Revista Junho n° 30

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Revista Junho n° 30
REVISTA
CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA 5a REGIÃO - ANO 7 - EDIÇÃO 30 - ABRIL/MAIO/JUNHO- 2010
Novos
Fisioterapeutas e
Terapeutas
Ocupacionais:
o mercado está
preparado
para recebê-los?
Eleições 2010
C hapa 2 vence o pleito
IMPRESSO AUTORIZADO
PODE SER ABERTO P/ECT
PARA USO DOS CORREIOS
Desconhecido
Falecido
Mudou-se
Recusado
End. Insuficiente
Não existe o n.º indicado
Ausente
__________________________
Reint. ao Serviço postal em:
_____ / _____ / _______
__________________________
Ass. Responsável
__________________________
Avenida Palmeira, 27 - 403
CEP: 90470-300 – Porto Alegre
Como fu nciona o
Departamento de
Fiscalização do CREFITO5/RS
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
Editorial página 3
Cartas página 4
Prestação de contas página 5
Entrevista
Eleições 2010
Mercado de Trabalho
Notícias
Agenda de eventos e Dicas
Especial – Fisioterapia na Hemodiálise
Agenda da Diretoria
Artigos
Assessoria Jurídica
Fiscalização
Horário de expediente externo do CREFITO5/RS: de segunda à sexta-feira,
das 9h às 17h.
Diretoria
Presidente
Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
Vice-Presidente
Dr. Jadir Camargo Lemos
Diretora-Secretária
Dra. Vera Elaine Marques Maciel
Diretor-Tesoureiro
Dr. Gérson Adriano Chequi Pinto
Assessoria de Comunicação e
Jornalistas Responsáveis
Flávia Lima Moreira - MTB 12914
Manuela Martini Colla - MTB 12449
Projeto gráfico
Veiga Consultoria Integrada em Comunicação
Impressão
Gráfica Trindade
A revista do CREFITO5/RS é o órgão oficial de divulgação do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – 5ª Região.
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Periodicidade: trimestral
Tiragem: 10.000 exemplares
As matérias assinadas são de responsabilidade de
seus autores. Proibida a reprodução parcial ou total
sem prévia autorização. As fotos, quando não creditadas, são de autoria de Flávia Lima Moreira ou
Manuela Martini Colla.
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Uma história de conquistas
Dr. Jadir Camargo Lemos - Vice-Presidente do CREFITO5/RS
Dra. Vera Maciel - Diretora-Secretária do CREFITO5/RS
Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira - Presidente do CREFITO5/RS
Dr. Gérson Chequi - Diretor-Tesoureiro do CREFITO5/RS
Ao longo desse tempo, desempenhou
papel fundamental no fortalecimento de
nossas profissões.
Hoje, o CREFITO5/RS é reconhecido
nos meios políticos e sociais pelo papel
que sempre desenvolveu na proteção do
livre exercício profissional
Iniciamos esta Gestão em 2006 com
um grupo de profissionais fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais dispostos
a lutar pelas nossas profissões, pautadas em propostas claras e objetivas. Ao
longo dos quatro anos passados, fomos
colocando em prática aquelas propostas, contando com o apoio de diversos
outros profissionais que se aproximaram
do Conselho por acreditarem ser possível vencermos muitos dos nossos obstáculos através da união dos profissionais.
Conseguimos, com ações programadas
pelas diversas Comissões, levar o Conselho a lugares antes desconhecidos,
visitando as Escolas Formadoras, promovendo o Ciclo de Debates em pontos
estratégicos do Estado e cursos de atualização técnico-científica. Atendendo a
demanda e acompanhando o crescimento numérico e de qualidade dos nossos
profissionais fisioterapeutas e terapeutas
ocupacionais, descentralizamos o Conselho com a criação das seccionais de
Santa Maria e de Caxias do Sul, que além
de agilizar o atendimento, serve como
ponto de agregação e união dos profissionais daquelas regiões do Estado. Mas
não descuidamos da capital. Por aqui, os
colegas se dividiram em ações e atividades junto às esferas públicas (municipal,
estadual e federal) e privada, buscando
novos espaços, defendendo nossos direitos, divulgando nossas profissões, levando e algumas vezes impondo nossa
presença em espaços de discussão das
políticas de saúde da população. Senão
vencemos todas as batalhas, em momento algum nos desmotivamos para a
luta. Seguimos sempre incentivados por
aqueles que em nós depositaram confiança. Chegamos em 2010 e olhamos
para trás e nos orgulhamos dos nossos
feitos. Temos certeza de que fizemos o
melhor que podíamos e o máximo que
nossas forças alcançaram.
O êxito de nossas ações contou sempre
com a colaboração, apoio e compreensão do corpo de funcionários que incondicionalmente manteve o engajamento
desde o inicio de nossa gestão. A vocês,
o nosso MUITO OBRIGADO!
Na certeza do dever cumprido, na alegria de termos desenvolvidos um trabalho em prol das classes e a satisfação
de termos contado com o apoio de todos os parceiros e colegas, que direta
ou indiretamente, se fizeram presentes
nesses quatro anos, expressamos nosso
reconhecimento...
Editorial
O CREFITO5/RS completou, no último
dia 16 de maio, 25 anos de existência.
Foi através da Resolução COFFITO n°
54/1985 que surgiu esta autarquia profissional, com a finalidade de promover
o controle ético das profissões de fisioterapia e de terapia ocupacional, nos
Estados do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina.
...Sirvam nossas façanhas de modelo a
toda a terra...
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Transferência de registro
Sou fisioterapeuta e pertenço ao CREFITO5, e já havia entrado em contato com
vocês há algum tempo, perguntando a
respeito da transferência do meu registro profissional para o CREFITO8. Como
bem orientada por vocês, entrei em contato com o CREFITO8, mas não fui tão
bem atendida por eles, então fiquei meio
em dúvida quanto a uma informação que
me foi passada. Eles requisitaram o envio
de meu diploma original juntamente com
uma cópia autenticada do mesmo pelo
correio. Sei que cada CREFITO possui
procedimentos próprios, mas gostaria de
saber se esse requisito do envio do diploma original é pratica comum entre os
conselhos regionais, ou mesmo se vocês
procedem dessa forma? Fiquei um tanto
desconfiada com esse procedimento, e
agradeço se vocês me orientarem a respeito. Desde já agradeço.
Daiane Latosinski
Fisioterapeuta
Dra. Daiane,
Cartas
Cada Regional possui particularidades
na forma como conduz cada tipo de
procedimento. Considerando que V.S.ª possui
uma Licença Temporária no CREFITO5/
RS que vencerá apenas em 21/08/2010.
O procedimento de transferência para o
CREFITO5/RS (em caso de LTT dentro da
validade) ocorre da seguinte forma:
4
1) O profissional solicita transferência (por
escrito) junto ao CREFITO5/RS;
2) Enviamos um ofício ao CREFITO de
origem solicitando o prontuário do mesmo.
3) Ao receber o prontuário do profissional,
analisamos a situação do mesmo;
4) Ao constatar que trata-se de uma licença
dentro de sua validade, informamos ao
profissional que ele poderá confeccionar
uma nova licença (com a mesma validade
da emitida no CREFITO de origem) ou
encaminhar o Registro Definitivo (processo
que é necessário o diploma original, pois o
mesmo vai ao COFFITO para que o número
definitivo seja emitido no verso do mesmo).
5) Normalmente, os profissionais optam
por fazer o Registro Definitivo porque não
precisarão efetuar o pagamento de uma
nova LTT.
Estamos à disposição para quaisquer
esclarecimentos.
CREFITO-5/RS - Secretaria Geral
de Saúde.
Com relação ao valor proposto, vale o que
foi acordado no credenciamento, ou seja,
para alterá-lo necessita que haja uma nova
contratualização onde as partes envolvidas
chegam ao um acordo. A esse dispositivo
quando se tem um contrato chamamos de
aditivo contratual, que precisa da concordância dos interessados.
Volto a dizer: A TUSS é apenas um mecanismo facilitador de dados epidemiológicos
entre operadora e agência.
Nova tabela TUSS
Sou proprietária de uma clínica de Fisioterapia - Fisiovida Clínica de Reabilitação
- em Gravataí/RS e estou com uma séria
dúvida em relação a guia TUSS, exigida
pela ANS. Atende-se RPG pelo convênio Saúde Bradesco e, segundo a nova
tabela, não há descrição deste procedimento. O que nos foi informado é que as
autorizações de RPG serão pelo código
20103115, que se refere ao procedimento clínico/ambulatorial de atividade reflexa ou aplicação de técnica cinesioterápica
específica com o valor de R$ 13,60. Meu
questionamento é sobre a redução do
pagamento da técnica de RPG, que antes
era R$22,40 e agora está por R$13,60.
Pode ocorrer uma redução dessas? Gostaria de, o mais breve possível, ter uma
resposta sobre isto, pois esse decréscimo
afetará drasticamente no faturamento da
clínica.
Eliane R. Petter
CREFITO5/RS 31242-F
Prezada Dra. Elisângela.
Em relação à Terminologia Única Saúde
Suplementar - TUSS, essa tabela somente
faz referência aos procedimentos médicos,
e tem como finalidade a troca de informações das operadoras com Agência Nacional
Dr. João Magalhães
Representante do COFFITO na Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS e Diretor Tesoureiro do CREFITO2
Depoimento
O CREFITO5/RS, na gestão da Dra. Maria
Teresa, significou novamente sua lógica de
existência. E que bom que isso ocorreu!!!
Digo isso porque eu era ainda estudante
quando me aproximei do conselho por
primeira vez. O que possibilitou essa
aproximação era algo em comum que nos
fazia refletir e disputar junto aos demais.
Esse algo em comum se chama Sistema
Único de Saúde - SUS.
Desenvolvo esse depoimento, pois essa
gestão merece sim um importante lugar
na história do CREFITO5. O CRFEITO5,
começou a de fato realizar a defesa da
dignidade do trabalhador, do educador,
do estudante, e de todo o usuário de um
serviço de Fisioterapia, fosse ele público
ou privado. Senti-me muito digno em fazer parte da Comissão de Estudantes do
CREFITO5, e poder junto com o mesmo
defender essas bandeiras junto á sociedade sul-riograndense e brasileira.
Régis Cunha de Oliveira
CREFITO5/RS 91521-F
Prestação de Contas
do Exercício de 2010
A gestão 2006-2010 cumprindo com sua
postura ética e transparente apresenta
a prestação de contas do período de 1º
de janeiro a 31 de maio de 2010, relativo
às receitas e despesas do CREFITO5/RS.
Os percentuais apresentados são relacionados a receita realizada. Neste período
foi arrecadado o valor de R$2.188.643,68
(dois milhões cento e oitenta e oito mil
seiscentos e quarenta e três reais e sessenta e oito centavos), tendo sido gasto
o valor de R$1.380.945,62 (um milhão
trezentos e oitenta mil novecentos e
quarenta e cinco reais e sessenta e dois
centavos) equivalente a 63% do valor arrecadado.
3 - Pela redução na Folha de Pagamento
com o desligamento de um funcionário
com um custo salarial para o CREFITO-5
no valor de R$ 10.963,77 (dez mil novecentos e sessenta e tres reais e setenta e
sete centavos) mensais.
Em 2010 a arrecadação até 31 de maio
já alcançou 89% do valor arrecadado
no exercício de 2009, o que nos leva a
concluir que neste exercício teremos um
acrécimo da arrecadação em torno de
25%, por tres motivos:
Esta gestão deixa em caixa o valor
de R$ 826.628,12 (oitocentos e vinte e seis mil sescentos e vinte e oito
reais e doze centavos) recurso público destinado as despesas de custeio
do CREFITO5/RS. Desejamos a gestão
2010-2014 a continuidade do trabalho
profícuo e exitoso.
1 – Pelo aumento médio anual de novas
inscrições
2 – Pelo reajuste da anuidade que estava
congelada desde 2008
554.322,28
482.286,01
400.164,67
137.940,90
700.000,00
600.000,00
500.000,00
400.000,00
300.000,00
200.000,00
100.000,00
-
613.929,82
Receita
atéda
31Receita
de maio
Execução
JANEIRO
FEVEREIRO
MARÇO
ABRIL
MAIO
Diárias e ajuda de custo
R$ 46.890,03
2%
Despesas de Capital
R$ 15.480,30
1%
Prestação de Contas
Execução da Despesa
Diversas Despesas
de Custeio
R$ 19.497,28
1%
5
Despesas com as eleições do CREFITO5/RS
CONSELHO REGIONAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL 5ª REGIÃO
DEMONSTRATIVO DE DESPESAS COM ELEIÇÕES
DESPESAS
VALORES
PUBLICAÇÕES
12.610,10
IMPRESSÃO MATERIAL DE ELEIÇÃO
EXPEDIÇÃO DA CÉDULA ELEITORAL PARA INTERIOR
3.398,40
CARTAS RESPOSTAS
3.394,65
490,00
LOCAÇÃO DE ESPAÇO
1.750,00
FITAS PARA DEMARCAÇÃO
146,00
LAMPADAS
298,00
ALIMENTAÇÃO (mesários, comissão eleitoral e funcionários)
FAIXAS
1.139,20
180,00
AJUDA DE CUSTO COMISSÃO ELEITORAL
CRACHAS
3.540,00
38,00
HORAS PESSOAL TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL
2.500,00
SEGURANÇAS
816,00
LOCAÇÃO DE MÓVEIS
200,00
LIMPEZA
145,00
HORA EXTRA FUNCIONÁRIOS
4.906,50
DESPESAS COM TAXI
300,00
TOTAL GERAL
Prestação de Contas
16.861,75
EXPEDIÇÃO DE OFíCIO PARA CIDADES COM URNAS ELETRÔNICAS
COPIAS
6
1.470,00
54.183,60
Presidente do COFFITO fala
sobre os 25 anos do CREFITO5/RS
“Parabenizo a Gestão 2006-2010 do
CREFITO5/RS e a todos os fisioterapeutas e terapeutas ocupanais, no
nome da Dra. Maria Teresa Dresch da
Silveira, pelos 25 anos da entidade. A
Gestão 2006-2010 atuou durante oito
anos de forma exemplar, honesta e
com muita transparência. Respeitan-
do, assim, o órgão público, seu Sistema, sempre pautando o trabalho na
busca da valorização dos profissionais
e nas suas conquistas. E sem dúvida,
há um legado de grandes conquistas e
grandes feitos. Parabéns!
Dr. Roberto Cepeda
Presidente do COFFITO
Pensando sobre ética em Fisioterapia
e em Terapia Ocupacional
ca, do Kotler e de Heglers, para permear
os conhecimentos da filosofia em prol da
vida. Houve um boom do interesse por
esses temas. Hoje, temos a Bioética segmentada, que veio para auxiliar o trabalho
dos profissionais da área da saúde – tanto
em pesquisa, como em assistência. Eu comecei a trabalhar com Bioética dentro de
Comitês de Pesquisa da universidade em
1996, quando notei que, na Fisioterapia,
não havia essa preocupação com a Bioética. O que temos é o Código de Ética,
disciplinas de condutas éticas, mas não a
reflexão, que é o que a Bioética promove.
Isso me estimulou a trabalhar com isso.
Quando eu terminei a minha tese sobre
Bioética na práxis da fisioterapia, em
2008, eu só havia encontrado dois artigos
no Brasil que falassem sobre este tema.
Na Fisioterapia, investimos muito no nosso conhecimento e aprimoramento técnico, científico, e deixamos a ética de lado.
O tema “Bioética” tem uma relação
tênue com autonomia, certo?
Sim. A Bioética Principialista trabalha com
a questão da autonomia, da beneficência,
“O CREFITO está fazendo seu papel (falando sobre o Ato Médico),
e os fisioterapeutas precisam fazer o deles: melhorar a qualidade
do seu atendimento. Alguns profissionais apenas colocam
os pacientes nos aparelhos, sem dar atenção nem avaliar
corretamente. Isso está longe de ser um bom atendimento!”
Entrevista
CREFITO5/RS - A discussão em torno
da bioética na fisioterapia é recente.
Como a senhora começou a se interessar sobre estas questões?
Dra. Ana Badaró - A ética é uma construção filosófica, antiga e que vem permeando os cursos da saúde e todas as demais
profissões no sentido de condutas morais
para um bom atendimento, para um res-
peito às questões
de inter-relacionamento profissional, inter-paciente
e condutas as mais
adequadas possíveis em benefício
às pessoas. Nos
anos 1950, a grande evolução da
ciência no século
passado começou
a fazer com que
se pensasse melhor sobre a forma
como as pesquisas
estavam
sendo
conduzidas nesta
área, e com que limites eram realizadas.
Os americanos passaram por uma época
de grande questionamento, a partir da
II Guerra Mundial e dos horrores que o
mundo sabia que aconteciam nos campos de concentração, sobre este assunto.
Nos Estados Unidos também se verificaram abusos em pesquisa – tudo em nome
da ciência. Tudo isso culminou em 1970,
com o caso ocorrido em Tuskegee, Alabama, quando houve um estudo com patrocínio do governo americano que deixou
400 negros com sífilis sem tratamento
durante 40 anos. O Becker, um grande
pesquisador americano, fez uma investigação sobre como funcionava o termo
de consentimento dos Artigos Científicos
publicados nas revistas de saúde renomadas do país e verificou que os indivíduos
mais vulneráveis, como as crianças, idosos, deficientes mentais, pacientes internados, sofriam com pesquisas abusivas. O
pesquisador, então, denunciou isto. Esta
demanda de denúncias que ocorreu na
década de 70 propiciou que se começasse a questionar esta ética. Paralelamente
à isto, surgia a proposta da ética da bioéti-
Fotos: Flávia Lima Moreira
Cada vez mais, os Fisioterapeutas e os
Terapeutas Ocupacionais estão preocupados com as suas responsabilidades
em relação aos doentes, os valores inerentes aos objetivos destas profissões,
as decisões apropriadas acerca dos cuidados com os pacientes, a ética do relacionamento entre os profissionais e as
responsabilidades sociais de suas profissões. Diariamente, eles se deparam com
situações que envolvem questões éticas,
que muitas vezes acabam sendo confundidas com questões morais. Confira
uma entrevista sobre este tema com Ana
Fátima Vieiro Badaró, autora da tese de
Doutorado “Ética e bioética na práxis da
fisioterapia: desvelando comportamentos”, publicada em 2008 e professora
da disciplina de Bioética da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM).
