expresso do rosário – 1.ª edição
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expresso do rosário – 1.ª edição
D. BOSCO ER EXPRESSO DO ROSÁRIO 1.ª EDIÇÃO | Externato Nossa Senhora do Rosário 2014|2015 Entrevista PEDRO PINTO “Acima de tudo, gosto de transmitir ensinamentos e conviver com gerações mais novas, umas mais sonhadoras, outras mais reivindicativas.” GIL VICENTE Alunos expõem as suas opiniões sobre o dramaturgo MAFRA ETERNA ER EDITORIAL Inês Pereira, diretora EXPRESSO DO ROSÁRIO UM ESPACO PARA A PALAVRA QUE É NOTÍCIA A primeira edição de um jornal é um marco que deve ser devidamente assinalado. No ano letivo de 2014-2015, a escola projetou e implementou, de forma efetiva, e pela primeira vez, um Clube de Jornalismo, dando, assim, resposta à Educação para os Media, processo pedagógico que as escolas podem integrar na sua ação educativa, ÍNDICE 02 Editorial 03 Notícias 09 Cinema Se eu ficar defendem e reiteram a introdução destas disciplinas em todos os níveis promovendo todos os meios de de ensino, a formação de professores expressão e comunicação que o nesta área e o fortalecimento de avanço tecnológico foi colocando laços de cooperação internacional. à disposição da sociedade. Esta primeira edição do nosso jorHá muito que a relação da escola nal escolar é produto do trabalho com os meios e redes de comunica- realizado pela equipa dedicada que ção social vem sendo globalmente o compõe, bem como por outros refletida e analisada, sobretudo alunos que não integram o Clube a partir do momento em que se de Jornalismo, mas cujo bichinho tornou evidente e incontornável o jornalístico pulula interiormente. consumo e produção de media por Neste editorial, é imperativo que parte de jovens e adultos e o facto se elogie o trabalho da equipa gráde este consumo e produção exi- fica que deu vida às palavras e se girem níveis de literacia elevados. elogie o trabalho dos jovens Ronan Na última década, muitos estudos Villamar, Maria Almeida e Yamille foram originados e documentados Rossi que em muito contribuíram por instituições europeias e inter- para a produção de textos sobre nacionais, com especial destaque tudo aquilo que constitui notícia na para o trabalho desenvolvido pela nossa escola, a forma entusiástica UNESCO (United Nations Educational, com que entrevistaram o jornalista Scientific and Cultural Organization), Pedro Pinto ou como se expuseram pelo Parlamento Europeu e, em na escrita de textos autobiográfiPortugal, pelo Conselho Nacional cos. Estes são os nossos alunos, os de Educação, que atestam a impor- nossos “fazedores de notícias”, os tância da Educação para os Media, nossos sonhadores, os nossos jovens. da Literacia da Informação e da Para eles, a palavra “obrigada” não Literacia Informativa e Mediática no me chega. Viva o jornalismo, viva o ambiente digital, documentos que Expresso do Rosário! 10 Entrevista Pedro Pinto 12 Conhecimento O que os alunos sabem sobre a Torre de Babel? 14 Opinião 17 D. Bosco 18 Da nossa escola Expresso do Rosário: E tu, João, o que significa para ti este 2.º lugar, também dos Iniciados Masculinos? João (8A): Significa muito trabalho e é com uma enorme felicidade que vivo este momento. ATIVIDADE DE APURAMENTO PARA O CORTA MATO CONCELHIO ADIADA MAS CONCRETIZADA No dia 3 de dezembro assinalou-se a atividade de apuramento para o Corta-mato concelhio que havia sido cancelado no dia 11 de novembro devido às condições climatéricas. Este evento, para orgulho de muitos alunos, realizou-se no interior do pavilhão desportivo, ao longo da manhã. Os primeiros a correr foram os alunos do 2.º Ciclo, entre as oito e meia e vê-se a literatura Convento de Mafra Expresso do Rosário: Marisa, alcançaste o 3.º lugar na categoria Infantis B, é um orgulho poder representar a nossa escola? Marisa (6A): Sim, claro, é um grande orgulho e estou muito feliz por poder seguir para a próxima etapa. Expresso do Rosário: Agradecemos a participação de todos vós e desejamos muito boa sorte para a próxima fase! No âmbito do Dia Mundial da Alimentação, as crianças da Educação Pré-escolar visitaram o mercado da vila de Cascais, no dia 15 de outubro, onde, contactaram com os produtores, fazendo-lhes perguntas sobre os diversos legumes e frutas. Puderam observar, cheirar e tocar nos vários frutos que lhes foram mostrados, visitaram a peixaria e os armazéns frigoríficos. No fim, compraram alfaces, couves e cebolas para plantar e dar continuidade à hortinha da escola. Alunos de 9.º ano explicam Gil Vicente FICHA TÉCNICA Diretora | Inês Pereira • Editores | Maria Almeida, Ronan Villamar, Yamille Rossi • Colaboradores | Alunos do 2.º e 3.º Ciclos 02 Expresso do Rosário: Hugo, como te sentiste ao alcançar o 1.º lugar dos Iniciados Masculinos? Hugo (8A): Foi uma boa sensação, dediquei-me bastante e vi esse esforço recompensado. Expresso do Rosário: A quem dedicas esta vitória? Sara (5C): Dedico esta vitória à minha prima que está doente para a animar um pouco. DIA MUNDIAL DA ALIMENTACAO 22 Visita de estudo as dez e meia da manhã, aos quais se seguiram os alunos do 3.