SKIN TEARS - Pharmed ES

Transcrição

SKIN TEARS - Pharmed ES
SKIN TEARS:
Fatores de risco, classificação,
tratamento e prevenção
ÉRICK IGOR DOS SANTOS
Enfermeiro Estomaterapeuta pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Mestre em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Doutorando em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
DO QUE SE TRATA?
DO QUE SE TRATA?
FRICÇÃO
COMPRESSÃO
/CONTUSÃO
CISALHAMENTO
ANATOMIA DA PELE
SKIN TEARS
OU
LESÕES POR FRICÇÃO?
AS TOPOGRAFIAS CORPORAIS
MAIS AFETADAS:
•Dorso das mãos
•Cotovelos
•Face externa do braço
•Face externa na perna
POR QUE ESTUDAR/PESQUISAR
SOBRE SKIN TEARS?
TENDÊNCIA DE
AUMENTO DOS
CASOS
IMPACTO
ECONÔMICO
ALTA
PREVALÊNCIA
NO EXTERIOR
NÚMEROS
BRASILEIROS
OCULTOS
AMBIENTE
FATORES DE RISCO
FATORES DE RISCO
Foster e Chan (2011)
FATORES INATOS
FATORES ADQUIRIDOS
Síndrome de Ehlers-Danlos
Envelhecimento
Deficiência da prolidase
Nutrição desfavorável
Osteogênese imperfeita
Exposição solar
Epidermólise bolhosa
Uso de alguns tipos de fármacos
FATORES DE RISCO
FÁRMACOS QUE PROPORCIONAM MAIOR RISCO PARA SKIN TEARS:
Imunossupressores
Prednisona
AINEs
Analgésicos
Anticoagulantes
Antipsicóticos
Antibióticos
FATORES DE RISCO
PESSOAS ACIMA DOS 75 ANOS(*)
•Redução da espessura dérmica
•Perda de tecido subcutâneo
FRAGILIDADE
•Diminuição do aporte sanguíneo para a pele
DA
•Maior frouxidão entre a epiderme e a derme
PELE
•Redução da umidade
•Redução da elasticidade
FATORES DE RISCO
É PRECISO RESSALTAR QUE O DIABETES
MELLITUS E A OCORRÊNCIA PRÉVIA DE SKIN
TEARS SE CARACTERIZAM COMO GRANDES
AGENTES COMPLICADORES DE QUALQUER
TERAPÊUTICA PROPOSTA.
NEM SEMPRE É POSSÍVEL PREVENIR AS SKIN TEARS
TENDO COMO BASE OS FATORES DE RISCO.
ESTADIAMENTO
PAYNE-MARTIN (1993)
SKIN TEAR CLASSIFICATION
SYSTEM (STAR) (2007, 2010,
2011)
PAYNE-MARTIN (1993)
CLASSIFICAÇÃO
CONFIGURAÇÃO DA LESÃO
1
Não há perda tecidual. Contudo há descolamento entre
epiderme e derme e formação de retalho de pele.
2
Há perda tecidual parcial (25-75%), formação do retalho
de pele mas é impossível utilizá-lo para cobrir
completamente a leito da ferida.
3
Há perda tecidual maciça (75-100%) e ausência do
retalho de pele.
CLASSIFICAÇÃO
Retirado de “Skin Tear: The Clinical Challenge” - PA PSRS Patient Saf Advis 2006 Sep;3(3):1,5-10.
STAR (2007;2010;2011)
CLASSIFICAÇÃO
CONFIGURAÇÃO DA LESÃO
1A
Skin tear cujo retalho de pele pode ser realinhado com as margens da
ferida sem excesso de tensão e a coloração do retalho ou da pele não se
encontra pálida, opaca ou escurecida;
1B
A aba de pele pode ser realinhada às margens da ferida principal sem
excesso de tensão. Contudo, esta se encontra pálida, opaca ou escurecida;
2A
Skin tear no qual não é possível realinhar o retalho às margens da lesão
primária sem haver excesso de tensão, muito embora a coloração da pele
ou do retalho não esteja pálida, opaca ou escurecida;
2B
O retalho de pele não pode ser realinhado às margens da lesão original sem
que haja tensão excessiva e há alteração de sua coloração e/ou da pele;
3
Skin tear no qual está ausente o retalho de pele. O retalho quando não se
encontra mais viável precisa ser retirado de acordo com a rotina
preconizada por cada instituição.
CLASSIFICAÇÃO
Retirado de “Skin Tears: State of the Science: Consensus
Statements for the Prevention, Prediction, Assessment, and Treatment of Skin Tears” – Le Blanc K et al, 2011;24(9)(suppl.1):2-15.
STAR GUIDELINE
1. Controlar o sangramento e limpar a ferida de acordo com o protocolo institucional.
2. Realinhar (se possível) a aba de pele ao leito da ferida.
3. Examinar o grau de perda tecidual e a coloração do retalho de pele.
4. Examinar a pele ao redor para identificar fragilidade, edema, descoloração ou lesão.
5. Examinar o paciente, suas condições de cicatrização, fatores ambientais, etc.
6. Se a aba de pele estiver pálida, opaca ou escurecida, re-examinar em 24-48h ou no
momento da próxima troca de curativo.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO
TEMPO/RISCO DE INFECÇÃO
CUZZEL (2002)
AGUDAS
INFECTADAS
ESTABELECIDAS
RECOMENDAÇÕES PARA O
TRATAMENTO
A terapêutica estabelecida é bastante variável, a depender das
condições financeiras de pacientes, da disponibilidade dos produtos nas
instituições, do conhecimento técnico do enfermeiro, da adoção ou não
de protocolos específicos, entre outros.
