carnaval - Unidos por las fronteras
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carnaval - Unidos por las fronteras
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS RECUPERAÇÃO E EXPOSIÇÃO DE MANIFESTAÇÕES CARNAVALESCAS “Caminhando pela Europa” CARNAVAL MANUAL DE BOAS PRÁTICAS CARNAVAL: ESPANHA, ITÁLIA, POLÓNIA E PORTUGAL • Projecto financiado com o apoio da Comissão Europeia. • A informação contida nesta publicação vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita. O Que é o carnaval? O carnaval é uma celebração que tem lugar imediatamente antes da quaresma cristiana, com data variável (entre fevereiro e março em função do ano) e que combina alguns elementos como disfarces, desfiles e festas na rua. Apesar das grandes diferenças que a sua celebração apresenta no mundo, a sua característica comum é a de ser um período de permissividade e certo descontrolo e dizem que é a causa do uso de máscaras para ocultar o “pecador”. História A origem da sua celebração aparece, provavelmente, das festas pagãs, como as que se realizavam em honra de Baco, o Deus do vinho, as Saturnais e as Lupercais romanas ou as que se realizavam em honra do touro Apis no Egipto. Segundo alguns historiadores, as origens desta festividade remontam-se ás antigas Suméria e Egipto, há mais de 5000 anos, com celebrações muito parecidas na época do Império romano, desde onde se expandiu ao costume da Europa, levado à América pelos navegadores espanhóis e portugueses a partir do século XV. Etimologia No início da Idade Média a Igreja católica propôs uma etimologia do carnaval: o latim vulgar carne levare, que significa "deixar a carne" (obrigatória para todas as pessoas durante todas as sextas-feiras da Quaresma). Mais tarde surgiu outra etimologia que, atualmente, é tratada na área popular: a palavra Carnevale italiano, que significava o tempo em que se podia comer. Mas no final do século xx vários autores começaram a suspeitar da origem pagã do nome. A Carna é a deusa Celta do feijão e bacon. Também estaria ligado com os festivais indoeuropeus, dedicado ao deus Karan (que aparece na Era do Mahabharata, como um ser humano, o irmão mais velho dos Pandavas, filho do deus do Sol e a rainha Kunti). O Mardi Gras em francês (ou como eles chamam em italiano Martedi Grasso) significa terçafeira gorda e refere-se à excelente comida que se faz antes das Cinzas, onde começa o jejum da Páscoa. Actualmente o carnaval converteu-se numa festa popular de carácter lúdico. O término «Carnaval» aplica-se também a outros tipos de festividade, que não estão situadas no período das carnestolentas (tempo anterior à quaresma), mas que compartem elementos semelhantes, tais como os desfiles dos foliões. Origem A origem deste costume, segundo os historiadores, tem mais de 5.000 anos de antiguidade, na época do império romano, onde se celebravam festividades semelhantes, que logo se difundiram ao resto de Europa e América pelos navegadores portugueses e espanhóis. Conhece-se também, a versão em que se diz que os povos agrícolas deviam consumir os alimentos do inverno, que conservavam graças ao frio, antes da chegada da primavera e das altas temperaturas, pois os alimentos corriam o risco de se estragarem. Então celebravam uma grande festa para comer todos os produtos animais e perecíveis, para posteriormente ficarem em jejum até ao equinócio da primavera, onde terão acesso aos produtos da nova temporada. Esta versão supõe que as diferentes religiões adaptem as suas histórias e mitos de acordo ás necessidades da natureza. O carnaval na actualidade Hoje em dia o carnaval é uma celebração de carácter lúdico, donde abundam os jogos, a música, banquetes, bailes e diversão em geral. Em