Karate Kids II - Instituto Olga Kos

KARATE-DO
CEU AZUL DA COR DO MAR
CEU SÃO RAFAEL
LAR DAS CRIANÇAS | CASA DO CAMINHO
karate-DO
ceu azul da cor do mar
ceu são rafael
lar das crianças
casa do caminho
SOBRE O IOK
Fundado em 2007, o Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural (IOK) é uma
associação sem fins econômicos, com qualificação de Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que atende cerca de 2500
adultos, jovens e crianças com deficiência intelectual, particularmente
Síndrome de Down, na cidade de São Paulo.
Nossa missão é promover a inclusão social e cultural destas pessoas e,
para isso, desenvolvemos projetos esportivos e artísticos. Nas oficinas
de esportes, os objetivos são: incentivo à prática esportiva (Karate-Do e
Taekwondo), estímulo ao desenvolvimento motor e uma consequente
melhoria na qualidade de vida dos atendidos. Já nas oficinas de artes,
visamos buscamos divulgar e expandir a diversidade cultural e artística
de nosso país, incentivar o exercício da arte e ampliar os canais de comunicação e expressão dos participantes, por meio dos projetos “Pintou
a Síndrome do Respeito” e “Resgatando Cultura”.
Com estas atividades, procuramos garantir que as pessoas com deficiência intelectual reúnam condições de participar de forma mais efetiva da
sociedade da qual fazem parte.
Além disso, desenvolvemos a articulação de redes de apoio para geração
de renda e inclusão ao mercado de trabalho, por meio de parcerias com
instituições que promovem o aprendizado de habilidades profissionais.
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ceu são rafael | lar das crianças
SOBRE O PROJETO
O projeto “KARATE-DO KIDS II” deu continuidade
ao projeto “KARATE-DO KIDS” e teve como principal objetivo a inclusão de crianças, de 4 a 12 anos,
com deficiência intelectual, particularmente Síndrome de Down, à sociedade, por meio da prática do
esporte. Cabe ressaltar, que 30% das 75 vagas foram
destinadas a pessoas que encontram-se em situação
de vulnerabilidade social, residentes de regiões próximas aos locais onde o projeto foi realizado.
Os aspectos físicos, motores e cognitivos dos atendidos foram trabalhados com a finalidade de aumentar
a sua consciência corporal, além de estimular a interação social e promover a participação da família no
processo de inclusão social.
Foi entregue a todos os participantes uma mochila
contendo: um kimono, um conjunto de agasalho e
calça, uma camiseta, um par de chinelos e uma toalha
de rosto.
Kits que foram entregues aos participantes do projeto
Após o treinamento, participantes recebem
um kit lanche
Ao término de cada aula, todos receberam também
um kit composto por: um suco, um sanduíche, uma
fruta e uma barrinha/biscoito/bolinho.
Neste material apresentaremos como foi o projeto
“KARATE-DO KIDS II”, realizado entre Setembro de
2014 a Setembro de 2015, nas seguintes instituições:
CEU AZUL DA COR DO MAR, CEU SÃO RAFAEL
E LAR DAS CRIANÇAS.
LEI FEDERAL DE INCENTIVO AO ESPORTE
Inspirada na área da cultura, a Lei Federal de Incentivo ao Esporte – Lei 11.436/06 permite que patrocínios e doações
destinados à realização de projetos desportivos e paradesportivos sejam abatidos do Imposto de Renda devido,
tanto por pessoas físicas, quanto jurídicas.
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EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
O Instituto Olga Kos contou com uma ampla e qualificada equipe multidisciplinar para desenvolver e
atender da melhor forma os participantes do projeto.
A seguir, faremos um breve resumo sobre o papel
que cada um destes profissionais exerce, sendo todos fundamentais para o sucesso do processo.
++ ASSISTENTES DE COORDENAÇÃO: Os
assistentes de coordenação são os profissionais com formação em Educação Física e que
são responsáveis pelas articulações entre o
IOK e os familiares dos participantes dos projetos. Cabe a eles também, supervisionar e
dar suporte à toda equipe multidisciplinar.
Além disso, são eles que fazem as avaliações físicas
e organizam as questões burocráticas, como listas
de chamadas, relatórios, etc.
Assistente de coordenação realizando a avaliação física
...e organizando os uniformes quando chegam
...tirando medidas...
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++ FOTÓGRAFOS: O principal papel dos fotógrafos nas oficinas é capturar imagens
dos participantes, registrando-os em atividade e em momentos de interação.
Fotografar também é, sobretudo, um exercício
de inclusão, pois não basta captar as imagens
das pessoas, mas entender como e porque elas
atuam daquela maneira peculiar.
Antes dos treinamentos começarem, todos passam por exames
médicos e laboratoriais
Equipe e participantes do LAR DAS CRIANÇAS CASA DO CAMINHO
++ EQUIPE MÉDICA Com o objetivo de apurar a aptidão dos participantes para a prática de atividades
físicas, o projeto contou com uma equipe médica.
Todos os participantes passaram por uma consulta e realizaram exames laboratoriais para complementar e dar suporte à investigação.
Equipe e participantes do CEU AZUL DA COR DO MAR
Equipe e participantes do CEU SÃO RAFAEL
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++ PROFESSORES Os professores têm como papel
principal transmitir as técnicas e filosofias do Karate aos participantes. Para o exercício desta prática,
a equipe passa por qualificações técnicas para que
assim possam transmitir tais conhecimentos aos
aprendizes.
Professores passam por capacitação...
...para atenderem da melhor forma os participantes
++ FISIOTERAPEUTAS Estes profissionais visam
contribuir para o desenvolvimento motor dos
alunos dentro das oficinas, por meio de estímulos físicos, táteis, auditivos e/ou visuais, em
conjunto com os demais profissionais, além de
dar suporte técnico e teórico à equipe.
++ PSICÓLOGOS Cabe aos psicólogos realizarem
intervenções sempre que necessário, buscando o
melhor aproveitamento dos participantes nas atividades propostas. Também são responsáveis pelo
fechamento de cada encontro, realizando a etapa
das oficinas conhecida como “compartilhar”. Este
momento visa facilitar a integração do grupo, consolidar o que foi ensinado e refletir sobre o conteúdo ministrado.