O curativo ideal deve ser simples, rápido, sem dor, confortável, facilmente
removível, funcionar como uma barreira protetora contra invasão
bacteriana, ser forte e resistente o bastante sem, no entanto, prejudicar as
atividades do cotidiano (XU; LAU; TAIRA; SINGER, 2009).
Postula-se que, em somatório a essas características, o curativo ideal seja
hipoalergênico, não agressivo à pele, econômico, discreto, de tamanhos
diversificados para atender a variedade de dimensões das skin tears e as
diferentes faixas-etárias e com intervalo considerável entre as trocas.
RECOMENDAÇÕES PARA O
TRATAMENTO
• Utilizar preferencialmente solução salina para a limpeza;
• É possível o emprego da solução à base de silicone como cobertura primária;
• Reaproximar a aba de pele sempre que possível, sinalizando com uma seta o
sentido correto para o seu afastamento:
RECOMENDAÇÕES PARA O
TRATAMENTO
• Utilizar preferencialmente solução salina para a limpeza;
• É possível o emprego da solução à base de silicone como cobertura primária;
• Reaproximar a aba de pele sempre que possível, sinalizando com uma seta o
sentido correto para o seu afastamento:
RECOMENDAÇÕES PARA O
TRATAMENTO
• Proceder a elaboração do plano de cuidados;
• Definição da data da próxima avaliação;
• As lesões de categoria 2 devem ter seus retalhos aproximados com um
cotonete;
• As de categoria 3 carecem de cobertura secundária feita de espuma, cuja troca
não deve extrapolar os cinco dias de prazo.
RECOMENDAÇÕES PARA O
TRATAMENTO
• Proceder a elaboração do plano de cuidados;
• Definição da data da próxima avaliação;
• As lesões de categoria 2 devem ter seus retalhos aproximados com um
cotonete;
• As de categoria 3 carecem de cobertura secundária feita de espuma, cuja troca
não deve extrapolar os cinco dias de prazo.
RECOMENDAÇÕES PARA O
TRATAMENTO
Foster RS, Chan J. Australasian Journal of Dermatology (2011) 52, 209–211
RECOMENDAÇÕES PARA O
TRATAMENTO
Adesivos à base de
octilcianoacrilato tem demonstrado
efeito homeostático, proteção
efetiva contra a penetração de
bactérias, aumento da
velocidade de epitelização e
redução da dor. Além disto,
parece prover a umidade em nível
ideal para promover a cicatrização.
Foster RS, Chan J. Australasian Journal of Dermatology (2011) 52, 209–211
RECOMENDAÇÕES PARA O
TRATAMENTO
Xu XBS, Lau K, Taira BR, Singer AJ. The current management of skin tears. Am J
Emerg Med 2009;27:729-733
RECOMENDAÇÕES PARA O
TRATAMENTO
• É útil para reduzir custos, otimizar o tempo do trabalho dos enfermeiros e viabilizar a
manutenção das atividades diárias pelos pacientes, como tomar banho normalmente,
por exemplo.
• Como efeito colateral, pode ocorrer dor moderada.
•
É contraindicado em lesões que ultrapassem a camada dérmica, punctiformes, com
hemorragia descontrolada, áreas de infecção ativa e regiões muito pilosas.
•
Sua aplicação deve se dar pela limpeza da área com solução salina,
“ordenhamento” das bordas com o auxílio de gaze estéril, aproximação do retalho de
pele das bordas, aplicação do produto aproximadamente de 1 a 2 cm além das
margens da skin tear e, por fim, deixar secar por 15 a 30 segundos. Nenhuma
cobertura secundária é necessária e a reaplicação deve ser realizada dentro de sete
dias.
Foster RS, Chan J. Australasian Journal of Dermatology (2011) 52, 209–211
RECOMENDAÇÕES PARA O
TRATAMENTO
Em resumo...
 Evitar, ao máximo, coberturas adesivas.
 Dar preferência ao emprego do próprio retalho de pele. Quando isto não for possível,
utilizar produtos à base de silicone ou octilcianoacrilato.
 Caso não haja disponibilidade destes, a melhor opção é utilizar ouras coberturas que
sejam pouco adesivas e que tenham capacidade de absorção de exsudato.
 A dor pode comprometer a qualidade de vida e impedir a cicatrização. Logo, o seu
controle pode ser efetuado por coberturas específicas como aquelas à base de
octilcianoacrilato ou com a administração de analgésicos.
PREVENÇÃO
 Exame minucioso, integral e rotineiro, preferencialmente por Estomaterapeuta;
 Atenção para ao fato de que o idoso pode não perceber a ocorrência de lesão;
 Preocupação constante com o ambiente de cuidado;
 Vigilância às técnicas corretas de manipulação, mudança de decúbito e transferência
do paciente de um leito/maca para o outro para evitar fricções, cisalhamentos e
contusões;
 Um programa dietético balanceado pode conferir maior resistência à pele;
 Faz-se necessário evitar sabonetes alcalinos, antibacterianos ou muito perfumados,
pois podem ressecar demasiadamente a pele e alterar o perfil da flora residente da
mesma. Em substituição, é possível adquirir sabonetes emolientes, com ph neutro
e/ou com aloe e vera.
REFERÊNCIAS
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