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A intervenção fisioterapêutica na síndrome da dor femoropatelar nas corridas de rua: uma revisão
bibliográfica.
dezembro/2015
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A intervenção fisioterapêutica na síndrome da dor femoropatelar nas
corridas de rua: uma revisão bibliográfica.
Lívia Trivizol de Assis – [email protected]
Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Desportiva
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Rio de Janeiro, RJ, 10 de janeiro de 2015
Resumo
A corrida de rua está sendo praticada em sua maioria por atletas amadores que buscam uma
melhor qualidade de vida, visto que a prática desportiva oferece custos baixos e benefícios
para os diversos sistemas corporais. Apesar dos efeitos benéficos, tem-se observado uma
elevada incidência de lesões esportivas, entre elas a síndrome da dor femoropatelar (SDFP).
A síndrome é uma manifestação clínica comum na prática ortopédica e fisioterapêutica,
sendo um grande fator de interrupção do treinamento de corrida de rua de atletas,
principalmente em mulheres. O objetivo do estudo foi coletar publicações científicas
brasileiras entre 2008 e 2014 debatendo sobre a prática de corrida e a ocorrência da
patologia, sua sintomatologia e etiologia, sendo o trabalho desenvolvido sob perspectiva de
revisão bibliográfica não sistemática, abordando como a síndrome afeta o treinamento dos
atletas, a biomecânica do joelho e do quadril, e a atuação fisioterapêutica na prevenção e
exercícios de fortalecimento.
Palavras-chave: Síndrome dolorosa femoropatelar. Corrida. Lesão do esporte. Reabilitação.
1. Introdução
A corrida de rua é um tipo de atividade física que tem se popularizado no mundo todo, por ser
uma atividade de baixo custo e altamente versátil. Oferece uma ampla variedade de
ambientes para sua prática: fechados ou abertos em pista ou terrenos irregulares, em subida,
no mesmo nível ou em descida, no calor do verão ou no frio do inverno, durante o dia ou à
noite (SOUZA et al., 2013:36).
Além da versatilidade, a prática esportiva também tem sido utilizada como lazer, reabilitação
ou prática competitiva por produzir múltiplos benefícios para os diversos sistemas corporais
em busca da aptidão física, bem estar e qualidade de vida (PURIM et al., 2014:300), com o
intuito de prevenir o aparecimento de diversas doenças, o American College of Sports
Medicine (ACSM) e a American Heart Association (AHA) preconizam a prática de atividades
físicas de longa duração, intensidade moderada e com envolvimento de grandes grupamentos
musculares, sendo como característica a corrida (FERREIRA et al., 2012:252). Segundo
Hespanhol Junior et al. (2012:51), com o aumento de praticantes, a prevalência de lesões
musculoesqueléticas nos últimos 12 meses foi de 55% dos 200 corredores entrevistados.
A realização da corrida de maneira exaustiva, sem orientação ou de forma inadequada
associada a anormalidades biomecânicas e anatômicas contribui para o aumento de lesões
esportivas (SOUZA et al., 2013:36). Ferreira et al. (2012:252) descrevem que as lesões
osteoarticulares mais comuns na corrida ocorrem nos membros inferiores. Segundo
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Edição nº 10 Vol. 01/ 2015 dezembro/2015
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investigação de Purim et al. (2014:302), dos 220 praticantes estudados, 65,9% relatou lesões
musculoesqueléticas, com principal destaque para a articulação do joelho que apresentou
quadro álgico proporcional ao aumento da quilometragem semanal percorrida. Campos et al.
(2013:544) e Santos et al. (2013-b:52) relatam que a síndrome dolorosa femoropatelar
(SDFP) corresponde 25% das lesões do joelho na marcha humana e 5% de todas as lesões
esportivas o que torna comum em 20% da população principalmente em mulheres jovens
fisicamente ativas.
