Panorama Mercado Farmacêutico

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Panorama Mercado Farmacêutico
Panorama Mercado
Farmacêutico
1
1. APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 3
2. EVOLUÇÃO DO MERCADO EXTERIOR LATINO-AMERICANO ................................ 4
2.1. Balança Comercial .................................................................................. 4
2.2. Exportações ........................................................................................... 6
2.3. Importações........................................................................................... 8
3. SAÚDE ..................................................................................................... 10
3.1. Gastos governamentais com saúde ......................................................... 10
3.2. Gastos gerais per capita em saúde .......................................................... 11
3.3. Gastos do consumidor em saúde ............................................................ 11
3.4. Número de hospitais e clínicas ................................................................ 12
4. MERCADO FARMACÊUTICO MUNDIAL ........................................................... 14
4.1. Exportações Mundiais referentes a Medicamentos, Farmoquímicos e Insumos
Farmacêuticos .............................................................................................. 14
4.2. Importações Mundiais referentes a Medicamentos, Farmoquímicos e Insumos
Farmacêuticos .............................................................................................. 15
5. AMBIENTE DE NEGÓCIOS LATINO-AMERICANO ............................................. 17
6. CONCLUSÃO ............................................................................................. 20
7. FONTES DE DADOS .................................................................................... 22
2
Neste relatório são apresentados o resultado de pesquisa e análise de
informações coletadas pela equipe do Brazilian Pharma Solutions, projeto coordenado
pela Abiquifi com a colaboração das entidades representativas do setor empresarial da
cadeia farmoquímica-farmacêutica e apoio da Apex-Brasil – Agência Brasileira de
Promoção de Exportações e Investimentos –, referentes a América Latina, em especial
os países Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador,
Guatemala,
Haiti,
Honduras,
Nicarágua,
Panamá,
Paraguai,
Peru,
República
Dominicana, Uruguai. O objetivo da inteligência comercial neste relatório é transformar
dados em conhecimento, auxiliando na tomada de decisões estratégicas para a atuação
empresarial no mercado internacional.
O relatório aborda um panorama atual da América Latina, apresentando
informações gerais sobre a economia e o complexo da saúde dos países selecionados,
através de dados relevantes para os setores farmoquímico e farmacêutico.
O estudo é elaborado por meio de dados secundários, tanto a partir de índices
quantitativos como informações qualitativas, e também por meio de estudos já
realizados por outras instituições. As análises feitas nesse estudo tiveram como base
de informação publicações de instituições do setor feitas entre os anos de 2007 e 2014,
além de notícias e outros sites pertinentes.
3
É possível notar que a América Latina, no geral, é deficitária tanto em relação à
indústria farmoquímica quanto ao setor farmacêutico, apresentando-se como um bom
mercado em potencial, mas que no panorama mundial representa apenas 5% do
mercado. É um mercado que vem crescendo ao longo dos últimos anos, como pode-se
observar na tabela abaixo, comparando as vendas no mercado latino-americano com o
mercado mundial.
Fonte: BMI
Segundo dados fornecidos pela ALIFAR – Asociación Latinoamericana de
Indústrias Farmacéuticas -, além do Brasil, os mercados mais relevantes para o setor
são México, Argentina, Venezuela, Colômbia e Chile, pois apresentaram um
crescimento considerável nos últimos anos. No geral, esses países contam com a
presença dos grandes laboratórios graças ao seu mercado potencial.
Nas tabelas abaixo, observa-se a evolução da balança comercial dos setores
farmoquímicos e farmacêuticos ao longo dos últimos anos.
País
Bolívia
Balança Comercial – setor farmoquímico (milhões US$ FOB)
2007
2008
2009
2010
2011
-41,31
-61,83
-46,62
-16,73
-66,47
2012
-36,96
4
Haiti
Nicarágua
Honduras
Panamá
Cuba
El Salvador
Rep. Dominicana
Paraguai
Costa Rica
Guatemala
Uruguai
Peru
Equador
Chile
Colômbia
Argentina
Total Geral
-5,48
2,32
-4,72
2,42
-43,14
-53,25
-57,07
-53,85
-111,2
-152,08
-100,64
-94,05
-123,25
-331,28
-679,87
-887,7
-2.734,15
-6,69
-12,07
0
-119,42
-155,53
-69,87
-76,7
-76,69
-164,01
-153,55
-143,25
-146,75
-187,02
-361,86
-799,02
-400,94
-2.935,20
-8,35
-3,97
-30,02
557,72
-72,75
-58,38
-81,15
-67,38
-110,27
-131,36
-114,51
-267,59
-182,71
-204,73
-780,81
-185,18
-1.788,06
-10,95
-12,94
-12,63
-14,99
-17,32
-23,14
-13,62
-40,02
-40,12
-12,63
28,31
-52,29
-71
-79,52
-65,86
-65,79
-81,43
-97,6
-92,75
-114,33
-115,04
-104,16
-139,18
-131,28
-149,94
-174,72
-181,86
-159,11
-175,63
-195,01
-172,71
-216,9
-273,97
-323,4
-544,07
-298,36
-271,67
-301,07
-320,64
-312,28
-360,77
-521,6
-861,05
-1.054,45 -1.261,42