º Ciclo, que participaram seguidamente. O espírito de corredor fez-se sentir em todos os participantes, mesmo entre aqueles que não alcançaram vitória e foi em ambiente de desportivismo que todos vivenciaram este momento. Na sexta-feira, dia 12 de dezembro, realizou-se o Corta-mato de Concelhio. No final da atividade, o Expresso do Rosário entrevistou alguns alunos que se destacaram nas respetivas categorias. Expresso do Rosário: Sara, alcançaste o 2.º lugar na categoria de Infantis A, sentes-te confiante em relação à próxima prova? Sara (5C): Sinto-me confiante e farei tudo para alcançar um bom lugar no Corta-mato Concelhio, já na próxima sexta-feira. Imagens: Google 03 ER NOTÍCIAS Imagens: Google CHUVA DE SAO MARTINHO ATRAPALHA, MAS NAO ESTRAGA MAGUSTO No dia 11 de novembro assinalou-se o dia de São Martinho e o corta-mato no Dramático de Cascais que foi este ano cancelado devido ao mau tempo previsto pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, Alunos reúnem-se no pátio da contrariando, assim, a tendência de escola, na tarde do dia 11 de que neste dia o sol nasce quente e novembro, para celebrarem o dia o verão parece voltar a alegrar os portugueses. de São Martinho. Imagem: Google ABERTURA DO BICENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE DOM BOSCO No dia 16 de setembro de 2014, demos início, na nossa escola, ao ano do bicentenário do nascimento de D. Bosco. Diz-nos o Reitor-mor da família salesiana que este “é um ano de graça que devemos viver com profundo sentimento de gratidão ao Senhor, com humildade, mas também com grande alegria porque foi o mesmo Senhor quem abençoou este belo movimento espiritual apostólico” do qual a nossa comunidade educativa faz parte! D. Bosco nasceu no dia 16 de agosto 04 Os finalistas venderam cachorros, pizas, bolos, gomas, chocolates e outros doces que encheram a barriga dos estudantes que, em seguida, foram queimar as calorias ingeridas jogando matraquilhos, pingue-pongue, correndo, brincando bastante e dançando ao som das músicas do jogo Just Dance 4, da Playstation. Depois do almoço, as castanhas foram assadas pelas cozinheiras e distribuídas pelas quinze turmas. Os alunos sentaram-se em círculos para saborearem as castanhas quentinhas enquanto conversavam entre si e com os professores. No entanto, a chuva impediu-os de continuarem a saboreá-las e todos regressaram às salas. Apesar da chuva, os alunos continuam a dar valor e importância a um dia que remonta a uma antiga tradição de comemoração do Dia de Todos os Santos, onde se acendiam fogueiras e se assavam castanhas. de 1815 em Itália (Becchi) e desde logo abriu o coração ao projeto de felicidade que Deus queria realizar na sua vida. O seu sim a tantos desafios deu origem a uma história (e uma corrente) de santidade que envolveu homens e mulheres, crianças e jovens. No bom-dia, pedimos a Jesus, pelas mãos do nosso santo fundador, que desperte em cada um de nós o carisma salesiano que vem sendo semeado desde há 1, 5, 20, 50, 200 anos. Todos: alunos, irmãs, professores, auxiliares e pais, somos o Sonho de D. Bosco a realizar-se em cada dia para a glória de Deus. Não deixemos passar indiferente um acontecimento tão importante pois contamos “Contigo, para dar vida ao sonho”! Imagens: Google CAMPANHA MISSIONÁRIA MANHA DA ASTRONOMIA COMO É O ESPACO? Vasco Eloi, colaborador no Observatório de Coimbra, veio à nossa escola falar-nos sobre o Espaço. Esta atividade aconteceu no salão de festas no dia 20 de outubro. O professor Vasco Eloi ofereceu-se para nos mostrar como é o Espaço dentro de um Planetário. Todos os alunos ficaram fascinados com o Planetário, sobretudo quando contemplaram o seu interior, repleto de estrelas e planetas, recriados a partir da projeção de imagens. O professor referiu muitos pormenores acerca das luas, explicou a formação das estrelas e mostrou algumas constelações, que impressionaram os alunos pelo facto de se assemelharem a figuras de animais e deuses da Antiguidade. Os alunos gostaram muito desta experiência que lhes trouxe conhecimentos sobre Astronomia. Começamos mais uma campanha missionária! Este ano, entrelaçamos as nossas mãos e colaboramos com a missão das irmãs salesianas da Amazónia- Brasil. A Província de Santa Teresinha, Manaus, é uma presença missionária das FMA que anima e apoia algumas comunidades indígenas localizadas nas margens do Rio Negro e seus afluentes. O nosso contributo permitirá que o seu trabalho alcance cada vez mais pessoas que vivendo geograficamente isoladas vêem-se tantas vezes privadas do essencial. Contamos Contigo para, juntos, darmos vida ao sonho missionário. 05 ER NOTÍCIAS CONCURSO DE LEITURA DO PLANO NACIONAL DE LEITURA 2014/2015 DEUS TOTE SURPREENDE ALUNOS DE 7.0 ANO EM VISITA DE ESTUDO Primeira fase do Concurso de Leitura promovido pelo PNL leva 32 alunos do 3.º ciclo a realizar prova na escola. O Anibaleitor, de Rui Zink, foi a obra escolhida. Os vencedores estão selecionados. No dia 19 de novembro de 2014, os alunos do 7.º ano visitaram o Museu Nacional de Arqueologia em Belém, no Mosteiro dos Jerónimos. Nesta visita os alunos puderam aprender mais sobre a cultura egípcia. O Jornal da Escola esteve lá e conta como tudo aconteceu. escrevermos os nossos nomes. E assim terminou uma histórica visita Imagem: Google de estudo. Para saberem um pouco mais sobre o museu, leiam o texto que se segue. Decorreu no dia 16 de janeiro a 3.