7
Entrevista
da não-maleficiência e da justiça. E foi a
Bioética Principialista que mais se adequou às condutas dos profissionais da saúde. Nós, profissionais desta área, temos
dificuldade em interpretar a filosofia –
muitos pensam que filosofia é apenas para
filósofos, e não para nós. Mas a Bioética
Principialista consegue, com estes quatro
princípios, nortear o trabalho de quem
atua na área da saúde, já que discute a autonomia, a beneficência (no sentido de fazer o bem para as pessoas), a justiça (que
fala da equidade e do direito de todos
receberem tratamento e atendimento) e
a não-maleficiência (não fazer o mal). A
reflexão parte da seguinte pergunta: “O
que é o melhor para o paciente? O que
não fará mal para ele?”. A autonomia dos
fisioterapeutas existe, mas é limitada. O
problema é que temos autonomia mais
como regra do que como princípio. Daí
torna-se difícil exercê-la.
Como a senhora avalia o ensino das
disciplinas de ética profissional ministradas atualmente para os futuros
fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais? Qual seria a forma ideal de
transmitir estes conceitos?
O Código de Ética é baseado nos princípios da ética filosófica. O problema é
que a ética, como princípio, e a moral
sempre foram considerados sinônimos.
No século passado, houve uma abertura
nesse sentido, de separar este conceito
– na Bioética, entendemos que a ética
são os princípios reflexivos e a moral, os
princípios de regra. Então, nosso Código
de Ética peca nisso, porque ele é um código de moral: ele normatiza, ele cobra
e, se você não cumpre, ele é punitivo.
A ética não é punitiva – todos precisam
ter princípios éticos para agir, e esse conceito tem que ser trabalhado – ou pela
religião, ou pela cultura, ou pela escola.
Não interessa – cada cultura, cada povo,
cada profissão têm isso dentro de si. O
próprio professor pode passar isso para
os alunos, ou não, que vão aprender e repetir aquilo. A Fisioterapia carece de estudos que nos propiciem uma visão mais
ampla sobre o ensino de ética nas universidades – e é isso que estamos tentando
fazer, promover essa discussão, para que
a ética permeie as ações destes profissionais desde o início de suas carreiras. Com
as novas diretrizes, encontramos disciplinas de Bioética nos cursos, e também a
Ética Deontológica, que não podem ser
misturadas.
A senhora acredita que este assunto
deveria ser mais valorizado pelas instituições de ensino superior? Qual se-
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ria a saída para que o
ensino deste assunto
fosse mais abrangente?
A disciplina de Bioética
precisa ser colocada nas
universidades de forma mais leve. Eu, por
exemplo, trabalho na
Universidade Federal de
Santa Maria com a ajuda
de exibição de filmes
que dão margem à discussão. Através deles, o
contexto da Bioética é
trazido para o cotidiano
dos alunos. Hoje, temos
muitos recursos metodológicos que podem
ser usados para dar aula
de Bioética. Institucionalmente, os currículos
exigem que se tenha
uma disciplina de Bioética, e isso é cumprido. O
grande problema é que
isso acontece de forma
burocrática, não dando
importância a um tema
tão fundamental. Na
minha opinião, a ética
e a bioética devem ser
ministradas já no início
do curso, para embasar todo o trabalho dos
futuros profissionais, e
ela tem que continuar
durante todo o curso. Eu ministro a disciplina nos primeiros semestres e, quando os alunos chegam ao final do curso, já
não lembram mais dos princípios de ética
que aprenderam no começo da graduação. Por quê? Porque eles não praticam.
Se a gente não exercitar na graduação,
como o fisioterapeuta vai usar isso na vida
profissional? Por isso, na minha opinião,
não existe um método ideal para ensinar
ética – existe, sim, a carência de reflexão
sobre esse tema. O método é apenas o
recurso usado para
atrair aquele grupo
de pessoas e motivá-los.
nos que estão no começo do curso acham
maravilhoso e, os que já estão se formando e estagiando consideram a disciplina
um fardo. Por isso, esta disciplina deve ser
ministrada no início da graduação, para
motivar o debate e construir, junto com
o aluno, a sua base para quando for um
profissional. No final da graduação, muitos alunos acreditam que já sabem tudo
sobre bioética simplesmente pelo fato de
já estarem atendendo os pacientes. Essa
base não faz falta para ele. A receptividade é sempre boa – o problema é colocar
em prática.
“Nosso Código de Ética peca
nisso, porque ele é um
código de moral:
ele normatiza, ele cobra
e, se você não cumpre,
ele é punitivo”
E como é a receptividade dos alunos em relação
à este assunto?
Eles entendem a
importância do
tema?
Eu já trabalhei com
alunos de diversos semestres devido à reforma curricular da Fisioterapia. Os alu-
De que forma
isso pode ser corrigido nos profissionais que já
estão atuando no
mercado como fisioterapeutas?
A medicina fez um
grande chamamento através dos médicos mais experientes na hora de montar
seu Conselho. Eles fizeram uma série de
cursos e deram para cada médico acesso a
A senhora acredita que ainda prevalece a visão paternalista na atuação
do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional? Se sim, por que é tão difícil
ultrapassarmos esta visão?
O nosso modelo é paternalista – a história
das profissões da área da saúde é baseada
em princípios paternalistas: baseada em
doação, na vontade de fazer o bem, mas
pelo simples fazer. É isso que a bioética
questiona. Os novos modelos de saúde e
Como avalia as recentes mudanças
no Código de Ética da Medicina, que
fala muito sobre cuidados paliativos?
Recentemente foi aprovado o novo Código de Ética da Medicina, que prevê que
o paciente tem o direito de ser ouvido,
de consultar outros médicos... A que
ponto nós chegamos? Isso precisa es-
tar no Código? A medicina se deu conta
disso, porque se perdeu a ética e, agora, virou norma. A medicina mudou – e
nós, vamos mudar? Acredito que não. A
relação paciente – fisioterapeuta é muito
forte, estreitada por tempo de convivência, por contato físico, emocional, então
acaba uma coisa familiar. Isso também não
pode, a postura profissional precisa ser
mantida, não se pode perder a essência.
Outra questão que vejo da autonomia do
fisioterapeuta que não é exercida é a avaliação funcional. Quem ainda faz isso, de
avaliar o paciente como um todo, saber
como ele está emocionalmente, de forma
global? A gente avalia a queixa. As pessoas
reclamam de dor em uma parte do corpo,
mas como está todo o resto? É o problema das especialidades: “sou especialista
em ombros, trabalho só com esta parte”.
Está errado! Por isso que eu trabalho muito com meus alunos a avaliação postural,
que é uma boa forma de avaliar bem um
paciente. Mas poucos fisioterapeutas fazem inspeção postural em seus pacientes,
o que é uma lástima. É preciso esquecer
os equipamentos, as máquinas... O fisioterapeuta precisa olhar para seu paciente, sentir. A máquina nos dá ângulos, que
são estáticos. Nós não podemos perder a
capacidade de olhar o movimento, interpretar e reprogramar este movimento.
Isso é subjetivo, sim, mas fundamentado
em uma ciência, e está sendo lamentavelmente relegado ao segundo plano.
Qual sua opinião sobre o Projeto de
Lei do Ato Médico, que foi aprovado
na Câmara dos Deputados e que está,
atualmente, no Senado Federal, que
preconiza que todas as intervenções
que os fisioterapeutas fazem devem
ser prescritas por médicos?
É preciso contrapor isto com qualidade
no atendimento – quanto melhor atendermos nossos pacientes, seja na avaliação ou na terapia em si, melhor será para
derrubarmos este discurso autoritário
do PL do Ato Médico. O CREFITO está
fazendo seu papel, e os fisioterapeutas
precisam fazer o deles: melhorar a qualidade do seu atendimento. Alguns profissionais apenas colocam os pacientes nos
aparelhos, sem dar atenção nem avaliar
corretamente. Isso está longe de ser um
bom atendimento! Para ligar aparelho,
não precisa ficar cinco anos na universidade! Os pacientes precisam ser avaliados
dentro do quadro físico, psíquico e social
para que, a partir daí, a assistência e o tratamento de reabilitação sejam realmente
melhorados. Quando há qualidade, você
aumenta a sua autonomia profissional e
diminui a ingerência.
Entrevista
este conteúdo dentro dos seus consultórios. Ou seja: eles entraram no contexto
de trabalho deles e deixaram as informações disponíveis, para que houvesse acesso fácil a elas e capacitaram estas pessoas.
Hoje, eles têm revista de Bioética há quase quinze anos, muitos artigos publicados
nos sites de medicina... Tudo isso foi resultado de um investimento neste tema.
Os Conselhos de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional precisam investir neste
tema para que ele seja popularizado. Isso
deve ser uma preocupação do dia-a-dia
de todos os profissionais. Em eventos de
Fisioterapia, teria que haver uma palestra
sobre ética ou bioética.
ensino já estão mudando
– não se admite mais que
você atenda as pessoas
sem ouvi-las, sem que
ela faça uma contextualização do seu problema,
e os próprios pacientes
questionam isso. Mas
ainda temos um sistema
amarrado, e muitos profissionais acreditam que
o paciente é quem deve
apenas receber as coisas
e, nós, apenas devemos
dar algo a eles. É preciso
desmanchar esta cultura, e isso leva tempo e
dedicação. Um exemplo
disso: chega um paciente com a prescrição para
fazer um determinado
número de consultas
de fisioterapia. Ele não
pergunta como, porque,
se existe alguma outra
alternativa de tratamento... Ele simplesmente
quer ser atendido. O paciente chega com uma
dor, os fisioterapeutas
aplicam uma analgesia e
acabou – isso não resolve problema nenhum!
O profissional, habilitado para realizar aquele
procedimento, apenas
o atende e esquece que
é necessário conversar com o paciente,
dar informações para ele, ver se ele compreendeu a abrangência daquela informação, dar opções de tratamento, e ver se
o paciente aceita ser submetido aquele
tratamento. Na minha tese, me deparei
com casos de profissionais que ficam indignados com pacientes que não aceitam
passar por um tratamento – mas isto é
uma conquista nossa! A relação profissional/paciente não é mais unilateral. Nós,
como profissionais e detentores de conhecimento, temos a responsabilidade de
filtrar isso em linguagem acessível para as
pessoas – e não esperar que elas entendam isso na linguagem específica da nossa
profissão. Esse é o termo de consentimento aplicado à nossa prática cotidiana.
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Os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais devem prosseguir com um
tratamento que provou ser ineficaz
só por que a sua continuação foi recomendada por um médico?
Se o fisioterapeuta recebe um paciente
com dor, que quer que ele faça um procedimento que o profissional percebe que
não vai dar certo, o primeiro passo é explicar ao paciente porque o fisioterapeuta
acredita que este tratamento não é o mais
indicado. Caso o paciente entenda a posição do fisioterapeuta, o próximo passo
é entrar em contato com o médico – alguns dão abertura e outros, não. Quando
o fisioterapeuta é recém-formado, tem
mais dificuldade de conseguir esta abertura. Temos dois conflitos, então: se o
fisioterapeuta tem pouca experiência e
está iniciando no mercado de trabalho,
tem medo de dizer “não” ao paciente e
ao médico por receio de ficar sem pacientes. Quando o fisioterapeuta já tem uma
carreira, pode alegar: “Este procedimento não é adequado, vou encaminhar para
outro profissional porque eu não o farei”.
Eticamente, o correto é explicar e tentar
entender essa situação. Mas, ao fazer a
minha tese de doutorado, vi que a questão era econômica: os fisioterapeutas não
queriam perder pacientes.
Entrevista
E quando um fisioterapeuta nota que
um colega está tendo uma postura que
não é considerada ética. O que fazer?
Precisamos, antes de tudo, de consciência de base, de ética. Eu trabalho com
escoliose, que exige tratamento no corpo
todo. Eu fiquei afastada durante um período e, recentemente, recebi uma paciente minha de volta. Ela se tratou com
10
outras pessoas durante este período e
trabalharam a Articulação Temporo Mandibular (ATM) dela, e tentaram fazer RPG
e trabalhar a postura dela. Como a paciente não se adaptou, eles abandonaram
o tratamento. A fisioterapeuta que atendeu esta paciente não entrou em contato
comigo, e a paciente foi quem me procurou para continuar o tratamento. Então,
falta mesmo é a base forte da ética, e isso
é um exemplo forte disso. Se não houver
essa noção de ética, sempre vamos atacar
“o outro”, seja ele o PL do Ato Médico, o
plano de saúde que não paga corretamente... Sendo que o cerne do problema é a
nossa postura profissional, a falta de união
da categoria. E não abrir mão do que é
nosso: dar um diagnóstico completo, correto, tocar o paciente, conversar com ele.
É uma profissão sinestésica, e tem muita
gente que não toca. Quando surgiram os
recursos tecnológicos na fisioterapia, eles
eram símbolo de status num consultório,
era um visual atrativo. Ultrassom, ondas
curtas... Eram aparelhos alemães enormes, que encantam e dão segurança para
alguns pacientes. “O aparelho funciona e
me tira a dor, portanto, é importante”. O
Fisioterapeuta é bom porque usa o aparelho, não porque fez um diagnóstico bom.
Sob que circunstâncias é permitido
causar dor e/ou desconforto aos doentes?
Eu tenho um princípio meu, pessoal, e
costumo passar isto para os meus alunos:
Fisioterapia não dói. Se doer, algo está errado. Se eu sei que não é para doer, vou
buscar recursos para que seja possível realizar estas atividades sem dor. Se doer,
é sinal vermelho – para de fazer. Hoje
em dia, existem muitos recursos, desde
os mais antigos até os atuais: gelo, massagem, conversa, exercícios de respira-
ção... Eu tenho este princípio básico e vou
seguir ele. Por isso, estes princípios são
tão importantes. Você pode fazer alongamento na perna de uma criança se ela
estiver chorando, mas isso vai de encontro à ideia da não-maleficência. E contra
a bioética.
Um fisioterapeuta pode omitir do
paciente detalhes sobre o seu diagnóstico, ou sobre o tipo de tratamento que se está a fazer? Com quem é
permitido discutir os detalhes de um
caso de um doente?
Eu, por exemplo, trabalho com escoliose e com adolescentes. Através de uma
reflexão baseada nos princípios da bioética, percebi que quem me procura mais
é a mãe ou o pai deste adolescente desesperado querendo que ele se submeta
ao tratamento. Aprendi que, em qualquer
circunstância, é preciso antes ouvir esta
criança, este adolescente. Perguntar se
ele quer tratar e, se disser que não, perguntar o porquê, investigar e saber se ele
está disposto a passar por um tratamento. Convido a criança para brincar com
atrativos, como bola, e vou construindo
esta relação. Com os pais, converso separadamente. A base é perguntar se ele
quer fazer o tratamento. Os pais podem
insistir, eu posso me acabar tentando fazer com que ela faça exercícios, não vai
adiantar. Pega a criança no colo, converse
com ela, mesmo que isso extrapole seu
horário de atendimento! Isso me incomoda muito. Por que não dar atenção,
brincar, conversar com este paciente
que é criança? È a nossa essência como
profissional. Não basta preocupar-se apenas com a beneficência, deve-se pensar
na não-maleficência, que seria fazer um
criança chorar, obrigá-la a fazer um tratamento determinado.
Chapa 2 vence
as eleições do CREFITO5/RS
No dia 29 de maio, aconteceram as Eleições 2010 para o Conselho Regional de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 5ª
Região. As eleições aconteceram simultaneamente em Porto Alegre, Santa Maria e
Caxias do Sul, das 8h às 17h, e todas as seções estavam equipadas com urnas eletrônicas do TRE. Os votos das demais cidades
do Rio Grande do Sul foram enviados por
correspondência.
Por volta das 18h, foi feita a apuração dos
votos das urnas eletrônicas em Porto Alegre, Santa Maria e Caxias do Sul. Depois,
iniciou-se o processo de apuração dos votos do interior. No total, foram computados 5.715 votos.
A votação ocorreu durante
todo o dia em Porto Alegre com
agilidade e tranquilidade (aimca).
Momento da apuração dos votos
que chegaram do interior do
Estado através do Correio (ao
lado)
A Chapa 2 – Renovação é a vencedora
do pleito, composta por Alexandre Doval
da Costa, fisioterapeuta; Antonio Alberto
Fernandes (Prof. Betinho), fisioterapeu-
Renovação foi a vencedora das eleições 2010 do CREFITO5/RS
ta; Lenise Hetzel, terapeuta ocupacional;
Luciana Gaelzer Wertheimer, terapeuta
ocupacional; Marisa Petrucci Gigante, terapeuta ocupacional, Mauro Antonio Felix,
fisioterapeuta; Sandro da Silva Groisman,
fisioterapeuta; Sonia Aparecida Manacero, fisioterapeuta; Tânia Cristina Malezen
Fleig, fisioterapeuta; Carolina Santos da
Silva, terapeuta ocupacional; Daversom
Bordin Canterle, fisioterapeuta; Henrique
da Costa Huve, fisioterapeuta; Jeferson
Ubiratan Mattos Vieira, fisioterapeuta;
Marcos Lisboa Neves, fisioterapeuta; Mirtha da Rosa Zenker, terapeuta ocupacional; Priscila Malmann Bordignon, terapeuta
ocupacional; Rosemeri Suzin, fisioterapeuta; Otávio Augusto Duarte, fisioterapeuta.
