de 1.6 metros para o ano de 1994. A conjugação da metodologia de SIG com imagens estereoscópicas multi-temporais originou a redução significativa de erros inerentes no cálculo dos valores de retrocesso nas áreas de 19 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente alto relevo, uma vez que puderam obter valores de erosão com precisão superior a 10 centímetros. Este estudo permitiu obter uma metodologia que pode ser aplicada a qualquer área da costa com alto-relevo, onde a variação de afastamento possa ser medida, reforçando a ideia de que quanto maior for o período de tempo entre as medições, melhor fica representada a variação da erosão ao longo da sua direcção [Moore and Griggs, 2002]. A integração de técnicas de GPS, de detecção remota e de sistemas de informação geográfica na administração de recursos costeiros e de áreas sujeitas a desmoronamentos têm sido investigados em quantidade razoável. Investigações efectuadas com base nesta filosofia podem ser observadas em [Welch and Remillard, 1992 e Chadwick et al., 2005]. Ribeiro et al., [2004] efectuaram um trabalho de investigação destinado à avaliação da erosão costeira observada na praia de Atafona, município de São João da Barra, Rio de Janeiro, Brasil, em que efectuaram a monitorização espaço-temporal do fenómeno com base em fontes de dados variadas, ou seja imagens de satélite e fotografias aéreas de diferentes épocas e a diferentes escalas. Em comparações efectuadas entre levantamentos de estruturas geológicas realizados com fotografias aéreas e imagens de satélite, é verificado que os estudos realizados por meio de fotografias aéreas se apresenta como o método mais eficaz, uma vez que a identificação dos elementos é facilitada em função da observação tridimensional do terreno, conforme pode ser verificado em Smith et al. [1996] e Reginato e Strieder [2001]. A integração das diferentes fontes de dados é, como habitualmente, a principal causa de problemas neste tipo de estudos. No entanto, a utilização das imagens de satélite é efectuada em maior percentagem neste género de estudos, em virtude dos processos com fotografias aéreas, incluindo a aquisição da informação e a área de trabalho, serem considerados dispendiosos e consumirem demasiado tempo para o grau de precisão requerida. A construção de modelos digitais do terreno, que sirvam de referência na detecção das variações da linha de costa, a partir de imagens de satélite multi-temporais, pode ser visto, por exemplo, em Chen and Rau [1998]. Francisco M. Sequeira 20 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente 2.5. As Investigações Sobre a Evolução do Litoral Português Tem-se dado uma especial importância, nos últimos tempos, aos estudos relacionados com a evolução do litoral português, em virtude da linha de costa ser uma das estruturas morfológicas mais dinâmicas do nosso planeta [Sousa, 2004]. A potencialidade da utilização de técnicas fotogramétricas de alta precisão na medição de processos de erosão em diversos locais da zona do Algarve tem vindo a ser estudada com alguma regularidade nos últimos tempos, conforme pode ser comprovado em Catalão et al., [2002], Sousa, [2004], Oliveira, [2005] e Teixeira, [2006]. De igual forma as regiões litorais oeste têm sido objecto de estudo por parte de alguns investigadores nacionais [Marques, 1998, Baptista et al., 2000, Marques, 2003 e Marques, 2006b]. Uma apresentação dos processos para a identificação e medição da evolução das arribas litorais, baseados na comparação e medição de fotografias aéreas a diferentes datas, bem como as fontes de erro associadas, encontra-se disponível em Marques [2006a]. Segundo Marques [1997] a determinação da evolução das arribas pode ser realizada por meio de estudos comparativos de fotografias aéreas de diferentes datas, adaptados às características específicas de cada troço costeiro e concebidos de forma a fornecer informação quantitativa rigorosa com meios relativamente limitados, complementados com levantamentos de terreno, comparação de mapas de diferentes épocas e análise de informação histórica, permitindo a determinação de taxas de evolução de arribas e a identificação de grande número de movimentos de massa de vertente, ocorridos nas últimas décadas. Especificamente, a informação qualitativa sobre o recuo de arribas litorais, situadas a sul da Nazaré, em Portugal continental, é efectuada por Marques [1998]. Esta informação corresponde fundamentalmente à ocorrência de movimentos de massa de vertente de diversos tipos. O autor enumera, na obra citada, a importância do conhecimento quantitativo da frequência espacial e temporal, e da tipologia e características dimensionais dos movimentos de massa de vertente que ocorrem em cada troço litoral, para a determinação objectiva da perigosidade e dos riscos geológicos associados, bem assim como das implicações resultantes para o planeamento das actividades humanas nas orlas costeiras com arribas. 21 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira 22 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente III O O CO RIIC TR MÉÉT AM RA GR OG TO OT O FFO CEESSSSO OC RO O PPR 3.1. Objectivo da Fotografia Aérea O objectivo da utilização de fotografias aéreas aplicadas na geologia é o estudo da superfície terrestre, dos diversos tipos de materiais que a constituem, bem como as transformações que a face terrestre sofreu ao longo dos tempos geológicos. De acordo com Ritchie et al. [1988], as principais vantagens proporcionadas pelo seu estudo são: - Ponto de observação preferencial, uma vez que a fotografia aérea oferece a perspectiva de uma área, possibilitando uma visão das diferentes características da superfície terrestre, contrariamente à visão obtida por uma observação terrestre; - Capacidade para reter um momento, permitindo o estudo multi-disciplinar do instante em que a fotografia foi obtida; - Conservação vitalícia, permitindo que sejam obtidas informações permanentes sobre determinada área, quer no estudo de fenómenos antigos, quer na comparação com fotografias obtidas posteriormente da mesma zona; - Maior sensibilidade espectral, em virtude das fotografias poderem reter dados na área do espectro electromagnético não visível ao olho humano; 23 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente - Aumento da resolução espacial e validade geométrica, uma vez que se forem seleccionadas adequadamente a câmara fotográfica, o filme e os parâmetros do voo, é possível obter, muito superiormente, um detalhe espacial numa fotografia do que seria possível colher com uma simples observação terrestre, bem como efectuar medições precisas de posições, de distâncias, de áreas, etc. As características de uma zona de estudo são, em alguns casos, tão óbvias que com uma visão estereoscópica se pode identificar litologias, estratificações, direcções e inclinações de camada, deslizamentos de terrenos, etc., podendo-se afirmar que a utilização de fotografias aéreas é o meio mais económico, rápido e versátil para efectuar diversos trabalhos geológicos em diferentes tipos de regiões. 3.2. Obtenção de Fotografias Aéreas Os pares de fotografias que permitem uma visão estereoscópica de uma área em estudo devem possuir características essenciais para que possam ser consideradas numa investigação relativa à detecção de variações espaço-temporais de movimentos de vertente. As características principais são: - A área em estudo deve estar coberta regularmente por voos aéreos espaçados no tempo; - A obtenção das fotografias aéreas deve ser sistemática, por fiada e varrendo por completo a área de estudo; - As fotografias aéreas devem ser obtidas com o princípio de serem utilizadas em fotogrametria aérea, em especial devem possuir uma sobreposição longitudinal inter-fotografias na ordem dos 60% do total da fotografia, de forma a ser possível obter a visão estereoscópica da área de estudo. A escala de todas as fotos deve ser igual ou muito aproximada, o rumo do avião deverá ser constante e a verticalidade da câmara fotográfica não deve ser superior a 2 graus; - As imagens fotogramétricas devem conter uma boa qualidade (alto contraste, distorções mínimas) uma vez que é muito importante no que respeita à sua interpretação, não podendo existir zonas ocultas nem lacunas estereoscópicas; Francisco M. Sequeira 24 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente - Existência do Certificado de Calibração da Câmara Fotogramétrica utilizada nos diversos voos considerados no estudo. 3.3. Digitalização das Fotografias Para efectuar o estudo proposto com base em processos automáticos de fotogrametria é necessário que as diversas fotografias consideradas para estudo multi-temporal se encontrem em formato digital. Por norma e em especial se os voos considerados forem antigos, as fotografias aéreas existem em formato analógico sendo, por conseguinte, necessário proceder à sua digitalização de modo a passarem ao formato digital. O PhotoScan TD da Zeiss/Intergraph é um instrumento que permite efectuar a passagem da informação em formato analógico (diapositivos) para o formato digital (imagens digitais). Figura 3.1 –PhotoScan TD. Antes de se iniciar a rasterização dos diapositivos é necessário proceder-se a uma análise dos vários pares estereoscópicos em estudo, de forma a se verificar o sentido das fiadas consideradas, para que os diapositivos sejam rasterizados na posição correcta, o que acontece quando o diapositivo está orientado para norte e com a emulsão para baixo. 25 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 3.2 – Orientação de diapositivos no PhotoScan. Fonte: [Zeiss/Intergraph, 2004b]. Seguidamente é necessário proceder à definição dos parâmetros de rasterização. Os parâmetros mais importantes são a resolução, o formato da imagem digital e as overviews. A resolução é o tamanho do pixel de uma imagem rasterizada em mícrons (μm). Quanto maior for a resolução maior é a definição do pixel. Os valores disponíveis para a resolução da digitalização são 7 (valor mais alto de definição do pixel), 14, 21, 28, 56, 112 e 224 mícrons. A exactidão geométrica interna, ou seja, o desvio padrão associado é inferior a 2 μm [Zeiss/Intergraph, 2004b]. Figura 3.3 – Foto digitalizada com resoluções diferentes. Fonte: [Zeiss/Intergraph, 2004b]. Francisco M. Sequeira 26 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Uma imagem digitalizada na máxima resolução de 7, ou seja 7 x 7 mícrons por pixel, por exemplo, têm muitos mais pixéis e, por conseguinte, têm um tamanho de ficheiro de imagem muito maior do que uma imagem rasterizada com uma resolução mais baixa. Esta situação implica que no armazenamento e no próprio processamento posterior das imagens digitalizadas possam surgir problemas de manuseamento. Embora as exigências de exactidão e o uso pretendido sejam factores preliminares em determinar qual a definição a usar, a qualidade dos diapositivos também pode ser uma condição a ter em atenção. Se as fotografias aéreas não tiverem um bom contraste dos seus elementos, a rasterização com a resolução de 7 mícrons não produzirá melhores resultados do que com uma resolução de 28 mícrons, por exemplo. O formato do ficheiro é o formato no qual o software guarda a imagem. São três os formatos de saída possíveis, “INGR uncompressed”, “TIFF uncompressed” e “INGR JPEG compressed”. Overview é uma duplicação da imagem original numa escala menor. Uma imagem pode ser guardada com uma ou várias overviews. As imagens rasterizadas com o número máximo de overviews possível permitem que o seu acesso seja facilitado, tornando o display desses ficheiros muito mais rápidos. A criação de overviews aumenta o tempo para completar a rasterização e o tamanho do ficheiro imagem. As opções de overviews são: “None”, “Screen Size”, “2x Only”, “2x & Screen Size” e “Full Set”. Esta última opção permite o número máximo de overviews. O tipo de filtro a utilizar na criação das overviews pode ser seleccionado a partir das seguintes opções [Zeiss/Intergraph, 2004b]: • “Average (2 x 2)” – Este tipo de filtro permite a criação de overviews de melhor qualidade que utilizando um filtro do tipo subsampling. Calcular a média é o processo de gerar um pixel na imagem digital por soma de todos os valores dos pixéis de uma área de entrada e dividindo essa soma pelo número de pixéis dessa área, ou seja, cada pixel na primeira overview da imagem é criado calculando a média de cada 2 por 2 pixéis da área de entrada da imagem original, escalando desse modo as dimensões da imagem por metade; • “Gaussian (5 x 5)” – As overviews criadas são filtradas usando o método de Gauss. Este método é usado para prevenir a suavização da imagem e é implementado por 27 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente aplicação da seguinte matriz de convolução de 5 por 5 pixéis recursiva a cada nível da imagem original: Figura 3.4 – Filtro Gaussian. Fonte: [Zeiss/Intergraph, 2004b]. Este filtro permite que as imagens obtidas fiquem com um melhor contraste, o que se revela extremamente vantajoso no processo automático de pesquisa para correlação de imagens. Se determinada imagem original tiver os seguintes níveis de cinzento: Figura 3.5 – Níveis de cinzento de uma imagem original. O pixel central e em redor da área de 5 por 5 pixéis são multiplicados pelos valores correspondentes do filtro Gaussian, resultando: Figura 3.6 – Multiplicação dos valores de cinzento pelo filtro Gaussian. O valor total destes valores calculados é dividido pelo valor total do filtro Gaussian. O resultado é truncado a um só número e usado como valor de suavização do pixel central: Francisco M. Sequeira 28 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 3.7 – Valor de cinzento do pixel central por aplicação do filtro Gaussian. Quando esta função é aplicada, da mesma maneira, a todos os pixéis da imagem original, o resultado é uma transição mais gradual de tons de cinzento de pixel para pixel. Depois da suavização obtém-se uma imagem com o seguinte aspecto Figura 3.8 – Valores de cinzento da imagem após aplicação do filtro Gaussian. • “Best Quality (8 x 8)” – Estas overviews, tal como acontece com os outros dois filtros anteriores, são criadas usando uma matriz de convolução aplicada recursivamente a cada definição de dados da imagem, antes de decimar esses dados para produzir a seguinte imagem de definição mais baixa. A única diferença é a utilização de uma matriz maior, de 8 por 8 pixéis, e que é baseada numa resposta exponencial do filtro, de forma a minimizar a suavização da imagem, mantendo o detalhe máximo da borda. No entanto a utilização deste filtro provoca um aumento do tempo de criação das overviews, bem como do espaço ocupado pela imagem rasterizada. 3.4. Orientações Fotogramétricas No processo fotogramétrico, os primeiros passos no processamento de imagens fotogramétricas em formato digital envolvem a realização das orientações interna e externa. 29 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente A orientação interna tem por finalidade a reconstrução do feixe perspectivo que deu origem à fotografia. Esta orientação requer que sejam identificadas as marcas fiduciais existentes na imagem da fotografia e a entrada das coordenadas de localização dessas marcas (em milímetros a partir do ponto principal da fotografia). A localização das marcas fiduciais é obtida a partir do certificado de calibração da câmara. Desta forma e como as fotografias são guardadas num arquivo digital, sem nenhuma informação métrica, é necessário reconstituir o sistema interno câmara-imagem correspondente ao momento em que as fotografias foram obtidas, de forma a poderem ser efectuadas medidas com precisão sobre as imagens fotográficas, isto é, utilizando apenas o sistema de coordenadas pixel, próprio das imagens digitais. Figura 3.9 – Marcas fiduciais de uma fotografia. Sempre que existam, pelo menos, quatro marcas fiduciais na fotografia, o modelo usado na orientação interna baseia-se numa transformação afim bidimensional de seis parâmetros, dado por: x´=b1 +b 2 x+b3 y y´=b 4 +b5 x+b 6 y em que x´ , y´ são as coordenadas imagem, x, y são as coordenadas arbitrárias definidas sobre o fotograma, b1 , b 2 , ... , b6 são os parâmetros de correcção e transformação. Francisco M. Sequeira 30 (3.1) A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Este modelo também pode modelar a eventual falta de ortogonalidade que possa existir entre os eixos de qualquer dos sistemas em causa [Berberan, 2003]. A orientação externa de uma fotografia aérea é o conjunto de parâmetros que definem a posição e a orientação no espaço do feixe perspectivo (centro de projecção da foto e eixo óptico da câmara) que originou a fotografia. Esses parâmetros são as coordenadas, terreno, do centro de projecção da câmara métrica no momento da captura da imagem (X0, Y0, Z0) e a atitude do avião, fornecidos por um conjunto de três ângulos que definem a orientação relativa ao terreno do sistema de coordenadas fiducial, denominado habitualmente por conjunto omega-phi-kappa (ω, φ, κ). Estes três ângulos definem uma relação de orientação única entre os três eixos xyz de uma fotografia não vertical e os três eixos do sistema de coordenadas terreno XYZ [Wolf, 1983]. Figura 3.10 – Ângulos de atitude do avião ω, φ ,κ. Fonte: [Brito e Coelho, 2002]. Os seis parâmetros de orientação externa podem ser determinados em simultâneo através das equações de colinearidade. Em Moffit and Mikhail [1980], Wolf [1983], Berberan [2003], Oliveira et al. [2003] e Marques [2006a] é apresentada uma descrição detalhada das fórmulas de colinearidade, a sua demonstração e o seu desenvolvimento matemático. Figura 3.11 – Condição de colinearidade. 31 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente As equações de colinearidade estabelecem a relação entre um ponto imagem, o centro óptico da objectiva e o correspondente ponto no terreno [Wolf, 1983]: ⎛ xP ⎞ ⎛ m 11 ⎜ ⎟ ⎜ ⎜ y P ⎟ =λ P ⎜ m 21 ⎜m ⎜ -f ⎟ ⎝ 31 ⎝ ⎠ m 12 m 22 m 32 m 13 ⎞ ⎛ X P -X 0 ⎞ ⎟ ⎟⎜ m 23 ⎟ ⎜ YP -Y0 ⎟ m 33 ⎟⎠ ⎜⎝ Z P -Z 0 ⎟⎠ (3.2) em que x P , yP são as coordenadas imagem de um ponto P, f é a constante da câmara (distância focal), λP é o factor de escala desse ponto imagem (variável de ponto para ponto em cada imagem), m11 , ... , m 33 são os coeficientes da matriz de rotação definida pelos ângulos ω, φ, κ, que transformam o sistema de coordenadas terreno no sistema de coordenadas imagem, X P , YP , ZP são as coordenadas terreno do ponto P, X 0 , Y0 , Z0 são as coordenadas terreno do Centro de Projecção (CP). De forma a eliminar o factor de escala, as duas primeiras equações da expressão (3.2) são divididas pela terceira equação, resultando: ⎛ m ( X -X ) + m12 ( YP -Y0 ) + m13 ( ZP -Z0 ) ⎞ xP = − f ⎜⎜ 11 P 0 ⎟⎟ ⎝ m31 ( XP -X0 ) + m32 ( YP -Y0 ) + m33 ( ZP -Z0 ) ⎠ ⎛ m ( X -X ) + m22 ( YP -Y0 ) + m23 ( ZP -Z0 ) ⎞ yP = −f ⎜⎜ 21 P 0 ⎟⎟ ⎝ m31 ( XP -X0 ) + m32 ( YP -Y0 ) + m33 ( ZP -Z0 ) ⎠ (3.3) Desta forma obtêm-se as equações apropriadas para a fotografia métrica em que os eixos fiduciais definem o ponto principal da fotografia. Os coeficientes da matriz de rotação m11 , ... , m33 são expressos da seguinte forma [Wolf, 1983]: Francisco M. Sequeira 32 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente m 11 =cos φ.cosκ m 12 =cosω.sin κ +sinω.sin φ.cos κ m 13 =sinω.sin κ -cosω.sin φ.cosκ m 21 =-cos φ.sin κ m 22 =cosω.cos κ -sinω.sin φ.sin κ (3.4) m 23 =sinω.cos κ +cosω.sin φ.sin κ m 31 =sin φ m 32 =-sinω.cosφ m 33 =cosω.cosφ Substituindo em (3.3) os coeficientes da matriz de rotação, m11 , ... , m33 pelas suas expressões, as incógnitas na expressão (3.3) são as coordenadas X 0 , Y0 , Z0 do centro de perspectiva e os seus ângulos de orientação ω, φ, κ, resultando que para cada fotografia é necessário determinar seis parâmetros de orientação externa. Fazendo uso de três pontos de coordenadas terreno conhecidas (X, Y, Z), obtém-se três pares de equações, suficientes para determinar os seis parâmetros da orientação externa. Para constituir um modelo estereoscópico torna-se necessário, após os procedimentos de orientação interna das fotografias, reconstituir as posições relativas da câmara nos instantes em que foram obtidas as imagens, sendo esta operação designada por orientação relativa. O seu objectivo é de orientar as duas fotografias de modo que os raios homólogos das duas fotos – projectantes que unem imagens de um mesmo ponto com os respectivos centros de projecção – se intersectem. Ao conjunto de pontos de intersecção dos raios homólogos chama-se modelo estereoscópico ou modelo tridimensional. A orientação relativa pode ser efectuada sem o conhecimento da orientação externa das fotografias. Neste caso obtém-se um modelo estereoscópico de escala indeterminada e de orientação arbitrária no espaço. A determinação destes dois factores denomina-se de orientação absoluta. 