todo o mundo o carnaval é motivo de grandes celebrações e festas, sendo alguns lugares muito conhecidos pelo conteúdo atrativo para os seus habitantes e turistas que procuram conhecer as tradições locais. O carnaval do Rio de Janeiro no Brasil, o de Veneza em Itália ou o de Nova Orleáns nos Estados Unidos, são os que mais ressaltam. Com diferentes costumes e estilos, cada um forma parte das própias tradições e são reflexo claro das personalidades de cada cultura. O Carnaval em Espanha O Carnaval em Espanha Em Espanha o carnaval celebra-se em muitos povos e cidades, especialmente nas Canárias e Andaluzia. O desenfreio, o humor, as paródias e o jubilo invadem as ruas das cidades e povos de Espanha. Pela sua originalidade, beleza e espectacularidade, não se devia perder os carnavais de Cádiz, em Andaluzia e os de Santa Cruz de Tenerife, nas Ilhas Canárias, ambos declarados de interesse Turístico Internacional e cuja fama mundial é bem merecida. O Carnaval em Espanha O carnaval em Espanha tem uma origem muito antiga, atribuindo-se ás festividades romanas. Estendeu-se por toda a Europa durante a Idade Média. A sua existência deve-se à Quaresma, um período do ano, no qual se impunha austeridade alimentícia e moral. Como maneira de dar saída ás paixões e consumir a última carne em muito tempo, toleravam-se uns dias de festas sem control, nos quais os papéis sociais se alternavam e comia-se e bebia-se sem medida para compensar a rigorosa Quaresma. Apesar das proibições que as autoridades ordenaram em diversos momentos históricos, o Carnaval sobreviveu mais popular que nunca. O Carnaval em Espanha As características mais destacadas do carnaval são os disfarces e as máscaras. O carnaval em Espanha não é como o de Veneza, esteticamente bonito, mas emocionalmente distante, nem excessivo no baile como no Brasil. É uma festa amável, na qual participam pessoas de todas as idades e as quais, inclusivamente com poucos recursos se divertem. É um jogo que permite adoptar uma identidade e um comportamento diferente, mais livre que no resto do ano. Os espanhóis vestem disfarces de acordo com os seus recursos ou a sua imaginação e saiem à rua para celebrar esta festividade. O Carnaval em Espanha O carnaval na Espanha geralmente começa com um anúncio: um discurso de tomada de posse muitas vezes falado por alguma celebridade local. Depois celebra-se nas ruas com desfiles, as fantasias, competições, teatro de rua… por vários dias, dependendo da cidade. Têm o seu ponto culminante na terça-feira de Carnaval, o último dia em que se poderia comer carne até à Páscoa A festa termina com o enterro da sardinha. Esta é uma caricatura, o anúncio do fim do carnaval. O enterro da sardinha é um festival de carnaval que satiriza um funeral e culmina com a queima das sardinhas.. Celebra-se, tradicionalmente na quarta-feira de Cinzas e simbolicamente significa enterrar o passado, para renascer com mais força no presente. El zangarrón de Sanzoles (Zamora) No ambiente rural de Zamora e na região portuguesa de Trás-os-Montes está concentrado o maior número de máscaras de inverno em toda a Península Ibérica. Estas máscaras, feitas de peles, ossos, pêlos de animais têm origem pré-romana e podem ser vistas em certas localidades de Zamora, nestes dias festivos. Uma das personagens mais conhecidas é o “Zangarrón” de Sanzoles (Zamora) com uma comprida “cabeleira de cores” e uma vara para assustar as crianças e adultos. Se vais por lá ¡Cuidado que acerta!. Outras celebrações carnavalescas na zona Na província de Zamora são típicas as seguintes celebrações: Dança del Paloteo de Tábara, La Vaquilla e os Cencerros de Palacios del Pan, Los Cencerrones de Abejera, Los Carochos de Riofrío