A Diretoria do CREFITO5/RS agradece
aos todos os envolvidos no processo eleitoral das eleições 2010 pelo sucesso do
evento – especialmente aos profissionais
voluntários que atuaram como fiscais, Comissão Eleitoral e mesários.
Eleições 2010
O processo todo correu com tranquilidade graças à organização e a eficiência dos
mesários e da Comissão Eleitoral, composta por Aline Rosado Hernandes, terapeuta ocupacional, Ana Alice Nocchi Parera, fisioterapeuta e Cristine Conceição
Rosa Damásio, terapeuta ocupacional. Ao
mesmo tempo em que os profissionais votavam nas três cidades, foram apanhados
os votos chegados do interior do Estado
na agência dos Correios e cuidadosamente
contados. Após isso, eles foram protocolados pelos funcionários do CREFITO5/RS.
Em seguida, os votos eram rubricados pela
Comissão Eleitoral e colocados nas urnas
– tudo isso sob a supervisão de fiscais das
duas chapas.
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Eleições 2010
Conheça os novos membros do
Colegiado do CREFITO5/RS
12
Conselheiros Efetivos
Alexandre Doval da Costa é fisioterapeuta e tem sua atividade profissional na cidade de Porto Alegre (CREFITO 5.717-F);
- Graduado pelo IPA em 1984;
- Pós-Graduação em Administração Hospitalar pela Associação dos Hospitais do
Rio Grande do Sul em 1985;
- Título de Especialista em Fisioterapia
Pneumo-Funcional conferido pelo COFFITO em 2001 e pela SOBRAFIR em 2003;
- Presidente da Sociedade Brasileira de
Fisioterapia Respiratória e Fisioterapia
em Terapia Intensiva, SOBRAFIR, Gestões
2001 a 2002 e 2003 a 2004;
- Mestrado em Ciências da Saúde: Ênfase
em Ciências Cardiovasculares pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em
2003;
- Conselheiro Efetivo do Conselho Federal
de Fisioterapia e Terapia Ocupacional –
COFFITO – Gestão 2004 a 2008;
- Coordenador do Serviço de Fisioterapia
Hospital Porto Alegre desde 1985.
Antonio Alberto Fernandes (Prof. Betinho) é fisioterapeuta e tem sua atividade
profissional na cidade de São Leopoldo
(CREFITO 12.771-F);
- Coordenador Curso Fisioterapia da Unisinos;
- Coordenador Laboratório de Anatomia
da Unisinos;
- Professor das Atividades Acadêmicas de
Anatomia - Educação e Saúde - Espiritualidade e Humanismo no Cuidado;
- Membro da Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia.
Lenise Hetzel é terapeuta ocupacional
tem sua atividade profissional na
cidade de Porto Alegre (CREFITO 1.960TO);
- Graduada pelo IPA em 1986;
- Especialista em Saúde Comunitária – Ulbra;
- Especialista em Acupuntura – IBRAMPA;
- Presidente da ATORGS em 1989;
- Diretora secretária do CREFITO5 de
1998 a 2002;
- Diretora tesoureira do CREFITO5 de
março de 2002 a maio de 2004;
- Conselheira efetiva do COFFITO 2003
a 2004;
- Conselheira titular do CES-RS período de
1998 a 2004;
- Conselheira Titular do CMS- POA e posterior suplente, do período de 1998 até
2004,
- Coordenadora do projeto do uso do cavalo na promoção da saúde no Centro Hípico BM, consultora do S.O.S. Atividades.
Luciana Gaelzer Wertheimer é terapeuta ocupacional e tem sua atividade profissional na cidade de Porto Alegre (CREFITO 2.513-TO);
- Graduada pelo IPA em 1987;
- Formação em Coordenação de Grupo CEAPEG -Centro de Estudos, Atendimento e Pesquisa de Grupo– POA / RS -1994;
- Especialização em Transtornos do Desenvolvimento - UFRGS - Instituto de Psicologia - 2004;
- Especialização Latu-Sensu em Arte Terapia - ISEPE - Instituto Superior de Ensino,
Pesquisa e Extensão Curitiba / PR – 2006;
- Livro: “Psiquiatria para estudantes de
Medicina”. Parte IX Inter-relação da Psiquiatria com outras Ciências - Psiquiatria
e Terapia Ocupacional /EDIPUC - Porto
Alegre 2003;
- Clínica de Assistência Psiquiátrica Ltda,
Auxiliar de Terapia Ocupacional, 1985,
POA / RS;
- Hospital Psiquiátrico e Clínica de Repouso Ulisses Pernambucano, Chefe do Setor
de Terapia Ocupacional, 1988/ 1989, MACEIO / AL;
- Hospital São Lucas da PUC/RS, na Unidade de Internação Psiquiátrica como Terapeuta Ocupacional - 1991 / 2003;
- Supervisora de Estágios Extracurriculares
em Terapia Ocupacional
no HSLPUC/RS -período de 1992 até 2003;
- Docente do curso de
Terapia Ocupacional UNIPLAC Universidade
do Planalto Catarinense
SC -2005/ 2006;
- Clínica Santa Thecla/
Canoas - RS - internação
e ambulatório, 2004/
2009.
Marisa Petrucci Gigante é terapeuta
ocupacional e tem sua
atividade profissional na
cidade de Pelotas (CREFITO 3.730-TO);
- Mestranda em Política Social - Universidade Católica de Pelotas;
- Especialista em Saúde e Trabalho - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(1998);
- Especialista em Educação - Universidade
Federal de Pelotas (2005);
- Especialista em Atenção em Saúde Mental
- Universidade Federal de Pelotas (2008).
Mauro Antonio Felix é fisioterapeuta e
tem sua atividade profissional nas cidades
de São Leopoldo e Caxias do Sul (CREFITO 29.692-F;
- Graduado pela ULBRA em 1999
- Especialista em Pedagogias do Corpo e
da Saúde – UFRGS/EsEF (2002);
- Especialista em Acupuntura – Escola Brasileira de Acupuntura (2006);
- Mestrado em Antropologia Social – UFRGS/PPGAS (2006);
- Especialização em Humanização da Atenção e Gestão do SUS – UFRGS/PPGPSI
(2008);
- Especialização em Ativação de Processos de Mudança na Formação Superior de
Profissionais de Saúde – EAD/FIOCRUZ
(2010 – em andamento);
- Fisioterapeuta – KM Fisioterapia – de
1999 até 2001;
- Fisioterapeuta – Centro Vita – de 1999
até 2002;
- Fisoterapeuta / Gestor – Consultório de
Fisioterapia – de 2001 até 2008;
- Docente de Ensino Superior – Universidade do Vale do Rio dos Sinos – de 2005
Novos conselheiros que tom
SIO-RS.
Conselheiros Suplentes
Carolina Santos da Silva é terapeuta
ocupacional e tem sua atividade profissional na cidade de Passo Fundo (CREFITO
6.641-TO);
- Graduada pelo IPA em 2002;
- Mestranda em Epidemiologia: Gestão de
Tecnologias ênfase em Atenção Primária à
Saúde – UFRGS;
- Especialista em Intervenções Psicossociais - Universidade de Passo Fundo (UPF)
2006;
- Tutora do Curso de Especialização em
Humanização da Atenção e Gestão do
SUS - UFRGS/ESP RS/MS 1ª e 2ª edição;
- Coordenadora do CAPS II Nosso Espaço
2004/2008;
- Supervisora Clínico-institucional da Ala
de Desintoxicação do Hospital Municipal
Dr. César Santos 2009/2010;
- Concursada do município de Passo Fundo, atualmente lotada na vigilância em
saúde, trabalhando em projetos especiais,
avaliação e monitoramento de ações em
saúde, desbravando espaços onde a terapia ocupacional fortalece a promoção
à saúde oferecendo subsídios concretos
para melhorar a qualidade de vida da população.
Daversom Bordin Canterle é fisioterapeuta e tem sua atividade profissional na
cidade de Novo Hamburgo (CREFITO
36.066-F)
- Graduado no Centro Universitário Feevale;
- Especialista em Fisioterapia Cardiovascular em 2002 pelo Centro Universitário
Feevale;
- Mestre em Ciências Pneumológicas em
2007 pela UFRGS;
- Doutorando em Ciências Pneumológicas
pela UFRGS;
- Professor Universitário desde 2002.
Henrique da Costa Huve é fisioterapeuta
e tem sua atividade profissional na cidade de
Porto Alegre (CREFITO 81.906-F);
- Graduado pelo IPA
em 2004;
- Especialista em
RPG;
- Sócio-Diretor da
FISIOCARE.
Jeferson Ubiratan
Mattos Vieira é fisioterapeuta e tem
sua atividade profissional na cidade de
Novo
Hamburgo
(CREFITO 15.464F);
marão posse dia 21 de junho
- Graduado pela FEEVALE em 1993;
- Especialista em Acupuntura;
- Sócio-fundador e Membro da Sociedade
de Fisioterapia do Vale dos Sinos – SFVS;
- Sócio fundador e Membro da Associação
Gaúcha dos Fisioterapeutas Acupunturistas – AGAFISA e Presidente da AGAFISA,
gestão 2008/2010;
- Sócio fundador e Membro da Associação dos Fisioterapeutas Acupunturistas do
Brasil - AFA Brasil e Atual Conselheiro Suplente da AFA Brasil;
- Fisioterapeuta da Equipe de Fisioterapia
do Hospital Regina de Novo Hamburgo(1993 a 2007).
Marcos Lisboa Neves é fisioterapeuta e
tem sua atividade profissional na cidade de
Porto Alegre (CREFITO 26.416-F);
- Acupunturista;
- Membro, fundador e ex-presidente da
AGAFISA, Associação Gaúcha dos Fisioterapeutas Acupunturistas;
- Membro e fundador da AFA-Brasil (Associação dos Fisioterapeutas Acupunturistas
do Brasil);
- Professor de Acupuntura;
- Autor do livro Manual Prático de Auriculoterapia.
Mirtha da Rosa Zenker é terapeuta ocupacional e tem sua atividade profissional na
cidade de Guaíba e Porto Alegre (CREFITO 2.759-TO);
- Graduada pelo IPA 1989;
- Pós-graduada em Psicopedagogia;
- Especialista na Equoterapia. Atuando
desde 1997 de forma voluntária no Centro
de Equoterapia de Guaíba – CESAG;
- Trabalha na Prefeitura Municipal de Porto
Alegre desde 1995, atualmente no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas,
nas áreas materno–infantil e saúde mental.
Coordena no Hospital o Programa Sócio
Lúdico Educacional;
- Presidente da 1º Comissão de Saúde e
Segurança do Trabalho da Secretaria Municipal de Saúde – CSST-SMS desde dezembro de 2007;
- Secretária da Associação dos Técnicos
Científicos do Município de Porto Alegre
– ASTEC – gestão 2009/2010.
Priscila Malmann Bordignon é terapeuta ocupacional tem sua atividade profissional na cidade de Porto Alegre (CREFITO
7.322-TO);
- Especialista em Reabilitação em Terapia
Ocupacional;
- Mestranda em Educação;
- Terapeuta Ocupacional da Secretaria da
Justiça e Desenvolvimento Social do RS
(FADERS);
- Docente na área de Saúde e Trabalho –
IPUC RS.
Eleições 2010
até presente data;
- Docente de Ensino Superior – Universidade de Caxias do Sul – de 2006 até presente data.
Sandro da Silva Groisman é fisioterapeuta e tem sua atividade profissional
na cidade de Porto Alegre (CREFITO
19.764-F)
- Graduado pelo IPA em 1996;
- Professor universitário desde 1997;
- Sócio da clínica de fisioterapia Reequilíbrio;
- Gestor do Serviço de Fisioterapia Hospitalar do Hospital Mãe de Deus.
Sonia Aparecida Manacero é fisioterapeuta e tem sua atividade profissional na cidade de Porto Alegre (CREFITO 3.003-F);
- Graduada em 1982 na Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) SP;
- Coordenadora Instrutora Sênior do
Conceito Neuroevolutivo Bobath Básico 1997, no Bobath Centre, Londres, e pela
Abradimene (Associação Brasileira de Fisiotererapia Neurológica);
- Presidente da Abradimene;
- Mestrado em Medicina e Ciências da Saúde;
- Doutoranda em Medicina Pediatria e Saúde da Criança, área: Neurologia Neonatal;
- Atuação Clínica em Neuropediatria desde 1983;
- Atualmente diretora clínica do CENEFFI.
Tânia Cristina Malezen Fleig é fisioterapeuta e tem sua atividade profissional
na cidade de Santa Cruz do Sul (CREFITO
14.408-F);
- Mestre em Engenharia de Produção, área
Qualidade e Produtividade;
- Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC);
- Coordenadora do Comitê de Ética em
Pesquisa da UNISC;
- Coordenadora do Projeto de Pesquisa e
Extensão Reabilitação Cardiorrespiratória
e Metabólica e suas Interfaces;
- Comissão Coordenadora da ABENFI-
13
Rosemeri Suzin é fisioterapeuta e tem
sua atividade profissional na cidade de Caxias do Sul (CREFITO 23.823-F);
- Graduada em Educação Física pela Universidade de Caxias do Sul;
- Graduada em Fisioterapia no Centro
Universitário Feevale;
- Mestrado em Ergonomia (UFRGS);
- Presidente e Fundadora da Associação
dos Fisioterapeutas de Caxias do Sul AFICS (2004-2006);
- Membro Conselheira do Conselho Municipal das Pessoas com Deficiências - Caxias
do Sul (desde 2005, em atividade).
Otávio Augusto Duarte é fisioterapeuta
e tem sua atividade profissional na cidade
de Torres (CREFITO 6.536-F);
- Graduado pelo IPA em 1986;
- Especialização em Acupuntura e Eletroacupuntura pela ABACO/Academia Brasileira de Arte e Ciência Oriental e SOBEA/
Sociedade Brasileira de Eletroacupuntura
- Rio de Janeiro em 1994;
- Especialização em Osteopatia pela Escuela de Osteopatia de Madrid – EspanhaUniversidade Castelo Branco Rio de Janeiro – RJ – cursando desde 2000;
- Professor no Curso de Especialização
em Acupuntura promovido pelo CIEPH
- Centro de Investigação e Pesquisa do
Homem. Porto Alegre: 2001 – 2003;
- Professor no Curso de Especialização
em Acupuntura promovido pelo IBAMPA Instituto Brasileiro de Acupuntura e Moxabustão de POA em convênio com a Beijing
University of Traditional Chinese Medicine
e o Instituto Internancional de Acupuntura
e Moxabustão – China. Porto Alegre: 2002
– 2008;
- Professor do Curso de Especialização em
Acupuntura promovido pelo Centro Vida.
Porto Alegre: desde 2008;
- Professor da Faculdade de Fisioterapia da
ULBRA/TORRES de 2006/2 a 2009/2 das
Cadeiras de Cinesiologia/Biomecânica e
Cinesioterapia, Introdução à Fisioterapia,
Métodos Terapêuticos;
- Proprietário e responsável técnico da
Clínica Litoral Norte – Fisioterapia e Acupuntura em Torres desde 1989;
- Fisioterapeuta responsável pelo setor
de Fisioterapia no Posto de Saúde Central
de Torres Américo Muniz dos Reis desde
2003.
Eleições 2010
Propostas da Chapa
14
1. Promover Políticas de Inserção do fisioterapeuta e terapeuta ocupacional junto aos órgãos públicos.
2. Instituir um canal aberto de comunicação entre o Conselho e os profissionais.
3. Atuar em conjunto com o sistema COFFITO/CREFITOs.
4. Divulgar junto à população, o papel do
fisioterapeuta e terapeuta ocupacional.
5. Promover a interiorização do Conselho.
6. Ampliar a fiscalização profissional através
da realização de um processo educativo.
As propostas a serem implementadas na Gestão 2010-2014 incluem:
1. Ampliar a participação efetiva nas
ações sociais do Estado envolvendo os
fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais,
a fim de obter maior representatividade
no controle social;
2. Criação de um Serviço de Ouvidoria
instituindo um canal permanente de comunicação para expressão de opiniões,
críticas e sugestões, aproximando o CREFITO-5 dos profissionais e usuários dos
nossos serviços;
3. Implementação dos Referenciais de
Honorários de Fisioterapia (RNFH) e Terapia Ocupacional (RNHTO) bem como
a inserção destes profissionais nas discussões fomentadas junto às Operadoras de
Planos de Saúde em nosso Estado;
4. Ampliar a Campanha de Valorização
Profissional onde seja reconhecido pela
população o verdadeiro papel do profissional fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional;
5. Viabilizar a criação de Delegacias Regionais nas principais regiões pólos do
Estado, de maneira a facilitar os aspectos
administrativos do Conselho;
6. Criação do Fórum Independente e
Permanente de Entidades de Classe - FIPEC com as seguintes ações bases:
• Envolvimento de todas as entidades representativas no Estado;
• Interlocução com os segmentos sociais,
tais como, planos de saúde, gestor público e privado para assegurar remuneração
digna e justa aos procedimentos dos fisioterapeutas e dos terapeutas ocupacionais;
• Preparação dos novos profissionais ao
ingresso no mercado de trabalho através
de programas de capacitação administrativa, gerenciamento e marketing;
• Incentivo à criação, apoio e da organização das entidades representativas de
fisioterapia e de terapia ocupacional.
