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Casos de Sucesso em Soluções de Mobilidade
e-Business Report
Nº 446/Nº32 de 24 de Julho de 2008
Destaques
Este caderno faz parte integrante do Market Report Tecnologias de Informação Nº 446 de 24 de Julho de 2008 e não pode ser vendido separadamente
Dafgard incrementa eficiência
e produtividade com solução de
mobilidade O2P da Opensoft
A Dafgard começou a operar em 1937 e,
mantendo a gestão na família fundadora,
é hoje uma das mais importantes empresas
privadas na Suécia do sector alimentar,
com especial foco no segmento de ultracongelados. A Gunnar Dafgard AB,
localizada em Källby, perto do maior
lago da Suécia, o Lake Vänern, tornou-se
numa companhia competitiva, apostada na
diferenciação no mercado em que actua, em
que a inovação tem sido uma preocupação
constante. A sua visão ilustra bem a ideia:
através do desenvolvimento contínuo de
produtos e tecnologia pretende ser um dos
negócios familiares líderes no comércio
alimentar na Europa. Página 6.
Mobilidade no Campus Virtual do IPCB
Fernando Reis, do IPCB e Responsável
pelo Projecto, recorda que a implementação
do Projecto Campus Virtuais contemplou
quatro componentes, Plataforma de ELearning, Plataforma Secretaria Virtual,
Wireless IN e Interligação das Unidades
Orgânicas (Escolas) do IPCB, afirmando
que foram vários desafios tecnológicos,
obstáculos e dificuldades que tiveram
que enfrentar e resolver. No âmbito da
mobilidade, o acesso aos serviços e à rede
do Instituto enquadra-se na vertente
Wireless IN e, de entre as diversas propostas
existentes, foi seleccionada a da ATM
Informática. A ATM Informática desenhou
o projecto do Wireless IN e fez toda a
implementação com apoio dos técnicos
do próprio Instituto Politécnico de Castelo
Branco, com base em equipamento de
comutação e de acesso wireless, mais de
80 equipamentos. A rede permite roaming
para acesso a partir das diversas escolas para
que os alunos e outros utilizadores possam
aceder aos dados e aplicações a partir de
diversos locais. Página 16.
e-Business Report
Rita Botelheiro, Assessora do Conselho de Administração no IMI
Product Manager para Telerradiologia
Qualidade do Serviço de
Telerradiologia do IMI assenta
em solução da First
Por Elisabete Lucas. Entrevista na página 18.
Solução de mobilidade da
Portugal Telecom aumenta
produtividade da Cisco em 35%
Por Casimiro Santos. Entrevista na página 4.
Telemedicina e Telesaúde
Por Elisabete Lucas
Foi criado o Observatório Lusófono de
Telemedicina e Telesaúde, promotor do
1º Simpósio Lusófono de Telemedicina e
Telesaúde, que terá lugar em Lisboa a 14
de Novembro de 2008. O Observatório
Nº 446/Nº32 de 24 de Julho de 2008
Lusófono de Telemedicina e Telesaúde é
resultado de uma parceria entre o Grupo
Lusófona e o Grupo TELESAÚDE XXI.
Ficará sedeado na Universidade Lusófona
em Lisboa. Página 10.
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Casos de Sucesso em
Soluções de Mobilidade
Testemunhos
Solução de mobilidade da Portugal Telecom aumenta produtividade da
Cisco Portugal em 35%
Por Casimiro Santos. Página 4.
Dafgard incrementa eficiência e produtividade com solução de mobilidade
O2P da Opensoft
Por Elisabete Lucas. Página 6.
Debater e desenvolver a Telemedicina e a Telesaúde em Portugal
Por Elisabete Lucas. Página 10.
Mobilidade no Campus Virtual do IPCB
Por Casimiro Santos. Página 16.
IMI assenta qualidade do serviço de telerradiologia em solução da First
Por Elisabete Lucas. Página 18.
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Comentário
Mobilidade na educação: ensinar a pescar!
Por Elisabete Lucas. Página 21.
A tendência para a mobilidade na computação
Por Aristides Meneses. Página 22.
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Nº 446/Nº32 de 24 de Julho de 2008
Testemunhos
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Nº 446/Nº32 de 24 de Julho de 2008
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Testemunhos
Solução de mobilidade da Portugal
Telecom aumenta produtividade da Cisco
Portugal em 35%
Por Casimiro Santos
A Cisco Systems termina o seu ano fiscal
no final de Julho, tendo no ano passado
crescido perto de 27%, registando uma
facturação total de 34.922 milhões de
dólares. Carlos Brazão, General Manager
da Cisco Systems Portugal, lembra que
por razões internas não pode divulgar o
volume de negócios no nosso país mas vai
adiantando que tem sido um percurso muito
positivo, em todos os aspectos, desde que
chegou à Cisco há mais de cinco anos. “O
volume de negócios é actualmente quatro
vezes o que realizávamos então e o número
de colaboradores aumentou na mesma
ordem de grandeza. O crescimento não está
apenas no negócio tradicional, de routers e
switches, mas nos negócios que resultaram
das aquisições entretanto efectuadas como
é exemplo a Scientific Atlanta, companhia
de tecnologia de vídeo para operadoras.
Podemos considerar que Portugal é um
sucesso na Cisco, entre os países de menores
dimensões, e é encarado como tal, pela
corporação, tendo atraído investimento da
companhia”, diz.
Um dos motivos de orgulho de Carlos Brazão
é a abertura recente do centro de suporte
Hércules que dá suporte administrativo à
área de vendas na Europa, um dos quatro
centros de operações Cisco no mundo. O
centro internacional de operações Hércules
entrou em funcionamento com cerca de
50 trabalhadores, passando a ser a base de
suporte aos processos de negócio da empresa
e apoio ao consumidor em toda a Europa.
Actualmente são já perto de 70 pessoas
que suportam 700 comerciais na União
Europeia, em seis idiomas. Carlos Brazão
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diz que este centro dá suporte a negócios
no valor de 5 a 6 mil milhões de euros para
a Cisco, anualmente.
Além dos colaboradores do centro Hércules,
a Cisco Systems Portugal tem cerca de
uma centena de outros profissionais que
trabalham nas novas instalações inauguradas
em Maio último, podendo também
trabalhar em qualquer outro lugar, com a
solução PT Office Box Executive. Carlos
Brazão considera que a Cisco em Portugal
tem uma estrutura ligeira, sendo o centro
de uma rede colaborativa que trabalha com
parceiros e clientes, num ecossistema de
milhares de pessoas. “Isso só é possível fazer
se tivermos uma cultura de responsabilidade,
mobilidade e empowerment. A Cisco é uma
organização com uma grande cultura de
empowerment, orientada sobretudo para
a colaboração e para os resultados e onde
se espera que os colaboradores tenham a
capacidade de gerir o seu tempo e as suas
tarefas da forma mais flexível possível, onde
quer que estejam. Temos implementado
internamente um conjunto de ferramentas
capazes de replicar o ambiente de trabalho
onde quer que estejamos desde que
tenhamos conectividade e até os próprios
escritórios da Cisco assumem a mobilidade
interna das pessoas”, adianta.
Para implementar o potencial de mobilidade
requerido, a Cisco Portugal escolheu
a solução PT Office Box Executive
da Portugal Telecom. Foi a solução
adoptada para todos os colaboradores da
empresa pois, segundo Carlos Brazão,
dá resposta à conjugação de uma série de
necessidades. “Posso referir o facto dos
nossos colaboradores se poderem conectar
em qualquer hora e a partir de, virtualmente,
qualquer lugar, mas também que o nosso
modelo de negócio requer uma grande
mobilidade por parte dos colaboradores
que trabalham em clientes e parceiros,
levando a que seja preciso aceder às nossas
aplicações de negócio num determinado
momento, seja uma apresentação a um
cliente, uma reunião de planeamento com
um parceiro, testes ou pilotos com clientes.
