Implementação de uma Rede de Estações de Referência GPS para
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Implementação de uma Rede de Estações de Referência GPS para
Universidade de Lisboa Faculdade de Ciências Departamento de Matemática Implementação de uma Rede de Estações de Referência GPS para Posicionamento em Tempo Real ANTÓNIO JAIME GAGO AFONSO Mestrado em Engenharia Geográfica e Geoinformática (Geodesia) 2006 Universidade de Lisboa Faculdade de Ciências Departamento de Matemática Implementação de uma Rede de Estações de Referência GPS para Posicionamento em Tempo Real ANTÓNIO JAIME GAGO AFONSO Orientado por: Prof. Doutor Virgílio B. Mendes Mestrado em Engenharia Geográfica e Geoinformática (Geodesia) 2006 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Resumo O método de posicionamento em modo de Base – RTK (Real Time Kinematic), constitui a forma tradicional de adquirir informação geo-referenciada, necessária aos diversos processos de produção de Cartografia, assim como em determinados trabalhos de Topografia. No entanto, há um conjunto de limitações que dificultam a sua aplicação. Esta dissertação tem como tema principal a implementação de uma rede de estações de referência GPS (Global Positioning System) para posicionamento em tempo real, de modo a fornecer em tempo real correcções diferenciais, que permitem a qualquer utilizador a obtenção das coordenadas precisas de um ponto no terreno, aumentando a sua produtividade e diminuindo os custos dos trabalhos de campo. É feita uma análise dos conceitos base-RTK e rede-RTK e das metodologias utilizadas na geração de correcções diferenciais, quer através da Estação de Referência Virtual (VRS – Virtual Reference Station), Parâmetros de Correcção de Área (FKP – Flächen-korrekturparameter) ou do conceito Principal – Auxiliar (MAX – Master Auxiliary). Descrevem-se algumas das redes de estações de referência existentes na Europa e em Portugal, de modo a reforçar a forma como a rede apresentada nesta dissertação foi concebida e implementada. Além da metodologia adoptada, são referidas as componentes principais da rede em causa, as problemáticas associadas à implementação das estações de referência GPS, da arquitectura da rede e do sistema de coordenadas implementado. É feito um ponto de situação da implementação da rede já efectuada, com indicação do planeamento para os próximos anos. Os dados disponibilizados visam abranger as necessidades de qualquer utilizador, quer em RTK quer em pós-processamento e simultaneamente, utilizar os seus equipamentos GNSS independentemente das marcas existentes no mercado nacional. Apresentam-se um conjunto de ocorrências surgidas durante o funcionamento da rede em causa, assim como os resultados do controlo de qualidade posicional efectuado e dos inquéritos realizados aos utilizadores mais assíduos. Por fim, é feita uma síntese conclusiva com os trabalhos que no futuro poderão ser desenvolvidos. Palavras-chave: GNSS, RTK, Rede de Estações de Referência i António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Abstract The single base station RTK (Real Team Kinematic) method of positioning represents the traditional mode of acquiring geo-referenced information used in several processes of cartographic production, as well as in certain types of surveying work. However there are some limitations that restrict its use. The main topic of this dissertation is the implementation of a network of GPS (Global Positioning System) reference stations for real time positioning, in order to provide almost real time differential corrections that will allow any user to obtain precise coordinates of a given point, increasing its productivity and decreasing the costs of field work. In this dissertation, the concepts of single base station RTK and network RTK are discussed, the methodologies of generating differential corrections, namely the concepts of Virtual Reference Station (VRS), Area Parameters of Correction (FKP Flächenkorrekturparameter) and Master - Auxiliary are described. Some networks of reference stations in Europe and in Portugal are described, in order to reinforce how the design of the network presented in this dissertation was conceived and implemented. The main components of the given network, the problems associated with the implementation to the GPS reference stations, the network configuration and architecture, the choice of the reference frame and the services provided to the user are issues discussed in the dissertation. The data made available aims to encompass the needs of any user, whether in RTK or in post-processing and, simultaneously to allow the user to make the most of their GNSS equipment, regardless of the commercial brands existing in the market. A set of occurrences, arisen during the operation of the given network, are presented along with the results of the performed positional quality control and of a survey answered by the most frequent users. Finally some concluding remarks and some indications of future work are made. Keywords: GNSS, RTK, Network Reference Stations ii António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Agradecimentos Os meus agradecimentos vão para todos os que trabalharam directa ou indirectamente neste projecto da minha dissertação, cuja ideia começou há cerca de 4 anos atrás, não deixando contudo de salientar aqueles me acompanharam desde a primeira hora. Ao Coronel de Artilharia Engenheiro Informático José Rossa, porque foi o único elemento do Estado Maior do IGeoE a acreditar desde o primeiro momento no projecto SERVIR e que sempre se empenhou para que este projecto tivesse sucesso, com um extraordinário interesse e dedicação que todos lhe reconhecem; Ao meu orientador Sr. Professor Doutor Virgílio Mendes pela incansável colaboração, permanente disponibilidade e orientação científica que muito me ajudaram, quer na elaboração da dissertação, quer no apoio ao projecto SERVIR; Ao Sr. Professor Doutor João Catalão Fernandes pelo incentivo e apoio para que fizesse o mestrado, incentivo esse, sem o qual não estaria a apresentar este trabalho; Ao Sr. Engenheiro Carvalho Viera pela “Qualidade” dos seus conselhos, incentivo e ao Gabinete de Qualidade e Ambiente pelo permanente apoio nas horas mais difíceis das certificações do IGeoE, durante as quais decorria a parte curricular; Ao Departamento de Aquisição de Dados, nomeadamente os Chefes de Secção e seus Adjuntos que em conjunto facilitaram o meu trabalho e me permitiram orientar os esforços durante a realização deste mestrado; No entanto, o maior sacrifício foi para a minha Família ... privando-os de horas e dias de convívio e alegria, sobrecarregando-os com tarefas que deixei de fazer, mesmo nas horas mais difíceis. Infelizmente meu pai partiu ... mas sem o Seu apoio e o da Família não teria chegado ao fim. Terminado este objectivo pretendo recompensar o Henrique e a Inês pela compreensão e apoio que me deram, procurando redimir a minha ausência devido ao trabalho prolongado e para que nunca mais me perguntem: ”Pai ... vens cedo?”. O agradecimento especial vai para a minha mulher Lina ... que nunca regateou esforços e se desdobrou em tarefas para que eu pudesse ter o tempo todo para me dedicar a este projecto. iii António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Índice Introdução...........................................................................................................................1 Sistema de Posicionamento Global ................................................................................2 Motivação .......................................................................................................................4 Contribuição da dissertação............................................................................................8 Estrutura da dissertação .................................................................................................. 9 Redes RTK .......................................................................................................................10 Arquitectura de uma rede-RTK .................................................................................... 10 Correcções RTK ...........................................................................................................12 Estação de referência virtual (VRS) .........................................................................12 Parâmetros de correcção de área (FKP) ...................................................................15 Conceito principal-auxiliar (MAC) ..........................................................................16 Redes RTK operacionais ..............................................................................................19 Espanha.....................................................................................................................19 Dinamarca.................................................................................................................24 Suiça .........................................................................................................................24 Redes de estações permanentes em Portugal................................................................28 ReNEP / GPS............................................................................................................28 Rede Diferencial GPS (DGPS) da Marinha Portuguesa...........................................32 Projecto SERVIR..............................................................................................................37 Introdução.....................................................................................................................37 Planeamento estratégico do projecto SERVIR.............................................................40 Arquitectura da rede SERVIR ......................................................................................48 Instalação das estações de referência............................................................................51 Serviços SERVIR .........................................................................................................57 Vantagens e limitações do SERVIR.............................................................................59 Referencial do SERVIR ...............................................................................................60 Treino dos colaboradores .............................................................................................66 Controlo de Qualidade do projecto SERVIR ...................................................................71 Fiabilidade ....................................................................................................................71 Repetibilidade das coordenadas ...................................................................................75 Controlo de qualidade posicional .................................................................................77 Satisfação dos utilizadores ...........................................................................................82 Conclusão .........................................................................................................................85 Referências ...............................................................................................................................88 Anexos ......................................................................................................................................92 1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 2.1. 2.2. 2 1 2 2 2 3 2.3. 3 1 3 2 3 3 2.4. 4 1 4 2 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. 3.5. 3.6. 3.7. 3.8. 4.1. 4.2. 4.3. 4.4. iv António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Lista de Tabelas Tabela 1 - Formatos de mensagens. .........................................................................................13 Tabela 2 - Fases do projecto ReNEP. .......................................................................................30 Tabela 3 - Características das estações DGPS da Marinha Portuguesa. ..................................33 Tabela 4 - Tempos de Transmissão da rede de dados do Exército...........................................44 Tabela 5 - Estações de referência no referencial ITRF2000, época 1997.0. ............................62 Tabela 6 - Estações de referência no referencial ETRF2000, época 1989.0. ..........................62 Tabela 7 - Estações de referência da ReNEP em ETRS89.......................................................63 Tabela 8 - Estações SERVIR em ETRF2000 época de observação 2006,83. ..........................64 Tabela 9 - Estações EUREF em ETRF2000 época de observação 2006,7...............................65 Tabela 10 - Comparação entre EUREF e SERVIR (EUREF - SERVIR). ...............................65 Tabela 11 - Comparação entre IGP e SERVIR (IGP - SERVIR).............................................65 Tabela 12 - Fiabilidade da rede SERVIR .................................................................................72 Tabela 13 - Vértices geodésicos e a distância à base de referência..........................................79 Tabela 14 - Coordenadas dos vértices geodésicos em ITRF 2000 época 2006,16...................79 Tabela 15 - Coordenadas obtidas através da rede SERVIR. ....................................................80 Tabela 16 - Diferença de coordenadas entre a rede SERVIR e os vértices geodésicos ...........80 v António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Lista de Figuras Figura 1 - Conceito base-RTK. ..................................................................................................5 Figura 2 - Rede estações GPS para RTK....................................................................................7 Figura 3 - Componentes do sistema e fluxo de dados (adaptado de Talbot et al. [2002]). ......10 Figura 4 - Esquema da rede [Landau et al., 2002]....................................................................14 Figura 5 - Envio das correcções [Landau et al., 2002]. ............................................................14 Figura 6 - Interpolação/Extrapolação [Landau et al., 2002].....................................................15 Figura 7 - Planos lineares FKP (adaptado de Higuchi et al. [2004]).......................................16 Figura 8 - Parametrização FKP (adaptado de Wübbena et al. [2001])....................................16 Figura 9 - Geração de correcções MAC [Leica Geosystems, 2006]. .......................................17 Figura 10 - Geração de correcções i-MAC [Leica Geosystems, 2006]....................................19 Figura 11 - Rede CATNET [C.Parareda et al., 2006]. .............................................................20 Figura 12 - Estação CATNET Geodinâmica [C.Parareda et al., 2006]....................................20 Figura 13 - Estação CATNET não geodinâmica [C.Parareda et al., 2006]..............................21 Figura 14 - Modelo standard de uma estação CATNET (adaptado de Trimble [2005b])........21 Figura 15 - Canal Comunicações primário (adaptado de Trimble [2005b]). ...........................22 Figura 16 - Exemplo de um local de instalação [Wirring, 2004]. ............................................24 Figura 17 - Rede AGNES [Swisstopo, 2006a]. ........................................................................ 25 Figura 18 - Optimização das estações de referência da rede AGNES [Swisstopo, 2006a]......26 Figura 19 - ReNEP / GPS [IGP, s.d.]. ......................................................................................29 Figura 20 - Rede de estações de referência ReNEP [IGP, 2006]. ............................................31 Figura 21 - Planeamento das actividades da ReNEP [IGP, 2006]. ..........................................32 Figura 22 - Actividades da ReNEP [IGP, 2006]. ..................................................................... 32 Figura 23 - Diagrama cobertura DGPS [Monteiro, 2002]........................................................33 Figura 24 - Estação de Cabo Carvoeiro [Monteiro, 2002]. ......................................................34 Figura 25 - Estação de Sagres [Monteiro, 2002]. .....................................................................35 Figura 26 - Ponto fotogramétrico. ............................................................................................38 Figura 27 - Controlo de qualidade posicional. .........................................................................38 Figura 28 – “Smartstation”. ......................................................................................................39 Figura 29 - Sistema para Orientação e Avaliação da Exactidão Posicional [Afonso et al., 2004b].....................................................................................................................39 Figura 30 - Ciclo de Deming. ...................................................................................................40 Figura 31 - Fluxograma para implementar o projecto SERVIR...............................................42 Figura 32 - Fase I do projecto SERVIR. ..................................................................................47 Figura 33 - Fase II e III do projecto SERVIR ..........................................................................48 Figura 34 - Arquitectura rede SERVIR. ................................................................................... 49 Figura 35 - Arquitectura da estação de referência GPS SERVIR Fase I..................................51 Figura 36 - Suporte de antena geodésica GNSS para parede. ..................................................52 Figura 37 - Suporte de antena geodésica GNSS para placa. ....................................................53 Figura 38 - Suporte de antena geodésica GNSS para superfície mista. ...................................53 Figura 39 - Suporte de antena geodésica GNSS em aço inoxidável e cabos com esticadores. 54 Figura 40 - Bucha química e seus componentes.......................................................................54 Figura 41 - Relação entre direcções de referência [Alves e Cruz, 1984]. ................................55 Figura 42 - Gráfico da declinação magnética...........................................................................56 Figura 43 - Bússola de reconhecimento. ..................................................................................57 Figura 44 - Rede SERVIR – DGPS..........................................................................................58 Figura 45 - Rede SERVIR – RTK. ...........................................................................................58 Figura 46 - Rede SERVIR – Loja RINEX. ..............................................................................59 Figura 47 - Rede SERVIR permite o treino e formação das suas equipas de topografia.........69 vi António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 48 - Equipamentos de geração menos recente. .............................................................70 Figura 49 - Latência dos pacotes de observações GNSS no centro de cálculo. .......................72 Figura 50 - Estações IGP e EBRE [Fernandes, 2006]..............................................................75 Figura 51 - Estações da rede SERVIR [Fernandes, 2006]. ......................................................76 Figura 52 - Distribuição espacial dos vértices geodésicos. ......................................................79 Figura 53 - Área útil de trabalho da rede SERVIR...................................................................81 Figura 54 - Resultados dos inquéritos aos utilizadores da rede SERVIR. ...............................83 Figura 55 - Planeamento da rede SERVIR...............................................................................84 vii António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Lista de símbolos e/ou abreviaturas ADSL AdV AGNES ARP BKG C/A CATNET CMR CMR+ CORS 3D DGPS DoD DST EGNOS ETRS89 EUA EUREF FKP FTP GLONASS GGA GGK GPRS GPS GSM http ICC IGeoE IGP IGS IH i-MAC IP IPCC IPQ ITRF MAC NAVSTAR NMEA NTRIP P PF POC PRN PVC ReNEP / GPS Asymmetric Digital Subscriber Line Arbeitsgemeinschaft der Deutchen Vermessungsverwaltungen – (German State Survey Authorities) Automated GPS Network Switzerland Antenna Reference Point Bundesamt für Kartographie und Geodäsie Coarse Acquisition CATalunya NETwork Compact Measurement Record Compact Measurement Record Plus Continuously Operating Reference Sations Três Dimensões Differential GPS Department of Defense Direcção dos Serviços de Transmissões European Geostationary Navigation Overlay Service European Terrestrial Reference Frame 1989 Estados Unidos da América European Reference Frame Flächenkorrekturparameter File Transfer Protocol GLObal´naya NAvigatsionnaya Sputnikovaya Sistema Registo NMEA – GPS Fix Data Registo NMEA – Time, Position, Position Type, and DOP General Packet Radio Service Global Positioning System Global System for Mobile communications Hypertext Transfer Protocol Instituto Cartográfico da Catalunha Instituto Geográfico do Exército Instituto Geográfico Português International GNSS Service Instituto Hidrográfico Individualized Master-Auxiliary Internet Protocol Instituto Português de Cartografia e Cadastro Instituto Português da Qualidade International Terrestrial Reference Frame Master-Auxiliary Concept NAVigation System with Timing and Ranging National Maritime Electonics Association Networked Transport of RTCM via Internet Protocol Precise / Protected Ponto Fotogramétrico Point Of Contact Pseudo Random Noise Polyvinylchloride Rede Nacional de Estações Permanentes / GPS viii António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real RDS RINEX RTC RTCM-SC104 RTK RTms SAPOS SBS SGSis SICOM SPGIC TCP UPS UTC VG VRS VSAT WWW Radio Data System Receiver International Exchange Format Rede Telefónica Comutada The Radio Technical Commission for Maritime Services – Special Committee No. 104 Real Time Kinematic Regimento de Transmissões SAtellite POsitioning Service Single Base Station Secção de Gestão do Sistema Sistema Integrado de COmunicações Militares Sistema de Posicionamento Geodésico Integrado de Catalunha Transmission Control Protocol Uninterruptible Power Supply Universal Time Coordinated Vértice Geodésico Virtual Reference Station Very Small Aperture Terminal World Wide Web ix António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 1. Introdução As técnicas de Geodesia têm como finalidade determinar matematicamente a forma e dimensões da Terra, de modo a poder representar cartograficamente a superfície terrestre com a maior precisão geométrica e posicional possível. Com o aparecimento da Geodesia Espacial houve um notório desenvolvimento nas metodologias de trabalho, das quais se identificam três vantagens essenciais: • a obtenção de coordenadas precisas de pontos de difícil acesso, sem intervisibilidade com pontos conhecidos, como acontecia na Topografia clássica, independentemente das condições atmosféricas, incluindo à noite; • a facilidade de utilização e a massificação de equipamentos GPS, quer de posicionamento, quer de navegação, sem necessidade de conhecimentos técnicos em Topografia e Geodesia; • a possibilidade de posicionamento em tempo real, sem necessidade de efectuar cálculos topográficos. De notar, no entanto, que isto também pode ser visto como uma limitação, porque se passa a fazer sem se saber o que se está a fazer. Desta forma, corre-se o risco de que os conhecimentos da Topografia clássica se vão perdendo aos poucos. Apesar disso, dada a fiabilidade dos sistemas no cômputo geral, podemos considerar que é uma mais valia na realização dos trabalhos de campo hoje em dia. Sensivelmente a partir dos anos 1970, tanto os Estados Unidos como a Ex-União Soviética desenharam e implementaram os respectivos sistemas globais de navegação por satélite, denominados GPS (Global Positioning System) e GLONASS (GLObal´naya NAvigatsionnaya Sputnikovaya Sistema), respectivamente. Ambos os sistemas foram inicialmente concebidos para uso militar. A partir do ano 2000, e com a entrada prevista em funcionamento de projectos europeus como o EGNOS (European Geostationary Navigation Overlay Service) e o GALILEO, conjugado com a introdução de novos códigos e nova frequência no GPS, tem-se assistido a uma evolução tão rápida que o próprio IGS – International GPS Service alterou a sua designação e passou a ser IGS – International GNSS Service, em que GNSS significa Global Navigation Satellite System. Quanto aos principais construtores de equipamentos e 1 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real criadores de software nesta área, têm desenvolvido novos receptores, antenas e software, de modo a integrarem toda a nova panóplia de sinais das redes espaciais. 1.1. Sistema de Posicionamento Global De momento, o GPS é o sistema de posicionamento mais conhecido e é utilizado pelo Instituto Geográfico do Exército (IGeoE) na aquisição de informação geo-referenciada. Também designado pelo acrónimo de NAVSTAR (NAVigation System with Timing And Ranging), foi concebido e desenvolvido pelo Departamento de Defesa (DoD) dos EUA e veio substituir o sistema TRANSIT, também conhecido pela acrónimo NNSS (Navy Navigation Satellite System), iniciado em 1958 e que tinha sido patrocinado pela Marinha dos EUA. O GPS tem como objectivo dar informação de precisão sobre posição, velocidade e tempo, de forma global e contínua, em quaisquer condições atmosféricas. O GPS é composto por 3 segmentos: segmento espacial, segmento de controlo e segmento do utilizador. O segmento espacial é constituído por 24 satélites, distribuídos em 6 planos orbitais, separados entre si 60º em longitude e com inclinações próximas dos 55º em relação ao Equador. Os satélites descrevem órbitas aproximadamente circulares, com semi-eixo maior de cerca de 26500 km, ou seja, com uma altitude aproximada de 20200 km acima da superfície terrestre. As órbitas têm um período de 11h 58 m UTC (Universal Time Coordinated), o que implica que a mesma constelação de satélites observada num local, apareça no dia a seguir 4 minutos mais cedo. Esta informação é depois introduzida nos satélites, de modo a serem radiodifundidas. O segmento de controlo é constituído por uma estação de controlo principal e 5 estações de monitorização, 3 das quais comunicam com os satélites. As estações monitoras fazem o rastreio dos satélites e enviam os dados obtidos para a estação de controlo principal. A estação de controlo principal faz o processamento dos dados, calcula parâmetros ionosféricos, os erros dos relógios e as órbitas dos satélites, entre outros. O segmento do utilizador é constituído pelos receptores, antenas GPS e software que permitem receber os sinais GPS, descodificando-os e processando-os, para calcular a posição, velocidade e tempo do utilizador. 2 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Para comunicar com os utilizadores são actualmente emitidas duas ondas portadoras derivadas da frequência fundamental de 10,23 MHz: L1, de frequência 1575,42 MHz, e L2, de frequência 1227,60 MHz [Mendes, 2005]. O sinal GPS é constituído por ondas portadoras, códigos PRN e mensagens de navegação, que são modulados nessas portadoras. A comunidade científica foi desenvolvendo metodologias, quer ao nível da observação, quer ao nível do processamento, no âmbito das aplicações à Geodesia e à Geodinâmica, que tornaram possível alcançar uma exactidão e precisão posicionais ao nível milimétrico. Entre esses desenvolvimentos estão a medição da fase da onda portadora e o seu uso como observável, o uso de órbitas pós-processadas (geralmente conhecidas como órbitas de precisão), a combinação de observáveis, por forma a eliminar erros que estas individualmente contêm, o uso de métodos diferenciados em pós-processamento e a correcta modelação e estimação dos erros causados pela atmosfera. Grande parte desses desenvolvimentos foram sendo incorporadas, quer nos receptores e antenas GPS comerciais, quer nas aplicações comerciais. Deste modo, é hoje possível, com estes aparelhos e aplicações, obter num referencial global, uma exactidão posicional na ordem de alguns centímetros, se forem usados métodos de operação e processamento adequados. Quando realizadas medições de fase, o GPS é usado como uma técnica interferométrica, o que significa que as coordenadas de uma estação são estimadas diferencialmente, isto é, são relativas a uma estação de referência. Isso implica que as coordenadas de pelo menos uma estação devem ser conhecidas, com grande precisão, num dado referencial, de modo a permitir obter coordenadas para outras estações nesse mesmo referencial. Dado que os sistemas de referência têm sete graus de liberdade (três translações, três rotações e um factor de escala) é preferível contudo ter, pelo menos, três estações com coordenadas conhecidas a priori. Usualmente, estas estações são fixadas ou, pelo menos, bastante constrangidas, no processo de ajustamento de observações. Normalmente os métodos de posicionamento de navegação utilizam a onda portadora L1 e, portanto, o código. Os métodos de posicionamento para Topografia e Geodesia utilizam a onda portadora L1 e a L2, devido ao aumento da precisão requerida. Em qualquer dos casos, o modo absoluto ou do ponto isolado, significa apenas que um receptor recebe sinais GNSS, o qual através dos algoritmos que tem incorporados, fornece as coordenadas do ponto desejado. 