Formação - Desenvolvimento neuropsicomotor na criança

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Formação - Desenvolvimento neuropsicomotor na criança
Anatomia do SNC e SNP
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Dr. J. Eduardo F Fernandes
DESENVOLVIMENTO
NEUROPSICOMOTOR DA
CRIANÇA
NEUROPLASTICIDADE
Dr. J. Eduardo F Fernandes
A neuroplasticidade dentre suas
muitas definições pode ser a
capacidade de adaptação do sistema
nervoso, especialmente a dos
neurônios,
às
mudanças
nas
condições do ambiente que ocorrem
diariamente na vida dos indivíduos.
Dr. J. Eduardo F Fernandes
Um consenso na literatura sobre a
plasticidade cerebral é que o aprendizado
de determinada atividade ou a somente
prática da mesma, desde que não seja
simples repetição de movimentos, induza
mudanças plásticas e dinâmicas no sistema
nervoso central (SNC). Isto porque o
treinamento
motor
pode
promover
neurogênese, sinaptogênese, angiogênese,
modulação pré e pós sináptica entre
outros, e todos esses podem contribuir
para resultados positivos na recuperação
em resposta a esse treinamento.
Dr. J. Eduardo F Fernandes
FATORES DE RISCO
DESENVOLVIMENTO MOTOR
AS HABILIDADES MOTORAS NA INFÂNCIA SE APERFEIÇOAM
COM RAPIDEZ.
HABILIDADES MOTORAS
SE DIVIDEM EM TRÊS GRUPOS:
1- PADRÕES LOCOMOTORES – andar, correr, saltar, pular
2- PADRÕES NÃO-LOCOMOTORES – empurrar, puxar,
inclinar.
3- PADRÕES MANIPULATÓRIOS – agarrar, arremessar,
pegar, chutar, movimentar objetos.
Marcos do desenvolvimento
Idade
Habilidade
locomotora
Habilidade
não-não
locomotora
Habilidade
manipulativa
1 mês
Reflexo de
marcha
Segura objetos
Levanta a
colocados na
cabeça,
mão
acompanha
objetos com os
olhos
2-3 meses
Eleva a cabeça
até 90 graus
deitado de
bruços
Começa a bater
em objetos ao
alcance
4-6 meses ViraVira-se, sentasentase com
auxilio,
engatinha
Mantém
cabeça ereta
quando
sentado
Alcança e segura
objetos
7-9 meses
Senta sem
ajuda,
engatinha
Transfere
objetos de
uma mão para
outra
10
10--12 meses
Ficar de pé,
Agacha--se e
Agacha
anda
inclina--se
inclina
segurando nos
objetos, anda
sem ajuda
Sinais de
preferência de
mão, segura
colher, não
leva alimento
à boca.
13
13--18 meses
Caminha para
trás, para os
lados, corre
Empilha
blocos, coloca
objetos em
pequenos
recipientes
Rola bola.
Cada criança varia na sua taxa de desenvolvimento,
contudo a sequência é similar para todas as crianças.
Mesmo crianças com problemas neurológicos seguem um
padrão de desenvolvimento similar, embora mais lento.
Efeitos ambientais no desenvolvimento:
Em relação à formação cerebral (dendritos
e sinapses) – este desenvolvimento dá-se
em torno dos três a cinco meses finais da
gravidez e nos primeiros dois a três anos
após
o
nascimento.
A
deficiência
nutricional nessa fase possui graves
consequências.
Exercitar as habilidades favorece um desenvolvimento
mais autônomo e com maior habilidade. Contudo sem
esquecer-se do processo de maturação.
Desenvolvimento Motor Anormal
É qualquer interferência dentro
desenvolvimento motor normal.
do
processo
de
Uma criança com atraso no desenvolvimento motor terá como
conseqüência algum déficit neurológico.
Objetivo
A Fisioterapia trabalha com a facilitação do aprendizado
motor, ou seja, o fisioterapeuta começa a dar suporte
para que a criança possa aprender o movimento. O
fisioterapeuta funciona como uma extensão do SNC da
criança, pois trabalha com pontos chaves para que ela
consiga adquirir o movimento. Já com o adulto se
trabalha com o reaprendizado, ou seja, com a memória.
Quanto mais nova for a criança, mais difícil de se
identificar o atraso motor que ela tem, e mais difícil ainda
é saber o que esta faltando para essa criança.
Provas de Atividades Reflexas e
Avaliação Funcional
A criança difere do adulto porque ela ainda não tem adquirido
algumas habilidades motoras, simplesmente porque a criança
não tem a maturação do SNC.