ª edição do Concurso de Leitura promovido pelo Plano Nacional de Leitura na nossa escola, direcionado a todos os alunos do 3.º ciclo. Foram trinta e dois os participantes das várias turmas de 7.º, 8.º e 9.º anos. A obra que todos tiverem de ler intitula-se O Anibaleitor, de Rui Zink, uma parábola sobre a atualidade, uma narrativa alegórica sobre o poder da leitura, protagonizada por um jovem perdido na sua adolescência que, após um naufrágio, alcança a ilha do Anibaleitor, que é, na verdade um animal leitor, e, juntos, descobrirão o sentido da amizade e a importância que as histórias narradas nos livros têm sobre nós. Dos trinta e dois participantes, apenas três alunos passaram à segunda fase do concurso, a Inês Gromicho, do 7.ºC, a Ana Manaças, do 8.ºC e a Natacha Alves, do 9.ºC. A escola agradece a participação de todos os alunos que se empenharam nesta iniciativa, cujo principal objetivo é estimular o treino da leitura e desenvolver competências de expressão escrita e oral junto dos alunos do 3.º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário. II EDICAO DA FEIRA DO LIVRO Na semana de 1 a 5 de dezembro, decorreu a II edição da Feira do Livro no laboratório da escola. Pelo segundo ano consecutivo, o nosso colégio abriu as portas do laboratório da escola aos livros, nesta que foi a II edição da Feira do Livro. Este ano a feira contou com muito mais títulos de autores portugueses e estrangeiros, editados pelo Grupo Leya, pela Porto Editora e pelas Edições Afrontamento. Os alunos passearam pela Feira nos momentos de pausa, 06 folhearam os diversos títulos direcionados a todas as idades, tanto para os mais pequeninos, como para os adultos. Na terça-feira, dia 2 de dezembro, a escritora Alice Vieira visitou a Feira do Livro e disponibilizou-se para um encontro de autor, onde falou sobre a sua infância, as suas obras literárias, o jornalismo e sobre a escrita. Os alunos colocaram as perguntas e a escritora respondeu a todas elas com entusiasmo. No final, a escritora autografou dezenas de livros, o que deixou os alunos orgulhosos e motivados para a leitura. Imagem: Google Neste dia chuvoso, os alunos do 7.º ano visitaram o Museu de Arqueologia em Belém, para aprender mais sobre os Egípcios, um povo antigo. Quando entrámos no Mosteiro dos Jerónimos, onde se encontrava a exposição, observámos alguns objetos que estavam expostos. Assim que entrámos na sala, vimos uma espécie de lápide que tinha gravado um olho, o olho de Osíris ou Hórus. A guia disse que o olho servia para proteger os egípcios dos deuses inimigos. Na exposição só havia um dos olhos, o olho esquerdo. O olho direito ainda não foi encontrado. Seguidamente vimos o mapa do rio Nilo. Neste mapa a guia explicou-nos onde se situava o Egito e falou-nos das cheias que marcaram a história do país. Na sala contígua vimos uma redoma que protegia alguns acessórios antigos, como pulseiras, brincos, san- dálias, entre outros. Nesta divisão a guia falou-nos sobre os acessórios, mas mais especificamente sobre as sandálias. Depois fomos ver outras espécies de lápides enormes que tinham escrita hieroglífica, a escrita antiga egípcia. Em seguida apareceu uma pessoa mascarada de Tote, o deus que inventou a escrita. Alguns alunos assustaram-se quando este senhor apareceu. Ele explicou-nos como se utilizava a escrita hieroglífica. Também nos disse que foi este deus que inventou a escrita e que foi o mesmo a ensinar aos escribas. O Deus afastou-se e nós continuámos a visita. Entrámos numa outra sala que tem um sarcófago e a guia mostrou-nos os desenhos que estavam no seu interior. Um dos desenhos era um dos deuses que existiu no Egito. Em seguida fomos para um sala em que nos foi entregue uma folha de papel que se parecia com o papiro para Um pouco de história… Lápide que tinha gravado o olho de Osíris ou Hórus: Esta lápide tinha um olho, o olho esquerdo que simbolizava a proteção. Os egípcios usavam-no ao pescoço, como um colar, para se protegerem. Estes colares também estavam nos túmulos dentro das ligaduras para proteger os egípcios depois da morte. Pulseiras, brincos e sandálias: Estes acessórios só podiam ser utilizados por grupos privilegiados. Os escravos, camponeses e artesãos andavam descalços. Tote: Ele é o deus da escrita, aquele que inventou a escrita hieroglífica. Outros deuses conhecidos são Amon-Rá (ou Amon-Ré), Ísis, Hórus, Anúbis e Osíris. Sarcófago: Em Portugal utiliza-se um caixão para enterrar os mortos. Os egípcios utilizavam um sarcófago. Este sarcófago continha alguns desenhos sobre o Egito. Os egípcios acreditavam na vida para além da morte. Para que isso acontecesse eles tinham de ser mumificados e postos num sarcófago. Só as pessoas privilegiadas é que podiam ser mumificadas pois era muito dispendioso. 07 ER NOTÍCIAS CINEMA VISITA AO MEDIA LAB No passado mês de outubro, os alunos do 8.