O Fórum Independente e Permanente de Entidades de Classe - FIPEC será
composto por membros representantes
das entidades de fisioterapia e de terapia
ocupacional no Estado do Rio Grande do
Sul. As participações serão paritárias e o
FIPEC terá abrangência em todo Estado
do Rio Grande do Sul. Será pauta de discussão e ação do FIPEC.
7. Relação com o Estado
• Participação efetiva nas ações sociais do
Estado envolvendo profissionais e o CREFITO, através do FIPEC, gerando necessidades de contratações;
• Maior inclusão de fisioterapeutas e dos
terapeutas ocupacionais na saúde pública
através de concursos;
• Inclusão do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional no PSF e NASF;
8. Patrimônio
• Ampliação da sede;
• Aquisição de imóveis em cidades pólos;
• Lotação de um fiscal permanente nas
secretarias regionais com equipe administrativa;
A sede de Porto Alegre também deverá
ser ampliada em sinal de respeito a todos
os profissionais do Estado do Rio Grande
do Sul;
9. Novos cursos
• Debate sobre a abertura de mais cursos
de terapia ocupacional no Estado;
• Posicionamento contrário à criação de
novos cursos de fisioterapia.
10. Marketing
• Trabalhar a verdadeira identidade do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional;
• Promover campanhas objetivas em que
o usuário possa se identificar com o fisioterapeuta e com o terapeuta ocupaciona.
Sabemos que estes são os anseios de
muitos fisioterapeutas e dos terapeutas
ocupacionais, pois acompanhamos no cotidiano das profissões e nos diferentes ambientes de inserção profissional, de forma
que, sofrendo as conseqüências de uma
política social equivocada, de uma política
econômica injusta e de uma representatividade geral vimos a nos comprometer
com o coletivo das profissões de Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional.
Desafios e conquistas
do mercado de trabalho para
novos fisioterapeutas e
terapeutas ocupacionais
“O mercado de trabalho se torna cada
vez mais competitivo
e, com isso, mais exigente por profissionais qualificados. Os fisioterapeutas
e terapeutas ocupacionais encontram
boas oportunidades nos serviços públicos, sobretudo em redes hospitalares
e em programas de saúde da família;
na iniciativa privada, através de redes
conveniadas como planos de saúde; na
iniciativa privada individual, representada pela clientela que paga diretamente
pelos serviços fisioterapêuticos e/ou
terepêuticos ocupacionais em consultórios próprios e na prestação de consultorias”, explica a Dra. Maria Teresa
Dresch da Silveira, Presidente do CREFITO5/RS.
Para conferir como anda o mercado de
trabalho para os profissionais recémformados, o CREFITO5/RS conversou
versas vontades, que foram mudando
conforme o curso ia acontecendo, e só
fui decidir em que área queria trabalhar
mesmo no sétimo semestre”, explica.
Esta escolha foi motivada por projetos
desenvolvidos ao longo da graduação.
“Além dos estágios, fiz com algumas colegas um projeto na área de Fisioterapia
Dermato-Funcional e também outros
cursos voltados à Saúde da Mulher, e
percebi que esta era uma área que me
fascinava”, relembra.
Antes mesmo da formatura, Marcele começou a analisar junto
de duas colegas, Luísa
Streck e Juliana Krusche, a possibilidade de
abrir uma clínica juntas. Para isso, as três,
que já haviam desenvolvido uma relação de
parceria na graduação,
começaram a conversar com professores,
colegas e amigos para
saber como funcionava o planejamento de
Dr. Vagner dos Santos
uma empresa. “Percebemos também a importância de fazer uma
com alguns deles sobre sua recente pesquisa de mercado em Santa Maria:
inserção. Marcele Desconsi, fisiotera- o que as pessoas procuravam em um
peuta formada pela Universidade Fede- serviço de Fisioterapia, o que achavam
ral de Santa Maria em agosto de 2009, que faltava na cidade, o que gostavam e
é uma destas profissionais. Ela conta não gostavam quando eram atendidos”,
que, durante o curso, mudou várias recorda Marcele.
vezes de ideia sobre a sua futura área
de atuação e especialização. “Tive di- Com base nesta pesquisa e em orien-
Mercado de Trabalho
As primeiras atividades relacionadas à
fisioterapia e à terapia ocupacional remontam à antiguidade, com o uso de
agentes para o tratamento da dor e a ginástica com fins terapêuticos. A origem
das profissões enfatizou e direcionou
atividades para a recuperação de pessoas fisicamente lesadas como decorrência das grandes guerras e também
do trabalho, que começava a ser cada
vez mais industrializado. Com o tempo,
estas profissões cresceram como área
de conhecimento, ampliando a atuação profissional e, consequentemente, o mercado
de trabalho. Ser um
fisioterapeuta ou um
terapeuta ocupacional
atualmente
significa
dedicar-se a uma carreira promissora que
conquista cada vez
mais espaços. Cuidar
de pacientes com problemas motores é uma
das atividades que ganha adeptos todo ano.
15
tações, as três fisioterapeutas planejaram a empresa, que foi aberta somente
cinco meses depois. “Esse período de
planejamento foi fundamental para nós.
É claro que ficamos temerosas, mas
pesquisamos bastante para que o novo
negócio desse certo”, lembra. Marcele
conta que haviam poucos fisioterapeutas
trabalhando na área de Saúde da Mulher
na cidade e, portanto, havia um mercado a ser explorado. “Ás vezes, quando as
pessoas ainda não iniciaram um negócio,
pensam que será fácil, que dentro de um
mês tudo estará funcionando perfeitamente, mas é preciso programar-se para
que o investimento dê retorno”.
Mercado de Trabalho
Hoje, a fisioterapeuta trabalha com as
duas colegas na clínica, atendendo nas
áreas de Dermato-Funcional, Urogineco-Funcional e também Pilates. A opção de Marcele comprova uma realidade do mercado: com a grande disputa
por “um lugar ao sol”, muitas das vagas
da fisioterapia hoje se concentram em
municípios do interior e em cidades do
interior. “Seria muito mais difícil montar
uma clínica em Porto Alegre, conquistar
clientes, nos tornamos conhecidas. Por
isso, avaliamos as necessidades de Santa
Maria e decidimos oferecer um serviço
diferenciado”, avalia. Para Marcele, esta
é a grande chave que ajuda na hora de
abrir um novo negócio. “Acredito que,
na área da saúde, a diferença está na
forma como você presta um serviço,
primando sempre pela qualidade. A
saúde não é um produto, e não deve
ser tratada como tal, por isso a qualida-
Dra. Aline Magalhães
16
de do seu serviço deve ser o essencial,
seja no atendimento em serviços privados, públicos ou através de convênios”,
aconselha.
A fisioterapeuta Aline Magalhães foi
outra que optou por ficar no interior
depois de formada: ela retornou para
Paverama, sua cidade natal, que fica a
92 quilômetros de Porto Alegre, depois
de formada pela Univates, de Lajeado.
Ela conta que, enquanto cursava a faculdade, pensava em ter uma clínica que
atendesse pacientes de traumato mas,
conforme ia chegando perto do final
do curso, mudou de ideia. “Acabei me
apaixonando por Saúde Pública devido
às entrevistas que precisei fazer para
o meu trabalho de conclusão, que era
sobre esse assunto. Conversei com gestores de saúde pública sobre as dificuldades que encontram no dia-a-dia e me
interessei muito sobre este tema, que
é apaixonante”, relata. Durante o processo de construção do seu trabalho de
conclusão, que ela fez em Paverama,
ela foi convidada a atuar como fisioterapeuta na cidade.
Para que ela mantivesse um convênio
com a Prefeitura da cidade, porém, a
fisioterapeuta precisaria abrir uma clínica. Mesmo sozinha, pesquisou o que
precisava fazer e decidiu encarar o
desafio. No final de novembro do ano
passado, ela abriu seu consultório na
pequena cidade (que tem cerca de oito
mil habitantes), e conta que o número
de pacientes só aumentou desde então.
“Como trabalho numa cidade pequena, muita gente ainda não tem conhecimento do que um fisioterapeuta faz,
mas esta barreira está sendo ultrapassada aos poucos. Sei que, trabalhando
com saúde pública, estou ajudando a
transformar isso”, explica. A Dra. Aline
relata que, agora, quer fazer uma pósgraduação na área de traumatologia na
Univates, e conta que outro dos desafios da vida profissional foi justamente a
necessidade de estudar cada vez mais.
“Continuo estudando bastante, mesmo depois de formada, pois os desafios
são diários, as técnicas estão sempre
mudando e é preciso estar atualizado
para prestar um bom atendimento aos
pacientes, por isso é fundamental estu-
dar sempre”, dá a
dica.
Outro caminho
para quem está
saindo da graduação de Terapia
Ocupacional ou
de Fisioterapia é o
da pesquisa acadêmica. O terapeuta
ocupacional Vagner Santos optou
por atuar nesta
área. Formado em
Terapia Ocupacional pelo Centro Universitário
Metodista
IPA
(2008), ele ainda
possui Residência Dra. Larissa Dall’Agnol da Silva
Multidisciplinar
em Saúde Mental
Coletiva pela Escola de Saúde Pública
do Rio Grande do Sul (2010) e, atualmente é bolsista eleito do International
Fellowship Program da Ford Fundation.
Antes de dedicar-se exclusivamente a
trabalhar com isto e preocupado com
sua formação clínica na área de saúde
mental fez a residência. Porém, o terapeuta ocupacional optou por seguir sua
formação direcionado para o ensino e
pesquisa, embora sempre mantenha o
interesse na clínica. “Minha expectativa
maior é desenvolver ações no cuidado a
saúde que tenham impacto na estrutura social, através responsabilidade que
nós, enquanto profissionais e cidadãos,
temos de nos envolvermos como participantes ativos para reconhecer e superar situações de injustiça”, conta.
Atualmente, como bolsista eleito do
International Fellowship Program da Ford
Foundation, dedica-se a preparação para
aplicação em programas de pós-graduação na Europa e Brasil, na área de saúde
coletiva e epidemiologia. Paralelamente
à isso, Vagner viabiliza algumas atividades de ensino articulados com colegas
na América Latina, principalmente Argentina e Chile, como sempre está aberto para conversa, como ele mesmo diz,
também avalia alguns projetos de intervenção e pesquisa. Ainda, é colaborador
e incentivador do projeto “EvenTOs Comunicação e Atualização em Terapia
Ele
reconhece, porém, que
existam dificuldades na vida
profissional
de
um
terapeuta
ocupacional,
como qualquer
outro profissional. “Creio que as
dificuldades estão
divididas entre a
estrutura social
do Brasil e ao perfil do profissional,
no que se refere
a um baixo empreendedorismo. Acho
que há potencial ainda a ser explorado
no mercado privado (para quem tem
interesse) e no campo social, através
de organização de grupos de trabalho,
utilizando recursos da iniciativa privada
e governo”, reflete. O recém-egresso
da universidade acredita que existe,
sim, um bom mercado para a profissão,
mas acrescenta que é necessária uma
mudança criativa para que ele seja aprimorado. Além do investimento pessoal
de cada profissional, é claro. Para isso,
ele dá a dica que ele mesmo seguiu:
estude. Leia, participe de palestras, laboratórios, vá a biblioteca e esteja de
olho nos temas que mais lhe interessam
na sua universidade e em outras universidades, assim como atividades de
outros. “Creio que nos últimos semestres seja importante descobrir os temas
que mais motivam a seguir a carreira e,
então, de uma maneira muito sincera
aproximar-se de profissionais com experiências na área que possam oferecer
experiências reais, através de estágios e
bolsas de pesquisa e extensão, e possíveis oportunidades, além dos tradicionais bons e velhos conselhos”, afirma.
Conselhos foram muito importantes
para as escolhas profissionais da fisioterapeuta Sheila de Oliveira Mazzuco,
formada em janeiro de 2010 pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). “Co-
mecei a ter aula com a professora Tânia
Maria Nunes Barbosa dos Santos e isso
despertou meu interesse em Atenção
Básica em Saúde e sua importância para
promover uma maior qualidade de vida
para a população”, recorda Sheila. Daí
para diante, a fisioterapeuta percebeu
que seu interesse profissional se voltou
para a saúde pública e para o Sistema
Único de Saúde como uma saída para
quem não tem acesso aos serviços de
saúde. “Meu maior desejo é trabalhar
com saúde pública e, nas cidades onde
há concursos, eu sempre faço. Ainda
não passei, mas estou longe de desistir”,
afirma. Por enquanto, Sheila trabalha
em uma clínica, prestando atendimento
domiciliar, em Porto Alegre, uma experiência também inédita em sua vida.
“É uma oportunidade de aprender mais
sempre, conhecer as pessoas e aprimorar o atendimento para que seja sempre
prestado com cada vez mais qualidade,
um desafio de todos os profissionais da
área da saúde”, relata.
Segundo a avaliação, de Sheila, o mercado está concorrido, e uma das saídas
para enfrentar isso é a especialização.
“Eu, por exemplo, pretendo me especializar na área de Atenção Básica,
para trabalhar com Saúde da Família
através do SUS, pretendo fazer residência, mestrado e doutorado mais
adiante. Acredito que os fisioterapeutas
não podem se desvalorizar aceitando
empregos que pagam muito mal, pois
precisamos mostrar que nosso trabalho
é de fundamental
importância para a
população”, diz.
Outra profissional
que tem consciência da importância
social de seu trabalho é a terapeuta ocupacional Larissa Dall’Agnol da
Silva, que trabalha
na área da Saúde
Mental em Viamão
no Centro de Atenção
Psicossocial
(CAPSII Centro Renascer). Como
a maioria dos pro-
fissionais, só foi descobrir a área na
qual atuaria durante o final do curso
de graduação, através das vivências em
estágios. “Adorei trabalhar com Saúde
Mental, então foi o suficiente, isso motivou toda minha dedicação, claro que
nunca descartando outras possibilidades de trabalho em diferentes áreas”,
conta.
Ela acredita que a profissão ainda tem
muito a crescer e que há, sim, muitos
espaços a serem ocupados pelos recém-formados. “Temos muitos campos
a serem conquistados, muitos outros
a serem explorados e ampliados. Nos
últimos dois anos a demanda da nossa
profissão em serviços públicos aumentou e isso é muito bom”, explica. Isso,
é claro, para quem trabalha com dedicação, amor pela profissão escolhida,
além de batalhar pelas conquistas profissionais.
Larissa diz que os colegas de faculdade com quem mantém vínculo estão
todos trabalhando em diversas áreas
de atuação – e bastante. Mas, segundo ela, a formação contínua também é
importante, assim como a participação
em projetos de pesquisa, cursos de extensão, grupos de estudo, eventos... “A
formação vai além da universidade, é a
experiência de vida em fusão com outros espaços de conhecimento, isso vai
fortalecendo o processo de amadurecimento, o encontro de cada um com a
profissão e consigo”, conclui.
Mercado de Trabalho
Ocupacional”, de
criação e coordenação do Terapeuta
Ocupacional
Gabriel Gularte.
Dra. Sheila Mazzuco
17
Sistema COFFITO/CREFITOs presente no
CONASEMS com o apoio total do CREFITO5/RS
De 25 a 28 de maio, o Sistema COFFITO/CREFITOs participou do
XXVI Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), que aconteceu em Gramado
(RS). Estiveram presentes conselheiros federais e conselheiros de diversos CREFITOs. “O Sistema COFITTO/CREFITOs tem representantes
de todo o país presentes trabalhando
pela divulgação das profissões. As
ações conjuntas como esta, além de
proporcionarem um maior entrosamento, promovem mais união de todos
os profissionais brasileiros. Em Gramado,
fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais
estiveram em constante troca de informações e em processo de aprendizado”,
diz a Dra. Perla Teles, Conselheira do
COFFITO.
Estiveram presentes os Conselheiros federais Dra. Carlene Borges Soares, Dra.
Perla Critiane Teles e Dr. Wilen Heil e
Silva; Dra. Luziana Carvalho de Albuquerque Maranhão, presidente do CREFITO1, Dr. Eduardo Oliveira de Queiroz,
do CREFITO1, Dr. Alexandre Martinho e
Dra. Silvia Pereira Barros, do CREFITO3,
Dr. Gérson Chequi, do CREFITO5, Dr.
Intensiva (ASSOBRAFIR), da
Kinder e da Associação Brasileira de Fisioterapia do Trabalho
(ABRAFIT).
Ricardo Lotif Araújo, presidente do CREFITO6, Dr. Said Kalume Kali, do CREFITO12, Dr. Flávio Feitosa Pessoa de Carvalho, Dr. Olavo Pereira Ximenes Júnior,
Dra. Luziane Feijó Alexandre Paiva, Dra.
Ana Lívia Cartaxo Bandeira Melo Ribeiro
do CREFITO6 e Dr. Tony Cristian Gelani,
representante da ABRAFIT.
No estante do COFFITO, funcionários
do CREFITO5/RS, conselheiros do Sistema COFFITO/CREFITOs e profissionais
voluntários distribuíram material aos participantes do Congresso. Estes materiais
têm como objetivo descrever a ação de
Fisioterapeutas e de Terapeutas Ocupacionais especialmente na Saúde Pública.