-276,59
392,62
-2.266,80
-2.929,37 -2.957,89 -5.820,66
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC – Apex-Brasil
Balança Comercial – setor farmacêutico (milhões US$ FOB)
País
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Haiti
-23,72
-27,99
-32,19
-55,21
-34,77
-34,77
Uruguai
-33,09
-23,92
-11,32
-56,64
-52,06
-42,33
Cuba
-60,03
-64,97
-70,48
-57,69
-80,42
-80,42
Paraguai
-46,62
-60,24
-66,71
1.024,70
-99,18
-93,78
-259,22
-345,38
-356,06
-376,74
-439,75
-129,18
Rep. Dominicana
Bolívia
-66,98
-78,19
-84,33
-124,53
-146,3
-147
Guatemala
-211,49
-227,73
-220,36
-215,84
-238,25
-223,96
El Salvador
-143,91
-175,16
-184,1
-211,4
-255,78
-252,28
Nicarágua
-221,1
-274,4
-288,99
-339,12
-323,12
-323,13
Costa Rica
-142,41
-164,16
-133,47
-218,49
-239,76
-334,66
Honduras
-345,77
-274,4
-345,56
-395,54
-454,52
-453,82
Argentina
-246,31
-261,36
-262,65
-453,85
-530,24
-467,85
Peru
-270,06
-356,37
-406,63
-460,19
-477,76
-470,44
Chile
-436,53
-485,47
-487,3
-569,44
-712,44
-699,68
Equador
-482,34
-599,24
-608,92
-698,02
-860,16
-863,19
Colômbia
-504,77
-586,08
-674,73
-874,8
-1.073,12
-925,55
79,3
158,39
396,86
151,86
171,21
-1.180,45
Panamá
Total Geral
-3.415,05 -3.846,67 -3.836,94
-3.930,94
-3.835,42 -6.722,49
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC – Apex-Brasil
A tendência é que a balança comercial da América Latina permaneça deficitária,
em decorrência de uma demanda mais dinâmica da região por medicamentos,
aumentando cada vez mais a necessidade de importações. Nesse caso, o Brasil
representa um parceiro estratégico para a região, sendo um fornecedor relevante para
a América Latina.
5
As exportações da América Latina, desconsiderando o Brasil e o México, não são
tão expressivas, por não existiram tantas empresas multinacionais nos países. Por
causa disso, as empresas nacionais acabam tendo maior participação no mercado,
resultando num volume menor de exportações do que o esperado.
Outro motivo relevante para o baixo número de exportações é a falta de
investimentos na área. Para os países desenvolvidos, a indústria farmacêutica é
considerada um setor estratégico para os negócios, recebendo investimentos para
pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, que, consequentemente, terá maior
valor agregado. Na América Latina, em contrapartida, não há tanto investimento na
área de P&D, tornando-se mais dependente da produção externa.
Exportações dos países selecionados - setor farmoquímico (milhões US$)
País
2007
2008
2009
2010
2011
2012
México
1.356,28
997,18
1.601,97
1.097,72
1.554,15
1.075,53
1.815,05
1.221,45
2.222,57
1.415,48
2.078,52
1.735,79
Argentina
Brasil
458,41
1.242,38
1.298,96
1.644,64
2.581,25
522,14
Chile
205,6
278,9
300,46
304,97
382,94
342,11
Peru
145,26
187,01
114,74
159,39
221,48
198,55
Colômbia
141,36
177,93
204,03
205,66
229,43
238,79
Panamá
62,24
266,84
2.276,33
1.760,81
3.587,27
2,34
Guatemala
40,55
82,49
65,01
73,63
88,98
87,18
Equador
27,46
12,17
19,49
38,9
69,2
112,47
Honduras
25,01
-
21,37
25,4
10,8
8,42
Uruguai
21,67
29,35
29,19
32,08
39,68
39,76
Nicarágua
14,79
2,29
9,6
2,46
2,65
3,24
Paraguai
12,76
9,78
10,35
10,21
12,17
28,45
Costa Rica
12,4
17,21
7,69
29,41
103,09
100,12
Rep. Dominicana
9,57
13,71
12,59
17,3
20,77
20,81
El Salvador
3,53
3,54
2,4
3,2
4,29
8,2
Bolívia
1,02
12,13
10,34
52,34
13,76
130,21
0
0
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Cuba
Haiti
Total Geral
3.535,09 5.035,41 7.012,23 7.396,90 11.005,81 5.657,10
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC – Apex-Brasil/Brazilian Pharma Solutions
Exportações dos países selecionados – setor farmacêutico (milhões US$)
País
2007
2008
2009
2010
2011
2012
México
647,20
1.179,29
860,44
1.168,16
970,59
1.129,16
1.140,30
1.307,00
1.300,29
1.619,27
1.373,21
1.647,34
Panamá
951,39
985,43
1.386,61
1.134,00
1.372,42
20,75
Argentina
486,66
589,26
625,1
653,35
742,81
805,17
Brasil
6
Costa Rica
285,34
325,65
258,12
282,09
234,47
139,57
Colômbia
285,05
343,01
388,48
339,72
386,44
439,82
Guatemala
143,73
163,58
158,15
173,82
203,73
218,02
El Salvador
99,2
110,41
99,9
107,33
106,98
110,48
Chile
86,36
105,31
104,08
119,03
141,41
154,17
Uruguai
65,94
90,07
98,81
84,02
105,01
114,74
Equador
28,96
33,77
43,29
49,53
30,25
27,22
Paraguai
16,84
20,49
23,98
35,01
36,37
41,77
Peru
15,75
18,32
22,93
31,01
31,57
38,89
Rep. Dominicana
10,62
28,39
23,13
45,61
37,5
348,07
Nicarágua
4,58
4,76
3,87
2,4
1,86
1,85
Honduras
4,43
-
3,68
5,26
5,2
5,9
Bolívia
1,75
2,2
2,42
1,51
2,59
1,89
Cuba
-
-
-
-
-
-
Haiti
-
-
-
-
-
-
Total Geral
4.313,09 4.849,26 5.342,30 5.510,98 6.358,17 5.488,86
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC – Apex-Brasil/Brazilian Pharma Solutions
Analisando os dados acima, pode-se tomar a Argentina como exemplo. O número
de exportações é mais elevado em comparação com os outros países, pois as empresas
nacionais ainda são responsáveis por metade das exportações dessa área. Outro
exemplo é a Colômbia, que também está entre os países relevantes da região em
termos de exportações. Na tabela abaixo, observa-se também que os números relativos
às exportações da América Latina na área farmacêutica que, quando comparados com
o nível mundial e a outras regiões do mundo, não são tão expressivos.
