Plantas medicinais e hipertensão

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Plantas medicinais e hipertensão
Artigo técnico
Plantas medicinais e hipertensão
MAIA, Laísa Ferreira1; CASTRO, Quênia Janaina Tomaz de1; RESENDE, Fernanda M. Freitas1;
RODRIGUES-DAS-DORES, Rosana Gonçalves1.
Resumo
Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é doença crônica não-transmissível, definida quando os níveis de pressão arterial sistólica (PAS) são
≥ 140 mmHg e/ou de pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg,
sendo que estes valores devem refletir pelo menos duas medidas com
intervalo de dois minutos entre elas. A utilização de plantas medicinais
e fitoterápicos na prevenção e/ou na cura de enfermidades é hábito
corriqueiro prevalente na história da humanidade, e ainda, nos dias
de hoje, continua ocupando lugar de destaque no arsenal terapêutico
disponível. Entretanto, as plantas medicinais produzem compostos
bioativos, que podem atuar de forma dúbia. Assim, é fundamental o
estudo de fitoterápicos, visando identificar as possíveis interações e
mecanismos de ação farmacológica destes medicamentos, de forma a
poder assegurar o seu uso racional.
Palavras-chave
Interações medicamentos-plantas medicinais, Fitoterapia, Alopatia.
Introdução
Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é doença crônica não-transmissível, de origem multifatorial e causal, altamente prevalente, sendo
responsável por grande número de óbitos em todo o país. Em
indivíduos com idade maior que 18 anos, é definida quando os níveis
de pressão arterial sistólica (PAS) são ≥ 140 mmHg e/ou de pressão
arterial diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg, sendo que estes valores devem
refletir pelo menos duas medidas com intervalo de dois minutos entre
elas.
Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010), são
considerados fatores de risco: idade, gênero e etnia, excesso de
peso e obesidade, ingestão de sal, ingestão de álcool, sedentarismo,
fatores socioeconômicos, genética e outros fatores de risco cardiovascular. A grande prevalência desta enfermidade e de seus fatores de
risco, associada ao não tratamento adequado e ao fato de ser assintomática, multiplica a probabilidade da ocorrência de complicações, tais
como: doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades.
O principal objetivo do tratamento da HAS é a redução da morbidade
e da mortalidade cardiovasculares (SBC, 2010) por meio de medidas
farmacológicas e não farmacológicas. Medidas não farmacológicas consistem em redução do peso corporal, dieta hipossódica
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| Farmácia Revista |
e balanceada, aumento da ingestão de frutas e verduras, redução
de bebidas alcoólicas, realização de exercícios físicos, cessação/
atenuação do tabagismo e a substituição da gordura saturada por
poliinsaturados e monoinsaturados. Em relação ao tratamento
farmacológico, para o hipertenso leve, é recomendado fármaco que
pertença a uma das seis classes de anti-hipertensivos (diuréticos,
betabloqueadores, simpatolíticos de ação central, antagonistas dos
canais de cálcio, inibidores da enzima conversora de angiotensina e
antagonistas do receptor de angiotensina II). Caso não seja obtido o
controle da pressão arterial com monoterapia, pode-se aumentar a
dose do fármaco, associar a outro fármaco ou substituir a monoterapia
(SBC, 2010).
A utilização de plantas na prevenção e/ou na cura de moléstias
é hábito corriqueiro na história da humanidade (Oliveira et al,
2007). Desde os primórdios da civilização, o homem pré-histórico já
disponibilizava os recursos vegetais como terapêutica. É importante
salientar, que o uso de plantas medicinais integra-se à história da
Medicina e da Farmácia e revela-se nos dias de hoje, com a Fitoterapia ocupando lugar de destaque no arsenal terapêutico (Costa
et al, 1998). Entretanto, as plantas medicinais produzem compostos
bioativos, que podem atuar de forma dúbia (Ritter et al, 2002). É
importante esclarecer que plantas medicinais e, por consequência, os
medicamentos fitoterápicos são constituídos de misturas complexas
de substâncias bioativas, denominados compostos secundários,
que podem ser responsáveis por ações polivalentes (Alexandre et al,
2007). No medicamento fitoterápico, ao contrário do medicamento
sintético, não há substância ativa isolada, o que dificulta informações
acerca de sua ação farmacológica e biodisponibilidade.
