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H - Unicamp
Química Orgânica Avançada (QP-021), Unicamp
Igor D. Jurberg
Aula 15
A Química do Boro (B)
Livros: A) (revisão) Clayden, J.; Greeves, N.; Warren, S.; Organic Chemistry 2nd ed. Oxford University Press, New York:
2012. B) Carey, F. A.; Sundberg, R. J.; Advanced Organic Chemistry. Part A: Structure and Mechanisms 4th ed. Kluwer
academic/Plenum Publishers, New York, 2000. C) Carey, F. A.; Sundberg, R. J.; Advanced Organic Chemistry. Part B:
Reactions and Synthesis 4th ed. Kluwer academic/Plenum Publishers, New York: 2000. D) Li, J. J.; Name Reactions: a
Collection of Detailed Reaction Mechanisms 2nd ed. Springer: 2003. E) Kürti, L.; Czakó; Strategic Applications of
Named Reactions in Organic Synthesis Elsevier, Oxford: 2005. F) Curso do Prof. Samir Z. Zard de "Fundamentos da
Quimica Molecular", École Polytechnique: 2004. Artigos: G) Suzuki, A.; ”Organoborates in New Synthetic Routes”
Acc. Chem. Res. 1982, 15, 178. H) Miyaura, N.; Suzuki, A.; “Palladium-Catalyzed Cross-Coupling Reactions of
Organoboron Compounds” Chem. Rev. 1995, 95, 2457. I) Dimitrijevic, E.; Taylor, M. S.; “Organoboron Acids
and Their Derivatives as Catalysts for Organic Synthesis” ACS Catalysis, 2013, 3, 945. J) Hermanek, S.; “Boron
Chemistry: Introduction” Chem. Rev. 1992, 92, 175. K) Crudden, C. M.; Hleba, Y. B.; Chen, A. C.; "Regio and
Enantiocontrol in the Room Temperature Hydroboration of Vinyl Arenes” J. Am. Chem. Soc. 2004, 126, 9200. L)
Suzuki, A.; “Recent Advances in the Cross-Coupling Reactions of Organoboron Derivatives with Organic
Electrophiles” J. Organometallic Chem. 1999, 576, 147.
1
Propriedades do Boro
Raios covalentes (Å):
Abundância:
10B
C (0.76) < B (0.84) < P (1.07) < Si (1.11)
(Cambridge Structural
database)
(20%), 11B (80%) → RMN: 11B (I = 3/2)
Energias de ligações
(kJ.mol-1):
2
Preparação de reagentes de Boro
Borax
B2H6
H. C. Brown, Inorg. Chem. 2000, 39, 1795.
3
Propriedades do Boro
Ács. borônicos
Boranas
Boratos
Ácidos borônicos
Ésteres borônicos
Ácido borínico
Ácido bórico
Boroxina
Potássio trifluoroborato
(Sais de Molander)
Estabilização de boranas:
4
Reações de hidroboração
- A hidroboração de olefina é um processo que pode ser reversível
- O hidrogênio e o boro são introduzidos do mesmo lado (adição sin)
- O boro se adiciona sobre o carbono menos substituído (regioseletividade antiMarkovnikov)
Lazlo, P. Angew. Chem. Int. Ed. 2000, 39, 2071.
5
Funcionalização de organoboranas
Rearranjo intermolecular
Rearranjo intramolecular
Aptitude migratória:
Para BR3: R-1º > R-2º > R-3º
Para BR(OR)2: R-3º > R-2º > R-1º > alcóxi
Bottoni, A.; Trombini, C; J. Org. Chem. 2003, 68, 3397.
6
Funcionalização de organoboranos
Exemplos clássicos:
7
Funcionalização de organoboranos
Homologação de Matteson
Mecanismo:
O boro é muito mais
deficiente
em
elétrons do que o
carbono carregando
o cloro.
Aplicações:
D. S. Matteson, J. Org. Chem. 2000, 65, 6650.
8
Funcionalização de organoboranos
Aplicações:
“Produção em série”: inserção
estereoseletiva sequencial de
metilas.