Exportações (bilhões US$)
2010
Mundo
2011
2012
2013
2014e
1004,2 1082,3 1075,5 1095,8 1113,7
América Latina
71,0
77,1
77,5
78,2
83,3
Europa
332,6
347,3
323,6
332,3
328,1
América do Norte
347,7
361,7
358,4
369,0
374,9
Fonte: BMI. Elaboração: Brazilian Pharma Solutions
A respeito das vendas dos principais países exportadores latino-americanos, o
México destina sua produção aos Estados Unidos, Venezuela e Brasil; a Argentina tem
o Brasil como principal destino, seguido de Uruguai e Venezuela com números menos
expressivos; quanto a Colômbia, o país exporta principalmente para o Equador, a
Venezuela e o Peru.
7
Ao passo que a América Latina representa uma pequena parcela das exportações
mundiais, ela é um bom mercado emergente para importações, sendo uma região que
vem aumentando sua demanda por produtos farmoquímicos e medicamentos ao longo
últimos anos, graças a fatores como aumento da renda da população e maior
conhecimento sobre os produtos disponíveis no mercado, além do aumento da
expectativa de vida da região, que impulsiona o uso de medicamentos.
Importações dos países selecionados – setor farmoquímico (milhões US$)
País
2007
4.647,12
2008
5.898,37
2009
5.789,45
2010
6.759,97
2011
7.788,36
2012
8.780,77
3.804,11
1.346,12
4.415,13
1.643,33
3.989,30
1.484,14
4.557,49
1.921,24
5.131,97
2.188,62
5.683,94
2.788,95
Colômbia
821,24
976,95
984,85
1.066,72
1.283,89
1.500,21
Chile
536,88
640,76
505,19
617,25
743,72
863,71
Peru
239,32
333,76
382,34
482,8
765,56
496,92
Guatemala
192,63
236,04
196,38
232,74
264,61
282,19
Equador
150,71
199,19
202,2
310,58
370,28
433,11
Costa Rica
123,61
181,22
117,97
179,36
277,81
281,99
Uruguai
Brasil
México
Argentina
122,32
172,61
143,7
204,79
256,58
313,73
Rep. Dominicana
66,65
90,41
93,75
110,05
135,1
135,85
Paraguai
66,62
86,47
77,73
114,37
151,36
159,74
Panamá
59,81
386,27
1.718,61
1.773,44
3.558,95
54,64
El Salvador
56,79
73,42
60,79
69
85,73
105,8
Cuba
43,14
155,53
72,75
71
79,52
65,86
Bolívia
42,33
73,96
56,97
69,07
80,24
93,25
Honduras
29,73
-
51,4
39,02
50,82
48,54
Nicarágua
12,47
14,36
13,58
17,45
19,98
26,38
5,48
6,69
8,35
10,95
12,94
12,63
Haiti
Total Geral
12.367,08 15.584,48 15.949,45 18.607,29 23.246,05 22.128,21
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC – Apex-Brasil/Brazilian Pharma Solutions
Importações dos países selecionados – setor farmacêutico (milhões US$)
País
2007
2008
2009
2010
2011
2012
México
2.767,93
3.042,01
3.337,05
3.531,08
3.274,09
3.358,63
4.693,82
3.723,69
4.638,99
3.966,95
4.746,52
4.162,07
Panamá
872,08
827,03
989,74
982,14
1.201,20
366,69
Colômbia
789,82
929,09
1.063,21
1.214,53
1.365,38
1.638,20
Argentina
732,98
850,62
887,75
1.107,21
1.273,02
1.482,86
Brasil
Chile
522,9
590,78
591,38
688,48
853,86
921,77
Equador
511,31
633,02
652,22
747,55
890,42
902
Costa Rica
427,75
489,82
391,59
500,59
474,24
470,45
Guatemala
355,23
391,32
378,52
389,67
441,99
464,64
350,2
-
349,25
400,8
459,73
451,4
Honduras
8
Peru
285,81
374,69
429,56
491,2
509,33
523,73
Rep. Dominicana
269,85
373,78
379,2
422,35
477,25
497,34
El Salvador
243,11
285,57
284
318,74
362,76
336,71
Nicarágua
225,68
279,16
292,87
341,52
324,98
355,58
Uruguai
99,03
113,99
110,14
140,67
157,08
178,09
Bolívia
68,73
80,4
86,75
126,05
148,9
139,82
Paraguai
63,46
80,74
90,69
109,3
135,55
145,78
Cuba
60,03
64,97
70,48
57,69
80,42
59,5
Haiti
23,72
27,99
32,19
55,21
34,77
31,98
Total Geral
11.711,63 13.261,10 13.712,26 16.511,21 17.796,82 17.875,13
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC – Apex-Brasil/Brazilian Pharma Solutions
Boa parte das importações dos países da região são provenientes de países latinoamericanos com perfil exportador mais desenvolvido, como Brasil, México, Argentina e
Venezuela, tendo a proximidade cultural e geográfica como fator positivo e favorável
nesse intercâmbio. Assim, na América Latina, não há apenas a importação de produtos
finais, mas também insumos, matérias-primas, entre outros, fazendo com que toda a
cadeia de produção fique concentrada na região. Os acordos comerciais também
ajudam nesse processo, facilitando os trâmites. Além disso, há forte presença de
empresas multinacionais como Sanofi, Pfizer, Bayer e MSD em países como Argentina,
Colômbia, México, Venezuela, Panamá, Equador, entre outros, suprindo os mercados
nacionais e impulsionando a produção tanto de produtos farmoquímicos quanto de
medicamentos, e assim fazem com que os processos de exportação e importação
fiquem concentrados na América Latina.