Essas aplicações requerem muita largura
de banda, que garanta qualidade, e venha
permitir uma melhor qualidade de vida aos
colaboradores da Cisco, ao proporcionar
condições de trabalho semelhantes às que
se tem no escritório, quer seja em casa, em
hotéis, aeroportos, escritórios de clientes e
parceiros, centros de convenções e outros”,
refere.
Carlos Brazão salienta ainda que a solução
PT Office Box Executive inclui o acesso à
Internet em banda larga em casa através
de um acesso ADSL (suportado num CPE
Cisco), o acesso à Internet em banda larga
nos mais de mil hotspots WiFi da PT
em Portugal (suportado também numa
infraestrutura Cisco) e o acesso à Internet
em banda larga em qualquer lugar através
de um acesso 3G da TMN. Para os três
tipos de acesso utiliza a mesma identificação
(user id/password), com tráfego ilimitado
e factura única, para os vários serviços
contratados.
Entre os benefícios obtidos, Carlos Brazão
salienta o conjunto de serviços que
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Carlos Brazão refere que foram vários os
factores que levaram à escolha da Portugal
Telecom. Primeiro porque é um operador que
dá todas as garantias. Depois por ser um dos
maiores parceiros da Cisco a nível nacional
e porque garante um serviço cuja qualidade
tem suporte, em parte, em tecnologia
Cisco, garantindo homogeneidade com
as próprias ferramentas internas da Cisco
Systems. “Como a PT é um parceiro nosso
muito importante, com muitas das suas
soluções a estarem baseadas em tecnologias
Cisco, foi natural para nós utilizarmos estas
soluções. Além disso, a Cisco não é parte
passiva em todo este processo, trabalhando
permanentemente com as equipas técnicas
da PT para melhorar as funcionalidades.
Há múltiplas portas a abrir em termos
de inovação e criação de novos serviços.
Trabalhamos actualmente em sete áreas com
as equipas da Portugal Telecom e, tendo em
conta tendências como o aumento da largura
de banda e a virtualização, estão abertas
portas incríveis para oferta de novos serviços
para os operadores e a simplificação das
Tecnologias de Informação das empresas.
As arquitecturas de informação das empresas
podem ser melhoradas com os novos serviços
que estão em laboratório”, acrescenta.
O General Manager da Cisco Systems
Portugal diz que até agora as soluções
por que optaram têm ido plenamente de
encontro às expectativas, salientando o grau
de satisfação elevado, o facto do provisioning
da solução ter decorrido sem problemas, a
entrega de equipamentos a horas, o serviço
eficaz aos clientes, a rapidez e qualidade do
acesso e a cobertura nacional, através da rede
3G TMN e Hotspots WiFi. “Temos maior
capacidade de resposta e maior qualidade
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Foto: Cisco Portugal
permitem a mobilidade total, a maior
rapidez na decisão, o maior e melhor
acompanhamento dos clientes e parceiros,
proporcionando uma maior satisfação dos
mesmos com consequências claras sobre o
negócio. Refere ainda a maior qualidade
de vida dos colaboradores, o acesso a um
trabalho em qualquer lugar, que é em tudo
equivalente ao ambiente no escritório
e a maximização da produtividade dos
colaboradores. “Tendo que quantificar diria
que o aumento da minha produtividade e
dos colaboradores da Cisco, em Portugal,
poderá rondar entre os 30 e os 40%”,
adianta.
Carlos Brazão
General Manager da Cisco Systems Portugal
de vida”, diz. O exemplo mais concreto é o
próprio dia-a-dia do gestor Carlos Brazão.
Adianta que pode trabalhar entre reuniões,
por exemplo, onde quer que esteja, não
tendo de ir a correr para o escritório. “Posso
ser mais produtivo e ter maior qualidade
de vida, ganhando mais tempo para mim e
para dedicar-me à minha família. A empresa
fornece as ferramentas e esta solução veio
permitir generalizar a banda larga a partir
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de qualquer lugar. Antes do PT Office Box
Executive tínhamos banda larga de forma
pontual, em casa e também alguma banda
larga móvel. A PT foi um parceiro aberto e
flexível que nos permitiu um contrato para
todos os colaboradores, que necessitam da
solução, proporcionando o empowerment
das pessoas, com a replicação do que
tínhamos no escritório”, adianta Carlos
Brazão.
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Foto: Dafgard/Opensoft
Testemunhos
Dafgard incrementa eficiência
e produtividade com solução de
mobilidade O2P da Opensoft
Por Elisabete Lucas
A Dafgard começou a operar em 1937 e,
mantendo a gestão na família fundadora,
é hoje uma das mais importantes empresas
privadas na Suécia do sector alimentar,
com especial foco no segmento de ultracongelados. A Gunnar Dafgard AB,
localizada em Källby, perto do maior
lago da Suécia, o Lake Vänern, tornou-se
numa companhia competitiva, apostada na
diferenciação no mercado em que actua, em
que a inovação tem sido uma preocupação
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constante. A sua visão ilustra bem a ideia:
através do desenvolvimento contínuo de
produtos e tecnologia pretende ser um dos
negócios familiares líderes no comércio
alimentar na Europa.
Gherry Svantesson, Analista Sénior de
Processos de Negócio na Dafgard, especifica
que a empresa conta actualmente com cerca
de 1.100 colaboradores trabalhando com
mais de 2.000 produtos. Nem todos são
produzidos na unidade de Källby, onde
conta com um armazém que, segundo
refere, tem capacidade para armazenar cerca
de 20 mil paletes e que já não chega para
dar resposta aos volumes movimentados,
o que tem motivado a necessidade de subcontratar capacidade de armazenagem a
terceiros.
Na realidade a Dafgard actua em duas
vertentes principais: a redistribuição de
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Uma empresa que actua no sector alimentar
regista naturalmente preocupações comuns
a outros, como a capacidade de atingir
a máxima eficiência, mas tem algumas
que são particularmente relevantes na sua
actividade, como a rastreabilidade e a gestão
de stocks pois tem como “matéria prima”
um conjunto de produtos perecíveis, com
prazos de validade variáveis. Imagine-se, por
isso, uma situação em que as mercadorias
chegam para serem armazenadas e depois
re-expedidas ou encaminhadas para as linhas
de produção e são arrumadas segundo
critérios mais ou menos estipulados, mas
não rigorosamente determinados, sem um
claro registo (no sistema de informação)
da localização específica do produto (na
palete x, com um conjunto de elementos
identificadores, como o lote, a data, etc).
Imagine-se tudo isso com guias em papel
e necessidade de introduzir manualmente
os dados no computador. Imagine-se o
tempo que demora aos operadores terem
que digitar os dados, o potencial de erros
(tanto de registo como de imprecisão das
localizações), as perdas potenciais que
podem advir se não for retirada a mercadoria
certa ou se é preciso procurá-la no momento
da entrega. Agora, imagine-se um cenário
bem diferente, em que tudo é automatizado,
em que os operadores trabalham com
equipamentos móveis, nos quais recebem
os dados sobre a mercadoria a movimentar,
a qual está devidamente etiquetada e
identificada, nomeadamente onde têm que
ir buscá-la para distribuição ou produção
ou a ordem pela qual devem fazê-lo e em
que está tudo integrado com o sistema de
gestão, incluindo a produção. Imagine-se
que isso é possível porque existe um software
que, tendo na base complexos processos
de negócio, consegue simplificar o dia-adia dos colaboradores que movimentam
milhares de mercadorias, paletes ou lotes
por dia, potenciando elevadas mais valias
na exploração do conceito de mobilidade. É
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Foto: Dafgard/Opensoft
produtos e a produção própria, onde se
apresenta com marcas como Billy’s Pizza e
Gorby’s. Ao nível da comida pré-preparada,
as pizzas, lasanhas e almôndegas merecem
destaque. Tendo uma presença forte nos
países escandinavos, os seus produtos já são
consumidos por todo o mundo, a que não é
alheio o facto de fornecer clientes também
eles com presença internacional, como é o
caso do IKEA.
este cenário de automatização e integração
que a Dafgard possui, para o qual contribui
a utilização do O2P (Open Operational
Platform), da portuguesa Opensoft.
