XX Congreso Latinoamericano y XVI Congreso Peruano de la
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XX Congreso Latinoamericano y XVI Congreso Peruano de la Ciencia del Suelo “EDUCAR para PRESERVAR el suelo y conservar la vida en La Tierra” Cusco – Perú, del 9 al 15 de Noviembre del 2014 Centro de Convenciones de la Municipalidad del Cusco PLANTILLA DEL RESUMEN EXTENDIDO COR E COMPORTAMENTO ESPECTRAL DE CLASSES DE SOLOS DO NORDESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO Bahia, A.S.R.S.1*; Marques Jr., J.1; Camargo, L.A.1; Teixeira, D.B.1; Ferroni, A.D.1; Filla, A.V.1; La Scala, N.1 1Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias Unesp, Campus de Jaboticabal *Autor de contato: Email: [email protected] Via de Acesso Professor Paulo Donato Castellane Depto de Solos e Adubos Jaboticabal, São Paulo, Brasil 55 1632092601. RESUMO Este trabalho teve como objetivo caracterizar a cor e o comportamento espectral de classes de solos do nordeste do estado de São Paulo, Brasil. Foram escolhidos seis tipos de solos de uma área experimental que representam esta região. Os solos foram classificados como Latossolo Vermelho eutroférrico, Latossolo Vermelho distroférrico, Latossolo Vermelho distrófico, Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico, Latossolo Amarelo distrófico e Neossolo Quartzarênico órtico distrófico. A espectroscopia de reflectância difusa mostrou-se uma técnica eficiente na identificação e quantificação dos óxidos de ferro hematita e goethita, bem como na caracterização da cor do solo, por meio da determinação dos índices matiz, valor e croma. Os constituintes mineralógicos, a matéria orgânica, areia, argila e umidade foram atributos que influenciaram significativamente as alterações das curvas espectrais, manifestando-se na forma de bandas de absorções. A forma da curva espectral e a intensidade de absorção em determinadas regiões do espectro foram diferenciados, mostrando que é possível discriminar as diferentes classes de solos utilizando a espectroscopia de reflectância difusa, sendo esta uma ferramenta útil para o mapeamento de solos. PALAVRAS-CHAVE Espectroscopia de reflectância difusa; mapeamento de solos; pedometria. INTRODUÇÃO A cor do solo é um dos atributos mais úteis para caracterizar os diferentes tipos de solos, principalmente por sua determinação fácil e direta, constituindo importante fonte de informação para a pedologia. O enquadramento de algumas classes de solos, já no segundo nível categórico do atual Sistema Brasileiro de Classificação de solos, requer que a cor da amostra do horizonte diagnóstico seja determinada por comparação com os padrões existentes na escala de Munsell. A determinação da cor é normalmente realizada em comparação à carta de Munsell, observando o matiz (comprimento de onda da luz), o valor (brilho ou tonalidade) e o croma (intensidade ou pureza em relação ao cinza) (Munsell, 1998). No entanto, esse sistema visual apresenta grande subjetividade, pois fatores físicos e psicofísicos podem interferir na sua determinação. A cor do solo é função, principalmente, da presença de óxidos de ferro e matéria orgânica, além de outros fatores, tais como a umidade e a distribuição do tamanho de partículas (Fernandez and Schulze, 1992). Sendo o solo constituído de partículas minerais e orgânicas que absorvem e dispersa luz incidente (Barrón and Torrent, 1986), Torrent and Barrón (1993) propuseram a determinação de cor, em laboratório, por espectroscopia de reflectância difusa (ERD), utilizando os mesmos aparelhos espectrofotométricos comuns em laboratórios, com pequenas adaptações. O comportamento espectral do solo depende da sua composição química, física, biológica e mineralógica, sendo a matéria orgânica e os óxidos de ferro os principais atributos que afetam o comportamento espectral (Dalmolin et al. 2005). Devido o solo apresentar variações na sua composição e a relação existente com a reflectância espectral, pode-se predizer, de maneira confiável, rápida e não invasiva, as características físicas e químicas do solo. Assim, o objetivo deste trabalho foi caracterizar a cor e o comportamento espectral de classes de solos do nordeste do estado de São Paulo, Brasil. MATERIAL E MÉTODOS Foram escolhidos seis tipos de solos de uma área de estudo localizada na região nordeste do estado de São Paulo (Brasil), no Município de Guatapará, em uma unidade experimental da Usina São Martinho. Os solos foram classificados