9
Segundo a Organização Mundial da Saúde, os gastos públicos com saúde vêm
aumentando na última década. Na América Latina esses gastos foram ganhando certa
estabilidade com o passar do tempo, em termos percentuais, principalmente em países
que tem maiores arrecadações fiscais. Assim, tais gastos em saúde pública
aumentaram progressivamente, mas manteve-se a porcentagem média. Houve um
aumento gradativo da participação no PIB nos gastos públicos em saúde, fazendo com
que a América Latina se situe numa região intermediária, com gastos bem menores em
relação aos países desenvolvidos, mas não tão baixos como acontece em países
africanos ou asiáticos. Em relação aos países desenvolvidos, além destes investirem
uma parcela maior de seu PIB na saúde da população, ainda existe o fato de que a
América Latina, no geral, é mais populosa, fazendo com que a diferença per capita seja
ainda maior entre as regiões mais e menos desenvolvidas.
Gastos do Governo em US$ preços correntes
% aumento
País
2012
2013
12-13
México
14.777
16.318
10%
Chile
10.762
11.184
4%
Argentina
10.058
10.575
5%
Uruguai
954
1.112
17%
Bolívia
819
981
20%
El Salvador
712
736
3%
Guatemala
616
654
6%
Fonte: Euromonitor.
Elaboração: UICC – Apex/Brazilian Pharma Solutions
Há, ainda, as diferenças regionais latino-americanas. Fazendo uma comparação,
os gastos totais em saúde no Brasil são maiores que na Argentina, no entanto, em
porcentagem os argentinos se aproximam muito mais dos índices europeus do que dos
brasileiros. Portanto é difícil estabelecer uma média regional, já que cada país tem suas
especificidades.
10
Em relação ao gasto em saúde per capita, é possível notar, na tabela abaixo, que
o número varia muito entre os países da América Latina. O crescimento anual de cada
país tem uma relação direta no investimento, pois quanto mais o país cresce, mais ele
gasta em saúde pública, melhorando assim os índices locais.
Gastos Per Capita em US$ preços correntes
País
2012 2013 2014
Uruguai
1.308 1.434 1.543
Chile
1.129 1.169 1.234
Brasil
1.057 1.137 1.175
Argentina
995 1.063 1.141
Costa Rica
951 1.034 1.105
Panamá
723
769
804
México
622
650
668
Colômbia
530
573
612
Cuba
558
535
523
Paraguai
392
443
486
Equador
361
376
386
República Dominicana 310
324
335
El Salvador
254
260
265
Guatemala
226
235
244
Honduras
195
201
207
Bolívia
149
161
175
Nicarágua
144
153
163
Haiti
53
55
58
% aumento
12-13
10%
4%
8%
7%
9%
6%
4%
8%
-4%
13%
4%
4%
2%
4%
3%
8%
6%
5%
% aumento
13-14
8%
6%
3%
7%
7%
5%
3%
7%
-2%
10%
3%
4%
2%
4%
3%
9%
7%
5%
Fonte: EUROMONITOR. Elaboração: UICC – Apex/Brazilian Pharma Solutions
No entanto, o gasto per capita engloba muitas variáveis, como por exemplo:
políticas de proteção social; gestão e organização do sistema de saúde; ações de
promoção da saúde; regulamentação do mercado; entre outros fatores. Assim, a soma
dessas variáveis determina como vai ser o gasto público de saúde, além da quantidade
que é investida. Logo, devido às condições diferentes de cada país, principalmente nos
aspectos políticos e sociais, há muitas diferenças nos índices apresentados.
O governo tem a responsabilidade em investir na saúde da população, no entanto,
na maioria das vezes esse gasto não é suficiente, além de nem sempre fornecer um
serviço que atenda integralmente as necessidades da população. Dessa forma, deve-
11
se considerar os gastos investidos individualmente, que tem impacto direto no
orçamento das famílias, pois muitas vezes esse gasto é inesperado.