A SDFP é uma das disfunções mais comuns na prática ortopédica e fisioterapêutica, sendo
caracterizada por dor na região anterior, peri e retropatelar, geralmente de início insidioso,
sendo agravada por atividades que exigem aumento de forças de compressão da articulação
patelofemoral como na corrida. Um em cada quatro indivíduos apresenta a lesão em 20 a 40%
da população com idade entre 15 e 35 anos, sendo as mulheres mais acometidas (PEREIRA
JUNIOR; LIMA, 2011:6; SANTOS et al., 2011:126).
Almeida (2013:35) relata um recente estudo prospectivo que acompanhou 400 mulheres
corredoras de rua por dois anos, como resultado, aquelas que desenvolveram SDFP tinham
maior adução do quadril durante a prática esportiva.
O presente estudo tem como objetivo conduzir uma revisão abordando a síndrome
femoropatelar como lesão esportiva, sua prevalência e sua etiologia; de como a lesão afeta o
treinamento dos atletas e a atuação do fisioterapeuta na prevenção e tratamento visando o
retorno imediato do atleta à prática esportiva de forma segura.
2. Metodologia
Foi realizada uma revisão de literatura não sistemática nas bases de dados Bireme (Biblioteca
Virtual em Saúde), LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde)
e SciELO (Scientific Eletronic Library Online), como termo de procura das palavras
disfunção femoropatelar, síndrome dolorosa femoropatelar, lesão esportiva, corrida de rua,
complexo póstero-lateral e cadeia cinética. Foram utilizados artigos de publicações brasileiras
entre 2008 e 2014, com critério de exclusão de língua estrangeira.
3. Resultados e discussão
A popularização da corrida de rua
Jovens e idosos têm mostrado interesse na corrida de rua de média e longa distância como
prática desportiva, pois há programas governamentais e incentivos na mídia para combater o
sedentarismo, muito presente nos dias de hoje, mostrando a sua popularidade em todo o
mundo, crescente em número de provas e eventos competitivos em busca de aptidão física,
bem estar e qualidade de vida (SOUZA et al., 2013:39; PURIM et al., 2014:300:302;
PILEGGI et al., 2010:453).
Apesar de todos os efeitos benéficos na prática da corrida de rua, tem aumentado a incidência
de lesões esportivas, principalmente no membro inferior, por fatores intrínsecos e extrínsecos.
Alguns fatores extrínsecos são preparação inadequada, falta de orientação profissional
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especializada, erros de planejamento e execução do treinamento, tipo de superfície de treino,
tipo de percurso, tipo de calçado, alimentação e prática concomitante com outras modalidades
esportivas (SOUZA et al., 2013:36; FERREIRA et al., 2012:252).
Já os fatores intrínsecos são as anormalidades biomecânicas e anatômicas tais como joelhos
valgos, varos e recurvados e tíbia vara. Também leva em consideração a flexibilidade
muscular, o histórico de lesões, a composição corpórea, características antropométricas,
densidade óssea e condicionamento cardiovascular do atleta (SOUZA et al., 2013:36;
PILEGGI et al., 2010:460; FERREIRA et al., 2012:253).
O joelho, sendo uma articulação intermediária na cadeia cinemática, depende do
comportamento muscular adequado do quadril e do tornozelo. O atleta que é incapaz em
manter um bom alinhamento dinâmico entre os segmentos corporais dos membros inferiores
nos planos frontal e transverso durante a prática esportiva, contribui para as lesões esportivas
(Bittencourt, 2010:12).
Segundo Hespanhol Junior et al. (2012:51), a maioria (48,5%) dos 220 atletas entrevistados
em seu estudo preferiu treinar sem nenhum tipo de acompanhamento profissional, enquanto
41% dos entrevistados treinou com equipes de corrida. A inexperiência na prática de corrida é
um dos principais fatores extrínsecos, sendo a síndrome da dor femoropatelar (SDFP) uma
das lesões esportivas mais frequentes entre os corredores.
