expresso do rosário – 1.ª edição

Transcrição

expresso do rosário – 1.ª edição
D. BOSCO
ER
EXPRESSO DO ROSÁRIO
1.ª EDIÇÃO | Externato Nossa Senhora do Rosário 2014|2015
Entrevista
PEDRO
PINTO
“Acima de tudo, gosto
de transmitir ensinamentos
e conviver com gerações mais
novas, umas mais sonhadoras,
outras mais reivindicativas.”
GIL VICENTE
Alunos expõem
as suas opiniões
sobre o dramaturgo
MAFRA ETERNA
ER
EDITORIAL
Inês Pereira, diretora
EXPRESSO
DO ROSÁRIO
UM ESPACO PARA
A PALAVRA QUE
É NOTÍCIA
A primeira edição de um jornal é
um marco que deve ser devidamente assinalado. No ano letivo
de 2014-2015, a escola projetou
e implementou, de forma efetiva,
e pela primeira vez, um Clube de
Jornalismo, dando, assim, resposta
à Educação para os Media, processo
pedagógico que as escolas podem
integrar na sua ação educativa,
ÍNDICE
02 Editorial
03 Notícias
09 Cinema
Se eu ficar
defendem e reiteram a introdução
destas disciplinas em todos os níveis
promovendo todos os meios de de ensino, a formação de professores
expressão e comunicação que o nesta área e o fortalecimento de
avanço tecnológico foi colocando laços de cooperação internacional.
à disposição da sociedade.
Esta primeira edição do nosso jorHá muito que a relação da escola nal escolar é produto do trabalho
com os meios e redes de comunica- realizado pela equipa dedicada que
ção social vem sendo globalmente o compõe, bem como por outros
refletida e analisada, sobretudo alunos que não integram o Clube
a partir do momento em que se de Jornalismo, mas cujo bichinho
tornou evidente e incontornável o jornalístico pulula interiormente.
consumo e produção de media por Neste editorial, é imperativo que
parte de jovens e adultos e o facto se elogie o trabalho da equipa gráde este consumo e produção exi- fica que deu vida às palavras e se
girem níveis de literacia elevados. elogie o trabalho dos jovens Ronan
Na última década, muitos estudos Villamar, Maria Almeida e Yamille
foram originados e documentados Rossi que em muito contribuíram
por instituições europeias e inter- para a produção de textos sobre
nacionais, com especial destaque tudo aquilo que constitui notícia na
para o trabalho desenvolvido pela nossa escola, a forma entusiástica
UNESCO (United Nations Educational, com que entrevistaram o jornalista
Scientific and Cultural Organization), Pedro Pinto ou como se expuseram
pelo Parlamento Europeu e, em na escrita de textos autobiográfiPortugal, pelo Conselho Nacional cos. Estes são os nossos alunos, os
de Educação, que atestam a impor- nossos “fazedores de notícias”, os
tância da Educação para os Media, nossos sonhadores, os nossos jovens.
da Literacia da Informação e da Para eles, a palavra “obrigada” não
Literacia Informativa e Mediática no me chega. Viva o jornalismo, viva o
ambiente digital, documentos que Expresso do Rosário!
10 Entrevista Pedro Pinto
12 Conhecimento
O que os alunos sabem
sobre a Torre de Babel?
14 Opinião
17 D. Bosco
18 Da nossa escola
Expresso do Rosário: E tu, João,
o que significa para ti este 2.º
lugar, também dos Iniciados
Masculinos?
João (8A): Significa muito trabalho
e é com uma enorme felicidade que
vivo este momento.
ATIVIDADE
DE APURAMENTO
PARA O CORTA
MATO CONCELHIO
ADIADA MAS
CONCRETIZADA
No dia 3 de dezembro assinalou-se a atividade de apuramento
para o Corta-mato concelhio que
havia sido cancelado no dia 11 de
novembro devido às condições
climatéricas. Este evento, para
orgulho de muitos alunos, realizou-se no interior do pavilhão
desportivo, ao longo da manhã.
Os primeiros a correr foram os alunos
do 2.º Ciclo, entre as oito e meia e
vê-se a literatura
Convento de Mafra
Expresso do Rosário: Marisa, alcançaste o 3.º lugar na categoria
Infantis B, é um orgulho poder
representar a nossa escola?
Marisa (6A): Sim, claro, é um grande orgulho e estou muito feliz por
poder seguir para a próxima etapa.
Expresso do Rosário: Agradecemos a participação de todos vós e
desejamos muito boa sorte para a
próxima fase!
No âmbito do Dia Mundial da Alimentação, as crianças da Educação
Pré-escolar visitaram o mercado da vila de Cascais, no dia 15 de outubro, onde, contactaram com os produtores, fazendo-lhes perguntas
sobre os diversos legumes e frutas. Puderam observar, cheirar e tocar
nos vários frutos que lhes foram mostrados, visitaram a peixaria e os
armazéns frigoríficos. No fim, compraram alfaces, couves e cebolas para
plantar e dar continuidade à hortinha da escola.
Alunos de 9.º ano
explicam Gil Vicente
FICHA TÉCNICA
Diretora | Inês Pereira • Editores | Maria Almeida, Ronan Villamar, Yamille Rossi • Colaboradores | Alunos do 2.º e 3.º Ciclos
02
Expresso do Rosário: Hugo, como te sentiste ao alcançar o 1.º
lugar dos Iniciados Masculinos?
Hugo (8A): Foi uma boa sensação,
dediquei-me bastante e vi esse
esforço recompensado.
Expresso do Rosário: A quem
dedicas esta vitória?
Sara (5C): Dedico esta vitória à
minha prima que está doente para
a animar um pouco.
