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IMPRESSO www.jperegrino.com.br Ribeirão Preto - SP - Ano III - Nº 33 - Janeiro/2003 - R$ 1,00 Entrevista Dr. Paulo Neves Júnior - Médico Antroposófico e Presidente da Associação Agroecológica Terra Viva de Ribeirão Preto e Região, que congrega Produtores, Distribuidores e Consumidores de Alimentos Orgânicos. 06 “Não acredito, EU SEI.” Fé é esta força que nos move mesmo quando nossas pernas estão paralisadas de medo... M. Fátima Hiss Olivares - 03 A Droga no Contexto Familiar Se os pais suspeitam e descobrem que o filho está usando drogas, precisam primeiramente “respirar fundo”... Rosa M. Silvestre Santos - 03 Los Gitanos El país de origen de los gitanos es la Índia, de las cuencas del río Indus. Pertenecían a las castas más bajas. Se considera que fueron perseguidos y hostilizados por la principal casta social de la Índia, que fue la causa de su vida nómade y desarraigada... Marina Díaz - 04 Mais um caso Valentim passeia os cabelos brancos e as rugas que o tempo esculpiu. O olhar experiente percorre pessoas. Um bonde... Belmira Innocência Melchor Cláudio - 05 DTM - Disfunção causa dores agudas É difícil encontrar quem não tenha ou conheça alguém que sofre com dores constantes na cabeça, na face, pescoço, nuca... Narciza Zeferino S. Pavan - 12 Em homenagem a criação do Museu Nacional de Belas Artes no dia 13 de janeiro de 1937, a partir desta edição, vamos colocar uma obra de um pintor, iniciando por Braque. 12 Chegaram as férias. E agora? O momento mais esperado pelas crianças está aí. Época de brincar, descansar, viajar, ir aos clubes jogar bola ou... Débora Mourão Montovanini - 13 A Demanda dos Três Tesouros Era uma vez, num reino distante, um rei que tinha um único filho. O rei estava ficando velho e temia pelo seu reino... Regina Martins - 13 Cravo-da-Índia O cravo-da-índia é uma arbórea que pode atingir de 8 a 15 metros de altura, sendo uma árvore de tronco robusto... Ademar Menezes Jr - 14 Hipócrates e o toque das mãos No quinto século A.C., Hipócrates, o pai da medicina moderna, declarou: “é acreditado por doutores experientes que o calor que escoa pelas mãos, ao ser aplicado ao doente, é altamente saudável. Tem aparecido freqüentemente, enquanto acalmo meus pacientes, como se houvesse uma propriedade singular em minhas mãos de puxar e tirar das áreas afetadas dores e impurezas diversas, colocando minhas mãos no local, e estendendo meus dedos. Assim é de conhecimento de alguns instruídos que a saúde pode ser implantada no doente através de certos gestos, e através de contato, como algumas doenças podem ser transmitidas de um para outro”. 16 Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 2 Editorial Hoje antes do nascer do sol subi a um morro e contemplei o céu repleto, E disse ao meu espírito. Quanto abrangermos esses orbes junto com o prazer e o conhecimento de tudo o que há neles, então estaremos completos e satisfeitos! E meu espírito respondeu. Não, vencemos esta escalada apenas para passarmos e continuarmos adiante. Também me fazes perguntas e eu te ouço, Respondo o que não posso responder, deves descobrir tudo sozinho. Senta-te um pouco, filho amado, Eis aqui biscoitos para comer e leite para beber, Mas assim que tiveres dormido e te restabelecido em roupas limpas, te darei um beijo De despedida e abrirei o portão para partires daqui. Por muito tempo já sonhaste sonhos vis, Agora tiro a remela de teus olhos. Walt Whitman Walt Whitman é um poeta nascido em 1819, em Long Island, Nova Iorque. Nós o escolhemos para falar do Ano Novo. Do novo que se inicia. Poeta inigualável, ninguém como ele tratou de temas universais e concernentes à liberdade humana, a capacidade de mudarmos, de encetar novos caminhos e principalmente à capacidade de não interferirmos na vida de nosso semelhante. Este não interferir não significa indiferença, mas sim de um aconchegar. De um aconchegar de quem sabe das mazelas da vida e que sabe cantá-la em sua grandiosidade. Que o Ano Novo que chega traga a possibilidade de sermos aconchego, para nós mesmos e para os outros, que traga a possibilidade de atingirmos nossa missão, de sermos livres sem perder de vista a liberdade de nossos semelhantes. Que possamos limpar nossas remelas e as dos que nos cercam. . Mariza Helena Locais de Circulação Bibliotecas, Casa da Cultura, MIS, Livrarias, Bancas de Jornais, Lojas de Produtos Naturais, de Vestuário, Clínicas de Estética, Academias Despostivas, de Artes Marciais e de Danças, Farmácias Homeopáticas, Fitoterápicas e de Manipulação, Profissionais Liberais (Médicos, Psicólogos, Engenheiros, Arquitetos, Advogados, etc...), Terapeutas, Escolas e Oficinas de Arte, Escolas de Línguas. JPeregrino Comunicação Visual Ltda. Direção José Roberto Ruiz Arte Final Eduardo Luís Cardoso WebDesign Francisco G. R. Ruiz Revisora Mariza Helena R. Facci Ruiz Jornalista (Colaborador) Jorge Silveira Chaves Mtb 35.522 As idéias emitidas em artigos, matérias ou anúncios publicitários, são de responsabilidade de seus autores e, não são expressão oficial do informativo, salvo indicação explícita neste sentido. Endereço para correspondência: Av. Guilhermina Cunha Coelho, 350 A6 - City Ribeirão - Ribeirão Preto - SP 14021-520 - Telefone: (0**16) 621 9225 / 9992 3408 Site: www.jperegrino.com.br / e-mail: [email protected] Tarô - O Diabo Décima quinta carta, vigésimo sexto caminho - o caminho de Ayin Esta carta revela pura confusão. Senão, vejamos: trata-se de uma figura central andrógina – ela tem seios e pênis -, portadora de asas de morcego, pés animalescos, mãos em forma de garras. Na cabeça usa um elmo dourado, como o do deus Wotan – que é um deus sem limites, voltado para o prazer e para o poder. Neste elmo há cornos, chifres de veado cujo símbolo é o fogo divino. Reparemos que os cornos não pertencem ao Diabo mas fazem parte do elmo de Wotan. Na mão esquerda ela segura uma espada de forma descuidada e nada é mais perigoso do que este poder mal utilizado! A mão direita desse personagem ergue-se num gesto em que preponderam quatro dedos erguidos a representar os quatro elementos da natureza. O Diabo olha na direção do nariz, os olhos são vesgos, olhos de confusão e de dubiedade. Ele está de pé sobre o que parece ser uma bigorna. A seus pés, presos pelo pescoço por um cordão que passa através de um anel, estão dois diabretes inteiramente nus, providos de longa cauda. Na cabeça portam também o elmo de Wotan e cornos de veado. O solo a seus pés é negro como o solo em que a Morte ceifa cabeças. O SENHOR DAS TENTAÇÕES opera às costas desses dois escravos e eles nem sequer se dão conta de que estão sendo manipulados. Essa figura chega a ser infantil. Será por isso menos nociva? Não. A irresponsabilidade que lhe é inerente é por si só danosa. Imagine a es- pada a ser manejada por mãos inaptas. Imagine o voltarmos as costas aos elementos instintivos que nos escravizam. Imagine a mão que não sabe o que faz a outra. Mas não nos enganemos. Esta figura representa também a necessidade material, o impulso para a ação. Temos um corpo e ele é o veículo para que caminhemos neste mundo, nesta realidade sólida e real. Não se trata de voltar as costas ao Mal fingindo que ele não existe. O Diabo arma tentações mas não nos esqueçamos de que ele é o responsável pela nossa liberdade de escolha. Sem sua interferência no Jardim do Éden, não teríamos tido oportunidade de nos defrontarmos com nossa sombra pessoal e de expandir nossa consciência. Trata-se aqui de lançar luz sobre as trevas. Esta carta a propósito é a do caminho de Ayin que significa olho, o olho que incita que aceitemos a realidade mas que tenhamos uma percepção das coisas através de uma visão interior. O Demônio não pode desaparecer magicamente porque assim o queremos ou porque desejamos que ele jamais tenha existido. Ele está dentro de nós e sobre ele deve ser lançada a luz da consciência. Se você perdeu alguns dos textos anteriores sobre o Tarô, você pode acessá-los através de nosso site: www.jperegrino.com.br. Visiteo e confira. Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz e-mail: [email protected] Veja, ao longo das páginas, as bancas de jornais onde você encontra o seu exemplar do Peregrino em Ribeirão Preto e Sertãozinho. (16) 621 9225 / Comunicação Visual Ltda. 9992 3408 e-mail: [email protected] Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 3 “Não acredito, EU SEI.” é é esta força que nos move mesmo quando nossas pernas estão paralisadas de medo. Leva o indivíduo para frente, mostra uma direção, um caminho a seguir, um norte. Desde os primórdios, o homem sempre precisou de algo para dar sentido à sua vida. Alguém para explicar porque as chuvas caem, o sol nasce e se põe, etc... Mas não havia explicações para tais eventos naturais. Talvez, tudo fosse obra dos deuses. Assim surgiram vários deuses, vários mitos: Zeus, Afrodite, Odin, Rá Independente da localização no planeta, cada povo criava e cultuava suas próprias divindades. Uma das histórias de que mais gosto é a do deus Thor que batia com seu martelo encantado, provocando os trovões, explicando assim o fenômeno. Houve deuses e deusas para cada evento comum aos seres humanos; um Eros ou Cupido para flechar um coração romântico, ou Osíris deussol egípcio , que trazia o calor e ordenava o rio Nilo. O interessante é que desde que o homem é homem ele traz dentro de si a semente da existência de Deus. Não sabia bem do que se tratava, mas sabia intimamente e instintivamente que havia algo maior que ordenava tudo, uma energia que existe tanto fora quanto dentro dele. O homem tentou achar as explicações, mas sua capacidade não alcança a compreensão total, então neste ponto encontra a idéia de Deus. Conforme o tempo passou, muito se fez de certo e errado em nome de Deus, mas a centelha divina dentro do homem continuou acesa, e talvez evoluindo. Nossas bisavós, aquelas que moravam no interior, na vida dura do campo, possuíam uma forma mais simples e pura de religião. Encontravam-se para rezar. Oravam na beira da cama de um compadre que estava doente, faziam preces para a colheita ser farta. Tinham uma vida simples e a religião direcionava para o que era certo e errado. Hoje, em pleno caos da modernidade, nota-se que a busca por uma religião é muito intensa. Busca-se uma ordem para este caos. A mídia ajuda neste culto, a religião está na TV, no rádio, CDs, adesivos de carros, lojas religiosas, revistas, roupas, em todo lugar. É uma fé mais moderna, mas não deixa de ser intensa. O homem se apossou de sua religião, e assumiu que não tem medo de crer. Religião vem de religare, que significa religar-se, ligar-se de novo. Seria reconectar-se com o divino, com sua deidade. E, sendo moderno ou antigo, seja de que religião for, ao meu ver isso só pode ser muito benéfico. Carl Gustav Jung, um gênio, quando perguntado se acreditava em Deus respondeu “Não acredito, eu SEI”. Colaboração: Maria de Fátima Hiss Olivares Psicóloga - CRP.:06/62057 e-mail: [email protected] A Droga no Contexto Familiar Se os pais suspeitam e descobrem que o filho está usando drogas, precisam primeiramente “respirar fundo”, escutar o que o filho tem a dizer e se colocar de frente com a realidade. Este uso pode ser devido a uma oportunidade que surgiu, uma curiosidade, uma imitação, uma necessidade de transgredir ou de camuflar um buraco negro em seu mundo interno, mas não significa que ele já se tornou um dependente. Todo cuidado é pouco, uma abordagem inicial desastrosa pode se tornar mais perigosa do que o uso de drogas em si. De nada adianta a agressão, a violência e o desespero; cabe muita sensibilidade para perceber as necessidades emocionais do filho, o diálogo e o esclarecimento dos riscos de acordo com as informações científicas. Os especialistas recomendam atividades artísticas e esportivas como alternativas saudáveis para a substituição de drogas, mas nossa expe- riência confirma o quanto a arte e o esporte, infelizmente, são insuficientes para preencher esta busca de prazer imediato. Os psicólogos alertam sobre a necessidade de dar segurança para os filhos através do afeto, da escuta e da atenção concentrada (fator de proteção contra as drogas). Estudos concluíram a depressão como o transtorno psiquiátrico mais associado à dependência às drogas. Com pesar, constatamos muitos jovens sofrendo deste mal. Recentemente descobriu-se que crianças com dificuldades de aprendizagem, hiperatividade, déficits de atenção e concentração são mais propensas a se tornarem dependentes de drogas. Geralmente os familiares não identificam a dificuldade escolar do filho, não escutam as advertências da escola, não encaminham a especialistas (como a um psicopedagogo, por