Psicólogos comandam etapa da oficina chamada "Compartilhar"
Equipe do IOK conta com fisioterapeutas que buscam desenvolver
a parte motora dos participantes
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SOBRE O KARATE
O Karate-Do é uma arte marcial
com origem em Okinawa, Japão,
no século 17, e significa “caminho
da mão vazia” ( - Kara: vazio; Te: mão; - Do: caminho).
Karate estimula o desenvolvimento físico...
Os princípios do Karate-Do incluem tanto a parte educativa,
que visa oferecer a educação
complementar, a fim de consolidar
o caráter e a conduta moral do
praticante, quanto da arte marcial
propriamente dita, que trabalha a
luta contra a existência de limites
físicos e mentais dos atletas.
O Karate-Do chegou ao Brasil
por meio de imigrantes japoneses,
no século 20. O primeiro torneio
nacional aconteceu em 1965, em
São Paulo.
...e psicológico dos participantes
Os lemas do Karate-Do são:
+Esforçar para a formação do caráter;
+Fidelidade para com o verdadeiro caminho
da razão;
+Criar o intuito de esforço;
+Respeito acima de tudo;
+Conter o espírito de agressão;
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Existem diversos tipos de Karate praticados. Nas oficinas do IOK é aplicado o estilo chamado “Goju Ryu”.
Criado por Chojun Miyagi, é uma técnica dura e
verdadeira, que prima pelo bloqueio para dar mais
rapidez ao ataque.
O Instituto Olga Kos adaptou o treinamento de Karate para melhor atender os participantes, em sua
maioria com deficiência intelectual, a fim de facilitar
a compreensão e, consequentemente, o desenvolvimento de todos.
Sendo assim, dividimos as oficinas do IOK da seguinte forma:
YOBI TAISSO –
Esta é a parte inicial do treinamento, pois prepara o corpo para a realização dos
movimentos do Karate. O Yobi Taisso começa na
ponta dos pés, chegando à parte superior do corpo
do praticante. A ginástica é realizada desta maneira
para possibilitar o aquecimento gradativo.
Aquecimento ou YOBI TAISSO é a primeira parte do treinamento...
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...e é fundamental para a correta execução das demais etapas
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KIHON –
é o estudo dos movimentos básicos
do Karate, de defesa e de ataque, praticados pelo
atleta. O Kihon pode ser feito parado ou em movimento, individualmente ou em dupla.
Este é um momento essencial do trabalho, pois auxilia
na compreensão das particularidades da arte marcial e
da maneira correta de execução das técnicas básicas.
O Kihon, quando executado de forma apropriada,
torna-se uma ferramenta estratégica na formação do
atleta, servindo como base para toda a aprendizagem futura.
Tsuki (projeção dos membros superiores)
Temos os Tsuki em diferentes alturas:
++ Alto (Jodan Zuki)
++ Médio (Tyudan Zuki)
++ Baixo (Guedan Zuki)
++ Defesa alta (Jodan Uke)
++ Defesa média (Tyudan Soto Uke)
++ Defesa baixa (Harai Uke ou Guedan Barai)
No Karate tradicional, existe
uma etapa do treino chamada
de“Kumite”,sendo esta,a fase de
luta. Em sua forma mais básica, é
combinada (com movimentos
predeterminados) entre os
lutadores para, posteriormente,
alcançar o “Jyu Kumite”, o
combate livre ou sem regras. A
forma desportiva, ou combate
com regras, é conhecida como
“Shiai Kumite”.
Esta parte do treinamento
não é utilizada na metodologia
do IOK. Nas oficinas de artes
marciais do Instituto não há
contato entre os participantes.
Maegueri (projeção dos membros inferiores)
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KATA – é uma forma de defesa e ataque para os
quatro lados contra um adversário inexistente. Ou
seja, Kata é uma luta imaginária, que utiliza os pontos
cardeais. Para cada faixa existe um Kata específico,
com graus de dificuldades diferentes.
Outra diferença entre
o Karate tradicional e
o praticado nas oficinas
do IOK é a ordem
das faixas. Ao invés da
sequência convencional:
branca, amarela, azul,
verde, roxa, marrom
e preta, funciona da
seguinte forma: branca,
amarela, laranja, laranja
com fita azul, azul, azul
com fita verde, verde,
verde com fita roxa,
roxa, marrom e preta.
Participante auxilia colega a amarrar a faixa
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Participantes realizando o Kata
Os Katas variam de acordo com as faixas dos praticantes
Para cada cor de faixa, existe
um Kata específico
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CEU AZUL DA COR DO MAR
Muitos dos alunos da turma do CEU AZUL DA COR
DO MAR apresentavam, no princípio das atividades,
indisciplina, tanto dentro quanto fora do ambiente da
prática do Karate.
No decorrer do projeto, além da aprendizagem das
técnicas do Karate, foi possível perceber que os alunos também estavam assimilando os principais fundamentos da arte marcial, sobretudo a disciplina.
Participante praticando Karate no CEU AZUL DA COR DO MAR
“Hoje, vejo que meu filho está muito mais
disciplinado e que cumpre as atividades em
casa sem que eu tenha que ficar mandando
várias vezes. Agradeço ao Instituto Olga Kos
por dar a oportunidade a estas crianças de
praticarem Karate, ocupando a mente e
trabalhando o corpo com algo saudável”
Andréia de Souza
mãe de Jhonatan de Souza.
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Para tornar as oficinas mais descontraídas, diversas
atividades lúdicas foram implantadas. Com a ajuda
de materiais como cordas, bambolês, cones e bolas,
os participantes se divertiam, se exercitavam e, ao
mesmo tempo, se desenvolviam.
Estas atividades, além de facilitar o entendimento,
auxiliam na melhora de habilidades motoras (salto,
corrida, caminhada, etc) e também nas capacidades
motoras (equilíbrio, resistência, velocidade de reação,
entre outras).