Souza et al. (2013:39) relatam que a atividade realizada em alta intensidade juntamente com
os fatores extrínsecos gera um maior valor nas forças de reação com o solo a qual é
transmitida para a estrutura funcional do joelho do atleta, favorecendo o surgimento da SDFP.
A inexperiência somada aos sintomas e sintomas da SDFP resultam em consequências
negativas das lesões que afetam o bem-estar psicológico do atleta, comprometendo a sua
saúde mental através de sintomas como depressão, medo, frustração, impaciência e uma
imagem desfavorável à pratica de corrida, por não saber se pode confiar na articulação ou no
músculo, gerando medo e receio de utilização máxima (FERREIRA et al., 2012:254;
CATELLI et al., 2012:63).
A síndrome dolorosa femoropatelar na corrida de rua
A SDFP é considerada como uma manifestação clínica comum na prática ortopédica e
fisioterapêutica, sendo caracterizada pela desordem dolorosa difusa localizada na região
anterior, peri e retropatelar de origem não-traumática (NOBRE, 2011:168; NETO et al.,
2011:96; MEIRA et al., 2012:71; LIPORACI et al., 2013:198). A SDFP é descrita
amplamente em outros termos pelos profissionais de saúde como: condromalacia patelar, dor
anterior do joelho e síndrome de compressão patelar ou disfunção patelofemoral (SANTOS et
al., 2013-a:226). Para a categoria de atletas que mais desenvolvem a SDFP, o termo “joelho
de corredor” é o mais utilizado (CATELLI et al., 2012:64).
Os fatores predisponentes para o desenvolvimento da síndrome são: alterações estáticas tais
como desalinhamento patelar (patela alta ou baixa), rotação lateral da tíbia, alteração do
ângulo Q, anteversão femoral, má distribuição das forças de reação ao solo devido a
alterações no tornozelo e pé (pronação subtalar excessiva, torção tibial externa), diminuição
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da profundidade da fossa troclear, encurtamento e insuficiência do retináculo lateral,
encurtamento dos músculos ísquiotibiais e do tracto íliotibial (NOBRE, 2011:168; NETO et
al., 2011:96; MEIRA et al., 2012:71-72; LIPORACI et al., 2013:198; ALMEIDA, 2013:1;
PIAZZA et al., 2012:51).
Apesar de mecanismos diversos para a lesão, alguns autores apresentam suas teorias. Campos
et al. (2013:547) relatam que estudos recentes comprovam que a diminuição de força da
musculatura do joelho tem sido um fator de risco para a síndrome. Nakagawa et al. (2008:66)
apontam para a fraqueza dos músculos abdutores e rotadores laterais do quadril. Ferreira et al.
(2011:207) em seu estudo ratificam que além da instabilidade dinâmica da patela, a fraqueza
dos músculos estabilizadores pélvicos também predispõe para a alteração biomecânica da
articulação patelofemoral. Já Santos et al. (2011:126) e Santos et al. (2013-b:53) falam que
uma alteração da atividade do músculo vasto medial oblíquo (VMO) em relação ao músculo
vasto lateral oblíquo (VLO) ocasiona a tração lateral anormal e deslocamento inadequado da
patela. Almeida (2013:30) enfatiza que por muitos anos os estudos focaram nos
estabilizadores dinâmicos da patela como fator de risco, porém nos últimos 10 anos tem
crescido o entendimento da importância dos estabilizadores do quadril junto com os
estabilizadores dinâmicos para manter a integridade da articulação patelofemoral.
O desequilíbrio dos estabilizadores dinâmicos está relacionado com as forças e da contração
muscular entre o VLO e o VMO juntamente com a fraqueza dos músculos rotadores e
abdutores do quadril. Tal desequilíbrio é considerado o fator primordial para o surgimento de
sintomas, afetando o desempenho do atleta, limitando a execução de atividades motoras
funcionais (NOBRE, 2011:169; MEIRA et al., 2012:71-72; LIPORACI et al., 2013:198;
PIAZZA et al., 2012:51; BURMANN et al., 2011:38).