33 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente 3.5. Triangulação Aérea 3.5.1. A Triangulação Aérea Automática A finalidade da Triangulação Aérea Automática (TAA) é de minimizar o trabalho manual e a intervenção do operador no processo de aquisição da orientação externa, bem como de baixar os custos inerentes em todo o seu processo. A triangulação aérea é o conjunto de operações que permite orientar a cobertura fotográfica de um objecto (de uma zona do terreno) de modo a formar um modelo completo, composto por vários modelos parciais, que seja matematicamente semelhante ao objecto, usando o mínimo de apoio geodésico possível. Assim, apenas alguns modelos parciais têm apoio geodésico, ou seja, conhecem-se as coordenadas objecto (terreno) de alguns dos seus pontos, e os outros modelos parciais são orientados por transporte físico ou analítico das coordenadas e orientações dos poucos modelos com apoio geodésico [Redweik, 2002]. A triangulação aérea pode ser executada por faixa ou por blocos. A triangulação aérea em faixa pode ser realizada por ligação instrumental de modelos (aparelhos restituidores analógicos) ou pode também ser realizada por modelos independentes (aparelhos restituidores analógicos e analíticos). A triangulação aérea em bloco pode ser, por sua vez, efectuada por modelos independentes (aparelhos restituidores analíticos e digitais) ou pode também ser efectuada por feixes perspectivos (aparelhos restituidores analíticos e digitais). Diversos programas de triangulação aérea automática utilizam o método do ajustamento de feixes perspectivos, sendo o seu cálculo realizado num único bloco usando o método “Bundle Adjustment”, o que significa que todas as medições automáticas efectuadas e todas as coordenadas de pontos conhecidos, bem como as coordenadas aproximadas dos centros de perspectiva, são compensadas de uma só vez, em bloco. O método de ajuste habitualmente utilizado é o método dos mínimos quadrados com estimação da precisão de todos os elementos calculados. A denominação de feixes perspectivos revela que neste tipo de triangulação se consideram os vários raios perspectivos com origem num ponto objecto genérico, que passam por vários centros de projecção (pólos de feixes perspectivos) e intersectam vários planos imagem em Francisco M. Sequeira 34 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente cada uma das fotos (no mínimo duas fotografias) onde esse ponto objecto aparece fotografado (figura.3.12). Figura 3.12 – Intersecção espacial para seis imagens. Fonte: [Brito e Coelho, 2002]. Assim sendo, com um único ajustamento, podem-se obter os parâmetros de orientação externa para todas as imagens do bloco a triangular, associados às coordenadas no espaço objecto de uma série de pontos previamente determinados. Portanto, pode-se afirmar que é um método de densificação de pontos de campo. A designação triangulação aérea deriva da formação de triângulos no espaço (figura 3.13), aquando da intersecção espacial. Figura 3.13 – Triângulo formado no espaço entre os feixes perspectivos e a linha de voo. Fonte: [Brito e Coelho, 2002]. 35 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente As rotinas de TAA tratam as imagens digitalizadas por processos de processamento digital da imagem para simplificação da informação contida, esqueletizando-as. No processamento da triangulação aérea é utilizada uma técnica, denominada de point-matching, que é um mecanismo que permite comparar as coordenadas imagem de um ponto medido (automaticamente) numa imagem com as coordenadas imagem do mesmo ponto medido noutra imagem (ou outras imagens) em que esse ponto apareça. Esta técnica assenta na correlação radiométrica das imagens, a qual vai automaticamente identificar um ponto nas várias imagens em que este aparece, efectuando medições e refinamentos sucessivos. Nos parâmetros de ajustamento é definido qual a overview da imagem de início e de fim do processo de correlação. O programa começa pela overview que tem menor resolução geométrica (1:128) até à de maior resolução (1:1), com um incremento de 1, sendo no total 8 níveis de processamento executados (27, 26 ,..., 20). Como tal torna-se necessário, para uma melhor qualidade da TAA, que as imagens fotogramétricas contenham uma boa textura dos seus elementos. 3.5.2. O software ISAT (ImageStation Automatic Triangulation) O programa ISAT (ImageStation Automatic Triangulation) utiliza o método de triangulação aérea por ajustamento de feixes perspectivos (bundle adjustment) [Zeiss/Intergraph, 2004a]. O seu objectivo é automatizar a transferência de pontos e as operações de medição dos pontos de ligação, no sentido de minimizar o trabalho manual e a intervenção do operador. Para utilização deste software torna-se necessário que as fotografias aéreas se encontrem no formato digital, tenham a mesma resolução de pixel, possuam o número máximo de overviews, se conheçam alguns parâmetros do voo (direcção do voo, base aérea, elevação média do terreno e a altura média de voo), e os dados relativos à câmara métrica utilizada, através do certificado de calibração da câmara. A figura 3.14 representa as tarefas mais importantes do workflow do programa ISAT. Francisco M. Sequeira 36 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 3.14 – Tarefas mais importantes da cadeia de produção do ISAT. Para se proceder à criação de um projecto no ISAT, é necessário introduzir a seguinte informação, considerada essencial, através dos comandos New Project, Camera Wizard e Edit Control: - Nome do Projecto; - Definição do sistema de coordenadas; - Escala, altura de voo; - Cota média do terreno; - Parâmetro para a correcção da refracção atmosférica; - Parâmetro de curvatura da Terra; - Esquema de voo; - Dados da câmara métrica; 37 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente - Distância focal da lente; - Coordenadas das marcas fiduciais; - Dimensões do filme utilizado; - Coordenadas dos pontos principais (Principal Point of Symmetry - PPS e Principal Point of Autocollimation - PPA); - Valores de aceitação do desvio padrão (sigma) das medições; - Tolerâncias de convergência nos ajustamentos; - Tolerâncias das orientações interna, relativa e absoluta (máximo sigma, máximo resíduo, máximo erro médio quadrático); - Coordenadas (X, Y, Z) dos pontos de controlo; - Localização das fotografias aéreas, etc. Antes de efectuar o cálculo com o programa ISAT, o projecto deverá também conter informação que permita efectuar a orientação externa das imagens. Estes parâmetros deverão ser fiáveis, podendo ser importados directamente, se existirem os parâmetros (X, Y, Z, ω,φ,κ) ou serem introduzidos através do comando Strip Wizard, dando as coordenadas de início e fim de fiada, cota média e altitude de voo. Trata-se de valores aproximados (iniciais) para os parâmetros de orientação externa. Introduzida a informação e efectuada a orientação interna das fotografias, o software coloca as fotos e os pontos de controlo (pontos fotogramétricos e vértices geodésicos) na sua posição aproximada. É possível ver a localização aproximada destes, através do comando Foot Print Viewer (Tools menu). Depois do projecto criado, o ISAT cria vários ficheiros com a informação introduzida (figura 3.15). Figura 3.15 – Ambiente Windows do projecto com os ficheiros criados pelo ISAT. Francisco M. Sequeira 38 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente 3.6. Geração Automática de Modelos Digitais de Terreno 3.6.1. Definição de Modelo Digital de Terreno Um Modelo Digital de Terreno (MDT) é uma representação numérica e matemática da superfície do terreno baseada num conjunto de tripletos, isto é, um conjunto de coordenadas (X,Y,Z) conhecidas. Este conjunto de coordenadas reflectem as variações da superfície terrestre, ou seja o relevo do terreno. Um MDT pode ser descrito matematicamente como altitude em função da posição, através de um processo de extracção e medição da localização espacial de pontos ou linhas à superfície do terreno, denominado de sampling, em que é efectuado o cálculo da coordenada Z (altitude) no ponto (X,Y) através de pontos relevantes da superfície terrestre, pontos estes que dependem das aplicações do MDT e dos requisitos do utilizador. A partir de um conjunto de pontos gerados podemos, por interpolação, conhecer a altitude de qualquer ponto do terreno. A sigla MDT significa o mesmo que DTM (Digital Terrain Model) na literatura inglesa. Os primeiros estudos na modelagem numérica da superfície topográfica foram efectuados em meados da década de 50 pelo investigador do MIT (Massachusetts Institute of Technology), Prof. Charles E. Miller, em que as suas pesquisas estavam relacionadas, principalmente, com projectos rodoviários [Santos et al., 2001]. Alguns investigadores fazem a distinção entre as diversas expressões surgidas para definir um MDT, nomeadamente MDE (Modelo Digital de Elevação ou no inglês DEM - Digital Elevation Model), DGM (Digital Ground Model), MNT (Modelo Numérico do Terreno), etc. Enquanto que o termo MDT estaria relacionado com a modelação digital das altitudes, envolvendo também as formas geográficas existentes no terreno, o termo MDE estaria disciplinado a altitudes referidas a um referencial altimétrico e a outras superfícies formadas a partir de dados atmosféricos, hidrológicos, geológicos, corpo humano, etc. O DGM seria a expressão utilizada para enfatizar um modelo digital da superfície sólida da Terra. E o último termo referido seria um sinónimo de MDT. No entanto, para um dos nomes grandes na área 39 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente da fotogrametria, Prof. Friedrich Ackermann, não se deve efectuar nenhuma distinção entre os termos referidos, sendo ambos utilizados como sinónimos [Santos et al., 2001]. Na elaboração de um MDT, o objectivo final é produzi-lo com determinada precisão, de preferência de uma maneira económica e eficiente, ou seja, precisão, despesa e eficiência são os motivos de maior importância para quem produz o MDT e para quem o utiliza. A precisão é condicionada por muitos parâmetros individuais, nomeadamente atributos dos dados adquiridos (densidade e distribuição), características do terreno, método utilizado para a construção da superfície digital e características da superfície MDT construída a partir dos dados adquiridos. 3.6.2. O software ISAE (ImageStation Automatic Elevations) Existem vários tipos de software que permitem obter MDT`s. Um desses programas é o ISAE (ImageStation Automatic Elevations), que é um software distribuído pela Z/I Imaging. O programa ISAE gera automaticamente pontos de um modelo digital do terreno a partir de imagens aéreas que formam um modelo estereoscópico. Este software tem uma exactidão total elevada porque produz um grande número de pontos. Em contraste com os métodos convencionais de obtenção iterativa de MDT, o referido programa não tem grandes dificuldades para adquirir pontos de elevação com extrema exactidão, fornecendo um grande número de pontos do terreno exactos em face das combinações de características idênticas existentes em cada uma das imagens do modelo fotogramétrico. Posteriormente o software filtra os pontos adquiridos de forma a criar um MDT muito preciso [Zeiss/Intergraph, 2002]. O elevado grau de automatização é conseguido com o uso de estruturas hierárquicas de dados da imagem e de métodos de processamento digital das imagens. A geração de pontos pode ocorrer em todo o modelo disponível ou, caso seja definido um limite de aquisição, na área pretendida. Antes de iniciar o processo de aquisição automática de pontos de elevação de um MDT, o processo requer, no mínimo, um par de imagens em estereoscopia, que possua uma estrutura piramidal (várias overviews a diferentes resoluções), os parâmetros das orientações internas e externas obtidas por triangulação aérea e alguns parâmetros do projecto. Francisco M. Sequeira 40 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Na fase do processamento, o programa ISAE utiliza o modelo hierárquico de correlação de imagens em estrutura piramidal, em que, para cada nível, é efectuado uma correlação entre pormenores radiométricos homólogos de cada imagem, com base no processo da geometria epipolar, criando um modelo espacial inicial a partir desses pontos homólogos de correlação. O processo inicia-se a partir do primeiro nível, denominado de plano horizontal, e prossegue para os níveis seguintes, para que o modelo final de um determinado estado piramidal sirva de modelo inicial para correlação do nível seguinte. Figura 3.16 – Estrutura piramidal. O processo da geometria epipolar fundamenta-se no facto das imagens utilizadas se basearem no modelo da perspectiva central. Dadas duas imagens, o plano epipolar para um ponto no espaço é definido à custa do plano que contém esse ponto e os dois centros de projecção de ambas as imagens. Este plano intersecta ambas as imagens segundo duas linhas rectas, definidas como linhas epipolares. Como a orientação relativa das imagens é conhecida, é então possível calcular a linha epipolar da outra imagem, encontrando-se o ponto correspondente sobre esta. O problema de correlação entre os dados é então facilitado, passando de uma dificuldade bidimensional para unidimensional. A geração dos pontos de elevação do MDT ocorre num processo hierárquico através dos dados da estrutura piramidal. Em cada nível piramidal, efectuada a correlação entre pontos homólogos, o software encontra um ponto de intersecção tridimensional (3D) no espaço objecto dos pontos homólogos e molda um MDT com um número finito de elementos bilineares. 41 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 3.17 – Modelação 3D. Fonte: [Zeiss/Intergraph, 2002]. Em cada nível piramidal, a intersecção tridimensional entre pontos homólogos correlacionados produz uma mancha densa de pontos. O programa define o MDT por uma rede regular com valores altimétricos que são determinados a partir da distribuição irregular de altitudes terreno. Os elementos finitos bilineares representam a parte funcional do modelo matemático [Zeiss/Intergraph, 2002]. d – grid width Figura 3.18 – Interpolação finita de um elemento. Fonte: [Zeiss/Intergraph, 2002]. Francisco M. Sequeira 42 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente De acordo com a figura 3.18 deduz-se [Zeiss/Intergraph, 2002]: k a :=(1-dx)(1-dy)/d 2 k b :=dx(1-dy)/d 2 (3.5) k c :=(1-dx)dy/d 2 k d :=(dx dy)/d 2 em que dx = x(zs ) - x(z(i, j)) (3.6) dy = y(z s ) - y(z(i, j)) e os elementos ka, kb, kc, kd são elementos de área. Nas fórmulas seguintes os vectores encontram-se representados a “bold”. Os pontos medidos do terreno são: z = {z i :i = 1,n.m} (3.7) onde n.m representa o número de altitudes terreno. As curvaturas são dadas por: z xx = {z xx (i, j):i = 1,n;j = 1,m} (3.8) z yy = {z yy (i, j):i = 1,n;j = 1,m} A fórmula matemática das torções é: z xy = {z xy (i, j):i = 1,n;j = 1,m} (3.9) Além dos pontos medidos do terreno, as curvaturas e as torções são introduzidas na grelha de pontos n.m do MDT, assumindo que a fórmula (3.5) permanece verdadeira: E ( z xx ) = 0 ( ) E ( z xy ) = 0 E z yy = 0 43 (3.10) Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente As equações seguintes referem-se às definições na figura 3.18 para as elevações do MDT de quatro células da grelha e de uma altitude inicial de terreno zs: z s + ν s =k a z(i,j) + k b z(i+1,j) + k c z(i,j+1) + k d z(i+1,j+1) z xx (i,j) + ν xx (i,j) = a 2 Tu part (3.11) z yy (i,j) + ν yy (i,j) = a 3 T upart z xy (i,j) + ν xy (i,j) = a 4 T upart Estas equações são formuladas com o vector das alturas desconhecidas da grelha de pontos: upart T = [ z(i-1,j+1),z(i,j+1),z(i+1,j+1),z(i-1,j),z(i,j),z(i+1,j), z(i-1,j-1),z(i,j-1),z(i+1,j-1)] (3.12) Os resíduos, νs, νxx(i,j), νyy(i,j) e νxy(i,j) das observações introduzidas são assumidos como valores centrados em média zero e com distribuição normal. Os coeficientes dos vectores, ai (i=2,3,4) , resultam a partir dos centros de convolução que são aplicados às nove alturas do terreno upart das quatro células da grelha indicada na figura 3.18 e que são definidos por: T ⎡ 1⎤ 1 1 -2 -4 2⎥⎥ ) a 2 : = vec( 4 ⎢⎢21 -2 1 ⎥⎦ ⎢⎣ T T ⎡ 2 1⎤ 1 1 -4 -2⎥ ) a 3 : = vec( 4 ⎢⎢-2 1 2 1 ⎥⎦⎥ ⎣⎢ T (3.13) T ⎡ ⎤ 1 1 0 -1 a 4 : = vec( 4 ⎢⎢-10 00 01 ⎥⎥ ) ⎢⎣ ⎥⎦ T O modelo matemático é complementado com o modelo estocástico: P ( z ) = Diag(D-1 (σ z2 )) P ( z xx ) = Diag(D-1 (σz xx )) 2 ( ) P ( z xy ) = Diag(D 2 P z yy = Diag(D-1 (σz yy )) -1 (3.14) 2 (σz xy )) o qual representa as matrizes de pesos das observações introduzidas e dos seus desvios padrão à priori. Francisco M. Sequeira 44 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Minimizando a função (3.15) em cada passo da iteração ν é fornecida a solução para o vector u de todos os valores altimétricos desconhecidos do MDT: f ( u,σz ,σzxx ,σzyy ,σzxy ) = νT P(ν) (z) ν + νTxx P(ν) (z xx ) ν xx + νTyy P(ν) (z yy ) ν yy + νTxy P(ν) (z xy ) ν xy (3.15) A função é minimizada até que os valores estimados ( σ 0 ,σ zxx ,σ zyy ,σ zxy ) se tornem constantes ou se alcance um parâmetro introduzido inicialmente. A combinação de ambas as fases da iteração garante uma convergência global e a detecção e eliminação de erros crassos de altitude. Este modelo matemático para a geração de MDT representa um processo de filtro robusto aplicável a áreas com insuficiente informação acerca da superfície do terreno. Devido ao facto do software ISAE gerar um número elevado de pontos medidos do terreno torna o processo altamente redundante, mesmo que seja seleccionada uma pequena largura de grelha. Existem duas importantes razões para o modelo matemático adoptado. A primeira razão é que os erros brutos de altitude podem ocorrer a partir de erros de correlação (por exemplo, objectos simples como árvores ou casas podem desviar-se significativamente da superfície do terreno). O programa elimina estes tipos de elementos isolados da superfície para garantir a aproximação da superfície ao terreno. A segunda razão é que o ISAE detecta descontinuidades do terreno, tais como breaklines. O programa considera as descontinuidades desde que os pesos para as curvaturas e torções sejam modificados durante o processo iterativo de geração automática. Outros erros podem resultar dos erros sistemáticos da imagem digital e dos erros aleatórios dos pontos de interesse extraídos automaticamente. É possível estimar os erros aleatórios como erros de quantização de aproximadamente 1/ 12 do tamanho do pixel porque não ocorre nenhuma aproximação de sub-pixel durante a fase de extracção da característica. Os erros sistemáticos da imagem digital podem causar y-paralaxes nas imagens normalizadas e, desta maneira, também erros sistemáticos nas alturas do terreno. A redução da influência destes erros pode ser efectuada durante a digitalização das imagens. Antes de poder utilizar o software