Parque de Monsanto
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Parque de Monsanto
Quantidade dos Espaços Verdes Urbanos – Parque Florestal de Monsanto Critério 1.1 Área da superfície do espaço verde 1 Quantidade dos Espaços Verdes Urbanos DESCRIÇÃO Este grupo de critérios centra-se nas características físicas dos espaços verdes específicos. Baseiase em indicadores mais facilmente mensuráveis, na medida em que os aspectos físicos dos espaços verdes são melhor caracterizados com dados quantitativos. O objectivo destes indicadores é proporcionar uma informação acessível sobre a dimensão, forma, drenagem, dinâmica, conectividade, bem como sobre o grau de integração do espaço verde individual no sistema verde urbano. DESCRIÇÃO A área de espaços verdes numa cidade tem grande influência na qualidade do ambiente e sustentabilidade ecológica, assim como na satisfação geral das populações. Quanto maior a área do espaço verde, maior é a capacidade de albergar actividades diversas, (permitindo aos utilizadores oportunidades de escape do ambiente urbano) e maior o contributo para a manutenção da biodiversidade e heterogeneidade de habitats. ANÁLISE INDICADOR: Proporção de área verde em relação à área total da cidade Método: Verificar evolução da área do espaço verde (positiva, nula ou negativa) ao longo de um período de tempo, de 5 ou 10 anos. (m2) Medição através de mapas ou fotografias aéreas. Fontes: • Departamento Ambiente e Espaços Verdes (DAEV) - Divisão de Matas • Publicações variadas Informação recolhida: 7658.000 m2 de área útil (exclui bases militares, áreas urbanas, Av. Ceuta) AVALIAÇÃO Disponibilidade de dados: Parque Florestal de Monsanto X Directa X Indirecta O Indisponível Observações: A evolução da área do parque não foi uma informação obtida de forma directa, ou seja, foi recolhida através de um historial do Parque. Historial: Durante muitos anos os limites do Parque Florestal de Monsanto, embora definidos no Plano GROER, não chegaram a ser legalmente estabelecidos. Este facto, permitiu que se assistisse a expropriações de áreas do parque para serem urbanizadas pela própria Câmara Municipal (caso dos Bairros do Caramão da Ajuda, da Boavista e ampliação de Caselas), e simultaneamente, diversos terrenos privados encravados no Parque nunca chegariam a ser expro- 220 AVALIAÇÃO priados (caso das Quintas de St.º António e S. José, Fábrica do Rajá e diversos outros de pequenas dimensões). Com a publicação em 1970 – Decreto-Lei (4) que amplia o conceito de "utilização pública" do parque, permitindo a instalação de infra-estruturas de índole formativa, informativa e outras de utilidade pública, inicia-se a fase mais descontrolada de urbanização no Parque. Em apenas três anos, assistiu-se à aprovação das instalações dos edifícios de diversas unidades escolares, da Radiotelevisão, Rádio Difusão Portuguesa, Serviços Prisionais, Hospital Ocidental de Lisboa e do Automóvel Clube de Portugal, encontrando-se muitas outras hipóteses em estudo como a instalação da Universidade Técnica de Lisboa e de diversas unidades Hoteleiras. - “Estava assegurado o "loteamento" do Parque Florestal do Monsanto, o qual passava a constituir uma mera reserva de terrenos "urbanizáveis" para o engrandecimento e monumentalização da Capital, impondo a "terciarização" do Concelho de Lisboa.” Em 1974 é publicado um novo Decreto Lei proposto pelo Arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles, que anula expressamente o Decreto-Lei de 1970. O processo de loteamento do Parque é interrompido e restabelece-se o espírito inicial com que o Parque havia sido criado. A Câmara Municipal de Lisboa e Direcção Geral das Florestas aprovam, em Maio de 1979, uma delimitação rigorosa do Parque. Em 1987, foram definidas e aprovadas pela Câmara zonas de desenvolvimento prioritário no Parque Florestal de Monsanto, designadas como Parques Urbanos. Estas zonas, pelas suas características biofísicas, eram susceptíveis de suportarem algum equipamento construído e que, pela sua localização, poderiam servir de pólos de dinamização e de referência para o conjunto do Parque. No mesmo ano, foi implementado um equipamento de recreio privado que seria a âncora do Parque Urbano do Alto do Duque, o Aquaparque. 1988 é publicada em Decreto-lei a instalação do Pólo Universitário 2 da Universidade Técnica de Lisboa em 56 ha do perímetro do Parque Florestal, área essa que correspondia ao essencial do Parque Urbano do Alto da Ajuda. Nos anos 90, implementou-se na zona Norte o Parque Urbano do Alto da Serafina, constituído basicamente por dois núcleos diferenciados: um vedado e aberto ao público em 1992 (o Parque Recreativo do Alto da Serafina) e outro, não vedado, constituído por um grande relvado e equipamento de lazer (o Parque do Calhau), que é utilizado pelo público desde 1990. Em 1993 instalou-se na zona norte o Parque Ecológico de Monsanto, espaço com cerca de 50ha (16 deles vedados) com a principal vocação de educação ambiental. No início de 1999 é recuperada a Mata de S. Domingos de Benfica e aberto ao público o Parque Recreativo dos Moinhos de Santana. (1) Decreto-Lei nº.24 625 de 1 de Novembro de 1936. (2) Decreto-Lei nº. 29 135 de 16 de Novembro de 1938. (3) dos quais (Os de Santana e Velho) no Casalinho da Ajuda, foram reconstruídos no traço original e encontram-se em actividade (4) Decreto-Lei nº. 297/70 de 27 de Junho (5) Decreto-Lei nº.380/74 de 22 de Agosto (6) Parques urbanos do Alto do Duque, Alto da Serafina, Alto de Monsanto e Alto da Ajuda Parque Florestal de Monsanto AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: OBSERVAÇÕES: URGE: Quando aplicado a nível da cidade, este indicador permite fazer comparações entre cidades europeias, no entanto o valor obtido não é indicativo por si só, devendo também ser estudada a localização. Uma correcta avaliação deste indicador deve ser feita em função da sua evolução numa escala temporal de 1, 5 ou 10 anos, em relação ao presente. Em tempos, uma perspectiva mais funcionalista permitia pensar que a área verde de um parque poderia ser reduzida quando em compensação outras áreas verdes fossem criadas em diferentes locais da cidade, de forma a distribuir mais equitativamente a área verde. Magalhães afirma: “Hoje em dia sabe-se que o valor biológico de uma área de grande dimensão como Monsanto é impossível de ser substituído por pequenas áreas”. Por outro lado, numa perspectiva social, a concentração de uma elevada fracção verde da cidade num único espaço, não compensa a falta de áreas verdes dispersas na cidade, os espaços de proximidade às residências e locais de trabalho. Um factor com impacte significativo no efeito de fraccionamento do Parque de Monsanto, é a circulação de veículos introduzida pelas inúmeras vias rodoviárias que o atravessam. AVALIAÇÃO: O valor da área do Parque de Monsanto, é superior a qualquer outro da cidade de Lisboa, e chega mesmo a ter uma dimensão superior à maioria dos parques urbanos europeus. Avaliando a evolução da área do Parque nos tempos mais recentes do seu historial, verificou-se que no inicio da década de 70, o Parque de Monsanto assistiu a uma forte pressão urbanística, contrariando o objectivo da sua criação, tendo o valor da sua área sofrido uma evolução negativa. A publicação de um novo decreto de lei em 74, impôs um maior respeito pelos limites do parque, continuando no entanto a verificar-se casos de expropriação posteriores a este. Um caso recente que levou ao surgimento de um grande movimento civil, foi a intenção de transferência da Feira Popular para o interior do Parque. Este caso recente, que não é único, leva-nos a pensar até que ponto o Parque de Monsanto é de facto o parque emblemático da cidade e está protegido dos interesses económicos da pressão imobiliária. 1 2 3 4 5 1.1 Área da superfície do espaço verde urbano 221 Critério 1.2 Extensão do efeito fronteira AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO DESCRIÇÃO A forma dos espaços verdes é especialmente importante, a nível das funções ecológicas. O efeito fronteira resulta da actuação de duas diferentes condições ambientais, que afectam as espécies animais e plantas que vivem perto da fronteira dos dois habitats. Enquanto algumas espécies beneficiam da variedade de alimento e esconderijos oferecidos por dois ou mais habitats - espécies generalistas, outras - as especialistas, são características de determinados habitats e não beneficiam da proximidade e influência de outros habitats. Verificamos assim, que em espaços estreitos, com formas mais alongadas, os efeitos de fronteira são mais significativos, sendo as populações que neles habitam, mais generalistas e não, as espécies características dos habitats representados neste espaço. INDICADOR: Índice de forma AVALIAÇÃO: A forma irregular do parque não permite que este índice seja calculado com exactidão. No entanto observa-se que a sua forma pode se dividir em duas formas mais regulares, uma com cerca de ¾ da área total, de forma próxima do circular. Cerca de ¼ da área total, apresenta uma forma achatada. Desta observação, e por comparação à forma dos espaços da Guerra Junqueira e do Avelar Brotero, assumiu-se que o índice de forma se situa entre 0,1 e 0,2. Método: Rácio da largura pelo perímetro do espaço; Em espaços irregulares, divide-se em parcelas mais regulares e calcula-se a média dos vários indexes. ANÁLISE OBSERVAÇÕES: Este indicador permite fazer comparações entre cidades europeias, no entanto o valor obtido não é indicativo por si só, devendo também ser estudada a localização. Uma correcta avaliação deste indicador deve ser feita em função da sua evolução numa escala temporal de 1, 5 ou 10 anos, em relação ao presente. 1 2 3 4 5 1.2 Extensão de efeitos de fronteira Fontes: Departamento de Ambiente e Espaços Verdes (DAEV) Carta Verde de Lisboa Benchmark: URGE: Valores indicativos do índice de forma: <0,1 Fraco 0,1 – 0,2 Razoável > 0,2 Bom AVALIAÇÃO Informação recolhida: Cerca de 20 km de perímetro 1000 ha de área bruta 1/8 área total da cidade Disponibilidade de dados: O Directa Parque Florestal de Monsanto X Indirecta O Indisponível 222 Critério 1.3 Isolamento em relação a outros espaços verdes AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: DESCRIÇÃO A fragmentação de habitats é considerada um dos principais motivos, para o declínio das condições ecológicas, particularmente no meio urbano. Associado ao reduzido tamanho dos espaços e a um elevado efeito fronteira, o isolamento das espécies diminui gravemente a qualidade ecológica da estrutura verde urbana. Este indicador avalia o grau de isolamento de um espaço verde em relação aos restantes. OBSERVAÇÕES: Na perspectiva de manutenção da biodiversidade, a ecologia urbana deve considerar para além da dimensão das áreas verdes a distância entre estas áreas, essencial para a mobilidade da biodiversidade. AVALIAÇÃO: O Parque Florestal de Monsanto encontra-se a uma distância média entre 250 - 500 metros dos jardins mais próximos, o que significa um elevado isolamento. INDICADOR: Menor distância a outros espaços verdes 1 2 3 4 5 1.3 Isolamento em relação a outros espaços verdes ANÁLISE Método: Medida da menor distância entre a fronteira de um espaço verde e a fronteira do espaço adjacente mais próximo. Fontes: • DAEV - Divisão de Matas • Carta Verde de Lisboa Benchmark: URGE: Distancia máxima entre espaços: 500 m 1 km de distância, significa elevado isolamento. AVALIAÇÃO Informação recolhida: O parque de Monsanto tem adjacente a si a Tapada da Ajuda com cerca de 100 ha. Tapada das Necessidades 10 ha ……. ….300 m Capela Jerónimos ……………………… 300 m Parque Moinhos de Santana …………….400 m Jardim Zoológico ………………..600 m Parque Eduardo Sétimo………. ……….1000 m Disponibilidade de dados: O Directa Parque Florestal de Monsanto X Indirecta O Indisponível 223 consagrado como “sistema continuo de ocorrência naturais que constituem o suporte da vida silvestre e de manutenção do potencial genético e que contribui para o equilíbrio e estabilidade do território”. DESCRIÇÃO O efeito do isolamento nas espécies, pode ser diminuído, se existirem elementos de conexão entre espaços, o que facilita a migração de espécies. Quanto maior o numero e a diversidade dos elementos de conexão, maior o beneficio ecológico. INDICADOR: Presença de diversos tipos de conectividade AVALIAÇÃO Critério 1.4 Conectividade com outros espaços verdes Informação recolhida: Existem cerca de 7 corredores verdes / vias arborizadas que fazem o prolongamento do Parque de Monsanto para fora do seu perímetro. 6 dos corredores verdes são vias arborizadas e 1 corredor para além das vias arborizadas é formado por áreas relvadas. ANÁLISE Disponibilidade de dados: Método: Quantificar o número de elementos de conexão por espaço verde, para outros espaços verdes; Quantificar o número de diferentes tipos de conexão, de acordo com a seguinte lista: • Floresta Semi-natural • Floresta • Árvores • Arbustos • Vegetação • Relvados • Linhas de água semi-naturais • Linhas de água naturais • Shore of waterway O Directa X Indirecta O Indisponível A multiplicação destes dois valores, indica o valor da conectividade do espaço. Fontes: • Carta Verde de Lisboa • Fotografia aérea. In Site: lisboainteractiva.pt ANÁLISE AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: Benchmark: URGE: Quanto maior o número e a diversidade destas conexões, maior o benefício ecológico: 0= não existe conectividade; 1-2 = razoável conectividade; 3-5 = boa conectividade; +5 = óptima conectividade; LEGISLAÇÃO NACIONAL: Lei de bases do ambiente (Lei nº11/87 de 7 de Abril – art.5º), Continuum naturale, Parque Florestal de Monsanto 224 Critério 1.5 Impermeabilização do solo AVALIAÇÃO: Embora a conectividade com os espaços que se encontram mais próximos esteja assegurada por ruas arborizadas, a variedade de habitats e espécies que constituem os elementos de conexão é reduzida, e por isso a classificação será de 1-2 , ou seja apresenta uma razoável conectividade. 1 1.4 Conectividade com outros espaços verdes 2 3 4 5 DESCRIÇÃO A percentagem de solo impermeabilizado revela a dimensão do espaço onde os ciclos naturais como o da água, não ocorrem; para além do ciclo da água, a impermeabilização do solo afecta outras funções ecológicas do solo; funções como o suporte físico e mineral para o crescimento de plantas, fungos e a função de reservatório de nutrientes e outros recursos, são destruídas pela sua impermeabilização. INDICADOR: Proporção da superfície de espaço verde com distúrbios na dinâmica natural da água Método: Áreas de solo ocupadas pelas diferentes categorias/distúrbios na dinâmica natural da água: 1. Construção 2. Coberto (asfaltado, cimentado, empedrado) 3. Compactado (campos desportivos) 4. Não impermeabilizado. ANÁLISE OBSERVAÇÕES: O Continuum naturale, encontra-se consagrado na Lei de Bases do Ambiente (Lei nº11/87 de 7 de Abril – art.5º), como “sistema continuo de ocorrência naturais que constituem o suporte da vida silvestre e de manutenção do potencial genético e que contribui para o equilíbrio e estabilidade do território”. Tal como o nome indica, trata-se de verdadeiras rotas para pessoas, animais, sementes e mesmo ar e água; é uma entidade urbana de associação de funções; funções ecológicas em sobreposição com funções sociais, como o lazer, recreio, circulação de peões e bicicletas e à fruição de equipamento cultural; Implica que os espaços verdes envolvam a cidade de um modo continuo, sem grandes interrupções, desempenhando diferentes funções e assumindo diversas formas (Magalhães, 1992); Forma mais eficaz de trazer benefícios à paisagem natural e a um meio urbano em expansão. • Uma vez que diferentes espécies, se deslocam em diferentes meios e por isso necessitam de diferentes tipos de conexão, é importante para cada espaço da cidade, identificar as principais espécies e os tipos de corredores associados. • Como na maioria dos corredores de conexão a exposição a distúrbios é elevada, só as espécies generalistas e menos sensíveis são capazes de os utilizar e beneficiar da migração. É importante que os elementos de conexão, incorporem elementos dos habitats das espécies mais sensíveis ou vulneráveis. Fontes: DAEV - Divisão de Matas AVALIAÇÃO Benchmark: URGE: Para o geral dos espaços verdes: máximo 10% de área impermeabilizada, categorias 1-3; Espaços verdes com elevada capacidade de carga: máximo de 20% de área impermeabilizada, categorias 1-3. Parque Florestal de Monsanto Informação recolhida: 600 ha área arborizada 28,73 ha áreas urbanas (zonas de transição) 13,5 ha parques recreativos 225 AVALIAÇÃO Áreas de uso intensivo, com elevada capacidade de carga: (referência 1994) Parque Urbano do Alto da Serafina 120.000 m2 – Inertes/verde: 0,3 Parque Urbano do Alto da Serafina – Zona do Calhau 185.000 m2 – Inertes/verde: 0,05 Parque Ecológico 500.000 m2 Inertes/verde: 0,04 Mata de São Domingues de Benfica 80.000 m2 – Inertes/verde: 0,2 Montes Claros – Inertes/verde: 0,5 Centro de ténis de Monsanto – Inertes/verde: 0,8 Parque Infantil do Alvito 120000 m2 – Inertes/verde: 0,7 P.U. Moageiro de Santana/Ajuda 65.000 m2 – Inertes/verde: 0,1 Total = 942.000 m2 = 94,2 hect. Média de inertes/verde = 0,21 Disponibilidade de dados: X Directa O Indirecta O Indisponível AVALIAÇÃO: As tipologias de áreas identificadas (600 ha área arborizada, 28,73 ha áreas urbanas (zonas de transição), 13,5 ha parques recreativos), correspondem a proporções de: 88% áreas arborizadas; 4% áreas urbanas; 8% parques recreativos. Do total da área do Parque de Monsanto, 12% é destinado a área humanizada (urbana + parques recreativos), logo com elevada taxa de impermeabilização. Considerando os parques recreativos, os parques destinados à utilização humana, estes apresentam uma média de índice de ocupação inerte/verde de 0,21, ou seja perto de 20%, que de acordo com o URGE é o máximo de impermeabilização de que um espaço com elevada capacidade de carga deve ter. AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: OBSERVAÇÕES: URGE: Os espaços verdes com elevada utilização, têm maior probabilidade de terem grandes áreas impermeabilizadas, o que afecta a dinâmica da água. Este efeito pode ser minimizado, se esta água for colectada, purificada e devolvida através da rega das áreas verdes. 1 2 3 4 5 1.5 Impermeabilização do solo As Tipologias de Usos identificadas: Zonas de conservação – pouco intervencionada a nível paisagístico e praticamente sem equipamento – são locais de estudo e observação com caminhos pedestres sinalizados, miradouros e zonas de estadia; Zonas de recreio informal – arborizadas e com manutenção regular, de acesso livre equipadas com (zonas de estadia, merendas, miradouros, circuitos de manutenção, sinalização pedestre e ciclável, equipamento para desporto de ar livre, campos de jogos e anfiteatros, restaurantes) Zonas recreativas – áreas vedadas, fortemente intervencionadas para recreio e lazer, com equipamento variado para recreio infantil, zonas ajardinadas, balneários, portaria, restaurantes/bar (concessões) e outros equipamentos lúdicos. Parque Florestal de Monsanto 226 DESCRIÇÃO Este critério avalia a grau de articulação e integração do espaço verde, no sistema que planeia e gere os espaços verdes da cidade. Avalia também o nível de coordenação entre administrações de municípios vizinhos. Os espaços verdes, não devem ser concebidos, desenhados e geridos de forma episódica mas como fazendo parte de um sistema integrado. Deste modo, o conceito de rede verde ou rede ecológica urbana, deve ser adoptado por planeadores e administradores. ANÁLISE Critério 1.6 Integração no sistema de espaços verdes Benchmark: URGE: Alcançar o nível 3; Pelo menos 1 dos 2 procedimentos deve ser adoptado; Pelo menos 1 dos 3 procedimentos deve ser adoptado. LEGISLAÇÃO: cumprimento da legislação e planos em vigor. Informação recolhida: Resposta 3. INDICADOR: Existência e eficácia de instrumentos capazes de integrar o espaço verde individual no sistema de espaços verdes da cidade A estrutura verde urbana é classificada segundo a natureza dos espaços, em dois tipos: principal e secundária. O Parque Florestal de Monsanto considerado o principal parque periférico da cidade, integra a estrutura verde principal. ANÁLISE Verificar em que extensão o conceito de sistema verde urbano é aplicável ao espaço verde individual: 0 – não existe sistema verde; 1 – o sistema está a ser estabelecido; 2 – o sistema existe, mas o espaço individual não está integrado; 3 – o espaço verde faz parte do sistema verde; Verificar se os seguintes procedimentos são adoptados no desenho e desenvolvimento do espaço verde: Envolvimento de peritos de diferentes disciplinas na preparação do projecto; Comparação do projecto em estudo com projectos semelhantes de outras cidades com sistemas de espaços verdes; Verificar se alguma das seguintes regulamentações e instrumentos que influenciam as políticas ambientais dos municípios vizinhos tem impacte no desenho do espaço: Planos verdes de grande escala envolvendo administrações vizinhas (planos intermunicipais); Coordenação de políticas de espaços verdes; Encontro de objectivos e actividades comuns; Fontes: Entrevista Plano Regional Ordenamento Território da AML - PROTAML Parque Florestal de Monsanto AVALIAÇÃO Método: 2Segundo o D.L. nº292/95 de 14 Novembro é necessário fixar regras mínimas de qualificação técnica para a elaboração dos planos urbanísticos e projectos de operação de loteamento. (...) Considera-se indispensável a elaboração de planos urbanísticos e (...) projectos de operações de loteamento, em equipas técnicas multidisciplinares. (pelo menos um Arquitecto, 1 engenheiro civil, 1 arquitecto paisagista, 1 técnico urbanista e 1 licenciado em direito, com experiência de pelo menos 3 anos). A referência a esta legislação é feita na lista processual da equipa de projecto. A comparação com projectos de espaços verdes noutras cidades, não é um procedimento recorrente, ou instituído. 3A nível intermunicipal existe um instrumento de ordenamento o Plano Regional de Ordenamento da Área Metropolitana de Lisboa, que define uma Rede Ecológica Metropolitana, a qual exigirá, para que se assista à sua implementação no terreno, uma coordenação e estabelecimento de objectivos comuns pelos vários concelhos. O entendimento necessário entre municípios não é conhecido. Dos 3 pontos a identificar, apenas o primeiro é verificado. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível 227 Qualidade dos Espaços Verdes Urbanos – Parque Florestal de Monsanto AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: 2 Qualidade dos Espaços Verdes Urbanos OBSERVAÇÕES: Estrutura Verde Principal, estabelece a transição entre a paisagem rural e a cidade. Na zona peri-urbana, conforme a legislação actual, é constituída fundamentalmente pelas áreas de Reserva Agrícola Nacional, da Reserva Ecológica Nacional, do Domínio Público Hídrico, pelas áreas de protecção aos edifícios e monumentos nacionais ou de interesse concelhio etc.. Na zona urbana tradicional, a estrutura verde principal tem que se adaptar aos “vazios” existentes e à sua relação com os espaços consistentes. Estrutura verde principal/Parque florestal e peri-urbano: Sistema de espaços verdes de maior dimensão e impacte na cidade. Integra áreas como jardins, parques urbanos e suburbanos, zonas desportivas, jardins zoológicos, hortas urbanas, etc. (Saraiva, 1989) Pela sua dimensão, constituem pólos de articulação com a paisagem envolvente (Telles, 1997) Equipamento urbano de nível regional e metropolitano (Pardal, 1991) DESCRIÇÃO O principal objectivo deste grupo de critérios é analisar e compreender a qualidade dos espaços verdes individuais e de que modo contribuem para a qualidade de vida, para a criação de diversidade ecológica, para criar componentes individuais no âmbito do sistema ambiental urbano, melhorar o clima, absorver os poluentes e avaliar o grau de intrusão por parte da vida urbana. Os espaços individuais têm um carácter e um potencial para a biodiversidade muito variável, dependendo grandemente da função desempenhada pelo sítio e das estratégias de gestão adoptadas. Quando a gestão dos espaços verdes está orientada para o recreio estes podem, ainda assim, contribuir para a biodiversidade, desde que este não seja um propósito único. Na avaliação deste grupo, é importante ter em consideração os objectivos de gestão para cada espaço, bem como o seu potencial para oferecer outputs de qualidade relacionados com as suas estratégias de gestão. A estrutura é de base florestal, e a regeneração é natural ou ajudada. (Pardal, 1991) Uso múltiplo, como protecção, zona de recarga de aquíferos, ou lazer e recreio das populações urbanas. (Pardal 1991) AVALIAÇÃO: Resposta 3. Bom 1 dos 2 procedimentos foi verificado. 1 dos 3 procedimentos foi verificado. Verificaram-se os procedimentos mínimos recomendados pelo URGE. 1 2 3 4 5 1.6 Integração no sistema de espaços verdes Parque Florestal de Monsanto 228 Critério 2.1 Biodiversidade Informação recolhida: A diversidade avifaunística que se pode encontrar dentro de uma cidade é tanto maior quanto maior for a diversidade de habitats existentes. No caso de Lisboa: actualmente nidificam em Lisboa cerca de 28 espécies de aves e o número de espécies registadas na cidade ronda as 138. DESCRIÇÃO Os indicadores de biodiversidade reflectem as características qualitativas e quantitativas de riqueza em espécies dos habitats. A situação favorável é que os espaços reúnam condições para manter a diversidade de flora e fauna, e que estas populações se mantenham pelo menos estáveis no tempo. Os biótopos com características locais devem estar bem representados. Estes habitats são fundamentais para a preservação das espécies locais, assim como pela possibilidade dada aos cidadãos de conhecer e viver o ambiente natural característico da zona. A presença de habitats de pequena escala, como ninhos ou certas plantas essenciais para insectos devem ser tidos em conta, para o aumento da riqueza de espécies. Método: Plantas Vasculares Carabídeos/ Escaravelhos Borboletas Espécies raras (ICN 1990) ANÁLISE Exóticas Nº total espécies (5 anos) • Avaliar a evolução num período de tempo. Fontes: • Publicações/revistas: • Oásis Alfacinhas (Rodrigues 1997) • Lisboa Aves – colecção Lisboa Viva (Costa 2000) Aves Mamíferos AVALIAÇÂO INDICADOR 1: Diversidade de espécies: número de espécies raras, ameaçadas ou em perigo A maior mancha florestal da cidade é o Parque Florestal de Monsanto, situado na periferia. As espécies de fauna que se encontram na cidade encontram-se em geral também neste parque. De uma forma geral, os jardins tem pouco substrato arbustivo e possuem árvores de médio e grande porte. Nos parques periféricos, incluindo Monsanto, o coberto vegetal é normalmente mais diversificado e a perturbação humana é menor. Entre as espécies mais comuns que se podem encontrar nos jardins de Lisboa incluem-se, por exemplo o Melropreto, a toutinegra-de-barrete-preto, o chapim azul, o chamariz, o verdilhão comum e o pintassilgo. Nos parques periféricos a diversidade é normalmente maior, podendo ser aí encontradas algumas espécies que habitualmente não ocorrem no interior da cidade. São os casos, entre outros da rola-comum, do mocho galego, do pica-pau-malhado-grande ou o gaio-comum. in: Lisboa Aves – colecção Lisboa Viva (Costa 2000) Peixes: Enguia Anguilla anguilla; Gambusia - Gambusia holbrooki; Peixe vermelho – Carassius auratus; Pimpão Carassius carassius Anfíbios: Rã verde – Rana perezi; Salamandra comum – Salamandra salamandra; Sapo bufo; Tritão de ventre laranja – Triturus boscai Repteis: Cágado – Mauremys caspica; Cobra-de-escada – Elaphe scalari; Cobra de Ferradura – Coluber hippocrepis; Cobra rateira – Malpolon monspessulanus: Lagartixa – Podarcis spp; Lagartixa do mato – Psammodromus spp; Licranço – Anguis fragilis; Osga – Tarentola mauritanica; Sardão – Lacerta lépida Aves Chapim; Toutinegra; Verdilhão; Pisco; Pica-pau; Águia de asa redonda; Mochos; Corujas; Pato real. Benchmark: URGE: Manter ou aumentar a diversidade de espécies ao longo do tempo. Parque Florestal de Monsanto 229 Disponibilidade de dados: Flora: Acácia Acacia longifolia - X Austrália Acácia melanoxylon - X Azinheira Quercus ritundifolia – V Aderno Phillyrea latifolia – V Aroeira Pistacia lentiscus – V Abrunheira Prunus spinosa var insititioides - V Carvalho cerquinho Quercus faginea - V Carvalho alvarinho Quercus robur – V Carvalho negral Quercus pyrenaica - V Cedro do Buçaco Cupressus lusitanica - V Choupo branco Populus alba - V Choupo negro Populus nigra - V Cipreste Cupressus macrocarpa - V Eucalipto comum - X Oliveira Olea europaea - V Pinheiro de halepo Pinus halepensis -V Pinheiro manso Pinus pinea - V Roble Quercus robur - X Sobreiro Quercus suber - V Ulmeiro Ulmus glabra - X Carrasco Quercus coccifera - V Cipreste Cupressus macrocarpa - V Freixo Fraxinus angustifolia – V Folhado Viburnum tinus – V Lodão Celtis australis – V Medronheiro Arbutus unedo – V Madressilva Lonicer implexa – X Pilriteiro Crataegus monogyma – V Pinheiro de alepo Pinus halepensis – V Pinheiro manso Pinus pinea - V Sanguinho das sebes Rhamnus alaternus – V Salgueiro Salix sp. – V Sabina das praias – Juniperus phoenicea - X Ulmeiro Ulmus glabra – X Zambujeiro Olea europaea – V In: Oásis Alfacinhas (Rodrigues 1997); site Parque Ecológico Monsanto Observações: Os espaços verdes situados na periferia da cidade, junto à antiga orla rural, e os de maior dimensão no centro da cidade são aqueles que apresentam um maior valor ecológico, que se traduz numa riqueza avifaunística elevada. Esta riqueza deverá ser também acompanhada por uma maior diversidade noutros grupos de vertebrados, nomeadamente anfíbios, répteis e mamíferos. Parque Florestal de Monsanto AVALIAÇÃO O Directa X Indirecta O Indisponível O leque de espécies presentes varia em função da estrutura do coberto vegetal, da dimensão do espaço verde e do grau de pressão humana a que o local se encontra sujeito. Ou seja, a diversidade avifaunística que se pode encontrar dentro de uma cidade é tanto maior quanto maior for a diversidade de habitats existentes. In: Oásis Alfacinhas (Rodrigues 1997) As aves constituem um dos grupos mais bem sucedidos do reino animal. Por um lado as aves são um bom indicador da qualidade ambiental, constituindo o seu estudo uma forma relativamente simples e eficaz de obter informação sobre o estado de saúde dos habitats e do ambiente em geral. In: Lisboa Aves – colecção Lisboa Viva (Costa 2000) INDICADOR 2: Diversidade de biótopos: número de diferentes tipos de habitat no espaço verde em estudo Método: Listagem de habitats baseado na estrutura vegetal de acordo com a classificação EUNIS; http://eunis.eea.eu.int/index.jsp ANÁLISE AVALIAÇÃO Mamíferos Coelho bravo; Doninha; Esquilo; Geneta; Morcego anão; Morcego de ferradura; Fuinha Musaranho de dentes vermelhos; Ouriço-cacheiro; Ratazana; Rato; Rato do campo Saca rabos; Toirão; Toupeira Fontes: • DAEV - Divisão Matas • Publicações/revistas Fórum Ambiente (Dordio 1994) Oásis Alfacinhas (Rodrigues 1997) Tese ISA, 1994 • Site PEM 230 Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível AVALIAÇÃO ANÁLISE Benchmark: URGE: Manter a proporção de biótopos; O objectivo para as políticas ambientais da cidade deverá ser a manutenção da heterogeneidade dos seus habitats; A recriação de habitas perdidos, formas de gestão mais naturais ou mesmo o aparecimento espontâneo de novos habitats na cidade, são acontecimentos importantes. O PFM é hoje um refúgio para diversas espécies de fauna, quer daquelas que têm dificuldade em sobreviver a uma forte presença humana, como daquelas que nele procuram local de apoio nas suas rotas migratórias. Muita da fauna que ocorre nos arvoredos da cidade utiliza o Parque como local de refúgio, alimentação e para reprodução, sendo o Parque essencial para a sua sobrevivência. In: Site PEM www.cidadevirtual.pt Trata-se de uma importante área na rota de migração de aves, entre a Serra da Arrábida e Sintra. A variedade faunística abunda por ordem decrescente, a classe dos insectos, repteis, aves e mamíferos de pequeno porte. In: Divisão de Matas AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: AVALIAÇÃO Informação recolhida: “O Parque Florestal de Monsanto é um caso ímpar que requer uma referência especial, quer pela história que lhe está associada, quer pela importância ecológica que possui, sendo um belo exemplo de como um complexo florestal semi-natural se pode enquadrar na estrutura urbana de uma cidade. O parque ecológico, o espaço do Parque Florestal de Monsanto onde mais se intensificam as medidas de protecção ao ambiente natural e acções de educação ambiental, apresenta uma área global de 50 hect, que inclui um terreno vedado de 17 ha onde se encontram uma albufeira e variadas estruturas de apoio. “ In: Oásis Alfacinhas (Rodrigues 1997). “Na área do Parque ecológico, que tem o objectivo de constituir um espaço de formação e educação ambiental e protecção da natureza, pretende-se introduzir espécies de interesse ecológico e paisagístico assim como outras que fomentem o desenvolvimento da fauna; a criação de um espaço que reconstitua e conserve os ambientes naturais da zona de Lisboa e os processos de evolução do coberto vegetal. Este Parque estende-se sobre o manto basáltico que se prolonga pela zona norte de Monsanto, numa zona com um relevo bastante acidentado onde existem várias pequenas linhas de água e uma mais importante cuja regularização está prevista neste projecto.” In: Tese ISA, 1994 “Ocupando cerca de 1/8 da área total da cidade de Lisboa, o Parque Florestal de Monsanto é a zona da capital que se aproxima mais dos ecossistemas naturais. Não é de estranhar, por isso, que algumas espécies com menor capacidade de adaptação à cidade, apenas aqui possam ser encontradas. É o caso da águia-de-asa-redonda, representada em Monsanto por um casal nidificante, além de vários indivíduos que escolhem o parque para passar o Inverno. Há algumas décadas atrás, Monsanto albergava também diversos carnívoros, como a raposa, o texugo, a geneta e a doninha, dos quais apenas o último continuará ainda a visitar o “pulmão de Lisboa”.” In: Fórum Ambiente (Dordio 1994) Parque Florestal de Monsanto OBSERVAÇÕES: URGE: • Não é relevante para comparação com outros países; • Elevada proporção de espécies exóticas revela alteração e distúrbio no ecossistema; pelo contrário elevada proporção de espécies raras revela um ecossistema natural ou pouco alterado; • Não existem valores de referência para riqueza de espécies, uma vez que dependem muito das regiões. • O intervalo de monitorização é de 10 anos, e o número de espécies deve ser mantido; • As espécies regionais ameaçadas são as que necessitam de maior atenção; • O aumento do número de espécies pode ser vantajoso desde que as novas espécies não sejam invasoras; • Mudanças na composição das espécies são normais, mas mudanças na proporção das categorias seleccionadas, raras e exóticas, são geralmente resposta a perturbações da actividade humana; AVALIAÇÃO: 1. O estudo “ Lisboa Aves - Colecção Lisboa Viva” afirma: ” Tal como em quase todas as grandes metrópoles a sua (Lisboa) riqueza ornitológica não é muito grande.” Na publicação “Oásis Alfacinhas (Rodrigues 1997)”, que para cada espaço descrito, identifica: • Presença de exemplares que, quer pelo seu conjunto, quer pela sua beleza, idade e crescimento, merecem especial atenção; MAE • Presença de exemplar único ou raro; EUR • Presença de um exemplar classificado como Árvore de Interesse Público, pela CML; AIP Não é referenciada a existência de espécies com esta classificação no parque. 231 De acordo com a lista de espécies vasculares do SIPNAT- ICN, não há espécies raras/ameaçadas no Parque de Monsanto. 2. Pela importância que os habitats representados no PFM, representam para a cidade, classifica-se com factor impacte 6 - Diferentes tipos de habitat. 1 3 4 DESCRIÇÃO Este critério avalia o impacto causado pela utilização do espaço, pelos visitantes. Uma elevada utilização humana de um espaço tem impactos no seu solo, compactando-o e reduzindo o seu coberto vegetal e de forma indirecta outras espécies. A erosão pode ser controlada, com a existência de caminhos de circulação pedonal, nos locais estudados. 5 INDICADOR: Proporção de superfície de solo erosionado ANÁLISE 2.1 Biodiversidade 2 Critério 2.2 Perturbação superficial Método: O indicador pode ser calculado com base no número de visitas ao espaço, e estimada a proporção de solo erosionado. Isto pode ser visualizado contabilizando a superfície de solo a nu que perdeu vegetação. (Ter atenção as áreas onde caracteristicamente, não há vegetação). Fontes: AVALIAÇÃO Benchmark: URGE: Não existem valores de referência. Informação recolhida: Disponibilidade de dados: O Directa O Indirecta X Indisponível AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: OBSERVAÇÕES: O nível de erosão do solo, é um indicador do nível de impacte antropogénico no espaço verde. Caso se verifique um grande impacte pelo uso do espaço, pode ser aconselhável construir trilhos para percursos, ou caso a erosão se verifique em todo o espaço, poderá ser indicador da necessidade de disponibilizar mais espaços verdes na zona. AVALIAÇÃO: • Não é aplicável Parque Florestal de Monsanto 232 Critério 2.3 Grau de naturalização com excepção das destinadas à exploração agrícola. E porque existe o equívoco generalizado de que a um maior número de espécies na natureza corresponde, no imediato e a longo prazo, uma maior diversidade biológica, pretendeu-se ainda acentuar a dimensão pedagógica necessária à aplicação de princípios de conservação da integridade genética do património biológico autóctone e de prevenção das libertações intencionais ou acidentais de espécimes não indígenas potencialmente causadores de alterações negativas nos sistemas ecológicos. Esta regulamentação vem atender às obrigações internacionalmente assumidas por Portugal, ao aprovar, para ratificação, através do Decreto-Lei n.º 95/81, de 23 de Julho, a Convenção de Berna, pelo Decreto n.º 103/80, de 11 de Outubro, a Convenção de Bona, e pelo Decreto n.