projeto de leitura e produção textual na educação de
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projeto de leitura e produção textual na educação de
[Digite texto] ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765 REFLEXÕES SOBRE O ESTÁGIO SUPERVISIONADO: PROJETO DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EJA – CICLO III Tatiana Fabiola Ferreira Dias-UFPB1 Paula Christina Silva Moreira-UFPB2 Orientador (a): Profa. Dra. Daniela Maria Segabinazi-UFPB3 RESUMO Este trabalho é resultado do projeto didático apresentado às disciplinas de Estágio IV e V, onde o nosso objetivo foi instigar no aluno o hábito da leitura, não apenas decodificando as palavras, mas interpretando os sentidos estabelecidos pelo mesmo ao ler o texto. A proposta pedagógica desenvolvida nesse projeto surgiu através das aulas observadas numa Escola Municipal, da Cidade de João Pessoa, com alunos do Ensino Fundamental EJA – Ciclo III, com idades variadas entre 17 e 35 anos, turno noite. Nessas aulas detectamos a falta de interesse dos alunos no que tange ao ensino de leitura e escrita, especialmente, de produção textual, além das dificuldades que os mesmos enfrentam por estarem tanto tempo fora da sala de aula e dos que precisam trabalhar durante o dia. A fundamentação teórica que norteou a realização do projeto didático, assentado nos gêneros crônicas e charges, foram Rildo Cosson (2014), Daniela Segabinazi (2014), Lívia Suassuna, Iran Ferreira de Melo e Wanderley Elias Coelho (2006) e Regina Zilbermam (s/d). A metodologia utilizada foi baseada no letramento literário e na estética da recepção. Em um primeiro momento, utilizamos o gênero charge como ponto de partida para exemplificar conceitos de linguagem, textos verbais e não verbais e, posteriormente, trabalhamos o gênero crônica, por conter elementos semelhantes a charge como o retrato de fatos do cotidiano, da realidade, com uma linguagem simples, provocando no aluno o interesse pela leitura; assim, partimos da leitura de textos curtos para estimula-los a produzir textos utilizando o gênero crônica. Os dados obtidos mostraram-nos que é possível inserir o aluno de EJA, dentro desse universo da leitura, capacitando-o a ler e interpretar as variedades manifestações da língua, através de textos, independente do suporte em 1 Graduanda do curso Letras Português-Universidade Federal da Paraíba. Graduanda do curso Letras Português-Universidade Federal da Paraíba. 3 Profa. Dra. do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas - Universidade Federal da Paraíba. 2 Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 1 [Digite texto] ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765 que esteja veiculada, provocando no mesmo a necessidade de buscar elementos que fomente sua postura como sujeito atuante na sociedade e criar condições para que o mesmo possa se expressar através da escrita. Palavras– chave: estágio supervisionado. Leitura. prática docente. ensino. INTRODUÇÃO O objetivo desse trabalho é relatar como se deu a execução da proposta pedagógica desenvolvida na disciplina de Estágio Supervisionado IV e V, a partir das aulas observadas numa Escola Municipal da Cidade de João Pessoa, Bairro Bancários, com alunos do Ensino Fundamental EJA – Ciclo III, com idades variadas entre 17 e 35 anos. Assim, ao detectarmos, nessas aulas, a falta de interesse dos alunos no que tange ao ensino de leitura e escrita, em especial, da produção textual, além das dificuldades que os mesmos enfrentam por estarem tanto tempo fora da sala de aula e ou por precisam trabalhar durante o dia, é que desenvolvemos o projeto de estágio que ora se apresenta. Uma das grandes dificuldades que o professor precisa lidar é com a falta de interesse dos alunos para a leitura; e, com o avanço das tecnologias, essa barreira se torna cada vez mais difícil de transpor. Ao mesmo tempo em que informações chegam de forma rápida e resumidas e estão ao alcance em apenas um “click”, somos cercados de textos, seja verbal ou não verbal, tais como letreiros de ônibus, outdoors, cartazes, placas de trânsitos, embalagens de alimentos, bula de remédios, etc. Diante de tantas diversidades de gêneros, como incentivar no aluno, o hábito e o gosto pela leitura? O ensino de Jovens e Adultos, além de propiciar a uma clientela que opta estudar a noite, seja pela idade ou situação sócio-econômico-cultural, uma oportunidade de concluir seus estudos, deve promover a inserção desse aluno na prática de linguagem no seu cotidiano, seja pessoal