Gastos do Consumidor em US$ preços correntes
% aumento % aumento % aumento
12-13
13-14
14-15
Brasil
112.994 114.019 114.964 112.880
1%
1%
-2%
Argentina
36.520 37.660 31.683 36.160
3%
-16%
14%
México
33.756 35.133 36.957
4%
5%
Chile
10.547 11.213 11.113 12.171
6%
-1%
10%
Colômbia
6.699
6.689
7.072
7.905
0%
6%
12%
Equador
3.590
3.880
4.260
4.716
8%
10%
11%
Costa Rica
1.965
2.224
2.480
2.776
13%
12%
12%
Guatemala
1.803
1.918
2.041
2.157
6%
6%
6%
República Dominicana
1.808
1.852
1.962
2.117
2%
6%
8%
Uruguai
1.539
1.711
1.765
1.950
11%
3%
10%
Bolívia
566
650
730
810
15%
12%
11%
País
2012
2013
2014
2015
Fonte: EUROMONITOR. Elaboração: UICC – Apex/Brazilian Pharma Solutions
A partir do gráfico acima, pode-se ver a oscilação dos percentuais em gasto
privado em saúde. O investimento privado muda de país para país, sendo que em
alguns há redução, como a Bolívia, e em outros há aumento, como no Equador. Além
destes dados da tabela, entre os países latino-americanos em que se gasta mais com
recursos privados pode-se mencionar Paraguai, Peru e Nicarágua.
No gráfico abaixo podemos observar a evolução da quantidade de clínicas e
hospitais em cada país ao longo dos últimos anos e sua projeção para os próximos.
Como se pode notar, a Argentina apresenta um dos melhores índices de saúde da
América Latina, resultando numa maior quantidade de estabelecimentos voltados à
essa área. A porcentagem do investimento é importante, porém há outros fatores como
número de habitantes, que interferem na quantidade de clínicas e hospitais disponíveis
para a população. Nesse caso, observa-se na tabela a proporção de habitantes por
clínicas, mostrando que alguns países, apesar de terem bons investimentos, como o
Peru, não tem ainda clínicas suficientes para atender toda a população; já a Argentina,
apesar de ter reduzido os investimentos nos últimos anos, conta com um bom número
de clínicas para suprir suas necessidades. Vale lembrar que isso não é indício de um
serviço de qualidade para a população nem de boas instalações, mas indica a
disponibilidade de um lugar para quando a população precisar.
12
Número de Hospitais e Clínicas
País
2012
2013
2014
nº habitantes 2014
hab/clínicas
Argentina
8.322
8.359
8.400
41.450.000
4934,52
Brasil
8.111
8.148
8.187
201.030.000
24554,78
México
4.421
4.442
4.451
122.330.000
27483,71
Colômbia
1.657
1.683
-
47.100.000
-
Equador
770
784
798
15.740.000
19724,31
Peru
543
551
572
30.380.000
53111,89
Chile
384
376
370
17.560.000
47459,46
Bolívia
261
264
269
10.670.000
39665,43
República Dominicana
153
155
160
10.400.000
65000,00
Cuba
160
150
133
11.210.000
84285,71
Fonte: EUROMONITOR/Trade Economics. Elaboração: UICC – Apex/Brazilian Pharma Solutions
No ranking latino-americano de 2014, o melhor hospital ou clínica eleito foi o
Hospital Israelita Albert Einstein (Brasil), seguido da Clínica Alemanha (Chile) e Hospital
Universitário
Austral
(Argentina).
Para
ver
a
lista
completa,
acesse:
http://americaeconomiabrasil.com.br/rankings/melhores-hospitais-2014/ranking/.
13
Nas tabelas abaixo, pode-se notar que os principais exportadores mundiais da
Indústria Farmacêutica e Farmoquímica são Estados Unidos e países europeus. Tais
países
têm
tradicionalmente
grande
investimento
na
área
de
pesquisa
e
desenvolvimento, fazendo com que a área farmacêutica possa desenvolver novos
produtos e novas tecnologias. Com a demanda mundial crescendo cada vez mais nos
últimos tempos, faz-se necessário o desenvolvimento de novos medicamentos para os
novos desafios que o mercado apresenta. Assim, os investimentos em P&D desses
países estimulam a presença de grandes laboratórios mundiais, abrigando suas sedes.
Esses laboratórios, além de fornecer produtos para os consumidores do local onde
estão, também se fazem presentes nos mercados emergentes, possibilitando assim
maior presença mundial e, consequentemente, mais vendas e exportações.
