Barômetro 2006

Transcrição

Barômetro 2006
Brasil 2006
O BARÔMETRO
Introdução
Sumário
Para esta primeira edição brasileira, foram desenvolvidos dois estudos que
compõem O Observador Cetelem:
- O Barômetro, que estuda a percepção e as atitudes dos brasileiros para
o ano de 2006.
- O Mercado, que quantifica e compara a evolução de oito diferentes segmentos de mercado.
Metodologia da Pesquisa:
Os dados foram coletados em 1.200 entrevistas, pessoais e domiciliares,
realizadas entre os dias 30 de novembro e 7 de dezembro de 2005. A amos-
Qual o cenário: uma Belíndia ou muitos Brasis?
6
tra foi probabilística com cota representativa do eleitorado brasileiro. As
cotas de sexo, idade, educação, atividade econômica e região são baseadas
em dados oficiais do IBGE (PNAD 2002 e TSE 2004).
Foram selecionadas 70 cidades e nove regiões metropolitanas. Tais unida-
O brasileiro é mais otimista que os outros?
10
As famílias de baixa renda gastam mais do que ganham?
30
Os motivos para comprar a prazo continuam os mesmos?
36
Será que vale a pena investir em internet no Brasil?
46
des primárias fazem parte do Sample Frame Ipsos – Opinion.
A amostra desenhada foi proporcional à população brasileira e tem margem
de erro de + ou - 3 pontos percentuais a 95% de intervalos de confiança.
Definição de classes:
As classes sociais utilizadas para este estudo são as classes definidas pelo
CCEB – Critério de Classificação Econômica Brasil. O CCEB – comumente
tratado por Critério Brasil – estima o poder de compra dos indivíduos e
famílias urbanas, classificando-os por classes econômicas (A1, A2, B1, B2,
C, D, E). O Critério Brasil é fornecido pela ABEP – Associação Brasileira de
Empresas de Pesquisa.
Mitos sobre o
consumidor brasileiro
Mitos existem e, eventualmente, são questionados. Quando isso é
feito, alguns permanecem e outros deixam de existir ou são reelaborados. A pesquisa CETELEM-Ipsos avaliou alguns mitos sobre o
consumidor e a sociedade brasileira:
MITO 1: O Brasil é uma Belíndia: desigual como a soma da Bélgica
com a Índia.
MITO 2: Os brasileiros são mais otimistas, quando o assunto é o
futuro, do que os habitantes de outros países.
MITO 3: A renda não-gasta das famílias pobres é muito pequena ou
até mesmo negativa.
MITO 4: Para comprar a prazo o que importa é o valor à vista e o
tamanho da parcela, o que “cabe no bolso”.
MITO 5: No Brasil, pouca gente tem acesso à internet, isso significa
que ela não é importante para vender.
Qual o cenário:
uma Belíndia ou
muitos Brasis?
O BARÔMETRO 2006
Brasil: um país que pode ser visto
de muitos ângulos
Em 1974, o economista Edmar Bacha cunhou o termo Belíndia para simbolizar
a desigualdade brasileira. Para ele, segundo as estatísticas que retratavam a
realidade do Brasil, havia uma enorme distância entre os poucos que consumiam
muito, a Bélgica brasileira, e os muitos pobres que pouco ou nada consumiam, a
nossa Índia.
Seria isso verdade até os dias de hoje?
A classe AB corresponde a 15% da população brasileira. Isto significa um mercado potencial de mais de 26 milhões de pessoas (Tabela 1). A renda média familiar
desse grupo é de R$ 2.484,01, e a renda disponível ao final do mês, depois de
feitos todos os gastos, investimentos e economias, é de R$ 631,79. Essa seria a
Bélgica brasileira.
Já a Índia brasileira corresponde a 51% da população, aproximadamente 93 milhões de habitantes. Tem uma renda média mensal de apenas R$ 544,72 e, ao final
do mês, não fecha o seu orçamento: gasta R$ 16,56 a mais do que recebe.
O que fica entre a Bélgica e a Índia é a classe C. Um contingente muito grande
de pessoas, quase 63 milhões, pouco mais de 1/3 da população brasileira. Esta
classe tem uma renda média mensal de praticamente R$ 1.100, ficando disponível
ao final do mês R$ 122,34.
Tabela 1
Classes de consumo
R$ 2.484,01
é a renda média da classe
AB (15% da população)
Em (%)
População
Brasil
Renda
Familiar
Média
(R$)
Renda
Disponível
(R$)
AB
15
26.421,172
2.484,01
631,79
C
34
62.702,248
1.107,08
122,34
DE
51
92.936,688
544,72
-16,56
BASE
1.200
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
7
O BARÔMETRO 2006
Tabela 2
A renda, por região do Brasil
Renda
Familiar
Renda
Média Disponível
(R$)
(R$)
Em %
População
Brasil
Nordeste
28
50.534.403
676,64
49,73
Norte/ Centro-Oeste
15
27.250.501
946,23
106,90
Sudeste
43
77.577.219
1.104,71
156,89
Sul
15
26.697.985
1.177,70
267,36
BASE
1.200
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
34%
da população brasileira
pertencem à classe C
Além disso, outra diferença importante entre as classes de consumo e as
regiões é a distribuição da população. A classe DE corresponde a 51% dos
consumidores, ao passo que o Sudeste, a maior região, tem 43% da população. A Região Sul e as Regiões Norte/Centro-Oeste juntas têm 30% da
população. O Nordeste fica com 28%.
Portanto, o Brasil é um país que pode ser visto de muitos ângulos, cada um
nos fazendo enxergar diferentes realidades, diferentes Brasis.
Se a classe AB é a Bélgica brasileira e a classe DE é a Índia brasileira, vemos um
terceiro Brasil aparecer quando olhamos a classe C, que não vive na miséria mas
ainda não alcançou um elevado padrão de consumo. Há mais de dois Brasis.
Isso fica mais claro ainda quando é analisada a renda média por região. Não há
uma região do Brasil que seja equivalente à classe AB ou à Bélgica, ou seja, que
tenha uma renda média mensal da ordem de R$ 2.500 e uma renda disponível de
quase R$ 630 (Tabela 2). Também não há uma região que seja equivalente à Índia
ou à classe DE.
Por região, a menor renda média é a do Nordeste: R$ 676,64, praticamente
R$ 100 acima da renda da classe DE. Além disso, no Nordeste a renda disponível
é de R$ 49,73, o que fica acima dos R$ 16,56 negativos da classe DE.
As regiões do Brasil são menos desiguais entre elas do que as classes de consumo. No Sul a renda média é de R$ 1.177,70 e a renda disponível de R$ 267,36;
no Norte/Centro-Oeste a renda média é de R$ 946,23, com renda disponível da
ordem de R$ 106,90; no Sudeste a renda média é de R$ 1.104,71 e a renda disponível é de R$ 156,89.
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O BARÔMETRO 2006
O brasileiro
é mais otimista
que os outros?
Otimismo com o futuro,
preocupação com o país
Uma forte imagem mundial do Brasil é a do país do futebol, do samba e do carnaval. Estas coisas estão sempre associadas à alegria e à descontração. Daí para
o “otimismo”, seria apenas um pequeno passo. Um país tropical como este só
pode ter uma população otimista. O brasileiro é mais otimista no que se refere à
situação financeira pessoal, mas se mostra preocupado com a situação do país.
Em 2005, a nota média que o brasileiro deu para a situação do seu país foi 4,7. Em
vários países europeus, esta nota foi mais baixa: 4,6 na Itália; 3,0 em Portugal; 4,2 na
Hungria; 3,7 na Polônia; e 4,4 na Eslováquia. Mas, em outros países, a nota foi mais alta,
como são os casos de França, Espanha e Bélgica (Tabela 3). O fato é que, calculando a
Tabela 3
Nota para a situação do país
REFERENCIAL DE 0-10
Países
4,7
é a nota dada à situação do Brasil por
seus habitantes, igual à média européia
Notas Médias 2005
Brasil
4,7
França
4,9
Espanha
5,6
Itália
4,6
Portugal
3,0
Bélgica
5,9
Alemanha
4,7
Reino Unido
5,4
Rússia
4,7
Rep. Tcheca
5,1
Hungria
4,2
Polônia
3,7
Eslováquia
4,4
Brasil
4,7
Europa
4,7
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos / L’Observateur Cetelem França
11
O BARÔMETRO 2006
média das notas em 12 países, o resultado é 4,7, idêntico à nota dada para a situação
do Brasil pelos brasileiros.
Outra maneira de medir o otimismo é solicitando às pessoas que digam qual o
principal sentimento que têm em relação ao futuro. Neste caso, 20% dos brasileiros se consideram otimistas. Uma proporção menor do que os 22% da França,
29% da Espanha e da Bélgica, 34% da Alemanha, 31% do Reino Unido, 40% da
República Tcheca e 36% da Polônia (Tabela 4).
19%
dos brasileiros
se dizem revoltados
em relação ao futuro
Na média de 12 países europeus, 33% da população afirmam ter otimismo e entusiasmo em relação ao futuro, ao passo que 41% se consideram preocupados
e 8%, revoltados. A preocupação com o futuro é maior no Brasil, onde 19% da
população se dizem revoltados, 48%, preocupados com o futuro, e somente 26%
se consideram otimistas ou entusiastas.
acham que vai melhorar sua capacidade de fazer grandes investimentos, como
comprar um carro ou uma casa. Entre os 12 países europeus estudados, essa
proporção cai para 14% (Gráfico 1).
O mesmo padrão é observado nas questões relativas à situação financeira: 40%
dos brasileiros consideram que sua capacidade de fazer compras para o domicílio vai melhorar, enquanto que somente 16% dos europeus destes 12 países pensam da mesma forma (Gráfico 2). No Brasil, 44% dizem que vai melhorar tanto a
situação financeira quanto o padrão de vida geral. Na Europa, estas proporções
são respectivamente de 17% e 18% (Gráficos 3 e 4).