ou profissional. Nesse contexto, o professor precisa desenvolver ações que integrem esse aluno à sociedade através da Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 2 [Digite texto] ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765 escrita e leitura, não apenas como decodificadora de sinais gráficos e sim levando-o a descobrir os sentidos que esses códigos trazem implícitos. Dentro desse contexto, o ensino de língua e escrita são (ou deveriam ser) indissociáveis e seu ensino não pode (ou não deveria ocorrer) separadamente. De acordo com Daniela Segabinazi, no seu artigo Aula de Literatura: O Imaginário Coletivo sobre Minorias e Gêneros nas obras de ficção e nas leituras dos leitores: A integração entre língua e literatura advém de um processo de leitura, de compreensão da palavra, pois ambas não são de campos tão adversos como se mostram na escola. A separação ignora que língua e literatura trabalham e objetivam a produção de sentidos sobre os gêneros discursivos, entre eles o literário e, descaracteriza a organicidade de recursos linguísticos que não são exclusivos da literatura. (SEGABINAZI, 2014, p.67, grifos nossos.) Diante dessa perspectiva, nosso objetivo no projeto didático do estágio foi inserir o aluno dentro desse universo da leitura, capacitando-o a ler e interpretar as variadas manifestações da língua, seja através de textos verbais ou não verbais, independente do suporte em que esteja veiculada, provocando no mesmo a necessidade de buscar elementos que fomente sua postura como sujeito atuante na sociedade e criar condições para que o mesmo possa se expressar através da escrita. Desse modo, inicialmente, faremos uma breve contextualização da Modalidade de Ensino EJA. O EJA tem como objetivo propiciar a alunos que estão fora da faixa etária para cursar um ensino regular ou estão muito tempo fora da sala de aula ou trabalham durante o dia. De acordo com Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, de 14 de julho de 2010, Capitulo III, Seção I- Educação de Jovens e Adultos: Art.28 A educação de Jovens e Adultos (EJA) destina-se aos que se situam na faixa etária superior a considerada própria, no nível de conclusão do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 3 [Digite texto] ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765 §1º Cabe aos sistemas educativos viabilizar a oferta de cursos gratuitos aos jovens e adultos, proporcionando-lhes oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as caraterísticas do aluno, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos, exames, ações integradas e complementares entre si, estruturadas em projeto pedagógico próprio. (grifos nossos) É no âmbito escolar que o aluno tem a oportunidade de se socializar através dos signos linguísticos; entretanto, alguns docentes entendem que o ensino de língua portuguesa se limita apenas a regras e normas, conceitos gramaticais e a leitura, fica em segundo plano. Segundo Rildo Cosson, “[...] letramento literário é uma prática social e como tal, responsabilidade da escola” (COSSON, 2014, p.23); no entanto, o discurso de alguns professores em sala de aula é que seus alunos não querem / gostam de ler, mas não apresentam algo diferente para resolver tal situação. Diante disso, é imprescindível o papel do professor mediador, utilizando mecanismos e recursos para que possam criar condições para alcançar bons resultados no exercício da leitura e da escrita. A escolha de textos que possibilitem a identificação dos alunos com os mesmos, seria um ponto de partida importante para o professor nesse processo: contos, poemas, charges, histórias em quadrinhos, cordel, textos jornalísticos e textos que abordam temáticas do cotidiano, até mesmo letras de uma música, seriam algumas variedades a disposição do docente. Fazer uma seleção democrática, isto é, com a participação dos alunos favoreceria tal processo, pois na sua maioria, os textos ou gêneros trabalhados em sala de aula são selecionados de acordo com o gosto do professor ou imposto pelo sistema escolar (entre eles o livro didático). Segundo Cosson (2014), “[...] o professor é o intermediário entre o livro e o aluno, seu leitor final (p.32)”; textos com que os alunos não se identifiquem ou não façam parte do sua realidade ou, ainda, de linguagem muito rebuscada, acabam criando aversão nos alunos. Dentro dessa perspectiva, elaboramos o projeto didático de leitura e produção textual, com o objetivo de fomentar o hábito pela leitura