Outro aspecto importante acerca da Fitoterapia são as possíveis
interações medicamentosas que venham ocorrer entre medicamentos sintéticos e fitoterápicos. O termo interações medicamentosas
se refere à interferência de dado fármaco na ação de outro, ou de
alimento ou nutriente na ação de medicamentos (Cordeiro et al, 2005).
As respostas decorrentes da interação podem acarretar potencialização do efeito terapêutico, redução da eficácia, aparecimento de
reações adversas com distintos graus de gravidade ou ainda, não
causar nenhuma modificação no efeito desejado do medicamento
(Secolli, 2001). Desta forma, as interações podem ser benéficas ou
indesejáveis, podendo ainda, ser divididas em três categorias segundo
a fase farmacológica determinante (Vale, 1997):
a. Farmacêutica – incompatibilidade física, química
ou físico-química entre dois ou mais fármacos, conservantes e diluentes.
b. Farmacocinética – modificação dos farmácos
em seu trânsito pelo organismo: absorção, distribuição,
armazenamento, metabolismo e eliminação.
c. Farmacodinâmica – modificação do efeito
bioquímico ou fisiológico do fármaco. Geralmente,
ocorre no local de ação dos medicamentos (receptores
farmacológicos) por meio de mecanismos bioquímicos específicos, sendo capaz de causar efeitos
semelhantes (sinergismo) ou opostos (antagonismo)
(Secolli, 2001).
A utilização inadequada de determinado fitoterápico ou droga vegetal mesmo de baixa toxicidade,
pode induzir distúrbios graves desde que pré-existam
outros fatores de risco tais como contra-indicações
ou uso concomitante de outros medicamentos
(Silveira et al, 2008). Alerta que se faz prioritário, é
que medicamentos fitoterápicos ou drogas vegetais
não são isentas de efeitos tóxicos e/ ou colaterais,
como muitos se equivocam em acreditar, contrap o n d o - s e a o c o n s e n s o p o p ul ar, qu e di z qu e
“se é natural é bom; se não fizer bem, mal não fará”
(Oliveira et al, 2007).
Tais pressuposições vêm validar estudos de drogas
vegetais, fitoterápicos e fármacos sintéticos, de forma
a identificar as possíveis interações e mecanismos de
ação farmacológica destes medicamentos, de forma
poder assegurar o seu uso racional. Na Tabela 1 é
descrito uma revisão sistemática sobre efeitos farmacológicos, constituintes químicos, efeitos adversos e
potencial interação de plantas medicinais utilizadas
como anti-hipertensivas.
Conclusão
A Fitoterapia, como instrumento terapêutico, dispõe
de medicamentos e drogas vegetais tão eficazes
e seguras quanto os medicamentos sintéticos. No
entanto, o uso de fitoterápicos como coadjuvante no
tratamento da Hipertensão requer estudos farmacológicos preliminares do quadro clinico de cada paciente,
por profissional habilitado, bem como orientações de
uso racional e possíveis interações.
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A tabela com os efeitos farmacológicos e reações adversas de plantas medicinais
utilizadas como anti-hipertensivas também está disponível no link:
www.crfmg.org.br/Revista/tabela_hipertensao.pdf (Digite o link exatamente
como está descrito acima e, para impressão, sugerimos o formato de A3).
1.
Universidade Federal de Ouro Preto. Centro de Saúde
Campus Universitário, s/n. Ouro Preto. MG. 35400-000.
