Rede de Centros Culturais II
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Rede de Centros Culturais II
Projetos em Rede Projeto em destaque Handing Out Cultural First-Aid Kits at the CCE in Córdoba. Estojos de Primeiros Socorros Culturais Durante a suspensão de atividades públicas na Argentina, provocada pela crise sanitária da gripe H1N1 no passado julho, os Centros Culturais de Espanha em Córdoba e Rosário decidiram atuar criativamente para garantir o acesso da população aos bens culturais. Surgiu assim a idéia de distribuir os estojos de primeiros socorros culturais, compostos de obras e objetos feitos por artistas e indústrias locais. Diversos criadores, editores, empresários, organizações sociais, particulares, instituições públicas, jornalistas e intelectuais somaram-se prontamente à iniciativa numa rede espontânea de colaboração. Os artistas cederam objetos e direitos de autor em troca de uma verba simbólica. Numa semana foram desenhados e produzidos milhares de estojos, distribuídos gratuitamente em espaços abertos por meio de um “dispositivo sanitário teatral” onde os estojos foram entregues aos cidadãos por atores, seguindo, é claro, estritas normas assépticas. Alguns projetos em rede centram-se em comunidades culturais como o projeto En clave afrocaribe (“Em tom afrocaribe”), dirigido para a conservação do patrimônio intangível ou imaterial na costa atlântica centro-americana e o Caribe, ou De rasgos árabes (“De traços árabes”), que reclama a herança árabe na diversidade cultural ibero-americana. Também, se encontra a criação de um Centro de documentação de arte contemporânea andina ou a realização da Expedição Paraná Ra'Angá para recuperar a cultura fluvial entre Buenos Aires e Assunção. Outros projetos estão dirigidos a setores culturais específicos. É o caso de Agita el continente (“Agita o continente”), centrado na dinamização de espaços cênicos, a conformação de uma Rede de programas de residências de criação em Ibero-América, ou a celebração de ¡Afuera!, muestra de arte periférica (“Fora!, mostra de arte periférica”). Creative Commons: http://creativecommons.org/ Médicos do Mundo (Argentina): http://www.mdm. org.ar/ n.º 25 /novembro 09 De rasgos árabes: http://www.derasgosarabes.org/ Red de residencias de creación: http://residenciasenred.blogspot.com/ Agita el continente: http://www.agitaelcontinente.org/ (em preparação) Estados alterados: http://emergenciasperiodismocultural.blogspot.com/ Mirando al sur: http://mirandosur.org/wordpress/ Imagem do projeto Migrações: Olhando para sul © Andrea Aragón CCE Rosario: http://www.ccpe.org.ar/ CULTURA+DESENVOLVIMENTO Outros exemplos são os projetos centrados na profissionalização do jornalismo cultural -Mundo mutante e Estados Alterados-, que involucram cultura, tecnologia e inovação -Novos hábitos de consumo cultural e Modular + Manos Libres (“Modular + Mãos Livres”)-, ou os que tratam as repercussões sócio-culturais do fenômeno migratório: Mirando al sur (“Olhando para sul”) e Arquitectura de las remesas (“Arquitetura das remessas”). Finalmente, projetos como o dedicado ao fortalecimento institucional, a través de um Sistema de informação Centro-americano, em sinergia com diversos organismos internacionais e dentro do processo de integração em referida região. Os estojos para uso domiciliário continham um filme, um livro, uma banda desenhada, um CD com música, um DVD com curtas-metragens, um jogo de tabuleiro e um vídeo-jogo criado sob licença Creative Commons. O processo de montagem destas malas recebeu assessoria de Médicos do Mundo, organização que conferiu uma caderneta de recomendações sanitárias incluída também nos estojos junto com um pequeno sabonete. Os usuários foram aconselhados para lavarem as mãos antes e depois da utilização dos objetos. Nesta iniciativa, os Centros Culturais em Rosário e Córdoba atuaram convencidos de que o direito à cultura também é saúde. CCE Córdoba: http://ccec.org.ar/ + CD © Xoan García Huguet © Paulo Jurgelenas Muitos dos âmbitos em que atua a cooperação cultural ultrapassam a perspectiva nacional, precisando do trabalho conjunto. Daí desenvolvermos os Projetos em Rede, que com caráter plurianual, e com múltiplas ações em diferentes países, implicam como mínimo a três Centros Culturais. Impresso em papel de origem atestada e seguindo critérios de gestão