Aggarwal, V. K. et al., Angew. Chem. Int. Ed. 2009, 48, 6317
9
Protonação de organoboranas
Mecanismo:
Interesse:
Liberação do auxiliar de boro uma vez a funcionalização realizada
Brown, H. C.; Pure Appl. Chem. 1976, 47, 49.
10
Síntese de alcenos trans
Mecanismo?
Ref A)
A) Zweifel, G.; Arzoumanian, H. J. Am. Chem. Soc. 1967, 89, 5086. B) Zweifel, G.; Fisher, R. P.; Snow, J. T.;
Whitney, C. C. Ibid. 1971, 93, 6309. C) Brown, H. C. et al.; J. Org. Chem. 1986, 51, 5270.
11
Síntese de alcenos cis
Mecanismo?
Mecanismo:
12
Rearranjo de alcinos
R1
E
R2
B
R1
R1
R12B
R1
E
R2
Exemplo:
Peste que ataca
maçãs no sul do
Brasil
Rendimento global: 54%
Park, C. P.; Gel, J. M.; Sung, J. W.; Oh, D. Y.; Tetrahedron Lett. 1998, 39, 2583.
13
Rearranjo de alcinos
Exemplo:
Me
Me
Me
1) n-BuLi
2)
OTBS
OTBS
SiMe3
OTBS Me3SiOTf
Me
B
Me
Me
3
BR2
B R
R
Me
Me
Me
1) n-BuLi
84%,
2) CuI
6 etapas
3) MeI, HMPA
Me
Me
OH
SiMe3
TiCl4, PhNHMe
Me
Me
Me
E-g-Bisaboleno
91%
Me
Me
Me
OTBS
SiMe3
TBAF
96%
Me
Corey, E. J.; Seibel, W. L.; Tetrahedron Lett. 1986, 27, 905.
Me
Me
Me
E-g-Bisaboleno:
Sesquiterpeno
precursor para a
síntese de diversos
terpenóides
oxigenados
14
Hidroboração de derivados carbonilados
Compostos carbonilados:
aldeídos, cetonas, ésteres,
amidas, haletos de acila
Regioseletividade, soma de fatores: impedimento estérico, polaridade da ligação,
e afinidade B/O
do tipo Midland
Termodinamicamente
favorisada
E(pCO) = 355kJ.mol-1
E(sCB) = 320kJ.mol-1
E(pCC) = 270kJ.mol-1
E(sOB) = 520kJ.mol-1
Redução assimétrica
com olefina quiral
(cat.) é impossível,
pois boro possui maior
afinidade
pela
carbonila.
Meerwein-Pondorff-Verley
15
Reduções assimétricas: protocolo de Midland
Preparo do reagente de Midland
THF, 67oC
+
B
B
HB
9-BBN
(+)--pineno
(R)-Alpina borana
Redução Midland:
THF,
67oC
O
B
+
G
R
(R)-Alpina borana
(1 equiv.)
P
R
RG : grupo grande
RP : grupo pequeno
HO H
B
H
O G
R
RG
RP
RP
Menor
interação
desestabilizante com
RP do que com RG
A) Midland, M. M.; Tramontano A.; Zderic, S. A.; J. Am. Chem. Soc. 1977, 99, 5211. B) Midland, M. M.;
Chem Rev. 1989, 89, 1553.
16
Redução de Midland
Exemplos:
Me
(R)-Alpina borana
THF, -10°C a ta
O
BnO
95%, 88%ee
H
OH
Me
O
BnO
O
MeO
H
N H O
O
(-)-Estemospironina
(da familia de alcalóides da Estemona,
substâncias tipicamente empregadas
em chás na medicina popular chinesa.
Alguns
membros
da
familia
demonstraram propriedades inseticidas)
OH
O
I
4
TMS
(R)-Alpina borana
THF, ta
82%, 94% ee
OH
I
4
TMS
Me
14
Lambeina A
(toxina de uma esponja
marinha, Haliclona sp.)