de Aliste, El Atenazador de San Vicente de la Cabeza, la Vaca Bayona de Almeida e La Filandorra de Ferreras de Arriba. Na zona de Salamanca destaca-se: O carnaval do touro da Ciudad Rodrigo. Gastronomia do Carnaval em Espanha Em Galiza e nas Astúrias são típicos, por exemplo, as orelhas de carnaval (doces feitos à base de farinha, ovo, manteiga e açúcar) ou guisados como o cozido de entrudo, elaborado com grão, batatas, berças, repolho, galinha, lacón, rabo, bacon e chouriço. Na Catalunha disfruta-se de uma linguiça elaborada com estômago de porco, recheada de carne picada, ovos, pão e passas, de “cocas” cobertas de torresmos, pinhões e açúcar ou das “butifarras” de ovo. Nas Canárias são bem conhecidas as sopas de mel, feitas com pão, mel de cana, canela, anis e casca de limão. Em Andaluzia provam-se doces como as tortas de carnaval ou a coalhada de Carnaval, um delicioso doce que se criou com a intenção de aproveitar os bolos secos que tinham ficado do Natal, muito típicos em Granada. Em cidades como Cádiz são típicas nesta época as “tortillitas” de camarões e o “pescaíto frito”, entre outras receitas que, pesar de serem abundantes durante todo o ano, é nestes días quando ganham mais adeptos. Gastronomia de Carnaval em Espanha Mas se algo é típico da gastronomia desta época é a abundância de doces como as rabanadas ou os “pestiños”, o leite frito, as rosquinhas ou as orelhas de Carnaval. Rabanadas Rosquinhas CARNAVAL EM ITÁLIA O Carnaval em Itália O Carnaval de Veneza é o único no mundo e a sua tradição remonta ao século XI, embora não tenha sido declarado feriado público até dois séculos depois. O Carnaval de Veneza atingiu o seu auge no século XVIII, época em que assistiam a esta festividade algun aristocratas,vindos de lugares muito diversos, muitas vezes vinham príncipes e nobres disfrutar do acontecimento. Durante séculos foi via de escape dos cidadãos para se evadirem do grande controlo do governo veneziano. Com a ocupação de Veneza pelo exército de Napoleão, o Carnaval ficou proibido por medo que se gerassem conspirações. Posteriormente esta tradição recuperou-se em 1979. O Carnaval em Itália O Carnaval em Itália O Carnaval no Brasil é completamente diferente do carnaval que é celebrado em Espanha e no Brasil. Durante os 10 dias de celebração, as pessoas disfarçam-se e saiem à passear à rua e tiram fotos, seja em desfiles organizados ou improvisados. Os disfarces característicos são trajes da época do século XVII veneziano e parecem recem saidos de um quadro de Canaletto. Durante o Carnaval também se organizam muitos eventos e festas, algumas delas privadas, ás quais é difícil assistir sem conhecer alguém. Os preços para assistir a estas festas costumam ser elevados, (uma noite pode chegar a custar até 500€). O Carnaval em Itália Entre os melhores momentos do carnaval veneziano destaca-se o espectacular “Voo do Anjo”/ “Volo dell’Angelo” (o "Volo della Colombina"), muito ligado à tradição popular (o primeiro a efectuar-lo foi um acrobata turco em meados do século XVI). Este espectacular evento consiste em que um artista, seguro com um cabo metálico, efectue a descida por uma corda, desde o mais alto do Campanário de San Marcos até ao Palácio Ducal, depois de vários metros de suspensão no vazio. Outros carnavais em Italia Á parte do Carnaval de Veneza, há outros carnavais famosos en Itália: Acireale (Sicilia) com o seu desfile de carroças com flores que realizam em fevereiro e repetem em agosto. Cento (Ferrara), celebra-se durante 5 domingos com lançamento de globos, peluches, etc. Fano (Las Marcas) e a sua batalha de bombons. Ivrea (Turín), onde se realiza a chamada Batalha das Laranjas, que representa a Guerra entre o povo e as