Email para contato: [email protected]
| Fevereiro - Março 2011 |
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TABELA 1 - Efeitos farmacológicos e reações adversas de plantas medicinais utilizadas como antihipertensivas
Nome
Nome
Principais
compostos
Ações farmacológicas
Mecanismo de ação
Efeitos adversos
Interações
Científico
Popular
Cynara
scolymus L.
Alcachofra
Derivados do ácido cafeoilquínico
(ácido clorogênico)
Hipotensora. Ação coletérica, diurética, Hepatoprotetora,
Hipocolesterolemiante. Redução dos níveis de triglicérides.
Incremento na secreção intraduodenal biliar;
Aumento da eliminação de potássio.
Manifestações alérgicas por contato ou uso oral. Flatulência, fraqueza e aumento do apetite.
Contra-indicação: Pacientes com obstrução do ducto biliar. Lactação.
Diuréticos. Medicamentos que interferem na coagulação sanguínea
(Aspirina) e anticoagulantes cumarínicos
Rosmarinus
officinalis L
Alecrim
Derivados do ácido caféico (Ácido
rosmarínico), diterpenos.
Ativador da circulação periférica e antiinflamatório. Alterações de
pressão, dispepsias, perda de apetite e reumatismo (Comissão E/BfarmM)
Relacionado ao aumento de potássio (K+) livre e a potencial antioxidante, que pode ser correlacionado
a estabilização das membranas dos eritrócitos e inibição da produção de superóxido dismutase (SOD)
e da peroxidação lipídica. Uso de extrato aquoso, por 6 dias, em animais, provocou aumentos na
excreção urinária de sódio e cloreto e de potássio.
Cefaléias, Convulsões, espasmos.
Gastrenterites. Lesão renal. Abortivo em doses elevadas. Topicamente produz rubefação dérmica.
Contra-indicação: Gravidez, alergias, Distúrbios gastrointestinais e renais.
Diuréticos. Laxantes. Hipotensores.
Medicago
sativa L.
Alfava
Trigonelina, betaína e L-canavaina
Artrites. Asma. Dispepsia
Hiperlipidemia. Diabetes
Mecanismo relacionado as saponinas presentes que agem sobre o sistema cardiovascular, nervoso e
digestivo ou na alfafa conter em 65% do total de proteínas, a enzima ribulose-1,5-bisfosfato carboxilase
/oxigenase (Rubisco), que contem opiáceos e sequências inibitórias da ECA, sendo potencialmente
responsável por gerar os efeitos anti-hipertensivos in vivo.
Infecções e erupções de pele.
Contra-indicação: Gravidez, alergias, lactação.
Varfarina, laxantes, Inibidores da ECA
Coadjuvante no tratamento da hiperlipidemia e hipertensão arterial
leve, além da prevenção da aterosclerose. Ação antibiótica, antifúngica,
antioxidante e antiviral.
Baseado na inclementação da óxido nítrico redutase, inibição da enzima conversora de angiotensina
(ECA) e redução na síntese de prostanóides vasoconstritores e bloqueio adrenoceptor na diminuição
da resistência vascular por relaxamento direto da musculatura lisa. Ou hiperpolarização causada pela
abertura dos canais de K+, que resulta em vasodilatação decorrente do fechamento dos canais de
cálcio. O mecanismo da hipocolesterolemia e da hipolipidemia parece estar envolvido com a inibição
da enzima hepática hidroximetilglutaril-CoA redutase (HMG-CoA redutase) e com o remodelamento das
lipoproteínas plasmáticas e das membranas celulares.
Dores de cabeça e musculares, fadiga, vertigem. Sudorese e aumentar o risco de sangramentos pósoperatórios. Irritações gastrointestinais, reações alérgicas e dermatite de contato. Odores corporais
característicos de alho podem ocorrer com o uso deste medicamento.
Contra-indicação: Não deve ser usado em pré ou pós-operatórios. Pacientes com gastrite e/ou úlcera
gastroduodenal; e com hipertireoidismo. Gravidez.
