A arte de fazer cerveja artesanal de acordo com o gosto do freguês
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A arte de fazer cerveja artesanal de acordo com o gosto do freguês
15 Setembro2013 A arte de fazer cerveja artesanal de acordo com o gosto do freguês A chegada das cervejas artesanais ao mercado está mudando o jeito das pessoas apreciarem a bebida. Aos poucos os consumidores estão redescobrindo o prazer e as sutilezas da cerveja, o que era impensável enquanto apenas as grandes marcas dominaram as mesas de bar. Bairro Alto também tem seus cervejeiros e um deles é o Billy Tattoo, um curioso que em busca de uma cerveja de melhor qualidade resolveu fabricar a bebida em casa. Tatuador de profissão, Billy, sempre gostou de beber cerveja, mas andava insatisfeito com o que encontrava no mercado. “Há uns dois anos comecei a reparar que a qualidade da cerveja não era boa. E algumas vezes a bebida até me fazia mal. Numa festa de tatuadores conheci uma cerveja artesanal e descobri que era feita aqui em Curitiba. Conheci o processo de fabricação e uma semana depois fiz um curso sobre cervejas artesanais”, conta Billy. Ele passou então a estudar o assunto com mais cuidado e em quatro meses montou a estrutura para fabricar sua própria cerveja em casa. Billy logo fez contato com a Associação dos Cervejeiros Artesanais do Paraná e participou de um concurso. Ele não ganhou o primeiro prêmio, mas conseguiu uma boa pontuação para sua One Strong, um incentivo para continuar na atividade. Desde então, Billy não parou de estudar a composição das cervejas e aperfeiçoou o seu trabalho. Atualmente ele se concentra na fabricação de três rótulos, ou tipos de cerveja: a Northern State, cerveja do tipo escocês; a One Strong, a primeira que aprendeu a fazer; e a IPA (India Pale Ale) Cacau, uma cerveja que tem um gosto amargo mais acentuado e com bom teor alcoólico. Ele até criou uma marca para identificar a bebida que sai da sua minicervejaria, a Wasch Bier Cerveja Artesanal. Atualmente Billy fabrica 180 litros de cerveja por mês. Seu público é formado por amigos, a família e seus clientes da tatuagem. Ele afirma que sua intenção é aumenta a cervejaria. Billy já investiu cerca de R$ 9.000 na pequena fábrica, mas pretende legalizar a produção para disputar a fatia do mercado que se interessa por uma bebida diferenciada. Personalizada - Além dos três tipos de cerveja em que se especializou, Billy também faz a bebida personalizada. E não estamos falando apenas do rótulo. Para alguns consumidores mais exigentesvBilly desenvolve uma fórmula especial que pode realçar ou dimininuir certas características da cer- veja. “Pode ser uma bebida com mais ou menos teor alcoólico. Posso controlar o gosto do malte, o amargor. Pode ser uma cerveja mais maltada. Tudo de acordo com o que o consumidor quer”, explica Billy. Ele contou que nesse caso, são necessários dois meses, no mínimo, para fazer a cerveja desenvolvida. Billy só aceita encomenda acima de 30 litros de cerveja personalizada, para compensar o trabalho. Enquanto não regulariza sua cervejaria Billy se divide entre as tatuagens e a cerveja. “Durante a semana atendo os clientes da tatoo e no sábado e domingo faço a cerveja”, conta. Como todo o processo deve ser controlado, Billy tem que acompanhar cada passo e faz todo o trabalho sozinho. “Conto com a ajuda do meu pai (Virgílio Wasch) para ajudar em algumas fases. Mas faço tudo, até os rótulos que eu mesmo desenho”, disse Billy. Para não errar a “receita”, o cervejeiro conta com um programa de computador que registra o processo de fabricação de cada tipo de cerveja. “Assim fica mais fácil, tenho um padrão estabelecido a seguir, o que mantém sempre o mesmo sabor de cada cerveja”, acrescenta. A mini-cervejaria de Billy recebe visitas freqüentes. São clientes que aproveitam para experimentar ou curiosos que souberam da cerveja e aparecem para conhecer o trabalho. Para O cervejeiro, a cerveja e a “cervejaria” do mestre da tatuagem, Billy Tattoo, no Bairro Alto tanto, ele mantém algumas garrafas no freezer. Aliás, Billy dá algumas dicas para quem está se iniciando na arte de beber cervejas artesanais. “A cerveja tem que ficar na temperatura da geladeira, mas nunca estupidamente gelada porque altera o gosto. Outra coisa, as garrafas devem ser deixadas em pé, nunca deitadas porque isso pode mudar o sabor”, fala. O melhor a fazer é seguir as orientações de quem entende do assunto e procurar uma cerveja artesanal para descobrir o que ela tem que tanto encanta os amantes dessa bebida.