e, consequentemente, Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 4 [Digite texto] ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765 ampliar o uso real e efetivo da língua através da escrita em diferentes situações sociais que o mesmo precisa impor-se, bem como desmistificar a maneira como determinados gêneros são trabalhados (ou não) em sala de aula. Para tanto, temos como referencial teórico-metodológico as leituras realizadas de Cosson (2014) e Zilberman (s/d); a fim de trabalharmos o conteúdo gênero textual charge e crônica. Para dar início ao projeto, em um primeiro momento, utilizamos a charge como ponto de partida para exemplificar conceitos de linguagem, textos verbais e não verbais e, posteriormente, o gênero crônica, por se assemelhar a uma charge, no que se refere a retratar fatos do cotidiano, da realidade, com uma linguagem simples, provocando no aluno o interesse pela leitura, partindo assim de textos curtos a textos mais complexos, e, consequentemente, estimula-lo a produção de textos utilizando o gênero crônica. METODOLOGIA A metodologia utilizada para a execução das atividades propostas, foi norteada pela estética da recepção. De acordo com Regina Zilberman (s/d, p.96), “a Estética da Recepção aposta na ação do leitor, pois dele depende a concretização do projeto de emancipação que justifica a existência das criações literárias”. Em suma, o aluno ao chegar à escola, traz consigo conhecimentos culturais, isto é, um conhecimento de mundo, que lhe capacita a inferir em determinada temática abordada. Assim, a recepção de um texto pelo aluno faz com que ele interaja a partir de seus conhecimentos, emoções, sentimentos, impressões, memórias que o auxiliarão para entender o texto, “[...] dessa forma, o método recepcional empreende uma visão da abordagem sócio-interacionista em que o aluno se torna agente de aprendizagem, corroborando a pedagogia do projeto”. (SEGABINAZI, 2014, p.66). Direcionados pela Teoria da Estética da Recepção, o método recepcional, usado neste projeto foi dividido em cinco etapas: Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 5 [Digite texto] ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765 Primeira Etapa- determinação do horizonte de expectativa: após realizarmos uma sondagem com os alunos, observamos que os mesmos não demonstram interesse por nenhum tipo de leitura nem sugeriram assuntos ou temas para serem trabalhados em sala de aula. Observamos também que alguns têm uma escrita precária. Após uma conversa com a professora, escolhemos trabalhar charge e crônicas, partindo de uma perspectiva da unidade menor para a maior. Segunda etapa – Atendimento do horizonte de expectativa: escolhemos imagens de textos não verbais e verbais para que, a partir da exposição dessas imagens, os mesmos possam inferir sobre o que veem, estimulando a oralidade dos mesmos através de suas opiniões. Neste momento, eles expõem suas opiniões de maneira livre e também ouvem os colegas, num espaço democrático. Terceira etapa - Ruptura do horizonte de expectativas: apresentar ao aluno, ainda dentro dessa temática de textos verbais e não verbais, o gênero charge: suas características, funções, estruturas, etc. Pedir aos alunos que realizem uma pesquisa, na internet, sobre o chargista paraibano Regis Soares, para que após conhecerem virtualmente este artista, possam elaborar perguntas para serem feitas durante uma palestra que será ministrada na escola pelo chargista. Essa atividade permitirá o acesso direto do aluno com o gênero charge, uma vez que eles, em contato com o artista, entenderão todo o processo, desde a inspiração, escolha dos temas até a execução da charge. Quarta etapa - Questionamento do horizonte de expectativas: nesta etapa, o aluno deve indagar-se sobre tudo que foi visto até momento. Nesse momento, será exposto um vídeo “Life in the bow-Animação Japonesa (Os riscos de andar olhando para o celular)4, de uma charge animada para que os alunos escrevam um comentário sobre o vídeo. Posterior a essa atividade, será introduzido o conceito do gênero crônica, diferenciando da charge, já que são gêneros 4 Disponível em: <https://youtube.com/watch?v=TJe7hxsSu6h >. Acesso em 11 jun.2015 Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 6 [Digite texto] ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765 parecidos. Levar diversas crônicas para distribuir com os alunos para que os mesmos se familiarizem e tenham o primeiro contato efetivo com a leitura. Quinta etapa - Ampliação do horizonte de expectativa: na