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Aeromodelistas por Paixão!
Edição 01 - Set/2015
Bilhete do Editor
Quem me conhece sabe que há mais de cinco
décadas minha paixão é o aeromodelismo. Está
certo que transitei, e por vezes transito, pelo
plasti e me diverti no passado com o ferreo. Mas
meu primeiro amor, aquele para o qual sempre
volto, é o aero. Também deixei minha marca na
mídia do hobby quando, em 1995, criei o primeiro site de modelismo do Brasil (que rapidamente
tornou-se o maior da América Latina - Modelismo na Internet - inicialmente patrocinado
pela Aeromodelli). Alguém ainda se lembra do
“amado guru”? Depois fui editor executivo da
primeira revista de hobby em quatro cores, papel
couchê, com distribuição nacional em bancas:
Hot Stuff - uma experiência que lamentavelmente
foi abortada por questões de disputas societárias
(1997). Uma pena. Por último criei também a
atual Hobby News, que começou carreira como
boletim comercial e virou revista quando o Luiz
Affonso comprou-me o título e passou a editá-la.
Assim, fica muito difícil eu me controlar para
não voltar à mídia do hobby: é uma coceira difícil
de mitigar. E agora, eu o faço, como eu sempre achei
que deveria ter feito, através de uma NewsLetter unicamente focada e dedicada ao aero. Era isso ! Espero
que vocês gostem - e colaborem!
gpLeitner
ou padrão.
Brasileiro de Escala U-C 2015
Administrador: Edson Luis Trierweiler
Grupo de pessoas interessadas em promover o aeromodelismo escala U-Control (VCC), categoria FAI
F4B.
Aeromodelismo - Construções
Administrador: Douglas Everton
Grupo criado com intuito de discutir e postar experiencias sobre construções de aeromodelos e afins.
Dê sua dica - envie email para [email protected]
DICAS RÁPIDAS
VÍDEOS RECOMENDADOS
Plane crash compilation Part 1 in HD
YouTube
https://www.youtube.com/watch?v=Ez8Z_gB1SM8
Leve e divertido, com uma ponta de humor na
trilha sonora.
Dê sua dica - envie email para [email protected]
PISTA
DICAS RÁPIDAS
GRUPOS DO FACEBOOK
Nostalgia no Aeromodelismo
Administrador: Marcus Kellerman
Grupo para aqueles aeromodelistas que tenham
fotos de modelos, eventos, plantas, publicidade,
dicas, etc do aeromodelismo de antigamente, ou
seja, de mais de 25 anos atrás. Só não vale propaganda atual, de loja ou fábrica, etc. Podem postar
à vontade, vamos resgatar o aeromodelismo daquela época...
Aeromodelistas por Paixão
Administrador: eu mesmo - gpLeitner
Sem medo de ser feliz, pilotos, construtores, projetistas, simples voadores, espuma, ARFs, tradicionais. É pela paixão, não pela modalidade, estilo
(*) baseado em artigo publicado na Hot Stuff de novembro/1997
e Model Airplane News (MAN) de outubro/2015 (recolhimento)
Não é desconhecida a imagem de uma tribo de
aeromodelistas reunindo-se para seus rituais de exaltação aeronáutica de fins de semana. Um bando
de marmanjos prontos para voar pequenas máquinas, contar histórias, ingerir litros de cerveja e destilar
gargalhadas. E por vezes consumar o sacrifício de
um pobre animal degustando-lhe as carnes em fogos sacrificiais. Mas olhe bem: onde está a família?
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É esse o problema: parece que nessas festas
aero-etílicas ficou faltando a família (lembram-se
dela?). Aeromodelismo pode ser uma tremenda diversão para toda a família e não só para o piloto.
O fun-fly é uma maneira muito divertida de resgatar
o lado lúdico do hobby e juntar a família num dia
de sol, em ambiente aberto e saudável, tirando a
molecada da frente do computador. Para que o fly
se torne fun, basta incluir uma gincana com provas
e... pronto! Habemus fun-fly. Algumas sugestões...
LOOPINGS. Ah isso é bico! Certo, mas é uma prova:
ganha quem for melhor. Nada de precisão, apenas quantos loopings cada piloto consegue dar
num tempo fixado. Ou outra variante: qual o menor
tempo para dar uma quantidade fixa de loopings.
Basta escolher o juiz e mandar o indigitado piloto
cumprir a tarefa.
LANÇAMENTO DE OVO. Alguns puristas poderão ficar chocados com o desperdício de alimentos que
poderiam salvar o mundo, mas enquanto os cientistas não apresentarem uma solução tecnológica
válida e tão espalhafatosa quanto essa, vamos de
ovo mesmo. O voo do ovo! O ponto de partida é desenhar um alvo na pista, também chamado “olvo”.