florestal sustentável. Rede de Centros Culturais II Se o primeiro boletim dedicado à Rede de Centros Culturais esteve centrado nas linhas gerais sobre as que baseia o seu trabalho, neste segundo vamos salientar o papel da Rede como agente da Cooperação Espanhola e os serviços com os que conta para efetivar seus objetivos. A Rede carateriza-se pela sua implicação no meio sócio-cultural de cada país e pela forte relação com as contrapartes. Desde este reconhecimento os CCE atuam em diversos âmbitos. Em primeiro lugar, fomentam e gerem projetos de cooperação ao desenvolvimento, que incorporam a potencialidade da cultura na melhora das condições de vida da população, na luta contra a pobreza e a iniqüidade. Neste âmbito, em coordenação com as oficinas Técnicas de Cooperación (OTC, gabinetes técnicos de cooperação), identificam projetos no terreno, informam sobre os subsídios da Convocatoria Abierta y Permanente (CAP, convocatória aberta e permanente) e colaboram no seu seguimento e avaliação. Do mesmo modo, supervisam as Subvenciones de Estado (subsídios de estado) em projetos de cooperação ligados à cultura. Em segundo lugar, os CCE fortalecem a interlocução no contexto ou realidade mais próxima, tornando suas propostas acessíveis à cidadania e alentando para uma maior articulação com as sociedades civis dos países sócios. Assim, intervêm mais alargadamente em dinâmicas transnacionais, em regiões geopolíticas ou em processos de integração territorial. Os receptores da ajuda são os protagonistas da programação dos CCE e isto, além de ter um impacto direto na economia local através do desenvolvimento de indústrias culturais, tem efeitos indiretos como a recuperação do espaço público, o apoio à criatividade local, a aparição de redes de criadores e profissionais ou a conservação do patrimônio. Em terceiro lugar, promovem o intercambio e circulação de atores culturais entre os diferentes países, facilitando o conhecimento do outro e a ação partilhada como uma estratégia de cooperação cultural. Neste sentido, os CCE dinamizam a projeção da diversidade e pluralidade cultural por meio de ações de difusão e informação, interagindo com as manifestações culturais locais. Este intercambio é estimulado na medida em que é percebido que as políticas que reconhecem as identidades culturais e o intercambio desde o respeito, geram sociedades com coesão e constroem melhores condições para o desenvolvimento. Dado tudo isto, e, para finalizar, a Rede oferece uma série de serviços, que abrangem desde os mais habituais, como bibliotecas, mediatecas, aulas educativas, salas de exposições ou auditórios, até os mais inovadores, como ateliês de criação audiovisual, rádios on-line e assessoria a projetos de cooperação cultural ao desenvolvimento. Projeto Alas Abiertas, de achegamento à dança a crianças com incapacidade. CCE Paraguai Envio de sugestões Cultura + Desenvolvimento [email protected] w w w. a e c i d . e s o fomento da leitura As bibliotecas públicas devem passar a ser espaços privilegiados para a leitura. O objetivo é que as bibliotecas não estejam necessariamente subordinadas à escola, senão que sejam transformadas num espaço público à disposição de todos aqueles que podem alargar as margens da cultura, tanto crianças e jovens como o resto dos cidadãos, tal e como estabelece o programa Format, programa de apoio e estímulo a projetos e intervenções no Campo das relações entre Cultura e Educação. Mulheres no caminho. Projeto de denúncia e sensibilização sobre as mulheres migrantes centroamericanas. Foto do CCE México Entre os objetivos da Rede de Centros Culturais no Exterior se encontra a identificação e assessoria a projetos orientados para a cooperação cultural. Uma vez identificados os referidos projetos, os Centros trabalham com os seus promotores oferecendo o apoio necessário em sua formulação, assim como no posterior financiamento a través das Convocatórias Abertas e Permanentes (CAP). Contudo, as tarefas da Cooperação Espanhola não ficam por aqui, a metodologia de trabalho dos Centros implica a realização de um seguimento dos projetos em todas suas etapas. Isto implica um especial interesse nas fases de execução e avaliação, ajudando a clarificar sua efetividade. capital humano A Rede de Centros Culturais e os Centros de Formação da Cooperação Espanhola contam com