A) Williams, D. R.; Fromhold, M. G.; Earley, J. D.; Org. Lett. 2001, 3, 2721. B) Murakami, N.; Nakajima, T.;
Kobayashi, M.; Tetrahedron Lett. 2001, 42, 1941.
17
Reduções assimétricas: protocolo de Corey-Bakshi-Shibata
Redução de CBS:
Mecanismo:
A) Corey, E. J.; Bakshi, R. K.; Shibata, S.; JACS, 1987, 109, 551 e 7925. B) Corey, E. J.; Helal, C. J.; ACIE, 1998,
37, 1986.
18
Redução de CBS:
BH3.THF
H Ph
Ph
Exemplos:
OH
N
O
O
O
N
F
O
B (3 mol%)
Me
[(R)-MeCBS]
O
pTSA (5 mol%)
THF, ta
Ph
OH
N
F
O
H
O Me
Me
Me Me
1)
O
O
O
OMe H
O
H
Me
OBn
OBn
O
H
H
OBn Me
O
HO
HO Me
H
2) TsOH, benzeno
O
O
OH
H
Me
H
F
(potente agente redutor de colesterol)
O
H
O Me
O
O
O
H
Me
OBn
H
H
OBn
Me
O
O
H
O
H
H
OBn Me
O
OH
Me
O
O
H
H
Me
Me Me
81%
O
Ezetimibe (SCH 58235)
O
Me
O
O
Me
N B
BH3 Me
Me
N
F
H PhPh
O
O
H
O
Ph
rend. 97%, de 95%
escala multi-Kg
Me
O
OH
O
O
O
H
H
OH Me
O
Acido Ocadaico
1) LiOH, H2O, THF
2)LiDBB, THF
69%
LiDBB:
Me
Me
Me
Me
Me
Li
Me
(neurotoxina liberada por algas dinoflageladas, causadora de fortes diarréias)
A) Fu et al., Tetrahedron Lett. 2003, 44, 81. B) Forsyth, C. G. et al.; J. Am. Chem. Soc. 1997, 119, 8381.
19
Hidretos de boro
Poder redutor:
LiBHEt3 > LiAlH4 > LiBH4 ≈ LiBH(sec-Bu)3 (L-Selectrida) > NaBH4 > NaBH3(CN)
super hidreto
- LiBHEt3 é doador de hidreto mais forte de todos devido ao efeito indutivo dos
grupos alquila presentes e do contra-ion Li+ .
- LiBH4 é mais nucleofílico que NaBH4, pois o Li+ é um melhor ácido de Lewis
que o Na+, portanto ativando mais a cabonila para o ataque do hidreto.
- LiBH(sec-Bu)3 se equipara com LiBH4 em poder redutor, pois ao mesmo tempo
que a presença das cadeias alquilas volumosas fornecem efeito indutivo
aumentando a nucleofilicidade, proporcionam empedimento estérico que
dificulta a doação do hidreto.
- De maneira análoga, a presença do grupo atrator de elétrons CN em
NaBH3(CN) faz essa fonte de hidreto ser mais fraca que NaBH4.
Uso de TMSCl como aditivo: Giannis, A. et al.; ACIE 1989, 28, 218.
20
LiBHEt3: Super hidreto
SN2 usando hidretos como nucleófilos:
Br
LiBDEt3, THF
H
H
D
OTs
H
LiBHEt3, THF
Me
Me
Me
Me
Me
Me
LiAlH4 também pode ser
usado em muitos casos.
A) Krishnamurthy, S.; Brown, H. C.; J. Org. Chem. 1980, 45, 849. B) Larsen, S. D.; Monti, S. A.
J. Am. Chem. Soc. 1977, 99, 8015.
21
LiBH4
- Além de reduzir aldeídos, cetonas, anidridos e haletos de acila (reatividade
típica do NaBH4), o LiBH4 reduz igualmente ésteres seletivamente na presença de
ácidos carboxílicos, amidas e nitrilas.