exemplo) e rotulam o distúrbio como rebeldia, preguiça, desinteresse, indisciplina, provocando um grande abalo na auto-estima e no desenvolvimento de outras potencialidades das crianças. O desejo de drogas é sempre a busca de algo mais. No entanto, a melhor forma de prevenção que ainda não foi contestada por ninguém é o encontro com a centelha divina. Quando os jovens conhecem seu projeto de vida, reconhecem a força no seu coração e na sua intuição, não sentem necessidade de recorrer às drogas como meio de fuga. Podem compartilhar a ligação com o Eu Superior e sentir a energia criativa que emana através das palavras, imagens, natureza, quadros ou música. Por isso que, nesta empreitada educativa, o exemplo dos pais, a vivência dos valores humanos, a educação dos sentimentos e a religiosidade são condições “sine qua non” para a droga não fazer parte do contexto familiar. Santos, Rosa M. Silvestre, Prevenção de Droga na Escola: uma abordagem psicodramática, 3ª ed., Campinas: Editora Papirus, 1997. Colaboração: Rosa Maria Silvestre Santos Psicopedagoga, Psicodramatista Tel.: (16) 620 1242 Bibliografia: Retire seu exemplar nas Bancas abaixo Sertãozinho Banca do Prado Av N S Apareceida, 711 Super Banca Avenida Av A Paschoal x R Vol O G Martins Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 4 Pela saúde do mundo Em 2003, segundo os odús de diversos babalorixás no jogo de búzios, Xangô, o orixá do trovão, da pedra da Lua, Rei de Oió e da Justiça, ao lado de Iansã, Senhora dos Eguns, raios e símbolo da mulher independente, guerreira por natureza para fazer valer o que é certo, transmitirão suas energias fundamentalmente ao planeta Terra, quando nunca é demais recordar que saúde é o equilíbrio, físico, psíquico e espiritual do ser humano, bastante destacado na esfera social contemporânea que precisa transformar-se. Antecipando o ano vindouro, no Palácio 9 de Julho, em São Paulo, Capital, no último dia 25 de novembro, foi realizada sessão solene comemorativa do dia internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, organizada pelos ativistas dos direitos humanos Salvador Khuriyeh e Jamil Murad, para que Israel e os Estados que o apóiam venham a cumprir as resoluções da ONU e a implementação das mesmas como o caminho para resolver o conflito, envolvendo o último país sob ocupação neste século, tendo o mais antigo e maior problema de refugiados na história atual, para que a Jerusalém Oriental em um Estado livre concretizese. Valorizando ainda mais os seres humanos, leis e medidas mais rigorosas para combater a exploração sexual que atinge a cada ano 700 mil mulheres e crianças na Europa foram pedidas durante a 1ª Conferência sobre a Luta Contra a Exploração Humana, na qual os participantes da reunião, de três dias aproximadamente, subscreveram a “Declaração de Bruxelas”, na qual recomendam aos governos europeus a adoção de medidas “mais coordenadas” para combater a exploração, ressaltando a necessidade de garantir maior proteção às vítimas dos traficantes, as mulheres e crianças exploradas pelos criminosos no mercado ilegal do sexo, a exemplo da utilização marginal da Internet que delituosamente foi usada para relacionar as imagens das Retire seu exemplar nas Bancas abaixo Ribeirão Preto Banca Neves II R Cel Américo Batista, 2897 Banca Silva Av Portugal x Tr Nadir L. Mansini artistas Carla Perez e Sheila Carvalho com meretrizes. Éliphas Lévi, ocultista do século XIX, dizia que o anticristo é o espírito do cisma e da divisão, oposto do espírito de caridade, homem individual dos tempos modernos que se diz Deus, faz-se centro de todas as coisas, vive somente pelo direito, sem reconhecer o dever, e não conhece outra associação, a não ser a cumplicidade ou o balanço dos interesses, quando os cientistas estão melhorando o nível físico, mas é preciso notar que o ser humano está ficando longe ou fora de centro em seus sentimentos, necessitando acordar um lado místico, levantar sua cabeça, olhar para fora, pois muitos estão à sua espera, feito seus irmãos, as árvores, florestas, os animais, mares, rios, aprendendo a respeitálos, pois seu poderio, sua cobiça tem feito muitos tormentos a esses seres indefesos que sofrem sem mesmo saber porque, se nada fazem de errado, na certeza que é natural os homens viverem e deixarem a natureza existir cheia de plenos poderes do amor, pondo-se em nível igual na glória de servir a Deus Único. Diz a lenda mística afro-brasileira que Xangô, ao ganhar a batalha final contra os chefes inimigos que haviam ordenado o massacre dos seus soldados, através de um forte raio disparado por Iansã no auge da fúria de ambos, teria poupado os sobreviventes de maiores atrocidades, destacando a importância do senso de Justiça, atributo primordial desse orixá, que, a partir daí, foi admirado e cantado por todos, ao lado da esposa Oyá, sendo procurado para quem deseja resolver todo tipo de pendência, julgar as discordâncias e administrar a equidade, podendo ser evocado através de uma vela marrom de sete dias, acesa em uma quarta-feira, ardendo até o seu final em uma pedreira na qual poderemos saudar o ano novo que já se faz presente entre nós, na oração que é um poderoso instrumento de renovação das esperanças, atuando sobre o consciente, inconsciente e supraconsciente, na busca do Pai Maior e dos seus anjos de vida eterna. Colaboração: Sérgio Rudge Educador na área de ciências da humanidade e pesquisador dos cultos afro-brasileiros de Umbanda e Candomblé Los Gitanos El país de origen de los gitanos es la Índia, de las cuencas del río Indus. Pertenecían a las castas más bajas. Se considera que fueron perseguidos y hostilizados por la principal casta social de la Índia, que fue la causa de su vida nómade y desarraigada. El éxodo de los gitanos empezó en los siglos VIII e IX después de J.C. Emigraron a través de Ásia y Europa dejando huellas de su raza en diferentes lugares. Se calcula que unos 180.000 gitanos entraron en España en etapas, la mayoria llegaron a Andalucia en donde se quedaron. Hay dos grupos de gitanos: los nómadas y los sedentários. Estos últimos, que formaban el grupo más grande, eligieron Andalucia como su patria final. Semejanzas culturales como: el miedo, el orgullo, la vivacidad, la resignación y arrogancia son comunes de andaluces y gitanos. La palabra gitano se considera originária de la palabra “Egipto”, aunque no haya prueba de que ellos hayan vivido en el Norte de Egipto, según algunos investigadores. En Andalucía los gitanos encontraron después de sus árduas migraciones, una tierra que seguramente les pareció un verdadero paraíso, una tierra rica, a apesar de haber también mucha pobreza y miséria. Las diferencias de cultura e identidad entre los nómadas y los própios habitantes del país eran demasiado grandes. Entre sus diferentes habilidades y dotes, los gitanos eran también propensos al hurto y al engaño. La población sedentária empezó a desconfiar de ellos, esto provocó que los gitanos se volvieron más arrogantes y hostiles y la justicia más intransigente. Durante los siglos seguientes, despertaron los gitanos desconfianza, racismo y manía persecutória en la población agrária. Un decreto promulgado por los reyes católicos Fernando e Isabel, por su contenido inhumano y poco cristiano, puso a los españoles en contra a esta raza. Los tiempos difíciles y horrorosos durante los siglos XVI y XVII no solo afectaron a los gitanos, como también al proletariado español y también la clase baja de toda Europa. Felipe III, en Portugal ocupada por España, determinó el año 1580 que los gitanos que quisieran continuar viviendo en el país tenían que vivir en una población constituída por más de mil famílias, no podían usar sus vestidos tradicionales, ni su nombre e idiomas própios. Esto fue un golpe mortal para su identidad. Los gitanos, como raza y pueblo, habían de ser exterminados. En Andalucía, sin embargo, eran aceptados por el pueblo e incluso por la aristocracia, que se hicieron protectores de algunas famílias gitanas. Fueron sus padrinos y en el bautizo adoptaron los nombres de sus protectores, como: Vargas, Amaya, Heredia, Reyes, Ortega, etc, los cuales desde hace tiempo son nombres conocidos de gitanos. Para un gitano la família és la única y absoluta seguridad. Sin família no és nadie. El mayor y más temido castigo para el era arrancarlo de su família. Cuando le quitaban de su ambiente social, que era la condición de su vida normal, perdía su vitalidad y ganas de vivir, pero rodeado de su família, el gitano parece tener un temple de acero o bien se cimbrea como una varilla de mimbre que se doblega pero nunca se quiebra. Colaboração: Marina Díaz Professora – Coreógrafa – Intérprete – Pesquisadora Tel.: (16) 3931-4001 Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 5 “A poesia é um canto” Jair Yanni é uma artista que tira poesia do barro e das palavras. É membro da ALARP, foi presidente e fundadora da SOARTE, participa do Grupo Flamboyant, foi presidente da CEPERP, nos últimos dois anos. É artista plástica e, sobretudo, amante da poesia e é um pouco dessa história de amor que ela fala nesta entrevista. Peregrino – Há quanto tempo você faz poesia? Jair – Eu faço poesia desde criança, do meu tempo de escola. Meu pai era professor de arte dramática e eu declamava. Ele me ensinava recitar. Sempre fui exibida. Folheava livros e onde encontrava versos eu lia quando gostava, decorava e assim o ritmo da poesia foi penetrando. Peregrino – Qual é o seu poeta preferido? Jair – Há vários antigos como Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchia, Casimiro de Abreu, Bilac, no meu tempo de moça. O Cassiano Ricardo, entrando pelo modernismo. Gostei muito do Bandeira. Gosto do Drummond, Adélia Prado, apesar de ser do tempo da poesia mais antiga. E o Pessoa, heim? Nossa! Peregrino – Escrever poesia é difícil? Jair – Eu acho fácil. Muito mais fácil que fazer um conto, mas nem todos acham fácil. Peregrino – A rima é obrigatória na poesia? Jair – Não. Claro que não. A rima enfeita. Às vezes, acho indispensável, não obrigatório (nada é obrigatório mais). Indispensável mesmo na poesia, é escolher bem as palavras (o tema pode ser simples) porque as palavras têm uma melodia, encaixamse umas nas outras. Se você coloca uma palavra que não se dá bem com a vizinha, você estraga a poesia. Então, o português tem isso de bom. Tem um vocabulário muito extenso. Você acha sempre uma palavra bonita para substituir outra que não estava bem encaixada. Peregrino – Há muitos poetas hoje? Jair – A poesia está voltando maravilhosamente. Na Casa do Poeta acontece algo interessante. É um espaço freqüentado por quem gosta de poesia. Não importa o grau de cultura que tenha. E a poesia mostra como você pode fazê-la usando o seu conteúdo. Quem tem mais, faz melhor, quem tem muito, faz maravilhas. Peregrino – Como você faz poesia? Na hora que surge uma idéia você escreve num papel ou deixa para anotar depois? Jair – Ah, se não guardar, ela vai Entrevista de Aider Cruz de Oliveira para o Peregrino embora. É como passarinho. Há poe- tante desta coisa melódica que a posias que surgem de um tema que você esia tem. A poesia é um canto. gosta, ou de um conceito pessoal. Agora eu faço muita poesia filosófiPoesia no barro ca, então eu consigo escrever sobre os meus conceitos, minhas conclu- Há aproximadamente trinta anos, Jair sões, é quando eu percebo que isso trabalha com barro. Segundo ela, pode dar uma poesia linda. houve uma identificação com a argila, por ser ela “um material místico”. Peregrino – Você sente que há um Jair diz que há poesia no barro. Quantema que se repete em suas poesias? do fala sobre isso cita Omar Kháyyán Jair – Eu procuro não repetir por- – “Oleiro, cuida da argila que tem nas que qualquer coisa dá poesia; mas a mãos. Você pode estar misturando natureza me fascina. Eu fiquei apai- crânios de sultão a mãos de mendixonada por um pé de fruta do conde gos”. que havia no fundo do meu quintal. Segundo ela, a história da argila é Fiz uma crônica sensível para ele. exatamente essa: “restos humanos Depois peguei o barro e fiz uma fruta depositados há milhões de anos”. do conde. Então minha fruta virou Canta, também, o barro em seus verescultura e atrás dela veio todo o sos: sentido da beleza estética do fruto. Tudo é poesia. “sinto-me íntima com a minha pele a argila desliza em minhas mãos Peregrino – A violência, o construo coisas que durarão mais do consumismo, esses temas atuais, que eu enfim, refletem-se na sua poesia? amanhã serei também argila Jair – Refletem-se. Fiz uma poesia manuseada”. baseada nesse crime horroroso que aconteceu em São Paulo (Richtofen). Intitula-se “Prece aos jovens”. Este Jair fez