º ano deslocaram-se ao Centro Educativo Media Lab, do Diário de Notícias, em Lisboa, para experienciarem algumas atividades relacionadas com o jornalismo. Os alunos tiveram oportunidade de participar num workshop que lhes permitiu colocar em prática os conhecimentos teóricos aprendidos nas aulas de Português, designadamente, a compor uma notícia, respeitando a sua estrutura. Por algumas horas, todos foram jornalistas. Enquanto alguns alunos se dedicavam à elaboração da primeira página do jornal, dispostos em mesas redondas, redigindo textos e selecionando imagens, outros escreviam notícias que viriam a ser lidas pelos próprios, num estúdio no interior das instalações, como se de um direto televisivo se tratasse. Durante a elaboração dos textos, a equipa do Media Lab orientou os alunos, esclareceu dúvidas e partilhou técnicas que todos tentaram colocar em prática. SE EU FICAR Este workshop foi complementado, no início, com um vídeo exibido num pequeno auditório sobre a génese dos meios de comunicação social e sobre a história da comunicação, tendo sido alertados para o perigo que constitui, hoje em dia, o vasto mundo da Internet das redes sociais em particular. Esta foi já a segunda vez que a Escola levou alunos de 8.º ano a conhecer o Media Lab e mais uma vez todos consideraram a experiência dinâmica e proveitosa. Imagem: Google De: Denisse Di Novi Com: Chloe Grace Moretz –Mia Hall Mireille Enos – Kat Hall Joshua Leonard – Denny Hall Jakob Davies – Teddy Hall Jamie Blackey – Adam Wilde Género: Drama Classificação: M-12 Sofia Pereira 6A A jovem Mia Hall pensava que a decisão mais difícil da sua vida seria ter de escolher entre ir para Julliard ou começar um novo caminho com o seu namorado Adam Wilde. Mas antes de tomar a grande decisão da sua vida vai em viagem com a sua família da qual resulta um acidente de carro, indo Mia parar ao hospital em coma, perdendo os seus pais Kat e Denny e o seu irmão mais novo Teddy. Então tudo muda. Enquanto está no hospital entre a vida e a morte volta ao seu passado e vive a experiência desde o dia em que conheceu Adam até ao dia do acidente (cerca de um ano) e ao mesmo tempo observa amigos e familiares a irem vê-la. A sua vida está em jogo. É um filme misterioso, baseado no romance If I stay, do americano Gayle Forman. O filme apresenta diálogos interessantes, muito bem representados, nota-se que mostram amor, ódio e até parece que se sente o drama. A forma como a ação está construída, o regresso ao passado e ao presente, é muito excitante, porém complicada. O filme tem uma grande carga de suspense. Aconselho a irem vê-lo e espero que gostem tanto como eu. Imagem: Google 08 09 ER ENTREVISTA PEDRO PINTO Entrevista ao jornalista da TVI Pedro Pinto Ronan Villamar 7C O que o motivou a escolher o jornalismo? O gosto pela atualidade. O facto de sentir um enorme gosto em acompanhar a realidade social, política, económica e desportiva que nos rodeia. Que curso tirou para seguir esta profissão? O Curso de Formação Geral em Jornalismo. A licenciatura foi em Relações Internacionais e o Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional. Quando andava na escola, escrevia para algum jornal? Não na escola, mas na Universidade. Foi um tempo agradável para expressar opiniões e pontos de vista de forma livre e desabrida. O Último Bandeirante surgiu de uma viagem que fiz à Amazónia. Na altura, descobri a imensidão e o poder da selva. Ao mesmo tempo, percebi que tinha sido um português, de Beja, a empreender uma das viagens mais fantásticas de que há memória. E tive vontade de a contar. Estou ainda mais contente que, para além do sucesso em Portugal, este romance foi agora publicado no Brasil. As referências de adolescente não passavam pelo jornalismo. Enquanto profissional, aprendi que se aprende com toda a gente, desde que estejamos atentos. Umas vezes, coisas boas, outras, caminhos que não devemos seguir. Fale-nos do seu novo projeto Palavra de Escritor, na TVI24. Como surgiu esta ideia? 10 É professor na Universidade Autónoma de Lisboa. O que o encanta nesta sua vertente de professor? Sou professor na Universidade Autónoma vai para 18 anos! Acho que estou a ficar velho e os alunos já não me aturam!!! (risos) Acima de tudo, gosto de transmitir ensinamentos e conviver com gerações mais novas, umas mais sonhadoras, outras mais reivindicativas. É bom sairmos do mundo da televisão e do jornalismo e respirarmos o ar que se vive lá fora. Depois, ensinar obriga-nos a refletir e a sistematizar muito do que fazemos, muitas vezes sem grande análise e de forma repetitiva. Gostaria de o ver adaptado ao cinema? Quando era adolescente, quais eram as suas referências no jornalismo? Eu sempre gostei de escrever, de comunicar. Ainda assim, escrever um livro é um exercício diferente. Exige disciplina e uma ideia da arquitetura da escrita e da história que estamos a desenvolver diferentes da escrita Sim. Tenho uma ideia do que quero fazer, embora ainda não em definitivo. Digamos que ainda há algumas pontas em aberto. Mas será mais um romance histórico, sobre uma grande personalidade portuguesa. Em que se inspirou para escrever o seu livro O Último Bandeirante? Muito! Modéstia à parte, acho que daria um bom filme, pleno de sedução, aventura e lugares exóticos. Pelo menos, é o que dizem os leitores! (risos) Para além de jornalista, também é escritor. Quando percebeu que gostava de escrever? Tem planos para uma próxima obra? usual. Tem