serviços de Biblioteca, Mediateca e Hemeroteca como elementos estratégicos fundamentais para o desenvolvimento do direito à informação, como suporte básico do exercício de cidadania e elemento dinamizador e multiplicador das políticas educativas dos países sócios. Vinte bibliotecas/mediatecas, dezoito na América Latina e duas na Guiné Equatorial, constituem uma rede com um importante acervo bibliográfico, coleções de CD musicais e DVD de conteúdo artístico. Oferecem um amplo horário de consulta, com serviço de empréstimo domiciliário, internet e serviço de reprografia. São unidades dinâmicas de projeção social, abertas à comunidade, para facilitar também o acesso à leitura aos coletivos mais necessitados com inventivas e imaginativas propostas, colaborando, além disso, ativamente com as instituições culturais locais, bibliotecas e escolas. © Lucía Menéndez Uma das experiências mais exitosas, dentro desta linha de trabalho da Rede, tem sido a do Centro Cultural no México, onde ao longo dos últimos anos se têm baseado um importante número de projetos. De entre todos eles queremos salientar os que tem efetivado Musicalia na península do Iucatão. Consiste numa escola de formação artística nascida em 2006 que, graças ao financiamento de AECID e ao apoio do CCE do México, tem realizado quatro projetos centrados na inserção cultural a través das artes, em comunidades desfavorecidas de Mérida. Dia do Livro e a Rosa no Cerrito del Carmen. Cidade de Guatemala Laboratório do CCE em Santo Domingo. Foto do CCE da República Dominicana Uma das linhas de trabalho que melhor exemplifica a cooperação e a ação cultural para o desenvolvimento realizada pelos Centros Culturais, é o estimulo dado aos criadores. Com o objetivo de facilitar ferramentas e equipamentos de tecnologia digital, assim como de dotar de capacidades e habilidades relacionadas com os novos formatos de criação artísticas, nossos Centros estão incorporando diversos serviços como laboratórios de criação digital, musical, audiovisual e rádio pela net. É na República Dominicana onde esta iniciativa funciona há mais tempo. O seu Laboratório é utilizado por criadores de disciplinas e expressões artísticas emergentes e/ou minoritárias. Também está destinado a organizações não governamentais, interessadas em alcançar uma maior visibilidade para seus projetos de cooperação ao desenvolvimento através das novas tecnologias (curtas documentais, reclamos publicitários para rádio e TV). A apresentação de projetos e idéias de criação digital é realizada através de uma convocatória pública na página web do Centro (http://www.ccesd.org/), que oferece assessoria artística e de empreendimento cultural, apoio à produção artística, formação cênica especializada, empréstimos de equipamentos, salas e unidades de produção, além da difusão dos produtos elaborados. Com o objetivo de facilitar processos que contribuam para a criação e melhora de agentes e profissionais no setor cultural, assim como potenciar a autonomia dos mesmos na gestão das diferentes dimensões da vida cultural com incidência no desenvolvimento. AECID incorpora entre suas linhas de trabalho a formação especializada no âmbito cultural. Por isso, desde as necessidades específicas identificadas em cada país, são implementadas mediante os Centros Culturais programas formativos de âmbito local ou regional, recorrendo nesse caso à própria Rede de Centros Culturais ou aos Centros de Formación (CIF, centros de formação) da Agencia, localizados em Montevidéu, Cartagena de Indias, La Antigua e Santa Cruz da Serra. Estes espaços docentes assentam e atualizam conhecimentos, e também constituem contextos privilegiados para a geração do necessário intercambio de experiências entre os profissionais. Além disso, são uma oportunidade para que sejam estabelecidas e reforçadas ligações e alianças no setor. A consolidação deste programa de ação é complementado através de sinergias com Programas já existentes como são o Programa de Patrimonio para el Desarrollo (P>D, programa de patrimônio para o desenvolvimento) e as Escuelas Taller (escolas ateliê), o Programa de Becas MAEC-AECID ou o programa de Cooperação Interuniversitaria. Formação de capital humano: Ciclo Instrumentos Solos, no CCE de Buenos Aires © Guido Bonfiglio Assessoria de Projetos Apoio à CRIATIVIDADE local Formação de As