Gráfico 1
Gráfico 2
Agora, medindo indicadores sobre a situação financeira pessoal, os brasileiros se mostram mais otimistas que os europeus. De fato, 37% dos brasileiros
Tabela 4
Sentimento em relação ao futuro
SENTIMENTO EM RELAÇÃO AO FUTURO DE UM MODO GERAL - 2005 - RESPOSTAS EM %
Países
Entusiasmo
Otimismo
Resignação
Preocupação
Revolta
Nenhum
TOTAL
����������
Brasil
6
20
4
48
19
3
100
França
8
22
6
45
11
8
100
Espanha
9
29
16
38
4
4
100
Itália
2
20
9
58
8
3
100
Portugal
1
11
3
65
17
3
100
Bélgica
4
29
17
42
5
3
100
Alemanha
1
34
4
41
7
13
100
Reino Unido
9
31
14
32
2
12
100
Rússia
7
32
13
28
15
5
100
Rep. Tcheca
4
40
14
36
4
2
100
Hungria
4
25
23
30
11
7
100
Polônia
3
36
10
36
12
3
100
Eslováquia
1
39
8
43
3
6
100
Brasil
6
20
4
48
19
3
100
Europa
4
29
11
41
8
6
100
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos /L’Observateur Cetelem França
������������
Gráfico 3
Gráfico 4
13
O BARÔMETRO 2006
Tomando-se as médias de respostas “vai piorar” para as quatro perguntas,
tem-se que o maior otimismo é na Rússia, 11%, seguido da Espanha, com 12%,
e da Grã-Bretanha, com 16% (Tabela 5). O Brasil fica em um ponto intermediário,
com uma média de 13%.
44%
A disposição de colocar algum dinheiro na poupança está relacionada com a visão
do que pode acontecer no futuro. Se o futuro é incerto, se há risco de perda de
emprego, convém economizar. Quase 74% dos brasileiros dizem que certamente
ou provavelmente vão economizar nos próximos 12 meses. Esta proporção é de
41% para os países europeus analisados (Gráfico 5 e Tabela 6).
Uma maneira indireta de medir o otimismo se baseia na comparação entre a
propensão de economizar e a propensão de gastar. De uma maneira geral, quando há mais otimismo em relação ao futuro as pessoas ficam mais à vontade para
gastar. Elas acreditam que seu emprego não corre risco e que a sua renda tende
a aumentar constantemente com o tempo.
15
dos brasileiros
acham que a situação
financeira pessoal vai
melhorar
Gráfico 5
Tabela 5
Percepção de melhora da situação pessoal (%)
E NOS PRÓXIMOS 12 MESES, VOCÊ DIRIA QUE ...
Sua capacidade de realizar grandes investimentos: carro, casa ou trabalho
Países
BRA
FRA
ESP
ITA
POR
BEL
ALE
GB
RUS
RTC
HUN
POL
SLO
Vai melhorar
37
14
15
12
11
13
7
13
18
14
18
12
15
Vai piorar
17
27
14
27
43
23
34
20
10
18
17
29
22
Sua capacidade de fazer compras para o seu domicílio
Países
BRA
FRA
ESP
ITA
POR
BEL
ALE
GB
RUS
RTC
HUN
POL
SLO
Vai melhorar
40
14
17
13
7
12
7
19
34
22
18
13
19
Vai piorar
13
24
13
20
43
19
22
14
9
15
23
28
20
BRA
FRA
Economia e gastos nos próximos 12 meses por país (%)
E NOS PRÓXIMOS 12 MESES, VOCÊ DIRIA QUE ...
Pretende aumentar suas economias
Países
Sua situação financeira em geral
Países
Tabela 6
ESP
ITA
POR
BEL
ALE
GB
RUS
RTC
HUN
POL
SLO
BRA
FRA
ESP
ITA
POR
BEL
ALE
GB
RUS
RTC
HUN
POL
SLO
34
9
11
5
8
13
15
16
12
26
11
7
19
Provavelmente sim 74
27
31
39
33
43
35
48
34
69
39
28
62
Certamente sim
Certamente +
Vai melhorar
44
13
19
15
10
15
9
21
32
20
23
15
22
Vai piorar
12
26
12
20
35
16
30
15
14
20
22
30
22
Pretende aumentar seus gastos
Seu padrão de vida em geral
Países
BRA
Países
FRA
ESP
ITA
POR
BEL
ALE
GB
RUS
RTC
HUN
POL
BRA
FRA
ESP
ITA
POR
BEL
ALE
GB
RUS
RTC
HUN
POL
SLO
13
14
18
21
11
14
5
8
17
34
11
10
28
31
43
48
38
32
15
28
42
69
31
32
78
SLO
Certamente SIM
Vai melhorar
44
14
22
13
11
15
8
18
31
23
18
14
22
Certamente +
Vai piorar
11
22
9
20
29
15
22
13
12
20
23
28
24
Provavelmente sim 39
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos / L’Observateur Cetelem França
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos / L’Observateur Cetelem França
O BARÔMETRO 2006
Otimismo, percepções e Belíndia
vestimentos. Este cenário contrasta com as demais regiões. A proporção no Sul
(34%) e Sudeste (38%) daqueles que acham que vai melhorar a capacidade de
fazer grandes investimentos é significativamente menor (Tabela 9).
O Brasil também é muito diferente internamente. O otimismo e outras percepções que têm impacto no comportamento do consumidor variam muito de acordo com as regiões brasileiras. Isso permite afirmar, mais uma vez, que a Belíndia
pode ser matizada. Não há somente dois países, mas vários Brasis.
A situação do Brasil é mais bem avaliada pelas pessoas que residem nas Regiões
Norte/Centro-Oeste do que na Região Sudeste. No primeiro caso, a nota que
elas dão para a situação do Brasil é 5,7. No Sudeste, apenas 4,5 (Tabela 7). Ou seja,
as Regiões Norte/Centro-Oeste estão mais próximas, neste indicador, de Bélgica e Espanha, ao passo que o Sudeste está mais para Eslováquia.
O Brasil também comporta mais de dois países quando se trata do sentimento
geral que as pessoas nutrem em relação ao futuro. Habitantes do Nordeste,
26%, e do Norte/Centro-Oeste, 28%, são mais otimistas do que aqueles que residem no Sul e no Sudeste. Por outro lado, os habitantes do Sul, 57%, estão mais
preocupados do que o restante do país. E, por fim, a revolta é mais presente no
Sudeste, com 22% de seus habitantes declarando ter esse sentimento em relação ao futuro (Tabela 8). A conclusão geral que se pode tirar destes dados é que
há muitas diferenças entre as regiões. Tais diferenças não permitem analisar o
Brasil como um país inteiramente dividido entre uma Bélgica de consumidores
de Primeiro Mundo e uma Índia muito grande e muito pobre.
5,7
Tabela 8
Sentimento em relação ao futuro segundo a região do país
REGIÕES BRASILEIRAS
é a nota dada no
Norte/Centro-Oeste
para a situação do país,
bem acima da média
nacional de 4,7
Brasil
Nordeste
Sudeste
Sul
Norte /
Centro-Oeste
6
7
5
4
8
21
26
19
12
28
4
3
4
5
2
Preocupação
48
45
48
57
43
Revolta
19
13
22
17
18
4
6
2
5
1
1.200
323
528
186
163
Em %
Entusiasmo
Otimismo
Resignação
Nenhum destes
BASE
Tabela 9
Os habitantes do Norte/Centro-Oeste são de longe os mais otimistas quanto
à possibilidade de melhorar a sua situação financeira pessoal. Um total de 56%
de sua população acha que vai melhorar sua capacidade de realizar grandes in-
Proporção dos que dizem que “vai melhorar”,
segundo a região do país
REGIÕES BRASILEIRAS
Brasil
Nordeste
Sudeste
Sul
Norte /
Centro-Oeste
Sua capacidade de realizar grandes
investimentos: carro, casa ou trabalho
37
29
38
34
56
Sua capacidade de fazer
compras para o seu domicílio
40
36
38
28
66
Sua situação financeira em geral
44
42
42
36
63
Seu padrão de vida em geral
44
41
42
36
69
Em %
Tabela 7
Nota para a situação do país segundo a região do país
REGIÕES BRASILEIRAS (referência de 0-10)
Médias
Situação atual do país
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Brasil
Nordeste
Sudeste
Sul
Norte /
Centro-Oeste
4,7
4,7
4,5
4,7
5,7
1.200
323
528
186
163
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
17
O BARÔMETRO 2006
Quando se trata do “padrão de vida em geral”, chama a atenção o fato de que 69%
dos habitantes do Norte/Centro-Oeste acham que “vai melhorar”. Esta proporção
é a maior entre todas as regiões.
vens. Isto significa que a renda dos mais velhos tende a ser menor do que a renda
dos mais jovens. O resultado é que, nas percepções, os mais velhos são menos otimistas quanto ao “vai melhorar” do que os mais jovens. Somente 23% de
quem tem mais de 60 anos acha que vai melhorar a capacidade de fazer grandes
investimentos. Esta proporção sobe para 45% entre os mais jovens. A diferença
entre as proporções destes dois grupos de idade é cerca de duas vezes quando
se trata da capacidade de fazer compras para o domicílio: 50% dos jovens de 16
a 24 dizem que vai melhorar e 26% das pessoas com mais de 60 anos afirmam o
mesmo (Tabela 12).
Em termos de classes, a diferença entre AB de um lado e DE de outro é de 19
pontos percentuais para os grandes investimentos; 10 pontos percentuais para
compras domésticas; oito pontos percentuais para situação financeira de um
modo geral; e seis pontos percentuais para o padrão de vida.
Os resultados são eloqüentes. Tanto em termos de poder de compra quanto em
termos de percepções, os resultados afastam AB de DE.
Tabela 11
Proporção dos que dizem que “vai melhorar”, segundo a renda
Observamos que há correlação entre renda e classe social. Quanto maior a renda, maior a percepção de que a situação vai melhorar. O mesmo vale para a
classe de consumo. O otimismo de quem ganha até R$ 300 é significativamente
menor do que o otimismo de quem ganha mais do que R$ 1.800 (Tabela 11): 47%
dos que ganham mais do que R$ 1.800 acham que vai melhorar sua capacidade
de fazer compras para seu domicílio; esta proporção é de 31% entre quem recebe mensalmente até R$ 300.
FAIXAS DE RENDA FAMILIAR IMPUTADA
Brasil
Até
R$ 300
R$ 301 a
R$ 500
R$ 501 a
R$ 1.000
R$ 1.001 a
R$ 1.800
R$ 1.801
ou mais
Sua capacidade de realizar grandes
investimentos: carro, casa ou trabalho
37
26
29
41
40
58
Sua capacidade de fazer compras
para o seu domicílio
40
31
38
41
42
47
Sua situação financeira em geral
44
32
45
46
45
52
Seu padrão de vida em geral
44
33
45
47
46
49
1.114
160
228
450
178
98
Em %
Não é tão óbvio, mas também há correlação entre idade e renda. As pessoas
mais velhas tendem, na média, a ter escolaridade mais baixa do que as mais jo-
BASE
Tabela 10
Nota: A base total desta tabela não soma 1.200 devido às recusas para declarar a faixa de renda familiar (86 recusas).