º 21/93, de 21 de Junho, e a Convenção da Biodiversidade. DESCRIÇÃO Os distúrbios antropogénicos, frequentes e intensos sobre a flora e fauna, são característicos da generalidade dos espaços urbanos. O uso intensivo dos espaços é também um factor para a redução do grau de naturalização. Este grau é revelador da sua qualidade ecológica. A experiência de contacto com espaços mais silvestres é enriquecedora e uma maior naturalização implica também um importante contributo para a presença de biodiversidade. ANÁLISE Método: Utilizar a informação recolhida no critério 2.1, diversidade de biótopo, para classificar o espaço como: • Espaço somente com espécies exóticas/generalistas; • Espaço maioritariamente com espécies indígenas; • Espaço com espécies regionais, indígenas, e algumas raras ou em perigo de extinção (livro vermelho); • Espaço maioritariamente com espécies indígenas e bastantes espécies raras. • Espaço com espécies naturais e bastantes espécies raras e em perigo. ANÁLISE INDICADOR 1: Proporção de espécies indígenas /exóticas, ameaçadas ou em perigo com estatuto de protecção relativamente ao número total de espécies do espaço Fontes: • DAEV - Divisão Matas • Publicações: Oásis Alfacinhas (Rodrigues 1997) Fórum Ambiente (Dordio 1994) Também a Lei de Bases do Ambiente, Lei n.º 11/87, de 7 de Abril, no seu artigo 15.º, n.º 6, preconiza a elaboração de legislação adequada à introdução de exemplares exóticos da flora e, no seu artigo 16.º, n.º 3, a adopção de medidas de controlo efectivo, severamente restritivas, no âmbito da introdução de qualquer espécie animal selvagem, aquática ou terrestre. Convenção Quadro sobre a Diversidade Biológica de 20 de Maio 1992 Artigo 9.º - Conservação ex situ Cada parte contratante deverá, na medida do possível e apropriado e principalmente a fim de complementar as medidas in situ: a) Adoptar medidas para a conservação ex situ dos componentes da diversidade biológica, de preferência no país de origem desses componentes; b) Estabelecer e manter equipamento para a conservação ex situ e investigação em plantas, animais e microrganismos, de preferência no país de origem dos recursos genéticos; c) Adoptar medidas destinadas à recuperação e reabilitação das espécies ameaçadas e à reintrodução destas nos seus habitats naturais em condições apropriadas; d) Regulamentar e gerir a recolha dos recursos biológicos dos habitats naturais para efeitos de conservação ex situ, com vista a não ameaçar os ecossistemas nem as populações das espécies in situ, salvo quando se requeiram medidas especiais temporárias de acordo com o disposto na alínea c); e e) Cooperar no fornecimento de apoio financeiro e de outra natureza para a conservação ex situ, como referido nas alíneas a) a d) do presente artigo, e no estabelecimento e manutenção de equipamentos para a conservação ex situ, nos países em desenvolvimento. Benchmark: PUBLICAÇÃO: Espaços Exteriores Urbanos Sustentáveis: Guia de Concepção Ambiental (Reynolds et al. 2001) LEGISLAÇÃO NACIONAL: Decreto-Lei n.º 565/99 de 21 de Dezembro A introdução de espécies não indígenas na Natureza pode originar situações de predação ou competição com espécies nativas, a transmissão de agentes patogénicos ou de parasitas e afectar seriamente a diversidade biológica, as actividades económicas ou a saúde pública, com prejuízos irreversíveis e de difícil contabilização. (...) pretendeu-se condicionar a introdução na Natureza de espécies não indígenas, Parque Florestal de Monsanto AVALIAÇÃO URGE: Não existem valores referência. Informação recolhida: Clima mediterrânico com fraca amplitude térmica, de solos basálticos permeáveis. O coberto vegetal é essencialmente constituído por carvalhal e pinhal manso, com algumas zonas de cupressal. O Parque Florestal de Monsanto detém a maior mancha de pinhal das Canárias da Europa. In: Divisão Matas Até há algumas décadas atrás, a grande mancha verde de Monsanto albergava espécies aparentemente tão invulgares na cidade como texugos, genetas, raposas e ouriços. Era uma época em que toda essa mancha verde se prolongava pela Matinha de Queluz, ligando-se à Serra de Sintra e permitindo assim a circulação de diversos animais selvagens. 233 Flora: Acácia Acacia longifolia - X Austrália Acácia melanoxylon - X Azinheira Quercus ritundifolia – V Aderno Phillyrea latifolia – V Aroeira Pistacia lentiscus – V Abrunheira Prunus spinosa var insititioides - V Carvalho cerquinho Quercus faginea - V Carvalho alvarinho Quercus robur – V Carvalho negral Quercus pyrenaica - V Cedro do Buçaco Cupressus lusitanica - V Choupo branco Populus alba - V Choupo negro Populus nigra - V Cipreste Cupressus macrocarpa - V Eucalipto comum - X Oliveira Olea europaea - V Pinheiro de halepo Pinus halepensis -V Pinheiro manso Pinus pinea - V Sobreiro Quercus suber - V Ulmeiro Ulmus glabra - X Carrasco Quercus coccifera - V Cipreste Cupressus macrocarpa - V Freixo Fraxinus angustifolia – V Folhado Viburnum tinus – V Lodão Celtis australis – V Medronheiro Arbutus unedo – V Madressilva Lonicer implexa. – X Pilriteiro Crataegus monogyma – V Sanguinho das sebes Rhamnus alaternus – V 9 em 37 não são consideradas pelo guia Espaços Exteriores Urbanos Sustentáveis: Guia de Concepção Ambiental (Reynolds et al. 2001), como espécies espontâneas ou há muito introduzidas em Portugal e adaptadas ao nosso clima. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: Sobreviver na cidade ou adaptar-se bem a ela não significa obrigatoriamente que se consiga obter sucesso na reprodução em ambiente urbano. As rapinas que surgem nas cidades, como a águia-de-asa-redonda, raramente conseguem nidificar, mesmo em ambientes semi-naturais como Monsanto, devido à falta de tranquilidade necessária durante esse período. INDICADOR 2: Proporção de biótopos nativos relativamente à área total do espaço Método: Utilizar a informação do critério 2.1 para calcular a proporção representada: • > 75% perto do natural; • 50 – 75% semi natural; • 25 – 50 % em parte natural; • > 25% artificial. ANÁLISE AVALIAÇÃO Ocupando cerca de 1/8 da área total da cidade de Lisboa, o Parque Florestal de Monsanto é a zona da capital que se aproxima mais dos ecossistemas naturais. Não é de estranhar, por isso, que algumas espécies com menor capacidade de adaptação à cidade, apenas aqui possam ser encontradas. É o caso da águia-de-asa-redonda, representada em Monsanto por um casal nidificante, além de vários indivíduos que escolhem o Parque para passar o Inverno. Há algumas décadas atrás, Monsanto albergava também diversos carnívoros, como a raposa, o texugo, a geneta e a doninha, dos quais apenas o último continuará ainda a visitar o “pulmão de Lisboa”. In: Fórum Ambiente (Dordio 1994) Salgueiro Salix sp. – V Sabina das praias Juniperus phoenicea - X Ulmeiro Ulmus glabra – X Zambujeiro Olea europaea – V In: Oásis Alfacinhas (Rodrigues 1997); site Parque Ecológico Monsanto AVALIAÇÃO A progressiva urbanização da linha de Sintra, porém, juntamente com a construção de novas vias, da qual a CRIL (Cintura Regional Interna de Lisboa) é apenas o último exemplo, veio condenar as populações animais ao isolamento e à extinção. Fontes: • Publicação periódica: Jornal da Região • ONG: Quercus Benchmark: URGE: Não existem valores de referência. Parque Florestal de Monsanto 234 AVALIAÇÃO Para minimizar estes problemas, a Divisão de Matas está a proceder a operações de limpeza (limpeza arbustiva selectiva, limpeza arbórea selectiva, podas etc..) e melhoria dos povoamentos florestais, em cerca de 336 hect. Durante esta operação de limpeza vão iniciar-se os trabalhos de plantação, de modo a fazer o adensamento arbóreo em 136 hect do parque. Pretende-se com estas plantações introduzir os carvalhais, espécies autóctones e adaptadas ao clima mediterrâneo, que são extremamente tolerantes ao desenvolvimento do extracto herbáceo e arbustivo e não causam demasiado ensombramento ao solo. Vão-se plantar 14.100 plantas, em povoamentos mistos de Quercus robur, Quercus suber, Quercus faginea, Quercus rotundifólia, com uma densidade aproximada de 100 plantas por hectare. Vão também introduzir plantas de linhas de água e arbustos, de forma a diversificar a flora do Parque do ponto de vista ecológico e paisagístico. A Divisão Matas reconhece, que estas intervenções têm tido consequências na fauna do Parque, pois esta perdeu locais de abrigo, reprodução e alimentação, deslocando-se para outros locais. “ In: site CML Directa Para além da identidade, as espécies autóctones, são favoráveis a toda a cadeia de espécies que se associam, desde outras espécies de flora aos animais que neste habitat, encontram abrigo e o alimento de que precisam. AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: OBSERVAÇÕES: Publicação de referência para a avaliação: Guia Espaços Exteriores Urbanos Sustentáveis: Guia de Concepção Ambiental (Reynolds et al. 2001) “A escolha de vegetação deverá ter em conta as principais formações vegetais de Portugal. Preferencialmente poderão ser utilizadas espécies espontâneas, das quais se destacam com valor botânico e ornamental, a localizar de acordo com a situação edafo -climática do local…”poderão também ser utilizadas espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas, há muito introduzidas em Portugal e adaptadas ao nosso clima.” Definições: • Espontânea: planta que existe numa região desde sempre, não tendo sido objecto de migração. • Exótico: animal ou planta que veio de região distante. In: Mantas (1998) AVALIAÇÃO: O Parque Florestal de Monsanto foi, no passado, mais rico em biodiversidade faunística do que no período actual, verificando-se uma evolução negativa devido, entre outras pressões, à diminuição de área, desaparecimento de ligações a outros espaços naturais e ao aumento das vias de trânsito intenso que atravessam e dividem o Parque. No entanto, em relação à diversidade da flora, têm sido realizadas campanhas e programas de melhoramento ecológico com o objectivo de substituir as espécies exóticas ou menos adaptadas por espécies autóctones ou adaptadas ao clima mediterrâneo. 1. Apenas 9 em 37 espécies identificadas são espécies não adaptadas ao nosso clima, classificouse como espaço maioritariamente composto por espécies indígenas. 5 2. 50-75% de carácter natural. 5 Disponibilidade de dados: O AVALIAÇÃO Informação recolhida: Está em curso, deste 2004 uma intervenção de melhoria da função ecológica, no Parque Florestal de Monsanto. “O PFM é constituído por cerca de 800 hect de área florestal. Ao longo destes 800 hect podem-se encontrar povoamentos de eucaliptais, pinheiros mansos, pinheiros do alepo, carvalhais e outras espécies indefinidas. No entanto, estes povoamentos têm vindo a apresentar alguns problemas: • Elevado risco de incêndio, devido à elevada densidade de biomassa existente, • A degradação dos pinhais de alepo, devido à sua baixa resistência mecânica ao vento; • A infestação por parte de acácias e árvores do incenso nos eucaliptais e povoamentos indefinidos: • A infestação arbustiva nos pinhais mansos por parte dos adernos; • A baixa biodiversidade nos pinhais mansos e eucaliptais; • A elevada densidade arbórea nos pinheiros mansos, o que faz com que a luz solar não chegue ao solo e só se desenvolvam espécies de sombra. (ex.aderno) X Indirecta O Indisponível 1 2 3 4 5 2.3 Grau de naturalização Observações: Os carvalhais portugueses (Quercus faginea, Quercus robur, Quercus pyrinaica) precisam de apoio para se expandirem. Actualmente constituem apenas 4% da floresta nacional, e não possuem qualquer estatuto de protecção legal. Parque Florestal de Monsanto 235 DESCRIÇÃO Este critério analisa os níveis de poluição registados nos espaços verdes urbanos e o efeito regulador destes espaços. Os espaços verdes urbanos têm a capacidade de atenuar os impactes negativos da actividade humana na qualidade do ambiente. Barreiras de ruído e vento, absorção de poeiras, libertação de humidade e oxigénio, efeito visual, e sombreamento são algumas das funções que estes espaços desempenham. Quanto maior o espaço e maior o volume de vegetação mais efectivo é o efeito barreira e de regulação. AVALIAÇÃO Critério 2.4 Poluição Em Portugal, não há normas legais para a contaminação dos solos. Mas segundo as normas holandesas, aquele segundo valor é 110 vezes superior ao limite a partir do qual é imperativo limpar a zona poluída. (...) noutros países, alguns campos de tiro utilizam plásticos estendidos sobre o solo para recolher o chumbo. Mas segundo Carlos Duarte Ferreira, o Presidente do Clube, esta é uma medida mais de carácter económico – pois o material usado é revendido.” In: (Garcia 2002) Disponibilidade de dados: O Directa O Indirecta X Indisponível INDICADOR 1: Poluição e qualidade do solo INDICADOR 2: Qualidade do ar Fontes: • Divisão controlo ambiental – DAEV • Publicação periódica: Ecosfera - Público 10.03.02 (Garcia 2002) Informação recolhida: • Não são feitas análises de qualidade do solo; “Parte dos solos sobre os quais está o Clube de Tiro de Monsanto e o adjacente centro de interpretação do Parque Ecológico podem estar fortemente contaminados com chumbo. É o que sugere um estudo no âmbito de um estágio de licenciatura de geologia da FC-UL. (…) os caminhos pedonais e para bicicletas que foram entretanto abertos estão polvilhados com os minúsculos bagos de chumbo disparados pelos desportistas do Clube de Tiro. Foi em dois pontos onde o chão estava coberto com um verdadeiro tapete de chumbos que o estudo identificou, no solo imediatamente por baixo, uma contaminação brutal. As análises revelaram que cada quilo de terra era composto por cerca de seis gramas de chumbos, num local e 42 noutro. Parque Florestal de Monsanto Fontes: • CCDR-LVT • DAEV - Divisão controlo ambiental ANÁLISE Benchmark: URGE: Classificar como: • Contaminado; • Não contaminado: solo natural representa menos de 50% do total da área do espaço; • Não contaminado: solo natural representa mais de 50% do total da área do espaço. AVALIAÇÃO Método: Analisar os diferentes poluentes atmosféricos: SO2, CO, NO2, O3 e poeiras, dentro e fora do espaço verde. Benchmark: URGE: Não há valores de referência LEGISLAÇÃO: Directiva - Quadro sobre a Avaliação e Gestão da Qualidade do Ar Ambiente, transposta para o direito interno através do Decreto-Lei nº 276/99, de 23 de Julho, define as linhas de orientação da política de gestão da qualidade do ar ambiente, deixando para diplomas posteriores (Directivas - Filhas) a fixação dos valores - limite e limiares de alerta a cumprir para os poluentes abrangidos no Anexo I do referido decreto-lei. AVALIAÇÃO ANÁLISE Método: Analisar a informação relativa a diferentes poluentes no solo do espaço verde em estudo. É necessário informação de laboratórios especializados. Informação recolhida: • Não são feitas análises de qualidade do ar junto a este Parque; • Actualmente existem oito estações de medição da qualidade do ar em Lisboa e situam-se no Restelo, Avenida da Liberdade, Av. Casal Ribeiro, Entrecampos, Benfica, Beato, Chelas e Olivais. In: IA – Instituto do Ambiente – Programa Qualar (www.qualar.org) 236 INDICADOR 3: Qualidade da água Disponibilidade de dados: O Indirecta X Indisponível Observações: Quadro síntese das funções dos espaços verdes, na melhoria da qualidade do ar: • As correntes de convecção, resultado do arrefecimento de massas de ar pela vegetação, permitem que o ar poluído passe pela vegetação, sendo aí filtrado. • Potencial eléctrico da vegetação provoca a precipitação das Controle dos poeiras existentes na atmosfera; poluentes atmosféricos • Resultados de estudo experimental: efeito de redução de poeiras pelos espaços verdes e m 40-50% (Magalhães, 1992) • Função muito relevante no meio urbano (Araújo, 1961 in Magalhães, 1992) • Capacidade de absorção de CO2 pela vegetação; • Resultados de estudo experimental: superfície relvada com árvores Absorção de de espécies diferentes, com 1 hect, tem a capacidade de absorver CO2 900 kg de CO2 em 12 horas, correspondendo a 6 000 000 m3 de ar (Goldmerstein e Stedick, 1966 in Magalhães, 1992) • Resultados de estudo experimental: superfície relvada com árvores Aumento do de espécies diferentes, com 1 hectare, produz 600 kg de oxigénio teor de O2 em 12 horas (Goldmerstein e Stedick, 1966 in Magalhães, 1992) Em Setembro 2004, foi estabelecido um Protocolo entre CCDR-LVT e FCT/ UNL com vista à elaboração de um estudo especializado de avaliação e priorização de medidas a promover e/ou a apoiar por entidades públicas no âmbito da qualidade do ar na Região de Lisboa e Vale do Tejo. Decorrente da avaliação efectuada nos últimos anos à qualidade do ar na RLVT, verificou-se a existência de alguns problemas nesta matéria, especialmente em termos dos níveis de partículas em suspensão na Área Metropolitana de Lisboa, apresentando este poluente concentrações que dificilmente permitirão o cumprimento dos valores limite impostos pela legislação nacional e comunitária nas datas estipuladas. Foi a constatação desta situação que relevou a necessidade de elaboração deste estudo, com o objectivo de reduzir as emissões de poluentes atmosféricos na RLVT, por forma a preservar a qualidade do ar ambiente, compatível com o desenvolvimento sustentável e com um elevado nível de protecção ambiental e de saúde humana. In: www.ccdr-lvt.pt. Parque Florestal de Monsanto Método: Analisar a qualidade da água superficial e subterrânea no espaço verde (requer informação de laboratórios especializados) Fontes: • DAEV - Divisão controlo ambiental ANÁLISE Directa AVALIAÇÃO O Benchmark: URGE: Não há valores de referência. LEGISLAÇÃO: Decreto- Lei n.º 236/98. Estabelece normas, critérios e objectivos de qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade das águas em função dos seus principais usos. Numa perspectiva de protecção da saúde pública, de gestão integrada dos recursos hídricos e de preservação do ambiente, pretende-se também com este novo diploma legal clarificar as competências das várias entidades intervenientes no domínio da qualidade da água. O presente diploma define os requisitos a observar na utilização das águas para os seguintes fins: a) Águas para consumo humano: b) Águas para suporte da vida aquícola: c) Águas balneares; d) Águas de rega. Informação recolhida: • Não há conhecimento de serem feitas análises de qualidade da água; Disponibilidade de dados: O Directa O Indirecta X Indisponível 237 Fontes: • DAEV - Divisão controlo ambiental • Observação directa AVALIAÇÃO “Um estudo sobre o “Ruído ambiente em Portugal”, realizado em 1996 pelo CAPS/IST em colaboração com o Ministério do ambiente, identificou como sendo 19% a população em Portugal exposta a níveis sonoros superiores a 65 db(A). Na cidade de Lisboa, verificou-se que tal percentagem é de 50%”.“Os espaços urbanos com elevada densidade populacional, apresentam uma maior sensibilidade ao ruído. (..) toda a malha é servida por uma complexa e apertada rede de comunicações viárias que se constitui na fonte predominante de perturbação de ruído ambiente.” “A intervenção numa malha estabelecida, como é a situação geral nas cidades europeias, exige particulares cuidados e estratégias a prazo. (..) a Carta de Ruído da cidade de Lisboa é uma ferramenta essencial para o ordenamento e planeamento urbano(..)fundamental para o desenvolvimento de estratégias de desenvolvimento urbano” In: (Telles 2001) INDICADOR: 5. Intrusão urbana Informação recolhida: • Não são feitas análises comparativas dos níveis de ruídos dentro e junto ao parque; Por observação no local, identificaram-se duas fontes de ruído principais: As vias de trânsito constituem uma das mais importantes fontes de ruído em áreas urbanas, e sendo o Parque Florestal de Monsanto é atravessado por várias vias com trânsito considerável, pode-se comprovar o impacte do ruído em algumas zonas no seu interior. O campo de tiro que se situa junto ao Parque ecológico, zona de maior naturalização e dedicada à conservação da natureza, constitui igualmente uma importante fonte de ruído e perturbação. Método: Analisar fontes de intrusão (ex. industria, tráfego, etc.) perto do espaço verde (0,5 km em redor). Criar uma lista das fontes de poluição mais importantes e avaliar o nível de impacte negativo que representam. ANÁLISE Benchmark: Não existem valores de referência. Fontes: • Observação directa Benchmark: Não existem valores de referência. Disponibilidade de dados: O Directa O Indirecta X Indisponível Observações: Segundo Magalhães (1992) a vegetação tem elevada capacidade de absorção de ondas sonoras. Outras fontes reconhecem limitações ao efeito de barreira sonora pela vegetação. Ambas as fontes defendem que o efeito de barreira relativamente ao ruído é potenciado com o aumento da diversidade de espécies e da espessura e altura da faixa vegetal. Parque Florestal de Monsanto AVALIAÇÃO ANÁLISE Método: Medir os níveis de ruído no centro do parque, e comparar com a média obtida a partir da medição em quatro pontos opostos do Parque. Esta medição deve ser feita em períodos de níveis elevados de ruído. AVALIAÇÃO INDICADOR 4: Diminuição do ruído Informação recolhida: As principais fontes de intrusão urbana, identificadas foram: • Vias de tráfego que atravessam o parque. Cerca de 300 km de vias alcatroadas o AE Lisboa-Cascais o Estrada do Alvito o 24 de Janeiro o Estrada da Serafina o Estrada dos Montes Claros 238 AVALIAÇÃO o Pina Manique o CRIL A interpretação da avaliação deste critério deve ter em conta, a parcialidade da informação considerada. • Campo de tiro 1 2 3 4 5 2.4 Poluição Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: OBSERVAÇÕES: “The European Environment & Health Action Plan 2004-2010” (EC 2004) Sendo a Saúde uma preocupação prioritária a nível individual mas também uma questão com reconhecidas implicações no crescimento económico a longo prazo e desenvolvimento sustentável das sociedades, o Plano Saúde & Ambiente para a Europa 2004-2010, estabelece novos objectivos, e acções a desenvolver a partir do presente momento, pelos estados membros. No seu essencial, estabeleceu-se a responsabilidade de estabelecer e reconhecer a relações entre o ambiente e a saúde para mais eficazmente delinear estratégias e respostas. Este Plano reconhece que para além da importância de melhorar as condições de vida dos cidadãos, serão maximizados os benefícios económicos ao permitir reduzir perdas de produtividade, por baixas e outros, e uma vez que os gastos na saúde ultrapassam grandemente os custos na prevenção. “Como indivíduos fazemos opções quanto ao nosso estilo de vida que afectam a nossa saúde, mas contamos também com informação de confiança que deve ser disponibilizada pelas autoridades públicas, sobre a qual podemos tomar decisões, de modo a proteger a nossa saúde e melhorar a nossa qualidade de vida” Este Plano foca ainda a necessidade de desenvolver, investigação capaz de criar uma base de conhecimento sobre as relações Ambiente vs Ecossistemas vs Saúde, que é fundamental para opções e decisões políticas coordenadas. Para tal, torna-se essencial a melhoria das redes de monitorização e informação da qualidade ambiental. AVALIAÇÃO: A avaliação do critério foi feita com base em apenas 3 dos 5 indicadores que o compõem. Os factores tidos em consideração na avaliação foram: existência de solos contaminados numa área restrita do parque, a existência de cursos de água naturais ou semi-naturais, e identificação de 2 principais fontes de intrusão urbana. Parque Florestal de Monsanto 239 DESCRIÇÃO Este critério avalia a contribuição do espaço verde na melhoria da qualidade do ambiente urbano. O volume de vegetação, a área de solo não impermeabilizado e a área de superfície de água são indicadores da capacidade de remoção de poluentes da atmosfera e da libertação de humidade. A vegetação apresenta inúmeros benefícios para a qualidade do ar; funcionando como reservatório, removendo poluentes da atmosfera, fixando o carbono e nitrogénio e libertando humidade por transpiração. Estes benefícios são particularmente importantes no meio urbano. A superfície das folhas das árvores e arbustos funciona como filtro de protecção para a radiação solar. As superfícies de água contribuem igualmente para a libertação de humidade e para a remoção de poeiras e poluentes da atmosfera. AVALIAÇÃO Critério 2.5 Efeitos de regulação Directa O Indirecta X Indisponível ANÁLISE Fontes: • Observação directa Benchmark: URGE: Não existem valores de referência. AVALIAÇÃO ANÁLISE O Método: O volume da vegetação é estimado pela sua área e altura. Árvores isoladas não são consideradas. Dividir o volume obtido pela área do espaço verde. Quanto maior o volume, maior o efeito barreira deste espaço verde. Fontes: Benchmark: URGE: IAF = Σ (A bn X IAF bn), Em que: IAF= IAF total do espaço; Abn= área total do biótopo representada pelo biótopo n; IAF bn= IAF para o biótopo n • <2 Baixo • 2-5 Médio • >5 Elevado Disponibilidade de dados: INDICADOR 2: Volume de vegetação INDICADOR 1: Índice folear expresso em média para a cidade Método: O Índice de área folear (IAF), característico de cada tipo de vegetação, é a medida da área de superfície de folhas. A cada tipo de biótopo, é possível fazer corresponder um valor característico de IAF. Estes valores devem ser multiplicados pelas áreas que estes biótopos apresentam no espaço em análise. • Superfícies de água e solo descoberto, também contribuem para a regulação da qualidade do ambiente. Informação recolhida: Informação recolhida: O Parque Florestal de Monsanto foi considerado como um espaço com um elevado volume de vegetação, embora apresente um estrato arbustivo pouco desenvolvido nas áreas observadas do Parque. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Recomendações para espaços verdes - DGOTDU: “A localização dos espaços verdes integrados na estrutura verde secundária deve assegurar quatro horas de insolação diária em, pelo menos, 2/3 da sua área total.” Parque Florestal de Monsanto 240 ANÁLISE Método: Pode ser medida numa visita ao local, e deve ser medida num dia soalheiro de Verão entre as 12 e 16 horas. AVALIAÇÃO Informação recolhida: A informação foi recolhida sem equipamento apropriado. De forma empírico, uma vez que o Parque apresenta elevado volume de vegetação considerou-se que apresenta elevado poder de protecção do vento. Disponibilidade de dados: O Fontes: • Observação directa Informação recolhida: Mais de 50% do Parque Florestal encontra-se à sombra ao meio-dia. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível INDICADOR 4: Protecção de ventos Método: Os valores medidos no centro do espaço devem ser comparados com valores nos limites deste. (é necessário utilização de equipamento específico) Fontes: • Observação directa Benchmark: Redução do vento em 2 m/s Parque Florestal de Monsanto Directa X Indirecta O Indisponível AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: Benchmark: 25 % da área deve estar à sombra. Em regiões muito quentes esta área poderá ser superior. ANÁLISE AVALIAÇÃO INDICADOR 3: Proporção da área total que se encontra à sombra num dia soalheiro de Verão ao meio-dia OBSERVAÇÕES: Quadro síntese das funções dos espaços verdes, para a regulação: • A vegetação tem maior poder reflector e difusor para a radiação infravermelha do que as superfícies construídas; • Grande parte da energia absorvida é gasta na evapotranspiração; • O arrefecimento obtido nestas zonas, relativamente aos espaços Termo regulação adjacentes, leva a formação de brisas de convecção que permitem a renovação do ar. (Magalhães, 1992); • (Resultados de estudo experimental): faixa de 50 a 100 metros de vegetação, reduz em 3,5ºC a temperatura atmosférica. (Bernatzky, 1966 in Magalhães, 1992) • Aumentam a humidade atmosférica, por diminuírem a evaporação do solo e pela evapotranspiração; • (Resultados de estudo experimental): faixa de 50 a 100 metros de Controlo de vegetação, aumenta em 5% a humidade atmosférica no verão. Humidade (Bernatzky, 1966 in Magalhães, 1992) • (Resultados de estudo experimental): 1 árvore adulta por evapotranspiração liberta 300-500 litros/dia. (Sauberer in Magalhães, 1992) Controlo de radiações solares • Efeito de filtração da radiação solar pela vegetação; Possível fonte de informação: Foi identificada uma empresa de tecnologias que dispõe de um Modelo Digital de Superfície e de Terreno de elevada resolução que funciona através de um varrimento laser da superfície do solo e resulta numa grelha regular de 1 m, 0,5m, 0,2 ou 0,1 m consoante as necessidades de aplicação. Este modelo foi feito para a zona de Lisboa, e para outras zonas urbanas. A utilização deste modelo, é feita maioritariamente por empresas de comunicação e pela EDP que necessitam de dados sobre zonas de reflexão de ondas de rádio etc.…para a implementação dos seus serviços. O modelo utiliza a mesma tecnologia para o cálculo do volume de madeiras presente em áreas florestais. 241 Apresenta ainda outras possíveis aplicações possíveis na área da Ecologia e Ambiente: • Monitorização da mudança na forma local da superfície terrestre: requer técnicas e medição automática e de medição passível de repetição; • Modelação do escoamento de água; • Ecossistema: altura das árvores e densidade da vegetação na modelação da biosfera. “No sentido de quantificar rapidamente, com precisão e baixo custo a evolução da cidade de Lisboa desde que foi criada a cartografia digital do concelho, permitindo a estimação e planeamento da sua actualização, foi efectuado um estudo comparativo entre um Modelo Digital de Superfície (MDS) de Maio de 1999 com um MDS de Agosto de 2002. Estes modelos foram produzidos através do processamento da informação digital LIDAR (Light Detection and Ranging) obtida por “laserscanning” de elevada precisão e resolução. A integração desta informação em SIG permite a quantificação do grau de desactualização de cada zona da cidade, a monitorização do crescimento urbano, bem como permite classificar automaticamente o tipo de intervenção ocorrido (ex. construção ou escavação), calcular volumetrias e identificar a evolução da cobertura florestal.” In: Tecnologia na Gestão da Cidade e do Ambiente (Barrucho s.d.) Critério 2.6 Valor estético DESCRIÇÃO A beleza das áreas verdes urbanas tem um papel importante na imagem geral do espaço circundante e envolvente. Uma característica importante de um espaço verde urbano é que, na maioria dos casos, cria um clima de bem-estar para trabalho e vivência. A qualidade de vida e as condições de trabalho em áreas urbanas dependem muito do apelo estético dos espaços verdes, invocação da vida selvagem, apreciação das espécies de flora e fauna e não apenas da visão de um espaço bem mantido, com características de construção interessantes. Habitações e negócios localizados em espaços verdes de elevada qualidade podem ser mais dispendiosos e atrair à zona em questão grupos de elevados rendimentos bem como negócios de elevada qualidade. Por outro lado, grupos de baixos rendimentos e negócios de baixa qualidade podem ser excluídos destes espaços devido aos elevados preços aí praticados. Há dois tipos de valor que podem ser medidos neste critério, valor monetário e valor a nível da utilização. INDICADOR 1: Depoimentos dos residentes relativamente ao valor estético do espaço verde AVALIAÇÃO: 1 2 3 4 5 ANÁLISE 2.5 Efeitos de regulação Método: Questionário a uma amostra representativa de residentes locais que vivam nas vizinhanças ou na área de influência do espaço verde (ver critério 3.1). A questão a ser colocada é: - Está satisfeito com a aparência e beleza deste espaço verde? Pede-se aos inquiridos para responderem utilizando valores entre 1 e 5 (Pontuação 1 = baixa, até 5 = elevada). O indicador é calculado adicionando as respostas de nível 5 (elevado) e expressando-as como uma percentagem do total de respostas. Fontes: • Questionário AVALIAÇÃO Benchmark: Performance mínima: 51% das respostas no nível 5. Performance de alto nível: 70% das respostas no nível 5. Parque Florestal de Monsanto Informação recolhida: Segundo as respostas ao questionário 62,6% dos inquiridos responderam que estão bastante satisfeitos com a beleza e aspecto visual deste espaço (resposta de nível 4) e 30,8% estão muito satisfeitos (respostas de nível 5). Não se atinge, desta forma, o benchmark estabelecido embora o grau de satisfação seja genericamente bastante positivo. 242 AVALIAÇÃO No caso do Parque Florestal de Monsanto, existem bairros, em volta deste espaço, mais velhos e degradados como o Bairro do Alvito ou o Alto da Ajuda, em que as casas são mais baratas. Mas estas casas estão a ter uma procura significativa por parte de jovens, tanto devido ao seu preço mais reduzido, como ao facto de se encontrarem na proximidade de um espaço verde como Monsanto. Os consultores imobiliários têm vindo a notar uma preocupação crescente, por parte de quem procura casa, com a proximidade de espaços verdes. É frequente, as pessoas perguntarem, na imobiliária, pela existência de jardins, na proximidade das habitações, ou de se decidirem por uma habitação após observarem a existência do jardim nas proximidades, embora este factor ainda não seja determinante para uma alteração nos valores do preço das casas. Já na zona de Belém não acontece o mesmo e a proximidade de espaços verdes pode fazer os valores de uma casa subirem dos 175 000€ para os 200 000€ – 250 000€. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: Método: Comparação dos preços (por m2) das habitações ou escritórios situados na imediata vizinhança do espaço verde urbano, com habitações e escritórios do mesmo concelho ou na vizinhança, mas longe do espaço verde sob análise. Os preços ou rendas das habitações e dos escritórios podem ser obtidos junto das agências imobiliárias que trabalham nas vizinhanças. Levantamento, a fazer junto da população, sobre a variação dos preços dos andares, num mesmo prédio, com situações de vistas diferenciadas. Fontes: • Agências imobiliárias e elementos da população que vivem na proximidade dos jardins. AVALIAÇÃO Benchmark: Não existem valores de referência, já que o valor acrescentado de habitações localizadas junto dos espaços verdes, varia muito de local para local. No entanto, a proximidade dos espaços verdes deverá ser valorizada. Informação recolhida: A. De acordo com as imobiliárias desta zona, os espaços verdes podem ser um factor decisivo para a compra de uma casa, desde que outras condições básicas estejam satisfeitas. Os factores mais determinantes que influenciam o preço da casa são: o número de compartimentos, a área total e o estado de conservação. Outros factores secundários para determinar este preço são a disponibilidade de estacionamento, as acessibilidades, a proximidade de comércio local e escolas. Contudo, a proximidade de espaços verdes é, em igualdade de circunstâncias, um factor decisivo para a opção pela aquisição da habitação, um factor de desempate, ou até uma mais valia que se poderá sobrepor a aspectos menos positivos da habitação. No caso deste espaço verde, é difícil obter indicações concretas sobre o valor acrescentado das casas que ficam na sua proximidade, devido a diferenças marcantes no tipo de habitação que fica perto e longe do parque. Parque Florestal de Monsanto B. O estudo “Habitação e mercado imobiliário” da Direcção Municipal de Planeamento Urbano, da Câmara Municipal de Lisboa, incidiu sobre a matriz de valor para o cidadão consumidor quando da aquisição de casa. Este estudo identificou os principais factores que influenciam a aquisição de casa como sendo: AVALIAÇÃO ANÁLISE INDICADOR 2: Valor acrescentado e preço de aluguer de casas/escritórios 1. Espaço para respirar o Exterior o Interior 2. Qualidade da casa o Construção o Espaços comuns o Estética 3. Unidade da casa o Acabamentos o Equipamentos da casa o Equipamentos de conforto De entre os espaços para respirar, exteriores, podemos distinguir que permitem: 1. Ver longe - Horizontes/vista e luz - Espaço entre prédios - Espaços verdes 2. Andar perto - Localização - Segurança 243 AVALIAÇÃO C. Segundo informações recolhidas junto de cidadãos que vivem nas proximidades de espaços verdes, é norma geral os vendedores cobrarem mais cerca de 2500€ sobre o valor de um andar com vista para um espaço verde, em oposição aqueles que se situam no mesmo prédio mas não possuem a dita vista. DESCRIÇÃO A inclusão de aspectos culturais (herança cultural, tradições locais, etc.) no projecto, desenvolvimento e processo de gestão de uma área verde contribui para a qualidade de vida na região urbana envolvente. Esta inclusão é importante por preservar a identidade do espaço e da localização bem como a manutenção de um sentido de pertença a uma identidade cultural bem definida, entre os residentes locais. Disponibilidade de dados: O Directa Indirecta X O Critério 2.7 Aspectos culturais Indisponível Observações: Este indicador é de avaliação difícil junto das imobiliárias que não possuem os dados necessários para dar uma resposta cabal a esta questão, pelo que foi necessário recorrer a outras fontes de informação como o estudo sobre “Habitação e mercado imobiliário” da Direcção Municipal de Planeamento Urbano da Câmara Municipal de Lisboa. Recorreu-se também a indicações de cidadãos relativas a situações que, apesar de dizerem respeito a outras áreas geográficas, costumam ser uma prática generalizada das imobiliárias em todas as situações similares. INDICADOR: Identificação de componentes culturais no contexto do planeamento e gestão do espaço verde Método: Identificar os aspectos históricos e culturais utilizando as questões abaixo indicadas. Estas componentes incluem, por exemplo, tradições particulares no planeamento dos espaços verdes, formas específicas de utilização por parte dos residentes locais, preservação da herança cultural e histórica. - Foram elaborados, antes do início do projecto de avaliação, estudos preliminares e/ou recolhidos dados sobre a história, a função, a relação com o tecido urbano envolvente ou a herança cultural, à escala do espaço? - Foram incluídas, pela administração pública e/ou pelos projectistas responsáveis pelo desenvolvimento e gestão do espaço, componentes culturais? OBSERVAÇÕES: A análise deve ser feita com base numa avaliação estética do espaço verde, tendo em conta a sua contribuição para o prestígio da zona envolvente e o grau de satisfação dos cidadãos locais com a beleza do espaço verde, na área de influência. É desejável que a amostra seja representativa da população residente com mais de 16 anos (ver critério 3.1: área de influência). Uma vez que o principal objectivo deste critério é testar o grau de satisfação dos residentes locais com o valor estético dos espaços verdes, a opinião dos turistas e das pessoas que residem noutras zonas não deve ser considerada separadamente. AVALIAÇÃO: O grau de satisfação cm este espaço é positivo. Apesar do contributo estético deste espaço verde para o prestígio da zona envolvente e satisfação dos cidadãos locais ser positivo, existem ainda melhorias a promover, relativamente à relação da área verde com o edificado. O Parque Florestal de Monsanto é uma área de grandes dimensões, com influência sobre diversas zonas residenciais, mas esta relação tem sido problemática devido à dificuldade dos acessos a esta área verde. Os bairros que existem no seu redor são, na sua generalidade, velhos e degradados – Bairro do Alvito, Alto da Ajuda, Boavista, embora estejam a ser alvo de tentativas pontuais de revitalização. 