Melhor ainda num lençol que, depois de lavado e
“olvejado” pode ser reaproveitado. O petardo galináceo é transportado em um copo descartável
preso ao topo da fuselagem do bombardeiro (cruzam-se dois palitos de picolé pelas laterais do copo,
junto ao fundo deste, e passam-se os elásticos pela
porção externa dos palitos). O ovo vai dentro, claro!
Três variantes de lançamento: 1) por looping - se o
ovo acertar o próprio modelo na saída do looping
o espetáculo está garantido; 2) por roll; 3) por mecanismo servo-atuado - um termo fantástico para
seus propósitos. Errar e acertar organizadores ou
diretores do clube não é considerada penalidade,
pois entende-se que se tratou de legítima ovação
consagradora.
OVO AO CESTO. Há relatos que dão conta que essa
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variante foi criada por um pessoal com complexo
de culpa pelo desperdício. O Modus Operandi (ou
ovus operandi): seleciona-se um desinfeliz vocacionado para martir que será pomposamente denominado mecânico, que receberá um cesto (do tipo
daqueles de coelhinho de páscoa - num passado
muito remoto os coelhos botavam ovos). O objetivo
é recolher o ovo lançado do modelo no cesto, sem
deixar cair fora (espatifar dentro do cesto pode).
Fica a critério dos organizadores algum tipo de pontuação...
CORRIDA DO GARÇOM. Essa é baseada na famosa
corrida de garçons os quais tem de percorrer uma
distância de corrida, carregando uma bandeja
cheia de copos. Não basta ganhar, não pode derramar liquido. Em nosso caso utiliza-se o aparato do
copo de ovos e dentro deste copo coloca-se um
outro copo com água. O piloto deve circular, voando claro!, a pista duas vezes e pousar. Ganha quem
derramar menos água.
POUSO DE PRECISÃO. Basta traçar duas linhas na
pista (o ideal é esticar fios de tricot, bem grossos,
e com cor chamativa - vermelho, por exemplo - na
transversal da pista). O piloto deve pousar o modelo
entre as duas linhas, que estão afastadas cinco metros entre si. Imediatamente, tocada a pista o piloto
deve arremeter sem tocar a segunda linha. Ganha
quem pousar nessas condições em três tentativas.
Uma variante do pouso de precisão é desenhar um
alvo na pista com circulos de 1m, 5m e 15m, valendo pontuações maiores quanto mais próximo do
centro for o pouso. Nesta variante não há arremetida, mas o modelo deve manter a hélice girando.
POUSO EM DECK. Trata-se de simular um deck de
porta-aviões. A pista é curta 2mx5m. Transversalmente a ela estendem-se barbantes tendo em
suas pontas saquinhos de areia pra manter os fios
no lugar (meias velhas também servem). Estes barbantes devem ficar afastados da pista um dedo
mínimo. Podem ser 4 a 8 fios estendidos (vai depender da paciência para confeccionar). Os modelos
devem ter um gancho fixado ao fim da fuselagem
(não precisa ser trabalho primoroso, mas o gancho
deve ser articulado para pender solto e balançando). Ao lado da pista, a meia nau, colocam-se caixas de papelão para simular a ponte de comando
(é espetacular quando um modelo se choca contra a ponte!). O piloto aproxima o modelo tentando
prender o gancho em um dos barbantes e pousando em segurança.
CAÇA A RAPOSA. Essa é conhecida, mas já que existe vamos registrar. Trata-se de eleger um piloto e um
modelo (a tal raposa), ao qual ata-se um barbante (também chamado de nem-vem-que-não-tem!)
e no barbante um “rabo” feito de papel colorido
(seda ou outro qualquer, desde que leve). Trata-se
de caçar a raposa, ou melhor, o rabo dela, cortando-a com a hélice dos modelos caçadores. Essa é
uma prova que normalmente provoca um comportamento troglodita da torcida que se manifesta em
urros bestiais.
RASANTE. Trata-se de de fixar duas hastes de uns 2,5m
de altura a cada lado da pista, passar-lhes um barbante com algum papel colorido pendurado e os pilotos deverão passar por baixo da fita (entre as hastes, claro!). A altura do barbante pode ser ajustada
para dificultar a tarefa (ou produzir desastres espetaculares!). A contagem de pontos se dá por três passagens em sequência e sem refugar nenhuma delas.