DIA MUNDIAL
DA ALIMENTACAO
22 Visita de estudo
as dez e meia da manhã, aos quais
se seguiram os alunos do 3.º Ciclo,
que participaram seguidamente. O
espírito de corredor fez-se sentir
em todos os participantes, mesmo
entre aqueles que não alcançaram
vitória e foi em ambiente de desportivismo que todos vivenciaram este
momento. Na sexta-feira, dia 12 de
dezembro, realizou-se o Corta-mato
de Concelhio. No final da atividade,
o Expresso do Rosário entrevistou
alguns alunos que se destacaram
nas respetivas categorias.
Expresso do Rosário: Sara, alcançaste o 2.º lugar na categoria de
Infantis A, sentes-te confiante
em relação à próxima prova?
Sara (5C): Sinto-me confiante e
farei tudo para alcançar um bom
lugar no Corta-mato Concelhio, já
na próxima sexta-feira.
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03
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NOTÍCIAS
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CHUVA DE SAO
MARTINHO
ATRAPALHA,
MAS NAO ESTRAGA
MAGUSTO
No dia 11 de novembro assinalou-se
o dia de São Martinho e o corta-mato no Dramático de Cascais que
foi este ano cancelado devido ao
mau tempo previsto pelo Instituto
Português do Mar e da Atmosfera,
Alunos reúnem-se no pátio da contrariando, assim, a tendência de
escola, na tarde do dia 11 de que neste dia o sol nasce quente e
novembro, para celebrarem o dia o verão parece voltar a alegrar os
portugueses.
de São Martinho.
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ABERTURA
DO BICENTENÁRIO
DO NASCIMENTO
DE DOM BOSCO
No dia 16 de setembro de 2014,
demos início, na nossa escola, ao
ano do bicentenário do nascimento
de D. Bosco. Diz-nos o Reitor-mor
da família salesiana que este “é
um ano de graça que devemos
viver com profundo sentimento de
gratidão ao Senhor, com humildade,
mas também com grande alegria
porque foi o mesmo Senhor quem
abençoou este belo movimento espiritual apostólico” do qual a nossa
comunidade educativa faz parte!
D. Bosco nasceu no dia 16 de agosto
04
Os finalistas venderam cachorros,
pizas, bolos, gomas, chocolates e
outros doces que encheram a barriga
dos estudantes que, em seguida,
foram queimar as calorias ingeridas
jogando matraquilhos, pingue-pongue, correndo, brincando bastante
e dançando ao som das músicas do
jogo Just Dance 4, da Playstation.
Depois do almoço, as castanhas
foram assadas pelas cozinheiras e
distribuídas pelas quinze turmas. Os
alunos sentaram-se em círculos para
saborearem as castanhas quentinhas
enquanto conversavam entre si e
com os professores. No entanto, a
chuva impediu-os de continuarem
a saboreá-las e todos regressaram
às salas. Apesar da chuva, os alunos
continuam a dar valor e importância
a um dia que remonta a uma antiga
tradição de comemoração do Dia de
Todos os Santos, onde se acendiam
fogueiras e se assavam castanhas.
de 1815 em Itália (Becchi) e desde
logo abriu o coração ao projeto de
felicidade que Deus queria realizar
na sua vida. O seu sim a tantos
desafios deu origem a uma história (e uma corrente) de santidade
que envolveu homens e mulheres,
crianças e jovens.
No bom-dia, pedimos a Jesus, pelas
mãos do nosso santo fundador,
que desperte em cada um de nós
o carisma salesiano que vem sendo
semeado desde há 1, 5, 20, 50,
200 anos. Todos: alunos, irmãs,
professores, auxiliares e pais, somos
o Sonho de D. Bosco a realizar-se
em cada dia para a glória de Deus.
Não deixemos passar indiferente
um acontecimento tão importante
pois contamos “Contigo, para dar
vida ao sonho”!
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CAMPANHA
MISSIONÁRIA
MANHA DA
ASTRONOMIA
COMO É O ESPACO?
Vasco Eloi, colaborador no Observatório de Coimbra, veio à
nossa escola falar-nos sobre o
Espaço. Esta atividade aconteceu
no salão de festas no dia 20 de
outubro.
O professor Vasco Eloi ofereceu-se
para nos mostrar como é o Espaço
dentro de um Planetário.
Todos os alunos ficaram fascinados
com o Planetário, sobretudo quando
contemplaram o seu interior, repleto
de estrelas e planetas, recriados a
partir da projeção de imagens.
O professor referiu muitos pormenores acerca das luas, explicou a
formação das estrelas e mostrou
algumas constelações, que impressionaram os alunos pelo facto de se
assemelharem a figuras de animais
e deuses da Antiguidade.
Os alunos gostaram muito desta
experiência que lhes trouxe conhecimentos sobre Astronomia.
Começamos mais uma campanha missionária! Este ano,
entrelaçamos as nossas mãos
e colaboramos com a missão
das irmãs salesianas da Amazónia- Brasil. A Província de
Santa Teresinha, Manaus, é
uma presença missionária das
FMA que anima e apoia algumas comunidades indígenas
localizadas nas margens do
Rio Negro e seus afluentes.
O nosso contributo permitirá
que o seu trabalho alcance
cada vez mais pessoas que
vivendo geograficamente
isoladas vêem-se tantas
vezes privadas do essencial.
Contamos Contigo para, juntos, darmos vida ao sonho
missionário.
05
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NOTÍCIAS
CONCURSO DE LEITURA DO PLANO NACIONAL DE LEITURA
2014/2015
DEUS TOTE SURPREENDE ALUNOS DE 7.0 ANO
EM VISITA DE ESTUDO
Primeira fase do Concurso de
Leitura promovido pelo PNL leva
32 alunos do 3.º ciclo a realizar
prova na escola. O Anibaleitor, de
Rui Zink, foi a obra escolhida. Os
vencedores estão selecionados.