10 principais exportadores – setor farmoquímico (em bilhões US$)
País
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Suíça
Alemanha
China
Estados
Unidos
Irlanda
Bélgica
Reino Unido
Cingapura
Japão
França
Outros
22,61
30,83
16,07
27,45
39,39
21,18
28,31
29,76
20,68
31,76
33,18
26,67
37,32
38,08
32,42
38,63
36,02
35,69
25,99
27,66
21,77
11,41
9,14
10,01
10,02
53,49
30,89
28,79
21,27
12,32
6,87
10,71
11,21
59,46
29,06
27,16
21,58
12,97
8,32
10,30
9,33
57,95
32,78
28,39
22,23
12,67
9,51
12,47
10,02
65,65
32,06
31,72
24,16
15,87
15,21
13,01
11,84
81,87
35,66
32,03
26,10
16,93
15,87
13,07
10,87
74,49
Total Geral
239,06
269,60
255,47
285,39
333,60
335,41
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC – Apex-Brasil
10 principais exportadores – setor farmacêutico (em bilhões US$)
País
2007
2008
2009
2010
2011
Alemanha
44,71
51,69
50,05
49,32
51,44
Bélgica
42,21
44,28
46,47
45,18
42,40
França
26,53
31,12
32,13
32,25
31,04
Suíça
22,48
26,26
26,73
28,67
32,88
Estados Unidos
21,69
24,56
29,56
30,63
31,73
Reino Unido
27,16
29,71
29,34
30,93
29,21
Irlanda
17,55
20,84
25,56
27,88
31,72
2012
50,77
39,64
32,83
32,76
31,51
28,06
24,81
14
Itália
Países Baixos (Holanda)
Espanha
Outros
Total Geral
13,64
10,85
8,61
62,09
297,56
14,32
9,63
9,94
69,38
331,76
13,97
10,85
9,57
70,94
345,23
15,44
13,14
10,28
75,55
359,32
17,90
15,12
10,26
84,15
377,90
18,98
15,36
10,13
84,57
369,45
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC – Apex-Brasil
Logo, cerca de 70% das exportações mundiais são concentradas nos Estados
Unidos, Europa e Japão, ao passo que o mercado dos países emergentes como China,
Rússia, Brasil, Índia e Argentina representa apenas 18%.
O
mercado
mundial
para
a
indústria
farmacêutica
vem
aumentando,
possibilitando assim melhor acesso financeiro e geográfico aos serviços de saúde.
Porém, mesmo assim 51% das importações mundiais estão concentradas em apenas
seis países, dentre os quais estão Estados Unidos e países europeus. No caso dos
Estados Unidos, o país é o maior mercado consumidor do mundo e também um dos
principais exportadores da indústria farmoquímica e farmacêutica, fazendo-o um
importante player neste mercado.
Tais países importadores possuem altos índices de gasto per capita em saúde.
Para exemplificar, os Estados Unidos, como maior consumidor, gastou em 2012
US$8.895 per capita em saúde, ao passo que, no mesmo ano, o Brasil gastou
US$1.0561. Em relação aos gastos com medicamentos2, a previsão é que em 2016 o
gasto per capita americano seja US$892; o japonês US$ 644; o canadense US$ 420,
enquanto o gasto brasileiro é previsto no valor de US$ 180. Assim, observa-se que
apesar do mercado dos países emergentes estar crescendo, seu consumo ainda é
pequeno, comparado com o dos países desenvolvidos.
10 principais importadores – setor
País
2007
2008
Estados Unidos
38,71
46,40
Alemanha
27,92
31,58
Bélgica
20,07
18,61
França
16,18
16,56
Japão
11,83
13,98
1
2
farmoquímico (bilhões US$)
2009
2010
2011
43,42
43,35
50,33
31,05
33,25
43,05
21,13
21,96
27,13
15,93
17,34
20,69
14,68
16,25
19,88
2012
50,70
38,88
26,32
20,93
19,71
World Bank Data
IMS Institute of Healthcare Informatics
15
Suíça
Reino Unido
Itália
China
Espanha
Outros
Total Geral
13,02
13,89
13,93
6,96
7,36
82,59
252,48
12,85
12,93
14,54
7,83
8,85
91,39
275,57
10,95
11,10
13,92
8,15
8,31
87,05
265,76
13,56
13,49
15,15
11,23
8,51
102,43
296,56
15,79
14,78
18,33
14,65
10,07
124,37
359,13
17,04
16,63
16,63
15,71
8,94
122,41
353,95
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC – Brazilian Pharma Solutions
10 principais importadores – setor farmacêutico (bilhões US$)
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Estados Unidos
45,26
48,89
51,45
57,4
60,1
57,09
Bélgica
35,84
38,6
36,12
34,76
28,68
29,36
Alemanha
29,60
33,56
32,37
31,41
30,25
27,27
França
17,91
20,14
21,86
21,84
22,17
21,99
Reino Unido
18,21
18,24
18,72
20,36
22,26
20,83
Japão
6,96
8
10,54
12,97
16,17
18,41
Itália
12,51
14,1
115,25
15,28
17,64
16,57
Suíça
11,87
12,19
12,99
13,08
15,41
15,2
Países Baixos (Holanda)
10,75
11,5
11,26
11,46
12,34
13,1
Espanha
10,24
12,64
13,82
12,71
12,75
12,1
Outros
108,3
127,93 129,15
141,88
156,86 160,24
Total Geral
307,49
345,83 353,58
373,21
397,68 392,22
Fonte: Comtrade. Elaboração: UICC – Brazilian Pharma Solutions
Analisando as regiões, a tendência mundial é que o mercado cresça devido a
vários fatores, como envelhecimento da população e desenvolvimento econômico. Em
relação à América Latina, a tendência do mercado também é de crescimento perante
as novas demandas locais por medicamentos, principalmente de maior valor agregado.
No entanto, a instabilidade política da região faz com que as empresas sejam mais
cautelosas em seus investimentos, tendo que se adequar às tendências regionais.