- A reatividade do LiBH4 é dependente do meio, de na ordem Et2O > THF > iPrOH.
Isso se explica pela disponibilidade do Li+ para se coordenar com o substrato.
Me
Exemplo:
H27C13
Me
H27C13
OMe
OH O
Me
LiBH4, MeOH, ta
99%
Me
H27C13
O
OH
OH
O
AcO
Me
OH HN
O
O
N
H
Me
O
NH
OH
Estevastelina B
(agente imunosupressor, isolado de
bactérias Penicillum sp.)
A) Nystrom, R. F.; Chaykin, S. W.; Brown, W. G.; JACS 1949, 71, 3245. B) Kohyama, N.; Yamamoto, Y. Synlett
22
2001, 5, 694.
NaBH4
- É o agente redutor doador de hidreto doce mais usualmente empregado. Ele
reduz aldeidos, cetonas, cloretos de acila, anidridos e imidas, mas reage
lentamente ou nada com ésteres, lactonas, ácidos, nitrilas, amidas, compostos
nitro, alcenos, epóxidos e alcinos. Não é eficiente em reações SN2 com haletos e
tosilatos. NaBH4 é comumente empregado na redução de organo mercuriais e
na redução completa de ozonídeos.
- NaBH4 demonstra uma boa tendência para reduzir olefinas em sistemas ,binsaturados. Isto pode ser evitado com as condições de Luche: NaBH4 + CeCl3
(JACS, 1978, 100, 2226.)
Exemplo:
i
Pr
Me
BnO
H
O
N
H
O
O
NaBH4,
THF, H2O
92%
O
Me
BnO
H
O
OH
H
Me
Br
H
O
H
Cl
(+)-Regioloxepano A
Crimmins, M. T.; DeBaillie, A. C.; Org. Lett. 2003, 5, 3009.
23
NaBH3(CN)
- NaBH3(CN) reage com aldeídos e cetonas somente em meios bem ácidos (pH <
4). Isso se deve à protonação da carbonila nessa faixa de pH. Entretanto,
NaBH3(CN) reage com íons imínio formados in situ à partir da condensação de
aldeídos e cetonas com aminas em condições ácidas fracas (5 < pH < 7), dando
origem a aminação redutora (é o principal uso desse agente redutor).
- Complexos de amino borana (BH3.NH2) possuem uma reatividade similar e
também podem ser empregadas em aminações redutoras.
Exemplo:
CHO
OHC
BnO
O
BnO
OMe
BnO
OBn
obtido em 4 etapas
simples a partir do
-D-glucopiranosideo
BnO
HCO2(NH4) (1.5 equiv.), BnO
NaBH3(CN) (30 equiv.)
H
MeOH, ta
O
BnO
CHO
53%
BnO
BnO
OBn
N
H2, 10% Pd/C
MeOH-HCO2H
quant.
OBn
HO
H
HO
HO
N
OH
Castanospermina
N
H
R
H2O
O
ativação da
LUMO
R
total: 9 etapas,
rend. global 22%
N
AMINOCATÁLISE
N
H
Zhao, H.; Mootoo, D. R.; J. Org. Chem. 1996, 61, 6762.
H2O
24
LiBH(sec-Bu)3 (L-Selectrida)
Demonstra seletividade estérica excepcional na redução de aldeídos e cetonas.
Exemplos:
O
t
H
H
Bu
OH
+
t
Bu
t
Bu
OH
H
90 : 10
85 : 15
7 : 93
LiAlH4
NaBH4
LiBH(sec-Bu)3
99.6%
Me O
98%
H
O
99.3%
O
Me
Me Me
O
O
H
O
O
O
Me Me
O
O
O
HO
HO
Me
Me
R1
R1
R2
HO
+
R2
HO
HO
HO
49 : 51
NaBH4
LiBH(sec-Bu)3 3 : 97
A) Brown, C. A.; J. Am. Chem. Soc. 1973, 95, 4100. B) McGhie, K. E.; Paton, R. M.; Tetrahedron Lett. 1993,
34, 2831.