tanto de epifania como, por vezes, de doloroso. Sobretudo, no final. Mas é, na maior parte do tempo, um desafio muito agradável. E muito solitário, diga-se. Que conselhos pode dar a quem pretende ou gostaria de seguir o jornalismo? O principal conselho que deixo é o de que devem lutar por fazer aquilo de que gostam. Só somos bons profissionalmente quando gostamos do trabalho que fazemos. Tudo o resto virá por acréscimo... Os escritores dão conversas agradáveis. Contam histórias interessantes e falam dos livros que os marcaram. Eles falam, eu escuto, procurando intervir o menos possível. A ideia é essa. Imagem: Google 11 ER CONHECIMENTO Imagem: Google BABEL O que os alunos sabem sobre a Torre de Babel ? Conheça as suas visões, em português e francês. La Tour de Babel est un passage de la Bible que je ne connaissais pas. Il fait partie de l’Ancien Testament et il se passe après le déluge. Torre de Babel Natacha Alves 9C Je pense que cette histoire nous parle des hommes ou d’un peuple qui aiment la splendeur et le pouvoir. Ils ne pensent pas aux autres. La construction de la Tour de Babel, une œuvre splendide, a obligé Dieu à punir ses constructeurs parce qu’ils étaient capables de s’approcher de Lui. A Torre de Babel é uma das narrativas do livro do Génesis, que se encontra na Bíblia, mais precisamente no Antigo Testamento, onde se fala de uma torre construída pelos descendentes de Noé, após o dilúvio. A história diz-nos que esses descendentes de Noé resolveram criar uma torre tão alta que alcançasse o céu, então Deus desceu “para ver a cidade e a torre, que os filhos dos homens edificavam” e vendo o que estes tentavam fazer decidiu confundir-lhes as línguas para impedir que concluíssem a sua torre dizendo “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que não entendem a linguagem um do outro”. Após esta história, a reflexão que eu faço é que os homens foram ingratos, mesmo depois do Senhor lhes ter dado tudo o que tinha, eles queriam mais, tendo de Deus confundir-lhes as línguas para que se pudessem espalhar no mundo e criar algo. “Babel” que significa confusão em hebraico foi como ficou chamada a Torre, a Torre da confusão. Hoje em dia, muitas vezes, somos ingratos àquilo que temos e quando o perdemos é que percebemos o quanto era importante. La Tour de Babel Mariana Brito 9C 12 Ce passage de la Bible montre que nous ne devons pas être orgueilleux et arrogants comme ces hommes l’ont été. Je pense que Dieu a bien fait de punir les constructeurs parce qu’ils voulaient être supérieurs à Dieu et ils étaient contre Lui. Si je voulais construire une Tour, je construirais une Tour utile à toutes les personnes. A Torre de Babel Maria Helena João 9A Esta história ensina-nos que devemos respeitar Deus, pois Ele é poderoso, e que não devemos desafiá-Lo. Esta história é também a origem das várias línguas existentes na terra, assim como dos diferentes países e culturas, e deixa connosco uma lição, a saber: somos todos diferentes de culturas para culturas, mas também todos iguais pois todos fazemos parte da obra-prima de Deus, criados à Sua imagem e semelhança. Hoje em dia, esta história ainda existe pois as pessoas tentam ser como Deus e desafiam-No tal como outrora também O desafiaram com a tentativa da construção da torre para chegar até ao céu. La Tour de Babel Sofia Morgado 9A Les scientifiques disent que seulement 15% de notre communication se fait par les mots (les langues), 35% par les bruits de voix, puis 50% par les expressions du corps. Je pense que les différentes langues ne devraient pas être thème de discussion, quand elles ne représentent qu’à peine une petite partie de notre communication ! Si, dans le passé, ils voulaient vraiment se comprendre et s’ils voulaient réellement savoir, ils auraient trouvé une solution pour communiquer. Mais le manque d’intérêt, de compréhension et le désir de s’affirmer ont empêché une véritable communication. La Tour de Babel existe-t-elle encore de nos jours ? Oui, mais seulement pour qui le veut, parce qu’il y a déjà une langue considérée internationale (l’Anglais), qui facilite les échanges. Qu’est-ce que c’est la Tour de Babel aujourd’hui ? C’est une barrière psychologique que nous plaçons quand quelqu’un d’une autre culture parle avec nous. Accepter l’autre, c’est l’unique manière de démolir la Tour de Babel. C’est pourquoi, je pense que c’est très important de célébrer la journée européenne des langues pour abolir les frontières humaines. 13 ER Imagem: Google OPINIAO ALUNOS DE 9 ANO EXPLICAM 0 GIL VICENTE Henrique Gonçalves 9C Não posso de todo desperdiçar esta oportunidade que a escola me deu, para escrever umas simples balelas sobre futebol e política. Hoje vou falar sobre o pai do Teatro Português. Sim, Gil Vicente (não rapazes, não é o clube de futebol), é um encenador do século XVI, foi um homem sempre ligado à sátira e à ridicularização do que o rodeava. Estou no 9.