16
Os índices abaixo foram compilados pelo World Bank Group, que medem a
facilidade e a eficiência de se fazer negócios em 189 países. Esse ranking não compara
apenas as economias, mas também quais países estão mais próximos das melhoras
práticas regulatórias, incluindo fatores como energia, crédito, impostos, burocracia,
entre outros. Assim, na primeira coluna da tabela, pode-se observar a posição de cada
país da América Latina no ranking mundial, sendo que quanto mais próximo do 1, maior
facilidade em se fazer negócios, e quanto mais próximo do 189, maiores são os
entraves.
Obtenção de
crédito
Proteção
dos
investidores
minoritários
Pagamento de
impostos
Comércio
internacional
Execução de
contra
-tos
Resolução de
insolvência
2
1
1
22
21
29
4
18
1
4
4
3
8
14
11
20
25
13
4
5
11
4
1
3
3
29
9
28
2
11
17
17
13
1
52
2
13
8
6
8
10
28
1
9
22
58
1
2
24
16
4
8
23
25
19
7
73
16
22
4
7
4
27
2
22
23
26
79
7
21
6
27
9
5
14
14
31
9
82
4
30
10
24
10
15
20
16
16
6
83
20
10
11
3
14
31
16
6
22
14
República
Dominicana
84
19
18
27
10
14
12
7
2
5
27
Antígua e
Barbuda
89
18
3
3
22
25
2
25
19
6
19
92
23
8
13
5
11
23
13
31
12
17
97
5
8
14
25
22
13
10
18
26
20
97
15
17
12
32
22
18
1
9
21
8
100
8
6
7
19
25
18
5
26
25
16
103
9
4
1
26
25
8
9
5
15
29
104
24
19
23
9
2
27
24
11
28
23
106
14
26
26
23
20
29
8
3
27
2
109
22
28
30
4
11
21
26
12
8
12
115
27
11
28
8
14
16
19
24
10
25
118
26
14
15
15
29
24
4
20
30
10
Economia
Colômbia
Peru
México *
Porto Rico
(Estados
Unidos)
Panamá
Jamaica
Guatemala
Trindade e
Tobago
Uruguai
Costa Rica
Paraguai
Dominica
Bahamas
Santa Lúcia
São Vicente
e
Granadinas
Honduras
Barbados
El Salvador
Equador
Belize
Classificação
relativa à
facilidade
para fazer
negócios
Abertura
de
empresas
Obtenção de
alvarás
de
construção
Obtendo
eletricidade
Registro
de
propriedades
34
11
12
19
35
13
16
39
6
47
17
Nicarágua
Brasil *
São
Cristóvão e
Neves
Guiana, RC
Argentina
Granada
Bolívia
Suriname
Haiti
Venezuela,
RB
119
21
25
21
20
14
26
27
13
3
18
120
28
31
5
21
14
2
30
27
20
5
121
12
1
2
29
25
13
18
10
18
29
123
17
5
31
12
30
17
15
15
4
24
124
25
32
22
14
11
5
29
29
2
13
126
9
7
17
17
22
18
12
7
24
29
157
29
23
29
18
20
22
32
28
17
15
162
30
15
16
31
31
25
6
23
32
21
180
32
24
20
30
31
32
21
30
11
29
182
31
27
31
11
19
30
31
32
7
28
Fonte: http://www.doingbusiness.org/
Em 2012 o Brasil estava em 130º lugar e em 2013 em 123º. Assim, em 2014
houve uma pequena melhora, subindo para a 120º posição, estando ainda muito longe
do ideal.
Na América Latina, no geral, foram percebidas reformas na grande maioria dos
países, melhorando assim o ambiente de negócios, já que ele depende de uma série de
variáveis para a facilitação das relações comerciais para as empresas. Tais reformas
vêm sendo implementadas na última década, fazendo com que alguns países latinoamericanos já tenham índices equiparados com os melhores países do mundo. Porém,
apesar de ser uma região muito procurada para se fazer negócios, ainda não há muito
investimento para desenvolver inovação nos países, fazendo com que a América Latina
fique atrás das nações mais avançados.
A Colômbia (34º) passou a ser o país mais bem colocado, que desde 2005 vem
implementando reformas para incentivar as empresas menores, como facilitação da
transferência de propriedade e melhoria do acesso a créditos para garantia das
operações, o que reduziu o tempo e eliminou algumas barreiras para os empresários
locais.
O Peru, logo atrás da Colômbia, também conseguiu melhorar o ambiente de
negócios por causa das reformas implementadas no país, ficando na 35º posição. Um
exemplo de mudança peruana foi o prazo para registrar a venda de uma propriedade,
que há 10 anos levava 33 dias, e hoje leva 6,5, que é menor que países desenvolvidos
como Estados Unidos. No ranking da América Latina, logo atrás do Peru aparece o
México (39º), que mostrou um claro avanço no acesso a créditos na hora de fazer
18
negócios através da modificação de sua legislação, facilitando prazos para a
reorganização, esclarecendo suas regras e permitindo a apresentação de documentos
de forma eletrônica.
Outro país que se destacou no acesso a créditos foi o Panamá, com a economia
latino-americana mais crescente na última década. A Guatemala também teve
destaque na América Central por eliminar taxas de registro, simplificar o pagamento
de impostos, melhorar sistemas eletrônicos, entre outras medidas, facilitando assim a
abertura de empresas no país, além da economia de até 60 horas por ano nos trâmites.
Por outro lado, países como Argentina, Venezuela e Bolívia não apresentaram
mudanças para melhorar as condições de negócios de seus países.