mais de uma centena de poehorror virou poesia. A poesia está sias. Tem seu nome em várias antono fundo da alma da gente. Eu acho logias publicadas. Pela Casa do Poeque se você vasculhar, você acha ta e do Escritor, pela ALARP e pelo tanta coisa. Agora, quem não lê, não Flamboyant. Publicou um livro solo se sente atraído pela palavra, conse- – “Ecos de Outono”. Colabora com qüentemente, não escreve. Quem jornais da cidade. não lê poesia, também fica muito dis- O homem deste milênio Mais um caso alentim passeia os cabelos brancos e as rugas que o tempo esculpiu. O olhar experiente percorre pessoas. Um bonde sofrido, a gemer a ladeira, protesta a caminho do alto, à praça da igreja. Mas ele ouve um outro ruído distante no tempo. É o range-range da mina, um lamento de carvão, do destino de minério. Transformado em pó, ataca o homem e se faz pele de quem ousa tirá-lo do leito em que dorme. O homem ri da face grotesca à frente do espelho. Apenas os dentes respondem na imagem, mas o grito do carvão ficou-lhe na alma. Uma opressão, falta-lhe o ar; e o homem anseia maior horizonte. Fugindo aos grilhões, carrega memórias, laços para mantê-lo coerente à vida passada... Vindo de Espanha, um simples migrante, da classe mais pobre do barco, é conviva. Nas noites escuras, desconforto, miséria, mas brilha a esperança... E volta à lembrança: a terra e seu eito, cuidados, colheita, nem só flores e perfume da terra lavrada. Nas mãos são os calos, e as unhas tarjadas. Da messe o que sobra é tão pouco. Apenas migalhas, mas suprem a fome. Súbito, vê-se ali, o que faz? Ah! Espera um bonde rangente, que o leva de volta à vida presente. Agora, quem o espera? É o neto caçula, que esqueceu a merenda. Túlio é semente, promessa. Atleta ereto, de terno completo até o colete, de bolso a bolso relógio e corrente, botinas brilhando, chapéu e gravata, barba feita, banho gelado, ele vai ao encontro do neto querido, não pode ficar sem o lanche perdido. Viaja de bonde no estribo. Perigo! No bolso o lanche e os olhos ao léu. Dlim... dlim... ele ouve. O bonde se arrasta e ele nem vê o larápio que roça seu bolso indefeso. Decerto pensou no dinheiro do velho, um velho elegante. Mal ele sabia: o tesouro servia para saciar a fome do corpo e não do seu bolso. Era mais um caso: o do pobre garoto que vive a ilusão de vida mais fácil se fosse ladrão. Mas Valentim celebra, a cada dia, o vento na cara, a brisa tão fresca, a noite de lua, como o ar da montanha, a montanha da mina na costa de Espanha. Belmira Innocência Melchor Cláudio e-mail: [email protected] Tal como feto no limbo, o homem deste milênio pasma de dor e presságios diante do inexorável O ancestral (estrategista da sobrevivência, conquistador com o troféu de cada dia) retorna em sonhos plasmados de escuridão das cavernas O medo espantado a fogo. É outra a caverna agora, tem luz artificial e computador e o homem deste milênio, acompanhado do mundo inteiro, tem um medo virtual. (Aider Cruz de Oliveira - membro do Grupo Flamboyant e da CPERP ) Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 6 Entrevista com o Dr. Paulo Neves Júnior Médico Antroposófico e Presidente da Associação Agroecológica Terra Viva de Ribeirão Preto e Região, que congrega Produtores, Distribuidores e Consumidores de Alimentos Orgânicos. Peregrino - Como surgiu a Antroposofia? Dr. Paulo - A Antroposofia surge com Rudolf Steiner na Europa. Steiner inicialmente encontrou seu público na Teosofia, mas sempre afirmou que trazia elementos de ordem pessoal que não seguiam a linha teosófica. Ao encontrar esse público ele traz a Antroposofia que teria uma visão do homem como um determinado centro de evolução junto ao próprio planeta. Há uma cosmogênese. Existe uma formação cósmica que Steiner traz sob o ponto de vista antroposófico e que vem relacionada ao ser humano e à evolução do planeta onde a Terra passaria por determinadas fases até chegarmos onde estamos hoje. Temos, aqui, uma relação da evolução planetária e de todos os seres relacionados a ela, centralmente baseada na existência do Cristo. A existência e a importância Dele está relacionada diretamente com a evolução do ser humano e digamos assim de todo o Cosmos. Então é uma visão humana, uma visão cósmica e uma visão cristã com todas as peculiaridades da antroposofia. Através dessa visão do planeta e do ser humano temos uma evolução prática das coisas na história do movimento antroposófico que seria a visão da antroposofia nas mais diversas áreas; na medicina, na pedagogia Waldorf, na agricultura biodinâmica, na arquitetura antroposófica entre outras. Por exemplo, dá para ver a economia sob o ponto de vista da antroposofia, porque Steiner deve ter praticamente falado sobre quase todos os assuntos possíveis no sentido genérico e culminou que algumas áreas se transformaram em áreas profissionais. O movimento fundado na Europa, na Alemanha e na Suíça, onde hoje tem uma representatividade muito grande lá naquela região e aos pouquinhos foi crescendo. Em termos das Américas o movimento da pedagogia Waldorf tem mais representatividade nos Estados Unidos, onde há mais escolas Waldorf. Em termos de medicina, no Brasil. Na Europa tem-se toda uma constituição em torno de prédios, em termos de pesquisas dentro da área médica, da área científicoantroposófica. Há até uma faculdade de medicina na Alemanha. alizar-se na pedagogia precisa ter formação médica? Dr. Paulo - Basicamente era sugerido que um pedagogo curativo fosse um pedagogo, mas hoje isto é liberado para que outros profissionais façam pedagogia curativa. Então isto está aberto a outras áreas e não é preciso ter uma formação em medicina. A pessoa tem sua formação e pode fazer como se fosse uma pósgraduação. Agora para a medicina antroposófica é necessário ser médico. Porque a gente não difere o que é um médico alopata de um médico antroposófico. Então utilizamos os recursos disponíveis para a medicina como uma complementação de recursos terapêuticos antroposóficos. Essa é a nossa visão. Peregrino - Como é feita a opção pela medicina antroposófica? Dr. Paulo - Todo médico antroposófico é um médico alopata que vai fazer um adendo de formação em medicina antroposófica, como se fosse uma pós-graduação. A medicina é praticada pelos médicos e não permite que outros profissionais a exerçam. Não obstante na medicina antroposófica existiu um certo espraiamento de atividades terapêuticas dentro da saúde sob o ponto de vis- Peregrino - E como é que o senhor ta da antroposofia. Existe a massa- se interessou por isso? gem rítmica, que é uma massagem Dr. Paulo - Eu era estudante de meantroposófica, mas é praticada por dicina e estava questionando o cur“técnicos da área da so, questionando massagem rítmica”; bastante a minha existe a euritmia que formação. Em Juiz “...Cristo é um Deus acima de inicialmente foi um de Fora, MG há um todos eles, e também entra aí trabalho corporal núcleo de médicos o processo dos anjos caídos. sugerido também antroposó-ficos e, Desses, na antroposofia...” por Steiner que taneu fiquei sabendo to pode servir como que haveria alguapresentação de mas palestras para palco, apresentação teatral quanto formar um grupo de estudos. Isto em pode ser de um ponto de vista higiê- 1986. Aí eu fui e era um grupo de nico a ser praticada pela manhã e estudos de antroposofia dado por pode ser colocado na medicina como um médico. Eu não gostei, achei nada euritmia curativa. Existe a terapia ar- interessante, meio estratosférico. tística antroposófica, que prevê o Passamos um ano inteiro, era um grucurar através de pintura, de modela- po de estudantes de medicina e no gem, e existe a pedagogia curativa ano seguinte entrou-se na parte méque é uma derivação terapêutica para dica de fato, e eu disse: “que bom, pedagogos, para se tratar crianças era isso mesmo que eu queria”; caiu excepcionais. Isto também existe com a ficha! Aí eu projetei para ir a São formação atual no Brasil. Mas, exis- Paulo fazer um estágio na clínica tem outros ramos também que estão Tobias, uma clínica que tinha dentro de uma visão antroposofica internação com medicina antroda saúde. posófica. Era a única do Brasil. Programei-me. Fui fazer a residência méPeregrino - A pessoa para especi- dica em São Paulo e depois o estágio na Clínica Tobias. Durante a residência eu fiz o curso teórico, depois fiz o estágio e completei a formação. Peregrino - O senhor falou sobre a questão do Cristo em Rudolf Steiner, como é que ele encara isso, Cristo como um Deus, como encaram os católicos? A formação dele é mais para o espiritismo? Dr. Paulo - Não, ele é um crítico do espiritismo. Peregrino - A visão dele é proveniente da Teosofia? Dr. Paulo - Creio que também não. Steiner fala que nós temos quatro corpos. Então o planeta passa por determinadas fases de existência e de dissolução. Cada vez que ele se faz e depois ele se dissolve, cria-se um corpo humano a mais. Então é como se fôssemos evoluindo nesse processo, juntamente com a presença de todas as chamadas hierarquias; encontramos inclusive na teologia católica: anjos, diversos anjos, os serafins, os querubins, os arcanjos, que são chamados de anjos genericamente. Mas isso é conhecimento antigo das hierarquias, que são nove e, esses seres estão relacionados ao desenvolvimento humano. Eles participam tanto da evolução do planeta quanto da evolução do ser humano. Cristo é um Deus acima de todos eles, e também entra aí o processo dos anjos caídos. Desses, na antroposofia são descritos dois: Lúcifer e Arimã que participam no processo de evolução do ser humano. É que na concepção que eles têm na teologia cristã católica esses dois anjos caídos se confundem. Quando se fala Satã na Idade Média seria o Arimã, e não o Lúcifer. Mas seria um contraponto, uma espécie de desafio para a humanidade para superar o que eles trouxeram de grave, porque se não houvesse havido a participação de Lúcifer e de Arimã o ser humano teria uma evolução mais ou menos uniforme levado pelas hierarquias. Quando surge Retire seu exemplar nas Bancas abaixo Ribeirão Preto Retire seu exemplar nas Bancas abaixo Ribeirão Preto Banca 13 de Maio Av Treze de Maio, 575 Banca Andorinha R Luiz Galvão César, 1680 Banca Mosteiro Av Cap Salomão, 2277 Banca do Fórum R Alice Alem Saadi, 1010 Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 7 Continuação da Entrevista com o Dr. Paulo Neves Júnior Lúcifer - que seria um ser pouco acima dos seres humanos - nos é transmitido o símbolo da tentação que é a imagem da maçã oferecida por Eva, proveniente da árvore do conhecimento. Então é como se o ser humano fosse meio autômato, como se fosse levado como uma criança pela mão. Lúcifer que quer dizer que vem da luz, trouxe a possibilidade da luz da consciência, e oferece para o ser humano a possibilidade de escolha. Como o ser humano anseia por isso ele se desconecta dessa evolução natural e aí surge a questão do mal. Isso serviria para a gente ter o bem e o mal, mas, por outro lado surge a autoconsciência e surge a questão da liberdade. Porque antes você não seria livre. Agora você é livre e corre perigo de desconectar-se dessa evolução. Agora a humanidade corre esse perigo. Aí entra Cristo no sentido de que Ele interfere nesse processo pelos riscos que a humanidade sofreria. O exemplo do Gólgota representa bem esse ponto de vista espiritual, visível para o processo de cura da humanidade, uma possibilidade. É como se antes Ele fosse um ser que estivesse lá no mundo espiritual e agora ele está no planeta, que passa a ser a morada dele a partir do evento do Gólgota. Peregrino - Arimã não teria uma ligação com os persas? Dr. Paulo - Já é descrito lá. Peregrino - Lúcifer é citado na terminologia católica e Arimã na persa? Dr. Paulo - Na terminologia persa são citados os dois, é que para esses povos existe um deus solar – Masda. Em outro ponto da história, há também um Deus solar, visto através de um culto, dos egípcios, bem representado quando eles saem do delta do Nilo para fundar uma nova religião, no começo do rio, mais no interior do continente africano. Peregrino - É Amon-Ra? Dr. Paulo - Os povos antigos já tinham a noção de Cristo como um Deus ligado ao sol. Eles descrevem isso com nomes diferentes, mas é a mesma entidade espiritual. É claro que essas culturas antigas são cheias de Deuses, mas sempre você vai encontrar um solar e um da escuridão. Muitas vezes o da escuridão é Arimã. Os persas descrevem bem Arimã. carnacionistas, porque se parte do princípio de que uma vez que Lúcifer e Arimã entraram nesse processo, a humanidade começa a correr riscos. Significa que quando você morre, há uma oportunidade de se voltar para o mundo espiritual, entrar em contato de novo com essa realidade espiritual, digamos assim evolutiva e voltar ao planeta para seguir aquilo Peregrino - Interessante é que há que você arquitetou para o seu deuma terminologia para vários povos senvolvimento. Quando você morque acaba contando a mesma histó- re, você recapitula sua vida e cria inria, e que acaba trazendo o mesmo tenções para o futuro. Então isto faconhecimento. ria na visão de morte a formação de Dr. Paulo - É você vai vendo nos um carma futuro. Mas o que Steiner gregos, por exemplo. Eles têm deu- distingue entre espiritismo, e o espises mais ou menos humanos, que se- ritismo tem digamos assim uma exisgundo algumas descrições da psi- tência recente na história da humacologia são coisas da nossa vida nidade, é que ele diz que todas emocional. São esses demônios pe- vivências de ordem espiritual nunca quenos que estão dentro de todos serão feitas de maneira concreta, da nós. Mas sempre há os mais eleva- forma como a gente descreve no mundos na hierarquia. E há sempre este do atual. Há um livro do Chico Xavier deus na hierarquia em que ele descreque é ligado a esfeve o mundo com ra solar. O livro ruas, casas e, “...