Edição 318 - Folha do Fazendeiro
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Edição 318 - Folha do Fazendeiro
FOLHA DO HEXA BRASIL [email protected] FAZENDEIRO www.folhadofazendeiro.com.br | Mais rural do que nunca MAIO DE 2010 • ANO XIII – Nº 318 – DISTRIBUIÇÃO REGIONAL E DIRIGIDA Seleção natural? Por falta de informação e assistência técnica algumas raças não sobreviveram na pecuária brasileira. Outras, simplesmente não vingaram por mau uso em programas de cruzamento. PÁGINAS 11 a 14 Acrissul propõe à Ouvidoria criação de cooperativas de mão-de-obra A Acrissul propôs à Ouvidoria Agrária Nacional a criação de cooperativas de mão-de-obra para absorver os trabalhadores dos acampamentos de sem-terra, abrindo frentes de trabalho e ocupando uma mão-de-obra disponível. A proposta foi feita durante reunião nacional da Comissão de Combate à Violência no Campo. PÁGINA 3 UFMS e Acrissul iniciam trabalhos de equoterapia Através de uma parceria com Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) e a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a entidade passou a oferecer a equoterapia. O projeto tem como objetivo atender pacientes com problemas psicológicos, ortopédicos, mentais e neurológicos e que sejam de baixa renda. PÁGINA 29 Valor da arroba patina em maio No intervalo de 26 de abril a 26 de maio, a arroba do boi gordo viveu altos e baixos, mas ao fim do período fechou o mês como começou, ou seja, sendo negociada a R$ 76,00, preço para pagamento em dois dias, livre do Funrural. A vaca acompanhou o sobe-e-desce, no entanto o mesmo ritmo, e fechando o período valendo R$ 1,00 a menos, comercializada a R$ R$ 70,00. No mercado de reposição, os invernistas se mostram insatisfeitos com a atual relação de troca. PÁGINA 8 2 MAIO 2010 Carta do Presidente A Acrissul é azul Francisco Maia, presidente da Acrissul Há um ano assumimos a Acrissul, uma entidade tradicional, que representa há 80 anos os valores maiores de Mato Grosso do Sul. Junto com ela, assumimos também um grande desafio: uma dívida próxima dos R$ 3 milhões, além de um déficit operacional mensal que só fazia aumentar essa dívida. Na primeira reunião da nossa diretoria, alguns membros – diante de ta- EXPEDIENTE FOLHA DO FAZENDEIRO Uma publicação mensal da Via Livre Comunicação e Agromarketing [email protected] EDIÇÃO E EDITORAÇÃO GRÁFICA: José Roberto dos Santos [email protected] TEXTOS: Jefferson da Luz [email protected] VIA LIVRE Comunicação e Agromarketing CNPJ. 05.212.423/0001-99 Av. Américo C. Costa, 320 Jd. América – CEP 79.080.170 Parque de Exposições Laucídio Coelho Campo Grande – MS Fone: (67) 3042-7587 [email protected] DEP. COMERCIAL E ASSINATURAS ANA RITA BORTOLIN (67) 3026-5014 9604-6364 [email protected] manho passivo financeiro – sugeriram que desmembrássemos uma área do Parque de Exposições Laucídio Coelho, e que fosse vendida para pagar a dívida. Como se essa fosse a única forma de quitá-la. Imediatamente fomos atrás de nossos credores. Entre eles, bancos, órgãos públicos, factorings, fornecedores, enfim. Procuramos cada um e com cada um deles conversamos sobre o problema e sobre o desejo da Acrissul de acertar os débitos relativos. Realizamos então a 1ª Expo MS. Com esta feira, apesar das dificuldades, investimos na infra-estrutura do Parque, já corroída pelo tempo, pavimentamos as ruas, resolvemos o problema da falta d’água com a construção de um reservatório, fizemos um trabalho de paisagismo, conseguindoos então já negociar algumas dívidas, etc. Após um ano de gestão temos a felicidade de dizer aos associados da Acrissul, que estamos finalmente no azul. Isso mesmo, não devemos nada a ninguém, a nenhum banco, a nenhum fornecedor, a nenhum órgão público, e estamos com todas as certidões negativas. Só temos a agradecer a todos os que estenderam as mãos nos momentos em que mais precisamos. Ao longo desse primeiro ano de nova gestão, a Acrissul manteve-se atuante firme na defesa dos interesses do setor produtivo do Estado, e em alguns casos até no interesse nacional do setor. A Acrissul foi a primeira entidade no País a conseguir derrubar na Justiça a predatória cobrança do Funrural nas operações da pecuária, exemplo seguido depois por inúmeras outras associações. De forma independen- te e apartidária estamos atuando firmemente no combate à carga tributária insuportável sobre os produtos primários e na defesa, sempre alerta, do sagrado direito de propriedade. Agora, com os ombros mais aliviados podemos planejar o futuro. Vamos realizar em setembro mais uma edição da Expo MS, de 9 a 19, desta vez voltada para o esporte equestre, com provas de laço, hipismo, tambor, rodeios, leilões de reprodutores, enfim, tudo envolvendo o mundo do cavalo, na maior feira que o CentroOeste já viu, voltada para o setor. E assim, olhando para frente, pensando grande, mas com os pés no chão, que estamos construindo uma entidade à altura de sua história e tradição. Hoje, respondendo aos questionamentos de alguns durante a Expogrande – feira que bateu todos os recordes – podemos dizer que a cor da Acrissul é o azul. CRÔNICA DO MÊS | Por Osvaldo Piccinin Estação de trem Guardo tão boas lembranças das estações de trem do interior, que resolvi prestar-lhes uma nostálgica homenagem antes que acabem de vez. Há pelo menos quarenta anos, viajar de trem era algo rotineiro, devido serem os carros e jardineiras poucos e rudimentares. Ônibus, era meio escasso de transporte. Seus vagões eram sempre bem cuidados, existia: Ordem, educação, zelo pelo bem público e disciplina entre os usuários, por isso a preferência por este meio de locomoção. Nos trens de passageiros existiam duas classes: luxo (primeira) com poltronas macias forradas em couro e a classe popular, menos sofisticada - mas nem por isso mal cuidada. Na minha cidade um belo programa era ver o trem das 9 horas da noite passar. Não se usava falar 21 horas -, era nove da manhã ou nove da noite. Quando o sinaleiro da estação ficava verde era o prenuncio de sua chegada. Nós ficávamos na plataforma rente aos trilhos para sentir o ventinho de seu veloz deslocamento. Aquele cheiro da frenagem – rodas de aço sobre os trilhos - era para mim um verdadeiro perfume. Eu também ficava de queixo caído, ao ver o chefe da estação próximo aos trilhos de forma estática com o “Staff” (um arco arredondado) entre as mãos, logo acima da cabeça, aguardando o maquinis- ta apanhá-lo com um único braço e num golpe certeiro - com o trem em movimento. Que show! Confesso que até hoje não sei para que servia o tal malabarismo e torci muitas vezes para o maquinista errar o bote, mas isso nunca aconteceu. Ficávamos boquiabertos ao ver os “ricos” comendo, bebendo, fumando charutos, cachimbos e conversando alegremente nos vagões restaurantes. A iluminação suave, a toalha de linho nas mesas e um vaso de metal contendo rosas artificiais davam um toque especial e refinado no ambiente. Os passageiros eram elegantes e bem vestidos, afinal somente quem tinha “posses” viajava neste tipo de vagão. Era muita gente chegando e também muitos partindo, alguns quem sabe, para nunca mais voltar. A estação se transformava numa praça de grandes acontecimentos e emoções. Era gente chegando para matar a saudade dos entes queridos, outros que chegavam chorando de emoção pela alegria de voltar, enfim como dizia meu amigo “Conde” imitando um matuto: “De um tudo, um pouco dotô”. Lembro-me que numa dessas vezes, enquanto eu admirava uma elegante senhora jantando com seu marido, a mesma abriu delicadamente a janela e me ofereceu uma maçã - que delícia! Foi a primeira vez que provei desta fruta, e sinto um gostinho de estação de trem até hoje todas as vezes que as saboreio. A minha maior emoção foi ao retornar à minha casa de trem, após trinta dias de internação num hospital. Foi um prazer indescritível ver a charrete do meu velho pai a nos esperar no estacionamento da estação debaixo de um florido flamboyant. “Quando o trem parar na estação sentirei no coração a alegria de voltar, quero encontrar a sorrir para mim, o meu amor na estação a me esperar”. Alguns dos meus primos fizeram questão de aguardar a minha chegada, tamanha era a saudade e o laço de carinho que nos unia. Foi gratificante vê-los correndo felizes atrás da charrete até nosso destino - o sítio. Quanta pureza na alma! “Nersão”, você foi para mim um exemplo de amizade verdadeira e solidariedade, obrigado primo querido. Velha estação, palco do saudosismo e do tempo longínquo que passou. Quando a vejo abandonada meus olhos lacrimejam e melancolicamente me pergunto: Porque o progresso tem uma índole tão maldosa assim? Seria uma ponta de ciúmes? Ou seria inveja das obras bonitas construídas com tanta dificuldade e carinho no passado? Francamente senhor progresso, se eu pudesse lhe dizer algo como reprimenda, eu lhe diria: Vá baixar em outra estação e pare de destruir minhas doces lembranças de menino do interior! E VIVA A PÁTRIA! [email protected] 3 MAIO 2010 Ruralismo Acrissul sugere cooperativas para reduzir desemprego em acampamentos rurais de MS Sugestão foi dirigida ao Ouvidor Agrário Nacional A Acrissul participou durante todo o dia de quinta-feira (20.05) da 100ª Reunião da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, no auditório do Incra-MS, em Campo Grande. Durante o evento, que debateu uma série de fatos que vêm criando instabilidade no campo, o presidente da Acrissul, Francisco Maia, sugeriu ao Ouvidor Agrário Nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho (foto), a criação de cooperativas de mão-de-obra para absorver os trabalhadores dos acampamentos de sem- terra, abrindo frentes de trabalho e ocupando uma mão-de-obra disponível. Segundo o presidente da associação, hoje existem no Estado, segundo números da própria CPT (Comissão Pastoral da Terra) existem 25 mil acampados. E esse número pode chegar a 40 mil com o regresso dos brasiguaios (brasileiros semterra que ocupavam fazendas no vizinho Paraguai), o que pode deixar o Mato Grosso do Sul à beira de uma convulsão social no campo, uma vez que aumentarão significativamente o número de invasões e acampados no Estado, alerta Maia. A criação de cooperativas de mãode-obra resolveria dois problemas: primeiro de empregabilidade, criando oportunidade de trabalho para centenas de trabalhadores, já que existe uma demanda muito grande no Estado no setor rural, que registra crescimento astronômico em alguns setores, como em silvicultura e no setor canavieiro. Segundo, que as cooperativas substituem a figura do empreiteiro (do gato como é conhecido), o que dá mais segurança para as propriedades rurais em questão de garantias trabalhistas e legais na relação de trabalho. Durante a reunião da comissão ficou decidido que a Polícia Federal daria mais um prazo de 10 ou 15 dias para que as 55 famílias da Fetagri-MS (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso do Sul) e FAF (Federação da Agricultura Familiar) deixem uma área em conflito no município de Amambai, a fazenda Piquenique. A área é alvo de uma briga judicial envolvendo o próprio Incra-MS e arrendatários da fazenda. O caso foi parar no STF (Supremo Tribunal Federal), e o ouvidor Agrário Nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho, prometeu fazer diligências à Justiça Federal e ao próprio STF para tentar solucionar o problema judicial criado. A área chegou a ser demarcada para os assentados. Na reunião foi assinado um termo de acordo, onde as lideranças dos acampados prometem uma saída pacífica, caso persista a ordem de reintegração de posse. O presidente da Acrissul, Francisco Maia, colocou a entidade à disposição da Ouvidoria Agrária. Atulmente a associação trabalha numa frente interessada em acabar de vez com os conflitos agrários envolvendo fazendeiros e indígenas em Mato Grosso do Sul. Em abril a Acrissul entregou à Presidência da República uma lista de área vizinhas à reservas, aptas à venda para a União assentar indígenas. A ACRISSUL É AZUL Criatividade, ousadia, determinação, entendimento e muito trabalho foram os ingredientes usados pela nova diretoria da Acrissul para atingir algo tido como impossível: ZERAR AS CONTAS DA ACRISSUL Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul 1º Ano, da nova Diretoria 5 MAIO 2010 Eleições 2010 Acrissul recebe visita de pré-candidato do PT ao Governo de MS Entidade está aberta para receber todos os pré-candidatos ao governo do Estado, afirma o presidente Francisco Maia N a manhã do dia 18 de maio, o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia, recebeu a visita do pré-candidato ao governo do Estado José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT. O encontro foi uma oportunidade para que a entidade apresentasse alguns gargalos da produção no Estado. “Nós, da Acrissul, não vamos dar apoio ao um partido, vamos apoiar um programa de governo que atenda as reivindicações do agronegócio”, disse Maia logo de início, frisando que a entidade está aberta para receber todos os pré-candidatos. O presidente disse ainda que um documento – que está sendo elaborado em parceria com a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) e sindicatos rurais – contendo todos os anseios da classe produtora será entregue aos candida- tos ao governo do Estado e à Presidência da República. Zeca do PT, que já foi governador por dois mandatos, disse que, se eleito, vai dividir a atual Seprotur (Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo) em três outras: Indústria e Comércio, Turismo e Agronegócio. “Dada à dimensão do Estado a Seprotur não atende mais as necessidades que temos. Está assoberbada de trabalho. Essas três secretarias formarão o tripé de um Estado novo, moderno e maduro”. Maia lembrou que questões tributárias têm impedindo o desenvolvimento em certas regiões e destacou a cobrança do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o óleo diesel e a pauta fiscal dos produtos agropecuários. Em resposta, Zeca Diretores da Acrissul debatem propostas com pré-candidato Zeca do PT questionou se não há alternativa à cobrança presumida do imposto, e defendeu uma pauta fiscal de acordo com a realidade de mercado. O vice-presidente da Acrissul, Jonathan Barbosa, lembrou que foi um dos fundadores do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), mas ressaltou que a entidade é apartidária e que o debate tem de ser feito com todos os que têm pretensões de ser governador. “Aqui nós temos um partido, o agronegócio”, resumiu. Ele destacou que questões da esfera federal, como disputas de terras com indígenas e restrições ambientais inviabilizam a produção. Em resposta, o deputado federal Vander Loubet (PT), presente na ocasião, sugeriu que a Acrissul tenha um representante na equipe que vai preparar o programa de governo para o agronegócio da futura candidata à Presidência da República, a ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Nas questões indígenas o Estado tem de ser o mediador e não colocar fazendeiro e indígenas uns contra os outros”, atentou Zeca. A planície Toni Moura, produtor no Pantanal, disse que a região está abandonada, com estradas e pontes estragadas. O pré-candidato respondeu a Moura que, atualmente, falta mais participação dos produtores na utilização do Fudersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de Mato Grosso do Sul), e que em sua gestão os recursos do Fundo eram desti- w w w. a c r i s s u l . c o m . b r 6 MAIO 2010 nados conforme a decisão de um conselho, o qual tinha forte participação da classe produtora. Uma novidade apresentada por Zeca durante a reunião foi a proposta de criação de uma Secretaria, ou Sub-secretaria, especialmente para a região do Pantanal. Segundo ele, a ideia surgiu durante uma reunião com produtores de Corumbá que disseram que a planície tem virado área livre para a prática de crimes: roubo de gado e narcotráfico. “O Pantanal ocupa um quarto do território de Mato Grosso do Sul. Por tanto, por que não criar uma secretaria especializada para cuidar dos problemas da região e da gente que vive lá?”, questionou Zeca. Sérgio Dias Campos (o Jacaré), produtor e empresário, disse que a classe necessita de apoio e que devido a divergências algumas regiões do Estado não se desenvolveram como poderiam. O tesoureiro da Acrissul, Luiz da Costa Vieira Neto, afirmou que os produtores estão dispostos a apoiar o programa de Zeca. Mas querem participação na elaboração de um projeto de desenvolvimento do setor rural do Estado. Pediu ainda – caso Zeca seja eleito – a volta do antigo regime de recuperação