Fundamentos da Avaliação Física

Transcrição

Fundamentos da Avaliação Física
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE DE RIBEIRÃO PRETO
EEFERP - USP
REF0063 - Medidas e Avaliação em Educação Física e Esporte
Prof. Dr. Dalmo Roberto Lopes Machado

Medidas




Determinação da grandeza – obtenção de um escore
Atribuição de valores ou propriedade a alguma coisa
Descrição quantitativa de algo para comparações
Envolve administração de um teste
 Ex. (peso, estatura, força, velocidade, auto-imagem, QI)

Teste



Instrumento/procedimento utilizado para medir
Exame, prova de alguma capacidade ou qualidade
Forma de medida antropométrica, motora, comportamental
 Ex. (balança, estadiômetro, dinamômetro, corrida, rol de figuras, questionário)

Avaliação



Julgamento de mérito – apreciação do resultado
Comparação à uma perspectiva de referência
Descrição – classificação qualitativa ou quantitativa
 Ex. (obeso, alto, fraco, veloz, elevada, gênio)

Avaliação diagnóstica




Avaliação formativa




Antes de começar qualquer trabalho
Conhecer as condições iniciais do avaliado
Necessária para determinação dos objetivos finais (aluno,
cliente, atleta)
Durante o período de acompanhamento/treinamento
Informa o andamento do trabalho e desempenho do avaliado
Orienta as modificações/adequações necessárias
Avaliação somativa (final)