É claro que hoje existem “Médico de HoSteiner diz que pervariadas técnicas que promemens e de Almas” cepções como estem “benefícios” ou “capacide Taylor Caldwel, sas são reais do dades espirituais...” fala dos babilônios, ponto de vista esde um sacerdote piritual. Esse tipo médico que já espede percepção seria rava o Cristo. Muda-se a terminolo- um distúrbio. É interessante notar gia, mas seria o mesmo deus e os que existem muitos médiuns que esmesmos anjos caídos. tão freqüentemente doentes. Então do ponto de vista antroposófico se Peregrino - Só muda o nome? alguém é médium, em primeira insDr. Paulo - Às vezes só mudam os tância, pode ser um distúrbio. O pronomes, a história é a mesma, o fio cesso de clarividência dentro do que condutor é o mesmo. o Steiner propõe é de que você tenha experiências espirituais mas, que Peregrino - Como Rudolf Steiner você esteja plenamente consciente aborda temas como reencarnação e de si mesmo. Se você estiver entranespiritismo? do em um transe ou se você estiver Dr. Paulo - Há dois anos um impor- alterando o seu estado de consciêntante líder religioso dos judeus, em cia, você está correndo um perigo, Israel, disse que ele achava que quem porque significa que você está permorreu no holocausto, foram os que dendo controle da sua própria indicausaram malefícios importantes no vidualidade, perturbando sua compassado, mostrando que parte dos pleta consciência de vigília. Para ter judeus acredita na reencarnação. a percepção espiritual dentro da Quem não acredita na reencarnação antroposofia é preciso estar plenaé de visão cristã ocidental. Todas as mente consciente, até por uma quesculturas orientais são reen- tão de preservar sua saúde. Se você tem um processo onde está enevoando sua consciência, então está correndo risco, isso significa um Retire seu exemplar nas Bancas abaixo Ribeirão Preto Banca 9 de Julho Av Nove de Julho, 378 Banca Shopping Ribeirão R Couto Magalhães, s/n distúrbio. Steiner critica, ou se opõe ao espiritismo onde você faça descrições de ordem espiritual muito “concretas”, como se descrevêssemos o mundo que vemos. Isso seria um erro, um erro de clarividência, porque ele descreve que as vivências espirituais não podem ser descritas do ponto de vista concreto. Para chegar mais perto do que ele descreve, você teria percepções cromáticas, teria coloridos dos mais diversos matizes. Talvez o que mais se aproximasse dessa vivência de uma realidade espiritual, de uma maneira torta e perigosa, são as experiências com alucinógenos como o LSD. Algumas pessoas que usam o LSD descrevem cores maravilhosas, vermelhas, lindas, misturadas com amarelos o que é uma alucinação. Seria alguma coisa mais próxima disso didaticamente falando. Há pessoas que entram em surtos psicóticos nesses diversos movimentos esotéricos similares; há histórias de pessoas que acabam se desintegrando. Não é uma crítica, elas poderiam adoecer animicamente em outras oportunidades, mas quando você começa a mexer com essas coisas você começa a mexer em ambiente de risco. É o poder do inconsciente. Sabe-se lá o que tem dentro de cada um de nós. Então o ideal seria os exercícios meditativos onde você está sempre muito consciente e onde se tem, nos ensinos antroposóficos, exercícios preparatórios para se fortalecer internamente. E quando se faz exercícios meditativos continuados sugerimos que freqüentemente você volte a aos exercícios preparatórios porque eles protegem sua integridade. Se você está fazendo exercícios meditativos e começa a ouvir vozes, essas coisas assim ou parecidas, Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 8 Continuação da Entrevista com o Dr. Paulo Neves Júnior podem ser processos alucinatórios; sugiro ir correndo para o médico. É claro que hoje existem variadas técnicas que prometem “benefícios” ou “capacidades espirituais”, rapidamente. Dizemos que isso é um risco imenso, seguir esses “atalhos”. Isto é muito freqüente no meio esotérico e/ou não convencional; é de uma leviandade impressionante. Por exemplo, alguém vai fazer um curso de Do-In no fim de semana e depois se sente um terapeuta em DoIn e começa a praticar. Percebe-se este imediatismo e isto é um perigo. Peregrino - Rudolf Steiner aborda os chacras em seu trabalho? Dr. Paulo - Nos exercícios meditativos ele aborda os chacras. Isto está descrito em linguagem bem acessível nos livros dele, mas não há uma linguagem de alinhar chacras, equilibrar chacras, isso ou aquilo. Na realidade ele descreve os chacras como pontos de desenvolvimento, então você tem exercícios que você faz, de acordo com esses chacras. Há uma relação com os órgãos e com as glândulas. Por exemplo, existe uma relação de escala musical com cada glândula. Então há uma relação direta do ponto de vista fisiológico, e os exercícios do ponto de vista meditativo que você utiliza de acordo com esses chacras, mas sempre nesse processo, há os exercícios preparatórios internos só para fortalecer. Não significa nenhuma evolução espiritual, é só um fortalecimento interno. Steiner deixa isso muito claro que toda vez que você faz os exercícios meditativos, que são exercícios interiores, você corre um risco muito grande de tornar-se um profundo egoísta. É que você faz meditações que são cada vez mais fortes e nada mais se passa lá fora e, você se torna um grande egoísta; então você deve tomar muito cuidado. Ele fala isso claramente. Para cada passo que você dá do ponto de vista interno você tem que dar quatro do ponto de vista moral. Então só você praticando a moralidade, o altruísmo, e sendo correto com as pessoas lá fora é que você pode fazer o exercício interior. Mas se você almeja tornar-se Retire seu exemplar nas Bancas abaixo Ribeirão Preto Banca Sinhá Junqueira R Dom Alberto Gonçalves, 1513 Banca Avenida do Café Av do Café, 120 um ser mais evoluído somente pelo caminho meditativo o risco de você pender para o erro é muito grande. É o risco de um caminho egoísta. médicos antroposóficos, que optando pela alimentação vegetariana, precisaram comer carne porque adoeceram, por exemplo, com um tipo de anemia. Antroposoficamente, eu diria assim: o ideal é ser vegetariano, mas, nem todo mundo pode. Há várias coisas que são ideais para as quais não temos estrutura e nem somos o tipo de pessoa apta para fazer. Algumas pessoas não podem meditar porque elas podem entrar em surto. É desse ângulo que eu vejo. Algumas pessoas não podem fazer terapia verbal, psicoterapia. A pessoa jamais poderia ter uma psicoterapia verbal, porque vai acentuar determinado tipo de problema, então teria que fazer abordagens corporais. Para outras o ideal é uma psicoterapia verbal mesmo, e não tocar no corpo, porque isso vai suscitar um monte de coisas. Então há vários lados, nem isso, nem aquilo, nada de radicalismo. Peregrino - Você me lembrou Campbell, sobre o mito do herói. Segundo ele o herói deve retornar para transmitir às pessoas o que ele aprendeu na sua jornada interior. Dr. Paulo - As pessoas ficam nesse processo de acharem que estão evoluindo espiritualmente e nosso meio social está repleto, de pessoas que se acham “espiritualizadas”, que fazendo exercícios meditativos assim e assado estão em comunhão com o mundo espiritual e se comportam como se fossem verdadeiros gurus e se sentem no direito de melhorar a vida dos outros, de opinar sobre a vida dos outros, porque eles se acham muito bons, eles já “chegaram no céu”. Também não podemos menosprePeregrino - As zar de forma alguma a pessoas falam “...estão evoluindo espiritualevolução científica tanto em respeimente e nosso meio social convencional, temos to e não respeiestá repleto, de pessoas que que ter uma visão crítam e querem se acham...” tica do que são as nos pegar e nos unilateralidades dela. transformar naDeste modo quando quilo que elas alguém me pergunta: vocês são ve- acham correto. getarianos? Eu falo não, eu como Dr. Paulo - Na realidade quando a carne. Aí se espantam, porque estão pessoa usa esse discurso, existe um buscando alguém que não comeria preconceito. Ela é preconceituosa, carne nunca. O ideal é ser vegetaria- então se ela tem uma postura de jono, mas há pessoas que optam pelo gar pedra, digamos na ciência, é a vegeta-rianismo que vão adoecer se- mesma postura de uma pessoa da riamente. Assim, para ser vegetaria- ciência jogando pedra. Os dois não no, em uma visão antroposófica, não se comunicam, os dois são adianta querer, você tem que poder preconceituosos. Porque existem ser vegetariano. Há pessoas que evoluções dentro do ponto de vista adoecem.. E esse é outro ponto tam- da ciência que são fantásticas e há bém que Steiner deixa claro: se você muita gente boa no meio científico não faz esses exercícios espirituais que faz autocríticas, que está semcorretos e você é vegetariano, você pre no processo de revisão. corre risco de adoecer. Algumas pessoas têm que comer carne, o que para Peregrino - Há a questão da cultura, elas é a morte, mas eu falo: você tem as pessoas acham que estão que comer carne, senão você vai centradas em determinado tipo de cada vez adoecer mais. Isto depende teoria e de repente elas não precisam da constituição das pessoas, de di- mais ver nada. versos fatores, de temperamentos e Dr. Paulo - É a tendência de parte de algum problema que a pessoa es- dos seres humanos que se desenteja vivenciando. Já tive colegas, até volveram com uma visão sectária. Aí Visite nosso site Lá você encontrará links para pesquisas em diversos assuntos: literatura, ciência, trabalhos escolares, museus, bibliotecas, etc ... o sectarismo faz você cair para o dogma como se aquilo fosse a grande verdade e você se torna o dono da verdade e começa a fazer proselitismo, que é uma coisa que perturba todo mundo. Você começa a doutrinar e corre o risco de perder a autocrítica. Há outro problema sério que é o você parar de estudar. O que é estudar? Quando você estuda, você reflete, você questiona, você pondera. Isso é que eu chamo de estudar, não você decorar livro. É o “poder comparar”. Então ciência é uma questão que a gente traz dentro da antroposofia que é a seguinte: é uma profunda saúde da razão, isso é um ângulo que a gente preconiza, por isso a razão do exercício meditativo onde tem que se estar muito bem autoconsciente. Se você vai se tratar através da consultoria biográfica, você se aprofunda na sua consciência para transpor a um futuro onde se palpa o seu chão e o delimita. Se você for refletir sobre o mundo deverá haver o máximo possível de uma razão límpida, clara, através da qual o pensamento vai até o fim para sair um pensamento correto, um raciocínio adequado e no qual você também enxergue os diversos pontos de vista. Steiner diz que nas observações você vê um determinado problema ou qualquer coisa de doze ângulos diferentes, então significa que quando você vai reunir um grupo de pessoas para falar de determinado tema, aquelas pessoas que às vezes são discordantes de você são aquelas com as quais você aprenderá muito. É preciso valorizá-las ao extremo, porque elas vão aguçá-lo, vão despertá-lo, acordá-lo. A partir do momento em que você é questionado, você vai comparar o que você tem de bagagem e o que o outro está trazendo. Peregrino - Que tipo de leitura temos em Rudolf Steiner? Dr. Paulo - Ele tem livros que foram publicados por ele e tem várias conferências que foram transcritas. Ele deixa bem claro que ele colocou aquilo dentro de uma cultura européia. Ele nasceu lá, ele vivia lá e lá era o Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 9 Continuação da Entrevista com o Dr. Paulo Neves Júnior centro cultural