As atividades lúdicas tornam o treinamento mais descontraído...
…e facilitam o aprendizado e o desenvolvimento dos participantes
Isso tudo se refletiu no aperfeiçoamento dos movimentos básicos e na realização do Kata.
“Observamos nesse grupo,
de forma preponderante, o
desenvolvimento das habilidades
motoras, que se expressou na
realização das diversas atividades
sugeridas em aula.”
Pedro Palma
Professor de Karate do Instituto Olga Kos
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Ao final de cada treinamento era
realizado o “Compartilhar”. Neste
momento, mediado pelos psicólogos, era feito um resumo de todas
as atividades propostas, no qual os
alunos interagiam, davam sugestões
e definiam algumas regras. Isso exer-
Equipe e participantes durante o "Compartilhar"
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citava o raciocínio lógico, a memória
e contribuía para uma melhor relação das pessoas com deficiência
com o restante do grupo, que passou a aceitar melhor as diferenças
individuais, tornando a turma mais
unida e consistente.
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CEU SÃO RAFAEL
No CEU São Rafael, inicialmente havia indisciplina por parte de alguns
participantes, o que comprometia constantemente o andamento dos
treinamentos. Com o passar do tempo e com a intervenção da equipe
multidisciplinar, foi possível minimizar as dificuldades entre os participantes e a equipe.
Participantes realizam o KATA no CEU SÃO RAFAEL
Diferentemente do CEU AZUL
DA COR DO MAR, onde o grupo evoluiu de forma homogênea,
nesta instituição, tivemos alguns
casos de destaque.
A participante Jaine Santana, por
exemplo, diagnosticada com atraso
mental e epilepsia, apresentava alguns problemas, sobretudo em relação à coordenação motora. Além
disso, em decorrência de baixa
auto-estima, demonstrava dificuldades de sociabilização. Com a prática
constante do Karate, envolvendo
o exercício dos diferentes conteúdos e as conversas em roda no
“Compartilhar”, Jaine apresentou
evolução tanto no que se refere às
aptidões físicas, como na capacidade de se relacionar com os demais
colegas e profissionais.
“A Jaine sempre foi uma
menina tímida e tinha muita
preguiça. O Karate faz
com que ela sinta-se mais
confiante, comunicativa e
enxergue as coisas de outra
forma. Notamos uma grande
diferença na coordenação
motora dela e isso a ajuda
muito no dia a dia de nossa
família.”
Maria Adelice Santana
mãe de Jaine Santana
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Já Erique Kauã Magalhães tem diagnóstico de Paralisia
Cerebral. Com mobilidade reduzida, utiliza cadeira de
rodas e no início do projeto, apresentava movimentos
mais contidos. Pouco a pouco, passou a realizar movimentos com os braços, joelhos, pernas e pés. O participante se expressava apenas por gestos, mas entendia
as orientações verbais. Erique participava do “Compartilhar” com gestos e as vezes expressava alguns sons.
Quando ressaltavam o desempenho apresentado por
ele durante as aulas, mostrava-se muito contente.
Durante as aulas a mãe relatou à equipe muldisciplinar
que após iniciar as aulas de Karate, Erique demonstrava­
estar mais independente, pois conseguia se apoiar nos
móveis e andar pela casa, o que antes era impossível,
pois precisava de constante auxílio físico. Erique passou
a ir ao banheiro sozinho e também já conseguia trocar de roupa. Com muito empenho e com ajuda dos
fisioterapeutas e dos professores, em um dos últimos
treinamentos do projeto, fez flexão abdominal, realizou
movimentos segurando as pernas e olhando para trás,
flexionou o tronco e movimentou-se pelo tatame, se
arrastando com mais agilidade e também conseguiu
realizar alguns movimentos do Kata, somente com
auxílio verbal.
LAR DAS CRIANÇAS | CASA DO CAMINHO
A turma do LAR DAS CRIANÇAS – CASA DO
CAMINHO era heterogênea, formada, em sua maioria, por participantes que já praticavam o Karate.
Nesta instituição, foi identificada a necessidade de
trabalhar o comportamento do grupo em relação
à disciplina, respeito, agressividade, concentração e
socialização.
Inicialmente, mostravam-se bastante indisciplinados,
conversavam muito e alguns também eram muito
agressivos.
Participantes descansam durante treino de Karate no LAR DAS CRIANÇAS - CASA DO CAMINHO
Por isso, a equipe decidiu realizar duas rodas de conversa em cada treinamento, ao invés de apena uma,
feita ao final de cada dia. Cinco minutos antes das atividades eram estabelecidos acordos, visando o bom
andamento do treino. No final, mais cinco minutos
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de conversa, desta vez para ver se o que havia sido
combinado fora cumprido.
Com o decorrer dos meses, foi observada melhora
na postura dos participantes, então a equipe sugeriu mensurar este ganho, e a partir daí criaram uma
estratégia para que cada um pudesse se autoavaliar.
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A partir daí, foi criada a tabela de “bolinhas”.
os objetivos
1
Tentar não conversar na aula
2
Tentar não fazer gestos obscenos
3
Tentar não falar palavrões
4
Tentar não empurrar o colega
5
Tentar não colocar o pé na frente para o colega cair
6
Tentar não sair do lugar sem permissão
7
Tentar não desobedecer ao professor
8
Tentar não parar de participar da aulas
Bolinha Verde: Recebia esta bolinha quem participava de
toda a aula e não violava nenhum dos itens descritos acima.
A cada quatro bolinhas verdes recebidas, ganhavam um
adesivo como reconhecimento pelo empenho e dedicação.
Bolinha Vermelha: Esta bolinha ia para quem não respeitasse
ao menos um dos itens.
Bolinha Azul: Entregue à pessoa que, por algum motivo,
não pôde comparecer ao treinamento, mas que justificou
sua ausência. Além disso, quem comparecia, mas não podia
participar por estar doente ou por recomendações médicas
também ganhava a bolinha azul. Aqueles que não fizessem
aula, mas se mantivessem em silêncio e os que estivessem
em processo de socialização eram outros que recebiam a
bolinha desta cor.