última etapa, continuaremos trabalhando com o gênero crônica, em que os alunos poderão relacionar um gênero não literário com um literário, partindo de pequenas crônicas de variados autores como Luiz Fernando Veríssimo. Uma análise linguística deverá ser feita com os alunos utilizando várias tipologias de crônicas e por fim estimular os alunos a produzirem uma charge ou crônica, onde os resultados serão expostos na escola. Apresentado nossos referenciais metodológicos, passamos a mostrar, sumariamente, o projeto que foi desenvolvido na escola (espaço de nosso estágio): DADOS DO LOCAL DE ATUAÇÃO E PLANO DE CURSO: ESCOLA: EMEF Olivio Ribeiro Campos TITULO DO PROJETO: Leitura e produção textual na Educação de Jovens e Adultos TURMA: Ciclo III (6º e 7º ano) QUANTIDADE: 15 alunos TEMA: Charge e Crônicas TEMPO ESTIMADO: 40 h/aulas OBJETIVO: GERAL: Inserir o aluno no mundo da leitura e escrita, mostrando-lhe os diferentes e diversos tipos de textos, seja estrutura em linguagem verbal, não verbal ou mista, e apresentar o gênero charges e o gênero crônica, instigando o aluno a valorizar a leitura como uma fonte de informação e entretenimento e, assim, possa participar de diferentes situações de comunicação oral e escrita. ESPECÍFICO: - Diferenciar os textos verbais e não verbais; - Compreender os sentidos e significados expressos no texto pelo autor; Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 7 [Digite texto] ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765 - Refletir sobre as ideias e os sentidos expressos nos textos que nos cercam; - Reconhecer a importância em aprender a arte de ler e escrever na sua vivência diária; - Compreender a relação entre leitura e escrita como uma forma de ampliação do seu léxico; RESULTADOS E DISCUSSÕES Os dados obtidos após as intervenções mostraram-nos que é possível inserir o aluno, principalmente da Modalidade de Ensino EJA dentro do universo da leitura, capacitando-o a ler e interpretar as variadas manifestações da língua portuguesa, seja através de textos verbais, não verbais ou mistos, independente do suporte que esteja veiculada, ou seja, na internet, numa mensagem de celular, um outdoor, folder, folheto de propaganda, imagens, vídeo, etc., provocando no mesmo a necessidade de buscar elementos que fomente a sua postura como sujeito atuante na sociedade e criando condições para que o mesmo possa expressar-se através da escrita. Todas as etapas descritas nesse artigo foram executadas e os alunos participaram efetivamente em cada atividade. Para melhor exemplificar, citaremos/relatamos a primeira aula, em que iniciamos expondo as imagens abaixo, a partir dos seguintes questionamentos: Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 8 [Digite texto] ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765 (FIGURA 1) - “O que essas imagens representam para você? Qual a relação que pode haver entre as mãos, boca, ouvido e expressão facial?” (Fig. 1) <Fonte: http://www.google.com.br/imagens/textosverbaisenaoverbais> (FIGURA 2) - “ O que significa a mão saindo da boca dessa imagem?” (Fig. 2) <Fonte: http://www.google.com.br/imagens/textosverbaisenaoverbais> Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 9 [Digite texto] ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765 (FIGURA 3) – “ A que expressão popular se refere a imagem?” (Fig. 3) <Fonte: http://www.google.com.br/imagens/textosverbaisenaoverbais> Essa atividade, aparentemente simples, promoveu uma interação entre os alunos, pois a medida que cada um expressa sua opinião , e tratando-se de uma turma de alunos com idades que variavam de 17 a 35 anos, houve uma troca de experiências, pois eles inferiam trazendo seus conhecimentos de mundo e até citavam adágios populares como “engolir sapos”, “falar mais do que ouvir”, etc., expressões desconhecidas para os mais jovens. Outra quebra de paradigma foi no que diz respeito à leitura em voz alta, feita pelos alunos, já que eles não tinham o hábito de ler, nem nas aulas de língua portuguesa e nem em voz alta. As produções textuais dos alunos, por sua vez, revelaram-nos as marcas de oralidade, que é de certo modo, a forma como estes sujeitos se expressam subjetivamente e no seu cotidiano de comunicação, como podemos observar nesta produção a seguir: Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 10 [Digite texto] ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765 (Fig. 4) Apesar das dificuldades com o código escrito , independentemente da causa , percebe-se que o mesmo