da época. Então ele diz que sua linguagem está inserida num contexto europeu. Algumas pessoas criticam-no por causa disso. Esses primeiros livros são livros de difícil leitura, você tem que fazer um exercício intelectual muito forte, ele fala que isso já é um exercício preparatório. Existem outros que tem uma linguagem mais acessível, por exemplo, o livro meditativo que ele lançou é de linguagem totalmente acessível e de fácil compreensão. Então os primeiros livros vão fazer você quebrar um pouco a cabeça para entender. Ele dá muita importância ao raciocínio, até porque como ele se doutorou em filosofia ele traz muito esta questão de um pensar sadio. Seria esta a questão básica da antroposofia. Ele mesmo fala que você fazendo este exercício já está fazendo o preparo interno. Quanto às suas diversas conferências são de fácil acesso e enfocam outros assuntos. Peregrino - Que ligação é estabelecida entre Goethe e a antroposofia? Dr. Paulo - Bem, Goethe viveu duzentos anos antes de Steiner. Em um determinado momento da vida de Steiner foi-lhe sugerido por um professor que ele organizasse o espólio de Goethe, que tem um grande peso na cultura alemã e aí ao levantar o espólio e ler toda a obra de Goethe ele descobriu que ele tinha uma metodologia de observação da natureza que hoje chamamos de goetheanismo. Steiner descreve a metodologia de Goethe, só que o Goethe não deixou isto metodizado. Exemplifiando, Goethe chegava na janela e falava que ia chover em duas horas e, exatamente em duas horas caia um temporal. No Nordeste há umas pessoas com esta capacidade - saiu uma reportagem no jornal “O Estado de São Paulo”, que conseguem antever chuva com dois anos de antecedência. Eles superam qualquer computador, qualquer coisa. São indivíduos que tem essa capacidade. Rudolf Steiner chama isto de capacidade imaginativa. Como, por dentro da medicina, mas eu penso exemplo, o DAIME. O DAIME é fei- que isso tem a ver com o desenvolto de plantas de lugares geografica- vimento de qualquer médico. Você mente distantes. Existiu alguém que observa isso em qualquer médico descobriu que pegando uma planta alopata, com o envelhecimento ele do nordeste, outra do cerrado, uma vai tendo uma “percepção” intuitiva da Amazônia e misturando tudo, isto muito forte e às vezes por intuição teria um efeito, mas se tomasse se- ele faz a coisa certa, mas dentro da paradamente não aconteceria coisa antroposofia isso é exercício nosso, alguma. Do ponto de vista médico é exercício consciente ativo. uma beberagem alucinógena. Ela só é alucinógena porque você fez a mis- Peregrino - E a biografia do ser hutura. Então, alguém teve a percep- mano em Rudolf Steiner? ção de saber que essas plantas de Dr. Paulo - Ela parte do princípio de locais geográficos muito distantes no que já que somos seres espirituais, e Brasil, dariam uma beberagem que vai aí também a antroposofia tem uma levar você, sob o ponto de vista mé- base reencarnatória. Quando você dico, a ter alucinações e que dentro vai estudar a biografia você parte do da concepção do Santo DAIME, momento zero. Você olha o seu movocê vai entrar em contato com o mento de nascimento e não faz nemundo espiritual. Então o goethea- nhuma elocubração quanto ao connismo seria essa metodologia de ceito de reencarnação, ou seja, para você ler na naturetrás, embora a genza o que ela está te tenha este con“...Quando você vai estudar a querendo dizer. Há ceito, além do biografia você parte do mocursos para desencarma. Então, partemento zero. Você olha o seu volver esta metose do princípio de momento de nascimento e...” dologia. Isso serve que você tem o mopara você fazer mento inicial que é pesquisa de plano do nascimento, no ta medicinal, obambiente familiar, no servar a planta na natureza durante ambiente de uma determinada cidaalgum tempo, vai ver a relação dela de e a partir disso você vai construcom seu habitat; assim vai se fazen- indo sua própria vida à medida que do uma observação contínua até o vai crescendo, sendo que sendo crimomento em que ela diz para você: ança, você não tem muita noção de eu sou isso. si mesma. Tudo é meio enevoado. Você não sabe quem é, do que gosta Peregrino - Foi o que aconteceu e do que não gosta. Então você tem com o Dr. Edward Bach. um determinado preparo na vida até Dr. Paulo - Creio que sim. Ele teve que o seu eu, que é sua individualiuma percepção que chegou a esse dade suprema ,ou que pode ser chaponto, conseqüentemente ele tinha mado de espírito, nasça para a sua essa capacidade. No caso dele ima- própria vida. Até então você estava gino que seja inato, assim como formando seu próprio corpo, você Goethe desenvolveu todas as pes- estava crescendo, desenvolvendo o quisas dele. O Steiner metodizou o seu próprio corpo e você não é dono que o Goethe nunca tinha de si mesma. Então, há o ponto em metodizado. Mas isto do ponto de que paramos de crescer fisicamente vista da evolução steineriana seria o e nos tornamos donos de nosso próprimeiro passo, você ter essa capa- prio nariz. Chega uma hora em que cidade. E é uma discussão entre nós se está pronto, digamos assim. Esna medicina antroposófica de usar o tando pronto fisicamente vem uma goetheanismo dentro da medicina, segunda etapa de vida que significa mas isso não está estruturado. É cla- ir para o mundo e fazer o contato dos ro que a gente acaba tendo insights Tinta elaborada à base de cera de abelha natural e resina acrílica, com antimofo, sem odor e de encáustica a frio, é a primeira tinta ecológica fabricada no Brasil. Esta tinta permite um acabamento fino e acetinado, é de secagem lenta, que não provoca craquelagem nem trinca. relacionamentos. Buscamos fora de nós um contato diretamente com as outras pessoas do mundo. É como se buscássemos um certo feedback, um espelho de nós mesmos no contato recíproco. Aparamos então algumas arestas. Estamos naquele processo de experimentação e busca, então isso seria uma segunda fase de vida. E a terceira grande fase da vida seria quando já nos desenvolvemos fisicamente, já nos desenvolvemos nos relacionamentos humanos e nesse primeiro ciclo de vida absorvemos muito, crescemos, recebemos dos pais, a educação, tudo isso. Na segunda faz-se uma troca porque você recebe e oferece e na terceira é como se você realmente estivesse pronto no sentido de que agora você é uma pessoa adulta e aí vai-se para o mundo, sabendo quem você realmente é, o que você tem de muito bom e o que você tem de debilidades. O que permite a você exalar o que você tem de genuinamente bom. E isso, essas fases tomei como três grandes fases. Elas se fazem em ciclos de vida de sete anos, chamados de setênios. Então nos três primeiros setênios de zero a vinte e um anos você cresce, absorve o mundo, de vinte e um a quarenta e dois anos é a questão do relacionamento com o mundo para você se amadurecer psicologicamente e, pós quarenta e dois anos e daí para frente mais três setênios você pode ir para o mundo e firmar-se como individualidade consciente de si mesma. Assim, numa ascendência biográfica em uma linha de autodesenvolvimento, isto significa que todas as dificuldades, sejam trazidas pelo mundo ou advindas de suas próprias dificuldades, te denotam como co-participanRetire seu exemplar nas Bancas abaixo Ribeirão Preto Banca do Moacir R Dr Demétrio Chaguri, 1183 Banca A Japonesa Av Caramuru, 2181 Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 10 Continuação da Entrevista com o Dr. Paulo Neves Júnior te disso tudo. Então tanto nos problemas internos quanto nos problemas externos você é tanto o ator que está lá no palco, quanto é o diretor. Você sente isso a partir do momento que você faz o levantamento biográfico. Aí pode-se ter a seguinte percepção: “puxa fui eu que abri a porta para esse determinado tipo de problema”. Isso é muito interessante, porque muitas vezes você saí do papel de vítima que é uma tendência do ser humano. Existe também um processo através do qual se enxerga as doenças. Os distúrbios são referências de aprendizado interno porque a doença te segura, ela te prende um pouquinho e ai há oportunidade de fazer uma introspecção, uma observação de si mesmo e a partir de quando você souber o que te diz o teu adoecer, então se dá um passo para frente. É claro que um adulto faz isso através de uma crise existencial. Eu estou com quarenta anos, pego uma doença grave, fico dois meses parado ou, de repente eu quebrei a perna, tenho o “azar” de ter quebrado a perna. Depois de dois meses eu recomeço a minha vida com dificuldade; passados dez anos do evento, rememoro-o e eu observo que se não tivesse quebrado a minha perna dez anos atrás não teria tomado determinado rumo, então eu observo que aquilo é positivo. A criança faz isso muitas vezes através de febre, ela se modifica várias vezes através de febre. Se você às vezes deixa uma febre evoluir por si mesma - com cuidados claro - e quem é pai pode observar isso, às vezes uma criança fica com febre sete dias, passado algum tempo depois da febre, ela fez uma aquisição anímica, ou uma qualidade motora. Não sabia fazer determinada coisa, passada a febre ela cresce e se desenvolve. Isso é uma reali- dade. Dá uma espichada e adquire os filhos, por exemplo, nas relações uma habilidade, seja motora ou inte- entre casais, nunca vão ser as meslectual. A biografia é assim. O levan- mas. Elas vão estar sempre passantamento biográfico serve para quan- do por modificações porque nós do estamos doentes, com uma crise estamos ficando diferentes e eles existencial, para se autoconhecer. também. Todo mundo vai ficando Tentamos achar o seu fio de linha na diferente. nossa vida e assim podemos olhar de novo para o futuro. Sempre essa Peregrino - Esse trabalho com a bitemática. Se eu estou em crise neste ografia em quanto tempo dá para famomento, se estou passando por um zer? sufoco, o que isso significa para mim Dr. Paulo - Ele é feito individualmenna história da minha vida e de que te em encontro semanal até terminar maneira eu me coloco lá no futuro! toda a biografia da pessoa. Aí claro Isto vai demandar um ato de cora- que há alguns trabalhos internos regem. Toda vez que você olha para o lacionados a isso, ou, pode ser feito futuro, você vai para o lado incerto, em pequenos grupos de três pessomas de certa maneira isto tudo está as, onde começamos no início do dentro de nós, fomos feitos para evo- semestre e vamos até terminar a bioluir. Estamos sempre ligados a bus- grafia de todo o grupo. Aí é um tracar coisas novas. Cada vez que você balho do grupo, o trio junto comigo, tem uma determinada crise e a supe- vamos caminhando em torno de uns ra, você vai ter teoricamente a possi- três meses mais ou menos num enbilidade de ter outra crise lá na frente contro semanal. Há trabalhos artístipara você passar por um outro de- cos a serem feitos. Há o trabalho de grau. Não significa escrever a própria nunca que você biografia também. “... Aí, caímos num grupo biestá pronto; uma ográfico e vemos que a históvez galgado um dePeregrino - Esta ria de uma pessoa é trágica, grau você procura terapia em grupo tragédia atrás de tragédia...” outro degrau para dá certo, não é um continuar evoluinpouco estranho do. trabalhar com pessoas estranhas? Peregrino - Aprendemos que dá Dr. Paulo - Não, não é. A princípio para fazer, dá para cair e levantar de pode até dar uma certa estranheza, novo. com sentimentos que nossa privaciDr. Paulo - Exatamente. Esses sete dade vai estar sendo devassada, mas anos no adulto não funcionariam tão se as pessoas superarem esse temor marcadamente quanto com a crian- vale a pena fazer em grupo. É uma ça. Mas funciona para todos nós. oportunidade ímpar de você ouvir a Durante algum tempo damos um va- história de outra pessoa. Dificilmenlor imenso para alguma coisa, ou para te a gente tem essa oportunidade, algumas pessoas e depois de algum isto não é passado na televisão, vistempo elas passam a não ter tanta to num teatro. Trata-se de alguém importância. Isto significa que mui- contando de viva voz. Com isso você tas vezes encontramos determinadas obtém um monte de insights sobre a pessoas na vida que são importan- sua própria vida e você sai um poutes: vamos buscá-las, ou elas apare- co da esfera egoísta e olha um poucem na nossa vida e chega um mo- co para o outro. Você começa a olhar mento em que elas vão embora. E aí de uma outra maneira para as outras significa que você passa para uma pessoas, assim como também quanoutra fase, você está diferente e isso do você ouve a história das outras é uma realidade. É sempre uma meta- pessoas, você pode de uma maneira morfose. Percebemos o que isso sig- bastante suave oferecer algo para a nifica pessoalmente nas nossas vidas. Do ponto de vista