No início, quem decidia a cor da
bolinha que iriam receber eram
os próprios participantes, mas
todos indicavam apenas a bolinha
verde. Então, foi decidido que a
equipe multidisciplinar passaria a
escolher as cores para cada um
deles. Com o decorrer dos meses, foi visível o avanço do grupo
em relação à disciplina, respeito e
agressividade.
Com este progresso, os participantes voltaram a escolher as
cores das bolinhas que receberiam. A psicóloga perguntava a
cada um qual cor ele mereceria
naquele dia e eles decidiam, desta
vez com mais imparcialidade, de
forma mais justa. Isso exercitava
neles a autoavaliação, a percepção
de seus próprios valores e atitudes, fazendo com que reconhecessem seus erros e entendessem a importância da disciplina e
do respeito ao próximo.
Em relação à parte técnica, podemos dizer que a turma teve
grande evolução. Por ser um
grupo heterogêneo, como dito
anteriormente, as aulas foram divididas. Com isso, os professores
conseguiam ensinar movimentos
mais avançados para os mais graduados, enquanto outro professor ensinava movimentos básicos,
que são essenciais para o desenvolvimento da modalidade, aos
iniciantes.
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Professora auxilia participante durante treinamento
Execução do Kata durante oficina no LAR DAS CRIANÇAS - CASA DO CAMINHO
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AVALIAÇÃO FÍSICA
Informações Pertinentes
Perimetria
São realizadas duas avaliações, sendo uma no início
do projeto, denominada no gráfico como “Pré” e outra no término do mesmo, denominada como “Pós”.
As análises serão apresentadas a seguir. A bateria de
testes da avaliação física foi feita durante a aula e teve
duração média de 1h20m.
Dobras cutâneas
As medidas tricipital, subescapular e peitoral apresentaram ganho de gordura localizada. Já as medidas
abdominais e de coxa mostraram perda, o que pode
ser considerado um fator positivo, uma vez que alguns participantes apresentavam sobrepeso. Sendo
assim, estes retrocessos são considerados evoluções,
quando comparados a outras aferições.
O gráfico acima aponta melhora na perimetria, nas
circunferências braço fletido (dobrado), abdômen
e cintura. A perimetria de braço repouso e quadril
apresentaram retrocesso. A perda de perimetria
indica redução de massa muscular. Estes resultados
apontam sólida evolução na qualidade de vida dos
participantes deste grupo, uma vez que houve também perda de peso, podendo apontar a perimetria
de cintura e quadril uma das mais importantes quando se trata de indivíduos em situação de sobrepeso.
Capacidades físicas
Os testes de capacidade física apresentaram melhora
em sua maioria, mostrando um pequeno retrocesso na
resistência física. Nestes testes, vale ressaltar o avanço
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significativo na capacidade de salto horizontal, e considerando este grupo de crianças, a melhora mais importante ficou por conta da coordenação motora.
Considerações Finais
O grupo avaliado apresentou mais evoluções do que
retrocessos. Os resultados destes testes também condizem com a natureza do esporte, que quanto mais praticado, com orientação adequada e estímulos constantes,
melhores resultados traz ao praticante. Neste grupo,
observou-se um número muito grande de participantes
que se evadiu durante a execução do projeto, sendo a
principal consequência o adoecimento de alguns deles,
além de uma minoria que ficou impossibilitada de prosseguir devido a mudança no horário escolar.
Os dados apresentados neste relatório serão de
grande valia para o planejamento dos próximos projetos, uma vez que as análises são criteriosamente
apresentadas.
De modo geral, esta avaliação trouxe resultados muito
positivos, além de benefícios à saúde dos praticantes.
PERFIL EVOLUTIVO DE INDICADORES – PEI
Apresentação
Aplicação
Pessoas com deficiência contam cada vez mais com o
O instrumento abrange habilidades tanto nos aspectos
respaldo da lei para defender seus direitos. Apesar dis-
técnicos quanto psicológicos.
so, constituem um grupo que coloca muitos desafios
a gestores, educadores e até mesmo familiares. Como
Essas habilidades são observadas para que o participan-
agir para verdadeiramente interagir com a pessoa que
te possa ser qualificado para um dos seguintes níveis de
tem deficiência intelectual? Como se comunicar para
atuação:
que ela possa efetivamente participar de uma conversa?
Apesar de todos os esforços e do aprimoramento que
se observa nos serviços prestados a estas pessoas, nota-se que muitas delas ainda se encontram afastadas e
têm dificuldades de serem incluídas na vida escolar, profissional e social. Diante dessa constatação, o Instituto
Olga Kos realiza, desde 2007, oficinas de artes plásticas
e, desde 2009, artes marciais, visando ampliar o universo relacional de pessoas com deficiência intelectual,
possibilitando a descoberta de novos talentos, abrindo
canais de comunicação, aprimorando habilidades artísticas e esportivas e possibilitando a participação em novos contextos sociais.
O Perfil Evolutivo de Indicadores – PEI – tem como objetivo verificar o efeito das atividades realizadas nas oficinas de artes marciais/Karate no desenvolvimento global dos participantes. Esta avaliação é realizada quando
o participante ingressa no projeto e ao final do mesmo.
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I. Dependente: quando não consegue realizar
a atividade proposta ou pode realizá-la com
grande dificuldade e, por conta disso, pode
perturbar as atividades do grupo.
II. Intermediário: necessita do auxílio físico,
frequente, intermitente ou raro, de um
terceiro para a realização das atividades
propostas.
III. Avançado: precisa do auxílio verbal, frequente,
intermitente ou raro, de um terceiro para a
realização das atividades propostas.
IV. Independente: quando está apto a realizar as
atividades propostas com autonomia e pode
socializá-las.
Cada um dos níveis acima tem três graduações possíveis, de acordo com o desempenho apresentado
pelo participante.
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O aplicador do PEI elege um participante e o observa durante as atividades, a fim de qualificá-lo para um
dos níveis (dependente, intermediário, avançado ou
independente) em ações do Karate e assim sucessivamente, até que todos os participantes tenham sido
observados.