A criança nasce sem a integração dos sistemas; os
engramas ainda estão se formando, e com a maturação
do SNC (a partir do momento em que os sistemas vão
aumentando) é que ela vai adquirindo novas habilidades
motoras.
Muitas vezes a criança nasce com algumas atitudes típicas
de organismos mais primitivos como a medula e o
mesencéfalo. A partir do seu desenvolvimento os sistemas
vão se integrando e esses sistemas mais baixos vão
ficando, de uma certa forma, mais deprimidos. Surgem
sistemas mais superiores, mais desenvolvidos que,
obviamente interagem com os sistemas medular e
mesencefálico.
Com o SNC maturado, desenvolvido, quem começa a
prevalecer sobre os outros sistemas é o córtex, mas
interagindo ao mesmo tempo.
Teoria dos Sistemas:
Os sistemas interagem o tempo inteiro, cada um
tem a sua função, a sua informação e a sua importância.
O que estabelece a maturação é a integração de
todos os sistemas com o córtex e vice-versa.
Ao nascer, a criança vai apresentar
alguns reflexos típicos de um recém-nascido;
e a partir de uma faixa etária deixa de ser
reflexo, o que a criança apresenta é muito
mais uma reação.
Chama-se reflexo quando é uma
atitude involuntária primitiva, ou seja,
quando parte de um sistema mais inferior
ao córtex (medular, mesencefálico).
Chamam-se reações quando são ditadas de
estruturas mais superiores (córtex).
Obs: Ao nascer a criança não tem nenhuma
reação ainda, pois as reações são caracterizadas
pela maturação do sistema nervoso.
Reflexos:
Ao nível de Tronco Encefálico:
Reflexo de Liberação de Vias Aéreas:
Quando colocado em DV, o recém-nascido é capaz
de realizar uma lateralização da cabeça para um dos lados
(mesmo sem conseguir retificar o pescoço) para liberar as
vias aéreas.
Obs: A nível de ponte, bulbo.
â Ocorre no 1o mês, pois depois a criança já vai adquirir
força, ou seja, vai lateralizar a cabeça usando força.
Reflexo de Fuga:
Ao fazer um estímulo na planta do pé da criança
em DD, ela puxa a perna (tríplice retirada) numa tentativa
de fugir desse estímulo mais doloroso.
â Ocorre no 1o mês.
Obs: Este reflexo é ao nível de MEDULA.
Reflexo de sucção:
Ao encostar o bico do peito na criança ela suga.
â Ocorre a partir do 6o mês intrauterino.
Quando a criança chega ao 22o dia de vida e ainda não
faz sucção, é indício de que é uma criança patológica
grave e que ela não será mais capaz de faze-lo.
Reflexo de Morder:
Esse reflexo é o esboço do reflexo de sucção, é um
abrir e fechar da boca.
â Ocorre até ± a 3a semana.
Reflexo dos Pontos Cardiais
(teste de procura):
Ao tocar nos pontos da boca da criança ela
procura.
Reflexo de Gallant:
Colocando a criança em DV e estimulando a
musculatura paravertebral de um dos lados, ela se curvará
para o mesmo lado do estímulo.
â Observado até ± 2o mês.
Reflexo de Marcha automática:
Quando colocado em pé numa mesa, com
anteriorização de tronco, a criança é capaz de
desencadear a marcha automática (flexão de uma
perna e extensão da outra).
â ± 2o mês.
Reflexo de Vômito:
Ao introduzir o V dedo um pouco mais dentro
da boca da criança, ela reage com vômito (reflexo
de defesa para que ela não engasgue).
â Ocorre ± no 3o/4o mês.
â ± no 6o mês começa a introdução de papinha para
a criança, e com isso, ela perde esse reflexo (perde
essa sensibilidade nos primeiros 1/3 da língua para
o vômito)
â ± no 7o/8o mês esse reflexo é visto durante o sono
(na parte mais interna da língua).
Reflexo de Positiva de Suporte:
Quando a criança é colocada com os pés apoiados
num suporte, visualiza-se uma co-contração dos MMII como
uma resposta tátil proprioceptiva do próprio contato, dando
uma aparência de pilar.
Obs: A resposta tátil proprioceptiva desencadeia
uma isometria.
Esse reflexo é inibido quando a criança começa a
ser capaz de apoiar em calcanhar (5o /6o mês).
Reflexo de Negativa de Suporte:
Ao tirar os pés da criança de um suporte, ela
faz flexão.
Reflexo de Preensão Palmar:
Ao colocar a sua mão na mão da criança, ela reage com
preensão.
â Esse reflexo é perdido quando a flexão fisiológica já
diminuiu e a criança consegue descarregar peso na postura de
PUPPY, ± no 6o mês.