25
Caso particular de indução 1,3 na redução de cetonas
Aproximação intramolecular vs intermolecular
H
MLn, H
O
R1
1
OH
2
3
redução
intermolecular
L
1
OH OH
O M
L
O
R
R2
R1
R2
SIN
R2
HMLn
redução
intramolecular
Redução intermolecular, condições:
1) NaBH4, Bu3B
2) NaBH4, Et2BOMe
3) Et4NBH3CN, BCl3
4) Outros metais:
Zn(BH4)2 ou DiBAl-H ou
catecolborana, RhCl(PPh3)3
O
1
R
2
R
L
OH OH
O M
L
H
R1
R2
ANTI
Redução intramolecular, condições:
1) Me4NBH(OAc)3
2) iPr2SiHCl, SnCl4
3) PhCHO, SmI2
Sm
O
O
1
R
2
R
O
H
OBz OH
Ph
R1
R2
Inter: A) Narasaka et al.; Chem. Lett. 1980, 1415. B) Prasad et al.; TL 1987, 155. C) DiMare et al.; JOC
1996, 868. D) Oishi et al.; Acc. Chem. Res. 1984, 338. E) Evans et al.; JOC 1990, 5190. Intra: F) Evans et
26
al.; JACS 1988, 3560. G) Davis et al.; Chem. Commun. 1986, 831. H) Evans et al.; JACS 1990, 6447.
Carbonilação de organoboranas
A. B. Burg & H. I. Schlesinger
JACS, 1937, 59, 780
ACIE, 2002, 41, 799
JACS, 2002, 124, 15385
27
Funcionalização de acil boranas
28
Reações de Alilação
Princípio de Curtin-Hammet
A interconversão entre os
isômeros é mais rápida do
que a reação do isômero
majoritário com o aldeído
A reação ocorre exclusivamente a partir deste isômero
Olefinação de
Paterson:
HO- : elim. sin
H+ : elim. anti
Wang, Gu, Liu, JACS, 1990, 112, 4425.
29
Reações de Alilação
Iminas, intermolecular:
O
B
OH
O
Me
Me
O2N
Me
Me
Me
Me
O
Me
O
B
O
Me
Me
Me
Me
OH
H
NH3, EtOH
NH3, EtOH
O2N
Me
O2N
92:8 dr
99:1 dr
Intramolecular:
MeO
N
Me
O
1) DiBAl-H
2) sec-BuLi
3) Me
O
Me
B OMe
Me
O
Me
O
TBSO
Amida de Weinreb
Me
Me
Al
MeO
N
Me
Me
Me
Me
Me
O
H
Br
HO
H2O
O
O
B
O
O
TBSO
TBSO
O
AcO
(+)-Laurencina
A) Sugiura, M.; Hirano, K.; Kobayashi, S.; JACS, 2004, 126, 7181. B) Krüger, J.; Hoffmann; R. W.; JACS,
1997, 119, 7499.
30
Reações de Alilação
Controle de regioseletividade da alilação
Li
BEt3
BEt3
PhSe
Et
Et
0 °C
PhSe
B
SePh
PhCHO
Ph
Et
-78 °C
Et
OH
94 : 6
25 °C
[1,3]
Et
Et
B
SePh
Et
PhCHO
Ph
-78 °C
Et
OH
91 : 9
Alilboranas eletrofílicas são adicionadas a olefinas levemente ativadas
Sn
1)
BBr2
OH
0 °C, hexano
2) NaOH, H2O2
90%
BBr3
BBr2
4
Para bons rendimentos, as olefinas precisam ser
um pouco ativadas. Bons resultados são obtidos
com por ex.: norborneno, estireno, 1,1dialquiletilenos,
ciclohexadieno
e
ciclopentadieno. 1-noneno fornece apena 33%.