Proporção dos que dizem que “vai melhorar”,
segundo a classe social
Em %
Tabela 12
Proporção dos que dizem que “vai melhorar”, segundo a idade
Brasil
AB
C
DE
Sua capacidade de realizar grandes investimentos:
carro, casa ou trabalho
37
49
44
30
Sua capacidade de fazer compras para o seu domicílio
40
47
42
37
Sua situação financeira em geral
44
49
45
41
Seu padrão de vida em geral
44
47
48
41
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
19
FAIXA ETÁRIA
Em %
Brasil
16 a 24
25 a 34
35 a 44
45 a 59
60 ou mais
Sua capacidade de realizar grandes
investimentos: carro, casa ou trabalho
37
45
38
39
34
23
Sua capacidade de fazer compras
para o seu domicílio
40
50
40
41
34
26
Sua situação financeira em geral
44
51
47
44
40
28
Seu padrão de vida em geral
44
54
46
47
39
26
1.200
307
272
243
221
157
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
O BARÔMETRO 2006
A comparação entre a atual disposição dos brasileiros em gastar ou economizar
é favorável a economizar. Na soma de “provavelmente sim” com “certamente
sim”, 74% afirmam que vão economizar nos próximos 12 meses. Esta proporção é
muito menor quando se pergunta sobre a intenção de aumentar gastos: apenas
39% (Tabela 13).
Tabela 13
74%
dos brasileiros
pretendem economizar
nos próximos 12 meses
Intenção de gastos/economias nos
próximos 12 meses
Em %
Gastos
Economias
Certamente sim
13
34
Provavelmente sim
26
40
Provavelmente não
32
17
Certamente não
26
7
3
2
1.200
1.200
Não sabe
BASE
Tão importante quanto esta diferença são as diversidades regionais. Nordeste
e Sudeste se aproximam e estão dentro da média nacional; no Sul a intenção de
economizar é menor, 63%; e no Norte/Centro-Oeste é maior: 88% (Tabela 14).
As classes sociais ou de consumo também são diferentes quanto à propensão
a economizar. A classe AB fica dentro da média nacional. Enquanto no Brasil
74% declaram a propensão a aumentar as economias nos próximos 12 meses, na
classe AB esta proporção é igual, 73% (dentro da margem de erro da pesquisa).
Na classe C, a disposição de economizar é maior do que a média, 77%, e na classe DE é menor do que a média: 71% afirmam que provavelmente ou certamente
aumentariam suas economias (Tabela 15).
É interessante sublinhar que os menos dispostos a economizar são os que
têm a renda mais baixa (Tabela 16). Apenas 53% de quem recebe até R$ 300
declara que provavelmente ou certamente economizaria mais nos próximos
12 meses. Esta proporção é de 74% para quem recebe entre R$ 301 e R$ 500,
76% para aqueles que ganham entre R$ 501 e R$ 1.000 e também para os
que recebem acima de R$ 1.800, e de 80% para quem ganha entre R$ 1.001
e R$ 1.800.
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Tabela 14
Tabela 15
Intenção de aumentar economias nos próximos 12 meses
segundo região do país
REGIÕES BRASILEIRAS
Intenção de aumentar economias nos próximos
12 meses, segundo classe de consumo
Brasil
Nordeste
Sudeste
Sul
Norte /
Centro-Oeste
Certamente sim
34
36
30
26
51
Provavelmente sim
40
39
42
37
37
Provalmente sim + Certamente sim
74
74
72
63
Provavelmente não
17
14
19
Certamente não
7
11
Não sabe
2
1.200
Em %
BASE
Em %
CLASSE SOCIAL
Brasil
AB
C
DE
Certamente sim
34
28
39
32
Provavelmente sim
40
45
39
39
88
Provavelmente sim + Certamente sim
74
73
77
71
23
12
Provavelmente não
17
19
16
17
7
9
-
Certamente não
7
4
4
10
1
2
6
-
323
528
186
163
Não sabe
2
4
2
2
1.200
147
426
627
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
21
O BARÔMETRO 2006
Tabela 16
Tabela 18
Intenção de aumentar economias nos próximos
12 meses segundo a renda
FAIXAS DE RENDA FAMILIAR
Intenção de aumentar gastos nos próximos 12 meses,
segundo a região do país
REGIÕES BRASILEIRAS
Brasil
Até
R$ 300
R$ 301 a
R$ 500
R$ 501 a
R$ 1.000
R$ 1.001 a
R$ 1.800
R$ 1.801
ou mais
Certamente sim
34
20
28
39
39
31
Provavelmente sim
40
33
46
37
41
45
Provavelmente sim + Certamente sim
74
53
74
76
80
76
Provavelmente não
17
21
17
17
13
21
Certamente não
7
21
8
5
4
2
Não sabe
2
4
1
2
2
2
1.114
160
228
450
178
98
Em %
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Nota: A base total desta tabela não soma 1.200 devido às recusas para declarar a faixa de renda familiar (86 recusas).
As diferenças entre as faixas de renda acima de R$ 301 são pequenas. O que
realmente chama a atenção é a grande distância entre elas e a base da pirâmide de renda.
Se a intenção de economizar é grande, o oposto acontece com a intenção de
aumentar os gastos. Na soma das respostas “provavelmente” com as respostas
“certamente”, 39% dos brasileiros estão dispostos a aumentar seus gastos nos
próximos 12 meses (Tabela 17). Uma proporção praticamente duas vezes menor
do que a relativa à intenção de aumentar as economias (Tabela 13).
Tabela 17
Intenção de aumentar gastos nos
próximos 12 meses
Em %
Total
Certamente sim
13
Provavelmente sim
26
Provavelmente não
32
Certamente não
26
Não sabe
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
3
1.200
39%
dos brasileiros
pretendem aumentar
seus gastos
Brasil
Nordeste
Sudeste
Sul
Norte /
Centro-Oeste
Certamente sim
13
12
14
14
10
Provavelmente sim
26
27
26
34
18
Provavelmente + Certamente sim
39
39
40
48
28
Provavelmente não
32
25
33
32
43
Certamente não
26
35
24
14
24
3
1
3
6
4
1.200
323
528
186
163
Em %
Não sabe
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
No que se refere ao Nordeste e ao Sudeste, acontece o mesmo fenômeno quando
são tratadas tanto as economias quanto os gastos. Nos dois casos, estas regiões
ficam dentro da média nacional: 39% dos brasileiros afirmam que pretendem aumentar os gastos nos próximos 12 meses; no Sudeste, 40%, e no Nordeste, 39%
(Tabela 18).
Os papéis se invertem quando são analisadas as demais regiões. Nos gastos, o
Sul está acima da média e o Norte/Centro-Oeste abaixo, enquanto nas economias ocorre o oposto. No Sul, 48% dos habitantes estão dispostos a aumentar seus gastos nos próximos 12 meses. Esta proporção é de apenas 28% para
quem reside no Norte/Centro-Oeste.
Mais uma vez, nota-se que a dicotomia Bélgica versus Índia pode ter nuances.
A classe de consumo AB tem mais propensão ao aumento de gastos, 54%, bem
acima da média nacional. A classe C fica nove pontos percentuais abaixo, com
45%. Já na classe DE esta proporção é muito pequena, somente 32%. Isto deixa
claro, comparativamente, que quando o que está em jogo são percepções e intenções, a classe C está mais próxima de AB do que da classe DE, ainda que, vale
repetir, no que diz respeito à renda a classe C esteja mais próxima da classe DE
(Tabela 19).
23
O BARÔMETRO 2006
Até uma renda mensal de R$ 500, a intenção de aumentar gastos futuros está
abaixo da média nacional. A partir de uma renda mensal maior do que R$ 500
ocorre o oposto: a propensão a aumentar os gastos é maior do que a média
brasileira.
Tabela 19
Intenção de aumentar gastos nos próximos 12
meses, segundo a classe social
Em %
CLASSE SOCIAL
Brasil
AB
C
DE
Certamente sim
13
20
17
8
Provavelmente sim
26
34
28
24
Provavelmente sim + Certamente sim
39
54
45
32
Provavelmente não
32
29
32
33
Certamente não
26
14
22
31
3
2
2
4
1.200
147
426
627
Não sabe
BASE
A intenção de aumentar os gastos nos próximos 12 meses está relacionada com
a renda. Apenas 25% de quem ganha até R$ 300 declaram que vão aumentar os
gastos. Este percentual aumenta para 35% entre os que ganham entre R$ 301 e
R$ 500, atinge o patamar de 42%, na faixa de renda intermediária, entre R$ 501
e R$ 1.000, e é de 47% nas duas faixas de renda mais elevadas (Tabela 20).
Tabela 20
Intenção de aumentar gastos nos próximos
12 meses, segundo a renda
FAIXAS DE RENDA FAMILIAR
Brasil
Até
R$ 300
R$ 301 a
R$ 500
R$ 501 a
R$ 1.000
R$ 1.001 a
R$ 1.800
R$ 1.801
ou mais
Certamente sim
13
6
11
13
18
20
Provavelmente sim
26
19
24
29
29
27
Provavelmente sim + Certamente sim
39
25
35
42
47
47
Provavelmente não
32
30
36
34
29
30
Certamente não
26
40
25
23
22
21
3
4
4
2
2
3
1.114
160
228
450
178
98
Não sabe
BASE
Tabela 21
O que pretende comprar no próximo ano
Médias no Brasil
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Em %
Os bens ou serviços líderes na intenção de compra são móveis, eletrodomésticos e
lazer/viagem. Pouco mais de 30% dos brasileiros declaram a intenção de comprar
móveis, a mesma proporção tem a intenção de adquirir eletrodomésticos e um grupo um pouco menor, 25%, afirma que irá gastar com viagens e lazer (Tabela 21).
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Nota: A base total desta tabela não soma 1.200 devido às recusas para declarar a faixa de renda familiar (86 recusas).
