óleo - Instituto Politécnico de Santarém
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PLANTAS AROMÁTICAS E MEDICINAIS (PAM) - Utilizações Industriais Carmo Serrano [email protected] Instituto Politécnico de Santarém 6-03-2013 Objectivo do estudo das PAM • Estudar químicamente as essências e os extratos das PAM para utilizar com fins terapêuticos (plantas medicinais), aromáticos (plantas aromáticas) e dietéticos ou gastronómicos (plantas condimentares) • Selecionar as espécies com maior rendimento e elevado conteúdo em substâncias (ou princípios ativos) para utilização nos diferentes setores industriais. • O valor da sua utilização depende da riqueza em princípios ativos, da abundância/escassez com que existem na natureza e da dificuldade da sua extração Quantas espécies de PAM são comercializadas? • 12 Países lideravam o mercado mundial de exportação (281 550 ton) e importação (342 550 ton) de PAM de 1991 a 1998. • Europa (94 300 toneladas) região onde predominava a importação de PAM. Países que exportam 11250 ton 11350 ton 11850 ton 10150 ton 10600 ton Países que importam 7600 ton 11350 ton 8100 ton 7350 ton 7250 ton 8600 ton 11450 ton 12400 ton 73650 ton Hong Kong 20800 ton 139750 ton China 15050 ton 11950 ton Alemanha China Chile Bulgária 6550 ton 31400 ton 36750 ton India India Egipto Pakistão 56750 ton Japão 45850 ton Alemanha Alemanha Singapura Alabânia USA México Marocos 56000 ton USA Hong Kong Japão USA Alemanha Rep. Coreia França China Itália Pakistão Espanha Reino Unido Singapura 2000 espécies comercializadas: 1.200 a 1.300 são nativas da Europa 90% PAM europeias são silvestres; 14 espécies em perigo de extinção Fonte: UNCTAD COMTRADE database, United Nations Statistics Division, New York (Lange 2002). Quantas PAM são usadas no mundo inteiro? Quantas espécies de plantas são usadas para fins medicinais? Vietnam USA Tailândia Sri lanka Philipinas Paquistão Nepal Malásia Indónésia India China 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 Espécies de plantas medicinais (52885) Do total das 422 000 espécies de plantas, pode-se estimar que ~50 000 (~8,5%) são utilizadas para fins medicinais. Compostos isolados 12.000 (10% total) (Fonte:Bramwell 2002; Govaert 2001), Tipos de matérias primas obtidas a partir das PAM Matéria prima – materiais extraídos da natureza para produzir bens de consumo Produto inicial Planta fresca Produto final Processo de transformação Planta fresca Lavagem, desinfeção, embalagem Planta seca Trituração, secagem, triagem Planta congelada Planta liofilizada Lavagem , desinfeção, congelação, Congelação por sublimação Óleo essencial Trituração, arejamento , destilação Extracto Trituração, arejamento , extração Óleo-resina Desidratação, extração, evaporação A transformação depende do produto comercial que se pretende obter e do sector industrial a que se destina Planta seca sob a forma de: flores (camomila, arnica, laranjeira, bergamota) pétalas (rosa, malva) folhas (segurelha, menta, eucalipto, louro) Calêndula caule (tilia, canela) madeira (sândalo) raizes (valeriana), rizomas (cúrcuma) fruto (limão, noz moscada) estigmas (açafrão) planta (urtiga, dente de leão, anis) sementes (anis, cominho, coriandro) Noz-moscada Segurelha Canela Sândalo Planta fresca Planta inteira vendida sem secagem Planta congelada Salsa Planta conservada e/ou crio-triturada com azoto líquido ( T=-196ºC ) evita degradações das substâncias a preservar Planta liofilizada Desidratação por congelação. Submeter o material a temperaturas baixas (T= -40º C, -50º C ) congela a água e sublima