3 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real O modo diferencial implica a utilização de pelo menos 2 receptores, um colocado num ponto de coordenadas conhecido e outro móvel. As diversas técnicas de posicionamento em tempo real 1 também utilizam um receptor a funcionar como referência num ponto de coordenadas conhecido (receptor base) e outro que se vai deslocando de ponto para ponto (receptor móvel ou rover), mas também de uma ligação adequada (rádio ou telemóvel) para transmitir correcções da base para o móvel. Consoante estas correcções são aplicadas às pseudo-distâncias ou à fase, as técnicas denominam-se GPS Diferencial (DGPS – Differential GPS) e Cinemático em Tempo Real (RTK – Real-Time Kinematic), respectivamente. A técnica DGPS proporciona exactidões de cerca de 1 m, enquanto que a técnica RTK conduz a um aumento substancial da exactidão posicional, para valores da ordem de 1 cm a 2 cm. 1.2. Motivação A metodologia associada ao RTK baseia-se no princípio de que os erros que afectam o cálculo da posição absoluta no GPS são aproximadamente iguais numa determinada área geográfica em que se esteja a trabalhar. Esses erros resultam dos efeitos da ionosfera, troposfera, órbitas dos satélites GPS, osciladores dos satélites e dos receptores e multitrajecto, entre outros. Sob estas condições, em Portugal Continental, as coordenadas obtidas pelos receptores GPS em modo absoluto, variam entre 1 m e 10 m, consoante a geometria dos satélites disponíveis no momento da aquisição dos dados. Para podermos trabalhar com precisão centimétrica ou superior, existem duas hipóteses: ou se efectua o pós-processamento das observações GPS – utilizando software próprio e, de preferência, órbitas precisas dos satélites (disponíveis sensivelmente após 15 dias do registo das observações), o que para a grande maioria dos utilizadores é muito tempo e implica conhecimentos acrescidos – ou se utiliza a técnica de posicionamento RTK. 1 No decorrer da dissertação, de forma abusiva, será utilizado o termo real, em vez de quase-real. A denominação correcta seria quase-real, devido ao facto de se registarem fracções de segundos até ao cálculo da posição, que correspondem ao tempo de cálculo das correcções diferenciais efectuadas pelo receptor base ou por um centro de cálculo de uma rede de estações de referência GNSS, o envio dessas correcções diferenciais pelos meios de comunicação envolvidos até ao receptor móvel e o tempo de cálculo da posição. 4 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Desta forma, se colocarmos um receptor GPS, que designaremos por Estação de Referência (ER), num ponto de coordenadas conhecidas (por exemplo, um vértice geodésico – VG), podemos comparar as coordenadas calculadas com base nas observações GPS com as coordenadas conhecidas desse ponto (que devem ser o mais rigorosas possíveis). Obtém-se, assim, as correcções diferenciais, que são posteriormente radiodifundidas para outro receptor GPS (que designaremos por receptor móvel (RM) ou simplesmente móvel), para correcção das coordenadas calculadas por este (Figura 1). Figura 1 - Conceito base-RTK. Este método, que designaremos por base-RTK (também conhecido na literatura por “estação base simples”, da denominação em inglês Single Base Station (SBS)), tem a restrição da distância inter-receptores, que deverá ser inferior a 10 km [Rizos, 2003]. No entanto, há outras limitações, das quais se salientam o facto de serem necessários pelo menos dois equipamentos GPS, que são utilizados por duas equipas de campo (uma para manusear a ER e a outra para manusear o RM), e o raio de acção rondar apenas os 5 a 10 km (para coordenadas centimétricas), aumentado a degradação à medida que aumenta a distância ER RM. Para além da necessidade da obtenção de autorização para operar com determinadas frequências rádio, surge, por vezes, outra limitação, que é o efeito de interferência de outras estações de referência com o equipamento que estamos a operar. Sabendo que a principal limitação da metodologia base-RTK é a distância ER-EM, a metodologia rede-RTK utiliza uma rede de estações de referência GNSS, com coordenadas conhecidas com precisão. As redes RTK constituem a última inovação em posicionamento de precisão por GPS [Talbot et al., 2002]. Da análise de cada estação resulta um conjunto de resíduos que, no seu conjunto, permitirão modelar os erros sistemáticos numa dada região. Assim, as correcções diferenciais 5 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real para os receptores a operarem nessa área terão uma influência reduzida desses mesmos erros, ao mesmo tempo que se aumenta a área de actuação de um receptor móvel e se reduzem os tempos de inicialização desses mesmos receptores. O objectivo principal desta dissertação é a descrição dos antecedentes que levaram ao desenho de uma rede de estações de referência RTK, da sua implementação e, finalmente, da análise de testes efectuados à referida rede. A ideia do projecto SERVIR (Sistema de Estações de Referência GPS VIRtuais), surgiu devido ao esforço, quer em meios humanos, materiais e logísticos, quer nas dificuldades encontradas na realização do apoio topográfico e respectivo tempo consumido, por parte das equipas topográficas do Instituto Geográfico do Exército (IGeoE) com a tradicional metodologia RTK [Afonso et al., 2004a]. Este projecto, liderado pelo Instituto Geográfico do Exército, visa implementar, em três fases distintas, uma rede de estações de referência GNSS cobrindo a maior parte possível de Portugal Continental, de forma a obter correcções diferencias para RTK nessas áreas abrangidas. O objectivo é aumentar a produtividade de aquisição de informação georeferenciada visando actualizar a Cartografia Militar de forma mais rápida e precisa. No entanto, o estudo desta dissertação abrange apenas a primeira fase do referido projecto (Figura 2), não só por questões temporais, uma vez que o projecto no seu todo se estende até 2011, mas principalmente porque visa realizar todos os estudos e implementar a metodologia a ser utilizada nas fases subsequentes. A outra motivação é a de poder estudar toda a problemática envolvida na implementação destes sistemas, que pode constituir uma base de partida para outras entidades que pretendam implementar sistemas deste género, dirimindo assim algumas das dificuldades sentidas desde o início. Uma rede RTK deste tipo irá contribuir para o aumento da produtividade não só do IGeoE, mas também a nível Nacional, nomeadamente na celeridade da realização dos apoios topográficos. Por último, e não menos importante, contribuir para o desenvolvimento tecnológico do País, ao implementar a primeira rede de estações de referência GNSS para RTK em Portugal, tirando partido das mais valias que o Instituto Geográfico do Exército, em particular, e o Exército, em geral, dispõem. 6 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 2 - Rede estações GPS para RTK. A implementação de uma rede RTK em Portugal constitui um percurso semelhante ao adoptado noutros países, a nível mundial, que têm vindo a implementar redes de estações de referência GPS para RTK [Trimble, 2006; Geo++, 2006]. De particular importância são as redes de Espanha, uma vez que podem ser integradas com as redes RTK em Portugal e contribuir, desta forma, uma política de informação geográfica comum. Várias regiões de Espanha, tais como a Catalunha, o País Basco, a Comunidade de Valência, ou a de Andaluzia manifestaram interesse em instalar redes GPS para RTK. No entanto, o pioneiro em promover e instalar redes com estas características foi a Catalunha, com a rede CATNET (CATalunya NETwork), a qual está operacional desde Janeiro de 2006. A Dinamarca foi um dos primeiros países europeus a implementar uma rede deste género. Os comprimentos entre estações desta rede RTK são da ordem dos 70 km - 75 km. A Suíça, outro dos países europeus cuja rede de estações de referência tem uma dimensão idêntica (em número de estações) à que se pretende instalar em Portugal, através da rede AGNES [Swisstopo, 2006a] (Automated GPS Network Switzerland), sendo a Swisstopo a entidade responsável [Swisstopo, 2006b]. A arquitectura e os serviços associados a estas redes serão analisados no Capítulo 2. 7 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 1.3. Contribuição da dissertação Esta dissertação visa contribuir com os conhecimentos e requisitos necessários à implementação de uma rede de estações de referência GPS para RTK, na região da Grande Lisboa, que corresponde à primeira fase de um projecto inovador em Portugal. A rede de estações de referência a implementar constitui um sistema com três componentes principais: a localização e implementação das estações de referência GPS no terreno, as comunicações e o centro de controlo. Quanto à contribuição da dissertação para a primeira componente, nesta dissertação são abordados aspectos que abrangem áreas tão díspares como a escolha e características dos locais a colocar as antenas dos receptores GPS, a escolha dos equipamentos GPS, o cálculo das coordenadas a atribuir às estações de referência e o controlo de qualidade posicional da rede em funcionamento, até à elaboração da documentação a disponibilizar aos utilizadores desta rede. Quanto às comunicações, estas dividem-se em duas grandes áreas: as comunicações internas e as externas. Entende-se por comunicações internas as que ocorrem no interior da rede de estações de referência GPS. No âmbito da rede em análise, as comunicações internas englobam a rede de dados do Exército e a rede de dados do IGeoE, por onde são transmitidas as observações GPS registadas nas estações GPS, necessárias ao processamento pelo software do Centro de Cálculo. A rede de dados do Exército é mantida e operada pela Direcção dos Serviços de Transmissões (DST) e pelo Regimento de Transmissões (RTms), que são as entidades responsáveis pelo estabelecimento das comunicações no Exército. A rede de dados do IGeoE é da responsabilidade da Secção de Gestão do Sistema (SGSis) deste Instituto. As comunicações externas são as comunicações a partir do Centro de Cálculo com o exterior. Estas comunicações incluem a rede de telecomunicações das diversas operadoras nacionais, por onde os utilizadores receberão os dados disponibilizados por esta rede. Por estas razões, esta dissertação não poderá contribuir nesta área do conhecimento. Quanto ao centro de controlo, apesar de basear em software já existente no mercado, testado e implementado em diversas redes do género, esta dissertação irá contribuir para o estudo da arquitectura da rede a implementar, tendo sempre presente os meios de comunicações existentes e a expansão desta rede para uma cobertura a nível nacional, potenciando as diversas áreas desta rede e na adaptação à realidade e aos meios 8 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real disponibilizados, quer pelo IGeoE quer pelo Exército, que, como se sabe, dispõem de verbas limitadas e que não permitem implementar um sistema de raiz e tido como ideal. Outra contribuição por parte desta dissertação é a de idealizar, planear, executar e analisar os resultados de um conjunto de testes de campo, no interior e no exterior da área de cobertura da rede implementada, de forma a poder efectuar um controlo de qualidade posicional independente da rede em causa, assim como poder disponibilizar informação aos diversos utilizadores. 1.4. Estrutura da dissertação Esta dissertação está estruturada em 5 capítulos. Este capítulo faz uma breve introdução ao tema, focando de forma sintetizada o Sistema de Posicionamento Global e os conceitos que envolvem o posicionamento em tempo real. É descrita a motivação para a realização desta dissertação e a contribuição para o conhecimento científico. O Capítulo II (Redes RTK) aborda a arquitectura e constituição padrão de redes RTK, as metodologias para a geração de correcções RTK e uma análise a algumas redes RTK operacionais na Europa. É também descrita, de um modo particular, a situação das redes de estações permanentes GPS existentes em Portugal. O Capítulo III (Projecto SERVIR) apresenta os motivos para a implementação da rede SERVIR, a metodologia adoptada e a arquitectura e constituição quer das estações de referência quer o centro de vigilância e controlo da rede SERVIR. É igualmente abordada a questão do referencial a adoptar, assim como a formação dos elementos responsáveis pela manutenção do sistema. O Capítulo IV (Controlo de Qualidade do projecto SERVIR) aborda o controlo de qualidade da rede RTK implementada. Faz-se uma analogia dos requisitos identificados e associados ao controlo de qualidade, dos testes e inquéritos efectuados, dos resultados obtidos e da respectiva análise, focando as oportunidades de melhoria. O Capítulo V (Conclusões) faz-se uma síntese conclusiva desta dissertação e indica possíveis futuros trabalhos a desenvolver. Existe ainda um conjunto de outros documentos anexos a esta dissertação, que contêm não só os dados que suportam igualmente os estudos apresentados, mas também outros documentos considerados relevantes e igualmente utilizados durante os trabalhos de campo que se realizaram. 9 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 2. Redes RTK Neste capítulo é feita uma descrição da arquitectura tipo de uma rede RTK e da forma de gerar as correcções diferenciais. São identificadas algumas redes RTK operacionais existentes em alguns países europeus e é analisada a situação das redes de estações permanentes GPS existentes em Portugal. 2.1. Arquitectura de uma rede-RTK De uma forma sumária, a arquitectura de uma rede-RTK (Figura 3) compreende um conjunto de estações de referência GNSS, um centro de controlo e um ou mais sistemas de comunicações, que permita receber dados GNSS das estações de referência e comunicar com os utilizadores, enviando-lhes as correcções pretendidas. Figura 3 - Componentes do sistema e fluxo de dados (adaptado de Talbot et al. [2002]). Cada estação de referência está equipada com um receptor, antena, fonte de energia e um modem para comunicar com o centro de controlo [Landau et al., 2002]. O coração do sistema é o centro de controlo, que permite, entre outras, executar as seguintes funções: • monitorizar e receber em tempo real os dados das estações de referência; • verificar a integridade dos dados recebidos dessas estações; • calcular os erros atmosféricos e das efemérides ao longo da rede; • formatar as correcções de modo a serem enviadas pelo sistema de comunicações existente. 10 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Para que todo o sistema tenha um excelente desempenho, é essencial haver um bom sistema de comunicações de dados entre as estações de referência GNSS e o centro de controlo (control server), sendo uma baixa latência da rede um factor essencial para um rápido fluxo de dados. A latência da rede é a designação utilizada para o atraso de tempo de transmissão (tempo decorrido entre o envio de um pacote de dados de um dado emissor e o tempo de recepção num receptor) verificado pelos vários pacotes de dados a um determinado receptor, após a recepção do primeiro pacote. Denomina-se pacote de dados ao conjunto de dados ou informação enviados por um emissor. Para saber qual o tempo máximo admitido para a latência das comunicações, é preciso ter em linha de conta a programação de transmissão das mensagens. Como exemplo, as correcções troposféricas para satélites acima de 30º variam menos de 1 cm/minuto. Portanto, um aspecto importante na transmissão dos dados é a flexibilidade de dividir as correcções por categorias de taxa de velocidade lenta e rápida. Os parâmetros de correcções geométricas, por exemplo, só precisam ser enviados cada 10 s a 15 s, enquanto que para correcções de ionosfera devem ser enviadas cada 1 a 2 s [Talbot et al., 2002]. Por outro lado, o sistema de comunicações que envia as correcções para os diversos móveis a operar na rede deverá: • suportar as correcções RTK calculadas pela rede; • ter cobertura para a região delimitada pelas estações de referência; • ser compatível com os sistemas de comunicações dos receptores móveis; • ter custos suportáveis pelos utilizadores. As várias opções de suporte à transmissão de dados incluem: • comunicações rádio (via VHF (Very High Frequency) ou UHF (Ultra High Frequency); • redes de telemóveis; • internet sem fios; • ondas de rádio e televisão. 11 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 2.2. Correcções RTK Para obter as correcções RTK a fornecer aos utilizadores há diferentes conceitos, que são sintetizados sob o termo FKP (Flächenkorrekturparameter) ou VRS (Virtual Reference Station) [Wübbena et al., 2005]. Mais recentemente a Leica Geosystems tem vindo a desenvolver o MAC (Master-Auxiliary Concept). O envio destas correcções aos utilizadores pode ser feita recorrendo a formatos de mensagens, quer do tipo proprietário, quer do tipo padrão. No caso das mensagens com formato padrão, estas obedecem ao formato de mensagens idealizado pela comissão RTCM-SC104 (The Radio Technical Commission for Maritime Services - Special Committee No. 104). Esta comissão envolve representantes do governo americano e das indústrias e tem por missão desenvolver modelos padronizados de transmissão de dados para técnicas de posicionamento diferencial por satélite. Estas mensagens são, por isso, vulgarmente denominadas de mensagens RTCM (versões RTCM 2.3 e RTCM 3.0, entre outras). No caso de serem mensagens proprietárias de um fabricante, utiliza-se essa nomenclatura. Como exemplo, o fabricante Trimble utiliza CMR ou CMR+ (Compact Measurement Record Plus). Estes formatos são disponibilizados a outros fabricantes, que os utilizam nos seus equipamentos. Consoante o tipo de posicionamento geoespacial e metodologias de cálculo de correcções, assim teremos diferentes tipos de mensagens para envio dessas mesmas correcções (Tabela 1) [Landau et al., 2002; Wübbena et al., 2005]. 2.2.1. Estação de referência virtual (VRS) O conceito VRS (Figura 4) é baseado numa rede de estações de referência permanentes, que estão ligadas entre si e o centro de controlo através de uma infra-estrutura de comunicações. O software existente no centro de controlo, ao receber os dados de todas as estações de referência, vai monitorizá-las, analisando permanentemente as portadoras L1 e L2 no que respeita a erros de ionosfera e de troposfera, erros das efemérides e ambiguidades para a L1 e L2. Terminada esta tarefa, o software efectua um cálculo para a área da rede de forma a eliminar erros sistemáticos [M. Amor e C. Luttenberger, 2004]. Por sua vez, o receptor móvel, através de uma ligação bidireccional (ex. telemóvel) por GSM (Global System for 12 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Mobile communications) ou GPRS (General Packet Radio Service), envia a sua posição aproximada para o centro de controlo, numa mensagem padrão NMEA (The National Marine Electronics Association) com formato GGA (Registo NMEA – Global Position System Fix Data), uma vez que é um formato que se encontra disponível na maioria dos receptores GNSS móveis (Figura 5). Tabela 1 - Formatos de mensagens. Método Formato Tipo de mensagem 1 – Correcções DGPS 2 – Correcções Delta DGPS DGPS RTCM 2.3 3 – Parâmetros da Estação Referência 9 – Conjunto de correcções parciais GPS 18 – Dados brutos (pseudo-distância) 19 – Dados brutos (fase) 20 – Correcções diferenciais (pseudo-distância) 21 – Correcções diferenciais (fase) RTCM 2.3 22 – Parâmetros da estação de referência 23 – Definição do tipo de antena RTK 24 – Parâmetros do ponto de referência da antena (ARP – Antenna Reference Point Parameter) 59 – Correcções FKP 2 RTCM 3.0 Correcções de área (ainda em discussão) CMR Formato proprietário da Trimble CMR+ Optimização da mensagem CMR, de forma a ser enviada compactada CMR2 Correcções GNSS 2 RTCM-59 AdV (Arbeitsgemeinschaft der deutchen Vermessungsverwaltungen) é uma implementação especial do conceito FKP, introduzida pelas autoridades topográficas alemãs [Wübbena et al., 2005]. 13 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 4 - Esquema da rede [Landau et al., 2002]. Figura 5 - Envio das correcções [Landau et al., 2002]. O centro de controlo aceita a posição e responde, enviando para o RM correcções em formato RTCM ou CMR, por exemplo (Figura 5). Assim que o RM recebe esses dados, actualiza a sua posição para uma solução DGPS. A solução DGPS gerada tem uma precisão de 1 m, o que é suficientemente bom para assegurar que as distorções atmosféricas e das efemérides modeladas para a totalidade da rede sejam aplicadas correctamente. De seguida envia a sua nova posição para o centro de controlo. Por sua vez, o centro de controlo efectua um novo cálculo de correcções, que envia para o RM. Estas correcções aparecem como se de uma estação de referência junto ao RM existisse (estação virtual), sendo este o motivo do nome atribuído a esta metodologia (Figura 5). Como o RM pode estar em qualquer ponto da rede, o software de cálculo utiliza toda a informação disponível, no sentido de interpolar a posição daquele (Figura 6). 14 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 6 - Interpolação/Extrapolação [Landau et al., 2002]. Quando é feita a interpolação pelo software de cálculo, é utilizada uma técnica especial, utilizando uma aproximação linear pesada e um ajustamento por mínimos quadrados, com base na parte residual dos erros das estações de referência. Esta técnica de interpolação tanto permite interpolar para um utilizador no interior da rede como extrapolar para outro utilizador que esteja fora dessa mesma rede (Figura 6). 2.2.2. Parâmetros de correcção de área (FKP) FKP é o acrónimo de Flächenkorrekturparameter, que significa, em alemão, parâmetros de correcção de área. Esta metodologia também se baseia numa rede de estações de referência permanentes, ligadas entre si através de uma infra-estrutura de comunicações com o centro de controlo. A diferença relativamente ao conceito anterior é a possibilidade de radiotransmissão de correcções de rede. O software de cálculo utiliza uma parametrização polinomial, para descrever a influência dos erros para qualquer posição do móvel [Wübbena et al., 2001]. A dimensão e a cobertura da rede são suficientes para efectuar uma representação linear FKP, que é então centrada numa estação de referência, permitindo criar planos de parâmetros de correcção de área contendo as componentes geométrica e ionosférica (Figura 7). 15 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 7 - Planos lineares FKP (adaptado de Higuchi et al. [2004]). Os dados dessa estação de referência e os parâmetros FKP entretanto gerados são enviados para o RM, que tem incorporado um algoritmo que aplica essas mesmas correcções FKP, utilizando a sua posição aproximada, o que lhe permite corrigir assim a sua posição (Figura 8). Figura 8 - Parametrização FKP (adaptado de Wübbena et al. [2001]). 2.2.3. Conceito principal-auxiliar (MAC) Antes do desenvolvimento dos estudos para a nova mensagem standard RTCM 3.0, a qual permite enviar parâmetros de correcções de rede, as metodologias já descritas foram adoptadas pela comunidade de utilizadores, com as inerentes vantagens e desvantagens. No entanto, novos desenvolvimentos estão a surgir, como é o caso do conceito principal-auxiliar. Na génese da abordagem MAC está a redução do volume de dados a enviar para o receptor GNSS Móvel. No MAC são enviadas as correcções completas e as coordenadas de uma estação de referência, designada por estação principal (Master Station). Das outras estações de referência da rede ou sub-rede, conhecidas por estações auxiliares (Auxiliary Stations), apenas são enviadas as diferenças de correcções e de coordenadas. 16 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real O fluxo de dados para gerar correcções principal-auxiliar (MAC) é o seguinte (Figura 9): • envio das observações das estações de referência para o centro de cálculo (1); • processo de estimação da rede, incluindo resolução de ambiguidades, para redução a um nível comum de ambiguidade; • recepção da posição NMEA GGA do RM no centro de cálculo (opcional). São escolhidas as estações de referência mais adequadas em função da localização do RM (3); • formação e transmissão das mensagens de rede RTCM 3.0, utilizando as correcções da estação principal e diferenças de correcções das estações auxiliares (4); • cálculo da posição precisa para o RM, utilizando toda a informação da rede (5). Figura 9 - Geração de correcções MAC [Leica Geosystems, 2006]. O MAC reduz ao mesmo nível de resolução as ambiguidades. Quer isto dizer que o nível comum de ambiguidades é alcançado quando um número inteiro de ambiguidades para cada distância calculada pela fase (par satélite-receptor) foi removida ou ajustada, pelo que, quando se formam as diferenças duplas, o número inteiro de ambiguidades é cancelado. 17 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Assim, o objectivo do software de cálculo da rede é reduzir as ambiguidades das distâncias de fase de todas as estações de referência a um mesmo nível, isto é, a um nível comum. Terminada esta tarefa, o software de cálculo calcula os erros dispersivos (dependentes da frequência), como é o caso da ionosfera, e erros não dispersivos (não dependentes da frequência), como são o caso dos erros da troposfera e das órbitas dos satélites, para cada par satélite-receptor e para cada frequência. Como esta informação diferenciada, calculada entre a estação principal e cada estação auxiliar é numericamente menor, pode então ser representada numa mensagem com menos número de bits. Dito de outra forma, o RM vai utilizar a informação de diferença de correcções para interpolar o erro no local onde se encontra, permitindo assim que o conceito MAC suporte meios de comunicações unidireccionais. Mas ainda se pode reduzir a largura de banda para transmissão de correcções de rede para os receptores, dividindo a mensagem em duas componentes, atendendo aos erros dispersivos e não dispersivos. Assim, uma vez que os erros não dispersivos (erros orbitais e troposféricos) têm variações temporais mais pequenas, esta componente não precisa de ser enviada a uma taxa tão elevada como a componente dispersiva (ionosfera). Por outro lado, tendo em vista os receptores GNSS móveis, que não suportam mensagens RTCM 3.0, mas possam receber correcções de rede, via RTCM 2.3, foram desenvolvidas correcções individualizadas MAC, designadas por i-MAC (individualized Master-Auxiliary Corrections). Para gerar este tipo de correcções são necessárias comunicações bidireccionais. É utilizada uma estação de referência real (a mais perto do receptor móvel), como origem das correcções de rede, sendo o fluxo de dados para gerar correcções i-MAC o seguinte (Figura 10): • envio das observações das estações de referência para o centro de cálculo (1); • processo de estimação da rede, incluindo resolução de ambiguidades a um nível comum de ambiguidade (2); • recepção da posição NMEA - GGA do RM no centro de cálculo. São escolhidas as estações de referência mais adequadas, em função da localização do RM; • escolha da estação de referência mais próxima do RM como estação principal. 18 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real • Cálculo das correcções de rede para o RM aplicadas às observações da estação principal (4). Formação e transmissão das mensagens de rede RTCM 2.3 ou formato proprietário (5); • cálculo da posição precisa para o RM, utilizando toda a informação da rede (6). Figura 10 - Geração de correcções i-MAC [Leica Geosystems, 2006]. 2.3. Redes RTK operacionais As redes RTK têm surgido um pouco por todo o mundo, sendo difícil quantificar o seu número. Apresento nesta dissertação alguns casos de estudo (já mencionados de forma breve no Capítulo 1), referindo aspectos mais específicos da sua arquitectura e serviços. 