PEI – KARATE
Abaixo, apresentaremos todos os itens avaliados no PEI-KARATE, seguidos
por suas abreviações entre parênteses.
(CPM)
Ao chegar, como saudação ou em agradecimento ao instrutor ou
parceiro por tê-lo ajudado no desenvolvimento de suas técnicas.
Aquecimento
(AQM)
É o conjunto de atividades que visa preparar o participante para o
desempenho máximo, além de contribuir para a redução do risco
de lesões. Ele deve ser executado objetivando-se atuar em nível
orgânico, muscular, articular e psicológico.
Formação
(FRM)
Filas, colunas e o posicionamento do praticante para as
atividades do Karate.
Desenvolvimento
na aula
(DES)
Compreensão dos princípios do Karate, execução da sequência
de aquecimento, realização dos movimentos próprios dessa arte
marcial e participação no encerramento para sair do treinamento e
seguir para outras atividades.
Encerramento
(ENC)
O encerramento de cada encontro é uma saudação formal entre
o instrutor e os participantes. Isso simboliza o respeito pelos
princípios do Karate e pela atividade realizada.
Contagem
(CNT)
Reconhecimento do ritmo e/ou sequência dos exercícios.
Soco/Tsuki
(SCO)
Movimento de ataque com os membros superiores. De uma
maneira global, os aspectos técnicos mais importantes a serem
observados são: flexão e extensão de cotovelos; supinação e
pronação de antebraço; flexão correta dos dedos, inclusive o
polegar; altura do golpe e ritmo.
Maegueri/Chute
(CHT)
Chute frontal.
Schikodati
(SKD)
Posição com afastamento das pernas de forma que o pé fique
no ângulo de 45º e os joelhos flexionados e afastados no mesmo
alinhamento dos seus respectivos pés. A coluna deve estar alinhada.
Hanguetsudati
(HGT)
Posição em que a largura das pernas é equivalente à
largura dos ombros.
Técnica em
movimento
(TCM)
Hanguetsudati como descrito anteriormente, mas com mobilidade.
Cumprimento
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RESULTADOS – PEI - KARATE
CEU AZUL DA COR DO MAR
Abaixo, segue o gráfico que traz a média dos resultados obtidos com
os praticantes de Karate no CEU AZUL DA COR DO MAR, sendo
1 a avaliação inicial e 2 a final. Ao todo, 18 participantes estiveram
presentes nas duas observações do PEI - Karate.
Em seguida, apresentaremos um relatório que detalha os resultados.
As atividades em cada encontro do Karate iniciam-se com o Cumprimento
que reverencia o Mestre, os colegas, o ambiente e a atividade. Essa prática
mostrou desempenho satisfatório dos participantes que atingiram o nível
avançado, no qual há necessidade apenas de apoio externo verbal, individual
ou coletivo. Os participantes conhecem o significado do Cumprimento.
O Aquecimento também faz parte do início das oficinas e neste item, os participantes do CEU AZUL DA COR DO MAR apresentaram desempenho
também no nível avançado, mas neste caso, necessitando de auxílio verbal
com mais frequência do que aconteceu no Cumprimento. Na segunda observação, houve algum retrocesso na execução dos movimentos que fazem
parte do Aquecimento.
A Formação é uma prática importante no Karate, pois ajuda o participante a
se organizar no espaço e no grupo. O desempenho nesse item situou-se no
nível avançado, com pouca necessidade de auxílio verbal. Desta forma, notase que os participantes podem se organizar no contexto da arte marcial.
O Desenvolvimento na Aula permite verificar a compreensão que o participante adquiriu dos princípios e das práticas do Karate. Neste quesito,
observa-se que a média também se manteve no nível avançado, mas individualmente, alguns participantes ainda necessitaram de apoio concreto, além
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de auxílio verbal para realizarem as
atividades.
A compreensão e execução das
ações de Encerramento das atividades tende a não apresentar dificuldade para alguns participantes que
mostram independência em suas
ações. Entretanto, parte do grupo
mostra dependência de terceiros
para agir adequadamente.
A Contagem, além de auxiliar o
acompanhamento do ritmo das
atividades, oferece uma oportunidade de exercício intelectual.
Nessa prática, a sequência é verbalizada e os participantes devem
seguir a ordem e o movimento
correspondente. Aqui, o grupo
do CEU AZUL DA COR DO
MAR apresenta heterogeneidade,
o que significa que alguns participantes mostram-se independentes, enquanto outros dependem
dos adultos para acompanhar o
ritmo das atividades.
As práticas gerais são mais acessíveis aos participantes do que os
movimentos próprios do Karate.
A turma apresentou desempenho que evolui, mas ainda necessita de muita orientação e auxílio
dos adultos. No Shikodati o grupo
manteve-se estável ao atingir o nível avançado e somente o apoio
verbal foi suficiente, enquanto que
o Hanguetsudati foi o movimento
que causou maior dificuldade. Em
contrapartida, o Chute apresentou a menor dificuldade. Tanto no
Soco quanto na Técnica em Movi-
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mento houve necessidade de muita orientação. Cabe
notar que são habilidades que exigem atenção a detalhes e controle fino dos movimentos, características
que podem explicar as dificuldades encontradas por
alguns participantes.
Avaliação: o grupo que pratica Karate no CEU AZUL
DA COR DO MAR mostrou retrocesso em muitas
habilidades, mantendo-se estável no Shikodati, postura que exige controle de todas as partes do corpo e
indica a possibilidade de evolução. As práticas gerais
como Cumprimento, Aquecimento, Formação, Desenvolvimento na Aula e Encerramento mostram níveis
mais elevados, se comparados com os movimentos
específicos do Karate, tendência que tem sido observada em vários grupos. Possivelmente, essas práticas
sejam mais acessíveis por serem mais semelhantes a
algumas ações do cotidiano.
RESULTADOS – PEI-KARATE
CEU SÃO RAFAEL
Abaixo, segue o gráfico que traz a média dos resultados obtidos com os
praticantes de Karate no CEU SÃO RAFAEL, sendo 1 a avaliação inicial
e 2 a final. Ao todo, 23 participantes estiveram presentes nas duas observações do PEI - Karate.