O VMO atua junto com o ligamento patelofemoral, que é o principal estabilizador estático
para a prevenção do deslocamento lateral patelar. Com a displasia do VMO, há riscos de
luxação patelar, sendo o ligamento a primeira estrutura a ser lesionada. O atraso do início da
ativação do VMO durante a corrida também é um dos fatores de risco para a SDFP
(BURMANN et al., 2011:39; CATELLI et al., 2012:65; NOBRE, 2011:169).
Há diversos estudos que concentram-se no VMO e VLO acerca do atraso do início da
ativação muscular do VMO em relação ao VLO, levando a um movimento lateral anormal e
hiperpressão na articulação patelofemoral, quando comparados aos atletas sem SDFP
(CATELLI et al., 2012:65; NOBRE, 2011:169).
Os sinais e sintomas característicos da SDFP são dor ao movimento do joelho, dor à palpação
e alteração de mobilidade patelar, crepitação e edema (LIPORACI et al., 2013:199; SANTOS
et al., 2013-b:52). São percebidos ou agravados após o exercício intenso, podendo limitar
suas atividades diárias (PEREIRA JUNIOR; LIMA, 2011:8).
Segundo Piazza et al. (2012:53), a dor patelofemoral normalmente se agrava durante a corrida
que exige altos níveis de contração, tanto a concêntrica como excêntrica do quadríceps.
Levando em consideração que a articulação patelofemoral recebe uma força sete vezes maior
que o peso do corpo em comparação à força de metade do peso do corpo durante a marcha
normal (PEREIRA JUNIOR; LIMA, 2011:6).
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Sua incidência é maior em população jovem, fisicamente ativa do sexo feminino com grau de
treinamento mais elevado, associada a atividades, entre elas a corrida, que aumentam o
estresse na articulação patelofemoral (LIPORACI et al., 2013:199; BALDON et al.,
2011:159; ALMEIDA, 2013:34). O achado mais comum em mulheres é o mau
posicionamento da patela em função das diferenças estruturais na largura da pelve, rotação
interna do fêmur e joelho valgo levando a alterações biomecânicas e distribuição anormal da
força de pressão na articulação patelofemoral. A rotação medial e a adução excessiva do
quadril durante a prática desportiva aumentam o ângulo Q, alterando a sua trajetória patelar,
aumentando o valgo dinâmico (PIAZZA et al., 2012:51; PEREIRA JUNIOR; LIMA, 2011:6;
NAKAGAWA, 2008:16; BALDON et al., 2011:161). As mulheres com SDFP apresentam
diminuição da capacidade de desacelerar ou resistir ao momento valgo externo durante as
atividades funcionais (NAKAGAWA, 2008:25).
Nas avaliações físicas, são encontradas alterações biomecânicas em grande parte o geno
valgo, a rotação interna do fêmur e a lateralização da patela. A presença do geno valgo foi um
achado comum nas mulheres avaliadas, por normalmente apresentarem pelve larga
ocasionando o desalinhamento dos membros inferiores e articular, e consequentemente o
ângulo Q ou ângulo do quadríceps (PEREIRA JUNIOR; LIMA, 2011:7). O ângulo Q é
formado pela interação resultante não colinear de duas forças primárias que agem sobre a
patela por meio de uma linha imaginária, vetor de força do quadríceps (FQ), começando do
centro da patela até a espinha ilíaca ântero-superior (EIAS), e uma outra linha, vetor de força
do tendão patelar (FTP), traçada da tuberosidade anterior da tíbia até o centro da patela. A
variação normal do ângulo é de 13 a 18º. É considerado varo quando o ângulo é inferior a 13º
e valgo quando o ângulo é superior a 18º, sendo um fator predisponente para SDFP
(NAKAGAWA et al., 2008:66; PILEGGI et al., 2010:455).