das relações conjugais, das nossas relações com Retire seu exemplar nas Bancas abaixo Ribeirão Preto Banca Peixinho I Av Luzitana, 721 Banca Jardim Interlagos R Zequinha de Abreu, 1021 pessoa em troca no sentido de alguma observação e, aí, quando se faz isso em pequeno grupo, existe uma interação que acaba se tornando muito rica. Você se olha através da história do outro. Isto acaba sendo uma experiência muito positiva e, é uma oportunidade também das pessoas abrirem o coração, de uma maneira madura o que permite que surjam bastantes coisas interessantes, como por exemplo: não existem estórias humanas desinteressantes. Às vezes em nossas relações de antipatia e simpatia a gente gosta ou não de determinadas pessoas, ou, a gente exerce mais ou menos isso, ou a gente acha que algumas pessoas são desinteressantes, mas se você permitir que as pessoas contem as suas histórias pessoais, você vai ver que todas são muito interessantes, que há todo um colorido bastante individual e acaba que às vezes você tem um feedback com isso.. Peregrino - E para as pessoas que tem dificuldade em se lembrar do passado? Dr. Paulo - A maior dificuldade em lembrar está relacionada aos primeiros sete anos, mas durante o processo de contar as histórias, acabam acontecendo insights, reminiscências, lembranças. Evidentemente algumas pessoas não se lembram de determinadas fases, mas também não nos preocupamos em ter tantos detalhes. O importante da biografia é você fazer um panorama geral e, nesse panorama geral você perceber o fio que conduz a sua vida inteira. E aí todo mundo se percebe, mesmo as pessoas que tem uma certa dificuldade de autodirecionamento. Elas percebem que existe uma história com determinados caracteres e a partir disso elas tem uma noção maior de si mesmas e, podem projetar o futuro diferente. Entendeu? Elas falam: “eu caminho para esse lado, ou vou ter esse tipo de comportamento” e, a partir dessa consciência ela diz: “não, agora vou trabalhar o meu futuro” de uma maneira bastante cons- Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 11 Continuação da Entrevista com o Dr. Paulo Neves Júnior ciente, para evitar isso ou aquilo. Fazse uma escolha bastante rápida e diferente da psicanálise onde se escarafuncha o problema. Achamos que há determinados problemas que devem ser esquecidos mesmo. Não importa o detalhe, importa o todo. É um panorama geral, é como se você subisse em uma montanha e conseguisse ver a história da vida inteira, com uma visão do alto. Peregrino - É um dar-se conta de que tudo é importante? Dr. Paulo - Sim, também. Porque há tendências a acharmos que a nossa vida é terrível, de justificarmos os problemas colocando a culpa na vida. Aí, caímos num grupo biográfico e vemos que a história de uma pessoa é trágica, tragédia atrás de tragédia . Às vezes nos deparamos com pessoas que superaram um câncer; tiveram grandes problemas na vida e estão lá inteiras, sorrindo, bem humoradas. Isto é uma lição de vida. Aí você diz: vou mudar meu discurso . Peregrino - Aí essas pessoas entram em contato com o senhor, como é que o senhor veicula isso? Dr. Paulo - Eu não tenho veiculado porque não tenho tido muito tempo, mas para o ano que vem já estou me estruturando para isso. Eu havia feito essa tentativa anteriormente só que foi um projeto muito grande para Ribeirão Preto. Seria um processo de formar um grupo, colocar onde tem hospedagem e em quatro dias termi- nar o processo. Mas não deu certo, de vista agrícola há o produtor agríporque acho que é muito ambicioso cola, o distribuidor e o consumidor para o momento. Então abri essa do produto. Conseguimos ver isso oportunidade de fazer semanalmen- dentro da sociedade, onde nós nos te onde as pessoas me procuram e encaixamos. Portanto, eu como méfalam da intenção. Assim que eu ti- dico sou puramente consumidor. O ver três pessoas para formar o gru- quê eu produzo de material? Nada. po, pessoas dispostas a assumir um Então, para a sociedade do ponto de compromisso de caminharmos jun- vista de um produtor, eu sou um contos por um período de três meses, sumidor e, do ponto de vista responsabilidade esta fundamental antroposófico eu sou sustentado para a continuidapela sociedade, porde dos trabalhos. E que a comida, a rou“... Dentro da Terra Viva estrabalhamos tampa, bem... eu não tou buscando isso, que a genbém o individual produzo nada disso. te reúna os produtores agrípara quem não O professor pega colas, os distribuidores...” quer o grupo. uma criança e o que Reunimo-nos toda ele oferece a ela nem semana até montar ele vai observar a toda a biografia. Eu sugiro fazer o de não ser que ele encontre o ex-aluno grupo, é muito mais rico. As pesso- quando ele estiver com mais idade, as que quiserem podem entrar em mas teoricamente ele vai dar aula contato comigo. acreditando que está preparando um bem espiritual para aquele ser humaPeregrino - Como presidente da Ter- no lá na frente. Então, digamos asra Viva o que pode nos contar sobre sim, o professor ainda é mais consusuas atividades. midor desse ponto de vista, da linha Dr. Paulo - Dentro da Terra Viva eu espiritual, do que o médico. já estou buscando há alguns anos Dentro da Terra Viva estou buscancolocar uma fórmula administrativa do isso, que a gente reúna os produque é a trimembração social do tores agrícolas, os distribuidores e Rudolf Steiner. Ele faz uma compara- os consumidores até fazer uma relação da sociedade com o ser humano. ção mais justa e sair um pouco desta Essa analogia do ser humano com a loucura em que está a economia selnatureza que é organizar de uma vagem em que a gente vive, onde as maneira adequada e saudável o âm- pessoas ditam por determinada forbito da produção material, seja ela ça de poder o preço das coisas. E qual for, o fluxo disso e o consumo numa associação como esta você que seria o término disso tudo. En- vai buscar o que é justo para todas tão a idéia é que você produza, te- as pessoas, o que cai dentro do connha o fluxo e o consumo. Do ponto ceito de desenvolvimento sustentá- vel atual. O projeto da Agenda 21 foi montado em 92 no Rio, foi bombardeado agora na África do Sul e não saiu nada. É o respeitar a natureza, fazer uma produção respeitando a natureza, ser ecologicamente correto. Aí você tem que fazer um alimento sadio para o ser humano, preservando a natureza e as relações econômicas têm que ser justas. Dentro da Terra Viva, não é permitida a exploração do ser humano. Então você não parte do principio de que alguém vai ter lucro, você parte do princípio de justiça. Então por isso achamos que vai haver uma relação social mais correta, vai haver um alimento bom, alimento orgânico e vai baixar o preço. Hoje o alimento orgânico é caro porque os supermercados sabem que o público que consome é diferenciado e jogam o preço lá para cima; uma profunda distorção. Com a Terra Viva achamos que vai melhorar esse aspecto e já entramos em contacto com a Prefeitura. No início deste ano vai sair a feira. A Prefeitura está engajada no projeto também. Devemos ter um entreposto para a produção das cestas. Eu já penso em uma entrega domiciliar. As pessoas ligam, montam a cesta e ela vai para a casa delas; assim também como a feira livre só de produtos orgânicos. É uma associação aberta para todos. As reuniões da Terra Viva são todas as quartas-feiras às 19h15 no Sebrae. Estamos numa fase de organização interna. Temos a intenção de fazer um processo de conscientização muito grande. Filantropia Projeto de Fundação e Atuação - Organização não Governamental Grupo de Apoio e Prevenção à Aids / GAPA – RP O GAPA – Ribeirão Preto tem por missão institucional, a defesa dos Direitos Humanos e integração das Pessoas portadoras de Síndrome da Imunodeficiência Humana AIDS / SIDA na sociedade e, tem como objetivos: lutar pelo estabelecimento de uma política efetiva de saúde pública ligada à AIDS no Brasil; lutar legalmente, contra a discriminação e contra comportamentos lesivos aos direitos humanos dos portadores de HIV / AIDS; lutar pela melhoria do atendimento médico, hospitalar e psicológico dos portadores de HIV / AIDS; fornecer apoio humano e emocional a todos os portadores e pacientes, bem como a seus familiares e amigos e apoio material aos pacientes mais carentes e, informar e esclarecer a população em geral a respeito do HIV / AIDS. Através de Palestras, Seminários e Treinamentos, o GAPA fornece serviços de prevenção, que tem como finalidade levar informação à população em geral, sensibilizando-os sobre as questões da AIDS. Dirigido às empresas, comunidades de bairro, igrejas, escolas, presídios etc. Entre em contato conosco para mais detalhes, através dos telefones: (16) 633-5458 / 630-5966, ou pelo e-mail: [email protected] Retire seu exemplar nas Bancas abaixo Ribeirão Preto Banca do Lisboa Av da Saudade, 1311 Banca Niteroi R Niterói, 1163 Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 12 DTM - Disfunção causa dores agudas e é de difícil diagnóstico É difícil encontrar quem não tenha ou conheça alguém que sofre com dores constantes na cabeça, na face, pescoço, nuca, dificuldade de abrir a boca, cansaço fácil, fadigas constantes, irritabilidade, dificuldades de concentração e memorização de fatos do dia-a-dia. Esse conjunto de sintomas pode ser causado pela pouco conhecida disfunção têmporo-mandibular – DTM – assunto que há 20 anos vem sendo pesquisado e apresentado em congressos de especialistas pela dentista Narciza Zeferino S. Pavan, de Ribeirão Preto. A ATM-Articulação Têmporo Mandibular é a articulação mais usada no corpo e a responsável pela abertura e fechamento da boca. Trata-se de uma unidade funcional com- plexa, formada pela mandíbula e pelo osso temporal do crânio, próximo ao ouvido, em ambos os lados da cabeça. A síndrome – que desencadeia um conjunto de sinais e sintomas, que acometem principalmente a cabeça, face e pescoço e que pode envolver uma grande variedade de estruturas corporais – é chamada de DTM. O diagnóstico é o fator chave na busca desta disfunção, que não escolhe idade, sexo ou condição sócio-econômica. “Existem casos de pessoas que passam a vida inteira procurando identificar o problema para tratá-lo adequadamente”, explica a dentista Narciza Zeferino S. Pavan, responsável pelo Departamento de Dor Orofacial da Associação Paparella de Otorrinola- Florais de Bach ringologia, pelo Departamento de Dor Orofacial do Serviço de Residência Médica em Otorrinolaringologia do Hospital Santa Lydia de Ribeirão Preto e diretora do Núcleo de Atendimento Multidisciplinar. Segundo Narciza Pavan, o problema pode ter várias causas, inclusive originando de hábitos do dia-adia, como ranger os dentes, roer as unhas, mascar chicletes, pressionar a língua contra os dentes, mastigar alimentos de um só lado, anteriorização da cabeça e dos ombros, cifose dorsal aumentada e outros fatores como traumas, estresse, problemas oclusais e tensões musculares. De acordo com Pavan, 38% de todas as dores de cabeça são causadas por distúrbios que contam com a participação da ATM. O tratamento da DTM é feito por uma equipe multidisciplinar, composta por dentistas, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, que atuam em conjunto no sistema músculoesquelético do paciente, procurando adequar a mobilidade das articulações, reposicionar a língua, reeducar posturas, equilibrar grupamentos musculares e orientar o trabalho respiratório. “Alguns pacientes que chegam para a primeira consulta impossibilitados de andar ou falar, mas com a identificação precisa do problema e suas causas, apresentam resultados em dois ou três meses com uma acentuada reversão do quadro, já permitindo ao paciente assumir muitas funções e atividades que não conseguia”, afirma a especialista. Pintores “Uma das principais virtudes dos Florais de Bach é sua absoluta simplicidade, que as pessoas julgam muito difícil de aceitar. Os remédios florais suprem uma necessidade tão prontamente quanto o faminto é saciado por um prato de comida. Como disse o Dr. Bach: Desejo isto tão simples assim: quando estou com fome colho uma alface na horta; quanto estou com medo e doente, tomo uma dose de Mimulus, ou o que a doença indicar.” Jane Evans Georges Braque (1882 – 1963), pintor francês, criador, juntamente com Picasso, do cubismo. Concentrou-se principalmente em naturezas-mortas, utilizando cores sutis e algumas vezes misturando areia à tinta para produzir um efeito de textura. “Dizem que somos muito pouco sofisticados. Ficamos contentes com isso, pois a vida é simples e pode ser expressa em poucas palavras: seja amável, não magoe os outros, seja feliz. Lembramos também das palavras do Dr. Bach a cerca do seu trabalho: Não deixem que a simplicidade deste método os impeça de usá-lo, pois quanto mais avançarem em suas pesquisas, tanto mais perceberão a simplicidade de toda a criação.” Nora Weeks Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz Formação em Practitioner e-mail: [email protected] Preparação de florais Método do Sol Quarto do Dr. Bach Mount Vernon Comunicação Visual Ltda. Retire seu exemplar nas Bancas abaixo Ribeirão Preto Leia Assine Anuncie Banca do Jorge Av Jerônimo Gonçalves (16) 621 9225 / 9992 3408 Banca Camões R Visconde de Inhaúma, 1140 e-mail: [email protected] Homem com guitarra 1911. Mulher com guitarra 1913. Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 13 A Demanda dos Três Tesouros ra uma vez, num reino distante, um rei que tinha um único filho. O rei estava ficando velho e temia pelo seu reino, pois seu filho ainda era jovem e inexperiente. Então, depois de muito pensar e aconselharse com os sábios anciãos do palácio, resolveu submetê-lo a uma série de experiências, pelas quais o príncipe mostraria seu valor e se já estaria preparado para dirigir o reino. Chamou-o à sua presença e lhe disse: - Cristiano, meu filho, logo meu reino passará às tuas mãos. Até agora tens ficado protegido no palácio e pouca experiência tens dos homens e de seus negócios. Vais fazer uma viagem a países desconhecidos para procurar três tesouros que estão dentro de um baú. Mas antes de achares este baú, precisarás passar por três provas. A cada uma que venceres, estarás mais perto do tesouro. Se saíres vencedor, o meu reino te será entregue e poderei ficar descansado pois saberei que és merecedor de minha confiança. E então, no dia seguinte o jovem príncipe partiu do palácio. Mas não ia sozinho. No seu dedo brilhava um anel com uma pedra vermelha que seu pai lhe havia dado na hora da partida, com a recomendação expres- sa de que não se separasse dele sob nenhuma hipótese. E ele começou sua caminhada. Como era jovem e mimado, não estava acostumado à fadiga, nem aos exercícios físicos prolongados e forçados. Logo seu corpo doeu, o cansaço se fez presente. Mas como estava movido pelo entusiasmo e pelas novidades que ia observando, pouco se importou com o cansaço e continuou sua viagem, até que chegou a uma cidade chamada Cronópolis. O que viu deixou-o entusiasmado! Longe dos olhos do pai (pelo menos assim pensava ele), divertiase muito nas tabernas, alimentavase mal e bebia demais. Fez amigos que o exploravam e o incentivavam a excessos cada vez maiores. Em pouco tempo havia gasto grande parte dos talentos, dinheiro do seu país, que havia trazido de casa, pois não julgava necessário repô-los com o trabalho e esforço próprio. Na sua ingenuidade achava que tudo no mundo estava posto para servi-lo, que suas provisões eram inesgotáveis e que, por ser filho do rei, nada lhe faltaria. Mas o príncipe tinha uma boa índole e estes excessos começaram a incomodá-lo. Entretanto não sabia como enfrentar seus amigos. Então, uma noite em que estava finalmente sozinho no seu quarto, um tanto confuso com a situação que ele mesmo criara, sentou-se na cama e, com aflição, passou a esfregar vagarosamente as mãos. De repente, sentiu que o anel criava vida e lhe apertava o dedo. A cada lembrança das loucuras e desregramentos passados, o anel apertava-lhe o dedo. Aí, ele percebeu que o anel poderia ser um bom indicador do que estava errado. Começou a prestar atenção nas indicações do anel. Se comia em excesso, ou bebia demais, o anel apertava. E ele começou a reparar que também seu corpo estava sofrendo. Indigestões e ressacas, que até aquele momento considerara coisa sem importância, anunciavam-lhe que o corpo sofrera uma agressão. Se gastava demais e sem motivo, o anel apertava. E começou a ver que muitas das coisas que comprava eram supérfluas e que depois de terem satisfeito sua necessidade de novidades eram jogadas num canto, sem serventia. Se seus amigos invadiam-lhe a privacidade, tentando desviá-lo do caminho, o anel apertava. Percebeu então que não havia estabelecido li- mites razoáveis de proteção para si mesmo e que agora era-lhe difícil desvencilhar-se de pessoas que atrapalhavam sua missão. Então, percebeu ainda e agudamente sentiu que estava estagnado numa cidade só, parado, cristalizado e que havia se esquecido do motivo pelo qual havia saído do seu reino e de junto de seu pai. Uma noite, aflito e envergonhado, decidiu que era hora de partir e seguir viagem. Deitado em seu leito, pensativo, contemplava o anel com amor e carinho. De repente, o anel começou a brilhar intensamente, com uma luz pura e branca que invadiu o seu quarto. E ele ouviu a voz de seu pai: - Cristiano, meu filho, cumpriste a primeira parte de seu trabalho. Ultrapassaste a estação de Saturno e agora sabes lidar com a realidade física, estabelecer limites, cuidar de sua própria saúde. Principalmente aprendeste a lição: “Nada em excesso”. No dia seguinte, o príncipe partiu... (continua na próxima edição) Colaboração: Regina Martins Tels.: (0**16) 636 3896 / 636 5699 [email protected] Chegaram as férias. E agora? O momento mais esperado pelas crianças está aí. Época de brincar, descansar, viajar, ir aos clubes jogar bola ou até mesmo ficar em casa relaxando, pois, as tarefas escolares acabaram. As crianças têm muita energia para gastar e criatividade para inventar brincadeiras e nós sabemos que brincar é uma necessidade fundamental, prevista até pelo estatuto da criança e do adolescente. Brincar, promove a socialização, libera emoções positivas, estimula o desenvolvimento social, emocional e físico. Se o momento é tão esperado e as opções são inúmeras, porque será que muitas vezes este período é tão atribulado? Vivemos em uma época onde a violência convive conosco diariamente. Temos medo de deixar nossos filhos desfrutarem do que existe de melhor: a liberdade de brincar na rua com seus colegas, ir até a casa deles a pé ou ficarem a sós em casa. As férias dos pais nem sempre coin- cidem com as férias escolares dos filhos e não estaremos disponíveis para acompanhá-los. Com organização, um pouco de paciência, criatividade e cooperação, este problema pode ser resolvido. Que tal, um rodízio de mães, onde cada uma fique responsável por um grupo de crianças em dias e horas pré-estabelecidas? Cada uma pode programar atividades diferentes, proporcionando muita diversão às crianças, tirandoas da rotina e evitando que se machuquem por estarem sozinhas em casa, pois, por mais quietas que sejam , criança sempre é criança. Dependendo da idade do grupo, pode-se programar atividades adequadas e divertidas, como: ir ao cinema e tomar um lanche; ir ao zoológico e tomar um sorvete; ir a um parque andar de bicicleta, patins, skates, patinete, fazer um piquenique; ir ao clube nadar, jogar bola e brincar; ir a um ciber-café, jogar em computadores ligados em rede; ficar em casa com os amigos, assistir a um vídeo, jogar vídeo game, jogos de tabuleiro, ler um livro e dramatizá-lo brincando de teatro, fazer um lanche com milk shake, misto quente, bolo, sorvete, etc... Toda atividade é saudável, devendo-se apenas evitar o excesso de horas na frente da tela da TV e do monitor que podem provocar problemas de saúde, de vista, de postura, nas articulações, dor de cabeça e outros. Impondo limites e oferecendo outras opções, a criança utiliza estes instrumentos a seu favor, pois os jogos que exigem estratégia fazem a criança pensar, desenvolver a atenção e a concentração. Os jogos que envolvem disputas ajudam na socialização, ensinam a perder e a respeitar o outro, aliviam o estresse e de forma geral melhoram a habilidade motora e o poder de decisão. O importante é variar as atividades e se divertir. Boas Férias! Colaboração: Débora Mourão Montovanini Psicopedagoga, Professora de Psicologia da educação e metodologia do ensino Visite nosso site Lá você encontrará links para pesquisas em diversos assuntos: literatura, ciência, trabalhos escolares, museus, bibliotecas, etc ... Retire seu exemplar nas Bancas abaixo Ribeirão Preto Banca 2 Mil R Martinico Prado, 598 Banca Dinâmica R São José, 1220 Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 14 CRAVO-DA-ÍNDIA - Eugenia caryophillata ou Syzygium aromaticum O cravo-da-índia é uma arbórea que pode atingir de 8 a 15 metros de altura, sendo uma árvore de tronco robusto e extremamente exuberante. Possui folhas persistentes e flores hermafroditas. Os frutos são parecidos com uma azeitona, e são chamados de cravão pelos produtores. Quando chega a produzir o fruto, a parte comercial já se perdeu, pois o mercado compra o botão floral. No Brasil o cravo foi introduzido e se adaptou muito bem na região do sul da Bahia. Até há alguns anos o Brasil era um grande exportador de cravo, principalmente para a Europa, mas devido a atitudes de má fé, onde agricultores e comerciantes começaram a colocar pedaços de ramos misturado com o cravo, o mercado internacional não quer saber mais do cravo brasileiro. Para ter uma pequena amostra do seu valor antigamente, o imperador Constantino presenteou o bispo de Roma, para resolver as desavenças de estado, com 150 libras de cravos colocados em vasos de prata e ouro. Posteriormente os holandeses assumiram o comércio do cravo e este se popularizou, tornando-se tão importante como o da pimenta-do-reino. O cravo é originário do Extremo Oriente, não sendo encontrado na literatura uma região específica. A colheita em si é totalmente manual, quando os botões começarem a mudar de cor, saindo da cor verde para a cor róseo-avermelhada já devem ser colhidos. Os pesquisadores do CEPLAC, estavam desenvolvendo um método de aplicação de hormônios vegetais para induzir a queda natural dos botões florais. Desta forma os agricultores forram o chão com lonas plásticas e com uma varinha comprida e fina vão batendo nos ramos, e os cravinhos vão caindo no chão. A grande importância do cravo é a presença de óleos essenciais, especialmente o eugenol. Este possui uma ação analgésica e anti-séptica, e devido a estas propriedades foi utilizada durante muitos anos pelos dentistas, juntamente com o óxido de zinco para fazer os curativos nos dentes. O cravo ainda possui ação estomacal e anti-séptica bucal, sendo empregada para corrigir mau hálito. Pode ser usada para gripes e resfriados. Devido a esta ação analgésica do cravo, aquelas dores no corpo provocadas por algumas gripes, podem ser sanadas com a utilização de alguns chás com cravo. O óleo de cravo também é muito empregado para combater micoses de unha, frieira e aquelas manchas brancas nas costas. O cravo pode ser usado tanto em pratos salgados como em pratos doces. No Brasil é muito empregado na preparação de doces, mas isto é uma herança da cultura portuguesa. Muito empregado no preparo do arroz doce, no doce de mamão verde, figo verde, abóbora, coco, casca de laranja, e etc... Pode ser empregado no preparo de alguns licores compostos e no famoso quentão e vinho quente das festas juninas. Mas o cravo fica gostoso mesmo em pratos salgados. Vamos ver alguns exemplos. Pegue uma língua bovina, coloque em água fervente e deixe alguns minutos. Retire do fogo e remova a película que a envolve. Corte em fatias e reserve. Pegue alguns tomates e retire as sementes e a pele. Pique-os em pedaços bem pequenos e refogue em uma panela com cebola e alho. Coloque alguns dentes de cravo e deixe o tomate cozinhar bem. Em uma outra panela refogue um pouco de alho, cebola e coloque as fatias de língua temperadas com sal e pimenta do reino. Depois de alguns minutos retire a língua do fogo e coloque na panela do molho, e deixe por alguns minutos em fervura. Pode ser usado para acompanhar uma boa massa, como um espaguete ou mesmo um raviole. Você não imagina o sabor que o cravo irá proporcionar ao molho. Vamos agora preparar um delicioso codeguinho ( também chamado de cudiguim, ou cotechino em italiano). Pegue algumas peles de porco e coloque na panela para ferver. Ferva até cozinhar bem e as pe- les ficarem macias. Depois de cozidas, ainda quente passe no moedor de carne por duas vezes e reserve. Pegue carne de porco de boa qualidade, de preferência sem gordura (eu gosto de usar a carne do pernil) e passe no moedor de carne. Em uma vasilha coloque proporções iguais de carne de porco moída e a pele de porco cozida e moída. Adicione sal, alho, pimenta-do-reino, nozmoscada e cravo-da-índia. É importante adicionar uma quantidade generosa de noz-moscada e cravo, moídos na hora. Se não tiver como moer o cravo na hora, pegue um martelinho de cozinha e vá batendo no cravo até ele desmanchar. Misture tudo e verifique se os temperos estão do seu agrado. Compre tripas de porco secas, limpe-as bem e deixe de molho para hidratar em uma mistura de água e algumas gotas de