tributária, que viabilizava a criação e engorda de animais vindos de Mato Grosso, algo comum já que muitos pecuaristas têm propriedades nos dois estados. Acrissul promoverá debate entre candidatos ao governo A Acrissul vai promover um debate entre os candidatos ao governo do Estado nas eleições deste ano. A proposta surgiu na manhã de 18.05 durante a visita do pré-candidato a governador Zeca do PT à sede da entidade. Até o momento, além de Zeca, o atual governador, André Puccinelli (PMDB), já declarou que vai disputar as eleições em outubro, outros nomes ainda podem surgir até a data final para registro das candidaturas no TRE (Tribunal Regional Eleitoral). A ideia foi sugerida pelo presiden- te da Acrissul, Francisco Maia quando o pré-candidato disse que está pronto para discutir suas propostas e comparar os governos – Zeca já foi governador de Mato Grosso do Sul por dois mandatos. Segundo Maia, assim que as candidaturas estiverem registradas a entidade vai fazer o convite aos candidatos. Por aclamação foi escolhido o nome do vice-presidente da entidade, Jonathan Pereira Barbosa, para ser o mediador do debate. A data vai ser marcada de acordo com a disponibilidade de agenda dos futuros candidatos. Mapa suspende exportações de carne bovina aos EUA As exportações de carne bovina brasileira para os Estados Unidos estão suspensas. Na quinta-feira, 27.05, o Ministério da Agricultura interrompeu os embarques de carne bovina processada para o mercado americano, após um recall de produtos do frigorífico JBS, na qual identificaram a presença acima do permitido de Ivermectina. O bloqueio dos embarques ocorre em um momento delicado nas relações entre os dois países. Os Estados Unidos estão preocupados com a interferência do Brasil em um acordo nuclear com o Irã. E o Brasil, por sua vez, ameaça elevar as tarifas de importação de produtos ameri- canos por causa dos subsídios dados aos produtores de algodão. Em função do incidente com o JBS, o Brasil suspendeu todas as exportações de carne bovina para os EUA, a fim de evitar prejuízos maiores. Mas a decisão foi tomada de comum acordo com os americanos, que se comprometeram a não pedir novos recalls. Ao interromper unilateralmente os embarques, o Brasil pode retomar as exportações mais rápido quando o problema for resolvido. Os frigoríficos que mais exportam para o mercado americano são o JBS, o Marfrig e o Minerva. Nos dias sete e oito de junho, uma Exportações fracas e competição com outras carnes forçam boi para baixo Os estoques de carne bovina continuam baixo, contudo, os preços no mercado seguiram sob de baixo na primeira quinzena de maio. Isso se deveu a pequena quantidade de carne exportada em abril, o que fez com que os produtos destinados a exportação fossem despejados no mercado interno, é o que diz a análise quinzenal do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Além disso, o baixo preço da carne suína e, especialmente de frango, contribuíram para a tendência de baixa do preço da carne bovina. No atacado em São Paulo, o preço da carne sofreu uma pressão de baixa desde a primeira semana de maio. O preço da carcaça caiu abaixo dos R$ 5,00 o quilo, a R$ 4,99, ou US$ 2,76, em 14 de maio. Nas primeiras duas semanas do mês a queda foi de 3,1%. Durante 30 de abril a 14 de maio, a o indicador Esalq/BM&FBovespa para a arroba do boi, no Estado de São Paulo, depreciou 1,64% chegando a R$ 79,56, ou US$ 44,08 a arroba. No que diz respeito ao atacado de carne suína no mercado de São Paulo, o preço da carcaça deve uma queda de 2% nas duas primeiras semanas e fechou a R$ 3,99, ou US$ 2,21 por quilo (14/05). A respeito do frango, a carne congelada desvalorizou 1,5% na primeira quinzena, fechando a R$ 2,47, ou US$ 1,37. A carne de frango resfriada também teve um movimento de baixa, 2,5% no mesmo período, e foi negociada a R$ 2,27, ou US$ 1,26. missão do governo brasileiro vai se reunir em Washington com os americanos para discutir o assunto. Segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura, Nelmon Oliveira da Costa, os EUA fizeram uma mudança repentina em seus critérios técnicos para identificar o vermífugo. Testes No Brasil, os testes são feitos no fígado dos animais e a concentração da Ivermectina não pode ultrapassar 100 partes por bilhão. Agora, os EUA pedem testes no músculo e aceitam uma con- Rússia suspende importação da Marfrig e da JBS A Rússia suspendeu temporariamente as importações de carne bovina de oito unidades frigoríficas do Brasil, sendo três pertencentes à JBS-Friboi e três da Marfrig Alimentos. A informação foi publicada dia 27 de maio na página da Internet do Serviço Federal Veterinário e Fitossanitário da Rússia na internet e confirmada pelo Ministério da Agricultura do Brasil, que recebeu também ontem notificação da medida tomada pelas autoridades russas. De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, a Rússia não aponta problemas sanitários para a restrição, mas informa apenas que os frigoríficos não estão completamente adequados às exigências impostas por aquele país para importação de carne bovina, sem deta- centração de apenas 10 partes por bilhão. Segundo Costa, o critério utilizado no Brasil é recomendado pelo Codex Alimentarius da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). “Nós vamos até lá para esclarecer esse assunto. Queremos saber se os Estados Unidos estão adotando esse mesmo critério internamente e porque tiveram uma mudança de postura tão intransigente com o Brasil”, disse Costa. O problema vem sendo discutido há quatro semanas entre autoridades brasileiras e americanas, mas só agora as exportações foram interrompidas. Fonte: Estadão lhar quais seriam essas especificações. Ainda segundo a assessoria do ministério, o comunicado do governo russo informa que, das 29 unidades visitadas durante a última missão ao País, oito tiveram as compras suspensas. As unidades da JBS que integram a lista estão localizadas em Andradina (SP), Maringá (PR) e Pedra Preta (MT). Já as unidades da Marfrig estão em Capão do Leão (RS), Paranatinga (MT) e Promissão (SP). Também foram interrompidas as importações dos frigoríficos Rodopa, em Santa Fé do Sul (SP), e do Riosulense, em Rio do Sul (SC). O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec), Otávio Cançado, reclamou da falta de clareza do governo russo na interrupção das compras de alguns frigoríficos brasileiros. “Essa falta de transparência nos remete imediatamente a uma medida protecionista sem embasamento sanitário técnico”, disse Otávio Cançado. Fonte: DCI 7 MAIO 2010 2º leilão eletrônico de gado da BBM negocia 209 mil Serviço pode ser utilizado por agricultores e pecuaristas; basta procurar uma corretora filiada à BBM e fazer o cadastro N a terça-feira (25/05), a BBM (Bolsa Brasileira de Mercadorias) realizou o seu segundo leilão de carne bovina através da Compra e Venda Eletrônica de Carne Bovina. Foram negociadas 216 vacas do município de Brasilândia, um total de R$ 209.952,00. Na verdade essa foi a primeira negociação desde o lançamento oficial do novo sistema de comercialização de gado, que aconteceu mo dia 12 de abril, em uma cerimônia na Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul). A venda do primeiro lote de gado através da Bol- sa aconteceu no dia 6 de abril, o ofertante também era do município de Brasilândia. Além do leilão, também foram realizadas duas operações de registro de balcão (operação casada, com preços ajustados entre as partes que não entram em leilão, mas registrados a Bolsa). O valor total dos negócios foi de R$ 39.480 para dois lotes: um contendo 20 vacas e outras 22 novilhas. Para garantir o pagamento aos produtores, o sistema da BBM exige dos compradores um depósito de 90% do valor do negócio três dias antes de irem buscar os animais na fazenda. Os outros 10% são acertados entre as partes, sem a intervenção da Bolsa. O novo modelo tem FALE CONOSCO: (67) 3388-5000 como objetivo trazer mais transparência e segurança aos produtores na hora da vender o gado. Os leilões podem ocorrer de segunda à sexta, das 13h às 16h, dependendo da oferta de novos lotes ou da demanda do mercado. “Acreditamos muito no sistema da Bolsa e na região de Mato Grosso do Sul”, comentou Marco Antonio Ribeiro que montou, nesta semana, o escritório da Skill no Estado. O serviço pode ser utilizado por agricultores e pecuaristas de todo o Brasil, basta procurar a corretora filiada à BBM mais próxima e fazer um cadastro. 8 MAIO 2010 Agronegócio S/A Na capital, arroba do boi só patinou em maio Média do preço da arroba do boi ficou em R$ 76,00; arroba da vaca foi negociada em média por R$ 70 N o intervalo de 26 de abril a 26 de maio, a arroba do boi gordo viveu altos e baixos, mas ao fim do período fechou o mês como começou, ou seja, sendo negociada a R$ 76,00, preço para pagamento em dois dias, livre do Funrural. A vaca acompanhou o sobe-e-desce, no entanto o mesmo ritmo, e fechando o período valendo R$ 1,00 a menos, comercializada a R$ R$ 70,00, queda de 1,4%. O valor da arroba reflete uma situação que ocorre entre produtores e frigoríficos, a disputa pelo melhor negócio. Enquanto os pecuaristas querem receber mais por seus animais, a indústria quer pagar menos. E, nesse jogo para ver quem resiste mais tempo com a sua oferta, acontece o desaquecimento do mercado. A arroba atingiu R$ 76,00 depois de um período de muita relutância por parte dos produtores, com isso as vendas começaram a ser feitas em um ritmo mais acelerado. Na ocasião, os frigoríficos começaram a trabalhar com escala de seis, até sete dias com boi agendado para duas semanas à frente. Com o mercado irrigado e as escalas completíssimas, sobrou espaço para uma queda. A primeira veio no dia 5 de maio, a arroba desceu um degrau, foi para R$ 75,00, e a última foi no dia 21, quando chegou a R$ 74,00, queda de 2,63%. Contudo, no dia 25, a arroba do boi reagiu, foi para R$ 75,00 e, no dia seguinte, voltou para os R$ 76,00. Mesmo que tenha alcançado o preço em que a comercialização foi aquecida, para o próximo mês, uma escalada não é provável, desde o início do ano os produtores têm represado boi no pasto, agora, quando as chuvas acabaram, está chegando a hora de se livrar desses animais. Nesse cenário uma alta expressiva da arroba não é provável, apesar da aproximação do inverno. Na capital alguns frigoríficos de pequeno porte chegaram a inovar na compra, estavam oferecendo R$ 1,00 a mais para pagamento em cinco dias, tal bonificação o JBS só oferece para pagamento com trinta dias. Outra inovação ainda está em prática, o “boi de perto” – aquele que se encontra a até 150 quilômetros de Campo Grande – se bem negociado, pode ser melhor remunerado. Churrasco e futebol Com relação ao consumo de carne, muitos esperam que junho seja um mês de muitas vendas, é o mês da Copa do Mundo de Futebol, e a expectativa é de que se venda mais, especialmente cortes nobres. A aposta é de que a reunião para assistir os jogos da seleção brasileira seja uma ocasião para se fazer um churrasco com os amigos. Talvez não aconteça assim. Um olhar para as recentes datas comemorativas pode indicar o que vem pela frente. No fim do ano passado, os pecuaristas viam as festas de fim de ano como uma salvação para o preço da arroba, no entanto, ao contrário do que sempre acontece nessa época, o consumo de car- Frialto paralisa abate e busca saída para crise Com dificuldades de pagar pecuaristas, o frigorífico Frialto suspendeu os abates de bovinos em suas cinco unidades na sexta-feira, 29.05, e devolveu aos proprietários 3.700 animais que já estavam nos currais das plantas para abate. Há cerca de um mês, a companhia, que tem sede em Sinop (MT), negocia a venda de ativos para superar dificuldades decorrentes de um endividamento elevado e do crédito escasso. De acordo com fontes de setor de carnes, o Frialto estava em negociações avançadas nesse sentido com a Marfrig Alimentos, mas, no fim da semana passada, divergências com um dos bancos credores do Frialto teriam emperrado a operação. Procurados ontem, os diretores do Frialto não res- ponderam aos pedidos de entrevista. A Marfrig voltou a negar a operação por meio de sua assessoria, como já o fizera no fim de semana. Conforme apurou o Valor com fontes dos setores de carnes e financeiro, a operação entre Frialto e Marfrig envolveria arrendamento com opção de compra, um modelo semelhante ao que a Marfrig fechou com o gaúcho Mercosul em 2009. No ano passado, o Frialto contratou a Iposeira Partners para reestruturar sua dívida de R$ 360 milhões. Mas o frigorífico, que fatura cerca de R$ 1,2 bilhão por ano, continuava com dificuldade para obter novas linhas com bancos credores. Além do crédito restrito, diz uma fonte do setor financeiro, parte dos fornecedores de bovinos passou a exigir pagamento à vista - o que afetou o fluxo de caixa do Frialto -, depois do episódio do frigorífico Independência, que surpreendeu o mercado pedindo recuperação judicial em 2009. O Frialto também investiu no aumento da capacidade de abate num período de escassez de bovinos no mercado. Hoje, tem capacidade instalada de 4.040 animais em cinco plantas - Sinop, Nova Canaã, Matupá, todas em Mato Grosso, Iguatemi (MS) e Ji-Paraná (RO). Duas novas plantas, uma em Tabaporã (MT) e outra em Itaberaí (GO), estão em construção, mas as obras tiveram de ser suspensas por conta das dificuldades financeiras. Agora, a empresa avalia o tamanho do problema para saber se a recuperação judicial poderá ser evitada, afirmam fontes do setor. Fonte: Valor Econômico ne não cresceu e a arroba patinou, em Campo Grande passou mais de três meses a R$ 68,00. No último Dia das Mães, como em todos os anos a expectativa era de mais venda de carne para festejar a data. Não aconteceu. O que dá para se deduzir do comportamento dos consumidores é de que, se nem o Dia das Mães motivou um consumo a mais de carne, a seleção de Dunga também não o fará. Até porque, muitos já estão frustrados com a escalação dos jogadores e duvidam que a sexta estrela do hexa seja bordada agora na camiseta canarinho. Da redação Efeito dominó Como aponta o analista de pecuária do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) - órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) -, Otávio Celidônio, 42 municípios do norte do Estado tinham como opção ao abate uma das três plantas do Frialto, porém 15 destes terão agora apenas um grupo para negociar o gado, que em alguns casos será ou o Pantanal ou o JBS/Friboi. “No entanto, a capacidade de abate do médio norte mato-grossense, que escoava os bovinos para Sinop, ficou 100% comprometida, e para piorar houve um reflexo imediato após a paralisação dos abates. A arroba do boi naquela região desvalorizou R$ 1,60, tanto no norte como no médio norte. 9 MAIO 2010 Agronegócio S/A Em abril, pecuarista também perdeu na queda de braço com a indústria Diferenciais de Preços - BOI GORDO No mercado de reposição, os invernistas também se mostraram insatisfeitos com atual relação de troca F rigoríficos em pecuaristas disputaram nova queda de braço no mês de abril, é o que índios dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplica). E mais uma vez os pecuaristas perderam. No início do mês parecia que eles estavam em vantagem, a arroba do boi gordo foi cotada a R$ 81,99 (em São Paulo), no decorre de abril a situação inverteu, e a arroba foi fechada a R$ 80,93, queda de 1,3% no em um mês. No início de abril, o aumento nos preços da arroba esteve atrelado à forte resistência de pecuaristas para novas vendas. Na segunda quinzena do período, no entanto, os negócios efetivados nos valores maiores dos intervalos registrados pelo Cepea proporcionaram relativo aumento das escalas de abate e, com isso, alguma pressão sobre as cotações. Com a valorização da arroba até houve uma folga nas escalas, mas o fenômeno não foi generalizado, sendo obtido basicamente por aqueles frigoríficos que reajustaram os preços antes dos outros. O recuo de pecuaristas e também de frigoríficos no final do mês resultou em baixa movimentação do mercado pecuário. Atacado da carne Para a carne negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, o valor médio da carcaça casada de boi seguiu caminho inverso ao da arroba e teve alta de 0,39% no acumulado de abril, fechando o mês negociada a R$ 5,15/kg. A carcaça casada de boi foi sustentada, principalmente, pela valorização de 6,95% da ponta de agulha, que fechou o mês a R$ 4,00/kg. O valor médio do dianteiro caiu 2,35% no acumulado de abril, com o corte negociado a R$ 4,15/kg no final do mês. O traseiro valorizou 0,8%, a R$ 6,28/kg. Agentes esperavam valorização nas cotações da carne, especialmente dos cortes nobres do traseiro, para o fim de abril – devido à expectativa de aumento das vendas para o Dia das Mães – o que não foi constatado. Quanto às exportações, em abril, o Brasil embarcou 78,4 mil toneladas de carne bovina in natura, volume 2,2% menor que o de março passado e 7,87% inferior ao de abril de 2009, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). No mercado de reposição, os invernistas se mostraram insatisfeitos com a atual relação de troca. Assim, muitos preferiram postergar a efetivação de novas vendas de animais ao frigorífico, na Relações de Troca - BOI GORDO/ BEZERRO Diferenciais de Preços - BEZERRO espera, principalmente, de preços maiores para a arroba. E m abril, o animal nelore de 8 a 12 meses foi comercializado por volta dos R$ 750,00, tanto em Mato Grosso do Sul São Paulo. Já os negócios de boi magro continuam por volta dos R$ como em 1.000,00. 