â É um reflexo tátil proprioceptivo. (extremamente
primitivo). Quando ocorre o amadurecimento do SNC e a
criança começa a conseguir vencer a gravidade e
sustentar peso sobre o braço ela começa a soltar os
objetos (em torno do 6o mês).
Obs: Começa no recém-nascido, mas não é um
reflexo típico de recém-nascido (bulbo, ponte). No 6o mês
já é mesencefálico.
Reflexo de Preensão Plantar:
Ao colocar o dedo em baixo dos dedos da
criança, ela reage com preensão.
â Esse reflexo é perdido ± no 5o/6o mês (apoio
total de calcanhar)
â É um reflexo tátil proprioceptivo.
Reflexo Cutâneo Plantar:
Ao fazer um estímulo na lateral da planta do pé da
criança, até 1 ano ela responde com abdução e extensão
de hálux. Com 2 anos ela responde com flexão de hálux.
Postura de Opstótomo:
Obs: Nos casos mais graves, a extensão é tão
grande que a criança chega a formar um arco.
Apoio em um dos calcanhares e occipital, pernas em
tesoura (cruzada), flexão de punho e cúbito, rotação interna
de úmero e boca aberta.
Algumas crianças fazem aumento de tônus em
tesoura também em MMSS, ou seja, flexão de
punho, extensão de cúbito, rotação interna de úmero
e braços cruzados.
Obs: A criança engasga, pois não consegue
engolir saliva.
RTL – Reflexo Tônico Labiríntico:
É desencadeado pelo posicionamento da cabeça (labirinto) no
espaço.
Obs: Característica marcante do recém-nascido até ± o 2o mês,
onde predomina o plano sagital.
Ao posicionar a criança na postura genopeitoral (quase DL) com a
cabeça mais em extensão, ocorre um ligeiro aumento do tônus
para extensão de todo o corpo da criança.
â Até ± 2o mês.
Obs: O posicionamento do labirinto no espaço dita o
aumento ou não do tônus. Posicionar o labirinto no
espaço é de extrema importância para controlar um tônus
patológico (criança ou adulto).
Numa criança com espasticidade, se você jogar o
labirinto para trás, ela vai entrar numa espasticidade
incontrolável.
O kique na bola “aumenta o tônus eretor”, ou seja,
normaliza o tônus mantendo uma maior retificação do
tronco pelo labirinto.
Qualquer reflexo labiríntico é desencadeado pela
musculatura nucal, ou seja, pelo posicionamento
da cabeça no espaço. Eles vão mudar a
distribuição tonal de todo o corpo da criança, pois
o labirinto é um órgão totalmente ligado a
distribuição de tônus muscular.
NUNCA se deve estimular reflexo numa
criança patológica.
RTCA – Reflexo Tônico Cervical Assimétrico
(reflexo do esgrimista):
Ao rodar (lateralizar) a cabeça da criança para um dos lados,
observa-se uma maior extensão do MS e MI do lado do olhar e
para o lado occipital, uma flexão do MS e MI.
â Observado desde o recém-nascido até ± 4 a 6 meses.
Obs: Numa criança normal o RTCA vai diminuindo gradativamente,
e mesmo no recém-nascido, dificilmente esta criança permanece no
RTCA por muito tempo.
O RTCA é a primeira noção que a criança tem dos
lados direito e esquerdo, noção de transferência de
peso.
Estímulo ao RTCA → Estimular a criança pelo
olhar
RTCA patológico → Quando ocorre de forma
abrupta ou permanece depois do 6o mês.
Obs: O recém-nascido e a criança patológica que entram
em RTCA, também fazem uma curvatura na coluna
(forma um C), uma flexão lateral do tronco.
RTCS – Reflexo Tônico Cervical Simétrico:
Quando se tem uma extensão da cabeça é desencadeado
aumento do tônus extensor dos MMSS e aumento do tônus
flexor dos MMII (gato olhando a lua)
Quando se tem ema flexão da cabeça é desencadeado aumento
do tônus flexor dos MMSS e aumento do tônus extensor dos MMII
(gato bebendo água).
â Observado até 4 a 6 meses (extremamente sutil).
Obs: Padrão total → Criança patológica grave
As crianças mal trabalhadas usam esse padrão
para se locomover (padrão coelho – usa a flexão e
extensão da cabeça para se locomover, algumas
crianças chegam a saltar).
Reações Associadas:
As reações associadas são observadas em crianças
hemiplégicas (não é o movimento normal), que ao tentar
realizar um movimento do lado são, aumentam o tônus
do lado hemiplégico.