Anticoagulantes orais, hipoglicemiantes, hipertiroideanos.
Antiinflamatórios não esteroidais.
Saquinavir. Clorzoxazona. Redução das concentrações séricas dos
inibidores de protease. Drogas metabolizadas pelo sistema enzimático
P450.
Allium
sativum L
Alho
Alicina (compostos sulfurados).
Crataegus sp.
Diterpenóides (Abietano e Labdano
- Forsfokolina)
Hipotensor. Ações inotrópica positiva, bronco-dilatadora e cardiovascular.
Ativação da adenilatociclase, Inibição da agregação plaquetária.
Antitumoral, Antinoceptivo e Antiinflamatório. Digestivo.
Forsfokolina promove a ativação da adenilciclase estimulando a secreção gástrica, pois aumenta os
níveis intracelulares de AMP cíclico. Extratos de P. barbatus foram eficazes na redução da pressão
arterial de ratos anestesiados, devido ao relaxamento do músculo vascular, explicado pela presença de
forskolina que pode ativar a proteína quinase cAMP-dependente. Estimula a lipólise.
Emenagogo, Contraconceptivo. Abortivo. Hepatotóxico, Carcinogênico, Nefrotóxico (uso prolongado).
Hepatotoxicidade. Hemorragias.
Contra-indicação: Gravidez, miomatose. Lactação. Anorexia.
Hipotensores (Bloqueadores de canais de cálcio, nitratos).
Contraconceptivos Anticoagulantes, antiinflamatórios e antiplaquetários.
Antiasmáticos.
Metronidazol ou Dissulfiram
Carqueja
Terpenos (Carquejol). Flavonoides
(quercetina)
Impotência. Estomático, dispepsia, flatulência. Doenças hepáticas.
Vermífugo.
Redução da secreção gástrica, diminuição da motilidade intestinal, diminuição dos níveis séricos de
glicose e triglicerídeos.
Hipocalemia, hipoglicemia, hipotensão severa, tremores, espasmos, confusão mental, inibição de apetite.
Reações alérgicas. Teratogenia. Carquejol altamente irritante.
Contra-indicação: Gravidez, Lactação. Anorexia. Hipotensão e pacientes renais e hipoglicêmicos. Cirurgias.
Hipotensores. ipoglicemiantes (Insulina, glimepirida, glibenclamida,
pioglitazona, rosiglitazona, clorpropamida, glipizida, tolbutamida).
Reduz efeito farmacológico de medicamentos metabolizados no fígado.
Analgésicos.
Cavalinha
Flavonóides totais (apigenina)
Leve ação diurética e espasmolítico. Os flavonóides e o silício contribuem
para o efeito adstringente. Infecções do trato urinário, rins e bexiga.
Ferimentos e queimaduras. Edemas, antibacteriano, cicatrização de
feridas.
Possui mecanismo de ação tão eficaz em estimular a diurese quanto a Hidroclorotiazida, uma vez que,
o extrato aquoso teve, in vivo, efeito semelhante no volume urinário, na excreção de potássio e cloreto.
Lesões graves, lesões cutâneas agudas de origem desconhecida, estados febris graves e doenças infecciosas,
insuficiência cardíaca e hipertonia. Contra-indicação: Pacientes com edema cardiovascular e comprometimento da função renal. Gravidez.
Portadores de neoplasias.
Diuréticos, Hipotensores.
Quimioterápicos
Camellia
sinensis (L.)
Kuntze
Chá-verde
Alcalóides purínicos – Metilxantinas
(Cafeína, Teobromina e Teofilina),
Catequinas (epicatequinas)
Efeito estimulante central e antidepressivo (antagonista da adenosina).
Antidiarréico
Antibacteriano.
Extratos de chá-verde, em animais, levaram a diminuição da hipertrofia cardíaca, remodelamento
vascular e disfunção endotelial, relacionada a sua potente ação antioxidante.