10 MAIO 2010 Agronegócio S/A Maior leilão do Pantanal acontece dia 12 de junho II Leilão da Marca 15, no Corixão, leva 8 mil animais para a pista, entre bezerros, vacas, bois e tourunos N o dia 12 de junho acontece o II Leilão da Marca 15, realizado pelo Taquari Leilões. O evento vai trazer para o tatersal da Fazenda Corixão, em Rio Verde, a maior quantidade de animais em um só leilão no Pantanal – serão 8 mil cabeças, entre bezerros, vacas, bois e tourunos de corte. “Espero que vendedores e compradores fiquem satisfeitos, porque o gado é de boa qualidade e estão em excelente estado. Negócio bom é quando as duas partes ficam contentes. E tenho certeza de quem comprar ficará satisfeito, pois o gado está bonito, bem alimentado, como acontece nessa época do ano no Pantanal”, comenta Pantaleão Flores, mas conhecido com Panta, diretor da Taquari Leilões. A última edição do Marca 15, em 2009, reuniu cerca de 400 pessoas, entre compradores e convidados, na Fazenda Corixão. “A liquidação foi de 100%”, revela Panta. “As vendas são boas porque hoje em dia no Pantanal o gado é de excelente qualidade. Não perde em nada para os animais do Planalto. Se você colocar os animais das duas regiões lado a lado não vai notar nenhuma diferença, especialmente entre esses que estarão no Leilão da Marca 15”, frisa. Juntar tantos animais em uma região como o Pantanal não é tarefa fácil, por isso mesmo as comitivas que levam as boiadas até a fazenda já estão trabalhando desde o fim de maio. machos com algo entre 180 e 210 quilos, já as fêmeas chegam à mesma idade entre 160 e 180 quilos. “E todos tem alimentação a pasto sem nenhum tratamento especial”, comenta. Um dos fatores para esse ganho em produtividade é a melhor da genética do rebanho. Uma prova disso é a quantidade de touros POs (Puro de Origem), da raça Nelore, que a Taquari vende para trabalho no Pantanal. Anualmente, são realizados três leilões somente de venda de touros. Os deste ano já estão agendados: dia 21 de agosto acontece o Leilão Jerson Domingos, com 50 animais; no dia 11 setembro o Leilão LS, com 80 touros e no dia 9 outubro o Leilão Melhoradores também com 80 animais. Panta lembra que a Taquari Leilões realiza leilões todos os primeiros sábados de cada mês na fazenda Corixão. Gado é tocado de comitiva até o local do leilão; imagem feita ano passado no Corixão O Corixão Panta destaca ainda que novos compradores devem participar do leilão, ele já observa que isso vem acontecendo nos eventos que realiza, isso foi percebido no último leilão que fez, no dia 15 de maio, também no Corixão. Além de compradores de Mato Grosso do Sul, também compareceram alguns vindo de São Paulo. Isso fez com os mil animais colocados em disputa fossem todos arrematados por bons preços. As médias foram altas, com vacas boiadeiras arrematadas a R$ 715,00, bezerras de 12 a 15 meses a R$ 550 e as de 10 meses a R$ 470. Entre os machos os preços foram o seguinte: boi de 24 a 30 meses média de R$ 900,00, bezerros de 18 meses R$ 750,00 e os de 10 a 12 meses R$ 650,00. Médias boas com essas têm uma explicação: a qualidade dos animais do Pantanal. Conforme Panta, a maioria das fazendas da região desmama os bezerros COMO CHEGAR AO LOCAL: Coordenadas da pista de pouso para o Leilão do Corixão: UTM Unidade | N (Norte) 7884478.406 | E (LESTE) 674189.454 De carro | Saindo de Campo Grande, o melhor caminho é por Rochedo, passando por Corguinho e Rio Negro, seguindo até o Posto do Braulino e virando para a esquerda, andando mais 45 km, chega-se ao Leilão do Corixão. A estrada está muito boa; de Campo Grande até Rio Negro é asfalto; daí para frente são 60 km de estrada cascalhada, em perfeito estado. 11 MAIO 2010 Reprodução Capa Seleção natural? Por falta de informação e assistência técnica algumas raças não sobreviveram na pecuária Jeferson da Luz, da redação M archigiana, Belgian Blue, Charolês Mocho, Blonde D’aquitaine, Piemontês, Pitangueiras, Beefalo. Caso ultimamente você não esteja vendo muitos exemplares dessas raças nas fazendas brasileiras, não há motivos para se preocupar, você não é o único. Essas raças são as que não “vingaram” no Brasil. Algumas chegaram prometendo ser a solução para os problemas da pecuária, mas não cumpriram a promessa. São muitos os fatores que fizeram, e fazem, com que raças desapareçam ou tenham sua população diminuída a níveis não comerciais. A equipe da Folha do Fazendeiro foi atrás para saber as respostas para tal fenômeno. “A principal razão para o declínio de uma raça é o mau uso dela”, afirma Luiz Otávio Campos da Silva, pesquisador de melhoramento genético da Embrapa Gado de Corte em Campo Grande. “O criador está com a pastagem ruim, o Nelore já não responde mais. Aí ele ouve que tal raça tem um ganho de peso fantástico que é precoce, de fato a raça é. Mas ele coloca os animais em um pasto que não estava engordando nem Nelore. Como ele espera ter resultado?”, questiona. Roberto Torres Júnior, também pesquisador de melhoramento genético da Embrapa lembra que muitas raças foram apre- BELGIAN BLUE sentadas sendo ideais para qualquer situação. “Faltou informação”. Ele frisa que o resultado de cada uma delas está diretamente ligado ao sistema de produção. E, uma vez os animais não respondendo as expectativas o mercado deixa de usar. “O Belgian Blue tem uma produção excelente na Bélgica, seu país de origem, mesmo que tenha problemas de parto, por ter um bezerro muito grande. Mas lá as fazendas são pequenas e 40% dos nascimentos são assistidos por veterinários. Lá dá para fazer isso porque eles vendem vitelo, portanto é interessante um animal grande ao nascer – remunera-se melhor –, logo, é possível se manter o veterinário para fazer os partos”, exem- 12 Luiz Otávio Campos da Silva (CNPGC) plifica. No sistema de produção brasileiro é inviável e impensável ter um número tão alto de partos assistidos. “Aqui morreriam a vaca e o bezerro no pasto”. População e seleção Outro problema na “sobrevivência” de uma raça é o tamanho de sua população. Na década de 40 teve início um trabalho que tinha como objetivo desenvolver uma raça capaz de produzir boa quantidade de leite em condições duras, daí fizeram o cruzamento entre o Guzerá (indiano) e o Red Poll (britânico), dando origem ao MAIO 2010 Pitangueiras – homenagem ao município do interior de São Paulo onde foi desenvolvido. A nova raça produzia três quilos de leite por dia, pouco, mas para a época era um resultado fantástico. No entanto, o Pitangueiras não sobreviveu porque tinha uma pequena população, o que reduz a viabilidade genética ocasionando problemas de consanguinidade. “Além disso, o Girolando foi muito mais difundido. Isso porque na época havia muito gado Gir e Holandês no Brasil, dessa forma a seleção do Girolando foi mais fácil do que a do Pitangueiras”, detalha Silva. Modismo também acontece na pecuária. Essa é a terceira razão pela qual algumas raças sumiram. Muitos fizeram propaganda enganosa, e quem comprou ficou frustrado e abateu seu plantel. “O mercado de carne faz com que o produtor fique imprensado em um sistema de baixo custo. Aí ele escolhe uma raça com grande ganho de peso, os animais chegam ao peso de abate mas não têm carcaça desejada, falta gordura. O frigorífico paga preço de vaca e o produtor desiste daqueles animais”, explica Torres. “Os vendedores não disseram que o animal tinha acabamento tardio”. Outro fator que pode ser incluído nessa lista é a falta de foco na seleção Roberto Torres Júnior (CNPGC) para aquilo que os pecuaristas mais precisam, produção de carne ou de leite. Ao invés disso, escolhem os animais que mais vão impressionar nas pistas. “Deixam de fazer um trabalho para criação a pasto, quem compra esses exemplares não tem resultado”, atenta Torres. “Seleção não significa dar ração para o bicho participar de exposições”, completa. Um dos exemplos de seleção com o foco errado é o Shorthorn, uma raça quase extinta nos dias de hoje, mas que no passado foi a mais importante para a pecuária de corte mundial. “Os principais responsáveis pelo fim do Shorthorn foram os próprios donos que não fizeram um trabalho de seleção voltado para os clientes. Sem dar lucro, a raça se acabou”, comenta. Uma forma de observar se a população de uma determinada raça está evoluindo ou não no país é verificar os dados da ASBIA (Associação Brasileira de Inseminação Artificial). O relatório de comercialização de doses de sêmen por raça de 2005 a 2009 mostra as raças que estão perdendo espaço no Brasil. Em 2005 a Associação registrou a venda de 4.374 dose de sêmen de Blonde D’aquitaine, em 2009 foram vendidas só 2.326, o Belgian Blue passou de 1.073 dose em 2005 para 204 em 2009. Em 2005 vendeu-se 8.569 doses de sêmen de Charolês Mocho, em 2009, 841. A procura pelo Marchigiana caiu, mas não foi muito de 9.216 doses para 5.742; e a do Piemontês de 2.235 para 826 doses. No mesmo período, a Associação não registrou venda de sêmen do Pitangueiras, já o Shorthoern e o Beefalo apenas números insignificantes: 50 e 371 doses respectivamente. O que não representa uma procura comercial. Na lista da ASBIA há outras raças que indicam que estão em declínio, umas em ritmo mais acelerado do que as citadas na reportagem. ABCBA reconhece redução na população do Blonde A ABCBA (Associação Brasileira dos Criadores de Blonde D’aquitaine) reconhece que houve uma diminuição pelo interesse da raça. “Mas isso aconteceu com todas as raças de origem europeia”, frisa Mário Fernandes, secretário executivo da ABCBA. E um dos motivos citado por ele para o desinteresse pela raça é a falta de informação que ocorreu quando na introdução desses animais na pecuária brasileira. “O que aconteceu foi que, devido à falta de informação, os pecuaristas fizeram cruzamentos errados, sem orientação técnica e tiveram perdas, depois disso a queda foi generalizada”, conta. “Foi falta de profissionalismo, tinha muita gente fazendo cruzamento industrial porque era moda, se você não fizesse, estava fora do negócio, fora de moda” acrescenta. Ele lembra que até 2002 o cruzamento industrial no Brasil estava indo bem de uma forma geral. Outras raças europeias tiveram destaque como Marchigiana, Limousin, Piemontês, mas foi só os problemas técnicos aparecerem para que os cruzadores desistissem. Um deles foi o tempo de acabamento de carcaça. O boi chegava ao peso de abate, mas não tinha a quantidade de gordura exigida pelo mercado. “Outra dificuldade foi a falta de adaptação dos frigoríficos. Como os animais tinham menos gordura, as carcaças precisavam ser resfriada mais lentamente, o que não aconteceu. Com isso tinha muita carne queimada pelo frio das câmara de resfriamento e por isso a indústria começou a rejeitar esses animais”, acrescenta. Em 2007, com a baixa procura por raças europeias, a ABCBA, então sediada em São Paulo capital, entrou em “stand by”, parou de funcionar. Hoje, depois de três anos, ela retoma as atividades em Curitiba (Paraná) com a missão de tornar a raça novamente usada em cruzamentos. “Nós vamos dar toda a assistência aos pecuaristas para evitar os erros de manejo que aconteceram no passado”, adianta Fernandes. “Também vamos iniciar um programa para desenvolver um animal mais precoce”, disse sem revelar o quan- to mais precoce, mas abaixo dos atuais 24 meses para acabamento. Um dos motivos para o ressurgimento da Associação, segundo Fernandes, é a grande procura pelo Blonde D’aquitaine nos últimos anos. O impedimento para sua expansão agora é o atual número de animais existentes no país atualmente, que não atende a demanda. “Precisamos de mais pecuaristas dispostos a criar a raça com o objetivo de ampliar a população”, finaliza. 13 MAIO 2010 POR OUTRO LADO Angus foi introduzido com sucesso no Brasil O crescimento da raça, diz presidente da associação, não é exclusividade do Brasil A variedade de raças presentes no Brasil é muito grande, e é claro que nem todas estão em declínio. O Aberdeen Angus e o Red Angus – animais de origem escocesa – foram introduzidos no país em 1906, em Bajé (Rio Grande do Sul), através de um touro que veio do Uruguai. Mas foi somente na década de 70 que a raça começou a se popularizar e, uma das razões para isso é a qualidade da carne. “Pela sua genética o Angus tem uma carne marmorizada que lhe confere maciez e sabor, o que é muito apreciado pelos mercados internacionais e agrega valor ao produto final”, argumenta Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, diretor-presidente da ABA (Associação Brasileira de Angus), em entrevista por telefone à Folha do Fazendeiro. Dados da comercialização de sêmen nacional registrados pela ASBIA (Associação Brasileira de Inseminação Artificial) mostram que nos últimos cinco anos a venda de sêmen de Angus cresceu 232%, passou de 96.861 doses em 2005 para 321.619 doses em 2009. Com relação ao Red Angus, a comercialização do sêmen foi estável com uma média de 282,8 mil doses por ano. Mas é quando se presta atenção à quantidade de doses importadas é que os números são realmente impressionantes, de 2005 a 2009 a venda dose de sêmen de Angus pas- sou de 111.121 para 639.823, crescimento de 475,7% em cinco anos. O sêmen de Red Angus importado também aumentou significativamente, 299,4%, saindo de 54.515 doses para 217.773. Na soma de doses de sêmen importado e nacional chega a 961.442, o que coloca o Angus como a segunda raça mais procurada no país, perdendo apenas para o Nelore Padrão – que comercializou 2,2 milhões de doses em 2009. O crescimento da raça, diz Mello, não é exclusividade do Brasil, em países exportadores de carne como Uruguai, Nova Zelândia e Austrália o Angus tem tomado conta da paisagem. Isso sem falar na Argentina onde é criado há muito mais tempo. “No Brasil a curva de crescimento é mais acentuada porque fora do Rio Grande do Sul, no Sudeste e no Centro-Oeste, a raça tem mostrado grande adaptação e vantagem comerciais no cruzamento com o Nelore, que gera animais preco- 14 ces sexualmente e em ganho de peso, com acabamento de carcaça aos 18 meses”, garante Mello. Esses aspectos, aliado a um carne de gordura entremeada, fazem esse cruzamento industrial ser cobiçado pelos frigoríficos. “Animal jovem com carne macia é o que eles querem”. No Rio Grande do Sul a raça é criada sem mistura, mas, apesar de lá ter o maior rebanho de Angus e Red Angus, de acordo com o ruralista, apenas 10% do total de sêmen comercializado no país fica no Rio Grande do Sul, o resto vem para as regiões com temperaturas mais elevadas. Outro fator que pode explicar o sucesso da raça entre os pecuaristas é o esclarecimento técnico para quem está comprando touros Angus ou formando plantel. O presidente da ABA disse que a Associação tem oito técnicos em dife- MAIO 2010 Joaquim Francisco Bordagorry, da ABA rentes cidades da região Sul os quais são especializados no manejo da raça e que prestam assessoria para os iniciantes. “Eles também realizam dias de campo e palestras em sindicatos e associações. Sem dúvida, ter um braço técnico ajudou na propagação da raça”. Mas, talvez, o que mais tenha contribuído para a expansão do Angus seja o trabalho de certificação da carne. Trocando em miúdos, marketing. Isso é feito através do Programa Carne Angus Certificada, o objetivo maior é a valorização da carne de animais da raça, uma parceria entre os produtores – através da Associação – e alguns frigoríficos, com isso os pecuaristas conseguiram um diferencial por arroba. E não tem incentivo maior do que dinheiro no bolso se propagar uma raça. Atualmente, os