o gelo pelo vácuo. Óleo essencial Produtos aromáticos que se evaporam à temperatura ambiente designando-se óleos voláteis, óleos essenciais ou essências. Óleo-resinas Obtém-se de espécies desidratadas por extracção com um solvente não aquoso, sendo posteriormente evaporado Métodos de extração de óleos essenciais Destilação a vapor Hidrodestilação Prensagem a frio Extração com solventes Enfleurage Extração com dióxido de carbono Extrato Maior concentração de ervas produzidas por extração com um solvente. Extrato em pó Versão em pó do extrato líquido ou sólido após evaporação do solvente (coeficiente de erva seca 1:1 a 10:1) Extrato sólido Extrato líquido concentrado por evaporação a vácuo (coeficiente de erva seca 4:1) Extrato normalizado Extrato em pó elaborado por evaporação, com o componente activo identificado e quantificado Extrato completo Contém todo o espectro dos ingredientes presentes na erva original, para além dos compostos activos Extrato líquido Preparação alcoólica ou hidroalcoólica com um coeficiente de erva seca de 1:2 Métodos para obtenção dos extratos vegetais Infusão Maceração Percolação Digestão Decoção Extração contínua a quente Precipitação Extração líquido-líquido Destilação Que valor comercial têm as plantas secas? Plantas produzidas em modo biológico na Europa 9,3 EUR/Kg 5,3 EUR Tomilho /Kg Alecrim 8,2 EUR/Kg Sálvia 10,65 EUR/Kg Estragão 11,85 EUR/Kg 7,8 EUR Segurelha /Kg Menta alecrim Espanha/Turquia segurelha França estragão Espanha/Holanda sálvia Espanha/Croácia menta Egipto/Turquia tomilho Alemanha Mercado mundial - Preços de plantas secas • Plantas secas mais consumidas em volume Nome comum Nome científico Preço (USD/Kg) Cardo mariano Sylibum marianum 45,6 Cavalinha Equisetum arvense 54,7 Folha de eucalipto Eucaliptus globulus Cavalinha -- Folha de eucalipto • Plantas secas mais caras Estragão Raíz de gisengue Estrigmas do açafrão Nome comum Nome científico Preço (USD/Kg Raiz de ginsengue Panax ginsengue 730,0 Estigmas de açafrão Crocus sativus 694,5 Estragão Artemisia drancunlus 60,0 Que valor comercial têm os óleos? • Óleos essenciais de ervas Plantas Nome científico Mangericão Ocimum basilicum Camomila, alemã Matricaria recutita Camomila, romana Anthemus nobilis Alfazema Lavandula officinalis Alfazema Lavandula officinalis Alfazema Lavandula officinalis Alfazema Lavandula x intermedia Oregão Origanum vulgare Oregão Origanum vulgare Menta Mentha x piperita Menta Mentha x piperita Menta Mentha arvensis L. Alecrim Rosmarinus officinalis Segurelha Satureja hortensis Tomilho Thymus vulgaris Origem Itália R.Unido/Hungria Reino Unido/Itália Bulgária França/Bulgária França França/Espanha Índia/Espanha Espanha França Reino Unido/Índia Nepal Tunísia/Espanha Bósnia/Croácia Albânia/Húngria Preço (EUR/Kg) 180-220 800-1050 1200-1700 100-130 135-215 180-240 110-130 160-190 150-190 150-165 70-125 80-90 60-90 60-200 210-300 Que valor comercial têm os óleos? • Óleos essenciais de especiarias e citrinos Nome comum Nome científico Preço EUR/Kg Pimenta preta Piper nigrum 180-220 Cardamomo Elettaria cardamomum 400-500 Gengibre Zingiber officinale 240-300 Anis Pimpinella anisum 250-270 Coentro Coriandrum sativum 250-360 Funcho Foeniculum Vulgare 160-200 Cominho Cuminum cyminum 220-250 Limão Citrus lemon 45-130 Bergamota Citrus bergamia 140-250 Laranja Citrus aurantium 20-40 Tangerina Citrus reticulata 240-250 Óleos de especiarias Óleos de especiarias sementes Óleos de citrinos Que valor comercial têm os óleos? • Óleos essenciais para perfumes Nome comum Nome científico Preço (EUR/Kg) Gerânio Pelargonium graveolens 200-240 Patchouli Pogostemon cablin 130-160 Rosa Rosae damascena 7000-7500 Baga de zimbro Juniperus communis 160-330 Kananga do Japão Cananga odorata 250-300 Citronela Cymbopogon nardus 25-50 Eucaliptus Eucalyptus citriodora 40-45 Erva-principe Cymbopogon citratus 45-65 Eucalipto Eucaliptus globulus 25-30 Palmarosa Cymbopogon martinii 55-100 Capim-vetiver Chrysopogon zizanioides L. 225-350 • Socilitados por empresas Nome comum Nome científico Preço EUR/Kg Alecrim Rosmarinus officinalis 60-90 Eucalipto Eucalyptus globulus 25-80 Tomilhos Thymus sp. 210-300 Limão Citrus lemon 45-130 Hortelã pimenta Mentha piperita 70-190 Laranja Citrus aurantium 20-40 • Maior consumo em volume Nome comum Nome científico Laranja Citrus aurantium Lavanda Lavandula angustifolia Que valor comercial têm os extratos? Tipo Nome comum Nome científico Normalização Preço (%) (USD/Kg) Gingko Gingko biloba -- -- Cavalinha Equisetum arvense -- -- Hypericum perforatum L 0,3/3,0 Hipericinas 46 Valeriana officinalis 0,25-0,35 Ácido valerénico 60-70 Glycyrrhyza glabra L. -- 24,05 Medicinal Hipiricão Valeriana Alimentar Alcaçuz Tipos de plantas que se utilizam nas várias indústrias Aromáticas: óleos essenciais nas folhas Medicinais: metabolitos secundários atividade terapêutica Especiarias: Plantas amargas: atividade antisética e tempero de alimentos substâncias amargas (licores) Corantes: componentes químicos para tingir tecidos, alimentos, cosméticos,… Resinas: plantas que contém exudados, principalmente no tronco (incensos, perfumes) Principais produtos e utilizações Atividade farmacológica Plantas em pó Extratos Óleos essenciais Fitoterapia Homeopatia Aromoterapia Preparação de medicamentos Isolamento de ingredientes ativos Matérias primas para uso industrial Modelos para síntese Moléculas para semi-síntese Plantas em pó Complemento Óleos essenciais nutricional Extratos Produtos isolados Produtos alimentares Cosméticos Como se determina a atividade farmacológica das plantas? Biomassa Extrair Extrato concreto Determinar a atividade biológica Separar Extrato frações Isolar Composto ativo Composto puro Identificar Compostos ativos nas plantas medicinais Componentes ativos e atividade farmacológica de algumas plantas Espécies Propriedades Componentes ativos Cáscara sagrada Purgativos Antraquinonas Dedaleira Diurético, tónico para o coração Heterósidos cardiotónicos Cerejeira, amendoeira Anestésicos. Anti-espasmódica. Hipotenso. Cianogénicos Aveia Antibacteriana. Anti-coagulante. Proteção contra o sol. Coumarinas Pereira, salgueiro Antipirético Compostos Fenólicos Girassol Capilares fracos. Vitamina C Flavonóides Alho, cebola Antibióticos Sulfurados Árvore de abeto. Milho. Alcaçuz. Saponaria. Violeta. Anemia. Emolientes. Dermatite. Saponinas Plantas de bagas Irritação da pele Ranunculósidos Compostos ativos nas plantas medicinais Grupos funcionais de cada categoria e atividade farmacológica Composto Propriedades Exemplo Álcool Mentol, geraniol Antimicrobiano, antisético tonificante, espasmolítico Aldeído Citral, citronelal Espasmolítico, sedante, antiviral Cetona Cânfora, tujona Mucolítico, regenerador celular, neurotóxico Éster Metil salicilato Espasmolítico, sedativo, antifúngico Éteres Cineol, ascaridol Espectorante, estimulante Éter fenólico Safrol, anetol, miristicina Diurético, estomacal, expetorante Fenol Timol, eugenol, carvacrol Antimicrobiano, irritante, estimulante imunológico Hidrocarboneto Pineno, limoneno Estimulante, descongestionante antivírico, antitumoral Setores industriais que