1 2 3 4 ANÁLISE AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO Fontes: • Autarquia – Divisão de Matas • Observação directa Benchmark: Foram elaborados estudos e os elementos culturais foram incluídos no desenvolvimento (e gestão) do espaço verde urbano. Utilizar a informação para avaliar até que ponto as componentes culturais foram: - não integradas, - parcialmente integradas, - integradas (factor muito importante). 5 2.6 Valor estético Parque Florestal de Monsanto 244 AVALIAÇÃO Informação recolhida: Existe uma preocupação de incorporação de componentes culturais no processo de gestão do Parque Florestal de Monsanto. Este Parque Florestal é de criação relativamente recente (foi criado, oficialmente, em 1934 pelo Eng.º Duarte Pacheco), pelo que os aspectos culturais que lhe estão associados dizem, sobretudo, respeito ao processo de criação do próprio Parque, de que são exemplo a atribuição do nome de um dos seus criadores a um dos parques de diversões – Alameda Keil do Amaral – ou a atribuição, a outros espaços específicos de uma toponímia mais antiga previamente existente nesta área – Parque Recreativo do Alto da Serafina, Moinho do Penedo, Montes Claros. A história da Serra de Monsanto, da herança cultural de outros tempos e da criação do Parque Florestal é relativamente conhecida e está à disposição do público em geral através de brochuras da Câmara. Mais em pormenor, há um conhecimento da história do núcleo do Sítio do Calhau e a sua ligação com a Quinta dos Marqueses da Fronteira. Existe uma integração de núcleos edificados antigos como as Quintas do Lameiro (séc. XVIII), da Infanta (séc. XVIII), Convento de São Domingos de Benfica (anterior ao séc. XVII) e a Quinta da Fonte (séc. XVIII). No século XVIII, a Serra de Monsanto foi atravessada por uma imponente construção – o Aqueduto das Águas Livres – que abasteceria Lisboa com a água proveniente de Belas. Existe uma estação arqueológica paleolítica no Moinho das Três Cruzes e outra no Alto das Perdizes. Na segunda metade do século XIX, foram construídas na Serra de Monsanto, devido à sua importância geo-estratégica, algumas estruturas militares incluídas no Campo Entrincheirado de Lisboa, o sistema de defesa da capital: o Forte de Monsanto, actual estabelecimento Prisional de Monsanto, o Forte do Alto do Duque, o reduto de Montes Claros e as lunetas, protegiam a capital de possíveis ataques inimigos. AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO OBSERVAÇÕES: O principal objectivo desta análise é avaliar até que ponto e de que forma, os aspectos culturais foram integrados no processo de planeamento e gestão do espaço verde. AVALIAÇÃO: Dos dados recolhidos conclui-se que existem estudos sobre a componente cultural deste espaço e existe um aproveitamento positivo deste aspecto. 1 2 3 4 5 2.7 Aspectos culturais Por outro lado, observa-se a incorporação de componentes culturais com um carácter mais actual, de que é exemplo a “Exposição Temporária de Esculturas ao Ar Livre no Parque da Serafina” ou a exposição “Saberes e Sabores – Apicultura em Monsanto” que ocorreu de 16 a 23 de Outubro de 2004. Disponibilidade de dados: X Directa Parque Florestal de Monsanto O Indirecta O Indisponível 245 AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO Critério 2.8 Identidade local DESCRIÇÃO Um bairro pode frequentemente ser definido por um certo carácter da paisagem, partilhado pelas pessoas e que pode reflectir uma identidade local e reforçar o sentimento de pertença. Este critério está fortemente associado a aspectos culturais, históricos e outros. INDICADOR: Depoimentos dos residentes relativamente à importância do espaço verde para a identidade local ANÁLISE Método: Questionários que devem ser realizados aos residentes locais, onde deve ser focada a importância do espaço verde na imagem do bairro e da região. A questão a ser colocada é: OBSERVAÇÕES: Com base da análise deve ser feita uma avaliação da importância do espaço verde para a imagem local e deve ser avaliada a identidade local. 70% de respostas no nível 5 indica um elevado nível de satisfação. Durante a avaliação devem ser identificados os factores que causam uma percepção negativa do espaço. Como parte da investigação devem ser exploradas futuras oportunidades para reforçar a identidade local do espaço. AVALIAÇÃO: De acordo com as respostas obtidas ao questionário pode-se constatar que o espaço verde é importante para a identidade local. 1 2 3 4 5 2.8 Identidade local - Qual a importância deste espaço verde para a imagem do bairro? Pede-se aos inquiridos que respondam atribuindo um valor de 1 e 5. (Pontuação 1 = não é importante, a 5 = muito importante). O indicador pode ser identificado expressando as pontuações de nível 5 como percentagem do número total de inquiridos. Uma análise mais profunda pode ser levada a cabo expressando a razão (%) das diferentes classes de valor relativamente ao número total de respostas. Fontes: • Questionários AVALIAÇÃO Benchmark: Valorização mínima: 51% das respostas no nível 5. Valorização esperada: 70% das respostas no nível 5. Informação recolhida: 61,5% dos inquiridos responderam que o espaço verde tem uma importância muito significativa para a imagem da zona envolvente ao Parque (resposta de nível 5), enquanto que 28,6% respondeu que este tem uma importância significativa. Disponibilidade de dados: X Directa Parque Florestal de Monsanto O Indirecta O Indisponível 246 DESCRIÇÃO A criação de estratégias que encorajem estilos de vida saudáveis é um objectivo que diz respeito às pessoas e aos governos. O acesso facilitado a espaços verdes urbanos oferece uma oportunidade de encorajamento da actividade física em todos os grupos etários, estimulando estilos de vida saudáveis. O acesso aos espaços verdes urbanos pode constituir um refúgio ao stress e agitação da vida urbana moderna, na medida em que isola os seus utilizadores do ruído e confusão das actividades urbanas e contribui para o bem-estar físico e emocional da população. Por outro lado, a intensidade da utilização está muito dependente da qualidade do espaço verde. Este critério visa investigar tanto as políticas de saúde ao nível local, que encorajam os residentes a utilizar o verde urbano com mais regularidade, como o grau geral de satisfação das pessoas com o espaço verde, que também influencia (de forma positiva e negativa) a utilização e os benefícios para os utentes do espaço verde. AVALIAÇÂO Critério 2.9 Consciencialização dos benefícios físicos e psíquicos que derivam dos espaços verdes urbanos Informação recolhida: A Fundação Portuguesa de Cardiologia promove, todos os anos, no Dia Mundial do Coração, um passeio no Parque Florestal de Monsanto para destacar a importância das actividades físicas na prevenção das doenças cardiovasculares. No ano de 2004, a Câmara Municipal de Lisboa convidou a população a comparecer no Parque de Monsanto, a participar em diversas actividades como ginástica, marcha, escalada, skate, patins em linha, entre outras. No local estiveram presentes figuras públicas nacionais dos vários quadrantes da sociedade portuguesa, que participaram também nas actividades previstas. No dia 26 de Setembro de 2004, a comemoração deste dia incluiu as seguintes actividades – Ginástica, Marcha, Passeios, BMX, Patins em Linha, BTT, Escaladas Boulders. De acordo com o disposto na reorganização dos serviços municipais (Aviso nº9769A/2002, DRnº271, II série, de 23 de Novembro de 2002), as competências da Divisão de Matas incluem: - “Contribuir directamente para a Qualidade de Vida dos Munícipes, criando e gerindo de forma sustentável espaços verdes de recreio e lazer ao ar-livre”. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Método: Consulta à autarquia local para verificar (SIM ou NÃO) a existência de iniciativas de saúde de carácter local que estão relacionadas com as áreas verdes, utilizando as seguintes questões: - Existem, neste concelho /bairro, iniciativas de saúde associadas aos espaços verdes (SIM e NÃO)? - Quais? - Este espaço verde está envolvido nessas iniciativas? (SIM ou NÃO) - De que forma? INDICADOR 2: Depoimentos dos residentes relativamente à qualidade do espaço verde Fontes: • Autarquia • Observação directa ANÁLISE ANÁLISE INDICADOR 1: Existência de iniciativas locais na área da saúde que influenciam a intensidade da utilização do espaço verde por parte dos residentes locais Benchmark: Deve ser reconhecido o potencial para a saúde dos espaços verdes e estar explícito nas políticas definidas para o espaço. Método: Questionários feitos aos residentes que vivem no bairro focando a qualidade do espaço verde (vegetação, infra-estruturas, níveis de ruído, etc.). As questões a colocar são: - Como classifica a qualidade geral deste espaço para descontracção? (Pontuação 1 = má, a 5 = muito boa) - Como classifica a qualidade geral deste espaço como refúgio em relação ao ruído e agitação da cidade? (Pontuação 1 = má, a 5 = muito boa) - Como classifica a qualidade geral deste espaço relativamente à vegetação? (Pontuação 1 = má, a 5 = muito boa) - Como classifica a qualidade geral deste espaço relativamente ao equipamento? (Pontuação 1 = má, a 5 = muito boa) - Considera que falta algum equipamento neste jardim/parque? - Há alguma coisa que considere menos satisfatória no uso deste espaço? Exprimir os resultados de nível 5 como uma percentagem do número total de inquiridos e identificar as deficiências. Parque Florestal de Monsanto 247 Benchmark: Valorização mínima: 51% das respostas no nível 5. Valorização esperada: 70%, ou mais, das respostas no nível 5. Informação recolhida: - Como classifica a qualidade geral deste espaço para descontracção? 53,8% dos inquiridos responderam que a qualidade geral do espaço para descontracção é boa e outros 37,4% responderam que ela é muito boa (resposta de nível 5). - Como classifica a qualidade geral deste espaço como refúgio em relação ao ruído e agitação da cidade? 42,9% dos inquiridos responderam que a qualidade geral do espaço como refúgio em relação ao ruído e agitação da cidade é boa e 36,3% dos inquiridos respondeu que esta qualidade é muito boa (resposta de nível 5). - Como classifica a qualidade geral deste espaço relativamente à vegetação? 62,6% dos inquiridos responderam que a qualidade geral de vegetação é boa e apenas 30,8% destes responderam que a qualidade é muito boa (resposta de nível 5). - Como classifica a qualidade geral deste espaço relativamente ao equipamento? No que se refere a esta questão, a maior parte dos inquiridos respondeu que a qualidade dos equipamentos é boa (49,5%) e 26,4% responderam que a sua qualidade é muito boa (resposta de nível 5). - Considera que falta algum equipamento neste jardim/parque? Cerca de 16 pessoas referiram-se à falta de equipamentos como: • Casas-de-banho, • Placas de sinalização, • Fraldários, • Baloiços, • Melhores pistas de ciclismo, • Estacionamento, • Diversidade de equipamentos para crianças, • Lagos com patos, • Electricidade. - Há alguma coisa que considere menos satisfatória no uso deste espaço? Além das falhas já apontadas no equipamento foram apontados problemas de: • Falhas relacionadas com a segurança (4 respostas), • Reduzida densidade de transportes públicos e pouca publicitação dos que existem (2 respostas), • Problemas com a proximidade do campo de tiro (3 respostas), • Espaços ainda não arranjados (2 respostas). Parque Florestal de Monsanto Auditório Keil do Amaral: • Dois inquiridos referiram-se à falta de casas de banho, • Um inquirido destacou o facto de este ser um espaço um bocado isolado. AVALIAÇÃO ANÁLISE AVALIAÇÃO Por espaços, dentro do Parque Florestal de Monsanto, foram apresentadas as seguintes reclamações: Parque da Serafina: • Quatro inquiridos referiram-se a questões relacionadas com: - falta de equipamentos para crianças, - pouca diversidade destes equipamentos, - falta de lagos com patos, - restauração. • Três inquiridos referiram-se à segurança e vigilância: - crianças que caem no lago, - bicicletas que andam a grande velocidade, - falta de postos de primeiros socorros. • Um inquirido referiu-se à fraca limpeza dos lagos. Fontes: • Questionários Parque Recreativo do Alvito: • Seis inquiridos referiram a falta de equipamentos: - fraldário (1 resposta), - estacionamento (3 respostas), - casas de banho (1 resposta), - baloiços para menores de 3 anos (1 resposta), - mini pista de ciclismo (1 resposta) • Um inquirido referiu a falta de transportes públicos e a sua reduzida publicitação. Skate Parque do Alvito: • Duas pessoas referiram a falta de equipamento e de casas de banho. • Um inquirido referiu a presença de um número excessivo de crianças num espaço que não lhes é destinado. Espaço Monsanto: • Três utentes referiram-se ao ruído do campo de tiro, • Dois inquiridos destacaram a existência de espaços não tratados. Mata de São Domingos de Benfica: • Um inquirido referiu-se à falta de sinalização. Parque de Merendas do Alvito: • Houve uma referência à falta de electricidade. Parque Florestal de Monsanto: • Um inquirido referiu a falta de policiamento e de parqueamento. • Outro referiu a pouca diversidade de transportes públicos. 248 AVALIAÇÃO Como resultado de um questionário elaborado pelo Parque Florestal, em 2000, sobre a “Percepção do utente potencial” chegou-se à conclusão que os aspectos que os utentes desejam ver melhorados dizem respeito, principalmente a: Segurança – 83% Espaços Desportivos – 64% Sanitários – 59% Parques infantis – 57% Acessos – 44% Bar – 43% Estadia – 41% Estacionamento – 36% Sinalização – 32% Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO OBSERVAÇÕES: O principal objectivo desta análise é reconhecer que a utilização dos espaços verdes contribui para a saúde física e mental dos utentes e averiguar se existem algumas iniciativas na área da saúde que reconheçam esta relação. Preparar uma listagem sobre possíveis formas de utilizar os espaços verdes na promoção de estilos de vida saudáveis entre os residentes. Verificar o grau de satisfação dos cidadãos com o espaço verde, especialmente em relação ao potencial para descontracção e refúgio da agitação da vida urbana. Identificar qualquer problema e como pode ser eliminado. Depoimentos factuais podem ser classificados em categorias: - equipamentos em falta, - fontes de perturbação. O peso relativo de cada categoria pode ser medido de acordo com o número e proporção das respostas. Ao identificar a importância dos espaços em termos de promoção da saúde, há necessidade de avaliar este critério em conjunto com informação factual sobre a utilização dos espaços (ver secção 3). Na campanha «Monsanto Novo em Folha» o presidente Pedro Santana Lopes referiu que “o pulmão de Lisboa, o Parque de Monsanto, vai contar com mais 70 mil árvores até 2006, a juntar às 600 mil que já ali se encontram.” A primeira referência à ideia de arborizar a Serra de Monsanto surgiu em 1868, num relatório acerca da arborização geral do País, da autoria de Carlos Ribeiro e Nery Delgado, em que são já reconhecidas as vantagens que uma mata florestada, nesta área, trariam para a cidade de Lisboa: “… podemos lembrar a V. as imediações de Lisboa, toda a Serra de Monsanto que muito conviria arborizar, para mais tarde abastecer a Capital de lenhas e madeiras, amenizando ao mesmo tempo a aridez que nota o viajante quando entra no Tejo vendo num e noutro lado montanhas escalvadas…”, “… os verdes maciços de arvoredo que dariam à Cidade um aspecto mais risonho e modificariam favoravelmente o clima, contribuindo eficazmente para a salubridade pública”. As grandes dimensões deste Parque Florestal e a existência de uma grande quantidade de equipamentos desportivos e caminhos revelam-se extremamente apelativas para a realização de iniciativas na área da saúde. Têm sido feitas algumas actividades nesta área embora de carácter relativamente pontual. Era interessante realizar este tipo de actividades de uma forma mais regular e assumida. Em geral os inquiridos consideram que a qualidade do espaço é boa mas não são atingidos os benchmarks propostos. Existem alguns aspectos que podiam ser tratados com mais cuidado como a vegetação da mata, espaços que revelam algum abandono, problemas de segurança e de falta de transportes e equipamentos. Existem, em algumas zonas, problemas com o ruído como na Mata de São Domingos de Benfica (trânsito da Radial de Benfica) e perto do Espaço Monsanto (Campo de Tiro). 1 2 3 4 5 2.9 Consciencialização dos benefícios físicos e psíquicos que derivam dos espaços verdes urbanos AVALIAÇÃO: O Parque Florestal de Monsanto é denominado o «pulmão» de Lisboa e é reconhecida a sua importância para a purificação do ar da cidade e para a saúde física e psicológica dos seus habitantes. Parque Florestal de Monsanto 249 Usos dos Espaços Verdes Urbanos – Parque Florestal de Monsanto 3 Usos dos Espaços Verdes Urbanos DESCRIÇÃO A população residente na área de influência do espaço verde representa o grupo principal de potenciais frequentadores desse espaço. A “área de influência” indica a relação entre o número de residentes no local e o tamanho da área verde. O número de residentes na área de influência por m2 pode indicar o uso potencial, mas também a potencial pressão de actividades humanas no espaço verde e consequentemente uma forte influência na qualidade de vida do bairro. INDICADOR: Número de potenciais utentes por espaço verde urbano (residentes por m2) Método: Dadas as dimensões deste espaço, a população potencial pode considerar-se como sendo a do concelho de Lisboa. ANÁLISE DESCRIÇÃO O objectivo deste grupo de critérios é fazer uma análise do uso actual que é dado aos espaços verdes individuais. É importante notar que a utilização feita de espaços verdes individuais pode variar consideravelmente de espaço para espaço e que as formas de medição dos padrões de utilização podem também variar. Desta forma não é adequada a definição de benchmarks para estes parâmetros, mas o intervalo de utilizações pode ser avaliado variando desde as actividades diárias às organizadas por instituições relacionadas com a educação, cultura e desporto. Esta utilização está dependente da localização, acessibilidade, qualidade e dimensão do espaço. Alguns espaços verdes são mais frequentemente utilizados e de forma mais intensiva que outros. Factores como o sentimento de pertença e segurança também podem influenciar esta utilização. Outro factor a analisar é a existência de conflitos entre grupos de utentes. A intensidade de utilização do espaço também pode ter influência sobre a qualidade do habitat e a riqueza ecológica do espaço verde. Critério 3.1 Área de Influência Fontes: • Dados do INE sobre a população da Área Metropolitana de Lisboa – Instituto Nacional de Estatística – (INE 2001, www.dgaa.pt/livro/pdf/cap_07_01.pdf) Benchmark: Segundo Magalhães (1992) um parque Sub-urbano, com características semelhantes às do Parque Florestal de Monsanto, tem como população base 250 000 habitantes e como utentes potenciais a população urbana e eventualmente a população da região. Na avaliação deste indicador propõe-se que o número de potenciais utentes não seja superior à área do espaço verde a dividir por 6 m2. Parque Florestal de Monsanto 250 AVALIAÇÂO Informação recolhida: O Parque Florestal de Monsanto é uma vasta área com cerca de mil hectares (765,8 hectares de área útil). A área de influência deste parque é nitidamente superior à proposta pelo indicador, de 500 m ou 5 minutos a andar a pé. Por um lado, raramente as pessoas se deslocam a pé a este espaço. Por outro lado, devido às suas dimensões e à quantidade de equipamentos que possui, este espaço atrai pessoas de toda a cidade de Lisboa e mesmo de fora do concelho. A população do concelho de Lisboa é, segundo o senso de 2001 do INE, de 564 657 habitantes, que se deslocarão, mais frequentemente, ao Parque Florestal de Monsanto e constituirão a sua população potencial. Contudo, a população da área da Grande Lisboa também frequenta, por vezes, este espaço, embora com menor regularidade. Na avaliação deste indicador propõe-se que o número de potenciais utentes não seja superior à área do espaço verde a dividir por 6 m2, o que resultaria em 1 276 333 potenciais utentes. Constata-se que a população utente potencial é inferior à aconselhada (564 657 < 1 276 333). Contudo, se considerarmos a população correspondente à Área Metropolitana de Lisboa (2 662 949 habitantes (INE 2001, www.dgaa.pt/livro/pdf/cap_07_01.pdf)) esta é já superior, embora nem toda frequente, na verdade, o Parque Florestal. Relativamente à proposta de Magalhães (1992) (250 000 habitantes) verificamos que se considerarmos a população do concelho como a população potencial deste espaço, temos cerca do dobro de utentes potenciais. AVALIAÇÃO: A área de influência deste parque é nitidamente superior aquela proposta pelo indicador, de 500 m ou 5 minutos a andar a pé. Por um lado, raramente as pessoas se deslocam a pé a este espaço. Por outro lado, devido às suas dimensões e à quantidade de equipamentos que possui, este espaço atrai pessoas de toda a cidade de Lisboa e mesmo de fora do concelho. A população do concelho de Lisboa é, segundo o senso de 2001 do INE, de 564 657 habitantes, que se deslocarão, mais frequentemente, ao Parque Florestal de Monsanto e constituirão a sua população potencial. Contudo, a população da área da Grande Lisboa também frequenta, por vezes, este espaço, embora com menor regularidade. Conforme o benchmark proposto (Magalhães, 1992 ou URGE) esta população ultrapassa ou não os valores para a população potencial ideal para este espaço. O que se observa é que ainda existe uma sub-utilização deste Parque e uma concentração de utentes em fins-de-semana do Verão e Primavera. 1 2 3 4 5 3.1 Área de influência Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: A área de influência deste parque é nitidamente superior à proposta pelo indicador, de 500 m ou 5 minutos a andar a pé. AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO OBSERVAÇÕES: Na Alemanha recomenda-se que cada cidadão tenha 6m2 de espaço verde à sua disposição e a uma distância de 500m. Inversamente, o tamanho do espaço verde disponível dividido por 6m2 dará o máximo de habitantes que devem viver em redor do espaço verde no sentido de cumprir a exigência de 6 m2 por residente, o que pode ser definido como a sua capacidade de carga. A população que vive a 500m de distância é a chamada população da área de influência. Esta população é provavelmente a que mais frequenta o local e deve constituir o público-alvo dos questionários. As escolas também devem estar representadas na área de influência bem como a vida comercial existente, uma vez que pode ser útil para ajudar a custear a manutenção do espaço. A área de influência é um conceito particularmente importante para compreender o potencial desempenho dos espaços verdes. Parque Florestal de Monsanto 251 INDICADOR 2: Formas mais comuns de acesso pelos utentes Critério 3.2 Acessibilidade Método: Questionário feito aos utentes do espaço (no local) Pergunta aos utentes: DESCRIÇÃO A localização e acessibilidade dos espaços verdes nas cidades, mais do que o tamanho ou as condições ecológicas, são os factores determinantes da frequência da sua utilização. Aconselha-se uma distância máxima a pé de 500m da residência ao espaço verde. Os níveis de acesso podem também ser medidos pelo número de entradas; número de entradas para o espaço verde, facilidade no acesso, possibilidade de atravessar a área a pé ou de bicicleta. O nível de acessibilidade a um espaço verde pode ser aumentado com um bom serviço de transportes públicos, embora a sua relevância no uso diário seja bastante limitada. ANÁLISE Método: O número de entradas no espaço verde deve ser contado numa visita ao local. Este número pode ser relacionado com o perímetro da circunferência do espaço verde em metros. AVALIAÇÃO Benchmark: Uma entrada por cada 100m de perímetro (limite) Informação recolhida: O Parque Florestal de Monsanto, devido à sua elevada dimensão (aproximadamente 1000 ha, 7 658 000 m2 de área útil, com um perímetro de cerca de 20 km), possui inúmeras entradas, na sua maioria constituídas por estradas de acesso. De forma genérica, este Parque tem catorze (14) entradas. Disponibilidade de dados: Parque Florestal de Monsanto O Indirecta 50% x <25% <25% A percentagem de respostas dá o grau de desempenho para cada categoria. Mais de 50% numa categoria pode ser considerado muito significativo, entre 50 e 25% significativo e abaixo de 25% não significativo. Fontes: • Questionários Benchmark: Dependendo da natureza do espaço verde, o objectivo principal é o de reduzir a dependência do tráfego de carros privados (menos que 25%, se possível menos que 10%) e incentivar o acesso a pé (mais de 70%). O transporte público também é aceitável como meio de transporte, mas a atenção deve ser posta no indivíduo e não em transportes motorizados. Fontes: • Observação directa Directa >50% A pé De bicicleta De carro De transportes públicos ANÁLISE INDICADOR 1: Número de entradas no espaço verde urbano X - Como é que se deslocou a este espaços verde? O Indisponível Informação recolhida: A forma mais comum de acesso pelos utentes deste espaço é o automóvel, sobretudo para os particulares. Já as escolas, costumam aceder a este espaço de autocarro, da própria instituição de ensino ou fazendo uso dos transportes disponibilizados pelos próprios serviços do Parque. O Parque dispõe de cerca de 300 quilómetros de vias alcatroadas. As estradas que dão o acesso a este Parque Florestal são a auto-estrada de Lisboa-Cascais; a estrada do Alvito; a estrada 24 de Janeiro; a estrada da Serafina; a estrada dos Montes Claros; Pina-Manique; C.R.I.L. (Sector Ocidental da Cidade de Lisboa). Os transportes públicos que fazem o acesso a este espaço verde são: Autocarro (Carris): 11, 14, 23, 24, 29, 43, 48 e 70 Eléctrico (Carris): 15 e 18 (Ajuda) Campolide: Estação de Campolide e Estação de Benfica 252 Estas formas de acesso vão contra o que é desejável de uma deslocação preferencial a pé, bicicleta ou transportes públicos. Mas as dificuldades no acesso justificam esta utilização do automóvel. AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO Das respostas aos questionários observamos que: 89% dos utentes se desloca aqui utilizando o automóvel, 5,5% a pé, 4,4% utilizando os transportes públicos, 1,1% de bicicleta. O plano de revitalização do Parque Florestal de Monsanto contemplou, nesta área, algumas obras de ampliação dos parques de estacionamento do Bairro do Calhau e da Mata de São Domingos de Benfica, a construção de dois novos parques no Bairro da Serafina e no Miradouro dos Montes Claros. A única forma de contrariar esta utilização do automóvel seria a criação de acessos entre este Parque e a cidade, tanto através de ciclovias, como de caminhos pedonais ou transportes colectivos. Disponibilidade de dados: X Directa O Indirecta O Indisponível Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível INDICADOR 4: Número e frequência dos transportes públicos que ligam o espaço verde a áreas urbanizadas da cidade INDICADOR 3: Número de lugares de estacionamento relacionado com o número médio de visitantes de carro Método: O número e frequência de transportes públicos que ligam o local à cidade pode obter-se durante ao local (ver as paragens que se situam a menos de 100m do espaço verde). Uma vez que a frequência não é constante durante a semana, deve considerar-se a frequência (número de autocarros ou eléctricos por hora) em dias de trabalho (antes das 19h ou depois das 19h) e durante os fins-de-semana. Para os fins-de-semana, pode fazer-se a média de autocarros ou eléctricos no caso de haver diferenças entre sábados e domingos. Fontes: • Autarquia – Divisão de Matas ANÁLISE ANÁLISE Método: O número de lugares de estacionamento perto do espaço verde (menos de 100m) deve dividir-se pelo número de visitantes que chegam de carro. Informação recolhida: Devido ao facto de quase todos os utentes deste espaço verde aqui acederem utilizando o automóvel particular, o número de parques de estacionamento é elevado – cerca de 26 parques ou zonas de estacionamento. No Parque Florestal de Monsanto existem, no total, 1000 a 2000 lugares de estacionamento. É importante notar que há muitos automóveis que estacionam ao longo da estrada pelo que se torna difícil determinar o número de lugares de estacionamento disponíveis. Parque Florestal de Monsanto Benchmark: A frequência deve ser pelo menos de cada quarto de hora durante a semana (9.00-19.00) independentemente do número de linhas, aplicando-se o mesmo aos fins-de-semana. No período da tarde (19.00-22.00) pelo menos cada 20m. AVALIAÇÂO AVALIAÇÃO Benchmark: Não há valores de referência, mas tendo em conta os objectivos do indicador 2 pode dizerse que os lugares de estacionamento não devem ser incentivados para não aumentar o tráfego na zona. Fontes: • Observação directa • Parques de Lisboa (1999), Conjunto de brochuras sobre os principais parques da cidade de Lisboa, Divisão de Ambiente e Espaços Verdes, Câmara Municipal de Lisboa Informação recolhida: Os autocarros que ligam o Parque Florestal de Monsanto ao resto da cidade são os números 11, 14, 23, 24 e 29, 72 com horários das 9.30h às 20.00h (de segunda a sexta feira) e das 10.00h às 20.00h (aos sábados, domingos e feriados). A frequência destes autocarros é de cerca de quarto em quarto de hora. Estes autocarros atravessam todo o Parque Florestal, embora haja 253 AVALIAÇÃO algumas zonas mal servidas de transportes públicos. A Divisão de Matas, responsável pela gestão do Parque Florestal, faz pressão constante sobre as empresas rodoviárias para que estas zonas sejam mais bem servidas em termos de transportes colectivos. Desde o dia 9/12/2001 que uma grande variedade de transportes alternativos – bicicletas, charretes, mini-comboios e várias carreiras da Carris (11, 23, 29 e 48) – fazem o transporte dos utentes dos parques de estacionamento, localizados nas periferias do Parque. No período Primavera/Verão, há um incremento significativo dos transportes colectivos à disposição dos utentes, bem como quando se realizam eventos específicos, como feiras ou concertos. da cidade por estradas e vias de acesso – Linha do Caminho-de-ferro, Avenida de Ceuta, Radial de Benfica e CRIL. Existem algumas passagens pedonais sobre o caminho-de-ferro e o parque de estacionamento do Calhau, ao pé de Benfica, que facilitam o acesso. Contudo, é já impossível aceder a Monsanto a partir da zona das Amoreiras. Ao contrário daquilo que é publicitado, aquando da realização de espectáculos nocturnos, no anfiteatro Keil do Amaral, não existe um serviço de autocarros adequado para fazer o acesso da cidade a este Parque, obrigando as pessoas a trazer o automóvel ou a utilizar o táxi. Mais problemático, ainda, é o facto de publicitarem a existência destes autocarros nocturnos aquando da divulgação dos espectáculos e depois estes não serem disponibilizados. Falta, por isso, uma coordenação entre as entidades organizadoras dos espectáculos e o serviço de transportes que assegura o acesso àquela zona – a Carris. Devido a todos estes obstáculos à acessibilidade, o Parque Florestal de Monsanto, não é uma zona verde de passagem mas sim um local onde as pessoas acedem para passar um período de tempo maior, uma manhã, uma tarde, um final de tarde depois do trabalho ou mesmo o dia todo. Disponibilidade de dados: X Directa O Indirecta O Indisponível ANÁLISE INDICADOR 5: Obstáculos ao acesso Método: O acesso aos espaços verdes e ao seu uso, pode ficar comprometido com a existência de factores que impeçam fisicamente a sua utilização e que podem ser particularmente significativos para os que têm mobilidade reduzida. Tais obstáculos incluem ruas difíceis de atravessar, caminhos difíceis de utilizar quando está mau tempo, portões difíceis de atravessar. Estes obstáculos podem ser analisados através de inspecção local. Fontes: • Observação directa • Entrevista (Divisão de Matas) AVALIAÇÃO Benchmark: Inexistência de grandes obstáculos Informação recolhida: Um dos principais obstáculos ao acesso ao Parque Florestal de Monsanto é o facto de se tratar de uma pequena montanha, o que isola o espaço do resto da cidade de Lisboa e dificulta o acesso a pé ou de bicicleta. Outro obstáculo importante é o facto de quase todo o Parque Florestal estar separado do resto Parque Florestal de Monsanto AVALIAÇÃO Observações: Pode-se considerar que o espaço está relativamente bem servido de transportes públicos, embora estes devessem passar com mais regularidade e estabelecer ligação com mais áreas do Parque Florestal. Questões que deviam ser alteradas para melhorar a acessibilidade ao Parque Florestal de Monsanto são: • Uma melhor coordenação entre a empresa transportadora – Carris – e os serviços que promovem actividades culturais neste espaço, • Um aumento do número de percursos feitos pelos autocarros e da sua frequência, • Uma melhoria das acessibilidades através de ciclovias, com entradas no Parque Florestal, para bicicletas, • Uma melhor sinalização sobre as acessibilidades a este Parque, nas vias de acesso e não apenas no seu interior, • Melhorar a sinalização no interior do próprio Parque Florestal de Monsanto. No ano de 2004 foi feita a reparação de 24km de pistas florestais e construção de locais de inversão de marcha, com vista a melhorar os acessos e a circulação, às viaturas de emergência. Foram ainda construídos e melhorados alguns parques de estacionamento automóvel e construídas novas Pistas Cicláveis no Parque. A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta pretende a breve prazo começar a alugar bicicletas aos visitantes, num espaço a criar junto ao Parque da Serafina, facilitando assim a vida a quem quiser gozar um pouco de «descanso activo» naquele local. Numa primeira fase, as bicicletas só serão alugadas aos fins-de-semana, mas não está descartada a hipótese de a iniciativa se estender também aos dias úteis. No que se refere às actividades de educação ambiental e, de acordo com informação da Divisão de Matas, que tutela os 16 hectares vedados do Parque Florestal, «a afluência é inferior à que gostaríamos que fosse. Para transportar 50 miúdos é preciso alugar um autocarro e esse é um factor limitante. As escolas privadas têm mais capacidade financeira para suportar as deslocações». A distância é, portanto, um factor limitativo para as próprias actividades de educação ambiental, conduzindo a uma distinção entre escolas com mais e menos recursos financeiros. 254 DESCRIÇÃO Este critério descreve uma das mais importantes funções dos espaços verdes, o uso diário. Um dos papéis essenciais dos espaços verdes na vida urbana relaciona-se com a sua utilização pelos residentes para diferentes actividades de lazer. A interacção com espaços verdes urbanos deve ocorrer diariamente (passear, relaxar). As pessoas devem ser livres de escolher quando frequentar os espaços durante a semana e durante o ano sem qualquer impedimento, sendo este factor particularmente importante para a qualidade de vida. Disponibilidade de dados: X Directa O Indirecta O Indisponível AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO OBSERVAÇÕES: A acessibilidade aos espaços verdes pode ser avaliada com base no modo como as pessoas acedem aos espaços e com base no tempo de permanência. Considerando os indicadores, deve fazer-se uma avaliação crítica da facilidade de acesso ao espaço verde pelos residentes. Deve analisar-se se o número de entradas e de equipamentos existentes vai ao encontro das expectativas das pessoas. Avaliar o papel dos transportes públicos no uso do espaço verde. Analisar se é possível melhorar a acessibilidade do espaço verde. Da análise feita e especialmente se os resultados forem pouco satisfatórios, é necessário identificar os obstáculos à acessibilidade. AVALIAÇÃO: Como resultado das diferentes características deste Parque Florestal, pode dizer-se que este jardim é de acessibilidade difícil para os residentes e outras pessoas que aí se desloquem a pé, de transportes públicos ou de bicicleta. Apenas o automóvel permite um acesso mais confortável e facilitado. As suas dimensões, a quantidade de equipamentos e a acessibilidade dificultada, fazem com que as pessoas que acedem a este espaço aqui se tenham de deslocar de propósito, de forma programada, para uma estadia mais ou menos prolongada. É difícil utilizar este espaço como local de passagem, integrado nos percursos do dia-a-dia, como a deslocação para o trabalho. Um dos investimentos da autarquia neste espaço verde deverá passar pela melhoria das acessibilidades. 