bibliotecas da Rede de CEE: o fomento da leitura As bibliotecas públicas devem passar a ser espaços privilegiados para a leitura. O objetivo é que as bibliotecas não estejam necessariamente subordinadas à escola, senão que sejam transformadas num espaço público à disposição de todos aqueles que podem alargar as margens da cultura, tanto crianças e jovens como o resto dos cidadãos, tal e como estabelece o programa Format, programa de apoio e estímulo a projetos e intervenções no Campo das relações entre Cultura e Educação. Mulheres no caminho. Projeto de denúncia e sensibilização sobre as mulheres migrantes centroamericanas. Foto do CCE México Entre os objetivos da Rede de Centros Culturais no Exterior se encontra a identificação e assessoria a projetos orientados para a cooperação cultural. Uma vez identificados os referidos projetos, os Centros trabalham com os seus promotores oferecendo o apoio necessário em sua formulação, assim como no posterior financiamento a través das Convocatórias Abertas e Permanentes (CAP). Contudo, as tarefas da Cooperação Espanhola não ficam por aqui, a metodologia de trabalho dos Centros implica a realização de um seguimento dos projetos em todas suas etapas. Isto implica um especial interesse nas fases de execução e avaliação, ajudando a clarificar sua efetividade. capital humano A Rede de Centros Culturais e os Centros de Formação da Cooperação Espanhola contam com serviços de Biblioteca, Mediateca e Hemeroteca como elementos estratégicos fundamentais para o desenvolvimento do direito à informação, como suporte básico do exercício de cidadania e elemento dinamizador e multiplicador das políticas educativas dos países sócios. Vinte bibliotecas/mediatecas, dezoito na América Latina e duas na Guiné Equatorial, constituem uma rede com um importante acervo bibliográfico, coleções de CD musicais e DVD de conteúdo artístico. Oferecem um amplo horário de consulta, com serviço de empréstimo domiciliário, internet e serviço de reprografia. São unidades dinâmicas de projeção social, abertas à comunidade, para facilitar também o acesso à leitura aos coletivos mais necessitados com inventivas e imaginativas propostas, colaborando, além disso, ativamente com as instituições culturais locais, bibliotecas e escolas. © Lucía Menéndez Uma das experiências mais exitosas, dentro desta linha de trabalho da Rede, tem sido a do Centro Cultural no México, onde ao longo dos últimos anos se têm baseado um importante número de projetos. De entre todos eles queremos salientar os que tem efetivado Musicalia na península do Iucatão. Consiste numa escola de formação artística nascida em 2006 que, graças ao financiamento de AECID e ao apoio do CCE do México, tem realizado quatro projetos centrados na inserção cultural a través das artes, em comunidades desfavorecidas de Mérida. Dia do Livro e a Rosa no Cerrito del Carmen. Cidade de Guatemala Laboratório do CCE em Santo Domingo. Foto do CCE da República Dominicana Uma das linhas de trabalho que melhor exemplifica a cooperação e a ação cultural para o desenvolvimento realizada pelos Centros Culturais, é o estimulo dado aos criadores. Com o objetivo de facilitar ferramentas e equipamentos de tecnologia digital, assim como de dotar de capacidades e habilidades relacionadas com os novos formatos de criação artísticas, nossos Centros estão incorporando diversos serviços como laboratórios de criação digital, musical, audiovisual e rádio pela net. É na República Dominicana onde esta iniciativa funciona há mais tempo. O seu Laboratório é utilizado por criadores de disciplinas e expressões artísticas emergentes e/ou minoritárias. Também está destinado a organizações não governamentais, interessadas em alcançar uma maior visibilidade para seus projetos de cooperação ao desenvolvimento através das novas tecnologias (curtas documentais, reclamos publicitários para rádio e TV). A apresentação de projetos e idéias de criação digital é realizada através de uma convocatória pública na página web do Centro (http://www.ccesd.org/), que oferece assessoria artística e de empreendimento cultural, apoio à produção artística, formação cênica especializada, empréstimos de equipamentos, salas e unidades de produção, além da difusão dos produtos elaborados. Com o objetivo de facilitar processos que contribuam para a criação e melhora