frigoríficos Marfrig, VPJBeef e Silva recebem a certificação da ABA. A rede de supermercados Zaffari e diversos restaurantes também estampam o selo de origem da carne. Desde de 2006, produtores dos esta- dos do Paraná, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul também já contam com o bônus na hora de vender seus animais ao frigorífico. Enfim, até aqui, a raça Aberdeen Angus tem sem mostrado uma excelente opção para a pecuária brasileira, atende os objetivos de produtores e frigoríficos e ainda o gosto do consumidor. Outras raças com as mesmas características poderiam estar competindo com mais força nesse mercado, mas a pressa em vender touros e a falta de informação levou muitos a frustrações que até hoje doem, principalmente no bolso. Alguns produtores abandonaram o cruzamento industrial e voltaram às velhas práticas. O que pode ser ruim para as ambições do setor, consolidar a posição do Brasil como principal provedor de proteína animal do mundo. (J.L.) MAIS TECNOLOGIA Associação do Blonde D’aquitaine inicia nova fase A ABCBA (Associação Brasileira dos Criadores do Blonde D’aquitaine) está voltando a atividade, depois de uma período de três anos em stand by – durante o qual mudou-se de São Paulo para Curitiba – a nova diretoria tem a missão de fomentar a criação da raça no país. O recém eleito presidente, Sr. Rubens Buchmann, acredita na retomada do interesse pelas raças européias, em especial do Blonde D’aquitaine, em razão da forte demanda por reprodutores, destinados ao cruzamento industrial. Uma das metas da atual diretoria e congregar os diversos criadores com objetivo de aumentar a oferta de reprodutores e assim abastecer o mercado, atualmente em grande procura por touros da raça. Para dar início a esta nova fase, a Fazenda Padrão, uma das pioneiras na criação de Blonde, realizaria no dia 3 de junho, na cidade de Chapadão do Sul (MS) durante a 18ª. Exposul, o 5º Leilão da Fazenda Padrão e Convidados, no qual, estará ofertando 20 reprodutores da raça. Agro-Pecuária CFM cria sistema próprio para identificação do rebanho, etapa importante no sucesso do programa de seleção A busca por maior transparência nas relações comerciais dentro do mercado tem impulsionado de maneira irreversível o setor da produção animal rumo à profissionalização. Entre as conseqüências desta tendência estão não só o investimento maior do pecuarista em tecnologias para aumento da eficiência do rebanho, mas também em modelos de gestão para coleta e armazenagem das informações que são geradas no campo. Tamires Miranda Neto, veterinário da Agro-Pecuária CFM, explica que é preciso traçar planos objetivos e mensurar todos os resultados a fim de obter informações precisas sobre a performance produtiva e reprodutiva dos animais, pois é desta maneira que se torna possível medir se os ganhos de produtividade estão dentro dos parâmetros estipulados. O primeiro passo na condução desse processo de registro das informações passa pela identificação individual dos animais, etapa considerada de grande importância no manejo de campo da Agro-Pecuária CFM. Na CFM, o rebanho é 100% identificado. Devido à complexidade do sistema de produção, que inclui cria e recria de animais para o programa de seleção genética e engorda de animais para corte, com fazendas em diferentes regiões do país, a CFM criou um sistema próprio para identificação de seus rebanhos. Assim, a padronização se dá pela identificação por letras e números que permitem saber a origem do animal e o ano de nascimento, além do número do animal propriamente dito. Inicialmente, cada propriedade do grupo é identificada por uma sigla de 2 dígitos que dá início ao código de identificação do animal. Em seguida, o indivíduo recebe um número de 4 dígitos, que identifica a ordem seqüencial de seu nascimento. E, finalizando, os 2 dígitos do ano de nascimento (safra) do animal. A identificação é a seguinte: “sigla da fazenda” + “número do animal” + “safra” No campo, o controle é feito da seguinte forma: o campeiro carrega uma caderneta onde ele inicia a coleta de informações e identificação do animal desde o parto. Nesta constam os números seqüenciais de nascimento dos animais, e outras informações como: número da mãe, data do parto, peso do bezerro, sexo, raça e lote. A caderneta de nascimentos, como é chamada, é carbonada, sendo que uma via é enviada para o escritório da fazenda e a outra via permanece com o campeiro até a desmama dos bezerros para eventuais consultas e anotações. Feito o preenchimento das informações sobre o nascimento, o campeiro tatua as duas orelhas do bezerro com os números de 4 dígitos. Este será o ‘RG’ do bezerro, número que ele vai carregar para o resto da vida. Este processo, apesar de simples, é muito importante e deve ser feito sempre de forma criteriosa, pois, a partir dele é que o animal ingressa no programa de seleção. “A correta identificação é essencial não apenas para o bezerro em questão, mas também para o bom desempenho do programa de seleção, que se baseia numa boa coleta de dados, esclarece Tamires Miranda Neto, veterinário da Agro-Pecuária CFM. A fim de facilitar o manejo, os bezerros recebem um pequeno picote na orelha que sinaliza o mês de nascimento. Este método é vantajoso, pois o picote pode ser facilmente visualizado e o animal jovem ainda não precisa passar pelo processo de marcação do couro a fogo. O interessante é que cada mês do ano corresponde a uma posição única do picote da orelha do animal, conforme esquema abaixo. Por ocasião do desmame, os animais recebem a marca da CFM (&) na face esquerda, e, entre os 8 e 12 meses de idade, são marcados com seu número de 4 dígitos na anca do lado direito. Antes de qualquer transferência ou venda, o animal ainda é marcado no cupim (lado direito) com as duas siglas de identificação da fazenda. Desta forma, todo animal produzido pela CFM apresenta uma identificação única que é utilizada de forma prática tanto no campo como no programa de melhoramento. Com isso, a informações de cada animal do banco de dados da CFM compõem uma informação limpa e de alta confiança o que ajuda na qualidade da avaliação genética de todo o rebanho e os seus clientes têm a certeza de adquirir animais com máxima confiança e transparência. 15 MAIO 2010 MÉDIAS PREÇOS GADO MAGRO Mercado Com o boi magro caro confinamento cai 5,9% E ste ano a quantidade de animais em confinamento deve ser 5,9% menor do que em 2009, é o que prevê a Assocon (Associação Brasileira de Confinadores), entidades que reúne 50 confinamentos no país. E o principal motivo para isso é o valor do boi magro, que hoje está por volta de R$ 1.000,00, ou R$ 79,00 por arroba (valores de São Paulo). Segundo estimativas da entidade, no ano passado foram confinados 2,2 milhões de animais, para este ano deve passar de 2 milhões. Pesquisa feita entre os associados mostra que entres os confinamentos de pequeno e grande porte há um crescimento de 7%, mas quando se trata dos grandes confinadores a projeção cai 14% com relação a 2009. Bruno de Jesus Andrade, técnico da Assocon, aponta outro motivo para a queda no confinamento no Brasil, as incerte- zas quanto ao preço futuro da arroba do boi gordo. “A relação de troca boi magro/ boi gordo não está clara, mas o mercado indica que vai ser apertada”, comenta. Para quem vai fazer confinamento este ano a dica é ser cuidadoso na hora de fazer as contas do negócio, pois mesmo que o custo da ração tenha caído bastante com relação a 2009, não há previsão de quanto vai estar a arroba em outubro, e um dos motivos para isso é o fato de não haver dados sobre a quantidade de animais colocados em confinamento pelos frigoríficos. “No Brasil é complicado fazer uma previsão, porque a maioria os dados não é oficial e os poucos oficiais que há não são confiáveis. Há muito abate clandestino”, comenta. “Para garantir um preço mínimo é bom que o pecuarista trave o boi na BM&F/Bovespa [faça contratos de Opção de Venda]. Assim ele Fonte: Assocon fica protegido das oscilações do mercado”, aconselha Andrade. Para ele, o confinamento se mantém como uma boa opção de sistema de engorda para a região Centro Oeste do país, onde há uma forte produção de grão, especialmente de milho, que é um excelente ingrediente da ração, acelera a engorda. No Mato Grosso o preço desse grão tem caído nos últimos meses e chegou a custar R$ 9,00, o que viabiliza seu uso em quantidades maiores na hora de fazer o concentrado. “Com isso, o produtor pode terminar seus animais mais cedo e ganhar no giro. Mas tudo tem de ser feito na ponta do lápis”. Como fica No ano passado, aconteceu um fenômeno inesperado, a baixo do preço do boi gordo em plena entressafra. Um dos fatores para isso se deveu a surpresas da natureza, quanto era esperado um período de seca choveu como se fosse verão, isso acelerou a engorda dos animais que estavam no pasto que foram para o abate praticamente no mesmo período em que os animais de confinamento. Este ano pode o desestimulo ao sistema vem do preço do boi magro – que representa 75% do custo de um confinamento – que está quase igual ao do boi gordo. “Fatores emocionais do pecuarista podem levar a uma queda no confinamento. Ele pensa; ‘no ano passado eu levei prejuízo, não vou arriscar novamente’”, explica Andrade. “Mas vai da pessoa avaliar bem os seus custo e planejar cuidadosamente o que vai fazer”, ressalva. Em MT Mato Grosso é um dos principais confinadores do país, ao lado der Mato Grosso do Sul e Goiás, e os números do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) também apontam para uma diminuição na atividade, 7,03% em relação ao ano passado. Lá 200 das 221 unidades confinadoras cadastradas (90%) foram contatadas. Caso a intenção dos produtores se concretize, serão produzidas 593 mil cabeças, exclusivamente nos cochos, que deve responder por 20% a 30% dos bovinos produzidos para abate no período da entressafra. 16 MAIO 2010 TAG Ativo eletrônico para gado reduz fraudes e custos Sistema de baixo custo automatiza o processo de fiscalização nos postos de fiscalização da sanidade A Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP) acaba de lançar o “TAG Ativo”, um dispositivo para identificação e monitoramento do trânsito de animais. Este dispositivo eletrônico substitui os documentos em papel exigidos no transporte de gado, como atestados de vacina e dados sobre o animal. O novo produto ajudará a reduzir fraudes e baixará custos. O aparelho tem memória para gravar e transmitir dados coletados por radiofreqüência - similar aos utilizados nos pedágios das rodovias paulistas e do Sul do Brasil (“sem parar” ou “passe fácil”) -, de animais rastreados e identificados com brincos eletrônicos. “A nova tecnologia consolida os processos de rastreabilidade, contribuindo assim para a melhoria da eficiência e competitividade da pecuária brasileira nos mercados interno e externo”, diz o pesquisador Waldomiro Barioni Jr, da Embrapa Pecuária Sudeste. Com tecnologia totalmente brasileira, a Embrapa Pecuária Sudeste e a empresa parceira AnimallTAG, de São Carlos, tiveram participação na concepção do produto. Agora a Embrapa Pecuária Sudeste e a AnimallTAG estão validando o dis- tificação Animal – DIA e a identificação do motorista do caminhão, responsável pela carga de animais. O sistema é composto por um Tag Ativo, um leitor fixo para leitura do Tag Ativo, brincos eletrônicos para identificação dos animais e um leitor portátil positivo a campo para transporte de bovinos. O direito de fabricação do TAGAtivo é de exclusividade da empresa parceira por tempo determinado, cabendo à Embrapa Pecuária Sudeste os royalties sobre a comercialização do produto. É um sistema de baixo custo, que automatiza o processo de fiscalização nos postos de fiscalização da sanidade animal, mesmo em regiões afastadas, sem infra-estrutura; reduz o tempo de fiscalização para poucos segundos, permite a inspeção de 100% dos veículos; permite saber quantos e quais animais passaram pelas barreiras, proporcionando um monitoramento total do trânsito animal; proporciona boa capacidade de resposta frente ao surgimento de eventuais emergências sanitárias; permite integração com a Guia de Trânsito Animal (GTA) eletrôni- ca e com o SISBOV. Com adoção do novo produto, o camioneiro levará o Tag Ativo fixado ao caminhão de transporte de animais, do lado externo, ao invés das dezenas de documentos em papel, hoje ainda necessários. No novo equipamento estão ainda gravados os dados da Guia de Trânsito Animal – GTA, do Documento de Iden- Como funciona O sistema proposto é composto por um Tag Ativo, um leitor fixo para leitura do Tag Ativo, brincos eletrônicos para identificação dos animais e um leitor portátil para leitura do brinco Eletrônico. 1) O Tag Ativo é um pequeno dispositivo de rádio freqüência similar aos utilizados nos pedágios das rodovias paulistas e do Sul do Brasil. Sua distância de leitura é maior que a do Brinco Eletrônico. 2) O leitor portátil é um equipamento dotado de uma antena que ao ser acionado faz a leitura do brinco eletrônico. 3) O leitor fixo é um equipamento no formato de painel, dotado de uma grande antena, e com alcance de leitura maior, possibilitando a leitura dos Tags Ativos. 4) O brinco eletrônico é um identificador fixado a orelha do animal, sem bateria, que transmite o número do animal quando excitado por um sinal de rádio freqüência. Sua função é identificar o animal e não localizar o animal. A distância de leitura de um brinco eletrônico é pequena pelo fato de não possuir bateria. Normalmente um brinco eletrônico é usado em conjunto com um brinco plástico visual, fixado na outra orelha do animal. Vem ai a Expo MS DE 9 A 19 DE SETEMBRO Parque Laucídio Coelho Campo Grande. Promoção: Acrissul MAIO 2010 17 18 MAIO 2010 Cooperativismo Celso Régis: “De qualquer forma as cooperativas em geral estão mais profissionalizadas, em termos de administração Celso Régis, da OCB-MS: “Cooperativas precisam de gestão profissionalizada” isso até hoje não há uma cooperativa de carne bovina”, completa. Contudo, ressalta ele, há uma movimentação forte do Sindicato Rural de Campo Grande para mudar essa situação. Segundo o presidente reeleito da OCB-MS, desafio atual é buscar capacitação para as lideranças O cooperativismo é algo já consolidado no Brasil. União, objetivos em comum, ganhos econômicos e sociais são os elementos que movem as pessoas a se unirem e formar cooperativas. Mas é preciso mais do que boa vontade e saber produzir para que uma dessas entidades vá bem, é preciso saber gerenciá-las. A falta de uma gestão profissionalizada é um dos principais problemas enfrentados hoje dentro das cooperativas, é o que aponta Celso Ramos Régis, presidente da OCB-MS (Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras em Mato Grosso do Sul). Um exemplo de como a falta de profissionalismo pode acabar mal, segundo ele, foi a Cooagri (Cooperativa Agropecuária e Industrial), que no ano passado teve seus bens liquidados para pagar uma dívida que passava dos R$ 240 milhões. “É como dizem: ‘o produtor é muito eficiente da porteira para dentro’. Se fosse questões de mercado todas as outras teriam tido o mesmo destino. E os culpados são os próprios associados, que são os donos do negócio. Sem um gerencia- mento profissional da cooperativa a desativação realmente pode acontecer”, diz. Mas, apesar do aviso, Régis avalia que as cooperativas em Mato Grosso do Sul vão muito bem. Atualmente são 105, divididas nos setores de saúde, crédito, infra-estrutura e agricultura, sendo que este último é a que tem mais expressão. Ao todo, elas representam 9% do PIB (Produto Interno Bruto) estadual. “Isso é muito dinheiro, daí você pode perceber a importância que as cooperativas têm”, comenta. Conforme Régis, o desafio no momento é buscar capacitação para todos os responsáveis pela condução das cooperativas. “Através da Sescoop [Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo] estamos em buscado o aperfeiçoamento dos gestores. Para isso oferecemos MBA [Master Business Administration] voltado para a gestão de cooperativas, ministrado pela Fundação Getúlio Vargas. A melhor é que se possa achar bons administradores entre o corpo de cooperados, mas, se não for possível, tem de se ir atrás dos melhores profissionais do mercado para prestar assessoria”, aconselha. De uma forma geral, para Régis, a classe que produtores que é mais fácil de mobilizar para formação de uma cooperativa são os que trabalham com pecuária de leite, pois já praticam os princípios espontaneamente. “Em