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FILOLOGIA ROMÂNICA
AULA 01: FUNÇÃO DA FILOLOGIA ROMÂNICA
TÓPICO 01: APARECIMENTO DA FILOLOGIA ROMÂNICA
MULTIMÍDIA
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PALAVRA DO COORDENADOR DA DISCIPLINA DE FILOLOGIA ROMÂNICA
Para assistir o vídeo do professor acesse o ambiente SOLAR.
VERSÃO TEXTUAL
Os estudos básicos de língua latina realizados até então nos
permitiram vislumbrar novas perspectivas que se apresentam a partir
dos estudos históricos de nosso idioma. O conhecimento da língua
portuguesa, temos convicção disso, não pode se limitar a seu momento
atual. Precisamos vislumbrar seu processo de formação, suas origens,
os aspectos que determinaram seu sistema escrito e o fonológico. Para
isso valemo-nos em nosso curso de algumas noções de gramática
latina apreendidas nos semestres iniciais, noções elementares sem as
quais não seria viável demonstrar a formação do idioma nacional a
partir de sua língua-mãe. Lembramos que contemplamos neste
método não só o Vernáculo como também as outras línguas românicas
que também se inserem neste contexto linguístico. Perceberemos que,
no que diz respeito a línguas ocidentais, tudo tem por base a língua de
Roma. E quando nos referimos a todo complexo linguístico do
Ocidente, estamos falando também de todos os dialetos que provieram
das línguas neolatinas. O legado cultural e linguístico do povo romano
permanece indelével em todos os territórios por eles colonizados. Sem
dúvida alguma, levavam as legiões em suas armas o denominado latim
vulgar, o qual, por ser mais popular, imprimiu sua marca nas línguas
que são aqui motivo de análise.
Nossa proposta, mais uma vez, é a de ratificar a certeza de que o
estudo da formação do idioma pátrio depende também do
conhecimento de suas raízes, depende do domínio básico da língua
que levou ao mundo ocidental suas instituições, suas crenças, e os
valores os quais ainda defendemos.
As perspectivas propostas pelo estudo filológico nos permitem ter
uma dimensão mais segura das leis linguísticas que perfizeram nossa
linguagem, permitem-nos avaliar de forma acadêmica o quanto se faz
mister uma introspecção no idioma para se conceber uma ideia
múltipla dos princípios que nos tem sido até então motivo de análise.
Nosso estudo terá como ponto de partida os conceitos básicos em
torno da função da filologia, conheceremos, em seguida, as raízes de
nossa língua-mãe a partir da língua ocidental mais remota. Logo
depois, nosso objetivo será o de mostrar as leis fonéticas que
estabeleceram as línguas neolatinas, continuaremos demonstrando
também que toda morfologia gramatical seguiu padrões impostos pela
língua falada em Roma, por fim, a morfologia verbal será o tema de
nossas discussões.
Esperamos aqui ter deixado aos alunos uma motivação a futuros
estudos acadêmicos mais voltados aos aspectos diacrônicos do
vernáculo, esperamos ter demonstrado de forma clara, as interligações
entre o latim e as diversas línguas faladas que constituíram o mundo
ocidental e que servem ainda de investigação acadêmica.
Chamo-me Roberto Arruda e sou professor de língua latina,
literatura latina e Filologia Românica da Universidade Federal do
Ceará.
Pouco antes da Renascença muitos exegetas vinham se dedicando à
tarefa de estudar e estabelecer textos da literatura greco-romana, trabalho
que exigia conhecimento múltiplo sobre a época do documento como
também da língua em que fora escrito. Ao interesse em conhecer e decifrar
os escritos literários antigos denominou-se então Filologia Clássica.
Desde a Idade Média, contudo, já havia uma certa consciência da
unidade das línguas românicas e sua filiação ao latim. Somente no século
XIX, contudo, é que a investigação às antigas literaturas românicas começa a
despertar o interesse filológico e, ao mesmo tempo, o estudo dos idiomas
românicos e suas relações.
RAYNOUARD
François
Juste
Marie
Raynouard foi o primeiro a elaborar um
estudo literário-linguístico de uma língua
de origem latina, o provençal. Devido ao
mérito de sua obra, recebeu Raynouard o
título de “pai da Filologia Românica”.
Segundo ele, as principais línguas da
Fonte
[2]
Europa procederiam do latim, mas por
intermédio de uma “língua romana”,
idêntica ao provençal antigo, e que teria
sido falada entre o século VII e IX.
FRANZ BOPP
Ainda nesse século, este estudo de ordem
histórica adquire um caráter comparatista com as
pesquisas de Franz Bopp. Tenta o romanista
alemão provar no livro Sistema de conjugação do
sânscrito, em comparação com o grego, latim, persa
e germânico (1816) que as semelhanças existentes
entre as línguas clássicas só poderiam ser explicada
por uma origem comum.
Defendia Bopp que as principais línguas européias representavam
diferentes fases evolutivas de uma mesma língua-mãe. Demonstrava que
este parentesco se comprovava por certas constantes manifestadas na
correspondência entre as flexões verbais dos idiomas estudados. Por fim,
incluía nesta pesquisa o sânscrito, ao qual dava especial destaque. O
trabalho de Bopp serviu de inspiração ao de Jacob Grimm, que admitiu
a possibilidade de se reconstituir pela comparação o indo-europeu, e a
Frederico Diez, iniciador da Filologia Românica, termo que se
confundiria mais tarde com o de Linguística Românica.