No dia 19 de novembro de 2014, os alunos do 7.º ano visitaram o Museu Nacional de Arqueologia
em Belém, no Mosteiro dos Jerónimos. Nesta visita os alunos puderam aprender mais sobre a cultura
egípcia. O Jornal da Escola esteve lá e conta como tudo aconteceu.
escrevermos os nossos nomes. E
assim terminou uma histórica visita
Imagem: Google
de estudo. Para saberem um pouco
mais sobre o museu, leiam o texto
que se segue.
Decorreu no dia 16 de janeiro a
3.ª edição do Concurso de Leitura
promovido pelo Plano Nacional de
Leitura na nossa escola, direcionado
a todos os alunos do 3.º ciclo. Foram
trinta e dois os participantes das
várias turmas de 7.º, 8.º e 9.º anos.
A obra que todos tiverem de ler intitula-se O Anibaleitor, de Rui Zink,
uma parábola sobre a atualidade, uma
narrativa alegórica sobre o poder da
leitura, protagonizada por um jovem
perdido na sua adolescência que,
após um naufrágio, alcança a ilha
do Anibaleitor, que é, na verdade um
animal leitor, e, juntos, descobrirão o
sentido da amizade e a importância
que as histórias narradas nos livros
têm sobre nós.
Dos trinta e dois participantes, apenas três alunos passaram à segunda
fase do concurso, a Inês Gromicho,
do 7.ºC, a Ana Manaças, do 8.ºC e
a Natacha Alves, do 9.ºC. A escola
agradece a participação de todos os
alunos que se empenharam nesta
iniciativa, cujo principal objetivo é
estimular o treino da leitura e desenvolver competências de expressão
escrita e oral junto dos alunos do 3.º
Ciclo do Ensino Básico e do Ensino
Secundário.
II EDICAO DA FEIRA DO LIVRO
Na semana de 1 a 5 de dezembro, decorreu a II edição da
Feira do Livro no laboratório
da escola.
Pelo segundo ano consecutivo,
o nosso colégio abriu as portas
do laboratório da escola aos
livros, nesta que foi a II edição
da Feira do Livro. Este ano a
feira contou com muito mais
títulos de autores portugueses
e estrangeiros, editados pelo
Grupo Leya, pela Porto Editora
e pelas Edições Afrontamento.
Os alunos passearam pela
Feira nos momentos de pausa,
06
folhearam os diversos títulos
direcionados a todas as idades,
tanto para os mais pequeninos,
como para os adultos.
Na terça-feira, dia 2 de dezembro,
a escritora Alice Vieira visitou a
Feira do Livro e disponibilizou-se para um encontro de autor,
onde falou sobre a sua infância, as suas obras literárias, o
jornalismo e sobre a escrita. Os
alunos colocaram as perguntas
e a escritora respondeu a todas
elas com entusiasmo. No final,
a escritora autografou dezenas
de livros, o que deixou os alunos
orgulhosos e motivados para a
leitura.
Imagem: Google
Neste dia chuvoso, os alunos do 7.º
ano visitaram o Museu de Arqueologia em Belém, para aprender mais
sobre os Egípcios, um povo antigo.
Quando entrámos no Mosteiro dos
Jerónimos, onde se encontrava a
exposição, observámos alguns objetos que estavam expostos. Assim
que entrámos na sala, vimos uma
espécie de lápide que tinha gravado
um olho, o olho de Osíris ou Hórus.
A guia disse que o olho servia para
proteger os egípcios dos deuses
inimigos. Na exposição só havia um
dos olhos, o olho esquerdo. O olho
direito ainda não foi encontrado.
Seguidamente vimos o mapa do rio
Nilo. Neste mapa a guia explicou-nos
onde se situava o Egito e falou-nos
das cheias que marcaram a história
do país.
Na sala contígua vimos uma redoma
que protegia alguns acessórios antigos, como pulseiras, brincos, san-
dálias, entre outros. Nesta divisão a
guia falou-nos sobre os acessórios,
mas mais especificamente sobre as
sandálias. Depois fomos ver outras
espécies de lápides enormes que
tinham escrita hieroglífica, a escrita
antiga egípcia. Em seguida apareceu
uma pessoa mascarada de Tote, o
deus que inventou a escrita. Alguns
alunos assustaram-se quando este
senhor apareceu. Ele explicou-nos
como se utilizava a escrita hieroglífica. Também nos disse que foi
este deus que inventou a escrita
e que foi o mesmo a ensinar aos
escribas. O Deus afastou-se e nós
continuámos a visita. Entrámos numa
outra sala que tem um sarcófago
e a guia mostrou-nos os desenhos
que estavam no seu interior. Um
dos desenhos era um dos deuses
que existiu no Egito. Em seguida
fomos para um sala em que nos
foi entregue uma folha de papel
que se parecia com o papiro para
Um pouco de história…
Lápide que tinha gravado o olho de
Osíris ou Hórus: Esta lápide tinha um
olho, o olho esquerdo que simbolizava
a proteção. Os egípcios usavam-no
ao pescoço, como um colar, para se
protegerem. Estes colares também
estavam nos túmulos dentro das
ligaduras para proteger os egípcios
depois da morte.
Pulseiras, brincos e sandálias: Estes
acessórios só podiam ser utilizados
por grupos privilegiados. Os escravos,
camponeses e artesãos andavam
descalços.
Tote: Ele é o deus da escrita, aquele
que inventou a escrita hieroglífica.
Outros deuses conhecidos são
Amon-Rá (ou Amon-Ré), Ísis, Hórus,
Anúbis e Osíris.
Sarcófago: Em Portugal utiliza-se um
caixão para enterrar os mortos. Os
egípcios utilizavam um sarcófago.
Este sarcófago continha alguns
desenhos sobre o Egito. Os egípcios
acreditavam na vida para além da
morte. Para que isso acontecesse
eles tinham de ser mumificados e
postos num sarcófago. Só as pessoas privilegiadas é que podiam
ser mumificadas pois era muito
dispendioso.