ISAE é necessário efectuar uma série de procedimentos, sem os quais não é possível gerar automaticamente os pontos de elevação, que se encontram esquematizados na figura 3.19. As siglas ISPM (ImageStation Photogrammetric Manager), ISSD (ImageStation Stereo Display), ISFC (ImageStation Feature Collection) e ISDC 45 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente (ImageStation DTM Collection) referem-se a outros produtos pertencentes ao pacote fotogramétrico distribuído pela Zeiss/Intergraph. Figura 3.19 – Worflow de produção automática de MDT`s utilizando o software ISAE. Na parametrização dos dados de entrada para o processamento da aquisição automática de pontos de elevação, o software ISAE requer a indicação da localização das imagens estereoscópicas, com as respectivas overviews criadas, os parâmetros das orientações interior e exterior, a localização do ficheiro onde os pontos obtidos são guardados, e alguns dados relativos à dimensão da área do modelo, aos parâmetros de correlação, aos valores da tolerância, etc. Um dos parâmetros que se torna necessário definir é o tipo de terreno do modelo. Três opções são fornecidas pelo programa: - Terreno do tipo Flat, relativo a uma superfície de terreno primordialmente do tipo plano, ou seja com declives suaves; - Terreno do tipo Hilly, relativo a uma superfície de terreno primordialmente do tipo colina, em que não é essencialmente plano nem é essencialmente montanhoso; - Terreno do tipo Mountainous, relativo a uma superfície de terreno primordialmente do tipo montanhoso. Francisco M. Sequeira 46 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Em face do tipo de terreno seleccionado, as propriedades do limite de paralaxe e da distância da linha epipolar são alteradas pelo próprio software. Com a activação da função “Adaptive Parallax” permite-se que o programa calcule automaticamente o seu espaço de pesquisa, da área de trabalho, e com a função “Adaptive Matching” permite-se que o programa, no caso de existirem combinações insuficientes, volte a filtrar as imagens com áreas pobres em textura, com a finalidade de obter mais combinações. Na área relativa à parametrização da reconstrução da superfície, insere-se os dados relativos à largura da grelha, o valor do desvio padrão, e qual o filtro de adoçamento do terreno a utilizar. Na largura da grelha deve-se ter atenção aos valores que se inserem, uma vez que, diminuindo a largura da grelha aumenta significativamente o tempo de processamento. Por outro lado, uma largura grande da grelha pode enfraquecer a geometria da grade. O software propõe, para o caso de utilização de fotografias aéreas, que o valor para este parâmetro seja derivado da seguinte equação: Largura da Grelha = 30 * Tamanho do Pixel * Módulo da Escala da Foto (3.16) Relativamente ao valor do desvio padrão, este é fornecido pela triangulação aérea automática realizada e descreve a precisão teórica da medição 3D dos pontos do terreno. O filtro de suavização do terreno tem como função a determinação do grau com que o programa filtra detalhes locais fora do terreno e adoça as superfícies terrestres. O seu valor pode ser Low (Baixo), Medium (Médio) ou High (Alto). O grau de adoçamento depende do tipo de terreno, por exemplo, quando o terreno é muito liso, um alto grau de suavização é razoável, enquanto que, quando o terreno montanhoso é muito áspero, um médio ou mesmo um baixo grau de suavização é recomendado [Zeiss/Intergraph, 2002]. 3.6.3. Construção da Superfície do Modelo Digital de Terreno Uma vez construídos, os MDT`s podem ser divididos, atendendo à distribuição dos seus pontos, em duas classes [Portugal et al., 1999]: Modelo TIN (Triangulated Irregular Network) – contem pontos espaçados aleatoriamente, formando uma rede irregular de triângulos; Modelo GRID – grelha de pontos espaçados uniformemente. 47 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente 3.6.3.1. Modelo TIN A construção do modelo TIN é realizada desenhando linhas entre todos os pontos de forma a obter uma rede irregular de triângulos, ou seja, este modelo aproxima o terreno através de poliedros de faces triangulares com dimensões variáveis irregulares. Existem vários métodos possíveis para a construção desta rede diferenciando-os o critério utilizado na ligação dos pontos, podendo-se encontrar detalhes sobre a construção desses métodos na literatura, nomeadamente em Watson [1981], Lancaster and Salkauskas [1986], Catalão Fernandes [1990] e Santos et al. [2001]. De todos os métodos salienta-se o critério de triangulação de Delaunay, que consiste num processo iterativo em que para cada triângulo construído se faz passar um círculo pelos seus vértices e se algum ponto ficar dentro desse círculo, constrói-se um novo triângulo, garantindo-se desta forma que toda a informação existente é utilizada na construção do modelo. Segundo Catalão Fernandes [1990], a triangulação de Delaunay é feita a partir do polígono de Voronoi, no qual em torno de cada ponto é construído um polígono convexo, de tal modo que dois polígonos contíguos possuam em comum uma única aresta, que é equidistante dos pontos internos aos referidos polígonos. Desta forma, todos os pontos contíguos são unidos por segmentos de recta, dando origem à malha de triângulos de Delaunay. Ainda segundo o mesmo autor, os limites de um triângulo nunca são interceptados pelos de outro triângulo, sendo estes triângulos o mais equiláteros possíveis e de menor área. Com o critério de Delaunay a rede de triângulos obtida adapta-se, de uma forma relativamente rigorosa, ao terreno. Após construída a rede de triângulos, existem vários tipos de interpolação que permitem conhecer a altitude de qualquer ponto do terreno a partir do par de coordenadas planimétricas (X e Y), destacando-se a interpolação planar, recomendada para modelos TIN com uma grande densidade de pontos. A interpolação planar permite conhecer a altitude de qualquer ponto do modelo recorrendo ao plano formado pelos três vértices do triângulo em que o ponto se encontra. O modelo TIN destaca-se do modelo GRID por ser mais rigoroso na representação do terreno, sendo o mais indicado para representar zonas morfologicamente acidentadas. Francisco M. Sequeira 48 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente 3.6.3.2. Modelo GRID O modelo GRID consiste numa representação regular do terreno, com pontos espaçados uniformemente, formando uma rede rectangular que pode ser mais ou menos precisa atendendo ao número de pontos que a formam. Após a construção do modelo, a altitude de qualquer ponto do terreno é fornecida realizando uma interpolação relativamente aos pontos da área, dos quais por inerência se conhece a elevação. O tipo de interpolação a adoptar depende dos parâmetros de densidade dos pontos, da precisão e da capacidade de processamento da informação. Existem vários tipos de interpolação que se podem utilizar, nomeadamente a interpolação bilinear, a interpolação bicúbica e a interpolação do vizinho mais próximo. A interpolação bilinear consiste na determinação da altitude do ponto recorrendo à informação fornecida pelos quatro pontos, do modelo GRID, mais próximos. A interpolação bicúbica também consiste na determinação da altitude do ponto recorrendo à informação proporcionada pelos dezasseis pontos mais próximos. A interpolação do vizinho mais próximo utiliza apenas a informação altimétrica do ponto que se encontra mais próximo. Este modelo é, em regra geral, mais fácil de manipular, do ponto de vista informático, do que o modelo TIN. 49 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira 50 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente IV EEX O ÃO ÇÃ CÇ AC RA TR XT M OSS DEELLO OD MO D OSS DO D DEE T AIISS D TA GIIT DIIG O NO REEN RR TEER 4.1. Definição da Série Temporal Para a Área de Estudo A fonte principal de informação deste estudo é a fotografia aérea. De forma a ser definida a série temporal de estudo para a área referida no capítulo 1.4 da presente investigação, foram contactados diversos organismos nacionais no sentido de obter as datas de voos da área. Três entidades nacionais, Instituto Geográfico do Exército (IGeoE), Instituto Geográfico Português (IGP) e Força Aérea Portuguesa (FAP), forneceram as datas e a respectiva escala de voo das coberturas áreas que possuem, conforme indicado na tabela 4.1. Assim sendo verificou-se que a zona em estudo tem sido sobrevoada, com fins cartográficos e militares, com alguma regularidade. Constatou-se que o primeiro levantamento fotogramétrico na área de estudo foi efectuado em 1947, pela Royal Air Force para o Serviço Cartográfico do Exército, actual Instituto Geográfico do Exército, e o último voo ocorreu no ano de 2000, pela Força Aérea Portuguesa. Foram consideradas para análise 6 épocas diferentes no intervalo da série temporal, que começa com os dados de 1947, continua com as informações fornecidas pelos voos de 1957, de 1972, de 1983, de 1991 e termina com os dados de 2000, permitindo obter uma série temporal de 53 anos. A caracterização do conjunto de fotografias aéreas correspondentes ao presente estudo pode ser observada na tabela 4.2. 51 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela 4.1 – Voos na área de São Martinho do Porto. ANO DO VOO ESCALA TIPO ENTIDADE 1947 1:30 000 P/B SCE / actual IGeoE 1957 1:10 000 P/B IGC / actual IGP 1958 1: 26 000 P/B SCE / actual IGeoE 1972 1:15 000 P/B IGC / actual IGP 1977 1:30 000 P/B IGC / actual IGP 1980 1:15 000 P/B FAP 1982 1:15 000 P/B IGC / actual IGP 1983 1:8 000 P/B IGC / actual IGP 1983 1:15 000 P/B FAP 1989 1:15 000 P/B IGC / actual IGP 1991 1:8 000 COR FAP 1998 1:6 000 P/B IPCC / actual IGP 1999 1:26 900 COR IGeoE 2000 1:15 000 P/B FAP Tabela 4.2 – Caracterização das fotografias aéreas nas 6 épocas de estudo. DATA 25 Julho VOO ESCALA TIPO RAF47 1:30 000 P/B 1957 CaldasRainha57 1:10 000 P/B 1972 DGF72 1:15 000 P/B Alcobaça83 1:8 000 P/B 43/91 1:8 000 COR 08/00 1:15 000 P/B 1947 26 Setembro 1983 1991 15 Março 2000 FOTOS 5094 5096 3620 3621 159250 159251 1439 1440 3416 3417 1776 1777 CÂMARA DIST.ª FOCAL [mm] ENTIDADE RAZÃO DO VOO --------- 154.2 IGeoE Cartografia --------- 209.83 IGP Cartografia Wild RC5 152.05 IGP Cartografia Wild RC10 153.36 IGP Cartografia Wild RC10 152.31 FAP Militar Wild RC30 152.73 FAP Militar Para os voos de 1947 e de 1957 não existem quaisquer parâmetros de calibração das câmaras fotogramétricas. Os diapositivos do voo do ano de 1947 apresentam 4 marcas de orientação interna triangulares localizadas no meio dos lados da fotografia, numa dimensão de área de 227 mm por 229 mm. No caso do voo de 1957, a dimensão dos diapositivos é de 182 mm por 182 mm, enquanto que as 4 marcas fiduciais já se encontram localizadas nos cantos do perímetro da foto. Nos restantes voos, realizados com câmaras aéreas Wild, existem todos os Francisco M. Sequeira 52 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente elementos necessários a uma correcta parametrização das lentes e da orientação interna, sendo o tamanho das fotos de 230 mm por 230 mm, formato habitual nas câmaras aéreas com abertura de cone de grande angular, que permitem uma melhor percepção do relevo. Importa também referir que o voo de 1947 não apresenta a melhor textura para o presente estudo, em face das condições pancromáticas, da idade, do manuseamento, das condições de preservação ao longo do tempo e dos meios disponíveis à data do voo. 4.2. Digitalização dos Diapositivos da Série Temporal Todos os diapositivos referidos na tabela 4.2 foram rasterizados num PhotoScan TD da Zeiss/Intergraph, onde cada diapositivo constitui um único ficheiro CMP (CoMposit Color). No estudo foi adoptado a resolução do tamanho do pixel de 14 μm, resultando que, em face das diferentes escalas de cada par de fotografias das 6 épocas consideradas, a definição da área de cada pixel no terreno fica na ordem de: Tabela 4.3 – Definição do pixel de digitalização e correspondentes valores no terreno. DIGITALIZAÇÃO DEFINIÇÃO NO DESVIO PADRÃO [μm] TERRENO [m] ASSOCIADO [m] 5094 e 5096 14 0.42 0.06 1:10 000 3620 e 3621 14 0.14 0.02 1972 1:15 000 159250 e 159251 14 0.21 0.03 1983 1:8 000 1439 e 1440 14 0.11 0.02 1991 1:8 000 3416 e 3417 14 0.11 0.02 2000 1:15 000 1776 e 1777 14 0.21 0.03 VOO ESCALA FOTOS 1947 1:30 000 1957 O formato escolhido neste estudo foi o “INGR JPEG compressed”, em que o valor de compressão “JPEG Q Factor” utilizado foi de 15. Quanto maior for este factor, maior é a compressão da imagem e consequentemente existe uma diminuição da sua qualidade. Também se optou pela criação máxima de overviews no momento da digitalização dos diapositivos, tendo-se utilizado o filtro de Gaussian. 53 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente 4.3. Apoio Topográfico e Pontos Fotogramétricos O apoio topográfico, realizado em 20 de Novembro de 2004, teve como objectivo a obtenção de uma boa base de pontos de controlo, com exactidão geométrica, para a área em estudo. A escolha dos pontos de controlo do terreno corresponde a uma fase muito importante no processo fotogramétrico, pois pode condicionar todo o trabalho posterior. De acordo com Wolf [1983], o rigor da informação a extrair das fotografias aéreas não pode ser superior ao rigor obtido na determinação das coordenadas dos pontos de controlo do terreno em que é baseada. Nesta conformidade e em face das 6 épocas existentes, tornou-se primordial escolher pontos fotogramétricos (PF) que pudessem ser visualizados nas diferentes fotografias da série temporal. Como informação colateral obteve-se os seguintes dados [Silva, 2005]: - Em 1919 foi colocado o busto do comendador José Bento da Silva no largo que recebeu o seu nome, também conhecido por Adro; - Em 1931 foi construída a rampa do salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos; - Em 1935 foi construído, junto ao cais, o edifício para alojamento dos filhos de funcionários da então Empresa de Cimentos de Leiria, Maceira-Liz, durante a época balnear, para gozo de férias; - Em 1940 foi inaugurado o Cruzeiro, na parte mais alta do monte da Vigia, por detrás da capela de Santo António. Monumento que assinala as comemorações do VIII Centenário da Fundação da Nacionalidade e o III da Restauração da Independência Nacional. Em face destes dados, apurou-se que estes elementos constavam em todas as épocas consideradas, pelo que foram escolhidos como pontos fotogramétricos para todas os voos aéreos em estudo. De igual forma, a Capela de Santo António também foi considerada em todas as fotografias da área. Francisco M. Sequeira 54 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Posteriormente foram definidos outros pontos fotogramétricos, de forma a obter uma malha mais densa de pontos de controlo de terreno para a área em investigação. Refira-se que estes pontos fotogramétricos seleccionados não constam em todas as épocas de estudo consideradas, especialmente nas fotografias dos voos mais antigos. Na figura 4.1 é possível visualizar a malha de pontos considerada para a área, referindo-se que: - PF 100, PF 1, PF 2 e PF 3 referem-se ao Cruzeiro inaugurado em 1940; - PF 4 e PF 5 referem-se à Capela de Santo António; - PF 10, PF 15 e PF 16 referem-se à estátua do busto do comendador José Bento da Silva; - PF 101 refere-se ao edifício da colónia de férias; - PF 103 refere-se à rampa do salva-vidas; - PF 105 refere-se ao vértice geodésico PEDERNEIRA. LEGENDA - PF Planimérico e Altimétrico - PF Altimétrico - N.º do PF Pla+Alt A imagem aérea refere-se à foto 3417 do voo FAP de 1991. Figura 4.1 – Imagem aérea com a localização dos PF`s. 55 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente A obtenção das coordenadas dos pontos de controlo de terreno foi efectuada a partir do sistema de posicionamento global GPS em modo cinemático. A utilização do sistema diferencial em tempo real consistiu na utilização em simultâneo de duas antenas receptoras dos sinais provenientes dos satélites, de forma a aumentar o rigor dos dados obtidos por correcção diferencial em tempo real das coordenadas. O modo de posicionamento diferencial pressupõe o uso de duas antenas receptoras GPS em simultâneo, em que uma das antenas é denominada de ponto base fixo, localizada num ponto cujas coordenadas são conhecidas e registando continuadamente dados, e a outra antena, móvel, serve para a determinação das coordenadas dos pontos pretendidos. Foi utilizado, neste trabalho, um receptor GPS Trimble 4700, de dupla frequência L1 e L2 e de elevado rigor posicional. O ponto fixo adoptado foi o vértice geodésico PEDERNEIRA (PF 105). Na determinação dos registos em cada um dos pontos pretendidos foi assumido um número mínimo de 6 satélites, variando o tempo de observação em função do número de satélites “visíveis” mas nunca inferior a 1 minuto, possibilitando desta forma a obtenção de precisões de ordem centimétrica, em face do rigor obtido na estação base e do número de satélites disponíveis. A distância dos diversos pontos ao ponto base fixo é inferior a 1250 metros. Os dados foram processados posteriormente à campanha de recolha de dados, através do software TGO (Trimble Geomatics Office V 1.50) da Trimble Navigation Limited, cujo processo automático após a inserção dos dados, aceitava ou rejeitava as observações efectuadas em função da precisão pretendida. O modelo geóide utilizado foi o EGM96 (Earth Gravity Model 96) e a confiança dos dados baseia-se no Teste do Qui-Quadrado (χ2) com um grau de confiança de 95%. Após o processamento de todos os dados é possível visualizar os resultados e obter informações estatísticas dos mesmos através de relatórios de resultados. A malha de pontos de controlo de terreno obtida é constituída por 34 pontos fotogramétricos, com uma precisão superior a 1 centímetro em planimetria e a 3 centímetros em altimetria (tabela 4.4). Os resultados obtidos pela precisão das coordenadas cartográficas dos pontos fotogramétricos demonstram que a sua aquisição superou as expectativas mais optimistas. No entanto, refere-se que os valores da precisão estimada por mínimos quadrados são normalmente muito optimistas. Francisco M. Sequeira 56 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela 4.4 – Coordenadas HGDLx dos Pontos Fotogramétricos e respectiva precisão estimada no ajustamento. Nome PF M [m] Desvio Padrão em M P [m] [m] Desvio Padrão em P H [m] [m] Desvio Padrão em H [m] VG 105 114145.720 0.000 283976.360 0.000 93.140 0.000 Marca Bronze Cruzeiro 100 113518.587 0.000 283455.283 0.000 68.429 0.000 Ponto 1 do Cruzeiro 1 113517.340 0.004 283452.487 0.006 68.256 0.026 Ponto 2 do Cruzeiro 2 113514.540 0.004 283453.944 0.006 68.247 0.026 Ponto 3 do Cruzeiro 3 113515.951 0.004 283456.709 0.006 68.240 0.027 Capela Sto. António 4 113445.908 0.003 283384.944 0.006 52.592 0.026 Muro junto à Capela Sto. António 5 113443.591 0.004 283392.402 0.007 51.830 0.028 Muro da Capitania - Lado Av. 6 113743.032 0.004 283207.127 0.007 3.675 0.030 Muro da Capitania - Lado Rua 7 113744.840 0.004 283209.938 0.010 3.621 0.030 Muro Escola Primária 8 113999.387 0.007 283101.847 0.005 3.284 0.027 Muro Cruzamento Ruas 9 114021.022 0.005 283046.884 0.006 3.097 0.027 Estátua do Antigo Adro 10 113841.873 0.003 283259.962 0.004 22.675 0.026 Canteiro Sul da Estátua 15 113841.758 0.005 283259.594 0.005 22.369 0.027 Canteiro Oeste da Estátua 16 113840.572 0.004 283260.920 0.004 22.378 0.027 Ponto 1 da Entrada da Eira 17 113729.403 0.004 283911.008 0.004 66.115 0.026 Ponto 2 da Entrada da Eira 18 113728.075 0.004 283910.169 0.005 66.044 0.026 Ponto 3 da Eira 19 113728.818 0.005 283919.816 0.005 65.730 0.027 Casa do Facho 20 113124.132 0.004 283940.184 0.005 81.213 0.026 Largo da Estrada no Pico do Facho 1 21 113164.020 0.005 283912.528 0.006 76.121 0.027 Largo da Estrada no Pico do Facho 2 22 113163.685 0.006 283909.356 0.008 76.039 0.028 Largo da Estrada no Pico do Facho 3 23 113165.569 0.006 283905.359 0.008 75.828 0.028 Largo da Estrada no Pico do Facho 4 24 113170.009 0.005 283902.297 0.006 75.52 0.027 Largo da Estrada no Pico do Facho 5 25 113179.773 0.005 283899.957 0.006 75.179 0.027 Largo da Estrada no Pico do Facho 6 26 113179.788 0.004 283899.975 0.005 75.176 0.027 Largo da Estrada no Pico do Facho 7 27 113189.971 0.004 283899.116 0.004 74.812 0.026 Largo da Estrada no Pico do Facho 8 28 113190.112 0.005 283906.699 0.007 74.762 0.027 Largo da Estrada no Pico do Facho 9 29 113185.140 0.005 283909.300 0.007 75.007 0.027 Largo da Estrada no Pico do Facho 10 30 113181.773 0.006 283912.218 0.008 75.211 0.028 Largo da Estrada no Pico do Facho 11 31 113177.514 0.009 283915.657 0.012 75.493 0.031 Largo da Estrada no Pico do Facho 12 32 113168.784 0.006 283917.148 0.016 76.008 0.029 Entroncamento 1 33 113210.539 0.005 283903.597 0.006 74.311 0.027 Entroncamento 2 34 113214.212 0.003 283906.354 0.004 74.161 0.026 Colónia de Férias 101 113366.399 0.001 283117.526 0.001 2.551 0.012 Rampa do Salva-Vidas 103 113336.405 0.001 283073.605 0.001 1.989 0.011 4.4. Orientação dos Pares Estereoscópicos Com o objectivo de obter os dados de orientação externa de cada par de fotografias da série temporal em estudo, utilizou-se o software de triangulação aérea automática ISAT. A utilização deste programa subentende a utilização de outros softwares do grupo 57 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Zeiss/Intergraph, nomeadamente os programas ISDM (ImageStation Digital Mensuration) e ISPM, que lhe estão intrínsecos. A utilização do software ISAT pressupôs a criação de projectos para cada época de estudo da série temporal. A criação do projecto obrigou à introdução de diversos dados relativos a cada ano de análise, nomeadamente as informações, indicadas na tabela 4.5, consideradas essenciais. Tabela 4.5 – Valores de parametrização dos 6 projectos fotogramétricos. ALTURA NOME FOTOS ESCALA MÉDIA DE ELEVAÇÃO MÉDIA DO VOO [m] TERRENO [m] SISTEMA DE COORDENADAS DIST.