Svantesson e Kjell Janssen, Director
de Projectos Estratégicos da Dafgard,
recordam que a relação com os gestores
da Opensoft começou há alguns anos,
numa altura em que ainda não se falava
muito de soluções de mobilidade e ainda
menos as havia ligadas ao sistema SAP,
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implementado na Dafgard. E afirmam que
a empresa tomou conhecimento do software
português através de um fornecedor de
equipamentos móveis, sendo certo que o
sistema da Opensoft é independente de
fabricantes de hardware, o que permite
total liberdade de escolha do cliente. Basta
assegurar que funciona com .NET Compact
Framework, uma plataforma muito comum
em equipamentos móveis.
Mas os mesmos gestores preferem falar da
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Testemunhos
com o software da companhia alemã. A
solução da Opensoft implementada na
Dafgard permite a gestão operacional das
movimentações físicas dos materiais, sem
perder de vista a referida integração, seja com
as linhas de produção, seja com o SAP, em
que se destacam os módulos de Warehouse
Management, Production Planning
e Inventory Management. Segundo
especificam, as operações envolvidas no
O2P vão desde a recepção das mercadorias
ao planeamento e execução das encomendas,
passando pela produção e inventário.
utilização do O2P, sistema que é certificado
pela SAP, sublinhando um dos aspectos
que para a empresa mais pesou na decisão:
o facto de ser user friendly, com impacto
directo no aumento da produtividade,
na baixa necessidade de formação e na
capacidade de executar tarefas com elevado
nível de eficiência associado. “O sistema da
Opensoft permite fazer ajustamentos que
endereçam as necessidades dos utilizadores
de forma directa”, sublinha Gherry
Svantesson. E permite fazê-lo num contexto
de mobilidade, com total liberdade de
movimentos dos colaboradores. O acesso à
informação está onde eles estiverem.
Foto: Dafgard/Opensoft
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Foto: Dafgard/Opensoft
E isso, segundo refere, liga-se a um outro
factor que para a Dafgard é também
determinante: a capacidade de evolução do
próprio O2P. E esta é uma ideia com várias
frentes. Sendo facilmente configurável dá
resposta a um cenário em que os processos
de negócio também eles evoluem. Hoje
em dia, as organizações têm necessidade
de redefinir processos de forma dinâmica
e não podem estar dependentes de
softwares demasiado rígidos, que exijam
muito tempo e recursos para proceder às
necessárias alterações. A fácil parametrização
ou configuração do O2P da Opensoft
assume uma importância clara ao ser uma
solução “chave na mão” (que não exige
programação) direccionada aos processos
operacionais. Enquanto o SAP está voltado
para a gestão do back-office, o O2P introduz
um conjunto de conceitos direccionados às
operações, assegurando a total integração
Um dos exemplos de utilização apontados
prende-se com o picking de mercadoria
para distribuição, num contexto em que
é crítico conseguir fazer chegar de forma
fácil a informação aos colaboradores que
executam essa tarefa. E é imprescindível a
correcta execução. Por isso, com base nos
equipamentos móveis (que são terminais
de identificação automática e de rádio
frequência) é possível saber que mercadoria
ir buscar, qual a ordem para o fazer e para
empacotar ou arrumar, segundo instruções
de rota, por exemplo, por forma a garantir
a maior eficiência no processo e o mínimo
de erros. Não há papel a circular, está
tudo pré-definido e acessível via terminais
móveis. Ao ser executada a tarefa, é
estabelecida directamente a comunicação
com o SAP e confirmada. O O2P envolve
componentes tecnológicos (como terminais
portáteis, códigos de barras, RFID, Web ou
reconhecimento e síntese de voz) bem como
componentes de software de negócio. O
O2P permitiu reduzir muito o número de
erros. Para além da facilidade de utilização
e de parametrização, a segurança de que se
está a trabalhar sem cometer erros é uma
mais valia muito importante, sublinham
os responsáveis.
Mantendo ainda o foco na distribuição,
pense-se na possibilidade de entregar a
mercadoria certa ao cliente, na quantidade
pedida, bem como no local e data
estipulados. É mais difícil de conseguir do
que parece quando estão em causa milhares
de produtos e de movimentações, com
dezenas de camiões a fazer entregas todos
os dias. E ainda é mais difícil obtendo,
em paralelo, elevados níveis de eficiência.
Não está apenas em causa a qualidade de
serviço, que é muito relevante num mercado
competitivo. Está em causa a capacidade
de garantir essa qualidade sem acréscimo
de custos, num contexto em que a própria
qualidade dos dados é essencial à tomada
de decisões. É a esses níveis que o O2P
tem trazido resultados para a Dafgard,
endereçando em simultâneo a capacidade de
obter rastreabilidade, da matéria-prima ao
produto acabado (em que, com o aumento
do negócio, se verifica uma crescente
movimentação de lotes). Svantesson
especifica que a empresa tem como meta
“não levar erros para o SAP”, o que implica
que aos sistemas externos ao SAP (ainda que
integrados com ele), como é o caso do O2P,
é exigida elevada fiabilidade e segurança.
Na sua perspectiva a empresa tem hoje um
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Foto: Dafgard/Opensoft
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bom ambiente de trabalho para conseguir
esse objectivo, o que a torna em simultâneo
mais competitiva. Adianta que a Dafgard
possui 80 a 90 utilizadores do O2P.
Os objectivos iniciais de tornar mais fiável
a gestão de armazéns, optimizar fluxos de
materiais e garantir integração em tempo
real de toda a cadeia de abastecimento
(produção, armazém e distribuição)
foram conseguidos. Mas se a tecnologia
da Opensoft foi o que potenciou a
concretização da visão de negócio, tal
não seria possível sem a reengenharia de
processos definida. Porque se trata de
uma tecnologia orientada às operações e
aos processos, introduzi-la só por si, sem
ter uma clara orientação ao negócio não
permitiria obter os ganhos que foram
obtidos na Dafgard, o primeiro cliente
internacional da Opensoft. O facto de o
O2P ser uma solução flexível, adaptável e,
de acordo com Kjell Janssen, user-friendly,
foram factores decisivos na sua escolha.
E mantendo-se a empresa sempre atenta
a outras possibilidades, os factores que
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ajudaram à opção pelo O2P permanecem
válidos. É que quando está em causa uma
solução orientada a processos é muito
importante que esta possa ser implementada
com o mínimo de constrangimentos
operacionais. Se por um lado as operações
não podem parar, por outro, há que garantir
que as mudanças necessárias são possíveis
em tempo útil.
Estando em causa um sistema que estende
o SAP ao ambiente operacional da empresa
e se integra em tempo real com aquela
aplicação de gestão utilizada na Dafgard,
a sua robustez e, mais do que isso, o
seu desempenho, é essencial. E o O2P,
plataforma desenvolvida sobre .NET,
permite assegurar elevados desempenhos,
onde há enormes volumes de operação, com
grandes necessidades de interacção com os
utilizadores. Porque os colaboradores não
podem estar à espera nem as operações
podem ficar suspensas, o O2P garante
interactividade, simplicidade e rapidez
para o utilizador. Um dos seus factores de
sucesso está, por isso, associado à capacidade
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de disponibilizar processos de negócio
complexos de forma simples para quem
tem que os desempenhar. Isso traduz-se
em eficiência o que, por sua vez, resulta na
capacidade de fazer mais com os mesmos
recursos ou inclusive alocá-los para tarefas
de maior valor acrescentado. Na Dafgard
essa ideia é ilustrada, por exemplo, pela
possibilidade de ter menos operadores a
preparar mais paletes para distribuição,
de ter menos tempo de processamento na
recepção de mercadorias ou de consegui-lo
igualmente no processamento de paletes de
produto acabado.