Nakagawa (2008:3) descreve que, na SDFP, o ângulo Q é influenciado por três movimentos
do membro inferior: rotação tibial, rotação femoral e o valgo do joelho. Distalmente, o ângulo
Q é influenciado pelo movimento da tíbia em relação ao fêmur, ou seja, rotação tibial lateral
movendo a tuberosidade da tíbia lateralmente, aumentando o valgo. Proximalmente, o ângulo
Q também é influenciado pela rotação femoral, aumentando a rotação medial e,
consequentemente aumentando o ângulo Q movendo a patela medialmente em relação à EIAS
e a tuberosidade tibial. O joelho valgo é o resultado da adução femoral, dispondo a patela
medialmente em relação à EIAS; da abdução tibial movendo lateralmente a tuberosidade da
tíbia.
Com os fatores etiológico e biomecânico, atribuídos à alta incidência dessas lesões nas
mulheres fisicamente ativas, propõe-se que tenha comprometimento dos músculos do quadril
que ocasione desarranjos biomecânicos nas articulações do membro inferior (CATELLI et al.,
2011: 64; ALMEIDA, 2013:3). As mulheres não utilizam corretamente os músculos do
quadril para distribuir energia proveniente de movimentos esportivos, adotando estratégias
biomecânicas diferentes quando comparados aos homens, sendo incapaz da musculatura do
quadril em controlar a adução e rotação interna do fêmur ou abdução e rotação externa do
fêmur durante a corrida (BALDON et al., 2011:159).
A articulação patelofemoral tem sido reconhecida nos estudos que pode ser influenciada pela
interação dos segmentos do membro inferior, ou seja, pelo movimento anormal da tíbia e do
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fêmur. O comprometimento da musculatura proximal à articulação patelofemoral, em especial
a fraqueza dos músculos do quadril (abdutores e rotadores laterais) que leva o menor controle
dos movimentos do fêmur no plano frontal e transverso (NAKAGAWA, 2008:1-2).
Relação anatômica e biomecânica dos rotadores e abdutores do quadril e VMO
A fraqueza dos músculos do quadril, principalmente dos abdutores e rotadores laterais leva a
um menor controle dos movimentos no plano frontal e transverso do joelho. Enquanto isso, o
VLO emite forças que o VMO não consegue contrabalançar resultando em adução e rotação
medial excessiva do fêmur e assim, promovendo o deslocamento lateral e alinhamento
inadequado da patela (NAKAGAWA et al., 2008:67; MEIRA et al., 2012:73).
Os autores Pereira Junior & Lima (2011:6) e Meira et al. (2012:72) fazem uma breve revisão
de conceitos biomecânicos das articulações fêmoropatelar e fêmorotibial para a melhor
compreensão como ocorre a disfunção na articulação patelofemoral. A patela executa duas
funções biomecânicas importantes, uma em que auxilia na extensão do joelho aumentando o
braço de alavanca de força do quadríceps, fazendo com que o tendão do quadríceps se
desloque anteriormente. Outra função da patela é distribuir as forças de estresse que atuam no
fêmur, aumentando a área de contato entre o tendão patelar e o fêmur, permitindo a melhor
distribuição da força de compressão. Sendo a dinâmica patelar alterada associada ao aumento
de forças de reação e compressão acaba por afetar a execução de atividades motoras
funcionais do corredor, diminuindo ainda o seu desempenho nos treinos.
Levando em consideração que a principal estrutura responsável por ativar as forças exercidas
na patela é o músculo quadríceps, sendo o principal extensor do joelho, controlando a posição
da patela em relação à tróclea por meio de fibras oblíquas de VMO e VLO. A tração entre
VMO e VLO é importante, com comportamento sincrônico e exercendo a função antagonista,
pois determina e estabiliza a posição da patela evitando a lateralização lateral da patela. A
força exercida pelo VLO também está relacionada ao tracto íliotibial e ao retináculo lateral,
ficando assim uma importante função estabilizadora junto com o ligamento cruzado anterior
(LCA) impedindo o deslocamento anterior excessivo da tíbia (NOBRE, 2011:169; SANTOS
et al., 2011:126:131; HAUPENTHAL et al., 2009:62).