limão. Com a ajuda de um funil de lingüiça vá enchendo as tripas e amarre em gomos de 15 cm. Pegue uma agulha e vá furando onde houver bolhas de ar. É importante retirar todo o ar. Pegue um pedaço de toucinho e passe no codeguinho por fora para dar brilho e deixá-lo mais bonito. Você pode cozinhá-lo no feijão, fritar em uma frigideira anti-aderente e usar de acordo com sua imaginação. Simplesmente é um embutido delicioso, só tome cuidado com o colesterol. Colaboração: Ademar Menezes Jr Eng. Agrônomo – Especializado em Plantas Medicinais [email protected] Comunicação Visual Ltda. Leia Assine Anuncie Retire seu exemplar nas Bancas abaixo Ribeirão Preto (16) 621 9225 / 9992 3408 Banca Coelho R Franco da Rocha, 575 e-mail: [email protected] Banca Catedral R Florêncio de Abreu x R Tibiriçá AGENDA DO Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 15 Datas comemorativas Leitura & Música À Sombra da Luz – Alceu Costa Filho - A missão do Espírito Filipe e de sua caravana de colaboradores é piedosa: levar àqueles que se abrigam na escuridão do mal, a luz do entendimento fraterno. À sombra da Luz, do Espírito Filipe, psicografado por Alceu Costa Filho, do Cenáculo Espírita Fraternidade, de Belo Horizonte, Minas Gerais, vai muito além da expectativa do leitor. Alcançando as razões que mergulharam nas trevas almas atormentadas, a narrativa aprofunda-se, revelando a disposição perseverante dos espíritos do bem, guiados na direção das grandes necessidades. Petit Editora Tel.: (0**11) 6684 6000 www.petit.com.br 10 passos para um grande amor – Rosana Braga Aqui estão os dez passos que todas as pessoas interessadas em descobrir e manter uma relação amorosa podem realmente trilhar. Conselhos e idéias recheados de bom senso e praticidade, deliciosos e ao mesmo tempo sérios, convidam você a experimentar e explorar, acrescentando as próprias reflexões e experiências. São dicas preciosas sobre como se auto-realizar e ser feliz no amor. Editora Mercuryo Tel/Fax: (0**11) 5531 8222 / 5093 3265 www.mercuryo.com.br A Idade de Ouro – Elizabeth Artmann – entender que o avanço dos anos não atinge a disposição e a lucidez daquele que se preparou para um novo tempo, é descobrir a verdadeira felicidade e superar preconceitos. A proposta do livro é a certeza de que a felicidade está ao seu alcance. Butterfly Editora Ltda. Tel.: (0**11) 6684 9392 www.editorabutterfly.com.br Novena Esotérica dos Milagres – André Mantovanni - é um ritual de magia e um processo alquímico de transformação para que grandes milagres aconteçam na vida daqueles que a realizarem. São nove dias de oração, meditação e entrega ao mundo divino e interior. Grupo Editorial Madras Tel.: (0**11) 6959 1127 Fax.: (0**11) 6959 3090 www.madras.com.br 01 - Confraternização Universal, Dia Mundial da Paz 04 - Dia do Hemofílico, Nascimento de Casimiro de Abreu - poeta. Capivari-RJ (1839), Nascimento de Louis Braille - criador do alfabeto para cegos. (1809) 07 - Dia do Leitor, Dia da Liberdade de Cultos 13 - Criação do Museu Nacional de Belas Artes 15 - Dia do Compositor 18 - Dia do farmacêutico 19 - Dia do Terapeuta Ocupacional, Dia da escola 20 - Nascimento Euclides da Cunha - engenheiro, jornalista e escritor. Cantagalo-RJ (1866) 21 - Dia Mundial da Religião 25 - Fundação da Cidade de São Paulo em 1554 28 - Dia Mundial do Hanseniano 29 - Dia do Jornalista 30 - Dia da não-violência 31 - Dia Mundial do Mágico Cursos, Palestras, Seminários e Workshops Ribeirão Preto ♦ 20, 21, 22 e 23 – 18h45 – Curso de Reiki Nível I – Inf.: Tereza W. Suzuki, Angélica M. Yetika (16) 627 5696 / 624 1263. ♦ 25 e 26 – 8h30 – Curso de Reiki Nível II Inf.: Tereza W. Suzuki, Angélica M. Yetika (16) 627 5696 / 624 1263. ♦ 27 a 31 – Curso de Dança Flamenca (Farruca) – Nível Intermediário e Avançado – Inf.: (16) 3931 4001 / 9715 9475. ♦ 31 – Palestra – Evolução e Sociedade – Inf.: (16) 632 3600 / 9724 9220. Fevereiro ♦ Prevenção de Droga na Escola – Rosa Maria S. Santos – Na primeira parte deste livro encontra-se uma exposição teórica sobre a classificação das drogas. Na segunda, a autora discorre sobre a contribuição prática da metodologia psicodramática para o desenvolvimento de programas de prevenção. Papirus Editora Tel: (0**19) 3272 4500 / 3272 4534 – Fax: (0**19) 3272 7578 www.papirus.com.br Dos Confins do Céu – Aurio Corrá - Composições de Aurio Corrá inspiradas em viagens que a alma realiza durante o sono. Peças musicais que traduzem a emoção e o sentimento de estarmos em outras dimensões da consciência. Com a performance impecável e a sensibilidade do grupo Sunyata, a música deste álbum busca facilitar esta experiência ao ouvinte. Instrumentos: Strings, Cello, Violino, Flautas, Piano e Vozes Celestiais. Alquimia New Music Tel/Fax: (0**11) 3272 8982 / 278 7768 / 278 4320 / 3341 4758 www.alquimusic.com 01 – 8h30 – Curso de Reiki Nível III – Inf.: Tereza W. Suzuki, Angélica M. Yetika (16) 627 5696 / 624 1263. ♦ 15 e 16 – 8h30 – Curso de Reiki Nível I – Inf.: Tereza W. Suzuki, Angélica M. Yetika (16) 627 5696 / 624 1263. Uberlândia – MG ♦ 28 a 29 de março de 2003 – I Congresso de Fisioterapeutas, Acupunturistas Sobrafisa – Inf.: (34) 3214 2911 / 3219 3333. A programação dos eventos é fornecida pelos organizadores; o Peregrino não se responsabiliza por qualquer mudança ou alteração nela efetuada. A água imantada complementa tratamentos: homeopáticos, alopático, acupuntura, fitoterápico, etc... e ajuda no restabelecimento da saúde. Ribeirão Preto - SP - Janeiro/2003 16 Ciência mede o Campo de Energia Humano - Jim e Nora Oschman nergia é um tema que permeia muitas áreas de terapia médica complementar, inclusive Reiki. Por razões históricas e emocionais, duas palavras chaves não foram mencionadas na sociedade de pesquisa acadêmica: “energia” e “toque.” Conseqüentemente não é de surpreender que a terapia Reiki tenha sido negligenciada pela ciência biomédica tradicional. Pesquisas ao redor do mundo estão mudando este quadro. Conceitos de “energia de cura” passaram da suspeita para respeitabilidade. Como em outras áreas de investigação, o que tínhamos como absolutamente certo aproximadamente 20 anos atrás, mudou dramaticamente. Por exemplo, há algumas décadas, alguns cientistas mudaram de uma convicção de que não havia um campo de energia ao redor do corpo humano, para uma certeza absoluta de que ele existe. Além disso, começamos a entender os papéis desses campos na saúde e na doença. A razão principal para a mudança de perspectiva foi o desenvolvimento de instrumentos sensíveis que podem registrar os campos de energia ao redor do corpo humano. De importância particular é o magnetômetro de SQUID que é capaz de descobrir minúsculos campos biomagnéticos associados com atividades fisiológicas no corpo. Este é o mesmo campo que os indivíduos sensíveis têm descrito por milhares de anos, mas que os cientistas ignoraram porque não havia nenhum modo objetivo para medir isto. A maior parte das descobertas fundamentais não estão sendo feitas por cientistas que estudam métodos tais, como, Reiki. Ao contrário, cientistas tradicionais, seguindo a lógica habitual e métodos científicos, começaram a constatar os vários papéis da energia no processo curativo. Conseqüentemente o quadro que está emergindo tem as mesmas fundações científicas da medicina clínica moderna. O campo de energia humano É conhecido há muito tempo que as atividades das células e dos tecidos geram campos elétricos que podem ser detectados na superfície de pele. As leis da física dizem que a corrente elétrica gera um campo magnético correspondente no espaço circunvizinho. Considerando que estes campos eram minúsculos, os biólogos acreditavam que não poderiam ter nenhuma significação fisiológica. Este quadro começou a mudar em 1963. Gerhard Baule e Richard McFee do Departamento de Engenharia Elétrica, da Universidade de Siracusa, Nova Iorque descobriram o campo biomagnético projetado do coração humano. Em 1970, David Cohen de MIT, usando um magnetômetro de SQUID, confirmou as medições do coração. Por volta de 1972, Cohen tinha melhorado a sensibilidade do instrumento, permitindo a medição de campos magnéticos ao redor da cabeça produzidos por atividades do cérebro. Subseqüentemente, foi descoberto que todos os tecidos e órgãos produzem pulsações magnéticas específicas, que chegaram a ser conhecidas como campos biomagnéticos. Patologia altera o campo biomagnético Nos anos de 1920 e 1930, um respeitável pesquisador na Escola de Medicina da Universidade de Yale, Harold Saxon Burr, sugeriu que doenças poderiam ser descobertas no campo de energia do corpo antes de aparecerem os sintomas físicos. Além disso, Burr estava convencido de que doenças poderiam ser prevenidas alterando-se o campo de energia. Estes conceitos estavam à frente do seu tempo, mas estão sendo agora confirmados em laboratórios de pesquisa médicos ao redor do mundo. Cientistas estão usando os instrumentos SQUID para mapear como as doenças alteram os campos biomagnéticos ao redor do corpo. Outros estão aplicando campos magnéticos pulsantes para estimular a cura. Novamente, indivíduos sensí- veis têm descrito estes fenômenos por muito tempo, mas não havia nenhuma explicação lógica de como isto poderia acontecer. Projeção de energia das mãos de curandeiros Em 1980, Dr. John Zimmerman começou uma séries de estudos importantes sobre toque terapêutico, usando um magnetômetro de SQUID na Escola de Medicina da Universidade de Colorado, em Denver. Zimmerman descobriu que um campo biomagnético pulsante emanou das mãos de um médico. A freqüência das pulsações não é fixa, mas varia de 0.3 a 30 Hz (ciclos por segundo), com a maioria das atividades na gama de 7-8 Hz. As pulsações biomagnéticas das mãos estão na mesma gama de freqüência das ondas cerebrais e estudos científicos das freqüências necessárias para a cura indicam que elas passam naturalmente pela gama de freqüências terapêuticas, podendo assim estimular a cura em qualquer parte do corpo. Em 1992 veio a confirmação dos resultados de Zimmerman, quando Seto e colegas, no Japão, analisaram vários praticantes de artes marciais e métodos de cura. A “emissão de Qi” das mãos é tão forte que eles podiam ser detectadas por um simples magnetômetro. Desde então, vários estudos de praticantes de QiGong estenderam estas investigações para o som, a luz, e campos térmicos emitidos por curadores. O que é particularmente interessante é que a freqüência de pulsação varia de momento a momento. Além disso, pesquisas médicas desenvolvendo terapias de campos magnéticos pulsantes estão descobrindo que estas mesmas freqüências são efetivas no “salto inicial” de cura em uma variedade de tecidos macios e duros, até mesmo em pacientes não curados num espaço de 40 anos. Freqüências específicas estimulam o crescimento de nervos, ossos, pele, vasos capilares, e ligamentos. Claro que praticantes de Reiki e seus pacientes têm experiências diárias do processo de cura - salto inicial, e medicina acadêmica está começando a aceitar esta terapia como lógica e benéfica por causa destas novas descobertas científicas. Para estudar a projeção de energia das mãos de terapeutas, os cientistas têm que reconhecer primeiro que há diferenças individuais enormes entre pessoas. A prática repetida de várias técnicas pode aumentar o efeito. As “ondas cerebrais” não estão confinadas no cérebro, mas espalhadas ao longo do corpo via sistema perineal, o tecido conjuntivo que envolve todos os nervos. Dr. Robert O. Becker descreveu como este sistema, mais que qualquer outro, regula processos de reparação de danos ao longo do corpo. Conseqüentemente o sistema nervoso inteiro age como uma “antena” por projetar as pulsações biomagnéticas que começam no cérebro, especificamente no tálamo. Além disso, ondas que começam como pulsações relativamente fracas no cérebro parecem juntar forças assim que fluem ao longo dos nervos periféricos e nas mãos. O mecanismo desta amplificação envolve o sistema perineal e os outros sistemas do tecido conjuntivo, como o fáscia que é intimamente associado com ele. Conclusão Neste breve resumo, mostrei como algumas das experiências de terapeutas (de energia) têm uma base em biologia e física. Depois de séculos de negligência, terapias enérgicas podem ocupar seu lugar na clínica médica. As grandes descobertas de biólogos e dos sensitivos estão sendo integradas para nos dar um entendimento mais profundo da vida, da doença e da cura. Ciência não pode ignorar o mistério da vida, nem pode diminuir o componente espiritual da cura. Acreditamos que pesquisa nas terapias de energia pode conduzir a um entendimento mais completo de vida, da doença e da cura. (Tradução da Reiki News Magazine por José Roberto Ruiz)