1 3.2 Acessibilidade 2 3 4 Critério 3.3 Necessidades recreativas diárias 5 INDICADOR 1: Actividades desenvolvidas pelas pessoas no local Método: Observações no local em diferentes períodos do dia. Devem combinar-se os resultados desta observação com os questionários (indicador 2) no sentido de descrever os padrões actuais de uso (ver quadro, para indicação de possíveis categorias). ANÁLISE AVALIAÇÃO Desta forma pode-se que concluir que a acessibilidade a este Parque Florestal é um dos problemas que vai exigir mais empenho por parte da autarquia e um maior número de medidas, de forma a tornar este espaço verde mais acessível a todos os cidadãos. Observação no Espaço Verde: Com que finalidade utiliza mais este espaço? • Passear • Passear com cão • Brincar com as crianças • Relaxar • Usufruir da natureza • Encontrar-se com os amigos • Manter-se em forma • Fugir do local habitual de trabalho • Espairecer depois do trabalho • Outros Contar o número absoluto de pessoas no local. A proporção de utentes de cada categoria dá-nos o grau de desempenho da cada categoria. Acima de 25% por categoria pode ser considerado muito significativo, abaixo de 10% pouco significativo. Especial atenção deve ser prestada ao ritmo de uso diário e semanal. Fontes: • Observação directa • Entrevista (Divisão de Matas) Benchmark: Não há valores de referência uma vez que os dados são descritivos. Parque Florestal de Monsanto 255 • • • • • • • • • Praticar desporto (nadar, correr, percorrer os circuitos de manutenção) Praticar actividades desportivas radicais Escalar Praticar equitação Fazer actividades de educação ambiental Assistir a concertos e peças de teatro (actividades pontuais) Tomar refeições e usufruir dos diversos bares e explanadas Andar de bicicleta Participar dos diversos ateliers (barro, pintura, desenho) Consultar a informação da biblioteca Fazer diversos tipos de jogos Assistir a exposições Assistir a eventos especiais associados a actividades desportivas Apreciar a paisagem através dos diferentes miradouros existentes Fazer piqueniques Ter aulas de condução infantil Brincar nos diversos parques infantis, na Ilha do Tesouro, na Reserva dos ìndios e outros espaços Passear de charrete Praticar Paintball Participar em festas aí organizadas regularmente Fazer compras e participar em mercados e feiras de diversos tipos Utilizar carros telecomandados Aninhar pássaros Resguardar e tratar espécies faunísticas selvagens Participar das actividades do viveiro Fazer tiro aos pratos O Parque Florestal de Monsanto tem vastas áreas de mata diversificada, oferecendo grandes possibilidades para o recreio passivo. A mata fechada nem sempre é um local acolhedor para o homem, no entanto, o seu contraste com a clareira e a abertura pontual de amplas vistas sobre a cidade e o rio, fazem do Parque Florestal de Monsanto um local muito atractivo do ponto de vista paisagístico. A melhor forma de o conhecer é a realização de uma visita ao Espaço Monsanto, localizado na encosta norte do Parque Florestal de Monsanto. AVALIAÇÃO • • • • • • • • • • • • • • • • • Disponibilidade de dados: X Directa X Indirecta O Indisponível Observações: Com base na análise deve fazer-se uma avaliação geral sobre o uso recreativo do espaço verde a sua importância nas actividades recreativas dos residentes bem como as suas capacidades para oferecer diferentes actividades recreativas. Tentar apresentar alternativas no sentido de reforçar as funções recreativas. INDICADOR 2: Formas de uso recreativo Método: Questionário aos utentes do espaço verde (no local). Perguntas aos utentes ANÁLISE AVALIAÇÃO Informação recolhida: Devido às dimensões do espaço em questão, não é possível contabilizar o número de pessoas que frequenta o Parque em cada momento. Contudo, podemos ter uma ideia do tipo de actividades que aí são exercidas. Estas incluem: - Com que finalidade utiliza mais este espaço? • Passeio • Passeio com cão • Brincar com as crianças • Usufruir da natureza • Relaxar • Manter-se em forma • Fugir do trabalho • Espairecer depois do trabalho • Encontrar-se com amigos • Outros (especificar) Deve fazer-se uma análise que expresse a percentagem das diferentes formas de utilização em relação ao número total de respostas. Acima de 25% por categoria pode ser considerado muito significativo, abaixo de 10% pouco significativo. Fontes: Questionários Benchmark: Não existem benchmarks para este indicador, no entanto as actividades deverão estar bem distribuídas, com respostas superiores a 25% para mais de duas categorias de utilizações. Parque Florestal de Monsanto 256 ANÁLISE Dos questionários obtêm-se as seguintes respostas: • 35% vêm brincar com as crianças (categoria muito significativa) • 17,7% vêm para relaxar • 14,5% vêm para usufruir da natureza • 11,1% dos utentes vêm aqui passear • 10,2% vêm aqui para se manter em forma • 7% vêm encontrar-se com os amigos (categoria pouco significativa) • 3% vêm exercer outras actividades (categoria pouco significativa) • 2,7% vêm espairecer depois do trabalho (categoria pouco significativa) • 1,6% vêm para fugir do local habitual de trabalho (categoria pouco significativa) Devido às suas características é um espaço muito voltado para a família já que é preciso aqui vir de uma forma relativamente planeada. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Fontes: • Questionários Benchmark: 51% de respostas de nível 5 = nível mínimo aceite 70% de respostas de nível 5 = boa resposta Informação recolhida: Algumas actividades existentes no Parque Florestal de Monsanto são de difícil compatibilização como é o caso do Clube de Tiro aos Pratos, que perturba parcialmente quem faz caminhadas neste espaço e pretende usufruir da tranquilidade e dos sons da natureza. Existe alguma controvérsia relativamente ao Clube de tiro e a Câmara está a tentar transferir a sua localização para um espaço mais consensual. O Parque Florestal de Monsanto é atravessado por inúmeras estradas abertas à circulação automóvel, que retalham este espaço e dificulta as caminhadas a pé, de bicicleta ou a cavalo. AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO Informação recolhida: Segundo o questionário elaborado, em 2000, pelo Parque Florestal de Monsanto, cerca de: 70% de utentes utilizam o espaço para actividades de recreio e lúdicas 13% utilizam o espaço para actividades de desporto formal 7% utilizam o espaço para actividades de desporto informal 11% utilizam o espaço para actividades de Educação Ambiental 91,2% dos utentes considera que este espaço é adequado aos usos que deseja, atingindo-se, desta forma o benchmark definido. Contudo, alguns dos utentes que se revelaram menos satisfeitos referiram a necessidade de: • uma pista para bicicletas e patins, no Parque Recreativo da Serafina (1 utente), • trilhos pedestres, no mesmo parque (1 utente), • mais esplanadas, na Mata de São Domingos de Benfica (1 utente). Indisponível Observações: Contar o número absoluto de pessoas no local. A proporção de utentes de cada categoria dá-nos o seu grau de desempenho. Acima de 25% por categoria pode ser considerado muito significativo, abaixo de 10% pouco significativo. Disponibilidade de dados: O Método: Questionário aos utentes do espaço verde. Pergunta a fazer: - Acha que os espaços verdes deste bairro são adequados aos usos que deseja? (SIM ou NÃO; Se NÃO especifique os seus desejos/ necessidades) O nível de aceitação pode ser medido pelo peso relativo (%) de SINS e de NÃOS. O background sócio-económico dos inquiridos deve ser também considerado. Parque Florestal de Monsanto X Indirecta O Indisponível INDICADOR 4: Frequência da utilização ANÁLISE ANÁLISE INDICADOR 3: Compatibilidade do espaço verde com as necessidades de utilização local Directa Método: Respostas das pessoas através de questionário. O questionário deve ser levado a cabo no local, entre as pessoas que utilizam o espaço. Perguntas aos utentes 257 Benchmark: A frequência do espaço deverá ser bem distribuída no tempo, ao longo do dia e ao longo da semana. Benchmark: Pelo menos 70% deverá frequentar o espaço diária ou semanalmente. Informação recolhida: De acordo com os dados recolhidos: 41,8% dos utentes utiliza este espaço semanalmente, 41,8% utilizam-no numa base mensal e apenas 3,3% vêm a este espaço diariamente. Este tipo de utilização, semanal ou ocasional, está de acordo com o que é previsto para este tipo de espaços. AVALIAÇÃO ANÁLISE AVALIAÇÃO Fontes: • Questionários Disponibilidade de dados: O Directa Pode-se concluir que a frequência do espaço está bem distribuída ao longo do dia, mas observa-se uma grande frequência durante o fim-de-semana. Disponibilidade de dados: X Indirecta O Indisponível INDICADOR 5: Horas do dia preferidas pelos utentes O Directa X Indirecta O Indisponível INDICADOR 6: Duração da estadia pelos utentes Método: Respostas das pessoas através de questionário. O questionário deve ser levado a cabo no local, entre as pessoas que utilizam o espaço. Perguntas aos utentes Método: A duração da estadia pelos utentes está fortemente ligada à acessibilidade. Respostas das pessoas através de questionário. O questionário deve ser levado a cabo no local, entre as pessoas que utilizam o espaço. Perguntas aos utentes Quando é que visita este espaço verde? • De manhã • À hora de almoço • De tarde • À noite • Durante a semana • Aos fins-de-semana Quanto tempo costuma ficar em média? • Menos de uma hora • Entre 1 e 2 horas • Entre 2 e 5 horas • Mais de 5 horas Deve fazer-se uma análise expressando a proporção (em percentagem) da frequência do uso em relação ao total de respostas obtidas. Acima de 50% a categoria pode ser considerada muito significativa, abaixo de 25% pouco significativa. ANÁLISE ANÁLISE Informação recolhida: De acordo com as respostas aos questionários: • 33,3% dos inquiridos frequenta o espaço de manhã, • 31,3% frequenta o espaço aos fins de semana, • 15,3% frequenta o espaço durante a tarde, • 10% à hora do almoço, • 7,3% frequenta o espaço durante a semana, • 2,7% à noite. A percentagem de respostas dá o grau de desempenho para cada categoria. Acima de 50% a categoria pode ser considerada muito significativa, abaixo de 25% pouco significativa. Fontes: • Questionários Fontes: • Questionários Parque Florestal de Monsanto 258 AVALIAÇÃO Benchmark: Não há valores de referência universais uma vez que os dados são descritivos. A maioria dos utentes deveria ficar entre 1 a 2 horas. Informação recolhida: O Parque Florestal de Monsanto tem vários equipamentos na tentativa de criar as melhores condições para um recreio activo, nomeadamente no Parque Recreativo do Alto da Serafina, Parque Recreativo do Alvito, Parque Recreativo dos Moinhos de Santana, Mata de S. Domingos de Benfica, Clube Municipal de Ténis de Lisboa, Circuitos de Manutenção, Parques de Merendas, Miradouros, Parque de Campismo e restaurantes diversos. Informação recolhida: De acordo com as respostas aos questionários: • 64,8% fica entre 1 a 2 horas, • 27,5% fica entre 2 a 5 horas e • 5,5% fica mais de cinco horas. Pode-se concluir que a maior parte das pessoas permanecem no parque 1 a 2 horas, pelo que o benchmark definido é plenamente atingido. Não há registo de pessoas que fiquem menos de uma hora devido à reduzida acessibilidade deste espaço que leva a que as pessoa, quando aqui acedem fiquem mais tempo. Outros equipamentos disponíveis são: o o o o Disponibilidade de dados: Directa X Indirecta O Indisponível INDICADOR 7: Equipamento para uso recreativo ANÁLISE Método: Observação no local. Análise da existência de equipamento para possíveis actividades no espaço verde. O quadro dá indicações de categorias possíveis. (Qual o equipamento do Espaço Verde?) • Bancos e cadeiras • Instalações sanitárias • Abrigos, pavilhões • Fontes ou lagos • Quiosques • Quiosques com bebidas • Outros • Nenhum Fontes: • Observação directa AVALIAÇÃO O o o o o o o o o o o o o o o o o Piscinas Pistas de corrida Ciclovias Parede de escalada artificial com cerca de 130 m2 de área útil e uma altura máxima de 12 m 3 blocos de escalada (Boulders) Auditório Biblioteca Laboratório Viveiros Centro de recuperação de animais silvestres Campos de basket Patamares em terra batida para jogos tradicionais e infantis Ringue com obstáculos e rampas para skate, BMX e patins-em-linha Recinto para carros telecomandados Insufláveis Anfiteatro Espaço para condução infantil Instalações sanitárias Diversos lagos Campo de tiro O Espaço Monsanto está rodeado de uma área de mata com 16 ha, totalmente vedada e onde se poderá encontrar: Estação de tratamento de águas residuais por plantas Observatório Torre de observação Açude Viveiro de plantas Estações meteorológicas Centro de recuperação de animais silvestres Benchmark: Deverão existir pelo menos três tipos diferentes de equipamento. Parque Florestal de Monsanto 259 É necessário pedir autorização para utilização de áreas sob a jurisdição da Divisão de Matas, para a realização de eventos lúdicos ou desportivos, pic-nics, festas, filmagens, aluguer de auditório ou outras de carácter comercial. Também é necessário contactar os serviços da Divisão de Matas para pedir informação e/ou marcar actividades de Educação Ambiental e Desporto Aventura. O CRASPFM – Centro de Recuperação de Animais Silvestre do Parque Florestal de Monsanto, tem por objectivo a recolha, tratamento e recuperação de animais silvestres feridos ou debilitados. É composto pelas seguintes estruturas: ¾ ¾ ¾ AVALIAÇÃO ¾ ¾ Clínica – Equipada para realizar intervenções cirúrgicas, tratamentos, radiografias e análises clínicas aos animais silvestres que aí chegam. Unidade de cuidados intensivos – Sala contígua à clínica constituída por pequenas gaiolas onde são colocados os animais em recuperação clínica. Acesso restrito. Biotério – Local onde se reproduzem e desenvolvem aves, mamíferos e insectos que servem de alimento aos animais internados. Parques de Reabilitação – Parques de várias dimensões nos quais os animais são acompanhados de forma a efectuarem a sua recuperação, ao nível da caça e do voo. Acesso restrito. Área de Irrecuperáveis – Local destinado a albergar animais que são irrecuperáveis para a vida silvestre. Estes animais estão envolvidos em actividades de educação ambiental. Esta área poderá ser visitada desde que esse acompanhamento seja feito por um guia. Clube de Tiro de Monsanto - Parte dos solos sobre os quais está o Clube de Tiro de Monsanto e o adjacente centro de interpretação do Parque Ecológico de Monsanto podem estar fortemente contaminados com chumbo. É o que sugere um estudo realizado em 1998, no âmbito do estágio de licenciatura de uma aluna do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Cláudia Antunes Mendes Cravo. A presença do chumbo naquela zona do Parque Monsanto é uma realidade conhecida. O Clube Português de Tiro a Chumbo está lá instalado há quase 40 anos e ao seu lado, mesmo no alinhamento dos campos onde se pratica o tiro aos pratos, a Câmara Municipal de Lisboa construiu, em 1996, o centro de interpretação do Parque Ecológico. Viveiros da Quinta das Fontes e da Quinta das Flores – Na sua totalidade, as quintas ocupam uma área de 15 ha e têm como objectivo prioritário a produção de árvores e arbustos florestais e autóctones, com vista à plantação no Parque Florestal de Monsanto e nas restantes áreas sujeitas a ordenamento e manutenção pela Divisão de Matas. Parque Florestal de Monsanto Restaurantes: • Chimarrão • Luneta dos Quartéis • Monte Verde • Lisboa Camping • Papagaio da Serafina • Clube Português de Tiro ao Chumbo • Clube Desportivo de Direito • Queda d’Água • Centro de Ténis de Monsanto • Casal de Paulos Disponibilidade de dados: X Directa O Indirecta O Indisponível AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: OBSERVAÇÕES: Na avaliação das necessidades recreativas diárias deve assinalar-se que não há padrões de uso melhores que outros uma vez que eles indicam o modo como as pessoas usam o espaço. Por tal motivo muitos dos dados são descritivos e o estabelecimento de valores de referência universais não é adequado. O indicador 3, contudo, dá uma resposta por parte dos utentes que pode ser usada para avaliar se o local é satisfatório. AVALIAÇÃO: Com base na análise deve fazer-se uma avaliação geral sobre o uso recreativo do espaço verde a sua importância nas actividades recreativas dos residentes bem como as suas capacidades para oferecer diferentes actividades recreativas. Tentar apresentar alternativas no sentido de reforçar as funções recreativas. Da avaliação do conjunto dos indicadores, pode considerar-se que existe um bom leque de actividades neste espaço associadas à educação ambiental, desporto e actividades radicais. Os ritmos de utilização e as actividades aqui exercidas são característicos de um parque periférico de acesso mais difícil. 1 2 3 4 5 3.3 Necessidades recreativas diárias 260 Critério 3.4 Equipamento desportivo e de recreio DESCRIÇÃO É comum o uso dum espaço verde para desporto. Alguns espaços estão perfeitamente organizados enquanto outros estão organizados dum modo informal para ou pelos utentes locais. Muitas actividades desportivas necessitam de construções específicas para os fins em vista. As actividades desportivas locais são importantes porque atraem pessoas, promovem um estilo de vida saudável e aumentam a utilização do espaço. Por outro lado, o uso intensivo dos espaços verdes para exercício físico tem geralmente um impacte negativo na qualidade ecológica do local, aconselhando-se uma avaliação crítica em relação às actividades desportivas. AVALIAÇÃO Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: INDICADOR 2: Tipo e quantidade de equipamentos desportivos INDICADOR 1: Utilização do espaço verde para equipamentos desportivos Método: Observação directa no espaço verde. Verificar a presença de actividades desportivas; examinar o uso actual do local para propósitos desportivos. O quadro dá uma indicação das categorias possíveis. Método: Questionário aos utentes do espaço (feito no local). Questão a colocar: O grau de utilização pode ser medido pelo peso relativo (%) das respostas SIM e NÃO. Fontes: • Questionários AVALIAÇÃO Benchmark: Os equipamentos devem proporcionar um grau mínimo de satisfação. 51% de pontuações de nível 5 indicam um grau mínimo de satisfação. 70% ou mais de pontuações de nível 5 indicam um bom nível de satisfação. Informação recolhida: Este espaço é amplamente utilizado para a prática desportiva devido às suas dimensões e quantidade de equipamentos desportivos que possui. Das respostas aos questionários observamos que 38,5% dos utentes utilizam este espaço para a prática desportiva, ao contrário de 60,4% que não utiliza este espaço para praticar nenhum tipo de desporto. 31,9% dos utentes considera que os equipamentos desportivos são bastante adequados, 7,7% considera serem mais ou menos adequados e 3,3% muito adequados. Em nenhum dos casos o benchmark foi atingido. Parque Florestal de Monsanto ANÁLISE ANÁLISE - Usa este espaço para praticar algum tipo de desporto? (SIM ou NÃO) - Se SIM, considera esses equipamentos adequados? (Pontuação 1 = não, a 5 = bastante) Observação no local: (Que espécie e quantidade de actividades existem no local? • Caminhos/trilhos para exercício • Andar de barco • Campos relvados • Pistas de atletismo • Campos para jogos de bola • Relvados de bowling • Campos de golfe • Pistas de skate • Outros Fontes: • Observação directa • http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=7180&id_categoria=11 (2004-10-19 • Houve Muita Vida em Monsanto este Verão!) • Paula Oliveira Silva, 2002-08-27, Acção no coração de Lisboa, http://lifecooler.sapo.pt/edicoes/lifecooler/desenvArtigo.asp?art=886&rev=2&cat=3 92 Benchmark: Não há valores de referência universais uma vez que o conjunto de actividades desportivas depende da função do espaço verde. 261 O Parque infantil do Alvito está muito bem equipado. É nesta zona que se encontra o Centro de Ténis de Monsanto (gestão da Câmara Municipal de Lisboa). Está equipado com duas piscinas infantis com balneários, em funcionamento de 1 de Maio a 30 de Setembro, para crianças até aos 12 anos. Ainda possui um ringue de patinagem, mesas de pingue-pongue, rampa de skate, rede de volei e mini-pista de atletismo. AVALIAÇÃO Informação recolhida: No Parque Florestal de Monsanto existem as seguintes associações desportivas: • CIF – Clube Internacional de Futebol • Clube Desportivo de Direito • Radiomodelismo • Clube de Futebol de Pina Manique • Clube de Ténis do Alto do Duque • Centro de Ténis de Monsanto • Lisboa Ténis Clube O Skate Parque é apenas um dos equipamentos que o Parque Florestal do Monsanto e a Câmara Municipal de Lisboa, disponibilizam gratuitamente, desde o dia 29 de Maio a 3 de Outubro. Com uma área de Trails (saltos feitos em terra) para BMX, um Ringue para Patinagem e Flat, uma Pista para Carrinhos Telecomandados e uma Ciclovia são as outras infra-estruturas instaladas ao largo da Avenida Keil do Amaral e que constituem a oferta do novo Parque Temático do Monsanto, «No Ar sobre Rodas». Até dia 3 de Outubro, o Parque será dinamizado, todos os dias, das 10h às 18h, havendo skates e patins em linha para utilização gratuita dos visitantes. Disponibilidade de dados: X Directa O Indirecta O Indisponível INDICADOR 3: Equipamento de parques infantis O Parque Urbano do Alto da Serafina, é uma zona vedada que inclui um circuito de manutenção com um conjunto de equipamentos em madeira que se encontram disponíveis para todos os utentes do Parque. ANÁLISE AVALIAÇÃO Método: Observação no local para recolher dados sobre jogos formais e informais de crianças. Verificar a presença de utensílios de jogo das crianças (cordas, etc.) Segue-se uma indicação de categorias possíveis. Fontes: • Observação directa • http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=7180&id_categoria=11 (2004-10-19 • Houve Muita Vida em Monsanto este Verão!) O Parque Urbano do Calhau possui um centro de orientação, um polidesportivo vedado mas disponível a todos os cidadãos e um circuito de manutenção com equipamentos em madeira. Campo de Tiro de Monsanto com quatro campos de tiro. Existem ainda, espalhados pelo Parque, pistas para cavaleiros, circuitos pedestres, centros de escalada, circuito de obstáculos, etc. Parque Florestal de Monsanto Benchmark: A avaliação depende muito dos objectivos do espaço verde mas deve haver no mínimo duas ou três actividades para crianças. AVALIAÇ ÃO Alameda Keil do Amaral O programa Férias Desportivas do Estádio Universitário de Lisboa decorreu em parte no Parque Florestal de Monsanto. Este programa teve como objectivo ocupar, de forma salutar, os tempos livres de crianças e jovens dos 10 aos 16 anos, fora do seu período escolar. Observação no Espaço Verde: (Há algum equipamento para jogos de crianças?) • Nenhum • Informal, feito pelas crianças • Formal organizado pela autoridade local Informação recolhida: O Parque Florestal de Monsanto possui um grande Parque Infantil do Alvito, com cerca de 12 ha. Trata-se de um dos parques infantis mais bem equipados de Lisboa. Além de duas piscinas infantis este parque possui um Centro Infantil Adolfo Simões Muller, destinado a 262 Directa Informação recolhida: Foram criadas, neste espaço verde, uma série de ciclovias para BTT, bastante fáceis de recuperar através da utilização de uma cola que é aplicada directamente sobre o solo e permite fazer a sua compactação de forma rápida e relativamente eficaz. Estas vias são também utilizadas pelos guardas-florestais, que se deslocam a cavalo e, só no Inverno, é que apresentam alguns indícios de deterioração. No total, existem cerca de 70 km de pistas em terra batida. Existem ainda cerca de 20 km de ciclovias novas em alcatrão. As vias para jogging e para os carros encontram-se em bom estado devido aos recentes programas de recuperação dos acessos que foram implementados para atrair as pessoas a este espaço. As pistas de skate também se encontram em boas condições, bem como os trilhos pedonais, ou a via para carros telecomandados. Pode-se considerar que, em termos de caminhos para todos os efeitos e, graças a este recente programa de reabilitação do Parque Florestal, estes se encontram em bastante bom estado. Esta foi, aliás uma das áreas sobre a qual se teve especial atenção aquando da elaboração do actual Plano de Ordenamento e Revitalização de Monsanto. Disponibilidade de dados: Disponibilidade de dados: X AVALIAÇÃO crianças dos 6 aos 12 anos, onde coexistem ateliers de cerâmica, pintura, desenho e uma biblioteca. O Centro infantil possui ainda salas de leitura, equipamentos recreativo-lúdicos e um forno para cozer o barro. Funciona de Segunda a Sexta das 9h30m às 12h e das 14h às 17h. As visitas são individuais ou em grupo e a entrada é gratuita. O parque infantil possui equipamento indiferenciado para recreio, como baloiços, escorregas, um eléctrico, um avião e um barco, aos quais as crianças podem ter acesso. O Parque Urbano do Alto da Serafina, com cerca de 30 ha, tem vários equipamentos destinados a crianças como um Parque Aventura (construído em madeira e inspirado em torres de castelos com passagens entre si), Parques Infantis separados por escalões etários e equipamento de recreio indiferenciado (baloiços e escorregas). Há ainda um Circuito de Condução Infantil (de cariz pedagógico, onde as crianças circulam em mini-automóveis em piso alcatroado, com sinalização vertical e semáforos), um Labirinto (construído em paliçadas de madeira e com um Padrão dos Descobrimentos no meio), há uma Ilha do Tesouro (com um barco ancorado e um farol) e uma Reserva dos Índios (com seis tendas coloridas dispostas em volta de um pequeno lago circular). A Mata de São Domingos tem um parque infantil, o Espaço Monsanto tem outro parque infantil, a Alameda Keil do Amaral tem dois baloiços. O Indirecta O Indisponível X Directa O Indirecta O Indisponível AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: INDICADOR 4: Qualidade dos caminhos para práticas desportivas e outros usos ANÁLISE Método: A qualidade dos caminhos deve ser examinada em relação aos materiais usados, em termos de durabilidade (i.e. pistas de skate, ciclismo, andar a cavalo, jogging), e estado geral e manutenção. A presença de caminhos não pavimentados é um indicador da sua utilização. A avaliação pode ser feita usando a seguinte matriz: Tipos: 1. Estrada – adequada a veículos motorizados 2. Caminhos pavimentados – adequados a bicicletas 3. Caminhos de terra – sub-categorias: • uso pouco frequente –pouco visível, coberto de vegetação • uso moderado – caminho facilmente perceptível adequado a uma pessoa • uso extremo – caminho largo, adequado a várias pessoas Fontes: • Observação directa OBSERVAÇÕES: Deve analisar-se, neste critério, o uso actual do espaço para actividades desportivas e associadas e a sua importância para a comunidade local. Quanto mais oportunidades houver para a prática de desporto e actividades físicas para as crianças melhor. Contudo a presença de usos não autorizados (ex. futebol nos relvados) deve ser também considerado. AVALIAÇÃO: A avaliação deste critério é muito positiva, já que há muitos equipamentos desportivos, muito diversificados, actividades radicais, trilhos para bicicletas e clubes desportivos. Uma boa percentagem dos utentes deste espaço utilizam-no para a prática de desporto. 1 2 3 4 5 3.4 Equipamento desportivo e de recreio Critério 3.5 Estratégias de vida Benchmark: Os dados são descritivos e dependem do padrão de uso do espaço verde Parque Florestal de Monsanto 263 DESCRIÇÃO O objectivo deste critério é recolher informação sobre as estratégias dos utentes no que respeita ao uso de espaço verde. O uso dos espaços verdes depende muito das estratégias de vida da sociedade local. Ao fornecer oportunidades e escolha de espaços, os utentes podem livremente desenvolver estratégias que lhes permitam usufruir melhor desse espaço. O uso não deve estar comprometido por falta de espaços ou dificuldades de acesso. Este critério relaciona-se estreitamente com outros como necessidades recreativas diárias (3.3), inclusão social (3.6). Informação recolhida: De acordo com as respostas aos questionários constatou-se que cerca de • • • • • • Método: Pode obter-se informação através de observações no local e questionários aos utentes. Durante a observação no local deve registar-se a presença de pessoas no local sozinhas e acompanhadas. Registar igualmente, se possível, a idade e sexo dos utentes de ambos os grupos. Combinar estes resultados com a aplicação de questionários. O questionário deve ser levado a cabo no local, entre as pessoas que usam o espaço. AVALIAÇÃO INDICADOR 1: Nível de socialização durante a utilização do espaço 62,2% vêm com crianças (categoria muito significativa), 13,2% com um companheiro, 11,3% como parte de um grupo, 7,5% com um amigo ou colega (categoria pouco significativa) 3,8% como parte de um evento organizado (categoria pouco significativa) e 1,8% dos utentes vêm sozinhos (categoria pouco significativa). Podemos concluir, com estas dados, que não há uma sobre-representação do grupo de pessoas que vem passear o cão. Relativamente aos espaços verdes existentes nas zonas residenciais observamos uma alteração significativa de hábitos de frequência com uma redução drástica do número de pessoas que vêm sozinhas ou com o cão e um aumento muito significativo dos utentes que aqui vêm com crianças. Há mesmo uma sobre-representação deste tipo de utilização. Disponibilidade de dados: Perguntas aos utentes X Directa X Indirecta O Indisponível ANÁLISE - Com quem frequenta, habitualmente, este espaço verde? Sozinho/sozinho com cão/ com um amigo ou colega/ com as suas crianças/ com um parceiro/ como parte de um grupo/ como parte dum evento organizado Fontes: • Questionários • Observação directa Observações: Com base no questionário deve ser feita uma análise que expresse a proporção (em percentagem) dos diferentes níveis de socialização em relação ao número total de respostas. Acima de 25% considera-se a categoria muito significativa, abaixo de 10% pouco significativa. É de notar que os utentes do espaço devem ser livres de escolher com quem o querem usar e não se pode julgar a sua opção. Benchmark: Os dados descrevem padrões de uso pelo que não é possível estabelecer um benchmark para este indicador. Contudo todos os tipos de utentes devem estar representados e não deverá existir um sobre-utilização de utentes com cão. O ideal será que nenhuma classe tenha uma representação inferior a 10% e superior a 25%. INDICADOR 2: Utilização do espaço verde em relação a outras actividades diárias Parque Florestal de Monsanto 264 Destes dados conclui-se que a utilização, ao longo do dia e associada às restantes actividades diárias, é relativamente uniforme. Observa-se uma redução muito significativa, relativamente aos jardins integrados em zonas residenciais, da frequência do espaço antes da hora de trabalho, o que se fica certamente a dever à distância que separa este Parque Florestal das zonas de comércio e serviços. Método: Questionário aos utentes do espaço, feito no local. ANÁLISE Quando é que frequenta este local? • Antes do trabalho • Depois do trabalho • À hora de almoço • Durante o dia • Só aos fins-de-semana • No caminho para outros locais AVALIAÇÃO Perguntas aos utentes: Com base no questionário deve fazer-se uma análise que exprima a proporção (em percentagem) dos diferentes tipos de rotinas diárias/semanais associadas ao uso do espaço, com o total das respostas. Com mais de 25% a categoria deve ser considerada muito significativa, abaixo de 10% pouco significativa. Fontes: • Questionários Informação recolhida: Dos questionários elaborados obtiveram-se as seguintes respostas: • • • • • • 70,3% dos inquiridos frequenta o espaço durante o dia, 1,8% antes do trabalho, 9,9% à hora do almoço, 4,5% aos fins-de-semana, 2,7% depois do trabalho e 5,4% no caminho para outros locais Parque Florestal de Monsanto O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: A forma como esta questão é colocada não permite conhecer, com precisão, os ritmos de utilização dos seus utentes, na medida em que confunde a utilização “ao fim-de-semana” e “durante a semana” com outras respostas como “durante o dia” ou “depois do trabalho”, já que estas não são opções que se excluam mutuamente mas podem ser ambas verdadeiras. Propõe-se, em próximas avaliações, que estas diferentes opções de resposta não sejam postas em alternativa uma às outras, mas sejam antes colocadas em momentos diferentes do questionário. INDICADOR 3: Importância do espaço verde nas actividades de lazer da população local Método: Questionário feito no local aos utentes do espaço, focando a importância do espaço verde nas actividades de lazer da população. Sugere-se o mesmo método definido para o critério 2.6 (Valor estético, Indicador 2). ANÁLISE AVALIAÇÃO Benchmark: Os dados descrevem padrões de uso pelo que não é possível estabelecer um benchmark para este indicador. No entanto é desejável que haja uma utilização uniforme ao longo do dia. Através das diferentes percentagens obtidas pode apontar-se uma tendência dos períodos do dia/semana preferidos. Idealmente um parque deve dar oportunidades aos diferentes grupos sociais, de modo a que possa ser frequentado em todas as alturas (e.g. os reformados e as mães com crianças durante o dia, crianças em idade escolar à tarde, jovens à noite, pessoas que trabalham durante a hora de almoço e depois do trabalho. Disponibilidade de dados: Perguntas aos utentes: - Qual a importância deste local nas suas actividades de lazer? - Como quantifica o seu grau de satisfação com este espaço para as suas actividades de lazer? As respostas a ambas as questões devem situar-se entre os níveis 1 e 5. (1 – Não importante; 5 – Muito importante). Pode obter-se um valor expressando os resultados do nível 5 (totalmente satisfeito) como percentagem do total da amostra. Fontes: • Questionários Benchmark: Os inquiridos expressam satisfação com o local através duma pontuação mínima de 51% nível 5, e 70% ao nível 5 indica muito satisfatório 265 AVALIAÇÃO Informação recolhida: Do questionário efectuado podem retirar-se os seguintes dados, relativamente à importância do espaço nas actividades de lazer dos seus utentes: • para 1,1% destes inquiridos esta importância é nula, • para 7,7%, reduzida, • para 29,7% dos inquiridos, o espaço tem alguma importância nas suas actividades de lazer, • para 39,6% tem uma importância significativa e • para 17,6% dos inquiridos, uma importância muito significativa. Destes dados resulta que, para a maioria dos utentes, o jardim tem uma importância significativa. Desta forma o benchmark não é atingido. Critério 3.6 Inclusão social DESCRIÇÃO O significado deste critério é o de que todos os que desejem aceder a um espaço verde o possam fazer independentemente da sua idade, sexo, estatuto social, background cultural ou rendimento. Para assegurar uma inclusão social total, pode ser necessário providenciar medidas como a remoção de factores negativos impeditivos do uso. Os espaços verdes devem ser espaços públicos atractivos facilmente acessíveis a cada estrato social e que podem desempenhar um papel importante no combate à exclusão social. INDICADOR 1: Heterogeneidade dos grupos de utentes de acordo com indicadores sociais Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Método: A informação pode obter-se através de observações no local e/ou questionário aos utentes do espaço, feito no local. AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: AVALIAÇÃO: Dos dados recolhidos pode concluir-se que este parque é maioritariamente utilizado por um grupo muito definido de utentes que são os pais com os seus filhos e que vêm fazer uso dos diversos parques infantis. Devido à acessibilidade mais reduzida vêm maioritariamente por mais de uma hora, durante o fim-de-semana e durante o dia. Não é um espaço de encontro casual de amigos devido à reduzida acessibilidade embora muitos dos utentes aqui se desloquem em grupos. 1 3.5 Estratégias de vida 2 3 4 5 ANÁLISE OBSERVAÇÕES: Como resultado da análise deve avaliar-se o papel e a importância do espaço verde nas estratégias de vida da sociedade local. Deve também analisar-se se o uso actual do espaço oferece aos utentes oportunidades suficientes para a socialização e até que ponto a visita ao local faz parte da sua rotina diária. Observação no local: (Que grupos de utentes estão presentes no parque e qual a sua proporção no total de utentes?) • Idade (crianças, adolescentes, famílias jovens, seniores) • Sexo (feminino, masculino) • Grupos étnicos (de acordo com grupos minoritários locais) • Grupos específicos (deficientes, trabalhadores, crianças em idade escolar, estudantes, sem abrigo etc.) • Mãe/pai com criança Se possível combinar os resultados da observação no local com questionário. Perguntas aos utentes: - Que idade tem? (classes com 5 anos de intervalo) - Qual é a sua habilitação escolar? - Qual a sua etnia? (esta questão foi colocada no questionário, embora se tenha concluído que não faz muito sentido em Portugal, pois é um conceito pouco vulgarizado no nosso país. Pode ser, em próximos questionários, substituída pela “naturalidade”). Parque Florestal de Monsanto 266 Benchmark: O objectivo deste indicador é ter a certeza de que todos os grupos sociais fazem uso do espaço. A proporção dos diferentes grupos sociais deve indicar preferencialmente se alguns grupos estão mal representados ou não usam de todo o espaço, tendo sempre em consideração a composição social do bairro. AVALIAÇÃO ANÁLISE Fontes: • Questionários • Observação directa Informação recolhida: Ainda segundo este questionário: 48% dos utentes são escolas 35% são famílias 10% são associações e colectividades 8% são pessoas individuais Na sua generalidade, a população utente deste espaço é constituída maioritariamente por crianças, jovens e pais com as suas crianças, com um elevado ou médio nível de rendimentos e um nível de formação superior. INDICADOR 2: Evidência de negligência e falta de manutenção Método: Observações no local. Geralmente os sinais de negligência e falta de manutenção dissuadem o uso do espaço porque dão uma imagem negativa do local (e.g. carros abandonados, caminhos sujos, vedações/iluminação/bancos partidos). Registar sinais de negligência e falta de manutenção e avaliar o seu peso geral). O nível de rendimentos dos utentes é mais elevado do que nos outros espaços avaliados – 47,3% dos utentes recebe mais de 1000€, 17,6% recebe entre 500 e 1000€ e 33% recebe menos de 500€. Quanto à habilitação escolar esta também é mais elevada relativamente às respostas obtidas nos outros espaços verdes avaliados nesta análise: 50,5% possui o ensino superior, 30,8% o ensino secundário, 15,4% tem um nível de ensino pós-graduado, apenas 2,2% só possuía o ensino básico. Parque Florestal de Monsanto ANÁLISE De acordo com as respostas aos questionários conclui-se que a maior parte dos utentes inquiridos tem entre 25 e 45 anos. Fontes: • Observação directa • Divisão de Matas – Entrevista directa Benchmark: Local com boa manutenção, sem aspectos negativos presentes AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO Segundo o questionário elaborado, em 2000, pelo Parque Florestal de Monsanto cerca de: 18% dos utentes têm menos de 7 anos 31% dos utentes têm entre 7 e 12 anos 25% têm entre 13 e 16 anos 9% dos utentes têm de 17 a 21 anos 16% têm mais de 21 anos Um aspecto interessante a considerar, aquando do preenchimento dos questionários é a recusa de elementos pertencentes a grupos étnicos específicos, em responder à questão em que se pergunta qual a etnia do utente. Isso aconteceu em casos específicos como o de um rapaz muçulmano que primeiro se identificou com esse grupo e depois riscou, por cima, fazendo bastantes perguntas sobre a razão de ser da questão. Mesmo depois de explicado o por quê da questão, com a qual ele até concordou, recusou-se a responder. Este é, provavelmente, um indício, do receio que estes elementos da sociedade ainda têm em se expor e associar a uma etnia específica, preferindo passar despercebidos e dissolver-se na massa constituída pelo resto da população. Pode-se perguntar se estas pessoas não se identificam com a etnia a que pertencem ou se têm ainda medo de represálias ou segregação. Com a comunidade de imigrantes ucranianos já não se registou o mesmo. Estes responderam prontamente a esta questão, ou por terem, em geral, um elevado nível de formação ou por terem um laço com as suas origens mais vincado e assumido. Informação recolhida: Não existem evidências de negligência ou falta de manutenção no Parque Florestal de Monsanto, apesar dos seus 1000 hectares de área. Os recentes trabalhos de reabilitação têm dado, a este espaço, uma nova imagem e uma aspecto renovado. 