Fonte da imagem
[3]
FREDERICO DIEZ
Diez, valendo-se do método históricocomparativo de Bopp e Grimm, dá início à fase
científica dos estudos românicos. Defendia que
havia entre o latim e as principais línguas românicas
uma relação de parentesco como havia entre o indoeuropeu com o latim, grego e o sânscrito. Chegou
assim à conclusão de que as línguas românicas não
provieram do latim clássico, mas do vulgar. Em
Fonte
[4]
1836, com a publicação de sua Gramática das
Línguas Românicas e de seu
Dicionário
Etimológico, as bases da Linguística Românica
foram estabelecidas.
Enquanto a geração de Diez esteve sob a forte influência do
Romantismo, impregnado de historicismo, a próxima escola linguística
esteve ao contrário sob a influência das ciências naturais e do Darwinismo.
Constituída na Universidade de Leipzig, na Alemanha, tinha como principais
representantes Brugmann, Leskien e Osthoff, aos quais foram dados um
epíteto pejorativo, o de NEOGRAMÁTICOS.
Defendiam que as leis da evolução fonética baseiam-se em leis fixas que
não variam, exceto por força de outras leis. A afirmação de que qualquer
alteração fonética poderia ser explicada por leis que não admitiam exceção
sofreu uma reação de nomes como Schuchardt e Ascoli. Esta tese, ainda
assim, foi fundamental para o estabelecimento da Linguística e da
Romanística.
Dessa nova geração de linguistas inspirados pelos neogramáticos surgiu
o mais importante dos romanistas, Meyer-Lübke, o qual publicou, em
1902, uma obra mais monumental que a de Diez e de mesmo título,
Gramática das Línguas Românicas. Mas somente em 1920 é que levaria à
lume seu famoso dicionário etimológico das línguas românicas, o
Romanisches Etymologisches Wörterbuch, mais conhecido pela sigla REW.
Ao contrário de Diez, Meyer-Lübke não se limitou às línguas literárias, mas
deu atenção também aos dialetos. São estas obras ainda hoje básicas nos
estudos românicos, e deram origem a outras conceituadíssimas como o
Éléments de Linguistique Romane (1910), de Bourciez, e o de Zauner,
Romanische Sprachwissenchaft (1921), substituído depois pelo de
Lausberg de mesmo título e já traduzido para o português sob o título
Linguística Românica.
OLHANDO DE PERTO
As pesquisas dos neogramáticos, e sobretudo a de Meyer-Lübke,
aprimoraram o método histórico-comparativo de Diez, indispensável ao
estudo de linguística histórica como também ao de Filologia Românica.
Perceberam que as semelhanças entre termos de diferentes línguas
românicas provavam que elas se originavam de uma mesma palavra latina,
e que essas alterações seguiam leis fixas.
Quando estabelecemos uma comparação entre o português e o
espanhol “saber”, o francês "savoir” e o italiano “sapere” fica evidente uma
origem comum a todas elas. Percebiam eles ser indiscutível que esta
palavra de origem latina começasse também por som sibilante /s/, que a
segunda sílaba com consoante bilabial ou dental /p/, /b/ ou /v/ seria
tônica. Tinham conhecimento que, na passagem do latim para o português
e o espanhol, o “p” intervocálico se transformava em “b”; que, em francês,
o “p” intervocálico do latim passava a “v”; que, ainda em francês, o “ei”
longo das sílabas tônicas não travadas (Sílaba travada é a que termina por
consoante) passava a “oi” /wá/. Assim, chegaram eles à palavra original do
latim, “*sapére”, a qual, por ser forma hipotética, era registrada com um
asterisco.
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO 1
Pesquise um pouco mais sobre a teoria dos neogramáticos
(junggrammatiker), produza um pequeno texto a ser disponibilizado em
seu portfólio.
ALFARRÁBIO ETIMOLÓGICO
CONSIDERAR
LEITURA COMPLEMENTAR
1. COSTA, Alexandre de Carvalho. Reflexões Etimológicas. Porto: A.
Figueirinhas, L.Da – Editores, 1941.
2. ILARI, Rodolfo. Linguística Românica. São Paulo: Ática, 1992.
3. LYONS, John. Introdução à Linguística Teórica. Tradução de Rosa
Virgínia Mattos e Silva e Hélio Pimentel. São Paulo: EdUSP, 1979.
4. MIAZZI, Maria Luíza Fernandez. Introdução à Línguística Romãnica.
São Paulo: Cultrix, 1972.
5. VIDOS, Benedek Elemér. Manual de Linguística Românica. Tradução
de José Pereira da Silva. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1996.
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/products/flashplayer/
2. http://www.academie-francaise.fr/sites/academiefrancaise.fr/files/styles/medium/public/raynouard.jpg?itok=GyhwH73l
3. http://www.nndb.com/people/060/000100757/franz-bopp-1.jpg
4. http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e8/Friedric
h_Christian_Diez.jpg/240px-Friedrich_Christian_Diez.jpg
Responsável: Prof. Roberto Arruda de Oliveira
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual

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