de agentes e profissionais no setor cultural, assim como potenciar a autonomia dos mesmos na gestão das diferentes dimensões da vida cultural com incidência no desenvolvimento. AECID incorpora entre suas linhas de trabalho a formação especializada no âmbito cultural. Por isso, desde as necessidades específicas identificadas em cada país, são implementadas mediante os Centros Culturais programas formativos de âmbito local ou regional, recorrendo nesse caso à própria Rede de Centros Culturais ou aos Centros de Formación (CIF, centros de formação) da Agencia, localizados em Montevidéu, Cartagena de Indias, La Antigua e Santa Cruz da Serra. Estes espaços docentes assentam e atualizam conhecimentos, e também constituem contextos privilegiados para a geração do necessário intercambio de experiências entre os profissionais. Além disso, são uma oportunidade para que sejam estabelecidas e reforçadas ligações e alianças no setor. A consolidação deste programa de ação é complementado através de sinergias com Programas já existentes como são o Programa de Patrimonio para el Desarrollo (P>D, programa de patrimônio para o desenvolvimento) e as Escuelas Taller (escolas ateliê), o Programa de Becas MAEC-AECID ou o programa de Cooperação Interuniversitaria. Formação de capital humano: Ciclo Instrumentos Solos, no CCE de Buenos Aires © Guido Bonfiglio Assessoria de Projetos Apoio à CRIATIVIDADE local Formação de As bibliotecas da Rede de CEE: Projetos em Rede Projeto em destaque Handing Out Cultural First-Aid Kits at the CCE in Córdoba. Estojos de Primeiros Socorros Culturais Durante a suspensão de atividades públicas na Argentina, provocada pela crise sanitária da gripe H1N1 no passado julho, os Centros Culturais de Espanha em Córdoba e Rosário decidiram atuar criativamente para garantir o acesso da população aos bens culturais. Surgiu assim a idéia de distribuir os estojos de primeiros socorros culturais, compostos de obras e objetos feitos por artistas e indústrias locais. Diversos criadores, editores, empresários, organizações sociais, particulares, instituições públicas, jornalistas e intelectuais somaram-se prontamente à iniciativa numa rede espontânea de colaboração. Os artistas cederam objetos e direitos de autor em troca de uma verba simbólica. Numa semana foram desenhados e produzidos milhares de estojos, distribuídos gratuitamente em espaços abertos por meio de um “dispositivo sanitário teatral” onde os estojos foram entregues aos cidadãos por atores, seguindo, é claro, estritas normas assépticas. Alguns projetos em rede centram-se em comunidades culturais como o projeto En clave afrocaribe (“Em tom afrocaribe”), dirigido para a conservação do patrimônio intangível ou imaterial na costa atlântica centro-americana e o Caribe, ou De rasgos árabes (“De traços árabes”), que reclama a herança árabe na diversidade cultural ibero-americana. Também, se encontra a criação de um Centro de documentação de arte contemporânea andina ou a realização da Expedição Paraná Ra'Angá para recuperar a cultura fluvial entre Buenos Aires e Assunção. Outros projetos estão dirigidos a setores culturais específicos. É o caso de Agita el continente (“Agita o continente”), centrado na dinamização de espaços cênicos, a conformação de uma Rede de programas de residências de criação em Ibero-América, ou a celebração de ¡Afuera!, muestra de arte periférica (“Fora!, mostra de arte periférica”). Creative Commons: http://creativecommons.org/ Médicos do Mundo (Argentina): http://www.mdm. org.ar/ n.º 25 /novembro 09 De rasgos árabes: http://www.derasgosarabes.org/ Red de residencias de creación: http://residenciasenred.blogspot.com/ Agita el continente: http://www.agitaelcontinente.org/ (em preparação) Estados alterados: http://emergenciasperiodismocultural.blogspot.com/ Mirando al sur: http://mirandosur.org/wordpress/ Imagem do projeto Migrações: Olhando para sul © Andrea Aragón CCE Rosario: http://www.ccpe.org.ar/ CULTURA+DESENVOLVIMENTO Outros exemplos são os projetos centrados na profissionalização do jornalismo cultural -Mundo mutante e Estados Alterados-, que involucram cultura, tecnologia e inovação -Novos hábitos de consumo cultural e Modular + Manos Libres (“Modular + Mãos Livres”)-, ou os que tratam as repercussões sócio-culturais do fenômeno migratório: Mirando al sur (“Olhando para sul”) e