O músculo tensor da fáscia lata (TFL) do tracto íliotibial é um estabilizador ântero-lateral do
joelho. A fraqueza do mesmo leva a um aumento das forças de cisalhamento e,
consequentemente, um aumento do estresse patelofemoral (FERREIRA et al., 2011:210). A
flexibilidade do tracto íliotibial, que suas fibras distais se inserem na faceta lateral da patela, e
os músculos flexores do quadril impedem a anteversão pélvica, assim como a rotação medial
do fêmur, influenciando positivamente no alinhamento da articulação femoropatelar e também
na estabilização da pelve durante a marcha (NAKAGAWA et al., 2008:69-70). Os músculos
abdutores, rotadores laterais e extensores compõem o complexo póstero-lateral do quadril
(ALMEIDA, 2013:31).
O controle do complexo lombo-pelve-quadril na SDFP é importante, pois ele atua como o
core de cadeia cinética funcional, assegurando que o local da inserção proximal dos músculos
abdutores e rotadores laterais do quadril seja estável. O complexo lombo-pelve-quadril
(centro) é como uma “caixa” formada pelos músculos abdominais anteriormente, pelos
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músculos para-espinhais e glúteos posteriormente, o músculo diafragma superiormente e o
assoalho pélvico junto com a cintura do quadril inferiormente (NAKAGAWA et al.,
2008:69). O controle inadequado do complexo pode comprometer a estabilidade dinâmica e
resultar no aumento do torque abdutor do joelho (ALMEIDA, 2013:5).
Maia et al. (2012:164) ressaltam a importância do músculo glúteo médio (GMed) para a
estabilização pélvica e manutenção da cinemática do joelho, cuja função principal é abdução
do quadril. A fraqueza do GMed acarreta a queda da pelve contralateral e excesso de valgo
dinâmico, e na morfologia feminina o valgo é mais acentuado que no sexo masculino.
Nakagawa (2008:3-4), descreve sobre a fraqueza do GMed durante as atividades dinâmicas,
onde há adução femoral excessiva juntamente com rotação medial produzindo um aumento do
ângulo Q e, por conta disso, uma hiperpressão lateral na articulação patelofemoral. Já o
tornozelo influencia na cinemática do joelho que é a articulação intermediária dos membros
inferiores, sendo a pronação excessiva junto com o aumento da rotação interna e da adução do
fêmur resulta em compensações e valgismo dinâmico do joelho (BITTENCOURT, 2010:12).
Intervenção fisioterapêutica para a prevenção e fortalecimento do membro inferior
Hoje em dia há diversos protocolos de fortalecimento voltado à prevenção e reabilitação de
atletas com SDFP. A intervenção do fisioterapeuta na patologia é de fundamental
importância, visto que os profissionais dessa área desenvolvem programas de tratamento mais
eficaz com o objetivo de diminuir o tempo de recuperação e promover o retorno imediato do
atleta à corrida de rua de forma mais segura. Tem-se obtido resultados satisfatórios através do
tratamento conservador que inclui cinesioterapia (exercícios de fortalecimento em cadeia
cinética aberta (CCA) e em cadeia cinética fechada (CCF)), além de treinos neuromusculares,
alongamentos, eletroestimulação neuromuscular, e outras intervenções fisioterapêuticas para o
maior controle no plano transverso e frontal do movimento do fêmur (MEIRA et al., 2012:72;
HESPANHOL JUNIOR et al., 2011:51; NETO et al., 2011:96; BALDON et al., 2011:163;
SANTOS et al., 2013-a:229; SANTOS et al., 2013-b:53; NAKAGAWA, et al., 2008:68).