Notícias
Voluntariado e atendimento
18
Junto aos conselheiros, somaram-se diversos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que, voluntariamente, dedicam-se
à realização de atendimentos no espaço
Tri Legal Saúde. Entre os serviços realizados por eles estão: teste de estresse,
atividade corporal, orientação postural e
respiratória, shiatsu expresso, saúde do
homem e saúde da mulher, acupuntura,
teste respiratório, quiropraxia, osteopatia, oficina de memória, ginástica laboral
e saúde da criança. O estande também
contou com o apoio de profissionais da
Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia
Claudete Lopes, farmacêutica
que visitava a feira, recebeu o
atendimento em quiropraxia,
estava encantada com o espaço. “Eu faço este tratamento há
anos porque tenho escoliose e
lordose e, devido aos vários dias
de Congresso, estava começando a ter dores. O atendimento que recebi
me deixou muito satisfeita – o profissional
inclusive destacou alguns outros pontos
que precisam ser tratados na minha coluna”, ressaltou. Esdras Pereira, farmacêutico brasiliense que representava o
Ministério da Saúde, fez primeira vez uma
sessão de quiropraxia, e ficou muito feliz
com o resultado. “Sempre tive curiosidade, minha coluna incomoda quando trabalho muito, e estou saindo revigorado
desta sessão e pensando seriamente em
procurar um quiroprata quando voltar à
Brasília”, disse.
A enfermeira Missouri Paixão fez shiatsu
com a fisioterapeuta e diz que, em Florianópolis, onde trabalha, há muita demanda
de trabalho para fisioterapeutas pois há
muita procura. “Trabalho na Prefeitura e
temos quatro clínicas de fisioterapia mantidas por nós, e é impressionante como a
população vem se dando conta da importância do trabalho destes profissionais”,
relata. Para ela, que frequentou o estande
todos os dias da feira, o serviço prestado
pelo Sistema no CONASEMS foi “indispensável”. O prefeito de Alagoas, Alay
Correia, enfrentou o teste de stress proposto pelas terapeutas ocupacionais e...
passou raspando. “Me fez repensar minha
rotina diária e buscar mais qualidade de
vida daqui para diante”, afirmou.
Lindomar e João Rangel, de Goiânia, fize-
Careta Não! Consciente Sim!”,
de Cruz Alta (RS), apresentou
uma peça teatral sobre a AIDS
e Doenças Sexualmente Transmissíveis e fez a distribuição
de material informativo sobre
o assunto e preservativos para
quem estava na feira. Ao final
da última apresentação do grupo, as terapeutas ocupacionais
promoveram uma atividade de
relaxamento e descontração.
Articulações políticas
O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão esteve no XXVI Congresso Nacional
de Secretarias de Saúde (CONASEMS)
na noite do dia 25. Em visita à feira que
acontece junto ao Congresso, o Ministro
visitou o estande do Sistema COFFITO/
CREFITOs.
A Diretora-Secretária do CREFITO5/RS
reconheceu os esforços do time que trabalhou voluntariamente para que o evento fosse um sucesso. “Estão de parabéns
todos os fisioterapeutas e terapeutas
ocupacionais que prestaram atendimento à população de forma voluntária, com
muita boa vontade. Eles nos ajudaram a
divulgar nossa categoria e abrilhantaram o
evento”, disse.
Informação e entretenimento
Além disso, durante todo o dia 26 um
Boneco Gigante circulou pela Feira e pelo
Congresso. O representante da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional foi abordado
por diversas pessoas para fazer fotos e tirar dúvidas.
Durante o dia 27, o grupo teatral “Mim
Ao chegar ao estande, Temporão falou
sobre a inclusão dos fisioterapeutas no
NASF. Logo em seguida, o presidente do
CREFITO6, Dr. Ricardo Lotif Araújo, falou ao Ministro sobre a possibilidade de
criação e de implementação de uma Política Nacional de Saúde Funcional.
Ao ser apresentado à sugestão, o Ministro
Temporão lembrou que já existe uma Política semelhante, voltada à área da odontologia. Temporão aceitou a sugestão e
colocou o Ministério da Saúde à disposição do COFFITO para que sejam dados
os devidos encaminhamentos.
O primeiro passo é a criação de um Grupo de Trabalho (GT) no COFFITO e em
todos os CREFITOS para o debate e
embasamento da Política. Logo após, é
preciso que seja publicado um decreto
presidencial, criando um grupo específico
no Ministério da Saúde para iniciar de fato
os trabalhos.
Os Conselheiros do Sistema presentes
ao CONASEMS lembraram que vivemos
uma época de risco funcional muito alto.
Isso impactua diretamente as questões ligadas à seguridade social. Ou seja, quanto
maior for o investimento em ações que
garantam a saúde funcional, menor será
o índice de afastamento de trabalhadores por problemas de saúde. Da mesma
forma, a incidência de aposentadorias
precoces também será reduzida. Assim,
reduzem-se os gastos com aposentadorias precoces e o cidadão, além de poder
manter-se ativo, terá sua saúde constantemente monitorada.
Um recurso importante que será fundamental para a implementação da Política é
a CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade). É através desta ferramenta
que serão orientadas as ações da Política
Nacional de Saúde Funcional.
Já na manhã de 27 de maio, o Senador
Flávio Arns (PSDB - PR), visitou o estande
e falou sobre a importância do trabalho
dos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. “Apesar de serem profissões relativamente recentes, elas se tornaram indispensáveis e importantíssimas para toda
a população brasileira”, afirmou.
Participaram do evento mais de 2.300
participantes de todo o país.
CREFITO5/RS reúne-se com Ministério Público Estadual em Pelotas
No dia 11 de maio, a presidente do CREFITO5/RS, Dra. Maria Teresa Dresch da
Silveira, esteve em Pelotas para uma reunião com o Ministério Público Estadual. O
encontro aconteceu na 1ª Promotoria de
Justiça Especializada da cidade e contou
com a presença do promotor de justiça,
Dr. Paulo Roberto Gentil Charqueiro, da
fisioterapeuta Dra. Aline da Silveira Leite, da representante da associação dos
hemofílicos, Jandira Teixeira Melo e da
coordenadora do departamento de fiscalização do CREFITO5/RS, Dra. Denise
Scopel.
Na reunião, foi informado ao promotor
que, desde fevereiro de 2010, pacientes
hemofílicos do hemocentro não estão
recebendo assistência de fisioterapeutas.
A interrupção na prestação do serviço é
devido ao rompimento do convênio mantido com a Secretaria Municipal de Saúde
de Pelotas. Os motivos do rompimento
são desconhecidos. Segundo Jandira, a
Notícias
ram o teste de capacidade pulmonar com
os fisioterapeutas da ASSOBRAFIR. “Eu
tive um problema recentemente e faço
exercícios em casa para melhorar o desempenho pulmonar. Com o teste, vi que
está funcionando bem, os fisioterapeutas
disseram que estou com saúde de menino!”, comemorou João. Já a médica Vera
Dantas, do Ceará, fez acupuntura e falou
com os profissionais sobre as práticas
integrativas em saúde e sua importância
para a população. “Nossa visão em saúde
tem que ser integralizada, multiprofissional, diferenciada”, resume.
19
mesma situação já ocorreu em 2007 e “a
interrupção do tratamento praticado pelos fisioterapeutas faz com que os pacientes tenham suas dores aumentadas”.
Sem o tratamento adequado, é preciso aumentar a quantidade de medicação usada.
Enquanto que, se for mantida a atuação
dos fisioterapeutas isso não é necessário,
pois este profissional consegue, através de
técnicas específicas, evitar a dor e diminuir
o desconforto dos pacientes.
Para a Dra. Maria Teresa, a assistência fisioterapêutica deve ser retomada o mais
rápido possível. “O CREFITO5/RS tem um
acordo de cooperação mútua com o Ministério Púbico Estadual, por isso recorremos a eles para resolvermos essa questão.
É fundamental que esses pacientes tenham
um atendimento de qualidade e um número suficiente de consultas com fisiotera-
peutas, porque a eficiência do tratamento
é inquestionável”, defende. A presidente
ressaltou, ainda, que a fisioterapia, no tratamento de pacientes hemofílicos, aumenta muito a qualidade de vida deles.
Segundo o promotor, o Ministério Público Estadual pretende resolver a questão
o mais breve possível. Se não houver entendimento com o gestor municipal, serão tomadas as medidas judiciais cabíveis.
CREFITO5/RS participa de debate sobre atenção básica na saúde em
Caxias do Sul e em Santa Maria
No dia 21 de maio, a Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Caxias
do Sul promoveu um seminário sobre a
Atenção Básica na Saúde. Convidado a
promover o evento em parceria com a
Câmara, o CREFITO5/RS abriu as falas da
tarde.
Presidida pelo vereador Renato Oliveira,
a Comissão de Saúde promoveu o seminário com o objetivo de levar à sociedade
a importância das Equipes de Saúde da
Família e do atendimento multiprofissional, além de valorizar ainda mais a equidade e os demais princípios norteadores do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Notícias
Na abertura do seminário, a presidente do CREFITO5/RS, Dra. Maria Teresa
Dresch da Silveira, agradeceu a iniciativa
da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul. “A promoção
de eventos como este é de fundamental
importância para debatermos a saúde dos
cidadãos”, disse.
20
O Dr. Glademir Schwingel, presidente da
Comissão de Inserções em Políticas de
Saúde do CREFITO5/RS (CIPS) abriu a
rodada de palestras falando sobre a importância da atuação dos profissionais da
Fisioterapia e da Terapia Ocupacional nas
Equipes de Saúde da Família. Dr. Glademir, que coordenou os trabalhos da mesa,
apresentou dados e estatísticas que comprovam que a atuação destes profissionais
é decisiva para a promoção da qualidade
de vida dos cidadãos.
Logo em seguida falou a deputada estadual Maria Formolo. Ela lembrou que, no
Rio Grande do Sul, o governo do Estado é
o que menos aplica em saúde no país. “Só
no ano passado, foram R$ 930 milhões
a menos do que a Constituição Estadual
exige para a saúde. Este ano, são R$ 918
milhões a menos”. A deputada valorizou
a realização do encontro que busca a inserção de fisioterapeutas e terapeutas
ocupacionais nos programas de saúde dos
municípios. “É necessário que a população tenha a condição da atenção básica
efetiva, universal, integral e justa.”
rio Público que participaria, enviou e-mail
agradecendo o convite mas, em função
de agenda, não pôde comparecer.
A seguir, foi a vez do deputado federal
Pepe Vargas. O parlamentar, que também
é médico, apresentou um histórico do
SUS e afirmou que este é o maior sistema
de saúde pública do mundo. “Não tenho
dúvidas disso. Porém, não tenho dúvidas
de que ainda é preciso fazer muito”, afirmou. Segundo Pepe, as equipes multiprofissionais são fundamentais para a promoção da qualidade de vida das pessoas e
para a saúde dos cidadãos.
Estiveram presentes ao seminário os integrantes da Diretoria do CREFITO5/RS
Dr. Jadir Camargo Lemos, vice-presidente, Dra. Vera Maciel, diretora-secretária,
e Dr. Gérson Chequi, tesoureiro.
Apesar das ausências, o debate foi rico.
O deputado Pepe Vargas esclareceu dúvidas quanto à tramitação de projetos de lei
apresentados e propostos na Câmara dos
Deputados, especialmente os que visam
ao estabelecimento de pisos nacionais de
salários.
O público prsente pôde tirar suas dúvidas
ao final do evento.
Para fechar o ciclo de palestras, o advogado e técnico jurídico do PROCON de
Caxias do Sul, Dr. Luis Fernando Del Rio
Horn apresentou aos presentes quais os
seus direitos com relação ao SUS, o que
podem cobrar, a quem recorrer, entre
outros. Dr. Fernando, fez ainda, um pequeno paralelo sobre os diretos dos cidadãos assistidos pelos planos de saúde
privada e assistidos pelo SUS.
No dia 2 de junho foi a vez de Santa Maria sediar o Seminário. Com a Cãmara
lotada, a representante do CREFITO5/
RS, Dra. Hedionéia Pivetta falou sobre a
atuação do fisioterapeuta nos NASFs, na
Atenção Básica e em outras formas de
ação. “Devemos pautar nossa atuação na
busca de uma resposta: qual a atuação do
fisioterapeuta na atenção básica?”. Com
isso, a Dra. Hedionéia debateu as diversas
formas de inserção dos profissionais nas
ações que visam à promoção da qualidade
de vida dos cidadãos.
Participariam do evento representantes
da Secretaria Estadual da Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde e do Conselho Municipal de Saúde (os dois últimos
de Caxias do Sul). Todos haviam confirmado suas participações, mas não compareceram. O representante do Ministé-
Estiveram presentes o vice-presidente do
CREFITO5/RS, Dr. Jadir Camargo Lemos
e as delegadas do CREFITO5/RS, Dra.
Mônica Zeni e Dra. June Galina. Todos os
participantes ressaltaram a importância
de debates como estes, do qual o CREFITO5/RS foi parceiro.
Confira o andamento dos Projetos de Lei em tramitação em Brasília
A Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira,
membro da Comissão de Assuntos Parlamentares do COFFITO, participou de
reunião da Comissão em Brasília nos dias
4 e 5 de maio de maio. Foram discutidos
e dados os devidos encaminhamentos aos
seguintes Projetos de Lei:
- Projeto de Lei nº 467/2008, que altera
a Lei Complementar 123 para que sejam
acrescentadas outras atividades, inclusive
a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional, no
Simples Nacional.
- Projeto de Lei nº 1220/2007, que prevê
a elaboração da tabela de honorários de
serviços médicos, odontológicos e de outras profissões da área da saúde com base
mínima para contratos com operadores
de planos de saúde. A Comissão Parlamentar está trabalhando junto ao relator
do PL para a inclusão das profissões de
Fisioterapia e de Terapia Ocupacional.
- Projeto de Lei nº 1549/2003, que disciplina o exercício profissional da Acupuntura, aprovado no dia 12 de maio na
Comissão de Seguridade Social e Família
na Câmara dos Deputados.
- Projeto de Lei nº 5979/09, que fixa o
piso salarial de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, que atualmente está em
andamento na Comissão de Seguridade
Social e Família. A Dra. Maria Teresa participou, em abril, de Audiência Pública naquela Comissão para discutir o PL.
- Projeto de Lei nº 1.444/2003, sobre o
Exame de Suficiência das profissões. Os
membros da CAP conversaram com a
Deputada Alice Portugal (PCdoB/BA),
que apresentará um requerimento para
a Comissão de Educação pedindo nova
análise do PL na Comissão de Educação
da Câmara dos Deputados.
Reunião dos Ministérios da Saúde dos países do Mercosul discute o
exercício profissional dos Fisioterapeutas
A Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira,
membro da Comissão de Integração dos
Fisioterapeutas do Mercosul, do COFFITO, apresentou no dia 27 de abril, em
Buenos Aires - Argentina, o processo de
integração dos Fisioterapeutas nos países
que compõem o Mercosul (Argentina,
Brasil, Paraguai e Uruguai), a convite do
Ministério da Saúde do Brasil.
Na ocasião, ela apresentou os dados estatísticos sobre a profissão no Mercosul,
como por exemplo o número de faculda-
des existentes, as entidades nacionais que
representam a profissão e os profissionais,
as leis ou decretos que fundamentam a
profissão, o número de profissionais registrados e as especialidades reconhecidas.
“A reunião da Subcomissão de Desenvolvimento e Exercício Profissional/Comissão
de Serviços de Atenção à Saúde foi muito
proveitosa, já que pudemos expor dados
concretos da nossa realidade de trabalho
nos países que compõem o Bloco Econômico do Mercosul e trocar experiências”,
disse a Dra. Maria Teresa.
A Dra. Maria Teresa representou o COFFITO em
evento ocorrido na capital argentina
CREFITO5/RS visita o Centro de Saúde Escola Murialdo em Porto Alegre e a Kinder
A palestra foi embasada em dados coletados pelo Departamento de Fiscalização
do CREFITO/5 sobre o número de fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais que
trabalham com Saúde Pública no Estado,
além de promover uma discussão sobre
a realidade do Núcleo de Apoio à Saúde
da Família (NASF) no Rio Grande do Sul
e também debater a importância da inclu-
são do fisioterapeuta nas Equipes de Saúde
da Família.“A oportunidade de estarmos
com os residentes foi muito positiva, já
que debatemos temas que nos inquietam
como os NASFs e também pudemos explicar um pouco sobre os Projetos de Lei
que estão sendo debatidos, como o do
PL nº 6206/09, que torna obrigatória a
presença do fisioterapeuta na ESF e o PL
nº 5979/09, que trata do Piso Salarial, de
grande interesse da categoria”, relatou a
Dra. Maria Teresa.
No dia 14 de abril, a Presidente do CREFITO5/RS, Dra. Maria Teresa Dresch da
Silveira, e a Coordenadora do Departamento de Fiscalização, Dra. Denise Cherutti Scopel, visitaram a Kinder que, desde
1988, presta atendimento interdisciplinar a
bebês, crianças e adolescentes portadores
de deficiências múltiplas, sem condições financeiras. A instituição é a única no gênero
que oferece educação especial para defi-
cientes múltiplos com comprometimento
grave, integrando a reabilitação e habilitação. A Kinder é uma instituição que educa,
reabilita e habilita mais de 300 crianças e
adolescentes deficientes múltiplos.
As representantes do CREFITO5/RS foram recebidas pela Presidente da Kinder,
a Fisioterapeuta Barbara Sybille Fischinger,
que presta um trabalho pioneiro e criativo,
tendo desenvolvido inclusive um método
de trabalho, baseado em técnicas tradicionais somadas à sua vivência, a Metodologia
Fischinger. “Foi emocionante ver de perto
o envolvimento de toda a equipe da Kinder e todo o esforço da Dra. Bárbara para
levar adiante seu trabalho, que é tão importante para a sociedade gaúcha. A Kinder merece todas as nossas homenagens e
reconhecimento, já que o time não mede
esforços para realizar este trabalho heroico”, afirma a Dra. Maria Teresa Dresch da
Silveira.