utilizam as PAM Medicinal e produtos herbais Alimentar Perfumes e cosmética Setor medicinal e herbal Indústria farmacêutica A indústria farmacêutica utiliza as plantas medicinais devido ao seu conteúdo em substâncias bio-ativas com propriedades terapêuticas. Utiliza a planta seca, extractos ou os princípios ativos isolados, para o fabrico de medicamentos. Ex: a morfina foi isolada, no séc XIX a partir da papoila (Papaver somniferum) = Papaver somniferum Extracto Composto puro Morfina Setor medicinal e herbal Princípios ativos isolados de plantas Categoria Fármaco Planta medicinal Antimaláricos Quinina Cinchona officinalis Analgésicos Codeína e Morfina Papaver somniferum Anti-hipertensivos Reserpina Rauwolfia serpentina Glicósidos cardíacos Digoxina Digitalies purpúrea Anticancerígenos Taxol Taxus bervifolia Cinchona officinalis Papaver somniferum Digitalies Rauwolfia serpentina purpúrea Taxus bervifolia Setor medicinal e herbal Óleos essenciais na indústria farmacêutica Pelas caraterísticas aromáticas: •Corretivos de sabor e odor de medicamentos de administração oral. • Aromatizantes em medicamentos para aplicação sobre a pele e mucosas. •Matérias-primas para a semi-síntese de outros compostos: Cominhos Limoeiro Safrol Síntese da vanilina a partir do safrol ou do eugenol; Sintese da vitamina A a partir do citral Síntese do mentol a partir do α-pineno. Setor medicinal e herbal Fitoterapia Fitoterapia, baseia-se no estudo das plantas medicinais e nas suas aplicações na cura das doenças. A Fitoterapia utiliza a planta toda ou parte dela: plantas são secas, realizam-se extratos ou isolam-se os componentes ativos. As plantas medicinais também podem ser utilizadas, sem isolamento dos princípios ativos, sob a forma de chás. Hipiricão Pilriteiro Sistema nervoso central Valeriana Aparelho cardiovascular Dedaleira Aparelho respiratório Tília Sabugueiro Sistema digestivo Hortelã-pimenta Camomila Indicações em ginecologia Cimifuga Anho-casto No aparelho urinário Uva-ursina Urtiga No aparelho locomotor Harpagófito Salgueiro Afeções cutâneas Calêndula Arnica Setor medicinal e herbal Aromoterapia e homeopatia A aromaterapia consiste na utilização de óleos essenciais com fins terapêuticos. Aplicados em massagens ou no banho, ou usados como perfumes e ambientadores. Na homeopatia, as plantas medicinais, são usadas para preparar produtos terapêuticos conhecidos como “tinturas mãe”, dos quais se obtém diluições infinitesimais para os medicamentos homeopáticas. Lavanda Lavandula angustifolia Salva Salvia lavandulifolia Tomilho-do-mar Thymus camphoratus Rosmaninho Rosmarinus officinalis L. Setor medicinal e herbal Fitoterapia veterinária • As plantas medicinais são cada vez mais utilizados como complemento na alimentação do gado ou no tratamento dos animais. • As substâncias presentes nas plantas medicinais protegem os animais a vários tipos de bactérias, fungos, virus sem apresentar efeitos adversos. Tagetes erecta utilizada na alimentação de frangos para Intensificar a cor da gema. Aloe vera Luteína Tagetes erecta L. Aloés usada para tratar mastites (inflamação da glândula mamária) em vacas Harpagófito Alcaçuz Anti-inflamatórias Harpagofitum procumbens Glycyrrhyza glabra L Equinácea Salva Antimicrobianas Equinacea angustifolia D.C Espinheiro -branco Salvia officinalis Plantas para cólicas e dispepsias Nogueira do Japão Melaleuca Crataegus monogyna Antifúngica Inseticida Ginkgo biloba Citronela Melaleuca armillaris Cymbopogon winterianus Nome comum Nome científico Arnica Arnica montana Alcachofra Cynara scolimus