ª FOCAL [mm] IGE47 5094, 5096 1:30 000 4626 50 HGDLx 154.2 IGP57 3620, 3621 1:10 000 2100 50 HGDLx 209.83 IGP72 9250, 9251 1:15 000 2280 50 HGDLx 152.05 IGP83 1439, 1440 1:8 000 1218 50 HGDLx 153.36 FAP91 3416, 3417 1:8 000 1218 50 HGDLx 152.31 FAP00 1776, 1777 1:15 000 2290 50 HGDLx 152.73 Outras informações introduzidas correspondem à indicação do tipo de dados usados (fotografia aérea), unidades de medida linear (metros), unidades de medida angular (graus) e o valor do raio da Terra, tendo-se adoptado o valor existente por defeito no programa (6378000 metros). Os parâmetros para a correcção da refracção atmosférica, assim como da curvatura da terra, não foram utilizados uma vez que os voos foram realizados a baixa altitude e abrangem uma área relativamente pequena, pelo que a superfície da Terra pode ser considerada plana. Os dados relativos à câmara métrica são fornecidos através do certificado de calibração da câmara. No Anexo 1 e no Anexo 2 da presente dissertação encontram-se definidos os parâmetros utilizados. No caso dos voos de 1947 e 1957 considerou-se que os valores do PPS e do PPA eram iguais a zero e que não fossem consideradas correcções às distorções da lente da câmara utilizada. As coordenadas terreno (X, Y e Z) dos pontos fotogramétricos são introduzidas num ficheiro vazio gerado no momento da criação do projecto. Francisco M. Sequeira 58 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Na orientação interna efectuada em cada época de voo da série temporal, tomou-se como precisão mínima de aceitação de orientação o valor de 10 mícrons. O valor definido para o desvio padrão das medições foi de 5 μm, e para a tolerância de convergência nos ajustamentos, considerou-se um máximo de 10 iterações, um erro posicional (x,y,z) de 0.01 metros e um erro de atitude (ω, φ, κ) de 0.001 graus. A orientação relativa foi realizada fazendo as leituras das coordenadas imagem dos pontos fotogramétricos em todas as fotografias onde eles são identificáveis, inicialmente em monoscopia e refinando-as posteriormente em estereoscopia. Para facilitar a identificação dos PF’s, foi conveniente ter os croquis com a sua localização e respectivo código. No Anexo 3 poderão ser observados todos os croquis dos pontos fotogramétricos adquiridos. Figura 4.2 – Exemplo de um registo de PF (PF103). 59 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente No estudo realizado garantiu-se um mínimo de cinco pontos de controlo terreno em todos os pares estereoscópicos em investigação (o mínimo de utilização dos PF`s ocorreu na orientação do par estereoscópico do voo de 1947, em virtude de muitos dos pontos de controle adquiridos não constarem nas imagens do referido voo ou devido a problemas de identificação desses pontos em face da textura apresentada por esse voo). O valor limite de aceitação da orientação relativa foi definido para 20 mícrons. No processamento da triangulação aérea e para cada época de estudo, o programa fez, nas áreas de Von Gruber, a correlação entre as fotos do modelo e executou o ajustamento do par estereoscópico em face dos parâmetros de ajustamento definidos, usando a sua técnica de point-matching, associada à determinação dos valores pelo método de mínimos quadrados (o valor limite de aceitação da orientação absoluta foi definido para 20 mícrons). Após o processamento da triangulação aérea automática (para cada ano considerado), analisou-se os dados obtidos, tendo-se verificado que, em cada época de estudo, eram criados pontos de apoio com fraca correlação no terreno e outros localizados no mar. Os pontos de apoio gerados no mar foram todos retirados (desligados) da TAA e os que possuíam uma fraca correlação no terreno foram também desligados, caso existissem outros na mesma zona, ou então introduziu-se um ponto através da leitura desse elemento nas duas fotografias do par estereoscópico. No voo de 1947 ocorreu o maior número de pontos de apoio que foram desligados da TAA. Posteriormente efectuaram-se diversos pós-processamentos da TAA, obtendo-se os seguintes dados finais: Tabela 4.6 – Valores resultantes do processo fotogramétrico. NOME ESCALA N.º PF`s N.º PONTOS TAA - N.º PRECISÃO DA SIGMA RO SIGMA AO USADOS GERADOS ITERAÇÕES TAA [μm] [μm] [μm] IGE47 1:30 000 5 19 4 19.5 19.86 14.40 IGP57 1:10 000 7 41 5 14.2 14.17 4.06 IGP72 1:15 000 12 22 4 11.9 13.03 9.61 IGP83 1:8 000 14 80 4 6.6 7.04 2.75 FAP91 1:8 000 15 59 4 9.8 11.85 4.01 FAP00 1:15 000 18 56 3 7.9 7.48 6.17 Francisco M. Sequeira 60 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Relativamente ao erro médio quadrático da orientação absoluta, os valores obtidos foram os seguintes: Tabela 4.7 – Erro médio quadrático da orientação absoluta das 6 épocas. ANO ESCALA M [m] P [m] H [m] MP [m] 1947 1:30 000 1.030 1.064 1.081 1.049 1957 1:10 000 0.232 0.159 0.098 0.199 1972 1:15 000 0.696 0.508 0.350 0.606 1983 1:8 000 0.128 0.122 0.111 0.125 1991 1:8 000 0.177 0.194 0.148 0.186 2000 1:15 000 0.307 0.265 0.227 0.287 Da leitura da tabela 4.6 verifica-se uma degradação na qualidade da triangulação aérea automática em função do tempo, ressaltando, no entanto, o caso do voo de 1983, data na qual se obteve o melhor resultado. O facto dos voos de 2000 e de 1991 não terem sido realizados com o propósito cartográfico poderá explicar a circunstância. O mesmo fenómeno é verificado ao nível da precisão da orientação relativa. O voo de 1991, embora tenha sido realizado a cores e a uma boa escala, não representou uma mais valia no processo automático, em comparação com os outros voos pancromáticos e que possuem uma escala igual ou aproximada. Ao nível da precisão da orientação absoluta, verifica-se que, em termos gerais, a sua qualidade aumenta com o aumento da escala das fotografias, independentemente do tipo de filme (níveis de cinzento) associado. Como seria de esperar o voo de 1947 apresenta o pior valor de precisão da sua orientação absoluta. Por análise à tabela 4.7 verifica-se que os valores obtidos satisfazem plenamente o objectivo pretendido, uma vez que a precisão dos pontos, em planimetria e em altimetria, é inferior a 20 centímetros para os voos realizados às escalas 1:8 000 e 1:10 000. Para os voos efectuados à escala 1:15 000, a precisão é inferior a 30 centímetros para o voo realizado em 2000 e a 61 centímetros para o voo efectuado em 1972. Relativamente ao voo de 1947, à escala 1:30 000, a precisão é inferior a 110 centímetros. Tendo por objectivo efectuar uma verificação sobre o erro altimétrico dos diversos voos da série temporal em estudo, procedeu-se a uma comparação entre os valores da coordenada 61 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente altimétrica de 24 pontos de controlo terreno e o seu valor nos modelos estereoscópicos. Os resultados obtidos foram os seguintes: Tabela 4.8 – Comparação altimétrica para as 6 épocas em estudo. PF N.º FAP00 H 100 68.429 FAP91 IGP83 IGP72 IGP57 IGE47 Leitura Lt-H Leitura Lt-H Leitura Lt-H Leitura Lt-H Leitura Lt-H Leitura Lt-H 68.425 -0.004 68.464 0.035 68.442 0.013 68.433 0.004 68.433 0.004 68.677 0.248 1 68.256 68.168 -0.088 68.259 0.003 68.261 0.005 68.228 -0.028 68.259 0.003 68.449 0.193 2 68.247 68.192 -0.055 68.266 0.019 68.238 -0.009 68.222 -0.025 68.254 0.007 68.499 0.252 3 68.240 68.168 -0.072 68.259 0.019 68.242 0.002 68.228 -0.012 68.248 0.008 68.499 0.259 4 54.018 54.084 0.066 54.055 0.037 54.092 0.074 54.093 0.075 54.045 0.027 54.578 0.560 5 51.830 51.837 0.007 51.823 -0.007 51.842 0.012 51.828 -0.002 51.895 0.065 51.878 0.048 17 66.115 66.061 -0.054 X 66.123 0.008 66.099 -0.016 66.091 -0.024 X 18 66.044 65.961 -0.083 X 66.095 0.051 65.995 -0.049 65.979 -0.065 X 19 65.730 65.681 -0.049 X 65.818 0.088 65.695 -0.035 65.691 -0.039 X 20 81.213 81.217 0.004 81.229 0.016 81.293 0.080 81.128 -0.085 81.226 0.013 X 21 76.121 76.110 -0.011 76.056 -0.065 76.083 -0.038 76.083 -0.038 76.079 -0.042 76.123 0.002 22 76.039 76.021 -0.018 76.037 -0.002 76.009 -0.030 75.994 -0.045 75.998 -0.041 76.272 0.233 23 75.828 75.817 -0.011 75.797 -0.031 75.897 0.069 75.884 0.056 75.732 -0.096 76.099 0.271 24 75.520 75.513 -0.007 75.538 0.018 75.559 0.039 75.458 -0.062 75.524 0.004 75.903 0.383 25 75.179 75.174 -0.005 75.121 -0.058 75.167 -0.012 75.184 0.005 75.206 0.027 75.398 0.219 26 75.176 75.174 -0.002 75.121 -0.055 75.167 -0.009 75.184 0.008 75.206 0.030 75.398 0.222 27 74.812 74.819 0.007 74.793 -0.019 74.799 -0.013 74.829 0.017 74.774 -0.038 74.599 -0.213 28 74.762 74.783 0.021 74.802 0.040 74.774 0.012 74.809 0.047 74.830 0.068 74.928 0.166 29 75.007 75.003 -0.004 74.929 -0.078 74.991 -0.016 74.963 -0.044 74.997 -0.010 75.100 0.093 30 75.211 75.167 -0.044 75.151 -0.060 75.224 0.013 75.234 0.023 75.194 -0.017 75.324 0.113 31 75.493 75.469 -0.024 75.459 -0.034 75.464 -0.029 75.477 -0.016 75.491 -0.002 75.301 -0.192 32 76.008 76.029 0.021 75.953 -0.055 75.999 -0.009 75.992 -0.016 75.998 -0.010 75.698 -0.310 33 74.311 74.280 -0.031 74.326 0.015 74.272 -0.039 74.274 -0.037 74.287 -0.024 X 34 74.161 74.135 -0.026 74.147 -0.014 74.162 0.001 74.169 0.008 74.145 -0.016 X No PF4, ao valor da sua altitude foi adicionado a altura da antena utilizada na coordenação dos pontos fotogramétricos. O erro de posicionamento em H encontra-se retratado na tabela 4.9. Francisco M. Sequeira 62 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela 4.9 – Erro de posicionamento em altimetria. MÉDIA DAS DIFERENÇAS DESVIO PADRÃO [m] [m] FAP00 -0.0192 0.0358 FAP91 -0.0131 0.0375 IGP83 0.0110 0.0372 IGP72 -0.0111 0.0378 IGP57 -0.0070 0.0374 IGE47 0.1415 0.2147 VOO Figura 4.3 – Gráfico com a representação das diferenças de valor altimétrico dos PF`s . Em conformidade com os elementos referidos na tabela 4.9, verifica-se que as orientações dos pares estereoscópicos, constantes na série temporal em análise, foram correctamente efectuadas, sendo a precisão dos dados altimétricos muito superior aos objectivos propostos. 63 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente 4.5. Estudo do Método a Utilizar na Aquisição Automática dos Modelos Digitais de Terreno Com o voo do ano 2000 procedeu-se ao estudo do melhor método a aplicar na aquisição dos Modelos Digitais do Terreno em face das opções fornecidas pelo software, de geração automática de pontos de elevação, ISAE. Para verificar qual o tipo de terreno a escolher e qual o filtro de adoçamento do terreno a seleccionar, na geração dos modelos tridimensionais para cada época da série temporal, bem como validar a precisão dos MDT`s em função dos dois parâmetros indicados anteriormente, seleccionou-se uma área teste dentro da área de estudo, figura 4.4, na qual se efectuou também a aquisição manual do MDT para servir de base de comparação entre os modelos gerados automaticamente. Figura 4.4 – Indicação da área teste dentro da área de estudo temporal. Com recurso ao software ISFC, em conjugação com o programa CAD (Computer Aided Design) MicroStation, definiu-se a área de teste (collection boundary line), contemplando atributos que posteriormente o programa ISAE reconhecerá como limite de MDT pretendido. Francisco M. Sequeira 64 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Na aquisição manual dos pontos de elevação, na área teste, utilizou-se o software ISDC, em que se considerou uma grelha de 2.5 metros de lado. Na criação automática dos modelos digitais do terreno, para a área teste, considerou-se os seguintes parâmetros: - Dados de orientação do par fotográfico fornecidos pelo projecto “FAP00”; - Ficheiro CAD MicroStation contendo o limite da área de teste; - Largura de grelha – 2.5 metros; - Utilização do “Adaptive Parallax” e do “Adaptive Matching”; - Combinação Tipo de Terreno/Filtro de Adoçamento: ο Tipo Flat / Medium; ο Tipo Hilly / High; ο Tipo Hilly / Medium; ο Tipo Hilly / Low; ο Tipo Mountainous / High; ο Tipo Mountainous / Medium; ο Tipo Mountainous / Low. O tipo de terreno Flat só foi considerado uma vez, em face do tipo de terreno da área, que apenas apresenta na zona mais elevada um perfil plano. Na largura da grelha optou-se por manter o valor de 2.5 metros, utilizado na aquisição manual dos pontos de elevação, em detrimento do valor aconselhado pelo programa, 6.3 metros (LG=30*14μm*15000), de modo a que os pontos gerados automaticamente coincidissem com os pontos obtidos pelo processo manual. Utilizando os pontos fotogramétricos existentes na área de teste, no total de 14 (PF21 ao PF34), foi efectuada uma comparação entre o valor da altitude dos pontos de controlo terreno e o respectivo valor altimétrico obtido na aquisição manual do MDT, verificando-se que o valor médio das diferenças era de 0.432 metros, sendo o desvio-padrão igual a 0.089 metros. Estes resultados indicam que a aquisição manual tinha ocorrido de uma forma bastante satisfatória. 65 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Posteriormente as 7 representações numéricas do terreno adquiridas automaticamente para o teste considerado foram comparadas com o MDT adquirido manualmente, tendo-se apurado os seguintes resultados (o número de pontos gerados é análogo para todos os MDT`s considerados e é igual a 6739): Tabela 4.10 – Dados de comparação entre o MDT manual e os MDT`s gerados. Flat / Hilly / Hilly / Hilly / Mountainous / Mountainous / Mountainous / Medium High Medium Low High Medium Low [m] [m] [m] [m] [m] [m] [m] Média das Diferenças 2.488 0.520 0.493 0.513 0.497 0.480 0.509 Desvio-Padrão 6.934 1.098 1.037 1.084 1.040 0.947 0.992 7.304 1.126 1.061 1.109 1.065 0.968 1.013 MDT [Terreno/Filtro] Erro Médio Quadrático Da análise da tabela 4.10 conclui-se que o melhor método a aplicar na aquisição automática dos modelos digitais do terreno para a área de estudo é considerar o terreno do tipo montanhoso (Mountainous) e aplicar o filtro de adoçamento médio. Com este sistema obtevese um valor médio das diferenças, entre os valores altimétricos obtidos pelo processo manual e os valores obtidos pelo processo automático, de 0.480 metros, um desvio-padrão de 0.947 metros e um erro médio quadrático de 0.968 metros. Como seria expectável, o método de considerar o terreno do tipo plano (Flat) falhou, pois os valores obtidos por este modo estão significativamente afastados dos resultados obtidos pelos outros seis sistemas. A precisão obtida pelos processos automáticos, considerando o terreno do tipo Hilly ou do tipo Mountainous, em comparação com o processo manual, revelou precisões na ordem de um metro, situando-se a média das diferenças na ordem dos 50 centímetros. 4.6. Aquisição Automática dos Modelos Digitais de Terreno para as Seis Épocas de Estudo Definidas as indicações a utilizar na aquisição automática dos pontos terreno para as 6 épocas em estudo, procedeu-se à obtenção dos MDT`s para a área em estudo. Francisco M. Sequeira 66 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Para todas as épocas, considerou-se a definição dos seguintes parâmetros: - Dados de orientação fornecidos pelo respectivo projecto, obtidos na TAA; - Ficheiro CAD MicroStation contendo o limite da área total; - Tipo de terreno: Mountainous; - Distância da Linha Epipolar: Valor por defeito; - Activação do “Adaptive Parallax”; - Activação do “Adaptive Matching”; - Filtro de suavização: Médio; - Desvio-padrão (sigma): Valor da respectiva TAA. Na definição do espaçamento da grelha, os valores teóricos propostos pelo software ISAE são: Tabela 4.11 – Definição teórica do valor de grelha a utilizar. VOO DIGITALIZAÇÃO [μm] ESCALA GRELHA [m] 1947 14 1:30 000 12.6 1957 14 1:10 000 4.2 1972 14 1:15 000 6.3 1983 14 1:8 000 3.36 1991 14 1:8 000 3.36 2000 14 1:15 000 6.3 No entanto, para obtermos uma melhor precisão e em face dos resultados obtidos com o software na área de teste, optou-se por uma largura de grelha de 2.5 metros para os voos de 2000, 1991, 1983, 1972 e 1957. Relativamente ao voo de 1947, o espaçamento da grelha foi definido para 5.0 metros, em virtude do programa não processar os dados com um valor superior. Tal situação deve-se ao facto da escala da fotografia ser de 1:30 000 e as fotografias possuírem uma deficiente qualidade e resolução dos seus elementos, que dificulta a correlação de imagens efectuada pelo programa. Processados os MDT`s de cada época da série temporal, constatou -se que, junto à linha de separação entre o mar e a terra, os pontos gerados, em todos os anos da série, não definiam 67 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente morfologicamente bem o terreno, bem como se verificou que, na área de mar, eram gerados pontos de coordenada altimétrica negativa e outros de altura superior a 10 metros. Uma das explicações possíveis para o facto do programa falhar na área do oceano foi ter-se considerado o terreno, da área de estudo, do tipo montanhoso. Tendo como objectivo a definição correcta da linha delimitadora entre a zona de mar e a zona de terra, afim de melhorar a extracção automática dos MDT`s da área de estudo e utilizar essa informação para estudos posteriores, procedeu-se à aquisição, por processo de restituição fotogramétrica digital, da linha de costa de cada ano considerado. Com estes novos dados, voltou-se a proceder à obtenção dos MDT`s para a área em estudo. As linhas de costa adquiridas foram utilizadas, para cada época de estudo, como breaklines de informação geomorfológica. Os vértices das linhas de costa adquiridas (valor de altitude igual a zero) foram, em cada ano de estudo, inseridos como informação de pontos de elevação. Estes pontos de elevação são úteis em zonas de pobre textura e melhoram a exactidão do MDT. Todos os outros parâmetros foram idênticos aos utilizados anteriormente. Adquiridos os MDT`s, apurou-se que, de uma forma geral, as superfícies geradas acompanhavam o relevo do terreno, ou seja, a modelação do terreno estava de acordo com a sua morfologia, inclusive junto à zona da linha de costa. Tal situação permitiu concluir que o software ISAE detecta, com rigor, descontinuidades de terreno. De forma a validar, em altimetria, os dados fornecidos pelos MDT`s de cada época da série em estudo, executou-se uma comparação entre os valores da altitude do terreno fornecida pelos pontos dos modelos digitais de terreno criados e os pontos fotogramétricos que abrangem a área de estudo. Os pontos de controlo terreno considerados correspondem a 14 PF`s altimétricos, conforme indicado na figura 4.1 (PF21 ao PF34). A área envolvente a estes pontos fotogramétricos aparece em todas as imagens de todas as épocas de estudo (largo da estrada no Cabeço do Facho), notando-se que se trata de uma zona sem alterações significativas ao longo do tempo, pelo que se encarou como sendo uma zona sem grandes variações na morfologia do terreno. Uma vez que os pontos produzidos pelas 6 representações numéricas do terreno não coincidem com a localização dos PF`s, realizou-se a avaliação das diferenças considerando o ponto gerado que mais se aproximava da localização do ponto de controlo terreno, num raio máximo de 1.40 metros. A avaliação relativa ao ano de 1947 não contempla todos os PF`s, Francisco M. Sequeira 68 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente devido à grelha de pontos gerados para esse ano, originando que alguns dos PF`s se encontrem situados num raio de vizinhança superior ao considerado. Os resultados obtidos foram os seguintes: Tabela 4.12 – Comparação altimétrica para os 6 Modelos Digitais de Terreno. MDT PF N.