Total (%)
Móveis
31
Eletrodomésticos
31
Lazer/viagem
25
TV, hi-fi e vídeo
17
Telefone celular
16
Carro
16
Decoração
14
Computador para casa
13
Ferramentas para trabalhos gerais do tipo
“faça-você-mesmo” (ex.: cortador de grama, furadeira)
13
Propriedades
10
Equipamentos esportivos
(ex.: bicicleta, prancha de windsurfe, patins etc.)
10
Moto
8
BASE
1.200
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
25
31%
pretendem
comprar móveis e
eletrodomésticos
O BARÔMETRO 2006
A classe C busca
se aproximar dos
padrões de consumo
da classe AB
A proporção de quem afirma que certamente ou provavelmente vai comprar
algum bem ou serviço varia muito segundo a região. No Norte/Centro-Oeste
encontram-se os mais dispostos a comprar: na média de bens e serviços,
este percentual é de 26%, bem acima da média nacional, de 17%. Nordeste e
Sul ocupam as piores posições, com 13% e 12%, respectivamente, para este
indicador. O Sudeste tem índice de 19% (Tabela 22).
No caso dos três itens que concentram as declarações de intenção de compra, os indicadores de Norte/Centro-Oeste puxam a média nacional para cima,
enquanto a Região Sul puxa a média para baixo. O Sudeste e o Nordeste estão
muito próximos da média quando se trata da intenção de comprar móveis e ele-
A intenção de compra por classe de consumo ou social apresenta resultados
previsíveis. Na média, a classe AB apresenta 26% das pessoas declarando que
provavelmente ou certamente comprariam algum daqueles bens ou serviços
(Tabela 23). Na classe C, esta proporção é cinco pontos percentuais mais baixa.
Na classe DE, ela cai nove pontos percentuais em relação à classe C. Trata-se de
mais um indicador de intenção que aproxima a classe C das classes A e B.
Em todos os itens de consumo a intenção de compra da classe C se aproxima
mais da classe AB do que da classe DE, mesmo se a classe AB tende a ter uma
intenção de compra maior.
trodomésticos. Em lazer/viagem o Sudeste contribui para aumentar a média e o
Nordeste para diminuí-la.
Tabela 23
Tabela 22
O que pretende comprar no próximo ano, segundo
a classe social ou de consumo
CLASSE SOCIAL
O que pretende comprar no próximo ano, segundo a região
REGIÕES BRASILEIRAS
Em %
Brasil
Nordeste
Sudeste
Sul
Norte /
Centro-Oeste
Em %
Brasil
AB
C
DE
Móveis
31
37
37
26
Carro
16
8
21
15
20
Eletrodomésticos
31
40
37
25
Lazer/viagem
25
17
29
17
33
Lazer/viagem
25
50
32
14
8
6
9
8
13
TV, hi-fi e vídeo
17
23
20
14
Ferramentas para trabalhos gerais do tipo
“faça-você-mesmo”
13
8
14
10
20
Telefone celular
16
22
19
14
Móveis
31
29
33
20
42
Carro
16
34
20
9
Eletrodomésticos
31
27
32
18
51
Decoração
14
24
17
10
TV, hi-fi e vídeo
17
13
18
11
30
Computador para casa
13
29
18
7
Computador para casa
13
7
16
10
22
Ferramentas para trabalhos gerais do tipo “faça-você-mesmo”
(ex.: cortador de grama, furadeira)
13
16
16
9
Telefone celular
16
14
17
12
26
Propriedades
10
13
10
9
Equipamentos esportivos
(ex.: bicicleta, prancha de windsurfe, patins etc.)
10
6
11
7
17
Equipamentos esportivos
(ex.: bicicleta, prancha de windsurfe, patins etc.)
10
15
9
9
Propriedades
10
6
12
8
10
Moto
8
13
11
6
Decoração
14
13
14
7
24
Médias
17
26
21
12
Média
17
13
19
12
26
BASE
1.200
147
426
627
BASE
1.200
323
528
186
163
Moto
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
27
29
O BARÔMETRO 2006
O que mais diferencia as classes AB e C é a intenção de consumir e gastar com
lazer e viagens: 50% para AB e 32% para C, uma diferença de 18 pontos percentuais. Na classe DE os itens que mais se destacam são eletrodomésticos e
móveis, os únicos com mais de 25% de intenção de compra.
Por outro lado, é forte a correlação entre intenção de compra e renda. Para a
faixa de renda mais baixa, naqueles que ganham até R$ 300, verifica-se a menor
intenção de compra, 7% na média. O indicador de intenção de compra cresce
na medida em que a renda aumenta: 13% para os que ganham entre R$ 301 e
R$ 500; 18% para a faixa de renda seguinte; 23% para os que têm renda entre
R$ 1.001 e R$ 1.800; e 25% para aqueles de renda mais elevada (Tabela 24).
O destaque fica com móveis e eletrodomésticos para camadas de renda menores e lazer/viagem para camadas de renda acima de R$ 1.801. De fato, os
dois itens de consumo que apresentam a maior diferença de intenção de compra
entre a faixa de renda mais alta e a faixa de renda mais baixa são lazer/viagem
e carro. A diferença é de 47 pontos percentuais em lazer/viagem e de 40 pontos
percentuais para carro. Depois destes itens, vêm móveis e eletrodomésticos,
com diferenciais de, respectivamente, 27 e 26 pontos percentuais.
50%
dos brasileiros que
ganham mais de
R$ 1.801 pretendem
gastar em lazer/viagem
Tabela 24
O que24pretende comprar no próximo ano, segundo a renda
Tabela
O que pretende comprar no próximo anoFAIXAS
segundo
a renda (%)
DE RENDA FAMILIAR
Em %
Médias
Móveis
RENDA
Até
R$FAIXAS
301 a DER$
501 aFAMILIAR
R$ 1.001 a R$ 1.801
R$ 300
R$ 500 R$ 1.000 R$ 1.800 ou mais
Até R$301 a R$501 a R$1001 a R$1801 a
Brasil R$300
R$500 R$1000
R$1800
ou mais DIF
31
14
30
33
36
41
Brasil
Eletrodomésticos
Móveis
Lazer/viagem
Eletrodomésticos
31 31
31 25
14 16
16 3
30
27
33
34
36
36
27
15
34
24
36
TV,
hi-fi e vídeo
Lazer/viagem
Telefone
TV, hi-fi ecelular
vídeo
25 17
17 16
3 11
11 8
15
11
24
19
42
42 42
24 50
11
15
19
17
24
20
18
Carro
Telefone celular
Decoração
Carro
16 16
16 14
8 2
2 6
15
9
17
15
20
24
19
9
10
15
13
24
Computador
Decoração para casa
Ferramentas
paracasa
trabalhos gerais do tipo
Computador para
“faça-você-mesmo”
Ferramentas
trabalhos
gerais do tipo
(ex.: cortador para
de grama,
furadeira)
“faça-você-mesmo”
(ex.: cortador de grama, furadeira)
Propriedades
14 13
6 2
10
6
13
13
25
25 42
30 19
13
2
30
16
14
13
13 10
10
3
3 8
8
15
15
12
14
14
6
10
4
10 8
4 4
9
4
10
9
9
11
10
136
Médias
Moto
8 17
4 7
4
13
9
18
11
23
13
259
BASE
Médias
1.114
17
7160
13 228
18
450
23
178 25
98
Propriedades
Equipamentos esportivos
(ex.: bicicleta, prancha
de windsurfe, patins etc.)
Equipamentos
esportivos
Motobicicleta, prancha de windsurfe, patins, etc)
(ex.:
6
13
10
10
9
9
16
16
9
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Nota: A base total desta tabela não soma 1.200 devido às recusas para declarar a faixa de renda familiar (86 recusas).
10
10
41
13
13
11
11
10
9
42
27
50
26
18
46
198
42
10
19
40
16
12
10
O BARÔMETRO 2006
As famílias
de baixa renda
gastam mais
do que ganham?
É muito pequena ou negativa
a renda não-gasta ou disponível
das famílias de baixa renda
Nem todos os mitos são derrubados, ainda que todos mereçam ser avaliados. É
isso que ocorre quando se afirma que as famílias de baixa renda gastam mais do
que têm. De fato, entre as famílias de classe DE os gastos mensais declarados são
R$ 16,56 mais elevados do que é recebido. A classe DE vive no vermelho. A maior
renda não-gasta ou renda disponível é, como esperado, da classe AB, R$ 631,79,
seguida pela classe C, R$ 122,34 (Tabela 25).
Os gastos essenciais totalizam, no Brasil, R$ 512,59. A maior fatia de tais gastos
é com supermercado, R$ 298,61. Em segundo lugar estão os gastos com energia elétrica, que totalizam quase R$ 62. Depois vêm os gastos com remédios,
aluguel, transporte coletivo, gás de cozinha, água e esgoto. Nacionalmente, para
cada um destes itens, o gasto máximo é de R$ 34,79 , com remédios, e o mínimo
de R$ 27,23, em água e esgoto (Tabela 26).
A variação é bem maior quando estes valores são computados apenas para
as famílias que realmente os consomem. No caso de aluguel, para aqueles que
não residem em um imóvel próprio, o valor médio pago é de aproximadamente R$ 200. Uma grande variação também ocorre em remédios: entre os que
compram medicamentos, o valor mensal gasto é de pouco mais de R$ 75. Por
outro lado, como gás de cozinha e água e esgoto são de consumo praticamente universal, há pouca diferença nos gastos quando se avalia a média de
todas as famílias e a média das famílias que consomem estes itens. O mesmo
é verdadeiro para gastos com supermercados.
Tabela 25
Renda não-gasta ou disponível total
e por classe de consumo
R$631,79
é a renda disponível
da classe AB
(15% da população)
CLASSE SOCIAL
Em R$
Brasil
AB
C
DE
Renda disponível (renda - gastos)
137,74
631,79
122,34
-16,56
BASE
1.200
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
31
O BARÔMETRO 2006
R$512,59
A renda familiar média dos brasileiros é de aproximadamente R$ 970 (Tabela 28).
A soma dos gastos essenciais (R$ 512,59) com os não-essenciais (R$ 323,78) é
R$ 836,37. No fim do mês sobram, em média, R$ 137,74. Caso seja possível zerar
os gastos não-essenciais, sobrariam da renda familiar, no fim do mês, em média,
pouco mais de R$ 460.