Neto et al. (2011:96:98) falam da importância da cinesioterapia no protocolo de
fortalecimento, pois tem como objetivo promover um equilíbrio entre o estabilizadores
dinâmicos, o VMO e o VLO através de exercícios em CCA e CCF. Sugerem que seja
abordagem inicial compreendendo flexibilidade, fortalecimento, braço de suporte ou uso de
fita adesiva para posicionar a patela, órteses para pés com a finalidade de aumentar a
flexibilidade do quadríceps e dos posteriores da coxa e melhorar o controle e a força do
VMO.
O termo cadeia cinética descreve a ativação sequencial dos segmentos do membro inferior,
gerando força, estabilização do membro e transferência da força para a extremidade distal do
membro inferior. A CCA é uma atividade em que o componente distal do membro inferior
não está fixo, sendo livre no espaço gerando movimento do segmento de forma isolada. Já a
CCF envolve exercícios com movimentos multiarticulares executados com o componente
distal fixa, com descarga de peso associada gerando a cocontração dos músculos agonistas e
antagonistas, promovendo maior estabilização articular e estimulando a propriocepção
muscular. (NOBRE, 2011:169).
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Os exercícios em CCF utilizados de forma isolada e associada com outras técnicas
fisioterapêuticas como, por exemplo, quiropraxia, demonstram resultados significativos tais
como aumento de força muscular, atividades funcionais recuperadas e redução do quadro
álgico. Em CCF, o agachamento bipodal realizado até próximo dos 50º de flexão do joelho
ocorre maior amplitude de sinal do VMO e cocontração dos músculos ísquiotibiais gerando
segurança na estabilidade articular e menor estresse na articulação patelofemoral. Exercícios
em CCA também foram utilizados no tratamento, porém comparados aos exercícios de CCF,
a última mostrou ter mais melhora (CAMPOS et al., 2013:547; NETO et al., 2011:99;
NOBRE, 2011:171-172; MEIRA et al., 2012:73).
As rotações do quadril durante os exercícios de agachamento são aplicados em uma fase mais
tardia da reabilitação com a finalidade de recrutar diferentes porções musculares do
quadríceps promovendo um maior equilíbrio entre os estabilizadores da patela (NETO et al.,
2011:100). Almeida (2013:2) relata que a estabilização do joelho seria adquirida com uma
integração adequada entre os músculos estabilizadores locais, distais e proximais do joelho.
Ferreira et al. (2012:210) citam a importância de prescrever e incluir os exercícios específicos
no protocolo de fortalecimento que promovam sinergismo da musculatura estabilizadora
lateral da patela quando os exercícios de agachamento bipodal não seriam suficientes para
recuperar a força do GMed. O exercício de agachamento associado à abdução da coxa
favoreceu a ativação do GMed, porém observaram a ativação do vasto lateral longo (VLL)
que não é preconizada na intervenção da síndrome, pois o VLL favorece o deslocamento
lateral da patela. Entretanto o agachamento associado à adução isométrica da coxa mostrou
um aumento da atividade mioelétrica do VMO, sendo o mais indicado no tratamento por
enfatizar a ativação do GMed e a atividade do VMO.
Segundo estudo de Baldon et al. (2011:163), o treino neuromuscular de seis semanas
constituído de exercícios pliométricos, de equilíbrio, de fortalecimento dos membros
superiores e inferiores e de estabilização do complexo lombo-pelve-quadril melhora o
desempenho dos atletas e as variáveis cinemáticas e cinéticas do membro inferior diminuindo
o varo e o varo dinâmicos do joelho, reforçando a eficiência do treino. Santos et al. (2013b:53) citam que o fortalecimento em oito semanas do complexo lombo-pelve-quadril melhora
a estabilidade do joelho diminuindo a dor e melhorando a capacidade funcional, pois com o
aumento da atividade mioelétrica do GMed influenciou na melhora do torque durante a
extensão do joelho.