º 2000 H Valor no Ponto 1991 ≠ Valor no Ponto 1983 ≠ Valor no Ponto 1972 ≠ Valor no Ponto 1957 ≠ Valor no Ponto 1947 ≠ Valor no ≠ Ponto 21 76.121 76.592 0.471 76.945 0.824 76.060 -0.061 76.085 -0.036 76.560 0.439 X 22 76.039 76.935 0.896 76.743 0.704 76.177 0.138 76.107 0.068 76.952 0.913 75.753 -0.286 23 75.828 76.411 0.583 76.258 0.430 75.908 0.080 75.619 -0.209 76.402 0.574 74.402 -1.426 24 75.520 76.637 1.117 74.691 -0.829 75.701 0.181 75.203 -0.317 75.445 -0.075 X 25 75.179 75.561 0.382 75.388 0.209 75.445 0.266 75.541 0.362 74.454 -0.725 75.610 0.431 26 75.176 75.561 0.385 75.388 0.212 75.445 0.269 75.541 0.365 74.454 -0.722 75.610 0.434 27 74.812 75.266 0.454 75.259 0.447 75.088 0.276 75.382 0.570 74.686 -0.126 76.729 1.917 28 74.762 75.495 0.733 74.872 0.110 74.691 -0.071 75.132 0.370 74.946 0.184 X 29 75.007 75.783 0.776 75.327 0.320 75.041 0.034 75.586 0.579 75.005 -0.002 78.390 30 75.211 75.791 0.580 75.248 0.037 75.313 0.102 75.742 0.531 75.318 0.107 X 31 75.493 77.267 1.774 75.936 0.443 75.711 0.218 76.291 0.798 75.767 0.274 X 32 76.008 77.186 1.178 76.845 0.837 76.273 0.265 76.510 0.502 76.303 0.295 X 33 74.311 75.039 0.728 74.397 0.086 74.524 0.213 75.211 0.900 74.471 0.160 76.453 2.142 34 74.161 74.785 0.624 74.393 0.232 74.376 0.215 74.357 0.196 74.078 -0.083 76.130 1.969 3.383 Estatisticamente obteve-se os seguintes dados: Tabela 4.13 – Parâmetros estatísticos relativos à comparação altimétrica para os 6 MDT. MDT Manual 2000 1991 1983 1972 1957 1947 [Terreno/Filtro] [m] [m] [m] [m] [m] [m] [m] Média das diferenças 0.432 0.763 0.290 0.152 0.334 0.087 1.071 Desvio-Padrão 0.089 0.381 0.414 0.119 0.358 0.443 1.554 Por análise à tabela 4.13 pode-se afirmar que os 6 modelos automáticos do terreno gerados, na área onde não existem grandes alterações na morfologia do terreno, se encontram modelados de uma forma correcta, uma vez que a precisão obtida para os voos de 2000, 1991, 1983, 1972 69 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente e 1957 é inferior a 0.45 centímetros. Os dados obtidos no voo do ano de 1947 não podem ser considerados como tendo defeito, em face da sua antiguidade, da textura e da escala da fotografia. Estes resultados permitem confirmar a indicação visual de que as 6 representações tridimensionais acompanham o relevo do terreno. O valor de precisão obtido pelo modelo gerado automaticamente para o ano de 1983 difere em 3 centímetros relativamente ao valor obtido manualmente, com o voo do ano 2000, o que denota que o programa realiza excelentes modelos digitais de terreno desde que a escala das fotografias associadas seja baixa e as imagens digitais possuam boa qualidade. Através da tabela 4.13 é novamente possível constatar que os voos realizados sem o carácter cartográfico apresentam piores resultados, independentemente de serem voos mais recentes, ou serem realizados a cores e possuírem a mesma escala de voo. O processo utilizado na comparação entre os dados altimétricos obtidos pelo software ISAE e dados de controlo de terreno precisos não podia ser aplicado a outras zonas da área de estudo devido ao facto de, visualmente e por conhecimento da área, se saber que a restante área sofreu alterações de índole morfológico ao longo do espaço temporal em estudo. A dúvida de saber se essas alterações foram significativas ou não, requer que seja efectuado um estudo posterior detalhado sobre os modelos digitais do terreno elaborados para as 6 épocas consideradas. Com recurso ao software ArcGIS versão 9.1, da Environmental Systems Research Institute, Inc. (ESRI), procedeu-se à representação dos 6 modelos digitais de terreno. Estes encontramse apresentados nas figuras 4.5 a 4.10. Todos os MDT`s realizados estão caracterizados por um exagero vertical de 1.5 valores. De referir que o MDT de 1991 não engloba toda a área, em virtude do modelo estereoscópico não abranger parte da zona referida como área de estudo B (para esta referência ver figura.1.7). Foram seleccionadas 11 classes hipsométricas para as representações dos modelos digitais de terreno dos anos de 2000, 1991, 1983, 1972 e 1957. Para a representação do MDT de 1947, houve a necessidade de adicionar uma outra classe hipsométrica, ficando apresentado por 12 classes. Realce para o facto do MDT de 2000 apresentar uma classe hipsométrica (> 88) que no entanto não tem grande representação no modelo. Francisco M. Sequeira 70 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 4.5 – Modelo Digital de Terreno para a época de estudo de 2000. Figura 4.6 – Modelo Digital de Terreno para a época de estudo de 1991. 71 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 4.7 – Modelo Digital de Terreno para a época de estudo de 1983. Figura 4.8 – Modelo Digital de Terreno para a época de estudo de 1972. Francisco M. Sequeira 72 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 4.9 – Modelo Digital de Terreno para a época de estudo de 1957. Figura 4.10 – Modelo Digital de Terreno para a época de estudo de 1947. 73 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente A constituição das classes hipsométricas baseou-se na divisão por intervalos de 10 metros, exceptuando a primeira classe, referente à representação do mar, e a última classe, referente à representação entre o último valor do intervalo médio considerado e o valor da altitude ortométrica máxima para esse modelo. A representação 2D dos seis MDT`s é efectuada no Capítulo 5, através das figuras 5.1 a 5.6. Francisco M. Sequeira 74 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente V V OSS DO ALL D RA OR MPPO TEEM O--T ÇO AÇ O EESSPPA ÃO ÇÃ AÇ RIIA AR VA M MEEN VIIM OV MO TEE NT TEEN RT VEER DEE V OSS D TO NT 5.1. Representação dos Seis Modelos Digitais de Terreno A representação tridimensional dos seis modelos digitais de terreno da área de estudo foi efectuada no Capítulo 4, através das figuras 4.5 a 4.10. Nessas representações é possível ter a noção da morfologia que o terreno apresenta nas diversas datas consideradas na série temporal. A representação bidimensional é efectuada nesta secção pelas figuras 5.1 a 5.6. A conjugação destes dois tipos de representação permite que sejam observados características evidentes nos modelos representativos da realidade terrenas, ao longo das épocas de estudo. Uma dessas evidências fornecidas pelas seis representações do terreno refere-se à variação das altitudes máximas no terreno, na área estudada. 75 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 5.1 – Representação 2D do Modelo Digital de Terreno do ano de 2000. Figura 5.2 – Representação 2D do Modelo Digital de Terreno do ano de 1991. Francisco M. Sequeira 76 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 5.3 – Representação 2D do Modelo Digital de Terreno do ano de 1983. Figura 5.4 – Representação 2D do Modelo Digital de Terreno do ano de 1972. 77 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 5.5 – Representação 2D do Modelo Digital de Terreno do ano de 1957. Figura 5.6 – Representação 2D do Modelo Digital de Terreno do ano de 1947. Francisco M. Sequeira 78 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Os valores máximos de altitude e o respectivo erro associado, obtidos na aquisição dos modelos digitais da superfície topográfica encontram-se representados na tabela 5.1. Tabela 5.1 – Valores de altitude máxima e respectivo erro associado para a área de estudo, nas diferentes épocas consideradas. Altitude Máxima Erro Associado [m] [m] 1947 103.6 1.6 1957 96.4 0.4 1972 92.3 0.4 1983 92.1 0.1 1991 92.0 0.4 2000 88.3 0.4 ANO Através da tabela 5.1 pode-se verificar que entre 1947 e 1957, o valor máximo de altitude terá diminuído cerca de 7 metros, pese embora o erro associado à determinação da altitude máxima para o ano de 1947. De 1957 para 1972 a perca de altitude máxima situou-se na ordem dos 4 metros, enquanto que entre 1972 e 1991 não houve variação no valor máximo de altitude ortométrica na área de estudo, permanecendo o valor de 92 metros. Para o ano de 2000 o valor supremo da altitude ortométrica situa-se nos 88.3 metros, o que significa que a área voltou a perder altitude na ordem dos 4 metros relativamente ao ano de 1991. Assim sendo, a área em investigação, ao longo dos 53 anos de período de tempo averiguado, diminuiu a sua altitude máxima na ordem dos 15 metros, manifestando uma perca aproximada de 15 % no valor da altitude máxima do terreno. Esta diminuição não tem ocorrido de uma forma constante, havendo períodos em que a altitude da zona diminuiu significativamente, cerca de 11 metros em 25 anos (entre 1947 e 1972) e de aproximadamente 4 metros em 9 anos (entre 1991 e 2000), havendo outro período de tempo de 19 anos (entre 1972 e 1991) em que o plano superior da área praticamente não se alterou. Outra evidência possível de detectar com recurso à visualização dos seis modelos digitais de terreno é a diminuição sofrida, em toda a área considerada, na sua superfície superior do 79 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente terreno. Efectivamente na representação do MDT para o ano de 1947 verifica-se que, em comparação com as outras representações da superfície do terreno, a área sofreu em toda a sua extensão uma diminuição do plano superior do terreno. Relativamente ao MDT de 1947, realce para a zona de escarpa existente na vertente oeste do modelo e à qual estava inerente a altitude ortométrica máxima da área, sendo que no modelo de 1957 esta zona já não se encontra representada da mesma forma, o que sugere que entre 1947 e 1957 ocorreu um grande desmoronamento de escarpa naquele território. Segundo um artigo denominado “Memórias de S. Martinho do Porto”, de Ernesto Cunha com adaptação de Luís Manuel Silva, publicado no Correio do Litoral, Ano II, n.º 13, de Agosto de 1993, e que foi citado por Silva [2005], diz que em 1954 registou-se um aluimento de terras no monte do Facho, ponto mais alto da costa portuguesa, tendo a derrocada arrastado consigo o marco geodésico ali existente e levou ao abandono de um edifício que se dedicava à restauração. Figura 5.7 – Fotografia, dos anos Cinquenta do Século XX, no morro do Facho, avistando-se a Nazaré. Foto exclusiva. Fonte: [Proença, 2005]. 5.2. Análise da Evolução da Linha de Costa A linha de costa é a linha fronteira entre a terra e o mar, geralmente considerada como igual ao nível médio das águas do mar, estando associada à curva de nível de cota igual a zero [IGeoE, 2003]. Francisco M. Sequeira 80 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente A restituição fotogramétrica tridimensional da linha de costa, em todos os modelos estereoscópicos da série temporal em análise, foi efectuada numa estação fotogramétrica digital com recurso ao pacote fotogramétrico do grupo Zeiss/Intergraph, em especial ao software ISSD. A sua representação é feita através da figura 5.8, na qual se pode verificar as variações da linha de altitude zero ao longo do período temporal. Com esta imagem facilmente se percebe que a configuração da linha de costa no ano de 1947 sofreu uma alteração radical com o passar dos anos, em especial quando comparada com a linha delimitadora subsequente que definiu a separação entre o mar e a terra dez anos depois. Refere-se no entanto que as variações posteriores a 1957 não se manifestam de igual modo ao longo de toda a área estudada, havendo zonas onde a diferença é acentuada, em especial na zona inicial da Praia da Gralha (canto superior direito da figura 5.8), na área que forma a pequena enseada, na vertente voltada a norte, na zona relativa à extremidade da saliência pronunciada da costa e na zona central da vertente oeste do modelo, ou seja na faixa onde ocorreu o grande desmoronamento de escarpa. Nas outras zonas verifica-se que a diferença da representação das cinco linhas de costa é mínima. Figura 5.8 – Linha de costa para as 6 épocas de estudo, enquadradas na informação vectorial da Folha 316 da Série M888 do IGeoE de 2001. Tendo como base a representação cartográfica constante na Carta Militar de Portugal n.º 316, 4.ª Edição, Série M888, de 2004, representou-se, através das figuras 5.9 a 5.14, cada uma das linhas de altitude zero adquiridas nas épocas de estudo. Com estas imagens pretende-se mostrar a alteração da linha de costa ao longo da série temporal de 53 anos, com suporte em 81 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente informação cartográfica recente. A área considerada é a mesma que está representada na figura 5.8. Reporte-se que a Carta Militar referida foi realizada com base no voo fotogramétrico realizado à escala 1:26 900 em Junho de 1999 e a restituição fotogramétrica foi efectuada numa estação fotogramétrica digital, em Janeiro de 2001, data referente à informação vectorial. A rasterização dos diapositivos foi executada com um tamanho de pixel de 14 mícrons. Saliente-se que pese embora a edição da referida folha militar seja de 2004, a fonte de dados em que se baseou a sua cartografia refere-se a uma data cinco anos anterior, ou seja Junho de 1999. Figura 5.9 – Linha de costa referente à época de 1947 inserida no extracto da Folha 316 – 4.ª Edição, do IGeoE. Figura 5.10 – Linha de costa referente à época de 1957 inserida no extracto da Folha 316 – 4.ª Edição, do IGeoE. Francisco M. Sequeira 82 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 5.11 – Linha de costa referente à época de 1972 inserida no extracto da Folha 316 – 4.ª Edição, do IGeoE. Figura 5.12 – Linha de costa referente à época de 1983 inserida no extracto da Folha 316 – 4.ª Edição, do IGeoE. Figura 5.13 – Linha de costa referente à época de 1991 inserida no extracto da Folha 316 – 4.ª Edição, do IGeoE. 83 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 5.14 – Linha de costa referente à época de 2000 inserida no extracto da Folha 316 – 4.ª Edição, do IGeoE. Como se constata na figura 5.14, comparando a linha de costa da época de 2000 com a linha de costa constante na cartografia do IGeoE, verifica-se que as duas linhas coincidem na maior parte do seu traçado, excepto em três locais distintos (zona oeste da pequena enseada da área de estudo, zona virada a norte adjacente ao lado este da enseada referida anteriormente e o início da Praia da Gralha). As explicações para a diferença nesses três locais estão associadas ao facto do voo do ano de 2000 ter ocorrido em pleno inverno, a escala de voo da cartografia do IGeoE ser de 1:26 900, sendo praticamente inferior em metade da escala do voo de 2000, e as duas zonas, referenciadas à pequena enseada, estarem situadas numa zona de escarpa, o que dificulta a sua correcta definição em voos realizados com módulos de escala altos. Assim sendo pode-se concluir que, para a área de estudo, a linha de costa respeitante ao ano de 2000 encontra-se validada com base na informação constante na cartografia referida. Exceptuando o caso de 1947, em que o traçado da linha de costa difere do traçado constante na cartografia oficial recente da área de estudo, as linhas de costa das restantes épocas de estudo têm, tendencialmente, convergido para a delimitação existente na cartografia do IGeoE. Para se ter uma ideia concreta sobre a verdadeira grandeza das alterações sofridas pela linha de altitude zero ao longo da série temporal, dividiu-se o traçado da linha de costa em 8 troços, calculando-se, para cada um desses troços, o seu comprimento linear e a área delimitada por cada duas épocas contíguas, de modo a obter o avanço ou o recuo da linha de costa. Na figura 5.15 encontra-se identificada a divisão dos troços. Francisco M. Sequeira 84 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 5.15 – Identificação dos 8 troços considerados. Note-se que se considera que houve um avanço da linha de costa quando a superfície térrea ganha espaço na área de mar e que houve um recuo da linha de costa quando há uma regressão da superfície terrestre acima do mar, ou seja o mar conquista espaço outrora existente em solo “seco”. Para cada período de tempo e para cada um dos troços considerados, as tabelas 5.2 a 5.7 fornecem os resultados dos cálculos efectuados. Igualmente é apresentada uma figura relativa a cada período examinado (figuras 5.16 a 5.21). Nas tabelas, a coluna referente a “Áreas Constituintes” refere-se ao número de áreas de movimentos de linha de costa opostos em cada troço estudado. O valor da área foi obtido por soma de todas as áreas do mesmo tipo de movimento, subtraindo posteriormente a este valor o total das áreas de movimento oposto. Menciona-se que o troço indicado como F se refere à pequena enseada que, por diversas vezes, é referida ao longo do presente capítulo. 85 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela 5.2 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de 1947 a 1957. Período de 1947 a 1957 Troço Comprimento Áreas Área 2 Movimento da Valor [m] Constituintes [m ] Linha de Costa [m] A 92 1 615.4 Avanço 6.7 B 183 1 4616.1 Avanço 25.2 C 83 2 283.4 Avanço 3.4 D 94 1 1585.0 Recuo 16.9 E 122 1 3283.6 Recuo 26.9 F 324 2 5974.4 Recuo 18.4 G 307 2 4416.5 Recuo 14.4 H 80 1 1407.6 Recuo 17.6 Figura 5.16 – Evolução da linha de costa no período de 1947 a 1957. No período de 1947 a 1957, por análise da tabela 5.2 e da figura 5.16, é possível constatar que, em toda a extensão da vertente virada a oeste, a linha de altitude zero sofreu um avanço significativo, em especial na área do troço B. Este significante aumento teve como principal contribuição o desmoronamento de escarpa que ocorreu em 1954. Relativamente à parte norte do modelo, verifica-se que, em toda a zona, a linha separadora entre a terra e o mar regrediu de uma forma acentuada. Francisco M. Sequeira 86 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela 5.3 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de 1957 a 1972. Período de 1957 a 1972 Troço Comprimento Áreas Área 2 Movimento da Valor [m] Constituintes [m ] Linha de Costa [m] A 92 2 330.6 Avanço 3.6 B 183 6 644.6 Avanço 3.5 C 83 2 517.6 Recuo 6.2 D 94 2 265.5 Avanço 2.8 E 122 2 64.6 Recuo 0.5 F 324 5 921.2 Avanço 2.8 G 307 1 950.5 Avanço 3.1 H 80 1 1560.8 Avanço 19.5 Figura 5.17 – Evolução da linha de costa no período de 1957 a 1972. No período de 1957 a 1972, por análise da tabela 5.3 e da figura 5.17, é possível verificar que um avanço significativo da linha de costa ocorreu na área do troço H, ou seja, junto à Praia da Gralha, situando-se o seu valor de aumento sensivelmente idêntico ao valor estabelecido como processo retrogrado no período de 1947 a 1957. Na restante extensão ocorreram pequenas movimentações alternadas de recuo e de avanço da linha de costa, não sendo significativas de forma a possibilitar qualquer tipo de conclusões. 