Na prática do Karate no CEU SÃO RAFAEL, o grupo mostrou que o Cumprimento, o Aquecimento, o Encerramento e a Contagem são quesitos que
apresentam pouca dificuldade, mesmo considerando o pequeno retrocesso
observado neste último item citado. O grupo evoluiu nestas habilidades e
conquistou maior liberdade, dependendo menos de apoio externo. Essa
conquista significa que os participantes têm noção mais clara do contexto
em que vivem e podem acompanhar as atividades que realizam, tendo ciência do ritmo e da sequência das ações. Os resultados obtidos na Formação
e no Desenvolvimento na Aula também mostram essa noção de contexto,
apesar de haver retrocesso nessas
habilidades.
Nos movimentos específicos do
Karate, os participantes apresentam
melhor desempenho no Soco, Chute, Shikodati e Técnica em Movimento, e encontram-se em um estágio
de aprendizagem das ações, no qual
o apoio externo é fundamental, devendo se fazer com ajuda concreta
e auxílio verbal. O Hanguetsudati
é o movimento que coloca maior
dificuldade para a execução, como
nota-se em vários grupos que praticam Karate no Instituto Olga Kos.
Avaliação: nesta turma, poucos
participantes chegaram ao nível
independente, particularmente nas
ações específicas do Karate. Nestas, o grupo depende de terceiros
e pode-se concluir que esse é um
reflexo da condição geral dos participantes da oficina do CEU SÃO
RAFAEL, que precisam de cuidados
para manterem-se organizados e
funcionais.
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RESULTADOS – PEI -KARATE
LAR DAS CRIANÇAS - CASA DO CAMINHO
Abaixo, segue o gráfico que traz a média dos resultados obtidos com
os praticantes de Karate no LAR DAS CRIANÇAS - CASA DO CAMINHO, sendo 1 a avaliação inicial e 2 a final. Ao todo, 32 participantes
estiveram presentes nas duas observações do PEI - Karate.
Em seguida, apresentaremos um relatório que detalha os resultados.
Nos aspectos gerais do Karate, como Cumprimento, Aquecimento,
Formação, Desenvolvimento na Aula e Encerramento, os participantes
apresentaram desempenho satisfatório, com evolução na segunda observação do PEI. A Formação mostrou destaque, pois as habilidades
apresentadas não dependeram do monitoramento externo. Com isso,
algumas pessoas que participam do grupo têm condições de regular seu
próprio comportamento.
26
Já nos aspectos específicos do Karate, os participantes encontram
mais dificuldades. Soco, Chute
e Shikodati foram os mais facilmente aprendidos, enquanto o
Hanguetsudati foi o mais complicado. Apesar de apresentarem dificuldade no Hanguetsudati e na
Técnica em Movimento, o grupo
mostrou evolução.
Avaliação: o grupo que pratica Karate no LAR DAS CRIANÇAS CASA DO CAMINHO apresentou evolução em quase todas as
habilidades, com exceção do Soco
e da Técnica em Movimento. Tratase de um grupo que necessita de
auxílio de terceiros para realizar
as atividades e que mostra-se receptivo às orientações. A evolução
observada no Aquecimento, na
Formação e no Encerramento gera
expectativas positivas, pois são atividades gerais que podem facilmente
ser transpostas para rotinas da vida
e não se restringem à evolução no
treinamento de Karate.
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ceu azul da cor do mar |
ceu são rafael | lar das crianças
PEI – PSICOLOGIA
Agora, apresentamos os itens avaliados no PEI – PSICOLOGIA, seguidos de suas abreviações entre parênteses.
ATENÇÃO
(AT)
Refere-se a funções mentais específicas de concentração num estímulo
externo ou numa experiência interna pelo período de tempo necessário.
MEMÓRIA
(MEM)
Refere-se a funções mentais específicas de concentração num estímulo
externo ou numa experiência interna pelo período de tempo necessário.
NOÇÃO DE TEMPO
(NT)
São funções mentais que permitem ordenar eventos numa sequência
cronológica, alocando períodos de tempo para eventos e atividades.
ESTABILIDADE DO
COMPORTAMENTO
(EC)
Referente ao comportamento estável na situação, mantem-se constante na
atividade.
COMUNICAÇÃO
(COM)
Refere-se ao uso da linguagem verbal, sinais e símbolos, incluindo a recepção
e a produção de mensagens, manutenção da conversação e utilização de
dispositivos e técnicas de comunicação.
LINGUAGEM
VERBAL
(LGV)
São funções mentais específicas de reconhecimento e utilização de sinais,
signos e outros componentes da linguagem verbal.
COMPREENSÃO
DE ORDENS
(CO)
É a capacidade de entender e executar instruções dadas.
RECONHECIMENTO
DE ERROS
(RE)
Perceber e reconhecer quando comete enganos, falhas.
ORGANIZAÇÃO
COM MATERIAIS
(OM)
Assumir os objetos de uso pessoal e material usado nas práticas, além de
mantê-los em ordem..
SOCIABILIDADE
(sc)
Refere-se à possibilidade de estar no grupo, aceitar se associar.
COLABORAÇãO
(cl)
É a condição de trabalhar junto com outras pessoas, atender ao que é
solicitado pelos instrutores e auxiliar os colegas nas atividades da oficina.
participação
(pç)
Tomar parte nas atividades.
independência
(ind)
Identificar as necessidades em determinada situação e tomar iniciativa para
resolvê-la; poder agir por seus próprios meios.
interação com
o grupo
(ig)
Indica a capacidade de interagir com as pessoas de maneira contextual e
socialmente adequada, desenvolver ações recíprocas com as pessoas.
expressividade
emocional
(ee)
São funções específicas relacionadas com a adequação e controle do
sentimento e do componente afetivo das experiências vividas.
flexibilidade
(flx)
Capacidade de lidar com mudanças e aceitar argumentação.
autoagressividade
(AAG)
Refere-se à hostilidade dirigida a si mesmo.
heteroagressividade
(HAG)
Refere-se à hostilidade dirigida ao outro.
tolerância
à frustração
(TF)
É a capacidade de manter-se estável ao não ter o resultado esperado; não ter
satisfação de um desejo ou necessidade.