Notícias
No dia 16 de abril, a Presidente do CREFITO5/RS, Dra. Maria Teresa Dresch da
Silveira visitou o Centro de Centro de Saúde Escola Murialdo (CSEM), que fica em
Porto Alegre. A Presidente do Conselho
foi até o Centro para fazer uma palestra a
convite do Fisioterapeuta Dr. José Cláudio
dos Santos Araújo para as residentes do
Núcleo de Fisioterapia que trabalham com
Residência Integrada em Saúde / Ênfase
em Atenção Básica. O tema da palestra foi
“Mercado de Trabalho do Fisioterapeuta
na Rede Pública”.
21
UFPel informa a abertura do curso de Terapia Ocupacional
No dia 14 de abril, o Dr. Jadir Camargo
Lemos e a Dra. Vera Maciel estiveram visitando a Universidade Federal de Pelotas
(UFPel) e conversaram com a Pró-Reitora
de Graduação Profª Eliana Povoas Brito. A
visita teve por objetivo uma aproximação
com a instituição que, há quarenta anos,
participa com efetividade do desenvolvimento da Região Sul do RS, além de manter
vínculos de relação com a comunidade. Para
o CREFITO5/RS, esta aproximação reforça
o compromisso do Conselho com a qualidade do ensino para nossas profissões. Na
ocasião, a Professora Eliana adiantou que a
universidade deverá estar com o curso de
graduação em Terapia Ocupacional funcionando no segundo semestre de 2010, na
modalidade de bacharelado. A Pró-reitora
ainda apresentou o projeto do curso, que
já está cadastrado no e-mec. O curso terá
carga horária de 3.900 horas.
CREFITO5/RS reúne-se com representantes do CPERS para debater a
inclusão de Fisioterapeutas no IPE
Notícias
No dia 4 de maio, a Dra. Perla Teles,
conselheira do COFFITO, representou o
CREFITO5/RS em uma reunião no Centro
dos Professores do Estado do Rio Grande
do Sul - Sindicato dos Trabalhadores em
Educação (CPERS/Sindicato), em Porto
Alegre. Ao lado de representantes do Fórum Permanente pela Democratização da
Saúde (FPDS), a Dra. Perla apresentou à
presidente do CPERS, Rejane de Oliveira, uma luta antiga do CREFITO5/RS: o
acesso ao atendimento ambulatorial de
Fisioterapia aos usuários do Instituto de
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Previdência do Rio Grande do Sul (IPE).
“Essa é uma luta de anos. Queremos solicitar ao CPERS o apoio nesta demanda
pela qualidade de vida dos professores do
Rio Grande do Sul, queremos oferecer a
assistência integral à saúde dos cidadãos”,
defende Dra. Perla. Para que inclusão seja
efetuada, é necessária aum alteração na
Lei n° 12.134 de 26/07/04, que regulamenta o IPE Saúde. A ação precisa, necessariamente, passar pela Assembleia
Legislativa do estado. A presidente do
CPERS, Rejane, e os diretores da enti-
dade discutirão o assunto e realizarão o
contato para próximos encaminhamentos. Segundo representantes do CPERS,
essa briga é antiga e os Conselhos Profissionais são parte importante nessa briga.
Por isso, foi solicitado a cada representante dos Conselhos presentes que apresentem uma pesquisa justificando a inclusão
dos profissionais no plano de saúde que
atende a milhares de gaúchos.
O CREFITO5/RS solicitou uma audiência
publica na Comissão de Saúde da Assembléia para debater e aprofundar o tema.
Saúde da Mulher reúne mais de 300 pessoas em Boqueirão do Leão
300 pessoas ouviram atentamente a palestra da fisioterapeuta Dra. Nair Paim.
No dia 7 de abril, o CREFITO5/RS esteve
em Boqueirão do Leão (cidade que fica a
187 km de Porto Alegre) a convite da fisioterapeuta Dra. Alexandra Gazolla para
fazer uma palestra sobre saúde da mulher
e saúde do homem. A palestra faz parte
do projeto Debates CREFITO5/RS: Vida e
Saúde com Qualidade. Mulheres e homens
de todas as idades puderam conhecer um
pouco mais sobre dois importantes assuntos: o câncer de colo do útero e o câncer
de próstata. O ginásio da Escola Estadual
Eugênio Franciosi estava lotado: mais de
Iniciativa – A fisioterapeuta Alexandra
desenvolve um importante trabalho voltado à saúde da mulher e a importância
da prevenção na manutenção da saúde
de todos. O trabalho vem sendo desenvolvido nos municípios de Boqueirão do
Leão e Gramado Xavier. Apaixonada
pelo que faz, Dra. Alexandra resolveu
buscar junto ao CREFITO5/RS uma nova
forma de divulgar informações importantes para a sociedade. “Esse projeto do
Conselho é ideal porque adaptamos as
necessidades locais à informação de qualidade. Poder falar de prevenção para um
público de todas as idades é sensacional”,
afirma ela.
Para o diretor da Escola, Luiz Cláudio
Carlesso, a parceria reitera o compromisso e a responsabilidade social tanto da escola quanto do Conselho. “Unindo esforços, vamos além, derrubamos barreiras e
avançamos na busca pelo conhecimento”,
diz Carlesso.
Para a palestrante, Dra. Nair, fazer uma
palestra em uma escola foi especial. Professora aposentada, ela emocionou-se ao
falar da iniciativa de Carlesso e recebeu o
carinho de professores e alunos presentes. “Ver a realidade desta escola é muito
especial, vocês todos estão de parabéns”,
ressaltou ela.
As pessoas que participaram da palestra
puderam, ao final, tirar dúvidas com a
palestrante. Segundo uma das mulheres
presentes, a palestra foi fundamental,
especialmente para a garotada, que não
valoriza tanto a prevenção e acaba se descuidando.
Estiveram presentes no evento o DiretorTesoureiro do CREFITO5/RS, Dr. Gérson
Chequi, a presidente da Liga Feminina de
Combate do Câncer, o prefeito municipal
e o secretário municipal de saúde de Boqueirão do Leão. Além disso, um ônibus
com mulheres de Gramado Xavier foi à
cidade para assistir à palestra.
Há alguns anos vem-se falando que saúde é
sinônimo de prevenção. Os exemplos e os resultados de ações alicerçadas nesses princípios
são comprovados e norteiam diversas atividades e projetos de governos e instituições, sejam elas públicas ou privadas. O CREFITO5/
RS, que defende a inserção de seus profissionais na atenção básica à saúde concorda com
essa política, mas foi além. “Ao implantar o
projeto Saúde Escolar, o Conselho não apenas
trata e valoriza a prevenção, como trabalha
com a conscientização de crianças e adolescentes, visando o futuro de cada um deles”,
conta o Dr. Gérson Chequi, Diretor-Tesoureiro do CREFITO5/RS e um dos idealizadores
do projeto.
O projeto, iniciado em 2006, teve novas ações
no mês de maio de 2010, na cidade de Boqueirão do Leão. Município pequeno, distante
quase 200 quilômetros da capital gaúcha, a
cidade tornou-se modelo na região por implantar o projeto. O Saúde Escolar foi levado
à Escola Estadual Eugênio Franciosi em 2009,
através da fisioterapeuta Dra. Alexandra Gazolla. Inserida na comunidade como referência, a profissional solicitou ao CREFITO5/RS
que implantasse o projeto em sua cidade natal. “Trazer essas ideias e projetos para minha
cidade, é valorizar minhas raízes. Formei-me
e voltei para Boqueirão com o objetivo de
ajudar a mudar a nossa realidade e isso está
acontecendo aos poucos”, conta Alexandra.
tão verde ou vermelho, é provarmos a cada
um que eles podem fazer diferente, podem
mudar sues hábitos”, explica o Dr. Gérson.
Implantado o projeto, palestras e explicações
realizadas em 2009, era hora de conferir na
prática se os alunos aprenderam e assimilaram
as lições. Hora da Blitz da Mochila. No dia 7
de maio, um dos idealizadores do projeto, o
fisioterapeuta Dr. Gérson Chequi, esteve em
Boqueirão para realizar mais essa ação. Com
a ajuda da Dra. Alexandra Gazolla e da professora de Educação Física da Escola, Isabel
Ferrari, alunos do turno da manhã e da tarde foram pesados e pesaram suas mochilas.
Aqueles que tinham a mochila dentro do limite de 10% do seu peso, ganharam cartão
verde. Aqueles que apresentarem excesso
de peso levaram cartão vermelho. Pais e professores que acompanharam a ação também
receberam orientações e comprometeram-se
em cuidar da postura dos seus alunos e da forma como carregam suas mochilas no dia a dia.
Após pesarem as mochilas, os três profissionais foram em todas as salas de aula falar
com cada turma. Nas salas de aula, participação grande dos alunos. Todos respondiam
e queriam saber mais. Em cada sala, o líder
da turma era escolhido para mostrar a forma
correta de colocar a mochila nas costas, de
carregar quando era de rodinha ou de uma
laça só. Os fisioterapeutas mostravam, na prática, como faz diferença carregar a mochila de
forma correta e como dói carregá-la de forma
errada. Assim, todos se convenceram de que,
“para não ter dor nas costas, é preciso cuidar
da coluna desde pequenos”, afirmou um dos
alunos.
A Blitz – Ao chegarem à escola e perceberem
a equipe do CREFITO5 pronta para pesar as
mochilas, alguns alunos ficaram receosos. Aos
poucos, porém, foram perdendo o medo e a
timidez e encararam a balança. “O importante
dessa ação é não apenas entregarmos um car-
Notícias
Saúde Escolar: uma ação do presente, com olhar para o futuro
23
IV Fórum Gaúcho de Políticas Profissionais em Fisioterapia e Terapia
Ocupacional acontece em Porto Alegre
No dia 15 de maio, estiveram reunidos
estudantes de Fisioterapia, Terapia Ocupacional e profissionais destas áreas no IV
Fórum Gaúcho de Políticas Profissionais
em Fisioterapia e Terapia Ocupacional. O
evento aconteceu no Coral Tower Hotel,
em Porto Alegre, das 9h às 17h.
Este evento anual tem como objetivo discutir junto aos profissionais a situação do
mercado de trabalho no estado do Rio
Grande do Sul, e as possíveis ações das
entidades representativas da categoria.
Entre os temas debatidos nesta edição
do evento, podemos citar: a atuação profissional nas APAEs, o reflexo da formação no mercado de trabalho e também a
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (mais conhecida pela sigla CIF).
A mesa de abertura do evento contou
com a presença da Presidente CREFITO5/RS, Dra. Maria Teresa Dresch da
Silveira, da representante da Secretaria
Estadual de Saúde, Sheila Lima e da VicePresidente do CREFITO10, Dra. Lizete
Antunes. Também estiveram presentes
o Vice-Presidente do CREFITO-5/RS, a
Diretora-Secretária e o Diretor-Tesoureiro; os Delegados Regionais do CREFITO5/RS, bem como membros da
Comissão de Estudantes. A primeira
mesa redonda, que tratou da Atuação
Profissional das APAEs, foi composta pela Presidente da Federação das
APAEs, Dra. Aracy Maria da Silva Leão,
a fisioterapeuta e ex-funcionária da
APAE, Dra. Geórgia Loss, a terapeuta A segunda mesa redonda do evento discutiu o reflexo
ocupacional que trabalha na APAE de da formação no mercado de trabalho
Porto Alegre, Dra. Luana Prates Pires
e a terapeuta ocupacional Dra. Scheila são de Estudantes. O último debate do
Lima, representante do Departamento dia foi sobre a CIF, e reuniu a Dra. Lizete
de Assistência Hospitalar e Ambulatorial Antunes, do CREFITO10 de Santa Catarida Secretaria Estadual de Saúde.
na e a terapeuta ocupacional Dra. Miriam
Cabrera Corvelo.
A segunda mesa redonda do evento tratou sobre o reflexo da formação no mer- “O IV Fórum Gaúcho de Políticas Procado de trabalho, e foi conduzida pelo Dr. fissionais da Fisioterapia e da Terapia
Jadir Camargo Lemos, representando a Ocupacional foi muito proveitoso, enComissão de Ensino do CREFITO5/RS, a riquecido pela presença de excelentes
fisioterapeuta Dra. Adriane dal Bosco, da palestrantes e um público bastante partiASSOBRAFIR/RS, a fisioterapeuta Rosana cipativo. Os temas do evento deste ano
Glock, representando as instituições de foram sugeridos pelos próprios profisEnsino Superior de Fisioterapia e de Te- sionais e estudantes, o que nos ajudou a
rapia Ocupacional e também o estudante tornar o evento mais dinâmico”, disse a
da Universidade Federal de Santa Maria Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira, PreRenan Leal Machado, membro da Comis- sidente do CREFITO5/RS.
Ex-presidentes do CREFITO5/RS homenageados
Notícias
Durante o IV Fórum de Políticas Profissionais da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, ocorrido no último sábado, 15 de
maio, os ex-presidentes do Conselho Regional de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional da 5º região foram homenageados.
A ação faz parte das comemorações aos
25 anos do CREFITO5/RS, que são comemorados neste ano de 2010.
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A homenagem iniciou com a declamação
do poema “À margem da biografia de Pedro, um domador de Moisés”, de Silveira
de Menezes, pela Campeã Estadual de
Declamação de 2008, Adriana Oliveira Pereira. Em seguida, iniciaram-se as homenagens aos ex-presidentes do Conselho. “Ao
fazermos esta homenagem, estendemos
também o nosso agradecimento a cada
Conselheiro que passou pelo CREFITO5/
RS, os Delegados e também aos profissionais, porque um Conselho só é forte com
a participação de todos”, disse a Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira, atual Presidente do Conselho.
A primeira homenageada foi a terapeuta processo eleitoral, foi a última presidente
ocupacional Dra. Maria Tereza Baraúna da homenageada. Em seguida, Maria Cleonice
Costa, que presidiu o CREFITO5/RS de Flor Luzia, Assessora Contábil do CREFI1986 até 1988, quando precisou voltar à TO5/RS desde a criação do Conselho até
Bahia, sua terra natal. Em seguida, a fisio- agora, foi homenageada pelos 25 anos de
terapeuta Dra. Sonia Aparecida Manacero compromisso e profissionalismo nos excerecebeu a placa de homenagem – ela foi lentes serviços prestados ao Conselho e
presidente do CREFITO5/RS no perío- também por ser a funcionária mais antiga
do de 1988 até 1990. O fisioterapeuta da autarquia ainda em atividade.
Dr. Fernando
de Melo Prati,
presidente do
CREFITO5/RS
durante o período de 1990
a 2002, foi o
terceiro
homenageado do
evento. A Dra.
Maria
Teresa
Dresch da Silveira, presidente de 2002 até o
atual momento, Os homenageados do dia, da esquerda para direita: Dr. Fernando Prati, Dra. Sonia
Aparecida Manacero, Dra. Maria Tereza Baraúna da Costa, Dra. Maria Teresa
em virtude do Dresch da Silveira e Cleonice Maria Flôr Luzia
I Congresso Internacional
de Fisioterapia da
Amazônia
Quando: 14 a 17 de julho
Local: Tropical Hotel (Manaus, AM).
Informações: http://www.
fisioterapiamanaus2010.com.br/
15º Simpósio
Internacional de
Fisioterapia Respiratória
Data: De 29 de setembro a 2 de outubro
Local: Centro de Eventos da PUC/RS
(Avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).
Informações: http://officemarketing1.
locaweb.com.br/fisiorespiratoria/
1ª Jornada Gaúcha de
Fisioterapia TraumatoOrtopédica
Quando: 17 e 18 de setembro
Local: Torres (RS)
Informações: http://www.jgfto.com.br/
Dicas
Dica de filme:
Saneamento Básico, do
diretor Jorge
Furtado, 2007.
Em uma pequena vila de
descendentes de
colonos italianos
na serra gaúcha,
a construção de
uma fossa para
o tratamento do esgoto é uma emergência antiga e sempre ignorada pelas
autoridades. Uma comissão resolve
pleitear a obra através dos recursos
da subprefeitura. No entanto, são
informados de que não há verba para
saneamento básico mas que sobra
para a produção de um vídeo. O grupo
resolve então fazer um vídeo sobre o
saneamento básico. Mas o que ninguém esperava é que o grupo amador
se envolveria tanto nessa produção que
ganha até prêmio na cidade, e que a
obra... bem, viraria ator coadjuvante.
Dica de livro:
Fisioterapia Cardiorrespiratória, de
William E. DeTurk e Lawrence P. Cahalin. Este livro traz os conhecimentos
essenciais e apresenta os princípios da
prática da fisioterapia cardiorrespiratória com base nas melhores evidências
disponíveis na área, possibilitando a
escolha das intervenções adequadas e
o desenvolvimento de planos de tratamento completos para cada paciente.
É baseado no APTA Guide to Physical
Therapist Practice e apresenta informações sobre fisiologia do exercício,
avaliação do paciente, eletrocardiografia e medicamentos e também capítulos específicos
que dedicam-se
a cada um dos
oito padrões de
prática aprovados pela APTA. A
publicação ainda
inclui um CDROM interativo
(em inglês).
Agenda e Dicas
Eventos
25
Fisioterapia durante a hemodiálise:
mais qualidade de vida para o
paciente renal crônico
É de conhecimento de todos que
as doenças renais crônicas levam a
repercussões em todos os sistemas
do corpo acarretando descondicionamento físico e prejuízo na qualidade de vida dos pacientes. Muitos
pacientes apresentam problemas
de mobilidade, fraqueza, câimbras,
dores musculares, dores articulares
e também distúrbios nos membros
inferiores.
Especial
Foi pensando nisso que a clínica Nefrocor, que atende pacientes que fazem hemodiálise em Cachoeirinha,
resolveu oferecer um diferencial
para seus pacientes. Em setembro
de 2008, a clínica resolveu agregar à
sua equipe os serviços de um fisioterapeuta, o Dr. Fabrício Luiz Horta Pereira. O objetivo? Melhorar a
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qualidade de vida de quem recebe o
tratamento e proporcionar alguma
atividade que os beneficie durante
as quatro horas em que ficam fazendo hemodiálise na clínica.