O O2P, preparado para integrar com SAP
de forma transparente, traz o conceito
de mobilidade para um novo patamar,
incluindo a capacidade de integrar
sintetização e reconhecimento de voz nos
processos. Assumindo-se como plataforma
aberta, permite comunicar com múltiplos
sistemas. A liberdade está do lado do cliente
que, mais do que tecnologia, procura
resultados da sua aplicação. Foi isso o que
a Darfgard obteve.
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Testemunhos
Debater e desenvolver a
Telemedicina e a Telesaúde em Portugal
Por Elisabete Lucas
Foi criado o Observatório Lusófono de
Telemedicina e Telesaúde, promotor do
1º Simpósio Lusófono de Telemedicina
e Telesaúde, que terá lugar em Lisboa a
14 de Novembro de 2008. Entre os seus
principais objectivos contam-se também
fazer o levantamento desta realidade em
Portugal, propor à tutela as boas práticas
para o exercício da Telemedicina e Telesaúde
e constituir-se como núcleo de competência
específica, com carácter independente, que
possa contribuir para o desenvolvimento do
sector no País e fora dele.
O Observatório Lusófono de Telemedicina e
Telesaúde é resultado de uma parceria entre
o Grupo Lusófona e o Grupo TELESAÚDE
XXI. Ficará sedeado na Universidade
Lusófona em Lisboa, sendo coordenado
conjuntamente pelo Dr. Lino Patrício e pelo
Prof. Dr. Luís Monteiro Rodrigues.
Mas o Observatório, que reunirá profissionais
diversificados, médicos, enfermeiros,
engenheiros biomédicos, físicos, técnicos
de saúde, farmacêuticos, informáticos, entre
outros, quer ir mais longe, facilitando e
promovendo a cooperação de base técnica
e científica, no domínio da Telemedicina e
Telesaúde, entre a Universidade Lusófona
e o Grupo TELESAÚDE XXI, patrocinar,
técnica e cientificamente, ou propor e
concretizar acções de formação especializada
aos mais diversos níveis nos domínios
relacionados, explorando os meios logísticos
(materiais e humanos) existentes, incluindo
a promoção ou organização em comum de
outros congressos, simpósios, colóquios,
reuniões ou acções de formação em áreas ou
temas de interesse. Pretende ainda promover
a instalação de processos de Telemedicina
nas unidades do S. João de Deus – Grupo
de Saúde da Rede Universitária de Saúde
da Universidade Lusófona e na Clínica
Coração de Jesus - SERVESAD que sirvam
como projecto piloto de desenvolvimento
desta plataforma técnica e científica,
proporcionando a troca de informação
clínica necessária à formação e desenvolver
uma área comum de Reabilitação “home-
based” de monitorização de sinais vitais e
de Tele-electrocardiografia.
Luis Monteiro Rodrigues (MSc PhD) é
Presidente da Direcção da ALIES Associação
Lusófona para o Desenvolvimento da
Investigação e Ensino em Ciências da
Saúde que, no âmbito da Universidade
Lusófona, promove o 1º Simpósio
Lusófono de Telemedicina e Telesaúde.
Na sua opinião, “não existe qualquer
dúvida quanto ao potencial interesse
da Telemedicina e da Telesaúde para a
eficiência do sistema de Saúde, sobretudo
no actual contexto nacional em que a
escassez de meios humanos altamente
diferenciados se encontra já bem expressa
em praticamente todas as áreas médicas. Pese
embora saibamos que o desenvolvimento
do sistema se fará necessariamente por fases,
começando naturalmente pelas intervenções
(tecnologicamente) mais simples, porque
mais facilmente implementáveis e acessíveis,
este será um instrumento de valor essencial
para uma assistência tão mais eficaz quanto
equitativa”.
Foto: Tecbra
Um dos objectivos do Simpósio é promover
um debate muito alargado sobre esta
temática pois as soluções de Telemedicina
e Telesaúde colocam novos problemas
éticos. Luis Monteiro Rodrigues considera
que “trata-se de um aspecto sensível. Se na
actualidade a utilização de dados pessoais,
que fornecemos para ter acesso a uma
conta bancária, por exemplo, levanta um
conjunto de dúvidas, o que dizer quando
esses dados se tornam ainda mais pessoais?
Naturalmente é um assunto que deve ser
adequadamente enquadrado contando, para
tal, com uma discussão e contribuição (por
parte da sociedade civil e órgãos legislativos)
tão alargada quanto possível”.
Uma das questões que as soluções de
Telemedicina levantam, no actual contexto
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e-Business Report
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Telemedicina uma Paixão Platónica
TECBRA Europa
Intelligent Medical Images
Telehealth
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Testemunhos
das redes de comunicação, é a segurança
e confidencialidade da informação. Luis
Monteiro Rodrigues considera que esta
questão “depende do nível de sofisticação
que quisermos e pudermos implementar.
Existem já muitos sistemas de segurança
(informática) disponíveis com aplicação à
Telemedicina e Telesaúde. É, sem dúvida
uma questão central que operadores e tutela
deverão assegurar previamente”.
Sobre o papel pretendido pelo Grupo
Lusófona e pela ALIES no desenvolvimento
da Saúde em Portugal e no mundo, Luis
Monteiro Rodrigues afirma que “o Grupo
orienta a sua vocação pelos objectivos que se
encontram consignados na sua constituição.
Resumidamente, entendemos existir uma
obrigação formal para com a sociedade que
nos acolhe, corporizada no desenvolvimento
que promovemos por via do conhecimento.
Esta doutrina é particularmente verdadeira
nos domínios da saúde pelo que, com
respeito à Telemedicina e Telesaúde,
procederemos com a convicção de que a
nossa competência poderá, também aqui,
contribuir para o desenvolvimento deste
instrumento, e assim, contribuir de forma
ímpar para a melhoria da qualidade de
vida (incluindo a saúde e o bem estar) de
todos e em especial dos mais necessitados
onde, naturalmente, incluiremos os países
lusófonos”.
Lino Patrício é Médico cardiologista
no Hospital de Santa Marta. Numa
palestra recente na Ordem dos Médicos
em Lisboa, Lino Patrício, afirmou
que existem em Portugal iniciativas e
orientações Governamentais de gestão
para o desenvolvimento da Telemedicina,
nomeadamente o Plano Tecnológico com a
estratégia do desenvolvimento da internet e
o Plano de Transformação dos Sistemas de
Informação Integrados da Saúde - PTSIIS
– da ACSS mas que “os dados referentes a
2006 nesta área são ainda pouco expressivos:
Prescrição electrónica, 8,3%, Transmissão
electrónica, 2,1%, Teleconsulta, 15%,
Telediagnóstico, 20% e Telemonitorização,
4,1%. Existem projectos muito interessantes
na ARS do Algarve e do Alentejo e do Centro
de Cardiologia Pediátrica dos HUCS com
Hospitais e Centros de Saúde da Região
Centro e com um Hospital Pediátrico de
Luanda”.
Lino Patrício considera que “a Universidade
Lusófona é actualmente uma das mais
dinâmicas do País, com pólos de
estudos variados e com distribuição
Foto: Tecbra
Luis Monteiro Rodrigues considera que
“algumas iniciativas desenvolvidas no
âmbito da Telemedicina e Telesaúde por
diversas organizações e interventores
do sector têm produzido resultados um
pouco “avulsos””. Adianta que “de um
ponto de vista global, beneficiaríamos de
uma eventual integração actualizada desta
realidade. É esse o principal objectivo destas
iniciativas: constituir o Observatório como
um fórum de integração dos mais diversos
interventores que querem, de facto, ter
uma participação activa (técnica, científica,
educacional ou outra) nos desenvolvimentos
que se adivinham e, nesse sentido dar
visibilidade a esse fórum e, o Simpósio, que
reúna e produza opiniões e perspectivas que
constituam a base do trabalho que se seguirá.