07
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NOTÍCIAS
CINEMA
VISITA AO MEDIA LAB
No passado mês de outubro, os alunos do 8.º ano deslocaram-se ao Centro Educativo Media Lab,
do Diário de Notícias, em Lisboa, para experienciarem algumas atividades relacionadas com o
jornalismo.
Os alunos tiveram oportunidade de participar num workshop que lhes permitiu colocar em prática os
conhecimentos teóricos aprendidos nas aulas de Português, designadamente, a compor uma notícia,
respeitando a sua estrutura. Por algumas horas, todos foram jornalistas. Enquanto alguns alunos se
dedicavam à elaboração da primeira página do jornal, dispostos em mesas redondas, redigindo textos e
selecionando imagens, outros escreviam notícias que viriam a ser lidas pelos próprios, num estúdio no
interior das instalações, como se de um direto televisivo se tratasse. Durante a elaboração dos textos,
a equipa do Media Lab orientou os alunos, esclareceu dúvidas e partilhou técnicas que todos tentaram
colocar em prática.
SE EU
FICAR
Este workshop foi complementado, no início, com um vídeo exibido num pequeno auditório sobre a génese
dos meios de comunicação social e sobre a história da comunicação, tendo sido alertados para o perigo
que constitui, hoje em dia, o vasto mundo da Internet das redes sociais em particular.
Esta foi já a segunda vez que a Escola levou alunos de 8.º ano a conhecer o Media Lab e mais uma vez
todos consideraram a experiência dinâmica e proveitosa.
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De: Denisse Di Novi
Com: Chloe Grace Moretz –Mia Hall
Mireille Enos – Kat Hall
Joshua Leonard – Denny Hall
Jakob Davies – Teddy Hall
Jamie Blackey – Adam Wilde
Género: Drama
Classificação: M-12
Sofia Pereira 6A
A jovem Mia Hall pensava que a
decisão mais difícil da sua vida seria
ter de escolher entre ir para Julliard
ou começar um novo caminho com
o seu namorado Adam Wilde. Mas
antes de tomar a grande decisão
da sua vida vai em viagem com
a sua família da qual resulta um
acidente de carro, indo Mia parar
ao hospital em coma, perdendo
os seus pais Kat e Denny e o seu
irmão mais novo Teddy. Então tudo
muda. Enquanto está no hospital
entre a vida e a morte volta ao seu
passado e vive a experiência desde
o dia em que conheceu Adam até
ao dia do acidente (cerca de um
ano) e ao mesmo tempo observa
amigos e familiares a irem vê-la. A
sua vida está em jogo.
É um filme misterioso, baseado no
romance If I stay, do americano Gayle
Forman. O filme apresenta diálogos
interessantes, muito bem representados, nota-se que mostram amor,
ódio e até parece que se sente o
drama. A forma como a ação está
construída, o regresso ao passado
e ao presente, é muito excitante,
porém complicada. O filme tem
uma grande carga de suspense.
Aconselho a irem vê-lo e espero
que gostem tanto como eu.
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09
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ENTREVISTA
PEDRO
PINTO
Entrevista ao jornalista da TVI Pedro Pinto
Ronan Villamar 7C
O que o motivou a escolher o jornalismo?
O gosto pela atualidade. O facto de sentir um enorme gosto em acompanhar a realidade social, política, económica e desportiva que nos rodeia.
Que curso tirou para seguir esta profissão?
O Curso de Formação Geral em Jornalismo. A licenciatura foi em Relações Internacionais e o Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação
Internacional.
Quando andava na escola, escrevia para algum jornal?
Não na escola, mas na Universidade. Foi um tempo agradável para expressar opiniões e pontos de vista de forma livre e desabrida.
O Último Bandeirante surgiu de
uma viagem que fiz à Amazónia.
Na altura, descobri a imensidão e o
poder da selva. Ao mesmo tempo,
percebi que tinha sido um português, de Beja, a empreender uma
das viagens mais fantásticas de
que há memória. E tive vontade de
a contar. Estou ainda mais contente que, para além do sucesso em
Portugal, este romance foi agora
publicado no Brasil.
As referências de adolescente não passavam pelo jornalismo. Enquanto profissional, aprendi que se aprende com toda a gente, desde que
estejamos atentos. Umas vezes, coisas boas, outras, caminhos que não
devemos seguir.
Fale-nos do seu novo projeto
Palavra de Escritor, na TVI24.
Como surgiu esta ideia?
10
É professor na Universidade
Autónoma de Lisboa. O que o
encanta nesta sua vertente de
professor?
Sou professor na Universidade Autónoma vai para 18 anos! Acho que
estou a ficar velho e os alunos já não
me aturam!!! (risos) Acima de tudo,
gosto de transmitir ensinamentos e
conviver com gerações mais novas,
umas mais sonhadoras, outras mais
reivindicativas. É bom sairmos do
mundo da televisão e do jornalismo
e respirarmos o ar que se vive lá
fora. Depois, ensinar obriga-nos a
refletir e a sistematizar muito do
que fazemos, muitas vezes sem
grande análise e de forma repetitiva.
Gostaria de o ver adaptado ao
cinema?
Quando era adolescente, quais eram as suas referências no
jornalismo?
Eu sempre gostei de escrever, de comunicar. Ainda assim, escrever um
livro é um exercício diferente. Exige disciplina e uma ideia da arquitetura
da escrita e da história que estamos a desenvolver diferentes da escrita
Sim. Tenho uma ideia do que quero
fazer, embora ainda não em definitivo. Digamos que ainda há algumas
pontas em aberto. Mas será mais
um romance histórico, sobre uma
grande personalidade portuguesa.
Em que se inspirou para escrever
o seu livro O Último Bandeirante?