Equinácea Echinacea purpurea Cavalinha Equisetum arvense Hipiricão Hypericum perforatum Louro Laurus nobilis Menta Mentha piperita Tomilhos Thymus sp. Valeriana Valeriana officinalis Plantas que os mercados pretendem Nome comum Nome científico Papoila Papaver somniferum Cardo Mariano Sylibum marianum Uva-ursina Arctostaphylos uva-ursi L. Açafrão Crocus sativus Hipiricão Hypericum perforatum Valeriana Valeriana officinalis Camomila Matricaria chamomilla L. Hortelã-pimenta Mentha piperita Salvia Salvia officinalis Tomilho Tomilho vulgaris Erva-cidreira Melissa officinalis L. Hortelã Mentha spicata Lúcia-lima Aloysia triphylla Mangerona Origanum majorana Nota: Laboratórios farmacêuticos, ervanária O setor alimentar A índústria de especiarias e condimentos Utilização de substâncias vegetais em pequenas quantidades para dar sabor e preservar os alimentos. Provenientes de raízes, cascas, flores, sementes, folhas e frutos de plantas aromáticas secas. Os países do mediterrâneo são os principais produtores de folhas como o tomilho e o louro, de estigmas como o açafrão e de algumas sementes como o coentro. Louro Tomilho Açafrão Coentro Coriandrum sativum O setor alimentar Aditivos alimentares Substâncias químicas adicionadas alimentos, processados, congelados ou enlatados para os conservar, mantendo a textura, o sabor, a aparência e o cheiro. Obtidos a partir de óleos essenciais e de extratos de substâncias vegetais, etc. Amarelo - Curcumina usada em gelados, padaria, iogurtes, molhos, queijos, bebidas, condimentos, pratos pré-cozinhados, sopas Luteína extraída da Tagetes erecta L. Laranja - Carotenóide usada em manteiga, queijos, compota e cereais Vermelho - Carotenóide usado em produtos cárneos A aplicação de extratos como conservantes está relacionada com a estrutura química específica presente nos materiais vegetais de partida Óleos Syzygium aromaticum Rosmaninho Extratos O setor alimentar Alimentos funcionais Alimentos que, para além das propriedades nutricionais, providenciam efeitos benéficos na saúde. Probióticos: micróbios vivos que podem ser incluídos na preparação de vários produtos (alimentos, medicamentos e suplementos dietéticos) Ex: iogurtes com os lactobacílos Pré-bióticos: substâncias alimentares polissacarídeos ou oligossacáridos mal digeridos pelas enzimas e utilizados como ingredientes de alimentos e cremes Ex: Oligofrutose, Lactulose (fibras das ervilhas e tremoços) Compostos bioativos: Carotenóides: betacaroteno, licopeno e luteína Glucosinolatos: sulforafano, sinigrina Fitoestrogénios: isoflavonas Polifenóis: ácidos fenólicos, flavonóides, taninos, etc O setor alimentar A índústria de licores Plantas aromáticas e medicinais são utilizadas para preparar licores. Nos séculos XV-XIX, foram usados para fins medicinais. São usados métodos de extração a frio por maceração (frutos) e a quente por destilação (sementes, flores e cascas). Entre as muitas espécies vegetais encontramos: O setor dos cosméticos e perfumes Os cosméticos Fito-cosméticos como o uso de ingredientes ativos de plantas para o tratamento da pele ou do cabelo. Propriedades dermatológicas: tonificantes, adstringentes, antiflamatórias, antiséticas, cicatrizantes, detergentes, suavizantes, calmantes, refrescantes, descongestionantes As preparações cosméticas a partir de extractos vegetais podem apresentar-se em cremes, emulsões, loções, géis, óleos, sabonetes, desodorizantes, cosméticos etc ... Exemplos de extratos de algumas espécies vegetais são: Calêndula Camomila O setor dos cosméticos e perfumes Os perfumes Utilização de