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RESULTADOS – PEI - PSICOLOGIA
CEU AZUL DA COR DO MAR
Segue, abaixo, o relatório que mostra os resultados
encontrados nos aspectos psicológicos das atividades
realizadas no CEU AZUL DA COR DO MAR. Nele
são apresentados os conceitos adotados nas habilidades observadas e o gráfico que mostra a média do
desempenho dos participantes nestas proficiências.
As colunas mais escuras mostram os resultados da
primeira aplicação e as mais claras mostram os resultados da segunda avaliação.
A Atenção é uma das funções básicas para as atividades
do grupo e os participantes mostraram que podem
deter-se em determinado aspecto da prática. Houve
retrocesso na segunda observação, mas manteve-se no
nível em que necessita de pouco apoio externo. A Memória e a Noção de Tempo foram duas funções em que
o grupo mostrou limitação. Embora tenha apresentado
evolução, há necessidade de muita ajuda para registrar
informações e resgatá-las quando necessário e também
para acompanhar a sequência de atividades, organizando-as no tempo.
Na Estabilidade do Comportamento e na Comunicação
o grupo encontra seus pontos fortes, pois foram habilidades que se sobressaíram nas funções ligadas à cognição, que unidas à Atenção, à Compreensão de Ordens
e Organização com Materiais proporcionam condições
favoráveis ao desenvolvimento. O comportamento estável e a capacidade de se comunicar permitem que
os participantes mantenham-se constantes nas práticas,
beneficiando-se também dos relacionamentos interpessoais. Os resultados obtidos na Expressividade Emocional e na Sociabilidade confirmam a habilidade dos
participantes nos aspectos socioemocionais. O controle
observado na Autoagressividade e Heteroagressividade
soma-se a elas, tornando-se mais um fator positivo para
o desenvolvimento do grupo.
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Embora a Comunicação esteja se desenvolvendo, o uso
da Linguagem Verbal não está entre as habilidades mais
desenvolvidas. Desta forma, pode-se concluir que há
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ceu azul da cor do mar |
ceu são rafael | lar das crianças
outros recursos comunicacionais sendo usados, suprindo as limitações verbais. Também há pouca habilidade
no Reconhecimento de Erros, que apresentou retroces-
so significativo na segunda observação. Não há dados
suficientes para explicar esta observação.
RESULTADOS – PEI – PSICOLOGIA
CEU SÃO RAFAEL
Os resultados encontrados nas observações dos aspectos psicológicos das práticas de Karate no CEU
SÃO RAFAEL são apresentados a seguir, com os
conceitos adotados nas habilidades observadas e o
gráfico que mostra a média do desempenho dos
participantes nestas proficiências. As colunas mais
escuras representam os resultados da primeira aplicação e as mais claras mostram os resultados da segunda avaliação.
O gráfico mostra resultados expressivos nos aspectos
emocionais, nos quais a agressividade se sobressai. A
Autoagressividade e Heteroagressividade apresentam
controle adequado e independente de apoio externo,
sendo possível perceber que os participantes têm condição de controlar seu comportamento nesse aspecto.
de auxílio externo, bastando orientações verbais para
que possam executar as propostas da prática. Nota-se
que o desempenho é satisfatório, mas há instabilidade,
pois na segunda aplicação do PEI alguns participantes
apresentaram retrocesso na Expressividade Emocional
e na Sociabilidade. Ainda assim, colocam-se no nível
avançado, indicando que têm noções das expectativas
do contexto. Ainda no aspecto social, a Colaboração, a
Participação e a Interação com o Grupo têm necessidade de orientação e apoio, e encontram-se alguns retrocessos entre os participantes.
Outros aspectos sociais e emocionais também se destacam, tais como, a Expressividade Emocional, a Sociabilidade, a Comunicação e a Estabilidade do Comportamento
e, neles, os participantes mostram menor dependência
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A Flexibilidade também é um ponto de destaque,
mas houve retrocesso, e como nas outras habilidades
comentadas, manteve-se o nível avançado. Na área
cognitiva, a Atenção e a Organização com Materiais
são pontos fortes, enquanto a Memória, a Compreensão de Ordens, o Reconhecimento de Erros, a Linguagem Verbal e a Noção de Tempo são funções nas
quais o grupo necessita de muito apoio e orientação.
Na Memória e na Compreensão de Ordens foram
encontrados escores muito baixos, indicando a dificuldade no uso dessas funções. Embora apresentando necessidade de apoio, o grupo mostra desenvolvimento em direção à independência, na qual alguns
participantes chegaram muito próximos ao escore
máximo.
RESULTADOS – PEI – PSICOLOGIA
LAR DAS CRIANÇAS - CASA DO CAMINHO
Os resultados encontrados nas observações dos aspectos psicológicos das práticas de Karate no LAR
DAS CRIANÇAS - CASA DO CAMINHO são apresentados a seguir, com os conceitos adotados nas habilidades observadas e o gráfico que mostra a média
do desempenho dos participantes nestas proficiências. As colunas mais escuras representam os resultados da primeira aplicação e as mais claras mostram
os resultados da segunda avaliação.
O grupo apresentou evolução em nove das dezenove funções observadas. Destacam-se o controle
da agressividade, tanto na Autoagressividade como
na Heteroagressividade, que aparecem com domínio
satisfatório dos participantes.
A Comunicação, a Estabilidade do Comportamento
e a Sociabilidade também são funções bem trabalhadas por eles, sendo necessário pouco auxílio externo
para execução. Vale notar que essas habilidades facilitam a convivência tanto no grupo de Karate como
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ceu são rafael | lar das crianças
em outros grupos sociais. Com isso, favorecem a inclusão social.