tropas de Napoleão. Putignano (Bari). É o carnaval que mais dura de todos e começa em 26 de dezembro e termina na terça de Carnaval. Viareggio (Toscana), no qual se realizam umas caricaturas de cartãopedra. Outros carnavais em Itália A Gastronomia do Carnaval em Itália O Carnaval em Itália proporciona muitos elementos culinários no que respeita aos doces. Na zona de Calabria e a Campania é muito popular o Sanguinaccio dolce (pastel de chocolate). Outros doces considerados símbolo do carnaval são os Castagnole, muito típicos da Itália meridional ou o doce Tortelli, típicos da Itália central, os pastéis fritos, denominados Ciambelle de Carnevale, ainda são dignos de mencionar, os Cenci, os Chiqacchiere (ou Frappe, Galani, Intrigoni e Sfrappole) como exemplos dos numerosos pastéis mais característicos da gastronomia italiana, dependendo da região em que nos encontramos. CARNAVAL NA POLÓNIA O Carnaval na Polónia Poucos dias antes da quarta-feira de Cinzas celebravam-se umas festas notórias, nas quais era tradição preparar as pessoas para a chegada antecipada do fim da época de Carnaval. Durante as intensas noites de festa, homens e mulheres deviam dividir-se em dois grupos e divertiam-se separados; dançavam enlouquecidamente e cultivavam ritos ancestrais, por exemplo era costume realizar uns saltos rítmicos muito altos, acompanhados de gritos, simulando magias. Esta tradição estava relacionada com o desejo de obter bons êxitos no futuro. Na última noite de Carnaval, a festa devia terminar como muito à meianoite, quando o Carnaval e a Quaresma se encontravam. Na realidade, o que acontecia, com frequência era que a festa durava atè de madrugada ou inclusivamente, prolongava-se até dias seguintes, apesar da indignação dos representantes da Igreja. O Carnaval na Polónia O Kulig era uma festa de passeio em trenó, organizado entre a aristocracia polaca. Celebravase, geralmente entre a semana antes da quarta-feira de cinzas e continua até à meia-noite da quarta-feira de cinzas . Parece que esta tradição a começou um jovem nobre, quando convidou os membros da sua família a vestir-se com as suas melhores roupas e peles e sair nos seus trenós, fabricados com detalhes de formas fantásticas como dragões e pagodes decorados de cores vivas e levados por cavalos. Então, decidiram ir ás casas dos seus vizinhos, fazendo muito barulho para anunciar a sua lchegada. Aos convidados inesperados e aos seus animais oferecem comida e bebida e quando acabam de comer; começa a música e o baile. Os Kulig normalmente duram vários días, é típico visitar diferentes casas até chegar à primeira pessoa que iniciou o Kulig. O Carnaval na Polónia A última quinta-feira de carnaval, o Tłusty de Czwartek ou também chamado “Quintafeira Gorda”, as vendedoras de flores e trabalhadoras de Cracovia vestiam-se com trajes estranhos e faziam rondas pelas tabernas e cafés, acompanhadas por um músico contratado e arrastavam uma figura de palha, chamada “Combra”. As mulheres percorriam lentamente o seu caminho, bebendo para a Lonja dos Panos (Sukiennice), a praça do mercado de Cracovia. Qualquer homem que se cruzasse no seu caminho era abordado, obrigado a dançar com elas e não ficava livre, até que comprasse a liberdade com o pagamento de uma ronda de bebidas. Uma vez que as mulheres chegam à parte dianteira da Lonja dos Panos, a figura de palha era destruida. Os últimos três dias antes da quarta-feira de Cinzas e o início da Quaresma denominanm-se “Szalone dni” (dias loucos). O Carnaval na Polónia A terça-feira de Carnaval, os homens jovens vestiam-se com disfarces de animais (como uma cabra, um urso, um cavalo ou uma cegonha) e, juntamente com uma variedade de outras máscaras, fazia-se