como Latossolo Vermelho eutroférrico (LVef), Latossolo Vermelho distroférrico (LVdf), Latossolo Vermelho distrófico (LVd), Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico (LVAd), Latossolo Amarelo distrófico (LAd) e Neossolo Quartzarênico órtico distrófico (RQod). O material geológico está relacionado aos arenitos do Grupo Bauru, Formação Adamantina, basaltos do Grupo São Bento, Formação Serra Geral, e material retrabalhado basalto-arenito. Para a obtenção dos espectros de reflectância difusa, foi tomado aproximadamente 1 g de solo e macerado em almofariz de ágata até uniformização de sua coloração e foram colocados em porta-amostras com espaço cilíndrico de 16 mm de diâmetro. Os valores de reflectância foram determinados em espectrofotômetro modelo Lambda 950 UV/Vis/NIR (PerkinElmer) acoplado com uma esfera integradora de 150 mm de diâmetro. Informações mais detalhadas sobre a utilização deste método são apresentadas por Torrent and Barrón (2008). Os espectros foram registrados a cada 0,5 nm no intervalo de comprimento de onda de 380 a 2380 nm. O branco (padrão) utilizado como valor de referência foi o espectralon, feito de teflon refletivo da Labsphere. Os espectros de reflectância foram utilizados para determinar os valores de triestímulos XYZ definidos pela Comisión Internacional de L'Eclairage - CIE (Wyszecki and Stiles, 1982). A partir das coordenadas XYZ foram deduzidos os valores Munsell do matiz, croma e valor, utilizando o programa Munsell Conversion, versão 6.4, conforme Barrón et al (2000) e Vicascarra Rossel (2011). Com base nos valores de matiz, valor e croma foram calculados os índices de avermelhamento (IAV), conforme Torrent et al (1980) e Barrón (1982) e o fator de avermelhamento (FV), conforme Santana (1984). Os espectros de reflectância também foram utilizados para análise de regressão de mínimos quadrados parciais (PLSR) para estimativa dos teores de hematita e goethita e posterior cálculo da relação Hm/(Hm+Gt). A determinação da matéria orgânica do solo (MO) foi realizada pelo método da oxidação com dicromato e leitura em espectrofotômetro de acordo com a metodologia proposta pela EMBRAPA (2009). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os matizes observados no campo variaram de 4,27 a 9,26 YR (Tabela 1), extremos associados, respectivamente, às amostras correspondentes ao LVdf e LAd. Esta variação de matizes é coerente com a amplitude normalmente verificada nas distintas classes de Latossolos reconhecidas no Brasil. Os solos mais amarelos (LVAd e LAd), devido à presença do mineral goethita, apresentaram matizes elevados (7,84 e 9,26 YR, respectivamente). Estes mesmos solos apresentaram os menores valores da relação Hm/(Hm+Gt), evidenciando realmente a maior quantidade do mineral goethita em relação à hematita em sua composição. Em contrapartida, os solos LVdf, LVd e LVef apresentaram os maiores teores de hematita, devido aos altos valores da relação Hm/(Hm+Gt). Além destes solos, o RQod demonstrou predomínio de hematita sobre goethita (Hm/(Hm+Gt) = 0,63). A classificação dada a estes solos estão de acordo com os critérios recomendados pela EMBRAPA (2006), na qual classificaram os solos da seguinte forma: IAV ≤ 1,8 = solos amarelos; 1,9 ≤ IAV ≤ 3,3 = solos vermelho-amarelos; e IAV ≥ 3,4 = solos vermelhos. Tabela 1. Estatística descritiva dos atributos Amostras RQod LAd LVd LVAd LVdf LVef Matiz 5,88 YR 9,26 YR 5,51 YR 7,84 YR 4,27 YR 4,70 YR Valor 3,58 4,66 3,29 3,91 2,97 3,24 Croma 5,15 3,99 5,83 4,71 6,57 6,49 IAV1(1) 5,93 0,63 7,96 2,60 12,68 10,62 IAV2(2) 0,10 0,00 0,16 0,01 0,42 0,30 FV(3) 5,56 1,60 6,26 3,36 7,94 7,30 Hm/(Hm+Gt) 0,63 0,17 0,75 0,24 0,76 0,71 MO(4) 16 20 19 25 27 33 RQod - Neossolo Quartzarênico órtico distrófico; LAd - Latossolo Amarelo distrófico; LVd - Latossolo Vermelho distrófico; LVAd - Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico; LVdf - Latossolo Vermelho distroférrico; LVef - Latossolo Vermelho eutroférrico. (1)IV1 = [(10-M*) x (C/V)] (Torrent et al., 1980). (2)IV2 = [(10-M*)3 x (Cx103)] / (Vx106) (Barrón, 1982). (3)FV = [(10-M*) + (C/V)] (Santana, 1984). M* = matiz em escala YR (2,5 Y=12,5; 10 YR=10; 7,5 YR=7,5; 5 YR=5; 2,5 YR = 2,5). C = croma. V = valor. (4)MO – matéria orgânica (g kg-1). Observa-se grande variação entre os índices de avermelhamento IAV1 e IAV2, mas estes seguem uma proporcionalidade entre si. Já o fator de avermelhamento diferiu dos IAVs porque o cálculo proporciona