Fortalecendo a tendência à socialização, a Flexibilidade no comportamento, a Expressividade Emocional e a
Compreensão de Ordens também se apresentam como
recursos do grupo, desde que haja auxílio externo; a
Colaboração, a Independência, a Tolerância à Frustração,
a Interação com o Grupo e a Participação encontram-se
também na categoria de necessidade de auxílio externo, embora já existam condições estabelecidas para o
desenvolvimento dessas habilidades. Assim, os participantes podem manter-se no grupo e realizar as atividades, desde que haja monitoramento externo.
No aspecto cognitivo, a Atenção é uma função que apresentou instabilidade, e houve retrocesso na segunda ob-
servação, mas a Memória evoluiu satisfatoriamente. Portanto, conclui-se que a capacidade atencional também
pode ser desenvolvida, pois Memória e Atenção têm
pontos de ligação. No entanto, a Memória e a Linguagem Verbal ainda precisam ser trabalhadas, assim como
a Noção de Tempo, pois alguns participantes necessitam
de apoio intenso para desenvolver e utilizar essas capacidades. Ainda no aspecto cognitivo, o Reconhecimento
de Erros é um dos aspectos mais difíceis nas atividades,
sendo necessárias demonstrações e modelos para auxiliarem o grupo a perceber e corrigir falhas e enganos. A
Organização com Materiais tem uma vertente concreta
e bastante prática e, neste aspecto, o grupo evoluiu satisfatoriamente.
MAPA DA REDE SOCIAL
Sluski (1997) explica que a rede social pessoal pode
ser registrada em um mapa que mostra as relações
sociais da pessoa. Nesse mapa são representadas todas as pessoas com quem o indivíduo se relaciona.
O autor esquematizou o mapa incluindo as relações
familiares, as amizades, as relações na comunidade e
relações de trabalho ou estudo.
O Mapa da Rede Social de Sluzki (1997), que é utilizado para a avaliação da inclusão social nas oficinas
do Instituto Olga Kos (IOK), consiste em três círculos
concêntricos divididos em quadrantes. Na parte mais
interna colocam-se os relacionamentos mais próximos,
no círculo intermediário, os relacionamentos medianos
e, no círculo externo, os relacionamentos mais distantes,
conforme podemos ver na figura abaixo.
As pessoas que o indivíduo indica para fazer parte
do mapa constituem dos relacionamentos mantidos
na família, as amizades, ligações no trabalho e escola e também na comunidade (serviços, religião), que
formam os quadrantes. Com a aplicação desse Mapa
é possível traçar os vínculos que fazem parte da vida
de uma pessoa e o tipo de relacionamento mantido. Assim, há pessoas procuradas em momentos de
compartilhar a alegria, outras são procuradas em momentos de dificuldade e ainda aquelas a quem o in-
divíduo procura quando se sente desorientado. Além
do número de pessoas que pertencem ao universo
relacional, é possível identificar como o indivíduo está
ligado às pessoas que fazem parte de sua vida e também se elas se relacionam entre si.
No IOK são feitas duas construções do Mapa, sendo
uma no início das práticas de Karate e outra no final
delas. A variação na rede de relacionamentos mostrada por ele poderá ser um indicativo da maior participação social, ou não, da pessoa que pratica Karate
nos grupos do IOK.
Abaixo é apresentada uma imagem do Mapa Social,
no qual são feitos os registros das pessoas indicadas
pelo participante.
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MAPA DA REDE SOCIAL
ceu Azul da Cor do Mar
Cerca de 50% dos participantes que praticam Karate
no CEU AZUL DA COR DO MAR apresentam relacionamentos ligados principalmente à família, à escola
e algumas vezes à igreja. Cabe notar que há crianças
no grupo, condição que pode explicar a redução ou
ausência de relacões comunitárias ou de amizades
independentes da família. Vizinhos foram apontados
como pessoas que fazem parte da rede social, assim
como professores.
Alguns Mapas da Rede Social desse grupo foram construídos com a ajuda dos responsáveis e muitos dos relacionamentos apontados referem-se a vínculos também
dos familiares e não somente do indivíduo.
MAPA DA REDE SOCIAL
Lar das Crianças - Casa do Caminho
No Mapa das Redes Sociais dos participantes do grupo
do LAR DAS CRIANÇAS - CASA DO CAMINHO,
nota-se que treze deles apresentam redes sociais extensas, com muitos relacionamentos em todos os quadrantes. Esse aspecto é positivo em si mesmo, pois as
pessoas e seus familiares podem contar com rede de
apoio quando necessário. Muitas pessoas colocadas
nos Mapas fazem parte da família estendida dos participantes. Não ficou claro quais são as funções destas
pessoas, mas, tendo em vista que muitas vezes as redes
sociais são restritas, esse é outro ponto positivo nesse grupo. Apenas três participantes apresentaram pelo
menos um quadrante em branco, na maioria das vezes­
32
referente­ às Relações de Trabalho ou Estudo e, a faixa
etária dos participantes pode explicar a restrição nessas
relações, pois são fases da vida em que a pessoa com
deficiência é muito dependente da família, frequenta
poucos ambientes extrafamiliares e com isso estabelece
poucos vínculos fora da família.
MAPA DA REDE SOCIAL
CEU São Rafael
Tratando-se de grupo composto por crianças, cerca de
50% apresenta pelo menos um quadrante em branco
no Mapa Social, indicando uma área de relação que
encontra-se sem vínculos. Na infância, as relações dos
indivíduos ficam ligadas às relações familiares, pois não
há contextos escolhidos pela própria pessoa, assim, tal
achado é explicado pela característica dessa população.
O grupo, de forma geral, mostra tendência a manter
muitos relacionamentos e alguns participantes apontaram entre trinta e quarenta pessoas, somados todos os
quadrantes. Muitas vezes esses grupos são compostos
pela família estendida, como tios ou primos que são
colocados como amigos. Vizinhos também apareceram
como pessoas significativas, tal qual as amizades, que
surgiram em práticas esportivas. O grande número de
pessoas apontadas dificultou a exploração do significado de cada uma delas na vida do participante..
Referências Bibliográficas
SLUSKI, C.E. A rede social na prática sistêmica. São Paulo: Casa do
Psicólogo, 1997. 147p.
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SOMOS VENCEDORES
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