267 Disponibilidade de dados: X Directa X Indirecta O Indisponível INDICADOR 4: Evidência da existência de medidas adequadas para combater expressões de intolerância social Método: Verificar se são aplicadas medidas adequadas para combater expressões de intolerância social. Tal pode incluir emprego de pessoal adequado, guardas voluntários que assegurem o acesso de todos ao espaço. Fontes: • Observação directa • Divisão de Matas – Entrevista directa Benchmark: Existem medidas apropriadas e são aplicadas. Fontes: • Observação directa • Divisão de Matas – Entrevista directa Benchmark: Sinais de intolerância social: não devem existir graffitis de carácter racista AVALIAÇÃO ANÁLISE Método: Observações no local. Verificar a presença de graffitis de carácter racista feitos nas proximidades em edifícios/vedações muros/pontes/carris, uso de nomes de gangs e comentários racistas. Averiguar os grupos alvo do racismo. ANÁLISE INDICADOR 3: Evidência de intolerância social/étnica Informação recolhida: Não existe qualquer medida com vista a combater as expressões de intolerância social. Disponibilidade de dados: X Directa X Indirecta O Indisponível AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: Informação recolhida: Não são visíveis evidências de intolerância social ou étnica e também não se observa a presença de grafittis racistas ou a utilização de nomes de gangs ou comentários racistas. É importante destacar que este espaço se encontra separado da malha urbana sendo de difícil acesso a pessoas que não possuam automóvel. Por outro lado, não está associado a nenhum bairro específico onde estes gangs costumam marcar território. Foi observada a presença de imigrantes ucranianos num dos parques de merendas, em ameno convívio, o que é, segundo os técnicos do Parque, uma situação bastante vulgar com este e outros grupos sócio/étnicos, especialmente em comunidades de emigrantes. Um dos poucos focos de problemas é o bairro da Boavista. Os problemas neste bairro vizinho deste espaço verde têm sido superados através do aumento da presença da guardaflorestal. Disponibilidade de dados: X Directa Parque Florestal de Monsanto X Indirecta O OBSERVAÇÕES: Neste critério deve ser analisado e avaliado o nível de exclusão social no espaço verde. Deve averiguar-se se existem iniciativas para evitar a exclusão social ao nível das autoridades locais. Este critério é especialmente importante porque os espaços verdes, como espaços que são de atracção para actividades de ar livre, podem desempenhar um papel importante na promoção da coesão social entre os residentes. Se necessário, devem elaborar-se algumas recomendações sobre o modo como esta função dos espaços verdes pode ser reforçada. Através das observações no local ou dos questionários aos utentes pode fazer-se uma análise expressando a proporção dos diferentes grupos, idade/educação/ profissão/ grupos étnicos em relação ao total de respostas. A comparação da mistura social de utentes no local (observação/questionário) em relação à mistura social de habitantes do bairro (verificar os censos) pode também ser feita. Deve examinar-se a ausência de grupos de utentes (i. e. os excluídos) falando com os representantes do departamento do espaço verde acerca das possíveis razões. Recorde-se que em ambiente urbano os espaços verdes experienciam o lado negativo da vida urbana e que devem ser tomadas medidas para evitar os aspectos negativos existentes. Indisponível 268 AVALIAÇÃO: De acordo com os questionários a generalidade da população utente deste espaço é constituída maioritariamente por crianças, jovens e pais com as suas crianças, com um elevado ou médio nível de rendimentos e um nível de formação superior. Não existem evidências de negligência ou falta de manutenção no Parque Florestal de Monsanto, apesar dos seus 766 hectares de área. Os recentes trabalhos de reabilitação têm dado, a este espaço, uma nova imagem e um aspecto renovado. Quanto a evidências de intolerância social ou étnica, estas também não são visíveis, não se observando a presença de grafittis racistas ou a utilização de nomes de gangs ou comentários racistas. É importante destacar que este espaço se encontra separado da malha urbana, sendo de difícil acesso a pessoas que não possuam automóvel. Por outro lado, não está associado a nenhum bairro específico onde estes gangs costumam marcar território. As características da população utente ficam-se a dever, certamente, à reduzida acessibilidade deste espaço que obriga a uma deslocação propositada e quase sempre com recurso ao automóvel. As inúmeras actividades de educação ambiental direccionadas para os grupos escolares atraem a este Parque Florestal um grande número de utentes jovens. O isolamento deste espaço verde em relação à cidade condiciona o acesso de gangs mas também de reformados, jovens sem automóvel ou pessoas com menos recursos. 1 2 3 4 Critério 3.7 Segurança DESCRIÇÃO Os espaços verdes devem ser locais sossegados e seguros para todos os utentes, especialmente crianças e mulheres. As pessoas devem poder usufruir do silêncio e da natureza, independentemente da sua idade, sexo ou condições físicas. Isto relaciona-se positivamente com a qualidade de vida e tem um impacte positivo na frequência do uso de espaços verdes específicos. Apesar do prazer que deriva do acesso fácil a espaços verdes bem conservados, muitas pessoas não os frequentam devido (real ou imaginariamente) à falta de segurança. É óbvio que isto tem um impacte negativo na qualidade de vida, decréscimo do número de utentes e desgaste da imagem do bairro. INDICADOR 1: Evidência de patrulhas/guardas dentro e à volta do espaço verde 5 Método: A informação pode obter-se através de observações no local. Registar a presença de equipamento, de patrulhas/guardas e de trabalho comunitário para a prevenção de crimes. O quadro seguinte dá exemplos de possíveis categorias. ANÁLISE 3.6 Inclusão social Observação no local: (Como é o espaço vigiado/controlado?) • Vedações • Guardas/vigilantes • Sistema de monitorização • Sem controlo Fontes: • Para obter informações sobre a segurança no Parque Florestal de Monsanto, foram contactadas as 26ª e 28ª Esquadras da 4ª Divisão e a 3ª Divisão do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública. Os dados apresentados resultam de uma resposta, por parte destas esquadras, datadas de 6, 9 e 10 de Dezembro de 2004, respectivamente. Benchmark: Guardas locais ou patrulhas podem ser o modo mais efectivo de assegurar que os utentes se sintam em segurança. Parque Florestal de Monsanto 269 INDICADOR 2: Número de incidentes registados no espaço verde urbano por ano Informação recolhida: O Parque Florestal de Monsanto possui vedações em alguns locais que, por essa razão, não precisam de ser vigiados. Este Parque é policiado pelos carros-patrulha adstritos às 26ª e 28ª Esquadras, pela Guarda Nacional Republicana, pela Polícia Municipal de Lisboa e pela Polícia Florestal. AVALIAÇÃO ANÁLISE De acordo com o disposto na reorganização dos serviços municipais (Aviso nº 9769A/2002, DRnº271, II série, de 23 de Novembro de 2002), as competências da Divisão de Matas incluem: - “Assegurar a vigilância, protecção e manutenção da ordem nas áreas sujeitas a regime florestal no concelho de Lisboa; - Tornar aplicável e garantir o regime florestal de simples polícia relativamente aos espaços verdes, relativamente aos quais a Câmara delibere aplicar esse regime;” Em conformidade com este aviso, o Parque Florestal de Monsanto tem um corpo de guardas para garantir a aplicação destas competências. Método: Deve considerar-se o número de incidentes ocorridos no espaço verde por ano. A estatística de crimes está normalmente disponível nas esquadras de polícia locais, em que os crimes se encontram classificados de acordo com a classificação nacional. No caso de não existência destes dados, os municípios podem estimar se a criminalidade no local é muito alta, alta, baixa ou muito baixa em relação ao resto da cidade. O corpo da Guarda-florestal é actualmente constituído por 56 elementos que fazem a vigilância de cerca de 1200 ha de espaços verdes (que vão além do Parque de Monsanto) durante todos os dias do ano, 24h por dia. Benchmark: O número anual de incidentes registados não deve ser mais alto do que o registado noutras zonas envolventes. A comparação entre crimes no espaço verde e nos outros locais deve resultar numa relação de menos que um. Foi instalado em 2004, um Sistema de Video-vigilância, para prevenção de incêndios e aumentar a segurança dos utentes do Parque. Além da Guarda-florestal existente no Parque, estão instalados em Monsanto serviços da força aérea, da marinha e existiu mesmo uma unidade de paraquedismo. Todas estas unidades contribuem, de alguma forma, para uma vigilância mais controlada do espaço. As vias de circulação são delimitadas por faixas amarelas que impedem a paragem e o estacionamento de veículos na berma da estrada. Esta medida foi tomada para fazer frente à prática da prostituição em algumas zonas do Parque. Directa X Indirecta O Indisponível Observações: Para obter informações sobre a segurança no Parque Florestal de Monsanto, foram contactadas as 26ª e 28ª Esquadras da 4ª Divisão e a 3ª Divisão do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública. Os dados apresentados resultam de uma resposta, por parte destas esquadras, datadas de 6, 9 e 10 de Dezembro de 2004, respectivamente. AVALIAÇÃO Disponibilidade de dados: X Fontes: • Para obter informações sobre a segurança no Parque Florestal de Monsanto, foram contactadas as 26ª e 28ª Esquadras da 4ª Divisão e a 3ª Divisão do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública. Os dados apresentados resultam de uma resposta, por parte destas esquadras, datadas de 6, 9 e 10 de Dezembro de 2004, respectivamente. Informação recolhida: Relativamente à criminalidade ocorrida nos últimos três meses houve 20 ocorrências dignas de registo: Um incêndio Uma situação de danos em autocarro Vários furtos em interior de veículo Duas agressões Um furto de telemóvel Dois roubos Um suicídio com arma de fogo Outras situações A 3ªEsquadra indicou dados para os anos 2002, 2003 e 2004: No ano de 2002, foram registados 14 crimes contra pessoas: 1 sequestro/roubo, 1 ameaça de bomba, 1 violação, 1 abuso sexual de menor, 1 tentativa de violação, 3 roubos, 5 agressões/ameaças/injúrias. Foram registados 19 crimes contra o património: 9 de furto, 5 de danos e 5 outros crimes. No ano de 2003, foram registados 19 crimes contra pessoas: 2 roubos e sequestro, 3 de violação e tentativa, 5 agressões, 3 de ameaças, 2 tentativas de agressão, 2 de injúrias e outros. Foram registados 17 crimes contra o património: 3 furtos de veículos e 14 outros. Parque Florestal de Monsanto 270 Informação recolhida: Alguns dos pontos mais críticos existentes no Parque Florestal correspondem às imediações do Restaurante “Mercado do Peixe” no Bairro Alto da Ajuda, devido a alguns focos de prostituição naquela zona; ao Anfiteatro Keil do Amaral, no qual decorrem, frequentemente, eventos de natureza diversa e à Avenida dos Bombeiros. Não foi possível obter o índice de criminalidade da cidade de Lisboa, pelo que não nos é possível preencher este indicador como proposto pela ferramenta URGE. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO No ano de 2004, foram registados 8 crimes contra pessoas: 2 de violação, 1 tentativa de atropelamento, 2 de burla, 1 de injúrias e outros 2. Foram registados 29 crimes contra o património: 1 de tráfico de estupefacientes, 22 contra o património/furto e outros 6. Os incidentes que habitualmente ocorrem, neste espaço verde, são maioritariamente: • Furtos em interior de veículos • Furtos de veículos • Agressões • Roubos • Danos/roubos de património • Ameaças • Sequestros • Violações Constata-se que os crimes contra o património igualam os crimes contra pessoas o que é uma situação preocupante e reveladora da violência da criminalidade existente. INDICADOR 3: Tipos de incidentes ocorridos no espaço verde Disponibilidade de dados: O Fontes: • Para obter informações sobre a segurança no Parque Florestal de Monsanto, foram contactadas as 26ª e 28ª Esquadras da 4ª Divisão e a 3ª Divisão do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública. Os dados apresentados resultam de uma resposta, por parte destas esquadras, datadas de 6, 9 e 10 de Dezembro de 2004, respectivamente. Benchmark: Os dados são descritivos mas a criminalidade em geral deve ser tão baixa quanto possível. Os crimes contra pessoas devem ser o mais reduzidos que for possível. Directa X Indirecta O Indisponível Observações: INDICADOR 4: Depoimentos dos utentes sobre medo de criminalidade Método: Questionário aos residentes/utentes. No sentido de obter uma amostra fidedigna, a resposta dos residentes locais deve ser avaliada aplicando os questionários a utentes no local e a não utentes fora do local (preferencialmente na sua habitação). ANÁLISE ANÁLISE Método: O tipo de criminalidade pode classificar-se nos seguintes grupos: criminalidade para com pessoas, para com bens ou para com a propriedade pública (vandalismo) dentro do espaço verde (em percentagem). Questões a colocar aos residentes no local: Fontes: • Questionários Benchmark: Grau mínimo de segurança: 51% de respostas de nível 5 Alto grau de segurança: 70% ou mais de respostas de nível 5 Parque Florestal de Monsanto 271 Conclui-se ainda que: • 85,7% dos utentes nunca se sentiram indesejados neste local, o que é uma indicador bastante positivo AVALIAÇÃO Informação recolhida: O estudo “A segurança no Parque Florestal de Monsanto”, (Tremoceiro 2001) coordenado por João Tremoceiro e Carlos Souto Cruz demonstra que até há bem pouco tempo, o Parque Florestal de Monsanto tinha fama de ser inseguro e ter prostituição. Questionários realizados aos utentes do parque e à população em geral, revelaram que 80% dos potenciais visitantes do Parque apresentam como principal razão para não o frequentarem o facto de o considerarem inseguro. Segundo os coordenadores do estudo anteriormente referido, esta imagem de insegurança que a população tem do Parque, não é confirmada por qualquer registo policial, sendo a seu ver, em grande parte, resultante da tradicional insegurança que o homem sente na sua relação com a floresta. Contudo, pudemos constatar, através das informações fornecidas pela Polícia de Segurança Pública, que continua a haver registo de crimes neste espaço florestal, sendo alguns deles de carácter bastante violento. Dos utentes que se sentem indesejados, as razões apontadas são: • má frequência na Mata de São Domingos de Benfica (1 utente) e • a prostituição no Anfiteatro Keil do Amaral (1 utente). Relativamente aos outros espaços verdes inseridos no tecido urbano, os utentes deste espaço revelam um sentimento de segurança bastante mais elevado. Contudo o grau mínimo de segurança, para este espaço, não é atingido. Das respostas aos questionários obtêm-se os seguintes resultados: • 46,2% dos utentes nunca sentiram falta de segurança ao utilizar este local (resposta de nível 5), • 37,4% raramente se sentem inseguros, • 6,6% sentem insegurança poucas vezes • 6,6% por vezes sentem-se inseguros e • 1,1% sentem-se muitas vezes inseguros. As razões apontadas para o sentimento de insegurança foram: • presença de muita gente (1 utente), • má frequência (1 utente), • falta de policiamento visível (5 utentes), • falta de policiamento, em São Domingos de Benfica, que é um espaço muito grande (1 utente), • má frequência e falta de vigilância, no Espaço Monsanto (2 utentes), • falta de policiamento e de primeiros socorros, no Parque do Alvito (1 utente), • falta de vigilância no Anfiteatro Keil do Amaral (1 utente), • espaço com muita gente, falta de segurança dos equipamentos, falta de seguranças visíveis (2 utentes) O Directa X Indirecta O Indisponível INDICADOR 5: Evidência de trabalho comunitário para a prevenção do crime ANÁLISE AVALIAÇÃO Disponibilidade de dados: A Autarquia tomou várias medidas no sentido de alterar esta perspectiva por parte da população em geral. Método: A informação pode obter-se em observações no local e/ou entrevistas com representantes do município local e polícia. Indicam-se abaixo possíveis categorias Observação no espaço verde ou questões para as autoridades locais (Que tipo de trabalho comunitário existe no bairro?) • Trabalho juvenil • Igreja • Prevenção da droga • Aconselhamento psicológico e sexual • Outros (especificar) Fontes: • Junta de Freguesia de Alcântara • Autarquia - Divisão de Matas Benchmark: Devem existir pelo menos 3 actividades comunitárias para prevenção de crime nas imediações. Parque Florestal de Monsanto 272 AVALIAÇÃO Informação recolhida: Existe algum trabalho, junto da comunidade, para a prevenção do crime em Monsanto. Na Junta de Freguesia de Alcântara existe um gabinete de aconselhamento psicológico e de apoio aos toxicodependentes que frequentam esta zona. Também há apoio às prostitutas. Partindo da necessidade de aproximar o Parque Florestal de Monsanto dos cidadãos, o presidente Pedro Santana Lopes, coordenou uma complexa operação, que visou tratar duas áreas problemáticas: a segurança e a protecção social de cerca de meia centena de mulheres que se prostituíam na zona há muitos anos. A Vereadora da Acção Social, Helena Lopes da Costa, explicou que “um programa iniciado em Fevereiro com o objectivo de aumentar a auto-estima destas mulheres e mostrar-lhes uma alternativa de vida, permitiu o seu encaminhamento para centros de saúde e comunidades que trabalham nesta área”. A criação de uma bolsa de emprego e de uma bolsa de habitação, por parte da autarquia, também ajudaram ao combate deste flagelo naquele espaço. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: Constata-se que os crimes contra o património igualam os crimes contra pessoas o que é uma situação preocupante e reveladora da violência da criminalidade existente. Existe algum trabalho, junto da comunidade, para a prevenção do crime em Monsanto. Na Junta de Freguesia de Alcântara existe um gabinete de aconselhamento psicológico e de apoio aos toxicodependentes que frequentam esta zona. Também há apoio às prostitutas. Este trabalho faz parte de um projecto ousado que teve como objectivo aumentar o sentimento de segurança da população em geral na frequência deste espaço. Actualmente, já depois da implementação das diversas iniciativas da autarquia para aumentar o sentimento de segurança dos utentes, constata-se que relativamente aos outros espaços verdes inseridos no tecido urbano, os utentes deste espaço revelam um sentimento de segurança bastante mais elevado. Existe alguma diferenciação relativamente aos níveis de criminalidade e sentimento de segurança entre os diferentes espaços do Parque Florestal. Alguns destes espaços como o Parque Recreativo da Serafina ou o Parque Recreativo do Alvito são espaços fechados que encerram durante a noite e possuem vigilância, pelo que aí os níveis de segurança são mais elevados. Já espaços como o Anfiteatro Keil do Amaral não possuem qualquer vigilância e nem sempre têm elevados níveis de utilização, pelo que podem apresentar níveis de segurança mais baixos. AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: Contudo, segundo os benchmarks propostos pela ferramenta URGE, o grau mínimo de segurança para a totalidade do Parque Florestal de Monsanto, não é atingido. OBSERVAÇÕES: Através deste critério deve concluir-se se o respectivo espaço verde é um lugar seguro para todos os níveis etários e para as mulheres. Se as estatísticas de crimes e os depoimentos dos cidadãos sugerirem que o espaço verde não é seguro, deve tentar identificar-se que medidas são necessárias para aumentar o sentimento de segurança entre utentes e potenciais utentes. As dificuldades que respeitam à falta de segurança exigem diálogo com os residentes, autoridade local e consultoria para a prevenção de crimes. Algumas medidas que foram tomadas, nos últimos tempos, para promover a segurança no Parque Florestal de Monsanto foram, segundo o estudo “A segurança no Parque Florestal de Monsanto” coordenado por João Tremoceiro e Carlos Souto Cruz: • O reforço da presença e da intervenção da Guarda-florestal que é, actualmente, constituída por 56 elementos que fazem a vigilância de cerca de 1200 ha de espaços verdes (que vão além do Parque de Monsanto) durante todos os dias do ano 24h por dia. Este serviço está num processo de reestruturação que pretende no essencial conseguir o seguinte: disponibilizar mais guardas para o serviço diurno; dar mais visibilidade no terreno ao Guarda-florestal; envolver os guardas nas funções de informação e sensibilização ambiental dos visitantes; aumentar os efectivos da brigada que se desloca em bicicletas e a cavalo. • Criação de uma rede de caminhos pedestres e cicláveis paralelos às estradas que atravessam o Parque. Estes caminhos além de serem uma forma fácil de convidar à utilização do Parque, pois localizam-se em estradas muito frequentadas, permitem também por isso que os visitantes se sintam mais seguros, sendo uma primeira forma de estes descobrirem a oferta do Parque, seja a pé, seja de bicicleta. • Beneficiação das orlas da mata e das clareiras. No sentido de facilitar a “aproximação” dos visitantes à mata é importante recuar a orla da mata e promover a sua beneficiação paisagística (além de ecológica). Este trabalho é sobretudo importante na envolvente dos caminhos, pois verifica-se que os visitantes pouco experientes evitam os caminhos onde a orla da mata está muito próxima. • Beneficiação da sinalização viária e da destinada aos visitantes que deslocam a pé ou de bicicleta. A inexistência de sinalização adequada e de materiais de apoio (ex: guias, roteiros, etc.) é um dos principais factores que transmite insegurança aos visitantes e que condiciona o uso do Parque. AVALIAÇÃO: Existem diversas formas de vigilância neste Parque Florestal, com patrulhamento de diversas forças de segurança. Contudo ocorrem, neste Parque Florestal, alguns crimes como: • Furtos em interior de veículos • Furtos de veículos • Violações • Sequestros • Ameaças • Agressões • Roubos • Danos/roubos de património Parque Florestal de Monsanto 273 • Trabalhar de forma preventiva no sentido de evitar os conflitos entre os diversos utilizadores do Parque. Esta medida passa por: pintura de traço contínuo amarelo em todas as vias onde os clientes da prostituição possam parar, dando assim base legal à actuação da Guardaflorestal, já que em Portugal não existem mecanismos legais de combate à prostituição; colocação de balizadores à entrada das pistas; colocação de guardas a proteger os caminhos paralelos à estrada; sempre que possível separar com barreiras físicas os diversos tipos de utilizadores. • Combater o vandalismo recorrendo a equipamentos mais resistentes e facilmente substituíveis. • Desenvolver o Plano de Emergência do Parque Florestal de Monsanto. Este plano envolve todas as entidades desde a Protecção Civil, Bombeiros, Polícia, Guarda-florestal, privados que se localizam no Parque, etc. • Regulamentar e fiscalizar as actividades relacionadas com os desportos de ar-livre e com as actividades potencialmente perigosas que se desenvolvem no Parque, tais como a realização de piqueniques, o Clube de Tiro a Chumbo. • Realizar uma campanha publicitária para divulgar a oferta e promover uma imagem positiva do Parque. Algumas medidas tomadas, noutros países, para a promoção da segurança como: • A atribuição de Bandeiras Verdes, a zonas verdes com elevados níveis de qualidade e segurança, • Promoção do orgulho na comunidade e o seu envolvimento na gestão do espaço verde, • Criação de grupos de amigos dos parques com função de indicar problemas e propor soluções. • Reuniões regulares entre a autarquia e os serviços de segurança pública. • Averiguar regularmente os progressos obtidos em casos de comportamentos anti-sociais específicos. • Vigilância do espaço verde por patrulhas próprias. • Envolvimento de jovens artistas em projectos de arte localizados no espaço verde. 1 2 3 4 5 3.7 Segurança Alguns estudos (Cabespace, Policy Note, Preventing anti-social behaviour in public spaces, November, 2004) defendem que a melhor forma de prevenir os comportamentos anti-sociais não é a fortificação do ambiente urbano, com consequente despoletar de tensões; mas sim o investimento na criação de espaços públicos de qualidade. Esta qualidade é incrementada através de uma manutenção regular e cuidada, de um correcto desenho e do investimento em pessoal que o mantenha e o vigie. No Parque Florestal de Monsanto tem-se optado por um meio-termo, ou seja, numa aposta em termos de segurança e vigilância, conjugando esforços de diferentes organizações como as tripulações dos carros-patrulha das três Esquadras da Polícia de Segurança Pública que têm este espaço a seu cargo, a Guarda Nacional Republicana, a Polícia Municipal de Lisboa e a Polícia Florestal; mas também tem sido feita uma aposta em termos de qualidade do espaço, de desenho e equipamentos, com criação de diversos Parques Recreativos e temáticos, implementação de actividades que promovem a ocupação e a utilização do espaço, abertura de caminhos pedonais e ciclovias, recuo da linha de borda da mata, manutenção regular dos equipamentos, etc. Parque Florestal de Monsanto 274 Critério 3.8 Conflitos de utilização Os conflitos apontados, por alguns dos utentes, foram: • Na Mata de São Domingos de Benfica (1 utente), • Marginais, Skins e Punks (1 utente), • Adolescentes que utilizam os equipamentos dos mais novos (1 utente). Quando se pede aos utentes para ordenar estes conflitos por ordem de importância, DESCRIÇÃO A utilização dum espaço verde pode causar conflitos entre diferentes grupos de utentes devido a diferenças de idades e a diferentes backgrounds sociais e culturais. Estes conflitos podem impedir o uso óptimo de espaços verdes urbanos. O objectivo deste critério é analisar se o espaço verde é o centro de conflitos inter-geracionais e/ou inter-étnicos. Método: A informação pode obter-se através de observações no local. A informação pode obter-se através de depoimentos e/ou entrevistas com representantes da autoridade municipal. Podem existir conflitos no local entre grupos sociais e étnicos, donos de cães, crianças a brincar e bicicletas ou skates e os utentes usuais. Perguntas aos utentes: ANÁLISE - Tem conhecimento de conflitos entre grupos de utentes neste espaço? - Se SIM quais são? - Pode ordenar a importância destes conflitos numa escala de 1 a 5? (Pontuação 1 = Sem importância, a 5 Muita importância) Disponibilidade de dados: Com base nos questionários e/ou sondagem preparar uma lista sobre conflitos reconhecidos entre utentes do espaço verde. Ordenar a importância desses conflitos na vida da comunidade local. Fontes: • Observações locais • Questionários • Entrevista directa (Divisão de Matas) Benchmark: Um baixo nível de conflito é indicado por uma elevada percentagem de respostas de nível 1; nível mínimo de desempenho de 51% de respostas de nível 1; bom nível de desempenho 70% ou mais de respostas de nível 1. AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO INDICADOR: Evidência de conflitos entre utilizadores • 84,6% dos utentes não responde, • 7,7% diz que não são nada importantes, • 1,1% afirma que são pouco importantes, • 3,3% que são mais ou menos importantes, • 1,1% afirma serem importantes e • 2,2% muito importantes. Na página da Internet, sobre o Parque Florestal de Monsanto, sugere-se que para reclamação ou relato de qualquer ocorrência nos espaços sob jurisdição da Divisão de Matas, os utentes contactem o Espaço Monsanto. É dada informação da morada e telefones a utilizar. Um conflito importante até há bem pouco tempo era aquele que opunha a prostituição e os seus clientes, com os utentes do Parque que o criam utilizar para as suas actividades de lazer. A autarquia tentou resolver este problema através da pintura de linhas amarelas, nas estradas, onde é proibido parar, podendo a Guarda-florestal, nestas situações, actuar. Criou também um programa de reinserção das prostitutas no mercado laboral e apoio psicosocial para incentivar uma mudança do seu estilo de vida. Informação recolhida: Das respostas dos utentes aos questionários • 93,4% afirma não ter conhecimento de conflitos entre grupos de utentes neste espaço. Parque Florestal de Monsanto X Directa X Indirecta O Indisponível Observações: Devem ser analisados neste critério os tipos e importância dos conflitos dentro do respectivo espaço verde. Devem também ser identificadas formas de reconciliação dos grupos de conflito com medidas de acompanhamento. AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: OBSERVAÇÕES: AVALIAÇÃO: Da avaliação deste critério pode-se concluir que não há evidências de conflitos entre os diferentes grupos de utentes, neste espaço. 1 2 3 4 5 3.8 Conflitos de utilização 275 Critério 3.9 Multi-Funcionalidade Informação recolhida: Existe uma grande quantidade de funções permanentes exercidas no Espaço Florestal de Monsanto. Estas incluem funções que não requerem nenhum equipamento especial, típicas de um sítio natural, como este espaço: DESCRIÇÃO A utilização dum espaço verde pode causar conflitos entre diferentes grupos de utentes devido a diferenças de usos. De qualquer modo os espaços verdes urbanos têm mais valor em termos de uso se puderem ser utilizados para um grande número de propósitos diferentes. Isto é especialmente importante dada a sua escassez o que implica que devem ser usados tão eficientemente quanto possível. Quando a intensidade de funções é demasiado alta (muitas pessoas a utilizar as mesmas funções ao mesmo tempo), a pressão ambiental sobre o espaço verde e o número potencial de conflitos será também alto, o que pode ter um efeito negativo na qualidade de vida urbana. • • • • • • Mas também funções que exigem equipamentos específicos como: ANÁLISE Fontes: • Observação directa • Folheto “Há mais vida em Monsanto!” (2004) • http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=7180&id_categoria=11 (2004-10-19 Houve Muita Vida em Monsanto este Verão!) • Autarquia – Divisão de Matas • Paula Oliveira Silva, 2002-08-27, Acção no coração de Lisboa, http://lifecooler.sapo.pt/edicoes/lifecooler/desenvArtigo.asp?art=886&rev=2&cat=3 92 Benchmark: Os dados são descritivos, não há valores de referência universal mas deverão existir diversas funções permanentes no jardim. Parque Florestal de Monsanto AVALIAÇÃO INDICADOR 1: Número de funções permanentes por área total do espaço verde Método: Observações no local Verificar a presença de funções permanentes. Estas funções consistem em actividades que podem ser sempre desenvolvidas porque não exigem equipamentos adicionais. Incluem passear, andar de bicicleta, trepar, jardinar, jogar etc. Se existirem actividades desportivas e de restauração (piscinas, restaurantes) serão também funções permanentes. O número de funções permanentes deve ser expresso pela área de espaço verde (em ha). Passear (1) Relaxar (2) Ler (3) Apanhar sol (4) Observar a natureza (5) Correr (6) • • • • • • • • • • • • • Nadar, nas duas piscinas infantis existentes no Alvito (7, 8) Percorrer os circuitos de manutenção existentes no o Parque Recreativo do Calhau (9) o Parque Recreativo do Alto da Serafina (10) o Mata de São Domingos de Benfica (11) Equitação (12) Andar de bicicleta nas ciclovias ou por outros caminhos (13) Jogar ténis no: o Lisboa Ténis Clube (14) o Centro de Ténis de Monsanto (15) o Clube de Ténis do Alto do Duque (16) Praticar basquetebol no: o Campo de mini-basquete da Mata de São Domingos (17) o Campo desportivo do Keil do Amaral (6 cestos) (18) Fazer patinagem no ringue do Alvito (19) Fazer diversas actividades radicais no ringue do Alvito com obstáculos e rampas para skate e BMX (20) Fazer diversos jogos tradicionais e infantis nos patamares de terra batida (21) Praticar pingue-pongue no Alvito (22) Praticar Voleibol, no Alvito (23) Utilizar a mini-pista de atletismo do Alvito (24) Praticar diversas modalidades desportivas no polidesportivo do Parque Recreativo do Calhau (25) 276 • • • • • • • AVALIAÇÃO • • • • • Fazer provas de orientação utilizando o centro de orientação do Calhau ou outros espaços como o Anfiteatro Keil do Amaral (26) Acampar no parque de campismo (27) Jogar futebol no o Clube Desportivo de Pina Manique (28) o Clube Desportivo de Direito (29) Praticar rádiomodelismo no recinto para carros telecomandados (30) Aulas de condução infantil no circuito do Parque Recreativo da Serafina (31) Tiro nos quatro campos do Clube de Tiro de Lisboa (32) Paintball (33) Observar a paisagem nos diversos miradouros: o Parque Recreativo da Serafina (34) o Montes Claros (35) o Parque Recreativo do Calhau (36) o Torre de Observação do Espaço Monsanto (37) Tomar refeições nos seguintes restaurantes: o Chimarrão (38) o Luneta dos Quartéis (39) o Monte Verde (40) o Lisboa Camping (41) o Papagaio da Serafina (42) o Clube Português de Tiro ao Chumbo (43) o Clube Desportivo de Direito (44) o Queda d’Água (45) o Centro de Ténis de Monsanto (46) o Casal de Paulos (47) Usufruir das diversas explanadas o Parque Infantil do Alvito (48) o Parque Recreativo da Serafina (49) o Alvito (48) Fazer piqueniques nos diversos Parques de Merendas de Monsanto o Mata de São Domingos de Benfica (45) o Espaço Monsanto (46) o Parque Recreativo do Calhau (47) o Vila Guiné (49) o Parque Recreativo da Serafina (50) Brincar com as crianças nos diversos parques infantis: o Parque Recreativo do Alvito (51) o Parque Recreativo do Alto da Serafina (52) o Espaço Monsanto (53) o Parque Recreativo dos Moinhos de Santana (54) Parque Florestal de Monsanto • • • • • AVALIAÇÃO • • • • • • • • • • Fazer actividades de Educação Ambiental no: o Espaço Monsanto (55) Consultar informações no Centro de Recursos do Espaço Monsanto (57) Assistir a Exposições no Espaço Monsanto (58) Utilizar o auditório do Espaço Monsanto (59) Centro de Recuperação de Animais Silvestres do Parque Florestal de Monsanto (60) o Centro Infantil Adolfo Simões Muller do Alvito (56) o Clínica o Unidade de cuidados intensivos o Biotério o Parques de Reabilitação o Área de Irrecuperáveis Produção de plantas (15 ha) no: o Viveiro da Quinta da Fonte e Alfarrobeira (61) o Viveiro da Quinta das Flores (62) Estação Meteorológica na Zona Vedada do Espaço Monsanto (63) Viveiro de plantas na Zona Vedada do Espaço Monsanto (64) Observatório na Zona Vedada do Espaço Monsanto (65) Estação de tratamento de águas residuais com plantas na Zona Vedada do Espaço Monsanto (66) Laboratório (67) Escalar na: o Parede de escalada artificial com cerca de 130 m2 de área útil e uma altura máxima de 12 m (68) o 3 Blocos de escalada (Boulders) (69) Participar dos diversos ateliers (barro, pintura, desenho) (70) Passear de charrete (71) Anilhar pássaros (72) Existem, neste espaço, ainda algumas associações a quem foram cedidos espaços antiga pertença do Parque Florestal. Um exemplo é a Associação Portuguesa de Educação Ambiental, no Centro Associativo do Calhau, que desenvolve, frequentemente, actividades de Educação Ambiental. Disponibilidade de dados: X Directa O Indirecta O Indisponível 277 Método: Observação directa no espaço verde em questão. Verificar a presença de funções ocasionais. As funções ocasionais são as que requerem arranjos especiais, por exemplo, mercados anuais, circos, concertos musicais etc. Podem ser classificadas em: diversão, música, educação e outras. O número de funções ocasionais inclui o nº de diferentes funções e a frequência dos eventos (todas as semanas, cada mês, uma vez por ano, duas vezes por ano etc.). O número de funções ocasionais deve ser dividido pela área de espaço verde urbano (m2). Fontes: • Observação directa • Folheto “Há mais vida em Monsanto!” (2004) • http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=7180&id_categoria=11 Muita Vida em Monsanto este Verão!) • Autarquia – Divisão de Matas (2004-10-19 Houve AVALIAÇÃO ANÁLISE INDICADOR 2: Número de funções ocasionais por área total do espaço verde Informação recolhida: Existem algumas funções ocasionais típicas do Parque Florestal de Monsanto como: • Concertos e teatro • Eventos especiais associados a actividades desportivas • Festas aí organizadas regularmente • Mercados e feiras de diversos tipos Estas actividades não têm uma regularidade definida, são feitas de modo irregular, embora com bastante frequência durante o Verão e menor frequência nas restantes estações. Surgem ainda eventos como a 4ª Convenção Internacional de Killifilía ou a Feira de Produtos de Agricultura Biológica e o Arraial Pride. No ano de 2004, houve 18 espectáculos musicais que decorreram no palco do Anfiteatro Keil do Amaral, por onde passaram nomes como Dulce Pontes, Sérgio Godinho, Da Weasel e Mariza. Parque Florestal de Monsanto No dia 29 de Maio, realizou-se a 2ª Etapa do Circuito Nacional de Street Skate DVS AMADOR 2004, no Skate Parque do Monsanto. Disponibilidade de dados: X Directa O Indirecta O Indisponível INDICADOR 3: Intensidade de funções permanentemente exercidas ANÁLISE AVALIAÇÃO Benchmark: Num espaço verde informal, não deve exceder-se uma função ocasional por ano e por hectare Método: Observação directa. Contar o número de pessoas que desempenham funções permanentes. A intensidade das funções exercidas é expressa como a média do número de utentes. Pode medir-se através das categorias frequente, comum e rara. As diferenças de uso durante o Inverno, verão, dias de trabalho e fins-de-semana pode revelar dados interessantes e relevantes. 