É provavelmente demasiado ambicioso, mas
nada se faz sem essa pulsão…”.
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©INSAT
e-Business Report
Nº 446/Nº32 de 24 de Julho de 2008
e-Business Report
Nº 446/Nº32 de 24 de Julho de 2008
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Testemunhos
Foto: Tecbra
hospitalares, permitindo uma melhor
articulação dos serviços. A participação
no simpósio satisfará as necessidades
formativas básicas para o desenvolvimento
profissional do papel de facilitador de uma
melhor qualidade de saúde prestada aos
cidadãos, e de coadjuvante tecnológico para
a redução de custos financeiros, económicos
e sociais. Segundo os organizadores, o evento
pretende também constituir um fórum
de reflexão e de avaliação das iniciativas
de âmbito nacional, ibérico e do mundo
lusófono, já estabelecidas, e apontar em
conjunto as linhas de desenvolvimento
esperadas para os próximos anos na área.
Os destinários do simpósio são os Médicos
e outros profissionais com responsabilidades
e experiência na área de cuidados de saúde
(unidades de saúde, indústria farmacêutica,
tecnologias de saúde) que pretendam
adquirir, aprofundar ou actualizar os seus
conhecimentos, como Responsáveis de
Clínicas, Hospitais, e outras infra-estruturas
do Sistema Nacional de Saúde.
de interessados que só uma Universidade
pode fornecer, criando um sentido prático
aos estudos e a potencialidade para as suas
aplicações no mundo profissional”.
O 1º Simpósio Lusófono em Telemedicina e
Telesaúde configura um ciclo de seminários
de actualização avançada através da
intervenção multidisciplinar de especialistas
das áreas, cuja comunicação visa a aquisição
de novas competências num momento em
que a Telemedicina já serve de interface a
cuidados primários de saúde e cuidados
Foto: Tecbra
geográfica nacional e internacional. O seu
Departamento de Ciências da Saúde tem
cursos em várias áreas de interesse para a
telemedicina e telesaúde. Assim, tem todo
o cabimento que a Universidade Lusófona
e o seu Departamento de Ciências da Saúde
sejam o motor dinamizador do Observatório
de Telemedicina e Telesaúde pela sua
capacidade organizativa, de inovação e de
congregação. Ultrapassar as “boas ideias”
e iniciar investigação e comparação de
modelos, com aplicação prática, só pode ser
efectuado quando existe uma massa crítica
O Simpósio vai contar com palestras de
intervenientes com actuação importante na
Telemedicina e Telesaúde, quer nacionais
quer do Brasil e dos PALOPS, como
o Dr. Grover von Holzwarth, médico
neurocirurgião, neurologista e director
de R&D da Tecbra, o Prof. João Paulo
Cunha, do IEETA (Universidade de
Aveiro), RNICF, o Dr. Roberto Botelho,
Cardiologista e Presidente da ITMS Brasil
ou o Prof. Dr. Constantino Sakellerides
da ENSP. Como afirma o Eng. Luiz Alves,
Luso-Brasileiro e Presidente da TECBRA
Brasil e TECBRA Europa, tratar-se-á de
um encontro muito alargado com especial
destaque para a cooperação Brasil/Europa
e entre Portugal e todos os PALOP.
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e-Business Report
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Fotos: IPCB
Testemunhos
Mobilidade no Campus Virtual do
Instituto Politécnico de Castelo Branco
Por Casimiro Santos
O Instituto Politécnico de Castelo Branco
(IPCB) é uma instituição de ensino superior
público, com personalidade jurídica de
instituto público, dotada de autonomia
estatutária, patrimonial, administrativa,
financeira, científica, pedagógica e
disciplinar. Constituído por seis Escolas,
está disperso geograficamente por uma
vasta área e tem perto de 4.800 alunos.
A Escola Superior de Tecnologia (EST)
localiza-se no campus da Talagueira, junto
à Associação Empresarial da Região de
Castelo Branco, entre a cidade e o Parque
Industrial, na tentativa de aproximar ensino
e mercado de trabalho. Tem mais de um
milhar de alunos. A Escola Superior de
Gestão (ESG), funciona em Idanha-a-Nova,
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©INSAT
a cerca de 25 km de Castelo Branco, num
palacete do início do século XX, englobando
um campus com instalações novas. Estas
duas Escolas resultaram da extinção, em
1997, da Escola Superior de Tecnologia e
Gestão que tinha sido criada em 1990.
As duas Escolas Superiores iniciais entraram
em funcionamento em 1982, a Escola
Superior Agrária (ESA) e em 1985 a Escola
Superior de Educação (ESE). Criada em
1999, a Escola Superior de Artes Aplicadas
(ESART) funciona actualmente no Campus
da Sra. de Mércules e, provisoriamente, no
Cine-Teatro Avenida. A Escola Superior de
Saúde Dr. Lopes Dias (ESALD) é o membro
mais novo do IPCB e foi criada em 28 de
Março de 2001. Veio suceder à anterior
Escola Superior de Enfermagem.
Estando disperso por uma área tão vasta,
da ordem dos 700 Km quadrados, o
IPCB apresentava-se como o destinatário
perfeito do Projecto Campus Virtuais
cujo enquadramento foi definido pela
UMIC, Unidade de Missão Inovação e
Conhecimento. Ao mesmo tempo surgia
como grande desafio encontrar a solução
técnica que fosse capaz de interligar as seis
unidades orgânicas do IPCB. A UMIC
definia este projecto como uma iniciativa
integrada que pretendia disponibilizar
serviços, conteúdos, aplicações e rede de
comunicações móveis (dentro e fora da
e-Business Report
Nº 446/Nº32 de 24 de Julho de 2008
Testemunhos
Universidade) para estudantes e professores
do Ensino Superior, que incentivasse e
facilitasse a produção, acesso e partilha de
conhecimento. Os seus objectivos eram o
fomento da criação de serviços universitários
online, a produção e partilha de conteúdos
académicos e a criação de comunidades de
Ensino Superior actuando em três vertentes:
criação de serviços e conteúdos disponíveis
em qualquer hora de qualquer lugar;
massificação da utilização de computadores
portáteis por todos os alunos e professores;
assegurar o acesso fixo e móvel à Internet em
banda larga fora e na Universidade.
Fernando Reis, do IPCB e Responsável
pelo Projecto, recorda que a implementação
do Projecto Campus Virtuais contemplou
quatro componentes, Plataforma de ELearning, Plataforma Secretaria Virtual,
Wireless IN e Interligação das Unidades
Orgânicas (Escolas) do IPCB, afirmando
que foram vários desafios tecnológicos,
obstáculos e dificuldades que tiveram
que enfrentar e resolver. Refere que a
centralização das credenciais de autenticação
dos utilizadores num único sítio (directório
LDAP) e a atribuição de endereçamento
IP mediante as credenciais de utilizador
constituíram os maiores desafios sentidos
ao longo da implementação deste projecto.
“Especialmente porque, neste último ponto,
teve-se em consideração o perfil (aluno/
docente/ funcionário/ outro), bem como
a escola que frequenta utilizando apenas
uma VLAN”, especifica. Considera ainda
que a dispersão geográfica das Unidades
Orgânicas foi sentida como um desafio
tecnológico, na medida em que uma das
Escolas situa-se a 37 km das restantes,
colocando alguns entraves na efectivação
do projecto. “Tivemos que ter em conta
ainda que a solução técnica deveria ser
economicamente viável e teria que ser
escalável, numa perspectiva futura de médio
prazo”, adianta. As implementações de todo
o projecto demoraram cerca de um ano e
meio a executar e envolveram a Equipa de
Informática do Instituto Politécnico de
Castelo Branco, com a coordenação do
Professor Doutor João Ruivo, num total
de cerca de 15 elementos.