87 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela 5.4 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de 1972 a 1983. Período de 1972 a 1983 Comprimento Áreas Área Movimento da Valor [m] Constituintes [m2] Linha de Costa [m] A 92 4 285.6 Recuo 3.1 B 183 5 691.2 Recuo 3.8 C 83 2 209.6 Avanço 2.5 D 94 4 145.9 Avanço 1.6 E 122 6 173.0 Avanço 1.4 F 324 10 156.7 Avanço 0.5 G 307 4 327.3 Avanço 1.1 H 80 1 1501.0 Recuo 18.8 Troço Figura 5.18 – Evolução da linha de costa no período de 1972 a 1983. Neste intervalo temporal de 11 anos (1972 – 1983), por análise da tabela 5.4 e da figura 5.18, verifica-se novamente que uma alteração significativa voltou a ocorrer na zona do troço H, sendo que o movimento da linha separadora entre terra e o mar voltou a ser de recuo, com um valor idêntico ao ocorrido no período de 1947 a 1957. Francisco M. Sequeira 88 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Nas figuras 4.8 e 5.4, relativas ao modelo digital de terreno do ano de 1972, é notória a existência de uma extensão de terreno, idêntica à existente no MDT de 1947, na extremidade mais a norte do modelo, e em que os dados obtidos não ultrapassam os dois metros de altitude. Esta situação é indicativa do processo de erosão que se verificou nesta área no período de tempo referido. O valor do recuo ocorrido situou-se perto dos 19 metros, determinando uma taxa anual média de retrocesso de 1.7 metros, na zona junto à Praia da Gralha, para o período de tempo que medeia 1972 e 1983. Nas restantes áreas ocorreram pequenas oscilações no traçado da linha de costa, não sendo possível retirar grandes ilações sobre o seu comportamento. No entanto refere-se que, como se observa na figura 5.18, na área do troço F, que coincide com a configuração da pequena enseada, ocorreu o número máximo de movimentos opostos, mas nos quais se consegue visualizar três movimentos distintos. O primeiro movimento evidente ocorreu, sensivelmente, no início do lado oeste da enseada, e significou o recuo da linha de costa. No entanto é possível visualizar logo a seguir um segundo movimento evidente, que provocou o avanço da referida linha. O terceiro claro movimento refere-se à formação de uma pequena ilhota, com uma área de 146.14 m2, que se formou durante este período de tempo na zona sudeste da mencionada enseada. Esta acumulação de material poderá estar relacionada com a perda de terreno na zona junto à Praia da Gralha e que já foi referido nos parágrafos anteriores. Importa também ressaltar a faixa de recuo da linha de costa na zona abrangida pelo troço A e pelo troço B, que conjuntamente com a zona do troço H, formam as áreas onde a referida linha sofreu uma regressão mais evidente durante esta etapa temporal. A faixa de recuo compreendida entre o troço A e o troço B condiz, nos períodos anteriores, a uma zona onde tinha havido um avanço da linha de costa. No período de 1983 a 1991, a análise não contempla os troços G e H, em virtude do modelo estereoscópico de 1991 não abranger esta área. 89 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela 5.5 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de 1983 a 1991. Período de 1983 a 1991 Troço Comprimento Áreas Área 2 Movimento da Valor [m] Constituintes [m ] Linha de Costa [m] A 92 1 440.4 Recuo 4.8 B 183 1 2161.3 Recuo 11.8 C 83 1 397.0 Recuo 4.8 D 94 1 364.6 Recuo 3.9 E 122 1 792.2 Recuo 6.5 F 324 2 3156.5 Recuo 9.7 G 307 (a) (a) (a) (a) H 80 (a) (a) (a) (a) (a) – Sem informação, referente ao modelo de 1991. Figura 5.19 – Evolução da linha de costa no período de 1983 a 1991. Na análise feita com base na tabela 5.5 e na figura 5.19, constata-se que a linha de costa regrediu em toda a sua extensão estabelecida, mas de uma forma mais marcante na área do troço B e na zona do troço F, onde a pequena ilhota que existia em 1983 desapareceu por completo. Francisco M. Sequeira 90 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela 5.6 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de 1991 a 2000. Período de 1991 a 2000 Troço Comprimento Áreas Área 2 Movimento da Valor [m] Constituintes [m ] Linha de Costa [m] A 92 2 422.6 Avanço 4.6 B 183 8 60.0 Avanço 0.3 C 83 2 130.4 Recuo 1.6 D 94 1 602.8 Recuo 6.4 E 122 10 120.6 Recuo 1.0 F 324 13 811.9 Avanço 2.5 G 307 (a) (a) (a) (a) H 80 (a) (a) (a) (a) (a) – Sem informação, referente ao modelo de 1991. Figura 5.20 – Evolução da linha de costa no período de 1991 a 2000. Neste período temporal de 1991 a 2000, a análise não contempla os troços G e H, em virtude do modelo estereoscópico de 1991 não abranger esta área. Através da análise da tabela 5.6 e por observação da figura 5.20 apurou-se que existem muitas extensões onde se verificam pequenas movimentações de recuo e de avanço da linha de costa, não sendo significativo para possibilitar qualquer tipo de conclusões. 91 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela 5.7 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de 1983 a 2000. Período de 1983 a 2000 Troço Comprimento Áreas Área 2 Movimento da Valor [m] Constituintes [m ] Linha de Costa [m] A 92 4 18.3 Recuo 0.2 B 183 1 2101.3 Recuo 11.5 C 83 1 527.3 Recuo 6.4 D 94 1 967.3 Recuo 10.3 E 122 1 912.8 Recuo 7.5 F 324 2 2344.8 Recuo 7.2 G 307 1 2949.2 Recuo 9.6 H 80 1 790.5 Recuo 9.9 Figura 5.21 – Evolução da linha de costa no período de 1983 a 2000. Este período temporal (de 1983 a 2000) serviu para colmatar a falta de informação actual sobre o comportamento da linha de costa nos troços referidos com as letras G e H. Por observação da tabela 5.7 e da figura 5.21 confirma-se os dados obtidos no período de 1983 a 1991, uma vez que se comprovou que a linha de costa se encontra em recuo em toda a zona estudada. Francisco M. Sequeira 92 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Neste período temporal de 17 anos, a taxa de recuo manteve-se de acordo com o averiguado entre 1983 e 1991, tendo inclusive subido em alguns casos, como sejam os troços relativos às letras D e E. O facto de nos troços referidos por A e F se notar uma diminuição da taxa de recuo, este não é uma indicação de mudança, uma vez que o troço A tem estado particularmente activo, como se verifica pelas áreas constituintes, podendo ser um local para onde os sedimentos provenientes do desmantelamento das arribas e do transporte efectuado pelo mar se acumulam temporariamente, e o troço F sofreu na primeira década deste período a perda da ilhota que existia na sua área e por norma as zonas de enseada são bons depósitos de material sedimentar. Assim sendo pode-se afirmar que na presente área de estudo está a ocorrer, tal como acontece na maioria das regiões onde existem processos de erosão costeira, o recuo da linha de costa. Para se ter uma ideia do valor total de erosão / acreção da linha divisória entre a terra e o mar, ao longo da área considerada e no período de tempo em estudo, calculou-se o valor médio ponderado para cada um dos troços considerados. A fórmula utilizada no cálculo da média ponderada foi a seguinte: ⎡⎛ n ⎢⎜ ∑ X i *CT X v = ⎢⎜ i=1 n ⎢⎜ ⎢⎜⎝ ⎣ ⎤ ⎞ ⎥ ⎟ ⎟ /C Z ⎥ ⎥ ⎟ ⎟ ⎥ ⎠ ⎦ (5.1) em que Xv valor da média ponderada, Xi valor considerado no período i, n número de períodos considerados (n = 4), CT comprimento do Troço, CZ comprimento total da zona de estudo, correspondendo a 1285 metros. Analisando a tabela 5.8, nos 53 anos de período temporal em estudo, constata-se a existência distinta do movimento da linha de costa em duas zonas da área de estudo, i.e., nas zonas dos troços A e B, que engloba praticamente toda a zona da vertente voltada a oeste, houve uma acreção da linha de costa, enquanto que nos restantes troços, que englobam a totalidade da vertente voltada a norte mais a zona relativa à saliência pronunciada da costa, a linha de costa sofreu uma erosão, principalmente no troço F (zona relativa à pequena enseada). 93 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela 5.8 – Valores numéricos relativos ao cálculo da evolução da linha de costa no período de tempo em estudo. PERÍODO CONSIDERADO Troço Comprimento 1947 - 1957 1957 - 1972 1972 - 1983 1983 - 2000 Xv [m] [m] [m] [m] [m] A 92 +6.7 +3.6 -3.1 -0.2 +0.13 B 183 +25.2 +3.5 -3.8 -11.5 +0.48 C 83 +3.4 -6.2 +2.5 -6.4 -0.11 D 94 -16.9 +2.8 +1.6 -10.3 -0.42 E 122 -26.9 -0.5 +1.4 -7.5 -0.80 F 324 -18.4 +2.8 +0.5 -7.2 -1.41 G 307 -14.4 +3.1 +1.1 -9.6 -1.18 H 80 -17.6 +19.5 -18.8 -9.9 -0.42 [m] 5.3. Alterações ao Volume do Terreno Nos estudos relativos às alterações volumétricas na área de estudo, considerou-se as áreas referidas no ponto 1.4 da presente dissertação. Nas figuras 5.22 e 5.23 encontram-se representadas as áreas referidas como Área A e Área B, com a sua visualização do terreno obtida através da fotografia 3417 do voo FAP de 1991. Figura 5.22 – Localização da zona de estudo A com a visualização do terreno obtida pela fotografia 3417 do voo FAP de 1991. Francisco M. Sequeira 94 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 5.23 – Localização da zona de estudo B com a visualização do terreno obtida pela fotografia 3417 do voo FAP de 1991. Os valores máximos de altitude de cada uma das áreas de estudo consideradas encontram-se indicados na tabela 5.9. Os valores máximos de altitude da área A coincidem com os valores máximos da área total de estudo. Tabela 5.9 – Valores máximos de altitude para as áreas A e B. Área A Área B Altitude Máxima Altitude Máxima Erro Associado [m] [m] [m] IGE 1947 103.6 72.6 1.6 IGP 1957 96.4 71.0 0.4 IGP 1972 92.3 71.1 0.4 IGP 1983 92.1 69.7 0.1 FAP 1991 92.0 - 0.4 FAP 2000 88.3 71.7 0.4 ANO O cálculo dos volumes do terreno foi realizado com o software ArcGIS versão 9.1, da ESRI. Na avaliação efectuada, calculou-se as estatísticas relativas à área 2D, à área da superfície e ao volume, relativamente a um plano de referência colocado a uma altitude específica. A área 2D é referente à área plana rectangular do modelo da superfície e é calculado por largura vezes comprimento. A área da superfície é medida ao longo do declive da superfície, tomando em consideração a sua variação de altura. Exceptuando casos onde a área é plana, a 95 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente área 3D será sempre maior que a área 2D. Quanto maior for a diferença entre os dois valores, mais íngreme é a superfície. O volume é calculado (em m3) entre a superfície topográfica e o plano de referência colocado a determinada altura. Para cada uma das áreas em estudo, considerou-se planos de referência de 10 em 10 metros, intercalados com planos de referência iguais ao valor da altitude máxima para cada ano em investigação. Os valores apurados encontram-se descritos nas tabelas constantes do Anexo 4 à presente dissertação. Refere-se novamente que o voo do ano de 1991 não foi considerado para análise na área de referência B. A tabela 5.10 contém os valores estatísticos globais apurados para a área A, enquanto que a tabela 5.11 se refere à área B. Tabela 5.10 – Valores estatísticos de área e volume para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 103.6 0 71576.24 96454.31 3326022.47 IGP57 96.4 0 70936.12 95055.44 3072360.29 IGP72 92.3 0 71622.89 90153.41 2928577.36 IGP83 92.1 0 71121.41 90090.83 2886248.91 FAP91 92.0 0 66556.94 86971.11 2853030.19 FAP00 88.3 0 66286.01 87633.11 2800491.84 Tabela 5.11 – Valores estatísticos de área e volume para a área de estudo B. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 72.6 0 82150.27 91519.15 2161254.86 IGP57 71.0 0 76378.86 84892.79 1776063.07 IGP72 71.1 0 78767.91 84434.99 1755428.51 IGP83 69.7 0 78123.85 85260.65 1687748.39 FAP00 71.7 0 73809.57 81698.22 1690836.41 Francisco M. Sequeira 96 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente A diferença de volume apurada, na área A, entre o ano de 1947 e o ano de 2000 é de 525530.63 m3. Figura 5.24 – Variação de volume verificada na área A. Da análise da tabela 5.10 constata-se que a área 2D sofreu uma diminuição de 640 m2 entre 1947 e 1957, tendo aumentado em 687 m2 no período de estudo seguinte. Entre 1972 e 1983 a área diminuiu 501 m2, mas a maior diminuição ocorreu entre 1983 e 1991, em que o seu valor foi de 4564 m2. De 1991 a 2000 a diminuição da área foi de 271 m2. As alterações volumétricas verificadas na área A ao longo dos planos de referência de 10 em 10 metros, para os seis anos considerados, estão representadas na figura 5.25. Figura 5.25 – Alteração de volume verificada entre os planos de referência de 10 em 10 metros para as épocas de estudo, na área A. 97 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente A diferença de volume apurada, na área B, entre o ano de 1947 e o ano de 2000 é de 470418.45 m3. Figura 5.26 – Variação de volume verificada na área B. Da análise da tabela 5.11 constata-se que a área 2D sofreu uma diminuição de 5771 m2 entre 1947 e 1957, tendo aumentado em 2389 m2 no período de estudo seguinte. Entre 1972 e 1983 a área diminuiu 644 m2, enquanto que, de 1991 a 2000, a diminuição de área foi de 4314 m2. As alterações volumétricas verificadas ao longo dos planos de referência de 10 em 10 metros, para os seis anos considerados, estão representadas na figura 5.27. Figura 5.27 – Alteração de volume verificada entre os planos de referência de 10 em 10 metros para as épocas de estudo, na área B. Francisco M. Sequeira 98 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Utilizando a função de análise volumétrica, do módulo 3D Analyst, denominada de Cut/Fill, pode-se produzir imagens onde estão representadas as regiões da superfície onde houve erosão ou depósito de material e ainda as áreas onde a superfície não sofreu alterações ao longo do tempo. Para a área A, as imagens obtidas para cada um dos intervalos de tempo em avaliação estão representadas nas figuras 5.28 a 5.32. A figura 5.33 é utilizada para a visualização das alterações volumétricas totais entre o ano de 1947 e o ano 2000. Na análise volumétrica efectuada no período de 1947 a 2000 é possível verificar que a área onde houve remoção de material é muito superior à área onde houve acréscimo de material terreno. Destaque para a análise efectuada entre 1947 e 1957, onde é possível notar que a linha de fêsto serviu de separação entre a área que sofreu erosão (vertente voltada a nordeste) e a área onde houve adição de material (vertente voltada a sudoeste). Figura 5.28 – Área A – volumétrica entre 1947 e 1957. Análise Figura 5.29 – Área A – volumétrica entre 1957 e 1972. 99 Análise Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 5.30 – Área A – volumétrica entre 1972 e 1983. Análise Figura 5.31 – Área A – volumétrica entre 1983 e 1991. Análise Figura 5.32 – Área A – volumétrica entre 1991 e 2000. Análise Figura 5.33 – Área A – volumétrica entre 1947 e 2000. Análise Francisco M. Sequeira 100 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Para a área B, as imagens obtidas para cada um dos intervalos de tempo em avaliação estão representadas nas figuras 5.34 a 5.37. A figura 5.38 é utilizada para a visualização das alterações volumétricas totais entre o ano de 1947 e o ano 2000. Figura 5.34 – Área B – Análise volumétrica entre 1947 e 1957. Figura 5.35 – Área B – Análise volumétrica entre 1957 e 1972. Figura 5.36 – Área B – Análise volumétrica entre 1972 e 1983. Figura 5.37 – Área B – Análise volumétrica entre 1983 e 2000. 101 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 5.38 – Área B – Análise volumétrica entre 1947 e 2000. Na análise volumétrica efectuada, para a área B, verifica-se que no período de 1947 a 1957, a zona sofreu uma redução de material em praticamente toda a sua área, confirmando-se este juízo através da observação da figura relativa ao período de tempo entre 1947 e 2000. De referir que a análise volumétrica efectuada confirma os dados obtidos no estudo da evolução da linha de costa. Finalmente para se poder ter uma ideia da grandeza das alterações sofridas pela área A ao longo do período temporal, realizou-se a aquisição de quatro perfis de terreno, de orientação norte – sul, espaçados ao longo da zona estudada. O comprimento de cada perfil é de aproximadamente 400 metros. A localização das linhas que deram origem aos perfis realizados encontra-se representada na figura 5.39. A razão pela qual se adoptou apenas a área A para esta análise deve-se ao facto de as variações de altitude serem muito mais evidentes nesta zona do que na área B. Francisco M. Sequeira 102 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 5.39 – Localização das linhas de perfil na área A, enquadradas no modelo TIN de 1947. Figura 5.40 – Perfil da linha 1. A figura 5.40, referente ao perfil da linha 1, entre os 200 e os 300 metros na zona junto ao mar, realça a aproximação que está a ocorrer, na vertente voltada a oeste, entre a superfície topográfica referente ao ano de 1947 e a superfície mais actual, que tendencialmente está a voltar ao aspecto apresentado inicialmente. No trajecto entre os 130 metros e os 300 metros do perfil 1, nota-se a evolução verificada pela morfologia do terreno, que nos períodos referentes aos anos de 1957 e 1972 teve um aumento de matéria, mas que nos últimos tempos tem sofrido um processo evidente de erosão. 103 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Figura 5.41 – Perfil da linha 2. Relativamente à figura 5.41, esta mostra o retrocesso da linha de costa ocorrido entre 1947 e 1957 na área norte da encosta. Também se observa que, de uma forma geral, o declive da vertente nesta zona se mantém constante ao longo do tempo. A grande alteração morfológica ocorrida entre 1947 e 1957 é perfeitamente perceptível nesta imagem, uma vez que entre os 170 e os 270 metros, do comprimento da linha de perfil, houve uma grande modificação da superfície do terreno. Figura 5.42 – Perfil da linha 3. Francisco M. Sequeira 104 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente O perfil referente à linha 3 é mostrado na figura 5.42. Neste perfil, entre os 200 e os 300 metros, observa-se um processo de erosão bastante evidente, em que a zona tem constantemente perdido matéria ao longo da série temporal em estudo. Figura 5.43 – Perfil da linha 4. Neste último perfil verifica-se que, no período entre 1947 e 1957, ocorreu um decréscimo acentuado da topologia do terreno, entre os 270 e os 380 metros do comprimento da linha de perfil. A variação do terreno junto ao mar, na vertente voltada a norte, também é perfeitamente visível entre o ano de 1947 e os restantes anos. 105 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira 106 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente VI C ÕEESS ÇÕ AÇ RA DEER NSSIID ON CO ÕEESS EE C USSÕ CLLU NC ON CO FFIIN AIISS NA 6.1. Conclusões e Considerações Finais Neste estudo foi avaliada a possibilidade da aplicação de técnicas fotogramétricas automáticas de estéreo-correlação na obtenção de modelos digitais do terreno que possam servir de apoio ao estudo da detecção de variações espaço-temporais de movimentos de vertentes. O estudo multi-temporal, realizado com fotografias aéreas que abrangem um período de 53 anos, permitiu obter modelos digitais do terreno com uma definição precisa e detalhada da morfologia do terreno na área do Cabeço do Facho, em São Martinho do Porto. A metodologia utilizada nesta investigação baseia-se na adopção de uma série temporal de fotografias aéreas da área, que posteriormente são transferidas do formato analógico para o formato digital, através da rasterização num PhotoScan TD, obtendo-se imagens digitais com tamanho de pixel de 14 mícrons. De modo a gerar os modelos digitais de terreno para se analisar as variações do terreno, as imagens estereoscópicas e a tecnologia de sistema de informação geográfica são combinadas numa série de etapas fotogramétricas. 