º ano e encontro-me a estudar Gil Vicente. A linguagem é extremamente complexa e antiga, mas isso 14 faz com que cada palavra seja um universo de evoluções, em que de tempos a tempos nos apercebemos que há um mar repleto de caravelas prontas a mudar. Mas “pera” que serve Gil Vicente nos dias de hoje? É importante sermos confrontados com a linguagem dos tempos de Camões e com o contraste que se verifica entre as sociedades de lá e de cá. Com o Auto da Barca do Inferno aprendi que as ideias daquele século, a linguagem e, sobretudo, os grandes alvos da sátira são os mesmos. Já naquele tempo se gozava com aqueles que tinham o controlo absoluto, o poder e a riqueza, tal como hoje gozamos com os políticos manhosos (perdoem-me aqueles políticos que são sérios, mas desses ninguém quer saber, pois não encaixam nas ideias da personagem-tipo). Por isso, obrigado Gil Vicente por me dares o prazer de viver no século XVI e por me fazeres rir com as tuas indiretas à sociedade e com o teu sarcasmo incomparável- ridendo castigat mores. 15 ER D. BOSCO OPINIAO D. BOSCO Tomás da Fonseca Petinga 9A Gil Vicente, criticando o “antigamente”, atinge os tempos correntes. Aquilo que se vivia na época (século XVI), vive-se hoje, ligeiramente diferente, mas no fundo o princípio é o mesmo. A língua utilizada não é de leitura fácil, o que faz com que a obra seja apenas linda no 9.º ano, e os assuntos abordados requerem alguma maturidade, designadamente para se perceber a crítica social explícita e implícita. Com a leitura dos textos percebem-se variadíssimas coisas. Afinal a corrupção e os “interesses” da igreja não são coisas dos séculos XX e XXI. Através do cómico (dos vários tipos), cria-se uma forma divertida de aprender história, porque no fundo isto é história! É, de facto, uma obra de leitura difícil, mas é mais um mo- Francisco Correia 9B Assumamos Gil Vicente como um homem cuja existência física remonta há vários séculos, mas cujas obras e assuntos mencionados não poderiam estar mais de acordo com os valores morais de hoje e com a nossa sociedade. Vejo-o como um homem ousado, que se atreve a criticar instituições com um humor fascinante, mas degradante para a sociedade. Devo também acordar que de facto a leitura pode apresentar um grau de dificuldade que possivelmente ultrapassa os conhecimentos literários dos alunos; contudo, o estudo das obras, no decorrer do 9.º ano, 16 tivo para se ter interesse na leitura da obra. É uma aventura desvendar o que palavras nunca antes vistas mostram coisas tão simples e banais. Palavras como “samica”, que significa talvez, p o d e n d o ou não ser muito diferentes, mostram uma escrita em desuso que por detrás escondem muita essência. Essência essa que espoleta o interesse na descoberta. É curioso saber como apesar da mudança linguística, aquilo que é alvo nesta obra mantém-se bastante presente na actualidade, e irá provavelmente prolongar-se mais algumas gerações. Imagem: Google FlashBosco decorreu no fim de semana do dia 10 e 11 de janeiro, em Évora. Imagem: Google que são uma fonte riquíssima de conhecimentos, têm a capacidade de alargar horizontes e abrir aos alunos uma porta – ou mesmo várias, para a verdadeira literatura portuguesa, aquela que não nos facilita a vida, mas sim nos obriga a recorrer aos nossos sentidos cognitivos. Retrata-nos problemas daquela época, contribuindo também para a cultura histórica. Julgo que Gil Vicente, em suma, contribuiu grandemente para o que nós hoje estipulamos como humor crítico, usando o riso como o seu meio preferido para não só entreter quem presenciava os teatros dele, mas como também aproveitar para tentar corrigir aquilo que ele considerava de falhas no meio social em que estava inserido. Quanto às aplicações académicas, a sua leitura traz inúmeros benefícios em vários âmbitos de aprendizagem – como vocabulário, gramática, história, e estes são notáveis e possibilitam aos alunos de hoje um maior conhecimento da cultura literária e histórica, ao mesmo tempo que os enriquece e prepara para outros grandes escritores e outras grandes obras. No dia 10 de janeiro 23 alunos da escola foram ao MJS – Movimento Juvenil Salesiano, que decorreu em Évora. Os alunos partiram do colégio pelas oito e meia da manhã em direção a Vendas Novas, onde pernoitaram nos respetivos dormitórios da escola salesiana. As atividades foram variadas, desde jogos desportivos a questionários junto de desconhecidos sobre D. Bosco, de passeios a momentos de oração e reflexão, o que se traduziu numa experiência muito interessante. Os alunos conviveram com Padres, Irmãs e professores e juntos viveram momentos de alegria e plenitude. Este encontro de adolescentes, em pleno mês de janeiro tem como objetivo uma aproximação à pessoa do nosso fundador, S. João Bosco, que tem sempre tanto para nos ensinar. Deste vez falámos sobre os seus sonhos e relendo-os refletimos sobre os nossos próprios sonhos: a importância que lhes damos, o que fazemos para os concretizar, que pessoas estão ao nosso lado para nos ajudar. O Flashbosco é também um tempo de muito convívio, partilha e conhecimento entre os adolescentes das diferentes casas salesianas. Juntos começamos um caminho que terá continuidade noutros encontros que se realizarão ao longo do ano. SOMOS MJS! (hino do movimento). Festa de D. Bosco Sexta-feira, dia 30 de janeiro, a escola celebrou a festa de D. Bosco com várias atividades, em clima de alegria. Na impossibilidade de a escola assinalar o dia de D. Bosco no dia 31 de janeiro, por ser sábado, este importante dia foi celebrado na sexta-feira 30. Na parte da manhã, a escola assistiu a uma Eucaristia, celebrada pelo Padre Juan Freitas e, em seguida, deram início as atividades na escola. Os finalistas centraram-se na venda de comida e bebida durante o período da manhã e do almoço, para angariarem fundos para a viagem de finalistas, alguns alunos do 9.