uma linha de leite o laticínio passa por lá para pegar o leite de todos. Mas se um decide que não vai mais entregar leite, o laticínio ameaça parar de fazer a linha e todos se unem para saber o que está acontecendo com quem quer parar e ajudá-lo a resolver o problema. Eles não podem parar de vender”, ilustra. Mas o mesmo não acontece com a pecuária de corte. O presidente lembra que em todos os tipos de carne há alguma cooperativa atuando, menos na carne de bovinos. “O pecuarista tem o privilégio de ter o seu produto transportado à custa da indústria e não importa se o frigorífico está fazendo a viagem para pegar os animais só de uma fazenda”, compara. “Quem trabalha com gado de corte tendem a ser independente, por OCB-MS lança prêmio de jornalismo Durante um café da manhã no dia 25 de maio, a OCB-MS (Organização das Cooperativas Brasileira em Mato Grosso do Sul) fez o lançamento do II Prêmio OCB-MS de Jornalismo. Na ocasião, presidente da entidade, Celso Ramos Régis, disse que o objetivo do Prêmio é de mobilizar e reconhecer os jornalistas dedicados a divulgar os projetos, ações econômicas e sociais realizadas pelo cooperativismo. Nesta edição duas categorias serão premiadas: telejornalismo e jornalismo impresso. “Queremos promover um parceria com a imprensa, para disseminar o cooperativismo e mostrar que esta forma de organização econômica e sólida e forte para enfrentar as crises”, disse Régis. Falando especificamente do cooperativismo no agronegócio, o presidente lembrou que no Estado ainda há muitas áreas em que a atividade pode estender muito, um exemplo a iniciativa de criar uma cooperativa de pecuaristas para evitar a venda para os frigoríficos e ainda melhorar a remuneração dos associados. Há ainda o início de outras duas relacionadas a produção de cernes, uma de peixe e a outras de ovinos. “Os produtores querem diversificar sua produção, daí estão partindo para uma cooperativa de abate de ovinos. Nós incentivamos a diversificação, porque se a soja não estiver dando dinheiro ele tem uma alternativa de renda e não vai passar apertado”, disse. Serão distribuídos R$ 12.000,00 em prêmios, os vencedores serão conhecidos no dia 3 de dezembro durante o Encontro Estadual do Cooperativismo. SERVIÇO: Para mais informações basta acessar o site da OCB-MS: www.ocbms.org.br Briga com gigantes Régis tem uma resposta para os recentes questionamentos que surgiram entre os pecuaristas do país nos últimos tempos: será que dá manter o poder de barganha frente à diminuição da concorrência entre os frigoríficos? Ele responde que sim: centrais de cooperativas. A centrais, como o nome já sugere, foca a atuação de diversas cooperativas em um só nicho de mercado. Dessa forma elas ganham projeção nacional, diminuem ainda mais os custos e ampliam a atuação entrando, inclusive, em espaços que as gigantes de capital aberto atual com igual competitividade. Tal estratégia, de acordo com Régis, já foi testa e aprovada – é a Aurora (Cooperativa Central Oeste Catarinense), que na realidade congrega outras quinze cooperativas. “E a marca esta aí, competindo de igual para igual com outros grandes nomes como Sadia, Perdigão e outras”, comenta. Finalizando o presidente da OCB-MS disse que de uma forma geral as cooperativas do Estado estão mais profissionais em termos de administração, mas que ainda há muito para ser melhorado nesse sentido. 19 MAIO 2010 Agende-se ExpoBonito acontece em agosto Abertas as inscrições para seleção de chefe-geral da Embrapa Pantanal Estão abertas até dia 22 de junho as inscrições de candidatos ao cargo de chefe-geral da Embrapa Pantanal, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), localizada em Corumbá (MS). Podem participar da seleção empregados da Embrapa ou profissionais de outras instituições que atendam aos requisitos mínimos previstos na norma de recrutamento e avaliação de candidatos, disponível na página da internet: www.embrapa.br/selecaochefe. O mandato é de três anos, prorrogável por mais três. A Embrapa Pantanal é uma unidade ecorregional, ou seja, atua em função de demandas do bioma. Foi criada em 1975 e tem atualmente 130 empregados. Mais informações pelo telefone (61) 3448-1727 ou 3448-4393 ou ainda pelo e-mail [email protected]. Feicorte 2010: confirmados 12 leilões de elite Animais de genética apurada, provenientes de rebanhos top de várias raças, com aptidão para produção de carne ou para disputar pista, estarão à disposição dos interessados nos leilões da Feicorte 2010 – 16ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne. O evento será realizado de 15 a 19 de junho, no Centro de Exposições Imigrantes, na capital paulista e, também terá um remate de cavalos da raça Árabe. Como ocorre tradicionalmente, a agenda de leilões da Feicorte será bastante diversificada. Até o momento, foram confirmados 12 leilões, com ofertas de animais das raças Angus, Brahman, Simental, Simbrasil, Guzerá, Hereford, Braford, Nelore, Guzerá e Senepol, além de equinos da raça Árabe. Após o grande sucesso da primeira edição, realizada no ano passado, o Sindicato Rural de Bonito-MS já definiu a data da ExpoBonito 2010, uma das maiores exposições agropecuárias do Mato Grosso do Sul. A feira acontece entre os dias 02 e 08 de agosto, na cidade que é um dos mais belos cartões postais do Brasil, em meio a um verdadeiro santuário ecológico, a 280 kms da capital Campo Grande. Os organizadores pretendem superar os números de 2009, quando reuniram no Parque de Exposições Leôncio de Souza Brito mais de 10 mil pessoas, entre empresários, criadores e público em geral, e movimentaram através de leilões, shows, rodeio, linha de financiamento, entre outros, mais de R$ 5 milhões. Para os julgamentos, a expectativa também não é diferente. “Queremos contar com mais de 500 animais e al- cançar um lugar de destaque no cenário de MS”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Bonito, Denílson Augusto da Silva, que ressalta. “Serão 11 leilões com a qualidade do gado sul-mato-grossense”. Em 2010, a ExpoBonito pretende atrair o público da região e demonstrar que é possível a perfeita harmonia entre pecuária e meio ambiente. “Convidamos a todos para conhecer a feira, É uma mostra de desenvolvimento sustentável”, completa Denílson. Serviço: Evento: ExpoBonito 2010 - 2ª Exposição Agropecuária de Bonito-MS Data: 02 a 08 de agosto Local: Parque de Exposições Leôncio de Souza Brito Informações sobre o evento: www.expobonito.com.br / (67) 32551615 20 MAIO 2010 Pesquisadores criam o Purunã, nova raça brasileira de bovino Meta é um animal com precocidade sexual, rápido ganho de peso e bom acabamento de carcaça N a pecuária brasileira a busca por melhor produtividade, maior lucro e qualidade da carne nunca pára. Um exemplo disso é o trabalho que foi desenvolvido pelo Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), lá eles criaram uma nova raça de bovino, o Purunã, que tem como objetivo atender as principais metas dos criadores: precocidade sexual, rápido ganho de peso e bom acabamento de carcaça. A nova raça foi desenvolvida a partir de quatro outras Charolês (41%), Angus (25%), Caracu (25%) e Canchin (9%). “O Purunã, em sua composição tem raças que complementam as características desejáveis”, comenta o zootecnista José Luiz Moletta, pesquisador da Iapar e adminis- trador da fazenda experimental em Ponta Grossa, onde o projeto foi desenvolvido. “A maturidade sexual é atingida com cerca de 14 meses com alta fertilidade”, completa. Quanto à terminação do animal para o abate, isso vai depender do sistema de produção usado. Segundo Moletta, no pasto para chegar a 17 arrobas os animais levam 28 meses. Quando submetido ao confinamento este tempo cai para 21 meses, e para animais super precoces o peso ideal exigido pelo mercado é alcançado aos 15 meses, em confinamento. Conforme o pesquisador, no cruzamento industrial o Purunã apresenta alta heterose quando usado usados em ani- Nova raça tem sangue Charolês (41%), Angus (25%), Caracu (25%) e Canchin (9%) mais de origem zebuína como o Nelore, por exemplo. Isso deve-se à alta quantidade de raças de sangue taurino em sua composição. Ele ressalta ainda que a raça tem grande habilidade na monta a campo. “Do Angus ele herdou a precocidade, o acabamento de carcaça, ainda uma carne marmoreada, muito macia e saborosa”, afirma. Tais características são muito apreciadas por mercados consumidores de outros países, principalmente o europeu. Do Caracu o Purunã carrega a capacidade de suportar altas temperaturas, o que o viabiliza para outras regiões do país. Outro ponto que Moletta destaca na nova raça é o aproveitamento de carcaça, de acordo com o que disse, pode chegar a 58% em animais super precoces e 56% no precoce. Disseminação Depois de comprovadas das qualidades da raça, agora o desafio da Iapar é aumentar a população desses animais – hoje, a fazenda experimental tem cerca de 1.700 indivíduos, sendo que mil são machos – e para fazer isso o órgão aposta na parceria com produtores . “Atualmente, temos feito isso com a venda do sêmen. Mas estamos incentivando os criadores a fazerem seus próprios cruzamentos, já que o número de animais é insuficiente para atender a todos. Nós damos o suporte técnico necessário para que ele possa fazer esse trabalho dentro de suas fazendas, pois as raças que dão origem ao Purunã são facilmente encontradas no Brasil”. Nascimento Segundo José Luiz Moletta, o Purunã foi desenvolvido em um programa que tinha como objetivo chegar a um animal de grande produção de carne adaptado à região central do Paraná. O trabalho teve início em 1981, em 1995 já se tinha o primeiro resultado positivo. “Nesse ponto tínhamos de tomar uma decisão”, conta o pesquisador. “Daí decidimos partir para a reprodução dos indivíduos até chegarmos a uma população confortável numericamente”. O Purunã ainda não é uma raça reconhecida pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), mas a Iapar já deu entrada no processo de registro, contudo, um dos empecilhos é justamente a pouca baixa quantidade de animais, o que deve ser superado em breve. “O trabalho de desenvolvimento de novas raças é de fundamental importância para a pecuária brasileira, porque com isso persegue-se ganho de produtividade, agrega valor à carne e maximiza o potencial da atividade”, finaliza Moletta. 21 MAIO 2010 Manejo racional Confinamento: Homeopatia apresenta excelentes resultados no controle da sodomia bovina No Brasil, no período da entressafra, que vai de maio a novembro, o número de confinamentos ou semi-confinamentos aumenta significativamente. Muitos pecuaristas optam pelo sistema por ser a melhor forma de engordar os animas que posteriormente serão destinados para o abate. “Se no período da seca os bois permanecerem no pasto somente com a suplementação mineral, eles deixam de ganhar peso, e com isso o produtor acaba tendo prejuízos, uma vez que o abate será feito mais tarde”, explicou o médico-veterinário e supervisor de vendas da Real H, Luciano Silvestre. A qualidade da carcaça produzida no confinamento está relacionada ao bom desempenho obtido na fase de cria e recria. Visando uma maior lucratividade na hora do abate, o pecuarista geralmente opta por mandar para a fase de terminação, os animais mais fortes, sadios, com ossatura robusta, bom desenvolvimento muscular, e gordura suficiente para proporcionar boa cobertura da carcaça e dar mais sabor a carne. Os confinamentos são encontrados com maior frequência no Sudeste e Centro-Oeste do país, e podem abrigar de cem a 60 mil bois, conforme a capacidade e o interesse do produtor. Atualmente, grande parte dos criadores tem optado por manter os animais inteiros no confinamento, sem proceder à castração, recorrendo a estudos que comprovam que dessa maneira consegue-se obter melhores resultados no manejo, no ganho de Luciano Silvestre, veterinário da Real H peso e na qualidade final do produto. Porém, nesses casos, a lotação, aliada a outros fatores externos, como temperatura, poeira e barro, acaba gerando estresse nos animais, que logo passam a apresentar a sodomia bovina, um distúrbio comportamental que se caracteriza quando um animal é repetidamente montado por outro, maior e mais forte, que acaba por feri-lo ou até mesmo levá-lo a morte, acarretando prejuízos. No controle da sodomia, o pecuarista tem a homeopatia populacional como uma importante ferramenta. A terapêutica foi criada em meados da década de 80, pelo dr. Claudio Martins Real, e é voltada justamente para o tratamento de determinados rebanhos que estão sujei- Centro de Performance avalia 430 animais Já foram iniciados os trabalhos na edição 2010 do Centro de Performance CRV Lagoa, teste de performance realizado pela central. O evento que completa quatro edições este ano reúne 430 machos de nove raças: Brahman, Guzerá, Nelore, Nelore Mocho, Tabapuã, Angus, Canchim, Bonsmara e Senepol e 130 criadores de onze estados: BA,GO, MG, MT, MS, PA, PR, RJ, RS, SP e TO. Após pesagem de entrada no confinamento, realizada no final de Abril, chegou a hora dos animais iniciarem a fase de adaptação que vai durar 42 dias. A avaliação acontece na sede do Confinamento Savegnago, localizado a poucos quilômetros da CRV Lagoa, em Sertãozinho (SP). A pesagem inicial acontece no dia 08 de Junho, etapa que antecede a pesagem intermediária e a primeira mensuração de perímetro escrotal (PE), que acontece dia 03 de agosto. As avaliações finais fecham o CP CRV Lagoa 2010, no dia 28 de setembro. tos às mesmas condições de estresse, manejo, alimentação, entre outros, e por isso sofrem dos mesmos problemas. De acordo com Luciano Silvestre, no caso da sodomia, a homeopatia atua de forma natural no tratamento do rebanho, reduzindo o estresse dos animais, proporcionando o bem-estar e equilibrando as funções do organismo, inclusive a produção do hormônio testosterona. No País existem muitas propriedades rurais em que o uso do Homeo Bovis Sodomia vem proporcionando excelentes resultados. “Este produto homeopático age no sistema nervoso central, diretamente no centro sexual do macho, equilibrando os níveis de testosterona e inibindo a libido. Desta forma os animais ficam mais calmos, favorecendo o ganho de peso. Além disso, diminuem-se as montas, o manejo, os custos com as ins- talações e os prejuízos pelas perdas de animais por óbitos ou fraturas”, esclarece Luciano. O médico-veterinário comenta também que, visando potencializar ainda mais a ação do produto e obter um maior ganho de peso, muitos produtores utilizam o Homeo Bovis Sodomia juntamente com o Homeo Base Convert H. Outro ponto positivo da Homeopatia destacado pelo profissional é a facilidade de manejo. “Os produtos são de fácil manuseio, fornecidos diretamente no cocho, misturados a alimentação da boiada, e o que é melhor, por ser 100 % natural não deixa resíduos na carne”. O produtor rural ou profissional da área que tiver interesse em saber mais sobre as vantagens da terapêutica ou a eficácia dos produtos, pode acessar o site www.realh.com.br 22 MAIO 2010 Fazenda deixa a criação de corte para se tornar uma das líderes em reprodução Segundo York Correa, quarta geração da fazenda São Thomáz, foco é a criação de reprodutores Nelore PO, com animais que trabalhem bem a campo H á cerca de cem anos quando o município de Maracaju era apenas uma pequena vila de casas, foi quando Manuel Olegário de Lima chegou à região vindo de Minas Gerais para desbravar o então Mato Grosso. A topografia plana e abundância de pasto nativo o fez optar pela pecuária, e lá formou a fa- zenda São Thomáz, que até hoje pertence a seus descendentes. Atualmente, quem administra a propriedade é seu bisneto, York da Silva Correa. “Inicialmente, era uma fazenda de criação de gado comercial. Mas, há cerca de 16 anos, decidi diversificar e comecei com a agricultura, que é predominante na re- Seda da Fazenda São Thomáz (1921), construída por Olegário de Lima gião, por isso tive de diminuir a área destinada ao gado”, conta York. “E, para agregar valor a pecuária, parei de trabalhar com gado de corte e hoje somos focados na produção de reprodutores e gado de elite”. Para isso ele iniciou o plantel comprando animais de produtores que já tinham mais tempo de seleção, aliado as mais novas técnicas de reprodução animal os resultados tem sido excelentes. A fazenda São Thomáz hoje é conhecida como um referência em gado de elite em Mato Gross do Sul e também no país, com exemplares premiados nas mais importantes feiras do Brasil. “Nós usamos o que há de mais moderno no mercado. Se surge alguma novidade nós a adotamos e observamos os resultados se forem positivos continuamos. Cem porcento nos nossos animais são frutos de inseminação artificial. Está em andamento um programa com150 prenhezes fruto de FIV [Fertilização In Vitro]. Temos critérios rigorosos de seleção, só permanecem os animais com avaliação genética positiva e com histórico reprodutivo confirmado, só ficam vacas que parem todos os anos”, detalha. “Hoje, possuímos 400 matrizes a campo, muitas delas oriundas das melhores famílias da raça, com produtividade comprova- Maracaju é a Capital da Integração Lavoura-Pecuária O governador André Puccinelli sancionou a lei de número 3.908/ 2010, que concede ao município de Maracaju o título de “Capital da Integração Lavoura Pecuária”. A lei foi publicada no Diário Oficial de terçafeira (1º). O projeto foi aprovado na Assembleia Legislativa no dia 25 de maio. Maracaju é hoje o maior produtor de soja do Estado, cultura essa de extrema importância para Mato Grosso do Sul e para o Brasil. Os produtores maracajuenses já vem a muitos anos implementando a tec- nologia da integração lavoura/pecuária com sucesso absoluto, não deixando qualquer dúvida com relação à eficiência do sistema tanto na estabilidade da produção agrícola, quanto na alta produtividade da pecuária e na conservação do meio ambiente. O município de Maracaju fica a 160 quilômetros da capital. Com uma população de 30.924 habitantes, a cidade também é conhecida como Capital da linguiça – pela realização, desde 1994, da tradicional Festa da Linguiça. 