Entre os benefícios, Fernando Reis salienta
o facto de conteúdos e serviços estarem
disponíveis a qualquer hora, de qualquer
lugar, o que leva ao incentivo da utilização
e-Business Report
de computadores portáteis por alunos,
docentes e funcionários, com acesso à
Internet e Intranet fora e dentro do IPCB.
Refere que o Portal Campus Virtual do
IPCB, integrado no Projecto Campus
Virtuais, coloca online vários serviços
nomeadamente a secretaria virtual das
várias Escolas, as bibliotecas e a plataforma
de e-learning, que estão acessíveis através
da rede de dados existente e da rede sem
fios já instalada, alargando as condições de
acesso àquela informação.
O Portal inclui áreas distintas para
alunos, docentes, funcionários e órgãos
de gestão, para onde são automaticamente
encaminhados, depois de se validarem.
No caso dos alunos, permite o acesso
permanente aos Serviços Académicos. Para
os docentes, permite também o acesso
continuado aos Serviços Académicos e a
possibilidade de lançar notas via NET, a
criação de páginas de apoio às disciplinas que
leccionam e a possibilidade de utilizarem
um computador portátil para acesso a este
sistema, sem precisar de qualquer ligação
por fios, a partir das zonas cobertas pelas
redes sem fios. A mobilidade é assim uma
das componentes específicas do Projecto.
No âmbito da mobilidade, o acesso aos
serviços e à rede do Instituto enquadra-se na
vertente Wireless IN e, de entre as diversas
propostas existentes, foi seleccionada a da
ATM Informática. Fernando Reis salienta
que, como nos outros concursos, foram
usados os critérios base do projecto e-U,
como, por exemplo, ser uma solução
certificada pela FCCN, no caso concreto
deste componente da rede sem fios. “Para o
caso da plataforma de e-learning, a solução
deveria suportar a norma SCORM. Outros
critérios óbvios foram o preço, o prazo de
implementação (contado a partir da data de
adjudicação) e o mérito técnico da solução
apresentada, por exemplo, a aplicação de
troços de fibra óptica, onde inicialmente
se previa ligação ponto-a-ponto em rede
sem fios”, adianta.
Segundo Fernando Reis, “a ATM
Informática teve um papel importante
na implementação do Campus Virtual do
IPCB, uma vez que a experiência adquirida
por esta empresa ao longo do tempo,
permitiu-nos uma implementação rápida
e eficaz desta componente”.
Nº 446/Nº32 de 24 de Julho de 2008
A ATM Informática desenhou o projecto
do Wireless IN e fez toda a implementação
com apoio dos técnicos do próprio Instituto
Politécnico de Castelo Branco, com base
em equipamento de comutação e de acesso
wireless, mais de 80 equipamentos. A rede
permite roaming para acesso a partir das
diversas escolas para que os alunos e outros
utilizadores possam aceder aos dados e
aplicações a partir de diversos locais.
A cobertura da rede sem fios é quase total,
existindo apenas alguns pontos em que ela é
inexistente. No entanto, estes não assumem
especial importância na globalidade da
cobertura. Não obstante este facto, a equipa
de informática do IPCB irá proceder à
instalação da rede nos pontos mencionados.
Fernando Reis explicita ainda que “no que
se refere à mobilidade dos utilizadores, e
com a substituição dos Access Points antigos
(RoamAbout R2), pelos novos RBT-4102,
a mobilidade é total, quer de utilizadores de
outras instituições de ensino superior quer
de utilizadores internos do IPCB”.
Mas o Projecto Campus Virtuais não está
terminado. Para além da manutenção e
suporte do hardware e serviços existentes
está previsto o desenvolvimento de
novos serviços que acrescentem valor à
infraestrutura criada e a actualização de
hardware, conforme as necessidades dos
serviços e dos utilizadores. Fernando
Reis refere a integração da autenticação e
autorização de aplicações com o directório
LDAP, nomeadamente o e-learning,
secretaria virtual e sistema de correio
electrónico, entre outros; a criação de
uma aplicação central para gestão de
credenciais; o aumento de largura de banda
nas ligações de rede sem fios entre escolas;
a centralização dos Centros de Informática
existentes nas Escolas; a cobertura total
de rede sem fios em todas as Unidades
Orgânicas; a criação de uma página Web
vocacionada para os alunos dentro e fora
da instituição, onde serão disponibilizados
espaços de informação, discussão e pesquisa,
bem como a informação sobre o acesso ao
Ensino Superior, oferta formativa e outras
informações de interesse, especialmente no
que se refere ao acesso às informações sobre
protocolos com empresas, colóquios por
áreas, congressos temáticos, promovendo a
ligação à Academia e suas actividades.
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Foto: IMI
Testemunhos
IMI assenta qualidade do serviço de
telerradiologia em solução da First
Por Elisabete Lucas
O IMI Imagens Médicas Integradas
actua no mercado nacional há mais de 20
anos, focado na área de imagiologia, em
que é especialista reconhecido, com um
corpo clínico de elevado prestígio. Tendo
iniciado a sua actividade em Lisboa, onde
actualmente possui duas clínicas, tem vindo
a expandir-se geograficamente, contando
também com uma clínica em Cascais, uma
em Almada, uma nas Caldas da Rainha e,
a partir de Agosto, uma em Coimbra. O
desenvolvimento de negócio do IMI, que
desde 2005 integra o Grupo Português
de Saúde, deverá continuar a fazer-se pela
via da abertura de unidades próprias. De
acordo com Rita Botelheiro, Assessora
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©INSAT
do Conselho de Administração no IMI
e Product Manager para Telerradiologia,
uma das linhas estratégicas passa pelo
desenvolvimento de parcerias públicoprivadas. Nesse âmbito o IMI gere, por
exemplo, o serviço de imagiologia do
Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago
do Cacém, bem como a equipa médica
alocada ao serviço de imagiologia do
Hospital de Santo André em Leiria.
A outra linha estratégica é a diversificação
do negócio, onde se inclui a vertente de
telerradiologia, na qual actua desde 2005,
mas que tem registado forte incremento
desde 2007, com a implementação de
uma nova solução. É a equipa de cerca
de 60 médicos do IMI, Radiologistas e
Neurorradiologistas, que presta serviços
de telerradiologia, com a mesma qualidade
prestada nas unidades próprias. Para além
de possuir clientes puros de telerradiologia,
esta área está potencialmente envolvida na
vertente de gestão do serviço de imagiologia
no âmbito das parcerias público-privadas
referidas. “Estamos hoje a concorrer a
diversos concursos públicos, o que deverá
elevar a curto prazo a importância da
telerradiologia no negócio do IMI”, afirma
Rita Botelheiro.
Trata-se igualmente de uma área que está a
e-Business Report
Nº 446/Nº32 de 24 de Julho de 2008
Testemunhos
Tratando-se de uma área de desenvolvimento
estratégico para o IMI, esta entidade
enveredou pela telerradiologia apenas
quando considerou ter condições para o
fazer. E mesmo assim, rapidamente sentiu
necessidade de dar o salto para uma solução
mais abrangente do que tinha no início
para conseguir atingir a qualidade desejada.
Sendo uma empresa com certificação de
qualidade ISO 9001:2000, a melhoria
contínua faz parte da sua forma de estar.
Num contexto de concorrência crescente na
telerradiologia, Rita Botelheiro considera
que um dos desafios do mercado passa
pela profissionalização dos serviços. “Este
negócio está a dar os primeiros passos em
Portugal e no início o processo era muito
manual. Não estava disponível uma solução
que permitisse visualizar as imagens,
integrando automaticamente a informação.
Exemplo disso era a elaboração de relatórios,
em que o médico visualizava as imagens mas
e-Business Report
Rita Botelheiro, Assessora do Conselho de Administração no IMI
Product Manager para Telerradiologia
Foto: IMI
ganhar importância no mercado português.