2.3.1. Espanha Desde 1991 que o ICC [ICC, 2006] (Instituto Cartográfico da Catalunha) vem trabalhando no projecto SPGIC (Sistema de Posicionamento Geodésico Integrado de Catalunha), que estabelecia um conjunto de hardware, software, dados, comunicações, suporte técnico e normas que permitem o posicionamento sobre o território da Catalunha. O núcleo do projecto SPGIC, constituído pela rede de estações permanentes GPS que o ICC implementou, deu origem ao CATNET (Figura 11). A rede foi concebida para oferecer um serviço público de disponibilização de dados GPS, sendo o próprio ICC o principal cliente, pelas necessidades de posicionamento cinemático dos seus aviões e orientação dos sensores aerotransportados. 19 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 11 - Rede CATNET [C.Parareda et al., 2006]. A rede CATNET começou por um triângulo fixado nos três extremos do território catalão e densificou-se para o interior. Em 1999 completou-se a primeira fase, com 8 estações. Desde 2000 que se iniciou a segunda fase de densificação da rede, com 14 estações, passando a distância média entre as estações da rede de 100 km para 70 km, dotando a rede para novas funcionalidades. A rede permite uma cobertura RTK para todo o território e está operacional desde Janeiro de 2006. O sistema de coordenadas adoptado para a rede CATNET é o ETRS89 (European Terrestrial Reference Frame 1989). Há dois tipos de estações na rede CATNET, designadas por estações geodinâmicas e as estações não geodinâmicas. As estações geodinâmicas (Figura 12) estão materializadas em estruturas de grande robustez, ancoradas no subsolo, o que permite a utilização dos seus dados em estudos no âmbito da Geodinâmica. Figura 12 - Estação CATNET Geodinâmica [C.Parareda et al., 2006]. 20 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real As estações não geodinâmicas (Figura 13) têm uma estrutura que nos garante estabilidade da antena, mas não com precisões milimétricas a longo prazo. Figura 13 - Estação CATNET não geodinâmica [C.Parareda et al., 2006]. Todas as estações da primeira fase pertencem ao grupo de estações geodinâmicas e, por isso, são parte da rede EUREF (European Reference Frame) e/ou IGS e são também utilizadas para campanhas de Geodesia. As da segunda fase combinam com estações não geodinâmicas. O modelo padrão de uma estação CATNET (Figura 14), inclui um receptor GPS de dupla frequência (Trimble NetRs), com antena de redução de multitrajecto do tipo choke ring, instalada num monumento cilíndrico em betão, de 3 m de altura e 50 cm de diâmetro, ancorado em rocha e com centragem forçada. Para envio dos dados, estão instaladas plataformas VSAT (Very Small Aperture Terminal) ou antenas GSM. Figura 14 - Modelo standard de uma estação CATNET (adaptado de Trimble [2005b]). 21 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Quanto às comunicações, a rede CATNET é suportada por 2 canais de aquisição de dados. O canal principal utiliza a rede VSAT, isto é, os dados são transmitidos directamente (tempo real) do receptor para o ICC via satélite. O canal secundário utiliza acesso telefónico ao computador de cada estação, através de modem GSM ou RTC (rede telefónica comutada). Ambos os canais usam protocolo IP (Internet Protocol) para transmissão de dados. A redundância de acesso aos dados gerados nas estações proporciona maior fiabilidade ao sistema. No caso do fluxo de dados ser feito através do canal de comunicações primário, (Figura 15), este é constituído por uma estação central, instalada no ICC, que inclui uma antena de 3,8 m de diâmetro e um computador integrado numa rede local. Figura 15 - Canal Comunicações primário (adaptado de Trimble [2005b]). O satélite utilizado é o Hispasat 1-D e utiliza apenas uma portadora, minimizando a largura de banda ocupada no satélite e o seu custo. Tem 2 segmentos espaciais e cada um suporta até 7 estações na configuração actual. A estação CATNET dispõe de um buffer onde as observações de código e fase saídas do receptor GPS são “empacotadas” e imediatamente enviadas para o centro de recepção e controlo de dados no ICC. Uma vez recebidos os pacotes de mensagens, estes são reordenados em forma de ficheiros standard RINEX (Receiver Independent Exchange Format) de 1 s e 15 s de intervalo. Assim, um utilizador pode aceder ao arquivo dos ficheiros RINEX por ftp, cerca de 10 minutos após a hora. No caso de se utilizar o canal de comunicações secundário, as observações de código e fase obtidas pelo receptor GPS são registadas no computador instalado no estação CATNET e ordenados em ficheiros com taxas de registo de 1 s e 15 s, além de haver um arquivo diário com os dados filtrados a 30 s. Estes ficheiros RINEX são organizados em directórios, de 22 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real acordo com a taxa de registo, de forma a mais facilmente serem recuperados pelo ICC. O acesso aos dados é feito diariamente via modem, mediante protocolo IP. No centro de recepção e controlo dos dados reúnem-se os servidores de aquisição de dados dos diferentes canais de comunicação, dos serviços de distribuição e monitorização da rede CATNET. Uma vez recebidos os pacotes de mensagens das estações CATNET, estes são armazenados em buffers circulares, com capacidade para 1 mês de dados. A partir daqui, os diferentes serviços da rede CATNET, acedem aos buffers para construir os ficheiros em formato RINEX com diferentes taxas de registo. Há quatro serviços proporcionados pela rede CATNET: Geofons, DGPS, RTK e CatPOS. O Geofons, iniciado em 1995, disponibiliza ficheiros RINEX, geóide, transformação de datum, coordenadas da rede geodésica da Catalunha e software de livre distribuição desenvolvido pelo ICC. Este serviço é livre e gratuito, podendo ser acedido através de ftp anónimo (ftp.icc.es). Os ficheiros RINEX on-line estão disponíveis por 30 dias, embora se possam adquirir a posteriori, formulando um pedido através de endereço electrónico ([email protected]). O DGPS pode ser acedido por duas vias: (1) através de GPRS, via protocolo NTRIP (Networked Transport of RTCM via Internet Protocol) para catnet-ip.icc.es, porta 8080, obtendo-se correcções em formato RTCM 2.3; (2) através de um serviço de transmissão de correcções de código RTCM, via RDS (Radio Data System), que o ICC disponibiliza desde 1995. O serviço RTK disponibiliza correcções VRS através de GPRS, via protocolo NTRIP para catnet-ip.icc.es, porta 8080, em formato RTCM 2.3 e 3.0. O CatPOS é outro serviço público gratuito de posicionamento on-line, através do qual os utilizadores recebem as coordenadas com precisões superiores a 10 cm, dependendo da qualidade dos dados por eles fornecido. O objectivo é fornecer um serviço de pósprocessamento para dados GPS de dupla frequência observados em modo estático. Para obter as coordenadas do ponto desejado um utilizador preenche um formulário com os dados pessoais e técnicos, enviando também o seu ficheiro de observações GPS. Imediatamente se activa um processo automático, sendo cada arquivo processado utilizando 3 estações CATNET. O utilizador recebe via e-mail um relatório, juntamente com as coordenadas do ponto pretendido. A principal vantagem é a de permitir um posicionamento preciso em 23 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real qualquer parte da Catalunha. O ponto crítico é a qualidade dos dados recolhidos pelo utilizador. 2.3.2. Dinamarca A decisão de implementar a rede dinamarquesa foi tomada na Primavera de 2000. Ao fim de alguns meses, a rede tinha 26 estações GPS, montadas em edifícios cujo aluguer da instalação era de 500 €. Os locais de instalação são tão díspares que incluem desde hospitais até quintas agrícolas ou stands de automóveis (Figura 16). Figura 16 - Exemplo de um local de instalação [Wirring, 2004]. Em 2004 tinham 120 subscritores, com um custo de 1610 € anual e o preço por minuto 0,087 € por GSM [Wirring, 2004]. Dos principais problemas encontrados ao longo dos anos, destacam-se, em 2001, uma fonte de alimentação do receptor que se danificou e as comunicações com as estações de referência, que obrigaram, em 2002, a uma mudança para ADSL (Asymmetric Digital Subscriber Line). Duas estações foram deslocadas devido à demolição dos edifícios. Em 2003 registaram-se avarias em centrais telefónicas, devido às relâmpagos e trovoadas. Na região de Sealand e sul da Suécia houve uma quebra total de energia (“apagão”). Em 2004 houve outra estação de referência, que foi mudada devido à demolição do edifício. Outro pequenos problemas prendem-se com quebras de linha de comunicações devido a obras de telecomunicações ou escavações e, também, devido à manutenção do sistema durante as horas normais de serviço. 2.3.3. Suiça A rede suiça AGNES tem como principais objectivos: 24 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real • realização em tempo real do novo referencial suíço (CHTRS95), no âmbito da Topografia; • transição do antigo para o novo referencial, no âmbito do Cadastro; • constituição da base do serviço de posicionamento suíço (swipos); • apoio a estudos científicos no âmbito da Geodinâmica e Meteorologia. O serviço de posicionamento da rede AGNES engloba uma rede de 38 estações de referência permanente (Figura 17), das quais 29 são suíças, 5 são alemãs e 4 austríacas. Figura 17 - Rede AGNES [Swisstopo, 2006a]. A optimização da rede AGNES vem sendo feita desde 2003, com a modernização e uniformização dos equipamentos das estações de referência. Em 2004 efectuou-se a modernização do centro de cálculo AGNES e a integração das estações estrangeiras. O centro de cálculo ficou operacional em 11 de Novembro de 2004 [Swisstopo, 2006a]. A melhoria visou os seguintes objectivos: • Redundância 25 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real O software de cálculo de rede foi instalado em dois computadores de elevado desempenho, operando em simultâneo, para que, no caso de um deles ter uma ocorrência que o impeça de funcionar, o outro possa continuar a fornecer o serviço pretendido. • Segurança Os computadores estão melhores protegidos contra virus e acessos não autorizados, através de firewalls, pelo que somente as portas TCP necessárias se encontram abertas através das firewalls. • Hardware Foram instalados computadores de elevado desempenho (servidores) e capacidade de armazenagem de dados, com vista a responder a desafios futuros. • Software Foi instalada a versão mais recente do GPSNet, que efectua o cálculo, entre outras tarefas. Permite a utilização de novas tecnologias, tais como o envio de correcções por NTRIP, por exemplo. Os algoritmos responsáveis pelo cálculo foram melhorados e, por conseguinte, os tempos de inicialização serão diminuídos e a precisão do posicionamento melhorada. Em 2005 optimizou-se a rede AGNES, não só do ponto de vista de melhor localização das estações de referência, mas também da sua aplicação em investigação em Geodinâmica e Meteorologia [Swisstopo, 2006a]. Figura 18 - Optimização das estações de referência da rede AGNES [Swisstopo, 2006a] ( – Estações actuais; alemãs e austríacas; – Estações antigas; – Estações novas ou deslocadas; – Estações – Estações italianas) 26 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Outro melhoramento introduzido e efectivo desde 1 de Junho de 2005 foi a conjugação das altitudes elipsoidais das estações de referência com a última campanha da rede altimétrica suíça (MN95), que terminou em 2004, e com o novo modelo de geóide (CHGeo2004), permitindo precisões de 2 cm a 3 cm para toda a Suíça. Para 2006 previa-se a consolidação da optimização da rede AGNES iniciada em 2005. A instalação de uma nova estação na região de Valais é uma prioridade para colmatar a lacuna nessa região. A estação de Zermatt ficou construída em Agosto de 2005 e pode assim ser utilizada para estudos geodinâmicos. A estação de Sargans é geologicamente instável; no entanto, é difícil encontrar um local melhor devido às obstruções no local e à instabilidade geológica, pelo que se manterá até se encontrar um local melhor. Previa-se, ainda para 2006, a integração das estações do Norte de Itália na rede AGNES e a construção de uma nova estação na região de Interlaken/Grindelwald/Brienz, que permitirá eliminar as diferenças altimétricas verificadas na estação de Jungfraujoch, a qual não será utilizada para o serviço de posicionamento, mas apenas para estudos científicos, nomeadamente no âmbito da Meteorologia. As aplicações dos serviços prestados pela rede AGNES são diversas, desde a determinação e controlo de pontos fixos, aplicações em medições oficiais, construção, ambiente, além das medições da fronteira nacional. Os serviços prestados pela rede AGNES, são: • Posicionamento em pós-processamento Os ficheiros RINEX com informações individuais das estações AGNES ou de estações de referência virtual, estão disponíveis on-line durante 100 dias. Desde o 1 de Outubro de 2005 que se uniformizaram os preços para dados RINEX para o valor de 0,50 CHF (Francos Suíços 3) por minuto, independentemente do intervalo pretendido (1 hora de dados RINEX custa 30,00 CHF havendo desconto de 10% para volume de dados superior a 500,00 CHF e de 20% para mais de 1000,00 CHF). Os utilizadores de uma licença anual têm direito a descarregar os dados RINEX gratuitamente. 3 Para efeitos de cálculo, 1€ equivale a 1,5867 CHF, segundo consulta feita ao banco de Portugal [Banco Portugal, 2006]. 27 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real • DGPS São disponibilizados gratuitamente dados em formato RTCM 2.3 (mensagens tipo 1, 2, 23 e 24), via GSM e internet (GPRS). • RTK Para utilizadores do serviço em tempo real, são disponibilizados dados em formato RTCM 2.3 (1, 2, 23 e 24), para acesso via GSM, e em formato RTCM 3.0 (mensagens tipo 1004, 1005 e 1007), para acesso via GPRS. Para acesso via GSM e sem contrato, o preço de utilização é de 0,70 CHF /min. No caso de acesso por internet (GPRS), terá que haver um contrato anual. Desde o dia 1 de Setembro de 2005, para além da licença individual, houve um pacote de ofertas especialmente para grupos de receptores móveis (para a mesma empresa). o 1 licença de base ............................ 3000 CHF o 1 a 3 licenças suplementares........... 1000 CHF cada o 4 a 6 licenças suplementares........... 500 CHF cada o a partir da 7ª licença........................ 250 CHF cada 2.4. Redes de estações permanentes em Portugal Antes de se implementar uma rede de estações GPS para posicionamento RTK, é conveniente saber que tipo de redes de estações permanentes GPS existem em Portugal e para que fins, de modo a evitar redundância de meios. 2.4.1. ReNEP / GPS O Projecto ReNEP/GPS (Rede Nacional de Estações Permanentes/GPS) (Figura 19) iniciou-se em 1997, no IPCC (Instituto Português de Cartografia e Cadastro), antecessor do IGP (Instituto Geográfico Português) [IGP, 2006]. Este projecto teve como objectivo: • estabelecer uma rede de pontos fiduciais em Portugal, como parte do International Terrestrial Reference Frame (ITRF); • criar uma infraestrutura do Serviço Nacional de Difusão de Dados GPS para apoio à navegação terrestre e posicionamento de precisão; 28 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real • apoiar estudos na área da geodinâmica; • contribuir para a vigilância do nível médio do mar; Figura 19 - ReNEP / GPS [IGP, s.d.]. No estabelecimento desta rede, utilizaram-se os seguintes critérios de localização: • estações permanentes espaçadas de 150 km (no Continente); • cobertura homogénea de Portugal Continental; • colocação junto a marégrafos. Os dados da estação permanente de Cascais ficaram disponíveis via Internet em Abril de 1998 e, em Outubro desse ano, a estação passou a integrar a rede europeia de estações permanentes (EUREF). A 1ª fase do projecto ReNEP ficou concluída em Dezembro de 1999 e incluiu a modernização da estação de Cascais. A 2ª fase concluiu-se no segundo semestre de 2002 (Tabela 2). 29 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Tabela 2 - Fases do projecto ReNEP. Nome Cascais Gaia Lagos Ponta Delgada Beja Mirandela Funchal Melriça Ano 1997 1999 1999 1999 2001 2001 2002 2002 Marégrafo Cascais Leixões (a 10 km) Lagos Ponta Delgada (a 3 km) --------- IGS/EUREF IGS / EUREF EUREF EUREF IGS / EUREF ----candidatar EUREF --- Fase 1ª 1ª 1ª 1ª 2ª 2ª 2ª 2ª As estações ReNEP são constituídas por receptores GPS de dupla frequência, com 12 canais para a portadora L1 e 12 canais para a portadora L2, antena geodésica choke ring e núcleo Dorne & Margolin. O ângulo de máscara utilizado no registo de observações é de 5º. Dispõem de computador local com modem RDIS, permitindo acesso via programa de controlo remoto e ftp. A estação meteorológica Paroscientific MET3 permite obter dados de pressão, temperatura e humidade relativa. Recolha dos dados • Dados GPS: código C/A, L1 e L2 • Taxa de registo dos dados GPS: 30 s • Taxa de registo dos dados meteorológicos: 15 min • Recolha diária a partir do IGP: diária Disponibilização dos dados • Formato: RINEX • Via Internet: o IGP -------------- ftp://ftp.igeo.pt o EUREF --------- ftp://igs.ifag.de/gpsdata No caso do servidor do IGP, os dados estão disponíveis on-line durante 1 mês. Após esse período, os dados são disponibilizados a pedido. Recentemente o IGP remodelou a ReNEP, com o objectivo de prestar um serviço público de geo-posicionamento, disponibilizando aos utilizadores de equipamentos GPS 30 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real dados que permitem determinar coordenadas geográficas com precisão melhor que 10 cm. [IGP, 2006]. É constituída por estações GPS/GNSS de observação contínua, que difundem observações no referencial ETRS89, para posicionamento em tempo real, utilizando a técnica de posicionamento RTK, ou para análise pós-processamento, com ficheiros RINEX. O planeamento da ReNEP (Figura 20) visa uma cobertura nacional. Figura 20 - Rede de estações de referência ReNEP [IGP, 2006]. Neste momento, a ReNEP tem um conjunto de estações de referência (Figura 21) activas com correcções diferenciais em RTCM 2.1 que incluem mensagens 18 e 19, outras em instalação e outras planeadas, sendo a distribuição a nível nacional dada na Figura 22. 31 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 21 - Planeamento das actividades da ReNEP [IGP, 2006]. Figura 22 - Actividades da ReNEP [IGP, 2006]. 2.4.2. Rede Diferencial GPS (DGPS) da Marinha Portuguesa Em 09 de Dezembro de 2002, é inaugurado pela Marinha Portuguesa um sistema de radionavegação de base terrestre baseado em estações DGPS, cujo projecto foi elaborado pelo Instituto Hidrográfico (IH) [IH, 2006]. O objectivo principal desta rede DGPS é a ajuda à navegação marítima e, por conseguinte, a melhoria da segurança da navegação em águas nacionais; visa, também, a substituição dos radiofaróis desactivados em 31 de Dezembro de 2000. 32 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real No entanto, o sinal DGPS está disponível para todos os utilizadores, a custo zero, bastando que, para o efeito, o utilizador disponha de um receptor capaz de receber as correcções diferenciais. O Instituto Hidrográfico elaborou um projecto de instalação de uma rede DGPS para cobrir as águas costeiras nacionais e prevê a instalação de 4 estações transmissoras de correcções de código, ficando duas no Continente e uma em cada um dos arquipélagos (Tabela 3). Tabela 3 - Características das estações DGPS da Marinha Portuguesa. Nome Cabo Carvoeiro Sagres Horta Porto Santo Frequência (khz) 311.5 305.5 Taxa emissão (bps) 200 200 Alcance (km) 370 370 545 370 Estado Em teste Em teste Planeada Planeada O projecto engloba duas fases. Numa primeira fase foi instalada a componente continental, constituída pelas estações DGPS de Sagres e do Carvoeiro e por uma estação de controlo na Direcção de Faróis, localizada em Paço de Arcos. A segunda fase corresponde a instalação das estações da Horta e do Porto Santo. A instalação de uma estação DGPS em Sagres e Cabo Carvoeiro, em conjunto com as estações espanholas do Cabo Finisterra e de Rota, faz com que toda a nossa faixa costeira esteja sempre coberta simultaneamente pelo menos por duas estações DGPS (Figura 23). Figura 23 - Diagrama cobertura DGPS [Monteiro, 2002]. 33 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real A estação de controlo realiza a vigilância e controlo das várias estações DGPS, em tempo real, através da troca de mensagens utilizando um sistema de comunicações. Recebe relatos periódicos de cada estação (estado de funcionamento entre outros) e alarmes ocorridos. As comunicações entre a estação de controlo e a estação de Sagres fazem-se através de uma linha telefónica do SICOM (Sistema Integrado de Comunicações Militares), que tem as vantagens de ser uma linha segura e não implicar quaisquer custos de utilização. As comunicações com a estação do Cabo Carvoeiro faz-se através de uma linha telefónica RDIS, uma vez que o SICOM não chega a Peniche. A Estação DGPS do Cabo Carvoeiro (Figura 24) foi instalada junto a farol existente nesse local. As antenas GPS foram montadas num mastro de 7 m de altura, fixo ao varandim da cúpula do farol, de modo a receber sinal GPS sem obstrução. Os receptores, o monitor de integridade e os transmissores foram instalados numa cabina construída para o efeito e colocada junto ao edifício do farol. Figura 24 - Estação de Cabo Carvoeiro [Monteiro, 2002]. Nesta estação, tal como na de Sagres, existem duas antenas de transmissão, as quais, devido às intempéries, à corrosividade e salinidade associadas ao ambiente marítimo, obriga a trabalhos de reparação e manutenção, pelo que, quando uma está indisponível, utiliza-se a outra para radiodifundir as correcções diferenciais. 34 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Quanto à alimentação eléctrica, foi instalado um novo gerador (com capacidade para 15 kVA), que não só alimenta a estação DGPS como todos os equipamentos eléctricos do farol. A Estação DGPS de Sagres (Figura 25) foi instalada numa cabina semelhante à do Cabo Carvoeiro, facilitando assim a uniformização das estações DGPS. Contém 2 sistemas de ar condicionado independentes, extintores que podem ser activados automática ou manualmente no local ou à distância (Direcção dos Faróis) e, ainda, alarmes de incêndio e temperatura elevada, de humidade excessiva, de disparo do extintor, de entrada de intrusos e de falha de corrente. Figura 25 - Estação de Sagres [Monteiro, 2002]. No caso da estação de Sagres, como não existem obstruções para o sinal GPS, as antenas foram instaladas em mastros montados na própria cabina da estação DGPS. Quanto às antenas de transmissão, foi instalada uma antena primária, semelhante à do Cabo Carvoeiro, e recuperada uma outra antiga, para servir como antena secundária. Em termos de alimentação eléctrica de emergência, a estação dispõe de baterias com autonomia para 5 horas, já que a alimentação primária é fornecida pela Força Aérea, que dispõe no local de dois geradores com capacidade sobrante. Com a concretização deste projecto, Portugal dispõe de um sistema de radionavegação marítima com exactidões de 2 a 3 m. Em síntese, neste capítulo, identificaram-se as principais componentes constituintes de uma rede RTK, a forma de gerar correcções diferenciais, assim como algumas das 35 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real características de redes GPS operacionais, quer na Europa quer em Portugal. Não havendo em funcionamento uma rede para RTK no nosso País, o capítulo seguinte refere a implementação do projecto SERVIR. 36 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 3. Projecto SERVIR Neste capítulo são referidos os motivos e as principais etapas para a implementação de uma rede de estações de referência GPS para RTK em Portugal. 3.1. Introdução A forma de obtenção dos dados para a elaboração da Cartografia Militar tem de acompanhar a evolução dos tempos. No caso do Instituto Geográfico do Exército, sobrepõe-se ainda a necessidade da actualização da sua Cartografia Militar. Foi considerado um feito histórico ter-se realizado a cobertura de Portugal Continental entre 1935 e 1955, à escala 1:25000. Apesar de ser em formato analógico, temos de atender às condições de trabalho e à tecnologia existente naquela época. Em 2006 termina a aquisição em formato vectorial de todo o território nacional, o que é considerado outro feito histórico, fazer em 20 anos (1986 a 2006) toda a cobertura nacional, incluindo Açores e Madeira, em formato digital. Presentemente outro desafio se vislumbra. Actualizar a Cartografia Militar de forma mais rápida e precisa, de acordo com um plano já elaborado e que define 3 grandes áreas de intervenção: • áreas metropolitanas de Lisboa e Porto em 5 anos; • a faixa litoral de Portugal Continental em 10 anos; • as zonas do interior em 15 anos. Na aquisição dos dados, várias metodologias são utilizadas. De entre elas, salienta-se o método de posicionamento em modo base-RTK, que constitui a forma tradicional da Secção de Topografia do IGeoE adquirir informação geo-referenciada necessária aos diversos processos de produção da sua cartografia. Frequentemente o IGeoE é também solicitado pelo Exército para efectuar apoio topográfico para outros fins. Assim, as necessidades de apoio topográfico do IGeoE visam: • obter pontos fotogramétricos (PFs); • efectuar controlo de qualidade posicional; • realizar levantamentos topográficos; 37 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real • Os adquirir informação georeferenciada. pontos fotogramétricos (Figura 26) são utilizados para efectuar as aerotriangulações dos voos, permitindo atribuir coordenadas terreno às coordenadas foto das imagens adquiridas. Mais tarde, estes dados serão utilizados para a elaboração de ortofotos e para a restituição da informação vectorial georeferenciada. Figura 26 - Ponto fotogramétrico. A escala base da Cartografia do IGeoE é a 1:25000 e a escala de voo utilizada é a 1:22000. Os filmes aéreos são digitalizados a 14 μm, pelo que a resolução do pixel ao nível do terreno é de 30,8 cm. Quando um operador de fotogrametria faz as leituras dos PFs, o melhor que consegue discriminar é metade do pixel, pelo que, à partida, o valor máximo admissível para a precisão das coordenadas dos PFs são 15,4 cm. A aquisição dos PFs faz-se com o método base-RTK. Restituída a informação vectorial, o IGeoE faz o controlo de qualidade posicional da mesma (Figura 27). Este controlo baseia-se, essencialmente, em verificar a correspondência entre a informação produzida e a realidade. A metodologia consiste em comparar as coordenadas de um conjunto de pontos homólogos e inequívocos, identificados quer num documento digital quer no terreno. Figura 27 - Controlo de qualidade posicional. 38 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real As coordenadas desses pontos terreno devem ser obtidas com a maior exactidão possível, de modo a sabermos a exactidão da qualidade posicional da cartografia do IGeoE. A metodologia utilizada para efectuar o controlo de qualidade posicional é o método base-RTK. Frequentemente o IGeoE é solicitado para realizar levantamentos topográficos (Figura 28), nomeadamente delimitações de terrenos militares, ou elaborar plantas de pormenor de prédios militares, normalmente à 1:2000. Utiliza-se uma estação total, equipada com GPS, mas cuja base tem de ser colocada num vértice geodésico. Em ambos os casos, utiliza-se o método base-RTK. Figura 28 – “Smartstation”. Dado que o processo de elaboração de uma folha 1:25000 demora, em média, cerca de 3 anos, por vezes são construídas obras de arte (tais como estradas, pontes, aterros e desaterros), as quais devem figurar na cartografia antes de esta ser impressa. Assim, o IGeoE tem vindo a desenvolver aplicações informáticas, de modo a obter informação vectorial com qualidade geométrica, de forma precisa e o mais célere possível, com o objectivo final de actualização da sua Cartografia no mais curto intervalo de tempo. Um exemplo dessas aplicações é o Sistema para Orientação e Avaliação da Exactidão Posicional em Cartografia Digital (Figura 29). Figura 29 - Sistema para Orientação e Avaliação da Exactidão Posicional [Afonso et al., 2004b]. 39 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Para obtenção de coordenadas precisas, este sistema utiliza o método base-RTK, com recurso a um receptor Trimble 5700. Para recolha de informação para escalas 1:250000 e 1:500000 utiliza o método de posicionamento absoluto, com recurso ao receptor de navegação Magellan GPS 320, cuja precisão de coordenadas se situa actualmente entre 1 m e 10 m. Do exposto se infere que uma rede de estações de referência GNSS para RTK permitiria ao IGeoE acelerar a aquisição de informação georeferenciada, com menos recursos humanos, custos financeiros e logísticos associados, enquadrando-se desta forma dentro da principal linha de orientação estratégica do IGeoE, a qual visa uma actualização da Cartografia Militar de forma mais célere e precisa. 