Determina aprovação/reprovação do avaliado
Resultado final em função a valores de referência
Ocorre normalmente ao final de um período pré-determinado
População avaliada
• Para quem o instrumento (testes) foi desenvolvido?
Objetivos da avaliação
• Qual o objetivo do instrumento? O que se espera da avaliação?
Tamanho do grupo de avaliados
• Instrumento: teste, escala, lista, inventário... em massa ou individual? Tem equipe?
Treinamento do administrador
• Requer especialização? E.C.G., psicometria, nutricional?
Tempo de administração
• Com instrução, aquecimento? Quantos dias?
Ambiente adequado para a administração
• Laboratório, campo? Área aberta, privada? Barulho, temperatura, umidade...
Custos operacionais
• Despesas: equipamentos, transportes, incentivos, infra-estrutura...
(Tritschler, 2003)
Conhecimento
da Realidade
Avaliação de
Determinação
dos
Reavaliação
Objetivos
Resultados
Feed-Back
Replanejamento
Treinamento
Avaliação da Condição
Fisiológica e Motora
Determinação
do Tipo de
Treinamento
Condição Desejada
Estabelecimento
de Prioridades
Conteúdo:
Tarefas:
06
Aula 1 - Fundamentos da Avaliação Física
IMC
13
Aula 2 - Composição corporal – Antropometria I
Dobras cutâneas
20
Aula 3 - Composição corporal – Antropometria II
Bioimpedância
27
Aula 4 - Avaliação da Proporcionalidade Corporal
Estratégia Phantom
03
Aula 5 – Avaliação da Postura Corporal
Avaliação Postural
10
Aula 6 - Gasto energético
Auto recordação GE - Bouchard
17
Aula 7 – Avaliação Nutricional
Triagem dos hábitos Nutricionais
24
1ª Avaliação
Março
Abril
Maio
01
FERIADO
08
Aula 8 – Avaliação Neuromuscular
Teste de Força Muscular
15
Aula 9 – Testes Neuromusculares de campo
Teste de Cooper
22
Aula 10 – Testes Neuromusculares de Laboratório
Dinamometria/St-e-Alc/Abdom. Modif.
29
Aula 11 – Baterias de Testes Motores
Elaboração de Bateria de Testes
05
Aula 12 – Avaliação da Capacidade Funcional
Frequência Cardíaca Máxima (220-Idade?)
12
Aula 13 – Musculação: princípios e orientação
Prescrição de Treino de Contra resistência
19
2ª Avaliação
Junho
Psicometria (do grego psyké, alma e metron, medida, medição)
é uma área da Psicologia que faz a ponte com as ciências
exatas, principalmente à matemática aplicada e à Estatística.
Sua definição consiste no conjunto de técnicas utilizadas para
mensurar, de forma adequada e comprovada
experimentalmente, um conjunto ou uma gama
de comportamentos que se deseja conhecer melhor.
ETM =√ [(ΣDif2/2xn]
n=5
Medição 1
Medição 2
Dif(Med1-Med2)
Dif2
Sujeito 1:
27 mm
29mm
-2
4
Sujeito 2:
13 mm
14 mm
-1
1
Sujeito 3:
17 mm
18 mm
1
1
Sujeito 4:
19 mm
20 mm
-1
1
Sujeito 5:
22 mm
22 mm
0
0
Exemplo para a medição da dobra tricipital em 5
sujeitos (o valor média foi de ~20 mm)
ΣDif2 = 7
ΣDif2/2xn= 7/2x5 = 0,7
ETM=√ΣDif2/2xn =√0,7 = 0,84 mm
Cálculo do %ETM = (ETM/Média)*100
= (0.84/20)* 100 = 4,2 %
Ideal: < 5%
Precisão – consistência da medida manter o padrão
• consistência da medida ocorrer com baixa
variação
Exatidão – expressão a medida
verdadeira - real
• Acertar o alvo. A medida obtida reflete a medida
verdadeira do atributo em questão.
•como o instrumento reproduz a medida em outros casos (avaliadores)
•confiança no instrumento de medida – probabilidade de não falhar na medição
•consistência da medida ocorrer com baixa variação
•acertar o alvo, A medida obtida reflete a medida verdadeira do atributo em questão,
American Educational Research Association, American Psychological Association, and National Council
on Measurement in Education: Standards for Educational and Psychological Testing (1985).
Fidedignidade – característica de um teste ou instrumento que
apresenta resultados consistentes. ( R e p r o du t i b i l i da d e , C o n f i a b i l i da d e )
Objetividade – consistência da medida quando realizada por
diferentes testadores
Liber dade de Tendência em Avaliação – experiência diferente
da população para quem o teste foi desenvolvido - etnia, sexo, idade,
capacidade, habilidade - explicar as eventuais diferenças
Qualidade
Psicométrica
Validade
Fidedignidade
Objetividade
Liberdade de
Tendência
Objetivo
Medir o mesmo atributo por
diferentes testes/instrumentos
Medidas (repetidas) similares
em diferentes pessoas por um
mesmo testador
Medidas similares do mesmo
sujeito por diferentes testadores
Validade – bagagem étnica
(hábitos, cultura, gênero) ou
tendenciosidade
Sub-tipos
Procedimento
estatístico
Conteúdo
Lógica
Critério
 Concorrente
 Preditiva
Correlação e CCI
Regressão
Constructo
Lógica
Índice Kappa
Proficiência repetida
Concordância
Teste-reteste
Consistência interna
 Dividida ao meio
Formas paralelas
 Pré-pós teste
Correlação Pearson
Proficiência repetida
Concordância
Inter-resultados
Testes subjetivos
(dança, ginástica...) escalas
-
Spearman-Brown
Anova e CCI
Correlação pareada
Concordância
Lógica
Validade
concor rente
• Mede a intensidade da relação
entre instrumento-referência
11 meio-fundistas treinadas – Internacional
(fem. entre 18-25 anos)
Teste cardiorrespiratório em esteira (Referência)
(Bruce – máximo)
Teste de corrida na pista de 400 mts.
(Cooper – corrida de 12 min.)
Determinar o VO2máx. nos dois tipos de testes
(Laboratório e Pista)
Determinar o coeficiente de correlação entre os
testes (R)
Capacidade
Aeróbia
CORRELAÇÃO
–1
r
1
Medir o grau de relação existente entre os dois testes
CORRELAÇÃO
x=Esteira
=
X
74
73
81
66
62
79
78
70
80
71
74
808
Y
76
80
79
66
64
81
85
73
82
70
81
837
y=Pista
X-73,45 Y-76,09
0,55
-0,09
-0,45
3,91
7,55
2,91
-7,45
-10,09
-11,45
-12,09
5,55
4,91
4,55
8,91
-3,45
-3,09
6,55
5,91
-2,45
-6,09
0,55
4,91
0,05
0,01
(x-73,45)
0,30
0,20
57,00
55,50
131,10
30,80
20,70
11,90
42,90
6,00
0,30
357
2
(y-76,09)
0,01
15,29
8,47
101,81
146,17
24,11
79,39
9,55
34,93
37,09
24,11
481
2
Cálculo do r
xx = 73,45 VO2
xy = 76,09 VO2
r = 0,89
Coeficiente de correlação (rxy)
Validação do Instrumento
0,90 - 0,99
Excelente
0,80 - 0,89
Muito boa
0,70 - 0,79
Aceitável
0,60 - 0,69
Questionável
Tritschler, 2003
Ex. Um grupo de praticantes de arco-e-flecha. Alguns fizeram 8 aulas (instruídos).
Teste: acertar na mosca
Instruídos
(n=47)
Não-instruídos
(n=31)
Proficientes
42
5
Não-proficientes
5
26
Total (n=78)
C = Coeficiente de contingência
Valores acima de 0,80 são ideais
(Krippendorff, 1980)

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