é o valor total dos gastos
essenciais no Brasil
A situação financeira da classe DE é bem pior do que das classes AB e C. Note-se
que para a classe DE a renda familiar diminuída dos gastos essenciais resulta em
uma renda não-gasta da ordem de R$ 135 (Tabela 29). Todavia, quando são adicionados os gastos não-essenciais, a classe DE passa a ficar devedora em pouco
mais de R$ 16. Gastos não-essenciais podem ser reduzidos com maior facilidade
do que os gastos essenciais, mas não podem ser eliminados.
Quando se tratam de gastos essenciais, há muitos itens para os quais o gasto
para toda a população é muito próximo do gasto somente daqueles que consomem o item. Já foi mostrado aqui que isso ocorre com despesas de supermercado, energia elétrica, gás de cozinha e água e esgoto. Nos gastos não-essenciais
isso não ocorre. A diferença entre a média total para o Brasil e a média apenas
para aqueles que gastam com o respectivo item tende a ser grande.
Tabela 27
Entre gastos essenciais de R$ 512,59 para todas as famílias (Tabela 26) e os gas-
Gastos não-essenciais totais e apenas de quem gasta
com o respectivo item de consumo (R$)
tos não-essenciais de R$ 323,78 (Tabela 27), há uma diferença de R$ 188,81. Isto
indica que aproximadamente 60% das despesas médias da população são com
gastos imprescindíveis para a família e que aproximadamente 40% de seus gastos são com o restante de suas despesas (Tabela 27).
Gastos não-essenciais
Tabela 26
Gastos essenciais totais e apenas de quem gasta com o respectivo
item de consumo (R$)
Gastos essenciais
Despesas de supermercado
(alimentação, limpeza, higiene pessoal, padaria, açougue)
Base Total
33
Base Respondentes
Base Total
Base Respondentes
Pagamento de Prestações/crediário
55,06
127,45
Vestuário homem, mulher ou criança (roupas, sapatos)
42,17
133,69
Telefone fixo
36,97
83,10
Educação (mensalidade escolar)
34,53
267,39
Combustível
33,70
140,84
Lazer (cinema, restaurante, casas noturnas, CDs, fitas etc.)
25,07
93,19
Outros gastos
23,12
219,33
298,61
301,75
Telefone celular (pré ou pós-pago)
16,14
37,76
Energia elétrica
61,67
65,73
Convênio médico / Plano de saúde
15,81
115,09
Remédios
34,79
75,38
Cigarro
12,67
41,51
Aluguel
31,85
204,30
Empregada doméstica mensalista ou diarista
11,08
197,56
Transporte coletivo
29,18
65,67
Prestação / financiamento do domicílio
7,54
125,99
Gás de rua ou de botijão
28,54
32,64
Seguros (de vida, automóvel, casa)
5,71
90,62
Água e esgoto
27,23
31,32
Assinatura de TV a cabo, satélite, internet
3,04
59,98
0,72
47,99
Previdência privada
1,17
60,93
323,78
-
Condomínio
Gasto total (essenciais)
512,59
-
Gasto total (não-essencial)
Base Total: médias remetem à população do Brasil
Base Respondentes: médias remetem apenas a quem teve gastos
Base Total: médias remetem à população do Brasil
Base Respondentes: médias remetem apenas a quem teve gastos
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Nota metodológica: não há indicação de “gasto total” para a coluna “Base Respondentes”, pois a base de parâmetro dos
valores é diferente para cada item de consumo.
Nota metodológica: não há indicação de “gasto total” para a coluna “Base Respondentes”, pois a base de parâmetro dos
valores é diferente para cada item de consumo.
O BARÔMETRO 2006
Tabela 28
As pessoas de renda familiar até R$ 300 também são as que mais sofrem com
o orçamento deficitário. A renda negativa mensal deste segmento é de quase
R$ 76, aproximadamente R$ 10 a mais do que o saldo negativo de quem recebe entre
R$ 301 e R$ 500 (Tabela 30). Na faixa de renda seguinte, entre R$ 501 e R$ 1.000, o
déficit mensal é menor: R$ 20,35.
Renda familiar, gastos essenciais, gastos
não-essenciais e renda
Em R$
Total
Renda familiar
974,11
Gastos essenciais
512,59
Gastos não-essenciais
323,78
Gasto total (gasto essencial + não-essencial)
836,37
Renda disponível 1 (renda - gasto essencial)
461,52
Renda disponível 2 (renda - gasto total)
Da mesma forma que acontece com as classes de consumo, a renda familiar
também está correlacionada com o peso que as prestações têm no orçamento doméstico. Quanto menor a renda, maior é a fatia do orçamento que está
comprometida com crédito. Nas famílias que ganham até R$ 300, 22% da renda
de R$ 249 é utilizada para pagar crediário. Esta proporção se reduz para 19%
entre os que recebem de R$ 301 a R$ 500 por mês. Na faixa de renda média,
entre R$ 501 e R$ 1.000, os R$ 116,43 gastos mensalmente com crediário com-
137,74
35
14%
do salário é quanto a
classe C compromete
com prestações de
crediário
prometem 15% da renda familiar. Na faixa de R$ 1.001 a R$ 1.800, este comprometimento cai para 11% e para 7%, quando se passa para a faixa de renda
superior (Tabela 30).
Renda Familiar: é a soma da renda mensal de todos os membros do domicílio.
Renda disponível 1 (renda-gastos essenciais): é o saldo da renda familiar menos os
gastos essenciais, ou seja, os gastos necessários para a sobrevivência da família.
Renda disponível 2 (renda-gastos): é o saldo da renda familiar menos todas as
despesas da família. É o cálculo do “o que sobra no final do mês”.
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Um resultado muito importante diz respeito ao pagamento de prestações. No
caso da classe AB, o valor médio da prestação entre os que tomam crédito é de
R$ 203,94, o que corresponde a pouco mais de 8% da renda mensal de R$ 2.484,01.
No caso da classe DE, o valor médio da prestação entre os que tomam crédito é
de R$ 84,44, o que significa que esta classe compromete aproximadamente 15%
de sua renda mensal com crediário. Na classe C, este comprometimento é de
quase 14%, o que aproxima esta classe da classe DE (Tabela 29).
Tabela 30
Renda familiar, gastos totais e pagamento de prestações
por renda
FAIXAS DE RENDA FAMILIAR IMPUTADA
Tabela 29
Renda familiar, gastos totais e pagamento de prestações
por classe de consumo
Até
R$ 300
R$ 301 a
R$ 500
R$ 501 a
R$ 1.000
R$ 1.001 a
R$ 1.800
R$ 1.801
ou mais
974,11
249,06
395,87
774,08
1.478,70
3.514,98
Gasto total - soma dos gastos
836,37
324,93
462,11
794,43
1.320,65
2.146,81
Renda disponível
(renda - gasto essencial)
461,52
-2,71
36,55
242,78
758,69
2.655,02
Renda disponível
(renda - gasto total)
137,74
-75,87
-66,24
-20,35
158,06
1.368,18
Pagamento de prestações/
crediário (quem tem)
127,45
53,91
76,65
116,43
166,45
238,90
Pagamento de prestações/
crediário (Base Total)
55,06
13,05
30,58
52,58
94,97
121,77
Renda familiar
Em R$
Total
AB
C
DE
Renda familiar
974,11
2.484,01
1.107,08
544,72
Gasto total (soma dos gastos)
836,37
1.852,23
984,74
561,28
Renda disponível (renda - gastos essenciais)
461,52
1.736,11
525,99
135,11
Renda disponível (renda - gastos)
137,74
631,79
122,34
-16,56
Pagamento de prestações/crediário (quem tem)
127,45
203,94
150,13
84,44
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Total (R$)
Médias
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
O BARÔMETRO 2006
Os motivos para
comprar a prazo
continuam
os mesmos?
37
O que condiciona a decisão
de contrair uma prestação
é o valor do bem à vista
ou o valor da parcela?
É uma regra do consumo no Brasil e no mundo que os produtos mais caros, quando comparados com os mais baratos, tendem a ser comprados com mais freqüência a prazo. Daí o fato de computadores e móveis liderarem com 81% as
menções de itens que seriam comprados por meio de crediário, ocupando o fim
da mesma lista as ferramentas para trabalhos gerais e lazer/viagens (Tabela 31).
Tabela 31
Forma de compra para diferentes itens de consumo
Em %
À vista
Crediário
Não sabe
Total
Computador para casa
16
81
3
100
Móveis
18
81
1
100
TV, hi-fi e vídeo
20
79
1
100
Eletrodomésticos
21
78
1
100
Moto
22
78
0
100
Telefone celular
27
71
1
100
Carro
25
71
4
100
Equipamentos esportivos
30
68
2
100
Propriedades
29
68
3
100
Decoração
40
58
2
100
Ferramentas para trabalhos gerais do tipo “faça-você-mesmo”
45
53
2
100
Lazer/Viagem
64
33
3
100
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
16%
apenas da população
compram os produtos
mais caros à vista
O BARÔMETRO 2006
A intenção de compra à vista é maior nas Regiões Nordeste e Sul e menor no
Norte/Centro-Oeste. A média nacional para todos os itens de consumo é de
30% (Tabela 32). Esta é a proporção de pessoas dispostas a comprar à vista no
Brasil. Na Região Sul, esta média aumenta para 38%. Na Região Nordeste, vai
para 37%. No Norte/Centro-Oeste, é de apenas 22%. Já a Região Sudeste praticamente empata com a média nacional.
Tabela 33
Intenção de compra a prazo por classe social
CLASSE SOCIAL
Em %
Na média de todos os itens, as classes C e DE têm maior propensão a comprar a
prazo do que a classe AB. As duas classes mais baixas têm, respectivamente, 71%
e 69% de pessoas dispostas a comprar a prazo (Tabela 33). Este indicador é aproximadamente dez pontos percentuais mais baixo quando se trata da classe AB.
Tabela 32
O que pretende comprar à vista no próximo
ano, segundo a região
REGIÕES BRASILEIRAS
Em %
Total
Nordeste
Sudeste
Sul
Norte /
Centro-Oeste
Carro
25
44
24
21
17
Lazer/viagem
64
79
57
71
63
Moto
22
40
18
47
0
Ferramentas para trabalhos gerais do tipo
“faça-você-mesmo”
(ex.: cortador de grama, furadeira)
45
52
43
42
44
Móveis
18
21
17
18
16
Eletrodomésticos
21
21
26
12
15
TV, hi-fi e vídeo
20
25
20
28
11
Computador para casa
16
22
15
12
15
Telefone celular
27
21
32
45
13
Equipamentos esportivos
(ex.: bicicleta, prancha de windsurfe, patins etc.)