3.2. Planeamento estratégico do projecto SERVIR Dadas as necessidades de aquisição de informação georeferenciada evidenciadas e o facto de em Portugal ainda não existir uma rede de estações de referência GNSS para posicionamento em tempo real que colmatasse essa necessidade, surgiu a ideia de elaborar e implementar o projecto SERVIR. No entanto, sem um caminho ou uma metodologia estruturada de resolução de problemas bem delineada, dificilmente se chegará ao fim desse ciclo. Numa primeira fase, e sem perder muito tempo a pensar qual o modelo de resolução de problemas, pode-se simplesmente utilizar o Ciclo de Deming, o tão conhecido PDCA (Figura 30): Plan Do Act Check Figura 30 - Ciclo de Deming. P→ Plan (Planear): estabelecer os objectivos e os processos necessários para apresentar resultados de acordo com os requisitos do cliente e as políticas da organização. 40 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Como resultado, antes de se começar a fazer qualquer coisa que seja, deve-se definir o que se pretende tratar e quais são as acções a desenvolver para atingir o objectivo. Assim se identificam as principais causas do problema, reduz-se a discussão que muitas vezes é prolongada e sem resultados concretos, evitandose também a definição de soluções erradas. D → Do (Executar): implementar os processos. Nesta fase executam-se as acções definidas na fase anterior (P). C → Check (Verificar): monitorizar e medir processos e produto em comparação com políticas, objectivos e requisitos para o produto e reportar os resultados. Após a fase da execução, dever-se-á iniciar uma fase de testes, que permita verificar se os objectivos da fase anterior foram alcançados. A → Act (Actuar): Empreender acções para melhorar continuamente o desempenho dos processos. Feita a verificação, deve-se reflectir sobre o processo, avaliando o que correu bem e o que correu mal, não apenas quanto aos resultados a que se chegou, mas também em relação à forma de actuação da equipa. Retiradas as conclusões e definidos os aspectos a melhorar, deve-se garantir a implementação das acções correctivas. Entra-se novamente no ciclo, porque se deve fazer um planeamento das acções a executar. Da análise da metodologia PDCA definiu-se um fluxograma de trabalho, a ser seguido para implementação do projecto SERVIR (Figura 31). 41 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Início Elaborar projecto 5 N Aprovado? S Escolher locais 10 N Tem condições? S Adquirir equipamentos N 15 Formação? S Formar pessoal 20 S Instalar Estações 25 Obter coordenadas 30 Nova Estação? N Novo equipamento? S N Manter Centro de Cálculo 35 Vigiar a rede 40 Rede ok? Oportunidades de melhoria 45 N S Efectuar Controlo de Qualidade Rede ok? 50 N S Disponibilizar serviços 55 Elaborar inquérito de satisfação 60 Há melhorias? S N Fim Figura 31 - Fluxograma para implementar o projecto SERVIR. 42 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Legenda: 5 - Elaborar projecto, definir objectivos e calendarizar fase de implementação. - Submeter a aprovação e proceder de acordo com as indicações propostas, no caso de não ser aprovado. 10 - Escolher e reconhecer locais para instalar estações de referência GNSS. Utilizar documento para apoio de reconhecimento e lista de material a utilizar. Registar todo o tipo de material incluindo comunicações e obras a efectuar. Tomar nota dos elementos de contactos. 15 - Adquirir todo o material e equipamento necessário para implementar o projecto. - Elaborar caderno de encargos para concursos públicos e participar na sua execução, se necessário. - Contratualizar a manutenção do sistema. 20 - Obter formação julgada necessária para todos os elementos e de acordo com as suas tarefas no projecto SERVIR. 25 - Proceder à instalação das estações de referência, assim que reunidas as condições, de acordo com as especificações técnicas. 30 - Registar as observações GNSS para cada estação de referência. - Obter as coordenadas para toda a rede SERVIR através de pós-processamento recorrendo a software específico e às estações de referência IGS ou EUREF. 35 - Instalar e manter actualizado o Centro de Cálculo do projecto SERVIR. - Incluir nova estação de referência se necessário. - Actualizar o software de acordo com novas versões assim como o hardware. 40 - Criar programa de vigilância e manutenção da rede SERVIR a vários níveis, de acordo com as especificações técnicas e com as necessidades do sistema. - Registar ocorrências. 45 - Recolher dados de diversas fontes de informação ligados ao projecto SERVIR. - Analisar e definir oportunidades de melhoria a implementar no sistema, desde que exequíveis. - Implementar as oportunidades de melhoria de acordo com um planeamento acordados por todas as partes interessadas. 50 - Estabelecer um programa para efectuar um controlo de qualidade do funcionamento da rede SERVIR. - Registar, recolher e analisar os dados obtidos. - Identificar oportunidades de melhoria se as houver e implementar. 55 - Disponibilizar os serviços da rede SERVIR. - Manter actualizada a base de dados dos utilizadores. - Criar, enviar e manter um documento de informação para os utilizadores de modo a que estes conheçam das novidades e funcionamento da rede SERVIR. 60 - Elaborar um inquérito de satisfação aos utilizadores do sistema. - Recolher, analisar dados e definir oportunidades de melhoria e implementá-las. 43 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Na elaboração do referido projecto, houve que ter em linha de conta as possibilidades e limitações existentes, nomeadamente: • as comunicações; • o apoio financeiro; • a disponibilidade das Unidades Militares; • os meios disponibilizados pelo IGeoE. Quanto às comunicações, e após consultar quer a Direcção dos Serviços de Transmissões (DST) quer o Regimento de Transmissões (RTms), ficou claro que, ao nível do Exército, existem meios humanos qualificados, equipas de intervenção experientes e uma infraestrutura de comunicações bastante boa, ligando todas as Unidades Militares. Da parte das Transmissões do Exército e dos elementos que mais directamente participaram na implementação deste projecto, houve sempre disponibilidade total. Para um bom desempenho de uma rede com estas características, é essencial um bom sistema de comunicações, de preferência com uma latência inferior a 2 s [Talbot et al., 2002]. Dos testes efectuados (Tabela 4), com várias dimensões de “pacotes de dados” enviados entre o IGeoE e as Unidades Militares (Anexo A), constatou-se que a média dos tempos de transmissão eram inferiores a 1 s. Tabela 4 - Tempos de Transmissão da rede de dados do Exército. Dimensão dos pacotes enviados (kB) 256 512 1024 Tempo (ms) 18 27 45 Uma forte limitação do projecto é o apoio financeiro disponível, muito reduzido devido às restrições orçamentais. Para iniciar, o projecto tinha apenas uma verba que permitia a compra de 6 receptores GNSS, antenas geodésicas e respectivo software e a realização de pequenas obras de instalação da rede de dados e energia eléctrica, em locais onde a antena e o receptor tenham mesmo que ficar, devido às condicionantes técnicas. Para ampliar, submeteuse ao Exército um projecto de Investigação e Desenvolvimento com o nome de SERVIR (Sistema de Estações de Referência GPS VIRtuais), que posteriormente veio a ser financiado 44 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real por verbas PIDDAC (Programa de Investimentos e Desenvolvimento da Administração Central). Junto de algumas Unidades Militares, onde possivelmente as estações de referência GNSS seriam colocadas, fez-se uma acção de sensibilização, no sentido de se apurar qual a sua adesão ao projecto. Foram estabelecidos contactos informais com os respectivos Comandantes, explicando em que consistia o projecto e as mais valias para as Unidades, nomeadamente: • as que tinham equipamento GPS, mais facilmente percebiam o que se pretendia e, por conseguinte, podiam beneficiar de uma infra-estrutura desta natureza; • poderem ver melhorada ou ampliada a capacidade da sua rede de dados, dentro das possibilidades do IGeoE e das Transmissões do Exército. Normalmente, as questões que mais preocupavam os Comandantes diziam respeito a: • consumo de energia; • compromissos financeiros que teriam com o sistema; • hipoteca de meios humanos e materiais que teriam que ter; • questões estéticas. Os equipamentos a serem colocados têm um baixo consumo de energia (não chega aos 4 W) e todos os custos de instalação e dos equipamentos seriam suportados pelo IGeoE. A única hipoteca que as unidades têm é nomearem um ponto de contacto em cada Unidade, de preferência ligado à área da Informática e Comunicações, porque os grandes problemas que podem surgir é com o sistema de comunicações. Quanto aos aspectos estéticos, não teriam grande impacto, uma vez que as antenas seriam instaladas nos pontos altos da unidade, livre de obstáculos e, sempre que possível, de forma discreta e com acesso reservado, até para não despertar curiosidades. Quanto aos meios de que o IGeoE dispõe, constata-se que tem uma infraestrutura informática montada e suportada por vários servidores, uma boa rede de dados interna com fibra óptica a 1 GB, além de meios técnicos especializados nesta área. Já dispõe de acesso via internet para o exterior com largura de banda de 4 GB, pelo que a comunicação com os utilizadores do projecto SERVIR será feita preferencialmente por esta via. Dispõe de meios logísticos próprios, especialmente viaturas e condutores. Tem uma Secção de Topografia 45 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real equipada com os mais modernos equipamentos GPS do mercado, além de ter experiência em trabalhos de campo, quer com GPS em modo estático e em RTK, quer com estações totais nos trabalhos de pormenor em prédios militares, pelo que já tem alguma capacidade técnica adquirida. Perante os dados disponíveis, e reunidas as condições acima referidas, procedeu-se à elaboração do projecto SERVIR, definindo-se as linhas de orientação a seguir indicadas. (1) Objectivo Implementar uma rede de estações de referência GNSS para posicionamento em tempo real. (2) Conceito de funcionalidade do sistema Utilizar um conceito aparentemente simples, que se baseia no princípio de que os erros que afectam os receptores GPS dos utilizadores que estejam no interior da rede, são determináveis pelo sistema, em função dos erros obtidos nas estações envolventes, permitindo calcular as correcções para a posição aproximada do ER – RM; fazer chegar em tempo real correcções aos equipamentos dos utilizadores do sistema, de modo a obter as coordenadas corrigidas e precisas de qualquer ponto no terreno (localizado no interior desta rede ou fora, mas até uma determinada distância); permitir que um utilizador estabeleça uma ligação com o centro de cálculo (via WEB, GSM, GPRS ou comunicação rádio), o qual, após processadas as observações GNSS, disponibiliza as correcções diferenciais aplicáveis à área onde pretende executar o trabalho. (3) Pressupostos maior cobertura possível de Portugal Continental; dispor, sempre que possível, as estações de referência GNSS de modo a que as distâncias entre si, sejam, em média, de 80 km [Häkli, 2004]; utilizar os sistemas comunicações militares para diminuição de custos de operação e manutenção; 46 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real utilizar, sempre que possível, unidades militares, para mais facilmente garantir a segurança, manutenção do equipamentos e o apoio logístico necessários à implementação e manutenção da rede SERVIR; implementar estações de referência GNSS de natureza não geodinâmica, devido sobretudo à disponibilidade financeira do IGeoE. (4) Componentes o sistema é fundamentalmente constituído por 3 componentes principais: o conjunto de estações de referência GNSS localizadas de forma precisa ao longo do Território Nacional; o sistema de comunicações fiável; o centro de cálculo, de vigilância e controlo de todo o sistema. (5) Fases do projecto Foram planeadas três fases para o projecto SERVIR. A primeira fase do referido projecto foi concluída em Abril de 2006 e, actualmente, existem 7 estações de referência GPS a funcionar (Figura 32), nos seguintes locais: Alcochete, Arrábida, Caldas da Rainha, Paço d’Arcos, Santarém, Mafra e Vendas Novas. Figura 32 - Fase I do projecto SERVIR. A segunda fase, a implementar em 2006, prevê a ampliação da rede com mais 13 estações, quer a Norte e a Sul do País, enquanto que a terceira fase, a 47 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real realizar a partir de 2007, visa adensar o existente e ampliar a rede no interior do País (Figura 33). Figura 33 - Fase II e III do projecto SERVIR ( A funcionar; para 2007). Já instaladas, mas não ligadas à rede SERVIR; Até final de 2006; Planeado 3.3. Arquitectura da rede SERVIR A arquitectura da rede do projecto SERVIR (Figura 34) foi concebida de forma a garantir a maior segurança possível, fiabilidade e rapidez de funcionamento. O sistema é fundamentalmente constituído por 3 componentes principais: • conjunto de estações de referência GNSS, localizadas de forma precisa ao longo do território nacional continental; • sistema de comunicações fiável; • centro de cálculo, de vigilância e controlo de todo o sistema. Existe redundância de cálculo (dois computadores em simultâneo), de forma a prever alguma ocorrência inoportuna com um deles, pelo que o outro assegura automaticamente o fornecimento das correcções da rede aos utilizadores, estando assegurado o acesso máximo até 50 utilizadores em simultâneo. Este número é repartido pelos vários serviços de correcções diferenciais gerados pelos computadores de cálculo. Cada estação de referência está equipada com um receptor e antena geodésica GNSS, fonte de alimentação principal e alternativa e uma linha de comunicações dedicada ao Centro de Controlo, via TCP / IP (Transmission Control Protocol / Internet Protocol). 48 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 34 - Arquitectura rede SERVIR. O computador SPLITTER tem a função de permitir uma comunicação sincronizada com cada estação de referência GNSS, de forma a que as suas observações GNSS cheguem aos dois computadores de cálculo (RTKNet1 e RTKNet2) de forma correcta. Permite também estabelecer comunicação remota com cada estação de referência, de forma a evitar deslocações ao local. Os 2 computadores de cálculo (RTKNet1 e RTKNet2) executam várias tarefas, das quais se destacam: • verificar a qualidade dos dados GNSS observados e importados de cada estação de referência; • verificar e validar os ficheiros RINEX armazenados e posteriormente disponibilizados aos utilizadores; • corrigir o centro de fase das antenas geodésicas GNSS; 49 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real • estimar e modelar os erros ionosféricos, troposféricos e efemérides, entre outros; • gerar as respectivas mensagens de correcção VRS para cada utilizador no terreno, quer em formato proprietário (CMR, CMR+), quer em formato RTCM 2.3 e RTCM 3.0. A comunicação com os utilizadores é assegurada através de um quarto computador (WebServer), onde se encontra uma página Web que fornece informação aos utilizadores, assim como uma base de dados de permissão de acessos ao sistema. Para estabelecer a comunicação com o SERVIR, os meios a utilizar podem ser via: • Rádio – destinado às unidades militares, sendo as correcções diferenciais enviadas através de um rádio modem com frequências próprias. O rádio modem é ligado ao receptor da estação de referência. Neste caso, o modo de posicionamento é do tipo base-RTK; • GSM – para receber correcções diferenciais em modo rede-RTK, mas apenas para situações de emergência, no caso do computador Web Server não funcionar. Os 8 modem GSM estão ligados directamente aos computadores de cálculo. No entanto, este meio de comunicação tem mais custos de utilização do que o GPRS e não permite, de forma directa, saber quem está a utilizar o SERVIR (apenas se sabe qual o número telefónico que está a ser utilizado). Para efeitos comerciais a gestão é muito mais complexa. • GPRS – através de protocolo NTRIP. Dado o IGeoE já dispõe de um IP para a sua internet, é a forma mais adequada para controlar acessos ao SERVIR, além de ser mais económico que o GSM; • http (Hypertext Transfer Protocol) – permite que os utilizadores efectuem transferência de dados RINEX através da página Web do SERVIR, utilizando a internet do IGeoE. Os acessos estão controlados pelo registo efectuado pelo utilizador e respectiva senha (password) atribuída; • ftp – apenas para transferência de grande quantidade de dados. Como existem problemas de segurança, nomeadamente a abertura de portas através da firewall, optou-se por ser o SERVIR a colocar via ftp noutro computador. 50 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 3.4. Instalação das estações de referência Para a instalação das estações de referência, foi necessário efectuar um reconhecimento às unidades militares, para escolher o melhor local possível. Para a tomada de notas do reconhecimento, e de forma a não se perderem dados, fez-se uma pesquisa sobre as condições necessárias para instalar uma estação de referência GNSS [Leica Geosystems, 2002; Trimble, 2005; NOAA, 2006]. Dessa pesquisa resultou um documento intitulado “Escolha dos locais das Estações de Referência” (Anexo B), que tem vindo a ser melhorado, de cada vez que surge uma necessidade ou outro suporte documental. Para apoiar o reconhecimento, elaborou-se uma lista de materiais intitulada “Lista de material para Reconhecimento das Estações de Referência” (Anexo C), de modo a facilitar a organização do trabalho. Esta lista, tal como a anterior, tem vindo a ser melhorada. Em resumo, para além de estar sob protecção de um pára-raios e de haver energia alternativa provida por um gerador local, na maioria das unidades, uma estação de referência SERVIR tem a constituição típica que é apresentada na Figura 35. 1 2 7 3 8 4 5 9 6 Figura 35 - Arquitectura da estação de referência GPS SERVIR Fase I (1 - UPS (Uninterruptible Power Supply), fonte de energia alternativa para 30 min; 2 - Caixa de protecção; 3 - Receptor GPS; 4 - Linha de comunicações; 5 - Fonte de energia principal (rede eléctrica nacional – 220-240 V); 6 - Rádio modem com frequências militares; 7 - Antena geodésica choke ring com núcleo Dorne & Margolin e protecção; 8 - Tubo de protecção do cano da antena geodésica GPS; 9 - Suporte da antena geodésica). Prevendo a evolução das constelações de satélites GNSS, nomeadamente com o aparecimento de outras frequências de portadoras, e dado que não é prático estar sempre a mudar de antenas geodésicas (pelo facto de se ter que reobservar a rede SERVIR e efectuar pós-processamento para obter coordenadas precisas das posições das antenas, entre outros inconvenientes), optou-se por adquirir, para as fases subsequentes de extensão da rede 51 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real SERVIR, antenas geodésicas já preparadas para receber os sinais GPS, GLONASS e GALILEO. Consoante os locais para colocar antenas GNSS, assim se construíram 3 diferentes modelos de suporte de acordo com as superfícies existentes: • verticais (parede); • horizontais (placa) • misto vertical e horizontal (parede e placa) No caso das superfícies verticais, suporte para parede, utiliza-se um modelo em forma de T, para maior estabilidade e colocação (Figura 36). Têm um conjunto de braços, que não só permitem afastar o suporte dos beirais dos telhados, como também permitem mais facilmente o nivelamento da antena, actuando nos braços laterais, que, por sua vez, têm um conjunto de porcas e contra-porcas de modo a dar aperto final. Têm centragem forçada para colocar a antena. Para melhor aderência nas paredes, utilizam-se uns apoios redondos de 4 buracos cada com rosca. Para facilitar a montagem e transporte, o suporte monta-se através de roscas e adaptadores. Figura 36 - Suporte de antena geodésica GNSS para parede. No caso das superfícies horizontais, suporte para placa, utiliza-se uma base com cerca de 30 x 30 cm e 2 cm de espessura (Figura 37). Em cada canto da base é feito um furo para permitir a sua fixação à placa, através dos apoios constituídos por virotões de rosca. A base leva 4 parafusos por baixo de forma a permitir o seu nivelamento e leva 4 parafusos por cima fixar a base aos apoios. 52 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 37 - Suporte de antena geodésica GNSS para placa. . No caso da superfície ser um misto vertical e horizontal, suporte para parede e placa, o suporte é também uma junção dos dois modelos anteriores (Figura 38). Figura 38 - Suporte de antena geodésica GNSS para superfície mista. Todos os suportes anteriormente referidos, são construídos em tubos de 2” galvanizados (a galvanização é o processo electrolítico que consiste em revestir superfícies de peças metálicas com outros metais, geralmente, para proteger a peça da corrosão). Os suportes são pintados com uma tinta base anti-ferrugem e, depois, são pintados com tinta verde escura baça, para ficar de acordo com as cores normalmente usadas nas unidades militares. Antes da montagem é aplicada nas roscas uma massa consistente, para não enferrujar. Junto à orla marítima aconselha-se que todo o material do suporte seja em alumínio ou aço inoxidável, devido à salinidade (Figura 39). Nos locais mais ventosos são colocados cabos de aço e esticadores. Para maior protecção do cabo da antena, é utilizado um tubo em PVC (polyvinylchloride), com cerca 3 ou 5 cm de diâmetro (para permitir a passagem das fichas do cabo da antena), o qual é fixado ao suporte e às paredes através de braçadeiras. Na junção do cabo da antena com a antena do GNSS é colocada uma fita isoladora resistente às intempéries, de modo a não deixar passar a humidade. 53 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 39 - Suporte de antena geodésica GNSS em aço inoxidável e cabos com esticadores. A fixação dos apoios dos suportes às superfícies referidas, aparentemente não constitui problema, mas, por vezes, as tradicionais buchas não ficam bem colocadas (porque, por exemplo, o buraco ficou largo demais para a bucha) e não permitem aparafusar convenientemente e, por conseguinte, dar aperto. O problema agrava-se em paredes de tijolo. Após várias pesquisas quer em casas da especialidade, que em serralharias, chegou-se à conclusão que o melhor era usar bucha química (Figura 40) e usar virotões de rosca com porcas. Nas paredes de tijolo é usado um adaptador denominado de camisa, o qual não deixa espalhar o líquido da bucha química pelos buracos do tijolo. A partir de uma vareta com rosca, cortam-se os tamanhos desejados, aos quais se chamam virotões. 1 4 2 3 Figura 40 - Bucha química e seus componentes (1 - Pistola de colocação da bucha química; 2 - Bucha química; 3 - Camisa própria para bucha química; 4 - Virotões de rosca). Colocados os suportes nos locais pretendidos, o passo seguinte é a colocação da antena geodésica. Esta deve ficar orientada para o Norte Geográfico [NOAA, 2006]. Para manter esta uniformização em todos os locais, recorreu-se ao método de orientação pela bússola. No entanto há que atender ao: - Cálculo da declinação magnética; - Cuidado a ter com a utilização da bússola magnética. 54 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Para se definir uma direcção em unidades de medida angular, é necessário uma direcção origem, à qual também se chama direcção do zero ou de referência. A direcção de referência normalmente utilizada é a direcção Norte; há, no entanto, três direcções Norte [IGeoE, 2000; Alves e Cruz, 1984]: • a direcção do Norte geográfico, que é a direcção da linha que une um local da terra com o Pólo Norte. Todos os meridianos são linhas que passam pelo Norte geográfico. Representa-se por um asterisco nos diagramas de declinação das cartas (Figura 41); • a direcção do Norte magnético, que é a direcção indicada pela bússola. Representa-se por uma flecha ou bandeira no diagrama referido (Figura 41); • a direcção do Norte cartográfico, que é a direcção indicada pelas linhas verticais da quadrícula de uma carta. Representa-se pelas letras NC (Figura 41). Figura 41 - Relação entre direcções de referência [Alves e Cruz, 1984]. Definem-se, ainda, os seguintes conceitos: • Azimute: ângulo horizontal, medido no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, a partir de uma das linhas de referência anteriormente definida e a direcção pretendida, considerando-se o seu vértice como centro do círculo azimutal. • Declinação magnética (Dm): ângulo formado pelas direcções do Norte geográfico e Norte magnético. 55 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real • Convergência de meridianos (C): ângulo formado pelas direcções do Norte geográfico e Norte cartográfico. • Declinação magnética cartográfica (Dmc): ângulo formado pela direcção do Norte magnético e o Norte cartográfico. Está relacionada com a declinação magnética e com o ângulo de convergência de meridianos através da expressão: Dmc= Dm ± C . (1) A bússola dá-nos o azimute magnético. Para sabermos o azimute geográfico zero ou Norte geográfico através da bússola, temos de saber qual o valor da declinação magnética a introduzir na bússola. Para isso recorremos ao diagrama de declinação das cartas militares, que dá o valor da declinação magnética para um certo ano (t0) e a sua variação média anual (VMA) (Figura 42). Figura 42 - Gráfico da declinação magnética. A VMA tem de ser convertida para o ano em curso (tY), através da expressão: Dm (tY) = Dm + VMA (tY - t0 ) . (2) Obtido o valor da declinação magnética para cada estação de referência (Anexo D), este é introduzido na bússola através do seu aro graduado (Figura 43), permitindo materializar o Norte geográfico. 56 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 43 - Bússola de reconhecimento. Na utilização da bússola, deve-se: • manusear a bússola com cuidado. Embora de material robusto, o mostrador da bússola está colocado numa báscula delicada e qualquer choque a pode danificar; • fechar e guardar a bússola quando não estiver a ser usada; • nunca fazer leituras com a bússola nas proximidades de objectos metálicos ou de circuitos eléctricos. As distâncias de segurança para um bom funcionamento da bússola são: * Linhas de alta tensão ............................................. 60 m; * Viatura pesada........................................................ 20 m; * Fios telefónicos....................................................... 10 m; * Vedações aramadas................................................. 10 m. Os metais não magnéticos e as ligas metálicas não afectam o bom funcionamento da bússola [IGeoE, 2000]. 3.5. Serviços SERVIR Os dados disponibilizados pelo projecto SERVIR visam abranger as necessidades não só do IGeoE, mas também de qualquer utilizador, quer seja em DGPS ou RTK quer em pósprocessamento, permitindo-lhe utilizar os seus equipamentos GNSS, independentemente das marcas existentes no mercado nacional. No entanto, o utilizador precisa de ter permissão de acesso, pelo que deverá contactar o IGeoE através de mailto:[email protected]?subject=ProjectoSERVIR ou do endereço 57 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real electrónico geral ([email protected]), disponibilizado na página Web do IGeoE (http://www.igeoe.pt), ou fazer a sua inscrição através da página Web das Estações de Referência (http://213.63.136.12). Os serviços disponibilizados são: • DGPS, até um máximo de 5 utilizadores em simultâneo. As correcções diferenciais são disponibilizadas no formato de mensagem RTCM 2.3 (Figura 44). Figura 44 - Rede SERVIR – DGPS. • RTK, até um máximo de 45 utilizadores em simultâneo. As correcções diferenciais são disponibilizadas nos formatos de mensagens CMR, CMR+, cujos formatos são proprietários, ou RTCM 2.3 cujo formato é padrão, e RTCM 3.0 (em definição final de formato) (Figura 45). Figura 45 - Rede SERVIR – RTK. • Pós-processamento, através do download dos ficheiros RINEX directamente da respectiva página Web (http://213.63.136.12) (Figura 46). 58 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 46 - Rede SERVIR – Loja RINEX. Para mais facilmente os utilizadores identificarem as estações, foi criado um cartograma com a sua localização e disponibilizado na página Web do SERVIR. Para dar a conhecer as características das estações de referência GNSS SERVIR, respectivas coordenadas e outra informação julgada pertinente, foi criada uma ficha de identificação para cada uma delas e igualmente colocadas no sítio do SERVIR. O modelo de ficha encontra-se no Anexo E. 3.6. Vantagens e limitações do SERVIR Em termos práticos, o projecto SERVIR permitirá que um utilizador que pretenda obter coordenadas centimétricas, dentro da área útil envolvida por esta rede, só necessitará de um telemóvel que receba dados, ligado ao seu receptor GNSS móvel, o que lhe permite: • alargar o raio de acção do seu trabalho de forma consistente e uniforme; • efectuar os trabalhos de campo com menos recursos humanos, financeiros e logísticos; • aumentar a produtividade. Mas o sistema não é perfeito e as limitações identificadas são: • existência de cobertura da rede telemóvel no local de trabalho, uma vez que necessita de comunicações bi-direccionais; • a localização de instalações militares, onde se possam colocar as estações de referência com segurança, mas sobretudo usufruir da rede de dados, o que dificulta a cobertura total de Portugal Continental; • a fiabilidade da rede de comunicações do Exército (embora, até agora, não tenha constituído qualquer problema). 