A necessidade não é nova mas a capacidade
de garantir qualidade é mais recente. Além
disso, com a escassez de recursos médicos,
especialmente nalgumas zonas do país e
nalguns períodos de tempo, especialmente
à noite e aos fins-de-semana, tornou-se para
vários hospitais e centros de saúde uma
necessidade. “A telerradiologia pode dar um
contributo muito importante à capacidade
de atendimento de doentes, sobretudo em
situação de urgência. A partir do momento
em que a entidade prestadora de serviços de
saúde procede à realização da técnica, seja
TAC, Ressonância Magnética ou Raios-X,
a análise das imagens e a elaboração de
relatórios pelos médicos pode ser realizada
à distância, sem prejuízo da capacidade
de resposta e apoio ao médico que está
directamente no atendimento ao doente”,
sublinha. Porque o médico radiologista
não tem que ser “residente” da entidade
que está a prestar o serviço ao utente para
aceder às imagens ou elaborar o relatório,
a sua actuação não está sujeita a um local
físico específico e, por isso, pode trabalhar
à distância, com recurso a um PC e a uma
ligação “segura” à internet. Do ponto de vista
do doente é irrelevante que o profissional de
saúde que analisa o Raios-X esteja na sala
ao lado ou a 300 km de distância. Desde
que não haja perda de qualidade. Esta
pode, inclusive, ser superior, com garantia
de acesso a especialistas.
redigia o relatório num documento word,
que enviava por email ao cliente", diz. De
acordo com Rita Botelheiro, o IMI optava
por duplas e triplas validações da informação
para garantir que não havia incorrecções,
pois na saúde estas podem ser críticas. Mas,
se esse era um caminho possível, ainda que
não ideal, num contexto de relativamente
poucos clientes e baixo número de relatórios
para analisar, não poderia ser a solução
num contexto de investimento estratégico
e crescimento rápido.
Havia que encontrar uma solução que,
primeiro que tudo, permitisse endereçar
os requisitos de base de automatização,
integração e segurança. E, claro, que
possibilitasse a melhor resposta ao desafio
de profissionalização. “Com os passos que
demos penso que conseguimos posicionarnos no topo, face à concorrência, a nível
de capacidade de prestação de serviços de
telerradiologia, o que passa pela certificação
de qualidade, pelo prestígio do corpo
clínico e, entre outros, pela tecnologia que
utilizamos”, acentua.
A análise de possíveis soluções no mercado
em 2007 ditou a escolha do MCD – Módulo
de Controlo e Distribuição, desenvolvido e
comercializado pela First Solutions. Trata-se
de um módulo de telemedicina que permite
o envio de exames com sincronização dos
mesmos entre PACS, a par da sua integração
Nº 446/Nº32 de 24 de Julho de 2008
com os relatórios na ficha do utente.
“Actualmente quando o IMI angaria um
novo cliente de telerradiologia, garante que
o serviço é prestado com base no MCD,
sendo esta ferramenta implementada num
equipamento do hospital. Garantimos a
implementação e a formação dos recursos
humanos, com apoio da First, bem
como a disponibilização de uma linha de
comunicação dedicada. Trata-se de um
pacote, incluido no contrato, que não tem
custo adicional para o cliente, inclusive a
nível de acompanhamento”, sublinha Rita
Botelheiro.
Assegurando a integração e a automatização,
o funcionamento do sistema é transparente.
O MCD permite gerir todo o processo,
desde o pedido ao acesso ao relatório nos
equipamentos do hospital. “O técnico do
hospital preenche, no módulo de requisição
do MCD, um pedido com o nome,
idade, sexo do utente e informação clínica
relevante para elaborar o relatório. Ao ser
elaborada a requisição, o contact center
do IMI encaminha-a automaticamente
para o médico que está escalado, via
sistema, o qual envia um alerta sobre a
chegada de um novo pedido. O médico
acede ao módulo de relatórios do MCD,
onde visualiza as imagens e a informação
descrita pelo hospital. Analisa as imagens,
com acesso automático via PACS, elabora
o relatório automaticamente no sistema e
©INSAT
19
Testemunhos
ao validar, este, que está anexo a um exame
específico, passa a estar de imediato e de
forma automática disponível no sistema
do cliente. Os erros são minimizados,
assim como a intervenção manual. Não
é necessária impressão. O médico que se
encontra na urgência a fazer o atendimento
ao doente, acede ao sistema e vê o relatório”,
resume Rita Botelheiro. Sublinha ainda que
a telerradiologia, no caso do IMI, não é
apenas aplicada à vertente de urgência mas
também a exames marcados (de consulta e
internamento). São sim, definidos, tempos
de resposta distintos, que no primeiro caso
é inferior a 60 minutos.
Para além da automatização de pedidos
e emissão de relatórios, possíveis pela
integração com os sistemas de informação da
entidade de saúde que recorre ao serviço, um
dos elementos que se destaca no processo é o
contact center. “O contact center faz a ponte
entre o cliente e o médico que está de serviço.
É importante não só para garantir o correcto
direccionamento dos pedidos, alocandoos aos médicos que estão escalados, mas
também para garantir o bom desempenho.
Temos níveis de serviço muito rigorosos
a cumprir, formalizados em contrato e
temos que garantir que tudo funciona, o
que leva a que a qualidade, mesmo a nível
administrativo, tenha que ser elevada. O
contact center gere operacionalmente os
pedidos mas também outras questões que
possam surgir. Somos o único fornecedor de
telerradiologia que tem um contact center
profissional e dedicado a este serviço, 24
horas por dia, 365 dias por ano, o que é
uma vantagem competitiva”, garante Rita
Botelheiro. E o exemplo que fornece é bem
ilustrativo da sua importância: “é através
do contact center que se torna possível o
contacto directo entre o médico que está a
relatar e o que está na urgência do hospital a
fazer o atendimento directo ao cliente. Em
casos de vida ou morte, por exemplo, em que
é preciso resposta rápida, pode fazer toda a
diferença”. Mesmo sem fornecer contactos
pessoais dos médicos, a personalização não
deixa de ser uma garantia. É que este, se
durante o dia trabalha tipicamente numa
clínica do IMI, noutras horas trabalha
muitas vezes a partir de casa. Pode inclusive
estar no estrangeiro. A mobilidade é total.
Mas a distância não impede a garantia de
que o serviço é prestado com qualidade.
É o facto de se tratar de uma plataforma webbased que permite assegurar a mobilidade.
“Recorremos a uma linha dedicada para
garantir a confidencialidade dos dados e
a segurança da informação, até porque
estão em causa dados clínicos”, sublinha.
Associado à própria telerradiologia está
o facto de poder endereçar clientes em
todo o país. “Já temos clientes no centro,
norte e sul do país e estamos também a
ir para o Algarve”, diz. E sublinha que o
médico trabalha num ambiente único,
independentemente da proveniência do
exame a relatar. “Se o hospital apenas tem
que se preocupar com o envio das imagens,
do lado do médico não é importante saber
de que hospital é a imagem em causa. Cada
utente é único e é tratado como tal. Ou
seja, é tratado como um utente do IMI”,
sublinha.
Rita Botelheiro salienta que o MCD da First
Solutions, vocacionado para telerradiologia,
permite verificar em qualquer altura qual
o estado do pedido e o tempo de resposta.
“Era importante a flexibilidade da solução
para adaptação a necessidades específicas,
bem como o controlo operacional da
execução, dado que temos contratos
rigorosos. Conseguimos, por exemplo,
controlar quanto tempo falta para os
exames cumprirem o timing e surgem
automaticamente avisos de eventuais
atrasos. O próprio médico consegue saber o
que tem que ser relatado em primeiro lugar
e recebe um alerta se está a aproximar-se o
tempo limite de cumprimento de prazo no
contrato, que é variável consoante o cliente”,
refere. Além de gestão operacional, permite
estatística e reporting, num contexto em que
é relevante ser capaz de informar os clientes
de tudo o que foi realizado, do cumprimento
das metas acordadas e de perceber o que
correu menos bem para melhorar. Além
disso, as decisões são baseadas em dados
concretos, o que contribui para uma melhor
auto-avaliação.