óleos essenciais e aromas obtidos a partir de diferentes partes de plantas: flores (maior fonte de aromas): jasmim, rosa, mimosa, camomila, arnica, laranjeira, bergamota caule (canela, sassafrás (Sassafras albidum) folhas (salvia, violetas, alecrim, folhas de cítricos) madeira (sândalo, jacarandá, cedro, pinheiro, zimbro) raizes (vetiver), rizomas (cúrcuma) frutos (limão, noz moscada) estigmas (açafrão) sementes (coentro, cardamomo, anis) Resinas ( láudano, mirra, bálsamo do Perú, pinheiro e abeto) O setor dos cosméticos e perfumes Os perfumes O perfume é feito usando o sistema piramidal ou 3 camadas Altas (mais volátil), médias e baixas (menos volátil) Perfume é a maior concentração de uma fragância, contém ~20% óleos essenciais ou aromas. Água de perfume contém ~ 10% Água de toilette contém ~ 5% Água de Colónia contém entre 2 ou 3% Quanto maior a concentração de óleos essenciais no perfume mais caro é. Exemplos de espécies vegetais usadas como perfumes: Arnica Jasmim Laranja amarga Narciso Necessidades do mercado Nome comum Nome científico Louro Laurus nobilis Alecrim Rosmarinus officinalis Hortelã-pimenta Mentha spicata Citricos Laranja, limão genciana Gentiana lutea L.lutea Alfavaca Ocimum basilicum Zimbro Juniperus communis salsa Petroselinum crispum Lavanda Lavanda angustifolia Hortelã-pimenta Mentha spicata Camomila Chamaemelum nobile Rosa Rosa spp Aloe-vera Aloe barbadensis Calêndula Calendula officinalis Arnica Arnica montana Nota: Indústria alimentar e indústria de cosméticos e perfumes Perspetivas Em Portugal, está a assistir-se a um incremento da produção de PAM reflexo do consumo e de novos mercados. A caracterização e isolamento das substâncias com princípios ativos, para a produção de novos fármacos são cada vez mais utilizados pela medicina atual (fitoterapia). As PAM revelam enormes potencialidades de aplicação, diversificação de produtos e de utilização Classificação dos óleos essenciais óleos Origem Natureza química Essências Naturais Quimiotipo Bálsamos Artificiais Resinas Sintéticos Consistência Óleo-resinas Gomo-resinas Essências: fluídas, líquidos voláteis à temperatura ambiente Bálsamos: espessas, pouco voláteis, extratos naturais obtidos de uma árvore ou arbusto (ex: Bálsamo do Perú) Resinas: sólidos amorfos, de natureza complexa óleoresinas: misturas homogéneas de resinas e óleos e essenciais (ex: resina de Pinus contém resina (colofónia) e óleo essencial (terebintina) gomoresinas: extratos obtidos de árvores ou plantas misturas de gomas e resinas Naturais: obtém-se directamente da planta Artificiais: processos de enriquecimento da mesma essência com um ou vários dos seus componentes (ex.: essência de anis enriquecida com anetol) Sintéticos: produzidos por síntese química (ex: essências de baunilha, limão) Quimiotipo: Variação da composição do óleo essencial dentro da mesma espécie Exemplo: Thymus vulgaris contém 6 quimiotipos diferentes: timol, carvacrol, linalol, geraniol, tujanol, terpineol ex:Thymus vulgaris linalol Thymus vulgaris timol Myroxylon peruiferum L resina de Pinus Ferula gummosa bálsamo do Perú Gálbanogomoresina Princípios ativos das PAM A atividade farmacológica das PAM baseia-se na presença de compostos químicos que se denominam princípios ativos. Os grupos químicos mais importantes são: Produtos do metabolismo primário processos químicos do crescimento • glúcidos, lípidos derivados de aminoácidos Produtos do metabolismo secundário sintetizados como defesa de hebívoros,etc.. • Heterósidos: antraquinónicos, cardiotónicos, cianogénicos, cumarínicos, fenólicos, flavónicos, racnunculósidos, saponósidos, sulfurados • Polifenóis: ácidos fenólicos, cumarinas, flavonóides; lignanos; taninos; quinonas • Terpenóides: óleos essenciais, iridóides , lactonas, diterpenos, saponinas • Alcalóides Sistema nervoso central Hypericum perforatum L. Origem Toda Europa (excepto extremo N), ocidente Ásia, Próximo Oriente, Região Mediterrânea e Macaronésia Habitat Terrenos cultivados, incultos, matagais, matos e ruderal Época de Floração Maio - Outubro Partes utlilizadas Flores e óleo essencial destas Atividade Farmacológica Atividade ansiolítica, hipnótica e sedativa Constituinte ativo Hipericinas Produto Cápsulas Nome comum Erva-de santa-Maria, hipiricão ou milfurada Hipiricão Aparelho cardiovascular Crataegus oxycantha L. Distribuição Geral W e C Europa, Cáucaso, Anatólia, Próximo Oriente e NW África; introduzida na Macaronésia (Madeira), América do N, SE Austrália e Nova Zelândia Habitat Matos e ruderal Época de Floração Abril - Maio Partes utlilizadas Folhas, Flores e bagas extractos Atividade Farmacológica Tratamento de insuficiência cardíaca classe I e II da Classificação funcional da NYHA Compostos ativos Flavonóides, Proantocianidinas Produto Ampolas, gotas, cápsulas e xarope Nome comum Abronceiro; Branca-espinha; Cambrulheiro; Combroeiro; Escalheiro; Escrambrulheiro; Espinha-branca; Espinheiro-alvar; Espinheirobranco; Espinheiro-ordinário; pilriteiro Frutos de pilriteiro Aparelho respiratório Sambucus nigra L. Origem Grande parte Europa, Cáucaso, W e SW Ásia; subespontânea N África (Argélia e Tunísia) e Macaronésia (Açores e Madeira) Habitat Matos e ripícola; ornamental Época de Floração Abril - Agosto Partes utlilizadas Flores e óleo essencial destas Atividade Farmacológica Gripes com o diaforético e indutor da secrecção brônquica. Composto ativo Flavonóides, mucilagens e fitoesteróis Produto Gotas, Xarope. Infusões. Nome comum Candelheiro; Canineiro; Flor-de-sabugueiro; Galacrista; Rosa-de-bem-fazer; Sabugo; Sabugueiro; Sabugueiro-negro; Sabugueiropreto sabugueiro Sistema digestivo Chamomilla recutita (L.) Rauschert Origem Quase toda Europa, Região Mediterrânica Habitat Relvados húmidos e ruderal Época de Floração Abril - Julho Partes utlilizadas Capítulos Florais e óleo essencial destas Atividade Farmacológica Na inflamação da mucosa gástrica. Composto ativo Extractos:Glucósidos de Flavonoides Óleo: Sesquiterpénicos Produto Gotas e solução Nome comum Camomila; Camomila-alemã; Camomila-daAlemanha; Camomila-dos-alemães; Camomila-vulgar; Mançanila; Margaça-das-boticas; Matricária camomila Com indicações em ginecologia Vitex agnus-castus L. Origem Região mediterrânea e Ásia Ocidental. Em Portugal encontra-se em Trás-os-Montes Habitat Sebes, margens dos rios e terrenos pantanosos Época de Floração Partes utlilizadas Frutos (bagas escuras) Atividade Farmacológica Síndrome pré-menstrual e desconforto mamário. Irregularidades menstruais e fertilidade. Lactação e líbido Constituintes ativos Flavonóides, diterpenóides labdânicos, Glicósidos iridóides e esteróides Produto Fruto. Tintura Nome comum Agno-casto, árvore da castidade, flor-dacastidade Anho-casto Com ação no aparelho urinário Arctostaphylos uva-ursi Origem Europa. Habitat Região montanhosa do norte de Portugal Época de Floração Partes utlilizadas Folhas Atividade Farmacológica Infeções urinárias Composto ativo Glucósido da hidraquinona (arbutósido) Produto Cápsulas e gotas Nome comum Buxulo, medronheiro-rojante, medronheiro-ursino e uva-de-urso Uva-de-ursina Com acção no aparelho locomotor Salix alba