um desfile pelo povo, acompanhado com música. Normalmente pedia-se ao propietário de uma vivenda se o grupo podia entrar e se estava de acordo, todo o mundo passava. Os músicos tocavam e o propietário era obrigado a dançar com as máscaras e também se esperava que lhes oferecesse algo de beber ou comer. Antes de irem, os mascarados desejavam-lhe sorte no seu lar e na sua fazenda e logo se mudavam para a vivienda seguinte. Se não aceitavam, faziam muito barulho, bloqueavam os caminhos e cubriam-nos com fuligem e exigiam que pagassem pela sua saída. Depois os mascarados seguiam as suas rondas pela aldeia e iam a uma taberna local ou a otra vivienda comer a comida que lhes ofereceram e continuavam a dançar e a beber. Ás onze da noite, a podkoziołek começava, na qual os solteiros podiam fingir que pagavam por dançar com as mulheres solteiras. Quando todas as mulheres solteiras já tinham dançado com todos, uniam-se a dançar o "na wytrzymanego", ou a dança da resistência e aquele que dançasse durante mais tempo, teria a melhor colheita durante o próximo ano. Ás vezes, as pessoas dançavam até ao amanhecer. Se alguma pessoa atraia uma sardinha (arenque), cantavam uma canção para dizer adeus à carne e ao tempo do carnaval. A Gastronomia do Carnaval na Polónia Quinta-feira gorda: Como ocorre noutros países europeus, é tradicional que na última quinta-feira de Carnaval se consumam alimentos muito calóricos, com o propósito de preparar o organismo para os própios jejuns do período da Quaresma. Na Polónia, um dos doces mais habituais desta data são os tradicionais paczki (bolos fritos recheados com marmelada). Não há Carnaval, nem Quaresma sem os deliciosos faworki, um doce crocante, que se prepara com farinha e creme do leite e um pouquinho de licor. A Gastronomia do Carnaval na Polónia Em muitos lugares, as celebrações gastronómicas consistem, basicamente na chamada Terça-feira Gorda. Na Polónia, contudo, as festividades iniciam quase uma semana antes, a sexta-feira Lardero, com o objetivo de obter mais tempo para disfrutar dos últimos dias antes da Quaresma, onde se proíbe estritamente a celebração de festas ruidosas e pratos de carne. Na verdade, o "Tłusty czwartek" começou na Polónia há muito tempo, quando a quinta-feira era o dia tradicional para comer em excesso, antes da chamada Sexta-feira Rápida. Em Tłusty czwartek , os polacos atolavam-se com "pączeks", enquanto que na terça-feira seguinte, conhecida como Terça-feira Gorda, em todo o mundo, os polacos dançam para queimar calorias e divertir-se antes da quaresma e da abstinência. CARNAVAL EM PORTUGAL O Carnaval em Portugal As tradições carnavalescas específicas de Portugal são um misto de paganismo e de religiosidade; assim, a par da preparação para a Quaresma, o Carnaval em Portugal bebeu de muitos ritos pagãos ligados a celebrações da natureza, sobretudo de recomeço da vida purificada na Primavera, com a morte das culturas antigas e o germinar das novas. Esta tradição cumpre-se sem exceção; a expressão "a vida são dois dias e o carnaval três” reflete isso. O Carnaval em Portugal Por isso enraizado no folclore português está o enterro de uma personagem, de um animal ou de uma coisa comum (o mais constante é o Enterro do Bacalhau), para depois se celebrar a vida, com danças, cortejos, muita cor, luz e música. Assim se vislumbram os motivos da morte que se projectam da festa da vida que é o Carnaval. Em muitos locais, associado ao Enterro do Bacalhau, surge um Julgamento, que funciona como sátira à imposição eclesiástica de abstinência e jejum durante a Quaresma. O Carnaval em Portugal Actualmente, o Carnaval quase desapareceu da Europa, onde já teve grande importância em vários lugares. O