23 MAIO 2010 da, as quais são a base do nosso plantel. Temos ainda dez doadoras irmãs de campeãs nacionais, elas são o top da fazenda com as quais trabalhamos as FIVs”, completa. Como não poderia deixar de ser, o controle sanitário dos animais também é muito rigoroso, exames de brucelose e tuberculose são feitos rotineiramente, além de vacinas para todos os tipos de doenças. “Não tem lógica você trabalhar com gado de elite e ter animais doentes na fazenda. Por isso a sanidade é levada muito a sério lá. Isso é garantia mínima que os compradores exigem”. Na pista Todo esse trabalho tem Rima FIV Calapur, um exemplar da espécie dado resultados excelentes. “Montamos um time de pista consisten- o reservado júnior maior, o campeão júte”, ressalta York. Os animais dele vêm nior menor e as progênies de pai e mãe. ganhando muitos prêmios. Em Campo O que nos deixa entre os três primeiros Grande, durante a Expogrande, ele fez a expositores e criadores do ranking estagrande campeã, a campeã novilha maior dual e entre os vinte do ranking nacio– essa teve 50% arrematado por R$ nal de novos criadores”, acrescenta. 200.000,00 em Londrina – o campeão júCitando nome de animais de destanior menor – que também ganhou na ci- que de sua propriedade, York se lembra dade paranaense e foi vendido por R$ de Fairany-YC, que é a segunda novilha 280.000,00. Em Londrina ele teve ani- do ranking nacional, ganhadora de dimais vencedores nas seguintes categori- versos títulos inclusive em Uberaba, Araas: progênie de pai, reservado júnior çatuba, Londrina, Bauru e Campo Granmaior e touro – o animal que levou esse de, na Expoinel MS; e Filara-YC, que se título já havia vencido em Campo Gran- encontra entre as lideres do ranking de de é foi contratado por uma central de matrizes, sendo tricampeã de progênie no venda de sêmen. Estado. “Na Expoagro, em Dourados, fizemos a grande campeã, a campeã fêmea jovem, É para o trabalho Contudo, embora York tenha excelentes resultados com o gado de elite, ele ressalta que seu foco é a criação de reprodutores Nelore PO, animais que trabalhem bem a campo. Ele disse que quer continuar produzindo reprodutores que tenham capacidade de trabalhar bem nas condições duras de clima e pastagem do que há no Estado. Para isso o processo de seleção passa pelo manejo dos exemplares. Na São Thomáz os animais são criados a pasto, a integração entre lavoura e pecuária garante pastagens sempre viçosas e com alta qualidade nutricional. Para aqueles que estão em vias de ir a leilão há uma complementação na dieta, os animais recebem ração especial, mas nada de silagem. “Isso aumenta a rusticidade do produto, se ele sai de lá e passa a comer uma Braquiária mais ruinzinha, não vai sentir muito a diferença”, atenta. Questionado sobre o que lhe dá mais orgulho na São Thomáz, York não teve O bisneto, York da Silva Correa dúvidas: “tenho orgulho da seleção do nosso gado. Há 16 anos começamos a mudança, e, apesar de ter sido uma mudança radical, a transição foi tranquila. Acho que o motivo é por que tudo foi feito com amor. É uma coisa que eu gosto fazer, por isso acho que dá tão certo”. Vushala FIV da CB, consagrada grande campeã da Expogrande 2010 24 MAIO 2010 Nutrição Inverno põe pecuária em alerta em MS Falta de preparação pode levar o produtor a ter de vender gado para ajustar lotação O inverno é um período difícil para a pecuária, especialmente para a de corte. As pastagens secam, o boi emagrece e o lucro da atividade diminui. Quem se preparou para esta época está tranquilo pode até ganhar mais dinheiro do que no nas águas, mas quem não vedou as pastagens no verão e tem muito gado nos pastos há motivos para preocupação. Além de prejuízo no bolso, se mal planejado a estratégia de inverno, isso também pode representar degradação da pastagem, e ao longo dos anos até a inviabilidade da atividade. O pesquisador em nutrição animal da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Sérgio Raposo de Medeiros, dá algumas informações preciosas para se passar o inverno e também de como evitar prejuízos para quem não se preparou adequadamente. “Se o pecuarista não vedou os pastos no verão, agora a única alternativa é ven- der os animais para ajustar a lotação dos piquetes. Dessa forma, os animais que ficarem terão alimento suficiente para passarem o inverno sem perder peso”, diz. Segundo ele, o principal problema que acontece em pastos super lotados é a sua degradação, aliado a isso está o fato que, com a falta de alimento os animais perdem peso. “Aí e prejuízo dos dois lados”, comenta, lembrando que o produtor sempre é resistente em vender seus animais por conta da falta de pasto. Como o capim perde qualidade, ou seja, a quantidade de proteína baixa, mesmo em pastagens vedadas é preciso se suplementar a alimentação com uma fonte de proteína, que pode ser um sal com uréia. Isso tem de ser feito porque com a diminuição de proteína do capim as bactérias do rúmen do animal não digerem tão rapidamente as fibras, sendo assim o alimento circula mais devagar no organismo, o animal não sente a necessi- Sérgio Raposa, pesquisador da Embrapa dade de comer e perde peso. “É muito comum o pecuarista dar sal no inverno. O boi precisa do sal mineral é no verão, no inverno ele precisa de proteína”, adverte. Contudo, tem de se observar se há massa vegetal suficiente para atender as necessidades do boi quando suplementados. “Porque aí o animal vai comer mesmo”. Outra alternativa é a suplementação correcional. O pasto está fraco então administra-se um suplemento. Medeiros destaca que nesse sistema o pecuarista tem de fazer bem as contas porque é caro e pode dar prejuízo. “Se no fim, ele empatar dinheiro já vai estar bom. Porque ele vai estar preservando o pasto da propriedade”. A última alternativa é o boitel. No sistema os animais mais pesados são levados para o confinamento, mas isso vai depender da disponibilidade de fazendas desse tipo na área onde o pecuarista tem propriedade. Pode vir Para aqueles que fizeram o dever de casa e vedaram as pastagens durante as águas, só resta administrar bem a massa vegetal que tem. Algumas regras se repetem aqui, ajuste de lotação – mesmo que haja bastante pasto, ele vai estar com menor qualidade, panicum, mombaça, tanzânia, colonião e elefantes são alguns em que a perda nutricional é mais acentuada; as braquiárias são as mais indicadas para a vedação – e suplementação com um proteinado energético, o que pode fazer com que o animal ganhe até 400 g por dia, o que é muito interessante para o período. Algumas opções para baixar a lotação ainda são o confinamento e o semi-confinamento. Nesse último a fonte de volumoso vem do pasto e da ração. “Para as duas opções é importante que se escolha os animais mais pesados, dessa forma eles chagaram ao ponto de abate mais rápido. Se demorar mais de 60 dias pode não ser interessante pelo custo do sistema”, avisa. Medeiros lembra que mesmo que no período o pecuarista só empate dinheiro adotando todas essa medidas, isso é importante e vai significar mais dinheiro futuro. Pois ele vai estar preservando sua pastagem de uma degradação. “Sem as precauções para o inverno, ao longo de sucessivas safras o pasto vai estar tão degradado que nem adubação vai funcionar, pois as raízes diminuem e não consegue absorver mais os nutrientes da terra”, explica. Nesse caso somente uma reforma completa do pasto pode tornar a fazenda produtiva novamente. De 7 a 9 de junho Capital sedia Congresso Florestal O 2º Congresso Florestal de Mato Grosso do Sul, que acontecerá entre os dias 7 e 9 de junho, em Campo Grande, reunirá empresários, produtores rurais, pesquisadores, profissionais liberais, consultores e outros segmentos da sociedade com a proposta de discutir a expansão do setor, seu desenvolvimento sustentável, sensibilizando e esclarecendo sobre as oportunidades representadas por este novo cenário sócio-econômico, além de mostrar a tecnologia de ponta disponível para a produção do setor e estimular o incremento da produção. No dia 8, às 10h, o governador André Puccinelli realizará a palestra “Aposta do Governo do Estado de MS no Setor de Silvicultura”. O evento, no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, contará ainda com consultores e pesquisadores renomados de outros Estados brasileiros. No dia 07, o diretor de Desenvolvimento do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), realizará uma palestra, às 17h, cujo tema é “Legislação Florestal de MS”. A intenção do Congresso Florestal é mostrar que o aquecimento desta atividade pode gerar grandes oportunidades de negócios a todos os segmentos, e proporcionar um espaço de discussões sobre o tema, onde as mais conceituadas empresas vão ter a oportunidade de ex- por seus produtos aos participantes do evento, um público qualificado em busca de novidades tecnológicas e oportunidades de novos negócios. A posição geográfica privilegiada do Mato Grosso do Sul, a disponibilidade de terras, solos de topografia e clima adequados, boa logística em hidrovias, portos, ferrovias, rodovias fazem do MS uma das regiões com maior potencial de crescimento. Entro os objetivos do evento estão: esclarecer e informar a produtores e empresários, o que é a silvicultura, suas possibilidades, os mercados potenciais e as formas de viabilizar estas culturas; diversificação das atividades, elevar a produtividade e a renda dos estabeleci- mentos rurais do Estado; consolidar a oferta de material energético, de construção, moveleiro, alimentício e extrativo; diversificar a matriz produtiva dos setores primário e secundário; possibilitar a ampliação do parque industrial; promover a recuperação de áreas degradadas; contribuir para a preservação das florestas nativas e ecossistemas remanescentes e estimular a discussão e construção de políticas públicas para o agronegócio sul-mato-grossense. As inscrições poderão ser feitas até 7 de junho, na abertura do evento. Informações e ficha de inscrição no site www.opec-eventos.com.br/msflorestal 25 MAIO 2010 Alternativa Indústria transforma resíduos vegetais em fertilizante orgânico É UTILIZADO ATÉ RESÍDUO COMO TABACO, A PARTIR DA DESTRUIÇÃO DE CIGARROS APREENDIDOS PELA RECEITA A dubação orgânica é algo que há muitos séculos é praticado pela humanidade. Uso de esterco para melhorar a produtividade de oliveiras é encontrado em escritos do Oriente Médio que são anteriores a vinda de Cristo. No entanto, a agricultura moderna foi seduzida pelos efeitos rápidos dos adubos químicos. Mas a pressão por produtos ecologicamente corretos e mais saudáveis está fazendo com que a procura por fertilizantes orgânicos aumente. Em Campo Grande há uma fábrica desse tipo de adubo, mas o produto vendido por ele é diferente daquele que nossos avôs preparavam no fundo do curral da fazenda. O uso de tecnologia potencializa a eficiência da adubação e diminui o tempo de decomposição da matéria-prima em estado bruto. “O adubo orgânico industrializado tem extrato biotecnológico que contém cepas de sessenta tipos diferentes de bactérias”, explica Flávio Sérgio Arantes Pereira, proprietário e diretor da única fábrica de adubo orgânico em Campo Grande, a Organoeste. “Essas bactérias reduzem de 120 para 15 dias o tempo de compostagem e aumenta a solubilidade da matéria orgânica em de 40 para até 90% [isso aumenta a capacidade da planta absorver os nutrientes]. Tais benefícios só são encontrados em fertilizantes orgânicos industrializados”, detalha. O adubo orgânico é feito basicamente de resíduos vegetais, que vão desde poda de árvores urbanas até tabaco – no dia que a reportagem da Folha do Fazendeiro esteve na fábrica havia agentes da Receita Federal triturando cigarros apreendidos. Tudo é misturado em proporções que potencialize a liberação de nitrogênio para a planta. Depois de 15 dias está pronto para ser usado em qualquer tipo de cultura, desde hortas domésticas até plantações de florestas. Caminhão da Receita descarrega resíduos de cigarros apreendidos e triturados Elisângela (engenheira agroônoma) e Flávio Sérgio (proprietário da indústria) “Temos um cliente que vai plantar mil hectares usando adubo orgânico combinado com o químico”, revela. O uso do NPK convencional não pode ser abandonado de uma única vez, pois a recomposição dos agentes biológicos, físicos e químicos do solo com o uso do orgânico é mais lenta e não atende as necessidades imediatas de culturas de ciclo curto. Mas, depois da recuperação do solo, o uso de adubação química pode ser abandonado. Capacidade instalada A fábrica em Campo Grande tem capacidade para processar 2.500 toneladas de matéria orgânica bruta/mês, o que resulta em cerca de 1.500 toneladas de adubo, parte do que chega se perde com a evaporação de líquidos. Uma tonelada de adubo a granel sai por cerca de R$ 150,00, um saco com 40 quilos por cerca de R$ 15,00 (valores na porta da indústria). “Nós temos de ser competitivos com os produtos químicos que estão aí o mercado, pois há só um argumento que convence o agricultor a comprá-lo, o preço. Não adianta eu dizer é bom para o solo, que é bom para o meio ambiente se ele não sentir no bolso”, diz Pereira. Para fechar as contas do custo de produção, e vender um fertilizante a preços competitivos, a empresa cobra para dar destinação aos resíduos provenientes das indústrias e da cidade. “Cada boi que se abate gera 25 quilos de lixo que não tem serventia para o frigorífico”, diz. “Logo, o uso de adubo orgânico ajuda na preservação do meio ambiente nas duas pontas, quando se trata os rejeitos e quando vai para o chão”, completa. A responsável técnica da empresa, a engenheira agrônoma Elisângela Alves Oliveira, explica que o uso deste tipo de adubo aumenta as características de um solo fértil como: aeração, cria condições para o desenvolvimento da vida microbiana, retém mais água, e aumenta a capacidade de troca catiônica. “Além disso, no adubo orgânico os nutrientes não são volatilizados ou lixiviados como acontece com o químico”, atenta ela. Elisângela lembra ainda que o equilíbrio entre a quantidade de matéria orgânica de origem vegetal e animal é fundamental na hora de se fazer uma compostagem. Segundo ela, tem de se respeitar a relação de carbono e nitrogênio da origem de cada matéria-prima. “Essa relação está ligada a capacidade de fornecer nitrogênio à planta que cada matéria orgânica tem. Em vegetais com a serragem de madeira, por exemplo, a porcentagem é de 800/1, isso significa para decompor a madeira as bactérias vão retirar nitrogênio do solo e a decomposição será muito lenta, e prejudicará a planta. Já no esterco, a porcentagem de nitrogênio é de menos de 15/1, muito baixa, isso vai tornar a decomposição muito rápida. No adubo industrializado nós equilibramos essas proporções”, conclui. 