107 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Após a conversão das imagens para o formato digital, o próximo passo foi a obtenção de coordenadas de pontos de controlo terreno actuais, mas que possam ser utilizados em todas as imagens fotogramétricas da série temporal. A coordenação dos pontos fotogramétricos foi efectuada através do sistema de posicionamento global GPS em modo cinemático, obtendo-se valores de precisão inferior a 1 centímetro em planimetria e a 3 centímetros em altimetria. Estes resultados revelaram uma superação das expectativas mais optimistas. O passo seguinte foi a ortorrectificação das imagens, ou seja, a remoção das distorções e a compensação do deslocamento das fotografias aéreas. Para todas as épocas consideradas efectuou-se a triangulação aérea automática, de forma a minimizar o trabalho manual e a intervenção do operador no processo de aquisição das orientações interna e externa de cada par estereoscópico considerado. De uma forma geral, verificou-se que a qualidade da triangulação aérea automática fica degradada em função do parâmetro tempo. Os valores obtidos no processo de aquisição da orientação absoluta dos pares estereoscópicos revelaram que a sua precisão diminui com o aumento do módulo da escala das fotografias, independentemente do tipo de radiometria associada às imagens. O rigor obtido, no processo automático de triangulação aérea, revelou-se excelente, uma vez que se obteve uma precisão das coordenadas planimétricas inferior a 20 centímetros para os voos realizados às escalas até 1:10 000, inferior a 61 centímetros para os voos efectuados à escala 1:15 000 e de 110 centímetros para o voo de 1947, executado à escala 1:30 000. A precisão das coordenadas altimétricas é inferior a 4 centímetros para todos os voos estudados, à excepção do primeiro voo, em que esta é na ordem dos 20 centímetros. A realização de voos de carácter não cartográfico provoca com que as fotografias tenham características contraproducentes ao processo fotogramétrico, na medida em que os dados obtidos sofrem alterações que, por norma, não aconteceriam caso os voos fossem realizados com o propósito cartográfico. Cada par estereoscópico foi, à posteriori, utilizado para gerar uma superfície tridimensional do terreno, denominada MDT. O software ISAE detecta, com rigor, descontinuidades do terreno, desde que a informação geomorfológica seja adicionada ao processo de aquisição automática de pontos de elevação. Francisco M. Sequeira 108 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Com este processo automático de obtenção de pontos de elevação adquiriu-se uma precisão altimétrica de 12 centímetros no ano de 1983, de 45 centímetros nos anos de 2000, 1991, 1972 e 1957, e de 1.55 metros no ano de 1947. Estes valores, em especial no ano de 1983, revelam uma excelente qualidade do algoritmo implementado no software ISAE. Pelos factos anteriormente descritos, o software ISAE revelou-se um instrumento muito útil na aquisição automática de informação digital tridimensional com precisões consentâneas com os níveis de rigor presentemente exigidos. Após a aquisição automática das diversas superfícies topográficas foi possível efectuar cálculos utilizando os diferentes MDT`s multi-temporais gerados. A filosofia adoptada permitiu verificar a tendência de recuo da linha de costa na área de estudo, tal como acontece actualmente na maioria das regiões onde existem processos de erosão costeira. De igual forma permitiu o cálculo preciso do volume do solo perdido ou adicionado, no intervalo de tempo considerado. Os estudos efectuados revelaram que ao longo dos 53 anos, a área de estudo diminuiu a sua altitude máxima na ordem dos 15 metros, representando uma perda de 15 % no valor da altitude máxima do terreno. No entanto deve-se referir que a precisão dos dados obtidos no ano de 1947 pode condicionar este valor apurado. Na área relativa à saliência pronunciada da costa, entre o mar e o Pico do Facho, a perda de volume verificada, ao longo dos períodos da série temporal, foi de 525530.63 m3. A metodologia empregue no decurso do presente trabalho de investigação vai de encontro aos estudos recentes elaborados nesta área de estudo e pode ser utilizada em investigações futuras em que se pretenda estabelecer comparações multi-temporais precisas entre elementos da faixa costeira. No entanto aconselha-se que os futuros estudos relacionados com o tema não adoptem informações baseadas em voos não destinados à produção de cartografia, uma vez que estes influenciam os dados a recolher. 109 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira 110 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Referências Bibliográficas Baldi, P., Fabris, M., Marsella, M., Monticelli, R., (2005), “Monitoring the morphological evolution of the Sciara del Fuoco during the 2002-2003 Stromboli eruption using multitemporal photogrammetry”. ISPRS Journal of Photogrammetry and Remote Sensing, Vol. 59, N.º 4, June 2005, pp 199-211. Baptista, P., Bastos, L., Bernardes, C., Dias, J., (2000), “Aplicação de Técnicas Espaciais na Monitorização da Linha de Costa do Litoral de Aveiro”. 3.º Simpósio sobre a Margem Continental Ibérica Atlântica, Faro, Portugal. Benecke, N., (1995), “The Processing of Photogrammetrically-Generated Elevation Models in the Ruhrkohle AG Geographical Information System (GIS)”. Proceedings of the 45th Photogrammetric Week, Stuttgart, Germany, September 1995, pp 303-311. 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Sequeira 118 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente A1 A O 11 XO NEEX AN Certificados de Calibração das Câmaras Aéreas Utilizadas Refere-se que, em face da respectiva idade dos certificados de calibração das câmaras aéreas, a sua cópia, descrita nas páginas seguintes, não ostenta a melhor qualidade gráfica. 119 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Certificado de Calibração da Câmara Wild RC5, f = 152.05, de 19/12/1963: Francisco M. Sequeira 120 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente 121 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira 122 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Certificado de Calibração da Câmara Wild RC10, f = 153.36, de 29/03/1976: 123 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira 124 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente 125 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Certificado de Calibração da Câmara Wild RC10, f = 152.31, de 25/10/1980: Francisco M. Sequeira 126 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente 127 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira 128 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Certificado de Calibração da Câmara Wild RC30, f = 152.73, de 24/02/1993: 129 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira 130 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente 131 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira 132 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente A2 A O 22 XO NEEX AN Coordenadas das Marcas Fiduciais para os Voos de 1947 e 1957 133 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Para o voo fotogramétrico de 1947 (IGE47): Coordenadas das Marcas Fiduciais, referidas ao Ponto Central (FC): X [mm] Y [mm] 1 -111.0 0.0 2 +110.5 0.0 3 0.0 -111.0 4 0.0 +108.0 Distância Focal: 154.2 mm Área da Fotografia: 227 mm x 229 mm Francisco M. Sequeira 134 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Para o voo fotogramétrico de 1957 (IGP57): Coordenadas das Marcas Fiduciais, referidas ao Ponto Central (FC): X [mm] Y [mm] 1 +82.0 -82.5 2 -82.5 -82.5 3 -83.0 +82.0 4 +81.5 +82.0 Distância Focal: 209.83 mm Área da Fotografia: 182 mm x 182 mm 135 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira 136 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente A3 A O 33 XO NEEX AN Croquis dos Pontos Fotogramétricos 137 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 105 - VG Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....114145,720 P = ......283976,360 Cota do Vértice = ...93,140 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-85854,160 P = ......-16020,573 Cota do Vértice = ...93,140 DESCRIÇÃO: Vértice Geodésico PEDERNEIRA, pertencente à Rede Geodésica de 3ª Ordem. Bolembreana assente sobre rocha, situada a cerca de 500 metros a Norte de São Martinho do Porto. Têm boa visibilidade em todas as direcções, e boas condições para GPS.................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 138 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 100 - Marca de Bronze do Cruzeiro Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113518,587 P =...... 283455,283 Cota Terreno =....... 68,429 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86481,306 P =...... -16541,635 Cota Terreno =....... 68,429 DESCRIÇÃO: Marca de Bronze existente no Cruzeiro comemorativo do VIII Centenário da Independência e III da Restauração de Portugal MCMXL............................... ............................................................ ............................................................ ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 139 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 001 – Ponto 1 do Cruzeiro Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....113517,340 P = ......283452,487 Cota Terreno = .......68,256 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-86482,553 P = ......-16544,431 Cota Terreno = .......68,256 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, junto à extremidade do 1º degrau do Cruzeiro comemorativo do VIII Centenário da Independência e III da Restauração de Portugal MCMXL, à esquerda da Marca de Bronze.. ............................... ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 140 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 002 – Ponto 2 do Cruzeiro Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113514,540 P =...... 283453,944 Cota Terreno =....... 68,247 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86485,353 P =...... -16542,974 Cota Terreno =....... 68,247 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, junto à extremidade do 1º degrau do Cruzeiro comemorativo do VIII Centenário da Independência e III da Restauração de Portugal MCMXL, oposta à Marca de Bronze................................................. ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 141 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 003 – Ponto 3 do Cruzeiro Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....113515,951 P = ......283456,709 Cota Terreno = .......68,240 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-86483,942 P = ......-16540,208 Cota Terreno = .......68,240 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, junto à extremidade do 1º degrau do Cruzeiro comemorativo do VIII Centenário da Independência e III da Restauração de Portugal MCMXL, à direita da Marca de Bronze............................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 142 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 004 - Capela de Santo António Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113445,908 P =...... 283384,944 Cota Terreno =....... 52,592 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86553,986 P =...... -16611,973 Cota Terreno =....... 52,592 DESCRIÇÃO: Ponto situado junto ao extremo Norte da Sacristia da Capela de Santo António. O Bastão Extensível utilizado, onde foi colocada a Antena GPS, tem a altura de 1,426 metros. ..... ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 143 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 005 – Muro junto à Capela de Santo António Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....113443,591 P = ......283392,402 Cota Terreno = .......51,830 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-86556,304 P = ......-16604,514 Cota Terreno = .......51,830 DESCRIÇÃO: Ponto situado na extremidade do Muro junto à Capela de Santo António. O valor da Cota é em cima do Muro.. ..... ............................................................. ............................................................. ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 144 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 006 – Muro da Capitania do lado da Avenida Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113743,032 P =...... 283207,127 Cota Terreno =....... 3,675 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86256,866 P =...... -16789,796 Cota Terreno =....... 3,675 DESCRIÇÃO: Ponto situado junto à extremidade do Muro da Capitania do Porto de São Martinho do Porto, junto à Avenida Marginal. O Muro tem a altura de 1,28 metros... .............................................. ............................................................ ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 145 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 007 – Muro da Capitania do lado da Rua Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....113744,840 P = ......283209,938 Cota Terreno = .......3,621 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-86255,059 P = ......-16786,985 Cota Terreno = .......3,621 DESCRIÇÃO: Ponto situado junto à extremidade do Muro da Capitania do Porto de São Martinho do Porto, junto à Rua que se encontra empedrada. O Muro tem a altura de 1,27 metros... ........................ ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 146 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 008 – Muro da Escola Primária Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113999,387 P =...... 283101,847 Cota Terreno =....... 3,284 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86000,514 P =...... -16895,082 Cota Terreno =....... 3,284 DESCRIÇÃO: Ponto situado junto à extremidade do Muro da Escola Primária existente na Rua transversal à Rua General Carmona. O Muro tem a altura de 1,60 metros... .............................................. ............................................................ ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 147 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 009 – Muro do Cruzamento das Ruas Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....114021,022 P = ......283046,884 Cota Terreno = .......3,097 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-85978,881 P = ......-16950,046 Cota Terreno = .......3,097 DESCRIÇÃO: Ponto situado junto ao Muro existente do lado Norte do cruzamento da Rua da Escola Primária com a Rua paralela ao Caminho-de-Ferro. O Muro tem a altura de 1,40 metros... ........................ ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 148 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 010 – Estátua do Antigo Adro Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113841,873 P =...... 283259,962 Cota Terreno =....... 22,675 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86158,024 P =...... -16736,964 Cota Terreno =....... 22,675 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, junto à extremidade Sul da Estátua ao Comendador José Bento da Silva existente no largo que recebeu o seu nome, também conhecido por Adro.... ............................................................ ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 149 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 015 – Canteiro Sul da Estátua do Largo Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .....113841,758 P = ......283259,594 Cota Terreno = ...... 22,369 Coordenadas HG DATUM73 M = .....-86158,140 P = ......-16737,331 Cota Terreno = ...... 22,369 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, junto à extremidade Sul do Canteiro das Flores adjacente à Estátua ao Comendador José Bento da Silva existente no largo que recebeu o seu nome, também conhecido por Adro. ............................ ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 150 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 016 – Canteiro Oeste da Estátua do Largo Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113840,572 P =...... 283260,920 Cota Terreno =....... 22,378 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86159,325 P =...... -16736,005 Cota Terreno =....... 22,378 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, junto à extremidade Oeste do Canteiro das Flores adjacente à Estátua ao Comendador José Bento da Silva existente no largo que recebeu o seu nome, também conhecido por Adro.... ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 151 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 017 – Ponto 1 na Entrada da Eira Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....113729,403 P = ......283911,008 Cota Terreno = .......66,115 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-86270,479 P = ......-16085,915 Cota Terreno = .......66,115 DESCRIÇÃO: Ponto situado sobre a Eira existente a 100 metros a Este da Quinta da Gralha, a Norte de São Martinho do Porto. O referido ponto localiza-se na entrada da Eira, do lado direito. ........................... ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 152 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 018 – Ponto 2 na Entrada da Eira Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113728,075 P =...... 283910,169 Cota Terreno =....... 66,044 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86271,807 P =...... -16086,754 Cota Terreno =....... 66,044 DESCRIÇÃO: Ponto situado sobre a Eira existente a 100 metros a Este da Quinta da Gralha, a Norte de São Martinho do Porto. O referido ponto localiza-se na entrada da Eira, do lado esquerdo. ...................... ............................................................ ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 153 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 019 – Ponto 3 na Eira Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....113728,818 P = ......283919,816 Cota Terreno = .......65,730 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-86271,064 P = ......-16077,107 Cota Terreno = .......65,730 DESCRIÇÃO: Ponto situado sobre a Eira existente a 100 metros a Este da Quinta da Gralha, a Norte de São Martinho do Porto. O referido ponto localiza-se no oposto à entrada da Eira. ................................... ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 154 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 020 – Casa do Facho Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113124,132 P =...... 283940,184 Cota Terreno =....... 81,213 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86875,749 P =...... -16056,725 Cota Terreno =....... 81,213 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, no extremo Noroeste da última Casa na zona do Pico do Facho. Refira-se que todas as Casas no local se encontram destruídas. .......................................... ............................................................ ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 155 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 021 – Largo da Estrada no Pico do Facho 1 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....113164,020 P = ......283912,528 Cota Terreno = .......76,121 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-86835,863 P = ......-16084,382 Cota Terreno = .......76,121 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, no lado direito do entroncamento entre o Largo da Estrada Municipal 242-7 com o Caminho de acesso às Casas no Pico do Facho. ............................................ ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 156 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 022 – Largo da Estrada no Pico do Facho 2 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113163,685 P =...... 283909,356 Cota Terreno =....... 76,039 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86836,198 P =...... -16087,554 Cota Terreno =....... 76,039 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, no lado esquerdo do entroncamento entre o Largo da Estrada Municipal 242-7 com o Caminho de acesso às Casas no Pico do Facho. ............................................ ............................................................ ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 157 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 023 – Largo da Estrada no Pico do Facho 3 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....113165,569 P = ......283905,359 Cota Terreno = .......75,828 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-86834,313 P = ......-16091,551 Cota Terreno = .......75,828 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, a cerca de 4,5 metros à direita do PF022, no limite do Largo da Estrada Municipal 242-7, no Pico do Facho. Este Ponto só serve para validação da Cota do local. ......... ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 158 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 024 – Largo da Estrada no Pico do Facho 4 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113170,009 P =...... 283902,297 Cota Terreno =....... 75,520 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86829,873 P =...... -16094,613 Cota Terreno =....... 75,520 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, a cerca de 5,5 metros à direita do PF023, no limite do Largo da Estrada Municipal 242-7, no Pico do Facho. Este Ponto só serve para validação da Cota do local. ......... ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 159 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 025 – Largo da Estrada no Pico do Facho 5 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....113179,773 P = ......283899,957 Cota Terreno = .......75,179 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-86820,110 P = ......-16096,953 Cota Terreno = .......75,179 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, a cerca de 10 metros à direita do PF024, no limite do Largo da Estrada Municipal 242-7, no Pico do Facho. Este Ponto só serve para validação da Cota do local. ......... ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 160 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 026 – Largo da Estrada no Pico do Facho 6 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113179,788 P =...... 283899,975 Cota Terreno =....... 75,176 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86820,095 P =...... -16096,935 Cota Terreno =....... 75,176 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, no mesmo local do PF025, no limite do Largo da Estrada Municipal 242-7, no Pico do Facho. Este Ponto só serve para validação da Cota do local. ................ ............................................................ ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 161 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 027 – Largo da Estrada no Pico do Facho 7 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....113189,971 P = ......283899,116 Cota Terreno = .......74,812 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-86809,912 P = ......-16097,795 Cota Terreno = .......74,812 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, a cerca de 10 metros à direita do PF025, no limite do Largo da Estrada Municipal 242-7, no Pico do Facho. Este Ponto só serve para validação da Cota do local. ......... ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 162 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 028 – Largo da Estrada no Pico do Facho 8 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113190,112 P =...... 283906,699 Cota Terreno =....... 74,762 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86809,771 P =...... -16090,211 Cota Terreno =....... 74,762 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, a cerca de 5,5 metros à esquerda do PF029, no limite do Largo da Estrada Municipal 242-7, no Pico do Facho. Este Ponto só serve para validação da Cota do local. ......... ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 163 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 029 – Largo da Estrada no Pico do Facho 9 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .....113185,140 P = ......283909,300 Cota Terreno = ...... 75,007 Coordenadas HG DATUM73 M = .....-86814,742 P = ......-16087,610 Cota Terreno = ...... 75,007 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, a cerca de 4,5 metros à esquerda do PF030, no limite do Largo da Estrada Municipal 242-7, no Pico do Facho. Este Ponto só serve para validação da Cota do local. ......... ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 164 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 030 – Largo da Estrada no Pico do Facho 10 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113181,773 P =...... 283912,218 Cota Terreno =....... 75,211 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86818,109 P =...... -16084,692 Cota Terreno =....... 75,211 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, a cerca de 5,5 metros à esquerda do PF031, no limite do Largo da Estrada Municipal 242-7, no Pico do Facho. Este Ponto só serve para validação da Cota do local. ........ ............................................................ ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 165 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 031 – Largo da Estrada no Pico do Facho 11 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....113177,514 P = ......283915,657 Cota Terreno = .......75,493 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-86822,368 P = ......-16081,252 Cota Terreno = .......75,493 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, a cerca de 9 metros à esquerda do PF032, no limite do Largo da Estrada Municipal 242-7, no Pico do Facho. Este Ponto só serve para validação da Cota do local. ......... ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 166 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 032 – Largo da Estrada no Pico do Facho 12 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113168,784 P =...... 283917,148 Cota Terreno =....... 76,008 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86831,098 P =...... -16079,762 Cota Terreno =....... 76,008 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, a cerca de 6,5 metros à esquerda do PF021, no limite do Largo da Estrada Municipal 242-7, no Pico do Facho. Este Ponto só serve para validação da Cota do local. ........ ............................................................ ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 167 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 033 – Entroncamento 1 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M =.....113210,539 P = ......283903,597 Cota Terreno = .......74,311 Coordenadas HG DATUM73 M =.....-86789,343 P = ......-16093,313 Cota Terreno = .......74,311 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, no lado esquerdo do entroncamento do Caminho, que vêm junto à Costa desde o Cais de São Martinho do Porto, com a Estrada Municipal 242-7, na zona do Pico do Facho. .................................... ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 168 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 034 – Entroncamento 2 Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113214,212 P =...... 283906,354 Cota Terreno =....... 74,161 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86785,670 P =...... -16090,556 Cota Terreno =....... 74,161 DESCRIÇÃO: Ponto situado no terreno, no lado direito do entroncamento do Caminho, que vêm junto à Costa desde o Cais de São Martinho do Porto, com a Estrada Municipal 242-7, na zona do Pico do Facho. ................................................. ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 169 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 101 – Extremo do Muro da Colónia de Férias Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .....113366,399 P = ......283117,526 Cota Terreno = ...... 2,551 Coordenadas HG DATUM73 M = .....-86633,502 P = ......-16879,389 Cota Terreno = ...... 2,551 DESCRIÇÃO: Ponto situado junto à extremidade do Muro existente à entrada do edifício da Colónia de Férias da Empresa de Cimentos de Maceira-Liz. O Muro tem a altura de 1,13 metros. ....................... ............................................................. ............................................................. Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ Francisco M. Sequeira 170 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA REGISTO DOS PONTOS FOTOGRAMÉTRICOS P. F.: 103 – Rampa do Salva Vidas Coordenadas HG DATUM LISBOA Militares M = .... 113336,405 P =...... 283073,605 Cota Terreno =....... 1,989 Coordenadas HG DATUM73 M = .... -86663,497 P =...... -16923,310 Cota Terreno =....... 1,989 DESCRIÇÃO: Ponto situado no limite da rampa do Salva Vidas, junto ao paredão, no Cais de São Martinho do Porto. .................. ............................................................ ............................................................ ............................................................ ............................................................ Data de Aquisição: 20 / Novembro / Elaborado por: ____________________________ 2004 ___________________ 171 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Francisco M. Sequeira 172 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente A4 A O 44 XO NEEX AN Valores Estatísticos de Área e Volume 173 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Para a área A: Tabela A4.1 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 0 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D 2 VOLUME [M] [M] [M ] [M2] [M3] IGE47 103.6 0 71576.24 96454.31 3326022.47 IGP57 96.4 0 70936.12 95055.44 3072360.29 IGP72 92.3 0 71622.89 90153.41 2928577.36 IGP83 92.1 0 71121.41 90090.83 2886248.91 FAP91 92.0 0 66556.94 86971.11 2853030.19 FAP00 88.3 0 66286.01 87633.11 2800491.84 Tabela A4.2 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 10 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 103.6 10 57274.41 78899.82 2669891.00 IGP57 96.4 10 55159.36 76011.61 2446792.07 IGP72 92.3 10 56641.22 73318.17 2309061.59 IGP83 92.1 10 56185.13 72784.09 2275999.36 FAP91 92.0 10 54493.94 72254.90 2260969.62 FAP00 88.3 10 53837.08 72484.40 2210979.35 Tabela A4.3 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 20 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 103.6 20 50291.25 68899.39 2133387.78 IGP57 96.4 20 48722.43 66318.00 1927269.06 IGP72 92.3 20 49463.32 63449.78 1777904.31 IGP83 92.1 20 48791.73 62722.99 1749369.24 FAP91 92.0 20 47680.58 62498.89 1748433.36 FAP00 88.3 20 47350.94 62888.55 1703826.37 Francisco M. Sequeira 174 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela A4.4 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 30 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA [M] [M] ÁREA ÁREA 2D 3D [M2] [M2] VOLUME [M3] IGE47 103.6 30 43071.38 58669.65 1668103.29 IGP57 96.4 30 42217.90 56852.39 1473667.74 IGP72 92.3 30 41831.64 53306.50 1322563.82 IGP83 92.1 30 41451.88 53003.55 1299183.53 FAP91 92.0 30 40990.42 53104.81 1306456.56 FAP00 88.3 30 40547.95 53277.03 1264596.31 Tabela A4.5 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 40 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 103.6 40 37692.13 50205.63 1265648.41 IGP57 96.4 40 36266.20 48146.20 1081441.92 IGP72 92.3 40 35419.75 44156.38 936881.92 IGP83 92.1 40 35080.57 44159.46 917572.24 FAP91 92.0 40 35083.63 44416.24 927091.10 FAP00 88.3 40 34421.35 44373.89 890383.64 Tabela A4.6 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 50 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 103.6 50 33257.39 42724.04 911815.69 IGP57 96.4 50 30615.50 39610.93 746324.94 IGP72 92.3 50 29789.91 35985.37 610671.98 IGP83 92.1 50 29132.86 35654.55 595949.51 FAP91 92.0 50 29288.70 35829.23 604089.30 FAP00 88.3 50 28779.92 35929.18 573267.81 175 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela A4.7 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 60 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA [M] [M] ÁREA ÁREA 2D 3D [M2] [M2] VOLUME [M3] IGE47 103.6 60 29059.26 35642.58 599691.82 IGP57 96.4 60 25733.55 31789.27 465660.29 IGP72 92.3 60 23311.19 27301.91 344395.86 IGP83 92.1 60 23356.53 27417.82 333906.18 FAP91 92.0 60 23546.01 27591.00 340447.41 FAP00 88.3 60 22232.96 26751.26 318334.39 Tabela A4.8 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 70 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 103.6 70 23728.96 27776.97 335202.81 IGP57 96.4 70 21183.85 24585.81 230238.44 IGP72 92.3 70 17206.14 19349.11 140845.23 IGP83 92.1 70 16505.88 18657.97 130498.76 FAP91 92.0 70 16926.36 19028.94 134878.92 FAP00 88.3 70 16265.38 18508.77 125071.32 Tabela A4.9 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 80 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 103.6 80 14853.48 16906.40 136658.34 IGP57 96.4 80 10236.00 11565.53 68673.38 IGP72 92.3 80 5403.13 6297.44 21720.81 IGP83 92.1 80 5253.39 6038.67 20763.20 FAP91 92.0 80 5607.24 6394.29 20440.05 FAP00 88.3 80 5328.10 5966.68 13308.12 Francisco M. Sequeira 176 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela A4.10 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 88 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA [M] [M] ÁREA ÁREA 2D 3D [M2] [M2] VOLUME [M3] IGE47 103.6 88 7533.33 8570.57 49011.41 IGP57 96.4 88 4174.05 4538.65 12450.84 IGP72 92.3 88 787.93 955.63 1316.42 IGP83 92.1 88 598.56 723.31 926.41 FAP91 92.0 88 615.97 748.89 958.30 FAP00 88.3 88 25.16 25.95 3.06 Tabela A4.11 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 90 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 103.6 90 6140.00 6977.49 35345.89 IGP57 96.4 90 2689.23 2911.19 5628.18 IGP72 92.3 90 300.09 351.41 278.60 IGP83 92.1 90 217.40 252.88 154.45 FAP91 92.0 90 219.19 258.19 158.17 FAP00 88.3 90 0.00 0.00 0.00 Tabela A4.12 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 92 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 103.6 92 4855.15 5510.96 24362.31 IGP57 96.4 92 1205.43 1322.70 1672.63 IGP72 92.3 92 6.69 7.22 0.72 IGP83 92.1 92 0.06 0.07 0.00 FAP91 92.0 92 0.03 0.04 0.00 FAP00 88.3 92 0.00 0.00 0.00 177 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela A4.13 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 96 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO ÁREA ÁREA 2D 3D [M] [M2] [M2] [M3] MÁXIMA REFERÊNCIA [M] VOLUME IGE47 103.6 96 2796.16 3139.23 9280.78 IGP57 96.4 96 6.95 8.27 1.04 IGP72 92.3 96 0.00 0.00 0.00 IGP83 92.1 96 0.00 0.00 0.00 FAP91 92.0 96 0.00 0.00 0.00 FAP00 88.3 96 0.00 0.00 0.00 Tabela A4.14 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 100 metros, para a área de estudo A. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 103.6 100 1123.22 1221.47 1472.55 IGP57 96.4 100 0.00 0.00 0.00 IGP72 92.3 100 0.00 0.00 0.00 IGP83 92.1 100 0.00 0.00 0.00 FAP91 92.0 100 0.00 0.00 0.00 FAP00 88.3 100 0.00 0.00 0.00 Para a área B: Tabela A4.15 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 0 metros, para a área de estudo B. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D 2 VOLUME [M] [M] [M ] [M2] [M3] IGE47 72.6 0 82150.27 91519.15 2161254.86 IGP57 71.0 0 76378.86 84892.79 1776063.07 IGP72 71.1 0 78767.91 84434.99 1755428.51 IGP83 69.7 0 78123.85 85260.65 1687748.39 FAP00 71.7 0 73809.57 81698.22 1690836.41 Francisco M. Sequeira 178 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela A4.16 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 10 metros, para a área de estudo B. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA [M] [M] ÁREA ÁREA 2D 3D [M2] [M2] VOLUME [M3] IGE47 72.6 10 65289.20 72131.30 1395457.76 IGP57 71.0 10 58122.65 64639.89 1112749.00 IGP72 71.1 10 59700.39 64174.83 1079034.79 IGP83 69.7 10 59001.66 64558.95 1020960.77 FAP00 71.7 10 58257.96 64237.75 1039234.35 Tabela A4.17 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 20 metros, para a área de estudo B. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 72.6 20 49493.88 54031.84 809841.28 IGP57 71.0 20 39422.22 43461.94 615119.61 IGP72 71.1 20 38239.82 41000.29 583334.88 IGP83 69.7 20 35683.75 39141.37 547646.06 FAP00 71.7 20 36974.70 40804.36 561723.18 Tabela A4.18 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 30 metros, para a área de estudo B. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 72.6 30 28501.73 31391.12 422734.55 IGP57 71.0 30 22016.14 24404.90 319743.09 IGP72 71.1 30 21796.04 23594.47 291967.77 IGP83 69.7 30 20109.92 22369.93 274367.35 FAP00 71.7 30 20852.65 23351.55 280288.03 179 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela A4.19 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 40 metros, para a área de estudo B. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA [M] [M] ÁREA ÁREA 2D 3D [M2] [M2] VOLUME [M3] IGE47 72.6 40 16056.34 17726.87 202885.33 IGP57 71.0 40 11928.87 13335.08 153005.73 IGP72 71.1 40 10263.69 11397.61 129501.27 IGP83 69.7 40 9587.52 10947.29 123404.10 FAP00 71.7 40 10360.76 11848.40 123076.14 Tabela A4.20 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 50 metros, para a área de estudo B. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 72.6 50 7563.48 8465.59 89810.42 IGP57 71.0 50 6222.27 6975.46 67601.03 IGP72 71.1 50 5286.97 5933.66 53379.41 IGP83 69.7 50 5204.39 5995.62 52285.80 FAP00 71.7 50 5180.23 6028.81 50942.54 Tabela A4.21 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 60 metros, para a área de estudo B. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 72.6 60 4305.91 4681.65 31444.43 IGP57 71.0 60 3350.99 3643.81 20558.43 IGP72 71.1 60 2599.42 2843.36 14859.92 IGP83 69.7 60 2574.58 2874.41 14265.23 FAP00 71.7 60 2468.45 2823.41 13469.25 Francisco M. Sequeira 180 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela A4.22 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 69 metros, para a área de estudo B. ALTITUDE MODELO PLANO ÁREA ÁREA 2D 3D [M] [M2] [M2] [M3] MÁXIMA REFERÊNCIA [M] VOLUME IGE47 72.6 69 1860.06 1909.08 3392.99 IGP57 71.0 69 868.26 895.77 505.51 IGP72 71.1 69 730.09 748.01 531.65 IGP83 69.7 69 410.41 416.23 145.90 FAP00 71.7 69 447.19 470.37 401.31 Tabela A4.23 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 70 metros, para a área de estudo B. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 72.6 70 1392.89 1416.31 1737.72 IGP57 71.0 70 84.57 89.04 16.77 IGP72 71.1 70 275.77 281.83 78.51 IGP83 69.7 70 0.00 0.00 0.00 FAP00 71.7 70 174.66 181.72 140.02 Tabela A4.24 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 71 metros, para a área de estudo B. ALTITUDE MODELO PLANO MÁXIMA REFERÊNCIA ÁREA ÁREA 2D 3D VOLUME [M] [M] [M2] [M2] [M3] IGE47 72.6 71 874.42 882.67 602.44 IGP57 71.0 71 0.00 0.00 0.00 IGP72 71.1 71 1.07 1.12 0.03 IGP83 69.7 71 0.00 0.00 0.00 FAP00 71.7 71 64.67 65.69 18.18 181 Francisco M. Sequeira A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente Tabela A4.25 – Valores estatísticos de área e volume, relativos ao plano de referência de valor igual a 72 metros, para a área de estudo B. ALTITUDE MODELO PLANO ÁREA ÁREA 2D 3D [M] [M2] [M2] [M3] MÁXIMA REFERÊNCIA [M] VOLUME IGE47 72.6 72 201.39 202.75 35.38 IGP57 71.0 72 0.00 0.00 0.00 IGP72 71.1 72 0.00 0.00 0.00 IGP83 69.7 72 0.00 0.00 0.00 FAP00 71.7 72 0.00 0.00 0.00 Francisco M. Sequeira 182 A fotogrametria aplicada ao estudo multi-temporal de movimentos de vertente 183 Francisco M. Sequeira