O antagonismo da adenosina leva à dilatação dos vasos renais com aumento consecutivo da taxa de
filtração (diurese). A cafeína é positivamente inotrópica, promovendo a secreção dos sucos gástricos,
glicólise e lipólise.
Dores estomacais, irritação, hiperacidez gástrica, diminuição do apetite, constipação ou diarréia.
Em portadores de distúrbios no sistemas cardiovascular, doenças renais, hiperfunção da tireóide, pode ocorrer
sensibilidade elevada, espasmo e transtornos psíquicos, tais como síndrome do pânico e de ansiedade.
Outros efeitos: agitação, irritabilidade, insônia, palpitações, vertigem, vômitos, diarréia, perda de apetite e
dor de cabeça.
Contra-indicação: Lactação (transtornos do sono), Anemia ferropriva, úlcera gástrica.
Diminui o efeito da Varfarina.
Medicamentos antiácidos. Hormônios tireoidianos. Sedativos. Diuréticos.
Sechium
edule
(Jacq.) Sw.
Chuchu
Saponinas e Polifenóis (flavonóides)
Hipotensor, sedativo, antiinflamatório, diurético.
Diurético, aumenta a excreção de potássio (induz hipocalemia).
Hipotensão, câimbras, dores musculares. Sonolência. Espasmos.
Contra-indicação: Pacientes com edema cardiovascular e comprometimento da função renal. Gravidez.
Portadores de neoplasias.
Hipotensores, diuréticos. Sedativos. Calmantes.
Anti-histamínicos.
Hypericum
perforatum
L.
Erva-desão-joão
Hipericinas totais
Depressão. Ansiedade
Antibacteriano. Ferimentos e queimaduras.
Efeito antidepressivo pode ser em grande parte devido à capacidade de inibição da re-captação da
serotonina, noradrenalina e dopamina, levando a significativa baixa regulação de beta-adrenérgicos e
receptores de serotonina (5HT-2).
Aumento da frequência cardíaca e pressão arterial (Inibidor da MAO). Crises digestivas, constipação,
fotossensibilidade.
Inquietação e fadiga, cefaléia, infertilidade, anorexia, diarréia, prurido e exantema. Suores, tremores, rubor,
confusão e agitação. Diminuição da absorção do ferro. Anemia. Indutores do Citocromo P450.
Contra-indicação: Inibidores da MAO; gravidez, lactação.
IMAO (tranilcipromina, fenelzina). Digoxina, Aminas β-simpatomiméticos.
Fluoxetina, Paroxetina, Sertralina, Fluvoxamina e Citalopram (síndrome
serotoninérgica).
Antianêmicos. Tetraciclinas, Tiazidas Sulfonamidas, Quinolonas,
Piroxicam. Ciclosporina. Inadvir. Contraconceptivos, Teofilina (Chá-verde).
Gingko
biloba L.
Gingko
Flavonóides (quercetina, kaempferol
e isorhamnetina); e terpenolactonas
(ginkgolídeos)
Vertigem, zumbido, claudicação intermitente, alívio sintomático da
disfunção cerebral orgânica
Estimula a circulação periférica, desordens cognitivas.
GinkgolideoB é potente inibidor do fator de ativação plaquetário (PAF) , atua bloqueando a PAF,
resultando em efeito antagônico. PAF induz a inflamação e as mudanças na permeabilidade vascular
(PDR, 2000). Os efeitos antiisquêmicos e antioxidante ocorrem pelos flavonóides que captam os
radicais livres e atuam na prevenção da peroxidação lipídica.
Outros efeitos são embasados nas propriedades espasmolíticas por ação direta em nos receptores
alfa-adrenérgicos do músculo liso.