consegue narrar uma historia apenas utilizando a linguagem não verbal, dando-lhe sentido e estabelecendo uma comunicação entre o aluno-autor e o leitor. Na aula seguinte, trabalhamos o gênero charge, solicitamos aos alunos que se dividissem em grupos. Cada grupo escolheu uma temática e a partir do tema escolhido, solicitamos que produzissem, utilizando o gênero estudado, suas próprias charges. A apresentação da produção de cada equipe foi exposta no hall da escola, intitulado o Mural da Charge: (Fig.05) Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 11 [Digite texto] ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765 Para trabalharmos com o gênero crônica, partimos da leitura comentada da crônica, destacando os aspectos linguísticos presentes no texto, levantando questionamentos com: o que o eu lírico fala nesse texto? Do que o texto “fala”? Qual (ais) a (s) diferença (s) desse gênero para o outro gênero (a charge)? Como ele se apresenta, como se caracteriza? A leitura promove um desenvolvimento pessoal e profissional, pois é através dela que nossos sentidos são despertados e aguçados; e esta importância que devemos refletir com o aluno. Ao trabalharmos como gênero crônica, neste caso, possibilitou-nos relacionar o texto com fatos do seu cotidiano, identificando-se, já que uma das características desse gênero é retratar fatos do dia a dia, com uma linguagem simples e que nos levam a pensar sobre a vida e o mundo a partir da realidade de cada aluno. CONCLUSÃO O ensino de língua e escrita são indissociáveis e seu ensino, portanto, não pode (ou não deveria) ocorrer separadamente; dentro desse contexto, o professor deve ser aquele mediador entre o conhecimento e o aluno e também um agente de transformação. Embora a modalidade EJA seja vista com olhar preconceituoso, por parte de alguns docentes, por ter seu currículo dividido em semestre, isto é, o Ciclo III corresponde ao 6º e 7º ano regular, o aluno conclui o ensino fundamental em apenas dois anos, acreditamos que este ensino deve ser trabalhado de forma reflexiva e levando–se em conta as experiências e conhecimento de mundo que este sujeito traz consigo, construindo um aprendizado eficiente. Por isso, essa modalidade destinada a todos que não ingressaram no ensino fundamental e médio regular, proporciona (ou deveria) aos alunos uma oportunidade de ingressarem no mercado de trabalho e também numa formação superior; as experiências vividas, o conhecimento de mundo arraigados devem ser levadas em consideração por parte do professor na elaboração de suas aulas bem como em sua metodologia de ensino, isto é, adaptar os conteúdos a Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 12 [Digite texto] ANAIS ELETRÔNICOS ISSN 235709765 realidade dos alunos. Dessa forma, é possível inserir o aluno dentro do universo da leitura, partindo de textos curtos até os mais complexos, adaptando os conteúdos a realidade e a necessidade dos alunos, independente da modalidade de ensino que o mesmo esteja atrelado, pois a função da escola continua a mesma: formar leitores e escritores competentes, proporcionando-lhes a oportunidade de ingressarem no mercado de trabalho ou numa instituição de formação superior. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Conselho Nacional da Educação. Câmara Nacional de Educação Básica / Diretrizes de Currículos e Educação Integrada. Brasília: MEC, SEB,DICEI, 2013. COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica: 2008. COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. 2ed., 3ª impressão. – São Paulo: Contexto, 2014. IMAGENS DE TEXTOS VERBAIS E NÃO VERBAIS: disponível em: <http://www.google.com.br/imagens/textosverbaisenaoverbais> Acesso em 15 mai 2015. SEGABINAZI, Daniela Mª. Aula de Literatura: o imaginário coletivo sobre minorias e gêneros nas obras de ficção e nas leituras dos leitores. IN______BARBOSA, Socorro de Fátima Pacifico (Org.). Ensinar literatura através de projetos didáticos de temas caraterizadores. 2.ed./ João Pessoa: editora UFPB, 2014. ZILBERMAN, Regina. Recepção e leitura no horizonte da literatura. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-106X2008000100006&script=sci_arttext Acesso em: 01 mai.2015. VIDEO “Life in the Bow-Animação Japonesa (Os riscos de andar olhando para o celular). Disponível em <https://youtube.com/watch?v=TJe7hxsSu6h >. Acesso em 11 jun.2015 Universidade Federal de Campina Grande Programa de Pós-Graduação em Linguagem e Ensino 13
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