30
34
30
59
13
Propriedades
29
45
26
20
33
Decoração
40
44
42
84
18
MÉDIAS
30
37
29
38
22
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
39
Total
AB
C
DE
Computador para casa
81
78
85
78
Móveis
81
81
83
79
TV, hi-fi e vídeo
79
67
79
84
Eletrodomésticos
78
73
80
78
Moto
78
72
74
85
Telefone celular
71
60
68
79
Carro
71
71
76
64
Equipamentos esportivos
(ex.: bicicleta, prancha de windsurfe, patins etc.)
68
47
77
69
Propriedades
68
62
73
66
Decoração
58
55
58
60
Ferramentas para trabalhos gerais do tipo
“faça-você-mesmo” (ex.: cortador de grama, furadeira)
53
27
59
55
Lazer/viagem
33
38
35
27
MÉDIAS
68
61
71
69
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
É interessante notar que a propensão das classes C e DE em comprar a prazo se
reflete na disposição que estes segmentos têm de fazer isto mesmo em relação a
bens relativamente mais baratos, como equipamentos esportivos e ferramentas
para trabalhos gerais. Por exemplo, na comparação entre as classes C e AB para
estes dois itens de consumo há o maior diferencial de todos os itens da lista: 77%
da classe C afirmam que têm intenção de comprar a prazo equipamentos esportivos, e apenas 47% de AB declaram o mesmo. Na classe C, 59% afirmam que pretendem comprar a prazo ferramentas de uso geral; esta proporção é de apenas
27% para a classe AB (Tabela 33).
O BARÔMETRO 2006
Móveis e eletrodomésticos são dois dos cinco itens com maior intenção de compra a prazo. A análise de ambos mostra, mais uma vez, a maior propensão das
pessoas de renda mais baixa para a compra a prazo: 84% das famílias que ganham até R$ 300 têm a intenção de comprar móveis a prazo, ao passo que este
indicador é de 78% para quem ganha mais de R$ 1.800 (Tabela 34).
Até mesmo quando o assunto são propriedades, como uma casa ou um terreno,
as pessoas de renda mais baixa, comparadas com as de renda mais elevada,
preferem a compra a prazo.
84%
das famílias com
menor renda têm
intenção de comprar
móveis a prazo
Os itens comprados nos últimos 12 meses combinam utilidade corrente com
preço mais baixo (Tabela 35). Roupas e calçados, os mais comprados, são de uso
diário e têm um preço bem mais baixo do que microondas – que é útil, mas pode
ser substituído por outros bens ou outras maneiras de cozinhar e esquentar
alimentos. Um total de 65% da população adquiriu roupas e calçados no último
ano. Esta proporção diminui muito no item jóias e perfumes, que ocupa a segunda colocação, com 17%.
Tabela 35
Tabela 34
Quais dos itens foram comprados
nos últimos 12 meses
Intenção de compra a prazo por renda
FAIXAS DE RENDA FAMILIAR IMPUTADA
Em %
Total
Total
Até
R$ 300
R$ 301 a
R$ 500
R$ 501 a
R$ 1.000
R$ 1.001 a
R$ 1.800
R$ 1.801
ou mais
Roupas e calçados
65
Computador para casa
81
100
60
91
78
78
Jóias e perfumes
17
Móveis
81
84
73
87
77
78
CDs
17
TV, hi-fi e vídeo
79
69
86
79
74
77
DVD
12
Eletrodomésticos
78
75
71
83
76
69
Reformas / material de construção
11
Moto
78
100
81
82
70
56
Telefone celular
11
Telefone celular
71
84
76
69
73
49
TV
10
Carro
71
100
58
72
80
64
Móveis
10
Equipamentos esportivos
68
85
78
68
70
26
Livros
9
Propriedades
68
60
51
80
84
48
Outros eletrodomésticos
7
Decoração
58
75
53
56
59
53
Viagens
6
Ferramentas para trabalhos gerais do tipo
“faça-você-mesmo”
53
71
45
61
49
27
Algum outro item
6
Lazer/viagem
33
72
22
35
31
30
Fogão
5
MÉDIAS
68
81
63
72
68
55
Carro/moto
5
Geladeira
5
Computador
2
Microondas
1
Em %
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Nenhum
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
18
1.000
41
75%
das pessoas que
compraram TV, carro,
computador e geladeira
o fizeram a prazo (média)
O BARÔMETRO 2006
Os bens mais caros são mais freqüentemente comprados a prazo do que os
mais baratos. Assim, lideram a lista de bens comprados a prazo: microondas,
móveis, TV, carro e moto, computador, fogão e geladeira. Na média para estes
bens, 75% dos que os adquiriram o fizeram a prazo (Tabela 36).
Este é o caso de roupas e calçados, jóias e perfumes, livros, viagens e CDs. Na
média, somente 19% de tais compras foram feitas a prazo.
De fato, as pessoas realmente preferem comprar a prazo quando se trata de produtos mais caros e à vista quando eles são mais baratos. Uma geladeira, que custa
em média R$ 1.200, seria comprada à vista por somente 16% da população (Tabela 37).
No extremo oposto, uma compra de roupas que totalizasse R$ 100 seria comprada à
vista por mais de metade da população: 54%. Um aparelho de telefone celular de R$
300 fica na posição intermediária: 30% expressam a disposição de comprar à vista.
Eles vêm seguidos dos bens com valores medianos: aparelho de DVD, eletrodomésticos, telefones celulares e material de construção e insumos para reformas. Na média, 60% os compraram a prazo nos últimos 12 meses. Por fim, os
bens mais baratos são comprados mais à vista do que por meio de crediário.
26%
afirmam que, ao
comprar bens
caros, levam em
conta o menor
valor da parcela
Quanto mais caro o bem, maior a influência do valor da parcela do crediário.
Note-se que uma geladeira de R$ 1.200 e uma TV de 29 polegadas de R$ 800
têm a compra mais condicionada ao “menor valor da parcela”, ao que a pessoa
“pode pagar por mês”: 26% afirmam isto (Tabela 38). Esta proporção diminui para
Tabela 36
A compra foi realizada a prazo ou à vista (%)
Bens
43
À vista
A prazo
Microondas
17
83
Móveis
21
79
TV
24
76
Carro / moto
25
75
Computador
29
71
Fogão
30
70
Geladeira
30
Bens mais caros
24% no caso do telefone celular de R$ 300 e cai mais ainda, para 17%, quando se
tratam de roupas no valor total de R$ 100.
Tabela 37
Compra a prazo, segundo o valor do produto
Parcelaria
Compraria à vista
Total
Geladeira, que custa em média R$ 1.200
84
16
100
70
TV 29 polegadas, que custa em média R$ 800
83
17
100
25
75
Telefone celular, que custa em média R$ 300
70
30
100
DVD
35
65
Roupas, em um total de R$ 100
46
54
100
Outros eletrodomésticos
36
64
BASE
Algum outro item
38
62
Telefone celular
40
60
Reformas / material de construção
49
51
Bens com valores medianos
40
60
Roupas e calçados
57
43
Jóias e perfumes
78
22
Livros
86
14
Viagens
88
12
CDs
94
6
Bens com valores menores
81
19
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Em %
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
1.000
O BARÔMETRO 2006
A variação oposta acontece na justificativa “valor total do bem”. Neste caso, os
percentuais mais elevados são para os bens mais baratos. Para roupas, 44% dizem que a compra é influenciada pelo valor total do bem; isto se reduz para 32%
no caso do telefone celular de R$ 300. Geladeira e TV de 29 polegadas apresentam os menores percentuais, 27% e 26%, respectivamente.
Nos bens mais caros, esta distância é bem menor. Na renda mais baixa, até
R$ 300, somente 8% das famílias têm a intenção de comprar à vista. O valor
mais alto deste indicador é 23% para aqueles que recebem acima de R$ 1.800:
uma diferença de apenas 15 pontos percentuais.
Assim, a combinação entre faixa de renda e valor do produto é de suma importância para se compreender o comportamento de compra diante da disposição
de comprar à vista ou a prazo.
A disposição de pagar à vista varia muito mais, segundo a renda, para os bens
mais baratos. Um total de 23% das famílias com renda até R$ 300 deseja pagar à
vista roupas que somem R$ 100; esta proporção atinge um máximo de 77% para a
faixa de renda mais elevada, aqueles que recebem mais de R$ 1.800 (Gráfico 6). Há,
portanto, uma diferença de 54 pontos percentuais entre estes dois segmentos.
Gráfico 6
Tabela 38
Fator que influencia a decisão de compra
Geladeira, que
custa em média
R$ 1.200
TV 29 polegadas, que
custa em média
R$ 800
Telefone celular,
que custa em média
R$ 300
Roupas,
em um total
de R$ 100
Média
Valor total do bem
27
26
32
44
32
Menor valor por parcela
26
26
24
17
23
Menor taxa de juros
22
21
20
15
20
Número maior de parcelas
12
11
10
8
10
Facilidade para conseguir crédito, sem
necessidade de garantias
9
9
6
6
7
Nenhum dos itens acima, mas outro
3
3
4
4
3
Atendimento
2
3
3
5
3
NR
0
0
0
1
0
100
100
100
100
100
Em %
total
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
45
Será que vale a
pena investir em
internet no Brasil?
O BARÔMETRO 2006
Um mito que cai: em se tratando
de compras, no Brasil, a importância
da internet é pequena porque
poucos têm acesso a ela
Em uma comparação com 12 países europeus, o Brasil apresenta uma taxa de
acesso à internet muito reduzida. Enquanto na Europa a taxa média é de 54%, no
Brasil é de somente 24% (Tabela 39). A primeira proposição deste resultado, para
alguns, é que a internet tem pouca ou nenhuma importância quando se trata de
comércio.
Tabela 39
Acesso à internet por país (%)
Países
31 milhões
de pessoas no Brasil
têm acesso à internet
Taxa de Acesso
Brasil
24
França
53
Espanha
57
Itália
60
Portugal
47
Bélgica
64
Alemanha
60
Reino Unido
64
Rússia
54
Rep. Tcheca
57
Hungria
35
Polônia
51
Eslováquia
49
Brasil
24
Europa
54
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos / L’Observateur Cetelem França
47
O BARÔMETRO 2006
R$ 1.772
têm acesso no trabalho, na casa de parentes ou de amigos e em outros locais têm
uma renda familiar média mensal em torno de R$ 1.000, podendo atingir um pouco
mais de R$ 1.400 para aqueles que têm acesso no local de trabalho (Tabela 41).