Alterações de pressão arterial. Flebites. Distúrbios gastrintestinais, cefaléia e erupções cutâneas. Espasmos,
câimbras. Atonia e adinamia Hemorragia, incluindo hemorragia subaracnóide, hemorragia intracraniana e
hematoma subdural. Diminui a fertilidade.
Contra-indicação: Pacientes com hipersensibilidade, distúrbios de coagulação, portadores de aneurisma
cerebral, AVC, Diabetes, úlceras gástricas, miomatose. Gravidez, lactação, em crianças.
Anticoagulantes e antiagregantes, antitrombóticas (Varfarina e
Heparina). Analgésicos (Aspirina, ticlopidina e clopidogrel). Inibidores da
COX-2. Antiinflamatórios.
Outros fitoterápicos e plantas.
Panax
ginseng
C.A. Mev.
Ginseng
Ginsenosídeos totais
Restauração da capacidade física e mental.
Saponinas podem inibir a aterogênese, por interferir com a proliferação de células do músculo liso e na
angina, provavelmente, atuam no mecanismo de dilatação das artérias.
Na hipertensão, os efeitos dependem da concentração e do local de ação, pois podem provocar
vasodilatação ou vasoconstricção.
Diarréia, distúrbios gastrintestinais, cefaléia, reações de contato, erupções da pele. Redução da capacidade
motora, ansiedade e insônia. Mastalgia, sangramento vaginal e ginecomastia.
Contra-indicação: Pacientes com hipertensão, trombose coronária, doenças cardíacas severas. Hemorragias,
hipersensibilidade nervosa, esquizofrenia. Gravidez e/ou lactação
Potencial interação com fenelzina, varfarina, hipoglicemiantes e
estrógenos, hipotensores.
Melissa
officinalis L.
Melissa
Ácidos hidroxicinâmicos (ácido
rosmarínico)
Nervosismo e Insônia.
Sedativo leve. Carminativo, antiespasmódico, antibacteriano, antiviral,
antioxidantes e anti-hormonal.
Melissa officinalis tem efetividade de ligação nos receptores nicotínicos e muscarínicos de
acetilcolina.
Depressão leve, sonolência, perda de reflexos. Alergias. Dermatite de contato quando usada topicamente.
Contra-indicação: Gravidez, lactação.
Calmantes, sedativos, antidrepessivos, estimulantes, analgésicos
narcóticos (Codeína), relaxantes musculares. Anti-histamínicos. Aspirina
Hormônios da tireóide.
Leonurus
sibiricus L.
Erva-macaé,
Lavadeira
Diterpenos (Leocardina)
Polifenóis
Possui efeito cronotrópico negativo. Atua no sistema nervoso, sedativo,
hipotônica, distúrbios cardíacos
O cronotropismo negativo reduz o consumo de oxigênio e aumenta o período de relaxamento
ventricular, melhorando a perfusão coronária. Por outro lado, ao reduzir a frequência cardíaca minimiza
a probabilidade de ocorrer ruptura da placa coronária, impedindo os eventos coronários agudos.
Alteração do ciclo menstrual.
Hipotensão severa, cansaço, espasmos, tremores.
Contra-indicação: Gravidez, lactação. Diabéticos
Plectranthus
barbatus
Andr.
Boldo
brasileiro,
falso-boldo
Baccharis
trimera DC
Equisetum
arvense L.
Fonte: MS, ANVISA, 2010; Costa, M.C.C.D., 2006; Cunha et al,2003; Goméz et al, 2000; Nicoletti et al, 2007; Noldin et al, 2003; Porte et al, 2001; Barbosa-Filho et al, 2006; Martín et al, 2004; Noldin et al, 2003; Singi et al, 2006; Ara tachjian et al, 2010; Alexandre et al, 2004. PDR, 2000 ; Kapel et al. 2006.
Angelica sinensis
Drogas colinérgicas. Acetilcolina, nitrendipina, nifedipina e verapamil.
Sotalol. Hipotensores.
*Desconhecida ou não estudada