59 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 3.7. Referencial do SERVIR O referencial adoptado para o SERVIR é o ETRS89, uma vez que o IGP, como Autoridade Nacional de Cartografia, assim o recomenda como sendo o referencial a adoptar para Portugal. Quanto ao cálculo das coordenadas das estações de referência SERVIR, aplicou-se a metodologia indicada em Boucher and Altamimi [2001]. Antes de se proceder ao cálculo das coordenadas, houve que identificar as estações de referência SERVIR. Inicialmente atribuiu-se as iniciais de cada Unidade Militar por se identificar mais facilmente a sua localização. Desta forma, também essas unidades sentir-seiam envolvidas no projecto. Identificaram-se do seguinte modo: • ARRA (Centro de Comunicações da Arrábida, na Serra da Arrábida); • CME (Centro Militar de Electromecânica, em Paço d’Arcos) • DGME (Depósito Geral de Material do Exército, em Alcochete); • EPA (Escola Prática de Artilharia, em Vendas Novas); • EPC (Escola Prática de Cavalaria, em Santarém); • EPI (Escola Prática de Infantaria, em Mafra); • ESE (Escola de Sargentos do Exército, nas Caldas da Rainha). Constatou-se que, para a grande maioria dos utilizadores, nomeadamente civis, estes não sabem onde ficam as estações e o que representam essas iniciais, nem muito menos conseguem associar a às localidades onde se encontram. Decidiu-se então mudar os nomes às estações. Após uma pesquisa, recorrendo ao sítio do ITRF (http://itrf.ensg.ign.fr), EUREF (http://www.euref-iag.net) e IGP (http://www.igeo.pt), para uniformização de nomenclatura e número de caracteres, bem como evitar repetição de nomes das estações de referência, optouse por atribuir as iniciais das localidades a cada estação de referência do SERVIR, tendo a preocupação de verificar se já não haveria nomes iguais nas referidas listagens (encontrou-se uma estação ITRF com o nome SANT, cujo número DOMES é o 41705M003, localizada em Santiago do Chile). Após este estudo atribuíram-se os seguintes nomes: 60 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real • ALCO: estação do DGME (Depósito Geral de Material do Exército, em Alcochete); • ARRA: (única que manteve a designação); • CRAI: estação da ESE (Escola de Sargentos do Exército, nas Caldas da Rainha). • MAFR: estação da EPI (Escola Prática de Infantaria, em Mafra); • PARC: estação da CME (Centro Militar de Electromecânica, em Paço d’Arcos); • STEM: estação da EPC (Escola Prática de Cavalaria, em Santarém); • VNOV: estação da EPA (Escola Prática de Artilharia, em Vendas Novas). No Anexo F existe uma lista com os nomes a atribuir às restantes estações de Referência SERVIR. Como Beja já tem uma estação de referência permanente pertencente ao IGP e com o nome BEJA, atribuiu-se o nome BEJE (E - Exército). Para efectuar os cálculos e verificar a qualidade dos resultados obtidos utilizaram-se as estações de referência (Tabela 5) já existentes e obedecendo aos critérios: • pertencerem simultaneamente ao referencial ITRF2000 e ETRF2000; • englobar estações de referência localizadas em Portugal e pertencentes à EUREF; • baixo nível de incerteza associado às suas coordenadas; • escolher 8 estações de referência, para fixar 4 estações. As restantes são de controlo; • as estações de referência que entram para o ajustamento devem ser estações que pertencem ao IGS e fazem parte da definição do referencial. Para uma identificação inequívoca de cada estação utilizou-se a sua numeração DOMES, cuja descrição pode ser consultada em http://itrf.ensg.ign.fr/domes_desc.php. 61 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Tabela 5 - Estações de referência no referencial ITRF2000, época 1997.0, disponível em http://itrf.ensg.ign.fr/ITRF_solutions/2000/results/ITRF2000_GPS.SSC.txt. Nome Bruxelas Graz Lustbuehel Potsdam Nº DOMES 13101M004 11001M002 14106M003 Técnica GPS GPS ID BRUS X (m) Zimmerwald São Fernando Cascais 14001M004 13402M004 13909S001 GPS GPS GPS GPS GRAZ POTS ZIMM SFER CASC 4027893.852 4194423.959 3800689.768 4331297.182 Vx(m/y) -0.0121 -0.0176 -0.0161 -0.0138 -0.0025 -0.0114 σX (m) 0.002 0.002 0.001 0.002 0.007 0.015 Y (m) 307045.689 1162702.549 882077.259 567555.730 Vy (m/y) 0.0172 0.0181 0.0161 0.0185 0.0179 0.0189 σY (m) 0.001 0.001 0.001 0.001 0.002 0.004 Z (m) 4919475.037 4647245.328 5028791.246 4633133.845 Vz (m/y) 0.0095 0.0082 0.0077 0.0100 0.0163 0.0033 σZ (m) 0.002 0.002 0.002 0.002 0.005 0.012 5105519.055 4917537.025 -555146.005 -815726.366 3769803.246 3965857.305 Tabela 6 - Estações de referência no referencial ETRF2000, época 1989.0, disponível em ftp://lareg.ensg.ign.fr/pub/euref/ETRF2000.SSC Nome Bruxelas Graz Lustbuehel Potsdam Nº DOMES 13101M004 11001M002 14106M003 Técnica ETRF2000 ID X (m) Zimmerwald 14001M004 ETRF2000 São Fernando Cascais 13402M004 13909S001 ETRF2000 ETRF2000 ETRF2000 BRUS GRAZ POTS ZIMM 4027894.003 4194424.154 3800689.951 4331297.347 Vx(m/y) 0.0008 -0.0021 -0.0008 -0.0007 0.0043 -0.0051 σX (m) 0.004 0.002 0.003 0.004 0.026 0.063 Y (m) 307045.602 1162702.455 882077.181 567555.633 -555146.098 -815726.467 Vy (m/y) -0.0002 0.0002 -0.0005 0.0001 -0.0032 -0.0015 σY (m) 0.001 0.001 0.001 0.002 0.006 0.016 Z (m) 4919474.912 4647245.214 5028791.136 4633133.717 Vz (m/y) 0.0001 -0.0013 -.0010 -0.0001 0.0040 -0.0087 σZ (m) 0.005 0.003 0.004 0.004 0.019 0.051 SFER ETRF2000 CASC 5105519.129 4917537.170 3769803.068 3965857.231 Da pesquisa ao sítio do IGP, em 3 de Dezembro de 2006, recolheram-se as coordenadas oficiais listadas na Tabela 7, consideradas com precisão melhor do que 10 cm (http://www.igeo.pt/$vg/renep/renep.asp#), não havendo, no entanto, informação sobre a época de referência. 62 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Tabela 7 - Estações de referência da ReNEP em ETRS89. http://www.igeo.pt/IGEO/portugues/Frameset-produtos.htm Nome Cascais Lagos Gaia DOMES 13101M004 11001M002 14106M003 ID CASC LAGO GAIA X (m) 4917537,108 5035246,669 4759095,630 Y (m) -815726,474 -767657,367 -718818,868 Z (m) 3965857,107 3826194,026 4171491,086 Dado o baixo nível de incerteza associado às suas coordenadas, foram escolhidas as como estações constrangidas no processo de ajustamento, as seguintes estações de referência: BRUS, GRAZ, POTS e ZIMM. As estações de CASC, LAGO, GAIA e SFER serviram como estações para controlo. O processamento foi feito com o Bernese GPS software 4.2 [Hugentobler et al., 2001], utilizando as opções padrão de cálculo com este software (combinação linear livre da ionosfera, ambiguidades resolvidas, estimação de parâmetros troposféricos). Utilizaram-se as efemérides de precisão do IGS para os referidos dias de observação GPS. No processamento das estações de referência em ITRF2000 procedeu-se da seguinte forma: • utilizaram-se 5 sessões de observações GPS de 24 h, com um registo de 30 em 30 s, recolhidas quer pelas estações GPS do SERVIR, quer do IGS, correspondentes ao período compreendido entre os dias 28 de Outubro e 1 de Novembro de 2006, correspondendo assim à época de observação 2006,83; • do referencial ITRF2000 (http://lareg.ensg.ign.fr/ITRF/ITRF2000), utilizaram-se as estações IGS de Bruxelas, Graz, Potsdam e Zimmerwald fortemente constrangidas no processo de ajustamento das observações. Por definição, a lista de coordenadas ITRF2000 está referida à época 1997,0. Por isso, fez-se a actualização destas coordenadas para a época 2006,83, aplicando devidamente as correcções de velocidades associadas a cada coordenada através das seguintes fórmulas: X ti = X t 0 + VX ⋅ Δt (3) Yti = Yt 0 + VY ⋅ Δt Z ti = Z t 0 + VZ ⋅ Δt 63 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real onde Xti,Yti e Zti são as coordenadas à época 2006.83, Xt0,Yt0 e Zt0 são as coordenadas na época origem, VX, VY e VZ são as velocidades de cada componente da posição e Δt é a diferença de tempo entre épocas. Obtidas as coordenadas no referencial ITRF2000 à época de observação, elaborou-se um programa em Matlab para efectuar o cálculo no sistema ETRS89 cujos resultados se apresentam no Anexo G, das estações de referência SERVIR (Tabela 8), de acordo com a metodologia adoptada. Tabela 8 - Estações SERVIR em ETRF2000 época de observação 2006,83. DOMES 13101M004 13909S001 13902M001 11001M002 13903M001 14106M003 13402M004 14001M004 NOME BRUS CASC GAIA GRAZ LAGO POTS SFER ZIMM X (m) Y (m) Z (m) 4027894,0221 307045,5982 4919474,9157 4917537,0876 -815726,4814 3965857,1095 4759095,6319 -718818,8888 4171491,1145 4194424,1328 1162702,4556 4647245,2030 5035246,6665 -767657,3711 3826194,0499 3800689,9402 882077,1711 5028791,1203 5105519,1604 -555146,1640 3769803,0969 4331297,3281 567555,6380 4633133,7039 100 3 10 5 9 8 7 ALCO ARRA CRAI PARC MAFR STEM VNOV 4918781,2114 4937875,4199 4873187,0986 4919221,9103 4902470,6741 4889882,5194 4931659,7321 -767880,4411 -778646,3652 -783462,0104 -805104,6461 -805104,1153 -746982,6430 -733259,6505 3973821,2487 3948655,2906 4026308,2079 3965937,2090 3986854,6074 4013161,1804 3964665,2150 Para validar o cálculo efectuado, compararam estas coordenadas com as coordenadas das estações de referência em ETRF2000 época 2006,7 (Tabela 9) disponibilizadas pela EUREF, no dia 3 de Dezembro de 2006, e consideradas as mais recentes. Dada a ligeira diferença de épocas de observação (2006,7 para 2006,83) em causa, e as velocidades associadas a cada estação EUREF (tabela 6) ser melhor do que dois milímetros, consideram-se os valores obtidos para as coordenadas SERVIR (Tabela 10) melhores que 1,1 cm nas componentes horizontais e 2,4 cm na componente vertical. Da comparação efectuada obtiveram-se os resultados apresentados na Tabela 10. Comparando com as coordenadas obtidas para a rede SERVIR com as coordenadas das Estações de referência pertencentes ao IGP (Tabela 7), obtêm-se os resultados obtidos na Tabela 11. 64 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Tabela 9 - Estações EUREF em ETRF2000 época de observação 2006,7. (http://www.epncb.oma.be/_trackingnetwork/coordinates/stationcoordinates_stationlist.php) DOMES 13101M004 13909S001 13902M001 11001M002 13903M001 14106M003 13402M004 14001M004 NOME BRUS CASC GAIA GRAZ LAGO POTS SFER ZIMM X (m) Y (m) Z (m) 4027894,0124 307045,5967 4919474,9116 4917537,0983 -815726,4821 3965857,1322 4759095,6366 -718818,8870 4171491,1315 4194424,1237 1162702,4610 4647245,2038 5035246,6762 -767657,3717 3826194,0736 3800689,9409 882077,1747 5028791,1242 5105519,1641 -555146,1648 3769803,1147 4331297,3356 567555,6381 4633133,7199 Tabela 10 - Comparação entre EUREF e SERVIR (EUREF - SERVIR). DOMES 13101M004 13909S001 13902M001 11001M002 13903M001 14106M003 13402M004 14001M004 NOME BRUS CASC GAIA GRAZ LAGO POTS SFER ZIMM X (m) -0,0097 0,0107 0,0047 -0,0091 0,0097 0,0007 0,0037 0,0075 Y (m) -0,0015 -0,0007 0,0018 0,0054 -0,0006 0,0036 -0,0008 0,0001 Z (m) -0,0041 0,0227 0,0170 0,0008 -0,0237 0,0039 0,0178 0,0160 Tabela 11 - Comparação entre IGP e SERVIR (IGP - SERVIR). DOMES 13909S001 13902M001 13903M001 NOME CASC GAIA LAGO X (m) 0,0204 -0,0019 0,0025 Y (m) 0,0074 0,0208 0,0041 Z (m) -0,0025 -0,0285 -0,0239 Atendendo ao facto de não se saber qual a realização das coordenadas do IGP, considera-se que as coordenadas SERVIR são melhores que 2,1 cm nas componentes horizontais e 3 cm na componente vertical. Atendendo ao facto de que as coordenadas oficiais a vigorar em Portugal para a ReNEP são melhores que 10 cm [Rede RNEP, 2006], consideram-se os resultados obtidos para a rede SERVIR dentro dos valores admitidos para a ReNEP. 65 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Assim, as coordenadas aplicadas à rede SERVIR são as obtidas em ETRF2000, época 2006,83, constantes na Tabela 5, com indicação de que os resultados obtidos são melhores que 2 cm nas componentes horizontais e 3 cm na componente vertical. Dado que a rede SERVIR é muito recente, ainda não se deve determinar qual a velocidade aplicada a cada estação de referência, pelo que não é possível aplicar completamente o modelo de Boucher and Altamimi [2001] e, dessa forma, expressar as coordenadas da rede SERVIR à época 1989,0. 3.8. Treino dos colaboradores Para um bom funcionamento do projecto SERVIR, o treino dos colaboradores é feito em diversos níveis, consoante as tarefas que têm de desempenhar. Pretende-se descentralizar ao máximo possível, de modo a facilitar a funcionalidade do sistema. Deste modo, identificaramse os seguintes níveis de formação: • elemento de contacto nas Unidades Militares, conhecido por POC (point of contact); • atendimento no centro de cálculo, de vigilância e controlo de todo o sistema; • manutenção do sistema. Para o POC a formação é dada no local, enquanto acompanha a montagem da estação de referência. Os aspectos mais importantes das suas atribuições são: • semanalmente deve passar pelo local e verificar o estado de limpeza, humidade ou infiltrações de água por causa da tomada eléctrica; • ter cuidado para não desligar a alimentação do receptor e alertar as pessoas que se dirijam ao local para não tocar quer na antena, quer no receptor; • saber desligar, ligar o receptor e restantes ligações do receptor; • verificar quando a rede de dados está com alguma anomalia, se a estação de referência está a funcionar; • preocupar-se em não ocupar o endereço IP atribuído à estação de referência; • alertar que o equipamento pertence ao IGeoE. 66 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Os colaboradores que fazem o atendimento no Centro de cálculo, de vigilância e controlo de todo o sistema, além de verificar o normal funcionamento do sistema, são os que mais de perto lidam com os utilizadores e fazem a divulgação do projecto SERVIR. Identificaram-se dez sugestões para uma boa prestação de um serviço: a) Tratar o serviço de atendimento como uma extensão do projecto SERVIR Providenciar orçamento para a divulgação do SERVIR e ter colaboradores disponíveis para a área da publicidade e divulgação. b) Ter um plano de comunicação Este plano deve complementar e ampliar o plano global de publicidade e divulgação do SERVIR. O visual e o discurso (oral e escrito) devem ser consistentes com a imagem do produto. c) Não esquecer a audiência mais importante A audiência mais importante quando se inicia um novo serviço como o do SERVIR, são os colaboradores que mais directamente trabalham no projecto. Todo o pessoal que está em primeiro contacto com os utilizadores, tem de estar apto a conhecer o produto e a responder a qualquer questão ou solicitação de apoio. Devem compreender a importância da imagem e mensagem que passam para os utilizadores. d) Lembrar-se de que é único O lançamento de um novo produto é motivo de publicidade, porque é único. Devem tirar vantagem desse facto, através dos órgãos de comunicação social, conferências da especialidade, entre outros. e) Focalizar no que é exclusivo Serviços em tempo real dão a oportunidade para se perceber o que os utilizadores mais necessitam. f) Ter uma mensagem clara e consistente Quanto mais simples melhor. Preparar as mensagens para serem utilizadas em vários artigos publicitários. Os colaboradores devem compreender as mensagens que se pretende difundir e saber responder. g) Aproveitar as potencialidades do utilizador satisfeito 67 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Preparar e encorajar os colaboradores a serem diligentes e solícitos a cada oportunidade ou contacto com os utilizadores. Pedir a cada cliente satisfeito que divulgue e encorajar os amigos e pessoas de confiança que “passem a palavra”. h) Seguir as oportunidades de melhoria realçadas pelos utilizadores Providenciar um meio interactivo com os utilizadores de forma que estes possam apresentar as suas oportunidades de melhoria. Só usar os nomes dos utilizadores se devidamente autorizados. Integrar os aspectos positivos evidenciados nas acções de publicidade e divulgação do SERVIR. i) Trabalhar a Web Ver outras páginas Web que possam utilizar a ligação à página Web do SERVIR ou do IGeoE. Oferecer uma ligação ou e-mail para poder divulgar uma newsletter (Anexo H), de modo a manter os utilizadores informados sobre os desenvolvimentos do projecto. j) Avaliar A avaliação é uma etapa crítica de qualquer esforço de publicidade ou divulgação. Fornece uma forma interactiva do utilizador transmitir as suas opiniões positivas ou menos positivas assim como as oportunidades de melhoria que gostaria de ver implementadas. Recolher testemunhos de utilizadores para serem utilizados em próximas edições de publicidade e divulgação. Acompanhar a publicidade e divulgação feitas para verificar o que resulta e o que não resulta. Para este efeito foi elaborado e enviado um inquérito de satisfação do utilizador (Anexo I). Ter por objectivo melhorar da próxima vez. Para os colaboradores que efectuam a manutenção do sistema, excepto nas comunicações e segurança da área informática (para esse efeito já existe pessoal especializado), têm de ter uma formação e experiência em todas as componentes do SERVIR, desde a implementação das estações de referência até à arquitectura e configuração do SERVIR. Em último caso, são eles que respondem às questões mais técnicas colocadas pelos utilizadores e os únicos que recorrem ao apoio externo da parte do fabricante. No âmbito da sua formação, engloba-se a participação em sessões de trabalho (Workshops) relacionadas com o sistema implementado, visitas de trabalho a outras redes de 68 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real estações de referência, bem como a conferências nacionais e internacionais, onde se abordem temas relacionados com o projecto SERVIR. Estes elementos podem substituir qualquer outro colaborador anteriormente referido. Têm também por missão efectuar as instruções de trabalho julgadas pertinentes para todo o sistema, além de darem formação aos colaboradores do projecto. Devem ser no mínimo três, para permitir uma rotatividade em termos de férias ou doença de um deles e de preferência englobar Engenheiros Geógrafos e Informáticos. Outra das competências que cabe aos colaboradores que trabalham com a rede SERVIR é dar a formação ou mostrar as várias possibilidades e potencialidades do sistema a outros possíveis utilizadores. São várias as aplicações que se podem usufruir com a rede SERVIR. Nas unidades militares, os receptores da rede SERVIR estão configurados de modo a permitir a ligação dos rádio modem dos equipamentos GNSS aí existentes (Figura 47) facilitando o uso do equipamento GNSS e permitindo desta forma que as unidades possam efectuar os seus trabalhos de topografia, treinar e dar formação ao seu pessoal de forma mais económica e com menos recursos humanos. Figura 47 - Rede SERVIR permite o treino e formação das suas equipas de topografia. Para equipamentos de geração menos recente, também estes podem utilizar os dados disponibilizados pela rede SERVIR. Isto é, aqueles que não tenham capacidade de receber correcções diferenciais por GPRS, dispensando assim a montagem de um receptor base num 69 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real VG a emitir correcções diferenciais, eliminando não só os problemas associados à distância Base-Móvel e comunicações rádio. Para compatibilizar esses equipamentos com o SERVIR é necessário um computador com acesso à Internet (utilizando por exemplo uma placa de comunicações 3G), um rádio modem ligado a uma porta COM do computador para emitir as correcções diferenciais recebidas no computador e o programa GNSS Internet Radio (http://igs.ifag.de/root_ftp/NTRIP/software/NtripGNSSInternetRadioWindows.exe) para se ligar ao projecto SERVIR, receber as correcções diferenciais para a posição definida pelo utilizador e enviar essas correcções para uma porta COM do computador que via rádio as envia ao móvel. Também é possível ligar o receptor GPS directamente à porta COM do computador (Figura 48). Figura 48 - Equipamentos de geração menos recente. Em síntese, foram abordados neste capítulo as diversas etapas que levaram à implementação da primeira fase da rede de estações de referência GPS para RTK (SERVIR) que abrange a área da Grande Lisboa e Vale do Tejo. Descreveu-se a metodologia adoptada, a arquitectura e constituição quer das estações de referência quer o centro de vigilância e controlo da rede SERVIR, assim como da formação dos colaboradores responsáveis pela manutenção do sistema. É igualmente abordada a questão do referencial a adoptar e cujas coordenadas se enquadramento dentro das exigências da Rede Geodésica Nacional. Para completar o estudo, no capítulo seguinte, há que identificar os requisitos de qualidade da referida rede, efectuar os respectivos testes comprovativos e apresentar os resultados de forma a se retirarem as respectivas conclusões. 70 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 4. Controlo de Qualidade do projecto SERVIR A Fase I do projecto SERVIR ficou concluída em finais de Abril de 2006. Neste capítulo descrevem-se os testes efectuados para analisar o desempenho da rede SERVIR e, por conseguinte, a qualidade da mesma. O termo qualidade é usado para designar grau de satisfação de requisitos dado por um conjunto de características intrínsecas (por oposição a “atribuído”, significa existente em algo, enquanto característica permanente). O termo qualidade pode ser usado com adjectivos como fraca, boa, ou excelente. Por requisito entende-se a necessidade ou expectativa expressa, geralmente implícita ou obrigatória [IPQ, 2001]. Por outras palavras, entende-se a qualidade como sendo a confirmação das expectativas de um produto ou serviço utilizado por um cliente. Foram identificados os seguintes requisitos para a rede SERVIR: • fiabilidade; • repetibilidade das coordenadas das estações; • controlo de qualidade posicional; • satisfação dos utilizadores. 4.1. Fiabilidade Por fiabilidade entende-se a permanente disponibilidade de acesso aos dados da rede SERVIR por parte do utilizador. Se a estação de referência, por qualquer motivo, estiver inoperacional, não é possível dar o seu contributo para a rede SERVIR. Um dos problemas poderia advir da capacidade da rede de comunicações interna da rede SERVIR em permitir a transferência dos dados GPS entre as estações de referência e o centro de cálculo. Quanto à latência da rede, esta pode ser confirmada através do próprio software GPSNet, cujo módulo Synchronizer nos dá a indicação de que o atraso registado pelos vários pacotes de mensagens de observações registados nas estações de referência é inferior a 1 s (Figura 49), confirmando assim as expectativas da rede de comunicações interna do projecto SERVIR. 71 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 49 - Latência dos pacotes de observações GNSS no centro de cálculo. Não sendo problema da rede de dados que suporta a rede SERVIR, a fiabilidade é dada pela capacidade que a rede SERVIR tem em fornecer os ficheiros RINEX o mais completos possíveis aos utilizadores. Se não houver registos de observações GPS, significa que houve problemas a nível da estação de referência, incluindo as comunicações, impossibilitando desta forma a sua recuperação pelo software do sistema, isto é, a estação de referência esteve inoperacional (Anexo J). Para determinar o grau de fiabilidade da rede SERVIR (Tabela 12), monitorizou-se durante aproximadamente seis meses (Abril a Setembro) as estações de referência, de forma a identificar as situações de ocorrência e possíveis causas, de modo a se poderem tomar medidas para melhorar. Tabela 12 - Fiabilidade da rede SERVIR ESTAÇÕES DE REFERÊNCIA GNSS - SERVIR Mês 2 - ALCO 1 - ARRA 6 - CRAI 5 - MAFR 8 - PARC 4 - STEM 3 - VNOV Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Abril 100,00 8,46 100,00 8,33 97,32 8,45 99,73 8,21 40,00 8,30 99,25 8,50 99,33 8,48 Maio 100,00 8,53 99,99 8,39 94,90 8,51 93,29 8,41 100,00 8,45 99,92 8,57 98,45 8,59 Junho 79,92 8,66 96,66 8,48 96,67 8,50 92,94 8,37 96,62 8,53 51,08 8,15 96,40 8,53 Julho 99,36 9,10 99,97 9,07 99,95 9,07 93,54 8,96 100,00 9,11 99,76 9,08 99,93 9,11 Agosto 100,00 9,57 88,77 9,22 100,00 9,55 99,44 9,45 100,00 9,55 99,88 9,57 99,82 9,57 Setembro 99,83 8,17 100,00 8,02 100,00 8,14 100,00 8,08 100,00 8,18 100,00 8,15 99,07 8,19 96,52 8,75 97,57 8,58 98,14 8,70 96,49 8,58 89,44 8,69 91,65 8,67 98,83 8,75 Média 6 meses A azul indica-se no número médio de satélites e consoante a percentagem de operacionalidade da estação de referência foi atribuído o seguinte código de cores: Verde = 100%; Amarelo = 99% a 100%; Vermelho = 97% a 99%; Laranja = 90% a 97%; Roxo <90% . 72 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Da análise das ocorrências (Anexo J), constata-se que, em média, as estações de referência da rede SERVIR estiveram operacionais mais de 95% do tempo e cada estação de referência registou os dados de mais de 8 satélites da constelação GPS. A estação de referência de Paço d’ Arcos é a que apresenta pior desempenho (40% em Abril), devido aos problemas que a sua instalação teve com as comunicações, nomeadamente com o router da Unidade Militar. Esteve 6 dias inoperacional (de 21 de Abril de 2006 a 26 de Abril – Sexta-feira a Quarta-feira). Atendendo ao calendário, verifica-se que englobou um fim-de-semana, o feriado do 25 de Abril e respectiva ponte. Durante o mês de Maio a estação de referência das Caldas da Rainha esteve 5 dias com problemas de comunicações, com início a um sábado, dia 29 de Abril de 2006, até dia 4 de Maio de 2006. Englobou o feriado do dia 1 de Maio. A ocorrência deveu-se a problemas de comunicações, que voltaram a ser registados mais tarde, e que levaram à substituição do router da Unidade por um outro disponível no IGeoE. Durante este mês, houve uma mudança do quadro eléctrico do 5º piso do IGeoE (7 de Maio de 2006 – Domingo), onde se encontra a sala de servidores da rede SERVIR e as UPS ficaram sem energia durante o dia todo. A estação de Mafra esteve 3 dias inoperacional (30 de Maio a 2 de Junho), porque desligaram o quadro eléctrico do edifício, na altura em que as instalações foram desactivadas. Em Junho a estação de referência de Santarém esteve 19 dias inoperacional (31 Maio de 2006 a 19 de Junho de 2006 – Quarta-feira a Segunda-feira). Inicialmente pensou-se que era um problema de comunicações, porque também não havia para a Unidade. Constatou-se que houve uma ruptura do tubo do líquido desinfectante da água do depósito, que provocou um curto-circuito na tomada do receptor GPS, obrigando à substituição da rede eléctrica no local e, ao mesmo tempo, danificou o receptor GPS e o respectivo transformador, obrigando à substituição dos mesmos. Como o IGeoE não dispunha de receptor GPS alternativo, este teve que vir do fornecedor. A agravar a situação houve ainda os feriados de 13 e 15 de Junho de 2006, com as respectivas pontes. A estação de Alcochete também esteve 6 dias inoperacional (22 de Junho a 27 de Junho de 2006), devido a problemas de comunicações que levaram à substituição do router da Unidade por um outro do Regimento de Transmissões. O receptor GPS de Mafra teve que ser substituído por problemas internos de registo das observações GPS. 73 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Em Agosto de 2006 foi a estação de referência da Arrábida que esteve quase oito dias inoperacional (11 de Agosto a 18 de Agosto), porque além de problemas de comunicação, durante a limpeza no local desligaram a ficha do receptor. A agravar a situação verificou-se o feriado de 15 de Agosto a uma Terça-feira, com a consequente ponte. Como é um local isolado, teve que se aguardar oportunidade até que uma equipa do Regimento de Transmissões se deslocasse à estação de referência para repor a energia no receptor GPS. Analisadas as ocorrências, constata-se que: • os principais problemas que ocorrem na rede SERVIR são a nível das comunicações; • a demora na reposição da operacionalidade das estações deve-se ao facto de ocorrer perto de um fim-de-semana, agravado pela existência de feriados e respectivas pontes; • a rede SERVIR esteve operacional mais de 95% do tempo. No sentido de melhorar a operacionalidade da rede, foram tomadas as seguintes medidas: • aumentar a monitorização da rede SERVIR para três vezes ao dia (início da manhã, após almoço e antes da saída); • identificar e registar todas as ocorrências verificadas; • adquirir um equipamento de reserva para experiências e ensaios. Simultaneamente servirá para uma rápida substituição de algum outro que se avarie; • disponibilizar um telemóvel, contactos e computador portátil totalmente preparado, incluindo placa de comunicações, de modo a poder monitorizar a rede SERVIR durante os dias de actividade reduzida; • implementar uma escala de serviço para monitorização do sistema. 