278 Fontes: • Observação directa • http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=7180&id_categoria=11 Muita Vida em Monsanto este Verão!) • Autarquia – Divisão de Matas INDICADOR 4: Intensidade de funções ocasionalmente exercidas (2004-10-19 Houve Método: Observação directa no espaço verde. Contar o número de pessoas que desenvolvem funções ocasionais. A intensidade das funções exercidas é expressa como o número médio de utentes de funções ocasionais. Pode medir-se através das categorias frequente, comum e rara. As diferenças de uso durante o Inverno, Verão, dias de trabalho e fins-de-semana pode revelar dados interessantes e relevantes. ANÁLISE Informação recolhida: Mais de um milhão de pessoas visitou, no Verão de 2004, o Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa, para passear, praticar desporto, andar de cavalo ou visitar exposições e assistir a espectáculos integrados no programa «Monsanto é Pura Diversão». O Parque da Pedra, um dos vários espaços novos de Monsanto, que abriu ao público em finais de Maio e fica situado em duas antigas pedreiras, também oferece aos adeptos dos desportos alternativos uma parede de escalada e paintball e já colheu mais de oito mil «aventureiros» desde a sua inauguração. No ano de 2004, para além dos milhares de pessoas que usufruíram de Monsanto individualmente e em família - 11.500 pessoas utilizaram os equipamentos do Parque da Pedra, 7.700 pessoas andaram de patins e skate no Ar e Sobre Rodas, sempre com apoio técnico e a disponibilização dos materiais para a prática das modalidades. No Cavalo na Aventura tiveram 4.500 pessoas que realizaram volteio, passearam a cavalo ou em charrete e cerca de 5.000 pessoas jogaram basket no Desporto no Penedo. No Espaço Monsanto, 4581 crianças e jovens realizaram ateliers e visitas de educação e sensibilização ambiental. Durante este período foram disponibilizados mini bus gratuitos, com circuito entre os locais de actividades no Parque, onde foram transportadas cerca de 25.000 pessoas e 420 bicicletas. O Comboio Turístico, que circulou entre o Parque Recreativo do Alvito e Montes Claros, transportou cerca de 5.700 pessoas. Fontes: • Observação directa • http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=7180&id_categoria=11 Muita Vida em Monsanto este Verão!) • Autarquia – Divisão de Matas (2004-10-19 Houve Benchmark: Os dados são descritivos, pelo que não há valores de referência universais. AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO Benchmark: Os dados são descritivos, pelo que não há valores de referência universais. Informação recolhida: Estiveram presentes milhares de espectadores nos 18 espectáculos musicais que decorreram no palco do Anfiteatro Keil do Amaral, por onde passaram nomes como Dulce Pontes, Sérgio Godinho, Da Weasel e Mariza. Disponibilidade de dados: X Directa O Indirecta O Indisponível Disponibilidade de dados: X Directa Parque Florestal de Monsanto O Indirecta O Indisponível 279 AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: Critério 3.10 Políticas para eventos comunitários AVALIAÇÃO: O Parque Florestal de Monsanto definiu três tipos de usos para esta área verde, na necessidade de compatibilizar as necessidades lúdicas e recreativas com as necessidades de conservação da natureza e das funções ecológicas. Estes três tipos de áreas são: Áreas de protecção – capacidade de carga limitada (manchas contínuas e espaços com declives acentuados, etc). Mais de 60 – 70% da área do Parque Florestal Áreas de recreio informal – já preparadas para uma utilização mais difusa (Ex: Anfiteatro Keil do Amaral) Parques recreativos – grande capacidade de carga. Grande quantidade de equipamentos. DESCRIÇÃO Os espaços verdes proporcionam espaço não só para actividades recreativas individuais mas também grupos que queiram juntar-se para realizar eventos culturais, religiosos ou familiares. As actividades da comunidade precisam de locais para festas, eventos religiosos, feiras, mercados etc. Estes eventos são muitas vezes organizados em espaços verdes e as autoridades municipais podem desenvolver políticas especiais para promover essas actividades contribuindo assim para a coesão social no bairro. INDICADOR: Existência de estratégias municipais que incentivem eventos familiares e da comunidade nos espaços verdes Método: Verificação de depoimentos de políticas locais; entrevistas a representantes locais do município sobre programas especiais que promovam eventos comunitários do bairro no espaço verde. ANÁLISE OBSERVAÇÕES: As funções ocasionais e permanentes dependem do tipo de espaço verde. Uma floresta urbana terá menor capacidade para albergar diferentes funções do que uma zona de recreio intensivamente usada. Por isso este benchmark deve ser adaptado de acordo com a natureza do espaço verde. As categorias que se apresentam i.e. actividades que não requerem equipamento especial são típicas de funções permanentes num sítio natural: passear, jogging, descontracção, leitura, apanhar sol, desportos informais, jogos de crianças, observação da natureza. Neste critério devem se analisadas e avaliadas as principais funções do espaço verde e a sua importância. Quanto mais funções forem desempenhadas pelo espaço, melhor. Contudo uma intensidade de uso demasiado alta pode resultar num declínio da qualidade ambiental e aumento de conflitos entre utentes. As funções ocasionais, ao contrário das permanentes, quando em excesso podem causar deterioração do local e aumento de conflitos. São desempenhadas, neste espaço verde, um número bastante elevado de funções permanentes e um número também elevado de funções ocasionais. A intensidade destas funções é relativamente elevada, sobretudo em algumas actividades pontuais como os concertos ou a utilização dos parques recreativos durante o Verão. Algumas destas funções poderiam ser exercidas com maior intensidade e, sobretudo, de uma forma mais bem distribuída ao longo do ano. Considera-se contudo, que a utilização do espaço é bastante adequada e que a intensidade das funções exercidas é também apropriada. 3.9 Multi-funcionalidade Parque Florestal de Monsanto 2 3 4 (2004-10-19 Houve Benchmark: Deve ser encorajada a realização de eventos locais, familiares e comunitários. 5 AVALIAÇÃO 1 Fontes: • Observação directa • Folheto “Há mais vida em Monsanto!” (2004) • http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=7180&id_categoria=11 Muita Vida em Monsanto este Verão!) • Autarquia – Divisão de Matas Informação recolhida: O Parque Florestal de Monsanto tem actividades especialmente vocacionadas para as famílias com crianças que incluem a apresentação de exposições, peças de teatro, vídeos e DVD’s de Natureza, Ateliers de Expressão Plástica e Artística e passeios guiados pelo Parque Florestal de Monsanto, que englobam passeios a pé e de bicicleta de montanha. São frequentemente realizados piqueniques, nos diversos parques de merendas espalhados por Monsanto, organizados por elementos das comunidades de imigrantes (ex. exresidentes de Moçambique) e outras associações como a Casa do Minho. Os encontros de ex-residentes de Moçambique chegavam a juntar 5 000 pessoas e acabaram por se começar a juntar na Quinta das Conchas por ser um local mais adequado para reunir tantas pessoas. Nestes parques de merendas organizam-se também festas de anos, com bastante regularidade. 280 VALIAÇÃO Os serviços do Parque Florestal de Monsanto propõem a organização destas actividades e indicam, em diversos locais de divulgação das actividades disponíveis no parque, os contactos a fazer para marcar a organização destas actividades de maiores dimensões. No ano de 2001, por exemplo, foi definido um conjunto de actividades, a pensar nas famílias, que vai desde os jogos tradicionais aos percursos de aventura, das colónias de férias à Geologia do Verão, ao Tai-Chi-Chuan e Yoga ao ar livre. Disponibilidade de dados: X Directa O Indirecta O Indisponível Critério 3.11 Recursos educativos DESCRIÇÃO Este critério mede a relação entre educação e espaço verde. A educação é um aspecto importante quando as crianças representam um grupo específico de utentes. Aspectos de interacção com o espaço verde podem ser usados de um modo mais formal dentro do currículo escolar e/ou actividades extra curriculares (e.g. observação de pássaros, fotografia, história local, guias e escuteiros). Contudo a capacidade educativa dos espaços verdes difere consideravelmente, dependendo do seu tamanho, acessibilidade e qualidades naturais. INDICADOR 1: Uso do espaço verde para educação associado aos curricula escolares AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: OBSERVAÇÕES: Com base nos indicadores listados deve ser analisado e avaliado o papel do espaço verde na vida comunitária. Se não se realizarem ou só muito raramente se realizarem eventos comunitários, deve tentar preparar-se uma lista de possíveis formas de eventos e pensar igualmente no modo como a autoridade municipal pode encorajar essas actividades. 1 3.10 Políticas para comunitários eventos 2 3 4 5 ANÁLISE AVALIAÇÃO: Existem, neste Parque Florestal, diversas actividades associadas a eventos familiares e da comunidade que são plenamente aproveitados. Dada a acessibilidade mais reduzida deste espaço, este acaba por estar mais vocacionado para este tipo de actividades comunitárias e familiares, do que para uma fruição individual ou um encontro fortuito de amigos e conhecidos. Método: A informação pode obter-se através de entrevistas a representantes das escolas locais. Descobrir (SIM ou NÃO) se o espaço verde é usado para propósitos educativos inserido no currículo escolar. Se SIM: Investigar o modo como o espaço é usado para actividades do currículo escolar Investigar o tipo e número de actividades que decorrem no espaço verde (e.g. estudos que respeitem a ecologia, botânica, geologia, história, mapas, educação física) De que modo são os espaços verdes usados para objectivos educativos inseridos nos currícula escolares • Excursões • Aulas no exterior (indicar os tipos) • Frequência das visitas (diárias, semanais, sazonais etc.) • Outras Fontes: • Observação directa • Folheto “Há mais vida em Monsanto!” (2004) • http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=7180&id_categoria=11 (2004-10-19 Muita Vida em Monsanto este Verão!) • Autarquia – Divisão de Matas • Autarquia – Divisão de Jardins • Autarquia – Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental Houve Benchmark: Espera-se um uso educativo do espaço verde se houver escolas nas proximidades ou se o espaço revelar características especiais. Parque Florestal de Monsanto 281 Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O ANÁLISE Houve Benchmark: Devem ser realizadas actividades extracurriculares no espaço verde em causa. AVALIAÇÃO VALIAÇÃO Informação recolhida: O Parque Florestal de Monsanto faz actividades de educação associadas aos currículos escolares, na medida em que as actividades são, actualmente, preparadas pelos professores de acordo com as necessidades do programa que estão a tratar. As lições que decorrem neste espaço estão relacionadas com o estudo do clima, a avifauna, a fauna aquática, a flora, o ciclo hidrológico, a terra, o ar, o espectro solar, cartografia, ordenamento e gestão do espaço urbano, etc. Estas aulas consistem essencialmente em aulas no exterior com percursos pedestres, trilhos temáticos, ateliers de expressão plástica e artística, provas de orientação, anilhagem, escalada e outras actividades desportivas e teatro infantil. As crianças da Escola Primária “O Nosso Jardim”, costumam frequentar os parques recreativos de Monsanto para actividades associadas aos currículos. A estratégia utilizada geralmente pela Câmara, nas suas acções de educação ambiental, é tão próxima quanto possível dos currículos escolares. Muitas das actividades de educação ambiental integram-se na “área de projecto” dos currículos ou na “Educação para a cidadania”, que é transversalmente abordada em diferentes disciplinas e muito facilmente associada a questões ambientais. Fontes: • Observação directa • Folheto “Há mais vida em Monsanto!” (2004) • http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=7180&id_categoria=11 (2004-10-19 Muita Vida em Monsanto este Verão!) • Autarquia – Divisão de Matas • Autarquia – Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental Indisponível Informação recolhida: As crianças do jardim-de-infância “O Nosso Jardim” vão, por vezes, ao Parque Recreativo da Serafina e ao Jardim infantil do Alvito, em Monsanto, brincar e explorar o espaço. Ficam nesses espaços cerca de hora e meia, duas turmas por semana (36 alunos), todas as semanas. Como estas, existem outras escolas que utilizam este espaço para a realização de actividades extra-curriculares. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: INDICADOR 3: Cooperação entre escolas locais e promotores de espaços verdes Método: A informação pode obter-se através de entrevistas a representantes das escolas locais. Descobrir (SIM ou NÃO) se o espaço verde é usado para propósitos educativos extracurriculares. Se SIM: • Investigar para que tipo de actividades extra-curriculares é o espaço utilizado • Investigar a importância dessa utilização com base nas crianças envolvidas. (Pontuação 1 = baixa, a 5 = alta). Perguntas às autoridades locais/ escola: Que actividades extra curriculares são oferecidas pela escola ou comunidade? (número de alunos envolvidos nessas actividades) Fotografia, escutismo, observação da vida animal, outras. Parque Florestal de Monsanto ANÁLISE ANÁLISE INDICADOR 2: Ocorrência de actividades extra-curriculares promovidas pela escola ou comunidade no espaço verde Método: Consulta junto das juntas de freguesia, da autarquia e das escolas locais. A informação pode obter-se através de entrevistas a representantes das escolas locais. Verificar (SIM ou Não) se existe cooperação entre escolas locais e promotores de espaços verdes Se SIM: Verificar de que modo a autoridade local e o promotor cooperam com escolas locais (organizações de base, ONG ambientais) Fontes: • Folheto “Há mais vida em Monsanto!” (2004) • Autarquia – Divisão de Matas • Autarquia – Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental Benchmark: Existência de cooperação 282 Disponibilidade de dados: O Directa Parque Florestal de Monsanto X Indirecta O Indisponível INDICADOR 4: Tipo de informação educativa disponível para os utentes no local ANÁLISE Método: Observações no local. Verificar a presença de placares informativos ou outra informação para utentes. Analisar o seu conteúdo e tentar fazer uma classificação de acordo com os seguintes grupos. • Observação do espaço verde (Que espécie de informação está disponível para o utente?) Natureza (botânica, fauna, geologia etc.) História Planeamento Arquitectura Outras (especificar) • Analisar de que modo está a informação disponível? Observação no local (Como se apresenta a informação?) Panfletos e brochuras Painéis informativos Trilhos Outra (especificar) Fontes: • Observação directa • Folheto “Há mais vida em Monsanto!” (2004) • Autarquia – Divisão de Matas • Autarquia – Divisão de Jardins • Autarquia – Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental Benchmark: Material deste tipo deve estar disponível. AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO Informação recolhida: Existe, no Parque Florestal de Monsanto, o “Espaço Monsanto” que é a porta de entrada para quem deseja conhecer o Parque. É neste espaço que são organizadas as actividades com as escolas. Existe cooperação entre as escolas locais e os promotores do Parque Florestal de Monsanto na medida em que foram preparadas diversas estruturas vocacionadas para as escolas e técnicos para dar o apoio necessário à elaboração de actividades. Deu-se uma evolução no tipo de colaboração entre o Parque e os professores. Ao início, os técnicos do parque preparavam actividades às quais as escolas podiam aceder ou não. De seguida começaram a preparar actividades mais adaptadas aos currículos escolares com colaboração dos professores. Actualmente, os técnicos e o Parque, adoptaram outra postura que foi a de disponibilizar os meios e os recursos (espaços, informação e apoio à concepção de actividades) sendo as escolas a programar as actividades que querem realizar, segundo as suas necessidades e os currículos estudados. Os técnicos do Parque entram assim em duas fases: ajuda à concepção de actividades, indicando aquelas que estão disponíveis, o tempo que cada uma demora e o tipo de grupo que se adequa melhor à sua realização. Com este apoio, a informação disponível no centro de recursos e os espaços existentes, os professores realizam as suas actividades, para as quais poderão contar com o apoio de um outro técnico do Parque Florestal. Os espaços oferecidos pelo Parque Florestal incluem, além do próprio Parque, outros que suportam a realização de actividades gerais e/ou específicas como um auditório, uma biblioteca, um laboratório, viveiros onde as crianças podem aprender como se processa a criação de plantas, matas peri-urbanas, parques recreativos e um Centro de Recuperação de Animais Silvestres do Parque Florestal de Monsanto. Existe um folheto informativo, anual, que explica todo o processo de preparação das actividades com os alunos nas instalações do Parque. Neste folheto explica-se que é necessário definir a data e os objectivos pretendidos. É feito um pedido por escrito que é analisado e ao qual se segue uma reunião de preparação, na qual são apresentados os objectivos pedagógicos, identificadas as necessidades e definidos os recursos humanos e materiais a disponibilizar para a realização de actividades. Todas as actividades são gratuitas e a Divisão de Matas ainda se compromete a tentar colocar à disposição dos projectos educativos mais relevantes e/ou das populações escolares mais carenciadas, transportes de e para a escola, que deverão ser solicitados durante as reuniões de preparação. A Divisão de Matas organiza um evento de encerramento do ano lectivo, em Junho, com exibição dos trabalhos realizados no âmbito das actividades desenvolvidas. Informação recolhida: Existem vários espaços e equipamentos disponíveis para o acolhimento de grupos escolares e outros e que suportam a realização de actividades gerais e/ou específicas como um auditório, uma biblioteca, exposições, um laboratório, 283 AVALIAÇÃO viveiros, matas peri-urbanas e parques recreativos e um Centro de Recuperação de Animais Silvestres do Parque Florestal de Monsanto. Existem placares informativos sobre diversas temáticas, panfletos e brochuras sobre o Parque Florestal a sua fauna e flora, etc. Disponibilidade de dados: X Directa O Indirecta O Indisponível Método: Observações no espaço verde. Investigar a existência de caminhos/trilhos no local de acordo com a seguinte tabela. ANÁLISE Observação no local (Há caminhos e trilhos temáticos, se SIM de que espécie?) • Natureza em geral • Conservação da natureza • Fauna • Flora • Outros (especificar) Fontes: • Observação directa • Folheto “Há mais vida em Monsanto!” (2004) • http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=7180&id_categoria=11 (2004-10-19 Houve Muita Vida em Monsanto este Verão!) • Autarquia – Divisão de Matas • Autarquia – Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental AVALIAÇÃO INDICADOR 5: Existência de trilhos/ caminhos, etc. no espaço verde Informação recolhida: Existem, no Parque Florestal de Monsanto, alguns trilhos temáticos com actividades incluídas. Estes trilhos podem ou não ser acompanhados por técnicos, suportados por trabalho pedagógico ou conteúdos teóricos preparados pelos professores. A sua organização pode ainda implicar a realização de reuniões de preparação e produção de um resultado final. Há seis temas disponíveis para os percursos: • Estações meteorológicas – consiste em percorrer as estações meteorológicas da zona vedada, onde é possível observar, medir e registar a temperatura máxima e mínima, a precipitação e a temperatura do solo. • Mochos e corujas – Percurso que percorre diversos habitats, que são apresentados numa óptica de suporte das comunidades faunísticas, nomeadamente rapinas nocturnas (mochos e corujas). O conjunto de espécies deste grupo, as diversas formas, cores, tamanhos e hábitos alimentares e reprodutivos servem para o professor discutir o funcionamento dos ecossistemas. • Vida na água – Percurso centrado nos diversos lagos artificiais existentes na zona vedada, onde se podem efectuar recolhas de organismos vivos para observação no laboratório. • Carvalhos de Portugal – explora as características das principais espécies florestais da Flora espontânea portuguesa. • Ciclo da Água – explora as estruturas naturais e artificiais existentes, por forma a ser possível a observação de água nos diversos estados e discute a sua importância e os impactes das actividades humanas na sua gestão. • O meu mapa – Ao longo desta actividade, os participantes deverão elaborar um mapa, cujo detalhe dependerá do escalão etário, onde anotam/registam os aspectos que consideram mais importantes numa lógica de ordenamento e gestão do espaço urbano. Existe ainda um programa que é “A minha aula” – nesta actividade os professores podem escolher, com a ajuda dos técnicos do parque florestal, um percurso adequado aos seus objectivos e às características dos seus alunos, produzindo um trilho temático à sua medida. Disponibilidade de dados: X Benchmark: Devem existir trilhos e caminhos de estudo Directa O Indirecta O Indisponível AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: OBSERVAÇÕES: Se as escolas estiverem na área de influência do espaço verde, espera-se que seja feito algum uso do local para fins educativos. Na prática as escolas representam um grupo de utentes especiais com necessidades específicas e é aconselhado um diálogo com a escola relativamente ao assunto. Deve apresentar-se um conjunto de temas que aumente o interesse e conhecimento das crianças, bem como explorar o uso potencial dos espaços verdes na educação. Parque Florestal de Monsanto 284 Critério 3.12 Substituição AVALIAÇÃO: Da avaliação deste conjunto de indicadores pode-se concluir que o espaço verde em causa está bastante bem preparado para que as escolas realizem aí as suas actividades de educação ambiental ou outras associadas ou não aos currículos escolares. Há uma boa cooperação entre a autarquia e as escolas na promoção e preparação de diversas actividades e observa-se uma tentativa séria em maximizar este tipo de actividades e cooperação. Tem existido uma aposta em criar informação educativa e recursos adequados para serem utilizados pelas escolas, bem como trilhos temáticos associados à educação ambiental. Conclui-se desta forma, que as actividades de educação, nomeadamente ambiental, têm uma grande importância neste espaço verde, provavelmente devido às suas características seminaturais típicas de um Parque Periférico e às suas grandes dimensões. 1 2 3 4 5 DESCRIÇÃO O uso de espaços verdes urbanos pode ser visto como uma alternativa, ou um substituto para quem não tem acesso a espaços abertos, ex: casas sem jardins, pessoas sem mobilidade, sem carro, pessoas de baixos rendimentos, crianças e os mais velhos. De um ponto de vista económico utiliza-se o indicador de tipo de habitação como a medida da dependência das pessoas do espaço verde local, identificando até que ponto a comunidade local tem falta de espaços verdes urbanos acessíveis. INDICADOR 1: Proporção de residentes por diferentes tipos de habitação na área de influência do espaço 3.11 Recursos educativos ANÁLISE Método: Este indicador divide os residentes próximos do espaço verde (dentro dum raio de influência de 500m) em duas categorias principais, de acordo com o tipo de habitação: • Habitações sem jardim ou onde a necessidade social é grande – os espaços de substituição são essenciais • Habitações com jardins ou e.g. casas geminadas, propriedades individuais, em que espaços de substituição são menos críticos Fontes: AVALIAÇÃO Benchmark: Assegurar-se que a identidade dos espaços locais como substitutos de espaços verdes, está explícita nas políticas da cidade. Deverá existir uma elevada percentagem de pessoas a viver em residências de baixa densidade. Parque Florestal de Monsanto Informação recolhida: Não foi possível obter dados relativamente a este indicador para este espaço verde, contudo este espaço está rodeado por zonas residenciais de elevada e média densidade. Outros bairros nas proximidades deste Parque têm baixa densidade. Contudo, considera-se que a população utente desta zona verde é toda a população do concelho de Lisboa que, no geral, se distribui por habitações de elevada e média densidade com um acesso deficiente a jardins e outras áreas verdes. 285 Informação recolhida: Da análise do conjunto de respostas aos questionários concluiu-se que a quantidade de utentes dependentes corresponde a cerca 49,5% o que se considera relativamente elevado. Disponibilidade de dados: Directa O Indirecta X Indisponível Observações: Avaliar até que ponto os residentes nas imediações do espaço necessitam de espaços verdes. Tentar analisar a proporção de visitantes dependentes entre os utentes do espaço. Fazer uma avaliação crítica sobre até que ponto o espaço serve as necessidades dos mais pobres e desfavorecidos. AVALIAÇÃO O Benchmark: Os dados são descritivos, pelo que não há valores de referência universais. Contudo o ideal é que haja uma baixa percentagem de utentes dependentes dos espaços verdes. Parque Florestal de Monsanto Indirecta O Indisponível Fontes: • Questionários Benchmark: Os dados são descritivos, pelo que não há valores de referência universais, mas devem estar representados utentes de todos os níveis de rendimentos. AVALIAÇÃO Tentar com base nas respostas contar e separar o nº de visitantes dependentes no local e calcular a sua proporção em relação ao número total de inquiridos. Se a proporção for alta a necessidade de espaço verde é também alta. Fontes: • Questionários X Método: A distribuição dos rendimentos pode obter-se através de questionários usando classes de rendimentos. Estas classes devem ser estimadas de acordo com as condições económicas nacionais. ANÁLISE Tem jardim? Tem varanda? Tem casa de fins de semana? Tem jardim ou terreno? Tem carro? Tem crianças? Vai para férias regularmente? Directa INDICADOR 3: Perfil de rendimentos dos visitantes do espaço verde Questões aos utentes: SIM –Não dependente; NÃO –Dependente • • • • • • • O Observações: A informação recolhida para este indicador resulta da avaliação de um conjunto de questões colocadas aos utentes do espaço verde e, como tal, tem algum carácter subjectivo. INDICADOR 2: Proporção de visitantes dependentes* como percentagem do número total de visitantes do espaço verde Método: O número de visitantes dependentes e o número total de visitantes pode obter-se através de questionários e observações no local, usando a tabela abaixo indicada. O questionário deve ser feito aos utentes do espaço verde e em diferentes ocasiões e dias da semana. Disponibilidade de dados: Informação recolhida: Das respostas aos questionários observa-se que cerca de 47,3% dos utentes aufere rendimentos superiores a 1000€, o que se considera um bom nível de rendimentos, enquanto que cerca de 17% dos utentes recebe entre 500-1000€ mensais, que consideramos um nível médio de rendimentos. 33% dos utentes recebe menos de 500€ por mês. Da avaliação destes dados concluímos que, no geral, os utentes deste espaço têm bom nível de rendimentos o que poderá ser indicador de uma certa segregação social. 286 O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: OBSERVAÇÕES: Uma vez que as estatísticas de habitação e rendimento variam consideravelmente de país para país, não pode ser estabelecida uma categorização geral, mas devem antes usar-se as estatísticas locais disponíveis a nível de cidade. Este critério tem a ver com espaços verdes locais como um substituto, mas também se deve ter em conta que os espaços verdes, dadas as facilidades que oferecem, podem agir como uma atracção turística e atrair residentes de distâncias muito grandes. A identidade de tais locais é passível de ser bem identificada. AVALIAÇÃO: Na avaliação geral deste critério concluímos que há uma percentagem considerável de residentes dependentes deste espaço verde, tanto devido à densidade habitacional da zona, como ao tipo de habitação existente. Já os rendimentos médios dos utentes não revelam uma dependência particular relativamente a este espaço. São os utentes com um nível de formação e rendimentos superiores que frequentam este espaço, detectando-se uma certa segregação das classes sócioculturais mais baixas. 1 2 3 4 5 DESCRIÇÃO A produtividade do espaço verde refere-se ao conjunto de produtos, em termos quantitativos e qualitativos que são extraídos desse espaço e que são vendidos no mercado (e.g. madeira, adubo, sementes, frutos etc.). Uma área verde urbana possui normalmente vários recursos naturais que podem ser explorados no sentido de fornecer energia, mesmo em quantidades limitadas e a ser usada no próprio espaço ou na região. Do ponto de vista do planeamento, o objectivo deste critério é tornar as áreas verdes auto-suficientes na sua manutenção em termos de rendimentos gerados e energia produzida. A relevância deste critério difere substancialmente de país para país, dependendo do nível de desenvolvimento tecnológico, consciencialização ambiental e práticas de planeamento, bem como de diferenças climatéricas. INDICADOR 1: Número e tipo de produtos derivados do espaço verde urbano ANÁLISE AVALIAÇÃO Critério 3.13 Produção Disponibilidade de dados: Método: Contabilizar, junto da autarquia, Junta de Freguesia ou empresa responsável pela manutenção do espaço verde, o número de diferentes produtos fornecidos (e.g. madeira, adubo, flores, frutos etc.). Os produtos podem agrupar-se nas seguintes categorias: energia; vegetais ou frutos; madeira; adubo; e outros. Deve ser feita uma distinção entre produtos para venda e produtos sem lucros (e.g. adubo para parques e jardins públicos). Fontes: • Autarquia, Divisão de Matas – Entrevistas directas 3.12 Substituição AVALIAÇÃO Benchmark: Os dados são apenas descritivos, pelo que não há valores de referência universais, mas o espaço verde deveria fornecer produtos. Parque Florestal de Monsanto Informação recolhida: Em Monsanto é vendida alguma madeira indiferenciada. A pinha também era vendida mediante um concurso, mas isso já não acontece devido à necessidade de preservar este recurso para a alimentação dos esquilos. Os resíduos orgânicos resultantes das actividades de jardinagem são, por vezes, aproveitados para a produção de composto orgânico para utilização interna, mas na maior parte das vezes são despejados com o restante lixo urbano. 287 INDICADOR 3: Valor dos produtos (por m2) fornecidos pelo espaço verde O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: Analisar e avaliar o grau de exploração do espaço verde e as possibilidades de fornecer outros produtos (incluindo energia). Se o conceito de auto-suficiência ainda não tiver sido considerado nas políticas de planeamento local, desenvolver um conceito no sentido desse espaço poder ser convertido em espaço economicamente auto-suficiente. Método: O valor dos produtos deve ser estimado e relacionado com o tamanho do espaço verde. Se não houver dados sobre o valor dos produtos pode usar-se a seguinte classificação: pouco relevante; médio, importante e muito importante. ANÁLISE AVALIAÇÃO Disponibilidade de dados: Fontes: • Autarquia, Divisão de Matas – Entrevistas directas INDICADOR 2: Quantidade de produtos (por m2) fornecidos pelo espaço verde Benchmark: Os dados são apenas descritivos, pelo que não há valores de referência universais, mas o espaço verde deveria fornecer produtos. Fontes: • Autarquia, Divisão de Matas – Entrevistas directas Benchmark: Os dados são apenas descritivos, pelo que não há valores de referência universais, mas o espaço verde deveria fornecer produtos. AVALIAÇÃO ANÁLISE Método: A quantidade de produtos analisada no indicador 1 deve relacionar-se com o tamanho da zona verde (por m2). Informação recolhida: Este valor é insignificante. A matéria orgânica resultante é, na sua maioria, deitada no lixo indiferenciado e só uma pequena parte serve para fazer composto orgânico. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Método: Fazer uma investigação sobre a utilização corrente dos recursos naturais para produção de energia (eólica, solar, hidro, bio, etc.) no próprio espaço e fazer uma lista das diferentes fontes de energia que potencialmente possam ser exploradas no espaço verde. Ordenar o potencial das diferentes fontes de energia (1 = baixo; a 5 = alto). Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível ANÁLISE AVALIAÇÃO INDICADOR 4: Exploração de recursos naturais para produção de energia Informação recolhida: A quantidade de produtos fornecidos por este espaço verde é muito reduzida. Fontes: • Autarquia, Divisão de Matas – Entrevistas directas Benchmark: Os dados são descritivos, pelo que não há valores de referência universais. Contudo deve existir, sempre que possível, uma aposta na exploração de recursos naturais com vista à produção de energia. Parque Florestal de Monsanto 288 AVALIAÇÃO Informação recolhida: A Câmara Municipal de Lisboa vai assinar um protocolo com uma empresa de produção de energia eólica para desenvolvimento de um projecto conjunto em espaços verdes. Contudo, até hoje, não tem havido qualquer exploração dos recursos naturais para produção de energia, no Espaço Florestal de Monsanto. OBSERVAÇÕES: Analisar e avaliar o grau de exploração do espaço verde e as possibilidades de fornecer outros produtos (incluindo energia). Se o conceito de auto-suficiência ainda não tiver sido considerado nas políticas de planeamento local, desenvolver um conceito no sentido desse espaço poder ser convertido em espaço economicamente auto-suficiente. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível INDICADOR 5: Existência de planos para exploração futura de recursos naturais na produção de energia Método: Verificar junto da autoridade local (autarquia e Junta de Freguesia) se existem planos para uma futura exploração de recursos naturais para produção de energia ANÁLISE AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO AVALIAÇÃO: Neste Parque Florestal há produção de alguns produtos como madeira indiferenciada e que é vendida e composto para utilização da Divisão de Matas. Já se vendeu pinha mas, desde que foram introduzidos os esquilos já não se vende este produto. Não há exploração dos recursos naturais para produção de energia, embora exista um projecto que prevê a exploração da energia eólica. Embora exista alguma preocupação com a auto-suficiência do espaço, no que se refere à produção de produtos e ao nível energético, esta é muito incipiente e com pouco significado. Desta forma, não se atinge o benchmark proposto. 1 2 3 4 5 3.13 Produção Fontes: • Autarquia, Divisão de Matas – Entrevistas directas AVALIAÇÃO Benchmark: Existência de planos. Informação recolhida: A Câmara Municipal de Lisboa vai assinar um protocolo com uma empresa de produção de energia eólica para desenvolvimento de um projecto conjunto em espaços verdes. Disponibilidade de dados: O Directa Parque Florestal de Monsanto X Indirecta O Indisponível 289 Critério 3.14 Emprego Método: O número de empregos “verdes” inclui todos os empregados que trabalham a tempo inteiro ou parcial no local. Deve ser feita uma distinção entre emprego directo (i.e. pessoas que trabalham na manutenção e desenvolvimento do espaço verde) e emprego indirecto (i.e. pessoas trabalhando no espaço verde mas não ligadas à sua manutenção, pessoal administrativo que trabalha com o verde urbano). O número de empregados deve expressar-se pelo tamanho (por 100 m2) de espaço verde. AVALIAÇÃO Informação recolhida: A Divisão de Matas conta com cerca de 137 funcionários que se distribuem pelos cerca de 1200 ha que estão sob a sua gestão. Destes funcionários, 60 são jardineiros que trabalham nos viveiros e técnicos de oficina da Divisão de Matas. Há um acordo do Parque com um projecto de reinserção de ex-reclusos no mercado de trabalho, em que este conta com a colaboração de cerca de 37 “Companheiros” nas actividades indiferenciadas da mata. Foi feito um concurso internacional (devido ao montante implicado) para a manutenção e limpeza do Parque e das restantes áreas a cargo da Divisão de Matas. Desta forma, todo o trabalho indiferenciado e rotineiro como recolha de lixo, mudança de sacos, corte de relvados, etc, é mantido por empresas privadas, que fornecem cerca de 40 empregados. Parque Florestal de Monsanto AVALIAÇÃO Directa X Indirecta O Indisponível Observações: Analisar e avaliar o grau de oferta de emprego do espaço verde. Considerar se o grau de emprego no local tem aumentado ou diminuído com o tempo. Método: O número de empregados em espaços verdes deve ser dividido pelo número de visitantes que frequentam o espaço verde urbano, por dia, (x 1000). O número de visitantes diários pode ser obtido através de observações do espaço em questão. Fontes: • Autarquia, Divisão de Matas – Entrevistas directas Benchmark: Os dados são apenas descritivos, pelo que não há valores de referência universais, contudo o número de postos de trabalho devia-se manter ou mesmo aumentar ao longo do tempo. O INDICADOR 2: Número de empregos nos espaços verdes por 1000 visitantes diários ao espaço verde Fontes: • Autarquia, Divisão de Matas – Entrevistas directas Benchmark: Os dados são descritivos, pelo que não há valores de referência universais. AVALIAÇÃO ANÁLISE INDICADOR 1: Número de empregos por 100 m2 do espaço verde urbano ANÁLISE DESCRIÇÃO Este critério diz respeito ao número de empregos relacionados com o respectivo espaço verde. Isto significa emprego directo, por ex. a manutenção do espaço, ou indirecto (restauração, educação e outros serviços ou facilidades prestadas). Geralmente tem um valor positivo, uma vez que contribui para o aumento de emprego na zona alargando o uso potencial do espaço verde. Disponibilidade de dados: Informação recolhida: É relativamente difícil fazer a contabilidade dos utentes que visitam diariamente este espaço, pois as entradas não são pagas e as dimensões e número de equipamentos do Parque não possibilitam esta contabilidade. Disponibilidade de dados: O Directa O Indirecta X Indisponível 290 AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: Planeamento, Desenvolvimento e Gestão dos Espaços Verdes Urbanos – Parque Florestal de Monsanto OBSERVAÇÕES: Analisar e avaliar o grau de oferta de emprego do espaço verde. Considerar se o grau de emprego no local tem aumentado ou diminuído com o tempo. Analisar a proporção de emprego directo e indirecto que o espaço verde disponibiliza. 