A) Yamamoto, Y.; Saito, Y.; Maruyama, K.; J. Org. Chem., 1983, 48, 5408. B) Frantz, D. E.; Singleton, D. A.;
31
Org. Lett. 1999, 1, 485.
Alilações enantioseletivas: método de Roush
CO2iPr
O
B
Me
Preparação dos reagentes:
CO2iPr
O
Roush
T
JACS, 1985, 107, 8186.
JACS, 1986, 108, 294.
JACS, 1990, 112, 6339 e 6348.
JOC, 1987, 52, 316
TL, 1988, 29, 5579
MgBr
Me
O
B
77%
O
CO2iPr
A estabilidade do alilboronato permite que ele seja destilado.
base de Schlosser
n-BuLi/ KOtBu
THF, -78 a -25 °C
Me
CO2iPr
1) B(OMe)3, Et2O, -78°C
2) 2N HCl, Et2O
3) (+)-DIPT, MgSO4
1) B(OiPr)3, -78°C
2) 1N HCl, Et2O
3) (+)-DIPT, MgSO4
Me
Me
B O
O
K
45 min
i
CO2iPr
PrO2C
70-75%, > 99% Z
Me
Me
base de Schlosser
n-BuLi/ KOtBu
THF, -78 a -50 °C
15 min
K
Me
1) B(OiPr)3, -78°C
2) 1N HCl, Et2O
3) (+)-DIPT, MgSO4
O
CO2iPr
O
CO2iPr
B
Me
70-75%, > 98% E
32
Alilações enantioseletivas: método de Roush
CO2iPr
O
+
R
H
O
B
CO2iPr
O
OH
tolueno, MS 4A, -78°C
R
ALDEIDO
REND(%)
EE(%)
R = n-C9H19
86
79
R = c-C6H11
77
78
R = C6H5
78
71
- os ee são tipicamente moderados
- 4Å MS ajuda a aumentar a seletividade
O
interação
atrativa
H
R
OiPr
O
O B O
O
H
OiPr
O
R
OiPr
O
B O
O
OiPr
O
Favorecido
Desfavorecido
OH
OH
O ET favorecido é aquele que
minimiza a repulsão entre os
pares livres de elétrons dos O’s.
R
R
33
Alilações enantioseletivas: método de Brown
Me
Me Me
Brown
B
Me
Me
Me
JOC, 1982, 47, 5065.
JOC, 1984, 49, 945.
JOC, 1986, 51, 432.
JACS, 1986, 108, 293 e 5919.
JACS, 1983, 105, 2092.
JOC, 1991, 56, 401.
TL, 1984, 25, 1215 e 5111.
JOC, 1987, 52, 319.
JOC, 1989, 54, 1570.
Preparação:
Me
Me
Me
BH3.SMe2
THF, 0°C
3 dias, 72%
BH
2
(1R)-(+)--Pineno
(-)-Ipc2BH
91.3% ee
98.9% ee
MeOH, 0°C
1h, quant.
MgBr
B OMe
B
2
98.9% ee
-78 a 25°C
25°C, 1h,
quant.
2
98.9% ee
- A incubação prolongada a 0°C produz Ipc2BH enantiomericamente enriquecido,
devido ao equilíbrio entre a tetraisopinocanfeildiborana com -pineno e
triisopinocanfeildiborana. O dímero simétrico cristaliza preferencialmente.
- B-Alildiisopinocanfeilborana pode ser preparada e usada in situ após filtração dos
sais de magnésio produzidos. Os compostos mais reativos são livres de sais de Mg.
34
Alilações enantioseletivas: método de Brown
Et2O, -78 a 23°C
NaOH, H2O2
O
+
R
H
ALDEIDO
(-)-Ipc2B
REND(%)
Me
Me
R
a
EE(%)
b
EE(%)
R = CH3
74
93
> 99
R = n-C4H9
72
87
96
R = t-C4H9
88
83
> 99
R = C6H5
81
96
96
a:
OH
alilboração realizada sem filtrar os sais
de Mg. b: alilboração realizada a -100°C,
na ausência de sais de Mg
H
H
R
Me
B
O Me
Me
Me
A seletividade facial do aldeído deriva
da minimização das interações
estéricas entre os grupos Ipc axial e
grupo alila
- A reação é bastante geral. A estequiometria de adição é a mesma em todos os casos.