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Edição 01 - Set/2015
PRODUTO/TECNOLOGIA
IMPRESSÃO EM 3D - A SOLUÇÃO SHAPEWAYS
(*) baseado em artigo publicado pela MAN de jun/2015
Com o desenvolvimento da tecnologia de impressão em 3D, com equipamentos ou kits muito acessíveis ao bolso do aeromodelista padrão, o desenvolvimento e a produção de peças se tornou bem
mais fácil. Isso é particularmente verdade no caso
de elementos decorativos ou elementos de escala
cuja finalidade seja dar ao modelo uma reprodução fiel do avião que lhe serviu de inspiração.
Ocorre que a tecnologia utilizada (filamentos plásticos que são fundidos no bico aplicador) em equipamento de uso pessoal não produz peças que
sejam estruturalmente resistentes. E mais, o controle
de deposição do plástico fundido não apresenta
precisão milimétrica, que dirá micrométrica. Algum
trabalho manual tem de ser aplicado nessas peças
para se chegar ao resultado final.
licos em objetos 3D. Esta é uma tecnologia de fabricação emergente. Aliás recomendamos uma visita
à página do website da Shapeways que detalha
cada um desses processos e seus produtos (no site
siga o link: “make à How it works”). Impressionado?
Então prossigamos...
A beleza do 3D é que pode-se desenhar qualquer
peça sem que haja custos iniciais ao projetista (moldes, ferramentas, usinagem), a não ser, claro, o investimento de tempo no próprio projeto. Este deve
ser traduzido em algum sistema CAD 3D que seja
aceitável pela Shapeways. O website da empresa
lista mais de 50 softwares suportados, metade dos
quais freeware. E a lista pode aumentar com o tempo. O autor esclarece que usou o Rhino 3D. Tanto
faz, uma inspeção nesta lista de softwares suportados permite verificar que a liberdade do projetista
é enorme, e isso basta.
Para que uma peça fosse estruturalmente resistente haveria a necessidade de, além de um desenho
utilizando técnicas que minimizassem os riscos de
fraturas, fissuras ou rompimento, utilizar-se materiais
estruturais que não são disponíveis para a 3D pessoal. Exemplo
destes materiais: nylon estrutural, bronze, aço inox
- e até metais
preciosos.
É caro recorrer à Shapeways? Bom, não é tão barato quanto obter uma peça com impressora 3D
de filamento para uso pessoal, mas pelo que esclarece a reportagem da MAN, você pode encomendar peças
a preços plenamente aceitáveis.
O autor (Jim Ryan)
mostra o caso ao
lado de três variantes de uma mesma
peça e duas delas
Q u a n d o As peças que o autor mandou confeccionar: três variantes de pitch control. As duas da custaram US$4,00
você já es- esquerda são de nylon estrutural colorido e a peça mais à direita é de aço inoxidável, enquanto a outra
meros US$17,00 (tratava desistindo de recorrer à uma impressora 3D eis que surge tando-se de uma peça sinterizada em aço inox).
Shapeways. Trata-se de uma empresa americana
(oh!) com serviços internacionais que recorre a vá- Enfim, de uma forma ou outra, estamos na aurorias tecnologias 3D para atender à sua necessida- ra de um novo tempo em matéria de produção
de específica. Um das tecnologias disponíveis é a daquelas peças que outrossim nos custariam mais
poderosa moldagem aditiva a laser, que é o pro- do que os caraminguás que conseguimos separar
cesso de criar objetos sólidos tridimensionais a partir para gastar com nosso hobby. Como sub-produto,
de modelos digitais. As tecnologias de fabricação talvez não escandalizemos tanto nossas compaaditiva compreendem a fusão a laser, fundição a nheiras de vida com os gastos no hobby. Veja por
vácuo e moldagem por injeção. A fusão a laser é esse lado bom!
um processo de fabricação aditiva digital que utiliza energia laser concentrada para fundir pós metá- Website Shapeways: www.shapeways.com
NÃO ESPERE A BOA VONTADE DOS OUTROS:
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Basta solicitar sua inclusão no mailing-list da publicação e você a receberá tão logo
cada edição esteja pronta. Para tanto escreva um email informando: 1) seu nome
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grátis e ela assim será mantida . Divulgue para todos que você conheça: vamos aumentar a circulação, abrangência e tamanho desta nossa newsletter. Escreva para:
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Aeromodelistas por Paixão!
Edição 01 - Set/2015
MATERIAIS
BALSA BRASILEIRA: VALE A PENA COMPRAR?
Quando se fala em madeira balsa, a reação típica do
aeromodelista é pensar no produto equatoriano. Mas
há uma produção local - e crescente - desta madeira.