4 Planeamento, Desenvolvimento e Gestão dos Espaços Verdes Urbanos AVALIAÇÃO: De todas estas pessoas só 93 elementos são 100% eficientes, devido à existência de trabalhadores com baixo rendimento, às baixas, férias, etc. Destes 93 trabalhadores só 48 é que fazem a manutenção do Parque Florestal de Monsanto. A situação desejável seria a existência de 210 trabalhadores, para que se pudessem efectuar os trabalhos de fundo, a limpeza da mata, as reparações de equipamentos, as plantações, etc. Na falta deste pessoal, são feitas, regularmente, campanhas de trabalho voluntário para execução de determinadas tarefas mais específicas. Na avaliação deste critério prestou-se especial atenção à variação temporal do número de empregados. O grau de oferta de emprego do espaço verde tem-se reduzido com o tempo, aumentando a carência ao nível dos trabalhadores necessários. Considera-se, deste modo, que o benchmark para este critério não foi plenamente atingido. 1 2 3 4 DESCRIÇÃO O principal objectivo deste grupo de critérios é analisar o impacto/ eficiência do sistema de planeamento e de gestão nas áreas verdes. O planeamento, desenvolvimento e gestão dos espaços verdes urbanos são questões que dependem muito da política local e das circunstâncias económicas. O planeamento e a gestão dos espaços verdes podem ser interpretados a diferentes níveis. O desenvolvimento e a gestão dos espaços verdes individuais embora façam parte de um modelo geral de desenvolvimento e gestão ao nível da cidade, podem no entanto ter diferenças substanciais nestas actividades ao nível do espaço. A qualidade dos espaços verdes individuais pode variar consideravelmente de acordo com uma melhor ou pior gestão ou manutenção. 5 3.14 Emprego Parque Florestal de Monsanto 291 Critério 4.1 Aspectos legais e de planeamento dos espaços verdes urbanos ANÁLISE Método: 1. Verificar se alguma das seguintes leis, convenções ou directivas, de nível nacional ou regional, tem impacte no espaço verde analisado: • Legislação referente à protecção da paisagem e áreas particulares naturais, históricas ou culturais de interesse público; • Legislação para protecção de linhas de água e áreas costeiras; • Legislação definidora de medidas gerais de protecção do ambiente; • Legislação sobre responsabilidade na gestão pública dos espaços verdes; 2. Verificar a existência dos seguintes instrumentos: • Quadro de instrumentos de planeamento que promovam uma preservação a longoprazo, manutenção e desenvolvimento de paisagens naturais ou humanizadas a uma escala regional, de forma a responder às necessidades de conservação da natureza e recreação (Plano estratégico das paisagens); • Planos de desenvolvimento da cidade, que incluam análises, recomendações e propostas à população sobre economia, habitação, transportes, equipamentos públicos e usos do solo, geralmente implementados por zonamento de acordo com os seus usos e funções (planos de usos do solo, plano de desenvolvimento da comunidade, PDM) • Directivas e instrumentos de planeamento para áreas distintas da cidade, ou para uma área de projecto; (mapas de zonamento) • Quadro de instrumentos de planeamento de espaços verdes no sentido de responderem às necessidades das populações e contendo objectivos e medidas para o planeamento desses espaços. (Planos de paisagem, Plano estrutural para os espaços verdes urbanos) • Instrumentos e políticas de planeamento para espaços públicos considerando as regulamentações de desenho e manutenção para espaços recreativos; • Regulamentação e valores padrão específicos para o desenho da estrutura verde urbana. Parque Florestal de Monsanto ANÁLISE INDICADOR: Existência e impacte da legislação e instrumentos de nível internacional, nacional, regional e local nos processos de planeamento e gestão de espaços verdes Fontes: • Entrevista • Legislação • Planos Benchmark: URGE: 1. Respostas positivas; 2. Das seis alternativas pelo menos quatro deverão ter impacte no espaço verde; 3. Uma das duas alternativas deve ser adoptada. Informação recolhida: 1. Verificar se alguma das seguintes leis, convenções ou directivas, de nível nacional ou regional, tem impacte no espaço verde analisado: Legislação referente à protecção da paisagem e áreas particulares naturais, históricas ou culturais de interesse público • AVALIAÇÃO DESCRIÇÃO A existência de legislação de nível nacional, regional e local, e a existência de instrumentos de planeamento é fundamental para o planeamento, gestão e financiamento do sistema verde. A existência, coerência e abrangência destes planos e instrumentos, tem um profundo impacte no desenvolvimento dum sistema verde urbano consistente e coerente. 3. Algum dos seguintes instrumentos foi adoptado pelos projectistas do espaço verde? • Colectânea de indicações técnicas; • Exemplos concretos de boas práticas, contendo manuais, publicações e revistas especializadas, etc.. • • • Regime Florestal – estabelecido segundo o Decreto 1901, procurou responder às necessidades de arborização de grandes extensões de incultos (..) travar a degradação acelerada dos recursos florestais e graves fenómenos erosivos provocados por uma utilização predatória e indisciplinada nos baldios serranos (..) Decreto-Lei nº67/89 de 4 de Junho, define Reserva Agrícola Nacional Decreto-Lei nº93/90 de 19 de Março, reformula a Reserva Ecológica Nacional Decreto-Lei nº28468 de 15-02-1938, condiciona o corte ou arranjo de árvores ou manchas de arvoredo existentes nas zonas de protecção de monumentos nacionais, imóveis de interesse público e edifícios públicos. Podem ser classificadas árvores isoladas, maciços, bosquetes e alamedas. A classificação “de interesse público” atribui ao arvoredo um estatuto de protecção idêntico ao do património edificado classificado. As árvores classificadas de interesse público constituem um património de elevadíssimo valor ecológico, paisagístico, cultural e histórico. As árvores assim classificadas, beneficiam de uma zona de protecção de 50 metros em redor da sua base, sendo condicionada a parecer da DGF qualquer intervenção nesta área que implique alteração do solo. Qualquer intervenção nas árvores em si, carece de igual modo de prévia autorização daquela entidade. 292 Legislação para protecção de linhas de água e áreas costeiras • Decreto-Lei 468/71 de 5 de Novembro, regulamenta Domínio Público Hídrico, aplicável aos leitos das águas do mar, correntes de água, lagos e lagoas, bem como as respectivas margens e zonas adjacentes. Planos de desenvolvimento da cidade, que incluam análises, recomendações e propostas à população, economia, habitação, transportes, equipamentos públicos, e usos do solo, geralmente implementados por zonamento de acordo com os seus usos e funções (planos de usos do solo, plano de desenvolvimento da comunidade, PDM) Legislação definidora de medidas gerais de protecção do ambiente • Lei de Bases do Ambiente, Lei nº11/87, de 7 de Abril, princípios fundamentais da politica do ambiente. Art.15º “serão adoptadas medidas que visem a salvaguarda e valorização….dos espaços verdes urbanos e peri-urbanos” • • Legislação sobre responsabilidade na gestão publica dos espaços verdes • Decreto-Lei nº100/84 de 29-03-1984 CAPITULO I. Artigo 2.° (Atribuições) • Decreto-Lei nº462/2002. Define as competências do Departamento de Ambiente e Espaços Verdes (DAEV) da Câmara Municipal de Lisboa k) Ordenar, conservar, policiar e gerir as matas e outros espaços sob regime florestal; l) Conservar e manter a estrutura verde da cidade, bem como os equipamentos nela existentes; m) Garantir a manutenção das zonas de recreio e lazer inseridas na estrutura verde; n) Gerir as estufas e os viveiros municipais; o) Promover e assegurar a realização das tarefas inerentes às várias fases dos procedimentos conducentes ao licenciamento dos espaços verdes. AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO A consagração constitucional do princípio da autonomia das autarquias locais e da descentralização da Administração Pública no quadro global da organização democrática do Estado impõe que seja dada a devida relevância aos aspectos relativos à definição das atribuições das autarquias locais e à competência dos respectivos órgãos. 1—É atribuição das autarquias locais o que diz respeito aos interesses próprios, comuns e específicos das populações respectivas e, designadamente: a) À administração de bens próprios e sob sua jurisdição; i) À defesa e protecção do meio ambiente e da qualidade de vida do respectivo agregado populacional; Em 2004 foi publicado um estudo detalhado por freguesia, da sócio economia da cidade de Lisboa. Plano Director Municipal Tem como objectivo fixar orientações fundamentais da estrutura espacial do território municipal, classificação dos solos e os índices urbanísticos. Constitui portanto, no âmbito das atribuições municipais, o instrumento de ordenamento do território que permite, de forma integrada e global, promover a gestão de recursos naturais, numa perspectiva de curto, médio e longo prazos. É este o nível de planeamento adequado à definição da Estrutura Verde Concelhia, concorrendo para a definição deste objectivo: 1. Determinação das aptidões do território em relação à sua ocupação pelas diversas actividades, aptidão agrícola e florestal e a definição da Estrutura Verde Municipal. 2. A localização de equipamentos de interesse concelhio, nos quais se incluem as zonas de lazer e de recreio. 3. A delimitação de “espaços agrícolas” e de “espaços florestais”. 4. A delimitação de “espaços naturais e culturais” nos quais se privilegiam a protecção dos recursos naturais e culturais e a salvaguarda dos valores paisagísticos, arqueológicos… 5. A determinação das áreas aptas e necessárias à expansão urbana. 6. A delimitação das servidões e condicionamentos ao uso do solo, designadamente a REN, a RAN, o Domínio Público hídrico e a integração funcional com Estrutura Verde Concelhia. Directivas e instrumentos de planeamento para áreas distintas da cidade, ou para uma área de projecto; (mapas de zonamento) • • 2. Verificar a existência dos seguintes instrumentos Sim, existem planos específicos de determinadas zonas. E existem zonas com regimes de excepção, ou seja com legislação distinta da aplicada na restante cidade. Instrumentos de planeamento que promovam uma preservação longo-termo, manutenção e desenvolvimento de paisagens naturais ou humanizadas numa escala regional, de forma a responder às necessidades de conservação da natureza e recreação (Plano estratégico das paisagens) Instrumentos de planeamento de espaços verdes para que estes respondam às necessidades das populações, e que contenham objectivos e medidas para o planeamento destes espaços. (Planos de paisagem, Plano estrutural para os espaços verdes urbanos) • • Existe um estudo da paisagem Portuguesa, que constitui uma importante base de referência, para Planos de protecção da paisagem. Parque Florestal de Monsanto O Plano Verde de Lisboa, o estudo mais completo da estrutura verde de Lisboa, publicado em 1997 não se encontra em vigor, ou em fase de implementação. Trata-se no entanto de um importante estudo de referência aos profissionais intervenientes no planeamento urbanístico. 293 AVALIAÇÃO “É uma componente fundamental da concepção do PDM, uma peça básica para a elaboração dos planos gerais e parcelares de urbanização e dos projectos do espaço exterior (unidades operativas de Planeamento e Gestão Ecológicas). “O Plano Verde de Lisboa, é um estudo sectorial que deve ser permanentemente compatibilizado com outros aspectos sectoriais de planeamento da cidade e com diferentes actores e acções de transformação urbanística. Visa: • Estabelecer a continuidade e sustentabilidade dos sistemas ecológicos e edificados; • A estabilidade física do meio; • A biodiversidade dos espaços naturais; • A presença da natureza nas diferentes tipologias urbanas; • A protecção e valorização cultural do património arquitectónico, natural, paisagístico e histórico; AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: Critério 4.2 Envolvimento dos cidadãos no planeamento e gestão locais DESCRIÇÃO Uma das questões mais importantes na prática de planeamento das cidades europeias é encontrar formas apropriadas de envolvimento dos cidadãos no processo de decisão e no processo de planeamento e gestão. Este critério pretende investigar a existência de instrumentos efectivos de envolvimento dos cidadãos no processo de tomada de decisão conducente ao projecto e gestão da área verde. INDICADOR 1: Existência de instrumentos e métodos eficazes de envolvimento dos cidadãos no processo de planeamento e projecto do espaço verde bem como de informação acerca do projecto Método 1: Verificar (SIM ou NÃO) se foi adoptado algum dos seguintes instrumentos para envolver os cidadãos no processo de planeamento dos espaços verdes: • Conferências • Workshops públicos • Exposições • Questionários • Outros: (especifique) OBSERVAÇÕES: Avaliar o grau de impacte da legislação e regulamentação de planeamento local no planeamento e desenvolvimento do espaço verde em estudo. AVALIAÇÃO: 1 2 3 4 5 ANÁLISE 4.1 Aspectos legais e de planeamento Fontes: • Autarquia – Divisão de Matas • Autarquia – Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental Benchmark: SIM para todos os instrumentos Método 2: Verificar (SIM ou NÃO) se foi adoptado algum dos seguintes métodos para envolver os cidadãos no processo de planeamento dos espaços verdes: • Método para manter, de forma constante e efectiva, os cidadãos informados sobre o desenvolvimento do projecto; • Método para obtenção de reacções ao projecto, por parte dos cidadãos; O projecto é suficientemente flexível para aceitar contribuições por parte dos cidadãos. Parque Florestal de Monsanto 294 ANÁLISE AVALIAÇÃO Fontes: • Autarquia – Divisão de Matas • Autarquia – Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental Benchmark: Foram indicadas respostas positivas para todos os aspectos. Informação recolhida: Não existem instrumentos ou métodos eficazes de envolvimento dos cidadãos nos processos de design ou planeamento dos espaços existentes em Monsanto. Não existe também uma tradição de participação pública na fase de desenho e planeamento dos espaços verdes, em Portugal. Contudo a população encontra, quando os projectos são apresentados à sua revelia, formas de se fazer ouvir. Um exemplo é a recente tentativa de reestruturação do Parque Florestal de Monsanto que incluía a instalação da Feira Popular no Parque, bem como do Hipódromo do Campo Grande e o alargamento do complexo de ténis. A população das freguesias periféricas a Monsanto e da Cidade em geral, não foi ouvida neste plano de remodelação do Parque e, não concordando com o que estava planeado, organizou diversas actividades como um abaixo-assinado, um “Debate em defesa de Monsanto”, com a presença de elementos da população, técnicos ambientais, autarcas e presidentes de junta e dirigentes associativos; e as Juntas de Freguesia fizeram pressão através dos seus Boletins. Acabou por ser criada a “Plataforma por Monsanto” com bastante capacidade de fazer pressão. Um exemplo desta pressão, através dos Boletins das Juntas de Freguesia, é a frase do “Notícias de Alcântara” – “Monsanto não será retalhado porque a população não quer!”. As propostas do plano de remodelação estão ainda por implementar e a Câmara está a delinear estratégias alternativas, mais consensuais. Aquando da elaboração do Plano de Ordenamento e Revitalização de Monsanto houve uma apresentação pública do que seria este plano, no Palácio Marquês de Fronteira. Foi convocada para esta apresentação inicial, uma série de associações de ambiente e foi criada uma linha telefónica para apresentação de sugestões e críticas. AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: OBSERVAÇÕES: Durante a análise deve ser feita uma avaliação crítica sobre o grau de participação dos utentes na concepção dos espaços verdes. Geralmente, quanto maior for o nível de participação dos residentes no processo de planeamento e gestão, melhor, já que as pessoas se sentirão mais responsáveis pelo espaço verde, e irão apreciá-lo muito mais. AVALIAÇÃO: Dos dados existentes conclui-se que não existem instrumentos ou métodos eficazes de envolvimento dos cidadãos no processo de design e planeamento deste espaço verde ou de informação acerca dos projectos. 1 4.2 Envolvimento dos cidadãos planeamento e gestão locais 2 3 4 5 no Disponibilidade de dados: O Directa Parque Florestal de Monsanto X Indirecta O Indisponível 295 O Parque Florestal criou um “Livro de visitas da divisão de matas do Parque de Monsanto”, na Internet, em que os utentes podem dar as suas opiniões sobre o Parque e apresentar propostas. Critério 4.3 Sentido de comunidade INDICADOR 1: Relação estabelecida entre os residentes e o espaço verde ANÁLISE Método: Questionário aos residentes na zona do espaço verde, englobando os utentes do espaço e aos não utentes (preferencialmente em casa). Questão a colocar aos residentes no local: Sente, como membro da comunidade, que tem sobre este espaço algum controle ou influência? (SIM ou NÃO) Acha que as autoridades locais compreendem as suas necessidades? (SIM ou NÃO) Das respostas aos questionários obtiveram-se os seguintes dados: • • • AVALIAÇÃO DESCRIÇÃO O sentido de pertença confere maior segurança a um espaço verde porque os utilizadores se sentem responsáveis pela participação no planeamento, desenvolvimento e gestão do espaço. Os espaços verdes urbanos são concebidos para as pessoas e a gestão do espaço deve encorajar a interacção entre este e os seus utentes. Um elevado sentido de pertença por parte da comunidade demonstra que o espaço é importante para os seus utilizadores bem como para o governo local. 67% dos utentes não sentem ter algum controlo ou influência sobre este espaço. 48,4% dos utentes considera que as autoridades locais compreendem as suas necessidades e 40,7% considera que as suas necessidades não são compreendidas pelas autoridades. Desta forma os benchmarks não são atingidos para este indicador. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: As formas de participação pública, que permitem incrementar o sentido de pertença das populações em relação ao espaço verde em questão, funcionam mal ou não funcionam de todo. Contudo, perante decisões tomadas à revelia dos cidadãos, estes são capazes de se mobilizar para fazer valer as suas aspirações. O nível de aceitação pode ser medido pelo peso relativo (%) de respostas SIM ou NÃO. AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: AVALIAÇÃO Benchmark: Mínimo - 51% de respostas SIM às questões. Bom nível – 70% ou mais de respostas SIM às questões. Informação recolhida: As formas de participação pública, que permitem incrementar o sentido de pertença das populações em relação ao espaço verde em questão, funcionam mal ou não funcionam de todo. Perante uma série de propostas, com alguma ousadia, para este espaço, por parte da Câmara Municipal, a Associação Ofícios do Património e da Reabilitação Urbana lançou um abaixo-assinado para salvaguarda do Parque de Monsanto. OBSERVAÇÕES: Nesta análise as respostas revelam a atitude da comunidade local em relação ao espaço verde, como um espaço público. Os residentes deverão sentir que controlam o espaço e que as suas necessidades são compreendidas. AVALIAÇÃO: Da avaliação deste critério resulta que o sentido de comunidade dos seus utentes não é muito forte, apesar deste espaço desempenhar um papel importante nos seus momentos de lazer. Não existe praticamente nenhuma oportunidade de participação no planeamento e gestão deste espaço e as formas de participação existentes são desconhecidas ou tidas como ineficazes. Esta questão deveria ser encarada com especial cuidado por parte da autarquia e da Junta de Freguesia, nomeadamente no âmbito do processo da Agenda Local 21. 1 2 3 4 5 4.3 Sentido de comunidade Parque Florestal de Monsanto 296 DESCRIÇÃO No art.28 da Agenda 21, as autoridades locais são convidadas a definir e adoptar acções locais para a implementação de processos de desenvolvimento sustentável em colaboração com outros sectores da sociedade. A adopção da Agenda 21, passa pela assinatura da Campanha Europeia das Cidades e Vilas Sustentáveis e da Carta de Aalborg. A estrutura verde urbana, desempenha um importante papel no processo de desenvolvimento sustentável urbano. ANÁLISE INDICADOR: Inclusão do espaço verde no programa de gestão de áreas verdes ligado à Agenda 21 Método: • O município adoptou uma Agenda Local 21 para implementar um processo de desenvolvimento sustentável? • Estão as áreas verdes urbanas, incluídas nos planos de Agenda Local 21? • Existe informação recolhida e acessível ao público acerca dos espaços verdes urbanos da cidade? • É possível conhecer o número de cidadãos que participaram no processo de Agenda 21? Fontes: • Publicações • CML AVALIAÇÃO Critério 4.4 Inclusão nos planos da Agenda 21 O conhecimento dos autarcas portugueses sobre este documento pode ser observado nos resultados obtidos por um inquérito realizado junto dos presidentes de câmara de cerca de 29% dos municípios nacionais, pelo grupo de investigação OBSERVA/ISCTE, em Julho de 2004, intitulado “Os primeiros autarcas do Século XXI – Novas estratégias ambientais?” : “Para apenas 9,8% dos inquiridos uma A21L corresponde à definição dada pelo ICLEI (International Council for local Environmental Initiatives), que a define como: processo participativo e integrador dos vários grupos de interesse da comunidade, que almeja as metas da Agenda 21 ao nível local através da preparação e da implementação de um plano estratégico de longo prazo, que procura dar resposta às preocupações e às prioridades identificadas a nível local na área do desenvolvimento sustentável.” Perto de 44% dos inquiridos revelou total desconhecimento de matéria: 31,7% não conheciam o termo ou não responderam e 12,2% deram uma resposta ambígua ou pouco clara. In: Os primeiros autarcas do século XXI – Novas estratégias ambientais? (Nave 2004) AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: AVALIAÇÃO: Não existe uma Agenda 21 Local para Lisboa, o que exclui a possibilidade deste espaço verde estar nesta incluído, e implica uma avaliação negativa do indicador. 1 2 3 4 5 4.4 Inclusão nos planos da Agenda 21 Benchmark: Respostas positivas AVALIAÇÃO Informação recolhida: A Agenda 21 local da cidade de Lisboa no momento actual, não passou da fase de diagnóstico. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: A situação de Portugal quanto à implementação da Agenda, foi reconhecida pelo Ministério do Ambiente como de incumprimento, desde 1993, quando na Cimeira da Terra se definiram estes instrumentos de gestão e participação local. Actualmente apenas 5% dos municípios portugueses (entre 15 a 20) tem agendas 21 locais. In: Jornal Público 26.01.2005 Fórum AGENDA 21 local 25 e 26 Janeiro em Sintra Parque Florestal de Monsanto 297 Critério 4.5 - Integração do planeamento do espaço verde noutros tipos de planos O plano visa três objectivos políticos fundamentais: - Contenção da expansão urbanística na Área Metropolitana de Lisboa, principalmente sobre o litoral e áreas de maior valor ambiental; - Diversificação das centralidades na estruturação urbana, com a reorganização do sistema metropolitano de transportes; - Salvaguarda de uma estrutura ecológica da região, e a promoção da qualificação urbana, nomeadamente das áreas da periferia. DESCRIÇÃO Este critério verifica a coordenação existente entre o planeamento dos espaços verdes e outros sectores de planeamento. É importante que existam relações entre as diferentes autoridades de planeamento, no decorrer dos processos de planeamento, de forma a coordenar os vários objectivos e acções. A Rede Ecológica Metropolitana (REM) é composta pelas redes principais e secundária. Na primeira, são fundamentais os núcleos da Serra de Sintra e litoral de Colares e Cascais, dos estuários do Tejo e do Sado, da Serra da Arrábida /Cabo Espichel, das Matas de Sesimbra e Lagoa de Albufeira. Os corredores estruturantes primários, além de uma ligação entre os vários sistemas ecológicos, representam espaços de desafogo e descompressão do sistema urbano. A rede secundária, com os respectivos corredores de ligação, visa salvaguardar zonas de interesse ecológico que podem resolver carências e rematar sistemas urbanos próximos. Por fim, as “áreas e ligações/corredores vitais” em espaços urbanos desordenados, devem servir para a concretização de zonas públicas, de lazer e recreio. In: Sebastião L. Planos Directores Municipais incompatíveis com Plano Regional Ecosfera /Jornal Público 02/04/2002 Método: Verificar (Sim ou Não) se algum dos seguintes planos tem impacte no desenvolvimento e uso dos espaços verdes: • Planos de tráfego; • Planos de protecção civil; • PDM; • Planos de ruído; • Plano de drenagem; • Outros. Fontes: • Direcção Geral Saúde • Site: CML Benchmark: AVALIAÇÃO Informação recolhida: Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROTAML) O Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROTAML) foi aprovado pelo Governo a 7 de Fevereiro de 2002, após mais de uma década de processo. Parque Florestal de Monsanto AVALIAÇÃO ANÁLISE INDICADOR: Coordenação entre o desenvolvimento do espaço verde e outros planos Os pareceres das principais Organizações ambientalistas sobre a Rede Ecológica Metropolitana definida no PROTAML são positivos, tendo a Quercus, referido: “O plano prevê zonas de protecção e um conjunto de corredores que possibilitam o fluxo genético e a manutenção da biodiversidade de Lisboa.” O GEOTA, acrescenta: “O plano proposto apresenta várias orientações que de há muito são exigidas pela comunidade académica e pelo movimento ambientalista, das quais: - O conceito de corredor ecológico, entendido como instrumento de ligação entre sistemas ecológicos, como área de ocorrência de fenómenos naturais ligados à circulação do ar e da água e como espaço de desafogo e descompressão do próprio sistema urbano; - A protecção de vales e das baixas aluvionares com a respectiva integração na Rede Ecológica Metropolitana; - A estabilização das áreas e actividades agrícolas e florestais a Área Metropolitana de Lisboa; - A adopção de medidas de gestão racional e sustentável do litoral com inequívoco respeito pelos seus valores naturais e paisagísticos; - O aprofundamento do conhecimento científico dos principais ecossistemas metropolitanos. “ Os principais condicionalismos do PROTAML, são os conflitos entre os PDM em vigor, sendo necessário que ocorram algumas alterações dos planos directores de ordenamento. Dos 19 concelhos da Área Metropolitana de Lisboa foram identificados 13 propostas municipais de ocupação do solo que contrariam a Rede Ecológica Metropolitana. 298 Por outro lado, admite-se que: “ a ausência de uma clara definição das opções sobre as respostas adequadas aos problemas de saúde ambiental, acompanhada de insuficiente conhecimento a nível de conceitos, metodologias e objectivos, explica algumas dificuldades no desenvolvimento desta área de intervenção em saúde pública e exige a elaboração de uma estratégia intersectorial no âmbito do ambiente e saúde, com vista a dotar o País de um instrumento de referência para a avaliação de ganhos na saúde decorrentes dos determinantes relacionadas com o ambiente, e a poder responder aos compromissos que têm vindo a ser assumidos desde 1994, no âmbito das Conferências Ministeriais “Ambiente e Saúde” da OMS. O desenvolvimento de um Programa Nacional de Saúde Ambiental deverá ser uma prioridade da DGS, em consonância com outros organismos do Estado e com instituições não governamentais relevantes.” In: Plano Nacional Saúde 2004/2010. Prioridades Vol. I. Ministério da Saúde. Direcção Geral de Saúde. SMIG-AML: Existe no formato digital toda a informação das condicionantes REN e RAN dos 18 concelhos da AML, que permite numa primeira análise verificar a continuidade e descontinuidade inter-municipais das redes de áreas sensíveis e de áreas agrícolas e/ou potencialidades com potencialidades agrícolas. “a implementação de uma Rede Ecológica Urbana não é compatível com o disposto na maioria dos Planos Directores Municipais. (…) A revisão dos Planos Directores Municipais é indispensável no sentido de delimitar a Estrutura Ecologia Plano Drenagem O primeiro Plano de Drenagem de Lisboa, surge no final de 2004, considerando a autarquia, ser de maior importância por “permitir que as intervenções nas redes de saneamento deixem de ser feitas de forma casuística e passem a realizar-se de forma planeada e sustentada, com benefícios para a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos e para o Ambiente.” Plano Nacional Saúde O Plano Nacional de Saúde, é um documento estratégico, que define e orienta as acções a implementar para promover a saúde dos portugueses. Agrega os debates necessários sobre a saúde, e orienta as actividades das instituições do Ministério da Saúde a nível nacional e nas regiões, e também da sociedade civil. A concretização do Plano Nacional de Saúde passa pela implementação gradual dos diversos Programas de índole nacional, em número de 40. Ainda em fase de preparação encontra-se o Plano Nacional de Saúde Ambiental. Um aspecto referido como, particularmente importante para assegurar a execução do Plano é o diálogo intersectorial numa perspectiva de coordenação de acções que contribuam para a prossecução de objectivos de saúde através de outras políticas internas como a agrícola, a ambiental ou a educacional. Contudo a saúde ambiental que compreende os aspectos da saúde humana (incluindo a qualidade de vida) que são determinados por factores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos do ambiente, não é ainda uma prioridade deste Plano. Parque Florestal de Monsanto Plano Estratégico para o Desenvolvimento da Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis O município de Lisboa é associado da Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis, e como tal partilha dos seus objectivos: Promover a saúde e a qualidade de vida das comunidades que representam. AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO Municipal, nas suas componentes Fundamental e Urbana. Para esta estrutura, os regimes REN e RAN contribuirão com os princípios que o interesse Nacional exige, o que implica a revisão dos diplomas existentes (..) no sentido de corrigir erros que três décadas de aplicação revelaram e aconselham. “ In: Magalhães, M. 2004. Área metropolitana de Lisboa. Cidade-Região. Revista Metrópoles Objectivo geral: A RPCS tem como objectivo geral, influenciar as políticas públicas, transversalmente, através de medidas que visem a adopção de comportamentos saudáveis por parte dos cidadãos portugueses. “Os comportamentos saudáveis de uma população são estimulados através de todas as políticas e acções que têm como finalidade atingir as qualidades que a OMS definiu com necessárias para uma Cidade Saudável:” - Um ambiente físico de alta qualidade, limpo e seguro (incluindo a qualidade de habitação): - Um ecossistema que seja estável no presente e que se mantenha a longo prazo. Este objectivo concretizar-se-á através da divulgação e promoção a nível nacional do Projecto Cidades Saudáveis e dos conceitos que o sustentam, designadamente, a abordagem holistica da saúde e a importância dos condicionantes sociais da saúde na melhoria da qualidade de vida. Os espaços verdes são responsáveis pela melhoria da qualidade do meio ambiente urbano, pelas inúmeras funções ambientais que desempenham. Para além das funções reguladoras e psicológicas, os espaços verdes constituem, quando estratégica e continuamente planeados e desenhados, um percurso opcional para deslocação no meio urbano. A qualidade do ambiente urbano, é um importante factor de saúde para os habitantes das cidades, e o tráfego automóvel um dos principais responsáveis da sua degradação. 299 AVALIAÇÃO Para além dos problemas que o congestionamento do tráfego representa para a qualidade do ar, e logo para a saúde pública, a presença de automóveis em excesso trás infelizmente outros efeitos negativos, como sejam: - Aumento do número de acidentes; - Aumento do ruído; - Intrusão na paisagem; - Ocupação excessiva do espaço; - Preenchimento dos locais destinados aos peões; - Diminuição da velocidade de deslocação dos automóveis e dos transportes públicos.” In: Magalhães (1996) Plano Mobilidade – Corredores Verdes No site da Câmara não há referência a planos de mobilidade, e todos os estudos encontrados sobre mobilidade na cidade de Lisboa, não estão interligados com o planeamento de corredores verdes. Um grupo de estudo do Instituto Superior de Agronomia, liderado pela Professora Manuela Raposo Magalhães, realizou um estudo sobre a multifuncionalidade dos corredores verdes, e entre estas a mobilidade urbana. Pela mesma equipa, foi elaborado um estudo de ciclovias para a cidade de Lisboa, mas não se verificou até ao actual momento interesse pela Câmara em implementar este projecto. Sabe-se no entanto que municípios da AML, como Almada e Loures encomendaram e pretendem implementar um sistema de ciclovias. “A Estrutura Ecológica deverá ainda ser suporte de nova mobilidade saudável. Percursos onde se possa andar a pé, de patins, de bicicleta ou qualquer outro transporte não poluente permitindo em complementaridade com os transportes públicos, reduzir o tempo gasto nos percursos quotidianos entre a casa e o emprego, de modo mais saudável.” In: Magalhães, M. 2004. Área metropolitana de Lisboa. Cidade-Região. Revista Metrópoles AVALIAÇÃO Uma política de saúde deve deste modo, incidir numa política de transporte e mobilidade urbana, que deve contrariar o actual sistema que privilegia o uso do transporte individual e dar a possibilidade de outras formas de mobilidade mais saudáveis e mais económicas. “Estes transportes não poluentes são também as modalidades de transporte individual mais económicas, limpas, que poupam espaço e não requerem combustíveis, pelo que constituem as formas mais apropriadas de efectuar pequenas distâncias, nas quais competem, com os outros meios de transporte, no tempo gasto à espera de estacionar, a circular em filas congestionadas ou simplesmente à espera de transporte. Estima-se que em Portugal, cerca de 30% das deslocações sejam inferiores a 3km, distância plausível na utilização da bicicleta, como meio de deslocação único ou interligado com o sistema de transportes colectivos, sobretudo os ferroviários. In: Magalhães (1996) Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: OBSERVAÇÕES: Identificar os aspectos de apoio mútuo, e aspectos de potencial conflito. Verificar formas de coordenação e a sua efectividade. AVALIAÇÃO: 1 2 3 4 5 4.5 Integração do planeamento do espaço verde noutros tipos de planos Os corredores verdes acrescentam às funções ecológicas, funções ligadas ao lazer e ao recreio, onde se incluem a circulação de peões e bicicletas, contribuindo fortemente para a saúde dos citadinos. “Os corredores verdes correspondem à noção de um percurso, que pode ser uma estrada, um trilho, uma história, no qual as características multifuncionais estão potenciadas, constituindo um precioso instrumento de planeamento estratégico de reabilitação urbana.” In: Magalhães (1996) Parque Florestal de Monsanto 300 Critério 4.6 - Responsabilidades da Administração Informação recolhida: Direcção Municipal de Ambiente Urbano DESCRIÇÃO O critério identifica o pessoal técnico envolvido no processo de planeamento, nos diversos níveis administrativos e profissionais, permitindo assim identificar potencialidades e quebras no sistema que poderão estar na origem de atrasos e falhas no planeamento. Divisão de estudos e projectos INDICADOR 1: Eficiência da tomada de decisão Departamento Ambiente e Espaços Verdes Fontes: • Entrevista • Legislação Divisão controlo ambiental AVALIAÇÃO ANÁLISE Método: • Recolha de informação acerca das instituições envolvidas no planeamento, gestão e manutenção dos espaços verdes urbanos, fazendo uma descrição das tarefas, hierarquia interna e tomadas de decisão relativas a estes espaços; • Avaliar vantagens e desvantagens do sistema existente, para o espaço verde estudado; Benchmark: Os níveis de performance e eficiência dos técnicos envolvidos devem ser classificados como bons; Departamento Higiene Urbana e Resíduos Sólidos de Departamento Reparação Manutenção mecânica de e Departamento de Gestão do Espaço Público Divisão de limpeza urbana Divisão manutenção de Divisão iluminação pública de Divisão de educação e sensibilização ambiental Divisão de sensibilização e educação sanitária Divisão de Gestão de frota Divisão de qualificação do espaço Público Divisão Gestão de Divisão de higiene e controlo sanitário Divisão de prevenção e controlo da sinistralidade Divisão de fiscalização e controlo do es paço Público Divisão Jardins de Divisão de matas Departamento de Ambiente e Espaços Verdes (DAEV) AVALIAÇÃO Decreto-Lei nº 462/2002 • O Departamento de Ambiente e Espaços Verdes, está integrado na Direcção Municipal de Ambiente Urbano. O principal objectivo desta Direcção Municipal é assegurar o direito a uma vida urbana com qualidade, sadia e ecologicamente equilibrada nos domínios ambiental, espaços verdes, limpeza e higiene da cidade e da gestão dos espaços públicos. • • • Divisão de Estudos e Projectos • • Elaborar estudos e projectos na área do ambiente urbano, incluindo a estrutura verde, zonas de recreio e lazer e parques infantis. A V • Parque Florestal de Monsanto • Promover as acções necessárias a obter um adequado ambiente urbano e que assegure a qualidade de vida dos Lisboetas; Prevenir a poluição atmosférica e sonora e estabelecer sistemas de controlo dos respectivos níveis e avaliar as condições meteorológicas na cidade de Lisboa; Gerir técnica e administrativamente o laboratório de análises químicas e bacteriológicas; Desenvolver, executar e participar em acções de educação e sensibilização para o ambiente; Ordenar, conservar, policiar e gerir as matas e outros espaços sob regime florestal; Conservar e manter a estrutura verde da cidade, bem como os equipamentos nela existentes; Garantir a manutenção das zonas de recreio e lazer inseridas na estrutura verde; 301 • • Gerir as estufas e os viveiros municipais; Promover e assegurar a realização das tarefas inerentes às várias fases dos procedimentos conducentes ao licenciamento dos espaços verdes; Divisão de Controlo Ambiental • Prevenir a poluição atmosférica e a poluição sonora, promovendo acções adequadas à sua melhoria; • Controlar a poluição atmosférica e a poluição sonora, designadamente, exercendo a função fiscalizadora conferida por lei aos municípios; • Colaborar no cumprimento das disposições legais e regulamentares no que se refere à protecção do ambiente; Divisão de Jardins • Conservar os Espaços Verdes Municipais, incluindo os jardins históricos e monumentais; • Conservar o arvoredo das vias públicas, incluindo as árvores de interesse público; • Manter em boas condições sanitárias as espécies vegetais existentes e actualizar o respectivo inventário; • Gerir as estufas municipais; • Gerir os viveiros não afectos à Divisão de matas; • Promover a instalação, conservação e gestão de estruturas de recreio e lazer e restante equipamento na área das suas competências. • Reservar espaços para a realização de eventos. Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos • Desenvolver acções de modernização técnica, económica e ambiental do sistema de resíduos sólidos urbanos, visando a redução, a reciclagem e a reutilização; • Desenvolver, executar e participar em acções de sensibilização e educação sanitária; Decreto-Lei nº292/95 de 14 Novembro – Planos de urbanização e de pormenor art. 2º “as equipas possuem pelo menos (…) um Arquitecto Paisagista na equipa projectista dos planos de urbanização, planos de pormenor e projectos de operações de loteamento. “a salvaguarda do interesse Público relativo ao correcto ordenamento do território deve ser assegurada no quadro de instrumentos de planeamento territorial que definam, com clareza e transparência, os princípios e normas que devem orientar a ocupação, o uso e a transformação dos solos para efeitos urbanísticos.” “Neste contexto, importa proceder à fixação de regras mínimas de qualificação técnica para a elaboração dos planos urbanísticos e dos projectos de operações de loteamento.” “(..) Projectos de operações de loteamento, em equipas multidisciplinares de que façam parte profissionais detentores de formações diversificadas e complementares.” Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: Divisão de Matas • Administrar, gerir e dinamizar os Parques Municipais; • Manter a ordem nos Parques Municipais; • Vender lenha, pinhas e ervas produzidas nas Matas Municipais. A presença de um Arquitecto Paisagista nos projectos não é por si só garantia de eficiência. O acompanhamento por uma equipa experiente desde o início dos projectos, que possa transmitir conhecimentos fundamentais e com base na experiência, é uma intenção discutida entre responsáveis, que foi mencionada numa entrevista realizada. AVALIAÇÃO Divisão de matas – Espaço Monsanto • Gerir e dinamizar o Centro de interpretação de Monsanto (exposições, ludoteca, biblioteca, bar e auditório); • Desenvolver actividades de animação e educação ambiental no PFM; • Receber, tratar e encaminhar animais silvestres no CRASPFM. Divisão de Educação e Sensibilização Ambiental • Desenvolver acções de sensibilização ambiental, promovendo junto da população os valores do ambiente e da sua protecção, cooperando com os diversos serviços municipais e com as diversas instituições municipais e internacionais ligadas à protecção do ambiente. • Concepção e desenvolvimento de projectos de sensibilização / educação ambiental dirigidos à população em geral e à população escolar. • Realização de acções pontuais de sensibilização ambiental • Concepção e produção de materiais de divulgação sobre diversos temas de ambiente Parque Florestal de Monsanto 302 INDICADOR 2: Adequação técnica em número e experiência profissional dos funcionários relacionados com o planeamento e gestão dos espaços verdes Método: Número de trabalhadores contratados pelas instituições envolvidas no planeamento, gestão e manutenção dos espaços verdes. A adequação do número de trabalhadores, pode ser aferida por entrevistas aos próprios. ANÁLISE Instituição de planeamento (número de trabalhadores) … … Responsabilidades … … Instrumentos de planeamento … … Fontes: • Entrevista OBSERVAÇÕES: Verificar se o planeamento e gestão dos espaços verdes está efectivamente organizado de forma cooperante. Em certos casos, uma excessiva centralização, e noutros muita descentralização, podem conduzir a baixos níveis de eficiência, com má gestão de recursos, etc. AVALIAÇÃO: 1. Positivo 2. Número insuficiente 1 4.6 Responsabilidades Administração 2 3 4 5 da Benchmark: O número de pessoal envolvido deve ser adequado em todos os níveis do processo: planeamento, manutenção e gestão. AVALIAÇÃO Informação recolhida: Total de 260 trabalhadores da Divisão de matas Total de 137 trabalhadores para a manutenção dos espaços sobre responsabilidade desta Divisão. (aprox.1300 hectares) • 60 Jardineiros e técnicos de oficina (serralheiros, pintores, mecânicos etc..) • 37 Companheiros – ex-reclusos • 40 Empregados de empresas de manutenção Este número (137) embora corresponda ao número de trabalhadores contractados, reduz-se efectivamente ao potencial de trabalho de cerca de 93 trabalhadores a tempo inteiro para a manutenção dos 1300 hectares. Para a manutenção do Parque Florestal de Monsanto, estão destacados cerca de 48 trabalhadores A situação, referida em entrevista como, desejável é de 210 jardineiros, para efectuar trabalhos de fundo nos parques e todas as reparações de equipamentos e manutenções necessárias. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta Parque Florestal de Monsanto O Indisponível 303 DESCRIÇÃO Deve ser equacionada a possibilidade de integrar espaços verdes privados, vizinhos ao espaço em estudo. A integração destes espaços, na rede de espaços de uso público é muito importante, em especial nos bairros da cidade com défice de espaços verdes. Devem ser estabelecidos acordos e instrumentos administrativos para tornar acessíveis estes espaços à cidade, e efectivar a sua integração com o espaço em estudo. ANÁLISE Critério 4.7 Integração de espaços verdes privados no sistema de espaços interesse e uso público INDICADOR 1: Censo dos espaços verdes privados, vizinhos ANÁLISE Fontes: • Entrevista Benchmark: • Expandir as áreas de espaços verdes urbanos de interesse público; • Acessibilidade de informação sobre estes espaços; • Três dos quatro instrumentos devem ser utilizados. Método: Recolher informação sobre a natureza e gestão dos espaços verdes privados de interesse público nas áreas vizinhas ao espaço em estudo. Informação recolhida: Existem apenas vários protocolos entre a autarquia e a gestão de jardins privados, com o intuito de tornar aberto o seu acesso ao público. Fontes: • Entrevista Informação recolhida: Não existe um censo dos espaços privados existentes na cidade de Lisboa. AVALIAÇÃO Benchmark: Expandir as áreas de espaços verdes urbanos de interesse público; Acessibilidade de informação sobre estes espaços; AVALIAÇÃO • Incentivos fiscais: existem benefícios fiscais locais para os responsáveis pela abertura destes espaços ao público? • Patrocínios: a administração pública encarrega-se da renovação ou manutenção destes espaços, em troca da sua abertura ao público? • Licença para actividades económicas: é possível a instalação de actividades económicas por parte das autoridades locais, sendo o rendimento revertido para a manutenção do espaço? • Outros. Existem situações de jardins que são propriedade do Estado, mas de acesso público condicionado. • Jardim Botânico • Tapada das Necessidades • Jardim Ventura Torre (jardim Amália Rodrigues) • Jardim Bensaúde • Palácio Fronteira • Jardins Gulbenkian Disponibilidade de dados: O Directa O Indirecta X Indisponível Disponibilidade de dados: X ANÁLISE INDICADOR 2: Existência de planos e instrumentos administrativos locais que visem integrar os espaços verdes privados no espaço verde em estudo Directa O Indirecta O Indisponível Observações: A informação recolhida não diz respeito ao espaço de Monsanto Método: • Verificar a existência de algum tipo de instrumento, que possibilite o acesso pelo público e integração com o espaço em estudo. • Acordos de acesso: as autoridades públicas negoceiam a acessibilidade aos espaços verdes privados pela troca de manutenção ou outros prémios? Parque Florestal de Monsanto 304 Critério 4.8 Importância do espaço verde para as autoridades públicas AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: OBSERVAÇÕES: Fazer lista de instrumentos e razões para o seu sucesso ou fracasso. DESCRIÇÃO AVALIAÇÃO: 1. Não existe um censo de jardins privados. 2. Salvo 4 casos excepcionais, não existe uma estratégia com instrumentos e incentivos para alargar os espaços verdes de interesse público. 1 4.7 Integração de espaços verdes privados, no sistema de espaços verdes de interesse e uso público 2 3 4 A importância dos diferentes espaços verdes para as autoridades públicas (ao nível de concelho e distrito), pode variar significativamente. Alguns espaços verdes são considerados como prioritários nas políticas dos governos locais para os espaços verdes, outros são considerados menos importantes. Quanto mais atenção é dedicada a um espaço verde, maior a parcela do orçamento que lhe será destinado e, consequentemente, maior será a qualidade de vida que este pode oferecer. 5 INDICADOR 1: Montante destinado ao espaço verde (por m2) por parte da autarquia ANÁLISE Método: Deve ser obtida, a partir da autarquia, a parcela de orçamento gasto, por m2 de espaço verde urbano. Fontes: • Autarquia – Divisão de Matas • Plano Plurianual de Investimentos 2005 – 2008 da Câmara Municipal de Lisboa http://www.cm-lisboa.pt/docs/ficheiros/GOPS2005_4AO.pdf AVALIAÇÃO Benchmark: O orçamento, por m2, deve ser comparável a espaços similares. Informação recolhida: A partir do Plano Plurianual de Investimentos para 2005 – 2008 retirámos os seguintes dados: Os gastos previstos no orçamento para o Parque Florestal de Monsanto são, num total de 0,39% do orçamento da Câmara: • • • • 2.274.756€ para 2005 2.685.000€ para 2006 525.000€ para 2007 425.000€ para 2008 O que podemos observar é que o valor previsto do orçamento para o Parque Florestal de Monsanto vai ter um aumento até 2006 e depois uma redução significativa. Isto ficar-se a dever ao projecto, que está actualmente a ser incrementado, de revitalização deste espaço e que terá o seu fim no ano de 2006. Parque Florestal de Monsanto 305 Este aumento, observado até 2006, fica-se a dever ao investimento superior no Parque Florestal de Monsanto que, após este ano, será reduzido com a finalização do projecto de revitalização do Parque. O Directa X Indirecta O Indisponível • Observações: INDICADOR 2: Gastos actuais municipais no espaço verde como percentagem do total de gastos em espaços verdes AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO Disponibilidade de dados: ANÁLISE Método: Deve ser conhecida a parcela de orçamento, gasto no espaço verde, pela autarquia. Deve ser calculada como uma percentagem do total de gastos com espaços verdes, previstos no orçamento da cidade. Fontes: • Autarquia – Divisão de Matas • Plano Plurianual de Investimentos 2005 – 2008 da Câmara Municipal de Lisboa http://www.cm-lisboa.pt/docs/ficheiros/GOPS2005_4AO.pdf AVALIAÇÃO • A Divisão Municipal de Ambiente vai ocupar 12% do total do orçamento para estes anos, • Os gastos em espaços verdes vão representar 3,7% do orçamento total da autarquia para estes anos, • Os gastos em espaços verdes previstos são, num total de 3,7% do orçamento da câmara: o 11.151.497€ para 2005 o 19.116.183€ para 2006 o 13.037.095€ para 2007 o 13.144.764€ para 2008 Parque Florestal de Monsanto Não existem dados para outros espaços verdes, de forma a comparar se há um investimento superior neste espaço, relativamente a esses outros ou não. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível INDICADOR 3: Importância do espaço verde para o futuro desenvolvimento do bairro e para a estrutura verde da cidade Método: A importância do espaço verde para o futuro desenvolvimento do bairro e para a estrutura verde da cidade pode ser avaliada com base em planos, documentos referentes a políticas e declarações das autoridades públicas representantes. ANÁLISE Benchmark: Proporcionalmente, o sítio deverá receber uma parte do orçamento semelhante a outros espaços verdes da autarquia com características similares. Informação recolhida: A partir do Plano Plurianual de Investimentos para 2005 – 2008 retirámos os seguintes dados: Os gastos previstos no orçamento para o Parque Florestal de Monsanto são, num total de 0,39% do orçamento da câmara: o 2.274.756€ para 2005 o 2.685.000€ para 2006 o 525.000€ para 2007 o 425.000€ para 2008 Fontes: • Autarquia – Divisão de Matas • Plano Plurianual de Investimentos 2005 – 2008 da Câmara Municipal de Lisboa http://www.cm-lisboa.pt/docs/ficheiros/GOPS2005_4AO.pdf • http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?idCanal=10&id=71198 Benchmark: Todos os espaços verdes deverão ser importantes para o bairro. 306 Critério 4.9 Actividades criadoras de rendimentos AVALIAÇÃO Informação recolhida: Existem declarações políticas sobre Monsanto e inúmeros projectos e planos para este espaço verde, de que é exemplo o actual Plano de Revitalização do Parque Florestal de Monsanto. O facto do orçamento previsto para este Parque Florestal vir descriminado no total do orçamento da autarquia, ao contrário do que acontece com outros espaços verdes da cidade, é revelador da importância que este espaço tem para a mesma. Das dimensões deste Parque Florestal também não seria de esperar que este tivesse uma importância reduzida para o município, embora tenha sido este o caso, durante muitos anos. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Santana Lopes, iniciou a 17/11/2003, com a colaboração de três dezenas de alunos da escola número 23, de Campolide, o programa de florestação em Monsanto. DESCRIÇÃO As actividades organizadas em cada espaço verde urbano (ex: concertos, festivais, etc.) são formas importantes de criação de rendimentos que podem ser utilizados na promoção da autosuficiência económica do espaço verde urbano. INDICADOR: Iniciativas que permitam rentabilizar economicamente os espaços verdes Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível OBSERVAÇÕES: No seu conjunto, estes indicadores, permitem uma avaliação da importância dada, pelas autoridades locais, ao espaço. Deve avaliar se a posição do espaço verde nas políticas locais, tomando especial atenção aos objectivos e prioridades das políticas locais para os espaços verdes. Estas políticas devem ter como objectivo assegurar que os espaços verdes recebem os apoios necessários. Apesar dos investimentos variarem de espaço para espaço, podem ser efectuadas comparações entre espaços similares sob a mesma autoridade administrativa, ou entre espaços sob autoridades diferentes. ANÁLISE AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: Fontes: • Autarquia – Divisão de Matas AVALIAÇÃO: Do conjunto dos indicadores deste critério podemos concluir que este espaço verde tem uma importância mais significativa para as autoridades locais do que outros espaços, recebendo um montante muito superior e estando a ser alvo de um plano de revitalização específico que terminará em 2006. As dimensões e características deste Parque também justificam esta importância acrescida. Parque Florestal de Monsanto 2 3 4 Benchmark: Um máximo de três actividades, de entre dez (incluindo as “outras”). Mais do que esse valor causará uma perturbação no propósito inicial do espaço verde. No caso de espaços verdes de grandes dimensões ou de utilização intensiva pode-se considerar um máximo de cinco actividades. 5 AVALIAÇÃO 1 4.8 Importância do espaço verde para as autoridades públicas Método: Verificar (SIM ou NÃO) a existência de algumas das seguintes actividades e/ou iniciativas, localizadas nos espaços verdes, que permitam gerar rendimentos para o governo local (o papel das diferentes actividades pode ser avaliado numa escala de 1 a 5 de acordo com a sua frequência e relevância): Cinema de ar livre Concertos Teatros Exposições Mercados locais e feiras da ladra Celebrações (ex. festas, casamentos) Barracas de bebidas Aluguer de veículos não motorizados Actividade rurais Outras (especificar) Informação recolhida: Não são cobradas entradas no espaço verde nem qualquer valor para a frequência das actividades de educação ambiental. As antigas casas dos guardas florestais foram cedidas a entidades como a Quercus, a Aspea, a Ajuda de Berço, que trariam, supostamente, a contrapartida de animar o Parque Florestal com as suas actividades (de Educação Ambiental e outras). Algumas destas casas foram vendidas, trazendo benefícios económicos extra para o Parque Florestal. 307 Existe, no Espaço Monsanto a venda de brochuras, lápis, colecções de postais, mapas do Parque Florestal, puzzles e outros jogos sobre este espaço e sobre outros espaços verdes de Lisboa. Algumas das actividades exercidas, com a parceria de entidades privadas durante o Verão, associadas ao lazer e aos desportos radicais, não trazem qualquer rendimento extra a este Parque Florestal, permitindo apenas atrair mais utentes a esta área. DESCRIÇÃO O dinheiro é necessário para a manutenção dos espaços verdes urbanos. O orçamento destinado ao desenvolvimento e manutenção dos espaços verdes urbanos reflecte, indirectamente, a sua posição e relevância na política de espaços verdes local. Quanto maior for o seu valor maior parte do orçamento lhe será destinada. Há diferentes formas de financiar um espaço verde: com dinheiros públicos, dinheiros privados (patrocínios), parcerias público-privadas, e também de forma indirecta, com taxas verdes ou taxas sobre o turismo. INDICADOR 1: Rendimento anual obtido com a cobrança de entradas no espaço verde urbano Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Método: Verificar (SIM ou NÃO) a cobrança de bilhetes de acesso. O valor total obtido com a cobrança dos bilhetes de entrada desse espaço verde pode ser obtido na autarquia. OBSERVAÇÕES: Analisar e avaliar a capacidade geradora de rendimentos do espaço verde em questão. Tentar avaliar a relevância desse rendimento comparativamente com o total de custos de manutenção do espaço verde. Explorar as possibilidades de gerar rendimentos adicionais dentro do espaço verde mas sem comprometer a sua qualidade. ANÁLISE AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO: Benchmark: Em geral, não deverá ser cobrada a entrada nos espaços verdes já que estes devem ser de acesso livre para todos os cidadãos. AVALIAÇÃO: Da avaliação geral deste critério conclui-se que a rentabilização económica deste espaço verde é praticamente insignificante, dadas as suas dimensões. 1 Actividades rendimentos criadoras 2 3 4 5 de AVALIAÇÃO 4.9 Fontes: • Observação directa • Autarquia – Divisão de Matas Informação recolhida: Não são cobradas entradas no espaço verde em questão. O acesso ao Parque Florestal de Monsanto é, por isso, livre para todos os cidadãos. Apenas são cobradas entradas nos espaços de actividades radicais e de lazer, que são exploradas por entidades privadas, no período do Verão. Mas estes rendimentos não revertem para a gestão do Parque. Disponibilidade de dados: X Directa O Indirecta O Indisponível Critério 4.10 Orçamento para o espaço verde urbano Á L I INDICADOR 2: Proporção de rendimento obtido através de formas alternativas de financiamento Parque Florestal de Monsanto 308 Método: Completar a tabela seguinte verificando qual dos rendimentos contribui para a manutenção do espaço verde Subsídios Patrocínios Parcerias nos sectores privado e de voluntariado Fundos da lotaria Outros (especificar) Existe uma Gabinete de Gestão Orçamental habilitado a gerir estas candidaturas e projectos para obter formas alternativas de financiamento. AVALIAÇÃO Fontes: • Autarquia – Divisão de Matas • Plano Plurianual de Investimentos 2005 – 2008 da Câmara Municipal de Lisboa http://www.cm-lisboa.pt/docs/ficheiros/GOPS2005_4AO.pdf De 29 de Maio a 23 de Outubro o Parque procedeu ainda à venda de bilhetes para a utilização de bicicletas, passeios a cavalo e charretes. Benchmark: Devem existir estratégias de financiamento múltiplo Até 1993, o Parque Florestal vendia licenças para a apanha de pinha mansa. Com a introdução dos esquilos esta venda de licenças acabou com vista a preservar o alimento desta espécie. Podemos concluir que existe uma tentativa de obtenção de formas alternativas de financiamento para este espaço verde. Estas nem sempre têm sido bem sucedidas devido a uma falta de tradição do sector privado em fazer parcerias com jardins e parques ou apoiar o desenvolvimento dos espaços verdes. Seria interessante promover esta vertente, das parcerias entre o sector privado e o público, em Portugal, copiando e adaptando os modelos existentes noutros países. Informação recolhida: Existem formas alternativas de obtenção de rendimentos para o Parque Florestal de Monsanto que consistem em: Parcerias com o sector privado na implementação de diversas actividades (de 29 de Maio a 23 de Outubro) como: o Desporto no Penedo (3 campos de basket e patamares em terra batida, para jogos tradicionais e infantis), no Moinho do Penedo; o No Ar e Sobre Rodas (Ringue com obstáculos e rampas para skate, BMX e patins-em-linha, área todo-o-terreno para BTT e BMX Freestyle, recinto para carros telecomandados, insufláveis, aluguer de bicicletas), na Alameda Keil do Amaral; o A Cavalo na Aventura (Centro equestre (Picadeiro), passeios, baptismos e aulas de equitação a cavalo e pónei, passeios de charrete), nos Montes Claros; o Parque da Pedra (Parede de Escalada artificial com 130 m2 de área útil – altura máxima 12 m, 3 Blocos de Escalada (Boulders), Circuito de 18 obstáculos suspensos, aluguer de bicicletas, paintball), na Pedreira da Serafina; o Bares privados com esplanada; Candidaturas de projectos a fundos comunitários Subsídios de empresas privadas Algumas plantações de árvores foram feitas recorrendo a fundos europeus e a patrocínios O Parque Florestal vende lenha indiferenciada que resulta da limpeza da mata, a preços bastante reduzidos, não constituindo, esta venda, um rendimento extra significativo. Parque Florestal de Monsanto O Directa X Indirecta O Indisponível INDICADOR 3: Valor anual de orçamento, para o desenvolvimento do espaço verde, por m2 Método: O indicador divide o valor da parcela destinado pelo orçamento ao desenvolvimento dos espaços verdes urbanos pela dimensão do espaço verde (m2). ANÁLISE AVALIAÇÃO Disponibilidade de dados: Fontes: • Autarquia – Divisão de Matas • Plano Plurianual de Investimentos 2005 – 2008 da Câmara Municipal de Lisboa http://www.cm-lisboa.pt/docs/ficheiros/GOPS2005_4AO.pdf Benchmark: O orçamento deverá ter os mesmos destinos e ser consistente em espaços similares. 309 INDICADOR 5: Valor anual de orçamento, para a revitalização do espaço verde, por m2 Método: O indicador divide o valor da parcela destinada no orçamento à revitalização dos espaços verdes urbanos (reconstrução de parques infantis, substituição dos bancos e caixotes do lixo por novos, etc.) pela dimensão do espaço verde (m2). Disponibilidade de dados: O Directa O Indirecta X Indisponível INDICADOR 4: Valor anual de orçamento, para a manutenção do espaço verde, por m2 ANÁLISE AVALIAÇÃO Informação recolhida: Este valor não está discriminado dentro do montante total do orçamento recebido pelo Parque Florestal. ANÁLISE Método: O indicador divide o valor da parcela destinada pelo orçamento à manutenção dos espaços verdes urbanos pela dimensão do espaço verde (m2). Benchmark: O orçamento deverá ter os mesmos destinos e ser consistente em espaços similares. Fontes: • Autarquia – Divisão de Matas • Plano Plurianual de Investimentos 2005 – 2008 da Câmara Municipal de Lisboa http://www.cm-lisboa.pt/docs/ficheiros/GOPS2005_4AO.pdf Informação recolhida: Para que todas as actividades que se realizam actualmente em Monsanto se tornassem possíveis e milhares de pessoas pudessem usufruir deste Parque Florestal como local de lazer e recreio foram efectuadas, previamente, intervenções de revitalização nos seguintes níveis: Informação recolhida: Este valor não está discriminado dentro do montante total do orçamento recebido pelo Parque Florestal. Disponibilidade de dados: O Directa O Indirecta X Indisponível AVALIAÇÃO Benchmark: O orçamento deverá ter os mesmos destinos e ser consistente em espaços similares. AVALIAÇÃO Fontes: • Autarquia – Divisão de Matas • Plano Plurianual de Investimentos 2005 – 2008 da Câmara Municipal de Lisboa http://www.cm-lisboa.pt/docs/ficheiros/GOPS2005_4AO.pdf • http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=7180&id_categoria=11 (2004-10-19 Houve Muita Vida em Monsanto este Verão!) • http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?idCanal=10&id=71198 - Limpeza da mata e plantação de 24.000 espécies de flora mediterrânica, para povoamento e rejuvenescimento do coberto vegetal; - Requalificação de espaços degradados e instalação dos novos centros de actividade; - Instalação de Sistema de Video-vigilância, para prevenção de incêndios e segurança dos utentes do Parque; - Construção de depósitos de água, em locais críticos do Parque, para abastecimento de viaturas de emergência, com capacidade total de armazenamento de 540.000 litros de água; - Reparação de 24km de pistas florestais e construção de locais de inversão de marcha, com vista a melhorar os acessos e a circulação, às viaturas de emergência; - Construção e melhoramento de parques de merendas e parque de estacionamento automóveis e - Construção de novas Pistas Cicláveis no Parque. Estas intervenções representaram um investimento da autarquia de cerca de 1.300.000 Euros. http://www.cm-lisboa.pt/?id_item=7180&id_categoria=11 (2004-10-19 Houve Muita Vida em Monsanto este Verão!) Parque Florestal de Monsanto 310 Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O AVALIAÇÃO AVALIAÇÃO O director municipal do Ambiente Urbano indicou que o projecto para Monsanto representa um investimento de um milhão de euros: 420 mil para os caminhos, 370 mil para a limpeza da floresta e 210 mil para a aquisição e plantação das novas espécies. (http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?idCanal=10&id=71198) Existe um acordo com uma entidade que promove a integração de ex-reclusos na vida activa e que permite, ao Parque Florestal de Monsanto, a obtenção de um maior número de empregados indiferenciados a um custo relativamente reduzido. Contudo, estes fundos obtidos por outras vias que não a autarquia são ainda pouco significativos, havendo ainda muito que se pode fazer nesta área. Disponibilidade de dados: Indisponível O Método: Completar a tabela seguinte observando se existe alguma parceria para o financiamento local: Parceria pública-privada, Cedência de terras, Voluntariado, Consórcio de residentes Patrocínios empresariais Outros (especifique) AVALIAÇÃO Parque Florestal de Monsanto O Indisponível - Gostaria de ver uma maior participação da comunidade nos modos de financiamento do espaço? (SIM ou NÃO) Fontes: • Questionários Benchmark: As autoridades locais devem ser receptivas aos desejos do público AVALIAÇÃO Informação recolhida: Existem parcerias para o financiamento local que consistem nas parcerias público-privadas descritas no Indicador 2, bem como patrocínios empresariais (muito raros) e candidaturas de projectos específicos aos fundos comunitários como o Interreg. Houve uma tentativa de cedência das antigas casas dos guardas florestais a instituições de carácter ambiental que pudessem, de alguma forma, dinamizar o Parque Florestal de Monsanto, conjuntamente com os técnicos e as actividades do próprio Parque. Contudo, esta cedência, não deu os resultados esperados devido às reduzidas dimensões destas associações e à sua reduzida capacidade em desenvolver actividades próprias de dinamização do espaço. Indirecta Método: Questão a colocar aos residentes locais: Fontes: • Autarquia • Divisão de Matas - Entrevistas directas Benchmark: Devem existir parcerias X INDICADOR 7: Envolvimento do público nas decisões de financiamento ANÁLISE ANÁLISE INDICADOR 6: Fundos disponíveis a nível local Directa Informação recolhida: Não existe qualquer participação do público nas decisões de financiamento do Parque Florestal de Monsanto. Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível 311 Critério 4.11 Capacidade de captação de financiamentos AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO OBSERVAÇÕES: AVALIAÇÃO: Perante o montante destinado à revitalização do espaço verde podemos concluir sobre a importância deste Parque Florestal para a autarquia. Existe uma tentativa de obtenção de formas alternativas de financiamento para este espaço verde. Estas nem sempre têm sido bem sucedidas devido a uma falta de tradição do sector privado em fazer parcerias com jardins e parques ou apoiar o desenvolvimento dos espaços verdes. Seria interessante promover esta vertente, das parcerias entre o sector privado e o público, em Portugal, copiando e adaptando os modelos existentes noutros países. Existem alguns patrocínios empresariais (muito raros) e candidaturas de projectos específicos aos fundos comunitários como o Interreg. Contudo, estes fundos obtidos por outras vias, que não a autarquia, são ainda pouco significativos, havendo muito que se pode fazer ainda nesta área. 1 2 3 4 DESCRIÇÃO Verificar as possíveis alternativas de financiamento para o espaço verde em estudo, quer de outras fontes públicas (instituições europeias, Governo, regiões, etc.) quer de financiamentos privados. Por um lado a análise de outras cidades europeias, revelou que em geral o orçamento público para a gestão destes espaços é reduzido. Por outro as oportunidades de fontes alternativas de financiamento são cada vez mais numerosas, através de diferentes programas e iniciativas a nível nacional e internacional. INDICADOR: Existência de financiamentos correntes e potenciais 5 ANÁLISE 4.10 Orçamento para o espaço verde urbano Método: Verificar a existência (no passado ou potencial) de financiamentos, pelas seguintes fontes: • Framework programme UE; • Programa LIFE; • Fundos estruturais; • Fundos nacionais; • Fundos regionais; • Patrocinadores • Fundações/iniciativas privadas. Fontes: • Entrevista • Publicação: Revista da AML-Metrópole AVALIAÇÃO Benchmark: Verificar a existência de estratégias para múltiplas fontes de financiamento. Parque Florestal de Monsanto Informação recolhida: A 1º fase da revitalização do parque florestal de Monsanto, integrada no Plano de Ordenamento do mesmo, teve a comparticipação de cerca de 50% do seu investimento, pelo FEDER através do PORLVT- Programa Operacional da Região de Lisboa e Vale do Tejo – PORLVT, um dos programas de Fundos Estruturais disponíveis no Quadro Comunitário de Apoio III. A CML, no âmbito deste programa, apresentou uma proposta para dois projectos de valorização de espaços públicos da cidade. Os dois locais abrangidos, são definidos: “locais que necessitavam ser requalificados, de modo a cumprirem da melhor forma a sua vocação como espaços públicos de qualidade.” 312 “O projecto enquadrou-se no Plano de Ordenamento do Parque Florestal de Monsanto, traduzindo-se na execução de intervenções de requalificação da estrutura verde principal e sua área envolvente (urbana) de acordo com as suas aptidões e ocupações de território, numa politica de dinamização do parque, tendo em vista o seu usufruto pela população. O projecto realizou-se entre 2000 e 2002 e incluiu as seguintes intervenções: • Construção do parque de estacionamento do Parque Ecológico; • Passagem subterrânea do parque ecológico; • Construção de pistas cicláveis; • Parque de acolhimento de animais; • Parque infantil do Alvito; • Centro de acolhimento – interpretação do parque ecológico. In: Metrópoles (revista da AML) (53,7%). (...) 31,7% defendem taxas ambientais para financiar projectos e 12,2% , o recurso ao mecenato empresarial e às fundações.” “ Ou seja, prevalece muito mais a visão da insustentável subsidio dependência face às instituições europeias e nacionais, e muito menos a intenção de encontrar fontes sustentáveis de financiamento local. “ In: Os primeiros autarcas do século XXI – Novas estratégias ambientais? (Nave 2004) AVALIAÇÂO Um dos projectos contempla a 1º fase da Revitalização do Parque Florestal de Monsanto. AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO OBSERVAÇÕES: Tentar avaliar a relevância destas fontes de financiamento, comparados com o total do orçamento disponível para o espaço em estudo. AVALIAÇÃO: AVALIAÇÃO Sem a finalidade de obtenção de financiamentos, mas num âmbito de cooperação com a sociedade, dinamização do espaço e recuperação de espaços abandonados, foram cedidos no PFM algumas antigas/abandonadas casas de guardas, a associações de utilidade pública como a Quercus, ASPEA e a Ajuda de Berço. (entrevista) A informação transmitida em entrevista, quanto aos procedimentos instituídos ou ocasionais de captação de financiamento, revelou a inexistência de procedimentos instituídos e que das poucas candidaturas ao INTERREG, nenhuma foi bem sucedida. (entrevista) Actualmente, estão a ser estudadas estratégias de parcerias com empresas que em troca de assegurar a manutenção dos espaços verdes, terão direito a um espaço de publicidade. Não há perspectivas de ser um processo a funcionar a curto prazo. (entrevista) Não ficou esclarecida a existência de uma estratégia objectiva de financiamentos para o Parque Florestal de Monsanto. O financiamento, obtido para a 1º fase de revitalização do parque, foi de cerca de 50% do investimento, no entanto pareceu ser um caso pontual, e por isso não integrado numa verdadeira estratégia. 1 4.11 Capacidades de financiamentos 2 3 4 5 captar Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: Um estudo anteriormente referido, com resultados de um inquérito realizado junto dos presidentes de câmara de cerca de 29% dos municípios nacionais, realizado pelo grupo de investigação OBSERVA/ISCTE, em Julho de 2004, intitulado “Os primeiros autarcas do Século XXI – Novas estratégias ambientais?” concluiu que: “11,86% dos autarcas inquiridos refiram a União Europeia como principal fonte de financiamento para o Desenvolvimento Sustentável Local. Cerca de 50% dos inquiridos, desdobra as suas opções, quer pelo orçamento de Estado (48,8%) quer pelo orçamento autárquico (50%), quer ainda pelo Ministério do Ambiente Parque Florestal de Monsanto 313 Critério 4.12 Gestão sustentável de resíduos Informação recolhida: No Parque Florestal de Monsanto são feitas pequenas compostagem. Mas não existe uma estratégia global de valorização dos resíduos verdes, para produção de adubos compostados, e evitando por outro lado o aumento do volume dos resíduos em aterro. • Actualmente, existe a recolha selectiva de resíduos verdes pelos serviços municipalizados, em moradias dos bairros de Restelo, Alvalade, Encarnação e Beato, mas não se destinam a um fim de valorização, sendo encaminhados para aterro. • Deverá entrar em funcionamento no início de 2005 uma Estação de Tratamento e Valorização Orgânica, localizada no concelho da Amadora e que irá receber resíduos orgânicos de grandes produtores: restaurantes, cantinas, mercados, entre outros. Através do seu tratamento, será possível gerar energia eléctrica e produzir um composto orgânico, sem aditivos químicos, que será utilizado como fertilizante na agricultura. • A manutenção de grande parte dos jardins é feita por empresas concessionárias, que ficam responsáveis pela sua limpeza. DESCRIÇÃO Vivemos ainda numa sociedade de desperdício, onde se observa uma má gestão dos recursos naturais. A gestão de resíduos na actualidade, revela-se como um assunto preocupante, para o qual é importante encontrar soluções sustentáveis. Os espaços verdes, no contexto urbano, são uma oportunidade que deve ser considerada nesta estratégia, possibilitando diversas actividades de valorização ou deposição, como a compostagem e utilização deste composto como fertilizante. Estes recursos são finitos e enquanto continuarmos a enterrar e a queimar os nossos resíduos, que na realidade são só recursos transformados, estaremos a comprometer a nossa própria sobrevivência no futuro. É necessário desenvolver sistemas de gestão de recursos em ciclo fechado. Método: ANÁLISE Verificar os seguintes procedimentos: • O espaço verde em estudo está incorporado no plano de gestão de resíduos municipal? • A componente orgânica dos resíduos produzidos no espaço verde é valorizada em composto? • Existem procedimentos para reutilizar os resíduos vegetais e madeiras, provenientes destes espaços? Fontes: • Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos • Valorsul Benchmark: URGE: respostas positivas LEGISLAÇÃO: Cumprir metas do Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos - PERSU inserido no contexto da Directiva Quadro dos Resíduos (Directiva 75/442/CEE do Conselho, de 15 de Julho) Parque Florestal de Monsanto AVALIAÇÃO INDICADOR: Existência de recolha selectiva e reciclagem de resíduos no espaço verde Disponibilidade de dados: O Directa X Indirecta O Indisponível Observações: O Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos - PERSU inserido no contexto da Directiva Quadro dos Resíduos (Directiva 75/442/CEE do Conselho, de 15 de Julho) estabelece o requisito de elaborar um ou mais planos de gestão de resíduos, os quais deverão ter por orientação a aplicação de uma hierarquia de princípios com a prevenção (redução e reutilização) em primeiro lugar, seguida da valorização (reciclagem e recuperação) e, finalmente, do confinamento seguro. De acordo com o - PERSU foram criadas metas para os anos 2000 e 2005 que apontam para a erradicação total dos vazadouros (lixeiras) e construção de aterros e incineradores, paralelamente com uma política de valorização da matéria orgânica através da compostagem e um incremento significativo da reciclagem. Anos Compostagem Situação de 1995 9% Situação de 2000 6% Metas para 2000 preconizadas no PERSU 15% Metas para 2005 preconizadas no PERSU 25% Figura 1: Comparação das metas do PERSU para 2000 com os valores reais para o mesmo horizonte 314 AVALIAÇÃO DO CRITÉRIO AVALIAÇÃO: O Parque Florestal não está integrado em nenhum plano de gestão de resíduos municipal. É feita alguma compostagem neste espaço mas em pequena escala. Existem alguns procedimentos para reutilizar os resíduos vegetais e madeiras do Parque. 1 2 3 4 5 4.12 Gestão sustentável de resíduos Parque Florestal de Monsanto 315