é a renda média das pessoas
que acessam a internet
Dentre os quase 31 milhões de brasileiros adultos que têm acesso à internet,
33% deles pretendem utilizá-la como fonte de informação para compra. Isto
corresponde a uma população de pouco mais de 10 milhões de pessoas – equivalente à população total da Bélgica ou de Portugal – e com renda média acima
de R$ 2.000 por mês. Adicionalmente, a renda disponível deste grupo é de quase
R$ 500 (Tabela 42).
Tal conclusão pode ser um erro. O motivo é simples: 24% de 129 milhões,
que é a população brasileira com mais de 16 anos de idade, representam 31
milhões de pessoas com acesso à internet. A população conectada do Brasil,
portanto, é maior do que toda a população de vários países europeus. Bélgica
e Portugal têm somente 10 milhões de habitantes. Espanha e Polônia têm um
pouco mais de 31 milhões de habitantes, considerando toda a sua população
e não somente os que estão acima de 16 anos. A Espanha tem em torno de
40 milhões de habitantes e a Polônia, cerca de 38 milhões.
Tabela 41
Forma de acesso à internet e renda familiar média
Recado da análise: em que pese a pequena proporção da população brasileira que tem acesso à internet, o volume de pessoas é grande. Assim, a
internet é importante e vale a pena investir na sua utilização quando se
tratam de compras.
Média
Tão importante quanto o volume de pessoas com acesso à internet, aproximadamente 31 milhões de brasileiros com mais de 16 anos, é a renda média deste grupo: mais de R$ 1.700 por mês. Além disso, a renda não-gasta
deste grupo é maior do que R$ 400 por mês. Trata-se de um segmento de
fundamental importância quando o assunto é consumo (Tabela 40).
Renda
Familiar Média (R$)
(%)
Base
Sim, em casa
2.405,68
11
128
Sim, no local de trabalho
1.466,75
7
88
Sim, em casa e no local de trabalho
1.301,60
4
43
Sim, na casa de parentes
1.052,69
4
51
990,67
5
54
1.110,25
8
99
Não
722,66
76
915
Total
974,11
-
1.200
Sim, na casa de amigos/conhecidos
Em outros locais
Quando se pensa em acesso à internet, em particular quando voltado para
compras, está-se pensando no acesso em casa. Porém, esta não é a única
forma de entrar na rede mundial de computadores. As pessoas que usam a
internet em casa têm renda familiar média mais elevada, cerca de R$ 2.400,
do que as pessoas que têm acesso em outros lugares. Ainda assim, os que
Tabela 42
Propensão a utilizar a internet como fonte
de informação para compra
Tabela 40
Acesso à internet, segundo renda familiar média e renda disponível
(%)
Renda Familiar
Média (R$)
Renda Disponível
Média (R$)
População > 16
(%)
67
178,61
1.200
20.618.946
33
1.041,10
2.930,54
10.094.917
463,23
1.771,52
76
722,66
35,02
98.448,985
Pretende usar a internet como fonte de informação
para a próxima compra de pelo menos um produto
Têm acesso à internet
24
1.771,52
463,23
30.713,863
MÉDIAS
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Renda Disponível Renda Familiar
Média (R$) Imputada (R$) População > 16
Não pretende usar a internet
como fonte de informação para compra
Não têm acesso à internet
BASE
49
1.200
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% por causa de respostas múltiplas
(acesso à internet em mais de um local) e por não terem sido usadas casas decimais.
O BARÔMETRO 2006
R$ 4.013
é a renda média de
quem já comprou pela internet
Tabela 43
Intenção de usar a internet para obter informações
para compra, segundo o item de compra e por país (%)
BRA
O Brasil tem um grande volume de pessoas quando se trata de utilização da
internet e também no que se refere à disposição de obter informações para
compras. Em termos proporcionais, no entanto, está bem abaixo dos países europeus (Tabela 43). Isto indica que há muito terreno para crescer. É de se esperar
que as proporções de utilização no Brasil aumentem até os níveis dos países
europeus, ainda que este crescimento seja lento.
Na Europa, 33% em média têm a intenção de utilizar a internet para obter informações de compras de produtos de lazer ou viagem. No Brasil, esta proporção
é de 6%. Trata-se do maior diferencial entre Brasil e Europa neste indicador. A
menor distância é no item comida: a Europa pontua 6% e o Brasil 3% (Gráfico 7).
Mais de 5 milhões de brasileiros – o equivalente à metade de toda a população
belga ou portuguesa – já fizeram compras pela internet. Igualmente relevante, a
renda familiar média destes compradores é de aproximadamente R$ 4.000 e a
renda disponível é um pouco maior que R$ 1.800 (Tabela 44). É um mercado consumidor de grande importância.
Gráfico 7
51
FRA ESP
ITA
POR BEL ALE GB RUS RTC HUN POL SLO
Eletrodomésticos, TV,
hi-fi ou vídeo
7
16
16
17
16
23
31
32
31
31
21
19
24
Ferramentas do tipo
“faça-você-mesmo”
5
9
12
11
8
14
17
20
23
16
14
14
15
Móveis
5
9
14
10
8
17
14
24
24
18
16
14
20
Carros novos
4
10
17
14
11
25
23
24
21
25
18
18
19
Lazer/viagem
6
31
33
32
18
47
34
55
29
35
22
29
26
Produtos culturais
(livros, CDs e videogames)
7
26
25
23
18
32
28
37
22
32
20
28
23
Comida
3
5
9
5
4
4
4
10
8
5
5
6
7
Produtos financeiros
(crédito, investimentos etc.)
4
8
15
12
7
17
12
25
17
20
15
20
16
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos / L’Observateur Cetelem França
Tabela 44
Compras efetivas pela internet, renda disponível
e renda média
(%)
Renda Disponível
Média (R$)
Renda Familiar
Imputada (R$)
População > 16
Nunca comprou nada via internet
84
159,83
1.248,97
25.648,666
Já comprou algo via internet
16
1.827,61
4.013,28
5.065,197
463,23
1.771,52
MÉDIAS
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Nota: Base - pessoas que acessam a internet
O BARÔMETRO 2006
Tabela 45
Tabela 46
O que já foi comprado pela internet
Segmentação regional do acesso à internet
Você já comprou via internet?
REGIÕES BRASILEIRAS
(%)
Eletrodomésticos, TV, hi-fi ou vídeo
Ferramentas para trabalhos gerais do tipo “faça-você-mesmo”
Móveis
Carros novos
Lazer/viagem
Produtos culturais (livros, CD, videogames etc.)
Comida
Produtos financeiros (crédito, investimentos etc.)
53
Renda Familiar
Média (R$)
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
4
96
2
98
1
99
1
99
3
97
2.179,87
1.764,61
2.567,24
1.774,28
1.956,39
1.780,22
6.000,00
1.773,25
3.747,57
1.708,23
Sim
Não
Sim
Não
Sim
Não
11
89
0
100
2
98
2.861,57
1.662,33
1.800,00
1.782,68
2.669,13
1.767,67
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Nota: Base - pessoas que acessam a internet
Total
Nordeste
Sudeste
Sul
Norte /
Centro-Oeste
Não
76
86
73
72
71
Sim, em casa
11
4
12
14
16
Em outros locais
5
4
6
3
7
Sim, no local de trabalho
4
3
3
10
3
Sim, na casa de amigos/conhecidos
2
2
1
0
2
Sim, na casa de parentes
1
1
2
0
1
Sim, em casa e no local de trabalho
1
2
0
-
528
186
163
Em %
BASE
1.200
323
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Tabela 47
Segmentação etária do acesso à internet
FAIXA ETÁRIA
Muito há a ser feito com a finalidade de mobilizar o consumidor brasileiro para
adquirir bens, que não sejam somente produtos culturais, pela internet. Note-se
que 11% dos que têm acesso à internet compraram produtos culturais na rede,
grupo este que tem renda familiar média de R$ 2.861,57. Este é um indicador que
pode, em um primeiro momento, ser conquistado em outras áreas de consumo.
Os 11% que compram produtos culturais estão, a princípio, dispostos a comprar
outros bens (Tabela 45).
Há um contraste grande entre o Nordeste e as demais regiões do Brasil quando se
trata de acesso à internet em casa – justamente o grupo de pessoas com renda familiar média mais elevada. Sudeste, Sul e Norte/Centro-Oeste têm, respectivamente, 12%, 14% e 16% da população com acesso à internet em casa. Esta proporção
despenca para 4% no Nordeste (Tabela 46).
11%
compraram produtos
culturais e estão
dispostos a comprar
outros bens na internet
Em %
Total
16 a 24
25 a 34
35 a 44
45 a 59
60 ou mais
Não
76
59
74
81
86
92
Sim, em casa
11
11
12
12
9
8
Em outros locais
8
19
6
5
2
4
Sim, no local de trabalho
7
9
9
8
4
4
Sim, na casa de amigos/conhecidos
5
5
6
4
3
4
Sim, na casa de parentes
4
5
4
4
4
4
Sim, em casa e no local de trabalho
4
2
5
4
4
4
1200
307
272
243
221
157
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% por causa de respostas múltiplas
(acesso à internet em mais de um local) e por não terem sido usadas casas decimais.
O BARÔMETRO 2006
O Sul se destaca no acesso à internet no trabalho: 10% utilizam este meio. Já o
Norte/Centro-Oeste destaca-se no acesso em outros locais: 7%.
Tabela 49
Segmentação do acesso à internet, por renda
Na média, 76% dos brasileiros não têm acesso à internet. Esta proporção cai bastante na faixa de idade de 16 a 24 anos: somente 59%. Fica dentro da média nacional
para aqueles entre 25 e 34 anos: 74%. E acima da média nacional para aqueles que
têm mais de 35 anos de idade. No caso das pessoas acima de 60 anos, mais de 90%
não têm acesso à internet (Tabela 47).
FAIXAS DE RENDA FAMILIAR IMPUTADA
ou espaços congêneres.
