ESPELHO SONORO The Killers

Transcrição

ESPELHO SONORO The Killers
 ESPELHO SONORO The Killers - O
Homicídio de 30.000
03.SET.2009 |
À margem de toda esta controvérsia, se são rock ou pop, alternativo ou
comercial, bons ou maus, a verdade é que, e quando digo verdade é porque a
presenciei, os The Killers ofereceram um concerto às 30.000 pessoas
presentes no passado dia 18 de Julho no estádio do Restelo, Festival Super
Bock Super Rock, digno de ser registado nos melhores que passaram por
Portugal nos últimos anos.
Os The Killers, banda Americana de Las Vegas originam como muito outras,
autênticos fóruns de discussão e consequentes opiniões muito divergentes.
Em 2004 saltam para a ribalta com o aclamado álbum Hot Fuss, trabalho de
estreia onde ‘Somebody Told Me’ ou ‘Mr. Brightside’ tornam-se hinos
na arena musical de rock alternativo. Por sua vez, em 2006, lançam Sam’s
Town, diferente de Hot Fuss na sonoridade, álbum com músicas simples mas
que não deixam de ser músicas simplesmente bonitas, contudo, o caminho de
Killers começa a trilhar-se para uma onda mais pop que vem a confirmar-se
com o terceiro álbum Day & Age lançado no final do ano passado.
De facto, o single ‘Human’ torna-se um êxito de massas, estações
radiofónicas como a RFM ou a Rádio Comercial inserem ‘Human’ nas
suas playlists como de um grande êxito se tratasse, algo impensável para
músicas bem melhores como todas de Hot Fuss. Confirma-se assim a ideia já
De facto, o single ‘Human’ torna-se um êxito de massas, estações
radiofónicas como a RFM ou a Rádio Comercial inserem ‘Human’ nas
suas playlists como de um grande êxito se tratasse, algo impensável para
músicas bem melhores como todas de Hot Fuss. Confirma-se assim a ideia já
deixada no ar com Sam’s Town, que a banda de Brandon Flowers escolhe o
caminho pop e que aquela que poderia tornar-se numa banda de culto escolhe
portanto o caminho mais simples, fácil e economicamente mais vantajoso.
Na minha opinião, o melhor álbum de Killers é indubitavelmente o primeiro
mas deixando o preconceito de lado, não me incomodo a dizer que gosto
muito de Sam’s Town e que gosto de Day & Age. São álbuns diferentes,
sim, são pop, mas dentro do estilo que os próprios determinaram, são bons
álbuns com sonoridades dançantes, cativantes, com refrões emocionais e
apesar de serem músicas “fáceis” insisto no termo de que são músicas
bonitas.
À margem de toda esta controvérsia, se são rock ou pop, alternativo ou
comercial, bons ou maus, a verdade é que, e quando digo verdade é porque a
presenciei, os The Killers ofereceram um concerto às 30.000 pessoas
presentes no passado dia 18 de Julho no estádio do Restelo, Festival Super
Bock Super Rock, digno de ser registado nos melhores que passaram por
Portugal nos últimos anos.
A organização apelidou este evento de festival mas eu não o vejo desta
forma. O que vi e senti foram cinco bandas a abrir para The Killers,
analisando a forma como o público se foi manifestando ao longo do final do
dia e prolongamento da noite. Realço absolutamente as actuações de Mando
Diao que ajudaram a aquecer o ambiente mas principalmente The Walkmen.
Que lindo seria ver The Walkman a abrir para The National…
Voltando a The Killers, a banda começa com ‘Human’ e dá-se o primeiro
sinal de histeria. O público português conhecido por ser dos mais entusiastas
mostram a Brandon e companhia o que a banda pode contar e estes suponho
Voltando a The Killers, a banda começa com ‘Human’ e dá-se o primeiro
sinal de histeria. O público português conhecido por ser dos mais entusiastas
mostram a Brandon e companhia o que a banda pode contar e estes suponho
que por não estarem à espera de tal recepção, dão tudo de si nas próximas
dezasseis músicas. Dou mérito por na sua set list terem feito deslizar todos os
temas marcantes de Hot Fuss, e as tais canções bonitas de Sam’s Town, e de
Day & Age.
A relação público-banda aumentava de intensidade de música para música,
no final, de todas as opiniões que ouvi, dos mais jovens aos mais graúdos,
sobressaiu a unanimidade de satisfação pelos saltos dados, pelo suor nas
t-shirts, pelas vozes roucas, pela alma liberta de todas as emoções
exteriorizadas, é caso para dizer que na sua primeira actuação em Portugal,
os Killers assassinaram todo o anseio destes 30.000 que os aguardavam há já
cinco anos.
Finalizado o episódio The Killers, resta-nos aguardar por Franz Ferdinand
em Paredes de Coura onde aposto nas surpresas/revelações The Temper
Trap, The Pains Of Being Pure at Heat e Portugal The Man.
Deixo o último apelo a todos que o nosso grande Barco Rock Fest está à
porta, contando este ano com um cartaz de qualidade e ambicioso no sentido
do crescimento progressivo que nos tem habituado, é altura de prezarmos o
que temos e de nos fazermos mostrar neste que será o ano da confirmação.
Bem hajam aqueles que dão tudo de si para erguerem um acontecimento
destes na nossa região, e eu bem posso felicitar-vos pois bem vi como
cresceu o BRF desde a sua primeira edição. Parabéns!
Horácio Nogueira
é DJ e parte integrante dos ‘Les Dirty Two”
Horácio Nogueira

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