Além da cinesioterapia e do treino neuromuscular, Catelli et al. (2012:67) sugerem que o
alongamento do membro inferior seja usado como forma de prevenção e tratamento, pois nos
atletas com SDFP apresentam menores índices de flexibilidade no gastrocnêmio, sóleo,
quadríceps e ísquiotibiais sendo que o encurtamento muscular promove um mau alinhamento
patelar desencadeando a dor. Miyamoto et al. (2010:271) observaram em seu estudo
preliminar que após a realização do alongamento muscular segmentar apresentou melhora
significativa no ângulo Q e, consequentemente menos estresse articular e a dor. Campos et al.
(2013:548) avaliaram estudos de alongamento associada à técnica de reeducação postural
global (RPG) mostrando melhora significativa da intensidade da dor, maiores ganhos de
flexibilidade e realinhamento do joelho comparado aos que realizaram alongamento
segmentar dos músculos ísquiotibiais e gastrocnêmio. A flexibilidade normalizada do tracto
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íliotibial e dos músculos ísquiotibiais diminuiu a anteversão pélvica e a rotação medial do
fêmur (NAKAGAWA et al., 2008:69).
Segundo estudo de Lopes et al. (2010:606-607), o alongamento é uma das técnicas mais
utilizadas na prevenção e reabilitação para ganhar amplitude de movimento e mobilidade
adequada aos tecidos, porém tem efeito negativo na força muscular. A diminuição da força
muscular está associada à redução no recrutamento de unidades motoras, ativação dos órgãos
tendinosos de Golgi e contribuição dos nociceptores.
A eletroestimulação neuromuscular tem sido amplamente usada há muitos anos na
reabilitação para o tratamento de atrofias musculares ou para o aumento de força muscular. A
“corrente russa” associada a exercícios resistidos tais como leg press e cadeira extensora,
proporcionam o ganho de força e, consequentemente melhora do quadro álgico em atletas
com SDFP, sendo mais eficiente no auxilio ao fortalecimento muscular (SANTOS et al.,
2013-b:57).
Há outras intervenções fisioterapêuticas que são eficazes para a redução do quadro álgico.
Entre as intervenções, a aplicação de taping mostrou ser benéfica para a redução do quadro
álgico, porém que não altera o sinal eletromiográfico nos músculos nas condições de
facilitação ou inibição e pode também afetar a propriocepção para os movimentos de flexão e
extensão do joelho. A utilização de órteses de pé ou bracing demonstram melhora da função
além da melhora do quadro álgico, pois ativa a percepção no calcanhar e, consequentemente
melhora também os movimentos passivos de rotação interna e extensão do quadril (SANTOS
et al., 2013-a:230). O treinamento com biofeedback para estabilizar a patela com a
incorporação inicial do VMO e a contração sustentada durante o ciclo da marcha também é
incluído no protocolo de reabilitação (SANTOS et al., 2011:131).
4. Conclusão
Este trabalho de revisão de literatura não sistemática procurou identificar entre publicações
científicas brasileiras a ocorrência da SDFP nas corridas de rua, como lesão esportiva com
maior incidência entre corredores, principalmente em mulheres. Sendo a lesão comum na
prática ortopédica e fisioterapêutica, com sinais e sintomas que afetam o desempenho do
atleta, estimula o fisioterapeuta a desenvolver programas de prevenção e diversos protocolos
de reabilitação, dando maior ênfase nos exercícios em CCF de forma isolada ou associada
com outra técnica por promover melhora no fortalecimento muscular do joelho e do quadril e
consequentemente redução do quadro álgico. Portanto o fortalecimento associada a
eletroestimulação neuromuscular é a prática fisioterapêutica mais comum e eficiente no
tratamento da SDFP para o retorno imediato do atleta à corrida de forma segura e consciente.
Referências
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