L. Origem Europa, W, SW e C Ásia e Região Mediterrânica; naturalizado América N Habitat Relvados húmidos e ripícola Época de Floração Março - Abril Partes utlilizadas Cascas Atividade Farmacológica Tratamento de dores reumatismais Composto ativo Glucósido salicina Produtos Cápsulas. Xarope, ampolas, gotas e gel Nome comum Salgueiro-branco; Sinceiro; Vimeiro-branco Salgueiro Com acção nas afecções cutâneas Calendula officinalis L. var. prolifera Origem Sul da Europa Habitat Climas frescos e temperados; Solos bem drenados Época de Floração Junho - Outubro Partes utlilizadas Capítulos florais Atividade Farmacológica Cicatrizante e anti-séptico em afecções dermatológicas (eritemas, queimaduras, dermatoses secas, úlceras...) Principais constituintes ativos Flavonóides, ésteres do triterpendiol e os saponósidos Produto Pomada e creme Nome comum Calêndula; Maravilhas; Boas-noites; Belas-noites calêndula Mentha pulegium L. Origem Habitat S, W e C Europa, NW África e Próximo Oriente Relvados húmidos, ruderal e ripícola Época de Floração Junho - Agosto Partes utlilizadas Partes aéreas floridas e o óleo essencial destas Atividade Farmacológica Antisético e cicatrizante (óleo ) Principais utilizações Fitoterapia, insecticida e detergentes. Nome comum Hortelã-dos-Açores; Hortelãpimenta-mansa; Poejo; Poêjo; Poêjos poejo Laurus nobilis L. Origem Região Mediterrânica Habitat Rípicula Época de Floração Fevereiro - Abril Partes utlilizadas Folhas e óleo essencial destas Atividade Farmacológica óleo: antisético e antifúngico Principais utilizações Fitoterapia (folhas ); Condimentar (folhas secas); Indústria alimentar (aromatizante) (óleo:preparação de molhos e aroma de pratos pré-preparados) Nome comum Louro, loureiro-comum, loureiro-de-apolo, loureiro dos-poetas loureiro Mentha x piperita L. Origem Sub-espontânea Habitat Relvados húmidos e ripícola Época de Floração Maio - Outubro Partes utlilizadas Folhas e óleo essencial da parte aérea florida Actividade Farmacológica Principais utilizações Nome comum Folhas: Antisética, tranquilizante, analgésica Òleo acção espasmolítica, espectorante, descongestionante,... Fitoterapia (folhas); Condimentar (folhas); Indústria alimentar (óleo), indústria farmacêutica, indústria tabaqueira, perfumes... Hortelã; Hortelã-apimentada; Hortelã-de-água-de-cheiro; Hortelã-de-água-de-colónia; Hortelã-das-damas; Hortelãpimenta Hortelã-pimenta Rosmarinus officinalis L. Origem Região Mediterrânica Habitat Matos, matagais, terrenos incultos e rupícola Época de Floração Quase todo ano (essencialmente Janeiro - Maio) Partes utlilizadas Folhas, partes aéreas floridas e óleo essencial destas Atividade Farmacológica Folhas: Antiespasmódica, hepatoprotectora, óleo : antisética e antiinflamatória Principais utilizações Fitoterapia, cosmética, condimentos, antioxidante na indústria alimentar(folhas e partes aéreas floridas); aromoterapia (óleo), insecticida (planta) Nome comum Alecrim; Alecrim-da-terra; Alecrinzeiro; Alicrizeiro; Rosmaninho alecrim Arnica montana L. Origem Habitat Europa; América do Norte Prados, urzais e clareiras, sobretudo montanhosos Época de Floração Primavera, a partir de Abril Partes utlilizadas Capítulos florais e óleo essencial destes Atividade Farmacológica Contusões, hematoma, edema devido a fracturas, dores reumáticas, faringe, picadas de insectos Constituintes ativos Lactonas sesquiterpénicas e outros ésteres Produtos Creme. óleo de massagem Nome comum Arnica; Panaceia-das-quedas; Craveiro-dosAlpes; Arnica-europeia; Quina-dos-pobres; Tabaco-dos-saboianos arnica Obrigada