maior peso ao matiz, em comparação com o valor e croma (Santana, 1984). A resposta espectral do solo também varia significativamente com o tipo e a quantidade relativa de óxido de ferro. Estes fatores afetam a cor dos solos que, consequentemente, corresponde à diminuição ou ao aumento da reflectância (Epiphanio et al., 1992). Assim, a Figura 1 ilustra as seis curvas espectrais referentes aos solos estudados. Por estas curvas verifica-se que os óxidos de ferro tiveram influência nos solos LVef e LVdf, nas faixas espectrais de 400 a 550 nm e 800 a 900 nm, concordando com Epiphanio et al (1992). Quanto maior a concavidade dessas regiões espectrais, maior o teor de óxidos de ferro destes solos. Além disso, os teores de argila e óxidos de ferro elevados proporcionam uma reflectância menor a estes solos. Observa-se no solo LAd uma proeminência por volta dos 460 nm característica do mineral goethita, caracterizando este solo como amarelo, comprovado pelo matiz 9,26 YR (Tabela 1). Figura 1. Curvas espectrais dos solos estudados, evidenciando as áreas de influência de seus constituintes. RQod - Neossolo Quartzarênico órtico distrófico; LAd - Latossolo Amarelo distrófico; LVd - Latossolo Vermelho distrófico; LVAd - Latossolo VermelhoAmarelo distrófico; LVdf - Latossolo Vermelho distroférrico; LVef - Latossolo Vermelho eutroférrico Nas faixas de 1400 e 1900 nm pode-se verificar a influência da água e das hidroxilas (OH-) na absorção da radiação. Entretanto, os solos com baixos valores de reflectância, como os Latossolos vermelhos apresentam estas bandas de absorção com pouca profundidade e baixa expressão. Verifica-se em todos os solos, na faixa entre 2100 e 2200 nm, uma forte absorção pela caulinita. Isto ocorre devido às vibrações das hidroxilas de sua rede cristalina. Nos solos com menores teores de óxidos de ferro (RQod e LAd) esta característica foi bem marcante. Além disso, de acordo com as curvas espectrais dos solos RQod e LAd pode-se dizer que são solos arenosos, visto que a presença de areia (quartzo) no solo aumenta a reflectância em todo o espectro estudado. Associado a isto, os baixos teores de matéria orgânica destes solos (Tabela 1) diminuem a absorção, aumentando assim a reflectância (Epiphanio et al., 1992). Os solos LVdf e LVef apresentaram claramente feições do mineral gibbsita, vistas na faixa de 2300 nm, concordando com Epiphanio et al. (1992) e Demattê et al. (2000). CONCLUSÕES A espectroscopia de reflectância difusa é uma técnica eficiente na identificação e quantificação dos óxidos de ferro hematita e goethita, bem como na caracterização da cor do solo, por meio da determinação dos índices matiz, valor e croma. Os constituintes mineralógicos, a matéria orgânica, areia, argila e umidade são fatores que influenciam significativamente as alterações das curvas espectrais, manifestandose na forma de bandas de absorções. O solo menos intemperizado, Neossolo Quartzarênico órtico distrófico (RQod) apresentou intensidade de reflectância mais elevada que os mais desenvolvidos Latossolos Vermelhos (LVef, LVdf, LVAd e LVd), devido às diferenças na sua composição. A forma da curva espectral e a intensidade de absorção em determinadas regiões do espectro foram diferenciados, mostrando que é possível discriminar as diferentes classes de solos utilizando a espectroscopia de reflectância difusa, sendo esta uma técnica útil para o mapeamento de solos. AGRADECIMIENTOS À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pela concessão de bolsa de pesquisa de doutorado à primeira autora. BIBLIOGRAFIA Barrón, V. and Torrent, J. 1986. Use of Kubelka-Munk theory to study the influence of iron oxides on soil color. Journal of Soil Science 37:499-510. Barrón, V. 1982. Estudio de las características cristalinas y color de las hematites (a-Fe2O3) con substitución por aluminio. Córdoba, Universidade de Córdoba, 177p. (Tese de Mestrado). Barrón, V., Mello, J. W. V. and Torrent, J. 2000. Caracterização de óxidos de ferro em solos por espectroscopia de reflectância difusa. In: Novais, F.R., Alvarez, V.H., Schaefer, C.E.G.R. (Eds.). Tópicos em ciência do solo. Viçosa. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, p.139-162. Dalmolin, R.S.D., Gonçalves, C.N., Klamt, E. and Dick, D.P. 2005. Relação entre os constituintes do solo e seu comportamento espectral. Ciência Rural 35:481-489. Demattê, J.A.M., Campos, R.C. and Alves, M.C. 2000. 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