Muito! Modéstia à parte, acho
que daria um bom filme, pleno de
sedução, aventura e lugares exóticos. Pelo menos, é o que dizem
os leitores! (risos)
Para além de jornalista, também é escritor. Quando percebeu
que gostava de escrever?
Tem planos para uma próxima
obra?
usual. Tem tanto de epifania como,
por vezes, de doloroso. Sobretudo,
no final. Mas é, na maior parte do
tempo, um desafio muito agradável.
E muito solitário, diga-se.
Que conselhos pode dar a quem
pretende ou gostaria de seguir
o jornalismo?
O principal conselho que deixo é
o de que devem lutar por fazer
aquilo de que gostam. Só somos
bons profissionalmente quando
gostamos do trabalho que fazemos.
Tudo o resto virá por acréscimo...
Os escritores dão conversas agradáveis. Contam histórias interessantes
e falam dos livros que os marcaram.
Eles falam, eu escuto, procurando
intervir o menos possível. A ideia
é essa.
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11
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CONHECIMENTO
Imagem: Google
BABEL
O que os alunos sabem sobre a
Torre de Babel ?
Conheça as suas visões, em
português e francês.
La Tour de Babel est un passage de
la Bible que je ne connaissais pas.
Il fait partie de l’Ancien Testament
et il se passe après le déluge.
Torre de Babel
Natacha Alves 9C
Je pense que cette histoire nous
parle des hommes ou d’un peuple
qui aiment la splendeur et le pouvoir.
Ils ne pensent pas aux autres. La
construction de la Tour de Babel,
une œuvre splendide, a obligé
Dieu à punir ses constructeurs
parce qu’ils étaient capables de
s’approcher de Lui.
A Torre de Babel é uma das narrativas
do livro do Génesis, que se encontra
na Bíblia, mais precisamente no
Antigo Testamento, onde se fala
de uma torre construída pelos descendentes de Noé, após o dilúvio.
A história diz-nos que esses descendentes de Noé resolveram criar
uma torre tão alta que alcançasse
o céu, então Deus desceu “para ver
a cidade e a torre, que os filhos
dos homens edificavam” e vendo
o que estes tentavam fazer decidiu confundir-lhes as línguas para
impedir que concluíssem a sua
torre dizendo “Vinde, desçamos e
confundamos ali a sua linguagem,
para que não entendem a linguagem
um do outro”.
Após esta história, a reflexão que
eu faço é que os homens foram
ingratos, mesmo depois do Senhor
lhes ter dado tudo o que tinha,
eles queriam mais, tendo de Deus
confundir-lhes as línguas para que
se pudessem espalhar no mundo
e criar algo. “Babel” que significa
confusão em hebraico foi como
ficou chamada a Torre, a Torre da
confusão. Hoje em dia, muitas vezes,
somos ingratos àquilo que temos
e quando o perdemos é que percebemos o quanto era importante.
La Tour de Babel
Mariana Brito 9C
12
Ce passage de la Bible montre que
nous ne devons pas être orgueilleux
et arrogants comme ces hommes
l’ont été. Je pense que Dieu a bien
fait de punir les constructeurs parce
qu’ils voulaient être supérieurs à
Dieu et ils étaient contre Lui.
Si je voulais construire une Tour, je
construirais une Tour utile à toutes
les personnes.
A Torre de Babel
Maria Helena João 9A
Esta história ensina-nos que devemos respeitar Deus, pois Ele
é poderoso, e que não devemos
desafiá-Lo. Esta história é também a origem das várias línguas
existentes na terra, assim como
dos diferentes países e culturas, e
deixa connosco uma lição, a saber:
somos todos diferentes de culturas
para culturas, mas também todos
iguais pois todos fazemos parte da
obra-prima de Deus, criados à Sua
imagem e semelhança.
Hoje em dia, esta história ainda
existe pois as pessoas tentam ser
como Deus e desafiam-No tal como
outrora também O desafiaram com
a tentativa da construção da torre
para chegar até ao céu.
La Tour de Babel
Sofia Morgado 9A
Les scientifiques disent que seulement 15% de notre communication
se fait par les mots (les langues),
35% par les bruits de voix, puis
50% par les expressions du corps.
Je pense que les différentes langues ne devraient pas être thème
de discussion, quand elles ne représentent qu’à peine une petite
partie de notre communication
! Si, dans le passé, ils voulaient
vraiment se comprendre et s’ils
voulaient réellement savoir, ils
auraient trouvé une solution pour
communiquer. Mais le manque
d’intérêt, de compréhension et le
désir de s’affirmer ont empêché
une véritable communication.
La Tour de Babel existe-t-elle
encore de nos jours ? Oui, mais
seulement pour qui le veut, parce
qu’il y a déjà une langue considérée
internationale (l’Anglais), qui facilite
les échanges.
Qu’est-ce que c’est la Tour de Babel
aujourd’hui ? C’est une barrière
psychologique que nous plaçons
quand quelqu’un d’une autre culture
parle avec nous. Accepter l’autre,
c’est l’unique manière de démolir
la Tour de Babel.
C’est pourquoi, je pense que c’est
très important de célébrer la journée européenne des langues pour
abolir les frontières humaines.