A dúvida então fica sendo se ela se presta ao hobby
ou não. Vamos conhecê-la um pouco mais.
Pois então: tudo vai depender da exigência da
construção. Nao é desconhecida a classificação
dos “A”s: desde o 1A ao 4A mais o padrão Extra.
Cada uma destas gradações indica a maior ou
menor dureza da amostra, maior ou menor brancura desta, maior ou menor densidade (e por tabela seu peso comparativo) sendo a Extra a menos
densa (e mais leve), a mais branca e a mais macia.
E daí? O que isso significa? Onde entra a balsa brasileira? Tudo a seu tempo, vamos tentar esclarecer.
A madeira balsa (Ochroma Pyramidale) - no Brasil também chamada de Pau de Balsa - é um tipo
de madeira leve, resistente, de crescimento rápido
(podendo atingir até 30 metros - equivalente a um
edifício de 12 andares). Ela é nativa principalmente da América Central, sendo encontrada entre
as matas tropicais ao norte da América do Sul até
o sul do México. Sua árvore possui folhas grandes
que variam entre 30-50 cm. A
madeira é muito suave (com
poucos nós) e
leve, além de
ter uma casca
grossa. Sua densidade quando
seca, varia entre 100–220 kg/
m³ (aproximadamente
um
terço de outros
tipos de madeiras duras). Isto
faz com que
seja um material
muito popular
para
construção de aeromodelos, maquetes e materiais
flutuantes como salva-vidas e pranchas de surf. Recentemente passou-se a demandar a balsa para a
confecção de hélices de unidades geradoras de
energia eólica, o que vem realçando o interesse
por essa madeira.
É cultivada em diversos países latino-americanos, notadamente o Equador e Panamá, e nestes cultivares é cortada bem antes de atingir sua
idade adulta, o corte ocorrendo entre 4 a 6 anos.
O mercado mundial comercializa em torno de
150 mil m³/ano de madeira de balsa, movimentando em torno de US$ 71 milhões. Os principais compradores são os Estados Unidos (50%), China, Índia
etc. A Empresa Alcan Baltek (3A Composites) domina 70 % do mercado mundial.
O cultivo no Brasil é recente e concentra-se no
estado do Mato Grosso, com cerca de 7.900
hectares (1 hectare = 10.000 m2 = 100x100m) e
os produtores do estado são representados pela
COPROMAB - Cooperativa dos Produtores de Pau
de Balsa do Mato Grosso.
Agora o problema: a balsa brasileira ainda engatinha e não atingiu o padrão de qualidade com
que o mercado internacional está acostumado.
No caso do aeromodelismo, por exemplo, a exigência técnica é para madeiras com densidade
em torno de 140 Kg/m3, enquanto a balsa brasileira é oferecida em densidades por volta de 200 a
220 Kg/m3. Ou seja, o elemento construtivo produzido com balsa brasileira irá pesar quase o dobro daquele produzido com balsa importada. É evidente
que há uma diferença cavalar de preços: a balsa
brasileira é vendida por 30 a 40% do preço da balsa
importada, e esse aspecto faz tocar sininhos em alguns aeromodelistas. Matemáticos puristas conseguiriam ver uma vantagem no preço por densidade em favor da balsa brasileira, mas isso não tem o
mínimo significado em termos de projeto.
O que tem que
se perguntar é:
o modelo suporta o acréscimo
de peso pelo
uso da balsa nacional? Se sim,
então por que
não
usá-la?!
Mas - e sempre
há um mas - a
se lembrar que
maior peso irá
exigir uma compensação em
termos de geração de sustentação. Isso
normalmente
se traduz na
exigência
de
maior
velocidade de voo,
o que pode resultar em exigência de maior potência de motor e
maior habilidade do piloto para tourear um modelo
mais arisco.
Quem viveu o aeromodelismo radiocontrolado da
década de 1980 lembra-se dos famosos Sticks-Bola
-Preta fabricados com madeira caixeta (Tabebuia
Cassinoides), cuja densidade encontra-se entre
370 a 440 Kg/m3. E voava-se “de boa”, com motorzão glow .60 e pauleira total. É pois uma constatação que, se não engrandece a balsa brasileira,
também não a deixa ser refugada como imprópria
para o aeromodelismo. Via de regra, sempre que
o elemento construtivo suportar uma qualidade de
balsa 1A ou 2A, é mais vantagem, definitivamente,
optar pela balsa brasileira.
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Aeromodelistas por Paixão!
Edição 01 - Set/2015
U-CONTROL(*)
CONTROLE DE VELOCIDADE - MOTORES GLOW
O artigo abaixo foi sugerido por um texto encontrado na internet. O texto original não foi usado,
sendo desenvolvido de modo livre. Desse modo
deixo de citar a fonte. gpLeitner.