Foto: IMI
A mesma gestora sublinha que “a solução da
First respondeu na íntegra às necessidades
do IMI”. E acrescenta: “desde o início que
a nossa relação tem sido muito positiva e
eles não se assumiram apenas como um
fornecedor mas como um parceiro”. O
facto de a First ser especialista no sector
da saúde ajudou à escolha, assim como a
disponibilização de uma solução integrada
que se baseia em protocolos standard
para a área da saúde como o HL7 e que
regista elevada capacidade de encriptação e
compactação dos dados nas comunicações.
“Uma das vantagens do investimento
é claramente a possibilidade de crescer
de forma sustentada, com garantia de
que a tecnologia utilizada suporta esse
crescimento. Quanto mais clientes temos,
mais se diluem os custos fixos, mais sinergias
existem e mais competitivos nos tornamos”,
garante.
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e-Business Report
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Comentário
Mobilidade na educação:
ensinar a pescar!
Por Elisabete Lucas
No passado dia 22 de Junho, o PrimeiroMinistro José Sócrates entregou o
computador 200 mil do programa e-escola
na Escola Profissional Gustave Eiffel, na
Amadora. Foram duas centenas de milhar
de máquinas, com acesso a banda larga, a
alunos, professores e formandos da iniciativa
Novas Oportunidades, em cerca de um
ano. E a ideia é abranger cada vez mais
pessoas, com anúncio de que o programa
será alargado aos alunos entre o 7º e o 9º
ano, depois de ter abrangido o secundário.
Soma mais 380 mil alunos dos ensinos
público e privado para o próximo ano
lectivo. Actualmente estão inscritas cerca de
300 mil pessoas para receber PCs portáteis.
Estes números contribuiram, para já, para
duas tendências: para o aumento do peso dos
notebooks no total de PCs e para o aumento
da penetração da rede móvel ao nível da
banda larga. Resultado? Mais mobilidade,
equivalente a mais disponibilidade de acesso
a informação e conhecimento.
Mantendo-nos nas estatísticas, há outros
dados relevantes relacionados com a
educação, previstos no âmbito do Plano
Tecnológico da Educação, que tem na
modernização um dos seus conceitos
base (colocando Portugal como um dos
cinco países europeus mais avançados na
modernização tecnológica do ensino) e
na melhoria do desempenho escolar dos
alunos, a meta anunciada. Refiram-se alguns
dos objectivos: ter todas as escolas com
Internet de banda larga de alta velocidade
(ligação de pelo menos 48 Mbps), dotar
as escolas dos 2º e 3º ciclos e secundário
com LANs com ou sem fios, atingir um
rácio de dois alunos por computador
até 2010, formar e certificar 90% dos
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docentes em tecnologias da informação
e da comunicação. O investimento é
elevado, tendo sido lançados concursos
públicos onde se incluem, para além de
computadores e acessos a internet, quadros
interactivos, videoprojectores, sistemas de
alarme e de videovigilância. Porque não
basta investir, é preciso utilizar, uma das
iniciativas do Governo passa também pela
criação de um Centro de Apoio Tecnológico
às Escolas, para responder a questões
relacionadas com a gestão e manutenção do
parque informático das escolas, que tende a
aumentar. Se não existir capacidade técnica
para manter os sistemas em funcionamento,
o investimento não passa da estatística.
E, mesmo assim, é preciso assegurar o
funcionamento noutras frentes, que passa
pela profunda formação dos professores
na utilização da tecnologia. Partindo-se
do princípio de que a formação diminui
a normal resistência à mudança (de forma
de trabalhar, de preparação de aulas e do
próprio perfil, em que tende a ganhar espaço
uma maior interactividade) esta continua a
ser insuficiente para garantir sucesso na meta
de colocar Portugal entre os mais avançados
na modernização tecnológica do ensino.
Exige, claro, uma profunda re-definição
da própria aula. Porque, das duas uma: ou
o computador está na sala (para cada dois
alunos!) a encher a mesa de trabalho e o
professor continua a leccionar como fazia
até aqui ou serve para apoiar o trabalho
tanto de professores como de alunos. Aqui,
ao que tudo indica, o planeado Portal da
Escola deverá dar uma ajuda, facilitando
o trabalho colaborativo e a partilha de
recursos educativos digitais (exercícios,
manuais escolares e sebentas electrónicas).
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Mas o investimento que está a ser feito
nas escolas não deverá servir apenas para
modernizar o ensino, deverá poder fazer
a diferença na aprendizagem. E aí parece
haver um longo caminho a percorrer, a
julgar por outras estatísticas que dão como
certa a existência de problemas diversos de
“comunicação” entre professores e alunos.
Como implementar interactividade,
partilha de ideias, troca de experiências
potenciadas pelo uso das tecnologias, que
tipicamente tornam a aprendizagem mais
rica? Este é muito pouco um problema de
números e muito mais um desafio cultural,
educativo e social. Exige um plano que não
é tecnológico.
Na verdade, apesar de vários problemas a
resolver, o investimento é positivo por várias
razões, como o cariz de modernização que
tem associado ou a redução de assimetrias
sócio-económicas. Para quem, como os
alunos de forma geral, se prepara (a curto
ou médio prazo) para chegar um dia ao
mercado de trabalho, o contacto com a
tecnologia e a sua utilização no dia-a-dia
é indispensável. Para alguns, o acesso a
computadores e a internet nas escolas é a
única forma que têm de o fazerem. Não
basta, no entanto, ter a cana; para fazer a
verdadeira diferença é preciso aprender a
pescar com ela!
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Comentário
A tendência para a
mobilidade na computação
Por Aristides Meneses
Em 2003 o peso de computadores portáteis,
generalizadamente designados notebooks,
foi de 32% do total de novos computadores
vendidos. Foram cerca de 150 mil
equipamentos adquiridos no ano. Já era uma
taxa elevada face aos anos anteriores (Fonte:
Estudo INSAT VISÃO GLOBAL 2008),
e indiciava o começo de uma tendência no
sentido da mobilidade. Os preços estavam a
descer mais depressa que nos computadores
ditos desktop e a oferta estava a tornar-se
cada vez mais diversificada.
A tendência manteve-se e, em 2007, a
taxa de notebooks nas novas vendas de
computadores atingiu 76%, com mais de
setecentos mil equipamentos vendidos. Os
equipamentos de entrada de gama deste
tipo estão agora abaixo dos 500 euros para
configurações muito atractivas.
Desta forma a INSAT estima que,
actualmente, existam em funcionamento em
Portugal quase dois milhões de notebooks
(Fonte: Estudo INSAT VISÃO GLOBAL
2008). Uma vez que a base instalada total
de computadores pessoais se deve situar em
cerca de 3,7 milhões, isto implica que, pela
primeira vez, mais de metade dos sistemas
existentes já são portáteis.
O maior fornecedor em Portugal é a
Hewlett-Packard com mais de 170 mil
equipamentos, um market-share de quase
25%, seguida da Toshiba com quase 150 mil
equipamentos e um market-share superior
a 21%. De notar que no primeiro trimestre
de 2008 a Toshiba liderou o mercado com
cerca de 80 mil equipamentos vendidos
nos três meses e um market-share superior
a 27%.
Devido às promoções e campanhas
dos fornecedores e operadores de
telecomunicações móveis, além do programa
“e-escola” e “novas oportunidades”, grande
parte destes sistemas foram adquiridos com
acesso móvel à internet. Todos trazem,
de configuração base, capacidade de
comunicação Wi-Fi de banda larga.
Estes dois efeitos, a massificação dos
portáteis e a generalização do acesso móvel
à internet, vão certamente provocar uma
forte migração para o acesso à internet de
forma móvel o que, por sua vez, tende a
provocar a ampliação da oferta de serviços
para este tipo de utilização.
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