Carnaval português, que foi exportado para as antigas colónias, em especial para o Brasil (por volta de 1723), e sempre teve características bem diferentes do de outros países da Europa, sendo reconhecido até mesmo por autores portugueses como uma festa cujas características principais eram a porcaria e a violência. O Carnaval em Portugal As pessoas mascaram-se para esconder o rosto e participam não reconhecidos nas celebrações. O Carnaval em Portugal O Carnaval de cada terra tinha o seu rei, o Rei Momo, que também tem uma rainha. A corte tem vários ministros (a fingirem que estão sempre bêbedos) e imensas "matrafonas", que são homens vestidos de forma ridícula. Normalmente as "tropas fandangas" animam a festa, dizem disparates, aparecem em ação cabeçudos e pessoas disfarçadas. Hoje em dia Portugal ainda tem Carnavais com muita força e tradição: Ovar, Torres Vedras, Alcobaça, Loulé... O Carnaval em Portugal O Carnaval em Portugal: Torres Vedras O carnaval de Torres Vedras é conhecido como sendo “o mais português de Portugal”. A festa mantém-se fiel às tradições que a popularizaram na rua, desde 1923, altura em que se fez a receção ao rei e ao qual se juntou, um ano mais tarde, a figura da rainha. O modelo dos reis do carnaval ainda hoje persiste, mas fazendo jus às sátiras sociais e políticas. O centro da cidade serve de palco a brincadeiras, aos corsos nos quais participam os carros alegóricos, de grandes dimensões, as matrafonas, os cabeçudos e os grupos de desfile e os Zés Pereiras, terminando com a condenação do rei. O Carnaval em Portugal: Torres Vedras Ao som de música popular portuguesa, milhares de figurantes juntam-se ao desfile ou escolhem outro dos diversos cenários preparados para a ocasião, exemplo do palco dos DJs ou de um circuito de bares, assegurando a continuidade da festa durante a noite, quando são eleitos os melhores mascarados. Neste carnaval não há espaço para introduzir hábitos ou costumes oriundos do estrangeiro. Aqui, assiste-se a um Entrudo com uma forte carga satírica, à base de caricaturas de personalidades públicas (por norma políticas), culminando com fogo-deartifício. O Carnaval em Portugal: Torres Vedras O Carnaval de Torres é o Carnaval mais popular de Portugal. O Carnaval de Torres assenta o seu sucesso numa festa permanente durante toda a época do entrudo, com o seu ponto alto nos corsos de Domingo e Terça-Feira. Os corsos são abrilhantados por carros alegóricos de grandes dimensões e muitos grupos de mascarado, rusgas e típicos cabeçudos, munidos de bombos e gaiatas de foles. Os reis do Carnaval de Torres são sempre figuras conhecidas da terra, tradicionalmente, ambos do sexo masculino. O Carnaval em Portugal: Torres Vedras O Carnaval em Portugal: Alcobaça Contrariando o velho ditado, em Alcobaça o carnaval não são três dias, mas sim cinco. A cidade sempre festejou em grande esta época do ano, não esquecendo os desfiles e os carros alegóricos que, mesmo pouco elaborados, enchiam de magia as ruas do rossio. O Carnaval em Portugal: Alcobaça Em 1998, depois de um grupo de jovens - Claustrofolia - estabelecer uma parceria com a escola de samba Beija-Flor, este evento ganhou contornos dignos de um carnaval brasileiro. Estava lançada a fórmula de sucesso que, durante vários anos, juntou miúdos e graúdos. Hoje em dia, os festejos do entrudo em Alcobaça ocorrem, basicamente, à noite numa tenda gigante instalada junto ao mosteiro. O carnaval inicia-se com um baile dedicado à população sénior, segue-se o cortejo que junta centenas de crianças, sendo os serões animados pelos Engenheiros do Samba. O Carnaval em Portugal: Ovar Embora seja considerado uma das grandes atrações desta zona, o carnaval de Ovar começou