(*) apesar da denominação oficial de VCC (Voo Circular Controlado), somos tradicionalistas e optamos por usar u-control,
como criado originalmente por Jim Walker. Ademais, VCC parece designação de alguma doença venérea...
Consultado, o piloto,
construtor,
múltiplo,
ubiquo e grande guru
Edson Luiz Trierweiler
esclareceu que as
normas aplicáveis às
provas de escala em
campeonatos de ucontrol (vide observação acima) proibem
o uso de equipamentos de rádio. Mas ele
mesmo antecipa que
o uso está se disseminando e que, no futuro, bem poderá ocorrer que essas regras
sejam
modificadas.
Explica-se a razão de
minha consulta: uma
prova de escala ganharia muito em realismo com a possibiliO anúncio inaugural da era do
dade de controle da
u-control: o Fireball de Jim Walker.
velocidade do modelo, permitindo inclusive o realismo máximo derivado de
exercícios de toque-e-arremetida (touch-’n’-go).
Sem entrar no mérito da validade regulamentar,
quais seriam então as soluções existentes para o
controle de velocidade no cenário dos modelos
controlados por cabo? É o que examinamos em
seguida.
Fox 15 RC de 1965 - um dos primeiros motores RC. Notem o abafador no escape. O carburador ainda não era o estado de arte atual.
A mais óbvia era um terceiro cabo correndo da manete do piloto ao modelo e acionando o mecanismo de
controle do motor. Esse mecanismo normalmente era
apenas um abafador colocado sobre a saida de gases
(exaustão), com isso sufocando o motor e obtendo um
certo controle de velocidade. Temos novamente de lembrar que os modernos motores com carburador valvulado inexistiam e só foram introduzidos a partir de meados
da década de 1960. Quem domina, ainda hoje, os mecanismos de terceiro cabo é a americana Brodack, que
pode ser visitada no website www.brodack.com.
O segundo modo usa um
eletro-imã como servo linear atuando no mecanismo
de aceleração (carburador e/ou abafador). Neste
Sem dúvida, desde a introdução do U-Control
caso presume-se apenas
na década de 1940, imediatamente levantou-se
duas posições, aberta ou
o problema do controle de velocidade destes
fechada, que são obtidas
modelos. Afinal a prática mais corriqueira pedia
usando-se os cabos como
que após decolagem o piloto tivesse de aguarfios condutores. Para tanto
dar a exaustão do combustível para pousar. Por
instala-se uma bateria junvezes isso se dava inclusive com problemas de
to à manete e uma chave
alimentação deste combustível (bolhas) a afeliga-desliga. O eletro-imã é
tar a mistura nos momentos finais do voo, problede fácil confecção simplesmas esses que comprometiam a velocidade e a
mente enrolando-se uma
pequena bobina em torno
estabilidade do modelo sob o peso dos cabos.
Fragmento da folha de instruções do de um núcleo de ferro. AliNote-se que até o início dos anos 1960, antes da dispositivo de três-cabos da Brodack. ás, quem se interessar por
servos lienares mais sérios,
introdução do transistor em escala comercial
e dos circuitos integrados, pensar em rádios era impra- deve consultar o site da Firgelli: www.firgelli.com/. Vale
a pena.
ticável no caso do u-control. Principalmente pelo porte
destes aparelhos, dependentes que eram, entre outras E, claro, por último a solução que abriu esta pauta: o
coisas, de válvulas e de fontes de energia parrudas. Isso rádio controle. Neste caso instalam-e os componentes
para não mencionar que servos de modelismo eram necessários: bateria, receptor, e servo atuando em um
inexistentes (quando os rádios eram usados para o voo motor padrão RC. Pode-se inclusive pensar em servo
sem cabos, os modelos usavam mecanismos de “esca- para acionar os flaps, o que seria uma sofisticação a
pamentos” a elástico para o controle de leme). Ou seja: mais. Avantagem? Como o raio de ação do transmissor é
rádios não eram considerados para essa tarefa de con- curto, como o controle primário do modelo vem dos catrole no u-control. Assim não é surpreendente que as so- bos - não há riscos de acidentes por glitches de rádio - o
luções iniciais fossem baseadas em arranjos simples, ou equipamento pode ser dos tipos mais baratos, daqueles
xing-lings bem simplezinhos.
puramente mecânicas ou eletro-mecânicas.
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Edição 01 - Set/2015
Esta é uma edição digital. A qualidade não é indicada
para impressão. Mas pode ser disseminada livremente.
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