13
ER
Imagem: Google
OPINIAO
ALUNOS DE 9
ANO EXPLICAM
0
GIL
VICENTE
Henrique Gonçalves 9C
Não posso de todo desperdiçar
esta oportunidade que a escola
me deu, para escrever umas
simples balelas sobre futebol
e política. Hoje vou falar sobre
o pai do Teatro Português. Sim,
Gil Vicente (não rapazes, não
é o clube de futebol), é um
encenador do século XVI, foi
um homem sempre ligado à
sátira e à ridicularização do
que o rodeava. Estou no 9.º ano e encontro-me a estudar Gil Vicente. A
linguagem é extremamente
complexa e antiga, mas isso
14
faz com que cada palavra seja
um universo de evoluções, em
que de tempos a tempos nos
apercebemos que há um mar
repleto de caravelas prontas
a mudar. Mas “pera” que serve Gil Vicente
nos dias de hoje? É importante sermos confrontados com
a linguagem dos tempos de
Camões e com o contraste que
se verifica entre as sociedades
de lá e de cá. Com o Auto da
Barca do Inferno aprendi que
as ideias daquele século, a
linguagem e, sobretudo, os
grandes alvos da sátira são
os mesmos. Já naquele tempo
se gozava com aqueles que
tinham o controlo absoluto,
o poder e a riqueza, tal como
hoje gozamos com os políticos
manhosos (perdoem-me aqueles
políticos que são sérios, mas
desses ninguém quer saber,
pois não encaixam nas ideias
da personagem-tipo).
Por isso, obrigado Gil Vicente
por me dares o prazer de viver
no século XVI e por me fazeres rir com as tuas indiretas
à sociedade e com o teu sarcasmo incomparável- ridendo
castigat mores.
15
ER
D. BOSCO
OPINIAO
D. BOSCO
Tomás da Fonseca Petinga 9A
Gil Vicente, criticando o “antigamente”,
atinge os tempos correntes. Aquilo
que se vivia na época (século XVI),
vive-se hoje, ligeiramente diferente,
mas no fundo o princípio é o mesmo.
A língua utilizada não é de leitura
fácil, o que faz com que a obra seja
apenas linda no 9.º ano, e os assuntos abordados requerem alguma
maturidade, designadamente para
se perceber a crítica social explícita
e implícita.
Com a leitura dos textos percebem-se variadíssimas coisas. Afinal a
corrupção e os “interesses” da igreja
não são coisas dos séculos XX e
XXI. Através do cómico (dos vários
tipos), cria-se uma forma divertida de
aprender história, porque no fundo
isto é história! É, de facto, uma obra
de leitura difícil, mas é mais um mo-
Francisco Correia 9B
Assumamos Gil Vicente como um
homem cuja existência física remonta há vários séculos, mas cujas
obras e assuntos mencionados não
poderiam estar mais de acordo com
os valores morais de hoje e com a
nossa sociedade.
Vejo-o como um homem ousado,
que se atreve a criticar instituições com um humor fascinante,
mas degradante para a sociedade.
Devo também acordar que de facto
a leitura pode apresentar um grau
de dificuldade que possivelmente
ultrapassa os conhecimentos literários dos alunos; contudo, o estudo
das obras, no decorrer do 9.º ano,
16
tivo para se ter interesse na leitura
da obra. É uma aventura desvendar
o que palavras nunca antes vistas mostram coisas tão simples
e banais. Palavras como “samica”,
que significa talvez, p o d e n d o
ou não ser muito
diferentes, mostram
uma escrita em
desuso que por
detrás escondem
muita essência. Essência essa que espoleta o
interesse na descoberta.
É curioso saber como apesar da
mudança linguística, aquilo que é
alvo nesta obra mantém-se bastante presente na actualidade, e irá
provavelmente prolongar-se mais
algumas gerações.
Imagem: Google
FlashBosco decorreu no fim
de semana do dia 10 e 11 de
janeiro, em Évora.
Imagem: Google
que são uma fonte riquíssima de
conhecimentos, têm a capacidade de
alargar horizontes e abrir aos alunos
uma porta – ou mesmo várias, para
a verdadeira literatura portuguesa,
aquela que não nos facilita a vida,
mas sim nos obriga a recorrer aos
nossos sentidos cognitivos. Retrata-nos problemas daquela época,
contribuindo também para a cultura
histórica.
Julgo que Gil Vicente, em suma,
contribuiu grandemente para o que
nós hoje estipulamos como humor
crítico, usando o riso como o seu
meio preferido para não só entreter
quem presenciava os teatros dele,
mas como também aproveitar para
tentar corrigir aquilo que ele considerava de falhas no meio social em
que estava inserido.
Quanto às aplicações académicas, a
sua leitura traz inúmeros benefícios
em vários âmbitos de aprendizagem – como vocabulário, gramática,
história, e estes são notáveis e
possibilitam aos alunos de hoje
um maior conhecimento da cultura
literária e histórica, ao mesmo tempo
que os enriquece e prepara para
outros grandes escritores e outras
grandes obras.
No dia 10 de janeiro 23 alunos da
escola foram ao MJS – Movimento
Juvenil Salesiano, que decorreu
em Évora. Os alunos partiram do
colégio pelas oito e meia da manhã
em direção a Vendas Novas, onde
pernoitaram nos respetivos dormitórios da escola salesiana. As atividades foram variadas, desde jogos
desportivos a questionários junto
de desconhecidos sobre D. Bosco,
de passeios a momentos de oração
e reflexão, o que se traduziu numa
experiência muito interessante. Os
alunos conviveram com Padres, Irmãs e professores e juntos viveram
momentos de alegria e plenitude.
Este encontro de adolescentes,
em pleno mês de janeiro tem como
objetivo uma aproximação à pessoa
do nosso fundador, S. João Bosco,
que tem sempre tanto para nos
ensinar. Deste vez falámos sobre os
seus sonhos e relendo-os refletimos
sobre os nossos próprios sonhos: a
importância que lhes damos, o que
fazemos para os concretizar, que
pessoas estão ao nosso lado para
nos ajudar. O Flashbosco é também um tempo de muito convívio,
partilha e conhecimento entre os
adolescentes das diferentes casas
salesianas. Juntos começamos um
caminho que terá continuidade
noutros encontros que se realizarão
ao longo do ano. SOMOS MJS! (hino
do movimento).
Festa de D. Bosco
Sexta-feira, dia 30 de janeiro,
a escola celebrou a festa de D.
Bosco com várias atividades, em
clima de alegria.