º ano levaram a um palco improvisado alguns episódios dramatizados da vida de D. Bosco, outros alunos expuseram as suas habilidades na arte da magia, a música teve, igualmente, um espaço para se ouvir através da criação de um ateliê de ritmos e sons. Em simultâneo decorreram os campeonatos de futsal masculino e feminino, dos 2.º e 3.º ciclos, no pavilhão. Devido aos fortes aguaceiros que se fizeram sentir, no período da tarde as atividades foram interrompidas e os alunos convidados a ver um filme – A menina que roubava livros – uma interessante história sobre uma jovem menina chamada Liesel Meminger (Sophie Nélisse) que sobrevive fora de Munique através dos livros que rouba, durante a Segunda Guerra Mundial. A festa de D. Bosco foi vivida em clima de harmonia, união e, claro, como não poderia deixar de ser, de muita ALEGRIA. 17 ER DA NOSSA ESCOLA VE-SE A LITERATURA SE EU NAO FOSSE Maria Almeida 7C Estava na aula, na primeira da manhã, o que queria dizer que a esta hora deveria estar de cabeça fria, mas desta vez não… Ainda ninguém tinha tirado os casacos mais pequenos e de tecido leve, os outros grandes, compridos e almofadados já estavam nos cabides, pendurados naquelas paredes brancas de pedra. A professora falava, explicava esbracejando e usando palavras que ninguém conhecia… Ninguém a não ser o Armando com a mania da arte de bem falar… A janela estava aberta, observava as folhas agitadas lá fora e desejava estar lá com elas, para sentir aquela doce brisa com o aroma do mar que via todos os dias, por vezes parecia estar de acordo com o meu estado de espírito, estava escuro e agitado mas, no céu, o cinzento deitava-se sobre as nuvens, e, tal como eu, ainda havia pequenos buraquinhos radiosos, uma esperança… As aves lá fora bailavam alegremente pelos céus, despreocupadas com a vida e com os seus deveres, se é que os tinham. Conseguia escutar as gai- Imagem: Google votas, tal como à porta de casa as escutara, e mesmo assim, apesar de tantas palavras ter ouvido desde lá, ainda me lembro do vento que por mim passou murmurando ao meu ouvido e da vontade que tivera de voar com aqueles pardais que por ali se passeavam. Ai… O que seria… Elevar-me no ar e nele ficar a flutuar apenas pela força das minhas asas, cobertas de penas leves que me aconchegariam à noite, no meu ninho, como um abraço. SABOR DO OUTONO A MINHA QUERIDA IRMA José Henrique Canhoto 8A Aquela rapariga com dois totós no cabelo castanho, olhos escuros de pantera e sorriso de princesa é a minha irmã. É diferente de todas as outras raparigas, e não é uma irmã qualquer, é a minha irmã. Apesar de só ter 8 anos, e de para todas as outras pessoas não passar de uma rapariga inocente e tímida, nem sempre é linda e fofinha como todos pensam que é. Como diz o provérbio popular “nem tudo o que brilha é ouro”. Eu sou o único que me apercebi de que a minha irmãzinha também 18 consegue ser um diabinho. Ela come-me vivo se mudar de canal de televisão quando está a dar a Violleta e põem-me surdo, de tanto gritar, se gozar com ela. Quando estou no computador, a jogar ou a conversar com os meus amigos, tenho sempre de ouvir uma musiquinha irritante da Violleta ou de outra cantora da Disney. Em resumo, ela às vezes é chata, mortífera, irritante e muito perigosa, mas mesmo assim a minha querida irmã continua a ser uma das pessoas que eu mais adoro. Madalena Lourenço 8A Adoro comer castanhas assadas no outono. Imagem: Google Aquele cheiro a castanhas assadas desperta sempre a minha atenção. Cheiram tão bem que criam água na boca. Quando estamos a passear, o assador ainda está lá ao longe, mas o cheirinho já foi ter contigo, tu segue-lo e não resistes a comprar um cartuxo. Naqueles dias chuvosos nada sabe melhor do que umas castanhas acabadas de sair do assador para aquecer e animar o dia. Aquele estalar da casca quando elas já estão no ponto e podem ser retiradas do assador é a minha música preferida no outono. Adoro aquela sensação Imagem: Google de as descascar. Aquece-nos as mãos e é divertido sentir a casca da castanha a desfazer-se. E, por fim, quando colocamos a castanha na boca e a trincamos, vem um ótimo e quente sabor que marca realmente esta época. Adoro comer castanhas assadas no Outono. 