74 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 4.2. Repetibilidade das coordenadas A repetibilidade das coordenadas das estações é entendida como um requisito essencial para a rede SERVIR, devido ao tipo de estrutura que suporta a antena geodésica. Pretende-se evidenciar ao longo dos vários meses de funcionamento desta rede, e nas mais diversas condições atmosféricas, as variações das coordenadas da estações de referência. Não havendo ainda no IGeoE um procedimento automático para análise dos dados das estações da rede SERVIR, apresenta-se nesta dissertação alguns resultados obtidos por Fernandes [2006]. Sendo este um estudo independente, serve como um indicador da necessidade ou não de se tomar medidas adicionais para a adequada estabilização das estações da rede SERVIR. O estudo engloba um conjunto de estações nacionais pertencentes ao IGP e uma estação IGS (EBRE) situada na Catalunha, cujo desempenho (Figura 50) servirá como termo de comparação com as estações da rede SERVIR (Figura 51). Os valores apresentados resultam da combinação das três componentes do vector posição. Figura 50 - Estações IGP e EBRE [Fernandes, 2006]. 75 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 51 - Estações da rede SERVIR [Fernandes, 2006]. 76 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Dos resultados apresentados, constata-se que o valor de RMS mais alto registado pelas estações IGP e EBRE foi de 15 mm, em Cascais, na semana GPS 1370, e que o valor mais alto registado pelas estações SERVIR foi também de 15 mm, em Mafra, nas semanas GPS 1395 e 1398, e na Arrábida, na semana GPS 1397. Quanto ao valor de RMS mínimo registado pelas estações IGP e EBRE, foi de 2 mm, em Gaia, na semana GPS 1374, enquanto que as estações SERVIR registaram também 2 mm, em Alcochete, na semana GPS 1384, e em Mafra, na semana GPS 1376. Em média as estações de referência do IGP têm RMS da ordem dos 5 mm, enquanto que a rede SERVIR regista valores da ordem de 5,5 mm. A estação de referência EBRE é a que apresenta pior desempenho, com um RMS médio de cerca 6,5 mm, enquanto que na rede SERVIR é a da Arrábida, com um RMS médio de 7 mm. A estação de referência com melhor desempenho da rede IGP é a de Lagos, com um RMS médio de cerca de 4,5 mm, enquanto que a rede SERVIR regista duas estações com desempenho igual ou melhor. É o caso da estação de referência de Santarém, com um RMS médio de 4 mm, e a de Mafra, com um RMS médio de 4,5 mm. No entanto, ainda é cedo para se fazer uma análise mais cuidada, porque a rede SERVIR é recente. De qualquer forma, são cerca de 29 semanas GPS de dados em análise, que nos dão um indicador quanto ao desempenho da rede SERVIR, atendendo à sua finalidade (posicionamento em RTK). Do exposto conclui-se não ser necessário de momento adoptar medidas adicionais para a estabilização dos suportes das antenas geodésicas da rede SERVIR. 4.3. Controlo de qualidade posicional Quanto ao controlo de qualidade posicional a efectuar à rede SERVIR, tem por objectivo responder às questões: 1. Qual a exactidão da rede no seu interior? 2. A exactidão obtida é a mesma quer no interior quer no exterior da rede? 3. Até que distância fora da área abrangida pela rede é expectável obter a mesma exactidão que no seu interior? 77 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Para analisar este requisito, apresentam-se os resultados obtidos durante a realização do estágio curricular de Engenharia Geográfica de 2006 da aluna estagiária Manuela Santos, realizado no Instituto Geográfico do Exército (sob a minha orientação) e em cooperação com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (sob a orientação do Sr. Professor Doutor Virgílio Mendes). Desde que a rede ficou disponível, em Abril de 2006, que as coordenadas colocadas nas estações de referência SERVIR se encontram referidas ao referencial ITRF2000, época 2006,16. Para este cálculo, foi adoptada a metodologia expressa no Capítulo III, porque à data ainda não tinham sido disponibilizadas pelo IGP as coordenadas dos vértices geodésicos no referencial ETRS89. De modo a que o processo de controlo de qualidade posicional fosse totalmente independente, a metodologia adoptada consistiu em: • escolher a base de maior dimensão, de entre as estações de referência da rede SERVIR, por ser considerada a situação mais desfavorável. Essa base é formada pelas estações de referência de Santarém e Vendas Novas, correspondendo a uma distância de 68 km; • a meio dessa base, identificaram-se no terreno um conjunto de vértices geodésicos, que se encontram perpendiculares à base referida e igualmente (dentro do possível) espaçados entre si, quer para o interior da rede quer para o exterior da mesma. Foram identificados os vértices geodésicos constantes na Tabela 13, que apresentam a distribuição espacial representada na Figura 52. • foram efectuadas sessões de observação GPS de 3 h para cada VG referido, seguido de pós-processamento em ITRF2000, época 2006,16, de modo a ser uniforme com a mesma época de pós-processamento para a rede SERVIR. As coordenadas obtidas estão indicadas na Tabela 14; • a recolha das coordenadas terreno (Tabela 15) foi feita com um equipamento GNSS Móvel Trimble R8, utilizando as correcções diferenciais difundidas pela rede SERVIR. 78 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Tabela 13 - vértices geodésicos e a distância à base de referência. Vértices Geodésicos Número ASNO CHÃO BARROSO CONCELHOS CASCALHO ESCUSA LAGOA DA PEDRA RAPOSEIRA VALE GRANDE VÁRZEA DE ÁGUA 1 2 3 4 5 7 8 9 10 Distância para o interior (km) 9.5 0 Distância para o exterior (km) Folha 1:25000 406 392 393 405 393 392 406 405 393 0 14 17 21 4.5 6 13 9 Figura 52 - Distribuição espacial dos vértices geodésicos. Tabela 14 - Coordenadas dos vértices geodésicos em ITRF 2000 época 2006,16. Vértices Geodésicos ASNO CHÃO BARROSO CONCELHOS CASCALHO ESCUSA LAGOA DA PEDRA RAPOSEIRA VALE GRANDE VÁRZEA DE ÁGUA X (m) 4912349.766 4910930.605 4909575.591 4913959.036 4908815.901 4909057.944 4913432.854 4912227.024 4907595.807 79 Y (m) -748899.410 -740924.947 -726829.573 -756015.558 -720278.898 -736250.759 -744974.622 -752813.669 -732238.349 Z (m) 3985377.677 3988601.923 3992875.665 3982057.015 3995043.222 3991787.717 3984793.930 3984784.661 3994322.941 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Tabela 15 - Coordenadas obtidas através da rede SERVIR. Vértices Geodésicos ASNO CHÃO BARROSO CONCELHOS CASCALHO ESCUSA LAGOA DA PEDRA RAPOSEIRA VALE GRANDE VÁRZEA DE ÁGUA X (m) 4912349.832 4910930.577 4909575.601 4913959.043 4908815.930 4909057.965 4913432.872 4912227.049 4907595.814 Y (m) -748899.461 -740924.957 -726829.569 -756015.555 -720278.867 -736250.766 -744974.612 -752813.681 -732238.390 Z (m) 3985377.711 3988601.890 3992875.641 3982057.027 3995043.096 3991787.689 3984793.905 3984784.676 3994322.930 A análise dos resultados obtidos permite concluir que, apesar da necessidade da realização de mais testes de controlo de qualidade posicional e atendendo aos valores apresentados, conclui-se que, no interior da rede SERVIR, se obtém valores melhores que 6,6 cm e que, no exterior e até 14 km da base, se obtêm valores melhor que 4,1 cm (Tabela 16). Não sendo plausível que fora da rede se obtenha melhores resultados que no seu interior, há que averiguar o que se passa no vértice geodésico ASNO, pelo que, de uma forma mais genérica e até confirmação posterior, se pode inferir que a rede SERVIR, quer no seu interior quer até uma distância para fora da rede de cerca 14 km, proporciona exactidões melhores do que 5 cm. Assim, propõe-se uma área útil de trabalho delimitada pela linha azul a tracejado apresentada na Figura 53. Tabela 16 - Diferença de coordenadas entre a rede SERVIR e os vértices geodésicos Distância para o Distância para o interior (km) exterior (km) CASCALHO 17 VALE GRANDE 13 ASNO 9.5 RAPOSEIRA 6 CHÃO BARROSO 0 0 LAGOA DA PEDRA 4.5 VÁRZEA DE ÁGUA 9 CONCELHOS 14 ESCUSA 21 Vértices Geodésicos 80 DIFERENÇAS dX (m) dY (m) dZ (m) -0.007 -0.003 -0.012 -0.026 0.012 -0.015 -0.066 0.051 -0.034 -0.018 -0.010 0.025 0.028 0.010 0.033 -0.021 0.007 0.028 -0.007 0.041 0.011 -0.010 -0.003 0.024 -0.030 -0.031 0.126 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura 53 - Área útil de trabalho da rede SERVIR. Efectuado o controlo de qualidade posicional, elaborou-se outro teste de campo que visa determinar em média quanto tempo um utilizador leva a obter as coordenadas de um ponto pretendido e qual a exactidão obtida. No IGeoE existe um ponto de centragem forçada, com coordenadas conhecidas em ITRF2000, época 2006,16. Utilizou-se para o efeito um receptor Trimble GNSS R8 e um cronómetro. Fizeram-se em 2 dias (manhã e tarde) 100 medições espaçadas em séries de 20, cujos resultados se apresentam no Anexo K. Quanto ao tempo que o receptor móvel GNSS leva em média a inicializar e a ficar pronto para efectuar a determinação das coordenadas dos pontos pretendidos, os resultados indicam ser melhor que 1 minuto, com uma exactidão melhor que 4 cm em planimetria e 5 cm em altimetria. 81 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 4.4. Satisfação dos utilizadores Por satisfação dos utilizadores entende-se a percepção dos clientes quanto ao grau de satisfação dos seus requisitos [IPQ,2001]. É de notar que as reclamações dos clientes constituem um indicador de baixo nível de satisfação, mas a sua ausência não implica necessariamente um elevado nível de satisfação dos clientes. O mesmo se passa se os requisitos dos clientes tenham sido acordados e satisfeitos. Decorridos seis meses de funcionamento, a rede tinha, em finais de Setembro de 2006, 41 subscritores, dos quais 22 para o serviço de pós-processamento, através da obtenção de ficheiros RINEX e 19 para utilização do serviço de posicionamento RTK. Até ao momento não foi registada nenhuma reclamação por parte dos utilizadores, assim como também não foi registado nenhum motivo de satisfação. Dado que o objectivo da rede é proporcionar o posicionamento RTK, e no sentido de saber qual o grau de satisfação dos utilizadores, foi elaborado e enviado um inquérito (Anexo I) para os que mais utilizaram a rede. Tirando as empresas representantes das marcas de equipamentos GPS, e os que utilizam de forma esporádica a rede SERVIR, identificaram-se cinco clientes que mais horas de utilização têm tido, aos quais se enviou o referido inquérito. Foram recebidas três respostas completas, um não respondeu e outro manifestou um conjunto de intenções genéricas, mas que não foram consideradas porque não respondeu objectivamente ao inquérito. Apesar de se contabilizar apenas três inquéritos, os dados obtidos constituem um indicador representativo de 15,8% dos utilizadores. O inquérito é composto por duas áreas distintas. Uma parte de cariz objectivo e outra de modo a que os utilizadores pudessem expressar as suas opiniões. Quanto às questões de cariz objectivo, os resultados obtidos são os constantes na Figura 54. 82 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 100 90 80 66,67 70 60 50 33,33 40 30 20 10 0 0 0 0 Pergunta 1: No seu entender uma rede de estações permanentes GPS para RTK como esta é: 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Muito importante Importante Razoável Pouco importante Não tem mais valias Péssimo 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Aumentou 100% 66,67 Aumentou entre 75% e 100% 33,33 0 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Diminuiram 55% a 69% 33,33 33,33 0 Diminuiram 40% a 54% 0 Pergunta 3: Em termos de custos de trabalhos de campo (mão de obra, equipamento, apoio logístico, entre outras) comparando com o que fazia até aqui: 0 Aumentou entre 25% e 50% 0 Pernuta 2: Ao utilizar este novo método de posicionamento (rede-RTK) em relação ao modo que utilizava (BaseRTK) a sua produtividade: Diminuiram mais de 70% 33,33 Aumentou entre 50% e 75% Diminuiram 25% a 39% Manteve-se igual Aumentaram Manteve-se igual Diminuiu Intensamente 66,67 Regularmente Algumas vezes Poucas vezes 33,33 Raramente Nunca 0 0 0 Pergunta 4: Pensa utilizar o acesso a esta rede nos seus futuros trabalhos: Figura 54 - Resultados dos inquéritos aos utilizadores da rede SERVIR. Das 4 primeiras questões conclui-se que: • uma rede como a do projecto SERVIR é importante e tem uma utilização regular, o que vem confirmar a sistemática utilização nos trabalhos de campo; • ao utilizar o modo de posicionamento (rede-RTK) em relação ao modo que utilizava (base-RTK), a produtividade aumentou; • permitiu diminuir os custos dos trabalhos de campo. Quanto às questões de cariz mais opinativo, destaca-se que as mais valias introduzidas nos métodos de trabalho permitiram: • reduzir o tempo no início de cada trabalho (não é necessário estacionar a referência); • terminar com os problemas por falta de rádio entre a base e o móvel; • reduzir o custo com o equipamento (no caso de adquirir equipamentos novos). Em resumo, a rede SERVIR permite que o trabalho se torne mais fácil e rápido. 83 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real A análise do inquérito permitiu, também, reorientar o esforço de colocação das estações de referência, alterando assim o planeado para 2006. Inicialmente estava previsto colocar as estações apenas a Norte e, em 2007, colocar estações de referência a Sul. Com a realização dos inquéritos ficou evidente que a maioria dos trabalhos de campo se realiza nos distritos de Aveiro, Beja, Coimbra, Évora, Leiria, Lisboa, Setúbal e Santarém. Assim, o planeamento foi alterado (Figura 55). • • • • • • • A funcionar; Já instaladas mas não ligadas à rede SERVIR: Beja, Cercal, Coimbra, Espinho, Évora, Leiria, Santa Margarida, São Jacinto, Viseu. Até final de 2006; Chaves; Faro; Póvoa de Varzim e Sagres. Planeado para 2007 Braga; Bragança; Castelo Branco; Estremoz; Elvas; Serra de São Mamede; Vila Real. Figura 55 - Planeamento da rede SERVIR. Efectuado o controlo de qualidade da rede SERVIR já implementada, constata-se que em aproximadamente 6 meses a sua disponibilidade foi cerca de 95% e que os utilizadores mais assíduos consideram importante a existência de uma rede com estas características, o que lhes permite aumentar a produtividade e reduzir custos de trabalhos de campo. Do controlo de qualidade posicional efectuado, os resultados confirmam que os valores obtidos no campo se encontram dentro das exigências da Rede Geodésica Nacional, isto é, melhor que 10 cm. No capítulo seguinte apresenta-se uma síntese conclusiva de todo o trabalho desta dissertação, com sugestões de possíveis futuros trabalhos. 84 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 5. Conclusão Após uma retrospectiva histórica sobre as várias metodologias de trabalho surgidas com o aparecimento da Geodesia Espacial, elaborada de forma sucinta no capítulo I, abordaram-se as possibilidades e limitações inerentes ao método base-RTK e, por conseguinte, da motivação da elaboração desta dissertação, cujo objectivo visa a implementação de uma rede de estações de referência GPS para RTK. O objectivo é aumentar a produtividade de aquisição de informação geo-referenciada, visando a actualização da Cartografia Militar de forma mais rápida e precisa. São analisadas no Capítulo II, as formas de gerar correcções diferenciais e as várias redes de estações de referência GPS operacionais quer na Europa quer em Portugal, como forma de identificar a arquitectura da rede SERVIR e das respectivas estações de referência GPS. Implementada a rede SERVIR, cujas fases foram abordadas no Capítulo III e que incluem desde o planeamento estratégico até ao treino dos colaboradores, houve que identificar um conjunto de requisitos de controlo de qualidade apresentados no Capítulo IV. São referidos um conjunto de testes, incluindo a elaboração de um inquérito aos utilizadores mais assíduos da rede SERVIR, cujos resultados pretendem evidenciar as possibilidades e a “qualidade” da rede SERVIR, cuja síntese conclusiva é apresentada nos parágrafos seguintes. Antes da realização desta dissertação, os trabalhos de campo utilizando base-RTK, por norma não excediam um raio de 10 km a partir do ponto de coordenadas conhecido, tal como referido no Capítulo 1. Traduzia-se por um trabalho de campo com todas as limitações associadas e já descritas. Após a realização do presente trabalho e com a implementação desta rede de estações de referência GPS para RTK, que deu origem ao projecto SERVIR em execução no IGeoE, constata-se que a área de trabalho aumenta consideravelmente, englobando a região de Lisboa e Vale Tejo, limitada a norte pela base Caldas da Rainha – Santarém, a Sul pela base Arrábida -Vendas Novas, a Este pela base Vendas Novas Santarém e a Oeste por Mafra - Caldas da Rainha. Os resultados dos testes efectuados apontam para valores de exactidão melhores que 5 cm, quer no interior da rede SERVIR, quer no exterior da referida rede até uma distância sensivelmente de 14 km, a contar da linha de base entre estações de referência GPS. 85 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Quanto ao tempo que o receptor móvel GPS leva em média a inicializar e a ficar pronto para efectuar a determinação das coordenadas dos pontos pretendidos ser melhor que 1 minuto, com uma exactidão melhor que 4 cm em planimetria e 5 cm em altimetria, permite antever a rapidez com que os trabalhos de campo poderão vir a ser efectuados, desde que reunidas as condições de recepção do sinal da rede SERVIR. Se atendermos que as coordenadas das estações de referência GPS em ETRS89 têm uma exactidão melhor que 3 cm em relação às coordenadas oficias do IGP, os resultados de campo após a inicialização do receptor GPS móvel, tal como referido no parágrafo anterior, permitem obter coordenadas com exactidão melhor que 7 cm em planimetria e 8 cm em altimetria. Tendo noção de que mais testes de controlo de qualidade, nomeadamente posicional, deverão ser efectuados, perante estes resultados a rede SERVIR permite obter coordenadas dentro das exigências assumidas para a rede Geodésica Nacional, cujos valores são melhores que 10 cm. Não menos importante foi a recolha do testemunho dos utilizadores mais assíduos, que consideram importante a existência de uma rede com estas características, o que lhes permite aumentar a produtividade e reduzir custos de trabalhos de campo. Para o IGeoE já está a haver uma alteração nas suas metodologias de trabalhos de campo, com o correspondente aumento de produtividade, diminuição de recursos humanos, materiais, logísticos e de tempo na realização das mesmas tarefas a que está submetido e, por conseguinte, enquadra-se numa estratégia global de actualizar a sua cartografia de forma mais rápida e com qualidade. Com o trabalho desenvolvido até aqui, e no que à área da Geodesia diz respeito, Portugal fica dotado com o que de mais moderno se está a utilizar entre os países mais desenvolvidos, isto é, com uma rede de estações de referência para posicionamento em tempo real. Por outro lado, contribui de forma inequívoca para um aumento de produtividade, não só do IGeoE como de outras entidades que utilizem a rede SERVIR. 86 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Sugestões para trabalhos futuros Há vários trabalhos que de futuro se podem realizar a partir daqui, sendo de destacar: • elaborar séries temporais, com vista a determinar o comportamento das estações de referência SERVIR, sempre que surjam novas realizações e respectivas velocidades de cada estação de referência SERVIR; • estudar a influência da troposfera e da ionosfera em diferentes áreas de Portugal Continental, nomeadamente sob a influência da actividade solar; • implementar novas metodologias de trabalhos de campo, quer em zonas rurais, urbanas e arborizadas, tirando partido dos sinais GPS e GLONASS; • estudar a possibilidade da rede SERVIR apoiar voos fotogramétricos equipados com GPS e sistemas inerciais, de modo a que os resultados obtidos sejam mais exactos. 87 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Referências Afonso, A.J.G., F.J.M. Simão, J.M.R. Rossa, M.S. Alhandra (2004a) “Metodologia para apoio topográfico em WGS84.” Cartografia e Geodesia, Actas da III Conferência Nacional de Cartografia e Geodesia.”. Lidel – Edições Técnicas, Lda, pp. 299-307. Afonso, A.J.G., M.S. Alhandra, J.M.R. Rossa, F.J.M. Simão (2004b) “Sistema para orientação e avaliação da exactidão posicional em Cartografia Digital.” Actas da III Conferência de Cartografia e Geodesia, Lidel – Edições Técnicas, Lda, pp. 263-275. Alves, J.A.D. e J.J.S. Cruz (1984) Topografia, Vol. I, Serviços Gráficos da Academia Militar, Lisboa. Banco de Portugal (2006) Câmbio http://www.bportugal.pt/, acedido em 12 de Agosto de 2006. C. Parareda, E. Bosch, A. Térmens, M. A. Ortiz, J. Talaya (2006) “CATNET: Servicios de posicionamiento de alta precisión y su integración en las nuevas tecnologías de la información.” http://www.icc.es/geofons/catnet/documents/5sg_CATNET.pdf, acedido em 16 de Fevereiro de 2006. Boucher, C. and Z. 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Bagge (2005) “PPP-RTK: precise point positioning using state-space representation in RTK networks.” Proceedings of The Institute of Navigation GNSS 2005, September 13-16, Long Beach, California. 91 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Anexos 92 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real ANEXO A Teste às comunicações da rede de Estações de Referência - SERVIR ______________________________________________________________________ António Afonso 93 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Exemplo com a estação de referência de Vendas Novas - VNOV Enviados e recebidos 4 Pacotes com 32 bytes Pacote (bytes) 32 Mínimo (ms) 19 Máximo (ms) 38 Média (ms) 27 Perdidos 0 Média (ms) 22 Perdidos 0 Enviados e recebidos 30 Pacotes com 128 bytes Pacote (bytes) 128 Mínimo (ms) 12 Máximo (ms) 37 ______________________________________________________________________ António Afonso 94 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Enviados e recebidos 30 Pacotes com 256 bytes Pacote (bytes) 256 Mínimo (ms) 17 Máximo (ms) 26 Média (ms) 18 Perdidos 0 Média (ms) 27 Perdidos 0 Enviados e recebidos 30 Pacotes com 512 bytes Pacote (bytes) 512 Mínimo (ms) 26 Máximo (ms) 27 ______________________________________________________________________ António Afonso 95 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Enviados e recebidos 30 Pacotes com 1024 bytes Pacote (bytes) 1024 Mínimo (ms) 43 Máximo (ms) 47 Média (ms) 45 Perdidos 0 Média (ms) 150 Perdidos 0 Enviados e recebidos 30 Pacotes com 5120 bytes Pacote (bytes) 5120 Mínimo (ms) 149 Máximo (ms) 153 ______________________________________________________________________ António Afonso 96 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Enviados e recebidos 30 Pacotes com 10240 bytes Pacote (bytes) 10240 Mínimo (ms) 282 Máximo (ms) 538 Média (ms) 331 Perdidos 0 NOTA: as médias foram arredondadas ao inteiro superior por ser a situação mais desfavorável. ______________________________________________________________________ António Afonso 97 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real ANEXO B Escolha dos locais das Estações de Referência ______________________________________________________________________ António Afonso 98 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Unidade Militar : Identificador GNSS da Estação (4 caracteres): Data da visita: A. Informações acerca da Colocação e Localização da Antena GNSS: 1. Obstáculos no horizonte local que possam interferir com a recepção dos sinais: a. Evitar presença de metais nas proximidades b. Afastado de locais com vibrações (deslocamento meios transporte pesados) c. 360º livre de obstáculos acima de ângulo de máscara 5º i. Zonas arborizadas? ii. Zonas edificadas? d. Espelhos aquáticos? e. Antenas de transmissão no mínimo a 300 m? f. Linhas de transporte de energia? g. Transformadores Eléctricos? h. Outras estruturas: 2. Pára Raios no local? a. Necessidade de instalar cabo e fusíveis de protecção? 3. Acesso ao local: a. Forma de acesso (Fácil) b. Contactos necessários para aceder ao local: 4. Altura final prevista da localização da antena GNSS (preferência 1,5 m) ______________________________________________________________________ António Afonso 99 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 5. Tipo de instalação de cabo da antena: a. Normal? b. Especial a construir com amplificador? 6. Suporte da antena (preferência Betão ou Rocha): a. Local de fixação do suporte a construir? b. Suporte a colocar num edifício existente: i. Edifício construído há mais de 5 anos? ii. Superfície de apoio ao suporte em tijolo ou betão? c. Croqui/Fotos B. Informações acerca da Colocação e Localização do Receptor GNSS: 7. Instalação do receptor (distância à antena até 30 m ; máximo 50 m): a. Local: b. Contactos necessários para aceder ao local c. Forma de acesso 8. Dados relativos às comunicações: a. Tipo de comunicação (Rede de dados do Exército/ADSL) b. Comunicações via rede interna c. Distância aproximada até local de instalação do receptor: 3 m 9. Dados relativos à alimentação: a. Distância aproximada até local de instalação do receptor: b. Tipo de alimentação: i. Energia eléctrica(220 v): ______________________________________________________________________ António Afonso 100 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 1. Necessidade de extensão eléctrica? ii. Gerador iii. UPS iv. Outro 10. Receptor a colocar em caixa de protecção e isolamento a. entrada para cabo de rede: b. entrada para cabo de antena GNSS: c. entrada para alimentação: 11. Croqui/Fotografia Local Receptor 12. Croqui/Fotografia pontos de rede/routers ______________________________________________________________________ António Afonso 101 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real C. Outros Aspectos: 13. Segurança do local contra intrusos 14. Locais com muita queda de neve? (antena tem de ter altura superior p/ não soterrar) 15. Locais com grandes amplitudes térmicas? (ver características dos aparelhos) D. Oportunidades de Melhoria: E. Referências/Bibliografia NOAA (National Oceanic & Atmospheric Administration) (2006) “Guidelines for a new and existing Continuously Operating Reference Stations (CORS).” National Geodetic Survey, National Ocean Survey, NOAA, Silver Spring, MD20910. Leica Geosystems (2002) “System installation design criteria site selection - installation issues.” Texto não publicado, 23 de Maio de 2002. Trimble (2005a) “Trimble reference station recommendations.” Texto não publicado, Trimble Navigation Limited. ______________________________________________________________________ António Afonso 102 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Anexo A Visualização: escolha do local da Antena GPS e respectiva estrutura de montagem (Nota: Dados e as imagens recolhidos através da Leica Geosystems Portugal) A escolha do local deve obedecer aos seguintes critérios: 1- Livre de interferências rádio 2- Zona de acesso restrito para segurança do equipamento; 3- Área livre de árvores 4- Excelente visibilidade acima da linha especialmente em cres- do Horizonte; cimento, que impeçam a “linha de vista”; 5- Zona livre de lagos, piscinas ou 6 - Fácil acesso e Disponibilidade de represas, que possam reflectir o sinal Linhas telefónicas dedicadas e de Energia GNSS; eléctrica 7 - Local com rocha sólida e Ligeira ondulação do terreno (superfície irregular) para minimizar o efeito de multi-trajecto. Antena montada a 1,5 m de altura do solo ______________________________________________________________________ António Afonso 103 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real A estrutura que suporta a antena: O suporte ideal a construir, seria numa base de betão tal como abaixo indicado: 1- A base do 3 – De forma a se obter uma estrutura suporte devia deste género: ser de betão; 2- E o suporte construído em alumínio ou aço inoxidável; Este melhoramento a introduzir ficará para mais tarde, assim que as condições financeiras o permitam. Como de momento as verbas disponíveis não permitem obter as situações ideais, e sobretudo, devido ao sistema de comunicações que está montado nas Unidades Militares não permitir a descentralização para locais fora dos edifícios (sem haver grandes investimentos), a estrutura mais simples a montar deverá ser feita de 2 formas consoante os locais, de acordo com o que se sugere nas figuras seguintes: Para locais de aplicação vertical: Para locais de aplicação horizontal: ______________________________________________________________________ António Afonso 104 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Apresenta-se de seguida um exemplo para uma construção simples de um suporte de antena de aplicação vertical e alguns cuidados a observar na sua montagem: Materiais necessários para o suporte: - Orientar a antena segundo a - Tubo galvanizado ou em alumínio: direcção Norte: - Parafusos e buchas - redução no topo (opção) - Montagem parcial do suporte da antena: Montagem Final: Materiais necessários para suportar descargas Ligação “terra”: eléctricas: - Fio de cobre e fusível ______________________________________________________________________ António Afonso 105 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real ANEXO C Lista de material para Reconhecimento das Estações de Referência ______________________________________________________________________ António Afonso 106 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Equipamento Visto √ 1. Lista de pontos de contactos e números de telefones das Unidades Militares....... 