Arquitectura de las remesas (“Arquitetura das remessas”). Finalmente, projetos como o dedicado ao fortalecimento institucional, a través de um Sistema de informação Centro-americano, em sinergia com diversos organismos internacionais e dentro do processo de integração em referida região. Os estojos para uso domiciliário continham um filme, um livro, uma banda desenhada, um CD com música, um DVD com curtas-metragens, um jogo de tabuleiro e um vídeo-jogo criado sob licença Creative Commons. O processo de montagem destas malas recebeu assessoria de Médicos do Mundo, organização que conferiu uma caderneta de recomendações sanitárias incluída também nos estojos junto com um pequeno sabonete. Os usuários foram aconselhados para lavarem as mãos antes e depois da utilização dos objetos. Nesta iniciativa, os Centros Culturais em Rosário e Córdoba atuaram convencidos de que o direito à cultura também é saúde. CCE Córdoba: http://ccec.org.ar/ + CD © Xoan García Huguet © Paulo Jurgelenas Muitos dos âmbitos em que atua a cooperação cultural ultrapassam a perspectiva nacional, precisando do trabalho conjunto. Daí desenvolvermos os Projetos em Rede, que com caráter plurianual, e com múltiplas ações em diferentes países, implicam como mínimo a três Centros Culturais. Impresso em papel de origem atestada e seguindo critérios de gestão florestal sustentável. Rede de Centros Culturais II Se o primeiro boletim dedicado à Rede de Centros Culturais esteve centrado nas linhas gerais sobre as que baseia o seu trabalho, neste segundo vamos salientar o papel da Rede como agente da Cooperação Espanhola e os serviços com os que conta para efetivar seus objetivos. A Rede carateriza-se pela sua implicação no meio sócio-cultural de cada país e pela forte relação com as contrapartes. Desde este reconhecimento os CCE atuam em diversos âmbitos. Em primeiro lugar, fomentam e gerem projetos de cooperação ao desenvolvimento, que incorporam a potencialidade da cultura na melhora das condições de vida da população, na luta contra a pobreza e a iniqüidade. Neste âmbito, em coordenação com as oficinas Técnicas de Cooperación (OTC, gabinetes técnicos de cooperação), identificam projetos no terreno, informam sobre os subsídios da Convocatoria Abierta y Permanente (CAP, convocatória aberta e permanente) e colaboram no seu seguimento e avaliação. Do mesmo modo, supervisam as Subvenciones de Estado (subsídios de estado) em projetos de cooperação ligados à cultura. Em segundo lugar, os CCE fortalecem a interlocução no contexto ou realidade mais próxima, tornando suas propostas acessíveis à cidadania e alentando para uma maior articulação com as sociedades civis dos países sócios. Assim, intervêm mais alargadamente em dinâmicas transnacionais, em regiões geopolíticas ou em processos de integração territorial. Os receptores da ajuda são os protagonistas da programação dos CCE e isto, além de ter um impacto direto na economia local através do desenvolvimento de indústrias culturais, tem efeitos indiretos como a recuperação do espaço público, o apoio à criatividade local, a aparição de redes de criadores e profissionais ou a conservação do patrimônio. Em terceiro lugar, promovem o intercambio e circulação de atores culturais entre os diferentes países, facilitando o conhecimento do outro e a ação partilhada como uma estratégia de cooperação cultural. Neste sentido, os CCE dinamizam a projeção da diversidade e pluralidade cultural por meio de ações de difusão e informação, interagindo com as manifestações culturais locais. Este intercambio é estimulado na medida em que é percebido que as políticas que reconhecem as identidades culturais e o intercambio desde o respeito, geram sociedades com coesão e constroem melhores condições para o desenvolvimento. Dado tudo isto, e, para finalizar, a Rede oferece uma série de serviços, que abrangem desde os mais habituais, como bibliotecas, mediatecas, aulas educativas, salas de exposições ou auditórios, até os mais inovadores, como ateliês de criação audiovisual, rádios on-line e assessoria a projetos de cooperação cultural ao desenvolvimento. Projeto Alas Abiertas, de achegamento à dança a crianças com incapacidade. CCE Paraguai Envio de sugestões Cultura + Desenvolvimento [email protected] w w w. a e c i d . e s
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