A ideia surgiu quando a clínica ficou
sabendo que uma de suas pacientes estava fazendo Fisioterapia para
tratar da fraqueza muscular gerada
pela hemodiálise – e melhorando
muito devido ao tratamento. “Os
pacientes são submetidos a quatro
horas de hemodiálise três vezes
por semana, e esse tempo muitas
vezes não é aproveitado para fazer
algo que complemente e os auxilie
com problemas recorrentes, como
câimbras e fraqueza muscular, além
de problemas que surgem nos
membros inferiores”, relata o fisioterapeuta.
O Dr. Fabrício
começou prestando serviços
duas
vezes
por semana
na clínica e,
hoje, atende
aos pacientes
quatro vezes
por semana
– e, quando
está de folga,
os pacientes
reclamam,
mas tudo num
clima descontraído. “Isso é
um ótimo sinal, e a maior
prova de que
o
trabalho
está
dando
certo é que
todos os pacientes apre-
sentam algum tipo de melhoria ou
benefício depois de passarem pelas
sessões de fisioterapia, até porque
eles são muito disciplinados e seguem fazendo os exercícios sugeridos em casa, com a ajuda dos seus
familiares, e isso ajuda muito no
tratamento”, relata o fisioterapeuta. A cada turno, ele atende cerca
de 22 pacientes, sempre com muita conversa e tentando incentivar a
prática de exercícios leves durante
a hemodiálise mesmo que eles não
apresentem queixas ou dores – o
importante é estimular o movimento dos pacientes.
O tratamento hemodialítico é responsável por um cotidiano restrito,
tornando as atividades dos indivíduos com insuficiência renal limitadas
após o início do tratamento, favorecendo o sedentarismo e a deficiência funcional. A doença renal é
considerada um grande problema
de saúde pública e tem impacto
negativo sobre a qualidade de vida
relacionada à saúde. No Brasil a
prevalência de doentes renais mantidos em programa crônico de diálise mais que dobrou nos últimos
oito anos. A incidência de novos pacientes cresce cerca de 8% ao ano.
Dos frequentadores da clínica, 80%
são atendidos pelo Sistema Único
de Saúde – ou seja, pessoas que teriam grandes dificuldades para pagar consultas particulares com um
fisioterapeuta, o que faz com que
eles sejam ainda mais gratos pelos
serviços do Dr. Fabrício. “Tivemos
vários casos marcantes aqui, como
o de uma paciente que sofria de
fortes dores de cabeça há 34 anos e
só foi melhorar depois das sessões
de fisioterapia, ou o de um paciente que se machucou muito quando
caiu dentro de um buraco não si-
Outro caso marcante é o de Joel
Varonez Ferraz, que passou por um
problema que acontece muitas vezes com pacientes de hemodiálise:
o emagrecimento repentino, sendo
considerado até uma característica
da doença. Joel perdeu 15 quilos
em pouco mais de duas semanas, e
ficou tão fraco que estava até com
dificuldades de caminhar. “Fui parar
no hospital devido a este problema
e, lá, fiz fisioterapia respiratória,
mas o tratamento fisioterápico que
estou fazendo aqui está me ajudando a recuperar a força nas pernas
para caminhar com mais firmeza.
No começo, fazia cinco repetições
de cada exercício e, agora, já estou
conseguindo quinze!”, comemora.
Hoje, Joel recuperou 70% da força das pernas e diz que o mérito é
do fisioterapeuta – e também dele,
claro, que seguiu as orientações do
profissional corretamente e foi disciplinado.
Carlos Alberto Kessler é paciente
de hemodiálise há cinco anos e espera ansiosamente a visita do fisioterapeuta para fazer seus exercícios
diários. “Para nós, a fisioterapia faz
toda a diferença – inclusive, alguns
pacientes daqui já pediam a inclusão
deste profissional aqui na clínica e,
agora, ele é indispensável”, explica.
Carlos caiu e se machucou bastante, também devido à fraqueza decorrente do tratamento de hemodiálise, e tem problemas na coluna
Estudos identificam que realizar
exercícios durante a diálise aumenta a capacidade do exercício e qualidade de vida dos pacientes e leva
a maior efetividade da diálise, além
de contribuir para maior e mais fácil aderência ao exercício, agindo
como uma intervenção eficiente
para aumentar a flexibilidade e dar
motivação em um ambiente estruturado e monótono. Porém, a fisioterapia para pacientes de hemodiálise ainda é um campo de trabalho
pouco explorado. “No Rio Grande
do Sul, não sei se existe outro espaço que disponibiliza este serviço
para seus pacientes. Recentemente estive palestrando sobre o tema
com alunos da Unilasalle e poucos
conheciam esta área de atuação da
Fisioterapia”, relata o Dr. Fabrício.
Ele ainda conta que alguns pacientes
foram resistentes no início do tratamento, mas hoje estão totalmente
adaptados. A equipe da clínica é
multifuncional – conta com médico,
enfermeira, psicólogo, nutricionista, assistente social e fisioterapeuta,
e há reuniões semanais para que os
casos sejam discutidos pelo time, o
que enriquece muito o aprendizado
de todos e também a visão global
sobre os pacientes da clínica.
O profissional ainda alerta que pacientes em tratamento dialítico têm
fatores limitantes à atuação do fisioterapeuta. Com isso, cuidados e
técnicas sofrem adaptações – o Dr.
Fabrício, por exemplo, copiou uma
adaptação de bicicleta ergométrica que viu em um trabalho alemão
para o tratamento dos pacientes
da clínica, com muito sucesso. Ele
ainda alerta que, para a mobilização
do paciente, deve-se atentar para
o tipo de acesso vascular que está
sendo utilizado na diálise. Se for utilizado cateter rígido, movimentos
como tríplice flexão não devem ser
realizados na posição sentada quan-
do o cateter estiver na veia femural.
No membro em que se localiza o
acesso venoso a mobilização deve
ser mínima ou ausente, mas apenas
durante a diálise (em outras condições a mobilização é livre).
O fisioterapeuta ainda ressalta outros benefícios, como o aumento da
autoestima dos pacientes e também
de seu bom humor, além do estreitamento de laços entre os pacientes
que dividem a mesma sala para fazer o tratamento. “Aqui, todos são
muito amigos e o clima é de brincadeira e amizade entre pacientes
que vão desde 20 até 80 anos de
idade. Mas o melhor é ver que eles
se queixam muito menos de dores
e mantém sua qualidade de vida,
já que são disciplinados e seguem
minhas orientações para que continuem se exercitando durante os
outros momentos da semana deles”, relata.
Especial
Ele fala de Volésio Chaves dos Santos, que passou por duas cirurgias
depois da queda, (ele quebrou a
patela esquerda e lesionou os ligamentos do joelho direito) e fez fisioterapia durante todo o período
de recuperação. “Eu não caminhava mais, fiquei muito machucado
e sentia muita dificuldade para me
locomover depois do acidente. Aos
poucos, com a fisioterapia aqui da
clínica e as orientações de exercício
para fazer em casa, melhorei e consigo caminhar sem muletas hoje. Se
eu tivesse que pagar por este serviço, com certeza não teria condições e estaria ainda sem caminhar”,
relata, emocionado.
também. “Eu procuro caminhar
sempre, mas o Dr. Fabrício ajuda
muito a nos estimular a fazer exercícios orientados por ele em casa,
além de nos auxiliar com fisioterapia durante as quatro horas de hemodiálise, que antes eram inativas”,
relata.
Fotos: Manuela Martini Colla
nalizado na calçada que, hoje, está
totalmente recuperado”, conta.
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Agenda da Diretoria
Agenda da Diretoria
(Abril-Junho 2010)
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06/04/2010
Reunião do Fórum Democrático da Assembléia Legislativa do RS
Local: Praça Marechal Deodoro, 101 térreo Porto Alegre
Representante(s): Dra. Denise Scopel
Eleição do Colégio Deliberativo do Fórum
07/04/2010
Evento Dia Mundial da Saúde
Local: Mercado Público
Representante(s): Conselhos Profissionais
da Área da Saúde
08/04/2010
I Jornada Hospitalar Home Care de Gestão
em Saúde dia 8 e 9 de abril
Local: Hospital Moinhos de Vento
Representante(s): Dr. Gerson Chequi
09/04/2010
Reunião da Comissão de Ensino do CREFITO5/RS
Local: Sede do Conselho
Representante(s): Membros da Comissão
Entrega de LTT
Local: Sede do CREFITO5/RS
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
10/04/2010
Encontro de Delegado do CREFITO-5/RS
Local: Hotel Ritter - Porto Alegre
Representante(s): Delegados e Membros
da Diretoria do CREFITO5/RS
Reunião da CIPPS
Local: Sede do Conselho
Representante(s): Membros: Dr. Glademir
Schwingel, Dra. Georgia Loss, Dra. Vera
Leonardi e Dra. Perla Teles
12/04/2010
Visita à ACADEF
Local: Sede da Acadef
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira, Dra. Denise Scopel e Dra.
Perla Teles
13/04/2010
Reunião do Fórum Permanente pela Democratização da Saúde
Local: Sede do CRP
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
14/04/2010
Visita à sede da Kinder
Local: Kinder - Porto Alegre
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira e Dra. Denise Scopel
15/04/2010
Visita à Universidade Federal de Pelotas
Local: Sede da Instituição - Pelotas/RS
Representante(s): Dr. Jadir Camargo Lemos e Dra. Vera Maciel
Entrega de LTT
Local: Sede do CREFITO5/RS
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
16/04/2010
Palestra para os profissionais do Núcleo de
Fisioterapia da Escola de Saúde
Pública
Local: Auditório do Centro de Saúde Escola Murialdo - Porto Alegre
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
23/04/2010
Aula na disciplina de Introdução e Prática
Fisioterapêutica, do Curso de
Fisioterapia da ULBRA
Local: Sala 5, Prédio 1
Representante(s): Dr. Gerson Chequi
27/04/2010
Aula na disciplina de Fundamentos da Fisioterapia I (disciplina de primeiro
semestre) do curso de Fisioterapia da UCS
Local: UCS - Caxias do Sul
Representante(s): Dr. Gérson Chequi
Tema: Perspectiva do Profissional no atual
mercado de trabalho e Entidades de Classe
Reunião do Fórum dos Conselhos Profissionais do RS
Local: Sede da OAB/RS
Representante(s): Dra. Cintia Reis
04/05/2010
Reunião do FPDS e CPERS
Local: Sede do CPERS
Representante(s): Dra. Perla Teles
07/05/2010
Projeto Saúde Escolar
Local: Boqueirão do Leão
Representante(s): Dr. Gerson Chequi e
Dra. Nair Paim
10/05/2010
Aula para os alunos da disciplina de Vicências Fisioterapêuticas - Curso de
Fisioterapia do IPA
Local: Ipa
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
Atuação do Conselho
11/05/2010
Aula para os alunos do 8º semestre da
Disciplina de Tópicos Avançados do
Curso de Fisioterapia
Local: IPA
Representante(s): Dr. Gérson Chequi
Reunião com o Promotor Dr. Paulo Charqueiro
Local: Promotoria de Justiça Regional de
Pelotas
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dres-
ch da Silveira e Dra. Denise Scopel
12/05/2010
IV Congresso Internacional de Fisioterapia
Manual
Local: Centro de Convenções do Ceará
Representante(s): Dr. Jadir Camargo
Lemos
Evento do dia 12/05 a 14/05/2010
13/05/2010
Aula de Vivências Fisioterapêuticas do 3°
SEM. Do curso de Fisio do IPA
Local: IPA
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
14/05/2010
Capacitação de novos Delegados do CREFITO5/RS
Local: Sede do CREFITO5/RS
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
Palestra aos acadêmicos graduandos de
fisioterapia sobre Gestão em Serviços
de Saúde
Local: Campus Unilasalle Canoas
Representante(s): Dr. Gérson Chequi
15/05/2010
IV Fórum Gaúcho de Políticas Profissionais
de Fisioterapia e Terapia
Local: Coral Tower Hotel
Representante(s): Membros da Diretoria
17/05/2010
Reunião do Fórum Permanente pela Democratização da Saúde
Local: Sede do CREFITO5/RS
Representante (s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
Reunião com Formandos de Fisioterapia da
UNILASALLE
Local: CREFITO5
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
18/05/2010
Reunião do Fórum dos Conselhos Regionais das Profissões Regulamentadas
do RS
Local: Sede da OAB / RS
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
21/05/2010
Aula para os alunos do 3º semestre da
disciplina de Semiologia Fisioterapêutica
do curso de Fisioterapia
Local: IPA
Representante(s): Dra. Nair Paim
Seminário sobre Atenção Básica na Saúde
em Caxias do Sul
Local: Plenário da Câmara de Vereadores
Representante(s): Membros da Diretoria
02/06/2010
Seminário Atenção Básica na Saúde
Local: Plenário da Câmara de Vereadores
Representante(s): Dr. Jadir Camargo
Lemos
07/06/2010
Reunião com formandos dos Cursos de
Fisioterapia da FSG e UCS
Local: Sede da FSG - Caxias do Sul
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
08/06/2010
Reunião com formandos do Curso de
Fisioterapia da Ulbra - Cachoeira do Sul
Local: Campus Ulbra Cachoeira do Sul
Representante(s): Dr. Gérson Chequi
Audiência Pública sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência
Local: Auditório da OAB, Rua Washington
Luiz, 1110 - 2° andar
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
09/06/2010
Reunião com os formandos da Terapia
Ocupacional da Unifra
Local: Unifra
Representante(s): Dra. Vera Maciel
10/06/2010
Reunião com formandos do Curso de
Fisioterapia da UPF
Local: Sala 14 - Prédio da FEFF - UPF
Fisioterapia - Porto Alegre
Setembro 2010
Acupuntura (turma mensal e noturna)
Fisioterapia em Dermato Funcional
Fisioterapia Osteopática
Fisioterapia do Trabalho
Fisioterapia em Neurologia
Fisioterapia em Ortopedia e Traumatologia
Representante(s): Dr. Jadir Camargo
Lemos
14/06/2010
Reunião com formandos do Curso de
Fisioterapia do IPA
Local: Auditório do Prédio B, Unidade
Central
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
14/06/2010
Reunião com Formandos de Fisioterapia
do IPA
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
15/06/2010
Reunião com Formandos Feevale
Representante(s): Dr. Gérson Chequi
17/06/2010
Reunião com o Vereador Mauro Zacher
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
Reunião com Formandos UNICRUZ
Representante(s): Dra. Lizete (Delegada de
Cruz Alta)
18/06/2010
Reunião com Formandos UNISINOS
Representante(s): Dr. Gérson Chequi
VII Congresso Gaúcho de Ortopedia e
Traumatologia
Representante(s): Dr. Jadir Camargo
Lemos
Curso de Formação
RPG / FM
Ministrante:
Alexandre H. Nowotny
Início:
9 de agosto de 2010
Inscrições Abertas!!!
Fisioterapia em Geriatria e Gerontologia
Fisioterapia em Uroginecologia, Urologia e Saúde da Mulher
Agenda da Diretoria
Palestrante do CREFITO5/RS: Dr. Glademir Schwingel
Aula da disciplina de Seminários em Fisioterapia Tópicos Avançados II, turma de
8º semestre
Local: IPA
Representante(s): Dra. Nair Paim
25/05/2010
XXVI Congresso Nacional de Secretarias
de Saúde (CONASEMS)
Local: Gramado
Representante(s): Dr. Gérson Chequi
26/05/2010
XXVI Congresso Nacional de Secretarias
de Saúde (CONASEMS)
Local: Gramado
Representante(s): Dr. Gérson Chequi
27/05/2010
XXVI Congresso Nacional de Secretarias
de Saúde (CONASEMS)
Local: Gramado
Representante(s): Dra. Vera Maciel
29/05/2010
Eleição CREFITO5/RS - Gestão 2010-2014
Local: Porto Alegre - Caxias do Sul e Santa
Maria
01/06/2010
Posse da nova gestão do CRN-2
Local: CRN-2
Representante(s): Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira
29
Foto: Manuela Martini Colla
Mudança de estação e
doenças respiratórias: o
que devemos saber e fazer
Por Dr. Alexandre Simões Dias* e Dr. Lucas Homercher Galant**
Fisioterapeuta, Pós-Doutor em Fisiologia pela Universidade de León (Espanha), Diretor Científico Geral da
ASSOBRAFIR (Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva).
**
Fisioterapeuta formado no Centro Universitário Metodista IPA e aluno de Mestrado do Programa de Hepatologia da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).
*
Artigo
O inverno se aproxima e juntamente com
a chegada desta estação os problemas
que afetam as vias respiratórias também
se acentuam, pois o ar frio e a redução da
umidade relativa do ar aumentam a predisposição a inflamações e infecções das
vias aéreas. Isso ocorre porque o organismo necessita trabalhar de forma mais
acentuada para aumentar o metabolismo
e manter a temperatura corpórea (37
graus Celsius), fazendo a imunidade celular diminuir (Zimmer SM, 2009)1.
30
Ainda não existe um consenso sobre as
principais causas das doenças que afetam
o sistema respiratório, por isto devemos
sempre estar atentos à presença de qualquer alteração ou sintoma que afete o
quadro respiratório atual. As repercussões nas vias aéreas determinadas pelas
temperaturas amenas ocorrem principalmente devido à desidratação que acomete a mucosa do epitélio ciliado. Com
isto, o movimento ciliar muitas vezes está
alterado, o que compromete a eliminação
das secreções pulmonares, e ocasiona o
acúmulo das mesmas nas vias aéreas. A
retenção de secreções pode predispor a
colonização de agentes bacterianos, levando ao quadro de infecção do sistema
respiratório. Todavia, condições adversas
atmosféricas também propiciam maior
circulação de vírus e bactérias no ar. Associada a isso, a baixa umidade relativa do
ar aumenta a poluição atmosférica, desencadeando mais doenças.