Na impossibilidade de a escola
assinalar o dia de D. Bosco no
dia 31 de janeiro, por ser sábado, este importante dia foi celebrado na sexta-feira 30. Na parte da manhã, a escola assistiu a
uma Eucaristia, celebrada pelo
Padre Juan Freitas e, em seguida, deram início as atividades na
escola. Os finalistas centraram-se na venda de comida e bebida
durante o período da manhã e do
almoço, para angariarem fundos
para a viagem de finalistas, alguns alunos do 9.º ano levaram a
um palco improvisado alguns episódios dramatizados da vida de
D. Bosco, outros alunos expuseram as suas habilidades na arte
da magia, a música teve, igualmente, um espaço para se ouvir
através da criação de um ateliê
de ritmos e sons. Em simultâneo
decorreram os campeonatos de
futsal masculino e feminino, dos
2.º e 3.º ciclos, no pavilhão. Devido aos fortes aguaceiros que
se fizeram sentir, no período da
tarde as atividades foram interrompidas e os alunos convidados
a ver um filme – A menina que
roubava livros – uma interessante história sobre uma jovem menina chamada Liesel Meminger
(Sophie Nélisse) que sobrevive
fora de Munique através dos livros que rouba, durante a Segunda Guerra Mundial.
A festa de D. Bosco foi vivida em
clima de harmonia, união e, claro, como não poderia deixar de
ser, de muita ALEGRIA.
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ER
DA NOSSA ESCOLA VE-SE A LITERATURA
SE EU NAO
FOSSE
Maria Almeida 7C
Estava na aula, na primeira da manhã, o que queria dizer que a esta
hora deveria estar de cabeça fria,
mas desta vez não… Ainda ninguém
tinha tirado os casacos mais pequenos e de tecido leve, os outros
grandes, compridos e almofadados
já estavam nos cabides, pendurados
naquelas paredes brancas de pedra. A professora falava, explicava
esbracejando e usando palavras
que ninguém conhecia… Ninguém
a não ser o Armando com a mania
da arte de bem falar… A janela estava aberta, observava as folhas
agitadas lá fora e desejava estar lá
com elas, para sentir aquela doce
brisa com o aroma do mar que via
todos os dias, por vezes parecia
estar de acordo com o meu estado
de espírito, estava escuro e agitado
mas, no céu, o cinzento deitava-se
sobre as nuvens, e, tal como eu,
ainda havia pequenos buraquinhos
radiosos, uma esperança… As aves
lá fora bailavam alegremente pelos
céus, despreocupadas com a vida e
com os seus deveres, se é que os
tinham. Conseguia escutar as gai-
Imagem: Google
votas, tal como à porta de casa as
escutara, e mesmo assim, apesar de
tantas palavras ter ouvido desde lá,
ainda me lembro do vento que por
mim passou murmurando ao meu
ouvido e da vontade que tivera de
voar com aqueles pardais que por
ali se passeavam. Ai… O que seria…
Elevar-me no ar e nele ficar a flutuar apenas pela força das minhas
asas, cobertas de penas leves que
me aconchegariam à noite, no meu
ninho, como um abraço.
SABOR DO
OUTONO
A MINHA QUERIDA IRMA
José Henrique Canhoto 8A
Aquela rapariga com dois totós no
cabelo castanho, olhos escuros de
pantera e sorriso de princesa é a
minha irmã. É diferente de todas as
outras raparigas, e não é uma irmã
qualquer, é a minha irmã. Apesar
de só ter 8 anos, e de para todas
as outras pessoas não passar de
uma rapariga inocente e tímida,
nem sempre é linda e fofinha como
todos pensam que é. Como diz o
provérbio popular “nem tudo o que
brilha é ouro”.
Eu sou o único que me apercebi de
que a minha irmãzinha também
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consegue ser um diabinho. Ela come-me vivo se mudar de canal de
televisão quando está a dar a Violleta
e põem-me surdo, de tanto gritar,
se gozar com ela. Quando estou no
computador, a jogar ou a conversar
com os meus amigos, tenho sempre
de ouvir uma musiquinha irritante
da Violleta ou de outra cantora da
Disney.
Em resumo, ela às vezes é chata,
mortífera, irritante e muito perigosa,
mas mesmo assim a minha querida
irmã continua a ser uma das pessoas
que eu mais adoro.
Madalena Lourenço 8A
Adoro comer castanhas assadas
no outono.
Imagem: Google
Aquele cheiro a castanhas assadas
desperta sempre a minha atenção.
Cheiram tão bem que criam água na
boca. Quando estamos a passear,
o assador ainda está lá ao longe,
mas o cheirinho já foi ter contigo,
tu segue-lo e não resistes a comprar
um cartuxo.
Naqueles dias chuvosos nada sabe
melhor do que umas castanhas
acabadas de sair do assador para
aquecer e animar o dia. Aquele estalar da casca quando elas já estão
no ponto e podem ser retiradas do
assador é a minha música preferida
no outono. Adoro aquela sensação
Imagem: Google
de as descascar. Aquece-nos as
mãos e é divertido sentir a casca
da castanha a desfazer-se.
E, por fim, quando colocamos a
castanha na boca e a trincamos,
vem um ótimo e quente sabor que
marca realmente esta época.
Adoro comer castanhas assadas
no Outono.
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ER
VIDAS
Imagens: Google
Mudar de vida não é fácil, para ninguém. Há quem se adapte bem, há
quem demore a fazer essa adaptação e há quem simplesmente não o
consiga fazer. A palavra “mudança”
tem sido uma constante na minha
vida, devido à profissão dos meus
pais. E ao que consta, esta palavra
fará parte do meu dicionário por um
longo período de tempo.
Mudar de vida implica, em muitos
casos, mudar de língua, mudar de
país, mudar de amigos, de hábitos,
implica estar longe da tua família e
mudar uma série de coisas que nos
custa realmente alterar.