19 ER VIDAS Imagens: Google Mudar de vida não é fácil, para ninguém. Há quem se adapte bem, há quem demore a fazer essa adaptação e há quem simplesmente não o consiga fazer. A palavra “mudança” tem sido uma constante na minha vida, devido à profissão dos meus pais. E ao que consta, esta palavra fará parte do meu dicionário por um longo período de tempo. Mudar de vida implica, em muitos casos, mudar de língua, mudar de país, mudar de amigos, de hábitos, implica estar longe da tua família e mudar uma série de coisas que nos custa realmente alterar. Claro que há o reverso da medalha, também existe muita coisa boa: ser mais culto, ver monumentos, fazer amigos novos (também inimigos!), conhecer cidades maravilhosas e saber os gostos das pessoas que te rodeiam. MUDAR DE VIDA É SEMPRE UMA NOVA AVENTURA! Yamille Rossi 7C 20 Para mim, no início, era muito difícil assimilar todas estas mudanças, ainda é muito difícil agora – colegas que não falam contigo porque acham que és estranha, amigas que não te consideram muito, pesquisar escolas que sejam o melhor para nós e ver os teus pais enervados por sentirem que nós não estamos bem… E isso faz os filhos sofrer. Há muitas pessoas que não gostam de mim porque não falo bem a língua portuguesa que é uma espécie de italiano com português do Brasil e de Portugal (assustador?), porque não me conhecem muito bem e fa- zem falsos e injustos juízos de valor sobre mim, no entanto, há sempre alguém disposto e disponível para me conhecer melhor e perceber que até sou uma rapariga simpática. Existem muitas pessoas que estão na mesma situação que a minha, mas não na minha escola, e isso faz-me ficar triste, pois gostava de partilhar esta inconstância com alguém. Assim que chego a uma escola nova, começo sempre da mesma maneira – sozinha nos primeiros dias. Houve um episódio na minha escola, no Brasil, em que uma menina japonesa vivia nas mesmas condições que eu, mas ao segundo dia conseguiu fazer amigas e eu não, e isso fazia-me ficar com raiva de mim mesma e pensar «O que tenho de fazer para ser popular como aquelas raparigas na escola com as saias curtinhas?». Uma vez fiz esta pergunta à minha mãe e ela riu-se. «O que se passa?» perguntei-lhe e ela respondeu «Achas que devias mudar por causa daquelas meninas que apenas te olham e não te veem?». Eu não falei, fiquei calada mas pensei «A minha mãe tem razão. Como sempre.». O dia seguinte foi para esquecer. Cheguei triste a casa, mas a minha mãe não notou. Quando o meu pai chegou, perguntou-me porque estava triste e eu respondi-lhe que estava triste porque não tinha amigas (e também amigos) e ele disse-me que poderia mudar de escola e que me ia dar tempo para decidir até dezembro. No dia seguinte falei sobre isto com um colega meu, que mais tarde viria a ser um grande amigo português, que ficou triste e me disse para eu não mudar. Sem eu saber, ele falou com outra amiga que também ficou com pena pela minha saída. Foi nesse momento que tudo começou a mudar, inclusivamente a minha opinião sobre os portugueses. Então, comecei a gostar de Portugal. Mas… Queria ter uma afirmação… Então fui ter com o meu pai e perguntei-lhe a MESMA coisa, mas a resposta não foi muito diferente, ainda que mais irónica. «Queres mudar de escola? Oh coitadinha… A minha filhinha quer mudar de escola!» 21 ER VISITA DE ESTUDO CONVENTO PALÁCIO DE MAFRA Imagem: Google 22 Bianca Vieira e Matilde Mendonça 8A No dia 16 de Janeiro de 2015, os alunos do oitavo ano foram numa visita de estudo, no âmbito da disciplina de História, ao Palácio Nacional de Mafra. Era uma visita de estudo guiada e o professor entregou-nos um guião com informações a recolher sobre este monumento para elaborarmos um relatório em grupos de dois alunos. Aprendemos que o Palácio Nacional de Mafra foi mandado construir por D. João V para cumprir uma promessa no caso de a sua mulher, D. Maria Ana da Áustria, lhe dar um descendente. Foi construído entre 1717 e 1750, tendo sido utilizados 52 mil trabalhadores. Os materiais utilizados (pedra e mármore) vieram da zona de Sintra, de Mafra e de Pêro Pinheiro. O edifício tem 40 mil metros quadrados de construção com uma fachada de 200 metros de comprimento e uma altura de 68 metros nas duas torres. Tem 1200 divisões e 4500 portas e janelas. O estilo dominante, deste monumento, também conhecido como Convento de Mafra, é o Barroco Joanino. A sua monumentalidade e grandiosidade, bem como a sua riqueza decorativa vão ao encontro das características deste estilo, que marcou o século XVIII. As principais divisões do Palácio são a Basílica, os aposentos do Rei e da Rainha localizados em duas torres de 232m, a sala de Caça e a Biblioteca. A biblioteca tem 88m de comprimento e 13m de altura. Este monumento é do estilo Barroco e é decorado de forma luxuosa com muitos acessórios e mobiliário, pinturas e esculturas italianas, madeiras exóticas, veludos e mármores e enormes candeeiros nos tetos. A Biblioteca é a divisão mais importante do palácio com 40 000 obras sobre várias áreas: medicina, matemática, história, geografia, viagens, religião, arte etc. Estão aqui guardadas várias Bíblias antigas e os Lusíadas de Luís de Camões. Há obras famosas em francês, latim, inglês e apenas 6 em português. O Rei pagou ao Papa um elevado montante para ter três estantes com livros proibidos. Os morcegos que ali vivem ajudam a preservar as obras. A biblioteca é também conhecida por ter morcegos que ajudam a preservar as obras, pois alimentam-se de insetos que poderiam ser prejudiciais. Gostámos imenso de participar nesta visita de estudo que foi muito interessante. Aprendemos sobre a matéria que estamos a estudar, confraternizamos com os nossos colegas e professores e vivemos a História na primeira pessoa. 23