- Temperaturas mais baixas conduzem a enantioseletividades mais altas (0 → -78 →
100°C).
- Somente reagentes livre de Mg podem ser usados a -100 °C, a borana é sequestrada pelo
reagente CH3OMgBr para formar o complexo ato nessa temperatura.
- A alilboração de aldeidos é excenssialmente instantânea a -78 ou -100°C na ausência de sais
de Mg.
35
Alilações enantioseletivas: Método de Corey
Ph
Ph
ArO2S N B N SO2Ar
Preparação do reagente:
Ph
Ph
BBr3,
DCM
ArO2S NH HN SO2Ar
Corey
Ph
Ph
ArO2S N B N SO2Ar
1)
Veja outros métodos de alilação:
Keck, Hosomi-Sakurai, Duthaler,
Soderquist, Leighton, Zard, entre
outros…
ArO2S N B N SO2Ar
Br
TL, 1990, 31, 3715.
JACS, 1990, 112, 878.
- O reagente (R,R)-bissulfonamida pode ser
recuperado da mistura
reacional.
tolueno, 23 °C
Ph
Ph
SnBu3
Ph
Ph
ArO2S N B N SO2Ar
Br
tolueno, 23 °C
2
R
SnBu3
2) R1CHO, -78 °C
OH R2
R1
R1
R2
REND(%)
EE(%)
Ph
H
92
96
Ph
Cl
80
90
Cy
H
84
92
Cy
Cl
76
88
36
Areas “quentes” de pesquisa
A reação de acoplamento cruzado de Suzuki-Miyaura
R1 BY2
[Pd0Ln] cat.
R2 X
R1 R2
base
R1 = alquila, alcinila, arila, vinila
R2 = alquila, alcinila, arila, benzila, vinila
X = Br, Cl, I, OAc, OP(=O)(OR)2, OTf
R1 X
0
L2Pd
adição oxidante
R1 R2
eliminação
redutora
0
L2Pd
R1
X
1
0
L2Pd
BY2 = B(OR3)2, B(OH)2, BF3K
R
R2
R2 BY2
transmetalação
BY2X
A) A. C. Frisch, M. Beller, Angew. Chem. Int. Ed. 2005, 44, 674. B) N. Miyaura, A. Suzuki, Chem. Rev. 1995,
95, 2457.
37
Areas “quentes” de pesquisa
Catálise com ácidos borônicos
B(OH)2
ácidos borônicos são empregados como LA com
reatividades especiais
F
B(OH)2
X
Ph
R
F
F
F
X
F
(20 mol%)
MeNO2, ta
B(OH)2
F
F
F
ou
F
OH
Ph
OH
F
1
R 2
R
R
6 exemplos
50-97%
F
F
(20 mol%)
F
R3
F
tolueno, ta ou 50°C
R1
OH
R2
R3
15 exemplos
62-93%
Hall, D. G. et al.; ACIE 2012, 6, 5167.
Hall, D. G. et al.; Chem. Sci. 2011, 2, 1305.
Pares de Lewis Frustrados
Combinação de ácidos e bases de Lewis que são estericamente congestionados,
o que evita a reação entre eles, mas aumenta substancialmente suas
reatividades.
F
F
F
F
(Me3C6H2)2P
B(C6F5)
F
F
H2

H
H
(Me3C6H2)2P
B(C6F5)
F
F
Stephan, D. W. et al.; Science 2006, 314, 1124.
Revisões: A) Stephan, D. W.; Dalton Trans. 2009, 3129. B) Stephan, D. W.; Erker, G.; Angew. Chem. Int. Ed. 2010, 49, 46.
C) Erker, G.; Pure Appl. Chem. 2012, 84, 2203.
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