por ser um produto espontâneo, realizado anualmente por vontade do povo, sem qualquer tema como fio condutor. Basicamente, a festa consistia numa luta de farinha, ovos e outros ingredientes, permitindo uma brincadeira saudável. Após a Segunda Guerra Mundial, a população oriunda dos vários bairros vizinhos organizou-se e, em jeito de disputa, começou a criar máscaras e carros alegóricos originais. O Carnaval em Portugal: Ovar Já na década de 80, estava lançado o “motor de arranque” para um dos melhores carnavais do país. Hoje, este Entrudo atrai diversos visitantes para assistirem ao cortejo, com mais de um quilómetro, marcado pela cor e resistindo à contratação de figuras públicas para animar a festa. O Carnaval em Portugal: Sesimbra O carnaval é um dos pontos altos da vila de Sesimbra. Num ambiente lúdico, onde não faltam a música, a cor e os movimentos das escolas e grupos de samba, que abordam temáticas políticas e sociais, os desfiles reúnem mais de mil participantes junto à praia. Ao longo de vários meses, muitos voluntários das associações trabalham com afinco para um programa rico que inclui a participação de estabelecimentos de ensino e de educação, o desfile de palhaços, grupo composto por jovens do sexo feminino... O Carnaval em Portugal: Sesimbra As tradições populares do concelho não são esquecidas através das manifestações satíricas, conhecidas como as carvalhadas e as cegadas, e os bailes noturnos. Depois de três dias de folia, o Entrudo termina com o enterro do bacalhau. O Carnaval em Portugal: Angra do Heroísmo O Carnaval na ilha Terceira é um dos mais originais do país e um dos maiores encontros de teatro popular em língua portuguesa em todo o mundo. A sátira está sempre presente bem como os populares bailinhos. No domingo de Carnaval em Angra do Heroísmo, realizam-se os bailes, desfiles de mascarados e a tradicional Tourada dos Estudantes. O Carnaval em Portugal: Funchal O Turismo da Madeira descreve as festas de Carnaval locais como “uma semana de loucura”, cujo ponto alto é o Grande Cortejo Alegórico que tem lugar no sábado e tentar manter-se fiel às suas raízes populares. Ao longo de uma semana milhares de pessoas invadem as ruas do Funchal. O cortejo trapalhão, na terça-feira, apela à sua grande criatividade. Gastronomia do carnaval em Portugal A partir de Dia dos Reis, 6 de Janeiro, os domingos eram assinalados por festas já carnavalescas e grandes comezainas, o que levou a apor-lhes o designativo de Domingos Gordos. Assim nasceram as feijoadas de Carnaval, e diga-se desde já que as melhores são as do Norte, com destaque para as transmontanas, enriquecidas com o fumeiro da região. Gastronomia do carnaval em Portugal Na Beira Litoral, faz-se uma feijoada com orelheira, a que se juntam muitos nabos e a respectiva rama, tenrinha. Nas Minas da Panasqueira, há uma feijoada temperada com massa de pimentão, e na qual, do porco, só se usam os pezinhos. No Porto, toda a gente sabe, fazem-se grandes feijoadas e diga-se enfim que as tripas não seriam o que são se lhes faltasse a saborosa leguminosa. Falta acrescentar que os açorianos juntam à feijoada ramos de funcho, prevenindo assim eventuais flatulências. Manda a tradição que a feijoada seja sempre acompanhada por arroz, e há uma explicação para o facto: o cereal melhora a qualidade das respectivas proteínas. No Norte, em princípio, o arroz é de forno, devendo ser servido no recipiente em que foi cozinhado. Gastronomia do carnaval em Portugal En Madeira (Funchal) es tradicional comer, en la época de Carnaval, doces típicos. Carnaval em Portugal MANUAL DE BOAS PRÁTICAS CARNAVAL: ESPANHA, ITÁLIA, POLÓNIA E PORTUGAL E com a quarta-feira de cinzas chega… ao fim o carnaval. FIM