19
Assim como o mercado mundial, o mercado farmacêutico da América Latina vem
crescendo nos últimos anos devido a melhorias na vida das pessoas, maior acesso a
informação, entre outros. No entanto, ele ainda representa uma pequena parcela em
relação ao contexto internacional pois não possui indústrias locais fortes globalmente,
tornando-se assim um mercado importador interessante para empresas que exportam.
Logo, a indústria nesses países, apesar de existente, não é tão expressiva e supre o
mercado local, tendo que importar muito mais produtos do complexo farmacêutico do
que produz, que por consequência reflete na balança comercial, que é deficitária em
todos os países analisados.
Parte da questão da falta de indústrias da América Latina se deve aos baixos
investimentos no setor, principalmente em pesquisa e desenvolvimento de novos
produtos. Assim, possui um número inexpressivo de inovações e, consequentemente,
não agregando valor ao produto. Dessa forma, a indústria latino-americana é pouco
competitiva comparado a outros países no mercado internacional, principalmente
comparando com as grandes multinacionais do setor farmacêutico, sendo muito
dependentes de importações tanto de produtos quanto de tecnologias.
Em relação às multinacionais, há a presença delas em diversos países da América
Latina, no entanto a maioria das importações não são feitas por meio suas sedes,
localizadas nos Estados Unidos ou Europa, mas sim por meio de empresas que estão
na América Latina em países com perfil exportador mais desenvolvido, quadro em que
o Brasil se encaixa. Outros países com esse mesmo perfil, e que se posicionam como
concorrentes do Brasil, são México, Argentina e Colômbia, que também tem empresas
latino-americanas como principal importador de seus produtos.
A respeito do papel do governo, os investimentos públicos e gastos gerais em
saúde propiciam melhoras na saúde, que por consequência aumenta o consumo de
medicamentos, afetando assim a indústria farmacêutica e seu potencial de negócios.
Cada país tem suas particularidades que interferem no resultado de tais investimentos,
e dessa forma não há um critério que possa definir o comportamento da América Latina,
como quantidade ou crescimento dos investimentos, sendo necessário uma análise
mais aprofundada no país de interesse. O que se pode concluir é que quando há
20
investimento escasso, ou muito gasto privado em saúde, as pessoas tendem a gastar
menos com medicamentos, o que interfere também no desenvolvimento industrial do
país e qual tipo de indústria haverá como concorrente.
Dentre os países que possuem as maiores porcentagens de crescimento de
investimentos em saúde, pode-se destacar Uruguai, Argentina, Costa Rica, Cuba,
Paraguai, Bolívia e Nicarágua. Como eles estão aumentando os gastos com saúde, isso
também significa que estão comprando e consumindo mais medicamentos, e como não
possuem uma indústria nacional forte que supra as necessidades locais, compram os
produtos de países como: Argentina, Alemanha, Estados Unidos, China, Suíça, México,
Brasil, Chile e Costa Rica. Apesar do Brasil estar na lista, ele ainda não configura como
principal exportador de vários países, mostrando que há a oportunidade de aumentar
a participação brasileira no mercado farmacêutico da América Latina.
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Apex-Brasil (Unidade de Inteligência Comercial)
http://www3.apexbrasil.com.br/
Doing Business
http://www.doingbusiness.org/
Euromonitor International
http://www.euromonitor.com/
Business Monitor
http://businessmonitor.com/
The Kaiser Family Foundation
http://kff.org/
Health, Finance & Governance Project
https://www.hfgproject.org/
ALIFAR – Asociación Latinoamericana de Indústrias Farmacéuticas
http://www.alifar.org/
Trade Map
http://www.trademap.org/
IMS Health
http://www.imshealth.com/
The World Bank
http://data.worldbank.org/
Saúde nas Américas. Organização Pan-Americana de Saúde, 2012.
http://apsredes.org/site2012/wp-content/uploads/2012/09/Sa%C3%BAde-nasAm%C3%A9ricas3.pdf
A Saúde no Brasil e na América Latina. Fundação Instituto de Administração, 2008
http://www.fundacaofia.com.br/profuturo/Uploads/Documents/Documentos/FIA%20R
eport%20Saude%20LATAM_vers%C3%A3o%20eletronica.pdf
Panorama Social da América Latina. CEPAL, 2013.
http://repositorio.cepal.org/bitstream/handle/11362/1252/S2013870_pt.pdf?sequenc
e=1
Os melhores hospitais da América Latina. América Economía, 2014.
http://americaeconomiabrasil.com.br/rankings/melhores-hospitais-2014/ranking/
O Brasil é o 120º melhor lugar para negócios, diz ranking. Exame, 2014.
22
http://exame.abril.com.br/economia/noticias/brasil-e-o-120o-melhor-lugar-paranegocios-diz-ranking
Colômbia é o melhor país da América Latina para fazer negócios. El País, 2014.
http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/29/economia/1414544432_502627.html
Un programa para el fortalecimiento de las exportaciones de medicamentos. Informe
Industrial.
http://www.informeindustrial.com.ar/verNota.aspx?nota=Un%20programa%20para%
20el%20fortalecimiento%20de%20las%20exportaciones%20de%20medicamentos__
_82
Indústrias farmacêuticas da América Latina estão de olho no mercado de MIPs.
FEBRAFAR, 2014.
http://www.febrafar.com.br/index.php?cat_id=5&pag_id=9053
23

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