26 MAIO 2010 História de Sucesso Vem ai o azeite do Brasil Hotéis brasileiros devem ser os primeiros a receber o produto nacional ainda este ano Ariosto Mesquita Colaborador U m dos líderes na produção de alimentos no mundo, o Brasil ainda é 100% dependente da exportação de azeite para abastecer seu mercado interno. No entanto, os primeiros passos estão sendo dados para que dentro dos próximos anos o consumidor tenha disponível nas prateleiras dos supermercados o azeite extravirgem brasileiro, com qualidade semelhante aos bons produtos europeus. 2010 está sendo considerado como o ano divisor de águas neste sentido no país. Em 12 de fevereiro, no município de Maria da Fé, MG, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) proporcionou a primeira extração de azeite em “escala comercial” no Brasil, disponibilizando a produtores de 26 municípios do Sul de Minas uma máquina, de origem italiana, com capacidade de processar 100 quilos de azeitonas/ hora. As pesquisas da Epamig com a olivicultura já existem há três décadas e foram intensificadas nos últimos cinco anos. A região conta com 300 hectares em cultivo – terras de produtores - com plantas em diferentes idades. Nesta primeira safra deverá produzir perto de cinco toneladas de azeitona que devem render até mil litros de azeite extravirgem. O cálculo é do engenheiro agrônomo e pesquisador da Epamig, João Vieira Neto, que está otimista quanto à disponibilidade do produto para o consumidor brasileiro: “em um mínimo de dois anos este Epamig pesquisa olivicultura na região no sul de Minas Gerais já três décadas já azeite poderá ser encontrado nas prateleiras”. Por enquanto, o resultado das extrações está ficando com os próprios produtores. Apesar do Brasil ainda não contar com uma produção em escala para qualquer previsão mais segura, este otimismo do pesquisador tem fundamento. Iniciativas concretas pelo país apontam para esta realidade. Em Minas Gerais a tecnologia oferecida pela Epamig vem fazendo com que a área plantada com oliveiras aumente cerca de 50% ao ano e, no ano passado, os produtores já se organizaram para a criação da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira. Na Região Sul, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) também já disponibiliza tecnologia aos produtores e há uma tendência em se criar um Programa Estadual de Olivicultura. No Rio Grande do Sul, a Associação Rio-Grandense de Oli- 27 MAIO 2010 vicultores (Argos), criada em 2008 em Ijuí, RS, vai oferecer, ainda este ano, perto de mil litros de azeite nacional para hotéis brasileiros. Quer também ampliar sua ação até o Paraná, integrando produtores de três estados. De acordo com João Vieira Neto, da Epamig, seriam necessários aproximadamente 65 mil hectares plantados com oliveiras para que o Brasil pudesse se tornar auto-suficiente em azeite. Pelos seus cálculos, o Brasil importou 45 mil toneladas do produto em 2009. No entanto, além de políticas de financiamento e assistência técnica, o produtor interessado terá de ter paciência. “São necessários seis anos para que a planta atinja o pico de produção, mas com aproximadamente três a quatro anos de vida já começa a oferecer azeitonas”, explica Neto. Por outro lado, a aposta no cultivo pode se revelar uma excelente poupança para a família. “Uma planta produz, no mínimo, durante 100 anos”, revela. Mas nem todo agricultor brasileiro poderá apostar na olivicultura. Seu cultivo exige regiões com inverno bem definido, solos profundos e drenados e área com bastante insolação para garantir o desenvolvimento vegetativo da planta. A Epamig já desenvolveu mais de uma dezena de cultivares adaptadas para a re- consumidor brasileiro. Quase mil litros de extravirgem gaúcho serão destinados aos chefes de cozinha das principais redes hoteleiras do país. É o que fará ainda este ano o produtor Guajará de Jesus Oliveira, que até dezembro vai processar azeitonas de três mil pés de Oliveira de um total de 7.400 plantas que cultiva no Rio Grande do Sul desde 2002. Oliveira – ele garante que o sobrenome é apenas coincidência – preside a Associação Rio-Grandense de Olivicultores (Argos) que reúne 25 produtores, 38 mil plantas e 100 hectares cultivados. Até dezembro deste ano a meta da associação é ambiciosa. “Queremos atingir 400 hectares plantados”, revela. A Argos também está se expandindo para os outros estados da Região Sul. “Em Araucária, no Paraná, um associado está investindo no plantio de 12 mil pés”, conta. O presidente da associação compactua com a opinião de que nos próximos anos o brasileiro já vai começar a encontrar o azeite nacional nas prateleiras de supermercados: “meu cálculo é que em três anos isso começe a acontecer”. A Argos adquiriu uma máquina em Milão, na Itália, que tem capacidade para processar 80 quilos de azeitonas/hora (que rendem, em média, 16 litros de azeite). Santa Catarina gião do Sul de Minas e produz perto de 50 mil mudas/ano. Além disso, atende produtores interessados de outras regiões. “Recebemos aqui agricultores de outros estados e até de países vizinhos”, conta Neto. Para hotéis Alguns hotéis brasileiros serão os primeiros estabelecimentos comerciais a disponibilizar o azeite nacional para o A Epagri, em Santa Catarina, também importou uma máquina processadora da Itália, mas de menor capacidade. Consegue extrair azeite de 10 quilos de azeitonas em 45 minutos. Pesquisadores garantem que é o suficiente, no momento, para confirmar a qualidade do produto desenvolvido atualmente em 12 unidades de pesquisa – 12 hectares plantados. “Não se tem mais dúvidas sobre cultivares Cultura exige regiões com inverno bem definido e solos profundos e drenados adequadas para a produção de azeite e conservas”, garante o engenheiro florestal da empresa, Dorli Mário da Croce. De acordo com o técnico da Epagri, as regiões catarinenses que apresentam as melhores condições de desenvolvimento das oliveiras são o meio oeste e o extremo oeste do Estado. Em outros pontos, a empresa investiu em unidades de pesquisa, mas os resultados não foram satisfatórios, sobretudo em função da incidência de geadas. Croce é mais conservador do que o presidente da Argos e também em relação ao pesquisador da Epamig, no que se refere à previsão do azeite brasileiro chegar ao consumidor: “calculo que isso acontecerá entre cinco e 10 anos”. Para o produtor que quer investir na olivicultura, o técnico da Epagri sugere: “primeiro deve buscar orientação técnica, em seguida promover a correção do solo, pois a cultura exige um PH quase neutro, e, em seguida, fazer a adaptação de variedades para a sua propriedade”. Fonte: Revista Panorama Rural - ed. 134 28 MAIO 2010 Justa Homenagem CRMV homenageia Audenir pelos 25 anos como Zootecnista Pantaneiro, nascido em Corumbá, é um dos mais antigos funcionários da Acrissul D ia 13 de maio foi comemorado o dia do zootecnista, e neste ano o CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária) preparou uma homenagem especial para os profissionais que estão atuando na área há mais tempo. Em uma cerimônia na Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) quatro zootecnistas receberamm a Medalha de Prata, deferida àqueles que completaram 25 anos de carreira. Entre eles estava Audenir Paré Ortelhado, responsável técnico de animais da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul). Em entrevista à Folha do Fazendeiro ele contou um pouco de sua história em MS e como profissional. “Quando eu escolhi fazer Zootecnia, não havia mais do que oito universidades que ofereciam o curso em todo Brasil”, lembra. “E no Estado não havia nenhuma, fui o Rio Grande do Sul estudar na Universidade Federal de Santa Maria”, conta. Pantaneiro, nascido em Corumbá e criado na Fazenda Alegre, na região do Paiaguás, ele veio para Aquidauana ainda na adolescência para servir o Exército Cristiano Leal Alves, zootecnista, coloca o boton na lapela de Audenir e estudar. Nessa época, ele recebeu o apoio dos tios Sebastião Rocha e Oliva Paré Rocha para continuar os estudos. Um convite do primo Nezio Nery de Andrade, que estava terminando o curso de Direito o fez deixar Mato Grosso do Sul e ir para Santa Maria (RS). “Lá, uma família gaúcha foi muito importante para que eu persistisse nos estudos, os irmãos Bruno Brondani, engenheiro civil, e sua irmã, Irma Brondani Bianccini, bioquímica. Com os quais até hoje mantenho contato por telefone, a amizade continua”, diz. Depois de formado, em 1985, já de volta a Mato Grosso do Sul, ele trabalhou por um ano na fazenda Jacutinga, em Dois Irmãos do Buriti, depois veio para a Acrissul como responsável técnico. “Dos funcionários que entraram aqui na mesma época em que eu só restam a Marlei Costa e o Catarino Ajala, meus amigos, pelos quais tenho muita consideração”, revela. Na entidade, ele é quem recebe todos os animais que chegam ao Parque de Exposições Laucídio Coelho, sejam para exposição, competições ou comercialização. “Cuido do bem-estar dos animais e de suas acomodações aqui”. O trabalho é constante, pois, além de haver leilões de animais todas as semanas o Parque abriga uma escola de equitação e um programa de equoterapia. Em momentos de crise para a pecuária nacional, com os casos de febre aftosa registrados em 1998, em Porto Murtinho, e 1999, em Naviraí, ele esteve presente ajudando na erradicação do foco. “Nas duas ocasiões fui avaliador do abate dos animais infectados”. Atualmente, Audenir também é membro da Comissão Especial do Ministério da Agricultura que avalia animais importados e faz a prevenção contra a contaminação por Encefalopatia Espongiforme Bovina, mais conhecida como o “Mal da Vaca Louca”. “Todo animal importado de países onde tem a doença tem de passar por certos procedimentos quanto chega a hora do descarte. Não pode ser usado na alimentação de humanos nem de animais. E nós somos os responsáveis por verificar se tudo está sendo feito da maneira correta”, detalha. A profissão Com 44 anos de existência no Brasil, boa parte da população ainda não sabe qual é o trabalho de um zootecnista. Mas é fácil, ele é responsável pelo estudo da reprodução , desenvolvimento genético e acompanhamento da nutrição dos animais. São administradores rurais em fazendas. Estudam maneiras de prevenir e combater doenças que venham comprometer a saúde de animais usados em atividades como a pecuária. Mas, sobretudo, é o responsável por melhorar a eficiência da produção animal minimizando o custo de produção, de forma a oferecer alimento barato a população. “Se eu tivesse a oportunidade de escolher novamente o que eu seria, mais uma vez escolheria ser zootecnista. Eu sou apaixonado pela minha profissão”, finaliza Audenir. 29 MAIO 2010 Foto: Divulgação/Leiloboi Ação Social Acrissul e UFMS iniciam trabalhos de equoterapia Através de uma parceria com Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) e a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), a entidade passou a oferecer a equoterapia. O projeto tem como objetivo atender pacientes com problemas psicológicos, ortopédicos, mentais e neurológicos e que sejam de baixa renda. Equoterapia é um tratamento terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência ou com necessidades especiais. Segundo Sidamaiá Figueiredo Pedroso Lima, coordenadora do projeto, os resultados desse tipo de terapia são “excelentes”, pois as pessoas são colocadas em um ambiente ao ar livre onde têm contato com o cavalo, um animal grande que sempre está relacionado a poder. “Quando um praticante de equoterapia – porque aqui os pacientes são chamados de praticantes – com deficiência mental, por exemplo, monta em um cavalo ele sente que está tendo o domínio, sente-se impressionado com ele mesmo e acaba por melhorar a auto-estima e outros aspectos de sua saúde”, explica. Nesta fase serão usados quatro cavalos cedidos pela Acrissul, com isso dá para se atender até 48 pacientes por semana. A UFMS entra com estagiários do curso de Fisioterapia. “Quanto temos pacientes com problemas mentais ou físicos, que não conseguem se equilibrar bem no cavalo, uma pessoa guia o animal e outras duas ficam ao lado”, detalha Sidamaiá. Entre as diferenças desse tipo de tratamento está o próprio ambiente. Conforme a coordenadora, vários fatores influenciam na recuperação, e não apenas o animal. “Nós trabalhamos com tudo, o vento, os sons os odores. Aqui é muito diferente das terapias tradicionais onde o paciente vai de sala em sala. Aqui eles estão ao ar livre. Revelamos a eles um mundo que não conheciam”. A equoterapia é bastante recomendada para pessoas portadoras de síndrome de Down, com problemas mentais, psicológicos, ortopédicos e até para crianças hiperativas com problemas de comportamento na escola ou em casa – como no caso dos dois garotos que foram atendidos hoje (07/05). “Nesse caso, para eles que têm dificuldade de prestar atenção em sala de aula, montar o animal é muito eficiente para ajudá-los a manter o foco. Porque em cima do cavalo eles têm muitas coisas para prestar atenção ao mesmo tempo”. A Equoterapia da Acrissul vai atender todas as semanas de terça a sextafeira. Para o praticante iniciar o tratamento é necessário que haja a recomendação de um médico e, em alguns casos, como os portadores de síndrome de Dow, exames complementares também são exigidos. SERVIÇO: Para mais informações basta ligar para 3345-4200. Lotes à disposição dos compradores no Confinamento Malibu, em C. Grande Mega-leilão marca os 25 anos da Leiloboi Mato Grosso do Sul está cada vez mais perto de ser palco de um evento histórico para a pecuária de corte brasileira, trata-se do Mega Leilão de Corte Leiloboi 25 anos, que acontece no próximo dia 5 de Junho, sábado, a partir das 8 horas, no Confinamento Malibu, em Campo Grande/MS, com transmissão pelo Canal do Boi. No local já conta com 10.000 animais, para cria, recria e engorda e deve receber mais o contingente de 10 a 15 mil animais. “Nossa expectativa é muito grande, contamos com o apoio de várias empresas, vendedores, um número fantástico de animais, entre machos, novilhas, bezerras, bezerros, vacas prenhes e paridas, uma grande oferta”, afirma Carlos Guaritá, titular da Leiloboi. Guaritá ressalta sua confiança no sucesso do certame. “Temos uma grande estrutura planejada no Confinamento Malibu, uma equipe fantástica que trabalha conosco, além da transmissão do Canal do Boi. É um trabalho arrojado que depende da integração desta equipe e muito gratificante com participação de pecuaristas e empresas de todo Mato Grosso do Sul e Brasil”. O titular da Leiloboi destacou ainda o começo do trabalho com a Leiloboi, ainda sediada em Dourados. “Durante os primeiros 15 anos de atividades realizamos leilões de gado de corte todos os domingos, foram mais de 800” disse, ressaltando os avanços e crescimento da qualidade dos leilões. “Participamos ativamente do crescimento dos leilões em Mato Grosso do Sul” ressaltou ao destacar que a atuação da Leiloboi contribuiu para que a Expogrande se tornasse uma das principais feiras do país, já que é a empresa que realiza a maior parte dos leilões. Chama a atenção no Mega Leilão Leiloboi 25 anos a estrutura organizada para receber os animais, vendedores e clientes. Com foco na excelência e no atendimento a leiloeira montou uma organização que vai desde reserva de hotel, atendimento e apresentação da cidade, aeroporto para pouso das aeronaves (Aeroporto Teruel), heliponto dentro do Confinamento Malibu, além de translado para o transporte entre os aeroportos e hoteis, até o local do leilão. A organização da estrutura do Confinamento Malibu, passa pelos últimos ajustes para receber o Mega Leilão Leiloboi 25 anos. A área utilizada alcança 180 hectares, com grande estacionamento, heliponto, segurança e dois circos, totalizando 2.200 metros quadrados de convivência. Um deles vai funcionar para demonstração de produtos e serviços dos patrocinadores e como praça de alimentação. No outro circo acontecerá o leilão, com uma pista para demonstração dos lotes, contando ainda com telões e tv’s de plasma. SERVIÇO Mais informações pelo telefone (67) 3342-4113 ou ainda pelo e-mail [email protected] ou no portal www.leiloboi.com 30 MAIO 2010 Cooperativa muda a vida de produtores de ovelhas em Cascavel trar em funcionamento no fim deste ano. A central de confinamento vai receber os cordeiros recém nascidos e criá-los até a hora do abate. A intenção é reduzir os custos, melhorar a qualidade da carne e ainda padronizar mais a carcaça dos cordeiros. Conforme Peitsh, a intenção da cooperativa é abater 1.500 cordeiros por semana. “Demanda há. Só temos de organizar a produção. E para tudo sair certinho nós vamos crescendo devagar”. (JL) São 62 membros que abatem 200 animais por mês U ma cooperativa em