Deficiências Vitamínicas em Bovinos de Corte Vitamina D Para

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Deficiências Vitamínicas em Bovinos de Corte Vitamina D Para
Deficiências Vitamínicas em Bovinos de Corte
Vitamina D
Para bovinos de corte, a vitamina D pode ser suprida através de dieta ou por
produção na epiderme e derme do animal, necessitando de irradiação solar da
superfície do corpo do animal. Existem aproximadamente 10 provitaminas que
após irradiação formam compostos com variável atividade antiraquítica, sendo
o colecalciferol (vitamina D3 que ocorre em animais) e ergocalciferol, vitamina
D2 que ocorre predominantemente em plantas (McDowell, 1989), as duas
principais fontes de vitamina D.
O intestino e os rins também podem produzir um precurssor da vitamina D, o
25-OH D3, mas em pequenas quantidades (McDowell 1989). A função
fisiológica mais conhecida da vitamina D, é o controle do equilíbrio das
concentrações de Ca e P, através da alteração na absorção intestinal e a
reabsorção renal de Ca e P. Além do controle da homeostase de Ca e P,
função mais importante da vitamina D, esses compostos também estimulam a
produção de insulina, aumentam a produção de colina acetiltransferase em
regiões do cérebro, promovem diferenciação celular, alterações na estrutura da
membrana celular e estimulam função imunológica (Combs 1992).
As necessidades de vitamina D para bovinos são supridas através de síntese
na derme em animais expostos à luz solar. A ocorrência de deficiência em
condições tropicais é muito rara. A inclusão da vitamina D em compostos para
administração parenteral, como ADE injetável, deve-se ao fato da vitamina D
agir como elemento protetor e moderador da ação de vitamina A.
A vitamina D é absorvida do trato intestinal em associação com as gorduras
(lipossolúvel), necessitando da presença de sais biliares para absorção através
dos quilomícrons no sistema linfático. A absorção da vitamina D têm eficiência
de apenas 50 %, sendo assim, as dosagens utilizadas em tratamentos devem
suprir o dobro da exigência do animal. (McDowell, 1989). Uma vez absorvida, a
vitamina D ocorre em concentrações relativamente baixas na corrente
sanguínea, provavelmente devido ao seu rápido acumúlo no fígado (McDowell,
1989).
Sendo a vitamina D essencial para a absorção do cálcio da dieta, demonstra-se
sua presença no sangue mais rapidamente caso o colecalciferol esteja em
quantidades adequadas. A presença do coleclaciferol atua na síntese de RNA
necessário para a formação da proteína transportadora do cálcio (Andrigueto et
al., 1990).
A deficiência de vitamina D, associada ou não ao desequilíbrio na ingestão de
Ca e P, é responsável pela desmineralização dos ossos reduzindo a ligação do
fosfato de Ca ao carbonato. No animal jovem caracteriza-se por uma
diminuição do depósito de Ca nos ossos em crescimento (raquitismo) e nos
animais adultos ocorre uma perda de Ca de ossos já formados (osteomalácia).
Além do raquitismo a deficiência de vitamina D pode levar a uma diminuição no
crescimento e no consumo de alimentos, desempenho ósseo anormal e
laminite. Importante lembrar que existe grande relação entre a vitamina D, Ca e
P, sendo que o sintoma de deficiência de vitamina D ou de P, mesmo com
suprimento adequado de Ca, resultará em problemas de desenvolvimento de
animais em crescimento. Já com a vitamina D e o P em quantidades
adequadas, mas com a deficiência de Ca, os mesmos animais apresentaram
desenvolvimento esquelético anormal (Corbett, 1990). Raramente são
observados casos de deficiência de vitamina D, não sendo necessária sua
suplementação em situações de produção comercial, uma vez que as
quantidades produzidas na derme são suficientes para suprir as exigências dos
animais (Corbett, 1990).
O ponto de maior importância da vitamina D, seria sua relação com as
absorções de Ca e P, sendo o aumento da absorção de Ca e P pelo intestino, a
função principal da vitamina D no organismo.
Tabela 1: Sintomas de deficiência de vitamina D
Estado Geral
Sistema nervoso e muscular
Tecido ósseo
Sistema reprodutor
Sintomas
Diminuição do apetite, inibição do
crescimento, perda de peso, atraso no
crescimento(bovinos, suínos e aves)
Aumento da irritabilidade,
predisposição a espasmos por tetania
Marcha dolorosa, dura, imobilidade,
nódulos indolores nas articulações e
nas costelas (rosário raquítico), mal
formação dos ossos dos membros,
esterno e espinha dorsal, aumeno da
fragilidade óssea, ossos brandos,
flexíveis
Parto com crias fracas, mortas ou
com deformações ( bovinos e ovinos)

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