A classe DE lidera, com folga, a estatística de não-acesso à internet:
essa é a situação de nada menos do que 92% das pessoas desse grupo
(Tabela 48). Este indicador cai para 67% quando se trata da classe C, uma redução expressiva, mas, ainda assim, bem mais que metade das pessoas desta classe. Na classe AB, somente 36% afirmam não ter acesso à internet. Nesta classe
o acesso é bem maior do que a média nacional, em casa e no local de trabalho. É
importante chamar atenção para o fato de a classe C ter um acesso maior do
que a média nacional “em outros locais”. Mais uma vez, trata-se do universo do
cybercafé e locais semelhantes.
Total
AB
C
DE
76
36
67
92
Sim, no local de trabalho
7
12
11
4
Sim, na casa de amigos/conhecidos
5
2
7
3
Sim, na casa de parentes
4
5
6
3
Sim, em casa e no local de trabalho
4
4
5
3
11
44
10
3
8
6
13
5
1.200
147
426
627
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Nota: A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% por causa de respostas múltiplas
(acesso à internet em mais de um local) e por não terem sido usadas casas decimais.
R$ 501 a
R$ 1.000
R$ 1.001 a
R$ 1.800
R$ 1.801
ou mais
Não
76
96
92
81
53
36
Sim, em casa
11
3
2
7
18
45
Sim, no local de trabalho
7
3
3
6
12
17
Sim, na casa de amigos/conhecidos
5
3
4
4
9
3
Sim, na casa de parentes
4
3
2
5
7
3
Sim, em casa e no local de trabalho
4
4
2
3
3
10
Em outros locais
8
3
5
7
17
7
1.114
160
228
450
178
98
É bastante acentuada a variação por renda no que tange o acesso à internet. Quase
a totalidade das pessoas, 96%, com renda familiar menor do que R$ 300, não tem
acesso à rede (Tabela 49). Esta proporção cai um pouco na faixa de renda seguinte,
de R$ 301 a R$ 500, e vai para 92% das pessoas sem acesso. A situação destes dois
segmentos de renda contrasta muito com os somente 36% que ganham mais de
R$ 1.800 que não têm acesso à rede. Na segunda maior faixa de renda, os que ganham
entre R$ 1.001 e R$ 1.800, pouco mais da maioria, 53% não tem acesso à rede.
CLASSE SOCIAL
Em outros locais
R$ 301 a
R$ 500
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Notas: 1) A soma dos percentuais pode ser diferente de 100% por causa de respostas múltiplas
(acesso à internet em mais de um local) e por não terem sido usadas casas decimais.
2) A base total desta tabela não soma 1.200 devido às recusas para declarar a faixa de renda familiar (86 recusas)
Segmentação do acesso à internet por classe social
Sim, em casa
Até
R$ 300
BASE
Tabela 48
Não
Total
Em %
Uma informação de grande relevância diz respeito aos locais alternativos de
acesso. Um percentual bastante elevado de pessoas entre 16 e 24 anos declara
ter acesso à internet em locais que não são nem sua residência, nem local de
trabalho, nem casas de amigos ou parentes (Tabela 47). É o universo do cybercafé
Em %
55
É também muito grande a distância entre as duas faixas de renda mais elevadas quando se trata do acesso em casa: 45% dos que pertencem à faixa de
renda mais elevada (R$ 1.801 ou mais) tem acesso à internet em casa, enquanto
o acesso à internet em casa entre aqueles que pertencem à segunda faixa de
renda mais elevada (R$ 1.001 a R$ 1.800) é de 18%. São também estes dois segmentos que se destacam no acesso no trabalho e “em outros locais”.
Na comparação com a Europa, os indicadores brasileiros da intenção de utilizar
a internet para obter informação de compra são baixos. Mas, comparando o
Brasil com ele mesmo regionalmente, surgem diferenças importantes. A região
Sul destaca-se como a área mais propensa a ter este comportamento. Ela vem
seguida de Norte/Centro-Oeste. Também neste indicador, o Nordeste ocupa a
pior posição (Tabela 50).
O BARÔMETRO 2006
Tabela 51
Os mais jovens têm maior disposição em utilizar a internet para fins de levantar
informações do que os mais velhos. Dentre as pessoas de 16 a 24 anos, 12% têm
esta disposição na compra de eletrodomésticos, TV, hi-fi ou vídeo, 10% para produtos relacionados a lazer ou viagem e 13% para produtos culturais (Tabela 51).
Pode ser que estejamos diante de um movimento que ocorre junto com a mudança geracional. Na medida em que as gerações mais velhas forem substituídas
pelas mais jovens, a internet passará a ser mais utilizada.
Intenção de usar a internet para obter informação
para a próxima compra, por idade
FAIXA ETÁRIA
Em %
A Belíndia não existe ou pode ser matizada para algumas coisas, mas tende a ser
verdadeira para outras. Esse é o caso do uso da internet por faixa de renda para
obter informações de compras. Há, neste caso, dois mundos. O mundo daqueles
que ganham mais de R$ 1.800, que fica muito acima da média nacional no uso da
internet para obtenção de informação de compra, e o mundo de quem recebe
até R$ 1.000 por mês, para quem a internet tem pouca ou nenhuma utilidade
com este fim (Tabela 52).
Tabela 50
Total
16 a 24
25 a 34
35 a 44
44 a 59
60 ou mais
Eletrodomésticos, TV, hi-fi ou vídeo
7
12
8
5
3
2
Ferramentas para trabalhos gerais do tipo
“faça-você-mesmo”
5
6
8
4
2
2
Móveis
5
7
6
4
2
2
Carros novos
4
7
6
3
2
1
Lazer/viagem
6
10
7
4
3
1
Produtos culturais (livros, CD, videogames etc.)
7
13
8
4
2
1
Comida
3
4
6
2
2
1
Produtos financeiros
(crédito, investimentos etc.)
4
6
7
4
2
1
Tabela 52
Intenção de usar a internet para obter informação
para a próxima compra, por região do Brasil
Intenção de usar a internet para obter informação
para a próxima compra, por faixa de renda
FAIXAS DE RENDA FAMILIAR IMPUTADA
REGIÕES BRASILEIRAS
Em %
Total
Nordeste
57
Sudeste
Sul
Norte /
Centro-Oeste
Total
Até
R$ 300
R$ 301 a
R$ 500
Eletrodomésticos, TV, hi-fi ou vídeo
7
1
1
6
13
22
Em %
R$ 501 a R$ 1.001 a
R$ 1.000 R$ 1.800
R$ 1.801
ou mais
Eletrodomésticos, TV hi-fi ou vídeo
7
3
7
10
10
Ferramentas para trabalhos gerais do tipo
“faça-você-mesmo”
5
2
5
7
7
Ferramentas para trabalhos gerais do tipo
“faça-você-mesmo”
5
1
1
4
8
19
Móveis
5
1
5
7
6
Móveis
5
1
1
4
9
17
Carros novos
4
2
4
10
6
Carros novos
4
1
1
4
7
15
Lazer/viagem
6
2
7
10
7
Lazer/viagem
6
1
1
4
12
20
Produtos culturais (livros, CD, videogames etc.)
7
2
6
11
12
Produtos culturais (livros, CD, videogames etc.)
7
1
1
5
15
22
Comida
3
1
3
6
6
Comida
3
1
1
3
5
10
Produtos financeiros (crédito, investimentos etc.)
4
2
4
7
7
Produtos financeiros (crédito, investimentos, etc)
4
1
1
4
7
15
1.200
323
528
186
163
1.114
160
228
450
178
98
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Nota: A base total desta tabela não soma 1.200 devido às recusas para declarar a faixa de renda familiar (86 recusas)
O BARÔMETRO 2006
59
19%
Dentre os que recebem entre R$ 1.001 e R$ 1.800, a utilização é muito pequena
também, com as exceções de produtos culturais, lazer/viagem e eletrodomésticos, incluindo hi-fi e vídeo.
A intenção de utilizar a internet para compras, no futuro, atinge a proporção de
19% da população. As Regiões Nordeste, Sudeste e Sul gravitam em torno desta
proporção. Norte/Centro-Oeste apresenta uma proporção bem menor: apenas
9% têm a intenção de fazer compras pela internet no futuro (Tabela 53).
da população adulta
pretendem fazer
compras pela
internet no futuro
Os jovens se destacam positivamente no uso da internet não apenas como os que
mais utilizam a rede para obter informações de compra, mas também na intenção
de compras futuras: 28% daqueles que têm entre 16 e 24 anos afirmam que pre-
Tabela 54
Intenção de comprar pela internet no futuro, por idade
FAIXA ETÁRIA
Em %
tendem, sim, utilizar a internet para compras (Tabela 54). É a maior proporção dentre
todas as faixas etárias. Na faixa seguinte, de 25 a 34 anos, este contingente diminui
para 21%. E atinge 17%, entre os que têm de 35 a 44 anos.
Total
16 a 24
25 a 34
35 a 44
45 a 59
60 ou mais
12
13
14
12
12
10
Provavelmente sim
7
15
7
5
3
1
Provavelmente não
7
10
7
5
8
6
68
56
66
71
72
79
6
6
5
6
6
5
1.071
245
238
225
209
154
Certamente sim
Certamente não
A maior propensão de compras pela internet está entre as pessoas mais jovens
de classes mais elevadas. De fato, 23% da classe AB e 29% da classe C declaram
ter disposição de utilizar a internet como meio de compra no futuro (Tabela 55)
– ambos os resultados acima da média nacional, de 19%.
Não sabe/Não respondeu
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Tabela 53
Tabela 55
Intenção de comprar pela internet no futuro
Intenção de comprar pela internet no futuro, por classe social
REGIÕES BRASILEIRAS
CLASSE SOCIAL
Total
Nordeste
Sudeste
Sul
Norte /
Centro-Oeste
12
16
11
15
4
Provavelmente sim
7
6
9
4
5
Provavelmente não
7
6
8
8
8
68
68
68
62
76
6
4
5
11
7
1.071
308
465
160
138
Em %
Certamente sim
Certamente não
Não sabe/Não respondeu
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Em %
Total
AB
C
DE
12
13
16
10
Provavelmente sim
7
10
13
3
Provavelmente não
7
16
6
6
68
54
60
75
6
7
6
6
1.071
93
374
604
Certamente sim
Certamente não
Não sabe /Não respondeu
BASE
Fonte: Pesquisa Cetelem - Ipsos
Al. Tocantins, 280 - Alphaville - Barueri
www.cetelem.com.br