Cascavel, no norte do Paraná, está mudando a vida de muitos pequenos produtores de ovelha da região. A C-Victa Agroindustrial tem dado uma nova alternativa de comercialização dos criadores de ovinos. “Hoje, o trabalho deles mudou muito, está mais fácil, porque antes tinham de vender a produção toda picada. Era um cordeiro para um, dois para outro e assim ia”, explica Valmor Peitsh, membro do conselho administrativo da cooperativa, por telefone à reportagem da Folha. Além disso, ele faz questão de reforçar outro aspecto importante, muitas vezes negligenciado pelo consumidos, a segurança alimentar. “Nós queremos acabar com o abate clandestino, que, além de ser um perigo para a população, não é interessante para o produtor que vende os animais aos poucos. O nosso cooperado tem a oportunidade de comercializar toda sua produção de uma única vez, e dessa forma pode planejar melhor sua atividade”, comenta. A C-Victa teve inicio em 2005, na época nem era uma cooperativa e sim uma associação. Segundo Peitsh, esse tempo foi importante para estruturar o negócio. Diversas palestras firam ministradas e os associados receberam orientação técnica de como produzir um cordeiro que atendesse as exigências do mercado. Depois de tudo afinado, eles decidiram dar início à nova fase e abriram a cooperativa. Hoje são 62 membros que abatem 200 animais por mês. “Nós terceirizamos o abate. Um veze por semana, o frigorífico trabalha com nos- sos animais. No dia seguinte pegamos as carnes, já separadas em seis diferentes tipos de cortes, e resfriadas”, conta. Daí o caminhão da C-Victa sai para entregar as carnes aos clientes, supermercados, restaurantes e açougues. A grande vantagem do sistema também é o preço que se alcança pela carne, se o produtor vendesse o animal na fazenda receberia muito pouco; pela cooperativa recebe R$ 3,50 pelo quilo vivo e a cooperativa vende a carne a R$ 11,50, em média. Falta produto De acordo com Peitsh, clientela não falta. Os consumidores dão preferência para a carne brasileira porque tem mais qualidade. Setenta por cento da carne de ovinos consumida no Brasil vêm do Uruguai, mas esta carne não é tão boa quanto a que temos aqui, isso porque nosso cordeiros são abatidos aos cinco meses, no país vizinho só se mata a ovelha depois que se tira a lã, no mínimo, por dois anos, isso quer dizer que é carne de um animal velho. “Aqui nós usaremos os animais mais velho somente para a fabricação de embutidos. Ainda não fabricamos nenhum, mas até o fim do ano, quando as ovelhas velhas forem para o descarte tudo vai ser industrializado, nada será consumido in natura”, reforça. A cooperativa segue ampliando seus planos. No ano que vem pretende construir uma câmara frigorífica de congelamento, dessa forma pode armazenar a carne e ainda dar mais uma opção aos clientes. Outra novidade é o confinamento, esse já é mais a curto prazo, deve en- Lançado o livro “Carne Ovina, Turismo e Gastronomia” Acaba de ser lançado o livro CARNE OVINA, TURISMO E GASTRONOMIA – a culinária sul-matogrossense de origem pantaneira, síriolibanesa, gaúcha e nordestina. O livro foi escrito em co-autoria com Milton Mariani e Carolina Palhares, que são pessoas ligadas diretamente à área de turismo, da UFMS e da FIEMS. Os autores procuraram demonstrar como a ovinocultura pode servir para ampliar as experiências de viagem oferecidas aos visitantes e para a valorização de novos atrativos, através de embasamento teórico e de pesquisas realizadas nas principais cidades turísticas de Mato Grosso do Sul. Isto tudo visto através da ótica de entrelaçamento da carne ovina com o turismo e a gastronomia local. A ênfase recai sobre as ações necessárias para a inserção da carne ovina dentro dos roteiros turísticos de Mato Grosso do Sul, o que pode trazer novas possibilidades de desenvolvimento para as localidades receptoras de turistas e para as comunidades em seu entorno. Foram feitas pesquisas específicas, para determinar a demanda por carne ovina nos restaurantes e churrascarias de Campo Grande; a percepção da carne ovina por turistas e moradores de Bonito, Campo Grande, Corumbá, Dourados e Ponta Porã; e a descrição dos pratos típicos com carne ovina servidos no Mato Grosso do Sul. Os capítulos do livro são: 1) Carne ovina, turismo e gastronomia 2) Análise da demanda por carne ovina nos restaurantes e churrascarias de Campo Grande 3) Percepção do consumidor de carne ovina nas principais cidades turísticas de Mato Grosso do Sul 4) Carne ovina em Mato Grosso do Sul – pratos típicos 5) Sugestões para o sistema agroindustrial da carne ovina O livro está disponível para aquisição na página sistemavoisin.com.br, com as facilidades do sistema Pagseguro, por R$ 40 com o frete grátis. Se preferir, é possível fazer o download gratuito do livro no mesmo local. 31 MAIO 2010 Bioenergia Universidade da Capital pesquisa adaptabilidade das variedades de cana em MS Maioria das variedades foram desenvolvidas para cultivo nos estados de São Paulo e Paraná M ato Grosso do Sul, nos últimos quatro anos, tem vivido uma expansão muito rápida da indústria sucroalcooleira. Segundo dados do governo do Estado, já são 23 usinas em funcionamento e outras 14 devem ser implantadas nos próximos anos. Tal crescimento da atividade tem movimentado também as pesquisas. Na Uniderp/Anhanguera o professor José Antônio Maior Bono coordena uma delas, o objetivo é saber a adaptabilidade das variedades mais usadas no país as regiões de solo arenoso de Mato Grosso do Sul. Todas as variedades de cana-de-açúcar existentes hoje no país foram desenvolvidas para os estados de São Paulo e do Paraná, e pode ser que o que funciona lá não funcione tão bem aqui, argumenta o professor. Daí a importância dos estudos. “Estamos no meio da pesquisa, que deve durar cerca de seis anos, e já temos alguns resultados preliminares”, revela. “As variedades SP-85.5536 e SP-80.3280 se mostraram muito produtivas, com uma média de 105 toneladas por hectare, e alto teor de sacarose. Os da dos iniciais são animadores, já que a média nacional é de 90 toneladas por hectare. Mas é bom lembrar que temos de observar isso por mais tempo, pois pode ser que nos próximos anos as variedades não produzam tão bem assim. Como a cultura é perene temos de ter um amplo período de estudos para chegarmos a uma conclusão”, atenta. Se com as SPs está indo tudo bem, o mesmo não foi observado nas RBs 86.7615 e 92.5211. Elas tiveram um baixo rendimento se comparado com a média nacional e alta produção de palha, o que não é algo interessante. “Mas apesar disso não houve alteração na quantidade de açúcar da planta”, complementa. Outro estudo de fundamental importância para a indústria sucroalcooleira trato da época de corte da cana. Assim como na soja e no milho há variedade precoce, que maduram antes do ciclo normal, e tardias que são aptas para colher depois do esperado, há variedades cana que “maduram” em diferentes épocas do ano. Na cana há alguns meses do José Antônio Maior Bono coordena as pesquisa sobre as adaptação na Uniderp ano em que o teor de sacarose da planta está mais elevado que em outros, em Mato Grosso do Sul a cultura chega a seu pico de açúcar nos meses de junho, julho e agosto. Esse conhecimento é fundamental para o planejamento estratégico da empresa que vai poder saber em que época do ano pode contar com o pico da produção, ou ainda alternar entre diferentes variedades para que sempre consiga ao logo da safra – que vai de março a outubro – extrair o máximo de sacarose dos campos. Os estudos na Uniderp/Anhanguera também são focados na resistência que as variedades têm as doenças como as causadas por fungos e pragas com a broca, responsáveis por grandes prejuízos na cultura. O solo também tem recebido especial atenção. Como a região estuda – Campo Grande e o corredor até Água Clara – é formada por areia quartzosa, saber de sua capacidade, seu uso correto e de como melhorá-lo tem sido uma busca no estudo. “Estamos vendo os efeitos do uso do vinhoto na fertirrigação e também da torta de filtro [rejeito sólido proveniente da decantação do mosto já destilado]. Observamos que nas o vinhoto, mesmo sendo líquido, tem maior capacidade para melhorar as qualidades físicas do solo do que a torta”, destaca Bono. Conforme o professor, Mato Grosso do Sul tem potencial para ter uma produtividade superior as de São Paulo e do Paraná. “Nós já temos clima perfeito para a cultura e ainda uma topografia adequada para a colheita mecanizada. Falta apenas fazer alguns ajustes tecnológicos [como a escolha de variedades certas para a região], que em pouco tempo vamos alcançar isso”, conclui. CTC tem maior banco mundial de variedades de cana Com mais de 5.000 variedades de cana-de-açúcar, o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) tem o maior banco de germoplasma do mundo (unidade de conservação de material genético da cana), que fica no município de Camamu (BA). Por ano são lançadas quatro variedades, o que significa que 80% da cana moída do país sai desse centro. A quantidade do patrimônio genético do CTC fica à frente dos bancos de variedades da Austrália (aproximadamente 2.500 unidades) e da África do Sul. Os técnicos do CTC pensam em uma forma de valorizar esse ‘arquivo da cana´ da instituição, até porque há a possibili- dade do centro, que é mantido com recursos da iniciativa privada, se transformar numa sociedade anônima, o que permitiria a venda da unidade. O grande problema é dar valor para algo que é único. “Valorar é uma coisa complicadíssima. Eu tam- bém me pergunto: quanto custa cada variedade que se lança? Nós estamos tentando achar um meio de calcular”, disse Tadeu Andrade, diretor de pesquisa e desenvolvimento do CTC. As variedades primitivas não tem nenhuma utilidade hoje, mas estão no banco da cana porque são fontes de material genético e podem fornecer características para uma nova variedade que venham a atender às necessidades de uma determinada região. “Nós temos variedades que vieram da África do Sul em regiões que ocorrem geadas. Jamais vão ser comerciais, mas por exemplo agora está se falando em plantar cana no Rio Grande do Sul em área onde ocorrem geadas e se tiver que desenvolver variedade para essa região, tem que usar variedades que têm algum padrão genético de tolerância a frio”, declarou Andrade. Fonte: Canal da Cana 32 MAIO 2010 Allimenta: Tecnologia que produz campeões RAÇÕES PROMOVEM CRESCIMENTO COM ACABAMENTO DE GORDURA IDEAL E AINDA MELHORAM REPRODUÇÃO A Allimenta, empresa que produz rações para animais, está no mercado há apenas três anos. Tão pouco tempo no mercado e já coleciona títulos. Os criadores de nelore York Correa, Paulo Prandini, Gustavo Andrade entre outros colecionam troféus com animais de pista (MS, Londrina/PR e Uberaba/MG) arraçoados pela Allimenta. Em Expogrande, nos últimos três anos, os animais vencedores do Torneio Leiteiro Girolando também foram tratados com rações da empresa. “A alimentação promove a expressão da genética dos animais”, resume Oswaldo de Souza Garcia, doutor em Medicina Veterinária e diretor-presidente da Allimenta. No torneio leiteiro de 2008 da Expogrande, que é a mais importante feira agropecuária do Centro-Oeste e uma das principais da pecuária brasileira, as vacas vencedoras de 2 categorias eram tratadas com uma ração especial, desenvolvida para a produção de leite. Depois dessas vitórias, a maioria dos participantes começou a usar o mesmo produto. O resultado foi mais vencedores em outras categorias da competição em 2009 e 2010. “Isso demonstra que a Allimenta tem tecnologia para atuar em qualquer ramo da nutrição animal, porque quem entende de nutrição sabe que é extremamente complexo desenvolver uma ração que dê resultados em gado leiteiro. Essas vitórias mostram nossa capacidade em fabricar rações para dietas especiais”, destaca. Segundo Oswaldo Garcia a Allimenta apresentou para o mercado uma tecnologia que até então não existia – as rações funcionais. São produtos que além de engordar promovem o crescimento na hora certa, o acabamento de gordura de- banho comercial a empresa também traz uma novidade – rações que melhoram a fertilidade das fêmeas. Em Mato Grosso do Sul estudos mostram que, entre as primíparas, apenas 40% das que pariram voltam a dar cria no ano seguinte. De acordo com Oswaldo, esse índice pode chegar a 80% com uma suplementação adequada. “Dessa forma, o aumento no número de bezerros paga o custo da suplementação e ainda dá lucro para o pecuarista”, atenta ele. Como o ciclo da pecuária comercial se fecha com a venda da carne o objetivo Dr. Oswaldo Garcia: “Alimentação promove final da criação de gado é a expressão genética dos animais” fazer com que os animais sejado e ainda melhoram aspectos repro- ganhem peso no menor tempo possível, dutivos. “Cada tipo de ração vai atuar o que nem sempre acontece nas fazenem uma determinada função do animal, das do País. É comum o pecuarista manotimizando-a”. ter os animais no pasto por quatro, cinOutro exemplo da qualidade das ra- co anos, até chegarem ao peso de abate. ções Allimenta é a capacidade que tem Isso, de acordo com a Allimenta, é prede fazer com que animais de elite, cria- juízo, pois o custo de alojamento de um dos em cocheira, tenham sua habilidade animal no pasto é de R$ 25,00 por mês reprodutiva preservada. “Normalmente e, ao fim de quatro anos o produtor já esse tipo de animal é obeso que faz com vai ter gasto R$ 1.200,00, quase a mesma que tenha problemas de reprodução. Com coisa que recebe pela venda do animal. a nossa ração os animais ficam com peso “A maioria dos produtores não enxerga e acabamento e tem mostrado melhora isso porque não contabiliza o custo de nos índices reprodutivos, pois equilibra manutenção do animal no pasto, afirma. a liberação dos hormônios”, detalha. “Ele pensa: ‘o pasto é meu, não tenho Para gado de corte Em se tratando de reprodução em re- Indústria inovou no mercado A Allimenta Nutrição Animal trouxe para o mercado o que há de mais novo em termos de nutrição animal. Floculação de milho e extrusão de grãos são os grandes diferenciais no tratamento dos ingredientes básicos das rações, o que os tornam mais fáceis de serem absorvidos pelos animais. Na floculação o milho passa por um processo igual ao que é usado para fazer salgadinhos do tipo ‘fandangos’ – “Com isso aumentamos a superfície de contato entre o grão e as enzimas digestivas, que faz com que os animais absorvam de forma mais eficiente todos os nutrientes do milho”, detalha o zootecnista Rui Men- donça, responsável técnico da empresa. Além disso, também é usada a tecnologia de Proteína By Pass que preserva a qualidade da proteína ingerida pelos ruminantes. Isso acontece porque a proteína é tratada de forma a passar pelo rúmen sem ser degradada, e é absorvida no intestino em sua forma mais rica e nutritiva. Somado a essas técnicas que otimizam a absorção do alimento ingerido, as rações da Allimenta ainda recebem macro e micro nutrientes essenciais para o desenvolvimento dos animais em suas diferentes fases: cria, recria e engorda, que completam o ciclo de sucesso no manejo nutricional do rebanho. Rui mostra milho após processo de floculação esse custo’. Mas, se ele arrendasse a área ele iria receber de R$12,00 a R$24,00 por cabeça sem as despesas de mão de obra, sal mineral, vacinas etc. Logo o produtor tem de fazer com que o boi pague esse custo. Ele só vai ver que levou prejuízo na hora de reformar o pasto, daí não vai ter o dinheiro e a terra vai sofrendo degradação”. Para evitar essa situação o pecuarista tem de girar o gado rápido na fazenda. A Allimenta tem um programa especial de dieta para animais de corte. Com ele os animais vão para o abate com uma média de 500 kg aos dois anos de idade ou menos. “Com a nossa suplementação estratégica o bezerro entra no sistema creep-feeding e ao desmame estará entre 60 e 80 quilos mais pesado, do que se fosse tratado no sistema convencional”, detalha. Equinos A Allimenta também tem uma ração especial para equinos. Como todos os produtos da empresa, esse também faz mais do que simplesmente engordar – é uma ração anti-estresse que promove a rápida recuperação física dos cavalos. Segundo Oswaldo Garcia, animais de hipismo e de provas de laço têm tido um resultado excelente tanto em títulos nos campeonatos quanto em bem-estar. “Nossos clientes relatam que os animais se recuperam muito mais rápido depois de praticarem o esporte. Com a recuperação rápida pós-trabalho temos a otimização funcional do animal. Uma resposta espetacular”, analisa.