2. Lista localização e características dos Routers das Unidades................................ 3. Lista de verificação das condições de escolha da Estação de Referência GNSS... 4. Lista de IP, Gateway, SubNetmask......................................................................... 5. Calendário (planeamento de actividades)............................................................... 6. Bloco de apontamentos........................................................................................... 7. Canetas (2 a 3 cores diferentes).............................................................................. 8. Prancheta para suportar o bloco de apontamentos.................................................. 9. Telemóvel............................................................................................................... 10. Máquina Fotográfica Digital .................................................................................. a. Pilhas ou Baterias e carregador............................................................. 11. Fita métrica metálica 3 ou 5 metros....................................................................... 12. Bússola.................................................................................................................... 13. Equipamento GPS para recolha de Observações (estudo interferências)............... Viatura Todo o Terreno.......................................................................................... ______________________________________________________________________ António Afonso 107 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real ANEXO D Cálculo da declinação magnética das Estações ______________________________________________________________________ António Afonso 108 Cálculo da declinação magnética das estações de referência SERVIR Ano Estação ALCO ARRA CRAI MAFR PARC STEM VNOV 2006 Folha Dec Mag DecMagCart Total Ano 1:25k Graus Minutos Graus Minutos Graus Minutos 432 7 5 0 1 7 4 1992 465 6 55 0 2 6 53 1994 326 4 2 0 6 4 8 2004 402 7 12 0 12 7 24 1992 430 7 16 0 12 7 28 1992 353 4 6 0 15 3 51 2004 435 8 41 0 22 8 19 1979 Variação Anual Nº Anos Minutos -7.3 14 -7.3 12 -9.0 2 -7.3 14 -7.3 14 -9.0 2 -7.3 27 Variação Total Cálculo minutos Graus Minutos -102.2 5 21.8 -87.6 5 25.4 -18.0 3 50.0 -102.2 5 41.8 -102.2 5 45.8 -18.0 3 33.0 -197.1 5 1.9 Valor a introduzir na bússola Graus Minutos 5 22 5 25 3 50 5 42 5 46 3 33 5 2 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real ANEXO E MODELO DA FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA ESTAÇÃO DE REFERÊNCIA (PROJECTO SERVIR) ________________________________________________________________________ 110 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 1. IDENTIFICAÇÃO DA ESTAÇÃO DE REFERÊNCIA GPS a. Nome: Alcochete b. ID: ALCO c. Código: 2 d. Descrição do suporte: Mastro em ferro com 2” Cravado numa parede em betão Centragem forçada e. Data da Instalação: Nov 2005 2. INFORMAÇÃO DO LOCAL DA ESTAÇÃO a. Local: Depósito Geral de Material do Exército b. Cidade: Alcochete c. Distrito: Setúbal d. Placa Tectónica: EURÁSIA e. Coordenadas da rede SERVIR: ETRS89 / ETRF2000 época 2006,83 Coordenadas Geodésicas Rectangulares (Cartesianas) 4918781,2114 X (m) -767880,4411 Y (m) 3973821,2487 Z (m) ATENÇÂO: A rede SERVIR emite correcções diferenciais no sistema de referência ETRS89. As Altitudes fornecidas pela rede SERVIR são Elipsóidais. Não são Ortométricas (COTA). O IGeoE aconselha os utilizadores a efectuarem uma calibração local, no sistema de coordenadas pretendido, antes de realizarem qualquer trabalho com os dados desta rede de estações de referência GPS. f. Outras coordenadas : WGS84 / ITRF 2000 época 2006,83 Coordenadas Geodésicas Rectangulares (Cartesianas) 4918781,0417 X (m) -767880,1275 Y (m) 3973821,5104 Z (m) 3. INFORMAÇÃO DO RECEPTOR GPS a. Tipo de receptor: Trimble NetRs b. Constelação de Satélites: GPS c. Nº de Série: 4526253187 d. Versão de Firmware: 1.15 actualizado em Abril de 2006 e. Fonte de Energia: Principal – corrente eléctrica 220 v Secundária – UPS com capacidade de 30 min f. Ângulo de Máscara: 5º ________________________________________________________________________ 111 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 4. INFORMAÇÃO DA ANTENA a. Tipo: Chock Ring com Núcleo Dorne&Margolin b. Nº Série: 0220366838 c. Nomenclatura: TRM29659.00 d. Orientação: Encaixe do cabo de antena virado para o Norte verdadeiro e. Cobertura: Radome f. Cabo de antena: tipo – ALMR400 Comprimento: 30 m g. Data de Instalação: Nov 2005 5. OUTROS INSTRUMENTOS a. Pára raios no local b. Estações Meteorológicas: Existe a possibilidade de integrar este tipo de equipamento. Actualmente não há qualquer equipamento instalado para recolha deste tipo de dado. 6. MÉTODO DE POSICIONAMENTO a. Método Topográfico: Campanha GPS b. Recolha de dados: dias 28OUT2006 a 01NOV2006 c. Processamento: Cálculo efectuado em cooperação com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), utilizando o Bernese GPS software v4.2 7. POSSÍVEIS INTERFERÊNCIAS a. Interferências electromagnécticas: Não existem no local antenas de: Rádio/Telemóveis/Radar b. Fontes de Multitrajecto: Não existem c. Obstrução do Sinal GPS: Não há edifícios nem árvores mais altas nas proximidades do local 8. PONTO DE CONTACTO / INFORMAÇÕES a. Entidade: Instituto Geográfico do Exército b. Sigla: IGeoE Endereço electrónico: mailto:[email protected]?subject=Projecto SERVIR c. Primeiro Contacto: Departamento de Disponibilização de Informação Responsável: Tenente-Coronel António Pereira Telefone: 218505323 Central: 218505300 d. Segundo Contacto: Secção de Topografia Responsável: Major Rui Dias Telefone: 218505361 Central: 218505300 ________________________________________________________________________ 112 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real ANEXO F Lista dos nomes das Estações GNSS de Referência ________________________________________________________________________ 113 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Nome Estação ALCO ARRA BEJE BGAN BRAG CBRA CERC CHAV COIM CRAI ESPI EVOR FARO LEIR IGE-DMZ MAFR PARC PVAR SAGR SJAC SMAM SMAR STEM VISE VNOV VREA Localidade Acrónimo Alcochete DGME Serra da Arrábida Arrábida Beja RI 3 Bragança Bragança Braga RC 6 Castelo Branco Castelo Branco Cercal Cercal Chaves RI 19 Coimbra BrigInt Caldas da Rainha ESE Espinho RE 3 Évora CmdInstrDoutr Faro Faro Leiria RA 4 Lisboa IGeoE Mafra EPI Paço D’ Arcos CME Póvoa de Varzim EPS Sagres Sagres São Jacinto RI 10 São Mamede S.Mamede Santa Margarida CMSM Santarém EPC Viseu RI 14 Vendas Novas EPA Vila Real RI 13 Unidade Militar Nome Depósito Geral de Material do Exército Arrábida Regimento de Infantaria nº 3 Bragança Regimento de Cavalaria nº6 Castelo Branco Cercal Regimento de Infantaria nº 19 Brigada de Intervenção Escola de Sargentos do Exército Regimento de Engenharia nº3 Comando da Instrução e Doutrina Faro Regimento de Artilharia nº 4 Instituto Geográfico do Exército Escola Prática de Infantaria Centro Militar de Electrónica Escola Prática dos Serviços Sagres Regimento de Infantaria nº 10 São Mamede Campo Militar de Santa Margarida Escola Prática de Cavalaria Regimento de Infantaria nº 14 Escola Prática de Artilharia Regimento de Infantaria nº 13 ________________________________________________________________________ 114 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real ANEXO G Cálculo das Coordenadas das Estações de Referência SERVIR no Sistema de Referência ETRS89, de acordo com a metodologia indicada em Boucher and Altamimi [2001]. ________________________________________________________________________ 115 António Afonso Cálculo das Coordenadas das Estações de Referência SERVIR no Sistema de Referência ETRS89 de acordo com a metodologia Boucher e Altamimi Lista Cooordenadas Oficiais Lista Coordenadas Calculadas em 21 Nov (epoca 2006.83) ITRF2000 época 2006,7 (semana GPS 1397) DOME 13101M004 NOME BRUS EUREF X Y 4027893.7307 307045.8536 Dif ITRF2000 época 2006,83 Z 4919475.1268 DOME 13101M004 NOME BRUS EUREF-SERVIR21Nov SERVIR X 4027893.7387 Y 307045.8574 Z 4919475.1322 DOME 13101M004 NOME BRUS X -0.0080 Y -0.0038 Z -0.0054 13909S001 CASC 4917536.9330 -815726.1713 3965857.3926 13909S001 CASC 4917536.9215 -815726.1680 3965857.3715 13909S001 CASC 0.0115 -0.0033 0.0211 13902M001 GAIA 4759095.4561 -718818.5856 4171491.3846 13902M001 GAIA 4759095.4504 -718818.5848 4171491.3691 13902M001 GAIA 0.0057 -0.0008 0.0155 11001M002 GRAZ 4194423.7953 1162702.7274 4647245.4201 11001M002 GRAZ 4194423.8024 1162702.7243 4647245.4205 11001M002 GRAZ -0.0071 0.0031 -0.0004 13903M001 LAGO 5035246.5135 -767657.0539 3826194.3387 13903M001 LAGO 5035246.5030 -767657.0506 3826194.3166 13903M001 LAGO 0.0105 -0.0033 0.0221 14106M003 POTS 3800689.6155 882077.4170 5028791.3259 14106M003 POTS 3800689.6128 882077.4155 5028791.3231 14106M003 POTS 0.0027 0.0015 0.0028 13402M004 SFER 5105518.9893 -555145.8426 3769803.3812 13402M004 SFER 5105518.9847 -555145.8391 3769803.3650 13402M004 SFER 0.0046 -0.0035 0.0162 14001M004 ZIMM 4331297.0482 567555.9137 4633133.9461 14001M004 ZIMM 4331297.0390 567555.9160 4633133.9314 14001M004 ZIMM 0.0092 -0.0023 0.0147 100 ALCO 4918781.0417 -767880.1275 3973821.5104 3 ARRA 4937875.2520 -778646.0505 3948655.5532 4026308.4678 Estações para ajustamento 10 CRAI Lista Cooordenadas Oficiais NOME -783461.6996 4919221.7434 -805104.3326 3965937.4710 9 MAFR 4902470.5063 -805103.8028 3986854.8687 8 STEM 4889882.3466 -746982.3311 4013161.4407 7 VNOV 4931659.5604 -733259.3361 3964665.4770 Lista Coordenadas Calculadas em 21 Nov (epoca 2006.83) ETRF2000 época 2006,7 (semana GPS 1397) DOME 4873186.9277 5 PARC X EUREF Y Diferença ETRF-SERVIR21Nov ETRF2000 época 2006,83 Z DOME NOME SERVIR X Y Z DOME NOME X Y Z 13101M004 BRUS 4027894.0124 307045.5967 4919474.9116 13101M004 BRUS 4027894.0221 307045.5982 4919474.9157 13101M004 BRUS -0.0097 -0.0015 13909S001 CASC 4917537.0983 -815726.4821 3965857.1322 13909S001 CASC 4917537.0876 -815726.4814 3965857.1095 13909S001 CASC 0.0107 -0.0007 0.0227 13902M001 GAIA 4759095.6366 -718818.8870 4171491.1315 13902M001 GAIA 4759095.6319 -718818.8888 4171491.1145 13902M001 GAIA 0.0047 0.0018 0.0170 11001M002 GRAZ 4194424.1237 1162702.4610 4647245.2038 11001M002 GRAZ 4194424.1328 1162702.4556 4647245.2030 11001M002 GRAZ -0.0091 0.0054 0.0008 13903M001 LAGO 5035246.6762 -767657.3717 3826194.0736 13903M001 LAGO 5035246.6665 -767657.3711 3826194.0499 13903M001 LAGO 0.0097 -0.0006 0.0237 14106M003 POTS 3800689.9409 882077.1747 5028791.1242 14106M003 POTS 3800689.9402 882077.1711 5028791.1203 14106M003 POTS 0.0007 0.0036 0.0039 13402M004 SFER 5105519.1641 -555146.1648 3769803.1147 13402M004 SFER 5105519.1604 -555146.1640 3769803.0969 13402M004 SFER 0.0037 -0.0008 0.0178 14001M004 ZIMM 4331297.3356 567555.6381 4633133.7199 14001M004 ZIMM 4331297.3281 567555.6380 4633133.7039 14001M004 ZIMM 0.0075 0.0001 0.0160 Estações para ajustamento 100 ALCO 4918781.2114 -767880.4411 3973821.2487 3 ARRA 4937875.4199 -778646.3652 3948655.2906 4873187.0986 -783462.0104 4026308.2079 4919221.9103 -805104.6461 3965937.2090 10 CRAI 5 PARC 9 MAFR 4902470.6741 -805104.1153 3986854.6074 8 STEM 4889882.5194 -746982.6430 4013161.1804 7 VNOV 4931659.7321 -733259.6505 3964665.2150 -0.0041 Lista Cooordenadas Oficiais acedido em: 16-Nov-06 Lista Coordenadas Calculadas em 21 Nov (epoca 2006.83) ETRS89 IGP ETRF2000 época 2006,83 DOME 13909S001 NOME CASC X 4917537.1080 Y -815726.4740 Z 3965857.1070 DOME 13909S001 NOME CASC Diferença IGP-SERVIR21Nov SERVIR X 4917537.0876 Y -815726.4814 Z 3965857.1095 DOME 13909S001 NOME X Y CASC 0.0204 0.0074 Z -0.0025 2D Z 0.022 -0.002 3D 0.022 13902M001 GAIA 4759095.6300 -718818.8680 4171491.0860 13902M001 GAIA 4759095.6319 -718818.8888 4171491.1145 13902M001 GAIA -0.0019 0.0208 -0.0285 0.021 -0.029 0.035 13903M001 LAGO 5035246.6690 -767657.3670 3826194.0260 13903M001 LAGO 5035246.6665 -767657.3711 3826194.0499 13903M001 LAGO 0.0025 0.0041 -0.0239 0.005 -0.024 0.024 IGP IGP DOME EUREF 16-Nov-06 NOME X ETRF2000 época 2006,7 Y Z DOME NOME Diferença IGP-EUREF2006,7 X Y Z DOME NOME X Y Z 13909S001 CASC 4917537.1080 -815726.4740 3965857.1070 13909S001 CASC 4917537.0983 -815726.4821 3965857.1322 13909S001 CASC 0.0097 0.0081 -0.0252 13902M001 GAIA 4759095.6300 -718818.8680 4171491.0860 13902M001 GAIA 4759095.6366 -718818.8870 4171491.1315 13902M001 GAIA -0.0066 0.0190 -0.0455 13903M001 LAGO 5035246.6690 -767657.3670 3826194.0260 13903M001 LAGO 5035246.6762 -767657.3717 3826194.0736 13903M001 LAGO -0.0072 0.0047 -0.0476 ETRS89 IGP Lista Cooordenadas Oficiais DOME 13909S001 NOME CASC EUREF ETRF2000 época 1989.0 16-Nov-06 X 4917537.1080 Y -815726.4740 Z 3965857.1070 DOME 13909S001 NOME CASC Diferença IGP-EUREF1989.0 X 4917537.1700 Y -815726.4670 Z 3965857.2310 DOME 13909S001 NOME CASC X -0.0620 Y -0.0070 Z -0.1240 ETRS 89 / ETRF 2000 época 1989.0 Estações para ajustamento ETRF2000 época 1989.0 EUREF SERVIR Lista Cooordenadas Oficiais Lista Coordenadas Calculadas em 21 Nov (epoca 1989.0) Diferença ETRS89.0-SERVIR21Nov ETRF2000 época 2006,83 DOME NOME 13101M004 BRUS 13909S001 CASC X Vel GRAZ 14106M003 POTS -0.0002 0.0001 -815726.4670 3965857.2310 -0.0051 -0.0015 -0.0087 4194424.1540 1162702.4550 4647245.2140 -0.0021 0.0002 -0.0013 3800689.9510 882077.1810 5028791.1360 -0.0008 -0.0005 -0.0010 5105519.1290 -555146.0980 3769803.0680 Vel SFER 14001M004 ZIMM Vel 0.0043 -0.0032 0.0040 4331297.3470 567555.6330 4633133.7170 -0.0007 0.0001 -0.0001 Vel ETRS89 DOME X Y NOME CASC Y CASC DOME NOME X Y Z 4027894.0078 307045.6018 4919474.9140 13101M004 BRUS -0.0048 0.0002 -0.0020 13909S001 CASC 4917537.1786 -815726.4547 3965857.2646 13909S001 CASC -0.0086 -0.0123 -0.0336 11001M002 GRAZ 4194424.1703 1162702.4520 4647245.2262 11001M002 GRAZ -0.0163 0.0030 -0.0122 14106M003 POTS 3800689.9545 882077.1800 5028791.1381 14106M003 POTS -0.0035 0.0010 -0.0021 13402M004 SFER 5105519.0837 -555146.1070 3769803.0255 13402M004 SFER 0.0453 0.0090 0.0425 14001M004 ZIMM 4331297.3406 567555.6362 4633133.7057 14001M004 ZIMM 0.0064 -0.0032 0.0113 EUREF 16-Nov-06 X Z BRUS Diferença IGP ETRS89.0 - EUREF89.0 ETRF2000 época 1989.0 Z DOME 4917537.1080 -815726.4740 3965857.1070 13909S001 4917537.1080 -815726.4740 3965857.1070 13909S001 IGP ETRS89.0 13909S001 NOME 13101M004 IGP Lista Cooordenadas Oficiais 13909S001 DOME 4919474.9120 0.0008 Vel 13402M004 Z 307045.6020 4917537.1700 Vel 11001M002 Y 4027894.0030 NOME CASC X 4917537.1700 Y Z DOME NOME X Y Z -815726.4670 3965857.2310 13909S001 CASC -0.0620 -0.0070 -0.1240 -815726.4547 3965857.2646 13909S001 CASC -0.0706 -0.0193 -0.1576 SERVIR ETRF2000 época 1989.0 CASC 4917537.1786 Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real ANEXO H Newsletter: Boletim Informativo Nº 1 – Novembro de 2006 ______________________________________________________________________ 119 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Projecto SERVIR Boletim Informativo Nº 1 – Novembro de 2006 Caro utilizador do Sistema de Estações de Referência GNSS Virtuais (SERVIR), vimos por este meio informá-lo do seguinte: 1. A REDE SERVIR EM 2006 Após seis meses (desde Abril de 2006) de funcionamento da primeira fase do Projecto SERVIR, o Instituto Geográfico do Exército não registou nenhuma ocorrência menos positiva, por parte dos 42 utilizadores registados até ao momento. Durante a primeira fase do Projecto SERVIR foram instaladas 7 estações de referência GPS na zona da Grande Lisboa e Vale de Santarém. Até final de 2006 serão instaladas mais 13 estações de referência GNSS (GPS e GLONASS). Fruto do inquérito efectuado aos utilizadores que mais utilizam a rede SERVIR, a Direcção do IGeoE (contrariamente ao planeado que era expandir apenas para Norte), decidiu que as estações de referência ficariam em: Beja, Cercal, Coimbra, Espinho, Évora, Leiria, Santa Margarida, São Jacinto, Viseu (Já instaladas). Ainda por instalar: Faro, Sagres, Póvoa do Varzim e Chaves. Deste modo o dispositivo da rede SERVIR no final de 2006 será o seguinte (ver Figura1): - A funcionar; - Já instaladas mas não ligadas à rede SERVIR; - Até final de 2006; - Planeado para 2007. ______________________________________________________________________ 120 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Figura1: Planeamento Rede SERVIR 2. SISTEMA DE COORDENADAS O Sistema de Referencia que vai ser adoptado é o ETRS89, com realização ETRF2000 (por ser o mais actual). Este é o referencial recomendado para a Cartografia Nacional e Países Europeus. É neste referencial que as correcções diferenciais serão difundidas. ATENÇÃO: As Altitudes fornecidas pela rede SERVIR são Elipsóidais. Não são Ortométricas (COTA). O IGeoE aconselha os utilizadores a efectuarem uma calibração local, no sistema de coordenadas pretendido, antes de realizarem qualquer trabalho com os dados desta rede de estações GNSS de referência. ______________________________________________________________________ 121 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Para cada estação de referência serão calculadas e disponibilizadas na ficha de identificação de cada estação de referência as coordenadas em: - Datum Lisboa (DLx); - Datum 73 (D73) - ITRF2000 3. SERVIÇOS DISPONIBILIZADOS Os serviços disponíveis são: - DGPS, até um máximo de 5 utilizadores em simultâneo. As correcções diferenciais são disponibilizadas no formato de mensagem RTCM 2.3; - RTK, até um máximo de 45 utilizadores em simultâneo. As correcções diferenciais são disponibilizadas nos formatos de mensagens CMR, CMR+, cujos formatos são proprietários, ou RTCM 2.3 cujo formato é padrão, e RTCM 3.0 (em definição final de formato). - A análise de dados em pós-processamento é possível com o download dos ficheiros RINEX a 1s, directamente da respectiva página Web do Projecto SERVIR. 4. ACESSO AOS DADOS DA REDE SERVIR Este projecto foi lançado como sendo de interesse para o cumprimento da missão e a actividade de produção cartográfica do IGeoE. Fruto da sua Política, alicerçada num Sistema Integrado de Gestão de Qualidade Ambiente e Segurança implementado no IGeoE, tem permitido uma optimização dos recursos com a inerente redução de custos. No caso concreto do Projecto Servir: - Toda a concepção e desenvolvimento do Projecto, foi feita pelo IGeoE; - A arquitectura da rede SERVIR foi idealizada neste instituto; - A montagem das estações de referência é efectuada por elementos do IGeoE; - Para o centro de vigilância e cálculo do Sistema, existe uma equipa de Engenheiros Informáticos e Geógrafos responsáveis pela configuração e gestão da rede SERVIR. ______________________________________________________________________ 122 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Deste modo, todo o “conhecimento (Know-How)” está neste Instituto, permitindo ainda poupar muitos recursos financeiros e sustentar a seguinte Decisão da Direcção do IGeoE: Tendo sido reconhecidas as mais valias que poderiam advir para a comunidade civil e científica, caso o sistema fosse “disponibilizado” aos mais variados utilizadores, decidiu a Direcção do IGeoE permitir que o sinal seja de livre acesso até final de 2007, pelos seguintes motivos: - Por Poder suportar os custos de manutenção da rede SERVIR; - Porque considera ainda estar na Fase de ampliação e consolidação do Sistema. ATENÇÃO: Por motivos de avaria ou de manutenção os serviços e respectivos dados disponibilizados pela Rede SERVIR poderão ser interrompidos sem qualquer aviso prévio aos utilizadores. 5. PLANEAMENTO PARA 2007 Para 2007 a rede SERVIR tem dois objectivos a cumprir: - Continuar a sua ampliação; - Adensar o dispositivo de modo a que as bases entre estações de referência se situem na ordem dos 80 km. Assim prevê-se a aquisição de mais 9 estações de referência GNSS. A sua localização provável será: Braga; Bragança; Castelo Branco; Estremoz; Elvas; Serra de São Mamede; Vila Real. Quanto às outras 2 estações: Uma estação será utilizada para efectuar testes e estudar metodologias de utilização e exploração das potencialidades da Rede SERVIR. A outra estação ficará de reserva para substituição imediata. ______________________________________________________________________ 123 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real 6. CONTACTOS Para qualquer esclarecimento, oportunidades de melhoria, sugestões, deve contactar: Primeiro Contacto: Departamento de Disponibilização de Informação Responsável: Tenente-Coronel António Pereira Telefone: 218505323 Central: 218505300 Segundo Contacto: Secção de Topografia Responsável: Major Rui Dias Telefone: 218505361 Central: 218505300 Ou enviar um e-mail para: mailto:[email protected]?subject=Projecto SERVIR ______________________________________________________________________ 124 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real ANEXO I Inquérito de satisfação do utilizador ______________________________________________________________________ 125 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Questionário O presente inquérito tem por objectivo determinar o grau de satisfação do utilizador e simultaneamente ajudar-nos a prestar-lhe um serviço melhor. Para nós a sua opinião é muito importante. Por favor responda a este questionário, não o ignore. Obrigado pela sua colaboração. Assinale à frente de cada pergunta com x a resposta mais adequada à sua opinião. Dentro da área de cobertura desta rede e do que já conhece, diga-nos: 1. No seu entender uma rede de estações permanentes GPS para RTK como esta é: a. Muito importante;.......................................... b. Importante;.................................................... c. Razoável;...................................................... d. Pouco importante;........................................ e. Não tem mais valias;.................................... f. Péssimo......................................................... 2. Ao utilizar este novo modo de posicionamento (rede-RTK) em relação ao modo que utilizava (base-RTK) a sua produtividade: a. Aumentou 100%............................................. b. Aumentou entre 75% e 100%......................... c. Aumentou entre 50% e 75%........................... d. Aumentou entre 25% e 50%........................... e. Manteve-se igual............................................ f. Diminuiu........................................................ 3. Em termos de custos de trabalhos de campo (mão de obra, equipamento, apoio logístico, entre outras), comparando com o que fazia até aqui: a. Diminuíram mais de 70%.............................. b. Diminuíram 55% a 69%............................... c. Diminuíram 40% a 54%................................. ______________________________________________________________________ 126 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real d. Diminuíram 25% a 39%................................ e. Manteve-se igual............................................ f. Aumentaram.................................................... 4. Pensa utilizar o acesso a esta rede nos seus futuros trabalhos: a. Intensamente.................................................... b. Regularmente................................................. c. Algumas vezes................................................ d. Poucas vezes.................................................. e. Raramente..................................................... f. Nunca............................................................ 5. Quais as mais valias que introduz no seu método de trabalho? 6. No caso de ter efectuado um controlo de qualidade posicional à rede SERVIR, pretendemos saber a ordem de grandeza das precisões obtidas: a. Dentro da rede b. Fora da rede e até que distância 7. Como sabe, é intenção do IGeoE ampliar a área de cobertura da actua rede já montada e em funcionamento. Para nós é importante saber onde exercer o nosso esforço de acordo com as nossas possibilidades e atendendo às suas necessidades. ______________________________________________________________________ 127 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real Diga-nos quais os distritos em Portugal Continental em que poderá trabalhar com mais frequência? 8. Não podendo manter o acesso livre como até aqui e no caso do IGeoE ter que gerar receitas para suportar a ampliação e manutenção desta rede, e tendo em conta as mais valias que pode introduzir no seu processo de trabalho, no seu entender qual o valor mensal que considera adequado: a. De 100 € a 199 € b. De 200 € a 299 € c. De 300 € a 399 € d. De 400 € a 499 € e. Tarifa de acordo com o volume de dados enviado para o utilizador Quais as sugestões ou oportunidades de melhoria que apresentaria aos responsáveis por esta Rede? ______________________________________________________________________ 128 António Afonso Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real ANEXO J Listagem de Ocorrências Detectados na Rede Servir (Estação de Referência GNSS) ______________________________________________________________________ 129 António Afonso Listagem de Ocorrências Detectados na Rede Servir Ano 2006 ESTAÇÕES DE REFERÊNCIA GNSS - SERVIR Mês Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Média 6 meses 2 - ALCO 1 - ARRA 6 - CRAI 5 - MAFR 8 - PARC 4 - STEM 3 - VNOV Média Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex 100.00 8.46 100.00 8.33 97.32 8.45 99.73 8.21 40.00 8.30 99.25 8.50 99.33 8.48 90.80 8.39 100.00 8.53 99.99 8.39 94.90 8.51 93.29 8.41 100.00 8.45 99.92 8.57 98.45 8.59 98.08 8.49 79.92 8.66 96.66 8.48 96.67 8.50 92.94 8.37 96.62 8.53 51.08 8.15 96.40 8.53 87.18 8.46 99.36 9.10 99.97 9.07 99.95 9.07 93.54 8.96 100.00 9.11 99.76 9.08 99.93 9.11 98.93 9.07 100.00 9.57 88.77 9.22 100.00 9.55 99.44 9.45 100.00 9.55 99.88 9.57 99.82 9.57 98.27 9.50 99.83 8.17 100.00 8.02 100.00 8.14 100.00 8.08 100.00 8.18 100.00 8.15 99.07 8.19 99.84 8.13 96.52 8.75 97.57 8.58 98.14 8.70 96.49 8.58 89.44 8.69 91.65 8.67 98.83 8.75 95.52 8.67 Legenda 100% 99% a 100% 97% a 99% 90% a 97% <90% Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Observações A rede iniciou funções a 21 de Abril 2006 Problemas de router e energia eléctrica Avarias de router e fonte alimentação ARRA desligaram ficha Listagem de Ocorrências Detectadas na Rede Servir Estação de Referência GNSS dia doy ALCO Rinex ARRA Nº Sat. Rinex CRAI Nº Sat. Rinex MAFR Nº Sat. Rinex PARC Nº Sat. Rinex Mês: Abril STEM Nº Sat. Rinex VNOV Nº Sat. Rinex Nº Sat. Causa 21/Apr/06 111 100.00 8.4 100.00 8.4 100.00 8.4 100.00 8.2 0.00 100.00 8.3 100.00 8.4 Router PARC em baixo; VNOV perdeu 349 épocas 22/Apr/06 112 100.00 8.3 100.00 8.3 100.00 8.2 100.00 8.1 0.00 100.00 8.3 99.97 8.3 Router PARC em baixo; VNOV perdeu 26 épocas 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.1 100.00 8.0 0.00 100.00 8.2 99.72 8.2 Router PARC em baixo; VNOV perdeu 238 épocas Router PARC em baixo; VNOV router em baixo das 3h às 13h 23/Apr/06 113 24/Apr/06 114 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.0 100.00 7.8 0.00 100.00 8.1 94.12 8.1 25/Apr/06 115 100.00 8.7 100.00 8.5 100.00 8.8 100.00 8.5 0.00 100.00 8.9 99.49 8.8 26/Apr/06 116 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.8 100.00 8.5 0.00 27/Apr/06 117 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 7.9 100.00 8.1 28/Apr/06 118 100.00 8.6 100.00 8.4 100.00 8.7 97.27 8.0 100.00 29/Apr/06 119 100.00 8.6 100.00 8.4 97.39 8.7 100.00 8.5 100.00 30/Apr/06 120 100.00 8.6 100.00 8.4 75.80 8.7 100.00 8.6 100.00 ID 2 1 ALCO Estação Média Rinex 100 6 ARRA Nº Sat. 8.5 Rinex 100 5 CRAI Nº Sat. Rinex 8.3 97.319 Rinex 8.5 99.727 8.8 100.00 8.7 Router de PARC em baixo 96.57 8.2 100.00 8.2 Router de PARC iniciou às 17h; STEM e VNOV problema comu 8.4 95.96 8.8 100.00 8.7 8.4 100.00 8.7 100.00 8.7 8.3 100.00 8.7 100.00 8 MAFR Nº Sat. 100.00 4 PARC Nº Sat. 8.2 Rinex 40 STEM Nº Sat. Rinex 8.3 99.253 8.7 3 VNOV Nº Sat. 8.5 Rinex 99.33 Nº Sat. 8.5 Listagem de Ocorrências Detectadas na Rede Servir Estação de Referência GNSS dia doy 1/May/06 ALCO ARRA CRAI MAFR PARC Mês: Maio STEM VNOV Causa Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. 