Obs: Reação associada é quando ocorre aumento de
tônus, ou seja, é um movimento anormal, como se o lado
lesado
tentasse
auxiliar
o
movimento.
Ocorre
principalmente quando a criança tenta realizar um grau de
força que represente uma maior dificuldade para ela.
Ao nível Mesencefálico:
Reação Cervical de Retificação:
Quando a cabeça da criança é rodada para um dos lados
(ativo ou passivo), segue-se a rotação com o corpo como
um todo em direção ao lado onde a criança foi virada.
É a criança virar em bloco, também desencadeado pelos
músculos cervicais.
â Observado do nascimento até no máximo 6 meses.
Reação Corporal Agindo sobre o Corpo:
Ela modifica a reação cervical de retificação, introduzindo uma
rotação no tronco entre os ombros e o quadril. A criança pode
iniciar o virar pelo ombro, o corpo agora dissocia, o quadril
segue mais tarde ou ao inverso.
É o rolar dissociado.
â Observado do 6o ao 8o mês (experimento do plano rotacional).
Reação Labiríntica de Retificação:
Ela serve para manter a cabeça em posição normal no
espaço. É fraca no recém-nascido e realmente presente
no 4o ao 6o mês.
â Começa do 4o ao 6o mês.
Obs: Persiste por toda a vida.
Quando se esta de pé e transfere-se peso para
um dos lados, a cabeça lateraliza, o tempo inteiro
o labirinto tenta manter a retificação.
Quando você sai do seu eixo de gravidade, o
corpo tenta retificar, e isso sempre começa pela
cabeça.
A criança que não sustenta a cabeça nunca vai
conseguir uma marcha biomecanicamente correta,
não vai conseguir os outros movimentos normais, e
também não vai normalizar tônus. O controle de cabeça
é o primeiro passo que tem que ganhar, principalmente
em crianças até 1 ano.
Reação de Retificação Corporal Agindo
sobre a Cabeça:
Estimulando-se simetricamente a superfície do
corpo e colocando em contato com uma superfície
de apoio, a cabeça também se apoia nessa
superfície.
Obs: Paciente parkinsoniano ao deitar não apóia a
cabeça (encaixa o queixo).
Reação de Anfíbio:
Quando a criança é colocada em prono (DV) e
levantamos um lado da pelve, o MI e MS do lado do
estímulo se fletem.
â Observado do 4o ao 6o mês.
Obs: Estímulo ao arrastar.
Reações de Movimentos
Automáticos:
Reação de Moro:
Obs: É uma das maneiras da criança experimentar a
extensão total do corpo.
Pode ser desencadeado por movimentos bruscos, sons,
luz.
Ex: Apoiar a cabeça da criança, elevar o corpo e soltar
(movimento brusco), bater palma na frente da criança.
Com a queda, a criança desencadeia uma extensão e
abdução de caráter global dos 4 membros, seguida de
uma flexão e adução.
â Observa-se extensão total até 4 meses, mas pode ter
resquícios até 1 ano.
Obs: A ausência do Moro é sinal de lesão.
Reação de Landau:
Colocando a criança em suspensão ventral, ela
responde com um movimento de extensão da cabeça e
quadril.
â Inicia-se por volta do 5o ao 6o mês e mais pronunciado
do 7o ao 12o mês.
Obs: Do 7o ao 12o mês é comum observar extensão
também dos MMII.
É uma reação que começa a ser desencadeada pela
cabeça; uma criança sem controle de cabeça e com
pouca força de tronco não consegue fazer isso.
Extensão Protetora dos Braços ou Reação de
Para-Quedas:
Colocar a criança em DV na bola e levar para frente,
para os lados e para trás ou segurando a criança pela
cintura, no ar, levar de encontro ao chão.
â Normal de 5o ao 6o mês para frente, 8o mês para os
lados e 10o mês para trás.
Obs: A reação protetora para o lado esta totalmente
ligada a melhora da reação de retificação.
Ao nível Cortical:
Reações de Equilíbrio:
Ao colocar uma criança de 6 meses em DV numa
prancha, já se consegue identificar a reação de
equilíbrio. A criança realiza uma contração lateral, e
mantém essa contração quando se desloca ou lateraliza
a prancha.
Obs: Em DD a criança rola, ou seja, ainda não consegue
manter o equilíbrio ao deslocar a prancha.
*Com 8 meses a criança consegue responder
ao equilíbrio quando colada em DD.
*Com 12 meses a criança consegue responder
ao equilíbrio quando colada na postura sentada.
*Com 18 meses a criança consegue responder
ao equilíbrio quando colada de pé.

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