As crianças e os idosos apresentam maiores fatores de riscos para o contato com
os agentes causadores de tais disfunções.
Na infância, o sistema imunológico e o
respiratório passam por um processo de
maturação, e desta forma não ocorre o
reconhecimento de tais microorganismos
causadores de doenças, proporcionando
maior susceptibilidade a infecções. Por
sua vez, a população idosa encontra-se
em um período de declínio do funcionamento do sistema imunológico, interferindo diretamente no reconhecimento
por parte das células imunes responsáveis
pelo mecanismo de memória imunológica
(linfócitos T). Assim, as disfunções respiratórias, e as doenças pulmonares podem
aparecer.
utilizadas pelo fisioterapeuta no atendimento destes pacientes podem aumentar
a eficiência dos músculos respiratórios e
remover as secreções pulmonares, além
de contribuir para melhorar a troca gasosa (Hess DR, 200721. Os benefícios
dessas técnicas repercutem de forma sistêmica nos indivíduos, melhorando a ventilação e a desobstrução das vias aéreas.
Em suma, as complicações respiratórias
referentes ao clima ocasionam o aparecimento de processos patológicos no sistema respiratório, os quais irão prejudicar
o funcionamento do mesmo. A orientação de exercícios respiratórios e técnicas
que visam o entendimento de como respirar melhor proporcionarão um melhor
funcionamento do sistema respiratório,
contribuindo desta forma para a melhora
dos sintomas e da qualidade de vida dos
indivíduos. Por isto, caso queira alguma
orientação de como respirar melhor consulte um fisioterapeuta.
O papel da Fisioterapia respiratória em
tais acometimentos tem o objetivo de
evitar as complicações decorrentes das
doenças pulmonares. O acúmulo de secreção nas vias aéreas é o principal causador das infecções no sistema pulmonar,
trazendo conseqüências negativas para o
indivíduo. No entanto, algumas técnicas
Referências Bibliográficas:
1 - Zimmer SM, Burke DS. Historical
perspective--Emergence of influenza
A (H1N1) viruses. N Engl J Med. 2009,
361(3):279-85.
2- Hess DR. Airway clearance: physiology, pharmacology, techniques, and practice. Respir Care. 2007, 52(10):1392-6.
Foto: Manuela Martini Colla
A modelagem em argila
na prevenção do estresse
ocupacional em profissionais
da área da saúde
Por Dra. Carmela Slavutzky* e Dra. Maria Cristina Garcia de Lima Caneppele**
burnout universalmente aceita, embora
todas as definições existentes demonstrem concordância. Na pesquisa o nível
de estresse ocupacional foi avaliado antes
e após a aplicação das oficinas de modelagem em argila. Buscou-se saber se haveria uma modificação nos níveis de estresse encontrados. A partir do resultado
positivo obtido, concluiu-se que este tipo
de atividade pode ser uma possibilidade
para a prevenção do estresse ocupacional. O método mostrou-se viável, de baixo custo. A escala utilizada para avaliar o
estresse foi a Escala de Burnout. Na parte
qualitativa foram estudadas as observações realizadas durante as duas oficinas
de modelagem em argila. Paim (1996)
refere que os afetos se projetam na argila melhor e mais espontaneamente que
em qualquer outro material modelável.
Como os resultados da pesquisa apontam
que 40% dos pesquisados obtiveram uma
melhora em seu nível de estresse após a
aplicação das duas oficinas de modelagem
em argila, concluiu-se que o método é eficiente. Os resultados qualitativos foram:
Melhora do convívio social; Maior comunicação entre a equipe; Menor ansiedade;
Maior concentração durante a tarefa. Os
objetivos da pesquisa foram alcançados.
Esse método demonstrou ser viável, de
custo reduzido, não envolvendo medicação e de resultados rápidos. Concluiuse que outros estudos de duração mais
longa, de forma sistemática devem ser
realizados para que a intervenção possa
ser recomendada para prevenção e tratamento do estresse ocupacional, uma vez
que na literatura não constam referências
sobre o assunto.
Carmela Slavutzky
Possui Graduação em Terapia Ocupacional (2009). Mestranda em Reabilitação e
Inclusão no Centro Universitário Metodista IPA (2010). Comendadora de Belas
Artes (2008).
**
Maria Cristina Garcia de Lima Caneppele
*
Possui graduação em Terapia Ocupacional
pelo Instituto Porto Alegre (1983), Mestrado em Saúde e Ambiente pela Universidade Federal de Mato Grosso (1999) e
Doutorado em Ciências Médicas: Epidemiologia pela Universidade Federal do
Rio Grande do Sul (2007). Atualmente é
analista do seguro social - Terapeuta Ocupacional do Instituto Nacional de Seguro
Social e professor titular/ supervisor de
estágio do Centro Universitário Metodista do Instituto Porto Alegre.
Esta pesquisa será apresentada em
forma de Trabalho Oral no 10º CONGRESSO DE STRESS DA ISMA-BR,
dia 22 a 24 de junho de 2010, no Plaza São Rafael/ POA.
Artigo
A pesquisa foi realizada no Hospital Porto
Alegre, na cidade de Porto Alegre/RS em
julho de 2009. Os participantes foram oito
profissionais da área da saúde mental, que
trabalhavam na internação psiquiátrica. A
amostra contou com um terapeuta ocupacional, um estagiário de terapia ocupacional, um enfermeiro e cinco técnicos
de enfermagem. Rossi (2009) aponta que
existem certas profissões mais vulneráveis
ao estresse, pois precisam demonstrar
suas emoções constantemente, como os
enfermeiros e outros profissionais da área
da saúde. Murta (2005) afirma que a relação entre trabalho e adoecimento, o que
se dá com muita intensidade em profissionais da área da saúde, vem sendo objeto
de estudos e trabalhos científicos. O foco
dos estudos é a prevenção e controle de
doenças ocupacionais. Dentre as doenças
encontram-se problemas associados ao
estresse. A palavra estresse, como relata
Tubau (2009), é de origem anglo-saxão
(stress) e designa uma pressão, uma tensão. O termo estresse freqüentemente
é apresentado de forma parcial e distorcido. O estresse como processo é a tensão diante de uma situação de desafio por
ameaça ou conquista. Como resultado
positivo é chamado de eustress e como
resultado negativo denomina-se distress,
diante do esforço gerado pela tensão mobilizada pela pessoa. É preciso relatar que
não existe, atualmente, uma definição de
31
As características do vínculo empregatício
Por Dr. Alexandre Mello
Assessor Jurídico do CREFITO5/RS
O vínculo de emprego, no ordenamento
jurídico brasileiro é regulamentado pelos
artigos 2º e 3º da Consolidação das Leis
do Trabalho, são eles: a pessoalidade, a
não-eventualidade, a onerosidade e a subordinação, apontando e caracterizando
a figura do empregado e do empregador.
No Direito do Trabalho, o empregador
poderá ser pessoa física ou jurídica, e,
por sua vez o empregado é tão somente
a pessoa física. Os serviços prestados por
pessoa jurídica não podem ser objeto de
contrato com vínculo de emprego.
Segundo o texto legal, empregado é aquele que trabalha de forma pessoal, mediante retribuição, em caráter não-eventual
e, fundamentalmente, subordinado ao
empregador. Pessoalidade significa que
somente a mesma pessoa, e de forma direta, pode prestar o serviço a uma pessoa
física ou jurídica. Não caracteriza este requisito quando o serviço é prestado por
pessoas diversas ou por via indireta.
Artigo
A pessoalidade diz com a natureza da
obrigação oriunda de uma relação de
emprego. O que o trabalhador “comercializa” no contrato de trabalho é o seu
tempo à disposição do empregador. Considerando a impossibilidade real de dissociar a força de trabalho da pessoa do
empregado, necessariamente ele será o
executor do contrato. Não há possibilidade, assim, de fazer-se substituir, sem que
em relação ao substituto deixe de nascer
uma nova relação de emprego. O requisito pessoalidade é que diferencia o contrato de trabalho do contrato de empreitada, por exemplo, para o qual importa a
tarefa e não quem a executa.
32
A não eventualidade ou continuidade
representa a habitualidade da realização
da atividade, o que não significa dizer
trabalho diário. Neste sentido, o posicionamento atual do Tribunal Superior do
Trabalho, órgão máximo do Judiciário na
seara trabalhista, no sentido de que, em
regra, o trabalho por mais de 2 (dois) dias
por semana caracterizaria a continuidade
empregatícia. A não-eventualidade diz
com a inserção da atividade desenvolvida
no “giro” produtivo da empresa. Não se
trata de um critério precipuamente temporal.
Onerosidade ou assalariamento significa
dizer que o trabalho, na relação de emprego, não é gratuito, devendo existir
uma retribuição pelo esforço do empregado. Ou seja, as atividades de natureza
intrinsecamente cultural, lúdica, esportiva, filantrópica, religiosa, política, ou voluntária não constitui objeto da relação de
emprego. A onerosidade é a característica que identifica o contrato de trabalho
como comutativo. As partes se obrigam
reciprocamente. A obrigação principal de
um corresponde ao objeto do contrato
visto pelo outro. O empregado trabalha;
o empregador busca a prestação de trabalho. O empregado busca subsistência;
o empregador paga salário. O trabalho
oneroso contrapõe-se ao voluntário. Esse
não é objeto do Direito do Trabalho, pois
o que move o trabalhador voluntário não
é a contraprestação.
Por fim, a subordinação é configurada
quando os serviços são direcionados por
aquele que recebe a prestação, sem a
autonomia do prestador de serviços, mediante comando. Isto é, trata-se de atividade vinculada à determinação, ordens e
ao comando do patrão ou empregador.
O elemento efetivamente distintivo da
relação de emprego é a subordinação.
Essa característica deriva do poder de
comando do empregador, exteriorizado
de diversas formas. Segundo o art. 2º da
CLT, que caracteriza o empregador, tratase de um poder diretivo e fiscalizatório.
Na relação de emprego, o empregado
coloca-se à disposição do empregador
durante determinado lapso temporal, e
dentro deste deve obediência aos seus
comandos: recebe e acata ordens. Descumprindo obrigações e deveres oriundos do contrato de trabalho, estará sujeito à punição disciplinar. Diz-se ser esse o
elemento distintivo, porque há relações
de trabalho, em sentido amplo, em que
estão presentes a pessoalidade, a onerosidade e a não-eventualidade, e ainda assim não configuram emprego, justamente
pela ausência de subordinação. Assim são,
por exemplos, algumas relações de pres-
tação de serviços autônomos.
A conjugação desses quatro fatores: a
pessoalidade, a não-eventualidade, a onerosidade e a subordinação, caracterizam
o vínculo empregatício, e gera direitos
que outros trabalhadores como os autônomos não fazem jus, como por exemplo,
férias remuneradas, repousos semanais e
décimo terceiro salário.
Insta esclarecer que não há qualquer impeditivo quanto à manutenção de mais de
um contrato de trabalho são mesmo tempo. A exclusividade não é requisito para o
reconhecimento de vínculo empregatício.
No exercício da profissão de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional, muitas
vezes uma típica relação de emprego é
mascarada pelo empregador como relação autônoma ou cooperativada, a fim
de sonegar direitos trabalhistas. Seguem
decisões proferidas pelo Poder Judiciário
Trabalhista sobre a matéria, consoante os
requisitos de caracterização da vinculo
empregatício antes apresentados:
FISIOTERAPEUTA. TRABALHO EM HOSPITAL COM EQUIPE DE EMPREGADOS
DE IGUAL ESPECIALIDADE. SUJEIÇÃO A
HORÁRIO E A MESMAS ROTINAS DE TRABALHO. SUBORDINAÇÃO. VÍNCULO DE
EMPREGO CONFIGURADO. Fisioterapeuta
que trabalha em hospital sujeito às mesmas
rotinas de trabalho e horários dos demais
fisioterapeutas empregados. Trabalho subordinado que repele a auto-determinação
própria do trabalho autônomo. Vínculo de
emprego configurado. Acórdão - Processo
0002000-13.2009.5.04.0004 (RO) 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª
Região Redator: MILTON VARELA DUTRA
Data: 12/11/2009 Origem: 4ª Vara do Trabalho de Porto Alegre
Reunidos os requisitos acima descritos, estar-se-á diante de uma relação jurídica de
emprego.
Fontes: CAMINO, Carmen. Direito Individual do Trabalho, 4ª Edição. Porto Alegre: Síntese, 2004.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de
Direito do Trabalho, 3º Edição. São Paulo:
LTr, 2004.
Saiba como funciona o trabalho no
Departamento de Fiscalização
No CREFITO5/RS, o Departamento de
Fiscalização é composto pelos agentes fiscais Fernanda Pozzer Iop, Sandra Gonçalves
Miguez, Silvana Inês Forster Halmenschlager,
além da auxiliar administrativa Juliana Cardoso. Na Seccional de Santa Maria, trabalham
os agentes fiscais Fernando de Quadros
Melo e Raquel Gomes dos Santos e, em
Caxias do Sul, atua o fiscal Enzo Calabro.
Os fiscais atuam sob a coordenação da Dra.
Denise Cherutti Scopel e com a colaboração
da Dra. Perla Teles – tudo isso sob a supervisão da Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira,
Presidente do Conselho. Esta equipe realiza
a fiscalização em órgãos públicos, empresas,
consultórios, hospitais, instituições de ensino
superior e também atendem às denúncias
que chegam ao Conselho quanto ao exercício ilegal da profissão.
O trabalho dos agentes fiscais começa com
a programação gerada pela Coordenação
e pela Direção. A partir daí, os fiscais geram um relatório contendo o máximo de
informações possíveis sobre a região que
foi determinada para a fiscalização – ao
todo, o Estado é dividido em dezenove
Coordenadorias, para facilitar e organizar o
trabalho do DEFIS. Então, é elaborado um
plano de viagem para que sejam visitadas as
cidades que compõem aquela região – cada
Coordenadoria abrange um número diversos municípios – para que seja feita a visita
a todos os locais que possuem fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais atuando.
Esta triagem de lugares a serem fiscalizados
também é obtida através das Prefeituras. O
objetivo é atingir o maior número possível
de municípios daquela região.
O próximo passo é calcular as distâncias
e viajar até as cidades para que comece a
fiscalização. A primeira etapa consiste em
conferir se os dados dos relatórios gerados
pelo CREFITO5 são os mesmos do local e
profissional que estão sendo fiscalizados.
“São as informações administrativas, número de pacientes atendidos, recursos de
atendimento”, exemplifica a fiscal Sandra.
Depois, é feito um relatório de fiscalização
em que são relatados estes dados coletados
para que os fiscais analisem se o cumprimento da legislação acontece. Caso haja alguma irregularidade, é feita uma notificação
por escrito, com prazo de 30 dias para que
o profissional regularize-se no Conselho. O
fiscal orienta o profissional, e ele sempre
pode tirar suas dúvidas mesmo depois da
fiscalização. “A notificação é apenas uma
forma de registrar a situação para que ela
possa ser regularizada”, explica Sandra.
A partir daí, quando os fiscais retornam ao
CREFITO, o auto de notificação é registrado no sistema informatizado do Conselho
e, quando termina o prazo de 30 dias para
regulamentação da situação, a notificação
é repassada à Coordenação do DEFIS. A
Coordenadora então, se reúne com a Presidente do Conselho, que estuda cada caso
e encaminha-o para uma das Comissões,
conforme o assunto a ser tratado.
Cidades Fiscalizadas em abril,
maio e junho
Cidades Visitadas: 54
Cirdades: Alvorada, Ametista do Sul, Augusto Pestana, Barra do Quaraí, Bozano,
Brochier, Butiá, Cachoeirinha, Candelária,
Canoas, Catuipe, Dois Lajeados, Frederico
Westphalen, Garibaldi, Garruchos, Gravataí, Guaporé, Itaqui, Ivoti, Jaguari, Julio de
Castilhos, Lagoa Vermelha, Manoel Viana, Não-me-Toque, Nova Esperança do
Sul, Nova Santa Rita, Novo Cabrais, Novo
Hamburgo, Paraíso do Sul, Passo Fundo,
Pejuçara, Pinhal Grande, Poço das Antas,
Porto Alegre, Quevedos, Rosário do Sul,
Salvador do Sul, Santa Cruz do Sul, Santa
Maria, Santa Tereza, Santiago, São Francisco
de Assis, São Gabriel, São Leopoldo, Sapiranga, Sete de Setembro, Sinimbu, Toropi,
Tramandaí, Vacaria, Vale do Sol, Vale Real,
Vera Cruz, Veranópolis.
Fiscalizações: 333
Notificações: 98
Fiscalização
O Departamento de Fiscalização é a espinha dorsal de todos os Conselhos profissionais. É ele quem vai promover o
respeito, o conhecimento, a orientação e
o esclarecimento de quem trabalha regido por ele. A palavra “Fiscalização” pode
ser interpretada negativamente, porém, é
preciso entender que ela não é punitiva:
seu grande foco é informar e conscientizar
os profissionais que estão no mercado de
trabalho, além de valorizar o trabalho de
todos, garantindo com que a Legislação
que rege a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional seja cumprida.
33
Esta imagem é uma reprodução do Mural dos 25 a
Mural está exposto na sala do Plenário Dr. Vladim
nos do CREFITO5/RS, ina ugurado em 19/06/2010. O
miro Ribeiro de Oliveira, na sede do CREFITO5/RS
Um novo site: mais interativo, mais completo, com
muito mais informação e conteúdo.
www.crefito5.org.br