121 100.00 8.6 100.00 8.6 95.15 8.6 100.00 8.4 100.00 8.5 100.00 8.7 100.00 8.7 Problemas de comunicação em CRAI às 9h, 12h, 20h e 23h 2/May/06 122 100.00 8.8 100.00 8.6 87.59 7.7 100.00 8.5 100.00 8.6 100.00 8.8 100.00 8.8 Problemas de comunicação em CRAI às 24h, 1h, 5h, 16h e 21h 3/May/06 123 100.00 8.8 100.00 8.6 96.67 8.8 100.00 8.4 100.00 8.6 100.00 8.9 100.00 8.9 Problemas de comunicação em CRAI às 7h 2 8h 4/May/06 124 100.00 8.7 100.00 8.6 100.00 8.9 100.00 8.4 100.00 8.5 100.00 8.9 100.00 8.8 5/May/06 125 100.00 8.7 100.00 8.5 100.00 8.8 100.00 8.5 100.00 8.5 100.00 8.9 100.00 8.8 6/May/06 126 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.8 100.00 8.5 100.00 8.4 100.00 8.8 100.00 8.7 7/May/06 127 8/May/06 128 100.00 8.6 100.00 8.4 100.00 8.7 99.63 8.0 100.00 8.4 100.00 8.8 100.00 8.7 Falha energia UPS MAFR 9/May/06 129 100.00 8.6 100.00 8.4 100.00 8.7 100.00 8.5 100.00 8.4 100.00 8.7 100.00 8.7 Falha de comunicação em VNOV 10/May/06 130 100.00 8.6 100.00 8.4 100.00 8.7 100.00 8.6 100.00 8.3 100.00 8.7 100.00 8.7 11/May/06 131 100.00 8.6 100.00 8.5 98.59 8.7 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.7 100.00 8.6 Mudança Quadro eléctrico / UPS servidores ficou sem energia Problemas de comunicação em CRAI às 16h e 18h 12/May/06 132 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.7 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.7 100.00 8.7 13/May/06 133 100.00 8.6 100.00 8.4 100.00 8.7 100.00 8.5 100.00 8.4 100.00 8.7 100.00 8.7 14/May/06 134 100.00 8.5 100.00 8.3 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.4 100.00 8.6 100.00 8.6 15/May/06 135 100.00 8.5 100.00 8.3 77.23 8.6 100.00 8.4 100.00 8.4 100.00 8.6 100.00 8.5 Problemas de comunicações com CRAI 16/May/06 136 100.00 8.5 100.00 8.4 69.89 8.5 100.00 8.4 100.00 8.4 100.00 8.6 100.00 8.5 Problemas de comunicações com CRAI 17/May/06 137 100.00 8.6 100.00 8.4 36.74 8.4 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.6 Problemas comunicações CRAI / Mudar placa GSM RTKNet1 18/May/06 138 100.00 8.7 100.00 8.6 85.09 9.0 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 Problemas comunicações CRAI / Trocou-se router CRAI 19/May/06 139 100.00 7.8 100.00 7.7 100.00 7.7 100.00 7.7 100.00 7.8 100.00 7.7 100.00 7.8 20/May/06 140 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 7.8 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 7.9 21/May/06 141 100.00 8.0 100.00 7.8 100.00 7.9 100.00 8.0 100.00 8.0 100.00 7.9 100.00 8.0 22/May/06 142 100.00 8.1 100.00 8.0 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 23/May/06 143 100.00 8.3 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.3 100.00 8.3 100.00 8.2 100.00 8.2 24/May/06 144 100.00 8.4 100.00 8.3 100.00 8.3 100.00 8.4 100.00 8.4 100.00 8.4 100.00 8.4 25/May/06 145 100.00 8.5 100.00 8.3 100.00 8.4 100.00 8.5 100.00 8.5 100.00 8.4 100.00 8.5 26/May/06 146 100.00 8.6 100.00 8.3 100.00 8.5 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.6 27/May/06 147 100.00 8.6 100.00 8.4 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.6 28/May/06 148 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.6 99.04 8.6 100.00 8.7 100.00 8.6 54.14 9.0 MAFR perdeu 588 desde as 16h e VNOV perdeu 3302 29/May/06 149 100.00 8.7 99.84 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 99.36 9.2 ARRA perdeu 138 épocas e VNOV 345 30/May/06 150 100.00 8.8 100.00 8.7 100.00 8.8 0.00 100.00 8.8 100.00 8.8 100.00 8.8 MAFR em baixo 31/May/06 151 100.00 8.9 100.00 8.8 100.00 8.8 0.00 100.00 8.9 97.56 8.9 100.00 8.9 MAFR em baixo e STEM em baixo desde as 15h ID 2 1 ALCO Estação Média Rinex 100 6 ARRA Nº Sat. Rinex 8.5 99.995 5 CRAI Nº Sat. Rinex 8.4 94.898 8 MAFR Nº Sat. Rinex 8.5 93.289 4 PARC Nº Sat. 8.4 Rinex 100 3 STEM Nº Sat. Rinex 8.4 99.919 VNOV Nº Sat. 8.6 Rinex 98.45 Nº Sat. 8.6 PARC perdeu 4 épocas à 1h Listagem de Ocorrências Detectadas na Rede Servir Estação de Referência GNSS dia doy 01/06/2006 02/06/2006 ALCO ARRA CRAI Mês: Junho MAFR Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. 152 100.00 8.9 100.00 8.8 100.00 8.9 0.00 153 100.00 8.9 100.00 8.8 100.00 9.0 03/06/2006 154 100.00 8.1 100.00 8.0 100.00 04/06/2006 155 100.00 8.2 100.00 8.1 05/06/2006 156 100.00 8.2 100.00 06/06/2006 157 100.00 8.3 100.00 07/06/2006 158 100.00 8.3 100.00 08/06/2006 159 100.00 9.3 09/06/2006 160 100.00 10/06/2006 161 11/06/2006 STEM 100.00 8.9 99.78 8.9 MAFR e STEM em baixo 88.17 7.4 100.00 9.0 0.00 100.00 8.9 MAFR tinha quadro eléctrico desligado; STEM continua em baixo 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 0.00 99.91 8.1 STEM continua em baixo e VNOV perdeu 76 épocas às 17h 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.1 0.00 100.00 8.1 STEM em baixo e VNOV c/ Problema comunicações 4h-5h e 21h 8.1 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 100.00 8.2 STEMrebentatubodesinfectanteágua-curto-circuito,ManutServidores15-16h 8.2 100.00 8.3 100.00 8.2 100.00 8.3 0.00 100.00 8.3 Corte geral de comunicações entre as 2-3h; STEM em baixo 8.3 100.00 8.3 100.00 8.2 100.00 8.3 0.00 100.00 8.3 STEM continua com problemas de energia; troca circuito electrico 100.00 9.3 100.00 9.3 100.00 9.2 100.00 9.3 0.00 100.00 9.3 STEM ida ao local transformador corruído; média 9 satélites 9.3 100.00 9.3 100.00 9.3 100.00 9.2 100.00 9.3 0.00 100.00 9.3 STEM pedido troca transformador à Trimble; média 9 satélites 100.00 9.2 100.00 9.2 100.00 9.2 100.00 9.1 100.00 9.1 0.00 100.00 9.2 STEM continua em baixo; média 9 satélites 162 100.00 9.2 100.00 9.2 100.00 9.2 100.00 9.1 100.00 9.2 0.00 100.00 9.2 STEM continua em baixo; média 9 satélites 12/06/2006 163 100.00 9.2 100.00 9.2 100.00 9.2 100.00 9.1 100.00 9.2 0.00 100.00 9.2 STEM chega transformador, cofigura-se receptor; média 9 sat. 13/06/2006 164 100.00 9.2 100.00 9.2 100.00 9.2 100.00 9.1 100.00 9.2 0.00 100.00 9.2 STEM continua em baixo; média 9 satélites 14/06/2006 165 100.00 9.2 99.79 9.2 100.00 9.2 100.00 9.1 100.00 9.2 97.89 9.1 100.00 9.2 STEM instalar receptor; ARRA perde 178 épocas às 14h; 9Sat 15/06/2006 166 100.00 9.2 100.00 9.2 100.00 9.2 100.00 9.1 100.00 9.2 83.51 9.2 100.00 9.2 16/06/2006 167 0.00 0.00 0.00 17/06/2006 168 100.00 9.2 100.00 9.2 100.00 9.1 100.00 9.0 100.00 9.2 0.00 100.00 9.2 STEM em baixo; 9Sat 18/06/2006 169 100.00 9.1 100.00 9.1 100.00 9.0 100.00 8.9 100.00 9.1 0.00 99.82 9.1 STEM em baixo; VNOV perde154 épocas às 9h; 9Sat 19/06/2006 170 100.00 8.4 100.00 8.4 100.00 8.4 100.00 8.3 100.00 8.4 99.98 8.7 97.48 8.4 STEM reposta comun. às 12h e VNOV várias falhas de energia 20/06/2006 171 100.00 8.3 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.3 98.73 8.3 VNOV várias falhas de energia 21/06/2006 172 100.00 8.2 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.1 100.00 8.2 22/06/2006 173 97.56 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 ALCO router em bx desde 14h; 23/06/2006 174 0.00 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 8.0 100.00 8.0 100.00 7.9 100.00 8.0 ALCO avaria router pedido troca RTms 24/06/2006 175 0.00 100.00 7.8 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 7.9 ALCO avaria router pedido troca RTms 25/06/2006 176 0.00 100.00 7.8 100.00 7.8 100.00 7.8 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 7.9 ALCO avaria router pedido troca RTms 26/06/2006 177 0.00 100.00 7.8 100.00 7.8 100.00 7.7 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 7.9 ALCO avara router;VNOV C/ problem comuni entre 4-5h e 17h30 27/06/2006 178 0.00 100.00 7.8 100.00 7.8 100.00 7.7 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 7.9 Reparação router ALCO 28/06/2006 179 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 7.8 100.00 7.7 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 7.9 29/06/2006 180 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 7.8 100.00 7.6 98.67 7.9 100.00 7.8 99.71 7.9 PARC perde 1151 épocas das 2h-3h; VNOV perde 247 às 30/06/2006 181 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 7.9 100.00 8.2 100.00 7.9 100.00 8.2 VNOV perde 283 épocas às 3h e 208 às 10h 2 ID 1 ALCO Estação Rinex Média 79.919 6 ARRA Nº Sat. 8.7 Rinex 96.66 0.00 5 CRAI Nº Sat. Rinex 8.5 96.667 0.00 8 MAFR Nº Sat. Rinex 8.5 92.939 Rinex Rinex 8.4 96.622 8.2 Rinex 4 PARC Nº Sat. Nº Sat. Causa Rinex 0.00 Nº Sat. VNOV Nº Sat. 0.00 Rinex PARC Rinex 8.5 51.082 VNOV Nº Sat. Rinex 8.2 96.402 Alco perde 4 épocas;STEM em baixo; 9Sat Falha geral comunicações possivelmente Fortes trovoadas; 9Sat 3 STEM Nº Sat. Nº Sat. Nº Sat. 8.5 Listagem de Ocorrências Detectadas na Rede Servir Estação de Referência GNSS dia doy 1/Jul/06 2/Jul/06 ALCO ARRA CRAI Mês: Julho MAFR PARC STEM VNOV Causa Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. 182 100.00 8.8 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.6 100.00 8.8 100.00 8.7 100.00 8.7 183 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.6 100.00 8.4 100.00 8.7 100.00 8.6 100.00 8.7 3/Jul/06 184 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.4 100.00 8.7 100.00 8.6 100.00 8.6 4/Jul/06 185 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.4 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.5 5/Jul/06 186 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.3 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.6 6/Jul/06 187 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.4 100.00 8.6 100.00 8.5 99.91 8.5 VNOV perdeu 80 épocas 7/Jul/06 188 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.3 100.00 8.6 100.00 8.5 99.48 8.6 VNOV perdeu 448 épocas 8/Jul/06 189 100.00 8.7 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.4 100.00 8.7 100.00 8.6 100.00 8.7 9/Jul/06 190 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.5 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 10/Jul/06 191 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.6 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 11/Jul/06 192 100.00 8.7 100.00 8.7 98.59 8.7 100.00 8.6 100.00 8.8 100.00 8.7 100.00 8.7 12/Jul/06 193 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.6 100.00 8.8 100.00 8.7 100.00 8.7 13/Jul/06 194 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.8 100.00 8.7 100.00 8.7 Servidor IgeoE em baixo cerca das 15h 14/Jul/06 195 100.00 8.7 99.20 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 99.84 8.8 Problemas de comunicações em ARRA e VNOV 15/Jul/06 196 100.00 8.8 100.00 8.8 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.8 100.00 8.7 100.00 8.8 16/Jul/06 197 100.00 8.8 100.00 8.8 100.00 8.8 100.00 8.8 100.00 8.8 100.00 8.8 100.00 8.8 17/Jul/06 198 100.00 8.9 100.00 8.9 100.00 8.9 100.00 8.9 100.00 8.9 100.00 8.9 100.00 8.9 18/Jul/06 199 100.00 9.7 100.00 9.7 100.00 9.7 100.00 9.5 100.00 9.7 100.00 9.8 100.00 9.8 19/Jul/06 200 100.00 9.8 100.00 9.7 100.00 9.8 100.00 9.6 100.00 9.8 100.00 9.8 99.06 9.8 VNOV perdeu 815 épocas às 10h 20/Jul/06 201 100.00 9.8 100.00 9.7 100.00 9.8 100.00 9.6 100.00 9.8 100.00 9.8 99.84 9.8 VNOV perdeu 137 épocas às 3h 21/Jul/06 202 80.19 9.7 100.00 9.7 100.00 9.8 100.00 9.6 100.00 9.8 100.00 9.8 100.00 9.8 ALCOem baixo desde 1h perdeu 713 épocas;ARRA perdeu 1 22/Jul/06 203 100.00 9.7 100.00 9.8 100.00 9.6 100.00 9.8 100.00 9.8 100.00 9.8 100.00 9.8 23/Jul/06 204 100.00 10.0 100.00 9.7 100.00 9.8 100.00 9.6 100.00 9.8 92.69 9.8 100.00 9.8 24/Jul/06 205 100.00 9.7 100.00 9.7 100.00 9.7 100.00 9.5 100.00 9.7 100.00 9.7 100.00 9.7 Más comunicações(geral) 07h-08h; Receptor MAFR c/ Problema 25/Jul/06 206 100.00 9.7 100.00 9.6 100.00 9.7 100.00 9.5 100.00 9.6 100.00 9.7 100.00 9.7 Receptor MAFR c/ problemas. Não descarregou logo RINEX 26/Jul/06 207 100.00 9.6 100.00 9.5 100.00 9.6 100.00 9.4 100.00 9.6 100.00 9.6 100.00 9.6 Receptor MAFR c/ problemas. Não descarregou logo RINEX 27/Jul/06 208 100.00 9.5 100.00 9.5 100.00 9.5 100.00 9.4 100.00 9.5 100.00 9.5 99.60 9.5 ReceptMAFR problem N/ descarregou RINEX;VNOV perde 348 ép 28/Jul/06 209 100.00 9.5 99.84 9.4 100.00 9.5 99.67 9.4 100.00 9.5 100.00 9.5 100.00 9.5 ARRA perde 138; Troca receptor MAFR (saiu o reserva) 29/Jul/06 210 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 0.00 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 9.2 MAFR tem Problem comunic ou de receptor, N/ envia RINEX 30/Jul/06 211 100.00 9.4 100.00 9.3 100.00 9.3 0.00 100.00 9.4 100.00 9.4 100.00 9.4 MAFR tem Problem comunic ou de receptor, N/ envia RINEX 31/Jul/06 212 100.00 9.5 100.00 9.4 100.00 9.5 100.00 100.00 9.5 100.00 9.4 100.00 9.4 MAFR perdeu 6 épocas às 15h ID 2 1 ALCO Estação Média Rinex 99.36 6 ARRA Nº Sat. 9.1 Rinex 99.97 5 CRAI Nº Sat. 9.1 Rinex 99.95 9.5 8 MAFR Nº Sat. Rinex 9.1 93.538 4 PARC Nº Sat. 9.0 Rinex 100 3 STEM Nº Sat. 9.1 Rinex 99.76 VNOV Nº Sat. 9.1 Rinex 99.93 Nº Sat. 9.1 MAFR perdeu 1 época às 20h ALCO e STEM com problemas comunicação Listagem de Ocorrências Detectadas na Rede Servir Estação de Referência GNSS dia doy 1/Aug/06 2/Aug/06 ALCO ARRA CRAI Mês: Agosto MAFR Rinex Nº Sat. 213 100.00 9.5 100.00 9.5 100.00 9.5 99.79 9.5 100.00 8.9 214 100.00 8.5 100.00 8.5 100.00 8.5 100.00 8.5 100.00 8.6 3/Aug/06 215 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.5 96.96 8.5 100.00 8.6 100.00 8.5 4/Aug/06 216 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.6 5/Aug/06 217 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.6 99.99 8.7 100.00 8.7 100.00 8.6 6/Aug/06 218 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.8 100.00 8.7 100.00 8.7 7/Aug/06 219 100.00 8.8 100.00 8.8 100.00 8.8 98.96 8.9 100.00 8.8 99.74 8.8 8/Aug/06 220 100.00 9.4 100.00 9.3 100.00 9.4 94.31 9.4 100.00 9.4 100.00 9.4 9/Aug/06 221 100.00 10.0 100.00 9.9 100.00 10.0 92.65 10.0 100.00 10.0 100.00 10.0 100.00 9.9 Troca receptor em MAFR; 9 Sat 10/Aug/06 222 100.00 10.0 99.43 10.0 100.00 10.0 100.00 10.1 100.00 10.0 100.00 10.1 100.00 10.0 ARRA falha comunicação às 16h perdeu 493 épocas; 10 Sat 11/Aug/06 223 100.00 10.1 96.52 10.1 100.00 10.1 100.00 10.1 100.00 10.1 100.00 10.1 100.00 10.1 ARRA falha comunicação às 14h perdeu 1881 épocas; 10 Sat 12/Aug/06 224 100.00 10.2 0.00 100.00 10.2 100.00 10.2 100.00 10.2 100.00 10.2 100.00 10.2 ARRA em baixo; 10 Sat 13/Aug/06 225 100.00 10.3 0.00 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 99.99 10.2 ARRA em baixo; VNOV perde 11 épocas às 3h; 10 Sat 14/Aug/06 226 100.00 10.3 0.00 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 ARRA em baixo; 10 Sat 15/Aug/06 227 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 ARRA em baixo; 10 Sat 16/Aug/06 228 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 ARRA em baixo; 10 Sat 17/Aug/06 229 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.4 100.00 10.3 ARRA em baixo; 10 Sat 18/Aug/06 230 100.00 10.4 96.55 7.9 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.3 100.00 10.4 100.00 10.4 Avaria ARRA desligaram ficha energia; 10 Sat 19/Aug/06 231 100.00 10.4 100.00 10.2 100.00 10.4 100.00 10.2 100.00 10.3 100.00 10.4 100.00 10.4 10 Sat 20/Aug/06 232 100.00 10.4 100.00 10.2 100.00 10.4 100.00 10.1 100.00 10.3 100.00 10.4 99.85 10.4 Perdeu 131 épocas entre as 10h e as 11h; 10 Sat 21/Aug/06 233 100.00 10.4 95.89 10.2 100.00 10.4 100.00 10.1 100.00 10.3 100.00 10.4 100.00 10.4 ARRA deixou de registar às 19h; 10 Sat 22/Aug/06 234 100.00 10.4 97.11 10.4 100.00 10.4 100.00 10.2 100.00 10.4 100.00 10.5 98.16 10.5 ARRA perdeu 2391 épocas e VNOV perdeu 1587; 10 Sat 23/Aug/06 235 100.00 9.5 100.00 9.4 100.00 9.5 100.00 9.3 100.00 9.5 100.00 9.6 100.00 9.6 9 Sat 24/Aug/06 236 100.00 9.6 100.00 9.4 100.00 9.6 100.00 9.4 100.00 9.6 100.00 9.6 100.00 9.6 9 Sat 25/Aug/06 237 100.00 9.6 100.00 9.5 100.00 9.6 100.00 9.4 100.00 9.6 100.00 9.6 99.55 9.6 VNOV perde 387 épocas às 8h; 9 Sat 26/Aug/06 238 100.00 8.7 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.7 100.00 8.7 100.00 8.7 8 Sat 27/Aug/06 239 100.00 8.8 100.00 8.7 100.00 8.8 100.00 8.5 100.00 8.9 100.00 8.9 100.00 8.9 8 Sat 28/Aug/06 240 100.00 9.0 100.00 8.9 100.00 8.9 100.00 8.6 100.00 9.0 100.00 9.0 100.00 9.0 8 Sat 29/Aug/06 241 100.00 9.1 100.00 8.9 100.00 8.9 100.00 8.6 100.00 9.1 100.00 9.1 96.78 9.1 VNOV perdeu 2780 épocas às 2h ; 8 Sat 30/Aug/06 242 100.00 9.0 100.00 8.9 100.00 8.9 100.00 8.6 100.00 9.1 100.00 9.0 100.00 9.1 8 Sat 31/Aug/06 243 100.00 9.0 100.00 8.8 100.00 8.9 100.00 8.5 100.00 9.0 100.00 8.9 99.94 9.0 VONV perdeu 51 épocas às 0h; 8 Sat ALCO Estação Média Rinex 100 6 ARRA Nº Sat. Rinex 9.6 88.768 5 CRAI Nº Sat. 9.2 Rinex 100 Rinex 9.5 99.441 Rinex Nº Sat. Rinex 100.00 9.5 STEM em baixo 96.71 8.0 100.00 8.5 STEM fio energia fase desligado; MAFR perdeu 2 épocas 100.00 8.6 MAFR perdeu 2630 épocas 100.00 8.5 MAFR não regista sat 17-componente Y, perde 3 épocas 100.00 8.6 MAFR perdeu 6 épocas 100.00 8.7 VNOV em baixo desde as 3h 100.00 8.8 STEM às 10h perdeu 223 épocas, Troca receptor MAFR 11-12h 100.00 9.3 Verificação comunicação MAFR, 9 Sat 8 MAFR Nº Sat. Nº Sat. Causa Nº Sat. 1 Rinex VNOV Rinex 2 Nº Sat. STEM Nº Sat. ID Rinex PARC Rinex 4 PARC Nº Sat. 9.5 Rinex 100 3 STEM Nº Sat. Rinex 9.6 99.882 Nº Sat. VNOV Nº Sat. Rinex 9.6 99.815 Nº Sat. 9.6 Listagem de Ocorrências Detectadas na Rede Servir Estação de Referência GNSS dia doy 01/09/2006 02/09/2006 ALCO ARRA CRAI Mês: Setembro MAFR PARC STEM VNOV Causa Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. Rinex Nº Sat. 244 100.00 8.9 100.00 8.6 100.00 8.8 100.00 8.5 100.00 8.9 100.00 8.8 100.00 8.9 245 100.00 8.7 100.00 8.5 100.00 8.6 100.00 8.4 100.00 8.8 100.00 8.7 100.00 8.7 03/09/2006 246 100.00 8.6 100.00 8.4 100.00 8.5 100.00 8.3 100.00 8.6 100.00 8.6 100.00 8.6 04/09/2006 247 100.00 8.5 100.00 8.2 100.00 8.4 100.00 8.3 100.00 8.5 100.00 8.4 100.00 8.5 05/09/2006 248 100.00 8.3 100.00 8.1 100.00 8.2 100.00 8.1 100.00 8.4 100.00 8.3 100.00 8.3 06/09/2006 249 100.00 8.2 100.00 7.9 100.00 8.1 100.00 7.9 100.00 8.2 100.00 8.1 100.00 8.1 07/09/2006 250 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 8.0 100.00 7.9 100.00 8.0 08/09/2006 251 100.00 7.9 100.00 7.7 100.00 7.8 100.00 7.7 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 7.9 09/09/2006 252 100.00 7.7 100.00 7.5 100.00 7.7 100.00 7.6 100.00 7.8 100.00 7.7 99.85 7.8 10/09/2006 253 100.00 8.6 100.00 8.3 100.00 8.5 100.00 8.4 100.00 8.6 100.00 8.5 100.00 8.6 11/09/2006 254 100.00 8.4 100.00 8.1 100.00 8.3 100.00 8.2 100.00 8.4 100.00 8.3 100.00 8.4 12/09/2006 255 100.00 8.2 100.00 7.9 100.00 8.2 100.00 8.1 100.00 8.2 100.00 8.1 100.00 8.2 13/09/2006 256 100.00 8.0 100.00 7.8 100.00 8.0 100.00 8.0 100.00 8.0 100.00 8.0 99.73 8.0 VNOV perdeu 237 épocas entre as 15 e as 17h 14/09/2006 257 100.00 8.0 100.00 7.7 100.00 8.0 100.00 8.0 100.00 8.0 100.00 8.0 97.43 8.0 VNOV perdeu 2224 épocas entre as 15 e as 18h 15/09/2006 258 100.00 7.9 100.00 7.7 100.00 7.9 100.00 7.9 99.99 7.9 100.00 7.9 94.72 7.9 PARCperdeu 6épocas às 0h e VNOVperdeu 4560 às 5,11 e 23h 16/09/2006 259 100.00 7.9 100.00 7.7 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 17/09/2006 260 100.00 7.9 100.00 7.7 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 18/09/2006 261 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 19/09/2006 262 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 20/09/2006 263 100.00 7.9 100.00 7.8 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 100.00 7.9 21/09/2006 264 94.89 8.0 100.00 7.9 100.00 8.0 100.00 8.0 100.00 8.0 100.00 8.0 100.00 8.0 22/09/2006 265 100.00 8.1 100.00 8.0 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.0 100.00 8.1 100.00 8.1 23/09/2006 266 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 100.00 8.1 24/09/2006 267 100.00 8.2 100.00 8.1 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 25/09/2006 268 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.3 26/09/2006 269 100.00 8.3 99.99 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 99.99 8.2 99.99 8.5 84.73 8.3 Arra perde 10,Parc perde 10, STEM perde 10,VNOVperde10994falhaenergia1,2,4,8,21h 27/09/2006 270 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 95.66 8.3 VNOV perdeu 3749 épocas entre as 2h e as 3 h 28/09/2006 271 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.3 29/09/2006 272 100.00 8.3 100.00 8.2 100.00 8.2 100.00 8.3 100.00 8.3 100.00 8.2 100.00 8.3 30/09/2006 273 100.00 8.3 100.00 8.3 100.00 8.3 100.00 8.3 100.00 8.3 100.00 8.3 100.00 ID 2 1 ALCO Estação Média Rinex 99.83 6 ARRA Nº Sat. 8.2 Rinex 100 5 CRAI Nº Sat. 8.0 Rinex 100 8 MAFR Nº Sat. 8.1 Rinex 100 4 PARC Nº Sat. Rinex 8.1 99.999 STEM Nº Sat. 8.2 Rinex 100 8.3 3 VNOV Nº Sat. Rinex 8.2 99.071 Nº Sat. 8.2 VNOV perdeu 130 épocas entre as 12 e as 13h ALCO perdeu 4050 épocas entre as 7h e as 10h Implementação de uma Rede de Estações de Referência GNSS para Posicionamento em Tempo Real ANEXO K Tempo e exactidão na recolha de coordenadas de um ponto por um receptor Móvel. _____________________________________________________________________ 137 António Afonso PONTO TOPOGRAFICO Coord. Pto 4916032.319 -788617.416 3973244.078 Trimble GNSS R8 Medição Nº 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 T1 (s) 30 21 40 26 38 27 25 34 22 20 20 24 32 20 26 20 24 39 26 22 38 24 22 25 24 20 22 25 22 19 18 21 20 18 21 21 103 25 17 19 32 27 49 28 21 20 26 28 28 30 22 34 26 25 20 20 20 29 20 18 18 T2 (s) 42 25 42 28 43 31 30 41 28 25 23 29 33 25 28 25 28 40 28 27 51 29 25 71 82 24 24 33 35 27 23 27 25 27 36 27 107 28 21 24 38 32 52 32 24 24 29 33 33 32 25 37 30 28 23 23 24 33 23 24 24 Medições (m) X 4916032.317 4916032.303 4916032.299 4916032.317 4916032.302 4916032.288 4916032.307 4916032.315 4916032.303 4916032.307 4916032.301 4916032.307 4916032.299 4916032.291 4916032.304 4916032.31 4916032.318 4916032.325 4916032.299 4916032.282 4916032.283 4916032.321 4916032.316 4916032.309 4916032.301 4916032.305 4916032.298 4916032.298 4916032.326 4916032.323 4916032.318 4916032.298 4916032.295 4916032.279 4916032.287 4916032.291 4916032.297 4916032.275 4916032.27 4916032.288 4916032.309 4916030.757 4916032.314 4916032.288 4916032.305 4916032.299 4916032.299 4916032.287 4916032.285 4916032.283 4916032.282 4916032.299 4916032.305 4916032.304 4916032.297 4916032.302 4916032.292 4916032.286 4916032.285 4916032.263 4916032.263 Y -788617.421 -788617.429 -788617.423 -788617.424 -788617.423 -788617.42 -788617.418 -788617.416 -788617.424 -788617.427 -788617.425 -788617.425 -788617.43 -788617.417 -788617.422 -788617.428 -788617.429 -788617.426 -788617.424 -788617.421 -788617.436 -788617.426 -788617.42 -788617.415 -788617.423 -788617.421 -788617.418 -788617.415 -788617.421 -788617.416 -788617.417 -788617.426 -788617.427 -788617.42 -788617.423 -788617.415 -788617.419 -788617.411 -788617.412 -788617.41 -788617.418 -788617.168 -788617.418 -788617.419 -788617.415 -788617.416 -788617.418 -788617.417 -788617.414 -788617.406 -788617.416 -788617.42 -788617.424 -788617.422 -788617.422 -788617.423 -788617.429 -788617.424 -788617.426 -788617.415 -788617.41 Diferenças (m) Z 3973244.059 3973244.034 3973244.036 3973244.052 3973244.037 3973244.024 3973244.042 3973244.044 3973244.041 3973244.036 3973244.033 3973244.039 3973244.043 3973244.032 3973244.046 3973244.052 3973244.055 3973244.056 3973244.042 3973244.03 3973244.02 3973244.05 3973244.055 3973244.054 3973244.042 3973244.042 3973244.039 3973244.047 3973244.058 3973244.068 3973244.064 3973244.042 3973244.028 3973244.022 3973244.029 3973244.04 3973244.043 3973244.027 3973244.036 3973244.042 3973244.042 3973242.776 3973244.03 3973244.025 3973244.022 3973244.025 3973244.036 3973244.038 3973244.045 3973244.055 3973244.036 3973244.037 3973244.042 3973244.035 3973244.05 3973244.048 3973244.03 3973244.027 3973244.045 3973244.023 3973244.029 Delta X Delta Y Delta Z 0.002 0.005 0.019 0.016 0.014 0.044 0.020 0.007 0.042 0.002 0.008 0.026 0.017 0.007 0.041 0.031 0.005 0.054 0.012 0.002 0.036 0.004 0.000 0.034 0.016 0.008 0.037 0.012 0.012 0.042 0.018 0.010 0.045 0.012 0.010 0.039 0.020 0.015 0.035 0.028 0.002 0.046 0.015 0.007 0.032 0.009 0.012 0.026 0.001 0.014 0.023 -0.006 0.010 0.022 0.020 0.008 0.036 0.037 0.005 0.048 0.036 0.020 0.058 -0.002 0.010 0.028 0.003 0.005 0.023 0.010 0.000 0.024 0.018 0.007 0.036 0.014 0.005 0.036 0.021 0.002 0.039 0.021 0.000 0.031 -0.007 0.005 0.020 -0.004 0.000 0.010 0.001 0.002 0.014 0.021 0.010 0.036 0.024 0.012 0.050 0.040 0.005 0.056 0.032 0.007 0.049 0.028 0.000 0.038 0.022 0.003 0.035 0.044 -0.005 0.051 0.049 -0.003 0.042 0.031 -0.005 0.036 0.010 0.002 0.036 1.562 -0.248 1.302 0.005 0.002 0.048 0.031 0.003 0.053 0.014 0.000 0.056 0.020 0.000 0.053 0.020 0.002 0.042 0.032 0.002 0.040 0.034 -0.002 0.033 0.036 -0.010 0.023 0.037 0.000 0.042 0.020 0.005 0.041 0.014 0.008 0.036 0.015 0.007 0.043 0.022 0.007 0.028 0.017 0.007 0.030 0.027 0.014 0.048 0.033 0.008 0.051 0.034 0.010 0.033 0.056 0.000 0.055 0.056 -0.005 0.049 2D 0.006 0.021 0.022 0.009 0.019 0.032 0.012 0.004 0.018 0.017 0.021 0.015 0.025 0.028 0.017 0.016 0.014 0.012 0.022 0.038 0.042 0.011 0.006 0.010 0.020 0.015 0.021 0.021 0.009 0.004 0.002 0.024 0.027 0.040 0.033 0.028 0.022 0.044 0.049 0.032 0.011 1.582 0.006 0.031 0.014 0.020 0.020 0.032 0.034 0.037 0.037 0.021 0.017 0.017 0.023 0.019 0.030 0.034 0.036 0.056 0.056 3D 0.020 0.048 0.047 0.027 0.045 0.062 0.038 0.034 0.041 0.045 0.049 0.042 0.043 0.054 0.036 0.030 0.026 0.025 0.042 0.061 0.071 0.030 0.023 0.026 0.041 0.039 0.044 0.037 0.021 0.010 0.014 0.043 0.056 0.069 0.059 0.047 0.041 0.067 0.065 0.048 0.037 2.048 0.048 0.061 0.057 0.056 0.046 0.051 0.047 0.044 0.056 0.046 0.039 0.046 0.036 0.035 0.056 0.061 0.048 0.078 0.075 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 Média (s) 25 24 23 28 20 20 19 20 24 19 27 22 26 18 23 22 24 21 39 18 17 33 26 27 23 20 31 19 25 30 19 40 37 19 24 22 26 20 34 30 41 47 29 25 24 24 34 26 42 27 48 42 29 28 34 41 44 28 23 35 38 30 27 23 42 25 30 33 23 44 41 24 29 26 30 25 T1 25.5 T2 32.5 Tempo total =(T1+T2) 4916032.277 4916032.28 4916032.28 4916032.29 4916032.298 4916032.298 4916032.302 4916032.319 4916032.301 4916032.304 4916032.291 4916032.285 4916032.276 4916032.281 4916032.295 4916032.301 4916032.277 4916032.287 4916032.307 4916032.302 4916032.304 4916032.298 4916032.289 4916032.298 4916032.292 4916032.298 4916032.301 4916032.294 4916032.291 4916032.302 4916032.315 4916032.281 4916032.274 4916032.282 4916032.286 4916032.296 4916032.297 4916032.288 -788617.415 -788617.422 -788617.414 -788617.416 -788617.415 -788617.419 -788617.422 -788617.419 -788617.413 -788617.423 -788617.426 -788617.425 -788617.418 -788617.42 -788617.413 -788617.401 -788617.407 -788617.414 -788617.421 -788617.416 -788617.417 -788617.405 -788617.419 -788617.419 -788617.421 -788617.414 -788617.417 -788617.419 -788617.421 -788617.42 -788617.418 -788617.414 -788617.41 -788617.408 -788617.414 -788617.424 -788617.418 -788617.417 3973244.038 3973244.033 3973244.035 3973244.032 3973244.035 3973244.032 3973244.039 3973244.047 3973244.034 3973244.047 3973244.035 3973244.029 3973244.017 3973244.022 3973244.02 3973244.034 3973244.032 3973244.026 3973244.046 3973244.042 3973244.048 3973244.049 3973244.035 3973244.042 3973244.035 3973244.045 3973244.048 3973244.039 3973244.042 3973244.039 3973244.049 3973244.034 3973244.021 3973244.025 3973244.025 3973244.034 3973244.036 3973244.033 Média (m) 0.042 0.039 0.039 0.029 0.021 0.021 0.017 0.000 0.018 0.015 0.028 0.034 0.043 0.038 0.024 0.018 0.042 0.032 0.012 0.017 0.015 0.021 0.030 0.021 0.027 0.021 0.018 0.025 0.028 0.017 0.004 0.038 0.045 0.037 0.033 0.023 0.022 0.031 0.000 0.007 -0.002 0.000 0.000 0.003 0.007 0.003 -0.003 0.007 0.010 0.010 0.002 0.005 -0.003 -0.015 -0.008 -0.002 0.005 0.000 0.002 -0.010 0.003 0.003 0.005 -0.002 0.002 0.003 0.005 0.005 0.002 -0.002 -0.005 -0.007 -0.002 0.008 0.002 0.002 0.040 0.045 0.043 0.046 0.043 0.046 0.039 0.031 0.044 0.031 0.043 0.049 0.061 0.056 0.058 0.044 0.046 0.052 0.032 0.036 0.030 0.029 0.043 0.036 0.043 0.033 0.030 0.039 0.036 0.039 0.029 0.044 0.057 0.053 0.053 0.044 0.042 0.045 Delta X Delta Y Delta Z 0.038 0.001 0.052 57.9 (s) NOTA: T1 Tempo de ligação à rede SERVIR T2 Tempo após ligação até estar pronto a registar as coordenadas do ponto 0.042 0.040 0.039 0.029 0.021 0.021 0.018 0.004 0.018 0.017 0.030 0.035 0.043 0.038 0.024 0.023 0.043 0.032 0.013 0.017 0.015 0.024 0.030 0.021 0.028 0.021 0.018 0.025 0.029 0.018 0.005 0.038 0.046 0.038 0.033 0.025 0.022 0.031 0.058 0.060 0.058 0.054 0.048 0.050 0.043 0.031 0.047 0.035 0.052 0.060 0.074 0.068 0.063 0.049 0.063 0.061 0.034 0.040 0.033 0.037 0.052 0.042 0.051 0.039 0.035 0.046 0.046 0.042 0.029 0.058 0.073 0.065 0.062 0.050 0.047 0.054 2D 0.040 3D 0.067