Claro que há o reverso da medalha,
também existe muita coisa boa: ser
mais culto, ver monumentos, fazer
amigos novos (também inimigos!),
conhecer cidades maravilhosas e
saber os gostos das pessoas que
te rodeiam.
MUDAR DE VIDA
É SEMPRE UMA
NOVA AVENTURA!
Yamille Rossi 7C
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Para mim, no início, era muito difícil
assimilar todas estas mudanças,
ainda é muito difícil agora – colegas
que não falam contigo porque acham
que és estranha, amigas que não te
consideram muito, pesquisar escolas
que sejam o melhor para nós e ver
os teus pais enervados por sentirem
que nós não estamos bem…
E isso faz os filhos sofrer.
Há muitas pessoas que não gostam
de mim porque não falo bem a língua
portuguesa que é uma espécie de
italiano com português do Brasil e
de Portugal (assustador?), porque
não me conhecem muito bem e fa-
zem falsos e injustos juízos de valor
sobre mim, no entanto, há sempre
alguém disposto e disponível para
me conhecer melhor e perceber que
até sou uma rapariga simpática.
Existem muitas pessoas que estão
na mesma situação que a minha,
mas não na minha escola, e isso
faz-me ficar triste, pois gostava
de partilhar esta inconstância com
alguém.
Assim que chego a uma escola nova,
começo sempre da mesma maneira
– sozinha nos primeiros dias.
Houve um episódio na minha escola, no Brasil, em que uma menina
japonesa vivia nas mesmas condições que eu, mas ao segundo dia
conseguiu fazer amigas e eu não,
e isso fazia-me ficar com raiva de
mim mesma e pensar «O que tenho
de fazer para ser popular como
aquelas raparigas na escola com
as saias curtinhas?». Uma vez fiz
esta pergunta à minha mãe e ela
riu-se. «O que se passa?» perguntei-lhe e ela respondeu «Achas que
devias mudar por causa daquelas
meninas que apenas te olham e
não te veem?». Eu não falei, fiquei
calada mas pensei «A minha mãe
tem razão. Como sempre.».
O dia seguinte foi para esquecer.
Cheguei triste a casa, mas a minha
mãe não notou. Quando o meu pai
chegou, perguntou-me porque estava
triste e eu respondi-lhe que estava
triste porque não tinha amigas (e
também amigos) e ele disse-me que
poderia mudar de escola e que me ia
dar tempo para decidir até dezembro.
No dia seguinte falei sobre isto com
um colega meu, que mais tarde viria
a ser um grande amigo português,
que ficou triste e me disse para eu
não mudar. Sem eu saber, ele falou
com outra amiga que também ficou
com pena pela minha saída. Foi
nesse momento que tudo começou
a mudar, inclusivamente a minha
opinião sobre os portugueses.
Então, comecei a gostar de Portugal.
Mas… Queria ter uma afirmação…
Então fui ter com o meu pai e perguntei-lhe a MESMA coisa, mas a
resposta não foi muito diferente,
ainda que mais irónica. «Queres
mudar de escola? Oh coitadinha…
A minha filhinha quer mudar de
escola!»
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ER
VISITA DE ESTUDO
CONVENTO
PALÁCIO
DE MAFRA
Imagem: Google
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Bianca Vieira e Matilde
Mendonça 8A
No dia 16 de Janeiro de 2015, os
alunos do oitavo ano foram numa
visita de estudo, no âmbito da
disciplina de História, ao Palácio
Nacional de Mafra. Era uma visita de
estudo guiada e o professor entregou-nos um guião com informações
a recolher sobre este monumento
para elaborarmos um relatório em
grupos de dois alunos.
Aprendemos que o Palácio Nacional
de Mafra foi mandado construir
por D. João V para cumprir uma
promessa no caso de a sua mulher,
D. Maria Ana da Áustria, lhe dar um
descendente. Foi construído entre
1717 e 1750, tendo sido utilizados
52 mil trabalhadores. Os materiais
utilizados (pedra e mármore) vieram
da zona de Sintra, de Mafra e de
Pêro Pinheiro. O edifício tem 40 mil
metros quadrados de construção
com uma fachada de 200 metros
de comprimento e uma altura de 68
metros nas duas torres. Tem 1200
divisões e 4500 portas e janelas.
O estilo dominante, deste monumento, também conhecido como
Convento de Mafra, é o Barroco
Joanino. A sua monumentalidade
e grandiosidade, bem como a sua
riqueza decorativa vão ao encontro
das características deste estilo, que
marcou o século XVIII.
As principais divisões do Palácio
são a Basílica, os aposentos do Rei
e da Rainha localizados em duas
torres de 232m, a sala de Caça e a
Biblioteca. A biblioteca tem 88m de
comprimento e 13m de altura. Este
monumento é do estilo Barroco e
é decorado de forma luxuosa com
muitos acessórios e mobiliário,
pinturas e esculturas italianas, madeiras exóticas, veludos e mármores
e enormes candeeiros nos tetos.
A Biblioteca é a divisão mais importante do palácio com 40 000
obras sobre várias áreas: medicina,
matemática, história, geografia, viagens, religião, arte etc. Estão aqui
guardadas várias Bíblias antigas e
os Lusíadas de Luís de Camões. Há
obras famosas em francês, latim,
inglês e apenas 6 em português.
O Rei pagou ao Papa um elevado
montante para ter três estantes
com livros proibidos. Os morcegos
que ali vivem ajudam a preservar
as obras. A biblioteca é também
conhecida por ter morcegos que
ajudam a preservar as obras, pois
alimentam-se de insetos que poderiam ser prejudiciais.
Gostámos imenso de participar
nesta visita de estudo que foi muito
interessante. Aprendemos sobre
a matéria que estamos a estudar,
confraternizamos com os nossos
colegas e professores e vivemos a
História na primeira pessoa.
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